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Araujo, Oliveira-Junior & Azevedo. Valoração de serviços ambientais. Campinas, SBE/UFSCar. Pesquisas em Turismo e Paisagens Cársticas, 8(1), 2015 17 VALORAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS: SUBSÍDIO PARA A SUSTENTABILIDADE DO ATRATIVO NATURAL GRUTA DO SALITRE, DIAMANTINA, MINAS GERAIS VALUATION OF ENVIRONMENTAL SERVICES AS A TOOL FOR SUSTAINABLE MANAGEMENT OF THE SALITRE CAVE, DIAMANTINA, MINAS GERAIS, BRAZIL Hugo Rodrigues de Araujo (1), Arnaldo Freitas de Oliveira Junior (2) & Alexsander Araújo Azevedo (2) (1) Instituto Biotrópicos, Diamantina MG; (2) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET/MG), Belo Horizonte MG. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]. Resumo A Gruta do Salitre representa um dos atrativos naturais mais importantes situados no entorno de Diamantina, MG. Porém, o local vivia até 2011 um cenário de abandono, degradação e insegurança. Esta situação foi remediada nos últimos anos pelas ações coordenadas pela ONG Instituto Biotrópicos, mas ainda há urgência de se implantar medidas de médio e longo prazo para o desenvolvimento da gestão e do potencial turístico, aliadas à conservação da gruta. Para contribuir com as ações voltadas à sustentabilidade do uso público local, os serviços ambientais prestados pela Gruta do Salitre foram valorados neste trabalho utilizando-se o Método de Valoração Contingente. Visitantes e moradores locais foram entrevistados em 2013 visando a caracterização do perfil socioeconômico e a disposição a pagar dos mesmos pela conservação do atrativo turístico. Estimou-se um valor máximo anual próximo de cinco milhões de reais referente aos benefícios gerados pela gruta. Essa valoração poderá auxiliar a captação de recursos financeiros por meio de uma argumentação econômica bem justificada e contextualizada, e também sensibilizar a sociedade quanto à importância do apoio e parcerias aos gestores em prol da iniciativa de conservar efetivamente o atrativo natural e de desenvolver um turismo responsável no local. Palavras-chave: Serra do Espinhaço; Serviços ambientais; Valoração; Sustentabilidade; Turismo espeleológico. Abstract The Salitre Cave is one of the most important natural attractions in the vicinity of Diamantina, State of Minas Gerais. However, prior to 2011 the site suffered a long period of abandonment, degradation and poor security. This situation has been remedied in recent years by the coordinated actions of the NGO Biotrópicos Institute, but there remains an urgent need to implement medium and long-term measures to manage the site and develop its touristic potential, in conjunction with conservation of the cave. To support actions aimed at sustainable local public use, the environmental services provided by Salitre Cave have been evaluated in this work using the Contingent Valuation Method. Visitors and residents surrounding the cave were interviewed in 2013 to characterize their socioeconomic profile and their willingness to pay to support conservation of this touristic attraction. Potential benefits generated by the cave were estimated at a maximum annual value of approximately five million reais. This data will help mobilize financial resources through sound, well reasoned and contextualized economic argument, and can sensitize society to the importance of supporting managers in their initiative to effectively conserve this natural attraction, generating partnerships aimed at developing responsible tourism. Key-Words: Espinhaço range; Environmental services; Valuation; Sustainability; Speleological tourism. 1. INTRODUÇÃO Os serviços ambientais correspondem aos benefícios providos pelos ecossistemas que garantem a sobrevivência das espécies no planeta e que satisfazem direta ou indiretamente as necessidades humanas (GUEDES; SEEHUSEN, 2011). Assim, a manutenção da qualidade do ar, a provisão de água de qualidade para consumo, a fertilidade dos solos e muitos outros benefícios sociais, culturais, espirituais, estéticos, recreativos e

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Araujo, Oliveira-Junior & Azevedo. Valoração de serviços ambientais.

Campinas, SBE/UFSCar. Pesquisas em Turismo e Paisagens Cársticas, 8(1), 2015

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VALORAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS:

SUBSÍDIO PARA A SUSTENTABILIDADE DO ATRATIVO NATURAL

GRUTA DO SALITRE, DIAMANTINA, MINAS GERAIS

VALUATION OF ENVIRONMENTAL SERVICES AS A TOOL FOR SUSTAINABLE MANAGEMENT

OF THE SALITRE CAVE, DIAMANTINA, MINAS GERAIS, BRAZIL

Hugo Rodrigues de Araujo (1), Arnaldo Freitas de Oliveira Junior (2)

& Alexsander Araújo Azevedo (2)

(1) Instituto Biotrópicos, Diamantina MG;

(2) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET/MG), Belo Horizonte MG.

E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected].

Resumo

A Gruta do Salitre representa um dos atrativos naturais mais importantes situados no entorno de Diamantina,

MG. Porém, o local vivia até 2011 um cenário de abandono, degradação e insegurança. Esta situação foi

remediada nos últimos anos pelas ações coordenadas pela ONG Instituto Biotrópicos, mas ainda há urgência

de se implantar medidas de médio e longo prazo para o desenvolvimento da gestão e do potencial turístico,

aliadas à conservação da gruta. Para contribuir com as ações voltadas à sustentabilidade do uso público local,

os serviços ambientais prestados pela Gruta do Salitre foram valorados neste trabalho utilizando-se o Método

de Valoração Contingente. Visitantes e moradores locais foram entrevistados em 2013 visando a

caracterização do perfil socioeconômico e a disposição a pagar dos mesmos pela conservação do atrativo

turístico. Estimou-se um valor máximo anual próximo de cinco milhões de reais referente aos benefícios

gerados pela gruta. Essa valoração poderá auxiliar a captação de recursos financeiros por meio de uma

argumentação econômica bem justificada e contextualizada, e também sensibilizar a sociedade quanto à

importância do apoio e parcerias aos gestores em prol da iniciativa de conservar efetivamente o atrativo

natural e de desenvolver um turismo responsável no local.

Palavras-chave: Serra do Espinhaço; Serviços ambientais; Valoração; Sustentabilidade; Turismo

espeleológico.

Abstract

The Salitre Cave is one of the most important natural attractions in the vicinity of Diamantina, State of

Minas Gerais. However, prior to 2011 the site suffered a long period of abandonment, degradation and poor

security. This situation has been remedied in recent years by the coordinated actions of the NGO Biotrópicos

Institute, but there remains an urgent need to implement medium and long-term measures to manage the site

and develop its touristic potential, in conjunction with conservation of the cave. To support actions aimed at

sustainable local public use, the environmental services provided by Salitre Cave have been evaluated in this

work using the Contingent Valuation Method. Visitors and residents surrounding the cave were interviewed

in 2013 to characterize their socioeconomic profile and their willingness to pay to support conservation of

this touristic attraction. Potential benefits generated by the cave were estimated at a maximum annual value

of approximately five million reais. This data will help mobilize financial resources through sound, well

reasoned and contextualized economic argument, and can sensitize society to the importance of supporting

managers in their initiative to effectively conserve this natural attraction, generating partnerships aimed at

developing responsible tourism.

Key-Words: Espinhaço range; Environmental services; Valuation; Sustainability; Speleological tourism.

1. INTRODUÇÃO

Os serviços ambientais correspondem aos

benefícios providos pelos ecossistemas que

garantem a sobrevivência das espécies no planeta e

que satisfazem direta ou indiretamente as

necessidades humanas (GUEDES; SEEHUSEN,

2011). Assim, a manutenção da qualidade do ar, a

provisão de água de qualidade para consumo, a

fertilidade dos solos e muitos outros benefícios

sociais, culturais, espirituais, estéticos, recreativos e

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educativos são exemplos de serviços ambientais (De

GROOT et al., 2002).

Atualmente, um agravante à destruição do

meio ambiente é o pequeno valor que a sociedade dá

aos serviços ambientais. Uma das explicações para

isso é que muitos desses serviços têm a

características de bens públicos, devido às

propriedades de não exclusividade e de não

rivalidade (CONSTANZA et al., 1997). A não

exclusividade corresponde à impossibilidade de

excluir alguém do consumo dos serviços ambientais,

como a água, o ar e a beleza cênica. A não rivalidade

refere-se à ausência de competição no consumo de

um serviço, ou seja, a utilização de um bem por um

indivíduo não diminui a quantidade disponível para

outro, como a respiração do ar pelos seres vivos

(YOUNG; FAUSTO, 1997). Devido às

características de não rivalidade e não exclusividade,

os direitos de propriedades aos serviços ambientais

não são completamente definidos, de modo que os

preços não se formam e não atuam para racionar o

uso ou gerar receitas para a conservação dos

serviços, o que pode resultar em sua degradação ou

exaustão (MOTTA, 1998).

Os métodos de valoração ambiental têm o

objetivo de tornar explícito o valor econômico dos

serviços ambientais prestados pelos ecossistemas.

De acordo com Guedes; Seehusen (2011), a

valoração é o caminho para se resolver falhas de

mercado associadas à gestão dos serviços ambientais

providos pelos ecossistemas, pelo fato de não existir

um mercado para a maioria desses serviços e estes,

por sua vez, não terem um preço determinado pela

dinâmica da oferta e procura. Logo, sendo os preços

os sinais de mercado que direcionam as decisões

econômicas dos consumidores, se eles não refletem

o valor e a escassez dos serviços ambientais, ocorre

uma “falha de mercado” que leva ao uso demasiado

dos recursos naturais (MOTTA, 1998).

Esta é a situação comum vivida em muitas

cavidades naturais subterrâneas do Brasil. Embora o

uso das cavernas brasileiras esteja sujeito ao controle

e fiscalização do poder público por intermédio do

Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de

Cavernas (CECAV) e do Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade (ICMBio), uma

grande parte encontra-se em perigo, em

consequência, principalmente, dos conflitos

socioeconômicos causados por empreendimentos ou

atividades destinadas ao uso e ocupação do solo e

subsolo (FIGUEIREDO et al., 2010). Além disso, as

características de bens públicos fazem com que as

pessoas atribuam para si o direito ao uso indistinto

das cavidades, independentemente de autorização do

poder público, impulsionando ainda mais a

degradação dos frágeis ecossistemas cavernícolas.

O espeleoturismo ou turismo espeleológico,

como são chamadas as atividades de caráter

científico e recreativo desenvolvidas em cavernas,

propicia o bem-estar dos praticantes, seja pela

contemplação da natureza ou pela prática de esportes

de aventura, como rapel, escalada e o

espeleomergulho. Estima-se que, atualmente,

existam no mundo mais de 5.000 cavernas turísticas

que recebem anualmente cerca 250 milhões de

visitantes, e movimentam aproximadamente 2

bilhões de dólares (CIGNA; FORT, 2013).

Entretanto, o desenvolvimento dessas atividades de

forma desordenada acarreta, dentre outros

problemas, a degradação do corpo rochoso onde se

insere a cavidade e suas formações secundárias

(espeleotemas), o acúmulo de lixo, e interferências

nas populações de espécies endêmicas da fauna

cavernícola, bem como nos sítios arqueológicos e

paleontológicos, além de resultar riscos aos

visitantes despreparados (CIGNA, 2002).

Considerando também a rápida expansão

mundial das atividades econômicas e o aumento

exponencial da pressão sobre os recursos naturais,

sobretudo minerários, que se sobrepõem geralmente

as regiões de cavernas, torna-se urgente a

necessidade de estratégias e instrumentos capazes de

compatibilizar esse crescimento com a conservação

do patrimônio espeleológico (FIGUEIREDO et al.,

2010). É neste contexto que a valoração ambiental

pode representar uma importante ferramenta para

subsidiar o planejamento, a gestão e a conservação

de cavidades naturais.

No Brasil, os estudos de valoração econômica

de cavidades naturais resumem-se aqueles que

avaliaram os serviços ambientais da Gruta do

Maquiné, localizada em Cordisburgo/MG (PAULA

et al., 2010 e das cavernas da microbacia do Rio

Salobra-Bodoquena/MS (SILVA; CAMARGO,

2008). Trabalhos sobre valoração econômica de

cavidades naturais também são conhecidos em

outros países, a exemplo da área cárstica de Maros,

na Indonésia (WALUYOet al.,2005), e do Parque

Regional Škocjan Caves, na Eslovênia (ACTUM,

2011).

Essa situação de degradação decorrente do

uso indiscriminado, sem monitoramento e gestão,

caracterizava o cenário da Gruta do Salitre,

localizada próxima a cidade histórica de Diamantina,

Minas Gerais. Há quatro anos, porém, o Instituto

Biotrópicos (Organização Não Governamental de

caráter científico e socioambiental) vem

estruturando a gestão do uso público desse frágil

ecossistema, de modo inédito no país, buscando

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construir um modelo de gestão sustentável do

patrimônio natural e cultural para assegurar a

inclusão social aliada à conservação ambiental local

(AZEVEDO; ARAUJO, 2011). Entretanto, embora a

ONG esteja monitorando o uso público e

desenvolvendo ações de conservação, ainda há uma

urgência de se implantar medidas de médio e longo

prazo para a sustentabilidade da gestão e para o

desenvolvimento do potencial turístico local. Neste

contexto, diversos atores locais do poder público e

privado poderiam contribuir financeiramente para

esse propósito, mas o desconhecimento da dimensão

dos benefícios diretos e indiretos proporcionados

pela Gruta do Salitre provavelmente limita esse

apoio.

Diante disso, o objetivo deste trabalho foi

identificar e valorar monetariamente os serviços

ambientais proporcionados pela Gruta do Salitre

para sensibilizar a sociedade quanto à importância

de sua conservação e, ao mesmo tempo, despertar o

interesse de parceiros potenciais em apoiar a gestão

local para garantir a sustentabilidade do uso público

deste atrativo natural.

2. ÁREA DE ESTUDO

A Gruta do Salitre situa-se a 9 km do centro

histórico de Diamantina, cidade Patrimônio da

Humanidade, e a menos de 1 km da sede do Distrito

de Extração (18°16'35''S; 43°32'12''O), conhecida

popularmente como Curralinho (Figura 1).

Figura 1. Localização da Gruta do Salitre

(Distrito de Extração, município de Diamantina, Estado de Minas Gerais, Sudeste do Brasil).

Encravada em um afloramento rochoso de

quartzito em meio à vegetação de cerrado e campos

rupestres, a gruta integra a Reserva da Biosfera da

Serra do Espinhaço (UNESCO/MAB, 2005) e o

Mosaico de Áreas Protegidas do Espinhaço: Alto

Jequitinhonha-Serra do Cabral (MMA, 2010). Com

relevo escarpado, em forma de ruínas, proporciona

uma belíssima paisagem que se assemelha a um

castelo medieval ou a uma igreja construída no estilo

gótico (AZEVEDO; ARAUJO, 2011). O sistema

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cárstico abriga uma cavidade subterrânea com vários

condutos, um cânion com aproximadamente 125

metros de extensão e uma dolina circundada por

paredões de 80 metros de altura (BAGGIO et al.,

2012). A proximidade do centro histórico turístico, a

facilidade de acesso e sua beleza cênica, fazem da

gruta um dos principais atrativos naturais visitados

na região (Figura 2).

Figura 2. Os detalhes do relevo esculpido em forma de

ruínas e vista da silhueta do mapa geográfico do Brasil

estão entre as principais atrações turísticas do afloramento

rochoso de quartzito da Gruta do Salitre (Distrito de

Extração, Diamantina, MG).

3. METODOLOGIA

Os serviços ambientais prestados pela Gruta

do Salitre foram identificados com base em

levantamento de dados secundários e por meio de

observações de campo realizadas entre março de

2011 a novembro de 2014. Em seguida eles foram

classificados de acordo com a Avaliação

Ecossistêmica do Milênio (MA, 2005).

Para efetuar a valoração econômica dos

serviços ambientais da Gruta do Salitre foi adotado o

Método Valoração Contingente (MVC). Segundo

Young e Fausto (1997), o MVC pode ser aplicado

para elementos da natureza, tal como a

biodiversidade, patrimônio paisagístico, áreas de

proteção ambiental, áreas de lazer ou qualquer outra

situação na qual não existam valores de mercado

definidos. Nesse caso, o objetivo da valoração

contingente é tornar perceptíveis as preferências dos

consumidores através de pesquisa de campo e do uso

de questionários que indagam a sua disposição a

pagar (DAP) pela conservação de um bem natural ou

a sua disposição a receber (DAR) como

compensação pela perda desse bem

(BENAKOUCHE; CRUZ, 1994).

Entrevistas com os visitantes da Gruta do

Salitre e moradores vizinhos da comunidade de

Curralinho, com idade mínima de 18 anos, foram

realizadas utilizando questionário semiestruturado,

constituído por uma série ordenada de perguntas

abertas, semiabertas e fechadas, sendo as últimas em

sua maioria de múltipla escolha. A pesquisa com os

visitantes foi realizada na gruta exclusivamente aos

sábados e domingos (dias em que se encontrava

aberta à visitação) de agosto a outubro de 2013. Ao

todo foram aplicados 126 questionários. A pesquisa

com os moradores de Curralinho, por sua vez, foi

realizada na comunidade no dia 17 de setembro de

2013. Na área urbana de Curralinho existem 128

domicílios particulares e coletivos e 227 moradores

(IBGE, 2010). Considerando que muitos domicílios

não havia moradores devido ao uso ocasional ou

inexistente, foi possível entrevistar 47 moradores de

diferentes domicílios (cerca de 20% dos moradores

locais). O questionário dividiu-se em duas etapas:

Etapa 1: visou caracterizar o perfil socioeconômico

dos dois grupos de entrevistados (visitantes e

moradores) por meio de perguntas relativas ao

sexo, idade, estado civil, renda mensal e grau de

escolaridade. Com relação aos visitantes,

também, buscou-se obter informações sobre o

local de residência, objetivo da visita à gruta,

frequência da visita, meio de transporte utilizado,

despesas com a viagem e avaliação do grau de

satisfação com a visita. O banco de dados gerado

subsidiará planejamentos futuros dos gestores da

gruta, bem como de empreendedores externos

que desejarem desenvolver produtos e serviços

adequados as potencialidades turísticas locais. Os

resultados foram publicados por Araujo et al.

2015. Neste trabalho, apenas as informações

referentes ao “objetivo da visita” foram utilizadas

para identificação dos serviços prestados pela

Gruta do Salitre.

Etapa 2: procurou estimar a disposição a pagar

(DAP) dos entrevistados pela conservação do

atrativo natural. Para isso, os entrevistados foram

indagados com a seguinte pergunta: “Para

assegurar a conservação da Gruta do Salitre,

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você estaria disposto a contribuir com um valor

anual/hipotético?”. Foi esclarecido para os

entrevistados de que não se tratava de concordar

com uma taxa de visitação da gruta e, sim,

contribuir com um valor destinado anualmente

para conservação do atrativo independente do uso

direto dos benefícios por ele providos. Quando o

entrevistado respondia “sim”, ele também deveria

especificar até quanto, hipoteticamente, ele

estaria disposto a contribuir anualmente para

preservação dos serviços ambientais da gruta de

acordo como uma escala de valores (de R$ 1,00 a

R$ 10,00), similarmente ao método utilizado nos

trabalhos realizados por Oliveira Junior (2003) e

Oliveira Junior; Costa (2012).

Baseando-se nos estudos de valoração em

Unidades de Conservação do Brasil realizadas no

Parque Nacional da Lagoa do Peixe – RS (BRAGA

et al., 2003) e no Parque Estadual do Itacolomi –

MG (OLIVEIRA JUNIOR; COSTA, 2012;

TAFURI, 2008), utilizou-se a seguinte equação

matemática para obtenção da estimativa da

valoração ambiental da Gruta do Salitre:

Equação matemática utilizada para estimar o valor

ambiental da Gruta do Salitre.

Onde:

VA= Valoração Ambiental, expressa em reais (R$)

DAP = número de visitantes dispostos a pagar pela

conservação da gruta.

nDAP = número de visitantes que não estão dispostos

a pagar.

DAPmédia = resultado da soma dos valores máximos

que os visitantes/moradores estão dispostos a pagar

para conservação da gruta, dividido pelo número total

de visitantes/moradores dispostos a pagar.

Número de visitantes/ano = segundo os gestores da

gruta, em 2013 a gruta recebeu 1.558 visitantes

somente nos dias em que a cavidade encontrava-se

aberta para visitação (sábado e domingo). Para obter

os resultados referentes aos moradores de Curralinho

(227 habitantes), utilizou-se no moradores/ano onde se

lê no visitantes/ano.

Área da gruta = área do atrativo natural Gruta do

Salitre sob influência do uso público expressa em

hectares (ha).

A equação usa unidades distintas mescladas

conjuntamente, ou seja, associa valores em Reais

(R$) a partir da subjetividade do entrevistado e

unidade de área expressa em hectares (ha). VA é o

produto final da equação e expressa,

monetariamente, o valor do objeto de pesquisa. O

valor ambiental, mesmo sendo expresso sob

grandeza monetária, não representa precificação, ou

seja, não define preço de mercado, e sim, refere-se

ao valor relativo ao conjunto de atributos inerentes

ao usufruto direto de um ativo ambiental. Para o

cálculo da DaPmédia também utilizou-se o valor

máximo obtido de disposição a pagar dividido pelo

total dos entrevistados (dispostos/não dispostos a

pagar), conforme efetuado por Hildebrand et al.

(2002).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As principais motivações e usos que levam as

pessoas a visitarem o local foram identificados como

os serviços ambientais prestados pelo atrativo

natural, a saber: contemplação da natureza;

recreação; prática de atividades esportivas

(caminhadas, escalada e rapel); apreciação de

concertos musicais; participação em atividades de

formação complementar como cursos de curta

duração e visitas técnicas voltadas para estudantes

de ensino técnico e superior e em atividades lúdico-

pedagógicas destinadas ao público infanto-juvenil; e

desenvolvimento de pesquisas científicas (Figura 3).

As informações obtidas também revelaram a

distribuição de alguns alvos de interesse entre

visitantes e moradores de Curralinho (Figura 4). O

local também se configura como sítio arqueológico e

possui rico retrospecto de uso para gravação de

documentários, filmes e minisséries de televisão.

Além disso, segundo relatos dos moradores locais, a

gruta também foi utilizada para realização de

algumas celebrações religiosas no passado mais

distante.

Com base na classificação proposta pela

Avaliação Ecossistêmica do Milênio, os serviços

ambientais prestados pela Gruta do Salitre se

agrupam à categoria “Culturais” que correspondem

aos benefícios intangíveis obtidos dos ecossistemas,

incluindo serviços de educação, recreação, lazer e

entretenimento, apreciação da beleza cênica e

inspiração para a cultura, arte e design, assim como

experiências espirituais (MA, 2005).

De acordo com Araujo et al (2015), do total

de visitantes entrevistados 47% manifestaram

disposição a pagar, 50% declararam indisposição a

pagar e 3% não responderam essa pergunta

(desconsiderados para o cálculo da valoração

ambiental). Por outro lado, em relação aos

moradores de Curralinho, a grande maioria 68%

afirmou disposição a pagar pela conservação da

gruta, mesmo possuindo renda mensal e nível de

escolaridade bastante inferior em relação aos

visitantes. Esta constatação corrobora com

resultados obtidos em outros estudos de valoração

que também utilizaram o MVC, onde em geral, as

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pessoas que vivem próximas a determinado sítio

natural apresentam-se mais dispostas a contribuir

financeiramente com a sua conservação (SILVA;

LIMA, 2004; PEREIRA; CAMPOS, 2006). No caso

específico da Gruta do Salitre, ficou evidenciado

nesse estudo que isso se deve ao fato dos moradores

locais acreditarem que o atrativo natural pode

contribuir com a melhoria das condições de vida da

comunidade de Curralinho.

Figura 3. Algumas atividades que ocorrem na Gruta do Salitre: a) contemplação da natureza e recreação; b) prática de

atividades esportivas; c) concertos musicais; d) visitas especiais programadas com diferentes objetivos e públicos alvos.

Figura 4. Percentuais de visitantes e moradores de

Curralinho distribuídos em categorias de motivos que

estimularam as visitas à Gruta do Salitre

(Distrito de Extração, Diamantina, MG)

Dentre os moradores não dispostos a pagar,

67% alegou restrições econômicas como motivo

impeditivo à contribuição, justificativa esta,

preponderante com base nas características

socioeconômicas da comunidade de Curralinho

apresentadas anteriormente. No entanto, quase a

metade (48%) dos visitantes indispostos a pagar

justificou sua posição por considerar que esta seja

uma função que compete ao governo. Segundo

Silva; Lima (2004), em situações como essa, o

indivíduo tira de si qualquer responsabilidade sobre

seu uso pessoal e a transfere para o poder público (ARAUJO et al., 2015). O problema, nesse tipo de

atitude, reside no fato dessa postura incentivar a

sociedade a ficar fora do processo de tomada de

decisão sobre o gerenciamento dos recursos naturais.

Sendo que, o gerenciamento desse tipo de recursos

influencia, diretamente, a qualidade de vida da

sociedade atual e das futuras gerações (SILVA;

LIMA, 2004).

O valor obtido para DAPmédia, por sua vez,

foi menor para os visitantes (R$ 6,48) em

comparação ao valor referido pelos moradores de

Curralinho (R$ 7,78). Ao se dividir o valor máximo

obtido de disposição a pagar pelo o total dos

A B

C D

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entrevistados (dispostos e não dispostos a pagar), os

valores da DAPmédia reduziram para visitantes (R$

3,16) e moradores (R$ 5,29). Os resultados da

DAPmédia, também, evidenciaram a maior

disposição dos moradores de Curralinho em

contribuir com a conservação da Gruta do Salitre,

uma vez que a maior parte dos moradores dispostos

a contribuir declarou que destinaria até 10 reais por

ano de sua renda para esse fim, mesmo dispondo em

geral de menos recursos financeiros que os visitantes

da gruta (Figura 5).

Utilizando a equação matemática descrita na

metodologia para estimar a valoração ambiental da

gruta e os dados contidos na Tabela 1, foi possível

obter um valor em torno de R$ 4.807.542,85/ano a

partir das informações obtidas com a entrevista dos

visitantes, e de R$ 1.883.797,33/ano de acordo com

as informações dos moradores locais. Nesse caso, a

diferença acentuada dos valores obtidos justifica-se,

basicamente, pelo número quase sete vezes maior de

visitantes/ano em relação ao número de moradores

na comunidade de Curralinho. Quando a DAPmédia

é calculada com base no total dos entrevistados,

dispostos e não dispostos a pagar pela conservação

da gruta (DAPmédia = R$ 3,16/visitante e R$

5,29/morador), o valor passa a ser R$

2.344.419,04/ano a partir dos dados referentes aos

visitantes, e R$ 1.280.885,33/ano de acordo com os

dados dos moradores locais.

Todavia, é importante ressaltar que valorar

monetariamente os recursos ambientais não significa

atribuir um preço. Existe aquilo que não têm preço,

mas possui significado que lhe confere

valor. Valores podem variar de acordo com o

significado atribuído pelas pessoas. Peças de arte e

objetos raros, por exemplo, possuem enorme

significado e valor para uns e nenhum para outros.

Na abordagem de marketing, o valor confronta

percepções e escolhas, e não está vinculado somente

ao aspecto econômico que tange a compra de um

produto (MATTAR, 2012). Segundo a teoria

econômica, o preço de um determinado bem resulta

basicamente do confronto, no mercado, entre a sua

procura por parte dos consumidores e a sua oferta

por parte dos produtores. Contudo, o estudo de valor

adquire uma perspectiva um pouco diferente, uma

vez que as considerações meramente econômicas

não são suficientes para compreender o que leva um

indivíduo a adquirir um produto (MOTTA, 1998).

Figura 5. Percentuais de visitantes e moradores de

Curralinho dispostos a pagar pela conservação da Gruta

do Salitre, distribuídos pelas categorias de valores de

acordo com a escala proposta de R$ 1,00 a R$ 10,00.

Tabela 1. Dados obtidos e utilizados para estimar a valoração ambiental do atrativo natural Gruta do Salitre (Distrito de

Extração, Diamantina, MG).

Parâmetros utilizados no cálculo de valoração ambiental da Gruta do Salitre Visitantes Moradores de

Curralinho(1)

Número total de entrevistados 123(2) 47

Número de pessoas com disposição a pagar (DAP) 60 32

Número de pessoas não dispostas a pagar (nDAP) 63 15

DAPmédia (R$)(3) 6,48 7,78

Número de visitantes/ano (2013) 1.558 -

Número de moradores(4) - 227

Área do atrativo natural sob influência de uso público 5 (hectares) 5 (hectares)

(1) Comunidade vizinha a Gruta do Salitre (1 km); (2) Três questionários foram excluídos por falta de resposta sobre a

DAP; (3) DAPmédia = resultado da soma dos valores máximos que os visitantes estão dispostos a pagar pela

conservação da gruta, dividido pelo número total de visitantes dispostos a pagar. (4) Fonte: IBGE, 2010.

Hildebrand et al. (2002) ressaltaram que

resultados obtidos sobre valoração ambiental

refletem a situação socioeconômica e o grau de

conscientização da população em determinado

momento. Sendo assim, ainda que já represente um

importante indicador do bem-estar atual

proporcionado à sociedade, os serviços ambientais

ofertados pela Gruta do Salitre e sua valoração

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Araujo, Oliveira-Junior & Azevedo. Valoração de serviços ambientais.

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econômica poderão aumentar consideravelmente.

Além dos serviços exclusivos e consolidados como a

oferta de beleza cênica singular e espaço ideal para

práticas esportivas e concertos musicais, ainda há

grande potencial de serviços a ser descoberto no

local. Os estudos científicos, por exemplo, ainda são

bastante incipientes no local, de modo que o

incremento de informações sobre as espécies que

habitam a porção cavernícola ou sobre a hidrologia

da área de entorno do afloramento rochoso da gruta

poderá aumentar bastante o valor ambiental deste

atrativo natural. Portanto, à medida que outros

serviços forem identificados e que as ações de

gestão e produtos agregados à visitação avançarem,

maior será a valoração local, que por sua vez,

despertará ainda mais o interesse de adesão de

parceiros ao processo de gestão deste atrativo

natural.

5. CONCLUSÃO

A identificação e a valoração dos serviços

ambientais prestados pela Gruta do Salitre

destacaram a importância deste atrativo turístico não

só para a comunidade local, mas para toda a

sociedade. Os resultados aqui apresentados poderão

auxiliar a determinação do valor de taxas de

ingressos e/ou multas por danos ambientais causados

no local. A valoração obtida promove uma

argumentação econômica sólida que deve servir

como uma importante ferramenta para sensibilizar a

sociedade, tanto em relação à importância da

conservação da gruta, quanto à necessidade de

adesão de apoiadores financeiros do poder público e

privado, sobretudo das empresas ligadas ao setor de

turismo, para o alcance da sustentabilidade gerencial

e do uso público do atrativo turístico.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Ouro Preto que

conferiu bolsa ao primeiro autor para

desenvolvimento desde trabalho como parte de sua

dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Sustentabilidade Socioeconômica

Ambiental. Ao Prof. Guilherme Varajão

(Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e

Mucuri), pelo auxílio na elaboração do mapa de

localização da Gruta do Salitre. Aos voluntários que

auxiliaram a aplicação dos questionários e a coleta

de informações para a condução desta pesquisa.

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Editorial flow/Fluxo editorial: Received/Recebido em: Dez. 2014 Accepted/Aprovado em: Jun. 2015

PESQUISAS EM TURISMO E PAISAGENS CÁRSTICAS

Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

www.cavernas.org.br/turismo.asp

Refrendada por la Associación de Cuevas Turísticas Iberoamericanas