Alfred Marshall - Principios de Economia Vol. I

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    Ca p tulo IV. Renda. Capital . 1. Renda monet r ia e capi ta l mer-canti l . 2. Defini es de Renda L quida, Juros e Lucros, doponto de vista comu m dos n eg cios. Van ta gens e Gan hos L qui-dos da Administra o, Quase-Rendas. 3. Classifica es de ca-pital , do ponto de vista part icular. 4-7. Capital e renda doponto de vista social. 8. Produtividade e expectat iva s o at r i -butos iguais do capital , respectivamente em rela o procurade capital e sua ofert a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137

    LIVRO TERCEIRO

    Sobre a s Neces s idades e suas Sa t i s f a e s

    Ca p tu lo I. Introdu o. 1. A r ela o deste livro com os tr s seguintes. 2. Tem-se dado pouca aten o a t recentemente procura e aocons umo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149

    Ca p tulo II. As Necessidades em Rela o com as Atividades . 1. Odesejo de variedade. 2, 3. O anseio de distin o. 4. O anseioda distin o por si mesma . A posi o defendida em Economia pelateoria do consu mo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153

    Ca p tulo III. Grada es da Procura por Consum idores . 1. A lei dasnecessidades saci veis ou utilidade decrescente. Utilidade total. In-cremento marginal. Utilidade marginal. 2. Pre o de procura. 3.Deve-se levar em conta as varia es na utilidade do dinheiro. 4. Aprograma o da procura de uma pessoa. O significado da express oincremento da procur a . 5. Procura de um mer cado. A lei da pr ocura . 6. As procur as de mer cadorias rivais. . . . . . . . . . . . . . . . . . 159

    Ca p tulo IV. A Elasticidade das Necessidades . 1. Defini o de elas-ticidade da procura. 2, 3. Um pre o baixo para os ricos pode seralto para os pobres. 4. Cau sas gera is que a feta m a elast icidade. 5. Dificuldades relacionadas com o elemento Tempo. 6. Mu-dan as de moda. 7. Dificuldades na maneira de obter as esta-t sticas necess r ias. 8. NOTA sobre estat st ica do consu mo. Ca -dernos de merceeiros". Or amentos de consumidores . . . . . . 169

    Ca p tulo V. Escolha entre os Diferentes Usos de uma Mesma Coisa.Usos Imediatos e Usos Diferidos. 1, 2. A distribui o dos meiosde uma pessoa entre a satisfa o de diferentes necessidades, demodo que o mesmo pr e o me a ut ilidades igua is mesma ma rgemde diferentes aquisi es. 3. A distribui o entre necessidadespresentes e futuras. O desconto de benef cios futuros. 4. Adiferen a entre o desconto de satisfa es futuras e o desconto deeventos fut ur os que possam sat isfazer . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183

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    Ca p tulo VI. Valor e Utilidade. 1. Pre o e Utilidade. O excedente doconsumidor. Conjuntura. 2. O excedente do consumidor em re-la o com a pr ocur a por pa rt e de um in div duo; 3, 4 e em r ela ocom um mercado. Diferen as individuais de caracter sticas podemser omitidas quando consideramos a m dia de um gra nde n merode pessoas; e se esta s incluem r icos e pobres em p ropor es igua is,o pre o torna-se uma medida razo vel da utilidade, 5 desde quese leve em conta a riqueza coletiva. 6. A sugest o de Bernoulli.Aspectos m ais am plos da ut ilidade da riqueza. . . . . . . . . . . . 189

    LIVRO QUARTO

    Os Agen te s de P rodu

    o :Terra , Trabalh o, Capi ta l e Organ iza o

    Ca p tu lo I . Introdu o. 1. Os agentes da produ o. 2. Inuti l idademarginal . Embora s vezes o trabalho seja sua pr pria recom-pensa , me smo assim, sob cert as su posi es, podemos considerarsua ofert a como regula da pelo pre o qu e se obt m com ele. Pr e ode ofer ta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203

    Ca p tulo II. A Fertilidade da Terra. 1. A no o de que a terra umdom gratuito da natureza, enquanto o produto da terra devidoao trabalho do homem, n o rigorosamente exata: mas tem umfundo de verdade. 2. Condi es mec nicas e qu micas da ferti-lidade. 3. A faculdade do homem de alterar a natureza do solo. 4. Em todo caso, o rendimento adicional devido ao capital etr aba lho diminu i, ma is cedo ou ma is t ar de. . . . . . . . . . . . . . . 209

    Ca p tulo III. A fertilidade da Terra (Continua o). A Tend ncia ao R end im ento Decrescen te. 1. A ter ra pode ser su bcult iva da e en t ocapital e trabalho adicionais lhe dar o rendimento crescente at chegar a uma taxa m xima, ap s a qual o rendimento diminuir de novo. M todos aperfei oados podem permitir que maior capitale t ra balho sejam a plicados pr oveitosam ent e. A lei refere-se quan-tidade dos produtos, n o a seu valor. 2. Uma dose de capital etr aba lho. Dose ma rgina l, ren diment o ma rgina l, ma rgem de cultivo.A dose marginal n o necessariamente a ltima no tempo. Osprodut os a diciona is; su a r ela o com a renda. Ricardo limitou suaaten o s circunst ncias de um pa s velho. 3. Toda medida defert ilidade deve ser r elativa a o lugar e ao tem po. 4. Como regra,os solos mais pobres aumentam de valor em rela o com os ricos, medida qu e cresce a pr ess o da popu la o. 5, 6. Rica rdo afirm ouque as terr as m ais ricas era m cultivadas pr imeiro; e isso verdadeno sent ido que tinh a em ment e. Mas ele subestimou a s vant agensindiretas oferecidas agricultura por uma popula o densa. 7.

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    As leis de rendimento dos pesqueiros, das minas e da constru o. 8. NOTA sobre a lei do rendimento decrescente e sobre umadose de cap ita l e tr a balho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215

    Ca p tulo IV. O Crescimento da Popula o. 1, 2. Hist ria da doutrinada popula o. 3. Malthus. 4, 5. Taxa de nupcialidade e taxa denatalidade. 6, 7. Hist ria da popula o na Ingla ter ra . . . . . . 235

    Ca p tulo V. A Sa de e o Vigor da Popula o. 1, 2. Condi es geraisde sa de e vigor. 3. Coisas necess r ias vida. 4. Esperan a ,liberdade e muda n a . 5. A influ ncia da ocupa o. 6. A influ nciada vida na cidade. 7, 8. A na tu reza, entr egue a si mesma, tendea eliminar os fracos. Contudo, muitas a es humanas bem-inten-ciona da s r edu zem o crescimen to dos for t es e perm item que os fr acossobrevivam . Conclus o pr t ica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 251

    Ca p t u lo VI. A Aprendizagem Industrial. 1, 2. Tra balho n o especia-lizado, um a express o r ela t iva. A especia liza o com a qua l esta mosfamiliarizados, n o a consideramos, freq entemente, especializa-o. A mera ha bilidade m an ua l est perdendo import ncia em r e-la o intelig ncia e ao vigor em geral. Capacidade geral e ha-bilidade especializada. 3-5. A educa o liberal e t cnica. Apren-dizagens. 6. A educa o art stica. 7. A educa o como um in-vestimento nacional. 8. A mobilidade est aum entando entre asca t egor ias e no in t er ior delas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261

    Ca p t u lo VII. O Crescim en to da R iqueza. 1-3. At recent ement e fora mpouco ut iliza da s a s for ma s cust osa s de cap ita l au xiliar , ma s a gor aelas est o au ment an do ra pidam ente, assim como a capacidade deacumular. 4. A seguran a como condi o de poupan a . 5. O

    crescimento de uma economia monet ria proporciona novas ten-ta es para a extravag ncia; mas tem permitido s pessoas quecare am de capacidade para os neg cios obter os frutos da pou-pa n a . 6. O principal motivo da poupan a o afeto familiar. 7. As fon tes de a cumu la o. As a cumula es p blicas . A cooper a o. 8. A escolha entre satisfa es presentes e diferidas. A espera ouo adiam ento da sat isfa o geralm ent e est present e na a cumu la ode riqueza. O juro sua recompensa. 9, 10. Quanto maior fora taxa de ganho, maior a taxa de poupan a, como norma. Mash exce es . 11. NOTA sobre as es ta t sticas do crescimentoda r iqueza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275

    Ca p tulo VIII. Organiza o Industrial. 1, 2. A doutrina de que aorganiza o aumenta a efici ncia an tiga, ma s Adam Smith deu-lhe vida nova. Economistas e bi logos t m trabalhado juntos naan lise da influ ncia exercida pela luta pela sobreviv ncia sobrea organiza o; seus tra os mais speros s o suavizados pela he-

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    reditariedade. 3. As castas antigas e as classes modernas. 4,5. Adam Smith era moderado, mas muitos de seus seguidores exa-geraram a economia da organiza o natural. O desenvolvimentoda s faculdades pelo us o; e sua her an a pela ap ren diza gem p recoce

    e, possivelment e, por out ra s form as. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293Ca p tulo IX. Organiza o Industrial (Continua o). Divis o do Traba -

    lho. A Influ ncia da Maquinaria. 1. A pr tica leva perfei o. 2. Nas categorias inferiores de trabalho, mas nem sempre nassuper iores, a extrem a especializa o aumenta a efici ncia. 3. Asinflu ncias exercidas pela maquinaria sobre a qualidade da vidahumana s o parcialmente boas e parcialmente m s. 4. A ma-quinaria constru da mecanicamente est introduzindo a nova eradas pe as intercambi veis. 5. Exemplo das artes gr ficas. 6.A maquinaria alivia o esfor o dos m sculos humanos; e evitandoassim a monotonia do trabalho, evita-se a monotonia da vida. 7. Compara o ent re h abilidade especializada e ma quinar ia espe-cial izada. Economias int erna s e externa s. . . . . . . . . . . . . . . . 303

    Ca p tulo X. Organiza o Industrial (Continua o). Concentra o de In-d strias Especializad as em Certas Localidades. 1. Ind strias loca-lizadas: suas formas primitivas. 2. Suas v rias origens. 3. Suasvantagens; aptid o heredit ria; o surgimento de ind strias subsidi -rias; o uso de maquin rio altamente especializado; um mercado localpara m o-de-obra especializada. 4. A influ ncia do melhoramentodos meios de comunica es sobre a distribui o geogr fica de ind s-trias. Exemplo da hist r ia recente da Ingla terra . . . . . . . . . . 317

    Ca p t u lo XI. Organiza o In du strial (Continua o). Produ o em La rga Escala.

    1. As ind

    str ias t picas para nosso presente prop

    sitoso as que se ocupam da manufatura. A economia de material.

    2-4. As vantagens de uma grande f brica com respeito ao uso eaperfei oam ent o de ma quin r io especia lizado; na compr a e n a ven -da; na aptid o especializada; e na subdivis o do trabalho de ad-ministra o de empresa. Vantagens do pequeno industrial e emtermos de superintend ncia. Os avan os modernos no campo doconhecimento atuam em grande parte a seu favor. 5. Em ramosque oferecem gra nde economia n a produ o em larga escala, umafirm a pode crescer r ap idam ent e; cont an to que possa comer cializarfacilmente, mas muitas vezes n o consegue faz -lo. 6. Grandese pequenos estabelecimentos comerciais. 7. Os ramos de trans-port es. Mina s e pedreira s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327

    Ca p t u lo XII. Organiza o In du strial (Continua o). A Dire o das Em - presas. 1. O artes o primitivo tratava diretamente com o con-su midor; e hoje o que fazem geralmente os profissionais liberais.

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    2. Mas na maioria dos neg cios interv m uma classe especialde empres rios. 3, 4. Os principais riscos do empreendimentoest o s vezes separados da administra o detalhada nos ramosda constru o e algumas outras reas. O empres rio que n o

    empregador. 5. As faculdades exigidas no fabricante ideal. 6.O filho de um homem de neg cios come a com tantas vantagensque se poderia supor que os homens de neg cios formam algo pa-recido com uma casta; os motivos pelos quais n o ocorre esse re-sultado. 7. Empresas individuais. 8, 9. Sociedades an nimas.Empresas do Governo. 10. Associa o cooperativa. Participa onos lucros. 11. As oportunidades de ascens o do trabalhador.Ele tem menos obstru es do que parece primeira vista, na suanecessidade de capita l; o fun do pa ra empr stimos est aumentandora pidam ent e. Mas a cr escent e complexida de dos neg cios a tua con -tr a ele. 12. Um h bil homem de neg cios au menta ra pidament eo capital sob seu comando; e um que n o tem uma grande capa-cidade gera lmente perde seu capita l ta nt o ma is ra pidament e qua n-to maior for o seu neg cio. Essas duas for as tendem a a jus tar ocapital cap acida de exigida pa r a u tiliz -lo bem. A ca pa cidade pa r aneg cios que disp e de capital tem um pre o de oferta bastantebem definido num pa s como a Inglat err a. . . . . . . . . . . . . . . . 339

    Ca p tulo XIII. Conclus o. Correla o entre as Tend ncias ao Rendi-m en to Crescen te e ao Rend im en to Decrescen te. 1. Resumo dosltimos cap tulos deste livro. 2. O custo da produ o deveria sertoma do em r ela o com um a firm a repr esent a tiva, com a cesso nor-ma l s economias inter na e externa perten centes a u m determ inadovolume tota l de pr odu o. Rendimen to cons ta nt e e ren diment o cres-cente. 3. Um crescimento nos n meros geralmente acompa-

    nhado de um crescimento mais do que proporcional na efici nciacoletiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 359

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    amizade, mesmo o pobre pode encontrar objeto para muitas das facul-dades que s o a fonte da maior felicidade. Mas as condi es que en-volvem a extr ema pobreza, especialmente em lugar es densam ent e ha -bitados, tendem a amortecer as faculdades superiores. Aqueles que

    t m sido chamados a esc ria das nossas grandes cidades t m poucaoportunidade para a amizade; nada conhecem do decoro e do sossego,e muito pouco mesmo da uni o da vida de fam lia; e a religi o fre-qentemente n o chega a a lcan -los. Se su as doent ias condi es f sicas,mentais e morais s o em parte devidas a outras causas alheias po-breza, esta, sem d vida, a causa principal.

    E, al m da ra l , h grandes contingentes da popula o, tantona s cida des como no ca mp o, que cr escem com insu fici ncia de alimen to,de vestu r ios e de a lojam en tos, com edu ca o cedo interrompida a fimde irem ganhar o sustento no trabalho, ocupando-se desde ent o du-rante longas horas em esfor os exaustivos com corpos mal nutridos, en o tendo assim oportunidade de desenvolver suas mais altas facul-dades mentais. Sua vida n o necessariamente insalubre ou infeliz.Contentando-se com suas afei es para com Deus e o homem, e svezes mesm o possu indo cert a n at ur al delicad eza de sent iment os, podemlevar uma vida menos incompleta do que a de muitos que disp em demaior riqueza material. Mas, com tudo isso, sua pobreza lhes umgrande e quase absoluto mal. Mesmo quando est o bem de sa de, seuesgota men to freq ent ement e cau sa a gudo ma l-esta r, seus pra zeres s opoucos; e quando vem a doen a, o sofrimento causado pela pobrezaaumenta dez vezes. E, embora um esp rito resignado possa conseguirreconcili -las com esses males, outros h com os quais esse esp r i ton o se a comoda r . Com excesso de t r aba lho e insu fici ncia de inst ru o,cansa dos e depr imidos, sem sossego e sem la zer, n o t m oport un idadepara aproveitar o melhor de suas faculdades mentais.

    Conquanto alguns dos males que comumente v m com a pobrezan o sejam conseq ncias necess rias desta, de uma maneira geral aperdi o do pobre a sua pobreza , e o estudo das causas da pobreza o estudo das causa s da degrada o de uma gran de parte da H uma nidade.

    2. A escravid o era considerada por Arist teles uma regra daNatureza, e provavelmente tamb m o era pelos pr prios escravos nostempos antigos. A dignidade do homem foi proclamada pela religi ocrist , e foi afirm ada com crescen te veem ncia du ra nt e os ltimos cemanos, mas s com a difus o da educa o durante os tempos recentescome am os a sent ir a inteira import ncia dest a s pala vra s. Agora , a fina l,nos dispomos seriamente a investigar se necess rio haver as ditasclasses baixas , ist o , se preciso ha ver um gran de n mer o de pessoascond ena da s desde o ber o a o ru de tr aba lho a fim de pr over os r equisitosde uma vida refinada e culta para os outros, enquanto elas pr prias

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    so impedidas por sua pobreza e labuta de ter qualquer qu ota ou pa r-ticipa o nessa vida.

    A esperan a de que a pobreza e a ignor ncia possam ser gra-dualmente extintas encontra de fato grande fundamento no seguro

    progresso das classes oper r ias durante o s culo XIX. A m quina avapor livrou-as de m uitos labor es exaus tivos e degra da nt es; os sa l riossubiram ; a educa o progrediu e se t or nou m ais gener alizada ; a ferr oviae a imprensa permitiram aos membros de um mesmo of cio em dife-rentes partes do pa s comunicarem-se facilmente entre si, lan ando elevando a efeito uma pol t ica de linhas amplas e de larga vis o; en-quanto a crescente procura de trabalho inteligente operou nas classesde ar t fices u m cr escimen to t o r pido que elas a gor a su pera m o n merodos trabalhadores n o qualificados. Uma grande parte dos art ficesdeixou de fazer pa r te da s classes baixas , no sen t ido or igina l do t ermo,e algun s deles j levam u ma vida m ais refinada e superior da ma ioriadas classes altas de um s culo atr s.

    Este progresso contribuiu mais do que qualquer outra coisa paradar interesse pr tico quest o se realmente imposs vel que todospossam come ar no mundo com uma justa oportunidade de levar umavida culta, livre das penas da pobreza e das influ ncias estagnantesdas labutas excessivamente mec nicas; e esta quest o est sendo im-pulsionada pela crescente conscientiza o da poca.

    A quest o n o pode ser inteiramente respondida pela ci ncia eco-n mica, pois depende em pa rt e das virt udes mora is e pol ticas da na tu rezahumana, e sobre estas mat rias o economista n o tem meios especiaisde informa o: ele deve fazer o que os outr os fazem e conjetu ra r da melhormaneira poss vel. Mas a solu o depende em grande parte de fatos einfer ncias que est o na prov ncia da Economia, e isto o que d aosestudos econ micos seu principal e mais alto interesse.

    3. Podia esperar-se que uma ci ncia que cuida de quest es t ovitais para o bem-estar da Humanidade tivesse ocupado a aten o demu itos dos ma is h beis pensa dores de t odas a s pocas e est ivesse a gorabem encaminhada para a maturidade. Mas o fato que o n mero decientistas da economia tem sido sempre pequeno em rela o dificul-dade do trabalho a realizar, pelo que a ci ncia est ainda quase nain f ncia. Uma cau sa disto a pouca a ten o que se tem da do rela oentre a Economia e o superior bem-estar do homem. Realmente, umacincia que tem como objeto o estudo da riqueza freq entementerepugnante primeira vista a muitos estudiosos, porque os que seesfor am pelo a van o das front eiras do conh eciment o rar o se pr eocupa mem possuir riqueza para proveito pr prio.

    Entretanto, uma causa mais importante que muitas das con-dies da vida industrial, e dos m todos de produ o, distribui o econsumo de que trata a mais moderna ci ncia econ mica, s o apenas

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    de data recente. cont udo verda de que a m uda n a na subst ncia n o t o grande, em alguns aspectos, quanto a da forma aparente; e quea moderna teoria econ mica pode ser a dapt ada s condi es dos povosatrasados, muito mais do que primeira vista parece. Mas a unidade

    na subst ncia, sob uma m ltipla variedade de forma, n o f cil dese revelar; e as mudan as de forma tiveram o efeito de fazer com queos a ut ores de t odas a s pocas n o ten ha m tira do do tr aba lho dos seuspredecessores todo o proveito que poderia ter sido alcan ado.

    As condi es econ micas da vida moderna, embora mais comple-xas, s o, sob muitos aspectos, mais definidas do que as de temposanteriores. Os neg cios s o mais claramente distinguidos de outrosassuntos; os direitos dos indiv duos quer em rela o aos outros, querem face da comunidade, est o mais nitidamente definidos e, acima detudo, a supress o das barreiras e o florescimento da atividade livre,do h bito da previd ncia e da iniciativa, deram uma nova precis o euma nova preemin ncia s causas que governam os valores relativosdas diferentes coisas e das diversas esp cies de trabalho.

    4. Diz-se com freq ncia que as modernas formas de vida in-dustrial se distinguem das antigas por serem mais competitivas. Maseste ju zo n o perfeitamente satisfat rio. O significado estrito deconcorr ncia parece ser a disputa entre duas pessoas orientadas espe-cialment e par a a venda ou a compr a de algum a coisa. Est a esp cie dedisputa sem d vida mais intensa e mais largamente difundida doque costumava ser; mas isto s uma conseq ncia secund ria, e sepoderia qu as e dizer acident al, das car a cter sticas funda men ta is da m o-derna vida industrial.

    N o h um termo que expresse essas caracter sticas adequada-mente. Elas s o, tal como veremos em seguida, uma certa indepen-dncia e h bito de cada um escolher o seu pr pr io roteir o, um a confian aem si mesmo; uma delibera o e mesmo uma presteza de escolha e

    julgamento e um h bito de projetar o futuro e de modelar cada um oseu programa tendo em vista objetivos distantes. Estas coisas podemcausar e freq entemente causam a concorr ncia entre uns e outros;ma s por outr o lado podem t ender, e na verda de presentemen te t endem,para a coopera o e para a combina o de todas as naturezas, boasou m s. Mas estas tend ncias para a propriedade coletiva e para aa o comum s o int eiram ent e diferen tes da s de tempos an tigos, porqu eresul tam n o do costume nem de nenhum sentimento passivo de as-socia o de vizinh an a , mas da livre escolha de cad a in div duo da linh ade conduta que lhe parece, depois de cuidadosa delibera o, a melhorpara atender aos seus fins, ego stas ou n o.

    O termo concorr ncia adquiriu um sentido pejorativo, e veio aimplica r cer to ego sm o e indifer en a pelo bem-esta r dos out ros. certoque h um ego smo menos deliberado nas form as an tigas da ind str ia

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    do que nas m odernas, mas t am b m h um a lt ru sm o menos delibera do. a delibera o e n o o ego smo a caracter stica da era moderna.

    Por exemplo, enquanto o costume numa sociedade primitiva es-tende os limites da fam lia e prescreve certos deveres em rela o aos

    vizinhos, os qu a is ca ra m em desuso nu ma civiliza o poster ior, t a mb mprescreve uma atitude de hostilidade perante os estrangeiros. Numasociedade moderna as obriga es de afabilidade familiar se tornammais intensas, embora concentradas numa rea mais estreita, e osvizinhos s o consider ados quas e estr an geiros. No tr at am ent o ord in r iocom uns e outros, o padr o de cortesia e honestidade mais baixo doque em pa rt e da cond ut a de u ma gente pr imitiva com os seus vizinh os,mas muito mais alto do que nas suas rela es com os estranhos.

    Assim, apenas os la os de vizinhan a que foram relaxados: os defa m lia sob muitos aspectos s o mais fortes que dantes, a afei o fa-miliar leva a muito mais sacrif cio e devo o do que era costume, e asimpatia para com todos os estrangeiros fonte progressiva de umaesp cie de intencional altru smo que nunca existiu antes da era mo-derna. O pa s que o ber o da concorr ncia moderna devota mais doque qualquer outro uma boa parte de sua renda a fins caritativos egastou vinte milh es na compra da liberdade dos escravos nas ndiasOcidentais.

    Em todas as pocas, poetas e reformadores sociais tentaram es-timular a gente do seu tempo a uma vida mais nobre, atrav s deencantadoras hist rias das virtudes dos her is antigos. Mas nem osregistros da Hist ria nem a observa o contempor nea de ra as a t r a -sada s, cuidadosam ente estu dada s, d o qua lquer fun dam ento doutrinade que o homem em conjunto seja mais insens vel e duro do que era;ou que fosse em a lgum tem po ma is ca pa z do que hoje pa ra sa crifica rsua pr pria felicidade em benef cio dos outros, quando o costume e alei o deixa m livre pa ra eleger sua pr pria condut a. Ent re as r a as cujacapacidade intelectual parece n o se ter desenvolvido em nenhumaoutra dire o, e que nada t m do poder criador do moderno homemde neg cios, se en con t r a r o mu itas com um a ha bilidade m als de fazerum com rcio desapiedado mesmo com os seus vizinhos. N o h mer-cadores mais inescrupulosos em tirar vantagem das necessidades doinfortunado do que os negociantes de trigo e os emprestadores de di-nheiro do Oriente.

    Por out ro lado, a era modern a abr iu indubitavelment e novas por-t a s desonestidade no com rcio. O avan o da ci ncia descobriu novospr ocessos de fazer a s coisas pa recerem o que n o s o, e t ornou poss velmu itas novas form as de adu ltera o. O produtor est agora muito dis-tanciado do ltimo consumidor e suas fraudes n o recebem a puni opronta e severa que cai sobre a cabe a de quem, limitado a viver emorrer na aldeia natal, fa a um papel desonesto com um dos seusvizinhos. As oportunidades para a velhacaria s o por certo mais nu-

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    merosas hoje do que antigamente, mas n o h r az o para pensar queo homem lance m o de maior propor o dessas oportunidades do quela n ava. Ao contr rio, os modernos m todos de com rcio implicam emh bitos de confian a de um lado e o poder de resistir tenta o da

    desonestidade de outro, os quais n o existem em povos atrasados.Exemplos de simples lealdade e de fidelidade pessoal se encontramem todas as condi es sociais, mas os que tentaram estabelecer umneg cio de t ipo moderno num pa s a tr asa do dificilment e puder am cont arcom os nativos para preencher os cargos de confian a . mesmo maisdif cil passar sem recorrer importa o de gente para os trabalhosque exigem u m fort e ca r ter m ora l, do que par a a s ta refas que requeremgrande engenho e habilidade mental. A adultera o e a fraude no co-

    m rcio verificam-se na Idade M dia numa extens o que espantosase consideramos as dificuldades de causar dano sem ser descobertonessa poca.

    Em todos os est gios da civiliza o nos quais o poder do dinheirofoi preeminente, poetas e prosadores se deleitaram em pintar umapassada Idade de Our o an tes que fosse sent ida a u rg ncia do simp lesouro material. Seus quadros id licos eram belos e estimularam nobrespensamentos e resolu es, mas tinham pouca verdade hist rica. Pe-quen a s coletividades, com necessidades r eduzidas, pa ra cuja sa tisfa oa Natureza foi pr diga, viveram de fato, em v rios casos, quase intei-ramente livres das preocupa es materiais e n o foram tentadas porambi es s rdidas. Mas sempre que podemos penetr ar na vida nt imade uma densa popula o do nosso tempo, em condi es primitivas,encontramos mais necessidades, mais exig idade e mais dureza devida do que parecia a dist ncia; e nunca encontramos um confortomais largamente difundido, ligado a menor sofrimento do que o exis-tente no mundo ocidental de hoje. N o devemos por isto difamar asfor as que fizeram a civiliza o moderna com um nome que sugiramalef cio.

    N o seria razo vel talvez que tal sugest o se ligasse ao termoconcorr ncia ; embora de fato se ligue. Efetivamente, quando a con-corr ncia a cusa da e su as form a s an ti-sociais s o rea l adas , rar amentese cuida de investiga r s e h out ra s form as, t o essenciais manuten oda en ergia e da espont an eidade, que a sua cessa o seria p rovavelment edanosa, em l t ima an lise, ao bem-estar social. Os comerciantes oupr odut ores qu e verificam esta r u m r ival oferecend o mer cadorias a pre omais baixo do que aquele que lhes poderia deixar um bom lucro, re-voltam -se com a sua intr us o e lamen ta m o preju zo que sofr em; mes moassim, pode acontecer que os que compraram as mercadorias maisbaratas tenham maiores necessidades do que eles, e que a energia eos recursos do rival representem uma vantagem social. Em muitoscasos regular a concorr ncia um termo enganoso, que disfar a aforma o de um a classe pr ivilegiad a de pr odut ores qu e freq entemente

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    usa de sua combina o de for as pa ra fru str ar os esfor os de um homemca pa z de subir de um a classe m ais baixa do que a deles. Sob o pr etextode reprimir a concorr ncia anti-social, eles o privam da liberdade deabrir para si uma nova carreira, na qual os servi os prestados aos

    consumidores seriam maiores do que os danos que inflige ao gruporelativamente pequeno que se op e a que se lhes fa am concorr ncia.Se a concor r ncia posta em cont ra st e com a en r gica cooper a o

    de trabalho n o ego sta pa ra o bem p blico, ent o a s m elhores form asde concor r ncia s o relat iva men te per niciosa s, e sua s form as m a is gros-seira s e baixas s o abomin veis. Em um mu nd o no qual t odos os homensfossem perfeitamente virtuosos, a competi o n o teria lugar, mas omesmo aconteceria com a propriedade particular e qualquer forma dedireito privado. Os homens pensariam s nos seus deveres, e nenh umdesejar ia t er um a quota ma ior de confort o e luxo do que os seus vizinh os.Os produtores mais fortes facilmente suportariam o fardo mais pesadoe admitiriam que os seus vizinhos mais fracos, embora produzindomenos, elevassem o seu consumo. Felizes nesta maneira de pensar,eles trabalhariam para o bem geral com toda a energia e esp rito in-ventivo, e a iniciativa arrebatada que tivessem, e o g nero humanoseria vitorioso na luta contra a Natureza em todas as ocasi es. Tal aIdade de Ouro que poetas e sonhadores podem visionar. Mas, numaconduta respons vel da vida, pior do que a loucura ignorar as im-perfei es a inda imanentes da natureza humana.

    A Hist ria em geral, e especialmen te a das aventu ra s socialistas,mostra que os homens comuns raro s o capazes de um puro ideala l t ru sta por tempo consider vel, e que as exce es s se encontramquando o imperioso fervor de um pequeno grupo de entusiastas reli-giosos n o faz conta das coisas materiais em face da grandeza da f .

    Os homens, sem d vida, mesmo agora, t m uma capacidade deservi o desinteressado muito maior do que a que demonstram, e osupremo fim do economista descobrir como este latente ativo socialpode ser desenvolvido com ma is prest eza e compu ta do ma is la rga men te.N o deve ele, por m, proscrever a concorr ncia em geral sem an lise;im p e-se que mantenha uma ati tude neutra em face de qualquer desuas ma nifesta es particulares at verificar se, sendo a n at ur eza hu -mana como , a restr i o da concorr ncia n o seria mais anti-socialnos seus resultados do que a pr pria competi o.

    Podemos concluir, pois, que o termo concorr ncia n o muitoadequado para designar as caracter sticas especiais da vida industrialda poca moderna. Precisamos de uma express o que n o impliquequaisquer qualidades morais, boas ou m s, mas que indique o fatoindiscut vel de qu e o com r cio e a ind str ia modern os s o ca ract er izadospor maior confian a do indiv duo em si mesmo, mais previs o e maisreflex o e liberdade de escolha. N o h para isto uma express o ade-quada. Mas Liberdade de Ind stria e de Empreendimento, ou mais

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    brevemente Liberdade Econ mica , est no bom rumo, e pode ser em-pregada na falta de algo melhor. Na tu ra lmente, esta escolha delibera dae livre pode dar lugar a uma certa ren ncia da liberdade individualquando a coopera o ou a a ssocia o pa r ece oferecer o melhor cam inh o

    para o fim almejado. At onde essas delibera da s form as de a ssocia opoder o destruir a liberdade na qual tiveram origem, e at onde s ocapa zes de levar prosperidade p blica, s o ques t es que ultra passamo escopo do presente trabalho. 59

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    59 Essas quest es ocupam um lugar consider vel no volum e a a par ecer s obre Industry and T rade .

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    C AP TULO IIA Subst nc ia da Economia

    1. ECONOMIA um estudo dos homens tal como vivem, ageme pensam nos assuntos ordin rios da vida. Mas diz respeito, princi-palmente, aos motivos que afetam, de um modo mais intenso e cons-tante, a conduta do homem na parte comercial de sua vida. Todo in-div duo que tem algum valor p e nos seus neg cios o melhor de sua

    na tu reza ; e no com rcio, como em outras atividades, ele in fluen ciadopor suas afei es pessoais, por suas concep es de dever e respeitopelos ideais elevados. A verdade que a s m elhores energias dos m aish beis invent ores e orga nizadores de m todos e instrumentos aperfei-oados s o mais estimuladas por uma nobre emula o do que peloamor ao dinheiro em si. Contudo, o motivo mais constante para aatividade dos neg cios o desejo da remunera o, a recompensa ma-terial do trabalho. Essa remunera o poder ser gasta ego stica oualtruisticamente, para fins nobres ou mesquinhos, e nisto influi a va-riedade da natureza humana. Mas o motivo dado por uma determi-nada soma de dinheiro: e esta exata e determinada medida em di-nheiro que permitiu Economia avan ar sobre os demais ramos doestudo do homem. Assim como a balan a de pr ecis o do qu mico tor naa Qu mica mais exata do que as outras ci ncias f sicas, do mesmomodo a balan a do economista, apesar de grosseira e imperfeita, deu Economia um a exat id o maior do que a de qualquer outro ramo daCi ncia Social. Naturalmente a Economia n o se pode comparar comas ci ncias f sicas exatas, pois que ela se relaciona com as for as sut ise sempre mut veis da natureza humana.

    A van ta gem que a Economia leva sobre os dema is ra mos da Ci n-cia Social pa rece, ent o, decor rer do fa to de qu e o seu ca mp o espec ficode trabalho d maior oportunidade de aplica o aos m todos precisos.Refere-se, principalmente, a esses desejos, aspira es e outras mani-festa es da natureza humana, cujas exterioriza es aparecem comoincentivos a o, em forma tal que a sua for a ou quantidade pode

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    ser a valiada e medida com u ma certa exat id o, e que, por cons eguin te,se presta a ser estu dada por meios cient ficos. Cr ia-se uma opor tun idadepara os m todos e exames cient ficos t o depressa a for a dos motivosde uma pessoa n o os motivos em si mesmos possa ser aproxi-

    ma dam ente m edida pela soma de dinh eiro que essa pessoa despender para obter uma desejada satisfa o, ou, do mesmo modo, pela somanecess ria para induzi-la a suportar uma certa fadiga.

    essencial n ota r que o economista n o se arroga a possibilidadede medir diretam ente a s inclina es do esp rito, mas s indiretamentea t r av s de seus efeitos. Ningu m pode comparar e medir exatamente,um em rela o a out ro, nem mesm o os seu s pr pr ios est a dos de esp r i toem momentos diversos, nem tampouco pode algu m medir os estadosde esp rito de outrem, sen o indiretamente e por conjectura atrav sde seus efeitos. claro que v ria s inclina es pertencem a uma partema is nobre da na tur eza, e out ra s ma is baixa, send o, por conseguin te,de esp cies diferentes. Mas, mesmo se restringirmos a nossa aten osomente aos prazeres e sofrimentos f sicos da mesma esp cie, conclui-remos que eles s podem ser comparados indiretamente pelos seusefeitos. De fato, at mesmo essa compara o , a t certo ponto, neces-sar iament e conjectu ra l, a menos que aqu eles sentiment os ocorr am namesma pessoa, ao mesmo tempo.

    Os prazeres que duas pessoas sentem com o uso do fumo, porexemplo, n o podem ser diretamente comparados; nem mesmo a sen-sa o que uma pessoa experimenta, com isso, em diferentes ocasi es.Mas se encontramos uma pessoa em d vida sobre se deve gastar unspoucos centavos em um charuto, numa x cara de ch ou em tomarum a condu o em vez de an dar a p , ent o podem os, comu ment e, dizerque espera obter dessas coisas prazeres iguais.

    Se, ent o, desejar mos compa ra r sa tisfa es f sica s, devemos faz -lo n o diretamente, mas indiretamente, pelos incentivos que elas ofe-recem a o. Se os desejos de obter qualquer um de dois prazereslevarem indiv duos em circunst ncias similares a trabalhar cada umuma hora extraordin ria, ou, a homens do mesmo n vel social e derecursos iguais, a pagarem, cada um, um xelim por esse prazer, po-deremos afirmar, ent o, que esses prazeres s o iguais para os nossosfins, pois que os desejos que desper t am s o incent ivos igua lmen te for t espara indiv duos em id nticas circunst ncias.

    Assim, medindo um estado de esp rito, como os homens fazemcomumente na vida, pela for a propulsora ou o incentivo que oferece a o, nenhuma nova dificuldade suscitada pelo fato de que algunsdos motivos que tivermos de levar em conta pertencem par te maisnobre da natureza e outros, inferior.

    Suponhamos, com efeito, que a pessoa, que vimos vacilar entrediversa s pequena s sa tisfa es para si mesma, houvesse pensado, pas-sa dos alguns m omen tos, em u m pobre inv lido pelo qua l deveria pas sa r

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    no caminh o de volta ca sa , e tivesse ga sto algum tem po em se decidirsobre se deveria escolher alguma satisfa o f sica para si mesma oupra ticar um at o car idoso e rejubilar-se com a alegria alheia. En quan toseus desejos se dirigem ora pa ra um objetivo ora pa ra out r o, ver ifica-se

    na qualidade de seus estados menta is um a m udan a cuja a n lise cabeao psic logo.O economista, por m, estuda os estados de esp r i to atrav s de

    suas manifesta es, antes do que em si mesmos, e se acha que taisestados oferecem a o incentivos de for a igual, ele os trata, prima

    facie , como iguais para os seus fins. Ele segue, de fato, de um modoma is pacient e e medita do, e com m aiores precau es, o que t odos sem pr efazem, diariamente, na vida comum. N o tenta pesar o valor real das

    afei es nobres da n ossa n at ur eza, em rela o aos impu lsos ma is baixos;n o tenta contrastar o amor virtude com o desejo de alimento sabo-r oso. Avalia os m veis de a o pelos seu s efeitos, exat am ent e do mesm omodo como fa z o povo comumen te; segu e o cu r so da s conversa s comuns,diferindo dele, somente, pelas maiores precau es que toma em escla-recer os limites de seu conhecimento medida que avan a. Alcan asuas conclus es provis rias pelas observa es dos homens em geralsob dadas condi es, sem tentar penetrar nas caracter sticas mentaisdos indiv du os. N o ignora , por m, a par te espiritu al e ment al da vida.Ao con t r rio, mesm o pa ra os u sos m a is rest r itos dos estu dos econ micos, importante saber-se se os desejos que predominam s o dos que con-correr o par a a form a o de um car ter fort e e ret o. E a ut ilizar ma isamplamente esses estudos, quando os aplica aos problemas pr ticos,o economista , como qu a lquer ou t ro, deve ocupa r -se com os fins ltimosdo homem e levar em conta as diferen as que existem, do ponto devista do valor real, entre satisfa es que s o igualmente poderososincentivos a o e que, por conseguinte, t m id nticas medidas eco-n micas. O estudo dessas medidas somente o ponto de partida daEconomia mas, de qualquer forma, o ponto de partida. 60

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    60 As obje es levantadas por alguns fil sofos a essa maneira de considerar dois prazeresiguais, em quaisquer circunst ncias, cabem provavelmente s aos usos da express o comos qua is o economista na da tem a ver. In felizment e, por m, acontece que o emp rego corren tede termos econ micos fez crer, por vezes, que os economistas s o partid rios do sistemafilos fico do Hedonismo ou do Utilitarismo. Isso porque supondo, de um modo geral, queos maiores prazeres sejam aqueles que derivam do cumprimento do dever, referiram-seeles aos prazeres e dores como sendo m veis de toda a a o; e, assim, ficaram sujeitos censura daqueles fil sofos que insistem, por princ pio, que o desejo de cumprir o dever uma coisa diferente do desejo do prazer que se possa esperar de t -lo cumprido, aindaque talvez possa ser justamente considerado um desejo de satisfa o pr pria ou a sa -tisfa o do Ego permanente . (Veja-se, por exemplo, GREE N, T. H. Prolegomena to Ethics .p. 165-166).Evidentemente, n o compete Economia tomar partido em controv rsias de tica: e desdeque existe um acordo geral em que todos os incentivos a o, uma vez que sejam desejosconscient es, podem com pr opriedade ser considerados sum ar iament e desejos de satisfa o poss vel, por conseguinte, que melhor seja usar esta express o em vez de prazer ,quando nos referirmos aos fins de todos os desejos, perten am eles parte superior ou

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    2. A medida em dinheiro dos motivos est sujeita a diversasout ra s limita es, que devem ser exam ina da s. A pr imeira dela s decorr eda necessidade de se terem em conta as varia es no montante dosprazeres, ou de satisfa o, que a mesma soma de dinheiro representa

    para diferentes pessoas e em circunst ncias diferentes.Um xelim pode representar maior soma de prazer, ou de umasatisfa o qualquer nu m det erm inado moment o do que em outr o, paraa mesma pessoa; ou porque o dinheiro lhe seja abundante ou porquesua sensibilidade tenha variado. 61 E pessoas cujos antecedentes s oid nt icos, e que se par ecem exter ior men te u ma s com a s out ra s, rea gemmuita s vezes de modo bem diverso a acon tecimen tos id n t icos. Quando,por exemplo, um grupo de escolares levado ao campo para passarum dia feriado, prov vel que n o haja dois deles que sintam com opasseio um pra zer da mesma esp cie ou de igua l inten sidade. A mesmaopera o cir rgica provoca em diferentes pessoas sofrimentos os maisdiversos. De dois pais que sejam, tanto quanto se possa julgar, igual-mente afetuosos, um sofrer mais do que o outro com a perda de umfilho favor ito. Certa s pessoas qu e gera lment e n o s o mu ito sens veis,ma nifesta m, ent ret an to, um a suscetibilidade especial a cert as esp ciesde prazeres e sofrimentos; por outro lado, diferen as em natureza oueduca o tornam a capacidade total para o prazer ou a dor maiornuma pessoa que em outra.

    N o seria prudente, por conseguinte, dizer-se que dois homenscom as mesmas rendas obt m delas benef cios iguais, ou que teriamo mesmo sofrimento de uma diminui o igual dessas rendas. N o obs-tante, quando um imposto de 1 libra cobrado de duas pessoas comum a renda an ua l de 300 libras, cada uma delas a brir m o do prazer(ou outra satisfa o) representado pelo valor de 1 libra, que mais fa-cilmente puder dispensar, isto , cada uma abrir m o daquilo que representado para si, exatamente por 1 libra; contudo, a intensidadedos prazeres sacrificados talvez n o seja igual nos dois casos.

    N o obstante, se tomarmos m dias suficient ement e am plas pa raperm itir que a s peculiar idades pessoais dos indiv duos se cont ra balan-cem, o dinheiro que as pessoas de iguais rendimentos despendem para

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    inferior da natureza humana. A ant tese simples da satisfa o insatisfa o, mas talvezo melhor seja usar, em seu lugar, a igualmente incolor palavra detrimento . de se observar, entretanto, que alguns disc pulos de Bentham (embora n o talvez elepr prio) fizeram esse largo uso de pra zer e dor servir de ponte pa ra passar do Hedonismoindividual stico a um credo tico completo, sem reconhecer a necessidade de introduziruma premissa ma ior independente; pareceria absoluta a necessidade de t al premissa, mu itoembora diferissem de opini es sobre a sua forma. Alguns a considerar o o ImperativoCateg rico, enquanto outros a considerar o uma simples cren a de que, seja qual for aorigem dos nossos sentimentos morais, suas indica es nascem de um julgamento da ex-peri ncia h um an a n o sent ido de que a verda deira felicidade n o se obt m sem amor-pr prioe que este, por sua vez, s se obt m com a condi o de esfor armo-nos para viver de modoa promover o progresso da ra a humana .

    61 Cf. EDGEWORTH . Mathem atical Psychics .

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    obter um benef cio ou evitar um dano uma boa medida do benef cioou dano. Se houver mil pessoas vivendo em Sheffield, e outras tantasem Leeds, que tenham cada uma cerca de 100 libras de rendimentospor a no, e um impost o de 1 libra la n ado sobre todas elas, poderemos

    estar certos de que a perda de prazer ou o dano que o imposto causarem Sheffield de import ncia aproximadamente igual ao que for cau-sado em Leeds; e se todos os rendimentos aumentassem de 1 libra,esse aumento representaria em ambas as cidades uma soma equiva-lent e de pra zeres ou benef cios. Essa probabilidade t orn a-se ma ior ain dase todos os adultos do sexo masculino exercerem a mesma profiss o,pois qu e, ent o, de presum ir que eles t m ent re si algum a semelha n ado pon to de vist a d a s ens ibilida de e do ca r ter , do gost o e da edu ca o.

    Nem se redu z muito a pr obabilidade se t oma rm os a fam lia como un i-dade e compararmos a perda de prazer resultante da diminui o de1 libra de rendimento em cada uma das mil fam l ias que, nas duascidades, possuem um rendimento de 100 libras.

    Devemos considerar, em seguida, o fato de que para uma pessoapagar um dado pre o por uma coisa, o motivo dever ser mais forteno caso de uma pessoa pobre do que no de uma rica. Um xelim re-presenta menos prazer ou satisfa o de qualquer g nero para um ho-mem rico do que para um pobre. Um homem rico, em d vida sobrese gasta um xelim n um nico cha ru to, compa ra entr e si pra zeres m aisfracos do que os contemplados por um homem pobre que vacila emgastar um xelim numa provis o de fumo que lhe durar um m s. Umempregado que ganha 100 libras por ano ir a p para o escrit r ionum dia de aguaceiro, enquanto o empregado de 300 libras evitar um simples chuvisco, porque a import ncia da passagem de nibus oubonde representa mais para o mais pobre do que para o mais rico. Seo pobre gasta o dinheiro da passagem, a falta que lhe far ser maiordo que no caso do rico. O prazer que, no esp rito do mais pobre, re-presenta esse dinheiro ma ior do que o que r epresenta ria n o esp r i todo rico.

    Mas essa font e de erro at enua da qua ndo consideram os as a ese os motivos de grandes grupos de pessoas. Se n s sa bemos, por exem-plo, que a fal ncia de um banco arrastou consigo 200 mil libras dopovo de Leeds e 100 mil libras do de Sheffield, podemos muito bemsupor que o preju zo causado em Leeds foi duas vezes maior do queem Sh effield, a menos que tenh am os a lgum a ra z o especial par a acre-ditar que os acionistas do banco numa dessas cidades eram mais ricosdo que os da outra; ou ent o que o desemprego causado pela fal ncian o seja sentido pela classe trabalhadora em propor es iguais nasdua s cidades.

    A grande maioria dos eventos de que se ocupa a Economia afetaem propor es quase iguais as diversas classes da sociedade; de modoque se as medidas em dinheiro dos benef cios motivados por dois fatos

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    so iguais, razo vel e de uso comum considerar que as quantidadesde benef cios s o equivalentes em ambos os casos. E, ademais, comoo mais prov vel que dois grandes grupos de pessoas tomadas aoa cas o em dois lugar es qua isquer do mu ndo ocidenta l apliquem a m esma

    quantidade de dinheiro aos usos mais elevados da vida, existe, pri-meira vista, alguma possibilidade de que iguais incrementos em seusrecur sos ma ter iais resultem em iguais au ment os na plenitude de vidae no verdadeiro progresso da ra a humana .

    3. Passemos, agora, a outro ponto. Quando dizemos que umdesejo medido pela a o de que o motivo, n o se deve crer queadm itam os que toda a a o seja delibera da e o resu lta do de um c lculo.Nisso, como de resto em tudo o mais, o economista toma o homemexat am ent e como ele se a present a na vida ordin ria ; e na vida comu ma s pessoa s n o ponder am previam ente os r esultados de cada a o, sejaela inspirada pelos instintos nobres ou baixos de sua natureza. 62

    Ora, o lado da vida de que a Economia se ocupa especialmente aquele em que a conduta do homem mais deliberada e onde lheocorre, com maior freq ncia, ponderar os pr s e os contras de umadeterminada a o antes de execut -la. Al m disso, essa a par te desua vida onde, quando ele obedece ao h bito e ao costume, e age nomomento sem refletir, muito prov vel que esses pr prios h bitos ecostumes tenham nascido de um exame minucioso e ponderado dasvantagens e inconvenientes dos diferentes modos de agir. Comumenten o se procede a um balan o de lucros e perdas; mas os homens, aoregressar em a casa , depois de um dia de tr aba lho, ou ao se encont ra remem reuni es, dir o un s a os out ros Foi um err o agir dessa m an eira ,teria sido melhor agir desse outro modo , e assim por diante. Se ummodo de proceder prefer vel a outro, nem sempre porque se tratade uma vantagem pessoal ou qualquer ganho material; muitas vezesse alegar que se esta ou aquela maneira de agir poupou um pouco

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    62 Isso par ticular men te verdade com rela o a esse gru po de sat isfa es comum ent e conh ecidocomo os prazeres da competi o (the pleasures of the chase ). Elas compreendem n osomente a emula o int eligent e nos jogos e distr a es, nas ca adas e corridas, mas t amb mas lutas mais s rias da vida profissional e dos neg cios. Elas ocupar o bastante a nossaaten o quan do estudar mos as causa s que determinam os sal rios e os lucros, e as formasde organiza o industrial.Algumas pessoas s o de temperamento caprichoso, e nem a si pr prias poderiam explicaros motivos de suas a es. Mas se um homem firme e poderoso, at mesmo os seusimpulsos s o produtos de h bitos que ele adotou mais ou menos deliberadamente. E seesses impulsos s o resultados de sua natureza nobre ou n o, tenham brotado de raz esde consci ncia, da press o das rela es sociais ou das exig ncias de suas necessidadesf sicas, ele agora lhes d um a relativa preced ncia, sem maior reflex o, porque em pr viasocasi es teve que reconhecer, deliberadamente, essa preced ncia relativa. A atra o pre-dominante de um curso de a o sobre outros, mesmo quando n o resulte de uma reflex ode momento, produto de decis es ma is ou menos deliberadas, tomada s an teriorment e emsitua es semelhantes.

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    de aborrecimento ou de dinheiro, mas prejudicou a terceiros e fezalgu m parecer um miser vel ou sentir-se desprez vel .

    verdade que quando um h bito ou um costume nascido emcertas condi es influenciam as a es de homens que se acham em

    condi es diferentes, n o h mais, a essa al tura, uma rela o exataentre o esfor o despendido e o resultado por ele obtido. Nos pa sesat ra sados existem, a inda, mu itos h bitos e costumes id nticos aos quelevam um castor cercado a construir uma represa para si; eles s obastante sugestivos para o historiador e devem tamb m ser conside-r ados pelo legislad or . Ma s em a ssu nt os de n eg cios, no mundo moder no,semelha nt es h bitos desaparecem rapidamente.

    Assim, pois, a p ar te m ais sistem tica da vida da s pessoas aquela

    que elas consagram ao ganho de seu sustento. O trabalho de todosaqueles que est o empenhados numa ocupa o qualquer suscet velde ser observado cuidadosamente, e ser objeto de conclus es gerais,verific veis por meio de compara es com os resultados de outras ob-serva es, e podem ser feitas estimativas do montante em dinheiro ouem poder de compra para lhes dar motiva o suficiente.

    A relut ncia em a diar um a satisfa o e, desse modo, economizarpara uso futuro, mede-se pelo interesse na riqueza acumulada queconstitui um motivo justo e suficiente para decidir qualquer um poupan a. Este g nero de medida apresenta entretanto algumas difi-culdades cujo estudo deve ser adiado.

    4. Aqui, como em outras partes, devemos ter sempre presenteno esp rito o fato de que o desejo de ganhar dinheiro n o prov mnecessariamente de motivos de ordem inferior, mesmo quando o gas-tamos conosco. O dinheiro n o sen o um meio pa ra at ingirm os cert osfins; se estes s o nobres, o desejo de obter os meios de atingi-los n opode ser ign bil. O rapaz que trabalha muito e economiza o m ximo,de modo a poder custear mais tarde o seu curso universit rio, vidode dinheiro; mas esta avidez n o tem nada de ign bil. Em resumo, odinheiro o poder aquisitivo geral e se busca como um meio que podeservir a todos os fins, nobres ou baixos, espirituais ou materiais. 63

    Assim, pois, ainda que seja cert o que o dinheiro ou poder gera lde compra ou o dom nio sobre a riqueza material seja o centro emtorno do qual gira a ci ncia econ mica, isso verdade n o porque odinheiro ou a riqueza material sejam considerados por ela o fim prin-

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    63 Veja -s e u m a dm ir vel ensaio de Cliffe Leslie sobre The Love of Money. Ouve-se, verdade,falar de pessoas que procuram o dinheiro em si mesmo, sem se preocupar com o que elelhes permitiria comprar, sobretudo no fim de uma longa vida consagrada aos neg cios:mas neste caso, como em outros, o h bito de fazer alguma coisa persiste mesmo depoisque a finalidade cessou de existir. A posse de riqueza d a certas pessoas um sentimentode dom nio sobre os seus semelhantes, lhe assegura um misto de respeito e inveja, no queelas encontram um prazer acre mas profundo.

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    cipal do esfor o dos homens, nem mesm o a p rin cipal ma t r ia de estudodo economista, mas porque no mundo onde vivemos ele o meio con-veniente para a medida dos motivos humanos numa larga escala. Seos a nt igos economista s t ivessem exprimido isso clar am ent e, ter iam evi-

    tado muitas interpreta es falsas; e os magn ficos ensinamentos deCarlyle e Ruskin a respeito do verdadeiro objetivo dos esfor os do ho-mem e o uso verdadeiro da riqueza n o teriam sido prejudicados comamargos ataques Economia, calcados na id ia err nea de que estacincia n o considera sse out r o m vel sen o o desejo ego sta de riqueza,ou inculcasse um sistema de ego smo s rdido. 64

    Do mesmo modo, quando se diz que os m veis das a es de umhomem residem no dinheiro que ele conta ganhar, isso n o significaque seu esp rito esteja fechado a qualquer outra considera o sen o ado ganho. Porque mesmo as rela es que s o unicamente de neg ciospressup em a honestidade e a boa f , e muita s vezes elas pressup em,sen o a generosida de, pelo men os a a us ncia de ba ixeza e esse orgulhoque todo homem honesto sente em conduzir-se bem. Al m disso, umagrande parte do trabalho pelo qual os homens ganham a sua vida, ,em si mesma, agrad vel; e h verdade na id ia sustentada pelos so-cialistas de que ainda se pode tornar maior. Na verdade, mesmo opr pr io tr a balho comer cial que, pr imeira vista , par ece despr ovido dea t r a o, d muitas vezes um grande prazer, oferecendo um objetivoao exerc cio das faculdades do homem e a seus instintos de emula oe de poder; pois, assim como um ca valo de cor r ida ou u m a tlet a exigemtudo de cada um dos seus nervos para exceder seus concorrentes, esentem prazer nesse esfor o, assim tamb m um industrial ou um co-mer ciant e s o mu itas vezes estimu lados m ais pela espera n a de vencerseus rivais do que pelo desejo de juntar algo sua fortuna.

    5. Os economistas t m tido sempre o h bito de considerar,cu idadosamente , todas a s van ta gens que a t ra em ord inar iament e aspessoa s a u ma profiss o, apr esent em-se essa s va nt a gen s sob a form apecuni r ia ou n o. Ou tr os fa tores sen do igu ais, as pessoa s pr eferir oocupa es que n o es t raguem as m os, ou que lhes d em uma boas i tua o social , e assim por diante. Uma vez que essas sat isfa esafetam, sen o a cada indiv duo da mesma manei ra , mas maioriade modo quase id ntico, sua for a de a t r a o pode ser est imada emed ida s egu nd o os sa l r ios em dinh eiro, aos qu ais s o consider ada sequivalentes.

    Por out ro lado, o desejo de obter a a pr ova o e de evitar a censur adaqueles que vivem em nosso meio social um est mulo a o, queopera comumente com uma certa uniformidade numa dada classe de

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    64 De fa to, pode-se conceber um mu ndo onde haja uma ci ncia da Economia bem parecidacom a nossa, mas onde n o exista dinheiro de esp cie alguma.

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    pessoas, num certo momento e lugar, ainda que as condi es de lugare de tempo tenham uma grande influ ncia n o somente sobre a in-tensidade desse desejo de aprova o, mas tamb m sobre o g nero depessoas pelas quais se deseja ser aprovado. Um profissional ou um

    oper rio, por exemplo, ser muito sens vel aprova o ou censurade seus colegas de of cio e pouco se preocupar com a aprecia o deoutras pessoas. H um grande n mero de problemas econ micos cujadiscuss o perma nece fora da rea lidade, enqua nt o n o toma rm os a pre-ca u o de observar e de apreciar com cuidado a dire o e a for a dosmotivos desse g nero.

    Do mesmo modo como pode haver uma nuan a de ego smo nodesejo que sente o homem de se tornar til a seus companheiros detrabalho, assim tamb m poder haver uma ponta de vaidade pessoalno seu desejo de ver a fam lia prosperar enquanto ele viver e depoisde sua mort e. Ainda a ssim a s a fei es de fam lia s o de ordin rio umaform a de a ltru sm o t o pura que sua a o ter ia t ido pouca r egula rida de,n o fosse a uniformidade que existe nas pr prias rela es de fam lia.De fato, sua a o perfeitamente regular, e os economistas sempreconsideram isso, particularmente do ponto de vista da distribui o doren dimento fam iliar ent re os diferent es mem bros da fam lia, das des-pesas de prepar a o das crian as para uma carreira futura, e da acu-mula o de riqueza destina da a ser consu mida depois da m ort e daqueleque a ganhou.

    N o , por conseguinte, porque n o queiram, mas porque n opodem, que os economist a s n o d o cont a da a o exercida por motivosa n logos a esse. Eles se sentem felizes em verificar que algumas dasformas de a o filantr pica s o suscet veis de serem descritas com aajuda de estat sticas, e reduzidas, at certo ponto, a leis, se tomaremm dias suficientemente amplas. De resto, n o h talvez motivo t ocap richoso e irr egular que n o se possa , a seu respeito, form ula r algum alei com a ajuda de extensas e pacientes observa es. Seria poss vel,talvez, desde agora estimar com suficiente rigor as contribui es queuma popula o de cem mil ingleses, de riqueza m dia, da r para sub-venciona r hospita is, igrejas e m iss es; e, na medida em qu e isto possaser feito, h uma base para uma discuss o econ mica da oferta e daprocur a no que concern e a os ser vi os de enfermeiras de hospital, mis-sion rios e de outros ministros da religi o. Ser sempre verdade, en-tretanto, que a maior parte das a es devidas a um sentimento dedever e de amor pelo pr ximo n o pode ser classificada, reduzida a leise medidas. por esta raz o, e n o porque n o sejam elas baseada s sobreo interesse pessoal, que a Economia n o pode lhes dar maior aten o.

    6. Os antigos economistas ingleses talvez tenham restringidodemasiado sua at en o aos m veis da a o individual. A verdade, po-r m, que o economista, como todos aqueles que estudam a Ci ncia

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    Social, tem que se ocupar dos indiv duos sobretudo como membros doorganismo social. Do mesmo modo que uma catedral algo mais queas pedras de que feita, assim como uma pessoa algo ma is que u masrie de pensam entos e sentiment os, assim t am b m a vida da sociedade

    algo mais que a soma da vida dos indiv duos. verdade que a a o do todo formada pela a o das partesque o const itu em, e qu e, na ma ioria dos pr oblema s econ micos, o melh orponto de partida se acha nos motivos que afetam o indiv duo, consi-derado, por certo, n o um tomo isolado, mas um membro de deter-minada profiss o ou de algum grupo industrial. Mas verdade, tam-bm, como alguns autores alem es bem o frisaram, que o economistadeve se preocupar grandemente, e cada vez mais, com motivos rela-ciona dos com a pr opr iedad e coletiva de ben s e com a consecu o colet ivade certos fins importantes. As preocupa es cada vez mais graves danossa poca , o pr ogresso da in telig ncia da massa popular, o progressodo tel grafo, da imprensa e de outros meios de comunica o tendema ampliar cada vez mais o campo da a o coletiva inspirada pelo bempblico. Essa s t ra ns for ma es, s quais pr eciso acrescent a r a difus odo movimento cooperativista, bem como outras formas de associa ovolunt ria, est o crescendo sob a influ ncia de motivos outros al mdos de benef cio pecun i r io e oferecem, incessant emen te, a o economista ,novas ocasi es de medir m otivos cu ja a o pa recia , at agora , imposs velde reduzir-se a alguma esp cie de lei.

    A diversidade de motivos, as dificuldades que h de medi-los ea maneira de vencer essas dificuldades est o entre os principais as-suntos de que nos ocuparemos neste tratado. Quase todos os pontosa bord ad os no pr esent e cap tu lo necessita r o ser discu t idos com ma ior esdetalhes, quando abordarmos os principais problemas da Economia.

    7. Concluin do provisoria men te: os economista s est uda m a s a esdos indiv duos, mas do ponto de vista social antes que do da vidaindividual; e, por conseguinte, pouco se preocupam com as particula-ridades pessoais de t empera ment o e de car ter. Eles observam cuida-dosamente a conduta de toda uma classe de gente, algumas vezes oconjunto de uma na o ou somente aqueles que vivem numa certaregi o, mais freq entemente aqueles que se ocupam com of cio parti-cular num certo momento e num determinado lugar. Com a ajuda daesta t stica, ou de out ro modo qualquer, eles deter mina m qua l a qua nt iaque os membros do grupo em observa o est o, em m dia, dispostosa pagar como pre o de uma certa coisa desejada, ou qual a soma queser necess rio oferecer-lhes para lev -los a suportar um esfor o ouuma abst in ncia penosa. Esse modo de medir os motivos n o abso-lutamente exato; se o fosse, a Economia ocuparia o mesmo lugar dascincias f sicas mais avan adas, e n o estaria, como realmente est ,entre as ci ncias menos avan adas .

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    Todavia, essa maneira de medir os motivos suficientementeexata para permitir, a homens experimentados, a previs o dos resul-tados que advir o de transforma es que dizem respeito particular-men te a motivos dessa esp cie. Assim, por exemplo, eles podem est ima r

    com muita exatid o as somas necess r ias para suscitar a oferta detrabalho, sob a mais grosseira ou elevada forma de que precisa umanova ind str ia que se pret enda esta belecer nu m lugar qua lquer . Quan -do visitam uma f brica de um g nero que lhes desconhecido podemdizer, com apr oxima o de um ou dois xelins, quan to ga nh a p or sem a naum certo empregado, observando somente qual a dificuldade de seutrabalho e a fadiga que lhe exige de suas faculdades f sicas, mentaise morais. Eles podem prever, com uma certeza suficiente, qual a alta

    de pre o resultante de uma dada diminui o de oferta de uma certacoisa, e at que ponto essa alta reagir sobre a oferta.Partindo de considera es simples desse g nero, os economistas

    chegam an l ise das causas que governam a distribui o local dosdiferentes g neros de ind stria, das condi es em que as pessoas, quevivem em lugares distantes, trocam os seus bens entre si, e assim pordian te. Podem explicar e pr ever a influ ncia que a s flutu a es de cr ditot er o sobre o com rcio exterior, ou, ainda, a extens o em que a cargade um imposto ser transferida daqueles de quem ar recadado paraaqueles cujas necessidades eles prov em, e assim por diante.

    Em t ud o isso, consideram o homem ta l como ele , n o um homemabstrato ou econ mico , mas um homem de carne e osso, fortementeinfluenciado por motivos ego stas em sua vida profissional, mas semestar ao abrigo da vaidade e da displic ncia, nem ser insens vel aoprazer de fazer bem o seu trabalho como um ideal, ou ao prazer desacrificar-se pela sua fam lia, pelos vizinhos ou pelo seu pa s, nemincapaz de amar, por ideal, uma vida virtuosa. Consideram o homemtal como ele ; mas interessando-se sobretudo por esta parte da vidahum ana onde a a o dos motivos suficient ement e r egular par a poderser predita, e onde o c lculo das for as motrizes pode ser verificadopelos resu lta dos, puder am colocar a su a obra s obre u ma base cient fica.

    Em primeiro lugar, eles se ocupam com fatos que podem serobservados e com quantidades que podem ser medidas e registradas;de sorte que, se surgem diferen as de opini o a esse respeito, elaspodem ser con fr on tada s com os dados consigna dos em r egist ros p blicose bem estabelecidos. Com isso obt m a ci ncia uma s l ida base paratrabalhar. Em segundo lugar, os problemas que s o grupados comoecon micos, pela raz o de que se referem particularmente condutado homem sob a influ ncia de motivos mensur veis por um pre o emdinheiro, formam um grupo bastante homog neo. Naturalmente t meles, entre si, um grande n mero de pontos em comum; isso resulta,obviamente, de sua pr pria natureza. Mas o que n o evidente a

    priori , sendo, contudo, verdadeiro, que os principais dentre eles t m

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    uma certa unidade de forma fundamental e, em conseq ncia, estu-da nd o-os t odos em conjun to, gan ha mos a va nt agem que se obt m quan -do se manda um carteiro entregar todas as cartas de uma certa rua,em vez de cada pessoa m an dar levar a s sua s car ta s por u m m ensa geiro

    pr prio. Os m todos de an lise e de racioc nio necess r ios para umcert o gru po de problemas ser o gera lmente teis par a os dema is gru pos.Assim, qua nt o menos nos pr eocupa rm os com discus s es escol s-

    ticas sobre a quest o de saber se tal ou qual assunto pertence aocampo da economia, melhor ser . Se o assunto importante, estude-mo-lo da melh or forma poss vel. Se um assunto sobre o qual existemdiverg ncias de opini o, em que nos faltam conhecimentos exatos ebem est a belecidos pa ra a bord -lo, se um assu nt o ao qua l o mecan ismodo racioc nio e da an lise econ mica n o se aplica, deixemo-lo de ladoem nossos estudos puramente econ micos. Mas se a ssim a girm os, queo seja simplesmente porque t oda a ten ta tiva pa ra abr an ger esse pont odiminuir a cert eza e a exat id o de nossos conhecimentos econ micos,sem nenhuma vantagem apreci vel. Lembremo-nos sempre, tamb m,que, de certo modo, podemos considerar esse assunto com a ajuda denossos inst int os m or ais e de n osso senso comu m, qu an do a eles r ecor-remos como rbitros supremos para aplicar, no dom nio das quest espr t ica s, os conhecimen tos obtidos e elabora dos pela Economia e pelasoutras ci ncias.

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    C AP TULO IIIGenera l iza es ou Le i s Econ micas

    1. tarefa da Economia, como de quase todas as demais ci n-cias, coligir fatos, orden -los, interpret -los, e deles tirar conclus es.A observa o e a descri o, a defini o e a classifica o s o as ativi-dades prepara t ria s. Mas o que desejam os a lca n ar por seu interm dio um conh ecimento da interdepend ncia dos fen menos econ micos. Aindu o e a dedu o se fazem t o necess rias pa ra o pensam ento cien-t fico, como os p s direito e esquerdo s o necess r ios para a ma rcha . 65Os m todos exigidos para este duplo trabalho n o s o peculiares Economia so propriedade comum de todas as ci ncias. Todos osrecur sos par a a descoberta das r ela es de causa e efeito, expostos emtratados sobre m todo cient fico, t m de ser ut ilizados oport un am entepelo economista. N o h nenhum m todo de investiga o que possaser propriamente denominado o m todo da Economia. Mas todos os

    m todos lhe podem ser teis no devido tempo, tanto isolados como emcombina o un s com os out ros. E , a ssim como o n mer o de combina esque se podem fazer sobre o tabuleiro de xadrez t o grande que pro-vavelmente jama is teriam sido jogadas du as pa rt idas exat am ent e iguais t amb m n o h duas partidas que o estudioso venha a disputarcom a Natureza, a fim de arrebatar-lhe as verdades ocultas, em que m -todos iguais possam ser empregados de maneira absolutamente igual.

    Mas, em alguns ramos da investiga o econ mica, e tendo em

    mira certos objetivos,

    mais urgente apurar novos fatos do que ocu-parmo-nos com as rela es m tuas e explica es dos que j temos emm o. No enta nt o, em out ros ra mos encont ra m-se ainda ta is incert ezasqua nt o a sa ber se as causa s de qualquer a cont ecimento que a par ecem superf cie e logo se apresentam primeira vista como tais s o tantoa s verdadeiras como as nicas causas do mesmo, que ainda mais

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    6 5 S ch m oller, em a r t igo s ob r e Volkswirtschaft , n o Handw rterbuch de Conrad.

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    urgentemente necess rio dar tratos ao nosso racioc nio sobre os fatosque j conhecemos do que andar em busca de novos.

    Por essa e outras raz es, sempre houve e sempre haver talveza necessidade da exist ncia, lado a lado, de homens de ci ncia com

    diferentes aptid es e objetivos diversos de alguns que se ocupemsobretudo em apurar os fatos, enquanto outros d o aten o maior a n lise cien t fica , isto , decomposi o de fa tos complexos e a o est udodas rela es das diversas partes, umas para com as outras, bem comoem rela o a fatos an logos. de se esperar que estas duas escolassempre existam, cada qual realizando cabalmente o seu trabalho, eaproveitando o trabalho da outra. Assim, podemos obter melhores ge-neraliza es quanto ao passado, e da uma orienta o mais digna deconfian a para o futuro.

    2. As ci ncias f sicas que mais t m pr ogredido al m dos limitesa que foram trazidas pelo brilhante g nio dos gregos, a rigor, n o s otodas cincias exatas . Mas todas visam exatid o, isto , todas elasprocur am vazar o resu ltado de uma mu ltid o de observa es em enun -ciados provis rios, suficientemente definidos, a ponto de passar pelaprova de outras observa es da Natureza. Estes enunciados, quandose apresentam pela primeira vez, muito ra ro pretendem um a a lta au -toridade. Mas, depois de postos prova por muitas observa es inde-pendentes e especialmente depois de terem sido aplicados com xitona previs o de acontecimentos iminentes, ou do resultado de novasexperi ncias, ganham foros de leis . A ci ncia progride pelo aumentodo n mero e da exatid o das suas leis, submetendo-as a provas deseveridade cada vez maior, e ampliando-lhes o mbito, at que umanica lei, bastante ampla, contenha e substitua numerosas leis maisrestritas, que resultaram ser casos especiais daquela.

    At onde isso se verificar numa ci ncia qualquer, um estudiosodessa ci ncia pode, em cer tos cas os, declar a r com ma ior a ut orida de doque a sua pr pria (maior talvez do que a de qualquer pensador, pormais capaz que seja, que confie apenas nos seus pr prios recursos,desprezando os resultados obtidos por pesquisadores passados) quaisos r esultados a se esperar de certa s condi es, ou qu ais as verda deira scausas de certo acontecimento conhecido.

    Conquanto o objeto de algumas ci ncias f sicas n o seja, pelomenos no presente, suscet vel de medida perfeitamente exata, o seuprogresso depende da coopera o mult plice de ex rcitos de trabalha-dores. E stes medem os fatos e definem os en un ciados de t a is ci ncias,firmam as suas proposi es com a acuidade que podem, de modo quecada investigador esteja apto a iniciar o seu trabalho t o perto qua nt oposs vel do ponto em qu e o deixar a m os que o a nt eceder am. A Economiaaspira a um lugar neste grupo de ci ncias: porque, embora as suasmedidas raramente sejam exatas e nunca se apresentem como defini-

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    tivas, est sempre trabalhando no sentido de torn -las mais exatas,e, destarte, para ampliar o alcance dos assuntos sobre os quais o es-tu dioso, individua lment e, possa fa lar com a a ut orida de da s ua ci ncia.

    3. Consideremos, ent o, mais de perto, a natureza das leis eco-n micas e as sua s limita es. Toda a causa t em um a t end ncia a produzirum resultado definido se nada ocorre para entrav -la. Assim, a gravidadetende a fazer com que as coisas caiam ao solo: mas, quando um bal o cheio de g s mais leve que o ar, a press o do ar h de faz -lo subir, n oobstante a tend ncia da gravidade para faz -lo cair. A lei da gravidadeenuncia a maneira pela qual duas coisas se atraem mutuamente; comotendem a se mover uma na dire o da outra, e como h o de mover-se

    uma para a outra, se n o houver interfer ncia capaz de impedi-lo. A leida gravita o , portanto, um enunciado de tend ncias.Trata-se de um enunciado muito exato de tal maneira exato

    que os matem ticos podem calcular um Almanaque N utico capaz demostrar o momento em que cada sat lite de J piter se h de ocultarpor detr s do pr prio J piter. Fazem este c lculo com muitos anos deanteced ncia, os navegadores levam-no ao mar, empregando-o paradescobrir o ponto em que se encontram. Mas n o h tend ncias eco-n micas que atuem t o firmemente e possam ser medidas com tantaexatid o como a lei da gravita o e, por conseq ncia, n o h leisde Economia que se possam comparar com ela em precis o.

    Mas cons ideremos um a ci ncia m enos exat a do que a Astr onomia.A ci ncia da s ma r s explica como a mar sobe e desce, duas vezes pordia, sob a influ ncia do Sol e da Lua; como s o fortes as mar s na luanova e cheia, e fracas nos quartos minguante e crescente; e como amar entrando por um canal fechado como o do Severn ser muitoalta, e assim por diante. Destarte, tendo estudado a posi o da terrae da gua por toda a volta das Ilhas Brit nicas, pode-se calcular dean tem o quando a mar estar provavelmente no seu mais alto pontoem qualquer dia, na Ponte de Londres ou em Gloucester, e qual ser ali a sua al tura. Mas ter-se- de empregar a palavra provavelmente ,cujo uso dispens vel para os astr nomos ao tratarem dos eclipsesdos sa t lites d e J piter. P ois, embora mu ita s for as a tuem sobre J pitere os seus sat l i tes, cada uma delas atua de maneira t o definida quepode ser predita de antem o. Mas ningu m sabe o bastante sobre otempo a ponto de ser capaz de dizer de antem o como este h deatuar. Um pesado aguaceiro no curso superior do T misa, ou um po-deroso vento de nordeste no Mar do Norte, pode fazer com que asmar s na Ponte de Londres difiram grandemente da previs o.

    As leis da Economia devem ser comparadas s leis das mar sde prefer ncia lei simples e exata da gravita o. Pois as a es hu-manas s o t o var iada s e incert as qu e o melhor enu nciad o de ten d nciasposs vel de se fazer numa ci ncia da conduta humana tem de ser ne-

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    cessa ria men te inexa to e falh o. Ta lvez se pudesse ap resen ta r isso comora z o suficient e pa ra n o se fazer em m ais en un ciados sobre o assu nt o.Mas seria quase abandonar a vida. E a vida a conduta humana,assim como s o os pensamentos e as emo es que se desenvolvem

    sua volta. Pelos impulsos fundamentais da nossa natureza, todos n s qualquer que seja o nosso n vel, cultos ou incultos estamos, emnossos respectivos mbitos de a o, procurando compreender os sen-tidos da a o humana, e dar forma aos nossos prop sitos, sejam elesego sticos ou a ltr u sticos, nobres ou ign beis. E, desde que precisamosformar para n s algumas no es das tend ncias da a o humana, anossa escolha se processa entre obter essas no es descuidadamenteou obt -las com cuidado. Quanto mais rdua a tarefa, tanto maior a

    necessida de de um a fir me e pa ciente investiga o, levando-se em con taa experi ncia colhida pelas ci ncias f sicas ma is avan adas, e estuda n-do-se da melhor maneira poss vel estimativas bem ponderadas ou leisprovis r ias das tend ncias da a o humana.

    4. O term o le i n o sign ifica en t o ma is do que u ma pr oposi ogeral ou manifesta o de tend ncias mais ou menos certas, mais oumen os definidas. Fa zem-se mu itos de ta is enun ciados em t oda s as ci n-

    cias; por m, na verdade, n o podemos dar a todos eles um car t erformal e denomin -los de leis. Precisamos selecionar, e a sele o sedirige menos por considera es puramente cient ficas do que por con-veni ncia pr tica. Havendo qualquer exposi o geral que se tenha detrazer baila tantas vezes que o inc modo de cit -la por extenso,quando necess rio, seja maior do que o de sobrecarregar a discuss ocom uma nova f rmula e um nome t cnico a mais, ela recebe ent oum nome especial. Em caso contr rio, tal n o se verifica. 66

    Assim, uma lei de ci ncia social, ou uma Lei Social , um enu nciadode tend ncias sociais, isto , uma indica o de que se pode esperar umcerto curso de a o de membros de um grupo social sob certas condi es.

    Leis Econ micas, ou postulados de tend ncias econ micas, s oleis sociais que se referem aos ramos da conduta na qual a for a dosmotivos mais em jogo pode ser medida por um pre o em dinheiro.

    Assim, n o h uma linha divis ria forte e distinta entre as leissociais que devam ou n o ser consideradas igualmente leis econ micas.

    Pois h uma grada o cont nua das leis sociais em que se envolvemmotivos que podem ser medidos por pre o, para as leis sociais em queta is mot ivos pouco t m lugar e que s o, port an to, mu ito men os pr ecisas

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    66 A r ela o entre leis naturais e econ micas exaustivamente discutida por Neumann( Zeitschrift f r die gesamte Staatswissenschaft. 1892), que conclui (p. 464) n o haver outr apalavra sen o Lei ( Gesetz ) par a exprimir esses enun ciados de tend ncia, que desempenhampapel t o importante nas ci ncias naturais e econ micas. Ver tamb m Wagner ( Grundle-gung. 86 e 91).

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    e exatas do que as leis econ micas, na mesma rela o em que estasse encontram para as ci ncias f sicas mais exatas.

    Correspondendo ao substantivo lei h o adjetivo legal . Mas otermo em quest o s se aplica no sentido de disposi o governamental e

    n o com refer ncia lei no sentido de enunciado de rela o entre causae efeito. O adjetivo empregado nesta acep o deriva-se de norma umtermo quase equivalente a lei que talvez se pudesse aplicar com van-tagem, em lugar de lei, nas discuss es cient ficas. E, seguindo a nossadefini o de lei econ mica, podemos dizer que a rea o a se esperar, sobcertas condi es , da parte de membros de um grupo industrial, a a onormal dos membros desse grupo relativamente quelas condi es .

    O emprego do termo Normal tem sido mal compreendido. Pode

    ser de bom aviso dizer alguma coisa quanto unidade na diversidadede acep es que caracteriza os v rios empregos do termo. Quando fa-lamos de um homem bom ou de um homem forte, referimo-nos suabondade ou sua for a s qualidades f sicas ou morais peculiaresque foram indicadas no contexto. Um grande juiz raramente tem asmesma s qualidades de um gra nde rem ador. Um bom j quei nem sempr etem virt udes excepciona is. Da mesm a form a, o empr ego do ter mo nor-mal implica a predomin ncia de certas tend ncias que se afiguramser mais ou menos firmes e persistentes na sua atua o, sobre out ra srelativamente excepcionais e intermitentes. A doen a uma condi oanormal do homem. Mas uma longa exist ncia transcorrida sem ne-nhuma doen a anormal. Durante o degelo, o Reno sobe acima doseu n vel norm al, mas, nu ma prima vera fria e seca, qua ndo se encont ramenos do que o usual acima desse n vel normal, pode-se dizer queest anormalmente baixo (para essa poca do ano). Em todos essescasos, os resultados normais s o os que se podem esperar como o des-fecho dessas tend ncias, ou, em outr as palavra s, que est o de acordo comos enunciados de tend ncia , as Leis ou Normas apropriadas ao caso.

    Sob esse ponto de vista, diz-se que a o econ mica normal aque se pode esperar, a longo prazo e sob certas condi es (desde quesejam persistentes), da parte dos membros de um grupo profissional. norma l que os pedreiros, na m aior pa rt e da In glat err a, se disponh ama trabalhar por 10 pence a hora, e se recusem por 7 pence. Em Joha-nesburgo, pode ser normal que um pedreiro se recuse a trabalhar pormenos de 1 libra por dia. O pre o normal de ovos frescos de granjapode ser de 1 p ni, quando n o h men o poca do ano; todavia opre o normal na cidade, em janeiro, pode ser de 3 pence; e 2 penceum pre o anormalmente baixo, causado por um calor tempor o.

    Outra confus o de que nos devemos resguardar nasce da id iade que s o normais apenas os resultados econ micos devidos a osem embar a os da livr e-concor r ncia . Mas o term o tem que ser a plica dofreq entem ente a condi es na s qua is uma concorr ncia completa men telivre n o existe, e dificilmente mesmo se pode supor que exista; e

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    mesmo onde a livre-concorr ncia mais dominante, as condi es normaisde cada fato ou tend ncia incluem elementos vitais que nada t m a vercom a concorr ncia, e nem s o afins. Assim, por exemplo, a forma normalde concluir muitas transa es no com rcio a retalho e a grosso, e nas

    Bolsas de Valores e de Algod o, repousa sobre a convic o de que os con-tr atos verbais, sem testemu nh as, ser o honrosamente cumpridos. Em pa -ses nos quais esse pressuposto n o pode legitimamente admitir-se, s oinaplic veis certas partes da teoria ocident