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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS
AVALIAÇÃO DA GENOTOXICIDADE DE Siparuna apiosyce (Mart.) A. DC (Monimiaceae) ATRAVÉS DO TESTE DO MICRONÚCLEO EM
Allium cepa L.
JULIANA CRISTINA LICAS
Lavras-MG2014
JULIANA CRISTINA LICAS
AVALIAÇÃO DA GENOTOXICIDADE DE Siparuna apiosyce (Mart.) A. DC (Monimiaceae) ATRAVÉS DO TESTE DO MICRONÚCLEO EM
Allium cepa
Monografia apresentada ao Centro Universitário de Lavras como parte das exigências do curso de graduação em Ciências Biológicas Licenciatura.
ORIENTADORAProfª Drª Maria Cristina Mendes-Costa
LAVRAS-MG
2014
Centro Universitário de Lavras – UNILAVRAS
Monografia intitulada “Avaliação da genotoxicidade de Siparuna apiosyce (Mart.) A. DC (Monimiaceae)através do teste do micronúcleo em Allium cepa” de autoria da graduanda Juliana Cristina Licas, aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores:
_______________________________________Profª Drª Maria Cristina Mendes-Costa (Orientadora)
_______________________________________Prof Dr. Fernando Antônio Frieiro Costa (Convidado)
_______________________________________Profª Drª Ivana Aparecida da Silveira (Presidente da Banca)
Aprovada em 04 de dezembro de 2014.
Aos meus irmãos e ao Maykon
OFEREÇO
Aos meus pais, Geraldo e Tereza
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me fortalecer nos momentos mais difíceis pelos quais passei, me dando
perseverança para seguir a caminhada e chegar até o final deste curso.
Aos meus pais pelo apoio, incentivo, orações e pelo amor incondicional.
Aos meus irmãos, pelo incentivo e apoio, por estarem sempre ao meu lado.
Aos meus sobrinhos por todo carinho a mim depositado.
Ao Maykon pelo amor, paciência, incentivo e por sempre entender minhas ausências.
À Professora Drª Maria Cristina, pelo ensinamento, paciência, por todo o seu
conhecimento a mim repassado, e pela confiança na realização deste trabalho.
À Luana, agradeço imensamente por toda a ajuda prestada, por todo ensinamento a
mim repassado, por sua paciência, boa vontade e disponibilidade sempre, com certeza não
teria conseguido realizar este trabalho sem ela.
Às minhas amigas, Ana Paula, Rafaela e Larissa, que tornaram todos esses anos mais
agradáveis.
Aos meus colegas de trabalho, por sempre escutarem minhas lamentações e por suas
sábias palavras.
À Matilde pelo apoio, confiança, ensinamentos, por sábios conselhos, suas palavras
sempre contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional.
À Carol e a Fatinha, funcionárias do Laboratório Multidisciplinar de Biologia, pelo
auxilio prestado.
Aos professores Alex e Fernando, pela contribuição para a realização deste trabalho.
À Fundação Educacional de Lavras que possibilitou que esse sonho se realizasse.
A todos que de alguma maneira contribuíram para o meu crescimento pessoal e
profissional.
“Tudo posso naquele
que me fortalece”
Filipenses 4:13
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................ 08
LISTA DE TABELAS........................................................................................................... 09
RESUMO............................................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 11
2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................... 12
2.1 Plantas medicinais........................................................................................................... 12
2.2 Plantas medicinais do gênero Siparuna........................................................................... 13
2.3 Teste do micronúcleo e de aberrações cromossômicas................................................... 14
2.4 Teste em raiz de Allium cepa........................................................................................... 15
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................ 17
3.1 Material vegetal............................................................................................................... 17
3.2 Bioensaios........................................................................................................................ 17
3.3 Preparação dos extratos................................................................................................... 17
3.4 Biotestes.......................................................................................................................... 17
3.5 Índice de germinação...................................................................................................... 18
3.6 Crescimento das raízes.................................................................................................... 18
3.7 Índice Mitótico................................................................................................................ 19
3.8 Teste do Micronúcleo e Aberrações Cromossômicas...................................................... 19
3.9 Delineamento estatístico.................................................................................................. 20
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 21
4.1 Índice de germinação...................................................................................................... 21
4.2 Crescimento das raízes..................................................................................................... 24
4.3 Índice Mitótico................................................................................................................. 26
4.4 Teste do Micronúcleo e Aberrações Cromossômicas...................................................... 27
5 CONCLUSÃO................................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 33
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distribuição das 50 sementes de A. cepa nas caixas gerbox................................ 18
Figura 2: Sementes de Allium cepa em água destilada, após o terceiro (A) e sexto (B) dia de
germinação........................................................................................................................... 21
Figura 3: Índice de Germinação avaliado ao terceiro e sexto dias sob efeito das concentrações
de Siparuna apiosyce........................................................................................................... 22
Figura 4: Crescimento das raízes X concentração do extrato aquoso de Siparuna apiosyce
avaliados ao terceiro e sexto dias......................................................................................... 24
Figura 5: Índice mitótico de raízes de cebola analisadas no total de 4000 células expostas às
infusões de Siparuna apiosyce em diferentes concentrações............................................... 26
Figura 6: Principais aberrações encontradas em células meristemáticas de raiz de A.cepa sob
diferentes concentrações do extrato aquoso de S. apiosyce. c-metáfase (A), aderência (B),
ponte cromossômica e perda (C),micronúcleo (D), brotos (E) e perdas cromossômicas (F).. 28
Figura 7: Diferentes tipos de aberrações cromossômicas presentes nas células meristemáticas
das raízes de A.cepa sob diferentes concentrações do extrato de S. apiosyce..................... 29
Figura 8: Média de aberrações encontradas em razão de diferentes concentrações de infusão
de Siparuna apiosyce............................................................................................................ 30
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição dos percentuais médios do índice de germinação de A. cepa observados
ao terceiro e sexto dias, sobre efeitos das concentrações dos extratos de Siparuna apiosyce. 22
Tabela 2: Distribuição média do crescimento (cm) das raízes observadas no terceiro e sexto
dia, sobre efeito das infusões de Siparuna apiosyce.............................................................. 24
Tabela 3: Número de células em divisões e índice mitótico de raízes de cebola, expostas às
infusões de Siparuna apiosyce. O número total de células analisadas para cada concentração
foi de 4000............................................................................................................................... 26
Tabela 4: Número de células da raiz de cebola em diferentes fases do ciclo celular,
germinadas em seis dias em água e em diferentes concentrações da infusão de Siparuna
apiosyce................................................................................................................................... 28
Tabela 5: Aberrações cromossômicas encontradas nas raízes de Allium cepa tratadas com
diferentes concentrações da infusão de Siparuna apiosyce.................................................... 29
RESUMO
Para o tratamento e cura de enfermidades utilizam-se plantas com extratos, emplastos e
infusões, sem que haja evidências científicas que comprovem a eficácia desses tratamentos. A
falta de conhecimento da população sobre a toxidade e alguns efeitos secundários do uso
contínuo de algumas espécies pode levar à consequências sérias. A espécie Siparuna apiosyce
(Mart.) A. DC é uma planta aromática da família Monimiaceae encontrada no sudeste
brasileiro, conhecida vulgarmente como “limão-bravo”. Devido à escassez de dados na
literatura este trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento de atividades
biológicas de plantas medicinais brasileiras e avaliar a genotoxicidade e a citotoxicidade de
infusão de folhas de S. apiosyce utilizando o teste do micronúcleo em Allium cepa. Os
bioensaios para avaliação foram realizados através da infusão de cinco concentrações (5, 10,
25, 50 e 100%) e água esterilizada como controle. A avaliação da citotoxicidade ocorreu
através do crescimento da raiz, índice de germinação e índice mitótico e a avaliação da
genotoxicidade foi pela análise de aberrações cromossômicas. Os resultados demonstraram
que o crescimento da raiz e o índice de germinação foram significativos apresentando efeito
alelopático e o índice mitótico não foi significativo sugerindo que não há efeito citotóxico. Na
avaliação genotóxica o número de aberrações cromossômicas não foi significativo comparado
ao controle, não apresentando genotoxicidade. Foram observadas C-metáfases, aderências,
quebras cromossômicas, micronúcleos, brotos e núcleos condensados. O presente estudo
revelou que infusões de S. apiosyce não desencadeiaram efeitos citotóxicos e/ou genotóxicos
significativos em A.cepa, identificando a concentração de 10% como a mais promissora para
uso medicinal.
Palavras-chave: Siparuna apiosyce; citotoxicidade; genotoxicidade.
1 I NTRODUÇÃO
Para o tratamento e cura de enfermidades, o uso de plantas é tão antigo quanto à
espécie humana (SARTORI, 2005). Em regiões mais pobres do país e até mesmo nas grandes
cidades brasileiras, plantas medicinais são comercializadas em mercados municipais e em
feiras livres, sendo cultivadas em quintais residenciais. Muitas comunidades e grupos étnicos
utilizam o conhecimento sobre plantas medicinais como único recurso terapêutico, onde
várias pesquisas proporcionam aos seres humanos usos diversificados (BERTINI et al. 2005).
No Brasil utilizam-se plantas com extratos, emplastos e infusões, sem que haja
evidências científicas que comprovem a eficácia desses tratamentos (HOLETZ et al; 2002). A
Organização Mundial de Saúde diz que planta medicinal é qualquer planta que possua em um
ou em vários de seus órgãos, substâncias usadas com finalidade terapêutica, ou que estas
substâncias sejam ponto de partida para a síntese de produtos químicos e farmacêuticos. A
falta de conhecimento da população sobre a toxicidade e alguns efeitos secundários do uso
contínuo de algumas espécies pode levar a consequências sérias (NAVARRO MOLL 2000).
As plantas medicinais contêm substâncias bioativas, muitas são tóxicas. Plantas que
antes eram usadas sem restrições, passaram a ter um estudo cada vez maior sobre a sua
toxicidade, como por exemplo, o confrei (Symphytum officinale L.) (Boraginaceae), seu uso
interno foi proibido devido ao fato dessa planta ser altamente tóxica, sendo indicada somente
para uso externo, pois apresenta excelentes propriedades cicatrizantes.
A espécie Siparuna apiosyce (Mart.) A. DC é uma planta aromática da família
Monimiaceae encontrada no sudeste brasileiro, conhecida vulgarmente como “limão-bravo”.
É planta medicinal muito utilizada pela população desavisada, suas folhas são empregadas em
problemas gástricos e respiratórios. Em vista da escassez de dados na literatura sobre a
toxicidade desta espécie, esta pesquisa pode colaborar com informações importantes para o
uso correto dos benefícios que ela pode proporcionar, contribuindo para o conhecimento de
atividades biológicas de plantas medicinais brasileiras e teve como objetivo avaliar a
genotoxicidade e a citotoxicidade do extrato aquoso de folhas de Siparuna apiosyce utilizando
o teste do micronúcleo em Allium cepa.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Plantas Medicinais
Devido ao grande interesse pelos produtos naturais, a interação entre homem e planta
e investigação de novos recursos vegetais, tem merecido destaque na atualidade. Pode-se
utilizar diversas maneiras na preparação de remédios, como infusão, decocção, suco fresco,
pó, xarope, cataplasma e compressa, entre outros. Uma única planta pode ser usada para
várias doenças, e várias espécies podem ser usadas em diversas combinações para tratar
diferentes patologias.
Porém, estudos identificam que toda planta apresenta algum grau de toxicidade, as
plantas medicinais assim como qualquer planta contém substâncias bioativas, que após análise
em laboratórios, podem ser percebidas e podem ser detectados seus princípios ativos ou não.
Assim, entende-se que muitas plantas podem conter ações tóxicas.
O aumento do uso terapêutico e o interesse em comprovar a eficácia das plantas
proporcionou o crescimento dos estudos sobre genotoxicidade, pois muitas plantas utilizadas
por um grande número de pessoas, apesar de possuírem propriedades farmacológicas, também
podem causar alterações no DNA (VARANDA, 2006).
Influenciadas pelo contexto sócio-cultural, econômico e físico, devido ao vasto
conhecimento e práticas médicas, a medicina popular oferece cada vez mais uma contribuição
maior às ciências do homem (CAMARGO, 1976). Para populações do meio rural e urbano na
questão socioeconômica as plantas medicinais apresentam um papel importante.
Os medicamentos sintetizados pelos vegetais ou pelos homens não são diferentes entre
si, devido às baixas concentrações encontradas nos vegetais ou pelas interações com outras
substâncias da planta eles podem ser menos tóxicos, mas, as substâncias são idênticas. As
plantas para serem benéficas, devem conter substâncias farmacologicamente ativas que atuem
no organismo (CORRÊA et al., 2005).
Algumas substâncias que compõem as plantas medicinais podem desencadear efeitos
deletérios que resultam em quadros clínicos severos e algumas vezes podendo ser fatal
(PINHO et al., 2010). Em 1999, foram registrados 66584 casos de intoxicação humana no
Brasil, onde somente a Região Sul foi responsável por 29,1% destes casos. Porto Alegre
destaca-se como a cidade com maior número de registros de
13
intoxicação humana por plantas, sendo a sua quase totalidade na zona urbana (SINITOX,
1999).
2.2 Plantas medicinais do gênero Siparuna.
O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o único recurso
terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos, e dessa forma, usuários de plantas
medicinais de todo o mundo, mantêm a prática do consumo de fitoterápicos, tornando válidas
informações terapêuticas que foram sendo acumuladas durante séculos, apesar de nem sempre
terem seus constituintes químicos conhecidos (MACIEL et al., 2002)
Os compostos antimutagênicos e anticarcinogênicos que são encontrados nas plantas
são identificados através de estudos laboratoriais. O objetivo da genética toxicológica é
detectar e entender a ação de determinadas substâncias denominadas genotoxinas sobre o
organismo, com especificidade para ácidos nucleicos, especialmente o DNA. O termo
genotóxico, se refere às alterações letais e/ ou hereditárias que são transmitidas tanto pelas
células somáticas como pelas germinativas (MARINI, 1998). A realização de pesquisas para
avaliar a genotoxicidade das plantas pode ser utilizada para determinar o risco genético e
avaliar os potenciais de desenvolvimento de tumores malignos nos indivíduos ou populações
expostas a agentes genotóxicos químicos e físicos. Os agentes genotóxicos são aqueles que
interagem com o DNA produzindo alterações em sua estrutura ou função e quando essas
alterações se fixam capaz de serem transmitidas, denominam-se mutações. As mutações são a
fonte de variabilidade genética de uma população, sendo, portanto fundamentais para a
manutenção das espécies (PEREIRA et al., 2002).
A espécie Siparuna apiosyce pertence à família Monimiaceae, sendo uma das 19
famílias pertencentes à ordem das Magnoliales. Abrange cerca de 30 gêneros e 400 espécies,
sendo que seis gêneros e 95 espécies são encontradas no Brasil, principalmente nas regiões
Sul e Sudeste (SIMÕES; SOARES JUNIOR, 2011).
É uma planta medicinal aromática, encontrada no sudeste brasileiro muito utilizado
pela população, suas folhas são empregadas em problemas gástricos e respiratórios.
A espécie consta na primeira edição da Farmacopéia Brasileira, sob a denominação
“limoeiro-bravo", sendo a folha o órgão a ser utilizado.
Pesquisadores do Laboratório do Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais da
Universidade Federal do Rio de Janeiro – NPPN / UFRJ vêm estudando algumas espécies
14
como Siparuna arianeae, S.apiosyce e S. guianensis Aubl sob seus aspectos químicos e
farmacológicos (SIMÕES; SOARES JUNIOR, 2011).
As folhas da espécie Siparuna guianensis são utilizadas contra desordens estomacais,
compressas e cataplasmas, contra dor de cabeça e reumatismo. Os extratos são utilizados
como inseticidas, devido ao seu odor e são utilizados para preparar armadilhas de peixes.
Folhas combinadas com as folhas de Campomanesia spp são usadas como remédio
antimalária, dentre outras aplicações. Recebe também nomes populares como caapitiú, limão-
bravo, cicatrizante-das-guianas.
Siparuna cuspidata é utilizada no tratamento de disenteria e a madeira de algumas
espécies do gênero é utilizada na construção civil e na obtenção de essências.
2.3 Teste do Micronúcleo (MN) e de Aberrações Cromossômicas
O micronúcleo é um núcleo adicional e separado do núcleo principal de uma célula,
ele é formado por cromossomos ou fragmentos de cromossomos que não são incluídos no
núcleo principal durante a mitose. Apresenta entre 1/5 a 1/20 do tamanho do núcleo e
geralmente há um micronúcleo por célula (SCHIMID, 1975; CARRARD et al, 2007). O teste
do micronúcleo foi descrito pela primeira vez por SCHIMID W., em 1975. O teste MN
oferece um procedimento rápido e técnico mais fácil em relação aos ensaios de aberrações
cromossômicas (ACs), pois os micronúcleos são mais fáceis de observar e contar do que as
ACs, e assim esse método requer menos treinamento e perícia visto que a monitoração da
formação de MNs consiste simplesmente em contar as células apropriadas e monitorar as ACs
envolve distinguir entre dois tipos de dano (BAKER; CONNOR, 1996).
Aberrações cromossômicas são alterações que atingem os cromossomos. A análise de
alterações cromossômicas serve como teste de mutagenicidade e é um dos poucos métodos
diretos para mensurar danos em sistemas expostos a mutagênicos ou carcinogênicos
potenciais. Esta análise pode ser feita utilizando-se o teste do micronúcleo que consiste na
investigação de células previamente expostas a agentes químicos, com a finalidade de detectar
possíveis aberrações cromossômicas (FLORES; YAMAGUCHI, 2008). É necessário que a
mostra esteja em constante divisão mitótica para a avaliação dos efeitos ou danos que agentes
mutagênicos podem causar, identificando os efeitos tóxicos e alterações ocorridas ao longo de
um ciclo celular (SILVA et al., 2011). O Teste do Micronúcleo encontrou o seu lugar em
biomonitoramento por ser rápido e confiável.
15
Os micronúcleos são formações globulares de DNA, originados a partir de fragmentos
cromossômicos ou de cromossomos inteiros, não incorporados ao núcleo da célula filha ao
final do processo de divisão celular (FENECH et al., 1999). O teste do micronúcleo pode ser
utilizado para identificar e avaliar diversos fatores que podem trazer algum dano ao DNA de
diferentes tecidos.
O fato da presença de micronúcleos poderem ser considerado um indicativo da
existência de alterações cromossômicas, análise de sua frequência pode ser proposta como
uma alternativa para métodos citogenéticos clássicos em monitoramento de dados
cromossômicos, podendo ser usado para detectar efeitos citogenéticos em indivíduos
cronicamente expostos a agentes mutagênicos e/ou carcinogênicos (FENECH et al., 1999).
O teste do micronúcleo é o ensaio “in vivo” mais amplamente utilizado para
determinar agentes clastogênicos (que quebram cromossomos) e agentes aneugênicos (que
induzem aneuploidias ou segregação cromossômica anormal) (RIBEIRO et al., 2003).
2.4 Teste em raiz de Allium cepa
Espécies vegetais como Allium cepa, Arabidopsis thaliana e Hordeum vulgare, são
importantes em sistemas-teste para ensaios de atividades mutagênicas de agentes químicos,
ensaios de aberrações cromossômicas e testes citogenéticos podem ser realizados através
desses vegetais (RANK et al., 2002; ROBERTO, 2009). Por causa das suas raízes ficarem em
contato direto e permitir a avaliação de diferentes concentrações da substância testada o
sistema-teste de Allium cepa é bem aceito para o estudo de efeitos de citotoxicidade de plantas
medicinais (BAGATINI et al., 2007). Os testes também oferecem parâmetros microscópios
como aderências cromossômicas, pontes, fragmentação e perdas cromossômicas, C-mitoses e
micronúcleos, que podem se caracterizar em evidências ou até indicadores de eventuais
mutações no conteúdo genético celular (ROBERTO, 2009).
Para alertar a população sobre o consumo do fitoterápico utiliza-se a raiz da cebola
através das alterações cromossômicas e das divisões das células meristemáticas (BAGATINI
et al., 2007; MACÊDO et. al.,2008).
O sistema teste Allium cepa além de sua grande utilização nos teste de citotoxicidade/
mutagenicidade de plantas medicinais, pode ser utilizado para o monitoramento da poluição
ambiental e avaliação do potencial mutagênico de muitos compostos químicos. Utilizam-se
células meristemáticas de raízes de plantas por serem indicadores apropriados na detecção de
efeitos clastogênicos causados por poluentes do meio ambiente, especialmente para o
16
monitoramento de contaminantes da água e do solo. Esse sistema teste é considerado o mais
adequado para detecção de toxicidade e genotoxicidade para avaliação de níveis de poluição
ambiental, os quais representam riscos diretos ou indiretos para a população humana
(BAGATINI et al., 2007).
A verificação da frequência de micronúcleos, aberrações cromossômicas e alterações
no índice mitótico nas células do meristema radicular são feitos através dos testes biológicos
de mutagenicidade com plantas (FISKEJO, 1985).
O método de avaliação de alterações cromossômicas em raízes de Allium é validado
pelo Programa Internacional de Segurança Química (IPCS, OMS) e o Programa Ambiental
das Nações Unidas (UNEP) como um eficiente teste para análise e monitoramento in situ da
genotoxicidade de substâncias ambientais (BAGATINI et al., 2007).
As plantas são excelentes modelos genéticos para detectar mutagênicos ambientais e
são usados em estudos de monitoramento. Para Fiskesjo (1985), o sistema teste com Allium
cepa é bastante recomendado como um teste padrão para a toxicidade pelo fato de o mesmo
ser de fácil execução e os resultados obtidos serem rapidamente reprodutíveis.
Em biomonitoramento o uso de raízes de A. cepa permite uma resposta rápida e
segura, revelando o efeito sobre o mecanismo reparador de DNA. São fáceis de armazenar e
manipular, é de baixo custo, existem na maioria das vezes cromossomos com boas condições
e boa correlação com outros testes (SAMPAIO, 2012).
3 Material e Métodos
3.1 Material Vegetal
O experimento foi desenvolvido no Laboratório Multidisciplinar de Biologia do
UNILAVRAS. O material vegetal utilizado foi a planta Siparuna apiosyce coletada na
Reserva Biológica Unilavras-Boqueirão, Ingaí-MG. Após a coleta, as folhas foram
selecionadas, pesadas e lavadas para o preparo de infusões em cinco diferentes concentrações.
Foram obtidos no comércio de Campo Belo, sementes de cebola (Allium cepa), não
germinadas.
3.2 Bioensaios
Para cada concentração a ser testada e para o controle negativo (água destilada) foram
utilizados cinquenta sementes de A. cepa com quatro repetições para cada concentração. As
concentrações utilizadas para cada tratamento foram 5%, 10%, 25%, 50% e 100%.
3.3 Preparação dos extratos
Após a coleta, foi feita a infusão das folhas e deixada em um béquer tampado até o seu
resfriamento total, após o seu resfriamento a infusão foi filtrada e colocada em potes de vidro
para o armazenamento.
3.4 Biotestes:
Os biotestes foram realizados em ambiente ventilado e iluminado a temperatura
ambiente, seguindo as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992). As sementes de
cebola foram acondicionadas em caixas gerbox (11 x 11 cm) forradas com papel germiteste
umedecidas com 10 mL de cada extrato e água destilada que foi usada como controle
negativo. Utilizaram-se quatro repetições de 50 sementes para cada concentração dos extratos
e do controle, com distribuição de 5x10, em delineamento estatístico inteiramente
casualizado, mantidas em temperatura ambiente por seis dias. Para a análise dos Biotestes
avaliaram-se quatro variáveis:
18
a- Teste de germinação ao sexto dia, segundo as Regras para Análise de
Sementes (BRASIL,1992);
b- Crescimento da raiz;
c- Índice Mitótico (IM);
d- Teste de micronúcleo e aberrações cromossômicas.
3.5 Índice de Germinação
Foram consideradas germinadas as sementes que apresentaram raiz com no mínimo,
50% do tamanho da semente (FERREIRA; ÁQUILA, 2000).
Os valores da variável germinação (G) foram obtidos através da seguinte expressão: G =
(N/A) x 100 onde:
G = percentual de germinação;
N = número total de sementes germinadas;
A = número total de sementes colocadas para germinar;
Figura 1: Distribuição das 50 sementes de A. cepa nas caixas gerbox
3.6 Crescimento das raízes:
O procedimento usado para medição das raízes foi feito com o auxílio de uma única
régua, no terceiro e sexto dia de germinação obtendo-se o comprimento da raiz, quando
germinadas. A fitotoxicidade foi avaliada por parâmetros macroscópicos como: comprimento
das raízes, alteração na coloração, turgescência, endurecimento das pontas das raízes e
espessamentos (tumores).
19
3.7 Índice Mitótico:
A obtenção das células meristemáticas dos bioensaios, para a análise do IM, foi
realizada com coletas das raízes germinadas ao sexto dia, ás 10h, horário em que se tem maior
índice de divisões mitóticas.
Para a determinação do índice mitótico foi empregada a técnica de esmagamento
(GUERRA; SOUZA, 2002). Após a coleta das raízes de A. cepa, as sementes e o hipocótilo
foram descartados e as raízes fixadas em Carnoy (3:1, etanol: ácido acético) por um período
de 24h à temperatura ambiente e, após, acondicionadas em freezer em álcool 70%.
A preparação do material, para posterior análise do IM, foi realizada na seguinte
ordem: As raízes foram transferidas para uma solução com 10 gotas de orceína acética + 1
gota de HCL 1N por 5 minutos. Em seguida a raiz foi transferida para uma lâmina onde, com
o auxílio de uma lâmina de barbear, foi picada. Utilizando-se uma lamínula foi feito o
esmagamento do material. As lâminas foram observadas em microscópio óptico Leica, a uma
magnitude de 400x. As células foram contadas, através da técnica de varredura, sendo 1000
células por repetição totalizando 4000 células por concentração. O índice mitótico foi obtido
dividindo-se o número de células em mitose pelo número total de células e multiplicando-se
por 100. As células foram fotografadas utilizando-se uma câmera digital SAMSUNG 10.2
mega pixels.
3.8 Teste de Micronúcleo e Aberrações cromossômicas
As aberrações cromossômicas encontradas foram quantificadas e fotografadas. Os
critérios para aceitar a presença das alterações cromossômicas observadas, estão de acordo
com Picker e Fox (1986) e estão descritas a seguir:
· quebras cromatídicas equivalentes à perda de cromátides do cromossomo ou por
fragmentação que ocorrem nas cromátides durante a divisão celular;
· não disjunção dos cromossomos no final da metáfase, formando aderências e estruturas
denominadas de C- metáfases;
. pontes nucleoplamáticas são devido a cromossomos dicêntricos, nos quais dois centrômeros
são puxados para lados opostos na célula, alterações essas observadas no início da anáfase ou
final da telófase;
· fuso acromático desestabilizado podendo provocar perda de cromossomos inteiros durante o
processo de divisão celular;
20
· presença de micronúcleo (MN) equivalente a uma estrutura de contorno regular, redondo ou
oval, e devendo estar dentro do citoplasma de uma célula; o MN deve estar no mesmo plano
de foco de observação e nitidamente separado do núcleo.
3.9 Delineamento Estatístico
Cada uma das quatro concentrações e o controle (0%, 5%, 10%, 25%%, 50% e 100%)
constituiu um tratamento todos realizados da mesma forma. O delineamento experimental foi
completamente casualizado, com quatro repetições para cada concentração.
As variáveis analisadas foram: índice de germinação, crescimento da raiz, índice
mitótico, micronúcleos e aberrações cromossômicas.
As análises estatísticas dos dados foram feitas através da análise de regressão e análise
de variância utilizando o programa SISVAR.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados referentes aos bioensaios com extratos da planta Siparuna apiosyce em
Allium cepa mostraram, de maneira geral, que esta espécie medicinal não induz efeitos
genotóxicos significativos nas concentrações testadas quando comparadas com o controle
negativo. Porém, pode ser observado que a planta demonstra possível efeito alelopático no
que diz respeito à germinação e crescimento de raízes. As variáveis macroscópicas analisadas
ao terceiro e sexto dia foram: índice de germinação (IG) e crescimento das raízes. O índice
mitótico (IM), teste do micronúcleo (MN) e aberrações cromossômicas (AC) foram analisadas
microscopicamente para as concentrações de 5, 10, 25,50 e 100% do extrato aquoso desta
espécie.
4.1 Índice de germinação
A figura 2 ilustra a germinação das sementes de A. cepa nas caixas gerbox ao 3º e ao
6º dias.
A B
Figura 2: Sementes de Allium cepa em água destilada, após o terceiro (A) e sexto (B) dia de germinação.
Os índices de germinação em todas as concentrações e controle negativo para o 3º e o
6º dias estão mostrados na tabela 1. Pôde ser observado que nas concentrações de 5%, 10% e
25% o IG foi maior em relação ao controle e às concentrações de 50% e 100% tanto no 3º
como no 6º dia de avaliação. O extrato de S. apiosyce reduziu significativamente a geminação
das sementes de A. cepa nas concentrações de 50% e 100% quando comparado ao tratamento
controle como pode ser visto na figura 3, que mostra a análise de regressão. Porém, nas
concentrações intermediárias (5%, 10% e 25%) os extratos promoveram a ativação do
crescimento. A redução em concentrações maiores é indicativo de possível efeito alelopático
do extrato que se mostra dependente da concentração.
22
Tabela 1: Distribuição dos percentuais médios do índice de germinação de A. cepa observados ao terceiro e sexto dias, sob efeitos das concentrações dos extratos de Siparuna apiosyce.
Concentrações Índice de germinação de acordo com o extrato 3° dia 6° dia
0% 46,7% 79,6% 5% 51,5% 82,0% 10% 53,0% 85,0% 25% 51,5% 85,0% 50% 36,5% 63,5% 100% 27,0% 57,5%
0% 20% 40% 60% 80% 100%0%
10%20%30%40%50%60%
f(x) = − 0.256739631336406 x + 0.525884216589862R² = 0.885312498300891
Índice de Germinação (3 dias)
Concentração - Extrato de Siparuna apiosyce
Índi
ce d
e G
erm
inaç
ão
0% 20% 40% 60% 80% 100%50%55%60%65%70%75%80%85%90%
f(x) = − 0.285714285714285 x + 0.847142857142858R² = 0.819157720891825
Índice de Germinação (6 dias)
Concentração - Extrato de Siparuna apiosyce
Índi
ce d
e G
erm
inaç
ão
Figura 3: Índice de Germinação avaliado ao terceiro e sexto dias sob efeito das concentrações de Siparuna apiosyce.
Fischer, (1999) descreve como constituintes principais de S. apiosyce, alcaloides,
flavonoides, taninos, óleo essencial e provavelmente mucilagem. Entre os vários componentes
obtidos, dois foram identificados: o estigmasterol e o alcaloide noraporfínico asimilobina
relatados como constituintes da folha e caule. Não foram encontrados relatos na literatura
sobre a atuação de componentes isolados de S. apiosyce. Apenas uma citação faz referência
ao efeito citotóxico de asimilobina, isolada de plantas da família Annonaceae, em linhagens
de células cancerosas humanas (ZHANG et al.,1995). Portanto, este é o primeiro relato de
avaliação sobre a toxicidade da planta em estudo. A atuação dos extratos de S. apiosyce sobre
o IG em A. cepa segue os padrões encontrados para extratos de outras plantas.
Resultados semelhantes foram encontrados por Pires et al., (2001) analisando o
extrato de leucena sobre plântulas de milho. Foi verificado que nas concentrações 0,4; 0,8;
1,6; 3,2 e 6,4 % do extrato houve um ligeiro estímulo ao desenvolvimento das plântulas, e
apenas na dose de 6,4 % do extrato houve uma redução do crescimento.
23
Capobiango et al., (2009) testaram extratos aquosos de Joanesia princeps (cutia) e
Casearia sylvestris (guaçatonga) na germinação de Brassica oleraceae var. capitata
(repolho), Lactuca sativa (alface) e Lycopersicum esculentum (tomate) em seis concentrações
(10%, 30%, 50%, 70%, 90% e 100%) além do controle água destilada. Os autores relatam que
a redução da germinação se deu diferentemente para cada espécie testada. O extrato aquoso de
sementes de cutia reduziu e, ou inibiu a germinação de repolho, alface e tomate, sendo que a
redução foi mais efetiva proporcionalmente às concentrações. A redução na germinação das
sementes de repolho foi a partir da concentração de 30%, na alface ocorreu inibição a partir da
concentração de 70%, já no tomate as sementes foram mais tolerantes, observando apenas
redução no percentual de germinação na concentração mais elevada, quando comparada ao
tratamento controle. Para o extrato das folhas de guaçatonga as sementes de repolho e alface
tiveram a germinação reduzida nas mais altas concentrações (90 e 100%). No caso do tomate
a redução do percentual de germinação foi a partir da concentração de 50%, quando
comparado ao tratamento controle. Independente da espécie testada o percentual de
germinação diminuiu com o aumento das concentrações. Alterações no percentual de
germinação indicam interferências nas reações metabólicas que participam do processo de
germinação positiva ou negativamente.
Tur et al., (2010) utilizaram extrato aquoso de folhas frescas, secas e frutos de pingo-
de-ouro nas concentrações de 1, 2 e 4% e água destilada como controle em aquênio de alface
(Lactuca sativa L.) e tomate (Lycopersicum esculentum L.). Os extratos proporcionaram
alterações na germinação de alface e tomate. As concentrações dos extratos comparadas ao
controle não alterou a porcentagem de germinação de aquênios de alface. No entanto, à
medida que a concentração dos extratos aquosos de folhas frescas e secas aumentou, ocorreu
redução na porcentagem de germinação nas sementes de tomate. Os extratos de frutos
ocasionaram redução na porcentagem de germinação apenas na concentração de 4% (maior
concentração testada) comparados ao controle.
Luz et al., (2012) utilizaram extratos de Plantago major, popularmente conhecida
como tansagem. Esta planta é usada como antibiótica, anti-inflamatória, antisséptica,
antitérmica, na prevenção de tumores e no tratamento de neoplasias. A análise dos resultados
indicou redução significativa no IG em todas as concentrações testadas, sendo o índice
afetado proporcionalmente ao aumento da concentração do extrato.
Iganci et al., (2006) utilizaram o extrato de três espécies de boldo: boldo-da-terra
(Plectrantus barbatus - Lamiaceae), boldo-miúdo (Plectrantus amboinicus – Lamiaceae) e o
boldo-baiano (Vernonia condensata - Asteraceae). O teste de primeira contagem não
24
demonstrou ser afetado pelos compostos das plantas, mas o seu efeito foi detectado sobre a
germinação final não só retardando o processo, mas, também, o ativando. Estes resultados
estão de acordo com Ferreira e Áquila. (2000) que descrevem alelopatia como interações
químicas entre plantas tanto estimulatórias quanto inibitórias.
4.2 Crescimento da raiz
Em relação ao crescimento da raiz, observou-se que houve redução em todas as
concentrações, exceto na concentração de 10% cujos valores se mostram maiores tanto ao 3º
como ao 6º dia (Tabela 2; Figura 4).
Tabela 2: Distribuição média do crescimento (cm) das raízes observadas no terceiro e sexto dia, sobre efeito das infusões de Siparuna apiosyce.
Concentrações Médias de acordo com o extrato 3° dia 6° dia
0% 0,29 1,69 5% 0,23 1,41 10% 0,33 1,72 25% 0,20 1,15 50% 0,21 1,16 100% 0,15 0,85
0%10%
20%30%
40%50%
60%70%
80%90%
100%
0
0.1
0.2
0.3
f(x) = − 0.030875576036867 x + 0.258110599078342R² = 0.0611126615796186
Crescimento das Raízes - 3° dia
Concentração - Extrato de Siparuna apiosyce
Cres
cim
ento
das
Rai
zes
00.20.40.60.8
11.21.41.61.8
2
f(x) = − 1.29377880184332 x + 1.61802995391705R² = 0.896672053069138
Crescimento das Raízes - 6° dia
Figura 4: Crescimento das raízes X concentração do extrato aquoso de Siparuna apiosyce avaliados ao terceiro e sexto dias.
Observa-se que o crescimento das raízes foi mais afetado ao 6º dia do que ao 3º dia,
provavelmente pelo fato do tempo de exposição ter sido maior. Excetuando-se a concentração
de 10%, nota-se que os resultados de inibição do crescimento são diretamente proporcionais
ao aumento das concentrações. Estas observações estão de acordo com Gatti et al., (2004)
25
onde descreveram que os efeitos dos compostos alelopáticos interagem com os processos
fisiológicos da planta-teste. De um modo geral agem como inibidores da germinação e do
crescimento. Porém, a maior parte dos compostos orgânicos, inibitórios em alguma
concentração, é estimulante quando presentes em menores concentrações. Isto está de acordo
com os resultados observados na concentração de 10% do extrato aquoso de S. apiosyce
avaliado no presente estudo.
Este mesmo tipo de resposta foi obtido por Tur et al., (2010). O extrato aquoso de
folhas frescas, secas e frutos de Duranta repens (pingo-de-ouro) nas concentrações de 1, 2 e
4% e água destilada como controle em aquênio de alface (Lactuca sativa L.) e tomate
(Lycopersicum esculentum L.), foram avaliados também para crescimento das raízes. Foi
observado que os extratos aquosos de folhas frescas e secas em 1, 2 e 4% reduziram
significativamente o comprimento radicular das plântulas de alface, e os extratos do fruto em
2% estimulou o crescimento, sendo o comprimento radicular da alface superior ao controle. O
comprimento radicular do tomate em todas as concentrações testadas de folhas frescas, secas
e frutos obteve redução significativa no comprimento radicular das plântulas.
Não foram observadas anormalidades morfológicas como tumerização ou
engrossamento das radículas, assim como a coloração não foi alterada visualmente em
nenhuma das concentrações testadas do extrato de S. apiosyce. Estudos mostram que a
germinação é menos sensível aos aleloquímicos que o crescimento da plântula. Substâncias
alelopáticas podem inibir ou não a germinação, mas podem induzir o aparecimento de
plântulas anormais, sendo as alterações na radícula um dos sintomas mais comuns.
Anormalidades em raízes de milho foram observadas por Pires et al., (2001), na concentração
de 6,4% p/v com extrato aquoso de Leucaena leucocephala (leucena) e por Murakami et al.,
(2009) em raízes de alface com extratos clorofórmicos de Aloe arborescens (babosa). Cruz-
Ortega et al., (1998) relatam que o endurecimento e escurecimento dos ápices radiculares são
evidências de alterações morfológicas e ultra-estruturais causadas por fitotoxinas. Este
aspecto de escurecimento nas raízes NÃO foi observado nos tratamentos com extratos de S.
apiosyce em nenhuma das concentrações testadas. Portanto, a avaliação da normalidade das
plântulas é importante na identificação de substâncias alelopáticas e é dependente da
concentração (FERREIRA e ÁQUILA, 2000; MIRÓ et al., 1998; ÁQUILA, 2000).
4.3 Índice Mitótico (IM)
26
A tabela 3 mostra os valores do IM de todas as concentrações testadas. Pôde-se
verificar que com o aumento da concentração do extrato de S. apiosyce o valor do índice
mitótico não foi continuamente reduzido (Tabela 3 e Figura 5), sendo o maior efeito
depressivo verificado na concentração de 10 %, valores não estatisticamente significativos
que sugerem ausência de efeito citotóxico.
Tabela 3: Número de células em divisões e índice mitótico de raízes de cebola, expostas às infusões de Siparuna apiosyce. O número total de células analisadas para cada concentração foi de 4000.
Concentrações Divisão Celular Índice Mitótico 0% 1970 49,25% 5% 1953 48,83% 10% 1576 39,40% 25% 1986 49,65% 50% 1700 42,50% 100% 1702 42,55%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
f(x) = − 0.0491129032258069 x + 0.468952419354839R² = 0.181538712315579
Índice Mitótico
Concentrações
Índi
ce M
itótic
o
Figura 5: Índice mitótico de raízes de cebola analisadas no total de 4000 células expostas às infusões de Siparuna apiosyce em diferentes concentrações.
Resultados semelhantes aos do presente trabalho foram encontrados por Macedo et al.,
(2014) onde o índice mitótico das células de A. cepa expostas a quatro concentrações (0,5,
1,0, 1,5 e 2,0 mg/mL) de quiabo não foram estatisticamente diferentes do controle negativo
(água), tanto no tratamento contínuo quanto no descontínuo, sugerindo que os extratos não
afetaram a divisão celular.
Traesel et al., (2013) testando o óleo extraído da polpa de Acrocomia aculeata (Arecaceae ) observaram células em divisão em todos os grupos teste, exceto no grupo controle positivo,
27
evidenciando que o óleo não interferiu no processo mitótico. Percebeu-se que na medida em que se
aumentava a dose do óleo ocorria a diminuição desses valores, sugerindo um potencial citotóxico em
altas concentrações, o que não se observou no presente trabalho.
Stange et al., (2008) estudando o extrato das folhas de Cecropia glaziovii verificaram
que o índice mitótico não apresentou diferenças significativas, comparado ao grupo controle,
sugerindo que o extrato não interfere na divisão celular.
A ausência de redução significativa no IM das células sob o extrato aquoso de S.
apiosyce é relevante em todas as concentrações testadas, sugerindo que o extrato não interfere
no ciclo celular normal por inibição da divisão das células, o que demonstra que este extrato
não possui atividade citotóxica, visto que a citotoxicidade de uma substância pode ser
determinada pelo aumento ou diminuição do IM das células submetidas a sua exposição
(GADANO et al., 2002). Os dados encontrados no presente trabalho corroboram com os
resultados encontrados para diversas espécies de plantas, que não exibiram inibição da divisão
celular, e contrariam os resultados em que o IM diminui em razão do aumento das
concentrações demonstrando efeito citotóxico da planta em estudo (PIRES et al., 2001;
ALVARENGA, 2011; LUZ et al., 2012).
4.4 Teste do Micronúcleo (MN) e Aberrações Cromossômicas (AC)
Todas as fases do ciclo celular foram encontradas nas concentrações testadas da
infusão de S. apiosyce. A Figura 6 ilustra os tipos de aberrações encontradas. As AC mais
frequentes foram c-metáfase (Figura 6-A), aderência (Figura 6-B) e ponte cromossômica
(Figura 6-C). Também foram encontrados, micronúcleos (Figura 6-D), brotos (Figura 6-E) e
perdas cromossômicas (Figura 6-F) além de núcleos condensados. O número de interfase,
prófase, metáfase, anáfase, telófase e aberrações cromossômicas estão apresentados na tabela
4. As frequências de aberrações cromossômicas observadas nas raízes submetidas ao
tratamento com água estéril (controle) e aos extratos de S. apiosyce em diferentes
concentrações (5%, 10%, 25%, 50% e 100%) estão representadas na Tabela 5. Esta
observação pode ser melhor visualizada na Figura 7.
28
A B C
D E F
Figura 6: Principais aberrações encontradas em células meristemáticas de raiz de A.cepa sob diferentes concentrações do extrato aquoso de S. apiosyce. c-metáfase (A), aderência (B), ponte cromossômica e perda (C),micronúcleo (D), brotos (E) e perdas cromossômicas (F).
Tabela 4: Número de células da raiz de cebola em diferentes fases do ciclo celular, germinadas em seis dias em água e em diferentes concentrações da infusão de Siparuna apiosyce.
Concentrações Número de células em diferentes fases do ciclo celular
Interfase Prófase Metáfase Anáfase Telófase Aberrações Total
0% 2030 1689 74 62 79 66 4000
5% 2047 1608 108 74 80 83 4000
10% 2424 1361 46 40 77 52 4000
25% 2014 1835 09 29 41 72 4000
50% 2300 1452 38 42 63 105 4000
100% 2298 1459 45 56 51 91 4000
Total 13113 9404 320 303 391 469 24000
Tabela 5: Aberrações cromossômicas encontradas nas raízes de Allium cepa tratadas com diferentes concentrações da infusão de Siparuna apiosyce. Aberrações Concentrações 0% 5% 10% 25% 50% 100%
29
C-metáfase 24 28 14 07 17 12
Aderência 21 38 19 29 28 35
Quebra cromossômica 01 02 00 08 00 00
Ponte cromossômica 19 14 18 13 18 30
Micronúcleo 02 01 00 00 20 00Broto 00 00 01 00 04 00Núcleo condensado 00 00 00 15 18 14
Total 67 83 52 72 105 91N° total de células analisadas 4000 4000 4000 4000 4000 4000
0% 5% 10% 25% 50% 100%0
5
10
15
20
25
30
35
40Aberrações cromossômicas
C-metáfase
Aderência
Quebra cro-mossômicaPonte cro-mossômicaMicronúcleo
Broto
Núcleo Conden-sado
Concentrações
Núm
ero
de a
berr
açõe
s
Figura 7: Diferentes tipos de aberrações cromossômicas presentes nas células meristemáticas das raízes de A.cepa sob diferentes concentrações do extrato de S. apiosyce.
Apesar do aparecimento de diferentes tipos de AC, estas não foram estatisticamente
significativas. Comparando-se o número de aberrações das concentrações em relação ao
controle, pode-se notar que na concentração de 10% houve proporcionalmente, menor
quantidade de AC. Como já foi citado, a concentração de 10% também favoreceu a
germinação da semente. Juntos, esses dois parâmetros de avaliação sugerem que a
concentração de 10% é a concentração mais indicada para o uso popular, entre as que foram
testadas neste trabalho.
A Figura 8 mostra uma comparação global da quantidade de AC encontradas nas
diferentes concentrações do extrato quando comparadas ao controle. Nota-se que a
30
concentração de 10% se posiciona abaixo do controle negativo e em relação às demais
concentrações.
0% 5% 10% 25% 50% 100%0
20
40
60
80
100
120
Média de aberrações encontradas em razão de diferentes concentrações de infusão de Siparuna apiosyce.
Figura 8: Média de aberrações encontradas em razão de diferentes concentrações de infusão de Siparuna apiosyce.
Assim como em relação ao IM, Macedo et al., (2014) também, observaram nas células de
A. cepa expostas a quatro concentrações (0,5, 1,0, 1,5 e 2,0 mg/mL) de extrato de quiabo que não
houve aumento significativo da frequência global de aberrações e micronúcleos, sugerindo ausência de
efeitos mutagênicos nos extratos.
Alvarenga (2011) e Xavier (2014) utilizaram extratos de três diferentes espécies de
plantas do gênero Banisteriopsis em diferentes concentrações e observaram diversas
aberrações cromossômicas constatando que os índices de alterações das células aumentaram
significativamente paralelos ao aumento das concentrações das infusões, determinando a
genotoxicidade das plantas. Estes resultados contradizem os encontrados no presente trabalho,
já que o número de AC não aumentou significativamente com o aumento das concentrações.
Este fato nos leva a sugerir que S.apiosyce não apresenta efeito genotóxico nas concentrações
testadas.
Luz et al., (2012) mostraram que extratos de Plantago major provocam alterações no
ciclo celular pela inibição da divisão das células, indicado pelo índice mitótico. Os índices de
efeitos clastogênico e aneugênico demonstraram que, além de não determinar aumento de
aberrações cromossômicas, o que indica ausência de ação genotóxica, P. major possui
31
atividade anti-genotóxica. Os resultados do teste do micronúcleo reforçam a sugestão de que o
extrato de P.major não possui atividade mutagênica, entretanto provoca alterações na divisão
celular. Os extratos de S. apiosyce, não determinaram aumento de AC e também, não
alteraram a divisão celular, como indicado pelos IM.
Stange et al., (2009) mostraram, nas concentrações por eles testadas, a impossibilidade
de observar algum efeito tóxico e atividade clastogênica ou aneugênica nas células de A. cepa.
Sugerem que os extratos de Cecropia graziovii (embaúba) não interferem na divisão celular e
que, portanto a planta não apresenta efeitos genotóxicos.
Aberrações cromossômicas (AC) são reconhecidas como importantes consequências de
ações genotóxicas de agentes químicos (NATARAJAN, 2002), aos quais muitos organismos,
inclusive os homens estão expostos. Estudos epidemiológicos têm mostrado pessoas com
elevadas frequência de AC apresentando risco significativo de desenvolvimento de câncer
(OBE, et al.,2002). Analisando-se sob esse aspecto, a população deve tomar o devido cuidado
ao fazer uso de chás vegetais cujos efeitos não são estudados e conhecidos.
Desta forma, os resultados aqui apresentados, deixam claro a necessidade de estudos
mais aprofundados sobre os efeitos mutagênicos dos extratos vegetais, para que a população
possa fazer uso dessa importante fonte de fármacos, que são provenientes de metabólitos
vegetais.
5 CONCLUSÃO
Os resultados dos testes com infusões das folhas de Siparuna apiosyce em Allium cepa
permitiu chegar às seguintes conclusões:
A infusão de S. apiosyce exerce efeito alelopático na germinação e crescimento das
raízes de Allium cepa evidenciado pelo decréscimo do índice de germinabilidade (IG)
e crescimento das raízes.
A infusão deste vegetal não apresenta ação citotóxica, demonstrado pela ausência de
modificações morfológicas nas raízes em crescimento e pela constância do índice
mitótico em diferentes concentrações.
Não foram constatados efeitos genotóxicos, visto que o aumento do número das
aberrações cromossômicas e dos micronúcleos não foi significativo em comparação
com o controle.
Sugere-se a concentração de 10% como a que melhor representa a atuação benéfica
dos constituintes desta planta.
A espécie Siparuna apiosyce é uma fonte de metabólitos que pode ser aproveitada
para o uso pela população em geral, sem os inconvenientes da toxicidade.
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