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UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO TRATAMENTO ALTERNATIVO NAS PATOLOGIAS DE CÃES E GATOS NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

Use of medicinal plants as alternative treatment of medical conditions in dogs and

cats in Semiárido Paraibano, Brazil Thiene de Lima RODRIGUES¹; Samara Dayse da Luz AYRES²; Fábio José Targino Moreira da SILVA

JÚNIOR¹; Anne Evelyne Franco de SOUZA³

1. Estudantes do curso de Medicina Veterinária, Centro de Ciências Agrárias – CCA, Universidade Federal da Paraíba, thiene.rodrigues@hotmail.com, fabiojrmedvet@gmail.com 2. Estudante do curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias – CCA, Universidade Federal da Paraíba, samaradayse@hotmail.com 3. Professora do Departamento de Ciências Veterinária – DCV, Centro de Ciências Agrárias – CCA, Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Areia, PB, anne@cca.ufpb.br Resumo

O trabalho realizado é um estudo da utilização popular e das indicações de plantas

medicinais no tratamento de patologias em cães e gatos, onde se objetivou analisar

quais plantas medicinais são utilizadas como tratamento alternativo nas patologias

de animais de companhia. Foram entrevistados 71 populares dos municípios de

Araruna e Pocinhos, localizados no estado da Paraíba. Pode-se notar a utilização de

diversas plantas medicinais, com variados modos de preparo e indicações, sendo a

mais citada a Babosa (Aloe vera). A utilização dessas plantas destaca-se pelo baixo

custo, eficácia, ser uma alternativa de tratamento natural com reduzidos efeitos

colaterais e apresentar uma grande variedade de espécies e indicações utilizadas.

Palavras chave: Etnobotânica, Farmacognosia, Fitoterapia, Medicina Tradicional

Abstract

The work is a study of popular use and indications of medicinal plants to treat

diseases in dogs and cats, which is aimed at analyzing medicinal plants which are

used as an alternative treatment in diseases of companion animals. Popular in the

municipalities of Araruna and Pocinhos, both located in the state of Paraíba, Brazil. It

may be noted the use of various medicinal plants, with varying modes of preparation

and indications, most cited the Aloe (Aloe vera). The use of these plants is

distinguished by low cost, effectiveness, be an alternative natural treatment with

reduced side effects and to present a wide variety of species and indications used.

Keywords: Medicine traditional, Pharmacognosy, Ethnobotany, Phytotherapy

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Introdução

Para garantir a sanidade do bem estar animal, é necessário preservar o seu

estado de saúde, evitando a transmissão de doenças a outros animais e até mesmo

aos seres humanos (PORCHER, 2004). O uso de plantas medicinais é uma prática

que vem se mantendo em evidência pelos valiosos ensinamentos propagados pelas

gerações passadas garantindo assim a base milenar do uso de plantas medicinais

no tratamento de doenças (OZAKI & DUARTE, 2006).

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar a utilização de plantas

medicinais como tratamento terapêutico alternativo em cães e gatos, em

comunidades rurais do Semiárido Paraibano, bem como suas indicações, forma de

uso e as vantagens de utilizar esse recurso terapêutico.

Material e Métodos

Foram elaborados questionários semi-estruturados com perguntas referentes

à utilização das plantas medicinais. Dos mesmos, setenta e um foram aplicados

aleatoriamente com populares das comunidades rurais dos municípios de Araruna e

Pocinhos, localizados simultaneamente nas microrregiões do Curimataú e Cariri

paraibano nos meses de Novembro e Dezembro de 2013 sendo realizada uma

análise investigatória sobre as plantas medicinais que cada uma dessas pessoas

utiliza ou já utilizaram, o local de coleta e enfermidade tratada.

Resultados e Discussão

Entre os entrevistados dos municípios de Pocinhos e Araruna, foram citadas,

pelos populares, 49 plantas medicinais utilizadas no tratamento de patologias em

animais, a planta mais citada foi a Babosa (Aloe vera L.) com 13% das citações,

sendo indicada a sua folha para cicatrização de ferimentos, tratamento de coceiras e

processos inflamatórios. O Cajueiro (Anacardium occidentale L.) foi a segunda

planta mais citada, obtendo 7% das citações, sendo indicado pelos entrevistados a

sua casca e entre casca, como cicatrizante e antiinflamatório, resultados esses

semelhantes a uma pesquisa feita em Patos na Paraíba onde também tem destaque

pelos entrevistados a Babosa (Aloe vera L.) com 12%, seguida do Cajueiro

(Anacardium occidentale L.) com 10% dos entrevistados (MARINHO et al., 2007).

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Dos entrevistados, 46% responderam que retiram as plantas medicinais em

seus próprios quintais em casa, 36% obtém através de matas nativas e 11% de

vizinhos, resultados estes que diferem aos de Oliveira et al. (2009), onde 78,6%

coletam na própria propriedade e 21,4% compram as plantas de raizeiros.

A grande difusão das plantas medicinais entre leigos e a falta de pesquisas é

preocupante pelo risco de intoxicação com o uso inadequado, aliado à falta de

assistência médico-veterinária.

Conclusão

As plantas medicinais consistem em uma alternativa econômica e de fácil

acesso, devendo ser mais pesquisadas, a fim de comprovar cientificamente a ação

das mesmas e serem certificadas quanto à utilização na medicina veterinária,

considerando o conhecimento popular. É essencial uma maior abordagem deste

tema entre os profissionais e acadêmicos da Medicina Veterinária, a fim de utilizar

esse recurso como agente terapêutico, fornecer assistência adequada quanto a esta

utilização e evitando possíveis intoxicações.

Referências

OZAKI, A. T.; DUARTE, P. C. Fitoterápicos utilizados na Medicina Veterinária, em

cães e gatos. Revista Infarma, v.18, nº 11/12, 2006.

OLIVEIRA, Luciana Silva Teixeira et al. USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO

TRATAMENTO DE ANIMAIS. Enciclopédia Biosfera: Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 5, n. 8, p.1-8, ago. 2009.

MARINHO, M.L et al. A utilização de plantas medicinais em medicina veterinária: um

resgate do saber popular. Revista Brasileira de Plantas Medicinais,Botucatu, v. 9,

n. 3, p.64-69, fev. 2007.

PORCHER, Jocelyne. "Você liga demais para os sentimentos” “Bem-estar animal”,

repressão da afetividade, sofrimento dos pecuaristas. Revista Produção, França, v.

14, n. 3, p.35-44, dez. 2004. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/prod/v14n3/v14n3a04.pdf>. Acesso em: 04 jan. 2014.

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