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[Tire Deus do Armário!] 1

Tire Deus Do Armário

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Tire Deus do ArmárioAuthor: Eliy Wellington Barbosa da SilvaVocê olha para a sua vida e vê determinação e fidelidade para as quais nunca houve retorno? Sente que a recompensa não vem? Seu relacionamento com Deus está pesado e desgastante?Se você se sente assim, convido você a conhecer o segredo de um renovado e duradouro relacionamento com Deus.Tire Deus do Armário irá lhe conduzir a uma nova dimensão de sua relação com Deus, o seu Pai. E lhe reacenderá a ardente chama de paixão pelo chamado que Deus tem para a sua vida.

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TIREDEUS DO

ARMÁRIO!

E L I Y W E L L I N G T O N B A R B O S A D A S I L V A2

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Copyright © 2006 por Eliy Wellington Barbosa da SilvaTodos os direitos reservados.

Direitos exclusivos deste pocket book para FONTE DE ÁGUAS VIVAS

Coordenação Editorial • Eliy BarbosaRevisão • Eliy BarbosaProjeto e Diagramação • Fonte de Águas Vivas

Aprov ação f i na l • Pastores Clenilson Barbosa da Silva & Marck Stefania

Martini

Ministério Fonte de Águas VivasRua São Paulo 241 • CentroJaguapitã • PR • 86.610-000

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SUMÁRIO:: O Servo de Mãos Vazias 5

:: O Chamado: Crendo no Melhor de Deus 9

:: A Visão Profética: Crendo na Fidelidade de Deus 18

:: Relação ou Visão Errada de Deus 23

:: Complexo de Medo: Espírito de Covardia 34

:: Obsessão por Segurança 46

:: Pedro foi Pescar: Voltando as Velhas Redes 55

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PREFÁCIO

O SERVO DE MÃOS VAZIASAs verdades reveladas na Parábola de Jesus sobre os três servos e os

dez talentos: nela encontramos o relatodas três etapas do processo que torna

um ministério infrutífero.

Vivemos em uma época de desânimo. Talvez nunca tivemos tantos registros e relatos de cristãos que estão deprimidos, oprimidos e sobrecarregados. Pessoas que buscam a Deus, mas não alcançam as Suas bênçãos. Em seus corações elas dizem: “Onde está Deus? Eu oro, mas a minha oração parece não passar do teto. Quando falo do amor de Deus é como se minhas palavras não alcançassem os ouvidos das pessoas. Eu leio a Bíblia e obedeço à Sua palavra.”

“E por que me sinto tão vazio e frustrado? Por que as promessas que prego não vêm sobre minha vida? Por que Deus me persegue?”. Por quê? Simplesmente porque essas pessoas têm um relacionamento errado com Deus!

Esta crise do indivíduo está permeando as famílias, como crises financeiras, lutas conjugais, impotência frente à rebeldia dos filhos. Além dos desacertos emocionais que levam as pessoas a buscarem refúgio em relacionamentos fadados a tragédia. E esta crise da família afeta a Igreja.

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O ambiente de frustração é o mais fecundo campo para a desilusão. E uma vida sem propósito ou a ausência de frutos na vida cristã aumentam a exaustão e a fadiga frente aos desafios da vida. Encontramos no lugar de vidas abundantes, cristãos cansados, esgotados, reduzidos a nada. São vidas, famílias e ministérios inteiros esmagados!

Para essas pessoas, a vida cristã é como se houvessem ajuntado todas as suas economias para comprar um “produto” que poderia ser a solução para todos os problemas e a porta de entrada para todas as bênçãos. Contudo, para obter esses resultados precisavam de tempo para se familiarizarem com o produto, de uma prática constante para confiarem nos resultados e de alguma paciência para verem efeitos permanentes.

Mas esse “produto” não funcionou como esperavam. “Investimos tudo nEle”, justificam alguns. “Foram meses de dedicação e confiança”, lamentam outros.

E hoje, quando estas pessoas são indagadas sobre onde está esse “produto”, onde está Deus em suas vidas, elas apontam o armário de sua existência: “Deixamos Ele sempre guardado, para o caso de precisarmos. Tentamos sinceramente de todas as formas, mas era muito complicado lidar com Ele. Chegamos a ter medo que Ele pudesse nos causar algum dano enquanto O utilizávamos. Um dia, quem sabe, quando tivermos mais tempo ou dinheiro, Ele possa funcionar melhor”.

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Talvez você se identifique com esses sentimentos. Talvez você olha para a sua vida e vê determinação e fidelidade para as quais não houve retorno. A recompensa não vem e o que Deus lhe dá nunca é suficiente. O relacionamento com Ele é sempre pesado e desgastante.

Se você se sente assim, então você é um dos servos da Parábola dos 10 Talentos (Mateus 25.14-30).

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“O Reino do Céu será como um homem que ia fazer uma viagem. Ele chamou os seus empregado e pôs para tomarem conta da sua propriedade. E lhes deu dinheiro de acordo com a capacidade de cada um: ao primeiro deu quinhentas moedas de ouro; ao segundo deu duzentas; e ao terceiro deu cem. Então foi viajar.

O empregado que tinha recebido quinhentas moedas saiu logo, fez negócios com o dinheiro e conseguiu outras quinhentas. Do mesmo modo, o que havia recebido duzentas moedas conseguiu outras duzentas. Mas o que tinha recebido cem moedas saiu, fez um buraco na terra e escondeu o dinheiro do patrão.” (Mateus 25.14-18)

Nesta parábola Jesus retrata a vida cristã e o relacionamento com o patrão de três empregados diferentes. Nela, o patrão ou senhor é Deus e os servos ou empregados representam aqueles que foram tocados pela Palavra, os que trabalham no Reino de Deus.

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Todos aqueles homens foram escolhidos pelo próprio senhor em função da confiança que depositava neles e da capacidade de administração de cada um (Mt 25.15). Não havia nenhum engano ou incerteza na escolha, aquele senhor conhecia seus servos.

Deus sempre conhece seus servos intimamente (Jó 2.3) e é Ele quem concede os recursos. Por isso entregou ao primeiro 500 moedas de ouro (cinco talentos), ao segundo 200 moedas de ouro (dois talentos) e com o último deixou 100 moedas de ouro (um talento).

Para dois daqueles servos o encontro com o seu Senhor, quando do Seu retorno, seria motivo de alegria e de festa. Mas para o terceiro seria motivo de pesar. E foi isso que aconteceu. Quando encontraram com o Senhor, aqueles dois primeiros servos apresentaram os resultados esperados. O primeiro que havia recebido 5 talentos agora possuía 10. E o que havia recebido 2 agora estava com 4 talentos!

Não há registro de que eles reclamaram da dureza da região em que estavam e nem dos trabalhos exaustivos e solitários aos quais foram submetidos. Não houve lamúrias pelas noites em que se derramaram na presença do Senhor, nem das idéias muitas vezes confusas quanto a orientação de Deus para as suas vidas.

Não foram citados os problemas psicológicos e emocionais que enfrentaram, os quais lhes encheram de medo, ansiedade, solidão e frustração. Não alegaram a falta de tempo e de recursos financeiros para a

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realização da obra. E nem contaram histórias apavorantes e assustadoras de como o Diabo andou rodeando e rugindo em volta deles.

Aqueles homens tinham uma vida vitoriosa, pois criam em duas coisas: no chamado de Deus para a vida deles e na visão profética que Deus lhes havia dado.

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UM

O CHAMADO: CRENDO NO MELHOR DE DEUS

Todos temos um chamado de Deus para que nossas vidas sejam usadas de forma plena. Somos chamados para

que nos tornemos agradáveis a Ele, semelhantes em tudo a Cristo Jesus. Deus somente nos revela a Sua vontade quando obedecemos

a esse chamado.

Tenho visto vidas inteiras desperdiçadas na procura da “vontade de Deus”. Não no sentido de obediência ou de estar no centro de Sua vontade, mas na angústia de se ter um propósito para existir, para viver.

As pessoas não aceitam respostas simples para esta questão, elas querem ouvir e ver coisas sobrenaturais sobre o que Deus quer fazer através delas. Elas precisam se sentir especiais, querem ser tocadas de modo diferente, desejam uma unção tremenda, anseiam por visões sobrenaturais, buscam emoções que vão além de qualquer adrenalina...

Para estas pessoas não basta a declaração de Paulo aos Colossenses que “... por meio dEle [que é Cristo Jesus], Deus criou tudo, no céu e na terra, tanto o que se vê como o que não se vê (...). Por meio

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dEle e para Ele Deus criou todo o universo.” (Colossenses 1.16). Ou seja, elas não querem encontrar propósito no Deus que se manifesta e opera no ordinário da existência humana, tendo Cristo como centro.

As pessoas não percebem a história da mesma maneira. A maioria não consegue enxergar que Deus se manifestou principalmente na vida comum do povo judeu.

Toda essa confusão tem origem em não se saber quem se é de fato em Cristo Jesus. A maioria das pessoas exclui totalmente a possibilidade de ser usado de maneira plena por Deus. Isso porque têm a visão de um Reino dos Céus dividido em “castas”: alguns são especiais, alguns são ungidos, alguns são separados.

Já que Deus não falou com elas de forma “especial”, se classificam na mais “baixa posição”, como freqüentadores de cultos ou membros de bancos de igrejas.

Muitos acreditam que são cópias de cópias. Pensam que são cópias de seus líderes, que seriam cópias de seus pastores, que foram cópias dos missionários, que foram cópias... quando na verdade TODOS somos originais do Original.

Cada cristão não é uma unidade abstrata, convocada ocasionalmente para contribuir financeiramente com a igreja. Cada cristão não é chamado para gozar a posição de fiel ou para exercer uma função eclesiástica. Cada cristão é chamado para viver e compartilhar na totalidade de suas dimensões humanas e espirituais, até que se torne a imagem e semelhança de Cristo.

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Sei o quanto o coração do Senhor está triste, e isto não somente pelo mal que Ele vê. Mas pela incredulidade em Suas promessas, o não buscar da Sua face, as dúvidas quanto aos Seus cuidados por nossas vidas...

Como alguém consegue negar os cuidados de Deus por sua vida, quando Deus não tem filhos prediletos?

1. Não duvide!

Existem vários motivos pelos quais alguém pode duvidar do chamado ou da vontade de Deus para sua vida. Gideão, Isaías e Jeremias cumpriram poderosamente os seus chamados. Mas no princípio, eles também foram marcados pela incerteza.

GideãoGideão tinha todos os motivos humanos para

temer. O povo de Israel era constantemente humilhado por seus inimigos midianitas. Eles roubavam as colheitas, invadiam os campos e devoram as plantações (Juízes 6.3-6).

Entre milhares, Gideão era um dos que também tinha uma família para sustentar, por isso estava trabalhando escondido. Ele malhava trigo em um lagar! Gideão estava tão amedrontado que usava o tanque de pisar usavas para malhar o trigo (Jz 6.11).

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Neste ambiente de desesperança o Anjo do Senhor lhe aparece com uma saudação incomum: “Você é corajoso, e o Senhor está com você!” (Jz 6.12).

Como isso é possível? Assim como o povo de Israel, Gideão estava escondido, com medo, mas o Senhor via em sua vida a coragem da fé necessária para libertar uma nação. Por isso Gideão teve dúvida quanto a presença de Deus ao declarar: “Se o Senhor está com o nosso povo, por que... onde estão... Ele nos abandonou...” (Jz 6.13).

Mesmo assim o Senhor lhe ordena: “Vá com toda a sua força... Sou Eu quem está mandando...” (Jz 6.14). Mas Gideão retruca revelando dúvida da comissão ou da tarefa: “Senhor, como posso...” (Jz 6.15).

E o Senhor insiste: “Você esmagará todos... como se eles fossem um só homem.” (Jz 6.16). Gideão pede uma prova, pois tinha dúvida da garantia da vitória: “... então dá-me uma prova...” (Jz 6.17).

Você como Gideão têm duvidado da presença de Deus? Tem duvidado da missão que Ele te deu? Continua duvidando da garantia da vitória?

Pare de cobrar sinais e segurança! Você já recebeu de graça, recebeu sem pagar, então dê sem cobrar (Mt 10.8). Creia que quando o Espírito Santo começa a agir, toda dúvida, inquietude e comoção são expulsas. Deixe o Espírito testificar por você.

Isaías

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Durante um período de 10 anos o rei Uzias sofreu de uma terrível doença de pele, uma praga conhecida por lepra (Números 13.1-59). Esta lepra do rei Uzias surgiu a partir de um terrível pecado.

No auge do seu reinado, Uzias havia se atrevido a entrar no Templo do Senhor para oferecer incenso no altar (II Crônicas 26.16). Esta função era exclusiva e destinada aos sacerdotes descendentes de Arão (Nm 16.40). Por este abuso, no mesmo instante, Uzias se tornou leproso (II Cr 26.19). O seu orgulho foi a sua desgraça (II Cr 26.16).

Um jovem de uma rica e respeitável família, chamado Isaías, mantinha uma estreita relação com esta família real. Quando criança ele havia escutado sobre as vitórias e conquistas de Uzias. Agora como adulto, seria testemunha da morte deste rei pela lepra (II Cr 26.21-23).

Sem Uzias como referência, Isaías um dia voltou ao Templo do Senhor (Isaías 6.1), onde seu rei havia se tornado leproso. Ali Isaías vê a glória do Senhor encher aquele Templo com uma santidade aterradora, que levava até os serafins a cobrirem as faces com as asas (Is 6.2).

Eles clamavam com alta voz: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia da Sua glória” (Is 6.3). O barulho das vozes dos serafins fizeram que as umbrais das portas se movessem e os alicerces do Templo tremiam.

Apesar da gloriosa presença de Deus encher TODA a terra, Isaías justificou sua exclusão da Glória e

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da presença de Deus. Isso porque Isaías ainda tinha dúvidas por causa do passado.

Veja, o rei Uzias havia encontrado a morte neste mesmo Templo. Por isso parecia impossível acreditar no chamado de Deus para a sua vida, o chamado para um pecador. Isaías colocou o rosto nas mãos e exclamou com terror:

“Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro no meio de um povo que também tem os lábios impuros. E com os meus próprios olhos vi o Rei, o Senhor Todo-Poderoso!” (Is 6.4).

Você vive em um passado que nunca passa? Continua preso nos antigos e atrevidos pecados? Você julga Deus por causa daquilo que aconteceu na vida dos outros?

Se você sabe que Jesus já te salvou, então pare de se preocupar. Pois Jesus é tudo o que o homem precisa conhecer. Não existe vida fora do Seu conserto. Seu passado com seus erros foram esquecidos pelo Senhor.

Chegou o momento de você ir e levar este conserto, esta restauração de Jesus ao mundo. Então se levante e ande, pois é o Espírito Santo quem faz a obra.

JeremiasQuando o Senhor chamou a Jeremias, Ele

declarou que sabia exatamente a quem estava chamando: “Antes que te formasse no ventre te conheci,

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e antes que saísses da madre te santifiquei: as nações te dei por profeta” (Jr 1.5).

Deus estava dizendo: “Antes do mundo ser formado Jeremias, Eu já tinha um plano para a tua vida. Te criei, escolhi e separei para que você pregasse a Minha Palavra para as nações”.

Mas Jeremias colocou em dúvida a sua própria capacidade ao justificar: “... não sei falar; porque sou uma criança” (Jr 1.6). A expressão hebraica na’ar (criança) era utilizada para qualquer pessoa com idade entre 3 meses e 40 anos. Jeremias, a auto-intitulada “criança”, tinha nesta época cerca de 24 anos de idade.

Saiba que cada um tem o seu lugar no Reino. Deus nos dá um chamado e depois abre as portas para cumprir a missão. Ele lhe entrega as responsabilidades, os talentos. Por isso o Senhor te diz: “Eu te chamei, Eu te escolhi: nunca mais diga que não é capaz!”

2. Apenas diga SIM!

“Portanto, sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que Ele os honre no tempo certo. Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois Ele cuida de vocês. Estejam alertas e fiquem vigiando porque o inimigo de vocês, o Diabo, anda por aí como um leão que ruge, procurando alguém para devorar” (I Pedro 5.6-8).

Pedro sabia muito bem o que o Espírito Santo estava lhe dizendo quando escreveu estes versos. Ele

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também teve que dizer um SIM para o chamado de Deus.

Pedro“O que será que Deus está querendo dizer?” –

foi a pergunta que Pedro começou a se fazer diante de uma visão que lhe arrebatou dos sentidos (Atos 10.10, 17). Enquanto orava em um terraço Pedro teve uma visão na qual desciam do céu aves, quadrúpedes e répteis. Todos animais considerados imundos e proibidos como alimento pela Lei de Moisés. Esses animais eram acompanhados de uma ordem simples: “Pedro, levante-se! Mate e coma!” (At 10.13).

Pedro estava faminto, estava esperando o almoço ser preparado e conhecia a voz de quem falava com ele. Apesar disso a resposta de Pedro foi de um temor contraditório: “De jeito nenhum, Senhor!” (At 10.14).

Pedro estava dizendo “não” para a ordem, estava dizendo “não” para o chamado de Deus. Isso não é de todo incomum. Muitos passam a vida toda dando respostas negativas ao chamado de Deus e desconhecem que a paciência de Deus diante deste “não” é uma oportunidade para que todos sejam salvos (I Pe 3.15).

Mas este não era o caso de Pedro, ele era um dos apóstolos escolhido por Jesus. Mesmo assim Pedro fez como muitas pessoas, chamou Deus de “Senhor” e Lhe respondeu negativamente.

Contraditório? Você alguma vez já fez isso? Disse “não” para Deus? Neste caso o quanto Deus é de fato

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“Senhor” de sua vida quando você lhe responde “de modo nenhum”, “nunca”, “eu não”?

A ordem se repete por três vezes e, após meditar, Pedro compreende essa visão: Deus estava lhe chamando para coisas muito maiores do que qualquer outra que ele já houvesse experimentado. Tudo que Pedro tinha que dizer era “SIM”. Pois o Deus que o chamava era “poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” (Efésios 3.20).

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Até mesmo as pessoas ao nosso redor podem duvidar que Deus nos deu um chamado! Elas dizem: “Você têm tudo para ter uma carreira brilhante. Saia desta rotina de igreja. Você não vai chegar a lugar nenhum andando com esses 'crentes'. Acorda! Deus não te chamou, isso tudo é pura emoção, a realidade é diferente, é outra. Você conhece a Bíblia, procure discernir, Deus não chama as pessoas desse jeito não. Os outros estão te usando.”

Jesus enfrentou os mesmos problemas em Seu ministério. Os fariseus diziam que Ele estava possesso pelo demônio (Mt 9.24) e que Jesus era um mentiroso (João 8.13); seus conterrâneos diziam que Ele não passava de um carpinteiro (Mt 13.55);

Herodes dizia que Jesus era João Batista que havia ressuscitado (Mt 14.2); algumas pessoas da multidão diziam que Ele era um enganador (Jo 7.12);

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outras pessoas afirmavam que Jesus era apenas um profeta (Marcos 6.15);

Seus discípulos ouviram falar que Ele era Elias ou Jeremias (Mt 16.14); muitos do povo diziam que Ele era um louco (Jo 10.20); os moradores de Nazaré diziam que Jesus era um simples nazareno (Lucas 4.22); os judeus diziam que Ele era um desprezível samaritano (Jo 8.48); os moradores de Jerusalém diziam que Jesus era apenas um ser humano (Jo 10.33).

Mas o que Jesus fez em relação a tudo isso? Apenas disse SIM ao chamado do Pai. Jesus se humilhou debaixo da poderosa mão de Deus, lançou sobre Ele todas as Suas preocupações e foi sóbrio, esteve alerta e vigilante em todas as coisas.

Como conseqüência disso, Deus no tempo certo exaltou Jesus, o mais humilde dos servos. Deus cuidou de todas as Suas ansiedades geradas por Sua missão. E o Diabo não O pode devorar! (I Pe 5.6-8)

Saía logo!

Para aqueles dois servos que receberam os talentos, o chamado estava claro! O Senhor entregou a sua propriedade, os seus bens, para que eles tomassem conta (Mt 25.14). E para que através desse ministério (o de ser administrador das coisas do Senhor) eles cumprissem a Grande Comissão: dar lucros. O propósito de Deus ao dar talentos ao Seu povo é sempre produzir frutos.

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Difícil? Decepcionante por não haver visões celestiais ou profetas dançantes ao redor? Mas este era o chamado do Senhor para as suas vidas.

Por terem plena convicção em seus corações quanto ao chamado de Deus, os dois primeiros servos “saíram logo”, começaram imediatamente, logo após o chamado (Mt 25.16). Não havia dúvidas, não havia temor, não precisavam de sinais especiais. O chamado era um ato de fé, e a fé traz consigo as verdades que o coração precisa.

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DO IS

A VISÃO PROFÉTICA: CRENDO NA FIDELIDADE

DE DEUSToda pessoa chamada por Deus precisa de uma visão,

algo que a possa mover com ousadia. Um desejoardente sempre acompanha a visão e a

impulsiona a prosseguir.

Todo chamado é acompanhado por uma promessa profética. Uma visão das conquistas que se podem obter em função de um posicionamento fiel de nossa parte.

Algumas vezes a visão profética é dada antes mesmo do chamado. Foi isso o que ocorreu, por exemplo, na vida de José. Ele primeiro teve sonhos que lhe revelavam as promessas para sua vida, antes mesmo de saber qual seria o chamado.

1. Muito além de sonhos

JoséJosé tinha apenas 17 anos quando Deus lhe

revelou a visão profética para sua vida. O mais moço entre seus 10 irmãos, José vivia um paradoxo entre ser o predileto de seu pai Jacó e odiado por seus irmãos.

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Este ódio tomou uma crescente desmedida quando José começou a ter sonhos (Gênesis 37.8). Sonhos de esperança e honra para José, mas perturbadores para seus ciumentos irmãos (Gn 37.10-11).

As grosserias, a raiva, o ódio e a inveja de seus irmãos culminaram na execução de um plano humilhante: a venda de José como escravo pelos próprios irmãos (Gn 37.28).

A descrição que o salmista faz de José é de “... um homem vendido como escravo. Os seus pés foram presos em correntes, e no seu pescoço puseram uma coleira de ferro” (Sl 105.17-18). Os anos seguintes da vida de José foram marcados por dificuldades e injustiças.

Quando José parecia começar a se levantar e a receber o mínimo de dignidade humana, ele foi falsamente acusado de tentativa de estupro e colocado em uma prisão. As correntes voltaram aos seus pés e a coleira voltou ao seu pescoço (Gn 39.10-20).

Não, o grande conflito de José não era a rejeição de seus irmãos; não era a condição humilhante de escravo; não eram os anos de solidão em uma terra desconhecida; não era a carência por afeição; não era a dor da injustiça que o fez prisioneiro; não eram os dramas psicológicos de uma vida em correntes...

O conflito de José era olhar para os grilhões que o prendiam e mesmo assim acreditar nos sonhos de sua juventude. Como ter certeza que não foram apenas sonhos, enganos de seu coração? Como saber se de fato Deus havia lhe falado? Será que José havia

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desperdiçado 13 anos de sua vida fiel a nada (Gn 37.20)?

Foi Deus quem mandou José para o Egito. Durante todo esse tempo Deus preservou a vida de José, pois Ele tinha um propósito. Deus permitiu que José ficasse “... na prisão até que se cumpriu o que ele tinha dito. A Palavra do Senhor Deus provou que José estava certo” (Sl 105.19).

José não ficou com o coração nas circunstâncias, seus olhos não se fixaram nas correntes, ele não se “limitou” ao fato de não ter a opção de ir ou vir. Ele não procurou “ajudar” Deus a cumprir a visão profética em sua vida. Não tentou subir socialmente através de um relacionamento sexual com a mulher do seu senhor. Não organizou um motim ou uma rebelião para que pudesse fugir. Na cadeia não se tornou membro ou líder de alguma facção criminosa.

Ele esperou, confiou e provou da Palavra de Deus. Pois toda promessa passa pelo teste do tempo, para que o homem seja provado e aprovado pela Palavra de Deus.

2. Tudo ao seu tempo

CalebeAssim como todo o povo de Israel que estava

escravizado no Egito, Calebe tinha como vontade de Deus, como propósito para sua vida, a saída livre do Egito e a conquista de “... uma terra boa e larga, uma terra que mana leite e mel” (Êxodo 3.7-8). Calebe

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havia sido chamado por Deus para participar do ministério de libertação de um povo. Calebe havia sido liberto com o povo para libertar o povo. Seu chamado: Liberto para libertar.

Cerca de um ano depois que havia saído do Egito, Calebe e mais onze companheiros receberam um chamado específico, uma missão para conhecer a Terra Prometida: “Vão... vejam bem que terra é essa” (Nm 13.17-20).

Após uma viagem empolgante de 40 dias e a apresentação de provas irrefutáveis das maravilhas da terra a ser conquistada, o relato muda tragicamente com a covardia e a incredulidade de 10 destes 12 homens. Neste caso também não havia engano na escolha dos espiões, todos eram líderes e chefes de tribos do povo de Israel (Nm 13.1-2).

Depois de um posicionamento e um livramento dramático de Calebe e seu amigo Josué; ele recebeu a visão profética para a sua vida: “Mas o meu servo Calebe tem um espírito diferente e sempre tem sido fiel a mim. Por isso eu farei com que ele entre na terra que espionou, e os seus descendentes vão possuir aquela terra” (Nm 14.24) “... e por isso darei a ele e aos seus descendentes a terra por onde ele andou” (Deuteronômio 1.36).

Aquela geração passou a vagar pelo deserto e 38 anos depois todos que saíram do Egito tinham morrido (Dt 2.14-15), apenas dois israelitas que haviam saído da escravidão estavam em pé: Josué e Calebe. Um ano depois esses dois homens e a geração

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que nasceu no deserto entram na Terra Prometida. Mas cinco mais tarde, ou seja, quarenta e cinco anos desde aquele evento no deserto, Calebe ainda não havia visto a visão profética de Deus se cumprir em sua vida.

Calebe recebeu o que lhe foi prometido somente quando teve certeza de estar pronto para receber a promessa! “Olhe para mim! Estou com oitenta e cinco anos e me sinto tão forte... ainda tenho bastante força para combater na guerra e para fazer o que for preciso” (Josué 14.10-11), disse Calebe a Josué. Ele estava pronto para receber as bênçãos plenas de Deus.

Se não tivesse passado pelo tratamento de Deus, Calebe nunca teria visto o cumprimento da promessa de Deus para sua vida. Deus cumpre a Sua Palavra no momento certo, quando estamos prontos. Pessoas doentes, fracas, abaladas não precisam de bênçãos, precisam de repouso, de descanso. Calebe estava forte, ele foi provado e tratado pelo tempo.

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A promessa de Deus se cumpre em nossa vida quando somos fiéis ao chamado. Quanto mais você cumpre o chamado, mais a visão se torna persistente e vívida em sua vida. Uma vida cristã de dores, lamentações, frustrações e angústias não pode levar ao cumprimento da visão profética.

Na parábola, para os servos que permanecessem fiéis, a promessa era que festejariam com o Senhor e seriam colocados em lugar de honra, sobre muito (Mt 25.21). E como alcançariam esta promessa para suas

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vidas? Cumprindo a ordem, obedecendo ao chamado, no caso multiplicando os talentos!

Após sua ressurreição Jesus esteve por um período de 40 dias com os seus discípulos. Agora sem o Seu Mestre, como poderiam achar propósito na vida? O que o futuro lhes reservaria? O que fazer? Neste período Jesus lhes respondeu todas essas questões. Ele lhes deu uma visão profética: O REINO DE DEUS! E também lhes deu um chamado, uma missão: “... [vocês] serão as minhas testemunhas (...) até nos lugares mais distantes da terra” (At 1.3-8).

Quando o Pai enviou o Filho, Jesus simplesmente veio. E Jesus possuía a mesma expectativa em relação aos seus discípulos (Jo 20.21). Realmente estes homens não O decepcionaram. Paulo resumiu isso ao dizer “... façam o que é direito e certo e que se entreguem ao serviço do Senhor com toda a dedicação” (I Coríntios 7.35). Olhando para o futuro, para a visão profética, os discípulos partiram para cumprir este chamado.

Para aqueles dois servos fiéis a visão profética se tornou real. Eles entraram no banquete do seu senhor. Se você cumprir a sua missão também ouvirá o próprio Senhor lhe convidando: “Venha festejar comigo!” (Mt 24.21, 23).

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TRÊS

RELAÇÃO OU VISÃO ERRADA DE DEUS!

O cenário composto por chamado, visão profética, vitória e recompensa muda drasticamente quando o terceiro servo se

apresenta diante do Senhor. Ele havia passado pelo processo que tornou sua vida cristã infrutífera. Uma

vida sem propósito.

O último servo chega na presença do Senhor com a seguinte saudação: “Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro” (Mt 25.24). Não vemos essa declaração ou essa visão por parte dos dois primeiros servos.

A Bíblia nos ensina que tudo o que Deus é em um determinado lugar, Ele é em todos. Por isso os dois primeiros servos não enxergavam o Senhor como “homem severo”. Para eles o Senhor era aquele que os faria entrar em Seu gozo, em Sua alegria (Mt 25.21).

Essa visão do “homem cruel” era exclusiva deste único servo, era o modo pelo qual ele via o caráter de Deus: severo, insensível, rude, duro, áspero.

O Pai nos concede talentos somente para investi-los no Reino. O Senhor não entregou o talento a este servo por motivos aleatórios. Não, Ele conhecia a

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inclinação do seu coração e esperava um retorno dele. Assim como também espera colher os frutos do investimento que tem feito em sua vida.

Mas esse servo havia desenvolvido um relacionamento com o Senhor baseado na visão do “homem severo”. Quando não conhecemos o caráter do Senhor passamos a viver com Ele em um sistema de troca: damos o dízimo esperando uma recompensa; vamos a igreja para que no dia seguinte nossos problemas possam ser solucionados; deixamos de pecar para que algo ruim não nos aconteça.

Logo esse sistema evolui de troca para escravidão, onde a necessidade de submissão não ocorre por amor, mas por opressão. Nesta visão além de troca, de escravidão, o Senhor passa a ter um prazer mórbido em castigar, oprimir, humilhar e provar o seu servo. O que resta deste relacionamento é um profundo ressentimento e amargura contra Deus.

1. Deus me decepcionou...

Um sentimento crescente é a decepção com Deus. Muitas pessoas não admitem, mas em seu íntimo elas possuem uma espécie de amargura contra Deus. Elas desistiram de lutar, pois Deus não lhes atendeu na proporção da urgência de seus problemas. Elas ficaram desiludidas, desgastadas, magoadas em seus relacionamentos com Deus. E é isso que vemos na vida de Jonas.

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JonasJonas recebeu um chamado para sua vida:

“Apronte-se, vá à grande cidade de Nínive e grite contra ela, porque a maldade daquela gente chegou aos meus ouvidos” (Jonas 1.2). Um chamado relativamente fácil, porém que passava pelo coração estreito, intolerante e insensível de Jonas.

O chamado de Jonas aparentemente não tinha nenhuma relação com a visão profética que Deus lhe havia dado: ele veria o restabelecimento dos termos de Israel (II Reis 14.25). Pois esse chamado era para que ele anunciasse o juízo sobre um povo pagão.

Após uma séria de desventuras Jonas finalmente entregou a mensagem de condenação ao povo de Nínive (Jn 3.3-4): a destruição total ocorreria em um prazo de 40 dias. Mas o povo se arrependeu (Jn 3.5-9), Deus usou de misericórdia (Jn 3.10). A destruição que Deus mandou Jonas anunciar não aconteceu. Com isso Jonas se encheu de raiva, frustração e ressentimento (Jn 4.1).

Para Jonas o seu ministério havia sido colocado em dúvida. Jonas ignorou naquele momento que “... todo esforço nesse trabalho [do Senhor] sempre traz proveito” (I Co 15.58).

Deus sempre compreende o nosso choro de dor, a nossa confusão, a nossa aflição, o clamor humano. Pois em essência é o mesmo clamor proferido por Seu Filho na cruz do Calvário (“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” Mt 27.46). Mas o ressentimento de Jonas levou Deus a perguntar-lhe: “Jonas, você acha

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que tem razão para ficar com tanta raiva assim?” (Jn 4.4).

Mas Jonas via motivo sim, o seu ministério como profeta era um fracasso, sua vida um sofrimento em vão. O que havia adiantando enfrentar a temprestade no mar? De que serviu os três dias no desconfortável e mal-cheiroso ventre do grande peixe? Em sua concepção Deus o havia traído.

Para Jonas, Deus não estava preocupado com a sua vida, seu sacrifício e sua fidelidade, antes Ele havia escolhido agir em favor de um povo pecador. O coração cheio de ressentimento contra Deus fazia com que Jonas visse como saída somente a sua própria morte.

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Toda a raiva contra Deus começa com um desapontamento. Talvez você não esteja com raiva de Deus, mas de qualquer forma está decepcionado. E a decepção fez com que você perdesse a confiança. As coisas simplesmente não ocorreram exatamente como você planejou, surgiu então a sensação de desorientação ou de traição.

Isso agora lhe impede que se submeta inteiramente a Ele. Sente-se deprimido com o momento que está passando e desesperançado em relação ao futuro. Por isso parou de orar. “Para que orar se Deus só faz o que Ele quer mesmo?” – você pode estar pensando. “Não vou perder meu tempo Lhe dando minha opinião. Que Ele faça a Sua vontade” – você pode estar desabafando.

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De qualquer maneira, você não irá gozar a plenitude das bênçãos de Deus para a sua vida. E esse sentimento de rebeldia o irá afastar de Deus. Aquele que dúvida não recebe nada de Deus. É como a onda do mar, sem direção, não vem e nem vai, inconstante (Tiago 1.6).

E agora quando você ora, é como se estivesse colocando Deus em julgamento. Procura sempre fazer uma troca ou barganha com Deus: “Se o Senhor me atender, vou Lhe dar o dízimo, vou a igreja, vou Lhe servir. Mas somente se o Senhor me responder. Se não, vou viver do meu jeito que ganho mais”. Ou como se o pedido fosse uma agressão: “Quer saber de uma coisa? Faça o que Você tiver que fazer!”.

E tudo o que você precisa fazer é crer em Deus! “Porque nós cremos com o coração e somos aceitos por Deus; falamos com a boca e assim somos salvos. Porque as Escrituras Sagradas dizem: 'Quem crer nEle não ficará desiludido'.” (Romanos 10.10-11).

2. Servir ao Senhor é pesado!

Quando temos um relacionamento errado com o Senhor, a Sua mensagem e o Seu chamado tornam-se pesos esmagadores. Na época de Jeremias toda uma nação via a palavra do Senhor como um peso (Jr 23.33-40). O povo procurava os sacerdotes e profetas e lhes perguntavam: “Qual é o peso do Senhor?” ou literalmente “Qual é a carga da mensagem do Senhor para nós?” (Jr 23.33). E os próprios ministros

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suspiravam: “A mensagem do Senhor é uma carga” (Jr 23.38)!

Eles se sentiam “oprimidos” com a Palavra do Senhor porque torciam as palavras do seu Deus, o Deus vivo, o Senhor Todo-poderoso (Jr 23.36). Quando perdemos o foco no chamado de Deus para a nossa vida, Sua Palavra se torna um peso por não estar em harmonia com os nossos desejos!

Considerar o chamado pesado, sua palavra uma carga e amar a Deus um sacrifício, é uma ofensa ao amor de Deus derramado sobre nossas vidas. Com essas atitudes nós é que passamos a ser uma carga para o Senhor (Jr 23.33), da qual Ele se livraria se não fosse Sua misericórdia (Jr 23.39).

Fardo e jugoO convite de Jesus é para que todos os que

estão cansado e oprimidos com suas pesadas cargas venham até Ele, para que encontrem descanso (Mt 11.28). Indo até Ele, nossas cargas são trocadas por Seu fardo leve e Seu jugo suave (Mt 11.30).

Fardo é o conjunto das coisas que são transportadas sobre animais de carga. E o peso desta carga foi estabelecido desde o princípio como “leve”.

Desde que Jesus pronunciou essa mensagem este fardo não aumentou ou diminuiu seu peso em uma grama sequer. Nem as mudanças nos relacionamentos sociais, nem as alterações econômicas, nem as mutações políticas puderam alterar o peso do fardo de Jesus.

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O jugo também não seria opressor. Jugo é a peça de madeira que liga (emparelha) os bois para que puxem o arado ou o carro. Mas apesar da finalidade de seu uso, o jugo que Jesus lhe coloca se ajusta perfeitamente: não pressiona, não marca, não fere. O jugo simboliza domínio, sujeição, por isso Jesus disse: “O meu jugo é suave” ou “os deveres que Eu exijo de vocês são fáceis”.

Mas se de Jesus vêm o jugo suave e o fardo leve, por que muitas vezes sobre nós o fardo é pesado e o jugo é duro? Por que cumprir o chamado às vezes se torna complicado? Por que a vida cristã se torna difícil e o Evangelho parece esmagador?

Se o fardo nos cansa e sobrecarrega, e se o jugo nos oprime e machuca é porque não são aqueles que vêm do Senhor Jesus! Nos sentimos oprimidos, frustrados, decepcionados quando nos colocamos embaixo de zelos humanos. Perdemos o foco no nosso chamado e nos preocupamos com coisas motivadas por nossa paixão, nosso anseio, nosso desejo.

E o resultado das coisas que não estão alinhadas com o nosso chamado é a frustração. A frustração é a sensação de impotência, a sensação de derrota, após o uso de todos os recursos.

Mas se buscarmos o Seu Reino, cumprirmos o chamado acima de todas as coisas, não ficaremos frustrados ou iludidos (Mt 6.33).

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Em diversas situações rejeitamos a Palavra de Deus como se fosse um jugo de escravidão. Quando tudo o que Jesus pediu é que levássemos até Ele os nossos fardos!

Ele deseja saber de seus problemas, conhecer suas preocupações, assumir os seus interesses, responder às suas necessidades. Por isso Pedro escreveu: “Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois Ele cuida de vocês” (I Pe 5.7).

3. Olhamos as circunstâncias.

Quando olhamos as circunstâncias, nós mudamos o nosso conceito sobre Deus. Tiramos os olhos do chamado e da visão profética e vemos a situação em que nos encontramos.

Existem pessoas que passam anos indagando “por que?”: “por que tanto sofrer se eu não mereço? Se eu sempre andei pelos caminhos do Senhor, se sempre louvei o Seu nome, por que esse mal me consome? Quanto tempo terei que esperar para ver alguma coisa acontecer?”

Isso tudo ocorre porque o foco está errado, está nas circunstâncias e não no Senhor que garante a vitória!

Igreja de TessalônicaOs missionários Paulo, Silas e Timóteo chegaram a

Tessalônica e durante um espaço de três sábados seguidos pregaram o Evangelho na sinagoga local (At

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17.2). Dois desses missionários tinham o corpo marcado por uma aterrorizante surra com varas (At 16.22-23). E por intervenção divina eles haviam recentemente saído da cadeia mais bem guardada da cidade de Filipos (At 16.35-36).

Esses missionários apresentavam marcas de descomunal sofrimento e visível pobreza. Mas não eram mendigos ou pedintes, além da roupa do corpo talvez possuíssem algumas ferramentas para confeccionar tendas. Por isso em sua estada em Tessalônica trabalharam de dia e de noite para não se tornarem um peso para ninguém (I Tessalonicenses 1.9).

Apesar de toda esta circunstância anunciavam o Evangelho “... com poder, com o Espírito Santo e com a certeza de que esta mensagem é verdade” (I Ts 1.5). Mas nas três primeiras semanas, essa recém fundada igreja suportou um sofrimento iminente. Um grupo de “malandros e desordeiros” fizeram muita confusão na cidade por inveja a mensagem pregada por esses missionários (At 17.5).

Alguns recentes convertidos, como Jasão, tiveram suas casas e propriedades invadidas, e foram levados presos (I Ts 1.6-8). Foram subornados e coagidos a darem parte dos seus bens (I Ts 1.9). E mesmo assim eles receberam a palavra do Senhor em meio a muita tribulação, com alegria do Espírito Santo (I Ts 1.6)!

Paulo então testemunhou que essa recente comunidade tornou-se exemplo para todo o mundo: “(...) vocês se tornaram um exemplo para todos os

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cristãos das províncias da Macedônia e da Acaia. Pois a mensagem a respeito do Senhor partiu de vocês e se espalhou pela Macedônia e pela Acaia, e as notícias sobre a fé que vocês têm em Deus chegaram a todos os lugares” (I Ts 1.7-8).

Eles foram muito perseguidos, mais do que qualquer outra igreja na época. Seus próprios conterrâneos, seus vizinhos, conhecidos, talvez até parentes, os perseguiram (I Ts 2.14). Recém convertidos, seus matrimônios foram postos em prova (I Ts 3.3), seus empregos foram testados e perderam o respeito da comunidade (I Ts 4.11-12). Paulo afirma que o Diabo atacou a igreja, cada família e cada cristão de tal forma que ele ficou com medo da igreja ser destruída (I Ts 3.5).

Mas a Igreja de Tessalônica não iria desistir, seus obreiros e santos estavam decididos a viver o poder do Evangelho: “Embora tenham sofrido muito, vocês receberam a mensagem com aquela alegria que vem do Espírito Santo” (I Ts 1.6), testemunharam Paulo, Silas e Timóteo. Eles haviam de fato recebido o Espírito Santo sobre suas vidas.

Paulo sabendo o que aquela igreja havia suportado chegou a confidenciar que quando o “Senhor Jesus vier, vocês [tessalonicenses] e ninguém mais são de modo todo especial a nossa esperança, a nossa alegria e o nosso motivo de satisfação, diante dEle, pela nossa vitória. Sim, vocês [da igreja de Tessalônica] são o nosso orgulho e a nossa alegria!” (I Ts 2.19-20).

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Onde está a alegria do Espírito Santo em seus dias de lutas e aflições? O que está faltando? Ensinos teológicos, cultos de avivamento? Não, segundo Paulo o que fez diferença na vida dos tessalonicenses foi seguir o exemplo do Senhor Jesus (I Ts 1.6).

Não sucumba à pressão! A Igreja de Tessalônica sofreu grandes aflições, tremendas provações, tempos difíceis, perseguições mortais. Mas estava cheia da alegria do Espírito Santo. Se concentre no chamado de Deus para a sua vida.

O chamado de Deus para a sua vida é real! Não perca o foco no chamado, deixe que o próprio Senhor se torne o Seu Defensor: “Ele fará com que a sua honestidade seja como a luz e com que a justiça da sua causa brilhe como o sol do meio-dia.” (Salmo 37.6)

Volte aos braços do Pai

O inimigo quer lhe manter convencido de que Deus está bravo com você. E ele fica repetindo isso para você de dia e de noite. Quem diz que você não é digno? Quem diz que você não têm valor? Quem recorda todos os pecados e falhas, e o acusa: "Você tem mãos sujas, coração impuro! Sua alma não é inocente. O Senhor nunca irá tocar em você!"?

Esta é a voz da velha serpente mentirosa, aquela que mente desde o dia em que caiu do céu! Ele diz: "Você não pode ir a igreja, sua vida é uma vergonha.

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Você já fez tanta coisa errada que nunca será digno de conviver com os santos!" Talvez você se sinta indigno de ser chamado filho do Senhor. Você olha para as pessoas que admira e talvez pense que nunca conseguirá ser como eles, ter uma vida espiritual tão consistente. E o inimigo continua lhe enviando mentiras e você passa a culpar Deus por seus erros e fracassos.

Muitos chegam a um ponto que se sentem indignos, abatidos, fracos, abandonados e traídos por Deus. Esquecem de deixar queimar em seus corações o amor de Deus: "Porque o Filho do homem não veio para perder as almas dos homens, e sim para salvá-las..." (Lc 9:56).

E quem acaba sendo o Senhor da sua vida? O “homem duro” que lhe oferece serpentes no lugar de peixes, pedras em vez de pão e escorpiões como se fossem ovos? Ou o Pai amoroso que não negou Seu Único Filho e com Ele quer lhe dar todas as demais coisas?

Você sente que levou para casa um produto que não comprou? Quem é O Senhor de sua vida é o “homem cruel” que não respeita seus planos, seus sonhos e seu íntimo? Ou o Deus “o Alto e Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo”, que por vontade própria mora “com os humildes e os aflitos”, que opera em suas íntimas motivações “para vivificar o espírito dos abatidos”, que age no profundo de cada sentimento “para vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15)?

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Temos um dos maiores privilégios da história da humanidade: o direito, a coragem e a liberdade de entrar na presença de Deus e lhe chamar de Pai. “Deus fez isso de acordo com o Seu propósito eterno, que Ele realizou por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. Por estarmos unidos com Cristo Jesus, por meio da nossa fé nEle, temos a coragem de nos apresentarmos na presença de Deus com toda a confiança” (Efésios 3.11-12).

Paulo nos diz que “Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o Seu prazer e a Sua vontade. Portanto, louvemos a Deus pela Sua gloriosa graça, que Ele nos deu gratuitamente por meio do Seu querido Filho" (Ef 1:5-6). Não existe outro motivo para a adoção a não ser o Seu amor por você.

Deus é o Pai que te espera com os braços abertos. Pedro escreveu que Deus tem um amor sem limites por nós (I Pd 5.10). João escreveu que TODO amor de Deus já foi derramado sobre a sua vida por meio de Seu Filho Jesus Cristo (Jo 3.16).

Você crê em Jesus? Pois a Palavra de Deus afirma que todo aquele que crê em Jesus recebeu o direito de se tornar filho de Deus (Jo 1.12). Então mude a visão que você têm do caráter de Deus! Em nome de Jesus abra a porta do armário!

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QUATRO

COMPLEXO DE MEDO: ESPÍRITO DE COVARDIA

Quando não conhecemos o caráter de Deus, quando temos um relacionamento errado com Deus, quando temos

uma visão distorcida de Deus tudo o que nos resta é o medo.

Definitivamente aquele servo era covarde. E não tinha o mínimo constrangimento em confessar isso: “Eu sei que o senhor é um homem duro, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Fiquei com medo...” (Mt 25.24-25).

A humanidade vive sob o império do medo. Medo da vida, medo dos desafios, medo de perder o emprego, medo pela família, medo de sofrer um acidente, medo de ser assaltado, medo de ficar doente, medo de uma crise financeira. Medo é o combustível da mídia e dos jornais sensacionalistas.

Mas o que pensar quando encontramos pessoas que servem a Deus, mas que vivem acorrentadas pelo medo?

Medo de se orgulhar pelo que Deus tem feito em sua vida; medo de fracassar mais uma vez diante do pecado; medo do dia que está começando; medo do passado que nunca passa; medo do desconhecido que o

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amanhã reserva; medo de suas idéias confusas; medo da solidão e do abandono que uma vida cristã dedicada possa causar.

Estas pessoas se entregaram ao Senhor, mas em algum canto secreto elas continuam duvidando. Continuam alimentando um relacionamento errado com Deus. Não querem intimidade com o seu Senhor por isso O guardam em um armário.

Qualquer relacionamento errado sempre gera o medo. Por sua vez o medo escraviza, oprime e tortura. O rastro deixado por uma vida de medo é de muita confusão e dissensão. No caso deste servo, o medo era a incredulidade!

1. Exceto eu!

Os Discípulos no Barco“Logo em seguida [da multiplicação dos pães e

peixes], Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco...” (Mc 6.45). Neste dia eles haviam presenciado incríveis acontecimentos: multidões sendo curadas e em seguida alimentadas a partir de cinco pães e dois peixes (Mc 6.30-44).

Não Jesus “ordenou” que os discípulos entrassem rapidamente no barco (Mt 14:22). Jesus insistiu com termos mais fortes descrito por Marcos como “obrigou”. Ele mesmo dispensaria a multidão e encontraria com eles depois em Betsaida.

Temos um novo cenário: agora os discípulos de Jesus estão num barco, no meio de um lago, fustigados

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por um mar muito agitado. Eles estão com medo. E estão nesta situação porque obedeceram a Jesus e entraram no barco.

Seguir Jesus enquanto Ele fazia milagres era fácil e prazeroso. Aprender sobre a fé sem esforço ao ver os milagres do Mestre era agradável. Mas a idéia de passar a noite em um barco no meio do lago parecia muito arriscada.

Ao anoitecer, algo terrível aconteceu e uma tormenta atingiu o barco. Os discípulos já haviam remado muitas horas e agora estava escuro. O mar revolto e o vento forte jogavam o barco com tanta violência que aqueles pescadores experientes estavam perdendo a coragem.

E não é de se admirar que estivessem aterrorizados (Jo 6.19): em meio a escuridão os discípulos vêem alguém caminhando sobre as águas em direção a eles. O medo foi tal que Mateus e Marcos relatam que os discípulos pensaram estar vendo um fantasma (Mt 14.25).

Você consegue imaginar o que é ver “fantasma” em meio a uma tormenta no escuro? Os discípulos não acreditaram nos próprios olhos e “... pensaram que Ele era um fantasma e começaram a gritar. Todos ficaram apavorados com o que viram” (Mc 6.49-50).

Então Jesus se revelou e disse para não se amedrontarem “... e subiu no barco com eles, e o vento se acalmou. Os discípulos estavam completamente apavorados” (Mc 6.51).

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Mateus relata que Jesus rompeu os ventos, o mar em agitação, e "... foi até lá [ao barco], andando em cima da água" (Mt 14:25), somente ao despontar da madrugada. Mas por que Ele não veio antes, logo nos primeiros instantes da tormenta?

Marcos diz que Jesus “... viu que os discípulos estavam remando com dificuldade porque o vento soprava contra eles” (Mc 6.48). Por que Jesus ficou assistindo a luta desesperada e os momentos de aflição dos seus discípulos?

Porque somente quando Jesus entra no barco é que vemos a fé começando a se manifestar nos discípulos: “E os discípulos adoraram Jesus, dizendo: De fato, o senhor é o Filho de Deus" (Mt 14:33).

Eles tinham visto naquele dia aleijados com pernas tortas saírem correndo com toda liberdade, olhos cegos sendo abertos e línguas mudas romperem em gritos de louvores a Deus! E somente neste momento um pouquinho de fé aparecia, mas essa não foi uma declaração de fé definitiva dos discípulos no poder que Cristo tinha em operar milagres!

Veja o relato de Marcos "... os discípulos estavam completamente apavorados. É que a mente deles estava fechada, e eles não tinham entendido o milagre dos pães" (Mc 6:52).

Testemunhas incompreensíveis de vários milagres, os discípulos haviam visto a multiplicação dos pães e peixes. Mas o que seus olhos viram não foi compreendido por sua fé. Jesus olhava para os seus

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corações e sabia o que passa por seus pensamentos. Havia dúvidas que ainda os aborreciam.

O que Jesus teria de fazer para levar os seus discípulos a uma fé inabalável? Colocá-los em um barco sozinhos.

O apóstolo Paulo descreve uma das suas experiências da seguinte forma: “... as [tribulações, aflições e sofrimentos]... foram muito além da nossa capacidade de suportar... para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos” (II Co 1.8-9).

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Aqueles homens eram escolhidos de Deus. O Senhor conhecia seus corações e sabia que eles O amavam profundamente e O serviam por livre vontade. Eles estavam prontos para crer que Deus poderia operar milagres nos outros.

Mãos defeituosas poderiam ser corrigidas sim. Um aleijado de corpo retorcido poderia sofrer uma tão grande transformação que de um salto se colocaria em pé e correria! Claro que as multidões poderiam ser alimentadas por um milagre!

O que eles não podiam era crer que Jesus faria o mesmo por eles. Como muitos, eles não criam no Deus que opera milagres quando estavam diante de suas próprias crises. Era mais fácil duvidar, questionar e temer do que entregar, descansar e crer no poder de Jesus em nos livrar.

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2. Deus não precisa de mim!

Uma das mentiras de Satanás é que Deus não precisa de você. Ou pior, Deus não precisa de ninguém! Era justamente essa a visão que o servo tinha do seu senhor ao declarar: “Eu sei que o senhor é um homem duro, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou” (Mt 25.24).

Ora, alguém que colhe onde não planta ou junta onde não semeia precisa de alguém? O servo estava razoando que o seu senhor era auto-suficiente em si mesmo e em seus recursos. Que diferença ele poderia fazer frente aos recursos quase ilimitados de seu senhor? Por que ele deveria ser cobrado sendo apenas um dos muitos servos disponíveis ao senhor?

Em seus pensamentos contraditórios o servo concluiu: “O senhor não precisa de mim! Na verdade, não precisa de ninguém”.

Moisés“Moisés: Desça depressa...” (Êxodo 32.7). Após

um período de 40 dias de comunhão indescritível no Sinai, Moisés recebeu essa ordem de Deus para voltar ao acampamento israelita. Havia se passado pouco mais de 4 meses desde que o povo de Israel tinha sido milagrosamente liberto da escravidão do Egito. Apesar de terem testemunhado o mover sobrenatural de Deus em seu favor, bastaram 40 dias da ausência de Moisés para a fé do povo se evaporar no calor daquele deserto.

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Israel cometeu o pecado abominável, nojento e asqueroso da idolatria: atribuíram à uma imagem, um bezerro feito de ouro, os milagres pela libertação da escravidão do Egito! A essa imagem trouxeram ofertas de gratidão, sacrifícios de submissão, gritos de alegria, músicas de festa...

“Desça depressa porque o seu povo, o povo que você tirou do Egito, pecou e me rejeitou” (Êx 32.7). Não, Deus não estava desprezando o povo ao dizer “o seu povo” para Moisés. Ele também não estava transferindo a responsabilidade para Moisés ao enfatizar “o povo que você tirou do Egito, pecou e me rejeitou”. Na verdade Deus estava renovando o Seu compromisso com o seu servo Moisés!

Deus estava confessando que os esforços de Moisés para libertar o povo da escravidão, eram os Seus esforços. Que a Sua dedicação durante o êxodo, havia sido a dedicação de seu servo. Que o desejo de Moisés em ver o povo de Israel livre, era o Seu desejo. Sim, Deus estava revelando a íntima cumplicidade que tinha com Moisés!

“... Agora não tente me impedir, vou descarregar a minha ira sobre esta gente e vou acabar com eles” (Êx 32.10). Moisés, fiel pastor, estava renovado da presença santa do próprio Deus. Por isso é quase que como Deus pedisse licença para seu servo. “Agora pois deixa-me!”.

Deus havia compartilhado dos Seus propósitos com Moisés desde o início. Os sonhos de Deus haviam sido os sonhos de Moisés. Moisés havia se atrevido a viver

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plenamente no centro do querer de Deus. Agora, Deus revelava a Moisés que Ele se importava com os seus sonhos, com os seus desejos, com suas angústias, com suas dores, com os pormenores do seu íntimo. Deus precisava do Seu servo!

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É necessária uma cumplicidade com Deus, não somente para se conhecer o Seu caráter, mas para viver em conformidade com ele. Uma relação de Pai e filho, onde o amoroso Pai supri tudo o que o filho necessita. Uma relação de Rei e servo, onde o servo humildemente se sujeita à vontade do Rei. Uma relação de Mestre e discípulo, onde somos co-autores e responsáveis por pregar o Evangelho a toda criatura, até os confins da Terra!

Se você falhar e o Evangelho não for pregado para um mundo perdido, ele continuará perdido. Pois não existe outro plano alternativo. Deus precisa de você! Não como escravo, mas como filho.

3. Existe um Espírito em você!

TimóteoTimóteo era o jovem pastor encarregado da

importante igreja de Éfeso. Seu pai espiritual, Paulo, estava preso em Roma e sabia que o seu fim se aproximava rapidamente (II Tm 4.6). Ele se preocupava em enviar ao jovem Timóteo várias instruções preciosas para que ele pudesse cumprir o qual foi chamado.

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Sua carta continha apelos comoventes. Paulo via as suas próprias circunstâncias e se preocupava com Timóteo. Apesar de preso, abandonado por todos (com exceção de Lucas), esperando por sua iminente execução, Paulo declarou: “Pois o Espírito que Deus nos deu não nos torna medrosos; pelo ministério para o contrário, o Espírito nos enche de poder e de amor e nos torna prudentes” (II Tm 1.7).

Paulo já havia passado por diversas situações difíceis na vida. Na verdade, acho que ninguém sofreu como Paulo ao testemunhar o amor de Jesus. Uma carta de Clemente de Roma, no segundo século, testifica que Paulo esteve preso sete vezes. Além disto, ele foi chicoteado cinco vezes, apanhou de vara três vezes, sofreu tentativas de linchamento e foi apedrejado.

Ele havia escrito cartas que percorreriam o mundo, anunciando as boas novas de salvação. Paulo também havia se tornado uma carta viva; não somente por sua conduta de vida, mas pelas terríveis marcas de surras e apedrejamento que trazia em seu corpo. Seu corpo testemunhava Jesus. Em cada uma destas situações Deus o havia livrado para que ele pudesse ir mais adiante, levando o Evangelho para lugares e pessoas inacessíveis.

Mas agora era diferente. Ele sentia que algo começava a mudar. Na verdade Paulo sabia que logo iria escrever uma nova carta. Uma carta que seria escrita com o seu próprio sangue. Sua morte iria testemunhar ao mundo o poder da fé em Cristo Jesus.

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Foi durante a severa perseguição de Nero, que Paulo foi levado a Roma onde passou nove meses de prisão, no ano de 67. Estava condenado. Em função de sua cidadania romana, Paulo não poderia ser crucificado, pois era uma condenação humilhante para um cidadão romano. Segundo Clemente de Roma, por ordens de Nero, Paulo foi levado para fora dos muros da cidade, onde foi decapitado por uma espada.

Do outro lado da carta estava Timóteo. Ele também tinha seus desafios pela frente. Jovem, inexperiente e responsável por uma das sete igrejas mais importantes do mundo. Timóteo podia sentir medo de se deparar com situação que não saberia como lidar.

Ele havia sido testemunha dos incríveis livramentos de Deus na vida de Paulo. Atento aos apelos comovidos daquela carta, seria natural que Timóteo temesse: a iminente morte de seu líder era o sinal de que uma grande e indescritível perseguição cairia sobre a Igreja.

Timóteo também enfrentou as prisões romanas em diversas ocasiões. Ele sabia que a perseguição estava chegando. E mesmo após a morte de Paulo ele continuou a pregar. Aquele jovem possuía uma fé inabalável, nada o desanimava.

Desde menino ele conhecia as Escrituras Sagradas e as promessas que ela continha (II Tm 3.15). Ainda jovem, ele já se tornara um exemplo até mesmo para os anciões (I Tm 4.12). Isso graça aos esforços de seu líder Paulo e do apoio de sua família (II Tm 1.5).

Segundo o testemunho de Nicéfero, no segundo século, foi durante o reinado de Domiciniano (no ano

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96 a.D.), que Timóteo foi espancado e apedrejado até a morte em Éfeso. A mesma cidade na qual ele dedicou parte de sua vida em pregar o amor de Deus.

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Quando não se está plenamente certo da vontade, do chamado de Deus, tudo que se faz está sob o domínio do medo. E o fruto de um trabalho permeado por medo é a frustração.

Quem não conhece a vontade de Deus faz coisas que Ele não mandou ou para as quais não foi chamado. Daí nasce a frustração. A frustração nada mais é do que o acúmulo de atividades motivadas por zelo e amor humanos.

Recuse-se a carregar qualquer peso ou fardo que o Senhor não tenha lhe dado. Esqueça o fardo de preocupações que a vida trás sobre você. Paulo tinha grandes problemas que o cercavam. Timóteo tinha grandes desafios pela frente. Mas eles lançaram todas essas ansiedades, entregaram de forma decisiva todas as suas preocupações a Deus, pois Ele cuida de cada um de nós (II Pe 5.7).

Não tenha medo, conserve o equilíbrio, não perca o foco do seu chamado. Coloque Deus no centro de todas as coisas. Não se torne um impotente espiritual. Não deixe que sua vida seja permeada por um espírito de covardia.

Deus lhe deu um Espírito de poder, para exercer autoridade plena. Também lhe deu um Espírito de amor, para que você saiba como exercer esta autoridade. E a

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principal característica da presença de Deus é a moderação, a sobriedade, o domínio próprio, o equilíbrio!

Lance o medo fora, deixe de ser covarde, pois Deus nos enche de poder, de amor e nos torna prudentes.

Coragem, não tenha medo!

O temor a Deus é um dom! (Is 11.1-2). Apesar de constar em último lugar nesta lista de dons, o temor não é inferior, pois ele é o princípio da sabedoria, e a sabedoria consta em primeiro lugar entre os dons.

Este temor não é vil, mas o temor de filiação. O temor vil, que é o medo, a covardia, é fruto de um mundo no qual Deus está ausente. Mas o amor de Deus afasta todo e qualquer medo: “No amor não há medo; o amor que é totalmente verdadeiro afasta o medo” (I Jo 4.18).

O próprio Deus é amor! Esse seu amor teve o apogeu no envio de Seu Filho Jesus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

E através de Jesus todas as pessoas são desafiadas a chamar Deus de Pai, pois Deus trata amorosamente com os seus filhos. O Evangelho é uma boa notícia de coragem:

Não tenha medo do sobrenatural de Deus em sua vida! “Não tenha medo”, assim disse o anjo a Maria

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por ocasião da anunciação do nascimento de Jesus (Lc 1.30). “Não tenha medo”, foram as palavras que José ouviu de um anjo em sonho quando soube da gravidez de sua futura esposa (Mt 1.20).

Não tenha medo da verdade sobre você mesmo! Quando viu o poder de Deus sobre Jesus, Pedro caiu de joelhos e implorou: “Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!” (Lc 5.8). Mas Jesus lhe respondeu: “Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente” (Lc 5.10).

Não tenha medo da sua fé em relação à dos outros! Ao paralítico de Capernaum, trazido por alguns amigos, Jesus disse: “Coragem, meu filho!” (Mt 9.2).

Não tenha medo do amor de Deus por você! A mulher que sofria de uma hemorragia por mais de 12 anos, tocou sorrateiramente em Seu manto. E Jesus confirmou a sua fé: “Coragem, minha filha! Você sarou porque teve fé” (Mt 9.22).

Não tenha medo de um milagre de Deus para sua vida! Ao verem Jesus andando sobre o mar os discípulos se desesperaram e gritaram. Mas Jesus lhes disse: “Coragem! Sou eu! Não tenham medo!” (Mt 14.22; Mc 6.50).

Não tenha medo de Deus tornar os seus sonhos em realidade! Quando as mulheres encontraram-se com Jesus após Ele ter ressuscitado, elas abraçaram os seus pés e o adoraram. Então Jesus lhes disse: “Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galiléia, e eles me verão ali” (Mt 28.10).

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Não tenha medo da descrença dos que lhe cercam! Enquanto Jairo esperava por Jesus, ele ficou sabendo que sua filha morreu e não havia mais esperança. Mas Jesus lhe disse: “Não tenha medo; tenha fé!” (Mc 5.36).

Deus quer que você seja livre: livre do medo, livre da dúvida, livre do pecado. Para isso você deve se submeter ao senhorio, ao domínio e ao amor de Cristo. Não tenha medo, abra a porta do armário, Deus está te esperando! Este é o momento de você se levantar e declarar:

“Chega de viver todo este tempo com medo. Em nome de Jesus eu não vou mais ter medo da natureza humana, do mundo e do Diabo. Quero que a minha vida revele ao mundo a natureza gloriosa de Deus. Sujeito a Cristo todos os meus pensamentos. Coloco aos Seus pés todas as minhas emoções. Eu rejeito a minha incapacidade e não acredito na minha fragilidade em seguir ao Senhor. Para o meu Deus não há nada impossível.”

Abra a porta do armário, Deus está te esperando!

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QUINTO

OBSESSÃO POR SEGURANÇA

Aí o empregado que havia recebido cem moedas chegou e disse: “Eu sei que o senhor é um homem duro, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Fiquei com medo e por isso escondi o seu

dinheiro na terra. Veja! Aqui está o seu dinheiro.”

O relacionamento com Deus exige transparência, mas aquele servo “escondeu” o talento. O medo nos leva a mentir para Deus. Temos medo de confessar as nossas fraquezas, as nossas dúvidas, as nossas incertezas. E isso nos leva a uma vida inteira de mentiras, desculpas e pedidos a Deus de coisas que não desejamos realmente. Quem têm medo vive em insinceridade, hipocrisia e mentira com Deus.

E aquele servo não estava disposto a correr nenhum risco pelo seu senhor. Ele poderia ter depositado aquele valor em um banco e o senhor receberia pelo menos com juros (Mt 25.27).

Ele estava cheio de pensamentos terríveis e preocupantes: “Eu poderia... Se eu fosse... Eu não estaria... Será que... E se...”. Sua conclusão: “Que outros vivam, trabalhem e morram pelo Senhor, eu tenho mais o que fazer”.

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O servo havia entregue todo seu tempo e energia aos seus próprios interesses. Agora estava carregado de dúvidas e pecados, sem autoridade espiritual para negociar os talentos do seu Senhor. O medo tirou a sua autoridade. Por isso as coisas do Senhor estavam enterradas.

Ele era um servo preocupado com seu próprio bem estar, sem perspectiva de “futuro” nas coisas do Senhor, não tinha tempo para gritar “poupa o teu povo, ó Senhor” (Jl 2.17). Não se fortalecia mais na alegria do Senhor, não acreditava no amor de Deus.

Muitos trabalham e estudam duramente, mas não têm tempo para o chamado e a visão. Qualquer assunto é mais prioritário do que a vida cristã. Quando puderem eles “ajudarão”, talvez nas horas livres. Ignoram que quando falhamos em cumprir os propósitos de Deus, a visão não se torna realidade.

Deus procura pessoas dispostas a arriscar tudo. Que dispensem a segurança e se arrisquem em águas profundas. Que invistam tempo e dinheiro para tornar a visão em realidade.

Jesus não morreu para que você tivesse uma atividade religiosa, alguma coisa interessante para fazer no final de semana. Também não foi para você conseguir uma ocupação nos tempos livres. E não foi para que alguém tivesse uma carreira eclesiástica: diácono... presbítero... pastor... bispo... apóstolo... ungido...

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Ele morreu para a Sua salvação. E nos chamou para crescermos em Sua Imagem e em Sua Semelhança.

Sua vontade era que você recebesse Sua Graça, mas não que se tornasse um sedentário espiritual. O sedentário espiritual é alguém que não é capaz de se mover ou de fazer coisa alguma no Reino. Ele ignora que cada um de nós possui somente a sua própria época, a sua geração para anunciar o Evangelho. E essa missão é somente SUA, de mais ninguém.

O sedentário busca sua própria espiritualidade e a comunhão pessoal com o Espírito Santo – e nada mais. Dá conselhos e palpites, mas não se arrisca em nada. Sabe o que Deus espera dele, mas está tomado pelo medo que Deus possa lhe chamar. Quer todas as garantias humanas que estará seguro, respaldado financeiramente.

Considera suas coisas mais importantes do que a obra de Deus. Vive para os méritos e honras da terra. Pois Jesus disse que se as riquezas, as prioridades estiverem no céu, o seu coração também estará lá (Mt 6.21).

Agora para o sedentário espiritual só lhe resta destroços, pois optou por prioridades erradas, optou por segurança. Não conhece o caráter de Deus. É essencialmente covarde.

Em seus conceitos de segurança não sabe que aquilo que Deus exige NUNCA ultrapassa as possibilidades de cada pessoa.

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1. Sou muito novo ainda!

DaviDavi havia acabado de se tornar rei de Israel, seu

reinado estava sendo reconhecido por outros reis vizinhos e Deus fazia seu reino progredir por amor ao seu povo (I Cr 14.2). Mas os filisteus ao saberem que Davi havia se tornado rei enviaram seu exército para prendê-lo.

Quando o exército filisteu se espalhou pelo vale dos Refains, Davi não sabia o que fazer: o vale estava tomado e os filisteus haviam começado a atacar e a roubar (I Cr 14.8-9). Ele era muito novo ainda para perder tudo. Mas a Bíblia diz: "Então Davi perguntou a Deus: Devo lutar contra os filisteus? Tu me darás a vitória?" (I Cr 14.10).

Davi não pediu conselhos para uma junta administrativa ou organizou um comitê de avaliação, mesmo que ele estivesse cercado por muitos sábios. Ele não se apoiou e se respaldou no poder dos homens. Davi se atreveu a orar de forma específica a Deus, uma oração inteligente, sem expressões de louvores sem significados, sem leviandade ou bajulação. Como diz a Bíblia:

“Tenha cuidado quando for ao Templo. (...) Vá pronto para ouvir e obedecer a Deus. Pense bem antes de falar e não faça a Deus nenhuma promessa apressada. Deus está no céu, e você, aqui na terra; portanto, fale pouco. Quanto mais você se preocupar, mais pesadelos terá; e, quanto mais você falar, mais

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tolices dirá. (...) Não deixe que suas próprias palavras o façam pecar. Assim, você não terá de dizer ao sacerdote que o que você queria dizer não era bem aquilo.” (Eclesiastes 5.1-3, 6)

Quando oramos de forma específica o Senhor responde com uma orientação específica: "E o Senhor lhe disse: Sobe, porque os entregarei nas tuas mãos" (I Cr 14:10). O resultado desta oração é que Deus abençoou Davi com uma grande vitória.

Mas logo os filisteus voltaram, se reagruparam em um novo exército e começaram a atacar. Neste momento, Davi poderia ter se enchido de si, se orgulhado da recente vitória e se levantado como Sansão e pensado: “Eu me livrarei como sempre” (Juízes 16.20). Mas Davi se recusou a depender de qualquer estratégia que não fosse a Palavra de Deus: "E tornou Davi a consultar a Deus; e disse-lhe Deus: Não subirás atrás deles" (I Cr 14:14).

Deus sempre é criativo, não copia nada e dá a cada pessoa um plano personalizado. Ele orientou Davi: “Não os ataque daqui [do vale]. Dê a volta e ataque pelo outro lado, perto das amoreiras. Quando você ouvir barulho de marcha por cima das amoreiras, ataque-os porque isso quer dizer que eu estou indo na sua frente para derrotar o exército dos filisteus” (I Cr 14.14-15).

Qual conselheiro militar daria um conselho destes? Em qual planejamento estratégico constariam estas orientações? Apesar de todas as improbabilidades Davi “... fez como Deus lhe ordenara” (I Cr 14.16). Ser obediente a Palavra de Deus pela fé, muda qualquer

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circunstância. Como conseqüência da obediência, os homens de Davi “... feriram o exército dos filisteus desde Gibeom até Gazor" (I Cr 14.16).

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Assim como aconteceu com Davi, a vontade de Deus é sempre feita por meio de pessoas que estão dispostas a enfrentar tempos difíceis e a andar em lugares perigosos e inseguros. Pessoas que não se apóiam, que não têm como segurança a sua capacidade intelectual, o seu poder financeiro, a sua força bélica. Pessoas que estão seguras em Deus (Sl 23.4).

2. Terei que deixar tudo?

A Mulher de LóHavia terríveis acusações contra Sodoma e

Gomorra, pois os pecados de seus moradores pareciam não ter fim. O julgamento de Deus estava prestes a cair.

Não muito longe dali Abraão intercedia pela misericórdia de Deus por aquelas vidas (Gn 18.16-33). Abraão também sabia que no meio de tudo isso, a família de seu sobrinho Ló enfrentaria uma terrível crise.

Deus ouviu a oração de Abraão e enviou anjos para socorrerem Ló. Ele abriu as portas de sua casa para os dois anjos que foram até Sodoma para livrá-lo. Ló usou de toda a sua hospitalidade providenciando para que os seus pés fossem lavados, preparando um bom jantar e pães, e um lugar para que repousassem (Gn

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19.1-3). Os anjos foram bem recebidos, mas a mensagem que traziam não.

O coração da mulher de Ló, assim como a de seus futuros genros, estava apegado ao vale, a cidade, a casa, aos móveis, aos amigos, ao estilo de vida de Sodoma. Quando Ló transmitiu-lhes o recado de destruição dos mensageiros, “... eles pensaram que Ló estivesse brincando” (Gn 19.14).

Talvez tivessem pensado: “Não é possível que Deus possa fazer uma coisa dessas. Certamente esta não é a Sua vontade. É possível que Ele mude os Seus planos e nos livre. Não precisamos sair daqui para que isso aconteça”.

De madrugada os anjos insistiram com Ló e com sua família, mas não houve nenhum resultado. Por fim, os anjos tiveram que forçar Ló e a família a fugirem, arrastando-os para fora de Sodoma (Gn 19.15-16).

A compaixão de Deus por eles era grande. Deus queria livrá-los da destruição através de uma fuga. Porém, mesmo assim, a mulher de Ló olhou para trás e morreu, se transformando em uma estátua de sal (Gn 19.26).

A mensagem de um dos anjos havia sido clara: “Agora corre e salve a sua vida! Não olhe para trás, nem pare neste vale. Fuja para a montanha; se não você vai morrer” (Gn 19.17).

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Se você deseja estar no centro da vontade de Deus, desista de seguir os seus planos. Siga

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exatamente os planos do Senhor para a sua vida. Esqueça o que você tem que abandonar para fazer isso. “... Pois o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre.” (II Co 4.18b)

Deseje e deixe que Ele faça as mudanças necessárias em sua vida. Pois Deus não pode abençoar, não pode livrar, não pode usar os que duvidam.

3. Só eu? Não fará diferença!

EúdeDurante 18 anos os filhos de Israel estiveram

escravizados pelos moabitas. A vitória que Eglom - rei de Moabe - havia conquistado sobre Israel foi através de uma estratégia desleal. Os moabitas se uniram aos amonitas e aos amalequitas, em um exército de mercenários. Com isso conquistaram Jericó (Jz 3.13-14).

Em diversas batalhas Israel havia vencido estes povos. Mas agora havia um novo fator. O povo de Israel havia pecado, tornaram-se infiéis e abandonaram o Senhor. Eles estavam sozinhos nesta batalha e por isso perderam.

Escravos na terra da promessa, os filhos de Israel prestavam honras a Eglom pagando imposto aos moabitas todos os anos. Até que um dia, um canhoto chamado Eúde foi enviado pelo Senhor. Ele forjou uma espada, a amarrou em sua perna por baixo de sua roupa e foi ao encontro do rei Eglom (Jz 3.16-17).

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Após prestar honras a Eglom entregando os impostos, Eúde chegou perto dele e disse: “Tenho para ti uma palavra de Deus” (Jz 3.20). Eúde conseguiu uma reunião particular com Eglom em seu palácio. E foi ali mesmo, com um único golpe de espada, Eúde matou Eglom. A coragem de apenas um homem libertou uma nação inteira. Logo em seguida Eúde tocou a trompeta e Israel se reuniu em um exército. O ato de um dia culminou com 80 anos de paz e liberdade (Jz 3.30).

Quais as garantias de sucesso que Eúde possuía? Como poderia ter certeza que tudo ocorreria conforme havia planejado? E se ele perdesse a vida nesta empreitada solitária? E se os filhos de Israel não respondessem ao seu chamado para a guerra?

Eúde só possuía duas certezas: Deus o moveu para fazer uma espada para o rei Eglom e os filhos de Israel clamavam a Deus contra Moabe.

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Está na hora de você começar a pensar como o Espírito Santo, além dos raciocínios deste mundo. Mova-se dentro do domínio da ressurreição de Cristo Jesus, viva com os olhos fixos na eternidade. Abandone todas as garantias e seguranças deste mundo. E viva sem medo do que os homens possam fazer com esse corpo humano.

Creia que a única vontade perfeita é a de Deus! Abandone os seus esquemas, os seus desejos egoístas e a esfera humana do sucesso. Pois a Glória do Senhor é suprema. E somente a presença de Deus

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pode conceder um coração plenamente satisfeito e descansado.

Toque o chifre de carneiro, faça um ajuntamento, convoque os filhos de Israel: “Sigam-me. O Senhor Deus deu a vocês a vitória sobre os inimigos...” (Jz 3.28).

Ele deixou Sua Glória por você!

Há mais de 2000 anos uma criança nascia em um estábulo em uma obscura aldeia do Império Romano. Passou 30 anos de sua vida como um humilde carpinteiro, em uma cidade do Oriente Médio, quando então começou a pregar.

Durante seu ministério de 3 anos não teve uma residência para morar e viveu das ofertas dos seus seguidores e da providência de Deus. Sua mensagem era o poder é passageiro, as coisas deste mundo não passam de pó e o Reino de Deus está dentro de cada um.

Ao final de seu ministério ele foi preso e condenado como um criminoso, para sofrer vergonhosamente uma lenta e dolorosa morte na cruz. Jesus foi esse homem que abriu mão de toda e qualquer segurança nos padrões deste mundo em favor de mim e de você.

A única garantia que Jesus precisava ter é que Deus é Soberano: Ele estava lá quando tudo começou e estará lá quando tudo terminar (Is 41.4). Por isso ouça Deus dizendo de dentro do armário da sua vida:

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“Venha me adorar”. Lance fora todo medo, abra a porta e grite: “Eu irei te adorar, ó Senhor Deus”. (Salmo 27.8)

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SEXTO

PEDRO FOI PESCAR: VOLTANDO ÀS VELHAS

REDESO que leva as pessoas a desistirem? Por que as pessoas desanimam

quando seguir a Jesus é o melhor projetode vida? Quando seguir a Jesus é a experiência mais

maravilhosa que alguém pode viverMas Pedro voltou a pescar.

Três anos haviam se passado desde o primeiro encontro de Pedro com Jesus. Pedro pescava quando recebeu o convite do Mestre: “De agora em diante serás pescador de homens”. A reação foi imediata: Pedro, Tiago e João arrastaram os barcos para a praia, deixaram tudo e O seguiram (Lc 5.10-11).

Ele foi testemunha de inúmeros milagres, preciosos ensinos e indescritíveis manifestações de amor. Mas agora Pedro havia desistido. Pedro desanimou. Pedro voltou a pescar (Jo 21.1-9). O quê tinha acontecido?

Pedro havia sido aquele homem a quem Jesus disse: “Você é Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (Mt 16.16-18). Jesus lhe disse isso porque Pedro havia feito a confissão de que Jesus Cristo é o Senhor. E esta revelação lhe foi dada pelo

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Espírito de Deus. Pois somente através do Espírito é que alguém pode confessar: Jesus é o Senhor (I Co 12.3).

Como após receber esta revelação ele pôde desanimar? Logo Pedro que estava destinado a se tornar líder dos apóstolos e líder da Igreja.

Mas Pedro foi o primeiro a desistir. Ele deixou o chamado e voltou à antiga profissão, as velhas redes, dizendo: “Eu vou pescar” (Jo 21.3). O que Pedro estava realmente dizendo era: “Eu simplesmente não agüento isso. Para mim não dá mais”.

1. Compreensão errada de Jesus!

Logo após a Sua ressurreição, Jesus apareceu na estrada de Jerusalém para a cidade vizinha Emaús. Ali se encontrou com dois de seus discípulos, que estavam abatidos por causa de Sua morte (Lc 24.15-16). Enquanto eles conversavam e discutiam, Jesus chegou e começou a caminhar com eles. Olhando para o jeito triste deles, lhes perguntou sobre o que conversavam.

Ora, Jesus sabia por que estavam tristes, sabia sobre o que conversavam! Mas o Senhor não estava brincando com os sentimentos daqueles discípulos. Ele estava fazendo com que expusessem seus sentimentos reprimidos, revelassem as profundezas da alma, verbalizassem a incredulidade do coração: “... a nossa esperança era que fosse Ele quem iria libertar o povo de Israel. Porém já faz três dias que tudo isso aconteceu” (Lc 24.21).

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Assim como Pedro, eles tinham uma visão, uma compreensão errada de Jesus. Esperavam que Jesus fosse um líder revolucionário, mas em termos políticos. Eles achavam que Jesus empunharia uma espada, atacaria as famílias romanas e libertaria todo o povo de Israel.

Cerca de quarenta dias depois, quando Jesus foi levado ao céu, os discípulos voltaram ao assunto: “É agora que o Senhor vai devolver o Reino para o povo de Israel?” (At 1.6). Eles não haviam entendido que Jesus veio para ser o Senhor e o Salvador de todos os corações. Pedro e os demais discípulos tinham uma compreensão errada de Jesus.

2. Medo nas provações!

Uma grande e terrível provação se aproximava de Pedro. Jesus o havia prevenido sobre oque aconteceria naquela noite da ceia: “antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece” (Jo 13.38). Mesmo assim Pedro achava que estava pronto.

Poucas horas antes, eles tinham atravessado o riacho de Cedrom e Pedro ousadamente havia sacado de sua espada para lutar contra um grupo de soldados que vinha prender a Jesus.

Agora Pedro estava sentado em meio aos guardas, se aquecendo em volta de uma fogueira no pátio da casa do sumo sacerdote (Lc 22.55). Foi quando uma empregada o reconheceu (Lc 22.56). Pedro temeu e depressa respondeu: “Mulher, eu nem conheço esse

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homem!” (Lc 22.57). Havia começado a grande provação de Pedro. Enquanto isso Jesus estava diante dos seus acusadores.

Um pouco depois outra pessoa o reconhece, e Pedro rapidamente responde: “Homem, eu não sou um deles!” (Lc 22.58). Finalmente, cerca de uma hora depois, Pedro é novamente reconhecido. Ele nega e ofende Jesus dizendo aos acusadores: “Juro que não conheço esse homem de quem vocês estão falando! Que Deus me castigue se não estou dizendo a verdade!” (Mc 14.71).

Apenas algumas horas antes Pedro estava empunhando uma espada em defesa de Jesus. Mesmo sem ter nenhuma chance de vencer. Mas agora aquele homem que negava a Jesus não era nem de longe uma sombra do intrépido Pedro. Aquele era um homem totalmente arrasado. Um homem covarde, amedrontado diante da provação.

3. Insegurança: somos influenciáveis!

No lago da Galiléia junto com Simão Pedro estavam Tomé, Natanael, Tiago, João e mais dois discípulos. Sete dos onze discípulos de Jesus estavam reunidos ali (Jo 21.2). Quando Pedro disse aos outros: “Eu vou pescar” estes discípulos se dispuseram: “Nós também vamos pescar com você!”

Todos somos sujeitos a influência. O que os discípulos estavam dizendo era: “Pedro sabe o que está fazendo. Nós esperávamos que ele fosse um líder

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maravilhoso. Mas ele desistiu. Se ele desistiu nós também podemos desistir”.

Temos a péssima tendência de tomar aquilo que é negativo nos outros e trazer para nós. Veja a confissão de Isaías: “Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro no meio de um povo que também tem lábios impuros” (Is 6.5). Isaías confessava não apenas o seu pecado, mas também que ele vivia a influência do povo, a influência negativa.

E quem é que não vive hoje? Nós não estamos imunes as coisas que nos cercam. Temos uma tendência pecaminosa. Por isso a advertência de Jesus: “Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir” (Mc 14.38).

Mas Pedro foi restaurado!

Pedro havia passado pelo processo descrito por Jesus na Parábola dos Três Empregados (Mt 25.14-30): 1) Ele tinha uma visão, uma compreensão errada do seu Senhor, de Jesus; 2) Pedro foi tomado por um espírito de covardia em sua provação; 3) Pedro e os discípulos não se sentiam seguros.

O servo da parábola havia desistido, havia fracassado logo após ter recebido uma grande benção de seu senhor: um talento! Talvez ele houvesse passado por um longo período de espera por aquele momento. Ele havia demonstrado em gestos, palavras e intenções que queria receber mais de seu senhor: mais

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confiança, mais intimidade. E o senhor viu o seu desejo. Quando finalmente recebeu, o servo desistiu.

De forma semelhante, Pedro e os discípulos haviam recebido a maior revelação de todos os tempos: a ressurreição de Cristo! No domingo à tarde eles estavam escondidos, com medo dos líderes judeus. Os discípulos haviam perdido a esperança naquele que disse “Eu Sou a vida” (Jo 11.25), pois viram quando Ele caminhou para a morte (Jo 19.30). Agora, entre portas fechadas, Jesus aparece no meio deles e os desafia: “Que a paz esteja com vocês!” (Jo 20.19).

Sim, eles deviam ficar em PAZ, pois seriam enviados por Jesus. Em plena glória da ressurreição, Jesus soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo” (Jo 20.22).

Uma nova comissão, uma nova unção, poder para vencer o pecado. Era uma revelação tremenda demais para eles! Tomé se desespera ao ouvir estas verdades da boca dos discípulos (Jo 20.24-29), até que um encontro com Jesus rompe a sua incredulidade ao reconhece-Lo. “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20.28) é a confissão de todo homem que se encontra com Jesus.

Agora Pedro desistiu. O que tinha acontecido? Ele já havia falhado em função de seu orgulho, da sua auto-justificação (Jo 13.37). Era como se agora Pedro não quisesse correr o risco com essa revelação. Pedro passou três anos ao lado de Jesus e não havia entendido o Seu ministério. E agora a revelação da cruz era mais do que podia agüentar. Ele achou que era

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melhor com velhas redes do que com as revelações de Deus!

Assim como o servo da parábola, Pedro se abateu espiritualmente. O que fazer com o que o Senhor lhe tinha dado?

Por não compreender o caráter de Jesus, por temer as provações e se sentir inseguro como líder, ele recuou para os seus antigos caminhos. O tempo que antes era dedicado a seguir Jesus, agora era desperdiçado em velhas redes.

Você acha que jamais irá compreender as coisas de Deus para a sua vida? Que se esforça, mas sempre se sente vencido pelos medos, pela dúvida, pela incerteza? Que o Senhor dá instruções mais claras aos outros, Ele fala com os outros servos, mas não fala com você? Que apesar de seu jejum, sua oração, as leituras da Palavra, você não tem feito progressos? E você pensa em buscar outra alternativa, como “vou pescar”, para sair desta situação de seguir e nunca alcançar Jesus?

Mas foi ali, diante das velhas redes e da antiga vida que Jesus apareceu novamente aos discípulos. Jesus sempre é atraído para a maior necessidade, a dor mais angustiante, o desânimo mais profundo. Por isso Ele foi até Pedro e os discípulos.

Naquela praia onde pescavam, logo após um jantar na presença de sete discípulos mudos, Jesus perguntou: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?” (Jo 21.15). Jesus não estava provocando Pedro pelo fato dele ter desistido. Pedro estava na

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verdade recebendo uma nova revelação, uma revelação para nunca mais desistir.

E que revelação era esta? A força para seguir Jesus em qualquer situação era o amor! O amor acima de qualquer medo. O amor acima de qualquer dúvida. O amor acima de qualquer situação. O amor a Jesus por aquilo que Ele é e não por aquilo que você acha que Ele está fazendo.

Jesus fez três vezes essa pergunta a Pedro. Em cada vez que ele respondia “sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor!”, Jesus acrescentava: “Tome conta das minhas ovelhas!” (Jo 21.15-17).

O Mestre não estava lembrando para que Pedro vigiasse para não O negar novamente. Nem o incentivando para que orasse pedindo forças para nunca mais desistir. Muitos menos estava cobrando uma leitura constante das Escrituras para que conhecesse melhor quem Ele era. A ordem agora era: “Tome conta das minhas ovelhas!”.

Jesus estava restaurando a vida de Pedro. Mais do que isso, também dizia como ele poderia se prevenir de trancar Deus em um armário. Muitas pessoas procuram ouvir a Palavra de Deus. Sim, elas acham bonito o que dizem para elas: “Eu li ‘Tire Deus do armário’ e foi incentivador”. Mas para elas, é tão bonito quanto uma música romântica ou uma pintura cheia de ternura.

Elas ouvem o que a Palavra de Deus diz, porém não fazem nada daquilo que aprenderam. Não tiram Deus do armário. Nem se quer chegam perto da porta

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do armário. Não conseguem sentir a presença poderosa de Deus, o Senhor, querendo passar pela porta que fecharam. E toda pessoa que mantém escondido Deus dentro de um armário, acaba humilhada e envergonhada.

Mas Pedro entendeu a mensagem de Jesus: transbordar o amor de Deus em nossa vida até que ele chegue a outras pessoas. Pedro abriu a porta. Pedro tirou Deus do armário. Ele escancarou aquela porta que quando foi fechada só lhe trouxe o mal.

E essa é a mensagem de Jesus para a sua vida:“Se você me ama, esqueça os seus erros e

fracassos. Levante-se, abra a porta e volte para Mim. Eu te restauro. É possível recomeçar. Desista de viver para as suas falhas, para as suas dúvidas, para os seus problemas. Pare de se concentrar em fazer as suas próprias coisas. Seja corajoso, não tenha medo e nem se deixe perturbar pelo medo. Se você me ama, invista todas as suas forças na vida cristã: apascente as minhas ovelhas. Assim como o Pai me enviou, Eu também envio você. Estou com você todos os dias.”

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Outros títulos disponíveis:

:: A Voz da Ovelha:: As Cartas de Amor de Jesus

:: Diabo, Você Não Pode Caminhar Sobre Mim

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