CibernéticarevistaT e c l a n d o p a r a a m u d a n ç a
Volume 1 | Edição 1
e m A n g o l a2012
Edição inaugural
O começo do fim do velho regime?
CibernéticarevistaT e c l a n d o p a r a a m u d a n ç a15.JAN.2012
2 Revista Cibernética
Regulares
03 - CARTA DO EDITOR Revista Cibernética, teclando para a mudança Por Pedrowski Teca
14 - COLUNA: <<MAS ASSIM ENTÃO É CUMU?>>
Enquanto a luta continuar. . . estaremos paiados! Por Zezito da Terra Vermelha
08 - POETAS DO FACEBOOK: Flagrância Força Angola João sem sobrenome Por Lourenço Paposseco
Entrevista
06 - Em Foco: 2012 (em Angola) poderá ser o começo do fim do velho regime Por Pedrowski Teca
Análises
04 - ANÁLISE: José Eduardo dos Santos - Arquitecto da Paz ou Ditador? Por Al Félix
11 - ANÁLISE: Autarquias (... a introdução) Por Sérgio Conceição
15 - ANÁLISE: A foto de todas as discórdias Por Pedrowski Teca
Análises
10 - ANÁLISE: Angola e o autoritarismo Por Maurílio Luiele
12 - ANÁLISE: Os Revolucionários Cibernéticos: patriotas ou inimigos da Pátria e do Presidente? Por Luís Carlos Matos (N’Gola N’Tima)
TÓPICOS
PR, José Eduardo dos Santos
Al Félix
António Cascais
Director & Editor: Pedrowski TecaColaboradores: Al Félix, Sérgio Conceição, Maurílio Luiele, Lourenço Paposseco,
Luís Carlos Matos (N’Gola N’Tima) e Zezito da Terra Vermelha (personagem anónima).Paginação & Design: Pedrowski Teca
Contactos: [email protected] e Marketing: Vaga
Grande Repórter: Vaga© Copyrights 2012 - Pedro Teca
As opiniões expressas pelos colaboradores e colunistas da Revista Cibernética não engajam a revista.
A mudança que tanto anseamos tem um segredo: as modernas tecnologias de comunicação, como a internete, com as suas redes sociais, websites e blogs, os sistemas de mensagens de telemóveis e os meios convencionais de difusão em massa, como os jornais e as rádios pri-vadas. As redes sociais, como o Facebook,
o Twitter e o Skype, e adicionamente o website “Youtube”, foram cruciais nos eventos que marcaram o ano de 2011, e na comunidade Angolana, a criatividade e inovação, no uso das mesmas, foram determinantes para chegarmos onde estamos. Nesta sequência e em gesto de cria-
tividade, inovação e contributo, a “Revista Cibernética” foi criada para servir como plataforma de interacção, informação, educação e advocacia, na certeza de que
com qualquer contributo intelectual feito por indivíduos ou instituições via internete, estaremos “teclando para a mudança”.A “Revista Cibernética” revê-se na
aderência dos princípios jornalísticos básicos e essenciais, tais como: a objec-tividade, publicação de factos e claridade, o balanço do contéudo editorial, e desta forma, proporcionando de igual modo uma plataforma de livre expressão, es-clarecimento e respostas em assuntos concernentes ao nosso país.Infelizmente, nesta primeiríssima edição,
a balança do contéudo mostrou-se ex-tremamente desiquilibrada em termos de género e ideologias político-partidárias, talvés pelo facto de ser a primeira edição.A “Revista Cibernética” deve ser uma
plataforma democrática e não um porta-voz do regime ou um panfleto da oposição. Como disse um amigo, “devemos pugnar pelos valores democráticos e dar sempre a possibilidade de haver o contraditório”. Desta forma, convidamos todos aqueles que se oponhem à materias divulgadas nesta edição à manifestarem as suas opiniões em forma de esclarecimen-tos para serem publicadas na próxima edição.A “Revista Cibernética” também no-
tou que por mais que muitos internautas apoiaram a idéia da criação da mesma, a maioria contactada para entrevistas ou
Carta do Editor
contribuições de matérias, mostraram-se cépticos para com o projecto e não acreditaram na concretização do mesmo em tão pouco tempo (15 dias).Graças à Deus, conseguimos materi-
alizar a idéia e temos a honra de apresen-tar-vos a nossa edição inaugural.Agradecemos os nossos colaboradores
que não só concordaram com a idéia mas também acreditaram e contribuiram. Nomeadamente: o kota Maurílio Luiele, o Al Félix, o Sérgio Conceição, o Lourenço Paposseco, o Luís Carlos Matos e o Zezito da Terra Vermelha. Os vossos contributos entraram na
história da existência da nossa “Revista Cibernética,” e esperamos que sirvam de inspiração para cada membro da nossa comunidade.A nossa próxima edição sairá, se tudo
correr bem, no dia 15 de Fevereiro e pro-metemos melhorar, não só no balanço do contéudo mas também na paginação e design, tendo em conta que todo e qualquer apoio da nossa comunidade será uma mais valia à nossa “Revista Cibernética” para que juntos teclemos para a mudança que tanto anseamos.Sem mais, a “Revista Cibernética” deseja
uma boa leitura à todos os seus leitores.
Pedrowski Teca
“”Frases ditas no Facebook
“Para quem insiste em não querer compreender as razões porque os jovens insistem em
trazer a sua indignação para as ruas, saiba que o problema é só um: a dicotomia entre o paraíso
que nos querem fazer crer que vivemos e o calvário que
experimentamos todos os dias,” - Maurílio Luiele
***““Angola é apenas a fonte de
riqueza do Ocidente, mais nada! Não convém falar muito de
Angola, para não se contrariar os princípios ocidentais à volta da democracia e dos direitos
huma¬nos! O ocidente trata e vê Angola como a terra de ninguém
e, ao mesmo tempo, como a terra de todos os que quiserem
explorar os seus recursos naturais. Daí o interesse em
manter Angola sob o comando de ditadores sanguinários, ou
melhor ainda, em guerra perma-nente, pois pode-se lucrar muito com o fornecimento de material
bélico. Trata-se de uma dúpla moral e os angolanos estão con-denados à ser como os judeus,
dispersando-se por esse mundo fora, sem pátria verdadeira e
com nacionalidades estrangeiras. Essa é a grande verdade e o
destino de todos ou da grande maioria dos povos angolanos e seus descendentes,” - Eduarda
Coimbra de Alberto
Revista Cibernéticateclando para a mudança
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CARTA DO EDITOR
Arquiteto da Paz ou Ditador?
O Grande Debate
BRAZIL - Quando desejam credi-tar a José Eduardo dos Santos (JES) a arquitetura da paz em An-gola, as perguntas que se deviam fazer são: em que contexto rece-beu ele esse cognome? E, que tipo de paz ele arquitetou?
Ao propor a UNITA a vice-presidência, no calor dos acon-tecimentos de Setembro de 1992, para costurar um acordo, JES foi laureado com o epíteto de o “Arquiteto da Paz”. Alcunha que tentam erroneamente alguns de-savisados esticá-lo para a atual
conjuntura, onde JES não mais faz jus a tal cognome.Com a eliminação do Dr. Jonas
Malheiro Savimbi, com a anistia que em 2002 foi dada à todos que tiveram parte do processo de paz, JES perde ali a oportunidade de consagrar-se, num momento
ápice, como o verdadeiro “Arquit-eto da Paz!”De lá para cá, JES vem se reve-
lando mais à semelhança de um ditador do que propriamente um pretenso “Arquiteto da Paz.”Nunca tendo sido democratica-
mente eleito Presidente de Angola
Al Fél ix (*)•
José Eduardo dos Santos
4 Revista Cibernética
Arquiteto da Paz ou Ditador?José Eduardo dos Santos
por permissão da participação dos cidadãos, através de sufrágio universal que o elegeria repre-sentante, na chamada democra-cia representativa, JES esquivou-se e vem esquivando-se forjando em 2010 uma Constituição que, em tese, o permitirá estar no poder até aos 82 anos de idade, ao inventar o voto indireto.Existem indícios sobejos que o
qualificariam como ditador ou,
pelo menos, a beirar a ideia de um:Ao fugir do voto direto, JES apo-
derou-se do poder maquinando “autoridade legítima”.JES governa impondo o medo, a
repressão, a coerção e a vontade própria.JES tem pavor de que se observe
rigorosamente a Constituição.Frequentemente comporta-se
como se o país fosse só dele e,
por conseguinte, tudo que ad-quiriu, o fez por fraude, roubo e corrupção.Tornou-se rico por roubar do
povo as divisas e as riquezas do país e, por isso mesmo, não consegue provar que obteve tal riqueza de maneira lícita, já que recentemente defendeu ser a po-breza extrema herança colonial.O jogo político de JES daqui pra
frente será, ou o de arranjar um “sucessor marionete”, o que é improvável, ou o de “eternizar-se no poder”, entenda-se, morrer no poder, pois com tantas evidên-cias e queixas-crimes que pesam contra si e sua prole, diante de um Estado de facto e de direito democrático, um dia ele terá que amargar o banco dos réus. Evi-dentemente ele terá que provar onde, como e quando obteve de modo lícito suas riquezas.A verdade é que, os 3-poderes
(Executivo, Legislativo e Ju-diciário) continuam seqüestra-dos, como os vemos claramente hoje. JES não demonstra cabal com-
prometimento com a democracia, assim, as Instituições se com-partimentalizam em esquemas que, de continências e vênias, submetem-se as suas “ordens superiores”, destituindo-as de seus juízos e execuções próprias.
Por exemplo, uma Comissão Na-cional Eleitoral rastejante, liber-dades de expressão dos órgãos públicos de informação acorren-tados, transparências nos gastos públicos à miragem e uma Consti-tuição pisoteada, nos dão idéia do tipo de liderança que temos.Mais, das diversas queixas-
crimes contra JES remetidas à Procuradoria-Geral da República nenhuma foi completamente le-vada à execução investigativa.
A Paz que José Eduardo dos Santos não garantiu
Já agora, que tipo de paz JES arquitetou? Paz como ausência da guerra? E a paz extensiva que de facto precisamos?Nosso sistema público de saúde
é de todo precário que o próprio JES nunca o acessou para se in-ternar. Existe paz nisso?Nosso sistema público de edu-
cação é tão deprimente que JES prefere pagar propinas mensais em escolas particulares no exte-rior, na ordem de 15 mil dólares americanos para seus filhos. Onde está a paz de JES?O sistema de distribuição d’água
potável em Angola parece residir mesmo na Idade Média. É impres-sionante como JES insiste em manter suas tolas políticas agra-ciando os pobres com chafarizes, ao invés de construir casas con-dignas com avançados sistemas d’água encanada. Que tipo de paz ele nos deu?Luanda, a cidade mais cara do
mundo para se viver, vive às piscas-piscas. A falta de energia é tão calamitosa que, quase to-dos os habitantes da cidade são obrigados a comprar um aparelho gerador de energia à óleo diesel (gasóleo/gasolina). Pergunto-me, portanto, onde
será que anda a paz do arquiteto JES?
(*) Al Félix, graduando em Rela-ções Internacionais.
Análises
5Revista Cibernética
WINDHOEK, NAMIBIA - Nascido em Por-tugal em 1965, o jornalista freelance, António Cascais, formado pela univer-sidade alemã, Dortmund, sofreu um dos piores momentos da sua carreira jor-nalística quando após ter assistido uma manifestação aos 3 de Dezembro de 2011 em Luanda, foi brutalmente atacado por quatro indivíduos não identificados.“Agarraram-me violentamente pelo
pescoço e atiraram-me ao chão, insultan-do-me, dizendo que eu estava a instigar a confusão. Pisaram-me a cara para me im-obilizar de imediato e revistaram-me os bolsos. Levaram-me a máquina fotográ-fica e os telemóveis mas nem tocaram nos U$300 que tinha comigo. O objectivo deles não parecia ser bater, nem roubar, mas antes pegar rapidamente fotografias da manifestação,” narrou António Cascais duranta uma entrevista.Tendo sentido na carne o mínimo dos
efeitos repressivos da situação em Ango-la, António Cascais, disse numa entrevista com a “Revista Cibernética”, que tal igual à muitos jovens intelectuais angolano, ele acha que as eleições gerais em Angola não mudarão nada no país, e acredita que provavelmente o partido no poder, MPLA, não escolherá outro candidato, a não ser
o actual Presidente, José Eduardo dos Santos.Confira na íntegra a entrevista ao jor-
nalista António Cascais, originalmente feita na língua Inglesa por Pedrowski Teca e traduzida para publicação:
Revista Cibernética (RC): O que achas da situação em Angola, sobre tudo da situação dos jovens manifestantes?
António Cascais: “Eu observe a situação e publico artigos... sempre que for pos-sível. Não é fácil para a mídia, e eu tra-balho para lá longe de Angola”.
RC: Que percepções tiveste sobre as manifestações em Angola?
António Cascais: “Acho que as manifes-tações reflectem a vontade da juventude para a liberdade e justiça. A maioria dos jovens se sentem assim, mas infelizmente, muitos perderam a coragem e esperança, enquanto outros não”.
RC: Muitas pessoas proeminentes em Angola argumentaram que, com tais demonstrações os jovens querem ar-rastar o país de volta à guerra, apesar do facto de que o Artigo 47º da Consti-tuição Angolana prevê manifestações. O que você diz sobre isso?
António Cascais: “A maioria destes jo-vens só querem viver em liberdade. Eles querem ser capazes de respirar sem de-pender do partido a, b ou c... Querem viver em uma cultura da verdade... Querem que os recursos do povo sejam administrados de forma transparente... A maioria deles não quer qualquer guerra. E alguns deles pensam que o poder dominante está a lu-tar contra o poder do povo, e isso é um desenvolvimento perigoso”.
RC: Disse uma vez que os jovens ango-lanos estão a fazer o papel da oposição e da sociedade civil. O que te levou à afirmar isso?
António Cascais: “Como em outros país-es, o sistema “democrático” em Angola é muito fraco. Os partidos da oposição são muito fracos e mais preocupados com seus próprios interesses (materiais). As-sim, o verdadeiro trabalho da oposição é feita pelos jovens intelectuais em Luanda. São eles e não os políticos (oposição) que estão em contacto com o povo e as suas preocupações reais. Estes jovens são (mais do que os partidos da oposição) capazes de expressar os objectivos reais do povo, mas desta forma é muito difícil ter sucesso. Não é suficiente manifestar-se, é necessário fazer pressão sobre as instituições e influenciar o parlamento, os
“2012 (em Angola) poderá ser o
começo do fim do velho regime,”
-António Cascais
Pedrowski Teca•
Em Foco
6 Revista Cibernética
tribunais, a mídia, as forças armadas, ...”
RC: Disseste: “Não é suficiente mani-festar-se”. Que outras formas de ex-ercer pressão te referes?
António Cascais: “Gostaria de dar o seguinte conselho aos jovens e adultos: lutem todos os dias (e não aceitem) a corrupção em nenhuma instituição. Não vendam a vossa dignidade, nem a vossa consciência. Mantenham-se sensíveis às injustiças e a pobreza. Sejam livres e lutem pela liberdade de outras pessoas. Chamem o ladrão de “ladrão”. Chamem o mentiroso de “mentiroso”. Chamem o assassino, “assassino”. Manifestem-se contra estas coisas”.
RC: Os jovens pedem a renúncia do Presidente. Será que a renúncia será a solução para o problema do povo angolano? Se não, o que pode ser a solução?
António Cascais: “Sim, seria parte da solução, mas apenas um primeiro passo”.
RC: “Um primeiro passo”? Quais out-ros passos poderá o povo angolano tomar para alcançar seus objectivos comuns?
António Cascais: “Acredito no poder da liberdade e na criatividade do povo an-golano. Se entregarem ao povo angolano a liberdade que merece, eles desenvolv-erão o poder para (re)construir o seu país, passo-à-passo. Eles não dispõem de meios materiais, sendo Angola um país rico. Angola tem tudo que um país precisa para ser uma nação bem sucedida, mas tudo tem de ser feito, porque o povo tem sido amarrado por muitos anos”.
RC: Por última, em 2011, houve várias manifes-tações pelos jo-vens, que entre outras, exigiam a renúncia do Presidente. Este ano (2012), An-
gola está a planear as suas eleições gerais e, no final do ano passado, o partido no poder (MPLA) anunciou que irá publicar a sua lista de candidatos em Janeiro de 2012. Qual é a probabilidade de que o actual Presidente angolano se candidatará ou não à presidencia do MPLA e, o que “poderá” acontecer se ele permanecer como candidato presi-dencial do partido maioritário?
António Cascais: “Acho que a maioria dos jo-vens intelectuais em Angola pensam que “não haverá mudanças no sistema”. Eu pessoal-mente acho que as eleições não irão mudar nada. Não é provável que o MPLA vai escolher outro candidato para a Presidência, mas se as-sim for, isso não mudaria muito. Eu acho que o sistema tem que renovar-se por pequenas reformas, ou mesmo forçado pelo povo ... 2012 poderá ser o começo do fim do velho regime”.
António Cascais é um jornalista “free-lance” desde os seus 18 anos de idade. Trabalhou e continua a trabalhar para diversos meios de comunicação pre-dominantemente alemães, sobretudo para o jornal Ruhr-Nachrichten de Dort-mund, para as rádios e televisões públi-cas “WDR” e “ARD” e “ARTE”, a emissora internacional “Deutsche Welle”.Em Portugal, ele colabora com o Jornal
de Notícias (JN) e com o programa “Eu-ropa Contacto” da RTPinternacional.É autor de reportagens e documentários
televisivos e radiofónicos, realizados em diversos países europeus, com destaque para a Alemanha, França, Reino Unido, Bélgica, Itália, Espanha e Portugal, assim como fora da Europa, com destaque para Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, África do Sul, Estados Unidos, Brasil e Equador.
António Cascais durante uma visita à cantora de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular cabo-verdiana, Cesária Évora, falecida aos 17 de Dezembro de 2011. O jornalista relembra a cantora, que conheceu pessoalmente em 1991, pela sua “hospitalidade”.
Em Foco
“Como em outros países, o sistema “democrático” em Angola é muito fraco. Os partidos da oposição são muito fracos e mais preocupadas com seus próprios interesses (materiais). Assim, o verdadeiro trabalho da oposição é feita pelos jovens intelec-
tuais em Luanda. São eles e não os políticos (oposição) que estão em contacto com o povo e as suas preocupações reais”.
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LUANDA, ANGOLA - A Economist Intel-ligence Unit publicou recentemente seu relatório sobre o Índice de Democracia no mundo (Democracy Index 2011) desta feita sob o sugestivo título “Democracia sob estresse”. O Índice procura esta-belecer um ranking democrático entre 167 países objeto de estudo avaliando cinco itens: processos eleitorais e plu-ralismo político; direitos e liberdades civis; participação política; funciona-mento do Governo; e a cultura política.Segundo o ranking os países foram
classificados em quatro diferentes grupos: países com plena democracia; países com democracia imperfeita; países híbridos; e países autoritários.O relatório considera que a democra-
cia no mundo vive um momento crítico conhecendo mesmo certo declínio em alguns países e regiões do mundo. A crise econômica que desde 2008 fustiga os países desenvolvidos é tam-bém apontada como um fator que tem vindo a estremecer os progressos democráticos. Na América Latina o tráfico de drogas, a corrupção quase generalizada e os omnigovernos levam os cidadãos a um desinteresse pelos assuntos públicos e, portanto, a uma participação política cada vez mais debilitada. Em África a maioria dos gov-ernos tem ainda caris autoritário, pois, os processos eleitorais são ainda muito
contestados. O pluralismo político é na maior parte dos casos uma verdadeira miragem. Corrupção e graves distor-ções econômicas contribuem para agravar o quadro. O ranking é liderado por países nórdi-
cos sugerindo que a democracia com-bina bem com a garantia de direitos sociais como educação e saúde de qualidade. Reino Unido e Estados Uni-dos ocupam apenas o 18º e 19º apesar de continuarem a integrar o grupo de países com democracia plena. França e Itália, duas outras grandes economias, são considerados países com democra-cia imperfeita, atrás mesmo de países como Cabo-Verde e África do Sul. Estes dois países bem como o Botswana são, por sinal, os países africanos melhor posicionados no ranking derrubando a tese surrada de que a democracia não serve para a África.Angola amarga o 133º lugar no rank-
ing, integrando o grupo de países auto-ritários e seu pior “score” é justamente o relacionado aos processos eleitorais e pluralismo político. Por incrível que pareça Angola ocupa um lugar pior
que o de Cuba, país que ainda mantém um regime monopartidário! O relatório regista ainda um forte declínio na liber-dade de imprensa em Angola o que ao mesmo tempo afeta o score sobre plu-ralismo e liberdades fundamentais. Os relatórios que procuram esta-
belecer um ranking entre países estão longe de ser perfeitos. Geralmente os governos se atiram contra estes relatórios com todas as pedras e mais algumas. Contudo, eles são sempre um indicador importante sobre progres-sos ou retrocessos que se registam em aspectos particulares da vida do país, neste caso, avanços políticos que conduzam inexoravelmente a uma sociedade mais democrática. Assim, ao invés de simplesmente se atirarem contra as organizações responsáveis pelos relatórios, os governos deveriam utilizar estes valiosos instrumentos para fazerem introspecções profundas sobre sua própria realidade e intro-duzirem reformas necessárias que fa-voreçam um real crescimento de seus índices.Em Angola, concretamente, o rótulo
autoritário coincide perfeitamente com atitudes das autoridades que violam direitos elementares, como por ex-emplo, a liberdade de manifestação e reunião sistematicamente violada, a constante manipulação da imprensa pública no sentido de veicular um único
ponto de vista, os processos eleitorais amiúde viciados e o funcionamento do governo que se distancia das aspira-ções mais elementares dos cidadãos. Os serviços básicos conhecem sofríveis níveis de precariedade, a segurança pública é questionável e exercida por agentes nada isentos e as prioridades que o governo estabelece divergem das necessidades básicas dos cidadãos. Esta situação é propícia para gerar ten-sões sociais a vários níveis e elas expli-cam as manifestações que pintaram o panorama político em 2011. O regime do Presidente José Eduardo
dos Santos, por óbvias e evidentes razões, não é mais capaz de patrocinar as refor-mas que se impõem. Por isso, progres-sos no nosso índice de democracia só se verificarão sob o manto da alternância, por via da MUDANÇA de regime. Enquanto o MPLA gozar desta maioria confortável arrancada nas eleições de 2008 jamais se convencerá da necessidade imperiosa de promover avanços democráticos signifi-cativos. Se pretendemos de fato democra-tizar Angola precisamos de efetivamente MUDAR, precisamos de alternância.As eleições gerais previstas para este
ano são uma oportunidade para encetar essa MUDANÇA, mas, será necessário muito trabalho, inteligência, cooperação e concertação, por parte de todas as forças democráticas do país, para se tornar esse sonho realidade.
Angola e o
autoritarismoMauríl io Luiele•
Análises
10 Revista Cibernética
LUANDA, ANGOLA - A Constituição da República de Angola define Au-tarquias Locais como sendo “As pessoas colectivas territoriais cor-respondentes ao conjunto de residentes em certas circunscrições do território nacional e que asseguram a prossecução de interesses específicos resultantes da vizinhança mediantes órgãos próprios rep-resentativos das respectivas populações” (Artigo 217º, nº1).Dentro de aproximadamente um ano e meio, a Assembleia da Repúbli-
ca vai por a disposição dos angolanos o primeiro Regime Jurídico Au-tárquico do país (vulgo Lei das Autarquias Locais).Esta Lei terá a tarefa de estabelecer os princípios e limites que vão
regular e definir, quer jurídica, legislativa e administrativamente as Autarquias e órgãos autárquicos locais, bem como a forma de eleição e o sistema eleitoral do mesmo, cujo principal objectivo, tal como diz a Constituição da República de Angola.Regra geral as Autárquicas servem para medir a temperatura e fazer
um diagnóstico do desempenho de quem está no poder.No nosso caso, como teremos eleições Gerais este ano (2012), sig-
nificando com isto dizer que em 2014, altura provável das primeiras Autárquicas em Angola (segundo recomendação do Conselho da Re-publica, o órgão de consulta política do Presidente da República re-unido em Dezembro passado na sua 29ª sessão), os angolanos terão a oportunidade de darem um cartão vermelho a quem estiver no poder
e ao longo dos dois primeiros anos do seu mandato não ter sido capaz de materializar as suas promessas eleitorais ou então por outro lado, terão a oportunidade de darem um voto de confiança e satisfação (a quem estiver no poder) por acharem ser a melhor opção para terem em seu poder também as Autarquias e Orgãos Locais. Pelo sim ou pelo não em 2014 saberemos.Uma coisa é certa: por altura das autárquicas, o partido ou coligação
de partidos que está no poder é sempre ou quase sempre penalizado pelo eleitorado.- O que são Autarquias Locais? - O que é uma Eleição Autárquica? - Que poderes têm os órgãos locais (autárquicos) no que diz respeito
as finanças, a saúde, a segurança, os serviços sociais e justiças? - O que altera com as Autarquias? - Quem poderá ir à voto? - Quem poderá votar? - Que sistema eleitoral terá as Autarquias Locais? - O cidadão comum poderá candidatar-se à Presidente de uma Au-
tarquia?Estas e outras perguntas serão respondidas em edições futuras.
Falemos de Políticacom
Sérgio Conceição (*)
Autarquias (... a introdução)
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11Revista Cibernética
12 Revista Cibernética
ZURIQUE, SUÍÇA - “Angola da grande gente, que o sol ardente vai despertar”...Como dizia uma antiga canção,
estes versos retratam bem o que vai no coração de todos os ango-lanos, da banda (que vivem em Angola) e naqueles espalhados pelo mundo... os chamados “an-golanos na diáspora”.Ora nestes dois grupos inserem-
se ou estão, também, os Revolu-cionários Cibernéticos (ReCi). Um título honroso!... Ainda que, inicialmente, tivesse um sentido pejorativo (negativo)... Todos nós jamais esqueceremos o nosso país. Preocupamo-nos com o seu bem... “Todos”: os ReCi.Queremos que todos os ango-
lanos consigam evoluir. Serem instruídos, bons diplomatas, bons trabalhadores e, sobretudo, que vivam em liberdade e verdadeira democracia aplicada. Todos, sem excepção!O país é rico. Só precisa de con-
tinuar a ser gerido e bem orien-tado. É dentro disto e com este objetivo que os chamados “ReCi” actuam, fomentando e encora-jando à liberdade responsável e à democracia verdadeira... ex-ortando o povo e o governo para a aplicação de várias reformas tão necessárias para Angola.Claro que o povo angolano tem
que colaborar com o governo. Mas, pergunto livre e lúcido: com que governo?!?...Essa é a questão... entre outras.
Queremos colaborar, sim. Porém, com um governo democrata!!!... Em todos os sentidos. Para ver se, todos juntos, conseguimos pôr a Nação Angolana melhor e mais próspera.Contudo, os ReCi não apoiam
injustiças, jamais corrupção; má distribuição das riquezas... nem qualquer ditadura encoberta ou
assumida com apenas algumas nuances “democráticas”.Os ReCi estão e são a favor da
paz!... De muito mais justiça so-cial, da liberdade responsável e de expressão; de combater a fraude e a corrupção...Os ReCi. querem reformas: re-
forma política, educacional, na saúde; reforma judicial, habitacio-nal e salarial. Com organização e método!... Queremos também uma Angola sem lixeiras a céu aberto... e onde se respeite a natureza am-biental.Os ReCi são a favor de uma sã
rotatividade democrática gov-ernamental. Obviamente e, con-sequentemente, sómos contra o “aquecimento” prolongado de “cadeiras” no poder!... Queremos evitar vícios.O poder instalado corrompe e
destrói. Torna-se parcialmente injusto... Por isso, dizemos:“33 ANOS, É MUITO!!!”Os ReCi angolanos jamais são
inimigos da pátria. Pelo contrário: amamos a Pátria!O Revolucionário Cibernético
(dependendo do Presidente) ele respeita-o se, porém, ele também respeitar todo o seu povo, sem excepções.Todavia, como amantes da
justiça, da democracia, do pro-gresso e do bem estar para Ango-la sómos livres e com suficiente coragem para denunciarmos o que está mal ou os caminhos que matam o amor!... Ou seja, sempre que necessário criticamos, con-strutivamente, e com imparciali-dade associada à propostas, sem medos.
Só tem direito a criticar a q u e l e que pre-t e n d e ajudar com honestidade... intelec-tual.É o caso dos Revolucionários
Cibernéticos (ReCi)!... Os ReCi anseiam por uma Angola
Humana que seja fiel à perfeição do Universo!...Sómos pelas diferenças mas
dentro do respeito.Os ReCi estão em permanente
vigilância na grande Nação Ango-lana.Os ReCi meditam... têm camin-
hos e escolhas! E suas decisões são tomadas com coragem e de-sprendimento.
Os ReCi não con-tam apenas com as suas forças; usam também a energia dos seus a d v e r s á r i o s . . .
transformando a adversidade em vantagem.O Revolucionário Cibernético,
no combate possui, apenas, ver-dadeiro amor pela Pátria, entusi-asmo, sabedoria, surpresa, pre-cisão, experiência e... perguntam livres e lúcidos!... Os ReCi não são santos nem
perfeitos. Mas, seguramente, são homens e mulheres de coragem, com grande amor por Angola e, sobretudo, são Humanos! Con-hecemos os nossos defeitos, mas, também, nossas qualidades. :)Os ReCi quando se reúnem pes-
Revolucionários Cibernéticos: Patriotas ou inimigos da Pátria e do Presidente?
Por: Luís Carlos Matos (N’Gola N’Tima)
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13Revista Cibernética
soalmente para conversar, não julgam o comportamento dos out-ros; Sabem que as trevas utilizam uma rede invisível para espalhar o seu mal.Esta rede pega qualquer infor-
mação solta no ar e transforma-a na intriga e na inveja que parasi-tam a alma humana.Nós, seguramente, não engorda-
mos o mal. Contudo, combatêmo-lo!... De várias formas. Também com a criatividade possível.Não sómos “arruaceiros”... só-
mos leais aos nossos princípios, sómos destemidos, unidos, deter-minados, verdadeiros e a favor da não violência. Amamos a Paz Inquieta! Ou seja: a paz justa e dinâmica.Sabemos distinguir o que é pas-
sageiro e o que é definitivo. Ra-
Revolucionários Cibernéticos: Patriotas ou inimigos da Pátria e do Presidente?
ramente nos deixamos enganar pelas aparências... Aproveitamos toda e qualquer oportunidade para nos ensinarmos a nós próprios. Aprendemos com os er-ros e seguimos em frente.Alegramo-nos com a alegria,
rejubilamos com a verdade... en-tristecemo-nos com a ignorância, o preconceito, a fome, a injustiça, a morte e a dor.Os ReCi não passam os seus dias
tentando representar o papel que os outros escolheram para eles.Nós sabemos ser aquilo que
sómos e sentimos!... Por isso mantemos o brilho do amor e da verdade nos olhos.Os nossos inimigos não são nem
a Pátria, nem o “Presidente”... Mas todos aqueles que não amam e/ou estão contra a Pátria, con-
tra os mais simplórios de entre o povo (a grande maioria); contra a liberdade, contra a verdadeira democracia e contra a igualdade de oportunidades e direitos.Sabemos do que sómos capaz-
es!...Os ReCi não perdem tempo es-
cutando provocações. Sabemos que temos uma missão a ser cumprida!... E quando começa-mos a andar, reconhecemos o Caminho.Identificamo-nos com os que
não têm voz, com os injustiçados, abandonados ou esquecidos; en-fim, com os que mais sofrem.Identificamo-nos com as mon-
tanhas, as planícies, os vales, as florestas, os rios, as praias e as quedas de àgua da nossa rica Angola!Vemos um pouco da nossa alma
nas plantas, nos animais e nas áves do campo desta mesma An-gola!Não tememos os obstáculos,
os “muros”, nem as pedras no caminho!... Queremos respeito e exigimos dignidade.“A união faz a força”... Unamo-
nos!!!Nunca se deve desanimar...Angola e os angolanos precisam
urgentemente de coragem para mudar, para levantar o “vôo” no horizonte... Alinhar para viver e gritar liberdade!...Todavia, “a cabeça levantada
e alinhada no horizonte” só tem real valor quando “sómos” (to-dos) um!... Não quando tu “és” (sozinho), porque o maior e mais potente grito de mudança dá-se em conjunto: UNIDOS!!!
Saibamos levantar vôo no hori-zonte e alinharmos em direção à luz, à verdade, à democracia praticável!...Já é tempo da sociedade Ango-
lana entender que quem quer pe-nalizar o direito de opinar, de se informar livremente ou de pensar é que deveria ser penalizado!... Limitar a liberdade de expressão, sob qualquer forma que seja, revela incompatibilidade com a verdadeira democracia.A liberdade de expressão deve
ser a pedra angular dos valores da grande Nação Angolana!
Viva Angola!Viva a liberdade de expressão!Viva a verdadeira democracia!Viva os Revolucionários Ciberné-
ticos!Viva o verdadeiro Herói Nacional:
o Povo Angolano!!!
“Os nossos inimigos não são nem a Pátria, nem o “Presidente”... Mas todos aqueles que não amam e/ou estão contra a Pátria, contra os mais simplórios de entre o povo (a grande maioria); contra a liber-dade, contra a verdadeira democracia e contra a igualdade de oportunidades e direitos”.
“Identificamo-nos com as montanhas, as planícies, os vales, as florestas, os rios, as praias e as quedas de àgua da nossa rica Angola!”
Por: Luís Carlos Matos (N’Gola N’Tima)
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14 Revista Cibernética
urante os anos da luta armada
pela liberta-ção colonial, os naciona-l istas prep-os i tadamente i n v e n t a r a m um slogan que até hoje coad-una com o ta-manho imenso da fome pelo poder que os consome.Sim! Ando malaike
com a dioba que esses kotas têm pelo poder! Principalmente o JES!Eu e muitos jovens
da minha geração de 80, nascemos, crescemos, estamos à envelhecer, e pelos vistos vamos bater as botas dançando à mesma música, o slo-gan: “a luta continua e a victória é certa”.Em Angola, vencemos
(ou foram somente eles que venceram?) a luta para a inde-pendência contra a opressão colo-nial e estamos (sim estamos!) na luta pela emancipação económica dos nossos povos, o que infel iz-mente transformou-se numa luta entre o povo “aparentemente l ibertado” e os “vul-gos” l ibertadores que resultou em neo-co-lonial ismo.Desde que o colono
meteu o pé no nguim-bo, os kotas tomaram a posse do poder e começaram a desbun-dar os jabacules (din-heiro) do povo, e nela carimbaram a metade do slogan: “a victória é certa,” e desde en-tão, nunca mais aban-donaram o poder e os jabacules.
Esquisitamente, a outra parte do slo-gan, “a luta conti-nua”, ninguém vê estampada à nenhum simbolo ou emblema nacional mas é um calvário visivelmente estampado na cara do povo, especialmente à nós, os kandengues, que só agora estamos a nos manifestar.Oh senhor Governo!
assim então é cumu? Nós os kandengues nascemos e partici-pamos nos vossos “trumunos” de am-bição pelo poder por 27 anos e até hoje não querem passar o testemunho? Sim! Nós também lutamos e mesmo miúdos canta-vamos: “a nós sómos comando! Oye! Quem abusa apanha! Oye!” mas depois dos nove anos de paz, o porquê
que a luta deve con-tinuar para os jovens inocentes e o povo enquanto vocês se apodrecem com as nossas bufunfas? O porque que a victória deve ser certa para vós, vossas famíl ias, amigos e amantes, enquanto a luta con-tinua para o resto do povo? O porquê que deve ser sempre o “Menos Pão, Luz e Água”? O que acon-teceu ao idolatrado provérbio de que “o mais importante é re-solver os problemas do povo”?Sinceiramente, eu
até quero me descul-par por manifestar publ icamente a minha frustração ( já que manifestar-se contra é crime) mas vocês não merecem, nem o poder que se apoder-
am, nem o meu pedido de desculpas! Al iás, vocês deviam ter ver-gonha na cara e vir adiante pedir descul-pas ao povo enquanto assinam as vossas resignações.Honestamente, vê
se façam alguma coisa antes que seja tarde, para que o tal de “desenvolvimento” condiga-se com a qual idade de vida dos Angolanos, porque nós os putos andamos futucados, sem casas, luz, água, empregos e salários condígnos, de maneiras que com tanta dioba nos con-vertemos em “revús”, e daqueles dos pi-ores mesmo de tanta surra!A cena em Angola
está muito mil indrosa e o país está que nem um balde de pólvo-ras acesas pronto à explodir . . . se a luta continuar.
DESDE QUE O COLONO METEU O PÉ NO NGUIMBO, OS KOTAS TOMARAM A POSSE DO PODER E COMEÇARAM A DESBUNDAR OS JA-BACULES (DINHEIRO) DO POVO, E NELA CA-RIMBARAM A META-DE DO SLOGAN: “A VICTÓRIA É CERTA,” E DESDE ENTÃO, NUNCA MAIS ABANDONARAM O PODER E OS JABA-CULES.
D
<<MAS ASSIM ENTÃO É CUMU?>>
Por: Zezito da Terra VermelhaEnquanto a luta cont inuar. . . estaremos paiados!
opiniões & Análises
15Revista Cibernética
opiniões & Análises
A foto de todas as discórdiasRecentemente um jornal angolano, Folha8, publicou uma fotomontagem (à direita) enviada por anónimo(s) via internet, que mostrava o Presidente Angolano, José Eduardo dos Santos, o Vice-Presidente, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” e um General, Hélder Vieira Dias Kopelipa, com as mãos atrás das costas e um letreiro insultuoso pendurado ao peito. Após a publi-cação da fotomontagem, pareceu que o mundo desabou aos pés do Folha8 quando o regime usou todas as suas máquinas de propaganda contra a publicação. Tal igual aos eventos de 2011, o regime Angolano transformou o incidente em um facto político, que segundo o advogado David Mendes, apenas servia para distrair o povo dos assuntos importantes. Desta feita, a Revista Ciberné-tica publica algumas caricaturas do Presidente norte-americano, Barack Obama, demonstrando que tais actos são variantes da liberdade de expressão, e em países democráticos são considerados prácticas normais, onde tais fotomontagens são exibidos em forma de pro-testo em manifestações providas por leis.
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Juntos teclando para a
mudança
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