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C M Y K TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO SIGA-NOS NO TWITTER: ACESSE O SITE: 20 @jornaldehoje www.jornaldehoje.com.br E-MAIL REDAÇÃO: [email protected] Dólar comercial R$ 2,29 Dólar turismo R$ 2,36 Dólar/Real R$ 2,29 Euro x real R$ 3,06 Poupança 0,50%/0,41% Taxa Selic 8% INDICADORES: OPINIÃO - Página 2 Berilo de Castro Gileno Guanabara Elísio A. de Medeiros e Silva João Medeiros Filho Juarez Chagas Augusto Coelho Leal Danilo Página 11 PV e PR podem formar novo bloco na Assembleia Legislativa. Daniela Freire Página 12 Brasil convive com a vergo- nhosa realidade de ser derrota- do pelo mosquito da dengue. Marcos A. de Sá Página 7 Balcão de atendimento pa- ra o Pró-Sertão começará a funcionar próxima semana. ESCREVEM ARTIGOS NA EDIÇÃO DE HOJE Quarta-feira R$ 1,00 jornaldehoje.com.br Ano XVI NATAL-RN, 7 DE AGOSTO DE 2013 Nº 4.708 Dois rios correm, ambos sem norte, um nas telas da tevê, outro na vida real do seu povo. Vicente Serejo Página 13 Discurso do presidente da AL ocorre um dia antes da presen- ça do secretário de Finanças. Túlio Lemos Página 3 SYLVIA SÁ (INTERINA) DESSANA ARAÚJO (INTERINA) > CORTE GERAL NO ORÇAMENTO DO ESTADO Assembleia se une ao TJ e ao MP contra decreto de Rosalba EM PRONUNCIAMENTO NO INÍCIO DA TARDE DE HOJE, O PRESIDENTE DO PODER LEGISLATIVO , RICARDO MOTTA, AFIRMOU QUE RECONHECE A DIFICULDADE FINANCEIRA DO GOVERNO DO RN, MAS ALEGOU QUE PODERES PRECISAM FUNCIONARPOLÍTICA 3 Wellington Rocha > TRANSPARÊNCIA Prefeitura de Macau paga churrasco do carnaval com verba destinada à Saúde POLÍTICA 5 > GREVE Sinpol registra adesão em massa de policiais civis; delegados devem cruzar os braços amanhã CIDADE 10 > SAÚDE PÚBLICA Obras do Hospital da PM estão perto do fim, mas equipe médica não é garantida pelo governo CIDADE 6 > SÉRIE B ABC faz reunião para definir lista de dispensas após tropeço de ontem ESPORTE 15 > GRATUITO Casa Irmã Gabriela oferece apoio e bem-estar na luta contra o câncer CIDADE 9 Canindé Santos Instalação da grade, que teve início hoje, já estava no planejamento da Câmara Municipal de Natal -- que ontem foi palco de outro “protesto”, com depredação e corte no fornecimento de energia. CIDADE 8

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TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO

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Dólar comercial R$ 2,29Dólar turismo R$ 2,36Dólar/Real R$ 2,29

Euro x real R$ 3,06Poupança 0,50%/0,41%Taxa Selic 8%

INDICADORES:

OPINIÃO - Página 2

Berilo de Castro

Gileno Guanabara

Elísio A. de Medeiros e Silva

João Medeiros Filho

Juarez Chagas

Augusto Coelho Leal

DaniloSá

Página 11

w PV e PR podem formarnovo bloco na AssembleiaLegislativa.

DanielaFreire

Página 12

w Brasil convive com a vergo-nhosa realidade de ser derrota-do pelo mosquito da dengue.

Marcos A. de Sá

Página 7

w Balcão de atendimento pa-ra o Pró-Sertão começará afuncionar próxima semana.

ESCREVEM ARTIGOS NA EDIÇÃO DE HOJE

Quarta-feira R$ 1,00 w jornaldehoje.com.brAno XVI w NATAL-RN, 7 DE AGOSTO DE 2013 w Nº 4.708

w Dois rios correm, ambos semnorte, um nas telas da tevê,outro na vida real do seu povo.

VicenteSerejo

Página 13

wDiscurso do presidente da ALocorre um dia antes da presen-ça do secretário de Finanças.

TúlioLemos

Página 3

SYLVIA SÁ(INTERINA)

DESSANA ARAÚJO(INTERINA)

> CORTE GERAL NO ORÇAMENTO DO ESTADO

Assembleia se une ao TJ e ao MP contra decreto de RosalbaEM PRONUNCIAMENTO NO INÍCIO DA TARDE DE HOJE, O PRESIDENTE DO PODER LEGISLATIVO, RICARDO MOTTA, AFIRMOU

QUE RECONHECE A DIFICULDADE FINANCEIRA DO GOVERNO DO RN, MAS ALEGOU QUE “PODERES PRECISAM FUNCIONAR” POLÍTICA 3

Wellington Rocha

> TRANSPARÊNCIA

Prefeitura de Macaupaga churrasco docarnaval com verbadestinada à Saúde

POLÍTICA 5

> GREVE

Sinpol registra adesãoem massa de policiaiscivis; delegados devemcruzar os braços amanhã

CIDADE 10

> SAÚDE PÚBLICA

Obras do Hospital da PM estão perto do fim,mas equipe médica nãoé garantida pelo governo

CIDADE 6

> SÉRIE B

ABC faz reuniãopara definir listade dispensas após tropeço de ontem

ESPORTE 15

> GRATUITO

Casa Irmã Gabrielaoferece apoio ebem-estar na lutacontra o câncer

CIDADE 9

Canindé Santos

Instalação da grade, que teve início hoje, já estava no planejamento da Câmara Municipal de Natal -- que ontem foi palco de outro “protesto”, com depredação e corte no fornecimento de energia. CIDADE 8

Page 2: 07082013

Quarta-feira2 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013 Opinião

Amancio [email protected] / www.chargistaamancio.blogspot.com Artigo

PensãoChibata

AUGUSTO COELHO LEAL, enge-nheiro civil ([email protected])

A velha pensão ficava na RuaVelha, uma pequena rua perpen-dicular à Praça Maciel Pinheiro, nobairro da Boa Vista em Recife. ARua Velha fica perto de ruas bas-tante conhecidas como a Rua doHospício, Avenida Manoel Borba,Rua da Conceição. Não tinhanome, seu dono em tom de brin-cadeira colocou Pensão Chibata.

No ano de 1963 a Praça Ma-ciel Pinheiro era bastante movi-mentada. Lá fica o Hotel São Do-mingos, que na época era uns dosmais importantes e luxuosos dacapital pernambucana. Pois bem,fomos estudar em Recife, eu,Paulo Cesar Cavalcanti hoje meucolega de profissão, João Rabe-lo e Gerson Dumaresq, hoje mé-dicos, amigos, irmãos. Éramostodos inquilinos da Pensão. Seusdonos Humberto Garcia e sua es-posa Carminha, pessoas muitobem relacionadas em Natal, forammorar em Recife e na pensão mo-ravam com sua filha CarmemBerta minha querida amiga eprima "Betinha" e sua sobrinhaCélia. Carminha e Humberto alémde grandes amigos de meus pais,Carminha era prima de minhamãe e criada dentro da casa dosmeus avós maternos, dai surgin-do uma irmandade grande entrea gente. Era aquela mãezona, paratodos nós. Humberto bonachãoadorava as nossas brincadeiras,daí quando a gente chegava, assalas da pensão viravam um jar-dim de infância, todos numaimensa alegria. "Era um garoto/Que como eu/ Amava os Beatles/E os Rolling Stones./ Girava omundo/ Sempre a cantar/ As coi-sas lindas/ Da América."

Sim, cantávamos as coisas lin-das da America, do Brasil, domundo. Éramos uns garotos feli-zes. Estávamos nos preparandopara fazer os nossos vestibularese a luta árdua com os estudos, eraamenizada com a alegria e o ca-rinho que Humberto e Carminhanós transmitia, fazíamos apenasas refeições na Pensão.

Humberto um senhor gordo,nos esperava na sacada do pri-meiro andar e quando a gente apa-recia na praça, ele gritava alto eforte para toda rua ouvir, ao somda chamada do Zé Pereira (Car-naval). - Auguuuusto Velho debriga/Ai de briga velho Augusto/Augusto velho de briiiiiiiga. Emfrente marchem! Neste momento,a gente se enquadrava todo, come-çava a marchar e ele dando o com-passo. Um dois, um dois, um dois.Subíamos a escada de madeiraque nos levava ao primeiro andar,pisando bem forte, para fazer comque o som das nossas pisadas fosseouvida pela rua quase toda - Aruaera pequena. Ele abria a porta enos recebia com um largo sorri-so - Bom dia meus bons amigos,sejam bem vindos.

Tinha um dos componentes donosso grupo, que era muito exigen-te com a comida e eu tinha com-binado com o resto do grupo parapregá-lo uma peça. Pois bem, estapessoa adoece de uma gripe muitoforte e não ficava bom, tosse e ca-tarro brabo. Reuni a turma e disse:chegou a hora. Chamei Carminhae disse a ela que a criatura estavatuberculosa e que o médico tinhapassado uma dieta que era bifesem tempero e arroz escorrido.Pois bem, vinha a nossa comidabem temperada e para o amigo,aquele bife grelhado e arroz bran-co, Na hora das refeições a gentesó trocava olhares, nada de conver-sa, mas uma boa vontade de ri.Depois de uns dez dias, o amigofoi até a sala de visita e chamouCarminha para reclamar da comi-da e perguntar se o dinheiro deleera diferente do nosso. Carminhacomo boa mãe, argumentou parao amigo que aquela era a comidaque o médico tinha passado, e queem pouco tempo, tomando direi-tinho os remédios o amigo estariacurado da doença. Aí foi quandoeu ouvi uns gritos.

- Médico? Remédios? Comi-da? Tuberculose? Quem foi o filhoda puta que disse que eu estava tu-berculoso? Nisso, Carminha selevanta pega na mão dele e vemem nossa direção. Olhei para osanjinhos que estavam comigo edisse - Saída pela direita. Desce-mos a escada correndo. Tinha umalanchonete a Vestal, na Rua doHospício aonde eu frequentava.A noite chega Humberto me vêpor lá, me dar um abraço e rindomuito e me diz. - Aquela presepa-da só pode ter sido imaginaçãosua. Confirmado o crime ele mechamou para ir tomar uma e ou-tras no bairro boêmio do RecifeVelho. A noite foi uma festa.

O tempo passou e continuapassando, mas a lembrança daPensão Chibata, de Humberto eCarminha continuam bem vivasdentro de todos nós.

Os Jandaias Artigo GILENO GUANABARA, advogado

([email protected])

Natal das serenatas e das moci-nhas casadoiras permaneceu assimpor dezenas de anos, uma cidadelainocente e pueril. O fausto da boemiase impregnava na juventude a qual,mal superando a adolescência, exer-citava patéticas noções de bem vivera boa vadiagem. Mas cedo teria de en-frentar a realidade da vida.

Sob o pretexto de que "periqui-to come... a jandaia leva a fama", semdata de fundação, pouco se sabe deOs Jandaias, já que não era um par-tido, nem um clube, não tinha sede,não tinha ata, nem estatuto. Haviaprincípios respeitados: "Ver, ouvir ecalar". Daí a solidariedade que rei-nava entre os sócios, todos jovens. Aação misteriosa facilitava o anonima-to de suas traquinagens.

Promoviam encontros e desen-contros, festas, saraus, bailes, pique-niques à sombra de juazeiros frondo-sos, em sítios afastados, longe da in-discrição e da maledicência dos intru-sos. No relato de Gothardo Netto,nada poderia ofuscar a alegria deFrancisco Herculano a cantar: "Casode amor tão fingido, eu já fiz,/ hojenão faço; / eu por ti já dei a vida,/ hojenão dou um passo.". Ou o boêmio aestancar os idílios, com o gorjeio dedespedida: "Apenas neste silêncio,ouço gemer uma fonte/ que vem des-cendo do monte com sonoro trepi-dar.../Adeus, ò virgem, que o bardonão quer teu sono turbar."

Lourival Açucena, desde que pro-vocado, fustigava com a sua troça:"Em terra escabrosa, de brenhas es-curas, por entre fraguras nasceu lindaflor... Ao vê-la senti no meu tristepeito o mágico efeito que produzAmor!". Ao fim choramingava:"Minha gentil Porangaba, imagem,visão querida, só teu amor me con-forta nos agros transes da vida.". Ficouconhecido como "o poeta da Poran-gaba".

Aos tragos do "Madeira" espu-mante, ou do vinho "Málaga" valo-roso, o "chambary" ao gole da "Pa-raty", liberavam-se as libações: "Nestapandega animada em que estamos,vamos alegres cantar, pois quem nãocanta e não dança não sabe a vidaalegrar: não haja tristeza! Não hajatristeza! Vamos pandegar."

Não obstante serem empertigadosmenestréis das trovas e das modi-nhas, havia também carícias plenas nofurtivo balanço das redes. Palavrasadocicadas, como "bom-bons", e ooba-oba durante os carnavais. As co-lombinas e os pierrots entoavam as

marchinhas, na picardia dos foliões:"Catuco, meu bem"; "Sabão sabiá";"Caritó"; e outras tantas marchinhasque foram sucessos do ano de 1924.

O hino oficial de Os Jandaias, amarchinha "Pedra da Saudade", foida autoria do poeta Tabira, cujo co-dinome era "Gato Mourisco". A letracomposta por João Estevam ("Mor-fina") dizia assim: "Os Jandaias, meussenhores,/Também prestam nestedia,/Homenagens e louvores/Ao rei-nado da Folia./Nesta doida alacrida-da/Tudo nos faz esquecer,/Não àPedra da Saudade/Que um dia nosviu nascer.".

Emidio Fagundes ("Barão da VilaFlor") foi o presidente de Honra deOs Jandaias e João Estevam foi o Se-cretário Perpétuo. A iniciação dos só-cios com os aparatos se dava com aadoção do apelido de guerra: "DoceEsperança" (Antônio Braga); "Cava-lo do Cão" (João Vasconcelos);"Jeque" (Evaristo); "Zero" (DiolindoLima); "Pantaleão Bodoque" (Go-thardo Netto); "H. Pachola" (Poncia-no Barbosa); "Zé d'Esperança" (IvoFilho); "Felix Fidelis" (Jorge Fernan-des); "Z. Balos" (Virgílio Trindade);e "Dr. Patife" (Josué Silva).

A "J. Vadio" (ou "Morfina"), queera João Estevam, competia musicaros apelidos. Referiu-se a Evaristo coma quadra musicada: "A cor, não!/ Nin-guém consegue decifrar com preci-são,/ Do velho fraque de "Jeque",/Que esteve na Exposição". Dizia doconjunto fraque preto e calça listra-da, que Evaristo não cansava de usar,inclusive, na visita à Exposição daIndependência, no Rio de Janeiro.

A marcha "Vestido Azul", commúsica do seresteiro Olímpio Batis-ta ("Dr. Caruco") e versos de "Mor-fina", representava o enigma simbó-lico "passos perdidos", na misteriosacavilação que nem o melhor dos dan-çarinos, Bulhões ("Casaca de Couro")conseguiu desvendar. A letra de "Ves-tido Azul" dizia: "Vamos, portantodivertir com animação/ Nesta fun-ção/Vamos folgar,/Vamos sor-rir,/Vamos dançar,/Vamos viver assim,Vestido Azul,/ para os Jandáias, nãotem fim.".

Assim transcorria a vida boemiae generosa de gerações saudáveis que,até com certa indiferença, atravessa-ram os horrores da Segunda GuerraMundial. Sem perder a alegria deviver, cada um, a seu modo românti-co peculiar, tornou pitoresca a graçade ser jovem e ternamente enamora-do. Foi assim na cidade do Natal.

O esporte e a universidadeArtigo BERILO DE CASTRO, médico

([email protected])

Ano de 1964 foi historicamenteinesquecível. O país acabara de tomarum novo rumo político e assumir ummodelo de governo diferente.

Foi nesse momento de grandeinstabilidade, incerteza e de turbu-lência no país que teve início a minhavida acadêmica e também coinciden-temente, começava a minha vidacomo profissional de futebol.

Defendia a honrosa e briosa ca-misa verde (legítima) do Alecrim Fu-tebol Clube, na grande luta para sa-grar-se bicampeão da cidade, de formasonhadora e inédita, diante da super-ganhadora de títulos, a forte e aguer-rida equipe do ABC FC.

Dificuldades de acomodações noinício para as duas atividades acon-teceram, porém aos poucos foramvencidas e equacionadas com muitoempenho, dedicação e perseverança.

Na faculdade de medicina, coma entrada da nossa turma (considera-da numerosa), foi possível reunir bonsatletas em algumas modalidades: fu-tebol de campo (a mais privilegiada),natação, xadrez, futebol de salão, vo-leibol, basquetebol e outras.

O movimento e a atividade espor-tiva na universidade era a melhor pos-sível. Anualmente disputávamos osJogos Universitários - circuito local,com grandes e disputados confron-tos com as faculdades coirmãs. En-contros acirrados e de excelente níveltécnico, chegando sempre a lotar osginásios e os campos de futebol, commuita empolgação e entusiasmo. Tudocapitaneado e muito bem administra-do pela Federação Norte-rio-granden-se de Desportos Universitários(FNDU), tendo como presidente oimortal, o eterno e admirado portodos, Gileno Vilar.

Por uma questão de justiça e degratidão, passarei a nominar algunscolegas que tão bem representaram noesporte a nossa faculdade: Jayr Na-varro, era o nosso grande incentiva-dor, nosso espelho, o exemplo maiorde atleta perfeito, completo, tanto novoleibol, como na natação; era o pri-meiro a chegar nas competições, comsua mensagem de otimismo e demuita confiança; Gley Gurjão, umcraque no basquete, usando semprecomo arma sua técnica, sua calma etranqüilidade de monge sedado; Ru-bens Santos (Rubinho), grande guer-reiro e bom jogador de basquete;Marne Medeiros, excelente nadador,

campeoníssimo, ex-aluno de nataçãodo Monsenhor Walfredo Gurgel noaçude Itans, em Caicó, e também ad-mirável mestre no xadrez; RobertoRufino, o excelente meio campistado Ferroviário FC; José Petit, do Ale-crim FC, o maior marcador do gran-de Jorginho, o fenômeno do ABC FC;Rodrigues (o excelente zagueiro, ex-América FC e Globo; Fernando Ga-delha, muito bom de bola, um viril za-gueiro; Inês e Auxiliadora Gurgel(Dodora), excelentes atletas de vo-leibol, e muitos e muitos outros quetanto nos deram títulos, alegrias emuitas glórias universitárias.

Tivemos confrontos em decisõesempolgantes e sensacionais contra aequipe de Odontologia (grande rivalno futebol de campo), e também emoutras modalidades contra: Econo-mia, Engenharia, Direito e Filosofia.No futebol de salão, o nosso grandeadversário e o nosso maior desafioera a equipe de Economia, do craquee grande amigo Cezimar Borges, jáfalecido.

Ativo mais os neurônios e mevem à lembrança uma decisão de fu-tebol de campo contra a Faculdade deOdontologia no Estádio Juvenal La-martine. A disputa pelo título ficoupara ser decidida nas penalidadesmáximas. Pela equipe da Odontolo-gia: o cobrador era o canhoto e bomjogador Diniz, ex- meio campista dofalecido e enterrado Riachuelo Atlé-tico Clube, e para defender, Sebas-tião Fernandes o "mão de onça", ogrande (literalmente) goleiro. Pelolado de Medicina, no gol, o peque-no Eldio Luiz, filho do grande amigoe massagista Godofredo e, como co-brador das penalidades, o tambémcanhoto Berilo (este escriba), quar-to-zagueiro do Alecrim FC. Foi umduelo técnico e empolgante de ca-nhotos refinados, com vantagem nofinal para o grande goleiro Tião. Aspenalidades eram cobradas por umúnico jogador e com 3 cobranças porsérie. Entramos noite adentro, e so-mente na quarta série foi decidido oconfronto em favor da Faculdade deOdontologia, com Sebastião (Tião"mão de onça") defendendo a pena-lidade triunfal... Finalmente, sagran-do-se campeã de maneira honrosa aFaculdade de Odontologia. Muitafesta para um lado e muito consolopara o outro. Grandes e belas dispu-tas. Inesquecíveis.

1934 - Gringos em visita ao sertão potiguarArtigo ELÍSIO AUGUSTO DE MEDEIROS E SILVA, empresário, escritor

e membro da AEILIJ ([email protected])

Os mais antigos ainda devem se lembrarquando aqueles gringos - um grupo de 12 oumais pessoas - passaram pela nossa peque-na cidade do sertão do Rio Grande do Norte.

Eram uns galegos, magros e altos, comgrandes chapéus. Vestiam umas roupas cáqui,parecidas com as fardas dos soldados. Ocano de suas botas mordia as calças até omeio das canelas. Devia ser por medo demordida de cobras.

Traziam muitas mulas e carroças abar-rotadas de coisas por lá nunca vistas: lune-tas, bússolas, ferramentas, livros, mapas. Ti-nham até uma caixa de madeira enverniza-da com um pano preto, que um deles colo-cava na cabeça e nas costas, e emitia umclarão. Diziam que era um lambe-lambe -uma máquina de tirar retratos.

Acamparam perto do Serrote Grande,nas terras do Cel. Juvêncio. Eles demonstra-vam enorme curiosidade sobre plantas, pe-dras e os bichos da região. Até as formigasinteressavam a eles. Muitas das folhas e in-setos eram dissecados e colados nuns cartõesgrossos que traziam. Sobre tudo pergunta-vam, anotavam, inquiriam.

Armaram suas tendas nas sombras dosjuazeiros, e ali sentavam, debruçados sobremapas e anotações. Suavam muito. Pelo visto,

não estavam acostumados com o calor dana-do que faz no mês de dezembro no sertão.

Segundo diziam, a maioria deles era es-tudante e estava ali para pesquisas, com li-cença do presidente Getúlio Vargas.

Alguns deles, junto com uns negros co-nhecedores da região, embrenhavam-se nacaatinga, logo ao amanhecer e só retornavamlá pelas quatro da tarde.

Não faltava quem não quisesse fazeresse serviço pago com "dólar", umas notasesverdeadas que antes nunca tinham circu-lado por ali.

O povo da região, curioso, acercava-sedo estranho grupo, embora não entendes-sem absolutamente nada do que eles diziamentre si. Mas, com gestos, trejeitos, sorri-sos, aos poucos, foram se fazendo entender.Logo descobriram a predileção deles por ca-chaça, das puras, que vinham dos engenhosdos coronéis.

À noite, alguns deles se reuniam ao redorde uma fogueira e tomavam cachaça de copocheio, com tira-gosto de preá, mocó, nambuou rolinhas torradas. Pelo visto, eles adoravam!

Alguns meninos da região embrenhavam-se na caatinga, nos serrotes, e caçavam peque-nos animais e cobras que, aprisionadas, eramentregues aos gringos, em troca de gorjetas.

O mesmo se dava com algumas mulhe-res, que traziam plantas, raízes medicinais,frutos nativos, e que também eram bem gra-tificadas. E a fama das gorjetas correu léguas,e de todos os arredores, diariamente, chega-va gente, trazendo planta, bichos, cobras epássaros, para serem ofertados aos tais grin-gos. Eles compravam tudo.

Muitos ainda se lembram da cara deespanto dos gringos quando um dos meni-nos levou um besouro grande para eles.Todos se admiraram muito com o fato doinseto voar, pois diziam que, pela sua forma,aquele inseto tinha tudo para não conse-guir voar.

Certo dia eles foram conduzidos até olocal de realização da feira. Observaram tudoao seu redor, com bastante curiosidade... Ecompraram muito, para alegria dos feiran-tes: cabaça de arroz, feijão, terça de farinha,fumo de rolo, queijo, rapadura, mel de abe-lha, toucinho, cachaça, carne-seca...

Mas, o que despertou mais a atenção dogrupo foi a banca da velha Simorida, que ven-dia cascas de árvores, flores, banhas, infu-sões curandeiras. Quase compraram tudo!

É... o povo do sertão é assim: os grin-gos que vierem das Europas e outros luga-res sempre serão bem recebidos!

Retroceder nunca, render-se jamais!Artigo JUAREZ CHAGAS, professor do Centro de Biociência da UFRN ([email protected])

Demoraram exatos 12 anos, desde que omaior e mais famoso artista marcial das telas,na idade moderna, Bruce Lee, morreu (1973),para que surgisse outro artista marcial, não quetomasse seu trono, porque isso é praticamen-te impossível, mas para que o mundo cine-matográfico das artes marciais vislumbrasseum novo astro que chamasse a atenção e olharde todo o mundo e o reverenciasse. Seu nomeé Jean Calude Van Damme.

O público afeito às artes marciais, assimcomo seus praticantes e admiradores, ficou aguar-dando ansiosos pelo novo substituto do Peque-no Dragão, principalmente no que diz respeitoà 7ª Arte, pois apesar de ter havido, por pratica-mente uma década, inúmeros concursos para osubstituto de Bruce Lee, não houve sequer umselecionado que pudesse, artística ou marcialmen-te, ocupar o posto do insuperável Lee.

Enquanto isso, num mundo à parte, mastambém comum ao mesmo tempo, Jean-Claude Camille François Van Varenberg, ummero desconhecido, no mundo mais conhe-cido como Jean-Claude Van Damme (Ber-chem-Sainte-Agathe, 18 de Outubro de1960), é um das artes marciais e, principal-mente do cinema, que após praticar e estu-dar exaustivamente karate, a partir dos anosde idade, alcança sucesso nacional na Bél-gica como artista marcial e fisiculturista, ga-nhando, inclusive, o título de "Mr. Bélgica".

Em seguida, tornou-se um bom bailari-

no, passou a ser conhecido como Van Dammee, após tornar-se faixa preta em Karate Sho-tokan, tornou-se campeão europeu, vencen-do o European Pro Karate Association, na ca-tegoria meio pesado. Passou assim a praticaroutros estilos de luta como kickboxing, MuayThai, e Taekwondo. Seu próximo passo foi irpara os Estados Unidos disputar o Campeo-nato Mundial de Karatê na Flórida, em1979,o que o fez regressar em seguida para a terrado Tio Sam, pra tentar o estrelato e se tornarconhecido no mundo das artes marciais.

Mas, não foi nada fácil, pois até conse-guir algumas "pontas" em filmes inexpressi-vos, teve que encarar vários tipos de traba-lho, inclusive como segurança e pastoradorde carros, para sobreviver, enquanto sua opor-tunidade não aparecia.

Finalmente, após um pouco mais de umano morando em Los Angeles conseguiu tra-balhar como figurante nas filmagens de Brad-dock, depois em 1984 também participou deum pequeno filme francês chamado "MonacoForever" no qual interpretava um lutador gayde caratê. Sua real chance só surgiu em 1985,quando foi finalmente convocado para inter-pretar um vilão russo, expert em artes mar-ciais, no filme "Retroceder Nunca, Render-seJamais", seu primeiro papel de destaque.

Sobre este filme, poderíamos dizer que,vivendo o cinema a fase da ausência de umastro convincente no mundo das artes marciais,

mesmo dez anos após a morte de Bruce Lee,seu roteiro e trama ainda se pautam em cimada nostalgia ao Pequeno Dragão. Tanto é queo principal protagonista Kurt McKinney in-terpreta Jason Stillwell, um aprendiz de artesmarciais e fã de Bruce Lee, a que idolatra epede ajuda telepática e espiritualmente.

Jason treina com seu pai que possui umdojo em Los Angeles, o qual é aliciado e pres-sionado por uma organização mafiosa que quer,a todo custo, o monopólio das academias deartes marciais. A família Stillwell se mudapara Seatle, onde inaugura uma nova acade-mia. Mas, Jason enfrenta problemas com mo-radores locais e os bandidos continuam pres-sionando seu pai. Jason candidata-se a parti-cipar de um campeonato de artes marciais natentativa de superar a situação e ter uma revan-che com Ivan que antes atacara sua academiae derrotara seu pai em seu próprio dojo.

Resumindo e focando a participação deVan Damme, podemos dizer que, esta foi umade suas melhores participações, tanto no de-sempenho das técnicas de luta, como na plás-tica e impostação da personagem, mesmosendo tendo um papel secundário e não falan-do mais do que três ou quatro frases duranteo filme. Portanto, para os amantes das artesmarciais e do então reconhecido, o grandeDragão Branco, vale pelo início brilhante desua carreira e pela cronologia do trabalho donovo astro das artes da luta de mãos vazias.

A missa segundo Adélia PradoArtigo JOÃO MEDEIROS FILHO, padre, escritor e membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras

([email protected])

Adélia Luzia Prado Freitas, poeta e pro-sadora, renomada escritora brasileira con-temporânea, nasceu, aos 13 de dezembro de1935, na cidade de Divinópolis (MG). Em1975, Drummond sugere a Pedro Paulo deSena Madureira, da Editora Imago, a publi-cação do livro de Adélia, cujos poemas con-siderava fenomenais. Envia ao editor os ori-ginais daquele que viria a ser seu primeirolivro, intitulado Bagagem. No dia 09 de ou-tubro do mesmo ano, o Poeta de Itabira pu-blicou uma crônica no Jornal do Brasil, cha-mando a atenção para o trabalho ainda iné-dito da escritora. Ali, Adélia descreve seu es-pírito místico e cristão: "Descobri que a ex-periência poética é sempre religiosa, quernasça do impacto da leitura de um texto sa-grado, de um olhar amoroso sobre o outro,ou de observar formigas trabalhando. Deusé o personagem principal de minha obra.Ele está em tudo. Não apenas Ele, mas a fé,a oração e o amor".

Em novembro de 2007, no festival demúsica e cultura de Aparecida, intituladoVozes da Igreja, pronunciou uma conferên-cia sobre o tema da linguagem poética e re-ligiosa. Falou também sobre a missa: "É acoisa mais absurdamente poética que exis-te. O absolutamente novo, sempre. É Cristo

se encarnando, tendo a sua paixão, morren-do e ressuscitando. Nós não temos de pôrmais nada em cima disso. É só isso". Comen-tou que como cristã de confissão católica nãopode ficar indiferente à liturgia, ao espaço sa-grado e às manifestações religiosas, propon-do o resgate da beleza das celebrações litúr-gicas. E diz, comentando num certo tom detristeza: "Olhem, há algumas celebrações,em que a gente sai da igreja com vontade deprocurar um lugar para rezar".

Adélia colocou então a questão da músi-ca na liturgia. Especialmente aquela que deveter um novo significado. Recordara o padrefrancês Joseph Gelineau, S.J., que fez a tran-sição do gregoriano para a música moderna.Insistiu que, muitas vezes, o canto de nossasigrejas não ajuda a rezar. "O canto não é un-gido, e sim algo fabricado. Faz-se urgente eindispensável redescobrir o canto oração",disse, citando Max Thurian – monge protes-tante de Taizé – que fora observador, no Con-cílio Vaticano II, posteriormente converten-do-se ao catolicismo e ordenado sacerdote.

Adélia reforçou as observações, enfati-zando que a música agitada, com instrumen-tos e microfones ruidosos, não facilita a ora-ção, mas impede o espaço de silêncio e sere-nidade contemplativa. Lamentou que o en-

contremos tão pouco em nossas igrejas. "Pa-rece que há um horror a ele". Não se podeparar por um minuto sequer". Falta silêncio.E não havendo este, não se ouve a Palavranem há escuta do mistério que se celebra.

Aescritora mineira comentou as interpre-tações equivocadas que se fizeram do Vatica-no II no que concerne à reforma litúrgica."Não é o fato de ter passado do latim para oportuguês, que haja necessidade de vulgari-zar a linguagem e o culto, empobrecendo a suaprópria natureza, isto é, a beleza." SegundoPrado, banalizou-se o espaço do sagrado e daliturgia com letras e melodias desprovidas dosublime e do belo.

Ao destacar que a missa é como umpoema, que dispensa acréscimos, Adélia Pradoafirmou que a celebração da Eucaristia "é per-feita" na sua simplicidade. Concluiu sua con-ferência com estas palavras: "Colocamos en-feites, cartazes para todo lado, procissão disso,procissão daquilo, palmas para tudo". Sãocoisas que vão quebrando o ritmo. "E a missatem o seu ritmo. É um mistério". Concluiu aPoeta de Divinópolis: Mysterium Fidei (Mis-tério da fé)". E este é inefável, de uma mag-nitude tal, que as palavras são insuficientes, po-bres e até desnecessárias. Devemos contem-plá-lo, adorá-lo e vivê-lo!

w w w . j o r n a l d e h o j e . c o m . b rDIRETOR-EDITOR

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> PENSANDO EM 2014

Quarta-feira O Jornal de HOJE 3Natal, 7 de agosto de 2013Política

POSIÇÃOO deputado estadual Ricardo

Motta, que atuou o tempo todocomo mediador para evitar propa-gação do conflito entre o Governodo Estado e os demais poderes,tomou uma decisão forte na manhãde hoje: Estabeleceu a posição con-trária da Assembleia ao decreto doGoverno que corta recursos.

DESMENTIDOMesmo sem detalhar tecnica-

mente a posição, o presidente daAssembleia discordou dos percen-tuais apresentados pelo Governoem relação aos cortes de recursosdo duodécimo e disse que defen-dia a Casa Legislativa, apesar daposição política de apoio ao Go-verno. O detalhe é que o discur-

so de Ricardo Motta ocorre umdia antes da presença do secretá-rio de Finanças, Obery Rodrigues.Ou seja: O secretário vai a As-sembleia sem respaldo dos depu-tados.

LIDERANÇAO prefeito Carlos Eduardo está

enfrentando dificuldades para con-seguir um líder de sua bancada naCâmara. A falta de um nome comperfil conciliador, com trânsito entreas bancadas, é o principal motivodo fato de ainda não haver um in-dicado.

ARTICULAÇÃOO fato é que falta um articula-

dor que faça o 'link' entre o gabi-nete civil e a bancada. Sávio Hac-

kradt concentra funções até demaise evita delegar a alguém com repre-sentatividade, o papel de interlo-cutor da gestão junto aos parlamen-tares. Por enquanto, no início doGoverno, são só críticas sem gran-des conseqüências; mais adiante...

BADERNAA baderna produzida por arrua-

ceiros na tarde ontem na Câmaradestrói qualquer possibilidade derepresentatividade de movimentosocial ou reivindicatório. Quem de-preda prédio público tem que se re-solver com a Polícia, não com asociedade. A juventude que faz ma-nifestação em busca de direitos nãopode se deixar contaminar pelosbaderneiros. PASSE LIVRE

O projeto que prevê passe livrepara os estudantes natalenses pode-rá ser aprovado na Câmara de Natal.A coluna conversou com algunsparlamentares e não há tanta difi-culdade para a aprovação. O mesmonão se pode dizer em relação à san-ção do prefeito Carlos Eduardo. Ofilho de Agnelo é contra o passelivre e deve vetar o projeto, casoseja aprovado na Câmara.

CANDIDATURAA queda de popularidade do

Governo do PT, fez a ex-governa-dora Wilma de Faria avaliar commais entusiasmo a possibilidade deser candidata ao Senado. A mãe deMárcia sabe que hoje, o nome maisforte para concorrer ao Senado é oda deputada federal Fátima Bezer-

ra, que não encontra adversários àaltura no momento, mas Wilmapode aproveitar o desgaste do PTNacional e enfrentar Fátima.

DISPUTAO fato é que, Wilma e Fátima

não querem entrar em disputa arris-cada. O ideal é que uma receba oapoio da outra e não ocorra o con-fronto direto. Fátima aguarda o me-lhor momento de unir a oposição eformar uma chapa competitiva comseu nome para o Senado. Wilmaora sonha com a volta ao Governo,ora com o Senado, mas a realida-de mais palpável é sua candidatu-ra à Câmara dos Deputados, numaeleição barata, sem ser alvo e semriscos. PREPARAÇÃO

A possibilidade de candidaturado deputado Walter Alves ao Go-verno do Estado é real, mas nadaque possa atropelar a realidade dosfatos. O filho de Garibaldi não vaise aventurar em uma candidaturamajoritária caso não veja viabili-dade político-eleitoral.

ROMPIMENTOO primeiro passo para uma

eventual candidatura de WalterAlves ao Governo é o rompimen-to do PMDB com a gestão Rosal-ba Ciarlini. Hoje, o PMDB inte-gra o Governo e o apoio politica-mente. A posição é de incompati-bilidade com uma candidatura.Sem o rompimento, não há candi-datura.

Túlio [email protected]

Presidente do diretório doPMDB em Natal, o deputado esta-dual Hermano Morais afirmou hojeque o deputado estadual WalterAlves, líder do PMDB no Plenárioda Assembleia Legislativa, é um"excelente quadro do PMDB", "pre-parado" e "tem todas as condiçõesde vir a disputar o governo do Es-tado", se for da vontade da legen-da. Filho do ministro da Previdên-cia e ex-governador do Estado, onome do deputado Walter foi lan-çado pela Juventude do PMDB nasemana passada, como candidato asucessor da governadora RosalbaCiarlini (DEM) em 2014.

Segundo o deputado HermanoMorais, "o deputado Walter Alvesaparece muito bem cotado quandocitado" e "está preparado" e que"chega num momento bom". "Nósprecisamos renovar também a ad-ministração com novos métodos ecom a coragem necessária parafazer as mudanças necessárias paracolocar o RN no rumo do desenvol-

vimento", afirmou o peemedebista,em entrevista ao Jornal da Cidade,da FM 94.

"A Juventude do PMDB lan-çou há poucos dias a proposta deuma candidatura própria que eu de-fendo, inclusive lembrando e apon-tando o nome do deputado WalterAlves, que eu considero, entre ou-tros quadros bem formados e inte-ressantes do PMDB, um excelentequadro que tem todas as condiçõesde vir a disputar o governo do Es-tado se essa for a decisão do parti-do", disse Hermano Morais.

O nome de Walter Alves apa-rece como solução para uma cor-rente do PMDB que defende o afas-tamento da legenda do governo Ro-salba Ciarlini por entender que opartido deve lançar candidato pró-prio nas eleições do ano que vem.Por esta corrente, o PMDB deve-ria lançar uma de suas liderançascandidato a governador. Entre osnomes cobrados estão o do presi-dente da Câmara dos Deputados,

deputado federal Henrique Eduar-do Alves, o do ministro da Previ-dência, Garibaldi Alves Filho, e,agora, o do líder peemedebista naAssembleia Legislativa, deputadoestadual Walter Alves.

"Há de fato uma cobrança, nãosó por militantes do PMDB, mas eudiria também dos simpatizantes,daqueles que estão acompanhando

o desempenho do atual governo,para que o PMDB volte a disputaro governo do Estado e que possa,com a força que tem no plano es-tadual e junto ao governo federal,reerguer esse Estado", confirmouHermano Morais.

O óbice para que o PMDBvenha a lançar candidato próprio agovernador, entretanto, está no fato

de que Henrique Alves deverá secandidatar à reeleição para a Câma-ra dos Deputados, onde deverá plei-tear mais um mandato como presi-dente da Câmara dos Deputados.Já o ministro Garibaldi tem ditoabertamente que não é sua intençãodisputar o governo do Estado no-vamente. Neste sentido, a candida-tura Walter Alves aparece como"solução" para o PMDB.

"O deputado Walter Alvesaparece muito bem cotado quan-do citado e lembrados outrosnomes como o do ministro Gari-baldi Filho, deputado Henrique,destacando esses três", disse Her-mano. "Mas o deputado WalterAlves, acredito, está preparado echega em um momento bom. Nósprecisamos renovar também a ad-ministração com novos métodose com a coragem necessária parafazer as mudanças necessáriaspara colocar o RN no rumo dodesenvolvimento", completou oparlamentar.

PREOCUPAÇÃOApesar de comentar sobre can-

didatura, o deputado Hermano afir-mou que a prioridade, hoje, para oPMDB, é a situação do Estado. "Apreocupação do PMDB hoje estávoltada para a situação de dificulda-de, para a necessidade de medidas,ideias e projetos que possam recupe-rar a economia do RN", afirmou.

Entretanto, ele ressalta que énatural que, em ano pré-eleitoral, se-tores do partido já discutam, comoem todos os partidos, as eleiçõesde 2014. "Nós vivemos em um paísonde temos eleições a cada doisanos. Eu até defendo que numa re-forma política que demora a acon-tecer, que nós possamos ter a uni-ficação das eleições e assim nãosermos obrigados a cada dois anosou a cada ano, saindo de uma elei-ção a outra, já discutir a próxima;nós poderíamos estar gastandonossa energia apenas para o desen-volvimento do Estado e do país",frisou o parlamentar. (AV)

ALEX VIANA

REPÓRTER DE POLÍTICA

O presidente da AssembleiaLegislativa, deputado estadual Ri-cardo Motta (PMN), se pronun-ciou no início desta tarde, na tri-buna da Casa, sobre a crise que seabateu sobre o Estado. Na posi-ção de líder do Poder Legislativo,Ricardo Motta disse discordar dodecreto da governadora RosalbaCiarlini (DEM) que impôs umcorte linear de mais de 10% nosorçamentos dos poderes Execu-tivo, Legislativo e Judiciário.

“O Poder Legislativo nãopode concordar com o decreto queestabeleceu corte linear no orça-mento dos poderes. Falo em nomeda Assembleia, acima das minhasposições políticas que não estãosendo colocadas nesta hora. Faloem nome da Casa. Da responsa-bilidade que tenho”, afirmouMotta, durante o seu pronuncia-mento.

Ricardo foi aparteado e apoia-do por todos os deputados pre-sentes. “Nossos técnicos exami-naram cuidadosamente os efeitos

desse corte, mas já é possível afir-mar que o percentual aplicado de-veria ter sido com a base da pro-porcionalidade. Também se podeinformar que a Lei de DiretrizesOrçamentárias, a LDO, exclui,para fins de empenho as despesascom pagamento de pessoal. Sãodetalhes técnicos, não vou me aterexcessivamente a eles”, afirmouno chefe do legislativo potiguar.

Com esta posição, a Assem-bleia Legislativa se soma ao Tri-bunal de Justiça e ao MinistérioPúblico, que discordaram do de-creto governamental e contestamele na Justiça. No caso do Minis-tério Público, o órgão obteve umaliminar garantindo o repasse doduodécimo integral, de julho edezembro deste ano. Já o TJaguarda decisão do Supremo Tri-bunal Federal (STF) no mesmosentido.

PRÓPRIA CARNEAinda em seu pronunciamen-

to, o presidente da AssembleiaRicardo Motta afirmou que a Casadispõe de diversos programas eprojetos que serão prejudicados

pelo decreto da governadora, vezque terão que ter suas atividadesinterrompidas. “Nossa Casa rea-liza programas e ações que ultra-

passam sua função legislativa efiscalizadora. Projetos de inclu-são social. Pioneiros e aplaudi-dos no Brasil”, disse o deputado.

Entre os projetos desenvolvidosna gestão Ricardo Motta estão ainserção de pessoas com Down eda terceira idade no mercado de

trabalho, o Procon Legislativo comrecorde de atendimentos, o Institu-to do Legislativo qualificando mi-lhares de pessoas, a AssembleiaCidadã e a Assembleia Itinerante.“Não podemos e não iremos parar”,afirmou o deputado.

“O fato é que a AssembleiaLegislativa será sempre respeito-sa, deixando claro o respeito quemerece. É preciso discutir esseassunto sem soberba e respeitan-do a legitimidade de cada um”,continuou Ricardo Motta, ressal-tando a disposição pelo diálogo,mas enfatizando que este só acon-tece quando todos estão dispostosa interagir.

“É este o gesto que devo à As-sembleia Legislativa, que, queroreafirmar. Está acima de homense mulheres passageiros. AAssem-bleia é um poder soberano e livreporque pertence à sociedade. É dopovo. Com essas palavras, reafir-mo aos meus pares, aos servido-res, a sociedade, aos poderes, quenós vamos exercer até a exaustãoo diálogo, para que possamos cons-truir o consenso que se aproximedo ideal”, acrescentou.

Hermano: “Walter Alves está preparado para disputar o Governo”

Ricardo Motta estabelece posição daAssembleia contra decreto de Rosalba

No seu discurso, Ricardo Mottanão deixou de ressaltar as dificulda-des por que passa o Rio Grande doNorte. Entretanto, ele enfatizou anecessidade de funcionamento acontento dos órgãos que integramos três poderes constitucionais dafederação potiguar. “Sabemos dasdificuldades por que passa o nossoEstado, sabemos das dificuldadesdas transferências dos repasses cons-titucionais, mas os poderes preci-sam funcionar”, disse.

Segundo Motta, a Assembleiasempre se colocou como mediado-ra e interlocutora nas discussõesentre o Executivo e o Judiciário, oMinistério Público, o Tribunal deContas, o funcionalismo, os seg-mentos atuantes da nossa coletivida-de, e nesse momento atual de cortede gastos, não foi diferente.

“Procuramos adotar a modera-ção costumeira em nome não ape-nas do bom-senso, mas do bem doRio Grande do Norte”, disse, soli-

citando o reconhecimento do valor,do esforço, de todos, no sacrifíciofeito ao longo desses últimos tem-pos.

“Estamos sendo parceiros, temoscolaborado, cortando na própria carne,mas é chegada uma hora em que opoder Legislativo tem que firmar suaposição de acordo com as suas prer-rogativas, sobretudo com a sua inde-pendência, sem confronto, mas de-fendendo sua liberdade”, afirmou.

Conhecido pelo temperamento

sereno, sempre buscando e respei-tando o diálogo como forma de sechegar ao consenso, Ricardo Mottadisse ainda que é sua a responsabi-lidade de se pronunciar em nomedo Legislativo a respeito do mo-mento pelo qual vive o Rio Grandedo Norte. “Um momento grave, decrise financeira, de chamamento àsresponsabilidades dos poderes e degrito cada vez maior da populaçãopelos serviços básicos de responsa-bilidade do Estado”.

Em que pese sua condição dealiado da governadora RosalbaCiarlini, Ricardo afirmou, por fim,que, diante do quadro, não pode-ria calar. “Pelo Poder Legislativoe pela sua chama democrática queemana exatamente do grito popu-lar. Nós, todos nós aqui, neste ple-nário, somos representantes dopovo, eleitos para cumprir o que de-seja a sociedade. Esta Casa repre-senta a sociedade que é, na essên-cia democrática, um painel de pen-

samentos, sonhos, ideias, tendên-cias das mais diversas. Aqui hácorreligionários e adversários, nãoexistem inimigos. Aqui se exerci-ta a atividade política na plenitu-de. É a Casa do Povo. Todas e todosaqui presentes e os que nos assis-tem pela TV Assembleia são tes-temunhas: No nosso mandato sem-pre buscamos trilhar pelos cami-nhos do entendimento, do debate,do desarmamento de espíritos”, fi-nalizou. (AV)

Presidente da AL: “Sabemos das dificuldadesdo Estado, mas os poderes precisam funcionar”

Hermano: ”Walter Alves, acredito, está preparado e chega em um momento bom”

Ricardo Motta: “Legislativo não pode concordar com o decreto. Falo em nome da Assembleia, acima das minhas posições políticas”

PRESIDENTE AFIRMA QUE GOVERNO DEVERIA TER USADO CRITÉRIO DA PROPORCIONALIDADE AO CORTAR REPASSE AOS PODERESJosé Aldenir

Wellington Rocha

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Uma denúncia do Ministério Pú-blico Federal no Rio Grande do Norte(MPF/RN) contra o ex-prefeito deTangará, Giovannu César Pinheiro eAlves, conhecido como Gija, resul-tou na condenação do político a qua-tro anos e dois meses de reclusão, aserem cumpridos em regime inicial-mente semiaberto. Ele foi conside-rado culpado por desvio de verbas nareforma da sede de um assentamen-to.

Em 2001, o Ministério da Agri-cultura firmou um contrato de re-passe com a Prefeitura de Tangará,então administrada por GiovannuCésar, envolvendo recursos de apro-ximadamente R$ 180 mil, dos quaisR$ 150 mil foram repassados pelaUnião e o restante seria a contrapar-tida municipal. Um dos objetivos docontrato era a reforma do prédio-sede do assentamento Três Voltas.

Apesar da obra ter sido integral-mente paga, a empresa contratada, aRioNorte Construções Ltda., não rea-lizou a revisão de esquadrias de ma-

deira com substituição de ferragensdanificadas, nem instalou as 21 lu-minárias fluorescentes para duas lâm-padas de 40W cada, embora essesitens estivessem previstos no planode trabalho pré-aprovado. Foram ins-taladas apenas 12 luminárias fluo-rescentes para uma lâmpada cada.

Em 2008, a Delegacia Federal doDesenvolvimento Agrário do RN de-terminou uma Relatoria de Visita,que constatou que "a prefeitura ini-ciou os reparos na casa-sede, masnem tudo o que estava previsto foirealizado (…), as esquadrias nãoforam recuperadas, as fechadurasnão foram substituídas, o forro doteto não foi recuperado e está cain-do, portões de ferro ainda estão porser colocados, o prédio continua seminstalação hidráulica, dentre outrasomissões".

No entender do juiz, "é fatoque o decurso dos anos pode ense-jar o enferrujamento de portas ejanelas, e até mesmo infiltração noteto, mas não há como as luminá-

rias terem sido substituídas". O su-posto proprietário da empresa be-neficiada pelo desvio de recursosfoi inocentado pela Justiça, "porse tratar, muito provavelmente, desimples 'laranja' inserido no quadrosocial da empresa sem seu conhe-cimento ou autorização".

Em depoimento, o suposto pro-prietário revelou que forneceu seus do-cumentos a parentes, mas que não sabiaque era para figurar como sócio de ne-nhuma empresa, afirmando que jamaisesteve em Tangará e nem trabalhou naárea de engenharia civil, sendo na ver-dade vendedor, com residência em JoãoPessoa, na Paraíba.

Ao calcular a pena do ex-prefei-to, o magistrado considerou, entreoutros fatores, que Giovannu Césaré réu em várias ações criminais pelaprática de crimes de desvio de dinhei-ro público e de fraudes licitatórias.Além da pena de quatro anos e doismeses, ele terá de indenizar um valorde, no mínimo, R$ 2.117,47 aos co-fres da União. Após o trânsito emjulgado, poderá ainda ficar inabilita-do por cinco anos para o exercíciode cargo e função pública, eletivoou de nomeação; e se a sentença forconfirmada por tribunal se tornaráinelegível por até oito anos após ocumprimento da pena.

Quarta-feira4 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013 Política

DE BRASÍLIA - [email protected]

Walter Gomes

LEITURA DINÂMICA

Ele não briga com os fatos(Salvador) – Jaques Wagner surpreendeu ao anunciar,

ontem, que concluirá o segundo mandato no governo daBahia. Esperava-se que renunciasse para concorrer ao Se-nado, em outubro de 2014, ou mesmo à Câmara, onde foium dos líderes do PT.

n n n

O desgaste do seu partido é determinante para que co-mande, no cargo, a sucessão. O candidato preferencial deleé o chefe da Casa Civil, Rui Costa. Mas, há discordância nopetismo. Inscrevem-se como aspirantes o senador WalterPinheiro e o secretário estadual de Planejamento, José Ga-brielli. Dos três, Pinheiro é o de maior empatia com os elei-tores. Gabrielli, por causa do fiasco na presidência da Petro-bras, seria uma aventura que não encoraja o pragmático go-vernador dos baianos e ex-ministro (Trabalho e RelaçõesInstitucionais) sob o governo Lula da Silva.

n n n

A oposição entra em campo com o ex-deputado Ged-del Vieira Lima (PMDB) e, possivelmente, com a senado-ra Lídice da Mata (PSB), caso Eduardo Campos, coman-dante do socialismo nativo, confirme sua postulação fede-ral. O DEM e o PSDB observam. Por enquanto, a disputanão tem favorito. (WG).

Modéstia à parteA propósito do projeto nacional do tucanato.

No discurso final da reunião de ontem dos dirigentes

regionais do PSDB – 26 estados e Distrito Federal –, Aécio

Neves inspirou-se na “humildade” da conterrânea Dilma

Rousseff, a Presidente que busca a reeleição em 2014.

n n n

Disse o senador mineiro que a candidatura da social-

democracia ao Palácio do Planalto “é uma obrigação, uma

necessidade para o Brasil”.

Mais:

“Quem está no poder envelheceu. O novo somos nós.”

t Deputados do PT de-fendem a criação de CPI(Comissão Parlamentarde Inquérito) para apurara denúncia sobre o carteldo metrô de São Paulo.Os petistas querem colo-car tucanos no rol dosculpados.t Com uma tramitação

menos burocrática do que a

da Câmara, o Senado ela-

bora minirreforma eleitoral.

A iniciativa, via leis ordiná-

rias, é do presidente Renan

Calheiros (PMDB-AL).

t Está para acontecer: odeputado DomingosDutra (MA) vai desligar-se do PT. Explica: “Rom-perei o laço de anos, por-que não posso ficar emum partido dominado por(José) Sarney.”t Amanhã, o PSDC entra

em rede nacional de rádio

(20h às 20h05) e tevê

(20h30 às 20h35).

tÓrgãos de inteligênciado governo preveem ma-nifestações, dia Sete deSetembro, contra a pre-sidente Dilma Rousseff eseus antecessores ime-diatos – Lula da Silva eFernando Henrique Car-doso.t Jandira Feghali (PCdoB-

RJ) pretende trocar a Câ-

mara pelo Senado, na elei-

ção do próximo ano.

tAmigão de José Serra,o senador Aloysio NunesFerreira (PSDB-SP) tentadesmontar a operaçãopara tirar o ex-governa-dor paulista do ninho tu-cano e lançá-lo candida-to (terceira vez) ao Pla-nalto. Duas siglas estãono jogo: PSD e PPS.t Para refletir: “A imagina-

ção é positivamente apa-

rentada com o infinito”

(Charles Baudelaire, poeta

francês).

Loteria do votoMudança na sucessão fluminense, segundo o Ins-

tituto Ideia.Fosse hoje o dia da consulta às urnas, os senado-

res Lindbergh Farias e Marcelo Crivella classificar-se-iam para o segundo turno.

Números: Farias (PT) teria 18% dos votos, meioponto percentual a mais que Crivella (PRB), licencia-do do mandato parlamentar para dirigir o Ministério daPesca.

n n n

O deputado Anthony Garotinho (PR),ex-chefe doExecutivo estadual, com 13,5%, caiu para o terceirolugar, após liderar a corrida e, na sequência, descer paraa segunda posição.

Luiz Fernando Pezão (PMDB), lançado pelo gover-nador Sérgio Cabral, filho, também peemedebista, seriaapoiado por 11,5%.

Cesar Maia (DEM), vereador e ex-prefeito carioca,cravaria 8,5%, enquanto o deputado Miro Teixeira (PDT)receberia 4,5% dos sufrágios.

n n n

Pós-escrito: no levantamento em que é incluído nalista dos pretendentes ao Palácio Guanabara, Marce-lo Freixo (foto), da bancada do PSOL na AssembleiaLegislativa, assume, com 16%, a vice-liderança na cor-rida ao poder regional. Freixo é um político ascenden-te, com alto respaldo popular na capital e em Niterói,segunda cidade mais importante do estado.

JOAQUIM PINHEIRO

REPÓRTER DE POLÍTICA

O primeiro dia dos trabalhoslegislativos na Câmara Municipalde Natal foi de protestos e quebra-deira. Um grupo de manifestantesdestruiu tapumes que protegiam afachada do prédio onde estavamsendo feitas reformas, gritavam pa-lavras de ordem e agrediram verbal-mente servidores que tentavam en-trar na Câmara Municipal para cum-prir o seu expediente de trabalho.Mesmo diante dos protestos e dosatos de selvageria, a sessão trans-corria normalmente, quando o for-necimento de energia foi interrom-pido, segundo informações, por ini-ciativa dos manifestantes que teriaacionado um dispositivo proposita-damente.

Ainda durante a sessão o pre-sidente da Casa, vereador Albert

Dickson suspendeu os trabalhos edeterminou a entrada de alguns ma-nifestantes para negociação com aMesa Diretora.

Os estudantes mobilizados con-tinuam reivindicando a aprovaçãodo projeto Passe Livre nas passa-gens de transportes coletivos emNatal. Na oportunidade, falaramum representante dos estudantes eoutro do Sitoparn - Sindicato dosMotoristas de Transportes Alterna-tivos, José Pedro, popularmente co-nhecido como Pedrinho. No seudiscurso, o sindicalista culpou oprefeito Carlos Eduardo pela ocu-pação da prefeitura e disse que oprojeto de licitação "é um retroces-so", entendendo que o movimentodos estudantes nas ruas de Natalprestou um serviço à populaçãoquando provocou a retirada do pro-jeto da pauta de votação na Câma-ra Municipal de Natal.

Manifestantes depredam CâmaraMunicipal e agridem servidores

O corpo da senhora CelinaMaria Maia Ferreira, esposa do ex-governador Iberê Ferreira de Souza,que faleceu na tarde desta últimaterça-feira de esclerose lateral amio-trófica (uma doença degenerativa),está sendo levado para Recife ondeserá cremado. Momentos antes deser rezada uma missa no Centro deVelório na rua São José na manhãde hoje, o ex-governador Iberê Fer-reira informou que durante mais de9 anos a esposa viveu a base de ali-mentação parenteral e não falava."Tivemos que instalar uma UTI emcasa", diz ele, acrescentando quetodos ficaram consternados com amorte de dona Celina, mas cons-cientes de que ela descansa em paz.Celina Maria Maia, tinha 62 anos eera filha do empresário João Olím-pio, também já falecido.

Um grande número de pessoascompareceu ao velório da esposa do

ex-governador, entre eles políticos,empresários, amigos, familiares eex-auxiliares de Iberê Ferreira quan-do governador do Estado. Estive-ram presentes, os ex-senadores, Fer-nando Bezerra e Geraldo Melo, de-putados Márcia Maia, Gustavo Fer-nandes, Tomba Farias, HermanoMorais, Ezequiel Ferreira, FábioDantas, Leonardo Nogueira e Geor-ge Soares. Presentes também osempresários, Flávio Azevedo, ex-presidente da Fiern, Edilson Trin-dade, presidente da Clan, José Wal-ter, empresário da construção civile vários outros integrantes da ini-ciativa privada que prestaram ser-viços ao governo Iberê Ferreira deSouza. A governadora RosalbaCiarlini também apresentou con-dolências ao ex-governador e a ex-governadora Wilma de Faria nãocompareceu ao velório porque estáviajando. (JP)

Manifestantes fora da Câmara quebraram tapumes e derrubaram a cerca do muro

ALBERT DICKSON CHEGOU A SUSPENDER A SESSÃO PARA OUVIR MANIFESTANTES

> CELINA MARIA MAIA FERREIRA

> MAIS UMA CONDENAÇÃO PARA GIJA

Políticos e amigos comparecem aovelório da ex-primeira dama do RN

Ex-prefeito de Tangará é condenadoa quatro anos e dois meses de prisão

Ex-governador Iberê Ferreira recebe conforto de Geraldo Melo durante velório

Canindé Soares

Divulgação

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 5Natal, 7 de agosto de 2013Política

CIRO MARQUES

REPÓRTER DE POLÍTICA

O carnaval de Macau custoumais de R$ 4 milhões para os cofrespúblicos do Município e a "pompa"foi tamanha que houve até mesmoum almoço em uma grande chur-rascaria de Natal, semanas antes doinício da festa carnavalesca, parapromover o evento. O problema éque os jornalistas, políticos e bandasconvidadas não sabiam que, na ver-dade, estavam ajudando a onerar osgastos do município com a SaúdePública. Isso mesmo. Os gastos dolançamento do Carnaval foram clas-sificados como despesas com aSaúde Pública Municipal.

E classificados só não. Foramtambém colocados na conta dos gas-tos com a pasta. Afinal, os gastosestão dentro das despesas da Secre-taria Municipal de Saúde, na subfun-ção Administração Geral. Segundoa Prefeitura de Macau, inclusive, opagamento da churrascaria para olançamento do carnaval seria partedo programa "Assistência Básica,Hospitalar e Ambulatorial", umaação proveniente da "Manutençãodas Atividades do Fundo Munici-pal de Saúde".

Para se constatar isso, é fácil.Basta acessar o Portal da Transpa-rência de Macau (http://transparen-cia.macau.rn.gov.br/). O problema

é que encontrar a despesa não é tãosimples. Tanto é assim que mesmotendo sido uma despesa registradano dia 21 de janeiro, somente agorafoi descoberta pelo blog Macau emPauta. O gasto de R$ 7,88 mil, pagoa churrascaria Sal e Brasa, está co-locado dentro das despesas da Se-cretaria Municipal de Saúde, sendoclassificada como "material desaúde".

No detalhamento da despesa, a

"observação" que, finalmente, exem-plifica que a despesa não tem muitoa ver com os gastos com a saúde:"Referente ao fornecimento de Mer-cadorias (Refeições), destinada aoEvento de Lançamento e Apresen-tação do Carnaval de Macau 2013,a Imprensa Local, da Cidade deNatal/RN".

Isso mesmo. Em Natal. Ou seja:apesar de representar gastos com asaúde, o pagamento da churrascaria,

em evento que contou com a presen-ça de muitos jornalistas, políticos eatrações musicais que se apresenta-riam durante o carnaval, como abanda Grafith, representou uma des-pesa que não foi nem para a popu-lação macauense em si.

E lembrar que essa confusão nadespesa vem a tona em meio a umaverdadeira crise política pela qual oprefeito de Macau, Kerginaldo Pinto,do PMDB, atravessa, depois de exo-

nerar mais de 250 cargos comissio-nados da administração municipalpara poupar os cofres públicos. Amedida extrema acabou causandoinsatisfação dos vereadores da basealiada do prefeito. Muitos deles rom-peram com a gestão Kerginaldo epassaram para a oposição.

Diante da pressão, o prefeitoafirmou que os cortes foram referen-tes às dificuldades financeiras. Se-gundo o Portal da Transparência de

Macau, até hoje, o Município apre-senta uma receita de R$ 38,5 mi-lhões. Só de royalties do petróleo,foram R$ 13 milhões recebidos atéo momento. Os parlamentares que-rem saber para onde estão indo osrecursos recebidos pela Prefeiturade Macau, já que não há nenhumagrande obra no Município que jus-tifique os gastos de cerca de R$ 40milhões recebidos no primeiro se-mestre.

O Tribunal Regional Eleitoraldo Rio Grande do Norte (TRE) jul-gou procedente a Ação de Justifi-cação de Desfiliação Partidária dodeputado estadual Kelps Lima paradesfiliação do Partido da Repúbli-ca (PR), sem incorrer em infideli-dade partidária. Por unanimidadede votos, a corte da Justiça Eleito-ral potiguar decidiu favorável aopedido do parlamentar. A decisão doTRE se deu em desacordo com oparecer da Procuradoria RegionalEleitoral, que tinha sido pela nãodesfiliação.

O relator da matéria foi o juizCarlo Virgílio Fernandes de Paiva.Na petição, Kelps, que é advoga-do, alegou justa causa por gravediscriminação pessoal e desvio doprograma partidário. "A decisão ra-tificou o que coloquei no processo,que tinha tido grave discriminaçãopessoal a mim dentro do partido ea Justiça reconheceu isso", afirmouKelps ao Jornal de Hoje na manhãdesta quarta-feira.

O deputado disse que irá espe-rar o trânsito em julgado da maté-ria para poder falar sobre a novaopção partidária. Apesar disso, eleconfirma a intenção de se prepararpara disputar a reeleição no anoque vem. "Eu não queria abrir odebate em torno de partido, até otrânsito em julgado. Como advoga-do, sei que há de se ter respeito

com a Justiça Eleitoral. Enquantonão transitar em julgado, estou fi-liado ao PR, e não posso estar fi-liado a partido e anunciar um novopartido, salvo se for um partidonovo, que aí não há impedimentolegal. Mas só vou tomar a decisão(sobre a nova legenda) após o trân-sito em julgado. Preciso saber seterá recurso. Vamos aguardar".

Apesar da expectativa criadaem torno do novo partido, Kelpsconfirma conversas com pelomenos duas legendas, a Rede Sus-tentabilidade, organizada nacional-mente pela ex-senadora e ex-mi-nistra Marina Silva, que disputou aPresidência da República em 2010,e o PP, partido que no Estado é pre-sidido pelo vereador Rafael Motta."Em relação a partido, preciso pen-sar primeiro na tática eleitoral parao próximo ano, e na estratégia fu-tura daquilo que pretendo ter comocarreira política. É uma decisão quedeve ser tomada com muita calma,levando-se em consideração essesaspectos", explicou.

Primeiro suplente na eleição de2010, Kelps Lima chegou à Assem-bleia no final de 2012, com a renún-cia do deputado estadual Poti Jú-nior, então no PMDB, para assumirvaga de conselheiro do Tribunal deContas do Estado (TCE). Entre aspremissas para a escolha da novalegenda, Kelps afirma estar o res-

peito ao fato de ele não ter alinha-mento automático com nenhum go-verno. "Não tenho alinhamento deposição com nenhum governo, eessa é uma discussão básica com opartido ao qual eu venha me filiar".

Parlamentar de propostas pro-gressistas, Kelps apresentou umasérie de projetos no início desteano, apontados para a necessidadede uma reestruturação da máquina

administrativa, reforçando princí-pios como economicidade e publi-cidade, dentre outros. Politicamen-te, ele defende a tese de que nãoprecisa haver a dicotomia entre si-tuação e oposição na arena do de-bate político. "Não comungo comisso de que se é situação, tem queser a favor cegamente de propostasdo governo e contra as propostas dasituação, e vice e versa. Preciso dis-

cutir um partido que me dê liber-dade para isso".

RELAÇÃOSobre a Rede e o PP, porém,

Kelps afirma que possui com osdois partidos excelentes relaciona-mentos. Ele negou, contudo, que apossibilidade de ir para a Rede sedê em função de assumir o coman-do do partido no Rio Grande do

Norte. "Nos dois partidos, eu tenhoexcelente relação. Um - a Rede -não é nem partido ainda. É um equí-voco dizer que eu iria para a Redepara dirigi-la. Não é verdade, atéporque a forma do partido não per-mite comando. Tive conversa commembros da Rede nacional e umaconversa com um grupo local, quetem vários grupos. Mas não temnada decidido".

Com relação ao PP, de RafaelMotta, o deputado Kelps Lima disseque o presidente da legenda mani-festou o desejo de que ele fosse parao PP. "Eu disse a Rafael que quan-do transitasse em julgado nós iría-mos sentar. Somos grandes amigos,votei nele para vereador de Natal evou sentar com ele para conversar".

Sobre convites para outros par-tidos, Kelps disse que tem, sim,mas que não conversou ainda comnenhuma outra legenda. "Sempretem (convites), 'venha para cá', massentar para conversar, não. Senteicom nenhum partido constituído".Sobre a opinião de João Maia, quedisse que iria "deixá-lo" ir semhaver recurso do PR contra a deci-são da Justiça, Kelps disse ser aopinião dele. "E eu irei. Sem pro-blema de ordem pessoal com JoãoMaia". Kelps confirma que vai ten-tar ser candidato à reeleição. "Seconseguir construir candidatura adeputado estadual".(AV)

Prefeitura de Macau utilizou dinheiro dasaúde para pagar churrasco no Carnaval

Banda Grafith reunida no início do ano para o lançamento do Carnaval de Macau, na churrascaria Pagamento da “conta” da churrascaria foi feito com valores destinados ao programa de Saúde de Macau

VALOR PAGO A CHURRASCARIA DE NATAL APARECE NOS GASTOS COMO “ASSISTÊNCIA BÁSICA, HOSPITALAR E AMBULATORIAL”

> SEM INFIDELIDADE PARTIDÁRIA

TRE concorda com desfiliação de Kelps do PR

Por mais que haja quem digaque lá dentro o clima está "tenso"e a relação entre o colégio de pro-curadores e o procurador-geral deJustiça, Rinaldo Reis, "azedou",segundo a Associação do Minis-tério Público do RN (Ampern),por meio de nota divulgada namanhã de hoje, fez questão de res-saltar que o clima é tranquilo eque não existe abuso de poder oualgo semelhante por parte do PGJ.

"Não existe qualquer abuso depoder, ou algo semelhante, porparte do procurador-geral de Jus-tiça, durante a sua gestão, confor-me noticiado nos últimos dias",afirmou a nota da Ampern, fazen-do referência à polêmica recente,de que a extinção do cargo de as-sessor ministerial teria sido umexemplo da falta de dialogo quehavia dentro do Ministério Públi-co.

Na verdade, segundo a pró-pria nota esclarece, no MinistérioPúblico existem dois cargos de as-

sessoramento, um chamado de as-sessor ministerial, que auxilia osprocuradores, com salários decerca de R$ 7,5 mil, e o de assis-tente ministerial, que exerce amesma função de assessoramen-to, só que em relação aos promo-tores de Justiça, com vencimentosde cerca de R$ 2,6 mil.

"O que a Procuradoria-geralde Justiça propõe é implementaro tratamento igualitário entre osassessores e assistentes ministe-riais e, por sua vez, entre promo-tores e procuradores de Justiça, oque reflete o desejo da grandemaioria dos membros do Minis-tério Público potiguar, qual seja,a de acabar com essa injusta di-ferenciação de tratamento remu-neratório entre dois cargos queexercem a mesma função", apon-tou a nota.

Apesar de representar "grandemaioria", esse desejo de extinçãodo cargo de assessor não traduzi-ria o desejo dos procuradores, uma

vez que isso prejudicaria a relaçãodeles com os cargos comissiona-dos que os auxiliam. Por isso, in-clusive, o colégio de procuradoresconseguiu uma decisão liminar doConselho Nacional do MinistérioPúblico (CNMP) para que o pro-curador-geral não extinga os car-gos até que seja julgado se ele tempoder para isso.

Rinaldo Reis, por sua vez, emcontato com O Jornal de Hoje,confirmou que não pretende haverqualquer decisão contrária antesque o mérito seja julgado noCNMP. Contudo, ele entende queo Conselho vai garantir o poderdele de eliminar os cargos, atéporque isso vai representar umaelevação de remuneração de outracategoria sem significar um incre-mento das despesas com folha depessoal. Esse aumento, inclusive,vai garantir, segundo Reis, que oscargos comissionados optem porcontinuar na função por maistempo, sem trocar "facilmente"

por qualquer outro que tenha umaremuneração "um pouco melhor".

Com relação a polêmica sobrea denúncia de que Rinaldo Reis es-taria praticando assédio moral aocontinuar com o objetivo de aca-bar com os cargos mesmo dianteda decisão liminar do CNMP, queteria sido feita por procuradores,tanto Rinaldo Reis, quanto algunsprocuradores, disseram negar a hi-pótese. O PGJ afirmou que a re-lação dele com o colégio de pro-curadores "é boa e respeitosa" eque os desentendimentos está li-mitados ao "aspecto jurídico". Omesmo foi afirmado, recentemen-te, por alguns procuradores.

"O Ministério Público poti-guar é uma instituição unida, eque não está vivenciado qualquermomento de crise. Divergência deentendimentos existem e são na-turais em qualquer tipo de orga-nização humana, não sendo dife-rente no setor público", afirmou aAmpern sobre o assunto.

> DIVERGÊNCIA SÓ JURÍDICA

Associação nega desentendimento no MPRN

Kelps Lima está livre para escolher outro par tido. Antes, ele não queria “abrir debate” em “respeito” à Justiça Eleitoral

Rinaldo Reis: “Divergência é apenas jurídica e o clima dentro do MP é tranquilo”

Divulgação Reprodução

Heracles Dantas

José Aldenir

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Quarta-feira6 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013 Cidade

ROBERTO CAMPELLO

[email protected]

Depois de muita resistência porparte dos servidores que trabalhamna unidade e que temiam a descon-tinuidade na oferta dos serviços, oCentro de Saúde Reprodutiva LeideMorais passará por processo de mu-nicipalização, quando seus servi-ços ofertados serão de responsabi-lidade do município de Natal. Osecretário estadual de Saúde, LuizRoberto Fonseca, o secretário mu-nicipal de Saúde de Natal, Cipria-no Maia, e a diretora geral do Cen-tro, Débora Torquato, se reuniramnesta terça-feira (5), na Secretariade Estado da Saúde Pública (Sesap),onde reafirmaram o entendimentode que os serviços ofertados à po-pulação naquela unidade são do do-mínio da assistência básica desaúde, sendo, portanto, de respon-sabilidade do município de Natal.

O Centro de Saúde Reproduti-va Leide Morais realiza atendimen-to ambulatorial em saúde reprodu-tiva em áreas como mastologia,urologia, sexologia, psicologia, der-matologia, entre outros. O prédioestá localizado no bairro do Ale-crim, zona Oeste de Natal. Por dia,são realizados aproximadamente500 atendimentos. "Ambos os entesentendem que a atribuição do Cen-tro Reprodutivo diz respeito aoacesso da população à assistênciabásica, como prevenção das pato-logias oncológicas, acesso a alguns

serviços na área de sexologia e gi-necologia, que são prerrogativas daassistência dada pelos municípios",explicou o secretário Luiz Rober-to Fonseca.

Ficou definido que até a próxi-ma semana será instituída uma Co-missão Paritária, composta por re-presentantes do Estado e do Muni-cípio, que irá conduzir o processode municipalização, no qual o pré-dio onde funciona o Centro será re-passado para o município, com al-guns dos equipamentos e parte dosservidores que lá atuam. Os servi-dores, por sua vez, não serão mu-nicipalizados e suas atuações segui-rão um processo de co-gestão, entreo Estado e o Município, de formaque os mesmos permanecerão comoservidores estadual lotados nas uni-dades do município.

Luiz Roberto Fonseca consi-dera que a municipalização traráum resultado positivo para a popu-lação, haja vista que após o redi-mensionamento dos serviços, o ex-cedente de equipamentos será uti-lizado em hospitais da Rede Esta-dual e alguns profissionais serãolotados principalmente em unida-des que compõem a Rede Mater-no Infantil do Rio Grande doNorte. O Centro de Saúde Repro-dutiva conta hoje com 21 gineco-logistas e obstetras.

"Essa medida vai permitir co-locar em funcionamento os servi-ços do Hospital da Polícia Militare do Hospital de Macaíba. Quando

o município faz a parte dele, o Es-tado pode cumprir melhor suas pró-prias atribuições. O SUS passa afuncionar dentro desse princípio decomplementaridade, em lugar deter apenas um ente querendo exe-

cutar todos os papéis, sem ter con-dições materiais, humanas e finan-ceiras para tanto", destacou LuizRoberto Fonseca.

A diretora do Centro, DéboraTorquato, que temia a municipaliza-

ção sob a ótica de que os serviçospoderiam ser suspensos, disse queconcorda com a municipalização,desde que os serviços continuemsendo oferecidos. "Não somos umserviço que apresenta tanta despesa,somos mais solução diante da faltade assistência. Mas como o Estadonão tem recursos para manutençãopermanente e a Prefeitura disse queassumia o serviço, inclusive fazen-do voltar a funcionar o mamógrafoe a ultrassonografia, somos favorá-veis que isso aconteça, pois seráuma municipalização com respon-sabilidade. Os servidores que quise-rem ficar aqui vão poder ficar, comexceção dos ginecologistas e obs-tetras", destacou. Débora disse queainda está preocupada com a saúdedo homem, já que a Sesap transfe-riu os três urologistas da unidadepara o Hospital Monsenhor Walfre-do Gurgel.

O secretário de Saúde de Natal,Cipriano Maia, explicou que dentrode 30 dias a comissão deverá con-cluir o trabalho e, em seguida, fe-char o termo de municipalização doCentro de Saúde Reprodutiva. O se-cretário garantiu a continuidade naoferta dos serviços que hoje são ofe-recidos à população. "Estamos es-tudando com responsabilidade comoserá feito esse processo, mas no atualcontexto não teremos condições derepor todos os profissionais que nãoforem municipalizados".

"É uma iniciativa importanteporque incorpora à rede municipal

um serviço de referência na áreade saúde reprodutiva no Estado,possibilitando uma melhor integra-ção com as demandas da rede bá-sica e oferta de um melhor serviçona área de saúde da mulher. A mu-nicipalização da saúde em Natalaconteceu de forma incompleta eagora estamos retomando a gestãoplena. O Município assume aquiloque já era de responsabilidade delee contribui para que o Estado foqueos esforços nas áreas que lhes sãode responsabilidade", ressaltou Ci-priano Maia.

Cipriano Maia disse ainda quea Secretaria Municipal de Saúdeanalisa a possibilidade de criar umserviço de atenção básica dentrodo Centro de Saúde Reprodutiva, jáque o bairro do Alecrim, apesar deser populoso, não dispõe de nenhu-ma unidade básica de saúde. Noentanto, essa perspectiva só deve seconcretizada no próximo ano, emvirtude das limitações financeiras daPrefeitura de Natal.

GREVEA greve dos servidores esta-

duais da saúde, iniciada desde odia 1º de agosto, tem causadotranstornos ao Centro de SaúdeReprodutiva da Mulher. Com aparalisação, 100% dos serviçosestão suspensos. Os médicos nãoaderiram ao movimento grevista,mas dependem dos técnicos, queestão em greve, para realizar osprocedimentos.

A obra de reforma e ampliaçãodo Hospital Central Coronel PedroGermano, conhecido como Hospi-tal da Polícia, já está com 85% con-cluída. A expectativa é que até ofinal do ano, o Hospital esteja pron-to e com capacidade máxima para130 leitos, sendo dez leitos de Uni-dade de Terapia Intensiva (UTI)Adulto, que hoje conta apenas comtrês, e dez leitos de UTI Neonatal,que hoje conta com sete leitos. Noentanto, para que o Hospital voltea funcionar na plenitude, a direçãoespera que seja solucionado o pro-blema de déficit de recursos huma-nos na unidade hospitalar. Desde2011, a direção solicitou ao Gover-no do Estado a realização de umconcurso público, mas que, em vir-tude da Lei de ResponsabilidadeFiscal, fica impossibilitado de fazê-lo. A Secretaria Estadual de SaúdePública (Sesap) está concluindo umestudo de dimensionamento técni-co para identificar quantos profis-sionais serão necessários para oHospital.

O diretor do Hospital da Polí-cia, coronel Kleber Cavalcanti, ex-plicou que a obra já atingiu 85% deconcluída, mas esbarra na instala-ção do ar condicionado central, quedepende de compra por licitação.O processo encontra-se em fase finalna Secretaria de Infraestrutura e aexpectativa é que nos próximosmeses esse sistema de refrigeraçãoseja instalado. Após a reforma, queaumentará em mais de cinco mil

metros quadrados de área construí-da, o Hospital da Polícia passará afuncionar com 130 leitos - de clíni-ca médica, clínica cirúrgica e obs-tetrícia -, já que a maternidade terácapacidade para 30 leitos. Alémdisso, o Hospital estará habilitadopara realizar cirurgias eletivas, in-clusive procedimentos ortopédicos.

O coronel Kleber Cavalcanticonta que o quadro de médicos eenfermeiros da Polícia Militar estácom déficit de profissionais. Comisso, o diretor teme que o Hospitalpossa concluir a sua reforma e am-pliação, mas ser impossibilitado defuncionar com a capacidade máxi-

ma por falta de profissionais. "Es-peramos que esse problema possa serresolvido até lá para que possamosfuncionar plenamente, pois o hospi-tal atende exclusivamente ao Siste-ma Único de Saúde e a populaçãoserá a maior beneficiada", afirmou.

Diante da crise na assistênciaobstétrica, o diretor disse que o setorde maternidade do Hospital da Po-lícia poderá ser aberto antes do prazofinal, mas não arriscou uma previ-são. A parte física do setor já estána fase final de acabamento, quedepende da instalação da rede deoxigênios, dos gases medicinais,que já está sendo providenciado,

além da aquisição e instalação dosclimatizadores de ar. Segundo o di-retor do Hospital da Polícia Militar,os recursos oriundos do GovernoFederal, no valor de cerca de R$ 8milhões destinados a aquisição deequipamentos para a unidade já seencontram disponíveis e em breveserá iniciado o processo de licitação.

CONVOCAÇÃOOntem, o secretário estadual de

Saúde, Luiz Roberto Fonseca, anun-ciou que a Governadora RosalbaCiarlini autorizou o processo deconvocação de 43 profissionais desaúde, entre enfermeiros, técnicos de

enfermagens e Clínicos, aprovadosno concurso de 2010, para seremlotados no Hospital da Polícia. Osecretário destacou que mesmodiante das dificuldades financeirasvividas pelo Rio Grande do Norte,"a governadora mais uma vez de-monstra seu comprometimento comos serviços de saúde pública" e quediante das necessidades apresenta-das pelo Hospital da Polícia, reali-zará a convocação de novos profis-sionais para complementação doquadro da unidade.

De acordo com Luiz RobertoFonseca, a medida visa ampliar a ca-pacidade de atendimento daquele

hospital que, desde setembro de2012, oferece 16 leitos, como reta-guarda para o Hospital MonsenhorWalfredo Gurgel. Além disso, oHospital também oferece sete leitosde UTI Neonatal e sete leitos deUCI, unidade intermediária. "OHospital Central Coronel Pedro Ger-mano passa por um processo de re-forma e ampliação, que aumentaráa capacidade de atendimentos dohospital de 50 para 130 leitos, aju-dando a desafogar outras unidadesdo Estado", disse o secretário esta-dual de Saúde.

O diretor explicou que os pro-fissionais que devem chegar nospróximos dias serão para comporas escalas da UTI Neonatal e da as-sistência aos 16 leitos de clínicamédica. Ao todo, o diretor solicitou28 técnicos de enfermagem, oitoenfermeiros e nove médicos de clí-nica geral. "Desde que os leitosforam abertos, estes servidores fi-caram de vir e ainda não chegaram.Até o momento, os servidores vi-nham trabalhando com os plantõeseventuais, feito por técnicos de en-fermagem de outros hospitais darede que vinham dar horas extrasaqui no Hospital da Polícia, masisso estava ficando inviável", des-tacou o coronel Kleber Cavalcanti."Com o anúncio da convocação denovos profissionais iremos ampliarnossa capacidade de atendimento,colaborando para atenuar a grandedemanda dos demais hospitais doEstado".

Governo do Estado entrega Centro de SaúdeReprodutiva Leide Morais ao município de NatalSECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE GARANTIU A CONTINUIDADE NA OFERTA DOS SERVIÇOS À POPULAÇÃO NATALENSE

Segundo entendimento do Estado e do Município, serviços realizados na unidade são do domínio da assistência básica de saúde Com a greve dos servidores estaduais da saúde, 100% dos serviços estão suspensos desde o dia 1º de agosto

Débora concorda com a municipalização, desde que serviços sejam garantidos

> DÉFICIT DE RECURSOS HUMANOS

Obra do Hospital da Polícia chega a 85%, masGoverno do Estado não garante profissionais

Segundo Coronel Kleber, R$ 8 milhões estão garantidos para aquisição de equipamentos. A reforma da estrutura deve ser concluída no mês de dezembro

Fotos: Canindé Santos

Fotos: Canindé Santos

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 7Natal, 7 de agosto de 2013Economia

MARCOS AURÉLIO DE SÁ [email protected]

HOJE na Economia

Balcão de atendimento para o Pró-Sertão começará a funcionar segunda-feiran O Pró-Sertão, uma iniciativa da Secretaria doDesenvolvimento Econômico do Estado, em par-ceria com o Sistema Fiern e Sebrae/RN, inicia osatendimentos aos empresários e prefeitos já a par-tir da próxima segunda-feira, em Natal, na Sedec,no período das 8:00h às 14:00h.nUma equipe da secretaria atenderá empreende-dores e prefeitos com interesse em integrar o pro-grama de interiorização da indústria de confec-ções. A ideia é fazer o atendimento inicial com umpré-cadastro dos empreendedores e municípios quetenham potencial para investir em facções e em se-guida encaminhar a outras instituições parceiras paradar continuidade ao projeto.n De acordo com o levantamento das institui-ções, 16 facções já foram cadastradas com capa-cidade para atender a demanda das empresas in-tegrantes do Pró-Sertão.n Instaladas nas cidades de Santa Cruz, CerroCorá, Acari, São José do Seridó, Jardim do Seri-dó e Cruzeta as facções iniciam ainda esse mêsa produção de peças, além de serem as primeirasunidades a receberem os cursos para qualificarmão-de-obra.nTendo em vista a demanda por mão-de-obra ca-pacitada, representantes do governo, da Fiern edo Sebrae se reuniram hoje para discutir o calen-

dário de cursos que serão oferecidos pelo Senaiem diversos municípios do Estado. n Com turmas de 30 alunos e duração de doismeses, os cursos capacitarão pessoas para seremempregadas nas 360 facções que deverão ser ins-taladas em todo o RN.

Petrobras apresenta Plano de Comunicaçãode Dutos na Feira do Livro de Mossorón A Petrobras participa da 9ª Feira do Livro deMossoró, que começa hoje e segue até o dia 11de agosto, no Mossoró West Shopping. n Durante o evento, a companhia apresentará oPlano de Comunicação de Dutos da Unidade deOperações de Exploração e Produção do RioGrande do Norte e Ceará (UO-RNCE), no Espa-ço do Conhecimento Petrobras. n No local, projetado para atender crianças eadolescentes, serão realizadas oficinas, palestrase atividades lúdicas com o objetivo de divulgaros procedimentos de segurança e cuidados a seremobservados em caso de emergência no entorno dafaixa de dutos da Petrobras, além de explicar asatividades da companhia na região.nA Petrobras está presente desde a primeira edi-ção da Feira do Livro, expondo diversos temas douniverso infantil e também apoiando o evento quevisa despertar a formação de novos leitores e in-centivar a produção literária no município.

Natal Convention & Visitors Bureau tem novos colaboradores n Focado em ampliar a partici-pação de empresas natalenses nosegmento de Eventos e Negó-cios, o Natal Convention & Vi-sitors Bureau investe na contra-tação de novos colaboradores. n A reestruturação do NatalCVB é uma iniciativa realiza-da em parceria com o Sebrae-RN, que oferece consultoria es-pecializada ao Bureau. O tra-balho tem o objetivo de profis-sionalizar a gestão e essas con-tratações estão entre as primei-ras ações implantadas. n A nova gerente executiva doNatal Convention é a turismólo-ga Valeska Magalhães, que tempós-graduação em Gestão deEventos e em Teoria e Estéticada Arte Contemporânea.n Com mais de 15 anos de ex-periência em gestão de even-tos com vivências no Brasil,Estados Unidos e Europa, Va-leska é especialista nos setoresMICE, cultura e entretenimen-to, e entre as empresas com asquais colaborou encontram-sea Rádio Jovem Pan, Reed Ex-hibitions e Teatro Riachuelo.Também é professora na gra-duação em Relações Interna-cionais da Laureate Internatio-nal Universities (UnP). nA turismóloga Daiani Dama-zio deixa a coordenação de Re-lacionamento e assume a coor-

denação de Captação. Daianiatua há mais de oito anos nestesegmento, e já trabalhou em em-presas como a Oceano Eventose Attitude Promoções e Even-tos, ambas em Santa Catarina.n Alice Barros assume a novacoordenadora de Relacionamen-to. Com MBA em Gestão daQualidade de Serviços, ela atuoucomo Guest Relations no SerhsNatal Grand Hotel, integrou aequipe de Coordenação do 4°Fórum de Turismo do RN eeventualmente compartilha suaexperiência profissional atravésda prática docente e em palestrassobre o tema da hospitalidade,qualidade no atendimento e pres-tação de serviços. n E Georgia Rodrigues, que tra-balhou na Secretaria de Gestãode Pessoas, Logística e Moder-nização Organizacional de Natal,dará suporte ao setor administra-tivo-financeiro da entidade.

Dia dos Pais deverá registrar a menor taxa de crescimento desde 2009nAssim como nas demais datascomemorativas do varejo jáocorridas em 2013, o próximoDia dos Pais deverá registrar umcrescimento menor das vendaseste ano na comparação comanos anteriores.n A expectativa da Confedera-ção Nacional do Comércio deBens, Serviços e Turismo (CNC)é que, no Brasil, o setor apurealta de 4,9% no faturamento realem relação ao mesmo períododo ano passado. Deverá ser amenor taxa de crescimento desde2009 (quando foi registrado+4,7%). n No Rio Grande do Norte, oaumento deve ser um poucomaior que a média nacional, emvirtude de ainda haver demandareprimida no mercado local. AFecomércio RN estima aumen-to de 5,5%. Em 2012, o cresci-mento foi de 7,5%.

n O Dia dos Pais, que em 2013deverá movimentar R$ 3,2 bi-lhões em vendas, disputa com oDia das Crianças o posto de ter-ceira data comemorativa maisimportante do varejo brasileiro.n No Rio Grande do Norte, emvirtude do Liquida Natal, a dataé a quarta mais importante docomércio.

Empresas pagam dívidase retiram alguns bens do leilão da próxima semana nAntes mesmo do início do lei-lão unificado do Tribunal Re-gional do Trabalho da 21ª Re-gião, que acontecerá na próximasemana, muitos devedores quetiveram bens penhorados para opagamento de ações trabalhis-tas têm procurado o TRT-RNpara quitar ou negociar suas dí-vidas. n Esse é o caso do Potiguar Es-porte Clube, que quitou sua dí-vida com a 1ª Vara do Trabalhode Natal e retirou do leilão a suasede, no centro de Parnamirim,avaliada em R$ 8,8 milhões.nOutro imóvel retirado do pre-gão, com o pagamento da dívi-da, foi um prédio residencial lo-calizado na rua Lafayette La-martine, em Candelária, cons-truído numa área de 900m2 eavaliado em R$ 1 milhão.n Durante três dias serão lei-loados mais de 150 lotes de benspenhorados pelas Varas do Tra-balho de Natal, Assu, Caicó,Currais Novos, Macau e Pau dosFerros por falta de pagamentode ações trabalhistas. São imó-veis, terrenos urbanos e rurais,prédios comerciais e residen-ciais, veículos e equipamentos.nO leilão será realizado no au-ditório do Pleno do TRT-RN, apartir das 8:00 horas de segun-da-feira, sob a presidência dojuiz Antônio Carneiro, coorde-nador da Central de Apoio àExecução (CAEx) e prossegui-rá na terça e na quarta-feira.

SYLVIA SÁ - [email protected] - (INTERINA)

A Constremac ConstruçõesLtda., empresa responsável pelasobras de construção do TerminalPesqueiro Público (TPP) de Natal,teve os pedidos - em caráter limi-nar - de entrega provisória dasobras e a desmobilização adminis-trativa do empreendimento negadospelo juiz Everton Amaral de Araú-jo, titular da 1ª Vara da FazendaPública de Natal.

A empresa, vencedora da lici-tação para execução da ordem deserviço, alega que o contrato pas-sou a ser descumprido pelo Esta-do, que atrasou ou negou paga-mentos, inviabilizando a continui-dade da obra. O prazo estabeleci-do para construção era de 18 meses,contados a partir da assinatura dotermo de compromisso em 10 dejulho de 2009, com orçamento totalde R$ 29.535.410,19.

A Constremac afirmou, ainda,que, além de os projetos origi-nalmente concebidos terem sidoalterados pelo Governo, ocorreua extinção das obrigações finan-ceiras do executivo estadual, oca-

sionando prejuízos financeiros àempresa.

Segundo consta nas alegaçõesda contratada, não houve alterna-tiva, mesmo após prorrogação dequatro meses no prazo final daobra, senão paralisar por comple-to as atividades do empreendi-mento em 11 de abril de 2011, sobargumento de que a inadimplên-cia acumulada chegou a cerca deR$ 5,5 milhões. A empresa, queacusa o Estado de não dar respos-tas concretas sobre o imbrógliodurante os dois anos de interrup-ção do serviço, diz ter amparadoseus atos na lei de licitações e najurisprudência.

A construtora solicitou, tam-bém, que fosse declarada a ausên-cia de responsabilidade técnicapelos danos que tenham sido cau-sados ao Terminal após a paralisa-ção das obras, em abril de 2011, porconta da negligência do Governoem promover a manutenção pre-ventiva e a conservação das insta-lações e equipamentos já concluí-dos e instalados, além de pleitear

que o Estado fosse impedido denegativar o nome da empresa juntoao Cadastro Informativo de Cré-ditos Não Quitados do Setor Públi-co Federal (Cadin) e ao Sistemaintegrado de Administração Finan-ceira (Siafi), pois não teria respon-sabilidade sobre a paralisação dasobras, o que ocorreu por ato uni-lateral e faltoso do Estado do RioGrande do Norte.

O magistrado, ao analisar aquestão, considerou que o recebi-mento forçado da obra inacabadapelo Estado implicaria, certamen-te, em posterior embaraço ao exer-cício da Administração Pública.Para ele, não é tão simples o rece-bimento provisório de uma obrapública como a empresa argumen-tou nos autos, ainda mais se foravaliado o porte do terminal pes-queiro em questão. "Uma ordemjudicial precipitada poderá aniqui-lar qualquer possibilidade do pos-tulado exercer seu poder-dever defiscalizar o objeto contratual comtoda atenção e cautela necessárias",observou o juiz.

Justiça nega liminar e empresa terá quecontinuar obras do Terminal Pesqueiro

> PREJUÍZO DE TODOS

Mesmo com 95% de conclusão, obra foi paralisada e tem futuro envolvido em disputas judiciais entre a empresa e o Governo

CLEO LIMA

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Subiu de 13 para 36 o númerode municípios que serão atendidospelo programa Água Para Todosno Estado. Devem ser escolhidascidades que ainda não foram con-templadas com ações de combateà seca. A indicação dos seleciona-dos deverá ser feita até o dia 23deste mês.Na data em questão, seráassinado o termo de adesão dosmunicípios com o Governo Fede-ral. Após este primeiro momento,deve ocorrer a liberação da primei-ra parcela dos recursos. A previ-são é que as obras do projeto te-nham início ainda em setembro.

Nesse meio tempo, durante vi-sita do Ministro da Integração Na-cional, Fernando Bezerra, no úl-timo mês de maio, havia sido feitauma solicitação para que pudes-sem ser viabilizadas, diretamentecom os municípios, as instalaçõesde sistemas simplificados de abas-tecimento de água, como peque-nas adutoras, poços tubulares edessalinizadores, o que, com o au-xílio da tecnologia, poderia levarágua a quem tem carência do re-curso.

Segundo o presidente da Fede-ração dos Municípios do Rio Gran-de do Norte (Femurn), Benes Leo-cádio, mesmo com as chuvas quecaíram recentemente, a situaçãoainda é crítica e o aumento nos re-cursos disponibilizados aos muni-cípios do Nordeste foi de suma im-portância para que uma parcelaainda maior da população necessi-tada possa ser atendida pelo progra-ma Água para Todos. "Inicialmen-te foi anunciado um investimentode R$ 100 milhões, por parte doGoverno Federal, mas, após as úl-timas reuniões, o valor foi reajus-tado para R$ 130 milhões, o quepossibilitou ao Rio Grande doNorte o aumento no número demunicípios atendidos, passando de13 para 36. As chuvas dos últimostempos chegaram a amenizar a si-tuação de alguns municípios queestavam em verdadeiro colapso,

mas o abastecimento rural, comoum todo, continua crítico", expli-ca Leocádio.

Ainda de acordo com o presi-dente da Femurn, o programa devepriorizar comunidades com até 40famílias. "A tendência é que sejamcontemplados municípios que te-nham o maior número de decretosde emergência reconhecidos ouainda os locais onde tenham sidoregistrados os menores índices deprecipitação pluviométrica. Emconsonância com estudos feitosatravés de convênios firmados coma Empresa de Pesquisa Agropecuá-ria do RN (Emparn) e com o Ins-tituto de Assistência Técnica e Ex-tensão Rural do Estado (Ema-ter/RN), tivemos a constatação deque as localidades com maior ca-rência de recursos hídricos são oSeridó e a região Central, enquan-to o Oeste, dadas as precipitaçõesrecentes, encontra-se em melhorsituação", pontua

Ao todo, o programa benefi-ciará 300 municípios nos nove es-tados nordestinos, além de parteda região norte de Minas Gerais, in-cluída no semiárido. No total, serãoconstruídos 1.000 sistemas de abas-tecimento. O Programa Água para

Todos tem, no RN, a supervisãodo Departamento Nacional deObras de Combate à Seca (Dnocs),e prevê a construção de 126 cen-trais de abastecimento, com inves-timentos que chegam a R$ 16,4milhões.

No próximo dia 20, em Reci-fe, será definida a padronizaçãodos procedimentos adotados noprojeto, com a presença de técni-cos da Superintendência de De-senvolvimento do Nordeste (Su-dene), do Dnocs e da Companhiade Desenvolvimento do Vale doSão Francisco (Codevasf), já queos três órgãos são responsáveispela fiscalização e supervisão dainiciativa.

O PROGRAMAO Programa Água para Todos,

que integra o Plano Brasil Sem Mi-séria, foi concebido pelo GovernoFederal a partir da necessidade dese universalizar o acesso e uso deágua para populações carentes, re-sidentes em comunidades ruraisnão atendidas por este serviço pú-blico essencial, atendidas por sis-temas de abastecimento deficitá-rios ou, ainda, que recebam abas-tecimento difuso.

Projeto "Água Para Todos"amplia atuação no Estado

Benes Leocádio, da Femurn: “Aumento de recursos foi de suma impor tância”

AGORA SERÃO 36 AS CIDADES BENEFICIADAS COM PROGRAMAHerácles Dantas

José Aldenir

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Quarta-feiraNatal, 7 de agosto de 2013

C M Y K

Cidade8 O Jornal de HOJE

A ocupação do Palácio FelipeCamarão pelos motoristas de trans-portes alternativos, há duas semanas,continua sendo repercutida na socie-dade, de modo à categoria ainda que-rer se explicar sobre o ato que duroumais de 35h, impedindo os trabalhosadministrativos na Prefeitura de Natal.Segundo nota oficial do Sindicato deTransporte Alternativo do Rio Gran-de do Norte (Sitoparn), "nenhumacategoria partiria para realizar umaação dessa natureza, se de fato nãoestivesse no seu limite".

De acordo com o documento, osistema vem sendo massacrado edesprezado desde a sua licitação queaconteceu em 1997, sem atender asnecessidades básicas dos trabalhado-res. "Ou ocupávamos a Prefeitura echamávamos a atenção dos gover-nantes e da sociedade, ou continua-ríamos sendo asfixiados um a um",aponta a nota.

Antes da Prefeitura de Natal im-plementar o cartão de passagem ele-

trônica nos ônibus, em 2008, o Sin-dicato era formado por 177 carros,transportando 88,5 mil passageirospor dia, sendo cada veículo com ca-pacidade para atender 500 passagei-ros diariamente. Atualmente, restam87 carros em operação, com cadaveículo atendendo uma média de200 pessoas por dia, totalizando 17,4mil passageiros.

"Esse é o grande motivo da ocu-pação na sede da Prefeitura. A lutapela permanência do transporte al-ternativo é para garantir a vida dignade 750 famílias que dependem dosistema para sobreviver", reforça oSitoparn. "Na campanha políticaque acabou de acontecer realizamosduas reuniões com o atual prefeitoCarlos Eduardo, momentos em queele firmou um compromisso comos alternativos, mas depois de elei-to nos virou as costas".

Ainda segundo a nota do Sin-dicato, de fevereiro a julho desteano foram enviados 17 ofícios para

a secretária de Mobilidade Urbana,Elequicina Santos, e também aopróprio prefeito Carlos Eduardo,mas nenhum foi atendido. A enti-

dade sindical ainda chegou a pro-curar o secretário-chefe de Gabine-te Civil, Sávio Hackradt; a vice-prefeita Wilma de Faria; o líder do

prefeito na Câmara Municipal deNatal, Júlio Protásio; a Comissãode Transportes da Câmara; e o di-retor do Procon Municipal, KleberFernandes da Silva.

"Solicitamos a todas essas pes-soas que intermediassem uma au-diência com o senhor prefeito e,misteriosamente, não fomos aten-didos. Não tínhamos mais a quemrecorrer. Ou partiríamos para umaação extrema ou prevaleceria aentão democracia disfarçada doprefeito Carlos Eduardo e sua se-cretária Elequicina".

REUNIÃO NA CÂMARAMUNICIPAL DE NATAL

A reivindicação do Sitoparn épela unificação do cartão eletrônicode passageiros nos ônibus e alterna-tivos, além da redução da tarifa paraR$ 2. Essa pauta foi apresentada natarde de ontem por uma comissão doSindicato à mesa diretora da Câma-ra Municipal do Natal, enquanto os

vereadores voltaram a cumprir aagenda legislativa.

Segundo Nivaldo Andrade, re-presentante do Sindicato, o presi-dente da Casa Legislativa, verea-dor Albert Dickson, também con-cordou com a pauta de reivindica-ções e se mostrou sensível à ne-cessidade da categoria. "Estamosesperando o resultado da audiênciaque teremos amanhã com o pre-feito para analisar o que poderá serfeito. A gente espera por novidadespositivas, pois as negativas esta-mos acompanhando durante toda anossa jornada. Não foi apenas oBrasil que acordou, mas também oTransporte Alternativo de Natal",disse Nivaldo.

A reunião que acontecerá ama-nhã na prefeitura entre Carlos Eduar-do e o Sitoparn, às 9h, também seráacompanhada pela Comissão deTransportes da Câmara Municipalde Natal, presidida pelo vereadorAroldo Alves.

A retomada dos trabalhos naCâmara Municipal de Natal (CMN)não foi nada dentro da normalida-de. O fim do recesso legislativodos vereadores e o início do se-gundo semestre de atividades naCasa chegou a ser tenso e bastan-te tumultuado. O novo esquema desegurança no Palácio Frei Migue-linho não conseguiu controlar o in-cessante protesto do grupo de ma-nifestantes da Revolta do Busãoque, mais uma vez, protagonizoucenas de depredação do espaço pú-blico. Além da porta giratória, de-tector de metais e identificaçãopelo sistema "cara-crachá", a popu-lação terá que passar por uma gradede ferro para ter acesso às depen-dências da Câmara.

Essas medidas de segurançaforam adotadas pelo fato da CasaLegislativa ser alvo constante deprotestos que colocam em risco

não só a integridade física do pré-dio público, mas também dos ve-readores e funcionários da Câma-ra. Segundo informações da asses-soria da CMN, a instalação dagrade de proteção já estava dentrodo planejamento, mas está sendoadiantada em função da retiradados tapumes pelos próprios mani-festantes, que quebraram a estru-tura de proteção e fizeram barrica-da com o material.

Liberados para acompanhar asessão ordinária de ontem, um pe-queno grupo de jovens conseguiuinterromper o momento para apre-sentar a pauta de reivindicações.Durante o pronunciamento, repre-sentantes do Movimento PasseLivre cobraram passagens de ôni-bus gratuitas, retorno de linhas ex-tintas, fim da dupla função de mo-torista/cobrador, integração entreônibus da grande Natal e circula-

ção de veículos 24h por dia.Enquanto os representantes do

protesto discursavam, os guardaslegislativos tentavam garantir queoutros manifestantes não entrassemno espaço, sem que antes passassempelo sistema de segurança. Lá fora,o que se ouvia eram palavras deordem, quebra-quebra dos tapumese até a retirada da cerca serpentinados muros. Pouco tempo após opronunciamento dos manifestantes,enquanto os vereadores votavamum veto do prefeito Carlos Eduar-do, o fornecimento de energia daCâmara Municipal foi cortado. Osmanifestantes conseguiram desli-gar o quadro com os disjuntores ea sessão foi interrompida.

"HERÓIS DA RESISTÊNCIA"A segurança interna da Câma-

ra Municipal de Natal é feita pelaguarda legislativa, formada atual-

mente por 23 homens. SegundoGilson Paiva, comandante da guar-da, a equipe está apta para traba-lhar internamente, já que possuem"experiência" devido manifesta-ções ocorridas na gestão passada.

"A gente sabe como agir e tercontrole em determinados momen-tos, até porque já participamos decursos de formação da Polícia Mi-litar e na academia Feroli. Porém,fomos treinados para agir comarmas não letais e de acordo como direcionamento da presidênciada Câmara", disse Gilson.

Entretanto, o comandante daguarda legislativa reforçou que oefetivo de homens é muito pouco."No último protesto onde tivemosque realizar a desocupação, utili-zamos de força proporcional, sendocondizentes com a situação. Mas onosso maior problema é a quanti-dade de homens para lidar nesses

momentos. Não posso negar queestamos com dificuldades. Há pes-soas ordeiras, mas há tambémquem vem para praticar atos devandalismo. Com isso, nós nãotemos como dar conta", explicou.

Gilson Paiva disse que ele esua família já foram vítimas deameaças por integrantes de movi-mento. "É impressionante comohoje eles descobrem tudo muitorápido. Minha família foi ameaça-da. Até minha esposa, que estavagrávida de nove meses, chegou aser mencionada nos cartazes. Al-guns guardas também foram atin-gidos por pedras. Se a Polícia Mi-litar não consegue ter controle emalguns momentos, imagina a gente.Nós somos verdadeiros heróis daresistência", disse o comandante,que atua nessa função desde 1999.

Passando em frente à Câmara,Rosemary Alves, residente no bair-

ro Tirol, se surpreendeu ao ver os ho-mens cavando buracos para colocaras grades de proteção. "É assim quea gente se pergunta onde estamoschegando. Apesar de ter vontade dereivindicar meus direitos, tenhomedo de me juntar a essas pessoas.Movimento com vandalismo não élegal. É triste ver que as barreiras desegurança cheguem a esse ponto,mas não tem outra saída", disse.

Renata Caroline, recepcionistaem uma clínica nas proximidadesda Câmara, também questionou osatos dos manifestantes. Mesmo semter sido prejudicada, a jovem jul-gou "incoerente" as situações devandalismo. "Agora está bem maistranquilo, pois o movimento estáperdendo participação. Nem eunem ninguém que eu conheça foiatingido de alguma forma, mastemos medo do que pode aconte-cer", disse.

Segurança de ferro: Câmara Municipal deNatal será cercada por grades de proteçãoMANIFESTAÇÃO INTERROMPEU SESSÃO ORDINÁRIA, CORTOU FORNECIMENTO DE ENERGIA E CAUSOU REFORÇO NO ESQUEMA DE SEGURANÇA

> TRANSPORTE ALTERNATIVO

“Ou ocupávamos a Prefeitura, ou continuaríamos sendo asfixiados”

Nivaldo diz que categoria teve que partir para ação extrema para conseguir audiência

Fotos: Wellington Rocha

Wellington Rocha

Durante protesto de ontem,manifestantes destruíram

a cerca serpentina dosmuros e picharam

as paredes do prédio

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 9Natal, 7 de agosto de 2013

Cidade

CAROLINA SOUZA

[email protected]

"O medo sempre vai existir,mas com um sorriso no rosto eforça de vontade é mais fácil de en-frentá-lo". A sorridente MariaFrancisca foi diagnosticada comcâncer de mama em agosto do anopassado. O nódulo foi identifica-do enquanto ela vestia uma roupaapós uma tarde de sono. Devido àidade, aos 88 anos, a potiguar na-tural de Caicó disse que não teveo que pensar a não ser ir diretopara uma consulta. "Foi um susto,pois eu sabia que aquele caroçonão era normal. Já perdi familia-res por causa dessa doença e aminha idade já não é favorávelpara esse tipo de doença"' disse.

Até perceber que a doença nãoera sua sentença de morte, DonaMaria custou a se tranquilizar. Masuma viagem à Natal para sua pri-meira consulta foi o início de umrenascimento. No hospital da Ligacontra o Câncer ela fez a cirurgiapara retirada do nódulo e hoje passapelos últimos ciclos de tratamentocom a quimioterapia. Segundo ela,fora a eficiência cirúrgica, um aten-dimento em especial lhe fez ter maissegurança no tratamento: o da Casade Apoio Irmã Gabriela, adminis-trada pela Rede Feminina Contra oCâncer.

"Fui tão bem recebida que mesenti todo esse tempo em casa. Con-fesso que conto os dias para voltarpara a minha cidade, pois não temcoisa melhor no mundo do que onosso lugar. Mas o atendimentodaqui foi fundamental para que eumelhorasse. Sem eles, minha recu-peração poderia ter sido mais difí-cil", disse, ela que atualmente morano município de Lajes.

Apoio, segurança e bem-estarpodem ser palavras comuns, mastêm muito significado para quemvem de longe em busca da curapara o câncer. Com 40 leitos de ca-pacidade, a Casa de Apoio IrmãGabriela oferece uma estadia con-fortável e gratuita para quem vemdo interior para se submeter a tra-tamento oncológico na Liga. A ins-tituição disponibiliza alimentação,transporte e o suporte da equipemultidisciplinar para pacientes que,assim, dispõem de tudo que é ne-cessário para dar continuidade à te-rapia.

Em funcionamento desde 2006,já passaram pelo espaço um total de768 pacientes. Para Lindamar deQueiroz Torres, atual presidente daCasa, é imprescindível a ajuda ereconhecimento da população paraque as atividades sejam mantidas.Apesar de não passarem por ne-nhum problema de mantimento, oespaço, instituição sem fins lucra-tivos, se mantém de doações.

"Nós recebemos pacientes detodos os lugares do Estado comouma forma de ajudar durante o tra-tamento do câncer, pois há um customuito grande no deslocamento, hos-pedagem e alimentação dessas pes-soas, as quais na maioria dos casosnão dispõem de recursos financei-ros", explicou. "Nosso trabalho é to-talmente voluntário, mas os profis-sionais são bastante capacitados.Temos um quadro multidisciplinarde profissionais que são cedidospela Liga", disse.

Enfrentar o câncer com otimis-mo pode ser determinante para o su-

cesso do tratamento. De acordocom Lindamar, que também foi ví-tima da doença há 27 anos, quan-do a pessoa se entrega, a defesabaixa. E quando a defesa baixa, adoença progride. "O otimismo éfundamental. Claro que não é fácil,tem gente que não consegue en-frentar o câncer com otimismo, masisso pode ser determinante", afir-mou.

Para conseguir manter a autoes-tima dos pacientes, a dirigente daCasa Irmã Gabriela explica que oespaço desenvolve diversos tiposde atividades para distração. "Pelamanhã eles têm o tratamento. Apósum tempo de descanso, pois mui-

tos ficam bastante debilitados, nósprogramamos atividades como ar-tesanato. Dança, filmes, momen-tos de testemunho, festas comemo-rativas e uma vez por mês há umpasseio por um ponto turístico dacidade", conta a presidente.

"Não deixamos passar uma sódata especial, pois é importante queeles não se sintam longe da socie-dade", destacou. O paciente da Ligaque precisa de um serviço comoesse não precisa necessariamenteser do interior do Estado. O enca-minhamento para a Casa parte deuma conversa com a assistente so-cial do hospital. "Eles avaliam anecessidade do paciente e nos en-caminham. Temos espaço para aten-der todos com muita tranquilida-de. Em todo esse tempo de traba-lho, nunca deixamos de atender nin-guém que estivesse precisando",afirmou Lindamar.

Para conseguir manter a forçae o otimismo, Dona Maria Francis-ca conta com o que ela chama de'terapia do carinho': o apoio de ami-gos e familiares. "O dia-dia é muitocansativo. Eu fiquei encantada coma solidariedade das pessoas, com otempo que as pessoas estão dedi-cando a mim. Aqui eu recebo muitaatenção e eu me sinto amada, cui-dada. Isso me dá muita força",disse. "A doença me fez fortalecerlaços, me aproximar mais da fa-mília, de pessoas que são realmen-te importantes".

Em nome da Irmã Gabriela Fotos: Wellington Rocha

ALÉM DA ESTADIA CONFORTÁVEL E GRATUITA PARA QUEM

VEM DO INTERIOR SE SUBMETER A TRATAMENTO DE CÂNCER,CASA DE APOIO OFERECE APOIO, SEGURANÇA E BEM-ESTAR

Fui tão bem recebidaque me senti todo esse

tempo em casa. [...] O dia-dia é muito cansa-tivo. Eu fiquei encantada

com a solidariedade das

pessoas, com o tempoque as pessoas estão

dedicando a mim. Aquieu recebo muita atenção

e eu me sinto amada,cuidada. Isso me dá

muita força.

MARIA FRANCISCA, 88 ANOS

DIAGNOSTICADA COM CÂNCER DE MAMA

EM AGOSTO DO ANO PASSADO

"O otimismo é fundamental.

Claro que não é fácil,tem gente que não

consegue enfrentar ocâncer com otimismo,

mas isso pode ser determinante"

LINDAMAR DE QUEIROZ TORRES

PRESIDENTE DA CASA

^^^Pacientes descansam nasala de repouso da Casa

Bazar permanentevisa arrecadar fundos

para instituição

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Quarta-feira10 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013 Cidade

Em greve desde ontem, osagentes e escrivães da Polícia Civilcomemoram a adesão em massados servidores da instituição quetrabalham nos municípios do inte-rior do Rio Grande do Norte. Comtodas as delegacias distritais fecha-das, apenas as regionais estão aber-tas, fazendo registro de flagrantes.E, para atrair a atenção da popula-ção sobre a situação de precarie-dade da instituição, a categoria pla-neja uma grande manifestação naAvenida Rio Branco, no bairro deCidade Alta, esta à tarde.

Segundo o presidente do Sindi-cato dos Policiais Civis e Servido-res da Segurança Pública do Esta-do (Sinpol/RN), Djair Oliveira, pra-ticamente todas as delegacias dointerior estão fechadas e somente asunidades regionais, nos municípiosde Mossoró, Caicó, Pau dos Ferrose outros, estão abertas. Já na Capi-tal, as duas delegacias de plantão,situadas nas zonas Norte e Sul, fun-cionam 24 horas.

Para ele, a adesão maciça dosservidores, em todo o Estado, de-monstra o grau de descontentamen-to da categoria com relação à faltade diálogo e de entendimento como Governo do Estado, que, segun-do Djair, até o momento não se ma-nifestou sobre a greve. O silênciodo Executivo também é visto comodescaso da gestão estadual para a

atual situação de precariedade daPolícia Civil e das péssimas condi-ções de trabalho dos servidores.

"Nos surpreendemos com aconscientização e adesão da cate-goria ao movimento, que é legíti-mo e luta pelos direitos dos pró-prios servidores, que são obriga-dos a trabalhar em condições pre-cárias de estrutura das delegacias eaté mesmo de atuação. E vamos

continuar com as ações de conso-lidação do movimento grevista emtodo o Estado, até que o Governoaceite negociar com os policiaiscivis", explicou Djair.

Ele disse também que está pre-visto para acontecer uma grandemanifestação hoje à tarde, a partirdas 15h, pela Avenida Rio Branco,com a realização de um cortejo fú-nebre da Segurança Pública no Rio

Grande do Norte, que está abaladapelos inúmeros crimes de homicí-dios, assaltos, latrocínios e outrostipos de violência que assustam osmoradores do Estado.

"Além do cortejo, tambémvamos distribuir panfletos informa-tivos para a população, para que elasaiba como anda a situação da Po-lícia Civil e de seus servidores noEstado. Queremos mostrar à socie-

dade que estamos lutando por umacausa justa, que afeta a todos nós en-quanto cidadãos", afirmou o presi-dente do Sinpol/RN.

Durante a greve, por tempo in-determinado, somente as delegaciasde plantão de Natal e as regionais,espalhadas nas principais cidadesdo interior do Estado, estão funcio-nando. Na Capital, cerca de 20 pes-soas procuraram as duas unidades,situadas nas zonas Norte e Sul da ci-dade, na manhã de hoje. Para a ca-tegoria, o número significa que aspessoas estão bem informadas sobrea paralisação. O mesmo acontecenas regionais.

DELEGADOS DEVEM CRU-ZAR OS BRAÇOS AMANHÃ

Além dos agentes e escrivães, osdelegados de Polícia Civil tambémpodem decretar greve nos próximosdias, conforme decisão da categoriadurante assembleia geral no início domês. Durante a reunião, os delega-dos estabeleceram que serão reali-zadas paralisações e atos públicosamanhã e na próxima semana, nosdias 13 e 15 de agosto.

Assim como o que vem acon-tecendo com o Sinpol, a entidaderepresentante da categoria, a Asso-ciação dos Delegados da PolíciaCivil (Adepol) também encami-nhou vários documentos oficiaissolicitando reuniões com o Gover-

no do Estado para discutir a pautade reivindicações dos servidores,mas não foi atendida.

Entre as reivindicações dos de-legados, estão a retirada dos presosque se encontram custodiados nasdelegacias do interior do Rio Gran-de do Norte, a nomeação dos poli-ciais civis concursados e a transfe-rência urgente do Arquivo PúblicoEstadual, para o prédio onde hojefunciona a Delegacia Geral da Po-lícia Civil (Degepol), no bairro deCidade da Esperança, na zona Oestede Natal.

Sindicato registra adesão em massade policiais civis à greve da categoriaSERVIDORES QUE ATUAM NO INTERIOR DO ESTADO TAMBÉM SE UNEM AO MOVIMENTO E DECIDEM CRUZAR OS BRAÇOS

Com serviços da Polícia Civil paralisados, crimes registrados no Rio Grande do Norte estão com a investigação prejudicada

Depois da Polícia Civil, os ser-vidores do Instituto Técnico Cien-tífico de Polícia do Rio Grande doNorte (Itep/RN) podem decretargreve por tempo indeterminado, apartir da próxima segunda-feira,caso o anteprojeto de lei que cria oEstatuto e a Lei Orgânica da cate-goria não seja encaminhado à As-sembleia Legislativa em breve.

Durante reunião ontem à noite,a categoria decidiu estender até as8h do próximo dia 12, o prazo parao Governo do Estado encaminhar

o anteprojeto e toda a documenta-ção relacionada ao processo quecria o Estatuto e a Lei Orgânicapara aprovação pelos deputados es-taduais. Caso isso não aconteça,eles cruzarão os braços e suspen-derão os atendimentos ao público.

Segundo a vice-presidente doSindicato dos Policiais Civis e Ser-vidores da Polícia Civil do Estado(Itep/RN), Renata Pimenta, duran-te a reunião feita entre os represen-tantes da categoria e a comissãoestadual, anteontem, o secretário

de Administração Álber da Nóbre-ga garantiu que o anteprojeto haviasido revisado e estava apto para serenviado para votação.

"Apesar disso, até hoje ele nãohavia sido encaminhado e o Go-verno do Estado não nos dá umaresposta concreta sobre o porquêdestes documentos ainda estaremnas mãos deles, tampouco dizemuma data certa para isso", disse Re-nata. E é essa falta de certeza queestá causando mal-estar na catego-ria, que resolveu dar mais um prazo

ao Estado, apesar do receio."Diante destes fatos, a catego-

ria está apreensiva sobre uma pos-sível manobra para atrasar a apro-vação pela Assembleia Legislativae decidiu pelo indicativo de grevepor tempo indeterminado, a partirdo prazo final estabelecido, que éàs 8h da próxima segunda-feira",explicou Renata.

Ela disse ainda que a expecta-tiva é que o Executivo estadualcumpra o que prometeu e que acategoria possa, enfim, respirar ali-

viada, já que os servidores doItep/RN estão desde 2009 aguar-dando pela aprovação e sanção doprojeto de lei que cria o Estatuto ea Lei Orgânica.

"A governadora Rosalba Ciar-lini se comprometeu, desde o seuprimeiro mês de mandado, a darencaminhamento e aprovar essesdois documentos, que irão trazermais dignidade aos servidores doItep. Mas, infelizmente, até hojenão cumpriu nada do que prome-teu. E isso gerou um desgaste muito

grande em todos", disse a vice-pre-sidente do Sinpol/RN.

Caso os servidores do Itep de-cidam cruzar os braços, em protes-to contra a morosidade do Governoem aprovar o Estatuto e a Lei Or-gânica do orgão, todos os serviçospericiais, emissões de certidões ne-gativas e de carteiras de identifica-ção civil, entre outros documentos,serão suspensos. Apenas os proce-dimentos de flagrantes delitos, pe-rícias de locais de crimes e recolhi-mento de cadáveres serão realizados.

> MAIS PARALISAÇÃO

Canindé Santos

Servidores do Itep aprovam indicativo de greve para segunda

Uma estudante de 19 anos foidetida em flagrante com quasecinco quilos de cocaína escondidasem uma bolsa de viagem, após de-sembarcar no Aeroporto Interna-cional Augusto Severo, em Parna-mirim. O entorpecente, que esta-va embalado em cinco tabletes,deveria ser entregue a uma mu-lher desconhecida, conforme o re-lato da jovem em depoimento,ontem à noite.

De acordo com informaçõesda Polícia Federal, com este ma-terial, já são 12,5 quilos de entor-pecentes que foram apreendidossomente este ano no aeroporto.Desta vez, a cocaína só teria sidodescoberta porque a estudante de-monstrou apreensão exagerada aoter sua bagagem submetida ao apa-relho de raios-X, durante uma ins-peção de rotina no aeroporto.

Ao passar pelo equipamento,

os policiais federais perceberamque havia uma substância comcoloração diferente dentro deuma bolsa. A passageira teria fi-cado nervosa com o fato e, dian-te da alteração de comportamen-to da jovem, decidiram abrir suabagagem.

Dentro de uma bolsa, foramencontrados cinco tabletes de co-caína, que estavam embaladosjunto com pedras de naftalina, paratentar disfarçar o cheiro do entor-pecente, e embrulhadas entre aspeças de roupas da passageira, quenão teve seu nome revelado pelaPolícia Federal.

Diante do flagrante, a estudan-te recebeu voz de prisão e foi con-duzida para a sede da PF, situadano bairro de Lagoa Nova, emNatal, onde prestou depoimento esó revelou que o material seria en-tregue a uma desconhecida, que

deveria procurá-la ainda no Aero-porto Augusto Severo, logo apóso desembarque.

A estudante revelou tambémque havia embarcado no aeropor-to de Campo Grande, no MatoGrosso do Sul, e que só estavatransportando o entorpecente emobediência às ordens de seu com-panheiro, que está detido em umapenitenciária local cumprindo penapor tráfico de drogas. Mesmopreso, ele continuava envolvidoem crimes no Estado.

ÚLTIMAAPREENSÃO FOI DEOITO QUILOS DE COCAÍNA

Esta já é a segunda apreensãode drogas no Aeroporto AugustoSevero em um período de menosde 20 dias. A ação aconteceu tam-bém durante uma operação de ro-tina na área de desembarques devôos nacionais, quando uma de-

piladora de 21 anos foi presa emflagrante transportando cerca deoito quilos de cocaína de PortoVelho, em Rondônia, para Natal.

Assim como a estudante deti-da ontem à noite, a depiladoraficou nervosa ao ter sua bagagempassada pela máquina de raios-Xe, logo após pegar a mala, saiuapressadamente do local em buscade um táxi. Seguida pelos poli-ciais federais, ela foi abordadaantes de entrar no veículo e aca-bou confessando o porte do entor-pecente.

O material estava embaladoem sacolas escuras e escondidoentre as roupas e um cobertor defrio. A acusada não revelou osnomes das pessoas que receberiamo entorpecente e foi encaminhadaà sede da Polícia Federal, onde foiautuada em flagrante por tráficointerestadual de drogas.

> NO AEROPORTO

Mulher é detida pela Polícia Federal com 4,8 kg de cocaína

Material estava escondido dentro da bagagem da mulher presa pela Polícia Federal

> ERRATAO Jornal de Hoje errou em suaedição desta terça-feira (06). Amatéria principal desta página10 informou em seu título quepoliciais civis haviam sido pre-sos sob acusação de fazeremparte de um grupo de extermí-nio. Errado. Na verdade, forampresos SEIS POLICIAISMILITARES na OperaçãoHecatombe, da Polícia Federal.Este vespertino pede desculpasaos leitores e, em especial, aosmembros da Polícia Civil doRio Grande do Norte.

O Editor

Cedida / PF

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 11O Jornal de HOJE11Natal, 7 de agosto de 2013CidadeCidade

PRATA DA CASAA primeira professora com Síndrome de Down do Bra-

sil, a nossa Débora Seabra, foi citada no Facebook do de-putado federal e ex-jogador de futebol Romário, depois queapareceu no Fantástico, no mês passado. Ele é pai de umamenina com a mesma síndrome.

À FLOR DA PELEA palavra "negociação" não está mesmo no dicionário

do governo Rosa. Em reunião com servidores do Itep e po-liciais civis, o presidente da comissão governamental, se-cretário de Administração Alber Nóbrega, se levantou e co-locou as mãos na cabeça para tentar explicar o inexplicá-vel: que preside uma comissão que não tem qualquer auto-nomia para transigir com os representantes das categorias.

"EMBROMATION"O pior é que as categorias entendem que esta comissão

do Executivo, na verdade, nunca teve o objetivo de avan-çar. E os problemas devem continuar: servidores do Itep de-cidiram, na noite desta terça-feira, que também vão entrarem greve.

ESPINHOSEm um encontro com amigos, neste final de semana, a

governadora Rosalba deixou externar sua angústia e che-gou a chorar diante dos seus. Ela desabafou que "sente omau momento do seu governo e sabe que a saída de Paulode Tarso foi um golpe muito duro", contou um chegado.

PÉ NA ESTRADAO deputado estadual Tomba Farias (PSB) reforça a sua

agenda de visitas ao interior do Estado. Depois de partici-

par do Festival de Inverno de Cerro-Corá, ele segue, nestefinal de semana, para as cavalgadas das cidades de Jaçanãe Passagem.

PEREGRINAÇÃOA vereadora Eleika Bezerra está peregrinando de esco-

la em escola municipal para fazer uma "fotografia" mais pre-cisa do ensino na rede básica. Das 72, ela já esteve em seteinstituições, conversando com diretores, professores e alu-nos e identificando os problemas.

CASOS DE SUCESSOO chef do restaurante Quintal da Villa, em Currais

Novos, Walter Dantas, e o empresário Durval Dantas, daMaré Mansa, foram os "cases de sucesso" que participaramda audiência pública, na Câmara de Natal, nesta terça-feira,sobre incentivo ao empreendedorismo entre os jovens.

BIOGRAFIADurval Dantas contou sua história no evento do legis-

lativo municipal. Sua trajetória da vida na zona rural até serresponsável, atualmente, por mais de 1100 funcionáriosserá contada em uma biografia, a ser lançada em breve. Aempresa Maré Mansa, segundo ele, contribui com cerca deR$ 3 milhões em impostos, por mês.

CAFÉ COM ARTEDepois de começar a funcionar em regime de soft open,

o recém-aberto Antiquário Época Café está agora com seucardápio completo de cafés quentes e gelados, chás, cho-colate quente, salgados, tortas, bolos e doces. No local, osclientes também podem levar para casa mais de 500 itensde antiguidades, várias datadas do século XIX.

Talvez, o psicanalista, edu-cador e teólogo Rubem Alvesnão seja tão conhecido aqui noRio Grande do Norte quanto éem São Paulo, especialmente emCampinas, minha cidade natal.Mas não me canso de me lembrardo nome dele quando penso emótimos textos e especialmente emmensagens profundas, aquelasque aquietam o coração ou nosconduzem à reflexão. Já tive ahonra de entrevistá-lo quando euainda era estudante. É incrível oquanto somos capazes de apren-der no ofício de jornalista, ou-vindo e contando histórias. Hojefoi um desses dias, em que umafrase, várias frases ou parágra-fos inteiros materializam o que estamos pen-sando. Bênção concedida pela arte literária.

Lembrei-me do texto "A Pipoca", queli, certa vez, em sua coluna no maior jornalde circulação de minha cidade, no interiorpaulista – o Correio Popular. Queria com-partilhar com vocês, leitores, pelo menos, al-guns trechos neste espaço que me cabe. Oque é bom, temos que passar à diante...

Esse autor brilhante, infelizmente, hojese encontra acometido pela doença de Par-kinson, que lhe roubou a destreza dos mo-vimentos e abreviou os muitos textos queainda poderiam ser escritos por ele. Mesmoassim, tamanho é seu valor, que sua produ-ção, anterior à doença, já é suficiente – emuito – para continuarmos o admirando aqualquer tempo. Eis alguns fragmentos de"A Pipoca":

"A culinária me fascina. De vez em quan-do, eu até me até atrevo a cozinhar. Mas ofato é que sou mais competente com as pa-lavras do que com as panelas. Por isso,tenho mais escrito sobre comidas que cozi-nhado. Dedico-me a algo que poderia ter onome de 'culinária literária' (...). As comi-das, para mim, são entidades oníricas. Pro-vocam a minha capacidade de sonhar. Nuncaimaginei, entretanto, que chegaria um diaem que a pipoca iria me fazer sonhar.

A pipoca se revelou a mim, então, comoum extraordinário objeto poético. A trans-formação do milho duro em pipoca maciaé símbolo da grande transformação porque

devem passar os homens para que eles ve-nham a ser o que devem ser. O milho da pi-poca não é o que deve ser. Ele deve ser aqui-lo que acontece depois do estouro. O milhoda pipoca somos nós: duros, quebra-dentes,impróprios para comer, mas, pelo poder dofogo, podemos, repentinamente, nos trans-formar em outra coisa (...)

Mas a transformação só acontece pelopoder do fogo. Milho de pipoca que nãopassa pelo fogo continua a ser milho de pi-poca, para sempre. Assim acontece com agente. As grandes transformações aconte-cem quando passamos pelo fogo. Quem nãopassa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vidainteira. São pessoas de uma mesmice e du-reza assombrosa. Só que elas não perce-bem. Acham que o seu jeito de ser é o me-lhor jeito de ser (...).

Em Minas, todo mundo sabe o que épiruá. Piruá é o milho de pipoca que se re-cusa a estourar. Ignoram o dito de Jesus:'Quem preservar a sua vida perdê-la-á'. Asua presunção e o seu medo são a duracasca do milho que não estoura. O destinodelas é triste. Vão ficar duras a vida intei-ra. Não vão se transformar na flor brancamacia. Não vão dar alegria para ninguém.Terminado o estouro alegre da pipoca, nofundo da panela, ficam os piruás que nãoservem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, sãoadultos que voltaram a serem crianças eque sabem que a vida é uma grande brin-cadeira...". (TC)

Alex [email protected]

Bênção literáriaBênção literáriaTACIANA CHIQUETTI – [email protected] – (INTERINA)

Ônus triploA ação do governo doEstado para retirarrecursos dos demaispoderes pode fazer partede uma estratégiaidealizada pelosecretário-marido, CarlosAugusto Rosado, que vaimuito mais além de umasimples decisão denatureza financeira. Aideia seria nivelar porbaixo o oxigêniofinanceiro do Legislativoe Judiciário para dividir oônus da crise,generalizando o ambientede dificuldades.

José Aldenir

“”

Danilo Sá[email protected] / [email protected]

DERROTADOS POR UM MOSQUITO ENERGIA RENOVADAO presidente da Câmara Mu-

nicipal de Natal, Albert Dickson(PP), transmitiu para o cargo parao vice, vereador Júlio Protásio(PSB), até a próxima semana. Opepista foi participar de um con-gresso de oftalmologia no Rio deJaneiro. Com isso, deixa a condu-ção do retorno dos trabalhos, emmeio aos protestos, com o pessebis-ta, que já tomou a primeira provi-dência: alugar um gerador de ener-gia para a “Casa do Povo”.

SEM NOÇÃOOntem durante a primeira ses-

são após o recesso, os vereadoressofreram para conseguir trabalhar.Cerca de 30 manifestantes se aglo-meraram em frente a Câmara, des-truíram os tapumes que protegiamo local e derrubaram a geração deenergia, que foi restabeleida emseguida. Como se vê, os protestosestão cada vez mais sem causa esem noção.

DIREITO DA MAIORIAPor falar no protesto de ontem,

mais uma vez a Polícia Militar fa-lhou em não intervir no movimen-to. Os manifestantes danificaram acerca elétrica da Câmara, jogarampedaços dos tapumes para dentroda Casa e ainda impediram o trân-sito nas ruas ao redo do local. Essessão os casos em que é preciso in-tervir para garantir o direito da maio-ria, que não estava participando da“manifestação”.

INSEGURANÇAE já que o assunto é a Polícia

Militar, ainda é muito tímida a açãocontra a insegurança nos ônibus deNatal. Nos primeiros dias após oinício da operação, relatos são defalta de estrutura e de pessoal, o quejá não é novidade. Se quiser mesmocombater a violência, a reação doGoverno precisa ser muito maior, aoponto de intimidar os bandidosepunir os que cometerem algum de-lito. Natal pede socorro!

REAÇÃOEm tempo, há de se fazer jus-

tiça com a Secretaria de Seguran-ça Pública. A Operação Hecatom-be, realizada ontem pela PolíciaFederal, levou para atrás das gra-des criminosos de alta periculosi-dade. Foi, até agora, a maior rea-ção do poder público a onda deviolência que tem assustado os po-tiguares nos últimos meses. Já éum alento.

POSICIONAMENTOO vereador Fernando Lucena

(PT) não tem dúvidas do seu po-sicionamento para 2014. O parla-mentar defende a candidatura dodeputado estadual Fernando Mi-neiro (PT) para governador do Es-tado. Segundo Lucena, apenas Mi-neiro representa um nome “novo,capaz de romper com as velhasoligarquias” que se revezam nopoder do Rio Grande do Norte.Difícil vai ser haver um entendi-mento para tirar Fátima Bezerra(PT) da disputa pelo Senado. Ouvai de chapa puro-sangue?

ECONOMIAA Companhia Docas do Rio

Grande do Norte (CODERN) de-sembolsou apenas R$ 5,7 milhões,ou 8,2% dos R$ 68,9 milhões dis-ponibilizados para investimentosem 2013. A Codern administra osportos de Natal e Maceió, além doTerminal Salineiro de Areia Bran-ca. A notícia está no portal ContasAbertas. Em todo o país, os portosconsumiram somente 10,8% dosquase R$ 1,5 bilhão orçados parainvestimentos.

RETROVISORSão muitas as suspeitas em

torno de contratos firmados porum importante órgão do poder pú-blico. Denúncias já foram feitasna imprensa mas, até agora, o Mi-nistério Público continua apenasobservando a situação, de braçoscruzados. Um atento observadorda cena política, não teve comoesquecer do passado. “Se fosse emgestões passadas, já tinha se trans-formado em um escândalo”. Fazsentido.

Gira MundoSe a situação do

Aeroporto de São Gon-çalo é preocupante, oque dizer da reforma noterminal aeroviárioPinto Martins, em For-taleza (CE)? O custoatual previsto é de R$383,8 milhões, ou R$94,8 milhões a mais quea previsão inicial do go-verno brasileiro para aintervenção, que era de R$ 289 milhões. Além disso, os trabalhos,que deveriam ter se encerrado em dezembro de 2012, agora tem pre-visão de término para março de 2014, um atraso de 15 meses emrelação ao cronograma inicial. Imagine na Copa.

Megafone

“Algumas mortes foramcometidas por ‘amizade’,

desavenças pessoais, cobran-ças ou disputas por tráfico e

até mesmo por motivosbanais, como a estreia de

uma pistola nova”

ALDAIR DA ROCHA

SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA, SOBRE A

QUADRILHA PRESA NA OPERAÇÃO HECATOMBE

Divulgação

Canindé Santos

Divulgação

O Brasil vive, a cada ano, um momento melhor. Primeiro foi a esta-bilidade da economia, conquistada a duras penas na década de 90. De-pois, o crescimento do país a partir do fortalecimento de programas so-ciais, que amenizaram a miséria de grande parte da população.

Depois, o país entrou numa rota crescente, com mais geração de em-pregos, mais moradia e melhoras consideráveis no seu setor de ensino,principalmente no nível superior. Isso sem falar na realização da próxi-ma Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016.

Mas, tudo isso vai por água abaixo com um argumento tão simplórioquanto seu tamanho: o Aedes aegypti. Famoso inseto transmissor da den-gue, o inseto faz vítimas no Brasil há quase 30 anos. Periodicamente, de-zenas de cidades do país sofrem com epidemias duras de serem enfren-tadas, já que os postos de saúde sobrevivem com superlotações diárias.

No Rio Grande do Norte, de vez em quanto surgem novos mortos peladoença, fato que virou comum com o passar dos anos. A técnica de com-bate também nunca mudou. São carros fumacês, agentes de saúde que vi-sitam casa por casa e a antiga orientação de evitar água parada. Mas, pelovisto, tudo ineficaz.

Hoje, são várias as cidades do interior potiguar que sofrem com o pro-blema. Caicó, por exemplo, registra altos índices de infectados pelo mos-quito, fato que se repete por todas as regiões do país.

Mas, apesar de tudo isso e do vexame que é ser derrotado por um in-seto, não há nenhum grande projeto para extinguir a doença do Brasil. Háanos se discute a possibilidade de uma vacina que até hoje não se con-cretizou. E enquanto isso, o país vai se acostumando com a vergonhosavitória de um mosquito.

SEM FUMACÊPor falar na dengue em Caicó, a arquiteta Themis Nóbrega lançou

campanha pelo Dia D Contra a Dengue, que será realizado no próxi-mo dia 10. O objetivo é conscientizar a população da importância dese combater o mosquito transmissor da doença. São vários os relatosde pessoas que já foram atingidas pelo problema no município. É bomque o poder público também participe do movimento.

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Quarta-feira12 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013 Cidade

Daniela Freire II

I

POLÍTICA E SOCIAL - DESSANA ARAÚJO - [email protected] (Interina)

Do jornalista Rilder Medeiros –

Hoje é um dia muito especial.

Começa nesta quarta a 9ª Feira

de Livro de Mossoró. À estare-

mos com Pedro Bandeira.

Da jornalista Mônica Bergamo

- Lula fará check up no sába-

do. Médicos darão coletiva e

exames no mesmo dia aos jor-

nalistas.

Do especialista em energia Jean

Paul Prates: ANP antecipou hoje

antecipação da desativação do

campo Fazenda Junco, na Bacia

Potiguar (Upanema/RN).

Produzirá só até 2016, ao invés

de 2019.

Do jornalista Bruno Barreto:

Erra quem afirma que a justa

causa de Kelps é inédita.

Gesane Marinho e Luiz Almir já

haviam conseguido.

GIRO PELO TWITTER

Os homenageados com a Medalha Bartolomeu Fagundes entregue ontem em Natal Sem estrelismos, o ministro Pepe Vargas deu um show de simpatia durante a pas-sagem pela capital potiguar

Ivanízio Ramos

Ao lado do empresário-publicitário Marcus César Cavalcante e da colunista-Blond, Liege Barbalho, a empresária-Ecohouse, Gabriela Medeiros, faz pose de felicidade em

festa da Fecomércio

Divulgação Divulgação

Divulgação

w LIVREDepois de muito pelejar, o deputa-do estadual Kelps Lima é o maisnovo parlamentar sem partido doestado. Ele conseguiu na justiça o di-reito de se desfiliar do PR.

>>>Com a decisão favorável, já temmuito colega na AL com esperançasrenovadas de conquistar uma saídasemelhante. Estão na lista: EzequielFerreira (PTB), Fábio Dantas (PHS),Vivaldo Costa (PR) e até mesmo opresidente da casa Ricardo Motta(PMN).

>>>O primeiro da fila dos julgamentosé Ezequiel, que até hoje não se con-formou em ter perdido a presidên-cia do PTB no RN e não esconde deninguém que não há clima para elena legenda.

w AINDA SOBRE A SAÍDA...Sem Kelps Lima, o PR perde alémde uma cadeira na AL, também odireito à uma vaga no Colegiado deLíderes.

>>>Funciona assim: para ter acesso aoalto clero da assembleia (leia-se Co-legiado de Líderes) é preciso ter nomínimo três parlamentares. Comopossui esse número dos própriosquadros (Vivaldo Costa, GeorgeSoares e Kelps Lima) o PR tinhaum bloco com facilidade.

>>>Mas... Com dois deputados apenasnão é possível formar o tal sonha-do e poderoso bloco. Asolução podeser procurar quem anda sozinho peloplenário para compor, como porexemplo, o deputado Gilson Mourado PV.

>>>O próprio Gilson não nega ter inte-resse, mas diz que ainda é precisoconversar...

w FALANDO EM ASSEMBLEIADefensor do diálogo entre os Pode-res, o presidente da Assembleia Le-gislativa Ricardo Motta parece queficou só nessa empreitada. Não seteve respostas nem de Executivo ede Judiciário. Agora, Motta vai ficarobservando.

>>>Inclusive, a Assembleia Legislativavai receber o secretário Obery Ro-drigues, do Planejamento, para ex-plicar o atual momento das contasdo RN.

w DEVO NÃO NEGO... PAGO QUANDO PUDERSe a coisa não anda bem nas açõese interlocuções do Governo do Esta-do, imagine para quem está dentro.

>>>Há informações de servidores doGoverno que ainda não viram a cordo dinheiro referente ao pagamentode diárias deste ano. "Se já estavaassim antes, imagine agora com oscortes da governadora", comentouum funcionário da Governadoria.

>>>O “calote” não fica apenas para asdiárias. Segundo a Junta Comercialdo Estado, a dívida do RN com osfornecedores ultrapassa os R$ 100milhões.

w NA MÍDIA

É muito dizer que já está se tornando forçado e cansativo

todo esse espaço do RN na mídia nacional? Parece que

apenas nas últimas semanas os editores dos telejornais de

fora descobriram que o estado tem problemas e todos os

dias tentam “emplacar” uma nova desgraça?

>>>

Que a coisa anda feia por aqui, é a mais pura verdade! Mas

garanto que temos boas notícias a dar também.

>>>

A prática do “quanto mais desgraça melhor” só fere ainda

mais a já rasteira autoestima do povo potiguar. Não custa

ter bom senso...

w REELEITO

A eleição realizada pelo Conselho Regional de Medicina

do Rio Grande do Norte – Cremern durante segunda-feira,

dia 5 de agosto, revelou números históricos para institui-

ção. Do total de 2.929 médicos votantes, 92% votaram na

Chapa 01, sendo 8% de votos brancos e nulos.

>>>

Os números revelam a aprovação dos membros da chapa

única e a união da classe médica. A eleição do novo presi-

dente e posse será no dia 01 de outubro, quando o médico

Jeancarlo Cavalcante deverá ser reconduzido a presidên-

cia do Conselho por mais um período de 2 anos e meio.

w E POR FALAR NISSO..Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido do Instituto de Estudos de SaúdeSuplementar (IESS), revelou que ter um plano de saúde é o terceiro maior dese-jo dos brasileiros. Atrás apenas da casa própria e da educação, o anseio revela ocrescimento do setor de saúde suplementar no Brasil e a crescente procura pelosplanos de saúde

>>>

Pois é... Em tempos de caos na saúde pública em todo o país, quem tem seu planode saúde que mantenha e se sinta feliz.

>>>

Quem comemora esses dados do Datafolha é o sistema Hapvida que atende maisde 2,4 milhões de clientes, em todo o território nacional, e já é a terceira maiordo País, segundo os dados da ANS.

w INOVANDOPioneiro em análises clínicas e biologia molecular no Estado do RN, o DNACenter está ampliando sua rede de laboratórios e transfere, a partir de se-tembro, toda sua unidade médica integrada, localizada na Av. Afonso Penapara um novo espaço.

>>>

A clínica vai passar a funcionar no mesmo bairro, Tirol, ao lado da Praça Augus-to Leite. Além de várias especialidades médicas, a nova unidade dispõe tambémde um laboratório completo de análises clínicas, com equipamentos de ponta.

w CABARETUm é pouco, dois é bom, três é bom demais! Mesclando o amor exagerado deum coração partido pela dor, o romântico-brega Reginaldo Rossi, por muitoschamado de "Rei", apresenta o Cabaret do Rossi 3º edição no Teatro Riachuelo,no próximo sábado, dia 10. Inspirado em seu último trabalho, o DVD "Cabaretdo Rossi", que é com certeza o seu melhor registro em vídeo.

>>>

Além da releitura de sucessos populares o show trará todos seus grandes su-cessos. Indicado ao Prêmio da Música Brasileira 2011 como melhor DVD evencedor do mesmo prêmio na categoria Melhor Cantor Popular.

Azeitando suas bases políticas, o deputado Tomba Farias sobe a Serra para come-morar o Festival de Inverno de Cerro Corá, junto com os vereadores Evilásio Bezerra e

Rubéns Pereira de Araújo Júnior, o Binha.

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 13Natal, 7 de agosto de 2013

Cena UrbanaVICENTE SEREJO - [email protected]

Cidade

w ATENÇÃO - INão há novidade nenhuma o governo acu-mular uma dívida de R$ 100 milhões, comofoi divulgado. Se a dívida não fosse princi-palmente junto a fornecedores da saúde esegurança, as duas áreas vitais.

w COLAPSO - IISe dentro de três nesses o governo nãoencontrar uma saída para escalonar o paga-mento mantendo em dia as parcelas haveráo colapso na saúde e na segurança. Ogoverno sabe que o quadro é grave.

w PIOR - IIIO governo não tem planejamento de equa-cionamento da dívida e já tem represadonas projeções, em razão do prazo de carên-cia, o pagamento da dívida oriunda dosgrandes empréstimos que fez.

w GRANA - IVA injeção dos 580 milhões de dólares doBanco Mundial - para obras - pode encon-trar o Estado sem capacidade de pagamen-to. Erguer obras com a saúde e a segurançasucateadas desgasta ainda mais.

w SABIA? - VQuando o senador José Agripino declarouque o empréstimo do Banco Mundialmudará a face do governo, sabia comoestão as contas do governo? Até no gover-no são pouquíssimos os que sabem.

w PERGUNTADa série perguntar não ofende: O que agovernadora Rosalba Ciarlini conseguiriafazer em favor da saúde, segurança e edu-cação com os R$ 350 milhões gastos para aconstrução da Arena das Dunas?

w EMesmo que o Estado pagasse juros aolongo de vinte anos que elevarão a dívida aR$ 1,2 bilhão, o resultado seria melhor ouo governo defende investimento ao invésde gastar milhões com o povo?

Como nas paralelas da geometria que nunca se encon-tram, há dois rios grandes, ambos sem norte e quetambém nunca se encontrarão: o Rio Grande do Norte

colorido e próspero que todos os dias é projetado nas telas detevê; e o outro, o Rio Grande do Norte em preto e branco, real,seco das águas doces da esperança. Um rio onde vive às mar-gens da vida uma gente doente e sem remédio, gritando dedor e sem amparo, com medo da morte que espreita no canodo revólver a cada assalto.

Não posso discutir, Senhor Redator, as lições dos velhossábios conhecedores dageometria euclidiana,nascida da genialidadede Euclides, aquele deAlexandria. Faltaria tu-tano a tão augusto eglorioso mister. O quesei é o que ouço ouvirdizer desde a escola ri-sonha e franca: duasparalelas seguem assimaté o infinito. É o queimagino no fim detudo, quando os doisrios, um de reclames eoutro de dor, caírem noabismo das coisas inú-teis, vencidos todos osumbrais da viagemfantástica.

Leitor de Cioran, oromeno Emil Cioran, um cético genial que da sua pequenamansarda em Paris seduziu o mundo, entre os silogismos dasua amargura e os retratos de suas admirações, devo só avi-sar, por dever de sinceridade: há tempos perdi o jeito de con-fiar no Estado e acreditar nas suas razões. Prefiro, para nãocair no laço da magia do falso, vê-lo na sua pobreza de hu-manismo a chafurdar no pântano movediço dos que lhe con-trolam as entranhas e lhe abrem o ventre devorador.

Daqui, desta minha janela que não ilumina salões pala-cianos, mas se abre aos morros numa pastoral de celebraçãodos dias e das noites, vejo quando o rio falso e próspero, co-leante e untuoso, serpenteia nas telas. E vai, luminoso e las-civo, como sempre foi. Com toda sua carga simbólica a re-presentar as forças do mal, desde a serpente do Éden a sedu-zir Eva sabendo da fraqueza de Adão, daí o clamor bíblicode Mateus: 'Vigiai e orai! O espírito está sempre pronto, masa carne é fraca'.

Depois, logo depois que a serpente mágica desfila sob aluzes da fantasia, reapare-ce o Rio Grande do Nortena sua dura e trágica ver-dade. Rio que escorre demanhã e de tarde nas man-chetes tristes dos jornais.No desespero dos seusdoentes que do chão desua miséria contemplamo colosso que se erguepara a festa da Copa doMundo. E com que apurose anuncia a cada tijolo, acada viga, a cada percen-tual conquistado, repetin-do-se aqui o pane et cir-cense da velha Roma eseus césares.

O que ninguém vaicalar é o ronco das águasbanhadas da dor e do

medo desse rio grande de verdade largado nos vastos cam-pos de uma terra hoje feita de bruxos que fizeram da polí-tica - essa que é a mais bela argamassa para a construçãodo sonho - a derrota de um povo cujo único pecado foi so-nhar com a promessa de seus governantes que agora se re-velam caricatos na moldura dos seus colarinhos. Com suasgravatas cansadas a estamparem o rosto triste desse povoórfão de líderes.

w LUTA - IO ânimo do arcebispo emérito D. HeitorSales em fazer do padre José Valquimar opróximo bispo da Diocese de Santana,em Caicó. Com seu jeito silencioso oirmão de D. Eugênio atua em silêncio.

w OUVIDO - IIPara um velho pároco natalense tem sidoesta a missão sutil do diácono FranciscoTeixeira - ouvir o sentimento do clero doSeridó. É um bom nome, mas falta aopadre Valquimar experiência pastoral.

w ALIÁS - IIISe uma qualidade ideal para se ser bispona igreja de Francisco é ser um pastor,alguém próximo do seu rebanho. O bispotipo príncipe, como pediu o Papa, é hojeum modelo sem prestígio em Roma.

w ENTREGA - IO filósofo Ruben G. Gomes e a LivrariaNovel da Hermes da Fonseca, num acor-do operacional: o leitor recebe em casa eautografado seu exemplar de O PontoOco: basta ligar para a Livraria Nobel.

w COMO - IIO leitor dispõe de quatro telefones:8864.6820 (Cleudivan), 8857.1011(Thiago), 3613.2007, da Livraria Nobelou pode falar com Ruben G. Nunes, aautor, pelo telefone 9104.2308. Ligueagora.

w VALORO padre João Medeiros é candidato únicoà vaga do Monsenhor Américo Simonettina Academia de Letras de Mossoró.Amigo de Américo há mais de 50 anosfará, com certeza, uma grande saudação.

w EXPOContinua aberta a exposição de fotogra-fias de Ricardo Chrisóstomo na galeria daLivraria Nobel, na Av. Salgado Filho.Uma viagem às paisagens da Ásia reve-lando a história, os hábitos e as tradições.

Dois rios

VÍTOR AZEVEDO

[email protected]

A reforma e construção de 300abrigos para as paradas de ônibusde Natal, aprovada pela Prefeituraem 12 de julho, teve início há cercade uma semana e já vem benefi-ciando áreas de grande circulaçãode passageiros como o Terminaldas Rocas, a Ribeira e o Centro. Aobra orçada em R$ 185 mil estásendo realizada pela empresa KizoEngenharia e inclui também a rees-truturação do entorno do sistemaviário. Estão previstas a recupera-ção de grades de proteção para ospedestres nas plataformas de embar-que, colocação de lixeiras e a im-plantação de novas coberturas paraos abrigos danificados.

A reforma dos abrigos faz partedas obras de mobilidade urbanapara a Copa do Mundo de 2014 epretende modificar a situação pre-cária em que se encontrava a gran-de maioria das paradas de ônibusde Natal, sem cobertura ou assen-tos disponíveis. O péssimo estadode conservação das paradas podiaser observado até mesmo em fren-te ao Palácio Felipe Camarão, sededa Prefeitura.

No entanto, os usuários dospontos de ônibus situados no en-torno da Antiga Rodoviária, já con-seguem perceber melhorias,mesmo que a manutenção aindaesteja na fase inicial. Na manhã dehoje (7), os operários trocavam acobertura danificada das paradas,no local. O recepcionista HayallyRodrigues, que usa diariamente asparadas do terminal da Ribeira,considera bastante importante arealização dessa reforma. "É umagarantia de conforto pra gente. Es-perar ônibus levando sol na cabe-ça não é nada bom e já fazia umbom tempo que as paradas esta-vam com a cobertura quebrada,precisando ser trocadas", comen-ta Hayally. Ele acha que as para-das são mal projetadas, pois deve-ria haver mais assentos disponí-veis, principalmente para os idosos.

Já o aposentado Severino

Ramos reclama da falta de placasde orientação ao passageiro, cominformações sobre os números eitinerários das linhas. "Lembro queas paradas aqui da RodoviáriaVelha tinham essas placas, mas osvândalos deram fim a todas. Aíquem precisa pegar ônibus ficameio perdido, sem saber em qualponto seu ônibus vai passar", co-menta Severino. Os assentos que-

brados também são uma queixafrequente da população.

A secretária municipal de mo-bilidade urbana, Elequicina dosSantos, adianta que foi solicitadajunto ao Governo Federal a cons-trução de mais 1052 novos abri-gos. "Nesta semana, estamos emBrasília, onde apresentamos umasérie de projetos de mobilidade ur-bana para Natal a uma comissão

formada por técnicos dos ministé-rios do Planejamento e das Cida-des, além de representantes doPAC, CBTU e Caixa EconômicaFederal. Estão previstos investi-mentos da ordem de R$ 577 mi-lhões, para a recuperação de termi-nais como o da Soledade, a reso-lução de gargalos importantescomo o Baldo, a Avenida Bernar-do Vieira e a João Medeiros Filho,além da implantação dos BRT's(Bus Rapid Transit) e reeestrutura-ção das estações de transferência",explica Elequicina. Os investimen-tos deverão vir do pacote de R$500 bilhões disponibilizados peloGoverno Federal para obras de mo-bilidade em todas as capitais dopaís.

Também integram as obras demobilidade da Copa do Mundo, apadronização de 50,47km de cal-çadas em diversos pontos da cida-de. Na primeira etapa as obras irãoatingir as avenidas Hermes da Fon-seca, Romualdo Galvão, Prudentede Morais, Nilo Peçanha, AfonsoPena, ruas Joaquim Fagundes, co-ronel Joaquim Manoel, São José,Jaguarari, Régulo Tinôco e aveni-da Presidente Bandeira.

População já percebe melhoriascom início da reforma nas paradas

Obra orçada em R$ 185 mil contempla novas coberturas, recuperação das grades de proteção e colocação de lixeiras

Hayally: “Garante conforto, mas paradas são mal projetadas e com poucos assentos”

PROJETO FAZ PARTE DAS OBRAS DE MOBILIDADE URBANA PARA A COPA DE 2014Fotos: Wellington Rocha

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Ao olhar para sua estante, o bi-bliotecário Raimundo Muniz, daBiblioteca Central Zila Mamede, daUniversidade Federal do Rio Gran-de do Norte (UFRN), sentiu o de-sejo de fazer circular seus livros.Apesar de amar seu acervo, Rai-mundo idealizou o projeto “Biblio-teca Itinerante para Trocas de Li-vros” para compartilhar suas leitu-ras com outras pessoas.

O idealizador é um apaixona-do pelos livros e fala do projetocom uma empolgação contagiante.Nascido numa família humilde nosertão da Bahia, na Chapada Dia-mantina, tomou gosto pela leiturapor meio dos cordéis vendidos nasfeiras livres. Quando adolescente,foi trabalhar numa farmácia e pas-sou a ler bulas de remédios. Na es-cola, seu primeiro livro foi “Meupé de laranja lima”, de José Maurode Vasconcelos, e, desde então, nãoparou mais de ler.

Com a proposta de estimulara leitura e a troca de livros tantono Campus Universitário comoem bairros mais carentes deNatal, o projeto Biblioteca Itine-rante pretende proporcionar aconstrução de uma comunidademais bem informada. Desde feve-reiro deste ano, o acervo não parade crescer e atualmente conta commais de mil títulos catalogados.Como diz Raimundo Muniz,quem gosta de ler consome ecompartilha bons livros.

Raimundo conta que o projetonasceu a partir da ideia de por emprática as cinco leis da biblioteco-nomia, criadas em 1930 pelo bi-bliotecário indiano Ranganathan.Segundo essas diretrizes, os livrosdevem ser lidos e depois compar-tilhados com outros leitores, viabi-lizando a permanente troca de in-formações, em vez de serem aban-donados nas estantes. Também ser-viram de inspiração o Bookcrossinge o Livro Livre, ações voltadas àtransformação de espaços públi-cos em grandes bibliotecas.

A última ação do projeto, como tema "Libertando Livros - Reu-tilização Através de Troca de Li-vros", aconteceu dentro da progra-mação da CESTA Ecológica, or-ganizada pela Diretoria de MeioAmbiente (DMA) no mês de junho,no Centro de Convivência daUFRN. “Só nesse evento foram re-cebidas mais de 200 doações, entreelas livros didáticos, que ainda nãotínhamos, e literatura em geral”,ressaltou o idealizador.

EXTENSÃODesde o mês de março, o “Bi-

blioteca Itinerante para Trocas deLivros” foi incorporado aos pro-jetos da Pró-Reitoria de Exten-são (PROEX) da UFRN. O pro-jeto conta com seis bolsistas,sendo duas remuneradas e quatrovoluntárias. Elas são alunas doscursos de Serviço Social, Biblio-teconomia e Gestão de PolíticasPúblicas.

Para Ana Cláudia, bolsista e

aluna do curso de Serviço Social,participar do projeto é gratifican-te, pois ver pessoas trocando livrose relaxando com as leituras é umprazer. Ela acrescenta que tambémaproveita para renovar a sua leitu-ra, além de trocar livros de seuacervo pessoal por outros que aindanão leu.

A bolsista conta que o leitornão precisa esperar por eventospara efetuar trocas ou mesmo doa-ções. Segundo Ana, há pessoasque, por já conhecerem o acervo,entram em contato pelo Facebookdo projeto e encaminham suas so-licitações. Os livros mais procu-rados ainda são os de literaturabrasileira, porém a busca por ma-teriais de concursos públicos temcrescido, afirma.

DIFICULDADESComo muitos projetos que

visam à melhoria de vida da popu-lação por meio da leitura, o “Biblio-teca Itinerante” não conta com pa-trocinadores. Os equipamentos dis-poníveis (mesa, computador, má-quina fotográfica e modem) são depropriedade de Raimundo Muniz,que não mede distância para di-vulgar o projeto.

A partir do mês de agosto, aprevisão é alçar voos mais altos.Raimundo e sua biblioteca visita-rão algumas comunidades caren-tes, atendendo a convites de mora-dores ou pessoas interessadas emestimular a leitura nesses locais.“O objetivo é alcançar o leitor empotencial”, afirma Muniz.

Ainda em agosto, a ação “Liber-tando Livros” fará parte do proje-to “Arte na Rua”, do Núcleo deArte e Cultura (NAC) da UFRN.Nele, a ação acontecerá numa sexta-feira e será voltada para a divulga-ção da literatura e do cinema. Parafechar a programação está previs-ta a exibição de um filme baseadoem obra literária a ser escolhido.

VISITASA primeira comunidade a re-

ceber a ação “Libertando Livros”será o Jardim Progresso, na zonanorte, atendendo ao convite de umaluno da UFRN e morador do bair-ro, que tomou conhecimento doprojeto durante evento na Univer-sidade. A localidade de Pium, emPirangi do Sul, e o Planalto serãoas próximas comunidades a rece-ber o projeto.

De acordo com RaimundoMuniz, após as visitas será traça-do o perfil da comunidade, elencan-do carências, principalmente edu-cacionais, além de angariar apoiodos conselhos comunitários paraconstrução de pontos fixos de lei-tura nesses bairros. Porém, Rai-mundo afirma, as trocas vão con-tinuar e o projeto está aberto a con-vites de escolas e entidades.

O projeto ainda dispõe de umapágina no Facebook (www.face-book.com/bibliotecaitinerantepara-trocasdelivros) e um perfil no Twit-ter (@liberteolivro), nos quais sãodisponibilizadas dicas de livros, fra-ses motivacionais, além de fotos ea programação dos eventos.

Quarta-feira14 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013

[email protected]

Por Leuzene Salgues. Pedagoga. Pesquisadora e Voluntária da INTERCAMPI

Cidade

Fone: 3211-3126

Autoconhecimento e Projeto de vidaA partir da experiência pes-

soal e do acompanhamento denarrativas de histórias de vida deoutras pessoas é possível identi-ficar que as recordações ou evo-cação das trajetórias pessoais au-xiliam na identificação de nossomodo de ser, dos aspectos ma-duros e imaturos presentes emvárias fases da vida. Ante as aná-lises das histórias de vida pode-se observar que o nível de insa-tisfação pessoal está, muitasvezes, relacionado ao foco equi-vocado em relação ao sentido davida e da evolução consciencial,em virtude do desconhecimentode uma programação existencialplanejada no período preparató-rio para a atual existência huma-na, pautada nos traços madurosda consciência em evolução.

Pela Conscienciologia, cadaum de nós nasce com uma proé-xis - programação existencial aser cumprida na vida humana, deacordo com os talentos que setem e que irão contribuir no pro-cesso de reeducação da consciên-cia para que ela possa ser útilpara a evolução de si mesma e domaior número de consciências.

Esse planejamento existen-cial tem como base a assistência,seja em relação a si mesmo ou emrelação aos outros e ao meio am-biente. A autoassistência ocorreatravés da reeducação de traçosimaturos e hábitos cronificadosadquiridos nas vidas pretéritas,como por exemplo, a desorgani-zação, o 'pavio curto', a dificul-dade de concentração, dificulda-de em expressar o que pensa ousente, entre outros. Enquanto quea hetero-assistência se faz atravésde tarefas do esclarecimento efraternismo, pela qual se facilitaaos outros o acesso às informa-ções e o desenvolvimento da ca-pacidade reflexiva do interessa-do em evoluir, bem como, o pa-

trocínio de associação de idéiasacerca das necessidades de pre-servação do meio ambiente.

Em função do esquecimentoque o choque biológico do renas-cimento provoca, não recorda-mos o nosso projeto de vida por-que 'habitamos' um cérebro emdesenvolvimento e não há, ainda,sinapses referentes aos talentoslatentes, que por sua vez, vãosendo readquiridos através deneossinapses promovidas pelasexperiências vivenciadas e suasconseqüentes aprendizagens.

Muitas pessoas, principal-mente aquelas que já deveriamestar na fase de execução da pro-gramação existencial, iniciadapor volta dos trinta e cinco anosde idade, se deparam com uma in-satisfação inexplicável, um vaziosem sentido, apesar de já ter al-cançado muitos dos objetivos hu-manos, sem terem, no entanto,investido nos objetivos existen-ciais e evolutivos.

Neste sentido, para os interes-sados em dinamizar a assistênciapara consigo e para com o mundo,é imprescindível a promoção daautopesquisa e identificação doeixo assistencial. Uma das váriasestratégias utilizadas para esse fimpode ser a evocação e registro dosmomentos relevantes na históriapessoal, positivos e negativos, quepossam contribuir com os indíciosdo planejamento estratégico da as-sistência a ser realizada (auto e he-teroassistência), através, principal-mente, da gratificação íntima esenso de utilidade despertado nosmomentos mais marcantes, já vi-vidos. Um outro modo de auto-pesquisa é a identificação, regis-tro e análise de tudo que cause omenor incômodo em nosso dia adia, seja nas relações intercons-cienciais, seja no meio ambiente,ou no que ocorre no microuniver-so de nossa intimidade, favorecen-

do o processo de autorreeducaçãoe superação das imaturidades.

Desse modo, ao investir naanálise do nosso comportamen-to nos acontecimentos da vidaestamos desenvolvendo autopes-quisa, que por sua vez, promovee expande o autoconhecimento,a identificação dos mecanismosde nosso funcionamento, comopor exemplo: comprovar que assituações de conflito podem mos-trar os traços de nossa persona-lidade que precisam ser reeduca-dos; identificar os talentos quesurgem ou a falta dos mesmosnecessários à resolução de proble-mas; perceber as reações de com-prometimento ou descaso diantedas preocupações ambientais; ve-rificar as atitudes de indiferençaou compaixão ante o sofrimentoalheio, etc.

A partir disso, a consciênciaque deseja ampliar o autoconhe-cimento e dinamizar a própriaevolução pode promover uma re-perspectivação de sua vida, maiscondizentes com sua capacidadeassistencial, que contribua para asuperação dos aspectos imaturos,para o desenvolvimento e a aqui-sição de talentos, de modo a seter uma condição pessoal maisequilibrada que favorece a reela-boração de um projeto de vidafutura mais prazerosa, com maisdiscernimento e fraternismo, fa-vorável a evolução consciencial.

Para mais informações sobreConscienciologia, a professoraLeuzene Salgues ministrará umapalestra gratuita sobre o tema "Au-toconhecimento e Projeto de Vida",no dia 08 de agosto de 2013, das20h00 às 21h30, na sala da IN-TERCAMPI, na Avenida AntônioBasílio, 3006 - Edifício LagoaCenter, sala 901 - Lagoa Nova -Natal. Fone:84-3211-3126; e-mail:[email protected];www.intercampi.org.

PROJETO ABRANGE O

CAMPUS DA UFRN E

BAIRROS CARENTES

DE NATAL

Biblioteca Itinerante pretendeestimular o hábito da leitura

Para alcançar mais leitores, projeto, que não conta com patrocinadores, precisa de apoio e mais doações de livros

Acervo atual conta com mil títulos catalogados, entre didáticos e literatura em geral

Fotos: Divulgação

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O empate por 0 a 0 com oOeste, na noite de ontem, no Está-dio Frasqueirão resultará numa sériede dispensas no ABC. Uma reu-nião entre dirigentes e comissãotécnica a ser realizada ainda hoje vaidefinir não apenas os nomes dequem deixará o clube, mas deverádefinir ainda a chegada de atletaspara reforçar o elenco. O time ocupaatualmente a 20ª colocação comapenas uma vitória após 13 jogosna Série B e tem o pior aproveita-mento da competição.

Geralmente comedido nas suasdeclarações e protetivo em relaçãoao clube, o superintendente de fu-tebol do ABC, Ferdinando Teixei-ra assegurou que o desempenho daequipe em campo, especialmentequanto aos resultados, precisamudar imediatamente. Para isso,ele garante que a reunião desta quar-ta-feira terá papel fundamental parapromover as mudanças necessáriaspara que o time possa iniciar umareação enquanto ainda há tempo econdições matemáticas para evitaro rebaixamento para a Série C.

"Vamos nos reunir, conversar,procurar soluções. Futebol custamuito dinheiro hoje, mas temos queconversar muito sobre isso. O re-

baixamento é algo que ninguémquer e se não tomarmos uma atitu-de agora, o que parece difícil seráinevitável. O momento é de ousar.Hora de dar o coice, como dize-mos aqui no Nordeste. Ou vai ouracha. É o que eu penso", afirmou

Ferdinando Teixeira que garantiuque uma conversar com o presi-dente do clube, Rubens Guilher-me, o vice de futebol, Bira Mar-ques, e o técnico Waldemar Lemosdeverá oferecer as ações necessá-rias para projetar a reação tão es-

perada pelo torcedor.E sobre o técnico Waldemar

Lemos, que conquistou apenas umavitória até aqui nesta Segundona,Ferdinando garante que o treina-dor não é o problema abecedistaneste momento. "Isso nunca nem se

falou aqui dentro do clube [a saídade Waldemar]. Ele é um cara sérioe que tem experiência e competên-cia para administrar o grupo naSérie B, mas tem que dar qualida-de ao grupo", justificou.

O superintendente explica queo rendimento abaixo do necessá-rio é de ordem técnica e que oelenco precisa de contrataçõespara conseguir reagir. Antesmesmo do empate sem gols como Oeste-SP, Teixeira já havia si-nalizado a necessidade de um za-gueiro, um meia e um atacantepara reforçar a equipe. "É umcampeonato difícil, se você obser-var, temos criado inúmeras chan-ces reais e desperdiçamos. Quan-do isso acontece, o adversáriofica mais forte. Tem faltado com-petência da nossa parte para de-finir o jogo quando temos asoportunidades, é uma obrigaçãoque precisamos cumprir, ainda

mais na situação que estamoshoje", desabafou.

A preocupação de FerdinandoTeixeira faz sentido. O ABC temhoje o pior ataque da competiçãoao lado do Atlético-GO. Ambostêm apenas nove gols marcados.Mas diferente dos goianos que ocu-pam a 15ª posição com 13 pontos,os alvinegros têm seis pontos em 39disputados e o pior aproveitamen-to da Segundona.

De fato, a situação é desespe-radora para o ABC que vive seufilme de terror particular. O timesegue na lanterna desde a primei-ra rodada e está a sete pontos doASA-AL, primeira equipe fora doZ4. Para sair da última coloca-ção, o time precisaria de pelomenos oito pontos nos próximostrês jogos e uma combinação deresultados. E para tentar fazer suaparte, vencer é a alternativa parao time potiguar.

Quarta-feira O Jornal de HOJE 15Natal, 7 de agosto de 2013

Bruno AraújoBRUNO ARAÚJO - TWITTER: @brunoaraujo7 EMAIL: [email protected]

Esporte

PisandonaBolaAMÂNCIO [email protected] / www.chargistaamancio.blogspot.com

ACORDA ABCEscrevo essas palavras enquanto

o carioca Waldemar Lemos deixavao estádio Frasqueirão para ir para suacasa. A insônia, sem dúvida, deverároubar seu sono. Não seria diferentea noite do torcedor abecedista que as-sistiu a um filme de terror em campoe por isso, muito provavelmente, nãoterá conseguido tocar uma pálpebra naoutra. O medo de vivenciar na própriacabeça as imagens de ABC e Oestenão permitiria um sono tranquilo nemsob forte medicação.

As longas noites sem dormir nocomando abecedista, contudo, pare-cem provocar no treinador um efeitode letargia no comandante alvinegro.Diante de uma situação que, de fato,já é desesperadora, o treinador apelapara fé e mantém um discurso de ama-nhã será um novo dia. O problema éque os dias seguintes na Rota do Solnão trazem mais luz. Aparentemente,o astro-rei decidiu desviar o caminhoe não levar mais seu brilho ao time.

Na verdade, é o extremo oposto.As trevas dominam em campo. Otime sofre, sonha, pede por um lapsode lucidez que raramente vem. Nosbastidores do clube, apesar da vonta-de de acertar, o excesso de tranquili-dade no discurso e nas ações reforçamainda mais a escuridão ressaltada pelo

feixe vexatório de uma lanterna queilumina a ilha deserta da última co-locação que já garante ao time poti-guar o usucapião do lugar na classi-ficação da Série B

Não é mais hora para dormir. Ainsônia deve ser mais do que umadoença neste momento para os alvi-negros, precisa ser uma obsessão.Manter os olhos abertos é fundamen-tal, não apenas para observar, masprincipalmente para compreenderque uma mudança radical precisa serencomendada para ontem. Qualificaro elenco é a única alternativa para otime esboçar uma última ação con-tra o rebaixamento cada dia maiscristalino.

A eventual demissão do técnicoWaldemar Lemos é uma consequên-cia, que apesar de não resolver todosos problemas, é válida e faz parte doindispensável processo de reformu-lação não apenas do elenco e da co-missão técnica, mas também da pos-tura exigida para a situação atual. Oconformismo no tom da entrevistaapós um empate, com o time na úl-tima posição, jogando mal e com opior aproveitamento da competiçãomostra que o espírito de apatia é con-tagioso.

A tentativa excessiva de mantero controle é perigosa quando se exige

uma ação urgente. O tempo para so-nhos já se foi e a contagem regressi-va do despertador já passou da horade exercer sua função existencial paralivrar o alvinegro do pesadelo vívidoda Série C. Alguém precisa gritar"acorda ABC!"

NORBERTOÉ verdade que o técnico Argel

Fucks adota uma postura que resguar-da, antes de tudo, o posicionamentodefensivo. Mas com Norberto à dis-posição e em plenas condições deatuar, o treinador optar por deixar ojogador no banco é uma temeridade.O ala é bom jogador e oferece ao timerubro uma velocidade importante pelolado direito do campo. Reorganizar aequipe para contar com o atleta em suaformação original seria uma ótima al-ternativa para os rubros.

ASSINATURAO América deverá assinar nos

próximos dias o contrato com o Con-sórcio Arena das Dunas. O impedi-mento no acordo, uma cláusula nãorevelada pelo presidente Alex Padang,estava travando o acerto. Com as par-tes chegando a um entendimento, onegócio deve ser fechado em breve.O acerto vai garantir aos rubros umaverba inicial de R$ 2 milhões, além

do patrocínio pela utilização do está-dio pelos próximos cinco anos.

NOVO LOUCOO atacante Igor, 15 anos, vai de-

fender o Corinthians. O jogador as-sinou na segunda-feira o primeirocontrato como profissional e se apre-sentou ao time alvinegro na terça-feira passada. O jovem deve disputara Copa do Brasil Sub-17, além doCampeonato Paulista e torneios in-ternacionais que o Corinthians aindavai jogar em 2013. O atacante poti-guar é irmão do também atacanteRuan, de 19 anos, atualmente no For-taleza.

QUALIDADE DE VIDAO Circuito Qualidade de Vida

Nordestão terá mais uma vez a em-presa Hora de Correr como respon-sável pela organização das ativida-des esportivas. O evento reunirá es-porte, saúde e lazer em Natal nos pró-ximos dias 31 de agosto e 01 de se-tembro na Praça Cívica do Campusda Universidade Federal do Rio Gran-de do Norte (UFRN). Ano passado,levou uma multidão ao local e agra-dou aos participantes. A estimativade público é de pouco mais de 15 milpessoas.

P J V E D GP GC SG %1 Palmeiras 31 13 10 1 2 28 9 19 79.52 Chapecoense 29 12 9 2 1 29 12 17 80.63 Sport 24 13 8 0 5 25 21 4 61.54 Paraná 23 13 6 5 2 18 8 10 595 Figueirense 22 13 7 1 5 27 21 6 56.46 América-MG 22 12 6 4 2 25 17 8 61.17 Joinville 21 13 6 3 4 25 16 9 53.88 Boa Esporte 20 13 5 5 3 13 14 -1 51.39 Ceará 17 13 4 5 4 17 17 0 43.610 Icasa 16 13 5 1 7 17 27 -10 4111 Bragantino 16 13 4 4 5 13 13 0 4112 Avaí 16 13 4 4 5 16 19 -3 4113 Oeste 16 13 4 4 5 13 18 -5 4114 Guaratinguetá 14 13 4 2 7 17 22 -5 35.915 Atlético-GO 13 13 4 1 8 9 19 -10 33.316 ASA 13 13 4 1 8 13 24 -11 33.317 São Caetano 13 13 3 4 6 15 16 -1 33.318 América-RN 13 13 3 4 6 14 22 -8 33.319 Paysandu 12 13 3 3 7 14 21 -7 30.820 ABC 7 13 1 4 8 9 21 -12 17.9

CLASSIFICAÇÃO

ASA-AL 2 x 4 Sport-PE

Figueirense-SC 3 x 0 Icasa-CE

Chapecoense-SC 3 x 0 Atlético-GO

Ceará 2 x 1 América-RN

São Caetano-SP 1 x 2 Palmeiras

Boa Esporte-MG 2 x 0 Guaratinguetá-SP

ABC 0 x 0 Oeste-PE

Paraná 1 x 1 Joinville-SC

Bragantino-SP 1 x 1 Avaí-SC

Paysandu-PA 0 x 0 América-MG

RESULTADOS DA 13ª RODADA

REUNIÃO DEFINE AINDA HOJE DISPENSAS NO ABC

Com rodada favorável, ABC desperdiça oportunidade de encostar na briga para deixar a zona de rebaixamento da Série B

APÓS MAIS UM RESULTADO NEGATIVO E CADA VEZ MAIS CONSOLIDADO NA LANTERNA, ALVINEGROS MONTAM

FORÇA-TAREFA PARA TENTAR SALVAR TIME DO REBAIXAMENTO. DISPENSAS E CONTRATAÇÕES DEVEM SER ANUNCIADAS

Waldemar Lemos: “Entrego nas mãos de Deus”Após o empate com o time pau-

lista, o técnico do ABC, WaldemarLemos, voltou a mostrar uma tran-quilidade surpreendente diante doresultado adverso na rodada que teriasido, no caso de uma vitória abece-dista, extremamente favorável já queos demais adversários que lutamcontra o rebaixamento acabaramderrotados em suas partidas. Um re-sultado positivo dos Alvinegros per-mitiria uma aproximação na classi-ficação antes do clássico contra oAmérica, no próximo sábado, maisum confronto direto no calvário dodescenso.

O treinador, inclusive, destacouque apesar da pressão ser natural,ela não resolverá o problema doABC. "Infelizmente se repetiu o quetem acontecido, trabalhamos semprefocados na vitória, mas infelizmen-te isso não aconteceu. Tivemos bomcomportamento, mas os erros estãoacontecendo. O que faltou mesmofoi o gol. Não adianta pressão, pres-são para mim não é besteira, elaexiste e é natural, mas tenha a cer-teza que tudo meu é entregue nasmãos de Deus, ele vai saber o mo-

mento certo de resolver as coisas.Tudo que faço é na perseverança,na fé", afirmou.

Waldemar voltou a lamentar a se-quência de jogos consecutivos e afir-mou que a falta de tempo para treina-mentos e condicionamento dos joga-dores vindos do departamento médi-co têm atrapalhado a preparação abe-cedista. Ele admitiu a possibilidade decontar com reforços, mas garante nãoantecipar as situações, já que segundoele, só é possível trabalhar com o quetem à disposição de imediato. Por ins-tante, o comandante chegou a lamen-tar o fato de ter um clássico pela fren-te na próxima rodada.

"Desde que cheguei aqui estamossem tempo para treinamento. É jogoem cima de jogo, tivemos o torneio[Taça Ecohouse] que não foi muito sa-tisfatório para o grupo de maneirageral. Mas a gente vai continuar notrabalho com calma. Temos o clássi-co e é diferenciado, Tudo pode acon-tecer. Já tivemos um clássico aqui evencemos, é um jogo diferenciado, di-fícil. A gente sempre foca o próximojogo e infelizmente ou felizmente éum clássico", concluiu.

José Aldenir

José Aldenir

Técnico Waldemar Lemos entregou reação abecedista "nas mãos de Deus" após empate com o Oeste-SP

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Esporte Quarta-feira16 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013Natal, 31

Passe LivreRUBENS LEMOS FILHO - [email protected]

Hora de desencarnar Zico acenava da escada do avião com a mulher Sandra e dois

filhos pequenos. Vascaínos vibravam e flamenguistas lacrimeja-vam. O desmancha-prazeres dos cruzmaltinos finalmente ia em-bora para a Itália enquanto os órfãos e viúvos rubro-negros pa-reciam tomados pela perplexidade do luto.

Tristes, os flamenguistas sequer comemoravam o tricampeo-nato brasileiro, ganho com folga sobre o Santos em esplêndidaexibição do seu melhor jogador, que já sabia, estava se despe-dindo da extensão de sua casa, o Ex-Maracanã. Zico fez o pri-meiro, deu o passe para o segundo, de Leandro e iniciou a joga-da do terceiro, cabeçada de Adílio: 3x0.

Zico acenava do avião da Alitália e o Globo Esporte encer-rava a edição tentando ser criativo e caindo na pieguice. Enquan-to subiam os créditos, as letrinhas identificando os responsáveispela edição do dia, soltaram Ciao, Ciao, Bambina, sucesso dosanos 1960, do italiano Domenico Modugno.

Na tradução ao português, Adeus Menina, um apelo de umhomem apaixonado à mulher fugidia. Zico não era uma donze-la desalmada e partia para a Itália praticamente obrigado. Nuncaquis deixar o Flamengo. Foi começar a construir sua independên-cia financeira consolidada somente quando parou de vez e foi en-sinar futebol no Japão, lá pelos idos de 1990.

Zico partiu e nós, os vascaínos, ainda esperaríamos quatro anospara ganhar um campeonato de novo. Com ele de volta. Em suaausência, só deu Fluminense, de Paulo Vitor, Aldo, Duílio, Ri-cardo Gomes e Branco, Jandir, Delei e Assis, Romerito, Washing-ton e Tato, o Tricolor do Casal 20, Tri em 1983/84 e 85.

O certo é que a vida continuou. Notícias de Zico, tínhamosapenas aos domingos, tarde da noite, pelos gols do Fantástico,golaços de sem-pulo e de falta. Ou em raríssimas reportagens com-pradas pela Revista Placar às agências internacionais de notí-cias. O Brasil não ficou refém de Zico.

Nem de Sócrates, Júnior, Cerezo, vendidos depois, a exem-plo do que ocorrera com Edinho e Falcão, primeiros a partir aoEldorado do Cálcio. Falcão, o mais brilhante Rei de Roma, desdeos tribunos do Senado e dos Bórgias, incestuosos.

>>>A seleção brasileira sofreu. Sem Zico, variávamos nosso re-

pertório de palavrões espinafrando os substitutos escolhidos porParreira. É, gente boa, Parreira sucedeu Telê Santana em 1983 eentregou a camisa 10 da CBF a Carlos Alberto Borges, do Pal-meiras.

Piada? Não. Está no Google. Pesquise. Carlos Alberto Bor-ges, um espigado meia-armador do Palmeiras, que nós chamá-vamos lá nas arruaças do bairro do Tirol em Natal de Carlos Al-berto Bosta. Foi o primeiro a usar a camisa de Zico. Um raio atin-giu Carlos Alberto num treino do Verdão e o futebol que ele jánão tinha, desapareceu até ele sumir num redemoinho de nuvemqualquer.

Jorginho Azarado(nunca foi campeão), do Palmeiras, Tita,bom jogador dotado de uma inveja patológica do Galinho, do qualimitava até o corte de cabelo, Renato Pé-Murcho, Pita, esperan-ça morta de lentidão, Arthurzinhodo Vasco, Bangu e Corinthians,Assis do Fluminense e, apocalipse, sim, Casagrande, vestiram omanto do Filho de Quintinho até ele voltar em 1985.

O Brasil sofreu, mas não morreu. Zico voltou a ser notíciafrequente quando retornou ao Flamengo. A vida é fato local. Peléna delirante passagem pelo Cosmos dos Estados Unidos apare-cia, mas de vez em quando, marcando gols de bicicleta jogandoem gramados sintéticos contra times amadores.

A mídia brasileira recomeça a por em prática o plano de des-truição da carreira de Neymar. Ele é noticiado o tempo inteirono Barcelona. Neymar, ficou provado em sua estreia, é mais umna constelação. Significa um bocado. É um craque a mais. Nãoo protagonista. Acabou o tempo da careta, da frase boba, do dri-ble sem sentido.

No Barcelona, quem deve noticiar Neymar é a imprensa es-panhola. Palavra do jornalismo brasileiro sobre ele vale um cru-zado, moeda extinta dos tempos de José Sarney. Neymar está comanemia.

É noticia de forma alguma. Notícia é Juninho Pernambuca-no dando um drible de forró no zagueiro do Botafogo e Seedorfmandando numa partida sem olhar um instante para a bola, emintimidade soberana.

Neymar com diarreia, Neymar na praia, Neymar comendo pael-la, Neymar falando ao celular, Neymar fazendo embaixadinha,Neymar sentado no banco, Neymar entrando no segundo tempo,Neymar interrompendo a programação de TV aberta e fechada.Deixa Neymar para lá. Deixa ele imitar Messi. O gênio que de-testa holofotes e só quer saber de encantar o mundo.

SEM FUNDO NEM POÇOHá situações em que é melhor

morrer de sede. Nem há poço, nãoadianta saber se tem fundo. É oABC.

TARDEEmbora o lance do primeiro

gol do Ceará tenha sido duvidoso,o América demorou para reagir.Almir não é o substituto ideal paraCascata. Longe como Natal dePorto Alegre. Ricardo Baiano, comseu vigor, faz muita falta ao time.O América tem no clássico o jogodecisivo para sair do Z-4 e respi-rar na Série B.

TEMPOS DIFERENTESEram tempos e times diferen-

tes. Em 7 de agosto de 1977, abrin-do o segundo turno do Campeona-to Potiguar, o ABC vencia o Poti-guar de Mossoró por 2x1 no Está-dio castelo Branco (depois Macha-dão). Nego Chico abriu o placarpara os mossoroenses e Noé Ma-cunaíma empatou. Baltazar fez ogol da vitória, vista por um públi-co pagante de 8.912 torcedores.

TIMESABC: Hélio Show; Fidélis,

Pradera, Domício e Vuca; Balta-

zar, Danilo Menezes e MaranhãoBarbudo(Noé Silva); Zezinho Pelé(Serginho), Anderson e Noé Ma-cunaíma. Potiguar: Gileno; JorgeLuís, Jotabê, Elói e Vildomar; ZéRaimundo, Ananias e Zé CarlosHenrique; Carlinhos, Nego Chicoe Odilon.

PALÁCIO DOS ESPORTESPelo twitter, o secretário mu-

nicipal de Esporte e Lazer, Eduar-do Machado, informou que serádia 20 a concorrência pública paraa reforma do Palácio dos Espor-tes. Disse também que os engen-nheiros da SEL estudam umaforma de adaptar a quadra ao fu-tebol de salão e ao handebol.

POLÍTICASem o futebol de salão, es-

pecialmente, que é o segundo es-porte mais praticado no Brasil, oPalácio dos Esportes não pode-rá receber jogos oficiais e o NélioDias, na Zona Norte, é distante.Com o Palácio e uma quadra ofi-cial, a prefeitura, finalmente, po-deria investir numa política deesporte, abrindo escolinhas.Hoje, a exemplo de outras ges-tões, a opção é por eventos pas-sageiros.

Conformado, técnico do Américaespera reabilitação no clássicoAPÓS DERROTA POR 2 A 1 PARA O CEARÁ, NO CASTELÃO, ALVIRRUBROS ESPERAM

RETOMAR CRESCIMENTO NA COMPETIÇÃO NO CLÁSSICO DO PRÓXIMO SÁBADOAderrota por 2 a 1 para o Ceará,

na Arena Castelão, ao contrário doque alguns poderiam pensar nãoafetaram em nada o discurso de oti-mismo do técnico Argel Fucks. Otreinador admitiu os erros da equi-pe, em especial no primeiro tempo,mas afirmou que o crescimento évisível, apesar da oportunidade dedeixar a zona de rebaixamento na13ª ter sido desperdiçada com o re-sultado negativo diante dos cearen-ses.

O treinador encarou com tantanormalidade que aproveitou, inclu-sive, para utilizar de uma exemplocurioso na entrevista, logo após apartida. "Se Barcelona, Real Madride Bayern de Munique perdem, o

América também pode perder", des-tacou o comandante. Questionadase o resultado havia sido injustopela pressão rubra nos 10 minutosfinais de partida, o treinador foi ta-xativo. "Não achei injusta. Não éfácil jogar com Ceará, principal-mente fora de casa. O time pagoupreço caro por duas desatenções,segundo tempo organizamos me-lhor a equipe e tivemos oportuni-dades, mas futebol é complicado.Não é fácil vir aqui, vencer o Ceará.A gente sai um pouco mais confor-mado, mas nunca é bom perder,mas equope jogou futebol, agrediu,jogou de igual para igual", comen-tou.

Com o clássico na próxima ro-

dada, o treinador evitou tecer co-mentários mais longos sobre asexpectativas para o jogo e afir-mou que o comportamento após otropeço contra o Vovô deve serencarado com naturalidade. Quan-do ganha, não dá muito tempopara comemorar, quando perde,não dá para fazer tempestade emcopo d'água. Somos os mesmosquando ganha, quando perde ouempata. Vamos pensar no clássi-co porque é o próximo jogo, nãoporque é o clássico. Será uma par-tida que teremos o nosso torce-dor, na nossa casa e agora preci-samos tentar fazer o nosso deverde casa", disse Argel.

O resultado negativo manteve

o time na 18ª colocação com osmesmos 13 pontos que iniciou arodada. O time está empatado comoutras três equipes que tem amesma pontuação e está na zonade descenso apenas pelos critériosde desempate. O fato de o time estarconseguindo ascender na tabela eencostar nos adversários faz o co-mandante Alvirrubro ficar tranqui-lo pela longa jornada, que segun-do ele, o time ainda tem pela fren-te. "É um campeonato com 26 ro-dadas ainda pela frente e vamosconquistar o objetivo para o qual fuicontratado que é tirar o Américada zona de rebaixamento. Vamosrecuperar todo mundo, chegandojogador, arrumar a equipe", con-

Amaioria dos prognósticos mé-dicos foi contrariada e pouco maisde um mês após ser internado commalária cerebral, forma mais agres-siva da doença, o goleiro Danilo estárecuperado e ansioso para voltar aostreinos do Alecrim. Ainda longe dosgramados, Danilo visitou os compa-nheiros no trabalho realizado naterça-feira à tarde, no campo do Cru-zeiro, em Macaíba.

Ainda nos primeiros dias dejulho, Danilo foi diagnosticado coma doença e internado no hospital Gi-selda Trigueiros. Em coma por 10dias, o atleta teve diversas compli-cações médicas, necessitando de res-pirador artificial, hemodiálise, alémde enfrentar uma pneumonia e infec-ções. Retornando à rotina após re-ceber alta, Danilo foi a São Caeta-no-PE visitar familiares e amigosassim que teve condições de pegara estrada.

De volta a Natal, o atleta seráavaliado ainda esta semana pelo de-partamento médico do Alecrim, que,em conjunto com a comissão técni-ca, preparação física e nutricionis-ta, irá preparar o retorno do goleirode maneira gradual. "Os médicos

do hospital me disseram que minhavida vai voltar ao normal. Agora,vou ser avaliado pelo médico doclube, que vai determinar como seráessa minha volta. Estou recupera-do, mas preciso recuperar a parte fí-sica, já que perdi muito peso", disseDanilo.

Ainda com algumas marcas doaparato médico utilizado em sua re-cuperação, além dos quilos perdi-dos - 15 kg, sendo seis já recupera-

dos - o atleta se sente feliz por tervencido a doença e poder criar suasduas filhas pequenas. "Me sintofeliz. Depois de tudo o que passei,só de estar aqui conversando normal-mente, sem nenhuma sequela, já émotivo de muita felicidade. Numprimeiro momento, eu nem penseino futebol. Estava mais preocupadoem recuperar a minha saúde e empoder rever as minhas filhas e minhaesposa. Só depois que fui melho-

rando é que comecei a pensar seconseguiria voltar ao esporte", afir-mou.

Naturalizado guinéu-equatoria-no, o goleiro contraiu a doença emsua última viagem ao Malambo, naÁfrica, quando participou de umapartida contra a Tunísia pelas Elimi-natórias da Copa do Mundo de 2014,dia 16 de junho. Ao todo, três joga-dores da seleção de Guiné Equato-rial foram acometidos pela doença.Claudiney "Rincón", 33 anos, foi aúnica vítima fatal entre os brasilei-ros que jogam na seleção africana.

Apesar do acontecido, Danilogarante que não terá problemas emvoltar ao país da África. Segundo osmédicos, após superar a doença, oatleta desenvolveu anticorpos e nãocorre mais riscos de sofrer de ma-lária. "A princípio estava bastantetemeroso e não pensava em voltarà Guiné Equatorial, já que não que-ria passar o que passei novamente.Mas o médico me explicou que estouimune à malária, já que meu corpocriou anticorpos. Já recebi convitespara ir lá e devo voltar em brevepara receber uma homenagem queestão preparando pra mim", expli-

> GUERREIRO

Goleiro do Alecrim vence maláriae sonha em voltar aos gramados

> ESTRUTURA

JIU-JITSU POTIGUAR GANHA MAIS UM CELEIRO DE CAMPEÕES

Um das capitais mais impor-tantes do Jiu Jitsu brasileiro, Natalse prepara para receber mais umagrande estrutura para formar cam-peões. Será inaugurada na próxi-ma semana a Checkmat K1, emNova Parnamirim. A academia jáé celeiro de grandes campeõespelo país e resolveu ampliar suasatividados no Rio Grande doNorte.

Comandada pelo campeãomundial Thiago Barreto, a Check-mat tem em seu elenco de atletasdiversos atletas que brilharam nas

últimas competições. Felipe Bezer-ra, por exemplo, acabou de se sa-grar campeão mundial na categoriafaixa azul Super Pesado, além de terficado em terceiro lugar na Abso-luto faixa azul pela CBJJE. Ele tam-bém foi campeonato do Internatio-nal Rio Open, principal torneioaberto de Jiu Jitsu do mundo, sendocampeão nas duas categorias quedisputou. Outro exemplo é PabloAragão. O natalense foi terceirolugar no mundial da CBJJE na ca-tegoria de gaixa marrom Super Pe-sado. Já no International Rio Open

ele ficou com o primeiro lugar. Mas é justamente o professor

Thiago Barreto que tem acumula-do os principais títulos por ondepassa. Esse ano ele ganhou o mun-dial de Abu Dhabi, torneio quereúne os principais lutadores de JiuJitsu do mundo. A premiação dessacompetição é o que realmente atraios atletas, que precisam participarpor seletivas regionais e nacionais.Um detalhe interessante é que emAbu Dhabi as medalhas são real-mente de ouro, prata e bronze. Thia-go faturou a categoria Pena na faixa

preta. A nova CheckMat K1 irá fun-

cionar dentro da K1 Academia, quefunciona na rua Domingos AlvesQueiroz, 21, em Nova Parnamirim.A expectativa é que reuna cerca de150 alunos que terão aulas minis-tradas por Thiago Barrego e Thia-go Galvão, faixa preta de terceirograu que há anos ministrava aulasno Pará e está de volta a Natal. Aunidade da Avenida Nascimento deCastro, academia Matriz, continuafuncionando normalmente.

Após ficar em coma, Danilo visitou os companheiros de time durante treinamento alecrinense em Macaíba

Treinador americano lamentou erros da equipe, mas semostrou satisfeito com reação do time durante a partida

José Aldenir

Divulgação

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 17Natal, 7 de agosto de 2013Cultura

DANIELA PACHECO - [email protected]

Cultura HOJE

Exupéry é um jovem e destemi-do aviador. Ele e seus amigos, quejuntos formam “os cavaleiros docéu”, enfrentam o mar, o céu e o ar;a noite, o deserto, as montanhas eas tempestades para cumprir seuofício: transportar o correio aéreo.Essa vida de perigo, mistério eaventura inspira Exupéry a come-çar a escrever sua obra.

E, neste mês, quatro cidades doRio Grande do Norte recebem oespetáculo de teatro de animação“Um príncipe chamado Exupéry”,da Cia Mútua, de Santa Catarina(Itajaí/ SC). A maratona de dezapresentações começa em Natal,nos dias 10 e 11, e segue para Cur-rais Novos (dia 13), Mossoró (dia15) e Caicó (17). Viabilizadas peloPrêmio Funarte de Teatro MyriamMuniz 2012, do Ministério da Cul-tura, as apresentações da Cia Mútuasão gratuitas e algumas delas sãoacompanhadas de oficina e works-hop. Após circulação no norte dopaís, o espetáculo aterrissa no RioGrande do Sul, em mais quatro ci-dades.

O espetáculo de teatro de ani-mação inspirado na vida do escri-tor francês Antoine de Saint-Exu-péry, entre 1926 e 1944, quandoantes de ter-se tornado conhecidomundialmente por seu romance “OPequeno Príncipe”, Saint-Exupérytrabalhou para a Companhia de Cor-reio Aéreo Aéropostale. E numaépoca em que os aviões eram quasede papel, entregava cartas em esca-las de vôos diários, que se esten-diam pela Europa, África e Amé-rica do Sul. Uma de suas escalas erana praia do Campeche, em Floria-nópolis, local onde ele ficou eter-nizado como “Zéperri”.

No Brasil a ‘linha’ ia de Natal(RN) a Pelotas (RS). É neste con-texto, dentro de um hangar, semuma única fala que é encenada amontagem do espetáculo “Um Prín-cipe Chamado Exupéry”. A peçatem duração de 50 minutos, capa-cidade para uma plateia de 60 pes-soas e destinado ao público adulto.

“Extraordinário, maravilhoso,emocionante. Não esperávamos quea história de nosso tio-avô fosse re-tratada de forma tão mágica e fielà realidade e ainda sem falas. Oboneco é muito parecido com nossotio, o nariz dele é bem familiar. Osmomentos mais emocionantesforam o encontro dele com a rapo-

sa, no deserto e a o salvamento doamigo Guillaumet nos Andes. Vie-mos da França a Florianópolis ape-nas para o lançamento do docu-mentário De Saint-Exupéry a Ze-perri, que relembra a passagem donosso tio pela capital catarinense.Foi tocante conhecer outra parte desua história, os lugares que passoue as amizades que fez com os pes-cadores”, declararam Hélène deSèze e Isabelle d’Agay, sobrinhas-netas de Saint-Exupéry. “Estamosmuito felizes pela aprovação nesteedital, que é tão concorrido por gru-

pos do Brasil inteiro. Será a pri-meira vez da Cia Mútua no RioGrande do Norte, estamos ansio-sos e contando os dias para levar ahistória de Exupéry e a arte catari-nense para oito cidades diferentes”,ressalta uma das integrantes dogrupo, a atriz e produtora MônicaLongo.

Para a montagem do espetácu-lo, os integrantes da Cia Mútua es-tudaram a vida e obra de Antoinede Saint-Exupéry, sendo que du-rante a pesquisa de campo, realiza-da na França e no Brasil, foram en-

trevistados seu sobrinho-neto, Fran-çois D’Agay e Dona Chica, espo-sa do pescador Rafael Manoel Iná-cio, ilustrado na peça. Familiares deSaint-Exupéry assistiram à peça noBrasil e ficaram impressionadoscom a montagem. “Não esperáva-mos que a história de nosso tio-avôfosse retratada de forma tão mági-ca e fiel à realidade. O boneco émuito parecido com ele”, comen-tam Hélène de Sèze e Isabelled’Agay, sobrinhas-netas de Saint-Exupéry.

“UM PRÍNCIPE CHAMADO EXUPÉRY”CHEGA AO RIO GRANDE DO NORTEBONECOS APRESENTAM A HISTÓRIA DO ESCRITOR FRANCÊS SAINT-EXUPÉRY, QUE ESCREVEU O ROMANCE “O PEQUENO PRÍNCIPE”

Município de Natal

O que: “Um Príncipe Chamado Exupéry”

Quando: Dias 10 e 11 (às 19h e às 21h)

Local: Teatro do Departamento de Artes da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte.

Endereço: Av. Senador Salgado Filho, s/n - Campus

Universitário - Lagoa Nova.

Ingressos: Gratuito e disponível no local (uma hora antes do

espetáculo).

O que: Oficina de Sensibilização para as formas animadas

Quando: Dia 09 (das 13h30 às 18h)

Local: Serviço Social do Comércio (SESC) – Centro

Endereço: Rua Coronel Bezerra, nº 33 - Cidade Alta.

Ingressos: Gratuito (inscrições pelo fone (84) 3211-5577)

Município de Currais Novos

O que: “Um Príncipe Chamado Exupéry”

Quando: Dia 13 (às 19h e às 21h)

Local: Ginásio Poliesportivo Geraldão.

Endereço: Rua João Dutra de Almeida – Bairro JK.

Ingressos: Gratuito e disponível no local (uma hora antes do

espetáculo).

Município de Mossoró

O que: “Um Príncipe Chamado Exupéry”

Quando: Dia 15 (às 19h e às 21h)

Local: Teatro Municipal Dix-Huit Rosado Maia

Endereço: Avenida Rio Branco.

Ingressos: Gratuito e disponível no local (uma hora antes do

espetáculo).

Município de Caicó

O que: “Um Príncipe Chamado Exupéry”

Quando: Dia 17 (às 19h e às 21h)

Local: Serviço Social do Comércio (SESC) – Seridó.

Endereço: Rua Washington Luiz, nº. 55 – Boa Passagem.

Ingressos: Gratuito e disponível no local (uma hora antes do

espetáculo).

O que: Oficina de Sensibilização para as formas animadas.

Quando: Dia 16 (das 13h30 às 18h)

Local: Casa da Cultura.

Endereço: Rua Jundiaí, 641 - Tirol.

Ingressos: Gratuito (inscrições pelo fone (84) 3421-2337).

SERVIÇO:

SANDOVAL WANDERLEYNão adiantou nem a lavagem da escadaria do querido teatrinho do Ale-

crim para fazer com que dessa vez saísse a tão aguardada reforma. O di-nheiro que o Governo Federal enviou para a Prefeitura de Natal / Capi-tania das Artes e que já estava na conta do governo municipal teve queser devolvido.

FESTFILMES Com uma proposta diferenciada no circuito de festivais bra-

sileiros, o FestFilmes – Festival do Audiovisual Luso Afro Bra-sileiro, promovido pela Areal Produções Culturais, inicia suas ati-vidades com a abertura das inscrições para as mostras competi-tivas, que seguem até o dia 20 de setembro. A segunda ediçãodo evento, que está marcada para acontecer de 15 a 23 de no-vembro em Fortaleza, Baturité e Redenção, no Ceará, mantéma proposta de promover o intercâmbio cultural, social e econô-mico dos países de língua portuguesa.

Ano passado, foram selecionadas 45 obras audiovisuais paraas mostras competitivas. No total, 84 filmes foram exibidos, in-cluindo os panoramas fora de competição. Para a segunda edi-ção do FestFilmes, a proposta é fortalecer ainda mais a progra-mação, que também conta com oficinas, seminários, palestras,exposições, lançamentos de publicações e exibições.

E, POR FALAR...O FestFilmes se divide em três mostras competitivas, con-

templando os gêneros de ficção, documentário e/ou animação.A Mostra Iracema é voltada aos realizadores cearenses, enquan-to a Mostra Nascente tem caráter nacional e exibe filmes de es-treia de realizadores naturais ou residentes no Brasil.

HOJEO projeto musical do Genot

Cafés Especiais recebe nesta quar-ta-feira, dia 7, a partir das 19h, omúsico, cantor e compositor Car-los Zens com o show “MisturasBrasileiras”. Na ocasião, Zens (flau-ta, sax e vocal) se apresentará acom-panhado de Pedro Paulo (violão,viola de dez cordas e vocal), Ade-mir Adriano (sanfona) e Kleber Viana (pandeiro, triângulo, ganzá e efei-tos). A entrada é gratuita.

EXPOSIÇÃOSegunda etapa da itinerante “Fotografias Pictóricas de Natal e Bra-

sil” do espanhol Xavier Roca Fainé acontece a partir de hoje (7) até o dia17, sempre das 9h às 13, na Janela Aberta da Sala de Exposição do SESCRestaurante que fica na Avenida Rio Branco, 375 Cidade Alta – Natal.

Já a Mostra Atlântica reunirá curtas internacionais de realizadoresnaturais ou residentes, há pelo menos 2 anos, em qualquer um dos paí-ses que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (An-gola, Brasil,Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, SãoTomé e Príncipe, e Timor Leste).

SÓ PARA LEMBRAR...Podem ser submetidos filmes de 05 a 20 minutos, concluídos a par-

tir de janeiro de 2011 e que não foram enviados anteriormente no Fes-tFilmes. Os interessados poderão inscrever e enviar quantas obras quei-ram em até duas das três mostras competitivas. O regulamento e a fichade inscrição se encontram disponíveis no site www.festfilmes.com.br

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Quarta-feira18 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013

Cultura

Áries 21/03 a 20/04Cenário astral de fundo pedeconsciência de como é impor-

tante pra você poder contar com pes-soas acolhedoras, um lar que o confor-te. Ao mesmo tempo, é preciso lutar porseu espaço profissional, mais do quenunca. Tente encontrar um equilíbrioentre essas duas forças poderosas.

Touro 21/04 a 20/05É certo que você tem demelhorar sua conexão com as

pessoas agora. Este é o período do anoideal pra fazer isto! Mas há dias, comohoje, em que todo o brilho da existênciaestá na intimidade. Terá de se esforçar pradar conta de papéis sociais e demandasexternas!

Gêmeos 21/05 a 20/06Júpiter e Plutão formam umângulo tenso nestes dias, que

pra você se traduzirá como urgência emacertar os ponteiros com o chefe sobreum aumento mais do que devido e sem-pre adiado. Júpiter expande sua cons-ciência de quanto seu trabalho podevaler de verdade.

Câncer 21/06 a 21/07Entre hoje e dia 10 a dicamais cer teira é: tente incor-porar as pesquisas dos

parceiros à sua imaginação. Procuresomar as cautelas alheias com onovo, com a intuição que você temdo futuro. Ao fazer isto, estará crian-do algo novo. Um terreno maisamplo, sem dúvida.

Canal 1 BATE-REBATE

POR FLÁVIO RICCO - Colaboração: José Carlos Nery - - [email protected]

C´EST FINIA nova reprise de “O Cravo e a Rosa” no “Vale a pena ver de novo”, daGlobo, começou muito bem, marcando 14 de média e 40% de participa-ção na audiência, em São Paulo.Novela do Walcyr Carrasco, dirigida pelo Walter Avancini. Aliás, até hojeo Walcyr sempre destaca a sua experiência de ter trabalhando com oAvancini, inclusive dividindo a sua carreira no antes e depois dele.Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

w A segunda temporada de “Pé naCova”, com Marília Pêra e MiguelFalabella, volta ao ar, na Globo,no dia 1º de outubro.w Karyn Bravo entrou em fériasno SBT. Durante os próximos 20dias, Analise de Oliveira irá divi-dir com Carlos Nascimento a apre-sentação do “Jornal do SBT”.w Segundo dados da "Qual Canal",no último domingo, dia 4, o "Es-quenta", da Globo, foi o mais co-mentado no Twitter, perdendo ape-nas para o "Pânico na Band"...w ... Foram mais de 33 mil pessoascomentando, gerando um número

superior a 50 mil tweetsw Mais de sessenta profissionaisda Fox, Fox Sports, NatGeo eBem Simples, dentre eles, Rena-to Maurício Prado, Richard Has-mussen e Joana Limaverde, par-ticipam da campanha “Toda a Foxapoia Techo”.wA ONG Techo, presente em todaAmérica Latina, busca superar asituação de pobreza em quevivem milhares de pessoas coma ação conjunta de moradores evoluntários.w Antonio Fagundes vai ficar no ar,em “Amor à Vida”, até dezembro.

Jornalismo daCultura emprocesso de

reformaWilliam Corrêa, ex-apresentador erepórter da Bandeirantes, agora nolugar de Celso Kinjô, como diretorde jornalismo da TV Cultura, come-ça a fazer algumas modificaçõesimportantes no setor.O programa da Maria Cristina Poli,“Poli”, aos domingos, já foi tiradodo ar. E não vai voltar. Fala-se atéque a sua previsão de exibições erade apenas dois meses. Quanto ao“Jornal da Cultura”, o esquemaatual, com mais comentários, tam-bém irá desaparecer com o tempo.Em curto tempo. A ideia é resgataro formato do antigo telejornal,aquele mais tradicional, meio quemanchetado, com cabeça e maté-ria. Resta definir se a Poli serámantida ou não na sua bancada.Vale recordar que o formato, o queainda está no ar, mas em vias dedesaparecer, apenas foi concebidopara fugir do que as outras emisso-ras, melhor aparelhadas, podemapresentar com mais qualidade.Mas, enfim, são decisões.

TV - TUDO>>

w VAI MUDAR - 1“Casos de Família”, do SBT, comoprograma diário, só será apresen-tado até o dia 16.Apartir daí vai virar semanal, emdia e horário da faixa noturna queainda não foram definidos.

w VAI MUDAR – 2Desde já é possível prever o quenos espera com está mudança.Se a tarde, o barraco no “Casos deFamília” sempre correu solto, éde se imaginar o que vai aconte-cer à noite, sem limitações da clas-sificação indicativa.

Leão 22/07 a 22/08Sol e Lua se encontraram noseu signo, e ambos aindaestão aí. É como uma fertili-

zação acelerada em que seus projetos,sonhos e desejos encontram caminhosna alma e dela para o mundo, atravésde seus talentos. Discrição e cuidadocom a saúde são essenciais.

Virgem 23/08 a 22/09É ótimo se sentir irmanadocom corações que batem no

mesmo ritmo que o seu! Melhor aindaquando estes são irmãos de fé verda-deira, que sabem criar e respeitar a suaindividualidade. Para estar bem comeles, seja menos controlador e confiemais na vida.

Libra 23/09 a 22/10Clima astral benéfico paraexpandir seus negócios!

Afinal, Júpiter mostra sua melhor face-ta agora, para você. No entanto, é pre-ciso contornar as pressões familiares,os olhares pesados que tentam domarsua vontade de brilhar la fora. Ciúmeexiste, proteja-se dele.

Escorpião 23/10 a 21/11O difícil pra você nem étanto compreender, maspassar adiante certas ver-

dades que apreendeu. Sol e Lua emLeão pedem autocontrole e desvelocom imagem pública. Júpiter ePlutão tiram você da zona de confor-to intelectual. Vigie pensamentosrepetitivos e negativos.

Sagitário 21/11 a 21/12Instinto forte, acuidade men-tal alta e senso de direção pri-vilegiado: você está na dire-

ção do seu desejo ou missão! Sinta aspessoas, aceite que elas têm lá suasfraquezas, seus apegos, suas covar-dias. Você também as tem! O dinheironão determina tudo; esteja certo disso.

Capricórnio 22/12 a 21/01Quanto você consegue con-vencer seus parceiros de que

vale a pena investir em um projeto?Demonstre admiração sincera pelosdons deles - assim você obterá adesãoe confiança deles. A duração das coi-sas e dos ciclos é um tema que andaatormentando sua alma intrépida.

Aquário 21/01 a 19/02Dias de altos e baixos, quan-do os astros assumem traje-

tórias tensas, figurações que revelamincompatibilidades históricas, contradi-ções incontornáveis. E você, no meiodisso tudo! Atenção aos sócios, clien-tes e parceiros. Saúde requer cuidadosrotineiros.

Peixes 20/02 a 20/03Vida cotidiana é assuntoque vai ficar em destaque

pelas próximas semanas; vocêtem todo este tempo pra testararranjos cotidianos. Exiba seuconhecimento de como adminis-trar o dia a dia; é pelo exemplo queirá colocar tudo na linha cer ta.Amor e fer tilidade!

TURBO - (Livre)

MOVIECOM 1 – Hora:13:45

CINEMARK 6 - Hora: 11h00 (Sáb

e Dom)

WOLVERINE: IMORTAL - (14 Anos)

MOVIECOM 1 - Hora:15:50 / 18:25 /

21:00

MOVIECOM 6 – Hora:16:40 / 21:35

CINEMARK 3 - Hora: 14:10 /

16:50 / 19:30 / 22:10

CINEMARK 6 - Hora:15:10 / 19:50

MINHAMÃE É UMAPEÇA - (12 Anos)

MOVIECOM 2 – Hora:14:25 /19:15

CINEMARK 6 - Hora:13:10 / 17:50

/ 22:30

O HOMEM DE AÇO - (12 Anos)

MOVIECOM 2 – Hora:16:20 / 21:10

CINEMARK 7 - Hora:22:20

O CONCURSO - (12 Anos)

MOVIECOM 3 - Hora:15:30 / 17:30 /

19:30 / 21:30

CINEMARK 5 - Hora:12:50 / 15:00

/ 17:10 / 19:20 / 21:30; Hora: 23:40

(Sáb)

MEU MALVADO FAVORITO 2 - (Livre)

MOVIECOM 5 - Hora:14:35 / 16:45 /

18:55 / 21:05

OS SMURFS 2 - (Livre)

MOVIECOM 6 - Hora:14:25 / 19:20

CINEMARK 2 - Hora: 14:20 /

16:40 / 19:10 / 21:40

CINEMARK 4 - Hora:13:40 / 16:00

/ 18:20 / 20:40; Hora: 23:10(Sáb)

RED 2 APOSENTADOS E AINDAMAIS PERIGOSOS - (14 Anos)

MOVIECOM 7 – Hora:14:05 / 16:30 /

19:00 / 21:30

CINEMARK 1 - Hora:13:00 / 15:40

/ 18:30 / 21:10; Hora: 23:50 (Sáb)

ELENA - (12 Anos)

CINEMARK 7 - Hora:20:10 [SO-

MENTE Terça-feira (06/08) e Quinta-

feira (08/08)]

OBS: A programação pode ser altera-

da sem prévio aviso. Favor consultar

o cinema para confirmar o filme do dia.

CINEMA

Div

ulg

ação

HORÓSCOPO

w PULANDO O MUROAViacom, que passará a operar aMTV a partir de outubro, já temum rascunho rabiscado da suanova grade. Entre o que já apare-ce como certo está o lançamentode um programa diário de entre-vistas, produzido pela EyeworksCuatro Cabezas, parceira da Bandem vários produtos.

w CASO DE VERDADE - 1Caso de família mesmo, aquele quenão tem encenação ou pagamentode cachê aos participantes, é o queatualmente acontece nos interioresdo “Raul Gil”. Nanci Gil, filha do apresentador,deixou o programa porque não con-cordou com a desclassificação deuma participante.

w CASO DE VERDADE – 2Foi uma briga de irmãos. Nanci,

apontando um erro na conta, nãoconcordou com a eliminação deuma candidata. Depois de discu-tir com o irmão, Raulzito, ela dei-xou o júri do programa.Mas deve continuar apresentandoo quadro “Dança da Vez”.

w ACERTANDONa edição de ontem, na nota“Mãos Diferentes” sobre a próxi-ma série da Record, se falou em“A Mão Ressentida”, como mila-gre de Jesus. Este não aconteceu.O certo é “A Mão Ressequida”.

w DEU UM TEMPOEm tempos de reestruturação, adireção da Bandeirantes resolveupuxar o freio com relação aosnovos projetos. Até o que já estava decidido,como uma nova edição do “Mu-lheres Ricas”, corre sério risco de

não acontecer.

w BOLA É PRIORIDADESalvo qualquer alteração de últi-ma hora, a Bandeirantes vai trans-mitir todas as provas da Indy, daatual temporada, dos seus estú-dios, em São Paulo. Ninguém vaiviajar. Além desse aspecto eco-nômico, não gastar mais com isso,a ordem é priorizar o futebol.

w BRINQUEDO CAROEm meio ao desejo da Band emnão continuar com a Indy, se ascondições atuais forem mantidas,em um recente encontro com or-ganizadores foi dito que, em termosde qualidade de transmissão e or-ganização, a etapa de São Pauloocupa o segundo lugar no ranking.Só perde das 500 Milhas de India-nápolis. O problema todo é oquanto tudo isso custa.

GOLPENo capítulo de “Amor à Vida”, que a Globo exibe dia 13, Perséfone (Fabiana Karla) vai passar

por maus momentos.Ela será cortejada por um rapaz, que, com apoio de um comparsa, vai fazer a limpa no seu

apartamento, além de roubar o carro de Joana, Bel Kutner.

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 19Natal, 7 de agosto de 2013Cidade

A Amico, Amigos do Coraçãoda Criança, é uma associação quecuida de crianças com cardiopatiacongênita, uma doença causadapela anormalidade na estrutura efunção do coração. A associaçãoabriga enfermos em tratamento,em uma casa mantida por meio dedoações. Os pacientes ficam nolocal durante o período em queestão sob cuidados médicos.

Há cerca de dois anos, foi so-licitado o certificado de filantropia– CEBAS (Certificação das Entida-des Beneficentes de Assistência So-cial), fornecido pelo Governo Fe-deral, através do Ministério da CasaCivil, e de posse dele, o órgão fi-caria isento de tributos federais,como também de contribuições tra-balhistas dos 12 funcionários dacasa, resultando em uma economiade aproximadamente R$ 9 mil men-sais, como ressaltou o médico Mad-son Vidal, diretor da Amico.

No último sábado (03), o Twit-ter foi mais uma plataforma utiliza-da para apelar à ministra GleisiHoffmann, se referindo ao pedidofeito ainda em 2011. Entre as pos-tagens o médico apresentou o tra-balho feito no local, como a “assis-tência multidisciplinar- médica,odontológica, psicologica, Fisiote-rapêutica, social, exames, farma-

cêutica, jurídica, nutrição, transpor-te, lazer”. Foi ressaltado que a as-sociação atende a mais de 100 crian-ças por mês, como também a casade apoio, que hospeda no máximooito pacientes ao mesmo tempo.

Além da economia financei-ra, outros benefícios acompanha-rão o certificado, entre eles a isen-ção de impostos na compra deequipamentos importados usadopara o atendimento às crianças,

como também a contratação demais funcionários.

Segundo o diretor da Amico,após a publicação das mensagens,o deputado federal Henrique Alves,mostrou-se solidário, e prometeuinterceder junto à ministra, já quea comunicação com a Casa Civilnão é facilitado. “É difícil o con-tato. O deputado viu no Twitter ese sensibilizou. A expectativa é po-sitiva após a promessa de apoiodele”, disse Madson Vidal.

Ainda na rede social foram re-velados os reflexos da aceitaçãodo CEBAS. “Com certificado de fi-lantropia, se deixa de pagar os im-postos federais. São quase R$ 7mil reais/mês. São 100 exames deecocardiograma. Podemos com-prar aparelho ecocardiograma semos impostos e curar mais criançascardiopatas”, disse o médico.

E de fato a necessidade é gran-de, ainda este ano o contrato dealuguel da casa onde funciona asede da associação, que era pagopela Secretaria estadual de Saúde,chegou ao fim, e mesmo com in-teresse do secretário em renovar, aburocracia arrasta o processo pordois meses. Neste período o valortem sido tirado das doações. “Todomês a gente opera um milagre”,revelou.

Em processo de ampliação desua estrutura física, o Procon daAssembleia Legislativa pretendeduplicar a sua capacidade de aten-dimento nas próximas semanas. Oórgão de Defesa e Proteção do Con-sumidor que funciona desde setem-bro de 2011 na Rua Jundiaí, 481,no Tirol, irá contar com mais duassalas de audiência e uma secretariapara acompanhar o andamento deprocessos. Com as melhorias, acoordenadoria da unidade pretendebater o número recorde de 4076atendimentos realizados de janeirode 2013 até o fim de julho.

O coordenador geral do ProconLegislativo, Dary Dantas, come-mora os bons resultados da unida-de e espera poder atender com maisagilidade a crescente demanda deconsumidores, que no ano passadofoi de 2907 atendimentos. O au-mento da procura deve-se principal-mente à parceria com os Procon'smunicipal e estadual, e com o Mi-nistério Público que passaram a en-caminhar os interessados para aunidade da Assembleia. "Realiza-mos cerca de 10 audiências por diae, com as novas salas, este núme-ro deve dobrar. Estamos esperandoapenas a instalação de computado-res para colocar a nova estruturaem atividade", adianta Dary.

Neste ano, o Procon da Assem-bleia Legislativa, foi integrado aoSistema Nacional de Informaçõesde Defesa do Consumidor (Sindec),um banco de dados que permite oregistro dos atendimentos indivi-duais. O sistema está vinculado àSecretaria Nacional de Defesa doConsumidor (Senacom), criada pelapresidente Dilma Roussef em maiode 2012, com o objetivo de atuar noplanejamento, elaboração e execu-ção da Política Nacional das Rela-ções de Consumo. Os dirigentesdas unidades estadual e municipaldo Procon participarão da reuniãonacional do Sindec, que acontece de19 a 21 de agosto, em Belém.

"O cidadão não é obrigado asaber tudo, mas nós somos obriga-dos a atendê-lo adequadamente,cumprindo a nossa missão consti-tucional. Posso dizer que os Procon'ssão a terceira geração de defesa doconsumidor. Estamos na ponta, emcontato direto com eles e assim po-

demos servir de fonte para elabora-ção destas políticas de proteção",diz o coordenador do Procon.

Questionado a respeito dasprincipais queixas que recebem,Dary Dantas explica que as recla-mações relacionadas a serviços detelefonia móvel são de longe asmais frequentes, seguidas pelaslojas de eletroeletrônicos, serviços

financeiros e planos de saúde. OProcon Legislativo busca resolveras questões diretamente com osfornecedores dos serviços ou pro-dutos e o consumidor, de forma aevitar a abertura de processos. O re-sultado é um satisfatório índice de52% de acordo nas conciliações.

A unidade difere dos demaisProcon's de Natal apenas pelo fato

de não realizar fiscalização. Por outrolado, um dado que chama a atençãonas estatísticas do órgão é a buscade esclarecimentos prévios em rela-ção às cláusulas contratuais e de-mais elementos que envolvam as re-lações de consumo. Para isso, o Pro-con Legislativo disponibiliza aten-dimento personalizado pelo telefo-ne 3615-9000, das 8h às 15h.

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NATAL

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A PROGRAMAÇÃO ÉCHECADA DIARIAMENTE,

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Movimento dos [email protected] CÉSAR

Dia Hora Altura (M)07 16:58 2.2

22:39 0.308 05:08 2.3

11:02 0.2

FASES DA LUANova (06/08 - 18:51h)

Crescente (14/08 - 07:56h)

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Estaleiro Atlântico Sul em Pernambuco tem 6.200 funcionários, e entre esses, sessenta japoneses que logo chegarão a trezentos

Entidade espera há quase dois anospor certificado que concede isenção

Madson Vidal, diretor da Amico: Isenção traria economia de R$ 9 mil por mês

Entrou em funcionamentoneste semestre uma central de te-lemarketing para estimular as doa-ções. De acordo com MadsonVidal, 12 funcionárias já exercemo trabalho de entrarem em conta-to com as casas das pessoas soli-citando algum tipo de doação, ouaté mesmo uma visita para conhe-

cer o serviço prestado. Entretanto,revela o médico, os custos sãomuito altos, por isso a atividadeserá realizada por seis meses, comoteste, e se tiver saldo positivo, serámantida.

Só nesta nova frente de atua-ção, mais doze empregados foramcontratados. O diretor da associa-

ção informou que as doaçõespodem ser feitas de diversas for-mas, e caso seja necessário, umprofissional da Amico vai pegarna casa do colaborador, seja roupa,alimento, ou dinheiro em espécie.

A visita à sede da associação,localizada na Avenida AmintasBarros, entre as avenidas Jagua-

rari e São José, na frente da sor-veteria Tropical, é aberta de se-gunda a sábado, das 08h às 12h, edas 14h às 18h. Madson Vidal es-timula a população. “A gente con-vida as pessoas a conhecerem, iremà casa e que vejam o trabalho. Ecom certeza se sentirão mais con-fortáveis para ajudar”, concluiu.

Central de telemarketing para aumentar as doações

> DEFESA DO CONSUMIDOR

Procon da Assembleia Legislativaamplia estrutura de atendimento

Canindé Santos

RECURSOS PARA PAGAR IMPOSTOS SERVIRIAM PARA ATENDER MAIS CRIANÇAS

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A homenageada hoje é IrmãMyriam, ícone da pintura clássi-ca natalense. Retratou inúmeraspessoas, dentre as quais, o meuavô comigo em seus braços aos 7meses de vida. O quadro decoraa casa da minha mãe que cadavez que passa por ele, se emocio-na, com a fidelidade do mesmo.

HISTÓRICOIrmã Myriam, era filha de He-

metério Cândido de Lyra e MariaVieira Serrano de Lyra. Nasceu nodia 06 de agosto de 1917, se vivaestivesse , teria completado ontem96 anos. Nasceu em Mamangua-pe - PB e teve a sua admissão aoNoviciado: 25/01/1934 - Assu -RN, a profissão Temporária em25/01/1936 - Assu - RN e a Pro-fissão Perpétua 25/01/1943 - Assu- RN. Faleceu no dia 26 de julhode 2007, emNatal RN

Fez somente o curso primário,o que era natural naquela época.Descendente de uma família mui-topiedosa, logo sentiu o chamadopara a Vida Religiosa.

No ano de 1935 foi transferi-da para o Colégio das Neves, emNatal. Lá perceberam os seus donse, logo em seguida, começou a es-tudarpintura com as Irmãs estran-geiras. No colégio das Neves per-maneceu até 1951, onde aprimo-rou cadavezmais a pintura em telas,distinguindo-se principalmente emfisionomia.

Como era lindo vê-la passarpara a tela com seu pincel mági-co, com toda fidelidade, a fisio-nomia de alguém! Em 1952 foitransferida para Currais Novos,onde ficou até novembro domesmo ano. Voltando para Natal,permaneceu até 1970,ocasião emque ensinou Desenho no 1º e 2ºgrau.

Acidade de Salvador na Bahiapassou a ser seu campo de traba-lho, de janeiro a julho de 1970.Onde chegava montava o seu ate-lier, e quantas vezes ia às praias efazendas para copiar, do natural,suas lindas paisagens! Dos seusrabiscos nasciam grandes obras dearte. Irmã Myriam era tambémmuito inteligente. Dava gosto con-versar com ela. Distinguia-se pelapiedade, e tinha uma grande qua-lidade: "o sentido do outro".

No Colégio das Neves era au-xiliar do Internato e durante umano foi Prefeita do mesmo. Porvários anos, mestra de classe da4ª série primária.

Seus trabalhos, principalmen-te, entre os que foram citados, so-bressaíram-se as aulas de pintura.Muitas senhoras da sociedade na-talense foram suas alunas. Haviasempre uma sala especial, ondedava essas aulas em nível particu-lar.

Finalmente, já com sintomasde Alzheimer, veio para a "VilaMaria" no ano 2000. Com a me-mória enfraquecida não acertavafazer nada de pintura.Muitas vezesnão reconhecia as ex-alunas que avisitavam.

Algo porém, que nunca dei-xou de fazer ao ouvir o toque dosino: perguntar para que aqueletoque. A receber a resposta: - horade oração - encaminhava-se paraa Capela e rezava com a comuni-dade, contanto que estivessem mar-cadas as páginas, no quadro.

Sofria de uma forte artrose. Nodia 26 de junho, sentiu-se mal e foilevada com urgência ao Pronto So-corro, do Hospital Unimed. Se-guiram-se o internamento, cirurgia,UTI. No dia 06 de julho recebeua Unção dos Enfermos. O Revmo.Pe. João Penha, a preparou para avida eterna.No dia 26 de julho pio-rou consideravelmente, entregan-do sua alma ao Senhor.

O médico deu como causadamorte: "hemorragia digestiva ce-rebral."

"Daí-lhe Senhor, o descansoeterno e brilhe para ela a EternaLUZ!

Irmã M. Miquelina Medeiros,FDC

AUTORRETRATONo conjunto de fotografia que

a homenageada pintou, me cha-

mou a atenção, o seu autorretratoespecialmente elaborado porela.No mesmo, a de Ir. MyriamSerrano Lyra (1917-2007) dialogacom a sua autorepresentação. Umconfronto com a realidade de simesmo, com a sua verdade, tal-vez um diálogo com Eu profundo,descobrindo e afirmando sua pró-pria identidade. Expressa um pos-sível encontro, bem parecido comela: Sou como você me vê e algomais.

Conhecendo Ir. Miriam e, apartir da nossa convivência, notempo em que foi Vice-Mestra daCandidatura e do Noviciado, maistarde como coirmã na Comunida-de do Colégio Nossa Senhora dasNeves podemos pensar como Frie-drich Nietzsche: Há (neste especialelaborado) uma inocência na ad-miração: é a daquela a quem aindanão passou pela cabeça que tam-bém ela poderia um dia ser admi-rada. Admiramos e lhe agradece-mos por tudo quanto "pintou emnossa alma". Portanto, trilhando ocaminho existencial de sua voca-ção, o autorretrato, alvo do seupróprio olhar, ganha apenas o sen-tido de um mapa de sua alma. Nãose trata de narcisismo.

É um olhar atento aos momen-tos de máxima inspiração, quebrota de uma visão desinteressadado mundo. No estado estético, é in-diferente se a contemplação do pôrdo sol ocorre a partir de uma pri-são ou de um palácio, se os olhosde quem vê pertencem a um men-digo ou a um rei, pois nesse ins-tante a contemplação é impessoal;quem frui o belo é o claro olhocósmico. Assim, Ir. Miriam erigiumonumentos duradouros de pazde espírito. Tem-se aí um tipo es-pecial de alegria estética vincula-da ao puro conhecer de seus cami-nhos. É uma intuição puramenteobjetiva de um espírito direciona-do pelo olhar oriundo de uma visãodesinteressada do mundo. ( cfrSCHOPENHAUER, A. O mundocomo vontade e como representa-ção, pp. 265-72.).

Desta forma compreendemostambém que o autorretrato não éum mero exercício estético, mas

proposta de um diálogo consigomesmo, solitária em seu processode individuação calmo e sereno.Assim, comunica um conheci-mento puro de sua trajetória, a ar-tista numa alma de mulher consa-grada. Os pensadores cristãos emuitos místicos afirmam que oautoconhecimento e o conheci-mento de Deus, caminham lado alado.

Quantas vezes a ouvi dizer:Estar aqui no meu atelier, é estarem mim, conversando e brincan-do comigo e até rindo de mimmesma, das minhas macaquices,agradecendo e louvando a Deus,que é tão generoso comigo. Eassim ia captando o discurso doretrato humano.

No autorretrato ela mostra plas-ticamente o indivíduo como acen-tuação da ideia de humanidadeenquanto obra do Criador, ima-gem e semelhança de Deus. Ob-servando o seu rosto, seus olhos,os óculos, o pincel quase escondi-do, capta-se a expressão, o refle-xo de um conhecimento que nãoé direcionado às coisas isoladas,parece que ela aprendeu a essên-cia inteira do mundo e da vida. Nasua simplicidade, sem os requin-tes acadêmicos, mas intuitivamen-te, manifesta em sua obra a supre-ma sabedoria cultivada na fé.

Percebemos na obra o Ápicede toda a sua arte. Aqui o tempoda autora se mistura com o tempoda sua criação. Seu imaginário semove de um suporte a outro, ouseja, de si próprio para a fotogra-fia e desta para a tela onde a linhadelineia o que ela produz na autoi-magem. Simultaneamente, conse-gue apresentar, em rabiscos ou pin-celadas, a lógica do visível a ser-viço do invisível. É a transfigura-ção e a interprenetação dos doisplanos, humano e divino. A pinto-ra e a mística, numa obra que de-marca o mais fielmente possível opapel desta Mestra da Fisionomia,marca de seu pensar estético.

Outras tantas fisionomias desua autoria também possuem umaobjetividade essencialmente ex-pressiva em sua humanidade, queem nada deve aos rostos sagrados

de Rafael. Todas parecem que fitame querem dizer algo ao espectador.Assim, registrando perfeitamente afigura humana, Ir Myriam conse-guia capturar as características pri-mordiais do personagem. No quereproduzia, estabelecia por meiodo contraste cromático, um jogode textura a ponto de o espectadorsentir como reais o olhar, o sorri-so, alguns traços da fisionomia e atéo tecido das vestes.

Então, de sua forma histórica,restaram para a posteridade outrossignificativos traços que, podemser sintetizados aqui, na fotografiaque sugerimos. Através do rostoque é a moldura do seu ser, suapresença humana permanece vivana imagem e na função que estaexerce. Muita coisa não é possívelver. Mas visualizando o autorretra-to saltam aos olhos grande natu-ralidade e realismo.Este é olega-do plástico capaz de transcender doque ficou registrado na memóriae nos corações de quem teve o pri-vilégio de com ela partilhar a vida,os ideais e a missão, como "Filhado Amor Divino". Ela tinha razãoem dizer: Sou como você me vê ealgo mais.

Ir. Vilma Lúcia de Oliveira,FDC.

PERFEIÇÃO DOS GRAN-DES MESTRES

Ir. Myriam Serrano Lyra, vinhade uma grande família de pintores.Seu avô José Graciliano de GóisLyra, era pintor e escultor; dedu-zo que tanto Ir. Myriam como o seuirmão José Lyra, conhecido comoLyrinha, aprenderam as suas pri-meiras lições de pintura, com oavô José Graciliano, pois pinta-vam de maneira correta, cujascores e composições eram tão per-feitas, como se ensinava nas Esco-las de Belas Artes. Ao todo for-mavam uma família de nove ir-mãos, todos pintores. Ir. Myriamse dizia autodidata, mas já retrata-va com a perfeição dos grandesmestres.

Aminha primeira visita ao seuatelier, instalado no Colégio dasNeves de Natal. A princípio elamuito tímida, falou pouco e pediu

para ver os meus desenhos; gos-tou muito, foi quando eu disse queaqueles desenhos foram feitos noCemitério do Alecrim, cujos mo-delos eram estátuas de mármore ebonze que adornavam os túmulos.Tinha também com pintura a óleo,retratei Daliana Cascudo e omesmo ainda encontra-se na casado Grande Mestre.

Ao retornar do Instituo deBelas Artes do Rio de Janeiro,onde me aperfeiçoei em pintura edesenho, fiz outra visita a Ir.Myriam. Ela estava pintando umretrato de Dona Tetê Salustino,fiquei impressionado com o ar deriso e o emprego da cor verdevessie na encarnação do referidoquadro.

Aprendi com ela, todas as coresde pele, que ia do negro ao bran-co pálido. Ela dizia, que não sabiaensinar, que quando entro na Con-gregação, era obrigada a pintar so-mente os Santos. Quando pintouCristo com os seus discípulos den-tro de um trigal, demonstrou umagrande habilidade técnica na pai-sagem. Ela se dizia, paisagista me-díocre, mas quando íamos pintarjuntos no campo, ela conhecia todasas cores da natureza, principalmen-te todos os efeitos da perspectivaaérea. Conosco iam também suasgrandes amigas e alunas, Necy Ti-noco e Yvete Bezerra. Almoçáva-mos na casa de ambas, onde o batepapo eram os mais variados e Ir.Myriam não dispensava um bomvinho. Perguntei: - a senhora gostade beber? Ela deu uma gargalha-da e disse que era prima de New-ton Navarro, as suas mães eramprimas legítimas.

Muitas vezes fui ao seu ate-lier, para atualizar, duas vezes aoano, sua tabela de preços, que va-riava de acordo com o tamanhodas telas.

Como ela era muito intuitiva,não conhecia certas técnicas depintura, tais como: cores que qui-micamente não se ligam. Telasfinas em relação ao peso dos pig-mentos. Usar do branco de zinconas primeiras camadas. Espatularcores muito oleosas e transparen-tes, como o preto e o verde esme-

ralda, pois se desagregam da tela,rachando.

No campo do retrato, ela eragenial. Recebeu uma encomendada família de uma senhora que es-tava sentada a meio perfil com umtelefone, e a família queria um re-trato frontal, não deu outra, elatirou o telefone das mãos da senho-ra e colocou o rosto de frente.

Outro fato que presenciei, foium senhor amazonense, que veiofazer-lhe uma encomenda de Cris-to com as criancinhas, sem que elepercebesse, ela pediu o retrato a suaesposa, do filho caçula e retratoua criança no colo de Jesus. Foiuma comoção geral, quando a fa-mília recebeu tal encomenda.

Presenciei também o retratode Dona Severina Motta com omarido. Ela pegou a foto de rostode Dona Severina e colocou decorpo inteiro, sentada em uma ca-deira e no braço da cadeira, retra-tou Sr. João Motta, com a mão noombro da sua esposa. Este retra-to, para mim, foi um dos mais fan-tásticos que ela fez.

Pintou retratos de muitos fiéis,como Ir. Auxiliadora, Madre Pro-vincial, mostrando o ar de preocu-pação e a simpatia de Madre Fi-delis, sempre risonha.

De todos os retratos que elapintou, aponto como sua obraprima, o de Dr. Machado, realiza-do a partir de uma foto ¾ em pretoe branco, ela colocou a carnaçãode sua pele muito difícil, pois eletinha cor de um indiano.

Ir. Myriam merece uma gran-de retrospectiva, pelo fato de tersido, uma das pioneiras da nossapintura e eu coloco o seu nome, aolado de dois grandes precursores,Hostílio Dantas e Moura Rabello.

Jomar Jackson, artista plásti-co

TARDES MÁGICASSempre fui uma vocacionada

para a pintura e passei a ter aulascom Ir. Myriam. Apaixonei-mepela simplicidade da mesma queargumentou que não sabia ensinare eu brincando disse-lhe que opouco que ela sabia, era muito paramim. Ela descortinava do clássi-co as outras escolas com umamaestria incrível, principalmente,na naturalidade das cores queusava.

Minha aula acontecia às quar-tas-feiras, suspendia o que tinhaque fazer e não faltava àquelas tar-des mágicas. Ir. Myriam semprealegre, de alto astral contagiava àscolegas e a mim. Além de alunapassei em pouco tempo conside-rá-la, uma grande amiga. Nas aulasaprendia os mistérios dos pincéise a alquimia das cores.

Nos momentos em que lhe so-licitava corrigir e principalmentedar sua opinião sobre minha tela,ela respondia, que não ia mexerno que estava perfeito, e dizia: -"você é a melhor pintora de telha-dos que já conheci, dá até vonta-de de subir nesses telhados de tãoperfeitos". Sempre ficava atenta,aprendendo os seus truques damagia da pintura. Na maioria dasvezes, usava na correção de al-guns defeitos, os seus própriosdedos.

Ela me presenteou com doisquadros: o meu retrato e um "LaVenus Del Espejo", pintura de Ve-lásquez que até hoje conservo emmeu apartamento.

Certo dia, aceitando o meuconvite, veio almoçar em minhacasa. Foi uma tarde encantadora.Justificou gostar muito de vinho ecaía naquela risada inocente e con-tagiante, essa tarde continua vivaem minha memória.

O tempo é implacável, ela co-meçou a sentir dores e dormêncianas mãos e a impediram de algunsanos depois, continuar na pintura.Foi morar na Vila Maria, comuni-dade Nossa Senhora do Rosário,em Emaús, onde acolhe irmãs ido-sas e aí, veio a falecer. Acho queninguém entra na vida da genteque não seja para cumprir umamissão. Quando parte, deixa algu-ma coisa de si e leva algo da gente.Deixou para mim, um jardim, cujarosa mais bela, Ela representa.

Marizinha Gurgel, amiga

Érika [email protected]

Cidade Quarta-feira20 O Jornal de HOJE Natal, 7 de agosto de 2013

Ícone Fashion Irmã Myriam(Ignez Serrano de Lyra)