32
CROSS FASHION CONSUMPTION: RESSIGNIFICANDO OS ESPAÇOS SOCIAIS E OS OLHARES ESTÉTICOS

Cross fashion consumption

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Essa é a apresentação de um artigo escrito por Clarisse Barreiros e Letícia Diniz analisando as novas formas de consumo e construindo a partir da teoria de habitus de Pierre Bourdieu o conceito de "Cross Fashion Consumption".

Citation preview

Page 1: Cross fashion consumption

CROSS FASHION CONSUMPTION:

RESSIGNIFICANDO OS ESPAÇOS SOCIAIS E OS

OLHARES ESTÉTICOS

Page 2: Cross fashion consumption

Letícia Diniz

Mestre em Planejamento Territorial e Desenvolvimento

Social PUC/BA

Sócia da empresa de Gestão + Criatividade Antropolab

Clarisse Barreiros

Mestre em Antropologia PUC/SP

Sócia da empresa de Gestão + Criatividade

Antropolab

Page 3: Cross fashion consumption

Analisamos as novas formas de

consumo de moda com um olhar

sociológico sobre o cruzamento de

fluxos sociais de consumo em busca

do capital simbólico, ressignificando os

espaços sociais e os olhares

imagéticos entre a estética da periferia

e o novo luxo construindo o conceito de

CROSS FASHION

CONSUMPTION

Page 4: Cross fashion consumption

Downtown Abbey

A história conta sempre a versão dos vencedores, dos

conquistadores, da cultura hegemônica, da classe social

financeiramente preponderante.

As classes economicamente menos favorecidas, mas

contingencialmente mais significativas vestiam-se de forma distinta

do que lemos nos livros ou analisamos em pinturas e afrescos.

Page 5: Cross fashion consumption

Arte e Mecenato:

As pessoas

retratadas

representavam a

classe privilegiada,

trajando, para tal

momento, a sua

melhor veste. Augusta Princess of Wales, mãe de George III,

1758 George Knapton , pintor inglês (1698–1778).

Page 6: Cross fashion consumption

Imobilidade social podia ser distinguida pelos trajes e acessórios adotados.

O acesso ao consumo das roupas e o simples contato com informação sobre moda

estava restrito as classes mais abastadas.

Page 7: Cross fashion consumption

Mas o ser

humano,

essencialmente

social, não se

contenta em

permanecer.

O ser humano

quer mobilidade.

Page 8: Cross fashion consumption

Jogo de força

nos campos

sociais

Page 9: Cross fashion consumption
Page 10: Cross fashion consumption

Nos movimentos, descendente ou ascendente, o equilíbrio

buscado é uma estética que será absorvida como referência a

ser propagada como sinônimo de algo que possui o aval, a

chancela dos “entendidos” da boa moda, da conduta social e

financeiramente aprovada pela classe dominante.

interseção das trajetórias dos dois fluxos

Page 11: Cross fashion consumption

Fluxo dos modismos: a meta do discurso da moda é

estabelecer uma nova estética com nomenclatura em língua

estrangeira, verniz e aceitação da classe social dominante.

Portanto, mesmo quando a origem de uma nova moda é

popular, esta, ao ser inserida, nos ciclos tendenciais de

consumo, ganha aura de nobreza para atestar sua

aprovação.

Case: Mendigo do Paraná

Page 12: Cross fashion consumption

O fast fashion

revelou ao mundo

bastidores antiéticos

e

questionáveis, mas

trouxe para os

consumidores

roupas com preços

acessíveis

e impregnadas de

informações

atualizadas de moda

Page 13: Cross fashion consumption

Muito embora as

grandes marcas de

moda não intencionem

ou se agradem dessa

constatação, cresce o

número de

consumidores de

produtos e acessórios

do vestuário de classes

mais populares

Page 14: Cross fashion consumption

A comunicação de tais marcas deveria afastar tais consumidores, fazê-los

desejar seus produtos, mas por uma incompatibilidade de estilo de vida,

intimidá-los ao consumo

Mas hoje, o consumidor de classes populares encorajou-se

para adentrar nos centros comerciais elitizados

Page 15: Cross fashion consumption

As grandes marcas

adentraram no mix

de marketing de

polos comerciais

construídos em

territórios de origem

mais populares

Page 16: Cross fashion consumption

Marcas e designers de alto luxo assinaram

contratos para desenvolvimento de coleções-

cápsulas em redes populares de varejo.

Page 17: Cross fashion consumption

A conquista árdua do

poder de consumo tem

mostrado uma nova

classe ansiosa por uma

nova estética e o valor

agregado que grandes

marcas constroem

podem trazer a

resposta e esta ânsia

Page 18: Cross fashion consumption

Mas dessa vez, a classe emergente não tem procurado

reproduzir os hábitos da classe elitizada. Ao contrário, os

novos emergentes têm orgulho de suas origens, da

trajetória de suas conquistas. Assim, eles consomem

marcas de luxo, mas vestem as mesmas de maneira que

os caracterizem.

Page 19: Cross fashion consumption

As novas formas de consumo que surgiram e estão

vigentes na atualidade, propõem um novo olhar sob

a perspectiva dos desejos de pertencimentos sociais.

Os fluxos sociais não mais se encontram no espaço

de intermediário que propaga a estética de uma elite

globalizada como o discurso único da moda, mas se

cruzam, experimentando e ressignificando os

espaços sociais e os olhares estéticos. A isso

estamos chamando de

CROSS FASHION CONSUMPTION

Page 20: Cross fashion consumption

“Movimento isoporzinho”:

crítica aos preços abusivos

dos alimentos e bebidas

comercializados. Propõe a

socialização do consumo de

produtos com preços de

prateleira. Incorporado na

versão de luxo. Gerou um

manual de etiqueta para o

bom convívio social.

Page 21: Cross fashion consumption

“Food Truck” de luxo

Page 22: Cross fashion consumption

“Parklets”. Praça pública de luxo.

Page 23: Cross fashion consumption

Fast-luxo: Moschino, a coleção outono-inverno 2014/2015 do estilista

Jeremy Scott trouxe como referência uma grande franquia norte-

americana de fast-food como inspiração.

Qual é o público-alvo ensejado por essa estratégia ?

Page 24: Cross fashion consumption

Chanel, Inverno 2014/2015 : a plateia foi convidada ao consumo. Esqueceu-se das

etiquetas e normas para o bom convívio social que ela própria determinou como

sinônimo de capital cultural e esbaldou-se desordenadamente, como a tia-avó do

casamento de periferia que enche sua bolsa de festa de docinhos indiferente aos

comentários, fazendo a classe elitizada se perder no meio do caminho de volta ao seu

habitus.

Page 25: Cross fashion consumption

Se por um lado o consumo exacerbado tem sido

publicamente criticado por sua conduta antiecológica

e supérflua, por outro, consumir nunca foi tão

acessível e, portanto, tentador.

Page 26: Cross fashion consumption

Indução ao erro interpretativo:

- Luxo como conduta padrão elitizada.

- Referências europeias de capital intelectual como pacote aspiracional de

qualquer classe emergente.

- Consumo de produtos simbólicos elitizados como recurso suficiente para uma

rearrumação na hierarquia social das classes.

Nessa hipótese, o

consumo tem

refletido visibilidade

social, mas sem a

busca da

mimetização

elitizada de hábitos

e valores.

Page 27: Cross fashion consumption

Assim sendo, as classes emergentes não estariam buscando uma inclusão, mas seu

espaço de forma autoral e singular.

Como força de sentido contrário, as classes elitizadas também não conclamam a

exclusividade que lhe seria natural. Não é essa a lógica operante.

Page 28: Cross fashion consumption

Classe elitizada:

cansada/culpada por consumo

ostensivo se diverte com

referenciais cada vez mais

casuais e esportivos.

Reencontro dos valores da

simplicidade perdida, o

fazendo, claramente,

contextualizando tais signos

ao seu mundo.

No seu sentido cruzado

vemos uma classe que vem

conquistando capital

financeiro e procura

demonstrar com referenciais

imagéticos suas aquisições

através de símbolos

tradicionais de riqueza, mas

apodera-se deles

ressignificando-os dentro de

seu mundo de origem, num

Page 29: Cross fashion consumption

Para pensarmos

juntos...

Page 30: Cross fashion consumption

O novo comportamento

das classes

emergentes e o novo

luxo das classes

elitizadas está à

procura de um novo

discurso estético e não

parece preocupada em

encontrar um polo

radial de valores e

hábitos como

referência, uma vez

que todos continuam

arraigados às suas

Page 31: Cross fashion consumption

MUITO OBRIGADA!

Page 32: Cross fashion consumption