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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO SERVIÇOS
NEIDE HENRIQUE
Análise Descritiva da Distribuição Física dos Produtos da Empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda.
São José 2005
NEIDE HENRIQUE
ANÁLISE DESCRITIVA DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DOS PRODUTOS DA EMPRESA EQUISUL INDÚSTRIA E
COMÉRCIO LTDA
Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação –
apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Administração da Universidade do Vale do
Itajaí.
Professor Orientador: Antonio José Bicca
São José
2005
NEIDE HENRIQUE
ANÁLISE DESCRITIVA DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DOS PRODUTOS DA EMPRESA EQUISUL INDÚSTRIA E
COMÉRCIO LTDA
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final
pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Serviços da Universidade do
Vale do Itajaí, em 01/12/05.
Prof (a) MSc. Luciana Merlim Bervian Univali – CE São José
Coordenadora do Curso
Banca Examinadora:
Prof M Eng Prod. Antonio José Bicca
Univali – CE São José Professor Orientador
Prof José Glauber D´Avila Maciel Monteiro
Univali – CE São José Membro
Prof Rosalbo Ferreira
Univali – CE São José Membro
iii
A Deus, obrigada pela vida. Aos meus pais, dedico
este trabalho como forma de agradecimento pela
dedicação, carinho e amor. Aos meus irmãos,
agradeço pelo apoio, amizade e compreensão nos
momentos de ausência. Ao meu noivo, agradeço a
compreensão e o incentivo durante todo este tempo
em que estive desenvolvendo o trabalho.
iv
Agradeço ao Prof. Bicca pela orientação, paciência e
dedicação durante o desenvolvimento do presente
trabalho. Agradeço a Equisul pela oportunidade de
desenvolver meu trabalho na empresa. Ao
supervisor de campo, obrigada pela confiança e
dedicação. Aos amigos, obrigada pelo apoio,
companheirismo e amizade.
v
Aprender é a única coisa de que a mente nunca se
cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.
Leonardo da Vinci
vi
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi o de analisar a eficiência da distribuição física dos produtos da Empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda. onde por meio da observação e análise da distribuição física, foi realizada a descrição do processo atual e também elaborado um fluxograma das diversas etapas que compõem esta atividade para que, dessa forma, se pudesse avaliar a ferramenta existente e propor alternativas de melhorias adequadas às necessidades da empresa. Para que o desenvolvimento do trabalho, ocorresse de forma eficaz e eficiente foi utilizada a metodologia científica como meio de se atingir os objetivos propostos. Pelo método indutivo, por meio da pesquisa observatória, exploratória, descritiva e também de estudo de caso, conseguiu-se chegar aos dados coletados, utilizando técnicas bibliográfica, documental e de indução. Os dados obtidos por fontes secundárias foram abordados qualitativamente e apresentados de forma estruturada. Os resultados obtidos a partir da análise mostram que, pelo fato da empresa viver atualmente uma nova realidade devido a aquisição de uma outra empresa fabricante de equipamentos com características, em termos de peso e volume, diferentes e com uma maior dificuldade de movimentação dos que já eram distribuídos, os métodos e procedimentos para qualificação e seleção de um terceirizado, que neste caso é a transportadora, estão desatualizados, necessitando assim de uma nova abordagem para contratação de serviços de transporte. Sendo assim, a empresa precisa ajustar suas estratégias de logística de distribuição. Baseando-se na fundamentação teórica e nos resultados obtidos, conclui-se que é imprescindível que haja uma nova forma de análise e avaliação para seleção e contratação de terceirizados, já que a percepção do cliente, em termos de confiabilidade e satisfação na entrega será em relação a empresa contratante. Caso ocorram problemas no transporte, será a empresa contratante que ficará com sua imagem prejudicada. Desta forma, torna-se viável que haja uma relação de confiança entre a empresa e o fornecedor, possibilitando assim resultar num diferencial a ser percebido pelo cliente. Este diferencial que a distribuição física proporciona, agrega valor ao produto e gera uma posição de superioridade sobre os concorrentes, já que para competir neste mercado onde o cumprimento do prazo e a confiabilidade operacional são elementos essenciais, é necessário que a empresa seja uma organização orientada para a logística. Por isso, é interessante que as empresas busquem se aperfeiçoar nesta área, para poderem garantir um nível de serviço adequado a seus clientes.
Palavras-chave: distribuição física, terceirização e seleção.
vii
ABSTRACT
The objective of the present work was to analyze the efficiency of the physical distribution of the products from Equisul Industria e Comercio Ltda, where through the observation and analysis of physical distribution, were made a description of the actual process and a flowchart of the many phases which composes this activity, in order to evaluate the existing tools and propose improvement alternatives applicable to the company needs. In order to make the development of this work possible, it was used the scientific methodology as a way to reach the objectives proposed. By the intuitive method, observation, exploratory, and description research, and also case studies, it was possible to reach the collected data, using bibliographic, documental and induction techniques. The data obtained by secondary resources were analyzed by quality study and presented in a structured form. The results obtained by the analysis show that, considering the fact that the company lives in a new reality due the acquisition of another manufactory company, which builds equipments with different characteristics, such as weigh and dimensions, which provides higher moving problems considering Equisul´s equipments, the methods and procedures for qualification and selection of a third service provider, in this case the freight forwarder, are not updated, needing a new proposition for transport service contracting. The company needs to adjust their strategies of logistics and distribution. Based on a theoric reference and on the results obtained, it was possible to conclude that its vital that a new form of analysis and evalua tion for selection and contracting of third services, considering that in the customer perception, in terms of reliability and satisfaction on the delivery, will be for the contracted company. In case transportation problems occurs, the contracting company who gets a bad image. Therefore, it becomes doable to maintain a good relationship between the company and the supplier, turning it into a differential that may be seen by the customer. This differencital that the physical distribution provides, rise the product value and generates a superiority position of the competitors, considering that compete in this market where the time respect and operational reliability are essential elements, it´s necessary that the company has a logistic oriented organization. Therefore, it´s interesting that the companies search improvements in this area, that may guarantee an adequate service level to its customers.
Key-words: physical distribution, third service and selection.
viii
Lista de ilustrações
Figura 1 – Como o ambiente afeta a logística ..........................................................................20
Figura 2 – Utilizando os serviços para valorizar o núcleo do produto .....................................21
Figura 3 – Imagem da estrutura de distribuição física..............................................................23
Figura 4 – Matriz do Transporte de Cargas - 2004..................................................................36
Figura 5 – Processo distribuição-expedição .............................................................................40
Figura 6 – A matriz de processos de serviços...........................................................................41
Figura 7 – Agregação de valor para o cliente ...........................................................................45
Figura 8 – Requisitos Qualificadores .......................................................................................54
Figura 9 – Requisitos Classificadores.......................................................................................55
Figura 10 – Foto Equisul Indústria ...........................................................................................60
Figura 11 – Fluxograma dos processos de distribuição física ..................................................67
Quadro 1 – Características para decisão por um tipo de transporte .........................................37
Quadro 2 – Características dos movimentos e tipos de equipamentos .....................................48
Quadro 3 – Quadro de medidas dos produtos transportados ....................................................70
ix
SUMÁRIO
Resumo..................................................................................................................................................................................... vii
Abstract ..................................................................................................................................................................................viii
Lista de ilustrações ................................................................................................................................................................ ix
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................11
1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA......................................................................11
1.2 OBJETIVOS ...............................................................................................................11
1.2.1. Objetivo geral .............................................................................................12
1.2.2. Objetivos específicos .................................................................................12
1.3 JUSTIFICATIVA .........................................................................................................12
1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO ....................................................................13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................14
2.1 LOGÍSTICA .....................................................................................................................14
2.1.1. Logística Reversa........................................................................................22
2.2 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA ....................................................................................................23
2.2.1 Armazenagem.............................................................................................25
2.2.2 Processamento de pedidos ..........................................................................27
2.2.3 Embalagem .................................................................................................29
2.2.4 Transporte ...................................................................................................32
2.3 MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ....................................................................................41
2.3.1 Equipamentos de Movimentação de Materiais ...........................................47
2.4 TERCEIRIZAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA .....................................................................49
2.4.1 Avaliação de Terceiros ..................................................................................51
3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ..........................................................................................57
4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO .................................................................................60
ESTE CAPÍTULO TRATA INICIALMENTE DA CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ONDE FOI
DESENVOLVIDO O TRABALHO E DA ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS PELA PESQUISA
REALIZADA. .............................................................................................................60
4.1 A EMPRESA ....................................................................................................................60
4.2 RESULTADOS DO ESTÁGIO..............................................................................................63
4.2.1 Descrição dos Processos de Distribuição Física ............................................63
x
4.2.2 Fluxograma dos Processos de Distribuição ...................................................67
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................69
REFERÊNCIAS......................................................................................................................74
ANEXOS..................................................................................................................................76
1 INTRODUÇÃO
No cenário atual, observa-se uma dinâmica na distribuição de produtos nunca antes
constatada. Neste contexto, surge, a Logística para auxiliar a empresa neste dinamismo
crescente e assim garantir um diferencial e até mesmo sua permanência no mercado. Em uma
empresa do setor industrial que não tem como atividade fim a distribuição, faz-se necessária a
intervenção de terceiros que possam realizar essa movimentação e assim deslocar os produtos
de um ponto a outro. Porém, a relação entre contratantes e terceirizados nem sempre é clara. É
preciso criar mecanismos para definir adequadamente as atribuições de cada uma das partes e,
principalmente, parâmetros para avaliar o desempenho dos mesmos. Propõem-se, para tanto,
os objetivos a seguir relacionados.
1.1 Descrição da situação problema
Foi realizado o estudo diagnóstico na empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda.,
localizada no município de São José – SC, que atua no segmento de Condicionamento de
Energia Elétrica. A situação problema identificada a partir do estudo diagnóstico e escolhida
como foco de intervenção é a Logística de Distribuição. A partir do momento em que o
produto é expedido, ou seja, quando ele sai da empresa e passa a estar sob o poder de
terceiros, que são os transportadores, é onde há a probabilidade de ocorrer problemas. Dentre
estes, podem ser citados atrasos na coleta e na entrega, avarias no produto, cobrança indevida
do frete, entre outros. Além disso, há transportadoras que trabalham com parceiros, isto é,
quarteirizando a atividade, o que gera, ocasionalmente conflitos relacionados à qualidade do
serviço prestado e, inclusive, com o atendimento ao cliente. Cabe ressaltar que, apesar de a
empresa já ter expedido o produto, ele ainda faz parte da mesma, ou seja, até o momento da
entrega, ainda é o nome da empresa que está sendo avaliado pelo cliente.
1.2 Objetivos
Os objetivos propostos para o desenvolvimento do presente trabalho são apresentados
a seguir.
12
1.2.1. Objetivo geral
Analisar a eficiência da distribuição física dos produtos da empresa Equisul Indústria e
Comércio Ltda.
1.2.2. Objetivos específicos
• Descrever o atual processo de distribuição utilizado pela empresa.
• Elaborar um fluxograma das atividades desenvolvidas na distribuição.
• Identificar gargalos no processo.
• Avaliar o processo pela ferramenta existente.
• Propor alternativas adequadas às necessidades da empresa.
1.3 Justificativa
Sob a ótica da empresa, a escolha deste tema ocorreu em função de os serviços
prestados pela mesma poderem ser vistos como uma vantagem competitiva e, melhorando-se
os processos, oferecendo-se qualidade e confiabilidade, será possível atingir esta vantagem. A
Logística de Distribuição passa a ser fundamental para que as empresas possam levar seus
produtos com qualidade, segurança e confiabilidade até seus clientes.
O tema é atual e, se bem compreendido e desenvolvido adequadamente, poderá trazer
consigo melhorias no atendimento das necessidades da empresa e do cliente. Pelo trabalho, foi
possível para a empresa verificar seus pontos fortes e fracos na distribuição de seus produtos e
obter a ferramenta adequada para uma avaliação mais precisa de seus terceirizados, tornando
assim, a distribuição de seus produtos uma vantagem competitiva a mais para concorrer no
mercado.
Para a acadêmica, o trabalho trouxe importantes contribuições no que se refere a
possibilidade de poder verificar na prática toda a teoria já estudada durante sua graduação
que, somada à fundamentação do mesmo, oportunizando a obtenção e um significativo
crescimento intelectual e profissional.
13
1.4 Apresentação geral do trabalho
O presente trabalho foi estruturado por meio dos capítulos seguintes:
• Capítulo 1 – intitulado a introdução, abrangeu a descrição da situação problema, os
objetivos geral e específicos e também a justificativa para a escolha do tema.
• Capítulo 2 - primeiramente, este capítulo está devidamente fundamentado com o tema
do mesmo, a Logística e todos os demais componentes que estão envolvidos diretamente com
esta atividade, incluindo a Logística Reversa. Será também conceituado e comentado sobre a
Distribuição Física, que é uma das partes mais importantes na percepção do cliente em termos
de qualidade, incluindo armazenagem, processamento de pedido, embalagem e transporte.
A Movimentação de Materiais, atividade esta que contribui para que a logística seja
realizada de forma eficiente, também fará parte deste trabalho, pois a sua definição é essencial
para que o material seja movimentado com sucesso e economia pelos diversos caminhos que
passar, inclusive equipamentos de movimentação de materiais.
Um tema que está sendo visado e utilizado pelas organizações da atualidade é a
Terceirização, que é a atividade que proporciona a empresa poder manter o foco nas suas
competências. A evolução do mercado e da tecnologia acontece tão rápido que ninguém
consegue fazer todas as atividades de sua empresa, por isso, a terceirização pode ser vista
como uma atividade de importância primordial e por esse motivo este tema terá uma ênfase
no presente trabalho.
• Capítulo 3 – neste capítulo consta a descrição do método utilizado para o
desenvolvimento do trabalho.
• Capítulo 4 – este capítulo contempla os resultados da aplicação, onde apresenta a
empresa, a descrição dos resultados do estágio, a descrição dos processos de distribuição
física e o fluxograma dos processos de distribuição.
• Capítulo 5 – o último capítulo é composto das considerações finais, que são a
conclusão e as sugestões.
14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A medida que a economia das indústrias continua a crescer, a necessidade de um
sistema de distribuição rápido e flexível torna-se imprescindível. Como as empresas operam
dentro de um ambiente que muda constantemente, devido a tecnologia, economia e recursos,
os empresários necessitam prover os serviços logísticos adequados para enfrentar estas
pequenas mudanças com eficácia e eficiência. Dessa forma, a logística tornou-se um assunto
vital dentro das organizações.
2.1 Logística
Os administradores estão atentos a importância da logística nas organizações e estão
dispostos a adaptar-se a esta nova realidade, onde as exigências de um melhor desempenho só
poderão ser atendidas se aceitarem o fato da logística estabelecer uma nova ordem das coisas
dentro de suas empresas.
A palavra Logística não foi criada ao acaso, mas sim, possui um significado na história
da evolução da administração dos diversos processos que envolvem esta área.
“No século XVII foi criado no exército francês o cargo de “marechal general dês
logis”, responsável pelo suprimento e transporte do material bélico, que mais tarde resultou
no termo logística”. (FRANCISCHINI e GURGEL, 2002, p. 2).
Da mesma forma que possui um significado, também possui conceitos que foram
evoluindo com o passar do tempo e principalmente com os avanços na tecnologia.
Para Kobayashi (2000), a logística é uma técnica e uma ciência que suporta a
realização dos objetivos empresariais, a programação dos mesmos e a consecução.
“O conceito de Logística, na sua origem, estava essencialmente ligado as operações
militares. Ao decidir avançar suas tropas seguindo uma determinada estratégia militar, os
generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na
hora certa, de munição, víveres, equipamentos e socorro médico para o campo de batalha. Por
se tratar de um serviço de apoio, sem o glamour da estratégia bélica e sem o prestígio das
batalhas ganhas, os grupos logísticos militares trabalhavam quase sempre em silêncio”.
(NOVAES, 2001, p. 31).
15
Já a definição do Council of Logistics Managements norte-americano diz que:
“Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a
armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o
ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do
consumidor.” (NOVAES, 2001, p. 36).
Segundo Martins e Alt (2000), a Logística surgiu no Brasil nos anos 1970, por meio de
um dos seus aspectos: a distribuição física.
A Logística por ser uma área muito ampla, acaba fazendo parte da empresa como um
todo, ou seja, não está centralizada em um departamento somente, e por isso, faz com que os
diversos departamentos interajam entre si na troca de informações.
“Logística é a gestão de fluxos entre marketing e produção. O processo logístico
atravessa todas as áreas funcionais, criando assim importantes interfaces”. (DORNIER...[et
al], 2000, p. 29).
A partir do momento que o cliente decide adquirir algo é que a logística tem seu início
na organização, gerando assim um fluxo entre os setores da empresa com o objetivo final de
prestar um atendimento de qualidade à esse cliente.
“O básico da atividade logística é o atendimento do cliente. De fato, ela começa no
instante em que o cliente resolve transformar um desejo em realidade.” (MARTINS E ALT,
2000, p. 252).
De acordo com (Ballou, 1993, p. 24), a logística empresarial trata de todas as
atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto
de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de
informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis
de serviços adequados aos clientes a um custo razoável.
Para que a logística possa cumprir seus papéis e trazer resultados positivos à empresa,
faz-se necessário que haja uma integração entre os departamentos para que ela possa se
desenvolver de forma a atingir as metas pré-definidas.
“O papel da logística pode ser visto como o processo de implantação de sistemas e de
coordenação do apoio para assegurar que os objetivos dos serviços ao cliente sejam
atingidos.” (CHRISTOPHER, 2002, p. 36).
16
Segundo Novaes (2001), hoje se observa uma dinâmica muito grande na oferta de
produtos, e a Logística tem um papel muito importante no processo de disseminação da
informação, podendo ajudar positiva ou negativamente, dependendo da formulação da
mesma. Desta forma, a Logística é o setor que dá condições de realização das metas definidas
pelo setor de marketing.
Por isso, as empresas devem aceitar o setor de logística como uma parte essencial de
seus negócios, a fim de prover aos seus clientes bens e serviços de qualidade. Pois esse é o
objetivo da logística, satisfazer os clientes através de suas atividades coordenadas e as
organizações através de substanciais redução de custos, devido ao controle minucioso das
etapas do processo de distribuição.
“O serviço ao cliente é um tipo de comportamento que põe no centro o cliente como
tal. Para que esse serviço seja válido, é preciso que seja limitado as coisas verdadeiramente
necessárias. O serviço junta cliente e produto.” (KOBAYASHI, 2000, p. 69).
“Nos últimos anos a Logística vem apresentando uma evolução constante, sendo hoje
um dos elementos-chave na estratégia competitiva das empresas.”(NOVAES, 2001, p.V).
Realmente a Logística vem ganhando cada vez mais espaço no mercado, pois o fato de
as empresas estarem com sua atenção voltada aos clientes, faz surgir a necessidade de se
aprimorarem com o que há de mais moderno para a coordenação de seus processos.
“Há algum tempo, as indústrias já vêm dando grande destaque à Logística de
Suprimentos. Porém, as grandes empresas comerciais também passaram a fazer uso dos
modernos conceitos da Logística, buscando assim, reduzir os custos e uma melhoraria no
nível de serviço aos clientes.” (NOVAES, 2001, p.V)
Segundo Ballou (1993), a logística têm importância numa escala global. Na economia
mundial, sistemas logísticos eficientes formam bases para o comércio e a manutenção de um
alto padrão de vida nos países desenvolvidos.
Outro ponto importante da Logística é o fato de que por meio dela é possível ir em
busca de uma redução de custos considerável, já que envolve diversos processos dentro da
organização.
De acordo com Ballou (1993) a relevância da logística é influenciada diretamente
pelos custos associados a suas atividades. Fatores de peso estão influenciando o incremento
dos custos logísticos. Dentre eles, os mais relevantes são: o aumento da competição
17
internacional, as alterações populacionais, a crescente escassez de recursos e a atratividade
cada vez maior de mão-de-obra no Terceiro Mundo.
Observa-se que a Logística tem evoluído desde o século XVII até os dias atuais,
porém esta evolução é constante, visto que as demais atividades estão, da mesma forma,
sofrendo mudanças e melhorias em seus processos.
“A logística começa pelo estudo e a planificação do projeto ou do processo a ser
implementado. Uma vez planejado e devidamente aprovado, passa-se à fase de
implementação e operação. Todo sistema Logístico precisa ser constantemente avaliado,
monitorado e controlado.” (NOVAES, 2001, p 36).
A inovação é constante em todos os ramos, e na atividade Logística não é diferente.
Segundo Gaither e Frazier (2002), novos desenvolvimentos afetam continuamente a logística,
como por exemplo, alguns métodos de embarque em sistemas híbridos que geram grandes
economias de frete.
Segundo Novaes (2001), a logística passou por quatro fases. Na primeira, as empresas
estavam em busca de possíveis recursos no transporte que viessem a reduzir os custos. Porém,
devido a esta busca constante de redução nos custos, as empresas acabam por influenciar os
demais elementos da cadeia de suprimentos, principalmente as transportadoras que para
conquistar preços de fretes mais reduzidos, entram em uma verdadeira guerra de fretes. Já na
segunda fase, ocorreu a Crise do Petróleo, que acarretou um aumento considerável no preço e
conseqüentemente no preço dos produtos, dessa forma, reduzindo bruscamente a
comercialização. Essa fase, caracteriza-se então, como uma busca inicial de racionalização
integrada da cadeia de suprimentos; na terceira fase, observa-se uma maior preocupação com
a satisfação total do cliente, como um todo; e na quarta fase, a cadeia de suprimentos passa a
trocar informações entre si, porém o que a distingue das demais são: ênfase absoluta na
satisfação plena do consumidor final; formação de parcerias entre fornecedores e clientes, ao
longo da cadeia de suprimentos; abertura plena entre parceiros possibilitando acesso mútuo às
informações operacionais e estratégias; aplicação de esforços de forma sistêmica e
continuada, visando agregar máximo valor para o consumidor final e eliminar os desperdícios,
reduzindo custos e aumentando a eficiência.
O fato da logística agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de
produtos e serviços para administrá- las de forma coletiva é uma evolução natural do
pensamento administrativo. Entre as diversas atividades logística, segundo Moura (1998),
18
podem ser incluídas as atividades de compras, programação de entregas para a fábrica e
transporte externo.
De acordo com Kobayashi (2000), a logística tem o importante objetivo de aumentar o
a satisfação dos clientes, para isso, deve-se aplicá-la em áreas funcionais e campos de
atividades muito amplos, tais como:
- função de projetos e tecnologias;
- função de abastecimento de materiais e componentes;
- função de produção;
- função de distribuição física;
- função de marketing e de venda.
Para que a logística possa suprir essa necessidade de aumentar a satisfação do cliente e
trazer para a empresa um diferencial em relação as demais, é imprescindível que a mesma seja
aplicada em todos os processos que buscam atender este objetivo.
“O pacote total de serviços logísticos é resultado de uma seqüência lógica de passos
intermediários. Em cada passo, ocorre o fornecimento de um serviço intermediário que
contribui, em última instância, para o resultado final.” (DORNIER...[et al] 2000, p. 41).
Um dos pontos que se pode considerar como crítico no sistema Logístico é o
transporte externo, ou seja, o momento da entrega do produto ao cliente.
Para Novaes (2001), A Logística está hoje, também muito ligada ao produto, onde
todo o processo logístico, que vai da matéria-prima até o consumidor final é considerado
entidade única, sistêmica, em que cada parte do sistema depende das demais e deve ser
ajustada visando o todo. Também é a Logística que dá condições reais de garantir a posse do
produto, por parte do consumidor, no momento desejado. No caso de bens duráveis, é comum
ocorrer atrasos na entrega por deficiências nas operações de transporte e o efeito negativo que
essas deficiências acarretam na imagem da empresa são bastante significativos.
A atividade Logística têm papel fundamental na venda de um produto ou serviço, pois
pode definir por meio de seus processos a opção de uma nova compra no futuro pelo mesmo
cliente.
19
Para Kobayashi (2000), o serviço na logística inicia com a intenção de satisfazer os
próprios clientes, pois eles desejam várias coisas, têm diferentes exigências e demonstram
suas percepções a respeito dos fornecedores.
“A gratificação ou prazer que o consumidor sente durante o consumo ou uso do
produto adquirido possui grande interferência da Logística. Pois, caso ocorra uma avaria do
produto, não adianta de nada alegar que o problema foi causado pelo transportador, sendo
que a imagem da empresa já está prejudicada, e o comprador vai buscar outras alternativas na
próxima vez que fizer uma compra semelhante. A relação de confiança e parceria, vai
depender em muito do desempenho Logístico da cadeia de suprimentos no seu todo.”
(NOVAES, 2001, p 14).
Segundo a Sole (Society of Logistics Engineers), a sociedade dos técnicos logísticos,
as finalidades da logística podem ser compendiadas nos “8 R” seguintes: (KOBAYASHI,
2000, p. 18).
ü Right Material (materiais justos);
ü Right Quantity (na quantidade justa);
ü Right Quality (de justa qualidade);
ü Right Place (no lugar justo);
ü Right Time (no tempo justo);
ü Right Method (com o método justo);
ü Right Cost (segundo o custo justo);
ü Right Impression (com uma boa impressão);
O desempenho e a confiabilidade conquistada pela empresa por meio da Logística
deve ser constantemente avaliado e monitorado para que a qualidade dos serviços possa ser
mantida e assim garantir uma melhoria contínua dos processos.
Para DORNIER...[et al] (2000), as empresas precisam estar constantemente ajustando
suas estratégias de logística, pois os ambientes de negócio mudam constantemente. Quatro
forças dirigem as mudanças do ambiente de negócio, conforme figura abaixo:
20
Figura 1 – Como o ambiente afeta a logística
Fonte: Dornier...[et al] (2000, p. 44)
Ainda para Dornier...[et al] (2000), o objetivo global da otimização de qualquer
sistema logístico é maximizar a lucratividade. Para isso deve-se identificar a melhor
orientação para uma empresa, conforme segue:
• Logística orientada para recursos: é o gerenciamento de diferentes recursos
necessários para a fabricação de um produto a ser entregue ao cliente final.
• Logística orientada para a informação: refere-se à gestão da informação como
fonte de vantagem competitiva;
• Logística orientada para o usuário: possui foco no cliente final, onde parceiros da
cadeia de suprimentos podem analisar coletivamente o sistema logístico existente, identificar
gargalos, redundâncias, etc, e em conjunto aperfeiçoá-lo.
“A Logística consiste em fazer chegar a quantidade certa das mercadorias certas ao
ponto certo, no tempo certo, nas condições e ao mínimo custo, constitui-se num sistema
global, formado pelos diversos segmentos que a compõem.” (MOURA, 1998, p. 51).
Produção logística
Fornecimento de Serviços logístico
Situação
competitiva Mercado
Tecnologia O modelo legal
Mudanças Adaptação e
acompanhamento Conformidade
Obrigação
das normas
Satisfação
Necessidades dos clientes
Produtividade
Intensidade de competição
21
Para Kobayashi (2000), os serviços logísticos estão além da qualidade e do preço dos
produtos e influem diretamente na avaliação do fornecedor. Existem momentos em que um
bom serviço consegue cobrir algumas lacunas do produto, relativas à qualidade e ao preço.
Ainda de acordo com Kobayashi (2000), no momento atual, em que os produtos, do
ponto de vista tecnológico, parecem iguais, muitas empresas conseguem obter um aumento de
faturamento e até mesmo da posição que ocupam no mercado devido aos serviços logísticos.
Também para Christopher (2002), em um mercado de alto consumo, onde as
características físicas ou funcionais dos produtos já não são diferenciais para os clientes, é por
meio dos serviços que cada organização faz sua diferença.
Na figura abaixo, pode-se perceber que o serviço de entrega é uma das atividades que
adicionam valor ao produto, sendo colocada como um elemento intangível, é uma atividade
que vai agregar valor ao produto se tiver qualidade e conquistar a confiabilidade do cliente.
Elementos tangíveis Elementos intangíveis
- Qualidade - Freqüência do serviço de entrega
- Características do produto - Confiabilidade e consistência de entrega
- Tecnologia - Ponto único de contato
- Durabilidade, etc. - Facilidade de fazer negócio
- Apoio pós-venda etc.
Figura 2 – Utilizando os serviços para valorizar o núcleo do produto
Fonte: Christopher (2002, p. 34)
Para Gianesi e Corrêa (1996), os serviços são intangíveis. São experiências que o
cliente vivencia, enquanto que os produtos são coisas que podem ser possuídas. A
intangibilidade dos serviços os tornam difíceis de serem avaliados e padronizados.
Envoltório do produto
Núcleo do produto
22
“Estamos em uma época em que os serviços aos clientes são considerados uma arma
potente para adquirir a supremacia sobre os concorrentes.” (KOBAYASHI, 2000, p. 47) .
“Uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de
preferência do cliente, pode ser alcançado através da logística.”(CHRISTOPHER, 2002, p. 2).
Por fazer parte de um sistema global, a Logística não poderia deixar de evoluir
também no aspecto que diz respeito ao meio-ambiente. Neste contexto encontra-se a Logística
Reversa.
2.1.1. Logística Reversa
Trata-se de um conceito recente no mercado, porém que está conseguindo uma grande
aceitação.
“A Logística Reversa preocupa-se com a responsabilidade pelos produtos,
equipamentos e outros materiais no final da cadeia de suprimentos, que podem ser
classificados em duas categorias:” (MOURA, 1998, p. 59).
- Reutilizáveis – equipamentos de carga unitizada que devem ser recuperados e
devolvidos ao ponto de manufatura, onde poderão ser reutilizados.
- Perda – equipamentos que devem ser recuperados e reciclados ou descartados na
forma mais propícia ao ambiente e eficiente em termos de ene rgia.
Segundo Moura (1998), o impacto da Movimentação de materiais no ambiente é
significativo, prevê-se que os controles ambientais provocarão impacto dramático nas práticas
de movimentação de materiais no século XXI.
Outro fator de impacto na área de Logística é o desenvolvimento da tecnologia de
informações, onde, empresas que estão trabalhando num mercado tão concorrido, devem
acompanhar esta evolução constante da informação, para desta forma poderem se manter
competitivos dentro da realidade atual.
“A Tecnologia de Informações é a principal força motriz na busca de melhorias de
lucratividade no campo logístico”. (MOURA, 1998, p. 168).
De acordo com Ballou (1993), um dos objetivos da logística é movimentar bens sem
danificá-los além do economicamente razoável. Esta movimentação de produtos, desde a
origem até o consumidor final é tratada como distribuição física, que será abordada a seguir.
23
2.2 Distribuição Física
Em se tratando de movimentação, a obrigação da empresa entregar o produto não
termina quando os produtos chegam ao cliente, pois a mercadoria ainda pode ser devolvida
caso, o produto tenha sido entregue errado, ou o produto esteja danificado. Por isso, é muito
importante a avaliação dos terceirizados e a escolha de um deles para a movimentação dos
produtos de uma empresa.
Segundo Martins e Alt (2000), parte importante da qualidade percebida pelo cliente
está na distribuição. A confiabilidade de entrega corresponde ao recebimento da mercadoria
no prazo correto, com a embalagem correta e sem danos no transporte.
De acordo com Kobayashi (2002), existem três fatores que definem a estrutura da
distribuição física e que são realmente importantes e decisivos: clientes e destinatários das
entregas; produtos e artigos comerciais; estabelecimentos e fornecedores.
Para Martins e Alt (2000), distribuição é a última fase da logística antes da utilização
do produto pelo cliente, é o conjunto de atividades entre o produto pronto para o despacho e
sua chegada ao consumidor final.
Segundo Kobayashi (2002), o sistema de distribuição física é formado por “percursos
logísticos”, “bases logísticas”, “meios logísticos” e por um “sistema de gestão”, conforme
abaixo:
Figura 3 – Imagem da estrutura de distribuição física
Fonte: Kobayashi (2000, p. 74)
Percurso Logistico
Base Logistica
Meios Logísticos Sistemas de Gestão
Clientes e destinatários das entregas
Estabelecim
entos e fornecedores
Produtos e artigos comerciais
24
“Distribuição Física: Função orientada para produtos acabados, armazéns e
transporte.” (MOURA, 1998, p. 40).
Segundo Bertaglia (2003), a Distribuição Física consiste basicamente em três
elementos globais: recebimento, armazenagem e expedição. Dentro da expedição, atividades
como carregar e pesar veículo, emitir documentação e liberar veículo são consideradas.
“Um Sistema de Distribuição é a rede de pontos de embarque e recebimento que se
inicia na fábrica e se encerra com os clientes”. (GAITHER e FRAZIER, 2002, p. 440).
Para Ballou (1993, p. 40), “Distribuição Física é o ramo da logística que trata da
movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais da firma. Costuma
ser a atividade mais importante em termos de custo para a maioria das empresas, pois absorve
cerca de dois terços dos custos logísticos.”
Já para Bertaglia (2003), a distribuição física causa impactos importantes não somente
nos custos, mas também na qualidade dos serviços, dessa forma, é importante saber por quem
os produtos são movimentados e a eficiência com que são realizadas.
O fato da distribuição física agregar valor ao produto faz com que as empresas
busquem se aperfeiçoar nesta área, para poderem assim garantir um serviço de qua lidade e
confiabilidade aos seus clientes.
“Caso fosse viável produzir todos os bens e serviços no ponto onde eles são
consumidos ou caso as pessoas desejassem viver onde as matérias-primas e a produção se
localizam, então a logística seria pouco importante. Mas isso não ocorre na sociedade
moderna. Uma região tende a especializar-se na produção daquilo que tiver vantagem
econômica para fazê-lo. Isto cria um hiato de tempo e espaço entre matérias-primas e
produção e entre produção e consumo”. (BALLOU, 1993, p. 23).
Para que as empresas possam garantir uma entrega com sucesso, não basta escolher
um transportador qualificado, é preciso observar outros requisitos importantes.
De acordo com Moura (1998), para que produtos acabados sejam entregues com
qualidade, são estabelecidos requisitos de embalagem, embarque e um planejamento para o
carregamento da carga, obedecendo uma especificação ou da forma mais correta possível.
Para Martins e Alt (2000), a distribuição física impacta diretamente na
competitividade, de acordo com sua velocidade, confiabilidade e controlabilidade, ao entregar
bens aos consumidores dentro do prazo.
25
A Distribuição Física não se resume ao transporte e entrega dos produtos, envolve em
seu processo diversas outras atividades que são indispensáveis para garantir a qualidade do
produto como um todo.
De acordo com Ballou (1993), dentre as diversas atividades da distribuição física,
pode-se citar algumas como: Armazenagem, manuseio de materiais, embalagem e transporte.
Enquanto o produto aguarda os pedidos para que sejam distribuídos, precisam ser
mantidos na empresa ou em algum outro local específico, para isso utiliza-se a armazenagem.
2.2.1 Armazenagem
A armazenagem é uma das atividades da distribuição física que cuida dos estoques
enquanto aguardam os pedidos de venda.
Segundo Ballou (1993), refere-se a administração do espaço necessário para manter
estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento da área, arranjo físico,
recuperação do estoque, projeto de docas ou baias e atracação e configuração do armazém.
Alguns itens muito importantes na a armazenagem são: a seleção do equipamento de
movimentação, procedimentos para a formação de pedidos e balanceamento da carga de
trabalho.
Para Moura (1998), armazenagem é a denominação dada para todas as atividades de
um determinado local que tem como objetivo principal guardar temporariamente e distribuir
ordenadamente os diversos materiais que nele foram depositados.
“Armazenamento é a administração de materiais enquanto eles ainda estão
armazenados, esta atividade lida com materiais que sustentam de maneira direta as
operações.” (GAITHER e FRAZIER, 2002, p. 440).
A armazenagem é uma atividade muito mais ampla do que somente manter materiais
armazenados até que sejam solicitados.
De acordo com Moura (1998), as principais funções da armazenagem são: consolidar,
separar, classificar e preparar as mercadorias para redespacho. Também tem função de criar
utilidades de tempo, de localização e de forma.
Ainda para Moura (1998), a importância da armazenagem pode ser visto através de
alguns fatores, tais como, necessidade de compensação entre as fases de produção, equilíbrio
sazonal, garantia de continuidade da produção e custos e especulação.
26
A importância que esta atividade apresenta é visível a todos, pois abrange desde a
chegada da matéria-prima até a saída do produto acabado.
Os principais objetivos da armazenagem, segundo Moura (1998), são:
• máximo aproveitamento do espaço;
• utilização efetiva da mão-de-obra e equipamento;
• acesso fácil a todos os itens;
• movimentação eficiente dos itens;
• máxima proteção dos itens e
• boa qualidade de armazenagem.
Os desenvolvimentos contemporâneos que estão presentes em praticamente todas as
áreas, estão também fazendo com que a administração de armazenamento possa evoluir a
cada dia, acompanhando assim os demais setores.
Existem diversos tipos de armazéns, cada um com suas características voltadas a
atender as necessidades de armazenamento apropriado para aquele local. Moura (1998),
classificou os armazéns em 5 tipos diferentes, conforme segue:
1. Armazéns de matérias-primas;
2. Armazéns de material auxiliar;
3. Armazéns de produtos acabados;
4. Armazéns de granéis;
5. Armazéns de distribuição.
A última etapa do armazenamento é a expedição, e pode-se dizer que uma das mais
importantes, já que o embarque é a finalização do negócio entre o fabricante e o cliente e se
esta operação for ineficiente as demais atividades anteriores perderão seu valor.
Segundo Moura (1998), para o planejamento das operações de expedição, deve ser
considerado os seguintes itens:
- Quantidade total a ser expedida;
- Peso total e/ou volume a ser expedido;
- Número de pontos de embarque;
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- Distâncias envolvidas;
- Maneiras de transporte;
- Datas de entrega e
- Documentação.
A evolução tecnológica também é uma constante na armazenagem, já que é uma
atividade que necessita de um controle rigoroso dos seus processos.
Segundo Gaither e Frazier (2002), os sistemas de armazenamento são modificados
continuamente pelos avanços da informática, tais como o progresso no sistemas de
computação que permitem transações instantâneas de manutenção de registros.
São muitas as vantagens de se manter um sistema de armazenamento em uma
organização, para que se obtenha uma administração eficiente.
Também existem desvantagens na armazenagem, pois mercadorias estocadas
apresentam custos já que ocupam espaços em edifícios e locais próprios, desta forma
mobilizando capital, pois além do espaço também necessita de mão-de-obra, equipamentos e
administração. Segundo Moura, (1998), a armazenagem (estocagem) é um mal necessário.
A estocagem pode até não ser bem vista por todos, porém com toda tecnologia
disponível, seria interessante que se tivesse estoque no momento do processamento de um
pedido, para que, dessa forma, o atendimento ao pedido fosse mais rápido e eficiente.
2.2.2 Processamento de pedidos
O processamento de pedidos é uma das atividades da distribuição física com uma
grande responsabilidade, pois é por meio dele que serão atendidos as necessidades dos
clientes em termos de especificações, quantidades, valores e prazos de entrega.
Para Bowersox e Closs (2001), as melhores formas de processamento de pedidos são
as integradas ao gerenciamento de pedidos, para que se definam soluções que busquem
satisfazer tanto aos clientes quanto as restrições de recursos da empresa.
Para Ballou (1993), entrada e processamento de pedidos são atividades burocráticas de
coleta, verificação e transmissão das informações referente as vendas realizadas. São fatores
primordiais no tempo total do ciclo do pedido.
28
Para Ballou (1993), a entrada de pedidos é formada pelas atividades que estão na
interface entre o cliente e a empresa, envolvendo a forma pela qual a informação referente a
venda é fornecida, o que se transmite e com que tipo de comunicação.
Existem outras atividades do pedido, que apesar de não fazerem necessariamente parte
do ciclo de pedido, de acordo com Ballou (1993), devem ser consideradas, como a avaliação
de crédito, informações sobre o andamento do pedido aos clientes e cobrança.
Estas atividades citadas acima, ainda segundo Ballou (1993), se executadas
simultaneamente, não aumentam o tempo do ciclo do pedido e ainda contribuem para o pacote
de serviço oferecido ao cliente.
Após a entrada do pedido, algumas atividades devem ser realizadas, como a
conferência de valores, disponibilidade de estoque, prazos de entrega, sendo que todas essas
tarefas podem ser automatizadas.
Conforme Cobra (1994), o formulário de pedido deve ser de fácil preenchimento e
possuir impressos os itens mais importantes para a venda, é fundamental que seja simplificado
desde a descrição dos produtos ou serviços até o cálculo do valor total do pedido.
Para Ballou (1993), tradicionalmente o pedido tinha a entrada realizada por meio de
ligações telefônicas, por correio ou diretamente pelos vendedores, existindo um formulário-
padrão para preenchimento. Atualmente, a informática revolucionou esta comunicação.
De acordo com Ballou (1993), com o uso da transmissão eletrônica de dados e com a
informatização das tarefas, o processamento do pedido pode ser realizado quase que
instantaneamente, o que resulta numa melhoria do tempo total de resposta.
Segundo Ballou (1993), um dos elementos do nível de serviço logístico é a
variabilidade do tempo que é medida desde a chega do pedido até a entrega do mesmo no
cliente.
“Processamento rápido e exato dos pedidos minimiza o tempo de resposta ao cliente e
suaviza o comportamento do fluxo de mercadorias pelo sistema logístico.” (BALLOU, 1993,
p. 260).
Na visão de Bowersox e Closs (2001), a noção do atendimento do pedido perfeito
exige a capacidade da prestação de serviço para sincronizar atividades para que se atinja as
metas de serviço almejadas pelos clientes.
29
Também de acordo com Bowersox e Closs (2001), pedidos expedidos completos
medem a capacidade da empresa de ter estoque disponível para atender todo o pedido de um
cliente, aumentando assim, a probabilidade de receberem pedidos perfeitos.
“O processamento de pedidos designa e aloca o estoque disponível para dar
prosseguimento às atividades relativas aos pedidos de clientes, e aos pedidos de
ressuprimento.” (BOWERSOX E CLOSS, 2001, p. 187).
Bowersox e Closs (2001), afirmam que o atendimento do pedido deve ser completo
em todos os aspectos do serviço, do recebimento do pedido até a entrega da mercadoria,
incluindo o faturamento sem erros.
Nem todos os pedidos poderão ser atendidos no tempo normal de ciclo. Segundo
Ballou (1993), se estiver atrasado, deve-se rastrear o pedido dentro do ciclo de distribuição, e
então estimar uma nova data de entrega, informando em seguida ao cliente.
Para que o pedido possa ser estocado e expedido até o destino com qualidade e com
segurança, é necessário que esteja acondicionado em recipientes apropriados a característica
de cada produto, para isso usam-se embalagens.
2.2.3 Embalagem
A embalagem que é bastante utilizada para o marketing do produto, tem sua
principal função voltada para a proteção do bem até o seu destino, para que este chegue com a
mesma qualidade que foi embalado na empresa.
Segundo Ballou (1993), é um dos itens de maior destaque na distribuição física, pois
tem influência direta na segurança dos produtos à serem movimentados.
“A embalagem e o acondicionamento de materiais constituem a base para um sistema
integrado de movimentação e armazenagem de materiais”. (MOURA, 1998, p. 187).
Segundo Francischini e Gurgel (2002), o sistema de embalagem é peça fundamental
na cadeia fornecedor-cliente e interage com todas atividades ligadas a logística.
Para Kobayashi (2000), a forma da embalagem tem relação com diversos aspectos da
distribuição física e influem consideravelmente na eficiência das operações e na utilização
perfeita dos espaços.
30
De acordo com Ballou (1993), com exceção de produtos transportados a granel, todos
os demais produtos são cobertos com embalagens. O fato de se embalar produtos pode ter
diversos objetivos, alguns dos quais são:
• Facilitar manuseio e armazenagem.
• Promover melhor utilização do equipamento de transporte.
• Proteger o produto.
• Promover venda do produto.
• Alterar a densidade do produto.
• Facilitar o uso do produto.
• Promover valor de reutilização para o consumidor.
Para o especialista em logística, a embalagem é um importante item no
acondicionamento do produto para sua perfeita armazenagem e movimentação. De certo
modo, é a embalagem que deve ser manuseada e o produto em si é preocupação secundária. È
a embalagem que tem forma, volume e peso. O produto em seu interior pode não ter as
mesmas características. Apesar de a embalagem significar custo adicional para a empresa, é
razoável investir no projeto, desenvolvimento e confecção da mesma, pois esse investimento é
compensado na forma de fretes e custos de estoques menores, além de menor número de
quebras. O profissional de logísticas balanceia esses custos, trabalhando em conjunto com
vendas e engenharia para atender a todos os objetivos do embalamento”. (Ballou, 1993. Pg.
103 e 104).
A embalagem é uma das áreas de interesse da logística, já que o tipo de transporte
selecionado afetará as necessidades de embalagem para movimentar o produto acabado, uma
vez que ao serem movimentados devem estar contidos, protegidos e identificados.
“A embalagem tem por objetivo específico oferecer aos produtos um meio que garanta
sua integridade, assim como sua fácil armazenagem; tudo isto ao mínimo custo.” (MOURA,
1998, p. 51).
Ainda para o mesmo autor, uma embalagem ou um conjunto de embalagens pode ser
classificada de diversas maneiras, tais como:
1. Funções: Primária, secundária, terciária, quaternária e de quintenária.
31
2. Finalidade: De consumo, expositora, de distribuição física, de transporte e
exportação, industrial ou de movimentação, de armazenagem.
3. Movimentação: movimentadas manualmente e movimentadas mecanicamente.
4. Utilidade: retornáveis e não-retornáveis.
De acordo com Moura (1998), uma embalagem poder ter mais de uma função, como
segue:
- Embalagem de venda, apresentação ou distribuição;
- Embalagem para estocagem;
- Embalagem de movimentação de materiais ou transporte industrial;
- Embalagem de transporte, que é aquela que pode acompanhar o produto desde a
fábrica até o cliente final, e tem como principal função proteger o seu conteúdo dos
acasos que podem ocorrer durante o transporte.
Para Kobayashi (2000), o empacotamento, o acabamento e a embalagem dos produtos
acabados possuem as seguintes finalidades:
• proteção dos produtos (contra a água, a umidade, a ferrugem, os insetos e os
choques);
• formação de unidades de produto (reagrupamento em unidades necessárias);
unidades de venda, de transporte, de carga e descarga;
• indicação do conteúdo dos produtos (impressão nos materiais de confecção e
etiquetagem);
• melhoramento da comerciabilidade (imagem dos produtos para os consumidores,
aumento do desejo de aquisição).
Para Moura (1998), a embalagem de distribuição física têm como função básica a
proteção do produto das condições físicas durante o processo de carga, transporte, descarga e
entrega.
Segundo Kobayashi (2000), a embalagem tradicional está mudando aos poucos, pois
necessita-se simplificá-las ao máximo, isso para que os clientes não encontrem dificuldades
no momento de se desfazer delas e também para maior proteção do meio ambiente.
32
A embalagem também é um item decisivo na qualidade do transporte, pois se o
produto estiver bem acondicionado em sua embalagem é mais difícil que ocorram avarias
durante a movimentação, garantindo assim, um transporte com qualidade.
2.2.4 Transporte
O transporte também é mais uma das atividades da distribuição física, sendo esta a
atividade que poderá garantir um diferencial a ser percebido pelo cliente no momento da
entrega do produto, o que determinará uma relação de confiabilidade.
Segundo Ballou (1993) O transporte é uma atividade que viabiliza o deslocamento de
matérias-primas e produtos acabados, atendendo assim, a necessidade que se tem de
movimentar materiais entre os diversos pontos, dessa forma, possibilitando um maior
desenvolvimento do mercado como um todo.
“Os produtos não tem valor, até que eles estejam nas mãos do cliente, na hora e lugar
exigidos.” (CHRISTOPHER, 2002, p. 17).
“O transporte é um elo essencial entre a expedição da empresa e o cliente, e seu
funcionamento suporta a necessidade de fasagem da ciclagem logística.” (FRANCISCHINI E
GURGEL, 2002, p. 250).
A logística tem como função entregar o produto ao consumidor através de um meio de
transporte confiável, pois se o produto chega ao cliente violado, avariado ou extraviado, o
sistema acaba caindo no descrédito.
“A atividade de transportar os produtos tem participação significativa nos custos
logísticos e está associada à seleção, à movimentação e à entrega dos produtos. Transportar
significa movimentar o produto de um ponto a outro.” (BERTAGLIA, 2003, p. 266).
Segundo Bertaglia (2003), o Brasil apresenta numerosos pólos de produção e de
consumo, o que gera uma grande movimentação de mercadorias. O transporte rodoviário é o
principal e corresponde a cerca de 60% do total das cargas do país.
Para Martins e Alt (2000), no Brasil, mais da metade dos transportes de cargas se faz
pelas rodovias. O transporte rodoviário é o menos produtivo em termos de carga por hora de
operador, e seu custo de mão-de-obra é elevado.
33
De acordo com Moura (1998), uma área de destaque da logística está na
movimentação física ou fluxo de produtos ou na rede que movimenta o produto, que é uma
rede composta de organizações de transporte que fornecem o serviço.
Para Bertaglia (2003), a forma como o produto será transportado depende das
vantagens e desvantagens relacionados a infra-estrutura de transporte, ao volume, aos canais
logísticos, à confiabilidade da entrega e aos custos de movimentação entre outras análises.
De acordo com Moura (1998), transportes são movimentos de longa distância, de
matérias-primas, desde a origem até a fábrica e de produtos acabados, desde a fábrica ao
destino.
Para Bertaglia (2003), o transporte gera os fluxos físicos de bens ou serviços ao longo
dos canais de distribuição. A atividade de transporte pode ser influenciada por dois
parâmetros, que são:
1. Distância: corresponde ao trajeto percorrido entre os pontos de produção e de
consumo;
2. Tempo: refere-se ao tempo necessário para se percorrer a distância e disponibilizar o
produto para consumo.
“O produto, ao sair da fábrica, já tem um valor intrínseco a ele agregado, mas esse
valor está ainda incompleto para o consumidor final. Para que o consumidor possa usufruir o
produto em toda sua plenitude, é necessário que a mercadoria seja colocada no lugar desejado.
O sistema logístico, agrega então um valor de lugar ao produto. O conceito básico de
transporte é simplesmente deslocar matérias-primas e produtos acabados entre pontos
geográficos distintos.” (NOVAES, 2001, p 32 e 33).
Portanto, “o fato de transportar o produto adquirido para casa pode trazer alguns
problemas logísticos de natureza variada. Quando o cliente retira a mercadoria, ele passa a ser
responsável, dali em diante, pela integridade do produto. Porém, se houver uma avaria com
este produto durante o transporte, a satisfação do cliente ficará prejudicada da mesma forma,
mesmo quando o transporte é de responsabilidade do comprador. No caso de produtos
pesados, o problema se agrava, pois as pessoas não estão preparadas para providenciar seu
transporte. Cabe então à empresa decidir em entregar ou não os produtos maiores e mais
pesados no cliente, se cobrarão ou não pelo serviço de entrega e também se devem manter
frota própria ou terceirizar o serviço de distribuição”. (NOVAES, 2001, p 17).
34
Sendo assim, o transporte referente aos vários métodos para se movimentar produtos,
torna-se imprescindível. Algumas alternativas são os modos rodoviário, ferroviário e
aeroviário A administração da atividade de transporte deve decidir quanto ao método de
transporte mais adequado à cada situação, aos roteiros e à utilização da capacidade dos
veículos.
Para Moura (1998), os meios de transporte podem ser divididos em cinco categorias
básicas: ferroviário, rodoviário, aéreo, marítimo, fluvial, lacustre e oleoduto. Para definir o
meio de transporte mais adequado em uma determinada situação, deve-se observar que cada
um desses meios apresentam diferentes formas de custo e serviços diferenciados. Para a
escolha do meio de transporte adequado deve-se observar também que cada tipo de
mercadoria necessita de um transporte específico para serem movimentadas. Todo
transportador que deseja oferecer um serviço qualificado aos seus clientes deve possuir alguns
elementos básicos, tais como, meios, terminais e veículos. O sucesso de um transporte
depende basicamente desses três itens, pois, a qualidade do veículo, os meios pelo qual o
transportador opera e a localização e acesso dos terminais são fatores imprescindíveis para
que as mercadorias sejam movimentadas com qualidade e segurança.
Um processo de grande importância é o planejamento e programação do transporte,
que segundo Bertaglia (2003), é um processo que busca selecionar o melhor e mais eficaz
meio de realizar o transporte.
De acordo com Ballou (1993), para a maioria das empresas, o transporte é a atividade
logística mais importante, já que de um a dois terços dos custos logísticos são direcionados à
ele. É essencial, pois nenhuma empresa consegue operar sem estar em constante
movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados. Sua importância é
sempre lembrada pelos problemas financeiros colocados para muitas empresas quando há uma
greve ferroviária nacional ou quando carreteiros autônomos paralisam suas atividades devido
a aumentos de combustíveis. Pode-se até, em alguns momentos, denominar tais eventos como
desastres nacionais, pois mercados não podem ser atendidos e produtos permanecem no canal
de distribuição para deteriorarem-se ou tornarem-se obsoletos.
Segundo Moura (1998), o setor responsável pelo transporte da empresa está sempre
preocupado com o tráfego de entrada de materiais adquiridos e com o tráfego de saída de
materiais.
35
De acordo com Moura (1998), existem quatro atividades básicas de tráfego: 1. seleção
de transportadoras, 2. acompanhamento das remessas de materiais, 3. controle de faturas das
transportadoras e 4. desenvolvimento de técnicas para reduzir o custo de transporte.
Uma das formas de reduzir os custos de transporte é o cuidado com as embalagens
escolhidas para cada tipo de produto, pois, quanto mais pesados forem os volumes, mais caros
serão os fretes. Por outro lado, volumes leves são mais propícios a sofrerem avarias no
transporte. Por isso, algumas tarifas são formuladas de acordo com o tipo de embalagem.
Para Moura (1998), o departamento de transporte é responsável pelas atividades
relacionadas com a contratação de terceirizados , negociação de tarifas, acompanhamento e
expedição, arquivo e negociação.
Segundo Dias (1993), por meio de uma análise da participação das diversas
modalidade de transporte na movimentação de materiais no Brasil, os resultados confirmam
que o meio de transporte rodoviário é o mais utilizado, formando quase que um monopólio.
De fato, 76,4% das cargas geradas no país são transportadas por rodovias, enquanto as
ferrovias movimentam apenas 14,2% e a cabotagem 9,3% , a aviação tem participação
desprezível de 0,1% do total. Existem diversas justificativas de tal situação; elas são:
1. Política de investimentos que favoreceu sobremaneira a construção de rodovias.
2. Implantação da indústria automobilística.
3. A criação do Parque Nacional de Refinação de Petróleo.
4. A vasta extensão geográfica do país torna a maioria dos municípios inacessíveis
por outros meios de transporte. Dos 3.700 municípios apenas 1.130 são servidos
através da ferrovia.
Mesmo os dados apresentando o sistema rodoviário como sendo o mais utilizado, este
meio de transporte ainda não possui estrutura compatível com sua importância. Desta forma,
apresenta uma série de deficiências, que são difíceis de serem eliminadas, tais como a
presença dos carreteiros que, em sua maioria, não possuem condições de concorrerem
sozinhos com as transportadoras, em virtude de não possuírem estruturas de atendimento
racional aos clientes. Têm, ainda, necessidade de realizarem o maior volume de carga, pois
dependem exclusivamente do seu veículo, não havendo assim outra forma de remuneração,
fazendo com que suas jornadas de trabalho diárias alcancem até 16 horas.
36
A maioria das empresas de pequeno porte acaba ajudando os carreteiros na obtenção
de recursos para aquisição fazendo com que estes transportadores autônomos tenham grande
dependência da transportadora. Os agenciadores de fretes possuem participação ao nível de
quase 55% para o volume total de carga movimentada no país. Considerando-se que 7% do
PIB é devido aos serviços de transporte de carga e que 50% do transporte em todas as
modalidades estão nas mãos dos carreteiros, constata-se facilmente que 3,5% do PIB é devido
aos serviços prestados pelos carreteiros. Entretanto, muito pouco tem sido feito afim de se
modificar esta situação; ao contrário muitas vezes vem a incentivar os agenciadores.
Dentre os diversos tipos de transportes, de acordo com Bertaglia (2003), o transporte
rodoviário é o mais independente, pois devido a sua flexibilidade, é possível movimentar
diversos materiais a qualquer lugar, serve para pequenas encomendas a curta, médias ou
longas distâncias.
Modal Milhões (TKU) Participação (%)
Rodoviário 485.625 61,1
Ferroviário 164.809 20,7
Aquaviário 108.000 13,6
Dutoviário 33.300 4,2
Aéreo 3.169 0,4
Total 794.903 100
Figura 4 – Matriz do Transporte de Cargas - 2004
Fonte: http://www.cnt.org (Acesso em 18/10/05)
O transporte rodoviário, conforme Bertaglia (2003), faz conexão entre os demais
modos de transporte e os seus pontos de embarque e desembarque. Possui como desvantagem
o custo do frete, dando margem para que os outros meios de transporte tornem-se mais
competitivos.
Para Bertaglia (2003), o serviço de transporte intermodal é a combinação de diferentes
meios de transporte, em que diferentes contratos são efetuados de maneira unilateral com as
diferentes empresas responsáveis pelo transporte.
37
Os grandes investimentos nas outras modalidades de transporte, principalmente os
previstos para o sistema ferroviário, poderão trazer uma diminuição considerável nesta
competição, não só pela introdução de novas e eficientes técnicas nos setores ferroviários e
marítimos, como também pela saturação das rodovias.
A decisão por um tipo de transporte, para Bertaglia (2003), está vinculada ao
desempenho de cada um no que se refere a preço, volume de carga, capacidade, flexibilidade,
tempo de demora, terminais de carga e descarga, legislação e regras governamentais, etc.
Características
Produto Peso, volume, valor
Mercado Sazonal, tamanho, local, acesso
Negociação Prazos, custos
Geografia Produção, armazenagem, consumo, infra-
estrutura
Quadro 1 – Características para decisão por um tipo de transporte
Fonte: Bertaglia (2003, p. 282)
Para Moura (1998), transporte é um ingrediente essencial no desenvolvimento
econômico e social, já que traz a matéria prima para a produção e distribui em seguida os
produtos acabados.
Segundo Bertaglia (2003), o envolvimento do cliente no processo de gerenciamento
de pedidos é um fator crítico de sucesso, tanto do ponto de vista da organização como do
cliente. Dessa forma, os fatores que mais afetam a “perfeição” de um pedido são:
- produto não disponível para entrega na data comprometida;
- desempenho de entrega não satisfatória;
- ciclo de entrega afetado por restrições de trânsito ou desempenho do transportador;
- faturas inconsistentes com preços, promoções e descontos preestabelecidos.
38
Pode-se observar que com uma dedicação especial a estes itens, pode-se alcançar uma
maior confiabilidade dos clientes e conseqüentemente gerar condições de aumentar a
vantagem competitiva da empresa.
De acordo com Gaither e Frazier (2002), os custos de embarque são responsáveis por
50% ou mais dos preços de vendas de alguns produtos, por isso muitas empresas estão
contratando profissionais que buscam continuamente melhores técnicas de embarque.
Segundo Moura (1998), o transporte é o único custo mais alto na distribuição, sendo
responsável por 30% a 60% dos custos de distribuição. O transporte agrega valor de lugar ao
produto.
De acordo com Francischini e Gurgel (2002), o custo de transporte pode assumir de
3% a 8% da receita da empresa, mas a maior perda que pode ocorrer é quando o produto
chega atrasado ou avariado no cliente, por isso não se pode deixar que todo esforço realizado
pela empresa seja comprometido pela ineficiência do transporte.
Para Bertaglia (2003), a tecnologia tem influenciado os transportes, tornando os
processos mais ágeis, diminuindo a quantidade de papéis, otimizando a comunicação e
trazendo segurança ao deslocamento de cargas; podendo ser usada de várias formas:
- controle de veículos por satélites;
- controle de rotas;
- checagem de carga;
- informação imediata;
- visibilidade.
De acordo com Bertaglia (2003), o Brasil tem evoluído no aspecto de distribuição,
porém a infra-estrutura para transporte ainda é muito centralizada nas rodovias, o que acaba
aumentando os custos devido a manutenção de veículos que transitam por rodovias com leitos
bastante críticos.
Segundo Bertaglia (2003), para as organizações que preparam-se para otimizar seus
transportes, minimizando custos e aumentando eficiência, estão disponíveis ferramentas
tecnológicas com soluções para uma administração mais precisa, tais como:
- programação e roteamento de veículos;
- planejamento de transportes;
39
- acompanhamento do transporte;
- gerenciamento de desempenho.
Conforme Ballou (1993), quando um mercado encontra-se em expansão, pode-se até
tolerar uma distribuição ineficiente, pois ainda assim as empresas podem manter-se rentáveis.
Entretanto, quando se compete por maior participação no mercado, uma distribuição eficiente
e eficaz pode ser o diferencial que trará a vantagem necessária para se tornar competitivo.
Para se obter uma distribuição física eficiente e um transporte com qualidade é preciso
estar atento ao processo de carregamento do veículo, que segundo Bertaglia (2003), trata-se
de colocar o produto no veículo conforme ordens de carga previamente definidas com base no
pedido do cliente e que pode ser influenciado por uma série de fatores:
- Tipos e características do material a carregar;
- Infra-Estrutura para carregamento;
- Características do veículo a ser carregado;
- Práticas de negócio.
Ainda para Bertaglia (2003), a entrega do produto ao cliente implica alguns critérios,
tais como: restrições físicas do local de entrega em termos de capacidade e infra-estrutura, dia
e hora de recebimento e outros. Essas restrições podem influenciar o modo de transporte.
Segundo Bertaglia (2003), a tecnologia da informação na administração de transportes
tem sido muito importante, por meio dela desenvolveu-se ferramentas de suporte a algumas
tarefas no processo de transporte, operações, controle, seguranças, manutenção e serviços.
Desta forma, vencer tempo e distância durante a movimentação de produtos e até
mesmo na entrega de serviços de forma eficaz e eficiente é a principal função da logística.
Ou seja, seu objetivo é colocar as mercadorias ou os serviços certos no lugar e no instante
corretos e na condição desejada, ao menor custo possível.
“ A Distribuição tem sido alvo de atenção das empresas na busca da excelência, uma
vez que tem participação importante na composição dos custos e afeta diretamente o
desempenho da empresa em relação aos clientes”. (BERTAGLIA, 2003, p. 94).
40
Figura 5 – Processo distribuição-expedição
Fonte: Bertaglia (2003, p. 176)
O fluxo apresentado acima pode variar de acordo com o tipo de indústria, forma de
distribuição, tamanho da empresa e grau de tecnologia envolvido no processo.
O transporte no futuro, segundo Bertaglia (2003), pode sofrer mudanças consideráveis.
A situação atual demonstra que modificações serão necessárias para que a área de transporte
possa ser competitiva e também cumprir com os objetivos sociais estabelecidos.
Seguem abaixo alguns fatores que, para Bertaglia (2003), causam interferência na área
de transporte e que de alguma forma precisam ser repensados:
• Localização das indústrias;
• Globalização;
• Acordos internacionais – Mercados comuns;
• Acordos internacionais de transporte;
• Práticas de just-in-time;
• Reciclagem de material;
• Regulamentações e desregulamentações governamentais;
• Políticas ambientais;
• Congestionamentos;
• Centros metropolitanos – São Paulo;
• Rodoanel;
Receber
pedidos
Consolidar
pedido
Planejar e programar transporte
Estabelecer rotas de
transporte
Selecionar empresas de transporte
Separar
produtos
Carregar
veiculo
Gerar documento
de transporte
Liberar
veiculo
Transportar Entregar produto ao
cliente
Instalar
produtos
CLIENTE
S
E
R
V
I
Ç
O
A
O
C
L
I
E
N
T
E
41
• Avanços tecnológicos.
De acordo com a matriz de processos de serviços de Roger Schmenner, pode-se
identificar o nível de intensidade da mão-de-obra e de interação e personalização do serviço
de transporte de carga.
Grau de intensidade Grau de Interação e Personalização
da Mão-de-Obra
Baixo Alto
Baixo
Alto
Figura 6 – A matriz de processos de serviços
Fonte: Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000, p. 44)
A matriz demonstra que o serviço de transporte de cargas encontra-se dentro de uma
Indústria de Serviços e que possui um baixo grau de Intensidade de Mão-de-Obra e também
um baixo grau de Interação e Personalização.
2.3 Movimentação de materiais
O caminho pelo qual o material é movimentado acaba sendo influenciado por diversos
fatores, como competição, recursos humanos, o impacto ambiental e as comunicações. Para
que se possa enfrentar todas essas forças e realizar-se a movimentação com o máximo de
Indústrias de Serviços:
- Empresas aéreas
- Transporte de carga
- Hotéis
-Balneários, estações de
recreação e lazer
Lojas de Serviços:
- Hospitais
- Oficinas de veículos
- Outros serviços de manutenção
Serviços de Massa:
- Varejistas
- Vendas em atacado
- Escolas
- Aspectos varejistas de um banco comercial
Serviços Profissionais:
- Médicos
- Advogados
- Contadores
- Arquitetos
42
economia e total eficiência é preciso que se tenha bem claro a definição de movimentação de
materiais.
“A Movimentação de Materiais é importante para a operação eficiente da Logística.”
(MOURA, 1998, p. 42).
Para Moura (1998), a movimentação de materiais é utilizada em todos os ramos de
negócios e envolve desde o transporte, armazenagem até a distribuição do produto, visando o
máximo de lucro para a empresa.
“Uma definição bastante genérica de Movimentação de Materiais, consiste na
preparação, colocação e posicionamento de materiais, a fim de facilitar sua movimentação e
estocagem.” (Moura, 1998, p. 16).
A movimentação de materiais desloca e estoca materiais desde a chegada do mesmo
na indústria, no momento em que eles são necessários em um processo de produção até seu
carregamento para expedição.
De acordo com Kobayashi (2000), devem ser evitados erros na expedição, pois apesar
desses erros terem um número bastante baixo, eles não passam despercebidos pelos clientes,
muito pelo contrário são observados com intensidade considerável.
Segundo Moura (1998), a movimentação de matérias obteve mais sucesso somente
após a II Guerra Mundial, isso devido a ausência de mão-de-obra masculina, o que forçou as
empresas a encontrarem um meio de movimentação para as cargas pesadas.
A evolução da concepção da Movimentação de Materiais pode ser expressa da
seguinte forma, conforme Moura (1998).
• No passado: homens e animais transportavam os materiais com seu próprio esforço.
• No presente: homens movem os materiais utilizando-se de equipamentos para reduzir
seu esforço.
• Concepção Moderna: materiais em movimento automático entre processos automáticos
de fabricação.
A automatização e a informação são elementos extremamente importantes a
movimentação de materiais, dessa forma, todos os processos envolvidos na movimentação
devem utilizar-se dos benefícios da tecnologia da informação.
43
Segundo Bertaglia (2003), a tecnologia da informação é fundamental e proporciona
uma maior confiabilidade, pois permite saber quais informações realmente agregam valor ao
processo, aumentando assim a velocidade e a confiabilidade das transações.
A movimentação de materiais vem sofrendo evolução há muito tempo, e desta forma
passou algumas gerações que, segundo Moura (1998), são cinco conforme segue:
Na primeira geração, a movimentação envolvia movimentar, estocar, controlar e
proteger os materiais manualmente.
Na segunda, a movimentação incluía a utilização de transportadores contínuos,
veículos industriais e manipuladores, monotrilhos, guindastes e içadores para movimentar
material.
Na terceira, a movimentação é utilizada, apresentando paletizadores automáticos,
identificação automática, transelevadores de estocagem e recuperação automática, robôs e
sistemas de sortimento automático. Controles automáticos foram acrescentados aos
monotrilhos, veículos de elevação, carrosséis, rebocadores, estanterias de fluxo,
transelevadores e outros equipamentos de movimentação.
Na quarta geração, à medida que a automação foi aplicada cada vez mais às operações
de manufatura e distribuição, tornou-se imprescindível que os sistemas fossem integrados.
Na quinta geração, a movimentação inteligente estava apenas começando. Ao se falar
movimentação inteligente, deve-se distinguir inteligência artificial (máquina) do inteligência
natural (humana). No caso da movimentação de materiais, ambas desempenham papéis
importantes. Nesta geração, sistemas especiais estão sendo utilizados pelo veículo guiado
automaticamente e monotrilhos “inteligentes” para tomar decisões on-line de roteirização e
despacho. No recebimento e na expedição, os sistemas especiais estão sendo procurado para
direcionar um robô na palitização ou despaletização de cargas mistas, carregamento e
descarregamento de caminhões de entrega e designando locais de estocagem para as cargas
mistas.
De acordo com Moura (1998), a movimentação de materiais é uma função de
prestação de serviço que inclui o deslocamento dos materiais de um ponto a outro para
complementar processos produtivos e comerciais, sendo uma atividade comum a todos os
ramos de negócios.
44
De acordo com Kobayashi (2000), a colaboração entre os funcionários da empresa no
que diz respeito ao conteúdo de suas atividades, é imprescindível para tornar a Distribuição
Física mais eficiente.
Para Moura (1998), a movimentação de materiais representa entre 15% a 20% do
custo total de um produto fabricado, dessa forma, quando o objetivo é a redução de custos
esta área é um campo bastante recompensador.
A movimentação de materiais tem por objetivo realizar a estocagem e distribuição de
matérias-primas e produtos acabados, com o menor custo possível e dentro de um padrão de
qualidade adequado a cada situação.
O autor relata que, o objetivo da movimentação de materiais é transportar e estocar
materiais do início ao término do processo, sem retrocesso e com o mínimo de transferências,
e entregá- los no momento e local corretos, evitando assim atrasos e manuseios
desnecessários.
Ainda de acordo com Moura (1998), não se pode pensar em produzir até que um dos
três elementos básicos de produção se movimente, que são homem, máquina e material. Em
uma fábrica típica, a movimentação de materiais corresponde a:
• 25% de todos os empregados;
• 55% de todo o espaço da fábrica e
• 87% do tempo de produção.
Da mesma forma, também é afirmado por Francischini e Gurgel (2002) que para que
as mercadorias possam ser trabalhadas, homem, máquina ou materia l devem estar em
movimento para se obter um resultado satisfatório na finalização de um processo.
Francischini e Gurgel (2002), ressaltam que os custos da movimentação das
mercadorias agregam diretamente no seu custo final. Em virtude disso, seria necessário elevar
o preço de venda e, conseqüentemente, o volume vendido diminuirá.
45
Figura 7 – Agregação de valor para o cliente
Fonte: Francischini e Gurgel (2002, p. 210)
Segundo Ballou (1993), o manuseio de materiais está associado diretamente com a
armazenagem. É uma atividade que diz respeito a movimentação do produto no local de
estocagem, como a transferência de mercadorias do ponto de recebimento no deposito até o
local de armazenagem e deste até o ponto de despacho.
“Equipamentos de manuseio de materiais como empilhadeiras, esteiras
transportadoras, paletizadores e dutos acionados por bomba de compressão são usados para
colocar os materiais no estoque.” (GAITHER e FRAZIER, 2002, p. 440).
De acordo com Francischini e Gurgel (2002), um sistema de movimentação deve
trabalhar com recursos que possibilitem a redução do custo final do produto, conforme segue:
a) Redução de custos
• Custo de mão-de-obra;
• Custo de materiais;
• Custo de equipamentos;
• Outros custos.
Posição Tempo
Quantidade
Disponível para o cliente
Transporte
Fornecedor Cliente
Não agrega valor ao cliente
Agrega valor para o cliente
46
b) Aumento da capacidade produtiva
• Aumento da produção;
• Capacidade de armazenagem;
• Distribuição de armazenagem.
c) Melhores condições de trabalho
• Maior segurança;
• Redução da fadiga.
d) Melhor distribuição
• Melhoria na circulação;
• Localização estratégica do almoxarifado;
• Melhoria dos serviços ao usuário;
• Maior disponibilidade.
Para Moura (1998), a movimentação de materiais representa um custo de capital, que
pode ser afetado pelo tipo de equipamento utilizado, já que este influi na eficiência e no custo
da operação.
Os benefícios mais aparentes na movimentação de materiais, segundo Moura (1998),
são: a redução de custos, o aumento da capacidade de espaço, criação de melhores condições
de trabalho, melhores condições de atendimento e principalmente a imagem da empresa.
“Pode-se concluir que a Movimentação de Materiais tem tido um crescimento
ordenado de aceitação na indústria como um todo.” (Moura, 1998, p. 31)
A imagem da empresa, de uma certa forma, está diretamente associada à
movimentação de materiais, pois envolve desde fornecedores, funcionários até os clientes. Os
clientes podem ficar impressionados ou desapontados com o sistema de movimentação da
empresa, e isso trará resultados que poderão ser bons ou ruins. Por exemplo, uma fábrica sem
fileiras de caminhões esperando para carga ou descarga, poderá elevar consideravelmente o
conceito da empresa no mercado.
47
Francischini e Gurgel (2002, p. 212), citam que “Para se manter eficiente um sistema
de movimentação de materiais deve-se seguir algumas “leis”, dentro das suas possibilidades”.
São elas:
a) Obediência ao fluxo das operações;
b) Mínima distância;
c) Mínima manipulação;
d) Segurança e satisfação;
e) Padronização;
f) Flexibilidade;
g) Máxima utilização do equipamento;
h) Máxima utilização da gravidade;
i) Método do espaço disponível;
j) Método alternativo;
k) Menor custo total.
Para que a movimentação ocorra da melhor forma possível, faz-se necessário uma
seleção da empresa que fará o transporte, que conforme Bertaglia (2003), é uma seleção com
base na qualidade dos serviços prestados, negociação de fretes e disponibilidade de veículos.
Esse processo só não é necessário para empresas que possuem contratos exclusivos com
transportadoras.
2.3.1 Equipamentos de Movimentação de Materiais
De acordo com Francischini e Gurgel (2002), a seleção dos equipamentos de
movimentação deve ser seguir um plano geral de administração do fluxo de materiais, para
que no final do investimento possa ser bem atendida as necessidades da empresa.
Ainda segundo Francischini e Gurgel (2002), pode-se classificar as características de
cada movimento e indicar o tipo de equipamento usualmente utilizado, conforme segue:
48
CARACTERÍSTICA DOS MOVIMENTOS EQUIPAMENTOS Programação repetitiva Monovia ou manipuladores
Roteiro Programação aleatória Empilhadeiras, paleteiros Fluxo contínuo de materiais Correia transportadora, correntes Freqüência de
movimentação Fluxo intermitente de materiais Tratores para movimento horizontal Distâncias curtas e frequentes Empilhadeiras, paleteiros
Distâncias percorridas Distâncias longas e sistemáticas
Comboios tracionados por tratores industriais
Interno Empilhadeiras elétricas que evitam a contaminação das mercadorias e dos operários Ambiente fabril
Externo Tratores movidos GLP ou diesel Horizontal
Tratores industriais, correias, correntes Direção do fluxo
Vertical Elevadores de carga Manual Paleteiros
Acionamento Motorizado Empilhadeiras e tratores industriais
Quadro 2 – Características dos movimentos e tipos de equipamentos
Fonte: [Francischini e Gurgel (2002, p. 227)
Segundo Francischini e Gurgel (2002), a busca pelo aumento da produtividade em
movimentação de materiais trouxe o desenvolvimento de um grande número de
equipamentos. Os tipos mais utilizados são:
a) Paleteiro;
b) Empilhadeira;
c) Comboios;
d) Esteira transportadora;
e) Transportador de roletes;
f) Monovia;
g) Elevadores de carga;
h) Pórticos;
i) Guindastes.
De acordo com Francischini e Gurgel (2002), os equipamentos deverão ser
selecionados com base em algumas considerações preliminares:
49
ü Piso – levar em consideração o estado de conservação do piso da fábrica e sua
capacidade de suportar cargas;
ü Vãos – examinar as dimensões das portas e dos corredores;
ü Pé-direito – prestar muita atenção a altura do teto e do pé-direito, determinado por
vigas transversais que limitam a altura máxima de utilização dos prédios;
ü Externo – identificar as condições do ambiente e sua natureza;
ü Adequação – evitar a utilização de equipamentos tracionados por motores a
combustão em armazéns de produtos alimentícios;
ü Acidentes – atender a todas as normas de segurança para proteger o ser humano e
eliminar a possibilidade de se incorrer em responsabilidades civis e criminais,
decorrentes de acidentes;
ü Energia – examinar todos os tipos de energia disponível e a capacidade de
suprimento.
A movimentação de materiais deve ser tratada com responsabilidade e confiabilidade
pela empresa para que seus produtos sejam expedidos com garantia de qualidade, porém é
importante ressaltar que esta qualidade deve chegar até ao cliente, e é por isso que deve-se
estar atento a seleção de serviços terceirizados para transportar os produtos.
2.4 Terceirização de Distribuição Física
O processo de terceirização surge nas empresas a partir do momento em que estas
focam os seus investimentos nas suas atividades fim.
Para Martins e Alt (2000), possuir os próprios meios de distribuição exige grande
investimento inicial e manutenção constante, o que vem levando as empresas a fazer cada vez
mais uso de terceiros.
“O termo Terceirização está relacionado ao fornecimento de produtos, bens ou
serviços, antes produzidos ou executados pela própria empresa, a uma outra empresa ou
entidade.” (BERTAGLIA, 2003, p. 129).
“Na competição por confiabilidade, a empresa deve ter a capacidade de cumprir os
prazos e as quantidades prometidas nas entregas.” (MARTINS E ALT, 2000, p. 281).
50
Para Martins e Alt (2000), o papel dos fornecedores dentro da logística moderna é o de
parceiros operacionais. Para isso, exige-se um relacionamento onde ambos visem a
conservação do mercado pela contínua satisfação do cliente.
De acordo com Bertaglia (2003), com a evolução na forma de negociar e a necessidade
de manter o foco nas competências, algumas empresas vem terceirizando certas atividades.
No entanto, a palavra terceirização evoluiu para o conceito de alianças estratégicas ou
parcerias.
“São cada vez mais numerosas as empresas em acordarem para o fato de que as
alianças vão ter importância primordial no futuro. As alianças estão a evoluir tão depressa,
que ninguém pode mais fazer tudo sozinho.” (MARTINS E ALT, 2000, p. 106).
Para que a movimentação de materiais seja realizada de forma mais eficiente faz-se
necessário que as empresas estejam cientes de que em algum momento precisarão utilizar o
serviço de terceirizados.
De acordo com Martins e Alt (2000), a menos que se possua especialista em
transporte, é mais aconselhável usar terceiros. Transportadoras podem ter frotas que
justifiquem a contratação de pessoal e ferramentas especializadas para um transporte
competitivo.
Segundo Bowersox e Clauss (2001), a transportadora, como intermediária no processo
de movimentação, possui como objetivo principal aumentar sua receita bruta mediante a
transação ao mesmo tempo que busca minimizar os custos para concluir a transação.
Para Gaither e Frazier (2002), uma crescente tendência entre os fabricantes que
buscam mais tempo para concentrarem-se em suas competências essenciais, é a confiança de
certas funções como a armazenagem e distribuição aos terceirizados.
Também para Bertaglia (2003), terceirizar permite as empresas dedicarem mais tempo
as suas atividades principais, reduzindo custos, aumentando a velocidade e assim reduzindo
ou aumentado a distância que as separa dos concorrentes.
Segundo Bertaglia (2003), a forma de se trabalhar com fornecedores de serviço pode
representar uma vantagem competitiva, mas para isso, a parceria deve definir as
responsabilidades e ter como foco final o atendimento ao cliente.
De acordo com Bertaglia (2003), organizações utilizam terceiros devido aos fatores
estratégicos, operacionais e financeiros, como segue:
51
- Fatores estratégicos: têm como objetivo principal aumentar o nível de serviço;
- Fatores operacionais: atividades regulatórias e aquelas relacionadas com manutenção de
veículos, entre outras, podem ser mais bem administradas por empresas que estejam atuando
no segmento;
- Fatores financeiros: um maior enfoque pode contribuir grandemente para a redução de
custos na cadeia de abastecimento.
“Terceirização não significa apenas se livrar de um problema. O processo deve ser
acompanhado, e as empresas terceirizadas precisam ter padrões de desempenho medidos
periodicamente.” (BERTAGLIA, 2003, p. 130).
Segundo Francischini e Gurgel (2002), após seleção e cadastro dos fornecedores
deve-se acompanhar o desempenho do fornecimento por meio de indicadores, advertências,
avaliação, assistência e correção.
Ainda para Gaither e Frazier (2002), a utilização dos serviços terceirizados podem
trazer grandes benefícios às empresas, já que possuem o que há de mais moderno em sistemas
de informação Logística, menores preços, maior espaço de armazenamento e pessoal treinado.
Observa-se que não é suficiente selecionar os terceirizados para o transporte, faz-se
necessário uma avaliação constante dos mesmos para garantir a continuidade da qualidade dos
serviços prestados por eles.
2.4.1 Avaliação de Terceiros
Por ser o terceirizado quem estará entregando os produtos no cliente, tem eles uma
grande responsabilidade, que é a de dar continuidade ao bom atendimento prestado até o
momento, por isso a avaliação constante dos prestadores de serviço é de grande importância.
Para Francischini e Gurgel (2002), deve-se considerar a qualidade do transporte, a
qual deve ser medida por algumas variáveis, conforme segue:
• grau de ocupação da frota;
• índice e gravidade das avarias de carga;
• disponibilidade de veículos da frota;
• regularidade dessa disponibilidade;
• rastreabilidade proporcionada pelo sistema de controle;
52
• segurança contra furtos, desvios de carga e acidentes no trânsito.
Ainda para Para Francischini e Gurgel (2002), a operação de transporte deverá
apresentar qualidade, atingindo os seguintes objetivos:
• entregar a carga intacta e com as embalagens sem deformações;
• entregá- la no local de destino e de maneira cômoda, para que possa ser descarregada
com facilidade pelo cliente;
• entregar as mercadoria dentro do prazo contratado;
• aprimorar continuamente a organização para encurtar cada vez mais os prazos;
• aprimorar o sistema para oferecer os serviços de transporte a um custo competitivo.
Principais atributos para selecionar um fornecedor, conforme Bertaglia (2003):
- Desempenho em qualidade, preço e serviço;
- Flexibilidade;
- Carteira de clientes;
- Pró-atividade e cooperação;
- Investimentos;
- Capacidade instalada;
- Localização geográfica;
- Solidez financeira;
- Histórico.
Ainda para Bertaglia (2003), existem três características básicas que precisam ser
consideradas em processo de decisão ao se selecionar um fornecedor: preço, qualidade e
serviço.
De acordo com Francischini e Gurgel (2002), a seleção dos fornecedores é uma tarefa
difícil e onerosa para a empresa, mas cuidados no fornecimento de serviços são mais
vantajosos do que corrigir os defeitos que podem ocorrer. A seleção deve seguir alguns
passos:
- pesquisar fornecedores potenciais;
53
- estabelecer critérios de avaliação de fornecedores;
- avaliar e selecionar os fornecedores;
- cadastrar os fornecedores selecionados;
- acompanhar o desempenho do fornecimento;
- fazer parcerias com fornecedores.
Segundo Bertaglia (2003), os indicadores de desempenho devem ser muito bem
definidos e contratados. Devem haver penalizações ou incentivos a receita dos terceirizados
de acordo com o seu nível de desempenho.
Para Francischini e Gurgel (2002), em virtude da grande quantidade de fornecedores,
alguns critérios de seleção podem ser aplicados, onde o principal objetivo é comprovar a
capacidade de atendimento dos requisitos especificados. A avaliação pode ser feita de
diversas formas:
a) Avaliação qualitativa pelo histórico: é aceitável nas fases de implantação dos
procedimentos de avaliação de fornecedores ;
b) Avaliação quantitativa pelo histórico: envolve um método de pontuação aplicado
ao histórico de fornecimento;
c) Avaliação por auto-avaliação: é enviado um formulário padronizado à empresa
fornecedora, para que esta preencha e devolva;
d) Avaliação por auditoria: pressupõe a existência de uma equipe de auditores e um
procedimento padronizado de auditoria;
e) Avaliação por certificação: o fornecedor é aceito se possuir uma certificação do
seu sistema de garantia de qualidade emitida por uma empresa credenciada.
Segundo Francischini e Gurgel (2002), é de grande importância a seleção dos
fornecedores potenciais para a aquisição de bens e serviços, porém, dentro das possibilidades
de fornecimento, o preço se torna um item muito importante no desempenho econômico.
Dessa forma, Francischini e Gurgel (2002) afirmam que uma compra nunca deve ser
feita exclusivamente pelo critério de menor preço, mas deve obedecer a critérios
qualificadores e critérios classificadores de fornecimento, conforme segue:
54
- Critérios qualificadores: são requisitos exigidos dos fornecedores e que os qualificam
como potenciais fornecedores. São estabelecidos pela empresa compradora.
Figura 8 – Requisitos Qualificadores
Fonte: Francischini e Gurgel (2002, p. 69)
- Critérios classificadores: não possuem requisitos mínimos a serem atendidos pelos
fornecedores em potencial. Eventua lmente, a empresa compradora pode estabelecer um
requisito objetivo a ser atingido em certo período de tempo.
C A P A C I D A D E
D E
F O R N E C I
M E N T O
REQUISITOS MÍNIMOS (QUALIFICADORES)
EXCESSO DE ATENDIMENTO AOS
REQUISITOS QUALIFICADORES
(NÃO AGREGA VALOR)
ATENDIMENTOS AOS REQUISITOS
QUALIFICADORES (AGREGA VALOR)
55
Figura 9 – Requisitos Classificadores
Fonte: (Francischini e Gurgel (2002, p. 70)
De acordo com Bertaglia (2003), para que o relacionamento entre cliente e fornecedor
tenha êxito é importante que estejam envolvidos no controle dos resultados, revisando os
indicadores de desempenho e criando alternativas de ganhos múltiplos.
Para Kobayashi (2000), a rapidez é uma arma poderosa para competir, pois em nosso
dia-a-dia o tempo é muito importante e a velocidade dos meios de transporte nos oferece a
possibilidade de utilizar o tempo de modo eficaz.
“Os clientes em todos os mercados, estão cada vez mais sensíveis ao tempo. Eles o
valorizam e isto se reflete em seus comportamentos de compra.” (CHRISTOPHER, 2002, p.
132).
“Para competir e sobreviver neste mercado global, é necessária uma organização
orientada para a logística.” (CHRISTOPHER, 2002, p. 204).
Avaliação de fornecedores, segundo Martins e Alt (2000), enfatizam os seguintes
aspectos:
- Custo: Verificar se os custos estão compatíveis com o mercado;
AUMENTO DO DESEMPENHO NOS REQUISITOS
CLASSIFICADORES (AGREGA VALOR)
DE
SEM
PEN
HO
FUT
UR
O
DE
SEM
PEN
HO
DO
RE
QU
ISITO
CL
ASSIFIC
AD
OR
AT
UA
L
56
- Qualidade: Mesmo que não seja um padrão de qualidade desejável, é fundamental
que reconheça a necessidade de implantar um programa de melhoria contínua;
- Pontualidade: O fornecedor deverá possuir uma cultura de pontualidade nas suas
entregas;
- Inovação: O fornecedor inovativo cria uma alavancagem muito importante no
cliente-comprador;
- Flexibilidade: É a capacidade que tanto o cliente quanto o fornecedor devem ter para
rapidamente adaptarem-se às alterações e solicitações do mercado;
- Produtividade: É a relação output sobre input ou valor dos produtos/serviços sobre o
custo dos insumos;
- Instalações: O cliente deve avaliar as instalações produtivas do fornecedor quanto às
condições mínimas de fabricar produtos de qualidade;
- Capacitação gerencial e financeira: Verificar se o fornecedor dispõe de estrutura
organizacional definida, possibilitando a identificação dos responsáveis pelas decisões.
Nunca se deve deixar o cliente esperando sem saber o motivo, por isso deve-se exigir
do terceirizado que informem sempre que for ocorrer algum atraso na entrega para que, dessa
forma, também se possa informar ao cliente do ocorrido e passar uma nova data de entrega.
Alguns critérios para a seleção de fornecedores, segundo Johnston e Clark (2002),
incluem:
ü Posição financeira;
ü Gestão de pessoas: habilidades, treinamento e histórico de relações industriais;
ü Conscientização comercial;
ü Produtividade;
ü Abordagem de gestão da qualidade;
ü Foco em atividades de melhoria contínua.
Após a exposição dos tópicos que compõem o tema pesquisado, o capítulo seguinte
trata dos procedimentos metodológicos adotados para o desenvolvimento do presente
trabalho.
57
3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO
Nos dias atuais, tornou-se praticamente impossível a realização de um estudo sem se
utilizar de técnicas, da precisão das informações, de uma correta previsão e principalmente do
planejamento. Dessa forma, para que se possa ter êxito com segurança e economia deve-se
utilizar da metodologia científica como um meio para se alcançar a eficácia e eficiência de
uma pesquisa.
Para Bervian e Cervo (1996), o método é ordem que se deve impor aos diferentes
processos que serão requisitos para atingir um resultado desejado. Para a ciência, é o conjunto
de processos que se devem empregar na investigação e demonstração da verdade. O método
não substitui talento nem inteligência, não ensina como se obter idéias novas, isso vai
depender do gênio e da reflexão de cada cientista. Enfim, o método científico é um
instrumento de trabalho. O resultado depende de seu usuário.
Para Nérice (1978 apud MARCONI; LAKATOS, 2002, p. 45), “ Método é o conjunto
coerente de procedimentos racionais ou práticos-racionais que orienta o pensamento para
serem alcançados conhecimentos válidos.”
Para a realização do presente trabalho o método utilizado foi o indutivo.
“Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo dos dados
particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não
contidas nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo
conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.” (MARCONI e
LAKATOS, 2000, p. 53).
Segundo Marconi e Lakatos (2002), a indução realiza-se em três etapas:
a) observação dos fenômenos: fase de observação e análise, com o intuito de descobrir as
causas de sua manifestação;
b) descoberta da relação entre eles: por intermédio da comparação, procura-se aproximar os
fenômenos para se descobrir relação existente entre eles;
c) generalização da relação: generaliza-se a relação encontrada na prescedente entre os
fenômenos e fatos semelhantes;
58
O método adotado teve como finalidade analisar a distribuição física dos produtos da
empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda. A coleta de dados foi feita pela observação
direta, e principalmente, extraídos pela análise dos documentos referentes ao atual processo
de distribuição e do fluxograma desenvolvido para facilitar a análise dos processos. Dessa
forma, pretendeu-se ir ao encontro de uma solução para a situação problema apresentada no
presente trabalho com o intuito de atingir os objetivos geral e específicos.
Para que se possam alcançar os objetivos propostos para o desenvolvimento de um
trabalho, é essencial a utilização de uma pesquisa, já que esta é uma atividade voltada para a
solução de problemas. Quando se tem dúvidas ou problemas, é por ela, aliado ao método
científico, que se vai alcançar uma resposta, uma solução.
Segundo Vergara (1998), existem vários tipos de pesquisas, por isso, deve-se
informar sobre o tipo de pesquisa que será realizada e sua conceituação.
A pesquisa caracterizou-se como sendo do tipo:
- exploratória: é a pesquisa realizada na área em que há pouco conhecimento
acumulado e sistematizado, não admitindo hipóteses que poderão surgir durante o
desenvolvimento da pesquisa.
- descritiva: expõe características de determinado fenômeno, podendo também
correlacionar variáveis e definir sua natureza, não tem obrigação de explicar os fenômenos
que descreve.
- observatória: que para (Bervian e Cervo, 1996, p. 24), “nada mais é do que explicar
atentamente os sentidos a um objeto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso. “
- estudo de caso: é um estudo detalhado e aprofundado de um determinado produto,
empresa, uma comunidade ou até mesmo um país, podendo ou não ser realizado em campo.
Os dados da pesquisa foram coletados por meio das seguintes técnicas:
- bibliográfica: que é o estudo baseado em dados publicados em livros, jornais, etc, ou
seja, em materiais disponibilizados ao público em geral.
- documental: pesquisa realizada em documentos conservados, tais como, registros,
ofícios, filmes, entre outros.
- indução: que é uma forma de raciocínio ou de argumentação, como tal, é uma forma
de reflexão e não de simples pensamento.
59
Os dados obtidos por meio de fontes secundárias, foram tratados de forma qualitativa
e apresentados de forma estruturada, onde, por meio da descrição do atual processo de
distribuição e elaboração de um fluxograma das atividades de distribuição, pretendeu-se
identificar gargalos no processo e, dessa forma, propor alternativas à empresa, buscando
identificar ferramentas adequadas para uma melhor avaliação do desempenho dos
terceirizados.
Uma vez definidos os procedimentos metodológicos para a elaboração deste trabalho,
no capítulo seguinte apresenta-se a análise dos dados coletados pela pesquisa.
60
4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO
Este capítulo trata inicialmente da caracterização da empresa onde foi desenvolvido o
trabalho e da análise dos dados obtidos pela pesquisa realizada.
4.1 A Empresa
O estágio foi desenvolvido na empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda., empresa
catarinense que atua no segmento de sistemas para o condicionamento de energia elétrica,
situada na área industrial de São José – SC.
Com um complexo industrial próprio de mais de 3500 m² de área construída, a
empresa tornou-se referência no Brasil e na América Latina, produzindo com tecnologia
própria sistemas para condicionamento de energia elétrica. Este destaque só foi possível
devido aos constantes investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos cada vez
mais inovadores e de elevada confiabilidade.
Figura 10 – Foto Equisul Indústria
A Equisul Indústria faz parte de um grupo de três empresas , EquisulGPL, Equisul
Serviços e Autolabor, que estão integradas por meio de redes consolidadas de distribuição e
assistência técnica por todo país.
Hoje, o Grupo Equisul ocupa uma posição de destaque no mercado de tecnologia,
conquistada pela sua capacidade técnica e operacional, e refletida na satisfação de seus
clientes.
61
Atuando no mercado de condicionamento de energia elétrica, a EquisulGPL sempre
buscou a satisfação de seus clientes, oferecendo soluções com padrões internacionais de
tecnologia e qualidade.
A Equisul está há 17 anos no mercado. Suas atividades tiveram início em 1988 com a
Equisul Equipamentos Eletrônicos Ltda., com a venda e assistência técnica de equipamentos
de condicionamento de energia elétrica, sendo esta a primeira empresa do grupo.
Em 1995, tiveram início as atividades da Equisul Indústria e Comércio, com a
produção de estabilizadores e no-breaks de pequeno porte. Em 1996, nasce mais uma empresa
do grupo, a Autolabor, por meio do desenvolvimento e lançamento do Laboratório Didático
Móvel.
Já em 1998, a Equisul indústria e Comércio inicia o processo de expansão para os
demais estados do Brasil, estruturando redes para comercialização e assistência técnica,
inclusive sua primeira filial em São Paulo.
Em 1999, obteve seu certificado ISO 9001. Já em 2001 conquista o primeiro lugar em
exportações de no-breaks no Brasil, exportando seus produtos para Argentina, Uruguai e
Bolívia.
No ano de 2002 consolida seu sistema de qualidade, com a atualização do certificado
da ISO 9001 revisão 2000, dessa forma, assegurando produtos e serviços com elevado padrão
de excelência. Também em 2002, apresenta ao mercado uma linha completa de no-breaks
para uso externo, voltados para aplicação em sistemas de telecomunicações e controle de
tráfego e adquire uma fábrica de transformadores
Em 2004, adquire a empresa GPL Eletro-Eletrônica S.A., empresa com mais de 25
anos de tradição no fornecimento de no-breaks trifásicos, inversores, retificadores e
conversores de freqüência. Nasce a EquisulGPL Tecnologia.
Atualmente a Equisul Indústria conta com a seguinte estrutura, especialmente
desenvolvida para o melhor atendimento aos seus clientes:
- 01 Centro administrativo em São José – SC
- 01 Fábrica em São José – SC
- 01 Filial em São Paulo- SP
- 32 Representantes comerciais
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- 77 Serviços autorizados
- 07 Gerentes de negócios
- 11 Profissionais de apoio direto
- 440 Revendas
- 01 Central de atendimento (0800)
Dessa forma, a Equisul Indústria e Comércio vem se destacando a cada dia no
mercado de sistemas para condicionamento de energia elétrica, pois sua busca constante por
produtos inovadores e com qualidade assegurada, faz dela uma das maiores fabricantes de No-
Breaks na América Latina.
63
4.2 Resultados do estágio
A experiência adquirida durante o estágio proporcionou à estagiária a oportunidade de
verificar na prática os conhecimentos adquiridos por meio das teorias aplicadas na graduação
de administração que, desta forma, veio ao encontro de um melhor entendimento dos diversos
aspectos que somente podem ser visualizados quando se tem a oportunidade de se estar
realizando as atividades.
A observação da prática realizada no dia-a-dia da empresa possibilitou a estagiária
uma maior facilidade na descrição e análise dos processos de Distribuição Física. Dessa
forma, observou-se que a empresa utiliza os serviços de terceirizados para realizar a
distribuição e entrega de seus produtos.
Por meio dessa observação, foi possível realizar a descrição atual dos processos de
Distribuição Física, conforme segue:
4.2.1 Descrição dos Processos de Distribuição Física
Para que uma empresa interessada em prestar serviços de transporte à Equisul possa
ser contratada, é preciso antes passar por uma avaliação, que é realizada dentro dos padrões
dos requisitos de Qualificação de Transportadoras da ISO, que envolve o processo de
credenciamento, manutenção e descredenciamento, conforme segue:
- Credenciamento dos transportadores
O processo de credenciamento avalia a transportadora por meio da Ficha Cadastral de
Transportadora. Com base nesses dados, é feita a análise do perfil da interessada e, sendo
considerada apta, a mesma será então contratada para prestar serviços. Caso seja considerada
inapta a prestar serviços para a Equisul, na parte operacional e comercial, a transportadora
será informada e sugerida melhorias para avaliações futuras.
- Critérios de Avaliação
- Prazos de entrega: tempo de entrega nas determinadas cidades que a transportadora atua;
- Área de atuação: área de abrangência de atendimento realizada pela transportadora;
- Certificado de seguro de carga: comprovante de seguro;
64
- Horário de coleta: horários disponíveis para coleta;
- Faturamento dos boletos: prazo para faturamento dos boletos;
- Comprovante de entrega: dentro de um determinado período, deverá ser enviado a Equisul,
documento que comprove a efetiva entrega da mercadoria no cliente.
Para manutenção das transportadoras, realiza-se um controle de não conformidades,
que podem ser: entrega fora do prazo acordado, mercadoria danificada, cobranças indevidas e
o não cumprimento dos horários de coleta.
Todas as transportadoras credenciadas a prestar serviços de transporte a Equisul serão
analisadas mensalmente, e semestralmente serão avaliados de acordo com os seguintes
critérios: coletas atrasadas, entregas atrasadas, entregas com avarias e cobranças indevidas.
As avaliações são realizadas de acordo com cada indicador da seguinte forma:
• Coleta: será mensurada por meio das solicitações de coletas repassas a transportadora,
levando-se em consideração o prazo acordado para coleta de mercadoria, conforme segue:
Coleta de mercadoria = Nº coletas atrasadas / mês
Total de coletas / mês
Onde:
Média semestral menor que 10%: aceitável
Média semestral de 10% a 20%: requer atenção
Média semestral acima de 20%: solicitar descredenciamento
• Entregas atrasadas: Será mensurada em função do prazo acordado para entrega, pelo
total de coletas, atrasos ocasionados por motivo de força maior (enchentes, vendaval, etc), não
serão considerados atrasos.
Entregas atrasadas = Nº entregas atrasadas / mês x 100
Total de coletas / mês
Onde:
Média semestral até 5%: aceitável
65
Média semestral de 5% a 15%: requer atenção
Média semestral acima de 15%: solicitar descredenciamento
• Entregas com avarias: será mensurada em função de coletas realizadas pelo número de
entregas com avarias. Será considerada avaria todo e qualquer dano causado à mercadoria
decorrente do transporte.
Mercadoria danificada = Nº de mercadoria entregue com avarias / mês
Total de coletas / mês
Onde:
Média semestral até 5%: aceitável
Média semestral de 5% a 10%: requer atenção
Média semestral acima de 10%: solicitar descredenciamento
• Cobrança Indevida: será mensurado em função do número de cobranças indevidas,
pelo número de coletas realizadas. Será considerada cobrança indevida todo e qualquer ato
que esteja em desacordo com o que foi anteriormente acordado.
Cobrança indevida = Total de cobranças indevidas/mês x 100
Total de coletas/mês
Onde:
Média semestral até 5%: aceitável
Média semestral de 5% a 10%: requer atenção
Média semestral acima de 10%: solicitar descredenciamento
Após o término da avaliação, as transportadoras credenciadas são informadas de seu
desempenho naquele período, onde aquelas que obtiveram um baixo índice terão que retornar
com uma proposta de melhoria para o próximo período. Aquelas que obtiverem média
66
semestral acima do índice estipulado, serão desqualificadas a prestar serviços para a Equisul,
sendo informadas na seqüência.
Foi também elaborado um fluxograma dos diversos processos que envolvem a
Distribuição Física, com o intuito de facilitar a análise das atividades e assim poder verificar
os pontos fortes e pontos fracos do processo.
O fluxograma a seguir apresenta a seqüência das atividades que compõem os
processos de distribuição física da empresa Equisul Indústria.
67
Recebimento do pedido
Avaliação do pedido
Lançamento do pedido no sistema
Há produto em
estoque
Lista de Pendências
Liberação do Pedido
NÃO
SIM
Emissão de NF
Romaneio de Despacho
Encaminhar p/ Expedição
Gerar controles Expedição
Preenchimento dos controles
Avaliação de Transportadora
Há Transp.
Disponível.
NÃO
Buscar SIM
Feed-Back do Cliente
Início
FIM
4.2.2 Fluxograma dos Processos de Distribuição
Figura 11 – Fluxograma dos processos de distribuição física
Fonte: [elaboração própria]
68
Por meio do Fluxograma apresentado, identifica-se que no final do processo poderia
ser acrescentada mais uma etapa, que seria um retorno do cliente no que diz respeito à sua
satisfação em relação à entrega realizada pelo serviço terceirizado, ou seja, sua avaliação em
relação a esse serviço prestado por terceiros, mas que ainda é intrínseco à empresa.
Uma vez apresentados e analisados os dados coletados pela pesquisa realizada, pode-
se apresentar as considerações finais que são objeto do capítulo seguinte.
69
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho buscou nas bibliografias as informações que poderiam contribuir para a
solução da situação problema, trazendo sempre para a realidade analisada a evolução
constante da área de Logística de Distribuição.
Durante o estágio, foi possível descrever o atual processo de distribuição utilizado pela
empresa e também elaborar um fluxograma das atividades desenvolvidas na distribuição.
A partir da realização destes objetivos específicos propostos, pôde-se identificar
possíveis melhorias cabíveis no processo, que, se implementadas, poderão contribuir para a
excelência no serviço de distribuição dos produtos da empresa.
Observou-se que a metodologia utilizada para a seleção e credenciamento dos
prestadores de serviço de transporte utilizados na distribuição dos produtos, não se mostra
adequada a atual realidade da empresa.
Tal constatação fundamenta-se no fato de os critérios usados não contemplarem
pontos considerados de relevância para o processo, pois os resultados obtidos a partir da
análise mostram que, pelo fato da empresa atualmente produzir equipamentos com
características diferentes dos que já eram distribuídos, em termos de peso, volume e que
apesar destas características, são frágeis em sua movimentação e transporte, os métodos e
procedimentos para qualificação e seleção de um terceirizado, que neste caso é a
transportadora, está desatualizado, necessitando assim de uma nova abordagem para
contratação de serviços de transporte.
Devido a essa nova realidade da empresa referente a aquisição da GPL Eletro
Eletrônica, houve uma considerável mudança no tipo de carga expedida pela mesma,
conforme quadro abaixo:
70
Volume dos produtos distribuídos anteriormente a aquisição da GPL, variando do
menor ao maior produto:
PRODUTO Peso Bruto(Kg) Altura(mm) Comprimento (mm) Largura (mm) Menor Volume 7,7 140 320 110 Maior Volume 385,4 1170 640 450
Volume dos produtos distribuídos após a aquisição da GPL, variando do menor ao
maior produto:
PRODUTO Peso Bruto(Kg) Altura(mm) Comprimento (mm) Largura (mm) Menor Volume 7,7 140 320 110 Maior Volume 5100 2000 875 1600+1600
Quadro 3 – Quadro de medidas dos produtos transportados
Fonte: [elaboração própria)
Cabe ressaltar também que pela dificuldade de manuseio e transporte dos produtos e
por não haver ainda um setor de logística, especificamente restrito para o controle dos
processos de distribuição, tal fato torna ainda mais criteriosa a análise e seleção dos
transportadores.
De acordo com a fundamentação teórica do presente trabalho, pode-se ressaltar que a
distribuição física causa impactos importantes nos custos, sendo que, segundo Gaither e
Frazier (2002), o embarque é responsável por 50% ou mais dos preços de vendas de alguns
produtos, por isso também é importante contratar profissionais que busquem continuamente
melhores técnicas de embarque.
Moura (1998) diz que a movimentação de materiais representa entre 15% a 20% do
custo total de um produto fabricado e que este custo pode ser afetado pelo tipo de
equipamento utilizado, já que este influi na eficiência e no custo da operação.
Sendo assim, um dos itens de importância na seleção e contratação de um novo
transportador é a negociação da tabela de preços e a observação dos tipos de equipamentos
que serão utilizados, já que estes também influenciam no preço.
.De acordo com Francischini e Gurgel (2002), o custo de transporte pode assumir de
3% a 8% da receita da empresa, mas a maior perda que pode ocorrer é quando o produto
chega atrasado ou avariado no cliente, por isso não se pode deixar que todo esforço realizado
pela empresa seja comprometido pela ineficiência do transporte.
71
A partir desta consideração, cabe ressaltar que é imprescindível que o transportador
selecionado conheça profundamente o produto que irá transportar e que seja inclusive
realizado um treinamento interno a empresa referente a complexidade de movimentação e
transporte dos produtos da empresa, principalmente os de maior porte.
De acordo com Moura (1998), para que produtos acabados sejam entregues com
qualidade, são estabelecidos requisitos de embalagem, embarque e um planejamento para o
carregamento da carga, obedecendo uma especificação ou da forma mais correta possível.
Dessa forma, para garantir maior segurança no manuseio e transporte sugere-se que
seja implementado uma lista de orientações que seguirá acompanhada da nota fiscal, onde
constará os procedimentos de manuseio na coleta, transporte e entrega de acordo com cada
linha de produto.
Sendo assim, é preciso estar atento ao processo de carregamento do veículo que,
segundo Bertaglia (2003), trata-se de colocar o produto no veículo conforme ordens de carga
previamente definidas com base no pedido do cliente e que pode ser influenciado por uma
série de fatores:
- Tipos e características do material a carregar;
- Infra-Estrutura para carregamento;
- Características do veículo a ser carregado;
- Práticas de negócio.
Outro item que deverá ser analisado com precisão é referente ao prazo de entrega,
pois, para Martins e Alt (2000), a distribuição física impacta diretamente na competitividade,
de acordo com sua velocidade, confiabilidade e controlabilidade, ao entregar bens aos
consumidores dentro do prazo.
O transporte é um elo essencial entre a expedição na empresa e o cliente, por isso está
sendo dado uma ênfase ao tema, pois, segundo Christopher (2002, p. 17), “Os produtos não
tem valor, até que eles estejam nas mãos do cliente, na hora e lugar exigidos.”
Para que se possa realizar uma abordagem, que esteja mais próxima da realidade atual
da empresa, algumas melhorias podem ser implementadas:
- Incluir na análise das novas transportadoras a serem cadastradas, além do
preenchimento da Ficha Cadastral, uma visita até a empresa candidata ao credenciamento para
72
análise da estrutura, envolvendo prédios, caminhões, máquinas, treinamentos realizados e
ferramentas disponíveis para consulta e acompanhamento da carga;
- Realizar uma revisão na avaliação das transportadoras e então sugerir novas
alternativas e ferramentas de avaliação que estejam mais próximas das necessidades atuais da
empresa;
- Uma outra melhoria é a inclusão da avaliação do serviço terceirizado de transporte na
Pesquisa de Satisfação do Cliente, constando o questionamento de como foi a prestação do
serviço de entrega, com as devidas alternativas e também contendo um espaço para que o
cliente possa preencher com suas críticas e sugestões.
As melhorias propostas levam a elaboração de um modelo de qualificação para seleção
dos fornecedores de serviços de transporte para contratação de um novo fornecedor, com os
seguintes itens:
A. Deve ser fornecido às empresas interessadas em prestar serviços de transporte a
Ficha Cadastral onde serão preenchidos todos os dados do fornecedor, bem como as demais
informações necessárias para que se realize uma pré-avaliação. Nesta Ficha Cadastral deve
conter:
• Dados cadastrais: razão social, endereço completo, CNPJ, I.E., data de fundação;
• Dados referentes aos locais de atendimento;
• Prazo de entregas aos locais citados no item anterior;
• Informações referentes à frota, modelos de caminhões que estarão disponíveis;
• Informações referentes a equipamentos de movimentação;
• Treinamento disponibilizado aos seus funcionários, tanto do atendimento como da
coleta e entrega;
• O que é disponibilizado em termos de Tecnologia da Informação;
• Comprovante de seguro de cargas;
• Certificados de qualidade;
• Tabela de preços preliminar;
B. Após a devolução da Ficha Cadastral devidamente preenchida pelo fornecedor e
estando apto a prestar serviços, deve rá então ser realizada consultas a outras empresas que
73
possam dar referências. Pode-se também avaliar o crédito desta empresa perante seus
fornecedores e solicitar o comprovante de pagamento do seguro.
C. Após esta segunda fase, devem ser realizadas reuniões individuais com cada
fornecedor para que seja apresentado à empresa e aos produtos que irão transportar, bem
como a forma que deverão ser transportados, para que neste momento o fornecedor possa
decidir se terá condições de atender às necessidades e exigências da empresa.
D. Estando o fornecedor decidido a prestar serviços, este elaborará então uma tabela
de preços que deverá ser apresentada antes de iniciarem os serviços.
E. Deverá ser realizado uma visita até as instalações da transportadora para análise da
estrutura em termos de prédios, caminhões, máquinas, treinamentos realizados e ferramentas
disponíveis
F. Deverão também ser estabelecidos os prazos de pagamento das faturas dos fretes;
G. O transportador deverá estar ciente das condições e normas da empresa referentes a
prestação deste serviço. Deverá ser informado que seus serviços serão acompanhados e
analisados mensalmente e semestralmente, avaliados de acordo com alguns critérios.
Com estas sugestões, pretende-se alcançar uma melhoria no nível de prestação de
serviço referente à entrega dos produtos e, assim, buscar a satisfação dos clientes e fazer com
que este seja um diferencial no momento da escolha de uma empresa fornecedora de No-
Break´s. Desta forma, a empresa estará se destacando não só com seus produtos mas também
com seus serviços.
Para trabalhos futuros, apresentam-se as seguintes sugestões:
ü Elaborar uma pesquisa de satisfação junto aos clientes, em relação a qualidade
das entregas dos produtos da empresa;
ü Propor um programa de treinamento para futuros terceirizados de maneira a
adequá- los aos procedimentos e políticas da empresa;
ü Rever a adequação dos procedimentos de avaliação dos serviços prestados
pelos fornecedores de transporte.
74
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