140
ISSN 0034-7590 9 7 7 0 0 3 4 7 5 9 0 0 7 0 0 5 5 3 FÓRUM Teoria institucional e modos de entrada de multinacionais de países emergentes Angela da Rocha e Henrique de Azevedo Ávila Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative study Pedro Lucas de Resende Melo, Felipe Mendes Borini, Moacir de Miranda Oliveira Jr. e Ronaldo Couto Parente Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical? Claudio Ramos Conti, Rafael Goldszmidt e Flávio Carvalho de Vasconcelos ARTIGOS Use and consequences of participatory GIS in a Mexican municipality: applying a multilevel framework Marlei Pozzebon, Sonia Tello Rozas e Natalia Aguilar Delgado Supply chain resilience analysis: a Brazilian automotive case Luiz Felipe Scavarda, Paula Santos Ceryno, Silvio Pires e Katja Klingebiel Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileiras Mariana Ribeiro de Castro, Marcelo Bronzo, Paulo Tarso Vilela de Resende e Marcos Paulo Valadares de Oliveira Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero Leslier Valenzuela Fernández, Mauricio Jara-Bertin e Francisco Villegas Pineaur Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma Marina Gelman, Luiz Ricardo Kabbach de Castro e Valentin Seidler PENSATA (Re)apresentando a teoria da gestão comparativa Rafael Borim-de-Souza e Andréa Paula Segatto RESENHA Incentivo à geração de ideias: sistema interno de sugestões de alto desempenho Antonio Carlos Teixeira Alvares INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS Um olhar cauteloso sobre o fascínio por novas tecnologias Alexandre Reis Graeml Gestão de riscos em cadeia de suprimentos Eliciane Maria da Silva R$ 50,00 PESQUISA E CONHECIMENTO V. 55, N. 3, Maio–Junho 2015 www.fgv.br/rae

FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

ISS

N 0

034-

7590

97

70

03

47

59

00

7

00

55

3

FÓRUM

Teoria institucional e modos de entrada de multinacionais de países emergentesAngela da Rocha e Henrique de Azevedo Ávila

Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative studyPedro Lucas de Resende Melo, Felipe Mendes Borini, Moacir de Miranda Oliveira Jr. e Ronaldo Couto Parente

Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?Claudio Ramos Conti, Rafael Goldszmidt e Flávio Carvalho de Vasconcelos

ARTIGOS

Use and consequences of participatory GIS in a Mexican municipality: applying a multilevel frameworkMarlei Pozzebon, Sonia Tello Rozas e Natalia Aguilar Delgado

Supply chain resilience analysis: a Brazilian automotive caseLuiz Felipe Scavarda, Paula Santos Ceryno, Silvio Pires e Katja Klingebiel

Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileirasMariana Ribeiro de Castro, Marcelo Bronzo, Paulo Tarso Vilela de Resende e Marcos Paulo Valadares de Oliveira

Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero Leslier Valenzuela Fernández, Mauricio Jara-Bertin e Francisco Villegas Pineaur

Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firmaMarina Gelman, Luiz Ricardo Kabbach de Castro e Valentin Seidler

PENSATA

(Re)apresentando a teoria da gestão comparativaRafael Borim-de-Souza e Andréa Paula Segatto

RESENHA

Incentivo à geração de ideias: sistema interno de sugestões de alto desempenhoAntonio Carlos Teixeira Alvares

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

Um olhar cauteloso sobre o fascínio por novas tecnologiasAlexandre Reis Graeml

Gestão de riscos em cadeia de suprimentosEliciane Maria da Silva

R$ 5

0,00

PESQUISA ECONHECIMENTOV. 55, N. 3,Maio–Junho 2015

www.fgv.br/rae

Page 2: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

ISSN 0034-7590www.fgv.br/rae

REDAÇÃOAnalista de Produção Editorial: Denise Francisco Cândido Assistente Administrativa: Eduarda Pereira Copidesque e revisão (Português): Paula Thompson Tradução e revisão (Espanhol e Inglês): Arabera Traduções | Lersch Traduções

ADMINISTRAÇÃOResponsável: Ilda FontesAssistente Administrativa: Eldi Francisca SoaresAssistente de Marketing: Andréa Cerqueira Souza

DISTRIBUIÇÃOComunidade acadêmico-científica: 700 exemplaresNúmero de visitas ao site no período março/abril 2015: xx.xxx visitantesASSINATURA ANUAL: R$ 300,00EXEMPLAR AVULSO: R$ 50,00PONTOS DE VENDA: Livrarias da FGV e Livraria CulturaARTE/EDITORAÇÃO ELETRÔNICATypecomm | Comunicação + DesignIlustração Pensata: Alex Lutkus

PRODUÇÃO INDUSTRIALImpressão e Acabamento: Eskenazi Indústria GráficaData de Impressão: 24.04.2015Tiragem: 700 exemplares

PERIODICIDADE: Bimestral

INDEXADORESDOAJ - Directory of Open Access Journalswww.doaj.orgEbsco Publishing: Business Source Complete, Economia y Negocios, Fonte Acadêmicawww.ebscohost.come-RevistasPlataforma Open Access de Revistas Científicas Electrónicas Españolas y Latinoamericanashttp://www.erevistas.csic.esGale Cengage Learningwww.gale.cengage.comGoogle Scholarscholar.google.com.brPortal de Periódicos CAPESwww.periodicos.capes.gov.brProQuest Information and Learningwww.proquest.com.brRePEc www.repec.orgSistema de Información Científica Redalyc - Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugalredalyc.uaemex.mxSciELO - Scientific Electronic Library Onlinewww.scielo.orgScopus | Elsevierwww.info.sciverse.com/scopusSHERPA/RoMEOhttp://www.sherpa.ac.uk/romeoSPELL – Scientific Periodicals Electronic Librarywww.spell.org.brSumários Brasileiros de Revistas Científicaswww.sumarios.funpeerp.com.brThomson ReutersSSCI, JCRwww.thomsonreuters.comDIRETÓRIOS10th Edition of Cabell’s Directory of PublishingOpportunities in Managementwww.cabells.comCLASE – Citas Latinoamericans en Sciencias Sociales y Humanidadeswww.dgbiblio.unam.mx/index.php/catalogosDiadorimdiadorim.ibict.brIBSS - International Bibliography of the Social Sciencewww.lse.ac.ukHAPI-Hispanic American Periodicals Índexhapi.ucla.eduLatindex - Sistema Regional de Información en Líneapara Revistas Científicas de América Latina, el Caribe,España y Portugalwww.latindex.orgUlrichs Periodical Directorywww.ulrichsweb.com

SAC / ASSINATURASAssinaJáTelefones: Sao Paulo + 55 (11) 3512-9442 | Rio de Janeiro: + 55 (21) 4063-6989Horário de atendimento: segunda a sexta das 9 as 18h, exceto feriados.www.fgv.br/rae

A RAE - Revista de Administração de Empresas foi impressa com papel proveniente de madeira certificada FSC e de outras fontes controladas. A certificação FSC é uma garantia ao meio ambiente e aos trabalhadores florestais.

CORPO EDITORIAL CIENTÍFICOAlexandre de Pádua Carrieri (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), Allan Claudius Queiroz Barbosa (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), Ana Maria de Albuquerque Vasconcellos (UNAMA - Belém - PA, Brasil), Ana Paula Paes de Paula (UFM - Belo Horizonte - MG, Brasil), Anatália Saraiva Martins Ramos (UFRN - Natal - RN, Brasil), André Lucirton Costa (FEA-RP - Ribeirão Preto - SP, Brasil), Andre Luis de Castro Moura Duarte (INSPER - São Paulo - SP, Brasil), Andre Ofenhejm Mascarenhas (Centro Universitário da FEI - São Paulo - SP, Brasil), Andrea Lago da Silva (UFSCAR – São Carlos – SP, Brasil), Anielson Barbosa da Silva (UFPB - João Pessoa - PB, Brasil), Antonio Díaz Andrade (AUT University - Auckland, Nova Zelândia), Antonio Domingos Padula (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Antonio Lopo Martinez (FUCAPE - Vitória - ES, Brasil), Antonio Moreira de Carvalho (PUC-Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil), Antonio Navarro-García (Universidad de Sevilla - Sevilha, Espanha), Bento Alves da Costa Filho (Ibmec-DF - Brasília - DF, Brasil), Bill Cooke (Lancaster University - Lancaster, Reino Unido), Carlos Jesús Fernández Rodríguez (Universidad Autónoma de Madrid - Madrid, Espanha), Carlos L. Rodriguez (UNCW - Wilimigton - NC, Estados Unidos), Cesar Alexandre de Souza (FEA-USP - São Paulo SP, Brasil), Claudio R. Lucinda (FEARP-USP - Ribeirão Preto - SP, Brasil), Dario de Oliveira Lima Filho (UFMS - Campo Grande - MS, Brasil), Delane Botelho (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Denise Del Prá Netto Machado (FURB - Blumenau - SC, Brasil), Diego René Gonzales Miranda (Universidad EAFIT - Medelín, Colômbia), Diogo Henrique Helal (UFPB - João Pessoa - PB, Brasil), Domingo Garcia-Pérez-de-Lema (UPCT - Cartagena, Espanha), Edgard Barki (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Edmilson de Oliveira Lima (UNINOVE - São Paulo - SP, Brasil), Eduardo Andre Teixeira Ayrosa (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ely Laureano de Paiva (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Eric David Cohen (Ibmec-Rio - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Eric van Heck (Erasmus University - Rotterdam, Holanda), Fábio Frezatti (FEA-USP - São Paulo SP, Brasil), Fernanda Finotti Perobelli (UFJF - Juiz de Fora - MG, Brasil), Francisco Javier Rondán Cataluña (Universidad de Sevilla - Sevilla, Espanha), Gláucia Maria Vasconcellos Vale (PUC-Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil), Glicia Vieira (UFES - Vitória - ES, Brasil), Graziela Dias Alperstedt (UDESC - Florianópolis - SC, Brasil), Heitor Almeida (College of Business at Illinois - Champaign, Estados Unidos), Henrique Luiz Côrrea (CRUMMER - Flórida - FL, Estados Unidos), Janete Lara de Oliveira (UFMG - Belo Horizonte - MG, Brasil), João Luiz Becker (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), José Antônio Gomes Pinho (UFBA - Salvador - BA, Brasil), Jose Henrique de Faria (UFPR - Curitiba - PR, Brasil), José Mauro C. Hernandez (EACH-USP - São Paulo - SP, Brasil), Luciano Barin Cruz (HEC-Montréal - Quebec, Canadá), Luiz Artur Ledur Brito (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Maria Alexandra Cunha (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Maria Ceci Araújo Misoczky (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Mário Aquino Alves (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Mario Sacomano Neto (UNIMEP - São Paulo - SP, Brasil), Marlei Pozzebon (HEC-Montréal - Quebec, Canadá e FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Mateus Canniatti Ponchio (ESPM - São Paulo - SP, Brasil), Mauricio Reinert (UEM - Maringá - PR, Brasil), Paulo Bastos Tigre (UFRJ - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Paulo Roberto Barbosa Lustosa (UnB - Brasília - DF, Brasil), Rafael Alcadipani (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Rafael Goldszmidt (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ramón Valle Cabrera (Universidad Pablo de Olavide - Sevilha, Espanha), Rebecca Arkader (UFRJ - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Ricardo Ratner Rochman (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Roberto Patrus Mundim Pena (PUC-Minas - Belo Horizonte - MG, Brasil), Rodrigo Bandeira-de-Mello (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Rodrigo Ladeira (UNIFACS - Salvador - BA, Brasil), Salomão Alencar de Farias (UFPE - Recife - PE, Brasil), Sérgio Bulgacov (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Sérgio Giovanetti Lazzarini (INSPER - São Paulo - SP, Brasil), Silvana Anita Walter (FURB - Blumenau - SC, Brasil), Sônia Maria Fleury (FGV-EBAPE - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Tales Andreassi (FGV-EAESP - São Paulo - SP, Brasil), Teresia D. L. van Ad. de Macedo-Soares (PUC-Rio - Rio de Janeiro - RJ, Brasil), Thomas Brashear Alejandro (University of Massachusetts Amherst - Amherst - MA, Estados Unidos), Vinicius Brei (UFRGS - Porto Alegre - RS, Brasil), Wilson Toshiro Nakamura

COMITÊ DE POLÍTICA EDITORIALCarlos Osmar Bertero, Eduardo Diniz, Flávio Carvalho de Vasconcelos, Francisco Aranha, Luiz Artur Ledur Brito, Maria José Tonelli, Maria Tereza Leme Fleury, Tales Andreassi, Thomaz Wood Jr.

EDITOR CHEFEEduardo Diniz

EDITOR ADJUNTOFelipe Zambaldi

EDITORA DE LIVROSRoseli Morena Porto

Page 3: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

Publicação bimestral da Fundação Getulio VargasEscola de Administração de Empresas de São Paulo

Apoio:

PESQUISA E CONHECIMENTO | V. 55, N. 3, MAIO-JUNHO 2015

Page 4: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

RAE – Revista de Administração de Empresas / Fundação Getulio Vargas.Vol. 1, n. 1 (maio/ago. 1961) - . - Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1961 - v.; 27,5cm.

Quadrimestral: 1961–1962. Trimestral: 1963–1973. Bimestral: 1974–1977.Trimestral: 1978–1992. Bimestral: 1992–1995. Trimestral: 1996–2010.Bimestral: 2011–.

Publicada: São Paulo: FGV-EAESP, 1988–

ISSN 0034-7590

1. Administração de empresas – Periódicos. I. Fundação Getulio Vargas. II. Escola de Administração de Empresas de São Paulo.

A RAE – Revista de Administração de Empresas adota a Licença de Atribuição (BY-NC) do Creative Commons (http://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.0) em todos os trabalhos publicados, exceto, quando houver indicação específica de detentores de direitos autorais.

CDD 658CDU 658

Page 5: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

239

ISSN 0034-7590

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015

EDITORIAL

SIMILARIDADE E PLAGIARISMO: NOVOS DESAFIOS PARA A GESTÃO DE PERIÓDICOS CIENTÍFICOS

Desde a instalação de um sistema de identificação de similari-dade, em fevereiro de 2015, a equipe de redação da RAE tem se dedicado a entender e classificar os diversos tipos de se-

melhanças encontradas em artigos que são submetidos para ava-liação. Embora essa nova ferramenta facilite a checagem digital de semelhança entre uma quantidade muito grande de textos já publi-cados com aquele recém-submetido, a tarefa de classificar os dife-rentes casos que temos observado tem se mostrado mais complexa do que poderia parecer a princípio.

Em primeiro lugar, é preciso entender que a ferramenta ins-talada faz verificação automática de similaridade textual, ou seja, identifica semelhanças entre o texto submetido e outros publica-dos. É claro que copiar um trecho de texto de terceiros e submetê--lo sem mencionar o original como referência é atitude condenável e deve ser combatida. Entretanto, este é um caso de fácil encami-nhamento e, embora negativo, não acontece com muita frequência. Quando identificado, o autor é alertado e cobra-se uma resposta. Pode ter sido apenas uma distração, em geral em um trecho peque-no e de menor relevância do artigo, mas há que ser corrigido. Se a resposta do autor questionado não for convincente, a tendência é a recusa da publicação, decisão que é tomada ouvindo-se também a opinião do editor científico envolvido com aquele artigo.

Mais comum é o caso em que um texto é identificado com alto grau de semelhança com outros textos do mesmo autor. É o co-mumente chamado de autoplágio. Aqui temos situações diferentes, que devem ser tratadas de modo distinto. A diferença recai no tipo do texto de origem. Em princípio, se a semelhança do texto subme-tido é com um artigo de congresso, não deveríamos nos preocupar muito, pois, em geral, se considera que esta seria apenas uma eta-pa natural da evolução daquele artigo. A situação é parecida se a semelhança é identificada com um relatório de pesquisa, embora o caso aqui possa ser mais complexo, pois há ocorrências em que o relatório de pesquisa (ou working paper) é tratado como uma publi-cação de fato. Cada caso deve ser analisado em particular, e a deci-são final tende a ser um pouco menos óbvia.

Bem mais complicada é a situação de similaridade com arti-gos já publicados em periódicos. Em princípio, quando se publica um artigo num periódico, há um contrato de cessão de direitos que foi assinado entre autor e editora do periódico, o que limita o seu uso, no todo ou em parte, por outra publicação. Mesmo se for ape-nas um parágrafo, qualquer editor se sentirá desconfortável em pu-blicar algo que tenha potencial para criar um conflito de proprieda-de intelectual. A recomendação, nesse caso, é a total modificação dos trechos com similaridade identificada e, quando se aplicar, a citação explícita da fonte original.

Essa é apenas uma pequena amostra da enorme variedade de situações que ocorrem quando um periódico passa a fazer veri-ficação de similaridade em seus processos editoriais. Além da ori-gem do texto, muitas outras questões também fazem parte da ava-liação de similaridade. Uma delas é a quantidade de texto similar. Quanto seria “aceitável”: uma frase, um parágrafo, uma página, meio artigo? Além disso, em qual parte do texto foi encontrada a si-milaridade? Na introdução, na revisão teórica, na descrição da me-todologia ou nas conclusões? A combinação de todas essas possi-bilidades gera uma boa quantidade de situações que nem sempre têm solução fácil.

Há que se considerar também que os sistemas de verifi-cação de similaridade checam apenas o formato textual, e não o conteúdo das ideias explicitadas no artigo. Mesmo que não haja nenhuma similaridade de forma com algum texto publicado ante-riormente, essas novas ferramentas tecnológicas não conseguem capturar adequadamente similaridades de conteúdo que estejam disfarçadas pela providencial modificação das palavras emprega-das num novo texto.

Enfim, ainda que não se condene a prática de se produzir mais do que um artigo a partir de uma única pesquisa, situação bastante comum e que certamente aumenta o risco de similaridade entre textos, a questão de fundo é distinguir com mais precisão as situações em que há apenas um mero descuido no tratamento do texto do artigo científico daquelas realmente movidas por oportu-nismo acadêmico. Mesmo que nós, pesquisadores, estejamos mais interessados nas ideias que transmitimos do que nas qualidades li-terárias apresentadas em nossos artigos, a prática editorial de de-tecção de similaridade que começa a se estabelecer vai certamente impor novos padrões (e desafios) tanto para os autores quanto para os editores de periódicos científicos.

Nesta edição, publicamos três artigos apresentados no 8th Ibero American Academy of Management (IAM), realizado em de-zembro de 2013 na FGV-EAESP: “Teoria institucional e modos de entrada de multinacionais de países emergentes”, “Internationali-zation of Brazilian franchise chains: a comparative study” e “Stra-tegies for superior performance in recessions: pro or counter-cycli-cal?”, além de cinco outros artigos inéditos.

Completam esta edição a pensata “(Re)apresentando a teoria da gestão comparativa”, assinada por Rafael Borim-de-Souza e An-dréa Paula Segatto; uma resenha sobre o livro The idea-driven orga-nization: unlocking the power in bottom-up ideas, de Alan G. Robin-son e Dean M. Schroeder; e indicações bibliográficas sobre fascínio por novas tecnologias e gestão de riscos em cadeia de suprimentos.

Tenham uma boa leitura!

EDUARDO DINIZ | EDITOR CHEFE

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150301

Page 6: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015

Maio/Junho 2015

FÓRUM

246 TEORIA INSTITUCIONAL E MODOS DE ENTRADA DE MULTINACIONAIS DE PAÍSES EMERGENTES Ensaio sobre a contribuição da perspectiva institucional para o entendimento das escolhas de

modo de entrada de empresas multinacionais provenientes de países emergentes. Angela da Rocha e Henrique de Azevedo Ávila

258 INTERNACIONALIZAÇÃO DAS REDES DE FRANQUIAS BRASILEIRAS: UM ESTUDO COMPARATIVO O artigo busca compreender diferenças organizacionais fundamentais entre redes de franquias

brasileiras com operações apenas domésticas e redes com operações internacionais. Pedro Lucas de Resende Melo, Felipe Mendes Borini, Moacir de Miranda Oliveira Jr. e Ronaldo

Couto Parente

273 ESTRATÉGIAS PARA DESEMPENHO SUPERIOR EM RECESSÕES: PRO OU CONTRA-CÍCLICAS? Pesquisa com empresas brasileiras de várias indústrias sobre suas estratégias e desempenhos na

recessão de 2008-2009. Claudio Ramos Conti, Rafael Goldszmidt e Flávio Carvalho de Vasconcelos

ARTIGOS

290 USO E CONSEQUÊNCIAS DE UM SGIS PARTICIPATIVO EM UMA MUNICIPALIDADE DO MÉXICO: APLICANDO UM MODELO MULTINÍVEL

Investigação sobre o uso e os resultados do sistema de informação geográfica participativa (SIGP) em uma comunidade mexicana.

Marlei Pozzebon, Sonia Tello Rozas e Natalia Aguilar Delgado

304 ANÁLISE DA RESILIÊNCIA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS: UM CASO AUTOMOTIVO BRASILEIRO Análise sobre a falta de flexibilidade em três cadeias de suprimentos da indústria automobilística

brasileira que limitam sua resiliência e sua capacidade de atender às mudanças de demanda. Luiz Felipe Scavarda, Paula Santos Ceryno, Silvio Pires e Katja Klingebiel

314 RELACIONAMENTOS COLABORATIVOS E DESEMPENHO COMPETITIVO DE EMPRESAS BRASILEIRAS Descrição da natureza da relação entre a colaboração na cadeia de suprimentos e o desempenho

competitivo, avaliando o efeito dos sistemas e das tecnologias de informação como moderadores. Mariana Ribeiro de Castro, Marcelo Bronzo, Paulo Tarso Vilela de Resende e Marcos Paulo Valadares

de Oliveira

329 PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, REPUTAÇÃO CORPORATIVA E DESEMPENHO FINANCEIRO Verificação da relação entre adoção de práticas de divulgação voluntária da Responsabilidade

Social Corporativa (RSC) por vários canais de comunicação e o desempenho financeiro e na reputação corporativa.

Leslier Valenzuela Fernández, Mauricio Jara-Bertin e Francisco Villegas Pineaur

345 EFEITOS DA VINCULAÇÃO DE CONSELHEIROS AO ACORDO DE ACIONISTAS NO VALOR DA FIRMA Análise sobre o efeito das cláusulas que vinculam o voto dos conselheiros ao acordo de acionistas

no valor de 181 empresas listadas nos segmentos especiais da BM&FBovespa entre 2008 e 2012. Marina Gelman, Luiz Ricardo Kabbach de Castro e Valentin Seidler

PENSATA

359 (RE)APRESENTANDO A TEORIA DA GESTÃO COMPARATIVA Apresentação e reflexão sobre a teoria da gestão comparativa como abordagem para previsão e

explicação da eficiência das organizações que atuam em diversos países. Rafael Borim-de-Souza e Andréa Paula Segatto

RESENHA

368 INCENTIVO À GERAÇÃO DE IDEIAS: SISTEMA INTERNO DE SUGESTÕES DE ALTO DESEMPENHO Antonio Carlos Teixeira Alvares

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

370 UM OLHAR CAUTELOSO SOBRE O FASCÍNIO POR NOVAS TECNOLOGIAS Alexandre Reis Graeml

371 GESTÃO DE RISCOS EM CADEIA DE SUPRIMENTOS Eliciane Maria da Silva

SUMÁRIO

Page 7: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3
Page 8: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

ISSN 0034-7590

May/June 2015

CONTENTSRAE-REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

(JOURNAL OF BUSINESS ADMINISTRATION)ISSN 0034-7590, printed issue; ISSN 2178-938X online issue

CALL FOR PAPERS

ICT for Development in Ibero-AmericaDeadline: November 30 2014

Guest editors: Antonio Díaz Andrade (Auckland University of Technology/ New Zealand) andNicolau Reinhard (FEA-USP/Brazil)

PURPOSE OF ThE SPECIAL ISSUEIbero America is a vast region that spans two continents and is home of close to 10% of the world population. Established in the 16th century, Latin America has a long history of cultural connections with Portugal and Spain. The Latin American region is immensely rich in natural resources, yet it has the world’s most unequal wealth distribution (de Ferranti, Perry, Ferreira & Walton, 2004). A sizable portion of its inhabitants has limited or no access at all to health care and education services. Portugal and Spain, while being part of the countries with very high human development indexes, lag behind most of their European neighbours (UNDP, 2013) and have been severely affected by the euro crisis since early 2009.

It is against this background that governments, international donors and local non-governmental organisations have implemented a number of information and communication technology (ICT) initiatives aiming at increasing economic development, enhancing social opportunities and expanding political liberties on both sides of the Atlantic. This special issue calls for theoretical and practical contributions on how access to relevant information and the provision of critical services using ICT tools influence people’s living conditions.

ThEMES AND TOPICS

This special issue welcomes theoretical and empirical submissions with a focus on the Ibero-American region in the following areas (but not limited to):

• Unequal Access to ICT • Local identities

• Conceptual frameworks • Methodological approaches to ICT4D

• Diffusion and adoption of IT • Open business models and ICT4D

• Educational applications • Policy issues and legal frameworks

• Ethical aspects of ICT4D • Political implications of ICT4D

• Health informatics • Social innovations

• ICT and micro-entrepreneurship • Social movements

• ICT for economic development • Stakeholders engagement

• ICT4D and social inclusion • Urban issues and ICT

• ICT4D applications • Telecentres

SUBMISSION OF PAPERSPapers submitted must not have been published, accepted for publication, or presently be under consideration for publication elsewhere. To be eligible for review the paper must be set up according to the RAE’s guidelines (Available at www.fgv.br/rae). The papers must be written in English. The submission must be made through the ScholarOne system at http://mc04.manuscriptcentral.com/rae-scielo. Suitable papers will be subjected to a blind review.Please address questions to Antonio Díaz de Andrade ([email protected]).

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015

FORUM

246 INSTITUTIONAL THEORY AND ENTRY MODES BY EMERGING MARKETS MULTINATIONALS Essay on the contribution of the institutional perspective to the understanding of entry modes

choices of the multinational companies from emerging countries. Angela da Rocha and Henrique de Azevedo Ávila

258 INTERNATIONALIZATION OF BRAZILIAN FRANCHISE CHAINS: A COMPARATIVE STUDY The purpose of this article is to understand the basic organizational differences between Brazilian

franchising networks with domestic operations only and international operations networks. Pedro Lucas de Resende Melo, Felipe Mendes Borini, Moacir de Miranda Oliveira Jr. and Ronaldo

Couto Parente

273 STRATEGIES FOR SUPERIOR PERFORMANCE IN RECESSIONS: PRO OR COUNTER-CYCLICAL? Survey with Brazilian companies from many industrial sectors on their strategies e performances in

the 2008-2009 recession. Claudio Ramos Conti, Rafael Goldszmidt and Flávio Carvalho de Vasconcelos

ARTICLES

290 USE AND CONSEQUENCES OF PARTICIPATORY GIS IN A MEXICAN MUNICIPALITY: APPLYING A MULTILEVEL FRAMEWORK

Inquiry on the use and results of the Participation Geographic Information System (PGIS) in a Mexican community.

Marlei Pozzebon, Sonia Tello Rozas and Natalia Aguilar Delgado

304 SUPPLY CHAIN RESILIENCE ANALYSIS: A BRAZILIAN AUTOMOTIVE CASE Analysis on the lack of flexibility in three Brazilian automobile industry supply chains that limit their

resilience and capacity to meet changing demands. Luiz Felipe Scavarda, Paula Santos Ceryno, Silvio Pires and Katja Klingebiel

314 COLLABORATIVE RELATIONSHIPS AND COMPETITIVE PERFORMANCE OF BRAZILIAN COMPANIES Description of the nature of the relationship between collaboration in the supply chain and competitive

performance, evaluating the effect of the systems and information technologies as moderators. Mariana Ribeiro de Castro, Marcelo Bronzo, Paulo Tarso Vilela de Resende and Marcos Paulo

Valadares de Oliveira

329 SOCIAL RESPONSIBILITY PRACTICES, CORPORATE REPUTATION AND FINANCIAL PERFORMANCE Verification of the relation between the adoption of voluntary disclosure practices of Corporate

Social Responsibility (CSR) through many communication channels and the financial performance and in the corporate reputation.

Leslier Valenzuela Fernández, Mauricio Jara-Bertin and Francisco Villegas Pineaur

345 EFFECTS OF THE INVOLVEMENT OF COUNSELORS TO THE AGREEMENT OF SHAREHOLDERS TO THE VALUES OF THE FIRM

Analysis on the effect of the clauses binding the vote of board members to the shareholders agreement in the amount of 181 companies listed in the special segments of BM&FBovespa between 2008 and 2012.

Marina Gelman, Luiz Ricardo Kabbach de Castro and Valentin Seidler

ESSAY

359 (RE)INTRODUCING THE COMPARATIVE MANAGEMENT THEORY Introduction and reflection on the comparative management theory as an approach to prediction

and explanation of the efficiency of the organizations operating in various countries. Rafael Borim-de-Souza and Andréa Paula Segatto

BOOK REVIEW

368 INCENTIVE TO THE GENERATION OF IDEAS: INTERNAL SYSTEM OF HIGH PERFORMANCE TIPS Antonio Carlos Teixeira Alvares

BOOK RECOMMENDATION

370 A CAREFUL LOOK ON THE FASCINATION ON NEW TECHNOLOGIES Alexandre Reis Graeml

371 RISK MANAGEMENT IN SUPPLY CHAIN Eliciane Maria da Silva

Page 9: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

RAE-REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS(JOURNAL OF BUSINESS ADMINISTRATION)

ISSN 0034-7590, printed issue; ISSN 2178-938X online issue

CALL FOR PAPERSTransnational Governance regimes in the Global South:

Multinational, States and NGOs as political actorsDeadline: August 31 2015

Guest editors: Glenn Morgan (Cardiff Business School), Marcus Vinícius P. Gomes (FGV-EAESP) and Paola Perez-Aleman (McGill University)

PURPOSE OF THE SPECIAL ISSUEPolanyi’s ‘double movement’ described how social actors construct institutions that confine and regulate markets. In his view, the history of capitalism in the 19th and early 20th centuries could be understood in terms of when and how certain key aspects of life were taken out of the market sphere and placed predominantly within the state. The state needed to intervene as a counterweight to the power of the market. In recent decades, neo-liberalism and globalization have changed this terrain and undermined the capability of states to perform such a role. Under conditions of free movement of capital, multinationals’ ability to move locations and shop for more favorable regimes has been massively enhanced. States com-pete against each other for multinational investment by offering incentives, tax concessions, etc. and labor movements, where they still exist, are also drawn into these processes. On top of this, states have also tended to be absent from or neglectful of a whole range of issues around environment and sustainability which have increased in saliency and importance for their electorates, leaving multina-tionals operating in these areas with limited monitoring or supervision of their ac-tivity. The result in many countries has been disillusion amongst electorates with the prevailing political parties and the rise, on the one hand, of extremist populism and on the other hand, of transnational social movements and NGOs using new forms of activism as an alternative way to fetter the unrestrained market power exercised by MNCs and local elites.

States are increasingly having to find new ways to shape markets for social purposes and foster development in these contexts. In a number of areas such as human rights, labor rights (concerning trade unions, wages and overtime, health and safety at work, child labor, human slavery), indigenous land rights and environmental issues (in forestry, marine life, biodiversity, climate change, among others), states have increasingly negotiated with large multinationals, social movements, international organizations and NGOs to develop transnatio-

nal governance systems that set transparent standards and codes of conduct for corporations. These multi-stakeholder initiatives are emerging to identify, discipline and reconstitute naked market mechanisms so that a wide range of social and environmental standards of production have to be taken into ac-count and implemented by firms. This form of taming the market depends on corporations’ fear that failure to abide by standards will lead to reputational damage that in turn will impact on markets through activist and aware consu-mers boycotting products. More recently states have been using these systems as the basis for denying entry to their markets to products that do not conform to these standards, e.g. as in the EU’s FLEGT system for forestry products. The result has been the rise of transnational communities of technical experts (in creating certification systems and monitoring and auditing them) connecting states, social movements and NGOs and multinational firms into a sphere of negotiated orders that aims to institutionalize soft law regimes based on cor-porate codes, reputation management and responsible consumption. These developments constitute challenges for state regulation in terms of how the state connects to the issues raised by NGOs and social movements and how far states, particularly in the Global South and in big and powerful economies such as the BRICs are willing to sacrifice areas of sovereignty to transnational governance regimes promoted mainly from the Global North and often driven by the interests of consumers and MNCs from the Global North. Finally these processes also create tensions in social movements and NGOs with more ra-dical agendas that challenge the fundamental principles of global capitalism – how do they reconcile their goals with pragmatic involvement in soft law trans-national governance regimes?

In this Call therefore we are interested in both the limits to transnational governan-ce as well as how it has grown and developed.

THEMES AND TOPICSThe guest editors welcome submissions related, but not limited to, the following issues:

• The impact of transnational governance mechanisms on issues of sustainability, human rights and inequality.

• The partnership between global and local social movements to address issues of inequality and sustainability.

• The interaction of global social movements with local indigenous communities and grassroots’ movements in limiting the power of MNCs and in opening governance to previously excluded groups.

• The role of states in relation to transnational governance and soft law processes.

• The processes whereby transnational communities of experts are formed and maintained.

• The impact of social media networks in the transnational governance arena.

• The different repertoires NGOs use to different audiences in order to legitimate their role, e.g. as ‘guerrilla’ for their radical supporters, as ‘research’ for their policy making community or as ‘consultancy’ when taking on monitoring and auditing tasks for MNCs.

SUBMISSION OF PAPERSPapers submitted must not have been published, accepted for publication, or presently be under consideration for publication elsewhere. To be eligible for review the paper must be set up according to the RAE’s guidelines (available at www.fgv.br/rae). The papers must be wri-tten in English. The submission must be made through the ScholarOne system at http://mc04.manuscriptcentral.com/rae-scielo. Suitable papers will be subjected to a blind review. Please address questions to Marcus Vinícius P. Gomes ([email protected]).

RAE-REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS(JOURNAL OF BUSINESS ADMINISTRATION)

ISSN 0034-7590, printed issue; ISSN 2178-938X online issue

CALL FOR PAPERS

ICT for Development in Ibero-AmericaDeadline: November 30 2014

Guest editors: Antonio Díaz Andrade (Auckland University of Technology/ New Zealand) andNicolau Reinhard (FEA-USP/Brazil)

PURPOSE OF ThE SPECIAL ISSUEIbero America is a vast region that spans two continents and is home of close to 10% of the world population. Established in the 16th century, Latin America has a long history of cultural connections with Portugal and Spain. The Latin American region is immensely rich in natural resources, yet it has the world’s most unequal wealth distribution (de Ferranti, Perry, Ferreira & Walton, 2004). A sizable portion of its inhabitants has limited or no access at all to health care and education services. Portugal and Spain, while being part of the countries with very high human development indexes, lag behind most of their European neighbours (UNDP, 2013) and have been severely affected by the euro crisis since early 2009.

It is against this background that governments, international donors and local non-governmental organisations have implemented a number of information and communication technology (ICT) initiatives aiming at increasing economic development, enhancing social opportunities and expanding political liberties on both sides of the Atlantic. This special issue calls for theoretical and practical contributions on how access to relevant information and the provision of critical services using ICT tools influence people’s living conditions.

ThEMES AND TOPICS

This special issue welcomes theoretical and empirical submissions with a focus on the Ibero-American region in the following areas (but not limited to):

• Unequal Access to ICT • Local identities

• Conceptual frameworks • Methodological approaches to ICT4D

• Diffusion and adoption of IT • Open business models and ICT4D

• Educational applications • Policy issues and legal frameworks

• Ethical aspects of ICT4D • Political implications of ICT4D

• Health informatics • Social innovations

• ICT and micro-entrepreneurship • Social movements

• ICT for economic development • Stakeholders engagement

• ICT4D and social inclusion • Urban issues and ICT

• ICT4D applications • Telecentres

SUBMISSION OF PAPERSPapers submitted must not have been published, accepted for publication, or presently be under consideration for publication elsewhere. To be eligible for review the paper must be set up according to the RAE’s guidelines (Available at www.fgv.br/rae). The papers must be written in English. The submission must be made through the ScholarOne system at http://mc04.manuscriptcentral.com/rae-scielo. Suitable papers will be subjected to a blind review.Please address questions to Antonio Díaz de Andrade ([email protected]).

Page 10: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

ISSN 0034-7590

SUMARIO

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015

Mayo-Junio 2015

FORO

246 TEORÍA INSTITUCIONAL Y MODOS DE INGRESO DE MULTINACIONALES DE PAÍSES EMERGENTES Ensayo sobre la contribución de la perspectiva institucional para el entendimiento de las elecciones

de modo de entrada de empresas multinacionales provenientes de países emergentes. Angela da Rocha y Henrique de Azevedo Ávila

258 INTERNACIONALIZACIÓN DE LAS REDES DE FRANQUICIAS BRASILEÑAS: UN ESTUDIO COMPARATIVO El artículo busca comprender las diferencias organizacionales fundamentales entre redes de

franquicias brasileñas con operaciones sólo domésticas y redes con operaciones internacionales. Pedro Lucas de Resende Melo, Felipe Mendes Borini, Moacir de Miranda Oliveira Jr. y Ronaldo Couto Parente

273 ESTRATEGIAS PARA EL DESEMPEÑO SUPERIOR EN LAS RECESIONES: ¿PRO O CONTRA CÍCLICAS? Pesquisa con empresas brasileñas de varias industrias sobre sus estrategias y desempeños en la

recesión de 2008-2009. Claudio Ramos Conti, Rafael Goldszmidt y Flávio Carvalho de Vasconcelos

ARTÍCULOS

290 USO Y CONSECUENCIAS DE UN SIG PARTICIPATIVO EN UN MUNICIPIO MEXICANO: APLICANDO UN MODELO MULTINIVEL

Investigación sobre el uso y los resultados del sistema de información geográfica participativa (SIGP) en una comunidad mexicana.

Marlei Pozzebon, Sonia Tello Rozas y Natalia Aguilar Delgado

304 ANÁLISIS DE RESILIENCIA EN LA CADENA DE SUMINISTROS: UN CASO AUTOMOTRIZ BRASILEÑO Análisis sobre la falta de flexibilidad en tres cadenas de proveimientos de la industria automovilística

brasileña que limitan su resiliencia y su capacidad de atender a los cambios de demanda. Luiz Felipe Scavarda, Paula Santos Ceryno, Silvio Pires y Katja Klingebiel

314 RELACIONES COLABORATIVAS Y DESEMPEÑO COMPETITIVO DE EMPRESAS BRASILEÑAS Descripción de la naturaleza de la relación entre la colaboración en la cadena de proveimientos y el

desempeño competitivo, evaluando el efecto de los sistemas y de las tecnologías de información como moderadores.

Mariana Ribeiro de Castro, Marcelo Bronzo, Paulo Tarso Vilela de Resende y Marcos Paulo Valadares de Oliveira

329 PRÁCTICAS DE RESPONSABILIDAD SOCIAL, REPUTACIÓN CORPORATIVA Y DESEMPEÑO FINANCIERO Verificación de la relación entre adopción de prácticas de divulgación voluntaria de la Responsabilidad

Social Corporativa (RSC) por varios canales de comunicación y el desempeño financiero y en la reputación corporativa.

Leslier Valenzuela Fernández, Mauricio Jara-Bertin y Francisco Villegas Pineaur

345 EFECTOS DE LA VINCULACIÓN DE CONSEJEROS AL ACUERDO DE ACCIONISTAS EN EL VALOR DE LA FIRMA Análisis sobre el efecto de las cláusulas que vinculan el voto de los consejeros al acuerdo de

accionistas en el valor de 181 empresas enumeradas en los segmentos especiales de BM&FBovespa entre 2008 y 2012.

Marina Gelman, Luiz Ricardo Kabbach de Castro y Valentin Seidler

ENSAYO

359 (RE)PRESENTANDO LA TEORÍA DE LA GESTIÓN COMPARATIVA Presentación y reflexión sobre la teoría de la gestión comparativa como abordaje para previsión y

explicación de la eficiencia de las organizaciones que actúan en diversos países. Rafael Borim-de-Souza y Andréa Paula Segatto

RESEÑA

368 INCENTIVO A LA GENERACIÓN DE IDEAS: SISTEMA INTERNO DE SUGESTIONES DE ALTO DESEMPEÑO Antonio Carlos Teixeira Alvares

INDICACIONES BIBLIOGRÁFICAS

370 UNA MIRADA CAUTELOSA SOBRE LA FASCINACIÓN POR NUEVAS TECNOLOGÍAS Alexandre Reis Graeml

371 GESTIÓN DE RIESGOS EN CADENA DE PROVEIMIENTOS Eliciane Maria da Silva

Page 11: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3
Page 12: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

246

ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

ANGELA DA [email protected] da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Escola de Negócios – Rio de Janeiro – RJ, Brasil

HENRIQUE DE AZEVEDO Á[email protected] em Administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Coppead de Administração – Rio de Janeiro – RJ, Brasil

FÓRUMSubmetido 10.01.2014. Aprovado 27.06.2014Avaliado pelo processo de double blind review. Editores Científicos: Gleen Morgan e Maria José Tonelli

TEORIA INSTITUCIONAL E MODOS DE ENTRADA DE MULTINACIONAIS DE PAÍSES EMERGENTESInstitutional theory and entry modes by emerging markets multinationals

Teoría institucional y modos de ingreso de multinacionales de países emergentes

RESUMOEste ensaio teórico busca analisar os espaços de contribuição da perspectiva institucional de análise para o entendimento das escolhas de modo de entrada de empresas multinacionais provenientes de países emergentes. Modos de entrada referem-se às decisões de grau de controle da subsidiá-ria (subsidiária integral versus joint venture). Alguns autores propõem que o modo de entrada seria influenciado pelas três dimensões do ambiente institucional: distância regulatória, normativa e cul-tural-cognitiva entre o país hospedeiro e o país de origem da empresa investidora. A partir de ampla revisão bibliográfica, são identificados fatores relacionados aos três pilares do ambiente institucio-nal e formuladas proposições para orientar estudos empíricos futuros sobre modos de entrada de multinacionais de países emergentes.PALAVRAS-CHAVE | Institucionalismo, modos de entrada, multinacionais, distância institucional, paí-ses emergentes.

ABSTRACTThis essay aims at contributing to the analysis of the spaces for contribution of the institutional pers-pective of analysis to advance the understanding of entry mode choices by multinational firms from emerging markets. Entry modes refer to the decisions involving the degree of control of a subsidiary (wholly-owned versus joint venture). Some authors propose that three dimensions of the institutional environment influence the entry mode decision: regulative distance, normative distance and cultural--cognitive distance between the host country and the country of origin of the investing firm. Starting from a broad review of the extant literature, this study identifies factors related to the three pillars of the institutional environment and advances propositions to be tested in future studies on entry mode choices of emerging market multinationals.KEYWORDS | Institutionalism, entry modes, multinationals, institutional distance, emerging countries.

RESUMENEse ensayo teórico busca analizar los espacios de contribución de la perspectiva institucional de aná-lisis para el entendimiento de las elecciones del modo de ingreso de empresas multinacionales pro-venientes de países emergentes. Modos de ingreso se refieren a las decisiones de grado de control de la subsidiaria (subsidiaria integral versus joint venture). Algunos autores proponen que el modo de ingreso sería influenciado por las tres dimensiones del ambiente institucional: distancia regulatoria, normativa y cultural-cognitiva entre el país hospitalario y el país de origen de la empresa inversora. A partir de amplia revisión bibliográfica, son identificados factores relacionados a los tres pilares del ambiente institucional y formuladas proposiciones para orientar estudios empíricos futuros sobre modos de ingreso de multinacionales de países emergentes.PALABRAS-CLAVE | Institucionalismo, modos de entrada, multinacionales, distancia institucional, países emergentes.

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150302

Page 13: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

247

ISSN 0034-7590

AUTORES | Angela da Rocha | Henrique de Azevedo Ávila

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

INTRODUÇÃO

O recente movimento de internacionalização de empresas de países emergentes, associado ao crescimento dos países onde essas companhias estão sediadas, tem despertado o interes-se dos estudiosos de negócios internacionais para a escassez de estudos sobre o tema (Khanna & Palepu, 2006; Luo & Tung, 2007). Além disso, os autores divergem quanto a se as caracte-rísticas dos processos de internacionalização das multinacio-nais de países emergentes (EMNEs, do inglês Emerging Market Multinational Enterprises) se assemelham ou não àquelas de multinacionais de países desenvolvidos (Ramamurti, 2012; Rugman, 2009). Nos últimos anos, a teoria institucional tem se tornado uma alternativa importante para o entendimento das decisões de investimento das multinacionais, em especial as oriundas de países emergentes, uma vez que busca capturar aspectos fundamentais do país de origem e do país de desti-no dos investimentos realizados (Peng, Wang, & Jiang, 2008), não enfatizados pelas demais teorias. Para Dunning e Lundan (2008), a teoria institucional oferece um caminho promissor para o avanço do entendimento sobre as diferentes formas das multinacionais contemporâneas.

Três principais abordagens ao institucionalismo estão hoje presentes nos estudos de negócios internacionais: nova economia institucional, novo institucionalismo organizacional e institucionalismo histórico comparado. Entre essas, as duas primeiras concentram os estudos que têm buscado medir a dis-tância institucional entre países e, portanto, são as abordagens consideradas no presente estudo.

A expressão “nova economia institucional” foi criada por Williamson em 1975, para expressar um conjunto de conceitos que expandiriam o horizonte da teoria neoclássica acerca dos fenômenos econômicos. A nova economia institucional tem o seu foco na interação entre as instituições e as firmas resultan-tes das imperfeições de mercado (Hoskisson, Eden, Lau, & Wri-ght, 2000) e está fortemente atrelada ao pensamento microeco-nômico. Os novos institucionalistas reconhecem a importância das forças de mercado para o desenvolvimento econômico, mas defendem que as instituições sejam posicionadas como ele-mento central. Tal abordagem permitiria explorar melhor as im-plicações das imperfeições de mercado no comportamento dos atores econômicos. O emprego da economia institucional para se entender o papel das instituições ganhou força a partir dos trabalhos de North (1990, 1991) e Williamson (2000), principais expoentes do novo institucionalismo econômico. Esses traba-lhos incorporaram conceitos provenientes de teorias anteces-soras, como os de custos de transação e de racionalidade limi-tada, ainda que North focalize as “regras do jogo” no ambiente

econômico e Williamson trate mais diretamente da governança institucional, examinando o funcionamento interno da firma. A nova economia institucional advoga que as instituições trazem três importantes contribuições para o bom funcionamento dos mercados: i) reduzem os custos de transação, ao melhorar a qualidade das informações e diminuir sua assimetria; ii) prote-gem os direitos de propriedade; iii) balizam o ambiente de com-petição, ao impor regras (Dumludag, Saridogan, & Kurt, 2007).

O novo institucionalismo organizacional está ancorado na sociologia e na teoria organizacional, e tem sua ênfase nas formas e práticas organizacionais. Trata-se de uma abordagem contemporânea das organizações em que se desenvolve uma visão sociológica das instituições e do modo como essas ins-tituições afetam a sociedade. Para os novos institucionalistas organizacionais, há não só instituições formais, mas também sistemas normativos e culturais-cognitivos, que seriam as insti-tuições informais. O presente trabalho adota como recorte teó-rico a classificação de pilares institucionais proposta por Scott (2001, p. 48): “instituições são compostas por elementos regu-latórios, normativos e culturais-cognitivos, que, juntos com ati-vidades e recursos associados, conferem estabilidade e senti-do à vida social”. O pilar regulatório compreenderia as leis e regras vigentes, o pilar normativo envolveria as normas e valo-res seguidos por seus habitantes e o pilar cultural-cognitivo cor-responderia à forma como os indivíduos inferem e interpretam os estímulos do ambiente.

A teoria institucional vem sendo utilizada em estudos de negócios institucionais já há alguns anos, cobrindo diversos as-pectos do campo. O presente estudo trata especificamente do uso da teoria institucional na decisão de modos de entrada de EMNEs em mercados externos. O modo de entrada, ou seja, a escolha da forma de propriedade das subsidiárias no exterior (de subsidiária integral a joint venture minoritária), é uma das principais decisões que a firma investidora toma, ao entrar em um mercado estrangeiro. No caso das EMNEs, as decisões de modo de entrada parecem sofrer forte influência do ambiente institucional, tanto do país de origem dos investimentos quan-to do país receptor. A maior parte dos estudos utiliza-se predo-minantemente da abordagem econômica, ou seja, da nova eco-nomia institucional, com ênfase, sobretudo, na teoria de custos de transação (Barkema & Vermeulen, 1998; Dikova & Witteloos-tuijn, 2007; Gorynia & Mroczek, 2013; Luo, 2001), sendo ainda poucos os estudos que utilizam a perspectiva adotada no pre-sente trabalho, baseada nos três pilares institucionais de Scott (1995, 2001).

Não obstante, é importante frisar que outros caminhos po-tenciais se colocam aos pesquisadores no âmbito da teoria ins-titucional, como retratam, por exemplo, os trabalhos de Child e

Page 14: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

248

ISSN 0034-7590

FÓRUM | Teoria institucional e modos de entrada de multinacionais de países emergentes

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

Tsai (2005) e Child e Rodrigues (2005). Além disso, cabe men-cionar explicitamente que já existem alguns trabalhos realiza-dos no Brasil que utilizam a abordagem institucional associada a modos de entrada. Salientam-se, em particular, os trabalhos de Amal e associados (Amal & Kegel, 2012; Amal, Raboch, & Tomio, 2009), de cunho econômico, mais voltados para a análise dos efeitos atrelados à qualidade do ambiente institucional e a polí-ticas públicas. Por sua vez, Sepúlveda (2012) e Chueke e Borini (2012) tratam especificamente do modo de estabelecimento de subsidiárias no exterior (aquisição versus greenfield).

Na análise do impacto do ambiente institucional sobre as decisões de negócios internacionais, os estudos focam dois aspectos distintos: o impacto do ambiente institucional do país de origem sobre as decisões de modo de entrada e o impacto do ambiente institucional do país hospedeiro sobre essas deci-sões. O foco do presente trabalho está relacionado especifica-mente ao impacto do ambiente institucional do país hospedeiro sobre as decisões de modo de entrada das EMNEs, enfatizando, portanto, a relação entre elementos do ambiente institucional e escolhas organizacionais.

Este ensaio ampara-se nos três pilares institucionais pro-postos por Scott para propor relações entre o ambiente institu-cional dos países receptores de investimentos diretos e o modo de entrada escolhido pela EMNE. A contribuição do trabalho re-side em dois aspectos. O primeiro consiste na própria identi-ficação das variáveis relevantes ao entendimento do impacto dos fatores do ambiente institucional sobre a decisão de mo-dos de entrada, com base em ampla revisão dos diversos estu-dos na literatura. O segundo decorre do desenvolvimento de um conjunto de proposições, incorporando especificidades espera-das nas escolhas de modos de entrada por EMNEs.

Para seleção dos estudos mencionados neste trabalho, foi realizada uma ampla revisão da literatura relevante sobre modos de entrada em mercados externos, cobrindo o período de 1990 a 2012. Inicialmente foram pesquisados os periódi-cos reconhecidos na área de Negócios Internacionais: Interna-tional Business Review, International Marketing Review, Journal of International Business Studies, Journal of International Ma-nagement, Journal of International Marketing, Journal of World Business e Management International Review. Foram também pesquisados periódicos de caráter geral na área de Administra-ção, mas que publicam frequentemente artigos da área de Ne-gócios Internacionais: Academy of Management Journal, Aca-demy of Management Review, Journal of Business Research, Journal of Management, Journal of Management Studies e Stra-tegic Management Journal. Uma vez identificados os artigos que tratavam de modos de entrada em mercados externos, foi reali-zada uma leitura do abstract para separar aqueles que eram es-

tudos empíricos e que tratavam especificamente da decisão en-tre joint ventures e subsidiárias integrais, objeto do presente trabalho. Além disso, buscaram-se artigos adicionais utilizando diversas bases de dados nacionais e internacionais. Utilizaram--se também artigos seminais sobre o tema específico.

O artigo está estruturado da seguinte forma: após esta introdução, em que são apresentados o contexto, a delimitação do estudo e seu posicionamento, discute-se o impacto de fato-res institucionais sobre os modos de entrada. Em seguida, são detalhados, para cada um dos pilares institucionais de Scott, quais os fatores identificados na literatura que se encontram associados àquele pilar, as proposições concernentes à relação de cada fator com a decisão de modo de entrada e uma propos-ta de operacionalização dos fatores identificados. Finalmente, são feitas as considerações finais do trabalho.

IMPACTO DE FATORES INSTITUCIONAIS SOBRE O MODO DE ENTRADANem sempre a escolha de modo de entrada pode ser tomada li-vremente pela empresa, já que muitos governos impedem a par-ticipação majoritária de capital estrangeiro em indústrias consi-deradas estratégicas (Slangen & Tulder, 2009; Xu & Shenkar, 2002). Quando a empresa tem liberdade para decidir o nível de propriedade desejado, variáveis do ambiente institucional do país hospedeiro podem afetar essa decisão, levando a escolha a pender para subsidiárias integrais ou para joint ventures. Se-gue-se indicação apenas parcial de estudos, dadas as limita-ções de espaço.

Um conceito fundamental para o entendimento da ques-tão é o de distância institucional, referente a diferenças entre o ambiente institucional do país de origem e o do país hospedei-ro. A noção de distância institucional foi desenvolvida e refina-da por Kostova (1997, 1999), autora expoente do novo institu-cionalismo organizacional, tendo sido aplicada com frequência aos estudos de negócios internacionais (Busenitz, Gómez, & Spencer, 2000). Quando a firma multinacional se defronta com um ambiente institucional muito diferente do seu país de ori-gem, tem dificuldade para se estabelecer e manter sua legitimi-dade (Kostova & Zaheer, 1999), bem como para transferir suas práticas para a subsidiária que vier a ser ali instalada (Kostova, 1999; Kostova & Roth, 2002).

De maneira geral, os estudos mostram que relacionam distância institucional a modos de entrada mostram que maior distância institucional levaria à formação de joint ventures, en-quanto menor distância institucional favoreceria o estabele-cimento de subsidiárias integrais. Por exemplo, Yiu e Makino

Page 15: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

249

ISSN 0034-7590

AUTORES | Angela da Rocha | Henrique de Azevedo Ávila

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

(2002) encontraram evidências do impacto dos três pilares ins-titucionais sobre a escolha de modo de entrada de multinacio-nais japonesas: o arcabouço regulatório do país hospedeiro, as pressões normativas impostas pela comunidade local e as limi-tações decorrentes de dissonância entre os padrões de referên-cia cognitivos da multinacional e os de eventuais parceiros no país receptor, levando à preferência por joint ventures em paí-ses com grande distância regulatória e normativa. Xu, Pan e Be-amish (2004) também verificaram a associação das distâncias regulatória e normativa com menores níveis de participação no capital da afiliada.

A revisão dos estudos que associam aspectos do am-biente institucional à escolha do modo de entrada de empresas multinacionais sugere a existência de lacunas no entendimento da questão. Salientam-se a seguir aquelas que têm chamado a atenção dos estudiosos do tema:

1. Não há consenso, ainda, quanto ao que constitui o am-biente institucional no estudo de negócios internacionais. Brou-thers (2013) sugere que é fundamental se chegar a um acordo sobre o âmbito conceitual do construto, para, só então, discutir as medidas operacionais adequadas.

2. A maioria dos artigos tende a privilegiar aspectos regu-latórios e normativos, sem cobrir os três pilares propostos por Scott (1995).

3. Não ficam claros os critérios que têm balizado a se-leção dos fatores estudados, dando a impressão de escolha idiossincrática de cada autor (Bae & Salomon, 2010).

Uma questão sobre a qual parece haver consenso é a de que importa mais a diferença entre o padrão das instituições dos países de origem e de destino do que o nível absoluto de qualidade das instituições do país hospedeiro. Ou seja, as fir-mas se disporiam a adotar modos de entrada que representas-sem maior comprometimento quando o ambiente institucional do país receptor fosse semelhante ao ambiente de seus países de origem (Xu & Shenkar, 2002). Isso significa que a distância, por si só, traria ônus para o investidor, independentemente de o ambiente institucional do país hospedeiro ser mais ou menos favorável a investimentos estrangeiros.

Cabe chamar a atenção para o fato de alguns autores haverem detectado efeitos de interação entre os três pilares institucionais de Scott. Por exemplo, Eden e Miller (2004) re-gistraram que, na prática, os diferentes tipos de distância ins-titucional se combinam, formando construtos de maior com-plexidade. Os autores examinaram o conceito de distância institucional sob dois diferentes prismas: um relativo a dife-renças culturais (decomposto em elementos normativos e cul-turais-cognitivos) e outro relativo à corrupção (decomposto em elementos regulatórios e normativos).

FATORES DO AMBIENTE INSTITUCIONAL NOS PAÍSES HOSPEDEIROS E PROPOSIÇÕES TEÓRICASO primeiro passo consistiu em identificar, na literatura, um conjunto de variáveis que expressassem adequadamente os diferentes fatores que compõem cada um dos três pilares do ambiente institucional, ou seja, identificar o domínio concei-tual dos construtos distância regulativa, distância normati-va e distância cultural-cognitiva. Em seguida, foram formula-das proposições, apoiadas na literatura, correspondentes à relação entre cada um dos fatores identificados e o modo de entrada da firma no mercado externo (subsidiárias integrais versus joint ventures). Por fim, para cada um dos pilares, são apresentadas formas de operacionalizar os fatores extraídos da literatura.

Pilar institucional regulatório

O pilar institucional regulatório compreende regras e regula-mentos estabelecidos por lei ou referendados pela opinião pú-blica, que têm o poder de encorajar certos comportamentos e desencorajar outros. Os mecanismos coercitivos que governam o pilar institucional regulatório são normalmente impostos por entidades investidas de mandato para cobrar seu cumprimen-to. Dois aspectos do ambiente institucional regulatório são le-vados em conta: de um lado, quais são as “regras do jogo”; de outro (e sobretudo), a sua efetiva e consistente aplicação (en-forcement).

Em função disso, os ambientes institucionais regulató-rios dos países podem ser classificados como de maior ou me-nor qualidade. Em contextos de maior qualidade regulatória, há respeito aos direitos e liberdades civis e às leis e regulamentos, sendo aplicados, quando necessário, mecanismos coercitivos e de controle para garantir o cumprimento das leis e regulamen-tos e a proteção dos direitos de indivíduos e organizações. Em ambientes de menor qualidade regulatória, o governo pode in-tervir intempestivamente nos negócios, a força da lei não é con-sistente e eficientemente imposta, e os mecanismos de contro-le e enforcement não são confiáveis.

Identificou-se, na literatura, fatores associados ao pilar institucional regulatório, que são apresentados no Quadro 1. Os autores referenciados no quadro utilizaram esses fatores em seus respectivos estudos, embora não necessariamente todos eles encontrem-se afiliados a alguma das abordagens do insti-tucionalismo. Além disso, devido a limitações de espaço, não foi possível referenciar todos os autores identificados, citando--se apenas os mais representativos.

Page 16: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

250

ISSN 0034-7590

FÓRUM | Teoria institucional e modos de entrada de multinacionais de países emergentes

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

Quadro 1. Fatores do pilar regulatório

Fatores do país hospedeiro

Descrição Exemplos de estudos empíricosExemplos de variáveis usadas para medir o fator

Nível de intervenção do governo

Capacidade do governo para formu-lar e implementar políticas e normas que interfiram no setor privado

Arslan e Larimo (2010); Brouthers (2002); Delios e Beamish (1999); Dikova e Witteloostuijn (2007); Estrin et al. (2009); Gaur e Lu (2007)

Consistência e transparência das po-líticas governamentais

Grau de protecionismo

Extensão em que o governo aplica medidas protecionistas

Agarwal e Feils (2007); Morschett et al. (2010); Yiu e Makino (2002)

Existência de regras de conteúdo lo-cal mínimo, controle do governo so-bre fatores essenciais de produção, privilégios a empresas estatais

Qualidade do arcabouço jurídico

Qualidade do arcabouço jurídico do país, facilitando a criação e gestão de negócios por firmas estrangeiras

Estrin et al. (2009); Roy e Oliver (2009); Xu et al. (2004)

Existência de mecanismos de prote-ção a contratos, complexidade da le-gislação trabalhista, facilidade para expatriação de empregados

Restrições ao investimento estrangeiro

Extensão em que o governo impõe regras que dificultam a aquisição e gestão de empresas por investidores estrangeiros

Brouthers (2002); Delios e Beamish (1999); Demirbag, McGuinness e Al-tay (2010); Morschett et al. (2010); Slangen e Tulder (2009); Yiu e Maki-no (2002)

Existência de regras/instâncias de aprovação para investimentos es-trangeiros, regras para aquisição de empresas locais, regras para consti-tuição de joint ventures

Proteção a direitos de propriedade

Instrumentos que asseguram ao pro-prietário de um ativo o poder discri-cionário de utilizá-lo e usufruir dos retornos por ele propiciados

Arslan e Larimo (2010); Delios e Beamish, 1999; Luo (2001); Dikova e Witteloostuijn (2007); Gaur et al. (2007); Gaur e Lu (2007); Meyer, Es-trin, Bhaumik e Peng (2009); Pajunen (2008)

Adequação de leis de proteção a di-reitos de propriedade, simplicidade dos procedimentos de proteção a direitos de propriedade

Sistema judiciárioQualidade do Poder Judiciário, enco-rajando o respeito às leis e assegu-rando seu cumprimento

Arslan e Larimo (2010); Dumludag (2009, 2010); Gaur et al. (2007); Gaur e Lu (2007); Pajunen (2008); Xu et al. (2004)

Eficiência do sistema judiciário, in-dependência do Poder Judiciário

Observe-se que, entre os fatores identificados, os dois primeiros referem-se à ação governamental (nível de interven-ção e grau de protecionismo), os dois seguintes, às regras do jogo econômico (restrição ao investimento estrangeiro e prote-ção a direitos de propriedade) e os dois últimos, à proteção ju-rídica (qualidade das leis e capacidade de assegurar seu cum-primento).

A procura de legitimidade em ambientes institucio-nais de baixa qualidade regulatória é difícil, porque é compli-cado atender às exigências regulatórias específicas existentes em cada país. Em tais ambientes, ter um parceiro local permi-te acesso a conhecimentos sobre as leis e regulamentos do país de destino, e assim mitigar a desvantagem do estrangeiro (Zaheer, 1995). Paralelamente, ambientes mais restritivos são frequentemente caracterizados por instabilidade política, o que também convida à associação com parceiros locais, que já pos-suem expertise em lidar com essas dificuldades. A opção por

joint ventures pode proporcionar ainda maior capacitação de processamento de informação do que, por exemplo, parcerias ou alianças contratuais.

As evidências são múltiplas, por exemplo: alto grau de intervenção do governo nos negócios e baixo nível de prote-ção aos direitos de propriedade levariam à preferência por joint ventures (Luo, 2001); a falta de proteção a direitos de proprie-dade desestimularia a formação de parcerias com sócios lo-cais, dado o risco de esses parceiros se comportarem de manei-ra oportunista (Eden & Miller, 2004); e restrições de natureza legal e barreiras comerciais (Morschett, Schramm-Klein, & Swo-boda, 2010) estimulariam a formação de joint ventures.

Observe-se que os resultados citados anteriormente ema-nam de trabalhos que, em sua quase totalidade, estudaram mul-tinacionais de países desenvolvidos. Assim, encontra-se razoa-velmente estabelecido na literatura que multinacionais de países desenvolvidos preferem entrar por meio de joint ventures em am-

Page 17: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

251

ISSN 0034-7590

AUTORES | Angela da Rocha | Henrique de Azevedo Ávila

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

bientes institucionais de baixa qualidade regulatória, que são aqueles que apresentam maior distância regulativa em relação ao ambiente institucional de seus países de origem.

No entanto, há discussão quanto a como esses fato-res interferem no caso de multinacionais provenientes de paí-ses emergentes (EMNEs). Alega-se, por um lado, que as firmas oriundas das economias emergentes estão mais familiariza-das com instituições regulatórias mais restritivas, uma vez que essas firmas tiveram que lidar com deficiências e carência de proteção regulatória em seus países de origem. Na realidade, essa familiaridade e a habilidade de lidar e tirar proveito de la-cunas institucionais constituiria um peculiar e importante ati-vo das firmas emergentes que proporcionaria vantagens com-petitivas em relação a multinacionais provenientes de países de origem desenvolvidos (Khanna & Palepu, 2006). Por outro lado, é de se esperar que as EMNEs não façam restrições a in-vestir em países de alta qualidade regulatória, simplesmente por se originarem de países com baixa qualidade regulatória. Assim, quando se considera a distância regulatória, pode-se supor que as decisões das EMNEs quanto ao modo de entrada (de subsidiária integral a joint venture minoritária) não sejam diretamente afetadas pela distância regulativa dos países de origem aos países de destino.

As seguintes proposições são apresentadas, indicando a relação esperada entre a escolha do modo de entrada e a quali-dade do ambiente regulatório:

P1a. Diferenças no grau de intervenção do governo no país hospedeiro em relação a seu país de origem não afetam a probabilidade de a EMNE escolher joint ventures ou subsi-diárias integrais como modo de entrada.

P1b. Diferenças no grau de protecionismo no país hospe-deiro em relação a seu país de origem não afetam a proba-bilidade de a EMNE escolher joint ventures ou subsidiárias integrais como modo de entrada.

P1c. Diferenças nas restrições ao investimento estrangeiro no país hospedeiro em relação a seu país de origem não afetam a probabilidade de a EMNE escolher joint ventures ou subsidiárias integrais como modo de entrada.

P1d. Diferenças na proteção aos direitos de propriedade no país hospedeiro em relação a seu país de origem não afe-tam a probabilidade de a EMNE escolher joint ventures ou subsidiárias integrais como modo de entrada.

P1e. Diferenças na qualidade do arcabouço jurídico no país hospedeiro em relação a seu país de origem não afetam a probabilidade de a EMNE escolher joint ventures ou subsi-diárias integrais como modo de entrada.

P1f. Diferenças na qualidade do sistema judiciário do país hospedeiro em relação a seu país de origem não afetam a probabilidade de a EMNE escolher joint ventures ou subsi-diárias integrais como modo de entrada.

Não se excluem, no entanto, interações entre fatores as-sociados a diferentes pilares institucionais. É possível que a distância cultural-cognitiva atue como mediadora nas relações propostas (de P1a a P1f). Por exemplo, em países hospedeiros de alta distância cultural-cognitiva em relação ao país de ori-gem da EMNE, é possível que prevaleçam joint ventures, não apenas devido às diferenças culturais mas também devido às diferenças regulatórias. Isso ocorreria pelo fato de não ser pos-sível transferir o conhecimento experiencial de como lidar com esses fatores a países hospedeiros com grandes diferenças cul-turais. Outras interações, inclusive entre fatores do mesmo pi-lar, podem ser hipotetizadas. Por exemplo, diferenças entre o tipo de sistema jurídico dominante no país de origem no país hospedeiro – ordenamentos jurídicos embasados no direito ro-mano, na common law, ou no direito muçulmano – poderiam afetar a decisão de modo de entrada.

Incluem-se também, no Quadro 1, exemplos de variá-veis utilizadas para medir cada fator. Essas variáveis podem ser utilizadas como variáveis perceptuais (usando-se escalas tipo Likert), buscando verificar como os executivos veem a distân-cia entre o país de origem da empresa e o país hospedeiro dos investimentos. Podem-se, ainda, usar diversos índices já exis-tentes, compilados por organizações de prestígio internacional. Por exemplo, há os indicadores do Global Competitiveness In-dex, do Fórum Econômico Mundial, os índices do World Com-petitiveness Yearbook, do IMD, e o Economic Freedom Index, da Heritage Foundation. O uso desses índices é bastante difundi-do na literatura, como nos estudos de Xu et al. (2004) e Estrin, Baghdasaryan e Meyer (2009).

Pilar institucional normativo

O pilar institucional normativo compreende valores e normas que definem os tipos de comportamento considerados desejá-veis, apropriados e corretos, como condição necessária à vali-dação de papéis sociais (Scott, 1995, 2001). Valores e normas indicam a indivíduos e organizações os padrões sob os quais seu comportamento será avaliado. Assim, o pilar institucional normativo pode ser traduzido na forma da cultura nacional de determinado país, uma vez que reflete hipóteses, sistemas de valores, normas e crenças sobre o comportamento humano, compartilhados e comumente aceitos por determinada socie-dade. Diferentemente do pilar regulatório, a adequação não é o resultado de pressões coercitivas, uma vez que o princípio da

Page 18: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

252

ISSN 0034-7590

FÓRUM | Teoria institucional e modos de entrada de multinacionais de países emergentes

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

adequação são a aceitação e a conformidade com as normas e valores, sendo uma obrigação moral. As pressões oriundas des-se componente são chamadas de pressões normativas.

Além de valores e crenças, a corrupção e a burocracia são incluídas no presente estudo como parte do pilar institucio-nal normativo, embora não haja consenso na literatura quan-to a se esses fatores devem ser tratados como parte do pilar regulatório ou do normativo. No entanto, o presente trabalho se apoia nas orientações de Scott (1995, 2001) de que o com-portamento organizacional normativo pode ser definido como o modo rotineiro como as pessoas fazem as coisas e que determi-nadas características institucionais podem impregnar, ao longo

do tempo, o contexto normativo, ao passarem a integrar a men-talidade vigente. Isso ocorreria com a corrupção, cujo proble-ma é sua onipresença, a que se alia sua imprevisibilidade (Ro-driguez, Uhlenbruck, & Eden, 2005). Da mesma forma, trata-se aqui o fenômeno da burocracia como conceito organizacional, prevalecendo as noções de mentalidade e comportamento bu-rocrático (Scott & Pandey, 2000).

Também com relação ao pilar institucional normativo, fo-ram identificados fatores associados a esse construto (Quadro 2) e referenciados autores relevantes. Além disso, são apresen-tadas algumas variáveis que compõem cada fator, identificadas na literatura, sem a ambição de ser exaustivo.

Quadro 2. Fatores do pilar normativo

Fatores do país hospedeiro

Descrição Exemplos de estudos empíricosExemplos de variáveis usadas para medir o fator

ValoresFundamentos de natureza moral que orientam o comportamento da socie-dade na condução de negócios

Barkema e Vermeulen (1998); Estrin et al. (2009); Kogut e Singh (1988); Peng (2003); Yiu e Makino (2002)

Importância atribuída a lazer e entre-tenimento, valorização da segurança na vida pessoal e profissional, valori-zação do sucesso profissional

CrençasConvicções da sociedade local acerca do que é “verdadeiro”

Barkema e Vermeulen (1998); Estrin et al. (2009); Kogut e Singh (1988); Peng (2003); Yiu e Makino (2002)

Crença na superioridade das decisões individuais sobre as coletivas, respei-to à autoridade.

Relações de confiança

Facilidade para a construção de con-fiança e grau de influência dos rela-cionamentos nos negócios

Delios e Beamish (1999); Eden e Miller (2004); Jansson, Hilmersson e San-dberg (2011); Meyer (2001); Tsui-Auch e Möllering (2010)

Importância da construção de con-fiança no ambiente profissional, im-portância de relações de confiança com clientes

CorrupçãoIntensidade da corrupção no sistema político

Demirbag, McGuinness e Altay (2010); Estrin, Baghdasaryan e Meyer (2009); Gaur, Delios e Singh (2007); Jansson, Hilmersson e Sandberg (2011); Ro-driguez, Uhlenbruck e Eden (2005); Uhlenbruck e outros (2006)

Onipresença da corrupção, imprevisi-bilidade da corrupção

Mentalidade burocrática

Rigidez na aplicação de regras e pro-cedimentos administrativos desne-cessários

Agarwal e Feils (2007); Demirbag, Tatoglu e Glaister (2008); Gaur et al. (2007); Gaur e Lu (2007)

Existência de entraves burocráticos em diferentes níveis da administra-ção, aplicação de mais regras, ou aplicação excessiva de regras por funcionários responsáveis por proce-dimentos burocráticos

Page 19: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

253

ISSN 0034-7590

AUTORES | Angela da Rocha | Henrique de Azevedo Ávila

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

De modo geral, no tocante à distância normativa, Eden e Miller (2004) mostraram que a constituição de joint ventu-res ocorria dada a dificuldade em manter o alinhamento com as práticas da matriz, entender as orientações emanadas do ambiente institucional e conquistar legitimidade. No entanto, grande distância institucional normativa levou empresas fin-landesas a preferirem instalar subsidiárias integrais (Arslan & Larimo, 2010), contrariando as hipóteses iniciais levantadas no estudo.

A presença da corrupção como parte do contexto institu-cional normativo tem sido objeto de diversos estudos específi-cos no campo dos negócios internacionais, criando-se inclusi-ve a expressão “distância em termos de corrupção” (Duanmu, 2011). Para Rodriguez et al. (2005) e Uhlenbruck. Rodriguez, Doh, e Eden (2006), quanto mais alta a corrupção no país hos-pedeiro, maior será a probabilidade de a firma investidora pre-ferir modos de entrada com menor participação de capital pró-prio. Por outro lado, o modo de entrada adotado em países com alto índice de corrupção dependeria do próprio nível de corrup-ção do país de origem (Duanmu, 2011).

Seguindo o mesmo raciocínio desenvolvido com relação ao pilar regulatório, argumenta-se que, as EMNEs, em geral pro-venientes de países com altos índices de corrupção e burocra-cia, tenderiam a se sentir mais à vontade em ambientes institu-cionais com níveis de corrupção e burocracia similares do que as multinacionais provenientes de países com baixos níveis de cor-rupção. Não obstante, as EMNEs não deixariam de considerar tam-bém atraentes ambientes em que os níveis de corrupção e a preva-lência da mentalidade burocrática fossem baixos, dado que esses dois fatores aumentam os custos de fazer negócios. Em síntese, esse raciocínio levou à formulação das proposições P2d e P2e de maneira distinta das demais proposições relativas ao pilar norma-tivo. Seguem-se as proposições que expressam a relação entre es-ses fatores e a escolha de modo de entrada pela EMNE.

P2a. Quanto mais distintos os valores dominantes no país hospedeiro em relação aos valores que prevalecem no país de origem, maior a probabilidade de a EMNE escolher joint ventu-res como modo de entrada, em vez de subsidiárias integrais.

P2b. Quanto mais distintas as crenças dominantes no país hospedeiro em relação às crenças que prevalecem no país de origem, maior a probabilidade de a EMNE escolher joint ventu-res como modo de entrada, em vez de subsidiárias integrais.

P2c. Quanto mais distinto o papel dos relacionamentos na realização de negócios no país hospedeiro em relação ao que se verifica no país de origem, maior a probabilidade de a EMNE escolher joint ventures como modo de entrada, em vez de subsidiárias integrais.

P2d. Diferenças no nível de corrupção existente para a rea-lização de negócios no país hospedeiro, em relação a seu país de origem, não afetam a probabilidade de a EMNE es-colher joint ventures ou subsidiárias integrais como modo de entrada.

P2e. Diferenças no grau de mentalidade burocrática domi-nante no país hospedeiro, em relação a seu país de origem, não afetam a probabilidade de a EMNE escolher joint ven-tures ou subsidiárias integrais como modo de entrada.

Da mesma forma como ocorre com relação ao ambien-te institucional regulatório, as formas de medir o pilar norma-tivo podem passar pelo uso de medidas perceptuais, normal-mente obtidas por meio de survey com os decisores, ou por meio de índices já existentes, como é o caso do Corruption Perceptions Index (CPI) e o Bribe Payers Index, ambos divul-gados pela Transparência Internacional. Outros índices utili-zados para medir o pilar normativo provêm da World Values Survey, conduzida pela The World Values Survey Association (WVSA).

Pilar institucional cultural-cognitivo

Esse pilar refere-se à maneira pela qual os indivíduos perce-bem e interpretam a realidade. No pilar cultural-cognitivo, a ação é entendida como uma interpretação subjetiva. Assim, para entender as instituições, deve-se levar em conta não só as condições objetivas da vida social mas também a sua in-terpretação subjetiva pelos atores (Scott, 1995, 2001). Scott (2001, p. 57) salienta que “a atenção com a dimensão cultu-ral-cognitiva das instituições é a principal característica dis-tintiva do neoinstitucionalismo dentro da sociologia e do es-tudo das organizações”.

Na literatura em geral, reconhece-se que há substancial interseção teórica entre os pilares normativo e cultural-cogniti-vo (Gaur, Delios, & Singh, 2007; Gaur & Lu, 2007; Peng, 2009). O próprio Scott (2001) reconheceu que a fronteira entre os pi-lares normativo e cognitivo não é completamente clara. Não obstante, o primeiro refletiria como os valores, crenças e ati-tudes de terceiros podem influenciar o comportamento da fir-ma em questão; o segundo corresponderia ao impacto dos va-lores e crenças da própria firma (Peng, 2009). Para Eden e Miller (2004), o pilar normativo define o que as pessoas “devem ou não devem fazer” e o pilar cultural-cognitivo, por sua vez, cor-responde ao que “é ou não é verdade” e ao que “se tem ou não capacidade para fazer”. Para Meyer e Rowan (1977), o pilar cul-tural-cognitivo reconhece o fato de que a cultura de uma socie-dade é determinante na forma como os seus membros perce-bem e reagem às instituições que os cercam.

Page 20: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

254

ISSN 0034-7590

FÓRUM | Teoria institucional e modos de entrada de multinacionais de países emergentes

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

Com base na literatura examinada, foram identificados fatores associados a esse construto (Quadro 3) e respectivos estu-dos. Além disso, são apresentadas algumas variáveis que compõem cada fator identificado na literatura.

Quadro 3. Fatores do pilar cultural-cognitivo

Fatores do país hospedeiro

Descrição Exemplos de estudos empíricosExemplos de variáveis usadas para medir o fator

EstereótiposPercepção desfavorável acerca do in-vestidor externo, em função de seu país de origem

Chattalas, Kramer e Takada (2008); Eden e Miller (2004); Kostova e Zaheer (1999)

Preconceito contra profissionais es-trangeiros em função do seu país de origem, preferência dos compradores pelos bens ou serviços produzidos em seu próprio país

Práticas gerenciaisPosturas, atitudes e procedimentos de gestão

Busenitz et al. (2000); Estrin et al. (2009); Ferreira, Li e Suk (2009)

Prioridade conferida a metas finan-ceiras ou resultados de curto prazo, busca de inovação ou introdução de novas tecnologias e processos, cen-tralização das decisões nos níveis hierárquicos superiores

IdentidadesAspectos socioculturais do país hos-pedeiro

Arslan e Larimo (2010); Dow e Larimo (2009); Makino e Tsang (2011)

Idioma, raízes coloniais, nível de edu-cação da população

A noção de distância ou diferenças entre os países tem sido objeto de diversos estudos, porém o conceito mais utiliza-do até hoje ainda é o de distância cultural. Foi a partir do traba-lho de Kogut e Singh (1988) que o construto de distância cultu-ral passou a ser mais frequentemente utilizado em estudos sobre modo de entrada. Brouthers e Brouthers (2001) apontam diver-gências na literatura que trata da relação entre distância cultural e modo de entrada: alguns pesquisadores constataram que altos níveis de distância cultural estão associados à opção por subsi-diárias integrais ou joint ventures majoritárias; outros encontra-ram associação direta com joint ventures. De um lado, defende--se que a parceria com um sócio local facilitaria a adaptação dos produtos e a realização de atividades sensíveis à cultura do país hospedeiro. Em contraposição, há argumentos na direção contrá-ria, uma vez que a distância cultural dificultaria a identificação de um parceiro adequado e a gestão da afiliada no exterior.

Harzing (2004) analisou 13 estudos sobre o impacto da distância cultural na escolha entre subsidiárias integrais e joint ventures, verificando a existência de proposições teóricas e re-sultados estatísticos conflitantes: sete encontraram relaciona-mento positivo entre distância cultural e controle compartilha-do, três acharam relacionamento negativo, um concluiu que o relacionamento segue uma trajetória curvilínea e os outros dois não obtiveram suporte estatístico para as hipóteses. Vale re-gistrar ainda que as metanálises realizadas por Tihanyi, Griffi-th e Russell (2005) e Morschett et al. (2010) também não encon-

traram evidências para o relacionamento direto entre distância cultural e a seleção do modo de entrada.

Em termos de distância cultural-cognitiva, Eden e Miller (2004) observaram que a análise do seu impacto na escolha do modo de entrada deve ser vista de maneira mais ampla, uma vez que há diferentes aspectos do comportamento das firmas e dos consumidores do país receptor que podem interferir na de-cisão da empresa investidora.

Seguem-se as proposições que expressam a relação en-tre esses fatores e a escolha de modo de entrada pela EMNE, construídas a partir da literatura. De modo geral, não há expec-tativas de diferenças entre o comportamento das EMNEs e das multinacionais tradicionais com relação a esse pilar.

P3a. Quanto mais desfavorável a imagem do país de origem da EMNE no país hospedeiro, maior a probabilidade de a EMNE escolher joint ventures como modo de entrada, em vez de subsidiárias integrais.

P3b. Quanto mais distintas as práticas gerenciais do país hospedeiro em relação às do país de origem, maior a pro-babilidade de a EMNE escolher joint ventures como modo de entrada, em vez de subsidiárias integrais.

P3c. Quanto mais distinta a identidade nacional do país hospedeiro em relação à do país de origem, maior a proba-bilidade de a EMNE escolher joint ventures como modo de entrada, em vez de subsidiárias integrais.

Page 21: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

255

ISSN 0034-7590

AUTORES | Angela da Rocha | Henrique de Azevedo Ávila

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

Para medir a distância cultural-cognitiva, é frequente o uso das dimensões culturais de Hofstede (1980), operaciona-lizadas por Kogut e Singh (1988). Em menor escala, utilizam-se também os resultados do Projeto Globe (Global Leadership and Organizational Behavior Effectiveness), coordenado por House, Hanges, Javidan, Dorfman e Gupta (2004), a World Values Sur-vey e os trabalhos de Schwartz (por exemplo, López-Duarte & Vi-dal-Suárez, 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pesquisadores de diferentes correntes teóricas têm se dedica-do a avaliar a influência das instituições dos países de origem e destino nas decisões de investimento das multinacionais. Ex-periências de multinacionais de países emergentes já levaram à proposta de que os aspectos institucionais passem a ter um papel proeminente, somando-se às perspectivas baseadas na indústria e nos recursos da firma, para explicar as estratégias seguidas pelas companhias em seus negócios internacionais (Peng et al. 2008). Com esse papel proeminente, haveria uma mudança no status dos fatores pertinentes ao ambiente institu-cional, equiparando-os a fatores já validados na literatura.

No entanto, ainda não está claro se as variáveis do am-biente institucional afetariam de modo similar as EMNEs, com-parativamente às multinacionais de países desenvolvidos. Nes-se contexto, as proposições apresentadas no presente trabalho têm o propósito de contribuir para o conhecimento existente acerca da influência do ambiente institucional sobre as esco-lhas de modos de entrada (subsidiária integral versus joint ven-ture) por empresas multinacionais, particularmente aquelas ori-ginárias de economias emergentes.

Alguns aspectos adicionais devem ser considerados. As proposições avançadas no presente estudo partem do pressu-posto de que os decisores das EMNEs representam o ambiente institucional de seu país de origem, o que nem sempre é verda-deiro. Embora a própria ideia de cultura pressuponha compar-tilhamento, não se pode deixar de considerar a existência de subculturas das quais podem provir os decisores. Além disso, executivos de multinacionais podem ser oriundos de outros pa-íses. Embora isso ainda seja incomum entre as multinacionais brasileiras, é de se esperar a presença de profissionais estran-geiros na direção de subsidiárias, particularmente à medida que se amplia o fenômeno de internacionalização de empresas brasileiras. Outra questão que deve merecer a atenção dos pes-quisadores, levantada neste estudo, refere-se a possíveis inte-rações entre os pilares institucionais, que devem ser cuidado-samente consideradas em futuras pesquisas.

Nota da RedaçãoEste artigo foi apresentado no 8th Iberoamerican Acade-my Conference - World in Transition: business, multicul-turalism and society em dezembro de 2013, promovido pela Fundação Getulio Vargas/ Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/ EAESP).

REFERÊNCIAS

Agarwal, J., & Feils, D. (2007). Political risk and the internationalization of firms: an empirical study of Canadian-based export and FDI firms. Canadian Journal of Administrative Sciences, 24(3), 165-181.

Amal, M., & Kegel, P. L. (2012). Determinants of Brazilian outward foreign direct investment: a home country perspective. In M. Marinov, & S. Marinova (Org.). Impacts of emerging economies and firms on international business (p. 168-188). London, U.K.: Palgrave Macmillan.

Amal, M, Raboch, H., & Tomio, B. T. (2009). Strategies and determinants of foreign direct investment (FDI) from developing countries: case study of Latin America. Latin American Business Review, 10(2-3), 73-94.

Arslan, A., & Larimo, J. (2010). Ownership strategy of multinational enterprises and the impacts of regulative and normative institutional distance: evidence from Finnish foreign direct investments in Central and Eastern Europe. Journal of East – West Business, 16(3), 179-200.

Bae, J-H., & Salomon, R. (2010). Institutional distance and international business research. In T. M. Devinney, T. Pedersen, & L. Tihanyi (Coord.). The past, present and future of international business and management. advances in international management (Vol. 23, p. 327-349). New York, NY: Emerald.

Barkema, H. G., & Vermeulen, F. (1998). International expansion through start-up or acquisition: a learning perspective. Academy of Management Journal, 41(1), 7-26.

Brouthers, K. D. (2002). Institutional, cultural and transaction cost influences on entry mode choice and performance. Journal of International Business Studies, 33(2), 203-221.

Brouthers, K. D. (2013). A retrospective on: institutional, cultural and transaction cost influences on entry mode choice and performance. Journal of International Business Studies, 44(1), 14-22.

Brouthers, K. D., & Brouthers, L. E. (2001). Explaining the national cultural distance paradox. Journal of International Business Studies, 32(1), 177-189.

Busenitz, L. W, Gómez, C., & Spencer, J. W. (2000). Country institutional profiles: unlocking entrepreneurial phenomena. Academy of Management Journal, 43(5), 994-1003.

Chattalas, M, Kramer, T., & Takada, H. (2008). The impact of national stereotypes on the country of origin effect: a conceptual framework. International Marketing Review, 25(1), 54-74.

Page 22: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

256

ISSN 0034-7590

FÓRUM | Teoria institucional e modos de entrada de multinacionais de países emergentes

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

Child, J., & Rodrigues, S. B. (2005). The internationalization of Chinese firms: a case for theoretical extension? Management and Organization Review, 1(3), 381-410.

Child, J., & Tsai, T. (2005). The dynamic between firms’ environmental strategies and institutional constraints in emerging economies: evidence from China and Taiwan. Journal of Management Studies, 42(1), 95-125.

Chueke, G. V., & Borini, F. M. (2012). Distância institucional e estratégia de entrada das multinacionais brasileiras no exterior. Anais do Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, 36.

Delios, A., & Beamish, P. W. (1999). Ownership strategy of Japanese firms: transactional, institutional and experience influences. Strategic Management Journal, 20(10), 915-933.

Demirbag, M, McGuinness, M., & Altay, H. (2010). Perceptions of institutional environment and entry mode: FDI from an emerging country. Management International Review, 50(2), 207-240.

Demirbag, M., Tatoglu, E., & Glaister, K.W. (2008). Factors affecting per-ceptions of the choice between acquisition and greenfield entry: the case of Western FDI in an emerging market.  Management Internation-al Review, 48(1), 5-38.

Dikova, D., & Witteloostuijn, A. van. (2007). Foreign direct investment mode choice: entry and establishment modes in transition economies. Journal of International Business Studies, 38(6), 1013-1033.

Dow, D., & Larimo, J. (2009). Challenging the conceptualization and measurement of distance and international experience in entry mode choice research. Journal of International Marketing, 17(2), 74-98.

Duanmu, J-L. (2011). The effect of corruption distance and market orientation on the ownership choice of MNEs: evidence from China. Journal of International Management, 17(2), 162-174.

Dumludag, D. (2009). An analysis of the determinants of foreign direct investment in Turkey: the role of the institutional context. Journal of Business Economics and Management, 10(1), 15-30.

Dumludag, D. (2010). The quality of institutions and multinational corporation: the political economy of foreign direct investment in Turkey. In T. Cetin, & F. Yilmaz (Org.) Understanding the process of institutional change in Turkey: a political economy approach. Nova Science Publishers: New York.

Dumludag, D, Saridogan, E., & Kurt, S. (2007). Determinants of foreign direct investment: an institutionalist approach. Proceedings of the Conference of the European Historical Economics Society, Lund, Sweden, 7.

Dunning, J. H., & Lundan, S. M. (2008). Institutions and the OLI paradigm of the multinational enterprise. Asia Pacific Journal of Management, 25(4), 573-593.

Eden, L., & Miller, S. R. (2004). Distance matters: liability of foreignness, institutional distance and ownership strategy. In M. Hitt, & J. Cheng (Eds.). Theories of the multinational enterprise: diversity, complexity and relevance. (Vol. 16, p. 187-221). (Advances in International Management). New York, NY: Emerald.

Estrin, S, Baghdasaryan, D., & Meyer, K. E. (2009). The impact of institutional and human resource distance on international entry strategies. Journal of Management Studies, 46(7), 1171-1196.

Ferreira, M. P, Li, D., & Suk J. Y. (2009). Foreign entry strategies: strategic adaptation to the various facets of the institutional environments. Development and Society, 38(1), 27-55.

Gaur, A. S, Delios, A., & Singh, K. (2007). Institutional environments, staffing strategies, and subsidiary performance. Journal of Management, 33(4), 611-636.

Gaur, A. S, & Lu, J. W. (2007). Ownership strategies and survival of foreign subsidiaries: impacts of institutional distance and experience. Journal of Management, 33(1), 84-110.

Gorynia, M, & Mroczek, K. (2013). Institutional context and transaction costs in entry mode choice. Journal of Economics & Management, 14, 51-59.

Harzing, A-W. (2004). The role of culture in entry-mode studies: from neglect to myopia? In J. L. C. Cheng, & M. A. Hitt (Org.). Managing multinationals in a knowledge economy: economics, culture, and human resources. (Vol. 15, p. 75-127). (Advances in International Management). New York, NY: Emerald.

Hofstede, G. (1980). Culture’s consequences: international differences in work-related values. Beverly Hills, CA: Sage Publications.

Hoskisson, R. E, Eden, L, Lau, C. M., & Wright, M. (2000). Strategies in emerging economies. Academy of Management Journal, 43(3), 249-267.

House, R. J, Hanges, P. J, Javidan, M, Dorfman, P. W., & Gupta, V. (Org.). (2004). Culure, leadership and organizations: The Globe study of 62 countries. Thousand Oaks, C.A.: Sage.

Jansson, H, Hilmersson, M., & Sandberg, S. (2011). Perceived institutional distance in the emerging market entry process. International Journal of Business Environment, 4(3), 268-286.

Khanna, T., & Palepu, K. G. (2006). Emerging giants: building world-class companies in developing countries. Harvard Business Review, 84(10), 60-69.

Kogut, B., & Singh, H. (1988). The effect of national culture on the choice of entry mode. Journal of International Business Studies, 19(3), 411-432.

Kostova, T. (1997). Country institutional profiles: concept and measurement. Academy of Management Best Paper Proceedings, 1(Supplement), 180-184.

Kostova, T. (1999). Transnational transfer of strategic organizational practices: a contextual perspective. The Academy of Management Review, 24(2), 308-324.

Kostova, T., & Roth, K. (2002). Adoption of an organizational practice by subsidiaries of multinational corporations: institutional and relational effects. Academy of Management Journal, 45(1), 215-233.

Kostova, T., & Zaheer, S. (1999). Organizational legitimacy under conditions of complexity: the case of the multinational enterprise. Academy of Management Review, 24(1), 64-81.

López-Duarte, C., & Vidal-Suaréz, M.M. (2012). Cultural distance and the choice between wholly owned subsidiaries and joint ventures. Journal of Business Research, 66(11), 2252-2261.

Luo, Y. (2001). Determinants of entry in an emerging economy: a multilevel approach. Journal of Management Studies, 38(3), 443-472.

Luo, Y., & Tung, R. (2007). International expansion of emerging market enterprises: a springboard perspective. Journal of International Business Studies, 38(4), 481-498.

Makino, S., & Tsang, E. W. K. (2011). Historical ties and foreign direct investment: an exploratory study. Journal of International Business Studies, 42(4), 545-557.

Page 23: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

257

ISSN 0034-7590

AUTORES | Angela da Rocha | Henrique de Azevedo Ávila

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 246-257

Meyer, J. W., & Rowan, B. (1977). Institutionalized organizations: formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, 83(2), 340-363.

Meyer, K. E. (2001). Institutions, transaction costs, and entry mode choice in Eastern Europe. Journal of International Business Studies, 32(2), 357-367.

Meyer, K. E, Estrin, S, Bhaumik, S. K., & Peng, M. W. (2009). Institutions, resources, and entry strategies in emerging economies. Strategic Management Journal, 30(1), 61-80.

Morschett, D, Schramm-Klein, H., & Swoboda, B. (2010). Decades of research on market entry modes: what do we really know about external antecedents of entry mode choice? Journal of International Management, 16(1), 60-77.

North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. New York: Cambridge University Press.

North, D. C. (1991). Institutions. The Journal of Economic Perspectives, 5(1), 97-112.

Pajunen, K. (2008). Institutions and inflows of foreign direct investment: a fuzzy-set analysis. Journal of International Business Studies, 39(4), 652-669.

Peng, M. W. (2003). Institutional transitions and strategic choices. Academy of Management Review, 28(2), 275-296.

Peng, M. W. (2009). Global business. Cincinnati, OH: South-Western Cengage Learning.

Peng, M. W, Wang, D. Y. L., & Jiang, Y. (2008). An institution-based view of international business strategy: a focus on emerging economies. Journal of International Business, 39(5), 920-936.

Ramamurti, R. (2012). What is really different about emerging market multinationals? Global Strategy Journal, 2(1), 41-47.

Rodriguez, P, Uhlenbruck, K., & Eden, L. (2005). Government corruption and the entry strategies of multinationals. Academy of Management Review, 30(2), 383-396.

Roy, J-P., & Oliver, C. (2009). International joint venture partner selection: the role of the host-country legal environment. Journal of International Business Studies, 40(5), 779-801.

Rugman, A. (2009). Theoretical aspects of MNEs from emerging countries. In R. Ramamurti, & J. Singh (Org.). Emerging multinationals in emerging markets. Cambridge, U.K: Cambridge University Press.

Scott, W. R. (1995). Institutions and organizations: ideas and interests. Thousand Oaks: Sage.

Scott, W. R. (2001). Institutions and organizations: ideas and interests. (2nd ed.). Thousand Oaks: Sage.

Scott, P. G., & Pandey, S. K. (2000). The influence of red tape on bureaucratic behavior: an experimental simulation. Journal of Policy Analysis and Management, 19(4), 615-633.

Sepúlveda, M. P. V. (2012). Estratégia de entrada de multinacionais brasileiras em países estrangeiros. Dissertação de mestrado, Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, São Paulo.

Slangen, A. H. L., & Tulder, R. J. M. van. (2009). Cultural distance, political risk, or governance quality? Towards a more accurate conceptualization and measurement of external uncertainty in foreign entry mode research. International Business Review, 18(3), 276-291.

Tihanyi, L, Griffith, D., & Russell, C. J. (2005). The effect of cultural distance on entry mode choice, international diversification, and MNE performance: a meta-analysis. Journal of International Business Studies, 36(3), 270-283.

Tsui-Auch, L. S., & Möllering, G. (2010). Wary managers: unfavorable environments, perceived vulnerability, and the development of trust in foreign enterprises in China. Journal of International Business Studies, 41(6), 1016-1035.

Uhlenbruck, K, Rodriguez, P, Doh, J., & Eden, L. (2006). The impact of corruption on entry strategy: evidence from telecommunication projects in emerging economies. Organization Science, 17(3), 402-414.

Williamson, O. E. (2000). The new institutional economics: taking stock, looking ahead. Journal of Economic Literature, 38(3), 595-613.

Xu, D, Pan, Y., & Beamish, P. W. (2004). The effect of regulative and normative distances on MNE ownership and expatriate strategies. Management International Review, 44(3), 285-307.

Xu, D., & Shenkar, O. (2002). Institutional distance and the multinational enterprise. Academy of Management Review, 27(4), 608-618.

Yiu, D., & Makino, S. (2002). The choice between joint venture and wholly owned subsidiary: an institutional perspective. Organization Science, 13(6), 667-683.

Zaheer, S. (1995). Overcoming the liability of foreignness. Academy of Management Journal, 38(2), 341-3

Page 24: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

258

ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 55 | n.3 | mai0-jun 2015 | 258-272

PEDRO LUCAS DE RESENDE [email protected] at Universidade Paulista, Programa de Mestrado em Administração –São Paulo – SP, Brazil

FELIPE MENDES BORINI [email protected] at Escola Superior de Propaganda e Marketing, Programa de Pós-Graduação em Administração – São Paulo – SP, Brazil

MOACIR DE MIRANDA OLIVEIRA [email protected] at Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia Administração e Contabilidade – São Paulo – SP, Brazil

RONALDO COUTO [email protected] at Florida International University – Miami – FL, USA

FORUMSubmitted 02.11.2014. Approved 04.30.2014Evaluated by double blind review process. Scientific Editors: Gleen Morgan and Maria José Tonelli

INTERNATIONALIZATION OF BRAZILIAN FRANCHISE CHAINS: A COMPARATIVE STUDYInternacionalização das redes de franquias brasileiras: um estudo comparativo

Internacionalización de las redes de franquicias brasileñas: un estudio comparativo

ABSTRACTThe primary goal of this paper is to comprehend the fundamental organizational differences between Brazilian franchise chains that only operate in the home market and Brazilian franchise chains that operate internationally. The sample chosen for this study comprehends 96 Brazilian franchises ope-rating in the home market and 67 franchises with international operations; logistic regression was used to analyze data obtained from these sources. Our findings suggest that the development of a brand in international operations can be strategic for certain Brazilian franchise chains; this seems to be, however, a scarce resource for many franchises and it could be developed through international operations. With regard to the fees charged, the outcomes demonstrate that Brazilian franchises with international operations tend to charge lower fees from its franchisees to install new units. Regarding the monitoring and control of franchises, there is evidence that the monitoring capability is one of the determining factors in the development of Brazilian franchises international operations. KEYWORDS | Franchising, internationalization, emerging markets, small businesses, entrepreneurship.

RESUMOO principal objetivo do artigo é compreender as diferenças organizacionais fundamentais entre redes de franquias brasileiras com apenas operações domésticas em comparação com as redes que têm operações internacionais. Como critério para seleção da amostra foram escolhidas 96 redes de fran-quias com operações domésticas e 67 redes de franquias brasileiras com operações internacionais. Nas análises de dados utilizou-se a regressão logística. Os resultados sugerem que é estratégico o desenvolvimento de uma marca nas operações internacionais. Parece ser um recurso escasso para muitas redes de franquias que podem ser desenvolvidas por meio de operações internacionais. Em relação às taxas cobradas, os resultados mostram que as cadeias brasileiras com operações inter-nacionais cobram taxas mais baixas para seus franqueados para a instalação. Em relação ao moni-toramento e controle de franquias verifica-se que a capacidade de monitoramento é um dos fatores determinantes para as franquias brasileiras com operações internacionais.PALAVRAS-CHAVE | Redes de franquias, internacionalização, mercados emergentes, pequenas em-presas, empreendedorismo.

RESUMENEl principal objetivo del artículo es comprender las diferencias organizacionales fundamentales entre redes de franquicias brasileñas solo con operaciones domésticas en comparación con las redes que tienen operaciones internacionales. Como criterio para la selección de la muestra fueron elegidas 96 redes de franquicias con operaciones domésticas y 67 redes de franquicias brasileñas con operacio-nes internacionales. En los análisis de datos se utilizó la regresión logística. Los resultados sugieren que es estratégico el desarrollo de una marca en las operaciones internacionales. Parece ser un recur-so escaso para muchas redes de franquicias que pueden ser desarrolladas por medio de operaciones internacionales. Con relación a las tasas cobradas, los resultados muestran que las cadenas brasi-leñas con operaciones internacionales cobran tasas más bajas para sus franquiciados para la instala-ción. Con relación al monitoreo y control de franquicias se verifica que la capacidad de monitoreo es uno de los factores determinantes para las franquicias brasileñas con operaciones internacionales.PALABRAS CLAVE | Cadenas de franquicias, internacionalización, mercados emergentes, pequeñas empresas, emprendedorismo.

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150303

Page 25: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

259

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Pedro Lucas de Resende Melo | Felipe Mendes Borini | Moacir de Miranda Oliveira Jr. | Ronaldo Couto Parente

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | mai0-jun 2015 | 258-272

INTRODUCTION

The Brazilian franchising market has established itself yearly among the most competitive world players. The figures in this sector are striking, given that Brazil currently ranks sixth in the number of franchised units (114,409 sub-franchisees), placed only behind the United States, China, South Korea, Japan and the Philippines; regarding the number of franchises in the coun-try, one can find in Brazil nowadays around 2,703 franchise chains. The revenues for the sector amounted to R$ 115 billion in 2013, a 12% increase over 2012 (Associação Brasileira de Fran-chising, 2014).

This growth implies beneficial effects for the Nation-al Franchise Association, Associação Brasileira de Franchis-ing (ABF), whose purpose is to represent the franchising sec-tor as well as to reaffirm its relevance in the Brazilian economy. Thus, reaching broader goals becomes possible and more fre-quent in the institution’s activities e.g. the internationalization of Brazilian franchises – currently 120 Brazilian franchises have operations abroad. When one considers that in the year 2000 there were only 15 Brazilian franchises operating abroad, then it becomes clearer how representative the 120 international-ized franchises are, since they represent a growth of 800% in 14 years. To support Brazilian franchises aiming the interna-tional market, some partnerships have been established with the Brazilian Trade and Investment Promotion Agency (APEX), which supports the development of Brazilian franchises abroad through some of its sectorial specific programs.

The bibliographic study accomplished by Prasad and Babbar (2000) reports all scientific publications involving in-ternational operations between the mid-1980s and 1990s. The authors analyze several aspects related to international opera-tions, whose outcomes indicate a strong concentration of sci-entific publications in developed countries, and emphasize the need to study the processes of internationalization in emerging countries, since firms from emerging economies have their own needs and particularities that cannot be compared to countries with different institutional and organizational background.

Emerging markets, therefore, require specific research and study since they involve a group of countries that has gained a prominent role in the international economy, with het-erogeneous backgrounds due to historical, cultural, political and ethnic characteristics (Cuervo-Cazurra, 2008; Alon, Liqiang & Wang, 2010). Emerging markets are characterized by the pres-ence of infrastructure problems, restrictions to prepare human resources for international operations, and determined institu-tional and bureaucratic restrictions, which hampers the capaci-ty to do business and to internationalize firms (Khanna, Palepu,

& Bullock, 2010; Sull & Escobari, 2005). Brazilian franchise chains, more specifically, bring an additional challenge for in-ternationalization due to the economic growth scenario expe-rienced by the country over the last decade. In principle, there was a discouragement to investment abroad and the potential growth was focused on the domestic market. Additionally, the process of internationalization in the country can still be consid-ered a recent phenomenon, on average, 5 years as indicated in an official study of the sector in partnership with ABF, which sig-nals a stage of competence development for internationaliza-tion by the Brazilian franchise chains (Borini, Rocha, & Spers, 2012). Other relevant characteristic of Brazilian franchises is the lack of recognition of their brands internationally; this fea-ture becomes, therefore, an impediment to expand businesses (Khauaja, 2009).

Despite the specifics of emerging markets (i.e. in the Bra-zilian context, there seems to be a lack of studies on franchising in emerging markets within top-tier management and marketing journals. One can notice that the behavior of franchise chains from BRIC countries (Brazil, Russia, India and China) is hardly addressed academically. In a 2011 special issue of the Journal of Retailing on franchising, for instance, there were no studies car-ried out by scholars from emerging markets; recently, there has been only a few studies addressing franchises from emerging economies. The work of Aliouche and Schlentrich (2011), for ex-ample, presents the creation of indexes of countries for invest-ment and the performance of the macro-environment for Ameri-can franchisors to operate in emerging markets.

Studies addressing the internationalization of Brazil-ian franchise chains are still concentrated in national publica-tions (Melo & Andreassi, 2010) and they (Ribeiro & Melo, 2007; Khauaja, 2009; Borini, Souza, Biskamp, Coelho, & Sadzinski, 2013; Borini, Rocha, & Spears, 2012; Melo, Borini, Oliveira, & Parente, 2013) have limitations with regard to sample size and lack of particularization of variables that differentiate interna-tionalized Brazilian franchises and franchises with only domes-tic operation. Therefore, further studies involving Brazilian fran-chises with international operations are necessary.

In sum, this paper brings significant contributions to the franchising literature by selecting a group of secondary data on relevant variables that may be determinant to promote inter-national operations. This contributions are based on variables related to the capacity for growth; capacity for monitoring and control; chain reputation and investment rate – which directly support the researches accomplished by Shane (1996a); Elango (2007); Mariz-Pérez and García-Álvarez (2009).

In order to better understand the dynamics of the inter-nationalization process adopted by Brazilian franchise chains,

Page 26: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

260

ISSN 0034-7590

FORUM | Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative study

© RAE | São Paulo | V. 55 | n.3 | mai0-jun 2015 | 258-272

we proposed the following research question to guide our re-search: What are the fundamental organizational differences between Brazilian franchise chains with only domestic opera-tions and their counterparts with international operations? Our main focus is on the examination of determined organization-al characteristics that distinguish Brazilian franchise chains with domestic operations from Brazilian franchise chains with international operations.

We hope to contribute to the existing literature on fran-chising as well as to the international business literature by developing and testing a framework that considers the organi-zational variables related to franchise chain growth; the abili-ty to monitor and control operations; the franchise chain rep-utation; and the investment rate in this sector. In addition, our research provides a significant managerial contribution to the franchising segment by drawing the managers’ attention to franchise chains that are not yet internationalized regard-ing relevant aspects in international operations, thus provid-ing them help to be better prepared for a potential internation-alization process.

This paper is structured as follows: first, a review of the literature and the theoretical framework are presented, as well as the development of the study’s hypotheses; hereupon we present the methodology, the analysis of the results, and, at last, the discussion of the findings and implications.

LITERATURE REVIEW AND HYPOTHESES DEVELOPMENTThe Theory of Resource Scarcity (TRS) and the Agency Theo-ry (AT) are the two main theoretical approaches in franchins-ing studies (Castrogiovanni, Combs, & Justis, 2006; Combs, Mi-chael, & Castrogiovanni, 2004; Combs & Ketchen, 2003; Melo & Andreassi, 2010). These two theories have been used to ana-lyze the influence of organizational aspects, such as franchise chain size (number of units), the chain geographical distribu-tion, its age, growth rates and fee charges (Fladmoe-Lindquist, 1996; Shane, 1996a; Alon, 1999; Alon & McKee, 1999a). These two theoretical backgrounds were used to develop this theo-retical framework because they play an important role in the internationalization process of franchise chains in emerging markets.

According to the Theory of Resource Scarcity, the fran-chising system is characterized by relationships that impli-cate scarcity of resources of the parties involved. One can ar-gue that the franchisor needs to obtain financial resources from the franchisees to support their expansion. The franchi-

see, in turn, seeks to obtain expertise, brand recognition and human resources from the franchisors (Mathewson & Winter, 1985; Brickley & Dark, 1987). Franchise studies in developed markets show that internationalization occurs when franchi-sors manage to develop and accumulate sufficient resources in their operations in the domestic market. These resources include financial capital, human resources, brand recognition and know-how capabilities to operate the whole franchising system (Fladmoe-Lindquist, 1996; Shane, 1996a; Alon & McK-ee, 1999B; Delios & Beamish, 2001; Perrigot, Cliquet, & Mes-bah, 2004).

Moreover, the result of the relationship between the two parties (i.e., franchisee and franchisor), tends to create conflicts, which can be understood under the Agency Theo-ry perspective (Baker & Dant, 2008). The parties involved, the franchisor (principal) and franchisee (agent) have divergent interests, which will generate opportunistic behaviors and in-crease agency costs. The franchisor, in order to reduce agency costs and the opportunism, needs to establish monitoring and control mechanisms, generating benefits to franchisees (Cas-trogiovanni et al., 2006; Chen, 2010; Chu & Sappington, 2009; Jensen & Meckling, 1976). As for franchise chains, one of the risks involved in international operations lies in the loss of standards by the franchisee, and this risk accentuates as the geographical and cultural distance to the countries of destina-tion increases (Fladmoe-Linquist, 1996). Thus, the Agency The-ory, when applied to franchising, suggests that the greater the capability for franchisors to monitor and control the franchi-sees, the greater the probability and capacity to look for inter-national operations (Alon & McKee, 1999b).

Our research proposes a framework based on the Agen-cy Theory and on the Theory of Resource Scarcity, which serve as means for analyzing variables that may be determinant when considering international operations.

Growth potential

There are many growth opportunities for franchise chains in emerging markets. A growing middle class, high level of urban-ization, many large cities, still unsaturated markets and un-tapped demand characterize these countries. In addition, ac-cording to Welsh, Alon, and Falbe (2006), a legal system aims to protect the relationship between franchisors and franchi-sees. Nevertheless, in emerging markets, franchisors have the possibility to expand geographically without requiring large in-vestments (Stanworth, Price, & Purdy, 2001; Welsh et al., 2006).

Page 27: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

261

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Pedro Lucas de Resende Melo | Felipe Mendes Borini | Moacir de Miranda Oliveira Jr. | Ronaldo Couto Parente

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | mai0-jun 2015 | 258-272

Figure 1. The research framework

Brazilian franchise chains with Domestic operations

Brazilian franchise chains withInternational operations

Capacity for growth

Capacity formonitoring and

control

Chain reputation

Investment rate

Number of units

Revenue

Years franchising

Franchised unit vs. own units

Validity of contracts

Number of FU in operation

PEGN ranking

ABF seals ofexcellence

PEGN rating

Franchise rate

Initial capital

Working capital

Therefore, the firm’s growth capacity in the domestic market can serve as an indicator of the restrictions and limita-tions for growth in the domestic market. In case there are growth obstacles in the domestic market, the search for international operations becomes an alternative to franchise chain growth (Hackett, 1976; Aydin & Kacker, 1990; Elango, 2007).

Based on the argument mentioned above, it is expected that franchise chains will seek for international operations when they encounter low growth rates, which may indicate saturation in their domestic markets. Thus, it is appropriate to take the risks associated with international operations given the growth difficulties in the home market (Hackett, 1976; Aydin & Kack-er, 1990; Elango, 2007; Mariz-Pérez & García-Álvarez, 2009). Hence, we propose the following hypothesis:

H1: The lower the growth rate of the franchise chain in the domestic market, the greater its presence in international markets.

Monitoring and control capacities

The franchising system involves intense relationships between franchisor and franchisees, where the franchisor has to deal with the dilemma of balancing the control of its franchised units while providing them a certain level of autonomy too. In inter-

national operations, the need to control franchised units inten-sifies, given the geographical distance and cultural, economic, political and social differences among the diverse markets. The greatest difficulty of controlling lies in the provision of services, which creates a dependency and constant interaction between employees and customers (Fladmoe-Lindquist, 1996; Chen, 2010).

The control exerted by franchisors occurs both formal-ly and informally with regard to the franchisees. Formal con-trol mechanisms include rules, regulations and penalties estab-lished by franchising agreements. On the other hand, informal control mechanisms depend on the sharing of beliefs and val-ues between franchisors and franchisees (Felstead, 1991; Alti-nay, 2006; Clarkin & Swavely, 2006; Koza & Dant, 2007).

Franchises with international operations require monitor-ing skills for controlling patterns of their units and to ensure that the franchisees follow all the specific guidelines. The ability to monitor and control is essential to reduce moral risks, which can be responsible for the deterioration of the franchise chain’s im-age among consumers and for the emergence of opportunistic actions among franchisees (Jensen and Meckling, 1976; Shane, 1996b; Fladmoe-Lindquist, 1996; Elango, 2007).

The asymmetry of information tends to be higher in inter-national operations, given the need to adapt the business and its products to international markets (Chen, 2010; Petersen &

Page 28: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

262

ISSN 0034-7590

FORUM | Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative study

© RAE | São Paulo | V. 55 | n.3 | mai0-jun 2015 | 258-272

Welch, 2000; Pizanti & Lerner, 2003). Franchisors may have to deal with unwanted changes in the patterns of operation and per-ceptions of the brand due to the consumer market in the foreign country. Moreover, the partial information that reaches franchi-sors and the exclusive interests of certain franchisees require the intensification in the monitoring and control of international op-erations (Dant & Nasr, 1998; Quinn & Doherty, 2000; Chow & Frazer, 2003). Hence, we propose the following hypothesis:

H2: The greater the monitoring and control capability of the franchise chain, the greater its presence in the internation-al market.

Chain reputation

One of the strategies used by Brazilian franchise chains to in-crease their recognition in the domestic market is the inter-nationalization of the brand. The presence in international markets shows how to add value in the domestic market by as-sociating the international process to the development of skills and innovations that benefit not only the franchise chain, but also the consumers of the specific brand (Macedo, 2011). In ad-dition, international operations tend to generate greater recog-nition for firms in the domestic market as well (Eren-Erdogmus, Cobanoglu, Yalcin, & Ghauri, 2010). The effort to develop the brand in international markets is a corporate strategy adopted by companies that constantly seek for a better quality percep-tion of their brands. It is however important to point out that the international presence of a certain brand is strongly correlated to better quality products and higher reputation, which leads to a better sales performance (Steenkamp, Batra, & Alden, 2003; Holt, Quelch, & Taylor, 2004). Such correlations could be proved through a study involving American and Korean consumers (Steenkamp, Batra, & Alden, 2003).

There are records of American franchise chains, which did not have a strong reputation, entering international markets in the emerging countries in Asia. In some cases, these fran-chise chains could not provide the required support to their in-ternational franchisees. In these situations, the tendency for lo-cal franchisees is to develop the brand recognition themselves; this phenomenon happens due to the low consumer recogni-tion regarding the foreign franchise chain and its limited capac-ity to deal with the cultural differences in international markets (Choo, Mazzarol, & Soutar, 2007).

Thus, the process of franchise chains internationaliza-tion involves not only large and consolidated brands; there are some cases of small and little-known internationalized British franchise chains that seeked for operations abroad (Hadjimar-

cou & Barnes, 1998). However, the brand may have little influ-ence to attract potential franchisees in international markets in situations where the franchise chain does not have a known brand in its own domestic market (Choo et al., 2007). In turn, even though it is a strategy generating visibility to the franchise chain, the costs of these operations tend to be high when pro-moting an international status. Therefore, a plan is required in order to promote the expansion of the chain in international markets, reducing unit costs and generating the sustainability of international operations (Choo et al., 2007).

We argue that international operations of franchise chains require further analysis to ascertain the peculiarities of international markets. In international operations, there are fre-quent adjustments to the products and the business format, which requires from the franchisor a greater commitment to ex-pand in the domestic market (Aydin & Kacker, 1990; Sadi, 1994; Choo et al., 2007). Thus, the expansion in domestic markets be-comes interesting, especially due to the reduced complexity of the market. Specifically regarding the emerging markets, fran-chisors have favorable conditions to expand their business at lower risks and without an urgent need of larger investments (Stanworth et al., 2001; Welsh et al., 2006). In turn, these con-ditions can stimulate franchise chains with great reputation in the domestic market to intensify their expansion process aiming the domestic market, given the ease to attract new franchisees. Hence, we propose the following hypothesis:

H3: The lower the reputation of the franchise chain in the domestic market, the greater its presence in the interna-tional market.

Investment rate

The initial investment rates required to open a franchise include the financial amount for concession, capital for initial installa-tion and working capital. The franchise fee is paid upon the ac-quisition of the franchise; it corresponds to the amount required to join a franchise chain. The installation fee includes physical equipment, initial stock and training required to the establish-ment of the franchised unit. The working capital comprises the amount to support the operation (Bordonaba, Polo, & Lucia, 2005; Shane, Shankar, & Aravindakshan, 2006; Gigliotti, 2012). Investment rates, in turn, serve as a moderator during franchi-sees selection.

The franchisee’s profile desired by the franchisor in-cludes the financial requirements and financing terms accept-ed for joining the franchise chain. In addition, franchisors must adjust their investment rates to their level of service and reputa-

Page 29: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

263

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Pedro Lucas de Resende Melo | Felipe Mendes Borini | Moacir de Miranda Oliveira Jr. | Ronaldo Couto Parente

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | mai0-jun 2015 | 258-272

tion in order to attract franchisees (Shane et al., 2006; Flannery, 2007; Gigliotti, 2012). Franchise chains with no great reputation brands, can charge lower investment fees in order to attract oth-er franchisees. The lower investment rates serves as a return to the franchisee for joining a franchise chain with lower market recognition. As the chain increases its reputation, the franchi-sor tends to increase the investment requirement necessary for joining its business (Shane et al., 2006). The collection of high investment rates may discourage individuals interested in ac-quiring franchises, who do not wish to spend large amounts of money on it (Gallini & Wright, 1990). Therefore, chains charging low investment rates tend to have larger number of parties in-terested in acquiring their franchises, given the lower financial requirement for this acquisition (Shane et al., 2006; Flannery, 2007; Gigliotti, 2012).

Shane (1996b) argues that the lower the investment re-quired for opening a franchise, the greater the attraction of po-tential franchisees to expand the business abroad. For the fran-chisor interested in internationalizing its franchise chain, the level of initial investment required maybe limited. Therefore, charging high investment rates can be a discouraging factor, since the franchise chain tends to position itself as a new en-trant and needs to become competitive when attracting franchi-sees abroad. Hence, we propose the following hypothesis:

H 4: The lower the investment rates required to opening a fran-

chise, the greater its presence in the international markets.

METHODOLOGY

Criteria to select the sample among Brazilian franchise chains with domestic operations was the selection of indicators presented in the Franchise Guide (2011), which is very renowned among Brazil-ian academics and publishes data and indexes by Serasa Experi-an. The 2011 issue was used herein since it was the most current edition when this research started being conducted.

The criteria for selection the variables were based on the franchise chains with domestic operation that had the best scores in their respective segments, given that this classification is di-vided by sectors. Thus, we chose as criteria variables that quali-fy the best chains with domestic operations for this comparison. The variables “rating”, “ABF seal of excellence” and “final score” were selected. That way, we have disregarded franchise chains that were classified by revenue, number of units and age, since some internationalized chains with good scores demonstrated different scores regarding these three characteristics; e.g. young chains with low invoice and only a few units can still have opera-tions abroad. Initially, 100 Brazilian franchise chains with domes-tic operations were selected (See Table 1).

Exhibit 1. Sample selection criteria for domestic franchises

Criteria Composition index DescriptionCriteriaAuthor selection index

RatingReveals overall classification in annual ranking

5 stars – Excellent4 stars – Great 3 stars – Good2 stars – Regular

5 stars – 5 points4 stars – 4 points3 stars – 3 points2 stars – 2 points

ABF Seal of Excellence

Seal of excellence granted by the association representing the sector

Yes or NoYes – 1 pointNo – 0 point

Final scoreResult of the weighted performance index (weight 0.30), quality (0.30) and satisfaction (0.40)

Chain performance - Based on revenue growth rates and no. of storesChain quality - Based on three indicators: support to franchisee, brand strength, solidity and transparencyFranchisee satisfaction - It is based on: quality of training, consultancy, operations manual and level of communication with franchisees

Score established by the guide – 0 to 10 points

Segment Sector of operation Category according to ABFProportional to the sample of internationalized per sector

Brazilian franchise chains with incomplete information and chains categorized as outliers were excluded from this selec-tion; we have selected, therefore, 96 franchise chains with domestic operations. The second part of the sample regards the Brazil-ian franchise chains with international operations, obtained from the Official Franchise Guide (2011), an official annual publication issued by the ABF. On this list, there were initially 70 franchise chains with international operations and, after a statistic treatment

Page 30: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

264

ISSN 0034-7590

FORUM | Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative study

© RAE | São Paulo | V. 55 | n.3 | mai0-jun 2015 | 258-272

in order to exclude the outliers with two or more standard deviations, the number of 67 Brazilian franchise chains with internation-al operations was selected. The five main sectors in which Brazilian franchise chains operate abroad are to be seen in the table be-low. Additionally, the representativeness of each one of these sectors in terms of numbers of chains in the Brazilian franchise mar-ket is also indicated (Table 2).

Table 1. Segments in which franchises operate

Segment (ABF classification) Internationalized franchises Franchises in the domestic

market Proportion of internationalized

franchise

Beauty, health and natural products 14 508 2.76%

Nourishment 13 637 2.04%

Clothing 10 311 3.22%

Personal accessories and footwear 9 191 4.71%

Education and training 9 284 3.17%

Other sectors 12

In order to complement this study, the table below was created to present the main countries of destination chosen by the Brazilian franchises, in which a high concentration of Latin American countries can be observed.

Table 2. Main countries operation by the Brazilian franchise chains

Countries Region Number of chains

Portugal Ibero Europe 20

United States North America 20

Paraguay Latin America 16

Angola Lusophone Africa 9

Argentina Latin America 9

Spain Ibero Europe 9

Bolivia Latin America 8

Venezuela Latin America 7

Chile Latin America 5

Colombia Latin America 5

France Europe 5

Japan Asia 5

Mexico Latin America 5

Australia Oceania 4

Costa Rica Latin America 4

South Africa Africa 4

Operationalization of variables and measurement

The Exhibit 2 below presents the dependent, independent and control variables with their respective reference theories. Subsequently we describe how each construct was operationalized.

Page 31: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

265

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Pedro Lucas de Resende Melo | Felipe Mendes Borini | Moacir de Miranda Oliveira Jr. | Ronaldo Couto Parente

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | mai0-jun 2015 | 258-272

Exhibit 2. Composition of dependent, independent and control variables and their theories

Perspective Variable Type Reference theory Relationship with the reference theory

International operation Internationalized Dependent

Agency theory

The greater the capacity for monitoring and control the franchisees, the greater the capacity to seek international operations

Resource scarcity

Internationalization occurs when chain accumulate sufficient resources in their operations in their domestic market

Particularities of the sector

Segment of operation Control---- ----

Period in operationYears Control

Agency theoryThe age of the company may be related to a greater know-how and the establishment of standards of operation

Resource scarcityThe age of the company may be related to the accumulation of resources

Chain size Total number of units Control Agency theory

The company size may be related to its capacity for monitoring and controlling the units

Capacity for growth(H1)

Variation in the number of units Variation in the revenue Independent Resource scarcity

The chain growth rate may be related to limitations in the domestic market, hence the need to seek international market

Capacity for monitoring and control(H2)

Years of operating through franchises

Proportion of franchised units over the number of own units

Validity of agreements

Number of states in operation

Independent Agency theory

The period of operation in franchising generates expertise in monitoring and control of their unitsFranchised units required a greater capacity for monitoringThe duration of the contracts imposed acts as a form of control imposed on franchiseesThe number of states in operation demonstrates the capacity for monitoring and control of geographically dispersed franchises

Chain reputation(H3)

Ranking in Franchise Guide

ABF Award

Rating- chain performance

Independent Resource scarcity

The brand is a rare resource, after this accumulation the chain may have to start international operation

Investment rate (H4)

Franchise fee

Franchise installation

Working capital Independent

Agency theoryThe financial resources act as a compensation to the franchise generated

Resource scarcityThe financial resources required for capitalization of the franchise chain

Page 32: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

266

ISSN 0034-7590

FORUM | Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative study

© RAE | São Paulo | V. 55 | n.3 | mai0-jun 2015 | 258-272

Dependent variable: Our dependent variable is the exis-tence or not of international operations accomplished by Bra-zilian franchises in 2011. It was operationalized as a dummy variable with the number (1) for internationalized and (0) for non-internationalized franchise.

Capacity for growth: The franchise chain’s growth rate can be related to limitations in the domestic market (Theory of Re-source Scarcity). We have considered: (i) the increase or decrease of annual units’ number (%) and (ii) the increase or decrease of the chain’s revenue (Shane, 1996a; Castrogiovanni & Justis, 2002; Elango, 2007; Mariz-Pérez & García-Álvarez, 2009).

Monitoring and control capacity: Operating in franchis-es generates expertise in monitoring and controlling units; fran-chised units require a greater capacity for monitoring and the con-tracts elaborated by franchisors are a form of control imposed on franchisees - the number of states in operation demonstrates the capacity for geographically monitoring and controlling dispersed franchises (Agency Theory). We have considered: (i) the number of years of operation; (ii) the proportion of franchised units over the total number of own units (%); (iii) the validity of agreements and; (iv) the number of states in operation - geographic disper-sion. (Lafontaine, 1992; Shane, 1996a; Shane, 1998a; Shane, 1998b; Hoffman & Preble, 2003; Weaven & Frazer, 2003; Ma-riz-Pérez & García-Álvarez, 2009; Alon, Liqiang, & Wang, 2010).

Reputation of the chain: The franchise chain coming from an emerging market seeks international operations in or-der to obtain resources, which is, in this case, the valuation of its brand in the domestic market (Theory of Resource Scarcity). The (i) first indicator was based on the ranking “The Best Fran-chises in Brazil” (Franchise Guide - PEGN). According to studies conducted by other authors, we have credited the score 100 for one that ranks first, and for each position below, we discounted one point from this score (Castrogiovanni & Justis, 2002; Elan-go, 2007). The classification is done by market segment and there is not a general ranking comprising all segments. Another (ii) indicator is the seal of excellence granted by ABF. The fran-chise that had such award would receive an additional score (10 points). The (iii) other indicator, related to the franchise chain performance, classifies the chains between 5 (50 points) and 2 stars (20 points).

Investment rate: Financial resources are a sort of com-pensation for each franchise generated (Agency Theory) and represent the resources required for the franchise chain capi-talization (Theory of Resource Scarcity). We have considered: (i) the fee for the concession of a unit; (ii) the capital required for the installation of the unit and; (iii) the working capital (Brickley & Dark, 1987; Lafontaine, 1992; Shane, 1996a; Alon, 2001; Dant & Kaufman, 2003; Elango, 2007; Alon et al., 2010).

Control variables: The size can be related to the capaci-ty to monitor and control units (Agency Theory). We have con-sidered: First, the company’s age, considering know-how as a business and including the knowledge acquired before the fran-chise operation. The age may be related to a greater know-how, to the establishment of standards of operation (Agency Theory) and to the accumulation of resources (Theory of Resource Scar-city). Second, the sector in which the company operates, since different industries have their own particularities (Alon & McK-ee, 1999b; Elango, 2007). At last, we have considered the fran-chise size, which refers to the total number of units of a fran-chise chain, whether franchised or own units (Elango, 2007).

Statistical processing of data

In this study, the objective was to estimate the association be-tween independent variables and the dependent variable (binary), in other words, if the franchise was internationalized (1) or domes-tic (0). Since the dependent variable in question is a dichotomous variable, the most appropriate regression model for this study is the logistic regression, which is specific to situations where the de-pendent variable is not rational, but binomial (Hair et al., 2006).

The adjustment of the final model can be seen through the Hosmer and Lemeshow test, which was 2.524 and p = 0.961, Chi - square statistics was 117.71 with p = 0.000. The logarithmic likelihood function (- 2LL) indicated the decrease from the first model (initial and final = 196.89 and 85.355). One may verify in the table below the effectiveness of the model by checking the overall percentage and the percentage of correct classification (hit ratio), which was higher than 85%.

Table 3. Classification

InternationalizationForecasting

no yes Global %

Observedno 87 8 91.6

yes 14 44 75.9

Global % 85.6

It is possible to affirm that the model is effective, since the overall rating is high (85%) and the Hosmer and Lemeshow test rejects H0 (p>0.05). One may also infer that the Chi-Squase statistics was significant (p<0.05) and an expected decreased was observed in the -2LL function.

In Table 4 it is possible to verify the pseudo R². Instead of using the Cox & Snell test, we have decided to use the Nagelk-erke test, since its maximum value is equal to 1, while the pre-vious is variable (Hair et al, 2006). Therefore, Nagelkerke R was chosen to compare the five models proposed herein.

Page 33: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

267

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Pedro Lucas de Resende Melo | Felipe Mendes Borini | Moacir de Miranda Oliveira Jr. | Ronaldo Couto Parente

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | mai0-jun 2015 | 258-272

ANALYSIS OF RESULTS

Table 4 shows the correlation and table 5 the logistic regression coefficients for the five groups of independent variables analyzed herein.

Table 4. Correlations1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 Variation in the revenue 1

2Variation in the number of units

0.191* 1

3Proportion of frunchised inits over the number of own units

0.017 -0.101 1

4 Validity of the agreements 0.158 0.042 0.095 1

5Number of states in Operation

-0.079 -0.133 0.389** 0.018 1

6Period of operation through franchises

-0.299** -0.350** 0.207* -0.038 0.437** 1

7Reputation of the Chain (Franchise Guide Raking)

0.035 -0.082 -0.012 0.086 0.188* 0.11 1

8Reputation of the chain (ABF Award)

-0.178* -0.124** 0.139 0.032 0.293** 0.0314** 0.231 1

9

Reputation of the chain (ABF Award Reputation of the chain (Rating – chain performance)

0.031 0.029 0.09 0.07 0.109 -0.021 0.406 0.429** 1

10 Franchise fee -0.082 -0.074 -0.128 0.019 -0.181* -0.027 0.047 0.136 0.084 1

11 Franchise installation -0.201* -0.159* -0.252** -0.007 0.094 0.186* -0.11 0.280** 0.129 0.489** 1

12 Working capital -0.156 -0.127 -0.104 -0.084 0.115 0.116 0.009 0.034 0.028 0.372** 0.425** 1

** p < 0.01; *p < 0.05

Table 5. Logistic regression model

Model 1 Model 2 Model 3 Model 4 Model 5 Exp (b)

H1 – Variation in the revenue -0.683 0.038 0.963

H1 – Variation in the number of units -1.304 -0.006 0.994

H2 – Proportion of frunchised inits over the number of own units -0.245 -0.315 0.729

H2 – Validity of the agreements -0.049 0.383 1.466

H2 – Number of states in operation 0.373* 1.192** 3.293

H2 – Period of operation through franchises 0.071** 0.101** 1.106

H3 – Reputation of the Chain (Franchise Guide Raking) 0.61* 0.556 1.743

H3 – Reputation of the chain (ABF Award) 0.309 -0.288 0.75

H3 – Reputation of the chain (Rating – chain performance) -2.507 -3.408** 0.033

H4 – Franchise fee -0.86 -1.208! 0.299

H4 – Franchise installation 0.072 -1.114 0.121

H4 – Working capital 0.295 0.301 1.351

Constant -0.69 -1.258 -0.38 -0.501 -1.538

Nagelkerke R Square 0.054 0.156 0.527 0.077 0.73

** p < 0.01; *p < 0.05; !p < 0.10

Page 34: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

268

ISSN 0034-7590

FORUM | Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative study

© RAE | São Paulo | V. 55 | n.3 | mai0-jun 2015 | 258-272

The results indicate that there was no empirical support for Hypothesis 1 with regard to the capacity to grow. The theoret-ical model established that the lower the growth rate of the fran-chise chains in the domestic market, the greater their presence in international markets.

Hypothesis 2, stating that the greater the capacity for monitoring and controlling franchise chains, the greater their presence in the international market, supported by the variables (i) number of states in operation and (ii) franchises’ period in operation. In turn, column “EXP (B)” indicates a high influence of these two variables in the model that involves characteristics related to the monitoring and controlling of franchises.

These results suggest that the franchises’ operation ex-perience and the geographical dispersion in the country of ori-gin can contribute to increase the franchisors’ confidence when operating internationally. The theoretical framework (Lafon-taine, 1992; Shane, 1996a; Shane, 1998a; Shane, 1998b; Hoff-man & Preble, 2003) indicates that companies, which are insert-ed in the franchising activity for a longer period, tend to have more experience operating in chains. It means they are able to accumulate the know-how which shall be the driver for work-ing with geographically dispersed units. Such know-how accu-mulated by the franchisor provides greater certainty when one plans to start operating abroad. Brazil’s geographic location, characterized by great continental and broad areas, leads the franchisors to develop capacities of monitoring and control, since these are critical success factors in the franchising model.

Regarding Hypothesis 3, two variables related to the com-pany’s reputation are significant, even though the measurement related to the ranking is marginally significant. Meanwhile, in the fifth model (final model), the variable “ranking” loses signif-icance. Thus, it is only possible to state that the “rating - chain performance” variable is significant (p< 0.05). This variable has a negative signal, which means that the lower the reputation in the domestic market, the higher the association with interna-tionalization. These results suggest that franchise chains with greater reputation in the domestic market have a higher focus on their domestic operations. On the other hand, chains with lower reputation in the domestic market can use international operations as strategy to improve their brand reputation inter-nationally.

Hypothesis 4 states that the lower the investment rate re-quired to opening a franchise, the greater its presence in the in-ternational market, only marginally supported (p<0,10). This is the variable with the lowest influence among the variables ana-lyzed in investment rate. The results suggest that franchises that charge lower investment rates have a greater presence in inter-national markets, compared to those that charge higher invest-

ment rates. This outcome is relevant because internationalized franchise chains are mostly those with lower reputation in the domestic market and, therefore, try to establish more attractive investment rates in order to attract franchisees.

DISCUSSION AND IMPLICATIONS

This research deserves some particular considerations since it refers to the internationalization of franchises in an emerging market, with little experience in international business due to a late internationalization process.

The results indicate that Brazilian franchise chains with lower reputation in the domestic market seek for internation-al operations more intensively than franchises with higher rep-utation in the domestic market. We believe this behavior can be explained by the media exposure in the domestic market ac-complished by some chains that have international operations. These become recognized chains in official s franchising sec-tor programs (e.g., ABF and the Brazilian Trade and Investment Promotion Agency - APEX), and newspaper articles subjects. In some cases, franchisors explore the international brand status with their franchisees. In turn, this status integrates the chain as it starts having a greater potential for attracting new franchisees and consumers to these brands. One notices, therefore, a great-er recognition of the franchisor’s effort to the existing franchi-sees and consumers. Thus, internationalization is an alternative to overcome resource scarcity and not a preliminary condition so that the internationalization occurs, as has been pointed out in some studies (Fladmoe-Lindquist, 1996; Shane, 1996a; Alon & McKee, 1999b; Delios & Beamish, 2001; Perrigot et al., 2004). The findings presented herein contradict the assumptions advo-cated by the Theory of Resource Scarcity (TRS), which postulates that the internationalization occurs after accumulation of suffi-cient resources in the domestic market.

Regarding the rates charged, Brazilian chains with interna-tional operations charge lower installation rates to their franchi-sees. Thus, the attraction of a greater number of franchisees is justified by the lower investment required. This observation is in-teresting and supported by the work of other researchers (Galli-ni & Wright, 1990; Shane, 1996a; Shane et al., 2006; Gigliot-ti, 2012) since it involves franchises from an emerging market, with population income limitations. However, in order to respond to the market, such restrictions make franchisors seek to adjust their business to obtain financial resources. In this situation, the logic of the Theory of Resource Scarcity is pondered as the fran-chise chain deals with the financial limitation of its operational market in order to overcome the financial resources restriction.

Page 35: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

269

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Pedro Lucas de Resende Melo | Felipe Mendes Borini | Moacir de Miranda Oliveira Jr. | Ronaldo Couto Parente

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | mai0-jun 2015 | 258-272

It seems reasonable to assume that franchises with lower reputation in their domestic market need to offer more attractive investment rates in order to develop a large pool of internation-al franchisees. Our research supports the fact that franchises charging lower investment rates seem to have greater presence in international markets.

Our findings regarding the monitoring and control of fran-chises is in line with other international studies, especially with regard to the American franchise chains (Shane, 1996a; Elango, 2007). We have found that the capacity for monitoring is one of the determining factors for Brazilian franchises to have interna-tional operations. Our research shows that the prior experience with franchise operations and geographic dispersion in the coun-try of origin contributes to the franchisors’ confidence in oper-ating in international markets. Because Brazil has a continental geographic structure, Brazilian franchise chains with operations in many regions need to develop technical skills and set techno-logical resources to monitor and control their units. This aspect confirms the assumptions proposed by the Agency Theory, given the concern of franchisors to reduce moral risks resulting from a low technical capacity for monitoring and control .

Surprisingly, we did not find any statistical support re-garding the growth rate in the domestic market of Brazilian fran-chise chains, which could increase the possibility of the fran-chise chain to seek for international markets due to saturation in the domestic market. Surprisingly, this hypothesis did not present enough statistic correlations to make of it a determin-ing factor in Brazilian franchise chains internationalization. Thus, this hypothesis was not proposed by the Theory of Re-source Scarcity, in which accumulation of resources precedes internationalization.

Our research contributes to the literatures on internation-alization and franchising by pointing out some organizational particularities (growth, ability to monitor and control, reputa-tion and investment rates) of Brazilian franchise chains with do-mestic and international operations. Therefore, this study adds value to the expertise of scholars interested in analyzing other emerging markets regarding franchise chains.

In terms of managerial contributions, our findings should help managers by selecting competencies to be developed in their franchise chains when they are willing to internationalize operations. Managers who intend to align Brazilian franchise chains with some international operation, in order to adjust some attributes in their operations and improve the perfor-mance in international operations.

The analysis of the franchises’ operation areas may pro-vide managers with an important contribution by revealing fea-tures of the internationalization process of these chains with

regard to product and service customization and standardiza-tion in order to adapt to the international market. Proportional-ly to the number of chains in the domestic market, some other sectors related to e.g. clothing and personal accessories have demonstrated a stronger commitment internationally, especial-ly when compared to the number of chains in the domestic mar-ket. From this, one can conclude that in this sort of market seg-ment it becomes easier to internationalize franchises since the products offered demand regular updating. The dynamics of this sector is responsible for facilitating the internationalized fran-chises’ adjustment to the international market since the prod-uct portfolio is more frequently updated in comparison to mar-kets in which the need of standardization is more demanded and the need for innovation is not so urgent.

With regard to the Brazilian franchises’ countries of des-tination, one can notice a process of incremental international-ization guided by cultural and geographic proximity (Johanson & Vahlne, 1977), considering the concentration in Iberian and Lat-in countries. The United States may be seen as a cultural refer-ence country, which has a strong economic potential and an in-tense resident Latin population. These outcomes come forward to the internationalization process of Peruvian restaurants relat-ed by the study of Rivas and Mayorga (2011).

Regarding the managers responsible for the internation-alization process of their franchise chains, choosing the des-tination country is useful to identify difficulties to be faced in an international expansion process. However, the analyses for these Brazilian chains shouldn’t be guided only by the cultural and geographic proximity; institutional indicators such as level of bureaucracy, political stability and level of corruption should be taken into consideration (Melo et al., 2013).

One important limitation of this study is the use of sec-ondary data. Since Brazilian franchises comprehend only a small number of companies (less than 80), the use of secondary databases can be justified, whereby the analysis of higher num-ber of franchises was possible and common behaviors could be identified. The use of secondary databases in franchising stud-ies has a certain tradition and is a method accepted among ac-ademics; the use of these database, on the other hand, limits the depth of the analyses when determining organizational fac-tors for internationalizing.

As a suggestion for future studies, surveys with empiri-cal data obtained from franchisors and franchisees may com-plement the limitations presented in this research regarding the use of secondary data. In future studies we recommend to deep-en variables related to franchise chain growth, competence to monitor and control it, the relationship with customized prod-ucts from franchise shops, chain reputation and investment

Page 36: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

270

ISSN 0034-7590

FORUM | Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative study

© RAE | São Paulo | V. 55 | n.3 | mai0-jun 2015 | 258-272

rates required for opening a franchise. We suggest an analysis of these variables in Brazilian franchises operating in the do-mestic market, as well as internationalized franchises.

When elaborating a survey, we recommend investigation of internationalization strategies applied by franchises. Since franchise chains do not expand in uniform ways, one can find franchises working with a master franchisee, alliance partners, wholly owned outlets and other combining strategies. In these other strategies, points of sales are inserted through the con-version of non-franchised store or even franchises belonging to different chains. Along with this conversion, it is important to analyze the impact of these resources added to internation-al operations (Hoffman & Preble, 2003). Does the strategy influ-ence results? Another suggestion is to categorize Brazilian fran-chise chains according to their level of commitment abroad in order to verify differences in the degree of international devel-opment of Brazilian chains. Thus, future research should ana-lyze the performance of comparative studies between emerg-ing markets in order to understand the behavior of this group of countries and the differences among themselves and among developed markets, particularly the USA and Europe.

ACKNOWLEDGEMENTSWe would like to thank the Associação Brasileira de Franchising (ABF) for the contribution to this research. We would also like to thank the contributions made by the two evaluators - their comments were very useful for improving the final version of this paper.

NOTE FROM RAEA preliminary version of this article was presented in the 8th Iberoamerican Academy Conference – World in Transition: business, multiculturalism and society on December 2013, promoted by Fundação Getulio Vargas/Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/ EAESP).

REFERENCES

Aliouche, E., & Schlentrich U. (2011). Toward a strategic model of global franchise expansion. Journal of Retailing, 87(3), 345-365.

Alon, I. (2001). The use of franchising by U.S. based retailers. Journal of Small Business Management, 39(2), 111-122.

Alon, I. (1999). The internationalization of U.S. franchising systems. New York: Garland Publishing.

Alon, I., & McKee, D. (1999a). Towards a macro environmental model of international franchising. Multinational Business Review, 7(1), 76-82.

Alon, I., & McKee, D. (1999b). The internationalization of professional business service franchises. Journal of Consumer Marketing, 16(1), 74-85.

Alon, I., Liqiang, N., & Wang, R. (2010). Internationalization of franchising. In: I. Alon, I. Franchise Globally: Innovation, learning and imitation, pp. 54-72. UK: Palgrave Macmillan.

Altinay, L. (2006). Selection partners in an international franchise organisation. International Journal of Hospitality Management, 25(1), 108-128.

Arbaugh, J. Camp, S., & Cox, L. (2008). Why don’t entrepreneurial firms internationalize more? Journal of Management Issues, 20(3), 366-382.

Aydin, N., & Kacker, M. (1990). International outlook of U.S.-based frachisers. International Marketing Review, 7(2), 43-53.

Baker, B., & Dant, R. (2008). Stable plural forms in franchise systems: an examination of the evolution of ownership redirection research, In: G. Hendrikse, M. Tuunanen, J. Windsperger, & G. Cliquet. Strategy and governance of networks: cooperatives, franchising and strategic alliances, pp. 87-112, Heidelberg: Physica-Verla.

Bordonaba, M., Polo Y., & Lucia, L. (2005). The resource based view in the distribution sector: evidences from the Spanish franchise system, Proceedings of EMAC Conferece, 34.

Borini, F., Rocha, T., & Spers, E. (2012). Desafios para a internacionalização das franquias brasileiras: um survey com franquias internacionalizadas. In: P. Melo, & T. Andreassi (Eds), Franquias Brasileiras: Estratégia, empreendedorismo, inovação e internacionalização, pp.71-87, São Paulo: Cengage.

Borini, F., Souza, M., Biskamp, S., Coelho, F., & Sadzinski, A. (2013). A influência dos traços da cultura brasileira no processo de internacionalização das franquias nacionais. Gestão Contemporânea, Porto Alegre, 10(13), 313-338.

Associação Brasileira de Franchising. (2013). Evolução do Setor de Franchising. Retrieved August 5, 2013 from http://www.portaldofranchising.com.br/numeros-do-franchising/evolucao-do-setor-de-franchising

Associação Brasileira de Franchising. (2014). Franchising cresce 11,9% e tem faturamento de R$ 115 bilhões em 2013. Retrieved April 15, 2014 from http://www.portaldofranchising.com.br/noticias/fran-chising-cresce-11,9-porcento-e-tem-faturamento-de-r-115-bilhoes-em-2013-segundo-abf.

Brickley, J., & Dark, F. (1987). The choice of organizational form: the case of franchising. Journal of Financial Economics, 18(2), 401-420.

Castrogiovanni, G., Combs, J., & Justis, R. (2006). Resource scarcity and agency theory predictions concerning the continued use of franchising in multi-outlet networks. Journal of Small Business Management, 44(1), 27-44.

Castrogiovanni, G., & Justis, R. T. (2002). Strategic and contextual influences on firm growth: an empirical study of franchisors. Journal of Small Business Management, 40(2), 98-108.

Chen, H. (2010). The development of international franchise network. Journal of Global Business Management, 6(1), 1-11..

Choo, S., Mazzarol, T., & Soutar, G. (2007). The selection of international retail franchisees in East Asia, Asia. Pacific Journal of Management, 19(4), 380-397.

Page 37: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

271

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Pedro Lucas de Resende Melo | Felipe Mendes Borini | Moacir de Miranda Oliveira Jr. | Ronaldo Couto Parente

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | mai0-jun 2015 | 258-272

Chow, L., & Frazer, L. (2003). Servicing customers directly: mobile franchising arrangement in Australia. European Journal of Marketing, 37(3-4), 594-613.

Chu, L., & Sappington, D. (2009). Implementing high-powered contracts to motivate intertemporal effort supply. The Rand Journal of Economics, 40(2) , 296-316.

Clarkin, J., & Swavely, S. (2006). The importance of personal characteristics in franchisee selection. Journal of Retailing and Consumer Services, 13(2), 133-142.

Combs, J., & Ketchen, D. (2003). Why do firms use franchising as an entrepreneurial strategy?: A meta-analysis. Journal of Management, 29(3), 443-465.

Combs, J. G., Michael, S. C., & Castrogiovanni, G. J. (2004). Franchising: a review and avenues to greater theoretical diversity. Journal of Management, 30(6), 907-931..

Cuervo-Cazurra, A. (2008). The multinationalization of developing country MNEs: the case of multilatinas. Journal of International Management, 14(2), 138-154.

Dant, R., & Kaufmann, P. (2003). Structural and strategic dynamics in franchising. Journal of Retailing, 79(2), 63-75.

Dant, R., & Nasr, N. (1998). Control techniques and upward flow of information in franchising in distant markets: conceptualization and preliminary evidence. Journal of Business Venturing, 13(1), 3-28.

Declercq, D., Sapienza, H., & Crijns, H. (2005). The internationalization of small and medium-sized firms. Journal of Small Business Economics, 24(4), 409-419.

Delios, A., & Beamish, P. (2001). Survival and profitability: the roles of experience and intangible assets in foreign subsidiary performance Academy of Management Journal, 44(5), 1028-1038.

Elango, B. (2007). Are franchisors with international operations different from those who are domestic market oriented? Journal of Small Business Management, 45(2), 179-193.

Eren-Erdogmus, I., Cobanoglu, E., Yalcin, M., & Ghauri, P. (2010). Internationalization of emerging market firms: the case of Turkish retailers. International Marketing Review, 27(3), 316-337.

Felstead, A. (1991). The social organization of the franchise: a case of controlled self employment. Work Employment and Society, 5(1), 37-57.

Fladmoe-Lindquist, K. (1996). International franchising: capabilities and development. Journal of Business Venturing, 11(5), 419-438.

Flannery, J. (2007). Micro-franchise against malaria. Stanford Social Innovation Review, 5(4), 69-70.

Franshise Guide. (2011). Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios (PEGN). Ed. Globo.

Gallini, N., & Wright, B. (1990). Technology transfer under asymmetric information Rand Journal of Economies, 21(1), 147-160.

Gigliotti, B. (2012). O funcionamento do sistema de franchising. In: P. Melo & T. Andreassi (Eds). Franquias Brasileiras: Estratégia, empreendedorismo, inovação e internacionacionalização, (pp. 3-16). São Paulo, SP: Cengage.

Hackett, D. (1976). The international expansion of US franchise systems: status and strategies. Journal of International Business, 7(1), 65-75.

Hadjimarcou, J., & Barnes, J. (1998). Case study: strategic alliances in international franchising: the entry of Silver Streak Restaurant Corporation into México. Journal of Consumer Marketing, 15(6), 598-607.

Hoffman, R., & Preble, J. (2003). Convert to compete: competitive advantage through conversion franchising. Journal of Small Business Management, 41(2), 187-204.

Holt, D., Quelch, J., & Taylor, E. (2004). How global brands compete. Harvard Business Review, Boston, 82(9), . 68-75.

Jensen, M., & Meckling, W. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs, and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360.

Johanson, J., & Vahlne, J. (1977). The internationalization process of the firm – a model of knowledge development and increasing foreign market commitments. Journal of International Business Studies, 8(1), 25-34.

Khanna, T., Palepu, K., & Bullock, R. (2010). Winning in emerging markets. Harvard Business Review, 88(6), 80-85.

Khauaja, D. (2009). Gestão de marcas na estratégia de internacionalização de empresas: um estudo com franqueadoras brasileiras, (Doctoral dissertation). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil.

Koza, K., & Dant, R. (2007). Effects of relationship climate, control mechanism, and communication on conflict resolution behavior and performance outcomes. Journal of Retailing, 88(3), 279-296.

Lafontaine, F. (1992). Agency theory and franchising: some empirical results. Rand Journal of Economics, 23(2), 263-283.

Macedo, T. (2011). A globalização do franchising brasileiro. Revista Franquia e Negócios, 39. Lamonica.

Mariz-Pérez, R., & García-Álvarez, T. (2009). The internationalization strategy of Spanish indigenous franchised chains: a resource-based view. Journal of Small Business Management, 47(4), 514-530.

Mathewson, G., & Winter, R. (1985). Economic of franchise contracts. Journal of Law and Economics, 28(3), 503-526.

Melo, P., & Andreassi, T. (2010). Publicação científica nacional e internacional sobre franchising: Levantamento e análise do período 1998-2007. RAC-Revista de Administração Contemporânea, 14(2), 268-288.

Melo, P., Borini, F., Oliveira Jr., M., & Parente, R. (2013). Internationaliza-tion Market of Brazilian Franchises In: Annals of Academy of International Business Latin America, Puebla (MEX).

Official Franchise Guide (2011). Associação Brasileira de Franchising. Ed. Lamonica.

Oviatt, B., & McDougall, P. (2005). Defining international entrepreneurship and modeling the speed of internationalization. Entrepreneurship Theory e Practice, 29(5), 537-554.

Perrigot, R., Cliquet, G., & Mesbah, M. (2004). Possible applications of survival analysis in franchising research. International Review of Retail, Distribution e Consumer Research, 14(1), 129-143.

Petersen, B., & Welch, L. (2000). International retailing operations: downstream entry and expansion via franchising. International Business Review, 9(4), 479-496.

Pizanti, I., & Lerner, M. (2003). Examining control and autonomy in the franchisor-franchisee relationship. International Small Business Journal, 21(2), 131-159.

Prasad, S., & Babbar, S. (2000). International operations management research. Journal of Operations Magagement, 18(1), 209-247.

Quinn, B., & Doherty, A. (2000). Power and control in international retail franchising: evidence from theory and practice. International Marketing Review, 17(4-5), 354-372.

Page 38: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

272

ISSN 0034-7590

FORUM | Internationalization of Brazilian franchise chains: a comparative study

© RAE | São Paulo | V. 55 | n.3 | mai0-jun 2015 | 258-272

Ribeiro, F., & Melo, P. (2007). O processo de internacionalização da rede de franquias “O Boticário” no mercado norte-americano. Revista FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão, 10(3), 299-308.

Rivas, R., & Mayorga, D. (2011). Internationalization of Peruvian cuisine: an analysis of internationalization strategies of Peruvian restaurants. Revista Innovar, 11(39), 205-2016.

Sadi, M. (1994). International business expansion through franchising: the case of fast-food industry (Doctoral dissertation). Business Administration, Virgina Polytechnic Institute and State University, Blackshuig, United States of America.

Shane, S. (1996a). Why franchise companies expand overseas. Journal of Business Venturing, 11(2), 73-88.

Shane. S. (1996b). Hybrid organizational arrangements and their implications for firm growth and survival: a study of new franchisors. Academy of Management Journal, 39(1), 216-234.

Shane, S. (1998a). Explaining the distribution of franchised and company-owned outlets in franchise systems. Journal of Management, 24(6), 717-739.

Shane, S. (1998b). Making new franchise systems work. Strategic Management Journal, 19(7), 697-707.

Shane, S., Shankar, V., & Aravindakshan, A. (2006). The effects of new franchisor partnering strategies on franchise system size. Management Science, 52(5), 773-787.

Stanworth, J., Price, S., & Purdy, D. (2001). Franchising as a source of technology transfer to developing countries. In: D. Welsh e I. Alon (Eds.), International franchising in emerging markets: Central and Eastern Europe and Latin America, (pp. 87-103). Chicago: CCH.

Steenkamp, J., Batra, R., & Alden, D. (2003). How perceived brand globalness creates brand value. Journal of International Business Studies, 34(1), 53-65.

Sull, D., & Escobari, M. (2005). Success against the odds: what Brazilian champions teach us about thriving in unpredictable markets. London: Elsevier.

Weaven, S., & Frazer, L. (2003). Predicting multiple unit franchising: a franchisor and franchisee perspective. Journal of Marketing Channels, 10(3-4), 53-82.

Welsh, H., Alon, I., & Falbe, C. (2006). An examination of international retail franchising in emerging markets. Journal of Small Business Management, 44(1), 130-149.

Page 39: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

273

ISSN 0034-7590 © RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

CLAUDIO RAMOS [email protected] in Business Administration from Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas – Rio de Janeiro – RJ, Brazil

RAFAEL GOLDSZMIDT [email protected] Professor at Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas – Rio de Janeiro – RJ, Brazil

FLÁVIO CARVALHO DE [email protected] of Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas - Rio de Janeiro – RJ, Brazil

FORUMSubmitted 03.02.2014. Approved 08.19.2014This article is co-authored by a member of RAE’s Scientific Editorial Board and was evaluated by double blind review process with impartality and independence. Scientific Editors: Gleen Morgan and Maria José Tonelli

STRATEGIES FOR SUPERIOR PERFORMANCE IN RECESSIONS: PRO OR COUNTER-CYCLICAL?Estratégias para desempenho superior em recessões: pro ou contra-cíclicas?

Estrategias para el desempeño superior en las recesiones: ¿pro o contra cíclicas?

ABSTRACTRecessions are recurring events in which most firms suffer severe impacts while others are less affected or may even prosper. Strategic management has made little progress in understanding such performan-ce differences. In a scenario of decreased demand, intensified competition, and higher uncertainty, most firms try to survive by pro-cyclically cutting costs and investments. But firms could take advantage of undervalued resources in the market to counter-cyclically invest in new business opportunities to overtake competitors. We survey Brazilian firms in various industries about the 2008-2009 recession and analyze data using PLS-SEM. We find that while most firms pro-cyclically reduce costs and invest-ments in recessions, a counter-cyclical strategy of investing in opportunities created by changes in the market enables superior performance. Most successful are firms with a propensity to recognize opportu-nities, an entrepreneurial orientation to invest, and the flexibility to efficiently implement investments.KEYWORDS | Recession, cycle, opportunity, entrepreneurship, flexibility.

RESUMORecessões são eventos recorrentes nos quais a maioria das empresas sofre impactos severos enquan-to outras são menos afetadas ou até prosperam. A gestão estratégica tem feito pouco progresso para entender tais diferenças de desempenho. Em um cenário de demanda reduzida, competição aumen-tada e muitas incertezas, a maioria das empresas tenta sobreviver cortando custos e investimentos, de maneira pró-cíclica. Mas as empresas poderiam aproveitar os recursos subestimados no mercado para investir, contra-ciclicamente, em novas oportunidades de negócios para superar a concorrência. Pesquisamos empresas brasileiras em várias indústrias sobre a recessão de 2008-2009 e analisa-mos dados usando PLS-SEM. Descobrimos que enquanto a maioria das empresas reduzem custos e investimento pró-ciclicamente durante as recessões, uma estratégia contra-cíclica de investir em oportunidades criadas pelas mudanças no mercado possibilitam desempenho superior. Firmas com propensão a reconhecer oportunidades, com orientação empresarial para investir e com flexibilidade para implementar os investimentos de modo eficiente são as mais bem sucedidas.PALAVRAS-CHAVE | Recessão, ciclo, oportunidade, empreendedorismo, flexibilidade.

RESUMENLas recesiones son eventos recurrentes en los cuales la mayoría de las empresas sufre impactos se-veros mientras que otras son menos afectadas o incluso, hasta prosperan. La gestión estratégica ha tenido poco progreso para entender tales diferencias de desempeño. En un escenario de demanda reducida, mayor competencia y muchas incertidumbres, la mayoría de las empresas intenta sobrevi-vir recortando costos e inversiones, de manera procíclica. Pero las empresas podrían aprovechar los recursos subestimados en el mercado para invertir, contra cíclicamente, en nuevas oportunidades de negocios para superar a la competencia. Estudiamos empresas brasileñas en varias industrias sobre la recesión de 2008-2009 y analizamos datos usando PLS-SEM. Descubrimos que mientras que la mayoría de las empresas reducen costos e inversiones procíclicamente durante las recesions, una estrategia contra cíclica de inversor en oportunidades creadas por los cambios en el mercado hacen posible un desempeño mayor. Firmas con propensión a reconocer oportunidades, con orientación empresarial para invertir y con flexibilidad para implementar las inversiones de modo eficiente son las más exitosas.PALABRAS CLAVE | Recesión, ciclo, oportunidad, emprendedorismo, flexibilidad.

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150304

Page 40: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

274

ISSN 0034-7590

FORUM | Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

INTRODUCTION

Today’s global marketplace is characterized by increased tur-bulence due to major shocks such as the 2008-2009 recession (Li & Tallman, 2011; Ma, Yiu, & Zhou, 2014), one of the most important global economic events since the Great Depression (Crotty, 2009). Economists have thoroughly studied recessions (Zarnowitz, 1985), mostly from a macroeconomic perspective to understand their causes and consequences for countries. Be-yond countries, however, recessions can transform industries (Latham & Braun, 2011) and severely affect the performance or even survival of firms (Srinivasan, Rangaswamy, & Lilien, 2005). Most importantly, while most firms suffer severe impacts from recessions, others are less affected or even prosper (Gulati, Nohria, & Wohlgezogen, 2010), and the reasons for such hetero-geneity in firm performance are not fully understood (Geroski & Gregg, 1997). Particularly within strategic management, there has been little investigation on how firms should deal with re-cessions (Bromiley, Navarro, & Sottile, 2008).

Recessions create a scenario of decreased demand, in-tensified competition, and high uncertainty (Grewal & Tansu-haj, 2001) that leads most firms to reduce their operations in a pro-cyclical strategy of cutting costs and investments in various functional areas such as production, marketing, and research and development (Tellis & Tellis, 2009). Nevertheless, several scholars contend that firms can take advantage of lower prices to counter-cyclically invest during recessions (Navarro, Bromi-ley, & Sottile, 2010). For instance, Procter and Gamble, Chevro-let, and Camel flourished during the Great Depression because they advertised heavily (Srinivasan et al., 2005).

The purpose of this research is to examine pro-cyclical and counter-cyclical strategies during recessions and their ef-fects on performance. More specifically, we aim to: (i) investi-gate whether most firms pursue pro-cyclical or counter-cyclical strategies during recessions; (ii) identify firms’ characteristics and capabilities that foster the use of counter-cyclical strat-egies; and (iii) verify whether pro-cyclical or counter-cyclical strategies enable firms superior performance during recessions.

The impact of recessions on firm performance and how firms should react is an unexplored research stream (Bromiley et al., 2008; Mascarenhas & Aaker, 1989). Our study contrib-utes to the strategy literature in business cycle management. In particular, we answer a call for scholars to analyze how firms absorb and react to economic downturns (Kaytaz & Gul, 2014; Latham & Braun, 2008) and to examine organizational factors (Srinivasan, Lilien, & Sridhar, 2011) that influence investment preferences in these environments (Zona, 2012). To our knowl-edge, this is the first study to propose an integrative model with

several variables to investigate recessions and to empirically test it with survey data.

RECESSIONS AND THEIR CONSEQUENCES TO FIRMSRecessions are recurring events, part of business cycles com-prising periods of economic growth followed by periods of eco-nomic contraction (Latham & Braun, 2011). They are technical-ly defined as a decrease in real gross domestic product for two consecutive quarters (Claessens & Kose, 2009). Economic the-ories try to explain recessions, but with a country-wide perspec-tive. In this paper, we take a business approach and focus on three important consequences of recessions for firms – change in demand patterns, increase in competition, and increase in uncertainty.

First, recessions reduce the demand for most firms’ prod-ucts and services (Srinivasan et al., 2011). This is due to lower employment, which leads to decreased disposable income, and it is also due to decreased consumption confidence created by job insecurity (Dutt & Padmanabhan, 2011; Hall, 2005). Besides this general demand reduction, recessions alter demand pat-terns (Mansoor & Jalal, 2011) – the variability in customer popu-lations and preferences. The impact of recessions varies among consumers of different income levels, with lower income class-es suffering the most (Grusky, Western, & Wimer, 2011). The im-pact of recessions also varies among industries and segments. Consumers become more price conscious (Hampson & McGol-drick, 2013) and “downtrade” to cheaper items and stores (Ang, Leong, & Kotler, 2000; Kaytaz & Gul, 2014) or substitutes (Dutt & Padmanabhan, 2011; Srinivasan et al., 2011). Discretionary such as leisure and luxury items suffer more (Mansoor & Jalal, 2011; Zurawicki & Braidot, 2005), while necessities such as housing and health care are less affected (Dutt & Padmanabhan, 2011; Kamakura & Du, 2012). The demand for durable goods is par-ticularly reduced due to credit restrictions (Gertler, Kiyotaki, & Queralto, 2012) and the possibility of purchase postponement (Lamey, Deleersnyder, Steenkamp, & Dekimpe, 2012).

Second, recessions change the market competitive inten-sity – the degree of competition a firm faces (Grewal & Tansu-haj, 2001). Demand contraction creates pressure for firms to cut prices in order to keep sales level (Kaytaz & Gul, 2014; Kamak-ura & Du, 2012), which tends to increase rivalry among industry players (Porter, 1979). In addition, new demand patterns change relationships, power balance, and trust between firms and their competitors, customers, and suppliers (Apaydın, 2011; Lamey et al., 2012), also leading to higher rivalry.

Page 41: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

275

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Claudio Ramos Conti | Rafael Goldszmidt | Flávio Carvalho de Vasconcelos

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Third, recessions generate uncertainties (Latham & Braun, 2008; Parnell, Dent, O’Regan, & Hughes, 2012). Although the di-rection of changes in demand and pricing is mostly known, their levels and timing are difficult to predict. As recessions vary great-ly in amplitude and duration (Zarnowitz, 1985), firms cannot fore-see for how long consumers will postpone purchases or for how long competitors will resist the pressure to cut prices.

THEORY DEVELOPMENT AND HYPOTHESESThe scenario of decreased demand, intensified competition, and high uncertainty brings severe negative impacts to most firms, while some others are less affected or even prosper in re-cessions (Dutt & Padmanabhan, 2011). We study the strategies, pro-cyclical or counter-cyclical, that enable firms to have supe-rior performance. By superior performance, we mean either of two situations. In the first case, a firm may be less affected than competitors by the negative impacts of the recessionary envi-ronment, even though its absolute performance may decline compared to the moment prior to the recession. In the second case, which is less common, a firm may benefit from the reces-sion more than competitors and even improve its performance.

Especially in severe cases, recessions represent risk to the survival of firms (Parnell et al., 2012). Forced to rethink their strat-egies (Geroski & Gregg, 1997), firms may choose various cours-es of action. They may adopt a pro-cyclical behavior of cutting costs and expenditures, react with a counter-cyclical behavior of increasing investments, respond with a combination of both, or even do nothing while waiting for macroeconomic recovery.

Most firms adopt a pro-cyclical strategy. During reces-sions, profits decrease (Beaver, 2002), bank credit is restrict-ed or more expensive (Ivashina & Scharfstein, 2010), and equity markets typically “dry up” (Latham & Braun, 2008). With limited funding, firms have to reduce costs, bypass projects, and cut in-vestments (Campello, Graham, & Harvey, 2010).

But several firms realize that just surviving the storm is not enough and adopt a counter-cyclical strategy. Despite an undeniable need to preserve short-term cash, firms must in-vest for future growth, as some long-term industry trajectories and related firm objectives should not change (Dye, Sibony, & Viguerie, 2009). Firms can take advantage of undervalued as-sets in the market (Mascarenhas & Aaker, 1989) to develop new business opportunities, differentiate themselves, and overtake competitors (Nunes, Drèze, & Han, 2010). They are able to both achieve immediate returns (Srinivasan et al., 2005) and prepare for long-term success (Franke & John, 2011).

While several authors recommend counter-cyclical strat-egies, empirical tests of their benefits are limited. Reviews of prior studies are provided by Latham & Braun (2011), who note a positive link between counter-cyclical strategies and perfor-mance, and by Srinivasan et al (2011), who warn about mixed re-sults. Most importantly, except for Navarro et al (2010) and Gu-lati et al (2010), the majority of research on the topic limits the analysis to one area: marketing, R&D or capital expenditures. To fill this gap, we assess firms’ concomitant responses to reces-sions in various types of investments. Adjusting the model pro-posed by Navarro et al (2010), we study the cyclical strategies pursued by firms grouped in three independent areas (supply, demand, and capital). Our framework of hypotheses is shown in Figure 1.

Figure 1. Framework of hypotheses

Strategy

Supply

H1

H2

H3a,b,c

H4a,b,c

Demand

Capital

Flexibility

Opportunityrecognition

Entrepreneurialorientation

Performancein

recessions

Page 42: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

276

ISSN 0034-7590

FORUM | Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Supply strategies

In line with Navarro et al (2010), our supply dimension compris-es three subdimensions: staffing, production, and purchasing.

Firms’ staffing strategies tend to be pro-cyclical. Mislead-ing expectations during economic expansions (Gore, 2010) result in overestimated sales, production, and staffing needs. Entering recessions, firms try to stabilize their finances through efficiency measures such as employee layoffs (Latham & Braun, 2011). Nev-ertheless, a counter-cyclical staffing strategy may be beneficial in two ways. First, layoff avoidance boosts the usually low employ-ee morale during downturns. Instead of worrying about job secu-rity (Gulati et al., 2010), employees can focus on their tasks and maintain productivity. They also tend to continue with the firm during recovery, which prevents rehiring at increased costs. Sec-ond, high recession unemployment (Hall, 2005) raises the pool of qualified labor available in the market, which allows hiring at lower wages (Mascarenhas & Aaker, 1989).

Firms’ production strategies are also usually pro-cyclical. As demand decreases, sales flatten, and finished goods inven-tories pile up during recessions, firms cut production (Zarnow-itz, 1985). However, a counter-cyclical strategy of increasing pro-duction may be recommended to avoid product shortages that prevent revenue opportunities and market share gain at the be-ginning of the recovery (Bromiley et al., 2008). Furthermore, during recessions, firms can take advantage of lower labor costs and lower materials costs.

Firms’ purchasing strategies are usually also pro-cycli-cal. Appropriate inventory levels depend on accurate sales fore-casts. Again, misleading expectations during upturns lead to overestimated sales and production forecasts, resulting in an increase in raw materials purchases. Thus, firms enter reces-sions with excess inventories (Navarro et al., 2010). As reces-sions reduce demand and sales, firms cut production and use fewer materials, so inventories increase even further. Then, the intuitive measure is to reduce purchases to lower invento-ry costs (Apaydin, 2011). Nonetheless, a counter-cyclical strate-gy of raising purchases during recessions may be recommend-ed. Firms can take advantage of lower prices and possibly better credit terms from suppliers to guarantee inputs for which there may be shortages after suppliers cut production.

Demand strategies

Our demand dimension comprises marketing investments, pric-ing, and R&D investments. To Navarro et al (2010), we added the R&D subdimension since investments in marketing and in R&D usually accompany one another (Gulati et al., 2010).

Academic research has documented marketing pro-cy-clical behavior. Advertising and promotions increase during ex-pansions and are cut in contractions (Srinivasan et al., 2011), when most firms view them as dispensable luxuries (Apaydin, 2011). However, several authors recommend that companies fo-cus on marketing and be more aggressive to capitalize on the changes in consumption patterns during downturns (Ang et al., 2000). As most firms reduce their advertising in recessions, me-dia owners offer lower rates. Hence, firms that advertise achieve higher return on their investments (Apaydin, 2011).

Firms’ cyclical behavior in pricing is less clear than in marketing investments. There is pressure for firms to cut pric-es (Ang et al., 2000; Kamakura & Du, 2012) to keep sales level, since as a result of lower income, consumers reduce consump-tion, become more price conscious, and “downtrade” to cheap-er items. Nevertheless, empirical evidence indicates that most firms do not change (Geroski & Gregg, 1997) or even raise prices during recessions (Lamey et al., 2012; Mansoor & Jalal, 2011). A recommendation for cyclical strategy is also complex. Econom-ic theory suggests that firms respond to reduced demand by lowering prices. But a marketing perspective warns that pricing cuts may reduce brand equity and hinder long-term positioning (Latham & Braun, 2011). Moreover, consumers will expect lower prices to continue after economic recovery, which would reduce long-run revenues (Apaydin, 2011).

The pro-cyclical innovation behaviors (Lamey et al., 2012) and R&D (Latham & Braun, 2011) have been documented by ac-ademic research. Pressed to control costs to maintain liquidity during recessions, firms reduce R&D programs, thereby increas-ing short-term cash flow (Srinivasan et al., 2011). However, firms that add new features and upgrade their products to match new demand patterns in downturns may perform better (Apaydin, 2011). Furthermore, firms can take advantage of lower costs during recessions to reach higher returns on their R&D invest-ments (Gulati et al., 2010).

Capital strategies

Our capital dimension comprises credit policy, capital expen-ditures in fixed assets, and acquisitions. From Navarro et al (2010), we have dropped the capital financing subdimension, as those authors obtained high cross-loadings for it in their fac-tor analysis.

Firms tend to follow a pro-cyclical credit policy. As the re-cession hits various industries, most businesses face cash flow challenges due to lower profits (Beaver, 2002) and reduced bank credit (Ivashina & Scharfstein, 2010). It becomes more common for customers to default and request loosening of pay-

Page 43: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

277

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Claudio Ramos Conti | Rafael Goldszmidt | Flávio Carvalho de Vasconcelos

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

ment terms (Ang et al., 2000). To keep sales at a reasonable lev-el, firms usually succumb to customers’ pressures and expand their credit (Mascarenhas & Aaker, 1989). However, during re-cessions, firms should carefully monitor customers’ perfor-mances and adjust credit policies, accelerating collections and tightening credit terms to reduce the risk of nonpayment (Dye et al., 2009).

Firms’ pro-cyclical patterns of expenditures in fixed as-sets are observed by the capital investment literature (Navar-ro et al., 2010). Geroski & Gregg (1997) report that investment in plants and equipment usually falls markedly in recessions, more than investment in intangibles (like marketing and R&D). Similarly, Latham & Braun (2011) mention that firms often sell assets to stabilize their finances. Nonetheless, this pro-cycli-cal pattern can lead to overinvestments and consequent excess capacity during the upturn, followed by exaggerated cuts and undercapacity in recessions (Apaydin, 2011). On the contrary, firms could take advantage of lower prices during recessions to invest in property, plants, and equipment in order to guaran-tee adequate capacity and modern equipment; this would help them offer superior products and gain market share both in the recovery (Bromiley et al., 2008) and during the downturn (Gula-ti et al., 2010).

Acquisitions are most likely pro-cyclical (Geroski & Gregg, 1997), as firms tend to buy during expansions and sell during re-cessions. Recession-driven changes in market structure (Hamp-son & McGoldrick, 2013) may alter assets relevance and value, making many of them available for sale in a firm’s businesses portfolio. As firms try to preserve cash, divestitures are more common than acquisitions (Latham & Braun, 2011). Comple-menting this rationale from the opposite perspective, it is diffi-cult for a potential acquirer to convince its management of the viability of acquisitions, given the low growth projections for target firms (Navarro et al., 2010). However, counter-cyclical ac-quisitions in recessions may be a better idea, as prices tend to be lower for two reasons. First, as firms in financial trouble put parts of their businesses for sale (Campello et al., 2010), the number of takeover candidates increases (Franke & John, 2011), reducing prices. Second, potential acquirers have less cash available, decreasing the likelihood of overpayment for target firms (Ma et al., 2014), a problem that is common in upturns. Therefore, firms that counter-cyclically make acquisitions during recessions tend to benefit from a lower price-to-value rate (Bro-miley et al., 2008).

In sum, during recessions, firms can take advantage of higher availability of qualified resources at lower prices to make counter-cyclical investments in supply-, demand-, and capi-tal-related areas. Hence, we offer the following hypothesis:

H1: Counter-cyclical strategies of increased investments in supply-, demand-, and capital-related areas during reces-sions lead to superior change in performance.

The moderating effect of flexibility

The success of counter-cyclical investments in recessions de-pends on firms’ capabilities. We argue that flexibility helps firms efficiently implement counter-cyclical strategies that enable su-perior performance.

Flexibility is defined as a firm’s ability to rapidly change its policies and procedures to adapt to changes in the environ-ment that bring uncertainty and significantly impact perfor-mance (Aaker & Mascarenhas, 1984; Rowe & Wright 1997). We believe in a strong fit between flexibility and recessionary envi-ronments, as recessions bring changes, uncertainty, and insta-bility (Grewal & Tansuhaj, 2001; Ma et al., 2014), a context that demands flexibility.

Recessions change demand patterns, behavior, and rel-ative power of competitors and suppliers, as well as the in-dustry’s regulative environment. Opportunities that arise for counter-cyclical investments are related to this new market structure that requires adaptations in products, resources, and processes.

In mild recessions, changes in market structure are limited, and exploitation of opportunities probably requires no more than switching focus among segments. Operational flexibility to adjust production schedules and product mix is useful and usually sufficient for implementation of the new, counter-cyclical strategy.

In severe recessions, market changes are deeper, and exploitation of opportunities requires different resources. But new resource acquisition or development are restricted by low-er availability of cash and time constraints. Thus, strategic flex-ibility becomes important for quick relocation of resources from their original departments and adaptation to new purposes (Wang, 2008) and also for effective coordination of this new re-source configuration (Zhou & Wu, 2010). This way, the firm can efficiently implement the new, counter-cyclical strategy and ex-periment with new products (McGrath, 1999) to reach other con-sumers.

In another scenario, drastic and prolonged recessions bring more radical and lasting transformations to the market (Zurawicki & Braidot, 2005). Firms need to transform their activ-ities (McGahan, 2004), not simply adjust the product mix or re-configure current resources. Structural flexibility is necessary to change decision and communication processes and create new organizational structures.

Page 44: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

278

ISSN 0034-7590

FORUM | Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

In sum, operational, strategic, and structural flexibility al-low changes in firms’ products, resources, and processes. Thus, the more a firm is flexible, the more efficient is the implementa-tion of investments in supply-, demand-, and capital-related ar-eas to improve performance. Hence, we offer the following hy-pothesis:

H2: Flexibility moderates the relationship between strategy and performance such that increased flexibility strengthens the positive effect of a counter-cyclical strategy of invest-ments on the change in performance during recessions.

Despite the advantages of investments during reces-sions, only a few firms adopt this counter-cyclical strategy. We claim that two firm characteristics increase their probability of counter-cyclically investing – opportunity recognition and entre-preneurial orientation.

The effect of opportunity recognition

Different firms follow different strategies during recessions, partly because they differ in the extent to which they view reces-sions as threats or opportunities (Latham & Braun, 2011). These different views depend mostly on how employees fit informa-tion received into their cognitive structures to interpret the en-vironment (Plambeck & Weber, 2010). Similar to Srinivasan et al (2005), we define opportunity recognition in recessions as a firm’s propensity to create or recognize opportunities arising from the recession.

In the recessionary context of uncertainty, opportunities are not obvious to everyone (McGrath, 1999). A propensity to recognize opportunities is a consequence of employees having a mindset to sense and capture benefits from changes in the environment (McGrath & MacMillan, 2000). Only alert individu-als can identify when and where new knowledge can be applied to create feasible goods and services (Ireland, Hitt, & Sirmon, 2003). And only those firms that perceive these opportunities find interesting projects that are worth investing in. Hence, we offer the following hypothesis:

H3: Opportunity recognition in recessions increases firms’ use of counter-cyclical strategies of investments in sup-ply- (H3a), demand- (H3b), and capital-related (H3c) areas during recessions.

The effect of entrepreneurial orientation

A second characteristic of firms that may increase their prob-ability of counter-cyclically investing during a recession is en-

trepreneurial orientation (EO). Entrepreneurial concepts fit the recessionary environment, as they are usually associated with disruptions in the economy (Hill & Mudambi, 2010), such as those created by recessions.

Srinivasan et al (2005) suggest that firms vary not only in the extent to which they see opportunities within these disrup-tions, but also in their ability to capitalize on a perceived op-portunity. We argue that this ability depends on a willingness to act, part of a firm’s EO in its three dimensions. The proactive-ness dimension is essential because if a firm is not proactive, it will not take action to exploit the opportunity. An entrepreneur-ial firm anticipates future needs (Lumpkin & Dess, 1996) and moves ahead quickly, even with incomplete information (Green, Covin, & Slevin, 2008).

The innovativeness dimension is important because if the firm does not favor creative change, an integral part of inno-vativeness, it will not take the necessary steps to exploit the op-portunity (Ireland et al., 2003). Entrepreneurs creatively engage with the opportunities presented by the changing environment (Gupta, MacMillan, & Surie, 2004).

Finally, the risk-taking dimension is fundamental be-cause if the firm does not have risk-taking propensity, it will not invest in opportunities, whose outcomes are always asso-ciated with uncertainty and risky returns. The uncertainty of re-cessions increases risk aversion (Muurlink, Wilkinson, Peetz, & Townsend, 2012), but in an entrepreneur’s cognition, risk con-cerns are overruled by opportunity recognition (Wright, Hoskis-son, Busenitz, & Dial, 2000).

Thus, the more a firm is entrepreneurially oriented, the more it will be willing to counter-cyclically invest to seize these opportu-nities. All those arguments hold for supply-, demand-, and capi-tal-related areas. Hence, we offer the following hypotheses:

H4: Entrepreneurial orientation moderates the relationship between opportunity recognition and strategy in recessions such that increased entrepreneurial orientation strength-ens the positive effect of opportunity recognition on firms’ adoption of counter-cyclical strategies of investing in sup-ply- (H4a), demand- (H4b), and capital-related (H4c) areas during recessions.

METHOD

All hypotheses were tested using data from Brazilian firms on the 2008-2009 global recession. It reached most developed and developing countries (Gore, 2010), becoming the most severe recession since the 1929 financial crash (Crotty, 2009). Brazil is a good setting for our investigation because it was sharply affected by the crisis, accumulating 4% GDP contraction from

Page 45: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

279

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Claudio Ramos Conti | Rafael Goldszmidt | Flávio Carvalho de Vasconcelos

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

the fourth quarter of 2008; but most firms recovered by the sec-ond quarter of 2009 (Galveas, 2009; Pochman, 2009), which al-lowed for good comparisons by the time of our survey.

Our sample includes firms of various sizes and from various industries. Data were collected from a survey in 2011-2012 directed to finance or planning managers of pub-licly traded firms. The questionnaire was developed in Por-tuguese, the native language of the respondents, with five-point, Likert-type questions selected from several validated scales. To prevent common method bias, we have spread the

items that measure a same construct throughout the ques-tionnaire and included reverse-coded items (Podsakoff, MacKenzie, & Podsakoff, 2012). Moreover, our hypotheses include moderation effects, which are not affected by com-mon method variance (Siemsen, Roth, & Oliveira, 2010). The questionnaire was discussed with executives and pretested with executive MBA students who typically had 10 years of experience. All respondents received explanations about the research purpose and confidentiality of answers. Question-naire items are shown in Table 1.

Table 1. Measurement items and indices of the reflective constructs

Reflective constructs and their items Load CR AVE

Change in performance 0.94 0.76

How much was your firm affected by the recession, in terms of:

Operating revenue 0.90

Operating profit 0.94

Net profit 0.93

Cash flow 0.87

Market share 0.69

Opportunity recognition 0.81 0.58

Particulary about the 2008-2009 recession:

Our firm’s management treated the downturn more like an opportunity than as a threat. 0.90

Our plans for the downturn basically involved hunkering down and riding out of the recession. ( R ) 0.63

We viewed this downturn as an opportunity to leapfrog over our competitors. 0.75

Innovativeness 0.75 0.50

Innovative ideas are well accepted in our firm. 0.72

Our performance appraisal system rewards people for new ideas and process improvement. 0.75

Our firm accepts errors as a way of learning 0.64

Proactiveness 0.82 0.60

Our firm typically initiates actions which competitors then respond to. 0.57

Particularly about the 2008-2009 recession: -

We were very proactive in developing plans to counter the downturn. 0.90

We responded more quickly to the market changes caused by the downturn than our competitors. 0.83

Risk taking 0.72 0.57

The top managers of this firm believe that bold strategies are required to achieve our business objectives. 0.71

In general, people at our firm accept changes promptly. 0.80

Creativity 0.81 0.59

Our employees know how to improvise when necessary. 0.72

Our firm has great ability to adress new situations through new ideas of using the resources at hand. 0.80

In our firm, people are encouraged to resolve problems in creative ways. 0.79

(continue)

Page 46: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

280

ISSN 0034-7590

FORUM | Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Reflective constructs and their items Load CR AVE

Spontaneity 0.76 0.62

In our firm, actions are always carefully planned before execution. ( R ) 0.71

To respond to unexpected events, our firm encourages balance between established plans and flexibility. 0.85

Operational flexibility 0.79 0.56

Our firm’s structure has high fixed costs, wich hinders changes. ( R ) 0.57

In responding to changes in the business environment, our strategy emphasys flexibility...

in the allocation of production resources to manufacture a broad range of products or services. 0.82

in the design of products or services to support a broad range of applications. 0.82

Strategic flexibility 0.78 0.55

In responding to changes in the business environment, our firm...

is able to reconfigure its organizational resources to support different strategies. 0.74

has difficulties in repositioning products or services to target diverse market segments. ( R ) 0.70

In responding to changes in the business environment, our strategy emphasizes flexibility...

in the allocation of marketing resources to market a broad range of products or services. 0.78

Structural flexibility 0.75 0.61

Our employees are capable of performing different activities. 0.90

In our firm, employees do not have autonomy to change the way they organize their activities. ( R ) 0.64

Supply strategy 0.90 0.74

What was the strategy adopted by your firm with regard to the following topics?

In the total number of employees 0.80

In the production of goods or service offerings 0.89

In the purchases of materials for those products and services 0.89

Demand strategy 0.81 0.60

What was the strategy adopted by your firm with regard to the following topics?

In research and development invstiments 0.89

In marketing investments 0.89

In product prices, on average 0.48

Capital strategy 0.77 0.53

What was the strategy adopted by your firm with regard to the following topics?

In the ease of credit offered to clients 0.71

In fixed assets investments 0.80

In investments in other firms 0.68

( R ): Item is reverse coded.CR: Composite reliability. AVE: Average variance extracted.All algorithm calculations based on path weighting scheme.

Table 1. Measurement items and indices of the reflective constructs (conclusion)

Page 47: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

281

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Claudio Ramos Conti | Rafael Goldszmidt | Flávio Carvalho de Vasconcelos

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Measures and instrument

Our study has four dependent variables. The first is the change in performance during the recession (CHPERF), measured with five indicators that together represent both the short-term and long-term perspectives: cash flow, market share, operating revenue, operating profit, and net profit. Respondents were asked to se-lect, from a five-point Likert-type scale, how each of the five in-dicators was affected by the recession. We have decided to use subjective measures, as they preserve confidentiality of respon-dents and facilitate comparisons across multiple industries (Gru-ber, Heinemann, Brettel, & Hungeling, 2010). They have also been widely used (Venaik, Midgley, & Devinney, 2005) and tend to have high convergent validity with objective measures (Worren, Moore, & Cardona, 2002), available only for some of our firms.

The other three dependent variables are the strategies in supply-, demand-, and capital-related areas followed by firms during recession. Most items were selected and adapted from Navarro et al (2010) and one item was created based on Gu-lati et al’s (2010) findings. Respondents were asked to evalu-ate whether firms, in an attempt to cope with the recession, in-creased or decreased investments in each of the three areas’ subdimensions.

Our study has four independent variables. Opportunity recognition in recession (OPP) was measured using three items selected from Srinivasan et al (2005). Entrepreneurial orienta-tion (EO) was measured in three dimensions with 10 items se-lected from Anderson, Covin, & Slevin (2009) and Srinivasan et al (2005) and adapted to our context of crisis. Both question-naires were developed based on the well-recognized scale by Covin & Slevin (1989). Flexibility (FLEX) was measured with 12 items for its three dimensions. Ten items were selected and adapted from Zhou & Wu (2010), Nadkarni & Narayanan (2007), and Verdú-Jover, Lloréns-Montes, & García-Morales (2006). The other two items were created based on theory. Cyclical strate-gy (STRAT) was created as a composite index of its three areas.

We control firm size, age, financial slack, and industry. For performance testing, we also control exports, opportunity recognition, and improvisation capability. These variables were indicated in prior studies as important in recessions or situa-tions of change.

RESULTS

Our preliminary data analysis did not find abnormal patterns of answers. Our final sample comprises 111 usable question-naires, which passes the minimum sample criteria as proposed

by Hair, Ringle, & Sarstedt (2011) for partial least squares (PLS), the method of analysis we have selected. Harman’s single-fac-tor test (Podsakoff & Organ, 1986) has indicated that common method bias was limited.

We have developed distinct sets of analyses to address our objectives. First, to investigate whether most firms pursue pro- or counter-cyclical strategies during recessions, we looked at the percentages of answers, as shown in Table 2. Our results in-dicate that the majority pursued a pro-cyclical strategy of reduc-tions in supply-related areas, particularly decreasing purchases (56.9% of respondents) and cutting personnel (52.3%), but also reducing production (49.1%). In all three cases, reductions were small. Regarding demand, reduction was the predominant behav-ior in R&D (44.3%) and marketing (43.2%) investments, while no change was the most common behavior in pricing (49.1%). None-theless, among those firms that did change prices, a higher per-centage reduced (31.8%) rather than increased (19.1%) prices. Again, reductions were small in all three cases.

In capital-related areas, no change was the prevailing behavior, particularly in acquisitions (58.4%) and credit policy (54.5%), but also in fixed assets (43.7%), although pro-cyclical reductions in fixed assets were also reported by several firms (42.7%). Among those firms that changed strategies, a higher percentage reduced rather than increased investments in all three capital-related areas. Reductions were small in credit poli-cy to clients, but large for fixed assets and acquisitions.

Few firms adopted counter-cyclical strategies during the recession. In general, investments were small increases in de-mand-related areas, most commonly in the form of a price in-crease. Firms that adopted counter-cyclical moves share partic-ular characteristics and capabilities, which we discuss next.

To address both our second objective of identifying firms’ characteristics and capabilities that foster the use of counter-cy-clical strategies and our third objective of verifying the effect of cyclical strategies on performance, we have relied on vari-ance-based structural equation modeling (SEM)-PLS. We have tested our eight hypotheses using the SmartPLS software (Ring-le, Wende, & Will, 2005). PLS is the fitting type of SEM here be-cause it is appropriate for models that use a combination of for-mative and reflective measures (Gruber et al., 2010) and deal with non-normal data and small samples (Ringle, Sarstedt, & Straub, 2012). PLS-SEM is popular in various disciplines (Hair, Ringle, & Sarstedt, 2012) and has been growing in strategy (Hul-land, 1999), to which it is particularly suited (Robins, 2012). Our analysis is divided in two parts – measurement model and structural model – and follows the acceptance criteria and re-porting suggestions described by Ringle et al (2012) and Hul-land (1999).

Page 48: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

282

ISSN 0034-7590

FORUM | Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Measurement model

All first-order constructs in our model were measured by reflective indicators, whose details are shown in Tables 1 and 3. Indicators have good reliability (Tsang, 2002), particularly considering early stages of theory development (Hair et al., 2011; Hulland, 1999); this is true except for the pricing indicator, kept for conceptual relevance (Schotter & Beamish, 2013) and consistency with Navarro et al (2010). Constructs have adequate reliability (composite reliabilities higher than 0.70) and discriminant validity, as the average variances extracted are higher than squared correlations between constructs (Crossland & Hambrick, 2011; Fornell & Larcker, 1981).

Table 2. Strategy adopted by Brazilian firms – % of usable answers

Reduction*No change

Increase

Big Small Total Total Small Big

S

Staffing 12.6 39.6 52.3 37.8 9.9 9.0 0.9

Production 12.0 37.0 49.1 39.8 11.1 10.2 0.9

Purchasing 17.4 39.4 56.9 36.7 6.4 6.4 –

D

Marketing 16.2 27.0 43.2 41.4 15.3 12.6 2.7

Pricing 10.9 20.9 31.8 49.1 19.1 17.3 1.8

R&D 17.0 27.4 44.3 40.6 15.1 14.2 0.9

C

Credit policy 12.1 22.2 34.3 54.5 11.1 11.1 –

Fixed assets 25.2 17.5 42.7 43.7 13.6 8.7 4.9

Acquisitions 19.1 7.9 27.0 58.4 14.6 10.1 4.5

* Can be either a reduction in investments, or the case of lay-offs, sale of assets, or divestitures.

Table 3. Descriptive statistics and correlations

Variables Mean SD 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

1 Change in performance R 2.19 0.79 0.87

2 Opportunity recognition R 3.20 0.77 0.36 0.76

3 Entrepreneurial orientation F 3.38 0.61 0.11 0.30 n/a

4 Innovativeness R 3.51 0.81 0.14 0.20 n/a 0.71

5 Proactiveness R 3.30 0.74 0.01 0.32 n/a 0.36 0.78

6 Risk-taking propensity R 3.34 0.85 0.09 0.18 n/a 0.35 0.38 0.75

7 Flexibility F 3.34 0.60 0.03 0.35 0.62 0.45 0.48 0.46 n/a

8 Structural flexibility R 3.57 0.86 0.10 0.10 0.33 0.32 0.07 0.34 n/a 0.78

9 Strategic flexibility R 3.32 0.79 0.15 0.28 0.56 0.43 0.52 0.34 n/a 0.15 0.74

10 Operational flexibility R 3.12 0.86 0.03 0.36 0.45 0.26 0.46 0.32 n/a 0.18 0.48 0.75

11 Strategy F 2.56 0.60 0.55 0.33 0.03 0.02 0.00 0.04 0.03 -0.11 0.17 0.02 n/a

12 Supply R 2.42 0.73 0.60 0.19 0.06 0.09 -0.01 0.05 0.03 0.12 0.20 -0.00 n/a 0.86

13 Demand R 2.62 0.74 0.43 0.38 0.08 0.01 0.10 0.08 0.09 -0.06 0.21 0.07 n/a 0.54 0.78

14 Capital R 2.64 0.72 0.34 0.25 -0.07 -0.05 -0.09 -0.03 -0.05 -0.10 0.00 -0.01 n/a 0.49 0.55 0.73

Note: Square roots of AVEs in the diagonal, correlations off-diagonal.R = Reflective construct; F = Formative construct.SD = Standard deviation.n/a = Not applicable for formative constructs and their dimensions.

Page 49: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

283

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Claudio Ramos Conti | Rafael Goldszmidt | Flávio Carvalho de Vasconcelos

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Second-order constructs strategy, entrepreneurial orientation, improvisation capability, and flexibility, shown in Tables 3 and 4, were measured by formative indicators. Significant t-values and high coefficients suggest that indicators sufficiently contribute to forming their constructs. Variance inflation factors lower than 3 indicate that multicollinearity is not a problem (Gruber et al., 2010).

Table 4. Measurement indices of formative constructs

Formative constructs Weight* t-value** VIF***

Entrepreneural orientation 1.24

Innovativeness 0.41 6.81 +++

Proactiveness 0.59 9.22 +++

Risk taking 0.29 6.25 +++

Improvisation capability 1.13

Creativity 0.77 12.35 +++

Spontaneity 0.42 6.09 +++

Flexibility 1.22

Operational flexibility 0.55 8.79 +++

Strategy flexibility 0.54 8.97 +++

Structural flexibility 0.18 2.47 ++

Strategy 1.58

Supply 0.53 13.64 +++

Demand 0.37 14.04 +++

Capital 0.30 10.52 +++

* Algorithm calculations based on path weighting scheme.** All calculations based on bootstrapping with 1,000 samples or more and individual sign changes.***Average variance inflation factor.+ significant at 10%.++ significant at 5%.+++ significant at 1%.

Structural model results

Unlike covariance-based SEM, PLS-SEM does not rely on fit indi-ces (such as chi-square) that compare observed and predicted covariance matrices (Hair et al., 2011; Hulland, 1999). PLS-SEM models are instead evaluated based on variance explained indi-ces such as R2, as well as the value and significance of measure-ment and path coefficients (Ringle et al., 2012).

We have divided our results into two analysis sets. The first, shown in Table 5, addresses the influence of cyclical strategies on the change in performance. Model 1 shows the direct effect of control variables as our starting point. Model 2 adds the direct effects of all independent variables. Strategy

has a positive, significant path coefficient (b=+0.44), confirm-ing that a counter-cyclical strategy of higher investments en-ables superior performance, which supports H1. Model 3 adds the indirect effect of flexibility. The R2 calculation at 51% in-dicates that our model is a good predictor of performance in recessions. Moreover, the 22% increase in R2 versus Model 1 confirms that our theorized variables offer important contribu-tion to that prediction. Model 3 also indicates that the moder-ating effect of flexibility on the relationship between strategy and change in performance has a positive, significant path co-efficient (b=+0.25). This result confirms that increased flexibil-ity strengthens the positive effect of strategy on performance and supports H2.

Page 50: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

284

ISSN 0034-7590

FORUM | Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Table 5. Results of the PLS structural model analysis - dependent variable: change in performance

Related hypothesis

Path coefficients and (t-values)*

SupportChange in performance

Model 1 Model 2 Model 3

Control variables

IND -0.02 (-0.42) -0.01 (-0.13) -0.0001 (-0.07)

SIZE 0.05 (0.70) 0.08 (1.13) 0.08 (1.34)

AGE 0.09 (1.25) 0.07 (1.17) 0.07 (1.22)

FINSLACK 0.33 (4,56) +++ 0.18 (2.28) ++ 0.15 (2.00) ++

EXP -0.05 (-0.82) -0.06 (-1.12) -0.05 (-0.93)

OPP 0.30 (3.38) +++ 0.18 (1.89) + 0.16 (2.29) ++

IC 0.20 (1.99) ++ 0.18 (1.95) + 0.17 (2.31) ++

Main effects

STRAT H1 0.44 (4.69)+++ 0.41 (4.66) +++ Yes

FLEX -0.09 (-1.46)

Interaction effects

FLEX x STRAT H2 0.25 (3.01)+++ Yes

R2 29% 44% 51%

R2 increase vs. Model 1 15% 22%

* Calculations based on path weighting scheme, bootstrapping with 1,000 samples or more and individual sign changes.+ significant at 10%.++ significant at 5%. +++ significant at 1%.

The second set of analyses, shown in Table 6, addresses firms’ characteristics and capabilities that influence the choice for counter-cyclical strategies. Model 1 considers the direct ef-fect of our control variables and is our starting point.

Model 2 adds the direct effect of our independent vari-able, opportunity recognition. It shows that opportunity rec-ognition has positive, statistically significant path coefficients (b=+0.14; +0.36; +0.28), confirming its positive effect on the choice of counter-cyclical strategy in supply, demand, and capi-tal areas, respectively, which supports H3a, H3b, and H3c.

Model 3 adds our theorized indirect effects of entrepre-neurial orientation. The R2 calculations at 21%, 28%, and 20% indicate that our model is a reasonable predictor of the choice for counter-cyclical strategies in supply, demand, and capital ar-

eas, respectively. Moreover, the respective 13%, 17%, and 5% in-creases in R2 versus Model 1 indicate that our theorized variables in conjunction offer important contribution to those predictions.

Model 3 also shows EO’s moderating effects on the rela-tionship between opportunity recognition and choice for count-er-cyclical strategies, which are complex. For demand (b=+0.20) and supply (b=+0.18) strategies, the path coefficients are pos-itive and significant at 5% and 10% levels, respectively. These results confirm that increased EO strengthens the positive effect of opportunity recognition on the choice for these counter-cycli-cal strategies in demand and supply, representing strong sup-port for H4b and moderate support for H4a. For capital strategy, however, the coefficient (b=-0.24) is negative, contrary to our expectation. Thus, there is no support for H4c.

Page 51: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

285

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Claudio Ramos Conti | Rafael Goldszmidt | Flávio Carvalho de Vasconcelos

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Table 6. Results of the PLS structural model analysis - dependent variable: strategy

Related hypothesis

Path coefficients and (t-values)*

SupportStrategy

Supply Demand Capital Supply Demand Capital Supply Demand Capital

Model 1 Model 2 Model 3

Control variables

IND -0.15 0.00 0.12 -0.16 -0.02 0.12 -0.13 0.01 0.11

(-1.71) + (0.07) (1.50) (-1.87) + (-0.33) (1.37) (-1.71) + (0.18) (1.44)

SIZE 0.00 0.01 0.04 -0.03 -0.07 -0.05 -0.03 -0.09 -0.06

(0.07) (0.20) (0.63) (-0.35) (-1.05) (-0.97) (-0.55) (-1.27) (-1.03)

AGE 0.07 0.09 0.12 0.02 -0.01 0.09 -0.01 -0.05 0.07

(1.16) (1.25) (1.76) + (0.64) (-0.01) (1.15) (-0.12) (-0.82) (1.14)

FINSLACK 0.33 0.31 0.23 0.33 0.29 0.18 0.32 0.28 0.18

(3.46)+++ (3.26)+++ (2.63)+++ (3.27)+++ (3.14)+++ (2.48)++ (3.61)+++ (3.46)+++ (2.26) ++

Main effects

OPP H3a, b, c 0.14 0.36 0.28 0.14 0.36 0.24 Y,Y,Y

(1.96) ++ (5.18) +++ (2.71) +++ (1.67) + (4.41) +++ (2.70) +++

EO 0.06 0.07 -0.14

(0.98) (1.20) (-1.60)

Interaction effects

EO x OPP H4a, b, c 0.18 0.20 -0.24 Y,Y,N

(1.84) + (2.39) ++ (-2.91) +++

R2 8% 11% 15% 13% 24% 17% 21% 28% 20%

R2 increase vs. Model 1 5% 13% 2% 13% 17% 5%

* Calculations based on path weighting scheme, bootstrapping with 1,000 samples or more and individual sign changes.+ significant at 10%.++ significant at 5%.+++ significant at 1%.

DISCUSSIONOur results indicate that the majority of Brazilian firms in our sample pursued a pro-cyclical strategy of reductions in supply-relat-ed areas, particularly decreasing purchases and cutting personnel, but also reducing production. In most cases, reductions were small, probably because the recession in Brazil, although deep, lasted only two quarters and might have been over before firms

Page 52: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

286

ISSN 0034-7590

FORUM | Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

took extreme measures. For instance, raw material supplies are usually ordered in advance, and it is reasonable to continue pro-ducing while inventories are high. Moreover, management may go through long processes before deciding to make cuts.

Most commonly, Brazilian firms made no change in capital- and demand-related areas, although pro-cyclical investments reduc-tions were reported by several firms and were more common than counter-cyclical increases. Again, reductions were small, except for fixed assets and acquisitions, to which larger reductions were report-ed. The likely reason is that assets involved in these reductions are expensive, so each individual cut is significant. Institutional theory (DiMaggio & Powell, 1983) may provide an explanation for this lack of response. Under uncertainty, firms wait to see what others will do and imitate them, creating a situation of isomorphism in which none of the players take initiative for a first move.

Few firms have adopted counter-cyclical strategies of in-creased investments during the recession; they generally expe-rienced small increases in demand-related areas, most com-monly in the form of a price increase, confirming the mixed results in the literature. Certain characteristics of firms increase the likelihood of a choice for counter-cyclical investments.

The first characteristic is an ability to recognize opportu-nities in recessions, which has a strong, positive effect on the choice of counter-cyclical strategies in supply (H3a), demand (H3b), and capital (H3c). Firms whose employees have mind-sets that foster identification of opportunities rather than only threats during recessions find new projects in which to invest.

This effect is moderated by the second characteristic: en-trepreneurial orientation. In general, higher EO strengthens the positive effect of opportunity recognition on the likelihood of counter-cyclical investments in recessions. That happens be-cause entrepreneurially oriented firms are proactive and ac-cept changes and risks associated with such investments. Thus, the more a firm is entrepreneurially oriented, the more it will be willing to counter-cyclically invest and seize these recognized opportunities. This strengthening effect is substantial in de-mand-related areas (H4b) and medium in supply-related areas (H4a). However, EO weakens the effect of opportunity recogni-tion in capital-related areas, against H4c. A possible explana-tion is that with limited resources, firms become selective and may invest in demand- and supply-related areas at the expense of capital projects. Indeed, less than half the respondents men-tioned changes in capital-related strategy. In addition, capital investments like fixed assets and acquisitions are more com-plex and expensive and take longer, being less associated with the quickness demanded by entrepreneurial orientation.

Our results also indicate that counter-cyclical strategies of increased investments during recessions enable superior perfor-

mance (H1). This is a confirmation that the benefits of acquiring good-quality resources available at low prices during recessions more than offset the high risks of such a strategy. This positive ef-fect of counter-cyclical strategy on performance is even stronger if the firm is flexible (H2), as flexibility allows relocation and re-configuration of resources so that implementation of investments will be more efficient, generating improved results.

It would sound strange to propose that firms counter-cy-clically increase spending when cash is limited. The key to re-solving this dilemma is finding the right investment oppor-tunities. Recessions certainly create opportunities and it is worthwhile to look for them. Firms need to find ways to reduce costs in some – but not all – areas to improve efficiency while in-vesting in the most promising projects.

Limitations and future research

We see several limitations to our study. A first limitation refers to the timing of performance we have measured. We have focused on immediate returns to fill a gap from prior studies, which most-ly measured performance after the recession. However, some in-vestments have lagged effects and related profits may take a long time to materialize. Likewise, cost cuts may be constrained by long-term contracts. The effects of some responses might be felt only after the downturn ends. Another limitation is survival bias, in line with Grewal & Tansuhaj (2001) and most research on reces-sions. Our survey was conducted three years after the worst quar-ter of the recession, when some firms might have closed.

Other limitations relate to our method. As in any non-experi-mental design, it is not possible to completely rule out endogeneity problems (Semadeni, Withers, & Trevis Certo, 2013). Moreover, we may face a reverse causality problem: we relied on theory to argue that investments increased performance, but it could be the oppo-site – higher performance enabled investments. Similar to Navar-ro et al (2010), we can confirm only association between variables, not causality. Another limitation is our small sample. Even though PLS studies have been published with smaller samples and PLS is adequate for such cases (Ringle et al., 2012), our results should be considered more indicative than conclusive. Finally, our sample in-cluded only firms operating in Brazil. This is an interesting context for such research, but caution is recommended before generalizing results to very different business environments.

This last limitation offers an interesting area for future re-search. Drawing on Srinivasan et al (2011), scholars could inves-tigate whether specific characteristics of certain countries influ-ence the choice for and success of counter-cyclical investments during recessions. For instance, emerging countries’ dynamic environments (Hoskisson, Wright, Filatotchev, & Peng, 2013) ex-

Page 53: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

287

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Claudio Ramos Conti | Rafael Goldszmidt | Flávio Carvalho de Vasconcelos

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

pose firms to turbulence and may allow them to be more flexible than firms from developed economies. Furthermore, countries whose cultures are marked by tolerance for risk may have firms with higher entrepreneurial orientation.

Contributions and conclusion

By investigating the cyclical strategies that enable firms superi-or performance in recessions, our paper advances the business cycle management literature, an unexplored research stream within strategic management. In particular, we answer a call to address how firms absorb and respond to economic downturns and to use surveys to examine organizational factors that influ-ence investment preferences in these moments (Srinivasan et al., 2011; Zona, 2012). To our knowledge, this is the first study to propose and test an integrative model with several variables to analyze recessions. Moreover, we do so in less traditional con-texts proposed by some authors, such as non-listed companies (Mascarenhas & Aaker, 1989).

Our research is also relevant to practitioners. Once in a recession, managers can implement our suggestions to make investments that will enable their firms to navigate through dif-ficult periods. Furthermore, considering that recessions are re-curring events, managers can invest in developing the charac-teristics and capabilities that will help their firms be prepared for future recessions.

To conclude, our research has indicated that most firms pro-cyclically reduce costs and investments during recessions. Nevertheless, firms with better ability to recognize opportuni-ties in the changing environment and more entrepreneurial ori-entation to invest in these opportunities adopt a counter-cycli-cal strategy of investing in new projects, and present superior performance. Finally, it is important for firms to be flexible for an efficient implementation of these investments.

ACKNOWLEDGMENTSWe acknowledge the financial support received from Capes, CNPq and from FGV-Ebape/ Pró-Pesquisa for our research.

NOTE FROM RAEA preliminary version of this article was presented in the 8th Iberoamerican Academy Conference – World in Transition: business, multiculturalism and society on December 2013, promoted by Fundação Getulio Vargas/ Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/ EAESP)

REFERENCES

Aaker, D., & Mascarenhas, B. (1984). The need for strategic flexibility. Journal of Business Strategy, 5(2), 74-82.

Anderson, B., Covin, J., & Slevin, D. (2009). Understanding the relation-ship between entrepreneurial orientation and strategic learning capa-bility: an empirical investigation. Strategic Entrepreneurship Journal, 3(3), 218-240.

Ang, S., Leong, S., & Kotler, P. (2000). The Asian apocalypse: crisis mar-keting for consumers and business. Long Range Planning, 33(1), 97-119.

Apaydın, F. (2011). Changes in marketing strategies and performance outcomes of Turkish firms in 2008 global economic recession. Interna-tional Business Research, 4(4), 104-114.

Beaver, G. (2002). The financial performance of smaller companies: ob-servations from difficult times. Strategic Change, 11(1), 1-5.

Bromiley, P., Navarro, P., & Sottile, P. (2008). Strategic business cycle management and organizational performance: a great unexplored re-search stream. Strategic Organization, 6(2), 207-219.

Campello, M., Graham, J., & Harvey, C. (2010). The real effects of finan-cial constraints: evidence from a financial crisis. The Journal of Financial Economics, 97(3), 470-487.

Claessens, S., & Kose, M. (2009). Back to basics: what is a recession? Finance and Development, 45(1), 1-3.

Covin J., & Slevin D. (1989). Strategic management of small firms in hostile and benign environments. Strategic Management Journal, 10(1), 75-87.

Crossland, C., & Hambrick, D. (2011). Differences in managerial discre-tion across countries: how nation-level institutions affect the degree to which CEOs matter. Strategic Management Journal, 32(8), 797-819.

Crotty, J. (2009). Structural causes of the global financial crisis: a critical assessment of the “new financial architecture”. Cambridge Journal of Economics 33(4), 563-580.

DiMaggio, P., & Powell, W. (1983). The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. Ameri-can Sociological Review, 48(2), 147-160.

Dutt, P., & Padmanabhan, V. (2011). Crisis and consumption smoothing. Marketing Science, 30(3), 491-512.

Dye, R., Sibony, O., & Viguerie, S. (2009). Strategic planning: three tips for 2009. McKinsey Quarterly. Retrieved on June 28, 2013 from www.mckinsey.com/insights/strategy/strategic_planning_three_tips_for _2009.

Fornell, C., & Larcker, D. (1981). Evaluating structural equation models with unobservable variables and measurement error. Journal of Market-ing Research, 18(1), 39-50.

Franke, M., & John, F. (2011). What comes next after recession? Airline industry scenarios and potential end games. Journal of Air Transport Management, 17(1), 19-26.

Galveas, E. (2009). Síntese da conjuntura – conjuntura 2008. Carta Mensal, 54(648), 83-94.

Geroski, P., & Gregg, P. (1997). Coping with recession: U.K. firm perfor-mance in adversity. Cambridge, U.K.: Cambridge University Press.

Gertler, M., Kiyotaki, N., & Queralto, A. (2012). Financial crises, bank risk exposure and government financial policy. Journal of Monetary Econom-ics, 59(Supplement), S17-S34.

Page 54: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

288

ISSN 0034-7590

FORUM | Strategies for superior performance in recessions: pro or counter-cyclical?

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Gore, C. (2010). The global recession of 2009 in a long-term develop-ment perspective. Journal of International Development, 22(6), 714-738.

Green, K., Covin, J., & Slevin, D. (2008). Exploring the relationship be-tween strategic reactiveness and entrepreneurial orientation: the role of structure-style fit. Journal of Business Venturing, 23(3), 356-383.

Grewal, R., & Tansuhaj, P. (2001). Building organizational capabilities for managing economic crisis: the role of market orientation and strate-gic flexibility. Journal of Marketing, 65(2), 67-80.

Gruber, M., Heinemann, F., Brettel, M., & Hungeling, S. (2010). Config-urations of resources and capabilities and their performance implica-tions: an exploratory study on technology ventures. Strategic Manage-ment Journal, 31(12), 1337-1356.

Grusky, D., Western, B., & Wimer, C. (2011). The consequences of the great recession. In: Grusky, D, Western, B, Wimer, C. (eds). The Great Recession. New York: Sage, 3-20.

Gulati, R., Nohria, N., & Wohlgezogen, F. (2010). Roaring out of reces-sion. Harvard Business Review, 88(3), 1-8.

Gupta V., MacMillan I., & Surie, G. (2004). Entrepreneurial leadership: developing and measuring a cross-cultural construct. Journal of Busi-ness Venturing, 19(2), 241-260.

Hair, J., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2011). PLS-SEM: indeed a silver bullet. Journal of Marketing Theory and Practice, 19(1), 139-151.

Hair, J., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2012). Partial least squares: the better approach to structural equation modeling? Long Range Planning, 45(5-6), 312-319.

Hall, R. (2005). Employment fluctuations with equilibrium wage sticki-ness. American Economic Review, 95(1), 50-65.

Hampson, D., & McGoldrick, P. (2013). A typology of adaptive shopping patterns in recession. Journal of Business Research, 66(7), 831-838.

Hill, T., & Mudambi, R. (2010). Far from Silicon Valley: how emerging economies are re-shaping our understanding of global entrepreneur-ship. Journal of International Management, 16(4), 321-327.

Hoskisson, R., Wright, M., Filatotchev, I., & Peng, M. (2013). Emerging multinationals from mid-range economies: the influence of institutions and factor markets. Journal of Management Studies,  50(7), 1295-1321.

Hulland, J. (1999). Use of partial least square (PLS) in strategic manage-ment research: a review of four recent studies. Strategic Management Journal, 20(2), 195-204.

Ireland, R., Hitt, M., & Sirmon, D. (2003). A model of strategic entrepre-neurship: the construct and its dimensions. Journal of Management, 29(6), 963-989.

Ivashina, V., & Scharfstein, D. (2010). Bank lending during the financial crisis of 2008. Journal of Financial Economics, 97(3), 319-338.

Kamakura, W., & Du, R. (2012). How economic contractions and expan-sions affect expenditure patterns. Journal of Consumer Research, 39(2), 229-247.

Kaytaz, M., & Gul, M. (2014). Consumer response to economic crisis and lessons for marketers: the Turkish experience. Journal of Business Re-search. Journal of Business Research, 67(1), 2701- 2706.

Lamey, L., Deleersnyder, B., Steenkamp, J., & Dekimpe, M. (2012). The effect of business-cycle fluctuations on private label share: what has marketing conduct got to do with it? Journal of Marketing, 76(1), 1-19.

Latham, S., & Braun, M. (2008). The performance implications of finan-cial slack during economic recession and recovery: observations from the software industry (2001-2003). Journal of Managerial Issues, 20(1), 30-52.

Latham, S., & Braun, M. (2011). Economic recessions, strategy, and per-formance: a synthesis. Journal of Strategy and Management, 4(2), 96-115.

Li, S., & Tallman, S. (2011). MNC strategies, exogenous shocks, and per-formance outcomes. Strategic Management Journal, 32(10), 1119-1127.

Lumpkin, G., & Dess, G. (1996). Clarifying the entrepreneurial orienta-tion construct and linking it to performance. Academy of Management Review, 21(1), 135-172.

Ma, X., Yiu, D., & Zhou, N. (2014). Facing global economic crisis: foreign sales, ownership groups, and corporate value. Journal of World Busi-ness, 49(1), 87-100.

Mansoor, D., & Jalal, A. (2011). The global business crisis and consumer behavior: Kingdom of Bahrain as a case study. International Journal of Business and Management, 6(1), 104-115.

Mascarenhas, B., & Aaker, D. (1989). Strategy over the business cycle. Strategic Management Journal, 10(3), 199-210.

McGahan, A. (2004). How industries evolve: principles for achieving and sustaining superior performance. Boston, MA: Harvard Business School Press.

McGrath, R. (1999). Falling forward: real options reasoning and entre-preneurial failure. Academy of Management Review, 24(1), 13-30.

McGrath, R., & MacMillan, I. (2000). The entrepreneurial mindset: strat-egies for continuously creating opportunity in an age of uncertainty. Boston, MA: Harvard Business School Press.

Muurlink, P., Wilkinson, A., Peetz, D., & Townsend, K. (2012). Managerial autism: threat-rigidity and rigidity’s threat. British Journal of Manage-ment, 23(Supplement), S74-S87.

Nadkarni, S., & Narayanan, V. (2007). Strategic schemas, strategic flexibility, and firm performance: the moderating role of industry clock-speed. Strategic Management Journal, 28(3), 243-270.

Navarro, P., Bromiley, P., &Sottile, P. (2010). Business cycle manage-ment and firm performance: tying the empirical knot. Journal of Strategy and Management, 3(1), 50-71.

Nunes, J., Drèze, X., & Han, Y. (2010). Conspicuous consumption in a recession: toning it down or turning it up? Journal of Consumer Psychol-ogy, 21(2), 199-205.

Parnell, J., Dent., E, O’Regan, N., & Hughes, T. (2012). Managing perfor-mance in a volatile environment: contrasting perspectives on luck and causality. British Journal of Management, 23(Supplement), S104-S118.

Plambeck, N., & Weber, K. (2010). When the glass is half full and half empty: CEO’s ambivalent interpretations of strategic issues. Strategic Management Journal, 31(7), 689-710.

Pochmann, M. O. (2009). Trabalho na crise econômica no Brasil: primei-ros sinais. Estudos Avançados, 23(66), 41-52.

Podsakoff, P. M., MacKenzie, S. B., & Podsakoff, N. P. (2012). Sources of method bias in social science research and recommendations on how to control it. Annual Review of Psychology, 63, 539-569.

Podsakoff, P. M., & Organ, D. (1986). Self-reports in organizational re-search: problems and prospects. Journal of Management, 12(4), 531-544.

Porter, M. (1979). How competitive forces shape strategy. Harvard Busi-ness Review, 57(1), 66-75.

Ringle, C., Sarstedt, M., & Straub, D. (2012). A critical look at the use of PLS-SEM in MIS quarterly. MIS Quarterly, 36(1), i3-14.

Ringle, C., Wende, S., & Will, A. (2005). Smart PLS 2.0. Retrieved on April 15, 2013 from http://www.smartpls.de.

Page 55: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

289

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Claudio Ramos Conti | Rafael Goldszmidt | Flávio Carvalho de Vasconcelos

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 273-289

Robins, J. (2012). Partial-least squares. Long Range Planning, 45(5-6), 309-311.

Rowe, W., & Wright, P. (1997). Related and unrelated diversification and their effect on human resource management controls. Strategic Management Journal, 18(4), 329-338.

Schotter, A., & Beamish, P. (2013). The hassle factor: an explanation for managerial location shunning. Journal of International Business Studies, 44(5), 521-544.

Semadeni, M., Withers, M. C., & Trevis Certo, S. (2014). The perils of endogeneity and instrumental variables in strategy research: under-standing through simulations. Strategic Management Journal, 35(7), 1070-1079.

Siemsen, E., Roth, A., & Oliveira, P. (2010). Common method bias in re-gression models with linear, quadratic, and interaction effects. Organi-zational Research Methods, 13(3), 456-476.

Srinivasan, R., Lilien, G., & Sridhar, S. (2011). Should firms spend more on research and development and advertising during recessions? Jour-nal of Marketing, 75(3), 49-65.

Srinivasan, R., Rangaswamy, A., & Lilien, G. (2005). Turning adversity into advantage: does proactive marketing during a recession pay off. International Journal of Research in Marketing, 22(2), 109-125.

Tellis, G., & Tellis, K. A. (2009). Research on advertising in a recession: a critical review and synthesis. Journal of Advertising Research, 49(3), 304-327.

Tsang, E. (2002). Acquiring knowledge by foreign partners from inter-national joint ventures in a transition economy: learning-by-doing and learning myopia. Strategic Management Journal, 23(9), 835-854.

Verdú-Jover, A, Lloréns-Montes, F., & García-Morales, V. (2006). Environ-ment-flexibility coalignment and performance: an analysis in large ver-sus small firms. Journal of Small Business Management, 44(3), 334-349.

Venaik, S., Midgley, D., & Devinney, T. (2005). Dual paths to perfor-mance: the impact of global pressures on MNC subsidiary conduct and performance. Journal of International Business Studies, 36(6), 655-675.

Wang, C. (2008). Entrepreneurial orientation, learning orientation, and firm performance. Entrepreneurship Theory and Practice, 32(4), 635-657.

Worren N., Moore, K., & Cardona, P. (2002). Modularity, strategic flex-ibility, and firm performance: a study of the home appliance industry. Strategic Management Journal, 23(12), 1123-1140.

Wright, M., Hoskisson, R., Busenitz, L., & Dial, J. (2000). Entrepreneurial growth through privatization: the upside of management buyouts. The Academy of Management Review, 25(3), 591-601.

Zarnowitz, V. (1985). Recent work on business cycles in historical per-spective: a review of theories and evidence. Journal of Economic Litera-ture, 23(2), 523-580.

Zhou, K., & Wu, F. (2010). Technological capability, strategic flexibility, and product innovation. Strategic Management Journal, 31(5), 547-561.

Zona, F. (2012). Corporate investing as a response to economic down-turn: prospect theory, the behavioural agency model and the role of financial slack. British Journal of Management, 23(Supplement), S42-S57.

Zurawicki, L., & Braidot, N. (2005). Consumers during crisis: responses from the middle class in Argentina. Journal of Business Research, 58(8), 1100-1109.

Page 56: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

290

ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

MARLEI POZZEBON [email protected] Professor at École de Hautes Études Commerciales Montréal, Department of International Business – Montréal – Québec, Canada and Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo – São Paulo – SP, Brazil

SONIA TELLO ROZAS [email protected] Professor at Université du Québec à Montréal, École des Sciences de la Gestion – Montréal – Québec, Canada

NATALIA AGUILAR [email protected] Candidate in Management at McGill University, Faculty of Management – Montréal - Québec, Canada

ARTICLESSubmitted 12.17.2012. Approved 09.25.2013This article is co-authored by a member of RAE’s Scientific Editorial Board and was evaluated by double blind review process with impartiality and independence. Scientific Editor: Charles Kirschbaum

USE AND CONSEQUENCES OF PARTICIPATORY GIS IN A MEXICAN MUNICIPALITY: APPLYING A MULTILEVEL FRAMEWORKUso e consequências de um SGIS participativo em uma municipalidade do México: aplicando um modelo multinível

Uso y consecuencias de un SIG participativo en un municipio mexicano: aplicando un modelo multinivel

ABSTRACT This paper seeks to understand the use and the consequences of Participatory Geographic Information System (PGIS) in a Mexican local community. A multilevel framework was applied, mainly influenced by two theoretical lenses – structurationist view and social shaping of technology – structured in three dimensions – context, process and content – according to contextualist logic. The results of our study have brought two main contributions. The first is the refinement of the theoretical framework in order to better investigate the implementation and use of Information and Communication Technology (ICT) artifacts by local communities for social and environmental purposes.The second contribution is the extension of existing IS (Information Systems) literature on participatory practices through identification of important conditions for helping the mobilization of ICT as a tool for empowering local communities. KEYWORDS | Participatory Geographical Information Systems, local communities, structuration theory, social uses of technology, social consequences of technology.

RESUMOEste artigo busca entender o uso e as consequências do Sistema de Informação Geográfica partici-pativa (SIGP) em uma comunidade local mexicana. Uma estrutura de múltiplos níveis foi aplicada, influenciada principalmente por duas óticas teóricas – a visão estruturacionista e configuração social da tecnologia – estruturada em três dimensões – contexto, processo e conteúdo – de acordo com a lógica contextualista. Os resultados do estudo trouxeram duas contribuições principais. A primeira é o refinamento do quadro teórico a fim de investigar melhor a implantação e uso de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) por comunidades para fins sociais e ambientais. A segunda contri-buição é a expansão da literatura dos Sistemas de Informação (SI) existentes em relação às práticas participativas através da identificação de condições relevantes que podem auxiliar a mobilização das tecnologias de informação e comunicação como ferramentas de empoderamento de comunidades. PALAVRAS-CHAVE | Sistema de Informação Geográfica Participativa, comunidades locais, teoria estru-turacionista, uso social da tecnologia, consequências sociais da tecnologia.

RESUMENEste trabajo tiene como objetivo entender el uso y las consecuencias de un sistema de Información Geográfica Participativa (SIGP) en una comunidad local mexicana. Fue aplicado un marco multinivel, influenciado principalmente por dos enfoques teóricos – el punto de vista estructuracionista y la for-mación social de tecnología – y estructurado en tres dimensiones – contexto, proceso y contenido – de acuerdo con la lógica contextualista. Los resultados de nuestro estudio ofrecieron dos contribuciones fundamentales. La primera es el refinamiento del marco teórico con el objetivo de investigar mejor la implementación y el uso de aparatos de Tecnología de la Información y la Comunicación (TIC) por co-munidades locales para propósitos sociales y ambientales. La segunda contribución es la ampliación de la literatura de Sistemas de Información (SI) existente sobre prácticas participativas a través de la identificación de condiciones importantes para ayudar a la movilización de las TIC como una herra-mienta para el empoderamiento de comunidades locales. PALABRAS CLAVE | Información Geográfica Participativa, comunidades locales, teoría de la estructura-ción, usos sociales de la tecnología, consecuencias sociales de la tecnología.

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150305

Page 57: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

291

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Marlei Pozzebon | Sonia Tello Rozas | Natalia Aguilar Delgado

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

INTRODUCTION

Geographical Information System (GIS) has been increasingly applied to different areas, such as urban and rural spatial plan-ning and natural resources management. Although GIS can also represent a series of manual cartographic overlays, they are more commonly computer-based (Puri, 2007). During the last few decades, the steadily decreasing cost of computer hardware and the availability of user-friendly software has allowed the dif-fusion of this modern spatial technological artifact to non-gov-ernmental and community-based organizations, groups that had previously been excluded from the spatial decision mak-ing process (Rambaldi, Kwaku Kyem, McCall, & Weiner, 2006). We call the implementation of a GIS “participatory” (PGIS) when a set of inclusive practices are applied to incorporate participa-tion of local people in all phases of the project, from design and information gathering to map production and decision making.

The purpose of this study is to investigate a particular PGIS – the Sierra Nevada Project (SN project) – implemented in a small Mexican municipality called Tlalmanalco. In that region, for the past 30 years, a series of environmental threats, com-bined with unequal economic development, have been under-mining the connection between the local population and their land. In 1997, after a metropolitan planning authority predicted an ecological crisis for the next decade, a university/community initiative called Proyecto Sierra Nevada was established to con-tain urban sprawl and ecological dangers through local and sus-tainable development projects (Moctezuma, 2001). One of the challenges found was the need for re-appropriation of the terri-tory by the community, which was addressed with the help of an innovative implementation of PGIS.

Using this case as background, our article aims to analyze the use of a PGIS by a local community and its consequences from a social and sustainable perspective. The meaning of com-munity would merit a separate discussion in itself, as a huge variety of definitions can be found in the literature (e.g., geo-graphic communities, communities of culture, communities of interest, international community, etc.). Our definition of com-munity is in line with Agrawal and Gibson (1999), who shifted the focus from community as a concept associated with small spatial units, homogenous social structures or shared under-standings and identities, to a more complex and multidimen-sional definition wherein multiple and often divergent groups and interests co-exist, interact, negotiate, and struggle to de-fend different preferences for resources use and distribution. The community targeted by this study is located in Tlalmanal-co, a municipality of 45,000 people in Central Mexico, between the Basin of Mexico and the Sierra Nevada Mountains (Figure 1).

Our study was guided by two research questions: (a) what con-text helps explain the emergence of a PGIS in the Sierra Neva-da region? and (b) what are the main social and environmental consequences of the implemented PGIS to local communities?

Figure 1. Tlalmanalco community is located in Sierra Nevada, Mexico

Sierra Nevada

Estado de Mexico

D.F.

Our study brings two main contributions. The first is the re-finement of a multilevel conceptual framework structured in three dimensions – context, process and content – conceived to inves-tigate the implementation and use of Information and Commu-nication Technology (ICT) artifacts by local communities, from a social and environmental perspective. The second contribution is the extension of existing IS literature on participatory practic-es through identification of important conditions for helping ICT to work as a tool for empowering local communities, as present-ed in the discussion and conclusion section. Our study is one of the few reporting a successful case, which is in itself a reason why both researchers and practitioners might learn from its results.

BACKGROUND

In this section, we first present a brief literature review covering PGIS research over the past 15 years; we then present the con-ceptual framework used as a guide in the empirical work.

Overview of GIS and PGIS research streams

GIS is a computer-based tool for mapping and analyzing spatial-ly referenced data that can facilitate the understanding of spa-tial aspects of social and economic development (Puri, 2007). In that sense, GIS is not just a “mapping” software, but presents a number of powerful functionalities due to its two main compo-

Page 58: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

292

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Use and consequences of participatory GIS in a Mexican municipality: applying a multilevel framework

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

nents. The software component brings geographical data into the GIS – either from remote sensing sources, ordinary printed or digital maps, or field reports – and converts those data into computer-readable form. A second component is the database incorporated by a GIS that allows the data to be managed and de-ployed. The categories of data commonly inserted in such maps are, among others: geographic localization, soil types, vegetation and topographic patterns, fauna, water drainage systems, human occupation and land property, degradation areas.

The results from GIS data analysis are disseminated in a number of ways but most commonly in a map form that sup-ports several layers of information (Wastell, 2006). While many forms of mapping systems have been available since the 1960s, Madon and Sahay (1997) emphasize that GIS technology has evolved since the early 1980s. Recent developments of this tech-nology, particularly remote sensing-based GIS, have been wide-ly employed to support the sustainable development of natu-ral areas like tropical forests (Hayes & Rajão, 2011).The studies made about GIS and PGIS over the past 15 years were analyzed and organized in three main streams (Exhibit 1).

Exhibit 1. Three streams of research on GIS

Stream Authors

GIS studies (non-participatory) from the IS literature

Barret et al. (2001); *Hayes and Rajão (2011); Puri (2006); *Rajão and Hayes (2009); Sahay and Robey, 1996; Wastell (2006)

PGIS studies from the IS literature

Aynekulu et al. (2006); Chambers (2006); Nabwire and Nyabenge (2006); Mans (2006); *Puri (2007); *Puri and Sahay (2003); Shrestha (2006); Walsham and Sahay (1999)

PGIS studies from non-IS literature

Aswani and Lauer (2006); Bojorquez-Tapia et al. (2001); *Corbett and Keller (2005); *Dunn (2007); Eisner at al. 2012); *Elwood (2006); *Ghose (2001); *Kyem (2001); *McCall (2003); Peters-Guarin (2012); Sieber (2006)

* Critical views of GIS and PGIS

In the first and second streams, we have included the vast IS literature in order to better understand the processes of implementing GIS artifacts and the consequences of their use (e.g., Barrett Sahay, & Walsham, 2001). While the first stream focuses more on GIS projects taken in a broader sense, the sec-ond particularly targets GIS projects that are participatory in na-ture. In the third stream, we have looked at studies investigating PGIS through other disciplines, such as urban planning, envi-ronmental management, geography and others. We have found a huge number of studies and directed our attention to those which offered a link and potential contribution to IS-related is-

sues, particularly those examining the use of PGIS for spatial planning and natural resources management in order to under-stand how local stakeholders participate in the implementation process as well as the impacts of those participatory projects.

From all these studies, some critical studies have particu-larly drawn our attention. For instance, Kyem (2001) explores how internal (e.g., the complexity and time-consuming characteristics of the process itself) and external (e.g., dependence on external assistance and technology and training costs) factors influence the degree of local empowerment achieved in PGIS processes. In the same vein, based on the assumption that PGIS can empow-er disadvantaged groups, Corbett and Keller (2005) propose two working definitions of empowerment – empowerment and em-powerment capacity – and a framework to structure the analysis of empowerment. Other authors emphasize elements influencing the degree of “inclusiveness” of the process: on the one hand, there are critical divisions within communities related to gender, age, economic class, etc., which lead to an extensive and diffi-cult to manage range of needs, opinions and interests (McCall, 2003); on the other hand, there is a portion of the population who do not have appropriate training or capabilities to effectively use the information and, thus, might be excluded from the deci-sion making process (Carver, 2003). Pury and Sahay (2003) and Puri (2007) examine the use of PGIS to alleviate the problem of land degradation and recognize indigenous (community-related), technical (technology-related) and scientific knowledge as three important types of knowledge whose mismanagement could lead to important power asymmetries. As we could recognize, knowl-edge and power are two constructs that cannot be easily separat-ed when a critical perspective is adopted.

One of the main expected benefits of those PGIS proj-ects is making relevant information available to disadvantaged groups in order to enhance their capacity to better manage con-flicts with dominant groups and to participate in the resource planning of their territory (Rambaldi et al., 2006). ICT artifacts like GIS tools, when embedded in participatory practices, po-tentially help local communities to reconnect to their natural re-sources by improving their planning and negotiating capabili-ties (Peters-Guarin, McCall, & van Westen, 2012). We argue that this topic, though increasingly important, is still poorly inves-tigated. Notwithstanding a certain number of papers on PGIS projects, more knowledge is clearly needed, from social and en-vironmental perspectives, with respect to the use and conse-quences of PGIS technology by particular communities and the required conditions to effectively use ICT artifacts as tools for empowering local communities for them to achieve their broad-er social and environmental goals. In the next section, we pro-pose a framework, based on a review and extension of existing

Page 59: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

293

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Marlei Pozzebon | Sonia Tello Rozas | Natalia Aguilar Delgado

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

studies, which will guide our data collection and analysis and thereby help us answering our research questions.

Frameworks for PGIS analysis

We have identified two distinct frameworks that specifically ad-dress PGIS implementation: Sieber (2006) and Corbett and Keller (2005). Although the two can be seen as complementary, we paid particular attention to the second, due to its underlying critical assumptions. Corbett and Keller (2005) propose a distinction between empowerment (the “output” or increase in power) and empowerment capacity (the “process” of change in internal con-ditions that influences power). They articulate these two defini-tions within a two-dimensional framework that incorporates two social scales – individual and community – and four catalysts of empowerment, namely: the information contained within a PGIS project (how the documentation, control and use of information contributes to empowerment and changes in empowerment ca-pacity); process (participatory process employed by a PGIS proj-ect, i.e., the mechanisms used to include or exclude parts of a community: invitations, demands, coercion, deliberative efforts, etc.); skills acquired by participation in a PGIS project (ability to use new technologies, e.g., learning to operate equipment, to manage files, etc.); and tools (specific equipment) used to devel-op a PGIS. The analysis of empowerment involves, therefore, “ex-ploring how the different catalysts cause empowerment as well as changes in empowerment capacity at individual and community levels” (Corbett & Keller, 2005, p. 95).

Although we find Corbett and Keller’s (2005) model high-ly valuable, it lacks a clearer and more concrete frame to guide empirical work that encompasses multiple levels of analysis. In line with Burton-Jones and Gallivan (2007), we apply the term multilevel to a type of framework that entails more than one lev-el of conceptualization and analysis. The relevance of studies at the community/societal level is rising, opening opportunities for IS research to address the relationship between ICT and peo-

ple in broader contexts than just organizational settings. Frame-works that incorporate several levels of analysis – individual, group, community, society – are welcome.

Pozzebon, Diniz, and Jayo (2009) have presented a con-ceptual framework that seems particularly useful for research, involving complex and multilevel interactions between individ-uals, groups, organizations and networks at the community/so-cietal level, struggling to implement and utilize ICT innovations for change and developmental purposes. This framework is in-fluenced by three theoretical perspectives: social shaping of technology, structurationist view of technology and contextual-ism.The social shaping of technology pays special attention to the diversity of actors’ interpretations of the meaning and con-tent of technology and emphasizes the identification of oppor-tunities where decisions and actions regarding technology man-agement and change may be undertaken (Wilson & Howcroft, 2005). Three of the concepts of Pozzebon et al. (2009) theo-retical framework come from this perspective: (1) relevant so-cial groups; (2) interpretive frames; and (3) negotiation. The fourth, (4) technology-in-practice, comes from the second theo-retical influence, the structurationist view of technology, which represents a well-established IS research stream influenced by Giddens’ structuration theory (Jones & Karsten, 2008). Fi-nally, the third theoretical influence comes from the contextu-alist approach, which was first introduced by Pettigrew (1985, 1990). Arguing that much research on organizational change was non-processual and non-contextual in character, Pettigrew has emphasized three dimensions: context, process and con-tent, and claimed that these three dimensions are equally im-portant and should be considered in concert.

We propose a theoretical scheme to analyze the use and consequences of PGIS in local communities (Figure 2). It com-bines the two frameworks previously described – Pozzebon et al. (2009), further elaborated in Pozzebon and Diniz (2012), and Corbett and Keller (2005). A detailed definition of three dimen-sions and their main concepts are provided below.

Figure 2. Framework for participatory GIS analysis in communities

Context:

Institutional context: The history and culture of a community, its political and regulatory aspects.

Interactional context:• Social groups

* Interpretive frames* Skills

• Tools

Process: Different social groups interact and influence how the technology will be implemented and used.

Content: Technology-in-practice and the outcomes of the process of negotiation is a technology-in-practice and its intended and unitended consequences.

Context Process

Content

Page 60: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

294

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Use and consequences of participatory GIS in a Mexican municipality: applying a multilevel framework

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

The context refers to the social setting where the technologi-cal artifact is being implemented and used, helping to define the boundaries of the investigation. It has two levels: institu-tional and interactional. As pointed out by Haynes and Rajão (2011) and Barrett et al. (2001), in order for ICT-related projects to contribute to social and environmental changes, it is import-ant to take into consideration the historical, cultural, political and regulatory aspects, i.e., the institutional context. The sec-ond level, the interactional context, includes identification of different social groups interacting in a given social and cultur-al setting and the identification of interpretive frames for each social group. Subgroups, alliances or coalitions among social groups form political social spaces that shape the choices aris-ing from implementation and use of any kind of technology (Ra-jão & Heynes, 2009), including a GIS. In addition, people with-in a social group are likely to share a set of assumptions, beliefs and expectations about a given subject of interest (for instance, the expected benefits of the implementation of a new technol-ogy like GIS). This leads to the concept of interpretive frames: mental models that shape people’s interpretations, influencing their actions and decisions (Giddens, 1984). Although individ-ually held, those frames are articulated with value preferences and sectional interests that are shared across groups (Gallivan, 1995). The extent to which frames from different groups are con-gruent or conflicting will determine the likelihood of a success-ful implementation and use of GIS (Lin & Silva, 2005). The in-teractional level also encompasses skills and tools (Corbett & Keller, 2005). Skills would denote social groups abilities in gen-eral terms, both regarding use of the technology as well as the social changes they would like to promote (e.g., the ability of community members to use GIS or the ability to organize them-selves in social movements). Tools ought to be regarded not only as specific artifacts but also as resources (material and fi-nancial) and methodologies implemented.

The second dimension is process. It refers to understand-ing how social groups (and their frames) influence the negotia-tion process taking place around the implementation and use of a given technological artifact. The implementation of a new technology in a community or region can be seen as an oppor-tunity, or risk, to effect change in information flow, resource al-location and attribution of responsibility. For this reason, by im-plementing a GIS, people can reproduce, transform, adapt and even reinvent their community practices.

The implemented GIS is seen as the outcome of social processes of interaction between social groups. This leads to the third dimension, content, which refers to the resulting socio-technical characteristics of the technological artifact be-ing implemented, as used by social groups. We pay particular

attention to the resulting consequences, both intended and un-intended (Haynes & Rajao, 2011), of the technologies-in-prac-tice. The concept of technology-in-practice emphasizes the dif-ferent ways by which a given technology can be implemented and used in different contexts by different social groups (Orli-kowski, 2000). The focus is on the enactment of technology, where people’s choices in the implementation and use of a given technology produce a certain number of consequences, intended or unintended.

METHODS

For the purpose of this investigation, we applied an in-depth single case study (Stake, 2000), the case selected being the SN project. The rationale supporting this choice is that this case study represents a remarkable experience in terms of GIS appropriation by a local community located in a develop-ing region. Not only is Sierra Nevada an example of successful implementation and use of GIS for social and environmental purposes, but it is notable for having been achieved by com-munitarian organization in an effective bottom-up and partici-patory approach as well.

Data collection

The field work took place in 2006 in Tlalmanalco (Mexico). However, it is important to note that contact with two of the SN project’s leaders, Pedro and Elena, had begun some years before and continued following our stay in Mexico, in the form of telephone calls and meetings in locations outside Mexico. The case study was based on three main sources of data: inter-views, participant observation and documents. This triangu-lation enabled us to reduce the risks of inaccurate interpreta-tions (Denzin & Lincoln, 2003) or problems with validity of the data (Glesne, 1999).

Concerning the first source of data, it was composed by field notes from participant observation. During one week, the first author participated intensively in informal discussions and formal meetings involving the SN team and the Tlalmanalco com-munity (including both citizens and governmental representa-tives). These interactions gave the researcher the opportunity to gain a better understanding of the conceptual framework three elements: context, process and content. For instance, on one of those occasions, the researcher participated in a walk in one of the environmentally damaged areas of Tlalmanalco, together with some of the SN team members, and the students engaged with

Page 61: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

295

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Marlei Pozzebon | Sonia Tello Rozas | Natalia Aguilar Delgado

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

the group “Los guardianes de los volcanes”, in order to enter data in GIS regarding recent deforestation or polluted margins of rivers.

The second source of data was semi-structured and non-structured interviews. The respondents were selected ac-cording to one of the concepts described in the theoretical framework: social groups. Among the various social groups in-teracting in Tlalmanalco, four took part in the PGIS implementa-

tion and are recognized as particularly relevant: Sierra Nevada Team (SN team), researchers from Autonomy University of Mex-ico (UAM), Sierra Nevada (province) and Tlalmanalco (munici-pality) governmental authorities, and Tlalmanalco community organizations. One of our respondents (Pedro) is part of two so-cial groups: SN team and UAM researchers. Exhibit 2 presents a summary of the interviewees.

Exhibit 2. Data collection – summary of interviews

Type Respondents Role Social group

Individual interviews (total = 6 semi-structured interviews)

Pedro (2 interviews)Leader of SN team (general project coordinator) and UAM professor and researcher

SN TeamUAM researchers

Elena (1) Leader of SN team (project coordinator) SN Team

Gisela (1) GIS designer and operator SN Team

Delia (1) Coordination of community movements; GIS data entry SN Team

Rebeca (1) Community communication and GIS trainning SN Team

Collective interviews (total = 2 non-structured interviews)

8 Students + 1 coordinator (1)

Members of the social group “Los guardianes de los volcanes”

TIalmanalco communityorganizations

3 Municipal authorities (1)

Members of the group “Los regidores” (the aldermen) Governmental organizations

A total of six individual semi-structured and two collec-tive non-structured interviews were carried out. The semi-struc-tured interviews were conducted twice with the general coordina-tor of the SN team (Pedro), once with the co-coordinator (Elena), and once with other three other members (Gisela, Delia and Re-beca). The two non-structured interviews were carried out collec-tively (with 9 and 3 people participating, respectively), involving two other social groups: Los guardianes de los volcanes (a group of students engaged in a community project for environmental monitoring) and the Regidores (aldermen in local government). Although focus groups are also collective interviews, we cannot consider our strategy a focus group because in our collective in-terview we follow the semi-structured interview guideline in a more linear way than what is expected in a focus-group. All these interviews were based on a protocol created from the multilevel framework, were tape-recorded, and were transcribed verbatim.

Finally, and no less importantly, we had access to numer-ous documents, articles, doctoral dissertations and PowerPoint presentations, some provided by the SN team and others found on the Internet and in newspapers.

Data Analysis

The analysis of the empirical data comprised three phases, fol-lowing Miles and Huberman (1994): (a) data condensation, (b) data presentation and elaboration, and (c) verification of con-clusions. We used NVivo® software to organize the set of data

collected and assigned labels to the units of meaning accord-ing to the coding procedure, using the multilevel framework. We also wrote analytic memos to record our ideas, reflections, and emerging results. The use of deductive/inductive analysis ena-bled us to refine the framework through an iterative approach, leaving room for emergence of topics or dimensions which had not been initially considered (Patton, 2002; Berg, 2001). The process of categorizing empirical data was built based on the concepts proposed by the framework – social-groups, frames, skills, tools, etc. To the extent that analysis evolved, new labels (categories) emerged, refining the codification process (an illus-tration of the coding process is available upon request).

RESULTS

In this section we present the data analysis results. In order to answer the two research questions, we have structured this sec-tion according to the three dimensions of our theoretical frame-work: context, process and content.

The context of SN project: institutional and interactional

The SN project was officially created in 1997 in Tlalmanalco, a municipality of 45,000 people in Central Mexico between the Basin of Mexico and the Sierra Nevada Mountains. The project is

Page 62: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

296

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Use and consequences of participatory GIS in a Mexican municipality: applying a multilevel framework

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

the result of a fruitful partnership between the university (UAM) and 12 municipalities, including Tlalmanalco, where the SN team was located. The entire region where Tlalmanalco is locat-ed is considered one of the world’s most densely populated and critically threatened regions, primarily because it is situated directly in the ecological footprint of Mexico City megalopolis. The external threats to the local environment started long ago but had reached a peak by the 1990s. The sense of localness was also disrupted as uncontrolled sprawl from the metropolis threatens to transform Tlalmanalco from a predominantly rural area into a bedroom community (Moctezuma, 2001).

In 1997, soil, water and atmospheric contamination, coupled with urban sprawl in the region, were leading the en-tire region to an ecological crisis. Political authorities seemed powerless to face those challenges. That same year, with UAM professor Pedro as general coordinator, and his wife, Elena, as co-coordinator, SN project was established with the objective of supporting local initiatives by applying academic research and inclusive techniques so as to transform the Sierra Nevada region into a green belt of micro-projects that would contain the en-croaching city and halt environmental destruction of the region. SN team members identified three dimensions to those region-al challenges: a) promoting consensus-building around key so-cial and environmental issues; b) mobilizing local communities in a process of collaborative planning, social organization, cap-acity-building and reconnecting the local population with their

natural environment; and c) putting together a multi-stakehold-er process of bottom-up vision-building, collaborative planning and implementation. To deal with these challenges, the SN pro-ject tried to salvage local traditions of community participa-tion and introduce a broader, more participatory process at the regional level involving various local organizations. One of the means to facilitate this process was to provide the community with “geographic literacy”.

We had different workshops in which we started working with maps. With this kind of imaginative drawing, how your community draws your munic-ipality, draws up your natural resources manage-ment, does transect to understand the logic in the natural resources management, there emerg-es a regional mirror of which everybody draws a part […]. Our activity was doing these geographic literacy activities. (Pedro)

In addition to the institutional context, the interactional aspect helps elucidate the interactions of social groups. As pre-viously described, we identify four social groups (SN team, UAM researchers, governmental authorities and community organi-zations), each with different interpretive frameworks, skills and tools. Exhibit 3 summarizes our analysis of the aforementioned three concepts.

Exhibit 3. Interactional context of SN PGIS Project

Social Group Interpretative frames Skills Tools (resources and methodologies)

Community organizations

GIS is seen as a tool for improving local development; a tool for provid-ing maps for political and ecological change.

They provide deep local and historical knowledge of their territory.

They do not posses particulat tools.

UAM researchers GIS is seen as a source of knowledge for synthesizing local and technical information.

They provide technical and scientific knowledge.

They provide technical resources like aerial and satellite photos, official maps, etc.

Governmental authorities

GIS is seen as a tool to support politi-cal decisions and policy making.

They provide legal knowledge; they lack skills for an appropriate manage-ment of natural and social resources.

They provide financial resources and opportunities for contracts.

SN team GIS is a tool for empowering local com-munity members, for leveraging their skills and to guarantee the sustain-ability of the project.

They promote synergies amoung the other groups; they develop skills to operate the technology; they develop skills to estabilish external partner-ships and to reach the market.

They master and refine inclusive-par-ticipatory methodology; they obtain a license to use GIS and other devices like GPS.

The first social group is the local community – more precisely a number of community organizations, a combination of formal and informal sub-groups and coalitions that have, to different degrees, been involved in the SN project. The members of the com-munity provide contextualized indigenous knowledge about the past and current history of their land. They see GIS technology as a

Page 63: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

297

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Marlei Pozzebon | Sonia Tello Rozas | Natalia Aguilar Delgado

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

tool to address the region’s ecological problems. By participating in the SN project, local community members expect to improve their welfare and promote the sustainable development of their city. For instance, “Los Guardianes de los Volcanes” is a group of about 35 students from different municipalities around Tlalma-nalco that actively participate in the SN project by gathering data and monitoring ecological sites. One of the members says:

We want to make this a better region to live in…. our rivers are contaminated (student).

Other community groups look forward to having access to information necessary to improve their knowledge and owner-ship of their land. For example, the “ejidatarios” (traditional-ly responsible for public community lands) and rural producers have participated actively in data gathering for the municipal atlases because they wanted to see the exact boundaries of their lands incorporated into a map. Until the beginning of the SN project, the official maps describing the boundaries of the community-owned lands (termed ejidos) were treated as priv-ileged documents in the possession of elected leaders. “Ordi-nary” people in the locality could not gain access to them, and nobody really knew where the communal lands were anymore.

The UAM researchers represent the second relevant social group to the project, mainly because of the legitimacy they bring: working together with SN team and the community, they are es-sential to endowing it with credibility and quality in the eyes of governmental authorities and the media. The partnership with UAM allowed the SN project to obtain significant governmental contracts. In turn, university professors gain access to rich local knowledge, which contributes to their academic interests.

To do good research, they [UAM researchers] need local guides, then they can have access to all the information that local people have, which you can’t get from a satellite. (Elena).

Therefore, UAM researchers perceive the GIS as source of knowledge that combines and synthesizes local and technical information. The products of the SN project (e.g., GIS maps and atlas) are used to complement their teaching and research ac-tivities. Correspondingly, UAM researchers provide technical re-sources (e.g., aerial photos) and scientific knowledge related to topography, ecology, geography, botany, etc.

The assumptions and expectations concerning the SN project held by the third social group, the governmental au-thorities, are related to the potential use of PGIS maps as a tool to support their political decisions, with particular regard

to natural resource planning. At the municipal level, the local authorities trust the GIS maps generated by the SN team and believe that this tool will help them resolve impasses over cer-tain territory being claimed by a neighbouring municipality. Through use of GIS maps, they are able to prove that the area belongs to them.

We trust the (GIS); mapping the territory, we will know exactly the territory of our municipality (Regidores, municipal authorities).

Concerning their skills, on the one hand, governmental authorities provide the legal knowledge – about regulations, laws and governmental requirements –required to produce GIS maps. On the other hand, they lack skills for appropriate management of natural and social resources.

We gathered enough data to argue and tell – you know, this land is ours – with a clear support of SN team at a technical level. Without this sup-port, we could not finish our plan. (Regidores, municipal authorities)

The governmental authorities provide the SN project with financial resources to support certain activities (e.g., research activities) and with access to new important contracts (such contracts for drawing up natural resources plans).

Last but not least, the fourth social group is the SN team, whose members share a common vision of the GIS: because their main goal is to empower the community members, they see GIS as a tool to enhance community competences, to cata-lyze their emancipation and to guarantee the project goals’ sustainability. Thus, the SN team has developed the ability to create a synergy between the community and the other social groups – mainly UAM researchers and governmental author-ities – who are interested in the GIS for different reasons. They have also succeeded in establishing partnerships with external stakeholders in order to reach the market and to strengthen the project. For example, looking for a flexible way to introduce in-formation and produce maps, they initiated contact with an im-portant North American GIS vendor and, in 1999, they have pur-chased their first copy of the basic software, Arq-View, for a trial run. The process evolved quite rapidly thereafter.

We began working with people from Arc-View firm and they were very excited about our proj-ect. They said they had never seen such intensive use of their software (Elena).

Page 64: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

298

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Use and consequences of participatory GIS in a Mexican municipality: applying a multilevel framework

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

It is important to mention that although the interpretive frames, i.e., the assumptions, beliefs and expectations of the four social groups were neither similar nor convergent, but more importantly, they were not conflicting or divergent, at least not during the implementation of the PGIS. It is quite acceptable that before or even in some moment during the project some small divergences occurred. Because our interviews were retro-spective we could not grasp the evolution of frames over time.

The process of implementing a PGIS

The SN project implementation is characterized by two key phases: (1) data gathering and map production, and (2) knowl-edge sharing and map providing. Figure 3 represents these two phases, the social groups involved and the type of interaction in terms of knowledge and resource sharing.

Figure 3. Process of SN project

Localauthorities

Localcommunity

Communitygroups

UAMexperts

GovernmentSN

Team

Local/historicalknowledge

Technical knowledge

Legalknowledge

SS

1. Data gathering and maps production

2. Knowledge sharing and map proving

First phase of process: data gathering and map produc-tion- In this first phase, we outline the presence of three dif-ferent types of knowledge: (a) Local (indigenous) and historical knowledge, provided by community members; (b) Technical and scientific knowledge, provided by university researchers; (c) Le-gal knowledge, provided by governmental authorities, along with financial resources. These different types of knowledge usually do not come together mainly because the social groups that hold them frequently do not sit down together. In addition, as outlined in the previous section, the interests and expecta-tions of those different groups regarding the GIS implementa-tion were not necessarily convergent. So, how to make those distinct groups converge?

Although we could not grasp all the process that lead to a consensus among those different groups, we are aware that a number of conflicts, tensions and divergences marked the be-ginning of the project. For instance, the “ejidatarios” were very suspicious at first, they were afraid that the GIS could affect the

allocation of the communal portions of land. Likewise, the munic-ipal authorities were also suspicious regarding Pedro’s political agenda, in the beginning of the project. Our retrospective data do not allow us to enter in the detailed processes of resistance, but we do know that they existed. However, it seems that the con-sensus-building process put in place by the SN team was able to make those people, with different perceptions and expectations, sit together and converge their interests around the GIS.

[…] Women, rural producers, people from differ-ent ages and economic situations, a huge het-erogeneity and a huge synergy. One could find: a poor rural producer with in-depth knowledge of the local flora engaged in discussion with an el-egant urban devotee of gardens; a rural woman talking with a representative from a cultural cen-tre; intellectuals conversing with people who live off handmade production (Pedro)

Page 65: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

299

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Marlei Pozzebon | Sonia Tello Rozas | Natalia Aguilar Delgado

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

Second phase of process: knowledge sharing and map providing - In the second phase, knowledge, maps and atlases are made accessible for a number of purposes. For example, the community has access, at no cost, to a publication called Muni-cipal atlases of natural resources encompassing the six munici-palities of the Sierra Nevada region. These atlases contain rich information about opportunities and challenges related to nat-ural resource management and community-owned lands. Sim-ilarly, universities integrate the atlases into their teaching ma-terial and academic programs, and governmental entities use them to support public policies and environmental planning. Therefore, due to their maps and atlases richness, the SN pro-ject became a privileged recipient of new governmental con-tracts, increasing the power to influence public polices:

Having a GIS technology places us in the market with a high value. And it’s allowed us to carry out a number of important interventions in terms of environmental government policy for our region. (Elena).

Moreover, the SN team has created a local documenta-tion center providing: free maps for local farmers seeking to learn the precise boundaries of their lands or where erosion or deforestation is most serious; information (for a small fee)for tourists wishing to locate a waterfall in relation to the road, or a place to observe a profusion of butterflies, or alternative bike paths around a volcano; and maps for students, teachers, lo-cal producers, associations, cooperatives, community groups, eco-tourists, mountaineers, and municipal, regional and (more recently) national authorities that have joined other academic and political bodies. This strategy – free access to a new type of knowledge that did not exist before and that mesh, blend differ-ent kind of expertise –contributes to the community empower-ment and is one of the SN project main achievements.

The consequences of technologies “in practice”

We note that the GIS-in-practice produced a number of intended and unintended consequences (Figure 4). This “practice” view is important because we are not outlining the final technical fea-tures of the technology put in place but, rather, the social uses of the technology as mobilized by different social groups.

Intended consequences - Among the targeted goals of SN project, perhaps the most important one was achieved: commu-nity awareness and empowerment. One of the challenges ini-tially identified by the SN project was the loss of connection between the local population and their land. Elena, SN project

co-coordinator, remembers the results of a survey carried out at the beginning of the project concerning what local young people felt their future would be like.

A typical response was: ‘My future is in Mexico City. Here is nowhere’. This is part of our chal-lenge… part of the work we are trying to do is to help people re-appropriate their space because, in the urbanization process, people gradual-ly lose the connection with the forests, with the earth around them and their vital space becomes their house, their yard, and the street in front of it and they don’t think about anything else. They don’t feel responsible for more than this [limited space]. (Elena)

Seeking to promote a progressive change in this percep-tion, the SN project is succeeding in making local people remain on their land instead of abandoning the region. The participa-tory process served as a tool to promote local community aware-ness concerning their rights, and people began to realize gains from the use of the maps produced with the SN team. Overall, this process empowered their actions.

They recovered this sense of belonging and em-powerment to control their own communal plans. (Pedro)

It is with this outlook that ejidatarios now use the munic-ipal atlases developed to defend their rights.

With the information contained in these atlases they can now defend their lands (Delia).

This empowerment came mainly from the capacity-build-ing process: being trained to use the tools, local people in-creased their possibilities of participation in the regional decision-making process. The main consequence of that em-powerment is a new influence on environmental and territor-ial policies. The increasing use of GIS maps by municipalities and other governmental institutions is allowing the Tlalmanal-co community, through the SN project, to exert a significant influence on regional environmental and territorial policies. Their unique expertise vis-à-vis the kind of GIS maps they pro-duce has had important consequences. GIS maps are exercis-ing strong influence on governmental plans and policy mak-ing, which is referred to as “bottom-up” law enforcement by the SN team.

Page 66: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

300

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Use and consequences of participatory GIS in a Mexican municipality: applying a multilevel framework

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

Finally, in addition to increasing local community partici-pation in their territory’s policy making, the SN project has helped to improve the quality of life and local development. For instance, some outputs of the SN project are used in the coordination of a number of municipal prevention programs involving solid waste management. In addition, geographical information produced was the main input for the elaboration and publication of docu-ments used to develop new economic activities. This is the case with the “Ruta de los Volcanes Sagrados” document used with a tourism project aimed at promoting enjoyable ecological activi-ties, such as horseback riding or waterfall baths.

Figure 4. Intended and unintended consequences of GIS-in-practice

Quality of lifeand local

developmentimprovement

Public policesdecision making

influencing

Communityempowerment

New communityprojects

IntendedUnintended

GIS-in-practice

?

Unintended consequences - The SN project is resulting in a number of achievements in line with the SN team initial goals. However, one of the strengths of the technology-in-practice view is that it helps to recognize unintended consequences that any im-plementation of technological artifacts may produce. In the case of our investigation, we outline two unexpected positive conse-quences. A clear illustration of an unintended consequence is the production of spillovers for new communitarian projects. The rev-enue generated by the production of rich GIS maps has turned out to be higher than expected, thereby allowing the SN team to fi-nance additional, and sometimes unprofitable, SN sub-projects, as well as community projects, such as “Pueblos originales de la región de los volcanes” (native people from the volcanic region), concerned with water improvement in the region:

I am a member of this social organization… and I have seen the impact of the technology outside

the project. It is really motivating to be able to have access to this type of information… We are estab-lishing a council for water management and this in-formation is essential for us in our project. (Delia)

DISCUSSION AND CONCLUSIONS

Here we discuss our results concerning the two research ques-tions guiding our study: what context helps explain the emer-gence of a PGIS in the Sierra Nevada region and what are the main social and environmental consequences of the imple-mented PGIS to local communities?

The problems faced by Tlalmanalco in the Sierra Nevada region are similar to those many other Mexican municipalities are facing: they often suffer from poor administrative infrastruc-ture. This lack of skills and resources hinders the development of a more strategic vision and capacity to deal with social and en-vironmental problems in an integrated manner. In line with Ra-jão and Hayes (2009), we corroborate the assertion that the PGIS process that emerged in Tlalmanalco was shaped by an institu-tional context where all information that could influence politi-cal decisions affecting local people lives were concentrated in the hands of regional government. Local people were not empow-ered to dialogue and negotiate their needs and rights with region-al government due to the lack of relevant information and knowl-edge. So, what might be put in place to change such a context? The lack of a strong institutional frame helps explain the possibili-ty of emergence of an ICT-related, bottom-up and participatory in-itiative – a community-university partnership committed to local traditions – as a response to the incapacity of the political realm to face mounting social and environmental problems.

Although the institutional context helps to explain the emergence of the SN project, it is not sufficient to a better un-derstanding of the project’s success. Here, we outline the im-portance of understanding the interactional context, where two elements emerged as relevant: the multi-stakeholder character of the interactions and the role played by the SN team. Sever-al authors insist on the importance and challenge of integrat-ing indigenous knowledge into PGIS projects (Aswani & Lauer, 2006; Eisner, Jelacic, Cuomo, Kim, Hinkel, & Del Alba, 2012). IS researchers have targeted not just indigenous knowledge, but the ability to effectively involve different social groups in order to combine different types of knowledge (e.g., Puri, 2007 and Sahay & Puri, 2003). Local community members were empow-ered by access to scientific and legal knowledge and university members were empowered by access to precious local, indige-nous knowledge.

Page 67: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

301

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Marlei Pozzebon | Sonia Tello Rozas | Natalia Aguilar Delgado

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

Our results complement Corbett and Keller’s (2005) framework, by indicating how the multi-stakeholder approach and the community-centered role of the SN team have put in place two key processes – geography literacy ateliers and con-sensus-building sessions – that allowed the combination of dis-tinct types of knowledge (legal, technical and local). This in turn affected the empowerment capacity of different social groups, and particular of local community and university members, by changing their ability to influence and negotiate. The SN team’s emphasis on competence building (e.g., the geographical liter-acy program) resulted not only in community empowerment, but also in changes in the community’s capacity for empowerment: community members developed not only tools to help them pro-tect their rights (e.g., GIS maps) but also the capacity to deploy those tools, increasing their ability to engage in dialogue with governmental institutions in terms of managing social and natu-ral resources in the region.

These findings are also in line with IS authors who stress the need to take into account macro, institutional factors, like educational process and administrative infrastructure (Walsh-

am & Sahay, 1999) and micro, situated factors, like existing lo-cal power asymmetries (Puri & Sahay, 2003). In addition, our study has corroborated previous studies showing that combina-tions of different types of knowledge are likely to create a new type of hybrid knowledge that brings invaluable results when incorporated into map production (Puri, 2007). More important-ly, in the case of the SN project, the SN team was able to cre-ate spaces and occasions for a high accessibility for everyone to this new kind of knowledge, a source of empowerment to all stakeholders, but particularly to the local community.

Another particularity of our results is the analysis of the outcomes not just in terms of pre-established goals but also with attention to unintended consequences. However, while un-intended consequences are often seen as potentially negative (Hayes & Rajão, 2011), our case shows that the opposite is also possible. A summary of our contributions is presented in Fig-ure 5: the guiding framework is enriched by the data analysis of the particular case study and provides concrete clues to cre-ate the conditions for effective empowerment of local communi-ty through implementation of a technological artifact like a GIS.

Figure 5. An actionable framework for participatory GIS

Context:

Institutional context: Community organization to compensate the lack of governmental resources and skills to face serious environmental and social problems.

Interactional context:• Multi-stakeholder• SN team plays a community-centered

role, promoting a synergy among distinct interpretive frames, skills and tools.

Key process put in place:

• Geographic literacy ateliers• Consensus-building sessions• New Knowledge accessibility to all

Content of technologies-in-practice:

To pay attention to and benefit from the cause-effect set of intended and unintended consequences of GIS-in-practice.

Context Process

Content

This study provides a number of contributions for re-search and for practice. The refined conceptual framework might support researchers and practitioners in dealing with projects where local communities try to implement ICT arti-facts for social and environmental purposes. We claim that, in addition to the institutional context, the interactional con-text – the different social groups with their interpretive frames, skills and tools – should be identified and understood. In or-der to make this multi-stakeholder arrangement work, the project team has an important role to play in order to create a synergy among different types of knowledge and promote a convergence among distinct interests. For that, three key pro-cesses were identified – geographic literacy ateliers, consen-

sus-building sessions and a knowledge free-access platform – and in this vein we contribute to existing literature. Finally, we direct attention to intended and unintended consequences of technologies-in-practice, changing the focus from the techni-cal features of technologies to their effective use.

This research has also a number of limitations. The first and more important is the absence of “negative elements”, such as resistance, conflicts and tensions among the different social groups. There are a number of reasons that help to explain why those “negative elements”, or simply a more critical view, do not appear in this piece of research. The field work was carried out in 2006, a moment when the Sierra Nevada Project was liv-ing a very successful phase. One of us – the one who has carried

Page 68: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

302

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Use and consequences of participatory GIS in a Mexican municipality: applying a multilevel framework

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

out data collection – arrived in Tlalmanalco in a period when vir-tually all stakeholders were proud and satisfied with the results of the Sierra Nevada, even those more resistant in the beginning of the process. Overall, the four social groups identified were proud of the reconnaissance that the local project achieved not only locally but regionally. Therefore, is not surprising that they had a tendency to highlight – in the interviews – harmony and convergence instead of conflicts and divergence (which for sure took place in the past). As mentioned in the results presenta-tion, we do have field notes indicating that, in the beginning of the project, there were conflicts and resistance. For instance, in the first years of the project, the governmental authorities did not see with trust the fact that the community and the university were working in creating maps – an activity that until then was in charge of government-related agencies. Likewise, Pedro has told us stories of the beginning of the meetings, where very het-erogeneous people were put together, and the trust could not be built easily or quickly. Yet, the consensus-building process-es put in place seem to have worked very well. The second lim-itation is that our retrospective interviews could not grasp the details and micro-processes that characterized the participatory process over time. Although our two research questions are not related to a fine-grained processual narrative, we wish to further explore the dynamics of the participatory process in the next phases of this research.

Finally, we would like to comment on our research design. From a conventional standpoint, our research could be consid-ered limited in terms of the “generalization” of the results, once they are based on a single case study located in Mexican ter-ritory. However, the assumptions guiding the empirical work are founded on robust theoretical traditions like constructiv-ism, structuration theory and contextualism. We do argue, cau-tiously, for the theoretical “transferability” of our results to oth-er contexts, instead of arguing for its “generalization”, as we do prefer to use the terms “authenticity” and “plausibility” of our results instead of talking about validity and reliability (Poz-zebon, 2004). Our analysis follows a constructivist logic which offers a means to advance theoretical and practical arguments without any pretention of making universalizing claims.

REFERENCESAgrawal, A., & Gibson C. (1999). Enchantment and disenchantment: the role of community in natural resource conservation. World Development, 27(4), 629-649.

Aswani, S., & Lauer, M. (2006). Incorporating fishermen’s local knowledge and behaviour into Geographical Information Systems (GIS) for designing marine protected areas in Oceania. Human Organization, 65(1), 81–102.

Barrett, M., Sahay, S., & Walsham, G.(2001). Information Technology and Social Transformation: GIS for Forestry Management in India. The Information Society, 17(1), 5-20.

Berg, B. L. (2001). Qualitative research methods for the social sciences. Massachusetts: Allyn and Bacon.

Burton-Jones, A., & Gallivan, M. (2007). Toward a deeper understanding of system usage in organizations: a multilevel perspective. MIS Quarterly, 31(4), 657-679..

Carver, S. (2003). The future of participatory approaches using geographical information: developing a research agenda for the 21st century. Urban and Regional Information Systems Association, 15, 61 -72.

Corbett, J., & Keller, C. (2005). An analytical framework to examine empowerment associated with Participatory Geographic Information Systems (PGIS). Cartographica. 40(4), 91-102.

Denzin, N., & Lincoln, Y. (2003). Strategies of qualitative inquiry. Thousand Oaks, California Sage.

Eisner, W., Jelacic, J., Cuomo, C., Kim, C., Hinkel, K., & Del Alba, D. (2012). Producing an indigenous knowledge Web GIS for Arctic Alaska communities: challenges, successes, and lessons learned. Transactions in GIS, 16(1),17-37.

Gallivan, M. (1995). Contradictions among stakeholder assessments of a radical change initiative: a cognitive frames analysis. In: Orlikowski, W., Walsham, G., Jones, M., & DeGross, J. (Eds) Information Technology and Changes in Organizational Work, London: Chapman and Hall.

Giddens, A. (1984). The constitution of society. Berkeley, CA: University of California Press.

Glesne, C. (1999). Becoming qualitative researchers. New York: Longman.

Hayes, N., & Rajão, R. (2011). Competing institutional logics and sustainable development: the case of geographic information systems in Brazil’s Amazon region. Information Technology for Development. 17(1), 4-23

Jones, M. R., & Karsten, H. (2005). Giddens´s structuration theory and information systems research. MIS Quarterly, 32(1), 127-157.

Kyem, P. (2001). Power, participation, and inflexible institutions: an examination of the challenges to community empowerment in participatory GIS Applications. Cartographica, 38(3/4), 5-17.

Lin, A., & Silva, L. (2005) The social and political construction of technological frames. European Journal of Infornation Systems, 14, 45-59.

Madon, S., & Sahay, S. (1997). Managing natural resources using GIS: experiences in India. Information and Management, 32(1),45-53.

McCall, M. (2003). Seeking good governance in participatory-GIS: A review of processes and governance dimensions in applying GIS to participatory spatial planning. Habitat International, 27(4), 549-573.

Miles, M., & Huberman, A. (1994). Qualitative data analysis. Thousand Oaks: Sage Publications.

Moctezuma, P. (2001). Community-based organization and participatory planning insouth-east Mexico City. Environment and Urbanization, 13(2),117-133.

Orlikowski, W. J. (2000). Using technology and constituting structures: a practice lens for studying technology in organizations. Organization Science, 11(4), 404-428.

Patton, M. Q. (2002). Qualitative evaluation and research methods. Thousand Oaks: Sage Publications.

Page 69: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

303

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Marlei Pozzebon | Sonia Tello Rozas | Natalia Aguilar Delgado

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 290-303

Peters-Guarin, G., McCall, M. K., & van Westen, C. (2012). Coping strategies and risk manageability: using participatory geographical information systems to represent local knowledge. Disasters, 36 (1),1-27

Pettigrew, A. M. (1985). Contextualist research and the study of organizational change processes. In: Mumford, E., Hirschheim,R., Fitzgerald, G., & Wood-Harper, A. (Eds.), Research methods in information systems (pp.53–72), New York: North Holland.

Pettigrew, A. M. (1990). Longitudinal field research on change: theory and practice. Organization Science, 1(3), 267-292.

Pozzebon, M. (2004). Conducting and evaluating critical interpretive research: Examining criteria as a key component in building a research tradition. In: Kaplan, B. (Ed.). Information Systems Research: Relevant Theory and Informed Practice. London: Kluwer, 275-292.

Pozzebon, M., Diniz, E., & Jayo, M., (2009). Adapting the structurationist view of technology for studies at the community societal levels. In: Dwivedi, Y. D, Lal, B., Williams, M., Schneberger, S., & Wade, M. (Eds.) Handbook of research on contemporary theoretical models in IS (pp.18- 33). Hershey: Information Science Reference.

Pozzebon, M., & Diniz, E. (2012). Theorizing ICT and society in the Brazilian context: a multilevel, pluralistic and remixable framework. BAR-Brazilian Administration Review, 9(3), 287-307.

Puri, S. K. (2006). Technological frames of stakeholders shaping the SDI implementation: a case study from India. Information Technology for Development, 12(4),311-331.

Puri, S. K. (2007). Integrating scientific with indigenous knowledge: constructing knowledge alliances for land management in India. MIS Quarterly, 31(2), 355-379.

Puri, S., & Sahay, S. (2003). Participation through communicative action: a case study of GIS for addressing land/water development in India. Information Technology for Development. 10(3), 179–200.

Rajão, R., & Hayes, N., (2009). Conceptions of control and IT artefacts: an institutional account of the Amazon rainforest monitoring system. Journal of Information Technology, 24(4), 320-331.

Rambaldi, G., KwakuKyem, P., McCall, M., & Weiner, D. (2006). Participatory spatial information management and communication in developing countries. The electronic journal of information systems in developing countries, 25(1), 1-9.

Sahay, S., & Robey, D. (1996). Organisational context, social interpretation and the implementation and consequences of geographic information systems. Accounting, Management and Information Technology, 6(4), 255–282.

Sieber, R. (2006). Public Participation Geographic Information Systems: a Literature Review and Framework. Annals of the Association of American Geographers, 96(3),491-507.

Stake, R. E. (2000). Case Studies In: Denzin N. and Lincoln, Y. (Ed.). Handbook of qualitative research (pp.435-455). Sage Publications: California.

Walsham, G., & Sahay, S. (1999). GIS for district-level administration in India: problems and opportunities. MIS Quarterly, 23(1), 39-66.

Wastell, D. (2006). Information systems and evidence-based policy in multi-agency networks: the micro-politics of situated innovation. Journal of Strategic Information Systems, 15(3),197-217.

Wilson, M., & Howcroft, D. (2005). Power, politics and persuation in IS evaluation: a focus on ‘relevant social groups’. Journal of Strategic Information Systems, 14(1),17-43.

Page 70: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

304

ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

LUIZ FELIPE [email protected] at Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Industrial – Rio de Janeiro – RJ, Brazil

PAULA SANTOS [email protected] at Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Escola de Engenharia de Produção – Rio de Janeiro – RJ, Brazil

SILVIO [email protected] at Universidade Metodista de Piracicaba, Faculdade de Gestão e Negócios – Piracicaba – SP, Brazil

KATJA KLINGEBIEL [email protected] at University of Applied Sciences and Arts/ Fachhochschule Dortmund, Faculty of Economic – Dortmund, Germany

ARTICLESSubmitted 12.31.2013. Approved 06.30.2014Evaluated by double blind review process. Scientific Editor: Antonio Domingos Padula

SUPPLY CHAIN RESILIENCE ANALYSIS: A BRAZILIAN AUTOMOTIVE CASE Análise da resiliência na cadeia de suprimentos: um caso automotivo brasileiro

Análisis de la resiliencia en la cadena de suministros: un caso automotriz brasileño

ABSTRACTSupply chain (SC) resilience and flexibility are important research topics receiving growing attention. However, the academic literature needs empirical studies on SC resilience capable of investigating the inter-organizational components of flexibility along different tiers. Therefore, this paper analyzes the main lack of flexibilities in three Brazilian automotive SCs that limit their resilience and therefore their capacity to better support and meet the demand changes in the marketplace. A multi-tier case study approach is adopted. Research findings identify lack of flexibilities in different tiers that inhibit the SC resilience as well as manufacturing and SC flexibilities that build SC resilience. The findings also highlight that the same SC may have the flexibility to be resilient for one of its products but not for another product, what sheds new lights on the academic literature. Finally, flexible SCs should be designed to increase SC resilience to cope with mishaps as significant demand changes.KEYWORDS | Supply chain resilience, flexibility, supply chain flexibility, automotive industry, case study.

RESUMOResiliência na cadeia de suprimentos e flexibilidade são temas de pesquisa que tem tido crescente atenção. Entretanto, a literatura acadêmica necessita de estudos empíricos sobre resiliência em ca-deias de suprimentos capazes de investigar os componentes interorganizacionais de flexibilidade ao longo de seus diferentes elos. Assim, este artigo analisa a falta de flexibilidades em três cadeias de suprimentos da indústria automobilística brasileira que limitam sua resiliência e, portanto, sua capa-cidade de atender às mudanças de demanda no mercado. Uma abordagem multi-elos é adotada. Os resultados da pesquisa identificaram falta de flexibilidade em diferentes elos das cadeias de supri-mentos que inibem sua resiliência. Os resultados também apontam que uma mesma cadeia pode ter flexibilidade para ser resiliente para um de seus produtos, mas não para outro, o que sugere novas frentes de pesquisa. Finalmente, cadeias de suprimentos flexíveis devem ser concebidas provendo resiliência para lidar com entraves como mudanças significativas de demanda.PALAVRAS-CHAVE | Resiliência na cadeia de suprimentos, flexibilidade, flexibilidade na cadeia de su-primentos, indústria automotiva, estudo de caso.

RESUMENResiliencia en la cadena de suministros y flexibilidad son temas de estudio que han tenido una cre-ciente atención. Sin embargo, la literatura académica necesita estudios empíricos sobre resiliencia en las cadenas de suministros capaces de investigar los componentes interorganizacionales de fle-xibilidad a lo largo de sus diferentes eslabones. De esta manera, este artículo analiza la falta de fle-xibilidades en tres cadenas de suministros de la industria automovilística brasileña que limitan su resiliencia y, por lo tanto, su capacidad de atender a los cambios de demanda en el mercado. Para este fin se adopta un abordaje multieslabones. Los resultados del estudio identificaron la falta de flexibili-dad en diferentes eslabones de las cadenas de suministros que inhiben su resiliencia. Los resultados también señalan que una misma cadena puede tener flexibilidad para ser resiliente en uno de sus productos, pero no para otro, lo que sugiere nuevos frentes de investigación. Finalmente, se deben ser concebir cadenas de suministros flexibles proveyendo resiliencia para tratar con obstáculos como cambios significativos de demanda.PALABRAS CLAVE | Resiliencia en la cadena de suministros, flexibilidad, flexibilidad en la cadena de suministros, industria automotriz, estudio de caso.

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150306

Page 71: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

305

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Luiz Felipe Scavarda | Paula Santos Ceryno | Silvio Pires | Katja Klingebiel

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

INTRODUCTION

Typically, a supply chain (SC) is a complex network of enterpris-es that can experience continual turbulence, creating the po-tential for unpredictable disruptions (Pettit, Fiksel, & Croxton, 2010). SC disturbances are increasing in number and frequen-cy, affecting normal operations and stability and, consequently, SCs ability to meet commitments. Therefore, SCs must be resil-ient to overcome their vulnerabilities, responding effectively to the negative impacts of disturbances (Carvalho, Barroso, Mach-ado, Azevedo, & Cruz-Machado, 2012). As a result, there has been growing attention in the literature for what has been called SC resilience (Pettit, Fiksel, & Croxton, 2010; Ponis & Koronis, 2012).

The concept of resilience has been traditionally studied in different disciplines, such as Ecology, Engineering, Psycholo-gy and Economics, but in the business context, the SC resilience concept is relatively new, and theoretical justifications are still in their infancy (Ponomarov & Holcomb, 2009; Juttner & Mak-lan, 2011; Ponis & Koronis, 2012: Soni, Jain, & Kumar, 2014). The key elements of SC resilience and the relationships among them are still poorly understood (Ponomarov & Holcomb, 2009). The available literature on SC resilience is informative and is primar-ily focused on presenting several theoretical viewpoints of the phenomenon (Sheffi, 2001; Christopher & Lee, 2004; Christo-pher and Towill, 2001; Bhamra, Dani, & Burnard, 2011; Juttner & Maklan, 2011); more empirical studies are needed on the sub-ject (Juttner & Maklan, 2011; Bhamra, Dani, & Burnard, 2011; Wieland & Wallenburg, 2013).

According to Datta, Christopher and Allen (2007), SC re-silience is not just the ability to recover from mishaps but is a proactive, structured and integrated exploration of capabilities within the SC to cope with unforeseen events. These capabili-ties are attributes that enable an enterprise to anticipate and overcome disruptions by preventing an actual disruption, miti-gating the effects of a disruption, or enabling adaptation follow-ing a disruption (Pettit, Fiksel, & Croxton, 2010). An example of such a capability is flexibility. Sheffi and Rice (2005) noted that the most important step that companies and/or SCs can take to increase their resilience fundamentally and efficiently is to increase their flexibility. As they move to build flexibility to re-spond to demand and supply volatility, they are also building in resilience, and vice versa. Therefore, flexibility is considered one of the key elements of resilience (Christopher & Peck 2004; Juttner & Maklan, 2011).

The basic flexibility principle for resilience is to design a more flexible process that can operate under various disturbanc-es without the necessity to return to the previous conditions un-

der disturbance as long as the constraints and specifications are met (Dinh, Pasman, Gao, & Mannan, 2012). As current business competitive models embrace the SC, the flexibility debate is ex-tended beyond the enterprise boundaries in what is described by Fatemi (2010) as: “Now-a-days researchers emphasize it is im-portant to look beyond the flexible factory to the flexible SC.... As the SC extends beyond the enterprise, SC flexibility must also extend beyond one firm’s internal flexibility (p. 140)”. Accord-ing to Moon, Ying and Ngai (2012), SC flexibility involves the ap-plication of SC resources according to marketing dynamics and requires firms to develop cross-functional and cross-company strategies that eliminate bottlenecks and create a level of perfor-mance that allows firms to strengthen their competitive advan-tage in an uncertain market. One major limitation of the literature is that most of the previous studies on SC flexibility have been conducted within the confines of a single firm, thereby neglecting other important aspects of a SC (Moon, Ying, & Ngai, 2012). Vari-ous avenues exist for future research, such as the development of empirical studies capable of investigating the inter-organization-al components of SC flexibility along different tiers (Stevenson & Spring, 2007; Chandra & Grabis, 2009; Fatemi 2010).

The automotive industry has been considered by many ac-ademics and practitioners as a place to develop, introduce, mon-itor, review and improve business concepts, especially in the SC management discipline, becoming a reference for many other industrial sectors. Countries like Brazil, China and India have emerged as major producers and consumers of vehicles, result-ing in a growing interest in investigating automotive SCs in these countries (Pires & Sacomano Neto, 2008; Scavarda, Reichhart, Hamacher, & Holweg, 2010). However, in recent years, the signif-icant growth of vehicle demand in Brazil (influenced by the gov-ernment policies of incentives) has not always been followed at the same pace by the supply capacity of industry suppliers or by the availability of a logistics infrastructure, especially in the case of imported components. Thus, the country has increased the risk of disruptions in assembly lines and/or has not adequate-ly met the demands of vehicle buyers (Pires, Weinstock, & An-drade, 2013). In addition, this variation in demand and produc-tion volume is also evident when the latest data from the sector in the country is considered. Current data from the Brazilian Au-tomakers’ Association - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea, 2014) – show that in 2013, the industry produced 10% more vehicles than in 2012. However, in the first five months of 2014, it produced 13% less than during the same period in 2013. In this context, SC resilience and flexi-bility are key elements to be improved.

Therefore, the purpose of this paper is to examine the main lack of flexibilities in three Brazilian automotive SCs that

Page 72: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

306

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Supply chain resilience analysis: a Brazilian automotive case

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

limit their resilience and therefore their capacity to better sup-port and meet the demand changes in the marketplace. To achieve this goal, the paper is structured as follows. First, the existing literature on SC resilience and flexibility is reviewed, followed by the description of the research design. Subsequent-ly, the research findings are presented and discussed. The last section provides the authors’ conclusions and final remarks.

THEORETICAL BACKGROUND

This section first offers a review of SC resilience research and then flexibility as an enabler to reach this resilience.

Supply Chain Resilience

The concept of resilience has been studied throughout the years in different disciplines, but the concept remains relatively un-developed (Dinh, Pasman, Gao, & Mannan, 2012). Resilience is a term borrowed from Materials Engineering that has been re-cently used in the SC Risk Management literature. It describes the ability of a system to recover its initial state after a stress-ful situation, without any change in its nature (Christopher & Peck, 2004; Klibi & Martel, 2012). Within the business context, the concept of resilience was introduced more recently. The un-stable and highly competitive business environment, coupled with the emergence of natural and man-made hazards in a vol-atile environment of financial instability and on-going crisis, have put SC resilience among the forefront concepts in SC re-search (Ponis & Koronis, 2012). In line with this discussion, or-ganizational resilience can be understood as “the capacity for an enterprise to survive, adapt, and grow in the face of turbulent change” (Fiksel, 2006, p.16)

A company’s resilience is a function of its competitive po-sition and the responsiveness of its SC (Sheffi & Rice, 2005). The awareness regarding the magnitude of losses (direct and indirect) resulting from SC disruptions increased the interest in SC Resilience (Bakshi & Kleindorfer, 2009). Thus, SC Resil-ience is considered a critical component of SC risk management (Ponomarov & Holcomb, 2009) and a relatively new and under-explored research area in management as a whole (Ponis & Ko-roni, 2012). SC Resilience can be defined as the ability of a SC to cope with the consequences of unavoidable risk events to re-turn to its original operations or to move to a new, more desira-ble state after being disturbed (Christopher & Peck, 2004; Peck, 2005; Ponomarov & Holcomb, 2009).

Christopher and Peck (2004) develop a managerial agen-da for the identification and management of SC risk, with rec-

ommendations to improve the resilience of SCs. The authors conclude that resilience implies flexibility and agility, and its implications extend beyond process redesign to fundamen-tal decisions on sourcing along with the establishment of more collaborative SC relationships, based on greater transparency of information. Sheffi and Rice (2005) advocate a strategy ap-proach to develop resilience that represents an opportunity to introduce flexibility in the SC and, by doing so, create resilience. They predicate that flexibility not only increases resilience in times of disruption but also creates benefits and operation-al efficiencies in the normal course of business. Datta, Christo-pher and Allen (2007) study the SC behavior under uncertainty and identify the dominant strategies responsible for improving SC resilience. They conclude that decentralization, information sharing, agility, flexibility, redundancy, collaboration and learn-ing strategies improve resilience.

Pettit, Fiksel and Croxton (2010) build on lessons learned from SC disruptions to create a conceptual framework for eval-uating and improving SC resilience. They assert that the bal-ance between capabilities and vulnerabilities creates a firm’s true competitive advantage. Juttner and Maklan (2011) concep-tualize SC resilience and empirically identify and explore its re-lationship with the related concepts of SC vulnerability and SC risk management. The authors indicate that SC risk management seems to enhance SC resilience by improving its flexibility, visi-bility, velocity and collaboration capabilities. Ponis and Koronis (2012) conceptualize SC resilience and identify which SC capa-bilities can support the containment of disruptions as well as how these capabilities affect SC Resilience. The authors assert that the most grounded antecedents of SC resilience are agili-ty, flexibility, velocity, visibility, availability, redundancy, mobi-lization of resources, collaboration and SC structure knowledge.

Carvalho, Barroso, Machado, Azevedo and Cruz-Macha-do (2012) present a SC simulation study for a real case concer-ned with a Portuguese automotive SC. The authors conclude that both flexibility and redundancy strategies are effective in reducing the negative effects of the disturbance on SC perfor-mance. However, when the flexibility strategy is applied, the to-tal cost of the SC is less than the redundancy strategy, and the lead time ratio is better. Wieland and Wallenburg (2013) explore the resilience domain and investigate relational competencies effect on resilience and resilience effect, on a SC’s customer value. They note that communicative and cooperative relation-ships have a positive effect on resilience, while integration does not have a significant effect.

Finally, flexibility as one of the key elements of resilience (Christopher & Peck, 2004; Sheffi & Rice, 2005; Juttner & Mak-lan, 2011; Ponis & Koronis, 2012), is discussed next.

Page 73: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

307

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Luiz Felipe Scavarda | Paula Santos Ceryno | Silvio Pires | Katja Klingebiel

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

Flexibility

Flexibility is commonly associated with the ability to change or react (Upton, 1994; De Toni & Tonchia, 1998); therefore, a cen-tral aspect of flexibility is the object of change. This aspect is commonly referred to as the flexibility type (Slack, 1987; Suarez, Cusumano, & Fine, 1996). According to Slack (1987), there are four types of flexibility in a manufacturing system: product, mix, volume and delivery (Slack, 1987). Product flexibility refers to the system’s ability to introduce new products or make modi-fications to existing products. Mix flexibility denotes the abil-ity of a system to alter its product mix (keeping overall output stable), while volume flexibility refers to a system’s ability to change its overall production volume. Finally, delivery flexibil-ity denotes a system’s ability to change planned delivery times (or sequences) for existing orders. The flexibility concept may be complemented by a range of inter-organizational flexibility types. According to Stevenson and Spring (2007), these include re-configuration flexibility as the potential to re-align or re-in-vent the SC, relationship flexibility as the ability to build col-laborative relationships both up and downstream, and logistics flexibility as the potential to rapidly send and receive products cost efficiently. Fatemi (2010) proposes postponement flexibili-ty as the capability of keeping products in their generic form as long as possible downstream in the SC to incorporate the cus-tomer’s product requirements in later stages, and sourcing flex-ibility as the ability to find another supplier for each specific component or raw material. Sourcing flexibility is also defined as the ability to quickly change inputs or the mode of receiv-ing inputs, such as part commonality, modular product design, multiple uses, supplier contract flexibility and multiple sourc-es (Pettit, Fiksel, & Croxton, 2010). Flexibility in order fulfillment is the ability to quickly change outputs or the mode of deliver-ing outputs, such as alternate distribution channels, risk pool-ing / sharing, delayed commitment, and re-routing of require-ments (Pettit, Fiksel, & Croxton 2010). Upton (1994) suggested a distinction between “external” and “internal” flexibility. Exter-nal flexibility refers to the flexibility types that matter to the sys-tem’s customers, while internal flexibility comprises all types that are internal to the system and are used to deliver external flexibility.

The current literature on SC flexibility covers a range of foci. For example, Fisher (1997), Randall and Ulrich (2001), Lee (2002), Qi, Boyer and Zhao (2009) study the relationship be-tween SC structure, product structure and external environ-ment. Berry and Cooper (1999) conclude that flexibility does not always lead to higher profitability; the level of flexibility needs to be aligned with the requirements placed upon the SC. Anoth-

er focus of SC flexibility is the design of SCs. Chandra and Gra-bis (2009) present potential tools and techniques for designing and modeling flexibility in SCs, and Graves and Tomlin (2003) study how SCs can cost-efficiently deliver mix flexibility based on a mathematical model and subsequent simulation. Tsay and Lovejoy (1999) and Liao, Hong, and Rao (2010) have contribut-ed to the topic of SC flexibility measurement by studying how to quantify flexibility and its impact on SC performance. Gosling, Purvis and Naim (2010) have examined how buying organiza-tions can configure their supply networks to achieve SC flexibil-ity, while Lee, Yeung, and Cheng (2009) have studied supplier alliances in environment uncertainty, showing their impact on flexibility and suggesting that firms should avoid close suppli-er relationships in uncertainty environments to gain flexibility in switching suppliers.

Despite the increasing importance of the topic, few em-pirical contributions investigate the structure of SCs from a flex-ibility viewpoint. Chang, Chen, Lin, Tien, and Sheu (2006) ex-tend the knowledge on manufacturing flexibility regarding its integration with SC activities by focusing on supplier involve-ment in the motherboard industry in Taiwan. They find that sup-plier involvement plays a major role in the development and per-formance of a firm’s manufacturing flexibility. Sawhney (2006) investigates the interplay between uncertainty and flexibility in the printed circuit board industry and discusses how the pro-cesses in a SC interact to deliver flexibility. This author proposes a transformation framework that articulates how managers can configure flexibility simultaneously between the proactive and the reactive uses that coexist in a firm’s day-to-day operations. Sánchez and Pérez (2005) treat flexibility of SC partners as a primary input to explore the relationship between the dimen-sions of SC flexibility and firm performance in Spanish automo-tive suppliers. They show that companies enhance more basic flexibility capabilities (at the shop floor level) rather than ag-gregate flexibility capabilities (at the customer-supplier level). More recently, Moon, Ying, and Ngai (2012) have determined how an instrument with a set of multi-item measurement scales representing the SC flexibility construct could be developed and validated analyzing many firms within the textile and clothing industry in China. The empirical study of Avittathur and Swami-dass (2007) investigates the effect of the match between the buyer and supplier flexibilities on the performance of U.S. man-ufacturing plants located in India. Stevenson and Spring (2009) investigated the specific inter-firm practices that are used to achieve increased flexibility in multi-tier pairs and in the wid-er SC, and how these practices and effects interact. However, they did not examine the lack of flexibility that limits the SC abil-ity to be resilient.

Page 74: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

308

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Supply chain resilience analysis: a Brazilian automotive case

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

RESEARCH DESIGN

This research adopted a case study approach, as it is appropri-ate for investigations of contemporary phenomena within their real life context, particularly when the boundaries between them are not clearly defined. Thereby, this approach is recom-mended for current themes and situations where the research-er observes the facts and attempts to understand, systematize and analyze them (Voss, Tsikriktis, & Frohlich, 2002; Yin, 2008).

Regarding the definition of the case to be studied, Voss, Tsikriktis, and Frohlich (2002) state that the traditional way of sampling is to identify a population and select a random or stratified sample from it. However, in case studies, this selec-tion is usually based on distinct and intentional criteria. One of the main ways to conduct sampling is by selecting repre-sentative cases. Therefore, this study took place in three SCs, two of which are part of the group of five SCs with higher vehi-cles sales volumes in Brazil in recent years. As any finding or conclusion in a case study is likely to be much more convinc-ing and accurate if it is based on several different sources of information, following a corroboratory mode (Yin, 2008), this research used a multitude of data sources. Combining sourc-es of evidence, while shifting between analysis and interpreta-tion, denotes triangulation (Denzin, 1978; Yin, 2008), which is often thought of as a way of guarding against researcher bias (Taylor & Bogdan, 1984). Throughout the case study, data were gathered during 2011, utilizing interviews with executives and different stakeholders as well as in loco visits for direct ob-servation. Triangulation has been sought both within firms, by comparing the interview responses and in loco visits ob-servations, and between firms, by comparing the responses of inter-related firms, similar to Stevenson and Spring (2009). The research team consisted of four members who jointly conducted the interviews and plant visits, providing anoth-er form of triangulation (Taylor & Bogdan, 1984). Interviews were conducted with 18 senior executives from three differ-ent automotive SCs, covering 3 or 4 of their tiers. These in-terviews were based on a semi-structured questionnaire de-signed for this purpose (Yin, 2008), respecting the interview protocol adapted from Manuj and Sahin (2011) with five main parts. The first part contained an introduction of the interview-er and the interviewee, an overview of the study’s scope and the confidentiality assurance. Then, the demographic data, in-cluding the title of the interview participants, their job histo-ry and the background of their organization, SC and industry were gathered. The third part contained questions for dealers and automaker’s regional sales offices regarding the main lack of flexibilities that limit their resilience and capacity to bet-

ter support and meet the demand changes in the marketplace. This part aimed at obtaining the main reasons, the SC mem-bers involved and the consequences as well as the possible actions to be developed. The fourth part contained questions for previously identified automakers and suppliers and was based on the same questions as part 3; however, the compa-nies were first asked if they agreed with the view provided by their upstream partners. The last part embraced additional un-planned / floating prompts.

Here, it is worth noting that the tiers (companies) in-vestigated are connected and maintain a client-supplier rela-tionship (or vice versa) in the SC. The dealerships investigated belonged to megadealer groups that accounted for a signifi-cant sales volume in Brazil. The interviews followed the de-mand (upstream) direction in the SC. The respondents at the automakers of each SC helped the researchers during the in-terviews to identify key first-tier suppliers who could partici-pate in the research. This procedure was also conducted with these first-tier suppliers to identify the second-tier suppliers to be included, similar to Carvalho, Barroso, Machado, Azeve-do, and Cruz-Machado (2012) with the Portuguese automotive SC. The main goal was to assemble a representative picture of actors across the main tiers of the SCs. Interviews with exec-utives at the dealers, automaker’s regional sales offices, ve-hicle assembly plants and tier-1 suppliers were face-to-face, lasted between two and four hours and were followed by visits to the plants for direct observation. These interviews included two regional sales executives from the distribution channels of each SC (Car Mega-Dealer group and automaker’s regional office), two executives from each automaker’s assembly plant (Logistics General Manager and Production Planning Manager for SC A; Production Planning Manager and Procurement Man-ager for SC B; Production Planning Manager and Logistics Gen-eral Manager for SC C), and executives from first-tier suppliers (General Manager of an engine plant for SC A; General Manager of a power-steering supplier and General Manager of an alloy wheel supplier for SC B; Production Manager of the seat sup-plier for SC C). The interviews with tier-2 suppliers lasted one hour and were conducted by telephone. This was the case only for SC A with two executives from second-tier suppliers (direc-tor of the electronic injection supplier and director of an engine blocks and crankshafts supplier). A member checking process was also conducted with the same managers to validate the re-searchers’ results findings and analysis (Bloor, 1997). This was accomplished by showing the data analysis to the participants for them to evaluate and provide feedback about the accuracy of the researchers’ understanding. This validation process was conducted face to face with the executives.

Page 75: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

309

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Luiz Felipe Scavarda | Paula Santos Ceryno | Silvio Pires | Katja Klingebiel

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

RESULTS AND DISCUSSIONS

This section presents the main empirical findings of the re-search. The sales demand for vehicles in Brazil is highly vari-able despite the fact that the Brazilian automotive industry has become a significant global player. The studied SCs suffer from this demand variability across the years, which requires the SC to build resilience.

SC A produces vehicle models for the low-cost market segment. It has faced a significant demand growth, beyond ex-pectations, for its main vehicle models. As a result, one signif-icant lack of flexibility was identified in a first-tier supplier of the automaker, the engine plant. This supplier could increase its overall output by more than 20% by implementing flexible labor force journeys and contracts; however, this increase was not sufficient to meet the new demand pattern. Therefore, this first-tier supplier limited the SC’s ability to be resilient, resulting in a loss of sales as it could not meet the demand. To meet this new demand requirement, this supplier decided to invest to in-crease its daily production. According to the General Manager of the Engine Plant, “as soon as this investment is concluded, the lack of flexibility in the SC should move upstream to second-ti-er suppliers, especially those responsible for the engine blocks and crankshafts”. This was also highlighted in the interviews with the Logistics General Manager and the Production Planning Manager for the automaker. Both the automaker and engine supplier of SC A are aware of this possibility and negotiate ca-pacity increases with these second-tier suppliers. However, the Director of the engine blocks and crankshafts supplier was not motivated to do this investment, as it requires a high amount of financial resources for acquiring tools and a long time to start the new production (up to two years). This second-tier supplier is not willing to invest alone in this capacity increase and aims to share this investment as well as the associated risks with the downstream partners. This supplier is afraid of an unforeseen future demand decrease that would make them idle again, as happened in the late 1990s after a boom in demand and high in-vestments in capacity in the Brazilian automotive industry. Re-garding this, he said that “in late 1990, we trusted in the auto-maker projections with respect to increased demand, and we made significant investments in resources to support it. Howev-er, the positive projections have not materialized. Hence, after this, we revised our strategy and decided to diversify our cus-tomer base and reduce our huge dependence from the auto-makers. Now, it’s difficult to go back and revise our strategy to meet this automaker as quick as they want”. This negative previ-ous experience between these companies was a clear barrier to overcome an identified lack of flexibility found in SC A. The lack

of flexibility in the relationship between these aforementioned SC members reduces the possibility of increasing resilience in the SC, as there is no cooperative / collaborative relationships between them (e.g., by sharing investments and/or risks relat-ed to an idle production capacity); this is consistent with Chris-topher and Peck (2004) and the empirical findings of Stevenson and Spring (2009) and Wieland and Wallenburg (2013).

SC resilience was also seriously compromised by other second-tier suppliers of SC A. The aforementioned increase in demand was stronger for the models and versions with a 1.0-li-tre engine, but the volume production increase was limited at the automaker vehicle assembly plant due to a lack of this spe-cific engine. Therefore, the SC resilience was not limited by the engine plant itself but by its electronic injection supplier. This second-tier supplier could not meet the new demand because its additional production capacity was already designated for another customer with higher priority (another automaker that was also the supplier’s owner). Regarding this, the engine plant executive stated “it was a wrong strategic decision to have the supply of this component done entirely by a supplier that be-longs to an automaker that competes with us in the market-place. We are now being placed as a second option for them, and we need to review this urgently”. As a result, the engine plant increased the production of the 1.6-litre engine, push-ing downstream 1.6-litre engines in place of 1.0-litre engines, resulting in a mix flexibility restriction at the dealer level and end-customers who absolved the 1.6-litre engine vehicles with discounts. This was highlighted in the words of a dealership ex-ecutive: “customers arrive at the points-of-sale wishing a vehi-cle model / version with a 1.0-litre engine, as they are low cost. As we do not have them, we make their minds to take a 1.6-li-tre engine with discounts, which makes the price similar to the ones with a 1.0-litre engine, but shorten our margins”. The lack of flexibility in this case results in lower profits. This finding cor-roborates Pettit, Fiksel and Croxton (2010), where the authors present the importance of the balance between capabilities and vulnerabilities to be resilient, once the level of capability pre-sented by the studied SC was not enough to respond to all vul-nerabilities of demand.

The lack of sourcing flexibility at the automaker second-ti-er supply level of SC A is remarkable, reinforced by the impossi-bility of finding new suppliers in the short term. The cases were exacerbated by a single sourcing operation, a consequence of the supplier base rationalization trend within the automotive in-dustry’s SC. On one hand, this rationalization seeks the benefits of a close relationship that can provide flexibility with a great-er willingness on the part of the supplier to cope with change. However, on the other hand, such relationships can make SC

Page 76: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

310

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Supply chain resilience analysis: a Brazilian automotive case

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

re-configuration more difficult, creating dependence (Wieland & Wallenburg, 2013), as observed in this research. This observa-tion reinforces the concerns in the literature regarding this type of relationship in an environment of uncertainty (Sheffi & Rice, 2005; Lee, Yeung, & Cheng, 2009), resulting in trade-offs with risk and flexibility in the SC (Stevenson & Spring, 2009; Juttner & Maklan, 2011).

SC B produces different vehicle models ranging from a low-cost subcompact model to a highly valued compact mod-el considered sophisticated for the regional market. This SC has also faced an unexpected demand increase. As a result, a lack of flexibilities in the SC was observed in the supply of some components that limited its ability to be resilient regarding two vehicle models. This was the case for air-conditioning and pow-er steering components, as their suppliers had achieved their maximum capacity and could not produce more to attend the automaker’s additional orders. Concerning this, the Gener-al Manager of the power steering supplier stated that “recent-ly, the demand for these components has grown significantly in the country, and our capacity has not kept pace. We know that we are losing sales. But we need to review it based on our de-mand forecast for the medium term, since herein, we have a pol-icy that does not like idleness and always seeks to maximize the use of our assets”. Thus, as the automaker sales depart-ment could not offer dealers more cars with these components, it “pushed” downstream a mix that was not ordered as a way to reverse this mishap. Customers of the low-cost subcompact model were not completely disappointed because dealers were able to configure some of the units at their points of sales with these missing components. However, this action was not suc-cessful for the highly valued compact model. In the case of the highly valued compact model, only 60% of the dealers’ orders containing air-conditioning were delivered with the component by the automaker, and the remaining 40% were delivered with-out air-conditioning. As customers of this market segment are more demanding of product quality, they are concerned about the late configuration service conducted at the dealerships rath-er than at the vehicle assembly plants. Regarding this, a dealer-ship executive said that “in this vehicle segment, the customer has become increasingly informed and demanding, no lon-ger accepting solutions that appear to be improvised or poorly done. So, in that case, we lose many sales”.

The lack of flexibility in the SC was also observed in the alloy wheels supply, and, as in the air-conditioning and pow-er steering supply, the SC resilience level varied according to the vehicle model. For the cheap, subcompact model, there was a mix flexibility restriction to end-customers because the model was pushed downstream with steel wheels instead of al-

loy wheels. As dealers were able to configure the cars with al-loy wheels, the chain has demonstrated some resilience for this model. However, as the highly valued compact model could not be pushed downstream with steel wheels due to its basic con-figuration, the automaker had to reduce its production at the vehicle assembly plant, and the units delivered to dealers were insufficient to meet the demand, resulting in lost sales for this model. In this case, the lack of flexibility completely limited the SC resilience.

SC B offers an interesting insight, as SC resilience de-pended on the analyzed product (vehicle model). Considering the low-cost subcompact model, SC’s ability to cope with the consequences of the demand change can be considered satis-factory to move its original operations to a more desirable state after being disturbed, as described in Christopher and Peck (2004), Peck (2005) and Ponomarov and Holcomb (2009). The SC managed the demand increase by using different internal flexibility types, such as flexible labor force journeys, as well as external types, such as postponement, sourcing and re-con-figuration flexibilities. Together they have designed a flexible process that could maintain the operations under the demand disturbance, which is aligned with the flexibility concept for re-silience defined in Dinh, Pasman, Gao, and Mannan (2012). However, the same SC was not resilient for the highly valued compact model. Although different flexibility capabilities were observed, the postponement flexibility did not succeed. The lack of this flexibility limited the chain’s ability to more ade-quately meet the customer demand for this vehicle model. On this issue, the same dealership manager quoted earlier said “the market segmentation in the industry seems to be getting more pronounced, i.e., it has become clearer in order to identify distinct groups of end-customers”. This sheds new lights on the academic literature of SC resilience, as the same SC may have capabilities to be resilient for one of its product but not for an-other product.

SC C produces a highly valued compact vehicle model. As its vehicle model is based on many imported components, it was exposed to an unforeseen cost/price increase due to a significant devaluation of the Brazilian monetary currency. The lack of flexibility to address this change resulted in a signifi-cant decrease in sales compared to the planned forecast. As a result, the automaker efforts were concentrated on just two of the four original versions, which reduced the mix range offered. These two versions had to use components that were already in the pipeline, further reducing the mix within these two ver-sions. For example, vehicles were produced during the first year with the doors and seat trims that were in stock or with orders already placed (purchased). This prevented customers from or-

Page 77: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

311

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Luiz Felipe Scavarda | Paula Santos Ceryno | Silvio Pires | Katja Klingebiel

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

dering available trims in the catalog, restricting their choices to the available trim in the SC pipeline. Regarding this, a Regional Sales office executive from the automaker made a critical state-ment regarding the variety offered: “the client of this premium trademark is usually demanding, and this lack of more choices has been negative for us and for the whole SC. Hence, we are losing sales to competitors”. This was endorsed by the dealers’ executive who added: “we cannot be so vulnerable to currency

devaluation, and actions should be thought to make us more resilient in the future so that we can continue in the business”. This reflects the discontent of this chain member and highlights the need to develop capabilities to make the chain resilient, mainly flexibility because it can help to address volatile peri-ods, as when introducing new products (Sheffi & Rice, 2005).

Exhibit 1 summarizes the main findings obtained from the three SCs.

Exhibit 1. Summary of main findings

SC Demand changeLack of flexibilities that decreased SC resilience

Flexibilities observed that built SC resilience

SC strategies to address lack of resilience

Additional observations

A Huge increaseProduction capacities, sourcing and relationship

Labor force and contracts

Increased production of 1.6-liter engine selling vehicles with discounts

SC A was not resilient, losing sales and offering a product mix not accordantly to the demand

B Huge increase Production capacities

Labor, relationships, sourcing, postponement and re-configuration

Pushed downstream not ordered vehicle configuration mix for the highly valued compact model. Late configuration conducted at dealers for the low-cost subcompact model

SC B was resilient for the low cost sub-compact model, but not for the high valued compact model where it lost sales

C Huge decrease Excess of inventory -Automaker production efforts were concentrated in just two of the four original versions

Same as SC A

FINAL REMARKS

This paper analyses how three Brazilian automotive SCs cope with unexpected demand changes, building or not building re-silience from a flexibility perspective. It addresses a literature gap regarding the need for empirical studies on SC resilience capable of investigating the inter-organizational components of SC flexibility along different tiers. The contribution is especial-ly relevant for business and management researchers, as this topic is relatively new and yet underexplored within these disci-plines (Ponis & Koroni, 2012; Soni, Jain, & Kumar, 2014).

On one hand, a lack of flexibility was identified along dif-ferent SC tiers, embracing inclusively tier-2 suppliers, decreas-ing the SC resilience and resulting in negative consequences such as loss of sales. On the other hand, different flexibility ca-pabilities were identified, such as postponing part of the vehicle final configuration from automakers assembly plants to dealer’s points of sales, which increased the SC resilience. These find-ings reinforce the need to extend the flexibility academic de-bate to include the SC, a need that is highlighted in the litera-ture (e.g., Stevenson & Spring, 2007; Chandra & Grabis, 2009; Fatemi, 2010; Moon, Ying, & Ngai, 2012). The findings also cor-

roborate Christopher and Peck (2004), Sheffi and Rice (2005), Juttner and Maklan (2011) concerning the importance of flexibil-ity to achieve resilience.

The research findings also shed new lights on the aca-demic literature. SC resilience can vary according to its prod-ucts, as the same SC may have capabilities to be resilient for one of its products but not for another product. This was ob-served in SC B regarding the low-cost, subcompact model and the highly valued, compact model in different moments (air-con-ditioning, alloy-wheel and power-steering supply).

A flexible SC should be designed to increase SC resil-ience to cope with unforeseen events; in this research, the de-mand change. This requires flexibility not only at a firm level (e.g., internal manufacturing flexibility) but also at a custom-er – supplier flexibility level. Although different flexibility ca-pabilities were identified at the customer-supplier level, our research findings indicate that SC members focused more on flexibility at the firm level. This observation corroborates Sán-chez and Pérez (2005) findings in the Spanish Automotive In-dustry and reinforces the fact that companies might miss op-portunities to improve competitiveness by underestimating customer-supplier flexibility capabilities. Additionally, the

Page 78: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

312

ISSN 0034-7590

ARTICLES | Supply chain resilience analysis: a Brazilian automotive case

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

studied SCs were reactive in nature to the mishaps, once they applied reactive SC strategies to respond to vulnerabili-ty (Wieland & Wallenburg, 2013). None of the SCs used flexibil-ity to proactively seize opportunities, which explains the low resilience observed. This corroborates Datta, Christopher and Allen (2007), where SC Resilience is not just the ability to re-cover from mishaps but is a proactive, structured and integrat-ed exploration of capabilities within the SC to cope with un-foreseen events. The effective use of flexibility concurrently for both proactive and reactive purposes was already studied in the printed circuit board industry (Sawhney, 2006) and should be better understood in the Brazilian Automotive Industry con-text, as it can become a competitive advantage from a SC flexi-bility perspective. Further research in this area is required.

In addition to advancing the academic debate on SC resilience and flexibility at a SC level by investigating the un-der-researched inter-organizational dimension of flexibility, this research is particularly relevant to practitioners. With the in-creasing synchronization of SCs, bottlenecks in supplying op-erations can become serious constraints in delivering products to customers, decreasing the SC resilience. Therefore, an un-derstanding of how SCs can be designed to increase the over-all level of flexibility, building resilience, and how factors within and between the individual SC partners may limit this flexibility, thus decreasing resilience, are crucial for SC managers across many industries.

This research has some limitations that open opportuni-ties for additional future research. First, structured interviews were conducted with just 18 key executives. Given the key role that the interviewees played in each SC, we argue that the rel-atively low number of executives interviewed does not pose a major constraint on the validity of our findings, in particular be-cause we were able to triangulate the findings. Another limita-tion regards the fact that the case study was conducted on three SCs in the automotive industry of an emergent economy; this provides evidence about a single industry and country. Final-ly, the research was focused mainly on the flexibility capability needed to better support and meet the demand changes, as the high vulnerability of demand change in the Brazilian automotive market is an important mishap. However, other mishaps exist and may offer additional insights in future research. As compa-rable empirical studies in the literature are still rare, the pres-ent research is only an initial step towards the investigation of a topic that is likely to grow in importance, as companies’ suc-cesses depend increasingly more on their SC. Future studies may want to make a more systematic and focused investigation and test and expand on our findings with the goal of filling the theory and practice gap in this area.

REFERENCES

Anfavea. (2014). Desempenho do setor automobilístico em maio. Bra-zilian Automaker’s Association. Retrieved on June 14, 2014 from http://www.anfavea.com.br.

Avittathur, B., & Swamidass, P. (2007). Matching plant flexibility and supplier flexibility: Lessons from small suppliers of U.S. manufacturing plants in India. Journal of Operations Management, 25(3), 717–735.

Berry, W. L., & Cooper, M. C. (1999). Manufacturing flexibility: methods for measuring the impact of product variety on performance in process industries. Journal of Operation Management, 17(2), 163-178.

Bakshi, N., & Kleindorfer, P. (2009). Co-opetition and investment for supply-chain resilience. Production and Operations Management, 18(6), 583–603.

Bhamra, R., Dani, S., & Burnard, K. (2011). Resilience: the concept, a lit-erature review and future directions. International Journal of Production Research, 49(18), 5375-5393.

Bloor, M. (1997). Techniques of Validation in Qualitative Research: a Crit-ical Commentary. In: Miller G. & Dingwall R. (eds) Context and Method in Qualitative Research. London: SAGE, pp. 37–50.

Carvalho, H., Barroso, A., Machado, V., Azevedo, S., & Cruz-Machado, V. (2012). Supply chain redesign for resilience using simulation. Comput-ers & Industrial Engineering, 62(1), 329–341.

Chandra, C., & Grabis, J. (2009). Role of flexibility in supply chain design and modeling-Introduction to the special issue. International Journal of Management Science, 37(4),743-745.

Chang S., Chen, R., Lin, R., Tien, S., & Sheu C. (2006). Supplier involve-ment and manufacturing flexibility. Technovation, 26(10)1136–1146.

Christopher, M., & Lee, H. (2004). Mitigating supply chain risk through improved confidence. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 34(5), 388–396.

Christopher, M., & Peck, H. (2004). Building the resilient supply chain. The International Journal of Logistics Management, 15(2), 1-13.

Christopher, M., & Towill, D. (2001). An integrated model for the design of agile supply chains. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 31(4), 235-246.

Datta, P., Christopher, M., & Allen, P. (2007). Agent-based modelling of complex production/distribution systems to improve resilience. Inter-national Journal of Logistics Research and Applications, 10(3), 187-203.De Toni, A., & Tonchia, S. (1998). Manufacturing flexibility: a literature review. International Journal of Production Research, 36(6), 1587-1617.

Denzin N. K. (1978). The logic of naturalistic inquiry. In: Denzin NK, ed-itor. Sociological methods, a sourcebook. New York: McGraw-Hill, pp. 54- 73.

Dinh, L., Pasman, H., Gao, X., & Mannan, M. (2012). Resilience engineer-ing of industrial processes: principles and contributing factors. Journal of Loss Prevention in the Process Industries, 25(2), 233-241.

Fatemi, M. (2010). Supply chain flexibility: definition and review. Eu-ropean Journal of Economics, Finance and Administrative Sciences, 20(20), 140 -147.

Fisher, M. (1997). What is the right supply chain for your product? Har-vard Business Review, 75(2), 105-116.

Fiksel, J. (2006). Sustainability and resilience: toward a systems ap-proach. Sustainability: Science, Practice, & Policy, 2(2), 14-21.

Page 79: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

313

ISSN 0034-7590

AUTHORS | Luiz Felipe Scavarda | Paula Santos Ceryno | Silvio Pires | Katja Klingebiel

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 304-313

Gosling, J., Purvis, L., & Naim, M. (2010). Supply chain flexibility as a determinant of supplier selection. International Journal of Production Economics, 128(1), 11-21.

Graves, S., & Tomlin, B. (2003). Process flexibility in supply chains. Man-agement Science, 49(7), 907-919.

Juttner, U., & Maklan, S. (2011). Supply chain resilience in the global financial crisis: an empirical study. Supply Chain Management: An Inter-national Journal, 16(4), 246–259.

Klibi, W., & Martel, A. (2012). Modeling approaches for the design of resilient supply chain networks under disruptions. International Journal of Production Economics, 135(2), 882-898.

Lee, H. (2002). Aligning supply chain strategies with product uncertain-ties. California Management Review, 44(3), 105-119.

Lee, P., Yeung, A., & Edwin Cheng, T. (2009). Supplier alliances and envi-ronmental uncertainty: An empirical study. International Journal of Pro-duction Economics, 120(1), 190-204.

Liao, Y., Hong, P., & Rao, S. S. (2010). Supply management, supply flex-ibility and performance outcomes: an empirical investigation of manu-facturing firms. Journal of Supply Chain Management, 46(3), 6-22.

Manuj, I., & Sahin, F. (2011). A model of supply chain and supply chain decision-making complexity. International Journal of Physical Distribu-tion & Logistics Management, 41(5), 511-549.

Moon, K., Ying, C., & Ngai, E. (2012). An instrument for measuring supply chain flexibility for the textile and clothing companies. European Journal of Operational Research, 222(2), 191-203.

Pettit, T., Fiksel, J., & Croxton, K. (2010). Ensuring supply chain resil-ience: development of a conceptual framework. Journal of business logistics, 31(1), 1-21.

Peck, H. (2005). Drivers of supply chain vulnerability: an integrated framework. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 35(4), 210-232.

Pires, S., & Sacomano Neto, M. (2008). New configurations in supply chains: the case of a condominium in Brazil’s automotive industry. Sup-ply Chain Management: an International Journal, 13(4), 328-334.

Pires, S., Weinstock, M., & Andrade, G. (2013). A study on supply chain risk management in the Brazilian automotive industry, Proceedings of the EUROMA 2013. Anais. Dublin, Ireland: EUROMA.

Ponis, S., & Koronis, E. (2012). Supply chain resilience: definition of con-cept and its formative elements. Journal of Applied Business Research, 28(5), 921-930.

Ponomarov, S., & Holcomb, M. (2009). Understanding the concept of supply chain resilience. The International Journal of Logistics Manage-ment, 20(1), 124-143.

Qi, Y., Boyer, K., & Zhao, X. (2009). Supply chain strategy, product char-acteristics, and performance impact: evidence from Chinese manufac-turers. Decision Sciences, 40(4), 667-695.

Randall, T., & Ulrich, K. (2001). Product variety, supply chain structure, and firm performance: analysis of the U.S. bicycle industry. Manage-ment Science, 47(12), 1588-1604.

Sawhney, R. (2006). Interplay between uncertainty and flexibility across the value-chain: towards a transformation model of manufacturing flexi-bility. Journal of Operations Management, 24(5), 476-493.

Sánchez, A., & Pérez, M. (2005). Supply chain flexibility and firm per-formance: a conceptual model and empirical study in the automotive industry. International Journal of Operations & Production Management, 25(7), 681-700.

Scavarda, L. F., Reichhart, A., Hamacher, S., & Holweg, M. (2010). Man-aging product variety in emerging markets. International Journal of Op-erations & Production Management, 30(2), 205-224.

Sheffi, Y. (2001). Supply chain management under the threat of interna-tional terrorism. International Journal of Logistics Management, 12,(2), 1-11,.

Sheffi, Y., & Rice, J. (2005). A supply chain view of the resilient enter-prise. Mit Sloan Management Review, 47(1), .41-48.

Slack, N. (1987). The flexibility of manufacturing systems. International Journal of Operations & Production Management, 7(4), 35-45.

Soni, U., Jain, V., & Kumar, S. (2014). Measuring supply chain resilience using a deterministic modeling approach. Computers & Industrial Engi-neering, 74, .11-25.

Stevenson, M., & Spring, M. (2007). Flexibility from a supply chain per-spective: definition and review. International Journal of Operations & Production Management, 27(7), 685-713.

Stevenson, M., & Spring, M. (2009). Supply chain flexibility: an in-ter-firm empirical study. International Journal of Operations & Produc-tion Management, 29(9), 946-971.

Suarez, F., Cusumano, M., & Fine, C. (1996). An empirical study of man-ufacturing flexibility in printed circuit board assembly. Operations Re-search, 44(1), 223-240.

Taylor, S. J., & Bogdan, R. (1984). Introduction to qualitative research methods: The search for meanings. New York: John Wiley & Sons. 337 p.

Tsay, A., & Lovejoy, W. (1999). Quantity flexibility contracts and supply chain performance. Manufacturing & Service Operations Management, 1(2), 89-111.

Upton, D. M. (1994). The management of manufacturing flexibility. Cali-fornia Management Review, 36(2), 72-89.

Voss, C., Tsikriktis, N., & Frohlich, M. (2002). Case research in opera-tions management. International Journal of Operations & Production Management, 22(2), 195-219.

Wieland, A., & Wallenburg, C. (2013). The influence of relational compe-tencies on supply chain resilience: a relational view. International Jour-nal of Physical Distribution & Logistics Management, 43(4), 300-320.

Yin, R. (2008). Case Study Research: designs and methods, 3rd, Sage Publications, London. 219 p.

Page 80: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

314

ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

MARIANA RIBEIRO DE CASTRO [email protected] em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Ciências Econômicas – Belo Horizonte – MG, Brasil

MARCELO [email protected] da Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Ciências Econômicas – Belo Horizonte – MG, Brasi

PAULO TARSO VILELA DE [email protected] da Fundação Dom Cabral, Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação – Nova Lima – MG, Brasil

MARCOS PAULO VALADARES DE [email protected] da Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas – Vitória – ES, Brasil

ARTIGOSSubmetido 10.01.2014. Aprovado 27.06.2014Avaliado pelo processo de double blind review. Editor Científico: Felipe Zambaldi

RELACIONAMENTOS COLABORATIVOS E DESEMPENHO COMPETITIVO DE EMPRESAS BRASILEIRASCollaborative relationships and competitive performance of Brazilian companies

Relaciones colaborativas y desempeño competitivo de empresas brasileñas

RESUMORelacionamentos interorganizacionais colaborativos representam potenciais fontes de vantagem competitiva, especialmente no contexto de gerenciamento de processos críticos em cadeias de su-primentos. A colaboração entre empresas pode ser fundamental à minimização do risco de comporta-mentos oportunistas entre parceiros e influenciar o melhor aproveitamento de recursos complemen-tares entre os agentes econômicos. O objetivo deste artigo é descrever a natureza da relação entre a colaboração na cadeia de suprimentos e o desempenho competitivo, avaliando o efeito dos sistemas e das tecnologias de informação como moderadores da relação entre colaboração e desempenho. Utilizando a modelagem de equações estruturais para analisar dados referentes a uma amostra de 368 empresas brasileiras, verificou-se o impacto positivo da colaboração no desempenho compe-titivo das empresas e a atuação dos sistemas e das tecnologias de informação como moderadores dessa relação.PALAVRAS-CHAVE | Relacionamentos colaborativos, díades de relacionamentos, desempenho com-petitivo, tecnologia de informação, modelagem de equações estruturais.

ABSTRACTInterorganizational collaborative relationships represent potential sources of competitive advantage, especially in the context of critical processes management in supply chains. Collaboration between companies can be critical to minimize the risk of opportunistic behavior between partners and to in-fluence the optimal use of complementary resources between economic agents. The purpose of this paper is to describe the nature of the relationship between supply chain collaboration and competitive performance, evaluating the effect of information systems and technology as moderators of the rela-tionship between collaboration and performance. Using structural equation modeling to analyze data from a sample of 368 Brazilian companies, it was found that collaboration positively influences the company’s competitive performance and information systems and technologies act as moderators in the relationship between collaboration and performance.KEYWORDS | Collaborative relationships, relationships dyads, competitive performance, information technology, structural equation modeling.

RESUMENRelaciones interorganizacionales colaborativas representan potenciales fuentes de ventaja compe-titiva, especialmente en el contexto de gestión de procesos críticos en cadenas de abastecimientos. La colaboración entre empresas puede ser fundamental a la minimización del riesgo de comporta-mientos oportunistas entre socios e influir en el mejor aprovechamiento de recursos complementarios entre los agentes económicos. El objetivo de ese artículo es describir la naturaleza de la relación entre la colaboración en la cadena de abastecimientos y el desempeño competitivo, evaluando el efecto de los sistemas y de las tecnologías de información como moderadores de la relación entre colaboración y desempeño. Utilizando el modelado de ecuaciones estructurales para analizar datos referentes a una amuestra de 368 empresas brasileñas, se ha verificado el impacto positivo de la colaboración en el desempeño competitivo de las empresas y la actuación de los sistemas y de las tecnologías de información como moderadores de esa relación.PALABRAS-CLAVE | Relacionamientos colaborativos, pares de relaciones, desempeño competitivo, tecnología de información, modelado de ecuaciones estructurales.

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150307

Page 81: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

315

ISSN 0034-7590

AUTORES | Mariana Ribeiro de Castro | Marcelo Bronzo | Paulo Tarso Vilela de Resende | Marcos Paulo Valadares de Oliveira

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

INTRODUÇÃO

Os relacionamentos na cadeia de suprimentos e a colabora-ção interorganizacional, em particular, representam hoje domí-nios de pesquisa muito ativos e bem-estabelecidos na literatura acerca da gestão da cadeia de suprimentos (Cao & Zhang, 2011; Soni & Kodali, 2011; Vaart & Donk, 2008; Wiengarten, Hum-phreys, Guangming, Fynes, & Mckittrick, 2010). Wiengarten et al. (2010) afirmam que, nos últimos anos, a colaboração deixou de ser um conceito puramente teórico para se tornar uma me-lhor prática no contexto das cadeias de suprimento.

Um corpo crescente de literatura sugere que muitas em-presas estão obtendo benefícios significativos com suas inicia-tivas colaborativas. Muitos autores concordam com a afirma-ção de que práticas colaborativas e um alto nível de integração entre empresas podem levar a melhoria no desempenho cor-porativo e da cadeia de suprimentos (Attaran & Attaran, 2007; Simatupang & Sridharan, 2002; Vaart & Donk, 2008; Vickery, Jayaram, Droge, & Calantone, 2003). Sheffi (2002), nesse sen-tido, afirma que uma das maneiras mais eficientes para melho-rar a acurácia das previsões de venda e aumentar o nível de serviço ao cliente, reduzindo custos ao mesmo tempo, é melho-rar a colaboração entre parceiros comerciais. Empresas como Hawlett-Packard, IBM, Dell e Procter & Gamble estabeleceram relacionamentos colaborativos de longo prazo com seus forne-cedores para reduzir custos de transação e alcançar posiciona-mento competitivo mais forte (Attaran & Attaran, 2007; Cao & Zhang, 2011).

Entretanto, apesar dos benefícios atribuídos aos relacio-namentos colaborativos por estudos acadêmicos e relatórios de mercado, nem todas as evidências apontam uma relação posi-tiva entre colaboração e desempenho (Hashiba, 2008; Vaart & Donk, 2008). Hashiba (2008) comenta que muitos desses rela-cionamentos estão sujeitos a riscos e muitos falham em atender às expectativas de seus participantes. Barrat (2004) corrobora esse ponto ao afirmar que, enquanto os benefícios potenciais no desempenho fizeram da colaboração uma prática popular, sua natureza complexa criou dificuldades para as empresas im-plementarem, conduzirem e mensurarem iniciativas colaborati-vas na cadeia de suprimentos.

Em relação às pesquisas empíricas, possíveis causas de tais resultados não conclusivos vinculam-se a aspectos meto-dológicos e também à falta de consistência na mensuração dos construtos colaboração e desempenho (Hashiba, 2008; Vaart & Donk, 2008). Muitos trabalhos frequentemente negligenciam a natureza multidimensional da colaboração na cadeia de supri-mentos e ignoram as potenciais interações entre seus diferen-tes aspectos (Power, 2005; Vaart & Donk, 2008). Além disso, a

maioria dos estudos focaliza somente a integração à montan-te ou somente à jusante na cadeia de suprimentos, fornecendo uma visão incompleta dos seus relacionamentos colaborativos (Vickery et al., 2003; Wiengarten et al., 2010).

Outra lacuna teórica no contexto da colaboração na ca-deia de suprimentos e de sua influência no desempenho está no papel dos sistemas e das tecnologias de informação nessa relação. A integração dos sistemas na gestão da cadeia de su-primentos tem sido objeto de significantes debates e discus-são (Chae, Yen, & Sheu, 2005; Grover, Teng, & Fiedler, 2002; Power, 2005). Power (2005) afirma que as tecnologias de infor-mação tornaram-se viabilizadoras de novos arranjos coopera-tivos, uma vez que facilitam a integração dos processos inter-nos e a extrapolação das fronteiras tradicionais das empresas, permitindo o desenvolvimento de relações mais fortes e o inter-câmbio de informação mais efetivo entre parceiros comerciais. Oliveira, Mccormack, Ladeira, Trkman e Bergh (2011) corrobo-ram esse ponto ao reconhecerem que a tecnologia de informa-ção tem claramente assumido um papel viabilizador na efetiva-ção da colaboração na cadeia de suprimentos. Entretanto, há também outros estudos relatando que empresas as quais uti-lizam os mais recentes recursos tecnológicos conseguem retor-nos de mercado significativamente abaixo da média (Heeley & Jacobson, 2008) e que os investimentos em sistemas de infor-mação, por si, não parecem trazer vantagem competitiva (Carr, 2003; Chae et al., 2005).

Assim, apesar de ser possível uma compreensão intuiti-va acerca da relação da colaboração entre empresas da cadeia de suprimentos com os resultados de desempenho competiti-vo, a literatura especializada apresenta lacunas e resultados in-conclusos (Chae et al., 2005; Vaart & Donk, 2008; Vickery et al., 2003). Tendo em vista as lacunas e oportunidades de pesquisa mencionadas, este artigo busca investigar o impacto da cola-boração na cadeia de suprimentos no desempenho competiti-vo das empresas, investigando também o efeito moderador dos sistemas e tecnologias de informação na relação entre colabo-ração e desempenho. Para isso, foi empreendida uma pesqui-sa com uma amostra de 368 empresas brasileiras, de médio e grande portes, com operações em diferentes estados da Fede-ração, com o objetivo de descrever e avaliar a natureza do rela-cionamento entre os construtos colaboração e desempenho e o efeito moderador do construto sistemas e tecnologias de infor-mação (Oliveira et al., 2011; Power, 2005; Pramatari, 2007; Vi-ckery et al., 2003).

Após esta breve seção de Introdução, tem-se a apresen-tação do marco teórico, o desenvolvimento conceitual do mode-lo de pesquisa e das hipóteses que foram testadas no estudo. Em seguida, a metodologia do estudo vem explicitada relativa-

Page 82: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

316

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileiras

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

mente à sua unidade de análise, unidades de observação, es-calas e definição operacional das variáveis, técnicas de cole-ta e tratamento dos dados. Por fim, têm-se a apresentação e as implicações dos resultados obtidos, sendo essa parte seguida das considerações finais, em que são compilados os resultados principais da pesquisa, bem como apresentados limites do es-tudo e sugestões de novos trabalhos sobre o tema.

COLABORAÇÃO NA CADEIA DE SUPRIMENTOSO interesse na temática da colaboração interorganizacional no contexto das cadeias de suprimentos, nos fatores que viabili-zam sua implementação e nos fatores críticos para seu sucesso tem crescido vertiginosamente tanto entre gestores quanto en-tre acadêmicos (Simatupang & Sridharan, 2002; Soni & Koda-

li, 2011; Vickery et al., 2003). Diversos autores pesquisaram o tema, atribuindo diferentes definições para colaboração e con-templando várias dimensões em suas análises (Leeuw & Fran-soo, 2009; Seggie, Kim, & Cavusgil, 2006; Vaart & Donk, 2008; Wiengarten et al., 2010). O Quadro 1 traz um resumo sobre al-guns trabalhos que enfocaram a colaboração na cadeia de su-primentos.

A análise dos estudos na área revela pouca consistência nas definições e nos conceitos básicos, além da escassez de pesquisas que contemplem a natureza multidimensional da co-laboração (Wiengarten et al., 2010). Motivados por isso, Vaart e Donk (2008) revisaram e analisaram os artigos que utilizaram a técnica do survey para investigar o relacionamento entre cola-boração na cadeia de suprimentos e desempenho, publicados nos 10 principais periódicos da área de gestão de operações e gestão da logística com contribuições ao campo de gestão da cadeia de suprimentos.

Quadro 1. Diferentes abordagens de estudos sobre colaboração na cadeia de suprimentos

ReferênciaConceituação de colaboração e de relacionamento entre parceiros

Resultados principais

Cannon e Perreault (1999)

Relacionamentos comprador-fornecedor são manifesta-dos em: trocas de informação, ligação operacional, laços legais, normas cooperativas, adaptações por vendedores e compradores.

Oito tipos de relacionamentos foram desenvolvidos, cada um provendo evidência da diversidade como comprado-res e fornecedores conduzem negócios.

Stank et al. (2001)

Colaboração é definida como um processo de tomada de decisão entre partes interdependentes, que envolve de-cisões conjuntas e responsabilidade coletiva pelos resul-tados.

Resultados indicaram que a colaboração interna é asso-ciada com níveis mais altos de desempenho em serviço logístico, enquanto a colaboração externa não tem esta associação.

Frohlich e Westbrook (2001)

Conceituaram integração na cadeia de suprimentos por meio da direção (em relação a clientes e/ou fornecedores) e extensão da integração.

Resultados indicaram que quanto maior o grau de integra-ção com fornecedores e clientes, maiores as melhorias em desempenho.

Vickery et al. (2003)Integração na cadeia de suprimentos conceituada por meio de práticas que compreendam integração tanto in-trafirmas quanto interfirmas.

Integração na cadeia de suprimentos afeta positivamente o serviço ao cliente e indiretamente o desempenho finan-ceiro por meio do serviço ao cliente.

Simatupang e Sridharan (2002)

Índice de colaboração na cadeia de suprimentos é concei-tuado por meio de alinhamento de incentivos, comparti-lhamento de informação e sincronização de decisão.

Achados mostram que o índice de colaboração afeta posi-tivamente o desempenho operacional.

Vereecke e Muylle (2006)

Colaboração descreve relacionamentos comprador-forb-necedor que abrangem tanto conflitos quanto parcerias, implicando alguma forma de mutualidade sem uma ne-cessidade aparente de comprometimento permanente ou abertura e confiança totais.

Colaboração melhora marginalmente as taxas de melhoria de desempenho. Troca de informação melhora o desem-penho em termos de custo, flexibilidade, qualidade e in-dicadores relacionados a compras.

Fonte: Adaptado de Wiengarten et al. (2010).

Page 83: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

317

ISSN 0034-7590

AUTORES | Mariana Ribeiro de Castro | Marcelo Bronzo | Paulo Tarso Vilela de Resende | Marcos Paulo Valadares de Oliveira

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

Vaart e Donk (2008) categorizaram os fatores empregados para avaliar a colaboração na cadeia de suprimentos em grupos correlatos. O primeiro grupo inclui itens que mensuram a atitu-de de compradores e fornecedores, uns em relação aos outros, bem como em relação à gestão da cadeia de suprimentos de uma forma geral. Exemplos são o grau efetivo de orientação para os parceiros, a visão dos fornecedores e clientes como extensão da empresa e o tratamento de questões como responsabilidade conjunta dos parceiros em áreas específicas da gestão. O segun-do grupo inclui itens que mensuram as práticas na cadeia de su-primentos, vistas como atividades tangíveis ou operacionais que desempenham papel importante na colaboração de uma empre-sa focal com seus fornecedores e clientes. Exemplos são o plane-jamento de produção integrado, o compartilhamento de informa-ções e a gestão compartilhada de estoques.

Considerando, então, as dimensões categorizadas por Vaart e Donk (2008), os relacionamentos colaborativos de uma empresa podem ser avaliados em relação aos seus fornecedo-res e aos seus clientes. Vickery et al. (2003) afirmam que uma conceituação compreensiva da colaboração na cadeia de supri-mentos deve incluir práticas e atitudes que reforcem a parceria com fornecedores e o relacionamento próximo com clientes. As-sim, para mensurar os relacionamentos colaborativos à mon-tante e à jusante das empresas da amostra nesta pesquisa, fo-ram considerados aspectos relativos à orientação (atitudes) e às práticas colaborativas no contexto das díades investigadas.

SISTEMAS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃOSistema de informação é um conjunto integrado de componen-tes para coletar, armazenar, processar e comunicar informação (Trkman, Mccormack, Oliveira, & Bronzo, 2010). Os sistemas de informação desempenham papel fundamental ao permitir que as organizações desenvolvam novas capacidades e habilidades que seriam impossíveis de outra forma. A utilização da tecnologia de informação para acessar e reportar dados, assim como para pos-sibilitar aplicações analíticas, pode ajudar as organizações na to-mada de decisões (Vickery et al., 2003). Wiengarten et al. (2010) defendem que o impacto das práticas colaborativas na cadeia de suprimentos no desempenho das empresas varia significativa-mente, dependendo da qualidade e da rapidez com que a infor-mação é trocada entre os parceiros, levantando um indicativo de que a tecnologia de informação pode influenciar fortemente essa relação. Vários outros autores defendem o papel viabilizador que os sistemas e tecnologias de informação desempenham ao tor-nar os relacionamentos colaborativos efetivos e vantajosos para

as empresas (Bowersox, Closs, & Stank, 1999; Bronzo, Resen-de, Oliveira, Mccormack, Sousa, & Ferreira, 2013; Paulraj, Lado, & Chen, 2008; Pramatari, 2007; Seggie et al., 2006).

Entretanto, apesar dos estudos que defendem o efeito po-sitivo dos sistemas de informação na gestão da cadeia de su-primentos e no desempenho das empresas (Chae et al., 2005; Grover et al., 2002), há também trabalhos indicando que as em-presas as quais utilizam os mais recentes recursos tecnológicos podem igualmente experimentar retornos de mercado significati-vamente abaixo da média (Heeley & Jacobson, 2008). Ademais, investimentos em sistemas de informação podem não aportar ou explicar, diretamente, resultados em termos de vantagem com-petitiva para essas empresas (Carr, 2003; Chae et al., 2005).

Zhang, Donk e Vaart (2011), em uma revisão de literatu-ra que objetivou avaliar os tipos de relacionamentos e os resul-tados obtidos por pesquisas que tratavam de tecnologias de in-formação, gestão da cadeia de suprimentos e desempenho de empresas, mostraram que, em parte significativa dos artigos re-visados, foi encontrado um efeito positivo indireto das tecno-logias de informação na gestão da cadeia de suprimentos e no desempenho. Autores como Jeffers, Muhanna e Nault (2008) e Vickery et al. (2003) investigaram especificamente o efeito de moderação nos relacionamentos entre tecnologias de informa-ção, gestão da cadeia de suprimentos e desempenho, e outros autores, como Paulraj et al. (2008) e Neirotti e Paolucci (2007), afirmam que a tecnologia de informação pode gerar vantagem competitiva sustentável na medida em que estiver incorpora-da nas rotinas e nos processos organizacionais, contribuindo de maneira indireta para o aumento no desempenho. Esses re-sultados reforçam os indícios e crescentes evidências de que os sistemas e as tecnologias de informação desempenham um pa-pel moderador no impacto da colaboração interorganizacional sobre o desempenho competitivo das firmas.

DESEMPENHO COMPETITIVO

Segundo Attaran e Attaran (2007), muitos dos benefícios asso-ciados à colaboração na cadeia de suprimentos são mensura-dos seguindo a perspectiva dos shareholders e dos membros da cadeia de suprimentos, sendo as métricas relacionadas a re-torno financeiro, lucratividade e melhorias no posicionamento de mercado frequentemente usadas. Vaart e Donk (2008), em sua revisão sobre colaboração e sua relação com desempenho, demonstraram que a maioria dos surveys pesquisados buscou examinar o efeito da gestão na cadeia de suprimentos em uma combinação de métricas globais, envolvendo atributos finan-ceiros e de serviços ao cliente.

Page 84: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

318

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileiras

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

Apesar de não poder ser resumido a um sistema para mensuração do desempenho competitivo, o Balanced Score-card (BSC), tal qual proposto originalmente por Kaplan e Nor-ton (2001), além de ampliar o espectro de quais fatores compe-titivos seriam relevantes para assegurar às empresas vantagens competitivas sustentáveis, busca também encetar uma dimen-são proativa para o desempenho, auxiliando as empresas a ex-pressarem suas estratégias em metas, objetivos e indicadores, alinhados e balanceados, direcionando comportamentos e de-sempenho (Faria & Costa, 2007).

O modelo do BSC integra, assim, medidas para as estra-tégias de negócio em pelo menos quatro dimensões: i) finan-ceira; ii) clientes/mercado; iii) capacidades em processos; e iv) aprendizagem e crescimento. Essas dimensões representam, por sua vez, um equilíbrio entre indicadores externos (voltados para acionistas e clientes) e medidas internas dos processos de negócio – voltadas para a inovação, para as capacidades e re-pertórios de habilidades possuídas ou mesmo demonstradas pelas organizações (Kaplan & Norton, 2001).

Para os fins propostos na presente pesquisa, o mode-lo busca enfatizar as métricas financeira e de cliente/mercado propostas por Kaplan e Norton (2001), no modelo do BSC, como indicadores do desempenho competitivo das empresas investi-gadas neste estudo.

HIPÓTESES DE PESQUISA

Estudos anteriores sugerem que os benefícios da colaboração in-cluem redução de custos, compartilhamento de riscos, acesso a capital financeiro, ativos complementares, aumento na capaci-dade de aprendizagem rápida e transferência de conhecimento (Cao & Zhang, 2011). Na busca de tais benefícios, as empresas buscam estabelecer relacionamentos colaborativos como uma forma de melhorar seu desempenho (Vaart & Donk, 2008; Vicke-ry et al., 2003). Empresas fornecedoras, por sua vez, podem au-mentar suas vendas e obter alto retorno sobre os recursos inves-tidos na manutenção de relacionamentos de longo prazo com os seus clientes (Brulhart, Moncef, & Okongwu, 2010). Stank, Kel-ler e Daugherty (2001) sugerem que a colaboração interna e ex-terna é necessária para assegurar desempenho superior e argu-mentam que as parcerias podem melhorar rentabilidade, reduzir os custos de compra e aumentar a cooperação técnica.

Há evidências crescentes demonstrando que aquelas em-presas as quais declaram lucros acima da média são as que pro-curam desenvolver níveis mais elevados de compartilhamento de informações com outras empresas em suas respectivas ca-deias de suprimentos, assim como as associações diretas entre

níveis de colaboração e incremento do desempenho competitivo das empresas (Cao & Zhang, 2011; Lee & Whang, 2001; Wiengar-ten et al., 2010). O estudo procura, assim, investigar a hipótese:

H1: A colaboração entre empresas na cadeia de suprimen-tos influencia positivamente seus resultados de desempe-nho competitivo.

Paulraj et al. (2008) afirmam que a tecnologia de infor-mação tem um papel-chave na redução de custos de coorde-nações interna e externa, bem como na viabilização da obten-ção e da troca de informações e conhecimento estratégico entre parceiros na cadeia de suprimentos. A possibilidade de realizar transações comerciais e de compartilhar informações eletroni-camente permitiu que muitos parceiros da cadeia de suprimen-tos atingissem a condição de colaboradores e reduzissem incer-tezas nas previsões de vendas, contribuindo para a redução de estoques e de custos logísticos (Attaran & Attaran, 2007).

O compartilhamento eficaz e eficiente de informações pa-rece exigir uma infraestrutura de sistemas de informação que permita a tomada de decisões rápida e bem-informada (Prama-tari, 2007). Oliveira et al. (2011) sugerem que as tecnologias de informação podem favorecer melhorias no tempo para o mercado (time to market), custos, qualidade, flexibilidade e rápidas res-postas à demanda, indicando que sistemas de informação que dão suporte a esses atributos podem exercer papel viabilizador no relacionamento entre empresas e em suas melhorias de de-sempenho. Assim, a seguinte hipótese foi então levantada:

H2: Os sistemas e tecnologias de informação moderam a relação entre a colaboração e o desempenho competitivo.

A gestão de relacionamento com clientes permite atingir ní-veis mais altos de desempenho não somente no curto mas tam-bém no longo prazo. Tal resultado deve-se à geração de um au-mento no volume de negócios induzido pelo relacionamento, assim como pela reputação relacionada à ação de recomendação por parte dos clientes (Krause, Handfield, & Tyler, 2007; Li, Ra-gu-Nathan, Ragu-Nathan, & Rao, 2006). A relação desenvolvi-da com um cliente, nesse sentido, provê à empresa fornecedora a oportunidade de capturar e analisar respostas de mercado aos seus produtos e/ou serviços. As empresas podem, assim, reagir a mudanças nas expectativas dos clientes e, até mesmo, se anteci-parem a possíveis mudanças (Brulhart et al., 2010; Sahay, 2003). Portanto, a terceira hipótese do estudo é, então, enunciada:

H3: A colaboração com clientes influencia positivamente os resultados de desempenho competitivo das empresas.

O desenvolvimento de relações cooperativas com forne-cedores facilita o entendimento das expectativas de cada parte e

Page 85: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

319

ISSN 0034-7590

AUTORES | Mariana Ribeiro de Castro | Marcelo Bronzo | Paulo Tarso Vilela de Resende | Marcos Paulo Valadares de Oliveira

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

permite a identificação mais fácil e rápida de potenciais melhorias de processo, assim como a efetividade de ligações entre cadeias de suprimento das empresas (Paulraj et al., 2008). A integração de processos críticos e o compartilhamento efetivo de informa-ção entre empresas compradoras e fornecedoras contribuem para o sucesso da gestão conjunta da demanda e das vendas (Barrat, 2004). A empresa compradora torna-se capaz de responder mais rapidamente a mudanças que podem ter impacto na demanda, tanto em quantidade quanto em qualidade. Por meio do envolvi-mento e da integração de fornecedores no desenho e desenvolvi-mento de processos, a empresa faz crescer sua capacidade de ino-vação e criação de valor para os clientes, aumentando, assim, sua propensão à lucratividade (Brulhart et al., 2010; Sahay, 2003). Nesse sentido, o estudo procurou também evidências suficientes para corroborar ou não a hipótese a seguir:

H4: A colaboração com fornecedores influencia positivamen-

te os resultados de desempenho competitivo das empresas.

MODELO HIPOTÉTICO CONCEITUAL DE PESQUISAO modelo de pesquisa apresentado na Figura 1 foi desenvolvi-do para permitir a investigação de associações entre a colabo-ração em díades de relacionamentos empresariais e o desem-penho competitivo, considerando os sistemas e as tecnologias de informação como moderadores nessa relação. O construto moderador sistemas e tecnologias de informação afeta as cor-relações entre colaboração e desempenho competitivo, sem ter necessariamente um efeito direto nesses construtos (Chin, Mar-colin, & Newsted, 1996).

Figura 1. Modelo hipotético conceitual da pesquisa

CC1 SI1 SI2 SI3 SI4 SI5 SI6

CF1

DF1

DC1

CC2

CF2

DF2

DC2

CC3

CF3

DC3

CC4

CF4

DC3

CC5

CF5

CC6

CF6

CC7

CF7

CC8

CF8

SisTI

ColabCli DesFin

Colaboração Desempenho

ColabFor DesCliMer

No modelo estrutural proposto, a Colaboração (Colabo-racao) é um construto de segunda ordem de natureza exóge-na refletindo nos construtos Colaboração com Clientes (Colab-Cli), Colaboração com Fornecedores (ColabFor) e Desempenho Competitivo (Desempenho). O construto Desempenho Compe-titivo (Desempenho), por sua vez, também de segunda ordem, reflete no Desempenho Financeiro (DesFin) e no Desempenho Cliente/Mercado (DesCliMer). O construto Sistemas e Tecno-logias de Informação foi definido como um construto forma-tivo de primeira ordem no modelo, atuando como moderador

da relação entre Colaboração e Desempenho. Como o objetivo de operacionalizar a pesquisa, os indicadores utilizados para cada construto do modelo foram baseados na revisão de litera-tura. Ao avaliar os modelos de mensuração, apenas os constru-tos ColabCli e ColabFor foram considerados de natureza reflexi-va. As definições adotadas no modelo conceitual da pesquisa, concernentes à delimitação de seus construtos formativos e re-flexivos, seguem as recomendações de Hair, Black, Babin e An-derson (2009), Diamantopoulos, Riefler e Roth (2008) e Tene-nhaus, Vinzi, Chatelin e Lauro (2005).

Page 86: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

320

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileiras

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

Metodologia do estudo

Este estudo descritivo-conclusivo utilizou um corte transversal para investigar os relacionamentos entre variáveis e constru-tos de um modelo conceitual em um momento específico. Ca-racterizado pela abordagem quantitativa, ele depende de um processo estruturado típico desse tipo de investigação e de análise de dados (Malhotra, 2001). Este estudo utilizou os da-dos e a amostra de empresas obtidos por Bronzo et al. (2013), para a condução de uma pesquisa cujo objetivo primário foi o de investigar o relacionamento entre orientação para proces-sos de negócios, a utilização de indicadores analíticos e efei-tos dessas variáveis sobre o desempenho competitivo. Porém, diferentemente daquela, para esta pesquisa, um novo recor-te foi utilizado, tomando para análise indicadores específicos capazes de representar a colaboração entre empresas, o de-sempenho competitivo e os sistemas e as tecnologias de in-formação.

Com o intuito de fornecer fundamentação teórica para esta pesquisa e para a construção do modelo hipotético con-ceitual que ela utiliza, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em publicações nacionais e internacionais de relevância, nas três principais áreas de interesse deste estudo: gestão de ope-rações, sistemas de informação e logística. O critério de rele-vância foi determinado pelo fator de impacto da publicação e por suas citações em artigos de revisão anteriores. Nessas pu-blicações, foram buscados artigos que continham as palavras--chave “colaboração”, “colaborativo”, “sistema de informação” e “tecnologia de informação”, em um período de busca de 2000 a 2013.

A população-alvo deste estudo incluiu empresas de mé-dio e grande portes, atuando nos setores industrial e de ser-viços, em diferentes estados brasileiros. A definição da amos-tra justifica-se pelo fato de que empresas de médio e grandes portes possuem, em função de suas estruturas organizacionais mais desenvolvidas, características operacionais e níveis de complexidade relacionados com os objetivos desta pesquisa. Além disso, optou-se pela diversificação de tipos de organiza-ções, segmentos econômicos e área de atuação para alcançar diferentes tipos de processos e tipos de relacionamentos inte-rorganizacionais, relevantes para os objetivos desta pesquisa.

A amostra foi extraída de um grupo de empresas ligadas a uma base de dados (2 mil empresas registradas) de uma das mais importantes escolas de negócio do mundo (segundo o Fi-nancial Times), líder no ranking da América Latina, a Fundação Dom Cabral. Um pré-teste foi conduzido usando 35 empresas a fim de obter uma estimativa de desvio padrão para o cálculo da amostra. Esse cálculo usou um intervalo de 95% de confiança e

um erro de 3, o que equivale a 1,7% da amplitude do construto que apresentou maior variação no pré-teste. Assim, o tamanho de amostra recomendado foi de 364 casos.

Os respondentes foram escolhidos preferencialmente em setores relacionados às seguintes áreas: operações e lo-gística, marketing, vendas, desenvolvimento de produto, fi-nanças e qualidade, dando-se preferência às figuras profissio-nais atuantes em nível de gerência intermediária ou da alta gerência, nas empresas da amostra. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado, enviado eletronica-mente para as empresas selecionadas, no segundo semestre de 2011. Das 2 mil empresas registradas, 369 (18,5% do total) responderam ao questionário on-line. Após a análise de da-dos ausentes e de outliers, a amostra final foi composta por 368 casos.

Amostra

As empresas da amostra atuam em diversificados segmentos econômicos, sendo os segmentos com maior predominância de empresas os de serviços, bens de consumo, transporte e au-toindústria, que abrangem 45% da amostra, conforme o Gráfico 1. Das 368 empresas que participaram da pesquisa, 55% atuam no setor industrial e 45%, no setor de serviços.

Em relação ao porte, predominaram as empresas médias e grandes, de modo que 75% da amostra possui volume de ven-das anual superior a R$ 100 milhões. Em relação ao mercado de atuação, cerca de 40% das empresas consideradas atuam tanto no Brasil quanto no exterior, enquanto as demais somen-te possuem atuação nacional. Das 368 empresas amostradas, 105 estavam localizadas em Minas Gerais. As 263 restantes es-tavam localizadas em diferentes estados brasileiros: Rio de Ja-neiro, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Sergipe, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Cata-rina, Rio Grande do Sul, Goiás, Alagoas, Piauí, Pará, Tocantins e Amazonas.

Análise dos dados

A modelagem de equações estruturais (Structural Equation Mo-deling – SEM) foi o método utilizado para o teste das hipóte-ses do modelo de pesquisa e para avaliar a influência preditiva e moderadora dos construtos do modelo. Optou-se por opera-cionalizar a modelagem de equações estruturais por meio da abordagem de Partial Least Squares (PLS), utilizando o softwa-re SmartPLS®. As etapas utilizadas para a avaliação do modelo de pesquisa seguem as recomendações de Henseler, Ringle e Sinkovics (2009) e são apresentadas na Figura 2.

Page 87: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

321

ISSN 0034-7590

AUTORES | Mariana Ribeiro de Castro | Marcelo Bronzo | Paulo Tarso Vilela de Resende | Marcos Paulo Valadares de Oliveira

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

Gráfico 1. Segmento econômico de atuação das empresas da amostra

Serviço

s

Bens de co

nsumo

Transp

ortes

Autoindústria

Indústria da co

nstruçã

o

Agronegócio

Química

e Petroquím

ica

Siderurgia e Metalurgia

Finance

iro

EnergiaVarejo

Atacado

Eletroeletrô

nico

Mineração

Telecomunica

ções

Têxte

is

Outros

Bens de ca

pital

Farm

acêutic

o

Papel e ce

lulose

Indústria Digita

l

Comunicaçõ

es

Produção Agropecu

ária

Transfo

rmaçã

o de Plástico

s

67

41

80

70

60

50

40

30

20

10

0

30 2922

17 17 17 1513 12 11 10 9 9 9 9 8 8

6 52 1 1

Figura 2. Processo de duas etapas para avaliação do modelo de caminhos com PLS

• Confiabilidade e validade de construtos reflexivos• Validade de construtos formativosAvaliação do modelo

de mensuração(outer model)

Avaliação do modeloestrutural

(inner model)

• Explicação da variancia de contrutos endógenos• Intensidade dos efeitos• Relevância preditiva

Fonte: Adapatado de Henseler et al. (2009).

Para a avaliação da confiabilidade e da validade dos construtos reflexivos do modelo de mensuração (Colaboração, Colaboração com Clientes e Colaboração com Fornecedores), foram realizados testes para verificação da validade convergen-te e da validade discriminante, conforme recomendam Henseler et al. (2009). Todos os construtos reflexivos obtiveram valor de confiabilidade composta superior a 0,6. Por sua vez, o alfa de Cronbach foi superior a 0,7 e a variância média extraída (avera-ge variance extracted – AVE) foi superior a 0,5. Em relação à va-lidade discriminante, o critério de Fornell-Lacker foi atendido,

já que a AVE de cada construto foi superior à raiz quadrada das correlações das demais, bem como o critério dos pesos cruza-dos foi atendido, já que cada indicador apresentou correlação com seu construto superior aos demais.

A validade dos construtos formativos (Sistemas e Tecno-logias de Informação, Desempenho Competitivo, Desempenho Cliente/Mercado e Desempenho Financeiro) foi verificada por meio da validade nomológica e da significância dos pesos (Hen-seler et al., 2009). A pesquisa bibliográfica realizada para este estudo, resumida no marco teórico e nas definições conceituais,

Page 88: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

322

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileiras

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

demonstra a relação entre os construtos formativos e os outros do modelo e certifica a validade nomológica dos construtos. A estimação dos pesos do modelo de mensuração formativo, rea-lizada via bootstrapping, evidenciou que todas as relações entre os indicadores e seus respectivos construtos mostraram-se váli-das em um nível de significância da estatística t de 0,01 e 0,05.

Tendo sido verificada a validade do modelo de mensura-ção, todos os construtos e seus respectivos indicadores (detalha-dos no Quadro 1) foram considerados para a análise do modelo estrutural. O modelo estrutural considera o construto Colaboração como preditor do construto Desempenho e o construto Sistemas e Tecnologias de Informação como moderador dessa relação. Os resultados apresentaram um coeficiente R2 com o valor de 0,480, que indica um poder de explicação de 48,0% da variabilidade nos resultados do desempenho competitivo. Os resultados globais da modelagem de equações estruturais considerando o efeito de mo-deração são apresentados na Tabela 1, que indica os valores de corte usados para a avaliação do modelo (Henseler et al., 2009).

TABELA 1. Resultados globais e valores limites

Desempenho Valor limite

Alfa de Cronbach 0,8524 > 0,7

Confiabilidade composta 0,8909 > 0,8

AVE 0,5772 > 0,5

Comunalidade 0,5772 > 0,5

Redundância 0,2648 –

Os resultados obtidos demonstram que a escala utiliza-da para a mensuração dos construtos foi considerada adequada. Como alternativa ao alfa de Cronbach, a confiabilidade composta foi calculada e foram obtidos altos valores, confirmando a consis-tência dos construtos trabalhados. A AVE reflete a comunalidade média para cada construto, sendo que valores superiores a 0,5 indicam validade convergente adequada. A comunalidade, repre-sentada pela soma das correlações em um construto, mensura a porcentagem da variância de uma variável que pode ser explica-da por todos os demais construtos (Tenehhaus et al., 2005). Al-tos valores de comunalidade indicam bom ajuste das variáveis ao modelo. A redundância mensura o percentual de variância em um construto que pode ser explicado pelos indicadores remanes-centes, sendo valores baixos, como o calculado, recomendados. Além desses, os critérios de validade discriminante dos constru-tos reflexivos, de validade nomológica e de significância dos pe-sos para os construtos formativos foram avaliados e considera-dos adequados (Henseler et al., 2009; Kline, 2011).

Finalmente, o critério global de ajuste goodness-of-fit (GoF) foi calculado pela média geométrica das comunalidades médias e dos valores médios de R2 do modelo conforme a equação a seguir.

GoF = comunalidade ❋ R2

Segundo Tenenhaus et al. (2005), o GoF pode ser utilizado para avaliar o ajuste global de modelos estruturais estimados com PLS. O GoF obtido para o modelo de pesquisa foi 0,676, indicando que o modelo desta pesquisa alcançou 67,6% de ajuste. Esse valor é considerado bastante positivo, já que valores acima de 0,5 de-monstram bom ajuste do modelo (Tenenhaus et al., 2005).

Por meio da modelagem de equações estruturais, tam-bém foram estimadas as relações entre os construtos e as rela-ções entre cada construto e seus respectivos indicadores. Os efeitos totais dos construtos e as relações dos construtos com seus indicadores estão indicados na Figura 3, que representa o modelo nomotético desenvolvido nesta pesquisa. Para tes-tar os componentes estruturais do modelo, o método bootstra-pping foi utilizado para gerar 5 mil amostras aleatórias de 368 casos, conforme o modelo proposto. Todos as relações estru-turais do modelo foram validadas a um nível de 0,01 de signi-ficância, conforme apresentado na Tabela 2. Isso mostra que o modelo desta pesquisa apresenta excelentes valores de ajus-te, revelando forte evidência de que empresas que utilizam sistemas e tecnologias de informação para apoiar seus rela-cionamentos colaborativos tendem a alcançar melhor desem-penho competitivo.

Além de os efeitos diretos terem sido validados, confor-me apresentado na Tabela 2, os efeitos indiretos também se mostraram estatisticamente significativos. O construto Colabo-ração com Cliente e o construto Colaboração com Fornecedores apresentaram, respectivamente, efeitos de 0,6836 e de 0,5884 no construto Desempenho. A comprovação desses efeitos va-lida as hipóteses de que a colaboração à montante e de que a colaboração à jusante impactam o desempenho das empresas.

Para verificar a validade do efeito de moderação pro-posto no modelo estrutural, o teste para avaliação de efeitos de moderação com variáveis categóricas em PLS, proposto por Hair, Hult, Ringle e Sarstedt (2013), foi realizado. Esse teste ava-lia se existe heterogeneidade estatística entre grupos de res-pondentes para uma determinada varíavel sob análise, ou seja, avalia-se se os grupos exibem diferença significativa em seus modelos de relacionamento (Hair et al., 2013). No caso desta pesquisa, avaliou-se se os grupos de respondentes com dife-rentes graus de utilização de Sistemas e Tecnologias de Infor-mação apresentavam resultados significativamente distintos em suas relações estruturais. Conforme se observa na Tabela 3, verificou-se diferença significativa para os principais cami-nhos do modelo estrutural, destacando-se o caminho que indi-ca o efeito preditor do construto Colaboração no construto De-sempenho.

Page 89: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

323

ISSN 0034-7590

AUTORES | Mariana Ribeiro de Castro | Marcelo Bronzo | Paulo Tarso Vilela de Resende | Marcos Paulo Valadares de Oliveira

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

Figura 3. Teste do modelo estrutural

CC1 SI1 SI2 SI3 SI4 SI5 SI6

CF1

DF1

DC1

CC2

CF2

DF2

DC2

CC3

CF3

DC3

CC4

CF4

DC3

CC5

CF5

CC6

CF6

CC7

CF7

CC8

CF8

SisTI

ColabCli

0,000

0,000 0,480

0,6090,851

0,879 0,886

DesFin

Colaboração

0,250

0,747

0,9220,781

0,941

0,886

0,799

0,856

0,868

0,810

0,925

Desempenho

ColabFor DesCliMer

0,789

0,706

0,761

0,719

0,760

0,719

0,776

0,711

0,722

0,796

0,868

0,853

0,846

0,938

0,869

0,749

0,669

0,722

0,799 0,790 0,785 0,553 0,541

Nota: Valores apresentados dentro dos construtos representam os coeficientes de determinação e os demais representam os coeficientes de caminho do modelo.

TABELA 2. Coeficientes de caminho e significância das relações do modelo estrutural

Coeficiente de caminho original

(O)

Média dos coeficientes de caminho –

Bootstrapping (M)

Desvio-padrão (STDEV)

Erro-padrão (STERR)

Estatística T(|O/STERR|)

Colaboração –> ColabCli 0,9225 0,9227 0,0091 0,0091 101,9119

Colaboração –> ColabFor 0,9377 0,9382 0,0066 0,0066 141,8807

Colaboração –> Desempenho 0,7474 0,7357 0,0727 0,0727 10,2771

Desempenho –> DesCliMer 0,9411 0,9417 0,0060 0,0060 156,8777

Desempenho –> DesFin 0,7806 0,7799 0,0246 0,0246 31,7617

SisTI –> Desempenho 0,2505 0,2641 0,0804 0,0804 3,1166

Nota: Valores de corte para o teste T, nível de: 0,01 = 2,589; 0,05 = 1,966; 0,1 = 1,649.

TABELA 3. Teste do efeito de moderação no modelo estrutural

p1 se(p1) p2 se(p2) | p1-p2 | Estatística T Nível de significância

Colaboração –> ColabCli 0,8913 0,0266 0,8919 0,0160 0,0006 0,0194

Colaboração –> ColabFor 0,9251 0,0158 0,9183 0,0095 0,0068 0,3707

Colaboração –> Desempenho 0,5848 0,0660 0,7493 0,0509 0,1645 1,9826 **

Desempenho –> DesCliMer 0,9041 0,0174 0,9409 0,0070 0,0368 1,9731 **

Desempenho –> DesFin 0,5011 0,1481 0,7941 0,0280 0,2930 1,9558 *

SisTI –> Desempenho 0,1087 0,3216 0,7624 0,0540 0,6537 2,0168 **

Nota: p1 e p2 são os coeficientes de caminho dos grupos considerados; se(p1) e se(p2) são os erros padrões para p1 e p2, respectivamente. Valores de corte para o teste T, nível de: 0,01 = 2,589; 0,05 = 1,966; 0,1 = 1,649.

Page 90: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

324

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileiras

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

Resultados do teste de hipóteses

O problema central desta pesquisa foi identificar a existência e a natureza da associação entre os construtos Colaboração e De-sempenho Competitivo, compreendendo também a relevância do construto Sistemas e Tecnologias de Informação como mo-derador nesse relacionamento. A Tabela 2, apresentada acima, destacou os efeitos totais e a significância do modelo estrutu-ral calculados a partir do método PLS. Analisando essa tabela, é possível observar que o construto Colaboração está positiva-mente relacionado ao construto Desempenho Competitivo, va-lidando a Hipótese 1 levantada. A análise da Tabela 2 permite,

ainda, observar que o caminho associado ao construto Siste-mas e Tecnologias de Informação mostrou-se positivo, confor-me esperado, e apresentou significância estatística. Assim, confirmou-se a Hipótese 2.

A partir da análise da Tabela 2, percebe-se que o coefi-ciente de caminho entre os construtos Colaboração e Colabora-ção com clientes é positivo e estatisticamente significativo, per-mitindo aceitar a Hipótese 3 proposta. A mesma tabela fornece evidência para a validação da Hipótese 4, que envolve a Cola-boração com Fornecedores. O coeficiente de caminho entre os construtos Colaboração e Colaboração com Fornecedores mos-trou-se positivo e estatisticamente significativo.

Quadro 2. Questionário utilizado na pesquisa, detalhando os indicadores por construto1. Colaboracão com clientes1.1. A empresa realiza constantemente pesquisas de mercado para identificar as necessidades de seus clientes? 1 2 3 4 51.2. As opiniões dos clientes são geralmente utilizadas para aprimorar os processos da empresa? 1 2 3 4 51.3. A empresa mede frequentemente a satisfação de seus clientes (por exemplo, por semana ou por mês)? 1 2 3 4 51.4. Produtos e serviços são desenvolvidos com base nas necessidades dos clientes? 1 2 3 4 51.5. A empresa possui informações a respeito de quais os atributos mais valorizados pelos clientes em relação aos

seus produtos e/ou serviços? 1 2 3 4 5

1.6. A empresa avalia a lucratividade do negócio para cada tipo de segmento de clientes atendidos? 1 2 3 4 51.7. A empresa planeja sua atuação futura baseando-se nos diferentes perfis de seus clientes? 1 2 3 4 51.8. A empresa monitora o tempo de atendimento de pedido de seus clientes? 1 2 3 4 52. Colaboracão com fornecedores2.1. A empresa está desenvolvendo relacionamentos de longo prazo com seus principais fornecedores? 1 2 3 4 52.2. A empresa comunica de forma efetiva mudanças em seus processos de suprimento para seus fornecedores? 1 2 3 4 52.3. A empresa valoriza o intercâmbio de informações e conhecimento com fornecedores estratégicos? 1 2 3 4 52.4. A empresa dispõe de equipes de trabalho constituídas por seus profissionais e de seus fornecedores voltadas à

gestão dos processos de suprimento? 1 2 3 4 5

2.5. Pode-se dizer que há algum planejamento colaborativo entre sua empresa e seus fornecedores? 1 2 3 4 52.6. Algum fornecedor tem a responsabilidade pelo gerenciamento dos estoques em sua empresa? 1 2 3 4 52.7. A empresa compartilha informações sobre previsão de demanda com seus fornecedores? 1 2 3 4 52.8. A empresa executa planos conjuntos de melhorias dos processos de suprimento com seus fornecedores

estratégicos? 1 2 3 4 5

3. Sistemas e tecnologias de informação3.1. Os sistemas de informação da empresa favorecem a integração de dados de diferentes áreas ou funções da

empresa? 1 2 3 4 5

3.2. Os sistemas de informação da empresa permitem acessar os dados sobre os principais processos ou atividades da empresa com confiabilidade? 1 2 3 4 5

3.3. Os sistemas de informação da empresa permitem acessar os dados sobre os principais processos ou atividades da empresa a qualquer momento? 1 2 3 4 5

3.4. Os sistemas de informação da empresa dão suporte ao compartilhamento eficaz de dados? 1 2 3 4 53.5. Os sistemas de informação da empresa dão suporte à gestão dos processos da empresa? 1 2 3 4 53.6. Os sistemas de informação da empresa dão suporte à introdução de mudanças nos processos da empresa? 1 2 3 4 54. Desempenho financeiro4.1. Do ponto do aumento da receita, os resultados financeiros dos últimos dois anos são satisfatórios e atendem as

metas do planejamento estratégico da empresa? 1 2 3 4 5

4.2. Do ponto de vista da redução de custos, os resultados financeiros dos últimos dois anos são satisfatórios e atendem as metas do planejamento estratégico? 1 2 3 4 5

5. Desempenho cliente/mercado5.1. A empresa tem a fidelização da maior parte de seus clientes? 1 2 3 4 55.2. A empresa consegue atrair novos clientes? 1 2 3 4 55.3. A empresa é competitiva, em termos de vendas e de participação (market share) nos mercados em que atua? 1 2 3 4 55.4. A empresa consegue manter os níveis de satisfação de seus clientes nos mercados em que atua? 1 2 3 4 5

Page 91: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

325

ISSN 0034-7590

AUTORES | Mariana Ribeiro de Castro | Marcelo Bronzo | Paulo Tarso Vilela de Resende | Marcos Paulo Valadares de Oliveira

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

CONCLUSÕES E IMPLICAÇÕES TEÓRICAS E GERENCIAIS

Os resultados obtidos confirmaram o impacto positivo da cola-boração sobre o desempenho competitivo das empresas, ques-tão central deste estudo. Constatou-se o impacto positivo da colaboração com clientes e da colaboração com fornecedores no desempenho, indicando a importância do desenvolvimento e da manutenção dos relacionamentos à montante e à jusante na cadeia de suprimentos. Tais achados são coerentes com os resultados apontados por Cao e Zhang (2011), Wiengarten et al. (2010) e Vickery et al. (2003).

Foi possível, ainda, comprovar empiricamente o efeito moderador dos sistemas e tecnologias de informação na rela-ção entre colaboração e desempenho competitivo. Essa com-provação representa grande contribuição para os estudos da área de colaboração entre empresas, já que há a confirmação empírica do que estudos anteriores, como os de Paulraj et al. (2008) e Pramatari (2007), haviam sugerido, de que os siste-mas e tecnologias de informação desempenham um papel fa-cilitador na relação entre a colaboração entre empresas e o de-sempenho competitivo. Assim, este estudo apresenta caráter de novidade no sentido de comprovar empiricamente, por meio de metodologia de testes rigorosa, que os sistemas e tecnolo-gias de informação possuem efeito moderador na relação entre colaboração e desempenho competitivo, ou seja, eles não ge-ram diretamente desempenho superior para as empresas, mas viabilizam as iniciativas colaborativas que levam a um desem-penho superior.

Ao caracterizar a força e a direção das correlações e dos efeitos entre as variáveis latentes do modelo, o trabalho assu-me sua natureza descritiva. Além disso, este estudo fornece subsídios para a aplicação prática dos resultados encontrados, assumindo implicações gerenciais relevantes para o incremen-to do desempenho competitivo das empresas.

É fundamental que as empresas invistam em relaciona-mentos de fato colaborativos na cadeia de suprimentos, uma vez que a colaboração entre membros da cadeia de suprimen-tos pode trazer benefícios de ordem financeira e de posiciona-mento de mercado e perante os clientes das empresas, o que havia sido sugerido pelos trabalhos de Simatupang e Sridha-ran (2002) e Bowersox et al. (1999) e que foi corroborado pelos resultados deste estudo. O investimento em colaboração deve ser reforçado, uma vez que o desenvolvimento e a manutenção de parcerias reais pelas empresas exigem comprometimento de longo prazo e confiança, aspectos que, ausentes, podem com-prometer quaisquer iniciativas e expectativas das empresas en-volvidas (Paulraj et al., 2008).

Nesse sentido, reforça-se a natureza multidimensional da colaboração na cadeia de suprimentos, já ressaltada por Wiengarten et al. (2010). É necessário que os gestores das em-presas entendam que a colaboração é construída sob o aspec-to prático, de atividades compartilhadas pelas empresas, mas também sob o aspecto da orientação que as empresas devem assumir para com as demais. Essa dimensão, mais comporta-mental, fundamenta as bases das práticas colaborativas, per-mitindo que a atitude de responsabilidade compartilhada e to-mada de decisões conjunta possa realmente ocorrer (Vaart & Donk, 2008).

Outra questão fundamental está no desenvolvimento de parcerias por parte das empresas, tanto com fornecedores quanto com clientes diretos. Outros estudos, como os de Bru-lhart et al. (2010) e de Vickery et al. (2003), corroboram essa perspectiva. Apesar de serem algumas vezes tratados e estuda-dos como segmentos separados, é válido ressaltar que o resul-tado da cadeia de suprimentos depende de todos os membros que a integram, de modo que trabalhar os relacionamentos in-terempresariais com fornecedores e clientes parece contribuir mais para a melhoria no desempenho competitivo.

Um aspecto de suma importância é a criação de um am-biente corporativo propício à colaboração, o que também é des-tacado por Simatupang e Sridharan (2002). A gerência deve ser treinada para lidar com o contexto de tomada de decisões em conjunto e de compartilhamento efetivo de informações. Equi-pes formadas por integrantes da empresa e de parceiros devem existir em processos críticos para a cadeia de suprimentos. Os funcionários da empresa devem estar orientados para o clien-te, capturando suas opiniões e conhecendo seus perfis. A im-plementação de iniciativas colaborativas depende, fortemente, do suporte e do envolvimento da alta gerência, já que a filoso-fia de colaboração, muitas vezes, se afasta das práticas históri-cas das empresas, como já destacaram Bowersox et al. (1999).

O papel de moderação dos sistemas e tecnologias de in-formação na relação entre colaboração e desempenho competi-tivo, confirmado pela primeira vez de modo empírico e por meio de testes estatísticos rigorosos, foi sugerido por Grover et al. (2002). Os autores afirmam que sistemas de informação padro-nizados e adaptados facilitam a gestão e permitem que os gesto-res invistam seu tempo na construção e manutenção de relacio-namentos mais próximos com parceiros. Além disso, os autores sugerem que a tecnologia de informação desempenha um papel positivo em equilibrar os custos de transação e os relacionamen-tos interempresariais, já que a troca eficaz e segura de informa-ções entre empresas facilita a comunicação interempresarial e tende a reduzir os potenciais comportamentos oportunistas. Es-ses argumentos confirmam a ideia de que os sistemas e tecno-

Page 92: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

326

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileiras

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

logias de informação não constroem as relações colaborativas entre empresas e não geram por si as vantagens competitivas da-quela empresa, mas que, quanto mais eles suportam o relaciona-mento, mais vantagem competitiva e mais benefícios mútuos as empresas podem obter de suas relações colaborativas.

Os resultados obtidos nesta pesquisa estão alinhados com os resultados da pesquisa de Powell e Dent-Micallef (1997), já que os autores concluem que os sistemas e tecnologias de in-formação somente levam à vantagem competitiva ao alavanca-rem ou suportarem recursos humanos e de negócio preexisten-tes e complementares. O uso da tecnologia de informação por si só não cria a vantagem competitiva das empresas que cola-boram; ele apenas potencializa o desempenho das empresas que desenvolveram relacionamentos e iniciativas próximas com parceiros como práticas de seu negócio.

A ideia de que a tecnologia de informação por si não gera vantagem competitiva sustentável, portanto, é apoiada por vários autores (Carr, 2003; Chae et al., 2005). Os argumentos nesse sentido são fundamentados nas proposições de que a tecnologia de informação agrega valor a uma empresa ao au-mentar a eficiência nas coordenações interna e externa e de que as empresas não podem esperar vantagens competitivas sustentáveis da tecnologia de informação porque ela é um re-curso prontamente disponível para qualquer empresa. A vanta-gem competitiva, entretanto, é obtida pelo fato de as empresas poderem se engajar em um relacionamento próximo e longevo com seus fornecedores e clientes e manterem práticas colabo-rativas com eles, pois essas iniciativas é que parecem oportuni-zar melhorias do desempenho competitivo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É necessário pontuar as limitações atinentes a este trabalho. A primeira delas diz respeito à impossibilidade de generalização dos resultados. Mesmo a pesquisa tendo contado com um nú-mero significativo de empresas participantes (368 empresas), com operações em diferentes estados do Brasil, tal número ain-da é considerado pequeno para permitir conclusões definitivas e generalizadas. Pesquisas futuras, envolvendo uma quantida-de maior de empresas, são necessárias para confirmar ou refu-tar os resultados aqui encontrados.

A perspectiva de díades de relacionamento utilizada para análise das empresas na cadeia de suprimentos pode tam-bém ser vista como uma limitação. A avaliação da cadeia de su-primentos como um todo e a generalização dos resultados para quaisquer cadeias de suprimentos exigem pesquisas amplas, com um número bem mais elevado de empresas e com parti-

cipantes de todas as camadas da cadeia. Além disso, a avalia-ção de desempenho competitivo foi realizada para a unidade de análise empresa, não permitindo a generalização para o de-sempenho da cadeia de suprimentos em geral. Outra limitação diz respeito à amostra ser constituída por empresas de diferen-tes segmentos econômicos e seus dados terem sido analisados em conjunto, impedindo que conclusões específicas de cada segmento possam ser obtidas. Essas questões podem ser indi-cadas para serem consideradas em trabalhos futuros.

Dessa forma, em função dos resultados desta pesquisa e de suas limitações, sugerem-se trabalhos futuros que ampliem o foco da pesquisa para o desempenho da cadeia de suprimen-tos, tomando como unidade de análise a cadeia de suprimen-tos com suas várias empresas-membro em conjunto. Trabalhos com abordagem qualitativa poderiam investigar em profundi-dade os construtos desta pesquisa e compreender melhor seus relacionamentos, detalhando especialmente as variáveis que constituem o construto de sistemas e tecnologias de informa-ção e o papel de cada uma delas.

Em suma, os resultados desta pesquisa aportam evidên-cias claras de associações relevantes entre a colaboração na ca-deia de suprimentos e o desempenho competitivo das empresas. Cabe destacar as contribuições do estudo para as empresas, real-çando a necessidade de investimento em um ambiente colabora-tivo que reforce tanto a orientação quanto as práticas colaborati-vas em relação a fornecedores e a clientes. O papel de facilitação dos sistemas e tecnologias de informação pode ser fundamental na implementação de relacionamentos colaborativos entre empre-sas, tornando-os viáveis e efetivos. Para a academia, este estudo contribui para um melhor entendimento da multidimensionalida-de do construto colaboração e do efeito de todas essas dimen-sões no desempenho competitivo. Contribui, principalmente, para a avaliação da influência dos sistemas e tecnologias de informa-ção na relação entre colaboração e desempenho, tendo sido veri-ficado o papel de moderação dessa dimensão. O estudo confere, assim, evidências empíricas para essas associações. Mas novas evidências, extraídas de outros contextos empresariais, são ain-da necessárias, visando-se promover o adensamento de teorias e identificar caminhos para o aumento do desempenho competitivo das empresas, apresentando a colaboração como elemento crítico e preditor da variação do desempenho competitivo de empresas e cadeias de suprimentos.

REFERÊNCIASAttaran, M., & Attaran, S. (2007). Collaborative supply chain management: the most promising practice for building efficient and sustainable supply chains. Business Process Management Journal, 13(3), 390-404.

Page 93: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

327

ISSN 0034-7590

AUTORES | Mariana Ribeiro de Castro | Marcelo Bronzo | Paulo Tarso Vilela de Resende | Marcos Paulo Valadares de Oliveira

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

Barrat, M. (2004). Understanding the meaning of collaboration in the supply chain. Supply Chain Management: an International Journal, 9(1), 30-42.

Bowersox, D., Closs, D., & Stank, T. (1999). 21st century logistics: making supply chain integration a reality. East Lansing: Michigan State University and Council of Logistics Management.

Bronzo, M., Resende, P., Oliveira, M., Mccormack, K., Sousa, P., & Ferreira, R. (2013). Improving performance aligning business analytics with process orientation. International Journal of Information Management, 33(2), 300-307.

Brulhart, F., Moncef, B., & Okongwu, U. (2010). Empirical investigation of the impact of supply chain management practices on a firm’s performance. Proceedings of the Euroma Conference, Porto, 17.

Cao, M., & Zhang, Q. (2011). Supply chain collaboration: impact on collaborative advantage and firm performance. Journal of Operations Management, 29(3), 163-180.

Carr, N. (2003). IT doesn’t matter. Harvard Business Review, 81(5), 41-49.

Chae, B., Yen, H. R., & Sheu, C. (2005). Information technology and supply chain collaboration: mediating effects of existing relationships between partners. IEEE Transactions on Engineering Management, 52(4), 440-448.

Chin, W., Marcolin, B., & Newsted, P. (1996). A partial least square latent variable modeling approach for measuring interation effects: results from a Monte Carlo simulation study and voice emotion/adoption study. Proceedings of the International Conference on Information Systems. Ohio, USA, 7.

Diamantopoulos, A., Riefler, P., & Roth, K. P. (2008). Advancing formative measurement models. Journal of Business Research, 61(12), 1203-1218.

Faria, A. & Costa, M. (2007). Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas.

Grover, V., Teng, J., & Fiedler, K. (2002). Investigating the role of information technology in building buyer-supplier relationships. Journal of Association for Information Systems, 3(1), 217-245.

Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2009). Análise multivariada de dados (5th ed.). Porto Alegre: Bookman.

Hair, J. F., Hult, G. T., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2013). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). London: Sage.

Hashiba, L. (2008). A colaboração com fornecedores e clientes, e sua influência no desempenho da firma: uma análise empírica na indústria brasileira de embalagens. Dissertação de Mestrado, Escola de Administração de Empresas, Fundação Getulio Vargas, São Paulo.

Heeley, M. B., & Jacobson, R. (2008). The recency of technological inputs and financial performance. Strategic Management Journal, 29(7), 723-744.

Henseler, J., Ringle, C. M., & Sinkovics, R. R. (2009). The use of partial least squares path modeling in international marketing. Advances in International Marketing, 20, 277-319.

Jeffers, P., Muhanna, W., & Nault, B. (2008). Information technology and process performance: an empirical investigation of the interaction between IT and non-IT resources. Decision Sciences, 39(4), 703-735.

Kaplan, R. S., & Norton, D. P. (2001). The strategy-focused organization: how balanced scorecard companies thrive in the new business environment. Boston: Harvard Business School Publishing Corporation.

Kline, R. B. (2011). Principles and practice of structural equation modeling. New York: The Guiford Press.

Krause, D. R., Handfield, R. B., & Tyler, B. B. (2007). The relationships between supplier development, commitment, social capital accumulation and performance improvement. Journal of Operations Management, 25(2), 528-545.

Lee, L., & Whang, S. (2001). E-business and supply chain integration. Stanford Global Supply Chain Management Forum, SGSCMF-W2-2001.

Leeuw, S., & Fransoo, J. (2009). Drivers of close supply chain collaboration: one size fits all? International Journal of Operations & Production Management, 29(7), 720-739.

Li, S., Ragu-Nathan, B., Ragu-Nathan, T. S., & Rao, S. S. (2006). The impact of supply chain management practices on competitive advantage and organizational performance. Omega, 34(2), 107-124.

Malhotra, N. (2001). Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Porto Alegre: Bookman.

Neirotti, P., & Paolucci, E. (2007). Assessing the strategic value of information technology: an analysis on the insurance sector. Information & Management, 44(6), 568-582.

Oliveira, M. P. V., Mccormack, K., Ladeira, M. B., Trkman, P., & Bergh, J. van den. (2011). Supply chain process collaboration and internet utilization: an international perspective of business to business relationships. Economic and business review, 13(4), 203-226.

Paulraj, A., Lado, A., & Chen, I. (2008). Inter-organizational communication as a relational competency: antecedents and performance outcomes in collaborative buyer-supplier relationships. Journal of Operations Management, 26(1), 45-64.

Powell, T. C., & Dent-Micallef, A. (1997). Information technology as competitive advantage: the role of human, business, and technology resources. Strategic Management Journal, 18(5), 375-405.

Power, D. (2005). Supply chain management integration and implementation: a literature review. Supply Chain Management: an International Journal, 10(4), 252-263.

Pramatari, K. (2007). Collaborative supply chain practices and evolving technological approaches. Supply Chain Management: an International Journal, 12(3), 210-220.

Sahay, B. S. (2003). Supply chain collaboration: the key to value creation. Work Study, 52(2), 76-83.

Seggie, S., Kim, D., & Cavusgil, S. (2006). Do supply chain IT alignment and supply chain interfirm system integration impact upon brand equity and firm performance? Journal of Business Research, 59(8), 887-895.

Sheffi,  Y. (2002) The  value of CPFR, Proceedings of the Fourth International Congress On Logistics Research, IMRL, Lisbon, Portugal, October 2002.

Simatupang, T. M., & Sridharan, R. (2002). The collaborative supply chain. The International Journal of Logistics Management, 13(1), 15-30.

Soni, G., & Kodali, R. (2011). A critical analysis of supply chain management content in empirical research. Business Process Management Journal, 17(2), 238-266.

Stank, T., Keller, S., & Daugherty, P. (2001). Supply chain collaboration and logistical service performance. Journal of Business Logistics, 22(1), 29-48.

Tenenhaus, M., Vinzi, V. E., Chatelin, Y. M., & Lauro, C. (2005). PLS path modeling. Computational Statistics & Data Analysis, 48(1), 159-205.

Trkman, P., McCormack, K., Oliveira, M. P., & Bronzo, M. (2010). The impact of business analytics on supply chain performance. Decision Support Systems, 49(3), 318-327.

Page 94: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

328

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Relacionamentos colaborativos e desempenho competitivo de empresas brasileiras

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 314-328

Vaart, T. van der., & Donk, D. P. van. (2008). A critical review of surveybased research in supply chain integration. International Journal of Production Economics, 111(1), 42-55.

Vickery, S. K., Jayaram, J., Drode, C., & Calantone, R. (2003). The effects of an integrative supply chain strategy on customer service and financial performance: an analysis of direct versus indirect relationships. Journal of Operations Management, 21(5), 523-539.

Wiengarten, F., Humphreys, P., Guangming, C., Fynes, B., & Mckittrick, A. (2010). Collaborative supply chain practices and performance: exploring the key role of information quality. Supply Chain Management: an International Journal, 15(6), 463-473.

Zhang, X., Donk, D. van., & Vaart, T. van der. (2011). Does ICT influence supply chain management and performance?: a review of survey based research International Journal of Operations & Production Management, 31(11), 1215-1247.

Page 95: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

329

ISSN 0034-7590 © RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

LESLIER VALENZUELA FERNÁNDEZ [email protected] de la Universidad de Chile, Facultad de Economía y Negocios – Santiago, Chile

MAURICIO JARA-BERTIN [email protected] de la Universidad de Chile, Facultad de Economía y Negocios – Santiago, Chile

FRANCISCO VILLEGAS PINEAUR [email protected]áster en Marketing por la Universidad de Chile, Facultad de Economía y Negócios – Santiago, Chile

ARTÍCULOSRecibido 08.01.2014. Aprobado 27.05.2014Evaluado por el sistema double blind review. Editora cientifica: María Antonia García Benau

PRÁCTICAS DE RESPONSABILIDAD SOCIAL, REPUTACIÓN CORPORATIVA Y DESEMPEÑO FINANCIEROPráticas de responsabilidade social, reputação corporativa e desempenho financeiro

Social responsability practices, corporate reputation and financial performance

RESUMENEste trabajo analiza si la adopción de estrategias de divulgación de información voluntaria de prácti-cas de Responsabilidad Social Empresarial (RSE) a través de distintos medios de comunicación tiene incidencia sobre el desempeño financiero y la reputación corporativa. Una vez identificadas las dis-tintas dimensiones por las cuales las empresas emiten información (social, ética, medioambiental, colaboradores) por medio de un análisis de contenidos para una muestra de 55 empresas chilenas cotizadas durante el periodo 2007-2012, nuestros resultados ponen de manifiesto que la implemen-tación de las cuatro dimensiones en su conjunto, al igual que la dimensión ética y social, influyen positivamente sobre el desempeño financiero. Mientras que un tratamiento responsable a los cola-boradores impacta positivamente sobre la Reputación Corporativa medida como el crecimiento de las ventas. Así, nuestro trabajo provee nueva evidencia para una economía emergente y algunas luces acerca del efecto potencial que tiene la adopción de prácticas de RSE.PALABRAS CLAVE | Responsabilidad social empresarial, reputación corporativa, desempeño financie-ro, dimensión ética, dimensión colaboradores.

RESUMOEste trabalho busca verificar se a adoção de práticas de divulgação voluntária da Responsabilidade Social Corporativa (RSC) por vários canais de comunicação tem influência no desempenho financeiro e na reputação corporativa. Foram identificadas quatro dimensões da RSC (social, ética, ambiental e parcerias) usando uma amostra de 55 empresas chilenas no período de 2007-2012. Nossos resulta-dos mostram a adoção das quatro dimensões de RSC simultaneamente: as dimensões social e ética melhoram o desempenho financeiro, ao passo que uma relação sólida com os parceiros melhora a re-putação corporativa. Assim, fornecemos novas evidências para a economia dos mercados emergentes sobre a importância da adoção de estratégias de RSC.PALAVRAS-CHAVES | Responsabilidade social corporativa, reputação corporativa, desempenho finan-ceiro, dimensão ética, dimensão de parcerias.

ABSTRACTWe analyze whether the adoption of voluntary disclosures practices on Corporate Social Responsibility (CSR) by several communicational channels has influence over financial performance and corporate reputation. Once we identify four CSR dimensions (social, ethical, environmental, partners) using a sample of 55 Chilean traded firms for the period 2007-2012. Our results show that the adoption of the four CSR dimension at the same time, and the social and ethical dimension improves financial perfor-mance, while a strength relationship with partners improve Corporate Reputation. Thus, we provide new evidence for an emerging market economy about the importance of CSR strategies adoption.KEYWORDS | Corporate social responsibility, corporate reputation, financial performance, ethical di-mension, partners dimension.

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150308

Page 96: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

330

ISSN 0034-7590

ARTÍCULOS | Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

INTRODUCCIÓN

La Responsabilidad Social Empresarial (RSE) es un tema que ha cobrado especial importancia en las últimas décadas. Dicha importancia se ha visto plasmada, en un contexto internacio-nal, por la proliferación de normativas e índices cuyo objetivo fundamental es establecer patrones en donde las empresas di-vulguen información respecto a las prácticas en temas relacio-nados a la RSE. Por ejemplo, el año 2010 se promulgó la norma-tiva ISO 26.000, que guía la responsabilidad social en materias de rendición de cuentas, transparencia y comportamiento gene-ral. De manera similar, el Carbon Disclosure Project es una ini-ciativa que ha ganado especial relevancia en un contexto am-biental (Sullivan & Gouldson, 2012), en donde las empresas, de una manera voluntaria aportan información cuyo resultado es la elaboración de un índice de sustentabilidad.

Nuestro trabajo, común a la preocupación internacional, intenta medir cómo influirían sobre la reputación y sobre los re-sultados financieros para una muestra de empresas chilenas, algunas estrategias de divulgación voluntaria de información relacionada a prácticas de RSE En el último tiempo las empre-sas chilenas se han acogido a la normativa ISO 26.000. No obs-tante, pese a los cambios que han implementado las empresas, la normativa chilena no es obligatoria respecto a qué requisi-tos deben cumplir en este ámbito, por lo que cualquier adop-ción en términos de implementación de temáticas relacionadas con RSE tiene como resultado iniciativas que recaen solamen-te en lo voluntario.

Considerando esta particularidad que es congruente con un enfoque holístico que muestran algunas empresas, recolec-tar y ordenar la información de las empresas chilenas que im-plementan acciones de RSE, permite generar un diagnóstico sobre la situación de las organizaciones, así como describir y caracterizar las prácticas de RSE que presentan mayor inciden-cia, ya que se trata de una cuestión estratégica para la gestión de los impactos sociales, económicos y medioambientales de sus operaciones.

Para el sector empresarial es fundamental contar con esta información, ya que de esta manera puede adoptar deter-minadas prácticas que convengan a sus intereses, involucran-do a los diversos stakeholders, e incluso brindando beneficios para cada uno de ellos, en la búsqueda de un equilibrio entre los económico, lo social y lo ambiental, y por ende un impacto positivo en la empresa.

En consecuencia, resulta fundamental analizar cuáles son las principales actividades de RSE de las empresas, y las estrategias en que ponen énfasis para divulgar su información y hasta qué punto estas iniciativas de divulgación de informa-

ción de prácticas en RSE influyen positiva y significativamente sobre factores medibles como por ejemplo, un incremento en el rendimiento anual de las acciones o el crecimiento anual de las ventas.

Tomando en cuenta que Chile se considera un mercado atractivo con una economía emergente, si se brinda atención a los indicadores macroeconómicos que lo reflejan tales como: el Producto Interno Bruto (PIB) que entre los años 2005 a 2011 cre-ció a una tasa promedio anual de 4,8% y en el 2013 mantuvo un crecimiento del 4%, según cifras del Banco Central de Chile, es deseable que el crecimiento económico del sector empresarial vaya en congruencia con la filosofía de la RSE. Todo ello con la finalidad de propiciar una gestión responsable de las organiza-ciones en el marco del desarrollo sostenible del mundo empre-sarial y su entorno.

Para lograr dichos objetivos nuestro análisis se estruc-tura en dos etapas fundamentales. En primer lugar, teniendo en cuenta cuatro dimensiones por las cuales las empresas po-drían poner su énfasis en comunicación de información (ética, social, medioambiental y legal) hemos implementado un análi-sis de contenidos, en donde se han estudiado distintos medios tradicionales y redes sociales por los cuales las empresas emi-ten información. En segundo lugar, una vez identificados los én-fasis en la divulgación de información, llevamos a cabo un aná-lisis cuantitativo con la finalidad de determinar la incidencia de dichas dimensiones sobre distintos factores que aproximan el desempeño de la empresa.

Para una muestra de 55 empresas no financieras cotiza-das en la Bolsa de Comercio de Santiago en el período 2007-2012, nuestros resultados ponen de manifiesto, en primer lu-gar, que dependiendo del tipo de industria, las empresas emiten información en las cuatro dimensiones: social, ética, medioambiental y colaboradores. No obstante, las dimensio-nes sociales y medioambientales son más transversales a todas las industrias. Por otro lado, la divulgación de información acer-ca de prácticas sociales y ética inciden positivamente sobre el valor de la empresa. Adicionalmente, la dimensión colaborado-res resulta fundamental para tener una mejor reputación, inci-diendo positivamente sobre un incremento en las ventas.

El presente trabajo se divide en seis apartados. Tras la presente introducción, en el segundo apartado se revisará los principales fundamentos de la literatura, lo que dará pie para que en un tercer apartado se proceda a la formulación de hipó-tesis a contrastar. La metodología, muestra y variables a utili-zar será objeto del cuarto apartado, mientras que en el quinto se expondrán los principales resultados alcanzados por el estu-dio. Finalmente, en el sexto apartado se exponen las principa-les conclusiones.

Page 97: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

331

ISSN 0034-7590

AUTORES | Leslier Valenzuela Fernández | Mauricio Jara-Bertin | Francisco Villegas Pineaur

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

FUNDAMENTACIÓN TEÓRICA

La Responsabilidad Social Empresarial se entiende como todo proceso por el cual las empresas deciden contribuir al logro de una mejor sociedad y un medio ambiente más limpio. Esta res-ponsabilidad se expresa frente a los empleados y, en general, ha-cia todos los interlocutores de la empresa y que a su vez pueden influir en su éxito (Commision-of-the-European-Communities, 2001). En un contexto general, las prácticas de RSE actúan como un agente que impulsa el crecimiento de la empresa (Aguilera & Puerto, 2012), en especial en contextos cada vez más competi-tivos y dinámicos en donde, el mantenimiento y consecución de ventajas competitivas resulta cada vez más costoso.

Si bien es cierto que hay lineamientos generales en re-lación a RSE, su conceptualización resulta un tanto ambigua, puesto que no existe una aceptación clara y consensuada por los distintos stakeholders, lo que ha generado una diversidad de líneas de entendimiento a lo largo del tiempo. En este senti-do, Rochlin (2008) argumenta que la confusión más importan-te acerca de la definición real de RSE radica en la asociación de este concepto a aspectos de caridad, pese a que con el tiempo ha evolucionado de manera importante, llegando a convertirse en una prioridad ineludible en las industrias más importantes de cada país (Porter & Kramer, 2006).

Las investigaciones que han analizado el impacto de las prácticas de RSE se han centrado inicialmente en aspectos eco-nómico-financieros de las empresas (Davis, 1960). En este sen-tido, Gómez (2008) muestra en su revisión de literatura que la relación entre prácticas de RSE y desempeño financiero es mix-ta. Por ejemplo, algunos estudios han resultado entregar evi-dencia que apoya una relación positiva entre RSE y desempe-ño financiero (Fisher-Vanden & Thorburn, 2011) y, otros estudios han mostrado lo contrario (Nelling & Webb, 2009). Pese a la fal-ta de consenso, es posible observar una tendencia que avala la perspectiva más difundida de manera internacional respecto de la RSE y su relación con aspectos económicos (Verduzco, 2006). De igual manera, Sierra-García, Garcia Benau y Zorio (2014) ana-lizan las tendencias de las empresas latinoamericanas para pre-sentar informes de RSE, y encuentran evidencia acerca del no-torio incremento de esta práctica y la importancia que se está dando a nivel internacional. Por su parte, Aragon-Correa, Hurta-do-Torres, Sharma y García-Morales (2008) analizan una mues-tra de pequeñas empresas españolas enmarcadas en el seg-mento de reparación automotriz y encuentran una relación positiva entre proactividad en su estrategia medioambiental y el desempeño, incluido el desempeño financiero. Resultados similares encuentran Bird, Hall, Momentè y Reggiani, (2007) desde una perspectiva de valor de la empresa.

No obstante, en estas últimas décadas ha existido un cambio de paradigma en donde no sólo los resultados finan-cieros resultan relevantes, sino que también se destaca la im-portancia de contribuir en aspectos más amplios, que incluyan todos aquellos que participan en la empresa, de manera que se asegure una combinación sustentabilidad-competitividad dentro de un mundo cada día más globalizado (Barroso-Tanoi-ra, 2008). De esta manera, se presta mayor atención al impac-to de toda acción social por parte de las empresas a la comuni-dad (Boatright, 2000).

En este ámbito, la literatura generalmente que se ha en-focado a medir la influencia de las prácticas de RSE sobre el entorno, medido desde una perspectiva de stakeholders y de accionistas, ha identificado las dimensiones: (1) económi-ca, (2) legal, (3) social, (4) ética y (5) medioambiental (Commi-sion-of-the-European-Communities, 2001).

Desde una perspectiva empresarial, las prácticas de RSE también han despertado la preocupación por fortalecer la repu-tación corporativa. En este ámbito, Gismera y Vaquero (2000) muestran, para el contexto español, que 9 de cada 10 personas tendrían una mayor disposición a pagar productos que destina-ran parte de sus ingresos a un proyecto de envergadura social, mientras que 7 de cada 10 personas lo harían por productos cuyas empresas presentan características ecológicas. En resu-men, estos autores sugieren que dichos factores resultan fun-damentales para fortalecer la percepción de una buena reputa-ción empresarial, lo que podría explicar que las empresas que implementan prácticas voluntarias aceptadas por la sociedad tendrían consumidores, trabajadores y proveedores más satis-fechos y alineados, lo cual potencialmente repercute significati-vamente sobre el rendimiento empresarial (Becker-Olsen, Cud-more, & Hill, 2006).

Si existe un incremento en la reputación de las empre-sas, las empresas potencialmente gozarían de una obtención de beneficios durante períodos más prolongados, pudiendo solventar de manera más robusta cualquier circunstancia ad-versa, constituyéndose como un pilar fundamental para cual-quier planificación estratégica en las empresas (Kotler & Lee, 2004; Lichtenstein, Drumwright, & Braig, 2004). No obstante, para lograr una mayor reputación corporativa las empresas de-ben invertir a largo plazo. De hecho, Fisher-Vanden y Thorburn (2011) muestran cómo las empresas obtienen retornos negati-vos anormales ante anuncios de emisión de información volun-taria acerca de adhesiones a programas de cambio climático en Estados Unidos, lo que indicaría que al mercado le toma un cier-to tiempo procesar dicha información o que, la empresa se en-cuentra en un mal momento en términos medioambientales y su última opción es la adhesión a dichos programas.

Page 98: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

332

ISSN 0034-7590

ARTÍCULOS | Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

Por otra parte, como ya hemos mencionado, nuestro tra-bajo pretende llevar a cabo un análisis descriptivo basado en distintas dimensiones en el ámbito de divulgación de informa-ción voluntaria. Es por ello, que nos centraremos en una serie de modelos, como el de Carroll (1991), que sustentan dichas di-mensiones, considerando que es el marco teórico más acepta-do y utilizado en la literatura (Schwartz & Carrol, 2003; Carrol & Shabana, 2010; Homburg, Stierl, & Bornemann, 2013).

Modelos de Dimensiones de RSE

El modelo piramidal propuesto por Carroll (1991) considera que las empresas tienen cuatro tipo de responsabilidades: (1) Res-ponsabilidad Económica, (2) Responsabilidad Legal, (3) Res-ponsabilidad Ética, y (4) Responsabilidad discrecional, volun-taria y filantrópica, la cual es creciente de acuerdo al nivel de

compromiso que la empresa tenga con el entorno en el cual de-sarrolla sus actividades.

Por otra parte, Joyner y Payne (2002) extienden su análisis analizando la actitud que muestran las empresas respecto a sus prácticas de RSE y, en general, los aspectos que pueden influir en maximizar el desempeño social, lo que permite relacionar el cum-plimiento de los distintos niveles de RSE propuestos por Carroll.

Finalmente, Orlitzky, Schmidt y Rynes (2003) miden dis-tintas interrelaciones entre las variables RSE, Reputación Corpo-rativa, Competencia, Aprendizaje, Eficiencia y Desempeño Finan-ciero, evidenciando un efecto moderador que cumplen desde el punto de vista de la empresa, las variables internas Competen-cia, Aprendizaje y Eficiencia y, la variable externa Reputación Cor-porativa. La Figura 1 muestra cómo se relacionan dichas variables de acuerdo a los modelos analizados por la literatura (Carroll, 1991; Joyner & Payne, 2002; Orlitzky, Schmidt, & Rynes, 2003).

Figura 1. Modelo explicativo en RSE y su relación con la reputación corporativa y performance financiera.

Fase 1

Responsabilid Etica

Comunicación

ResponsabilidEconómica

ActitudReactiva

ActitudDefensiva

ActitudDefensiva

ActitudDefensiva

CRECVENT (Crecimiento en Ventas)MTB (Market to Book)

RA (Rendimiento Anual de las Acciones)

ResponsabilidLegal

ResponsabilidSocial

ResponsabilidMedioambiental

Responsabilidsocio empresarial

Reputacióncorporativa

Performancefinanceira

Fase 2

FORMULACIÓN DE HIPÓTESISPuesto que el objetivo fundamental de nuestro trabajo es me-dir cual es el efecto que tienen las prácticas de RSE y sus dis-tintas dimensiones sobre el desempeño financiero y reputación corporativa, es que nuestras hipótesis intentarán dar respuesta ambos cuestionamientos, tanto desde una perspectiva global en donde se consideran todas las dimensiones en su conjunto, como en una perspectiva individual en donde cada dimensión se analiza de manera separada.

Como se mencionó anteriormente, estas últimas décadas la literatura que se ha centrado en el análisis de la relación en-tre prácticas de RSE y desempeño financiero no ha resultado ser concluyente al momento de corroborar una relación positi-va (Allouche & Laroche, 2005). Adicionalmente, si las prácticas de RSE tienden a mejorar la reputación corporativa (Fombrum & Shanley, 1990), entonces dicha mejora debiera tener resul-tados medibles en términos de recompensa otorgada por los consumidores en el largo plazo (Becker-Olsen, Cudmore, & Hill,

Page 99: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

333

ISSN 0034-7590

AUTORES | Leslier Valenzuela Fernández | Mauricio Jara-Bertin | Francisco Villegas Pineaur

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

2006). Dado estos argumentos, es que desde una perspectiva general podemos enunciar nuestra primera doble hipótesis de investigación:

H1a: La implementación de las 4 dimensiones de la RSE tie-ne un efecto positivo sobre el desempeño financiero de la empresa.

H1b: La implementación de las 4 dimensiones de RSE in-fluye positivamente sobre la Reputación Corporativa medi-da como el crecimiento en las ventas.

En lo tocante a la dimensión social, cabe señalar que esta ha sido uno de los ejes que ha tenido mayor relevancia desde la génesis del concepto de RSE. Esto se centra en el he-cho de que todo efecto de cualquier adopción de prácticas en RSE tiene un efecto directo en la comunidad y en su contribu-ción, entre otras cosas, al valor de marca, a la reputación y al reconocimiento público de empresa generadora de valor per-manente (Villafañe, 2009). Las investigaciones realizadas por Callan y Thomas (2009) así como por Simpson y Kohers (2002), tienen como principales resultados, la existencia de una rela-ción positiva entre la responsabilidad social y el rendimiento de la empresa. Si esto se cumple, podemos argumentar que:

H2a: La divulgación de información de prácticas de RSE en su dimensión social influye positivamente sobre el desem-peño financiero de las empresas.

H2b: La divulgación de información de prácticas de RSE en su dimensión social influye positivamente sobre la Reputa-ción Corporativa medida como el crecimiento de las ventas.

Ahora bien, eventos recientes como los casos de Enron y Parmalat en un contexto internacional y la Polar en Chile (el cual es un claro ejemplo de cómo una empresa de retail ha enga-ñado sistemáticamente al mercado a través de manipulaciones contables que decantaron en uno de los fraudes más emblemá-ticos en Chile), han desatado una crisis de desconfianza que ha azotado el entorno corporativo, y han traído consigo que las empresas tengan una especial preocupación por reforzar la ca-lidad de la información que emiten al mercado y, en especial, la importancia de implementar y divulgar información relacionada con el comportamiento ético de las empresas no tiene más in-centivo que incidir sobre la percepción de credibilidad. En esta línea, Salgado y Hernández (2007) evidencian para una muestra de empresas mexicanas que aquellas empresas que han emiti-do información acerca de prácticas éticas mostraron un mejor desempeño en comparación con aquellas empresas que no lo hicieron. Dados estos argumentos, es posible argumentar que:

H3a: La divulgación de información de prácticas de RSE en su dimensión ética influye positivamente sobre el desem-peño financiero de las empresas.

H3b: La divulgación de información de prácticas de RSE en su dimensión ética influye positivamente sobre la Reputa-ción Corporativa medida como el crecimiento de las ventas.

Por su parte, las prácticas de RSE bajo una dimensión medioambiental atienden a la preocupación de las empresas por atenuar ciertas externalidades negativas, entregando ciertas se-ñales al mercado y la comunidad. En esta línea argumental, Boyd (2001) destaca la importancia de la sustentabilidad ambiental como una herramienta para la obtención de beneficios económi-cos, argumentando que las empresas que adoptan los princip-ios de desarrollo sustentable pueden convertirse en buenos nego-cios. En el mismo sentido la investigación realizada por Rodríguez y Cruz (2007) arroja resultados que confirman que aquellas em-presas con mayores niveles de responsabilidad social ambiental apuntan a diferenciales positivos de rentabilidad. Por lo tanto, las hipótesis planteadas bajo esta dimensión son las siguientes:

H4a: La divulgación de información de prácticas de RSE en su dimensión medioambiental influye positivamente sobre el desempeño financiero de las empresas.

H4b: La divulgación de información de prácticas de RSE en su dimensión medioambiental influye positivamente sobre la Reputación Corporativa medida como el crecimiento de las ventas.

El fortalecer los lazos con los stakeholders constituye una pieza clave en cualquier estructura de gobierno de la empresa, puesto que estos y, en especial los colaboradores, son los que cumplen un rol activo en la capacidad productiva y en la eficien-cia de cualquier empresa. En esta línea, Chakravorti (2010) ar-gumenta que los colaboradores son relevantes en la generación de valor, siendo parte fundamental en la imagen de la empresa, por lo que se les debe prestar atención implementando ciertas estrategias de RSE focalizadas, de manera de que sus intereses estén alineados a los de la empresa. En este sentido, es que po-demos formular las siguientes hipótesis:

H5a: La divulgación de información de prácticas de RSE en su dimensión colaboradores influye positivamente sobre el desempeño financiero de las empresas.

H5b: La divulgación de información de prácticas de RSE en su dimensión colaboradores influye positivamente sobre la Repu-tación Corporativa medida como el crecimiento de las ventas.

Finalmente, el canal por donde se comunica la informa-ción hacia clientes y mercado resulta igualmente interesante,

Page 100: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

334

ISSN 0034-7590

ARTÍCULOS | Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

en especial cuando se utilizan medios no tradicionales. En este sentido, Madinabeitia (2010) plantea que las redes sociales no son canales de información sino que colocan al consumidor en el centro de la relación con la marca, siendo una parte clave del éxito empresarial. Por lo tanto, es fundamental la relevancia de las redes sociales como forma de aumentar el impacto de las acciones de RSE en el consumidor.

H6a: La divulgación de información de prácticas de RSE a través de medios no tradicionales (redes sociales) influye positivamente sobre el desempeño financiero de las em-presas.

H6b: La divulgación de información de prácticas de RSE a través de medios no tradicionales (redes sociales) influye positivamente sobre la Reputación Corporativa medida

como el crecimiento de las ventas.

MUESTRA, VARIABLES Y METODOLOGÍA

Muestra

La muestra empleada para nuestro contraste de hipótesis es for-mada por un panel desequilibrado de 323 observaciones corres-pondientes a 55 empresas no financieras que han cotizado en la Bolsa de Comercio de Santiago para el periodo 2007-2012. Cabe señalar que el panel es no balanceado ya que algunas empre-sas que pertenecen a la muestra no se encontraban cotizadas en los primeros años del periodo de estudio. Los principales sec-tores industriales son Alimentos y Bebidas (12,73%), Comercio (12,73%) y Agro y Pesca (10,9%). Una descripción más detallada de la composición de la muestra se puede encontrar en la Tabla 1, en donde hemos utilizado la clasificación sectorial entregada por la Superintendencia de Valores y Seguros (SVS).

La información analizada es el resultado de la conjuga-ción de dos fuentes de información. Por un lado, la base de da-tos Datastream nos provee información financiera confiable acerca de la empresa. Por otro lado, a través de las Memorias Anuales, sitios web, medios de comunicación y redes sociales para cada empresa, se ha llevado a cabo una revisión que se basa en un análisis de contenidos que tiene como objetivo reco-lectar y ordenar la información para así describir y caracterizar las distintas acciones estratégicas en el ámbito de la RSE que implementan las empresas. Específicamente, lo que se busca es encontrar respuestas relacionadas con el contenido de es-tas acciones, de qué se está hablando, cuáles son las temáticas que aborda, cuáles son los principales canales de comunica-ción, entre otras. Cabe señalar, que el resultado de esta revi-

sión ha supuesto ser la más restrictiva en términos de limitar el tamaño de la muestra.

Tabla 1. Distribución sectorial de la muestra

Sectores Observaciones

Agro y pesca 36

Alimentos y bebidas 42

Comercio 42

Construcción 12

Energía eléctrica 6

Minerales no metálicos 24

Minería 6

Otros 42

Papel y celulosa 6

Petróleo y gas 12

Química 18

Siderurgia y metalurgia 17

Telecomunicaciones 18

Transporte y servicios 12

TOTAL 323

Variables y Metodología

Dado que nuestro objetivo es analizar el efecto que tienen las distintas estrategias de divulgación de información voluntaria de prácticas de RSE sobre los resultados financieros y la reputa-ción corporativa, es que nos centraremos en tres medidas, dos relacionadas con el valor de mercado de los títulos como proxy de desempeño financiero y una variable basada en las ventas como variable que aproxima la reputación corporativa.

La literatura financiera ha definido una serie de variables que aproximan el desempeño financiero (Dechow, 1994; Ander-son & Reeb, 2003; Adam & Goyal, 2008; Jara-Bertin & López-Itu-rriaga, 2011), y que han sido empleadas en estudios relaciona-dos al efecto que tienen las prácticas de responsabilidad social empresarial sobre el desempeño (Bird et al., 2007; Callan &

Page 101: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

335

ISSN 0034-7590

AUTORES | Leslier Valenzuela Fernández | Mauricio Jara-Bertin | Francisco Villegas Pineaur

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

Thomas, 2009; Kim & Kim, 2014). En este sentido, hemos defi-nido como variables que aproximan el desempeño financiero la Rentabilidad anual de las acciones (RA) , la cual se calcula como el incremento (decremento) de los precios de las acciones res-pecto al período anterior, y el market-to-book ratio (MTB), que viene estimado como la razón entre el valor de mercado del pa-trimonio y su valor en libros. De igual manera, en concordan-cia con trabajos que han evaluado las prácticas de responsabi-lidad social empresarial y la reputación corporativa desde una dimensión de resultados (Marín & Ruiz, 2008; Kemper Schilke, Reimann, Wang y Brettel, 2013), es que hemos definido el creci-miento en las ventas respecto al año anterior (CRECVENT) bajo el supuesto de que toda mejora que tenga la empresa en térmi-nos de su reputación, cualquiera sea su mercado objetivo, trae consigo una mejora en las ventas. Finalmente, existe una varie-dad de estudios en donde se ha analizado la incidencia posi-tiva de las prácticas de RSE sobre el rendimiento financiero de la empresa (Johnson & Greening, 1999; Orlitzky, Schmidt, & Ry-nes, 2003; Peloza, 2006; Wu, 2006)

Ahora bien, nuestras variables explicativas, que han sido el resultado del análisis de contenido, se centran en la identifi-cación de las distintas dimensiones por las cuales las empresas han emitido información voluntaria acerca de prácticas en RSE. En este sentido, hemos definido 4DIM como una variable dico-tómica que toma el valor 1 cuando las empresas han divulgado información a través de las cuatro dimensiones identificadas en su conjunto y cero en otro caso. Por su parte, DSOCIAL es una variable dicotómica que toma el valor 1 cuando la empresa ha emitido información voluntaria acerca de prácticas de RSE en su dimensión social y cero en otro caso, DETICA es una variable di-cotómica que toma el valor 1 cuando la empresa ha emitido in-formación voluntaria acerca de prácticas de RSE en su dimen-sión ética y cero en otro caso, DAMB es una variable dicotómica que toma el valor 1 cuando la empresa ha emitido información voluntaria acerca de prácticas de RSE en su dimensión ambien-tal y cero en otro caso, y DCOLAB es una variable dicotómica que toma el valor 1 cuando la empresa ha emitido información vo-luntaria acerca de prácticas de RSE en su dimensión colabora-dores y cero en otro caso. Adicionalmente, hemos definido DRE-DES que es una variable que toma el valor 1 cuando el canal por el cual se emite la información es un canal que se encuentra dentro de la categoría de “redes sociales” y cero en otro caso.

De acuerdo a la literatura financiera, hemos introduci-do en nuestros modelos estimados una serie de variables de control que potencialmente incidan sobre el valor en la em-presa (Berger & Ofek, 1995; Campa & Kedia, 2002; Jara-Bertin, López-Iturriaga, & López-de-Foronda, 2008), como lo son el ta-maño de la empresa (LNTAB) medido por logaritmo natural del total de activos, el grado de endeudamiento (LEV) medido por la razón de endeudamiento total sobre el total de activos, la ren-tabilidad sobre los activos (ROA), diversificación medida como una variable dicotómica (DIV) que toma el valor 1 cuando la em-presa se encuentra diversificada y cero en otro caso, y las opor-tunidades de crecimiento (CAPEXSAL) estimada como el CAPEX sobre las ventas. Cabe destacar, que algunas de estas variables de control han sido utilizadas en estudios previos (Bird et al., 2007; Callan & Thomas, 2009).

Adicionalmente, si analizamos que otros factores pue-den incidir sobre el valor de la empresa, debemos tener presen-te algunas características que componen el sistema corporativo chileno. En este sentido, Chile representa una economía emer-gente enmarcado dentro de un sistema civil francés (La Porta, Lopez-de-Silanes, & Shleifer, 1999; Lefort & Walker, 2000; De-mirgüç-Kunt & Maksimovic, 2002; Lefort & González, 2008), que presenta una protección al inversor externo más débil, en comparación con países de otros entornos como Estados Uni-dos, y presenta una marcada concentración de la propiedad, en donde las decisiones de las empresas dependen principalmen-te de un accionista de referencia o controlador, el que puede tener una incidencia directa sobre decisiones que maximicen valor. En este sentido, hemos introducido como variable de con-trol a P1, que representa el porcentaje de propiedad que posee el principal accionista.

Adicionalmente, hemos introducido un conjunto de va-riables dicotómicas sectoriales de acuerdo a la clasificación sectorial entregada por la Superintendencia de Valores y Segu-ros (dummysectorial) y un conjunto de variables dicotómicas temporales (dummyaños).

Siguiendo la línea de trabajo de investigaciones previas que han relacionado el desempeño con prácticas de RSE (Bird et al., 2007; Callan & Thomas, 2009), se procederá a estimar la ecuación (1) a través de regresiones empleando la metodología de datos de panel, en donde DX representa las distintas dimensiones definidas con anterioridad, las cuales son introducidas una a la vez.

MTBit 0 RAit 0 CRECVENTit =β0 + β1 (DXit ) + β2 (LNTABit ) + β3 (ROAit ) + β4 (LEVit ) + β5 (CAPEXSALit ) + β6 (P1it ) + β7 (DIVit )+dummysectorial + dummyaños + ηi + ηt + εit.

(1)

Page 102: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

336

ISSN 0034-7590

ARTÍCULOS | Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

La utilización de la metodología de datos de panel se jus-tifica por la muestra utilizada, la cual combina series de tiem-po por seis años y datos de sección cruzada para 55 empresas, lo que nos permite hacer un uso más óptimo de dicha metodo-logía (Arellano, 2003). Este procedimiento de estimación nos entrega ventajas que se derivan de controlar algunos proble-mas relacionados a la heterogeneidad constante e inobserva-ble (Arellano & Bover, 1990), esto es, algunas características específicas de cada empresa que permanecen constantes a tra-vés del tiempo, y que permanecerán constantes y representa-das como un término de efectos fijos. Dado que es inobserva-ble, se vuelven parte de un componente aleatorio del modelo estimado. En este sentido, la especificación de este tipo de re-lación entre el término de efectos fijos y las variables explicati-vas se vuelve crucial puesto que la misma relación existiría en-tre la variable independiente y el componente aleatorio.

Si dicha correlación existe, entonces los estimadores se tornarían inconsistentes a menos que el término de efectos fijos sea eliminado. En este sentido, las estimación intragru-pos, que remueve el término de efectos fijos, provee estima-dores consistentes. Consistente con dicho planteamiento, en todos los paneles de la Tabla 4 se presenta la prueba de Haus-man, que es empleada para testear la hipótesis nula de ausen-

cia de correlación entre las variables independientes y el tér-mino de efectos fijos.

RESULTADOS

Análisis Descriptivo

Una vez identificadas las principales dimensiones de RSE por las cuales las empresas ponen su énfasis en términos de divul-gación de información voluntaria a los distintos stakeholders, la siguiente etapa de análisis corresponde al análisis descriptivo de las principales variables. En la Tabla 2 se presenta el prome-dio, desviación estándar, valores mínimos, máximos y de cada cuartil para cada una de las variables de estudio.

En adición, de manera de anticipar algunas relaciones y encontrar diferencias significativas entre aquellas empresas que han implementado dimensiones de estrategias de RSE y aquellas que no las han implementado, es que en la Tabla 3 se han estimado, para cada una de las dimensiones de RSE, la prueba no paramétrica de Kruskal-Wallis en donde compara-mos las variables en las cuales se centran nuestras hipótesis (RA, MTB y CRECVENT).

Tabla 2. Estadísticas descriptivas

Variables Promedio Desv. Est Mínimo Cuartil 1 Mediana Cuartil 3 Máximo

RA 0,03 0,32 -0,84 -0,16 0,02 0,22 0,89

MTB 2,79 4,73 0 0,97 1,52 2,71 37,23

CRECVENT 0,10 0,20 -0,80 0,01 0,11 0,20 0,83

4DIM 0,37 0,48 0 0 0 1 1

DSOCIAL 0,92 0,27 0 1 1 1 1

DETICA 0,61 0,49 0 0 1 1 1

DAMB 0,84 0,37 0 1 1 1 1

DCOLAB 0,54 0,50 0 0 1 1 1

DREDES 0,21 0,41 0 0 0 0 1

LEV 1,39 1,11 0,01 0,72 1,11 1,69 7,07

LNTAB 13,17 1,48 9,55 12,09 13,28 14,20 16,17

ROA 0,06 0,06 -0,34 0,03 0,05 0,09 0,43

CAPEXSAL 0,29 1,27 0,00 0,05 0,08 0,16 15,00

P1 0,48 0,24 0,02 0,31 0,47 0,61 0,99

DIV 0,73 1,03 -0,56 0,33 0,53 0,85 11,39

Observaciones 323

Page 103: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

337

ISSN 0034-7590

AUTORES | Leslier Valenzuela Fernández | Mauricio Jara-Bertin | Francisco Villegas Pineaur

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

El Cuadro 2 muestra las estadísticas descriptivas para toda la muestra. El promedio de la rentabilidad anual de las acciones -Ra- es de -0,03 (0,02) y la desviación estándar es de 0,32. Asimismo, los rangos intercuartílicos van de -0,16 a 0,22. En general las empresas de la muestra presentan una buena valoración u oportunidades de crecimiento, ya que la variable MTB presenta una me-dia (mediana) de 2,79 (1,52) y una desviación estándar de (2,73). Respecto al crecimiento de las ventas (CRECVENT), el promedio es de 0,10 y la desviación estándar de 0,20, de la misma forma los rangos intercuartílicos van de 0,01 a 0,20, lo cual es evidencia de la expansión del consumo estos últimos años en Chile en el sector del comercio principalmente.

Tabla 3. Pruebas no paramétricas de Kruskal-Wallis para las dimensiones de estudio

    4DIM   DSOCIAL   DETICA   DAMB   DCOLAB   DREDES

Variable   Si No Si No Si No Si No Si No Si No

Ra

Rango promedio

175,60 154,48 163,57 147,23 168,71 152,04 161,31 165,53 172,18 167,97 162,14 161,42

N 115 208 292 31 193 130 270 53 168 155 62 261

Kruskal-Wallis

3,785* 0,858 2,476 0,091 1,159 0,003

MTB

Rango promedio

180,93 151,53 165,45 129,55 179,82 135,55 149,23 149,97 164,85 158,91 169,84 160,14

N 115 208 292 31 193 130 270 53 168 155 62 261

Kruskal-Wallis

7,338*** 4,14** 17,458*** 27,287*** 0,326 0,541

CRECVENT

Rango promedio

171,97 156,49 171,71 160,97 167,56 153,74 162,32 160,39 170,85 152,41 156,24 163,37

N 115 208 292 31 193 130 270 53 168 155 62 261

Kruskal-Wallis

2,034 0,371 1,701 0,019 3,145* 0,292

Nota: Parámetros estimados para las pruebas no paramétricas de Kruskal-Wallis, la cual tiene por hipótesis nula la ausencia de diferencias significativas entre las medidas a comparar, y se contrasta por medio de una χ2. RA representa la rentabilidad anual de las acciones, MTB es el ratio valor de mercado sobre valor libro y CRECVENT es el crecimiento de las ventas desde el periodo t-1 a t. Las variables de agrupación son 4DIM, DSOCIAL, DETICA, DAMB, DCOLAB y DREDES, y toman el valor 1 cuando las empresas han emitido información en las cuatro dimensiones propuestas, en la dimensión social, ética, ambiental, colaboradores y el canal ha sido a través de redes sociales, respectivamente. *** indica un nivel de significancia inferior al 1%, ** inferior al 5% y * inferior al 10%.

Page 104: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

338

ISSN 0034-7590

ARTÍCULOS | Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

En relación a las estrategias de RSE implementadas y di-vulgadas por las empresas, es posible observar que en prome-dio el 37% de las empresas han divulgado información rela-cionada a las 4 dimensiones de análisis. De una manera más específica, el 92% ha emitido información acerca de prácticas en la dimensión social, el 84% de las observaciones de la mues-tra ha implementado la dimensión medioambiental, el 61% ha destacado la importancia de divulgar prácticas relacionadas a la dimensión ética, mientras que el 54% ha reportado acciones cuya finalidad es fortalecer relaciones con sus colaboradores. Un elemento destacable es que solo un 21% de las observacio-nes de la muestra han comunicado sus estrategias y acciones de RSE a través de las redes sociales.

Un factor importante a destacar es la alta concentración de la propiedad observada de las empresas de la muestra. Como se puede observar cuadro 2, el promedio de la participación de la propiedad del principal accionista es de 48% (47%) y sus rangos intercuartílicos van de 31% a 61%, lo que indica que en la mues-tra total existe una predominancia de estructuras accionariales concentradas donde probablemente existe una clara predomi-nancia en la toma de decisiones de un accionista controlador.

Por otra parte, como se puede apreciar en el Cuadro 3, las empresas que han implementado las cuatro dimensiones (4DIM) en general muestran diferencias significativas que apuntan a un mayor desempeño financiero y valoración (RA y MTB). De mane-ra similar, la implementación de la dimensión social nos sugiere la existencia de diferencias significativas en términos de valora-ción de la empresa (MTB). En relación a la dimensión ética, esta parece ser bien recogida por los inversores en términos de valor (MTB), no así de rentabilidades de las acciones. Finalmente, el implementar la dimensión colaboradores (DCOLAB) se encuentra relacionado a un mayor nivel de crecimiento en las ventas (CREC-VENT), lo que indica que dicha dimensión parece ser fundamen-tal al momento de obtener un mejor posicionamiento en el mer-cado y de la reputación corporativa.

Análisis empírico

A continuación procedemos a interpretar los resultados obteni-dos en las distintas estimaciones con la finalidad de contrastar los objetivos propuestos en el trabajo. Con este fin, en el Panel A y B del Cuadro 4 se muestran los resultados de las estimaciones de la ecuación (1) en donde se analiza la incidencia sobre el valor de las estrategias de divulgación de información voluntaria acerca de prácticas de RSE. De manera similar, en el Panel C de la Tabla 4 se muestran los resultados de las estimaciones de la ecuación (1) en donde se analiza la incidencia de dichas prácticas sobre la reputa-ción corporativa medida como el crecimiento de las ventas.

Como se puede observar en la columna (A) del Panel A de Cuadro 4, los resultados obtenidos muestran la existencia de una relación positiva y estadísticamente significativa entre la imple-mentación de estrategias de divulgación de información volunta-ria en las cuatro dimensiones de RSE en su conjunto (4DIM) y la rentabilidad anual de las acciones (RA). De manera similar, la co-lumna (A) del Panel B del Cuadro 4 pone de manifiesto la exis-tencia de una relación positiva y estadísticamente significativa entre las cuatro dimensiones (4DIM) y el ratio market-to-book. Es-tos resultados dan soporte a la hipótesis H1A la cual sugiere que las prácticas de RSE pueden representar señales creíbles al mer-cado de capitales sobre del comportamiento de la empresa. No obstante, debemos tener especial cuidado al interpretar dichos resultados, puesto que potencialmente aquellas empresas que implementen las cuatro dimensiones en términos de divulgación de información voluntaria probablemente también tendrán ma-yores niveles de inversión y oportunidades de crecimiento, por lo que puede quedar limitado a empresas más grandes. En este sentido, empresas más grandes también tendrán mayor visibili-dad al mercado y valor, por lo que las prácticas de RSE puede ve-nir de una relación endógena (Zamagni, 2005).

Al desglosar las distintas dimensiones y medir el efecto que tiene cada una de ellas sobre el desempeño financiero, he-mos encontrado que tanto la dimensión social como la dimen-sión ética resulta relevante al momento de explicar tanto la ren-tabilidad (RA) como la valoración de la empresa (MTB), lo que resulta coherente con la hipótesis 2A y 3A. Como se puede ob-servar en la columna (C) del panel A y B del Cuadro 4, se ha en-contrado una relación positiva y significativa entre DETICA y las variables RA y MTB, respectivamente. Como se puede observar en la columna (B) del panel A y B del Cuadro 4, se ha encontra-do una relación positiva y significativa entre DSOCIAL y las va-riables RA y MTB, respectivamente. De manera análoga, como se puede observar en la columna (C) del panel A y B del Cuadro 4, se ha encontrado una relación positiva y significativa entre DETICA y las variables RA y MTB, respectivamente.

Estos resultados ponen de manifiesto la importancia de destacar el comportamiento social y ético de las empresas en el mercado, especialmente si se consideran algunos hechos re-cientes en el ámbito del gobierno corporativo que han sacudido la opinión pública y han traído una crisis de desconfianza por parte de los inversores, ejemplos de ello son el Caso La Polar donde se quebrantó la credibilidad de los consumidores dada la malversación de las políticas de crédito (pagos y renegocia-ciones unilaterales) y de un engaño sistemático al mercado de capitales, el caso de FASA, en la cual la colusión de precios del ámbito farmacéutico disminuyó la confianza del mercado, en-tre otros.

Page 105: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

339

ISSN 0034-7590

AUTORES | Leslier Valenzuela Fernández | Mauricio Jara-Bertin | Francisco Villegas Pineaur

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

Tabla 4. Dimensiones de RSE y Desempeño FinancieroPanel A. Regresiones para la ecuación (1) con RA como variable dependiente

Variables (A) (B) (C) (D) (E) (F)

4DIM 0,265***

(4,09)

DSOCIAL 0,370**

(2,54)

DETICA 0,268***

(2,87)

DAMB 0,038

(0,51)

DCOLAB 0,111

(1,51)

DREDES 0,099

(1,42)

LNTAB -0,349*** -0,290*** -0,298*** -0,272*** -0,281*** -0,312***

(-3,40) (-2,81) (-2,89) (-2,66) (-2,66) (-2,75)

ROA 1,331** 1,252** 1,251** 1,190* 1,196* 1,139*

(2,23) (2,06) (2,06) (1,96) (1,95) (1,85)

LEV -0,019 -0,051 -0,042 -0,056 -0,042 -0,057

(-0,34) (-0,91) (-0,75) (-1,01) (-0,73) (-1,01)

CAPEXSAL -0,038 -0,038 -0,036 -0,037 -0,030 -0,038

(-1,43) (-1,38) (-1,31) (-1,35) (-1,06) (-1,38)

P1 0,476*** 0,455*** 0,487*** 0,456*** 0,473*** 0,437**

(2,92) (2,73) (2,93) (2,73) (2,81) (2,55)

DIV -0,009 -0,016 -0,013 -0,017 -0,017 -0,018

(-0,49) (-0,81) (-0,67) (-0,86) (-0,84) (-0,89)

Constante 3,871*** 3,321** 3,570*** 3,180** 3,464** 3,957***

(4,34) (2,50) (2,69) (2,40) (2,54) (2,67)

Efecto Sectorial Si Si Si Si Si Si

Efecto Temporal Si Si Si Si Si Si

Obs. 323 323 323 323 323 323

Fstat 20,98*** 24,56*** 15,67*** 15,53*** 15,18*** 15,02***

Adj R2 0,4629 0,3252 0,4632 0,4609 0,4551 0,4526

Hausman 31,35*** 27,49*** 26,66*** 25,94*** 29,97*** 26,92***

Nota: Coeficientes estimados (estadístico-t) de las estimaciones de la ecuación (1) a través de la metodología de datos de panel. En el Panel A la variable dependiente es el retorno anual de las acciones (RA), en el Panel B la variable dependiente es la razón valor de mercado sobre valor libro (MTB) y en el Panel C la variable dependiente es el crecimiento en las ventas desde t-1 a t (CRECVENT). En relación a las variables explicativos, 4DIM es una variable dicotómica que toma el valor 1 si la empresa ha divulgado información en las cuatro dimensiones propuestas en su conjunto, DSOCIAL es una variable dicotómica que toma el valor 1 si la empresa ha divulgado información voluntaria desde una perspectiva social, ETICA es una variable dicotómica que toma el valor 1 si la empresa ha divulgado información voluntaria desde una perspectiva ética, DSOCIAL es una variable dicotómica que toma el valor 1 si la empresa ha divulgado información voluntaria desde una perspectiva social, DAMB es una variable dicotómica que toma el valor 1 si la empresa ha divulgado información voluntaria desde una perspectiva ambiental, DCOLAB es una variable dicotómica que toma el valor 1 si la empresa ha divul-gado información voluntaria desde una perspectiva de colaboradores, DREDES es una variable dicotómica que toma el valor 1 si la empresa ha divulgado información volun-taria a través de redes sociales, LNTAB es el logaritmo natural del total de activos, ROA es la rentabilidad sobre los activos, LEV es el apalancamiento financiero medido como el nivel de deuda sobre patrimonio, CAPEXSAL representa los gastos de capital sobre las ventas, P1 es el porcentaje en la propiedad en manos del principal accionista y DIV es la tasa de pago de dividendos. Hemos controlado todas nuestras estimaciones por efectos sectoriales y temporales. La prueba de especificación de Hausman compara los efectos fijos versus los efectos aleatorios bajo la hipótesis nula de que los efectos individuales no se encuentran correlacionados con otros regresores en el modelo y se distribuye como una χ2 con tantos grados de libertad como regresores tiene el modelo. *** indica un nivel de significancia inferior al 1%, ** inferior al 5% y * inferior al 10%.

(continuación)

Page 106: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

340

ISSN 0034-7590

ARTÍCULOS | Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

Panel B. Regresiones para la ecuación (1) con MTB como variable dependiente

Variables (A) (B) (C) (D) (E) (F)

4DIM 2,508***

(3,18)

DSOCIAL 3,555***

(3,55)

DETICA 1,431**

(2,51)

DAMB -1,197*

(-1,89)

DCOLAB 0,408

(0,64)

DREDES 0,163

(0,41)

LNTAB -1,308*** -1,003*** -1,074*** -0,688*** -0,948*** -1,018***

(-4,56) (-4,82) (-4,81) (-2,84) (-3,80) (-4,92)

ROA 1,181* 1,014** 1,220* 1,013** 1,149** 1,015**

(1,75) (2,04) (1,82) (2,26) (2,21) (2,32)

LEV -0,010 -0,302 -0,186 -0,162 -0,099 -0,133

(-0,03) (-1,20) (-0,74) (-0,64) (-0,39) (-0,54)

CAPEXSAL 0,224** -0,033 0,155 0,054 0,065 0,164

(2,51) (-0,15) (0,70) (0,25) (0,29) (0,75)

P1 -4,335*** -4,119*** -4,036*** -3,413*** -3,786*** -4,373***

(-3,06) (-3,61) (-3,49) (-2,88) (-3,26) (-3,83)

DIV -0,152 -0,177 -0,105 -0,105 -0,127 -0,131

(-1,09) (-0,75) (-0,44) (-0,44) (-0,53) (-0,56)

Constante 1,87*** 1,315*** 1,831*** 1,295*** 1,492*** 1,764***

(4,34) (3,93) (4,88) (3,70) (4,09) (4,88)

Efecto Sectorial Si Si Si Si Si Si

Efecto Temporal Si Si Si Si Si Si

Obs. 323 323 323 323 323 323

Fstat 21,49*** 21,81*** 22,82*** 22,76*** 24,79*** 23,82***

Adj R2 0,4989 0,3183 0,3030 0,2921 0,2808 0,3255

Hausman 32,70*** 20,15*** 19,13*** 22,87*** 23,78*** 22,48***

*** indica un nivel de significancia inferior al 1%

(continuación)

Page 107: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

341

ISSN 0034-7590

AUTORES | Leslier Valenzuela Fernández | Mauricio Jara-Bertin | Francisco Villegas Pineaur

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

Panel C. Regresiones para la ecuación (1) con CRECVENT como variable dependiente

Variables (A) (B) (C) (D) (E) (F)

4DIM 0,018

(0,58)

DSOCIAL 0,030

(0,44)

DETICA 0,056

(1,29)

DAMB 0,023

(0,42)

DCOLAB 0,130***

(3,87)

DREDES 0,025

(0,69)

LNTAB 0,142** 0,140** 0,141** 0,144** 0,121* 0,141**

(2,19) (2,22) (2,20) (2,23) (1,93) (2,18)

ROA 1,574*** 1,567*** 1,585*** 1,562*** 1,629*** 1,566***

(5,45) (5,44) (5,52) (5,43) (5,84) (5,45)

LEV 0,020 0,018 0,021 0,017 0,037 0,019

(0,77) (0,69) (0,82) (0,67) (1,44) (0,72)

CAPEXSAL -0,048*** -0,045*** -0,048*** -0,048*** -0,040*** -0,049***

(-3,74) (-3,61) (-3,76) (-3,73) (-3,23) (-3,78)

P1 -0,014 -0,016 -0,010 -0,017 -0,019 -0,022

(-0,18) (-0,21) (-0,14) (-0,22) (-0,25) (-0,29)

DIV 0,011 0,011 0,011 0,011 0,012 0,010

(1,19) (1,15) (1,24) (1,15) (1,39) (1,13)

Constante -1,775** -1,985** -1,976** -1,982** -1,768** -1,753**

(-2,12) (-2,30) (4,16) (4,03) (4,47) (0,00)

Efecto Sectorial Si Si Si Si Si Si

Efecto Temporal Si Si Si Si Si Si

Obs. 323 323 323 323 323 323

Fstat 20,34*** 20,31*** 22,82*** 20,31*** 22,92*** 20,36***

Adj R2 0,5282 0,5279 0,3030 0,5278 0,5579 0,5285

Hausman 33,76*** 23,15*** 20,17*** 24,74*** 23,77*** 27,59***

*** indica un nivel de significancia inferior al 1%

En contrapartida, de la columna (D) del panel B del Cuadro 4 se observa que existe una relación negativa y estadísticamente significativa entre DAMB y MTB. Estos resultados, divergentes a los inicialmente esperados, parecen indicar que la percepción del inversor acerca de que aquellas empresas que divulgan prácticas de RSE en el ámbito ambiental, al mismo tiempo, son las empre-sas que presentan un mayor grado de externalidades y, por lo tanto, estas pueden ser percibidas como obligatorias.

(conclusión)

Page 108: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

342

ISSN 0034-7590

ARTÍCULOS | Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

Finalmente, al momento de analizar qué dimensiones de divulgación de información acerca de prácticas de RSE han re-sultado ser relevantes, la columna (E) del Panel C del Cuadro 4 evidencia una relación positiva y estadísticamente significativa entre la implementación de estrategias de RSE orientadas ha-cia los colaboradores (DCOLAB) y el crecimiento en las ventas (CRECVENT) como medida aproximativa de la Reputación Cor-porativa. Estos resultados ponen de manifiesto la importancia de mantener una estrecha relación con los colaboradores (dis-tribuidores, intermediarios). Además, una relación más trans-parente con los colaboradores permite aumentar la legitimidad de las acciones realizadas en RSE, superando las controversias que se puedan generar en el ambiente (Du & Vieira, 2012).

CONCLUSIONES

En estos últimos años hemos visto una creciente preocupación por fortalecer y mejorar las prácticas que las empresas tienen con su entorno, de manera que la misma goce de mejores eva-luaciones y de menos externalidades negativas, con la finali-dad de mejorar su posición dentro de un entorno cada día más dinámico.

En Chile, esta inquietud se ha canalizado a través de dis-tintos medios entre los que cabe destacar la adopción de nor-mativas como la ISO 26.000 del 2010 y una serie de medidas que ha impulsado distintos entes reguladores con la finalidad de mejorar algunas prácticas relacionadas al gobierno corpora-tivo y su comportamiento social. En un comienzo los procesos internos han sido la prioridad en los planes iniciales de RSE, como el trabajo con sus propios trabajadores. No obstante, existen muchas incógnitas acerca de cuáles prácticas de RSE podrían tener un mayor impacto en las áreas relacionadas con grupos de interés externos a la organización, como lo son los proveedores, clientes y la comunidad local.

Por consiguiente, desde la perspectiva de las implican-cias empresariales, nuestro trabajo contribuye precisamente a dar respuesta a esas interrogantes estudiando la incidencia que ha supuesto la adopción de distintas prácticas de Responsabi-lidad Social, por parte de las empresas en Chile, sobre algunas consecuencias medibles como lo son los resultados financieros y la reputación corporativa.

Partiendo para ello, con una muestra de 55 empresas co-tizadas en la Bolsa de Comercio de Santiago para el período 2007-2012, con las cuales se realiza un análisis de contenido que nos permite dilucidar qué dimensiones consideran relevan-tes las empresas en el ámbito de la RSE s al momento de esta-blecer estrategias de divulgación de información. De una mane-

ra más específica, nuestros resultados ponen de manifiesto la importancia de implementar las cuatro dimensiones en su con-junto y, en especial, la dimensión social y ética.

Al parecer, los recientes hechos que suponen una falta a la “ética” y han traído consigo una crisis de desconfianza en el mercado de capitales chileno, hacen visible el hecho de que los inversores pongan atención al comportamiento ético y la cali-dad de la información que divulgan las empresas.

Por otra parte, cabe destacar que la dimensión medioam-biental tiene una influencia negativa en el valor de la empresa, lo cual tiene en consideración el hecho de que divulgar prác-ticas en estas áreas generan más suspicacia en el sentido de que son acciones que se asumen como obligación y compromi-so de las empresas con respecto a la comunidad con la que se relacionan.

Al momento de analizar la reputación corporativa medida a través del crecimiento de las ventas, se evidencia la importan-cia de implementar dimensiones de RSE tendientes a fortale-cer las redes con los colaboradores con la finalidad de obtener un mayor posicionamiento estratégico, mejoras en la eficiencia empresarial y en la mejor adaptación a la dinámica del entorno.

Los resultados permiten observar que es importante que las empresas implementen prácticas de RSE, ya que además del beneficio económico, posiciona a la empresa de manera estra-tégica con sus distintos stakeholders, lo cual permite una ma-yor permanencia y crecimiento en el mercado. Resultando atrac-tivo para los inversionistas y benéfico para los consumidores.

Adicionalmente, la contribución de esta investigación para la literatura internacional en RSE radica en primer lugar, en el hecho de generar evidencia empírica en el contexto de em-presas que operan en un mercado latinoamericano, con facto-res sociales y culturales distintos al resto del mundo. Y en se-gundo lugar, este estudio contribuye con la propuesta de un modelo basado en la revisión de la literatura, y testeado empíri-camente en este trabajo para explicar qué impactos tiene el tipo de contenido y divulgación de las estrategias de RSE y cómo in-fluye sobre el nivel de reputación corporativa y los resultados fi-nancieros (rendimiento anual de las acciones (RA), Market to book (MTB) y crecimiento de las ventas (CRECVENT).

Este estudio podría replicarse en otros escenarios, con-siderando identificar un perfil similar al de las empresas obje-to de estudio, así como los instrumentos de divulgación que se analizaron. Asimismo al realizar réplicas del mismo, contribui-rían a identificar y ampliar la gama de estrategias de comunica-ción de información respecto a las prácticas de RSE utilizadas en las empresas.

Las limitaciones de este estudio subyacen en que es de carácter exploratorio a nivel de sectores empresariales, lo que

Page 109: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

343

ISSN 0034-7590

AUTORES | Leslier Valenzuela Fernández | Mauricio Jara-Bertin | Francisco Villegas Pineaur

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

produce una pérdida de análisis en términos de riqueza de in-formación a nivel individual. Además es un estudio declarativo, puesto que los datos provienen de la información que las em-presas publican en sus memorias, sitio web o redes sociales y consideran relevantes comunicar en sus informes a sus share-holders y stakeholders, sin poder ahondar más allá respecto a lo que efectivamente las empresas hacen, cómo lo realizan y los logros obtenidos. Por lo tanto sería interesante observar un gru-po de empresas de manera aleatoria para corroborar si sus ac-ciones y logros en RSE son consistentes con lo publicado.

NOTA DE AGRADECIMIENTOAgradecemos los medios materiales que ha puesto a nuestra disposición el Conicyt a través de los proyectos Fondecyt de Iniciación Nº 11110021 y proyecto Fondecyt de Iniciación Nº 11100613.

REFERENCIAS

Adam, T., & Goyal, V. K. (2008). The investment opportunity set and its proxy variables. Journal of Financial Research, 31(1), 41-63.

Aguilera, A., & Puerto, D. P. (2012). Crecimiento empresarial basado en la responsabilidad social. Pensamiento & Gestión, 32, 1-26.

Allouche, J., & Laroche, P. (2005). A meta-analytical investigation of the relationship between corporate social and financial performance. Revue de Gestion des Ressources Humaines, 57(1), 18-41.

Anderson, R., & Reeb, D. M. (2003). Founding family ownership and firm performance: evidence from the S&P 500., Journal of Finance, 58(3), 1301-1329.

Aragon-Correa, J. A., Hurtado-Torres, N., Sharma, S,. & García-Morales, V. J. (2008). Environmental strategy and performance in small firms: a resource-based perspective. Journal of Environmental Management, 86(1), 88-103.

Arellano, M. (2003). Panel data econometrics Oxford: Oxford University Press.

Arellano, M., & Bover, O. (1990). La econometría de datos de panel. Investigaciones Económicas, 14(1), 3-45.

Banco Central de Chile (2014). Ficha: Indicadores Macroeconómicos / Indicadores Coyuturales Informes Trimestrales desde el año 2005 a 2013. Recuperadp de http://www.bcentral.cl/publicaciones/estadisti-cas/informacion-integrada/iei13.htm en 12.05.2014.

Barroso-Tanoira, F. G. (2008). La responsabilidad social empresarial: un estudio en cuarenta empresas de la ciudad de Mérida, Yucatán. Contaduría y Administración, 226, 73-91.

Becker-Olsen, K. L., Cudmore, B. A., & Hill, R. P. (2006). The impact of perceived corporate social responsibility on consumer behavior. Journal of Business Research, 59(1), 46-53.

Berger, P. G., & Ofek, E. (1995). Diversification’s effect on firm value. Journal of Financial Economics, 37(1), 39-65.

Bird, R., Hall, A. D., Momentè, F., & Reggiani, F. (2007). What corporate social responsibility activities are valued by the market?. Journal of Business Ethics, 76(2), 189-206.

Boatright, R. (2000). Ethics and the Conduct of Business. 3rd ed. New Jersey: Prentice Hall.

Boyd, C. (2001). Sustainability is good business. The OECD Observer, 1., 35-37.

Callan, S. J., & Thomas, J. M. (2009). Corporate financial performance and corporate social performance: an update and reinvestigation. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 16(2), 61-78.

Campa, J. M., & Kedia, S. (2002). Explaining the diversification discount. Journal of Finance, 57( 4), 1731-1762.

Carroll, A. (1991). The pyramid of corporate social responsibility: toward the moral management of organizational stakeholders. Business Horizons, 34(4), 39-48.

Carroll, A., & Shabana, K. (2010). The business case for corporate social responsibility: a review of concepts, research and practice. International Journal of Management Reviews, 12(1), 85-105.

Commision-of-the-European-Communities, (2001). Green paper: promoting a European framework for corporate social responsibility. European Commision.

Chakravorti, B. (2010). Stakeholder marketing 2.0. Journal of Public Policy & Marketing, 29(1), 97-102.

Davis, K. (1960). Can business afford to ignore corporate social responsibilities?. California Management Review, 2(3), 70-76.

Dechow, P. M. (1994). Accounting earnings and cash flows as measures of firm performance: the role of accounting accruals. Journal of Accounting and Economics, 18(1), 3-42.

Demirgüç-Kunt, A., & Maksimovic, V. (2002). Funding growth in bank-based and market-based financial systems: evidence from firm-level data. Journal of Financial Economics, 65(3), 337-363.

Du, S., & Vieira, E. (2012). Striving for legitimacy through corporate social responsibility: insights from oil companies. Journal of Business Ethics, 110(4), 413-427.

Fisher-Vanden, K., & Thorburn, K. (2011). Voluntary corporate environmental initiatives and shareholder wealth. Journal of Environmental Economics and Management, 62(3), 430-445.

Fombrum, C. J., & Shanley, M. (1990). What’s in a name? Reputation building and corporate strategy. The Academy of Management Journal, 33(2),233-258.

Sierra-García, L., Garcia Benau, M. A., & Zorio, A. (2014). Credibilidad en Latinoamérica del informe de responsabilidad social corporativa RAE-Revista de Administração de Empresas, 54(1), 28-38.

Gismera, L., & Vaquero, M. (2000). La responsabilidad social de las empresas en España: la acción social. Papeles de Economía y Dirección, 5, 1-8.

Gómez, F. (2008). Responsabilidad social corporativa y performance financiero: treinta y cinco años de investigación empírica en busca de un consenso. Principios: Estudios de Economía Política, 11, 5-24.

Homburg, C., Stierl, M., & Bornemann, T. (2013). Corporate social responsibility in business-to-business markets: how organizational customers account for supplier corporate social responsibility engagement. Journal of Marketing, 77(6), 54-72.

Jara-Bertin, M. & López-Iturriaga, F. J. (2011). La calidad e importancia de las utilidades contables para las empresas cotizadas en los mercados de capitales chilenos. El Trimestre Económico, 78(311), 643-674.

Page 110: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

344

ISSN 0034-7590

ARTÍCULOS | Prácticas de responsabilidad social, reputación corporativa y desempeño financiero

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 329-344

Jara-Bertin, M., López-Iturriaga, F. J., & López-de-Foronda, O. (2008). The contest to the control in European family firms: how other shareholders affect firm value. Corporate Governance: An International Review, 16(3), 146-159.

Johnson, R. A., & Greening, D. W. (1999). The effects of corporate governance and institutional ownership types on corporate social performance. Academy of Management Journal, 42(5), 564-576.

Joyner, B., & Payne, D. (2002). Evolution and implementation: a study of values, business ethics and corporate social responsibility. Journal of Business Ethics, 41(1), 297-311.

Kemper, J., Schilke, O., Reimann, M., Wang, X., & Brettel, M. (2013). Competition-motivated corporate social responsibility. Journal of Business Research, 66(10), 1954-1963.

Kim, M., & Kim, Y. (2014). Corporate social responsibility and sharehold-er value of restaurant firms. International Journal of Hospitality Manage-ment, 40(, 120-129.

Kotler, P., & Lee, N. (2004). Best of breed. Stanford Social Innovation Review, 1(4), 14-23.

La Porta, R., Lopez-de-Silanes, F., & Shleifer, A. (1999). Corporate ownership around the world. Journal of Finance, 54(2), 471-517.

Lefort, F., & González, R. (2008). Hacia un mejor Gobierno Corporativo en Chile. Revista ABANTE, 11(1), 17-37.

Lefort, F., & Walker, E. (2000). Ownership and capital structure of Chilean conglomerates: facts and hypotheses of governance. Revista ABANTE, 3(1), 3-27.

Lichtenstein, D. R., Drumwright, M. E., & Braig, B. M. (2004). The effect of corporate social responsibility on customer donations to corporate-supported nonprofits. Journal of Marketing, 68(4),16-32.

Madinabeitia, E. (2010). La publicidad en medios interactivos: en busca de nuevas estrategias. Telos: Cuadernos de Comunicación e Innovación, 82, 43-54.

Marín, L., & Ruiz, S. (2008). La evaluación de la empresa por el consumidor según sus acciones de RSC. Cuadernos de Economía y Dirección de la Empresa, 11(35), 91-112.

Nelling, E., & Webb, E. (2009). Corporate social responsibility and financial performance: the “virtuous circle” revisited. Review Quantitative Finance and Accounting, 32(2), 197-209.

Orlitzky, M., Schmidt, F., & Rynes, S. (2003). Corporate social and financial performance: a meta-analysis. Organization Studies, 24(3), 403-441.

Peloza, J. (2006). Using corporate social responsibility as insurance for financial performance. California Management Review, 48, 51-72.

Porter, M. E., & Kramer, M. R. (2006). Strategy and society: the link between competitive advantage and corporate social responsibility. Harvard Business Review, 84(12), 78-92.

Rochlin, S. (2005). Llevar la responsabilidad corporativa al ADN de su empresa. Harvard Business Review, 83(8), 31-38.

Rodríguez, F. J., & Cruz, Y. (2007). Aproximación a la incidencia de la responsabilidad social-medioambiental en el rendimiento económico de la empresa hostelera española. Revista Europea de Dirección y Economía de la Empresa, 16(1), 47-66.

Salgado, P., & Hernández, P. (2007). La responsabilidad social en empresas del Valle de Toluca (México): un estudio exploratorio. Estudios Gerenciales, 23(102),119-135.

Schwartz, M., & Carroll, A. (2003). Corporate social responsibility: a three-domain approach. Business Ethics Quarterly, 13(4), 503-530.

Simpson, W. G., & Kohers, T. (2002). The link between corporate social and financial performance: evidence from the banking industry. Journal of Business Ethics, 35(2), 97-109.

Sullivan, R., & Gouldson, A. (2012). Does voluntary carbon reporting meet investors’ needs?. Journal of Cleaner Production, 36, 60-67.

Verduzco, A. (2006). Responsabilidad social empresarial: de la dimensión corporativa a la personal. The Anáhuac Journal, 6(1), 100-111.

Villafañe, J. (2009). Reputación corporativa y RSC: bases empíricas para un análisis. Telos: Cuadernos de Comunicación e Innovación, 79, 75-82.

Wu, M. L. (2006). Corporate social performance, corporate financial performance, and firm size: a meta-analysis. Journal of American Academy of Business, 8(1), 163-171.

Zamagni, S. (2005). El fundamento ético de la responsabilidad social de la empresa. Universitas, Revista de Sociedad y Cultura de la Pontificia Universidad Católica de Argentina, 1, 2-23.

Page 111: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

345

ISSN 0034-7590 © RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

MARINA [email protected] em Direito pela Fundação Getulio Vargas, Escola de Direito de São Paulo – São Paulo – SP, Brasil

LUIZ RICARDO KABBACH DE [email protected] da Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos – São Carlos – SP, Brasil

VALENTIN [email protected] da Universität Wien, Institut für Internationale Entwicklung – Viena, Áustria

ARTIGOSSubmetido 14.06.2013. Aprovado 04.09.2014Avaliado pelo processo de double blind review. Editor Científico: Fernanda Finotti Perobelli

EFEITOS DA VINCULAÇÃO DE CONSELHEIROS AO ACORDO DE ACIONISTAS NO VALOR DA FIRMAEffects of the involvement of counselors to the agreement of shareholders to the values of the firm

Efectos de la vinculación de consejeros al acuerdo de accionistas en el valor de la firma

RESUMOEste artigo tem como objetivo analisar o efeito das cláusulas que vinculam o voto dos conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma. A partir de uma base de dados de 181 empresas listadas nos segmentos especiais da BM&FBovespa entre os anos de 2008 e 2012, estudamos o efeito da inclusão de cláusulas genéricas e específicas de vínculo de voto no valor das empresas. Verificamos um efeito negativo do acordo de acionistas no valor da firma, que se acentua na presença de cláusulas gené-ricas e se ameniza na presença de cláusulas específicas de vínculo de voto ao acordo de acionistas. Esses resultados são consistentes mesmo controlando pela endogeneidade da decisão pelo acordo de acionistas. Assim, os resultados apontam para um “efeito entrincheiramento” dos acionistas de controle no uso dos acordos de acionistas como mecanismo de compartilhamento de controle e voto. Este artigo contribui para a literatura em governança e finanças corporativas ao revelar práticas que enfraquecem a atuação de um dos principais pilares de governança, o conselho de administração.PALAVRAS-CHAVE | Acordos de acionistas, cláusula vinculante, valor da firma, Novo Mercado, gover-nança corporativa.

ABSTRACTThis study analyzes the effect of shareholders’ agreement binding provisions on firm value. Using a da-tabase of 181 publicly listed firms from the special segments of the BM&FBovespa, between 2008 and 2012, we analyze the effect of the inclusion of generic and specific clauses into the shareholder agree-ment bind director’s vote to the agreement on firm value. The results indicate a negative effect of the sha-reholders’ agreement on firm value. This effect is higher in the presence of generic clauses and lower in the presence of specific clauses, even after controlling for the endogeneity of the shareholders’ decision to adopt shareholder agreements. The results allow us to conclude that controlling shareholders use the shareholder agreements as a mechanism to enhance control at the expense of firm value (entrenchment effect). This article contributes to the literature on governance and corporate finance to reveal practices that weaken the role of one of the main pillars of governance, the board of directors.KEYWORDS | Shareholder agreements, binding provisions, firm value, Novo Mercado, corporate governance.

RESUMENEse artículo tiene como objetivo analizar el efecto de las cláusulas que vinculan el voto de los conse-jeros al acuerdo de accionistas en el valor de la firma. A partir de una base de datos de 181 empresas listadas en los segmentos especiales de la BM&FBovespa entre los años de 2008 y 2012, estudiamos el efecto de la inclusión de cláusulas genéricas y específicas de vínculo de voto en el valor de las empresas. Verificamos un efecto negativo del acuerdo de accionistas en el valor de la firma, que se acentúa en la presencia de cláusulas genéricas y se ameniza en la presencia de cláusulas específicas de vínculo de voto al acuerdo de accionistas. Eses resultados son consistentes aún controlando por la endogeneidad de la decisión por el acuerdo de accionistas. Así, los resultados apuntan a un “efecto atrincheramiento” de los accionistas de control en el uso de los acuerdos de accionistas como meca-nismo de compartimiento de control y voto. Ese artículo contribuye con la literatura en gobernanza y finanzas corporativas al revelar prácticas que enfranquecen la actuación de uno de los principales pilares de gobernanza, el consejo de administración.PALABRAS-CLAVE | Acuerdos de accionistas, cláusula vinculante, valor de la firma, Nuevo Mercado, gobernanza corporativa.

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI:http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150309

Page 112: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

346

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

INTRODUÇÃO

A partir das crises financeiras de 1998 ocorridas na Rússia, Ásia e Brasil, o mundo viveu a experiência de que os atos das gran-des corporações são capazes de afetar economias inteiras, como de fato ocorreu, pois todo o sistema financeiro mundial sofreu abalo em sua estabilidade por questões de fragilidade nas práticas de governança corporativa (Claessens, 2006).

Berle e Means (1932) e Jensen e Meckling (1976) colo-cam no centro dessa discussão a separação entre propriedade e controle das empresas, assumindo que o problema central da governança corporativa está na relação entre a estrutura de pro-priedade e os conflitos de interesse na alta gestão da empresa. Estudos empíricos em diferentes países tentam explicitar quais são e como se resolvem esses conflitos. Nos Estados Unidos e Reino Unido, o problema de governança está relacionado ao conflito entre acionistas minoritários e administradores, onde a estrutura de propriedade é dispersa e os investidores insti-tucionais são mais recorrentes (Coffee, 2001). Por outro lado, o problema fundamental da governança corporativa em países emergentes, incluindo o Brasil, e na maior parte do mundo é diferente do observado nos países anglo-saxões (Claessens, Djankov, & Lang, 2000; Faccio & Lang, 2002; La Porta, Lópe-z-de-Silanes, & Shleifer, 1999). Nesses países, a estrutura de propriedade de companhias abertas é mais concentrada e, em geral, elas possuem um acionista majoritário, muitas vezes um indivíduo ou família, que detém a maioria dos direitos de voto da empresa. Por exemplo, no Brasil, as empresas listadas na BM&FBovespa possuem, em sua maioria, acionistas majoritá-rios detentores da maioria do capital votante (Aguilera, Kabba-ch, Lee, & You, 2012; Aldrighi & Mazzer-Neto, 2007; Aldrighi & Postali, 2010; Leal & Carvalhal-da-Silva, 2007), onde o principal problema de governança diz respeito ao conflito de interesses entre acionistas controladores e minoritários.

Um dos mecanismos utilizados para aumentar o poder de controle dos acionistas é o acordo de acionistas (AA) (La Por-ta et al, 1999). O AA constitui um contrato celebrado entre acio-nistas de determinada empresa visando à conciliação de inte-resses individuais e ao estabelecimento de normas de atuação na sociedade (Eizirik, 2011). Em geral, esses acordos são uma tentativa dos acionistas para efetivamente controlar as deci-sões e a gestão da empresa. Embora, é claro, os acionistas exer-çam sua participação na administração por meio do voto nas assembleias gerais, os AAs servem para compor interesses de acionistas que, por si só, não poderiam influir nos destinos da companhia (Wright, 1971). Por exemplo, por meio de um acor-do de voto, os acionistas convenentes obrigam-se a votarem em bloco, seja a favor ou contra uma determinada deliberação

da assembleia, ou para estabelecer que seus membros votarão em conjunto para eleger o conselho de administração. Ou, ain-da, os acionistas podem celebrar um acordo de controle que congrega os acionistas, os quais, em conjunto, passam a deter a quantidade de ações votantes que lhes assegure o poder de eleger a maioria dos administradores.

Esses acordos têm um papel importante na governança de empresas em diversos países, incluindo os Estados Unidos e países europeus (Baglioni, 2010; Chemla, Habib, & Ljungvist, 2007). Na Europa, Capresse, Clerc e Becht (2007) evidenciam que o AA é utilizado em 14% das empresas das 464 companhias analisadas como mecanismo para alcançar o poder de controle. Os países onde os AAs são mais frequentes são: Bélgica (31% das empresas), Itália (23%), França (18%) e Espanha (13%). Go-mes e Novaes (2006) reportam que, de uma amostra aleatória de 115 companhias abertas americanas, 46% apresentam AAs referentes a poder de veto, acordos de voto e controle do conse-lho de administração. No Brasil, Gorga e Gelman (2012) e Carva-lhal-da-Silva (2012) reportam o crescente uso desse mecanismo em empresas nacionais.

Essas diferenças nas estruturas de propriedade, e seus mecanismos de controle, observadas em diversos países, têm duas implicações importantes para a governança corporativa. Por um lado, em empresas com capital pulverizado, por causa de um problema de ação coletiva, os minoritários não têm in-centivos para coletar informações e supervisionar os adminis-tradores. Uma maneira de reduzir a assimetria de informação entre insiders e outsiders e melhorar a governança corporati-va é assegurar que uma empresa tenha, pelo menos, um acio-nista majoritário. Esse acionista, com uma fração substancial da propriedade e controle, teria incentivo, para suportar os cus-tos econômicos do monitoramento, e poder, para disciplinar os administradores. Por outro lado, uma alta concentração de pro-priedade (e controle) nas mãos de um único acionista (ou um pequeno grupo de acionistas) leva a outro problema: o conflito de interesses entre acionistas minoritários e majoritários é mais pronunciado (Morck, Wolfenzon, & Yeung, 2005; Young, Peng, Ahlstrom, Bruton, & Jiang, 2008).

Nesse contexto, o conselho de administração, por sua função de monitoramento e fiscalização da gestão das compa-nhias, é considerado um mecanismo central de boa governan-ça corporativa capaz de mitigar as fragilidades do processo de administração de uma empresa (Enriques & Volpin, 2007). Para cumprir esse papel, contudo, é relevante que o conselho possa agir de maneira profissional, técnica, livre de influências, por-tanto independente. Caso as empresas tenham uma estrutura de propriedade dispersa ou sejam controladas por um acionis-ta majoritário, o perigo é que o conselho de administração, em

Page 113: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

347

ISSN 0034-7590

AUTORES | Marina Gelma | Luiz Ricardo Kabbach de Castro | Valentin Seidler

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

vez de representar os interesses da empresa (e, portanto, tam-bém dos acionistas minoritários), tenha vínculos estreitos com a administração (ou com o acionista majoritário) com a qual in-terage com regularidade, perdendo sua independência, quando sua função é monitorá-la.

No Brasil, embora a legislação vigente crie para o mem-bro do conselho de administração o dever de independência, permite, ao mesmo tempo, paradoxalmente, que acionistas se componham contratualmente por meio de AAs no sentido de coordenar não apenas seu voto como também o voto dos con-selheiros por eles eleitos no âmbito desses acordos.

Assim, o objetivo deste artigo é avaliar se a existência de cláusulas vinculantes do voto dos conselheiros ao AA condicio-na o desempenho das empresas listadas nos segmentos espe-ciais da BM&FBovespa, com base no seu valor de mercado. Para isso, analisamos o efeito dos AAs no valor das empresas. Nes-se aspecto, este estudo assemelha-se ao de Carvalhal-da-Sil-va (2012). Enquanto o autor desenvolve um índice para medir o grau de proteção ao investidor proporcionado pelos acordos e seu impacto no valor da firma, nosso trabalho parte da rela-ção entre AA e valor da firma e estende a análise para capturar o efeito moderador da presença de cláusulas de vínculo do voto do conselho (Baron & Kenny, 1986).

Ao analisar o efeito da presença de cláusulas vinculantes genéricas e específicas dos AAs no valor da firma, pretendemos avaliar empírica e economicamente o impacto da revisão da le-gislação brasileira, que, a partir de 2001, permitiu o uso desses mecanismos de governança e, dessa forma, contribuir para o debate jurídico sobre a eficácia desse ordenamento para o mer-cado de capitais.

O trabalho está organizado da seguinte maneira: a próxi-ma seção traz uma revisão da literatura sobre AAs e apresenta as hipóteses de estudo. Na sequência, detalhamos a metodolo-gia utilizada, bem como descrevemos a amostra e as variáveis utilizadas, cujos resultados são apresentados na seção seguin-te. Finalmente, discutimos os resultados e concluímos apresen-tando algumas implicações, limitações e sugestões para estu-dos futuros.

REVISÃO DA LITERATURA E HIPÓTESES

O contexto jurídico brasileiro dos acordos de acionistas

No Brasil, desde 1976, com o advento do marco regulató-rio representado pela Lei das Sociedades Anônimas (Lei n. 6.404/1976 – LSA), o formato de gestão de uma companhia de

capital aberto divide-se em três instâncias políticas: a assem-bleia de acionistas, o conselho de administração e a diretoria. Mais ainda, nas companhias de capital aberto, essa tripartição de poderes é compulsória, pelo que, no Brasil, não existe com-panhia de capital aberto sem conselho de administração.

A intenção dos legisladores quando da criação compul-sória do conselho de administração nas companhias de capi-tal aberto era de garantir a representatividade da assembleia de acionistas nesse órgão, que é a maior instância administra-tiva de uma companhia (Exposição de Motivos n. 196, de 24 de junho de 1976, Ministério da Fazenda). Por outro lado, e ainda no mesmo sentido de promover a proteção do investidor mi-noritário, a LSA atribuiu, ao conselho de administração, além de outros deveres que não são objeto deste estudo, o dever de independência. Assim, de acordo com a lei, os membros do conselho de administração devem agir sempre no interesse da companhia, e não em defesa de qualquer outra parte interessa-da, nem mesmo seus eleitores.

Ocorre que a mesma LSA que cria a obrigatoriedade de um órgão de gestão independente confere aos acionistas de uma companhia a oportunidade de alinharem seu voto e, mais ainda, de determinarem o voto dos administradores por eles eleitos, por meio de AAs.

Desde sua origem, em 1976, a LSA já dispunha que os AAs que versassem, entre outros temas, sobre exercício do di-reito de voto deveriam ser observados quando arquivados na sede das sociedades. Contudo, a LSA não tratava explicitamen-te da possibilidade de os votos dos membros do conselho de administração serem vinculados à decisão prévia dos acionis-tas partes dos AAs. Em 2001, a atuação do conselho de admi-nistração foi profundamente impactada pela reforma da LSA, por meio da introdução de dois parágrafos específicos (§§ 8º e 9º no artigo 118), que, para dar mais força executiva e eficá-cia aos AAs, tornaram obrigatória a observação dos AAs pe-los administradores das companhias. Em particular, esses no-vos parágrafos determinam que: (a) o membro do conselho de administração, eleito por partes de um AA, que eventualmen-te discordar de uma decisão tomada previamente e, assim, vo-tar de maneira divergente da indicada pelo grupo signatário do acordo, não terá seu voto computado pelo presidente do con-selho (§ 8º), e (b) assegurar à parte prejudicada – pela falta do voto do acionista ou conselheiro que se ausentar ou se abster – o direito de votar por aquele que faltou ou se absteve (§ 9º).

Assim, não apenas o voto divergente do membro do con-selho não pode ser computado, como também outro membro, eleito pelo mesmo grupo de acionistas parte do AA, terá o direi-to de votar em seu lugar. Com esses dispositivos legais, o siste-ma normativo consolidou a força vinculante dos AAs e trouxe à

Page 114: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

348

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

tona o debate entre compatibilidade do dever de independên-cia e vinculação dos administradores a AAs.

Do ponto de vista jurídico, existem duas interpretações acerca do efeito desse potencial paradoxo entre dever de inde-pendência e vinculação de voto. Por um lado, existem autores os quais argumentam que o dever de independência se compa-tibiliza com a vinculação de voto dos administradores porque o acordo de controle atende ao interesse social, pelo que a vincu-lação dos administradores ao exercício do voto em atendimen-to ao interesse social está plenamente de acordo com seu dever de independência (Aragão, 2002; Carvalhosa, 2009, 2011; Eizi-rik, 2003; Pedreira, 2002).

De outro lado, estão os que entendem que a razão para compatibilizar os dois dispositivos encontra fundamento em uma interpretação sistemática da lei e que, por considerarem inabalá-vel o dever de independência, entendem que os administradores têm seu voto vinculado ao AA, mas mantêm sua independência para se abster de tal obrigação sempre que entenderem que seu cumprimento contraria o interesse social (Adamek, 2009; Cere-zetti, 2010; Salomão, 2006; Wald, 2001, 2002a, 2002b).

Esse debate reparte-se, ao final, em três grupos doutriná-rios: (i) os que entendem que não há incompatibilidade entre os respectivos dispositivos legais porque, em suma, o interesse do grupo de controle é o próprio interesse social e, assim, atendê-lo nada mais é do que dever dos administradores; (ii) os que enten-dem que não há incompatibilidade porque, não tendo sido revo-gado o dever de independência, o administrador, mesmo quan-do vinculado a acordo de acionistas, pode resistir ao dever de dar cumprimento ao acordo em nome do referido dever de indepen-dência; e (iii) os que entendem que os dois dispositivos são in-compatíveis e que a introdução dos §§ 8º e 9º no artigo 118 da LSA criou uma regra que compromete o dever de independência (Bocater & Camargo, 2001; Franco, 2001; Toledo, 2002).

Mas qual seria o efeito econômico desse debate jurídico?

O efeito econômico dos acordos de acionistas e cláusulas vinculantes

Desde uma perspectiva econômica da governança corporativa, Hart (1995) argumenta que um problema de governança em com-panhias abertas emerge quando existe um problema de agência (um conflito de interesses entre o “principal” - os acionistas – e o “agente” – os administradores) que não pode ser resolvido por meio de um contrato. Berle e Means (1932) e Jensen e Meckling (1976) discutem que, para resolver esses conflitos de interesses, as empresas incorrem em custos, e definem os custos de agên-cia como a soma dos custos de monitoramento das atividades do agente pelo principal, os custos de elaboração do contrato entre

o agente e o principal e perda residual decorrente das decisões do agente contrárias aos interesses do principal.

Assim, os mecanismos de governança corporativa foram desenvolvidos para minimizar esses custos de agência. Em par-ticular, tendo em conta que os acionistas minoritários têm pou-co incentivo para monitorar a administração, autores têm su-gerido que, para melhorar a governança corporativa de uma empresa, bastaria a presença de um acionista majoritário (Hart, 1995; Shleifer & Vishny, 1986). Na prática, vários estudos mos-tram uma significativa concentração de propriedade e a exis-tência desses acionistas majoritários na Alemanha (Franks & Mayer, 2001), no Japão (Berglöf & Perotti, 1994), na Europa (Fac-cio & Lang, 2002), em países asiáticos (Claessens et al, 2000), em economias em desenvolvimento (La Porta et al, 1999), e no Brasil (Aguilera et al, 2012; Aldrighi & Mazzer-Neto, 2007; Aldri-ghi & Postali, 2010; Leal & Carvalhal-da-Silva, 2007).

No entanto, um acionista majoritário pode não ter os in-centivos necessários para monitorar a administração, uma vez que o custo de monitoramento é suportado somente por ele, enquanto os benefícios são aproveitados por todos os acionis-tas (Grossman & Hart, 1980). Ou, ainda, um acionista majoritá-rio pode usar seu poder para melhorar a sua posição às custas de outros acionistas, dando origem a outro problema de agên-cia, relacionado com o conflito de interesses entre os acionistas minoritários e majoritários (Burkart, Gromb, & Panunzi, 1997).

Assim, por meio de um acordo de acionistas, uma nova estrutura de governança surge, na qual múltiplos acionistas po-dem desfrutar os benefícios privados e os acionistas minoritá-rios não necessitam contar com a boa-fé de um único acionista controlador que cuide de seus interesses. Desde uma perspec-tiva econômica de governança corporativa, os AAs podem apre-sentar duas consequências fundamentais.

Por um lado, o controle compartilhado pode aumentar o valor das empresas, por duas razões. Primeiro, ao aumentar sua participação acionária na empresa, os acionistas signatários passam a ter o poder e os incentivos econômicos para aumen-tar o valor da empresa e para monitorar o comportamento geren-cial, reduzindo custos de agência, o chamado “efeito dos incen-tivos” (Claessens, Djankov, Fan, & Lang, 2002; Gomes & Novaes, 2006). Segundo, problemas de negociação coletiva entre os acio-nistas convenentes reduzem a possibilidade de que o bloco de controle tome decisões que beneficiem o grupo em detrimento dos minoritários (Gomes & Novaes, 2006). Assim, propõe-se:

H1a. Os acordos de acionistas têm um efeito positivo no va-lor das empresas (efeito incentivos).

Por outro lado, esse aumento do poder de controle pode le-var a uma série de outros problemas de agência, sobretudo aque-

Page 115: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

349

ISSN 0034-7590

AUTORES | Marina Gelma | Luiz Ricardo Kabbach de Castro | Valentin Seidler

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

les relacionados com a divergência de interesses entre majoritá-rios e minoritários, em que os acionistas signatários do AAs podem extrair benefícios privados de controle em detrimento dos acionis-tas minoritários, o “efeito entrincheiramento” (Morck et al, 2005).

Em particular, em economias onde a proteção ao inves-tidor é menor, como no caso do Brasil, o prêmio de controle é maior (Djankov, La Porta, López-de-Silanes, & Shleifer, 2008), sinalizando que, de alguma forma, o mercado precifica algum benefício privado de controle que não poderia ser aproveita-do por todos os acionistas. Assim, a existência dos conflitos de agência e dos altos benefícios privados de controle nas compa-nhias abertas brasileiras nos impede de assumir que os AAs es-tarão sempre de acordo com o interesse social da companhia (e, por consequência, dos minoritários).

Ainda que existam instituições e leis que protejam os mi-noritários, como em países desenvolvidos, a possibilidade de expropriação do acionista majoritário por vias legais é não so-mente possível mas real (Johnson, La Porta, López-de-Silanes, & Shleifer, 2000). Johnson et al. (2000) citam que a “expropria-ção legal” pode ocorrer sob diversas formas, incluindo: preços de transferência favorecendo o acionista (ou bloco) controla-dor, transferência de ativos entre empresas coligadas, aquisi-ções a preços divergentes dos preços de mercado e garantias de empréstimos usando os ativos da companhia, sendo a mais comum a diluição das ações dos minoritários.

Esses autores identificam ainda que, em países nos quais a origem legal é baseada no direito civilista romano, a ex-propriação dos acionistas minoritários pelo controlador (ou blo-co de controle) é, muitas vezes, vista como consistente com os deveres fiduciários dos administradores, sobretudo quando en-volve empresas de um mesmo grupo econômico. Assim, uma atividade de expropriação é analisada à luz de sua conformida-de com os estatutos da companhia, e não com base na equida-de entre os acionistas controladores e minoritários. Nesse con-texto, os AAs podem ser interpretados como mecanismos dos acionistas controladores para aumentar os benefícios privados de controle. Ante o exposto, propõe-se:

H1b. Os acordos de acionistas têm um efeito negativo no valor da empresa (efeito entrincheiramento).

A análise anterior pressupõe que os AAs, por si só, pode-riam ter algum efeito, positivo ou negativo, no valor das empre-sas. Entretanto, ainda que necessária, essa análise não seria suficiente para identificar o efeito no valor das empresas, uma vez que pode haver cláusulas que facilitem ou reduzam os be-nefícios privados de controle dos controladores.

Por exemplo, em ambientes institucionais de baixa prote-ção aos minoritários, os acionistas podem lançar mão de cláu-

sulas que vinculem, ex-ante, os votos e decisões dos acionistas signatários e, mais ainda, dos administradores e conselheiros. En-rique e Volpin (2007) demonstram que o vínculo de voto dos acio-nistas e administradores em empresas europeias servem como instrumentos para aumentar o poder de controle sem relação di-reta com benefícios aos minoritários. Mais ainda, como resultado dessas práticas, na Itália, em 1998, uma reforma regulatória (Dra-gui Law) passou a restringir o uso de cláusulas de vínculo de votos.

No Brasil, a partir da revisão da LSA, em 2001, a legis-lação permite aos acionistas signatários de um AA vincular ao acordo, de maneira indiscriminada e universal (genérica), o voto dos acionistas e administradores por eles indicados nas decisões colegiadas da empresa. Tal vinculação esvazia o po-der-dever de independência dos conselheiros para tomarem as decisões segundo seu dever fiduciário para com o interesse so-cial da companhia, impedindo, portanto, aqueles conselhei-ros vinculados ao AA de monitorar a administração, mas, agora, exercendo-a em nome dos acionistas signatários.

Dessa forma, o poder de controle e, sobretudo, o poder sobre as decisões dos conselheiros (voto), que permite deter-minar as estratégias das empresas, tais como políticas de divi-dendos, investimentos, alocação de capital, entre outras, que finalmente afetam o valor da companhia, podem tomar deci-sões em detrimento da maximização do valor da companhia, para proporcionar os benefícios privados dos acionistas signa-tários, o que nos leva à seguinte hipótese:

H2. Com a presença, no acordo de acionistas, de cláusu-las que vinculam os votos dos conselheiros de maneira in-discriminada (vínculo genérico), o efeito positivo (negati-vo) do acordo de acionistas no valor da firma será menos positivo (mais negativo) (efeito entrincheiramento).

Finalmente, a própria lógica do AA pressupõe a existên-cia de cláusulas que o regulem, e, nesse sentido, cabe analisar, em particular, a que vincula o voto dos acionistas signatários, e os conselheiros por eles nomeados, as matérias específicas, re-levantes e extraordinárias, expressamente previstas no acordo.

Considerando que o AA tem por objetivo compor inte-resses individuais e estabelecer normas de atuação na socie-dade, a vinculação específica de voto, ex-ante, sobre matérias relevantes visa eliminar incertezas, ex-post, oriundas da rene-gociação de temas que, em princípio, definiram o objeto do acordo. Nesse sentido, a Corte nova-iorquina, no caso Man-son versus Curtis, postulou que “os acionistas têm o direito de combinar seus interesses e poderes de voto para assegurar o controle e para garantir a adoção e adesão a estes interes-ses de políticas e decisões específicas relacionadas ao negó-cio” (Wright, 1971, p. 502).

Page 116: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

350

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

Chemla et al. (2007) argumentam que, num contexto de problemas de agência e de risco moral dinâmico onde os con-tratantes – acionistas – possam renegociar todas as situações futuras, o vínculo de voto em matérias específicas permite uma alocação eficiente dos investimentos dos acionistas signatários no momento de assinatura do acordo (ex-ante). Isso se dá pela simples restrição de um processo de renegociação custoso à empresa e aos acionistas. Assim, na ausência dessas cláusu-las, o valor dos investimentos na data do acordo estaria distor-cido pela possibilidade irrestrita de renegociações que visem ao benefício particular de partes isoladas do acordo de acionis-tas no futuro, o que nos leva à seguinte hipótese:

H3. Com a presença, no acordo de acionistas, de cláusulas que vinculam os votos dos conselheiros de maneira especí-fica a matérias extraordinárias previstas no próprio acordo (vinculo especifico), o efeito positivo (negativo) do acordo de acionistas no valor da firma será mais positivo (menos negativo) (efeito incentivo).

Em resumo, propomos que os acordos de acionistas po-dem ter como objetivo trazer para o grupo de controle um in-vestidor que, sendo parte no acordo, possa monitorar os ma-joritários em benefício de toda a comunidade de acionistas e, portanto, o AA terá um efeito positivo no valor da empesa (H1a). Por outro lado, o AA pode também servir como facilitador para que as partes signatárias expropriem aos acionistas minoritá-rios, o que levaria a um efeito negativo do valor da firma (H1b). No entanto, esperamos que a presença de cláusulas de vínculo indiscriminado e universal (genérico) modere negativamente o efeito dos AAs no valor da firma e que a presença de cláusulas de vínculo específico a matérias extraordinárias objeto do acor-do modere positivamente o efeito dos AAs no valor da firma. Tais afirmações podem ser visualizadas na Figura 1.

Figura 1. Esquema analítico da relação entre acordos de acionistas e valor da firma

Vínculo genérico

Valor da firmaAcordo de acionistas

Vínculo específico

H2

H3

H1a, b

DADOS, VARIÁVEIS E METODOLOGIA

Com a finalidade de analisar o efeito da vinculação dos votos dos conselheiros aos AAs no valor das empresas listadas nos segmentos especiais da BM&FBovespa (Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1), utilizamos dados das 181 empresas listadas nesses segmentos especiais no ano de 2012. As informações sobre as cláusulas dos AAs foram obtidas diretamente da análise desses acordos, acessados por meio do site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) onde estão arquivados.

Os dados contábeis e de mercado dessas mesmas empresas foram coletados na base de dados Economatica, entre os anos de 2008 e 2012, período para o qual identificamos a vigência desses acordos. A partir da integração desses dados – cláusulas de AAs e dados contábeis e de mercado – e devido à ausência de informa-ções na base Economatica, reduzimos nossa amostra a um painel não balanceado de 644 observações, geradas por 149 empresas, sendo 105 empresas no Novo Mercado, 15 no Nível 2 e 29 no Nível 1.

Nossa amostra difere significativamente do estudo de Carvalhal-da-Silva (2012), uma vez que, naquele estudo, obser-va-se também o comportamento das empresas do segmento tradicional de governança, onde práticas baseadas em padrões internacionais de governança não são requeridas. Neste estu-do, consideramos somente as empresas dos segmentos espe-ciais, aquelas que optaram por práticas mais estritas de gover-nança corporativa, por exemplo, a emissão exclusiva de ações com direito a voto, ou práticas que favoreçam a dispersão de propriedade e controle, independência dos conselheiros e di-vulgação de informações – ortogonais aos objetivos dos AAs.

Variável dependente

Para o mercado acionário, é comum o uso da variável Q de Tobin como proxy para o valor da empresa. Essa variável toma como base a soma do valor de mercado da empresa e de sua dívida de curto e longo prazos em relação ao valor contábil dos ativos (Chung & Pru-itt, 1994). Entretanto, essa medida é utilizada para estudos de em-presas não financeiras nas quais se pode comparar essas medidas (Lee & Tompkins, 1999; Lewellen & Badrinath, 1997). Consideran-do que nossa amostra é composta tanto por empresas financeiras como não financeiras, optou-se como medida de valor da empresa a razão market-to-book (P/B), que mede a razão entre valor de mer-cado da empresa e seu valor patrimonial (Fama & French, 1992).

Variáveis independentes

Para medir o efeito dos acordos de acionistas e cláusulas “ge-néricas” e “específicas” de voto do conselho, separamos as

Page 117: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

351

ISSN 0034-7590

AUTORES | Marina Gelma | Luiz Ricardo Kabbach de Castro | Valentin Seidler

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

empresas dos segmentos diferenciados de governança (Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1) entre aquelas que possuem ou não AAs por meio da variável “AA” (variável binária que toma va-lor 1 caso a empresa tenha AA e zero, caso contrário). Em se-guida, diferenciamos os AAs entre aqueles com ou sem cláu-sulas vinculantes do voto dos conselheiros aos interesses dos signatários por meio da variável “Vínculo” (variável binária que toma valor 1 se a empresa possui AA com cláusulas vinculantes de voto do conselho e zero, caso contrário). Por fim, diferencia-mos as cláusulas entre “genéricas” e “específicas,” por meio da variável “Vínculo específico” (variável binária que toma va-lor 1 no caso de a empresa possuir AA com cláusulas de víncu-lo de voto a matérias específicas e zero se possuir cláusulas de vínculo genérico).

Variáveis de controle

Estrutura de propriedade. Considerando que os AAs tomam, principalmente, a forma de acordos de voto e controle, é fun-damental controlar pelo percentual de propriedade (percentual de direitos de fluxo de caixa) e controle (percentual de direitos de voto) dos cinco maiores acionistas da companhia. Para isso, criaram-se as variáveis “Vot 1” (percentual de ações com direito a voto do maior acionista), “Tot 1” (percentual de total de ações do maior acionista), “Vot 4” (percentual de ações com direito a voto em poder do segundo, terceiro, quarto e quinto maiores acionistas), “Tot 4” (percentual de total de ações em poder do segundo, terceiro, quarto e quinto maiores acionistas).

Qualidade da governança corporativa. Considerando que os segmentos especiais de listagem da BM&FBovespa – Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1 – foram criados com o objetivo de au-mentar a qualidade da governança corporativa por meio de prá-ticas de governança mais estritas que os requerimentos legais da LSA, e que o segmento “Novo Mercado” é o mais estrito en-tre os três, tomamos “NM” como proxy para qualidade da gover-nança das empresas. Uma variável binária que toma valor 1 no caso de a empresa estar listada no Novo Mercado, e zero se es-tiver listada nos níveis 1 ou 2.

Alavancagem financeira. Medimos a alavancagem finan-ceira, variável “Leverage”, por meio da razão entre o valor con-tábil da dívida financeira total e o total de ativos. Tanto a ala-vancagem financeira da empresa como as demais variáveis contábeis foram incorporadas no modelo de estimação, pelo fato de estarem diretamente associadas ao valor de mercado das empresas, como se observa em outros trabalhos empíricos em governança corporativa e valor da firma (Carvalhal-da-Silva, 2012; Leal & Carvalhal-da-Silva, 2007; Silveira, Barros, & Famá, 2006).

Rentabilidade da empresa. A variável “ROA” mede o re-torno sobre os ativos por meio da razão entre o EBITDA e o to-tal de ativos.

Tamanho da empresa: Medimos o tamanho da empre-sa pelo logaritmo natural do valor contábil do total de ativos (Size).

Risco da empresa: Medimos o risco por meio do desvio padrão da razão entre os preços de fechamento da data (t) e data (t-1) em base anual (Risk).

Setor: Considerando que existem diferenças entre as va-riáveis observadas em relação aos diversos setores industriais, controlamos também pelo efeito setor por meio de (n-1) variá-veis binárias para os n diferentes setores da amostra, conside-rando a “Indústria manufatureira” como setor de referência.

Identidade do maior acionista: Considerando a impor-tância dos diferentes tipos de acionistas controladores no Bra-sil (Aguilera et al, 2012), controlamos pelo efeito acionista por meio de variáveis binárias onde empresas cujo maior acionis-ta são “Famílias” foram consideradas categoria de referência.

Tipo de AA: No Brasil, os AAs são, fundamentalmente, motivados para estabelecer: (i) preferência e bloqueio para aquisição de ações, (ii) exercício do direito a voto e (iii) poder de controle. Assim, controlamos o efeito “tipo de acordo” por meio de variáveis categóricas, considerando categoria de refe-rência os “acordos de controle.”

Análise descritiva

A Tabela 1, Painel A, mostra as estatísticas descritivas das variá-veis utilizadas comparando as médias entre empresas que pos-suem ou não AA e, entre as que possuem, aquelas com e sem vínculo do voto dos conselheiros aos AAs.

Em geral, as variáveis utilizadas neste estudo apresen-tam diferenças significativas entre os diversos grupos de em-presas. Observamos que a média de valor de mercado é sig-nificativamente diferente entre as empresas com (1,98) e sem vínculo de voto (2,22), mas não estatisticamente significante para as empresas com (2,05) e sem (2,15) AAs.

Conforme estudos anteriores sobre a estrutura de pro-priedade em empresas brasileiras (Aldrighi & Mazzer-Neto, 2007; Aldrighi & Postali, 2010; Leal & Carvalhal-da-Silva, 2007), a estrutura de propriedade é altamente concentrada, e os gru-pos de controle estruturam-se por meio de mecanismos de se-paração de propriedade e controle. Em geral, o maior acionis-ta possui mais direitos ao voto (Vot1) do que ao fluxo de caixa (Tot1) em ambos os tipos de empresas. Em particular, em em-presas com cláusulas vinculantes, a participação dos quatro maiores acionistas (Vot4) é significativamente maior do que em

Page 118: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

352

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

empresas sem as referidas cláusulas, enquanto a participação do maior acionista é menor. Em parte, uma das motivações dessas cláusulas pode ser o alinhamento entre os acionistas signatários com menor poder de voto, mas que, em conjunto, representam um maior poder de negociação, com o maior acionista.

Tabela 1. Comparação entre empresas com e sem acordos de acionistas e cláusulas vinculantes

Painel A: Comparação entre médias das variáveis dependente, independente e controles

Variáveis Descrição das Variáveis

Empresas semAcordos de Acionistas(Médias)

Empresas com

Acordos de Acionistas(Médias)

TesteWilcoxon(p-value)

Empresas sem Cláusulas

Vinculantes(Médias)

Empresas com Cláusulas

Vinculantes(Médias)

TesteWilcoxon (p-value)

P/BValor de mercado/Valor

patrimonial2,15 2,05 0,43 2,22 1,98 0,10

Vot 1% de Votos do maior

acionista43,38 42,16 0,89 48,90 38,58 0,00

Tot 1% de Propriedade do

maior acionista36,74 35,00 0,56 42,25 31,13 0,00

Vot 4% de Votos do 2° ao 5°

maior acionista15,42 20,63 0,00 13,75 24,30 0,00

Tot4% de Propriedade do 2°

ao 5° maior acionista15,55 20,20 0,00 15,09 22,91 0,00

NM Novo Mercado 0,77 0,64 0,00 0,68 0,62 0,13

Leverage Alavancagem 0,54 0,60 0,00 0,60 0,59 0,43

ROA Rentabilidade 0,85 2,12 0,00 1,32 2,50 0,00

Size Tamanho 7,43 7,77 0,00 7,46 7,83 0,04

Risk Risco 43,01 41,10 0,16 41,03 41,13 0,93

Fam Indivíduos/Família 0,49 0,60 0,00 0,74 0,52 0,00

For Investidor estrangeiro 0,22 0,19 0,23 0,13 0,22 0,02

Gov Governo 0,08 0,10 0,22 0,06 0,13 0,02

Inst Investidor institucional 0,20 0,10 0.00 0,06 0,13 0,02

Painel B: Distribuição das empresas com e sem acordos de acionistas e cláusulas vinculantes por segmento de listagem da BM&FBovespa

Segmentos Especiais de Listagem BM&FBovespa

Empresas sem Acordos de Acionistas Empresas com Acordos de Acionistas

Empresas sem Cláusulas

Vinculantes

Empresas com

Cláusulas Vinculantes

TotalEmpresas sem

Cláusulas Vinculantes

Empresas com Cláusulas

VinculantesTotal

Nível 1 15 - 15 6 12 18 (33)

Nível 2 5 - 5 3 11 14 (19)

Novo Mercado 64 - 64 22 37 59 (123)

Total 84 - 84 31 60 91 (175)

Nota: Os valores de p para o teste de Wilcoxon (rank-sum) de igualdade de médias apresentados são testes não paramétricos e, portanto, não requerem a normalidade das variáveis.

Page 119: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

353

ISSN 0034-7590

AUTORES | Marina Gelma | Luiz Ricardo Kabbach de Castro | Valentin Seidler

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

Em média, as empresas com cláusulas vinculantes são significativamente maiores que aquelas sem cláusulas que vin-culem o voto dos conselheiros aos AAs. Além disso, podemos observar que a proporção de empresas sem cláusulas vinculan-tes no segmento do Novo Mercado é maior que as com cláusu-las vinculantes. Em parte, se o argumento de que essas cláusu-las verdadeiramente reduzem o poder do conselho pela perda de sua independência, e que o conselho é parte importante da governança corporativa da empresa, espera-se que empresas em níveis mais altos de governança, como o Novo Mercado, fa-çam menor uso dessas cláusulas.

Em relação ao tipo de acionistas majoritários, observa-se que, quando indivíduos e famílias, e investidores estrangeiros, es-tão entre os acionistas signatários dos AAs, parece não haver dife-rença entre aquelas empresas que se utilizam ou não das cláusulas vinculantes. Interessante notar que, nas empresas onde o governo está entre os acionistas signatários, as cláusulas que vinculam os votos dos conselheiros são mais comuns (13% versus 6%).

No Painel B da Tabela 1, apresentamos a distribuição das empresas por segmento de listagem. Nota-se que 52% (64/123)

das empresas do NM não possuem acordos de acionistas, e, das que o fazem, 63% incluem cláusulas vinculantes de voto do conselho.

A Tabela 2 apresenta a matriz de correlações entre as variáveis. Alinhado com os resultados apresentados na Ta-bela 1, existe uma correlação negativa entre a presença de cláusulas vinculantes (e cláusulas vinculantes específicas) e a proporção de participação de voto e propriedade do maior acionista, e uma correlação positiva entre essas cláusulas e a estrutura de propriedade dos quatro maiores acionis-tas. Em parte, isso denota um possível interesse dos acio-nistas não controladores em balancear o poder de voto com o maior acionista por meio de cláusulas vinculantes, antes que as questões estratégicas da firma se discutam no con-selho. Mais importante, a presença de cláusulas vinculantes está negativamente relacionada com o valor da firma (P/B). Com o intuito de medir a colinearidade entre as variáveis in-dependentes e de controle, calculamos os fatores de infla-ção de variância (VIF) para as variáveis utilizadas, sendo o valor médio 2,24.

Tabela 2. Correlações entre as variáveis

Variáveis Mean S.D. Min Max (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)

(1)Price-Book

2,1 1,7 0,2 7,6 1,00

(2)(Price-

Book)t-12,3 1,8 0,2 7,6 0,74* 1,00

(3) AA 0,5 0,5 0 1 -0,05 -0,05 1,00

(4) Vinculo 0,4 0,5 0 1 -0,09* -0,10* 0,73 1,00

(5)Vínculo

Específico0,2 0,4 0 1 -0,03 -0,04 0,42* 0,57* 1,00

(6) VOT1 41,5 23,5 0,1 100,0 -0,21* -0,22* -0,02 -0,08* 0,04 1,00

(7) TOT1 33,5 18,3 0,1 96,8 -0,09* -0,10* -0,05 -0,13* -0,07* 0,77* 1,00

(8) VOT4 19,0 17,3 0,0 57,9 -0,01 0,04 0,18* 0,23* 0,03 -0,41* -0,46* 1,00

(9) TOT4 18,6 16,1 0,0 57,4 -0,01 0,03 0,15* 0,19* 0,02 -0,33* -0,41* 0,95* 1,00

(10) NM 0,7 0,5 0,0 1,0 0,25* 0,25* -0,14* -0,16* -0,11* -0,48* 0,03 -0,13* -0,12* 1,00

(11) Leverage 0,6 0,2 0,1 1,0 0,07* 0,09* 0,11* 0,07* -0,03 0,18* 0,10* 0,07* 0,05 -0,24* 1,00

(12) ROA 1,0 2,4 0,0 51,8 0,15* 0,15* 0,08* 0,03 -0,05 0,00 0,01 0,00 0,01 -0,02 0,07* 1,00

(13) Size 7,8 1,5 4,5 11,8 -0,18* -0,22* 0,09* 0,13* 0,06 0,25* 0,08* -0,13* -0,17* -0,42* 0,38* -0,08* 1,00

(14) Risk 42,0 15,5 18,1 124,1 -0,12* 0,13* -0,07* -0,04 -0,02 -0,09* -0,07* 0,00 0,00 0,05 0,06 -0,07* -0,15*

Nota: Fatores de inflação de variância (VIF), excluindo VOT4 e TOT4 utilizados somente como instrumentos, 2.29. * reporta o teste de significância estatística das correlações parciais com p-value <0.10.

Page 120: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

354

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

ESPECIFICAÇÃO DO MODELO ECONOMÉTRICO

Definimos nossa variável de valor da firma pela razão entre o valor de mercado e o valor patrimonial (price-to-book ratio, P/B) ao longo dos anos, por:

P/Bi,t = α0 + α1 AAi,t+ α2 Vinculoi,t + α3 Vinculo Específicoi,t + α4 Xi,t + εi,t (1)

Onde AA mede a presença de acordos de acionistas, Vín-culo identifica a presença de cláusulas que vinculem os votos dos conselheiros aos interesses dos acionistas signatários do acordo, Vínculo Específico, caso as cláusulas de vínculo este-jam associadas a matérias extraordinárias explicitamente defi-nidas no acordo Xi,t, representa o vetor de características da fir-ma, e εi,t representa o erro.

Note-se que, pelo fato de as variáveis Vínculo e Víncu-lo Específico existirem somente no caso de haver um acordo de acionistas, elas afetam a “força” da relação entre os AAs e o va-lor da firma, sendo, portanto, variáveis moderadoras dessa re-lação (Baron & Kenny, 1986).

Para estimar a Equação (1), primeiramente, examinamos o efeito dos AAs e cláusulas vinculante no valor da firma por meio de um modelo de regressão agrupada ao longo do período entre 2008 e 2012. Wooldridge (2003) propõe que a escolha do modelo depende do ajuste dos modelos aos seus pressupos-tos. O modelo de regressão agrupada assume que a variância do intercepto é igual a zero para as unidades de corte transver-sal. Por meio do teste do Multiplicador de Lagrange Modificado (Breusch-Pagan), rejeitamos a hipótese de variância nula.

Em seguida, para controlar uma possível correlação entre Vínculo i,t e o erro oriunda de variáveis não observadas da firma e que, por consequência, possam afetar a estimação dos parâme-tros α1 e α2, introduzimos efeitos fixos da firma. Por meio do teste de Hausman, testamos se a diferença entre os coeficientes de efeitos fixos e aleatórios não é sistemática, rejeitando a hipótese nula (chi--quadrado 43,72, p<0.01). Deu-se, portanto, preferência pelo mode-lo de efeitos fixos em relação ao modelo de efeitos aleatórios.

Conforme comenta Carvalhal-da-Silva (2012), a variá-vel AA captura diferenças sistemáticas entre firmas, já que, por sua natureza endógena, distingue empresas com carac-terísticas de governança onde o potencial de divergência en-tre majoritários e minoritários se acentua. Assim, como forma de tratar esse potencial problema de endogeneidade, estima-mos um modelo de variáveis instrumentais. Para isso, consi-deramos como instrumentos as variáveis Vot4 e Tot4. Segundo Wooldridge (2003), um instrumento válido deve estar correla-cionado com a variável endógena, neste caso AA, e, ao mesmo tempo, não estar correlacionado com a variável dependente,

P/B. Observamos, na Tabela 2, que tanto Vot4 como Tot4 pos-suem essas características.

Por fim, e considerando a correlação temporal entre o va-lor de mercado das empresas, estimamos um modelo dinâmico, GMM-Sys, que, à medida que corrige o efeito dinâmico da variável dependente, permite, ao mesmo tempo, controlar a endogeneida-de dos AAs por meio de variáveis defasadas como instrumentos.

RESULTADOS

A Tabela 3 apresenta os resultados das estimações. No Modelo1, o coeficiente da variável que mede a presença de AAs é negati-vo e significativo a 0,1%. Esse resultado, ao contrário do reporta-do por Carvalhal-da-Silva (2012), demonstra que firmas com AAs apresentam menor valor de mercado que firmas sem o mesmo instrumento de governança, suportando a Hipótese 1b. Esse re-sultado mantém-se para a maioria dos modelos estimados.

Neste estudo, incluímos as variáveis Vínculo e Vínculo Es-pecífico – que medem a presença de cláusulas que vinculam o voto dos conselheiros aos interesses dos acionistas signatários do AA. No Modelo 2, o coeficiente do AA segue negativo, enquan-to a variável Vínculo apresenta um coeficiente negativo e a variá-vel Vínculo Específico apresenta um coeficiente positivo, ambos significativos a 1%. Por um lado, a presença de cláusulas de vín-culo genérico modera negativamente o efeito dos AAs no valor da firma, tornando-o mais negativo, suportando o efeito “entrinchei-ramento” postulado pela Hipótese 2. Por outro lado, a presença de cláusulas de vínculo específico apresenta um valor menos ne-gativo que as cláusulas vinculantes genéricas, conforme propos-to pela Hipótese 3. Esses resultados mantêm-se para os diver-sos modelos de estimação, sobretudo quando controlamos pela endogeneidade da decisão do AA, Modelos 6 e 8. Em outras pa-lavras, o “efeito entrincheiramento” parece predominar sobre o “efeito incentivo,” na presença de cláusulas genéricas, enquanto esse resultado tende a inverter-se na presença de cláusulas es-pecíficas a matérias extraordinárias no AA.

Seguindo a literatura do efeito da adoção a níveis di-ferenciados de governança no valor da firma (Braga-Alves & Shastri, 2011; Carvalho, 2003), encontramos um efeito positi-vo e significativo da variável Novo Mercado (NM) no valor da firma medido pela razão P/B. Por outro lado, o resultado da estrutura de propriedade (direito de voto, Vot1, e fluxo de cai-xa, Tot1) é controverso, variando marginalmente entre valores positivos e negativos, sem significância estatística, resulta-do consistente na literatura de governança (Demsetz & Lehn, 1985; Demsetz & Villalonga, 2001), que postula que a estrutu-ra de propriedade é determinada pela preferência dos acionis-

Page 121: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

355

ISSN 0034-7590

AUTORES | Marina Gelma | Luiz Ricardo Kabbach de Castro | Valentin Seidler

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

tas em maximizar seus interesses – endogenamente determi-nada pelo valor da firma – não devendo, portanto, ter efeito significativo sobre o valor da companhia. De fato, Aguilera et al. (2012) concluem que, apesar dos esforços regulatórios bra-sileiros e, em particular, da criação do Novo Mercado, em au-mentar a eficiência e desenvolver o mercado de capitais vi-sando a uma maior participação de acionistas minoritários e, assim, promover reduções significativas nos níveis de concen-tração de propriedade, o fato é que as empresas listadas na

BMF&Bovespa continuam a ser altamente concentradas nas mãos de um pequeno número de proprietários. Nesse cená-rio, onde o acionista majoritário, ou um bloco de controle, por meio de acordos de acionistas, detém o controle das decisões empresariais, as práticas de governança passam a ter um pa-pel fundamental para assegurar os direitos dos minoritários, sobretudo onde as instituições legais não são fortes o sufi-ciente para garantir os direitos contratuais (Claessens & Yur-toglu, 2013).

Tabela 3. Efeitos das cláusulas vinculantes no valor da firma

Variável Dependente:Price/Book Ratio

Modelo (1) Modelo (2) Modelo (3) Modelo (4) Modelo (5) Modelo (6) Modelo (7) Modelo (8)

OLS AA

OLS AA +

Vínculo

FE AA

FE AA +

Vínculo

IV AA

IV AA +

Vínculo

GMM AA

GMM AA +

Vínculo

AA -0,560*** -0,327+ -1,935* -1,258** 4,62 3,978 -1,536*** -1,385**

(-4,516) (-1,662) (-2,196) (-2,789) (0,369) (0,347) (-3,618) (-3,187)

Vínculo -0,604** -2,501*** -0,600* -3,286***

(-2,620) (-5,272) (-2,139) (-3,894)

Vínculo Específico 0,484** 3,013*** 0,429* 7,574***

(2,591) (3,677) (2,018) (7,158)

(Price/Book) t-1 0,224*** 0,089*

(5,080) (2,019)

VOT1 0,003 -0,001 0,028+ -0,044*** -0,011 -0,014 0,031 -0,02

(0,743) (-0,151) (1,666) (-4,853) (-0,598) (-0,786) (1,132) (-0,777)

TOT1 -0,013* -0,010+ -0,013 0,057*** -0,004 -0,001 -0,038 0,063*

(-2,287) (-1,658) (-0,482) (4,883) (-0,286) (-0,092) (-1,496) (2,292)

NM 0,898*** 0,785*** 0,613 0,442 0,801*** 0,678*** 2,004** -0,062

(4,866) (4,328) (0,466) (1,351) (3,533) (3,364) (2,644) (-0,083)

Leverage 1,644*** 1,720*** 1,940* 1,940* 0,976 1,131 0,199 1,967***

(3,491) (3,598) (2,044) (2,044) (0,653) (0,819) (0,369) (3,623)

ROA 0,071*** 0,071*** 0,273 0,273 0,066* 0,067* 0,064*** 0,122***

(5,336) (4,584) (1,457) (1,457) (2,111) (2,121) (3,505) (6,553)

Size -0,159** -0,158** -0,075 -0,075 -0,144+ -0,148* -0,249** -0,617***

(-3,243) (-3,183) (-0,312) (-0,312) (-1,790) (-1,975) (-3,198) (-7,022)

Risk -0,019*** -0,019*** -0,013* -0,013* -0,017* -0,018* -0,028*** -0,031***

(-3,882) (-3,896) (-2,405) (-2,405) (-2,335) (-2,534) (-8,060) (-9,791)

Constant 2,901*** 3,033*** 0,798 1,087 3,062*** 3,229*** 3,681** 5,929***

(5,900) (6,056) (0,200) (0,684) (4,432) (5,083) (2,606) (4,432)

Controles por: Setor, Tipo de Acionista, Tipo de AAs

Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

R-Quadrado_Ajustado

0,159 0,162 0,763 0,763 - - - -

Observações 644 644 644 644 644 644 638 638

AIC 2415,02 2410,31 1722,00 1722,00

Nota: Onde: +, *, **, *** representam o nível de significância estatística a 10%, 5%, 1%, e 0,1% respectivamente.

Page 122: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

356

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

Entre as demais variáveis de controle, a rentabilidade da empresa e a alavancagem financeira apresentam um efeito po-sitivo e significativo no valor da empresa. Se, por um lado, é esperado que uma empresa com melhor desempenho opera-cional tenda a ter um maior valor, o efeito positivo da dívida poderia ser considerado contraditório. Entretanto, pode-se ar-gumentar que tal efeito mede a capacidade de financiamento externo da empresa, uma vez que se controla também pelo ris-co. Mais ainda, considerando que a dívida pode funcionar como um fator redutor de problemas de agência (Jensen & Meckling, 1976), já que limita a discricionariedade dos administradores, o mercado precifica positivamente o nível de endividamento. Fi-nalmente, o risco também tem efeito significativo, sendo perce-bido negativamente pelo mercado.

De maneira geral, os resultados apontam que o efeito da presença dos AAs no valor de firma pode ser alterado em função das características de cada AA, em particular, das cláusulas que vinculam o voto dos conselheiros aos interesses dos acionistas signatários. Nesse caso, as cláusulas de vínculo indiscriminado e universal, vínculo genérico, moderam negativamente o efeito dos AAs – “efeito entrincheiramento” (H2), enquanto cláusulas específicas a temas extraordinários e relevantes ao acordo mo-deram positivamente o efeito dos acordos no valor da empre-sa, e, nesse, caso, os resultados apontam para a prevalência do “efeito incentivos” (H3).

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

A literatura no Brasil sobre os efeitos dos AAs nos resulta-dos das empresas e, finalmente, no seu valor de mercado é incipiente. Uma exceção se faz ao trabalho de Carvalhal-da--Silva (2012), que analisa o efeito da existência de AA no va-lor das empresas listadas na BM&FBovespa e, mais que isso, desenvolve um índice para medir a qualidade desses acor-dos, concluindo que os AAs aumentam a proteção aos acio-nistas minoritários e, em consequência, são benéficos ao va-lor da firma.

No entanto, o estudo de Carvalhal-da-Silva (2012) pa-rece estar baseado numa série de premissas otimistas quan-to à proteção assegurada aos minoritários por meio desses acordos, negligenciando o fato de que a maioria dos acio-nistas minoritários da empresa não participará desse acor-do e, ao contrário, estará sujeita à expropriação de benefí-cios privados do controle pelo grupo controlador constituído pelo AA.

Assim, nosso trabalho busca analisar pormenorizada-mente a existência de cláusulas de vinculação dos votos dos

membros do conselho de administração aos interesses dos acionistas signatários do AA. Além da análise qualitativa, es-timamos um modelo para identificar o efeito dessas cláusulas no valor da firma. Os resultados demonstram que o efeito po-sitivo identificado na literatura (Carvalhal-da-Silva, 2012) não se observa numa amostra restrita aos segmentos especiais de listagem da BM&FBovespa. Ao contrário, para essas empre-sas, o efeito dos AAs é negativo mesmo controlando pela en-dogeneidade dessa decisão e o efeito dinâmico do valor das empresas.

Além disso, identificamos que esse efeito é modera-do não somente pela presença das cláusulas que vinculam o voto dos conselheiros, mas também pelas características de tais cláusulas. Assim, o debate sobre os efeitos dos AAs preci-sa considerar a realidade dos acordos e sua prática, a redação de suas cláusulas, para alcançar conclusões adequadas ao con-texto em que tais instrumentos se inserem.

Corroborando o estudo de Gorga e Gelman (2012), os AAs parecem operar em parte – cláusulas genéricas – como um ins-trumento de anulação do dever de independência e comprome-timento do pleno exercício das funções do conselho. Nesse con-texto, o interesse do controlador representado no AA não pode ser presumido como de acordo com o interesse social da com-panhia, representado pelo seu valor de mercado.

Se, por um lado, o AA pode ter um efeito positivo no valor da firma por meio do “efeito incentivo,” onde os acio-nistas de controle passam a ter interesse direto no desem-penho da empresa, uma vez que possuem a maior parte de seus recursos investidos na empresa, por outro, esses mes-mos acionistas de controle podem extrair benefícios priva-dos em detrimento dos acionistas minoritários, ocorrendo o “efeito entrincheiramento.” Assim, a partir de nossos resul-tados, pode-se concluir que o predomínio de um ou outro efeito no valor da empresa se dá por meio das característi-cas intrínsecas do acordo, quais sejam suas cláusulas vin-culantes.

Assim, uma importante implicação do ponto de vista re-gulatório é certificar-se de que essas cláusulas estejam orien-tadas ao interesse social da firma e, não necessariamente, aos interesses de uma minoria – acionistas signatários. Em outras palavras, ao permitir aos acionistas signatários a faculdade na adoção de cláusulas vinculantes, o regulador brasileiro não protege, ex-ante, os interesses dos minoritários. Em particular, cláusulas que vinculem os votos dos administradores de ma-neira indiscriminada (vinculo genérico) são, do ponto de vista econômico, prejudiciais ao valor da companhia, e, do ponto de vista jurídico, inválidas e ineficazes (Carvalhosa, 2011; Gorga & Gelman, 2012).

Page 123: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

357

ISSN 0034-7590

AUTORES | Marina Gelma | Luiz Ricardo Kabbach de Castro | Valentin Seidler

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÃO DE ESTUDOS FUTUROS

A amostra que utilizamos concentra-se em empresas dos seg-mentos especiais de listagem da BM&FBovespa. Se, por um lado, isso permite identificar diferenças num grupo específico de em-presas onde os níveis de governança são mais estritos, por outro, reduz a abrangência da amostra e a variância das variáveis ob-servadas. Em parte, isso explica algumas diferenças em relação a estudos anteriores (Carvalhal-da-Silva, 2012), sobretudo no que se refere aos modelos de estimação dos AAs (sem as cláusulas vinculantes, Modelos 1, 3, 5, e 7 da Tabela 3). Além disso, é pe-quena a abrangência temporal da amostra, que inclui um painel de cinco anos. Assim, estudos futuros podem ampliar a amostra, sem perder a generalidade das análises. Em particular, uma aná-lise de eventos sobre a lei que reformou a LSA em 2001 pode dar maior clareza ao efeito da mudança regulatória na governança das empresas no mercado de capitais brasileiro.

Seria interessante, também, analisar a utilização de AAs em outros países como forma de identificar o impacto e a na-tureza das diferenças institucionais nesses mecanismos de go-vernança. Por fim, considerando o conjunto de mecanismos internos e externos de governança, outros estudos podem iden-tificar os efeitos de substituição e complementariedade entre os AAs e outros mecanismos internos.

REFERÊNCIAS

Adamek, M. V. (2009). Responsabilidade civil dos administradores de S/A (e as ações correlatas). São Paulo: Saraiva.

Aguilera, R., Kabbach, L. R., Lee, J., & You, J. (2012). Corporate governan-ce in emerging markets. In G. Morgan & R. Whitley (Eds.). Capitalisms and capitalism in the twenty-first century (pp. 319-344). Oxford: Oxford University Press.

Aldrighi, D., & Mazzer-Neto, R. (2007). Evidências sobre as estruturas de propriedade de capital e de voto das empresas de capital aberto no Brasil. RBE-Revista Brasileira de Economia, 61(2), 129-152.

Aldrighi, D. & Postali, F. A. S. (2010). Business groups in Brazil. In A. Colpan, T. Hikino & J. Lincoln (Eds.). The Oxford handbook of business groups (pp. 353-386). Oxford: Oxford University Press.

Aragão, P. C. (2002). A disciplina do acordo de acionistas. In J. Lobo (Ed.). Reforma da lei das sociedades anônimas: inovações e questões controversas da Lei nº 10.303, de 31.10.2001. Rio de Janeiro: Forense.

Baglioni, A. (2010). Shareholders’ agreements and voting power: evi-dence from Italian listed firms. Applied Economics, 43(27), 4043-4052.

Baron, R. & Kenny, D. (1986). The moderator-mediator variable distinc-tion in social psychological research: conceptual, strategic, and statisti-cal considerations. Journal of Personality and Social Psychology, 51(6), 1173-1182.

Berglöf, E. & Perotti, E. (1994). The governance structure of the Japanese financial keiretsu. Journal of Financial Economics, 36(2), 259-284.

Berle, A. A, & Means, G. C. (1932). The modern corporation and private property. New York: Commerce Clearing House.

Bocater, M. I. & Camargo, J. L. (2001). Conselheiros laranja. O Globo, 7. Recuperado em 20 maio, 2012, de http://www.econ.puc-rio.br/gfran-co/CamargoBocater.htm

Braga-Alves, M. & Shastri, K. (2011). Corporate governance, valuation, and performance: evidence from a voluntary market reform in Brazil. Fi-nancial Management, 40(1), 139-157.

Burkart, M., Gromb, D., & Panunzi, F. (1997). Large shareholders, moni-toring, and the value of the firm. Quarterly Journal of Economics, 112(3), 693-728.

Capresse, J. N., Clerc, C., & Becht, M. (2007). The report on the proportio-nality principle in the European Union. Brussels: European Commission.

Carvalhal-da-Silva, A. (2012). Do shareholder agreements affect market valuation?: Evidence from Brazilian listed firms. Journal of Corporate Fi-nance, 18(4), 919-933.

Carvalho, A. G. (2003). Efeitos da migração para os níveis de governan-ça da Bovespa. Recuperado em 4 março, 2003, de http:// www.novo-mercadobovespa.com.br

Carvalhosa, M. (2011). A vinculação dos administradores ao Acordo de Controle (§§ 8º e 9º do artigo 118 da LSA). In A. Wald, F. Gonçalves & M. A. S. de Castro. Sociedades anônimas e mercado de capitais (pp. 41-46). São Paulo: Quartier Latin.

Carvalhosa, M. A. (2009). Comentários à lei das sociedades anônimas (Vol. 3, 4a ed.). São Paulo: Saraiva.

Cerezetti, S. C. N. (2010). Administradores independentes e indepen-dência dos administradores (regras societárias fundamentais ao estí-mulo do mercado de capitais brasileiro). In L. A. N. M. Azevedo. Poder de controle e outros temas de direito societário e mercado de capitais (pp. 575-593). São Paulo: Quartier Latin.

Chemla, G., Habib, M., & Ljungqvist, A. (2007). An analysis of sharehol-der agreements. Journal of European Economic Association, 5(1), 93-121.

Chung, K. H. & Pruitt, S. W. (1994). A simple approximation of Tobin’s Q. Financial Management, 23(3), 70-74.

Claessens, S. (2006). Corporate governance and development. World Bank Research Observer, 21(1), 91-122.

Claessens, S., Djankov, S., Fan, J., & Lang, L. (2002). Disentangling the incentive and entrenchment effects of large shareholdings. Journal of Finance, 57(6), 2741-2771.

Claessens, S., Djankov, S., & Lang, L. (2000). The separation of owner-ship and control in East Asian Corporations. Journal of Financial Econo-mics, 58(1-2), 81-112.

Claessens, S. & Yurtoglu Y. B. (2013). Corporate governance in emerging markets: a survey. Emerging Markets Review, 15(2013), 1-33.

Coffee, J. C. (2001). The rise of dispersed ownership: the roles of law and state in the separation of ownership and control. Yale Law Review, 111(1), 1-82.

Demsetz, H. & Lehn, K. (1985). The structure of corporate ownership: causes and consequences. Journal of Political Economy, 93(6), 1155-1177.

Demsetz, H. & Villalonga, B. (2001). Ownership structure and corporate performance. Journal of Corporate Finance, 7(3), 209-233.

Page 124: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

358

ISSN 0034-7590

ARTIGOS | Efeitos da vinculação de conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 345-358

Djankov, S., La Porta, R., López-de-Silanes, F., & Shleifer, A. (2008). The law and economics of self-dealing. Journal of Financial Economics, 88(3), 430-465.

Eizirik, N. (2003). Acordo de Acionistas – arquivamento na sede social – vinculação dos administradores de sociedade controlada. Revista de Direito Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro, 37, 45-53.

Eizirik, N. (2011). Lei das SA comentada. São Paulo: Quartier Latin.

Enriques, L. & Volpin, P. (2007). Corporate governance reforms in conti-nental Europe. Journal of Economic Perspectives, 21(1), 117-140.

Faccio, M. & Lang, H. P. (2002). The ultimate ownership of Western Euro-pean corporations. Journal of Financial Economics, 65(3), 365-395.

Fama, E. & French, K. (1992). The cross-section of expected stock retur-ns. Journal of Finance, 47(2), 427-465.

Franco, G. (2001). A nova Lei das S.A. e o Conselheiro Laranja. O Estado de S. Paulo, 15. Recuperado em 20 maio, 2012, de http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/a125.htm

Franks, J. & Mayer, C. (2001). Ownership and control of German corpora-tions. The Review of Financial Studies, 14(4), 943-977.

Gomes, A. & Novaes, W. (2006). Sharing o control versus monitoring as corporate governance mechanisms [Working Paper]. University of Wa-shington. Recuperado em 22 agosto, 2014, de http://apps.olin.wustl.edu/faculty/gomes/gomesnovaes.pdf

Gorga, E. & Gelman, M. (2012). O esvaziamento crescente do Conselho de Administração como efeito da vinculação de seu voto a acordos de acionistas no Brasil, [Working Paper]. Recuperado em 31 março, 2013, de http://www.ibgc.org.br/Download.aspx?Ref=Arquivos&CodArqui-vo=1121, pp.1-21.

Grossman, S. & Hart, O. (1980). Takeover bids, the free-rider problem, and the theory of the corporation. The Bell Journal of Economics, 11(1), 42-64.

Hart, O. (1995). Corporate governance: some theory and implications. The Economic Journal, 105(430), 678-689.

Jensen, M. C. & Meckling, W. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360.

Johnson, S., La Porta, R., Lopez-de-Silanes, F., & Shleifer. A. (2000). Tun-neling. American Economic Review, 90(2), 22-27.

La Porta, R., López-de-Silanes, F., & Shleifer, A. (1999). Corporate owner-ship around the world. Journal of Finance, 54(2), 471-517.

Leal, R. P. C. & Carvalhal-da-Silva, A. L. (2007). Corporate governance and value in Brazil (and in Chile). In A. Chong & F. López-de-Silanes (Eds.). Investor protection and corporate governance: firm-level eviden-ce across Latin America. Washington, DC: World Bank. pp. 213-288.

Lee, D. E. & Tompkins, J. G. (1999). A modified version of the Lewellen and Badrinath of Tobin’s Q. Financial Management, 28(1), 20-31.

Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (1976). Recuperado em 31 mar-ço, 2013, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compila-da.htm

Lewellen, W. G. & Badrinath, S. G. (1997). On the measurement of To-bin’s Q. Journal of Financial Economic, 44(1), 77-122.

Morck, R., Wolfenzon, D., & Yeung, B. (2005). Corporate governance, economic entrenchment, and growth. The Journal of Economic Literatu-re, 43(3), 655-720.

Pedreira, J. L. B. (2002). Acordo de acionistas sobre controle de grupos de sociedades. Validade da estipulação de que os membros do conse-lho de administração de controladas devem votar em bloco segundo orientação definida pelo grupo controlador. Revista de Direito Bancário, do Mercado de Capitais e da Arbitragem, 5(15), 226-248.

Salomão, C. Filho. (2006). O novo direito societário (3a ed.). São Paulo: Editora Malheiros.

Shleifer, A. & Vishny, R. (1986). Large shareholders and corporate con-trol. Journal of Political Economy, 94(3), 461-488.

Silveira, A. M., Barros., L. A. B. C., & Famá, R. (2006). Atributos corpo-rativos, qualidade da governança corporativa e valor das companhias abertas no Brasil. RBFin-Revista Brasileira de Finanças, 4(1), 1-30.

Toledo, P. F. C. S. (2002). Modificações introduzidas na Lei das Socieda-des por Ações, quanto à disciplina da administração das companhias. In J. Lobo (Ed.). Reforma da Lei das Sociedades Anônimas (2a ed, pp. 423-452). Rio de Janeiro: Forense.

Wald, A. (2001). A evolução do regime legal do conselho de adminis-tração, os acordos de acionistas e os impedimentos dos conselheiros decorrentes de conflitos de interesse. RDB-Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais, 4(11), 13-30.

Wald, A. (2002a). A reforma da lei das sociedades anônimas: os direitos dos minoritários na nova lei das S.A. (pp. 219-247) In J. Lobo (Ed.) Re-forma da Lei das Sociedades Anônimas. Rio de Janeiro: Editora Forense.

Wald, A. (2002b). O governo das empresas. Revista de Direito Bancário, do Mercado de Capitais e da Arbitragem, 15(5), 53-78.

Wooldridge, J. M. (2003). Econometric analysis of cross section and pa-nel data. Cambridge, MA: MIT Press.

Wright, T. (1971). Shareholder pooling agreements – validity, legality and enforcement. Arkansas Law Review, 501, 501-525.

Young, M., Peng, M., Ahlstrom, D., Bruton, G., & Jiang, Y. (2008). Corpo-rate governance in emerging economies: a review of the principal-princi-pal perspective. Journal of Management Studies, 45(1), 196-220.

Page 125: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

359

ISSN 0034-7590 © RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

RAFAEL [email protected] da Universidade Estadual de Londrina, Centro de Estudos Sociais Aplicados – Londrina – PR, Brasil

ANDRÉA PAULA [email protected] da Universidade Federal do Paraná, Centro de Ciências Sociais e Aplicadas – Curitiba – PR, Brasil

PENSATASubmetida 12.05.2014. Aprovada 03.02.2015Avaliada pelo processo de double blind review. Editor Científico: Luciano Barin Cruz

(RE)APRESENTANDO A TEORIA DA GESTÃO COMPARATIVA

O principal objetivo da teoria da gestão comparativa é prever e explicar a eficiência socioeconômi-ca das organizações que atuam em diferentes países. A partir de contextos nacionais diversos, esse corpo teórico contribui com o desenvolvimento de estudos organizacionais que comparam organiza-ções internacionalizadas quanto aos seus respectivos sistemas de gestão, de produção e de realiza-ção de negócios e em relação a organizações instaladas em uma nação de referência. Essa compara-ção ocorre pela identificação, nos países que amparam essas organizações, das similaridades e das divergências econômicas, culturais, sociais, políticas e institucionais que repercutem nos processos de gestão por elas desempenhados. Por meio desse exercício comparativo, busca-se o aprimoramen-to gradativo das práticas de internacionalização de empresas (Adler, Doktor, & Redding, 1986; Alton, 1969; Said, 1978).

As principais revisões sobre o estado da arte da teoria da gestão comparativa são consensuais em relação ao fato de que sua literatura está impregnada por estudos que apenas relatam informa-ções empíricas e não discutem a implicação teórica desses resultados, o que justifica um desenvol-vimento teórico fraco em todos os níveis analíticos. Diversas análises metafóricas sobre esse corpo teórico já foram desenvolvidas, tais como a selva explorada por Schollhammer (1969), o elefante de Roberts (1970), o avestruz de Adler (1983), o dinossauro de Boyacigiller e Adler (1991) e os fósseis buscados por Redding (1994), e todas trouxeram ao meio acadêmico um incômodo pela ausência de maior robustez reflexiva e um interesse de contribuir com uma fundamentação mais densa para a te-oria da gestão comparativa.

A maioria das pesquisas desenvolvidas a partir da teoria da gestão comparativa representa um exercício analítico pautado por uma lógica colonialista e, por consequência, afiliado a uma episte-mologia positivista. Os autores deste ensaio reconhecem a necessidade de superação dos vieses

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150310

Page 126: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

360

ISSN 0034-7590

PENSATA | (Re)apresentando a teoria da gestão comparativa

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

positivistas, mas por um caminho de cons-trução teórica que não incorra nos mesmos erros dessa epistemologia, ou seja, de ca-lar vozes que representem concepções al-ternativas sobre um mesmo fenômeno. Este ensaio compactua com as reivindicações de alguns autores (Hoogvelt, 2001; Katz, 2001; Kelley & Worthley, 1981; Kochan, 1983; Pe-terson, 2001; Pfeffer, 2005; Raghuram & Madge, 2006; Schollhammer, 1975; Tsui, 2007) ao pretender (re)apresentar a teoria da gestão comparativa como um corpo de conhecimento plural e extenso em contri-buições, isso porque esse corpo teórico tem sido defendido como essencialmente empí-rico e pragmático.

Apesar de seu potencial, não há um consenso quanto à organização conceitu-al interna da teoria da gestão comparativa, uma vez que esta possui uma diversidade de abordagens, as quais são pouco explo-radas por estudiosos que se aplicam a me-lhor compreender os temas vinculados a esse corpo teórico. Essa constatação justi-fica as dificuldades que os estudos teórico--empíricos orientados pela teoria da gestão comparativa têm para abordar e analisar te-mas mais polêmicos e complexos. O reco-nhecimento dessas fragilidades motivou a redação deste ensaio teórico, que tem como objetivo propor, por meio de contri-buições teóricas relevantes, quatro aborda-gens de estudo representativas da teoria da gestão comparativa, sendo elas: escola co-lonialista da teoria da gestão comparativa, escola neocolonialista da teoria da gestão comparativa, escola pós-colonialista ame-na da teoria da gestão comparativa e esco-la pós-colonialista crítica da teoria da ges-tão comparativa.

Para um melhor aprofundamento do tema em discussão, o presente ensaio foi dividido nas seguintes seções: inicialmen-te, em um período que começa no colonia-lismo e que culmina no neocolonialismo, a teoria da gestão comparativa é contextua-lizada historicamente e demarcada em re-lação aos seus principais temas de estu-

do; posteriormente, as bases colonialistas da teoria da gestão comparativa são ques-tionadas com base em reivindicações pós--colonialistas; em sequência, são apresen-tadas e classificadas quatro escolas para a teoria da gestão comparativa; e, finalmen-te, o artigo é encerrado com algumas consi-derações e reflexões. Para a proposição das quatro escolas, como abordagens de estu-do representativas da teoria da gestão com-parativa, foram selecionadas as seguintes vertentes de estudo do corpo teórico em perspectiva: as escolas colonialistas e pós--colonialistas (Boyacigiller & Adler, 1991; Harding, 1998; Neghandi, 1975; Schollham-mer, 1969; Westwood, 2001, 2004), as seg-mentações teórico-abstrata e empírica (Schollhammer, 1973) e as abordagens so-cioeconômica, ecológica e comportamental (Neghandi, 1975; Schollhammer, 1969). A seleção dessas contribuições foi necessária para garantir a viabilidade das discussões propostas por meio deste ensaio teórico.

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E DEMARCAÇÃO TEMÁTICA: DO COLONIALISMO AO NEOCOLONIALISMO

Os fatos históricos que originaram os deba-tes sobre a teoria da gestão comparativa, cujo conjunto é denominado, neste ensaio teórico, escola colonialista da teoria da ges-tão comparativa, ocorreram nos séculos XV e XVI, quando o capitalismo mercantil inspi-rou alguns Estados Absolutistas europeus a empreender estratégias de colonização so-bre territórios espalhados ao redor do mun-do. As bases primitivas desse corpo teórico estão alicerçadas em reflexões e investiga-ções sobre a relação de subordinação im-posta pelas nações europeias, também denominadas metrópoles, aos territórios colonizados, também denominados colô-nias (Gilmartin, 1994; Harding, 1996). As decisões relacionadas aos projetos de colo-

nização eram tomadas nas metrópoles eu-ropeias por uma tríade elitista, composta pelos seguintes elementos: o rei, como re-presentante do Estado Absolutista; a nobre-za, como defensora dos tradicionalismos inerentes ao Estado Absolutista; e a bur-guesia, ou os novos-ricos, como financiado-ra desse Estado Absolutista (Cooke, 2003a; Reingold & Rothenberg, 1987).

Cabia à tríade elitista a responsabili-dade de transferir os ideais metropolitanos aos territórios colonizados, por meio da ins-talação e da disseminação de valores cul-turais, de comportamentos sociais e de ins-tituições administrativas de referência (tais como a Igreja e o Estado). Essa sobreposi-ção cultural buscava legitimar a autorida-de jurídica das metrópoles europeias sobre os territórios colonizados, validar a liberda-de comercial europeia de explorar livremen-te os recursos naturais e a mão de obra das pessoas dessas colônias e esclarecer uma autorização divina que justificasse esse re-lacionamento tão materialista e ofensivo para com as pessoas e os territórios colo-nizados. O projeto de colonização nunca fi-cou retido à limitação geográfica de posse de terras, mas, desde o seu início, procurou um elemento pelo qual pudesse estender a força colonizadora da metrópole para di-ferentes instâncias (Basalla, 1967; Prasad, 2003; Said, 1993).

O real propósito colonial-mercantilis-ta era ofuscado por um falso ideal metropo-litano que compartilhava fins morais e reli-giosos, tais como os de educar, de instruir, de capacitar e de salvar espiritualmente os habitantes das colônias, denominados na literatura como “os outros”. Esses “outros”, apesar de constituírem-se como categoria de análise relevante para a teoria da gestão comparativa, representam uma invenção da ciência moderna ocidental. Cada metró-pole, por uma atuação intensa de sua res-pectiva tríade elitista, ao julgar a população colonizada (ou seja, “os outros”) como des-provida de conhecimento, de contato com o divino e de orientação econômica, des-

Page 127: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

361

ISSN 0034-7590

AUTORES | Rafael Borim-de-Souza | Andréa Paula Segatto

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

prezava o patrimônio sociocultural dessas comunidades (tribos indígenas, organiza-ções coletivas alternativas etc.) e determi-nava a multiplicação de comportamentos que deveriam fazer “dos outros” (coloniza-dos) imagem e semelhança dos metropoli-tanos. “Os outros”, portanto, apenas exis-tem a partir de uma comparação com um ideal metropolitano (Cooke, 2003b; Fabian, 2001; Goodman & Moore, 1972).

Essa invenção discursiva decorrente da ação colonizadora foi manifestada em um exercício comparativo orientado pelo inte-resse de reificar o colonizado a partir de um padrão metropolitano que contribuiu com o desenvolvimento da ciência do norte (tam-bém denominada epistemologia do norte) e a afiliação dessa ciência com a antropo-logia (Abdel-Malek, 1971; Houtondji, 1997; Santos, 2007). A partir dessa relação, pre-tendia-se encontrar justificativas racionais e maneiras sistemáticas de se dominarem “os outros”. Por diversas estratégias de in-vestigação e de exploração, “os outros” co-meçaram a se transformar em um fenôme-no mais compreensível para o conjunto de conhecimentos metropolitanos e, por con-sequência, aos sistemas de administração das colônias (Asad, 1973; Redding, 1994).

A escola colonialista da teoria da ges-tão comparativa compreende a gestão como a administração dos territórios coloniza-dos, ou seja, a sistematização e o acompa-nhamento de atividades como a exploração dos recursos naturais e a utilização da mão de obra das pessoas (“dos outros”) dessas colônias, a partir de ideais metropolitanos. Metrópole e colônia, portanto, representam as organizações estudadas pela escola co-lonialista da teoria da gestão comparativa. Por consequência dessa racionalidade ad-ministrativa, a comparação aplicada pelas bases primitivas da teoria da gestão com-parativa (entre metrópole e colônia) com-partilhava uma inspiração econômica e um propósito de dominação. A partir das carac-terísticas históricas descritas, considera-se que a escola colonialista da teoria da ges-

tão comparativa emerge de duas estruturas mutuamente constitutivas, o capitalismo, como sistema econômico, e o colonialis-mo, como uma das práticas econômicas de-fendidas pela versão mercantilista do capi-talismo (Cooke, 2003c; Jack & Westwood, 2009; Redding, 2005).

Essa relação econômica, marcada por uma imposição metropolitana e por uma submissão colonial, propiciou o desenvol-vimento de conhecimentos científicos, de saberes administrativos, de práticas comer-ciais e de argumentos antropológicos, que, em conjunto, por inspiração do capitalismo e pela aplicação do colonialismo, contribu-íram para alicerçar os ideais da modernida-de. Com o decorrer da história, o colonia-lismo perdeu o seu destaque como prática econômica capitalista, e, por consequên-cia, a oficialidade da relação metrópole-co-lônia foi gradativamente desconstruída. No entanto, observa-se, no cenário macroeco-nômico contemporâneo, uma nova organi-zação de relações marcadas por imposições e submissões, que é aquela estabelecida entre o centro euro-americano e os demais países do mundo, rotulada, neste ensaio te-órico, como escola neocolonialista da teo-ria da gestão comparativa (Engwall, 1996; Springhall, 2001; Westwood & Jack, 2007).

A escola neocolonialista da teoria da gestão comparativa está fundamentada por uma ideologia neoliberal, compreendida como um aprimoramento do sistema capi-talista sobre o Estado Democrático Liberal e sobre o Estado Democrático Social, e que tem como propósito reduzir a função social e priorizar a função gerencial do Estado ao transformar o nacionalismo, o socialismo e o ambientalismo como objetivos subor-dinados ao liberalismo. Por essa afiliação com o Estado Neoliberal, o neocolonialis-mo é compreendido pelos mais críticos da escola colonialista da teoria da gestão com-parativa como um colonialismo contempo-râneo, no qual o centro euro-americano re-presenta a metrópole e os demais países subordinados a esse centro figuram a fun-

ção de colônias modernizadas (Alvares, 1988; Escobar, 1995; Guha & Spivak, 1988).

Apesar das críticas, é necessário evo-car o que diferencia o neocolonialismo e o colonialismo como escolas da teoria da gestão comparativa. Nesse movimento mais contemporâneo do corpo teórico em perspectiva, a dominação territorial de uma nação sobre a outra, ou seja, a colonização territorial, não existe mais. Por consequên-cia, o centro euro-americano, em relação aos países subordinados a ele, não possui autoridade jurídica (direta), não participa de uma liberdade comercial (não consenti-da) de explorar livremente os recursos na-turais e a mão de obra e não tem um com-promisso (declarado) de cunho religioso (Betts, 2004; Chaterjee, 1986). A diferença, portanto, está na ausência de dominação territorial. Mas o que faz, de acordo com os mais críticos, do neocolonialismo um colo-nialismo contemporâneo e dos países su-bordinados ao centro euro-americano colô-nias modernizadas?

A resposta está no que Thrift (2005) denominou “circuito cultural do capitalis-mo”, entendido como o poder que o siste-ma capitalista tem de tornar suas teorias e descrições do mundo efetivas, por meio de estratégias de produção prescritivas e pro-posicionais que ofereçam às sociedades novas máquinas e novos corpos, os quais são simultaneamente disseminados e acei-tos por um discurso assumido como legí-timo. Para o neocolonialismo, o interesse econômico está em acessar o máximo de sociedades possíveis por meio de um ali-ciamento cultural que dispensa uma pré-via dominação territorial (Weinshall, 1977; Westwood, 2004). O Estado Neoliberal sub-sidia o circuito cultural do capitalismo na medida em que permite, de acordo com as proposições de Deleuze (1992), o rompi-mento com as sociedades disciplinares e a ascensão das sociedades de controle.

As sociedades disciplinares privile-giam o confinamento institucional (família, escola, fábrica, hospital, prisão, igreja) e vi-

Page 128: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

362

ISSN 0034-7590

PENSATA | (Re)apresentando a teoria da gestão comparativa

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

gilância contínua. Já as sociedades de con-trole reconhecem que o mundo é inconsis-tente, complexo, paradoxal, confuso e, por consequência, exigente de um novo geren-cialismo, marcado por um controle de cur-to prazo, de rotação rápida, contínuo e ili-mitado (Deleuze, 1992; Fontenelle, 2012). O que importa para o neocolonialismo não é a dominação como causa, mas o controle por meio de dispositivos culturais que, por alte-rarem-se constantemente com o passar do tempo, tentam viabilizar o contínuo aces-so às mais diversas sociedades (Cameron & Palan, 2004; Kelly, 1999). O símbolo não é mais o Estado-Nação, mas as organizações que declaradamente possuem fins econô-micos e que contribuem para a perpetuação do circuito cultural capitalista em diferentes países (Joynt, 1985; Tucker, 1999).

Qualquer organização que tem o lu-cro como um objetivo a ser alcançado pelo foco do seu negócio contribui para a ma-nutenção do circuito cultural capitalista e para a legitimação da sociedade de con-trole. Da população dessas organizações, interessam à escola neocolonialista da te-oria da gestão comparativa aquelas que atuam em mais de um país, contanto que as matrizes estejam localizadas no cen-tro euro-americano e as filiais estejam es-palhadas em países externos a esse eixo dominante. O exercício comparativo apli-cado no neocolonialismo pretende com-preender, na relação matriz e filial, as in-terferências e as contribuições provocadas pelas similaridades e pelas diferenças so-cioculturais nos processos de gestão e nas operações das empresas multinacionais (Scholte, 2000; Tsui, 2007).

Para a escola neocolonialista da te-oria da gestão comparativa, a metrópo-le personifica-se nas empresas multina-cionais, cujas matrizes estão em território euro-americano. A disciplina imposta pela colonização territorial e pela dominação sociocultural do colonialismo é substitu-ída, no neocolonialismo, por um contro-le fundamentado pela contribuição (in)di-

reta dessas empresas multinacionais com o circuito cultural capitalista. Os neocolo-nialistas, no que se refere ao estudo das diversas relações entre matriz e filial, pos-suem alguns propósitos, entre os quais se destacam os seguintes: entender as intera-ções e as negociações das empresas mul-tinacionais euro-americanas com as insti-tuições governamentais dos países onde suas filiais serão e/ou estão instaladas; investigar o posicionamento dessas mul-tinacionais sobre as metas de nacionalis-mo econômico dos países que amparam o funcionamento de suas respectivas filiais; e analisar os impactos, as causas e as con-sequências das diferenças culturais viven-ciadas nos países externos ao centro euro--americano e manifestadas no exercício da gestão das filiais (Jack & Westwood, 2009; Neghandi, 1975; Schollhammer, 1975; Wes-twood, 2001, 2004).

Esses propósitos neocolonialistas de-dicam-se ao interesse de identificar, por meio de uma melhor compreensão do con-texto socioeconômico e do cenário socio-cultural das regiões nas quais as filiais es-tão instaladas, os mecanismos legais, comportamentais e socioeconômicos que permitam a inserção dos ideais culturais euro-americanos nessas comunidades. Por suas diversas atuações estratégicas, es-sas organizações internacionalizadas infil-tram-se em comunidades distribuídas ao redor do mundo e assumem representativi-dade política e econômica, que lhes conce-de: poder para compartilhar e influenciar o poder jurídico dessas localidades; liberda-de para empreender negócios de diversas naturezas e empregar pessoas; e oportu-nidade de disseminar um ideal sociocultu-ral mais afim com os padrões euro-america-nos. A dominação não é uma causa maior para o neocolonialismo, mas uma consequ-ência proveniente de um controle sociocul-tural movido pelo interesse econômico de se internacionalizar uma cultura dominan-te. Ainda que por práticas diferenciadas, o neocolonialismo também busca a coloniza-

ção “dos outros” (Levy, 2008; Meyer & Ges-chiere, 1999; Thomas, 1994).

“Os outros”, em relação à escola neo-colonialista da teoria da gestão compara-tiva, são todos aqueles que sofrem, direta ou indiretamente, impacto da ação admi-nistrativa de empresas multinacionais que participam do movimento econômico de disseminar e legitimar, em âmbito interna-cional, o circuito cultural capitalista. Para o neocolonialismo, “os outros” estão em qualquer coletividade que ainda não tenha entrado em contato e/ou que ainda não te-nha cedido às pressões internacionais de se adequar aos padrões culturais euro-a-mericanos. “Os outros”, para as matrizes de empresas multinacionais euro-ameri-canas, são: as filiais, os funcionários das filiais, os consumidores dos países das filiais, os fornecedores regionais que aten-dem as filiais, o governo dos países das fi-liais, a sociedade dos países das filiais, os movimentos sociais dos países das filiais (ONGs, sindicatos, associações) e as ins-tituições representativas dos países das fi-liais (escolas, universidades, bibliotecas, hospitais, igrejas, organizações midiáticas etc.) (Appadurai, 1990; Hoogvelt, 2001; Westwood, 2001).

A escola neocolonialista da teoria da gestão comparativa compreende a gestão como a administração de empresas mul-tinacionais que tenham suas matrizes lo-calizadas no centro euro-americano e que contribuam para a inserção e perpetuação do circuito cultural capitalista nos territó-rios externos a esse eixo dominante. Ma-triz e filial são as organizações estudadas na escola neocolonialista da teoria da ges-tão comparativa. O perfil estratégico e admi-nistrativo das relações estabelecidas entre matriz e filial fundamenta uma comparação neocolonialista que compartilha uma ins-piração econômica e um ideal de controle que, em conjunto, pretendem uma domina-ção sociocultural. A partir das característi-cas apresentadas, argumenta-se que a te-oria da gestão comparativa neocolonialista

Page 129: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

363

ISSN 0034-7590

AUTORES | Rafael Borim-de-Souza | Andréa Paula Segatto

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

está alicerçada em duas estruturas mutua-mente constitutivas, o capitalismo, como sistema econômico, e a internacionalização de empresas, como uma das práticas econô-micas defendidas pela versão neoliberalis-ta do capitalismo (Jack & Westwood, 2009; Neghandi, 1975; Schollhammer, 1975; Wes-twood & Jack, 2007).

Após esta breve contextualização his-tórica sobre a teoria da gestão comparati-va, que se iniciou no colonialismo e culmi-nou no neocolonialismo, por meio da qual se demarcaram os principais temas abor-dados e amparados por esse corpo teóri-co, passa-se para uma reflexão crítica des-ses fundamentos a partir de uma análise pós-colonialista.

DESCOLONIZANDO A TEORIA DA GESTÃO COMPARATIVA: O PÓS-COLONIALISMO COMO UMA TENTATIVA DE SUPERAÇÃO

As características epistemológicas e me-todológicas predominantes da teoria da gestão comparativa têm suas raízes nas práticas de colonização realizadas, princi-palmente, pelas nações do continente euro-peu sobre todo o mundo. Essa relação, em que uma nação principal (metrópole) domi-nava a outra (colônia), caracterizou o início das análises comparativas, as quais estão amparadas pela escola colonialista da teo-ria da gestão comparativa (Prasad, 2003; Westwood, 2001).

Com o decorrer do tempo e, principal-mente, com a perpetuação do capitalis-mo, essa colonização foi substituída por uma submissão econômica de inúmeros países em relação ao centro euro-america-no. As pesquisas sobre a teoria da gestão comparativa são organizadas, contempora-neamente, em um projeto euro-americano, o qual possui os propósitos de apreender, prever e controlar os sistemas de desenvol-

vimento econômico, tecnológico e produti-vo de outras nações, ou seja, uma nova rou-pagem da escola colonialista, denominada escola neocolonialista da teoria da gestão comparativa (Bass, 1965; Beaty & Mende-nhall, 1990).

Os estudos vinculados à escola neo-colonialista da teoria da gestão compara-tiva, em sua grande maioria, são conduzi-dos por e para esse centro euro-americano. Essas investigações buscam, a partir desse centro, analisar outras nações (neste caso, não mais colônias, mas países subordina-dos a esse centro – também denominados “outros”) em suas práticas de gestão de negócios para que, após essa análise, es-sas mesmas práticas sejam reificadas de acordo com os padrões centrais. A padro-nização, por sua vez, facilita, para o cen-tro euro-americano, o desenvolvimento de parcerias comerciais, a criação de alianças estratégicas e a disseminação desse mo-delo gerencialista essencialmente empiris-ta (Punnett & Shenkar, 1996; Westwood, 2004).

A reificação “dos outros” (nações ex-ternas ao centro Euro-Americano) faz com que eles sejam classificados como disfun-cionais, irracionais, ineficientes, incom-petentes, retrógrados, e assim por diante. Esse cenário perpetua estratégias de re-lações internacionais impositivas, pelas quais esse centro euro-americano assume a liderança nas orientações e transforma-ções ocorrentes nos países em desenvolvi-mento, tais como alteração nas estruturas sociais, nos valores e nos padrões compor-tamentais de diversas sociedades (Harbi-son & Myers, 1959; Prasad, 1997).

A escola neocolonialista da teoria da gestão comparativa, a partir da continui-dade dos propósitos colonialistas, contri-bui com o equívoco acadêmico de se con-siderarem as premissas positivistas as mais coerentes para analisar comparativamente as diferentes relações firmadas entre o cen-tro euro-americano e “os outros”. O equí-voco justifica-se pelo fato de não ser pos-

sível aceitar as contribuições advindas das práticas dominantes como representati-vas de um conhecimento universal, unifi-cado e inquestionável. O ideal emancipató-rio da escola pós-colonialista da teoria da gestão comparativa surge como um ques-tionamento à universalidade desse conhe-cimento, ao classificá-lo apenas como um conhecimento que foi desenvolvido em um determinado momento histórico, sob deter-minadas regras sociais e com característi-cas sistêmicas particulares (Dupre, 1993; Harding, 1998).

O pós-colonialismo, portanto, com o desenvolvimento da teoria da gestão com-parativa, passou a representar, mais do que o rompimento histórico de relações outorgadas entre metrópole (centro Euro--Americano) e colônia (“os outros”), uma abordagem de comparação em que as par-tes analisadas são equiparadas em rele-vância e potencialidade de contribuição. O questionamento pós-colonialista repre-senta simultaneamente uma evolução e uma alteração do fenômeno de estudo da teoria da gestão comparativa. Enquanto o colonialismo prioriza a padronização a partir da metrópole e, na contemporanei-dade, o neocolonialismo assume o centro euro-americano como um ideal de referên-cia, o pós-colonialismo destitui a concep-ção de padrão, de ideal e de referência e passa seu foco analítico para nações, regi-ões, coletividades, organizações e indiví-duos que estão fora de um centro específi-co, ou seja, para “os outros”.

A escola colonialista exalta a metró-pole e a escola neocolonialista privilegia o centro euro-americano, por acreditarem que “os outros” simbolizam ameaça, peri-go e patologia social. O padrão dominante, portanto, foi estabelecido para amenizar as ameaças, extinguir os perigos e educar “os outros”. A lapidação na significação “dos outros”, para a teoria da gestão comparati-va pós-colonialista, o constitui como um fe-nômeno: múltiplo; simultaneamente com-parável e específico; com comportamentos

Page 130: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

364

ISSN 0034-7590

PENSATA | (Re)apresentando a teoria da gestão comparativa

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

imprevisíveis em relação aos diferentes te-mas abordados pela teoria da gestão com-parativa; com comportamentos que influen-ciam pessoas, organizações e sociedades; com uma natureza essencialmente interdis-ciplinar; e, expressado pelo significado es-trutural e coletivo dos atores pesquisados (Boyacigiller & Adler, 1991; Parry, 1987; Pra-sad, 1997; Redding, 1994).

Por meio das concepções colonialista e neocolonialista sobre “os outros”, obser-va-se uma natureza objetivista, desenvolvi-da por meio de abordagens dedutivas, tes-tes de hipóteses e de análises estatísticas, os quais não compactuam com o pluralismo ideológico e valorizam discussões orienta-das por um funcionalismo estrutural (Tho-mas, 1994). A escola pós-colonialista da teoria da gestão comparativa, por sua vez, rompe com hegemonias teóricas, metodo-lógicas, institucionais e políticas que cir-cundam os contextos investigativos desse corpo teórico. As reivindicações pós-colo-nialistas exigem consideração aprofundada de preceitos ontológicos, epistemológicos, metodológicos, políticos, éticos e institu-cionais, os quais, em conjunto, defendem a necessidade de as burocracias, as culturas, as comunicações linguísticas e as manifes-tações comportamentais emanciparem-se da influência euro-americana (Jack & Wes-twood, 2009; Smith, 1999).

A escola pós-colonialista da teoria da gestão comparativa acredita em uma rea-lidade socialmente construída, dependen-te dos indivíduos e das coletividades dos indivíduos e avessa a uma padronização que sufoque, ou que relativize, as vozes de grupos menos favorecidos. O pós-co-lonialismo adere ao desafio de supera-ção do positivismo por um caminho sub-jetivista de compreensão da realidade e de construção do conhecimento marcado pelas seguintes características: investigar e criticar os pressupostos universais que orientam as teorias e metodologias domi-nantes nas pesquisas sobre internacionali-zação; permitir que ideologias observadas

fora da perspectiva euro-americana sejam consideradas em um mesmo patamar de relevância; desafiar a dependência cria-da em relação aos procedimentos quanti-tativos de pesquisa; trabalhar em prol de um conhecimento científico que seja epis-temologicamente plural e interdisciplinar; valorizar pesquisas teóricas elaboradas a partir das perspectivas críticas que permi-tam identificar as tensões políticas e filo-sóficas existentes entre positivismo e ou-tras epistemologias; e fomentar estudos que sejam conduzidos por abordagens mais dialógicas, que concedam à teoria da gestão comparativa a capacidade de reco-nhecer a diversidade das identidades so-ciais e das relações de poder existentes em cada um dos territórios, organizações e ambientes pesquisados por esse corpo te-órico (Peterson, 2001; Pfeffer, 2005; Tsui, 2007).

A teoria da gestão comparativa pós-co-lonialista, em síntese, pretende uma desco-lonização da teoria da gestão comparativa colonialista e neocolonialista, mais espe-cificamente em seus aspectos epistemo-lógicos, metodológicos e conceituais. Pro-põe-se que o ideal emancipatório e o perfil questionador dos pós-colonialistas se re-partam em dois caminhos: (1) escola pós--colonialista crítica; e (2) escola pós-co-lonialista amena. O primeiro questiona o sistema atual e denuncia suas falhas como as principais causas de todas as crises e di-ferenças socioeconômicas contemporâne-as. O segundo também questiona o sistema atual, mas por um caminho mais ameno, justificado pela apresentação de soluções para cada uma das patologias sociais, cul-turais e econômicas criticadas. Essa seg-mentação tem origem epistemológica e é diferenciada em relação à proposição ou a não proposição de soluções para as crí-ticas levantadas (Balbinot & Borim-De-Sou-za, 2013; Harding, 1998; Neghandi, 1975; Schollhammer, 1969; Westwood, 2001).

Nesta seção, as bases colonialistas da teoria da gestão comparativa foram ques-

tionadas a partir de reivindicações pós-co-lonialistas. A contextualização histórica que apresentou o colonialismo e o neocolo-nialismo e a análise crítica que introduziu o pós-colonialismo subsidiam o debate para a proposição de quatro escolas de estudo para a teoria da gestão comparativa.

APRESENTAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS ESCOLAS DA TEORIA DA GESTÃO COMPARATIVA

A proposição das quatro escolas como abordagens de estudo representativas da teoria da gestão comparativa ocorreu a partir das seguintes vertentes de estudo do corpo teórico em perspectiva: as esco-las colonialista e pós-colonialistas (Boyaci-giller & Adler, 1991; Harding, 1998; Neghan-di, 1975; Schollhammer, 1969; Westwood, 2001, 2004), as segmentações teórico-abs-trata e empírica (Schollhammer, 1973) e as abordagens socioeconômica, ecológica e comportamental (Neghandi, 1975; Schol-lhammer, 1969). A seleção dessas contri-buições foi necessária para garantir a viabi-lidade das discussões propostas por meio deste ensaio teórico.

Em sua vertente mais crítica, a escola pós-colonialista constrói-se por tentativas de fundamentar a teoria da gestão compa-rativa por meio da proposição de modelos teóricos, estruturas conceituais e tipologias específicas para um posterior desenvolvi-mento e teste de hipóteses. Tais interesses permitem classificar a escola pós-colonia-lista crítica como teórico-abstrata. As esco-las colonialista e neocolonialista, pelo ca-ráter mais objetivista, promovem pesquisas que buscam explicar, avaliar e acumular os dados coletados pelas pesquisas empíri-cas, o que permite classificá-las como es-colas empíricas. Já a escola pós-colonialista amena aborda investigações que são simul-taneamente críticas e propositivas, ou seja,

Page 131: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

365

ISSN 0034-7590

AUTORES | Rafael Borim-de-Souza | Andréa Paula Segatto

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

desenvolve pesquisas que, ao mesmo tem-po, têm origem a partir de uma falha ou de uma patologia sistêmica, as quais são acom-panhadas de uma proposição de aplicação empírica, bem por isso, essa escola é tanto teórico-abstrata quanto empírica. Essa clas-sificação flexível da escola pós-colonialista amena justifica-se por ela estar em um es-paço de discussão que resgata princípios radicalmente subjetivistas e, também, por depender de procedimentos empíricos es-sencialmente objetivistas (Beaty & Mende-nhall, 1990; Bhatt & Miller, 1983; Hoogvelt, 2001; Schollhammer, 1975).

Por possuir raízes epistemológicas po-sitivistas, as escolas colonialista e neocolo-nialista têm, entre os seus principais com-promissos, a necessidade de orientar seus estudos para o desenvolvimento de contri-buições que culminem, ou, ainda, que con-tribuam, para o desenvolvimento econômi-co do centro euro-americano. Suas análises partem do pressuposto de que a prática da gestão constitui a característica mais críti-ca para que melhores índices de desenvol-vimento econômico sejam conquistados. O gestor assume um comportamento deter-minístico, ou seja, age somente em respos-ta às demandas apresentadas pelo ambien-te. A gestão, apesar de ser considerada um dos principais veículos de mudança, é reco-nhecida como apenas uma das partes que integram todo o sistema socioeconômico. Esse comprometimento com o desenvolvi-mento econômico permite relacionar as es-colas colonialista e neocolonialista com a abordagem socioeconômica (Neghandi, 1975; Schollhammer, 1969).

Em contrapartida ao enfoque econô-mico das escolas colonialista e neocolo-nialista, está a priorização comportamental da escola pós-colonialista crítica. Enquan-to as escolas colonialista e neocolonia-lista validam, por meio da abordagem so-cioeconômica, que o gestor age de acordo com demandas ambientais, muitas delas inesperadas, a escola pós-colonialista crí-tica prioriza os comportamentos específi-

cos desses mesmos gestores, os quais são assumidos como relevantes por exercerem suas funções de gestão em diferentes con-textos culturais. As motivações desses ges-tores para a realização de ações gerenciais, bem como os relacionamentos profissio-nais que circundam o exercício da gestão, são consideradas, uma vez que tais carac-terísticas contribuem para a compreensão de como ocorre a interação entre esse indi-víduo (representante da organização e da coletividade de outros indivíduos) e a so-ciedade. A fundamentação reacionária e subjetivista da escola pós-colonialista crí-tica defende a contribuição dos indivídu-os para a construção da realidade, bem por isso, a importância da abordagem compor-tamental para a elaboração de seus pres-supostos teórico-abstratos (Harding, 1998; Neghandi, 1975; Schollhammer, 1969; Wes-twood, 2004).

A escola pós-colonialista amena, por sua vez, alia a necessidade de um desen-volvimento econômico, ao ressaltar a rele-vância de analisar o ambiente externo para a eficiência da firma, com a importância de se compreender o comportamento do ges-tor, ao validar os recursos e as competên-cias como diferenciais indispensáveis para o sucesso da firma. Esse contrabalancea-mento de interesses é tratado pela aborda-gem ecológica da teoria da gestão compara-tiva, que busca isolar variáveis do ambiente externo por meio das quais similaridades e diferenças de contextos gerenciais de diver-sos países são analisadas. O negócio em si é observado como um sistema ecológico, no qual os fatores externos possuem impac-to determinante sobre o desempenho da fir-ma e sobre a eficiência econômica do siste-ma. O compartilhamento do enfoque entre gestor (indivíduo), organização (coletivida-de de indivíduos) e ambiente (coletividade de organizações) permite a identificação de vários componentes ecológicos, tais como as características sociológicas, políticas e econômicas de regiões, características es-sas assumidas como impeditivas ou poten-

cializadoras de uma efetiva prática geren-cial (Hannan & Freeman, 1977; Katz, 2001; Neghandi, 1975; Schollhammer, 1969).

As discussões teóricas apresentadas indicam que os estudos sobre a teoria da gestão comparativa diferenciam-se quanto à concepção e ao tratamento a ser concedi-do “aos outros” (reificação ou valorização), ao propósito de investigação (teórico-abs-trato e/ou empírico) e ao enfoque analítico (desenvolvimento econômico, contribuição comportamental dos indivíduos e relação entre gestor, organização e ambiente). A partir das relações entre essas segmen-tações da teoria da gestão comparativa, propõem-se quatro abordagens represen-tativas para esse corpo teórico: escola co-lonialista da teoria da gestão comparativa, escola neocolonialista da teoria da gestão comparativa, escola pós-colonialista críti-ca da teoria da gestão comparativa e esco-la pós-colonialista amena da teoria da ges-tão comparativa.

As escolas colonialista e neocolonialis-ta da teoria da gestão comparativa defen-dem a reificação “dos outros” e desenvol-vem pesquisas que buscam explicar, avaliar e acumular dados coletados por pesquisas empíricas inseridas em estudos que con-tribuem com o desenvolvimento econômi-co da metrópole (colonialismo) e do centro euro-americano (neocolonialismo). A esco-la pós-colonialista crítica defende a valori-zação e a emancipação “dos outros” em re-lação ao padrão euro-americano, e, por tal razão, se constrói por tentativas de funda-mentar a teoria da gestão comparativa por meio da proposição de modelos teóricos, estruturas conceituais e tipologias específi-cas que privilegiam analisar a contribuição dos indivíduos (mais especificamente, dos gestores) para a construção social da reali-dade. A escola pós-colonialista amena, ao compartilhar o enfoque de seus estudos en-tre o gestor (indivíduo), a organização (co-letividade de indivíduos) e o ambiente (co-letividade de organizações), incentiva a valorização “dos outros” e ampara a reali-

Page 132: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

366

ISSN 0034-7590

PENSATA | (Re)apresentando a teoria da gestão comparativa

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

zação de pesquisas que são, simultanea-mente, um espaço para reflexões teóricas aprofundadas e dependentes de procedi-mentos empíricos de investigação.

CONSIDERAÇÕES E REFLEXÕES

Este ensaio teórico, apesar de encerrar suas discussões na apresentação de quatro es-colas da teoria da gestão comparativa, não limita suas contribuições ao escopo de pá-ginas que amparam o corpo deste texto. O objetivo complementar deste estudo é fo-mentar discussões acadêmicas sobre a teo-ria da gestão comparativa. Tais discussões contribuirão para que a teoria da gestão comparativa continue a ser (re)apresentada como um corpo teórico plural e extenso em contribuições.

A apresentação das escolas da teoria da gestão comparativa demonstra uma evo-lução nos estudos e nas conceituações des-se corpo teórico. Se comparados os propó-sitos de análise das escolas colonialista e neocolonialista com os interesses das es-colas pós-colonialistas, percebe-se que “o outro”, gradativamente, deixa de ser essen-cializado e passa a ser compreendido em coerência com o contexto no qual exerce suas diversas atividades sociais. Essa va-lorização “do outro” repete-se nas demais abordagens discutidas, pois a prioridade de análise sai de uma esfera puramente econômica, passa por uma ótica integracio-nista e recai na relevância das motivações e relacionamentos profissionais dos gestores (considerados agentes sociais) inseridos em diferentes contextos organizacionais.

As escolas pós-colonialistas, em sín-tese, superam os conhecimentos que prin-cipiaram a teoria da gestão comparativa por encontrar “no outro”, ou “nos outros”, a fonte de contribuições que fazem desse corpo teórico um diferencial. Contempla--se um rompimento com a teoria da ges-tão comparativa colonialista e neocolonia-lista por meio de um questionamento das

tradições funcionalistas e empíricas, o qual cobra um reposicionamento ontológico e epistemológico que fundamente, com coe-rência, as reivindicações e as proposições da teoria da gestão comparativa pós-colo-nialista, em suas escolas amena e crítica.

REFERÊNCIAS

Abdel-Malek, A. (1971). L’avenir de la théorie sociale. Cahiers Internationaux de Sociologie, 50, 23-40.

Adler, N. J. (1983). Cross-cultural management research: the ostrich and the trend. Academy of Management Review, 8(2), 226-232.

Adler, N. J., Doktor, R., & Redding. (1986). From the Atlantic to the Pacific century: cross-cultur-al management reviewed. Journal of Manage-ment, 12(2), 295-318.

Alton, A. J. (1969). Comparative management: how useful to the practioner? Management In-ternational Review, 9(1), 3-11.

Alvares, C. (1988). Science, colonialism and violence: a Luddite view. In A. Nandy (Ed.) Science, hegemony and violence (pp. 68-112). Bombay: Oxford University Press.

Appadurai, A. (1990). Disjuncture and differ-ence in the global culture economy. Theory, culture and society, 7(2), 295-310.

Asad, T. (Ed.)(1973). Anthropology and the co-lonial encounter. London: Ithaca Press.

Balbinot, Z., & Borim-De-Souza, R. (2013). A cul-tura como tema de interesse para a Teoria da Gestão Comparativa. Interações, 14(2), 279-294.

Basalla, G. (1967). The spread of western sci-ence. Science, 156(3775), 611-622.

Bass, B. M. (1965). Organizational psychology. Boston: Allyn and Bacon.

Beaty, D. T., & Medenhall, M. (1990). Theory building in international management: an ar-chival review and recommendations for future research. Proceedings of Academy of Manage-ment Annual Meeting, San Francisco, 50.

Betts, R. F. (2004). Decolonization. London and New York: Routledge.

Bhatt, B. J., & Miller E. L. (1983). A framework for upgrading comparative management re-search. Asia Pacific Journal of Management, 1(1), 26-35.

Boyacigiller, N., & Adler, N. J. (1991). The pa-rochial dinosaur: organizational science in a global context. Academy of Management Re-view, 16(2), 262-290.

Cameron, A., & Palan, R. (2004). The imagined economies of globalization. London: Sage.

Chaterjee, P. (1986). Nationalist thought and the colonial world: a derivative discourse. Lon-don: Zed Books.

Cooke, B. (2003a). A new continuity with co-lonial administration: participation in devel-opment management. Third World Quarterly, 24(1), 47-61.

Cooke, B. (2003b). Managing organization cul-ture and imperialism. In A. Prasad (Ed.). Post-colonial theory and organizational analysis: a critical engagement (pp. 75-94). New York: Palgrave Macmillan.

Cooke, B. (2003c). The denial of slavery in management studies. Journal of Management Studies, 40(8), 1895-1918.

Deleuze, G. (1992). Conversações. São Paulo: Editora 34.

Dupre, J. (1993). The disorder of things: meta-physical foundations for the disunity of sci-ence. Cambridge: Harvard University Press.

Engwall, L. (1996). The Vikings versus the world: an examination of Nordic business re-search. Scandinavian Journal of Management, 12(4), 425-436.

Escobar, A. (1995). Encountering development: the making and unmaking of the third world. Princeton: Princeton University Press.

Fabian, J. (2001). Time and the other: how an-thropology makes its object. New York: Colum-bia University Press.

Fontenelle, I. A. (2012). Para uma crítica ao dis-curso da inovação: saber e controle no capita-lismo do conhecimento. RAE-Revista de Admi-nistração de Empresas, 52(1), 100-108.

Gilmartin, D. (1994). Scientific empire and im-perial science: colonialism and irrigation in the Indus Basin. The Journal of Asian Studies, 53(4), 1127-1149.

Goodman, P. S., & Moore, B. E. (1972). Critical issues of cross cultural management research. Human Organization, 31(1), 39-45.

Guha, R., & Spivak, G. C. (1988). Selected sub-altern studies. New York: Oxford University Press.

Hannan, M. T., & Freeman, J. (1977). The popu-lation ecology of organizations. American Jour-nal of Sociology, 82(5)929-964.

Harbison, F., & Myers, C. A. (1959). Manage-ment and the industrial world: an international analysis. New York: McGraw-Hill.

Harding, S. (1996). European expansion and the organization of modern science: isolated or linked historical processes. Organization, 3(4), 497-509.

Page 133: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

367

ISSN 0034-7590

AUTORES | Rafael Borim-de-Souza | Andréa Paula Segatto

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 359-367

Harding, S. (1998). Is science multicultural? Postcolonialisms, feminisms and epistemol-ogies. Indianapolis: Indiana University Press.

Hoogvelt, A. (2001). Globalization and the postcolonial world. London: Palgrave.

Hountondji, P. J. (1997). Endogenous knowl-edge: research trails. Dakar: Codesria.

Jack, G, & Westwood, R. (2009). Internation-al and cross-cultural management studies: a postcolonial reading. London: Palgrave Mac-Millan.

Joynt, P. (1985). Cross-cultural management: the cultural context of micro and macro orga-nizational variables. In P. Joynt & M. Warner (Eds.). Managing in different cultures (pp. 57-68). Oslo: Universitetsforlaget.

Katz, C. (2001). On the grounds of globaliza-tion: a typography for feminist political en-gagement. Signs, 26(1), 1213-1234.

Kelley, L, & Worthley, R. (1981). The role of cul-ture in comparative management: a cross-cul-ture perspective. Academy of Management Journal, 24(1), 164-173.

Kelly, J. D. (1999). Time and the global: against the homogeneous, empty communities in contemporary social theory. In B. Meyer & P. Geschiere (Eds.). Globalization and identity: dialectics of flow and closure (pp. 239-272). Oxford: Blackwell.

Kochan, T. A. (1983). Review of industrial de-mocracy in Europe. Administrative Science Quarterly, 28(4), 629-634.

Levy, D. (2008). Political contestation in glob-al production networks. Academy of Manage-ment Review, 33(4), 943-963.

Meyer, B, & Geschiere, P. (Eds.). (1999). Glo-balization and identity: dialectics of flow and closure. Oxford: Blackwell.

Neghandi, A. R. (1975). Comparative man-agement and organization theory: a marriage needed. Academy of Managament Journal, 18(2), 334-344.

Parry, B. (1987). Problems in current theories of colonial discourse. Oxford Literary Review, 13(1), 25-58.

Peterson, M. F. (2001). International collabora-tion in organizational behavior research. Jour-nal of Organizational Behavior, 22(1), 59-81.

Pfeffer, J. (2005). Why do bad management theories persist? A comment on Ghoshal. Academy of Management Learning and Edu-cation, 4(1), 96-100.

Prasad, A. (1997). The colonizing conscious-ness and representations. In P. Prasad, A. J. Mills, M. Elmes & A. Prasad A. (Eds.). Manag-ing the organizational melting pot: dilemmas of workplace diversity (pp. 285-311). London: Sage.

Prasad, P. (2003). Postcolonial theory and or-ganizational analysis: a critical engagement. New York: Palgrave.

Punnett, B. J, & Shenkar, O. (1996). Handbook for international management research. Cam-bridge: Blackwell.

Raghuram, P, & Madge, C. (2006). Towards a method for postcolonial development geog-raphy? Possibilities and changes. Singapore Journal of Tropical Geography, 27(3), 270-288.

Redding, S. G. (1994). The comparative man-agement theory zoo: getting the elephants and ostriches and even dinossaurs from the jungle into the iron cages. In B. Toyne & D. Nigh (Eds.). International business inquiry: an emerging vision (pp. 416-439). Columbia: University of South Carolina Press.

Redding, S. G. (2005). The thick description and comparison of societal systems of cap-italism. Journal of International Business Studies, 36(2), 123-155.

Reingold, N, & Rothenberg, M. (Eds.). (1987). Scientific colonialism: a cross-cultural com-parison. Washington DC: Smithsonian Insti-tution Press.

Roberts, K. H. (1970). On looking at an el-ephant: an evaluation of cross-cultural re-search related to organizations. Psychologi-cal Bulletin, 74(5), 327-350.

Said, E. (1993). Culture and imperialism. Lon-don: Vintage.

Said, E. W. (1978). Orientalism: western con-ceptions of the orient. New York: Pantheon Books.

Santos, B. S. (2007). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46.

Schollhammer, H. (1969). The comparative management theory jungle. Academy of Man-agement Journal, 12(1), 81-97.

Schollhammer, H. (1973). Strategies and meth-odologies in international business and com-parative management research. Management International Review, 13(6), 17-32.

Schollhammer, H. (1975). Current research on international and comparative management issues. Management International Review, 15(2-3), 29-45.

Scholte, J. A. (2000). Globalization: a critical introduction. Basingstoke: Palgrave.

Smith, L. T. (1999). Decolonizing methodolo-gies: research and indigenous peoples. Lon-don: Zed Books and University of Otago Press.

Springhall, J. (2001). Decolonization since 1945: the collapse of European overseas em-pires. Basingstoke: Palgrave Macmillan.

Thomas, N. (1994). Colonialism’s culture: anthropology, travel and government. Cam-bridge: Polity Press.

Thrift, N. (2005). Knowing capitalism. London: Sage.

Tsui, A. S. (2007). From homogenization to pluralism: international management research in the academy and beyond. Academy of Man-agement Journal, 50(6), 1353-1364.

Tucker, V. (1999). The myth of development. In R. Munck & D. O’Hearn (Eds.). Critical develop-ment theory (pp. 1-26). London: Zed Books.

Weinshall, T. D. (1977). Culture and manage-ment. London: Penguin.

Westwood, R. I. (2001). Appropriating the other in the discourse of comparative management. In R. I. Westwood & S. Listead (Eds.). The lan-guage of organization (pp. 241-262). London: Sage Publications.

Westwood, R. I. (2004). Towards a postcolonial research paradigm in international business and comparative management. In R. Mar-schan-Piekkari & C. Welch (Eds.). Handbook of qualitative research methods for international business (pp. 56-83). Chentenham: Edward Elgar.

Westwood, R. I, & Jack, G. (2007). Manifesto for a post-colonial international business and management studies: a provocation. Critical Perspectives on International Business, 3(3), 246-265.

Page 134: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

368

ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 368-369

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

RESENHA

INCENTIVO À GERAÇÃO DE IDEIAS: SISTEMA INTERNO DE SUGESTÕES DE ALTO DESEMPENHO

THE IDEA-DRIVEN ORGANIZATION: UNLOCKING THE POWER IN BOTTOM-UP IDEASDe Alan G. Robinson; Dean M. Schroeder. San Francisco, USA: Barret-Koehler Publishers, Inc, 2014. 190 páginas.

O livro trata de um assunto que tem sido pouco abordado pela literatura especializa-da – a geração e captação de ideias do pessoal da linha de frente das organizações, ou do “chão de fábrica”, no caso de empresas industriais.

Os autores já haviam publicado, em 2004, o grande sucesso editorial Ideas are free (em português, Ideias para revolucionar sua vida, Editora Gente), que se tornou refe-rência no estudo de sistemas internos de sugestões das organizações.

No novo livro, os autores não dão a mesma ênfase sobre o fato de os sistemas de sugestões de alto desempenho normalmente não pagarem por ideia aprovada. Não parece que os autores tenham mudado de opinião a esse respeito, visto que os sis-temas de sugestões de alto desempenho, citados como exemplos no livro, têm como característica o não pagamento por ideia (contrariamente ao velho sistema de caixas de sugestões). Os exemplos induzem à conclusão de que teria se tornado praxe dos modernos e bem-sucedidos sistemas de sugestões reconhecerem o mérito individual dos autores de ideias aprovadas com prêmios simbólicos, repercutidos por toda a or-ganização, enquanto o reconhecimento financeiro não seria individual, e sim agrega-do por equipe, ou mesmo pelo resultado de toda a empresa.

Tive a grande satisfação de conhecer pessoalmente, em 2010, os autores Alan Ro-binson (professor da Universidade de Massachusetts) e Dean Schroeder (professor da Universidade de Valparaiso – Indiana). Na ocasião, eles estavam trabalhando no pro-jeto do novo livro e procurando uma empresa no Brasil que possuísse um sistema de sugestões de alto desempenho. Encontraram a Brasilata, uma das empresas analisa-das no livro.

O livro é recheado de casos reais. Ao todo, são mais de 60 citações de organiza-ções diferentes. Os autores são cuidadosos e citam, nominalmente, as empresas em pouco mais da metade (36) dos exemplos. Nos demais casos, por abordarem erros ou fracassos, os nomes das empresas são omitidos.

Ao longo do texto, torna-se claro que as organizações com um sistema interno de sugestões de alto desempenho, definidas como ”Organizações guiadas por ideias”, obtêm resultados muito superiores à média setorial. Coloca-se então a pergunta: Por que as organizações desse tipo ainda são tão raras?

PorAntonio Carlos Teixeira Alvares

[email protected] da Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo -

São Paulo - SP, Brasil

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150311

Page 135: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

369RESENHA | Incentivo à geração de ideias: sistema interno de sugestões de alto desempenho

ISSN 0034-7590 © RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 368-369

A explicação, segundo os autores, seria o preconceito da maioria dos ges-tores, que têm dificuldade em acreditar que existe valor suficiente em ideias dos empregados do chão de fábrica para jus-tificar o esforço de buscá-las. O precon-ceito dos gestores, segundo a literatura recente especializada em inovação, se-ria a razão determinante para o fato de as organizações inovadoras serem raras. Gibson e Skarzynski (Inovação, priorida-de nº 1: o caminho para transformações nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2008) traçam, inclusive, um pa-ralelo com o sistema de qualidade oriun-do do Japão, que só teria conseguido ser transportado de modo eficaz para o Oci-dente quando os gestores de fábricas acabaram com o preconceito de que qua-lidade era atributo do inspetor, e não do operador. Segundo esses autores, a or-ganização inovadora estimula a captação de ideias, a partir de todas as pessoas e lugares.

Robinson e Schroeder mostram no li-vro, por meio de exemplos muito con-vincentes, vários casos que comprova-riam que 80% do potencial de melhorias em uma organização concentram-se nas ideias do pessoal da linha de frente.

Um dos objetivos centrais do livro é sugerir caminhos para uma organização tornar-se guiada por ideias. Como con-sultores do assunto, os autores mergu-lharam fundo nesse tipo de organização para entendê-lo. Entretanto, reconhecem que uma coisa é entender como funcio-na uma empresa guiada por ideias; outra bem diferente é saber como criar uma or-ganização com esse foco – e esse parece ser o objetivo central do livro.

Eles afirmam que os sistemas de su-gestões surgiram há mais de um sécu-lo e, nesse período, foram adotadas vá-rias formas para promover ideias dos empregados, porém, na maioria das ve-zes, com pouco sucesso. Entretanto, ob-servam que esse cenário estaria mudan-

do nos anos recentes. Empresas com os melhores sistemas internos de suges-tões têm implantado, rotineiramente, 20, 50, 100 ou mais ideias por funcioná-rio por ano e se destacado por sua com-petitividade setorial.

No capítulo cinco, os autores indicam, de maneira didática, três tipos que conside-ram fundamentais nas empresas com siste-mas de sugestões de alto desempenho.

O primeiro tipo seria baseado no sis-tema de origem japonesa, conhecido como teian-kaizen, considerada a primei-ra geração de sistema de sugestão de alto desempenho que continua a funcio-nar excepcionalmente bem. Exigiria, po-rém, uma cultura específica muito forte, fator difícil de conseguir no curto prazo. Vale ressaltar que o único sistema do gê-nero citado no livro é o da Brasilata, que tem obtido a marca de mais de 150 ideias por funcionário por ano com 90% de im-plantação.

Outros dois sistemas são definidos pelos autores: um está baseado em “pro-cesso de reuniões de ideias” para discus-são de oportunidades de melhoria; e ou-tro, denominado “processo de quadro de ideias”, que permitiria a todos os en-volvidos visualizarem os problemas. Os autores destacam que os processos de sugestões de alto desempenho são com-pletamente diferentes do tradicional sis-tema de caixa de sugestões.

É indicado um programa de nove eta-pas para a implantação de um sistema de ideias de alto desempenho. A primei-ra dessas etapas seria a de assegurar o compromisso de longo prazo da lide-rança da empresa, sem o qual o siste-ma cairia no vazio – são citados diversos exemplos de fracasso devido à falta de envolvimento da liderança.

Segundo os autores, os sistemas de sugestões de alto desempenho tratam basicamente das melhorias continuas, porém, como quebram barreiras cultu-rais ao intraempreendedorismo, favo-

recem também inovações radicais, em que muito se beneficiam das ideias dos empregados. O livro apresenta vários exemplos de inovações radicais origi-nadas por ideias da linha de frente. Ou seja, os sistemas de sugestões de alto desempenho propulsionariam, na or-ganização, o que o Fórum FGV Inova-ção denominou Meio Inovador Interno, um contexto que envolve e dá supor-te às pessoas e ao processo de inova-ção, resultante das sinergias internas que operam de modo efetivo para gerar continuamente inovações. E isso só se-ria possível se os bem-educados e pre-parados gestores empresariais, normal-mente com cursos de pós-graduação, perdessem o preconceito de que as boas ideias só podem vir de especialis-tas com formações semelhantes às de-les e, assim, não faria sentido perder tempo com o pessoal de linha de fren-te, especialmente do chão de fábrica. Segundo os autores, isso é difícil, mas já estaria começando a acontecer.

As organizações guiadas por ideias ainda são raras na atualidade, mas os autores acreditam que, no prazo de 20 anos, se tornarão lugares-comuns. Um dos autores declara que, no ano de 1991, quando escreveu um artigo, foi quase im-possível encontrar bons exemplos den-tro dos EUA, pois eram quase todos japo-neses do tipo kaizen. Em 2004, ano em que foi escrito Ideas are free, alguns sis-temas de sugestões de alto desempenho foram encontrados nos EUA, na Europa e em outros países asiáticos. Hoje já exis-tem muitas organizações com sistemas maduros de sugestões de alto desempe-nho e capazes de promover inovação em taxas extraordinárias.

Aos que se interessam pelo tema de geração de ideias e inovação, considero altamente recomendável a leitura de The idea-driven organization: unlocking the power in botton-up ideas.

Page 136: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

370 RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

ISSN 0034-7590© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 370

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

Um olhar cauteloso sobre o fascínio por novas tecnologias Alexandre Reis Graeml | [email protected]

A humanidade sempre encontrou em suas tecnologias o apoio necessário para que dominasse a natureza e construísse um futuro mais promissor. Em parte, em função disso, desenvolvemos uma propensão a abraçar qualquer nova tecnologia que se nos apresente com certo deslumbramento, pouco preocupados com eventuais “efeitos colaterais”. Afinal, se, ao resolver um problema atual, uma dada tecnologia estiver contribuindo para a geração de um problema futuro, seguramente, encontraremos uma solução tecnológica para ele também, no devido tempo, ou não? Para compreendermos alguns riscos da tecnofilia e refletirmos sobre a capacidade de os avanços tecnológicos nos manterem na trajetória do progresso, o professor Alexandre Reis Graeml (Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR) indica os trabalhos de alguns grandes pensadores do século XX.

INTERNET, E DEPOIS? Uma teoria crítica das novas mídiasDominique Wolton. Porto Alegre: Sulina, 2003. 232 p.

Tendo estudado durante muito tempo a inserção da televisão na sociedade, não foi difícil para esse sociólogo francês expandir suas ideias para o mundo da in-ternet. Ao mesmo tempo que destaca a sobrevalorização dos aspectos técnicos das novas tecnologias na construção da sociedade da informação, procura mos-trar caminhos possíveis para se obter mais cidadania e democracia, a partir da for-ma como nos apropriamos das revolucionárias tecnologias dos nossos tempos.

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO EXTENSÕES DO HOMEM (understanding media)Marshall McLuhan. São Paulo: Cultrix, 1979. 407 p.

O meio já era a mensagem na década de 1960, quando McLuhan escreveu este li-vro e cunhou algumas das frases que melhor expressam o mundo contemporâneo em sua relação com as tecnologias. A obra deve ser relida por aqueles que pen-sam o mundo das TICs atuais e o que ainda vem por aí. Apesar de ter sido escri-to no início dos tempos televisivos, suas ideias são perfeitamente aplicáveis à so-ciedade contemporânea.

CIBERCULTURAPierre Lévy. São Paulo: Editora 34, 1999. 264 p.

Embora escrito muito antes do advento da Web 2.0, poucos são os textos que con-seguem nos fazer refletir e compreender tão claramente o fenômeno das redes so-ciais e as possibilidades da inteligência coletiva para uma nova sociedade e eco-nomia, baseadas no envolvimento sinérgico de todas as mentes do planeta. Para Lévy, cada um de nós tem a sua experiência, que pode ser (e será) útil para enca-rarmos juntos os desafios da humanidade.

BUILDING A BRIDGE TO THE 18TH CENTURY: How the past can improve our futureNeil Postman. Vintage Books, 2000. 224 p.

Enquanto, na década de 1990, Bill Clinton incentivava a construção de “uma pon-te para o século 21”, o autor se questiona sobre o que poderia levar consigo nessa travessia. A carência de boas soluções no seu tempo o leva a uma jornada de res-gate de ideias (e ideais) para pensarmos o futuro da humanidade, retornando aos iluministas do século 18. Ao longo da obra, Postman brinda o leitor com seis ques-tões para reflexão antes de adotar/aceitar novas tecnologias.

TECNOPÓLIO: A rendição da cultura à tecnologiaNeil Postman. São Paulo: Nobel, 1994. 223 p.

Postman inicia este instigante livro relembrando-nos da recusa de Sócrates a adotar a grande nova tecnologia de sua época. Resistência à mudança? A justificativa do filósofo para não transferir suas ideias para o pergaminho não era aversão ao meio (escrita), mas a desdobramentos indesejáveis acarretados pela desconexão espaço-temporal. O restante da obra mostra como chegamos a ser o que somos e a pensar como pensamos, influenciados pela nossa trajetória tecnológica.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150312

Page 137: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

371Indicações Bibliográficas

ISSN 0034-7590 © RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015 | 371

Gestão de riscos em cadeia de suprimentosEliciane Maria da Silva | [email protected]

Nos últimos anos, o aumento de pressões competitivas entre companhias em cadeias de suprimentos tem sido caracterizado por níveis de crescimento de incertezas no ambiente em que atuam. As interações em cadeias nacionais e globais tornaram-se mais complexas. Companhias compartilham informações de inventário, de planejamento e programação da produção e de distribuição. As informações podem estar em vários nós na cadeia de suprimentos e em diferentes setores e ambientes econômicos. Consequentemente, as transações de negócios podem estar mais vulneráveis para rupturas, e firmas precisam gerenciar os riscos na cadeia de suprimentos. A professora Eliciane Maria da Silva (FGV/EAESP) tem dedicado esforço de pesquisa nos últimos dois anos, em seu pós-doutorado, na Universidade de Bath, Inglaterra. Ela apresenta aqui sugestões de leitura dentro dessa temática.

SUPPLY CHAIN RISK: A handbook of assessment, management, and performance (International Series in Operations Research & Management Science)George A. Zsidisin, Bob Ritchie (Eds.). New York: Springer, 2010. 350 p.

É uma coletânea de artigos científicos muito bem escritos por pesquisadores re-nomados de diferentes países. O livro é dividido em quatro partes e 20 capítulos. São descritos os principais conceitos de riscos, enfatizando uma gestão proativa, e conceitos de estruturas de cadeias, ilustrando ferramentas para mitigar os ris-cos. Também é ressaltada a gestão de riscos em pequenas e médias empresas e são apresentadas questões sobre segurança em cadeia de suprimentos e estu-do de casos.

LOGISTICS AND SUPPLY CHAIN MANAGEMENT: Creating value-adding networksMartin Christopher. 4rd ed. Harlow: FT Prentice-Hall, 2010. 288 p.

É um livro tradicional de gestão de cadeia de suprimentos e logística. No capítu-lo 10, o autor aborda conceitos de gestão de riscos na cadeia de suprimentos. Ele alerta sobre os riscos de outsourcing e redução de fornecedores, abordando, tam-bém, as fontes de riscos e técnicas para mitigá-los. Por fim, é descrita a importân-cia da visibilidade em processos de rupturas de gestão de estoques e apresenta--se como firmas poderiam construir cadeias resilientes.

THE FEELING OF RISK: New perspectives on risk perceptionPaul Slovic (Org.). New York: Earthscan, 2010. 425 p.

O autor apresenta estudos relacionando experiências pessoais com risco e o com-portamento humano, expondo como a percepção de risco pode ser construída e como as pessoas fazem julgamentos e tomam decisões. São feitas associações de experiências com riscos e sentimentos em geral; aspectos culturais e cogniti-vos; fatores psicológicos, sociais e institucionais. São relatadas, também, investi-gações sobre o conhecimento e a comunicação, incluindo a natureza, severidade e consequências dos riscos.

THE PSYCHOLOGY OF RISK: An introductionGlynis M. Breakwell. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2014. 380 p.

O autor apresenta métodos de análise de riscos sobre uma abordagem da psico-logia e modelos exploratórios de avaliação e desenvolvimento de riscos para a percepção individual dentro do contexto social, institucional e interpessoal. Tam-bém apresenta técnicas para gerenciamento de risco em organizações comple-xas, abordando gestão de qualidade, cultura de segurança, efeitos da incerteza na gestão de risco e a importância da confiança na comunicação e da reputação das firmas.

AGAINST THE GODS: The remarkable story of riskPeter L. Bernstein. New York: John Wiley & Sons, 1998. 400 p.

O livro foi um best-seller para as áreas de Economia e Administração. O autor apresenta de modo agradável teorias matemáticas, baseando-se em histórias do passado e contando a origem das teorias de probabilidade e estatística, teorias dos jogos, entre outras. A leitura proporciona a reflexão a respeito do fato de que muitas das ferramentas usadas em gestão de risco atualmente foram baseadas em teorias importantes surgidas entre os anos de 1654 e 1760.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150313

Page 138: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

372

ISSN 0034-7590

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 3 | maio-jun 2015

GOVERNANÇA

Entidade de caráter técnico-científico e filantrópico, instituída em 20 de dezembro de 1944 como pessoa jurídica de direito privado, visando ao estudo dos problemas da organização racional do trabalho, especialmente nos seus aspectos administrativos e social, e à conformidade de seus métodos às condições do meio brasileiro.

Primeiro Presidente e Fundador: Luiz Simões Lopes

Presidente: Carlos Ivan Simonsen Leal

Vice-presidentes: Francisco Oswaldo Neves Dornelles, Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque,Sergio Franklin Quintella.

CONSELHO DIRETORPresidente: Carlos Ivan Simonsen Leal

Vice-presidentes: Francisco Oswaldo Neves Dornelles, Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque,Sergio Franklin Quintella.

Vogais: Armando Klabin, Carlos Alberto Pires de Carvalho e Albuquerque, Cristiano Buarque Franco Neto, Ernane Galvêas, José Luiz Miranda, Lindolpho de Carvalho Dias, Marcílio Marques Moreira, Roberto Paulo Cezar de Andrade.

Suplentes: Aldo Floris, Antonio Monteiro de Castro Filho, Ary Oswaldo Mattos Filho, Eduardo Baptista Vianna, Gilberto Duarte Prado, Jacob Palis Júnior, José Ermírio de Moraes Neto, Marcelo José Basílio de Souza Marinho, Mauricio Matos Peixoto.

CONSELHO CURADORPresidente: Carlos Alberto Lenz César Protásio

Vice-presidente: José Alfredo Dias Lins (Klabin Irmãos & Cia.)

Vogais: Alexandre Koch Torres de Assis, Antonio Alberto Gouveia Vieira, Andrea Martini (Souza Cruz S/A), Eduardo M. Krieger, Estado da Bahia, Estado do Rio Grande do Sul, Federação Brasileira de Bancos, Heitor Chagas de Oliveira, Luiz Chor, Marcelo Serfaty, Marcio João de Andrade Fortes, Pedro Henrique Mariani Bittencourt (Banco BBM S.A), Orlando dos Santos Marques (Publicis Brasil Comunicação Ltda), Raul Calfat (Votorantim Participações S.A), Leonardo André Paixão (IRB-Brasil Resseguros S.A), Ronaldo Vilela (Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Previdência Complementar e de Capitalização nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo), Sandoval Carneiro Junior Suplentes: Cesar Camacho, José Carlos Schmidt Murta Ribeiro, Luiz Ildefonso Simões Lopes (Brookfield Brasil Ltda), Luiz Roberto Nascimento Silva, Manoel Fernando Thompson Motta Filho, Nilson Teixeira (Banco de Investimentos Crédit Suisse S.A), Olavo Monteiro de Carvalho (Monteiro Aranha Participações S.A), Patrick de Larragoiti Lucas (Sul América Companhia Nacional de Seguros), Clóvis Torres (VALE S.A.), Rui Barreto, Sergio Lins Andrade, Victório Carlos De Marchi

UNIDADES DA FGV-SPEscola de Administração de Empresas de São PauloDiretor: Luiz Artur Ledur Brito

Escola de Economia de São PauloDiretor: Yoshiaki Nakano

Escola de Direito de São PauloDiretor: Oscar Vilhena Vieira

FGV ProjetosDiretor Executivo: Cesar Cunha Campos

Diretor Técnico: Ricardo Simonsen

Diretor de Controle: Antonio Carlos Kfouri Aidar

Vice-Diretor de Projetos: Francisco Eduardo Torres de Sá

Vice-Diretor de Estratégia e Mercado: Sidnei Gonzalez

Diretoria da FGV para assuntos da FGV-SP

Diretor: Francisco S. Mazzucca

Diretoria de Operações da FGV-SP: Mario Rocha Souza

DIRETORIADiretor: Luiz Artur Ledur Brito

Vice-Diretor: Tales Andreassi

CONGREGAÇÃOPresidente: Luiz Artur Ledur Brito

CONSELHO DE GESTÃO ACADÊMICAPresidente: Luiz Artur Ledur Brito

DEPARTAMENTOS DE ENSINO E PESQUISAAdministração da Produção e de Operações:Susana Carla Farias Pereira

Administração Geral e Recursos Humanos:Maria Ester de Freitas

Contabilidade, Finanças e Controle: Jean Jacques Salim

Fundamentos Sociais e Jurídicos da Administração: Isleide Arruda Fontenelle

Informática e Métodos Quantitativos Aplicados à Administração: André Luiz Silva Samartini

Mercadologia: Inês Pereira

Planejamento e Análise Econômica Aplicados à Administração: Arthur Barrionuevo Filho 

Gestão Pública: Henrique Fingermann

CURSOS, PROGRAMAS E SERVIÇOSCurso de Graduação em Administração:Nelson Lerner Barth

Curso de Graduação em Administração Pública: Fernando Luiz Abrucio

Curso de Especialização em Administração (pós-graduação lato sensu): Renato Guimarães Ferreira

Mestrado e Doutorado em Administração de Empresas: Ely Laureano Paiva

Mestrado e Doutorado em Administração Pública e Governo: Mario Aquino Alves

Mestrado Profissional em Administração de Empresas (MPA): Marina de Camargo Heck

Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas: Regina Silvia Viotto Monteiro Pacheco

Mestrado Profissionalem Gestão Internacional: Edgard Elie Roger Barki

OneMBA: Marina de Camargo Heck

GVpec - Programa de Educação Continuada(em parceria com o IDE): Carlos Osmar Bertero

Núcleo de Pesquisas: Thomaz Wood Júnior

RAE-publicações: Eduardo Henrique Diniz

CENTROS DE ESTUDOSCentro de Empreendedorismoe Novos Negócios: Tales Andreassi

Centro de Estudos de AdministraçãoPública e Governo: Fernando Burgos Pimentel dos Santos

Centro de Estudos de Política e Economiado Setor Público: George Avelino Filho

Centro de Estudos em Planejamentoe Gestão de Saúde: Ana Maria Malik

Centro de Estudosem Sustentabilidade: Mário Prestes Monzoni Neto

Centro de Excelência em Logísticae Supply Chain: Manoel de Andrade e Silva Reis

Centro de Excelência em Varejo: Jacob Jacques Gelman

Centro de Tecnologiade Informação Aplicada: Alberto Luiz Albertin

Instituto de Finanças: João Carlos Douat

Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira: Lauro Emilio Gonzalez Farias

Centro de Estudos em Finanças: William Eid Jr.

Centro de Estudos em Private Equity: Cláudio Vilar Furtado

Centro de Estudos em Competitividade Internacional: Maria Tereza Leme Fleury

Fórum de Inovação: Marcos Augusto de Vasconcellos

International Business Research Forum(IBRF): Rodrigo Bandeira-de-Mello

Núcleo de Comunicação, Marketinge Redes Sociais Digitais: Izidoro Blikstein

Núcleo de Estudos em Organizaçõese Pessoas: Maria José Tonelli

APOIOCentro de Desenvolvimento do Ensino e da Aprendizagem: Francisco Aranha

Coordenadoria de AvaliaçãoInstitucional: Heloisa Mônaco dos Santos

Coordenadoria de Estágiose Colocação Profissional: Beatriz Maria Braga

Coordenadoria de Extensão Cultural: Daniel Pereira Andrade

Coordenadoria de Relações Internacionais: Julia Alice Sophia von Maltzan Pacheco

Serviço de Apoio e Atendimento Psicológico e Psiquiátrico aos Alunos do Curso de Graduação em Administração: Tiago Luis Corbisier Matheus

Alumni GV: Francisco Ilson Saraiva Junior

ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA FGV-EAESPPresidente: Vagner Neres da Silva

DIRETÓRIO ACADÊMICO GETULIO VARGASPresidente: Gabriela Novaes Brepohl

DIRETORES DA RAEMaio/1961 a jun/65: Raimar Richers; jul/65 a dez/66: Yolanda F. Balcão; jan/67 a jun/68: Carlos Osmar Bertero; jul/68 a jun/69: Ary Bouzan; jul/69 a jun/71: Orlando Figueiredo;jul/71 a dez/72: Manoel Tosta Berlinck; jan/73 a jun/75: Robert N.V.C. Nicol; jul/75 a mar/80: Luiz Antonio de Oliveira Lima, abr/80 a mar/82: Sérgio Micelli Pessoa de Barros;abr/82 a dez/83: Yoshiaki Nakano; jan/84 a set/85: Sérgio Micelli Pessoa de Barros; out/85 a set/89: Maria Cecília Spina Forjaz; out/89 a dez/89: Maria Rita Garcia L. Durand;jan/90 a set/91: Gisela Taschner Goldenstein; out/91 a nov/95: Marilson Alves Gonçalves; dez/95 a dez/00: Roberto Venosa; jan/01 a dez/04: Thomaz Wood Jr.;jan/05 a ago/07: Carlos Osmar Bertero; ago/07 a ago/08: Francisco Aranha; set/08 a jan/09: Flávio Carvalho de Vasconcelos; fev/09: Eduardo Diniz

Page 139: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

LINHA EDITORIAL

Foco

A RAE-Revista de Administração de Empresas tem interesse na publicação de artigos de desenvolvi-mento teórico, trabalhos empíricos e ensaios.

Aceitam-se colaborações do Brasil e do exte-rior, nos campos da Administração de Empre-sas. A pluralidade de abordagens e perspecti-vas é incentivada.

Como revista generalista na área, cobre um espec-tro amplo de subdomínios de conhecimento, pers-pectivas e questões.

O público primário da RAE é composto por acadê-micos - professores, pesquisadores e estudantes.

Submissão

Os trabalhos devem ser encaminhados à Redação pela internet por meio do ScholarOne, sistema de submissão e gerenciamento de artigos, disponibi-lizado em parceria com SciELO: http://mc04.ma-nuscriptcentral.com/rae-scielo.

Os artigos podem ser submetidos em português, inglês,  ou espanhol, observando formato e nor-mas de padronização definidos em nosso Manual da Redação. Recomendamos que os autores con-sultem ainda as Orientações para Autores, com considerações sobre posicionamento, estilo e es-trutura antes de enviar seu trabalho para a Reda-ção. O Manual da Redação e as Orientações para Autores também podem ser acessados no Espaço do Autor.

Os autores só poderão submeter um artigo por vez, (a regra será aplicada também as chamadas de trabalhos), ou seja, enquanto existir um arti-go em processo de avaliação, o autor não pode-rá submeter um segundo, como autor principal ou em co-autoria. Caso o trabalho seja rejeitado em uma das etapas do processo, o autor poderá sub-meter o mesmo artigo ou um novo artigo.

Ineditismo e exclusividade

Os artigos submetidos à publicação na RAE devem ser inéditos e não devem estar sendo considera-dos por outro periódico.

Avaliação

O processo de avaliação de artigos submetidos à publicação na RAE-Revista de Administração de Empresas, após triagem preliminar por formato e rastreamento de similaridades pelo iThenticate®, consiste em três etapas:1ª) triagem realizada pelo Editor chefe, que exa-

mina a adequação do trabalho à linha edito-rial da revista e seu potencial para publicação;

2ª)  avaliação preliminar por um membro do Corpo Edi-torial Científico que visa identificar a contribuição do artigo para a sua área de especialidade; e

3ª) avaliação double blind review.

A avaliação double blind review é coordenada por um membro do Corpo Editorial Científico da área de especialidade do artigo, e consiste na intera-ção entre os autores e dois pareceristas especia-listas que, ao avaliar os trabalhos, fazem comen-tários e oferecem sugestões de aperfeiçoamento. Essa etapa envolve reavaliações contínuas, reu-nindo esforços para aprimoramento dos artigos.

Para familiarizar-se com os quesitos levados em consideração pelos pareceristas, sugerimos aos autores que consultem os formulários-modelo, disponíveis em Orientações para Pareceristas. Ha-bitualmente, os editores científicos e editor-chefe acrescentam às sugestões dos revisores um acon-selhamento editorial, cujo objetivo é adequar o ar-tigo aos padrões da revista.

Preparação para publicação

Depois de aprovado, o artigo é submetido à edi-ção final e à revisão ortográfica e gramatical.

Direitos autorais

A FGV-EAESP/RAE detém os direitos patrimoniais dos artigos que publica, inclusive os de tradu-ção e adota a Licença de Atribuição Não-Comer-cial (BY-NC) do Creative Commons (http://creati-vecommons.org/licenses/by-nc/2.0) em todos os trabalhos publicados, exceto quando houver indi-cação específica de outros detentores de direitos autorais. Em caso de dúvidas, solicitamos consul-tar a Redação ([email protected]).

Page 140: FGV - RAE Revista de Administração de Empresas, 2015. Volume 55, Número 3

Mais informaçõesGrande São Paulo: (11) 3799-3717Outras localidades: 0800 16 [email protected]/gvcasos