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Márcia Severiano Lisboa
OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA COMPÓSITO
ALGINATO DE SÓDIO-DIÓXIDO DE TITÂNIO EM FORMAS DE PÓ
E DE MEMBRANA
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Doutor em Química, área de concentração Físico-Química.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Gorette Cavalcante
Natal, RN
2011
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Química
Lisboa, Márcia Severiano.
Obtenção e caracterização do sistema compósito alginato de sódio-
dióxido de titânio em formas de pó e de membrana / Márcia Severiano Lisboa. Natal, RN, 2011
173 f.
Orientadora: Maria Gorette Cavalcante.
Tese (Doutorado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em
Química.
1. Química inorgânica - Tese. 2. Dióxido de titânio - Tese. 3. Alginato de
sódio – Tese. 4. Compósitos – Tese. I. Cavalcante, Maria Gorette.. II..
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UFRN/BSE- Química CDU 546 (043)
“Eu chamo de bravo aquele que ultrapassou seus desejos, e não aquele que
venceu seus inimigos; pois a mais dura das vitórias é a vitória sobre si mesmo”.
Aristóteles
AGRADECIMENTOS
Agradeço, sobre todas as coisas, a Deus, sem o qual nada seria possível.
A Prof ª. Dra. Maria Gorette Cavalcante, pela paciência, confiança, amizade e apoio em todos os momentos. Muito Obrigada! A Profª. Dra. Márcia Rodrigues, pelas análises de FTIR-ATR. Aos amigos: Danielle, Carol, Cássia, Roberta e Roseane, pelas trocas de idéias e apoio em todas as horas e a todos que integram o grupo de pesquisa eletroquímica e corrosão. A Érico Barreto pelo auxílio nas análises de Difratometria de Raios X. A Alcides e “Mossoró”, pelas análises de Infravermelho. A Caio, pelas análises de Fluorescência de Raios X. A Andréia Cavalcante, pelas análises Térmicas. Aos professores: Carlos e Jailson pelas contribuições na qualificação. A toda minha família e aos amigos que estavam sempre presentes e dispostos a ajudar. A CAPES, pelo apoio financeiro. A FINEP, pela obtenção do equipamento de Espectroscopia de Impedância.
RESUMO
O alginato de sódio, NaAlg, é um polissacarídeo formado por ligações do tipo 1-4
entre os ácidos β-D-manurônico e α-L-gulurônico arranjados em bloco ao longo de uma
cadeia linear. O dióxido de titânio, TiO2, é um material cerâmico e existe em três formas
cristalinas: anatásio, bruquita e rutilo. Os compósitos de materiais orgânicos e inorgânicos
apresentam melhores propriedades do que os componentes isoladamente. Dessa forma, o
presente trabalho teve objetivo sintetizar, caracterizar e analisar os compósitos, NaAlg-TiO2,
em formas de pó e de membrana. A síntese dos pós compósitos foi realizada através do
processo sol-gel e a obtenção dos compósitos em forma de membrana foi realizada através do
processo de evaporação lenta. Em seguida, os compósitos foram caracterizados por
espectroscopia de infravermelho, difratometria de raios X, espectroscopia de impedância,
fluorescência de raios X, análise térmica e espectroscopia de reflectância total atenuada-ATR.
Os difratogramas de raios X dos pós compósitos mostraram que, com o aumento da
temperatura de calcinação, não houve a completa transição de fase anatásio-rutilo, uma vez
que, em todas as temperaturas estudadas (300, 500, 700, 900 e 1100ºC) foram observados
picos da fase anatásio. A análise térmica mostrou que em 400ºC ocorreu à decomposição do
alginato de sódio em carbonato de sódio e, acima de 600ºC, se observa um pico exotérmico
referente à decomposição do carbonato de sódio que, na presença do dióxido de titânio,
transforma-se em titanato de sódio, confirmados, também, através dos difratogramas de raios
X, em que na temperatura de 700ºC observa-se picos referentes ao carbonato de sódio e em
900 e 1100ºC picos relacionados ao titanato de sódio. O titanato de sódio influenciou nas
propriedades elétricas do material, pois com o aumento da temperatura houve um decréscimo
na condutividade, provavelmente, devido à criação de vacâncias de Ti, uma vez que, o Na+
induz a redução dos íons Ti+4 para espécies Ti+3. Os espectros de infravermelho dos
compósitos em formas de pó e de membrana mostraram um pequeno deslocamento nas
bandas, quando comparados ao espectro do alginato de sódio puro, indicando que estes
deslocamentos, mesmo que pequenos, têm indícios de miscibilidade entre o polímero e o
material cerâmico.
Palavras-Chave: Dióxido de titânio. Alginato de sódio. Compósitos.
ABSTRACT
The alginates are copolymers of 1→4-linked β-D-mannuronic acid (M) and α-L-
guluronic acid (G) residues that are arranjed in a block structure along a linear chain.
Titanium dioxide, TiO2, is a ceramic material and can exist in three distinct crystallography
forms: anatase, brookite and rutile. composites of organic and inorganic materials have better
properties than the components alone. Thus, this study aims to synthesize, characterize and
analyze the composite NaAlg-TiO2 in the form of powder and film. The synthesis of
composite powders was performed using the sol-gel process and obtain the composite film
was performed using the slow evaporation process, then the composites were analyzed by
infrared spectroscopy, fluorescence x ray, thermal analysis, attenuated total reflection (ATR),
x ray diffraction and impedance spectroscopy. The X ray diffraction patterns of composite
powders show that with increasing calcination temperature, there were no complete transition
of rutile-anatase crystalline phase, since at all temperatures studied (300, 500, 700, 900 and
1100ºC) were observed peaks of anatase phase. Thermal analysis shows that at 400°C caused
the decomposition of sodium alginate in sodium carbonate and above 600°C, we observe an
exothermic peak related to the decomposition of sodium carbonate and in the presence of
titanium dioxide becomes sodium titanate. The XRD results confirm the formation of sodium
carbonate at 700ºC and the formation sodium titanate in the temperature range 900-1100ºC.
The sodium titanate influenced the electrical properties of the material, because with
increasing temperature there was a decrease in conductivity, probably due to the creation of Ti
vacancies, since the sodium can induce the reduction of surface Ti4+ ions into Ti3+ species.
The infrared spectra of the composites in the form of powder and film showed a small shift in
the bands compared to the spectrum of pure alginate, indicating that these shifts, even small
ones, have evidence of miscibility between the polymer and ceramic material.
Keywords: Titanium dioxide. Sodium alginate. Composites.
LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 - Esquema ilustrativo do processo de gelatinização para sistemas coloidais (a)
e poliméricos (b)...............................................................................................
23
Figura 3.2 - Estrutura do alginato de sódio.......................................................................... 24
Figura 3.3 - Algas marrons................................................................................................... 25
Figura 3.4 - Raios X do compósito alginato de sódio-quitosana-TiO2. (a) alginato puro e
(b) compósito (filme)........................................................................................ 26
Figura 3.5 -
Figura 3.6 -
Difratogramas de raios X dos filmes alginato de sódio-SiO2...........................
Espectros de FTIR-ATR do filme de alginato de sódio....................................
27
28
Figura 3.7 -
Figura 3.8 -
Estrutura química do alginato de sódio.............................................................
Espectros de FTIR do alginato de sódio e cálcio..............................................
28
30
Figura 3.9 -
Figura 3.10 -
Estrutura do NaAlg-PEO..................................................................................
Curvas DSC e TG dos (a) filme alginato de sódio e (b) filmes quitosana-
alginato de sódio...............................................................................................
32
34
Figura 3.11 - Estrutura do rutilo (a) do anatásio (b) e da bruquita (c), mostrando a ligação
do octaédrica TiO6............................................................................................
36
Figura 3.12 -
Figura 3.13 -
Transição de fase do TiO2.................................................................................
Célula Fotovoltaica...........................................................................................
36
38
Figura 3.14 - Difratogramas de raios X das amostras de TiO2 puro calcinado a diferentes
temperaturas...................................................................................................... 39
Figura 3.15 - Difratogramas de raios X do TiO2 calcinado a diferentes temperaturas (a)
270ºC, (b) 400ºC, (c) 600ºC, (d) 800ºC e (e) 1000ºC....................................... 40
Figura 3.16 - Difratogramas de raios X do (a) TiO2 puro, (b) POE-TiO2 envelhecido por 6
h e (c) POE-TiO2 envelhecido por 12 h............................................................ 41
Figura 3.17 -
Figura 3.18 -
Espectro de infravermelho do TiO2 puro a 500°C............................................
Espectros de infravermelho do TiO2 puro: (a) 40ºC, (b) 90ºC e (c)
450ºC.................................................................................................................
42
43
Figura 3.19 -
Figura 3.20 -
Espectro de infravermelho do TiO2 puro e do compósito TiO2-PVP...............
Espectros de infravermelho do sistema SiO2-TiO2...........................................
44
45
Figura 3.21 -
Figura 3.22 -
Estrutura proposta para o novo precursor molecular do titânio (TEOS)..........
Curva de TG e DTA para a amostra de TiO2 puro................................................
45
46
Figura 3.23 - Curva de TG e DTA para a amostra de TiO2 puro........................................... 47
Figura 3.24 -
Figura 3.25 -
Estrutura do titanato de sódio...........................................................................
Estrutura lamelar do titanato Na2Ti3O7.............................................................
48
48
Figura 3.26 - Difratogramas de raios X do titanato de sódio tratado a diferentes
temperaturas...................................................................................................... 49
Figura 3.27 -
Figura 3.28 -
Difratograma de raios X do (a) Na2Ti3O7 e (b) Na2Ti6O13...............................
Diagrama de fase do sistema Na2O-TiO2.........................................................
50
51
Figura 3.29 - Espectros de infravermelho dos nanotubos de titanato: (a) secos a 80ºC e (b)
tratados termicamente a 550ºC......................................................................... 52
Figura 3.30 - Curva TG-DTA do (a) Na2CO3, (b) TiO2, (c) titanato de sódio cristalino e
(d) titanato de sódio amorfo.............................................................................. 53
Figura 3.31 -
Figura 3.32 -
Espectro de EDS dos nanotubos derivados do TiO2........................................
Representação de Nyquist. Os eixos abcissa e ordenadas são representados,
respectivamente, por Z’ (parte real) e Z” (parte
imaginária)........................................................................................................
51
57
Figura 3.33 -
Figura 3.34 -
Diagrama Nyquist do filme de alginato de sódio.............................................
Diagrama Nyquist da cela preparada a 1 dia (O), 9 dias (◊) e 50 dias ( ).......
58
59
Figura 3.35 - Diagrama Nyquist, obtidos a 527°C, de amostras cerâmicas de ZrO2-Y2O3-
TiO2: (a) sinterizada a 1500°C por 1 hora........................................................ 60
Figura 3.36 - Diagrama Nyquist da célula solar com filme de TiO2 aquecido a diferentes
temperaturas (a) e circuito equivalente (b)....................................................... 61
Figura 3.37 -
Figura 3.38 -
Condutividade dos sistemas (POE)8ZnCl2 e (POE)8ZnCl2 + TiO2...................
Difusão por lacuna............................................................................................
62
63
Figura 3.39 -
Figura 4.1 -
Difusão intersticial............................................................................................
Ajuste do semicírculo.......................................................................................
63
67
Figura 4.2 - Eletrodo cilíndrico usado nas medidas elétricas dos pós de titânia e dos pós
compósitos........................................................................................................
67
Figura 4.3 -
Figura 4.4 -
Filmes NaAlg – TiO2........................................................................................
Eletrodo de placas paralelas usado nas medidas elétricas dos filmes
compósitos........................................................................................................
69
70
Figura 5.1 - Difratograma de raios X do TiO2 a 25, 300, 500, 700, 900 e 1100ºC. (*)
anatásio, (#) rutilo e (+) bruquita......................................................................
72
Figura 5.2 - Espectros de infravermelho dos pós de titânio a 25, 300, 500, 700, 900
e 1100ºC............................................................................................................
74
Figura 5.3 - Diagrama Nyquist do TiO2 puro e calcinado à 300ºC (a), 500ºC (b), 700ºC
(c) e 1100ºC (d).................................................................................................
77
Figura 5.4 -
Figura 5.5 -
Diagrama Nyquist do TiO2 puro à 25ºC...........................................................
Diagrama Nyquist do TiO2 à 900ºC..................................................................
78
78
Figura 5.6 -
Figura 5.7 -
TGA e DTA do alginato de sódio puro, como adquirido (pó)..........................
Difratograma de raios X do alginato de sódio como adquirido, a 25ºC...........
83
84
Figura 5.8 -
Figura 5.9 -
Espectro de infravermelho do alginato de sódio como adquirido, a 25ºC........
Diagrama Nyquist do NaAlg, como adquirido, a 25ºC....................................
85
86
Figura 5.10 -
Figura 5.11 -
TG-DTA do pó compósito ATi4......................................................................
Difratogramas de raios X do pó compósito ATi4 sem tratamento térmico e
calcinado a diferentes temperaturas..................................................................
88
89
Figura 5.12 - Espectros de infravermelho do pó compósito ATi4 a 25, 300, 500, 700, 900
e 1100ºC............................................................................................................
91
Figura 5.13 -
Figura 5.14 -
Diagrama Nyquist do pó compósito ATi4 à 25, 300, 500, 700 e 900ºC..........
Diagrama Nyquist do pó compósito ATi4 1100ºC...........................................
94
95
Figura 5.15 -
Figura 5.16 -
TG-DTA do pó compósito ATi5......................................................................
Difratogramas de raios X do pó compósito ATi5 sem tratamento térmico e
calcinado a diferentes temperaturas..................................................................
98
99
Figura 5.17 - Espectros de infravermelho do pó compósito ATi5 a 25, 300, 500, 700, 900
e 1100ºC............................................................................................................
101
Figura 5.18
Figura 5.19 -
Diagramas Nyquist do pó compósito ATi5 à 25, 300, 500 e 700ºC.................
TGA e DTA do pó compósito ATi7.................................................................
104
107
Figura 5.20 - Difratogramas de raios X do pó compósito ATi7 sem tratamento térmico e
calcinado a diferentes temperaturas..................................................................
108
Figura 5.21 - Espectros de infravermelho do pó compósito ATi7 a 25, 300, 500, 700, 900
e 1100ºC............................................................................................................
110
Figura 5.22 -
Figura 5.23 -
Diagrama Nyquist do pó compósito ATi7 à 25, 300, 500 e 700 e 1100ºC.......
Diagrama Nyquist do pó compósito ATi7 à 900ºC..........................................
113
114
Figura 5.24 -
Figura 5.25 -
TGA e DTA do pó compósito ATi8.................................................................
Difratogramas de raios X do pó compósito ATi8 sem tratamento térmico e
calcinado a diferentes temperaturas..................................................................
117
118
Figura 5.26 - Espectros de infravermelho do pó compósito ATi8 a 25, 300, 500, 700, 900
e 1100ºC............................................................................................................
120
Figura 5.27 -
Figura 5.28 -
Diagrama Nyquist do pó compósito ATi8 à 25, 700, 900 e 1100ºC................
Diagrama Nyquist do compósito ATi8 à 300ºC...............................................
123
124
Figura 5.29 -
Figura 6.1 -
Diagrama Nyquist do pó compósito ATi8 à 500ºC..........................................
Espectros de FTIR-ATR da membrana alginato de sódio usando água como
solvente.............................................................................................................
124
127
Figura 6.2 - Diagrama Nyquist para a membrana de alginato de sódio usando água como
solvente.............................................................................................................
128
Figura 6.3 - Espectros de FTIR-ATR para a membrana de alginato de sódio usando
etanol como solvente........................................................................................
130
Figura 6.4 - Diagrama Nyquist para a membrana de alginato de sódio usando etanol
como solvente...................................................................................................
131
Figura 6.5 -
Figura 6.6 -
Espectros de FTIR-ATR da membrana ATi 0,2...............................................
Diagrama de Nyquist para a membrana ATi 0,2..............................................
133
134
Figura 6.7 -
Figura 6.8 -
Estrutura intramolecular...................................................................................
Espectro de FTIR-ATR para a membrana ATi 0,3..........................................
135
136
Figura 6.9 -
Figura 6.10 -
Diagrama Nyquist para a membrana ATi0,3....................................................
Espectro de FTIR-ATR da membrana ATi 0,4................................................
138
140
Figura 6.11 -
Figura 6.12 -
Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,4...................................................
Estrutura intermolecular...................................................................................
141
142
Figura 6.13 -
Figura 6.14 -
Espectro de FTIR-ATR da membrana ATi 0,5................................................
Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,5...................................................
143
145
Figura 6.15 -
Figura 6.16 -
Espectro de FTIR-ATR da membrana ATi 0,6.................................................
Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,6...................................................
147
148
Figura 6.17 -
Figura 6.18 -
Espectro de FTIR-ATR da membrana ATi 0,7.................................................
Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,7...................................................
150
151
Figura 6.19 -
Figura 6.20 -
Espectro de FTIR-ATR da membrana ATi 0,8.................................................
Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,8...................................................
153
154
Figura 12.1 - Espectro de infravermelho do precursor tetrabutóxido de titânio..................... 173
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 - Números de ondas com suas respectivas atribuições a partir do espectro do
alginato de sódio.............................................................................................. 31
Tabela 3.2 - Análise termogravimétrica do NaAlg em fluxo de N2.................................... 33
Tabela 5.1 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do
TiO2.................................................................................................................. 76
Tabela 5.2 - Parâmetros elétricos obtidos a partir do diagrama Nyquist............................. 80
Tabela 5.3 - Difusão por vacância de oxigênio.................................................................... 81
Tabela 5.4 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do
alginato de sódio como adquirido.................................................................... 85
Tabela 5.5 - Parâmetros elétricos obtidos a partir do diagrama Nyquist para o alginato de
sódio como adquirido....................................................................................... 86
Tabela 5.6 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do
pó compósito ATi4.......................................................................................... 93
Tabela 5.7 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama de impedância para o compósito
ATi4................................................................................................................. 96
Tabela 5.8 - Difusão por vacância de titânio no compósito ATi4....................................... 97
Tabela 5.9 -
Tabela 5.10 -
Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do
pó compósito ATi5..........................................................................................
Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi5.................................................................................................................
103
105
Tabela 5.11 -
Tabela 5.12 -
Difusão por vacância de titânio no compósito ATi5.......................................
Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do
pó compósito ATi7..........................................................................................
106
112
Tabela 5.13 -
Tabela 5.14 -
Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi7.................................................................................................................
Difusão por vacância de titânio no compósito ATi7.......................................
115
116
Tabela 5.15 -
Tabela 5.16 -
Números de Ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro
do pó compósito ATi8.....................................................................................
Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi8.................................................................................................................
122
125
Tabela 5.17 -
Tabela 6.1 -
Difusão por vacância de titânio no compósito ATi8.......................................
Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do
alginato de sódio usando água como solvente.................................................
126
128
Tabela 6.2 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist do alginato de sódio
usando água como solvente............................................................................. 129
Tabela 6.3 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do
alginato de sódio usando etanol como solvente.............................................. 130
Tabela 6.4 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist do alginato de sódio
usando etanol como solvente........................................................................... 132
Tabela 6.5 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da
membrana ATi 0,2........................................................................................... 133
Tabela 6.6 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,2..................................................................................................................... 134
Tabela 6.7 - Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,2......................... 135
Tabela 6.8 - Números de ondas com suas respectivas atribuições a partir do espectro da
membrana ATi 0,3........................................................................................... 137
Tabela 6.9 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,3..................................................................................................................... 138
Tabela 6.10 - Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,3......................... 139
Tabela 6.11 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da
membrana ATi 0,4........................................................................................... 140
Tabela 6.12 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,4..................................................................................................................... 141
Tabela 6.13 - Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,4......................... 143
Tabela 6.14 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da
membrana ATi 0,5........................................................................................... 144
Tabela 6.15 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,5..................................................................................................................... 145
Tabela 6.16 - Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,5......................... 146
Tabela 6.17 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da
membrana ATi 0,6........................................................................................... 147
Tabela 6.18 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,6..................................................................................................................... 148
Tabela 6.19 - Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,6......................... 149
Tabela 6.20 - Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da
membrana ATi 0,7........................................................................................... 150
Tabela 6.21 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,7..................................................................................................................... 151
Tabela 6.22 - Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,7......................... 152
Tabela 6.23 - Números de Ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro
da membrana ATi 0,8...................................................................................... 153
Tabela 6.24 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,8..................................................................................................................... 154
Tabela 6.25 - Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,8......................... 155
Tabela 6.26 - Fluorescência de raios X das membranas........................................................ 156
Tabela 10.1 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó TiO2 puro........... 170
Tabela 10.2 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o alginato de sódio
como adquirido................................................................................................ 170
Tabela 10.3 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi4................................................................................................................. 170
Tabela 10.4 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi5................................................................................................................. 170
Tabela 10.5 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi7................................................................................................................. 171
Tabela 10.6 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi8................................................................................................................. 171
Tabela 11.1 - Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para as membranas............ 171
LISTA DE SÍMBOLOS νmáx Freqüência máxima
C
I
Capacitância
Corrente
E Campo elétrico Z Impedância j Número complexo μi Mobilidade iônica D Difusão σ Condutividade Rb Resistência do seio da solução RΩ Resistência ôhmica EIS Espectroscopia de Impedância Eletroquímica DRX
ATR
Difração de raios X
Espectroscopia de Reflectância Total Atenuada
Å Angstroms A
l
Área da superfície do eletrodo
Espessura da amostra
NaAlg Alginato de sódio PEO Polióxido de etileno TiO2 Dióxido de titânio Ti(OBu)4 Tetrabutóxido de titânio MEV Microscopia Eletrônica de Varredura
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 19
2 OBJETIVOS........................................................................................................... 21
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 22
3.1 COMPÓSITOS........................................................................................................ 22
3.2 PROCESSO SOL-GEL NA OBTENÇÃO DE MATERIAIS HÍBRIDOS............. 22
3.3 ALGINATO DE SÓDIO......................................................................................... 23
3.3.1 Estrutura................................................................................................................. 23
3.3.2 Algas marrons........................................................................................................ 24
3.3.3 Aplicações............................................................................................................... 25
3.3.4 Caracterizações...................................................................................................... 25
3.3.4.1 Difração de raios X.................................................................................................. 25
3.3.4.2 Espectroscopia de Infravermelho............................................................................. 27
3.3.4.3 Análise Térmica....................................................................................................... 32
3.4 DIÓXIDO DE TITÂNIO......................................................................................... 35
3.4.1 Estrutura................................................................................................................. 35
3.4.2 Aplicações............................................................................................................... 37
3.4.3 Caracterizações...................................................................................................... 38
3.4.3.1 Difração de raios X.................................................................................................. 38
3.4.3.2 Espectroscopia de Infravermelho............................................................................. 41
3.4.3.3 Análise Térmica....................................................................................................... 46
3.5 TITANATO DE SÓDIO.......................................................................................... 47
3.5.1 Estrutura................................................................................................................. 47
3.5.2 Caracterizações...................................................................................................... 49
3.5.2.1 Difração de raios X.................................................................................................. 49
3.5.2.2 Espectroscopia de Infravermelho............................................................................. 51
3.5.2.3 Análise Térmica....................................................................................................... 52
3.5.2.4 Fluorescência de raios X.......................................................................................... 54
3.6 ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA............................................................... 55
3.6.1 Difusão.................................................................................................................... 62
3.6.1.1 Difusão por lacunas................................................................................................. 62
3.6.1.2 Difusão intersticial................................................................................................... 63
3.6.1.3 Fatores que influenciam na difusão......................................................................... 64
4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................. 65
4.1 SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO TiO2 PURO E DOS PÓS
COMPÓSITOS........................................................................................................ 65
4.1.1 Obtenção do TiO2 puro em forma de pó.............................................................. 65
4.1.2 Solução de alginato de sódio................................................................................. 65
4.1.3 Obtenção dos pós compósitos: NaAlg-TiO2......................................................... 65
4.2 MÉTODOS.............................................................................................................. 66
4.2.1 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 66
4.2.2 Raios X.................................................................................................................... 68
4.2.3 Espectroscopia de Infravermelho......................................................................... 68
4.2.4 Análise Térmica..................................................................................................... 68
4.3 SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DAS MEMBRANAS DE ALGINATO DE
SÓDIO PURO E DOS COMPÓSITOS................................................................... 68
4.3.1 Obtenção da membrana alginato de sódio em água........................................... 68
4.3.2 Obtenção da membrana alginato de sódio em etanol......................................... 69
4.3.3 Obtenção dos compósitos em forma de membrana............................................ 69
4.4 MÉTODOS.............................................................................................................. 70
4.4.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 70
4.4.2 Espectroscopia de Impedância Eletroquímica.................................................... 70
4.4.3 Fluorescência de raios X........................................................................................ 71
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS PÓS......................................................... 72
5.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO TIO2 PURO................................. 72
5.1.1 Difração de raios X................................................................................................ 72
5.1.2 Espectroscopia de Infravermelho......................................................................... 73
5.1.3 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 76
5.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ALGINATO DE SÓDIO............ 81
5.2.1 Análise Térmica..................................................................................................... 81
5.2.2 Difração de raios X................................................................................................ 83
5.2.3 Espectroscopia de Infravermelho......................................................................... 84
5.2.4 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 86
5.3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi4.................... 87
5.3.1 Análise Térmica..................................................................................................... 87
5.3.2 Difração de raios X................................................................................................ 88
5.3.3 Espectroscopia de Infravermelho......................................................................... 90
5.3.4 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 94
5.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi5.................... 97
5.4.1 Análise Térmica..................................................................................................... 97
5.4.2 Difração de raios X................................................................................................ 98
5.4.3 Espectroscopia de Infravermelho......................................................................... 100
5.4.4 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 103
5.5 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi7.................... 106
5.5.1 Análise Térmica..................................................................................................... 106
5.5.2 Difração de raios X................................................................................................ 107
5.5.3 Espectroscopia de Infravermelho......................................................................... 109
5.5.4 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 112
5.6 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi8.................... 116
5.6.1 Análise Térmica..................................................................................................... 116
5.6.2 Difração de raios X................................................................................................ 117
5.6.3 Espectroscopia de Infravermelho......................................................................... 119
5.6.4 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 122
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS FILMES................................................. 127
6.1 MEMBRANAS DE ALGINATO DE SÓDIO USANDO ÁGUA COMO
SOLVENTE............................................................................................................. 127
6.1.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 127
6.1.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 128
6.2 MEMBRANAS DE ALGINATO DE SÓDIO USANDO ETANOL
COMO SOLVENTE......................................................................................... 129
6.2.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 129
6.2.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 131
6.3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,2................ 132
6.3.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 132
6.3.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 133
6.3.3 Fluorescência de raios X........................................................................................ 135
6.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,3................ 136
6.4.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 136
6.4.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 137
6.4.3 Fluorescência de raios X........................................................................................ 139
6.5 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,4................ 139
6.5.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 139
6.5.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 140
6.5.3 Fluorescência de raios X........................................................................................ 142
6.6 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,5................ 143
6.6.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 143
6.6.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 144
6.6.3 Fluorescência de raios X........................................................................................ 146
6.7 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,6................ 146
6.7.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 146
6.7.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 147
6.7.3 Fluorescência de raios X........................................................................................ 149
6.8 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,7................ 149
6.8.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 149
6.8.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 150
6.8.3 Fluorescência de raios X........................................................................................ 152
6.9 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,8................ 152
6.9.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR.................................... 152
6.9.2 Espectroscopia de Impedância............................................................................. 153
6.9.3 Fluorescência de raios X........................................................................................ 155
7 CONCLUSÃO........................................................................................................ 157
8 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS............................................... 159
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 160
ANEXOS ................................................................................................................ 170
19
1 INTRODUÇÃO
Com o avanço da ciência, os pesquisadores intensificaram seus estudos e
perspectivas sobre as propriedades dos materiais e suas limitações de forma que pudessem
direcioná-los a determinadas aplicações, seja em residências, na indústria automobilística, em
eletroeletrônicos, em próteses cirúrgicas ou até mesmo na indústria têxtil. Existem milhares
de variedades de materiais presentes em nosso cotidiano, entre eles: polímeros condutores,
biomateriais, polímeros biodegradáveis e materiais nano estruturados.
O processo sol-gel é amplamente utilizado para a síntese de novos materiais, uma
vez que oferece muitas vantagens em relação à outros processos de síntese à altas
temperaturas, principalmente, na preparação de sistemas que contêm óxidos como observado
por Ivanova e Harizanova (2001, p. 227).
Segundo Cheong e Zhitomirsky (2008, p. 73) o alginato de sódio ou ácido algínico é
um material de baixo custo, biocompatível e, conseqüentemente, bastante utilizado em várias
aplicações, principalmente na obtenção de compósitos. A associação de biopolímeros e
materiais inorgânicos é uma característica comum de compósitos naturais, por exemplo,
compósitos cerâmica-polímero contendo dióxido de titânio (TiO2) estão sob investigação
para obtenção de materiais que substituem os ossos.
O dioxido de titânio (TiO2) tem atraído muito interesse devido as suas aplicações
(YAN et al., 2005; WELTE et al., 2008) tais como célula solar, implantes dentários,
substituição de ossos e são usados, também, em pesquisas que os utilizam em janelas
eletrocrômicas, onde são exploradas as propriedades que os mesmos possuem de variar a cor
do corante, quando passam do estado oxidado para o reduzido.
Complexos poliméricos com sais inorgânicos têm sido muito estudados, pois
partículas inorgânicas podem eliminar as desvantagens dos materiais orgânicos e, portanto, a
combinação dos dois materiais permite a ampliação de suas aplicações (CHEN et al., 2007, p.
643).
Muitos estudos são realizados com o objetivo de adquirir eletrólitos poliméricos com
alta condutividade iônica, tais como os utilizados em baterias recarregáveis de lítio. Nas
últimas décadas, a adição de cerâmicas em polímeros, como; Al2O3, TiO2, BaTiO3, SiO2 entre
outras,vêm sendo estudadas através da espectroscopia de impedância com o intuito de obter
um novo material com a condutividade iônica alta (MORITA et al., 2006, p. 715).
A técnica de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) fornece uma visão
completa e detalhada das características elétricas da interface eletrodo/solução, e estas
20
informações são de grande interesse na eletroquímica aplicada ou básica. A técnica de
espectroscopia de impedância é uma técnica de caracterização elétrica que, atualmente,
abrange estudos desde o transporte eletrônico em dispositivos semicondutores até processos
que ocorrem em baterias de íon lítio e células fotovoltaicas (CARVALHO E ANDRADE,
2006, p. 794).
Neste trabalho será apresentado um estudo sobre os materiais dióxido de titânio,
alginato de sódio e os compósitos na forma de pó e filme. A síntese dos pós compósitos foi
realizada através do processo sol-gel e a obtenção dos filmes compósitos foi realizada através
do processo de evaporação lenta. Após a obtenção dos pós compósitos, estes foram
caracterizados por espectroscopia de infravermelho, difratometria de raios X, espectroscopia
de impedância e análise térmica. Enquanto os filmes compósitos foram caracterizados por
espectroscopia de impedância, fluorescência de raios X e espectroscopia de reflectância total
atenuada-ATR.
21
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS GERAIS
Com base no fato de que os compósitos de materiais orgânicos e inorgânicos apresentam
melhores propriedades do que os componentes isoladamente, essa nova classe de material
mereceu ser alvo de investigação. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo geral
sintetizar, caracterizar e analisar os compósitos na forma de filme e de pó, com a finalidade de
sugerir uma aplicação tecnológica para estes materiais.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
As metas deste trabalho foram:
• Verificar as interações entre o alginato de sódio e dióxido de titânio, através da
espectroscopia no infravermelho;
• Estudar a transformação estrutural dos pós compósitos a partir da difração de raios
X;
• Analisar o comportamento elétrico dos compósitos na forma de filme e pó, a partir
da espectroscopia de impedância eletroquímica;
• Estimar a concentração de TiO2 presente nos filmes compósitos por fluorescência
de raios X.
• Avaliar a estabilidade térmica dos pós compósitos através da análise térmica.
22
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 COMPÓSITOS
Segundo Mano (2000, p. 124) os compósitos constituem uma classe de materiais
heterogêneos, multifásicos, podendo ser ou não poliméricos em que um dos componentes
representa o componente estrutural, e o outro, o componente matricial. Esses componentes
não se dissolvem, ou se descaracterizam completamente, portanto atuam em conjunto, de
forma que suas propriedades são superiores às de cada componente individual.
De acordo com Cunha et al. (2009, p. 1) o desenvolvimento de compósitos híbridos
orgânico-inorgânico é um campo de pesquisa que vem apresentando um desenvolvimento
considerável nos últimos anos. Esse desenvolvimento tem como objetivo atender a crescente
demanda por novos materiais, com variadas aplicações em física, química, biologia e
medicina.
3.2 PROCESSO SOL-GEL NA OBTENÇÃO DE MATERIAIS HÍBRIDOS
De acordo com Zoppi e Nunes (1997, p. 27) o interesse em usar o processo sol-gel na
obtenção de materiais híbridos orgânicos-inorgânicos tem crescido intensamente devido à
possibilidade de se obter uma boa dispersão da fase inorgânica. As várias características do
processo sol-gel (precursores metalo-orgânicos, solventes orgânicos e baixas temperaturas de
processamento) permitem a introdução de moléculas orgânicas dentro da rede inorgânica.
O mecanismo de formação da fase inorgânica via processo sol-gel é bem conhecido e
descrito na literatura por Langlet et al. (2003, p. 13) e se dá a partir da hidrólise e condensação
de alcóxidos metálicos. O procedimento mais simples para preparação dos híbridos envolve a
formação da rede inorgânica em uma solução contendo o polímero dissolvido.
Segundo Hiratsuka, Santilli e Pulcinelli (1994, p. 171) a palavra sol é empregada
para definir uma dispersão estável de partículas coloidais (de 1 a 100 nm) em um fluído,
enquanto que o gel é o resultado estrutural rígido dessas partículas coloidais (gel coloidal). A
figura 3.1 mostra os géis coloidais resultantes da agregação linear de partículas primárias,
figura 3.1a. Por outro lado, os géis poliméricos são, geralmente, preparados a partir de
soluções onde promove-se as reações de polimerização. Nesse caso a gelatinização ocorre
pela interação entre as longas cadeias poliméricas, figura 3.1b.
23
Figura 3.1- Esquema ilustrativo do processo de gelatinização para sistemas (a) coloidais e (b) poliméricos
Fonte: Hiratsuka, Santilli e Pulcinelli, 1994, p. 171.
3.3 ALGINATO DE SÓDIO
3.3.1 Estrutura
O alginato de sódio que tem a estrutura apresentada na figura 3.2 é um copolímero
(PANIKKAR E BRASCH, 1997, p. 229) de ocorrência natural (MIURA ET AL. (1999, p.
139) extraído das algas marrons (Phaeophyceae) ou bactérias (RHIM, 2004, p. 323) e é
formado por ligações do tipo 1-4 entre os ácidos β-D-manurônico (M) e α-L-gulurônico (G)
arranjados em bloco ao longo de uma cadeia linear (TOTI E AMINABHAVI, 2004, p. 199).
A principal propriedade do alginato é a habilidade para formar géis quando os íons sódio do
monômero G são substituídos por cátions di e trivalentes, tais como Fe3+, Cu2+ e Ca2+
(SOUZA; ZAMORA; ZAWADAZKI, 2008, p. 1).
24
Figura 3.2- Estrutura do alginato de sódio
Fonte: Panikkar e Brasch, 1997, p. 229.
3.3.2 Algas marrons
Algas são fonte de vários tipos de polissacarídeos (ZIERER E MOURÃO, 2000, p.
328). As algas vermelhas e as marrons são aquelas a partir das quais são extraídos os
polissacarídeos mais utilizados na indústria.
As algas marrons, figura 3.3, são uma mistura de plantas que são classificadas em
torno de 265 gêneros com mais de 1500 espécies e ocorrem, principalmente, em regiões
subpolar onde eles exibem uma maior diversidade de espécies. Em áreas com baixa ação das
ondas do mar, sua vida pode se prolongar ao longo de 15 anos, enquanto em áreas turbulentas,
essas plantas são anuais. Entre essas algas as mais importantes são Macrocystis Pyrifera,
Ascophyllum nodosum, Laminaria e Ecklonia species. O ácido algínico ocorre em todas as
algas marrons e pode constituir cerca de 20-40% da matéria seca nas algas (DAVIS ET AL.,
2003, p. 4314).
25
Figura 3.3- Algas marrons
Fonte: Davis et al., 2003, p. 4314.
3.3.3 Aplicações
Características como habilidade para formar gel, biodegradabilidade (QUI;
IKEHARA E NISHI, 2003, p. 8111) biocompatibilidade e ausência de toxidez, segundo Lima
et al. (2007, p. 832) tornam o alginato de sódio um material interessante para inúmeras
aplicações por exemplo, na área farmacêutica em processos de encapsulação e liberação de
princípios ativos, na indústria alimentícia (REGALADO ET AL. (2007, p. 5) como
revestimento de embalagens, na área agrícola como agente de liberação de pesticidas, na
proteção do solo contra insetos, fungos e bactéria. Podendo ser utilizado, também, na
produção de cosméticos, papel e bandagem para o tratamento de lesões (ISIKLAN, 2006, p.
1310).
3.3.4 Caracterizações
3.3.4.1 Difração de raios X
O objetivo fundamental da análise da difração de raios X é a localização exata de
todos os átomos, facilitada quando a estrutura é cristalina, de forma a melhor compreender
sua simetria, sua geometria molecular e outras propriedades cristalográficas (PADILHA E
FILHO, 1985).
A figura 3.4, de acordo com Cheong e Zhitomirsky (2008, p. 73), mostra os
difratogramas de raios X do alginato na forma de pó e filme compósito. O alginato de sódio
26
apresenta característica amorfa com um pico largo em torno de 2θ = 14°, figura 3.4(a). De
acordo com Xiao et al. (2001, p. 317), os picos do filme compósito em torno de 2θ =14° e 21°
, figura 3.4(b), estão relacionados ao ácido algínico cristalino e a partir de 2θ = 22° está
relacionada a uma fase amorfa, concordando com resultados obtidos por Ikeda, Takemura e
Ono (2000, p. 421). Levando em conta os resultados dessas investigações, Xiao et al. (2001,
p. 317) concluíram que os picos nos difratogramas de raios X dos filmes indicavam a
formação do ácido algínico, o que foi posteriormente confirmado através dos resultados de
FTIR que apresenta uma banda em torno de 1730 cm-1 referente ao ácido algínico.
Figura 3.4- Raios X do compósito alginato de sódio-quitosana-TiO2.(a) alginato puro e (b) filme compósito
Fonte: Cheong e Zhitomirsky, 2008, p. 73.
Xu et al. (2005, p. 19), estudaram os compósitos de alginato de sódio-SiO2, na forma
de filme, figura 3.5, e através do difratograma de raios X observaram que esses compósitos
apresentaram um segundo pico em 21º, referente ao ácido algínico. Entretanto, com o
aumento da concentração de sílica este pico sofreu um deslocamento para 23º e sua
intensidade também aumentou. Essas observações sugerem que a mudança na largura dos
picos foi atribuída a formação de agregados na estrutura, confirmada através do MEV que
com o aumento da concentração de sílica o compósito apresentou uma maior quantidade de
agregado na superfície do material.
27
Figura 3.5- Difratogramas de raios X dos filmes alginato de sódio-SiO2
Fonte: Xu et al., 2005, p. 19.
3.3.4.2 Análise por Espectroscopia de Infravermelho.
A espectroscopia de reflectância total atenuada (ATR) é uma técnica para se
obter espectros infravermelhos de amostras que são de difícil manuseio, como filmes,
pastas, fios, adesivos e pós. Quando um feixe de radiação (SKOOG, 2002, p. 451) passa
de um meio mais denso (cristal) para um menos denso (filme), ocorre uma reflexão.
Durante o processo de reflexão, o feixe se comporta como se, de fato, penetrasse um
pouco no meio menos denso antes que a reflexão ocorra. A profundidade de penetração,
que varia de uma fração até vários comprimentos de onda, depende do comprimento de
onda da radiação incidente, dos índices de refração dos dois materiais e do ângulo do feixe
incidente em relação à interface. A radiação penetrante é chamada de onda evanescente.
Se o meio menos denso absorve a radiação evanescente, ocorre atenuação do feixe nos
comprimentos de onda das bandas de absorção. De acordo com Andrade (2009, p. 4) a
grande maioria das análises de polímeros envolve a técnica ATR-FTIR (ATR, do inglês,
Attenuated Total Reflectance).
Segundo Lucas (2007, p. 39), o espectro de FTIR-ATR do filme de alginato de
sódio puro, figura 3.6, apresentou bandas que caracterizam sua estrutura mostrada na
figura 3.7. O espectro do filme apresentou uma banda entre 3704-2969 cm-1 característica
28
do estiramento OH, sugerindo uma forte interação do filme com a água, devido a
intensidade da banda. O espectro, também, apresentou duas bandas características do íon
carboxilato, nas regiões de 1590 e 1407 cm-1, comprovando a presença do íon na estrutura.
Com adição de íons Ca2+ e Mn2+ houve uma redução significativa na intensidade das
bandas com relação ao espectro do filme não modificado, sem deslocamento significativo
da faixa de número de onda. Os cátions divalentes apresentam forte interação com o
monômero gulorônico. Se dois blocos de guloronato estiverem em posições opostas entre
si, formam uma cavidade que é favorável ao encaixe desses íons.
Figura 3.6- Espectros de FTIR-ATR do filme de alginato de sódio.
Fonte: Lucas, 2007, p. 39.
Figura 3.7- Estrutura química do alginato de sódio.
Fonte: Drury; Dennis; Mooney, 2004, p. 3188.
29
A espectroscopia na região do infravermelho é uma técnica de análise utilizada
para melhor identificação de um composto, sendo capaz de fornecer informações
detalhadas sobre a estrutura do material (SKOOG, 2002, p. 435). A técnica baseia-se nas
transições entre níveis de energia nas moléculas, que resultam em vibrações das ligações
químicas, ou seja, quando vibrações moleculares resultam em uma mudança no momento
de dipolo da ligação, como conseqüência da mudança de distribuição eletrônica na
ligação. Por meio de interação com radiação eletromagnética apropriada é possível
estimular a transição entre os níveis de energia vibracionais. Quando a interação ocorre,
existe uma absorção da radiação pelo material e, então, a detecção é feita por diferença
entre as intensidades de radiação emitida (inicial) e absorvida (final) na amostra. Desta
forma, diversos grupos funcionais podem ser identificados através dos diferentes modos
vibracionais das ligações químicas presentes nas amostras.
Conforme Ribeiro (2004, p. 4363) os espectros FTIR do alginato de sódio e
cálcio, na forma de pó, apresentados na Figura 3.8 são bastante similares e somente uma
pequena diferença pode ser observada na largura e intensidade das bandas relacionadas ao
COO-. A banda de deformação simétrica do COO- em 1420 cm-1 exibe deslocamento para
1428 cm-1.
As bandas em torno de 1029 cm-1 para o alginato de sódio e 1032 cm-1 para o
alginato de cálcio foram atribuídas ao estiramento C-O-C e as bandas em torno 3446 cm-1
para o estiramento OH. Os dados obtidos do FTIR não indicaram a presença do ácido
algínico, que possui uma banda característica em torno de 1747 cm-1.
30
Figura 3.8- Espectros de FTIR do alginato de sódio e cálcio.
Fonte: Ribeiro, 2004, p. 4363.
Segundo Sartori et al. (1997, p. 43) a banda em 1420 cm-1 é específica para
ligações iônicas e a substituição de íons sódio por cálcio pode alterar a densidade de
cargas, massa atômica e o raio ao redor dos grupos carbonila, provavelmente causando o
deslocamento, diferente do que foi estudado por Lucas (2007, p. 39), em que os íons Ca2+
não provocaram deslocamento nas bandas relacionadas aos filme de alginato de sódio
puro. A tabela 3.1 apresenta as bandas e suas respectivas indicações, obtida por Ferraz et
al. (2001, p. 3105).
31
Tabela 3.1- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do alginato de sódio.
Número de Onda (cm-1) Indicações
3446 (OH) ligação hidrogênio
2929 (CH)
2354 -
2161/2169 -
1619 (COO-)
1420/1428 (COO-)
1318/1320 (COO-)
1126 (CC), (CO)
1088/1094 (CO), (CCO), (CC)
1029/1032 (CO), (CCO), (CC)
947/945 (CO), (CCH)
903/905 (CO), (CCH)
809/820 (CO), (CCO), (CCH)
Fonte: Ferraz et al., (2001, p. 3105)
Caykara et al. (2005, p. 10752) estudaram as propriedades dos filmes NaAlg-
PEO. Através do FTIR a banda característica do PEO foi observada em 843 cm-1 devido a
ligação C-O-C. As bandas do NaAlg apareceu em 1613 e 1415 cm-1 referente a vibração
do estiramento assimétrico e simétrico do COO-, respectivamente, e em 3500 cm-1 ao
grupo OH. O espectro dos filmes NaAlg-PEO foi caracterizado pela presença das bandas
típicas dos componentes puros, as bandas características do NaAlg a 1611 e 3500cm-1
foram observadas em todos os espectros dos filmes estudados e observou-se que, com o
aumento da quantidade de NaAlg, a banda relacionada ao grupo OH torna-se mais larga.
Provavelmente, isto está relacionado à formação da ligação entre os átomos de oxigênio
do PEO e o grupo hidroxila do NaAlg, figura 3.9.
32
Figura 3.9- Estrutura do NaAlg-PEO.
Fonte: Caykara et al., 2005, p. 10752.
3.3.4.3 Análise Térmica
A termogravimétrica é uma técnica utilizada para medir as variações de massa de
uma amostra, utilizando uma termobalança, durante o aquecimento (ou resfriamento) ou
quando mantida a uma temperatura específica. A fim de que a curva termogravimétrica possa
ser interpretada de forma mais eficiente é comum utilizar simultaneamente a derivada em
função do tempo desta curva, que é chamada de curva DTG (WENDHAUSEN, 2002, p. 8).
De acordo com Soares et al. (2004, p. 59) os resultados da TG, no intervalo de 25 a
1000ºC, para o ácido algínico apresenta inicialmente um processo de desidratação seguido
pela decomposição sem resíduo no final do experimento em atmosfera N2. Comportamento
similar foi observado em ar. O produto de decomposição em torno de 400ºC foi caracterizado
como material carbonizado em ambos os casos. Para o alginato de sódio a curva TG, no
intervalo de 25 a 1000ºC, mostra que o sal se decompõe inicialmente pela desidratação (no
intervalo de 28,0-177,4) seguida pela degradação de Na2CO3 (no intervalo de temperatura de
177-523,5) e um material carbonizado que se decompõe vagarosamente entre 600-750ºC em
atmosfera N2. A decomposição do Na2CO3 aparece acima de 800ºC usando atmosfera N2. Em
ar a desidratação ocorre em um meio similar, mas a decomposição do material carbonizado é
mais rápido, em torno de 600ºC, resultando em Na2CO3 que se decompõe de forma
33
semelhante a aquela na atmosfera de N2. Foi observado durante o aquecimento a liberação de
CO2. A tabela 3.2 apresenta a atribuição para o alginato de sódio em cada faixa de
temperatura a 5, 10 e 20ºC/min em atmosfera N2. Foi observado que a decomposição do
carbonato de sódio depende do aquecimento da amostra e da atmosfera utilizada.
Tabela 3.2- Análise termogravimétrica do NaAlg em fluxo de N2.
COMPOSTO AQUECIMENTO( ºC min-1) ATRIBUIÇÃO ΔT / ºC
NaAlg 5 Desidratação 28,0-177,4
Decomposição 177-523,5
Na2CO3 formação 523,5-749,5
Na2CO3 resíduo 749,5
10 Desidratação 25,2-198,3
Decomposição 198,3-587,0
Na2CO3 formação 587,0-710,3
Na2CO3 resíduo 726,1
20 Desidratação 26,5-202,8
Decomposição 202,8-585
Na2CO3 formação 588-751,0
Na2CO3 resíduo 751,0
Fonte: Soares et al., (2004, p. 53)
De acordo com os resultados mostrados na tabela 3.2, os autores Soares et al. (2004,
p. 53), concluíram que a faixa de aquecimento utilizada de 5-20ºC/min não influenciou a
curva de TG, sugerindo que faixas de aquecimentos mais altas podem ser utilizadas com
intuito de ganhar tempo nos experimentos.
Segundo Kim e Lee (2001, p. 18) a decomposição do Na2CO3 ocorre em dois passos,
como mostram as reações (3.1) e (3.2).
Na2CO3(l)→Na2O(s) + CO2(g) (3.1)
Na2O(l)→2Na(g) + ½O2(g) (3.2)
34
A reação 3.1, de acordo com Kim e Lee (2001, p. 18) é extremamente lenta,
consequentemente, controla a reação geral de decomposição, confirmada através dos
difratogramas de raios X que mostraram picos relacionados ao Na2CO3 não observando
nenhum pico de Na2O.
Smitha, Sridhar e Khan (2005, p. 1859) estudaram a estabilidade térmica dos filmes
alginato de sódio-quitosana. As curvas de DSC, figura 3.10, mostraram a formação de duas
transições endotérmicas a 110ºC e 200ºC, resultantes da eliminação da água e da formação de
ligações amidas na estrutura do íon complexo. Estes resultados estão de acordo com os dados
da TGA, figura 3.10, que mostram que o aumento da temperatura produz uma primeira perda
da amostra acima de 110°C, uma segunda perda menor na faixa de 110-200ºC e uma terceira
perda significativa de massa na faixa de 225-260ºC. A perda de massa a 260ºC pode ser
devido a degradação térmica do íon complexo. Os autores concluíram que as membranas
apresentaram uma boa estabilidade térmica para aplicação em células combustíveis.
Figura 3.10- Curvas DSC e TG das (a) filme alginato de sódio e (b) filmes quitosana-alginato de sódio
Fonte: Smitha, Sridhar e Khan (2005, p. 1859)
35
3.4 DIÓXIDO DE TITÂNIO
3.4.1 Estrutura
O TiO2 existe em três formas cristalinas: rutilo (tetragonal), anatásio (tetragonal) e
bruquita (ortorrômbica) que dependem das condições e parâmetros do método utilizado na
síntese do material (DEJERDY E TONEJC, 2006; PAKMAN; SERIN; SERIN, 2009). Na
natureza, o rutilo é o mais comum, enquanto a bruquita é mais rara. Entre essas fases, anatásio
e rutilo podem ser obtidos através de vários métodos e suas propriedades são largamente
estudadas. Alguns estudos indicam que a fase bruquita apresenta uma alta atividade
fotocatalítica comparada com as fases rutilo e anatásio; assim a fase bruquita é uma boa
candidata na aplicação de célula solar (OHARA ET AL., 2008, p. 6619) O arranjo desses três
polimorfos é descrito na Figura 3.11 (GONG; SELLONI, 2007, p. 235307). Em todos os três
polimorfos, cada Ti estar ligado com 6 oxigênios e cada oxigênio com 3 Titânio; portanto,
suas estruturas podem ser descritas em termos do TiO6 octaédrica, com Ti no centro e O nos
vértices. A estrutura do TiO2 pode também ser descrita em termos da unidade OTi3, segundo
Beltran, Gracia e Andres (2006, p. 23417). A diferença da bruquita em relação ao rutilo e
anatásio é que na bruquita existem seis diferentes ligações Ti-O, Figura 3.11(f).
As fases anatásio e bruquita são fases metaestáveis do dióxido de titânio, e podem ser
convertidas irreversivelmente em rutilo quando tratadas a elevadas temperaturas (HE E LIN,
2007, p. 3385). No caso da bruquita, esta pode ser primeiramente convertida a anatásio, ou
simplesmente passar para a fase rutilo. Sabe-se, ainda, que a temperatura de transição da fase
anatásio para rutilo é sensível a determinados fatores, tais como: a técnica de preparação
empregada na obtenção do TiO2, os reagentes de partidas e o tamanho das partículas
formadas. Apesar disso, esta transição de fase, normalmente, tem início em uma faixa de
temperatura entre 500-700ºC, completando-se entre 800-1000ºC, figura 3.12.
36
Figura 3.11- Estrutura do rutilo (a) do anatásio(b) e da bruquita (c), mostrando a ligação do octaédrica TiO6. O octaédrica está representado pela cor cinza exceto na bruquita que se encontra nas cores amarela e azul. As coordenações dos átomos de Ti no centro do TiO6 octaédrico no rutilo, anatásio e bruquita são mostrados nas figuras d, e e f, respectivamente. As distâncias das ligações são dadas em Å. O átomo de oxigênio está em vermelho e o Ti em cinza.
Fonte: Gong; Selloni, 2007, p. 235307.
Figura 3.12- Transição de fase do TiO2.
Fonte: YIN et al., 2004, p. 6.
37
3.4.2 Aplicações
A produção, estocagem e distribuição de energia são algumas das maiores
preocupações da sociedade contemporânea. O desenvolvimento de materiais para aplicações
como eletrodo e eletrólito criou oportunidades para novos tipos de geração de energia e
sistemas de estocagem, que podem vir a contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento
sustentável e harmônico da sociedade tecnológica (SILVA, CALIMAN E SILVA, 2005, p.
249).
Atualmente, fontes renováveis de energia fornecem aproximadamente 9% da energia
mundial. Contudo, em muitas partes do mundo estas porcentagens estão aumentando de
maneira significativa. A energia eólica é o recurso energético cuja utilização aumenta mais
rapidamente no mundo hoje. Em seguida vem à energia fotovoltaica com 24% de crescimento
por ano (HINRICHS; KLEINBACH, 2003, p. 11).
Os recursos energéticos renováveis oferecem muitas vantagens para um mundo
carente de energia e estão em constante fase de evolução tecnológica. Segundo Agnaldo et al.
(2006, p. 77) esses recursos podem ser usados de muitas maneiras, gerando problemas
ambientais mínimos e oferecendo esperança para os Países em desenvolvimento, cujas taxas
de desenvolvimento econômico são seriamente comprometidas pelos altos custos de energia.
De acordo com Li et al., (2009, p. 5423) o TiO2 tem sido o assunto de considerável
interesse devido à variedade de aplicações como um material de baixo custo segundo Sharma
et al., (2009, p. 244). O TiO2 pode ser aplicado em sensores à gás (SANTOS ET AL. (2001,
p. 136), materiais eletrônicos, implantes dentários, catálise (PADMANABHAN ET AL.
(2007, p. 4474) e células solares (WATANABE; HAYASHI; IMAI, 2006; CHEN;
STATHATOS; DIONYSIOU, 2009). Por ser um material não-tóxico (TIAN ET AL. (2009,
p. 2261) e inerte, o TiO2 pode ser usado, também, em produtos farmacêuticos e alimentícios.
A maior parte das células solares são confeccionadas com duas camadas muito finas
de silício cristalino. Normalmente não existem elétrons livres no silício e, desta forma, o
silício é um bom isolante. Por meio de um processo denominado “dopagem”, são adicionados
impurezas ao silício, alterando suas propriedades e tornando-o um condutor melhor. Em
razão disso, motivo as células solares convencionais são relativamente caras e o custo de
energia gerada por estes dispositivos ainda está alto no Brasil. Daí a necessidade de estudar
novos materiais de baixo custo, por exemplo, células solares baseadas em TiO2, também
conhecida como célula de Gratzel, célula solar fotoquímica, ou ainda, célula solar
38
nanocristalina sensibilizada por corante (CSNS), figura 3.13 (HINRICHS; KLEINBACH,
2003, p. 25).
Figura 3.13- Célula Fotovoltaica.
Fonte: Hinrichs; Kleinbach, 2003, p. 25.
Essas células de TiO2, além de converter energia solar em energia elétrica, são
usadas também em pesquisas que as utilizam como sinalizadores eletrocrômicos, onde são
exploradas as propriedades que as mesmas possuem de variar a cor do corante, quando
passam do estado oxidado para o reduzido, por variação do potencial dos eletrodos.
3.4.3 Caracterizações
3.4.3.1 Difração de raios X
Atualmente vários métodos são utilizados para obtenção da síntese de TiO2, tal como
o processo sol-gel. Nos últimos anos tem sido demonstrado que as condições de pré-
tratamento do TiO2 obtidos via processo sol-gel, podem influenciar de forma decisiva nas
transformações estruturais (polimórficas) sofridas mediante aumento de temperatura.
Um estudo realizado por Lisboa (2005, p. 25) mostrou a presença da fase anatásio e
bruquita na temperatura de 300ºC, figura 3.14, o que não foi observado por Chen, Stathatos e
Dionysiou (2009, pg. 196). Observa-se na figura 3.14 que, quando a temperatura de
calcinação foi aumentada para 500ºC a intensidade dos picos anatásio em 2θ=25º diminuiu e
começou a transformarção para a fase rutilo não aparecendo mais a fase bruquita. Esse
resultado contradiz os resultados obtidos por Zheng, Meng e Tang (2009, p. 5991) que
39
observaram na temperatura de 600ºC, a fase anatásio como a fase predominante, além da fase
bruquita em torno de 2θ=31º, entretanto, nenhum pico referente a fase rutilo foi observado a
figura 3.14 mostra que, nas temperaturas de calcinação de 800ºC e 1100ºC, a transformação
da fase anatásio → rutilo está completa.
Fig.3.14- Difratogramas de raios X das amostras de TiO2 puro calcinado a diferentes temperaturas.
Fonte: Lisboa 2005, p. 25
Essas diferenças nas transições de fase podem ser observadas, por exemplo, por
Chen, Stathatos e Dionysiou (2009, pg. 196) que mostraram através dos difratogramas de
raios X das amostras de TiO2 calcinadas a 270, 600, 800 e 1000ºC, figura 3.15, que em 270ºC
há somente uma fase amorfa e com o aumento da temperatura para 400ºC surge a fase
anatásio.
Em 800ºC não ocorreu a completa transição de fase anatásio-rutilo, uma vez que
difratograma de raios X apresentou, em torno de 2θ=25º, além da fase rutilo um pico referente
a fase anatásio. Somente em 1000ºC houve a completa transição de fase.
40
Figura 3.15- Difratogramas de raios X do TiO2 calcinado a diferentes temperaturas (a) 270ºC, (b) 400ºC, (c) 600ºC, (d) 800ºC e (e) 1000ºC.
Fonte: Chen, Stathatos e Dionysiou 2009, pg. 196
Sung et al. (2006, p. 175) estudaram a cristalinidade dos filmes de TiO2 puro e
compósito POE-TiO2 aquecidos a 920°C por 20 minutos, figura 3.16. Observaram que o filme
do TiO2 puro apresenta somente a fase rutilo, figura 3.16(a), enquanto o filme compósito
POE-TiO2, figura 3.16(b), envelhecido por 6 horas apresenta a fase anatásio e rutilo e o filme
compósito POE-TiO2 envelhecido por 12 horas, figura 3.16(c), também mostrou pico de
rutilo, entretanto de menor intensidade, ou seja, o polímero influenciou na transformação de
fase anatásio-rutilo.
41
Figura 3.16- Difratogramas de raios X do (a) TiO2 puro, (b) POE-TiO2 envelhecido por 6 h e (c) POE-TiO2 envelhecido por 12 h.
Fonte: Sung et al., 2006, p. 175
3.4.3.2 Espectroscopia de Infravermelho.
A Figura 3.17 apresenta o espectro de infravermelho do pó de TiO2 puro, obtido pelo
método Pechini (COSTA ET AL., 2006, p. 255). Observam-se três eventos entre 400 e 600
cm-1 que correspondem às ligações O-Ti-O da fase anatásio cristalino. Dois picos mais
intensos a 455 e 494 cm-1, e um terceiro pico bem discreto a 527 cm-1. Estes resultados foram
similares aos reportados por Ivanova; Harizanova (2006, p. 227) na obtenção do TiO2
preparado pelo método sol-gel.
42
Figura 3.17- Espectro de infravermelho do TiO2 puro a 500°C.
Fonte: Costa et al., 2006, p. 255.
Ainda de acordo com o espectro de infravermelho, pode-se verificar que entre 600 e
1800 cm-1 não há nenhuma banda que indique a presença de ligações de carbono. Desta
forma, conclui-se que toda a parte orgânica do pó de TiO2 foi degradada na calcinação a 500
ºC.
Guo et al.(2003, p. 99) obtiveram espectros de infravermelho do TiO2 puro através
da hidrólise do tetraisopropil de titânio na presença de água e etanol, Figura 3.18. Os
espectros não mostraram bandas referentes à vibração do Ti-O-C que, ocorre
aproximadamente na região de 1125-1035 cm-1, o que sugere que o precursor (tetraisopropil)
hidrolizou completamente. O estiramento OH ocorreu em 3350 cm-1. A banda em 1625 cm-1
corresponde à ligação da água adsorbida. Na figura 3.18 (a e b), as bandas em 2957-2858 cm-1
e 1450-1376 cm-1 são referentes ao estiramento de vibração do CH2 e CH3 no n-butanol,
respectivamente. Isto significa que uma grande quantidade de água e n-butanol foi adsorbido
na superfície do TiO2. Quando a amostra foi aquecida a 450ºC, figura 3.18(c), as bandas a
2957-2858 cm-1 e 1450-1376 cm-1 são menos intensas, sugerindo a perda de n-butanol
adsorbido na superfície do TiO2. Uma diminuição na intensidade da banda em 3350 cm-1 foi,
também, observada.
43
Figura 3.18- Espectros de infravermelho do TiO2 puro: (a) 40ºC, (b) 90ºC e (c) 450ºC.
Fonte: Guo et al., 2003, p. 99
Zheng et al. (2000, p. 435) estudaram o compósito TiO2-PVP, através do método sol-
gel, figura 3.19, e observaram que em 100ºC, para o TiO2 puro, apareceu uma banda em 627
cm-1 referente ao estiramento Ti-O-Ti e as bandas de absorção estão em 1628 e 1402 cm-1
demonstrando que o TiO2 apresenta bastante moléculas de água e resíduos orgânicos.
44
Figura 3.19- Espectro de infravermelho do TiO2 puro e do compósito TiO2-PVP.
Fonte: Zheng et al., 2000, p. 435
No espectro de infravermelho, figura 3.19, para o compósito TiO2-PVP surgiram
bandas em 1095 e 1039 cm-1 correspondente ao estiramento Ti-OH e a ligação Ti-OC4H9,
respectivamente. Não foi observado bandas relacionadas ao Ti-O-Ti na rede do compósito,
provavelmente, devido à presença do polímero PVP. As demais bandas são características do
polímero PVP.
Rodriguez-Páez et al. (2004, p. 54) estudaram o sistema SiO2-TiO2 utilizando como
precursores o tetraetil-ortosilicato (TEOS) e o tetrabutóxido de titânio, Ti(OBu)4, na razão
20/80. A figura 3.20 mostra o espectro de infravermelho com as bandas em 1465-1378 cm-1
associadas as vibrações dos grupos CH2 e CH3 do precursor de titânio e outros compostos
presentes no sistema SiO2-TiO2 como o etanol. O ombro em 1125 cm-1 e as bandas a 1085 e
1049 cm-1 correspondem as vibrações Ti-O-C dos grupos butóxido ligados diretamente ao
titânio. A banda a 2971 cm-1 contém informação do modo de estiramento simétrico e
assimétrico do CH3 e CH2 do Ti(OBu)4, assim, como do composto titânio-acetilacetonato que
se forma no sistema. A banda em 1530 cm-1 corresponde ao modo de vibração C=O e C=C.
A ligação Ti-O-Si é associada ao pequeno ombro que aparece a 940 cm-1 e a banda a
950 cm-1 está relacionada ao butanol gerado pela hidrólise do Ti(BuO)4.
45
Figura 3.20- Espectros de infravermelho do sistema SiO2-TiO2.
Fonte: Rodriguez-Páez et al., 2004, p. 54
A banda em 880 cm-1 corresponde ao etanol e aquela em 980 cm-1 é atribuida a formação de
espécies silanol (Si-OH). De acordo com o estudo do FTir, foi proposto como possível estrutura do
novo precursor molecular do titânio como mostra a figura 3.21.
Figura 3.21- Estrutura proposta para o novo precursor molecular do titânio.
Fonte: Rodriguez-Páez et al., 2004, p. 54
46
3.4.3.3 Análise Térmica
Segundo Carmo (2008, p. 51) a TG para o TiO2 puro, figura 3.22, mostra apenas uma
perda de massa. Essa perda teve início em 25, 49ºC e termina em 628,19ºC, com uma
diminuição de 21,51% de sua massa, que se deve à desidratação da amostra.
A DTA da amostra apresenta um pico endotérmico intenso, 733,2 J/g, na temperatura
de 72,0ºC, correspondente a perda de água de hidratação. Observa-se dois picos exotérmicos
de menor intensidade, 56,3 J/g e 45,0 J/g, nas temperaturas de 685,8ºC e 809,4ºC,
respectivamente.
Figura 3.22- Curva de TG e DTA para a amostra de TiO2 puro.
Fonte: Carmo, 2008, p. 51
Alemany et al. (2000, p. 272) estudaram a análise térmica dos pós de TiO2 puro a
333K, figura 3.23. A curva DTA mostra um pico endotérmico a 373 K e um pico exotérmico
fraco, porém largo a 573 K, típico de uma fraca combustão e um pico exotérmico fraco, mas
bem definido em 933 K, sem perda de massa indicando que ocorreu uma transição de fase, ou
seja, a transição anatásio→rutilo. A perda de massa total é atribuída à perda de água com uma
possível quantidade de grupo alcóxido que não reagiu e que poderá oxidar a elevadas
temperaturas.
47
Figura 3.23- Curva de TG e DTA para a amostra de TiO2 puro.
Fonte: Alemany et al., 2000, p. 272
3.5 TITANATO DE SÓDIO
3.5.1 Estrutura
Segundo Corcoran, Tunstall e Irvine (2000, p. 17) os titanatos possuem
características semicondutoras, contudo, na literatura diversos procedimentos envolvendo a
obtenção do titanato de sódio vêem sendo realizado. De acordo com Salgado, Djurado e Fabry
(2004, p. 2478) os titanatos Na2Ti3O7 e Na2Ti6O13, como mostra a figura 3.24, são geralmente
obtidos pela reação de Na2CO3 e TiO2 ou Na2O e TiO2 seguido por aquecimento em torno de
1250ºC, apresentando uma estrutura tipo túnel unidas por metais alcalinos.
48
Figura 3.24- Estrutura do titanato de sódio.
Fonte: Salgado, Djurado e Fabry, 2004, p. 2478
Segundo Alves (2009, p. 13) os titanatos podem ser derivados do TiO2, adicionando-
se a sua estrutura átomos de outros elementos (em geral metais alcalinos). A maioria dos
titanatos possui uma estrutura lamelar na qual os octaedros TiO6 se arranjam formando
camadas compactas, sendo que cátions dos metais alcalinos se acomodam entre tais camadas.
Assim a separação entre as camadas é definida pelo tamanho do cátion. Um exemplo de uma
estrutura lamelar de um titanato é mostrado na figura 3.25, correspondente a fase Na2Ti3O7.
Neste caso os octaedros formam camadas em ziguezague e a distância interlamelar é ~ 0.84
nm. Devido a sua estrutura lamelar, a troca iônica nos titanatos é bastante facilitada. Por
exemplo, pode-se obter um titanato protônico do tipo H2Ti3O7 a partir do titanato de sódio.
Nesta mudança a distância interlamelar se reduz para ~0,79 nm.
Figura 3.25- Estrutura lamelar do titanato Na2Ti3O7.
Fonte: Alves (2009, p. 14)
49
3.5.2 Caracterizações
3.5.2.1 Difração de raios X
A figura 3.26 mostra os difratogramas de raios X do titanato de sódio tratado a
diferentes temperaturas 50, 200, 400 e 850°C obtidos a partir da reação entre TiO2 e Na2CO3.
Sun e Li (2003, p. 2234) observaram pelos difratogramas de raios X que não há nenhum pico
característico do TiO2 ou do Na2CO3, mas somente picos referentes ao titanato de sódio com
um pico mais intenso em 2θ=10,7º.
Figura 3.26- Difratogramas de raios X do titanato de sódio tratado a diferentes temperaturas.
Fonte: Sun e Li, 2003, p. 2234.
Becker, Hofmann e Muller (2007, p. 4549) obtiveram os titanatos Na2Ti3O7 e
Na2Ti6O13 utilizando como precursor o isopropóxido de titânio em etanol e NaOH. A figura
3.27 mostra os difratogramas de raios X para o Na2Ti3O7 calcinado a 800ºC e o Na2Ti6O13
calcinado 700ºC. O titanato de sódio sem tratamento térmico apresentaram uma estrutura
amorfa, entretanto, quando foram calcinados apresentaram-se cristalinos. O tratamento
térmico a 1050ºC permite a decomposição do Na2Ti3O7 e Na2Ti6O13. Para ambos os titanatos
50
a decomposição parece ser acompanhada pela sublimação do Na2O de acordo com as
seguintes reações;
2 Na2Ti3O7 → Na2Ti6O13 + Na2O↑ (3.3)
Na2Ti6O13 → 6TiO2 + Na2O↑ (3.4)
O Na2Ti3O7 foi sinterizado por 1 h e o Na2Ti6O13 foi sinterizado por 1 e 2 h. O
Na2Ti6O13 sinterizado por 2 h apresentou a fase rutilo, ou seja, na sinterização o Na2Ti6O13
está localizado na região de maior % em mol de TiO2 de acordo com o diagrama de fases do
sistema Na2O-TiO2 apresentado na figura 3.28.
Figura 3.27- Difratograma de raios X do (a) Na2Ti3O7 e (b) Na2Ti6O13: (i) sem tratamento térmico, (ii) calcinado, (iii) sinterizado por 1 h, e (iv) sinterizado por 2 h; () Na2Ti3O7, (♦) Na2Ti6O13
e (*)TiO2 –Rutilo.
Fonte: Becker, Hofmann e Muller, 2007, p. 4549
51
Figura 3.28- Diagrama de fase do sistema Na2O-TiO2.
Fonte: Becker, Hofmann e Muller, 2007, p. 4549
3.5.2.2 Espectroscopia de Infravermelho
Sun e Li (2003, p. 2234) realizaram estudos sobre nanotubos de titanato de sódio,
utilizando, na preparação dos nanotubos, pós do óxido de titânio (na forma anatásio) e solução
de NaOH. A figura 3.29 mostra os espectros de infravermelho dos titanatos secos a 80ºC,
figura 3.29(a), e tratados termicamente a 550ºC, figura 3.29(b). Observa-se a existência de
uma grande quantidade de água e grupos hidroxilas, devido à ligação H-O-H a 1630 cm-1 e
um forte estiramento O-H a 3400 cm-1. A existência de água e grupos hidroxila nas amostras
tratadas a 550ºC foi atribuída a re-adsorção da água da atmosfera.
52
Figura 3.29- Espectros de infravermelho dos nanotubos de titanato: (a) secos a 80ºC e (b) tratados termicamente a 550ºC.
Fonte: Sun e Li, 2003, p. 2234
3.5.2.3 Análise Térmica
El-Naggar et al. (2002, p. 226) prepararam o titanato de sódio à partir da reação do
TiO2 e Na2CO3 a 1100ºC, a figura 3.30 mostra as curvas de TG-DTA em que a decomposição
térmica do Na2CO3, curva (a), mostra o 1º pico endotérmico a 98,6ºC com perda de massa a
5,1%. Esse estágio pode ser devido a evaporação da água adsorvida na superfície. O segundo
pico endotérmico a 843,4ºC pode ser atribuído a fusão do Na2CO3. A decomposição térmica
do TiO2, curva (b) mostra uma estabilidade térmica.
53
Figura 3.30- Curva TG-DTA do (a) Na2CO3, (b) TiO2, (c) mistura de TiO2 e Na2CO3 (2:1), (d) mistura de TiO2 e Na2CO3 (1:2), (e) titanato de sódio cristalino e (f) titanato de sódio amorfo.
Fonte: El-Naggar et al., 2002, p. 226
As curvas (c) e (d) na figura 3.30 mostram os termogramas das razões molares 2:1 e
1:2 do TiO2 e Na2CO3 permitindo a formação do titanato de sódio cristalino e amorfo,
respectivamente. A curva (c) mostra a fusão do Na2CO3 a 840,9ºC que é considerado o ponto
inicial da reação com TiO2 e sua decomposição acima de 900ºC, seguido pelo pico
endotérmico em 978ºC e um pico endotérmico em 1126ºC atribuído ao ponto de fusão, houve
uma perda de massa entre 800-950ºC de 12% atribuído à liberação de CO2. O resultado
sugere a seguinte reação:
4TiO2 + 2 Na2CO3→ Na4TiO4 + 3TiO2 + 2CO2↑ (3.5)
54
Por outro lado a reação TiO2 e Na2CO3 na razão molar 1:2, curva (d), figura 3.30
mostra um comportamento diferente em relação a razão molar 2:1, curva (c). O aquecimento
do Na2CO3 inicia a 823ºC, seguido por uma série de picos endotérmicos a 895e 1033ºC. Entre
800-1000ºC houve uma contínua perda de massa de 28% podendo ser atribuído ao CO2 e
alguns traços de sódio. Os resultados sugerem a seguinte reação:
TiO2 + 2Na2CO3→ Na2TiO3 + Na2O + 2CO2↑ (3.6)
As curvas (e) e (f) mostram os termogramas do titanato de sódio cristalino e amorfo,
respectivamente. As curvas (e) e (f) mostram picos endotérmicos em 124 e 116,7ºC
relacionado à liberação da água. Os picos endotérmicos em 276 e 266,3ºC são resultados da
perda de água coordenada e finalmente os picos em 1121 e 1128ºC correspondem ao ponto de
fusão do titanato de sódio cristalino e amorfo, respectivamente, que geralmente ocorre em
1128ºC.
3.5.2.4 Fluorescência de Raios X
A análise por fluorescência de raios X é um método de análise elementar qualitativo
e semi-quantitativo que se aplica à identificação de praticamente todos os elementos de
número atômico maior que 13 (Z>13). Utiliza-se uma fonte de radiação X para ionizar os
níveis internos dos átomos constituintes da amostra. Esta é uma técnica não destrutiva e que,
na maior parte dos casos, não necessita de qualquer preparação prévia da amostra, permitindo
ainda a detecção simultânea dos diferentes elementos constituintes da amostra (BRUNDLE;
EVANS E WILSON, 1992, p. 338).
Yoshida, Suzuki e Yoshikawa (2004, p. 411) obtiveram nanotubos derivados do TiO2
pelo tratamento hidrotérmico em NaOH(aq). Os autores observaram que acima de 350ºC,
alguns nanotubos na fase anatásio mostraram-se quebradiços e os que apresentaram
quantidades de Na manteve a estrututa dos nanotubos estáveis e quando tratados a alta
temperatura os nanotubos foram convertidos em nanotubos de Na2Ti6O13.
As amostras submetidas a um tratamento térmico foi estudada pela energia dispersiva
de raios X, a fim de determinar a quantidade de sódio presente nas amostras de nanotubos,
figura 3.31. Foi observado que os nanotubos apresentaram quantidades de Na e Ti na
55
proporção molar de 15:85. Desta forma, esse resultado indique a existência de Na e Ti é
favorável para formação dos titanatos de nanotubos.
Figura 3.31- Espectro de EDS dos nanotubos derivados do TiO2.
Fonte: Yoshida, Suzuki e Yoshikawa, 2004, p. 41
3.6 ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA
A espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) pode fornecer informações
exatas e precisas do mecanismo e da cinética de um sistema em estudo (WOLYNEC, 2003;
VEDALAKSHMI ET AL., 2009), conjuntamente com uma diversidade de técnicas. Seu
propósito é investigar a dinâmica de cargas no volume de uma amostra ou nas regiões
interfásica de qualquer tipo de material, seja sólido ou líquido; ou do tipo iônico,
semicondutor, misto (iônico e eletrônico) e mesmo isolante (RUFFO ET AL. 2009, p. 11390).
A EIS apresenta diversas vantagens com relação às técnicas de corrente contínua:
• Utilização de sinais muito pequenos que não perturbam as propriedades do eletrodo;
• Possibilidade de estudar reações de corrosão e medir taxas de corrosão em meios de
baixa condutividade;
56
• A resistência de polarização e a capacitância da dupla camada podem ser
determinadas em uma mesma medida.
Segundo Machado (2000, p. 15) os termos resistência e impedância são grandezas
que regem a resistência ao fluxo de elétrons ou de corrente iônica. Medindo-se a resistência
ao fluxo é possível se chegar ao valor da condutividade do eletrólito. Em circuitos de corrente
contínua (cc), somente resistores produzem o efeito de resistência ao fluxo. Entretanto, em
circuitos com corrente alternada (ca), dois outros componentes eletrônicos: capacitores e
indutores, também contribuem para que ocorra uma resistência ao fluxo iônico ou eletrônico.
Conforme Nascimento (2000, p. 21) a técnica de espectroscopia de impedância Z(ω)
consiste em submeter a amostra, a ser analisada, a uma tensão senoidal E(ω) = E0eiωt de
freqüência variável fornecendo como resposta a corrente I(ω) = I0 ei(ω t + φ), em que φ é o
ângulo de fase entre a tensão e a corrente. A combinação desses fatores representa a
impedância da cela (Z). Geralmente, para uma cela eletroquímica, tanto a magnitude da
impedância como seu ângulo de fase são função da freqüência aplicada.
A figura 3.32 obtida por Girotto e Paoli (1999, p. 362) representa o diagrama de
Nyquist, um dos modos mais utilizados para apresentar as medidas de impedância, em que
pode-se observar os valores da parte imaginária da impedância (Z” que corresponde a valores
de reatâncias indutiva e capacitiva) em função dos valores da parte real (Z’ que corresponde a
valores de resistência). Na região de altas freqüências, o efeito da relaxação de transferência
de carga é mostrado através de um semicírculo, a partir do qual pode-se obter os valores de
RΩ, Rtc e Cdc.
57
Figura 3.32- Representação de Nyquist. Os eixos abcissa e ordenadas são representados, respectivamente, por Z’ (parte real) e Z” (parte imaginária).
Fonte: Girotto e Paoli ,1999, p. 362
Em que, Re (sendo a representação mais usual RΩ) é a resistência do eletrólito e pode
ser obtida pela primeira interseção do semicírculo com o eixo real. Na segunda interseção do
semicírculo com o eixo real, encontra-se o valor de Re + Rtc, com Rtc representando a
resistência de transferência de carga associada à interface polímero/eletrólito e Cdc é a
capacitância de dupla camada resultante do acúmulo de cargas na interface.
Como pode ser observado no diagrama de Nyquist da figura 3.32 (GIROTTO;
PAOLI, 1999, p. 362), a região de baixas freqüências apresenta dois comportamentos
distintos: uma região de difusão (Bueno e Bulhões, 2008, p. 385) semi-infinita definida por
uma reta cuja inclinação é geralmente igual a 1 (Warburg) e outra, onde o transporte de massa
é limitado em favor de um acúmulo de cargas, adquirindo um comportamento puramente
capacitivo, que é representado no diagrama de impedância por uma reta vertical em relação ao
eixo real.
Lucas (2007, p. 28) realizou medidas de impedância eletroquímica do filme de
alginato de sódio, como mostra a figura 3.33, que apresentou um semicírculo em altas
freqüências e a tendência de formação de um segundo semicírculo em freqüências menores. O
espectro de menor temperatura, 30ºC, apresentou maior resistência de transferência de carga.
Na temperatura de 50ºC, observou-se um aumento na resistência de transferência de carga
com relação a aquela em temperatura intermediária, 40ºC. De acordo com Wahab et al. (1997,
58
p. 185) o íon Na+ tem maior interação com as moléculas de água nas condições estruturais do
filme polimérico apresentado.
Figura 3.33- Gráfico Nyquist do filme de alginato de sódio.
Fonte: Lucas, 2007, p. 28
Longo, Freitas e Paoli (2003, p. 37) realizaram estudo de célula solar a partir de um
eletrólito polimérico eletrólito Poli(OE-EPI) e filme TiO2 depositado em um eletrodo de PET-
ITO por um dia, nove dias e cinquenta dias sob irradiação de 10 mWcm-2 e em um eletrodo de
vidro ITO por 50 dias sob a mesma irradiação. Observando a figura 3.34, identifica-se a
presença de um pequeno semicírculo a altas freqüências, que, ao se fazer uma equivalência
com um circuito elétrico, pode-se obter a capacitância (C1) e a resistência de transferência de
carga (R1). Na região de baixas freqüências é possível associar este diagrama, figura 3.34, a
um circuito elétrico que leva em conta a contribuição da difusão das espécies eletroativas no
eletrólito polimérico. Finalmente, a resistência Rs descreve a resistência do eletrólito
polimérico Poli (OE-EPI) em série com o circuito elétrico equivalente devido às contribuições
das interfaces eletrólito, contra eletrodo (Pt/Plástico) e do eletrólito − eletrodo poroso
(TiO2/PET-ITO). Com o aumento do tempo de exposição do sistema (célula solar) a radiação
ultravioleta (10 mW.cm-2) a resistência Rs foi aumentando de 0,42 kΩ (1 dia), 0,68 kΩ (9
dias) e 0,87 kΩ (50 dias), como pode ser observado no diagrama Nyquist, figura 3.34.
59
Portanto, o efeito da radiação em função do tempo na resistência do eletrólito afeta a
estabilidade e diminui a eficiência da célula solar.
Figura 3.34- Diagrama Nyquist da cela com a deposição realizada durante um dia (O), nove dias (◊) e cinquenta dias ( ).
Fonte: Longo, Freitas e Paoli, 2003, p. 37.
Ussui et al. (2004, p. 7) estudaram a influência da adição de titânia em propriedades
elétricas de cerâmicas do sistema ZrO2-Y2O3. A codificação empregada é ZYnTm, onde n e m
são as concentrações molares do ítrio e do titânio, respectivamente. Na Figura 3.35 os
diagramas Nyquist obtidos a 527°C correspondem às amostras ZY3T15 e ZY9T15,
sinterizadas a 1500°C por 1 hora. A adição de titânia provoca um aumento na resistividade
intragranular (interior do grão) nas duas amostras, e a resistividade total da amostra com
ZY9T15 é comparativamente maior à da amostra ZY3T15. A substituição do zircônio pelo
titânio, que deveria provocar um aumento da condutividade pelo aumento do raio livre, pois o
raio iônico do Zr4+ é 0,084 nm e o do Ti4+ é de 0,074 nm, promove um efeito inverso, devido
principalmente aos seguintes fatores:
• Formação de associações entre vacância e titânio (clusters), que são
prejudiciais à condução iônica por aprisionar as vacâncias,
60
• Ordenação local na forma de camadas, formando domínios tetragonais e
dificultando a migração do íon oxigênio que ocorre preferencialmente em
regiões desordenadas,
• Formação do titanato de zircônio, quando a concentração do dopante é
suficientemente elevada.
Figura 3.35- Diagramas de impedância, obtidos a 527°C, de amostras cerâmicas de ZrO2-Y2O3-TiO2: (a) sinterizada a 1500°C por 1 hora.
Fonte: Ussui et al., 2004, p. 7
A figura 3.36 mostra a análise de espectroscopia de impedância eletroquímica de uma
célula solar sensibilizada por corante com eletrodo de TiO2 aquecido a diferentes
temperaturas 30, 300, 400, 500 e 600ºC observados por Lee, Suryanarayanan e Ho (2007, p.
1418). A resistência ôhmica corresponde ao eletrólito e as resistências Rct1, Rct2 e Rdif
corresponde ao processo de transferência de carga ocorrendo no contra-eletrodo de Pt, a
interface TiO2/dye/eletrólito e ao processo de difusão de Warburg do I-/I3- o eletrólito
respectivamente. Observa-se que a resistência de transferência de carga interfacial diminui
com o aumento da temperatura de 300 para 500ºC, figura 3.36(a). Por outro lado, houve um
aumento do Rct2 em 600ºC, provavelmente devido a transformação parcial de anatásio para
rutilo e consequentemente, resulta em um tamanho de partícula maior, uma menor área de
superfície e assim uma faixa de difusão menor segundo Park, deLagemaat e Frank (2000, p.
8989).
61
Figura 3.36- Diagramas de impedância da cela solar com filme de TiO2 aquecido a diferentes temperaturas (a) e circuito equivalente (b).
!
Fonte: Lee, Suryanarayanan e Ho, 2007, p. 1418.
Turkovic, Orel e Fox (2005, p. 209) investigaram o efeito do TiO2 na condutividade
do sistema (POE)8ZnCl2 através da técnica de espectroscopia de impedância eletroquímica no
intervalo de freqüência de 1Hz a 1MHz. A figura 3.37 mostra uma comparação entre a
condutividade do (POE)8ZnCl2 e a mesma composição preparada com TiO2. A condutividade
do sistema (POE)8ZnCl2 + TiO2 é aproximadamente 2 vezes maior, na faixa de 65-120ºC, em
relação a aquela do sistema (POE)8ZnCl2. Isto sugere que a introdução de partículas de TiO2 é
um ótimo meio de melhorar as propriedades elétricas do eletrólito polimérico, uma vez que
segundo estudos realizados por Longo, Freitas e Paoli (2003, p. 37) o POE apresenta uma
baixa condutividade elétrica.
62
Figura 3.37- Condutividade dos sistemas (POE)8ZnCl2 e (POE)8ZnCl2 + TiO2.
Fonte: Turkovic, Orel e Fox, 2005, p. 209
3.6.1 Difusão
Segundo Callister (2007, p. 109) difusão é um fenômeno de transporte de massa por
movimentação atômica (no caso de metais), de cátions e ânions (no caso de cerâmicas
iônicas) e de macromoléculas (no caso de polímeros).
3.6.1.1 Difusão por lacunas
Ocorrem quando átomos substitucionais trocam de posição com lacunas existentes na
rede cristalina, figura 3.38. A movimentação dos átomos ocorre em uma direção e a das
lacunas ocorre na direção contrária.
63
Figura 3.38- Difusão por lacunas.
Fonte: Callister, 2007, p. 109
A movimentação dos átomos substitucionais é em função do número de lacunas
presentes e o número de lacunas aumenta com a temperatura.
3.6.1.2 Difusão intersticial
Difusão intersticial ocorre quando átomos intersticiais migram para posições
intersticiais adjacentes não ocupadas da rede cristalina, figura 3.39. Em metais e ligas, a
difusão intersticial é um mecanismo importante para a difusão de impurezas de raio atômico
pequeno em relação aos do hospedeiro. Geralmente, a difusão intersticial é muito mais rápida
que a difusão por lacunas, pois os átomos intersticiais são menores e, portanto, tem maior
mobilidade.
Figura 3.39- Difusão intersticial.
Fonte: Callister, 2007, p. 109
64
3.6.1.3 Fatores que influenciam na difusão
1. Espécie difusora: Tanto a espécie difusora quanto o material hospedeiro
influenciam na taxa na qual os átomos difundem.
2. Temperatura: A temperatura apresenta uma influência das mais profundas sobre
os coeficientes de difusão. Quanto maior a temperatura maior a taxa de difusão.
Temperaturas mais elevadas conduzem a coeficientes de difusão maiores, porque
os átomos têm maior energia térmica e, consequentemente, maiores probabilidades
de serem ativados no sentido de vencer a barreira de energia entre os átomos.
3. Tempo: Quanto maior o tempo maior será a quantidade difundida.
4. Pressão: Quanto maior a pressão externa mais fácil ocorrerá à difusão.
65
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO TiO2 PURO E DOS PÓS COMPÓSITOS
4.1.1 Obtenção do TiO2 puro em forma de pó
Inicialmente adicionou-se 40 mL de tetrabutóxido de titânio, 99,9% (Aldrich),
Ti[O(CH2)3CH3]4 em 300 mL de água deionizada.
A mistura reacional (tetrabutóxido de titânio + água deionizada) permaneceu em
repouso a temperatura ambiente por um período de 24 h e, então, os pós obtidos foram
filtrados utilizando um funil de vidro sinterizado, seguido de lavagem com água deionizada e,
finalmente, secos a temperatura ambiente por um período de 7 dias.
Após a secagem, os pós foram calcinados por 3 h nas temperaturas de 300, 500, 700,
900 e 1100ºC utilizando uma mufla modelo EDGCON3P.
4.1.2 Solução de alginato de sódio
A solução do polímero alginato de sódio (ALDRICH) foi preparada dissolvendo 2 g
em 200 mL de água deionizada em banho maria até a completa dissolução.
4.1.3 Obtenção dos pós compósitos: NaAlg – TiO2
A partir da solução de alginato de sódio foram retiradas 4 alíquotas de 56 mL e,
então, acrescentou-se em cada uma delas volumes fracionados de tetrabutóxido de titânio
Ti[O(CH2)3CH3]4, 99% (ALDRICH) para se obter as razões volumétricas iguais a 8, 7, 5 e 4
denominados ATi8, ATi7, ATi5 e ATi4, respectivamente. As misturas reacionais
permaneceram em béqueres, sob agitação, por um período de 48 h. Completado esse período,
cada solução foi colocada em uma placa Petri até a formação dos pós compósitos de NaAlg-
TiO2. Os pós compósitos obtidos foram calcinados por 3 h nas temperaturas de 300, 500, 700,
900 e 1100ºC utilizando uma mufla EDGCON 3P.
66
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Espectroscopia de Impedância
As análises das propriedades elétricas dos pós compósitos foram obtidas por
espectroscopia de impedância, fazendo-se uso de um analisador de resposta em freqüência
(AUTOLAB) combinado com uma interface eletroquímica (AUTOLAB USB INTERFACE –
ECOCHEMIE).
Os pós de titânia e os pós compósitos foram analisados usando-se a Espectroscopia
de Impedância, com a finalidade de estudar as propriedades elétricas do TiO2 puro e dos pós
compósitos nas várias temperaturas de calcinação estudadas. Outros parâmetros estimados
encontram-se em tabelas nos anexos.
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama de Nyquist para o TiO2 puro e os
pós compósitos a 25ºC e nas temperaturas de calcinação de 300, 500, 700, 900 e 1100ºC. A
partir dos diagramas de Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas do material
estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp), capacitância (C)
e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), dados apresentados no anexo 1, e então
calculou-se a condutividade (σ) e a capacitância (C). Para determinar as resistências faz-se
uma extrapolação do semicírculo para o eixo de impedância real (Z’), figura 4.1, enquanto
que a capacitância é obtida relacionando-se a freqüência no máximo do semicírculo com a
resistência de polarização. Conhecendo a resistência ôhmica, espessura da amostra (ℓ) e a área
(A) do eletrodo, calcula-se a condutividade.
67
Experiment title
c:\marcia\algi+tio2\algi+ti\pó\tio2\25\tio2(c).pfr-9.12x10 5 -4.12x10 5 0.88x10 5 5.88x10 5 10.88x10 5 15.88x10 5 20.88x10 5 25.88x10 5 30.88x10 5 35.88x10 5
5-6.28x10
5-3.78x10
5-1.28x10
51.22x10
53.72x10
56.22x10
58.72x10
511.22x10
513.72x10
516.22x10
518.72x10
Z' / ohm
-Z'' /
ohm
Figura 4.1- Ajuste do semicírculo
Fonte : Autora
As amostras foram colocadas entre eletrodos cilíndricos concêntricos, Fig.4.2, de
área igual a 0,5 cm2, amplitude do sinal igual a 0,01 V e, então, as medidas eletroquímicas
foram realizadas no intervalo de freqüências de 1 mHz a 1 MHz.
Figura 4.2- Eletrodo cilíndrico usado nas medidas elétricas dos pós de titânia e dos pós compósitos
Fonte: Autora
68
4.2.2 Raios X
Os difratogramas de raios X foram obtidos no Laboratório Institucional de
Espectroscopia de Massa – Difração de raios X da UFRN. A cristalinidade dos pós de titânia e
dos pós compósitos foi avaliada pelo método do pó em um equipamento LAB X XRD – 6000,
Shimadzu, operando em um ângulo de varredura 5-80 graus com radiação K α Cu, gerada a
40 kV e com corrente de 30 mA.
4.2.3 Espectroscopia na Região do Infravermelho
Os espectros de infravermelho foram obtidos em um espectrofotômetro Biorad
Excalibur Series, modelo FTS 3000 MX. Foram utilizadas pastilhas de KBr e os espectros
foram analisados em uma faixa de número de ondas de 4000-400 cm-1.
4.2.4 Análise Térmica
A análise térmica foi realizada em uma termobalança modelo DTG 60 da Shimadzu,
com sistema de registro de curvas TG/DTA simultâneos. Utilizou-se cadinho de alumina e a
análise foi realizada sob atmosfera de nitrogênio (N2) de 50 mL min-1 a uma razão de
aquecimento de 5ºC.min-1 em uma faixa de temperatura entre 30 – 900 ºC. A quantidade de
massa utilizada neste estudo foi em torno de 5 mg.
4.3 SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DAS MEMBRANAS DE ALGINATO DE SÓDIO
PURO E DOS COMPÓSITOS
4.3.1 Obtenção da membrana alginato de sódio em água
A partir da solução de alginato de sódio foi retirada alíquota de 60 mL e, em seguida, a
solução foi colocada em uma placa Petri até a evaporação lenta do solvente e a formação da
membrana.
69
4.3.2 Obtenção da membrana alginato de sódio em etanol
A membrana de alginato de sódio em etanol foi obtida adicionando-se lentamente 40
mL de etanol, sob agitação, a 60 mL da solução de alginato de sódio. Esta solução final foi
colocada sob agitação durante 48 hs e, então, colocada em placa Petri para a evaporação lenta
dos solventes até a formação da membrana.
4.3.3 Obtenção dos compósitos em forma de membrana
Os compósitos foram obtidos adicionando-se lentamente 40 mL de etanol, sob
agitação, a 60 mL da solução de alginato de sódio e, então, acrescentaram-se alíquotas de
tetrabutóxido de titânio a cada 100 mL dessa solução. Esta solução final foi colocada sob
agitação durante 48 hs e, então, colocada em placa Petri para a evaporação lenta dos solventes
até a formação dos compósitos, Figura 4.3.
Figura 4.3- Compósitos NaAlg – TiO2.
Fonte: Autora
70
4.4 MÉTODOS
4.4.1 Espectrometria de Reflectância Total Atenuada (ATR)
Os espectros na região do infravermelho para as membranas do alginato de sódio em
água e em etanol e os compósitos foram obtidos em um espectrofotômetro FTIR-ATR
Thermo Nicolet Nexus 470, em cristal de ZnSe, com feixe de incidência a 45 graus na região
de número de onda entre 4000 e 650 cm-1.
4.4.2 Espectroscopia de Impedância Eletroquímica
As condutividades e as capacitâncias das membranas do alginato de sódio em água e
em etanol e os compósitos foram calculados a partir de parâmetros elétricos obtidos por
espectroscopia de impedância, usando um analisador de resposta em freqüência (AUTOLAB)
combinado com uma interface eletroquímica (AUTOLAB USB INTERFACE-ECO
CHEMIE).
As membranas do alginato de sódio em água e em etanol e os compósitos foram
analisados, colocando-os, manualmente entre eletrodos de placas paralelas, Fig.4.4, de área igual a
2,54 cm2, amplitude do sinal igual a 0,01 V e, então, as medidas eletroquímicas foram realizadas
no intervalo de freqüências de 1 mHz a 1 MHz. Outros parâmetros elétricos estimados encontram-
se em tabelas nos anexos (tabela 11.1).
Figura 4.4- Eletrodo de placas paralelas usado nas medidas elétricas dos compósitos NaAlg-TiO2.
Fonte: Autora
71
4.4.3 Fluorescência de Raios X
Os compósitos foram analisados usando um espectrômetro de fluorescência de raios
X sequencial wds, Shimadzu, modelo XRF-1800, varredura semiquantitativa e software
PCXRF V.1.11.
72
10 20 30 40 50 60 70 80
25ºC
300ºC
500ºC
700ºC
900ºC
1100ºC
+*****
##
#
#
#
#
#
*
Inte
nsid
ade
(u.a
)
2 θ (graus)
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO TiO2 PURO
5.1.1 Difração de Raios X
A Figura 5.1, mostra o difratograma do TiO2 puro em temperatura ambiente e
calcinado em várias temperaturas: 300, 500, 700, 900 e 1100ºC. Observa-se que, em
temperatura ambiente, o TiO2 já encontra-se semi cristalino e apresentando picos referentes as
fases cristalinas anatásio (fase predominante) e bruquita. Na temperatura de calcinação a
500ºC os picos da fase cristalina anatásio são mais intensos, uma vez que a fase cristalina
anatásio nesta temperatura torna-se mais cristalina.
Figura 5.1- Difratograma de raios X do TiO2 a 25, 300, 500, 700, 900 e 1100ºC. (*) anatásio, (#) rutilo e (+) bruquita.
Fonte: Autora
73
Quando a temperatura de calcinação aumenta para 900ºC observa-se que ocorreu a
completa transição de fase cristalina de anatásio para rutilo. Este resultado está de acordo com
estudos anteriores realizados por Lisboa (2005, p. 25) e Overstone e Yanagisawa (1999, p.
2770) em que a transição de fase cristalina ocorre acima de 500ºC.
5.1.2 Espectroscopia no Infravermelho
A figura 5.2, em 25ºC, mostra uma banda em 3645 cm-1 correspondente ao grupo OH
e uma outra de estiramento (Ti-OH) na região de 1654 cm-1, confirmando que o pó de titânio
apresenta hidroxila, proveniente do precursor tetrabutóxido de titânio. A banda intensa em
torno de 2925 cm-1 está relacionada ao estiramento CH. Observa-se uma banda em torno de
1718 cm-1 relacionada com o estiramento C=O. Também aparece uma banda intensa em 820
cm-1 e uma outra de menor intensidade em 558 cm-1 relacionada ao estiramento Ti-O. Há a
presença da banda em 2354 cm-1 característica do CO2 observada, também, por Almeida Filho
et al. (2007, p. 1232), provavelmente, devido ao ambiente.
A amostra calcinada a 300ºC, figura 5.2, exibiu bandas em 3645 cm-1 e 3039-3307
cm-1 correspondentes ao grupo OH e uma banda em 1654 cm-1 referente ao (Ti-OH). Surgiu
uma banda na região de 1030 cm-1 correspondendo a vibração Ti-O-C, também observada em
estudos realizados por Chen et al. (2007, p. 643). As bandas relacionadas ao estiramento Ti-O
apareceram em torno de 820 e 558 cm-1, e a banda em 796 cm-1 é relacionada à vibração do
poliedro TiOn observado, também, por Ivanova; Harizanova (2001, p. 227). A banda em 1718
cm-1 é característica do estiramento C=O e a banda em 2354 cm-1 característica do CO2,
provavelmente, devido ao ambiente, presente, também, nos trabalhos de Liu et al. (2005, p.
162).
74
Figura 5.2- Espectros de infravermelho dos pós de titânio a 25, 300, 500, 700, 900 e 1100ºC.
Fonte: Autora
75
Com o aumento da temperatura de calcinação para 500ºC, Figura 5.2, observa-se as
bandas em 3039-3645 cm-1 correspondente ao grupo OH e a banda em 1654 cm-1 relacionada
ao (Ti-OH). Observa-se uma banda na região de 1030 cm-1 correspondendo a vibração Ti-O-
C, também, presente em trabalhos de Chen et al. (2007, p. 643). As bandas relacionadas ao
estiramento Ti-O apareceram em torno de 820 e 558 cm-1, e a banda em 796 cm-1 é
relacionada à vibração do poliedro TiOn observado, também, por Ivanova; Harizanova (2001,
p. 227). A banda em 1718 cm-1 é característica do estiramento C=O. Observa-se que as
bandas na temperatura de calcinação de 500ºC são as mesmas que aparecem em 300ºC,
entretanto, a intensidade das bandas diminuíram.
Na temperatura de calcinação a 700ºC, figura 5.2, o espectro de infravermelho exibiu
bandas em 3645 cm-1 e 3307-3039 cm-1 correspondentes ao grupo OH e em 1654 cm-1
relacionado ao (Ti-OH). A banda relativa ao estiramento Ti-O apareceu em torno de 558 cm-1
e a banda de vibração do poliedro TiOn ocorre em 796 cm-1. Há uma banda em 1718 cm-1
característica do estiramento C=O. Observa-se uma banda na região de 1030 cm-1
correspondendo a vibração Ti-O-C, em concordância com os estudos de Chen et al. (2007, p.
643). A banda em 2354 cm-1 é característica do CO2, provavelmente, devido ao ambiente. A
banda referente ao estiramento C-H aparece em 2925 cm-1.
O espectro de infravermelho do TiO2, Figura 5.2, na temperatura de calcinação de
900ºC, apresenta uma banda em 2925 cm-1 relacionada ao estiramento CH e uma outra banda
em 2354 cm-1 correspondente ao CO2. A banda referente à vibração do poliedro TiOn, de
acordo com Ivanova; Harizanova (2001, p. 227), aparece em 796 cm-1, enquanto a banda do
estiramento Ti-O ocorre em 558 cm-1. A banda característica do estiramento C=O é observada
em 1718 cm-1, enquanto a banda na região de 1030 cm-1 corresponde a vibração Ti-O-C, em
concordância com os estudos de Chen et al. (2007, p. 643). Uma nova banda, nesta
temperatura de calcinação, surgiu em 1000 cm-1 sendo atribuída ao grupo OR ligado ao Ti,
também foi observada por Ivanova; Harizanova (2001, p. 227).
A figura 5.2, apresenta o espectro de infravermelho do TiO2 na temperatura de
calcinação a 1100ºC. Observa-se uma banda em 2345 cm-1 referente ao CO2 e uma outra
banda em 1718 cm-1 característica do estiramento C=O. Este espectro de infravermelho
mostra, também, uma banda em 558 cm-1 referente ao estiramento Ti-O e a banda relacionada
à vibração do poliedro TiOn em 796 cm-1, em concordância com o trabalho de Ivanova;
Harizanova (2001, p. 227). A banda em 1000 cm-1, que surgiu na temperatura de calcinação
de 900ºC permaneceu nesta temperatura, sendo atribuída ao grupo OR ligado ao Ti. A banda
na região de 1030 cm-1 corresponde a vibração Ti-O-C, esta banda é citada nos estudos
76
realizados por Chen et al. (2007, p. 643). Observa-se a banda em 2925 cm-1 referente ao
estiramento CH.
A partir dos espectros de FTIR em todas as temperaturas estudadas, observa-se que
durante a transformação de Ti[O(CH2)3CH3]4 para o TiO2 algum resíduo orgânico permaneceu
na superfície da titânia, ou seja, não foram eliminados durante a calcinação, também
observado por Chun; Yizhong e Hongxiao (2001, p. 277).
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 5.1.
Tabela 5.1- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do TiO2. Número de Onda /cm-1 Atribuição 3039-3645 Ti-OH 2925 Estiramento CH 2354 CO2 1718 Estiramento C=O 1654 Estiramento Ti-OH 1030 Vibração Ti-O-C 1000 OR ligado ao Ti 820-558 Estiramento Ti-O 796 Vibração TiOn Fonte: Autora
5.1.3 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para o TiO2 puro sem
tratamento térmico (25ºC) e nas temperaturas de calcinação de: 300, 500, 700, 900 e 1100ºC,
como pode ser visto nas figuras 5.3, 5.4 e 5.5. Nas temperaturas de calcinação a 300, 500, 700
e 1100ºC, figura 5.3, os diagramas Nyquist apresentaram apenas um semicírculo na região de
altas freqüências associado com a condutividade do eletrólito.
77
0,0 2,0x106 4,0x106 6,0x106 8,0x1060
1x106
2x106
3x106
4x106
5x106
6x106
300ºC (a)
-Z"/
Ω
Z'/ Ω
0,0 2,0x106 4,0x106 6,0x106 8,0x106 1,0x1070
1x106
2x106
3x106
4x106
5x106 500ºC (b)
-Z"/
Ω
Z'/ Ω
0,0 5,0x106 1,0x107 1,5x107 2,0x1070,0
2,0x106
4,0x106
6,0x106
8,0x106
1,0x107 700ºC (c)
-Z" /
Ω
Z' / Ω
0,0 3,0x106 6,0x106 9,0x106 1,2x1070,0
3,0x106
6,0x106
9,0x106
1,2x107
1,5x107
1,8x107
1100ºC (d)
-Z" /
Ω
Z' / Ω
Fig.5.3- Diagramas Nyquist do TiO2 calcinado à 300ºC (a), 500ºC (b), 700ºC (c) e 1100ºC (d).
Fonte: Autora
Os diagramas Nyquist para o TiO2 puro nas temperaturas de 25 e 900ºC apresentaram dois
semicírculos, Figura 5.4 e 5.5, respectivamente, um na região de altas frequências e outro em
freqüências baixas, relacionada à transferência de carga na interface eletrodo/eletrólito (GIROTTO;
PAOLI, 1999, p. 362). No estudo de materiais cerâmicos por espectroscopia de impedância, atribui-
se o fenômeno presente em altas frequências ao processo de condução através do grão ou a
presença de uma segunda fase cristalina minoritária ou, ainda, ao acoplamento capacitivo entre o
eletrodo e o eletrólito, enquanto o fenômeno a baixas freqüências é atribuído à condução nos
78
contornos dos grãos (CRUZ E RODRIGUES, 2007, p. 180) e (SØRENSEN E JACOBSEN, 1982,
p. 1671).
Fig.5.4- Diagrama Nyquist do TiO2 puro à 25ºC.
Fonte: Autora
Figura 5.5- Diagrama Nyquist do TiO2 à 900ºC.
Fonte: Autora
79
Ω
=RA.lσ
Conhecendo as resistências ôhmicas, espessura (ℓ) da amostra e a área (A) do
eletrodo, calculam-se as condutividades, mostradas na tabela 5.2, através da equação (5.1):
(5.1)
Defeitos na rede cristalina do TiO2 podem ser gerados quando o método de obtenção
deste óxido é o método sol-gel, de acordo com Grey e Wilson (2007, p. 670), sugerindo que
estes defeitos podem ser vacâncias de oxigênio no sítio da rede cristalina ou oxigênios
intersticiais, assim como, vacâncias de titânio no sítios da rede cristalina ou titânios
intersticiais. Com o aumento da temperatura ocorre a transição da fase cristalina anatásio para
a fase cristalina rutilo e, portanto, um aumento no tamanho do grão (cristalito) com a
consequente diminuição da concentração de vacâncias de titânio.
De acordo com Bak et al. (2003, p. 1057) o aumento da temperatura provoca um
aumento na concentração de vacâncias, neste caso, vacâncias de oxigênio, uma vez que, no
dióxido de titânio puro sem tratamento térmico há a predominância de vacâncias de oxigênio,
como mostra a equação 5.2, ou íon titânio intersticial.
Oo ↔ ½O2 + VÖ + 2e- (5.2)
De acordo com os resultados das condutividades do TiO2 obtidos a partir dos
diagramas Nyquist, a condutividade relacionada ao primeiro semicírculo em temperatura
ambiente é igual a 1,99 x 10-4 (Ω.cm)-1. Com o aumento da temperatura de 25 para 300ºC
houve uma redução de uma ordem de grandeza na condutividade, tabela 5.2. Essa redução
parece ter origem no surgimento da banda em 1030 cm-1 referente à vibração Ti-O-C,
proveniente do precursor tetrabutóxido de titânio, como pode ser visto no espectro de FTIR,
figura 5.2 (a), o que provavelmente dificulta a mobilidade da espécie iônica. Entretanto, com
o aumento da temperatura de 300 para 500, 700, 900 e 1100ºC, respectivamente, essa banda
foi reduzindo e, consequentemente, a condutividade foi aumentando de ordem de grandeza de
10-4 Ω.cm-1 em 500, 700 e 900ºC e para 10-3 Ω.cm-1 em 1100ºC. A temperatura de calcinação
a 1100ºC apresentou a melhor condutividade, este aumento na condutividade, provavelmente,
é devido à formação de vacâncias de oxigênio.
80
As capacitâncias para o TiO2 puro, apresentadas na tabela 5.2, são calculadas a partir
dos parâmetros elétricos obtidos nas medidas de impedância eletroquímica e usados na
equação 5.3.
(5.3)
Tabela 5.2- Parâmetros elétricos obtidos a partir do diagrama Nyquist. Temperatura/ºC Capacitâncias/F Condutividade σ/(Ω.cm)-1 25(a) 5,49 x 10-11 1,99 x 10-4 25(b) 1,03 x 10-8 4,07 x 10-7 300 5,91 x 10-11 2,32 x 10-5 500 4,51 x 10-11 2,12 x 10-4 700 5,04 x 10-11 1,02 x 10-4 900(a) 2,14 x 10-11 8,99 x 10-4 900(b) 6,68 x 10-10 1,81 x 10-7 1100 2,70 x 10-11 1,03 x 10-3 Fonte: Autora (a) 1º Semicírculo
(b) 2º Semicírculo
Valores típicos da capacitância, em materiais cerâmicos, principalmente aqueles que
apresentam polimorfismo, estão relacionados a determinados fenômenos. Por exemplo,
valores de capacitância da ordem de 10-12 F são associados ao interior do grão (região de altas
freqüências), aqueles da ordem de 10-11 F a presença de uma segunda fase cristalina
minoritária ou ao acoplamento capacitivo entre o eletrodo e o eletrólito (região de altas
freqüências), enquanto valores da ordem de 10-11–10-8F podem estar relacionados ao contorno
do grão (região de freqüências intermediárias) MacDonald (2005, p. 239) e Garcia-Sánchez et
al. (2002, p. 2) e (SØRENSEN E JACOBSEN, 1982, p. 1671). Os pós de titânio puro
apresentaram valores de capacitâncias referentes ao contorno do grão. Entretanto, nas
temperaturas de 25 e 900ºC observam-se, também em altas freqüências, capacitâncias
indicativas do acoplamento capacitivo entre o eletrodo e o eletrólito.
Os diagramas Nyquist apresentaram um comportamento na região de difusão semi-
infinita definida por uma reta cuja inclinação é, geralmente, igual a um (01). A interseção
dessa reta com o eixo de impedância real (Z’) fornece a impedância de Warburg, ZW. Esta
impedância ZW pode ser considerada como uma combinação em série do pseudoresistor e
81
pseudocapacitor, permitindo a determinação da difusão, D, devido ao transporte de cargas, de
acordo com a equação 5.4.
(5.4)
A tabela 5.3 apresenta os valores de difusão para o TiO2 em todas as temperaturas
estudadas. Pode-se observar que a difusão na temperatura de 900ºC, em que há somente a fase
cristalina rutilo de acordo com os difratogramas de raios X (figura 5.1), é uma ordem de
grandeza menor do que nas temperaturas em que há a fase cristalina anatásio. Este resultado
pode ser correlacionado com a morfologia das fases cristalinas anatásio e rutilo, uma vez que
o tamanho das partículas na fase cristalina anatásio são menores em relação aquelas da fase
cristalina rutilo. Portanto, com o aumento da temperatura de calcinação, e, consequente,
ocorrência da transição de anatásio para rutilo, a fase cristalina rutilo apresenta um tamanho
de partícula maior com a área de superfície menor e, portanto, uma menor difusão, de
vacâncias de titânio, como já sugerido por Lee, Suryanarayanan e Ho (2007, p. 1418).
Tabela 5.3- Difusão por vacância de titânio. Temperatura/ºC Difusão/ (m-2. Ω. F)-1 25 _ 300 2,89 x 10-6 500 9,48 x 10-7 700 5,47 x 10-7 900 2,90 x 10-8 1100 1,13 x 10-8 Fonte: Autora
5.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ALGINATO DE SÓDIO
5.2.1 Análise Térmica
As análises TG e DTA mostram o comportamento térmico do alginato de sódio,
como adquirido (pó), figura 5.6. A curva TG apresenta quatro etapas de perda de massa. A
82
primeira perda de massa (15,55%), no intervalo de temperatura de 25 até 190,6ºC, pode ser
atribuída à desidratação do alginato de sódio. Este efeito parece ser confirmado pelo pico
endotérmico na curva DTA em torno de 100ºC que é atribuído a liberação da água adsorvida
(água de hidratação). Uma segunda perda significativa de massa (33,63%), observada no
intervalo de 190,6-279,3ºC, atribuído a perda de água quimiossorvida na estrutura do alginato
de sódio. A terceira perda de massa (~9,18%) pode está associada com o pico exotérmico
abaixo de 400ºC na curva DTA que é atribuído a decomposição do alginato de sódio. A quarta
perda de massa (12,81%) observada entre 600-616ºC na curva TG e o correspondente pico
exotérmico presente na curva DTA, na mesma faixa de temperatura, são atribuídos a
degradação térmica do alginato de sódio. De acordo com Soares et al. (2004, p. 53), nesta
faixa de temperatura, a degradação térmica do alginato de sódio resulta na formação do
Na2CO3 e a perda de massa nas temperaturas acima de 900ºC pode ser atribuída a
decomposição do Na2CO3 com a formação do Na2O, de acordo com a equação 5.5, conforme
Kim et al. (2001, p. 117).
Na2CO3 → Na2O + CO2 (5.5)
83
Figura 5.6- TG e DTA do alginato de sódio puro, como adquirido (pó).
Fonte: Autora
5.2.2 Difração de Raios X
A figura 5.7 mostra o difratograma de raios X do alginato de sódio, como adquirido
(pó), a temperatura ambiente. Observa-se que o polímero encontra-se na fase amorfa
diferentemente do TiO2 que a 25ºC já apresenta cristalinidade. O difratograma possui dois
picos típicos do alginato em torno de 2θ=11 e 21º, concordando com o estudo realizado por
Fan et al.(2004, p. 1627).
84
10 20 30 40 50 60 70 80
NaAlgIn
tens
idad
e (u
.a)
2 θ (graus)
Figura 5.7- Difratograma de raios X do alginato de sódio, como adquirido, a 25ºC.
Fonte: Autora
5.2.3 Espectroscopia no Infravermelho
A figura 5.8, mostra o espectro de infravermelho do alginato de sódio como
adquirido (pó). Este espectro apresenta uma banda em torno de 3462 cm-1 referente ao
estiramento OH e as bandas em 1620 e 1428 cm-1 correspondentes a vibração assimétrica e
simétrica, respectivamente, do estiramento COO- devido à presença de grupos carboxílicos
salificados. Observa-se uma banda de baixa intensidade em 820 cm-1 identificada como os
estiramentos CO e CCH, como já sugerido por Sartori et al. (1997, p. 43), e uma outra banda
em 1318 cm-1 relacionada ao estiramento COO-. As bandas relativas, respectivamente, ao CO2
e CO são observadas em 2354 e 2019 cm-1. Enquanto a banda em 781 cm-1 é referente aos
estiramentos C-C-O e C-C-H de acordo com Sartori et al. (1997, p. 43). A banda em 1030 cm-
1 é referente aos estiramentos CO, CCO e CC.
85
Figura 5.8- Espectro de infravermelho do alginato de sódio, como adquirido, a 25ºC.
Fonte: Autora
A partir dos espectros de FTIR observa-se que o pó do alginato de sódio não indicou
a presença do ácido algínico que, geralmente, ocorre em torno de 1730 cm-1.
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 5.4.
Tabela 5.4- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do alginato de sódio como adquirido.
Número de onda/cm-1 Atribuição 3462 Estiramento OH 2354 CO2 2019 CO 1620/ 1428/1318 Estiramento COO-
1030 CO, CCO e CC 820 CO e CCH 781 CCO e CCH Fonte: Autora
86
0,0 5,0x105 1,0x106 1,5x106 2,0x106 2,5x1060,0
2,0x105
4,0x105
6,0x105
8,0x105
1,0x106
-Z''/Ω
Z'/Ω
NaAlg (25°C)
5.2.4 Espectroscopia de Impedância
Os parâmetros elétricos para o alginato de sódio como adquirido (pó), a temperatura
ambiente, foram obtidos a partir do diagrama Nyquist que apresentou apenas um semicírculo
na região de altas freqüências, figura 5.9.
Fig.5.9- Diagrama Nyquist do NaAlg, como adquirido, à 25ºC.
Fonte: Autora
Conhecendo-se a resistência ôhmica, espessura da amostra (ℓ) e a área (A) do
eletrodo, calcula-se a condutividade (σ) mostrada na tabela 5.5. Observa-se que a
condutividade da ordem de 10-4 (Ω.cm)-1 assemelha-se a aquela do TiO2 puro a temperatura
ambiente. A capacitância, apresentada na tabela 5.5, foi calculada a partir dos parâmetros
elétricos obtidos das medidas de impedância eletroquímica e usados na equação 5.3 (p.81).
Tabela 5.5- Parâmetros elétricos obtidos a partir do diagrama Nyquist para o alginato de sódio como adquirido.
Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade σ/(Ω.cm)-1
25 8,80 x 10-12 1,71 x 10-4 Fonte: Autora
87
5.3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO PÓ COMPÓSITO ATi 4.
5.3.1 Análise Térmica
A TGA do pó compósito ATi4, figura 5.10, mostra três etapas de perdas de
massa. A primeira perda de massa (21,98%) ocorreu entre 19,6ºC e 118,2ºC resultante da
remoção de água adsorvida (água de hidratação). A segunda perda (23%) ocorre entre 189,1 e
365,5ºC, podendo ser atribuída a remoção da água quimiossorvida e a liberação de resíduos
orgânicos localizados no interior da estrutura do TiO2. A terceira perda de massa (9,42%) foi
observada entre 365,5 até 460,3ºC, provavelmente, devido a dessorção do grupo hidroxila no
compósito ATi4, podendo ser Ti-OH, uma vez que, o espectro de infravermelho na
temperatura de calcinação a 500ºC, figura 5.12, mostra o aparecimento da banda em 1654 cm-
1 do (Ti-OH) , observado, também, por Liu et al. (2005, p. 161). A curva DTA mostra um
pico endotérmico que aparece abaixo de 100ºC, atribuído à liberação de água de hidratação e
um pico exotérmico intenso e um outro menor acima de 200ºC, atribuídos a decomposição do
alginato de sódio em carbonato de sódio. Acima de 600ºC se observa um terceiro pico
exotérmico referente à decomposição do carbonato de sódio que na presença do dióxido de
titânio transforma-se em titanato de sódio, de acordo com a equação 5.6, e outro acima de
800ºC relacionado à cristalinidade do titanato de sódio.
Na2CO3 + TiO6 → Na2TiO7(s) + CO2(g) (5.6)
88
Figura 5.10- TG-DTA do pó compósito ATi4.
Fonte: Autora
5.3.2 Difração de Raios X
A Figura 5.11 mostra os difratogramas de raios X do pó compósito ATi4 sem
tratamento térmico e em diferentes temperaturas de calcinação: 300, 500, 700, 900 e 1100oC.
Observa-se que na amostra sem tratamento térmico há a presença de picos relacionados à fase
cristalina anatásio. Quando a amostra é calcinada a 300ºC surge um pico referente à fase
cristalina bruquita em 2θ = 30,7º e um outro de baixíssima intensidade em 2θ = 12,4º
referente ao titanato de sódio, em conseqüência da decomposição do alginato de sódio com
formação do carbonato de sódio e, então, sua interação com o TiO2. Quando a temperatura de
calcinação foi aumentada para 500ºC, além das fases cristalinas anatásio e bruquita presentes,
o pico referente ao titanato de sódio foi deslocado para 2θ = 9,6º e tornou-se mais bem
definido. A 700ºC observa-se, além da fase cristalina rutilo, um segundo pico referente à
formação do titanato de sódio em 2θ = 14,4º devido a interação do carbonato de sódio com o
TiO2. Na temperatura de calcinação de 900ºC, observa-se nos difratogramas, além da fase
cristalina rutilo, picos em 2θ = 11,7º e 2θ = 14º correspondentes ao titanato de sódio. Na
89
10 20 30 40 50 60 70 80
+++ + +
++
**X
+++ + + +
+
+++++
°
φ
φ
X
#
#
+
1100ºC
900ºC
700ºC
500ºC
25ºC300ºC
*
* *
*
*
*
°
*
Inte
nsid
ade
(u.a
)
2 θ (graus)
temperatura de calcinação a 1100ºC os picos do titanato de sódio sofreram um pequeno
deslocamento para 2θ = 12º e 2θ = 14,7º, respectivamente.
Figura 5.11- Difratogramas de raios X do ATi4 sem tratamento térmico e calcinado a diferentes temperaturas.(*) rutilo, (#) bruquita, (+) anatásio, (φ) carbonato de sódio, (X) formação
do titanato de sódio, e ( °) titanato de sódio.
Fonte: Autora
De acordo com os difratogramas de raios X não houve a completa transição de
fases cristalinas anatásio→rutilo, uma vez que, em todas as temperaturas estudadas, observa-
se picos referentes à fase cristalina anatásio. A influência na transição de fase cristalina
depende da substituição dos íons nos sítios do Ti4+ produzindo defeitos, tais como vacâncias.
Provavelmente, devido ao Na+ que, segundo estudos realizados por Albaret, Finocchi e
Nogueira (2001, p. 035402-1), induz a redução dos íons Ti4+ para espécies Ti3+.
90
5.3.3 Espectroscopia no Infravermelho
Na temperatura de 25ºC, figura 5.12, o espectro de infravermelho do pó compósito
ATi4 apresenta bandas em 3254 e 3462 cm-1 relacionadas a deformação O-H e uma outra
banda em 1654 cm-1 referente ao grupo (Ti-OH). Observa-se uma banda intensa na região de
2354 cm-1 associada ao CO2, provavelmente, devido ao ambiente. A banda em 1413 cm-1 está
relacionada à deformação simétrica de carboxilatos, em concordância com os trabalhos de
Kamnev et al (1998, p. 263), Manrique e Lajolo (2002, p. 99) e Fan et al (2005, p. 1625).
Observa-se, também, a banda em 1030 cm-1 relacionada à vibração Ti-O-C e uma outra em
1320 cm-1 característica do COO-. A banda correspondente ao estiramento Ti-O relacionada à
fase cristalina anatásio apareceu em 558 cm-1, enquanto a banda em 796 cm-1 é referente à
vibração do poliedro TiOn. Observa-se, também, um ombro em 820 cm-1 associada ao
estiramento Ti-O.
O pequeno deslocamento das bandas do COO- em 1428 e 1318 cm-1 no alginato de
sódio puro para 1413 e 1320 cm-1 no ATi4, sugerem que estes deslocamentos, mesmo que
pequenos, têm indícios de miscibilidade entre o polímero e o material cerâmico.
Os espectros na temperatura de calcinação à 300ºC, figura 5.12, apresentaram a
banda relacionada à deformação OH em 3609, 3462, 3254 e 3139 cm-1, assim como a banda
em 1654 cm-1 correspondente ao grupo (Ti-OH). Observa-se uma banda em 1413 cm-1
associada à deformação simétrica de carboxilatos, e uma outra em 558 cm-1 relacionada ao
estiramento TiO. A banda em 796 cm-1 é relativa à vibração do poliedro TiOn. Observa-se
uma banda na região de 2354 cm-1 referente ao CO2.
Ao se comparar os espectros do pó compósito ATi4 calcinado a 300ºC com aquele à
25ºC, observa-se que houve o surgimento de uma banda em 1700 cm-1, correspondente a
ligação éster, como observado, também, por Xu (2003, p. 30). O alginato de sódio é um
polissacarídeo e apresenta o grupo carboxila e hidroxila, provavelmente o TiO2 facilitou a
formação de uma ligação éster entre o grupo hidroxila e carbonila presentes no alginato de
sódio.
91
Figura 5.12- Espectros de infravermelho do pó compósito ATi4 a temperatura ambiente e calcinado a 300, 500, 700, 900 e 1100ºC.
Fonte: Autora
92
O espectro de infravermelho do pó compósito ATi4 na temperatura de calcinação à
500ºC, figura 5.12, apresenta as bandas relacionadas a deformação OH na região de 3609,
3462, 3254 e 3139 cm-1 e a banda em 1654 cm-1 relacionada ao grupo (Ti-OH). Observa-se
bandas em 1413 cm-1 correspondente a deformação simétrica de carboxilatos, assim como em
558 cm-1 referente ao estiramento Ti-O e uma outra em 796 cm-1 relacionada a vibração do
poliedra TiOn. Observa-se a banda na região de 2354 cm-1 associada ao CO2. Entretanto, surge
uma nova banda em 1150 cm-1 referente à deformação de C-C.
Como observado no espectro de infravermelho do pó compósito calcinado a 300ºC,
também na temperatura de calcinação de 500ºC a banda em 1700 cm-1 correspondente a
ligação éster permanece. Provavelmente, o TiO2 facilitou a formação de uma ligação éster
entre o grupo hidroxila e carbonila presentes no alginato de sódio.
Na temperatura de calcinação a 700ºC, figura 5.12, não se observa no espectro de
infravermelho do pó compósito ATi4 as bandas características do grupo OH, devido a
amostra estar mais cristalina como pode ser observado pelo difratograma de raios X, figura
5.11. Observa-se uma banda na região de 2354 cm-1 associada ao CO2. A banda em 1150 cm-1
referente à deformação de C-C e outra banda em torno de 960 cm-1 atribuída ao titanato de
sódio, uma vez que, nesta temperatura em concordância com o difratograma de raios X, figura
5.11, observa-se um pico relativo à formação do titanato de sódio. A banda em 796 cm-1 é
atribuída a vibração do poliedro TiOn e a banda em 1413 cm-1 corresponde a deformação
simétrica de carboxilatos. Observa-se, também, a presença da banda em 1700 cm-1 relativa à
ligação éster.
Com o aumento da temperatura de calcinação para 900ºC o espectro de
infravermelho do pó compósito ATi4, figura 5.12, apresenta a banda em 1413 cm-1
correspondente a deformação simétrica de carboxilatos. Uma banda em 1150 cm-1 referente à
deformação de C-C e o surgimento da banda em 960 cm-1 que é atribuída ao titanato de sódio,
uma vez que nesta temperatura, de acordo com o difratograma de raios X, figura 5.11, há a
formação do titanato de sódio. A banda em 558 cm-1é referente ao estiramento Ti-O e a banda
em 796 cm-1 é atribuída a vibração do poliedro TiOn enquanto a banda em 1700 cm-1
corresponde a ligação éster. Observa-se o surgimento de uma banda em 1000 cm-1 que é
atribuída ao grupo OR ligado ao Ti, observado por Ivanova e Harizona (2001, p. 227).
Também há uma banda na região de 2354 cm-1 associada ao CO2.
O espectro de infravermelho do pó compósito ATi4 para a temperatura de calcinação
à 1100ºC, figura 5.12 apresenta a banda em 1700 cm-1 relacionada a ligação éster. Uma banda
em 1150 cm-1 referente à deformação de C-C e o surgimento da banda em 960 cm-1 atribuída
93
ao titanato de sódio, uma vez que nesta temperatura, de acordo com o difratograma de raios
X, figura 5.11, há a formação do titanato de sódio. A banda em 558 cm-1é referente ao
estiramento Ti-O e a banda em 796 cm-1 é atribuída a vibração do poliedro TiOn. Observa-se
uma banda na região de 2354 cm-1 associada ao CO2.
Os espectros de infravermelho para o pó compósito ATi4 mostraram, que a partir do
tratamento térmico, isto é, com o aumento da temperatura de calcinação para 300, 500, 700,
900 e 1100ºC a banda característica do CO2 teve uma redução significativa em sua
intensidade, o que sugere a não liberação completa desse gás da estrutura do pó compósito.
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 5.6.
Tabela 5.6- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do pó compósito ATi4.
Número de onda /cm-1 Atribuição 3139-3609 Deformação OH 2354 CO2 1700 Éster 1654 Estiramento Ti-OH 1413 Deformação sim. do carboxilato 1320 COO-
1150 Deformação C-C 1030 Vibração Ti-O-C 1000 Ti-OR 960 Titanato de sódio 796 Vibração TiOn 820/558 Estiramento Ti-O Fonte: Autora
94
0,0 5,0x107 1,0x108 1,5x108 2,0x1080
1x107
2x107
3x107
4x107
5x107
ATi4 (900ºC)
-Z" /
Ω
Z' / Ω
0,0 3,0x106 6,0x106 9,0x1060,0
5,0x105
1,0x106
1,5x106
2,0x106
-Z''/ Ω
Z' / Ω
ATi4 (25°C)
0,0 2,0x106 4,0x106 6,0x106 8,0x106 1,0x1070
1x106
2x106
3x106
4x106
-Z"/ Ω
Z'/ Ω
ATi 4 (300°C)
0,0 4,0x106 8,0x106 1,2x107 1,6x1070
1x106
2x106
3x106
4x106
5x106
6x106
-Z"/ Ω
Z'/ Ω
ATi 4 (500°C)
0,0 5,0x105 1,0x106 1,5x106 2,0x106 2,5x1060,0
5,0x105
1,0x106
1,5x106
2,0x106 ATi4 (700ºC)
-Z" /
Ω
Z'/ Ω
5.3.4 Espectroscopia de Impedância
Nas temperaturas ambiente e de calcinação a 300, 500, 700 e 900ºC, os diagramas de
Nyquist apresentaram apenas um semicírculo, regiões de alta freqüência, associado com a
condutividade do eletrólito, figura 5.13.
Figura 5.13- Diagrama Nyquist do pó compósito ATi4 à 25, 300, 500, 700 e 900ºC.
Fonte: Autora
95
0 1x107 2x107 3x107 4x107 5x107 6x107 7x1070,0
5,0x106
1,0x107
1,5x107
2,0x107
2,5x107ATi4 (1100°C)
0,0 5,0x105 1,0x106 1,5x106 2,0x106 2,5x106 3,0x1060,0
2,0x105
4,0x105
6,0x105
8,0x105
1,0x106
1,2x106
1º Semicírculo
-Z"/ Ω
Z' / Ω
-Z" /
Ω
Z' / Ω
O diagrama Nyquist do pó compósito ATi4 na temperatura de calcinação de 1100ºC
apresentou dois semicírculos, Figura 5.14. O primeiro na região de altas freqüências é
relacionado ao processo de condução através do grão ou a presença de uma segunda fase
cristalina minoritária ou, ainda, ao acoplamento capacitivo entre o eletrodo e o eletrólito e o
segundo em freqüências intermediárias é atribuído à condução nos contornos dos grãos. A
partir dos parâmetros elétricos obtidos dos diagramas calcularam-se as condutividades
elétricas e as capacitâncias apresentadas na tabela 5.7.
Figura 5.14- Diagrama Nyquist do pó compósito ATi4 1100ºC.
Fonte: Autora
Observa-se, tabela 5.7, que a condutividade nas temperaturas de 300, 500 e 700ºC
sofreu uma diminuição de uma ordem de grandeza em relação à temperatura ambiente (10-4
Ω-1. cm-1), provavelmente, devido à criação de vacâncias de Ti, uma vez que, o Na+ de acordo
com Albaret, Finocchi e Nogueira (2001, p. 035402-1) induz a redução dos íons Ti4+ para
espécies Ti3+.
Quando a temperatura de calcinação foi elevada a 900ºC, houve mais um decréscimo
na condutividade (10-6 Ω-1. cm-1). De acordo com o difratograma de raios X, figura 5.11, nesta
temperatura há o surgimento do titanato de sódio e segundo Ussui et al. (2004, p. 7) a
presença do titanato pode ocasionar a redução da condutividade. Observou-se no espectro de
96
infravermelho em 900ºC, figura 5.12, o surgimento de uma banda relacionada ao grupo OR
ligado ao Ti ausente nas temperaturas de 300, 500 e 700ºC, entretanto, com o aumento da
temperatura de calcinação para 1100ºC esta banda não é observada e a condutividade
apresenta a mesma ordem de grandeza (10-5 Ω-1. cm-1) das temperaturas de 300, 500 e 700ºC.
Tabela 5.7- Parâmetros elétricos obtidos a partir do diagrama Nyquist para o compósito ATi4. Temperatura/ºC Capacitâncias/F Condutividade σ/(Ω.cm)-1 25 7,97 x 10-10 1,23 x 10-4 300 7,48 x 10-11 8,53 x 10-5 500 3,26 x 10-11 1,65 x 10-5 700 1,57 x 10-11 7,72 x 10-5 900 1,49 x 10-10 1,87 x 10-6 1100(a) 8,91 x 10-12 8,91 x 10-5 1100(b) 2,00 x 10-9 5,78 x 10-7 Fonte: Autora (a) 1º Semicírculo
(b) 2º Semicírculo
O pó compósito ATi4, a 25ºC e nas temperaturas de calcinação de 300, 500, 700 e
900ºC apresentaram capacitâncias na ordem de 10-11–10-10F referentes ao contorno do grão.
Na temperatura de 1100ºC a capacitância da ordem de 10-12F está relacionada ao interior do
grão em altas freqüências, a capacitância da ordem 10-9F, segundo semicírculo, corresponde
ao contorno do grão.
Os valores de difusão, para o pó compósito ATi4, apresentados na tabela 5.8 foram
obtidos a partir da região linear dos diagramas Nyquist, usando a equação 5.4 (p. 81). Um dos
parâmetros que influenciam a difusão é a temperatura, de forma que com o aumento da
temperatura de calcinação de 300 para 500ºC e, então, para 700, 900 e 1100ºC observa-se que
houve um aumento na difusão de uma ordem de grandeza, tabela 5.8. De acordo com a análise
térmica do alginato de sódio, figura 5.6, o alginato de sódio em torno de 600ºC começa a
degradar formando o carbonato de sódio. Segundo Sosa et al. (1999, p. 538) o Na+ interage
com o oxigênio ligante do TiO2 na fase rutilo. Então, provavelmente, o Na+ modificou a
estrutura eletrônica do TiO2, provocando um aumento no transporte de vacância de titânio,
uma vez que no TiO2 puro o aumento da temperatura induz a uma diminuição no transporte
de vacâncias de titânio, como pode ser observado através dos resultados de difusão, tabela 5.2
na página 80.
97
Tabela 5.8- Difusão por vacância de titânio no pó compósito ATi4. Temperatura/ºC Difusão/ (m-2. Ω. F)-1 25 _ 300 4,55 x 10-8 500 1,78 x 10-7 700 2,74 x 10-7 900 1,38 x 10-7 1100 2,93 x 10-7 Fonte: Autora
5.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO PÓ COMPÓSITO ATi 5.
5.4.1 Análise Térmica
As curvas TG-DTA do pó compósito ATi5 são mostradas na figura 5.15. Como pode
ser observado, na curva TG existem duas perdas de massa. A primeira perda (15,3%) teve
início em 22,79ºC e termina 188,81ºC e a segunda (25,1%) iniciou em 188,8ºC e termina em
457,57ºC. Estas perdas de massa estão associadas, respectivamente, com um pico
endotérmico a 128ºC, atribuído a perda de água quimiossorvida na estrutura do pó compósito
e a decomposição de moléculas orgânicas. A presença de dois picos exotérmico a 395ºC e
410ºC referem-se à decomposição do alginato de sódio com a formação do Na2CO3,
observado, também, por Verma, Bakhshi e Agnihotry (2006, p.4639).
98
Figura 5.15- TG-DTA do pó compósito ATi5.
Fonte: Autora
De acordo com as curvas TG, o alginato de sódio começa a se decompor a partir de
188,8ºC com a formação do carbonato de sódio acima de 457,5ºC e a 700ºC o carbonato de
sódio, na presença do dióxido de titânio, começa a se decompor, formando o titanato de sódio.
5.4.2 Difração de Raios X
A figura 5.16 mostra os difratogramas de raios X do pó compósito ATi5 a 25ºC e
nas temperaturas de calcinação: 300, 500, 700, 900 e 1100ºC. Observa-se que na amostra sem
tratamento térmico há a presença somente de picos relacionados à fase cristalina anatásio.
Com o aumento da temperatura de calcinação para 300 e 500ºC, além da fase cristalina
anatásio, surge um pico referente à fase cristalina bruquita em 2θ = 30,7º. Comparando com o
compósito ATi4 o pico da fase cristalina bruquita diminui de intensidade, provavelmente,
devido a redução da quantidade de titânio no compósito. A 500ºC, além das fases cristalinas
anatásio e bruquita presentes observa-se, também, um pico em 2θ = 9,6º referente ao
carbonato de sódio, em conseqüência da decomposição do alginato de sódio, também
confirmado pelas curvas TG, figura 5.15, em que o alginato de sódio começa a se decompor a
partir de 188,8ºC com a formação do carbonato de sódio acima de 457,5ºC. A 700ºC observa-
99
10 20 30 40 50 60 70 80
++++
+ + + + + +++
+X
+
#
ºº
++++
+
+φ
X
+
*
**
*
*º
*
#
1100ºC
900ºC
700ºC
500ºC
300ºC
25ºC
Inte
nsid
ade
(u.a
)
2 θ (graus)
se a presença das fases cristalinas rutilo e anatásio e o surgimento de um novo pico referente
ao titanato de sódio em 2θ = 14,4º, devido a interação do carbonato de sódio com o TiO2,
fazendo com que ocorra a decomposição do carbonato de sódio em titanato de sódio. Na
temperatura de calcinação de 900ºC, além das fases cristalinas rutilo e anatásio, picos
referentes ao titanato de sódio em 2θ = 11,7º e 2θ = 14º tornam-se mais cristalinos em relação
ao compósito ATi4. Na temperatura de calcinação a 1100ºC estes picos sofreram um pequeno
deslocamento para 2θ = 12º e 2θ = 14,7º.
Figura 5.16- Difratogramas de raios X do ATi5 sem tratamento térmico e calcinado a diferentes temperaturas.(*) rutilo, (#) bruquita, (+) anatásio, (φ) carbonato de sódio, (X) formação
do titanato de sódio, e ( °) titanato de sódio.
Fonte: Autora
A partir das análises dos difratogramas de raios X observa-se que não houve a
completa transição de fase cristalina anatásio→rutilo, uma vez que, em todas as temperaturas
estudadas observa-se picos referentes à fase cristalina anatásio estão presentes. A influência
na transição de fase cristalina depende da substituição dos íons nos sítios do Ti4+ produzindo
100
defeitos, tais como, vacâncias, provavelmente, devido ao Na+ que, segundo estudos realizados
por Albaret, finocchi e Nogueira (2001, p. 035402-1), induz a redução dos íons Ti4+ para
espécies Ti3+.
5.4.3 Espectroscopia no Infravermelho
No espectro de infravermelho do pó compósito ATi5 em 25ºC, figura 5.17, foi
observado um leve deslocamento da banda em 1320 cm-1 referente ao estiramento COO- em
relação ao alginato de sódio puro (1318 cm-1). Observa-se, também, a banda em 1030 cm-1
referente à ligação Ti-O-C. A banda relacionada ao estiramento OH foi em 3254 cm-1. Na
temperatura ambiente surgiram as bandas em 1654 cm-1 referente ao grupo (Ti-OH) e em
1413 cm-1 relacionada à deformação simétrica de carboxilatos, também observadas por
Kamnev et al (1998, p. 263), Manrique e Lajolo (2002, p. 99) e Fan et al (2005, p. 1625), e
em 2354 cm-1 a banda correspondente ao CO2. A banda em 796 cm-1 está relacionada à
vibração do poliedro TiOn. A banda em 558 cm-1 é referente ao estiramento Ti-O atribuída à
fase cristalina anatásio. Observa-se, também, um ombro em 820 cm-1 correspondente ao
estiramento Ti-O.
Na temperatura de calcinação de 300ºC, figura 5.17, surgiram as bandas na região de
3609, 3462, 3254 e 3139 cm-1 relacionadas à deformação do grupo OH e uma outra banda em
1654 cm-1 correspondente ao grupo (Ti-OH). A banda em 2354 cm-1 referente ao CO2 sofreu
uma redução na intensidade em relação à observada em temperatura ambiente. A banda em
1413 cm-1 é referente à deformação simétrica de carboxilatos. A banda em 1700 cm-1
corresponde à ligação éster, enquanto a banda em 796 cm-1 está relacionada à vibração do
poliedro TiOn. A banda em 558 cm-1 é característica do estiramento Ti-O.
Com o aumento da temperatura de calcinação para 500ºC, figura 5.17, observa-se as
bandas referentes à deformação OH em 3609, 3462, 3254 e 3139 cm-1 e uma banda em 1654
cm-1 relacionada ao (Ti-OH). A banda correspondente ao CO2 em 2354 cm-1 sofreu uma
redução significativa, em relação à observada em 25 e em 300ºC, a redução foi mais suave,
provavelmente, devido à liberação do gás na estrutura do pó compósito. A banda em 1413 cm-
1 é referente à deformação simétrica de carboxilatos, em concordância com os trabalhos de
Kamnev et al (1998, p. 263), Manrique e Lajolo (2002, p. 99) e Fan et al (2005, p. 1625). A
banda em 1700 cm-1 corresponde a ligação éster, enquanto a banda em 796 cm-1 está
relacionada à vibração do poliedro TiOn. A banda em 558 cm-1 é devido ao estiramento Ti-O.
Surge uma banda em 1150 cm-1, referente à deformação C-C.
101
Figura 5.17- Espectros de infravermelho do pó compósito ATi5 a temperatura ambiente e calcinado a 300, 500, 700, 900 e 1100ºC.
Fonte: Autora
O espectro de infravermelho do pó compósito ATi5 na temperatura de calcinação a
700ºC, figura 5.17 não apresenta as bandas referente ao grupo OH, devido a amostra estar
mais cristalina como pode ser observado pelo difratograma de raios X, figura 5.16. Uma
102
banda em 1150 cm-1, referente à deformação C-C, e o surgimento da banda em 960 cm-1 é
atribuída ao titanato de sódio, uma vez que, nesta temperatura de acordo com o difratograma
de raios X, figura 5.16, há a presença do titanato de sódio. A banda em 1413 cm-1 é referente à
deformação simétrica de carboxilatos. A banda em 796 cm-1 é referente à vibração do poliedro
TiOn. Há a presença da banda em 2354 cm-1 característica do CO2. Observa-se, também, a
presença da banda em 1700 cm-1 correspondente a ligação éster. Uma banda em 558 cm-1 é
devido ao estiramento Ti-O.
Na temperatura de calcinação em 900°C, figura 5.17, o espectro de infravermelho
mostra uma banda em torno de 796 cm-1 relacionada à vibração do poliedro TiOn e uma banda
em 558 cm-1 referente ao estiramento Ti-O. Há a banda em 960 cm-1 atribuída ao titanato de
sódio, uma vez que nesta temperatura, de acordo com o difratograma de raios X, figura 5.16,
há a presença do titanato de sódio. Observa-se a banda em 1413 cm-1 relacionada à
deformação simétrica de carboxilatos. A banda em 1150 cm-1 é referente à deformação C-C e
a banda em 1700 cm-1 correspondente a ligação éster. A banda em 2354 cm-1 é relacionada ao
CO2. Observa-se o surgimento de uma banda em 1000 cm-1 que é atribuída ao grupo OR
ligado ao Ti, também observada em trabalhos realizados por Ivanova e Harizona (2001, p.
227).
O espectro de infravermelho na temperatura de calcinação a 1100ºC, figura 5.17,
mostra a banda em 1700 cm-1correspondente a ligação éster. A banda em 1150 cm-1 é
referente à deformação C-C e a banda em 960 cm-1 atribuída ao titanato de sódio, uma vez
que nesta temperatura, de acordo com o difratograma de raios X, figura 5.16, há a presença do
titanato de sódio. Uma banda em 796 cm-1 está relacionada à vibração do poliedro TiOn. A
banda em 2354 cm-1 é referente ao CO2 e a banda em 558 cm-1 característica do estiramento
Ti-O.
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 5.9.
103
Tabela 5.9- Números de ondas, com suas respectivas atribuições a partir do espectro do pó compósito ATi5.
Número de onda/cm-1 Atribuição 3139-3609 Deformação OH 2354 CO2 1700 Éster 1654 Estiramento Ti-OH 1413 Deformação sim. do carboxilato 1320 COO-
1150 Deformação C-C 1030 Vibração Ti-O-C 960 Titanato de sódio 796 Vibração TiOn 820/558 Estiramento Ti-O Fonte: Autora
A partir dos resultados obtidos pelas curvas TG, difratogramas de raios X e FTIR,
figuras 5.15, 5.16 e 5.17, respectivamente, observa-se que o carbonato de sódio se decompõe
em torno de 700ºC, entretanto, o carbonato de sódio formado a partir do NaAlg puro como
visto no termograma, figura 5.6, dificilmente ocorre nesta temperatura, isto indica que o
carbonato de sódio na presença do dióxido de titânio forma-se em uma temperatura mais
baixa, este comportamento foi observado, também, por Kim et al. (2001, p. 117) utilizando
um outro óxido (SiO2).
5.4.4 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi5 nas temperaturas de 25, 300, 500, 700, 900 e 1100ºC. Em todas as temperaturas de
calcinação estudadas os diagramas Nyquist, apresentaram apenas um semicírculo, figura 5.18,
na região de altas freqüências associado com a condutividade do eletrólito.
104
0,0 3,0x106 6,0x106 9,0x1060,0
5,0x105
1,0x106
1,5x106
2,0x106
-Z''/ Ω
Z'/Ω
ATi5 (25°C)
0,0 5,0x106 1,0x107 1,5x107 2,0x107 2,5x1070,0
2,0x106
4,0x106
6,0x106
8,0x106
1,0x107
1,2x107
-Z''/ Ω
Z'/ Ω
ATi 5 (300°C)
0,0 2,0x105 4,0x105 6,0x105 8,0x105 1,0x1060
1x105
2x105
3x105
4x105
5x105
-Z"/ Ω
Z'/ Ω
ATi 5 (500°C)
0 1x106 2x106 3x106 4x1060
1x106
2x106
3x106
4x106ATi5 (700ºC)
-Z" /
Ω
Z' / Ω
0,0 5,0x107 1,0x108 1,5x108 2,0x108 2,5x108 3,0x1080
1x107
2x107
3x107
4x107
5x107
6x107
ATi5 (900ºC)
-Z" /
Ω
Z' / Ω
0 1x108 2x108 3x108 4x1080,0
5,0x107
1,0x108
1,5x108
ATi 5 (1100ºC)
-Z" /
Ω
Z' / Ω
Figura 5.18- Diagramas Nyquist do pó compósito ATi5 à 25, 300, 500 e 700, 900 e 1100ºC.
Fonte: Autora
Na tabela 5.10 observa-se que, com o aumento da temperatura de ambiente para a
temperatura de calcinação de 300ºC, houve uma diminuição da condutividade,
provavelmente, devido à criação de vacâncias de Ti, uma vez que, o Na+, de acordo com
Albaret, Finocchi e Nogueira (2001, p. 035402-1), induz a redução dos íons Ti4+ para espécies
de Ti3+, como mostra a equação 5.7.
105
(5.7)
A condutividade se manteve com valores de mesma ordem de grandeza de 300 até
900ºC, Mas na temperatura de calcinação de 1100ºC a condutividade decresceu mais uma
ordem de grandeza para 10-6 (Ω.cm)-1. De acordo com os difratogramas de raios X, figura
5.16, na temperatura de 1100ºC o pico referente ao titanato de sódio no pó compósito ATi5
está mais intenso quando comparado ao do pó compósito ATi4. Segundo Ussui et al. (2004, p.
7) a presença do titanato pode ocasionar a redução da condutividade. Então, provavelmente, o
titanato de sódio ocasionou o decréscimo de mais uma ordem de grandeza na condutividade
do compósito ATi5, uma vez que no pó de titânio puro a condutividade aumentou com o
aumento da temperatura de calcinação.
Tabela 5.10- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito ATi5. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade σ/(Ω.cm)-1 25 1,0 x 10-9 1,81 x 10-4 300 2,27 x 10-11 7,24 x 10-5 500 4,73 x 10-11 3,50 x 10-5 700 2,94 x 10-11 3,64 x 10-5 900 3,82 x 10-10 6,41 x 10-5 1100 5,31 x 10-10 1,15 x 10-6 Fonte: autora
A capacitância do pó compósito ATi5, da ordem de 10-11-10-9 F, em todas as
temperaturas estudadas está relacionada ao contorno do grão, em concordância com o
estabelecido na literatura de espectroscopia de impedância (MAC. DONALD, 2005;
GARCIA SANCHÉZ, 2002).
A tabela 5.11 mostra os resultados de difusão obtidos a partir do diagrama Nyquist
na região de difusão semi-infinita e usando a equação 5.4 (p.64). Observa-se que com o
aumento da temperatura de calcinação de 300ºC para 500ºC e, então, para 700, 900 e 1100ºC
houve um aumento na difusão de uma ordem de grandeza (10-7/m-2.Ω.cm)-1. De acordo
comcurvas TG do alginato de sódio, figura 5.6, na temperatura em torno de 600ºC começa a
106
degradação do polímero e, então, a formação do carbonato de sódio. Segundo Sosa et al.
(1999, p. 538) o Na+ interage com o oxigênio ligante do TiO2 na fase rutilo. Então,
provavelmente, o Na+ modificou a estrutura eletrônica do TiO2, provocando um aumento no
transporte de vacâncias de titânio, uma vez que no TiO2 puro o aumento da temperatura induz
a diminuição no transporte de vacâncias de titânio, como pode ser observado através dos
resultados de difusão, tabela 5.2 (p.80). O ATi5 apresentou difusão da mesma ordem de
grandeza (10-7/m-2.Ω.cm)-1 do pó compósito ATi4.
Tabela 5.11- Difusão por vacância de titânio no pó compósito ATi5. Temperatura/ºC Difusão/ (m-2. Ω. F)-1 25 _ 300 4,12 x 10-8 500 8,23 x 10-7 700 4,23 x 10-7 900 2,94 x 10-7 1100 1,36 x 10-7 Fonte: Autora
5.5 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO PÓ COMPÓSITO ATi7.
5.5.1 Análise Térmica
Os resultados da TG/DTA para o pó compósito ATi7 são mostrados na figura 5.19,
como pode ser observado da curva TG, existem duas perdas de massa associada com um pico
endotérmico e um pico exotérmico da DTA a partir de 100 e 300ºC, respectivamente. A
primeira perda de massa (14,8%) teve início em 19ºC e termina em 196ºC podendo ser
atribuída a desidratação, confirmada pelo pico endotérmico em torno de 100ºC na curva DTA
que é atribuído a liberação de água adsorvida. A segunda perda de massa (19,77%) começou
em 196ºC e terminou em 392ºC e o correspondente pico exotérmico abaixo de 400ºC é
atribuído a decomposição do alginato de sódio com a formação o Na2CO3, conforme Verma,
Bakhshi e Agnihotry (2006, p. 4639). Observa-se outro pico exotérmico acima de 600ºC que
se refere à decomposição do carbonato de sódio que, na presença do dióxido de titânio,
107
transforma-se em titanato de sódio, como sugere a equação 5.5 (p.83). De acordo com a curva
TG o alginato de sódio começa a se decompor no pó compósito ATi7 a partir de 196ºC com a
formação do carbonato de sódio acima de 392,2ºC.
Figura 5.19- TGA e DTA do pó compósito ATi7.
Fonte: Autora
5.5.2 Difração de Raios X
Os difratogramas de raios X do pó compósito ATi7 sem tratamento térmico e
calcinadas a 300, 500, 700, 900 e 1100ºC são apresentadas na figura 5.20. Observa-se que na
amostra sem tratamento térmico e calcinada a 300ºC há presença somente de picos
relacionados à fase cristalina anatásio. Com o aumento da temperatura de calcinação de 300
para 500ºC, além da fase cristalina anatásio, surge um pico referente à fase cristalina bruquita
em 2θ = 30,7º. Comparando com os pós compósitos ATi4 e ATi5 o pico da fase cristalina
bruquita no ATi7 diminuiu significantemente de intensidade, confirmando que esta redução
ocorre devido a menor quantidade de titânio usada nesta composição (ATi7). Na temperatura
de calcinação de 500ºC, além das fases cristalinas anatásio e bruquita presentes, observa-se,
um pico em 2θ = 9,6º referente ao carbonato de sódio, em consequência da decomposição do
alginato de sódio. A 700ºC observa-se a presença das duas fases cristalinas rutilo e anatásio e
108
10 20 30 40 50 60 70 80
++
++
X
+
+
+
+
+
+
+
+
º
º
+++++
+ + +
+++++
X
φ
+
º
#
***
*
1100ºC
900ºC
700ºC
500ºC
300ºC
25ºC
Inte
nsid
ade
(u.a
)
2 θ (graus)
o surgimento de um novo pico referente ao titanato de sódio em 2θ = 14,4º, devido a interação
do carbonato de sódio com o TiO2, fazendo com que ocorra a decomposição do carbonato de
sódio e a formação do titanato de sódio. Na temperatura de calcinação de 900ºC, observa-se a
fase cristalina rutilo e os picos referentes ao titanato de sódio em 2θ = 11,7º e 2θ = 14º
tornam-se mais cristalinos em relação aos pós compósitos ATi4 e ATi5. Na temperatura de
calcinação a 1100ºC estes picos sofreram um pequeno deslocamento para 2θ = 12º e 2θ =
14,7º.
Figura 5.20- Difratogramas de raios X do pó compósito ATi7 calcinados a diferentes temperaturas.(*) rutilo, (#) bruquita, (+) anatásio, (ϕ) carbonato de sódio, ( X) formação do titanato de
sódio e (º) titanato de sódio.
Fonte: Autora
De acordo com os difratogramas de raios X não houve a completa transição de fase
cristalina anatásio→rutilo, uma vez que, em todas as temperaturas estudadas observa-se picos
referentes à fase cristalina anatásio. A influência na transição de fase depende da substituição
dos íons nos sítios do Ti4+ produzindo defeitos, tais como vacâncias. Provavelmente, devido
ao Na+ que, segundo estudos realizados por Albaret, Finocchi e Nogueira (2001, p. 035402-
1), induz a redução dos íons Ti4+ para espécies Ti3+.
109
5.5.3 Espectroscopia no Infravermelho
Os espectros de infravermelho do pó compósito ATi7 na temperatura de 25ºC, figura
5.21, apresenta as bandas de deformação O-H nas regiões de 3609 e 3254 cm-1 e outra 1654
cm-1 relacionada ao grupo (Ti-OH). A banda em 1413 cm-1 é referente à deformação simétrica
de carboxilatos em concordância com os trabalhos de Kamnev et al (1998, p. 263), Manrique
e Lajolo (2002, p. 99) e Fan et al (2005, p. 1625). Observa-se uma banda em 2354 cm-1 de
intensidade menor quando comparada com os espectros dos pós compósitos ATi4 e ATi5
referente ao CO2, provavelmente, devido a resíduos orgânicos. A banda em 796 cm-1 é
relacionada à vibração do poliedro TiOn. Observa-se uma banda a 1030 cm-1 relacionada à
vibração Ti-O-C e uma banda a 1320 cm-1 correspondente ao estiramento COO- que, quando
comparada com o espectro de infravermelho do alginato de sódio puro, sofreu um pequeno
deslocamento, sugerindo uma interação parcial entre os componentes (NaAlg-TiO2). A banda
em 558 cm-1 é referente ao estiramento Ti-O relacionada à fase cristalina anatásio. Observa-
se, também, um ombro em 820 cm-1 característica do estiramento Ti-O.
O pequeno deslocamento das bandas em 1428 e 1318 cm-1 no alginato de sódio para
1413 e 1320 cm-1 no ATi7, sugerem que estes deslocamentos, mesmo que pequenos, têm
indícios de miscibilidade entre o polímero e o material cerâmico.
A figura 5.21, apresenta o espectro de infravermelho do pó compósito ATi7 na
temperatura de calcinação a 300ºC. Este espectro mostra o surgimento da banda em 1700 cm-1
referente à ligação éster. As bandas relacionadas à deformação OH aparecem nas regiões de
3609, 3463, 3254 e 3139 cm-1 e uma outra em 1654 cm-1 relativa ao grupo (Ti-OH). Observa-
se, também, uma banda em 1413 cm-1 correspondente a deformação simétrica de carboxilatos,
em concordância com os trabalhos de Kamnev et al (1998, p. 263), Manrique e Lajolo (2002,
p. 99) e Fan et al (2005, p. 1625) e a banda em 558 cm-1 relacionada ao estiramento Ti-O.
Além da banda em 796 cm-1 referente à vibração do poliedro TiOn. A banda correspondente
ao CO2 em 2354 cm-1 sofreu uma redução significativa na intensidade.
Como pode ser observado, houve o surgimento de uma nova banda em 1700 cm-1 em
relação ao espectro de infravermelho do pó compósito a 25ºC, correspondente a ligação éster.
110
Figura 5.21- Espectros de infravermelho do pó compósito ATi7 a temperatura ambiente e calcinado a 300, 500, 700, 900 e 1100ºC.
Fonte: Autora
111
Na temperatura de calcinação à 500ºC, figura 5.21, o espectro de infravermelho do
pó compósito ATi7 apresenta as bandas relacionadas a deformação OH nas regiões 3609,
3462, 3254 e 3139 cm-1 e a outra banda em 1654 cm-1 referente ao grupo (Ti-OH). Observa-se
a banda em 1413 cm-1 correspondente a deformação simétrica de carboxilatos, a banda em
558 cm-1 é referente ao estiramento Ti-O e uma outra banda em 796 cm-1 relacionada a
vibração do poliedro TiOn, enquanto a banda em 2354 cm-1 é característica do CO2.
Observa-se, também, a presença da banda em 1700 cm-1 correspondente a ligação
éster. O alginato de sódio é um polissacarídeo e apresenta o grupo carboxila e hidroxila,
provavelmente o TiO2 facilitou a formação de uma ligação éster entre o grupo hidroxila e
carbonila presentes no alginato de sódio. Surge uma nova banda em 1150 cm-1 referente à
deformação C-C.
O espectro de infravermelho para o pó compósito ATi7 na temperatura de calcinação
a 700ºC, figura 5.21 não mostra as bandas referente ao grupo OH, tornando a amostra mais
cristalina como pode ser verificado pelo difratograma de raios X, figura 5.20. A banda em
1150 cm-1 é referente à deformação C-C e uma outra banda em 960 cm-1 atribuída ao titanato
de sódio, uma vez que nesta temperatura segundo o difratograma de raios X, figura 5.20, há a
presença do titanato de sódio. A banda em 1413 cm-1 é referente à deformação simétrica de
carboxilatos. A banda em 796 cm-1 referente à vibração do poliedro TiOn é observada. Há a
presença da banda em 1700 cm-1 correspondente a ligação éster. A banda em 2354 cm-1 é
relacionada ao CO2 enquanto a banda em 558 cm-1 é referente ao estiramento Ti-O.
Observa-se, também, a presença da banda em 1700 cm-1 correspondente a ligação
éster. O alginato de sódio é um polissacarídeo e apresenta o grupo carboxila e hidroxila,
provavelmente o TiO2 facilitou a formação de uma ligação éster entre o grupo hidroxila e
carbonila presentes no alginato de sódio.
O pó compósito ATi7 calcinado a 900ºC apresenta em seu espectro de
infravermelho, figura 5.21, uma banda em torno de 796 cm-1 relacionada à vibração do
poliedro TiOn e o surgimento da banda em 960 cm-1 atribuída ao titanato de sódio, uma vez
que nesta temperatura segundo o difratograma de raios X, figura 5.20, a formação do titanato
de sódio. O espectro mostra a banda em 1413 cm-1 relacionada à deformação simétrica de
carboxilatos. A banda em 1150 cm-1 é referente à deformação C-C e a banda em 1700 cm-1
correspondem a ligação éster. Surgiu uma banda em 1000 cm-1 atribuída ao grupo OR ligado
ao Ti. A banda em 558 cm-1 é referente ao estiramento Ti-O e a banda em 2354 cm-1 é
relacionada ao CO2.
112
Quando a temperatura de calcinação é aumentada para 1100ºC, figura 5.21, o
espectro de infravermelho do pó compósito ATi7 apresenta a banda em 1700 cm-1 relacionada
a ligação éster. A banda em 1150 cm-1 referente à deformação de C-C é observada. A banda
em 960 cm-1 é atribuída ao titanato de sódio, uma vez que nesta temperatura o difratograma de
raios X, figura 5.20, mostra a formação do titanato de sódio. A banda em 796 cm-1 é atribuída
a vibração do poliedro TiOn, enquanto a banda em 1413 cm-1 é relacionada a deformação
simétrica de carboxilatos. A banda em 2354 cm-1 é correspondente ao CO2 e uma outra banda
em 558 cm-1 é referente ao estiramento Ti-O.
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 5.12.
Tabela 5.12- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do pó compósito ATi7.
Número de onda/cm-1 Atribuição 3139-3609 Deformação OH 2354 CO2 1700 Éster 1654 Estiramento Ti-OH 1413 Deformação sim. do carboxilato 1320 COO-
1150 Deformação C-C 1030 Vibração Ti-O-C 1000 OR ligado ao Ti 960 Titanato de sódio 796 Vibração TiOn 820/ 558 Estiramento Ti-O Fonte: Autora
5.5.4 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para o pó compósito
ATi7 nas temperaturas ambiente, 300, 500, 700, 900ºC e 1100ºC. Nas temperaturas ambiente
e de 300, 500, 700 e 1100ºC, figura 5.22, os diagramas Nyquist apresentaram apenas um
semicírculo na região de altas freqüências associada com a condutividade do eletrólito.
113
0,0 6,0x104 1,2x105 1,8x105 2,4x1050,0
5,0x104
1,0x105
1,5x105
2,0x105
-Z''/Ω
Z'/Ω
ATi7 (25°C)
0,0 6,0x105 1,2x106 1,8x106 2,4x106 3,0x1060,0
3,0x105
6,0x105
9,0x105
1,2x106
-Z''/ Ω
Z'/ Ω
ATi 7 (300°C)
0,0 2,0x104 4,0x104 6,0x104 8,0x1040
1x104
2x104
3x104
4x104
5x104
-Z''/ Ω
Z'/ Ω
ATi7(500ºC)
0,0 2,0x104 4,0x104 6,0x104 8,0x1040,0
2,0x104
4,0x104
6,0x104
8,0x104
1,0x105
-Z" /
Ω
Z' / Ω
ATi7 (700°C)
0,0 3,0x107 6,0x107 9,0x107 1,2x108 1,5x1080
1x107
2x107
3x107
4x107
5x107
ATi 7 (1100ºC)
-Z" /
Ω
Z' / Ω
Figura 5.22- Diagrama Nyquist do pó compósito ATi7 à 25, 300, 500, 700 e 1100ºC.
Fonte: Autora
O diagrama Nyquist na temperatura de 900ºC apresentou dois semicírculos, Figura
5.23, o primeiro na região de altas frequências é relacionado ao processo de condução através
do grão ou a presença de uma segunda fase cristalina minoritária ou, ainda, ao acoplamento
capacitivo entre o eletrodo e o eletrólito e o segundo em freqüências intermediárias, é
114
0 1x107 2x107 3x107 4x107 5x107 6x107 7x1070,0
5,0x106
1,0x107
1,5x107
2,0x107
2,5x107
0,0 3,0x105 6,0x105 9,0x105 1,2x106 1,5x106 1,8x1060,0
2,0x105
4,0x105
6,0x105
8,0x105
1,0x106
1º Semicírculo
-Z"/Ω
Z'/ Ω
-Z" /
Ω
Z' / Ω
ATi 7 (900ºC)
atribuído à condução nos contornos dos grãos. A partir dos parâmetros elétricos obtidos dos
diagramas calculou-se as condutividades apresentadas na tabela 5.13.
Figura 5.23- Diagrama Nyquist do pó compósito ATi7 à 900ºC.
Fonte: Autora
Observa-se que, como mostra a tabela 5.13, a condutividade do compósito ATi7
diminui com o aumento da temperatura de 25 para 300ºC mantendo-se na mesma ordem de
grandeza até 900ºC, provavelmente, devido à criação de vacância de Ti, uma vez que o Na+,
de acordo com Albaret, Finocchi e Nogueira (2001, p. 1), induz a redução dos íons Ti4+ para
espécies de Ti3+, como apresentado na equação 5.7, p. 107.
Na temperatura de calcinação de 1100ºC a condutividade decresceu mais uma ordem
de grandeza para 10-6 (Ω.cm)-1. De acordo com os difratogramas de raios X, figura 5.20, na
temperatura de 1100ºC o pico referente ao titanato de sódio está mais intenso quando
comparado com aquele do pó compósito ATi4. Segundo Ussui et al. (2004, p. 7) a presença
de titanato pode ocasionar a redução da condutividade. Então, provavelmente, o titanato de
115
sódio ocasionou o decréscimo de mais uma ordem de grandeza na condutividade do
compósito ATi7, como foi observado, também, no compósito ATi5, uma vez que no pó de
titânio puro a condutividade aumentou com o aumento da temperatura.
Tabela 5.13- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito ATi7. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade σ/(Ω.cm)-1 25 1,0 x 10-9 1,29 x 10-4 300 6,1 x 10-10 1,47 x 10-5 500 2,8 x 10-11 1,30 x 10-5 700 2,87 x 10-11 4,97 x 10-5 900(a) 3,8 x 10-11 7,65 x 10-5 900(b) 3,0 x 10-9 1,13 x 10-6 1100 4,6 x 10-11 4,29 x 10-6 Fonte: Autora (a) 1º Semicírculo
(b) 2º Semicírculo
Os pós compósitos ATi7 apresentaram valores de capacitâncias relacionadas ao
contorno do grão. Entretanto, na temperatura de 900ºC observa-se, também em altas
freqüências, capacitância indicativa do acoplamento capacitivo entre eletrodo e o eletrólito. A tabela 5.14 mostra os resultados de difusão obtidos a partir do diagrama Nyquist
na região de difusão semi-infinita. Observa-se que com o aumento da temperatura de
calcinação de 300 para 500 e então, para 700ºC a difusão apresentou-se na ordem de grandeza
de 10-8 (m-2. Ω.cm)-1 com o aumento da temperatura para 900 e, em seguida, para 1100ºC
houve um aumento na difusão de uma ordem de grandeza (10-7/m-2.Ω.cm)-1. De acordo com
as curvas TG do alginato de sódio, figura 5.6, o alginato de sódio em torno de 600ºC começa
a ocorrer à degradação com a formação o carbonato de sódio. Segundo Sosa et al. (1999, p.
538) o Na+ interage com o oxigênio ligante do TiO2 na fase cristalina rutilo. Então,
provavelmente, o Na+ modificou a estrutura eletrônica do TiO2 na fase rutilo, produzindo um
aumento no transporte de vacâncias de titânio, uma vez que no TiO2 puro com o aumento da
temperatura há uma diminuição no transporte de vacâncias de titânio, como pode ser
observado através dos resultados de difusão, tabela 5.2 (p.80).
116
Tabela 5.14- Difusão por vacância de titânio no pó compósito ATi7. Temperatura/ºC Difusão/ (m-2. Ω. F)-1 25 _ 300 4,11 x 10-8 500 5,80 x 10-8 700 6,40 x 10-8 900 2,29 x 10-7 1100 2,39 x 10-7 Fonte: Autora
5.6 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO PÓ COMPÓSITO ATi8.
5.6.1 Análise Térmica
A TGA do pó compósito ATi8, figura 5.24, mostra três perdas de massa. A primeira
perda de massa (11,54%) entre 28 e 173ºC resulta da remoção de água adsorvida. A segunda
perda (23%) ocorre entre 173 e 373,9ºC, podendo ser atribuída a remoção da água e a
liberação de resíduos orgânicos que estão no interior da superfície do TiO2. A terceira perda
(2,93%) foi observada entre 373,9 até 449,8ºC, provavelmente, devido a dessorção do grupo
hidroxila no compósito ATi8, podendo ser Ti-OH ou Ti-OH-Ti segundo Liu et al. (2005, p.
161). A curva DTA mostra um pico endotérmico que aparece abaixo de 100ºC, atribuído a
dessorção de água enquanto um pico exotérmico é observado acima de 200ºC, podendo ser
atribuído a decomposição de matéria orgânica, e outro pico exotérmico de menor intensidade
acima de 400ºC, é observado em decorrência da decomposição do alginato de sódio em
carbonato de sódio que na presença do dióxido de titânio transforma-se em titanato de sódio,
como sugere a equação 5.6 (p.88). De acordo com a TG o alginato de sódio começa a se
decompor a partir de 172,9ºC com a formação do carbonato de sódio acima de 449,8ºC.
117
Figura 5.24- TGA e DTA do pó compósito ATi8.
Fonte: Autora
5.6.2 Difração de Raios X
A figura 5.25 mostra os difratogramas de raios X para o pó compósito ATi8 a 25ºC e
nas temperaturas de calcinação em 300, 500, 700, 900 e 1100ºC. Observa-se que na amostra
sem tratamento térmico há somente picos relacionados à fase cristalina anatásio. Com o
aumento da temperatura 500ºC além da fase cristalina anatásio surge um pico referente à fase
cristalina bruquita em 2θ = 30,7º, comparando com os pós compósitos ATi4 e ATi5 este pico
da fase cristalina bruquita diminui de intensidade, como ocorreu, também no compósito ATi7,
confirmando que esta diminuição ocorre devido a redução da quantidade de titânio na
preparação deste pó compósito ATi8. A 500ºC além das fases cristalinas anatásio e bruquita
presentes observa-se, também, um pico em 2θ = 9,6º referente ao carbonato de sódio, em
conseqüência da decomposição do alginato de sódio, como pode ser confirmado pela curva
TG, figura 5.24, em que acima de 449,5ºC há a formação do carbonato de sódio. A 700ºC
observa-se a presença das fases cristalinas rutilo, anatásio e o surgimento de um novo pico
referente ao titanato de sódio em 2θ = 14,4º, devido a interação do carbonato de sódio com o
TiO2, fazendo com que ocorra a decomposição do carbonato de sódio e a conseqüente
formação do titanato de sódio. Na temperatura de calcinação de 900ºC, além das fases
118
10 20 30 40 50 60 70 80
º
*
#+
+++++
+++
++++
++
+
++
+++++
***
φ
x
º
#
*
+
900ºC
700ºC
500ºC
1100ºC
300ºC
25ºC
Inte
nsid
ade
(u.a
)
2 θ (graus)
cristalinas rutilo e anatásio, picos referentes ao titanato de sódio em 2θ = 11,7º e 2θ = 14º
tornam-se mais intensos indicando sua maior cristalinidade em relação ao ATi4, ATi5 e ATi7.
Na temperatura de calcinação a 1100ºC esses picos sofreram um pequeno deslocamento para
2θ = 12º e 2θ = 14,7º, respectivamente.
Figura 5.25- Difratogramas de raios X do pó compósito ATi8 calcinados a diferentes temperaturas.(*) rutilo, (#) bruquita, (+) anatásio e ( ϕ) carbonato de sódio, (X) formação do titanato de
sódio e (º) titanato de sódio.
Fonte: Autora
A partir dos difratogramas de raios X observa-se que não houve a completa transição
de fase cristalina anatásio→rutilo, uma vez que, em todas as temperaturas estudadas observa-
se picos referentes à fase cristalina anatásio. A influência na transição de fase cristalina
depende da substituição dos íons nos sítios do Ti4+ produzindo defeitos, tais como vacâncias.
Provavelmente, devido ao Na+ que, segundo estudos realizados por Albaret, Finocchi e
Nogueira (2001, p. 035402-1), induz a redução dos íons Ti4+ para espécies Ti3+.
119
5.6.3 Espectroscopia no Infravermelho
Na temperatura 25ºC o espectro de infravermelho do pó compósito ATi8, figura
5.26, apresenta banda em 3254 cm-1 relacionada a deformação O-H e uma outra banda em
1654 cm-1 referente ao grupo (Ti-OH). Observa-se uma banda na região de 2354 cm-1
associada ao CO2, provavelmente, devido a resíduos orgânicos. A banda em 1413 cm-1 está
relacionada à deformação simétrica de carboxilatos, de acordo com Kamnev et al (1998, p.
263), Manrique e Lajolo (2002, p. 99) e Fan et al (2005, p. 1625). Observa-se, também, a
banda em 1030 cm-1 referente à vibração Ti-O-C e uma outra em 1320 cm-1 característica do
estiramento COO-. A banda em 558 cm-1 relacionada ao estiramento Ti-O relativa à fase
cristalina anatásio e aquela em 796 cm-1 referente à vibração do poliedro TiOn. Observa-se,
também, um ombro em 820 cm-1 associado ao estiramento Ti-O.
O pequeno deslocamento das bandas em 1428 e 1318 cm-1 no alginato de sódio para
1413 e 1320 cm-1 no ATi8, sugerem que estes deslocamentos, mesmo que pequenos, têm
indícios de miscibilidade entre o polímero e o material cerâmico.
Quando o pó compósito ATi8 foi calcinado a 300ºC o espectro de infravermelho,
figura 5.26, apresenta a banda referente a deformação OH na região de 3609, 3462, 3254 e
3139 cm-1. Observa-se que esta banda tornou-se mais intensa, mostrando que o pó compósito
teve uma forte interação com a água. A banda em 1654 cm-1 relacionada ao grupo (Ti-OH)
também está presente. Há o surgimento da banda em 1700 cm-1 correspondente a ligação
éster. Observa-se, ainda, a banda em 1413 cm-1 referente à deformação simétrica de
carboxilatos, a banda em 558 cm-1 relacionada ao estiramento Ti-O e aquela em 796 cm-1
referente à vibração do poliedro TiOn. A banda relacionada ao CO2 em 2354 cm-1 sofreu uma
redução significativa em sua intensidade.
Nas duas temperaturas (25 e 300ºC) a diferença nos espectros está na banda a 1320
cm-1 relacionada ao COO- que desapareceu em 300ºC e a banda em 1030 cm-1 relacionada à
vibração Ti-O-C, entretanto a ligação éster na região 1700 cm-1 surgiu na temperatura de
300ºC.
120
Figura 5.26- Espectros de infravermelho do pó compósito ATi8 a temperatura ambiente e calcinado a 300, 500, 700, 900 e 1100ºC .
Fonte: Autora
121
O espectro de infravermelho do pó compósito ATi8 na temperatura de calcinação à
500ºC, figura 5.26, apresentou a banda relacionada a deformação OH na região de 3609,
3462, 3254 e 3139 cm-1 e a banda em 1654 cm-1 relacionada ao grupo (Ti-OH). Observa-se a
banda em 1413 cm-1 correspondente a deformação simétrica de carboxilatos, a banda em 558
cm-1 referente ao estiramento Ti-O e, também, a banda em 796 cm-1 relacionada à vibração do
poliedro TiOn. Observa-se, ainda, a banda em 2354 cm-1 correspondente ao CO2.
A presença da banda em 1700 cm-1 correspondente a ligação éster também é
observada. O alginato de sódio é um polissacarídeo e apresenta o grupo carboxila e hidroxila,
provavelmente o TiO2 facilitou a formação de uma ligação éster entre o grupo hidroxila e
carbonila presentes no alginato de sódio. Surge uma nova banda em 1150 cm-1 referente à
deformação de C-C.
Para a temperatura de calcinação a 700ºC o espectro de infravermelho do pó
compósito ATi8, figura 5.26, não mostra a banda referente ao grupo OH, provavelmente
devido a amostra estar mais cristalina como pode ser verificado pelo difratograma de raios X,
figura 5.25. A banda em 1150 cm-1 é referente à deformação C-C, e o surgimento da banda
em 960 cm-1 é atribuído ao titanato de sódio, uma vez que, nesta temperatura de acordo com o
difratograma de raios X, figura 5.25, há a formação do titanato de sódio. A banda em 1413
cm-1 é referente à deformação simétricas de carboxilatos. A banda em 796 cm-1 referente à
vibração do poliedra TiOn não é observada. Há a presença da banda em 1700 cm-1
correspondente a ligação éster. Observa-se, ainda, a banda em 2354 cm-1 relacionada ao CO2.
A banda em 558 cm-1 é referente ao estiramento Ti-O.
O espectro de infravermelho para o pó compósito ATi8 na temperatura de calcinação
em 900°C, figura 5.26, apresenta a banda em torno de 796 cm-1 relacionada a vibração do
poliedro TiOn e a banda em 960 cm-1 é atribuída ao titanato de sódio, uma vez que, nesta
temperatura de acordo com o difratograma de raios X, figura 5.25, há a formação do titanato
de sódio. Surgiu uma banda em 1000 cm-1 atribuída ao grupo OR ligado ao Ti. Observa-se a
banda em 1413 cm-1 relacionada à deformação simétrica de carboxilatos. A banda em 1150
cm-1 é referente à deformação C-C e a banda em 1700 cm-1 corresponde a ligação éster.
Observa-se, ainda, a banda em 2354 cm-1 relacionada ao CO2. A banda em 558 cm-1 referente
ao estiramento Ti-O.
Quando a temperatura de calcinação é aumentada para 1100ºC os espectros de
infravermelho do pó compósito ATi8, figura 5.26, mostra a banda em 1700 cm-1 relacionada a
ligação éster. A banda em 1150 cm-1 referente à deformação de C-C não é observada,
enquanto a banda em torno de 960 cm-1 é atribuída ao titanato de sódio, uma vez que, nesta
122
temperatura de acordo com o difratograma de raios X, figura 5.25, há a formação do titanato
de sódio. A banda em 796 cm-1 é atribuída a vibração do poliedro TiOn. Observa-se, ainda, a
banda em 2354 cm-1 relacionada ao CO2. A banda em 558 cm-1 é referente ao estiramento Ti-
O.
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações
são mostrados na tabela 5.15.
Tabela 5.15- Números de ondas com suas respectivas atribuições a partir do espectro do pó compósito ATi8.
Número de onda/cm-1 Atribuição 3060-3616 Deformação OH 2354 CO2 1700 Éster 1654 Estiramento Ti-OH 1413 Deformação sim. do carboxilato 1320 COO-
1150 Deformação C-C 1030 Vibração Ti-O-C 960 Titanato de sódio 796 Vibração TiOn 820/558 Estiramento Ti-O Fonte: Autora
5.6.4 Espectroscopia de Impedância
Os diagramas Nyquist nas temperaturas ambiente, 700, 900 e 1100ºC, figura 5.27,
apresentaram apenas um semicírculo na região de altas freqüências associada com a
condutividade do eletrólito. Nas temperaturas de 300 e 500ºC apresentaram dois semicírculos,
Figura 5.28 e 5.29. O primeiro na região de altas freqüências é relacionado ao processo de
condução através do grão ou a presença de uma segunda fase cristalina minoritária ou, ainda,
ao acoplamento capacitivo entre o eletrodo e o eletrólito e o segundo em freqüências
intermediárias, é atribuído à condução nos contornos dos grãos.
123
0,0 3,0x106 6,0x106 9,0x106 1,2x1070
1x106
2x106
3x106
4x106
-Z''/Ω
Z'/Ω
ATi 8 (25°C)
0,0 5,0x1061,0x1071,5x1072,0x1072,5x1073,0x1070
1x106
2x106
3x106
4x106
5x106
6x106
ATi 8 (700ºC)
-Z" /
ΩZ' / Ω
0,0 5,0x107 1,0x108 1,5x108 2,0x108 2,5x1080
1x107
2x107
3x107
4x107
5x107
ATi 8 (900ºC)
-Z" /
Ω
Z" / Ω
0,0 2,0x108 4,0x108 6,0x108 8,0x108 1,0x1090,0
5,0x107
1,0x108
1,5x108
2,0x108
2,5x108
3,0x108
ATi 8 (1100ºC)
-Z" /
Ω
Z' / Ω
Figura 5.27- Diagrama Nyquist do pó compósito ATi8 à 25, 700, 900 e 1100ºC.
Fonte: Autora
124
0,0 2,0x106 4,0x106 6,0x106 8,0x1060,0
5,0x105
1,0x106
1,5x106
2,0x106
2,5x1061º Semicírculo
ATi 8 (300°C)
-Z''/
Ω
Z'/ Ω
0 1x106 2x106 3x106 4x106 5x106 6x106 7x1060,0
5,0x105
1,0x106
1,5x106
2,0x106
2,5x106
3,0x106ATi8 (500ºC)
1º Semicírculo
-Z"/Ω
Z'/ Ω
Figura 5.28- Diagrama Nyquist do pó compósito ATi8 à 300ºC. Fonte: Autora
Figura 5.29- Diagrama Nyquist do pó compósito ATi8 à 500ºC.
Fonte: Autora
A partir dos parâmetros elétricos obtidos dos diagramas Nyquist foram calculadas as
condutividades e as capacitâncias mostradas na tabela 5.16. Observa-se que a condutividade
do compósito ATi8 diminui com o aumento da temperatura, provavelmente, devido a criação
125
de vacância de Ti, uma vez que, o Na+, de acordo com Albaret, Finocchi e Nogueira (2001, p.
035402-1), induz a redução dos íons Ti4+ para espécies de Ti3+.
Quando a temperatura de calcinação aumenta para 900 e 1100ºC a condutividade
decresceu mais uma ordem de grandeza de 10-5 para 10-6 (Ω.cm)-1. Observou-se nos
difratogramas de raios X, figura 5.25, que nas temperaturas de 900 e 1100ºC os picos
referentes ao titanato de sódio estão mais intensos quando comparados com aqueles dos pós
compósito ATi4, ATi5 e ATi7. Segundo Ussui et al. (2004, p. 7) a presença de titanato pode
ocasionar a redução da condutividade. Então, provavelmente, o titanato de sódio ocasionou o
decréscimo de mais uma ordem de grandeza na condutividade do pó compósito ATi8, uma
vez que no pó de titânio puro a condutividade aumentou com o aumento da temperatura.
Tabela 5.16- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para o pó compósito ATi8. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade σ/(Ω.cm)-1 25 9,9 x 10-10 1,45 x 10-4 300(a) 1,49 x 10-10 1,39 x 10-5
300(b) 2,1 x 10-8 6,39 x 10-7 500(a) 9,1 x 10-11 5,99 x 10-5
500(b)
3,0 x 10-8 4,21 x 10-6
700 3,3 x 10-11 7,90 x 10-5 900 4,4 x 10-10 7,69 x 10-6 1100 2,3 x 10-10 1,36 x 10-6 Fonte: Autora (a) 1º Semicírculo
(b) 2º Semicírculo
Os pós compósitos ATi8 apresentaram valores de capacitâncias referentes ao
contorno do grão, entretanto nas temperaturas de 300 e 500ºC observam-se, também em altas
freqüências, capacitâncias indicativas do acoplamento capacitivo entre o eletrodo e o
eletrólito.
A tabela 5.17 apresenta os resultados de difusão obtidos a partir do diagrama Nyquist
na região de difusão semi-infinita. Observa-se que na temperatura de calcinação de 300ºC a
difusão é da ordem de grandeza de 10-8 (m-2. Ω. cm)-1. Entretanto, com o aumento da
temperatura de calcinação para 500 e 700 e 900ºC houve um aumento na difusão de uma
ordem de grandeza de 10-7 (m-2. Ω. cm)-1. Quando a temperatura de calcinação foi aumentada
para 1100ºC houve um aumento na difusão para (10-6/m-2. Ω. cm)-1. De acordo com o
126
termograma (análise térmica) do alginato de sódio, figura 5.6, o alginato de sódio em torno de
600ºC começa a degradar formando o carbonato de sódio. Segundo Sosa et al. (1999, p. 538)
o Na+ interage com o oxigênio ligante do TiO2 na fase cristalina rutilo. Então, provavelmente,
o Na+ modificou a estrutura eletrônica do TiO2 na fase cristalina rutilo, produzindo um
aumento no transporte de vacâncias de titânio, uma vez que no TiO2 puro o aumento da
temperatura de 300 até 900ºC produziu uma diminuição no transporte de vacâncias de titânio,
como pode ser observado através dos resultados de difusão, tabela 5.2 (p.79).
Tabela 5.17- Difusão por vacância de Titânio no pó compósito ATi8. Temperatura/ºC Difusão/ (m-2. Ω. F)-1 25 _ 300 5,90 x 10-8 500 1,93 x 10-7 700 3,74 x 10-7 900 6,54 x 10-7 1100 2,51 x 10-6 Fonte: Autora
127
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 MEMBRANAS DE ALGINATO DE SÓDIO USANDO ÁGUA COMO SOLVENTE
6.1.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
O espectro de FTIR-ATR da membrana de alginato de sódio usando água como
solvente é mostrado na figura 6.1, observa-se que a membrana não apresentou a formação do
ácido algínico que ocorre em torno de 1730 cm-1. O espectro apresenta bandas características
do íon carboxilato, nas regiões de 1590 e 1407 cm-1, comprovando a presença do íon
carboxilato na estrutura. As bandas em 1294 e 1024 cm-1 estão relacionadas ao estiramento C-
O, enquanto as bandas em 820 e 905 cm-1 são identificadas na literatura (SARTORI ET AL.
1997, p. 43) como ao estiramento CO, CCH e CO, CCO, CCH, respectivamente. A banda em
781 cm-1 está relacionada aos estiramentos C-C-O e C-C-H. A banda em 3270 cm-1 é
relacionada ao estiramento OH, confirmando que a membrana apresenta hidroxila, enquanto a
banda em torno de 2925 cm-1 é referente ao estiramento CH. Observa-se, também, a banda em
2354 cm-1 é característica do CO2.
Figura 6.1- Espectros de FTIR-ATR da membrana de alginato de sódio usando água como solvente.
Fonte: Autora
128
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 6.1.
Tabela 6.1- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do alginato de sódio usando água como solvente.
Número de Onda /cm-1 Atribuição 3270 Estiramento OH 2925 Estiramento CH 2354 CO2 1590/1407 Íon carboxilato 1294/1024 Estiramento C-O 905 CO, CCO, CCH 820 CO, CCH 781 C-C-O e C-C-H Fonte: Autora
6.1.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância para a membrana de alginato de sódio foram obtidos do
diagrama no formato Nyquist. A membrana apresentou apenas um semicírculo na região de
altas freqüências associado com a condutividade do eletrólito, como mostra a figura 6.2. Os
diagramas Nyquist não apresentaram um comportamento na região de difusão semi-infinita
definida por uma reta cuja inclinação é geralmente igual a 1 denominada impedância de
Warburg.
Figura 6.2- Diagrama Nyquist para a membrana de alginato de sódio usando água como solvente.
Fonte: Autora
129
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana
alginato de sódio. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas
do material estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp),
capacitância (C) e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), anexo II, e condutividade (σ),
tabela 6.2. Para determinar as resistências faz-se uma extrapolação do semicírculo para o eixo
de impedância real (Z’), enquanto que a capacitância é obtida relacionando-se a freqüência no
máximo do semicírculo com a resistência de polarização. Conhecendo a resistência ôhmica,
espessura da amostra (ℓ) e a área do eletrodo (A), calcula-se a condutividade. Observa-se que
o alginato de sódio, na forma de membrana, apresentou uma baixa condutividade a 25ºC, na
ordem de 10-9 Ω-1.cm-1, diferente do alginato de sódio na forma de pó que apresentou uma
condutividade da ordem 10-4Ω-1.cm-1.
Tabela 6.2- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana de alginato de sódio usando água como solvente.
Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1 25 1,1 x 10-7 3,0 x 10-9 Fonte: Autora
6.2 MEMBRANAS DE ALGINATO DE SÓDIO USANDO ETANOL COMO
SOLVENTE
6.2.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
A figura 6.3 mostra o espectro FTIR-ATR do alginato de sódio preparado com etanol
como solvente, observa-se a banda em 3270 cm-1 relacionada ao estiramento OH,
confirmando que a membrana apresenta hidroxila. A banda em 2925 cm-1 é referente ao
estiramento CH, significando que uma quantidade de solvente ficou retido na estrutura do
NaAlg. O espectro apresenta bandas do íon carboxilato em 1590 e 1408 cm-1, destacando um
pequeno deslocamento da banda em 1408 cm-1 que na membrana de alginato de sódio usando
água como solvente ocorreu em torno de 1407 cm-1, sugerindo uma interação parcial entre os
componentes, provavelmente, a formação das ligações de hidrogênio. As bandas em 945,
1293 e 1022 cm-1 relacionadas ao estiramento C-O e as bandas em 819 e 780 cm-1 referentes
aos estiramentos CO, CCH e aos estiramentos C-C-O e C-C-H, respectivamente, também,
sofreram um pequeno deslocamento. A banda em 890 cm-1 é relacionada à ligação C-C-H. A
130
membrana de NaAlg em Etanol não apresentou a banda em 1730 cm-1 relativa à formação do
ácido algínico. Observa-se, também, a banda em 2354 cm-1 característica do CO2.
Figura 6.3- Espectro do FTIR-ATR para a membrana de alginato de sódio usando etanol como solvente.
Fonte: Autora
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 6.3.
Tabela 6.3- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro do alginato de sódio usando etanol como solvente.
Número de Onda /cm-1 Atribuição 3270 Estiramento OH 2925 Estiramento CH 2354 CO2 1590/1408 Íon carboxilato 1293/1091/945 Estiramento C-O 1022 Estiramento C-O-C 905 CO, CCO,CCH 890 C-C-H 819 CO, CCH 780 C-C-O e C-C-H Fonte: Autora
131
6.2.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana de
alginato de sódio em etanol. A membrana apresentou apenas um semicírculo na região de
altas freqüências associado com a condutividade do eletrólito, como mostra a figura 6.4. O
diagrama Nyquist não apresenta um comportamento na região de difusão semi-infinita
definida por uma reta cuja inclinação é geralmente igual a 1 denominada impedância de
Warburg, observada nos pós compósitos.
Figura 6.4- Diagrama Nyquist para a membrana de alginato de sódio usando etanol como solvente.
Fonte: Autora
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana
alginato de sódio usando etanol como solvente. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se
valores das propriedades elétricas do material estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ),
resistência de polarização (Rp), capacitância (C) e freqüência no máximo do semicírculo
(υmáx), anexo II, e condutividade (σ), tabela 6.4. Para determinar as resistências faz-se uma
extrapolação do semicírculo para o eixo de impedância real (Z’), enquanto que a capacitância
é obtida relacionando-se a freqüência no máximo do semicírculo com a resistência de
polarização. Conhecendo a resistência ôhmica, espessura da amostra (ℓ) e a área do eletrodo
132
(A), calcula-se a condutividade. Observa-se através da tabela 6.4 que o alginato de sódio em
etanol, na forma de membrana, apresentou uma condutividade a 25ºC, na mesma ordem de
grandeza, 10-9 Ω-1. cm-1, daquela da membrana de alginato de sódio em água, indicando que o
etanol não influenciou na condutividade elétrica do filme.
Tabela 6.4- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana de alginato de sódio usando etanol como solvente.
Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1 25 1,8 x 10-8 7,0 x 10-9 Fonte: Autora
6.3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,2
6.3.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
A figura 6.5 apresenta o espectro de infravermelho da membrana ATi 0,2, observa-
se a banda em torno de 2354 cm-1 relacionada ao CO2. A banda em 1293 cm-1 está relacionada
ao estiramento C-O e uma outra banda em 1024 cm-1 referente a vibração Ti-O-C. Observa-
se, também, as bandas em 1594 e 1406 cm-1 características do íon carboxilato, destacando um
pequeno deslocamento das bandas que na membrana de alginato de sódio usando água como
solvente ocorreu em torno de 1590 e 1407 cm-1, sugerindo uma interação parcial entre os
componentes, provavelmente, a formação das ligações de hidrogênio A banda em 781 cm-1
está relacionada aos estiramentos C-C-O e C-C-H. As bandas em 820 e 905 cm-1 são
identificadas na literatura como os estiramentos CO, CCH e CO, CCO, CCH respectivamente.
Observa-se que a membrana não apresentou a formação do ácido algínico que ocorre em
torno de 1730 cm-1
133
Figura 6.5- Espectros de FTIR-ATR da membrana ATi 0,2.
Fonte: Autora
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações, são mostrados na tabela 6.5.
Tabela 6.5- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da membrana ATi 0,2.
Número de Onda/cm-1 Atribuição 2354 CO2 1594/1406 Íon carboxilato 1293 Estiramento C-O 1024 Ti-O-C 905 CO, CCO, CCH 820 CO, CCH 781 C-C-O e C-C-H Fonte: Autora
6.3.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,2. A membrana apresentou apenas o 1º semicírculo na região de altas freqüências associado
com a condutividade do eletrólito, como mostra a figura 6.6. O diagramas Nyquist não
apresentou um comportamento na região de difusão semi-infinita definida por uma reta cuja
134
inclinação é geralmente igual a 1 denominada impedância de Warburg, observadas nos pós
compósitos.
Figura 6.6- Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,2.
Fonte: Autora
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,2. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas do material
estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp), capacitância (C)
e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), anexo II, e condutividade (σ), tabela 6.6. Para
determinar as resistências faz-se uma extrapolação do semicírculo para o eixo de impedância
real (Z’), enquanto que a capacitância é obtida relacionando-se a freqüência no máximo do
semicírculo com a resistência de polarização. Conhecendo a resistência ôhmica, espessura da
amostra (ℓ) e a área do eletrodo (A), calcula-se a condutividade.
A membrana ATi 0,2 apresentou uma condutividade alta na ordem de 10-4 Ω-1.cm-1,
tabela 6.6, em relação a aquela das membranas de alginato de sódio puro em água e etanol que
apresentaram uma condutividade baixa na ordem de grandeza de 10-9 Ω-1.cm-1.
Tabela 6.6- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,2. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1 25 6,2 x 10-8 2,2 x 10-4 Fonte: Autora
135
A capacitância da membrana ATi 0,2 da ordem de 10-8 F, de acordo com o
estabelecido na literatura de espectroscopia de impedância MacDonald (2005, p. 239) e
Garcia-Sánchez et al. (2002, p. 2), está relacionada com o envolvimento do íon pela cadeia
polimérica, provavelmente, devido a formação de uma estrutura de geometria intramolecular,
figura 6.7, em que o íon interage com monômeros da mesma cadeia polimérica como
evidencia a banda em 820 cm-1 no espectro de infravermelho da membrana ATi 0,2, figura
6.5, que apresenta-se em forma de ombro semelhante a mesma banda no NaAlg puro em
forma de pó e membrana atribuída a CO e CCH, figuras 5.8 e 6.1, respectivamente, enquanto
no espectro de infravermelho do TiO2 puro (pó) a 25ºC, figura 5.2, essa banda é referente ao
estiramento Ti-O e apresenta-se forte e larga.
Figura 6.7- Estrutura intramolecular.
Fonte: Autora
6.3.3 Fluorescência de Raios X
A membrana ATi 0,2 foi caracterizado pelo método de fluorescência de raios X a fim
de se identificar os metais presentes na amostra e determinar semiquantitativamente o teor dos
elementos Na e Ti, como mostra a tabela 6.7.
Tabela 6.7- Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,2. T/ºC Na/% Ti/%
25 40,9 35 Fonte: Autora
136
6.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,3
6.4.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
A figura 6.8 mostra o espectro de infravermelho da membrana ATi 0,3, o espectro
mostra diferenças na forma e deslocamento nos picos. A banda relacionada ao CO2 está mais
intensa em relação ao ATi 0,2. As bandas relacionadas ao íon carboxilato estão na região de
1594 e 1407 cm-1, destacando um pequeno deslocamento da banda em 1594 cm-1 que na
membrana de alginato de sódio usando água como solvente ocorreu em torno de 1590 cm-1,
sugerindo uma interação parcial entre os componentes, provavelmente, a formação das
ligações de hidrogênio e estão mais intensas comparadas ao compósito ATi 0,2. A banda em
1293 cm-1 está relacionada ao estiramento C-O e uma outra banda em 1024 cm-1 referente a
vibração Ti-O-C. As bandas em 820 e 905 cm-1 são identificadas na literatura como os
estiramentos CO, CCH e CO, CCO, CCH respectivamente. A banda em 781 cm-1 está
relacionada aos estiramentos C-C-O e C-C-H. Observa-se que a membrana não apresentou a
formação do ácido algínico que ocorre em torno de 1730 cm-1.
Figura 6.8- Espectros de FTIR-ATR da membrana ATi 0,3.
Fonte: Autora
137
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 6.8.
Tabela 6.8- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da membrana ATi 0,3.
Número de Onda /cm-1 Atribuição 2354 CO2 1594/1406 Íon carboxilato 1293 Estiramento C-O 1024 Ti-O-C 905 CO, CCO, CCH 820 CO,CCH 781 C-C-O e C-C-H Fonte: Autora
6.4.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,3. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas do material
estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp), capacitância (C)
e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), anexo II, e condutividade (σ), tabela 6.9. Para
determinar as resistências faz-se uma extrapolação do semicírculo para o eixo de impedância
real (Z’), enquanto que a capacitância é obtida relacionando-se a freqüência no máximo do
semicírculo com a resistência de polarização. Conhecendo a resistência ôhmica, espessura da
amostra (ℓ) e a área do eletrodo (A), calcula-se a condutividade. A membrana apresentou
somente um semicírculo, figura 6.9.
138
Figura 6.9- Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,3.
Fonte: Autora
Observa-se que a condutividade sofreu uma diminuição significativa da ordem de 10-
9.Ω-1.cm-1, tabela 6.9, com o aumento da concentração de titânio, diferente da membrana ATi
0,2 que apresentou uma boa condutividade da ordem de 10-4 Ω-1.cm-1.
A capacitância da membrana ATi 0,3 da ordem de 10-8 F, de acordo com o
estabelecido na literatura de espectroscopia de impedância (MACDONALD, 2005; GARCIA
SANCHÉZ, 2002), está relacionada com o envolvimento do íon pela cadeia polimérica,
provavelmente, devido a formação de uma estrutura de geometria intramolecular, figura 6.7,
em que o íon interage com monômeros da mesma cadeia polimérica como evidencia a banda
em 820 cm-1 no espectro de infravermelho da membrana ATi 0,3, figura 6.8, que apresenta-se
em forma de ombro semelhante a mesma banda no NaAlg puro em forma de pó e membrana,
figuras 5.8 e 6.1, respectivamente, atribuída a CO e CCH, enquanto no espectro de
infravermelho do TiO2 puro (pó) a 25ºC, figura 5.2, essa banda é referente ao estiramento Ti-
O e apresenta-se forte e larga.
Tabela 6.9- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,3. Temperatura/ ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1 25 9,0 x 10-8 8,0 x 10-9 Fonte: Autora
139
6.4.3 Fluorescência de Raios X
A membrana ATi 0,3 foi caracterizado pelo método de fluorescência de raios X a fim
de se identificar os metais presentes na amostra e determinar semiquantitativamente o teor dos
elementos Na e Ti, como mostra a tabela 6.10.
Tabela 6.10- Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,3. T/ºC Na/% Ti/%
25 52,5 21,9 Fonte: Autora
6.5 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,4
6.5.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
A figura 6.10, apresenta espectro de infravermelho do ATi 0,4, no qual observa que
não há a banda referente ao OH. Os deslocamentos das bandas 1590 e 1407 cm-1
características do íon carboxilato na membrana de alginato de sódio usando água como
solvente, para 1594 e 1406 cm-1 na membrana ATi 0,4 sugere uma interação parcial entre os
componentes, provavelmente, a formação das ligações de hidrogênio, desta forma provocando
o deslocamento. A banda em 1293 cm-1 está relacionada ao estiramento C-O e uma outra
banda em 1024 cm-1 referente a vibração Ti-O-C. A banda em 781 cm-1 é referente aos
estiramentos C-C-O e C-C-H. As bandas em 820 e 905 cm-1 são identificadas na literatura
como os estiramentos CO, CCH, e CO, CCO, CCH respectivamente, e a banda 2354 cm-1 é
característica do CO2.
140
Figura 6.10- FTIR-ATR da membrana ATi 0,4.
Fonte: Autora
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 6.11.
Tabela 6.11- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da membrana ATi 0,4.
Número de Onda /cm-1 Atribuição 2354 CO2 1594/1406 Íon carboxilato 1293 Estiramento C-O 1024 Ti-O-C 905 CO, CCO, CCH 820 CO, CCH 781 C-C-O e C-C-H Fonte: Autora
6.5.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,4, figura 6.11. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas do
material estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp),
capacitância (C) e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), anexo II, e condutividade (σ),
tabela 6.12. Para determinar as resistências faz-se uma extrapolação do semicírculo para o
141
eixo de impedância real (Z’), enquanto que a capacitância é obtida relacionando-se a
freqüência no máximo do semicírculo com a resistência de polarização. Conhecendo a
resistência ôhmica, espessura da amostra (ℓ) e a área do eletrodo (A), calcula-se a
condutividade (σ), tabela 6.12 que permaneceu a mesma não sofrendo alteração em relação à
membrana ATi 0,3.
Figura 6.11- Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,4.
Fonte: Autora
Observa-se que com o aumento da concentração de titânio para ATi 0,4 a
condutividade da membrana permanece baixa na ordem de 10-9.Ω-1.cm-1, tabela 6.12,
diferente da membrana ATi 0,2 que apresentou uma boa condutividade da ordem de 10-4 Ω-
1.cm-1.
Tabela 6.12- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,4. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1 25 4,5 x 10-7 8,0 x 10-9 Fonte: Autora
A capacitância da membrana ATi 0,4 da ordem de 10-7 F, de acordo com o
estabelecido na literatura de espectroscopia de impedância MacDonald (2005, p. 239) e
142
Garcia-Sánchez et al. (2002, p. 2), está relacionada com o íon titânio interagindo com os
oxigênios do polímero pertencentes a dois monômeros gulurônicos de diferentes cadeias
poliméricas, provavelmente, devido a formação de uma estrutura de geometria intermolecular,
figura 6.12, portanto, causando um aumento na condutividade da membrana ATi 0,4, uma vez
que, nos compósitos ATi 0,2 e ATi 0,3 apresentaram uma capacitância na ordem de 10-7 F.
Este comportamento é sugerido devido a presença da bandas 1024 cm-1 relativas ao Ti-O-C,
no espectro de infravermelho, figura 6.10.
Figura 6.12- Estrutura intermolecular.
Fonte: Autora
6.5.3 Fluorescência de Raios X
A membrana ATi 0,4 foi caracterizado pelo método de fluorescência de raios X a fim
de se identificar os metais presentes na amostra e determinar semiquantitativamente o teor dos
elementos Na e Ti, como mostra a tabela 6.13.
143
Tabela 6.13- Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,4. T/ºC Na% Ti/%
25 38,2 47,8 Fonte: Autora
6.6 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,5
6.6.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
A membrana ATi 0,5, figura 6.13, observa que não há a banda referente ao OH. Os
deslocamentos das bandas 1590 e 1407 cm-1 características do íon carboxilato na membrana
de alginato de sódio usando água como solvente para 1590 e 1406 cm-1 na membrana ATi 0,5
sugere uma interação parcial entre os componentes, provavelmente, a formação das ligações
de hidrogênio, desta forma provocando o deslocamento. A banda em 1293 cm-1 está
relacionada ao estiramento C-O e uma outra banda em 1024 cm-1 referente a vibração Ti-O-C.
A banda em 781 cm-1 está relacionada aos estiramentos C-C-O e C-C-H. As bandas em 820 e
905 cm-1 são identificadas na literatura como a combinação dos modos vibracionais CO, CCH
e CO, CCO, CCH respectivamente, e a banda 2354 cm-1 é referente ao CO2.
Figura 6.13- FTIR-ATR da membrana ATi 0,5.
Fonte: Autora
144
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 6.14.
Tabela 6.14- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da membrana ATi 0,5.
Número de Onda /cm-1 Atribuição 2354 CO2 1594/1406 Íon carboxilato 1293 Estiramento C-O 1024 Ti-O-C 905 CO, CCO, CCH 820 CO, CCH 781 C-C-O e C-C-H Fonte: Autora
6.6.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,5. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas do material
estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp), capacitância (C)
e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), anexo II, e condutividade (σ), tabela 6.15. Para
determinar as resistências faz-se uma extrapolação do semicírculo para o eixo de impedância
real (Z’), enquanto que a capacitância é obtida relacionando-se a freqüência no máximo do
semicírculo com a resistência de polarização. Conhecendo a resistência ôhmica, espessura da
amostra (ℓ) e a área do eletrodo (A), calcula-se a condutividade (σ). A membrana apresentou
somente um semicírculo, figura 6.14.
145
Figura 6.14- Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,5.
Fonte: Autora
Observa-se que a condutividade da membrana ATi 0,5 teve um aumento de uma
ordem de grandeza, 10-8 Ω-1.cm-1, em relação aos compósitos 0,3 e 0,4 (10-9 Ω-1.cm-1).
Tabela 6.15- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,5. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1 25 2,2 x 10-7 5,6 x 10-8 Fonte: Autora
A capacitância da membrana ATi 0,5 da ordem de 10-7 F, de acordo com o
estabelecido na literatura de espectroscopia de impedância MacDonald (2005, p. 239) e
Garcia-Sánchez et al. (2002, p. 2), está relacionada com o íon titânio interagindo com os
oxigênios do grupo álcool pertencentes a dois monômeros gulurônicos de diferentes cadeias
poliméricas, provavelmente, devido a formação de uma estrutura de geometria intermolecular,
figura 6.12, portanto, causando um aumento na condutividade da membrana ATi 0,5, uma vez
que, nos compósitos ATi 0,2 e ATi 0,3 apresentaram uma capacitância na ordem de 10-7 F.
Este comportamento é sugerido devido a presença da banda 1024 cm-1 relativa ao Ti-O-C, no
espectro de infravermelho, figura 6.13.
146
6.6.3 Fluorescência de Raios X
A membrana ATi 0,5 foi caracterizado pelo método de fluorescência de raios X a fim
de se identificar os metais presentes na amostra e determinar semiquantitativamente o teor dos
elementos Na e Ti, como mostra a tabela 6.16.
Tabela 6.16- Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,5. T/ºC Na/% Ti/%
25 35,2 55,6 Fonte: Autora
6.7 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,6
6.7.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
O espectro de FTIR-ATR da membrana ATi 0,6 é mostrado na figura 6.15 observa-
se que a membrana não apresentou hidroxila em sua estrutura e nem a formação do ácido
algínico que ocorre em torno de 1730 cm-1. Apresenta deslocamentos das bandas 1590 e 1407
cm-1 características do íon carboxilato sofreram deslocamentos para 1594 e 1406 cm-1 na
membrana ATi 0,6 sugere uma interação parcial entre os componentes, provavelmente,
devido a formação das ligações de hidrogênio, desta forma provocando o deslocamento. A
banda em 1293 cm-1 está relacionada ao estiramento C-O e uma outra banda em 1024 cm-1
referente a vibração Ti-O-C. A banda em 781 cm-1 é relativa aos estiramentos C-C-O e C-C-
H. As bandas em 820 e 905 cm-1 são identificadas na literatura como a combinação dos
modos vibracionais CO, CCH e CO, CCO, CCH, respectivamente, e a banda 2354 cm-1 é
referente ao CO2.
147
Figura 6.15- FTIR-ATR da membrana ATi 0,6.
Fonte: Autora
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 6.17.
Tabela 6.17- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da membrana ATi 0,6.
Número de Onda /cm-1 Atribuição 2354 CO2 1594/1406 Íon carboxilato 1293 Estiramento C-O 1024 Ti-O-C 905 CO, CCO, CCH 820 CO, CCH 781 C-C-O e C-C-H Fonte: autora
6.7.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,6, figura 6.16. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas do
material estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp),
capacitância (C) e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), anexo II, e condutividade (σ),
tabela 6.18. Para determinar as resistências faz-se uma extrapolação do semicírculo para o
148
eixo de impedância real (Z’), enquanto que a capacitância é obtida relacionando-se a
freqüência no máximo do semicírculo com a resistência de polarização. Conhecendo a
resistência ôhmica, espessura da amostra (ℓ) e a área do eletrodo (A), calcula-se a
condutividade (σ). A membrana apresentou somente um semicírculo, figura 6.16.
Figura 6.16- Diagrama Nyquist para membrana ATi 0,6.
Fonte: Autora
Esta membrana apresentou condutividade de mesma ordem de grandeza da
membrana ATi 0,5 (10-8 Ω-1.cm-1).
Tabela 6.18- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,6. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1 25 1,4 x 10-7 6,3 x 10-8 Fonte: Autora
A capacitância da membrana ATi 0,6 da ordem de 10-7 F, de acordo com o
estabelecido na literatura de espectroscopia de impedância MacDonald (2005, p. 239) e
Garcia-Sánchez et al. (2002, p. 2), está relacionada com o íon titânio interagindo com os
oxigênios do grupo álcool pertencentes a dois monômeros gulurônicos de diferentes cadeias
poliméricas, provavelmente, devido a formação de uma estrutura de geometria intermolecular,
149
figura 6.12, portanto, causando um aumento na condutividade da membrana ATi 0,6, uma vez
que, nos compósitos ATi 0,2 e ATi 0,3 apresentaram uma capacitância na ordem de 10-7 F.
Este comportamento é sugerido devido a presença das bandas 1024 cm-1 relativas ao Ti-O-C,
no espectro de infravermelho, figura 6.15.
6.7.3 Fluorescência de Raios X
A membrana ATi 0,6 foi caracterizado pelo método de fluorescência de raios X a fim
de se identificar os metais presentes na amostra e determinar semiquantitativamente o teor dos
elementos Na e Ti, como mostra a tabela 6.19.
Tabela 6.19- Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,6. T/ºC Na/% Ti/%
25 48 32,4 Fonte: Autora
6.8 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,7
6.8.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
A membrana ATi 0,7, figura 6.17, apresenta deslocamentos das bandas 1590 e 1407
cm-1 características do íon carboxilato para 1594 e 1406 cm-1, na membrana ATi 0,8 sugere
uma interação parcial entre os componentes, provavelmente, devido a formação das ligações
de hidrogênio, desta forma provocando o deslocamento. A banda em 1293 cm-1 está
relacionada ao estiramento C-O e uma outra banda em 1024 cm-1 referente a vibração Ti-O-C.
A banda em 781 cm-1 está relacionada às ligações C-C-O e C-C-H. A banda característica do
CO2 apresenta uma intensidade menor comparada com as membranas ATi 0,2, ATi 0,3, ATi
0,4, ATi 0,5 e ATi 0,6. As bandas em 820 e 905 cm-1 são identificadas como os estiramentos
CO, CCH e CO, CCO, CCH, respectivamente. A banda em 781 cm-1 está relacionada aos
estiramentos C-C-O e C-C-H.
150
Figura 6.17- FTIR-ATR da membrana ATi 0,7.
Fonte: Autora
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 6.20.
Tabela 6.20- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da membrana ATi 0,7.
Número de Onda /cm-1 Atribuição 2354 CO2 1594/1406 Íon carboxilato 1293 Estiramento C-O 1024 Ti-O-C 905 CO, CCO, CCH 820 CO, CCH 781 C-C-O e C-C-H Fonte: Autora
6.8.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,7. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas do material
estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp), capacitância (C)
e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), anexo II, e condutividade (σ), tabela 6.21. Para
determinar as resistências faz-se uma extrapolação do semicírculo para o eixo de impedância
151
real (Z’), enquanto que a capacitância é obtida relacionando-se a freqüência no máximo do
semicírculo com a resistência de polarização. Conhecendo a resistência ôhmica, espessura da
amostra (ℓ) e a área do eletrodo (A), calcula-se a condutividade. A membrana apresentou
somente um semicírculo, figura 6.18.
Figura 6.18- Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,7.
Fonte: Autora
Houve um aumento significativo na ordem de grandeza na condutividade da
membrana ATi 0,7, tabela 6.21, de 10-5 Ω-1.cm-1.
Tabela 6.21- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,7. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1
25 3,6 x 10-8 7,8 x 10-5 Fonte: Autora
A capacitância da membrana ATi 0,7 da ordem de 10-8 F, de acordo com o
estabelecido na literatura de espectroscopia de impedância MacDonald (2005, p. 239) e
Garcia-Sánchez et al. (2002, p. 2), está relacionada com o envolvimento do íon pela cadeia
polimérica, provavelmente, devido a formação de uma estrutura de geometria intramolecular,
figura 6.7, em que o íon interage com monômeros da mesma cadeia polimérica como
152
evidencia a banda em 820 cm-1 no espectro de infravermelho da membrana ATi 0,7, figura
6.17, que apresenta-se em forma de ombro semelhante a mesma banda no NaAlg puro em
forma de pó e membrana, figuras 5.8 e 6.1, respectivamente, atribuída a CO e CCH, enquanto
no espectro de infravermelho do TiO2 puro (pó) a 25ºC, figura 5.2, essa banda é referente ao
estiramento Ti-O e apresenta-se forte e larga.
6.8.3 Fluorescência de Raios X
A membrana ATi 0,7 foi caracterizado pelo método de fluorescência de raios X a fim
de se identificar os metais presentes na amostra e determinar semiquantitativamente o teor dos
elementos Na e Ti, como mostra a tabela 6.22.
Tabela 6.22- Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,7. T/ºC Na/% Ti%
25 46,4 35,4 Fonte: Autora
6.9 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO COMPÓSITO ATi 0,8
6.9.1 Espectroscopia de Reflectância Total e Atenuada-ATR
A figura 6.19, mostra o espectro de infravermelho da membrana ATi 0,8. O espectro
mostra diferenças na forma e deslocamento das bandas. Há o surgimento de uma banda de
deformação OH em 3268 cm-1, estreita e intensa, característico de ligação intramolecular. As
bandas em 1590 e 1407 cm-1, do NaAlg puro, sofreram um deslocamento para 1595 e 1408
cm-1 e aumentou a intensidade. Há o surgimento da banda em 1088 e 1029 cm-1 relacionada
aos estiramentos CO, CCO e CC. A banda em 781 cm-1 está relacionada às ligações C-C-O e
C-C-H. A banda em 2354 cm-1característica do CO2. As bandas em 820 e 905 cm-1 são
identificadas na literatura aos estiramentos CO, CCH e CO, CCO, CCH, respectivamente. A
banda em 781 cm-1 é referente aos estiramentos C-C-O e C-C-H. A banda 1292 cm-1 está
relacionada ao estiramento C-O.
153
Figura 6.19- FTIR-ATR da membrana ATi 0,8.
Fonte: Autora
Todos os números de ondas das bandas espectrais, com suas respectivas indicações,
são mostrados na tabela 6.23.
Tabela 6.23- Números de ondas, com suas respectivas atribuições, a partir do espectro da membrana ATi 0,8.
Número de Onda /cm-1 Atribuição 2354 CO2 1595/1406 Íon carboxilato 1292 Estiramento C-O 1088/1029 CO, CCO, CC 905 CO, CCO, CCH 820 CO, CCH 781 C-C-O e C-C-H Fonte: Autora
6.9.2 Espectroscopia de Impedância
Os dados de impedância foram obtidos do diagrama Nyquist para a membrana ATi
0,8. A partir do diagrama Nyquist, obteve-se valores das propriedades elétricas do material
estudado, tais como; resistência ôhmica (RΩ), resistência de polarização (Rp), capacitância (C)
e freqüência no máximo do semicírculo (υmáx), anexo II, e condutividade (σ), tabela 6.24. Para
154
determinar as resistências faz-se uma extrapolação do semicírculo para o eixo de impedância
real (Z’), enquanto que a capacitância é obtida relacionando-se a freqüência no máximo do
semicírculo com a resistência de polarização. Conhecendo a resistência ôhmica, espessura da
amostra (ℓ) e a área do eletrodo (A), calcula-se a condutividade. A membrana apresentou
somente um semicírculo, figura 6.20.
Figura 6.20- Diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,8.
Fonte: Autora
A condutividade para a membrana ATi 0,8 diminuiu de uma ordem de grandeza (10-6
Ω-1.cm-1) em relação a aquela da membrana ATi 0,7 (10-5 Ω-1.cm-1).
Tabela 6.24- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist para a membrana ATi 0,8. Temperatura/ºC Capacitância/F Condutividade/ Ω-1.cm-1 25 8,5 x 10-8 1,0 x 10-6 Fonte: Autora
A capacitância da membrana ATi 0,8 da ordem de 10-8 F, de acordo com o
estabelecido na literatura de espectroscopia de impedância MacDonald (2005, p. 239) e
Garcia-Sánchez et al. (2002, p. 2), está relacionada com o envolvimento do íon pela cadeia
polimérica, provavelmente, devido a formação de uma estrutura de geometria intramolecular,
155
figura 6.7, em que o íon interage com monômeros da mesma cadeia polimérica como
evidencia a banda em 820 cm-1 no espectro de infravermelho da membrana ATi 0,8, figura
6.19, que apresenta-se em forma de ombro semelhante a mesma banda no NaAlg puro em
forma de pó e membrana, figuras 5.8 e 6.1, respectivamente, atribuída a CO e CCH, enquanto
no espectro de infravermelho do TiO2 puro (pó) a 25ºC, figura 5.2, essa banda é referente ao
estiramento Ti-O e apresenta-se forte e larga.
Observa-se que as condutividades das membranas ATi 0,3, ATi 0,4, ATi 0,5, ATi
0,6, ATi 0,7 e ATi 0,8 apresentaram valores menores em relação a membrana ATi 0,2. Este
comportamento pode ser atribuído a uma maior interação titânio-oxigênio do polímero à
medida que a concentração de titânio aumentou, provocando uma menor mobilidade iônica e,
consequentemente, uma menor condutividade.
6.9.3 Fluorescência de Raios X
A membrana ATi 0,8 foi caracterizado pelo método de fluorescência de raios X a fim
de se identificar os metais presentes na amostra e determinar semiquantitativamente o teor dos
elementos Na e Ti, como mostra a tabela 6.25.
Tabela 6.25- Percentual de sódio (Na) e titânio (Ti) na membrana ATi 0,8. T/ºC Na/% Ti/%
25 42,2 44,7 Fonte: Autora
A fluorescência de raios X das membranas, também, parece evidenciar a interação
intermolecular e intramolecular do íon titânio com o polímero, uma vez que a quantificação
percentual deste íon e do íon sódio do polímero apresenta-se variáveis em concordância com a
atribuição do íon titânio intercadeias ou intracadeias como se observa na tabela 6.26,
mostrando coerência com o comportamento das capacitâncias obtidas a partir das medidas de
impedância eletroquímica.
156
Tabela 6.26- Fluorescência de raios X das membranas.
Percentual/ % ATi 0,2 ATi 0,3 ATi 0,4 ATi 0,5 ATi 0,6 ATi 0,7 ATi 0,8 Na 40,9 52,5 38,2 35,2 48 46,4 42,2 Ti 35 21,9 47,8 55,6 32,4 35,4 44,7 Fonte: Autora
157
7 CONCLUSÕES
De acordo com os difratogramas de raios X os pós compósitos em todas as
concentrações estudadas (ATi4, ATi5, ATi7 e ATi8) apresentaram picos do carbonato
de sódio e titanato de sódio. Com o aumento da temperatura de calcinação (300, 500,
700, 900 e 1100ºC) não houve a completa transição de fase anatásio-rutilo. A influência
na transição de fase dos pós compósitos depende da substituição dos íons nos sítios do
Ti4+ produzindo defeitos, tais como vacâncias. Provavelmente, devido ao Na+ que induz
a redução dos íons Ti4+ para espécies Ti3+.
Os espectros de infravermelho dos compósitos em forma de pó e membrana
apresentaram deslocamentos nas bandas quando comparados com o espectro do alginato
de sódio puro, indicando uma modificação estrutural, ou seja, a formação do compósito.
A presença do titanato de sódio provocou um decréscimo na condutividade dos
pós compósitos, uma vez que, com o aumento da temperatura de calcinação no TiO2
puro houve um aumento na condutividade, provavelmente, devido a criação de
vacâncias de oxigênio.
Com o aumento da temperatura de calcinação ocorreu um aumento na difusão
dos pós compósitos ATi4, ATi5, ATi7 e ATi8. De acordo com a análise térmica do
alginato de sódio puro sua decomposição tem início acima de 150ºC e, então, a
formação do carbonato de sódio ocorre acima de 450ºC. Comportamento, também,
observado nos pós compósitos. Entretanto, acima de 600ºC o carbonato de sódio na
presença do dióxido de titânio começa a se decompor como pode ser observado nos
espectros de infravermelho, formando o titanato de sódio. Dessa forma, sugere-se que o
Na+ interage com o oxigênio ligante do TiO2 na fase rutilo modificando a estrutura
eletrônica do TiO2. Em conseqüência, há um aumento no transporte de vacâncias de
titânio, uma vez que, no TiO2 puro com o aumento da temperatura ocorreu uma
diminuição no transporte de vacâncias de titânio.
O pó compósito ATi4, a 25ºC e nas temperaturas de calcinação de 300, 500,
700 e 900ºC apresentaram capacitâncias na ordem de 10-11–10-10F referentes ao
contorno do grão, enquanto na temperatura de 1100ºC a capacitância foi da ordem de
10-12F e está relacionada ao interior do grão, enquanto nos pós compósitos ATi5, ATi7 e
ATi8, em todas as temperaturas estudadas, as capacitâncias são referentes ao contorno
do grão.
158
As capacitâncias das membranas ATi 0,2, ATi 0,3, ATi 0,7 e ATi 0,8 estão
relacionadas com o envolvimento do íon pela cadeia polimérica, provavelmente, devido
a formação de uma estrutura de geometria intramolecular em que o íon interage com
monômeros da mesma cadeia polimérica. As membranas ATi 0,4, ATi 0,5 e ATi 0,6
apresentaram capacitâncias relacionadas com o íon titânio interagindo com os oxigênios
do polímero pertencentes a dois monômeros gulurônicos de diferentes cadeias
poliméricas, provavelmente, devido a formação de uma estrutura de geometria
intermolecular.
Observa-se que as condutividades das membranas ATi0,3, ATi0,4, ATi0,5,
ATi0,6, ATi0,7 e ATi0,8 apresentaram valores menores em relação a membrana
ATi0,2. Este comportamento pode ser atribuído a uma maior interação titânio-oxigênio
do polímero à medida que a concentração de titânio aumentou, provocando uma menor
mobilidade iônica e, consequentemente, uma menor condutividade.
A fluorescência de raios X dos compósitos na forma de membrana, também,
parece evidenciar a interação intermolecular e intramolecular do íon titânio com o
polímero, uma vez que a quantificação percentual deste íon e do íon sódio do polímero
apresenta-se variáveis, em concordância com o comportamento capacitivo analisado a
partir das medidas de impedância eletroquímica.
Os resultados encontrados evidenciam que os compósitos na forma de pó, a
temperatura ambiente, e a membrana ATi0,2 podem ser direcionados ao estudo de
célula solar, pois, apresentam uma boa condutividade da ordem de grandeza de 10-4
(Ω.cm)-1. Este trabalho é de grande relevância, pois, até o presente, não são encontrados
trabalhos na literatura que utilizem membranas alginato de sódio/ dióxido de titânio no
estudo de dispositivos eletroquímicos.
159
8 PERSPECTIVAS PARA TRABALHO FUTURO
Com o intuito de obter mais informações sobre as interações dos compósitos
alginato de sódio-dióxido de titânio, será de extrema importância a utilização de outras
técnicas, tais como;
Microscopia eletrônica de varredura nos pós compósitos, uma vez que, permite
estudar a morfologia e diâmetro dos grãos e, assim, associar com os resultados obtidos
na condutividade.
Microscopia de força atômica nos filmes compósitos, a fim de analisar a
rugosidade e distribuição dos grãos na superfície desses filmes.
160
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170
ANEXO I
PÓS
Tabela 10.1- Parâmetros obtidos a partir dos diagramas Nyquist do pó TiO2 puro. TºC νmáx/Hz Rs/ohm RP/ohm C/F Log σ
25(a) 3,67 x 103 4,02397 x 103 3,21536 x 106 5,49091 x 10-11 -3,7 25(b) 1,501 1,96294 x 106 3,17230 x 107 1,02871 x 10-8 -6,4 300 2,88 x 103 3,45192 x 104 4,14118 x 106 5,91545 x 10-11 -4,6 500 3,67 x 103 3,77311 x 103 4,43023 x 106 4,50764 x 10-11 -3,7 700 0,85 x 103 7,87235 x 103 1,36293 x 107 5,04167 x 10-11 -3,9
900(a) 1,77 x 103 8,89803 x 102 1,10633 x 107 2,14419 x 10-11 -3,0 900(b) 0,722 4,41400 x 106 5,31242 x 108 6,67652 x 10-10 -6,7 1100 8,27 7,75534 x 102 6,90352 x 106 2,70516 x 10-11 -2,9
Fonte: Autora (a) 1º Semicírculo (b) 2º Semicírculo
Tabela 10.2- Parâmetros obtidos a partir do diagrama Nyquist do alginato de sódio como adquirido.
TºC νmáx/Hz Rs/ohm RP/ohm C/F Log σ
25 20,22 x 103 4,68332 x 103 8,94129 x 105 8,80 x 10-12 -3,77 Fonte: Autora
Tabela 10.3- Parâmetros obtidos a partir dos dados de impedância para o pó compósito ATi4. TºC νmáx/Hz Rs/ohm RP/ohm C/F Log σ
25 94,7 6,51330 x 103 2,10788 x 106 7,97 x 10-10 -3,91 300 1,085 x 103 2,41881 x 104 1,96031 x 106 7,48 x 10-11 -4,10 500 0,666 x 103 4,84519 x 104 7,33310 x 106 3,26 x 10-11 -4,78 700 32,9 x 103 1,03623 x 105 3,07473 x 105 1,57 x 10-11 -4,11
900 27,99 4,27295 x 105 6,98570 x 107 1,49 x 10-10 -5,72 1100(a) 20,22 x 103 8,97883 x 105 8,83637 x 105 8,91 x 10-12 -4,05 1100(b) 3,120 1,384010 x 106 2,11026 x 107 2,00 x 10-9 -6,24
Fonte: Autora (a) 1º Semicírculo (b) 2º Semicírculo
Tabela 10.4- Parâmetros obtidos a partir dos diagramas Nyquist para o pó compósito ATi5. TºC νmáx/Hz Rs/ohm RP/ohm C/F Log σ
25 35,7 4,42594 x 103 2,24394 x 106 1,00 x 10-9 -3,74 300 1,085 x 103 1,10550 x 104 6,45939 x 106 2,27 x 10-11 -4,14
500 4,68 x 103 2,28258 x 104 7,18988 x 105 4,73 x 10-11 -4,46 700 5,98 x 103 2,19522 x 104 9,05879 x 105 2,94 x 10-11 -4,44 900 5,98 1,24877 x 104 1,48589 x 108 3,82 x 10-10 -4,19 1100 6,48 6,93669 x 105 1,34248 x 108 5,31 x 10-10 -5,93
Fonte: Autora
171
Tabela 10.5- Parâmetros obtidos a partir dos diagramas Nyquist para o pó compósito ATi7. TºC νmáx/Hz Rs/ohm RP/ohm C/F Log σ
25 13,47 6,17206 x 103 8,34427 x 106 1,00 x 10-9 -3,91 300 251,2 5,45440 x 103 1,04267 x 106 6,08 x 10-10 -4,83 500 111,4 x 103 6,12980 x 103 5,00347 x 104 2,85 x 10-11 -4,89 700 9,73 x 103 1,60793 x 104 5,68847 x 105 2,87 x 10-11 -4,30 900(a) 32,9 x 103 2,27269 x 104 6,67014 x 105 3,81 x 10-11 -4,12 900(b) 1,501 7,05477 x 105 3,00504 x 107 3,00 x 10-9 -5,95 1100 251,2 1,86145 x 105 6,12229 x 107 4,63 x 10-11 -5,37
Fonte: Autora (a) 1º Semicírculo (b) 2º Semicírculo
Tabela 10.6- Parâmetros obtidos a partir dos diagramas Nyquist para o pó compósito ATi8. TºC νmáx/Hz Rs/ohm RP/ohm C/F Log σ
25 35,7 5,52763 x 103 4,49240 x 106 9,92 x 10-10 -3,84 300(a) 0,850 x 103 5,73038 x 103 1,24977 x 106 1,49 x 10-10 -4,86 300(b) 131,1 x 10-3 1,25109 x 106 5,80180 x 107 2,09 x 10-8 -6,19 500(a) 4,68 x 103 1,33407 x 104 3,74277 x 105 9,08 x 10-11 -4,22 500(b) 1,501 1,90201 x 105 3,51595 x 106 3,00 x 10-8 -5,37 700 0,321 x 103 1,01238 x 104 1,52023 x 107 3,26 x 10-11 -4,10
900 6,48 1,03980 x 105 1,39178x 108 4,40 x 10-10 -5,11 1100 3,98 5,89872 x 105 3,87752 x 108 2,26 x 10-10 -5,86
Fonte: Autora (a) 1º Semicírculo (b) 2º Semicírculo
172
ANEXO II
MEMBRANAS
Tab.11.1- Parâmetros obtidos a partir dos diagramas Nyquist para as membranas. Filmes νmáx/Hz Rs/ohm RP/ohm C/F Log σ
NaAlg em água 14,61 x 10-3 1,29341 x 106 9,42024 x 107 1,1 x 10-7 -8,5 NaAlg em etanol 38,7 x 10-3 5,06477 x 105 1,24669 x 108 1,8 x 10-8 -8,1
0,2 30,36 x 10-3 1,65618 x 101 8,35843 x 107 6,2 x 10-8 -3,6 0,3 102,7 x 10-3 1,92764 x 105 1,71315 x 107 9,0 x 10-8 -8,1 0,4 30,36 x 10-3 3,49111 x 105 4,86267 x 107 4,5 x 10-7 -8,1 0,5 23,79 x 10-3 1,68982 x 105 3,08335 x 107 2,2 x 10-7 -7,2 0,6 30,36 x 10-3 4,30903 x 104 3,69795 x 107 1,4 x 10-7 -7,2 0,7 49,40 x 10-3 2,18217 x 101 8,77246 x 107 3,6 x 10-8 -4,1 0,8 38,70 x 10-3 2,76691 x 103 4,81343 x 107 8,5 x 10-8 -6,0 Fonte: Autora
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ANEXO III
Figura 12.1- Espectro de infravermelho do precursor tetrabutóxido de titânio.
Fonte: Autora