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A Força e a Importância do
Hábito
Uma palavra dirigida especialmente aos jovens.
Título original: The force and importance of
habit
Por John Angell James (1785-1859)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Dez/2016
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J27
James, John Angell – 1785;1859
A força e a importância do hábito / John Angell James. Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2016. 41p., 14,8 x 21cm Título original: The force and importance of habit
1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230
3
Em sua autobiografia, Spurgeon escreveu:
"Em uma primeira parte de meu ministério,
enquanto era apenas um menino, fui tomado
por um intenso desejo de ouvir o Sr. John
Angell James, e, apesar de minhas finanças
serem um pouco escassas, realizei uma
peregrinação a Birmingham apenas com esse
objetivo em vista. Eu o ouvi proferir uma
palestra à noite, em sua grande sacristia, sobre
aquele precioso texto, "Estais perfeitos nEle." O
aroma daquele sermão muito doce permanece
comigo até hoje, e nunca vou ler a passagem
sem associar com ela os enunciados tranquilos
e sinceros daquele eminente homem de Deus ."
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Eu poderia ter escolhido um assunto mais
interessante ou importante? Por hábito
entende-se "aquela facilidade em fazer qualquer
coisa, e nos casos em que nossas emoções e
apetites estão em causa; aquela tendência para
fazê-lo, que se adquire pelo costume". A
frequente repetição de um ato gera um hábito.
Não vou detê-lo por qualquer investigação
filosófica sobre a origem de nossos hábitos, com
uma investigação sobre a razão pela qual a
repetição de um ato produz essa facilidade e
tendência, basta dizer que os metafísicos
geralmente o entendem naquela lei de nossa
natureza que chamamos de "sugestão" ou
"associação de ideias". O hábito tem sido
chamado de "uma segunda natureza", e também
foi dito, e quão verdadeiramente a sequência vai
revelar, que "o homem é um feixe de hábitos!"
I. Em primeiro lugar, faço algumas observações
sobre o hábito em geral. Nós aplicamos a palavra
"hábito" mais comumente e mais
apropriadamente à ação, mais do que ao
sofrimento. No entanto, no discurso ordinário,
não é raro falar de um hábito de resistência. Mas
mesmo com essa passividade está misturado
algo de atividade. A mente de uma pessoa em
sofrimento agita e se prepara para suportar. A
fortaleza inclui um ato da vontade, e um
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propósito resoluto para suportar se prepara e
torna mais fácil um segundo, até que o hábito de
resistência é adquirido. E um hábito é muito
importante. Quantos dos compromissos da vida,
que para aqueles que não são chamados a eles
parecem absolutamente intoleráveis, são
prestados se não de forma fácil, mas suportável
pelo hábito! Quem, em outras e menos
laboriosas situações, pode ver o trabalho de um
pedreiro, passar um dia inteiro no calor do verão
montando uma escada com seu grande peso de
tijolos, até o topo de um prédio alto, sem se
perguntar por qual poder sua força física é
mantida? O hábito tornou possível, dando força
e flexibilidade aos seus músculos e resistência à
sua mente. Assim também quanto ao
sofrimento, bem como ao trabalho – o costume
produz um hábito de resistência.
Todos vocês talvez tenham lido sobre o homem
que estava confinado há trinta e seis anos na
Bastilha, e tinha ficado tão habituado à sua
reclusão, que, em sua libertação, implorou para
ser conduzido de volta para sua câmara sombria.
Mas, o exemplo mais notável disso que já
conheci é o caso mencionado por Sir George
Staunton, que visitou um homem na Índia que
cometeu homicídio e, foi submetido à pena de
dormir por sete anos, sobre uma cama repleta
de pontas de ferro semelhante a unhas, mas não
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tão afiada como para penetrar a carne. Sir
George o viu no quinto ano de sua liberdade
condicional, quando sua pele se tornou como a
pele de um rinoceronte, mas ainda mais
insensível do que a do animal. Naquela época,
ele podia dormir confortavelmente em sua
cama de espinhos, e observou que, no final de
sua pena, ele provavelmente continuaria esse
sistema de escolha, que ele tinha sido obrigado
a adotar por necessidade. Poderia citar casos de
inflições supersticiosas de sofrimentos
corporais, por devotos de várias religiões,
igualmente surpreendentes na ilustração do
poder do hábito no caminho da resistência, se
fosse necessário.
Até mesmo esses casos estão repletos de
instrução e encorajamento, na medida em que
indicam a bondade e sabedoria da Providência,
ao nos dotar de um poder de suportar, com
compostura tolerável, as várias complicações
do sofrimento humano, enquanto também nos
encorajam a esperar que se chamados a
suportar esses fardos, veremos que o costume
não falhará em nosso caso para diminuir o peso
daquela pressão que poderíamos estar prontos
demais para concluir que é insuportável. Pode
ser que dificuldades, provações e trabalhos, sim,
mesmo grandes sofrimentos, lhes aguardem na
vida. Mas, nada temam, senão o que é comum ao
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homem, lhes sucederá, nada além do que foi
suportado, e portanto, nada mais do que, pela
graça de Deus e o poder do hábito, será tornado
suportável por vocês.
Mas, quero dizer que esta conferência tem em
foco principalmente o hábito da AÇÃO. Repito o
que já disse que o homem é um feixe de hábitos.
Estes são de vários tipos, referentes a
movimentos corporais, exercícios mentais,
comportamento social e conduta moral e
religiosa. Olhe para cada homem em cada um
desses departamentos de sua vida ativa, e você
vai encontrá-lo como sendo uma criatura do
hábito. Poucos, muito poucos, de seus atos são
inteiramente novos, não afetados e não
influenciados por outros atos antecedentes do
mesmo tipo. Quase todo o seu curso de ação é
composto de repetições de atos anteriores. Cada
único pensamento, palavra e ação, parece um
elo de uma corrente; um elo que é desenhado
por outros que foram antes; e desenha outros
que o seguem. Vocês, artesãos, qual foi o curso
habilidoso do uso de suas ferramentas hoje;
senão o efeito do hábito? Vocês contadores, o
que foi aquele desmembramento de uma
complexidade financeira, e da qual precisava se
extrair um balanço; senão a força do hábito?
Juventude nobre, o que foi essa resistência bem-
sucedida hoje a uma forte tentação; senão o
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efeito do hábito? Você mentiroso, bêbado,
sensualista, se tais pessoas encontraram o
caminho para nossa assembleia esta noite, o que
foi esse ato de vício ontem à noite; senão o efeito
do hábito? Sim, onde quer que vamos, o que
quer que façamos, somos seguidos, atuados,
dominados pelo hábito! Como isso é
impressionante! De que natureza analítica é o
nosso caráter e conduta! Se formos este feixe de
hábitos, quão importante e necessário é que
devamos desamarrá-lo, e examinar
cuidadosamente o que são as varas que o
compõem. E por um ato prévio de cautela
devemos ter o cuidado de ser as coisas que
colocamos no feixe! Hoje você tem feito alguma
coisa, e amanhã você vai repeti-la, que está
aumentando sua facilidade e sua tendência em
fazer o bem ou o mal.
2. É importante lembrar que, embora formados
de hábitos, eles crescem a partir de ações
únicas. E, por conseguinte, quando devemos ser
cuidadosos e solícitos com relação aos hábitos
que formamos, não devemos ser menos sobre
os atos únicos dos quais eles crescem. Ao fazer
alguma coisa, a atenção deve, evidentemente,
ser dada aos elementos individuais pelos quais
ela é composta. O padeiro que deseja produzir
um bom pão, deve ter cuidado com todos os
ingredientes; cada um deve ser medido. O
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homem que desejasse ser um bom artesão,
deveria cuidar de cada golpe, pois sua
habilidade final depende de cada um. O pintor,
que alcançaria a eminência e produziria um
bom retrato, deve cuidar de cada golpe de seu
pincel, pois sua habilidade e sucesso dependem
do agregado de todos os seus toques individuais.
Sendo apenas assim em relação aos hábitos;
podemos ser demasiado propensos a pensar
pouco de atos individuais. Existem duas
tentações insidiosas para o mal, que têm sido
mais bem-sucedidas em conduzir a maus
hábitos, do que talvez quaisquer outras que
tenham prevalecido. Uma é, a sugestão, "Oh, é
apenas um pequeno assunto, mesmo que seja
errado!" Se estiver errado, não pode ser
pequeno. Posso admitir, em comparação, vários
graus de mal, mas, abstratamente, nada é
pequeno que seja errado. O que é relativamente
pouco leva a, e prepara o caminho para o que é
muito grande. Há uma vitalidade em
germinação em todo o mal, tão certamente
quanto há em todo o bem; e como este último
tende ao que é melhor, assim como o primeiro
para o que é pior.
Um homem que faz o mal, embora possa
parecer pouco, perde a sua timidez e ganha
coragem para ir para piores profundidades do
mal. Os hábitos que trouxeram a ruína para
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ambos os mundos começaram com aquilo que
naquele tempo parecia uma mera bagatela,
sobre a qual se pensava então que a consciência
mais sensível não necessitasse ruborizar. O
grande Tentador é muito hábil nas artes da
sedução para alarmar a mente. Um grande
pecado assusta a consciência, e chega a isso pela
frequente repetição dos hábitos pequeninos, e o
transgressor está preparado para entrar em
males de uma natureza mais flagrante.
Outra tentação que leva a maus hábitos é a
sugestão "Só desta vez!" A partir desse "só uma
vez" vieram milhões de casos de ruína para o
tempo e a eternidade. É a isca mais ardilosa e
enganosa do diabo. E isso mostra a importância,
o significado infinito; de evitar o primeiro passo
errado! Esse ato único, que é o primeiro desvio
do caminho da retidão, contém envolto em si
mesmo, toda a loucura, malícia, maldade e
ruína; da consumação de um curso mau. Eu li de
um servo cujo primeiro ato de desonestidade foi
esconder um artigo não utilizado em seu quarto,
e que, e tendo a partir dessa primeira vez,
adulterado a consciência, passou de passo a
passo até que adquiriu um hábito de
desonestidade, que o levou à forca. O jovem
agora hesitante sobre alguma ação, em que a
loucura e a criminalidade são bastante claras,
impulsionado pela voz sedutora "só desta vez",
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rende-se, e está destruído! Resista, recuse, e
você é um vencedor para a vida! Por essa única
tentação, como em seus desdobramentos, pode
ser mudado o seu destino. O hábito da
resistência pode surgir dessa severa recusa. Sua
próxima vitória será mais fácil, e a próxima a
essa mais fácil ainda.
3. Não é preciso dizer que os hábitos são
gradualmente e muito insidiosamente
formados. Se eles são bons ou maus, eles não são
adquiridos de uma só vez. Eles nos roubam por
imperceptíveis avanços. Minha definição
implica isso. Eles são formados pela repetição de
atos únicos. Esta é a visão mais impressionante
que podemos tirar do assunto. Se algum bêbado
confirmado, jogador ou escravo de qualquer
outro hábito perverso tivesse, quando
começasse seu curso descendente, sido
solicitado a usar os grilhões que finalmente
estavam cravados nele; ele teria reagido com
horror e exclamaria como um dos antigos: "Eu
sou um cão; que eu deveria fazer isso!" E, no
entanto, o homem se tornou o cão para fazê-lo.
O engano é uma das características do pecado, e
seu engano se manifesta pela maneira lenta e
quase imperceptível em que conduz o pecador
em sua carreira descendente.
Achamos isso notado pelos escritores morais de
todas as épocas e países. Muitos dos antigos
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costumavam representá-lo pela semelhança
muito expressiva, de que o caminho do vício se
estende pela colina. Se você tomar apenas
alguns passos, o movimento logo é acelerado, e
torna-se tão violento e impetuoso, que é quase
impossível pará-lo. Ou, para mudar a metáfora,
o crescimento do hábito é como o das plantas e
animais, tão lento que o avanço só pode ser
determinado pela comparação de períodos ou
estágios distantes. A nutrição entra em partícula
por partícula, aumentando sempre o volume e a
força, sem que nenhum deles, na época, seja
percebido por outros, ou sem que o sujeito
esteja consciente disso.
4. Há essa diferença que deve ser apontada
entre bons e maus hábitos. Enquanto maus
hábitos são formados sem intenção; bons
hábitos são, e devem ser sempre, produzidos
pelo desígnio. Nenhum homem em seus
sentidos se senta e diz deliberadamente: "Eu me
tornarei um bêbado habitual, inveterado,
mentiroso ou jogador". Estes costumes vêm em
diante, como eu tenho mostrado,
insidiosamente, e por graus, e sem desígnio.
Mas, o homem que determina-se a alcançar a
excelência de qualquer tipo, determina ao
mesmo tempo, ou deveria fazê-lo, continuar
com a repetição de atos únicos, até que ele tenha
adquirido o hábito. Consciente do poder disto, e
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muitas vezes sentindo a força da tentação e a
fraqueza de sua própria natureza, anseia
adquirir a fixidez na prática do que é correto,
acrescentando o poder do hábito à força do
princípio; e assim fica totalmente preparado
para resistir aos assaltos que são feitos sobre sua
piedade e virtude.
5. É um fato indubitável, e muito natural, e deve
ser bem considerado, que um hábito muitas
vezes leva a outro, tanto no que diz respeito aos
bons e maus. Na estrutura corporal, uma
doença, por vezes, gera outra, enquanto
também a ação saudável de uma parte da
condição geral ajuda a manter as demais
saudáveis. Assim é na constituição mental; em
que uma má propensão leva a outra e uma
virtude a outra. Fumar leva em muitos casos a
beber, beber à ociosidade, e a ociosidade a
muitos vícios. A extravagância e ostentação leva
muitas vezes a roubar e mentir. Roupas
impróprias e amor à admiração muitas vezes
levaram à promiscuidade. A má companhia leva
a quase tudo que é ruim.
E como todos os vícios estão relacionados e
levam a outros vícios, assim são todas as
virtudes. A piedade para com Deus deve
necessariamente conduzir à moralidade para
com o homem. A operosidade leva à sobriedade,
e a sobriedade à prosperidade. Há, no entanto,
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uma operação de até mesmo bons hábitos que
precisa ser apontada para você, pois pode leva-
lo a errar, e isto é, conduzi-lo tão longe naquilo
que pode ser chamado de a linha de sua própria
direção para buscar o mal. Assim, a sobriedade
pode se degenerar em mesquinhez. A
benevolência pode se degenerar em uma
difusividade maliciosa, indiscriminada e
pródiga. A tolerância pode tornar-se indiferença
à verdade. A deferência às opiniões dos outros,
pode se degenerar em escravidão da mente. Diz-
se que muitos que foram chamados para a
abstinência total da miséria e pobreza da
embriaguez para um curso de sobriedade e
economia, levaram isso a tal ponto que se
tornaram egoístas e avarentos.
6. Chego agora aos fatos anunciados por todos os
escritores, e confirmados por toda observação e
toda experiência, que os hábitos, uma vez
formados, embora não absolutamente
invencíveis, são quebrados com extrema
dificuldade. Quem, que já fez a prova, não vai
atestar esse fato? Ora, se adquirimos o hábito de
uma posição desagradável do corpo, ou uma
pronúncia inelegante, ou qualquer modo
ridículo de conversação, e queremos quebrá-lo;
quão difícil é se livrar disso, mesmo quando o
mau hábito foi adquirido sem qualquer desígnio
explícito! Quanto mais quando todo o poder do
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desejo interno vier para confirmar a prática, e
para resistir à tentativa de libertar o pobre
escravo! Quantos fumantes decidiram
combater o cigarro, e depois de uma luta
ineficaz contra o hábito, têm sido finalmente
vencidos!
Um exemplo divertido desse tipo veio ao meu
próprio conhecimento. Um jovem que tinha
adquirido o hábito de fumar entrou como
estudante para o ministério em uma de nossas
faculdades, onde fumar era proibido. De
circunstâncias peculiares lhe foi concedida
uma tolerância em seu favor. No entanto, ele
encontrou tanta perseguição mesquinha em
ridicularização por parte de seus colegas
estudantes, que estavam preocupados em
quebrar seu hábito, que fez um voto solene de
que não levaria um cachimbo na boca por uma
semana. Sua sensação de privação era tão aguda
e angustiante que ele não podia conceber que as
agonias da fome fossem mais intoleráveis, e
determinou, quando a semana terminou,
retomar sua gratificação favorita. Tendo se
decidido a isso, ele começou a procurar como
ele poderia manter seu voto na carta e ainda
desfrutar pelo menos algo do seu gosto pela
fumaça do tabaco. Um dos alunos teve pena
dele, sentou-se ao seu lado e ali ficaram
sentados juntos por meia hora. Quando a
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semana terminava, ele se sentou até a meia-
noite; e então voou para a caixa de tabaco e
cachimbo com tanta ânsia como se tivesse
comido os dois, e se sentou fumando quase toda
a noite. Contemple a escravidão do hábito! Por
que os homens se tornarão escravos de tais
gostos, tais hábitos artificiais? É digno da nossa
natureza racional? Que poder tem aquela "folha
de tabaco" adquirido sobre a humanidade!
Talvez não haja um hábito tão universal e tão
difícil de vencer como o da embriaguez. Este
inimigo, quando ele ganhou o domínio
completo, é quase invencível. O desejo deste
apetite é tão urgente, a miséria do embriagado
quando não sob a influência do álcool é tão
intensa, as picadas de sua consciência são por
vezes tão venenosas, e seu remorso tão
atormentador, a miséria que ele ocasiona para
sua esposa e filhos é tão desolador que, além da
gratificação de suas concupiscências, ele voa
para a garrafa como um refúgio e um
esconderijo de suas próprias reflexões
dolorosas! Disse um homem de fortuna e
família, quando repreendido por seus hábitos de
beber: "Se um copo de licor for colocado diante
de mim, minha propensão é tão forte, que eu iria
beber, embora eu sabia que eu deveria ser
condenado no momento seguinte!"
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Uma vez eu li do caso de um jovem que começou
a vida com perspectivas justas de prosperidade
e felicidade. Casou-se com uma jovem
encantadora, teve uma família, teve sucesso em
negócios, e tudo correu bem até que ele
adquiriu o hábito de beber, quando, é claro, ele
negligenciou seus negócios e acabou em ruína.
Picado de remorso ao ver a miséria que ele havia
trazido sobre sua esposa e família, ele
determinou reformar-se, e lutou duramente
contra seu inimigo terrível, e finalmente
conseguiu a vitória. A reforma foi efetuada, e
novamente o sol de sua prosperidade brilhou
por detrás das nuvens. Tudo correu bem por um
tempo, até que ele caiu novamente sob o poder
da tentação, e recaiu em seu hábito anterior, e a
ruína novamente foi a sequência. Para quebrar
seu hábito, ele foi numa viagem de dois anos em
um navio de temperança, que não permitia o
uso de álcool, exceto para fins medicinais. Ele foi
restaurado para sua família - um bêbado
reformado, e pelo trabalho e abstinência total,
subiu novamente para o conforto e alguma
medida de prosperidade. A tentação de uma
natureza particularmente forte, mais uma vez
atacou-o e ele caiu, ainda ele decidiu continuar
a luta, e como um próximo recurso, foi admitido
em um manicômio, e depois de algum tempo
saiu para fazer outra prova. Continuou então
bem por um tempo considerável, e deu todas as
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aparências e esperanças de um escravo
emancipado, quando um demônio, pois não
posso chamá-lo por nenhum outro nome,
tentou-o a ir de novo para a garrafa fatal. Por
algum tempo, ele resistiu com firmeza à
tentação, até que seu sedutor, conhecendo seu
ponto fraco, como um homem de espírito um
tanto orgulhoso, zombou, insultou, e incitou-o
como sendo alguém sob "governo de anágua", e
com medo de sua esposa. Em um ataque de
paixão cedeu, tocou a "poção fascinante",
despertou o apetite por beber, voltou a
mergulhar na profundidade da embriaguez, e
então em um ataque de desespero, tomou
veneno e morreu a morte do suicídio! Sua
esposa mandou chamar o tentador, conduziu-o
até a câmara do morto, jogou para trás o pano
que cobria seu rosto e simplesmente disse: "Eis
a sua vítima!"
Jovens, aprendam então como são rebitadas as
correntes do hábito! Ainda assim, os rebites
podem ser quebrados, as correntes soltas e o
escravo libertado. A razão, a reflexão, a
determinação resoluta e a ajuda de Deus;
permitir-lhes-ão quebrar os laços mais fortes do
mais forte hábito.
Tenho um amigo íntimo que ainda vive, que
uma vez foi cativo da infidelidade e da
embriaguez, e em seus pecados tão miseráveis,
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tão cansado de seus hábitos e de sua vida,
desesperando de vencer seu inimigo mortal,
pegou uma navalha, para aplicá-la à sua
garganta, e na iminência de tentar o suicídio,
correu para a presença de Deus, e felizmente,
foi refreado, e aplicou-se novamente à luta e
saiu-se vitorioso, e viveu não só para se tornar
um modelo de sobriedade e santidade, como
também para ser eminentemente útil pelas
produções de sua caneta. Mas, embora seja um
homem tão santo e tão bem fortificado pela
razão, piedade e consciência da felicidade da
temperança; ele tem tanto medo de seu ex-
inimigo e de tudo o que poderia despertá-lo em
atividade e assalto renovados, que creio que,
nunca mais a partir da hora de sua reforma,
permitiu que uma gota de licores intoxicantes
tocasse seu paladar.
Permita-me agora referir-me a alguns hábitos
particulares, tanto maus quanto bons.
Maus hábitos:
1. E eu não deveria colocar na frente destes o de
beber de álcool? Esse hábito fatal que alimenta
o crime, o pauperismo, a profanação e a loucura,
cuja obscura e imunda maré está sempre
rolando em nossa terra, que destrói mais corpos
e almas do que a guerra, a peste ou a fome, ou
talvez mais do que todos esses juntos . Este "vício
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monstruoso", que nunca deveria ser visto, senão
com ódio e desgosto, além de seu poder terrível
sobre seu miserável sujeito, é auxiliado em sua
influência destrutiva por todo o fascínio da
música, do canto e da gratificação social. Beber
é representado como o companheiro de
corações alegres, o animador de cenas festivas,
o símbolo da amizade, o sinal da liberdade, o
amenizador do sofrimento, e a fonte de cada
prazer! E assim, o que deve ser descrito como
um demônio; é apresentado na vestimenta de
um anjo! Eu digo que a embriaguez não deve ser
assim apresentada. Eles só mostram o "copo
alegre". Rapazes cuidado! Todos os bêbados
confirmados, foram homens sóbrios uma vez,
sem exceção. Até mesmo os mais viciados foram
uma vez um jovem sóbrio, o orgulho de sua mãe,
o orgulho de seu pai; até que em uma hora má
ele foi atraído por maus companheiros para
beber o "copo social". Depois de tê-lo bebido
primeiro por causa da companhia; ele logo
cresceu em amá-lo por si próprio. O costume
produziu o hábito, e o hábito, por fim, aquele
espetáculo de pobreza, doença, miséria
horrível; e morte ainda mais horrível!
2. Em seguida, eu devo protegê-lo do hábito da
PREGUIÇA. A ociosidade não é apenas um vício
em si mesma, mas é uma entrada para todos os
outros vícios. Alguém, ao abrir suas contas,
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deposita uma soma muito grande por ano; por
sua ociosidade. Mas há outro relato mais
importante do que o de nossas despesas; em que
muitos acharão que sua ociosidade tem
contribuído principalmente para o equilíbrio
contra eles. De sua própria inação, a ociosidade
torna-se, em última instância, a causa mais ativa
do mal, como uma paralisia mais temível do que
uma febre. Os turcos têm um provérbio que diz:
"O diabo tenta todos os outros homens; mas o
homem ocioso tenta o diabo". Os italianos têm
outra: "A ociosidade é a mãe de todos os vícios".
Os espanhóis têm outro: "A ociosidade na
juventude abre caminho para uma velhice
dolorosa e miserável". Todas as nações viram o
mal e o condenaram. Nenhum hábito é
aprendido mais prontamente. Nenhum hábito é
quebrado com mais dificuldade. A primeira vez
que um jovem se recusa a tentar uma coisa
porque lhe custa problemas, ele tem girado o
primeiro fio da corda que ligará suas faculdades,
tanto de corpo e alma, para a destruição.
3. Devo não mencionar, como um hábito mais
pernicioso, uma prontidão para entrar em
DÍVIDA? Quão afundado, não só na opinião dos
outros, mas na sua própria, está aquele que está
em dívida. "O mutuário é um servo", diz Salomão,
"do líder". Nenhum homem em tal situação é seu
próprio dono, ele nunca está à vontade, o credor
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é seu atormentador, e quando o reclamante
deixa de atormentá-lo, sua própria memória
fornece uma grade em que ele é esticado,
muitas vezes em agonia horrível. Este, como
todos os outros vícios, tem sua infância,
crescimento e maturidade. Quão apressado e
temente é o homem em seu primeiro pedido de
um empréstimo de dinheiro! Ouça a confissão
daquela estranha e melancólica mistura de
trabalho e ociosidade, ardentes esperanças e
profundo desânimo, virtude doméstica e
imprudência social; o pobre Haydon, o artista,
cujo talento genial foi arruinado pela sua
autopresunção, e pela obstinação que não lhe
permitia buscar qualquer sugestão para sua
orientação e aperfeiçoamento. Depois de ter
emprestado de todos os seus amigos e de usá-los
para pagar suas dívidas, recorreu a um desses
vampiros, os credores de dinheiro, que sugam o
sangue dos necessitados, por empréstimos com
juros exorbitantes.
"Em uma hora maligna", disse ele, "eu recorri
aos credores de dinheiro, à praga, à maldição, à
peste, ao gênio indigente. Nunca esquecerei a
agitação da minha condição quando cruzei pela
primeira vez o limiar do dinheiro – tendo
resistido a um pai e aos afetos mais ternos de
uma mãe, e eu estava agora à porta de um agiota
como um culpado; pobre, afundando-se
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rapidamente na ruína, e na dívida, Embora no
auge da reputação, as sementes de toda a minha
ruína foram semeadas no dia da entrada na cova
desse réptil. Infelizmente, o pobre Haydon, o
seu próprio curso melancólico e o seu fim
trágico, fornecem, entre outras lições, uma
advertência solene contra a prática de acumular
dívidas.
Homens jovens, protejam-se contra esse vício e
tudo o que leva a ele; um amor excessivo ao
prazer, vícios que implicam despesas e
extravagância no estilo de vida, no vestuário e
no mobiliário doméstico. Há outros vícios, além
da embriaguez, que levam à pobreza. Ouvi falar
de um jovem, nesta cidade, que mergulhou em
dívidas, dificuldades e desgraças, pelo uso
habitual e imoderado daquela introdução a
muitos maus hábitos - o fumo. E ele era apenas
uma das miríades de vítimas do uso do tabaco.
4. O JOGO tem se tornado um hábito com as
multidões que enlouqueceu suas paixões,
destruiu sua paz, dilapidou suas fortunas,
mendigou suas famílias; e arruinou suas almas!
Mais suicídios foram perpetrados por este
hábito, do que por quase qualquer outro! E o
jogador, se morre como mártir de sua profissão,
é duplamente arruinado. Ele acrescenta a perda
de sua alma a todas as outras perdas, e pelo ato
de suicídio; renuncia à terra, perde o céu e
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garante o inferno. Nem é a autodestruição o
único tipo de assassinato a que o jogo conduz
frequentemente. Esquecemos a terrível
tragédia do assassinato de Weare? E também
não nos horrorizamos novamente nas últimas
semanas com os recitais de outra atroz ação de
assassinato que em parte foi provocada por
passivos de jogo? Em um período de suas vidas,
os autores desses terríveis atos de crime teriam
estremecido com a ideia de assassinato. Mas,
eles adquiriram, pouco a pouco, o hábito da
iniquidade, e o hábito dominou todos os seus
sentimentos de virtude, até que
deliberadamente, por dinheiro, tirassem a vida
de um semelhante sem a menor repugnância
possível. Contemple a natureza endurecedora
do pecado! Jogos de apostas em atividade muitas
das piores paixões da natureza humana. A
avareza, o engano, a inveja, a malícia, o egoísmo;
todos são os "diabinhos da iniquidade" nascidos
por esse demônio pai. É verdadeiramente dito
pelo provérbio, "O jogo tem o diabo sob a mesa;
para unir-se com o vencedor! E, portanto, o
melhor lance dos dados é jogá-los fora!"
Há uma espécie deste vício que prevalece nesta
cidade, quero me referir às casas de apostas; as
que promovem as corridas de cavalos. Uma lei
foi aprovada há cerca de dois ou três anos para a
supressão dessas assombrações de iniquidade
na metrópole; mas por que não deveria ser
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estendida às províncias? Ignorava esse assunto
até que fui informado por um pai de coração
partido, que me escreveu uma carta muito
afetuosa, implorando-me que usasse minha
influência para acabar com esse mal, para que
outros pais não tivessem que lamentar a
respeito de um filho moral e virtuoso até ser
atraído para um desses receptáculos escuros,
quando adquiriu o hábito de jogar, roubou seu
senhor para pagar suas dívidas e fugiu do país
para escapar da justiça. Jovens, tomem cuidado
com este exemplo. Não há nenhum costume
que produza essa intoxicação mental, e que
mantenha tal excitação intensa como esta; e que
mais certamente se torna um hábito
confirmado e destrutivo. Passo agora para a
outra divisão de hábitos, quero dizer, os bons.
Os bons hábitos, naturalmente, são tão
numerosos quanto os maus, já que cada vício
tem sua virtude oposta. A bondade em si, no
sentido genérico da palavra, como contendo
tudo o que é justo, puro, honesto, verdadeiro,
amável e de boa fama, é a prática habitual do
atrativo, do verdadeiro, do útil.
Não tenha medo de determinar e comprometer-
se a formar qualquer hábito que seja desejável e
admissível, pois ele pode ser formado, e isso
com mais facilidade do que você pode a
princípio supor. Contemple a desejabilidade do
hábito, e deseje-o ardentemente. Comece
26
imediatamente sua formação, olhando para
Deus por meio da oração, pela assistência
divina, e ponha-a em prática com determinação
de propósito. Deixe algum esforço ser feito todos
os dias. Vá em frente, apesar das derrotas
ocasionais. Por repetição, o costume logo se
estabelecerá em um hábito que será fácil e
agradável. Aquele que é bom apenas por
arranques e começos, por impulsos, que são
apenas ocasionais e por propósitos, que são
formados apenas em intervalos longos e raros;
nunca será distinguido para a bondade em tudo.
Aqui novamente vou me referir a Haydon. Em
seu diário está a seguinte introdução: "Meus
ajustes continuam, eu sou todos ajustes, ajustes
de trabalho e ociosidade, acessos à leitura,
ajustes da escrita, ajustes do italiano, ajustes do
grego, encaixes do latim, ajustes do francês,
ajustes de Napoleão, ajustes do exército, ajustes
da marinha, ajustes da religião." Isso era
dolorosamente verdadeiro. E qual foi a sequela?
Uma vida de dívida, fracasso, miséria e
decepção, até que ele se matou em um ataque de
desespero. Jovens, não deixe sua vida ser um
feixe de ajustes; mas de hábitos, e estes todos do
tipo certo. Devo nomeá-los? Posso fazer pouco
mais do que isso.
1. Eu começo com o TRABALHO, mas não deixe
que seja instável, mas habitual, não
27
espasmódico, mas regular. É realmente
surpreendente o que o trabalho perseverante
conseguiu, que prodígios de arte, ciência,
aprendizagem e riqueza que produziu. Em mil
casos proveu para a falta de gênio e, em outros,
levou à realização de maravilhas. Tenha em sua
mente que o trabalho deve ser o preço de tudo
que você obter, e começar de uma vez para
estabelecer o custo. O trabalho só deve ser
adquirido pelo costume. A indolência é natural;
e só pode ser vencida por uma luta dura. Mas,
cada vitória que você ganha sobre a lentidão
torna o próximo triunfo mais fácil; até que seja
mais fácil para você estar ocupado do que ser
preguiçoso.
2. E como uma parte do trabalho, seja um
madrugador. Franklin diz: "Aquele que acorda
tarde, pode perambular o dia inteiro e não ter
terminado o seu negócio à noite." Buffon,
célebre naturalista francês, nos dá a história de
sua autoria em poucas palavras: "Na minha
juventude", diz ele, "eu gostava muito de dormir,
o que me roubou muito do meu tempo, mas
meu pobre José (seu servo) foi de grande
utilidade para me permitir vencer este hábito,
prometendo pagar-lhe cada vez que me
acordasse às seis da manhã. Na manhã seguinte,
ele não deixou de acordar e me atormentar; não
despertei de minha cama. No dia seguinte ele fez
28
o mesmo com melhor sucesso. Na manhã
seguinte, ele empregou força e literalmente me
arrastou para fora da cama, implorei
indulgência e pedi-lhe que fosse embora. Eu
insisti, mas José perseverou, eu fui obrigado a
obedecer e ele foi recompensado todos os dias
pelo abuso que ele sofreu no momento em que
acordei. Com um obrigado, acompanhado pelo
meu salário, ele recebeu uma hora depois ... Sim,
devo ao pobre José por dez ou uma dúzia dos
volumes das minhas obras!
Mas, afinal de contas, não teria sido mais para a
honra de Buffon, embora menos para a
vantagem de José, se ele tivesse adquirido pela
resolução de sua própria vontade, o hábito de
levantar-se cedo, o qual ele finalmente alcançou
pela perseverança do seu servo. Um homem que
acorda às seis em vez de sete, acrescenta trinta
dias a cada ano; de doze horas cada. E supondo
que ele vive até cinquenta anos depois de
começar a fazê-lo, ele acrescenta quatro anos à
sua vida.
3. A ECONOMIA é outro hábito de grande
importância para você. Se este hábito for
formado na juventude, ele o seguirá através da
vida, e disso dependerá se a sua permanência
neste mundo será de estabilidade financeira e
conforto; ou de desapontamento, aflição,
ansiedade e desgraça. Um rapaz extravagante e
29
irrefletido, imprudente com o dinheiro; tem as
sementes da ruína em sua disposição! E sem o
dom da profecia, podemos prever sua carreira
descendente através da vida. Deixe sua renda
ser o que pode, no entanto pequena - sempre
viva dentro dela. Sempre economize algo e,
assim, adquirirá o hábito de economizar.
Despreze a insensatez que ridiculariza a
prudência como uma virtude fria e sem coração
que não tem entusiasmo, e que admira uma
espécie de extravagância e frugalidade como a
marca do gênio.
A Economia exige que você deve ter cuidado
com suas despesas pessoais. Extravagância e
economia não podem ir junto. Extravagância
deve ter recursos, e se a integridade não pode
fornecê-los a desonestidade o fará. Cuidado com
as loucuras caras, como decorações pessoais,
luxos elegantes e mobiliário fino. Abjure o
tabaco em todas as formas. O fumo em muitos
casos levou ao "copo", e o copo aos hábitos de
embriaguez.
Não gaste em artigos inúteis, o que você vai
precisar em breve para os necessários. Tudo o
que você compra e que você não precisa, é muito
caro, no entanto o barato você pode comprá-lo.
Olhe bem para pequenas despesas; um
reservatório inteiro pode ser drenado por
algumas gotas no início, mas depois eles estão
30
continuamente gastando para fazer uma saída
maior. Nunca contraia dívida para um artigo
"necessário", e muito menos para um "luxo".
Ao mesmo tempo, não deixe sua economia
degenerar em um amor ao dinheiro. A avareza
está no outro extremo da extravagância, e em
evitar este último, alguns apressaram-se sobre o
outro. Economize para dar aos que estão em
necessidade. Seja econômico; para que você
possa ser um filantropo e não um avarento. E
como a mesquinharia é uma excrescência que
muitas vezes cresce sobre frugalidade, impeça
seu crescimento pelo exercício da beneficência.
Sempre economize uma parte de seus ganhos, e
sempre coloque uma parte em sua poupança.
Assim, dois bons hábitos estarão sempre
avançando juntos, economia e benevolência, e
eles serão úteis um ao outro. A economia
fornecerá os meios da benevolência, e a
benevolência para sua própria causa os da
economia.
4. A PONTUALIDADE é também um excelente
hábito, e contribui para o sucesso do trabalho.
Todo homem, exceto circunstâncias
incontroláveis ocasionais, pode ser pontual se
assim desejar. No entanto, poucos são assim.
Esta é uma virtude que é de importância
essencial para o bem-estar da sociedade. Que
desgraça seria se a pontualidade fosse uma
31
ocorrência rara em nossos relógios, de modo
que eles nunca pudessem registar o tempo
certo. O mundo dos negócios seria, então, todo
desorganizado. Por que, seria pouco menos
maligno se todos os homens fossem
impontuais? O homem não pontual não só
desperdiça seu próprio tempo, mas o tempo de
outras pessoas, porque o fechamento de
negócios pode depender de sua presença, e isto
deve ser interrompido até que ele chegue. O Dr.
Todd, relata um exemplo impressionante de
pontualidade em um aluno que estava tão
invariavelmente presente quando as palestras
começavam, que ao olhar ao redor e observar
sua ausência, o professor, ao entrar na sala,
disse: "Senhor, o relógio bateu, e estávamos
prontos para começar, mas como você estava
ausente, supúnhamos que era muito cedo, e,
portanto, esperamos.” O relógio estava de fato
adiantado em alguns minutos.
5. O hábito da ORDEM é também de grande
importância, para o sucesso do trabalho. Sejam
homens de método. Conheci um homem que
dizia muitas vezes, que parecia-lhe, como se
algum "malfeitor" que se deleitasse em
atormentá-lo, sempre conseguisse fugir com a
carta, o papel ou o livro que então precisava e
que lhe davam uma terrível perda de tempo, e
uma perda ainda maior de temperamento. Era
32
apenas necessário segui-lo até a biblioteca e ver
o confuso monte de papéis e livros que jaziam
sobre a mesa, e que, irritado e furioso, estava
caindo para encontrar o que queria e que não
conseguia encontrar afinal, qual foi o
bagunceiro que ocasionou todos estes
problemas e vexação!
O Dr. Todd, falando de Jeremiah Ewarts, um
homem ilustre na América, disse dele: "Durante
anos de observação atenta no seio de sua
família, eu nunca vi um dia passar sem que ele
realizasse mais do que ele esperava, e tão
regular foi ele em todos os seus hábitos, que eu
soube em um momento em que eu iria
encontrá-lo com sua caneta, e quando com o
pincel na mão, e tão metódico por toda parte,
que embora seus papéis enchessem muitas
prateleiras, não havia um único papel entre
todas as suas cartas, correspondências e
assuntos editoriais, e coisas do gênero, que não
estivesse etiquetado e em seu lugar, e sobre o
qual ele não pudesse achar e colocar a mão em
um momento. Eu nunca o vi procurando um
papel, pois sempre estava em seu lugar, nunca
conheci um homem cujos hábitos de trabalho
fossem tão grandes, ou que pudesse realizar
tanto em um determinado momento."
6. E quem pode razoavelmente esperar ter
sucesso em qualquer coisa, seja nos negócios ou
33
na ciência, na arte ou em qualquer outro objeto
de busca; sem PERSEVERANÇA? Por
perseverança quero m e referir ao fato de aderir
a uma coisa selecionada e necessária, e
continuar nossos esforços até que ela seja
cumprida, dizendo: "Esta é a única coisa que eu
faço", e trabalhando nela até que por esforço
repetido, e em face de todas as dificuldades,
possamos dizer: "Eu o fiz! Eu o fiz!"
Escolha o seu objeto com cautela e sabedoria e,
em seguida, segure-o com firmeza, olhe-o com
frequência e, se ele se recomenda ao seu
julgamento, agarre-o com o alcance de um
gigante e mantenha-o com a constância de um
mártir; e ficará surpreso ao descobrir como as
dificuldades desaparecerão diante de você!
"Estou feliz", disse um homem que enfrentou
inúmeras dificuldades, desânimos e derrotas, e
ainda perseverou: "Eu nunca perco o sussurro
misterioso; vá em frente". Remova a palavra
"impossibilidade" de seu vocabulário no que diz
respeito a todos os objetos que podem ser
esperados por você, e entregue-se à inspiração
daquele mágico dissílabo "tente". Você se
lembra da história de Robert Bruce, depois da
derrota, e no mais ínfimo refúgio de sua fortuna,
quando reclinado em algum prédio antigo,
desanimado e meio desesperado, viu uma
aranha tecendo sua teia e tentando fixar seu fio
34
delicado em um lado oposto. Seis vezes a
pequena criatura falhou, nada intimidada, ela
prosseguiu com seus esforços até então inúteis,
e na sétima foi bem sucedida. Bruce moralizou
sobre o assunto, e aprendeu uma lição de
perseverança com a aranha, jogou fora seu
desânimo, e levantou-se a esforços renovados, à
batalha e à vitória. Perseverem e vocês
vencerão, e quão doce será o fruto que é
arrancado pela paciente perseverança para
alcançá-lo!
Passo por muitos hábitos morais, como
temperança, confiança, honestidade, honra e
benevolência, e todas as virtudes domésticas e
sociais. Não é claro, porque eles são sem
importância, pois eles são primordiais para tudo
o que eu tenho especificado, mas porque eles
são o tema da pregação perpétua no púlpito, e
porque eles são tão obviamente incumbentes,
tão bem compreendidos, espero, que sejam
geralmente praticados por vocês. Mas é de
grande importância que se lembrem sempre de
que essas coisas, em meio às dificuldades que às
vezes e em algumas circunstâncias atendem a
elas, se tornarão fáceis por repetição, até que
finalmente se tornem habituais.
7. Mas, rapazes, seria mal tornar-me como um
firme crente no evangelho que trouxe vida e
imortalidade à luz, e anunciou tão claramente e
35
tão solenemente que estamos colocados neste
mundo, como em um estado de disciplina e
sendo provados para o próximo, e omitir a
RELIGIÃO VERDADEIRA, que é a mais
importante de todas as preocupações. Nada
neste mundo, nem em seu desígnio, nem em
seus resultados, é final; tudo é preliminar e
preparatório. Nós estamos caminhando
somente na costa do oceano ilimitado da
existência! Há uma conexão muito mais estreita
entre o presente e a nossa vida futura do que a
maioria das pessoas imagina. Os hábitos morais
formados no tempo recebem, todos eles, bons
ou maus, o selo da eternidade. Assim diz o livro
de Deus, e cada um de nós passa na hora da
morte sob o poder confirmador daquela solene
e irrevogável sentença: "Aquele que é santo seja
santo ainda, e o que é imundo, seja imundo
ainda."
A morte não causa mudança moral. A morte não
apaga nenhum vício. A morte não dá nenhuma
virtude. Mas, sobre todo hábito ininterrupto do
mal, bem como sobre todo firme hábito do bem,
afixa a assinatura desta palavra solene, "para
sempre". Não é impressionante, e não deve
impressionar? Não é terrível que o homem
profano esteja forjando grilhões e já os
prendendo à sua alma, que o golpe da
mortalidade rebaterá além do poder da
36
eternidade para quebrar ou afrouxar! Os maus
hábitos podem ser iniciados qualquer dia, que
através de milhões de idades deve manter o
escravo miserável no cativeiro do desespero!
Enquanto, por outro lado, os hábitos de piedade
e moralidade formados na terra seguirão o
espírito abençoado que os cultivou para sua
mansão nos céus. Todas as lutas que você tem
aqui, entre tanta oposição e tantas derrotas
ocasionais, para adquirir hábitos de virtude e
piedade, serão todas como tantos esforços para
vestir as vestes de luz e glória que devem ser
usadas nos reinos da vida imortal! Não haverá
luta nesse estado de bem-aventurança eterna. O
hábito agora tão imperfeito será consumado, e
todos os exercícios de virtude e piedade serão os
atos espontâneos de uma alma, que achará a
bondade para ser tão fácil quanto agradável.
Esse laço misterioso que agora liga o desejo na
ação, e eleva o hábito na repetição, e agora
precisando de tal vigilância e tanta cautela para
não ser cortado ou enfraquecido; será
infalivelmente fortalecido no céu.
Ponderem esta ideia solene, escrevam-na em
seus corações, vivam sob a sua influência,
nunca deixem que esteja ausente de sua mente;
que devem todos, sempre e em todos os lugares,
formar hábitos que durarão pela eternidade e
cuja força será proclamada pelas felicidades dos
37
remidos; ou pelas agonias dos perdidos. Vivam,
pois, no temor de Deus, e na fé de nosso Senhor
Jesus Cristo, e pela perseverança procurem a
glória, a honra e a imortalidade. Adquira por
oração fervorosa e por um devoto estudo das
Escrituras; um hábito de piedade uniforme e
consistente. Isso tornará a sua piedade firme, no
princípio, como deleitável no exercício. E
embora seja um bom hábito em si, será um
vínculo de perfeição com o feixe de outros bons
hábitos.
"Tais hábitos de piedade são, neste mundo, um
muro de defesa em torno da alma em tempos de
tentação e de perigo, nos levam sob sua
proteção, guardam nossos interesses e nos
conduzem ao caminho da segurança, quando a
razão e a consciência são obscurecidos pela
paixão e executam para a nossa natureza o ofício
de um "piloto" em clima tempestuoso, um poder
que está sempre acordado e sempre ativo.
Quando a tempestade se levanta e as ondas
batem, e tudo ao redor é convulsão e desordem,
o hábito virtuoso mantém seu assento, agarra o
leme e guia-nos em segurança. Mas, embora
todos os outros poderes devam dormir, embora
o furacão da tentação e da paixão, deva irar-se
por um tempo, e as trevas da meia-noite nos
cercarem - com hábitos de piedade como um
timoneiro, nosso barco pode navegar na
tempestade em segurança até que a tempestade
38
tenha diminuído e o sol da razão reapareça.
Nossa conduta, por hábito, estará em
conformidade com as regras de prudência e
virtude, as faculdades reflexivas e morais
devem ser momentaneamente suspensas, por
um acontecimento que muitas vezes deve
ocorrer a cada membro da família humana, nas
mil ocasiões de tentação a que estamos
expostos. Há uma diferença de hábitos
estabelecidos, ou tendências adquiridas,
formadas em um viés constitucional; em que
consiste a distinção mais importante entre um
homem sábio e um homem moralmente
correto, em tempos de grande agitação mental;
e um homem irracional, imprudente e
perverso, nas mesmas circunstâncias. Na calma
que se segue à tempestade, é possível para o
primeiro olhar para trás com prazer e
aprovação, e o outro o fará com arrependimento
e remorso.
Aprendam da página da história e da sua própria
observação, esta lição mais importante, e
guardem-na em memória: que são os bons
hábitos de um povo, e não a sua civilização e o
avanço do conhecimento, que constituem a
verdadeira força e grandeza de uma nação. Quão
eloquentemente Lord John Russell se debruçou
sobre este fato, quando em sua palestra no
Exeter Hall, para a Associação Cristã dos Moços,
39
ele trouxe suas provas da página da história, e
quão habilmente ele foi apoiado nesses pontos
de vista pelo Jornal Times. Ambos mostraram
como a mera civilização é impotente para
manter o poder moral de uma nação, por uma
referência à época Augustiniana de Roma e
épocas particulares da França e da Inglaterra.
Tudo isso estava manchado por hábitos de vício,
e eles poderiam ter trazido de volta sua
experiência para a Grécia, "aquela terra de
deuses perdidos e de homens semelhantes a
deuses", como tem sido jactanciosamente
chamada. A liberdade de Roma pereceu e seu
império prostrou-se, apesar de seus poetas, de
seus oradores e de seus artistas. Na França, uma
civilização infiel produziu tais escândalos
morais que só poderiam ser aniquilados
parcialmente até hoje, por uma sangrenta
revolução.
E quem pode se referir ao reinado de nosso
segundo rei Carlos e Ana, sem saber o quão
pouco a inteligência, o aprendizado, a poesia e a
eloquência podem fazer, sem ajuda de hábitos
morais e piedosos, para deter a torrente de
corrupção e impedir o crescimento de
ceticismo? Que o céu envie boas colheitas, que
as nossas cidades ressoem com o zumbido das
fábricas e o tráfego das ruas, que a terra seja
coberta com as nossas estradas de ferro, e o
40
oceano com os nossos navios, sim, que a ciência
faça as suas descobertas, a literatura os seus
triunfos, a arte suas invenções e saboreie suas
decorações; mas deixe o sal da vida, que consiste
em bons hábitos, faltar, que a voluptuosidade
corrompa os ricos e a intemperança degrade os
pobres, deixe que o senso moral de nossos
jovens seja embotado por maus hábitos; e então
tudo o que deveria ter se tornado nossa força se
tornará nossa fraqueza! Cidades, fábricas,
ferrovias, telégrafos elétricos, comércio,
ciência e arte, tudo de que um inglês está
acostumado a se vangloriar, passará para o
campo da destruição e obstruirá esse progresso
moral e político, que parece ser o principal
significado.
A imoralidade, seja pública ou privada, se ela se
difundir pela sociedade, e especialmente pela
geração em ascensão, será um obstáculo para
tudo o que é grande, glorioso e livre, nessa
nobre nação, e a bandeira da Inglaterra
flutuando tão soberbamente e orgulhosamente,
será arrastada para baixo na lama, e pisoteada
por uma geração suja!
O Senhor John Russell deu uma boa lição, a uma
geração autolisonjeira e autoindulgente,
quando ele aponta que nada deve ser feito e que
não há progresso, sem bons hábitos morais. "Se",
diz o Times, "todos os jovens que o ouviram
41
naquela noite pensaram nisso mais do que em
tantos sermões que nós não conhecemos, mas
se eles viverem tempo suficiente eles acharão
tudo à sua vontade ou ao seu custo".
Se, portanto, para os homens jovens seu próprio
bem-estar pessoal não é suficiente tanto para o
tempo e para a eternidade, para levá-los a uma
determinação para cultivar hábitos de trabalho
e prudência, moralidade e piedade, deixe o
patriotismo adicionar o seu peso, e como você
veria a Inglaterra alimentar os hábitos que são a
base mais forte de suas liberdades e os mais
seguros guardiões de suas leis, suas instituições
e sua paz.
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