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    N.º 4SET./OUT./NOV. 2010€3.00Portugal [Cont.]

    COMO FOTOGRAFARCASCATASCOMECE JÁ HOJE A CONSEGUIR IMAGENS FANTÁSTICASE A VIVER NOVAS AVENTURAS. PARTILHAMOS AINDAALGUNS DOS MELHORES TRUQUES.

    GUIAS PRÁTICOS FAÇA VOCÊ MESMO» Fotografar velharias» Congelar objectos» Reflexos abstractosÀ LA MINUTE» Efeito de desfoqueFOTO AVENTURA

    Construa o seu

    CAR-RIGConsiga fotos incríveisde automóveisem movimento

    Nesta edição fomos à

    Namíbiacom Maurício Matos

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    CLICKO QUE VAI ENCONTRAR NA zOOm

    Foto da capa: Hélio Cristóvão

    FICHA TÉCNICA zOOM n.º 4 [Setembro/Outubro/Novembro 2

    DIRECTORMaurício ReisREDACÇÃOCláudio Silva, Marcos Fernandes, Paulo Jorge Dias, Pedro PortelaMARKETING CIRCULAÇÃOSandra MendesARTE GRAFISMO+ideias designIMPRESSÃOPeres-Soctip - Indústrias Gráficas, S.ADISTRIBUIÇÃOVasp, LdaPROPRIEDADEMR Edições e Publicações, de Maurício José da Silva Reis | Contribuinte 175282609REDACÇÃO|PUBLICIDADERua da Escola, 35 - Coselhas, Apartado 97, 3001-902 Coimbra | Tel.: 239081925 | E-mail:zoom fotografiapratica@gmail com

    Depósito legal: 305470/10 | Registado na E.R.C. n.º 125761 Periodicidade: Trimestral | Tiragem: 12.5[ Está interdita a reprodução de textos e imagens por quaisquer meios, a não ser com a autorização por escrito da empresa editora ]

    3 LIVROS"Photographs" e "Elliot Erwitt's Paris"

    4 EXPOSIÇÃOAlgumas das melhores fotos dos nossos leitores

    15 INICIADOSAnatomia de uma objectiva

    16 À LA MINUTEComo criar o efeito de desfoque em pós-processamento

    18 PRÁTICAInspire-se com os nossos guias passo-a-passo:- Fotografar velharias- Congele, literalmente, os objectos a fotografar- Reflexos abstractos na água

    24 CONHECERConheça os fotógrafos Tom Mackie, Andreas Bitee Gregor Halenda

    25 FAÇA VOCÊ MESMOConstrua o seu CAR-RIG

    28 +PROO valor do filme

    30 TÉCNICAComo fotografar cascatas

    38 PELA OBJECTIVA DE...João Martins [grENDel] e Manuel Luís Cochofel

    48 FOTO-AVENTURAViagem à Namíbia, por Maurício Matos

    30 TÉCNICA

    48 FOTO-AVENTURA

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    http://www.zoomfp.com www.flickr.com/photos/revistazoom http://twitter.com/revista_zoom www.facebook.com/zoom

    EDITORIALBem-vindo à quarta edição da zOOm - Fotografia Prática.No dia em que esta revista foi para a gráfica, o calor apertava. Só nos

    apetecia estar num lugar fresco, de preferência com água. E, nem de pro-pósito, o tema principal deste número são... cascatas. Só de pensar nasmesmas a temperatura do corpo já baixou alguns graus.

    Estamos numa das melhores alturas do ano para passear, conhecernovos locais, seja em família, ou sozinhos. Assim, porque não combinaristo com a fotografia e partir à aventura na busca de quedas de água, oucascatas, para encher o cartão de memória?

    Quem, por norma, não pensa duas vezes em fazer a mochila e aventu-rar-se estrada fora à procura das melhores cascatas para fotografar é onosso colaborador Hélio Cristóvão, fotógrafo de natureza. Graças aos mui-tos quilómetros percorridos e às largas horas junto à máquina fotográficaa captar momentos únicos, ele desvenda todos os truques e dicas que

    deve ter em conta para (bem) fotografar algumas das maravilhas da natu-reza.

    Já no caminho de regresso a casa pode tirar da mala o car-rig, que cons-truiu com a nossa ajuda, e tirar umas fotografias do seu carro em movi-mento. Quer saber mais sobre este acessório? Leia o artigo mais à frente.

    E, como o calor está na ordem da edição, nada melhor do que dar um“saltinho” à Namíbia para nos sentirmos ainda mais... quentes. Foi issoque fez Maurício Matos e não está nada arrependido da aventura. Saibatudo sobre esta Foto-Aventura e veja as espectaculares fotografias quesaíram da sua máquina digital.

    Inspire-se e... boas fotografias.

    A direcção

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    €29.90 | Páginas: 144 | Editora: Taschen

    Elliot Erwitt’s ParisFOTOS DE ELLIOTT ERWITT

    PhotographsFOTOS DE ALICE SPRINGS

    €59.90 | Páginas: 144 | Editora: teNeues

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    LIVROSQUE DEVE TER NA SUA ESTANTE . TEXTO: MARCOS F

    É feio relacionar alguém demérito com a fama do cônjuge.Apresentar Martine Franck comoa viúva de Henri Cartier-Bresson,Gerda Taro como o grande amorde Robert Capa, ou Alice Springscomo a companheira de HelmutNewton, parece nota biográficafácil. É tentador, admito, masredutor para autoras de obras querespiram por si próprias e quemuitas vezes nos deixam sem

    fôlego. Alice Springs nasceu JuneBrowne, alterou o apelido paraBrunell quando se destacou no teatro dos anos 50 e adoptou Newton aocasar-se em 1948. E não ficou por aí. Renasceu para Springs quando se dei-xou contagiar pela veia fotográfica do esposo, de quem foi modelo emimagens icónicas. Nos anos 70 começou a retratar artistas, a fotografarmoda, publicidade e nus. Numa altura em que a Fundação HelmutNewton, em Berlim, acaba de lhe dedicar uma retrospectiva, a Taschenpublica um catálogo de quatro décadas de imagens.

    Um homem de gabardina, com pés Charlot, enfrenta a câmara ao lado deum cão que pula, bem alto, quase parfora de campo. Click! Um vulto atravsa um sem-número de salas e pareceque vai ser alvejado por uma estátuade arco e flecha. Click! Elliott Erwittmagistral a captar instantes curiososda lufa-lufa quotidiana. Diz-se eternoamador, que ama a fotografia, e calcoreia o mundo, com olho irónico, embusca das fracções de segundo cómi-

    cas, e mesmo absurdas, que a vida cosegue oferecer. A teNeues tem compilado imagens clássicas de Erwitt emlivros temáticos, consoante a cidade.Depois de Nova Iorque e Roma, apre-senta agora o que de melhor ElliottEwitt captou em Paris, ao longo dedezenas de anos. ‘We’ll always haveParis’! Depende de si e do espaço naprateleira de livros.

    © A

    l i c e S p r i n g s

    © 2 0 1 0 E l l i o t t E r w i t t / M a g n u m

    RobertMapplethorpe,Paris, 1977

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    NOME:Daniel CamachoPAÍS:PortugalIDADE:31

    OCUPAÇÃO:FotógrafoCÂMARA:Canon EOS 7DWEBSITE:http://www.danielcamacho.net

    Envie as suas imagens num CD (ou por e-mail, [email protected]), acompanhadas dorespectivo título, uma pequena descrição e, caso prda, pode contar a sua história de vida ligada à fotogAs fotos devem ter pelo menos 1500 pixéis no lado

    maior 300 dpi) e manterem o EXIF.

    zOOm - Fotografia PráticaApartado 97 . 3001-902 Coimbra

    Gostaria de veras suas fotosnesta secção?

    EXPOSIÇÃODOS LEITORES

    D E S T A Q U

    E D A E D I Ç Ã O

    “Afotografia é um modo de viver,uma forma de expressar senti-mentos, de captar momentos econgelá-los na eternidade do pensamento. Omeu nome é Daniel Camacho, a arte visualsempre acompanhou os meus dias, de várias

    formas e feitios, moldou-me e fez-me ser comosou. As fotografias são o espelho da alma, édessa forma que tento retratar o meu viver.Desde retratos, a urbanos, abstractos ou foto-grafias de cariz mais fotojornalístico, aproveitoa câmara para mostrar o que vejo, da forma que

    sinto. Desde o tempo do analógico em que foto-grafava com uma Canon EOS 300, e me perdiaem testes com vários tipos de rolos, que aminha aprendizagem se foi formando. Hoje emdia apenas uso a câmara analógica para foto-grafar a preto e branco, aproveitando o cariz

    poético do grão analógico e também o desafiomágico de proceder à revelação das fotografias,dos momentos. O meu percurso fotográfico nãofoi linear. Acabei por seguir a licenciatura emInformática de Gestão e, ao fim de 7 anos decurso e trabalho, desisti dessa área e decidi

    dedicar-me por inteiro à fotografia. Tirei oCurso Profissional de Fotografia no IPF Porto(Instituto Português de Fotografia) em2007/2009, dando dessa forma seguimento àminha paixão de sempre. Estagiei durante umsemestre no IPF Porto como professor estagiá-

    rio das disciplinas de Estúdio, GrandesFormatos e Laboratório Digital e, em Setembrode 2009, tornei-me formador de vários cursosrelacionados com fotografia no EstaleiroCultural Velha-a-Branca, em Braga. Fotografia éum modo de viver, é uma forma de viver.” nZ

    CIMA:PARIS, PARIS“A luz de Paris é fascinante, possui uma fotogenia que é impossível nãoretratar. Sobre o Sena, o olhar torna-se distante.”Canon 350D . 50mm . f/2.2 . 1/2000” . ISO 100

    CIMA:PILLOW FIGHT“Aquando da Batalha das Almofadas nos Aliados, Porto, resomentar umas técnicas de arrastamento com flash de preenchimOptei por dar mais dinâmica à ‘batalha’.”Canon 7D . 28mm . f/22 . 1/5” . ISO 125

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    DIREITA:SUCH A MAGICAL PLACEEsta luz de fim de tarde sempre me fascinou. A espécie de

    “gradiente natural” penso que se aplicava bem para este cená-rio específico. Foi um fim de tarde bastante agradável a foto-

    grafar este casal de namorados.Canon 350D . 50mm . f/1.8 . 1/4000” . ISO 200

    DIREITA:SO THIS IS ITAlgures entre Viana do Castelo e Ponte de Lima,de madrugada, quase nascer do dia, resolvemosir fotografar e ao deparar-me com este cenário,

    pensei instintivamente nesta foto.Canon 350D . 70mm . f/5 . 1/200” . ISO 100

    ESQUERDA:THE WORLD“Um pequeno jogo de silhuetas para realçar as formasdo cenário, tentando dar uma visão cinematográfica domesmo. Esta fotografia foi tirada por acaso, na Figueirada Foz, numa bela noite de nevoeiro.”Canon 30D . 50mm . f/1.8 . 1/6” . ISO 400

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    EXPOSIÇÃO

    TÂNIA ESPÍRITO SANTO| http://olhares.aeiou.pt/tan“O meu gosto pela fotografia teve um início teóricda leitura de livros, revistas e visitas a exposições.essencialmente de apreciar o trabalho de outros au

    tentar saber o que fizeram para obter aquela fotografia. Só háde 2 anos tive a minha primeira máquina digital a aí comeceimentar na prática e a descobrir que tenho “um olho” para a foao que juntei estudo teórico e alguns cursos e workshops quequento. Desde há pouco mais de um ano, tornei-o num passasério que me permitiu publicar, expor e premiar alguns dos mlhos. Para mim a fotografia é mais do que técnica aprendida: ção de sentimentos em imagens.”

    ESQUERDA:ACROSS THE LIGHT |TÂNIA ESPÍRITO SANTO“Depois de um final de tarde sem sucesso, comecei a arrumana quando me chamaram a atenção os efeitos de luz aquandosagem das pessoas. Preparei a máquina, esperei e de 4 fotogrescolhi esta.”Nikon D40 . 26mm . f/4.2 . 1/4” . ISO 800

    CIMA:MARIANA IN WONDERLAND |BERNARDO MIGUEL PIRES“Estarei perdida, ou à espera de ser encontrada?”Fujifilm FinePix S2000HD . 7mm . f/3.8 . 1/140” . ISO 100

    CIMA:MALMEQUER |GUILHERME VENÂNCIO“Tentei fazer uma brincadeira. Como gostei, fiz questão de enviar.”Canon 450D . 161mm . f/5.6 . 1/250” . ISO 200

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    CIMA:8 CANVAS|PAULO PERE“Museu Colecção Bera

    Voigtländer Bessa R + Cosina Voigtländer skopar 35mm com filme Il

    ESQUERDA:SERRA DE SINTRA |PAULO PEREIRA“Sintra”Bronica SQA 6x6 com lente 50mm filme fuji 160C

    PAULO PEREIRA| http://www.flickr.com/photos/paulomaxim/ “Tenho 32 anos, sou natural e morador em Sintra. Faço fotografia há uns 3 anos como hobbie epara guardar uma memória visual dos vários sítios por onde tenho passado. Tanto faço fotogra-fia digital, como com máquinas analógicas de filme 135mm e Médio formato 6X6, mas ultima-

    mente dando maior destaque à fotografia em filme, pois dá-me muito mais prazer e satisfação desde o pro-cesso em si - como o cuidado extra ao fotografar - e, no fim, por ter um negativo, ou positivo no caso deslide, algo que possa ‘tocar’.”

    CIMA ESQUERDA:PONTE 25 DE ABRIL |PAULO PEREIRA“Vista do Cristo Rei sobre Lisboa”Bronica SQA 6x6 com lente 50mm filme Velvia 50

    CIMA DIREITA:ROCHAS DA SERRA DE SINTRA |PAULO PEREIRA

    “Sintra”Bronica SQA 6x6 com lente 50mmfilme fuji 160C

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    EXPOSIÇÃO

    CÁTIA RAMOS“Amadora, inexperiente que busca o saber fotográfico. Mais que fotografar gosto dmomentos, sentimentos, emoções do alto dos meus 17 anos.”

    CIMA:OUVEM MAS NÃO FALAM |CÁTIA RAMOS“Atentos ao ruído e indiferentes às vozes.”Canon Ixus 75 . 6mm . f/2.8 . 1/40” . ISO 200

    NEUZA NUNES| http://nnunes9.blogspot.com"Sou a Neuza, tenho 18 anos e sou estudante. O meu interesse pela fotografia comevi um folheto com um concurso de fotografia. Consegui comprar uma Nikon, pois tinha na altura não tinha qualidade suficiente para entrar em concurso. A partir daí t

    evoluir."

    ESQUERDA:ABRIGO NATURAL |NEUZA NUNES“Num passeio a um Sábado pelos jardins dos Capuchos, deparei-me com um pequeno lago coEste chamou-me a atenção pelos seus movimentos, como se estivesse a mostrar o quanto era bso.”Nikon D60 . 46mm . f/8 . 1/60” . ISO 200

    EURIDICE CRISTO| http://olhares.aeiou.pt/euri“Chamo-me Eurídice, tenho 42 anos e sou algarvia (natural de Olhão e residente emfotografia é uma paixão antiga mas, por uma razão ou outra, só há pouco tempo foiassumida por mim. Sempre gostei muito de viajar e tenho viajado com alguma freq

    trabalho (como técnica de projectos europeus) ora de férias. Essas viagens permitem-me regise locais que me fascinam mas até há pouco tempo fazia-o sem qualquer conhecimento ou técnRecentemente, talvez porque a vida mo permitiu ou simplesmente porque sim, o meu interessfoi crescendo e isso levou-me a querer aprender, a praticar, a trocar olhares e experiências. Freworkshop de Iniciação à Fotografia Digital no final do ano passado e, recentemente, outro woNatureza através da Longa Exposição. Através dos livros e revistas da especialidade, blogues vou aprendendo e procurando conhecer mais. Há pouco tempo eu e o meu companheiro compCANON 500D e esta é a nossa primeira Reflex. Estou deliciada com as possibilidades que metanto que ainda há por descobrir! Antes tínhamos, e ainda temos, uma bridge Fujifilm FinePixapesar de não permitir fazer o que a reflex permite, no meu entender tem uma boa performancprática para as viagens.”

    ESQUERDA:RIGA |EURIDICE CRISTO“Vesti a roupa mais quente e saí rumo à Vecriga (parte antiga de Riga). Tentando resistir à tentaAutomático e esforçando-me por aplicar algumas das aprendizagens do workshop do Vasco repodia ao frio que insistia em congelar-me os dedinhos. Do cimo da Igreja de São Pedro, mesmVecriga, tem-se uma vista panorâmica desta linda cidade, gelada no mês de Janeiro. A catedraem toda a sua imponência sobre os telhados brancos a olhar o rio Daugava, congelado.”Nikon D90 . 50mm . f/11 . 1/125” . ISO 200

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    EDGAR RAPHAEL“Olá, o meu nome é Edgar Raphael, tenho 25 anos e iniciei-me na Fotografia em Novembro de2008. A arte fotográfica sempre foi algo que me fascinou, daí a minha paixão pelo mundo dafotografia já existir desde há muitos anos atrás. Parte da minha aprendizagem foi auto-didacta,

    tendo há 6 meses atrás iniciado um Curso Profissional de Fotografia, o qual ainda estou a frequentar nestemomento. Relativamente a equipamento, tive uma Canon EOS 40D + 17-55mm. Actualmente investi numaCanon EOS 5D Mark II e numa objectiva 70-200 f2.8. Tenho em vista também adquirir a Canon 24-70 f2.8. Afotografia de moda é o género que mais aprecio e me tenho dedicado. Mas tenho uma paixão por todo o tipode fotografia (paisagem, foto-reportagem, espectáculos, etc…). O meu conceito e visão é tentar captar omelhor de cada momento. A fotografia, para além de ser algo que capta e eterniza o momento, posso afirmarque também tem a capacidade de nos mudar para melhor enquanto pessoas.”

    CIMA ESQUERDA:THE EYES OF LOVE |EDGAR RAPHAEL“Captado em exterior com iluminação natural e uso de reflector prateado”Canon 40D . 55mm . f/5 . 1/250” . ISO 100

    CIMA DIREITA:YOU ARE MINE |EDGAR RAPHAEL“Conceito baseado em Poder e Superioridade perante alguém inferior e inofensivo.”Canon 40D . 42mm . f/5 . 1/200” . ISO 100

    DIREITA:MISTERY SUICIDE |EDGAR RAPHAEL“Nu artístico baseado num conceito diferente, incluindo formas geométricas e algum mistério e sedução nacomposição da foto.”Canon 40D . 27mm . f/10 . 1/160” . ISO 100

    LUÍS FILIPE RODRIGUES“Desde pequeno gostei de apreciar a forma das coisas. Mais tarde, entusiasmei-me nção real e, por fim, impulsionei-me na sua recriação. Entretanto, achei ser interessanolhar para a realidade, inexoravelmente estética... não foi por acaso que todo o dinh

    ganhei no meu primeiro part-time gastei-o para comprar uma Praktica MTL 5b (que por azar atanto que me “pediu emprestada sem dizer nada...”).”

    ESQUERDA:LÁ NO FUNDO |LUÍS FILIPE RODRIGUESCasio QV-R4 . 8mm . f/2.6 . 1/60”

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    EXPOSIÇÃO

    CARLA FERNANDES“Fotografia não é a arte de “escrever com luz “, massim a arte de perpetuar um determinado momentocom a alma! Sou a Hotaskim, amadora de fotografia,

    com um simples gosto pela preservação de momentos, que consigam transmitir sentimentos a quemobserva as fotografias. Uso uma máquina analógica (Nikon F65d) habitualmente e, no dia-a-dia, umaSony Digital DSC- S930 Steady Shot, que só me permite fazer enquadramentos interessantes e congelaros momentos, impossibilitando mais criatividade artística ou aplicação de conhecimentos fotográficos.”

    CIMA:CRISE |CARLA FERNANDES“Destinada a todos os portugueses que lutam por manter o local de trabalho com as cabeças enterradasna areia, pávidos e serenos a ver corrente do mar a levar-lhes tudo. Captada no Furadouro”Sony DSC-S930 . 6.4mm . f/4.3 . ISO 100

    VICTOR MÁXIMO| http://olhares.aeiou.pt/vmaximo“O meu nome é Victor Máximo e o meu interesse pela fotografia não é recente. Apesar de com o dedo no “gatilho”, apenas há alguns meses comecei a diversificar os motivos das mifias. Durante alguns anos usei uma bridge Kodak, que usava na totalidade para fotografia

    de-semana em família; até que há uns tempos atrás comprei uma Nikon D40 a um fotógrafo amigo e um desconhecido que aos poucos se tornou amigo. Encorajado, com algumas preciosas dicas nos bolsvontade do que técnica, comecei então a disparar a minha Nikon, que se tornou uma companhia indisonde quer que eu vá. Porque afinal de contas tudo pode ser fotografável.”

    ESQUERDA:A VOZ DO POVO |VICTOR MÁXIMONikon D40 . 42mm . f/5.3 . 1/500” . ISO 200

    JOSÉ MANUEL SILVESTRE“Comecei na fotografia há 4 anos no preto e branco. Tenho um pequeno laboratório para reimpressão. Gosto de todo o tipo de fotografia, mas em especial paisagem, macro e retrato.que tenho são uma Pentax ME super, Pentax IST DL, Pentax K 20.”

    CIMA:NO RIO |JOSÉ MANUEL SILVESTRE“Foto tirada no Rio Zêzere”Pentax . 135mm . f/10 . 1/500” . ISO 200

    CIMA:DILÚVIO |JORGE PEREIRA“Depois de as águas subirem em Santarém”Nikon D80 . 70mm . f/4.5 . 1/500” . ISO 400

    COLABORAÇÃO

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    LUÍS LOPES“Olá, o meu nome é Luís Lopes e considero-me umgrafo amador, autodidacta. A fotografia apareceu nvida como uma paixão que me levou a investir na

    formação na área da fotografia. Neste momento estou a termimeu curso profissional de fotografia na Escola Oficina da ImPorto, seguindo assim em busca de mais conhecimentos. Partmeus tempos livres são passados a fotografar e a trabalhar fooutra parte dedico-o às pessoas de quem gosto.”

    ESQUERDA:A FÚRIA DA NATUREZA |LUIS LOPES“Esta foto foi captada no Farol da Foz do Douro, no Porto, node Janeiro deste ano, numa tarde em que o mar estava revoltalocal é muitas vezes visitado por fotógrafos que buscam imagesta que mostra a ‘Fúria da Natureza’.”Canon 450D . 28mm . f/11 . 1/250” . ISO 100

    NUNO FILIPE| http://olhares.aeiou.pt/britonuno“Tenho um gosto imenso pela fotografia desde o analógico. De alguesta parte comecei a acompanhar um amigo (Marcos Oliveirahttp://olhares.aeiou.pt/MarcosOliveira) a sítios abandonados. Não fa

    seu potencial fotográfico. Deixo aqui alguns registos que espero que gostem.”

    CIMA ESQUERDA:ABANDONADA |NUNO FILIPE“Interior de uma casa abandonada em risco de derrocada.”Canon 400D . Sigma 10-20 . 10mm . f/11 . 10” . ISO 400

    CIMA DIREITA:ESCADAS |NUNO FILIPE“De novo o interior da casa abandonada em risco de derrocada.”Canon 400D . Sigma 10-20 . 10mm . f/11 . 8” . ISO 400

    ESQUERDA:HONDA 125 |NUNO FILIPE“Oficina de motociclos abandonada onde encontrei um grande clássico das duHonda 125.”Canon 50D . Sigma 10-20 . 10mm . f/18 . 4” . ISO 400

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    EXPOSIÇÃO

    VITOR BRITO“Bem me lembro que desde pequeno sonhava com a Imagem. Nesse tempo, operário e minha mãe costureira ganhavam pouco. E desse pouco, tinham queos estudos, os quais frequentei até ao que equivale hoje ao décimo segundo a

    nunca tive a prenda que eu tanto desejava (uma máquina fotográfica). Mas, um belo diameus 17 anos, recebi a visita de meu padrinho, que vivia em Lisboa. Nesse dia fiquei doa prenda foi uma AGFA M126, com dois rolos e dois flash, flash estes que só tiravam 4 - os famosos cubos de deitar fora. No dia seguinte, sem saber nada de fotografia, gastei ro rolo que o meu padrinho mandou revelar. Mas só saíram 6 fotos. Como sempre fui cuminha aldeia vivia o Sr. Manuel, que fazia as fotos dos casamentos, comecei a fazer-lhe sobre as técnicas e como fazer. E então, desde aí, comecei a compreender como funcionamáquina fotográfica. Já com os meus vinte anos, fui trabalhar para Lisboa e com as econprei, em segunda mão, uma AGFA de rolo normal, com flash, que ainda guardo hoje coUm ano antes de emigrar, mudei de marca e comprei uma Canon AE1 que me custou oscara. Mas com tudo isto e todo este tempo, fui sempre cuscando aqui e ali para me aperftirar qualquer curso de foto, fazendo sempre fotos pessoais. Já no estrangeiro adquiri um50E por necessidade, porque através de um conhecimento de uma sócio-gerente de umaboutiques Suíças, comecei a trabalhar em part-time nos desfiles de moda e penteados quvam. Fiz alguns casamentos, baptizados de amigos e alguma foto-reportagem para clubena Suíça, por exemplo: Concurso Miss Benfica, o Eusébio, o Bento, os quais foram publnais (Diário de Notícias, Record e Correio da Manhã); e outros espectáculos: Santa Maroutros eventos. Bem, muitos rolos foram consumidos até aqui, porque finalmente sai o d

    me fez mudar rapidamente. Monetariamente mais barata a foto, instantaneamente se vê obtido. Com a minha Canon D30 tudo mudou. Em 2006 regressei a Portugal definitivamD30 e uma 20D e agora faço fotos só quando sinto vontade, ou algo me desperta atençãquando dou apoio a um amigo profissional, para reportagens e edição de imagem. E quadivirto-me em casa com o meu Photoshop, porque também adoro edição de foto e filmeçar mais uma vez que nunca fiz nenhum curso de foto, aprendi com a pesquisa, falando fotógrafos e com as milhares de fotografias que tirei. Neste número, muitas mas muitas - assim como ainda hoje nem sempre corre bem. A Fotografia é uma Arte Mágica, porquum de nós tem um sentido. Termino assim a minha história contada à minha maneira simcera, porque é realmente a minha.”

    CIMA:NATUREZA |VITOR BRITO“Duas ribeiras que se unem e a Fábrica de Lanifícios abandonada. Vila Cova - Seia”Canon IXUSv . 5mm . f/2.8 . 1/125” . ISO 200

    MIGUEL GUEDES

    “Nasci a 3 de Janeiro de 1972, em Lisboa. Autodidacta por opção, ganhei a minha primeira Polaroid no meu 10ºqual ainda utilizo hoje com alguma nostalgia). Quem nunca utilizou a máquina mágica que tirava instantâneos conceito de apontar e captar foi de facto revolucionário, e ainda hoje é marcante na vida de tantos fotógrafos am

    mesmo profissionais? Em Maio 1999 tirei o Curso Técnico Profissional de Operador de Pré-Impressão no Centro de FormArtes gráficas e Multimédia que atribuiu competências ao nivel de Composição de trabalhos Gráficos, Paginação Gráfica,Imagem Digital, Elaboração de Imagem Vectorial o que contribuiu para um estudo mais aprofundado de toda a composiçda fotografia, design e arte digital. Em 2008 ingressei numa gráfica multinacional, num departamento criativo e de pré-imtiu uma necessidade premente de desenvolvimento criativo, tanto a nível de tratamento de imagem como design gráfico. Ietapa de desenvolvimento criativo, onde mais uma vez, planeei um percurso informativo autodidacta com apoio nos tutoriinternet e em obras de referência, tanto a nível técnico de fotografia como no desenvolvimento de técnicas em arte digital recurso ao Photoshop. Actualmente, o meu percurso na fotografia passa pela macrofotografia, fotografia da natureza e na tal.”

    ESQUERDA:BARCOS NO TEJO |MIGUEL GUEDES“Fotografia captada com Sony Cyber-Shot DSC-W320 prateada no Cais da Trafaria, Portugal e editada em Photoshop CS2para realçar envelhecimento do assunto abordado.”

    CLÁUDIA MIRANDA“Tenho 19 anos e esta paixão por fotografia começou há cerca de 3 anos. Na altura tirava fotos por brinca-deira com as minhas amigas, mas o vício foi aumentando e passei a fotografar outro tipo de coisas: paisa-gens, macros, etc... Mas sempre preferindo a área de moda e retratos. Comecei com duas compactas e só

    neste Natal é que recebi uma reflex com a qual estou a adorar fotografar. Em breve espero poder ter formação nestaárea e vir a evoluir ainda mais as minhas fotografias!”

    CIMA:BRYANNA |CLÁUDIA MIRANDA"Foto tirada na quinta da Cardiga, Golegã."Canon 450D . 46mm . f/5.6 . 1/50" . ISO 100

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    ÁLVARO DUARTE| http://olhares.aeiou.pt/Varitos“O meu interesse pela fotografia tornou-se mais evidente há cerca de três anos quando, por questões de tempo/disponibilidade, a minha vida profissional deu-me outra liberdade, em termque faço a minha agenda de trabalho. Vivo em Lisboa e nasci em Moçambique há cerca de cinquenta anos. Estou em Portugal desde os seis anos. Tenho fotografias publicadas em váriosOlhares.com, Reflexosonline, Podium.com, Zyeuter.com, Fotogénicos, etc. A minha primeira máquina foi uma Canon 350D que ainda tenho e gosto muito. Actualmente uso mais uma N

    ainda não tenho definido uma tendência fotográfica mas adoro fotografar pessoas, paisagens e faço muita edição a P&B. Já frequentei dois cursos de fotografia, o último com o José Romão. Compfotografia e tenho vários livros técnicos que vou lendo e consultando sempre que sinto necessidade. Viajo bastante e levo sempre a minha mochila com o material necessário.”

    CIMA ESQUERDA:AINDA HÁ PASTORES |ÁLVARO DUARTE“Tirada na Mina de Soninhos, Mértola, a um simpático casal de pastores.”Canon 350D . 40mm . f/5.6 . 1/60” . ISO 200

    CIMA DIREITA:CAMINHOS PARALELOS |ÁLVARO DUARTE“Tirada de um oitavo andar de um edifício que fica perto da Gare do Oriente”Nikon D80 . 300mm . f/5.6 . 1/400” . ISO 100

    ANA SIMÕES| http://sentidoseolhares.blogspot.com“Desde muito cedo a fotografia invadiu a minha vida e me seduziu. Descobria-a através do trabalho de meu pai, que na época trabalhava no jornal “ República”. Relembro com saudademetamorfose da revelação. Num quartinho ínfimo e escuro, eu examinava aqueles rectângulos de papel pendurados com molas de roupa, tal como roupa a secar ao sol, e aguardávamos era simplesmente mágico. Quando tinha cerca de dez anos de idade meu, o pai presenteou-me com uma máquina fotográfica permitindo-me registar, pela primeira vez, aquela que viria a

    paixão. A sensação que senti ao registar o rosto de meu irmão, tendo como pano de fundo um local sublime de Lisboa - o Miradouro de Sta. Luzia - jamais esquecerei. Nesse instante senti vontadevida dá voltas e reviravoltas e o sonho de menina perdeu-se pelo caminho da vida. Contudo, foram escassos os instantes da minha vida em que não tivesse como companheira uma câmara fotográf

    des para melhor, contentava-me com a pequena e versátil “baratinha da Kodak” limitando-me a apontar e disparar, desconhecendo totalmente quaisquer técnicas. A chegada da era digital – à qual rmas hoje, totalmente rendida – possibilitou-me libertar as minhas emoções e alargar horizontes, desenterrando assim um sonho antigo que permanecia adormecido. Comecei a devorar todo o tipo dsível, através de livros, revistas, troca de experiencias com amigos que partilham a mesma paixão e, mais recentemente, alguns workshops. Ao sentir-me com 50 anos de idade, aprendendo mais e te que funciona como um tónico, uma terapia, algo de maravilhoso, inexplicável, que não pretendo jamais abandonar. Sendo a fotografia para mim um meio de expressar sentimentos, emoções parvras rareiam. Vou aprisionado pequenos instantes que me cativam, desejando cativar e sensibilizar quem os observa. Cada registo meu conta uma história e tem um pedacinho de mim. É este o mefia.”

    CIMA ESQUERDA:BUFO-DE-BENGALA |ANA SIMÕES“Registei este lindo exemplar no Zoo de Lisboa, numa das muitas visitas que faço com alguma regularidade, na companhia de um grupo de amigos da fotografia.”Canon 450D . 84mm . f/4.5 . 1/400” . ISO 800

    CIMA DIREITA:VIDAS SUSPENSAS |ANA SIMÕES“Num final do dia, após um convivio fotográfico, regressava a pé calmamente observando o quotidiano citadino. Inebriada com as sempre belas cores do pôr do sol, reparei nestas três personagenmaquina e registar o momento.”Canon 450D . 250mm . f/9 . 1/100” . ISO 800

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    EXPOSIÇÃO

    HÊRNANI DIAS| www.flickr.com/hericarfoto“Tenho 27 anos e sou natural de Pinheiro da Bemposta,uma vila do distrito de Aveiro. Sou um apaixonado porfotografia e vídeo há já alguns anos, mas só desde há dois

    anos para cá, que levo o mundo fotográfico mais a sério, depois de tertido a experiência em produçao audiovisual. Não sou fotógrafo de pro-fissão, mas cada vez mais viciado nesta área. Adoro moda e a luz donocturno.”

    CIMA:MODA CLÁSSICA - RITA LAGOS |HÊRNANI DIAS“A moda é a área que me atrai, juntamente com os clássicos. Paramim, uma ligação perfeita.”Nikon D300s . 17mm . f/5 . 1/200” . ISO 200

    VÍTOR MARQUES“Desde pequeno que existe a vontade de registar certosmomentos da vida e locais por onde passo. Foi noSecundário, no âmbito do Curso Tecnológico de

    Comunicação, que tive o primeiro contacto com uma câmara digital,uma Sony que funcionava a disquetes. Rapidamente percebi a impor-tância da fotografia na minha vida. Ainda muito jovem, juntei algumdinheiro e comprei a minha primeira máquina digital compacta, umaOlympus. E foi com ela que dei os primeiros passos. Recentementeadquiri uma Reflex Nikon e tenho de admitir, é já parte da minha vida.Gosto sobretudo de fotografar as gentes e locais com forte incidênciano meio urbano, bem como paisagem.”

    CIMA:MOVIMENTO |VÍTOR MARQUES“O registo da rotina diária de quem utiliza os meios de transporte parase deslocar dentro da cidade.”Nikon D90 . f/4.2 . 1/5” . ISO 320

    DIREITA:ASCENSOR DA GLÓRIA |VÍTOR MARQUES“Na primeira saída nocturna pela cidade de Lisboa com a minha reflex,era obrigatório um registo ao ascensor mais conhecido de Lisboa.”Nikon D90 . f/3.5 . 1/25” . ISO 800

    ALBERTO CARDOSO“Gosto de fotografia desde novo. Efectuei algumas exposi-ções individuais, ainda com o célebre “rolinho” fotográficonos anos 80. Depois, com o tempo e idade, a fotografia foi

    ficando parada. Agora o bichinho voltou. Neste momento fotografo coma Canon 500D e objectivas 18-55 e 55-250, também da Canon.”

    CIMA:COLORIDO |ALBERTO CARDOSO“Fotografia feita em Cascais e que pelo seu colorido me despertou aatenção.”Canon 500D . 84mm . f/5 . 1/125” . ISO 100

    {como participar na nossa exposição }Para participar nesta secção, envie-nos duas/três fotos por e-mail,

    com pelo menos 1500 pixéis no lado menor (manter o EXIF),

    acompanhadas de título e pequeno texto descritivo.

    Anexar ainda um auto-retrato e, caso deseje, pequena apresentação pessoal

    (história ligada à fotografia, gostos fotográficos, equipamento anterior e actual, etc...),

    para [email protected] ou exposiçã[email protected]

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    INICIADOSA F O T O G R A F I A D E U M A F O R M A S I M P L E S

    SE ACHA ESTRANHO TODOS OS NÚMEROS E COMPONENTES QUE CUMA OBJECTIVA, NÓS EXPLICAMOS PARA QUE SERVEM. CONHEÇAOBJECTIVAS COMO A PALMA DA MÃO.

    Anatomia de uma objectiva

    PARASOLMuitas objectivas vêm com este acessório. E ao contrário do que muitasvezes se pensa, não deve ser usado só de dia. Tem como função principalevitar a incidência de luz na objectiva, seja do sol ou de qualquer outra fonte,que gera dois efeitos: o ‘flare’ e o ‘glare’. O primeiro é um fenómeno causadopelo reflexo da luz no interior da objectiva, que origina uma repetição de ima-gens fantasmas no formato do diafragma. O ‘glare’ é um pouco mais difícil deevitar e, basicamente, trata-se do brilho intenso numa imagem devido à forteincidência de luz. Também ajuda a proteger a objectiva.

    ANEL DE FOCAGEMRode este anel enquanto olha através do óculo dacâmara, ou visualiza a composição no LCD (LiveView),para definir o foco. Algumas objectivas permitem afocagem manual mesmo quando a focagem automáticaestá activada.

    ANEL DE ZOOMTodas as objectivas zoom têm este anel, que permite ao fotógrafo mover-seatravés das várias distâncias focais. Objectivas ‘prime’, ou com distância focalfixa, obviamente que não possuem este anel de zoom.

    BOTÃO AF/MFColocado de lado na grande maioria das lentes, permite alter-nar entre focagem automática (AF) e focagem manual (MF).

    ENCAIXE DA OBJECTIVAA maior parte destes encaixes são construídos nos mais variadostipos de metal, embora modelos mais baratos de objectivas optempor plástico. Os pontos indicam como deve alinhar a objectiva como corpo da máquina. Trate esta área com algum cuidado.

    TAMANHO DO FILTRO, NÚMEROS EOUTROS DADOSApós o símbolo Ø tem um número. Se, por exemplo, a sua objectiva marcaØ77, então fique a saber que se trata do tamanho do filtro que queira acoplarà mesma: polarizador, UV, etc... Para além das distâncias focais (ou distânciafocal) que cobre - por exemplo 17-40mm -, são ainda indicados os valores deabertura máximos para cada uma destas distâncias, normalmente os extre-mos. Por exemplo, na objectiva Sigma 10-20mm, com aberturas assinaladasde 1:4-5.6, significa que nos 10mm a abertura máxima do diafragma é de 4 enos 20mm é de 5.6. Se indicar um só valor, quer dizer que a abertura é cons-tante em todas as distâncias focais (exemplo: Tamron 17-50mm f/2.8).

    DISTÂNCIA DE FOCAGEMEscala que indica o espaço a que se encontra doponto de focagem escolhido (em metros e pés), dadistância mais próxima possível de foco até ao infi-nito. Esta permite, por exemplo, regular a distânciahiperfocal de forma a maximizar a profundidade decampo. Se por norma usa AF (focagem automáti-ca), não servirá para muito.

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    Como criar o efeito

    de desfoqueQuando olhamos para uma foto em queo fundo está desfocado, facilmentedirigimos a nossa atenção para oobjecto que estiver em foco. Já numa imagemcom o fundo distractivo, torna-se difícil fazer omesmo.

    Na primeira edição escrevemos sobre a rela-ção da abertura do diafragma e respectiva velo-cidade de obturação e focagem/desfocagem dofundo. Assim, quanto maior a abertura, menorprofundidade de campo - muito usual emretratos, por exemplo.

    Mas nem sempre é possível usar aberturasgrandes, particularmente em condições deluminosidade forte. Mais, as máquinas compa-ctas também têm restrições nas aberturas dodiafragma, com profundidades de campoextensas, que tornam a desfocagem do fundodifícil.

    Existe ainda o factor humano. Imagine, porexemplo, que se esqueceu de mudar a aberturaduma foto anterior, ou que quando tirou a fotonem se apercebeu que o fundo era tão distracti-vo.

    Felizmente em pós-produção pode (tentar)dar a volta à questão. O Photoshop possui umaexcelente ferramenta - Lens Blur - para o fazer.Se não tem este programa por ser demasiadocaro, o seu irmão mais “pequeno”, PhotoshopElements, é mais acessível e também permitecriar o efeito de desfoque nas suas fotos. nZ

    À LA MINUTE

    ORIGINAL

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    1Comece por mudar para o modo ‘Quick Mask’, seleccionável no fundo da barra deferramentas lateral do Photoshop.

    3Saindo do modo ‘Quick Mask’ verá que tudo o que rodeia o seu objecto estaráseleccionado. Isto significa que é esta a área que ficará desfocada. Vá então a‘Filter’ > ‘Blur’ > ‘Lens Blur’. As definições do item ‘Iris’ replicam a abertura da

    objectiva. Quanto maior o ‘Radius’, mais desfocado ficará o assunto. A opção ‘Shape’afecta o efeito da desfocagem da área seleccionada. Defina a gosto.

    2Escolha a ferramenta ‘Brush’ (na mesma barra). Com esta decidirá que partes dimagem ficam ou não focadas. Como queremos o BARCO (!!!!) em foco, certifnos que este fica coberto com o tom vermelho (pelo menos enquanto se mantive

    no modo ‘Quick Mask’). Para um maior efeito, vamos também deixar um pouco deÁGUA(!!!) focada.

    IMAGEM FINALA imagem final sai bastante melhorada

    em relação à original.Com esta ferramenta do Photoshop conseguimos focar

    (literalmente) toda a atenção no barco.

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    Fotografar velharias

    Fotografar é como o Natal: é quando oHomem quer (escrevemos com hgrande porque sabemos que existem

    muitas senhoras que lêem a zOOm e gos-tam de fotografia). Por isso, mesmo que otempo não esteja favorável - chuva, frio,calor, céu sem nuvens, ou qualquer outroestado -, não existe razão para não foto-grafar.

    Num dia pouco atractivo para a fotogra-fia (sol e zero nuvens), lembrámo-nos dacaixa de ferramentas que estava estacio-nada na garagem. Deparámo-nos comalguns itens que poderiam servir na per-

    feição de “modelos”: uns parafusos dediferentes formatos, tamanhos e feitios euma porca. Com jeitinho poderíamos con-seguir um resultado engraçado.

    Também não necessita de muito mate-rial. No nosso caso, recorremos a uma car-tolina preta e a uma folha A4 branca. Umflash e ‘trigger’ foram usados neste exem-plo prático, mas não são obrigatórios.Podem não ser bem a mesma coisa (queum flash) e o resultado não ser igual, masum candeeiro, ou uma janela, podem ser-vir na perfeição para iluminar os seusobjectos. nZ

    Dificuldade

    média quipamento usadoCanon 5D MKIICanon 70-200mm f/4Flash Canon 430EXIITripé Slik Pro 330DX

    MaisCartolina pretaFolha A4 brancaRipa de madeiraParafusos diversos

    PRÁTICAINSPIRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

    3A luz pode ser facilmente optimizada. Como fundo pode recorrer a uma vulgar car-tolina preta. Cortámos dois pedaços da mesma a colocámo-los à frente do flash deforma a “estreitar”, ou direccionar” a luz do mesmo. Para preencher as sombras,

    recorremos a uma folha A4 branca, que posicionámos no lado contrário do flash.

    4Proceda à focagem dos objectos - preferencialmente de forma manual. Depoisdeve passar a máquina para o programa Manual, para definir os valores de abertu-ra e velocidade. No nosso caso começamos com 1/125” de velocidade, f/4 e ISO

    100. Se o seu flash permitir, mude também para manual e altere as velocidades domesmo. Mais uma vez, começamos com 1/64. Depois aproxime ou afaste o flash dosobjectos até obter uma iluminação que lhe agrade.

    1Comece por procurar alguns objectos para a sua fotografia. Olhe para as formas etexturas. Pó e até algum bolor podem adicionar interesse à imagem final. Parafusosmais velhos e porcas foram os itens que escolhemos para este exemplo prático. 2

    Componha os objectos a gosto, tentando escolher uma base adequada - uma ripade madeira, no nosso caso. E não seja demasiado arrumadinho... Coloque a câmaranum tripé, ligue o LiveView (ou então olhe pelo óculo), e veja se a composição lhe

    agrada. Quando estiver satisfeito, ponha o flash relativamente perto dos objectos. Delado é uma boa opção.

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    Congele, literalmente, os objectosa fotografar

    Nesta época de calor sabe bem umaimagem refrescante, como a que apre-sentamos neste número. É uma ideia

    que pode levar a cabo quando muito bementender, até porque não necessita de muita

    coisa: água, um pirex, congelador e o objectopropriamente dito. Idealmente devia ter umalente macro, mas o extremo da sua objectivateleobjectiva chega e sobra para conseguir bonsresultados. Em caso extremo, pode sempre

    adquirir um conjunto de filtros close-up porpouco mais de 20 euros.É possível congelar praticamente tudo o quelhe vier à cabeça, mas folhas e flores, por exeplo, funcionam bem. nZ

    Dificuldade baixa quipamento usado

    Canon 400DCanon 70-200mmTripé Slik Pro 330DX

    MaisPirexFolha de videira

    PRÁTICAINSPIRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

    2Agora vem a parte mais, digamos, “sensível”: a congelação. Coloque alguma águano pirex e leve-o ao congelador - assegure-se que fica direito para congelar a águade maneira uniforme. Cuidadosamente coloque o objecto centrado na água. Se este

    congelar junto às bordas do pirex, vai limitar-lhe a composição. Quando a água estivercongelada, adicione-lhe um pouco de água quente e volte a congelar. Este passo vaifazer com que se criem bolhas e pequenos rasgos no gelo.

    1 Comece por procurar um motivo de interesse. Para este nosso exemplo, depois de nos depararmos com umavideira, achámos que as folhas poderiam dar um bom “modelo”. Como o pirex não é muito grande, retirámos umafolha média, que apresentasse um recorte bem definido.

    3Uma vez congelado o motivo, está na hora de começar a fotografá-lo. Emborapossa fazê-lo dentro de casa, sugerimos que o faça com luz natural, evitando terque comprar, ou montar, iluminação artificial. Coloque o pirex no chão, monte a

    câmara no tripé e posicione-a virada para baixo e por cima do pirex. Componha e dispa-re. Contudo, a claridade do gelo “enganou” o sistema de medição da máquina e sub-expôs a imagem.

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    4Dar a volta à questão é fácil. Tudo o que tem a fazer é compensar a exposição. Nonosso caso compensámos com +1 stop. Tire outra foto e compare o resultado, nãodeixando de avaliar o histograma. Pode já ser tarde, mas convém que esteja a tra-

    balhar com alguma celeridade, pois a água vai começar a descongelar...

    5Finalmente, copie as imagens para o computador e edite-as a gosto. Sugerimos queexperimente mudar a saturação, a tonalidade, ou o preto e branco, que neste géne-ro de imagem pode resultar muito bem. No nosso caso, resolvemos mexer no ‘Hue’

    e dar um toque outonal à nossa folha.

    IMAGEM FINALExperimente diferentes composições: ao alto, ba

    detalhe de uma parte do objecto, ou o objecto intTente também com outros motivos. Divirta-se

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    Reflexosabstractos

    na águaMuitos fotógrafos recorrem aos refle-xos para criarem imagens simétri-cas. Mesmo um pouco de água jáconsegue reflectir o que a rodeia. Mas nemsempre precisamos que esta esteja parada paraque os reflexos sejam fotogénicos. Basta umaligeira brisa para capturarmos pequenas ondu-lações que acabam por distorcer as cores e apa-rência dos objectos reflectidos.

    Barcos, bóias, camisolas coloridas de pessoasque se abeiram da água, são apenas algunsexemplos de objectos que podem ficar distorci-dos de forma abstracta, quando reflectidos pelaágua. E com o movimento desta, cada foto tira-da é única.

    Sugerimos uma teleobjectiva (70-200, sópara dar um exemplo), em vez de uma grandeangular, pois será mais fácil isolar os reflexos.

    A velocidade de obturação é a chave quedeverá ter em conta - demasiado baixa e a águaficará suavizada. Para reflexos nítidos, velocida-des superiores a 1/250" serão o ideal. Tem outra

    vantagem: conseguirá fotografar "à mão", isto

    é, pode prescindir do tripé. Como vê, precisa depouca coisa para conseguir fotografias interes-santes. Contudo, não conseguimos deixar derecomendar o uso de um polarizador.

    Mas então um polarizador não serve para eli-minar reflexos? - perguntará o leitor. Tem todaa razão. Mas um polarizador também poderealçar a cor e intensidade dos mesmos.

    Locais ideais para conseguir capturar refle-xos abstractos na água? Marinas, portos depesca, piscina, entre outros. nZ

    Dificuldademédia quipamento usadoNikon D90Nikon 18-200mm VRPolarizador

    PRÁTICAINSPIRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

    1Precisa de pouca coisa para obter imagens espectaculares. Primeiro encontrar olocal ideal. Um pequeno porto de barcos, por exemplo, é sempre uma boa possibili-dade. Uma máquina digital e uma teleobjectiva. Como se vão usar velocidades rela-

    tivamente elevadas, o tripé pode ficar em casa ou no carro. O filtro polarizador emboraopcional, se usado vai intensificar os reflexos. Rode o mesmo até conseguir um efeitoque goste. Tente diferentes posições para fotografar. Um ponto de vista baixo poderáalterar significativamente os reflexos e as cores.

    2Como já referimos, o efeito de um polarizador poderá mudar o cenário completa-mente. Embora possa eliminar ou reduzir os reflexos, também os poderá realçar.De forma a conseguir o efeito desejado, rode lentamente o filtro enquanto olha

    pelo óculo da máquina. Verá os reflexos a desvanecerem ou a intensificarem. Pare nomomento em que os reflexos lhe pareçam mais fortes.

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    CONHECERFOTÓGRAFOS DE CÁ E DE LÁ

    FOTÓGRAFOSNa zOOm damos-lhe a conhecer alguns dos melhores fotógrafos do mundo,sejam eles nacionais ou internacionais. As suas fotografias são, na grandemaioria, autênticas fontes de inspiração. É que, felizmente, também se aprende(e muito) sobre fotografia... a ver.

    Gregor HalendaHalenda nasceu em 1965 e cresceu no ColoraEUA. A sua experiência em fotografia começquando atingiu os 8 anos. Aos 12 anos recebeo seu primeiro dinheiro graças às suas fotos. Efoi assim que pagou os seus estudos. As suasimagens eram usadas pelo jornais das escolaspor onde passou. O fotojornalismo foi mesmoseu veículo de entrada no mundo que sempredesejou. Mudou-se para Nova Iorque em 1992acabando por trabalhar com Gregory Heisler.sua experiência em digital começa em 1993,mas os sistemas de então ainda eram algo“rudimentares”. Poucos anos depois adquire asua primeira Hasselblad e começa a fotografamotas, outra das suas paixões. Também particpou - e ganhou - em diversos concursos. Contexcesso de pós-produção, recorre a métodos tdicionais para produzir as suas espectacularesimagens.Site: http://www.gregorhalenda.com

    Tom MackieTom não conheceu outra profissão que não a defotógrafo. Com conhecimentos de fotografiacomercial, passou cinco anos como fotógrafoindustrial e de arquitectura. E foi exactamentedurante este período em que viajou bastanteque ganhou especial interesse pela belezanatural e pelas imagens panorâmicas. Depoisdesta experiência, nunca mais ficaria presonum estúdio de Los Angeles. Desde 1985 quevive no Reino Unido e passou a dedicar-se atempo inteiro à fotografia de paisagem. Foiconsiderado como um dos melhores fotógrafosdo mundo de paisagem, tendo integrado o livro“The World’s Top Photographers: Landscape”,publicado pela Rotovision. Foi premiado váriasvezes e editou alguns livros. Também ministraworkshops.Site: www.tommackie.com

    Andreas BitesnichO austríaco Andreas H. Bitesnich nasceu emViena, em 1964, e é um mestre da fotografiaerótica. Começou a fotografar por volta dosseus 25 anos, mas desde criança que desejavaabraçar esta arte. A sua primeira exposiçãoaconteceu em 1993 e o primeiro livro, “Nudes”,foi lançado em 1996. Este livro permitiu-lhevencer o prémio “Kodak Photography Book”. Alista de clientes de Andreas Bitesnich é impres-sionante, tal como os seus trabalhos.Perfeccionista, como se auto-define, é tambémum fotógrafo auto-didacta. Nas suas fotos denus artísticos tenta aliar harmonia à tensão ebrincar com jogos de luz e sombras.Site: http://www.bitesnich.com

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    FAÇA VOCÊ MESMD I V I RTA - S E E P O U P E D I N H E I

    Car-Rig,construa o seuNESTA EDIÇÃO EXPLICAMOS COMO FAZER UMCAR-RIG E COMO USÁ-LO. OS RESULTADOS PODEMSER FANTÁSTICOS. AGORA PREPARE-SE PARA ABRICOLAGE.

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    FAÇA VOCÊ MESMO

    Basicamente, um car-rig é um acessórioque se monta num veículo e suporta aomesmo tempo uma máquina fotográfi-ca, ou de filmar. A ideia é manter o carro focadoao passo que a paisagem fica em movimento.

    Existem car-rigs profissionais, mas bastantecaros. Obviamente que quem não vive da foto-grafia automóvel, não irá gastar entre seiscen-tos e dois ou três mil euros num acessório para“brincar”.

    Por isso resolvemos criar este artigo, ondemostramos o car-rig feito por nós e como fazerum igual. Em termos de custos, estaremos afalar em valores que rondam a casa dos 200euros, ou até menos.

    Depois explicamos como usá-lo de forma aconseguir imagens de automóveis em movi-mento, tal e qual como vê nas revistas. Convémtambém perceber de Photoshop, ou programasemelhante, já que a edição é fundamentalneste género fotográfico.

    Como poderá comprovar nas imagens, onosso car-rig é relativamente simples, principal-mente se comparado com versões profissionais.Mas funciona, e é isso que interessa.

    E precisa de pouca coisa: dois ou três tubos dealumínio – consoante o tamanho que queirapara o seu car-rig –, com diâmetros diferentes,para que possa encaixar uns nos outros.Também pode ser só um tubo, mas isto torna

    difícil o seu transporte. As ventosas são o ele-mento chave, já que serão elas as responsáveispor segurarem a máquina ao carro. Já sabe oque acontece se algo correr mal…

    No nosso caso, optámos por ventosas que sãousadas no transporte de vidros e espelhos.

    Finalmente, numa das pontas do car-rig deve-rá colocar um suporte para a câmara.

    A seguir mostramos-lhe as imagens do nossocar-rig com um pequeno texto descritivo decada secção.

    Isto não invalida que crie o seu próprio aces-sório, baseado ou não no nosso exemplo. nZ

    2 cavilhas servem para uniros três tubos

    3 tubos de alumínio que devem ter diâ-metros diferentes, para trabalharem unsdentro dos outros

    2 ventosas usadas notransporte de vidros eespelhos. Eventualmenteo material mais carodeste kit

    Suporte para câmara quepode adquirir através doeBay. Pode ser ou nãoparecido com este

    O NOSSOCAR-RIG

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    Como usar o car-rigDepois de ter o seu car-rig pronto, estará apto a testá-lo. Mas

    antes, existem algumas considerações importantes para quan-

    do for fotografar o carro.

    Primeiro, é quase essencial ter alguém para ajudá-lo nesta

    tarefa. Conduzir o carro e tirar fotografias ao mesmo tempo é

    tarefa impossível.No que respeita ao equipamento fotográfico, uma lente grande

    angular, ou ultra grande angular, é essencial. Numa máquina

    full-frame (Canon 5D MKII, ou Nikon D700, por exemplo), uma

    lente que comece nos 17mm é suficiente. Já num equipamento

    com factor de corte (Canon 7D, Nikon D300, ou outra

    marca/modelo) 10 ou 12mm deve ser o mínimo,

    embora não obrigatório, claro.

    Um filtro polarizador para evitar reflexos e fazer dimi-

    nuir a velocidade de obturação também será acessório

    quase imprescindível. Filtros ND e ND Grad podem dar

    jeito, principalmente se for fotografar em dias de muita

    claridade. Cabo disparador é outro elemento a usar.

    Depois convém ter atenção à posição do sol (se for o

    caso), evitando colocar-se de costas para o mesmo, já

    que desta forma a sua sombra será projectada para o carro.

    Deve verificar igualmente que não surge reflectido na chapa

    do carro. De noite, estes últimos conselhos (sombras projecta-

    das no veículo) também se aplicam.

    A prática, experiência e imaginação são fundamentais para

    conseguir resultados satisfatórios. Mas se seguir o nosso

    exemplo prático, em pouco tempo obterá fotografias fantásti-

    cas.

    1Comece por montar o car-rig sobre uma área docarro, mediante o resultado que pretenda obter. Notejadilho conseguirá uma visão global do mesmo.

    Passe um pouco de água nas ventosas, para que agar-rem ainda melhor.

    2Monte a máquina no respectivo suporte. No nossocar-rig fica de “cabeça para baixo”, mas nada queinfluencie o resultado – em pós-processamento

    basta rodar a imagem. Verifique no óculo, ou através doLiveView, a composição. Aproveite para passar o focopara manual e foque o carro. Altere a máquina para dis-paro contínuo (para a opção máxima permitida) e selec-cione uma abertura pequena (f/8, f/11, ou outra). Ouentão mude para modo de exposição com prioridade àvelocidade e regule para valores entre 1” (ideal) a 5segundos (neste caso, precisa de ter um car-rig bastanteestável. Ou uma estrada “lisinha”, coisa difícil emPortugal).

    3Se for de dia e o céu estiver muito luminoso, oucom poucas nuvens, um filtro graduado pode dar

    jeito, até porque como vai usar velocidades baixas,o mais provável é o céu ficar queimado. Mas nada comotirar umas fotos para ver como saem. Com a máquinabem suportada e estabilizada (agarre-a se necessário)socorra-se do comando remoto para disparar. Peça aquem estiver ao volante para iniciar a marcha, masmuito lentamente (10 Km/h chega e sobra). Para efeitomais dramático, o carro pode descrever um círculo.

    4Agora deve disparar continuamente enquanto ocarro se move. Como é óbvio, disparando em “raja-da” algumas imagens ficarão aceitáveis, isto é, não

    tremidas. Volte a repetir os passos com outras velocida-des, ou noutras alturas do dia (à noite podem ficarespectaculares). Só a sua imaginação será o limite.

    5Finalmente, descarregue as imagens para o compu-tador. Trate as que estão a gosto e, feito isto, abra-as no Photoshop para eliminar o car-rig propria-

    mente dito. Este passo requer alguma paciência e conhe-cimento. A ferramenta ‘Clone’ ajudá-lo-á bastante natarefa.

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    +PROAPROFUNDAR CONHECIMENTOS . TEXTO: PEDRO PORTELA

    Em 2003 venderam-se, pela primeira vez,

    mais máquinas digitais do que de filme.Condenada à morte, a película fotográfi-

    ca manter-se-ia até que se esgotassem os utili-zadores de máquinas analógicas, uma atitudeque se manteve durante alguns anos.

    Para quem se lembra, a transição para o digi-tal deu origem a sangrentas (e inúteis) discus-sões sobre as virtudes de um e outro suporte.Com os anos, o filme foi perdendo terreno paraa conveniência e a facilidade da tecnologia digi-tal.

    No último par de anos, no entanto, uma nova

    geração de fotógrafos tem vindo a redescobrirna película fotográfica um valor ímpar nummundo em que a imagem voa à velocidade daluz e não espera por vir do laboratório. Nestecontexto, a internet tem difundido uma mensa-gem cada vez mais forte de amadores e certosprofissionais “film is not dead, it just smellsfunny!”. Mais do que um saudosismo empeder-nido, trata-se de uma abordagem nova em cer-tos campos da fotografia.

    Um negativo conserva, hoje, grande valor,independentemente da tecnologia digital. Nãoobstante, os outputs, bem como todo o trata-mento posterior, são controlados digitalmente,com evidentes ganhos de conveniência e rapi-dez. A diferença é que o suporte original é umpedaço de película, e não um ficheiro digital.Assim, convirá recordar algumas das suas carac-terísticas a quem se pergunte o porquê da utili-zação deste tipo de suporte nos dias que cor-rem.

    O uso profissionalEspecialmente em retrato ou fotografia de

    paisagem ou de casamentos, o filme é um

    suporte de primeira escolha para muitos profis-sionais, tendo em conta a sua gama dinâmicade tonalidades que suporta, conservando deta-lhe nas zonas mais claras. Em qualquer caso,não falamos aqui de um segmento de mercadode baixo custo; trata-se daqueles clientes quenão exigem uma entrega imediata. Trata-se,adverte-se, de uma estética de nicho.

    Ainda no contexto profissional, o filme exigemenos trabalho posterior para certos trabalhosem que a cor é essencial, como seja a fotografia

    de casamentos, retrato, entre outros. Um fichei-ro de filme digitalizado – quando exposto comcuidado e com filme adequado à situação – éuma obra acabada; ao passo que um ficheirodigital dificilmente escapará ao pós-processa-mento. Por exemplo, a cor e os tons de pele numfilme de baixa saturação e contraste são ímpa-res, em especial de um negativo de médio ougrande formato. Uma paisagem fotografadanum pedaço de diapositivo, visto numa mesa de

    luz, mostra cores, tonalidade e definição dinâ-micas que a fotografia digital dificilmente pro-duz sem bastante pós-produção.

    Finalmente, o equipamento analógico – prin-cipalmente quando se usa médio e grande for-mato – é muito mais económico. Enquanto seconsegue montar um conjunto de médio forma-to usado e como novo, com scanner de filmeincluído, por menos de 1.000 Euros, um equiva-lente digital não sairá por menos de 10.000euros. Nesta diferença, muito dinheiro sobraria

    para filme e revelações.

    Mais do que umamoda

    Não obstante, o uso do filme está ligado, namaior parte das situações, a uma abordagememocional da fotografia. Mais do que uma esco-lha técnica e estética, muitas pessoas fotogra-fam hoje filme pela máquina que usam, porserem únicas, terem um valor sentimental, etc.

    Os exemplos são variados: as Lomo, as TwinLens Reflex ou as máquinas manuais de antiga-mente.

    Mas não é à toa que um mercado de nicho seafirma nos dias de hoje, quer na fine art, querno segmento wedding & portrait, pela utiliza-ção de filme, concretamente em formatos maio-res que o 35mm. Da mesma forma, os projectospessoais dos fotógrafos de alto nível são, ainda,fotografados em filme. O projecto Impossible,que tomou a missão de fazer renascer o filme

    O valor do filme

    Mamiya M645 1000S com objectiva 80mm f/1.9. Filme Kodak Trix 400. Filtro amarelo.

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    Polaroid está já em força na rua; o mesmo acon-tece com películas lançadas recentemente ou oaumento do preço de máquinas de 35mm emédio formato no mercado de usados. Noentanto, quando o tempo não é uma condicio-nante primária, não é raro os fotógrafos quetiveram um treino completo escolherem o filmepelas suas características estéticas. Quer queira-mos ou não, o filme cria uma imagem de marca.

    Sobretudo, fotografar filme nos dias que cor-rem representa saber o que se está a fazer.Porque cada disparo se paga, pensa-se antes defotografar e desenvolve-se uma capacidade depré-visualizar a fotografia antes de se gastarfilme. Uma SLR avançada e um rolo de slide(que não permite corrigir a exposição na digita-lização ou na impressão), sob a incontrolável luznatural permitem distinguir quem percebe aluz e a fotometria de quem não faz a mínima

    ideia do que está a fazer. Aqui se vê que foto-grafar é mais do que ir para um estúdio e acer-tar exposições por tentativa-erro, à custa de ilu-minação ajustável e de uma máquina digital

    Sugestões de filmeRetrato e CasamentosOs eventos familiares pedem a captação de ummomento – nem sempre com a quantidade idealde luz disponível –, preservando tons de pele e a

    atmosfera existente, com cores naturais e suaves.Para tal, são indicadas as películas de baixo con-traste e saturação, que permitem preservar tonsde pele, e controlar o contraste de uma cena, coma latitude do filme. Por exemplo, Kodak Portra 400NC (Natural Colors) ou Fuji 400H. Para preto ebranco, Kodak Tri-x 400 ou o Ilford Delta 400, con-soante se goste de muito ou pouco grão. Quandoa luz não ajuda mesmo, o Ilford 3200 tem umaestrutura de grão muito agradável, nada compará-vel ao feio ruído digital.

    Paisagem e NaturezaUsada pelos profissionais em folhas de 4x5 pole-gadas ou em médio formato, o Fujichrome Velvia50 é, por certo, o mais famoso filme de paisagemde todos os tempos. Também disponível em 100ASA, com excelentes cores e um stop a mais develocidade. Muito versátil, mas mais raro e difícilde encontrar, é o Fujichrome Astia, com uma boa

    relação entre saturação e latitude. Para quemgoste de filme de negativo, o Kodak Portra 160 VC(Vivid Color) ou o Fuji Reala 100 são as melhores

    opções. Em preto e branco, um filme com umafantástica gradação de cinzentos e um grão muitofino é o Iford Delta 100. Para mais contraste, oKodak T-max 100 ou 400, apresentam uma estru-tura de grão fino.

    Street PhotographyA fotografia de rua, muito ligada ao fotojornalismo,pede um filme de contraste e velocidade médios:verdadeiros clássicos, que ensinaram fotografia agerações de fotógrafos são o Ilford HP5, o KodakTri-x ou os rudimentares filmes da Europa deLeste, como os Efke ou Fomapan. nZ

    Mamiya M645 1000S com objectiva 80mm f/1.9. Filme Kodak Trix 400. Filtro amarelo.

    Nikon F100 com objectiva 80-200mm f/2.8. Filme AgfaVista 100.

    FOTÓGRAFOS QUE TRABALHAM EXCLUSIVAMENTE(OU QUASE) EM FILMENana Sousa Dias http://www.nanasousadias.com

    Michael Smith http://www.ashimagery.com

    Jose Villa http://www.josevillaphoto.com

    Lisa Berry http://www.lisaberryphotography.com

    Jay Dusard http://www.jaydusard.com

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    TÉCNICATIRE PARTIDO DA SUA CÂMARA FOTOGRÁFICA

    COMO FOTOGRAFAR

    CASCATAS

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    Quem disse que fotografar cascatas era tarefa apenas ao alcance dos profission-ais do National Geographic?OK, é verdade que a luz, os reflexos ou o spray podem complicar a tarefa. Masnão é nada que não se resolva com bastante prática e uns quantos conselhosúteis. Para desvendar todos os segredos da fotografia de cascatas, a zOOm convidou o fotógrafo de natureza Hélio Cristóvão que nos fala da sua experiência e partilhacom os leitores alguns dos seus truques e dicas.

    ÁGUA SANGUÍNEAParque Nacional Peneda-Gerês, Portugal Uma perspectiva intimista de cascatas de grande beleza no pico daEstação de Outono de 2009. Foi utilizado filtro polarizador para controlda quantidade de reflexo pela água nas rochas, melhorando a luminosi-dade geral de toda a cena.Nikon D300 . 27mm . f/13 . 3" . ISO 200

    VEJA OVÍDEOQUE PROMOVEESTE ARTIGO NO NOSSO SITEhttp://zoomfp.com/?p=89

    Antes de arrumar osaco e partir…Deve ter em conta que este artigo é direccionado para

    fotografia em filme ou digital. Os exemplos ou técnicas

    citadas podem ser mais adequadas para o formato

    135mm ou APS (digital), embora muita informação se

    enquadre também em fotografia de médio e grande for-

    mato.

    Para tirar o máximo partido das técnicas presentes neste

    artigo, é recomendável a utilização do seguinte equipa-

    mento:

    - Máquina fotográfica digital ou de filme e objectivas nagama focal desde grande angular a telefoto;

    - Tripé (preferencialmente robusto);

    - Filtros polarizador circular e de densidade neutra (ND),

    incluindo graduados;

    - Pano de limpeza de óptica, líquido de limpeza;

    - No caso do filme, película de baixa sensibilidade (exem-

    plo: Fujicrome velvia 40 ISO);

    - Acessórios opcionais: cabo ou comando remoto dispara-

    dor e nível de bolha na sapata do flash.

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    TÉCNICA

    Este ano a Primavera foi ao rubro, oInverno com fortes chuvas e o Verãoincerto. As chuvas sazonais e a alternân-cia do clima entre estações originam muitavegetação que reveste as paisagens serranas,planícies e costa marítima. A vegetação em flore clima ameno e os caudais ainda consideráveisem rios e ribeiras, criam as condições ideaispara a fotografia de cascatas.

    Quer o leitor seja fotógrafo iniciado, entusias-ta ou avançado, as páginas que se seguemacrescentarão importante informação paramelhorar a sua técnica, com dicas práticas econselhos úteis.

    E há inúmeros factores a ter em conta: otempo de exposição, indispensável para acen-tuar o movimento da água; o controlo da luz; oscuidados na hora de disparar, principalmentedevido a elementos como o spray, o vento e

    gotículas acumuladas em lentes e filtros; aimportância dos ângulos para criar dinâmica efactor “wow”; e mesmo a importância de defini-ções como o ISO.

    O tempo de exposiçãoA maior parte da fotografia de cascatas é cap-

    turada em longa exposição, sendo esta técnicaessencial para adicionar o tão desejável efeitode movimento da água.

    Expor o sensor ou a película na máquinafotográfica a velocidades de obturação desde1/10s para velocidades mais baixas de 1 segun-do, 4 segundos e por aí em diante, permiteregistar o fluxo de água no decorrer dessetempo.

    Esta é uma técnica fulcral ao fotografar cas-catas. Mas atenção, na fotografia não existemregras de composição absolutas e a longa expo-sição em cascatas pode embelezar a fotografiacom o movimento de água mas, por vezes, umdisparo mais rápido pode ser adequado, depen-dendo do efeito estético pretendido. É apenasmais uma decisão do fotógrafo.

    É importante, por isso, que leve em considera-

    ção uns quantos elementos no tempo de expo-sição na fotografia de cascatas:

    - Trabalhar em longa exposição torna o usodo tripé indispensável;

    - Experimente várias velocidades de obtura-ção. Expor a cascata durante 1 segundo é muitodiferente de expor durante 20 segundos. O efei-to de movimento de água altera-se com o pro-longamento do tempo de exposição;

    - Eventualmente, vai querer uma super foto. Euma super foto pode ser fácil de conseguir. Mas

    HIDDEN TREASFotografar esta cascata resultou numa aventura de 7 horas de caminhada e fotografia, subindo

    por montanha o trilho que segue a montante do Rio Arado. Descendo um vale escarpado eamplo até ao leito do Rio, revela-se uma imponente cascata com dezenas de metros de altura

    e vários patamares que desce a montanha entre paredes de granito brilhante, "metálico".Permaneci no local 2 horas e para esta mesma cena fiz muitos disparos, procurando o movi-

    mento de água mais "agradável" na composição.Nikon D300 . 24mm . f/19 . 2" . ISO 2

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    a maior parte das vezes não é. Apesar de váriasvelocidades experimente fazer muitos disparoscom o mesmo enquadramento. A água despeja-se nas cascatas a grande velocidade e váriasexposições da mesma cena capturadas emmomentos diferentes traduzem-se em momen-tos diferentes na passagem da água;

    - Trabalhe a baixos valores de ISO e a peque-nas aberturas no diafragma - por exemplo f/22 -se a prioridade for diminuir o tempo de exposi-ção;

    - Está a f/22 e a ISO100, mas não consegueexpor a mais de 1 segundo? Aplique um filtro dedensidade neutra (ND). O filtro ND tem o objec-tivo de diminuir a quantidade de luz que atra-vessa para a objectiva. Por exemplo, para o casoem concreto, um ND de 4 stop diminui o tempode exposição para 15 segundos!

    A melhor luzpara fotografarAs cascatas podem ser motivos difíceis devi-

    do a altos contrastes entre a água e o cenárioenvolvente. Daí a importância da luz para estetipo de fotografia.

    Fotografar uma cascata, salvo no caso dafotografia nocturna, pressupõe que será feitocom luz exterior tendo o Sol como principalfonte de iluminação.

    E isso implica ter em conta uma série de fa-ctores: hora do dia, as condições atmosféricas,céus nublados, chuva ou nevoeiro e mesmo aprópria variação da “qualidade” da luz ao longodo ano de acordo com a estação. Deles dependeo resultado da sua fotografia e por isso este éum assunto importante a ter em conta na horado clique.

    Então e qual a melhor luz? Em primeiro lugar,deve evitar-se fotografar cascatas durante umdia de céu limpo. Isto porque a luz solar maisdirecta e forte, ao incidir sobre a água vai provo-car sombras na envolvência, tornando-se numaluz complexa de se trabalhar. O resultado é oalto contraste e, frequentemente, o estoirar das

    altas luzes das partes mais claras – a própriaágua.

    A melhor luz para fotografar cascatas é luzsuave, evitando sombras fortes e muito brilhona água. A luz difusa de um dia de céu muitonublado é aconselhável, mas se estiver à som-bra e a distribuição de luz no enquadramento afotografar for homogénea poderá obter bonsresultados.

    O nascer e pôr-do-sol são os períodos do diamais indicados, visto que a luz é menos intensa

    e, consequentemente, mais apropriada parafotografar cascatas.

    Tome nota, então, de alguns cuidados a tercom a luz, ao fotografar cascatas:

    - Tenha atenção às variações de luz. Ela podeestar sempre a mudar num dia de céu nublado;

    - Encontrou um enquadramento interessante,mas a foto não está a resultar? Se antever queas condições de luz podem mudar, aguarde. Apaciência é uma das virtudes essenciais nafotografia de Natureza;

    - Consulte as previsões de meteorologia.Antes de fazer uma viagem, quando temu

    SEACOAST GOCascata temporária numa praia do Cabo da Roca.

    Fotografia realizada num dia de céu limpo, mas durante o início damanhã, evitando luz dura do Sol alto a iluminar o cenário. As altaarribas escuras reflectem uma luz muito suave, e embora existam

    algum contraste forte entre a sombra e o brilho da água, consegue-se controlar toda a gama dinâmica da imagem.

    Nikon D300 . 14mm . f/19 . 4" . ISO 2

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    TÉCNICA

    objectivos específicos de fotografia em determi-nados locais, faça um estudo antecipado dascondições que poderá encontrar no terreno;

    - Espere... o inesperado. Por vezes a Naturezadá-nos aquele elemento aleatório, uma nesgade luz, um brilho de luz de transição, que podemtransformar completamente um cenário!

    Medição da luz,bracketingde exposição,histograma

    Tenho uma boa luz e vou fotografar. Masquais os métodos e configurações da máquinapara obter maior produtividade em campo?

    A medição da luz é essencial na fotografiacom filme e, embora importante na fotografiadigital, os resultados podem ser facilmente cor-rigidos na foto seguinte.

    No entanto, para obter a melhor produtivida-de sem perder muito tempo com correcções,convém ter um método de trabalho em campoque permita aproveitar ao máximo o tempo,pois a experiência diz-nos que, por vezes, todo otempo é pouco.

    É recomendado o modo de medição centralponderado, que dá uma maior importância à luzna zona central para onde aponta a objectiva,mas acrescenta uma porção de luz em redor docentro. Caso não se trabalhe com um fotómetrode mão, que mede a luz incidente – o fotóme-tro/exposímetro das máquinas reflex mede luzreflectida – as “regras” de medição devem seraplicadas: aponte para tons médios ou aproxi-mados, verdes, cinzas claros de rochas ou folha-gem resultam melhor na medição.

    É importante, dada a gama tonal dos cenáriosde cascatas – e sobretudo se está a trabalhar emfilme –, fazer bracketing da exposição. A varia-ção de 1 stop ou 1/2 stop de luz pode fazer toda adiferença, quando se trabalha nos limites deli-cados do contraste entre a água da cascata e,por vezes, rochas escuras em torno da mesma.No digital, vá controlando a exposição, no

    filme... faça bracketing.Quanto ao modo de exposição, deve-se operar

    em modo manual de controlo de abertura evelocidade. Controle toda a exposição e evitemodos programados, pois o mais certo, traba-lhando em modos de prioridade à velocidade ouabertura, é ter de compensar a exposição.

    Verifique as imagens na máquina, caso estejaa trabalhar em digital. Devido à claridade daágua, é frequente mesmo fotografando com luzsuave, obter algumas zonas de branco “puro”

    “FONTE DO PODER”

    Pitões das Júnias, Portugal.Foi possível controlar toda agama dinâmica ao fazer estafotografia, conseguindo umhistograma rico e bem distri-buido de boa luminosidadeem todos os tons.Nikon D300 . 13mm . f/19 .1/2" . ISO 200

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    sem informação. E isso é inconveniente.Após o disparo, verifique cuidadosamente o

    histograma e repare se a exposição está equili-brada e se tem toda a informação dentro dagama tonal, evitando preto absolutamenteescuro ou branco “queimado”.

    Quando não se conseguir “encaixar” toda agama tonal da cena, não há alternativa senãofazer opções e escolher que detalhe na imagemse prefere manter.

    Ou, então, recorrer a técnicas avançadas deexposições múltiplas. Mas deixamos esta maté-ria para outros artigos...

    Filtro PolarizadorMuita água é sinónimo de muitos reflexos.

    As zonas de cascatas têm habitualmente muitaágua em redor, rochas e folhagem humedeci-das, poços ou lagos naturais e as escarpas são

    geralmente brilhantes reflectindo a película deágua.

    A utilização do filtro polarizador a fotografarnestas condições permite maior controlo naredução dos reflexos, obtendo cores mais vivas(mais saturadas), melhor contraste e umamelhoria no “brilho” global da cena.

    O polarizador tem efeitos na quantidade deluz que atravessa para as lentes. Ao utilizar estefiltro corta-se cerca de 1 1/2 stop ou 2 stop de luz,

    o que favorece a maleabilidade no tempo deexposição da nossa cena de cascatas, permitin-do baixar a velocidade de obturação.

    O poder das cascatasFotografar uma cascata na sua proximidade

    pode ser uma tarefa muito difícil devido aospray intenso que circula em redor e, se houvervento, mais potenciada é a propagação do spray,e isto dificulta em muito a tarefa.

    Torna-se complicado agarrar na máquinafotográfica e, de frente para a cascata, estudarenquadramentos e fotografar, pois o fotógrafo eequipamento são fustigados, em grande propor-ção, por duches de água doce. Como trabalharnestas condições?

    Teoricamente é fácil. Prepare-se para o duchmas faça boas fotos limpando continuamentefiltros, lentes e máquina fotográfica. No meucaso específico, para obter a foto seguinte, onforam necessários vários disparos até encontrao enquadramento e exposição certos, entre caddisparo fazia uma limpeza do filtro.

    Acontece que a água por vezes já é tanta,quer no pano quer no filtro, que é necessáriomudar de pano e utilizar líquido óptico. Ou,u

    “AS FORÇAS DA ÁGUA”Parque Nacional Peneda-Gerês, Portugal. Outono de 2008 As rochas estão humedecidas pelo curso de água e chuva, mas como filtro polarizador, controlam-se os reflexos ao fazer a foto.Nikon D80 . 17mm . f/19 . 4" . ISO 100

    “SHINE IN THE DParque Nacional Peneda-Gerês, Portugal.

    Estava vento, havia chuva e a cascata lançava no ar um spray implacá-vel. Condições extremas, mas resultou nesta composição

    Nikon D300 . 185mm . f/27 . 1" . ISO 2

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    TÉCNICA

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    então, detergente para a loiça, que é bastanteeficiente na limpeza destes materiais.

    Se fotografar em digital, após o(s) disparo(s)verifique as imagens obtidas aplicando zoomde canto a canto, pois as gotículas de águapodem estragar uma excelente fotografia.

    À descobertadas cascatas

    Ok, eu já sei fotografar as cascatas, mas ondeé que posso sentir esta adrenalina? Bem... ondee quando?

    Fotografar cascatas requer condições muitoespecíficas e variáveis, que têm de estar reuni-das para se conseguir uma grande fotografia.Porquê?

    Porque desde as condições de luz, a época do

    ano que determina o caudal mais ou menosforte da intensidade da água e a vegetaçãomais ou menos interessante, tudo pode variar.

    No Inverno existem muitas cascatas, inclusi-ve cascatas temporárias que com chuvas muitofortes começam “a funcionar”. Mas é precisoestar atento. Obter correntes fortes de água emcascatas temporárias não é muito fácil, pois porvezes é preciso chover mesmo muito e partirpara a cascata logo a seguir.

    Por outro lado, se em cascatas temporárias aépoca de Inverno pode ser propícia, em outrascascatas a força da água será enorme. E, porvezes, os locais são até inacessíveis. Ou, commuito caudal, estas cascatas poderão não sertão interessantes de fotografar. É tudo umaquestão de estudo e persistência, de conhecer oslocais, verificar “como funcionam” e, em funçãodisso, planear uma segunda e por vezes terceira(ou mais) idas ao local.

    E finalmente... a ArteTenho muita informação, mas preciso de

    fazer fotos esmagadoras. O que preciso sabermais?

    É aqui que a fotografia de paisagem naturalcomeça a fazer sentido para mim. Nos aspectos

    que serão referidos em seguida, há uma compnente estética e mais artística de composição einterpretação pessoal de cada fotógrafo.

    Seguem-se algumas dicas que irão ajudar oleitor a tirar o máximo partido da luz e dosdetalhes da Natureza em fotografia de cascataSeguindo por partes:

    Explore os detalhes de uma cascata na gamafocal da teleobjectiva Por vezes captar as“grandes vistas” não resulta tão bem como serde esperar. Detalhes de cascatas, secções dequedas de água são motivos desafiantes epodem resultar em fotos espectaculares.Procure entre os 70mm e os 400mm os detalhda cascata que irão resultar numa imagem catvante!

    Insista nos enquadramentos - Uma ligeiravariação, por mais pequena que seja, no ângulde captura para um ponto mais baixo ou maisalto, ou um pouco para o lado – pode ter umainfluência tremenda na composição, ganhandoa foto toda uma nova vida, uma nova dinâmicTrata-se da composição e é o gosto pessoal dofotógrafo, mas há que procurar, insistir, estudaobservando através das lentes.

    Procure momentos especiais de luzFotografar ao nascer e pôr-do-sol pode acres-

    “POSEIDON GARDEN”Cabo da Roca, Parque Natural Sintra/Cascais, Portugal Cascata temporária numa enseada selvagem ao largodo Cabo da Roca, apenas existente após fortes chuvasno Inverno.Nikon D300 . 12mm . f/13 . 2" . ISO 200

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    centar magia às suas imagens. A qualidade daluz, cores e possibilidades fotográficas aumen-tam nas “horas douradas”. Este é um factor for-temente relevante na fotografia de paisagem.

    Adicione cor. Fotografe nas várias estações doano - As cores de Outono e Primavera transfor-mam a paisagem. Muita vegetação endémicapode surgir junto das cascatas, embelezando afotografia. As cores de Outono e folhagem caídaem rochas são um motivo de interesse, um clás-

    sico entre fotografia de cascatas nessa época doano.

    Um último conselhoFotografar cascatas por vezes envolve cami-

    nhar entre trilhos de montanha e descidas aenseadas selvagens em orla costeira. A maiorparte das minhas imagens é concebida nesteslocais, muitas vezes em condições perigosas earriscadas. É muito importante o cuidado e

    segurança, equipe-se de acordo com as condi-ções que vai encontrar, caminhe acompanhadoe respeite as sinalizações. Pode parecer umassunto trivial, mas tome as devidas precauçõeem cada jornada.

    Texto e fotografia por Hélio CristóvãoEmail: [email protected]: @heliocristovaoFacebook: facebook.com/heliocristovaoPortfolio : http://members.photoportfolios.net/heliocristovao

    nZ

    “CASCATAS DOURADAS”Cabo da Roca, Portugal Na hora mágica de Sol a tocar na linha do horizonte, as condições deluz permitiram a iluminação na arriba, que transformou a fotografia.Nikon D300 . 13mm . f/22 . 1" . ISO 200

    CASCATA DE FERVENÇADistrito: Viana do CasteloConcelho: Ponte da BarcaFreguesia: BoivãesGPS: 41.755348, -8.463342

    QUEDA DE ÁGUADE GALEGOS DA SERRA

    Distrito: Vila RealConcelho: Vila RealFreguesia: Vila MarimGPS: 41.308026, -7.780237

    CASCATA DA CABREIADistrito: AveiroConcelho: Sever do VougaFreguesia: Silva EscuraGPS: 40.759615, -8.390576

    QUEDA DE ÁGUAPULO DO LOBODistrito: BejaConcelho: MértolaFreguesia: MértolaGPS: 37.818084, -7.636299

    QUEDA DE ÁGUAPEGO DO INFERNODistrito: FaroConcelho: TaviraFreguesia: Santo EstevãoGPS: 37.130254, -7.714834

    CASCATA DA RIBEIRA D

    CALDEIRÕESDistrito: Ilha de São MiguelConcelho: NordesteFreguesia: AchadaGPS: 37.870138, -25.264549

    CASCATA DAS 25 FONTDistrito: Ilha da MadeiraConcelho: Porto MonizFreguesia: Ribeira da JanelaGPS: 32.848201, -17.154987

    *Dados GPS retirados do Google Maps, quemarcam, na sua maioria, a freguesia da locali-zação das cascatas.

    Ora aí está a desculpa favorita dos fotógrafos. Não conhece?

    Não há problema. Nós escolhemos umas quantas e mostra-

    mos-lhe onde ficam. Vá, faça-se à estrada e depois conte-nos

    como foi. Ou melhor, mande-nos as fotografias!

    Mas eu não conheçonenhuma cascata

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    PELA OBJECTIVA DE...TEXTO: PAULO JORGE DIAS . FOTOS: JOÃO MARTINS [grENDel]

    João Martins

    FotografiasurrealistaSe fosse possível fotografar os sonhos e os pesadelos, João Martins seria ohomem certo para essa tarefa. Uma câmara fotográfica e um programa de

    edição bastam-lhe para criar imagens fascinantes e, ao mesmo tempo,assustadoras. Vá, deixe os seus olhos habituarem-se ao escuro e venhaconnosco descobrir o mundo complexo e excitante de grENDel ART.

    Um esclarecimento prévio: João Martins não é apenas um “artista”do Photoshop, que se limita a tirar umas fotografias para depoisas converter em fotomontagens.O nosso convidado desta edição é, antes de mais, um fotógrafo cujo tra-

    balho ultrapassa as barreiras da fotografia convencional e entra nosdomínios ainda pouco explorados da arte digital.

    “A fotografia tem de ser levada com seriedade, mas não seguindosomente a linha da fotografia convencional. É fundamental abrir a mentee aceitar que os programas de edição fazem e farão cada vez mais partedesta bela arte que tanto amo”, defende João Martins, conhecido nomundo da fotografia como grENDel ART.

    Muito marcada pelo fantástico e pelo obscuro, com um lado conceptualquase a roçar o surrealismo, a sua fotografia acaba por ter sempre umamensagem muito bem definida.

    “Alguns dos trabalhos que já criei, serviram de expressão a situaçõesque ocorrem ou ocorreram na sociedade global, dirigindo-se a váriassituações ou ocasiões. Não sou uma pessoa muito virado para a política,confesso, mas há coisas que não dá mesmo para passar ao nosso lado eficarmos calados. A minha melhor forma de me poder manifestar, é atra-

    vés dos meus trabalhos”, explica o fotógrafo.João Martins começou a fotografar com 12 anos, quando os pais ous

    ram emprestar-lhe a máquina da família, uma Yashica Electro 35.Na época gostava de fotografar um pouco de tudo. Mas o alvo prefer

    cial eram as paisagens que ia aprisionando no rolo, durante as viagensque fazia com a família.

    O gosto foi sendo apurado com o tempo e com imagens que o influeciavam, como por exemplo as fotografias que ia observando em capas discos ou livros.

    Mas – e há sempre um grande “mas” na vida de qualquer fotógrafo –houve uma altura em que a paixão esmoreceu. A era do digital aindaestava longe e quem vem dos tempos da fotografia analógica sabe perfetamente que nessa altura não era só o equipamento que era pesado. Oscustos de revelação também.

    Só a revolução digital no mundo da fotografia conseguiu despertounovamente o tal monstro criativo que se encontrava adormecido dentrode João Martins. Terá nascido aí grENDel ART? A tal personagem queaterroriza e nos entusiasma com as imagens de abismos medievais ou dpaisagens pós-apocalípticas? u

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    JOÃO MARTINS [grENDel]

    Idade: 31Equipamento:Canon 350DCanon 18-55mmFiltros HoyaCartões memória Sandisk

    http://grendelart.carbonmade.com

    TALENTONão Profissionaln Profissional

    JOÃO MARTINS [grENDel ]

    Não se sabe ao certo. A única certeza que o artista tem é que “o apareci-mento das novas tecnologias me deu a liberdade de poder explorarmelhor todas as ideias que tinha em mente. Não digo que tenha conse-guido concretiza-las todas, mas algumas consegui, sem dúvida”.

    E a aprendizagem? Onde e como se aprende a ser fotógrafo? E artistadigital, já agora?

    Em primeiro lugar com os outros. João Martins diz não ter fotógrafosfavoritos, mas sim artistas que influenciaram o seu trabalho: Carl Glover,Travis Smith, H.R. Giger, Mark Wilkinson… ah e, claro, o expoente máximodo surrealismo, Salvador Dali.

    Quanto ao resto, assume ser um fotógrafo “95 por cento autodidacta”.Claro que, além de explorar por si mesmo a fotografia, aprendeu e conti-nua a aprender com a leitura de livros da especialidade, ou mesmo nainternet.

    “Não penso que seja a melhor forma de se aprender, confesso. Demomuito tempo para conseguir criar o que faço hoje em dia. E, mesmoassim, não me conformo com o que sei. Sou demasiado exigente. Talveeu não explorasse outros artistas, poderia acalmar a minha sede e ficar-me por aqui, mas como não é esse o caso e sei que existem por aí excetes artistas digitais e fotógrafos, tento sempre melhorar as minhas técnicas”, revela o fotógrafo.

    E há também os cursos. Ainda recentemente tirou uma mini-formaçãem PS CS, “mas apenas para não me esquecer dos passos básicos de inção”.

    Independentemente da sua formação e da percentagem de autodida-ctismo, o que é inquestionável é a qualidade do trabalho de João Martin

    E não se julgue que o segredo do seu sucesso está numa parafernáliaequipamento topo de gama: “O equipamento que uso – Canon EOS 35

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    é um pouco rudimentar, pois ainda não me foi possível fazer um investi-mento mais alargado”.

    No entanto, João Martins sabe que isto de andar a fazer omeletas semovos – ou melhor, omeletas com ovos razoáveis – não pode durar parasempre.

    Daí estar já em marcha uma remodelação no seu arsenal fotográfico.Acomeçar pelas lentes: “são importantíssimas, daí eu querer investir numabrevemente.

    A lente de origem desta máquina, pelo menos na altura que a comprei,era a 18-