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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA ESTADUAL MANOEL MARÇAL DE ARAÚJO: PERSPECTIVAS PARA MÚLTIPLAS COMPREENSÕES DO ALUNO AUTISTA ADRIANA MELO MAGALHÃES Belém 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA ESTADUAL MANOEL MARÇAL DE

ARAÚJO: PERSPECTIVAS PARA MÚLTIPLAS COMPREENSÕES DO ALUNO

AUTISTA

ADRIANA MELO MAGALHÃES

Belém

2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

ADRIANA MELO MAGALHÃES

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA ESTADUAL MANOEL MARÇAL DE

ARAÚJO: PERSPECTIVAS PARA MÚLTIPLAS COMPREENSÕES DO ALUNO

AUTISTA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação do Mestrado Profissional em Ciências

e Meio Ambiente da Universidade Federal do

Pará, para obtenção do título de Mestre em

Ciências e Meio Ambiente.

Orientador: Prof. Dr. Claudio Nahum Alves

Belém

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD Sistema de Bibliotecas da

Universidade Federal do Pará

Gerada automaticamente pelo módulo Ficat, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

M188e Magalhães, Adriana Educação Ambiental na Escola Estadual Manoel Marçal de

Araújo:perspectiva para múltiplas compreensões do aluno autista / Adriana Magalhães. — 2019. 70 f. : il. color.

Orientador(a): Prof. Dr. Claudio Alves Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em

Ciências e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Universidade Federal do Pará, Belém, 2019.

1. Educação Ambiental, Múltiplas Compreensões,

Autismo . I. Título.

CDD 372.357

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA ESTADUAL MANOEL MARÇAL DE

ARAÚJO: PERSPECTIVAS PARA MÚLTIPLAS COMPREENSÕES DO ALUNO

AUTISTA

Relatório final, apresentado a Universidade

Federal do Pará UFPA, como parte das

exigências para obtenção do título de

Mestre.

Belém (PA): 05 / 11 /2019

Banca Examinadora

________________________________________ PROF. DR. Claudio Nahum Alves (UFPA)

Orientador

__________________________________________

PROF. DR. Gilmar Walzeler Siqueira (UFPA)

___________________________________________ PROFª DRª Nadime Mustafa Moraes (UEA)

Belém 2019

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos estudantes autistas meu repeito e admiração, as

professoras Ana Cristina e Maria Gomes e a gestora Aida Greice pelo compromisso

repleto de amor em evidenciar as habilidades dos seus alunos.

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AGRADECIMENTOS

À DEUS por me conduzir no caminho da Educação Especial/Inclusiva, a Ele toda

Honra e toda Glória é Dele a vitória alcançada em minha vida.

Ao meu esposo Fernando, meu filho futuro diplomata Daniel e minha filha lindona,

Daniele sua colheita será repleta de excelentes frutos.

A família que é o pilar da vida de todo ser humano.

Aos amigos que sempre estiveram de prontidão para dar-me socorro, em especial, à

Jane Bastos e à Alderise Esteves pelo empenho e carinho na ideia do título até a

dissertação.

Ao meu orientador, profº. Dr. Cláudio Nahum Alves, por ter acolhido a ideia no

primeiro módulo, aceitado o desafio, depois pelo conhecimento compartilhado, pela

serenidade e sabedoria com que conduziu o processo de construção desse

trabalho. Eterna gratidão professor!

Aos Coordenadores do Programa Drº. Davi Socorro e Drº. Claudio Nahum por tanta

sabedoria e empenho na realização do curso.

À turma da sala de aula de Mestrado pelo apoio e torcida nos trabalhos

apresentados... éramos somente discentes sonhadores naqueles momentos.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente da

UFPA (Universidade Federal do Pará), pois não mediram esforços para viajar para o

Estado do Amazonas, ampliando e compartilhando o conhecimento, foram

momentos bastante relevantes para nosso crescimento.

Aos alunos da Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo participantes da pesquisa,

sem vocês nada seria possível.

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SUMÁRIO

CAPITULO I

1.0 INTRODUÇÃO 10

1.1 JUSTIFICATIVA 15

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL 16

1.2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 16

1.3 CONTRIBUIÇÃO E RELEVANCIA DO TEMA 16

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 17

1.5 ESCOPO DA PESQUISA 18

CAPITULO II

2.0 REVISÃO DA LITERATURA 19

2.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 19

2.2 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E

BNCC

23

2.3 TEORIA DA MENTE 28

2.3.1 TEORIA DA MENTE NOS INDIVIDUOS COM

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

33

2.3.2 TEORIA DA MENTE NO ÂMBITO ESCOLAR 35

2.4 DESENHO UNIVERSAL PARA APRENDIZAGEM 38

2.5 LDB/LBI 39

2.6 AUTISMO 41

CAPITULO III

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 44

3.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA 45

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 47

3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA 48

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3.4 COLETA DE DADOS 48

CAPITULO IV

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 53

CAPITULO V

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 55

5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS

FUTUROS

56

5.2 REFERÊNCIAS 57

ANEXOS 67

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Lista de Figuras

Figura 1: Dia Mundial da Água

Figura 2: Imagem – vídeo - Água: Vida e Alegria

Figura 3: Maquete – Rio limpo/Rio Poluído

Figura 4: Atividade padronizada

Figura 5: Mural – Água no nosso cotidiano

48

51

51

52

53

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Lista de Siglas

TEA – Transtorno do Espectro Autista

QI – Quociente Intelectual

DUA – Desenho Universal para Aprendizagem

BNCC – Base Nacional Comum Curricular

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

LBI – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

CNE – Conselho Nacional de Educação

CNE/CP – Conselho nacional de Educação/Conselho Pleno

DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais

CEB – Câmara da Educação Básica

PNE – Plano Nacional de Educação

PAEE – Público Alvo da Educação Especial

DSM V – Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

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RESUMO

A presente pesquisa disserta sobre os conteúdos estruturados e de fundamentos da

educação ambiental existente na atualidade, com questões relevantes, muito se

discute, por exemplo, sobre a Água. Ao receber o aluno autista na escola, a equipe

docente precisa aprimorar as estratégias pedagógica tais como: elaborar plano

educacional individualizado, traçar objetivos claros e incluindo a rotina da escola.

Buscando estabelecer verdadeiros vínculos com amor, pois, os alunos com TEA

precisam de reforçadores ao realizar suas atividades. Assim a Teoria da Mente no

se refere à capacidade de realizar inferências sobre estados mentais, é de suma

importância à compreensão dos aspectos cognitivos e comportamentais dos alunos,

para que possam realizar uma intervenção eficaz. Outra prática pedagógica que

pode colaborar para um aprendizado efetivo é o Desenho Universal para

Aprendizagem (DUA) objetivando estimular o interesse e a motivação para a

aprendizagem apresentando informações e conteúdos de diferentes maneiras

permitindo que o aluno expresse o que aprendeu de diversas formas. O Objetivo

desta pesquisa é analisar as possíveis perspectivas de compreensão do aluno

autista frente ao meio ambiente no qual está inserido, utilizando o recurso do

Desenho Universal para Aprendizagem como procedimento na observação no

processo de aprendizagem. Os participantes da pesquisa foram 10 alunos de ambos

os sexos da Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo, localizada na cidade de

Manaus.

Palavras-chave: educação ambiental, múltiplas compreensões, autismo.

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ABSTRACT

This research discusses the structured content and fundamentals of environmental

education that exists today, with relevant issues, much is discussed, for example,

about Water. When receiving the autistic student at school, the teaching team needs

to improve the pedagogical strategies such as: elaborating an individualized

educational plan, setting clear objectives and including the school routine. Seeking to

establish true bonds with love, therefore, students with ASD need reinforcers when

carrying out their activities. Thus the Theory of Mind does not refer to the ability to

make inferences about mental states, it is of paramount importance to understand

the cognitive and behavioral aspects of students, so that they can perform an

effective intervention. Another pedagogical practice that can contribute to effective

learning is Universal Design for Learning (DUA) aiming to stimulate interest and

motivation for learning by presenting information and content in different ways

allowing the student to express what he has learned in different ways. The objective

of this research is to analyze the possible perspectives of understanding of the

autistic student in face of the environment in which he is inserted, using the Universal

Design for Learning resource as a procedure in the observation of the learning

process. The research participants were 10 students of both sexes from the Manoel

Marçal de Araújo State School, located in the city of Manaus.

Keywords: environmental education, multiple understandings, autism

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CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

Vivemos uma época em que a sociedade deste século promove a educação

ambiental como uma das temáticas relevantes para o futuro do planeta em que

habitamos. É imprescindível que essa educação seja realizada na escola como

também em espaços não formais, mas sem dúvida a escola é um espaço

privilegiado para promover a educação supracitada, pois “a escola é um espaço que

tem como finalidade proporcionar a integração no convívio social e o pleno

desenvolvimento do aluno de forma integral”. (Lang, Godo, 1999, p.130).

O espaço escolar é um espaço, dentre os quais onde podemos destacar família,

clube, igreja, shopping, empresas, espaços onde não somente os alunos, bem como

docentes e corpo técnico exercem a cidadania, ou seja, comportam-se em relação a

seus direitos e deveres.

Desta forma, a escola vem ser um espaço que se pode ampliar o conhecimento

do aluno proporcionando o exercício da cidadania, da solidariedade, o respeito ao

próximo e assim respeitar o meio ambiente que habita.

Assim “o desenvolvimento da cidadania e a formação da consciência ambiental

tem na escola um local adequado para sua realização através de um ensino ativo e

participativo, capaz de superar os impasses e insatisfações vividas de modo geral

pela escola na atualidade, calcados de modos tradicionais” (PENTEADO, 2010, p.

59-60).

Ao falarmos em educação ambiental no espaço escolar geralmente esta ideia

ambiental está associada à determinada prática de limpeza de algum lugar poluído,

como exemplo que podemos citar seria que adquirimos um costume equivocado de

dizer: “hoje vamos limpar tal coisa em determinado lugar, vamos limpar o rio” que é

realizado somente naquele dia, e não se torna esse comportamento um hábito, pois

a educação ambiental não é simplesmente limpar algo ou lugar, e sim ensinar o

aluno para que ele possa incluir no seu cotidiano um comportamento ambiental

através da educação ambiental.

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O comportamento ambiental é aquele conjunto de práticas que favorece,

direta ou indiretamente, o meio ambiente, ou seja, um conjunto de ações

intencionais, dirigidas e efetivas, que respondem a exigências sociais, individuais e

resultam em proteção ao meio ambiente. (Cavalcante: Eliali, 2011).

Quando a educação ambiental é trabalhada no ambiente escolar de forma

efetiva, os alunos são capazes de construírem uma nova visão, mais crítica,

adquirirem novos comportamentos perante as suas práticas e atitudes, conseguem

se posicionar de forma crítica e reflexiva diante de temas diversificados.

Dessa forma, a educação ambiental pretende alcançar também o despertar

do cuidado para com o meio ambiente em todas as pessoas, incluindo os alunos

com necessidades educacionais especiais, neste sentido, a educação ambiental e a

educação especial possuem pontos em comum, como a reflexão coletiva, a

solidariedade, a importância de se contemplar a diversidade sem praticas de

exclusão, a não competição, a busca pela consolidação das relações de igualdade e

equidade.

Nessa busca pela consolidação das relações de igualdade e equidade

referente à educação ambiental e educação especial dispomos dos alunos com

transtorno do espectro autista (TEA) matriculados na Escola Estadual Manoel Marçal

de Araújo.

O Transtorno do Espectro Autista é um assunto que em dias atuais tem

ganhado ênfase, principalmente quando se aborda sobre aprendizagem. Gaiato

(2018) pontua que os professores mostram muito interesse em como fazer para

ensinar as crianças com autismo, mas sabendo que, muitas vezes, isso não é

simples.

Ainda citando Gaiata (2018) a criança com autismo tem capacidade de

aprender, porém o faz de uma maneira diferente. Entender as dificuldades que cada

criança traz consigo e ensiná-la a partir disso é o maior desafio de um educador, que

pode fazer uma diferença incrível na vida de uma criança com autismo.

As habilidades sociais são coordenadas por um conjunto de áreas do cérebro

que formam cadeias associativas para o desenvolvimento social. O homem é o

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único ser que possui habilidade de “ler a mente” de outras pessoas, que interpreta

sinais sutis. A compreensão das intenções do outro que nos permiti inferir o que o

outro está fazendo ou pretende fazer. A pessoa com autismo tem dificuldades em

inferir ou deduzir. ( Gaiato, 2018, p.66).

As particularidades especificas dos indivíduos com autismo são, em grande

parte, responsáveis por dificuldades de aprendizagem escolar, assim sendo é

importante entender como se dá o processo de aprendizagem nesses indivíduos. Do

ponto de vista das teorias cognitivas destacamos algumas como a Teoria da

Coerência Central, Teoria da Disfunção Executiva, Teoria da Mente e a teoria da

Sistematização-Emaptia que buscam explicar a cognição humana, ou seja, o

processo de adquirir conhecimento. As teorias cognitivas podem contribuir para o

atendimento do processo de aprendizagem do aluno autista.

Os alunos tem o direito aos recursos que eles precisam dentro de qualquer

escola, não ficando os recursos a cargo somente das escolas especiais. O ideal é

tentar realizar as mesmas atividades que os outros alunos realizam, mas quando

não for possível, é extremamente necessário construir materiais com adaptações

que possam aumentar gradativamente o grau de dificuldade e sempre iniciando do

concreto para o abstrato.

Diante disso, tem-se como objeto de pesquisa verificar o processo de

aprendizagem de conteúdos escolares nas aulas de educação ambiental com alunos

com TEA, especificamente a compreensão sobre o tema Água em escola especial,

onde acredita se que seja ofertada uma proposta pedagógica que atenda as

necessidades educacionais especiais. Partindo do objeto definido optou-se pela

Teoria da Mente, como abordagem cognitiva, como fundamento para explicação das

dificuldades de compreensão de alunos com autismo, relatadas pela professora

regente.

Atualmente partindo das mudanças estabelecidas no DSM V o TEA é dividido

em nível 1,2 e 3, com base nos níveis de apoio e de intervenção que a pessoa com

autismo pode precisar receber. Algumas das características das pessoas com TEA

são dificuldades na linguagem receptiva e expressiva, dificuldade na aprendizagem

de relações arbitrárias, dificuldade de memória sequencial, de forma a demonstrar

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comportamentos inadequados por não saber o que vai ocorrer. Várias dessas

habilidades são importantes para aprendizagem de repertórios de leitura e escrita, e

a defasagem delas pode dificultar o processo de ensino e aprendizagem. ( Millian &

Postalli, 2019).

Diante do exposto, tem-se como hipótese que é possível realizar adaptações

sobre os processos de aquisição da compreensão de alunos com TEA,

considerando a Teoria da Mente à procura de ganhos cognitivos e mudanças de

comportamento da aprendizagem do público selecionado. Para verificação da

hipótese adotou-se um delineamento metodológico de abordagem qualitativa,

classificando-se a pesquisa, quanto aos seus objetivos como descritiva. Os

procedimentos são observação e devido ao número reduzido de participantes, a

pesquisa caracteriza-se como estudo de caso. Os participantes são dez alunos,

sendo 08 com diagnóstico de autismo, ambos do sexo masculino e feminino, com

idades entre 10 e 13 anos.

Neste contexto, o presente estudo tem como justificativa o fato de ser um

tema relevante para sociedade por trazer ampliação do conhecimento para os

profissionais de educação, que devem estar preparados para receberem os alunos

com características peculiares e responderem ás suas demandas a partir do estudo

do processo de aprendizagem do aluno autista.

E tem como objetivo geral analisar as possíveis perspectivas de compreensão

do aluno autista frente ao meio ambiente no qual está inserido, utilizando o desenho

universal para aprendizagem como instrumento de observação no processo de

aprendizagem. Dessa maneira o trabalho foi dividido em cinco capítulos, sendo os

dois primeiros são de fundamentação teórica.

O capitulo I apresenta a introdução, justificativa, objetivo geral e específicos,

contribuição e relevância do tema, a delimitação da pesquisa e o escopo da

pesquisa.

No capitulo II expõe a revisão da literatura estabelecendo uma ordem

documental iniciando pela educação ambiental, lei de diretrizes e bases da

educação, lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência, parâmetros

curriculares nacionais, base nacional comum curricular e seguindo por um breve

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histórico sobre autismo, correntes cognitivista como a Teoria da Mente, Teoria da

Mente nos indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, Teoria da Mente no

âmbito escola e o Desenho Universal para Aprendizagem (DUA).

Após a apresentação da revisão da literatura apresentamos o capitulo III

compondo-se dos procedimentos metodológicos, especificação do problema da

pesquisa, caracterização da pesquisa, participantes da pesquisa e coleta de dados.

Por fim o capitulo IV apresenta o resultado e discussões e o capitulo V as

considerações finais com recomendações para trabalhos futuros.

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1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Ao caminhar nas escolas públicas estaduais para realizar assessoramento

técnico pedagógico, sempre foi ressaltado por docentes as dificuldades de ensinar e

demonstrar o aprendizado do aluno com deficiência seja, intelectual, auditiva, visual,

porém afirmam que o deficiente intelectual fica quieto, acompanha de forma mais

lenta e não interrompe o andamento da aula, deficiente auditivo possui a Língua

Brasileira de Sinais para se comunicar, o deficiente visual dispõe o sistema Braille e

Soroban para escrever.

Nas décadas de 70 e 80, o Transtorno do espectro Autista (TEA) passa a ser

visto, principalmente, como um distúrbio cognitivo, sendo concebido como um

transtorno do desenvolvimento envolvendo déficits cognitivos de leve a severo com

origem em alguma forma de disfunção cerebral. A observação da existência de

déficits cognitivos leva á consideração de questões que envolvem os processos de

atenção, memória, sensibilidade a estímulo e linguagem. ( LAMBRIA, 2004).

A escolha de pesquisar o aluno com TEA se deu pela problemática em

atendê-lo pedagogicamente considerando que o seu QI pode ser abaixo, na média

ou acima da média, pois o aluno autista percebe e vive o mundo ao seu redor de

maneira distinta dos demais, o que suscita a necessidade de inclusão, assistência e

terapêutica.

Gadia (2016) aponta os modelos mais eficazes de aprendizagem devem

possuir as seguintes características: conteúdo integrado a várias áreas temáticas;

instrução sistemática e estruturada segundo princípios comportamentais, uso de

pistas como um meio de favorecer; instrução multissensorial; e aprendizagem de

novas informações por meio da experiência pessoal e situação da vida real.

Contudo, nenhuma intervenção é eficaz para todos os indivíduos com TEA, deste

modo é possível recorrer a outros métodos.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as possíveis perspectivas de compreensão do aluno autista frente ao

meio ambiente no qual está inserido, utilizando o desenho universal para

aprendizagem como instrumento de observação no processo de aprendizagem.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Investigar conteúdos de ciências da natureza e a relação entre o aluno

autista, meio ambiente e a educação ambiental;

Avaliar os recursos didáticos, metodologias/estratégias e o desenho

universal para aprendizagem atendem as necessidades educacionais do aluno

autista;

Elaborar uma cartilha com intuito de ampliar o conhecimento dos familiares e

do corpo docente/técnico quanto à trajetória do processo de compreensão e

aprendizado do aluno autista nas aulas de educação ambiental.

1.3 CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DO TEMA

As contribuições e relevância voltadas para Educação Ambiental atuam

perante diversos aspectos:

Quantos aos aspectos ambientais: A carência de sensibilização, a

conscientização da sociedade e falta de investimento por parte das políticas públicas

assegurada na Constituição Federal no Art. 225. Afirma-se que:

Todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público

e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras

gerações. (BRASIL, Constituição, 1988).

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No seu § 1º e para garantir a efetividade desse direito no VI menciona

“promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino (inclui-se a educação

especial) e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” .

(BRASIL, Constituição, 1988).

Quanto aos aspectos educacionais: Na era da tecnologia, a urgência em

manter o aluno desde a primeira infância de forma mais conectada com a natureza,

perpassando por investimentos em uma educação mais sensível as questões

atreladas à sustentabilidade e evidenciarmos a importância da preservação do meio

ambiente e de um hábito mais verde. A legislação de nº 9795/99 em seu Art. 2º

afiança que “A educação ambiental é um componente essencial e permanente da

educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis

ensino e modalidade do processo educativo, em caráter formal e não formal” .

(ADAMS, 1999).

Quanto aos aspectos sociais: Diante do exposto a sociedade compreende a

importância do engajamento da família e escola nesse processo para transformação

social essencial ao meio ambiente.

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A atual pesquisa, quanto à abordagem do problema classifica-se como

qualitativa. Nessa natureza da realidade estudada é aplicada; Na pesquisa

qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas. O

desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O conhecimento do pesquisador é

parcial e limitado. O objetivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e

ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de

produzir novas informações (DESLAURIERS, 1991, p. 58).

Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva exige do

investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de

estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade

(TRIVIÑOS, 1987).

E quanto aos procedimentos trata-se de um estudo de caso; pode ser

caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida como um programa,

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uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa

conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se

supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais

essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser

estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode decorrer de

acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura compreender como é o

mundo do ponto de vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática, que visa

simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto quanto possível completa e

coerente, do objeto de estudo do ponto de vista do investigador (FONSECA, 2002,

p. 33).

1.5 Escopo da Pesquisa

A finalidade da pesquisa está articulada com a educação especial e ambiental

na qual objetiva analisar e descrever as possíveis perspectivas de compreensão do

aluno autista frente ao meio ambiente no qual está inserido, sendo voltada para

práticas pedagógicas que possa se fazer uso de o julgamento moral e

consequentemente demonstrar a compreensão frente ao conteúdo ministrado.

Informa-se que o universo que foi realizado as atividades pedagógicas possui

10 (dez) alunos e 01 (uma) professora da Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo

localizada na cidade de Manaus.

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CAPÍTULO II

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Antunes (2008) assegura que a educação pode ser entendida como uma

prática social que tem por finalidade desenvolver o ser humano e para isso ela se

ampara de diferentes saberes que existem em cada cultura. Educar é uma forma de

estabelecer o contato com o outro e com a natureza de inventar e utilizar o que é

comum a todos nós como trabalho, modo de vida e o comportamento e em cada

cultura encontramos uma maneira diferente de educar.

Nas sociedades indígenas Cohn (2001) destaca que a educação faz parte

da vida em comunidade, para o índio aprender é partilhar uma base comum de

conhecimento com o seu grupo, os mais velhos contam e cantam para os mais

novos os mitos, as lendas, os sonhos e assim se vai reforçando a visão de mundo

da tribo.

Para Fernandes (1989) afirma que os povos indígenas possuem espaços e

tempos educativos próprios, dos quais participam a pessoa, a família e a

comunidade, sendo a educação assumida como responsabilidade coletiva. E ela

acontece em processo: ao longo de sua vida uma pessoa está sempre aprendendo.

Conforme Liao (2001), a cultura oriental nota o ser humano como parte

integrada da natureza, cada gesto, cada atividade nossa está intimamente ligado

com tudo que está em nossa volta com o céu, a terra, a água e o ar por isso

precisamos de maior grau de consciência da nossa situação e de quem está a nossa

volta e isso pode ser observado na prática de tae chi chun, onde se utiliza

movimentos lentos, respirando trocando energias com a natureza através de gesto

suave e através dessa prática podem perceber cada vez melhor a nossa situação e

a nossa convivência orgânica comum e isso é respeito pela natureza.

Na modernidade, mantém o significado latino, enfatizando o desprendimento

material e afastando-se dos exercícios físicos e espirituais. Somente as tradições

orientais mantêm-se fiéis a este exercitar que vai da luta à meditação e

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contemplação, como por exemplo, o tae-kwon-do, tai- -chi-chuan, etc. (SALIS,

2016).

Até o século V antes de Cristo o mito, a religião e arte da Grécia se

inspiravam na natureza deuses e deusas regiam a colheita, o plantio, a caça e a

coruja, por exemplo, representava a sabedoria (ESTEVAM, 2013).

Na sociedade ocidental moderna, segundo Joslin et al (2017), esta

estabelece um modo muito peculiar de abordar a relação da sociedade com a

natureza. De um lado enxerga a natureza como um objeto como uma fonte

inesgotável de recursos e de outro lado enxerga o ser humano como dominador

dono de todas as coisas, como não houvesse nenhum limite dessa relação da

sociedade com a natureza.

Cada cultura engendra uma determinada ideia do que seja natureza. Neste

sentido, tem-se que cada forma em que os homens se organizaram para conduzir e

reproduzir a vida material deu origem a concepções distintas deles próprios e dos

demais constitutivos da natureza. Salienta-se que essas, por sua vez, são forjadas

no plano socioeconômico, político e cultural de acordo com as relações

estabelecidas entre os sujeitos sociais (GONÇALVES, 1990).

Isso traz implicações extremamente graves na relação que o ser humano

estabelece com a natureza e depende da formação dos cientistas, ou se forma em

ciências naturais ou se forma em ciências humanas conhecendo uma dinâmica ou

outra, acontece que o meio ambiente é na verdade a unidade complexa do homem e

natureza e essa visão que dicotomiza é parte do problema que precisa ser

superado.

[...] não se deve ter a ingenuidade de acreditar que tal dicotomia – característica marcante do pensamento ocidental – firmou-se perante outras concepções por ser superior ou mais racional, desbancando-as, mediante lutas com outras formas de pensamento e distintas práticas sociais. (GONÇALVES, 1990, p.23.).

No século XX o conceito de natureza predominante na cultura ocidental

começou a ser questionado com o surgimento do movimento ambientalista. Os

movimentos ambientalistas mundiais cresceram, devido a notável queda da

qualidade ambiental gerada pela ganância em busca de lucro a qualquer custo e

pela exploração predatória dos recursos naturais (KRAETZIG, 2008)

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Estocolmo na Suécia no ano de 1972 Nascimento (2012) descreve que

ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre ambiente humano foi o primeiro

evento mundial em torno de questões ambientais, foi lá que a primeira vez que se

discutiu a relação entre seres humanos e o meio ambiente começou a ser

repensada e questionada a nível internacional, essas ideias começaram a ser

incorporada pela educação e nessa ocasião que surgiu a proposta de educação

ambiental.

Em 1975 Belgrado na capital da Sérvia, Patton (2017) afirma que o

seminário internacional criou um dos primeiros e mais importantes documentos

referentes à educação ambiental, a carta de Belgrado, este documento propôs a

adoção de uma nova ética global voltada para o combate à fome, a miséria, o

analfabetismo, poluição e a exploração do homem pelo homem. Foi nesse momento

que as questões sociais começaram a ser consideradas juntamente com as

questões ambientais.

Pelicione (1998) ressalta que em 1977 na Rússia cinquenta países se

reuniram para primeira conferência internacional de educação ambiental que

reafirmou as posições de Belgrado, foi lá que pela primeira vez ficou explicita a

necessidade de se considerar de forma igualitária, o meio social, o meio cultural e o

ecológico. A partir de Tbilisi a educação começou a ser concebida dentro de um

novo ângulo, como um projeto transformador, crítico e político. Nem sempre esse

caráter critico e transformador esteve presente nas propostas da educação

ambiental, mas nos países desenvolvidos mesmo depois de Tbilisi a proposta da

educação ambiental priorizava a preservação do meio natural, foram principalmente

os países do terceiro mundo que passaram a adotar uma abordagem crítica,

integrando os meios natural e social nos projetos educativos.

Segundo Dias (1998) na Conferência de Tbilisi a Educação Ambiental foi

conceituada como uma dimensão dada ao conteúdo e a prática da educação,

voltada para a resolução das questões concretas sobre o meio com enfoques

interdisciplinares e a participação ativa e responsável de cada pessoa e do coletivo.

No Brasil, na cidade do Rio de Janeiro 1992 aconteceu a Conferencia das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento mais de 170 países se

reuniram no maior encontro organizado pela ONU.

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A Rio 92 consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável, a

necessidade de compatibilizar o desenvolvimento com a proteção do meio ambiente,

o tratado de educação ambiental para uma sociedade sustentável foi um dos

resultados da Rio 92, a partir daquele momento a educação ambiental se

estabeleceu com um importante instrumento de conscientização para uma efetiva

participação da sociedade nas tomadas de decisão.

A educação ambiental é uma das ferramentas existente para a

sensibilização e capacitação da população em diferentes ambientes sobre os

problemas ambientais. Com ela, busca-se desenvolver técnicas e métodos que

facilitem o processo de tomada de consciência sobre a gravidade dos problemas

ambientais e a necessidade urgente de uma atenção especial (MARCATTO, 2002)

Conforme Varine (2000, p. 62), “[...] a natureza é um grande patrimônio da

sociedade. Consequentemente, a educação ambiental se torna uma prática social,

com a preocupação da preservação dessas suas riquezas”. Para o autor, se o meio

ambiente está sendo atacado, agredido, violentado, devendo-se isso ao veloz

crescimento da população humana, que provoca decadência de sua qualidade e de

sua capacidade para sustentar a vida, não basta apenas denunciar os estragos

feitos pelo homem na natureza, é necessário um processo educativo, com atitudes

pró-ambientais e sociais.

Em 1999 no Brasil foi instituída a Lei 9795 em 27 de abril que designou a

politica nacional de educação ambiental, foi o primeiro país da América Latina que

reconheceu oficialmente a educação ambiental como instrumento para buscar

padrões mais sustentáveis de sociedade.

Conforme a lei brasileira a educação ambiental não é uma disciplina escolar,

é um processo permanente voltado para a vida, no sentido mais profundo de vida

que surge entre os seres que habitam o planeta, elos de uma mesma cadeia.

O déficit de natureza na vida da criança é muito grande. Quando a criança está em um espaço prazeroso, onde há um contato mais direto com a natureza, todo o seu potencial se abre para a construção do conhecimento. Esse é um dos fatores que facilita muito o aprendizado do aluno (LIMAVERDE, 2017, p.15)

Neste sentido a educação ambiental tem como finalidade proporcionar a

todos a possibilidade de ampliar conhecimentos, no sentido de valores, quantos aos

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interesses ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio

ambiente. Haja vista a transformação de comportamento dos indivíduos, nos grupos

sociais como a escola onde se apoia nas diretrizes dos Parâmetros Curriculares

Nacionais, na Base Nacional Comum Curricular e juntamente com o amparo da

sociedade em respeito ao meio ambiente.

2.2 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS X BNCC

Os PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais são diretrizes elaboradas para

orientar os educadores por meio da normatização de alguns aspectos fundamentais

concernentes a cada disciplina. Os PCNs servem como norteadores para

professores, coordenadores e diretores, que podem adaptá-los às peculiaridades

locais (BRASIL, 1997).

Os desafios são gigantescos para enfrentar, quando se busca direcionar as

ações para o progresso das condições de vida no mundo. Um deles refere-se à

mudança de atitudes na interação com a riqueza principal para a vida humana: o

meio ambiente (BRASIL (1997).

Em 1997, os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN foram aprovados

com o objetivo de dar suporte às escolas na elaboração dos seus processos

educativos. Além das disciplinas, foram incorporados os chamados “ temas

transversais” que poderiam ser trabalhados na escola, em todas as disciplinas.

(BRASIL, 1997).

Neste sentido Brasil (1997, p.33) evidencia o suporte paras as escolas

baseados nos PCNs descrevendo algumas reflexões:

Alunos podem até ser bem-sucedidos nas avaliações, mas, ainda

assim, jogar lixo na rua, pescar no período de piracema, atear fogo no mato

indiscriminadamente, ou realizar outro tipo de ação danosa, seja por não

perceberem a extensão dessas ações ou por não se sentirem responsáveis pelo

mundo em que vivem, o exposto nos remete ideia de falta de pertencimento ao meio

em que inserido;

Como é admissível, dentro das condições concretas da escola,

contribuir para que os alunos de hoje percebam e entendam as consequências

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ambientais de suas ações nos locais onde trabalham, jogam bola, enfim, onde

vivem?

Como eles podem estar cooperando para a reconstrução e ação

coletiva de alternativas de produção da subsistência de maneira que minimize os

impactos negativos no meio ambiente? Quais os espaços que possibilitam essa

participação? Enfim, essas e outras questões estão cada vez mais presentes nas

reflexões sobre o trabalho docente.

A dificuldade e o entendimento das implicações de alterações no ambiente

permitem compreendê-las como algo produzido pela mão humana, em determinados

contextos históricos e comportam diferentes caminhos de superação.

Dessa maneira, o debate no ambiente escolar pode incluir a dimensão

política e a perspectiva da busca de soluções para situações como a sobrevivência

de pescadores na época da desova dos peixes, a falta de saneamento básico

adequado ou as enchentes que tantos danos trazem à população.

A saída para os problemas ambientais tem sido considerada cada vez mais

urgente para garantir o futuro da humanidade e depende da relação que se

estabelece entre sociedade/natureza, tanto na dimensão coletiva quanto na

individual.

Esse acordo já chegou à escola e muitas iniciativas têm sido tomadas em

torno dessa questão, por educadores de todo o país. Por essas razões, vê-se a

importância de incluir Meio Ambiente nos currículos escolares como tema

transversal, permeando toda prática educacional.

É fundamental, no seu enfoque, considerar os aspectos físicos e biológicos

e, principalmente, os modos de influência do ser humano com a natureza, por meio

de suas relações sociais, do trabalho, da ciência, da arte e da tecnologia.

Ao longo de várias décadas a educação brasileira tem caminhado para a

equidade e a qualidade do ensino no nível da educação básica. A referida

caminhada percorrida tem se amparado em leis, decretos, normativas e atualmente

buscando implantar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 205, reconhece a educação

como direito fundamental compartilhado entre Estado, família e sociedade ao definir

que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e

estimulada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da

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pessoa, sua organização para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho (BRASIL, 1988).

Para acolher a tais finalidades no âmbito da educação escolar, a Carta

Constitucional, no Artigo 210, já identifica a necessidade de que sejam “fixados

conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação

básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”

(BRASIL, 1988).

De acordo com as balizas legais e constitucionais, a LDB, no Inciso IV de

seu Artigo 9º, assegura que cabe à União estabelecer, em colaboração com os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a

Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os

currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum

(BRASIL, 1996).

No Artigo 9º, a LDB deixa claros dois conceitos decisivos para todo o

desenvolvimento da questão curricular no Brasil. O primeiro, já abreviado pela

Constituição, estabelece a relação entre o que é básico-comum e o que é diverso

em matéria curricular: as competências e diretrizes são comuns, os currículos são

diversos. O segundo se refere ao foco do currículo. Ao dizer que os conteúdos

curriculares estão a serviço do desenvolvimento de competências, a LDB orienta a

definição das aprendizagens essenciais, e não apenas dos conteúdos mínimos a ser

ensinados. Essas são duas noções fundadoras da BNCC.

A relação entre o que é básico-comum e o que é diverso é reafirmada no

Artigo 26 da LDB, que determina que os currículos da Educação Infantil, do Ensino

Fundamental e do Ensino Médio devem ter base nacional comum, a ser

complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar,

por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da

sociedade, da cultura, da economia e dos educandos (BRASIL, 1996).

A orientação supracitada levou à concepção do conhecimento curricular

contextualizado pela realidade local, social e individual da escola e do discente, que

foi o norte das diretrizes curriculares traçadas pelo Conselho Nacional de Educação

(CNE) ao longo da década de 1990, bem como de sua revisão nos anos 2000.

Em 2010, o CNE promulgou novas DCN, ampliando e organizando o

conceito de contextualização como “a inclusão, a valorização das diferenças e o

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atendimento à pluralidade e à diversidade cultural resgatando e respeitando as

várias manifestações de cada comunidade”, conforme destaca o Parecer CNE/CEB

nº 7/2010.

Em 2014, a Lei nº 13.005/2014 promulgou o Plano Nacional de Educação

(PNE), que reitera a necessidade de estabelecer e implantar, mediante acordo

interfederativa [União, Estados, Distrito Federal e Municípios], diretrizes pedagógicas

para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e

objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do

Ensino Fundamental e Médio, respeitadas as diversidades regional, estadual e local

(BRASIL, 2014).

Nesse entendimento, consoante aos marcos legais anteriores, o PNE afirma

a importância de uma base nacional comum curricular para o Brasil, com o foco na

aprendizagem como estratégia para fomentar a qualidade da Educação Básica em

todas as etapas e modalidades (meta 7), referindo-se a direitos e objetivos de

aprendizagem e desenvolvimento.

Em 2017, com a alteração da LDB por força da Lei nº 13.415/2017, a

legislação brasileira passa a utilizar, concomitantemente, duas nomenclaturas para

se referir às finalidades da educação:

Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e

objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho

Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento [...]

Art. 36. § 1º A organização das áreas de que trata o caput e das

respectivas competências e habilidades será feita de acordo com critérios

estabelecidos em cada sistema de ensino (BRASIL, 2017, ênfases adicionadas).

Discutir-se, assim, estilos diferentes e intercambiáveis para instituir algo

comum, ou seja, aquilo que os estudantes devem aprender na Educação Básica, o

que inclui tanto os saberes quanto a capacidade de mobilizá-los e aplicá-los.

Nesta busca de instituir o que os alunos devem aprender destacamos a

perspectivas da BNCC referente à Educação Ambiental.

A educação ambiental articula-se na BNCC de forma transversal e

integradora, cabendo aos sistemas e redes de ensino incluem-la no currículo

escolar.

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Cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas

respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos e às

propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida

humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e

integradora. Entre os temas, destaca-se: educação ambiental (Lei nº 9.795/1999,

Parecer CNE/CP nº 14/2012 e Resolução CNE/CP nº 2/201218). Na BNCC, essa

temática será contemplada em habilidades dos componentes curriculares, cabendo

aos sistemas de ensino e escolas, de acordo com suas especificidades, tratá-las de

forma contextualizada (BRASIL, 2018).

Nessa visão a BNCC evidencia a educação ambiental como sendo um

conceito/postura socioambiental compondo o item sete das competências gerais da

educação básica:

Item sete:Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,

para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que

respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o

consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético

em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta (BRASIL, 2018, p. 09,).

Outra perspectiva de grande relevância também abordada na BNCC trata-se

da educação especial que as decisões precisam, igualmente, ser consideradas na

organização de currículos e propostas adequados às diferentes modalidades de

ensino, dentre outras a Educação Especial.

Incumbindo aos anos iniciais do ensino fundamental, a continuidade às

abordagens na Educação Infantil, para que as crianças ampliem os seus

conhecimentos e apreço pelo seu corpo, identifiquem os cuidados necessários para

a manutenção da saúde e integridade do organismo e desenvolvam atitudes de

respeito e acolhimento pelas diferenças individuais, tanto no que diz respeito à

diversidade étnico-cultural quanto em relação à inclusão de alunos da educação

especial. (BRASIL, 2018, p. 327,)7.

A palavra mais utilizada na BNCC refere-se ao conhecimento, sendo o carro

chefe do referido do documento. O conhecimento de acordo com o dicionário define

como domínio de um assunto adquirido por meio da razão ou da experiência que

são adquiridas através do desenvolvimento infantil e paralelamente a formação da

Teoria da Mente.

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2.3 TEORIA DA MENTE

Uma das principais fundamentações teóricas existentes e atualmente

discutida em relação aos prejuízos primários dos sujeitos com TEA é a cognitivista.

Entre as teorias cognitivas, a Teoria da Mente (ToM) é bastante usada para explicar

as características cognitivas dos indivíduos com TEA (VELLOSO; DUARTE;

(SCHWARTZMAN, 2013).

A Teoria da Mente pode ser estabelecida, segundo Flavell, Miller e Miller

(1999), como “um sistema causal-explicativo abstrato e coerente que permite à

criança explicar e prever o comportamento referindo-se a estados mentais não

observáveis como crenças e desejos” (p. 87). No cotidiano, as pessoas ao se

comunicarem, usam o tempo todo expressões relacionadas a estados mentais e,

desta forma, tentam explicar o comportamento e as intenções dos outros (TONELLI,

2011).

Esse fundamento pode ser compreendido como “habilidade automática e

espontânea de se atribuir estados mentais a si mesmo e a outras pessoas a fim de

se poder predizer e explicar comportamentos” (TONELLI, 2011, p. 126). “O estado

mental pode incluir emoções, motivos, intenções, atitudes, crenças, conhecimentos

ou traços de personalidade” (FLAVELL; MILLER; MILLER, 1999, p. 88).

Comportamentos e ações de outras pessoas são grandes fontes de estímulos e,

apesar de não serem enviados voluntariamente, é possível decodificar e

compreender tais ações e suas intenções implícitas (TONELLI, 2011).

Conforme Tonelli (2011), o termo Teoria da Mente (ToM) apareceu no final

da década de 1970 por meio de um artigo publicado por um primatólogo e um

psicólogo, Premack e Woodruff. Eles pesquisaram se os chipanzés, assim como os

seres humanos, possuíam a habilidade de atribuir estados mentais. A habilidade

automática e inata de inferir sobre os estados mentais é denominada de ToM

implícita. Através, dela há um processamento instantâneo dos dados que vêm do

ambiente social. Já a capacidade de aprender as regras do convívio social é

nomeada de ToM explícita. Essas duas habilidades empregam circuitos neurais

distintos, enquanto a ToM explícita é mais lenta, a ToM implícita faz um

processamento imediato das informações.

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Apresentada por Andrade et al. (2015) uma visão multidimensional da Teoria

da Mente, dividida em duas subcategorias, habilidade de decodificação e habilidade

de dedução do estado mental, que acontecem de forma sequencial. Primeiramente,

o indivíduo identifica os estados mentais a partir de informações observáveis, como

expressões faciais, gestos ou tom da voz. Depois informações contextuais e

históricas a respeito de uma pessoa (atitudes, conhecimentos e experiências) que

devem ser integradas para então predizer o comportamento. Ou seja, na fase inicial,

sinais relevantes são decodificados, e no segundo estágio, a informação

decodificada é usada para interpretar os estados mentais. Além disso, esses dois

processos estariam ligados a diferentes redes neurais.

A formação da Teoria da Mente se dá em paralelo ao desenvolvimento

infantil, esta surge no início das interações comunicativas e, em função, da

necessidade de compreensão do ambiente social em que a criança vive (RIBEIRO;

BATISTA; RODRIGUES, 2014). Flavell ,Miller e Miller (1999) assinalam alguns sinais

antecessores da Teoria da Mente em crianças. Um deles é olhar para o rosto dos

pais procurando uma interpretação de um evento potencialmente amedrontador.

Outro é responder diferentemente a pessoas e coisas, particularmente ao diferenciar

o que as pessoas e os objetos podem fazer. E, por volta dos 18 meses, outro

precursor emerge quando as crianças começam a usar símbolos externos nos quais

um objeto representa outro, como nas brincadeiras de faz de conta. Por exemplo, a

criança usa uma banana para representar um telefone, mas entende que na verdade

é apenas uma banana. Esse entendimento precede o entendimento completo da

distinção entre um objeto e sua representação mental.

Os referidos autores decidem, portanto, cinco postulados que as crianças

parecem aprender sobre a mente: “a mente (1) existe, (2) tem conexão com o

mundo físico, (3) é separada e diferente do mundo físico, (4) pode representar

objetos precisa e imprecisamente e (5) medeia ativamente a interpretação da

realidade e das emoções experimentadas” (FLAVELL; MILLER; MILLER, 1999, p.

87). Portanto, entende-se que as crianças vão gradativamente construindo uma

consciência a respeito da mente.

Através de pesquisas baseadas na experiência são apresentadas

descobertas a respeito da construção da Teoria da Mente no público infantil,

colaborando para que abordagem seja válida para a compreensão de

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comportamentos de crianças com TEA frente às aprendizagens. Tonelli (2011)

assinala que algumas características muito primárias do desenvolvimento infantil é o

delineamento das primeiras habilidades de construir representações mentais, e que

são primeiramente características visuais, como a percepção e interesse por

movimentos biológicos (executados por seres vivos) e pela orientação do olhar de

outro humano (atenção compartilhada). Mas, só no final do primeiro ano de vida, há

uma grande mudança na forma como os bebês estabelecem interações com as

pessoas próximas.

Conforme Abreu, Cardoso-Martins e Barbosa (2014), é por volta de um ano

que as crianças passam a direcionar olhar, por exemplo, na direção do gesto de

olhar ou apontar de um adulto. Tal ação recebe o nome de comportamento de

atenção compartilhada e pode ser considerada uma precursora da Teoria da Mente.

Ao agir dessa maneira, os bebês demonstram compreender que o olhar é um ato

proposital, sendo as pessoas agentes ativos, cujos gestos ou ações têm intenção

comunicativa. Os achados são demonstrados empiricamente pelos autores que

avaliaram e correlacionaram a habilidade de atenção compartilhada de 22 crianças

aos nove meses e a Teoria da Mente aos 4 anos e 2 meses. Constataram que a

habilidade de responder à atenção compartilhada, mas não a habilidade de iniciar a

atenção compartilhada, teve correlação significativa com o desenvolvimento

posterior da Teoria da Mente.

A pesquisa de Facion (2007) verificou que por volta dos 18 meses de vida, a

criança, já faz diferenciação entre o real e o faz de conta, quando, então, é possível

ser feita a elaboração das crenças, primeira ordem da Teoria da Mente, e que diz

respeito a pensar em um objeto ou pessoa sem a presença destes. Aos quatro anos,

as crianças já são capazes de estabelecer a segunda ordem da Teoria da Mente – a

crença sobre a crença – assim é possível pensar que outra pessoa também pensa e

tem uma crença. E aos cinco anos, espera-se que as crianças desenvolvam a

terceira ordem da Teoria da Mente – crença sobre crença sobre crença –, sendo

possível estabelecer a crença do outro sobre a própria crença. Estas considerações

remetem ao nível de complexidade e sofisticação da atribuição a respeito da crença,

que vai evoluindo ao longo do desenvolvimento.

Aos três anos de idade, as crianças não entendem que uma pessoa age de

acordo com o que ela acredita ser verdade, e não segundo o que elas mesmas

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sabem que é realmente verdade. Nesta idade, elas não conseguem compreender

que o acesso a uma informação define o conhecimento e as crenças de uma

pessoa. Em contrapartida, aos 4 e 5 anos, elas já conseguem compreender falsas

crenças, pois sabem que uma crença pode ser falsa, isto é, a crença é apenas umas

das representações possíveis da realidade; além disso, sabem que as ações das

pessoas são guiadas pelas crenças que estas têm e não pela realidade, ou seja,

possuem noção que a crença tem uma relação causal sobre o comportamento

(FACION, 2007). A crença pode ser entendida com uma convicção sobre a

realidade, que pode ser verdadeira ou falsa. Enquanto um desejo é uma disposição

interna (desejo, vontade), que pode ser satisfeito ou não. As crianças pequenas têm

primeiramente o entendimento do conceito de desejo e depois o de crença

(FLAVELL; MILLER; MILLER, 1999).

Além disso, o desenvolvimento da Teoria da Mente ao longo da infância,

Silva, Rodrigues e Silveira (2012) afirmam que a compreensão dos estados mentais

pela criança se dá gradualmente. Flavell, Miller e Miller (1999) explicam que os

termos cognitivos como saber, lembrar e pensar de modo geral aparecem depois

dos termos perceptivos e emocionais, mas já são usados antes dos 3 anos.

Posteriormente, as crianças vão fazer diferenciações mais apuradas entre

fenômenos mentais em sua linguagem, como entre achar e saber, acreditar e

fantasiar, e entre uma intenção e agir “sem querer”. Durante toda a infância, essa

consciência dos estados mentais continua a se desenvolver. Segundo Flavell, Miller

e Miller (1999), diversas tarefas de falsa crença mostraram que o entendimento das

falsas crenças frequentemente aparece nas crianças de 4 ou 5 anos, e não nas de

3. Eles pontuam ainda que crianças pré-escolares têm a tendência a se concentram

fixamente em estímulos físicos evidentes.

A compreensão de crenças falsas pode ser vista como “marco importante no

desenvolvimento da Teoria da Mente” (ABREU, CARDOSO-MARTINS; BARBOSA,

2014, p. 410), sendo este entendimento a única prova incontestável de que as

crianças conseguem atribuir estados mentais a outras pessoas). Na vida real, as

emoções são interpretadas a partir de diferentes perspectivas. E a Teoria da Mente

está relacionada a essa capacidade para olhar uma mesma situação de diferentes

perspectivas, exigindo o conhecimento de que se podem ter distintas

representações de uma situação, emoção etc. (ARAÚJO, 2011). Assim:

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[...] a realidade pode ser representada de diferentes maneiras. Portanto uma representação pode ser falsa em relação a um objeto ou evento real (nas crenças falsas e estímulos visuais ambíguos), o comportamento pode ser falso em relação a um estado mental (como quando uma pessoa triste sorri), a aparência física pode ser falsa em relação à identidade ou a uma propriedade de um objeto (distinção aparência-realidade) e as visões ou crenças perceptivas de uma pessoa podem diferir (tomada de perspectiva) (FLAVELL; MILLER; MILLER, 1999, p 95).

Para Flavell, Miller e Miller (1999), saber a diferença entre aparência e

realidade, ou seja, aquilo que você vê pode não ser exatamente a realidade, possui

valor adaptativo. Crianças de três anos têm desempenho fraco em tarefas de

aparência versus realidade.

Segundo Silva, Rodrigues e Silveira (2012), a relação entre Teoria da Mente

e desenvolvimento social é bidirecional. De um lado o desenvolvimento social pode

ser estímulo à Teoria da mente, pois proporciona às crianças contato com estados

mentais e condutas sociais, tendo grande importância para o contexto em que a

criança está inserida (estrutura familiar, ambiente escolar etc.). De outro lado, uma

Teoria da Mente bem desenvolvida é capaz de beneficiar o desenvolvimento social,

pois a compreensão de estados mentais influencia na forma de interação das

crianças, na qualidade das relações de amizade e na compreensão social. Portanto,

tanto a Teoria da Mente pode favorecer o desenvolvimento social, como o

desenvolvimento social pode favorecer a Teoria da Mente. Dessa forma, a Teoria da

Mente é importante para a inserção da criança no mundo social, pois está

relacionada à continuação e ao bom andamento das relações sociais. Crianças que

conseguem compreender melhor a crenças, desejos e emoções têm maior aceitação

social.

Há relação entre a Teoria da Mente e o desenvolvimento moral de crianças.

Crianças que possuem uma Teoria da Mente mais avançada, ao julgar uma ação

como moralmente boa ou ruim, conseguem levar em consideração os motivos ou

intenções de alguém. Portanto, um julgamento moral mais aprimorado está ligado à

capacidade de distinguir ações intencionais e não intencionais, assim como

identificar os motivos implícitos à ação (LOUREIRO; SOUZA, 2013).

Como foi possível perceber, a Teoria da Mente é uma habilidade que se

desenvolve no decorrer na infância e tem importância adaptativa. A seguir será

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abordado como se dá esta habilidade em indivíduos com TEA os quais são o objeto

de estudo deste trabalho.

2.3.1 TEORIA DA MENTE NOS INDIVIDUOS COM TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA

Uma característica notável dos transtornos do espectro autista é a

dificuldade de reconhecer eventos mentais, ou seja, sentimentos, estados e

emoções de si e de outros, portanto diz-se que eles não possuem uma Teoria da

Mente (TONELLI, 2011). Frith e Baron-Cohen, os pioneiros da teoria cognitiva sobre

autismo, mostraram que indivíduos com autismo, até mesmo aqueles que têm alto

funcionamento ou bom rendimento, têm dificuldade para atribuir estados intencionais

aos outros, ou seja, têm um comprometimento na aquisição da Teoria da Mente.

É relevante clarificar que estados intencionais são estados mentais com

conteúdo e não apenas o estado particular de ter intenção de agir. Correspondem a

estados mentais com conteúdo: acreditar em algo, esperar algo, desejar algo, e são

diferentes de outros estados intencionais que não se relacionam a algo, tais como:

estar com dor, estar deprimido, estar em alerta etc. (ARAÚJO, 2011).

A aquisição de Teoria da Mente é necessária para compreensão também do

próprio funcionamento mental. A autoavaliação ajuda a compreender os desejos e

as crenças que estão na base das atitudes decorrentes de uma situação. As

crianças com TEA, além de dificuldade para identificar as próprias emoções,

possuem um conceito pobre das emoções (ARAÚJO, 2011). Tal dificuldade foi

denominada por Baron-Cohen de cegueira mental (mindblindness), ou seja, é o

termo usado para descrever a dificuldade que os indivíduos com TEA possuem no

processamento ToM e que consequentemente, compromete a capacidade de

interação social (TONELLI, 2011).

Andrade et al. (2015) alerta para a presença de déficit de Teoria da Mente

também em familiares de indivíduos com autismo. Dessa forma, o déficit de ToM,

mais especificamente, os prejuízos de dedução, pode ser considerado um marcador

endofenotípico do autismo. Os endofenótipos são fatores de risco que vão além do

comportamento observável e podem ser investigados a partir de medidas

bioquímicas, neurofisiológicas, neuroanatômicas e neuropsicológicas.

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Existem evidências de dificuldade no reconhecimento das emoções pelos

indivíduos com TEA. Emoções complexas envolvem atribuição de uma emoção e de

um estado cognitivo simultaneamente e são mais dependentes do contexto e da

cultura. Compreender uma emoção complexa demanda que diversas informações

sejam integradas, o que inclui informação semântica, prosódia e análise de indícios

visuais não verbais, como postura corporal e expressão facial em uma percepção

global coerente (ARAÚJO, 2011).

Pessoas com TEA têm atenção diminuída para as pistas sociais, dificuldade

de perceber indícios não verbais das emoções, além de usarem estratégias atípicas

e compensatórias para reconhecer expressões faciais. Por isso, parte dos prejuízos

sociais dos transtornos do espectro autista pode ser explicada pelo déficit na Teoria

da Mente. Nesses indivíduos, a capacidade para metarrepresentar estaria

prejudicada. Essa incapacidade de representar estados mentais, como crenças e

intenções, compromete o entendimento das ações sociais, assim o sujeito não

consegue prever o que o outro fará, nem inferir as motivações implícitas à ação

(ARAÚJO, 2011).

A possibilidade da dificuldade que as pessoas com TEA exibem nas

situações sociais e nas atividades envolvendo contextos sociais são explicadas

porque eles podem apresentar uma desvantagem em integrar pistas que são

relevantes para o contexto e dificuldades de autorrepresentação. Esses indivíduos

podem então ter dificuldades com ênfase e relevância, como eles têm dificuldade de

usar os aspectos específicos do contexto que são requeridos para saber o que é

relevante para o entendimento da tarefa em questão. É provavelmente muito difícil

para os indivíduos com TEA focar sua atenção no que aparece ser a informação

avaliada mais relevante, mas, em vez disto, o foco deles é determinado por seus

objetivos e pelo que os interessa no contexto (VELLOSO; DUARTE;

SCHWARTZMAN, 2013).

Tonelli (2011) afirma que nem todas as pessoas com TEA falham na

interpretação de testes que exigem mentalização, no entanto grande parte delas tem

um atraso no desenvolvimento da Teoria da Mente em relação aos indivíduos que

não têm o transtorno. Uma possível explicação para isso seria o prejuízo na ToM

implícita, então eles teriam que valer-se apenas da ToM explícita, a qual carece de

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mais tempo e aprendizado para se desenvolver, enquanto a ToM é inata e se

desenvolve naturalmente nas relações sociais.

Segundo Araújo (2011), na área da linguagem, as pesquisas cognitivas

demonstraram que os déficits na Teoria da Mente causam prejuízos à compreensão

dos aspectos pragmáticos e não literais da linguagem, que são incompressíveis para

indivíduos com TEA. E à medida que vão crescendo, as crianças com TEA podem

conseguir compreender as emoções básicas (felicidade, tristeza, medo, raiva,

surpresa e angústia) e as situações que geram tais emoções, no entanto não

compreendem que existem exceções à regra. O mesmo autor ressalta que aqueles

indivíduos diagnosticados com Síndrome de Asperger, conforme a nomenclatura da

época, e os considerados de alto funcionamento conseguem, ao menos no final da

infância, compensar muitas das suas dificuldades com a Teoria da Mente.

A compreensão dos déficits que os indivíduos com TEA podem apresentar

na Teoria da Mente, possibilitou o desenvolvimento de testes que buscam avaliar

esta habilidade, seja em indivíduos com TEA ou não. O próximo item do presente

estudo descreve a possibilidade de trabalho da Teoria da Mente no âmbito escolar.

2.3.2 TEORIA DA MENTE NO ÂMBITO ESCOLAR

Segundo Ribeiro, Batista e Rodrigues (2014), o conhecimento sobre a

compreensão que as crianças têm dos estados mentais é importante para

educadores, já que pode dar contribuições para a elaboração de atividades que

estimulem esta habilidade sociocognitiva, favorecendo, indiretamente, o processo de

socialização e aprendizagem infantil. Pesquisas sobre desenvolvimento da Teoria da

Mente são de grande relevância, já que contribuem para a compreensão do

desenvolvimento social infantil, tendo grande aplicabilidade ao contexto da educação

(DOMINGUES; MALUF, 2013).

Para Ribeiro, Batista e Rodrigues (2014, p.129), “práticas linguísticas

permeadas por termos mentais tendem a apresentar um efeito favorecedor na

compreensão sociocognitiva da criança”, pois contribuiriam para o entendimento de

estados mentais à medida que a crianças tivessem acesso a esses termos. A

capacidade de atribuir e entender estados mentais podem ser vista como um

apoio/auxílio na adaptação da criança ao mundo social e pode trazer consequências

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importantes para aspectos do desenvolvimento infantil, como a cognição, a

linguagem, o processo de escolarização e o de socialização, de forma que a própria

Teoria da Mente colabora para inserção da criança no mundo.

A compreensão de termos relacionados a estados mentais, como aqueles

que se referem a emoções, a desejos e à cognição, a criança pode ter aprimorados

sua maturidade social, aprendizagem cooperativa, capacidade explicativa e

entendimento de comportamentos e conflitos. Portanto, “[...] o entendimento da

mente torna-se necessário para que crianças tenham um bom desempenho em

atividades cognitivas em contexto escolares” (RIBEIRO; BATISTA; RODRIGUES,

2014, p. 129).

Estes autores inferem ainda que o ambiente educacional é um contexto

importante para a estimulação da compreensão dos estados mentais por meio da

realização de atividades como leitura mediada e brincadeira de faz de conta, que

utilizam a linguagem para o desenvolvimento da Teoria da Mente. Além disso, o uso

de termos mentais por adultos não se restringe apenas à leitura de histórias, deve

ser usado também no decorrer das aulas. São importantes que sejam estimuladas

no contexto educacional práticas que apresentem interações que pressuponham a

utilização de termos mentais, tanto pelas crianças como pelos adultos, já que estas

trocas linguísticas são relevantes para o desenvolvimento da Teoria da Mente.

Assim, as aulas, as histórias utilizadas e as brincadeiras realizadas em sala devem

ser preparadas pelo professor de forma a utilizar vocabulário rico em termos

mentais, ou seja, o professor deve fazer menção a estados, sentimentos e emoções

dos personagens (RIBEIRO; BATISTA; RODRIGUES, 2014).

Segundo Ribeiro, Batista e Rodrigues (2014), a brincadeira de faz de conta

contribui para o desenvolvimento da Teoria da Mente na criança, uma vez que, ao

interagir com adultos e outras crianças, ela adquire “importantes elementos para a

construção de uma compreensão da mente e para a linguagem referente aos

estados mentais” (p. 132). Os autores ainda pontuam que, do ponto de vista do

desenvolvimento da Teoria da Mente, os adultos desempenham um papel

importante no direcionamento dessa brincadeira, já que esta pode ser utilizada para

empregar ludicamente um repertório de termos mentais; porém, mesmo em

brincadeiras livres, a participação do adulto permite que as interações produzam

termos relacionados a estados mentais.

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Rodrigues e Rubac (2008) sugerem o uso de livros infantis nacionais como

um recurso para desenvolvimento da Teoria da Mente, que é uma área de grande

importância para a cognição social por possibilitar o refinamento das relações e da

comunicação e a compreensão da subjetividade da linguagem, como a ironia, a

metáfora, o sarcasmo, a falsidade, os sentimentos, os interesses e as emoções.

Segundo estes autores, os livros desenvolveriam a Teoria da Mente, pois neles

estariam presentes estados mentais, fazendo explícitas referências aos

pensamentos, sentimentos, intenções e desejos dos personagens, indicando que as

histórias infantis oferecem um rico e útil referencial para a operacionalização de

práticas promotoras de desenvolvimento infantil.

De forma complementar, Rodrigues, Silveira e Pelisson (2017) evidenciam a

viabilidade dos livros de história infantil como recurso sociocognitivo promissor. Os

livros apresentam uma grande quantidade de termos mentais no decorrer das

histórias e o uso adequado e de forma planejada da linguagem referente aos

estados mentais pode aprimorar essa compreensão infantil em textos escritos e no

emprego habitual da fala.

Outro recurso que propicia o desenvolvimento da Teoria da Mente são as

conversas. De acordo com Domingues e Maluf (2013), conversas realizadas com as

crianças sobre situações que envolvem ações mentais podem oportunizar o

desenvolvimento da capacidade de atribuir crença ao outro. Para Araújo, Sperb e

Birrencourt (2016), as conversas sobre pensamentos, desejos e sentimentos, que

surgem entre a criança e os adultos durante a interação social, são importantes para

que ela desenvolva o entendimento social e a Teoria da Mente.

Em acordo a essas ideias, Araújo (2011) coloca que o ato de narrar e contar

fatos do dia a dia é um importante meio de estimular o desenvolvimento da Teoria

da Mente e, consequentemente, propiciar a compreensão de eventos comuns e

rotineiros. Além disso, traz a oportunidade de descrever situações e refletir sobre a

história, sobre os pensamentos e os sentimentos dos personagens. Portanto,

realizar referências a estados mentais e dar explicações relativas a eles pode

contribuir para o entendimento que as crianças têm da mente (ARAUJO; SPERB;

BIRRENCOURT, 2016).

Dessa forma, Araujo, Sperb e Birrencourt (2016) destacam o papel

importante do uso de termos mentais nas narrativas para o desenvolvimento da

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Teoria da Mente em crianças, que leva consequentemente à ampliação da

linguagem, pensamento, capacidade de compreensão do mundo e habilidade de

relacionar estados mentais com o comportamento das pessoas. No entanto, os

mesmos autores pontuam ainda que o simples ato de mencionar esses termos não é

suficiente para que haja o desenvolvimento da Teoria da Mente, é preciso que estes

termos sejam explicados, pois as explicações aumentam a percepção da criança

dos diferentes pontos de vista e perspectivas, fornecendo um suporte para a

construção da Teoria da Mente.

Percebe-se que a narração de histórias é vista como um significativo recurso

para promover a da Teoria da Mente em crianças (ARAUJO; SPERB;

BIRRENCOURT, 2016). Ademais Silva, Rodrigues e Silveira (2012) ressaltam a

possibilidade de usar pesquisas com intervenção como um meio de favorecer o

desenvolvimento da Teoria da Mente e, a partir disto, a pró-sociabilidade infantil.

A partir da visão proposta pelos autores mencionados, foi possível intuir a

relevância e aplicabilidade da Teoria da Mente no ambiente escolar e de

aprendizagem.

2.4 DESENHO UNIVERSAL PARA APRENDIZAGEM

Na possibilidade de se realizar um trabalho pedagógico articulado da Teoria

da mente e o Desenho Universal para aprendizagem (DUA) onde Castudl (2006)

nos descreve que o DUA foi desenvolvido por David Rose, Anne Meyer e outros

pesquisadores do Center for Applied Special Tecnology e apoiado pelo

Departamento de Educação dos Estados Unidos, em 1999, em Massachusetts, onde

iniciou pela arquitetura o estudo na projeção de edifícios e espaços públicos,

baseada no conceito do Designer Universal, de modo que todos possam ter acesso,

sem qualquer limitação, foi à inspiração para o surgimento do DUA.

Para Zerbato & Mendes (2018) o DUA consiste em um conjunto de

princípios baseados na pesquisa e constitui um modelo prático que objetiva

maximizar as oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes público alvo

da educação especial (PAEE) ou não. O DUA tem como objetivo auxiliar os

educadores e demais profissionais a adotarem modos de ensino de aprendizagem

adequados, escolhendo matérias e métodos eficientes, de forma que seja elaborado

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de maneira mais justas e aprimorados para avaliar o progresso de todos os

estudantes.

Nelson (2013) destaca alguns dos princípios orientadores do DUA onde

afirma que o ambiente é muito importante. Os conhecimentos aprendidos precisam

ser significativos e se essas aprendizagens não forem usadas em outros ambientes,

tais conhecimentos e conexões estagnam-se, este princípio corrobora com um dos

objetivos específicos que almejou investigar a partir do conteúdo de ciências da

natureza (Água) as relações constituídas entre o aluno autista, meio ambiente e a

educação ambiental para melhor acomodação e assimilação do conhecimento.

Ainda destacando Nelson (2013) que confirma o objetivo especifico

supracitado ao assegurar que a aprendizagem deve ter sentido para o sujeito, de

modo que as informações se relacionem e estejam interligadas com quem aprende.

Se não for assim, há memorização, mas não há aprendizagem.

Para garantir o direito à educação atendendo as necessidades educacionais

do aluno autista e a construção do processo de aprendizagem que seja significativo,

tenha sentido para o aluno e de maneira funcional, se faz necessário o cumprimento

da Lei de Diretrizes e Base e da Lei Brasileira de Inclusão.

2.5 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO (LDB) E LEI BRASILEIRA DA

INCLUSÃO (LBI)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) define e regulariza a

organização da educação brasileira com base nos princípios presentes na

Constituição. Foi citada pela primeira vez na Constituição de 1934.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação é a mais importante lei brasileira que

se refere à educação. Esta lei foi aprovada em dezembro de 1996 com o número

9394/96.

A LDB, Lei de Diretrizes e Bases, foi criada para garantir o direito a toda

população de ter acesso à educação gratuita e de qualidade, para valorizar os

profissionais da educação, estabelecer o dever da União, do Estado e dos

Municípios com a educação pública.

O capítulo V, artigo 58, da Lei das Diretrizes e Bases Nacionais, LDBEN, O

artigo 58, da LDB, classifica educação especial “como modalidade de educação

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escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, para educando

portadores de necessidades especiais”.

Montoan (2004) afirma:

Problemas conceituais, desrespeito a preceitos constitucionais, interpretações tendenciosas de nossa legislação educacional e preconceitos distorcem os sentidos de inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à inserção de alunos com deficiência no ensino regular e desconsideram os benefícios que essa inovação educacional propicia à educação dos alunos em geral (p.22)

No § 1º, do artigo 58, diz: “haverá, quando necessário, serviços de apoio

especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de

educação especial”. (LDB, 1996, p.39)

Neste artigo podemos observar que é dado devida reverência aos alunos

portadores de necessidades especiais, que até então não tinham apoio do Sistema

de Ensino, para atendimento escolar, a não ser em instituições especializadas neste

atendimento, como as APAEs.

De 2005 a 2009, foram oferecidas 15.551 salas de recursos multifuncionais,

distribuídas em todos os estados e o Distrito Federal, atendidos 4.564 municípios

brasileiros - 82% do total. O programa apoia os sistemas de ensino na implantação

de salas de recursos multifuncionais, com materiais pedagógicos e de

acessibilidade, para a realização do atendimento educacional especializado,

complementar ou suplementar à escolarização. A intenção é atender com qualidade

alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, matriculados nas classes comuns do ensino regular.

(BRASIL,2005).

O artigo 59, também da LDB, garante que os sistemas de ensino

assegurarão para o atendimento aos alunos com necessidades educacionais

especiais currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização

específica.

O que entendemos por currículo? O enfoque é o de concebê-lo como um

conjunto de experiências (e seu Planejamento) que a escola, como instituição, põe a

serviço dos alunos com o fim de potenciar o seu desenvolvimento integral

(MANJÓN, 1995, p.53)

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Nessas situações, as adaptações curriculares constituem-se em medidas ou

conjuntos de medidas que buscam flexibilizar e adequar o currículo geral, tornando-o

apropriado à especificidade dos alunos com necessidades especiais. São

intervenções educacionais necessárias que permitem ao aluno melhorar sua

situação e relacionamento na escola, para que possam obter sucesso nos processos

de aprendizagem.

Em 2015 nasce a LBI, sendo aprovada no Senado Federal e agora só

depende de sanção da presidente. O Senado Federal aprovou por unanimidade no

dia 10 de junho, o projeto conhecido como Lei Brasileira da Inclusão, ou Estatuto da

Pessoa com Deficiência, que prevê garantias e direitos a todas as pessoas com

deficiência.

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

(Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em

condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por

pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

2.6 AUTISMO: UM BREVE HISTÓRICO

A palavra autismo provém do grego “autos”, que significa “voltar-se para si

mesmo”. ELKIS (1990) afirma que o primeiro estudioso a empregar foi o psiquiatra

austríaco Eugen Bleuler, em 1911, para apresentar uma das características de

pessoas com esquizofrenia, mencionando o isolamento social dos indivíduos

acometidos.

Dias (2015) descreve que em 1943, o psiquiatra infantil austríaco Leo

Kanner publicou um estudo no qual observou um grupo com 11 crianças que

evidenciavam isolamento extremo desde a mais tenra infância, apego as rotinas,

preferência por objetos inanimados em relação a perda das pessoas, ecolalia

imediata e tardia, e inversão pronominal.

Ainda citando Dias (2015) destaca que Kanner a priori estabeleceu a teoria

de que os sintomas supracitados seriam inatos àquelas crianças e partir disso criou

o conceito da “mãe geladeira” ao descrever o comportamento observado em seu

estudo, nas mães de crianças com autismo, pois citou que elas apresentavam

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contato afetivo frígido, mecanizado e obsessivo mesmo considerando alto grau

intelectual.

Segundo Dias (2015), no ano de 1944, o pesquisador austríaco Hans

Asperger divulgou em sua tese de doutorado, a psicopatia autista infantil, um estudo

observacional com mais de 400 crianças, analisando seus padrões de

comportamento e habilidades. Apresentou um transtorno da personalidade que

abrangia falta de empatia, baixa capacidade de fazer amizades, monólogo, hiperfoco

em assuntos de interesse especial e dificuldades de coordenação motora,

posteriormente denominou este quadro de síndrome de Asperger. Hans Asperger

criou a expressão psicopatia autistica e titulava as crianças que estudou de

“pequenos mestres”, devido à sua habilidade de pensar sobre um tema

minuciosamente.

Klin (2006) destaca que na década de 60 a psiquiatra inglesa Lorna Wing

cuja filha era portadora de autismo, foi a primeira a descrever a tríade de sintomas

tais como: alterações na sociabilidade, comunicação/linguagem e padrão alterado de

comportamento e que o autismo ainda persistia como um subgrupo dentro das

psicoses infantis, sendo considerada uma forma de esquizofrenia, contribuindo para

que alguns profissionais ainda usem a denominação errônea de psicose infantil para

se referir a esse público

Ferreira et al (2016) relata que na década de 60, o psicólogo

comportamental Ole Ivar Lovaas ensartou a ideia de que as crianças com autismo

aprendem habilidades novas pelo meio da técnica comportamental.

Conforme Silva, Gaiato & Reveles (2012) nos anos 80, o autismo ganhou

um reconhecimento especial, deferente da esquizofrenia, que permitiu um maior

número de estudos científicos, recebendo a denominação diagnóstica correta e com

critérios específicos. A partir de então passou a ser tratado como uma síndrome,

como um distúrbio do desenvolvimento e não mais como uma psicose.

Assumpção et. al. (2000) explica que em 1993 e 1994, respectivamente

houve uma melhor definição e alinhamento do autismo através das revisões

realizadas nos CID 10 e DSM IV.

Teixeira (2013) informa que no ano de 2007, no mês de dezembro a ONU

estabeleceu 02 de abril o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. No Brasil a

referida data tem conseguido cada vez mais adeptos e pessoas engajadas. Em

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2010, pela primeira vez, a data foi lembrada com iluminações em azul de vários

prédios e monumentos com o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, em São Paulo a

ponte Estaiada e em Brasília o prédio do Senado.

A primeira instituição brasileira foi a Associação de Amigos do Autista (AMA)

segundo Teixeira (2013), foi oficialmente fundada em São Paulo em 08 de agosto de

1983, por um grupo de pais, onde a maioria dos filhos com autismo. O objetivo

desses pais era acolher, informar e capacitar famílias e profissionais, com papel

social e de pesquisa amplo de ajuda a todas as famílias do ferido município, estado

e país.

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CAPITULO III

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No caminhar metodológico, a pesquisa é uma busca ou procura a uma

resposta para algum fato. No entanto, no campo cientifico busca-se uma solução a

um problema que alguém queira saber a resposta.

Andrade (2001) afirma que pesquisa cientifica é um conjunto de

procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivos

encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos

científicos.

Do ponto de vista da natureza da pesquisa optou-se pela pesquisa aplicada

que objetiva gerar conhecimento para aplicação prática, dirigida à solução de

problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

Do ponto da vista da forma de abordagem do problema escolheu-se a

pesquisa qualitativa onde se considera que há uma relação dinâmica entre o mundo

real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a

subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos o presente trabalho de

pesquisa foi desenvolvido utilizando método de estudo de caso que Yin (2015)

define que o estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual

dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o

contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de

evidência.

Para Yin (2015) o estudo de caso vem sendo utilizado com frequência cada

vez maior pelos pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas com diferentes

propósitos, tais como:

a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente

definidos;

b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada

investigação;

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c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações

muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

O estudo de caso pode, pois, ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias

quanto descritivas e explicativas.

Nesse sentido referente a pesquisa vem convidar para reflexão

multiprofissional sobre as perspectivas para múltiplas compreensões do aluno

autista nas aulas de educação ambiental.

Participaram desta pesquisa 10 (dez) alunos voluntários da educação

especial da Escola Manoel Marçal de Araújo localizada na Zona Sul da cidade de

Manaus, situada a avenida Parintins, S/N - Cachoeirinha, Manaus - AM, 69065-050.

De acordo com a Resolução de Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 510,

de 07 de abril de 2016, do Comitê de Ética em Pesquisa Humana, há uma

necessidade de incluir os Critérios de Inclusão e Exclusão aos sujeitos participantes

da pesquisa, haja vista serem os que possuem o perfil do sujeito participantes da

pesquisa.

Quanto aos critérios de inclusão:

Ser aluno da educação especial com TEA, da escola em pesquisa;

Ser do sexo feminino e masculino;

Ter faixa etária correspondente entre 10 a 13 anos.

Quanto aos critérios de exclusão:

Não ser aluno da educação especial com TEA, da escola em pesquisa;

Não se encontrar na faixa etária entre 10 a 13 anos.

De acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS), os

critérios servem para um norteamento da pesquisa sendo que o critério de inclusão

será o de livre e espontânea vontade na participação da pesquisa e o de exclusão

será de desistência de alguns sujeitos.

3.1 ESPECIFICAÇÕES DO PROBLEMA DA PESQUISA

A problemática que envolve a compreensão do aluno autista necessita de

ampliação de conhecimento na sociedade e essencialmente no âmbito escolar.

Professores e outros profissionais é comum relatarem que percebiam

comportamentos diferenciados em determinados alunos, porém dependendo da

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idade preferiam esperar o ”tempo dele” relacionado ao desenvolvimento para

evidenciarem a relevância de conversar com os pais, que normalmente negam e

ficam chateados com a escola quando lhe relatam situações que entendem como

ruim. Desta forma a escola “concorda” com a permanência do aluno na escola.

(TRIGO, 2017, p 21).

A escola é o principal ambiente social da criança. Lá ela fica varias horas do

dia e com uma quantidade de amigos que não conseguimos em outro lugar. É o

ambiente rico em estímulos pedagógicos e sensoriais, importantes para estimulação.

(GAIATO, 2018).

Sabemos que não há uma receita que possa ser seguida para o ensino de

todos os alunos, principalmente na educação especial. Existem vários elementos

importantes e diversificados que podem auxiliar os professores a elaborarem e

conseguirem uma aprendizagem mais eficaz no ambiente escolar, onde tais

elementos são encontrados num ensino que se embasa na estrutura sugerida pela

DUA.

Orsati (2013) afirma que o planejamento do ensino para a diversidade

implica, em primeiro lugar, aceitar as habilidades, estilos de aprendizados,

capacidades e interesses diferenciados existentes dentro da sala de aula.

Quando no segundo momento o plano inicial não atende a necessidade

educacional especial de todos os alunos Orsati (2013) assegura que os professores

elaboram as adaptações e começam a refletir sobre como reformular sua instrução,

daquele momento em diante, para todos os alunos.

Nesse caminhar a professora regente utilizou a data 22 de março referente

ao Dia Mundial da Água iniciando assim o conhecimento mais amplo sobre a Água

utilizando recurso didático concreto para uma compreensão funcional e adaptativa.

Figura 1: Dia Mundial da Água

Fonte: Pesquisadora (2019)

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3.2 CARACTERIZAÇÕES DA PESQUISA

O estudo em questão buscou analisar as possíveis perspectivas de

compreensão do aluno autista frente ao meio ambiente no qual está inserido,

utilizando o DUA como instrumento no processo de aprendizagem, as práticas

pedagógicas foram desenvolvidas através de aula expositiva, filmes, desenhos,

recorte, colagem e produção de palavras e construção de frases, sendo o universo

de 10 alunos da pesquisa.

Aplicando uma abordagem qualitativa que compreende-se como um

conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar

os componentes de um sistema complexo de significados e expressar o sentido dos

fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre teoria e dados

entre contexto e ação (MAANE, 1979 apud NEVES 1996).

A pesquisa de campo destaca-se pelas verificações em que, além da

pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas,

com o recurso de diferentes tipos de pesquisa: Pesquisa Ex-Post-Facto, Pesquisa-

Ação (FONSECA, 2002).

A Pesquisa-Ação não é considerada um simples levantamento de dados ou

de relatórios a serem arquivados. Neste contexto os pesquisadores pretendem

desempenhar um papel ativo na própria realidade dos fatos observados (GIL, 2008).

Desse modo o pesquisador procura aprofundar-se na compreensão dos

fenômenos que estuda nas ações dos indivíduos, em seu ambiente e contexto social

e interpretando-os segundo a perspectiva dos participantes na problemática

pesquisada, sem se preocupar com representatividade numérica, generalizações

estatísticas e relações lineares de causa e efeito.

A interpretação, a consideração do pesquisador como principal instrumento

de investigação e a necessidade do pesquisador de estar em contato direto e

prolongado com o campo, para captar os significados dos comportamentos

observados, revela-se como características da pesquisa qualitativa (GOLDENBERG,

1999; NEVES, 1996; PATTON, 2002).

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3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA

A investigação trata-se de uma análise sobre as perspectivas das múltiplas

compreensões do aluno autista sobre a educação ambiental voltada para práticas

pedagógicas que contemplem a contextualização do conteúdo estudado no universo

de 10 alunos de ambos os sexos.

Os participantes foram alunos da Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo,

localizada na cidade de Manaus que se enquadram nos critérios de inclusão no qual

se destacam:

- Ser aluno da educação especial com TEA, da escola em pesquisa;

- Ser do sexo feminino e masculino;

- Ter faixa etária correspondente entre 10 a 13 anos.

3.4 COLETAS DE DADOS

Para coleta de dados foram realizadas participações da pesquisadora como

observadora nas aulas ministradas pela professora regente da turma referente ao

conteúdo Água: necessária para viver, use com sabedoria, não havendo

interferências na condução das mesmas.

Os passos iniciais para a realização da pesquisa foram desenvolvidos in

loco, no primeiro momento realizou-se palestra expositiva, dialogada sobre o

projeto Educação Ambiental na Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo:

perspectivas para múltiplas compreensões do aluno autista destacando a relevância

da pesquisa para a gestora, pedagoga e professores da referida escola.

No segundo momento a pesquisadora assistiu a um vídeo – Água: Vida e

Alegria, o referido vídeo foi produzido pelo Projeto ASA (Articulação no Semi-Árido

Brasileiro), com ilustrações dos alunos da quarta série da Escola Municipal Dr. João

Campos, no distrito de Ponto Novo, Riachão do Jacuípe – Bahia. Após o vídeo a

professora regente solicitou aos alunos que fizesse um relato sobre o vídeo.

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No terceiro momento a professora regente confeccionou figuras em E.V.A.

para construção da maquete, onde os alunos pudessem distinguir o rio limpo do

rio poluído.

Figura 3: Maquete – Rio limpo / Rio Poluído

Fonte: Pesquisadora (2019)

Figura 2: Vídeo – Água: Vida e Alegria

Figura 2: Vídeo – Água: Vida e Alegria

Figura 2: Vídeo – Água: Vida e Alegria

Fonte: Pesquisadora (2019)

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No quarto momento a professora regente entregou para os alunos uma

atividade padronizada para que fosse pintado pelos alunos objetos que poluem o

rio.

Figura 4: Atividade padronizada

Fonte: Pesquisadora (2019)

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No quinto momento a professora regente distribuiu folha de oficio para

que os alunos desenhassem o que compreenderam sobre água e após o

término do desenho, os alunos explicaram o que desenharam para a classe e a

professora digitou a explicação de cada aluno para que fosse construído o

mural.

Figura 5: Mural – A água no nosso cotidiano

Fonte: Pesquisadora (2019)

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Quanto aos recursos necessários foram utilizados:

Humanos: Professora, Alunos e Pesquisadora.

Materiais: foram utilizados Didáticos, Quadro Branco, lápis, lápis de

cor, canetas, pinceis hidrocor, Computador, Data-show, Papelaria (cartolina e

papel oficio), Revistas e DVD.

Realização das atividades sempre na coletividade e efetivação

quanto à mediação da atividade desenvolvida utilizando o DUA com intuito de o

aluno compreender o conteúdo da melhor forma possível. O professor sendo o

mediador escriba

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CAPITULO IV

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Conforme o objetivo de analisar as possíveis perspectivas de compreensão

do aluno autista frente ao meio ambiente no qual está inserido, nos resultados

observa-se que as possíveis perspectivas de compreensão foram consolidadas de

forma satisfatória com a utilização do DUA e embasada pela TEORIA da Mente. Tais

evidências, embora em estudo de caso confirmam com Silva, Rodrigues e Silveira

(2012), a relação entre Teoria da Mente e o desenvolvimento social é bidirecional.

De um lado o desenvolvimento social pode ser estímulo à Teoria da mente, pois

proporciona às crianças contato com estados mentais e condutas sociais, tendo

grande importância para o contexto em que a criança está inserida (estrutura

familiar, ambiente escolar etc.). De outro prisma, uma Teoria da Mente bem

desenvolvida é capaz de beneficiar o desenvolvimento social, pois a compreensão

de estados mentais influencia na forma de interação das crianças, na qualidade das

relações de amizade e na compreensão social. Logo, tanto a Teoria da Mente pode

favorecer o desenvolvimento social, como o desenvolvimento social pode favorecer

a Teoria da Mente. Assim, a Teoria da Mente é importante para a inserção da

criança no mundo social, pois está relacionada à continuação e ao bom andamento

das relações sociais. Crianças que conseguem compreender melhor as crenças,

desejos e emoções têm maior aceitação social. E com isso, estuda-se que o DUA foi

eficaz para a observação e agregou dados para esclarecer a compreensão nas

aulas de ciências de alunos com TEA.

Referente ao outro objetivo de investigar a partir dos conteúdos de ciências

da natureza as relações constituídas entre o aluno autista, meio ambiente e a

educação ambiental para melhor assimilação e acomodação do conhecimento, é

possível fazer a correlação entre o meio ambiente, educação ambiental por meio da

interação e também com atividades educativas como fator de influência na inclusão

do aluno autista, sendo importante ressaltar que a Educação Ambiental, cujas

diretrizes se encontram na Lei nº 9795/99 e na Constituição Federal, exerce papel

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importante na sinalização e autonomia da criança. E Piaget (1977) contribui

destacando que o meio físico não impõe de uma só vez e nem um bloco único à

inteligência em evolução, mas consegue-se acompanhar o passo a passo as

aquisições a partir das experiências e principalmente os modos que se tornam

diferentes de acordo com o nível de assimilação e acomodação que regem essas

aquisições, do mesmo modo o “meio social dá ensejo a interações entre o indivíduo

em desenvolvimento e as circunstâncias que o rodeiam, as quais são extremamente

diferentes umas das outras, e cuja sucessão obedece as leis” (PIAGET, 1977,

p.158).

Em relação ao objetivo de avaliar se os recursos didáticos,

metodologias/estratégias e o desenho universal para aprendizagem atendem as

necessidades educacionais do aluno autista. Nas observações durante as aulas

ministradas foi possível constatar que a professora regente teve uma preocupação

em adaptar os recursos didáticos e estratégias conforme assegurado na LBI artº 28

/2015, utilizando como metodologia a o Desenho Universal para a Aprendizagem

permitindo assim minimizar as barreiras, tornando o currículo acessível para todos,

usando vários meios de representação do conteúdo, execução e engajamento na

tarefa. Para Ribeiro e Amato (2018) o DUA mostrou ser uma abordagem eficiente

para a criação de ambientes de aprendizagem flexíveis e acessíveis para todos os

alunos, ofertando mais opções de acesso ao aprendizado e melhora as percepções

dos alunos sobre o próprio aprendizado, isso pode melhorar positivamente a

disposição dos alunos para a aquisição de conhecimento, usando múltiplos meios de

representação e expressão.

Portanto é possível assegurar que os objetivos foram alcançados com êxito,

pois repensar a forma de ensinar partindo da compreensão do que significa

aprender, requer uma rede de apoio com diversos profissionais e de saberes

específicos, principalmente quando se considera a especificidade de cada aluno e a

diversidade de cada sala de aula. Talvez este seja o grande desafio a ser enfrentado

por todos os profissionais preocupados com a educação – transformar as escolas

em espaço para todos com ambientes inclusivos e facilitadores para aprendizagem.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio desta pesquisa pode-se confirmar a possibilidade de se ministrar

aula inclusiva apoiando-se no DUA e considerando a Teoria da Mente como um

caminho de busca para ganhos cognitivos e mudanças de comportamentos da

aprendizagem do selecionado.

Ainda que seja sabido que alunos com TEA são capazes de aprender, cada

um a sua maneira, e confirmar-se com este estudo, a afirmação de Gadia (2016) de

que a aprendizagem ocorre desde que as crianças recebam intervenções

adequadas. Tais condutas devem acontecer tanto na escola como em casa e na

sociedade.

Outrossim, os referenciais teóricos empregados se mostram eficazes para

fundamentar a elaboração das atividades. Neste sentido pontua-se a relevância de

que os professores façam uso de referenciais teóricos como fundamento da sua

prática, fazendo uso da criatividade para aplicar os conceitos teóricos.

Portanto a contribuição deste trabalho, além de alcançar os objetivos

iniciais, foi elaborada uma cartilha com o intuito de ampliar o conhecimento dos

familiares e do corpo técnico quanto á trajetória do processo de compreensão do

aluno autista nas aulas de educação ambiental.

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5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Todo e qualquer estudo apresenta possibilidades de continuar a pesquisa, o

que leva a sugestão de que novos estudos sejam realizados de forma a ampliar os

dados aqui discutidos.

Sugere-se investigar a Teoria da Mente e a compreensão de leitura de

alunos com TEA para desenvolver uma intervenção de aprendizagem que resulte

em aprimoramento das habilidades;

Implantar a pedagogia ecossistêmica que objetiva trabalhar com os alunos

os valores humanos, a consciência ecológica e a cidadania, a fim de que eles

adquiram atitudes de responsabilidade e busquem alternativas para a melhoria da

qualidade de vida no planeta;

Inserir o currículo funcional natural que propõe desenvolver habilidades que

levem os alunos a atuarem da melhor forma possível dentro do seu ambiente,

tornando-os mais independentes e criativos, aumentando as respostas adaptativas e

diminuindo os comportamentos que os tornam alunos menos integrados.

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RODRIGUES, M. C.; RUBAC, J. S. Histórias infantis: um recurso para a compreensão dos estados mentais. Estudos de Psicologia, v. 13, n. 1, p. 31-37, 2008. RODRIGUES, M. C.; SILVEIRA, F. F.; PELISSON, M. C. C. Teoria da mente e leitura: estudo qualitativo na educação infantil. Psicologia Escolar e Educacional, v. 21, n. 2, p. 195-205, maio/agosto, 2017. SALIS, Viktor D. Ensinando uma epistomologia do ócio. Revista de Centro de Pesquisa e Formação/SESC – SP. Nº 02, maio. 2016, p. 30 – 38. ISSN24482773. SANTOS, Jarlem Pimenta et al. Percepção Ambiental dos Alunos do Ensino Fundamental em uma Escola do Município de Manaus. Anais do SICASA e ANPPAS Amazônia.Manaus(AM) UFAM/ANPPAS, p. 144 – 146, 2016. Disponível em WWW.even3.com.br/IVSICASA - ISSN: 2178-3500. SILVA, R. L. M.; RODRIGUES, M. C.; SILVEIRA, F. F. Teoria da mente e desenvolvimento social na infância. Psicologia em Pesquisa, UFJF, v. 6, n. 2, p. 151-159, jul.- dez., 2012. TEIXEIRA Gustavo. Manual dos Transtornos Escolares. Rio de Janeiro, Best Seller, 2013. TRIGO, Patrícia et al. Guia Escolar do Autismo. Fortaleza, Encom, 2017. TONELLI, H. Autismo, Teoria da Mente e o Papel da Cegueira Mental na Compreensão de Transtornos Psiquiátricos. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 24, n. 1, p. 126-134, 2011. UNESCO, MEC. Declaração de Salamanca sobre os princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Salamanca, 1994. VARINE, Hughes de. A Nova Museologia: ficção ou realidade. In: Museologia Social. Porto Alegre: Unidade Editorial da Secretaria de Cultura, 2000. p 21-33. VELLOSO, R. L.; DUARTE, C. P.; SCHWARTZMAN, J. S. Evaluation of the theory of mind in autism spectrum disorders with the Strange Stories test. Arquivos de Neuropsiquiatria, n. 71, v.11, p. 871-876, 2013. LIAO, Waysun. TAI CHI CLASSICS. São Paulo. Shambhala.2001.

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YIN, Robert K, Estudo de Caso: Planejamento e Método. Porto Alegre: Bookman, 3ª ed. 2015.

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ANEXO

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ANEXO I

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário(a), da pesquisa de

mestrado intitulado: educação ambiental na escola estadual Manoel Marçal de

Araújo: perspectivas para múltiplas compreensões do aluno autista, conduzida

pela mestranda Adriana Melo Magalhães. Este estudo tem por objetivo analisar as

possíveis perspectivas de compreensão do aluno autista frente ao meio ambiente

onde está inserido, utilizando o desenho universal para aprendizagem como

instrumento de observação no processo de aprendizagem.

Você foi selecionado (a) por critério que contempla o estudo para avaliar a

perspectivas para múltiplas compreensões do aluno autista nas aulas de educação

ambiental, você passa a ser o sujeito de objeto de estudo. Esclarecendo que sua

participação não é obrigatória. A qualquer momento, você poderá desistir de

participar e retirar seu consentimento. Sua recusa, desistência ou retirada de

consentimento não acarretará prejuízo. Não haverá nenhum risco a sua integridade,

as informações cedidas serão mantidas em sigilo pela equipa de pesquisa.

Declaro que entendi os objetivos e benefícios de minha participação na pesquisa

acima, e que concordo em participar.

Manaus, ____ de _________________ de 2019.

Assinatura do (a) responsável participante: ______________________________

Assinatura do (a) pesquisador (a): ______________________________________

Local de coleta de dados: Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo.

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TERMO DE CONSENTIMENTO DA INSTITUIÇÃO

Pelo presente termo e na qualidade de responsável por essa instituição,

declaro que aceito a realização do projeto intitulado “EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA

ESCOLA ESTADUAL MANOEL MARÇAL DE ARAÚJO: PERSPECTIVAS PARA

MÚLTIPLAS COMPREENSÕES DO ALUNO AUTISTA” pela aluna Adriana Melo

Magalhães da Universidade Federal do Pará, sob orientação do Professor Dr

Claudio Nahum Alves.

Belém, 18 de julho de 2019

Assinatura do responsável

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