119
UNIVERSIDADE POTIGUAR UnP PRÓ-REITORIA ACADÊMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO FRANCISCO DE PAULA COSTA FATORES DETERMINANTES DE MARKETING AMBIENTAL NA VISÃO DE PUBLICITÁRIOS BRASILEIROS NATAL 2013

UNIVERSIDADE POTIGUAR UnP PRÓ-REITORIA ACADÊMICA …§ão-Mestrado-Francisco-de-Paula-Costa.pdf · O planejamento estratégico não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações

  • Upload
    tranque

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

0

UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

FRANCISCO DE PAULA COSTA

FATORES DETERMINANTES DE MARKETING AMBIENTAL NA VISÃO DE PUBLICITÁRIOS BRASILEIROS

NATAL 2013

1

FRANCISCO DE PAULA COSTA

FATORES DETERMINANTES DE MARKETING AMBIENTAL NA VISÃO DE PUBLICITÁRIOS BRASILEIROS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar - UnP, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão estratégica de negócios.

Orientador: Prof. Dr. Alípio R. Veiga Neto

NATAL 2013

2

FRANCISCO DE PAULA COSTA

FATORES DETERMINANTES DE MARKETING AMBIENTAL NA VISÃO DE PUBLICITÁRIOS BRASILEIROS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar - UnP, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão estratégica de negócios.

Orientador: Prof. Dr. Alípio R. Veiga Neto

Data da defesa: 28 de Outubro de 2013

BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto

Orientador Universidade Potiguar – UNP

______________________________________ Profa. Dra. Patrícia Whebber Souza de Oliveira

Examinadora externa Universidade Federal do Rio Grande do Norte– UFRN

______________________________________ Prof. Dr. Kleber Cavalcanti Nóbrega

Examinador interno Universidade Potiguar – UNP

3

C837f Costa, Francisco de Paula .

Fatores determinantes de marketing ambiental na visão de

publicitários brasileiros / Francisco de Paula Costa. – Natal, 2013

117f

Orientador: Dr. Alípio Ramos Veiga Neto

Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade

Potiguar. Pró - Reitoria Acadêmica - Referências: f.84-89 .

1. Administração – Dissertação. 2. Marketing ambiental.

3.Estratégia. 4.Vantagem competitiva.5.Agência de publicdade.I.

Título.

4

Dedico este trabalho a meus pais Joaquim e Geralda (em memória) pelos ensinamentos diários sobre os princípios éticos que norteiam a vida.

A minha esposa, Jessiane Florentino, pelo companheirismo e compreensão nos momentos mais difíceis da caminhada para a obtenção do título de mestre.

Aos meus filhos, Matheus e João, pela força que me deram ao longo desse processo e por entenderem a importância do título de “Mestre” para a nossa família, renunciaram, junto comigo, a alguns momentos de lazer.

5

AGRADECIMENTOS

A Deus, a Ele toda honra e toda a glória. Obrigado pelas bênçãos a mim

concedidas durante todo o desenvolvimento deste trabalho, proporcionando-me um

crescimento como pesquisador e uma evolução como ser humano.

A meu pai (Joaquim) e a minha mãe (Geralda), presentes em minha memória todos

os dias de minha vida (meus anjos da guarda).

Ao meu irmão Ibani que, mesmo partindo cedo, deixou sua marca registrada em

poesias sobre a maneira como ele via o mundo e as pessoas com quem convivia.

A meus irmãos Costinha, Tereza, Maria Luiza e Marconi por acreditarem na

importância de manter vivo o laço familiar. Um agradecimento especial a meus

irmãos Chiquito, Alencar e Veralúcia pelo apoio incondicional no decorrer de todo o

processo do mestrado, dando sempre uma palavra de força e colocando-se à

disposição para ajudar no que fosse preciso.

A meus cunhados e também amigos Marco Antônio, Cláudio Braga e Jonas

Florentino por entenderem a minha ausência nos momentos de descontração, pois

precisava ler muitos artigos científicos, dissertações, teses, livros...

A minhas cunhadas Ioná Sacramento, Erivanete Veríssimo, Raimunda Costa e

Jeane Florentino, pelo apoio recebido de todas vocês, cada uma a sua maneira.

A minha sogra Maria Nazaré. Pessoa do bem. Que só faz o bem. A sogra que todo

genro gostaria de ter.

Ao SINAPRO – Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Norte, na

pessoa da Sra. Lana Mendes (Presidente do Sindicato) pelo apoio recebido no

momento da aplicação do instrumento da pesquisa quantitativa, além de incentivar

os gestores sindicalizados a fazerem o mesmo.

À FENAPRO – Federação Nacional das Agências de Propaganda, na pessoa do Sr.

Antônio Lino (Vice- Presidente da Federação) pela contribuição dada em responder

o instrumento de pesquisa quantitativa, bem como encaminhá-lo aos sindicatos de

todos os estados brasileiros para que também respondessem o questionário.

Às agências de publicidade da cidade de Natal Virttus, Criola Propaganda, Armação

Propaganda, Arte&C Comunicação Integrada, Dois.A Publicidade, RAF

Comunicação e Marketing, Bora Comunicação, Pandora Comunicação, Ratts e Ratis

6

Comunicação, Comitê Criativo e New Comunicação, por permitirem a realização da

entrevista de profundidade e consequentemente a pesquisa qualitativa.

Aos meus amigos que acreditaram em mim desde o início, especialmente, Duarte

Guimarães, Josenildo Soares, Melissa Cirne, Valéria Credídio, José Iranilson,

Manoel Pereira, Sâmela Gomes, Patrícia Gallo, Mari Sugai, Cristóvão Pereira, Luiz

Lucas, José Carlos Barreto, Suerda Oliveira e Lídia Lucas.

Aos publicitários locados em todas as regiões do País que participaram da minha

pesquisa quantitativa, em especial Melissa Cirne, Lucílio Barbosa, Carlos Fialho,

Rafael Valverde, Daniel Feitoza, Eduardo Araújo, Carlos Barbosa, Isnard Gurgel,

Miguel Spencer, Milena Freire, Gustavo Fernandes, que além de responderem

abriram portas para outros respondentes.

A todo o quadro de professores do mestrado, com uma atenção especial, ao meu

orientador, Prof. Dr. Alípio Veiga, pela maneira como me orientou durante todo o

processo, usando sua sabedoria como de fato um professor deve usar, com

paciência e dedicação, tornando a aprendizagem gratificante ao invés de dolorosa.

Se consegui chegar até aqui, e evolui como pesquisador, foi porque tive o seu apoio

em todos os momentos desse processo que, certamente, fará de mim um

profissional melhor.

Agradeço a Igor Costa, profissional competente que está sempre disposto a ajudar.

Agradeço também aos colegas do mestrado (Roseane, Rosângela, Daniele, Marcel,

Maurílio, João Paulo, Evádio, Ellen, André, Adriano Cristina e Dalila).

A assistente da coordenação Glícia, pela presteza e simpatia sempre presente.

Registro aqui um agradecimento especial a Profa. Dra. Tereza de Souza,

coordenadora do mestrado, pela dedicação incansável ao curso, buscando sempre

evolução na qualidade das nossas pesquisas.

Aos professores Doutores Kléber Nóbrega e Patrícia Whebber pela satisfação em

participarem da minha defesa da dissertação de mestrado com suas contribuições

para a melhoria do mesmo.

Mais um agradecimento especial, dessa vez é para a minha família: Jessiane, João

e Matheus que nos momentos dolorosos de precisar ler quinze artigos em um final

de semana, souberam entender o meu cansaço, a minha angústia e suportar o meu

mau humor e se em algum momento pensei em desistir, eles cantavam uma música

dos Engenheiros do Hawai que tem um refrão que é mais ou menos assim: ...eu não

7

vim até aqui, pra desistir agora...”. Pois é, essa é a minha família, pessoas simples

que se alimentam e se fortalecem pela Fé, pelo Amor, pela União e pela Música.

Amo vocês.

8

O planejamento estratégico não

diz respeito a decisões futuras,

mas às implicações futuras de

decisões presentes.

Peter Drucker.

9

RESUMO

O marketing ambiental vem despertando o interesse das organizações para ser

utilizado como uma ferramenta estratégica capaz de tornar-se vantagem competitiva

da empresa. Diante desse cenário, o presente trabalho tem como objetivo identificar

e analisar os fatores determinantes de marketing ambiental para estratégias de

empresas, na visão de publicitários brasileiros. Para o desenvolvimento desse

estudo, foi realizada uma revisão da literatura que contemplou as temáticas sobre

marketing ambiental, vantagem competitiva, estratégias empresariais e o mercado

publicitário. Os estudos apresentaram as virtudes do marketing ambiental como

diferenciais da competitividade mercadológica e apontou as principais vantagens

como pré-requisito para a empresa atingir um diferencial competitivo. Realizou-se

uma pesquisa qualitativa com dez empresários do segmento da publicidade que

atuam na cidade do Natal para confirmar as variáveis apresentadas na literatura,

bem como identificar novas variáveis, e outra pesquisa quantitativa que foi aplicada

com 310 publicitários que atuam no Brasil. Os resultados mostraram que o perfil

desse grupo de publicitários valorizam as questões ambientais, uma vez que a

maioria, ou 89% desses profissionais, afirmam que o marketing ambiental contribui

para agregar valor à marca da empresa que anuncia e que a agência de publicidade

é um agente condutor importante para a realização dessas ações. Conclui-se que os

fatores “incorporação de práticas ambientais” e “marketing verde coerente com a

prática ambiental” são determinantes para que as empresas obtenham vantagem

competitiva no mercado em que atua, pois obtiveram os maiores níveis de

importância.

Palavras - Chave: Marketing Ambiental, Estratégia, Vantagem Competitiva, Agência

de Publicidade.

10

ABSTRACT

The marketing environment has aroused the interest of organizations to be used as a

strategic tool can become company's competitive advantage. Against this backdrop,

this paper aims to identify and analyze the determinants of environmental marketing

strategies for companies in the vision of Brazilian advertising. For the development of

this study, we conducted a literature review that included the themes of

environmental marketing, competitive advantage, business strategies and the

advertising market. The studies showed the virtues of environmental marketing

differential of market competitiveness and pointed out the main advantages as a

prerequisite for the company to achieve a competitive edge. We conducted a

qualitative study of ten business segment of advertising that work in the city of Natal

to confirm the variables presented in the literature, as well as identifying new

variables, and other quantitative research that was applied with 310 advertisers

operating in Brazil. The results showed that the profile of this group advertising value

environmental issues, since the majority, or 89 % of these professionals, claim that

environmental marketing contributes to add value to the company's brand advertising

and the advertising agency is a important driver agent to carry out these actions. We

conclude that the factors "incorporating environmental practices" and "green

marketing consistent with the environmental practice" are crucial for companies to

gain competitive advantage in the market in which it operates, as had the highest

levels.

Key - Words: Environmental Marketing, Strategy, Competitive Advantage, Advertising

Agency .

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Fontes de Vantagem Competitiva. 33

Quadro 2 Variáveis do estudo encontradas na literatura. 43

Quadro 3 Novas variáveis encontradas na entrevista de profundidade. 63

Quadro 4 Novas dimensões e respectivas variáveis. 80

Quadro 5 Relação questão X variável. 95

Quadro 6 Questões invertidas. 96

Quadro 7 Variáveis: número, nome, explicação e questões. 97

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização dos entrevistados quanto à faixa etária

Tabela 2 - Caracterização dos entrevistados quanto à escolaridade

Tabela 3 - Caracterização dos entrevistados quanto ao cargo que ocupa na empresa

Tabela 4 - Caracterização dos entrevistados quanto à região onde reside

Tabela 5 - Médias obtidas por variável de acordo com o nível de importância dos

fatores sobre marketing ambiental que levam à vantagem competitiva

Tabela 6 - Frequências obtidas por variável de acordo com o nível de importância

para os sujeitos

Tabela 7 - Resultados do KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett dos Fatores

Estratégicos Determinantes do Marketing Ambiental

Tabela 8 - Médias de comunalidades entre as variáveis Estratégicas Determinantes

do Marketing Ambiental

Tabela 9 - Rotação da Matriz de Componentes

Tabela 10 - Total da variância explicada nos Fatores Estratégicos Determinantes do

Marketing Ambiental

Tabela 11 - Médias dos níveis médios dos Fatores

13

LISTA DE SIGLAS

SINAPRO Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Norte.

FENAPRO Federação Nacional das Agências de Propaganda.

14

LISTA DE APÊNDICES

Apêndice A

Roteiro de Entrevista da Pesquisa Qualitativa

Apêndice B

Instrumento de Pesquisa Quantitativa

Apêndice C

Carta de apresentação da Pesquisa Quantitativa

15

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Processo da metodologia da pesquisa 46

16

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 18

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E QUESTÃO DA PESQUISA 18

1.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO…………………………………………………….. 18

1.1.2 Questão da Pesquisa............................................................................ 20

1.2 OBJETIVOS............................................................................................ 20

1.2.1 Geral....................................................................................................... 20

1.2.2 Específicos............................................................................................. 20

1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................... 22

2.1 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL................................................................ 22

2.2 VANTAGEM COMPETITIVA …............................................................... 25

2.3 MARKETING AMBIENTAL ….................................................................. 34

2.4 AGÊNCIA DE PUBLICIDADE................................................................. 39

2.5 VARIÁVEIS DO ESTUDO (encontradas na literatura) …........................ 42

3 METODOLOGIA..................................................................................... 46

3.1 TIPO DE PESQUISA............................................................................... 47

3.2 PESQUISA QUALITATIVA....................................................................... 47

3.2.1 Universo e amostra da pesquisa qualitativa ….................................. 48

3.2.2 Instrumento e coleta de dados da pesquisa qualitativa.................... 48

3.2.3 Tratamento dos dados da pesquisa qualitativa.................................. 49

3.3 PESQUISA QUANTITATIVA.................................................................... 49

17

3.3.1 Universo da pesquisa quantitativa...................................................... 50

3.3.2 Amostra da pesquisa quantitativa....................................................... 50

3.3.3 Instrumento e coleta de dados da pesquisa quantitativa.................. 50

3.3.4 Tratamento dos dados da pesquisa quantitativa 51

4 RESULTADOS ...................................................................................... 54

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ENTREVISTADOS NA ANÁLISE DE

CONTEÚDO

54

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUALITATIVOS.................................... 54

4.3 Novas variáveis detectadas na entrevista de

profundidade.........................................................................................

61

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTITATIVOS................................. 64

4.4.1 Caracterização dos Sujeitos................................................................. 64

4.4.2 Análise Descritiva das Variáveis......................................................... 67

4.5 ANÁLISE FATORIAL.............................................................................. 72

5 CONCLUSÃO....................................................................................... 82

REFERÊNCIAS....................................................................................... 85

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA DE PROFUNDIDADE

...................................................................................................................

91

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE PESQUISA

QUANTITATIVA.........................................................................................

92

APÊNDICE C – CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

QUANTITATIVA.......................................................................................

ANEXOS

94

18

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E QUESTÃO DE PESQUISA

1.1.1 Contextualização

A preocupação ambiental é um dos assuntos em pauta entre líderes

mundiais que se reúnem periodicamente em busca de soluções para os problemas

advindos da constante exploração do meio ambiente por parte do homem. Isso

ocorre porque as indústrias, por muito tempo, exploraram e continuam explorando os

recursos naturais (MENDES, 2008). Uma exploração que causa sérios problemas à

sociedade, pois não se preocupa com a qualidade de vida atual do ser humano, com

as gerações futuras, muito menos com a fauna e a flora que estão, a cada dia que

passa, sumindo do planeta. O debate sobre temas como o meio ambiente,

sustentabilidade, preservação ambiental, consumo consciente, entre outros, tem

despertado no consumidor final uma atenção maior no que diz respeito ao consumo

de produtos ofertados por empresas que se apresentam como comprometidas com

o meio ambiente. Nesse sentido, algumas organizações começam a perceber a

importância de rever os conceitos anteriormente adotados por elas e criam

mecanismos administrativos que possam tornar a sua empresa economicamente

viável, socialmente justa e ambientalmente sustentável (DAHLSTROM, 2011).

Observam-se dois pólos de mudança: um orientado a um mercado

competitivo, outro ligado a um consumidor mais atento às questões sociais, que

cobra ações e atitudes responsáveis por parte das empresas. Percebendo esse

cenário mercadológico desafiador, as empresas identificam um nicho de

oportunidades, pelo qual o consumidor consciente está cada vez mais presente e,

percebendo que o sucesso empresarial não está mais relacionado apenas à

capacidade de inovação, à qualidade ou ao preço, começam a criar estratégias de

marketing ambiental, com o objetivo principal de apresentar-se para a sociedade

como uma organização ecologicamente correta e preocupada com o meio ambiente.

O marketing ambiental, em sua essência, é um recurso estratégico

empresarial que, sendo utilizado adequadamente, permite que as empresas sejam,

19

ao mesmo tempo, lucrativas e ambientalmente responsáveis, criando simpatia e

credibilidade com os clientes atuais, com boas chances de conquistar novos e,

consequentemente, mais lucros. Sob essa ótica, o marketing ambiental aparece

para esses novos consumidores conscientes como proposta da empresa em ser

reconhecida como uma organização sensível às causas ambientais e comprometida

com a oferta de produtos ecológicos, que atendam as necessidades do consumidor

final e não agrida os recursos naturais que ainda estão ao alcance do homem.

O mercado publicitário movimenta, anualmente, valores expressivos com

a veiculação de campanhas e ações estratégicas objetivando projetar e fortalecer a

imagem da empresa anunciante. No cenário apresentado sobre a eficácia do

marketing ambiental utilizado pelas organizações, inserem-se, entre outras ações

estratégicas, as campanhas publicitárias desenvolvidas pelas agências de

publicidade, com a finalidade de repassar para o consumidor um novo conceito de

responsabilidade ambiental oferecido pelas empresas por meio de produtos ou

serviços. Essas agências são empresas de comunicação que prestam serviços a

outras organizações de diversos segmentos, sejam nos setores público ou privado.

Assim, elas podem ser agentes condutores importantes para as empresas a quem

prestam serviços, no sentido de sugerir ações de marketing ambiental para seus

clientes objetivando criar vantagem competitiva frente à concorrência.

Nesse sentido, é relevante identificar, por meio de uma pesquisa

quantitativa de caráter exploratório junto aos profissionais de publicidade que atuam

no Brasil, quais os fatores estratégicos de marketing ambiental determinantes para

que uma empresa crie uma vantagem competitiva no mercado onde ela atua.

Dessa forma, chega-se a questão fulcral desta investigação, melhor

detalhada a seguir.

20

1.1.2 Questão de pesquisa

Quais fatores estratégicos de marketing ambiental são determinantes para a

empresa criar vantagem competitiva no mercado onde atua na visão de publicitários

brasileiros?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Identificar e analisar os fatores determinantes de marketing ambiental para

estratégias de empresas na visão de publicitários brasileiros.

1.2.2 Específicos

Identificar as variáveis relacionadas às estratégias de marketing ambiental na

visão dos profissionais de publicidade;

Analisar as variáveis de marketing ambiental sob a perspectiva da vantagem

competitiva;

Classificar, em grau de importância, as variáveis sobre marketing ambiental

na perspectiva dos profissionais de publicitários brasileiros;

Encontrar os agrupamentos de variáveis que formem fatores determinantes

do marketing ambiental na visão dos publicitários que atuam no Brasil.

1.3 JUSTIFICATIVA

Segundo Guimarães (2006), tem aumentado o interesse do público em geral

em conhecer e identificar empresas que se dedicam em não comprometer o meio

ambiente, buscando sempre alternativas de preservação da natureza, como o

desenvolvimento de novos produtos por meio da utilização correta das matérias-

primas e de recursos naturais. Assim, as organizações investem alto em projetos

ecológicos com o objetivo de criar uma cultura organizacional ambientalmente

21

responsável e comprometida com o futuro do planeta. As empresas comprometidas

com a criação, desenvolvimento e realização desses projetos, têm como focos

principais o fortalecimento de uma imagem corporativa positiva perante a sociedade

e a preocupação com a sustentabilidade ambiental. Para que a mensagem seja

transmitida ao público, de maneira que esse venha conhecer a importância dos

projetos mantidos pelas organizações, as empresas contratam agências de

publicidade e, por meio de seus profissionais, criam campanhas publicitárias com

textos e elementos simbólicos que formem nos clientes a imagem de uma empresa

ecologicamente correta, seja por meio de suas atividades, dos seus produtos ou dos

serviços ofertados (POLONSKY, 1994).

Segundo Giacomini Filho (2004), as agências de publicidade, por meio das

campanhas publicitárias, permitem às empresas maior visualização de suas ações

estratégicas de preservação ambiental, buscando uma comunicação direta com o

seu cliente. Giacomini Filho (2004) lembra que, ao fazer a publicidade verde, as

empresas devem ter adotado as medidas ambientais determinantes para o seu

posicionamento ecológico. O autor alerta ainda que a preocupação ambiental não é

uma questão que deve ser resolvida apenas com campanhas publicitárias, mas

também com um mergulho profundo na cultura corporativa em busca de um

comprometimento completo para o “esverdeamento” da empresa.

Nesse sentido, acredita-se que o estudo ora proposto apresenta variáveis

importantes para a academia no sentido de ainda termos poucas pesquisas sobre o

tema, sendo assim uma contribuição para os estudiosos da área. Para a sociedade,

principalmente para os que atuam na área da comunicação (publicidade,

propaganda, relações públicas, assessoria de imprensa, marketing etc.), também

pode se constituir em um trabalho importante, pois as variáveis apresentadas nos

resultados da pesquisa nortearão a construção das próximas campanhas

publicitárias e ações estratégicas propostas para as organizações. Para a nossa

formação científica, é uma pesquisa significante, pois viabiliza um mergulho na

ciência, perpassando pelas áreas da estratégia empresarial, comunicação

publicitária e, principalmente, marketing ambiental.

22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este estudo objetiva apresentar algumas considerações importantes

identificadas na literatura especializada, por meio da investigação teórica sobre os

assuntos: estratégia empresarial, vantagem competitiva, marketing ambiental e a

relação com as agências de publicidade. Para isso, procurou-se buscar nos autores

conceitos importantes dentro do conjunto das temáticas abordadas, ressaltando a

relevância conceitual de cada uma e as suas contribuições mercadológicas para as

organizações.

2.1 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Em linhas gerais, estratégia pode ser entendida como a construção de

defesas contra os concorrentes ou a descoberta de posições no setor cujas forças

competitivas sejam menos vulneráveis (PORTER, 1989). Nesse sentido, a estratégia

objetiva definir uma posição que seja baseada em vantagens competitivas,

sustentável contra o ataque dos concorrentes e, ao mesmo tempo, lucrativa. Ou

seja, estabelece para a empresa uma posição competitiva perante a concorrência.

Henderson (1989) concorda com o conceito apresentado por Porter, ao destacar que

a estratégia visa estabelecer planos de ação para desenvolver novas vantagens

competitivas. Ela ainda pode ser definida como um conjunto de metas, ações,

diretrizes básicas e planos para alcançar os objetivos definidos pela organização.

Esses autores lembram que a estratégia visa criar novas vantagens competitivas

sustentáveis ou melhorar as vantagens competitivas atuais da empresa para que ela

enfrente com sucesso a concorrência.

A estratégia faz parte de um conjunto de ferramentas administrativas,

utilizadas pelas organizações, para realizar mudanças nas abordagens comerciais

através dos gestores que as executam, buscando atingir melhor desempenho da

empresa (THOMPSON JR e STRICKLAND III, 2000). Na elaboração da estratégia,

as empresas desenvolvem um plano no qual são otimizados os recursos e

atividades disponíveis, explorando as condições favoráveis e criando um modelo

23

competitivo que permita superar as dificuldades mercadológicas. Para Quinn (1980),

a estratégia é um modelo ou plano que contempla as políticas, os objetivos e as

ações em um todo coerente, capaz de potencializar as forças da organização,

direcionando-a para o sucesso. Mintzberg (1996) reforça o pensamento de Quinn

(1980), quando lembra que, dependendo do contexto no qual é empregada, a

estratégia pode ter o significado de políticas, objetivos, táticas, metas, programas,

entre outros, numa tentativa de exprimir os conceitos necessários para defini-la.

Mintzberg e Quinn (1996) fazem um alerta às organizações e a seus gestores sobre

a aplicação da estratégia, lembrando-os de que não se trata de como lidar com o

inimigo em um ambiente de concorrência ou de mercado, conforme é entendido por

algumas empresas, uma vez que a estratégia é inimiga das abordagens

deterministas e mecanicistas, que minimizam o espaço de liberdade e de escolha.

Quando utilizada de maneira correta, aplicando, com atenção, as várias fases

do plano, a estratégia pode proporcionar uma vantagem competitiva relevante para a

empresa e, por meio de seus recursos e de suas qualidades, ter maiores chances de

alcançar um desempenho superior ao de seus concorrentes (PORTER, 1996). É

importante compreender a área de negócios na qual a organização está inserida, os

diferenciais praticados pela concorrência, para que as estratégias propostas possam

potencializar as forças e trabalhar as fragilidades da empresa, identificando reais

necessidades do público consumidor e, consequentemente, criando estratégias

específicas para suprir essas necessidades (MINTZBERG, 1996).

Segundo Porter (1996), a essência da estratégia é “posicionar” a empresa o

tempo todo em seu ramo de atividades, com um olhar criterioso para dentro e para

fora da organização, percebendo outras maneiras de ver o mundo dos negócios.

Mintzberg (1996) lembra que estratégias são esquemas ou concepções delineadas

pelos gestores para alcançar objetivos definidos pela organização e assim,

posicionar estrategicamente a empresa com foco no cliente e valorizá-lo, pode

diferenciá-la dos seus concorrentes no mercado. A empresa que aplica o

posicionamento estratégico deve ficar atenta para que as pessoas, que fazem parte

do universo da organização, estejam alinhadas e, quando necessário, formulem,

revisem e sugiram novas estratégias (PORTER, 1996; MINTZBERG, 1996).

Na visão de Whittington (2002), as abordagens estratégicas estão

classificadas em quatro dimensões: abordagem clássica, perspectivas

24

evolucionárias, abordagem processual e perspectiva sistêmica. Na abordagem

clássica, o planejamento estratégico é racional, ou seja, o objetivo principal da

organização é o máximo da lucratividade. Ansoff (1990) lembra ainda que, na

abordagem clássica de formação de estratégias, os objetivos gerais da organização

são definidos pela alta direção, sendo depois desenvolvidos pela gerência de nível

mais baixo por meio de planos detalhados.

A abordagem evolucionária defende o conceito que os mercados definem a

melhor estratégia organizacional e garantem o sucesso com a maximização da

lucratividade, e não os gestores por meio do processo formal do planejamento.

Nesse sentido, Whittington (2002), alerta as empresas que, como o mercado é muito

competitivo e imprevisível, elas devem manter os custos baixos e opções abertas

para aproveitar as oportunidades que o cenário mercadológico oferece e, nesse

momento de competição, é relevante ter uma boa estratégia de diferenciação.

Na abordagem processualista, os gestores defendem que os limites

cognitivos à ação racional são os princípios fundamentais desse pensamento, ou

seja, para eles as estratégias eficientes estão relacionadas ao conhecimento

profundo dos gestores que as conduzem, no que diz respeito às operações e as

forças existentes nas organizações. A abordagem sistêmica é apresentada por

Whittington (2002) como estratégias que têm foco em contextos sociológicos, tendo

como princípio central os sistemas sociais onde que a empresa atua. Partindo do

pensamento que as pessoas são enraizadas em sistemas sociais, os teóricos

sistêmicos defendem uma relativização das estratégias de acordo com a natureza

dos sistemas sociais.

Assim, as escolas apresentadas por Mintzberg (2010) e as dimensões

apontadas por Whittington (2002) com relação à formulação de estratégia, parecem

assemelhar-se entre si em vários pontos, além de mostrar a pluralidade de

possibilidades que as organizações têm para aplicar a estratégia a se adaptar

melhor com a realidade da empresa e, consequentemente, obter vantagem

competitiva frente o seu concorrente.

Porter (1989) entende que, se a organização elaborar uma estratégia capaz

de imprimir valor para seus clientes, superando os custos de fabricação, ela

consegue uma vantagem competitiva diante da concorrência. Para o autor, a

vantagem competitiva deve ser construída nas atividades distintas executadas pela

25

empresa, pois cada uma dessas atividades pode contribuir para a posição dos

custos relativos da organização. Porter (1989), alerta que a vantagem competitiva

não pode ser compreendida observando a empresa como um todo. Segundo o

autor, devem ser analisados os diferenciais existentes na empresa, identificando-os

como fatores relevantes que podem originar uma vantagem competitiva no mercado,

seja por meio da liderança de custos, que torna uma empresa reconhecida pela

prática do menor custo em seu segmento, através de recrutamento e treinamento

com seus colaboradores, a infraestrutura da empresa, ou por meio da diferenciação,

pela qual a empresa procura se destacar pelo atendimento ágil ou pela prestação de

serviços com qualidade que são atributos valorizados pelos clientes.

Porter (1989) lembra que na construção da vantagem competitiva,

compreender o papel da cadeia de valores da organização e de seus concorrentes,

é uma fonte de informação importante, pois a comparação entre as cadeias de

valores expõe as diferenças entre as organizações que determinarão a vantagem

competitiva a ser utilizada. Neste sentido, a cadeia de valores parece ser um

instrumento básico para identificar a vantagem competitiva, descobrindo maneiras

de criá-las e mantê-las.

Os autores Porter (1989), Henderson (1989), Ansoff (1990) Barney (2002) e

Mintzberg (2010) destacam em suas obras que a estratégia organizacional está

intimamente relacionada com a vantagem competitiva da empresa e apontam várias

fontes que podem contribuir para identificar e criar a vantagem.

2.2 VANTAGEM COMPETITIVA

Ansoff (1965) descreve a vantagem competitiva da empresa como uma

derivação da percepção das tendências de mercado frente à concorrência,

buscando ajustar, na mesma direção, a oferta de uma determinada empresa.

Rosenbloom (1973) afirma que vantagem competitiva sustentável é um diferencial

competitivo que não pode ser facilmente copiado pela concorrência. Segundo o

autor, a vantagem competitiva sustentável contempla o composto mercadológico -

Produto, Preço, Promoção e Praça – e tem o objetivo de criar vantagem competitiva

26

sustentável por meio de estratégias que permitam diferenciar-se da concorrência

mantendo os custos baixos. Porter (1990) apresenta a vantagem competitiva de

uma organização como sendo resultado da superioridade de suas atividades frente à

concorrência. A superioridade mencionada pelo autor é decorrente de um conjunto

de características que permitem a diferenciação da empresa no mercado onde está

inserida, agregando mais valor aos produtos ou serviços que estão sendo entregues

aos clientes.

Peteraf (1993) descreve a vantagem competitiva como sendo um retorno

conquistado pela empresa acima do esperado, pelo qual o valor adquirido e

identificado no produto ou serviço torna-se um diferencial positivo aos olhos dos

clientes. Portanto, independente do segmento de mercado, ter um diferencial

competitivo, parece ser a razão que faz com que os clientes tenham preferência na

hora de fazer suas escolhas, confirmando o pensamento de alguns autores com

relação a relevância da empresa em obter vantagem competitiva frente à

concorrência e, consequentemente, diferenciar-se no mercado onde está inserida.

Na revisão da literatura, percebe-se que a criação de valor é um tema comum

relacionado à vantagem competitiva. Barney (2002) defende que uma empresa

adquire-a quando suas ações criam valor econômico, ou seja, o fato de ser diferente

ou ser único no mercado não garante à organização uma vantagem, é preciso que

essa diferença ou unicidade seja buscada, desejada, almejada pelos consumidores.

É relevante que os clientes identifiquem, nas ações da organização, um valor

agregado capaz de despertar o seu interesse em consumir os produtos ou serviços

daquela empresa no lugar dos produtos ou serviços dos seus concorrentes. Nesse

sentido, Vasconcelos e Brito (2004) ressaltam que o conceito de vantagem

competitiva está, sem dúvida, ligado ao desempenho superior das empresas, pelo

qual o valor conquistado aparece acima do esperado, considerando-se os recursos

empregados e os resultados apresentados. Para o autor, é a vantagem competitiva

identificada nas ações da empresa que faz com que, entre todas as ofertas

disponíveis em um determinado segmento de mercado, os clientes escolham

aquelas onde é identificado um valor aplicado capaz de corresponder às suas

necessidades e, ao mesmo tempo, realçar a superioridade da sua oferta sobre a

oferta dos seus concorrentes.

27

Porter (1990) afirma que a vantagem competitiva surge a partir do momento

em que a organização consegue criar valor para os seus compradores, ao mesmo

tempo em que ultrapassa o custo de fabricação da empresa e, consequentemente,

fornece aos consumidores a diferença entre as ofertas apresentadas por uma firma

em relação às outras. Powell (2001) define-a como sendo um construto latente e

precedente lógico do desempenho superior. Porter (1990) acrescenta que uma

empresa é considerada com um desempenho superior e, consequentemente

rentável, quando o valor que é praticado por ela supera os custos empregados para

a criação do produto. Nesse sentido, criar para os consumidores um valor que

exceda o custo de fabricação do produto, capaz de fazer o cliente priorizá-lo no

momento da escolha entre as diversas opções ofertadas pelo mercado, parece ser a

meta básica de qualquer estratégia empresarial. Para que uma empresa conquiste

valor no mercado aos olhos dos clientes, é importante a identificação de algumas

fontes de vantagem competitiva que contribuam para a construção desse valor.

Porter (1996) aponta como fonte de vantagem competitiva da organização o

modelo da cadeia de valor, analisando sistematicamente as atividades realizadas

por uma empresa, bem como a maneira como estão ligadas entre si ou às atividades

de outras empresas (canais de distribuição, fornecedores etc.). Para o autor, a

composição da cadeia de valor contempla todas as atividades criadoras de valor da

empresa que são interligadas por elos, desde a relação com fornecedores de

matérias-primas e ciclos de produção até a distribuição do produto final

disponibilizado para os consumidores, permitindo a divisão da empresa nas suas

atividades, bem como o entendimento dos custos e das fontes de vantagem

competitiva ou potenciais e diferenciação.

Brandenburger e Stuart (1996) acrescentam que a aferição de vantagem

competitiva dependerá do contexto de inserção da empresa e das suas relações na

cadeia de valor, observando que, em função das interações com fornecedores e

clientes, a empresa aumenta as suas chances de criar mais valor, expandindo as

possibilidades da disposição a pagar e o do custo de oportunidade. Porter (1990)

define a cadeia de valor como um instrumento básico utilizado para diagnosticar a

vantagem competitiva e descobrir maneiras de criá-las e sustentá-las. Segundo o

autor, as atividades de valor estão relacionadas por meio de vários elos que se

articulam dentro da cadeia de valores. Neste sentido, parece que a cadeia de valor

28

é uma ferramenta importante para explicar a geração da vantagem competitiva, pois

colabora para a melhoria da rentabilidade da empresa, por meio da identificação e

eliminação de atividades que não agregam valor ao produto. Porter destaca ainda

que existem alguns fatores (gerência de recursos humanos, infraestrutura, marca,

recursos tecnológico e financeiro) que são capazes de influenciar na criação de valor

e, consequentemente, em uma vantagem competitiva para a empresa. Entre esses

fatores, a construção de uma marca forte pode ser capaz de criar valor para

organização, passando credibilidade para os clientes.

Foster & Kasznik (1998) defendem que investimentos realizados pelas

empresas em publicidade e propaganda, com o intuito do fortalecimento de uma

marca, são positivamente associados à criação de valor. Keller (1998) afirma que

uma marca forte pode gerar maior lealdade dos clientes, menor vulnerabilidade a

ações de marketing dos concorrentes, maiores margens de lucro, entre outras

importantes consequências. Shah & Akbar (2008), acrescentam que os

investimentos realizados pelas empresas com publicidade e propaganda servem

para construir uma imagem forte de uma marca por meio da mensagem emotiva, do

produto ou do serviço de tal forma que chame a atenção do consumidor.

Smith (2009) identifica um aumento do número de consumidores que decidem

a marca que irão comprar com base em registros de realizações dos fabricantes

quanto a critérios ambientais e sociais. Oliveira (2006) reconhece a mudança de

comportamento do consumidor e acredita que a empresa que mostrar-se

comprometida com os problemas ambientais e buscar soluções que atendam às

necessidades dos clientes, terá chances de ocupar um lugar de destaque no

mercado onde está inserida. Nesse sentido, as empresas que veiculam campanhas

publicitárias associando sua marca à preocupação com causas ambientais parecem

ter mais chances de criar uma relevante vantagem competitiva frente à concorrência.

Porter (1980) registra que as organizações buscam meios de criar estratégias

diferenciadas de seus concorrentes, com o objetivo de adquirir uma vantagem

competitiva sustentável. O autor reconhece que as empresas devem se esforçar

para obter características exclusivas, a fim de se destacarem dos seus concorrentes

de acordo com a percepção dos consumidores. Para o autor, a conquista dessa

vantagem surge a partir de diferenciais adquiridos através de redução de preços, de

apelos de propaganda e de melhorias e inovações nos produtos. Rumelt (1984)

29

enfatiza que a vantagem competitiva é sustentável se ela continuar a existir mesmo

depois que esforços realizados pelos concorrentes para copiar a vantagem tenham

cessado. Porter (1985) lembra que se uma vantagem competitiva, por diversos

fatores mercadológicos, não puder ser sustentável ao longo do tempo, inclusive com

chances de ser copiada pelo concorrente, essa vantagem pode perder a

sustentabilidade, não obtendo mais diferencial competitivo no mercado onde atua. O

autor complementa enfatizando que essa está relacionada às estratégias

competitivas e dependem, principalmente, de fatores como baixo custo e

diferenciação.

Prahalad & Hamel (1990) alertam que, para a empresa manter a vantagem

competitiva sustentável, aquela deve aprender a criar continuamente novas

vantagens que lhe permitam permanecer na liderança. Porter (1990) reforça que a

posição competitiva pode ser integralmente modelada pela empresa, para isso

depende da habilidade da organização em criar e sustentar vantagem competitiva.

Prahalad & Hamel (1990) afirmam que as empresas bem sucedidas, que pretendem

continuar na liderança de mercado, devem buscar constantemente meios para

conseguir os custos mais baixos possíveis ou um posicionamento que seja

diferenciado do praticado pela concorrência.

Segundo Barney (2002), para construir uma vantagem competitiva

sustentável, é importante que a empresa esteja atenta às nuances do mercado e

seja ágil em suas ações, sobressaindo-se entre os concorrentes e criando uma

vantagem única.

Barney (2002) aponta que vantagem competitiva é sustentável quando

nenhum dos seus concorrentes, inclusive os potenciais, são capazes de duplicar os

benefícios da estratégia. Nesse sentido, manter-se sustentável da posição de

vantagem diante da concorrência exige que a empresa coloque barreiras capazes

de dificultar a imitação, fazendo investimentos contínuos na manutenção e na

melhoria das vantagens.

Mathews (2002) lembra que os recursos disponíveis da empresa podem ser

considerados como um fator significante, pois através desses a firma poderá fazer

investimentos nos diversos setores, gerando valores superiores aos dos seus

concorrentes e, consequentemente, alcançando vantagem competitiva no mercado.

Para o autor, os recursos são fatores considerados relevantes para a construção da

30

vantagem, pois permitem que a empresa conquiste ou implemente estratégias

diferenciadas da concorrência, contribuindo para a melhoria de sua eficiência e da

sua efetividade. No entanto, alerta que, para que os recursos sejam considerados

como fonte de vantagem competitiva sustentável, é necessário que as empresas

concorrentes sintam dificuldades em poder contar com essa mesma fonte.

Os autores Porter (1990), Chandler (1990), Ghemawat (2000) e Barney

(2002) apresentam as economias de escala e de escopo como fontes de vantagem

competitiva. Na primeira, o processo produtivo está organizado buscando alcançar

a máxima utilização dos fatores envolvidos (colaboradores, máquinas etc.), focando

nos baixos custos provenientes da produção e no incremento de bens e serviços,

diferenciais significantes na construção do preço final. Na segunda, a possibilidade

de produção de modelos diferentes de um mesmo produto, aliado à presença de

matérias-primas comuns na fabricação desses, contribuem para uma produção

flexível e econômica na medida em que sua fabricação conjunta torna-se mais viável

do que produzi-los separadamente, uma vez que não altera custos e,

consequentemente, cria uma importante vantagem competitiva.

O reconhecimento da marca pelos consumidores, proveniente dos

investimentos em comunicação e marketing realizados pelas empresas para a

identificação e preferência dos clientes; assim como a oferta de produtos

diferenciados daqueles fabricados pelo mercado concorrente, são consideradas

fontes de vantagem competitiva, uma vez que atendem às demandas específicas de

segmentos de clientes, diferenciando-se no mercado onde está inserida (ANSOFF,

1990; PORTER, 1990; BARNEY, 2002).

Porter (1990), Ghemawat (2000) e Barney (2002) identificam que as

empresas que dispõem de experiência de mercado, devido sua atuação por um

longo tempo, utilizam-se dessa fonte para estar sempre na dianteira do mercado.

Para esses autores, o Know-how em tecnologia adquirido pelas organizações deve

ser utilizado como diferencial frente à concorrência, pois trata-se de uma

importante fonte de vantagem competitiva, na qual as empresas devem investir

continuamente para não serem ultrapassadas pela concorrência.

Outras fontes de vantagem competitiva são identificadas por Porter (1990),

como a “necessidade de capital”, a qual mostra como as organizações precisam

fazer altos investimentos para entrarem em um negócio e se protegerem da

31

concorrência; o “acesso privilegiado a canais de distribuição e às matérias-primas”,

criando vantagem competitiva para a organização que tem esses acessos e, ao

mesmo tempo, dificultando a entrada de empresas concorrentes; e uma “política

governamental” pela qual algumas empresas são contempladas com subsídios,

aquisição de ativos com condições mais favoráveis, pelo fato de serem protegidas

por limitações legais em função de problemas ambientais.

Segundo Prahalad & Hamel (1990), a competência essencial para a inovação

é uma fonte de vantagem competitiva e ocorre no momento em que a empresa, por

meio da inovação, desenvolve sua capacidade de agregar valor funcional ao

produto, fazendo-o de maneira que sua funcionalidade seja irresistível. Selznick

(1971) afirma que o caráter da organização empresarial é considerado uma

relevante fonte de vantagem competitiva através da qual as organizações

desenvolvem capacidades distintas, personificando seus valores e se consolidando

no mercado.

Para Ohmae (1988), compreender a real necessidade do cliente através da

identificação, por meio de pesquisas, dos seus anseios e gostos e, com base nas

informações, criar produtos que atendam a essas necessidades; é uma importante

fonte de vantagem competitiva com possibilidades de fidelização da clientela.

Com base nos conceitos apresentados pelos autores Chandler (1990), Porter

(1990); Ansoff (1990), Prahalad & Hamel (1990), Ghemawat (2000) e Barney (2002)

sobre vantagem competitiva, o Quadro 1 mostra algumas fontes de vantagem

competitiva identificadas na literatura que podem contribuir para a empresa

diferenciar-se no mercado onde está inserida e, sobretudo, superar os concorrentes.

32

Quadro 1 – Fontes de vantagem Competitiva

Fonte Vantagem

Competitiva

Teoria Autor(es)

Efeitos da experiência

Baseados no porte da empresa ao longo do tempo. Permitem às empresas estarem sempre na dianteira do mercado.

Barney, 2002; Ghemawat,

2000

Economias de escala

Ganhos decorrentes do volume, que podem ocorrer na produção, na pesquisa, no marketing e na distribuição.

Barney, 2002;

Chandler, 1990; Ghemawat, 2000;

Porter, 1990

Economias de escopo

Derivadas de mercados inter-relacionados. Ocorrem quando uma vantagem competitiva sustentável que a empresa detém em um mercado pode ser usada em outro segmento. Depende da capacidade da empresa partilhar recursos entre as unidades sem alterar o custo.

Chandler,1990; Ghemawat, 2000

Marca reconhecida

Decorre de investimentos feitos na marca, que levam a uma identificação e preferência dos clientes.

Ansoff, 1990; Porter,

1990

Produto diferenciado

Obtido por meio do lançamento de produtos diferentes daqueles oferecidos pela concorrência, que atendem a demandas específicas de segmentos de clientes.

Ansoff, 1990; Barney,

2002, Porter, 1990

Necessidade de capital

Ocorre quando são necessários altos investimentos para entrar no negócio, protegendo e privilegiando a empresa que detinha o capital e já fez os investimentos.

Porter, 1990

Acesso privilegiado a canais

de

Distribuição

ocorre quando novos concorrentes têm dificuldade para entrar no canal de distribuição tradicional.

Porter, 1990

Desvantagens de custos independentes do porte

Vantagens que vem de acesso privilegiado a matérias-primas, de tecnologia proprietária, de subsídios, de localização ou de ativos adquiridos em condições mais favoráveis no passado.

Porter, 1990

Política governamental

Quando a empresa é protegida por limitações legais em função de problemas ambientais, uso de matérias-primas da natureza, requisitos de licenças ou de segurança.

Porter, 1990

Know-how

Tecnologia desenvolvida pela empresa, que pode ser mantida em segredo ou protegida.

Ghemawat, 2000;

Porter, 1990

Acesso a insumos

Ocorre quando o fornecimento é limitado; a empresa possui o direito de uso, ou quando é conseguido por integração vertical.

Barney, 2002;

Ghemawat, 2000; Porter, 1990

Acesso a mercados

Baseia-se em mecanismos que por si se impõem: reputação, relacionamento, custos agrupados e complementaridade de produtos.

Ghemawat, 2000

33

Continuação do Quadro 1 – Fontes de vantagem Competitiva

Opção de defesa

Existe quando o concorrente está restrito por investimentos feitos no passado, os quais precisam ser protegidos.

Ghemawat, 2000

Competência essencial para

inovação

Ocorre quando a empresa, através da inovação, desenvolve uma capacidade para embutir nos produtos uma funcionalidade irresistível.

Prahalad & Hamel, 1990

Caráter da organização

As empresas podem desenvolver uma capacidade distintiva e desta forma obter uma vantagem competitiva por meio da personificação dos valores na estrutura.

Selznick, 1971

Compreensão da real necessidade do cliente

Decorrente da estratégia de estudar profundamente seus gostos e necessidades. Com base nisto, é possível desenvolver o produto adequado. Não seguir os concorrentes apenas; mas, se possível, estar à frente; ganhar a batalha sem o confronto.

Ohmae, 1988

Tecnologia de serviços

É alcançada quando a empresa concentra suas energias em atividades que possam criar valor único para os clientes, naquelas que ela precisa controlar para manter sua supremacia nos elementos críticos de sua cadeia de valores.

Quinn, Doorley, & Paquete, 1990

Alianças logísticas

Obtidas por meio de alianças que podem reduzir custos de distribuição e levar a uma melhoria dos serviços aos clientes.

Bowersox,1990

Flexibilidade

É decorrente da possibilidade da empresa crescer, reduzir, fechar ou reiniciar suas atividades em função de oportunidades ou ameaças no ambiente competitivo.

Barney, 2002

Capacidade geral de fabricação superior

Trata-se da capacidade de fabricação superior que inclui tecnologias, credibilidade, influência na produção, ênfase nas atividades estruturais e planejamento a longo prazo.

Wheelwright & Hayes, 1985

Capital intelectual

Resulta do gerenciamento das atividades de conhecimento de modo a aumentar o valor dos produtos e serviços para os clientes.

Mouritsen, Bukl, Larcen, & Johansen,

2002; Sanderson, 1998

Tempo

Trata-se do gerenciamento melhorando os processos, a produção, o tempo de lançamento de novos produtos, para a gestão das vendas distribuição.

Stalk & Hout, 1990

Marketing virtual

Surge a partir da gestão adequada do relação com os clientes através da Internet.

Johnson & Busbin,

2000

Integração vertical

Decorre do número de atividades que a empresa desenvolve, vinculadas diretamente à sua cadeia de produto ou serviço; quanto maior esse número, maior o nível de integração. A vantagem competitiva ocorre quando é possível obter custos agregados menores e a empresa fica menos vulnerável.

Barney, 2002

Fonte: Zilber e Lazarini (2008)

34

Porter (1990) afirma que existem várias fontes de vantagens competitivas.

Elas são os resultados das ações estratégicas das empresas. Nesse sentido, o

aparente interesse de uma parcela da sociedade com o meio ambiente, o apoio às

pesquisas acadêmicas desenvolvidas nas universidades sobre o comportamento do

consumidor, bem como o crescimento de um público consumidor ecologicamente

consciente, nos faz acreditar que o marketing ambiental é uma importante fonte de

vantagem competitiva, na qual as organizações devem criar estratégias

diferenciadas dos seus concorrentes, garantindo credibilidade e destaque no

mercado onde está inserida.

2.3 MARKETING AMBIENTAL

O surgimento do marketing ambiental ou marketing verde, utilizado como

estratégia competitiva das organizações, inicia-se no Brasil na década de 1990

(OTTAM, 1994), tendo como principais objetivos o desenvolvimento de produtos que

atendessem às necessidades dos consumidores dentro de uma política de preço

viável, mantendo o foco na preocupação com a sustentabilidade ambiental.

A partir de então, uma crescente preocupação dos gestores de empresas com

questões socioambientais leva as organizações a acreditarem que os resultados

obtidos com essas ações sejam a base para projetar a imagem organizacional,

incluindo em sua trajetória o respeito e a sensibilidade ambiental, fatores relevantes

para a credibilidade da empresa perante a sociedade e, consequentemente,

construindo um relacionamento social e ambiental competitivo (OLIVEIRA;

WAISSMAN, 2002).

Buscando construir uma imagem diferenciada na visão do cliente, as

empresas adotam ações de marketing verde com o objetivo de conseguir um

reconhecimento no mercado do qual faz parte (OTTMAN, 1994). As organizações

acreditam que manter o foco em atividades estratégicas voltadas para o marketing

verde com o objetivo de satisfazer os desejos dos consumidores sem agredir a

natureza, possa ser uma importante vantagem competitiva da sua marca diante de

35

concorrência. Hoeffler & Keller (2002) apontam que as empresas procuram associar

suas marcas a causas ambientais consideradas pelo público como relevantes,

criando produtos ambientalmente responsáveis, de forma a estimular e despertar o

desejo dos consumidores, garantindo com isso benefícios na forma de maiores

vendas e margem de lucro.

Para Pringle & Thompson (2000), o marketing ambiental é utilizado pelas

organizações como um canal de informação para apresentar à sociedade uma

imagem corporativa de responsabilidade social por meio de suas ações, seja com

um projeto que contribui com a preservação do meio ambiente, seja a fabricação de

produtos que façam uso de matéria-prima ecologicamente correta, buscando um

posicionamento que associe a empresa a uma causa ambiental e gere benefícios

mútuos. Nesse sentido, o marketing verde trabalha prioritariamente com a

construção da imagem da empresa, procurando mostrá-la como uma organização

sensível ambientalmente, no que diz respeito aos atributos dos produtos de sua

fabricação e a seu posicionamento ecológico, elaborando e aplicando seus

planejamentos estratégicos que, uma vez incorporados, podem construir as

vantagens competitivas da organização.

Ottman (1994) lembra que o marketing verde configura-se nos objetivos

principais de desenvolver produtos que atendam às necessidades do consumidor,

mas preocupando-se com o equilíbrio do meio ambiente. Em contrapartida, as

organizações utilizam-se dessa premissa de empresa favoravelmente responsável

às causas ambientais para construir a sua imagem perante a sociedade e ampliar

sua participação no mercado com o lançamento de novos produtos, manutenção de

seu cadastro de clientes, prospecção e conquista de novos consumidores para seus

produtos. Peattie (1995) destaca que o marketing verde contempla um processo

gerencial holístico responsável por identificar, antecipar e satisfazer as necessidades

dos consumidores e da sociedade, de um modo lucrativo e sustentável.

Para Polonsky (1995), o marketing verde é composto de todas as atividades

planejadas que geram e facilitam trocas com o intuito de satisfazer as necessidades

e desejos humanos, desde que a satisfação dessas ocorra com o mínimo de

impacto sobre o meio ambiente. Esse mesmo conceito é destacado, também como

um dos mais importantes, por Rocha e Marques (2004), ao reforçar que o marketing

verde veio incorporar os valores éticos ambientais nas organizações através da

36

criação e difusão de novos bens e serviços, cuja demanda depende da consciência

ecológica do público consumidor. Em seus estudos sobre variáveis que influenciam

o comportamento do consumidor ambientalmente favorável, Romeiro (2006)

apresenta fatores resultantes de sua pesquisa (interesse ambiental, a

inconveniência de ser ambientalmente amigável e o comprometimento ambiental),

como sendo significantes para as dimensões comportamentais ambientalmente

favoráveis na visão do consumidor.

Segundo Guimarães (2006) as empresas beneficiadas com marketing

ambiental são aquelas que conseguem mostrar um comprometimento para resolver

reais problemas e direcionar suas ações no intuito de suprir as necessidades e

expectativas do consumidor. Nesse sentido, o marketing verde parece ser um

diferencial importante, a partir do momento em que a empresa se envolve

completamente em defesa da causa ambiental, mobilizando seus colaboradores em

todas as esferas e, principalmente, quando consegue o envolvimento do seu

consumidor nas crenças das práticas ambientais. Essa nova parcela de

consumidores mais conscientes de suas responsabilidades, que tentam conciliar

qualidade de vida com um mundo sustentável, é identificada nos estudos de

Romeiro (2006) e Martinez (2010) sobre o comportamento do consumidor

ambientalmente favorável.

Nelson & Parker (2009) apresentam duas formas de comportamentos de

consumidores socialmente responsáveis. A primeira recompensa as empresas

éticas e comprometidas com o meio ambiente, comprando seus produtos e ajudando

a construir a imagem da organização. A outra penaliza as empresas que não têm

compromisso com as causas ambientais, boicotando a aquisição de seus produtos.

Para o Straughan & Roberts (1999), os consumidores que são formadores de

opinião são também os mais propensos a envolver-se em movimentos de apoio ou

boicote relacionados a causas sociais. Segundo Nelson & Parker (2009), o

comportamento do consumidor socialmente responsável pode ser considerado um

comportamento altruísta porque é impelido por uma motivação em que os

consumidores se veem como ajudantes que podem proteger os outros de situações

prejudiciais. Nesse sentido, os consumidores altruístas, geralmente formadores de

opinião, têm mais chances de influenciar outros consumidores para a mudança de

37

hábitos, bem como de executar certos comportamentos de consumo, como por

exemplo, a compra de produtos ecológicos.

Estudos apontam um aumento significativo desse público consumidor

,ecologicamente consciente, que está preocupado com a sustentabilidade do planeta

e que decide sua compra baseado nos benefícios apresentados nos produtos ou

serviços que consomem; desde a maneira como é produzido, embalado ou vendido.

Neste sentido, Guimarães (2006), afirma que o marketing verde incorpora uma

junção de atividades que inclui desde a modificação de produtos, mudanças no

processo de produção, nas embalagens e até a adequação das propagandas. São

essas modificações realizadas pelas empresas que se apresentam como

ecologicamente corretas, que contribuem para o consumidor fazer pequenas

mudanças em seus hábitos; dentre esses a escolha por produtos tidos como

“verdes” e deixando de consumir aqueles que prejudicam o meio ambiente. Para

Polonsky (1994), o desafio das empresas é fabricar produtos ecologicamente

corretos, com os custos acessíveis e que satisfaçam as necessidades e desejos dos

clientes. Essas são ações que as empresas, se pretendem aplicar o marketing

verde, devem adotar em sua cultura organizacional, para conquistar a credibilidade

da sua imagem e, consequentemente, a preferência dos clientes. Para Guimarães

(2006), o fator chave para obter-se lucratividade com o marketing ambiental é a

imagem criada pela empresa. Segundo o autor, uma boa imagem pode criar as

bases para a conquista de uma vantagem competitiva.

Dahlstrom (2011) destaca que o marketing ambiental é, atualmente, uma

ferramenta técnico-profissional das gestões mais recentes, ou seja, um recurso

estratégico/administrativo moderno, que vem evoluindo desde suas origens e tendo

uma receptividade social cada vez mais importante por parte das organizações e da

sociedade em geral. Nesse sentido, o marketing verde é um instrumento relevante

na gestão de mercado com potencial para conquistar, de forma responsável, este

novo filão de clientes pretensamente “verdes” que buscam, no consumo consciente

de produtos ecologicamente corretos, uma maneira de contribuir com a preservação

do meio ambiente. Dahlstrom (2011) afirma que o marketing verde aparece como

um composto de estratégias utilizadas para a comunicação com a sociedade, tendo

a intenção de conquistar um determinado público, obtendo um aumento de

38

participação no mercado, bem como melhorar o posicionamento estratégico pela

diferenciação de seus produtos e serviços.

Baseado nos autores Ottam (1994), Polonsky (1995), Straughan e Roberts

(1999), Pringle e Thompson (2000), Hoeffler e Keller (2002), Rocha e Marques

(2004), Guimarães (2006), Nelson e Parker (2009) e Dahlstrom (2011) é possível

afirmar que o marketing verde é uma relevante ferramenta mercadológica, que se

utiliza de métodos criteriosos de administração e de comunicação, possibilitando

gerir melhor as organizações diante de uma nova realidade mais comprometida,

fazendo as empresas avançarem no mercado de maneira mais responsável. Essa

nova ferramenta deve ser utilizada pelas organizações como diferencial, com intuito

de criar uma vantagem competitiva frente à concorrência. Para os autores, o

marketing verde deve ser utilizado pelas organizações, principalmente, como um

instrumento de conscientização e transformação da sociedade através do uso

adequado de práticas ambientais, alertando-a para a necessidade de adotar

posturas ecologicamente corretas, como o uso consciente dos recursos naturais, o

consumo de bens produzidos com matérias-primas que agridam o mínimo possível o

meio ambiente, ou seja, educando-a com relação à melhoria da qualidade de vida da

sociedade a médio e longo prazo e não somente para atender as demandas

mercadológicas imediatas dos consumidores, nem tão pouco as ofertas

apresentadas pelas empresas que concentram suas atividades basicamente em

aumentar cada vez mais sua participação no mercado, sem mostrar

comprometimento nenhum com os problemas ambientais.

Dessa forma, pode-se considerar que, em análise mercadológica, as agências

de publicidade podem ser um agente importante na relação entre a empresa e o

público alvo consumidor. Nesse sentido, as agências de publicidade podem orientar

o planejamento estratégico das empresas por elas atendidas incluindo estratégias

de marketing ambiental com o objetivo de construir uma imagem positiva da

organização e consequentemente conquistar este novo nicho de mercado composto

por cidadãos conscientes da importância da preservação do planeta.

39

2.4 AGÊNCIA DE PUBLICIDADE

Sant’anna (2002) define agência de publicidade como empresa especializada

na arte e técnica publicitárias, que por meio de seus profissionais, estuda, concebe,

executa e distribui campanhas aos veículos de comunicação por ordem e conta de

clientes anunciantes. As agências de publicidade, entre outras atividades, elaboram

planejamentos estratégicos de comunicação para seus clientes com os objetivos de

promover a venda de produtos e serviços, difundir ideias e construir marcas.

Segundo Lupetti (2001), o planejamento estratégico em comunicação, elaborado

pelas agências de publicidade, é uma ferramenta mercadológica importante, pois irá

orientar positivamente o que a empresa anunciante pretende obter como resultado

final, seja ele a ampliação do mix de produtos, fortalecimento da marca, conquista

de novos mercados ou outros objetivos. Nesse sentido, o autor alerta que, para o

planejamento estratégico em comunicação ser eficaz, é preciso que as agências de

publicidade façam um estudo do mercado no qual a empresa anunciante está

inserida, conhecendo o posicionamento da empresa, os pontos fortes e fracos da

empresa e as ameaças e oportunidades do mercado. É por meio dos dados

apresentados no planejamento estratégico em comunicação que as empresas

anunciantes vão conhecer, em detalhes, quem são seus concorrentes, como eles se

comunicam com seus clientes e quais estratégias eles usam para se diferenciar no

mercado.

Segundo Sampaio (1999), a principal função de uma agência de publicidade é

a criação das melhores alternativas de comunicação publicitária para cada cliente.

Essa orientação criativa da agência pode estar presente de várias formas, como em

uma campanha publicitária, em um plano de mídia bem segmentado ou em um

planejamento estratégico de comunicação que contemple ações de marketing

ambiental. Para o autor, é importante que a comunicação da empresa com seus

clientes aconteça de maneira clara e, ao mesmo tempo, persuasiva; contribuindo

para um resultado positivo dos objetivos previamente definidos pela organização. O

autor aponta ainda que existem algumas maneiras de medir os resultados de um

planejamento estratégico de comunicação: identificando o retorno obtido pela

empresa anunciante diretamente no ponto de venda; observando o volume final das

40

vendas levando em consideração os períodos anteriores; e percebendo a ampliação

da credibilidade que sua marca atingiu junto ao público alvo.

Lupetti (2003) afirma que as agências de publicidade são empresas

independentes, estruturada de maneira a absorver diferentes profissionais

especializados na área e que desempenham um papel importante no processo de

comunicação das marcas, na medida em que apresentam, por meio de campanhas

publicitárias, soluções criativas para possíveis problemas de comunicação e de

mercado apresentados nas organizações a quem prestam serviços. Segundo o

autor, as agências de publicidade normalmente encontram-se estruturadas com

departamentos (administrativo, atendimento, planejamento, produção, mídia e

criação), cada um é responsável por uma fase do processo, contribuindo para o

trabalho final.

Baseado nos estudos de Martinez (2010), as atitudes dos consumidores no

momento da decisão da compra são permeadas por atos, muitas vezes,

involuntários sustentados por vagas lembranças sobre o produto que se pretende

adquirir, e geralmente emergem de todas e quaisquer ações criadas pelas agências

de publicidade e veiculadas nas mídias (campanhas publicitárias, apoio a projetos

ecológicos, ações de preservação ao meio ambiente). Nesse sentido, as agências

de publicidade parecem ser relevantes agentes multiplicadores junto às empresas,

governo e a sociedade em geral de conceitos em defesa das causas ambientais,

bem como da criação de ações estratégicas do marketing ambiental.

Segundo Jones (2003), as agências de publicidade têm departamentos

específicos capazes de direcionar ações estratégicas desenvolvidas por elas com

foco no meio ambiente. Para Sampaio (1999), o setor de criação é a essência da

agência de publicidade, onde acontece a concepção das ideias, dos textos, dos

slogans, dos sons, das ilustrações. O Setor é composto por dois profissionais: um

diretor de arte e um redator (definido pela agência como “dupla de criação”), que

utilizando o potencial criativo da dupla, criam campanhas publicitárias utilizando

ícones, símbolos, signos e textos com apelo emocional, capazes de transmitir de

forma adequada as mensagens publicitárias que irão resolver os problemas de

comunicação da empresa. Neste processo criativo, no qual a capacidade de

imaginar e realizar coisas novas e inéditas é característica desses profissionais,

definir o conceito de uma campanha com apelo emocional, focando na

41

responsabilidade ecológica, é um diferencial relevante que uma organização pode

ter no mercado onde está inserida.

Na estrutura da agência de publicidade, o departamento de produção define

quais serão os elementos utilizados na campanha e pode contribuir com a

preservação ecológica, orientando para que o material utilizado na confecção das

peças publicitárias e nas ações estratégicas seja o que menos agrida o meio

ambiente. Jones (2003) identifica no setor de planejamento estratégico de uma

agência de publicidade um grande aliado, uma vez que pensa a empresa como um

todo: a missão, a visão, as ações internas e externas, as metas, o mercado, a

concorrência, as ameaças, as oportunidades, enfim analisa o mercado em todas as

suas nuances. Nesse sentido, por ter a responsabilidade de pensar o mercado

estrategicamente, tem mais chances de contribuir significativamente com ações de

preservação do planeta, conduzindo o cliente para investir em um planejamento de

longo prazo com resultados ecológicos significantes.

É importante que o profissional de mídia da agência de publicidade, que é o

responsável pela aplicação coerente da verba publicitária destinada pelas empresas

para investimento em comunicação, sugira a seus clientes, na elaboração da

proposta do planejamento estratégico anual, ações de marketing ambiental como um

diferencial competitivo frente à concorrência. Dahlstrom (2011) lembra que a

empresa, ao incorporar no planejamento estratégico de comunicação às ações de

sustentabilidade, aumenta a probabilidade de interagir com o meio ambiente

eficazmente e, consequentemente, contribui para a competitividade no mercado em

que serve. Por outro lado, Sant’anna (2003) alerta que as ações sugeridas pelo

profissional de mídia precisam ser determinadas de maneira técnica, com rigor

profissional que atenda às necessidades e disponibilidades dos anunciantes,

levando em consideração, entre outras coisas, a forma mais eficaz de aplicação da

verba disponibilizada pela empresa para o investimento em publicidade.

Jones (2003) registra que a publicidade deve ser vista como um negócio que

movimenta anualmente um montante financeiro significativo, com a prestação de

serviços de comunicação, pelo qual empresas de diversos segmentos de mercado,

na política ou em instituições públicas, se comunicam com o seu público alvo.

Nesse sentido, as agências de publicidade são intervenientes importantes para a

coordenação de estratégias integradas de comunicação, utilizando o componente

42

criatividade como uma ferramenta relevante para enfrentar os desafios impostos

pelo mercado. Para o autor, a conquista dos resultados esperados de uma

estratégia integrada de comunicação só pode ser alcançada se existir unidade nas

mensagens difundidas nos diferentes meios. Dessa forma, um planejamento

estratégico bem definido pode contribuir para que a empresa tenha uma

comunicação integrada eficaz.

Guimarães (2006) afirma que ações mercadológicas ou campanhas

publicitárias com ênfase em marketing ambiental são ferramentas importantes que

podem projetar e sustentar a imagem da empresa, apresentando-a para a

sociedade, para os funcionários e fornecedores como uma organização

ecologicamente correta. Para o autor, as campanhas publicitárias que transmitem

mensagens ecológicas contribuem para aumentar a credibilidade da empresa, o

fortalecimento e posicionamento da marca, construindo relações de longo tempo

mutuamente satisfatórias, adquirindo a confiança nos produtos ou serviços da

empresa anunciante.

Baseado nos estudos de Sampaio (1999), Sant’anna (2002), Lupetti (2003),

Jones (2003), Guimarães (2006), Martinez (2010) e Dahlstrom (2011), é possível

confirmar a importância de uma agência de publicidade na orientação mercadológica

para as empresas que fazem parte de sua carteira de clientes. Nesse sentido,

acredita-se serem as agências de publicidade grandes aliadas para ampliar o grupo

de empresas anunciantes ambientalmente responsáveis, criando campanhas

publicitárias educativas e ações de marketing ambiental que informem a seus

consumidores a postura organizacional da empresa.

2.5 VARIÁVEIS DO ESTUDO (encontradas na literatura)

Foram identificadas, entre os estudos encontrados na literatura especializada,

algumas variáveis que serão utilizadas para entender a importância da aplicação de

estratégia de marketing ambiental nas empresas, conforme mencionadas no Quadro

2.

Segundo Laroche et. al (2001), a variável V1 - consumo consciente, é uma

variável que determina a vontade do indivíduo contribuir voluntariamente para

43

garantir a sustentabilidade da vida no planeta, pagando um preço mais elevado por

produtos favoráveis ambientalmente. A V2 - apelos ambientais, identificada nos

anúncios publicitários, tem a finalidade de sensibilizar o consumidor e apresentar

uma imagem corporativa positiva de responsabilidade ambiental (GUIMARÃES,

2006). Para o autor, o uso desse apelo é um argumento de persuasão da

propaganda, mas também pode possuir um caráter informativo ou educativo. A

variável V3 - ações assertivas, alerta sobre a importância de realizar estratégia de

marketing ambiental mantendo o foco no porte da empresa. Para Zenone (2006) as

empresas desenvolvem práticas nocivas ao meio ambiente e as utilizam como ações

estratégicas de marketing ambiental.

Quadro 2 – Variáveis do estudo encontradas na literatura

Número Nome da Variável Explicação da Variável Autores

V1

Consumo Consciente O consumidor prefere comprar produtos de marcas comprometidas com o meio ambiente, mesmo que sejam mais caros.

Laroche et al.

(2001)

V2

Apelos ambientais

Uso de mensagens com apelos ambientais em anúncios publicitários com o intuito de sensibilizar o consumidor.

Guimarães (2006)

V3

Ações assertivas

As ações estratégicas de marketing ambiental devem ser elaboradas de forma assertivas utilizando o meio de comunicação de acordo com o porte da empresa.

Zenone (2006)

V4

Preservação de espaço público

Adoção de espaços públicos como praças e manutenção de canteiros, como estratégia de marketing ambiental.

Wocester (1986)

V5

Incentivo à coleta

seletiva

Campanha publicitária veiculada por empresas como forma de incentivar a população com relação à coleta seletiva.

Dias (2007)

V6

Escassez de recursos

naturais

Campanhas educativas direcionadas à população sobre a responsabilidade de preservação dos recursos naturais escassos.

Dias (2007)

V7

Comprometimento ambiental da empresa

Ações de estratégia como prática com relação à sustentabilidade ambiental.

Whittington (2006)

V8

Postura

organizacional

Criação de uma postura organizacional com o objetivo de associar a marca à sustentabilidade ambiental.

Ottman (1994)

V9

Apoio às causas ambientais

As empresas devem apoiar projetos de preservação ambiental como forma de reconhecimento social.

Dahlstrom (2011)

V10

As agências como fonte de sugestões

estratégicas em marketing ambiental

As agências de publicidade são fonte de sugestões estratégicas para a realização de ações de marketing ambiental.

Guimarães (2006)

V11

Imagem positiva

Ações de marketing ambiental contribuem para a imagem positiva da empresa junto à sociedade.

Pringle e Thompson (2000)

44

Continuação do Quadro 2 – Variáveis do estudo encontradas na literatura

V12

Valor agregado

As empresas agregam valor à sua marca, na medida em que realizam ações de marketing ambiental.

Pringle e Thompson (2000)

V13

O marketing ambiental como

estratégia competitiva

Aplicação de marketing ambiental como diferencial competitivo.

Pringle e Thompson (2000)

V14

Pioneirismo

Empresas que saem na frente realizando ações de marketing ambiental, têm mais chances de conquistar novos mercados.

Pringle e Thompson (2000)

V15

Sensibilização do

cliente

Empresas veiculam campanhas publicitárias para sensibilizar a sociedade das questões ambientais.

Pringle e Thompson (2000)

V16

Adoção de práticas

educativa

As empresas precisam adotar ações práticas que eduquem o consumo consciente da sociedade.

Saiz (2005).

V17

Postura ecologicamente

correta

As empresas devem assumir uma postura ecológica responsável, sem manter o foco apenas no lucro.

Mohr et. al.

(2001 )

V18

Bandeira verde

O marketing ambiental pode ser estrategicamente uma bandeira defendida pelas empresas.

Mohr et. al (2001 )

V19

Agência de publicidade como agente condutor

A agência de publicidade como agente condutor para aplicação de ações Estratégicas com Prática.

Guimarães (2006)

V20

Apoio a projetos ambientais

Apoiar ações de preservação do meio ambiente na prática, para diferenciar-se da concorrência.

Whittington (2006).

Fonte: autoria própria.

A realização de estratégia de marketing ambiental conforme a V4,

Preservação de espaço público, que está diretamente relacionada com prestação de

serviços à sociedade, pode contribuir para o fortalecimento da imagem da empresa.

Worcester (1986) registra que uma imagem corporativa positiva implica em

influenciar a predisposição do consumidor em comprar os produtos da empresa,

falar favoravelmente dela, acreditar em suas declarações e até desejar trabalhar

nela. As variáveis V5 - Incentivo à coleta seletiva e V6 – Escassez de recursos

naturais estão relacionadas à realização de campanhas publicitárias educativas que

possam contribuir para educar a sociedade para ter práticas ambientalmente

corretas. Dias (2007) aponta que as ações de marketing ambiental devem ser

utilizadas não somente para atender as demandas imediatas dos consumidores,

mas também para servir como postura educativa, buscando a melhoria da qualidade

de vida a médio e longo prazos da sociedade.

Referindo-se às variáveis V7 - Comprometimento ambiental da empresa e V8

- Postura organizacional, apontadas nos estudos de Ottman (1994), alertam que o

45

marketing verde deve ter como objetivo principal criar uma imagem diferenciada da

empresa. Isso inclui uma maior sensibilidade ambiental quanto aos atributos do

produto e ao posicionamento da empresa com relação ao respeito com o meio

ambiente. Essas variáveis podem confirmar se o fato da empresa ser favorável ao

meio ambiente é valorizado pela sociedade, e se contribui para a imagem de uma

organização ambientalmente amigável. As variáveis V9 - Apoio às causas

ambientais e V10 - Agências como fonte de sugestões de estratégias em marketing

verde, estão fundamentadas nos estudos de Dahlstrom (2006) e Guimarães (2006)

respectivamente, e têm a finalidade de investigar os fatores estratégicos do

marketing ambiental na visão das agências de publicidade.

As variáveis V11 - Imagem positiva, V12 - Valor agregado V13 - O marketing

ambiental, V14 - Pioneirismo e V15 - Sensibilização do cliente, têm o objetivo de

identificar o nível de posicionamento e credibilidade que as empresas realizadoras

de ações de marketing ambiental têm junto à sociedade. Pringle e Thompsom

(2000) apontam, em seus estudos, que o marketing ambiental deve ser uma

ferramenta estratégica de posicionamento que associe a empresa a uma causa

ambiental e gere benefícios mútuos.

No tocante a responsabilidade das empresas com relação às causas

ambientais, a variável V16 - Adoção de práticas educativas, consiste na iniciativa da

empresa em associar seus produtos, marca ou imagem corporativa a uma ação

social ou ambiental (SAIZ, 2005). As variáveis V17 - Postura ecologicamente

correta e V18 - Bandeira verde, apresentam-se na literatura de Mohr et. al. (2001)

como um alerta para o compromisso da organização sobre Responsabilidade

Socioambiental Empresarial (RSE). Para o autor, a organização deve comprometer-

se em minimizar ou eliminar os efeitos negativos de suas ações e maximizar os

benefícios de longo prazo para a sociedade. As variáveis V19 - Agência de

publicidade como agente condutor e V20 - Apoio a projetos ambientais pretendem

identificar como as agências de publicidade estão orientando seus clientes para as

ações de marketing ambiental como forma de diferenciar-se da concorrência. Essas

ações estão embasadas nos estudos de Guimarães (2006) e Whittington (2006),

sobre as estratégias práticas orientadas pelas agências de publicidade. Para os

autores, a Estratégia como Prática está essencialmente relacionada com as ações

que as empresas de fato estão fazendo para as causas sociais e ambientais.

46

3 METODOLOGIA

Na metodologia é apresentado o tipo de pesquisa, universo, amostra, coleta

de dados, variáveis utilizadas e o tratamento estatístico dos dados. Na Figura 1,

estão descritas cada uma das fases para a realização desta pesquisa.

A pesquisa contou com doze etapas, iniciando pelo embasamento teórico e a

definição do modelo a ser utilizado, identificando as variáveis de mensuração na

literatura, seguindo com a pesquisa qualitativa e a definição do universo e a amostra

a ser pesquisada, elaborando-se o instrumento de pesquisa quantitativa e aplicando-

o como forma de pré-teste. Uma vez aprovado o questionário, aplicou-se com

sujeitos definidos na amostra da pesquisa. De posse dos dados coletados, foi feito o

tratamento estatístico, analisando e interpretando os dados. Em seguida realizou-se

o agrupamento das variáveis por aproximação e conclusões.

Figura 1 – Processo da metodologia da pesquisa.

.

Fonte: Elaborado pelo autor

Fundamentação Teórica

Definição do Modelo

Teórico a ser estudado

Pesquisa de variáveis de

mensuração na literatura

Pesquisa Qualitativa

Definição de universo e amostra

Elaboração do Instrumento de

Pesquisa

Pré-Teste

Pesquisa Quantitativa

Aplicação do Questionário e

monitoramento da coleta de dados

Tabulação do dados

Tratamento dos dados

Análise e interpretação

dos dados

Conclusões do estudo

47

3.1 TIPO DE PESQUISA

Esta investigação foi realizada em dois momentos. No primeiro, foi aplicada

uma pesquisa qualitativa para confirmar as variáveis encontradas na literatura e

identificar novas variáveis; no segundo momento foi realizada uma pesquisa

quantitativa com o objetivo de confirmar ou não as variáveis mencionadas na

bibliografia e na entrevista de profundidade.

A pesquisa qualitativa teve caráter exploratório; o roteiro contou com cinco

perguntas abertas sobre estratégia de marketing ambiental na perspectiva de

vantagem competitiva para as empresas que as aplicam. Os resultados obtidos

embasaram a pesquisa quantitativa, uma vez que os dados disponíveis são

limitados e não apresentaram uma definição clara do problema em análise

(Apêndice B).

A pesquisa quantitativa teve caráter descritivo, aplicada com profissionais da

publicidade atuantes no mercado publicitário brasileiro por meio de um questionário

com 33 perguntas fechadas (Apêndice C).

Segundo Cooper & Shindler (2003), os objetivos da pesquisa exploratória

podem ser atingidos utilizando tanto técnicas quantitativas quanto técnicas

qualitativas. Nesse sentido, a pesquisa exploratória se justifica pela confirmação

das variáveis mencionadas na literatura, como também a identificação de novas

variáveis que podem ser relevantes para o estudo ora proposto.

3.2 A PESQUISA QUALITATIVA

Com o objetivo de verificar e confirmar as variáveis na literatura, realizou-se

uma pesquisa utilizando entrevista de profundidade e, a partir da análise de

conteúdo, identificou-se outras variáveis ainda não mencionadas na literatura. O

modelo utilizado para a realização da pesquisa foi de caráter exploratório, utilizando

o método qualitativo, no qual as empresas selecionadas puderam expor suas

opiniões sobre marketing ambiental e apresentar a maneira como elas orientam

48

seus clientes em relação às ações estratégicas e campanhas publicitárias

relacionadas à preocupação com o meio ambiente.

3.2.1 UNIVERSO E A AMOSTRA DA PESQUISA QUALITATIVA

O universo escolhido para a realização da pesquisa qualitativa foi composto

por agências de publicidade que atuam na cidade de Natal (apêndice A).

A amostra contempla 10% do universo das agências de publicidade atuantes

na capital potiguar, segundo o SINAPRO – Sindicato das Agências de Propaganda –

Rio Grande do Norte. Participaram da entrevista dez gestores ou proprietários de

agências de publicidade distribuídas em regiões diferentes da cidade, escolhidas por

acessibilidade aos gestores.

3.2.2 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS DA PESQUISA QUALITATIVA

Após a identificação das variáveis por meio da literatura, a próxima etapa

ocorreu com a elaboração de um instrumento de pesquisa qualitativa, que foi

aplicado com os gestores de agências de publicidade locais para a identificação de

novas variáveis. De posse das informações adquiridas por meio das entrevistas,

identificou-se novas variáveis que não estavam contempladas na literatura. O

instrumento de pesquisa serviu como roteiro para a realização da entrevista de

profundidade, contando com cinco perguntas abertas (apêndice B), todas buscando

identificar possíveis ações relacionadas ao marketing ambiental na perspectiva da

vantagem competitiva que foram sugeridas pelas agências de publicidade, sendo

acatadas ou não pelos seus clientes.

Todas as dez agências de publicidade selecionadas foram visitadas dentro de

um horário previamente agendado entre o gestor e o entrevistador e, na

oportunidade, responderam os questionamentos realizados durante a entrevista (ver

anexos) contribuindo para entender as ações estratégicas de marketing ambiental

propostas aos clientes, confirmar as variáveis apontadas na literatura e identificar

novas variáveis.

49

3.2.3 TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA QUALITATIVA

De posse das gravações registradas em áudio, foram transcritos na íntegra

todos os depoimentos contidos nas entrevistas de profundidade realizadas com os

gestores das agências de publicidade e posteriormente identificadas, por meio de

uma análise de conteúdo dos relatos dos participantes da pesquisa, as variáveis

contempladas na literatura, bem como novas variáveis. Os dados das entrevistas

foram organizados, buscando identificar as ações e estratégias relacionadas ao

marketing ambiental, bem como fatores que podem contribuir para vantagem

competitiva empresarial.

Para a realização da análise de conteúdo, colocou-se em evidência as

opiniões, juízos e tomadas de decisão dos empresários ou gestores das agências de

publicidade da cidade de Natal com relação à importância de ações e estratégias de

marketing ambiental como um diferencial competitivo. Bardin (2011) aponta que a

análise de conteúdo, em sua vertente qualitativa, parte de uma série de

pressupostos, os quais, no exame de um texto, servem de suporte para captar seu

sentido simbólico.

Segundo Hair (2005), em uma pesquisa qualitativa, a análise e interpretação

dos dados são subjetivas, uma vez que o pesquisador poderá encontrar algo, por

conveniência, convergente com os seus próprios pontos de vista relativo ao

problema.

3.3 PESQUISA QUANTITATIVA

Foi realizada a pesquisa quantitativa para analisar estatisticamente os dados

coletados, bem como confirmar, ou não, todas as variáveis encontradas no momento

da investigação realizada por meio da pesquisa qualitativa. As questões que

construíram o instrumento da pesquisa quantitativa foram baseadas nas variáveis

identificadas na literatura e na entrevista de profundidade.

50

3.3.1 UNIVERSO DA PESQUISA QUANTITATIVA

Esta pesquisa teve como universo os profissionais de publicidade que atuam

no Brasil. Foram utilizadas duas fontes para retirar a amostra da pesquisa. A

primeira trata-se dos publicitários que desenvolvem suas atividades nas agências de

publicidade cadastradas na FENAPRO – Federação Nacional das Agências de

Propaganda.

A segunda etapa contemplou os profissionais que também atuam no mercado

publicitário, porém em agências de propaganda que não são sindicalizadas, mas

que desenvolvem normalmente suas atividades. O contato com as mesmas foi

realizado por meio de ligação telefônica e mídias digitais, tais como Sites, Portais,

orientando-as a responder o questionário online por meio da ferramenta do Google

Docs.

3.3.2 AMOSTRA DA PESQUISA QUANTITATIVA

Segundo Hair (2005), a amostra de uma pesquisa é a parte extraída do

universo. Para o autor, o cálculo da amostra considera que se deve multiplicar o

mínimo de cinco e o máximo de quinze vezes o número de variáveis avaliadas para

que se tenha uma proporção adequada dos sujeitos entrevistados. Para a definição

desta amostra foi considerado o número de 33 variáveis constantes no instrumento

de pesquisa (apêndice C). A proposta inicial era entrevistar, no período de 20 de

Julho a 20 de agosto, um número correspondente ao fator intermediário de 10 vezes

a quantidade de questões constantes no instrumento, alcançando uma amostra de

330 entrevistas. Após o período definido pelo autor do trabalho, chegou-se ao total

de 310 entrevistas com profissionais de publicidade brasileiros, o que corresponde a

9,4 vezes o número de questões constantes no instrumento da pesquisa.

3.3.3 INSTRUMENTO E COLETA DADOS DA PESQUISA QUANTITATIVA

O instrumento utilizado para a aplicação da pesquisa quantitativa foi um

questionário contendo 33 perguntas fechadas de múltipla escolha (apêndice C),

51

elaborado baseado nas informações adquiridas na literatura bem como nas

entrevistas de profundidade realizada com os sujeitos. Antes da aplicação, o

questionário foi submetido a um pré-teste para que as questões abordadas fossem

ou não validadas pelo mesmo. O questionário contou com 20 por cento de suas

questões invertidas (q3, q8, q15, q19, q20, q25, q30), como forma de prender a

atenção do entrevistado e foi administrado eletronicamente via Internet utilizando a

ferramenta Google Docs, de modo que as respostas apresentadas pelos

entrevistados pudessem fornecer informações sobre quais variáveis estratégicas são

relevantes para as ações de marketing ambiental.

Para o desenvolvimento do questionário, tomou-se como referência Malhotra

(2005), utilizando a escala de Likert de cinco pontos, no qual um é para a resposta

“discordo muito” e cinco para a resposta “concordo muito”.

3.3.4 TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA QUANTITATIVA

De posse dos dados coletados por meio da internet via ferramenta Google

Docs, iniciou-se as etapas de tabulação dos dados, seguindo dos cálculos

estatísticos, o cruzamento das informações e as conclusões (MALHOTRA, 2005).

Os dados coletados na pesquisa quantitativa foram agrupados e organizados com a

utilização do software Excel. No momento seguinte, para efetuar o tratamento dos

dados estatísticos, foi utilizado o software SPSS, por meio do qual realizou-se

análise fatorial exploratória com o objetivo de identificar os possíveis agrupamentos

de variáveis que pudessem ser explicadas por fatores determinantes.

Inicialmente, foi feita a “desinversão” das variáveis no software SPSS, a fim

de continuar os cálculos com os valores corretos.

Realizou-se o cálculo do grau médio das variáveis com o respectivo desvio

padrão alocando-as em uma tabela em ordem decrescente de importância para os

sujeitos.

Em seguida, calculou-se o KMO (Kaiser – Meyer – Olkin) e a matriz de Anti-

imagem para verificar a adequação da amostra. O KMO da pesquisa apresentou um

52

índice elevado (0,863) indicando que a amostra da pesquisa estava adequada, pois

quanto mais próximo de 1.000 o KMO for, mais confiável é a amostra da pesquisa

(CORRAR, 2009). Segundo o mesmo autor, para que as variáveis agrupadas

estejam explicadas adequadas e satisfatoriamente, o índice do KMO deve ser maior

que 0,500 e o nível de significância deve estar abaixo de 0,05. Também foi gerada a

anti-imagem para verificar se alguma variável deveria ser retirada, porém os índices

mostraram que todas as variáveis apresentaram correlação elevada não indicando a

exclusão de nenhuma delas.

Na primeira análise fatorial foi realizada a extração dos principais

componentes analisados pela matriz de correlação. Para essa análise, utilizou-se o

método de rotação Varimax que, segundo Corrar et al. (2009), é a rotação mais

apropriada quando se busca minimizar a ocorrência de uma variável possuir altas

cargas fatoriais para diferentes fatores. No decorrer do tratamento, os dados

perdidos foram substituídos pela média.

Nas análises das comunalidades, utilizando método de extração pelos

principais componentes, as variáveis 12, 21 e 24 apresentaram resultados

ligeiramente abaixo do valor crítico: 0,429, 0,439 e 0,438 respectivamente. De

acordo com Hair et al. (2005), o resultado das comunalidades deve ser acima de

0,500, logo as variáveis que não alcançam esse resultado podem ser excluídas, uma

vez que há indícios de que elas não estejam linearmente correlacionadas com as

outras variáveis. As demais variáveis apresentaram resultado adequado (acima de

0,500). Mesmo com as variáveis 12, 21 e 24 apresentando os valores abaixo de

0,500 optou-se por conservá-las e prosseguir com a análise.

O cálculo da variância indicou que, para as 33 variáveis estudadas, 54,8% da

variância poderia ser explicada por oito componentes (fatores).

Finalmente, com a Matriz de Componentes pela correlação, rotacionada pelo

método Varimax com normalização Kaiser, verificou-se que os oito componentes

inicialmente indicados pela análise inicial, duas variáveis ficaram isoladas, V23 –

Rejeição às marcas não verdes e V26 – Sugestões de ações de marketing verde.

Antes de decidir pela retirada dessas variáveis na análise dos fatores

determinantes, considerou-se proceder uma segunda análise, nesse caso pela

matriz de covariância, mantendo-se os demais parâmetros sem modificações.

53

Na análise da matriz de componentes pela covariância verificou-se que cinco

variáveis ficaram isoladas (V1, V2, V23, V24 e V26). Para prosseguir com as

análises pela covariância seria indicado a retirada dessas variáveis. Considerando a

importância dessas variáveis para a vantagem competitiva, optou-se por abandonar

esse caminho e retornar para as análises pela correlação.

Procedeu-se ainda uma terceira análise, dessa vez novamente pela

correlação, mas retirando-se as variáveis V23 – Rejeição às marcas não verdes e

V26 – Sugestões de ações de marketing verde. O resultado dessa análise

possibilitou o agrupamento das variáveis em sete componentes (fatores), com 52%

da variância explicada.

A análise da matriz de componentes permitiu agrupar as variáveis em fatores

determinantes levando em consideração tanto as cargas fatoriais como a relação

subjetiva das variáveis, ou seja, o pesquisador arbitrou e realocou variáveis em

componentes (fatores) com os quais ela apresentava, além de carga fatorial,

também aproximação explicativa teórica. Corrar et al. (2009) reforça a importância

de sumarizar as informações de um grande número de variáveis em um conjunto

menor de fatores.

54

4 RESULTADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ENTREVISTADOS NA ANÁLISE DE CONTEÚDO

O grupo participante da entrevista de profundidade foi composto por 10 (dez)

empresários do mercado publicitário, todos atuantes na cidade de Natal, sendo 70%

do sexo masculino e 30% do sexo feminino, com a faixa etária variando entre 28 e

53 anos, apresentando uma média de 36 anos. Após convite via telefone realizado

pelo pesquisador, todos os empresários se dispuseram a conceder a entrevista que

foi previamente agendada, realizada e gravada em áudio.

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUALITATIVOS

No decorrer da investigação realizada por meio de entrevista de profundidade

com os sujeitos (apêndice B), foram realizadas cinco perguntas abertas sobre

marketing ambiental na visão das agências de publicidade. A primeira pergunta

tinha como objetivo saber dos gestores entrevistados se as agências de publicidade

haviam realizado, com seus clientes, algum trabalho relacionado ao marketing

ambiental.

Percebeu-se nas respostas que a maioria dos entrevistados (60%) não tem

ações de marketing ambiental planejada ou em execução associada à campanha de

seus clientes. É possível que esse cenário ocorra pelo fato do mercado publicitário

local ser pouco expressivo em relação a outros estados do país. Segue trechos dos

depoimentos dos gestores.

Atualmente não temos nenhuma ação de marketing ambiental planejada ou em execução associada à campanha de nossos clientes (informação verbal – empresa 3).

Não temos projetos desenvolvidos voltados para o marketing ambiental, o que fazemos é divulgar e apoiar as ações ambientais já desenvolvidas pelo cliente através de seus respectivos setores de marketing (informação verbal – empresa 4).

55

Nada muito agressivo ou concreto. O que temos feito em algumas oportunidades são sugestões de novas condutas eco responsáveis que podem ter um aspecto positivo na imagem e comunicação do cliente, mas sua execução fica a cargo da própria empresa, se acatada, por muitas vezes extrapolar nossas especialidades (informação verbal – empresa 6).

Souza (2002) faz um alerta da necessidade das micro e pequenas empresas

despertarem para as ações estratégicas que envolvam o marketing ambiental, pois

as práticas ambientais corporativas não se têm tornado apenas uma questão

ambiental, mas uma questão de estratégia competitiva que deve ser utilizada pelas

organizações.

Ainda sobre a pergunta anterior verifica-se que algumas agências (40%) têm

ofertado e realizado ações de marketing ambiental para os seus clientes, conforme

os relatos dos gestores a seguir, que apontam algumas dessas ações.

Temos desenvolvido alguns projetos para os nossos clientes que visam despertar o interesse do poder público para preservação de praias. São projetos com certificação de ordem mundial que seleciona praias urbanas por todo o planeta como exemplos de preservação (informação verbal – empresa 1).

A realização de ações práticas estratégicas pelas empresas, com abordagem

no meio ambiente, pode reforçar a imagem da marca entre as pessoas. Dahlstrom

(2011) aponta que as empresas que incorporam a consciência ecológica em suas

ações reforçam sua imagem entre consumidores, colaboradores, investidores e o

público em geral.

Desenvolvemos para alguns clientes campanhas voltada a conscientização ambiental e responsabilidade social de acordo com o objetivo e possibilidades que os clientes permitem dentro de um planejamento. (informação verbal – empresa 7).

De forma pontual, realizamos ações para um cliente que produz

estações de tratamento de água. As peças publicitárias e matérias

buscam chamar a atenção do público-alvo pela associação do

produto com a consciência ambiental. (informação verbal – empresa

8).

56

Nas respostas dos entrevistados, com relação a pequenas ações de

marketing verde realizadas na prática pelos atores envolvidos nas organizações,

identificaram-se variáveis que confirmam os estudos da literatura mencionados

anteriormente, tais como: V1 – “consumo consciente” e V4 – “preservação de

espaço público”, conforme relatos abaixo.

As empresas podem criar ações educativas com foco no meio ambiente que

atendam os públicos interno e externo. Para Mendes (2008), uma organização de

negócios não pode somente ter a preocupação com o impacto ambiental que

ocasiona em seu entorno, mas também com a responsabilidade social para com

seus empregados, consumidores cliente e fornecedores. Nos relatos a seguir,

percebe-se na fala dos entrevistados algumas ações empresarias abordando ações

de preocupação ambiental.

São criadas campanhas publicitárias de conscientização para a

empresa com duas vertentes de atuação: conscientização interna,

que educa os funcionários a economizar no uso de materiais

(consumos de papel, energia, materiais em canteiros de obras e

reciclagens); e a conscientização externa, com a proposta de adotar

praças e orientar a população para a colaboração com a coleta

seletiva. (informação verbal – empresa 3).

Também foram coletadas respostas que remetem às variáveis identificadas

na literatura como V7 – “comprometimento ambiental da empresa” e V12 – “Valor

agregado” de acordo com os depoimentos dos entrevistados a seguir. Essas

variáveis refletem que tanto a transformação dos assuntos ambientais será

percebida nos negócios das empresas comprometidas com a causa, quanto a sua

influência na sociedade (DIAS, 2007). Diante desse fato compreende-se a

importância das organizações acreditarem e investirem em projetos relacionados ao

meio ambiente.

Sustentabilidade deixou de ser uma questão de tendência para as

marcas e passou a ser uma eterna causa. Empresas mobilizam

pessoas. A partir do momento que essas pessoas, sejam funcionários

ou clientes, interagem de forma correta com o meio ambiente

estimuladas pelas empresas, o marketing ambiental está sendo

praticado de forma eficiente (informação verbal – empresa 1).

57

A conscientização da relação corporativa com o meio ambiente

colabora com a sua preservação e, consequentemente, reeduca a

funcionários, clientes e fornecedores quanto às práticas cotidianas de

respeito e cuidado com o planeta (informação verbal - empresa 3).

Porém, foram identificadas novas variáveis não contempladas na literatura, tais

como: V21 – “investimento necessário em marketing verde”, V22 – “marketing verde

como argumento para decisão da compra” e V23 – “rejeição às marcas”, de acordo

com relato a seguir.

As empresas não investem em marketing ambiental por acreditar

tratar-se de um investimento desnecessário (informação verbal –

empresa 10).

Gonçalves (1984) alerta que a empresa é também uma realidade social, que

precisa corresponder a uma série de responsabilidades no contexto em que está

inserida. Para o autor, essas responsabilidades contemplam a preservação do

meio ambiente, a qualidade intrínseca de seus produtos e as consequências de sua

utilização, o padrão dos serviços prestados e os efeitos diretos de suas atividades

sobre o bem-estar da comunidade.

O consumidor natalense ainda não está disposto a decidir sua

compra por este tipo de argumento. O marketing ambiental ainda não

é uma realidade praticada no mercado local (informação verbal –

empresa 3).

A variável V22 que apresenta um consumidor mais exigente na hora de

decidir a sua compra, priorizando produtos de empresas ecologicamente corretas, é

confirmada no estudo de Dias (2007). Para o autor, a alavanca principal para

reduzir os efeitos ambientais do consumo não precisa ser necessariamente o ato de

consumir menos, mas como uma segunda alternativa, consumir de maneira correta.

No nordeste, em destaque a cidade do Natal, ainda é pequena a

quantidade de consumidores a priorizar desde cedo ações, bem

58

como produtos cuja fabricação tenha sido feita com baixo impacto

ambiental e/ou não poluidoras (informação verbal – empresa 10).

Em grandes cidades como São Paulo, por exemplo, cresce o número

de consumidores que evitam comprar produtos ou serviços de

marcas que não se vendem como “verdes” (informação verbal –

empresa 3).

Para Oliveira (2005) a responsabilidade socioambiental pode ser um fator de

diferenciação para a empresa no sentido de abrir novos mercados e melhorar sua

competitividade. Dessa forma, a variável V23 - rejeição às marcas não verdes é

confirmada na literatura do autor.

Também foi citado pelos entrevistados que ações de marketing ambiental

realizadas pelas empresas podem gerar mídia espontânea nos veículos de

comunicação, caracterizando uma nova variável V24 – “mídia espontânea”,

conforme depoimento a seguir.

Estar presente nas ações de marketing ambiental, no corpo a corpo educativo. Ter coerência na postura empresarial, agregando à comunicação, mesmo que seja uma divulgação de produto, uma propaganda de varejo, a imagem de empresa ambientalmente sustentável. Este tipo de postura pode ser percebido pela mídia, e consequentemente gerar mídia espontânea nos veículos de comunicação (informação verbal – empresa 4).

Outras novas variáveis referentes ações de marketing ambiental,

apresentaram pouca expressão na visão de alguns entrevistados, se comparadas ao

cenário de outras regiões do país, conforme identificado nas respostas dos

empreendedores entrevistados. Identificou-se as variáveis V25 – “comunicação com

a sociedade”, V15 – “adoção de práticas educativas”, V27 – “investimentos em

marketing verde” e V28 – “varejo diferenciado pelo marketing” verde, conforme

relatos abaixo.

As ações de marketing verde ainda são de forma tímida, principalmente num mercado como o nosso, onde as empresas são de pequeno porte e na maioria das vezes do segmento de varejo. Há muito o que acontecer nesta área por aqui, pois termos uma população em sua maioria com baixo índice de escolaridade e cultural, este é um segmento que ainda não se encaixa de forma decisiva nas estratégias das empresas locais (informação verbal – empresa 8)

59

O fato do mercado verde ainda ser incipiente na visão dos entrevistados,

pode ser uma oportunidade das empresas diferenciarem-se dos seus concorrentes.

Para Porter (1990), as empresas precisam descobrir uma forma de diferenciar-se

dos demais e conquistar um espaço único no mercado, oferecendo uma vantagem

competitiva para os consumidores.

Percebe-se que a preocupação com o meio ambiente é um caminho

sem volta e ao mesmo tempo um benefício para a sociedade e para a

imagem da empresa que o pratica, mas que ainda não é visto pelo

mercado local como um diferencial competitivo, por esse motivo

muitas empresas não incorporam isso verdadeiramente à suas

estratégias (informação verbal – empresa 6).

Segundo Porter (1999), dois conceitos devem ser bem compreendidos ao se

falar em diferenciação: a eficácia operacional e a estratégia competitiva. Nesse

sentido, acredita-se que a empresa pioneira no mercado, com uma operacionalidade

eficaz, tem mais chances de conquistar vantagem competitiva.

Somos conscientes da importância do marketing verde mas ainda

esbarramos em muitas dificuldades com nossos clientes. Os clientes

até acreditam e topariam apostar mais nessa ferramenta, mas

esbarram na pouca verba que possuem para a comunicação e

terminam optando por dar preferência ao marketing convencional

(informação verbal – empresa 9).

Quando os entrevistados foram indagados sobre a importância das empresas

comunicarem-se com os seus clientes e apresentarem, por meio dos discursos, sua

preocupação com o meio ambiente, identificou-se as variáveis V6 – “escassez de

recursos naturais”, V2 – “apelos ambientais” e V33 – “mensagem ecológica levando

à liderança”, conforme percebido nos depoimentos abaixo.

A empresa divulga o que tem feito em prol do meio ambiente e, desse

modo, procura sensibilizar o consumidor para que ele também

participe deste processo, já que a responsabilidade de preservar os

recursos escassos é de todos (informação verbal – empresa 10).

A publicidade tem uma influência direta na sociedade através da persuasão,

em suas mensagens veiculadas, que exerce sobre o seu público-alvo. Para

Sant’anna (2003), os publicitários devem elaborar os conteúdos das suas

60

campanhas publicitárias de modo a atrair o tipo de público que eles visam, porém

essas mensagens com apelos ecológicos devem ser coerentes com o que a

empresa pratica.

Para conscientizar é preciso que a comunicação seja estabelecida de

forma direta (é preciso usar o meio e a mensagem corretos). A partir

da conscientização, as ações de sustentabilidade serão elaboradas

de forma assertiva e certamente possibilitando o alcance de melhores

resultados (informação verbal – empresa 3).

Também foi citado pelos entrevistados que, muitas vezes, as agências de

publicidade sugerem ações estratégicas de marketing ambiental aos clientes e os

mesmos não viabilizam a prática dessas ações conforme identificado nas variáveis

V26 – “Sugestões de ações de marketing ambiental” e V30 – “Planejamento

estratégico com ações de marketing verde”, conforme testemunha-se abaixo:

No planejamento estratégico apresentado ao cliente sempre

englobamos todas as esferas de possível atuação da marca com o

público. Sendo assim, buscamos sempre analisar oportunidades em

todas as linhas de integração da comunicação, dentre as quais,

também o marketing ambiental. Porém, geralmente é muito difícil

viabilizarmos as sugestões de ações de sustentabilidade que

apresentamos aos clientes (informação verbal – empresa 3).

Mintzberg (2004) alerta que o planejamento estratégico não é um instrumento

para se criar estratégias, mas para operacionalizar estratégias que já foram criadas

por outros meios. Segundo o autor, trata-se de uma forma de pensar no futuro

integrado no processo decisório com base em um procedimento formalizado e

articulador de resultados.

Sempre inserimos dentro do planejamento estratégico anual ações de

oportunidades envolvendo o assunto marketing ambiental, bem como

abordando em reuniões e encontros a importância de tais ações

juntamente com o mercado (informação verbal – empresa 7).

Um dos empresários durante a entrevista relatou, que na sua visão, as

empresas locais não realizam ações de marketing ambiental, o que existe é uma

61

maneira de ludibriar os consumidores e vender-se como ecologicamente correta.

Com base na informação identificou-se uma nova variável denominada de V31 –

“Marketing verde não pode ser uma maquiagem”, de acordo com o relato abaixo.

A filosofia de empresa ambientalmente correta, que recicla seus

dejetos, contribui com a preservação do meio ambiente e procura

uma convivência harmônica com o ecossistema é o desejo da maioria

das empresas. Contudo, é muito pouco o que se faz hoje, ainda. O

que existe é uma “maquiagem” posta a público, que na maioria das

vezes não reflete o que essas empresas poderiam fazer de verdade

(informação verbal – empresa 10).

O marketing ambiental pode ser uma relevante ferramenta de mercado.

Porém, na medida em que cresce o número de consumidores conscientes, cresce

também a desconfiança com relação a propostas pretensamente “verdes”, mas que

não passam de interesses mercadológicos (GUIIMARÃES, 2006).

Assim, percebeu-se nas respostas dos entrevistados algumas variáveis

encontradas na literatura e outras novas que confirmam a importância da aplicação

de ações do marketing ambiental para as empresas diferenciarem-se da

concorrência, com chances de conquistar vantagem competitiva no mercado em que

atua.

4.3 NOVAS VARIÁVEIS DETECTADAS NA ENTREVISTA DE PROFUNDIDADE

Ao entrevistar os sujeitos, foram questionados se a aplicação das estratégias

de marketing ambiental sugeridas pelas agências de publicidade poderiam ser

consideradas como diferenciais para seus clientes no momento da definição da

compra (Quadro 3). Segundo os entrevistados, o mercado local, apesar de fazer

pequenas ações, ainda é muito tímido, necessitando de um trabalho de

conscientização empresarial mais ativo o que nos levou a identificar as variáveis V21

- Investimento necessário, V22 - Marketing verde como argumento para a decisão

da compra e V23 - Rejeição às marca não verdes.

Segundo os entrevistados, muitas empresas ainda não acatam as sugestões

das agências de publicidade com relação ações estratégica de marketing ambiental,

62

por entenderem que o mercado local ainda é muito incipiente e que estas ações não

implicam em resultados significantes para a empresa. Entre as respostas fornecidas

pelos entrevistados, identificamos algumas variáveis como V24 - Mídia espontânea,

apontando que as empresas ao realizarem ações de marketing ambiental, têm

grandes chances de conseguir mídia sem ônus para a empresa nos veículos de

comunicação local.

A variável V25 - Comunicação com a sociedade, alerta que as organizações

têm a responsabilidade de informar à sociedade ações e atitudes que podem

contribuir para as causas ambientais. A variável V26 - Sugestões de ações de

marketing ambiental mostra que muitas vezes as agências de publicidade não

conseguem viabilizar as ações de marketing verde sugeridas aos clientes. Outros

empresários entrevistados responderam que a variável V27 - Investimentos em

marketing verde, está relacionada ao fato de que a variável V28 - Varejo

diferenciado pelo o marketing verde, pode ser um motivo na hora da escolha por

parte de cliente.

A ausência da participação dos governos em causas ambientais é identificada

na variável V29, bem como os empresários percebem a falta da variável V30 -

Planejamento estratégico anual com ações de marketing verde. Porém, nas

respostas dos empresários, identificamos algumas variáveis que nos chamou a

atenção, pois estão relacionadas a comportamentos duvidosos por parte de algumas

empresas com relação ao compromisso com as causas ambientais, conforme

apontada nas variáveis V31 - Marketing verde não pode ser uma maquiagem, que

refere-se a uma possível maquiagem usada pela empresa com relação a ações de

marketing ambiental e a variável V32 - Coerência entre publicidade e práticas, que

alerta para a coerência entre a mensagem anunciada e o que é vendido. Por fim, a

variável V33 - Mensagem ecológica levando à liderança, que trata da relevância da

comunicação empresarial da empresa ecologicamente correta. Todas essas novas

variáveis foram colocadas à prova por meio das questões contidas no instrumento

da pesquisa quantitativa que foram confirmadas, ou não, pelos entrevistados.

63

Quadro 3 – Novas variáveis encontradas na entrevista de profundidade

Número Nome da Variável Explicação da Variável

V21

Investimento necessário em

marketing verde

As empresas não investem em marketing ambiental por acreditar tratar-se de um investimento desnecessário.

V22

Marketing verde como argumento para a decisão da

compra

O consumidor local parece não estar disposto a decidir sua compra pelo fato de utilizar o marketing ambiental como principal argumento.

V23

Rejeição às marcas não verdes

Consumidores evitam comprar produtos ou serviços de marcas “não verdes”.

V24 Mídia espontânea Ações de marketing ambiental realizadas pelas empresas geram mídia espontânea.

V25

Comunicação com a sociedade

As empresas precisam informar à sociedade a realização de suas ações com relação ao marketing ambiental.

V26

Sugestões de ações de marketing verde

Ações de marketing efetivas somente acontecem com as empresas conscientes socialmente.

V27

Investimentos em marketing

verde

É necessário o investimento em marketing ambiental.

V28

Varejo diferenciado pelo o marketing verde

Diferenciar-se no mercado varejista por meio de ações de marketing verde.

V29

Apoio governamental

Ações de conscientização ambiental devem ser apoiadas pelos governos municipal e estadual.

V30

Planejamento Estratégico com ações de marketing verde

Ações de marketing ambiental devem sugeridas no planejamento estratégico anual.

V31

Marketing verde não pode

ser maquiagem

O que existe é uma maquiagem posta ao público que na maioria das vezes não reflete o que a empresa poderia fazer.

V32 Coerência entre publicidade e prática

As empresas, devem manter a coerência entre a mensagem anunciada e o que é vendido.

V33

Mensagem ecológica levando à

liderança

A relevância da mensagem ecológica de uma empresa preocupada com as causas que agridem a natureza.

Fonte: autoria própria.

Nesse sentido, as variáveis identificadas na literatura científica, mais as novas

variáveis encontradas nas entrevistas de profundidade com os sujeitos, serviram

para a construção do instrumento da pesquisa quantitativa que foi aplicado com 310

publicitários atuantes em agências de publicidade distribuídas geograficamente em

todo país, com o intuito de confirmar, ou não, a importância dessas variáveis como

fatores estratégicos determinantes de vantagem competitiva, bem como identificar,

na visão dos profissionais de publicidade, a importância do marketing ambiental

como estratégia empresarial.

64

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTITATIVOS

4.4.1 Caracterização dos Sujeitos

Para a definição do perfil da amostra da pesquisa quantitativa, procurou-se

identificar nos respondentes dados que contribuíssem para a análise, como: idade,

região onde residem, escolaridade e cargo que ocupam na empresa.

A nomeação dos entrevistados com relação à faixa etária foi realizada por

meio de gerações BB, X, Y e Z, permitindo o não alinhamento com as mesmas

características e comportamentos de indivíduos de épocas diferentes. Segundo

Oliveira (2008), os indivíduos nascidos até 1959 fazem parte da geração Baby

Boomers, as pessoas que nasceram no período de 1960 a 1980 fazem parte da

geração X, os indivíduos que nasceram entre 1980 a 2000 são da geração Y e as

pessoas nascidas depois de 2000 fazem parte da geração Z.

Com base nos dados adquiridos no retorno da aplicação do questionário da

pesquisa quantitativa, percebeu-se que a maioria dos publicitários entrevistados faz

parte da geração “X” alcançando um percentual de 54%, seguido dos respondentes

da geração “Y” equivalente a 39% e por fim, apenas 7% dos sujeitos entrevistados

pertencem a geração “BB”, conforme apresentado na Tabela 1. Para este estudo,

descartou-se a participação de indivíduos pertencentes a geração “Z”, por entender

que a faixa etária em que enquadram não atenderia ao perfil do universo definido

para a aplicação da pesquisa (OLIVEIRA, 2008)

Tabela 1. Caracterização dos entrevistados quanto à faixa etária

Período de nascimento – (Gerações)

F %

De 1980 até 2000 (Y) 121 39

De 1960 até 1980 (X) 168 54

Nascidos até 1959 (BB) 21 7

Fonte: Dados da Pesquisa

65

Com relação ao grau de escolaridade dos entrevistados, verificou-se que a

maioria dos publicitários tem nível superior ou está cursando (58%), a pesquisa

mostra também que 42% dos respondentes são pós-graduados (especialistas,

mestres ou doutores). Apenas um dos entrevistados não definiu o seu nível de

escolaridade, de acordo com o apresentado na Tabela 2. Pelos resultados

apresentados nesse tópico da pesquisa, percebe-se um nível alto no perfil dos

respondentes com relação à escolaridade dos mesmos. A pesquisa mostra que

quase 100% dos entrevistados se encontram, no momento da aplicação do

questionário, no mínimo cursando o nível superior.

Tabela 2. Caracterização dos entrevistados quanto à escolaridade

F %

Segundo Grau

0

0

Nível superior (completo ou cursando)

179 58

Pós-Graduado (especialista, mestre ou doutor)

130 42

Outros 1 0

Fonte: Dados da Pesquisa

Na investigação para identificar o cargo ocupado pelos respondentes,

foi percebido no cargo de “Planer” com 31%, seguido de “Atendimento” com 30%

como os índices mais elevados nesse tópico. Os profissionais da publicidade que

ocupam os cargos de “Atendimento” e “Planer” são os que têm contatos mais

frequente e direto com os clientes. O “atendimento” é o funcionário que atua como

um elo de ligação entre a empresa e a agência de publicidade, buscando entender

no momento da visita com o cliente as reais necessidades de comunicação da

empresa, levando essas informações por meio de um “briefing” para o

departamento de planejamento estratégico da agência, o qual de posse dessas

informações compreenderá o problema do cliente e buscará soluções criativas e

estratégicas para resolvê-lo. Em seguida, a pesquisa mostra que os cargos de

“Criativo” e “Mídia” executam suas tarefas no interior da agência de publicidade e,

geralmente, não visitam o cliente, apresentam os percentuais de 16% e 4%

respectivamente, sendo os índices menos elevados (SAMPAIO, 1999). Por fim,

66

verificou-se um percentual de 19% para outros, o que se acredita referir-se aos

empresários que atuam exclusivamente na gestão administrativa da agência, mas

que também realizam prospecção de mercado, conforme descrito na Tabela 3.

Tabela 3. Caracterização dos entrevistados quanto ao cargo que ocupa na empresa

F %

Atendimento (contato ou executivo de

contas) 93 30

Planer (planejamento estratégico)

96 31

Mídia( planejamento de Mídia)

13 4

Criativo(diretor de arte ou redator)

50 16

Outros 40 19

Fonte: Dados da Pesquisa

Com relação à região onde os entrevistados residem, a pesquisa mostrou que

o Nordeste obteve o maior índice de respondentes com 49%, seguido das regiões

Sudeste e Sul com 29% e 12% respectivamente. As regiões Norte e Centro-Oeste

obtiveram o mesmo índice, alcançando 5%. Conforme apresentado na Tabela 4. É

possível que o fato das regiões nordeste e sudeste terem apresentado a maior

concentração dos publicitários que participaram da pesquisa, somando um total de

78% da amostra, tenha sido, no primeiro caso, pela acessibilidade via rede de

relacionamentos, ligação telefônica ou mídias sociais com os publicitários que atuam

nos estados do nordeste e, no segundo caso, pelo fato da região sudeste ser a

região de maior concentração de agências de publicidade do país, segundo a

FENAPRO – Federação Nacional das agências de Propaganda. Por outro lado, de

acordo a Federação, o mercado publicitário nas regiões Norte e Centro-Oeste, ainda

está em processo de crescimento se levado em comparação com as outras regiões

do país, justificando os menores índices percentuais das empresas que

responderam a pesquisa.

67

Tabela 4. Caracterização dos entrevistados quanto à região onde reside

F %

Nordeste 153 49

Sudeste 88 29

Sul 37 12

Norte 16 5

Centro-Oeste 16 5

Fonte: Dados da Pesquisa

4.4.2 Análise Descritiva das Variáveis

Ao analisar o nível médio atribuído às variáveis pelos sujeitos entrevistados,

percebeu-se o grau de importância dado a cada uma delas sobre a vantagem

competitiva da empresa no mercado onde atua (Tabela 5).

Analisando a Tabela 5, verificou-se que as variáveis V31 – Marketing verde

não pode ser uma maquiagem, V29 – Apoio governamental, V32 – Coerência entre

publicidade e prática, V3 – Ações assertivas e V16 – Adoção de práticas educativas

são os cinco principais atributos que, na opinião dos publicitários, levam a empresa

a adquirir vantagem competitiva frente à concorrência.

Tabela 5. Nível médio de importância atribuído às variáveis

Nr. Variável

Nome da Variável Resp. Nível Médio

Desvio-Padrão

V31 Marketing verde não pode ser maquiagem 310 4,83 0,480

V29 Apoio governamental 310 4,82 0,605

V32 Coerência entre publicidade e prática 310 4,63 0,565

V3 Ações assertivas 310 4,48 0,705

V16 Adoção de práticas educativas 310 4,47 0,657

V23 Rejeição às marcas não verdes 310 4,44 0,935

V30 Planejamento estratégico como ações de marketing verde

310 4,41 0,666

V4 Preservação de espaço público 310 4,35 0,890

V12 Valor agregado 310 4,34 0,740

V20 Apoio a projetos ambientais 310 4,33 0,856

V9 Apoio às causas ambientais 310 4,32 0,668

V11 Imagem positiva 310 4,32 0,807

V25 Comunicação com a sociedade 310 4,30 0,834

V15 Sensibilização do cliente 310 4,29 0,766

V8 Postura organizacional 310 4,26 0,813

V17 Postura ecologicamente correta 310 4,25 0,914

V5 Incentivo à coleta seletiva 310 4,23 0,860

V6 Escassez de recursos naturais 310 4,22 0,937

68

Continuação da Tabela 5. Nível médio de importância atribuído às variáveis

V28 Varejo diferenciado pelo marketing verde 310 4,21 0,950

V18 Bandeira verde 310 4,21 0,845

V10 As agências como fonte de sugestões estratégicas em marketing

310 4,14 0,751

V27 Investimentos em marketing verde 310 4,07 0,827

V13 O marketing ambiental como estratégia competitiva

310 4,03 0,939

V24 Mídia espontânea 310 3,98 ,1,035

V21 Investimento necessário em marketing verde 310 3,91 1,050

V07 Comprometimento ambiental da empresa 310 3,90 0,788

V19 Agência de publicidad como agente condutor 310 3,87 1,061

V14 Pioneirismo 310 3,64 1,099

V26 Sugestões de ações de marketing verde 310 3,51 1,036

V22 Marketing verde como argumento para a decisão de compra

310 3,49 0,961

V2 Apelos ambientais 310 3,34 1,261

V33 Mensagem ecológica levando à liderança 310 3,16 0,923

V1 Consumo consciente 310 3,12 0,869

Fonte: Dados da Pesquisa

A variável, V31 – “Marketing verde não pode ser maquiagem”, foi a que

obteve dos entrevistados o maior nível médio das respostas com 4,83. Essa

variável foi identificada na pesquisa qualitativa durante a entrevista de profundidade

com os sujeitos. Na oportunidade um dos gestores entrevistados mencionou que as

empresas utilizavam ações de marketing verde como uma maquiagem e que, na

verdade, estavam preocupadas mesmo era com o lucro. O resultado apresentado

na pesquisa quantitativa com uma amostra de 310 publicitários entrevistados,

contemplando um grupo de respondentes de todas as regiões do Brasil (Nordeste

49%, Sudeste 29%, Sul 12%, Norte 5% e Centro-oeste 5%), mostrou que a variável

V31, não confirma o pensamento do empresário que declarou que “o marketing

verde é uma maquiagem”. Como prova da não confirmação da variável pelos

sujeitos entrevistados, a variável alcançou um índice de rejeição de 99% dos

entrevistados, estando, portanto, completamente descartada na visão dos

publicitários que fizeram parte da amostra desta pesquisa.

Com relação a variável V29 – ”Apoio governamental”, que também foi

identificada na entrevista de profundidade realizada com os empresários da cidade

de Natal, aparece com o nível médio de 4,82. Na visão dos dez empresários

entrevistados na pesquisa qualitativa, como também os 310 publicitários (96%) que

participaram da pesquisa quantitativa, concordaram que o governo precisa apoiar

69

ações empresariais de conscientização sobre a preservação do meio ambiente.

Segundo Porter (1990), uma organização pode adquirir vantagem competitiva por

meio de políticas governamentais no momento em que é protegida por limitações

legais em função do meio ambiente ou uso de matérias-primas da natureza.

No que tange a variável V32 – “Coerência entre publicidade e prática”, que

ficou em terceiro lugar com o nível médio 4,63 é mais uma variável encontrada na

entrevista de profundidade com os sujeitos, evidenciando que as empresas devem

ser coerentes com os clientes com relação ao discurso que consta nos anúncios

publicitários. O resultado apresentado na amostra aponta que um índice de 96%

dos sujeitos entrevistados acreditam que uma comunicação coerente da empresa

com a sociedade, visando comprometimento ambiental, transmite credibilidade para

a marca da empresa que anuncia. O reconhecimento de uma marca pela sociedade

contribui para que a empresa adquira vantagem competitiva frente à concorrência,

na medida em que ocorre a identificação e a preferência por parte dos clientes

(Ansoff, 1990).

A variável V3 – “Ações assertivas” aparece na Tabela 5 com nível médio de

importância atribuído às variáveis de 4,48. Na visão de 92% dos publicitários

entrevistados na pesquisa em análise. As empresas, independentemente do seu

porte, devem colocar em prática ações de marketing ambiental, ficando atentas aos

detalhes do planejamento estratégico para que sejam coerentes com o potencial

financeiro, tecnológico e humano da organização. Essa variável é confirmada na

base teórica de Zenone (2006) na qual o autor relata que as empresas devem

realizar ações estratégicas de marketing ambiental na prática para diferenciar-se do

seu concorrente.

No tocante a variável V16 – “Adoção de praticas educativas”, que obteve o

nível médio 4,47 na visão dos publicitários entrevistados em todas as regiões do

país, é importante que as empresas adotem, junto aos seus clientes, ações práticas

que os eduquem na preservação do meio ambiente, bem como no consumo

consciente. A estratégia utilizada pela empresa de apresentar à sociedade as suas

ações de conscientização ambiental aplicadas na prática é considerada uma

vantagem competitiva no mercado onde atua. Saiz (2005) lembra que as ações de

práticas educativas implantadas pela empresa contribuem para que o consumidor

associe a marca a uma causa social ou ambiental.

70

Os resultados apresentados na Tabela 6 referem-se às Frequências obtidas

por variável de acordo com o nível de importância (de discordo totalmente a

concordo totalmente) para os sujeitos. Na Tabela 6, a seguir, é possível identificar a

frequência e o percentual dos respondentes em relação a cada uma das 33

variáveis.

Tabela 6. Frequências obtidas por variável de acordo com o nível de importância

para os sujeitos.

Nome das Variáveis

Variável

Discordo totalmente

Discordo parcialmen

te Indiferente

Concordo parcialmen

te

Concordo totalmente

total

F % F % F % F % F %

Consumo Consciente

V1

6 2 64 21 143 47 76 25 18 6 310

Apelos ambientais

V2

50 16 122 40 53 17 39 13 40 13 310

Ações assertivas

V3

1 0 5 2 17 6 103 34 177 58 310

Preservação de espaço público

V4

167 55 95 31 27 9 12 4 5 2 310

Incentivo à coleta seletiva

V5

5 2 5 2 42 14 119 39 136 44 310

Escassez de recursos naturais

V6

5 2 13 4 40 13 102 33 146 48 310

Comprometimento ambiental da empresa

V7

1 0 9 3 34 11 110 36 151 50 310

Postura organizacional

V8 1 0 7 2 45 15 111 36 142 46

310

Apoio às causas ambientais

V9

0 0 1 0 32 10 140 46 132 43 310

As agências como fonte de sugestões estrat. em

marketing verde

V10

2 1 6 2 38 12 162 53 99 32

310

Imagem positiva

V11

0 0 9 3 32 10 127 42 137 45

310

Valor agregado

V12

1 0 6 2 26 9 130 43 140 46 310

O marketing ambiental como estratégia

competitiva

V13

10 3 27 9 54 18 115 38 99 32

310

Pioneirismo

V14 13 4 37 12 73 24 107 35 74 24 310

Sensibilização do cliente

V15 146 48 100 33 42 14 14 5 5 2 310

Adoção de práticas educativa

V16

0 0 4 1 16 5 116 38 166 55 310

Postura ecologicamente correta

V17

3 1 17 6 28 9 56 18 202 66 310

Bandeira verde V18

5 2 8 3 31 10 139 45 123 40 310

71

Continuação da Tabela 6. Frequências obtidas por variável de acordo com o nível

de importância para os sujeitos.

Agência de publicidade como agente condutor

V19

4 1 15 5 31 10 106 35 148 49 310

Apoio a projetos ambientais

V20

160 52 99 32 34 11 10 3 2 1 310

Investimento necessário em marketing verde

V21

9 3 25 8 56 18 111 36 105 34 310

Marketing verde como argumento para a decisão da compra

V22

18 6 97 32 118 39 64 21 9 3

310

Rejeição às marcas não verdes

V23

8 3 38 12 96 31 121 40 42 14 310

Mídia espontânea

V24 108 35 123 40 42 14 22 7 10 3 310

Comunicação com a sociedade

V25

4 1 7 2 30 10 118 39 147 48 310

Sugestões de ações de marketing verde

V26

12 4 45 15 70 23 133 44 45 15 310

Investimentos em marketing verde

V27

2 1 15 5 38 12 157 51 95 31 310

Varejo diferenciado pelo o marketing verde

V28

7 2 18 6 36 12 145 47 100 33 310

Apoio governamental

V29 274 89 20 7 7 2 3 1 3 1 310

Planejamento Est. com ações de marketing

verde

V30

1 0 2 2 19 6 131 43 153 50 310

Marketing verde não pode ser maquiagem

V31

2 1 0 0 2 1 39 13 263 86 310

Coerência entre publicidade e prática

V32

0 0 1 0 10 3 87 29 202 67 310

Mensagem ecológica levando à liderança

V33

2 1 14 5 59 19 171 56 61 20 310

Fonte: Dados da pesquisa

Na análise realizada sobre o nível de importância por variável na visão dos

sujeitos, percebeu-se que as variáveis V4 – “Preservação de espaço público”, V20 -

“Apoio a projetos ambientais” e V29 – “Apoio governamental” destacaram-se nas

respostas “concordo totalmente”, conseguindo índices expressivos de 167 sujeitos

(55%), 160 sujeitos (52%) e 274 sujeitos (89%) respectivamente. Com destaque

para a variável V29 – Apoio governamental que obteve um índice elevado de 89%.

O resultado dessa variável mostra tendência, na visão dos publicitários que

responderam a pesquisa, de que o governo precisa investir mais em ações de

conscientização sobre a preservação do meio ambiente, seja por meio de

campanhas publicitárias, ações educativas ou estratégias de preservação.

Estratégias de marketing ambiental podem ser utilizadas pelo governo como canal

72

de comunicação com a sociedade construindo a imagem de uma gestão preocupada

com as causas ambientais (PRINGLE E THOMPSON, 2000).

Identificou-se, na análise, que as variáveis V17 – “Postura ecologicamente

correta”, V31 – “Marketing verde não pode ser maquiagem” e V32 – Coerência entre

publicidade e prática”, obtiveram índices de respostas “concordo totalmente”

expressivos como: 202 sujeitos (67%), 263 sujeitos (86%) e 202 sujeitos (67%).

Dentre essas variáveis visivelmente mais significantes na visão dos profissionais de

publicidade participantes desta pesquisa, a variável V31 merece uma atenção

especial, uma vez que 86% dos entrevistados não concordam que o marketing

ambiental seja utilizado como uma maquiagem. Esse pensamento dos

respondentes confirma a teoria de Dahlstrom (2011), a qual faz um alerta às

empresas para que haja um gerenciamento na aplicação das ações estratégicas de

marketing verde. Para o autor, o planejamento estratégico em marketing verde deve

conter todas as etapas do processo, fazendo a integração da estratégia verde com a

missão da empresa, os objetivos, as táticas e a visão.

4.5 ANÁLISE FATORIAL

Com o objetivo de investigar possíveis agrupamentos das variáveis

pesquisadas, foi realizada análise fatorial exploratória, utilizado a rotação pelo

método Varimax, o que, segundo Hair et al. (2005), é o método que fornece melhor

separação dos fatores e que provou ser um dos mais adequados métodos de

rotação ortogonal.

O teste de KMO (Tabela 7) foi aplicado e constatou-se que os fatores

estratégicos determinantes do marketing ambiental obtiveram o valor de 0,863 e um

nível de significância zero, ou seja, superior ao patamar crítico de 0,500 apontado

por Hair et al. (2005) e Corrar et al. (2009). Em ambos os casos, os testes apontam

que os dados apresentados têm índices satisfatórios para a realização da análise

fatorial

73

Tabela 7. Resultados do KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett dos Fatores

Estratégicos Determinantes do Marketing Ambiental.

Medida de Adequação da Amostra Kaiser – Meyer – Olkin

0,863

Teste de Estericidade de Bartlett Chi-Square aproximado Df Sig

3078,290 528 ,000

Fonte: Dados da pesquisa

Segundo Corrar et al. (2009), as comunalidades representam a proporção da

variância para cada variável incluída na análise, que é explicada pelo componente

extraído. Com relação à comunalidade das variáveis desses fatores (Tabela 9),

verificou-se que as variáveis V8 - “Postura organizacional”, V10 – “As agências

como fonte de sugestões estratégicas em marketing verde”, V12 – “Valor agregado”,

V15 – “Sensibilização do cliente”, V21 – “Investimento necessário em marketing

verde”, V24 – “Mídia espontânea” e V30 – “Planejamento estratégico como ações de

marketing verde”, estão variando entre 0,429 e 0,490. Apesar das variáveis estarem

abaixo do mínimo aceitável (0,500), mesmo assim considerou-se prosseguir com a

análise fatorial já que o os valores estavam próximos de 0,500.

Verificou-se também na Tabela 8 que a variável V19 – “Agência de

publicidade como agente condutor” foi a que apresentou o nível médio mais elevado,

com o valor de 0,657, entre todas as variáveis desse estudo, o que representa um

índice alto dessa com relação as outras.

74

Tabela 8. Médias de comunalidade entre as variáveis Estratégicas Determinantes

do Marketing Ambiental.

Comunalidade Redimensionado

Nr. da variável Nome Variável Inicial Extração

V1 Consumo Consciente 1,000 0,513

V2 Apelos ambientais 1,000 0,604

V3 Ações assertivas 1,000 0,520

V4 Preservação de espaço público 1,000 0,563

V5 Incentivo à coleta seletiva 1,000 0,560

V6 Escassez de recursos naturais 1,000 0,650

V7 Comprometimento ambiental da empresa 1,000 0,512

V8 Postura organizacional 1,000 0,485

V9 Apoio às causas ambientais 1,000 0,543

V10 As agências como fonte de sugestões estrat. em marketing verde

1,000 0,490

V11 Imagem positiva 1,000 0,531

V12 Valor agregado 1,000 0,429

V13 O marketing ambiental como estratégia competitiva

1,000 0,587

V14 Pioneirismo 1,000 0,595

V15 Sensibilização do cliente 1,000 0,494

V16 Adoção de práticas educativa 1,000 0,544

V17 Postura ecologicamente correta 1,000 0,634

V18 Bandeira verde 1,000 0,608

V19 Agência de publicidade como agente condutor 1,000 0,657

V20 Apoio a projetos ambientais 1,000 0,574

V21 Investimento necessário em marketing verde 1,000 0,439

V22 Marketing verde como argumento para a decisão da compra

1,000 0,522

V23 Rejeição às marcas não verdes 1,000 0,632

V24 Mídia espontânea 1,000 0,438

V25 Comunicação com a sociedade 1,000 0,581

V26 Sugestões de ações de marketing verde 1,000 0,534

V27 Investimentos em marketing verde 1,000 0,615

V28 Varejo diferenciado pelo o marketing verde 1,000 0,599

V29 Apoio governamental 1,000 0,553

V30 Planejamento Est. com ações de marketing verde 1,000 0,457

V31 Marketing verde não pode ser maquiagem 1,000 0,522

V32 Coerência entre publicidade e prática 1,000 0,548

V33 Mensagem ecológica levando à liderança 1,000 0,560

Fonte: Dados da Pesquisa

A Tabela 9 - Rotação da matriz de componentes, é um instrumento que

apresenta índices de cargas fatoriais possibilitando a construção de agrupamentos

de variáveis por proximidade de valores, permitindo a realização de outras rotações,

até encontrar a quantidade considerada ideal de grupos.

75

Tabela 9 - Rotação da matriz de componentes – sugerindo 7 Fatores Grupos

Variáveis 1 2 3 4 5 6 7 8

V06-Escassez de recursos naturais

0,781

0,202

V14-Pioneirismo 0,621

0,327

0,203

V05-Incentivo à coleta seletiva 0,552 0,340

0,279 0,312

V07-Comprometimento ambiental da empresa

0,494

0,436

0,259

V21-Investimento necessário em marketing verde

0,482 0,399 0,206

V16-Adoção de práticas educativa

0,469 0,233

0,396

0,315

V12-Valor agregado 0,421

0,273

0,248 0,267

V25-Comunicação com a sociedade

0,733 0,288

V08-Postura organizacional 0,230 0,607 0,251

V09-Apoio às causas ambientais

0,590

0,205 0,262 0,257

0,225

V15-Sensibilização do cliente 0,256 0,501 0,287

0,291

V30-Planejamento Estratégico com ações de marketing verde

0,201 0,347 0,207 0,254 0,266 0,298 0,210

V18-Bandeira verde

0,205 0,700

V13-O marketing ambiental como estratégia competitiva

0,689

V19-Agência de publicidade como gente condutor

0,274 0,387 0,551

V17-Postura ecologicamente correta

0,236 0,282 0,468

0,395

0,256

V11-Imagem positiva 0,304 0,337 0,387 0,287

0,229

V28i-Varejo diferenciado pelo o marketing verde

0,721

V04i-Preservação de espaço público

0,289 0,605

V20i-Apoio a projetos ambientais 0,351 0,243 0

0,258 0,520

V24i-Mídia espontânea

0,380

0,463

V27-Investimentos em marketing verde

0,756

V10-As agências como fonte de sugestões estratégicas em

marketing verde

0,613

V33i-Mensagem ecológica levando à liderança

0,690

V01-Consumo Consciente

0,680

76

Continuação da Tabela 9 - Rotação da matriz de componentes – sugerindo 7

Fatores

V22-Marketing verde como argumento para a decisão da

compra

0,634 0,211

V31-Marketing verde não pode ser maquiagem

0,726

V29i-Apoio governamental

0,305

0,251

0,629

V32-Coerência entre publicidade e prática

0,238

0,384

0,465 0,336

V03-Ações assertivas

0,255

0,755

V02i-Apelos ambientais 0,373

0,353

0,466

O primeiro grupo apresentado na Tabela 9 é composto pelas variáveis V5 –

“Incentivo à coleta seletiva”, V6 – “Escassez de recursos naturais”, V7-

“Comprometimento ambiental da empresa”, V14 – “Pioneirismo”, V16 – “Adoção de

Práticas educativas” e V21 – “Investimento necessário em marketing verde”. Esse

Fator agrupou as variáveis com direcionamento para empresas comprometidas com

as causas ambientais. São organizações que acreditam e investem na realização

de ações de marketing ambiental como: campanhas publicitárias educativas de

preservação do meio ambiente, orientação adequada de uso dos recursos naturais,

incentivo à coleta seletiva. As empresas apresentam à sociedade as ações de

preservação do meio ambiente por elas desenvolvidas, acreditando que os

resultados agregarão valor à sua marca (FOSTER E KKASZNIK, 1998). Guimarães

(2006) acredita que essas campanhas publicitárias ajudam a projetar a imagem

positiva da empresa junto à sociedade e consequentemente gerar uma vantagem

competitiva da empresa.

O segundo grupo contempla as variáveis V8 – “Postura organizacional”, V15 –

“Sensibilização do cliente” e V30 – “Planejamento estratégico com ações de

marketing ambiental” V25 – “Comunicação com a sociedade”, V09 – “Apoio às

causas ambientais”. O agrupamento dessas variáveis está diretamente relacionado

com o caráter da organização e com relação ao modo como a empresa se relaciona

com a sociedade. Segundo Selznick (1988), uma empresa pode desenvolver

vantagem competitiva personificando os valores da organização por meio da sua

77

postura. Para Porter (1980) o surgimento de uma vantagem competitiva acontece a

partir da criação de valor da empresa para seus compradores. Neste sentido a

postura organizacional da empresa em relação ao seu comprometimento às causas

ambientais pode ser uma vantagem competitiva essencialmente social.

O terceiro grupo é composto pelas variáveis V3 – “Ações assertivas”, V4 –

“Preservação do espaço público”, V11 – “Imagem positiva”, V13 – “O marketing

ambiental como estratégia competitiva”, V18 – “Bandeira verde e V19 – “Agência de

publicidade como agente condutor”, Esse grupo reúne as variáveis com

características de ações estratégicas de marketing ambiental aplicadas na prática

pelas empresas. A sugestão dessas ações pela agência de publicidade e a

realização na prática pelas empresas, pode ser uma estratégia eficaz capaz de gerar

um diferencial competitivo para as empresas que as realizam. Segundo Whittington

(2006), estratégias sociais e ambientais aplicadas na prática favorecem a

credibilidade da empresa que as realizam

O quarto grupo é composto pelas variáveis V2 –“Apelos ambientais”, V20 –

“Apoio a projetos ambientais”, V24 - “Mídia Espontânea” e V28 – “Varejo

diferenciado pelo marketing verde”. O ato das empresas, independente do seu

porte, apoiarem projetos de marketing ambiental, pode diferencia-las no mercado

onde está inserida, com chances de conquistarem vantagem competitiva frente à

concorrência, na medida em que as mídias espontâneas acontecerão nos veículos

de comunicação reforçando a marca da empresa. Importância da coerência na

mensagem publicitária com apelos ambientais, contidas nos anúncios, com o

objetivo de sensibilizar os consumidores. Para Keller (1998), a coerência na

mensagem publicitária contribui para a credibilidade e o fortalecimento da marca, e

podem gerar maior lealdade dos clientes e menor vulnerabilidade a ações dos

concorrentes (KELLER, 1998).

O quinto grupo é composto pelas variáveis V10 – “As agências como fontes

de sugestões estratégicas em marketing ambiental”, V17 – “Postura ecologicamente

correta” e V27 – “Investimento em marketing verde”. O grupo conta com apenas três

variáveis e sua essência está concentrada nas sugestões das agências de

publicidade para seus clientes com relação à realização de ações estratégicas de

marketing ambiental. As agências de publicidade orientam as empresas investirem

78

nesse tipo de marketing com o objetivo de construir uma vantagem competitiva. As

empresas buscam uma diferenciação no mercado onde estão inseridas, adotando

ações de marketing ambiental e, consequentemente, criando uma imagem positiva

na visão cliente (OTTMAN, 1994).

O sexto grupo, contempla as variáveis: V1 – “Consumo consciente”, V2 –

Valor agregado”, V22 – “Marketing verde como argumento para decisão da compra”

V33 – “Mensagem ecológica levando à liderança” . As variáveis do grupo estão

diretamente relacionadas com o consumidor comprometido com as causas

ambientais. Para esse consumidor, o marketing verde agrega valor à marca e

contribui na decisão da compra, portanto é importante que o discurso verde

apresentado pelas empresas seja de fato praticado e percebido pelos clientes nas

ações da organização. O marketing verde incorpora valores éticos ambientais nas

empresas criando e difundindo novos bens e serviços, a partir da consciência

ecológica do público consumidor (ROCHA e MARQUES, 2004).

O sétimo e último grupo é composto pelas variáveis V29 – “Apoio

governamental”, V31 – “Marketing verde não pode ser maquiagem” e V32 –

“Coerência em publicidade e prática”. O Fator conta com apenas três variáveis,

todas focadas, principalmente, na seriedade com a qual deve ser tratada a questão

ambiental, seja pelas indústrias que exploram os recursos naturais; pelas empresas

que comercializam seus produtos e se apresentam para seus clientes como

ecologicamente corretas; ou pelo governo, representante maior da nossa sociedade.

Em qualquer uma das situações, o respeito à preservação do meio ambiente deve

estar presente, uma vez que a reputação e o relacionamento com a sociedade são

fatores que contribuem para que a empresa ou o governo adquiram vantagem

competitiva (GHEMAWAT, 2000).

A variância explicada nos Fatores estratégicos determinantes do marketing

ambiental (Tabela 10), permitiu que fosse feito um agrupamento com sete fatores de

variáveis (cada fator alternando entre 3 e 7 variáveis), para que se obtenha uma

explicação de 52,172 (HAIR et at., 2005).

79

Tabela 10. Total da variância explicada nos Fatores Estratégicos Determinantes do

Marketing Ambiental.

Componentes

Valores de extração de cargas quadráticas Soma de rotação das cargas quadráticas

Total % variância % cumulativa Total % variância % cumulativa

1 7,899 25,479 25,479 3,056 9,859 9,859

2 1,879 6,062 31,541 2,852 9,200 19,059

3 1,711 5,518 37,059 2,713 8,752 27,811

4 1,411 4,550 41,610 2,083 6,720 34,531

5 1,323 4,268 45,878 2,037 6,571 41,102

6 1,194 3,853 49,730 1,825 5,889 46,990

7 1,116 3,601 53,332 1,606 5,182 52,172

Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa

No Quadro 04 é possível observar os novos Fatores e sua nova forma de

agrupamento das variáveis. O Fator F1, por reunir variáveis que dizem respeito ao

comprometimento da empresa com as práticas educativas voltadas para o meio

ambiente, recebeu o nome de “Incorporação de práticas de marketing ambiental”.

O segundo Fator (F2) agrupou variáveis relacionadas com a postura da

empresa perante a sociedade, em relação ao planejamento estratégico com ações

focadas para as causas ambientais. Esse Fator recebeu o nome de “Interação com

a Sociedade pelo Marketing Verde”.

O terceiro Fator (F3) recebeu o nome de “Reputação organizacional por Meio

do Marketing Verde”, por agrupar variáveis com foco na imagem positiva perante a

sociedade, por meio de ações assertivas voltadas para o meio ambiente, além

defender a bandeira das causas ambientais.

O quarto Fator (F4), por agrupar variáveis direcionadas para o apoio a

projetos ambientais capazes de gerar mídias espontâneas para as empresas que

apoiam, a dimensão recebeu o nome de “Benefícios Estratégicos do Marketing

Ambiental”.

O quinto Fator (F5) recebeu o nome de “Marketing Ambiental como Estratégia

Promocional da Empresa” por contemplar as variáveis relacionadas com a agência

de publicidade para promover a postura da empresa que investe em ações

ambientais, apresentada à sociedade como ecologicamente correta.

O sexto Fator (F6) recebeu o nome de “Vantagem competitiva através do

marketing verde” por contemplar variáveis voltadas para os produtos de empresas

que tenham compromisso ambiental, respeitando o consumidor ecologicamente

consciente.

80

O sétimo e último Fator (F7), por possuir em seu grupo as variáveis voltadas

para o respeito e comprometimento com a sociedade, por meio da coerência sobre

o que é anunciado, recebeu o nome de .”Marketing verde coerente com a prática

empresarial”.

Quadro 04 - Novos fatores e respectivas variáveis

Fator Variáveis do Estudo

F1 - Incorporação de

práticas de marketing

ambiental

V06-Escassez de recursos naturais

V14-Pioneirismo

V05-Incentivo à coleta seletiva

V07-Comprometimento ambiental da empresa

V21-Investimento necessário em marketing verde

V16-Adoção de práticas educativa

V11-Imagem positiva

F2 - Interação com a

Sociedade pelo Marketing

Verde

V25-Comunicação com a sociedade

V08-Postura organizacional

V09-Apoio às causas ambientais

V15-Sensibilização do cliente

V30-Planejamento Estratégico com ações de marketing verde

F3 - Reputação

organizacional por Meio do

Marketing Verde

V18-Bandeira verde

V13-O marketing ambiental como estratégia competitiva

V19-Agência de publicidade como gente condutor.

V04-Preservação de espaço público

V03-Ações assertivas

F4 - Benefícios Estratégicos

do Marketing Ambiental

V28-Varejo diferenciado pelo o marketing verde

V20-Apoio a projetos ambientais

V24-Mídia espontânea

V02-Apelos ambientais

F5 -Marketing Ambiental

como Estratégia

Promocional da Empresa

V27-Investimentos em marketing verde

V10-As agências como orientadora de estratégicas em marketing verde

V17-Postura ecologicamente correta

V26-Sugestões de marketing verde

F6 - Vantagem competitiva

através do marketing verde

V33-Mensagem ecológica levando à liderança

V01-Consumo Consciente

V22-Marketing verde como argumento para a decisão da compra

V12-Valor agregado

F7 - .Marketing verde

coerente com a prática

empresarial

V31-Marketing verde não pode ser maquiagem

V29-Apoio governamental

V32-Coerência entre publicidade e prática

V23 – Rejeição às marcas não verdes

Elaborado pelo autor Fonte: Dados da pesquisa

81

O agrupamento das variáveis em Fatores apresentados na Tabela 11 mostra

o nível médio dos Fatores estratégicos determinantes do marketing ambiental.

Pelos índices apresentados na Tabela, percebe-se que os Fatores um e seis foram

os que apresentaram maior (0,490) e menor (0,350) média do nível médio,

respectivamente. Baseado nesses resultados, é possível afirmar que o Fator um é o

que tem a maior representatividade, com média do nível médio acima do

considerado satisfatório por Hair et al. (2005). Já o Fator seis foi o que apresentou a

menor média dos níveis médio, conseguindo uma representatividade menor que os

demais Fatores.

Tabela 11. Média dos níveis médio dos Fatores

Número do Fatores

Nome do Fator

Média do Nível médio das variáveis

1 Incorporação de práticas de marketing ambiental 0,490

7 Marketing verde coerente com a prática empresarial 0,468

2 Interação com a Sociedade pelo Marketing Verde 0,431

3 Reputação organizacional por Meio do Marketing Verde 0,402

5 Marketing Ambiental como Estratégia Promocional da Empresa 0,398

4 Benefícios Estratégicos do Marketing Ambiental 0,394

6 Vantagem competitiva através do marketing verde 0,350

Método de extração: Análise de componentes principais Fonte: Dados da pesquisa

82

5 CONCLUSÃO

O presente estudo foi realizado com um grupo de publicitários que atuam em

todas as regiões do país. Pesquisar este segmento de mercado e identificar os

fatores determinantes de marketing ambiental que são mais importantes, na visão

desses publicitários que participaram do estudo, contribuiu para confirmar a literatura

com relação à vantagem competitiva através do marketing verde. Dahlstrom (2011)

alerta que as empresas precisam entender o tema marketing verde para manter

suas reputações e identidade de marca.

A pesquisa quantitativa mostrou que 82% do grupo de publicitários

entrevistados concordam que a postura organizacional da empresa com relação ao

meio ambiente deve ser apresentada à sociedade por meio de campanhas

publicitárias ou ações estratégicas, para que os clientes façam a associação da

marca com a sustentabilidade ambiental e, consequentemente, a empresa adquira

vantagem competitiva frente à concorrência. Ainda sobre os resultados da pesquisa

quantitativa, para 86% desse grupo de publicitários, as empresas que assumem a

responsabilidade com a preservação de espaços públicos têm um resultado positivo

com relação à sua imagem perante à sociedade, agregando valor à sua marca.

Com referência ao mercado de varejo, a pesquisa apontou que 80% dos

publicitários entrevistados concordam que as empresas que fazem parte desse

mercado podem se destacar frente à concorrência e aumentar a sua participação,

realizando ações de preservação do meio ambiente e consequentemente

aumentando a sua lucratividade, pois acreditam que o marketing ambiental é uma

ferramenta estratégica capaz de contribuir para a vantagem competitiva da empresa.

Na visão de 84% dos profissionais de publicidade entrevistados na pesquisa,

a agência de publicidade é um agente condutor importante para as empresas

colocarem em prática ações de marketing ambiental, buscando uma comunicação

responsável com a sociedade e consequentemente diferenciando-se da

concorrência.

83

Os resultados apontados na pesquisa quantitativa confirmaram as variáveis

encontradas na literatura, bem como as novas variáveis detectadas na entrevista

com os sujeitos, exceto a variável “Marketing verde pode ser uma maquiagem” que

foi identificada na entrevista com os empresários da cidade de Natal, porém a

variável apresentou uma frequência de 99% dos entrevistados entre discordo e

discordo totalmente, tornando a variável completamente rejeitada na visão desses

publicitários.

Nos resultados apresentados na pesquisa quantitativa, as variáveis foram

classificadas em grau de importância dado a elas sobre vantagem competitiva,

fazendo análises descritivas das variáveis determinantes na visão de publicitários

brasileiros. As variáveis V31 – Marketing verde não pode ser maquiagem, V29 –

Apoio governamental e V32 – Coerência entre publicidade e prática foram as que

apresentaram os maiores níveis médios, 4,84, 4,82 e 4,63 respectivamente. Por

outro lado as variáveis V2 – Apelos ambientais, V33 – Mensagem ecológica levando

a liderança e V1- Consumo consciente apresentaram os menores níveis médios com

3,34, 3,16 e 3,12 respectivamente.

A questão da pesquisa foi respondida a contento, uma vez que foram

detectados os fatores estratégicos de marketing ambiental que determinam, no visão

desse grupo de publicitários, a vantagem competitiva das empresas.

O objetivo geral do estudo foi alcançado na medida em que a pesquisa

realizada com um grupo de publicitários que atuam no mercado nacional possibilitou

um resultado que permitiu a identificação de fatores determinantes do marketing

ambiental na visão desses publicitários entrevistados.

Os objetivos específicos foram alcançados, pois os resultados adquiridos

contribuíram para detectar e classificar as variáveis em nível de importância na visão

de publicitários brasileiros. O objetivo foi alcançado no momento da revisão da

literatura e da pesquisa qualitativa aplicada por meio de uma entrevista com dez

gestores de agências de publicidade da cidade de Natal, permitindo fazer uma

análise de conteúdo.

Não houve limitações na revisão da literatura com relação às temáticas

voltadas para estratégia empresarial, vantagem competitiva, marketing ambiental e

84

publicidade abordadas neste estudo, uma vez que existem vários autores que

pesquisam sobre este assunto.

Recomendam-se futuras pesquisas em marketing ambiental com os temas:

Identificar o que as Instituições de Ensino Superior estão orientando a seus

colaboradores e alunos quanto às práticas ambientais; e Identificar quais

contribuições as religiões estão dando à sociedade com relação as ações de

preservação do meio ambiente.

85

REFERÊNCIAS ALI Shah, S. Z., & Akbar, S. Value relevance of advertising expenditure: a review of the literature. International Journal of Management Reviews, 10, 301-325. 2008. Disponível em: http://wrap.warwick.ac.uk/28977/. Acesso em: 06.04.2013. ANSOFF. H. I. Corporate strategy. an analytical approach to business policy for gowth and expansion. New York: McGraw-Hill, 1965. Disponível em: http://www.qfinance.com/contentFiles/QF01/hkzc4gpg/11/1/corporate-strategy-an-analytic-approach-to-business-policy-for-growth-and-expansion.pdf. Acesso em: 11.05.2013. ANSOFF, H. I. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990. AZEVÊDO, Alexandre Cabral de; GALÃO, Fabiano Palhares; BACCARO, Thais Accioly. Marketing e comunicação: a pesquisa na área do comportamento do consumidor no marketing ambiental – uma revisão da produção acadêmica brasileira entre 1994 e 2007. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/semead/11semead/resultado/trabalhosPDF/725.pdf. Acesso em: 05.05.2013. BARNEY, J. B. Gaining and sustaining competitive advantage. New Jersey: Education Inc. 2002. BOWERSOX, D. J. The strategic benefits of logistics alliances. Harvard Business Review 68(4), 36-42. 1990. BRANCO, Renato Castelo; MARTENSEN, Rodolfo Lima; REIS, Fernando. História da Propaganda no Brasil. São Paulo: Ibraco, 1990. BRANDENBURGER, A. and H. Stuart. Value-based Business Strategy. Journal of Economics & Management Strategy 5: 5-24. 1996. CHANDLER, A. K. The enduring logic of industrial success. Harvard Business Review 68(2), 130-141. 1990. COOPER, Donald R; SHINDLER, Pamela S. Métodos de pesquisa em administração. 7.ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. CORRAR, Luiz; PAULO, Edilson; DIAS FILHO, José Maria. Análise multivariada: para os cursos de administração, ciências contábeis e economia. São Paulo: Atlas, 2009. DAHLSTROM, Robert. Gerenciamento de Marketing Verde. São Paulo: Cengag Learning, 2011. DIAS, Reinaldo. Marketing ambiental. São Paulo: Atlas, 2007

86

DORNELAS, José. Empreendedorismo. Transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevuer, 2008. DRUCKER, Peter F.. Introdução à administração. São Paulo. Pioneira. 1984. DRUKER, Peter F. Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios. São Paulo: Pioneira, 1987. GONÇALVES, E. L. Responsabilidade social da empresa. Revista de Administração

Empresarial, v. 24, n. 4, p. 226-240, out./dez 1984.

GHEMAWAT, P. A estratégia e o cenário dos negócios: textos e casos. Porto Alegre: Bookman. 2000. GUIMARÃES, Antônio Fernando. Marketing Verde e a Propaganda Ecológica: Uma análise da Estrutura da Comunicação em Anúncios Impressos, São Paulo – 2006. Disponível em: http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542012000200010&lng=es&nrm=iso. Acesso em: 18.05.2013. FOSTER, George; Kasznik, Ron. Brand Values and Capital Market Valuation. Rewiew of Accounting Studies. Vol. 3, Nos 1-2, 1998. HAIR JR, J. F; et al. Análise multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. HALL, Stuart. Encoding/decoding. In Centre for Contemporary Cultural Studies (Ed.): Culture, Media, Language: Working Papers in Cultural Studies, 1972-79 London: Hutchinson, 1980. HENDERSON, B. D.. The origin of strategy. Harvard Business Review, 1989. HOEFLER, S.; KELLER, K. Building brand equity through corporate societal marketing. Jornal of Public Policy & Marketing, v.21, n.1, p. 78-89, 2002. JARZABKOWSKI, P.; BALOGUN, J.; SEIDL, D. Strategizing: The challenges of a practice perspective. Human Relations, v.60, n.1, p. 5-27, 2007. JARZABKOWSKI, P. Strategy as Practice: An Activity-Based Approach. Sage, Londres 2005. JOHNSON, J. T., & Busbin, J. W. The evolution of competitive advantage: has virtual marketing replaced time-based competition? Indiana: Competitiveness Review. 2000. JOHNSON, G.; LANGLEY, A.; MELIN, L; WHITTINGTON, R. Strategy as Practice: Research directions and resources. Reino Unido: Cambridge University Press, 2007. JONES, John Philip. A Publicidade como negócio. São Paulo: Nobel, 2002.

87

KELLER, Kevin Lane. Strategic Brand Management. Prentice Hall. 1998. LAROCHE, M.; BERGERON, J; BARBARO-FORLEO, G. Targeting consumers who are willing to pay more for environmentally friendly products. The Journal of Consumer Marketing, Santa Bárbaram v.18, n.6, p.503-520, 2001. LUPETTI, Marcélia. Planejamento de Comunicação. São Paulo: Futura, 2001. __________________. Administração em Publicidade – A verdadeira alma do negócio. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. MAIGNAN, I.; FERRELL, O. Corporate social responsibility and marketing: an integrative framework. Journal of the Academy of Marketing Science, v.32, n.1, p.3-19, 2004. MALHOTRA, N. K. et al. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. São Paulo: Pearson Education, 2005. MARTINEZ, Marcelo Ferreira. Variáveis explicativas da favorabilidade ambiental do consumidor: uma investigação da cidade de São Carlos. São Paulo – 2010. Tese de doutorado em Administração de empresas. MATHEWS, J. A. A resource-based view of Schumpeterian economic dynamics. Journal of Evolutionary Economics, 12(1/2), 29-54. 2002.

MENDES, Tânia. O capital natural do planeta corre perigo. Revista Brasileira de Administração. Brasília, ano XVIII, ed. 67, p. 8-12, Novembro/Dezembro de 2008. MINTZBERG, H.; QUINN, J. N. The Strategy Process: Concepts, Contexts ans Cases. 3rd. Ed. Prentice Hall. 1996. MINTZBERG, H. Managers not MBA´s: A hard look at the soft practice of managing and management development. San Francisco: Berrett-Koehler Publishers, 2004. MINTZBERG, H., Ahltrand, B., & Lampel, J.. Safari de Estratégia: um roteiro pela selva do planejamento. Porto Alegre: Bookman, 2010. MOHR, L.; WEBB, D.; HARRIS, K. Do consumers expect companies to be socially responsible? The impact of corporat social responsibility on buying behavior. Journal of Consumer Affair, v.35, n1, p.121- 47, 2001. MOTTA, Sérgio L. S.; ROSSI, George B. A influência do fator ecológico na decisão de compra de bens de conveniência: um estudo exploratório na cidade de São Paulo. Revista de Administração, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 46-57, jan./mar. 2003.

88

MOURITSEN, J., Bukh, P. N., Larsen, H. T., & Johansen, M. R. Developing and managing knowledge through intellectual capital statements. Journal of Intellectual Capital, 3, 10-29. 2002. OHMAE, K. Getting back to strategy. Harvard Business Review 66, 149-157. 1988. OLIVEIRA, D.R, Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia e Praticas. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

OLIVEIRA, J. A. P. Empresas na Sociedade: Sustentabilidade e Responsabilidade

Social. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

OLIVEIRA, Sidnei. Geração Y: era das conexões, tempo de relacionamentos. São Paulo: Clube de Autores, 2008. OTTMAN, J. Marketing verde: desafios e oportunidades para a nova era do marketing. São Paulo: Makron Books, 1994. PEATTIE, K. Environmental Marketing Management. London: Pitman Publishing, 1995. PETERAF, Margaret A. The Cornerstones of Competitive Advantage: A Resource-Based View. Strategic Management Journal, v. 14, n. 3. p. 179-191, mar. 1993. POLONSKY, M. J.; MINTU-WIMSATT, A. T. Environmental Marketing: Strategies, Practice, Theory, and Research. The Haworth Press, New York. 1995 PORTER, Michael. Estratégia Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1996. PORTER, Michael. Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1990. POWELL, T. C. Competitive Advantage: Logical and Philosophical Considerations, Strategic Management Journal, 22, 875-888. 2001. PRAHALAD, C. K., & Hamel, G. The core competence of the corporation. Harvard Business Review 68, 79-92. 1990. PRINGLE, H.; THOMPSON, M. Marketing social: marketing para causas sociais e a construção de marcas. São Paulo: Makron Brooks, 2000. QUINN, J. B. Strategies for Change: Logical Incrementalism. R. D. Irwin Inc, 1980. QUINN, J. B., Doorley, T. L., & Paquette, P. C. Beyond products: services-based strategy. Harvard Business Review 68, p. 58-65, 1990.

89

ROCHA, A. L. P.; MARQUES, D. L. S. Marketing verde para quem? In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPAD, 2004, Curitiba. Anais... Curitiba: ANPAD, 2004. ROMEIRO, M. do Carmo. Um estudo sobre o comportamento do consumidor ambientalmente favorável: uma verificação da região do ABC Paulista. São Paulo – 2006. ROSENBLOOM, B.. Conflict and channel efficiency: some conceptual models for the decision maker. Journal of Marketing, v.37, n.3, p.28, July 1973. RUMELT, R. P. What in the world is competitive advantage? [Policy Working Paper]. University of California, Los Angeles, Los Angeles, CA, USA. 1984. SAIZ, F. Marketing social corporativo: la acción social de La empresa. Madri: Pirámide, 2005. SAMPAIO, Rafael. Propaganda de A a Z: como usar a propaganda para construir marcas de sucesso. 2a ed. Rio de Janeiro: Campus. (1999). SANDERSON, S. M. New approaches to strategy: new ways of thinking for the millennium. Management Decision 36, p. 9-13. 1998. SANT’ANNA , Armando. Propaganda: teoria, técnica e prática. São Paulo: Pioneira. 2003. SELZNICK, P. A liderança na administração; uma interpretação sociológica. Rio de Janeiro: FGV. 1971. SERRA, Fernando A. Ribeiro. Administração Estratégica: conceitos, roteiros e casos. Rio de Janeiro, 2004. SMITH, Sandra Burle Marx. O Consumidor Ambientalmente Responsável. [S.l.], [2009]. Disponível em: <http://www.communita.com.br/pdf/consumidorambientalmenteresponsavel.pdf>. Acesso em: 18 nov.. 2012.

SOUZA, R.S. Evolução e condicionantes da gestão ambiental nas empresas. REAd 30 (8)6: 1-22., 2002. STALK, G., Jr., & Hout, T. M. Competing against time: how time-based competition is reshaping global markets. New York: The Free Press. 1990. THOMPSON JR., A.; STRICKLAND III, A. Planejamento estratégico: elaboração, implementação e execução. São Paulo: Pioneira, 2000. VASCONCELOS, Flávio Carvalho de; BRITO, L. A. L.. Vantagem competitiva: o construto e a métrica. RAE – Revista dde Administração de empresas, São Paulo, v. 44, n.2, p.51-63, 2004.

90

WHEELWRIGH, S., & Hayes, R. H. Competing through manufacturing. Harvard Business Review 63, p. 99-110. 1985. WHITTINGTON, R.; MAYER, M. The European Corporation: Strategy, Structure and Social Science. Oxford: Oxford University Press, 2000. WHITTINGTON, R. The work of strategizing and organizing: for a practice perspective. Strategic Organization, v. 1, n. 1, p. 119-127, 2002. WHITTINGTON, R. Estratégia após o modernismo: Recuperando a prática. RAE – Revista de Administração de Empresas, v. 44, n.4, p. 44-53, 2004. WHITTINGTON, R. Completing the practice turn in strategy research. Organizations Studies. v.27, n5, p. 613.634. 2006. WORCESTER, R. Corporate image research. In: WORCESTER, R. M.; DOWNHAM, J. Consumer Market Research Handbook. Amsterdan: Esomar, p. 601 – 616, 1986. ZANDONÁ, Leonardo; MOURA, Gilnei Luiz de. Green Marketing e planejamento estratégico: uma interligação possível? 2010. ZENONE, Luiz Cláudio. Marketing social. São Paulo: Thompsom Learning, 2006.

91

APÊNDICE A - ROTEIRO DE ENTREVISTA DE PROFUNDIDADE

Entrevistado:________________________________________Data:_____________

Cargo:______________________________________________________________

Agência:____________________________________________________________

1) A agência _____________ tem realizado com seus clientes, algum trabalho

relativo ao marketing ambiental? Se sim, qual(is)?

2) Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de

planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser

capaz de interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a

agência __________percebe essa informação?

3) Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam

diferentes estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o

concorrente e ampliar sua atuação, como a agência __________tem

orientado seus clientes para utilização de estratégia de marketing ambiental

como diferencial competitivo?

4) Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção

dos consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência

_________tem sugerido estratégias de marketing ambiental, para que as

empresas que fazem parte do seu cadastro de clientes possam tirar proveito

dessa credibilidade?

5) Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à

campanha publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são

importantes que sejam abordados para se atingir esses objetivos?

92

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE PESQUISA QUANTITATIVA

Atributos estratégicos de Marketing Ambiental

DIS

CO

RD

O

MU

ITO

DIS

CO

RD

O

UM

PO

UC

O

NE

M U

M

NE

M O

UT

RO

CO

NC

OR

DO

UM

PO

UC

O

CO

NC

OR

DO

M

UIT

O

1 2 3 4 5

q1 A postura organizacional da empresa ecologicamente correta, deve ser apresentada à sociedade, com intuito de associar sua marca à sustentabilidade ambiental.

q2 As empresas devem utilizar as ações de marketing ambiental por trata-se de um investimento necessário.

q3 A preservação de espaços públicos pelas organizações, não tem resultado positivo para empresa.

q4 Valor agregado à marca, pode ser conquistado a partir das ações de marketing ambiental realizadas pelas organizações.

q5 Campanhas educativas sobre a escassez de recursos naturais devem ser realizadas pelas empresas.

q6 A empresa pioneira em ações de marketing ambiental, tem mais chances de tornar-se líder de mercado que seus concorrentes.

q7 Adoção de práticas educativas pelas empresas, contribui para as causas ambientais.

q8 Os apelos ambientais contidos em algumas campanhas publicitárias têm o objetivo de enganar.

q9 O marketing ambiental pode ser uma bandeira verde defendida pelas empresas como estratégia.

q10 O mercado de varejo, pode lucrar envolvendo-se com causas ambientais.

q11 O marketing ambiental como estratégia competitiva é uma ferramenta que deve ser sugerida às empresas pelas agências de publicidade.

q12 A agência de publicidade pode ser um agente condutor para a realização prática de ações empresariais com foco no meio ambiente.

q13 As empresas devem assumir uma postura ecológica responsável, sem manter o foco apenas no lucro.

q14 Alguns consumidores rejeitam marcas de produtos que não sejam ecologicamente corretos

q15 O marketing verde não é um atributo na decisão de compra para o consumidor.

q16 A mensagem ecológica da empresa com os seus públicos (interno e externo) sobre as causas ambientais pode ser relevante para a liderança de mercado.

q17 O comprometimento ambiental da empresa deve ser apresentado como um diferencial positivo frente à concorrência.

q18 A imagem positiva de uma empresa junto à sociedade pode ser adquirida através das ações de marketing ambiental por ela realizadas.

q19 A sensibilização dos clientes às questões ambientais por meio de campanhas publicitárias não são bem vistas pela sociedade.

93

q20 Apoiar projetos ambientais, não contribui para que as empresas se diferenciem da

concorrência.

q21 Investimento financeiro é necessário para as empresas aplicarem em ações de marketing ambiental.

q22 O marketing verde não pode ser apenas uma maquiagem.

q23 As orientações da agência de publicidade com relação a ações de marketing ambiental são estratégias para a empresa.

q24 O incentivo à coleta seletiva por meio de uma campanha publicitária favorece a imagem da empresa que anuncia.

q25 O Governo não precisa apoiar ações de conscientização sobre a preservação do

meio ambiente.

q26 A coerência na comunicação, sobre o que é anunciado e o que é vendido, pode transmitir credibilidade para a empresa.

q27 Ações assertivas de marketing ambiental devem ser colocadas em prática, independente do porte da empresa.

q28 Ações de marketing ambiental sugeridas pelas agências de publicidade são efetivadas apenas por empresas ambientalmente conscientes.

q29 O consumidor está mais consciente na hora de comprar, portanto, prefere os produtos de empresas preocupadas com as causas ambientais.

q30 Empresas não conseguem mídia espontânea pelo fato de realizar ações de

marketing ambiental que tragam benefícios para a sociedade.

q31 Apoio às causas ambientais, permite às empresas serem reconhecidas socialmente

q32 As empresas devem comunicar à sociedade as ações de marketing ambiental por elas desenvolvidas.

q33 Ações de marketing verde devem estar no planejamento estratégico anual das empresas.

Estado em que reside: Cargo que ocupa na empresa: Idade: Escolaridade:

94

APÊNDICE C – CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA QUANTITATIVA

Caríssimo(a) Sr(a). , Conforme conversamos por telefone, segue abaixo o instrumento da minha

pesquisa quantitativa do mestrado. Por favor, leia as instruções e após responder

“click no botão em enviar”.

Instruções:

Este instrumento é parte integrante de uma pesquisa que busca investigar a

importância os fatores estratégicos determinantes do marketing ambiental na visão

das agências de publicidade do Brasil. A realização desse estudo faz parte do

Programa de Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar,

Natal/RN.

Contamos com a sua valiosa colaboração ao responder esse instrumento e

afirmamos que sua participação é anônima, você não precisa e nem será

identificado e as informações adquiridas servirão apenas para fins acadêmicos.

O instrumento foi construído com base na Escala de Likert de cinco pontos:

1) Discordo muito

2) Discordo um pouco

3) Nem um nem outro

4) Concordo um pouco

5) Concordo muito

Obrigado pela atenção dispensada, e me coloco à disposição para qualquer

outro esclarecimento que julgue necessário.

Mestrando: Francisco de Paula Costa

95

ANEXOS

Quadro 05 - Relação Questão X Variável

Questão

Variável

Q1 V8

Q2 V21

Q3 V4

Q4 V12

Q5 V6

Q6 V14

Q7 V16

Q8 V2

Q9 V18

Q10 V28

Q11 V13

Q12 V19

Q13 V17

Q14 V23

Q15 V22

Q16 V33

Q17 V7

Q18 V11

Q19 V15

Q20 V20

Q21 V27

Q22 V31

Q23 V10

Q24 V5

Q25 V29

Q26 V32

Q27 V3

Q28 V26

Q29 V1

Q30 V24

Q31 V9

Q32 V25

Q33 V30

96

Quadro 06 - Questões Invertidas Q3 A preservação de espaços públicos pelas organizações, não tem resultado

positivo para empresa. Q8 Os apelos ambientais contidos em algumas campanhas publicitárias têm o

objetivo de enganar. Q15 O marketing verde não é um argumento na decisão de compra para o

consumidor. Q19 A sensibilização dos clientes às questões ambientais, por meio de campanhas

publicitárias não são bem vistas pela sociedade. Q20 Apoiar projetos ambientais, não contribui para que as empresas se diferenciem

da concorrência. Q25 O Governo não precisa apoiar ações de conscientização sobre a preservação do

meio ambiente.

Q30 Empresas não conseguem mídia espontânea pelo fato de realizar ações de marketing ambiental que tragam benefícios para a sociedade.

97

Quadro 07 - Variáveis: número, nome, explicação e questão correspondente

Variável Questão Nome da variável Explicação da variável

V1

Q29

Consumo Consciente

O consumidor prefere comprar produtos de marcas comprometidas com o meio ambiente, mesmo que sejam mais caros.

V2

Q8

Apelos ambientais

Uso de mensagens com apelos ambientais em anúncios publicitários com o intuito de sensibilizar o consumidor.

V3

Q27

Ações assertivas

As ações estratégicas de marketing ambiental devem ser elaboradas de forma assertivas utilizando o meio de comunicação de acordo com o porte da empresa.

V4

Q3

Preservação de espaço público

Adoção de espaços públicos como praças e manutenção de canteiros, como estratégia de marketing ambiental.

V5

Q24

Incentivo à coleta

seletiva

Campanha publicitária veiculada por empresas como forma de incentivar a população com relação à coleta seletiva.

V6

Q5

Escassez de recursos naturais

Campanhas educativas direcionadas à população sobre a responsabilidade de preservação dos recursos naturais escassos.

V7

Q17

Comprometimento ambiental da empresa

Ações estratégicas na prática com relação à sustentabilidade ambiental.

V8

Q1

Postura organizacional Criação de uma postura organizacional com o objetivo de associar a marca à sustentabilidade ambiental.

V9

Q31

Apoio às causas ambientais

As empresas devem apoiar projetos de preservação ambiental como forma de reconhecimento social.

V10

Q23

As agências como fonte de sugestões

estratégicas em marketing verde

As agências de publicidade são fonte de sugestões estratégicas para a realização de ações de marketing ambiental.

V11

Q18

Imagem positiva

Ações de marketing ambiental contribuem para a imagem positiva da empresa junto à sociedade.

V12

Q4

Valor agregado

As empresas agregam valor à sua marca, a medida em que realizam ações de marketing ambiental.

V13

Q11

O marketing ambiental como estratégia

competitiva

Aplicação de marketing ambiental como diferencial competitivo.

V14

Q6

Pioneirismo

Empresas que saem na frente realizando ações de marketing ambiental, têm mais chances de conquistar novos mercados.

V15

Q19

Sensibilização do cliente

Empresas veiculam campanhas publicitárias para sensibilizar a sociedade das questões ambientais.

V16

Q7

Adoção de práticas educativa

As empresas precisam adotar ações práticas que eduquem o consumo consciente da sociedade.

V17

Q13

Postura ecologicamente correta

As empresas devem assumir uma postura ecológica responsável, sem manter o foco apenas no lucro.

V18

Q9

Bandeira verde

O marketing ambiental pode ser estrategicamente uma bandeira defendida pelas empresas.

Agência de publicidade A agência de publicidade como agente condutor

98

V19 Q12 como agente condutor

para aplicação de ações estratégicas na prática.

V20

Q20

Apoio a projetos ambientais

Apoiar ações de preservação do meio ambiente na prática, para diferenciar-se da concorrência.

V21

Q2

Investimento necessário em

marketing verde

As empresas não investem em marketing ambiental por acreditar tratar-se de um investimento desnecessário.

V22

Q15

Marketing verde como argumento para a

decisão da compra

O consumidor local parece não estar disposto a decidir sua compra pelo fato de utilizar o marketing ambiental como principal argumento.

V23

Q14

Rejeição às marcas não verdes

Consumidores evitam comprar produtos ou serviços de marcas “não verdes”.

V24

Q30

Mídia espontânea Ações de marketing ambiental realizadas pelas empresas geram mídia espontânea.

V25

Q32

Comunicação com a sociedade

As empresas precisam informar à sociedade a realização de suas ações com relação ao marketing ambiental.

V26

Q28

Sugestões de ações de marketing verde

Ações de marketing efetivas somente acontecem com as empresas conscientes socialmente.

V27

Q21

Investimentos em marketing verde

É necessário o investimento em marketing ambiental.

V28

Q10

Varejo diferenciado pelo o marketing verde

Diferenciar-se no mercado varejista por meio de ações de marketing verde.

V29

Q25

Apoio governamental Ações de conscientização ambiental devem ser apoiadas pelos governos municipal e estadual.

V30

Q33

Planejamento Estratégico com ações

de marketing verde

Ações de marketing ambiental devem sugeridas no planejamento estratégico anual.

V31

Q22

Marketing verde não pode

ser maquiagem

O que existe é uma maquiagem posta ao público que na maioria das vezes não reflete o que a empresa poderia fazer.

V32

Q26

Coerência entre publicidade e prática

As empresas, devem manter a coerência entre a mensagem anunciada e o que é vendido.

V33

Q16

Mensagem ecológica levando à liderança

A relevância da mensagem ecológica de uma empresa preocupada com as causas que agridem a natureza.

Fonte - Autor

99

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde

Empresa 01 Questionário de Pesquisa A agência 01 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing ambiental? Se sim, qual(is)? Sim. Um bom exemplo é o Projeto Bandeira Azul, levantado pelo cliente Sinduscon/RN, que visa despertar o interesse do poder público para preservar a praia dde Ponta Negra. A Bandeira Azul é um importante certificado de ordem mundial que seleciona praias urbanas por todo o planeta como exemplos de preservação. Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 01 percebe essa informação? Sustentabilidade deixou de ser uma questão de tendência para as marcas e passou a ser uma eterna causa. Empresas mobilizam pessoas. A partir do momento que essas pessoas, sejam funcionários ou clientes, interagem de forma correta com o meio ambiente estimulados pelas empresas, o marketing ambiental está sendo praticado de forma eficiente.

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua atuação, como a agência 01 tem orientado seus clientes para utilização de estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo? O papel do marketing ambiental é despertar nas empresas uma constante evolução na sua forma de lidar com o mundo. Promover melhorias socio-ambientais é associar a marca aquilo que desperta benefício e admiração das pessoas. Por exemplo: se uma construtora vai levantar um prédio num bairro residencial, ela deve se preocupar tanto com seus clientes (os futuros moradores) como também que a população que ali já reside. Cuidados como o máximo de reaproveitamento dos materiais da obra, passando por melhorias no entorno, nas ruas, nas praças, etc. Agindo dessa forma, pensando em tudo que está em sua volta, essa construtora chega a um bairro trazendo benefícios para todos, atraindo assim novos admiradores e futuros clientes. Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 01 tem

100

sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade? Estratégias de marketing verde devem ser bandeiras defendidas pelas marcas. A agência é muitas vezes um agente catalizador para que essas estratégias sejam colocadas em prática, mas é importante frisar que parte das empresas o total interesse pelo tema. Marketing ambiental traz mudanças no dia a dia das empresas. A questão vai muito além de campanhas. Não pode ficar apenas no discurso. Se uma marca comunica dizendo que cuida disso ou daquilo, ela tem que fazer isso diariamente. Jamais isso pode ser apenas um artifício de comunicação. Se a empresa não adota a causa por inteiro, o consumidor em algum momento vai ser surpreendido. E quando ele se frusta com a empresa por ela ter omitido ou mentido sobre a causa, uma coisa é certa: o tiro sai pela culatra. Portanto, toda estratégia de marketing ambiental sugerida pela Criola implica em mudança e compromisso por parte dos anunciantes. Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que sejam abordados para se atingir esses objetivos? Toda empresa tem produtos ou serviços para vender. Porém, elas também vendem discursos, filosofias. Para que uma estratégia de comunicação seja vitoriosa para uma empresa deve-se haver coerência naquilo que é vendido como produto/serviço e mensagem. Por exemplo: uma empresa como a Petrobras explora o meio ambiente porque todos precisam de petróleo e energia. Porém, ela investe no mesmo meio ambiente apoiando diversos projetos e beneficiando assim a natureza e comunidades. O objetivo da comunicação neste caso é transmitir que a Petrobras tem qualidade em tudo que atua, seja na tecnologia como extrai petróleo no fundo do mar, seja nos projetos sustentáveis que apoia.

101

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 02

Questionário de Pesquisa

A agência 02 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing

ambiental? Se sim, qual(is)?

Não com clientes diretos. Apenas com a economia de papel interno da agencia.

Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de

planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de

interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 02

percebe essa informação?

Percebemos que oferecendo a clientes ou colocando como estratégia interna, a

sustentabilidade está longe de ser apenas marketing e passando a ser de fato uma

mudança de comportamento com benefícios em todos os setores da economia ou

relação social. E tanto colaboradores quanto clientes passam a se mobilizar

naturalmente com essa mudança que só traz ganhos.

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes

estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua

atuação, como a agência 02 tem orientado seus clientes para utilização de

estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo?

Mostramos para o cliente que além da moda o marketing ambiental traz uma

preocupação de futuro onde está mesma empresa vai estar inserida, e que as ações

que a mesma promover deve estar condizente com seu público alvo. Público esse

que está cada vez mais antenado onde os disfarces não funcionam mais, e sim um

trabalho sério humanizado onde mostra que uma empresa também é feita de

pessoas.

Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos

consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 02 tem

sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do

seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade?

Oferecendo estratégias de propaganda e produção para que essas atitudes sejam

percebidas por seus respectivos públicos afim de consolidar cada vez mais a marca.

102

Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha

publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que

sejam abordados para se atingir esses objetivos?

Com a globalização grande parte da população está se informando, então trabalhar

o marketing verde apenas para se colocar na moda não é uma boa estratégia. As

pessoas querem perceber de fato que tal empresa se comporta ambientalmente

organizada a ponto de substituir a estratégia pela bandeira da sustentabilidade. Uma

vez que tal empresa se comporta dessa forma ela irá oferecer não só o consumo e

sim uma relação, que é muito mais forte que apenas consumidores.

103

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 03

Questionário de Pesquisa

A agência 03 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing

ambiental? Se sim, qual(is)?

Atualmente não temos nenhuma ação de marketing ambiental planejada ou em

execução associada à campanha de nossos clientes. Mas, apesar da baixa

freqüência com que ações de marketing ambiental são emplacadas em nossos

planejamentos, alguns trabalhos já foram realizados com os clientes. A campanha

Capuche Consciente, por exemplo, foi uma campanha de conscientização criada

para a Capuche com duas vertentes de atuação: Conscientização interna, que

educava os funcionários da Capuche a economizar no uso de materiais (cuidados

com consumos de papel, energia, materiais em canteiros de obras e reciclagens); e

a Conscientização externa, onde a proposta da Capuche era de adotar praças e

orientar a população para a colaboração com a coleta seletiva, por exemplo.

Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de

planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de

interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 03

percebe essa informação?

Concordamos plenamente com a afirmação. A conscientização da relação

corporativa com o meio ambiente colabora com a sua preservação e,

conseqüentemente, reeduca a funcionários, clientes e fornecedores quanto às

práticas cotidianas de respeito e cuidado com o planeta.

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes

estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua

atuação, como a agência 03 tem orientado seus clientes para utilização de

estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo?

Há uma tendência em grandes centros de estabelecer cada vez mais uma cultura de

associação das marcas à sua posição em relação à sustentabilidade. Vemos que em

cidades como São Paulo, por exemplo, cresce o número de consumidores que

evitam comprar produtos ou serviços de marcas que não se vendem como “verdes”.

Porém, sem deixar de considerar a devida importância ao tema, entendemos que

esta realidade ainda é muito distante da cultura local de consumo. Enquanto se

104

espalham por todo o mundo empresas com iniciativas próprias de cuidados com o

meio ambiente, em Natal é comum que as empresas se posicionem em relação a

este tema somente através de determinações legais (como o caso das

concessionárias automobilísticas que foram obrigadas por lei a plantarem uma

quantidade pré-estabelecida de árvores para cada carro vendido). O consumidor

natalense ainda não está disposto a decidir sua compra por este tipo de argumento.

Enquanto o cliente final não for educado a isso, entendemos que o diferencial

competitivo que reconhecemos no marketing ambiental continuará sendo visto pelo

mercado e pelas empresas como um gasto e não como um diferencial propriamente

dito.

Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos

consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 03 tem

sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do

seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade?

Como dito na questão anterior, o marketing ambiental ainda não é uma realidade

praticada no mercado local. Por esta razão, é muito difícil conscientizarmos os

clientes da importância de enxergar este tema como uma necessidade real e que

pode ser aproveitada como diferencial. A visão de planejamento estratégico aplicada

pela Art&C visa sempre englobar todas as esferas de possível atuação da marca

dos clientes com o público. Sendo assim, buscamos sempre analisar oportunidades

em todas as linhas de integração da comunicação, dentre as quais, também o

marketing ambiental. Porém, geralmente é muito difícil viabilizarmos as sugestões de

ações de sustentabilidade que apresentamos aos clientes.

Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha

publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que

sejam abordados para se atingir esses objetivos?

Acreditamos que existem muitas variáveis para se definir de modo geral os

elementos e ações ambientais que devem ser abordados numa campanha. Depende

da marca, depende do produto, depende do perfil do consumidor, depende de

hábitos e costumes. Enfim, não poderia dizer que existe uma regra para que uma

ação de marketing ambiental seja eficaz. De qualquer forma, acreditamos que tudo

começa com a conscientização da importância de enxergarmos as relações

corporativas de forma sustentável. Para conscientizar é preciso que a comunicação

seja estabelecida de forma direta (é preciso usar o meio e a mensagem corretos). A

partir da conscientização, as ações de sustentabilidade serão elaboradas de forma

assertiva e certamente possibilitando o alcance de melhores resultados.

105

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 04

Questionário de Pesquisa A agência 04 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing ambiental? Se sim, qual(is)? Não temos projetos desenvolvidos pela dois.a voltados para o marketing ambiental, o que fazemos é divulgar e apoiar - as ações ambientais já desenvolvidas pelo cliente através de seus respectivos setores de marketing. Ou seja, divulgamos mas o filho não é nosso. A gestão do marketing é do cliente. Temos o Energia Verde, Coleta Seletiva e Nova Geladeira da COSERN, Amigo Verde do MP apoiado pelo SEBRAE, Feirinha de Agroecológicos etc. Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 04 percebe essa informação? A necessidade de se aliar uma postura sustentável a todas as ações das empresas é importantíssima para sua imagem frente à sociedade. A dois.a segue uma linha sustentável dentro da empresa por uma questão de postura dos gestores, mas não divulga em ações externas por serem de baixo impacto, até pelo tamanho da empresa. Quanto a nossos clientes, não só têm uma política ambiental como divulgam, mas este mérito não é nosso, é fruto de um alinhamento dos setores de marketing dos próprios clientes. Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua atuação, como a agência 04 tem orientado seus clientes para utilização de estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo? Existe uma orientação em todas as campanhas realizadas, mas não chegam a ser um planejamento de marketing EXCLUSIVAMENTE AMBIENTAL, como já foi "confessado" nos itens anteriores. Nossa orientação para os clientes é que postura ambiental precisa ser de dentro para fora. Uma empresa não pode apoiar ações de proteção ao meio ambiente, se a sua produção interna não for sustentável. Não se pode apoiar projetos ambientalmente corretos, e ter ações ou vivencias no comportamento interno das empresas - e de seus empregados - contrários ao que se divulga. Por exemplo: a impressão gráfica queria apoiar o replantio de árvores. Tudo bem, isto é legal e deve ser feito, mas não pode ser divulgado, já que o processo interno de impressão não era 100% limpo (ainda usava químicos). Hoje, o processo é limpo, verde, então as ações externas podem ser divulgadas, pois estão coerentes com o que se pratica internamente.

106

Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 04 tem sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade?

Como ponta pé inicial, pode-se apoiar projetos já implantados e com credibilidade;

Criar uma postura ambiental dentro da própria empresa, desde as regras mais simples, à releitura das formas de produção;

Desenvolver, através do marketing da empresa, um planejamento que contenha ações sistemáticas e, com a agência de propaganda, fazê-los conhecidos de seu público;

Envolver todos os colaboradores, para que o perfil da empresa divulgado, a imagem que se quer passar, seja coerente com a que se vê ao visitar a empresa;

Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que sejam abordados para se atingir esses objetivos? O marketing ambiental não pode ser escrachado, não se pode dizer "como sou legal, como sou consciente" etc. Há que se mostrar o que se fez e apenas assinar com a logomarca e uma dose de moderação; Estar presente nas ações, no corpo a corpo educativo; ter coerência na postura empresarial; agregar à comunicação - mesmo que seja uma divulgação de produto, uma propaganda de varejo - a imagem de empresa ambientalmente sustentável. E este tipo de postura pode ser percebido, inclusive, na escolha dos meios de divulgação. Uma empresa que se preocupa com sua imagem como empresa ambientalmente sustentável, por exemplo, deve ter critérios rigorosos na escolha de fornecedores e parceiros. Você divulgar a promoção de hortifruti e dizer que são produzidos sem agredir o meio ambiente; uma gráfica pode divulgar que só compra papel com selo verde e que a impressão não usa químicos; uma loja de carros pode divulgar - paralela à sua promoção, por exemplo - que seus carros são vendidos com filtros redutores de emissão de gás carbônico. Recentemente o SEBRAE fez uma feira e comprou créditos de carbono, tornando o evento NEUTRO DE EMISSÃO DE GÁS CARBONICO. Isto sim, é uma postura ambientalmente correta.

107

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 05

Questionário de Pesquisa

A agência 05 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing

ambiental? Se sim, qual(is)?

Acabamos de criar para a Unimed Natal as placas que foram colocadas no Parque

das Dunas. Para não poluir o meio ambiente, criamos placas em forma de árvore,

com uma “cerca de madeira”, o que fez com que a peça se integre bem ao ambiente

do Parque, na Via Costeira e no Bosque dos Namorados.

Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de

planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de

interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 05

percebe essa informação?

Concordamos plenamente. No entanto essa não é a realidade do mercado do RN. A

quase totalidade do mercado anunciante daqui é formada por empresas de varejo,

que procuram resultados imediatos de venda, sem preocupação com a imagem

institucional.

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes

estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua

atuação, como a agência RAF tem orientado seus clientes para utilização de

estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo?

Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos

consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 05 tem

sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do

seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade?

Também respondido na mesma questão.

108

Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha

publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que

sejam abordados para se atingir esses objetivos?

É importante que sejam ações efetivamente realizadas e com resultados concretos.

Além disso, a natureza da operação do anunciante deve, no mínimo ter uma real

preocupação ambiental. Caso contrário, ocorrerá o efeito bumerangue. Por exemplo:

não adianta uma construtora apenas patrocinar uma ONG ambiental se os projetos

dela não tiverem a preocupação da preservação do meio-ambiente, construindo

espigões em áreas preservadas.

109

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 06

Questionário de Pesquisa

A agência 06 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing

ambiental? Se sim, qual(is)?

Ainda nada muito agressivo ou concreto. O que temos feito em algumas

oportunidades são sugestões de novas condutas ecoresponsáveis que podem ter

um aspecto positivo na imagem e comunicação do cliente, mas sua execução fica a

cargo da própria empresa, se acatada, por muitas vezes extrapolar nossas

especialidades.

Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de

planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de

interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 06

percebe essa informação?

Percebemos que trata-se de um caminho sem volta e benéfico para a sociedade e

imagem das empresas dentro dela, mas que ainda é visto como um diferencial pois

muitas não incorporam isso verdadeiramente à suas estratégias.

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes

estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua

atuação, como a agência 06 tem orientado seus clientes para utilização de

estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo?

Como citado acima, sempre tentamos incluir em estratégias de campanhas

sugestões extras de ações sustentáveis que podem ser incorporadas ao dia-dia da

empresa. Considerando que essa plataforma seja abraçada pelo cliente, nós

desenvolvemos em cima diss, estratégias de comunicação para repercutir e valorizar

junto aos consumidores a nova conduta adotada. Entretanto, nossas sugestões

funcionam mais como um start e um alerta ao nosso cliente para essa matéria.

Ficando o desenvolvimento e execução a cargo deles. Pois extrapola nossas

especialidades.

Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos

consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 06 tem

sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do

seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade?

110

Respondido acima.

Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha

publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que

sejam abordados para se atingir esses objetivos?

Acreditamos que toda e qualquer atitude positiva de uma empresa/anunciante em

benefício da comunidade na qual está inserida cumpre o objetivo de valorização

institucional de sua marca junto ao consumidor. No caso de supermercados, por

exemplo, a simples conscientização dos seus clientes quanto ao descarte do uso de

sacolas plásticas pode ter um grande impacto positivo na região e comunidade, pois

compras para o lar é um hábito diário das pessoas. Essa é a função das empresas

no campo da sustentabilidade: entender o seu poder de disseminar novos hábitos

para milhões de pessoas, todos os dias.

111

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 07

Questionário de Pesquisa

A agência 07 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing

ambiental? Se sim, qual(is)?

Sim. Desenvolvemos com alguns clientes campanhas voltada a conscientização

ambiental e responsabilidade social de acordo com o objetivo e possibilidades que

os clientes permitem dentro de um planejamento. As ultimas campanhas que

envolveram o marketing ambiental foram desenvolvidas para Cristalina (dia da água,

dia do meio ambiente, campanhas internas de conscientização de recursos, entre

outros) e Moura Dubeux (ação de guerrilha juntamente com o Parque das Dunas

envolvendo conceitos como bem estar e qualidade de vida).

Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de

planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de

interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 07

percebe essa informação?

Acreditamos e apoiamos esse posicionamento juntamente com os clientes. As

vantagens da responsabilidade social e ambiental vão além dos lucros. Constrói

uma imagem responsável perante o mercado e permite uma postura atrativa aos

olhos dos clientes.

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes

estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua

atuação, como a agência 07 tem orientado seus clientes para utilização de

estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo?

Elaboramos um planejamento de comunicação estratégica, pensado e estruturado

para a realização de ações no decorrer do ano, envolvendo o trabalho da marca

institucional e promocionalmente. Dentre estas ações, campanhas envolvendo uma

postura verde são inseridas no contexto de mercado como oportunidades para o

trabalho das marcas, conscientização ambiental e postura responsável. Muitos

clientes já caminham com essa visão nas suas ações internas, preocupados com a

utilização dos recursos e o impacto ambiental das suas ações perante a sociedade.

112

Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos

consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 07 tem

sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do

seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade?

A Pandora busca inserir dentro do planejamento ações de oportunidades

envolvendo o assunto, bem como abordando em reuniões e encontros a importância

de tais ações juntamente com o mercado.

Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha

publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que

sejam abordados para se atingir esses objetivos?

Internamente, ações como treinamento para utilização adequada de recursos,

estudos para melhoramento dos processos e campanhas de conscientização

ambiental. Externamente, ações de divulgação das praticas empresariais para

motivação social estimulando a conscientização ambiental como, por exemplo, uso

consciente da água e movimentos para a preservação do meio ambiente.

113

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 08

Questionário de Pesquisa

A agência 8 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing

ambiental? Se sim, qual(is)?

Sim, mas de forma pontual, para um cliente que produz estações de tratamento de

água. Produzimos peças publicitárias e matérias que buscam chamar a atenção do

público-alvo pela associação do produto com a consciência ambiental. E

pontualmente criamos, no Dia da Água e no Dia da Árvore, peças de oportunidade.

Mas ainda é uma área pouco explorada na publicidade.

Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de

planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de

interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 8

percebe essa informação?

Ainda de forma tímida, principalmente num mercado pequeno como o nosso, onde

as empresas são de pequeno porte e na maioria das vezes do segmento de varejo.

Ainda há muito o que acontecer nesta área por aqui.

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes

estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua

atuação, como a agência 8 tem orientado seus clientes para utilização de estratégia

de marketing ambiental como diferencial competitivo?

Por ser um mercado essencialmente de varejo, e por termos ainda uma população

em sua maioria com baixo índice de escolaridade e cultural, este é um segmento

que ainda não se encaixa de forma decisiva nas estratégias, mas já faz parte, em

forma de embrião, dos planejamentos que fazemos anualmente, como um tópico a

ser observado e desenvolvido.

114

Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos

consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 8 tem

sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do

seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade?

Como as próprias empresas ainda estão muito "verdes" nesta área, nosso papel é

ainda de aguardar que elas entrem neste mundo para dar-lhes o suporte necessário.

Não vemos dificuldade em fazer isso assim que elas assumam esta postura, mas

não podemos fomentar estratégias que ainda não sejam respaldadas pela cultura da

própria empresa. Por enquanto, trabalhamos institucionalmente as datas de

oportunidade e pontualmente nas campanhas maiores.

Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha

publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que

sejam abordados para se atingir esses objetivos?

Depende de cada caso. Neste exemplo da empresa que produz estações de

tratamento de água, por exemplo, nós estamos presentes em mídias nacionais de

revista que abordam o tema e o segmento, através de anúncios que contenham

mensagens que possam aderir ao público-alvo. Ações de marketing propriamente

ditas, como falei, ainda carecem de mais agressividade e presença das prórprias

empresas neste setor, o que localmente ainda não acontece. Nós da Ratts

acreditamos que no futuro, talvez próximo, este setor irá aquecer no mercado, pois é

uma tendência inevitável.

115

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 09

Questionário de Pesquisa

A agência 9 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing

ambiental? Se sim, qual(is)?

Não. Há um projeto interno para ser apresentado aos clientes. Ele consiste em que

as propagandas veiculadas pelos clientes da agência, de alguma maneira ainda a

ser definida, possam contem uma mensagem de apoio à questão da coleta seletiva.

Mas ainda trata-se de um projeto que precisa ser amadurecido.

Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de

planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de

interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 9

percebe essa informação?

Sem nenhuma surpresa. Concordamos tanto com a informação que já estamos

trabalhando nesse projeto citado no ítem anterior.

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes

estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua

atuação, como a agência 9 tem orientado seus clientes para utilização de

estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo?

Ainda de maneira muito empírica. Apenas com sugestões e dicas. Embora o

mercado esteja cada vez mais competitivo, ainda estamos trabalhando em uma

cidade com características provincianas. Penso que isso poderia ser melhor

aproveitado pelos clientes. Quem sair na frente vai conseguir se posicionar com

mais firmeza e conquistar esse diferencial para sí junto aos consumidores cada vez

mais ambientalmente conscientes.

Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos

consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 9 tem

116

sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do

seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade?

Como já felei, ainda de maneira muito empírica. Somos conscientes da importiancia

do marketing verde mas ainda esbarramos em muitas dificuldades com nossos

clientes. Os clientes até acreditam e topariam apostar mais no MKT verde, mas

esbarram na pouca verba de comunicação que possuem e terminam optando por

dar preferência ao MKT convencional.

Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha

publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que

sejam abordados para se atingir esses objetivos?

Todo e qualquer elemento que gere empatia do produto ou serviço anunciado com o

consumidor é importante do ponto de vista da publicidade. No caso do marketing

ambiental não é diferente. Tentar buscar esse laço com o consumidor é o desafio.

Apresentar-se como uma empresa consciente ambientalmente cria automaticamente

um vínculo com pessoas ambientalmente conscientes. A questão da abordagem em

sí é que precisa ser discutida caso a caso.

117

Programa de pós-graduação da Universidade Potiguar Mestrado profissional em Administração Mestrando: Francisco de Paula Costa Planejamento Estratégico: Marketing Verde Empresa 10

Questionário de Pesquisa A agência 10 tem realizado com seus clientes, algum trabalho relativo ao marketing ambiental? Se sim, qual (is)? Não e sim! Bom, é meio complexo, mas vou tentar explicar. Hoje, a “onda verde” se espalha rapidamente. A filosofia de empresa ambientalmente correta, que recicla seus dejetos, contribui com a preservação do meio ambiente e procura uma convivência harmônica com o eco-sistema é desejo da maioria das empresas. Contudo, é muito pouco o que se faz hoje, ainda. O que existe é uma “maquiagem” posta a público, que na maioria das vezes não reflete o que essas empresas poderiam fazer de verdade. Logo, posso afirmar que, com raríssimas exceções, não há trabalhos relativos ao marketing ambiental. Pesquisas mostram que “ao incorporar a sustentabilidade no processo de planejamento estratégico, a empresa aumenta sua probabilidade de ser capaz de interagir de forma eficaz com o meio ambiente”. De que maneira a agência 10 percebe essa informação? O que tem sido feito hoje é incorporar algumas ações novas referentes a sustentabilidade no dia-a-dia das empresas comum um todo, mas ainda de forma tímida. Há um grande número de empresas indo nessa tendência e isso é importante porque, se há um grande número de empresas agindo assim, isso leva a uma tendência positiva. O que ocorre entre as empresas locais é que muitas empresas querem fazer e não podem, porque ainda não há uma disponibilização de verba específica. Mas essa é uma tendência importante para o futuro e gestão das empresas. Outro ponto é que as empresas estão focadas em obter metas a curto prazo e é preciso combinar com o longo prazo também. Ainda há a necessidade de uma metodologia padronizada para avaliar os resultados e seus impactos. Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas utilizam diferentes estratégias mercadológicas com os objetivos de superar o concorrente e ampliar sua atuação, como a agência 10 tem orientado seus clientes para utilização de estratégia de marketing ambiental como diferencial competitivo? É visível a preocupação das pessoas com o meio ambiente. Todo esse desejo de querer preservar o mundo está fazendo surgir novos tipos de consumidores, aqueles que se preocupam não apenas com a qualidade dos produtos/serviços que estão comprando, mas principalmente, se preocupam em saber de todo o seu processo produtivo, como forma de controlar os possíveis danos causados ao meio ambiente. O marketing verde, aquele capaz de oferecer produtos e serviços que tenham um

118

impacto ambiental menos agressivo, procura o auxílio da educação ambiental para poder mostrar aos clientes que os serviços oferecidos são importantes no que diz respeito à preservação dos recursos naturais e, consequentemente ao ser humano. Nesse sentido, a New Comunicação procura combinar objetivos de ações de comunicação de seus clientes com atitudes ecologicamente corretas por parte dos mesmos e tornar essas atitudes evidentes ao público consumidor. No Brasil, em especial no Nordeste, ainda é pequena a quantidade de consumidores a priorizar desde cedo ações, bem como produtos cuja fabricação tenha sido feita com baixo impacto ambiental e/ou não poluidoras. Logo, podemos afirmar que a educação ambiental, junto ao marketing verde, é uma parceria de grande validade em se falando de uma educação ecológica cujo objetivo é conservar melhor o nosso planeta para que o nosso futuro e de nossos filhos e netos possa estar realmente assegurado. Contudo, ainda é preciso uma consciência empresarial mais apurada, capaz de destinar parte de sua verba de comunicação para ações sustentáveis, que tragam retorno para empresas, pessoas e o eco-sistema. Se a preocupação com o meio ambiente é um assunto que chama a atenção dos consumidores em vários países do mundo, de que maneira a agência 10 tem sugerido estratégias de marketing verde, para que as empresas que fazem parte do seu cadastro de clientes possam tirar proveito dessa credibilidade? Abraçar qualquer oportunidade para conquistar a valorização da empresa através de ações de mkt verde; Procurar priorizar veículos de comunicação que atuam nesse segmento, pegando “carona” em seu perfil e agregando essa imagem positiva à marca do anunciante; Uma vez que existem objetivos múltiplos de comunicação associados à campanha publicitária, quais elementos ou ações de marketing ambiental são importantes que sejam abordados para se atingir esses objetivos? No mkt verde, a empresa divulga o que tem feito em prol do meio ambiente e, desse modo, procura sensibilizar o consumidor para que ele também participe deste processo, já que a responsabilidade de preservar os recursos escassos é de todos. Agregar valor a marca de uma empresa através de ações sócio-ambientais é hoje o caminho mais utilizado, mais ainda do que o conteúdo das ações propriamente ditas.