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© GABRIELA OLIVEIRA, 2018 © JAMILE FERREIRA, 2018
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada, reproduzida ou armazenada em qualquer forma ou
meio, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc, sem a permissão prévia, por escrito, da coordenação.
AUTORES: TEXTOS E FOTOGRAFIAS Gabriela Oliveira, Alice Kiffer Muller, Camila Cristina Lopes Braga,
Clarice do Carmo Castro, Eduardo Bruno Sabino Dutra, Geraldo Miranda Reis, Guilherme Betta Regis, Jamile Cardoso Ferreira, Júlia Paulino Matos, Larissa
Guevara, Leandro Henrique Antônio de Rezende, Maíra Maciel de Andrade Gomes, Marcelo Horta Nassif Veras, Matheus Augusto Silva Rocha, Rafaela
Araújo Felipe, Ruth Mendes Guimarães, Sara Rezende de Souza, Victor Devi Goes Cavalcanti, Vitor Antônio Morais Prado
<Vorwort | Preface | Prefácio _________________________________________ 12
<Literarisch Strömungen | Literary Movements | Correntes Literárias _____ 20
<1 EinsLiterarische Kreationen | Literary Creations | Criações Literárias __________ 36
<2 ZweiEin Literarischer Tweet | A Literary Tweet | Um Tweet Literário ____________ 70
<3 DreiRealismus Heute | Realism Today | Realismo Hoje ________________________ 84
<4 Vier Migrationen | Migrations | Migrações _________________________________ 140
<5 FünfLeute | People | Pessoas ____________________________________________ 160
<Fotolist | Photo List | Lista de Fotografias ___________________________ 188
InhaltCOORDENAÇÃO GERALGabriela Oliveira
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOJamile Ferreira
CAPAGabriela Oliveira e Jamile Ferreira
ÍndiceIndex
AgradecimentosAo Professor Marcelo Rondinelli, pela revisão do Capítulo “Correntes Literárias”;Ao Professor Cristiano Silva de Barros, coordenador do Colegiado da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais - FALE UFMG;Ao Sr. Khaled Tomeh, proprietário da Baity Delícioas Árabes;Ao Leandro, proprietário da Cactus Restaubar;à Rádio UFMG e Centro de Comunicação Universidade Federal de Minas Gerais - CEDECOM UFMG.
facebook _________________ /kaffeeundkuchen.de
twitter ___________________________@
kundk_de
e-mail ________ kaffeeundkuchen.de@
gmail.com
linkedin __________ /company/kaffeeundkuchen
instagram ___________ @
kaffeeundkuchen.de
Este e-book foi escrito e elaborado por alunos
da graduação do curso superior de Letras, na
Universidade Federal de Minas Gerais UFMG, da
Faculdade de Letras FALE, na disciplina “Seminário
de Leitura: Literatura Estrangeira”, turma do
primeiro semestre do ano de 2018.
O título “Kaffee und Kuchen” vem da cultura alemã - um
ritual quase indispensável para muitos cidadãos: “café e
bolo”. É nesse momento que nascem as conversas sobre
o dia-a-dia, opiniões sobre diversos assuntos e também a
troca de ideias literárias, motivadas pelo excelente hábito da
leitura que há no país. Em Belo Horizonte, capital do Estado,
de Minas Gerais, conhecemos esse hábito, afinal o tradicional
“cafezinho” também faz parte das conversas, com direito a
broas mineiras e o famoso pão de queijo.
Convidamos você a fazer uma pausa para um café com
ideias e olhares que nasceram da oportunidade de revisitar
a impressionante literatura de língua alemã em amplo
panorama histórico. Conte-nos suas impressões - você irá
nos encontrar nas redes sociais e também em nosso website.
Möchten Sie einen Kaffee und Kuchen?
PT-BR EN DE
DIE AUTOREN | AUTHORSGabriela Oliveira, Alice Kiffer Muller, Camila Cristina Lopes Braga, Clarice do Carmo Castro, Eduardo Bruno Sabino Dutra, Geraldo Miranda Reis, Guilherme Betta Regis, Jamile Cardoso Ferreira, Júlia Paulino Matos, Larissa Guevara, Leandro Henrique Antônio de Rezende, Maíra Maciel de Andrade Gomes, Marcelo Horta Nassif Veras, Matheus Augusto Silva Rocha, Rafaela Araújo Felipe, Ruth Mendes Guimarães, Sara Rezende de Souza, Victor Devi Goes Cavalcanti, Vitor Antônio Morais Prado.
© GABRIELA OLIVEIRA, 2018© JAMILE FERREIRA, 2018
Kein Teil dieses Werk dürfen ohne eine solche Einwilligung eingescannt und in ein Netzwerk eingestellt werden. Fotomechanische oder andere Wiedergabeverfahren nur mit Genehmigung des Verlags.
No part of this book may be reproduced or utilized in any form or by any means, electronic or mechanical, including photocopying, recording, or by any information storage and retrieval system, without permission in writing from the coordinator.
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w.kaffeeundkuchen.com
.br
Jamile Ferreira
KOORDINATION | COORDINATION
Gabriela Oliveira
PUBLISHING UND GRAFIKDESIGN | PUBLISHING AND GRAPHIC DESIGN
Jamile Ferreira
SCHICHT | COVER
Gabriela Oliveira e Jamile Ferreira
““Rainer Maria Rilke
Carta a Jelena M. Woronina1899
Wünschesind die Erinnerungen
aus unserer Zukunft!
“Dese
jos s
ão as
lem
brança
s
do noss
o futu
ro!”
“Wish
es are
the m
emorie
s
of our f
uture
!”
Prefácio VorwortPreface
Gabriela Oliveira
Este e-book é fruto das produções literárias e artísticas de alguns alunos
do curso de graduação em Letras da Universidade Federal de Minas Gerais.
A aventura começou com a disciplina “Seminário de Leitura: Literatura
Estrangeira”, ofertada pela Faculdade de Letras e ministrada pela docente
Gabriela Oliveira, no primeiro semestre de 2018. A principal finalidade do
curso foi proporcionar o contato de estudantes brasileiros com a cultura
e, principalmente, com a literatura de língua alemã.
Se perguntarmos o que cada um de nós conhece acerca da Alemanha,
as respostas são variadas: “o país do Oktoberfest!”, “o país do Hitler!”,
“palco da Segunda Guerra Mundial”, “onde se bebe muita cerveja!” ou,
ainda, “local onde a comida típica é o chucrute!”.
Hitler era austríaco e a palavra chucrute não figura no vocabulário
alemão - ela é apenas a forma brasileira de dizer “Sauerkraut”, que é
tradicionalmente uma conserva de repolho fermentado. Quanto às outras
informações, sim, elas são verdadeiras!
A Alemanha que se pretendeu apresentar ao grupo de alunos não é somente
a do Oktoberfest, mas aquela de Goethe, Schiller, Heine, Rilke, Brecht e
outros tantos autores que, por meio de seus escritos, contribuíram para a
edificação do pensamento crítico de suas épocas.
15
Percorremos diversas fases da história alemã, do século XVIII até a
atualidade, e, durante todo esse tempo, nos deparamos com uma
geografia complexa, tratados políticos complicados, reinos divididos,
guerras, separações e reunificações.
Apesar de todo esse emaranhado de acontecimentos, a literatura
permaneceu como uma espécie de costura, que interliga todas as fissuras
abertas pelas adversidades.
Aprendemos também que os eventos históricos parecem ganhar ainda
mais vida nos dramas “Maria Stuart”, de Friedrich Schiller, e “Conversas
de refugiados”, de Bertolt Brecht. Os poemas de Heinrich Heine e de
Rainer Maria Rilke nos fizeram viajar com o pensamento de volta à época
da escravidão e da meditação do fazer literário.
Anna Seghers, em seu conto “O refúgio”, nos tocou profundamente ao
retratar os tempos da guerra, assim como Joseph Roth, que nos relatou a
condição de vida dos judeus do Leste Europeu, em “Judeus em Exílio”. É
impossível se esquecer de Günter Grass, que com sua escrita repleta de
reviravoltas, em “Os canhotos”, expressou o desnorteamento social do
pós-guerra.
Kaffee und
Kuchen
A questão da migração e da integração também atravessou os debates
sobre a literatura contemporânea, e foi Wladimir Kaminer, através de sua
obra “Balada Russa”, quem nos inspirou a pensar a arte literária para além
das fronteiras territoriais.
Por fim, como não falar de Johann Wolfgang von Goethe? Seus escritos
percorrem os séculos, sendo este um dos principais autores de língua
alemã. Certa vez, escreveu: “o amor e o desejo são as asas do espírito
das grandes façanhas”.
Talvez a elaboração deste material não seja uma grande façanha, mas
ela demonstra que o amor pela literatura alemã e o desejo de fazê-la
percorrer as estradas do Brasil, são capazes de unir todos aqueles que
amam a arte da leitura.
Dessa forma, convidamos o leitor a experienciar as produções literárias
que este e-book apresenta e, com o espírito de livre criação artística
que permeou todos os trabalhos, deixar-se perder pelos caminhos da
literatura alemã sob uma perspectiva totalmente brasileira.
17
Gabriela Oliveira
““Johann Wolfgang von Goethe
Fausto1829
Und wenn Naturdich unterweist,
Dann geht die Seelenkraft
dir auf.
“E se
a N
ature
za te
ensin
ar,
então a
forç
a da a
lma v
em at
é você
”.
“And if
Nat
ure te
aches y
ou,
then th
e stre
ngth o
f the so
ul
com
es to yo
u”.
StrömungenCorrentesLiterárias
LiterarischeLiterary Movement
Gabriela Oliveira
STURM UND DRANG1767 - 1785/1790
Es war eine Bewegung der Auflehnung gegen die Vernunft und der Sentimentalität gegen den Rationalismus. Er wandte sich gegen die Aufklärung ein und lobte die mystische Poesie, wild und spontan. Außerdem schätzte „Sturm und Drang“ die Wirkung der Emotion.
Tempestade e Ímpeto
Também conhecido como “pré-
romantismo”, foi um movimento da
revolta do sentimento contra a razão, e do
sentimentalismo contra o racionalismo.
Opunha-se à Aufklärung [Esclarecimento
ou Iluminismo] e exaltava a poesia mística,
indomável e espontânea, valorizando
também o efeito da emoção.
Storm and Dwell
Also known as “pre-romanticism,” it was a
movement of the revolt of sentiment against
reason, and of sentimentality against
rationalism. Opposed the Aufklärung
[Enlightenment] and extolled the mystical
poetry, indomitable and spontaneous, also
enhancing the effect of emotion.
KLASSIK1786 - 1805
Freiheit der literarischen Schöpfung, des Eindringens ins Reich der Ideen. Epoche der “schönen Seelen”, von denen Goethe spricht, und der Entstehung des „Weltbürger-Konzepts“.
Classicismo
Liberdade para a criação literária, para a
penetração no reino das ideias. Época das
“belas almas”, de que fala Goethe, e do
surgimento do conceito de Weltbürger.
Classicism
Freedom for literary creation, for
penetration into the realm of ideas. Time
of the “beautiful souls” of which Goethe
speaks, and of the emergence of the
Weltbürger concept.
Maria Stuart Maria Stuart
Mary StuartFriedrich Schiller
Kaffee und Kuchen
23
05 06
Die Leiden des jungen Werther
Os sofrimentos do jovem Werther
The sufferings of young Werther
Johann Wolfgang von Goethe
ROMANTIK1798-1830
Die romantische Bewegung Deutschlands stammt aus Jena und objektiviert, als poetisches Leitbild, die totale Umwandlung von Poesie in Musik. Es kennzeichnet die bekannte „romantische Flucht“, die aus einer Rückkehr in die mittelalterliche Welt und einer Flucht in exotische Umgebungen bestand. Das hohe patriotische Gefühl kam damals auch auf und preiste das mythische Konzept des “deutschen Volkes” an.
Romantismo
O movimento romântico da Alemanha
nasceu na cidade de Jena, objetivava,
como ideal poético, a transformação total
de poesia em música. Marca o momento
da conhecida “evasão romântica”, que
consistia em um retorno ao mundo medieval
e em uma fuga para ambientes exóticos.
O elevado sentimento patriótico também
surgiu nessa época, exaltando o conceito
mítico de “povo alemão”.
Romanticism
The romantic movement of Germany
was born in the city of Jena, aimed at the
poetic ideal, the total transformation of
poetry into music. It marks the moment of
the well-known “romantic escape”, which
consisted of a return to the medieval world
and a flight to exotic environments. The
high patriotic sentiment also emerged at
that time, extolling the mythical concept of
“German people.”
Der Sandmann
O Homem de Areia
The Sandman
Ernst Theodor Amadeus Hoffmann
JUNGES DEUTSCHLAND1830 – 1850
Entstehung der revolutionären Ideen von Karl Marx und Friedrich Engels und bezeichnet das Ende der unpolitische Zeit und der Romantik. Die satirische und politische Poesie nehmen unter Schriftstellern einen prominenten Platz ein.
Alemanha Jovem
Surgimento das ideias revolucionárias de
Karl Marx e Friedrich Engels, marcando o
fim da época apolítica e do Romantismo. As
poesias satírica e política ocupam espaço
de destaque entre os escritores.
Young Germany
The emergence of the revolutionary
ideas of Karl Marx and Friedrich Engels,
marking the end of the apolitical epoch and
Romanticism. Satirical and political poetry
occupy a prominent place among writers.
Deutschland: Ein Wintermärchen
Alemanha. Um Conto de Inverno
Germany: A Winter TaleHeinrich Heine
07 08
Kaffee und Kuchen
25
REALISMUS1850 – 1890
Liebe zu regionalen Besonderheiten und „Verachtung“ gegenüber den Großstädten. Die Werke dieser Epoche sind den Bauern und dem Landleben gewidmet, und werden als “provinzielle Literatur” bezeichnet. Es gibt den Gebrauch von Dialekten und Texte, die das Gefühl der Enttäuschung und des Pessimismus vor der latenten Industrialisierung widerspiegeln.
Realismo
Simpatia às particularidades regionais e “desprezo” pelas grandes cidades. As obras dessa época estão dedicadas aos camponeses e à vida rural, sendo denominadas “literatura de interior. Há o uso de dialetos, além de textos que refletem o sentimento de desilusão e de pessimismo diante da industrialização latente.
Realism
Sympathy for regional particularities and “contempt” for large cities. The works of this time are dedicated to peasants and rural life, being called “interior literature. There is the use of dialects, in addition to texts that reflect the feeling of disillusionment and pessimism in the face of latent
industrialization.
Max und Moritz
Juca e Chico
Max and MoritzWilhelm Busch
NATURALISMUS1880 – 1900
Diese Strömung beschrieb und prangerte das Elend und die Unterdrückung des industriellen Proletariats an. Außerdem bot den jungen deutschen Autoren ein Instrument für politische und literarische Opposition.
Naturalismo
Esse movimento descreveu e denunciou a miséria e a opressão do proletariado industrial, além de oferecer aos jovens autores alemães um instrumento para fazer
oposição política e literária.
Naturalism
This movement described and denounced the misery and oppression of the industrial proletariat, as well as offering the young German authors an instrument for political and literary opposition.
09 10
Kaffee und Kuchen
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Der Biberpelz
Pele de Castor
The Beaver Coat
Gerhart Hauptmann
LITERATUR DER JAHRHUNDERTWENDE
1890 – 1920
Es gibt die Verherrlichung der ewigen Werte des Menschens als Maß aller Dinge, was in der Literatur die Suche nach einer geistigen Wirklichkeit, die bis in die Tiefen der menschlichen Seele reicht, verursacht.
Literatura da Virada do Século
O enaltecimento dos valores eternos do
homem como medida de todas as coisas,
o que provoca, na literatura, a busca por
uma realidade intelectual que chega às
profundezas da alma humana.
Literature of the Turn of the Century
The exaltation of the eternal values of man
as a measure of all things, which causes,
in literature, the search for an intellectual
reality that reaches the depths of the
human soul.
Briefe an einen jungen Dichter
Cartas a um jovem poeta
Letters to a Young Poet
Rainer Maria Rilke
República de Weimar
O movimento assinala a consolidação
das “ciências do espírito”
(Geisteswissenchaften), sendo marcado
também pela divisão entre literatura de
esquerda e de extrema-direita. Com a
ascensão de Hitler, todas as produções
literárias são submetidas a rigoroso
controle.
Weimar Republic
The movement points to the consolidation
of the “sciences of the spirit”
(Geisteswissenchaften) and is also marked
by the division between left and right-wing
literature. With the rise of Hitler, all literary
productions are subjected to strict control.
Juden auf Wanderschaft
Judeus em Exílio
The Wandering Jews
Joseph Roth
11 12
Kaffee und Kuchen
29
WEIMARER REPUBLIK1918 – 1933
Die Strömung markiert die Konsolidierung der Geistenswissenschaft, die auch die auch durch die Trennung von linker Literatur und rechtsextremer Literatur gekennzeichnet ist. Mit Hitlers Aufstieg werden alle literarischen Produktionen streng kontrolliert.
DEUTSCHE LITERATUR IM EXIL1933 – 1945
Die Ernennung Adolf Hitlers zum Kanzler, 1933, leitete unter anderem den Beginn der Verfolgung von Juden, Zigeunern, Schwarzen, Homosexuellen ein und später begann der Zweite Weltkrieg. Während der 12 Jahren des Nazi-Regimes gingen viele Schriftsteller ins Exil und von dort konnten sie ihre Werke veröffentlichen. Viele haben den Faschismus durch Literatur bekämpft.
Literatura Alemã no Exílio
A nomeação de Adolf Hitler como chanceler,
em 1933, instituiu o início da perseguição
a judeus, ciganos, negros, homossexuais,
dentre outros grupos, dando início,
posteriormente, à Segunda Guerra Mundial.
Durante os 12 anos do regime nazista,
muitos escritores partiram para o exílio
e, de lá, conseguiram publicar suas obras.
Muitos combateram o fascismo através da
literatura.
German Literature in Exile
The appointment of Adolf Hitler as
chancellor in 1933 instituted the beginning
of the persecution of Jews, gypsies,
blacks, homosexuals, among other groups,
beginning later to World War II. During the
12 years of the Nazi regime, many writers
went into exile and from there they were
able to publish their works. Many have
fought fascism through literature.
FlüchtlingsgesprächeConversas de refugiados
Refugee Conversations Bertolt Brecht
LITERATUR DER BUNDESREPUBLIK
DEUTSCHLAND1949- 1990
Nach dem Krieg gab es literarische Diskussionen über Vergangenheit und Gegenwart sowie die Entstehung von der „neuen Generation“, die aus dem Exil heimkehrenden Schriftstellern bestand. Die literarische Produktion ist spontan und frenetisch, geprägt durch die Autobiographien, Frauenliteratur, Schreiben der feministischen Bewegung, Kinder- und Straßentheater, etc.
Literatura da República Federal
da Alemanha
Após a guerra, houve discussões literárias
sobre o passado e o presente, além da
formação da “Geração novanova geração”,
composta por escritores que regressavam
do exílio. A produção literária é espontânea
e frenética, marcada pelo surgimento de
autobiografias, da literatura de mulheres,
da escrita do movimento feminista, do
teatro infantil e de rua, etc.
Literature of the Federal Republic
of Germany
After the war, there were literary discussions
about the past and the present, as well
as the formation of the “New Generation
Generation,” composed of writers returning
from exile. Literary production is spontaneous
and frenetic, marked by the emergence of
autobiographies, women’s literature, the
writing of the feminist movement, children’s
and street theater, etc.
Die Linkshaendler
Os canhotos
Günter Grass
13 14
Literatura da República Democrática
Alemã
Transformação da literatura em assunto
público, de interesse coletivo. A “sociedade
culta” seria mediada pelo socialismo, que
controlaria as publicações. Nos anos 1970 e
80 há a chegada da diversidade, do pluralismo
de vozes, da descoberta do “eu” e da
contracultura à cena literária.
Literature of the German Democratic
Republic
Transformation of literature into a public
matter of collective interest. The “cultured
society” would be mediated by socialism,
which would control the publications. In
the 1970s and 1980s there was the arrival
of diversity, of pluralism of voices, of the
discovery of the “I” and of the counterculture
to the literary scene.
LITERATUR DER DUTSCHEN
DEMOKRATISCHEN REPUBLIK
1949- 1990
Umwandlung der Literatur in eine öffentliche Angelegenheit von kollektivem Interesse. Die „gebildete Gesellschaft“ würde durch den Sozialismus vermittelt, der die Publikationen kontrollieren würde. In den 70er und 80er Jahren kamen in der Literaturszene Vielfalt, Stimmenpluralismus, die Entdeckung von Ich und Gegenkultur.
Das Obdach
O Refúgio
The Shelter
Anna Seghers
Literatura de Língua
Alemã Contemporânea
A literatura dos anos 1990 focou em narrativas
sobre o cotidiano e a época pós-queda do
Muro de Berlim. Os autores jovens estavam
interessados em ser a consciência da nação e
acabaram com a divisão entre uma literatura
séria e outra de entretenimento. Com o
passar do tempo, tem havido um crescimento
no número de publicações literárias escritas
em idioma alemão produzidas por autores
não nascidos no país, que exploram temas
como migração e integração.
Contemporary German-Language
Literature
The literature of the 1990s focused on
narratives about daily life and the post-
fall era of the Berlin Wall. Young authors
were not interested in being the nation’s
consciousness, ending the division between
one serious literature and another for
entertainment. With the passage of time,
there is the growth of literary publications,
written in German language, produced by
authors not born in the country, bringing up
themes such as migration and integration.
RussendiskoBalada RussaRussian DiscoWladimir Kaminer
15 16
33
DEUTSCHSPRACHIGE LITERATUR DER
GEGENWART Die Literatur der 90er Jahren konzentrierte sich auf die Erzählungen über das tägliche Leben und die Zeit nach dem Fall der Berliner Mauer. Die jungen Schriftsteller waren nicht daran interessiert, das Bewusstsein der Nation zu sein und beendeten die Trennung zwischen einer ernsthaften Literatur und einer anderen für die Unterhaltung. Im Laufe der Zeit gab es eine wachsende Anzahl literarischer Publikationen in deutscher Sprache, die von nicht im Land geborenen Autoren verfasst wurden und Themen wie Migration und Integration aufgreifen.
““Elias Canetti
Die Provinz des Menschen 1973
Alles, was man vergessen hat,
schreit im Traum zum Hilfe.
“Tudo q
ue foi e
squecid
o
grita p
or aju
da em
sonho”.
“All t
he thin
gs one h
as fo
rgott
en
scre
am fo
r help
in d
ream
s”.
Literarische KreationenCriações LiteráriasLiterary Creations1eins
dieDurante os primeiros encontros da disciplina “Seminário de Leitura:
Literatura Estrangeira”, os alunos mergulharam no universo
literário alemão, partindo do Sturm und Drang (Pré-Romantismo)
até a época da Junges Deutschland (Alemanha Jovem).
Com base nas reflexões acerca desses períodos, foi proposta
a atividade de “Criação Literária”, que consistia em uma
livre produção escrita que abarcasse algumas das
principais características dos movimentos estudados.
A seguir, o leitor poderá desfrutar o resultado desse
projeto e encontrará textos que manifestam
o poder da criatividade literária, quando
esta encontra espaço no meio acadêmico.
Gabriela Oliveira
AutorenRuth Mendes Guimarães
Victor Devi Goes Cavalcanti
Vitor Antônio Morais Prado e Júlia Paulino Matos
Os AutoresThe Authors
Matheus Augusto Silva Rocha
Rafaela Araújo Felipe
Leandro Henrique Antônio de Rezende
Maíra Maciel de Andrade Gomes
Marcelo Horta Nassif Veras
Jamile Cardoso Ferreira
Camila Cristina Lopes Braga
Clarice do Carmo Castro
Geraldo Miranda Reis
Alice Kiffer Muller e Eduardo Bruno Sabino Dutra
39
Outubro, 18
Meu estimado amigo,
Volto a escrever-te depois de um longo período ausente. Ausente
de mim mesmo. Tanto tempo que não posso recordar o ponto em que
paramos. Sinto que a razão tem me abandonado, procuro o que não se
pode encontrar neste mundo.
Tudo se resume ao jogo de luz e sombra. Não pode haver uma sem
que haja a outra. Assim parece ser a causa de nossa felicidade, também
dos nossos dissabores.
O frio desta noite carrega consigo lembranças de uma outra
época, uma sensação difícil de descrever, como se algo novo estivesse
por vir. Ou seria apenas o desejo por algo capaz de curar-me?
Algum tempo atrás encontrei-me diante de uma ruína, após vagar
por horas a esmo, entorpecido pelo ar fresco e pela música silenciosa
da clareira. A Natureza de certo é uma grande compositora, jamais se
repete, no entanto, o destino dos homens parece fadado a se repetir.
Sento-me num tronco de árvore para contemplar os últimos raios
do sol sobre o Harz e sobre as paredes de pedra daquela edificação já
consumida pelo tempo e coberta pelo musgo. A lua lança seu feitiço
sobre seus filhos e sobre tudo o que sua pálida luz consegue alcançar,
transformando as antigas lacunas em deíficos portais, entrelaçando os
dedos com a Eternidade.
O uníssono farfalhar da vegetação rasteira traz alguma paz para o
meu coração, tiranizado por um único pensamento. Aos poucos os sons
se distinguem, como vindo de um lugar muito distante, ouço a voz dela.
No mesmo momento senti sua presença. Eis que meu desejo tomou
forma diante dos meus olhos, Wilhelm! Sei que parece loucura. Tentei
segui-la, mas em vão. Minha doce visão espectral desapareceu com os
primeiros sinais do dia.
Tentei recompor o juízo, achar o caminho de volta para a
segurança de minha pequena habitação. Teria sido um sonho? Aquele
breve momento causou tal feito que não foi possível esconder dos mais
próximos que algo havia acontecido.
Kaffee und Kuchen
41
Heide, filha da cozinheira, moça muito simples e muito dedicada,
atribui o caráter insólito daquela noite a Walpurgisnacht, certa de que
uma criatura travessa e vil se aproveitou das fraquezas de um tolo para
zombar, mas qualquer fagulha de razão esmorecera em minha mente.
Seria mesmo ela? Quem poderá dizer o que é possível e impossível
nesse mundo? O que restará a uma alma sem esperança?
O dia faz vibrar e transbordar as almas felizes, a noite nutre o
segredo no coração dos inquietos. Meu coração, como você bem sabe,
jamais poderá aquietar-se.
O sol se põe e renasce, dia após dia, sem que eu sinta o amor
mais puro. Queria eu voltar a vê-lo em todas as suas cores, sentir seu
orvalho celestial afagar meu espírito. Sinto que fui amaldiçoado. Sim,
amaldiçoado! Ah...o desespero! O desespero e a apatia fizeram de mim
sua morada assim que ela se foi, Wilhelm. Sou grato por cada uma de suas
palavras e por tão sincera amizade. Não me entenda mal, meu amigo,
mas nem os anjos seriam capazes de me oferecer qualquer consolo. Uma
lápide se ergueu em meu peito com a permissão dos céus, nem mesmo
as mais terríveis forças da natureza seriam capazes de demovê-la.
Alice Kiffer Muller e Eduardo Bruno Sabino Dutra
Brilhavam estrelas no céu como se fossem fogos de artifícioEra um domingo de feriadoNoite extremamente fria e a geada fortemente caía, entretanto a sua luz me aquecia
Jorrava uma explosão de sentimentos vindos do meu ventreA lua se foi, você surgiu com a luz do amanhecer trazendo consigo luminosidade
Meu coração já não habitava mais em mimInstintivamente havia me transformado em uma leoaNada de melhor poderia ter me acontecido.
OFelicidadeFilhoda
Clarice do Carmo Castro
Kaffee und Kuchen
43
weich
lá
longe e lentamente
lenha queima
para os aquecer
do frio
e
da fome
falar é difícil
gritar é para os duros
sem falas para
esta peça sinto muito
sem papéis para
participarem
essa festa está lotada
deixem
a monotonia
estagna o
corpo
as mentes
odeiam
ódio traria calor
mas as coisas não eram como deveriam ser
genug
hart werdentiro as regras
queimo as algemas
quebro os moldes
vou, mas vamos
schwer
podemos estar atrasados
não estamos
o confronto não possui
tempo
e se
ainda tarde
quisermos ir
a qualquer campo
vamos
distante distante distante distante distante
dessa borda que nos cerca de luxúria poder sangue
o topo da pirâmide
pode ser
alto
porém spröde
e
eu
nós
não mais.
Vitor Antônio Morais Pradoe Júlia Paulino Matos
45
Óh pátria amada...
Muito se diz sobre a pátria amada
Exaltam o verde, o amarelo e o azul
Mas pouco realmente se sabe sobre ela
Por causa da criação dessa tal pátria
E da sua cor vermelha sangue que rege
Todos têm sangue pelas mãos que escorre e forma uma poça nos pés
Cada dia um pouco desse sangue escorre mais um pouco
bom...e a poça aumenta
E em cada vez em que
se calam quando há injustiça
Se calam quando o outro sofre
abaixam a cabeça quando um tapa é levantado ou um dedo é apontado
Escondem quando algo atinge ao outro
E desaparecem quando é preciso
Todos só gritam quando seu GRANDE ego é calado
...parece que é só isso que importa, não é mesmo?
O grande EGO que não pode ser ofendido
Vamos gente! Dancem, girem, girem, girem em volta de si mesmo
e procurem a beleza além da própria
E quando terminar encontre algo além do seu umbigo
Entreguem-se a sua mente insana
Encontre e desarrumem seu caos
Pois...
O caos que vive em mim saúda o caos que vive em você
Camila Cristina Lopes Braga
Uma sombra alada se apresenta
E domina todo meu aposento
Os restos de vida
A busca, o desejo
Brinquedos quebrados ao relento
Há um sussurro imenso
Que oferece um tesouro divino
Uma outra vida assim renascida
Uma volta à juventude perdida
E a sombra espera meu grito
Um grito mudo de sim
E a sombra supera do amor o fito
De sempre sofrer assim
Ruth Mendes Guimarães47
Mais um pastel e já não aguentava mais nada, Tomás estava cheio também daquele lugar, o fim-denoite belorizontino cheio de zum zum o incomodava, mas como viera parar ali? Olhou ao lado e viu o rosto de Magda, que iluminado pela luz da barraca lhe sorria e perguntava “tá na lua é, Tomás? Será que vou ter que pedir pro Marcos te carregar?”, próximo dali o amigo Marcos conversava animadamente com outros três amigos. “Meu Deus, de onde ele tira tanta energia? ‘Cêloco’” e riu. Piscou de novo e tudo estava turvo, as luzes e cores se embaralhavam atrapalhando sua visão, a cabeça doeu “vei, eu vou jucar, tenho certeza, espera aqui, vou ali e volto” disse apressado olhando para a direção onde antes estava Magda. Ao atravessar
a avenida em meio as barracas em direção ao parque, vê que já começa a melhorar, cada passo é como se fosse um convite e se adianta, acreditando acelerar o processo.
“O parque abre cedo desse jeito?” pensou despreocupadamente enquanto abaixava a cabeça e tentava não vomitar, ou até que tentava, mas sem sucesso. Olhou ao redor e viu só as árvores e a grama, o barulho da cidade havia morrido e só se ouvia o farfalhar da relva e o estalar dos galhos das árvores, estava quase de manhã, mas não havia tanta luz assim, era quase como se uma noite escura e espessa tivesse acabado de se passar por ali. Imóvel, Tomás estava ereto e já não mais
tonto, mas sim, dono de si mesmo. Exergava até algo que nunca havia visto antes: o desvelar da noite e o aproximar do dia. Abriu a boca pra tentar dizer algo, mas nenhum som saiu, era como se ali não fosse permitido que nada quebrasse o momento de transição, a luz veio chegando e com ela as formas das árvores, que se tornaram mais e mais visiveis, as folhas mais e mais coloridas e o lago passava reluzir uma parca luz que vinha chegando de forma vagarosa, o barulho dos animais agora tambem fazia parte daquele momento, quase parecia que ele estava onde nunca estivera antes. Era o lago, aquele laguinho sujo, tão largo assim? As árvores antes eram tão belas tão qual pareciam ser naquele momento? Esse não era o Parque
da sua cidade, não poderia ser, que melodiosa e gloriosa manhã desabroçhava da noite que outrora parecia ter encoberto tal lugar? Tomás tinha a certeza que nunca estivera ali, ou se sim, em sonho.
Piscando, agora, Tomás acreditava que algo havia acontecido com o local que antes conhecera, que agora o preenchia e limpava ao mesmo tempo, agarrando o peito olhou para baixo e sentiu o próprio coração, olhou adiante novamente e viu. “Tomás!” alguém o puxava-lhe o braço forçando-o a se virar rapidamente pra trás, o sol o cegara, mas agora via novamente o rosto de Magda “para de viajar, vei!” olhou pra trás e já não era mais o mesmo.
Geraldo Miranda Reis
Kaffee und Kuchen
49
Sexta-feira, 06 de Agosto
Arrumando alguns papéis esquecidos em uma velha pasta de recordações, encontrei um pequeno cartão verde desbotado com um escrito em letra infantil: “Detetive Macklin – Investigadora de mortes”.
É estranho como algumas memórias se escondem em nosso subconsciente, mas demorei um bom tempo para recordar minhas inocentes brincadeiras com a filha de uma vizinha no quintal de minha antiga casa. Marcela sempre levava uma boneca que desmontava os braços e as pernas, o que resultava em nossa brincadeira favorita: cada uma de nós escondia dois membros, e quem encontrasse ambos primeiro solucionava o assassinato.
Minha amiga também gostava de tentar me amedrontar dizendo que sua mãe era a verdadeira Maria Angula, e eu, fazendo graça, respondia: “pois a minha é a própria Loira do Banheiro”. Estranhamente, compartilhar histórias de horror com Marcela enchia meu peito de alegria. Acredito que jamais encontrarei amizade tão encantadora como aquela, que só me parece possível quando ainda estamos livres dos julgamentos e das preocupações da vida adulta.
Apesar do tom aparentemente sádico de nossa relação, tivemos uma infância feliz, correndo entre as árvores e o mato verde no quintal de minha antiga casa. Quando a mãe de Marcela a chamava de volta, corríamos e nos escondíamos entre os galhos espessos de uma velha goiabeira, em uma atmosfera de alegria e inocência. Aquele lugar era o palco perfeito para nossas brincadeiras.
Terça-feira, 10 de Agosto
Não ando dormindo bem, e as poucas horas de sono são frequentemente perturbadas por pesadelos. Pouco do que faço parece ser útil em preencher o vazio que venho sentindo. Não creio que recorrer à nostalgia ira acalmar meu coração inquieto, mas ainda assim tenho ansiando por um contato com minha amiga de infância, Marcela.
Neste final de semana, visitando minha cidade natal, procurei por seus familiares na antiga casa. Nossas mães também eram muito próximas, sempre trocavam receitas e
quitutes, mas há muito não se encontravam.
A casa estava vazia, e tanto a cidade como o meu velho quintal também me parecem muito diferentes de minhas memórias. O restaurante que frequentava com minha família estava fechado. As árvores não são mais tão altas, o mato está seco, e a goiabeira há anos caiu de podridão.
Sexta-Feira, 13 de Agosto
Essa noite fui novamente invadida por um sentimento de vazio e inquietação. Lembro-me de, muito jovem, encolher na cama entre meus pais alegando sentir batidas abaixo do solo. Em uma dessas ocasiões minha mãe não se sentia muito bem e passou boa parte da noite no banheiro. Após algum tempo de seu retorno, encostei em sua pele fria e o pânico que assolou meu coração naquele momento é algo que jamais acreditei que
sentiria novamente.
Até rever Marcela.
MARCELA
Maíra Maciel de Andrade Gomes
51
Em uma casinha no meio do nada era onde meus avós moravam. Cercados por árvores de
todos os tipos, e animais que nem sempre eram bem vindos eles viviam a vida, cuidando da
horta e das galinhas. A coisa mais moderna que possuíam era uma televisão pequena, que
ficava ligada somente até as 21h, depois, todos na cama. Sempre muito rígido, meu avô era
uma pessoa um pouco amarga, que gostava que as regras fossem obedecidas assim como
ele havia ordenado. Seu modelo rigoroso de disciplina era o adotado por minha mãe nas
férias escolares. Enquanto meus colegas estavam tranquilos em casa, assistindo desenhos
animados, eu estava na roça, aprendendo a ser menos impulsivo com os métodos não muito
convencionais de meu avô. Minha hiperatividade só ganhava espaço quando meu avô não
estava em casa. Sempre muito apaixonado por pescaria, ele ficava o dia todo no meio do mato,
procurando um bom lugar para ficar tranquilo e pegar seus peixes. Era nesse espaço de tempo
que minhas aventuras tomavam forma.
Os buracos de areia eram dunas do deserto, que no vento, arranhavam meus olhos. Os pés
de laranja eram prédios, que eu, como nos filmes que via, escalava com uma rapidez invejável,
sem o mínimo medo de cair. As pedrinhas logo se tornavam peças para um tabuleiro imaginário
de xadrez, que eu jogava comigo mesmo. Na minha cabeça tudo virava brincadeira, afinal,
as férias eram curtas e o tempo tinha que ser aproveitado ao máximo. As únicas coisas que
atrapalhavam a diversão era o vento, que por incrível que pareça, nem as inúmeras árvores
que ali tinham serviam de barreira, e claro, meu avô. Os ventos que passavam por entre as
árvores, faziam barulhos que serviam de trilha sonora para minhas brincadeiras, que mais
pareciam uma saga. As histórias que eu inventava eram dignas de super-herói. Todos os dias,
eu salvava a minha vida e a da minha avó, dos terríveis males que nos ocorriam, no meio do
nada. Árvores assassinas, lobos furiosos e insetos gigantes eram os vilões, enquanto eu, o
destemido herói. Quando a brincadeira era muito silenciosa, de longe minha avó gritava, e eu
de propósito, não respondia só para ver a cara de desespero dela me procurando no meio do
mato. Eu apanhava bastante, pois quase matava a velha do coração. O BREJO
A água da bica, que saía de uma nascente bem pertinho dali era tão gelada que chegava
a doer os dentes, mas não havia água mais gostosa. As folhas de couve eram enormes e
até hoje, nunca vi tão grandes. Chegavam a ser maiores que eu mesmo. As jabuticabas
pareciam ser infinitas. O vento fresco era companhia para o dia todo, a surpresa de sentir
uma lufada instantânea era sempre agradável.
Quando perguntada se tem saudade do lugar onde morou por tanto tempo, minha avó
rapidamente responde: “Deus que me livre daquele brejo!”. Minha mãe parece compartilhar
do mesmo sentimento quando disse que “Era bom mas era ruim”. Acho que só eu mesmo
via aquele pedaço de terra como um lugar encantado.
Leandro Henrique Antônio de Rezende
53
Vergesslichkeit
Camila Cristina Lopes Braga
Eu sou...
Eu sou o medo que aflora a cada despedida
Sou o que ninguém vê, mas estou lá
Sou aquela vontade de ir para longe
Sou o que faz esquecer o caos que habita em você
Sou as lágrimas que choraste pela partida
Sou o que vai te tirar a paz, porém tentarei te levar à ela
Sou seu passado que deseja esquecer
Sou quem te transformará em monstro
Sou o que te fará ter vontade de esconder
Sou o que saberá todas as suas fraquezas, mas nunca as apontarei para você
Sou cada vestígio do que odeia
Sou o quem saberá e guardará cada detalhe do seu corpo para nunca te esquecer
Sou quem você esquecerá no momento em que virar as costas
Sou o que te faz sentir perdida
Sou o medo que você tem da solidão
Sou seu velho e talvez persistente amor
Sou o que deseja que desapareça e não volte mais
Sou apenas uma ilusão que talvez se perca no seu enorme trem da vida
Não, não sou seu passado, sou seu esquecimento
Kaffee und Kuchen
55
Ai se ele soubesse que a cada estrada onde anda
é palavra que me faz cantar,
que traça e rabisca, que crava e recita,
é raiz, semente querendo brotar.
Ah se ele soubesse, subia as colinas,
coloria a serenata ao luar
e banhava sua alma, na relva e na calma;
barulhinho verde, que cheiro que dá...
Parava o sapato, deixava barato, largava pra lá;
andava comigo, perdia o caminho, enchia o olhar;
rezava baixinho, me dava carinho, vinha se aninhar;
vivia com pouco e dormia com gosto do lado de cá.
Ah se ele soubesse
que o seu sorriso, que eu colho, semeia orvalhos pelo ar
e a cada pedaço de sonho e de vento
encharca essa chuva molhada de mar.
Mas se ele soubesse que o peito me arde,
que a dor não me cabe,
e que a vida não sabe colar essas voltas de laços perdidos
nessa estranha dança que esse mundo dá.Ai se
ele s
oubess
e...
Corria pequeno, parava um pouquinho, dia a clarear;
media o suspiro, chegava bem perto, sentia o tocar.
Num belo horizonte, sentia coragem para me beijar
e pra essa liberdade viria correndo querendo ficar.
Mas ele não pode, não vê, não escuta
se perde na luta, porta a se fechar.
E é dura a verdade que esconde a vontade;
ele não se perdoa e não sabe explicar.
Ele então se prende, não escreve, não sente,
não abre suas asas, não sabe enxergar
que meu mundo é divino, ele é muito bem-vindo
ouça, meu amigo, me cabe falar...
... que eu sinto uma falta a cada segundo que ele não está.
Saudade de casa, um sereno silêncio, é meu único lar.
É um poema manso,
ele é onde eu descanso, meu melhor lugar,
meu sentido pra vida.
Eis o velho e batido verbinho amar.
uma música de Jamile Ferreira
Kaffee und Kuchen
Zero até oitenta e cinco
O que é só por ele narrável
E ainda que desconfiado
Qualquer um vê honorável
A memória dele no relato.
Oitenta e seis?
Ele sempre foi mesquinho,
isolava seus negócios,
melhor isso que ser bobo.
Oitenta e sete,
e a solidão implacável,
nela se esgotou a inércia,
acabou o que foi estável,
e nesse velho abatia
não ter um amor deleitável.
Oitenta e oito,
O silêncio não cessa,
salvo poucas conversas,
criou uma paranoia possessa.
Oitenta e nove!
e um desespero esgoelável
em mente um labirinto
de uma vontade inesgotável
de apenas um momento adverso
e não uma paranóia interminável.
Oitenta e nove!
E o remédio é veneno
Pra matar carrapatos
e morrer no sereno
pra não pensar nos sapatos
Oitenta e nove!
E o erro é desprezível
viveu por querer morto,
mesmo assim irreparável
ponderando até no repouso
se ainda se sente vivo.
Oitenta e nove!
Victor Devi Goes Cavalcanti
59
Tristeza é uma faca
eu vou sair machucado
Não sei se acerto
ou vou ser acertado
Errei demais, hoje o choro é inevitável
Cada pulso vital, é uma lagrima e um escárnio
E na escada da vida, eu cai um degrau
Fui degradado e largado, pronto para o meu final
O que foi dor?
Resolveu brincar de pega-pega?
Minha corrida é contra a morte
E ela é a que mais enxerga
Rap composto porMatheus Augusto Silva Rocha
Kaffee und Kuchen
Lúcida, translúcida, como a água
Anseio por ter pena dessa ave,
mas só tenho magoa
E o afago, entre os seios,
que te afoga dentro da sua alma
A vida liberta, a dor emociona,
o equilíbrio afeta e eu só peço calma
Calmo e apático parei para pensar
No que vejo na frente do espelho
Mas eu só parei para pensar
Não segui nenhum dos meus conselhos
Hoje eu enxergo tudo embaçado
As escolhas destroem os meus anseios
Tinha duas saídas ao meu lado
Eu resolvi caminhar pelo meio
Rap também composto porMatheus Augusto Silva Rocha
À chacun son inconnu
Pour se connaître plus à fond
Et se reconnaître plus tard
À chacun son innocent
Pour se croire plus sage au moins une fois
À chacun son étranger
Pour qu’on se mette à explorer notre propre foyer
À chacun ses saveurs
Pour qu’on devienne maître de nos propres douleurs
À chacun sa croix
Afin de mendier corps et esprit pour une foi
À chacun son habitude
Pour se sentir dans le besoin du parfois
À chacun son inquiétude
Pour que tout ce qui reste dans le calme prenne son départ
À chaque âme son inégal
Afin de voir chez l’autre plus qu’un miroir
Chacun dans son coin
Enfermé dans son soi
Pleure son deuil
Aux quatres vents
Sous le même toit
À chacun son inévitable, son insurmontable, son moi.
DécouverteRafaela Araújo Felipe
Kaffee und Kuchen
A cada um seu desconhecidoPara se conhecer a fundoE se reconhecer mais tardeA cada um sua inocênciaPara se acreditar sábio ao menos uma vezA cada um seu estrangeiroPara podermos desbravar nosso próprio larA cada um seus saboresPara nos tornarmos mestre de nossas próprias doresA cada um sua cruzPara que se precise suplicar de corpo e alma por uma féA cada um seu hábito
Para sentir a necessidade do talvezA cada um sua inquietude
Para que tudo o que é móvel se mudeA cada qual seu desigual
Para que se veja no outro mais do que um espelho
Cada um no seu cantoEncerrado em si mesmo
Chora seu prantoAos quatro ventosSob o mesmo luar
A cada um seu inevitável, seu insuperável, seu eu.
Descoberta
Sinto muito
E não me desculpo
A apatia nunca me coube
Na verdade eu não me caibo
Transbordo
Excedo
Ultrapasso
O limite e os demais
Aqueles que nada sentem
É que digo
Sinto muito
Por vocês
E por mim
Sigo sendo muito por nós.
Kaffee und Kuchen
65
Rafaela Araújo Felipe
Manchmal versuchst du, diese Lampe zu behalten
Und bleib so lange weg
Es ist schwer einen Platz zu finden.
Wie diese Ranch
Mehr als du siehst
Ich bin es nicht
Ist das ich?
Vielleicht kannst du hierher kommen und bleiben
Diese Vögel sangen unsere Namen.
Es ist leicht zu finden
In uns
Diese Ranch
Also komm und hol meine Hand
Vergiss dieses Geräusch, du musst es nicht verstehen
Wie das Wasser in diesem See
Wie das Blatt ohne Fehler fällt
Wie das Boot am Ufer
Ich bin immer noch gleich
Nicht mehr
The Ranch
Sometimes you try
to keep that lamp
And stay out for so long
Is hard to find a place
Like that Ranch
More that you see
Ain’t with me
... Is it me?
Maybe you can come here
..and stay
Those birds were
singing our names
Is easy to find
Within us
That Ranch
So come and take my hand
Forget that noise,
you don’t need to understand
As the water in that lake
As that falling leaf without a mistake
As that boat on the shore
I still the same
No more
O Rancho
Às vezes você tenta
manter aquela lamparina
E fica fora por tanto tempo
É difícil encontrar um lugar
Como aquele rancho
Mais do que você vê
Não é comigo
Isso sou eu?
Talvez você possa vir até aqui,
e ficar
Aqueles pássaros estavam
cantando nossos nomes
É fácil encontrar
Dentro de nós
Aquele rancho
Então venha e pegue minha mão
Esqueça aquele barulho,
você não precisa entender
Como a água naquele lago
Como a folha caindo sem um erro
Como o barco na margem
Eu continuo o mesmo
Não mais
Die RanchMarcelo Horta Nassif Veras
Kaffee und Kuchen
67
““Walter Benjamin
Rua de Mão Única 1928
Glücklich sein heißt, ohne Schrecken
seiner selbst innewerden können.
“Ser f
eliz si
gnifica
poder
tom
ar co
nsciê
ncia d
e si m
esmo,
sem
sust
o”.
“To b
e hap
py is t
o be ab
le
to b
ecom
e awar
e
of onese
lf with
out frig
ht”.
Ein literarischer TweetUm tweet literário
A literary tweet2zwei
Chegada a época do Realismo, com todos os seus debates acerca da ascensão industrial na Alemanha, a proposta do “Tweet” suscitou o seguinte questionamento: O que você postaria no Twitter caso vivesse nesse período da história alemã?
A ideia principal foi aproximar a realidade das redes sociais com aquela discutida pelos autores realistas alemães do final do século XIX.
TweetAlice Kiffer Muller
Camila Cristina Lopes Braga
Clarice do Carmo Castro
Eduardo Bruno Sabino Dutra
Jamile Cardoso Ferreira
Júlia Paulino Matos
Leandro Henrique Antônio de Rezende
Maíra Maciel de Andrade Gomes
Matheus Augusto Silva Rocha
Ruth Mendes Guimarães
Sara Rezende de Souza
Victor Devi Goes Cavalcanti
Vitor Antônio Morais Prado
um tweet de @ Alice Kiffer Muller
um tweet de @ Clarice do Carmo Castro
75
um tweet de @ Ruth Mendes Guimarães um tweet de @ Júlia Paulino Matos
um tweet de @ Matheus Augusto Silva Rocha um tweet de @ Camila Cristina Lopes Braga
Kaffee und Kuchen
77
um tweet de @ Sara Rezende de Souza um tweet de @ Victor Devi Goes Cavalcanti
um tweet de @ Leandro Henrique Antônio de Rezende
Kaffee und Kuchen
79
um tweet de @ Vitor Antônio Morais Prado
um tweet de @ Jamile Cardoso Ferreira
um tweet de @ Maíra Maciel de Andrade Gomes
um tweet de @ Eduardo Bruno Sabino Dutra
Kaffee und Kuchen
81
““Yoko Tawada
Fremd sein ist eine Kunst2009
die Sprache hat Macht, die Sprache kann
das Herz der Menschen
bewegen!“A
linguag
em te
m p
oder,
a lin
guagem
pode co
move
r
o cora
ção d
as p
essoas
”.
“Lan
guage h
as p
ower,
languag
e can m
ove
people’s
hearts
”.
Realismus HeuteRealismo HojeRealism Today3drei
dieCom o objetivo de aproximar alguns movimentos literários alemães,
como “Literatura da virada do século”, “República de Weimar”,
“Literatura Alemã no Exílio”, “Literatura da República Federal da
Alemanha”, “Literatura da República Democrática Alemã” e a
Literatura de Língua Alemã Contemporânea”, da realidade
vivida pelos estudantes no Brasil, foi pensada a atividade
“Realismo Hoje”. Para tal projeto, os alunos retrataram
o meio social em que vivem por meio de fotografias,
reunindo aspectos sociais presentes em Belo
Horizonte que de alguma forma se assemelham
a algum momento histórico da Alemanha. Gabriela Oliveira
AutorenRuth Mendes GuimarãesSara Souza
Vitor Antônio Morais Prado
Os AutoresThe Authors
Matheus Augusto Silva RochaVictor Devi Goes Cavalcanti
Rafaela Araújo Felipe
Leandro Henrique Antônio de Rezende
Maíra Maciel de Andrade Gomes
Guilherme Regis
Jamile Cardoso Ferreira
Camila Cristina Lopes Braga
Clarice do Carmo Castro
Larissa Guevara
Alice Kiffer Muller e Eduardo Bruno Sabino Dutra
87
89
“ Toda classe alta tem em
seu reflexo o esforço e o
trabalho dos povos que
eles taxam de inferiores.
Fotografia de Lucas Emmanuel Alvim.Entre os bairros Serra e Santa Efigênia (região centro-sul de BH).Legenda por Larissa Guevara
Kaffee und Kuchen
91
“Mais que carne e ossos, os homens são feitos de saber!”
Mehr als Fleisch und Knochen, die Menschen bestehen aus Wissen!
Kaffee und Kuchen
“Fotografia e legenda de Alice Kiffer Müller e Eduardo Bruno Sabino Dutra
3página anterior
Palas Athena
Rachel Roscoe, 2004
Tintas acrílicas sobre placas de MDF6,25 x 1,83m
Palas Athena, deusa grega da sabedoria, protetora das ciências e das artes. O painel representa, metaforicamente, o vislumbre da sabedoria ao alcance daqueles que tenham o interesse de encontrá-la.
Reitora: Ana Lúcia Almeida GazzolaDiretoria da Faculdade de Educação: Ângela Imaculada Loureiro de Freitas DalbenDoação da autora, com apoio de Eduardo Felicíssimo Roscoe
93
Integrados e Invisíveis
Fotografia e legenda deGuilherme Regis.
“próxima página 4
Kaffee und Kuchen
95
Kaffee und Kuchen “O único carvão que eu
desejo ver queimar.
Fotografia e Legenda de Clarice do Carmo Castro
97
Kaffee und Kuchen “Quanto vale a vida debaixo dos viadutos?
Composição de Ruth Mendes Guimarães e Sara Souza,
com letra da música de Humberto Gessinger (“Quanto vale a vida”,
banda Engenheiros do Hawai) e fotografias do Edifício da
Ocupação Carolina Maria de Jesus, de Clarice Guimarães Achtschim
Kaffee und Kuchen “Num beco sem saída,
quando vale a vida?
Composição de Ruth Mendes Guimarães e Sara Souza,
com letra da música de Humberto Gessinger (“Quanto vale a vida”,
banda Engenheiros do Hawai) e fotografias do Edifício da
Ocupação Carolina Maria de Jesus, de Clarice Guimarães Achtschim
Kaffee und Kuchen “Quanto vale a vida
quando vale a pena?
Composição de Ruth Mendes Guimarães e Sara Souza,
com letra da música de Humberto Gessinger (“Quanto vale a vida”,
banda Engenheiros do Hawai) e fotografias do Edifício da
Ocupação Carolina Maria de Jesus, de Clarice Guimarães Achtschim
Kaffee und Kuchen
105
Kaffee und Kuchen
“Fotográfica e legenda deJamile Cardoso Ferreira
3página anterior
Diferenças em
convivência pacíficaDas Leben
ohne festen Wohnsitz
Fotografia e legenda deRafaela Araújo Felipe
“próxima página 4
“A vida sem moradia fixa”.
107
Kaffee und Kuchen
109
Kaffee und Kuchen
111
Fotografia de Matheus Augusto Silva Rocha e Victor Devi Goes Cavalcanti
113
A imagem
concreta da
servidão
Fotografia e legenda de Matheus Augusto Silva Rocha e Victor Devi Goes Cavalcanti
Kaffee und Kuchen
115
“O Alcance da Carta
Fotografia e legenda deLeandro Rezende
Kaffee und Kuchen
Vista da Zona Suburbana de Belo Horizonte em 1928.
Colagem digital e legenda de Camila Cristina Lopes Braga 4
Crescimento
ou invasão?
Kaffee und Kuchen
119
“Lar
Fotografia e legenda deRafaela Araújo
Kaffee und Kuchen
121
Kaffee und Kuchen
“3página anterior
123
Mas o amor basta?
Fotografia e legenda deRafaela Araújo Felipe
“próxima página 4
Vorsprung durch
den Traum
der Unterdrückten
“Vantagem através do sonho dos oprimidos”
Composição Fotográfica e legenda de Jamile Ferreira
Kaffee und Kuchen
125
127
“ Pensamentos alemães
e posicionamentos
intelectuais na
Alemanha Pós-Guerra
Fotografias e legenda de Vítor Antonio Morais Prado
129
Período do Realismo e
Virada do Século na Alemanha
versus
Desenvolvimento Industrial
na Região Nordeste de BH
Fotografia e legenda deMaíra Maciel de A. Gomes
“Desenvolvimento
da indústria
Crescimento
demográfico
Crise econômica
Área urbana tomando
lugar da área rural
Prosperidade e
decadência da indústria
Novos modos de
consumo
O processo de urbanização
da região Nordeste de Belo
Horizonte se iniciou em
torno das fábricas têxteis.
Fotografia e legenda deMaíra Maciel de A. Gomes
4 Fábrica de Têxteis Cachoeirinha
Caminhões de lenha alimentavam suas máquinas,
hoje desativadas.Fotografia e legenda deMaíra Maciel de A. Gomes
4 Companhia Renascença Industrial
As instalações
hoje dão
lugar a uma
universidade
Novos modos
de produção
e consumo
substituíram
as fábricas.
Fotografia e legenda deMaíra Maciel de A. Gomes
Kaffee und Kuchen “Sobre o deslocamento
dos povos e suas tentativas de reencontrar uma pátria.
Foto de Larissa Guevara, tirada na loja de produtos árabes no Mercado Central de Belo Horizonte,
“Baity Delícias Árabes Artesanais”.137
““Stefan Zweig
Autobiografia: o mundo de ontem2014
Wahrheit und Politikwohnen selten
unter einem Dach
“A ve
rdad
e e a
política
rara
mente
vivem
sob o
mesm
o teto
”.
“Tru
th an
d polit
ics se
ldom
live
under one ro
of”.
vierMigrationen
MigraçõesMigrations
O autor Şinasi Dikmen nasceu na Turquia em 1945
e migrou para a Alemanha em 1972. Desde então
escreve suas publicações em língua alemã, sendo elas
relacionadas aos temas da migração, da alteridade
e do multiculturalismo. No romance „Integrier dich, Opa! – Stories vom Erfinder des deutsch-türkischen Kabaretts” (“Vê se te integra, vovô! – Histórias do inventor do cabaré turcoalemão”), Dikmen propõe
reflexões acerca da busca pela identidade de
imigrantes turcos que vivem na Alemanha, assim como
aborda, de modo irônico e cômico, a incansável “caça”
à integração.
A proposta de produção textual final da disciplina
aos alunos foi ler os trechos apresentados e sugerir
reflexão sobre a questão da grande onda migratória
porque passa não só a Alemanha, mas toda a Europa.
“Qual o papel da integração? É possível integrar-se
inteiramente? Qual a sua opinião com relação ao tema
da imigração e qual seria o papel da literatura nesse
assunto? Escreva livremente, lembrando que a ideia
principal é destacar a opinião de cada um a partir de
argumentos simples, mas sólidos”.
Gabriela Oliveira
“Ó minha amada integração
Eu quero capturá-la em tua forma,
Eu gostaria de te elogiar, sem razão,
Eu quero possuí-la, mas com certeza sem violência,
Às vezes eu penso que você é sem coração e fria,
Uma vida sem você, me diga, é insuportável
É difícil ter de perguntar por você a cada alemão,
Muitos me xingam em plena luz do dia,
Eles já teriam problemas de estômago o bastante.
Eu vou achá-la, mesmo que eu tenha que caçá-la,
ou mesmo que ela me leve à morte” (DIKMEN, 2008, p. 195).
“Todos os alemães espertos que eu conheço me aconselham
que eu deva encontrá-la com urgência. Ninguém consegue
descrevê-la para mim. Às vezes eu tenho a impressão de
que algo assim não existe na Alemanha. É um fantasma. Às
vezes eu penso que os alemães espertos estão zombando
de mim, ou será que cada alemão é uma parte da integração?
Nós a vemos diariamente, mas com os nossos nervos turcos
não conseguimos notá-la”. (DIKMEN, 2008, p. 199).
(Traduções de Caroline Brandão de Carvalho)
Fotografia de uma
Beduína - 1893, em
exposição na loja
Baity, de produtos
árabes, no Mercado
Central de Belo
Horizonte.
Abandonar o lar, percorrer caminhos e tentar fazer de
um outro universo a sua casa. Seria um simples processo
de movimento, de busca, se não fosse o grave peso das
diferenças culturais e dos oscilantes graus de tolerância.
Milhares de refugiados pelo mundo procuram não só
uma morada, mas o respeito à sua identidade, à sua
construção social e buscam também aceitação.
Milhares de cidadãos de locais que recebem refugiados
precisam lidar com a dúvida, o medo e a delicada arte de
doar - que nem todos dominam ou desejam dominar.
“ Ich bin.
145
O ato de imigrar exige uma mala pequena de objetos
para uma jornada incerta e containers de coragem para
enfrentar fome, frio, medo e a ausência de cuidados, de
compreensão, de humanidade.
Integrar à uma nova sociedade é não ter outra opção a
não ser criar forças frente à rejeição de “ser” e querer ser
quem se é, com a necessidade de “estar”.
Perder a identidade e aceitar uma nova personalidade?
Os outros - que não “são seus” - o aceitarão como igual?
Por que? Qual o preço? Perguntas retóricas por falta de
resposta contundente.
Há uma guerra de movimento, como ondas que se
contrastam no mesmo mar. E as ações para se conter
ventos de tempestade parecem mais um pedido de
desculpas de uma mãe que perdeu o respeito dos filhos:
Kaffee und Kuchen
um lamento eterno para quem quer mas não consegue
chegar, e um castigo improdutivo para quem não quer
receber.
Nessa batalha entre os que precisam entrar e os donos
da chave da porta, a literatura, como água, invade lacunas
e as preenche com a tentativa de fazer compreender
todas as naturezas, desculpas e quereres, na esperança
de ainda ser a voz de quem a vem perdendo, enquanto
também se esvaem a dignidade e as raízes.
O discurso, não mais em sua língua de origem mas num
idioma que possa ser compreendido, nasce de um “Eu
Transitório” que não esquece quem foi e deseja chegar
ao ponto desejado, mas não conquistado, de um novo
ser - mesmo fragmentado - reconhecido como “Ich bin*”.
Que a literatura continue ponte num mundo tão coberto
de distâncias.Jamile Ferreira
147
* “Eu sou”, na língua alemã.
As migrações ocorrem em qualquer parte do globo. Inevitavelmente ou por escolha, famílias
recolhem tudo – que algumas vezes é nada – que possuem para tentar a vida em outro lugar,
muitas vezes, muito distante do lugar que chamaram de lar por muito tempo.
A chegada ao destino, que guarda várias incertezas, muitas vezes é dolorida. A aceitação
não é plausível e muitas vezes a barreira das línguas e costumes impedem a sensação de
pertencimento. Nesses casos, nos deparamos com grandes problemas de integração dessas
famílias em seus novos lares, que muitas vezes, não sentem nem mesmo o necessário para
tornar menos difícil essa transição. Essa integração tem o papel de inserir o imigrante em sua
nova sociedade e realidade, mas o que acontece na verdade é o contrário. Frequentemente
vemos notícias sobre atos xenófobos acontecendo, o que demonstra que nem todos
estão preparados para acolher pessoas que, por vários motivos, vieram de outros lugares.
A sociedade tem papel essencial para a integração desses indivíduos, uma vez que a
transmissão de conhecimento que se dá entre as pessoas criam laços intelectuais e pessoais
fazendo com que essa integração tenha início. Porém, mesmo se todos os imigrantes tivessem
acesso a esse tipo de abordagem, ainda assim sua integração não seria integral. A respeito
dessa integração, Dikmen diz que “ninguém consegue descrevê-la para mim” mostrando que
muito se fala sobre, no entanto, não é tão fácil alcançá-la. Algumas pessoas provavelmente
morrem sem se sentirem inseridas no espaço que ocupam. Temos variáveis diferentes que
resultam a integração, e um deles, é a literatura. Dikmen, que dedicou suas palavras para
ironizar essa caça a integração, com certeza teve papel fundamental para criar um certo senso
de pertencimento ao grupo de turcos que viviam e vivem na Alemanha.
Integração149
“As descrições e histórias contadas também tem seu papel na construção dessa integração,
que pode ser construída a partir da experiência de outros. Um olhar diferente da mesma
situação pode nos levar a outro mundo e, é isso que a literatura faz. Conforta aqueles que
estão desesperados através de histórias semelhantes, que faz com que as pessoas sintam
que não estão sozinhas e fortalece aqueles que, como Dikmen, estava disposto a encontrar a
integração, custe o que custar.
Leandro Rezende
151
Clifford Geertz em A Interpretação das Culturas nos sugere que
a realidade objetiva do “outro” jamais poderia ser alcançada
pelo etnógrafo, sendo, grosso modo, tudo aquilo que ele sobre
determinada cultura apenas uma interpretação da mesma,
nunca uma verdade objetiva sobre o outro.
Considerado por seus críticos como radical e longe de se
propor uma verdade sobre os saberes, suas ideias ainda estão
presentes em muitos estudos de etnologia e estudos culturais,
principalmente no que se refere ao relativismo cultural.
O antropólogo pensava as sociedades etnográficas para
formular sua tese, porem suas ideias podem ser de grande valor
para entendermos melhor as relações de migração pelas quais
o mundo, principalmente a Europa, passa atualmente. Melhor,
pode nos ajudar a entender o outro através da diferença,
nos abrindo a aceitação do diferente.
“Os mundos ocidentais”, já que podemos falar de
“vários” ocidentes, se desenvolveram a partir da
153
centralização de sua cultura, estabelecendo uma relação de
hierarquia perante as culturas dominadas pelo colonialismo,
criando a falsa sensação de que o progresso econômico traria
um sentido evolutivo às culturas e nos colocando em posição
privilegiada numa hierarquia construída por nós mesmos.
Não é raro vermos notícias de xenofobia praticada contra
árabes em território europeu, em que o árabe é retratado
a partir de estereótipos e identificado como “mulçumano”
ou terrorista. Por ignorância e/ou por má fé, a etnia, a
religião e os extremismos se confundem e tornam invisíveis
toda uma cultura, acentuando cada vez mais o nosso
desconhecimento do outro.
O que a grande maioria das pessoas tem acesso sobre os
povos árabes, por exemplo, não são sobre seus valores e
nuances culturais. A grande mídia, através de matérias
sobre os conflitos no oriente médio retrata o povo árabe
de forma rasa e generalizante, criando a ideia de que todos
são fundamentalistas e extremistas, fazendo que o próprio
ocidente tenha relações extremistas para lidar com os
problemas da migração árabe.
Com isso os discursos racistas e xenófobos ganham força e
legitimidade entre as populações e se refletem nas práticas
políticas do país. Foi assim que, em nome de uma suposta
“guerra ao terror” os EUA tiveram legitimidade entre seu
povo para invadir o Iraque no início da década de 2000.
Dessa forma, todo o discurso que a maioria de nós tem
sobre os povos árabes é construído pela falta de capacidade
que temos de entender o outro. Através da diferença e dos
juízos de valores, criamos em nossa sociedade discursos
que legitimam a discriminação e as relações de poder e
opressão contra o diferente.
Ainda tratada como polêmica por acadêmicos conservadores
de certo cunho positivista, o relativismo cultural surge
155
como uma importante arma contra a discriminação e a
opressão, nos permitindo ver no outro e no diferente algo
que salte o gênero humano.
Como propôs Claude Levi-Strauss ao analisar as sociedades
ameríndias: devemos entender o outro a partir de seus
próprios termos, nos afastando das preconcepções que
adquirimos ao longo de nossa formação, nos permitindo
integrar o diferente, cada vez mais, através da empatia.
E dando um salto, talvez seja esse um dos grandes papéis
da literatura: ao ler uma obra escrita por uma judia que
enfrentou os campos de concentração durante a segunda
guerra, eu jamais alcançarei o que é ser judeu, mulher, sofrer
os horrores da guerra e da perseguição, mas certamente
encontrarei em seus escritos algo que foge as diferenças,
algo genuinamente humano e que me toca, seja pela dor
ou pela alegria, me permitindo ver no outro algo que me
completa: um traço de humanidade.
Guilherme Regis
“Amor”
Porcelana com inscrição eornamentos em pintura artesanal, 25 x 25cm.
Peça disponível na loja Baity Delícias Árabes, localizada no Mercado Central de Belo Horizonte,de propriedade do Sr. Khaled Tomeh.
““Christa Wolf
Nachdenken über Christa T.1999
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mple
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5 LeutenPessoas
Peoplefünf
O que te levou
a aprender a língua alemã?
1 2 ?A língua alemã é a
segunda língua científica
mais usada e a Alemanha é o terceiro
maior contribuinte para pesquisa e
desenvolvimento. A seguir, convidamos você a conhecer
cinco pessoas que escolheram
estudar alemão e expõem o que
os motivou a aprender o idioma
e o que os motiva a continuar
aprendendo. O que te motiva a continuar o aprendizado?
Eloáh Magalhães
Rochido de Melo
28 anos,
Professora de Alemão,
concluindo neste semestre a graduação -
licenciatura dupla português alemão.
O que me
levou a aprender a língua, além do meu interesse em
idiomas de uma maneira geral, foi o futebol. Comecei a gostar de futebol no início da adolescência e logo
gostei do estilo de jogar da Alemanha. Ao procurar mais informações sobre a seleção, a maioria das coisas que achava estavam em alemão e assim comecei minha aventura.
O que me motiva a continuar o aprendizado da língua são, na verdade, diversos fatores, entre eles a estrutura do idioma.
No decorrer do meu curso na Letras passei a ter mais contato com a literatura de língua alemã e minha paixão só cresceu mais ainda.
O alemão é uma língua desafiante sim, mas muito recompensadora também. Nada paga o prazer de se poder ler a maestria de Goethe, Brecht, Thomas Mann, Hesse e Kafka (só para dar alguns exemplos) em alemão.
Por fim, descobri também a profissão que tanto amo e que pretendo exercer o resto da minha vida - professora de alemão - a cada dia um aprendizado e contato com pessoas incríveis.
Fernanda Roque
Amendoeira
23 anos,
9º período em Letras na UFMG
Língua alemã com
ênfase em Estudos Lingüísticos
Eu s e m p r e
gostei do processo de aprender uma língua estrangeira,
então eu resolvi aproveitar a oportunidade de fazer letras para iniciar também um curso de alguma língua
que eu não tinha tido contato ainda.
Entre o inglês, espanhol e alemão (opções do noturno), escolhi o alemão por ser o que eu nunca tinha tido contato, então a curiosidade era maior.
Por ser uma língua muito diferente do português, os desafios foram maiores e eu não vi muito progresso nos primeiros semestres.
Persisti por acreditar que uma hora eu alcançaria um nível mais avançado. Mais para o final do curso eu percebi que era exatamente essa diferença muito grande entre as línguas que me possibilitaria fazer pesquisas interessantes na área.
Assim surgiu também a ideia para a monografia e um interesse maior em fazer pós em linguística aplicada.
Gabriela Guimarães
26 anos,
Professora de Alemão CENEX/FALE
Formanda em Bacharelado Literatura
Alemã, na Faculdade de Letras - FALE, e
Formação Complementar em Fotografia, na
Escola de Belas Artes - EBA, ambas UFMG.
Ainda no Ensino
Médio fiz intercâmbio estudantil na Alemanha. Desde o
início tive muita curiosidade e interesse pela sonoridade da língua e pela cultura alemã. Antes de ir e
depois que voltei buscava contato com a língua/cultura.
Assistindo canais de televisão em alemão, ouvindo música, procurando pessoas na cidade que falasse o alemão, lendo notícias de jornal, escrevendo para os meus amigos alemães. Mesmo que não entendesse tudo, continuava em contato com a língua.
Crianças têm facilidade para aprender línguas, acredito eu, não somente por questões linguísticas, mas também por questões psicológicas, assimilam melhor, ao invés de a cada ¨não compreensão¨ ou choque cultural bloquearem a ¨comunicação¨.
Esse desprendimento por uma compreensão imediata me ajudou a persistir e assim aprender a língua. Sempre colocando novos obstáculos, revendo as motivações. Mas o contato com a língua deve permanecer no cotidiano, de forma que ¨forçamos¨ uma naturalidade da língua.
Penso também, que uma abertura, de preferência sem pré-conceitos, para estudar e conviver com a cultura seja fundamental para aprender a língua e criar vínculos com ...
o país, vínculos estes não somente profissionais, mas também de cunho afetivo, intelectual, independentemente de qual país de língua alemã for.
Sou professora de alemão desde que voltei da minha segunda viagem à Alemanha, feita durante a graduação e posso dizer que esse ofício nos mostra como o interesse e autodidatismo dx alunx é o mais importante; me motiva realizar um bom trabalho em sala de aula com os alunos, praticar o alemão.
Conhecer novos materiais de gramática, literatura, cinema, fatos do cotidiano, todas essas buscas pela língua devem ser renovadas.
A Alemanha oferece muitas bolsas de estudo. Essas possibilidades de intercâmbio se ampliam e passam a fazer mais sentido se x alunx se dedica a língua e a cultura estrangeiras.
... Praticando se tem um aproveitamento na estadia do país muito mais prolífica, conhecemos melhor as pessoas do país, ou que vivem no país, falando a língua nativa.
A tradução também é um campo de trabalho que me interessa, e é muita responsabilidade, então somente persistindo no aperfeiçoamento de entendimento da língua/cultura/pragmática intercultural uma tradução é realizável; me interessa esse diálogo intercultural, Brasil e Alemanha, principalmente no campo da literatura, das artes visuais, plásticas, e temas/propostas presentes nas mesmas, como: memória, trauma, guerra, censura, infância, ficção, cultura pop, a imagem feminina na mídia, ̈ Zeitgeist¨, a relação íntima ou ¨institucionalizada¨ com o ¨outro¨ e consigo mesmx, em um mundo globalizado, neoliberal e onde se tem muitos relógios presentes no cotidiano, mas pouco tempo.
Saulo Mendes Santos
34 anos,
Advogado e Professor de línguas
Cursando Mestrado em Linguística Teórica
e Descritiva, 2o semestre
A s primeiras
palavras em Alemão, aprendi quando ainda era adolescente.
Eu gostava muito de línguas, mas na minha cidade só tínhamos curso de Inglês e Espanhol. Durante o intervalo das aulas
no colégio, lia bastante sobre línguas “exóticas” na Enciclopédia Mirador da biblioteca e ficava fascinado em saber que existiam regras gramaticais que o Português não tinha.
Sobre o Alemão eu sabia que tinha casos e que a língua “montava” palavras enormes, o que me deixava super curioso. O
acesso à internet nos anos 90 ainda era precário, quando havia. Então eu não tinha muito material sobre a língua. Lembro que consegui na biblioteca um livrinho dos anos 40 ou 50, mas isso foi tudo e não tinha quem me ensinar.
Na primeira vez que vim numa livraria grande em Belo Horizonte, comprei meu primeiro dicionário de Alemão, que conservo até hoje. Foi assim que aprendi as primeiras palavras. E foi assim que me interessei pela língua. Conhecer um pouco mais da história da Alemanha, ainda no colégio, só fez meu interesse crescer. ...
Tarcisio Patricio Junior
56 anos,
Funcionário Público
do Estado de Minas Gerais
A primeira
motivação para aprender o idioma foi o fato de a
Alemanha figurar entre as principais economias mundiais. Além disso, a cultura e a música alemãs e a notável
capacidade artística, filosófica e tecnológica daquela nação motivaram-me a buscar o aprendizado deste idioma.
O Alemão tem uma Morfologia linda e uma Sintaxe mais linda ainda! Além disso, alguns conceitos, relações gramaticais e pragmáticas são conceptualizados, lexicalizados, marcados ou gramaticalizados na língua de maneira muito diferente, o que me fascina sempre mais e mais à medida que conheço melhor a língua.
Apesar de a língua ser um desafio, porque Alemão não é simples, aprofundar na língua me permite não só conhecer melhor os alemães e a cultura alemã, mas também revisar e repensar o que eu penso sobre o Português e sua gramática, e também sobre a nossa cultura.
Natural de Belo
Horizonte, Minas
Gerais, Gabriela iniciou
o curso de graduação
em Letras em 2009, na
Universidade Federal de
Minas Gerais. Seu primeiro
contato com a língua
alemã se deu a partir de seu
ingresso na universidade,
vindo a ser complementado
por meio do Programa de
Mobilidade Acadêmica, ocorrido
em 2013 na Universidade Federal
de Santa Catarina.
Ao longo da disciplina lecionada pela professora
Gabriela, vimos mais que uma profissional do ensino
extremamente dedicada e comprometida com o ato
de ensinar: percebemos de forma muito imediata
que podíamos contar com sua paixão pela cultura
alemã sem abdicar das raízes brasileiras, seu
conhecimento e sua humanidade impressionantes.
Foi fácil nos envolvermos pelo panorama literário
que nos foi apresentado a cada texto: através de
propostas instigantes de “ler, sentir e pensar”,
a literatura alemã surgia como um caminho até
a alma que forja, de maneira contundente, a
cultura de um povo.Ser guia, caminhar junto e nos encorajar
a ir além: que privilégio encontrar uma
pessoa que se dispõe a todas essas ações
com tão evidente vocação. Jamile Ferreira
Gabriela Oliveira
A professoraThe Teacher
No ano seguinte, realizou intercâmbio
na Alemanha, residindo na cidade de
Berlim. Na capital alemã, frequentou
cursos de alemão e teve a oportunidade
de conhecer bem de perto a cultura do
país. Em 2015 se tornou monitora de
graduação em alemão, contribuindo para
a divulgação do idioma através da oferta
de minicursos para alunos da área, como
“Panorama da literatura alemã” e “Lesen
in DaF-Unterricht”. Graduou-se, um
ano depois, em Licenciatura Português
e Alemão e também em Bacharelado
em Estudos Literários do Alemão, pela
Faculdade de Letras da UFMG.
die Kursleiterin
Ingressou, em 2017, no Mestrado
em Letras pelo Programa de Pós-
Graduação em Estudos Literários, sob
a orientação do Prof. Dr. Elcio Loureiro
Cornelsen. Colaborou com o núcleo
de alemão da Faculdade de Letras
da UFMG, ao lecionar as disciplinas
“Língua Alemã I” e “Seminário de
Leitura: Literatura Estrangeira” para
alunos de graduação. É professora
de alemão e pesquisadora da área de
literatura contemporânea de língua
alemã.
Prof. Dr.
Elcio Loureiro Cornelsen
Possui graduação em Letras Alemão
e Português pela Universidade de
São Paulo (1992), mestrado em
Letras (Língua e Literatura Alemã)
pela Universidade de São Paulo
(1995), doutorado em Germanística
- Freie Universität Berlin (1999), na
Alemanha, pós-doutorado em Estudos
Organizacionais pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV-EAESP; 2005), pós-
doutorado em Teoria Literária pelo
Instituto de Estudos da Linguagem, da
Unicamp (IEL-Unicamp; concluído em
fev. 2010), e pós-doutorado em História
Comparada pelo Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais da UFRJ (concluído em
fev. 2018).
É Professor Associado IV da Faculdade
de Letras da UFMG - Universidade
Federal de Minas Gerais, credenciado
junto ao Programa de Pós-Graduação
em Estudos Literários. Além disso, é
docente credenciado junto ao Programa
de Pós-Graduação Interdisciplinar
em Estudos do Lazer, da Escola
de Educação Física, Fisioterapia e
Estudos Literários
Núcleo de Estudos - AlemãoGerman Studies Department
Terapia Ocupacional (EEFFTO/UFMG). É membro do Grupo Integrado de Pesquisa Literatura e Autoritarismo (CAL/UFSM-RS) desde 2000, do Núcleo Walter Benjamin (FALE/UFMG), desde 2006, do Núcleo de Estudos sobre Literatura e Guerra (FALE/UFMG), desde 2009, e líder do FULIA - Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes (FALE/UFMG), fundado em 2010. Desde 1994, é membro da Internationale Alfred Döblin-Gesellschaft. Atuou como Presidente da Comissão de Ética da UFMG, de novembro de 2012 a fevereiro de 2015. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Moderna Alemã, Literatura, História e Memória Cultural, e Literatura e outras
Artes e Mídias, atuando principalmente nos seguintes âmbitos: teoria literária, literatura alemã, língua alemã, análise do discurso e cinema. Atualmente, desenvolve atividades também no âmbito da relação entre futebol, linguagem, artes e cultura. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - nível II com o projeto Memória e Futebol no Brasil - Escritas da vida de jogadores brasileiros.
Fonte: Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/2420574923794536
em 08/08/2018
Germanistik- Abteilung
Prof. Dr.
Georg Otte
Professor Titular na Faculdade de
Letras da UFMG. Possui mestrado em
Letras Germânicas e Letras Românicas
- Universität Trier/Alemanha (1985),
doutorado em Estudos Literários
pela Universidade Federal de Minas
Gerais (1994); pós-doutorado pela
Universidade Humboldt de Berlim
(2003) e no Centro de Pesquisas
Literárias e Culturais (ZfL; 2011) em
Berlim e, atualmente, pós-doutorando
na Universidade Livre de Berlim.
É membro do Grupo de Pesquisa “Mito
e Modernidade”; e membro do Comitê
Gestor do Centro de Estudos Europeus
da UFMG. Tem experiência na área de
Letras, com ênfase em Teoria Literária e
Teorias modernas do mito, trabalhando
principalmente sobre os seguintes
autores e temas: Walter Benjamin, Hans
Blumenberg, Estética e Cultura, Mito e
Modernidade.
Fonte: Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/1007447507538719
em 13/08/2018
Prof. Dr.
Volker Karl Lothar Jaeckel
É especialista no ensino de alemão
como língua estrangeira pela Humboldt
Universität zu Berlin (1997), possui
mestrado em Letras hispânicas e
germânicas - Freie Universität Berlin
(1991) e doutorado em Literatura
Brasileira (Filologia Românica) - Friedrich-
Schiller - Universität Jena (2003). Pós-
doutorado em Comunicação Audiovisual
na Universidade de Valência (2012).
Foi durante cinco anos Coordenador
da Casa de Estudos Germânicos da
Universidade Federal do Pará em Belém.
Atualmente é professor Associado II da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Tem experiência na área de Letras,
com ênfase em Literatura, atuando
principalmente nos seguintes temas:
Literatura alemã contemporânea,
literatura do expressionismo, literatura
das grandes cidades, literatura brasileira
da época colonial.
Pesquisa discursos urbanos nas
literaturas alemã, brasileira, espanhola
e argentina do século XX e as memórias
da Guerra Civil Espanhola e da Segunda
Guerra Mundial na literatura e no
cinema. Subcoordenador do Núcleo de
Estudos de Guerra e Literatura (NEGUE)
da Faculdade de Letras/UFMG.
Fonte: Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/1482114789152816
em 08/08/2018
Estudos Literários
Profa. Dra.
Valéria Sabrina Pereira
Professora adjunta na Faculdade de Letras da Universidade Federal
de Minas Gerais, e coordenadora pedagógica de língua alemã no
Idioma sem Fronteiras da UFMG.
Em 2006, defendeu seu mestrado sobre o papel das personagens
femininas em “A Canção dos Nibelungos” e “A Saga dos Volsungos”
e, em 2011, concluiu a tese sobre “Das Echolot de Walter
Kempowski”, um ‘diário coletivo’; sobre a Segunda Guerra - ambas
foram defendidas na Universidade de São Paulo.
Atualmente, pesquisa a influência da ficção científica na literatura
alemã contemporânea.
Estudos Literários Prof. Dr.
Marcelo Rondinelli
Professor adjunto no curso de Letras/
Alemão da Universidade Federal de
Minas Gerais. Doutor em Estudos da
Tradução pela PGET - Pós-Graduação
em Estudos da Tradução - da UFSC
(2015), graduado em Letras Português
(1993) e Alemão (1998) pela FFLCH da
Universidade de São Paulo e especialista
em Tradução Alemão-Português de
longa duração (2002) pela mesma
instituição.
Lecionou entre 2010-2011 na graduação
em Letras/Alemão da Universidade
Federal do Ceará. Professor de língua
alemã em níveis básico, intermediário
e avançado (entre 2001 e 2010) no
Instituto Goethe de São Paulo, bem
como na oficina de tradução alemão-
Estudos de Tradução
português (2008-2009) na mesma
instituição. Também tem publicadas
traduções de artigos para jornal, bem
como de livros para diferentes editoras.
Atualmente coordenador da Área de
Alemão na FALE/UFMG e representante
docente da área no Colegiado de
Graduação da mesma instituição.
Credenciado junto ao PósLit - Programa
de Pós-Graduação em Estudos
Literários da FALE/UFMG. Linha de
Pesquisa “Poéticas da Tradução” das
áreas de concentração “Literaturas
Modernas e Contemporâneas” e “Teoria
da Literatura e Literatura Comparada”.
Fonte: Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/2556998030577297
em 13/08/2018
Fonte: Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/1813040015778313
em 13/08/2018
Profa. Dra.
Ulrike Schröder
Possui mestrado (1999) em Ciências
da Comunicação, Germanística e
Psicologia, doutorado (2003) e livre-
docência (2012) em Ciências da
Comunicação pela Universidade
Duisburg-Essen, Alemanha e pós-
doutorado (2013-2014) com bolsa
CAPES-Humboldt na Universidade
de Münster, Alemanha. É Professora
Associada na Universidade Federal de
Minas Gerais, Faculdade de Letras. Tem
experiência nas áreas de Linguística
e Comunicação, com ênfase em
Linguística Interacional, Análise da
Conversa, Linguística Cognitiva,
Linguística Cultural, Semântica e
Pragmática, Língua Alemã, Teoria
da Comunicação e Comunicação
Intercultural, atuando principalmente
com os seguintes temas: teoria
cognitiva da metáfora, historiografia
linguística, ensino do alemão como
língua estrangeira, funções da
linguagem e estilos comunicativos em
perspectiva comparativa e interacional.
Foi Bolsista de Produtividade em
Pesquisa do CNPq com o projeto Atos
Comunicativos como Indicadores
da Reflexividade de Comunicação
Intercultural (vinculado às áreas de
Linguística Aplicada e Linguística
Teórica e Descritiva, 2015-2018) e
Estudos Linguísticos
bolsista do Programa Pesquisador
Mineiro (FAPEMIG-PPM 2015-2017)
com o mesmo projeto. Coordena o
projeto Conceitos (Inter-)Culturais
Chave na Interface entre Interação,
Cognição e Variação, junto ao Prof.
Dr. Hans-Georg Wolf da Universidade
de Potsdam, apoiado pelo programa
Research Group Linkage Programme da
Fundação Humboldt (2017-2020) e pela
FAPEMIG-PPM (2017-2019). É líder do
Grupo de Pesquisa inter-institucional
do CNPq Linguística (Inter-)Cultural e
coordenadora do Núcleo de Estudos
de Comunicação (Inter-)Cultural
em Interação, NUCOI, cujo objetivo
principal é a compilação de um corpus de
transcrições de interações interculturais
filmadas (www.letras.ufmg/nucleos/
nucoi). Foi Presidente da Associação
Mineira de Professores de Alemão
- AMPA, gestão 2009-2010, e Vice-
Presidente da Associação Brasileira de
Associações de Professores de Alemão,
gestão 2009-2012. De 2007 a 2017, foi
Coordenadora da Área do Alemão da
Faculdade de Letras da UFMG.
Fonte: Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/0894459276304182
em 13/08/2018
Profa. Dra.
Luciane Corrêa Ferreira
Estudos Linguísticos
É pós-doutora pela University of California, Santa Cruz e, em
2015. Possui graduação em Bacharel em Letras Tradutor pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1986), mestrado
em Lingüística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (2001), mestrado em Tradução - Universitat
Wien (1993), doutorado em Letras pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (2007) e doutorado-sanduíche em
Psicologia - University of California Santa Cruz (2005).
Atualmente é professora adjunta na Faculdade de Letras
(Língua Alemã e Português como Língua de Acolhimento)
e professora do programa de Pós Graduação em Estudos
Linguísticos (POSLIN), áreas Linguística Teórica e Descritiva
e Linguística Aolicada, Universidade Federal de Minas Gerais.
É colaboradora do Programa de Pós Graduação em Linguística
da Universidade Federal do Ceará, onde foi bolsista PRODOC-
CAPES recém-doutor. Atua principalmente nas seguintes
áreas: Linguística Teórica (Semântica/ Pragmática),
Linguística Cognitiva,Llingüística Aplicada (ensino de
Alemão, Português como Língua Adicional).
É coordenadora dos cursos de Alemão para Fins Acadêmicos
da Diretoria de Relações Internacionais e FALE/ UFMG.
É coordenadora do Idioma sem Fronteiras (IsF) - Alemão
na UFMG. Foi Professora Visitante (2015) convidada pelo
Centro de Estudos Interamericanos (CIAS) na Universidade
de Bielefeld, Alemanha. É membro titular do Colegiado
do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
(POSLIN), representante da Área de Linguística Aplicada.
Membro do conselho editoral da FALE/ UFMG
Fonte: Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/0054802037347247
em 13/08/2018
Lista de Fotografias
FotolistePhoto List
Página 22, imagem 05Goethe, Johann Wolfgang: Die Leiden des jungen Werthers. Erstausgabe 1774 Wikipedia: Foto H.-P.Haack. https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Sofrimentos_do_Jovem_Werther#/media/File:Goethe_1774.JPG
Página 23, imagem 06Schiller, Friedrich: Maria StuartFirst edition (1801)Friedrich Schiller - HAAB Weimarhttps://en.wikipedia.org/wiki/Mary_Stuart_(play)#/media/File:Schiller_Maria_Stuart_001.jpg
Página 24, imagem 07Ilustração da primeira edição, pelo próprio Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann. Zeichnung von E.T.A Hoffmann zu seinem Buch “Der Sandmann” Zeichner: E.T.A Hoffmann.https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Homem_da_Areia#/media/File:Hoffmann_sandmann.png
Página 25, imagem 08Germany: A Winter Tale
Heinrich Heine. First edition, published in 1844. Foto © H.-P. Haack Das Foto darf gebührenfrei verwendet werden, sofern der Urheber mit „Wikipedia: Foto H.- P. Haack“ vermerkt wird.https://en.wikipedia.org/wiki/Germany._A_Winter%27s_Tale#/media/File:Winterm%C3%A4rchen_001.jpg
Página 26, imagem 09 Max und MoritzZeichnung von Wilhelm Busch (1832-1908), Titelbild zu seiner gleichnamigen Erzählung.https://pt.wikipedia.org/wiki/Max_und_Moritz#/media/File:Max_und_Moritz.JPG
Página 27, imagem 10 Gerhart Hauptmann Der Biberpelz. Erstdruck (kartoniert) von 1893.Wikimedia: Foto H.-P.HaackAntiquariat Dr. Haack Leipzig - Privatsammlung Wienhttps://de.wikipedia.org/wiki/Datei:Gerhart_Hauptmann_Der_Biberpelz.jpg
Página 28, imagem 11Rilke, Rainer Maria: Briefe an einen jungen Dichter
Im Insel-Verlag (1940)https://openlibrary.org/books/OL24930579M/Briefe_an_einen_jungen_Dichter
Página 29, imagem 12Juden auf Wanderschaft: Essay (German Edition) Kindle Editionby Joseph Roth (Author)https://www.amazon.com/Juden-auf-Wanderschaft-Essay-German-ebook/dp/B01M0BLE2Z/ref=sr_1_2?s=books&ie=UTF8&qid=1531688075&sr=1-2&keywords=Juden+auf+Wanderschaft
Página 30, imagem 13Brecht , Bertolt: FlüchtlingsgesprächeConversas de refugiadosRefugee Conversations Brecht , Bertolt:Leipzig/Philipp Reclam juniorhttps://www.booklooker.de/B%C3%BCcher/Bertolt-B r e c h t + Fl % C 3 % B C c h t l i n g s g e s p r % C 3 % A 4 c h e /i d /A02jyJXm01ZZg
Página 31, imagem 14Grass, Gunter: Die Linkshaendlerh t t p : //w e b . s u n g s h i n . a c . k r/ ~ k t c h o / P ro s a / G ra s s _Linkshaendler.html
Página 32, imagem 15Fotografia por jamile Ferreira, do verbete sobre Anna Seghers na Brockhaus Enzylopädie. Editora F.A. Brokhaus Wiesbaden, 1973. Volume 17, página 249.
Página 33, imagem 16Kaminer, Wladimir: Russendiskohttps://www.goodreads.com/book/show/199953.Página 43Pink PleiadesNASA/JPL-Caltechh t t p s : //w w w. j p l . n a s a . g o v /s p a c e i m a g e s / d e t a i l s .php?id=PIA09262
Página 47Vincent van Gogh - Vincent o quarto em Arles - Carta
esboço de Outubro de 1888http://vangoghletters.org/vg/
Página 48Cartão Postal, provavelmente da década de 50, do acervo da família Moraes, cedida pela Sra Eli - Saudade Sampa. BELOTURh t t p : // b e l o - h o r i z o n t e . f o t o b l o g . u o l . c o m . b r /photo20070410182026.html
Página 53 Desenho infantil https://www.drawingtutorials101.com/how-to-draw-a-house-scenery-for-kids
Página 57 Violão, Jamile Ferreira
Página 63Caspar David Friedrich - Wanderer above the sea of fog“The photographic reproduction was done by Cybershot800i”.https://pt.wikipedia.org/wiki/Caspar_David_Friedrich#/media/File:Caspar_David_Friedrich_-_Wanderer_above_the_sea_of_fog.jpg
Página 130Acervo APCBH - Coleção Relatórios anuais de atividades da Prefeitura de Belo Horizonte, 1937 - retirada da “História dos Bairros - Regional Nordeste” - APCBH. http://belo-horizonte.fotoblog.uol.com.br/images/photo20141104141602.jpg
Página 131Galeria Jornal O TEMPOhttps://www.otempo.com.br/polopoly_fs/3.274946.1534217760!httpImage/image.jpg_gen/derivatives/main-horizontal-photo-gallery-leading-fit_620/image.jpg
Página 144Syrian Bedouin Woman, World’s Columbian Exposition, Chicago, 1893Fotografia exposta em Baity Delícias Árabes, Mercado Central - Belo Horizonte