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Perspectivas Futuras do Nordeste Sérgio C. Buarque

Perspectivas futuras do nordeste

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Palestra de Sérgio C Buarque - Factta ConsultoriaPerspectivas futuras do Nordestewww.factta.com

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Page 1: Perspectivas futuras do nordeste

Perspectivas Futuras do Nordeste

Sérgio C. Buarque

Page 2: Perspectivas futuras do nordeste

Persistente desigualdade regional

Page 3: Perspectivas futuras do nordeste

Nordeste frágil e pobre

• Cinco décadas de “políticas regionais” mudaram o Nordeste – mas as desigualdades persistem em todos os níveis

• PIB continua flutuando em torno de 13% do PIB brasileiro

• PIB per capita não chega a 50% do PIB per capita nacional

• Indicadores sociais sempre abaixo da média nacional (incluindo índice de pobreza)

Page 4: Perspectivas futuras do nordeste

Fonte: IPEADATA/IBGE

12.8

12.9

12.8

13.2

13.1

13.1

13.113.1

13.1

12.96

12.77

12.72

13.07

13.13

13.07

13.10

12.5

12.6

12.7

12.8

12.9

13.0

13.1

13.2

13.3

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Perc

en

tual

Anos

PARTICIPAÇÃO DO NORDESTE NO PIB DO BRASIL -1993/2007

Ao longo de décadas de

“política regional” o Nordeste não passa de 13% do

PIB brasileiro (média)

Page 5: Perspectivas futuras do nordeste

Fonte: MDS-Plano Brasil sem Miséria – 2010 Legenda: Taxa de pobreza expressa pela renda familiar per capita até R$ 70,00 e pela carência de serviços públicos - se ampliam com a coloração vermelha

Page 6: Perspectivas futuras do nordeste

35.26

17.36

47.24

21.53

55.16

28.38 25.47

12.70

20.42

8.32

30.84

14.90

Pobreza Indigência

Pobreza e Indigência no Brasil e Regiões - 2009

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Tanto na Pobreza quando na Indigência

(medida por ½ e ¼ de SM como renda

domiciliar per capita) o Nordeste

tem um quadro dramático

Fonte: IPEA

Page 7: Perspectivas futuras do nordeste

Pobreza no Brasil é

nordestina e rural

Page 8: Perspectivas futuras do nordeste

IDH dos Estados - 2005

██ 0,800 – 0,900 (Elevado)██ 0,700 - 0,799 (Médio-alto)██ 0,600 - 0,699 (Médio-baixo)

Page 9: Perspectivas futuras do nordeste

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

16.0

18.0

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-

Oeste

INDICADORES DE EDUCAÇÃO DAS MACRORREGIÕES DO BRASIL - 2009

Taxa de analfabetização -2009

Escolaridade (anos médios) - 2009

Nível e da educação do Nordeste é

muito inferior ao das outras

Regiões

Page 10: Perspectivas futuras do nordeste

0

1

2

3

4

5

6

Norte

Nordeste

SudesteSul

Centro-Oeste

IDEB DAS MACRORREGIÕES - 2009

IDEB (até 4ª série) -2009

IDEB (5ª à 8ª série) -2009

A qualidade da educação do

Nordeste (medida pelo IDEB) é muito

inferior aos das outras Regiões

Page 11: Perspectivas futuras do nordeste

1.240

920

727720

632

473463

424400

348313

243

136

Bra

sil

San

ta C

atar

ina

São

Pau

lo

Par

aíb

a

Rio

Gra

nd

e d

o

No

rte

Pe

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bu

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Serg

ipe

Bah

ia

No

rde

ste

Ala

goas

De

ará

Pia

Mar

anh

ão

Pesquisador por milhão de habitantes nos principais Estados do Brasil - 2008

Média do Nordeste de pesquisador

por milhão de habitantes é

menos da metade de

Santa Catarina e 1/3 da média

do Brasil

Page 12: Perspectivas futuras do nordeste

Qualidade das Rodovias (%)

Em São Paulo 81,2% são ótimas (61,7%) ou

boas (19,5%

27,7% Péssimo e

Ruim

34,7% de Bom e Ótimo

Page 13: Perspectivas futuras do nordeste

Desigualdade interna no Nordeste

• Renda média a alta nos centros urbanos e metropolitanos

• Dinamismo em centros metropolitanos do litoral e médios polos (indústria), cerrados e áreas irrigadas

• Pobreza e baixos indicadores sociais concentrados na maioria do Semiárido

Page 14: Perspectivas futuras do nordeste

Política Nacional de Desenvolvimento Regional

Page 15: Perspectivas futuras do nordeste

Determinantes das desigualdades regionais

Page 16: Perspectivas futuras do nordeste

Atraso e pobreza no território

• atraso e pobreza têm múltiplas causas e tende a se concentrar no território de baixa capacidade produtiva e limitado capital humano e social

• condições do território geram atraso e pobreza (território pobre) – principal condição está nos baixos níveis de competitividade: educação, qualificação, infraestrutura e inovação

• Nordeste (especialmente semiárido) perde para o resto do Brasil em todos estes itens de competitividade sistêmica

Page 17: Perspectivas futuras do nordeste

Inovação

• Inovação é fator central da competitividade sistêmica:

introdução de um produto novo (ou significativamente

melhorado) ou de um novo processo ou método de

produção, de comercialização e marketing, de gestão e

organização da empresa e da produção, ou de relação

com os clientes e o mercado

• Interação das empresas com as instituições de pesquisa

e desenvolvimento tecnológico e de formação profissional

• nível de escolaridade é fundamental para a inovação e

aprendizagem social e organizacional

Page 18: Perspectivas futuras do nordeste

Fonte: Movimento Brasil Competitivo - 2006Nota: o Índice de Competitividade dos Estados foi medido por um conjunto de 34 indicadores que tratam da Educação e qualificação, da Capacidade de inovação, e Infraestrutura econômica

Nordeste e Norte têm baixa ou muito baixa

competitividade

Page 19: Perspectivas futuras do nordeste

0.849

0.7920.744

0.711 0.6960.648

0.589

0.5060.475

0.436 0.4320.408 0,400 0.401 0.385

0.352

COMPETITIVIDADE DOS ESTADOS BRASILEIROS (escala de zero a um)

Fonte: Movimento Brasil Competitivo - 2006

SUL/SUDESETE

NORDESTE

Page 20: Perspectivas futuras do nordeste

SUL E SUDESTE

Correlação entre a Economia e a Competitividade

NORDESTE

Fonte: MBC, 2006

Page 21: Perspectivas futuras do nordeste

Correlação entre a Economia e a CompetitividadeCorrelação entre Competitividade e Pobreza

Page 22: Perspectivas futuras do nordeste

Distribuição da Relação do IDH com o ICE-Índice de Competitividade dos Estados

SP

DF

RS

PR

PB/PE

MGES MS

AL

PA

PI

RO

MA CE

RJ

SCSUL E SUDESTE

NORDESTE

Page 23: Perspectivas futuras do nordeste

Distribuição da Relação da Pobreza Absoluta com o ICE-Índice de Competitividade dos Estados

SP

DFRS

PR

MGES

MS

RJ

SC

GOMT

PB

PESE

RNAMBA

CE

ALPI

MA

ROAP

PA

TO

Fonte: MBC, 2006; MDS, 2011

Page 24: Perspectivas futuras do nordeste

SP

RSPR

MG

RJSC

ES

DF

MSGO

MT

ROAP

TO

AMPABA

SE CEPE

PIPB

MAAL

Page 25: Perspectivas futuras do nordeste

Microrregiões geográficas com mais de 5 mil empregos industriais, 2006

DINIZ. C. C., Apresentação no Seminário Desenvolvimento Regional: Desafios e oportunidades para o BrasilRio de Janeiro, 31/8 a 2/9 de 2009, CEDEPLAR/UFMG

Page 26: Perspectivas futuras do nordeste

Rede urbana com mais de 50 mil habitantes, 2007

DINIZ. C. C., Apresentação no Seminário Desenvolvimento Regional: Desafios e oportunidades para o BrasilRio de Janeiro, 31/8 a 2/9 de 2009, CEDEPLAR/UFMG

Page 27: Perspectivas futuras do nordeste

Política Regional

• Brasil não tem política regional – incentivos são artifício para compensar incapacidade competitiva

• Políticas concentradas em medidas compensatórias (redistribuição de rendas) para o Nordeste – mais da metade das famílias beneficiadas)

• Investimentos em infraestrutura importantes –duplicação da BR 101, Transposição do São Francisco e Transnordestina

Page 28: Perspectivas futuras do nordeste

Evolução e tendências futuras

Page 29: Perspectivas futuras do nordeste

3.031,9

7.185,3

10.636,0

397.5

1.432,4

2.565,2

2008 2030 2040

Projeção do PIB do Brasil e do Nordeste com alto dinamismo nordestino - 2008/2040

Brasil Nordeste

13,1%

19,9%

24,1%

O Nordeste teria que crescer 2 pontos

percentuais acima do

Brasil para chegar em

2040 com PIB per capita

quase igual à média

nacional (26,6%)

Page 30: Perspectivas futuras do nordeste

7.5

10.7

11.9

7.1

9.1

9.9

6.3

10.5

12.4

8.2

11.1

12.2

7.9

10.8

12.0

7.9

11.3

12.7

2009 2025 2030

Projeção dos Anos Médios de Estudo do Brasil e das Regiões - 2009/2025/2030

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: IPEA

Com o ritmo de aumento

diferenciado na última década (1999/2009), o

Nordeste alcançaria o

nível médio do Brasil em 2030 (Brasil cresceu 2,2% ao ano e

Nordeste 3,2%)

Page 31: Perspectivas futuras do nordeste

Fonte: IPEA

Mantidas as taxas recentes de declínio do analfabetismo (1999/2009), o Nordeste não

alcançaria Brasil nem 2050

(Brasil declinou 3,1% ao ano e

Nordeste 3,5%)

9.7

5.855.0

2.7

10.6

8.367.8

5.8

18.7

10.65

8.9

4.4

5.7

3.452.9

1.6

5.5

3.132.6

1.3

8.0

4.974.3

2.4

2009 2025 2030 2035

Taxa de analfabetismo do Brasil e das Regiões -2009/2035

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Page 32: Perspectivas futuras do nordeste

35.3 34.1

18.9

10.4

47.2

39.5

30.6

20.2

55.2

36.2

31.8

18.8

25.5

34.4

13.8

7.6

20.4 20.6

5.6

1.6

30.8 30.7

14.4

6.9

2009 2025 2030 2050

Projeção da Pobreza (Renda domiciliar per capita abaixo de meio SM) do Brasil e das Regiões - 2009/2050

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: IPEA

Mantidas as taxas recentes de declínio da

pobreza (1999/2009), o Nordeste não

alcançaria o Brasil nem 2050 (Brasil declinou 2,9% ao ano e Nordeste

2,6%)

Page 33: Perspectivas futuras do nordeste

17.4

9.8 8.2

5.7

21.5

13.4

11.5

8.6

28.4

13.5

10.7

6.7

12.7

9.9 9.2

7.9 8.3

2.8 2.0

1.0

14.9

10.3 9.1

7.2

2009 2025 2030 2040

Projeção da Pobreza absoluta (indigência) no Brasil e nas Regiões (renda domiciliar per capita

abaixo de 1/4 de SM) - 2009/2040

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Mantidas as taxas recentes de declínio

da indigência (1999/2009), o

Nordeste se aproximaria da média

nacional depois de 2040 (Brasil declinou

3,5% ao ano e Nordeste 4,6%)

Page 34: Perspectivas futuras do nordeste

Fatos portadores do futuro

Page 35: Perspectivas futuras do nordeste

Investimento em infraestrutura econômica

• Investimento em infraestrutura econômica amplia a competitividade da economia regional

• Falta investimento significativo e diferenciado nos outros componentes centrais da competitividade (educação, qualificação e inovação)

Page 36: Perspectivas futuras do nordeste

Fonte: Artur Maciel – Governo do Estado de Pernambuco

Ferrovia

integra

agronegócio

dos

Cerrados

com o

Nordeste

Oriental

Ferrovia Transnordestina

Page 37: Perspectivas futuras do nordeste

TRANSNORDESTINA E INTEGRAÇÃO

Fonte: CFN

Page 38: Perspectivas futuras do nordeste

Fonte: Cláudio Egler

Agropecuáriamoderna dos

cerrados

SEMI-ÁRIDO NORDESTINO

Integraçãoc/Pará

Page 39: Perspectivas futuras do nordeste

Fonte: Ministério da Integração Nacional

PROJETO SÃO FRANCISCO

Page 40: Perspectivas futuras do nordeste

De que depende o futuro do Nordeste?

• Crise e ritmo de recuperação da economia mundial

Tudo indica que, na melhor das hipóteses, a economia mundial vai atravessar um período de estagnação (2 a 5 anos)

China e BRICs devem crescer mais que a média mundial mas sofre um freio do dinamismo passado

Recuperação futura da economia com novas instituições, aceleradas inovações e acordos comerciais

Page 41: Perspectivas futuras do nordeste

• Dinamismo da economia brasileira

Capacidade de investimento público (redução dos

gastos correntes públicos)

Reformas microeconômicas para estimular o

investimento privado (tributária, trabalhista, etc.)

Volume e focalização dos investimento em

educação, qualificação e inovação (preparar o futuro)

Page 42: Perspectivas futuras do nordeste

• Aumento da competitividade da economia do

Nordeste

Aumento da competitividade sistêmica de Pernambuco com

investimentos fortes em educação, qualificação

profissional, e inovação tecnológica

Melhoria da habitabilidade urbana: recuperação dos

espaços urbanos (mobilidade e saneamento) e redução dos

índices de violência

Adensamento das cadeias produtivas – emprego indireto se

firmar na Região

Page 43: Perspectivas futuras do nordeste

Incertezas Críticas Internas

• Como os governos vão lidar com os grandes estrangulamentos da competitividade e da habitabilidade? – investimento para desconcentrar competitividade versus compensatórios

• Que postura vão assumir os atores do Nordeste– governos e sociedade para aproveitar as oportunidades dos novos investimentos? –proativa e inovadora ou passiva e conservadora

Page 44: Perspectivas futuras do nordeste

Postura passiva e

reativa dos atores

locais

Postura proativa e

inovadora dos

atores locais

Desconcentração

das vantagens

competitivas

Manutenção de

políticas

compensatórias

1 3

2 4

Forte desconcentração

regional e desenvolvimento

do Nordeste

Persistência das desigualdades

regionais e modesta melhora

do Nordeste

Moderada e lenta desconcentração

regional e desenvolvimento

do Nordeste

Aumento das desigualdades regionais com

limitada melhora do Nordeste

Page 45: Perspectivas futuras do nordeste

Estratégia de Desenvolvimento do Nordeste

• Negociar c/União investimento diferenciado para Nordeste nos fatores de competitividade: educação, qualificação, inovação e infraestrutura

• Governos estaduais e parceiros regionais se comprometerem com esta estratégia de estruturadora em três níveis:

ampliação da competitividade da região

melhoria da habitabilidade (principalmente urbana)

adensamento das cadeias produtivas