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SITES DE REDES SOCIAIS NO CONTEXTO DE MARKETING: Novas plataformas para novas relações com o cliente Rodrigo Santos (1) Grupo DeVry Faculdade Ruy Barbosa Rua Espírito Santo, RESUMO A Internet possibilitou às pessoas interagirem e adaptarem suas redes sociais, levando-as ao ambiente virtual. Com isso, os sites de mídias sociais ganharam relevância e, além de promoverem relações pessoais, se transformaram em uma nova ferramenta de Marketing. Assim, é importante entender sua aplicabilidade, relevância no contexto das empresas e como desenvolver estratégias e alinhá-las no planejamento de marketing. Este artigo busca abordar este tema de forma a contextualizar as mídias sociais para compreendê-las enquanto ferramenta de marketing empresarial. Palavras-Chave: Redes Sociais. Mídias Sociais. Marketing. Ferramentas de Marketing. 1.INTRODUÇÃO Com o advento da Internet, algumas barreiras da sociedade caíram ou diminuíram. Uma delas foi o de acesso às informações – hoje, os principais acontecimentos do mundo repercutem quase que de maneira instantânea ao redor do globo. Outra barreira importante diz respeito à forma das pessoas interagirem, já que a quantidade de recursos oferecidos por ferramentas da internet é riquíssima e atende a esta necessidade básica das pessoas: relacionar-se. Este novo modelo de comportamento trouxe oportunidades e também novas formas de fazer negócio, e os sites de redes sociais têm papel de destaque neste cenário, já que, segundo a pesquisa Many to Many, o fenômeno das redes sociais (IBOPE, 2010), praticamente 100% das pessoas que têm acesso à internet possuem perfil em algum site de rede social. Sabendo disso, as empresas vêm investindo cada vez mais em comunicação objetivando maior aproximação com clientes e prospects, de modo a se tornar mais relevante na vida dessas pessoas e, com isso, aumentar seu share no mercado. Partindo então da ótica das empresas de que é importante investir em comunicação em sites de redes sociais, acontece a provocação que é o cerne desta pesquisa: como trabalhar com mídias sociais? Como estas ferramentas se enquadram enquanto ferramentas de marketing? O que esperar dessas plataformas? Para responder a tais questionamentos, é importante entender em que ponto estão as discussões no que tange sites de redes sociais. Atualmente, há diversas bibliografias que ajudam no entendimento destas ferramentas, por isso, esta pesquisa busca agregar conhecimentos de marketing aos de comunicação e mídias sociais, trazendo uma abordagem mais conceitual do ponto de vista da aplicação como ferramenta de marketing. Portanto, o objetivo é entender em que estágio está a discussão da implementação e análise de comunicação em ambientes digitais, principalmente através da contextualização das mídias sociais no ambiente de marketing das empresas.

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Artigo escrito como Trabalho de Conclusão de Curso do MBA em Gestão Estratégica de Marketing da Faculdade Ruy Barbosa. 2012.1

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SITES DE REDES SOCIAIS NO CONTEXTO DE MARKETING: Novas plataformas para novas relações com o cliente

Rodrigo Santos (1)

Grupo DeVry

Faculdade Ruy Barbosa Rua Espírito Santo,

RESUMO

A Internet possibilitou às pessoas interagirem e adaptarem suas redes sociais, levando-as ao ambiente virtual. Com isso, os sites de mídias sociais ganharam relevância e, além de promoverem relações pessoais, se transformaram em uma nova ferramenta de Marketing. Assim, é importante entender sua aplicabilidade, relevância no contexto das empresas e como desenvolver estratégias e alinhá-las no planejamento de marketing. Este artigo busca abordar este tema de forma a contextualizar as mídias sociais para compreendê-las enquanto ferramenta de marketing empresarial. Palavras-Chave: Redes Sociais. Mídias Sociais. Marketing. Ferramentas de Marketing.

1.INTRODUÇÃO Com o advento da Internet, algumas barreiras da sociedade caíram ou diminuíram. Uma delas foi o de acesso às informações – hoje, os principais acontecimentos do mundo repercutem quase que de maneira instantânea ao redor do globo. Outra barreira importante diz respeito à forma das pessoas interagirem, já que a quantidade de recursos oferecidos por ferramentas da internet é riquíssima e atende a esta necessidade básica das pessoas: relacionar-se. Este novo modelo de comportamento trouxe oportunidades e também novas formas de fazer negócio, e os sites de redes sociais têm papel de destaque neste cenário, já que, segundo a pesquisa Many to Many, o fenômeno das redes sociais (IBOPE, 2010), praticamente 100% das pessoas que têm acesso à internet possuem perfil em algum site de rede social. Sabendo disso, as empresas vêm investindo cada vez mais em comunicação objetivando maior aproximação com clientes e prospects, de modo a se tornar mais relevante na vida dessas pessoas e, com isso, aumentar seu share no mercado. Partindo então da ótica das empresas de que é importante investir em comunicação em sites de redes sociais, acontece a provocação que é o cerne desta pesquisa: como trabalhar com mídias sociais? Como estas ferramentas se enquadram enquanto ferramentas de marketing? O que esperar dessas plataformas? Para responder a tais questionamentos, é importante entender em que ponto estão as discussões no que tange sites de redes sociais. Atualmente, há diversas bibliografias que ajudam no entendimento destas ferramentas, por isso, esta pesquisa busca agregar conhecimentos de marketing aos de comunicação e mídias sociais, trazendo uma abordagem mais conceitual do ponto de vista da aplicação como ferramenta de marketing. Portanto, o objetivo é entender em que estágio está a discussão da implementação e análise de comunicação em ambientes digitais, principalmente através da contextualização das mídias sociais no ambiente de marketing das empresas.

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Dessa forma, é importante entender como o ganho de imagem e exibição da marca em tais veículos contribui para o faturamento da organização, uma vez que há várias formas das empresas atuarem e comunicarem na internet que variam de acordo com sua natureza. Esta realidade pode ser vista, por exemplo, no modo como empresas de varejo ou e-commerce atuam nos sites de redes sociais e como empresas de Business to Business – com foco no público corporativo – trabalham suas marcas nestes veículos. Como a comunicação de uma campanha de vendas ou uma ação de relacionamento para clientes corporativos, feitas em sites de redes sociais, impactam no faturamento de tais organizações e por quê escolher este tipo de mídia? A busca por este conhecimento veio da necessidade de entender melhor os mecanismos usados atualmente pelas empresas para divulgar suas marcas, bem como para construção de relacionamento e para construir um cenário que seja capaz de exibir a aplicação das redes sociais como ferramentas poderosas e que geram resultados para as empresas que optam por desenvolver um trabalho neste segmento. Além disso, avaliando também sob um ponto de vista macro, uma das maiores dificuldades para os setores de marketing das organizações é o de justificar alguns investimentos e ações – alinhar esta área com as outras da empresa (financeira principalmente), em algumas circunstâncias, representa uma problemática real e ineficaz. Sendo assim, este artigo busca trazer à tona ferramentas úteis para os profissionais de marketing que trabalham com sites de redes sociais. Para isto, será utilizada a metodologia de pesquisa bibliográfica. Por fim, este artigo também abordará quais são os principais sites de redes sociais, mecanismos, formas de interação e participação corporativa; os princípios básicos da formação de relacionamento na internet; o que as pessoas buscam ao se relacionarem com marcas via sites de redes sociais.

2. AS REDES SOCIAIS E O MARKETING Sites de redes sociais se fazem presentes hoje na vida da maioria das pessoas ou organizações. É curioso perceber que atualmente o termo “rede social” está vinculado às ferramentas on-line, no entanto, o conceito é muito mais amplo: “Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns” (DUARTE, F ; KLAUS, F. apud DUARTE, F. et al.2008, p.156). Como conceituado acima, redes sociais não se limitam às páginas da internet. Alguns tipos genéricos diferentes:

• Redes Comunitárias: formadas por pessoas que possuem o mesmo interesse em relação a um bairro ou cidade. Geralmente formado por habitantes ou comerciantes do local

• Redes Profissionais: pessoas que compartilham o mesmo interesse profissional, geralmente em busca de benefícios futuros

• Redes Sociais On-line: plataformas on-line com o intuito de refletir redes sociais virtualmente

Graças às redes sociais on-line, acessar informações hoje está cada vez mais fácil. As pessoas se agrupam de acordo com interesses ou valores compartilhados, o que leva a disseminação de fatos e notícias com a velocidade de um clique, já que tais redes estão na internet e permitem aos indivíduos interagirem usando ferramentas que vão de texto a vídeos.

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Portanto, dada a infinidade de recursos e possibilidades que as redes sociais oferecem, Kotler (2010, p.7) criou categorias que agrupam as ferramentas de acordo com suas possibilidades de interação entre as pessoas. As mídias sociais podem ser: - Expressivas: pessoas têm a liberdade para expressar pensamentos e opiniões através de diversas plataformas, podendo usar recursos como texto, foto, áudio e vídeo. Os principais exemplos são: blogs, microblogs, páginas de relacionamento e compartilhamento de conteúdo. - Colaborativas: o conhecimento é construído em conjunto, podendo ser o desenvolvimento de uma página, software, entre outros. Os principais exemplos são as páginas wikis. É interessante perceber que nas duas categorias a informação tem papel fundamental, podendo ser criada ou construída em conjunto. Avaliando as mídias sob a perspectiva de que possibilitam às pessoas “manipularem” a informação (construindo, disseminando, opinando), entende-se o poder das mídias sociais como o fenômeno Groundswell, conceituado por Charlene Li (2009, p. 10). De acordo com a autora, hoje as pessoas têm tanto poder com a internet e redes sociais que elas conseguem o que querem através umas das outras, sem buscar as corporações, usando as novas tecnologias disponibilizadas por tais recursos. Dessa forma, o que as empresas devem fazer e como se comportar para continuar gerando lucros e valor para os acionistas, além de se manterem relevantes na vida das pessoas?

Com o advento das tecnologias digitais, sensíveis transformações são observadas no processo social, sobretudo, no que diz respeito ao contexto corporativo, área que, a cada dia, percebe a necessidade de se inserir no âmbito das redes e mídias sociais digitais de forma estratégica, com base conceitual e prática, sempre buscando formas de inovar e mensurar os resultados das suas ações (CHAMUSCA; CARVALHAL, 2011, p. 9)

Com isso, fica claro que as empresas devem executar um papel mais relevante na vida das pessoas, buscando se relacionar com elas, sendo, no ambiente corporativo, o Marketing a área responsável por este tipo de atuação. O que é Marketing? Segundo Kotler (2000, p.30), “Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos e serviços.” Pode-se resumir Marketing, portanto, como trocas no ambiente de mercado. Vale destacar, segundo a definição de Kotler, que o Marketing é um processo social, ou seja, é algo feito por pessoas, para pessoas e que envolve a troca de algo. Este é o ponto de intersecção entre Marketing e as Redes Sociais. Hoje, a troca no ambiente de mercado vai além do que o dinheiro pelo o produto. A população hoje, via redes sociais, tem um poder grande de mobilização e acesso às empresas, com isso, elas esperam se relacionar com as marcas para consumir seus produtos. As pessoas querem valores, conceitos e atitudes semelhantes aos seus e em troca elas consomem seu produto, falam bem dele e recomendam aos outros. Antes, a troca era mais simples – dinheiro por produto – hoje, são valores e idéias por fidelidade e recomendação.

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3. REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DE MARKETING Para entender o funcionamento das redes sociais como ferramentas de marketing, é importante inicialmente listar as três principais plataformas de desenvolvimento de conteúdo (outras plataformas, exemplos e descrições em tabela em anexo), pois os esforços de marketing das empresas girará em torno da forma como as pessoas acessam e compartilham tais conteúdos. Sendo então, de acordo com o relatório Social Media Ad Metrics Definitions (IAB. 2009, p.4): - Sites de Redes Sociais: caracteriza-se pela facilidade de compartilhamento de conteúdo entre usuários da rede. Esta funcionalidade cria a possibilidade de qualquer parte interessada iniciar uma conversa – grande diferencial perante canais de comunicação tradicionais. - Blogs: tipo de site usado por indivíduos, grupos ou empresas para divulgação de comentários e opiniões sobre temas determinados. O critério para criação de conteúdo é livre, bem como formas de postagem. - Aplicativos e Widgets: são programas desenvolvidos para trabalhar em uma ou mais plataformas, sendo os aplicativos usados apenas nas plataformas para as quais foram desenvolvidos e os widgets são usados em qualquer site que aceite conteúdo externo. Aplicações sociais incentivam a geração de conteúdo muitas vezes através de jogos, ferramentas de produção ou conteúdo interativo. Feita a categorização, associar as ferramentas ao Marketing é mais fácil. Para isso, serão usados os 4 “P’s” do Marketing de modo a esclarecer de forma mais conceitual como as redes sociais podem ser ferramentas de Marketing:

• Produto: uma rede social pode ser usada como plataforma de interação entre empresa x usuários/interessados para tirar dúvidas sobre o uso do produto, especificações ou como uma comunidade para falar dos benefícios ou novas formas de uso.

• Preço: clubes de compra afetam a precificação de produtos e serviços através de promoções,

nos quais é preciso uma quantidade mínima de pessoas que comprem para ativar a ação. Pode-se trabalhar estratégias de preço, precificação e volume de vendas.

• Praça: hoje, graças à geolocalização, as redes sociais permitem que as pessoas divulguem

onde estão, comentem sobre o lugar, como chegar e até ganhar pontos por divulgar onde está naquele momento. As mídias sociais podem influenciar hoje o acesso, localização e configuração de lojas, por exemplo.

• Promoção: “As mecânicas baseadas em promoção são utilizadas pelas marcas todos os dias

para atrair a atenção de usuários para seus benefícios, gerar tráfego para seus sites ou interação com seus canais em mídias sociais” (MOURA et al, 2011, p.18)

Com isso, os sites de mídias sociais podem exercer um papel importante para o Marketing, levando-se em consideração sua principal finalidade para as empresas. Objetivo a ser alcançado pelas Mídias Sociais na Estratégia de Marketing Dentro de um novo contexto na sociedade, onde hábitos de compra se renovam à medida que novos canais vão surgindo, os sites de mídias sociais interpretam um papel importante para o marketing, pois, através dela, consegue-se o engajamento das pessoas com as marcas:

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O engajamento voltado para as práticas do marketing ultrapassa as barreiras do processo de decisão de compra e caminha ao lado da satisfação, fazendo com que fãs, seguidores ou consumidores de uma marca não apenas consumam, as exibam para suas redes de contato no ciberespaço suas motivações e objetos de desejo. (MOURA et al, 2011, p.18)

A importância do engajamento reside no novo modelo de comportamento das pessoas, que encontraram nas redes sociais na internet formas de se fazerem ouvir, já que elas buscam grupos ou comunidades que partilham do mesmo interesse e discutem sobre o tema, fazendo com que a “voz” de uma pessoa possa ecoar para milhares que replicarão a mensagem, criando assim uma onda que pode ser muito benéfica ou devastadora. Engajar o público mostra-se, então, como o elemento diferencial dos sites de redes sociais. Para isso, é importante que as empresas coloquem o cliente em primeiro lugar e valorizem a relação com o mesmo, procurando alcançar sempre patamares de excelência para atingir as expectativas de quem consome que, com certeza, recomendará e falará bem da boa experiência vivida por ele, proporcionada pela organização. 4. IMPLEMENTAÇÃO DAS REDES SOCIAIS O uso dos sites de redes sociais, como qualquer outra ferramenta de mercado, deve estar previsto no planejamento de marketing da empresa, pois é lá que se encontrarão elementos importantes das “ambições” da organização, tais como:

• Objetivos de lucro/faturamento; • Objetivos de vendas; • Objetivos de comunicação; • Objetivos de marca; • Definição clara de público; • Adequação do produto; • Entre outros.

As decisões devem se adequar à estratégia para que no segundo momento sejam definidos os meios de divulgação. Esta avaliação é de extrema importância, pois, atualmente as mídias sociais estão inseridas no contexto das pessoas, no entanto, isso não quer dizer que todas as empresas precisam delas. Segundo dados da FGV (2011), 95% das empresas brasileiras possuem computador, nem todas com acesso a internet (segundo a pesquisa TIC Microempresas 2010, o percentual de micro e pequenas empresas com acesso a internet varia por região, não passando de 78% - região sudeste). Ou seja, para uma organização aplicar com excelência estratégias de mídias sociais, é preciso antes avaliar se é viável e se há alinhamento entre empresa, recursos, estratégias de marketing e público. Após a avaliação da viabilidade de se trabalhar ou não com sites de redes sociais, os passos a serem seguidos são:

- Definição do Problema a ser resolvido; - Definição da Estratégia; - Definição de Objetivos; - Definição de Metas;

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Por fim, ficará claro qual o papel da ferramenta no contexto geral, ou seja, as mídias sociais estarão devidamente alinhadas à estratégia da empresa, buscando sanar problemas, se comunicando com o público certo, nos lugares certos, através de ações alinhadas com o objetivo proposto. 5. MÉTRICAS NAS REDES SOCIAIS É fundamental acompanhar os resultados de qualquer tipo de ação de Marketing e, naturalmente, com as mídias sociais não poderia ser diferente. Na verdade, o que difere, é o fato de muitas das métricas avaliarem elementos subjetivos, tais como sentimento, engajamento e burburinho. Isso acontece, em parte, pela mudança de perspectiva que há hoje em relação à comunicação. As pessoas não consomem mais o conteúdo pré-pronto que era dado, como há algum tempo atrás. Com a internet, redes sociais e outras possibilidades, as pessoas buscam ou constroem seu próprio conteúdo, falam sobre ele, recomendam ou criticam. Ou seja, se antes o público era um agente passivo, atualmente ele é extremamente ativo e engajado em fazer valer sua vontade, dessa forma, a comunicação ficou mais indireta com relação ao objetivo final (seja ele de vendas, de promoção, etc), sendo preciso fazer ações na internet que dêem elementos e informações sobre empresas/produtos de modo a elucidar o público sobre aquele contexto, evitando – sempre que possível – apelos comerciais. Hoje, as empresas precisam dar muito aos consumidores antes de terem algo em retorno, podendo este retorno nem ser diretamente em vendas, mas em recomendações ou uma simples impressão positiva, que auxilia na construção de uma imagem corporativa que agrada seu público. Dessa forma, além de medir volume de vendas, por exemplo, mede-se também sentimento, como mencionado acima, ou outros elementos que podem ser também tão subjetivos quanto. Abaixo seguem algumas métricas (BERKOWITZ, 2009, apud STERNE, 2011, p.23). Em anexo, segue a lista completa com as 100 métricas de marketing propostas:

- Burburinho por canal social - Taxa de crescimento de admiradores, seguidores, simpatizantes - Custo por mil impressões (CPM) efetivo, baseado no dispêndio por impressões recebidas - Menções nas mídias de massa - Dados demográficos do público que as mídias sociais atingem - Hábitos e interesses do público-alvo nas mídias sociais - Dados geográficos dos consumidores participantes - Tempo despendido no site através de referências na mídia social - Conteúdo criativo gerado por usuários que possa ser utilizado em outros canais - Impacto nas vendas on-line/off-line - Custos de aquisição/retenção de consumidores por meio de mídias sociais - Economia por cliente assistido através de interações diretas em mídias sociais comparada a outros canais

Vale também destacar a importância de monitorar as ações na internet. Por mais importante que as métricas sejam, monitorar o que o público faz na internet e nas ferramentas disponibilizadas pela empresa nas mídias sociais também é indispensável, pois, dada a característica dos sites de redes sociais, as pessoas têm o mesmo poder e acesso a publicar conteúdo que as empresas, logo, elas podem falar mal da organização ou de algum produto/serviço e com isso “minar” ações desenvolvidas nestas plataformas. Portanto, ter métricas claras é fundamental, mas também é

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importante monitorar a internet dada a característica de imprevisibilidade das ferramentas presentes neste meio. Com isso, percebe-se que, com o devido planejamento e o alinhamento da ferramenta com a estratégia da empresa, as Mídias Sociais podem impactar de diversas formas, desde vendas, custos e economia em operações/processos, a relações com clientes, exposição de marca e dados culturais, de comportamento ou geográfico do público. Algumas plataformas, tais como o Facebook ou Youtube, por exemplo, ajudam no processo de acompanhamento das métricas, cedendo dados daqueles que seguem sua empresa nestas plataformas. 6. CONCLUSÃO Esta pesquisa permitiu ter uma leitura de um novo modelo de comportamento da sociedade, que tende apenas a se acentuar. Por isso, entender o mecanismo dos sites das redes sociais e como as empresas podem usá-las para impactar seus resultados trouxe resultados significativos, já que esse novo paradigma cria barreiras maiores, mas alavancam mais ainda os resultados Por exemplo, não é difícil ver pessoas falando bem de produtos ou serviços, das experiências boas que viveram ou até mesmo construindo conteúdo de forma colaborativa com as organizações. Com o tempo, o cliente vai se tornar a maior propaganda que uma marca poderá ter, por isso o engajamento é tão importante. O relacionamento Empresa x Cliente chega a outro patamar, ajudando empresas que há algum tempo atrás tinham dificuldade em implantar ações de CRM (seja por falta de recurso ou pouco acesso a ferramentas) ou permitindo ações que engajem uma quantidade muito maior de pessoas a falar bem do seu produto. O elemento engajamento só perde o sentido se for feito sem planejamento. As empresas precisam avaliar sua situação no mercado, monitorar a concorrência e a impressão das pessoas sobre sua marca na internet, além de avaliar a real aplicabilidade dos sites de redes sociais no seu contexto corporativo. Neste ponto, o uso das mídias sociais não difere em nada dos outros elementos do Marketing, sendo necessário alinhamento com a estratégia da organização. Por fim, para uma sociedade em transformação, ferramentas transformadoras. Esta talvez seja uma ótima definição para o contexto das mídias sociais, já que essa ferramenta dá um poder às pessoas jamais visto antes. As mídias sociais dão à sociedade uma força capaz de fazê-las transformar realidades dificilmente imaginadas antes, como derrubar ditaduras (por exemplo, o caso da Tunísia seguido por outros países do Oriente Médio e Norte da África). Logo, com essa nova percepção das pessoas de que elas, atualmente, têm mais possibilidades de ação, elas vêm procurando adaptar cada aspecto de sua realidade ao que mais lhes convier. Dessa forma, as empresas precisam se adaptar o mais breve possível ao que o público quer de verdade, dando conteúdo de qualidade e se relacionando de maneira séria e com respeito às necessidades das pessoas. Então, a nova ordem poderá ser estabelecida a partir da percepção da realidade de que as mídias sociais podem contribuir diretamente na formulação da estratégia organizacional dentro do planejamento de marketing. Salvador, Março 2012 (1) Aluno da pós-graduação em Gestão Estratégica de Marketing Faculdade Ruy Barbosa, formado em Administração de Empresas (com ênfase em Marketing) pela ESAMC, com atuação na área de Marketing, Planejamento e Formulação de Estratégia. Telefone: 71 8760-2640 / Email: [email protected]

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REFERÊNCIAS

McCDONALD, Malcom; MOUNCEY, Peter. Marketing de Resultado: como medir e analisar a efetividade do marketing em sua organização. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo Marketing centrado no ser humano. Tradução Ana Beatriz Rodrigues. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing: A edição do novo milênio. Tradução Bazán Tecnologia e Lingüística. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

STERNE, Jim. Métricas em Mídias Sociais: como medir e otimizar os seus investimentos em Marketing. Tradução Celso Roberto Paschoa. São Paulo: Nobel, 2011

CHAMUSCA, Marcello; CARVALHAL, Márcia (Org.). Comunicação e Marketing Digitais: conceitos, práticas, métricas e inovações. Salvador: Edições VNI, 2011

LI, Charlene. Fenômenos Sociais nos Negócios: vença em um mundo transformado pelas redes sociais. Tradução Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. O’REILLY, Tim. What is Web 2.0? Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software. 2005. Disponível em: <http://www.oreilly.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/30/what-is-web-20.html> Acesso em 20/01/2012

ALTIMETERGROUP & WEB ANALYTICS DEMYSTIFIED. Social Marketing Analytics. Relatório. 2010. Disponível em <http://www.slideshare.net/jeremiah_owyang/altimeter-report-social-marketing-analytics > Acesso em 20/01/2012 IBOPE. Many-to-Many: o fênomeno das redes sociais no Brasil. Disponível em <http://www.ibope.com.br/maximidia2010/download/Redes_Sociais.pdf> Acesso em 20/01/2012 FORRESTER RESEARCH. Marketing’s New KeyMetric: Engagement.Relatório. 2007. Disponível em < http://www.adobe.com/engagement/pdfs/marketings_new_key_metric_engagement.pdf > Acesso em 20/01/2012 CETIC. TIC Microempresas 2010: Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas microempresas brasileiras. 2010. Disponível em <http://cetic.br/tic/microempresas/2010/index.htm> Acesso em 26/03/2012 BERKOVITZ, David. 100 Ways to Measure Social Media. Disponível em: <http://www.marketersstudio.com/2009/11/100-ways-to-measure-social-media-.html> Acesso em 20/03/2012 IAB. Social Media Ad Metrics Definitions. 2009. Relatório. Disponível em <http://www.iab.net/socialmetrics> Acesso em 20/01/2012

DUARTE, F. et al. O tempo das redes. Disponível em: <http://wikipedia.org/>. Acesso em 20/01/2012

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TO BE GUARANY. Estatísticas sobre a Internet no Brasil. 2011. Disponível em <http://tobeguarany.com/internet_no_brasil.php> Acesso em 26/03/2012

EU NÃO SEI SEO. 114 redes sociais que você deveria conhecer. Disponível em: <http://eunaoseiseo.com.br/seo/redes-sociais-que-voce-deveria-conhecer> Acesso em 20/01/2012

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Anexo 1 – Lista de redes sociais

Redes Sociais Nome Descrição

Facebook

Hi5

MySpace

Orkut

Interação via página pessoal, fotos, etc Gerais

Bebo Interação via criação e consumo de conteúdo

Ebah Troca de informações e conhecimentos acadêmicos

Veia Social Para doadores e receptores de sangue

Linkedin Rede social para interações profissionais

Plaxo Agregador de contas e perfis da internet

Ning Permite a criação de comunidades e redes sociais personalizadas

Com8s Criação de comunidades academicas ou corporativas

Drimio Para interessados em marcas e produtos

Xing Voltada para o desenvolvimento profissional

Viadeo Rede social para negócios

Italki.com Voltado para o aprendizado de línguas

Crowdvine Para eventos e negócios

InterNations Para pessoas que moram fora de seus países de origem

Segmentadas

Brijj.com Principal site para contatos profissionais da Índia

Twitter Principal rede social da categoria microblog

Tumblr. Apesar de não limitar caracteres, a maioria dos posts são curtos

Identi.ca Mesmo estilo do twitter

Plazes Microposts voltados para Geolocalização

Plurk Voltado para microposts pessoais

Twitxr Para compartilhar fotos e localização

Microblog

Jaiku Mantido por engenheiros do Google, segue estilo do twitter

Wordpress

Blogger

TypePad Blog - Publicadores

MyBlogLog

Para criação da própria página, postando conteúdo

Reddit

Rec6

BlogBlogs

Technorati

Agregador de Blogs para compartilhamento e votação de artigos

Bem Bacana Mesma plataforma do Reddit, em português

Linka-me Agregador em português

Blog - Agregadores

Linkk Agregador nacional

Googlegroups

Yahoogroups Grupos

Yelp

Para discussões em grupos

Youtube Mais popular rede para publicação de vídeos

Videolog Plataforma nacional e uma das primeiras do mundo

iSofa.tv

Vimeo

Metacafe

Viddler

Blip.tv

Compartilhamento de Vídeos

Daily Motion

Plataforma para publicação de vídeos

Flickr

Picasa

Fotolog

SmugMug

Compartilhamento de Fotos

Picture Club

Para postagem de fotos e compartilhamento

Slideshare

Slideo

Scribd

Compartilhamento de documentos Compartilhamento de Documentos

DocStoc Para compartilhamento e negociação de documentos

Google News

Digg

Newsvine.com

Obtém notícias de várias fontes e exibe de acordo com o interesse do leitor

Bloglines Para envio, criação e compartilhamento de notícias

Shyftr Através do RSS dos blogs agrega conteúdo e o replica

Compartilhamento de Notícias

Blogged Permite que a notícia seja discutida pelos leitores

Last FM

iLike

Deezer

Pandora

Compartilhamento de Música

Odeo

Sugere contatos de acordo com estilos músicas ouvidos na plataforma

Delicious

Blogmarks.net Bookmarks

Favorit.Us

Para "guardar" todos os favoritos e acessá-los de qualquer lugar

Ferramentas Ping.fm Reune as principais plataformas para acesso móvel

Justin.tv

Ustream

Blog.tv

Make.tv

Live Cast - Video

Kyte

Webtv com programação própria e ao vivo

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Blogtalkradio Para transmissões ao vivo de podcasts Live Cast - Audio Gengibre Microposts postados por voz

Wikipédia Enciclopedia colaborativa

Wikinoticias Voluntários que procuram divulgar noticias imparcialmente

Wikilivros Desenvolvimento de livros de forma colaborativa

Wikiquote Coletânea de citações escrita por colaboradores

Wikisource Textos históricos reunidos de forma independente

Wikiversidade Para criação de conteúdos para aprendizagem

Wikimedia Commons Reunião de arquivos de mídia públicos

Wikicionário Dicionário poliglota que está sendo construido colaborativamente

Twiki Para desenvolvimento de aplicações empresariais

Wiki

Wikia Para criação de comunidades em qualquer idioma

IMVU Rede Social para interação em realidade virtual

Habbo Permite interações (desde jogos a reuniões) em 3D Realidade Virtual

WeeWorld Jogo Social para adolescentes

MSN

Yahoo Messenger

Gtalk

Para conversas virtuais

Meebo

Comunicadores

eBuddy Integra as redes sociais e comunicadores

MocoSpace

What's Up

Viber

Para usuários de aparelhos móveis. Compartilha fotos, videos, etc

Zannel

Redes para o Celular

Itsmy.com Permite que usuários baixem conteúdo de outros usuários

OMG Pop

Zynga

Playfish

PopCap

Doof

Play First

Pogo.com

Big Fish

Prizee.com

Cafe.com

Casual Café

SGN

Games

Three Rings

Jogos On Line

Agregador Me Adiciona Permite reunir todas as redes em uma única plataforma

Anexo 2 – 100 Maneiras de Medir Mídias Sociais

1. Volume of consumer-created buzz for a brand based on number of posts 2. Amount of buzz based on number of impressions 3. Shift in buzz over time 4. Buzz by time of day / daypart 5. Seasonality of buzz 6. Competitive buzz 7. Buzz by category / topic 8. Buzz by social channel (forums, social networks, blogs, Twitter, etc) 9. Buzz by stage in purchase funnel (e.g., researching vs. completing transaction vs. post-purchase) 10. Asset popularity (e.g., if several videos are available to embed, which is used more) 11. Mainstream media mentions 12. Fans 13. Followers 14. Friends 15. Growth rate of fans, followers, and friends 16. Rate of virality / pass-along 17. Change in virality rates over time 18. Second-degree reach (connections to fans, followers, and friends exposed - by people or impressions) 19. Embeds / Installs 20. Downloads 21. Uploads 22. User-initiated views (e.g., for videos) 23. Ratio of embeds or favoriting to views 24. Likes / favorites 25. Comments 26. Ratings 27. Social bookmarks 28. Subscriptions (RSS, podcasts, video series) 29. Pageviews (for blogs, microsites, etc) 30. Effective CPM based on spend per impressions received 31. Change in search engine rankings for the site linked to through social media 32. Change in search engine share of voice for all social sites promoting the brand 33. Increase in searches due to social activity 34. Percentage of buzz containing links 35. Links ranked by influence of publishers 36. Percentage of buzz containing multimedia (images, video, audio) 37. Share of voice on social sites when running earned and paid media in same environment 38. Influence of consumers reached 39. Influence of publishers reached (e.g., blogs) 40. Influence of brands participating in social channels 41. Demographics of target audience engaged with social channels 42. Demographics of audience reached through social media 43. Social media habits/interests of target audience 44. Geography of participating consumers 45. Sentiment by volume of posts 46. Sentiment by volume of impressions 47. Shift in sentiment before, during, and after social marketing programs 48. Languages spoken by participating consumers 49. Time spent with distributed content 50. Time spent on site through social media referrals 51. Method of content discovery (search, pass-along, discovery engines, etc) 52. Clicks 53. Percentage of traffic generated from earned media 54. View-throughs 55. Number of interactions 56. Interaction/engagement rate 57. Frequency of social interactions per consumer

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58. Percentage of videos viewed 59. Polls taken / votes received 60. Brand association 61. Purchase consideration 62. Number of user-generated submissions received 63. Exposures of virtual gifts 64. Number of virtual gifts given 65. Relative popularity of content 66. Tags added 67. Attributes of tags (e.g., how well they match the brand's perception of itself) 68. Registrations from third-party social logins (e.g., Facebook Connect, Twitter OAuth) 69. Registrations by channel (e.g., Web, desktop application, mobile application, SMS, etc) 70. Contest entries 71. Number of chat room participants 72. Wiki contributors 73. Impact of offline marketing/events on social marketing programs or buzz 74. User-generated content created that can be used by the marketer in other channels 75. Customers assisted 76. Savings per customer assisted through direct social media interactions compared to other channels (e.g., call centers, in-store) 77. Savings generated by enabling customers to connect with each other 78. Impact on first contact resolution (FCR) (hat tip to Forrester Research for that one) 79. Customer satisfaction 80. Volume of customer feedback generated 81. Research & development time saved based on feedback from social media 82. Suggestions implemented from social feedback 83. Costs saved from not spending on traditional research 84. Impact on online sales 85. Impact on offline sales 86. Discount redemption rate 87. Impact on other offline behavior (e.g., TV tune-in) 88. Leads generated 89. Products sampled 90. Visits to store locator pages 91. Conversion change due to user ratings, reviews 92. Rate of customer/visitor retention 93. Impact on customer lifetime value 94. Customer acquisition / retention costs through social media 95. Change in market share 96. Earned media's impact on results from paid media 97. Responses to socially posted events 98. Attendance generated at in-person events 99. Employees reached (for internal programs) 100. Job applications received