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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CAMILLA CARINE DA SILVA Trabalho de Estágio A ESTRUTURA RETROPORTUÁRIA DA PORTONAVE S/A ITAJAÍ 2011

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ · 2013. 10. 9. · de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela ... Alessandra Guilherme Santos Gerente de RH . RESUMO A presente

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CAMILLA CARINE DA SILVA

Trabalho de Estágio A ESTRUTURA RETROPORTUÁRIA DA

PORTONAVE S/A

ITAJAÍ 2011

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CAMILLA CARINE DA SILVA

Trabalho de Estágio A ESTRUTURA RETROPORTUÁRIA DA

PORTONAVE S/A

Trabalho de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Leonardo Specort Russi

ITAJAÍ 2011

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Agradeço primeiro a Deus pelo dom da vida, a minha família que sempre

esteve ao meu lado e entendeu minha ausência, e a todos que de

alguma forma me ajudaram na realização do trabalho.

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“Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste” (Sigmund

Freud)

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Camilla Carine da Silva b) Área de estágio Departamento Operacional – Documental Importação c) Orientador de conteúdo Profº. Leonardo Specort Russi d) Supervisor de campo Anne Alves e) Responsável pelo Estágio Profª MSc. Natalí Nascimento

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social Portonave S/A – Terminais Portuários de Navegantes b) Endereço Aníbal Gaya, nº 707 – Centro, Navegantes – Santa Catarina – Brasil c) Setor de Desenvolvimento do Estágio Documental - Importação d) Duração do estágio 300 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Anne Alves – Supervisora de Documentação f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 30 de maio de 2011.

A Empresa Portonave S/A – Terminais Portuários de

Navegantes, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do

Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho

de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela

acadêmica Camilla Carine da Silva.

__________________________________

Alessandra Guilherme Santos

Gerente de RH

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RESUMO

A presente pesquisa trata de apresentar a estrutura retroportuária da empresa Portonave S/A, o porto de Navegantes que atua no segmento desde 2007. O objetivo geral é apresentar o terminal desde o planejamento, construção e instalação do mesmo, até os dias de hoje, identificando seu crescimento e mostrando o quanto a iniciativa privada é importante para o complexo portuário local e para as atividades de comércio exterior na região. A Portonave S/A veio somar-se à forte estrutura portuária do estado de Santa Catarina, que por sua vez destaca-se no cenário nacional por sua competitividade e alta capacidade de exportação. Ao longo do trabalho é possível verificar o alto investimento aplicado na estrutura logística da empresa, sempre respeitando o meio ambiente e incrementando a balança comercial com a geração de mais divisas. Para a composição do trabalho, foi utilizada a metodologia de pesquisa do tipo qualitativo, onde os meios foram os bibliográficos e coleta de dados por documentos e relatórios da empresa. Quanto aos fins esta pesquisa foi predominantemente descritiva. Com o desenvolvimento da pesquisa foi possível conhecer melhor o porto de Navegantes, observando sua política de administração e responsabilidade sócio-ambiental. Deste modo, o porto busca garantir a satisfação de seus clientes, aperfeiçoar a movimentação do terminal potencializando o contato com armadores, exportadores, importadores, e principalmente movimentar e assegurar cargas de terceitos. Palavras-chave: Infraestrutura Portuária. Portonave S/A. Logística.

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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Frota de Portos Marítimos no Brasil................................................... 28

Figura 2 – Organograma da Empresa................................................................. 36

Figura 3 – Ponta da Divinéia............................................................................... 40

Figura 4 – Início das Obras................................................................................. 41

Figura 5 – Estacas Metálicas............................................................................... 42

Figura 6 – Prédio Administrativo.......................................................................... 43

Figura 7 – Gates.................................................................................................. 44

Figura 8 – Conclusão das Obras......................................................................... 45

Figura 9 – Portêiner............................................................................................. 49

Figura 10 – Transtêiner....................................................................................... 50

Figura 11 – Guindaste Móvel............................................................................... 51

Figura 12 – Empilhadeira de Contêineres Cheios............................................... 52

Figura 13 – Empilhadeira de Contêineres Vazios............................................... 53

Figura 14 – Caminhões de Tração...................................................................... 54

Quadro 1 – Principais Importadores................................................................... 68

Quadro 2 – Principais Exportadores................................................................... 68

Quadro 3 – Principais Armadores....................................................................... 69

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 – Equipamentos Disponíveis na Portonave S/A.................................. 48

Tabela 2 – Principais Produtos Movimentados em 2010.................................... 55

Tabela 3 – Movimentação do terminal – 2009.................................................... 56

Tabela 4 – Movimentação do terminal – 2010.................................................... 56

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LISTA DE SIGLAS

ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BVC – Bureau Veritas Certification

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

ETE – Estação de Tratamento de Efluentes

FATMA – Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina

FOB – Free on Board

IMO – Organização Marítima Internacional

ISPS CODE – Código Internacional de Segurança e Proteção de Navios e

Instalações Portuárias

LAP – Licença Ambiental Prévia

MAPA – Ministério da Agricultura

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

OMC – Organização Mundial de Comércio Exterior

ONU – Organização das Nações Unidas

OTM – Operador de Transporte Multimodal

PCE – Plano de Controle de Emergência

PROTEP – Treinamento Operacional

RIMA – Relatório de Impacto Ambiental

SGA – Sistema de Gestão Ambiental

SGI – Sistema de Gestão Integrado

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................14

1.1 Objetivo geral .................................................................................................15

1.2 Objetivos específicos......................................................................................15

1.3 Justificativa .....................................................................................................15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................17

2.1 Comércio exterior brasileiro............................................................................17

2.2 Logística .........................................................................................................19

2.3 Transportes ....................................................................................................21

2.3.1 Transporte rodoviário ..................................................................................22

2.3.2 Transporte ferroviário..................................................................................23

2.3.3 Transporte dutoviário ..................................................................................23

2.3.4 Transporte aéreo.........................................................................................24

2.3.5 Transporte aquaviário .................................................................................24

2.3.6 Transporte fluvial e lacustre ........................................................................25

2.3.7 Transporte marítimo....................................................................................25

2.4 A infraestrutura portuária ................................................................................26

2.5 Estrutura e importância dos portos privados ..................................................29

3 METODOLOGIA ................................................................................................32

3.1 Caracterização da pesquisa ...........................................................................32

3.2 Área de abrangência ......................................................................................33

3.3 Coleta e tratamento dos dados.......................................................................33

3.4 Análise e apresentação dos dados.................................................................33

4 A EMPRESA ......................................................................................................34

4.1 Histórico..........................................................................................................34

4.2 Ramo de atividade..........................................................................................35

4.3 Estrutura organizacional .................................................................................35

4.4 Visão...............................................................................................................37

4.5 Missão ............................................................................................................37

4.6 Valores ...........................................................................................................37

4.7 Serviços..........................................................................................................37

4.8 Mercados........................................................................................................38

5 A PESQUISA .....................................................................................................39

5.1 A inserção do porto.........................................................................................39

5.1.1 A construção ...............................................................................................41

5.1.2 Certificações recebidas...............................................................................46

5.2 Infraestrutura portuária ...................................................................................47

5.2.1 Equipamentos .............................................................................................48

5.2.2 Movimentação de Carga .............................................................................54

5.2.3 SGI – Sistema de gestão integrado ............................................................57

5.2.4 Tecnologia de operação..............................................................................58

5.2.5 Tecnologia para segurança.........................................................................58

5.2.6 Gestão humana ..........................................................................................60

5.2.7 Responsabilidade social e ambiental ..........................................................62

5.2.7.1 SGA – Sistema de gestão ambiental ..........................................................63

5.2.7.2 Área de Preservação ..................................................................................63

5.3 Estratégias e vantagens competitivas ............................................................64

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5.3.1 Relacionamento com clientes .....................................................................67

5.4 Navegantes e o complexo portuário ...............................................................71

5.4.1 Visão Estratégica ........................................................................................72

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................74

7 SUGESTÕES PARA EMPRESA........................................................................76

REFERÊNCIAS.........................................................................................................77

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS......................................................................79

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1 INTRODUÇÃO

O comércio internacional é um fenômeno importante na história da

humanidade. Inicialmente o Brasil tinha uma grande carência em aspectos ligados à

estrutura dos portos. Após o momento marcante que foi a promulgação da Carta

Régia no dia 28 de janeiro de 1808 determinando a abertura dos portos às nações

amigas, o cenário portuário e a economia brasileira começam a mudar.

Aos poucos a noção tradicional de porto como o espaço que estabelecia a

mediação entre dois modos de transporte, permitindo a passagem de navios e de

mercadorias, tornou-se cada vez mais complexa, a atividade portuária que até então

era pouco explorada no país, passou a ser muito importante no desenvolvimento do

comércio internacional através de mares e oceanos.

O terminal privado Portonave S/A vem se destacando em operações e

movimentações de cargas, tanto pela estrutura aplicada, como pela iniciativa privada

que é tão necessária para privatizar serviços, permitindo eficiência e diminuição nos

custos das atividades portuárias, promovendo principalmente competitividade,

obrigando aos outros portos concorrentes a reformulação de gerenciamento de

operações e de mão-de-obra, aproveitando os espaços e as instalações,

promovendo e movimentando a frota brasileira.

Dentro deste contexto o trabalho teve por objetivo geral apresentar o terminal

privado Portonave S/A que vem se destacando em operações e movimentações de

cargas. Especificamente: expor o plano de obra do terminal, sua estrutura

retroportuária, as principais vantagens oferecidas aos clientes da empresa e

identificar sua importância para a região e atividades de comércio exterior, já que o

mesmo possui iniciativa privada.

A partir de empresas como a Portonave S/A ressaltou-se de que forma as

iniciativas privadas fazem diferença em questões portuárias, e de que forma

tornaram-se importante para o desenvolvimento da região, obrigando demais portos

atualizar suas instalações para então tornarem competitivos.

O trabalho foi estruturado com o método qualitativo com coleta de dados por

meios bibliográficos, documental e fins descritivos, onde se observou e analisou-se o

fato proposto.

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1.1 Objetivo geral

Foi apresentar a estrutura retroportuária da Portonave S/A desde o

planejamento até a atualidade.

1.2 Objetivos específicos

Foram os objetivos específicos:

• Expor o plano de obra da construção do terminal.

• Apresentar a estrutura atual e as principais vantagens oferecidas aos

clientes da empresa.

• Identificar a importância do terminal Portonave S/A para as atividades de

comércio exterior no complexo logístico local.

1.3 Justificativa

Considerado hoje a principal porta de saída e entrada de produtos advindos

do exterior e do mercado interno, os portos não somente proporcionam o

desenvolvimento do comércio exterior brasileiro como também à economia e o fluxo

de transações comerciais entre os continentes.

Diante desse desenvolvimento o trabalho em questão apresentou o terminal

Portonave S/A, sendo de bastante importância para o mesmo à escolha do tema,

porque a acadêmica apresentou aos futuros clientes a estrutura retroportuária, tendo

em vista, que a Portonave como terminal privado misto enriquece as operações de

movimentação de carga com o modal marítimo, com grandes investimentos e

viabilização em atender clientes eficientemente.

De acordo com o desenvolvimento do trabalho percebeu-se que para a

sociedade o terminal portuário trouxe empregos e possibilidades de crescimento,

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valorizando as negociações de importação e exportação para a região e para a

cidade em que ele se encontra.

Para os acadêmicos do curso bem como para a Universidade, proporcionou

fonte de pesquisa, novos aprendizados para a vida profissional como também para

as empresas envolvidas com o comércio exterior e atividades portuárias Do

complexo logístico local.

Para a estagiária foi importante a realização do trabalho, no sentido de que a

mesma agregou maiores conhecimentos, sendo que já exerce suas funções na

empresa diariamente como colaboradora.

Portanto, o trabalho tornou-se viável de acordo com próprios

documentos/relatórios particulares disponibilizados pela Portonave, sites,

experiências pessoais que estagiária adquiriu, e referências bibliográficas que

fizeram parte do referencial teórico deste trabalho.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo foi apresentada à base teórica que fundamentou este trabalho.

2.1 Comércio exterior brasileiro

O comércio exterior é uma prática muito antiga, que ocorre desde os

primórdios da humanidade, seja para satisfazer as necessidades vitais, ou para

satisfazer o desejo de consumo. Para Maia (2004) “[...] nos dias atuais as trocas de

mercadorias ultrapassam as fronteiras, tornando assim o mercado internacional.”.

Com a expansão do comércio exterior cada vez mais evidente, é provável que

logo, todos os segmentos de empreendedorismo se estendam a um contexto

internacional. Devido ao nível de globalização atual, as empresas vêem de maneira

mais simples a possibilidade de expansão de mercado atuante para o exterior.

No Brasil, as atividades de comércio exterior tiveram início em 28 de janeiro

de 1808 com a publicação da Carta Régia de Abertura dos Portos às Nações

Amigas, o que impulsionou o Brasil para expandir negócios com o mundo, não mais

restringindo o país a negociar somente com Portugal.

No século XIX, a demanda mundial pela borracha produzida na Amazônia

cresceu, no entanto a balança comercial continuava a fechar em déficit. O Café

começa a se destacar na pauta das exportações brasileiras. Em 1860, o país teve

seu primeiro superávit graças ao café, que representava 48,8% das exportações. No

fim do século os principais produtos eram café, açúcar, algodão, couros, borracha,

cacau, mate e fumo, que somavam 95% das exportações. Tanto as exportações

quanto as importações tinham como principal destino a Europa. (MDIC, 2010).

O acontecimento histórico que marca a segunda década do século XX é a

Primeira Guerra Mundial. A entrada do Brasil na guerra coincide com uma crise no

setor cafeeiro, que obrigou o governo a colocar em prática o segundo plano de

valorização do produto. Os principais produtos de exportação eram café, açúcar,

cacau, mate, fumo, algodão, borracha, couros e peles. (MDIC, 2010).

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De acordo com Maia (1994, p. 33) “O governo brasileiro foi forçado, pelos

cafeicultores, a comprar e armazenar o café não exportado. Ocorre que esse

estoque constituía um motivo de baixa de preços e, para elevá-los, o governo

passou a queimar o café.”.

Na Segunda Guerra Mundial “[...] os preços internacionais do café tornavam-

se cada vez mais atrativos.”. (MDIC, 2010). Levando a mesma posição do produto

na balança nacional.

Durante esse período, [...] as exportações de produtos manufaturados brasileiros cresceram rapidamente; em um determinado momento, os artigos têxteis contribuíram em 20% do total da receita de exportações. Devido ao reaparecimento de tradicionais fontes de abastecimento após a guerra, entretanto, e em parte devido ao péssimo desempenho das exportações brasileiras (freqüentes atrasos de entrega e controle de qualidade inadequado), os produtos industrializados praticamente desapareceram da lista de exportações. (BAER, 2009, p. 59).

Para o Brasil a Segunda Guerra Mundial foi um período de aumento na

produção, mas pouca capacidade produtiva.

Após esse momento, de acordo com STELZER (2007, p. 169): “[...]

desenvolvia-se também a política de substituição de importações com vistas à busca

do equilíbrio da Balança de Pagamentos.”. O Brasil retornou ao crescimento

econômico através da implantação de indústrias, e crescimento nas importações.

Na década de 90 o comércio exterior brasileiro começava a crescer com as

atividades do MERCOSUL entre Brasil e Argentina, devido também às tarifas de

importação e exportação e as criações de incentivos às exportações. Esse período

foi importante com a criação da OMC (Organização Mundial de Comércio Exterior)

que regula o comércio internacional. (MDIC, 2010).

No ano de 2009 as exportações e importações tiveram queda no comparativo

com 2008. As exportações alcançaram em 2009 US$ 152.995 (FOB) considerando

essa queda a três grupos de produtos: manufaturados (-5,8%), semimanufaturados

(-20,3%) e básicos (-17,5%). O cenário é parecido nas importações registrando

queda de 6,38% em relação à 2008/2009, alcançando assim em 2009 US$ 197.942

(FOB). Tal declínio explica-se pela diminuição nas aquisições de combustíveis e

lubrificantes. (MDIC, 2010).

De acordo com Keedi (2001, p.26) “O Brasil precisa melhorar a sua

performance neste campo econômico, e tentar aumentar as suas exportações, de

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modo a que a nossa economia possa crescer e que a importação tenha crescimento

também.”.

Atualmente a inserção do Brasil na economia mundial ainda é pequena,

porém uma evolução recente. A trajetória que o país ainda terá que percorrer é

grande para participar ativamente da economia global.

2.2 Logística

Para Yazbek (2007, p. 24) “A origem da palavra logística vem da versão

grega da palavra razão, tendo também sua origem na álgebra na parte que trata da

adição, subtração, multiplicação e divisão.” O desenvolvimento da Logística está

intimamente ligado ao progresso das atividades militares e das necessidades

resultantes das guerras.

Segundo Ballou (1995, p. 76) “Antigamente, o nível de serviço era visto como

uma prática determinada junto com a área de vendas das empresas, visto que são

estes que possuem maior contato com os clientes.”. Recentemente esta definição foi

alterada, é a parte do processo que planeja programa e controla com eficiência o

fluxo e a armazenagem de bens, buscando atender as necessidades do cliente da

origem ao destino, e exercendo níveis de serviço padronizados dentro do custo

estabelecido.

Diante dos avanços tecnológicos e da globalização, as empresas competem

acirradamente todos os dias, onde todos os elementos da sociedade estão direta ou

indiretamente envolvidos. Assim, as vantagens logísticas tornam as empresas mais

competitivas, influenciando no preço final, ou seja, é preciso utilizar o máximo de

vantagens equilibrando os pontos negativos. Preocupando basicamente em obter a

disponibilidade da mercadoria certa, na hora certa e no local certo, com diminuição

de custos e de tempo.

A concepção logística de agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma evolução natural do pensamento administrativo. As atividades de transporte, estoques e comunicações iniciaram-se antes mesmo da existência de um comércio ativo entre regiões vizinhas. As empresas devem realizar essas

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mesmas atividades como uma parte essencial de seus negócios, a fim de prover seus clientes com os bens e serviços que eles desejam. (BALLOU, 2010).

Conforme a Associação Brasileira logística é considerada: “[...] o processo de

planejamento, implementação e controle de fluxo, armazenagem com eficiência e de

baixo custo de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e

informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o

objetivo de atender os requisitos do cliente.”.

De acordo com Larrañaga (2003, p. 38), o objetivo da logística é “minimizar o

custo total, para determinado nível de serviço ao cliente, ou seja, minimizar a

seguinte equação: Custo Total = Custo Transporte + Custo Armazenagem + Custos

Processamento de Pedidos + Custos por Tamanho dos Lotes + Custo de

Inventário.”.

Lopez e Gama (2004, p. 303), complementam Larrañaga afirmando que a

logística “[...] busca minimizar custos e tempo e maximizar segurança, em tarefas de

planejamento, projeto, realização, controle, armazenamento, distribuição e

transporte.”.

Com o passar do tempo as atividades de logística vêm fazendo diferença

entre as empresas que praticam o comércio exterior. Atualmente é imprescindível

que para obter sucesso, as empresas necessitem ter um bom plano logístico, é

preciso estudar as principais vantagens a oferecer, é preciso planejar vendas e

ofertas, é necessário também ajustar a melhor logística de transporte.

Entretanto, a administração de empresas nem sempre se preocuparam em

focalizar o controle e a coordenação coletiva de todas as atividades logísticas.

Somente nos últimos anos é que ganhos substanciais nos custos foram

conseguidos, graças à coordenação cuidadosa dessas atividades. Os ganhos

potenciais resultantes de se rever a administração das atividades logísticas está

transformando a disciplina numa área de importância vital para uma grande

variedade de empresas. (BALLOU, 2010)

A logística de transporte transformou-se, numa arma extrema poderosa nas

atividades de transferência de carga do ponto de origem ao ponto de destino. Os

modais de transporte acabam evoluindo conseqüentemente permitindo a ligação de

países, próximos ou distantes, separados por rios ou oceanos. Keedi (2007, p. 25)

afirma que com isso, “[...] nascia à possibilidade da melhoria da logística de

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transporte, permitindo ao homem a escolha entre os modos, para a melhoria nos

custos, tempo e qualidade e outros itens que compõem a logística.”.

“A invenção do barco a vapor possibilitou que o transporte aquaviário tivesse

mais um grande avanço e incrementasse largamente as trocas comerciais entre os

países, integrando-os de modo muito mais rápido.”. (KEEDI, 2007, p. 25). Essa

invenção juntamente com o surgimento do trem, foi considerada por Keedi (2007),

como a evolução do transporte e da logística.

No final do século XIX, o homem criou a indústria automobilística, que trouxe o caminhão e seus derivados e complementou a revolução do transporte em terra, possibilitando que pontos próximos ou distantes passassem a ser interligados rapidamente sobre trilhos e rodas, permitindo um grande avanço nas trocas comerciais extracontinentais e intercontinentais. (KEEDI, 2007, p. 25-26).

Por fim, o homem criou no século XX, o avião. Possibilitando a integração

definitiva dos países permitindo transportar mercadorias de um lado a outro do

planeta em algumas horas. (KEEDI, 2007).

2.3 Transportes

O setor de transportes é uma atividade que vem evoluindo à medida que as

relações entre os países se intensificam. Por tanto, ele é necessário, principalmente

para os países em desenvolvimento, que buscam novos caminhos para lidar com a

competitividade no comércio internacional.

O início desse sistema de transporte surgiu com a tração humana, pelo

simples ato de o homem levar um objeto de um lugar para o outro, com suas

próprias forças. Isso pode ser considerado como o ponto de partida do conceito de

transporte para o ser humano, o que foi aperfeiçoando com o passar do tempo.

(SOUZA, 2003)

Neste processo, começava a utilização de tração animal, e exploravam-se

também as possibilidades de transporte aquaviário, tendo no início como meio de

transporte o tronco de árvore amarrados em forma de jangada.

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Com o passar do tempo o homem foi aperfeiçoando esses barcos primitivos

que mais tarde seriam substituídos não mais pela força humana, mas sim pela força

dos ventos, através de vela. Isso permitiu a ligação de países, próximos ou

distantes, separados por mares e oceanos.

A partir disso,

[…] sabe-se que sem transporte um país não se desenvolve, pois este é o elo entre a fonte de produção e a de consumo, razão pela qual não podemos ignorar como funcionam administrativa/operacionalmente, os sistemas aplicados nos modais que utilizamos regularmente nas transações internacionais que praticamos. (LUDOVICO, 1998, p. 5).

Grande parte das cargas do mundo é movimentada por modernos meios de

transporte, proporcionado rapidez e eficiência nas entregas. O transporte é o

elemento mais importante no processo logístico.

A escolha do modal a ser utilizado na distribuição internacional das

mercadorias é ponto de suma importância, o que sugere conhecimento de cada um

deles, para criação e desenvolvimento de uma logística adequada, é constituído de

modo - via de transporte: rodoviário, aéreo, aquaviário, ferroviário, dutoviário, (meio -

elemento transportador: caminhão, avião, embarcações, trem, dutos).

2.3.1 Transporte rodoviário

Este modal,

[...] é o único modal, a rigor, capaz de realizar um transporte de porta a porta, podendo operar absolutamente sozinho, não necessitado de unir a outros modais, uma vez que pode pegar a carga na sua própria origem, entregando-a no seu ponto de destino final. (KEEDI, 2001, p. 32).

É aquele efetuado por caminhões ou carretas, e entre todos os modais, o

rodoviário é o mais utilizado no transporte de mercadorias em viagens curtas e

médias. É o mais flexível e o mais ágil no acesso às cargas. Elas são transportadas

em espaços reservados diretamente com os transportadores, o que pode ser feito

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juntamente com outras cargas ou isoladamente, quando a carga for suficiente para o

espaço total do veículo.

2.3.2 Transporte ferroviário

Este modal é realizado por veículos ferroviários, agrupados em locomotivas e

vagões, com alta capacidade de transporte de carga, que de acordo com keedi

(2001, p. 33) “[...] a sua alta capacidade de transporte de carga, cria outra vantagem,

que é a de proporcionar um nível de frete bastante atraente.”.

[...] esse tipo de transporte representa 20,7% da matriz de transportes apresentando poucas ferrovias no país, e ainda assim distribuídas irregularmente com cerca de 47% das ferrovias concentradas em São Paulo. (ANTT, 2010).

A participação do transporte ferroviário no Brasil ainda é pequena. Além

disso, as ferrovias que operam atualmente têm uma estrutura muito antiga.

2.3.3 Transporte dutoviário

É aquele que se utiliza de dutos para o transporte das mercadorias.

Pelas próprias condições físicas do meio, os principais produtos que se

utilizam desse modal são os derivados de petróleo, refinados de grãos (óleo), gases

e álcool, em sua maioria. Sendo assim, por sua própria natureza esse modal ainda é

pouco utilizado pelo OTM (Operador de Transporte Multimodal).

A malha dutoviária brasileira é detida em sua quase totalidade pela Petrobras,

sendo a maior parte dos seus dutos de transporte e alguns dutos de transferência

geridos pela subsidiária Transpeto.

Os dutos de transporte e transferências são pontos críticos na logística de

todo o processo da indústria petrolífera, um acidente interrompe o processo

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causando prejuízos, transtornos operacionais, contaminações ambientais e

exposição de pessoas ao risco de contaminações, incêndios e explosões. (ANTT,

2010).

2.3.4 Transporte aéreo

Tem como grande vantagem à rapidez, bem como a sua característica de

voar e, principalmente, a sua capacidade de multiplicação do espaço atingindo

países sem litoral e regiões inacessíveis com maior facilidade em relação aos outros

meios de transporte.

Como desvantagem apresenta o alto frete, que conforme Keedi (2001, p. 34),

“[...] se olharmos o custo apenas por este prisma, e não pelo custo total de uma

transferência de mercadoria, pode mudar sobremaneira a visão sobre este modal em

relação a algumas cargas.”.

2.3.5 Transporte aquaviário

Neste modal, conforme Keedi (2001), “[...] a navegação é realizada por navio,

barcos e barcaças, etc., em vias aquáticas, podendo ser dividido em marítimo, fluvial

e lacustre, que são as navegações em mares, rios e lagos respectivamente.”.

Conforme as normas brasileiras, a navegação pode ser enquadrada numa

das seguintes formas:

Cabotagem: navegação entre portos brasileiros, utilizando via marítima ou as

vias navegáveis interiores;

Navegação interior: realizada em hidrovias interiores em percurso nacional ou

internacional;

Navegação de longo curso: realizada entre portos brasileiros e estrangeiros.

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2.3.6 Transporte fluvial e lacustre

Transporte Fluvial é a navegação realizada em rios, podendo ser nacional ou

internacional. Para Keedi (2001, p. 31): “O transporte realizado em rios tem

utilização muito pequena no Brasil, se considerado o potencial de suas bacias

hidrográficas.”.

Já o transporte lacustre tem as mesmas características do fluvial, porém

consiste no transporte em lagos, podendo ser considerado incipiente, não tendo

tanta importância relativa no transporte de cargas no comércio internacional. Em

princípio todos os lagos navegáveis, porém a navegação comercial vai depender de

suas características – tamanho, profundidade, localização e viabilidade econômica.

2.3.7 Transporte marítimo

O transporte marítimo internacional é o mais utilizado no comércio entre os

países, pois possui a capacidade de transitar com uma quantidade maior de cargas

por ter o navio como veículo transportador. Vários tipos de navios foram criados para

se adequar às especificações necessárias devido à grande diversidade de cargas

que podem ser transportadas neste modal.

Esses navios podem apresentar-se nos mais diversos tipos, podendo ser de

carga geral: que são navios convencionais com porões e decks, apropriados para

carga embalada ou solta, divididos ainda em cargas secas e cargas frigoríficas.

Através de equipamentos de refrigeração os navios de carga em geral, denominados

reffers, tornam-se apropriados para o transporte de cargas com controle de

temperatura.

Existem também na forma de graneleiros, transportando granéis sólidos como

produtos agrícolas, fertilizantes, minérios, etc. E ainda aqueles para cargas

químicas, perigosas ou não.

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Para Keedi (200, p. 31): “[...] o transporte marítimo é o transporte que se

realiza nos mares e oceanos, sendo o modo mais utilizado internacionalmente para

o deslocamento de mercadorias no planeta.”.

Custo de transporte é um fator estratégico nas decisões, e o marítimo

apresenta alta eficiência, quando da análise da relação dos custos para transportar

uma tonelada em uma milha náutica.

“Os custos do transporte marítimo são influenciados por: características da

carga, peso e volume cúbico da carga, fragilidade, embalagem, valor, distância entre

os portos de embarque e desembarque, e localização dos portos.”. (LOPEZ, 2000, p.

36).

Nos últimos anos, o transporte marítimo evolui consideravelmente, mediante a

construção de embarcações mais modernas e com elevada capacidade de

transporte. E deve continuar por muitos anos, a ser o principal modo de transporte

usado nas operações de comércio internacional, e a modernização dor terminais

portuários deve continuar significativamente para este sucesso.

2.4 A infraestrutura portuária

Após o momento histórico que foi a Carta Régia de Abertura dos Portos

Brasileiros, os mesmos necessitavam se atualizar, gerar capacidade para gerar

competitividade.

Os portos brasileiros foram em sua maioria construídos no início do século XX, numa época em se quer se conheciam os navios graneleiros de grande porte. Ao longo dos anos sofreram mudanças que foram insuficientes, possuindo padrões compatíveis com os praticados em outras partes do mundo. Foi um processo lento e distante dos portos mais avançados do mundo. (NETO; VENTILARI, 2004, p.19).

Souza Junior (2008) completa “[...] área retroportuária, onde entre outras

finalidades, de modo geral, realizam-se as trocas modais de transporte, ou seja, dos

equipamentos rodoviários oe ferroviários para aqueles destinados ao transporte de

cargas para o interior das embarcações.”.

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Com a agressividade do comércio externo o Brasil se obriga a aprimorar os

serviços portuários, lembrando que nesse momento os portos brasileiros não

recebiam investimentos necessários para a constante modernização exigida, no qual

se tornou insustentável, pois, os portos nacionais estavam esquecidos o que

resultou sucateamento dos mesmos, pela incopetência administrativa estatal.

Diante disto, várias medidas foram adotadas para revitalizar os portos

brasileiros e dotá-los de estrutura e aparelhamento para a operação portuária

moderna, bem como, organizar de forma condizente o trabalho portuário. Dentre

essas medidas destacam: revogação de diversos Decretos, Decretos-Leis, Leis,

Medida Provisória, Regulamentação assim como também dos artigos 254 ao 292 da

CLT (referentes aos trabalhadores portuários), desestatização dos portos e a

promulgação da Lei da Modernização dos Portos – Lei 8.630.

Entretanto, Neto e Ventalari (2004), defendem,

[...] que o atraso portuário nacional, não deve ser atribuído somente ao trabalhador portuário, mas aos mais variados fatores, tais como: os rebocadores utilizados nas atracações dos navios, os quais cobram preços altos pelos serviços prestados, à escolha brasileira pela predominância do modal rodoviário frente aos demais modais menos onerosos como o ferroviário e o aquaviário, excesso na burocracia presente nas transações comerciaias internacionais, porliti tributária exagerada para sustentar a ineficaz máquina estatal, dentre outros.

É necessário proatividade em diversas áreas, mais investimentos em

transportes proporcionando manutenção/restauração às rodovias, e também

investindo na criação de vias navegáveis.

De acordo com estes fatos percebe-se, que o Brasil tem a matriz de

transportes e infraestrutura distorcida não tendo seu potencial devidamente utilizado,

não sendo explorada por total a capacidade do país, o que poderia elevar nossa

economia muldialmente, pois o país tem uma frota de portos considerável.

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Figura 1 – Frota de Portos Marítimos no Brasil

Fonte: MDIC, (2009)

Pode-se visualizar que a frota brasileira é mais que considerável, tendo mais

de 30 portos (entre portos públicos e privados), sendo assim o Brasil tem várias

portas de saída e entrada de mercadorias através dos portos.

Para Maia (2004), a tendência atual é a construção de portos cada vez

maiores e mais modernos, que permitam a atracação de navios de grande porte,

pois o custo para o armador é mais baixo nestes navios uma vez que eles têm uma

capacidade muito maior de transporte de cargas.

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2.5 Estrutura e importância dos portos privados

A nova abertura dos portos brasileiros aconteceu há 15 anos após 1988, o

presidente Itamar Franco promulgou a Lei 8.630/93 conhecida com a Lei de

Modernização dos Portos. Essa lei tornou possíveis investimentos do setor privado e

no setor público (portos), concedendo oportunidades para as empresas atuarem no

setor, tornando-as mais competitivas e alavancando-as no mercado a partir da

melhor e maior competitividade das mesmas.

Investimentos em infra-estrutura e modernização foram importantes para o

Brasil ocupar sua boa posição no mercado internacional.

Os portos são estratégicos para o país porque constituem uma das principais

infra-estruturas de apoio ao comércio exterior e por eles passam cerca de 95% das

mercadorias que são comercializadas além das fronteiras. (MDIC, 2010). O mundo

reconhece os avanços ocorridos desde a Lei de Modernização dos Portos que

tornou possível a privatização dos terminais que é onde os navios atracam e as

mercadorias são descarregadas e embarcadas.

O porto não traz apenas mercadorias, com seus valores agregados. Ele é fonte de riquezas nas mais diversas formas, como a cultura que por ele é trocada com outras nações, a criação de serviços vinculados e, conseqüentemente, de empregos diretos e indiretos, o pagamento de tributos. Portanto, o desenvolvimento não se processa somente por meio do resultado da balança de pagamentos, mas no campo tecnológico, do bem estar social, cultural, do lazer entre outro ambientes. (PORTO, 2007)

O modelo de administração dos portos ainda segue a linha das companhias

estatais, cuja ineficiência tem levado os grandes gargalos no comércio exterior. A

privatização da administração portuária pode não permitir, necessariamente, uma

maior eficiência da gestão portuária. O serviço público é moroso.

Conforme Hélio (2000): “O setor público faz o que a lei permite e a iniciativa

privada o que a lei não proíbe.”. Ou seja, a flexibilidade de um ente público será

subordinada a uma regra rigorosa; enquanto o setor privado pode contratar compras

sem os rigores de uma licitação.

O certo é que a privatização dos serviços portuários apresentou um grande

salto de qualidade no funcionamento dos portos brasileiros. Na modalidade privada

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é possível o uso das instalações com finalidade exclusiva ou mista; movimentando

carga própria e de terceiros. (SOUZA JUNIOR, 2008). Ainda de acordo com Souza

Junior (2008): “A construção e a operação de terminais privados de uso exclusivo ou

misto submetem-se à prévia autorização do Poder Federal, por intermédio da

Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).”.

Como instalações portuárias de uso privativo têm-se o conjunto de bens e serviços, explorados por pessoa jurídica de direito público ou privado, dentro ou fora da área do porto organizado, utilizada na movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinadas ou proveniente de transporte aquaviário. (SOUZA JUNIOR, 2008).

Com a modernização desses portos e, conseqüentemente, com o seu

crescimento e importância estratégica para a economia nacional, houve a

necessidade de implantar cursos de especialização na área de gestão portuária.

O porto é reflexo da capacidade produtiva e de comércio internacional onde

existe à proporção que indica que quanto maior a economia maior deverão ser suas

instalações portuárias. Isso é o espelho do desenvolvimento e, conseqüentemente,

exige maiores e constantes investimentos em modernização e capacitação de mão-

de-obra para tornar mais competitiva à atividade.

Mesmo com as restrições para a contratação de mão-de-obra, que obrigam

que seja mantida a proporcionalidade entre trabalhadores com vínculo empregatício

e trabalhadores avulsos, bem como que os avulsos só possam ser requisitados ao

órgão gestor, o regime trabalhista nos terminais privativos ainda se mostra bastante

flexível. (SOUZA JUNIOR, 2008).

Como as mudanças ocorrem muito lentamente, os problemas de infra-

estrutura, adquedação da administração portuária, atualização de legislação dentre

outros gargalos, podem trazer graves prejuízos para a economia.

A par disso, o governo federal pretende estabelecer novas regras com o

objetivo de criar um regime de concessões à iniciativa privada para a construção e

operação de novos portos. Tudo isso é necessário não só para estabelecer marcos

regulatórios que ofereçam segurança e atraiam investidores nacionais e estrangeiros

como para adequar a infraestrutura do País às operações dos modernos

supercargueiros que cumprem as rotas internacionais.

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Ainda que a decisão de transferir para a iniciativa privada a tarefa de

movimentar e armazenar cargas, tenha sido adotada tardiamente, foi o que de

melhor poderia ter acontecido para evitar o sucateamento da infra-estrutura

portuária.

Isso, porém, não significa que não tenham ocorrido muitas imperfeições nas

regras da privatização adotada até aqui. E que o governo federal, não tenha

acelerado tanto como devia o processo de privatização de muitas atividades que o

mundo moderno já não admite que continuem nas mãos do Estado.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo apresentou a metodologia que foi utilizada no desenvolvimento

deste trabalho, destacando a caracterização da pesquisa, área de abrangência,

tratamento e apresentação de dados.

3.1 Caracterização da pesquisa

O método de pesquisa deste projeto foi de caráter qualitativo, que segundo

Goldenberg (200, p. 53)

[...] a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e atribuição de significados é básica no processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Em relação aos meios a pesquisa foi do tipo bibliográfico. Para Marconi e

Lakatos (2002, p. 71): “[...] a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já

foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo

enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.”. E também a pesquisa

documental, que tem por característica, “[...] a fonte de coleta de dados está restrita

a documentos, escrita ou não, construindo o que se domina de fontes primárias.”.

(MARCONI; LAKATOS, 2002, P. 62).

Para os fins, o método utilizado foi o descritivo, “[...] que é caracterizado pela

observação, registro, análise e correlacionamento de fatos ou fenômenos.”.

(CERVO, 1983, p. 55).

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3.2 Área de abrangência

Este trabalho abrangeu dentro do comércio exterior a área de logística.

3.3 Coleta e tratamento dos dados

Os dados utilizados para a pesquisa deste trabalho foram extraídos de fontes

secundárias e primárias, por meio de obras bibliográficas, artigos, documentos

particulares disponibilizados pela empresa de estágio e próprio site da empresa.

3.4 Análise e apresentação dos dados

As informações coletadas foram apresentadas em forma de texto descritivo a

fim de facilitar a compreensão dos leitores.

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4 A EMPRESA1

Neste capítulo apresentou-se a empresa Portonave S/A – Terminais

Portuários de Navegantes. A empresa é formada pelo Triunfo Participações e

Investimentos S/A e pela Backmoon Investimentos Inc. Instalada no município de

Navegantes, na margem esquerda do Rio Itajai-Açu, a Portonave S/A tornou-se

crucial no cenário logístico da região, facilitando o escoamento da produção

catarinense de estados vizinhos.

4.1 Histórico

O sonho de construir um Terminal Portuário em Navegantes iniciou em 1998,

quando o empresário Agostinho Leão comprou alguns terrenos na região que

margeava o Rio Itajaí-Açu.

Com o aceno positivo das lideranças da região, os empreendedores

começaram a desenvolver o projeto. Após três anos, nascia a Porto nave.

O momento e o local não poderiam ser mais propícios: interesse crescente da

iniciativa privada no setor, condições físicas e econômicas favoráveis, área

desocupada, sem entraves ambientais, e o canal de navegação disponível.

Após receber autorização da FATMA sobre a viabilidade técnica do local, no

dia 26 de outubro de 2005, foi lançada a pedra fundamental, que marcou o início das

obras da Portonave S/A.

As obras foram concluídas em agosto de 2007, dentro do cronograma

estipulado e, no dia 21 outubro, atracou o primeiro navio no Terminal, o MSC

Uruguay.

Promovendo a geração de divisas e o incremento da balança comercial, a

Portonave S/A sempre respeitou o meio ambiente e manteve alicerces éticos na

competência e envolvimento dos seus profissionais, além de atuar com

1 As informações deste capítulo foram extraídas do Portal oficial da empresa Portonave S/A (2011).

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transparência, para que a comunidade ficasse ciente das mudanças ocorridas em

seu entorno.

O resultado dessa parceria já pôde ser visto após o primeiro ano de operação

do Terminal, onde o eixo Itajaí-Navegantes projetou-se na cena logística mundial.

Hoje, com três anos de produção e após conquistas importantes como as

certificações ISPS Code, ISO 9001 e ISO 14001, o Terminal continua crescendo e

junto gerando o crescimento socioeconômico de todo o município.

4.2 Ramo de atividade

Por ser um terminal privado de uso misto a Portonave S/A tem acesso

principal para atracação/desatracação de navios. Porém o foco é a armazenagem de

cargas conteinerizadas e movimentação de contêineres.

4.3 Estrutura organizacional

A estrutura organizacional da Portonave S/A é composta por um Conselho

Administrativo, duas Diretorias Superintendências e respectivas gerências e

supervisões.

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Figura 2 – Organograma da Empresa

Fonte: Portonave S/A, (2010)

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4.4 Visão

Ser reconhecido como uma organização inovadora e com os melhores

indicadores de desempenho no segmento logístico.

4.5 Missão

Fornecer soluções logísticas que superem as expectativas do cliente e que

agreguem valor a todos os envolvidos com o negócio, por meio de equipe

capacitada, motivada e comprometida com qualidade total e respeito ao meio

ambiente.

4.6 Valores

- Excelência Operacional

- Credibilidade

- Transparência

- Responsabilidade Socio-Ambiental

- Valorização dos Colaboradores

- Interação com a comunidade.

4.7 Serviços

O Porto de Navegantes oferece os seguintes serviços:

Armazenagem e movimentação de contêineres, estes que possibilitam a

entrada e saída via marítimo e gate (terrestre).

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Oferece um cais de 900 metros de extensão com 3 berços de atracação para

as negociações de importação e exportação expandir negócios com o mundo com

segurança.

4.8 Mercados

O mercado é segmentado pela própria natureza do negócio e está dividida em

dois principais grupos de clientes: armador (que possuem linhas marítimas) e

importador/exportador. As atividades comerciais na Portonave S/A estão sob

responsabilidade do Departamento Comercial (subordinado à Diretoria e

Superintendência Operacional) e conta com uma equipe de oito colaboradores que

tem como objetivo aperfeiçoar a movimentação e o faturamento do Terminal – além

de atender os clientes no dia-a-dia, negociam tarifas, condições e peculiaridades de

cada prestação de serviço, por meio de reuniões na Portonave S/A e visitas

externas.

Os clientes alvo são definidos nos exportadores e importadores do sul do país

que tenham uma grande movimentação e nos armadores que possuem serviços

para transporte de contêineres. Além destes principais clientes consideram-se os

Transportadores e Despachantes clientes secundários que fazem parte logística

portuária. A prática comercial com cada um destes clientes difere visto a Portonave

S/A prestar serviços distintos aliados às necessidades distintas de cada cliente.

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5 A PESQUISA2

Neste capitulo foi apresentada a estrutura retroportuária do Porto de

Navegantes, bem como os impasses para a construção da obra, os serviços e as

vantagens que o mesmo oferece. Além da sua significativa importância para a região

em que se encontra.

5.1 A inserção do porto

A ideia de construir um porto no município de Navegantes, Santa Catarina

surgiu em 1998, com a compra de terrenos na região chamada Ponto da Divinéia

(figura 3) pelo empresário Agostinho Leão, a área era desocupada sem entraves

ambientais, e havia o canal de navegação disponível. A partir da aquisição dos

primeiros lotes, com o aceno positivo de lideranças da região, os empreendedores

começaram a desenvolver o projeto, localizado na margem esquerda do Rio Itajaí-

Açu.

2 A pesquisa foi elaborada com base em Relatórios Anuais e Documentos internos da Portonave S/A (2011)

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Figura 3 – Ponta da Divinéia

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2005)

A instalação do terminal já começava com muitos pontos positivos, sendo

principal o interesse crescente da iniciativa privada em investir no setor portuário e

as condições físicas e econômicas favoráveis. Além disso, o empreendimento estava

inserido em um pólo exportador e importador que concentrava 18,2% do PIB de

Santa Catarina.

Os primeiros passos para concretizar o projeto foram buscar parceiros e

investimentos. Essa parceria foi encontrada na Triunfo Participações e

Investimentos, na Backmoon Investimentos Inc. e na instituição financeira GE

Capital Corporation.

Em maio de 2006, a Portonave S/A recebeu a noticia de que havia

conseguido o importante financiamento pelo GE Capital, subsidiário e braço

financeiro do General Eletric. Este seria o primeiro financiamento da instituição em

infraestrutura no Brasil. A parceria foi vital. Além do significado para o mercado de

uma organização com credibilidade foi importante para a Portonave S/A, considerar

o projeto viável e confiável, os recursos provenientes do banco garantiram fluxo de

caixa consistente durante toda a obra.

Uma das primeiras medidas da Portonave S/A para implantação do

empreendimento foi consultar a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina

(FATMA) sobre a viabilidade de construir o porto no local pretendido. A empresa

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pautou todo o processo de instalação do terminal pelo cumprimento rigoroso da

legislação ambiental.

Mais de 1.200 pessoas participaram da primeira audiência pública para tratar

da instalação do terminal portuário em Navegantes, em 2000. Em seguida, os

empreendedores receberam a Licença Ambiental Prévia (LAP) para desenvolver o

projeto. Oito meses depois, a empresa apresentou o Estudo de Impacto Ambiental

(EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), aprovados pela FATMA.

Em abril de 2004, a Portonave S/A recebeu a LAP para dragagem do Rio

Itajaí-Açu. No total, foram dragados 2,5 milhões de metros cúbicos. No dia 26 de

outubro de 2005, foi lançada a pedra fundamental que marcou o início das obras do

Porto de Navegantes.

5.1.1 A construção

As obras iniciaram a todo vapor em outubro de 2005 após conseguir os

respectivos investimentos e licenças que permitiam o início da construção.

Figura 4 – Início das Obras

Fonte: Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2005)

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Como ilustra a figura 4, estudos e projetos eram realizados para

terraplanagem e reforço do solo na retro-área do porto com 297.650 m² que abrange

o pátio e os trilhos para passagem dos equipamentos. O maior desafio para os

envolvidos era construir o terminal no terreno que era total pântano, seria preciso um

projeto de extrema cautela, que incluiu a troca de solo, dreno fibro-químico e colchão

de areia.

Outros estudos foram realizados para a dragagem do canal de acesso ao

cais, e como melhoria foi o mesmo alargado em 110 metros. A bacia de evolução

tem hoje 750 metros de extensão e dá condições para que os maiores navios em

operação na costa brasileira manobrem com segurança mesmo que outra

embarcação esteja acostada em um dos pontos.

Para fundação do cais era necessário fazer com que as estacas de fundação

tivessem sustentabilidade, mesmo sem chegar até a cota do material mais

consistente do solo, a 60 metros de profundidade. Para isso foi elaborada uma

solução geotécnica que permitiu aos engenheiros usarem na obra um tipo de estaca

(figura 5) capaz de parar a fundação no banco de areia intermediário, a 20 metros,

reduzindo os gastos dessa parte da obra a um terço do custo e garantindo

segurança e viabilidade para os 900 metros de cais e seus quatros berços de

atracação.

Figura 5 – Estacas Metálicas

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A, (2005)

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Em contrapartida, também estava sendo construída a estrutura para o prédio

administrativo conforme figura 6, que conta com uma estrutura de 8.650m², alocados

ao mesmo estava os órgãos intervenientes Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), Ministério da Agricultura (MAPA), Receita Federal e os demais

departamentos (Recepção, Recursos Humanos, Comercial, Comunicação

Corporativa, Segurança e Meio Ambiente, Biblioteca, Diretoria, Operacional,

Financeiro, Tecnologia e Sistemas) para a administração do porto.

Figura 6 – Prédio Administrativo

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2005)

Também eram feitas as instalações para a oficina e o gate. Na oficina a

construção foi delicada, pois, é lá que é feito a manutenção e checagem dos

equipamentos, área de solda, entrada de peças e equipamentos, depósito e, além

disso, esta localizada na área alfandegada.

Já o gate, ilustrado figura 7, teve a instalação administrativa e a parte exterior

com um estacionamento de 150 vagas para caminhões, e as cabines de acesso

para entrada e saída de caminhões foi preciso construir uma estrutura metálica para

cobertura de acesso e revestimento cerâmico.

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Figura 7 – Gates

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2005)

Outras partes do empreendimento foram realizadas como as ruas,

estacionamento, sistema de iluminação e instalação de energia elétrica, sistema de

drenagem fluvial, instalação de água e esgoto, gás e telefonia.

Foram contratadas empresas para medir e avaliar o impacto ambiental da

instalação do terminal, ambas as partes (financiador e empreendedor) acionaram

prestadores de serviços para fiscalizar. Para as desapropriações do local onde foi

implantada a Via Portuária, foram seguidas as diretrizes socioambientais

determinadas pelos Princípios do Equador, normas que precisam ser seguidas pelas

instituições financeiras.

A figura 8, mostra a conclusão da obra que foi em agosto de 2007, dentro do

cronograma estipulado. A construção foi marcada por monitoramento constante.

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Figura 8 – Conclusão das Obras

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2007)

Com o porto pronto para iniciar as atividades, era necessário o cumprimento

das normas e leis federais para obter a autorização de funcionamento como local

onde seriam exercidos os serviços de controle e fiscalização aduaneiros: o

alfandegamento.

As instalações e condições de segurança deveriam ser aprovadas pelos

órgãos competentes e estar adequadas às novas exigências condicionantes

impostas pela Lei dos Portos.

O Porto de Navegantes passou então por uma série de testes e vistorias no

sistema de monitoramento por câmeras, de operações e de registro de entrada e

saída de mercadorias. Adaptações foram necessárias para obter o alfandegamento,

e hoje a Portonave S/A é referencia no País no cumprimento das exigências dos

órgãos intervenientes e da legislação, um modelo de qualidade.

Atendidas todas as condições da legislação brasileira, o alfandegamento da

instalação portuária foi publicado no Diário da União, de 18 de outubro de 2007.

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5.1.2 Certificações recebidas

A Portonave S/A também preenche todos os requisitos de segurança exigidos

internacionalmente, o que garantiu ao terminal a certificação ISPS Code. Após os

atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, a

Organização Marítima Internacional (IMO), que pertence à Organização das Nações

Unidas (ONU), concordou em desenvolver novas medidas relativas à proteção de

navios e instalações portuárias. Foi criado o Código Internacional de Segurança para

Navios e Instalações Portuárias (ISPS Code).

A partir daquele ano, os Estados Unidos passaram a exigir uma série de

providências e certificações no quesito segurança. Portos do mundo inteiro por onde

passariam navios que tinham a América do Norte como destino final ou de

passagem deveriam ser certificados com base nesse código internacional. Cada

navio que chegasse aos Estados Unidos e que tivesse passado, entre últimos dez

portos, por um porto não-certificado, não entraria naquele país.

O objetivo do ISPS Code é estabelecer uma estrutura internacional, bem

como definir papéis e responsabilidades dos governos, órgão públicos,

administrações locais, indústrias portuárias e de navegação a fim de garantir a

proteção marítima.

O ISPS Code foi aprovado pelo governo brasileiro em forma de lei. A

Portonave S/A investiu R$ 8 milhões em equipamentos e padrões de conduta para

atender às normas de segurança previstas no código. Para atender às exigências, o

Terminal implantou uma completa infraestrutura de segurança, que inclui o

monitoramento de 100% da área do Terminal com 140 câmeras e sistemas de

controle de acesso com tecnologia de leitura biométrica. Além de toda a sinalização

necessária indicando o nível de segurança atual.

O terminal é o primeiro do Brasil a receber o atestado com todas as medidas

em funcionamento. Com o ISPS Code, Portonave tem o cumprimento de todas as

medidas exigidas internacionalmente para operar cargas para qualquer lugar do

mundo.

A ISO 9001:2008 certificada pela empresa Bureau Veritas Certification (BVC),

o título comprova que a organização é capaz de fornecer regularmente serviços que

atendam às necessidades e as expectativas de seus clientes, e que estão em

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conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis. A Portonave S/A foi o primeiro

terminal portuário do País a receber a certificação na versão 2008 em março de

2009.

A ISO 14001:2004, norma que estabelece os requisitos para a operação de

um Sistema de Gestão Ambiental, por meio de controle do uso e disposição de

recursos. Depois de muito trabalho e dedicação de todos os colaboradores, no dia

11 de junho, foi finalizada a auditoria da BVC e o terminal, certificado, sendo

reconhecido por se preocupar com a lucratividade e com a gestão de impactos

ambientais.

5.2 Infraestrutura portuária

A Portonave S/A é um terminal privado de uso misto onde há “[...] exploração

para uso privativo, ela poderá ser exclusiva ou mista, sendo assegurado a todos os

interessados o direito de construir, reformar, ampliar, melhorar, arrendar e explorar

instalações portuárias [...]”. O espaço disponível para armazenagem de conteineres

no terminal é de 270 mil m², com capacidade nominal de 13 mil m², a Portonave S/A

está entre os maiores do País.

O cais disponível para atracação/desatracação de 900 metros, totalizando 4

berços de atracação, porém atualmente são 3 berços devido a atracação de navios

com maior porte. E ainda por esse motivo, a profundidade do canal de acesso, que é

de 11 metros, está em processo de aumento para 14 metros em 2011.

O canal possui uma bacia de evolução de 750 metros de extensão.

O Porto de Navegantes foi idealizado como solução a problemas comuns ao

setor portuário, como gargalos e baixa produtividade. Todos os detalhes para

estrutura foram estrategicamente pensados como: 10 gates de acesso, 150 vagas

de estacionamento para caminhões que transportam as unidades com passagem

pela Portonave S/A, 1200 tomadas reefers, importante para a economia catarinense

e brasileira, já que a falta de espaço e disponibilização de tomadas para cargas

frigorificadas vinham dificultando o embarque de congelados em outros terminais.

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Devido à modernidade dos equipamentos com que opera capazes de

movimentar muitos contêineres por hora, e tecnologia de última geração, hoje pré-

requisito para realizar operações ágeis e eficientes.

5.2.1 Equipamentos

Os equipamentos usados na Portonave S/A atendem todos os certificados e

normas vigentes nacionais e internacionais, conferindo ao terminal rapidez,

segurança e eficiência nas operações portuárias, igualando-se aos melhores

terminais do mundo e resultando em alto grau de desempenho e produtividade.

Todos os equipamentos passam por inspeções frequentes, a fim de identificar

a necessidade de reparos ou correções preventivas. São realizados serviços

relativos às partes elétricas e mecânicas tanto dos equipamentos de movimentação

quanto da frota de veículos da Portonave S/A.

Atualmente conta com os seguintes recursos em maquinário:

Tabela 1 – Equipamentos Disponíveis na Portonave S/A - 2011

Equipamentos Qnt

Portêiner Post Panamax 3 Ship to shore gantry crane Transtêiner 8 Rubber Tired Grantry Guindaste móvel 2 Moblie Harbour Crane Empilhadeira de Cheios 3 Reach Staker Empilhadeira de vazios 3 Empty Container Handling Caminhões de tração 25 Terminal tractors

Fonte: Elaborada pela Acadêmica com base em Relatório Anual da Portonave S/A (2010)

Cada tipo de equipamento é utilizado para um fim específico, o que aumenta

sua vida útil e garante o bom desempenho da operação a que se destina. Segue

detalhadamente cada tipo de equipamento:

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Portêiner Post Panamax:

Figura 9 – Portêiner

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2010)

Ultilizado na movimentação de contêineres ou volumes do navio para o

costado e vice-versa. Em formato de pórtico, possui uma lança levadiça que se

prolonga até o rio, deslocando as cargas por sobre trilhos, aclopada a um spreader

ou dispositivo de movimentação (gancho). Os portêineres do Porto de Navegantes

têm capacidade de carga para 45 toneladas.

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Transtêiner:

Figura 10 – Transtêiner

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2010)

Pórtico rolante em estrutura de portais montado sobre rodas férreas que

deslizam sobre trilhos ou sobre pneus. Os transtêineres são utilizados na

movimentação e no armazenamento de conteinêres, funcionam com motor elétrico e

têm capacidade para empilhamento de seis posições de altura.

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Guindaste móvel:

Figura 11 – Guindaste Móvel

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2010)

Alta performace, pode erguer 41 toneladas no sistema spreader, ou 104

toneladas com gancho. Movimentam até 30 contêineres por hora.

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Empilhadeira de cheios:

Figura 12 – Empilhadeira de Conteineres Cheios Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2010)

Empilhadeira de cheios: ultilizada na movimentação de pátio, essas

empilhadeiras podem armazenar até cinco contêineres de altura. Possuem

capacidade para erguer 45 toneladas.

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Empilhadeira de vazios:

Figura 13 – Empilhadeira de Conteineres Vazios Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2010)

Usadas para erguer contêineres vazios, com capacidade para empilhar até

seis posições de altura.

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Caminhões de Tração:

Figura 14 – Caminhões de Tração

Fonte: Arquivo Digital da Portonave S/A (2010)

De última geração, são usadas para o transporte interno de contêineres, do

cais para o pátio e vice-versa. Com capacidade de carga para até 60 toneladas.

5.2.2 Movimentação de Carga

A Portonave S/A trabalha com todo tipo de cargas contêinerizadas, desde

cargas reefers (congelados) e cargas perigosas, oferecendo agilidade e segurança,

para seus clientes.

Indicadores apontados pela Federação das Indústrias do Estado de Santa

Catarina (FIESC; 2010) mostram que “[...] as vendas de frango puxaram a alta das

exportações em 2008, com um crescimento de 32,6%, seguidas pelos cortes de

carne suína (29,0%), fumo (28,4%), motores e geradores elétricos (26,1%).”. Ainda

de acordo com dados da FIESC, a exportação catarinense alcançou grande

desempenho, e ainda, uma liderança industrial catarinense em âmbito nacional na

produção de cristais, eletro ferragens galvanizadas, compressores e refrigeradores,

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reposição de escapamentos, compressores de pistão, motores, geradores e

transformadores elétricos, centrais telefônicas e de telefonia fixa, componentes para

bicicletas e portas de pínus, alimentos industrializados (aves, suínos e bovinos),

equipamentos odontológicos e softwares de gerenciamento.

Conforme a tabela 2 percebe-se os principais produtos exportados e

importados pelo terminal, a maior movimentação registrada é no segmento de

carnes que envolvem cargas reefers, e no segmento de maquinário foi registrada

uma baixa movimentação, mas ainda assim significativa.

Tabela 2 - Principais Produtos Movimentados em 2010

Produtos TEUs movimentados Carnes 42.365 Plástico 22.959 Madeira 20.078 Tabaco 6.851

Maquinário 1.425 Fonte: Elaborada pela acadêmica com base no Portal Oficial da Portonave S/A (2011)

Conforme as tabelas 3 e 4, a empresa obtém em 2010, 426.735 TEUs

(medida que transforma todas os contêineres em unidades de 20 pés)

movimentados, graças ao grande investimento na sua infraestrutura, que mesmo

com a crise financeira mundial, as vendas das 200 principais indústrias de médio e

grande porte registraram acréscimo de 7,6% em 2008, garantindo um saldo positivo

na balança comercial.

Outro detalhe interessante de verificar é a diferença na movimentação de

navios de 2009 com 621 e 2010 com 561, uma vez que a movimentação foi superior

ao ano de 2009.

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Tabela 3 - Movimentação do Terminal - 2009

Mês Nº Navios Exportação Importação Refeers Total Cntr Total TEU's

jan/09 32 3.670 1.498 1.844 8.486 13.709 fev/09 38 4.823 2.449 1.969 12.299 21.108 mar/09 49 6.682 2.766 2.908 14.710 25.700 abr/09 51 5.265 2.824 3.061 13.787 24.180 mai/09 57 7.482 3.126 3.110 20.980 36.851 jun/09 59 6.321 3.370 2.463 21.186 36.885 jul/09 62 7.920 4.468 3.384 24.551 42.510

ago/09 56 6.551 5.482 2.826 20.734 34.804 set/09 49 7.003 5.529 3.149 20.400 34.594 out/09 56 8.970 7.568 4.728 30.938 51.490 nov/09 55 6.562 7.024 3.417 27.992 44.345 dez/09 57 6.950 8.152 3.349 29.921 47.793 Total 621 78.199 54.256 36.208 245.984 413.969

Fonte: Adaptado pela Acadêmica com base no Portal Oficial da Portonave (2011)

Ainda de acordo com as tabelas 3 e 4, é possível perceber a movimentação

para o terminal. As exportações sempre obtiveram maior crescimento em relação às

importações, devido às cargas refeers, porém em 2010 as importações começam a

se igualar com as exportações ou ainda aumentar, reflexo este no crescente

aumento de importações pela Portonave S/A.

Tabela 4 - Movimentação do Terminal - 2010

Mês Nº Navios Exportação Importação Refeers Total Cntr Total TEU's

jan/10 49 5.456 6.529 2.851 22.885 37.755 fev/10 52 6.596 5.947 3.635 26.345 43.549 mar/10 55 8.203 7.248 4.473 31.615 54.276 abr/10 44 7.075 5.763 4.048 26.171 43.415 mai/10 55 9.238 8.159 4.138 33.064 55.484 jun/10 49 6.783 6.472 2.447 23.904 38.730 jul/10 53 8.795 7.964 3.915 29.251 49.324

ago/10 52 7.507 7.522 2.986 30.705 51.679

set/10 51 7.522 8.383 3.277 31.350 52.521 out/10 51 7.906 8.730 3.816 32.170 53.903 nov/10 50 6.268 7.939 2.835 30.322 50.806

Total 561 81.349 80.656 38.421 317.782 531.441

Fonte: Adaptado pela Aadêmica com base no Portal Oficial da Portonave (2011)

Todas as cargas movimentadas pelo terminal são monitoradas desde sua

entrada (descarga/embarque) pelas câmeras de segurança, emitindo em tempo real

o trajeto do contêiner.

As cargas perigosas são devidamente segregadas em área especial, e com

os tramites necessários para sua regularização.

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Como o terminal opera com cargas conteinerizadas, existem dois tipos de

entrada/saída dos mesmos: via importação/exportação. Nla sua importação, o

contêiner é descarregado do navio geralmente via portêiner e enviado para o pátio

onde ficará na pilha armazenado, aguardando as formalidades de desembaraço

aduaneiro, para posterior liberação e saída para o consignatário da carga. Já no

processo de exportação, o exportador coloca sua mercadoria num contêiner e envia

ao porto, que ficará aguardando de acordo com os devidos trâmites para embarque

no navio e seguirá viagem até o importador.

5.2.3 SGI – Sistema de gestão integrado

Partindo do principio da sua missão, a Portonave S/A atua sob o Sistema de

Gestão Integrado (SGI). Baseado nas normas ISO 9001 (Gestão da Qualidade), ISO

14001 (Gestão Ambiental) e OHSAS 18001 (Gestão da Segurança e Saúde

Ocupacional), fundamentada em suas diretrizes e guiada pela Visão, Missão e

Valores, o sistema envolve todas as operações do terminal portuário. O SGI

proporciona um ambiente onde cada parte consegue visualizar como interagir com

outras, fazendo com que suas ações sejam realizadas de forma coordenada,

eficiente e produtiva.

Além de monitorar a satisfação dos seus clientes, acompanhar e controlar as

necessidades dos seus colaboradores, gerenciarem seus processos de forma a

minimizar os impactos ambientais, o SGI também encoraja na busca das melhores

práticas, reduzindo riscos e maximizando recursos. Enfim, permite que suas equipes

alcancem os resultados de forma efetiva, padronizada e confiável.

O SGI estabelece e aplica políticas, procedimentos, processos e métodos que

preparam seus profissionais e disponibilizam ferramentas adequadas para tornar a

organização competitiva e preparada para agregar valor a todos os envolvidos com o

negócio. O sistema ainda conta com uma ferramenta para registro e

acompanhamento de não conformidades e ações preventivas. A identificação e o

tratamento dessas situações fazem parte do dia-a-dia da Portonave S/A, que está

sempre comprometida com a melhoria contínua.

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As atividades do SGI estão em pleno desenvolvimento, e vários

procedimentos já estão validados e devidamente treinados.

5.2.4 Tecnologia de operação

Entre os principais sistemas utilizados pela Portonave está o COSMOS,

conjunto de aplicativos de origem belga, usado para o gerenciamento de toda a

cadeia logística do Terminal. Esse sistema permite o planejamento de pátio,

planejamento de movimentação e acompanhamento em tempo real das cargas

recebidas pela Portonave.

A Portonave S/A foi o primeiro terminal no Brasil a utilizar todos os aplicativos

que compõem o COSMOS de forma integrada. As informações são transferidas a

cada fase do processo da operação portuária de forma automática, incluindo a

recepção das informações de reserva do cliente, o despacho e retorno de

informações diretamente dos equipamentos de movimentação utilizando uma rede

sem fio (wireles) de última geração, a localização de cada contêiner armazenado no

pátio e o faturamento dos serviços baseado no histórico dessa movimentação,

garantindo mais confiabilidade, segurança e total rastreabilidade das informações.

5.2.5 Tecnologia para segurança

Neste segmento o Porto de Navegantes teve investimentos maciços em

tecnologia da informação e segurança eletrônica. Com um aporte de R$ 15 mil, o

sistema desenvolvido oferece os colaboradores, usuários, clientes e órgãos

intervenientes, maior confiabilidade e segurança relacionada à movimentação da

carga.

Os procedimentos de segurança adotados pela Portonave S/A constituem um

diferencial logístico e de gestão. A segurança patrimonial do Terminal preserva e

conserva as instalações físicas, bens patrimoniais da Portonave S/A e bens pessoais

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dos colaboradores e das pessoas que circulam pelo empreendimento. A segurança

do trabalho também é uma prioridade no terminal.

O projeto foi desenvolvido para atender o ISPS Code e as normas de

alfandegamento. São utilizadas 140 câmeras para monitoramento de toda a área e o

perímetro do terminal. As imagens desse sistema são transmitidas e gravadas em

um servidor localizado no Data Center da empresa, onde são mantidas para

posterior consulta no caso de ocorrência de algum incidente.

O controle de acesso à área operacional é feito utilizando biometria (uso de

características biológicas em mecanismos de identificação, como impressão digital,

retina, voz, etc.). Proporcionando dessa forma, rígido controle no acesso ao recinto

baseado no registro gravado nos crachás eletrônicos dos colaboradores.

Conta ainda, com um circuito fechado de TV, um sistema de barreiras físicas

que envolvem catracas e cancelas eletrônicas, e controles de acesso biométricos

para as áreas restritas. Detectores de metais, do tipo portal, e detectores portáteis

auxiliam na proteção ao ambiente interno. O aparato de segurança conta ainda com

um Expectômetro de Massa, última tecnologia na detecção de explosivos.

A Portonave S/A disponibiliza ainda um scaner de Raio-X, atendendo

exigências das normas de alfandegamento e do ISPS Code. O equipamento permite

a inspeção não-invasiva de cargas em contêineres, proporcionando segurança e

agilidade na fiscalização. O processo de inspeção de contêineres pode levar dias,

mas com o uso do scaner o mesmo processo leva até 15 minutos.

É o primeiro terminal privado do país a utilizar o Scanner HCVG, da EBCO

Systems, nas operações de controle de chegada e saída de contêineres. O

equipamento, mais moderno da categoria, tem capacidade de identificar indícios de

drogas, armas, bombas ou de qualquer material químico em apenas 30 segundos.

Utilizado pela Receita Federal, ele também pode comparar o manifesto da carga

com o que efetivamente está sendo transportado. O sistema de imagem de alta

performance do HCVG fornece ao seu operador, imagens detalhadas do conteúdo

dos contêineres, oferecendo um diagnóstico rápido e confiável.

Buscando minimizar os impactos causados por situações adversas, como

incêndios, explosões, quedas, resgates de vítimas em altura, vazamento de produtos

químicos e acidentes envolvendo danos físicos e pessoais, dentro do segmento de

segurança, foi criado o Plano de Controle de Emergência (PCE) com o objetivo de

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estimular respostas rápidas e eficientes em casos de acidentes, visando à

preservação da vida humana e do meio ambiente.

5.2.6 Gestão humana

A gestão de pessoas é uma preocupação constante da Portonave S/A.

O foco está em aplicar modelos de administração eficientes e que valorizam o

capital humano à realidade da organização. A Portonave S/A tem conseguido isso

com o apoio de uma equipe composta de profissionais de perfis variados e

complementares, que combinam os talentos com excelência operacional e

administrativa, aliando profissionais experientes com jovens de futuro.

Contando atualmente com aproximadamente 688 colaboradores, a estrutura

organizacional foi pensada desde o início para atuar com número adequado de

cargas.

Um conjunto de ações e programas integrados de desenvolvimento foi

elaborado para aprimorar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos

colaboradores, visando atender as necessidades de aprimoramento dos processos

de negócios e gestão da Portonave S/A.

A Educação Corporativa está voltada para treinamento e palestras,

programas de educação continuada (formação, especialização e idiomas) e de

desenvolvimento gerencial. Um dos diferenciais da empresa é o Treinamento

Operacional (PROTEP), que possui módulos teóricos e práticos para capacitação

dos colaboradores da área operacional.

O aprendizado contínuo se dá por meio de palestras e treinamentos,

educação continuada e desenvolvimento gerencial. Dentro de sua filosofia, a

empresa direciona seus esforços para proporcionar condições para que os

colaboradores se desenvolvam em competências alinhadas com os objetivos

corporativos.

A empresa se preocupa em acolher bem seus colaboradores e integrá-los à

empresa, aos colegas e gestores. Nos primeiros dias na empresa, o colaborador

participa do Programa de Integração, no qual recebe todas as informações que

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precisa saber sobre a empresa, conhece as rotinas do Porto, tem o primeiro contato

direto com seus colegas de área e com os diretores da organização.

Para que isso seja uma prática efetiva, a empresa utiliza canais de

comunicação diretos com os colaboradores, que garantem o fluxo de informações

dentro da organização e tem nos gestores de cada área multiplicadores desses

canais. São usados boletins informativos, murais de comunicação, gerais e

específicos para as áreas, e-mail geral da empresa para dúvidas e sugestões, portal

na internet, sistema de políticas e procedimentos, encontros de integração e o

esperado café da manhã dos aniversariantes do mês com a diretoria.

A Portonave S/A é uma empresa que busca uma mão-de-obra qualificada e

diferenciada. Além disso, leva em consideração formação escolar, conhecimentos

técnicos específicos, idiomas e informática. Do total, 61,3% possuem Ensino Médio

completo, 25% Ensino Superior e especialização e 6% são Pós-Graduados.

A valorização regional é um item importante do perfil corporativo e uma meta

da Portonave S/A que busca cada vez mais satisfação dos colaboradores, por isso,

implantou uma série de benefícios, entre eles são:

- Alimentação com refeitório próprio;

- Vale Transporte;

- Seguro de vida;

- Assistência Médica e Assistência Odontológica para colaboradores e

dependentes;

- Incentivo à Educação Continuada;

- Banco com atendimento personalizado.

- Ginástica

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5.2.7 Responsabilidade social e ambiental

Atuando para o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando

recursos ambientais e culturais e promovendo a valorização da vida para as

gerações futuras.

A empresa busca a formação de um cidadão consciente, incentivando o

voluntariado por meio de projetos baseados no benefício contínuo da comunidade e

no empreendedorismo.

Para isso, fomenta ações ligadas à cultura, educação e desenvolvimento;

preservação ambiental, saúde e esporte.

O trabalho é norteado pelos objetivos do milênio propostos pela Organização

das Nações Unidas (ONU):

- educação de qualidade para todos;

- combater a AIDS, a malária e outras doenças;

- qualidade de vida e respeito ao meio ambiente;

- todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento;

- acabar com a fome e a miséria;

- igualdade entre sexos e valorização da mulher;

- reduzir a mortalidade infantil;

- melhorar a saúde das gestantes.

A responsabilidade social, assim como os cuidados com o meio ambiente,

precisa estar voltada também para a comunicação dentro da organização. Tão

importante quanto instalar com sucesso um empreendimento economicamente

viável é construí-lo de forma que sua atividade não confronte com o meio ambiente.

Desde o início do processo de instalação do empreendimento e do começo

das obras do Porto de Navegantes, a Portonave já operava com todas as licenças

ambientais necessárias e em conformidade com as legislações vigentes inerentes à

sua atividade. Por conta dessa conduta, durante a fase de implantação de seu

Terminal, a empresa não enfrentou quaisquer contratempos ou possibilidades de

embargo.

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A Portonave S/A desenvolve uma série de programas de conscientização

ambiental junto com a comunidade e seus colaboradores. São bons exemplos às

palestras e treinamentos sobre diversos aspectos da preservação ambiental, como a

separação de resíduos e reciclagem, o uso eficiente da água, a redução do

desperdício de energia elétrica, entre outros.

5.2.7.1 SGA – Sistema de gestão ambiental

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da Portonave S/A surgiu da norma

ISO 14001:2004, que estatele o SGA e a preocupação/preservação do meio

ambiente como requisitos. Buscando reutilizar e reciclar materiais, dentro de um

processo de coleta seletiva, implantado desde o início das obras do terminal. O uso

eficiente da água é otimizado por uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE),

que trata toda a água utilizada e devolve ao rio um efluente dentro dos padrões

exigidos pelos órgãos ambientais.

Da mesma forma, os resíduos coletados nas oficinas, sanitários, Gates,

estacionamento, pátio e costado, e na sede administrativa são submetidos a um

processo de separação e coleta seletiva, dentro dos padrões internacionais. Na área

destinada a contêineres de produtos químicos perigosos, a Portonave S/A possui um

canal de contenção, usado para prevenir vazamentos de resíduos tóxicos.

5.2.7.2 Área de Preservação

O Terminal de Navegantes é um dos poucos da América Latina a ter uma

Área de Preservação Permanente (APP) integrada ao empreendimento. A APP tem

42 mil m² devidamente cercados e com placas de identificação.

O local abriga cerca de cinco mil mudas de espécies nativas e cinco mil

bromélias resgatadas, como exigiam as autorizações de corte concebidas pela

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FATMA, além dos animais: capivaras, preás, cobras, tartarugas, aves, largatos,

caranguejos – resgatados na época da construção.

O manejo das espécies depende de seu estado físico. Em boas condições,

seguem direto para a APP. Se apresentarem más condições de saúde, vão primeiro

para um centro de reabilitação onde receberão cuidados, para só depois serem

transferidos para a área de preservação.

5.3 Estratégias e vantagens competitivas

A Portonave S/A vem somar-se à forte estrutura portuária do estado de Santa

Catarina, que por sua vez destaca-se no cenário nacional por sua competitividade e

alta capacidade de exportação, destacando entre os três melhores índices de

desenvolvimento humano do País. É um exemplo de como o crescimento econômico

pode andar junto com a responsabilidade socioambiental para chegar ao

desenvolvimento sustentável.

Entre as vantagens competitivas oferecidas aos clientes da empresa, uma

das principais é a sua localização. Além de estar próximo às principais rodovias do

Brasil, Navegantes possui Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder, situado a

apenas 2 km da Portonave S/A. Suas instalações ficam na margem esquerda do Rio

Itajaí-Açu, em Navegantes, Santa Catarina. A 111 km de Florianópolis, capital do

Estado, reconhecido por sua vocação exportadora, o estado de Santa Catarina

apresenta economia bastante diversificada, resultante de um parque industrial

distribuído com equilíbrio entre pólos regionais.

Outro serviço de destaque oferecido pelo terminal é sua área de

armazenagem que conta com 270 mil m² e capacidade nominal para 13 mil

contêineres. O espaço e comodidade disponível na Portonave S/A estão entre os

maiores do país, conforme segue:

- Tempo médio de espera para atracação: 1h

- Capacidade média para carga e descarga/hora: 45 moves/hora

- Área para contêineres: 275 mil m²

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- Capacidade para armazenar 15 mil TEUS

- Área pátio: 270 mil m²

- Área alfândegada: 235 mil m²

- Área total disponível: 300 mil m²

- Tempo de espera para caminhões: 45 min

Outra vantagem importante de destacar é que a Portonave S/A aloca em sua

sede unidades de órgãos públicos responsáveis pela fiscalização e controle do setor

portuário, como Receita Federal do Brasil que tem como responsabilidade a

fiscalização, arrecadação de impostos, administração dos tributos federais e o

controle aduaneiro, além de atuar no combate à sonegação, contrabando,

descaminho, pirataria e tráfico de drogas e animais. O Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) que é responsável pela gestão das políticas

públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação

e normalização de serviços vinculados ao setor. E a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa) que promove a proteção da saúde da população por intermédio do

controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços

submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos

insumos e das tecnologias a eles relacionados. Isso permite maior agilidade e

transparência nas operações.

Com grandes investimentos aplicados em equipamentos que são os mais

modernos do mundo e com alto grau de desempenho e produtividade para terminais

de contêineres, a Portonave S/A oferece rapidez, segurança e eficiência em suas

operações. Cada equipamento é utilizado para um fim específico, o que aumenta

sua vida útil e garante o bom desempenho da operação a que se destina.

Uma embarcação que carrega 500 contêineres, por exemplo, pode ser

descarregada por dois equipamentos que movimentam cada um, até 50 contêineres

por hora, reduzindo assim o período de atracação do navio no cais e evitando

atrasos em outros portos.

Concebido para ser um dos mais modernos portos da América Latina, o porto

de navegantes teve investimentos maciços em tecnologia da informação e

segurança eletrônica, agregando principalmente segurança para os clientes que

movimentam suas cargas pelo terminal. Esse sistema de segurança oferece aos

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colaboradores, usuários, clientes e órgãos intervenientes, credibilidade, facilidade e

rastreabilidade no acesso às informações.

A Portonave S/A cumpre todas as medidas previstas no ISPS Code,

garantindo ao terminal a certificação e maior competitividade nas operações de

Comércio Exterior. É o primeiro terminal privado do país a utilizar Scanner HCVG, da

EBCO Systems pela Receita Federal, nas operações de controle de chegada e

saída de contêineres, ele fornece ao seu operador, imagens detalhadas do conteúdo

dos contêineres, possibilitando um diagnóstico rápido e confiável.

Outro diferencial foi às certificações recebidas: ISO 9001/2008 e ISO

14001:2004. A ISO 9001/2008 comprova que a organização é capaz de fornecer

regularmente produtos e serviços que atendam às necessidades e as expectativas

de seus clientes, e que estão em conformidade com as leis e regulamentos

aplicáveis. Já a ISO 14001:2004, norma que estabelece os requisitos para a

operação de um SGA, sendo reconhecido por se preocupar com a lucratividade e

com a gestão de impactos ambientais.

Destas formas, obtém-se ganho em eficiência e maximização de recursos,

colocando a Portonave S/A nas principais rotas internacionais com os principais

armadores de todo o mundo.

Sendo assim, o grande destaque do Terminal são as cargas reefers,

congeladas, que representam cerca de 50% da movimentação. Outro atrativo para

esse tipo de carga é a Iceport S/A, câmara frigorífica que opera integrada à

Portonave. A Iceport S/A – Terminal Frigorífico de Navegantes é um centro de

armazenamento, manuseio, distribuição e consolidação de carga frigorífica,

oferecendo soluções que integram gestão e logística, nacional e internacional, como

transporte rodoviário, liberação aduaneira e fretamento marítimo.

Entrou em operação como câmara frigorífica em janeiro de 2009. Totalmente

automatizada, a câmara frigorífica da Iceport ocupa uma área de 50 mil metros

quadrados e tem capacidade estática de armazenagem de 18 mil toneladas. Entre

janeiro e outubro de 2009 foram movimentadas 101,5 mil toneladas.

É válido afirmar que devido ao incêndio ocorrido em 2009, se tornou

necessário à reconstrução do armazém vertical da Iceport que teve início em 24 de

maio de 2010. Entre as diferenças em relação à câmara anterior, que foi totalmente

desmontada, está à utilização de eficientes barreiras anti-fogo e a troca do material

isolante térmico EPS (poliestireno expandido) por PIR (poliisocianurato).

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Enfim, a Portonave S/A busca garantir a satisfação de seus clientes e

aperfeiçoar a movimentação do Terminal. Para isso, potencializa o contato com

armadores, exportadores e importadores, conferindo um atendimento personalizado

e com excelência. Mapeando constantemente os serviços marítimos na costa

brasileira pelo departamento comercial, onde são promovidos estudos sobre portos

regionais e comparativos de tarifas, potencializando os maiores exportadores e

importadores do mercado. Resultado disto coloca a Portonave S/A, no quinto lugar

entre os terminais brasileiros em movimentação de contêiner cheio para exportação.

5.3.1 Relacionamento com clientes

Os clientes alvo são definidos por exportadores e importadores do sul do país

que tenham uma grande movimentação e nos armadores que possuem linhas

marítimas e transporte de contêineres aos mais variados mercados do mundo. Além

destes principais clientes consideram-se as Transportadoras e Despachantes,

clientes secundárias que fazem parte logística portuária.

Abaixo segue principais importadores, exportadores e armadores que operam

neste terminal:

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Quadro 1 – Principais Importadores Fonte: Elaborada pela acadêmica com base em documentos internos (2010)

Quadro 2 – Principais Exportadores Fonte: Elaborada pela acadêmica com base em documentos internos (2010)

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Quadro 3 – Principais Armadores Fonte: Elaborada pela acadêmica com base em documentos internos (2010)

A prática comercial com cada um destes clientes difere, visto a Portonave

prestar serviços distintos aliados às necessidades distintas de cada cliente. A equipe

comercial é por este motivo, dividida em: Comercial Armador, Comercial Exportador,

Comercial Importador, Atendimento ao cliente e Comercial Externo.

A identificação das necessidades e expectativas dos clientes atuais e dos

clientes-alvo é realizada por meio de contato constante com o cliente e são

registrados em planilha disponível na Intranet – Comercial e por meio de pesquisas

de mercado e de satisfação de cliente (realizadas semestralmente). Também se

utiliza o procedimento P.CO.01 – Avaliação de Satisfação de Clientes, (muitas vezes

diferenciadas, visando atender públicos específicos – ex.: safra da maçã, safra do

tabaco entre outros) no qual se mensuram pontos a serem melhorados. O resultado

das pesquisas de satisfação é apresentado para a Diretoria e para os gestores por

meio de indicadores, proporcionando feedback e ações de melhoria elaboradas em

conjunto. O procedimento P.CO.02 – Atendimento de Reclamações de Clientes,

estabelece a rotina de registro, acompanhamento e retorno, das reclamações e

sugestões feitas pelos clientes do Terminal.

Já as condições especiais de tarifas, tempo livre de armazenagem, prazos e

condições de pagamento são ajustadas conforme a necessidade dos principais

clientes.

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A divulgação dos serviços oferecidos e monitoramento de mercado são feito

por meio eletrônico (Portal da Portonave S/A, e-mail), veiculação de anúncios nas

diversas mídias, materiais de divulgação (folhetos, publicações, folders), participação

em feiras especializadas, contato telefônico, analise de estatísticas, visitas aos

clientes e visitas dos clientes às instalações da Portonave S/A e leitura de clipagens

que são fundamentais para corrigir possíveis desvios e/ou programar ações de

melhoria. Os locais, os meios e os materiais são cuidadosamente escolhidos pela

Diretoria, assessorada pelo Departamento Comercial e pela Área de Comunicação

da Empresa.

O atendimento do dia-a-dia ao cliente é feito de forma descentralizada, por

várias áreas da Empresa, ou seja, para operacionalização do serviço, é necessário

troca de informações em que são envolvidas áreas como Controle Documental,

Operação de Gate, Segurança Patrimonial, Planejamento Portuário e Gestão de

Aplicações e Banco de Dados (Sistemas). Quando se trata de alguma situação mais

complexa, que foge da autonomia dessas áreas, a reclamação ou sugestão é

repassado ao departamento comercial para seu devido registro, tratamento e retorno

ao cliente.

Novos clientes, novos contratos, novos acordos e novas condições também

são acompanhados de perto pelo departamento comercial por meio de estatísticas

internas e externas, assim, qualquer indicação de desvio pode ser retificada de

forma rápida e eficaz. Tem-se como exemplo, a criação de equipe de atendimento

aos caminhoneiros e transportadores, quando da implementação do cadastro de

acesso no terminal no portal (www.portonave.com.br). Ao identificar que com essa

nova ferramenta, os usuários iriam ter muitas dúvidas em como se cadastrar, os

departamentos de segurança junto com o departamento comercial mobilizaram e

criaram uma equipe de atendimento especial e de resposta às dúvidas.

Utiliza-se ainda um acompanhamento de desempenho no qual é relatado em

planilha (disponível em Intranet – Comercial) as negociações efetuadas para cada

cliente e através da mesma utiliza-se estatísticas e gráficos para acompanhar a

movimentação negociada para cada cliente específico.

Devido à certificação da ISO 9001:2008, a Empresa atende ao item da norma

que trata sobre a medição do desempenho do sistema de gestão para garantir o

atendimento dos requisitos dos clientes, bem como sua satisfação em relação aos

serviços prestados. A norma também preconiza que o resultado da avaliação da

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satisfação deve ser entrada para análise crítica para a busca da melhoria contínua

impactando no complexo logístico local que o terminal está instalado.

5.4 Navegantes e o complexo portuário

O município de Navegantes, onde a Portonave estabeleceu sua sede,

destaca-se no cenário econômico catarinense como um pólo da indústria naval,

possuindo uma mão de obra especializada. Também é pólo pesqueiro e o terceiro

centro de pesca da América Latina, atividade que emprega 60% da população local.

Integrando a próspera região da Foz do Itajaí-Açu.

Navegantes, apoiado num dos principais portos de movimentação de cargas

do Brasil, conquista posição privilegiada e papel crucial e irreversível no cenário

logístico local, tanto em exportação como em importação, convertendo sua posição

estratégica em crescimento econômico e social.

Em pouco mais de um ano de atividade, a Portonave tornou-se uma empresa

com alto nível de aprovação pela comunidade de Navegantes, tendo sua imagem

associada às melhores práticas empresariais. Entre tantas empresas importantes

que se instalaram aqui devido a vantagem do Porto Privado.

A Portonave S/A é uma empresa voltada totalmente para a iniciativa privada,

atua com cargas contenerizadas própria e de terceiros. Desta maneira, o terminal

possui uma excelente infraestrutura portuária e eficiência de operação, conseguindo

oferecer produtividade e segurança em tarifas que competem com os demais portos

do Brasil.

Navegantes é uma das principais portas de saída da produção catarinense e

de entrada para produtos do mundo todo, brasileira e do Mercosul. Com a instalação

da Portonave S/A, a economia de Navegantes obteve índices de crescimento cada

vez maiores. Em 2006 foram abertas 240 novas empresas no município, e em 2007

o número de novos empreendimentos chegou a 424. Até agosto de 2008, 280 novas

empresas surgiram na cidade, em grandes partes atraídas pela Portonave.

Desde a instalação já foram mais de 650 novas empresas, e no último ano os

novos empreendimentos geraram mais de 8 mil postos de trabalho. Os setores da

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economia que obtiveram maior crescimento nesse período foram à construção civil,

a indústria pesqueira e a indústria de construção naval (que possui a mão-de-obra

mais especializada do País).

O Complexo Portuário do Rio Itajaí é construído pelos terminais portuários

localizados ao longo do rio Itajaí-Açu e pelas instalações de apoio logístico em seu

entorno, tais como estações aduaneiras de interior, recintos especiais de

exportação, armazéns frigoríficos, armazéns de cargas secas e depósitos de

contêineres. A autoridade portuária é exercida pela Superintendência do Porto de

Itajaí, a quem cabe assegurar as condições de acesso aquaviário e controle do

tráfego marítimo.

A inserção do porto de navegantes foi de extrema importância para o

complexo portuário, deixando-o mais competitivo em relação aos demais,

principalmente aos mais próximos que disputam o escoamento da produção

catarinenses, do Mercosul e estados vizinhos. Soma-se à forte estrutura portuária do

Estado de Santa Catarina, que tem na exportação uma vocação natural. Com uma

economia diversificada e bem distribuída, Santa Catarina destaca-se no cenário

nacional por sua competitividade, graças a pólos regionais altamente especializados.

Esse equilíbrio coloca o Estado entre os três melhores índices de desenvolvimento

humano do país, considerando-se saúde, educação, emprego e renda. Com apenas

1,13% do território nacional, Santa Catarina é o maior produtor de suínos e

pescados do Brasil, e o segundo maior de frangos.

5.4.1 Visão Estratégica

Área de expansão, aumento da retroárea (estocagem de contêineres), a

ampliação no quadro de colaboradores diretos e indiretos estão nos planos da

Portonave para o futuro.

A Portonave S/A acredita que o empreendimento ajudará a região a alcançar

um crescimento significativo nos próximos anos e projeta aumentar a capacidade de

movimentação de cargas, ampliando o complexo portuário da foz do rio Itajaí-Açu e

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incrementando a representatividade da região neste mercado, promovendo o

desenvolvimento.

O Brasil movimenta hoje sete milhões de TEUs por ano. A projeção da

Portonave é movimentar um milhão de TEUs como acontece atualmente,

absorvendo 15% do mercado nacional, com olhos no crescimento do comércio

internacional. O Porto de Navegantes foi projetado para atender as maiores

demandas desse mercado globalizado: segurança e agilidade.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os portos surgiram e se desenvolveram para serem as interfaces entre os

deslocamentos aquaviário e terrestres, de pessoas e produtos. Da mesma forma que

eles, também os equipamentos, os processos e as organizações necessárias para

esse deslocamento se desenvolveram, constituindo-se o que se domina logística. Os

portos são, assim, elos de cadeias logísticas: necessariamente no plural, tanto

porque eles dividem os segmentos aquaviário e terrestre, com múltiplas cadeias

logísticas (diferentes origens, destinos e percursos).

Ciente da carência de modernização dos portos brasileiros, este trabalho

procurou apresentar um porto de modelo: O Porto de Navegantes. Tanto pela

estrutura aplicada, como pela iniciativa privada que é tão necessária para privatizar

serviços, permitindo eficiência e diminuição nos custos das atividades portuárias,

promovendo principalmente competitividade, obrigando aos outros portos

concorrentes à reformulação de gerenciamento de operações e de mão-de-obra,

aproveitando os espaços e as instalações, promovendo e movimentando a frota

brasileira.

Desta maneira, considera-se que o objetivo geral e os objetivos específicos

deste trabalho, que foi apresentar a estrutura retroportuaria da Portonave S/A, desde

o planejamento até a atualidade foram atingidos. Foi descrito o passo-a-passo da

construção e instalação do terminal em Navegantes e as dificuldades encontradas

no decorrer da obra.

A estrutura atual e capacidade de movimentação, missão e visão também

foram apresentadas identificando as reais necessidades portuárias para operações

com eficiência e, por fim, o quanto o mesmo é importante para o complexo logístico

local, enfatizando que a legislação para portos públicos coloca grandes desafios

práticos, jurídicos e burocráticos, o que não é o caso da Portonave S/A.

Este trabalho proporciona aos leitores uma visão ampla de como funciona a

Portonave S/A, e a responsabilidade perante a população, meio ambiente, e

principalmente aos colaboradores, motivo este que a autora do mesmo se orgulha

em ter seu espaço na empresa e contribuir a cada dia para as operações portuárias

do terminal.

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Para os acadêmicos de comercio exterior, o trabalho proporcionou novos

modelos de pesquisa em relação a portos privados, proporcionou conhecimento na

área portuária, expondo a empresa, antes nunca apresentada e ainda a visão que

poucos têm de como suas cargas são movimentadas na prática.

Para a estagiária o trabalho foi de suma importância, contrinui para a vida

profissional, agregando bastante conhecimento e novos aprendizados.

Conclui-se então que quando não existe competitividade o mercado não

cresce, e a competitividade é o foco da iniciativa privada.

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7 SUGESTÕES PARA EMPRESA

Durante a realização deste trabalho a estagiária percebeu que a Portonave

S/A é uma empresa com iniciativa privada tão necessária para privatizar serviços do

complexo logístico local, permitindo eficiência e diminuição nos custos das

atividades portuárias, promovendo principalmente competitividade, para as

atividades de comércio.

Uma sugestão, após os estudos realizados, seria uma área de expansão

maior, tendo em vista, que a mesma já possui projetos conforme abordado no

trabaho, porém de acordo com a movimentação que vem aumentando com o passar

do tempo, logo o terminal ficará com pouco espaço para operação e movimentação

de contêineres, necessitando mais berços para atracação de navios, maior retroárea

para armazenamento das cargas que ficam dentro do terminal.

Enfim, a empresa mostrou bastante preucupação em aspectos ligados a

responsabilidade sócio-ambiental, tema este, que vem sendo discutido pelo mundo

debido a evolução e crscimento industrial. Tranquilizando a comunidade, pois

sempre tentar preservar o meio ambiente, diminuindo impactos ambientais.

Interessante ressaltar a importância para os trabalhadores de Navegantes, a

iniciativa de empregados da região, capacitanto os mesmos e valorizando cada vez

mais o municipio.

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário Camilla Carine da Silva

Orientador de conteúdo Prof. Leonardo Specort Russi

Supervisor de campo Anne Alves

Responsável pelo Estágio Profª MSc. Natalí Nascimento