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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
CURSO DE AGRONOMIA
JULYANNE BRAGA CRUZ AMARAL
FATOR DE REFLECTÂNCIA ESPECTRAL DO FEIJÃO SUBMETIDO À
ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL
FORTALEZA
2018
JULYANNE BRAGA CRUZ AMARAL
FATOR DE REFLECTÂNCIA ESPECTRAL DO FEIJÃO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO
ORGÂNICA E MINERAL
Monografia apresentada ao Curso de
Agronomia do Departamento de Engenharia
Agrícola da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Agronomia.
Orientador: Prof. Dr. Fernando Bezerra Lopes.
Coorientadora: M.Sc.ª Ana Caroline Messias
de Magalhães.
FORTALEZA
2018
JULYANNE BRAGA CRUZ AMARAL
FATOR DE REFLECTÂNCIA ESPECTRAL DO FEIJÃO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO
ORGÂNICA E MINERAL
Monografia apresentada ao Curso de
Agronomia do Departamento de Engenharia
Agrícola da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Agronomia.
Aprovada em: 26/11/2018.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Fernando Bezerra Lopes (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Doutoranda M.ª Sc. Ana Caroline Messias de Magalhães (Coorientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
_________________________________________
Doutorando M. Sc. Éder Ramon Feitoza Lêdo (Conselheiro)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos Guerreiro Chaves (Conselheiro)
Faculdade Terra Nordeste (FATENE)
A Deus.
Aos meus pais, Julio Cesar da Silva Amaral e
Adrianne Braga Cruz.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e por me guiar nesta caminhada.
Aos meus pais, Julio e Adrianne, pelo amor, esforço e dedicação. Pelo apoio e
incentivo constantes. Por terem acreditado em mim e proporcionado condições para a
realização desse sonho.
A minha irmã, Marianne, por toda amizade e por sempre estar ao meu lado para o
que fosse preciso, dividindo momentos de alegria e sendo meu apoio nas dificuldades.
Aos meus avós, Tarcísio, Maria e Rita, por todo cuidado e amor.
Ao meu namorado, André, pelo apoio nos momentos difíceis, por ter sido meu
companheiro nessa jornada e dividir comigo planos e sonhos para o futuro.
Aos grandes amigos, Alexandre, Bruna, Caio, Luana, Mayara, Pedro e Renata que
desde o início do curso compartilham comigo tantos momentos e que se tornaram muito mais
que amigos de graduação. Obrigada pela motivação e apoio nesse final de ciclo.
Aos amigos, Anderson, Leonardo, Victor e Vitor da Silveira, com quem
compartilhei momentos de estudo e descontração.
Às amigas de infância Amanda, Gabriela e Larysse, que estão sempre presentes,
independente da distância.
Aos colegas de trabalho da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, pela amizade
e pelos conhecimentos adquiridos.
À Universidade Federal do Ceará, por proporcionar condições necessárias pra
minha formação profissional, à Embrapa Agroindústria Tropical pela estrutura para a
realização do estágio e deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Fernando Bezerra Lopes, pela orientação e confiança depositada em
mim para a realização deste trabalho.
À M.ª Sc. Ana Caroline Messias de Magalhães, pela coorientação e por, mesmo
que distante, colocar-se sempre à disposição para ajudar no que fosse necessário durante toda
a realização do trabalho.
Ao pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Dr. Carlos Alberto Kenji
Taniguchi, pela ajuda na realização das análises foliares.
Aos participantes da banca examinadora M. Sc. Éder Ramon Feitoza Lêdo e Prof.
Dr. Luiz Carlos Guerreiro Chaves pelo tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões.
“A persistência é o menor caminho do êxito”.
(Charles Chaplin)
RESUMO
A cultura do feijão tem grande importância econômica e social no Brasil, uma vez que faz
parte da alimentação básica da população e é fonte de renda para pequenos e grandes
agricultores. Visando uma maior produtividade e, consequentemente, maior lucro, faz-se uso
de técnicas que proporcionem aumento do potencial produtivo da cultura, podendo-se
destacar o uso da adubação e do sensoriamento remoto, garantindo melhores condições de
solo e nutrição da planta e uma rápida diagnose nutricional da planta. Objetivou-se avaliar o
fator de reflectância espectral do feijão-caupi adubado com doses de composto orgânico e
gerar modelo que permita a estimativa da concentração de nutriente nas folhas. O
experimento foi realizado na horta da Universidade Federal do Ceará, Campus do Pici
(Fortaleza, CE). A cultura avaliada foi o feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) cv.
Pitiúba, sob irrigação localizada por gotejamento. Adotou-se o delineamento experimental de
blocos casualizados, em cinco tratamentos com cinco blocos e cinco repetições.O feijão foi
adubado com as seguintes doses de composto orgânico: 100, 200 e 300%, sendo a dose de
100% definida com base em equivalência do nitrogênio do tratamento mineral. Para aquisição
dos dados radiométricos, utilizou-se o espectroradiômetro Field Spec 3 Hi-Res. A análise
foliar foi feita por meio da digestão via úmida nitro-perclórica, no Laboratório de Solos, Água
e Planta da Embrapa Agroindústria Tropical. Foi realizada a análise de variância entre os
teores de nutrientes foliares em cada tratamento das fases fenológicas avaliadas. Realizou-se
também, uma análise de correlação entre os dados espectrais e os teores de nutrientes obtidos
da análise foliar, ajustando-se modelos de regressão. Os resultados evidenciam que em todas
as fases avaliadas foi obtido comportamento espectral semelhante a de uma vegetação verde e
sadia e que os comprimentos de ondas 725, 684 e 720 nm foram as melhores para estimar as
concentrações de P, K e Ca, respectivamente. Foi possível estimar as concentrações de
nutrientes do feião-caupi, utilizando dados espectrais e modelo de regressão.
Palavras-chave: Sensoriamento Remoto. Fator de reflectância. Vigna unguiculata. Análise
foliar.
ABSTRACT
Bean cultivation has great economic and social importance in Brazil, as it is part of the
population's basic diet and a source of income for small and large farmers. Aiming at higher
productivity and, consequently, higher profit, techniques are used to increase the productive
potential of the crop, and it is possible to highlight the use of fertilization and remote sensing,
ensuring better soil conditions and plant nutrition and a rapid nutritional diagnosis of the
plant. The objective was to evaluate the spectral reflectance factor of cowpea fertilized with
organic compound doses and to generate a model that allows the estimation of nutrient
concentration in the leaves. The experiment was carried out at the Federal University of
Ceará, Campus do Pici (Fortaleza, State of Ceará, Brazil). The evaluated culture was cowpea
(Vigna unguiculata (L.) Walp) cv. Pitiúba, under localized irrigation by drip irrigation. A
randomized complete block design was used in five treatments with five blocks and five
replications. A randomized complete block design was used in five treatments with five
blocks and five replications. The beans were fertilized with the following doses of organic
compound: 100, 200 and 300%, the 100% dose being defined on the basis of equivalence of
the nitrogen treatment. For the acquisition of radiometric data, the Field Spec 3 Hi-Res
spectroradiometer was used. Leaf analysis was done by means of nitro-perchloric wet
digestion, at the Soil, Water and Plant Laboratory of Embrapa Agroindústria Tropical. The
analysis of variance between the contents of foliar nutrients in each treatment of the
phenological phases evaluated was performed. A correlation analysis between the spectral
data and the nutrient contents obtained from the leaf analysis was also performed, adjusting
regression models. The results show that in all the phases evaluated, spectral behavior similar
to that expected for healthy green vegetation was obtained and that wavelengths 725, 684 and
720 nm were the best to estimate P, K and Ca concentrations, respectively. It was possible to
estimate nutrient concentrations of cowpea using spectral data and regression model.
Keywords: Remote sensing. Reflectance factor. Vigna unguiculata. Foliar analysis.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 − Caminho da REM até um sensor passivo ........................................................ 23
Figura 2 − Espectro eletromagnético ................................................................................ 24
Figura 3 − Comportamento espectral dos diferentes alvos................................................ 25
Figura 4 − Comportamento espectral de uma folha verde e sadia .................................... 26
Figura 5 − Comportamento espectral em comparação de uma folha verde e sadia e uma
estressada ........................................................................................................ 27
Figura 6 − Mapa da área de realização do experimento em campo ................................. 28
Figura 7 − Cultura do feijão-caupi em campo ................................................................. 29
Figura 8 − Temperatura e pluviometria durante o experimento ....................................... 30
Figura 9 − Curvas da reflectância em função do comprimento de onda das folhas do
feijão-caupi nas fases V4 (A), R6 (B) e R9 (C) .............................................. 37
Figura 10 − Correlação entre a reflectância e os teores de P, K, Mg, Ca e S ..................... 39
Figura 11 − Modelo empírico para estimar a concentração de P (A), K (B) e Ca (C) ........ 41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 − Fenologia do feijão-caupi .............................................................................. 18
Tabela 2 − Teores totais de macronutrientes (Kg.ha-1) considerados adequeados para o
feijão-caupi .................................................................................................... 22
Tabela 3 − Média dos tratamentos e coeficientes de variação dos macro e
micronutrientes presentes nas folhas de feijão-caupi mediante doses de
adubo orgânico nas diferentes fases fenológicas .......................................... 34
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CTC Capacidade de Troca de Cátions
DAF Distribuição Angular Foliar
EMA Erro Médio Absoluto
FDRB Função de Distribuição da Reflectância Bidirecional
IAF Índice de Área Foliar
NSE Coeficiente de Nash-Sutcliffe
R² Coeficiente de Determinação
REM Radiação Eletromagnética
REMQ Raíz do Erro Médio Quadrático
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 16
2.1 Características da cultura do feijão-caupi ...................................................... 16
2.2 Adubação orgânica do feijão-caupi ................................................................. 18
2.2.1 Importância da adubação orgânica ................................................................... 18
2.2.2 Resposta do feijão-caupi à adubação orgânica ................................................. 19
2.2.3 Compostagem ...................................................................................................... 20
2.3 Teor de nutrientes nas folhas do feijão ............................................................ 21
2.4 Sensoriamento Remoto ..................................................................................... 22
2.4.1 Reflectância espectral da vegetação .................................................................. 24
2.4.2 Estimativa da concentração de nutrientes em plantas usando o
sensoriamento remoto ........................................................................................ 27
3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 28
3.1 Caracterização do experimento ......................................................................... 28
3.2 Aquisição dos dados radiométricos .................................................................... 31
3.3 Digestão via úmida nitro-perclórica .................................................................. 31
3.4 Análise dos dados ............................................................................................... 32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 33
4.1 Análise foliar ...................................................................................................... 33
4.2 Resposta espectral do feijoeiro ........................................................................... 36
4.3 Correlação entre o fator de reflectância e a concentração de P, K e Ca
foliares ................................................................................................................ 38
5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 45
14
1 INTRODUÇÃO
O crescente aumento da população mundial vem gerando grandes necessidades de
expansão da produção alimentícia, o que tem proporcionado o desenvolvimento de
tecnologias na agricultura cujos objetivos são proporcionar o maior aproveitamento do
potencial de produção das culturas.
Dentre as técnicas utilizadas para o aumento da produção, pode-se citar a
utilização de adubos que são capazes de modificar as características químicas do solo através
do fornecimento de nutrientes. Dentre eles, pode-se destacar os de origem orgânica, que
alteram não só os atributos químicos como também os físicos e biológicos e, desse modo,
contribuem para um melhor desenvolvimento da cultura (OLIVEIRA et al., 2014). O feijão-
caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) é uma cultura que apresenta importância social e
econômica no país, sendo produzida tanto por pequenos como grandes agricultores, mas
manifesta grande destaque na região nordeste e na agricultura familiar.
A região semiárida é caracterizada por apresentar um clima seco e quente, com
índice pluviométrico relativamente baixo, grandes intervalos entre as chuvas e má distribuição
das mesmas, além de solos rasos, com problemas de infiltração e drenagem, causando à
região, dificuldades para a prática da agricultura.
Diante de tais características, o feijão vigna é mais produzido que o feijão comum
nessa região, por possuir alta capacidade de adaptação às adversidades climáticas em
consequência da sua rusticidade e precocidade. Além de ser uma fonte de renda para os
produtores rurais, principalmente dessa região, o feijão está presente na dieta alimentar dos
brasileiros como principal componente, devido ao seu alto valor nutricional (FREIRE FILHO
et al., 2011).
A utilização de técnicas de sensoriamento remoto contribui para um melhor
desenvolvimento das culturas, pois possibilita uma rápida diagnose nutricional da planta. O
estudo do comportamento espectral tem potencial para que seja estimada a concentração de
nutrientes nas folhas, possibilitando uma adubação mais otimizada. Uma outra vantagem
dessa técnica é sua rapidez e a não geração de resíduos, diferentemente de análises foliares em
laboratórios, uma vez que o emprego de reagentes concentrados utilizados nessas análises
geram grandes quantidades de resíduos (SILVA, 1999).
Desse modo, objetivou-se avaliar o fator de reflectância espectral do feijão-caupi
adubado com doses de composto orgânico e, por meio da correlação dos dados do
15
espectroradiômetro com os da análise foliar, gerar modelo que permita a estimativa a
concentração de nutriente nas folhas.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Características da cultura do feijão-caupi
O feijão-caupi, pertencente à classe Dicotiledônea, família Leguminosae, espécie
Vigna unguiculata (L.) Walp é originária da África, sendo introduzido no Brasil no Estado da
Bahia pelos colonizadores portugueses (FREIRE FILHO, 1988).
A produção dessa cultura concentra-se, principalmente, nas regiões Norte e
Nordeste do Brasil e é de grande importância socioeconômica para as famílias das regiões,
por ser constituinte básico da alimentação e gerador de emprego e renda, sendo os pequenos
agricultores os responsáveis por essa produção, sem a utilização de grandes tecnificações
(FREIRE FILHO et al., 2011). Há cerca de 10 anos essa cultura foi expandida para outras
regiões do país, principalmente, áreas de cerrado, sendo produzida por médios e grandes
produtores na forma de safrinha (BERTINI, DO VALE; BORÉM, 2017).
Embora o feijão seja pouco exigente quanto às condições climáticas, existem
fatores que possibilitam melhores respostas no seu crescimento e desenvolvimento, podendo-
se destacar a precipitação pluviométrica, a temperatura do ar, o fotoperíodo, o vento e a
radiação solar (ANDRADE JÚNIOR, 2002).
Para que se obtenha uma produção viável, sem a utilização da irrigação, a cultura
do feijão-caupi necessita de, no mínimo, 300 mm de chuva. É de extrema importância que
essa precipitação pluviométrica seja bem distribuída durante todo o clico da cultura, de modo
que as plantas tenham água disponível em todas as fases do seu desenvolvimento
(ANDRADE JÚNIOR, 2002).
Pelo fato de não ter grandes exigências climáticas, o feijão-caupi é cultivado
desde a latitude 40°N até 30°S (BERTINI, DO VALE; BORÉM, 2017), em diferentes
altitudes, entretanto, a cultura alcança seu melhor desenvolvimento em faixas de temperatura
de 18 a 34°C. Conforme a fase fenológica em que as plantas se encontram, variam as
temperaturas em que as mesmas suportam: para a germinação, varia de 8 a 11 °C e o período
de floração inicial, de 8 a 10 °C, abaixo dessas temperaturas o desenvolvimento é cessado
(CRAUFURD et al., 1996a; 1996b).
Ellis et al. (1994) afirmam em seus estudos que a falta de água no início do
desenvolvimento da cultura são benéficos ao desenvolvimento radicular, uma vez que
estimula o crescimento das raízes em busca de água, entretanto, tal déficit hídrico próximo e
antes do florescimento pode reduzir o crescimento e, consequentemente, limitar a produção.
17
Por outro lado, períodos chuvosos durante a colheita, podem induzir o aparecimento de
fungos, diminuindo, assim, a qualidade dos grãos (ANDRADE JÚNIOR, 2002).
Fotoperíodo é a resposta das plantas às mudanças de luz e escuro em ciclos de 24
horas (BERTINI, DO VALE; BORÉM, 2017). Algumas cultivares de feijão-caupi são
sensíveis ao fotoperíodo e têm seu florescimento atrasado quando o fotoperíodo é maior que o
fotoperíodo crítico, ou seja, quando o número de horas de luz solar é maior do que aquele que
as plantas necessitam, outras cultivares são insensíveis, podendo ser cultivadas durante todo o
ano, dependendo apenas da temperatura e umidade (CRAUFURD et al., 1996a).
Outro fator que tem influência no desenvolvimento do feijão é o vento. A
incidência do vento em lavouras pode aumentar o consumo hídrico pela planta, tornando-a
mais suscetível a períodos curtos de estiagem, afetando, deste modo, o desempenho da
cultura. Além de influenciar, quando muito forte, na disseminação de doenças (BERTINI, DO
VALE; BORÉM, 2017).
A radiação solar influencia diretamente a fotossíntese das plantas, e diante disso, é
de grande relevância para o desenvolvimento das mesmas. Bertini et al. (2017) evidenciam
que a taxa de interceptação de luz é de extrema importância para a produtividade de uma
cultura e o feijão-caupi geralmente apresenta altas taxas, devido às folhas glabras e de
coloração verde-escura.
Pode-se destacar, como sendo referência para o melhoramento genético do feijão-
caupi no Ceará, a cultivar Pitiúba, que, segundo Alves et al. (1982), apresenta boas
características com relação à produtividade, adaptabilidade e estabilidade fenotípica. É uma
cultivar que apresenta um ciclo precoce, atingindo a maturidade entre 61 e 70 dias após a
semeadura e seu tipo de crescimento é semiprostrado (DE OLIVEIRA et al., 2009).
É de grande relevância o conhecimento sobre a fenologia da cultura, uma vez que
ocorrem mudanças morfológicas e fisiológicas durante o desenvolvimento da cultura, diante
disso, tais informações estão dispostas na Tabela 1.
18
Tabela 1 – Fenologia do feijão-caupi
Fonte: Dourado Neto et al. ( 2000).
2.2 Adubação orgânica do feijão-caupi
2.2.1 Importância da adubação orgânica
Segundo Finatto et al. (2013), a adubação orgânica consiste na utilização de
resíduos de origem animal e vegetal, que, após a decomposição, resulta em matéria orgânica.
Na região semiárida brasileira, a vegetação original vem sendo reduzida devido
ao desmatamento e a expansão das atividades agropecuárias, o que diminui a fertilidade do
solo por conseqüência, dentre outros processos, erosão e a exportação dos nutrientes pela
agricultura ou pecuária (ARAÚJO et al., 2011). Diante disso, a adubação orgânica é utilizada
para aumentar a fertilidade do solo e reduzir esses efeitos.
O uso eficiente dos recursos naturais é fundamental para alcançar o equilíbrio
ecológico e a sustentabilidade do sistema produtivo (MAROUELLI et al., 2011), de modo a
melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
A matéria orgânica resultante da decomposição dos resíduos utilizados na
adubação orgânica é fundamental para a melhoria das propriedades físicas do solo, uma vez
que promove uma maior estabilidade dos agregados, afetando também, outras características
físicas como aeração, armazenamento de água e drenagem interna do solo e porosidade.
(GARCIA; ROSOLEM, 2010).
A utilização da adubação orgânica age sobre as propriedades biológicas do solo
ao aumentar a biodiversidade de microrganismos que irão mediar a decomposição do resíduo
orgânico em matéria orgânica, contribuindo, deste modo, para a manutenção da fertilidade do
solo (MÜLLER, 2012).
19
Sobre as propriedades químicas do solo, as maiores influências da adubação
orgânica estão relacionadas à ciclagem e adsorção de nutrientes, promovendo uma maior
disponibilização de elementos essenciais para as plantas e aumento gradativo da capacidade
de troca de cátions (CTC) do solo, melhorando indiretamente sua fertilidade (MÜLLER,
2012).
Para que os nutrientes oriundos dos compostos orgânicos sejam absorvidos pelas
plantas é necessário que sejam primeiramente mineralizados, uma vez que estão, em sua
maioria, presentes na forma orgânica, não sendo prontamente disponíveis para as culturas. Por
meio da mineralização esses nutrientes são assimilados aos poucos pelas plantas. A
mineralização ocorre por meio da degradação dos detritos vegetais e animais pelos
microrganismos do solo, onde os nutrientes assumem formas inorgânicas e podem então ser
assimilados pelas plantas (STEVENSON; COLE, 1999).
Os adubos orgânicos mais conhecidos e viáveis economicamente são a
compostagem, a vermicompostagem, a adubação verde e o biofertilizante (FINATTO et al.,
2013).
2.2.2 Resposta do feijão-caupi à adubação orgânica
De acordo com Pereira et al. (2013), o feijão-caupi obtém boas respostas à
adubação orgânica, sendo observado aumento na sua produtividade quando se utiliza estercos
de animais, compostos orgânicos, húmus de minhoca e biofertilizantes como adubo.
Araújo et al. (2011) afirmam que o esterco é uma solução amplamente adotada
para o suprimento de nutrientes, tais como N, P e K nos solos da região semiárida.
Em experimento realizado por Alves et al. (2000) foi observado que o uso de
estercos bovino, caprino, de galinha e húmus de minhoca na adubação, resultou na produção
acima da média nacional de sementes de feijão.
Cavalcante et al. (2009), observaram em seu experimento que com a utilização de
89,3 ml/planta/vez e o aumento da concentração de biofertilizante, que os grãos por plantas
atingiram seu peso máximo.
Embora a adubação orgânica seja benéfica à produção do feijão vigna, Pereira et
al. (2013) observam que doses muito elevadas de adubos orgânicos podem ser prejudiciais à
cultura, promovendo a redução no número de vagens por planta e, consequentemente,
diminuindo sua produção.
20
2.2.3 Compostagem
A palavra composto é originária do latim “compositu”, que significa um
complexo de vários elementos juntos (DINIZ FILHO et al., 2007).
A compostagem é um processo biológico de transformação de resíduos orgânicos
em substância húmicas, ou seja, a partir da atividade de microrganismos, materiais como
restos de alimentos, frutos, folhas, estercos, palhadas dão origem a um adubo orgânico, de
coloração escura, rico em substâncias húmicas, proporcionando melhoria das propriedades do
solo quando aplicado (SUDO; ALMEIDA, 1980).
Diversos fatores podem afetar a compostagem, como temperatura, umidade,
aeração, relação C/N, tamanho das partículas e o ph (LIU, 2011).
A compostagem aeróbia é caracterizada por altas temperaturas, sendo o processo
dividido em três fases: termófila, mesófila e maturação. A fase termófila ocorre em
temperaturas acima de 45ºC (50 – 65°C), onde há uma intensa ação de micro-organismos
termófilos e rápida decomposição dos resíduos orgânicos. A elevada temperatura desta fase
garante quase total erradicação de plantas daninhas e patógenos. Na fase mesófila a
temperatura é entre 20 e 45ºC, o que promove a redução dos organismos termófilos,
diminuindo a atividade biológica. Nessa fase inicia-se o processo de humificação e maturação
da matéria orgânica. A última fase é a de maturação, onde a atividade biológica e temperatura
são reduzidas, ocorrendo a mineralização da matéria orgânica. Ao fim dessas etapas, o
composto encontra-se com as características desejáveis para ser aplicado no solo
(MASSUKADO, 2008).
A umidade está diretamente relacionada à atividade biológica, de modo que deve
estar sempre em um intervalo entre 50 e 60%. Teores de umidade abaixo de 50% reduzem a
velocidade do processo. Uma vez que a umidade seja superior a 60%, as atividades dos
microrganismos são reduzidas, fazendo com que a decomposição seja, em parte, anaeróbica, o
que resulta em odores desagradáveis (MEIRA; CAZZONATO; SOARES, 2003).
Devido à compostagem ser um processo aeróbico, a presença de oxigênio na pilha
é extremamente importante, pois contribui para a degradação da matéria orgânica pelos
microrganismos. Uma vez que esse fator esteja em falta, haverá uma redução da atividade
microbiana e, consequentemente, a retardação do processo (FERNANDES; SILVA, 1999).
Os tamanhos das partículas dos materiais utilizados não devem ser muito grandes
para evitar o retardamento da decomposição dos mesmos, por outro lado, partículas muito
21
pequenas também não são requeridas, por estarem mais propensas à compactação e, com isso,
reduzir a aeração da pilha (MEIRA; CAZZONATO; SOARES, 2003).
Outro fator muito importante para a qualidade do composto é o pH, que pode
indicar o estado de compostagem dos resíduos orgânicos (OLIVEIRA; SARTORI; GARCEZ,
2008). Níveis muito altos ou muito baixos de pH podem inibir a atividade biológica, sendo
adequadas as faixas entre 6,5 e 8,0 (ANDRÉ; MENDES, 2012).
Dentre os muitos materiais utilizados em compostagens, pode-se destacar excreta
de codorna, uma vez que a mesma é rica em nitrogênio, fósforo e potássio, e possui teores
maiores de fósforo e potássio comparado com excretas de outras aves (ANDRÉ; MENDES,
2012).
2.3 Teor de nutrientes nas folhas do feijão
Malavolta (1997) define diagnose foliar como sendo a análise do estado
nutricional da planta utilizando determinadas folhas em estádios distintos de
desenvolvimento. Determinar os teores de nutrientes nas folhas auxilia na identificação de
deficiências de nutrientes que provocam os mesmos sintomas, além de avaliar a necessidade
de adubação e indicar a quantidade correta requerida pela planta (KURIHARA; MAEDA;
ALVAREZ., 2005).
Na cultura do feijão a amostragem geralmente é feita no início da floração,
coletando-se, preferencialmente, a primeira folha amadurecida a partir da ponta do ramo,
sendo recolhidas trinta folhas por hectare (CARLOS; COSTA, 2004).
Segundo Andrade et al. (2004), a exigência nutricional do feijoeiro, em ordem
decrescente, é a seguinte: N, K, Ca, Mg, S, P, Fe, Mn, B, Zn e Cu. Autores como Wilcox e
Fageria (1976), Malavolta et al. (1997) e Martinez et al.(1999) propõem, pela utilização da
diagnose foliar, faixas críticas para avaliação do estado nutricional da cultura que estão
expostas na Tabela 2.
22
Tabela 2 – Teores totais de macronutrientes foliares (Kg.ha-1) considerados
adequados para o feijão caupi.
Autor P K Ca Mg S
Wilcox e Fageria (1976) 2,5-5,0 18-50 8-30 2,5-7 2,5-7
Malavolta et al. (1997)
Martinez et al. (1999)
1,2-1,5
4-7
30-35
27-35
50-55
25-35
5-8
3-6
1,5-2
1,5-2
Fonte: Elaboração do próprio autor.
Para a realização da avaliação da retirada de nutrientes da área cultivada, assim
como para recomendação de adubação, é de extrema relevância que se tenha conhecimento
sobre a acumulação de nutrientes pela planta (MALAVOLTA et al., 1997). Contudo, existem
alguns fatores que influenciam na absorção de nutrientes pelas plantas, como as espécies e
variedades, que apresentam variação nos teores foliares, o clima, as práticas culturais e a
incidências de doenças e pragas (MALAVOLTA et al., 1997).
Objetivando facilitar a indicação da necessidade de nutrientes, assim como
recomendar a adubação ideal para cada fase da cultura, faz-se uso das curvas de acúmulo de
nutrientes. Segundo Haag (1967), analisando as curvas, pode-se afirmar os períodos em que
as plantas absorvem os nutrientes essenciais e, dessa forma, obter informações sobre as
melhores épocas de aplicação de adubos.
2.4 Sensoriamento Remoto
Para Novo (2010), sensoriamento remoto é dito como a utilização de sensores e
equipamentos utilizados tanto para processamento quando para transmissão de dados, que
podem ser colocados a bordo de aeronaves, espaçonaves ou outras plataformas, visando
adquirir informações sobre determinados objetos, processos ou fenômenos da superfície sem
que haja contato físico com eles, a partir de registros e análises das interações entre radiação
eletromagnética (REM) e as substâncias dessas manifestações. Galvão (2001) conceitua
sensoriamento remoto, de forma mais geral, como um processo de amostragem do espectro
eletromagnético, onde faz-se uso de sensores que registram a quantidade de energia refletida
pelos objetos na superfície da terra.
A Figura 1 exemplifica o processo de obtenção de dados utilizando o
sensoriamento remoto. É necessária uma fonte de radiação, cuja energia vai incidir na
superfície terrestre, sendo parte dessa energia absorvida pelo alvo, outra parte transmitida e
23
uma fração é refletida, sendo captada por sensores juntamente com a energia emitida pela
superfície e, posteriormente, as informações são enviadas aos receptores.
Figura 1 – Caminho da REM até um sensor passivo.
Fonte: Resumo Escolar (2018).
O sensoriamento remoto vem sendo utilizado no mundo inteiro para diversos fins,
como inventários, mapeamentos e monitoramento de recursos naturais. Estudos de vegetação
também se enquadram nas aplicações do sensoriamento remoto, de modo que os dados
obtidos possibilitam realizar inúmeras atividades, tais como estimar a biomassa e
produtividade da cultura, monitorar o estresse hídrico e vigor nas plantas, avaliar o estádio
fenológico, desenvolver índices de vegetação para diferentes finalidades, dentre outros
serviços (FREIRE FILHO et al., 2001).
Meneses e Madeira Neto (2001) afirmam que sensoriamento remoto é tido como
uma das tecnologias que mais contribui para o entendimento de como a vegetação processa a
radiação eletromagnética (REM) e para isso são realizados estudos sobre o comportamento
espectral da vegetação, que é a exibição das características de reflectância da REM pelos
dosséis e folhas. Entende-se por reflectância espectral a medida de distribuição da energia
radiante, proveniente de um objeto em um específico e exato comprimento de onda.
Em estudos a respeito da REM, faz-se necessário o conhecimento de duas
propriedades muito importantes: comprimento de onda (λ) e freqüência (f), onde o
24
comprimento de onda corresponde ao comprimento de um ciclo de onda e frequência é o
número de vezes que uma onda passa por um ponto fixo por unidade de tempo (PONZONI,
2012). O conjunto de comprimentos de onda que compõem a REM é conhecido como
Espectro eletromagnético e é dividido em regiões espectrais, conforme exibe a Figura 2.
Figura 2 – Espectro eletromagnético.
Fonte: Galvão (2001).
2.4.1 Reflectância espectral de folhas
Os objetos da superfície terrestre refletem e absorvem energia eletromagnética de
maneira diferente, devido a sua diferente composição molecular. Hamada (2000) define
comportamento espectral como sendo a variação da radiação refletida por cada alvo em
função do comprimento de onda e, pode-se observar na Figura 3, o comportamento espectral
de diferentes alvos.
25
Figura 3 – Comportamento espectral dos diferentes alvos.
Fonte: Swain & Davis (1978).
As folhas exercem um papel muito importante no desempenho das plantas, uma
vez que nelas acontecem todas as reações fotoquímicas vitais para o vegetal, o que confere
como sendo o principal componente da planta que exerce influência na reflectância
(FERREIRA; SILVA, 2011).
Estudos apontam que os elementos da folha que mais interferem na reflectância
são a celulose, solutos, os espaços celulares ocupados pela água e pelo ar e a concentração de
pigmentos fotossintetizantes (MENESES; MADEIRA NETO, 2001), além desses
constituintes, outros fatores que afetam a energia refletida pela folha, dentre eles, o conteúdo
de água, o estádio de maturidade do vegetal e as condições de iluminação (LIPPERT, 2011).
Uma vez que existam diferenças entre essas características das folhas de diferentes espécies,
haverá também, diferença no comportamento espectral de cada uma.
Uma pequena quantidade de luz é refletida pelas células da camada superficial da
folha, enquanto a maior parte é transmitida para o mesófilo esponjoso onde os raios incidem
frequentemente nas paredes celulares, sendo refletidos se os ângulos de incidência forem
suficientemente grandes (LIPPERT, 2011). Alguns raios são refletidos de volta na direção da
fonte de energia incidente devido ao grande número de paredes celulares dentro da folha,
enquanto outros são transmitidos través da folha (MENESES; MADEIRA NETO, 2001).
Na Figura 4, pode-se observar o comportamento espectral de uma folha verde
sadia, onde se verifica três regiões com diferentes comprimentos de onda: a região do visível
26
(400 a 700 nm); região do infravermelho próximo (700 a 1300 nm); e região do infravermelho
de ondas curtas (1300 a 2600 nm). A Figura 5 exibe uma comparação entre o comportamento
de uma folha verde e sadia e folhas que apresentam estresses nutricionais ou hídricos.
Figura 4 – Comportamento espectral de uma folha verde e sadia.
Fonte: Novo (1998).
Na região do visível predomina a ação da clorofila, carotenos e xantofilas. A
energia radiante, nesta região, interage com a estrutura foliar por absorção e espalhamento e é
seletivamente absorvida pela clorofila e convertida em calor ou fluorescência, sendo
fotoquimicamente estocada na forma de componentes orgânicos (DE CARVALHO et al.,
2005), as folhas verdes sadias, absorvem energia nos comprimentos de onda do azul (400–500
nm) e vermelho (600 – 700 nm).
A reflectância da folha verde sadia aumenta no infravermelho próximo devido ao
espalhamento interno na folha, em consequência à interação da radiação com o mesófilo
(DOS SANTOS DA SILVA, ARLENE ; SILVA GALEN, 2016). A disponibilidade de água é
um fator que também pode alterar a reflectância de uma folha nessa região (MENESES;
MADEIRA NETO, 2001).
Na região do infravermelho de ondas curtas o espectro é definido pela absorção da
água, ocorrendo, principalmente, entre 1300 e 2000 nm. Nessa região os fatores de
reflectância serão maiores conforme a folha estiver mais seca, uma vez que a ausência de
água corrobora com a degradação de proteína e pigmentos, elevando a reflectância (GATES et
al., 1965; GAUSMAN, 1985; MOREIRA, 2011; PONZONI e SHIMABUKURO, 2009).
27
Figura 5 – Comportamento espectral em comparação de uma folha verde e sadia
com folhas estressadas.
Fonte: University of South Carolina.
2.4.2 Estimativa da concentração de nutrientes em plantas usando o sensoriamento remoto
. Uma técnica que está ganhando espaço na agriculta é o sensoriamento remoto,
que permite a aquisição de informações de maneira rápida e precisa (PAULO et al., 2018).
Segundo Malavolta (1997), o estado nutricional da planta é o melhor indicativo
da necessidade de realização de adubação na cultura. A nutrição de plantas tem sido estimada
fazendo-se uso de métodos que têm como base as medições de refletância por sensores
remotos ativos ou passivos (PORTZ, 2011). Essas reflectâncias são medidas por aparelhos
como espectroradiômetros (MOREIRA, 2005).
A partir desses dados de refletâncias, é possível desenvolver índices para
avaliações das necessidades nutricionais da cultura (ROSSATO et al., 2012), onde pode-se
utilizar funções matemáticas onde os melhores comprimentos de onda que exprimem
determinada característica são correlacionadas com os parâmetros da vegetação (EPIPHANIO
et al., 1996).
Além de espectroradiômetros, se faz uso de clorofilômetros, que são aparelhos
portáteis que avaliam os teores de clorofila na folha e são comumente utilizados para a
estimativa das concentrações de nitrogênio, uma vez que esse elemento tem fortes correlações
com a clorofila (DWYER et al., 1995).
28
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização do experimento
O experimento foi realizado na horta da Universidade Federal do Ceará, Campus
do Pici (Fortaleza, CE) (Figura 6). A cultura avaliada foi o feijão-caupi (Vigna unguiculata
(L.) Walp) cv. Pitiúba, sob irrigação localizada por gotejamento (Figura 7).
Figura 6 – Mapa da área de realização do experimento de campo.
Fonte: Magalhães (2018).
29
Figura 7 – Cultura em campo.
Fonte: Magalhães (2018).
O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos ao acaso, com cinco
tratamentos, cinco repetições, sendo o feijão adubado com as seguintes doses de composto
orgânico: 100, 200 e 300%. Os tratamentos no campo foram dispostos conforme abaixo
relacionados:
- Tratamento 1: adubação mineral;
- Tratamento 2: sem adubação (controle);
- Tratamento 3: adubação com dose de 100% de composto orgânico;
- Tratamento 4: adubação com dose de 200% de composto orgânico;
- Tratamento 5: adubação com dose de 300% de composto orgânico;
As parcelas constituíram-se por 5 linhas espaçadas de 100 cm entre si e de 30
cm entre covas ao longo da linha, instalando-se uma área de 5 m de comprimento por 1,8 m
de largura. Utilizou-se o manual de recomendações e calagem para o estado do Ceará
(AQUINO et al., 1993) e a exigência da cultura para definir a adubação do tratamento mineral
com N (uréia), P (superfosfato simples) e K (cloreto de potássio), após a análise de solo. As
condições de temperatura e pluviometria durante o experimento estão dispostas na Figura 8.
30
Figura 8 – Temperatura e pluviometria durante o experimento.
Fonte: Magalhães (2018).
Tomando como base o nitrogênio do tratamento mineral, foi definida a dose
100% do tratamento com adubação orgânica. A disponibilidade dos nutrientes do composto
orgânico foi determinada a partir da equação proposta por Futini Neto et al. (2001)
modificada por Silva (2008). Abriu-se covas com 0,25 m de profundidade e 0,25 m de
diâmetro, de onde o solo foi retirado e homogeneizado com as doses de fertilizantes orgânico
e mineral e retornado para as covas.
A adubação orgânica foi realizada incorporando ao solo o adubo e em dose
única 10 dias antes da semeadura. Metade das doses de N e K no tratamento de adubação
mineral foram aplicadas na semeadura junto com o P, e o restante na etapa de
desenvolvimento V4.
A semeadura foi feita manualmente, distribuindo-se 3 sementes por cova e,
posteriormente, realizando-se o desbaste, a fim de obter duas plantas por cova, totalizando
uma população de aproximadamente 67.000 plantas ha-1.
Realizou-se a diagnose foliar nas fases fenológicas V4, R6 e R9, coletando-se
30 trifólios+pecíolos em cada parcela, selecionando o terceiro trifólio a partir do topo. As
amostras foram acondicionadas em sacos de papel, identificados, encaminhados para o
laboratório onde foram lavadas com detergente neutro e posteriormente com água destilada e
secas em estufa a 65 °C até peso constante e em seguida foram maceradas, para realizar a
determinação dos teores de P, K, Ca, Mg, S, B, Fe, Zn, Mn, Cu por digestão com ácido nítrico
31
e perclórico e determinados no extrato em uma adaptação da metodologia descrita por Silva
(1999).
3.2 Aquisição dos dados radiométricos
Para aquisição dos dados radiométricos, utilizou-se o espectroradiômetro Field
Spec 3 Hi-Res, com campo de visada de 25°, que opera na região de 350 a 2500 nm e com
resolução espectral de 3 nm em 700 nm, 8,5 nm em 1400 nm e 6,5 nm em 2100 nm, o
espectrorradiômetro estava acondicionado em sala escura e protegida do meio externo afim de
evitar qualquer fonte de radiação que pudesse comprometer os resultados. O sensor foi
posicionado ao nadir a 7 cm de distância das amostras. A fonte de iluminação foi uma
lâmpada halógena de 250 W de potência com refletor parabólico, feixe colimado para o plano
visado e com 30° de ângulo zenital de iluminação. Como padrão de referência absoluta, foi
utilizada uma placa spectralon branca de alta reflectância, calibrada.
Selecionou-se cinco plantas em cada fase para que fossem realizadas as leituras.
As folhas foram coletadas sempre no mesmo horário (14:00 h) e as mesmas foram utilizadas
para a realização da análise foliar. Posteriormente os dados foram processados por meio do
ViewSpec Pro e analisados em planilha eletrônica.
Eliminou-se as medidas não representativas e calculou-se a média para as
restantes. Os valores de radiância espectral foram convertidos em fator de reflectância
bidirecional conforme a Equação 1:
FBR λ = La,λ / Lr,λ (1)
em que:
FRBλ - fator de reflectância bidirecional (adimensional)
La,λ - radiância espectral do alvo (W cm-2 sr-1 μm-1)
Lr,λ - radiância espectral da placa de referência (W cm-2 sr-1 μm-1)
3.3 Digestão via úmida nitro-perclórica
Utilizando uma adaptação de Silva (1999), pesou-se 0,25 g de material seco
moído diretamente em microtubos de digestão (dimensão: 25 mm x 200 mm). A cada tubo,
foram adicionados 8 mL de uma solução contendo ácido nítrico e ácido perclórico, numa
32
proporção de 3:1, sob temperatura ambiente. Após repouso por dois dias, os tubos foram
aquecidos em bloco digestor, lentamente, até 120°C, mantendo-se a temperatura constante até
que os fumos castanhos fossem desprendidos dos mesmos. Em seguida elevou-se a
temperatura a 150, 200 e 250°C a cada meia hora, mantendo a última constante até cessar o
desprendimento da fumaça branca (3 a 4 horas). Posteriormente, foram adicionados 20 mL de
água deionizada a fim de completar o volume, e a solução estava pronta para análise em
espectrofotômetro atômico com indução de plasma.
3.4 Análise dos dados
O experimento de campo foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso com
cinco tratamentos e cinco repetições. Foi realizada a análise de variância entre os teores de
nutrientes foliares em cada tratamento das fases fenológicas avaliadas. Realizou-se também,
uma análise de correlação entre os dados espectrais e os teores de nutrientes obtidos da análise
foliar.
33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análise foliar
Houve efeito significativo dos teores de enxofre e sódio sobre os tratamentos na
fase V4 e sódio e zinco na fase R6 do feijão (Tabela 3). Verificou-se que as doses de P foram
consideradas acima das faixas consideradas ideais por Malavolta et al. (1997), assim como as
doses de Mg e S na fase V4, enquanto os teores de K e Ca estão abaixo das faixas.
Avaliando os teores foliares e tomando as faixas ideais propostas por Malavolta et
al. (1997), observa-se que as concentrações de fósforo estavam acima do proposto de 1,2 a 1,5
g/kg, entretanto encontravam-se dentro das faixas consideradas adequadas por Wilcox e
Fageria (2,5 e 5,0 g/kg). Bull et al. (2008) afirma que o P é de grande necessidade em todas as
fases fenológicas, sendo sua maior importância nos estádios iniciais da cultura, por ser capaz
de restringir o desenvolvimento da mesma caso esteja em limitação. Sua máxima absorção
ocorre na fase pré floração, contudo, seus teores são reduzidos conforme a planta se
desenvolve (ZUCARELI, 2005). Observou-se na Tabela 3, essa redução dos teores de P nas
fases fenológicas, assim como verificou-se que não houve diferença significativa entre os
tratamentos em nenhuma das mesmas.
Para os teores foliares de potássio, observou-se em todas as fases fenológicas
valores inferiores à faixa de 30 a 35 g/kg considerada adequada segundo Malavolta et al.
(1997), entretanto, na fase V4, os valores estão dentro do intervalo de 27 a 35 g/kg adequados
para Wilcox e Fageria (1976).
Assim como o potássio, o cálcio apresenta teores inferiores à faixa ideal de 50 a
55 g/kg proposta por Malavolta et al. (1997), enquanto que para Wilcox e Fageria (1976)
esses valores são adequados, 0 a 30 g/kg.
Verificou-se que os teores de magnésio expressaram-se acima das faixas propostas
por todos os autores, 2,5 a 7 g/kg, 5 a 8g/kg e 3 a 6 g/kg, na fase V4, enquanto nas outras
fases comportou-se de maneira adequada segundo as faixas propostas por todos os autores.
34
Tabela 3 – Média dos tratamentos e coeficientes de variação dos macro e micronutrientes presentes nas folhas de feijão-caupi mediante doses de
adubo orgânico nas diferentes fases fenológicas.
Tratamento P K Ca Mg S Na Cu Fe Zn Mn
- - - - - - - - - - - - - - g/Kg - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg/Kg - - - - - - - - - - - - -
V4 1 4,06 a 29,31 a 27,10 a 8,90 a 3,11 a 0,19 ab 14,20 a 289,80 a 128,60 a 41,60 a
2 3,68 a 28,48 a 25,46 a 8,36 a 3,01 a 0,16 ab 13,40 a 288,40 a 97,80 a 34,60 a
3 4,33 a 26,52 a 28,08 a 8,67 a 3,28 a 0,15 ab 13,20 a 237,20 a 104,40 a 36,20 a
4 3,82 a 22,96 a 22,85 a 7,16 a 2,14 b 0,21 a 11,40 a 89,80 a 128,80 a 35,80 a
5 3,31 a 26,97 a 26,17 a 8,64 a 2,64 ab 0,07 b 9,60 a 219,80 a 66,80 a 31,00 a
CV (%) 20,95 20,79 18,85 14,49 15,52 44,58 28,54 60,9 34,14 34,80
R6 1 2,55 a 16,05 a 21,00 a 4,36 a 1,82 a 0,26 a 9,00 a 72,60 a 72,60 a 34,40 a
2 2,79 a 17,65 a 20,68 a 5,25 a 2,07 a 0,13 b 7,60 a 47,40 a 39,40 b 27,20 a
3 2,57 a 17,55 a 24,51 a 5,69 a 1,84 a 0,05 b 9,00 a 108,80 a 31,60 b 27,60 a
4 2,58 a 17,28 a 19,96 a 4,80 a 1,91 a 0,03 b 13,20 a 79,60 a 30,40 b 26,80 a
5 2,66 a 17,05 a 20,08 a 5,01 a 1,81 a 0,07 b 11,60 a 91,20 a 33,40 b 32,40 a
CV (%) 15,90 14,98 17,48 21,39 16,51 53,98 41,51 42,96 22,27 31,45
R9 1 1,90 a 10,98 a 34,06 a 4,49 a 1,20 a 0,13 a 7,60 a 65,00 a 31,20 a 32,80 a
2 2,02 a 11,67 a 36,85 a 4,55 a 1,35 a 0,13 a 11,20 a 65,00 a 25,20 a 21,80 a
3 2,08 a 9,52 a 41,36 a 4,93 a 1,31 a 0,09 a 12,00 a 61,60 a 34,20 a 27,20 a
4 1,99 a 10,38 a 38,68 a 4,75 a 1,37 a 0,15 a 11,20 a 78,20 a 30,00 a 26,80 a
5 2,02 a 11,84 a 37,95 a 4,21 a 1,29 a 0,08 a 6,40 a 63,60 a 23,20 a 31,00 a
CV (%) 13,34 20,81 12,32 20,98 10,12 40,81 53,94 60,90 30,56 33,65 CV (%)= Coeficiente de variação. N (nitrogênio), P (fósforo), K (potássio), Ca (cálcio), Mg (magnésio), S (enxofre), B (boro), Cu (cobre), Zn (zinco), Mn
(manganês), e Fe (ferro). Valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
35
Existe uma interação entre nutrientes muito conhecida, que é a K x Ca x Mg, onde
os teores elevados de Ca promovem a diminuição da concentração de Mg ,uma vez que esses
nutrientes competem pelo mesmo sítio de troca de cátion, sendo mais absorvido aquele que
estiver em maior quantidade, e o K (SILVA; TREVIZAM, 2015), como exemplifica a Tabela
3. Observou-se que nas fases R9 é necessário o aumento dos teores de Ca, por estar
relacionado com a fixação das vagens e ocorre uma redução dos teores de K, devido à relação
de antagonismo entre os dois nutrientes e, consequentemente, as vagens perdem sua coloração
verde em resposta as reduções de K. Ainda na fase R9 é possível observar a relação
antagônica entre Ca e Mg, onde o aumento de um promove a redução do outro (SAMPAIO;
BRASIL, 2009).
Com o desenvolvimento da cultura foi observado a diminuição dos teores de
alguns nutrientes, como P, K, Mg, S, Fe, Zn e Mn. Segundo Bull et al. (2008), o P é um
nutriente que, embora seja requerido durante todo o ciclo da planta, por agir na respiração e
produção de energia, seus teores são reduzidos conforme ocorre o avanço da cultura. A
tendência da maioria das culturas é o acumulo do P nos grãos, por ser componente dos
processos metabólicos na planta (STAUFLER; SULEWSKI, 2004). Dentre as funções do
potássio, está a participação na fotossíntese e ativação de enzimas que são fundamentais para
processos metabólicos (IPI, 2013). Sabe-se que sua movimentação na planta ocorre dos
tecidos mais velhos para os mais novos, motivo pelo qual se observa uma redução nos seus
teores foliares, principalmente no fim do ciclo da cultura.
Os nutrientes Mg, Fe e Mn atuam na formação da clorofila e, conforme a planta
vai chegando ao fim do seu ciclo, os teores de tais elementos vão diminuindo, conferindo a
coloração marrom das folhas e vagens (TEIXEIRA, 2010).
Participando principalmente dos processos de crescimento e desenvolvimento das
raízes o S e Zn, são necessários, principalmente nas fases iniciais das plantas, por isso sua
redução conforme o ciclo da cultura avança (SENGIK, 2003).
Observou-se, na fase V4, que os teores de enxofre no tratamento 4 diferiram dos
teores nos tratamento 1, 2 e 3 e os teores de sódio diferiram entre os tratamentos 4 e 5. Na
fase R6 verificou-se diferenças estatísticas dos teores sódio entre o tratamento 1 e os demais,
além dos teores de zinco, também entre o tratamento 1 e os demais. Não foi observada
diferença significativa entre os teores dos demais nutrientes dentro dos tratamentos nas fases
V4, R6 e R9.
Hodgson (1963) afirma que a fração orgânica do solo possui propriedades de
adsorção e garantem uma afinidade pelos cátions, com isso, a degradação da matéria orgânica
36
em ácidos húmico e fúlvico promove uma maior adsorção do zinco (HODGSON, 1963 e
RANDHAWA; BROADBENT, 1965), podendo explicar as menores concentrações desse
nutriente nos tratamentos com composto orgânico em relação ao tratamento mineral.
4.2 Fator de reflectância espectral do feijoeiro
A reflectância média da folha em função do comprimento de onda nas diferentes
doses de adubação orgânica, mineral e controle e o estádio de desenvolvimento do feijoeiro
(fases V4, R6 e R9) são ilustrados na Figura 9.
37
Figura 9 - Curvas da reflectância em função do comprimento de onda das folhas do feijão-
caupi nas fases V4 (A), R6 (B) e R9 (C).
Fonte: Elaboração do próprio autor.
A)
B)
C)
550 nm
550 nm
550 nm Absorção
de água Absorção
de água
Absorção
de água Absorção
de água
Absorção
de água Absorção
de água
38
Observou-se, que todas as fases fenológicas apresentaram curvas do fator de
reflectância espectral típico da vegetação verde sadia (MOREIRA, 2011) e apresentaram
valores de reflectância muitos semelhantes entre si. A reflectância na região do visível (400 a
700 nm) é influenciada pelos pigmentos das folhas (PAPA et al., 2010) e nessa região, mais
precisamente no comprimento de onda de 550 nm, verificam-se picos que estão relacionados
com diminuição da absorção de clorofila pela folha (STRABELI, 2016). Na fase R9, há um
aumento da reflectância no visível, se comparado com as demais fases, podendo ser explicado
pela senescência das plantas, que encontram-se com teores de clorofila reduzidos, o que
diminui a absorção da radiação por esses pigmentos e promove um aumento da reflectância
(TIERNY; VANDEBORRE; DAOUDI, 2008).
A região entre os comprimentos de onda 700 e 1300 nm é chamada de
infravermelho próximo e, segundo Gates et al. (1965), as estruturas do mesófilo têm grande
influência na reflectância nessa região. Observam-se picos de reflectância na região do
infravermelho próximo, devido a baixa absorção da REM e o espalhamento dentro das
estruturas foliares (PAPA et al., 2010). Nesta região verificou-se uma pequena variação entre
os tratamentos na fase R6, onde o tratamento mineral apresentou maiores picos quando
relacionado com os demais. Nanni (2015) afirma que a diminuição dos teores de nutrientes na
planta promove uma maior reflfectância nas folhas e, como se pode observar na Tabela 3, os
teores de macronutrientes do tratamento mineral na fase R6 é inferior aos demais tratamentos.
Nas proximidades do comprimento de 700 nm existe um ponto que limita o
processo de absorção da clorofila e inicia o espalhamento nas estruturas internas das folhas,
na região do infravermelho próximo, tal ponto é conhecido como red edge ou borda vermelha
(CURRAN et al., 1991).
Na região do infravermelho médio (1300 a 2500 nm), a água é o fator que mais
exerce influência sobre a reflectância da cultura (PAPA et al., 2010), que pode ser alterada
conforme a disponibilidade hídrica (MOREIRA, 2011). Observa-se comportamento
semelhante em ambas as fases na região do infravermelho médio, uma vez que a cultura foi
submetida à irrigação durante todo o ciclo, sendo suspensa na fase R9.
4.3 Correlação entre o fator de reflectância e a concentração de P, K, Mg, Ca e S foliares
A Figura 10 exibe os valores de coeficiente de correlação de Pearson entre a
concentração dos nutrientes foliares P, K, Mg, Ca e S e os valores de reflectância.
Observaram-se fortes correlações para as concentrações desses nutrientes,
39
entretanto foi positiva para o Ca e negativa para P, K e S, estando todas localizadas na região
do visível, mais precisamente entre os comprimentos de onda 503 e 725 nm e essa correlação
diminuiu na região do infravermelho próximo e médio. Para as concentrações de Mg,
observou-se uma correlação muito baixa com os valores de reflectância tanto na região do
visível e ao longo de todo o espectro, o que pode estar relacionado com as altas concentrações
de Ca. Analisando o correlograma, pôde-se observar que a faixa que apresentou a correlação
mais forte entre reflectância e o P foliar foi 725 nm (r = 0,84), para o K, encontrou-se a faixa
em torno de 684 nm (r = 0,84), para as concentrações de Ca, a faixa que uma maior correlação
foi em torno de 720 nm (r = 0,86) e para os teores de S, selecionou-se o comprimento de onda
de 723 nm (r = 0,72), Figura 11.
Figura 10 – Correlação entre a reflectância e os teores de P, K, Mg Ca e S da análise foliar.
Fonte: Elaboração do próprio autor.
Durante toda a análise os fatores de reflectância do cálcio apresentaram, níveis de
correlação opostas às evidenciadas pelo fósforo e potássio. Verificou-se que as correlações
entre os dados se deram majoritariamente na faixa do visível e do infravermelho distante,
sendo o primeiro intervalo os de maiores proporções. Após a borda vermelha as correlações
são mínimas, apontando para a baixa interação entre os nutrientes analisados e os
comprimentos.
A reflectância na região do visível (400 a 700 nm) é fortemente influenciada pelos
40
pigmentos da folha, principalmente a clorofila (PONZONI, 2012). Os valores de Ca,
positivamente correlacionados na região do visível, devem-se à sua participação na
transferência de elétrons do fotossistema II ao fotossistema I, influenciando de maneira direta
na fotossíntese (GONG et al., 2011), desse modo, altas concentrações de cálcio contribuem
para o aumento da quantidade de clorofila na folha, aumentando os picos de absorção nessa
região.
A correlação negativa das concentrações de P com os dados de reflectância são
explicados pela participação deste nutriente nos processos de produção de energia (ADP e
ATP) para a fotossíntese (SILVA JUNIOR, 2013). A redução dos teores de fósforo provoca a
diminuição da eficiência da clorofila, manifestando um aumento da reflectância na região do
visível, mais precisamente no comprimento de onda de 550 nm.
Assim como o fósforo, o K participa do processo de produção de energia, uma vez
que atua na ativação da ATPase proporcionando a formação de ATP, além de promover a
abertura de estômatos necessária para a entrada de CO2 (TAIZ; ZEIGER, 2004).
O S teve comportamento semelhante ao fósforo e potássio. Carvalho et al. (2010)
afirmam que o enxofre participa da síntese de clorofila, desse modo, baixos teores desse
nutriente contribuem para a redução das concentrações de clorofila, promovendo um pico na
reflectância desse nutriente.
Estudos relatam a importância da nutrição de plantas para que se tenha um
desempenho espectral semelhante ao da vegetação verde sadia. Ayala-Silva; Beyl (2005)
evidenciam o efeito significativo dos macronutrientes sobre a reflectância na cultura do trigo.
Mariotti et al. (1996) confirmaram que, uma vez sob estresse, há uma diminuição nos teores
de clorofila e, consequentemente, na reflectância. Adams et al. (1993), Liu et al. (2004) e
Mariotti et al. (1996) observam a redução da borda vermelha para comprimentos de onda mais
curtos, uma vez que a cultura está sob estresse.
A partir dos comprimentos de ondas individuais para cada nutriente foram gerados
modelos que visam quantificar a quantidade de nutrientes nas folhas do feijão-caupi (Figura
11). Observa-se na Figura 11 (A), (B) e (C) que as linhas de tendência estão em sentido
decrescente, confirmando a correlação negativa das concentrações de fósforo, potássio e
enxofre, enquanto a Figura 11 (D) mostra uma linha de tendência crescente, em relação à
correlação positiva das concentrações de cálcio. Quanto mais próximos os pontos estão da
reta, maior é a correlação, sendo negativa em (A), (B) e (C) e positiva em (D).
A Figura 11 mostra os modelos de regressão entre as faixas que melhor se
correlacionaram e a concentração dos nutrientes foliares.
41
Figura 11 – Modelo empírico para estimar a concentração de P (A), K (B) e Ca (C) nas
folhas a partir da correlação entre a reflectância e os teores de nutrientes da análise foliar.
A)
B)
C)
42
Fonte: Elaboração do próprio autor.
Os teores de fósforo, potássio e enxofre estão intimamente relacionados à
qualidade vegetacional da planta, assegurando boa atividade fotossintética e desenvolvimento
foliar. Ambos macronutrientes exigem doses superiores, apesar da necessidade reduzida de
fósforo, por apresentar pouca perda no solo (AGROPRO, 2016).
Ponzoni (2007) afirma que a máxima absorção da clorofila se dá normalmente nos
comprimentos de ondas azuis e vermelhas, entretanto, a luz penetra mais profundamente nas
folhas na borda vermelha. Com isso, a sensibilidade aos níveis de clorofila aos elementos
fundamentais como os macronutrientes avaliados são maiores. Desta maneira, quanto maiores
as concentrações destes elementos de potássio, fósforo e enxofre na constituição das folhas,
melhor é a atividade fotossintética pela clorofila e menores os valores de reflectância na faixa
do vermelho. Tal comportamento da variável é coerente e indica o adequado funcionamento,
sem maiores danos à absorção deste comprimento de onda do espectro para as atividades
fisiológicas do feijoeiro.
O cálcio comportou-se de maneira diferente do potássio, fósforo e enxofre, por
que foi o único que apresentou correlação positiva em seu comportamento, indicando que
quanto maiores os teores de cálcio, mais reflectantes eram as folhas de feijoeiro observados
para o comprimento de 720 nm. O incremento de cálcio para a planta é benéfico, pois
contribui para a permeabilidade e estrutura da parede celular das plantas e para a translocação
de carboidratos e nutrientes (AGROPRO, 2016).
Esses modelos são comumente utilizados na determinação da concentração de
nitrogênio nas folhas, uma vez que esse elemento é o que apresenta maior correlação com a
clorofila. Santana (2017) afirma que os comprimentos de onda do infravermelho médio são os
que melhor correspondem às variações de N na planta, entretanto, autores como Tian et al.,
D)
43
(2011) e Abdel-Rahman et al. (2010) obtiveram melhores resultados na feixa da região do
visível.
Carvalho (2005), em seus estudos, encontrou correlações negativas entre as
concentrações de fósforo e a reflectância espectral e, na região entre os comprimentos de onda
de 1400 a 1900 nm, houve alta correlação, uma vez que as folhas utilizam recursos de forma
estequiométrica para balancear as funções fisiológicas.
44
5 CONCLUSÃO
As concentrações de nutrientes eram adequadas para o bom desenvolvimento das
plantas e que as mesmas estavam dentro da faixa padrão de nutrição. A reflectância espectral
em todas as fases fenológicas foi semelhante à das folhas verdes e sadias. Os modelos que
mais se adequaram foram obtidos nos comprimentos de ondas 725, 684, 720 e 723 nm, para
as concentrações de P, K, Ca e S, respectivamente. É possível quantificar as concentrações de
nutrientes do feião-caupi, utilizando dados espectrais, mostrando-se ser essa uma boa técnica
por ser não destrutiva. É necessária a validação dos modelos de regressão.
45
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