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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE ARTES - CEART BACHARELADO EM MODA: HABILITAÇÃO EM DESIGN DE MODA ANA KARENINA FRANCIO RUBY SPARKS: A DISSOLUÇÃO DA IDENTIDADE FLORIANÓPOLIS, SC 2015

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE ARTES - CEART

BACHARELADO EM MODA: HABILITAÇÃO EM DESIGN DE MODA

ANA KARENINA FRANCIO

RUBY SPARKS: A DISSOLUÇÃO DA IDENTIDADE

FLORIANÓPOLIS, SC

2015

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ANA KARENINA FRANCIO

RUBY SPARKS: A DISSOLUÇÃO DA IDENTIDADE

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Design de Moda do Centro de Artes, a Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Design de Moda. Orientadora: Monique Vandresen

FLORIANÓPOLIS, SC

2015

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Dedico este trabalho aos meus pais, Teresinha e Raul, meu gato Lollo, a todas as desilusões amorosas desse mundo e ao Doutor: espero que em algum universo alternativo eu seja sua companheira na TARDIS.

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AGRADECIMENTOS

Meus pais: vocês literalmente me carregaram para a universidade quando eu

não conseguia mais e tornaram-se especialistas em materiais de moda, costura,

modelagem... Esse diploma poderia ser triplo. Minha família inteira, por me apoiar,

investir em mim e aturar todas as minhas crises acadêmicas (e não acadêmicas

também). Em especial minhas tios e tias: Suely, Miriam, Rogério, Rachel, Rosângela,

Ivone. Meus padrinhos: Beto, Rachel e Karina. Isa Constantini, por no meio de um

semestre louco ter me dado o melhor gato gordo do mundo: Lollo. Com ele passei a

metade do curso mais caótica, e mais divertida também, graças as suas tentativas de

ser um estilista junto comigo.

Meus amigos que estão comigo até hoje e os que não estão, mas contribuíram

de alguma forma para que eu chegasse aqui: Chrystian, Raphael, Gustavo e Kamilla

– foi uma longa trajetória do colégio até aqui, e é maravilhoso que ainda possamos

dar boas risadas juntos. Naira, Michelle, Domi e Tamires, posso sempre reclamar da

faculdade e rir de bobagens com vocês. Max, D. Amélia e Heloize, escolhi seguir

caminhos diferentes de vocês, mas vocês estiveram comigo ao longo de quase todo

meu processo criativo e amadurecimento na vida. Obrigada por isso e sejam felizes.

Meninas da moda em especial Lizzie e Talyta, minhas primeiras amigas no curso!

Jamais vou esquecer de vocês. Diana, minha companheira de bolo, gordices,

gastristes, cintos e momentos bizarros. Sem você eu teria desistido no primeiro look.

Meu irmão postiço Cassius por ter me incentivado e me ajudado desde que eu era

uma “pré-aborrecente”. Thiago, meu amigo “alucicrazy” que você brilhe para sempre.

Meus professores e orientadores, em especial: Monique Vandresen por ter me

ajudado a construir esse trabalho, bater papos maravilhosos comigo, me entender e

me mostrar como me formar vivendo uma vida mais leve. Sandra Rech, por ter

despertado uma das minhas paixões no curso – a pesquisa de tendências – sido

minha chefe e conselheira ao longo da faculdade. Se quando eu crescer

profissionalmente eu for metade do que vocês duas são ficarei muito feliz. Minhas

professoras de modelagem e costura ao longo do curso, sinto que aprendi demais

com vocês e quero aprender mais e mais futuramente, guardo imenso carinho por

todas, Carol, Eliane, Luciana, Icléia... Mas meu abraço e beijo carinhoso vai para as

Marys. Mary Neuza, obrigada por toda paciência e carinho comigo. Graças a ti a

modelagem da minha coleção ficou perfeita. Mariana, além de paciente e

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compreensiva, graças a você eu não desisti e cheguei aqui. Sou eternamente grata a

vocês duas por me orientarem mesmo quando tudo o que eu queria era largar tudo,

sumir e chorar. Fabi e Kellyn, obrigada por dizer que meu desenho é lindo, obrigada

por incentivar minha criatividade acima de tudo.

Meu psiquiatra, Dr. Gustavo, por me acompanhar durante metade do curso e

me ajudar a vencer a Síndrome do Pânico todos os dias, um de cada vez.

Camila Ramos por ter me salvado na semana do desfile quando minha máquina

de costura quebrou, sem sua ajuda não teria OCTA.

Menções honrosas: Netflix (filmes e séries), Astecas (chocolate, bolos), meus

bichos de pelúcia, minhas companheiras do Bullets, Zoe Kazan (por ter criado e sido

Ruby Sparks), Paola Bracho e Miranda Priestly.

Por fim, uma pessoa muito, muito, muito importante que inventou tudo isso e

conseguiu chegar aqui hoje: Eu.

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RESUMO

O presente trabalho analisou o filme Ruby Sparks: A namorada perfeita enquanto

manifestação dos romances contemporâneos e fonte de pesquisa de comportamento

de moda, a obra de ficção foi base para o sub-tema da coleção de formatura

apresentada no OCTA Fashion 2015. “Trânsitos Vestíveis”, temática geral do desfile,

é discutida como criação de uma coleção de moda levando à conclusão do que seria

essa temática e como ela permitiu o arremate do conceito “Dissolução da Identidade”.

A teoria pautou-se em análise fílmica, autores pós-modernos como Gilles Lipovetsky,

Gilles Deleuze, Zygmund Bauman, e Stuart Hall, a fim de investigar como a identidade

pós moderna é representada pelo filme e se dá dentro dos relacionamentos em redes

sociais. Por fim, o registro do passo a passo da criação de uma coleção de moda e a

materialização da mesma ilustraram a conclusão deste TCC.

Palavras-Chaves: Ruby Sparks. Disrupção. Trânsitos Vestíveis. Análise Fílmica.

Comportamento de Moda.

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ABSTRACT

This study analyzed the movie Ruby Sparks as a manifestation of contemporary

novels, and source behavior research of fashion, the work of fiction was the basis for

the projected graduation collection sub-theme in the OCTA Fashion 2015. "Trânsitos

Vestíveis", the general theme of the event, discussed as a means of creating a fashion

collection, leading to the conclusion that this theme would be, and how it has enabled

the offering of the concept "Dissolution of Identity." The theory was marked in film

analysis, postmodern authors such as Gilles Lipovetsky, Gilles Deleuze, Zygmund

Bauman, and Stuart Hall, in order to investigate how the postmodern identity were

represented by the film and gets within relationships in social networks. Finally, step of

registration to the step of creating a fashion collection and the materialization of that

illustrated the conclusion of this paper.

Key-Words: Ruby Sparks. Disruption. Trânsitos Vestíveis. Film Analysis. Fashion

Behavior.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Editorial Marc Jacobs.................................................................................20 Figura 2 – Captura de Tela do Filme Ruby Sparks.....................................................23 Figura 3 – Captura de Tela do Filme Ruby Sparks.....................................................24 Figura 4 – Captura de Tela do Filme Ruby Sparks.....................................................25 Figura 5 – Tirinha........................................................................................................31 Figura 6 – Chiffon........................................................................................................32 Figura 7 – Organza.....................................................................................................33 Figura 8 – Toque de Seda...........................................................................................33 Figura 9 – Painel de Referências Estamparia.............................................................34 Figura 10 – Estampa Sparks.......................................................................................35 Figura 11 – Estampa Sparks II....................................................................................36 Figura 12 – Estampa Lightning....................................................................................37 Figura 13 – Rapport....................................................................................................38 Figura 14 – Amostra Relâmpago................................................................................39 Figura 15 – Amostra Faíscas......................................................................................40 Figura 16 – Painel de Referências de Design Têxtil....................................................41 Figura 17 – Flores de Tecido.......................................................................................41 Figura 18 – Cena do filme Ruby Sparks......................................................................42 Figura 19 – Painel de Referências de Modelagem.....................................................44 Figura 20 – Painel Imagético.......................................................................................47 Figura 21 – Painel Lifestyle.........................................................................................49 Figura 22 – Finery.......................................................................................................50 Figura 23 – Editorial Finery.........................................................................................51 Figura 24 – Cenário Desfile Chanel S/S 2015 HTC....................................................52 Figura 25 – Painel Trendboard…………………………………………………………….53 Figura 26 – Painel Moodboard………………………………………………………….....54 Figura 27 – Cartela Cromática....................................................................................55 Figura 28 – Cartela Cromática....................................................................................56 Figura 29 – Geometric Ruby I......................................................................................57 Figura 30 – Geometric Ruby II.....................................................................................57 Figura 31 – Geometric Ruby III....................................................................................58 Figura 32 – Kaleidoscopic Ruby..................................................................................58 Figura 33 – Sparks......................................................................................................59 Figura 34 – Cartela de Materiais.................................................................................60 Figura 35 – Cartela de Materiais.................................................................................60 Figura 36 – Cartela de Materiais.................................................................................60 Figura 37 – Cartela de Materiais.................................................................................61 Figura 38 – Cartela de Materiais.................................................................................61 Figura 39 – Cartela de Materiais.................................................................................61 Figura 40 – Look 01…………………………………………………………………………62 Figura 41 – Look 02…………………………………………………………………………63 Figura 42 – Look 03…………………………………………………………………………64 Figura 43 – Look 04…………………………………………………………………………65 Figura 44 – Look 05…………………………………………………………………………66 Figura 45 – Look 06…………………………………………………………………………67 Figura 46 – Look 07…………………………………………………………………………68 Figura 47 – Look 08…………………………………………………………………………69

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Figura 48 – Look 09…………………………………………………………………………70 Figura 49 – Look 10…………………………………………………………………………71 Figura 50 – Look 11…………………………………………………………………………72 Figura 51 – Look 12…………………………………………………………………………73 Figura 52 – Look 13…………………………………………………………………………74 Figura 53 – Look 14…………………………………………………………………………75 Figura 54 – Look 15…………………………………………………………………………76 Figura 55 – Look 16…………………………………………………………………………77 Figura 56 – Look 17…………………………………………………………………………78 Figura 57 – Look 18…………………………………………………………………………79 Figura 58 – Look 19…………………………………………………………………………80 Figura 59 – Look 20…………………………………………………………………………81 Figura 60 – Look 21…………………………………………………………………………82 Figura 61 – Look 22…………………………………………………………………………83 Figura 62 – Look 23………………………………………………………………………...84 Figura 63 – Look 24…………………………………………………………………………85 Figura 64 – Look 25.....................................................................................................86 Figura 65 – Mapa da Coleção.....................................................................................87 Figura 66 – Mapa do Desfile........................................................................................87 Figura 67 – Beleza e Acessórios.................................................................................88 Figura 68 – Press-Kit..................................................................................................89 Figura 69 – Editorial OCTAMag................................................................................102 Figura 70 – Editorial OCTAMag................................................................................103 Figura 71 – Look 1 OCTA Fashion……………………………………………………….104 Figura 72 – Look 1 OCTA Fashion……………………………………………………….105 Figura 73 – Look 2 OCTA Fashion……………………………………………………….106 Figura 74 – Look 2 OCTA Fashion……………………………………………………….107 Figura 75 – Look 3 OCTA Fashion……………………………………………...............108 Figura 76 – Look 3 OCTA Fashion……………………………………………………….109 Figura 77 – A Coleção Sparks OCTA Fashion..........................................................110 Figura 78 – A Coleção Sparks OCTA Fashion..........................................................110

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Ficha Técnica Look 1.................................................................................90 Tabela 2 – Ficha Técnica Look 2.................................................................................93 Tabela 3 – Ficha Técnica Look 3................................................................................96 Tabela 4 – Ficha de Acompanhamento Processual Look 01......................................99 Tabela 5 – Ficha de Acompanhamento Processual Look 02...................................100 Tabela 6 – Ficha de Acompanhamento Processual Look 03.....................................101

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA .............................................................................. 13

1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14

1.3 PROBLEMA DA PESQUISA ............................................................................... 16

1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 17

1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 17

1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 17

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 17

1.5.1 Metodologia De Pesquisa .............................................................................. 17

1.5.2 Metodologia De Projeto De Produto De Moda ............................................. 18

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 19

2.1 O FILME .............................................................................................................. 19

2.2 DISRUPÇÃO ....................................................................................................... 26

2.3 A DISSOLUÇÃO DA IDENTIDADE ..................................................................... 28

2.4 ESQUIZOFRENIA DIGITAL ................................................................................ 29

3 EXPERIMENTOS E TÉCNICAS PARA A COLEÇÃO ........................................... 32

3.1 DESIGN TÊXTIL ................................................................................................. 32

3.1.1 Estamparia ...................................................................................................... 34

3.1.2 Bordado ........................................................................................................... 39

3.1.3 Flores ............................................................................................................... 40

3.2 MODELAGEM ..................................................................................................... 42

4 BOOK DE COLEÇÃO ............................................................................................ 45

4.1 CONCEITO E TEMA ........................................................................................... 45

4.1.1 Texto Argumento ............................................................................................ 46

4.1.2 Release Revista .............................................................................................. 46

4.1.3 Painel Imagético ............................................................................................. 47

4.2 SEGMENTO DE MERCADO ............................................................................... 47

4.2.1 Público-alvo .................................................................................................... 48

4.2.2 Painel Lifestyle ............................................................................................... 49

4.2.3 Trendboard ..................................................................................................... 49

4.2.4 Painel Trendboard .......................................................................................... 53

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4.2.5 Moodboard ...................................................................................................... 53

4.2.6 Painel Moodboard .......................................................................................... 54

4.3 CORES ................................................................................................................ 55

4.3.1 Cartela Cromática ........................................................................................... 55

4.3.2 Harmonia de Cores......................................................................................... 56

4.3.3 Design Têxtil ................................................................................................... 56

4.4 MATERIAIS ......................................................................................................... 59

4.5 COLEÇÃO ........................................................................................................... 62

4.6 MAPA DA COLEÇÃO .......................................................................................... 87

4.7 MAPA DO DESFILE ............................................................................................ 87

4.8 PRODUÇÃO E BELEZA ...................................................................................... 88

4.9 TRILHA SONORA do desfile ............................................................................... 89

4.10 PRESS-KIT ....................................................................................................... 89

5 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO................................................................... 90

5.1 FICHAS TÉCNICAS DO PRODUTO ................................................................... 90

5.2 FICHAS DE ACOMPANHAMENTO PROCESSUAL ........................................... 99

5.3 DESFILE DE MODA .......................................................................................... 102

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 111

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 112

BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 112

SITES ................................................................................................................... 112

CINEMATOGRÁFICAS ........................................................................................ 114

CONSULTADAS .................................................................................................. 114

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1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

O tema Trânsitos Vestíveis foi apresentado para os alunos da disciplina

Conceito e Tema de Coleção no segundo semestre de 2014 como instrumento de

diálogo entre a moda, as ciências e formas de inspiração, convencionais ou não. A

primeira ordem era passear por todas as áreas possíveis, captando os sinais de uma

possível tendência de moda ou um possível tema de coleção. Para entender o tema,

a turma foi inserida em uma investigação da Arte Contemporânea onde exemplos,

como os parangolés de Hélio Oiticica e os trabalhos de Joseph Beuys e Adriana

Varejão, nos permitiram compreender que a Arte Contemporânea tinha surgido com

o intuito de criar novas ideias na cabeça da sociedade, “dissolver” com a forma

tradicional focando nos conceitos que a obra iria transmitir para o público.

Embora a relação entre Arte e Moda seja uma frequente, especialmente nas

primeiras décadas do século XX (Fonte: HALL-DUNCAN, Nancy. Histoire de La

Photographie de Mode. Nova Iorque:Chêne, 1978), destaca-se aqui que Moda não é

Arte. De acordo com Oliveiros (2011 p. 126), “a moda tem sua importância por si só.

Ela pode tomar de empréstimo qualquer outra manifestação para que sua verdadeira

manifestação aconteça: vestir algo em alguém”, ou seja, ao transitar pela arte ainda

produz-se moda. Partindo desse pressuposto podemos vagar por qualquer espaço e

produzir uma coleção de moda.

A moda não é arte, mas pode se tornar se o designer ou o artista tiver tal intuito.

É o que a Professora Dra. Aline Monçores, em Palestra de apresentação da temática

Trânsitos Vestíveis, em agosto de 2014, na Universidade do Estado de Santa

Catarina, chamou de “objeto híbrido”. O termo “Designertista”, foi colocado por ela

como o hibridismo entre um Designer e um artista. Para alcançar este status o aluno

deve utilizar da experimentação como base em seu processo criativo desde o início

do projeto. Isso também explica porque nos últimos anos as universidades de moda

têm mudado os currículos de seus cursos de estilismo e moda para atender a

formação do designer de moda. Entendido que para transitar é necessário ter o

conhecimento prévio do curso de Design de Moda, unido de uma vasta pesquisa nos

outros campos, permitindo-se a liberdade de experimentar e brincar com ideias

iniciou-se o desafio de começar o projeto da coleção de conclusão de curso.

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Bauman (2012, p. 7.) inicia seu livro Modernidade Líquida dizendo que a

““Fluidez” é a qualidade de líquidos e gases. O que os distingue dos sólidos, como a

Enciclopédia britânica, com a autoridade que tem, nos informa, é que eles “não podem

suportar uma força tangencial ou deformante quando imóveis” e assim “sofrem uma

constante mudança de forma quando submetidos a tal tensão”.” o conceito desta

coleção baseou-se na ideia de Dissolução1 da identidade. Ao circular pelo filme Ruby

Sparks: A namorada perfeita, viu-se a identidade da protagonista Ruby passar de

sólida para líquida, perder-se, modificar-se e, através da análise fílmica, formulou-se

a ideia de trabalhar com a manipulação de identidades nos relacionamentos através

das redes sociais.

1.2 JUSTIFICATIVA

Estudos teóricos sobre identidade, múltiplas identidades, suas crises e

simulacros do eu já foram apresentados em meio acadêmico e por teóricos de renome

como Stuart Hall, Gilles Lipovetsky, Zygmunt Bauman, e Gilles Deleuze. De fato estes

estudos serviram como base para o trabalho aqui proposto, entretanto, este tema

torna-se necessário e extremamente atual ao ser levado para o plano online, onde

comportamentos e identidade sofrem constantes mutações em velocidade

extraordinária. Qualquer estudo que dedique o mínimo de tempo para mapear e captar

essas mudanças qualifica-se como algo novo e que mereça atenção. Assim sendo, a

academia irá se beneficiar com um trabalho original, sob uma visão diferente,

expandindo o leque de produção bibliográfica da universidade. Segundo Hall:

Esta perda de um “sentido de si” estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento ou descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento – descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmo – constituí uma “crise de identidade” para o indivíduo. (HALL, 2006, p. 9)

Kobena Mercer é citada pelo autor para completar: “a identidade somente se torna

uma questão quando está em crise, quando algo que se supõe como fixo, coerente e

estável é deslocado pela experiência da dúvida e da incerteza” (1990, p. 43 apud.

1 Definição encontrada em dicionário: “Química Liquefação de um sólido em contato com um líquido; solução.”

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HALL, 2006, p. 9) legitimando que a identidade torna-se um objeto de estudo relevante

quando deixa de ser algo fixo, palpável, e torna-se líquido, invisível.

Tendo justificado a importância acadêmica do tema, parte-se para a justificativa

da coleção. No site de tendências nellyrodilab.com foi encontrada a tendência

"Disrupção", que coincide com o tema da coleção e fala de uma geração tecnológica

rebelde que pretende romper com os moldes já obsoletos através de manifestações

online, de eventos que discutem isso, e da criação de novas tecnologias. No mesmo

texto, a empresa fala dos millennials e sua relação com as redes sociais e a internet:

Os jovens não confiam mais na hierarquia tradicional, seja no trabalho, na política, no que diz respeito aos mais velhos ou com propriedade. Sem dúvida, essa desconfiança decorre da estrita estrutura, vertical de um sistema que está atolado e milhas de distância de sua visão colaborativa do mundo. Ou, por causa do que tipifica sua geração: a internet, uma noção ainda muitas vezes considerada como uma "ferramenta" simples por todos os outros. Para Millennials, parece haver mundos paralelos existentes lado a lado. (NELLY ROD LAB, 2014.)

Com relação aos elementos visuais da coleção, nota-se ainda que estes sites

de tendências propõem cores e formas que conversam com as cores retiradas do filme

e, também, das passarelas nas coleções de Haute Couture e Ready-to-Wear

2015/2016. Já a personagem escolhida para inspiração encaixa-se na proposta

apresentada pela Box 1824 no site PontoEletrônico Playing Reality:

Nas últimas décadas, instaurou-se no mundo uma mentalidade seamless que desfez as costuras entre on e off, questionando as barreiras que costumavam dividir o real e o ficcional. Múltiplas realidades e planos passaram a coexistir quando a conexão dial-up foi substituída pela banda larga, modificando a já antiga percepção de "entrar na Internet". As linhas divisórias entre on e off se tornaram tão nebulosas quanto outras fronteiras antes bem demarcadas: público e privado, homem e mulher, jovem e velho. Da mesma forma, a separação entre ficção e realidade se torna uma incógnita: neste jogo de realidades, o que é fictício se alimenta da vida real, e vice-versa. (BOX 1824, 2014.)

Por fim, ressalta-se que os eventos organizados para disseminar tendências e

os eventos organizados por esta geração para propagação de suas ideias aglomeram

cada vez mais pessoas, como por exemplo: South by Southwest que reuniu mais de

150.000 pessoas em sua última edição; T.E.D. (Technology, Entertainment, Design)

um conjunto de conferências nas quais qualquer pessoa que tiver uma ideia inovadora

pode se inscrever e, se aprovada, dar sua conferência que atinge na internet milhões,

sendo que em 2014 mais de 1.700 conferências diferentes estão disponíveis online

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de graça; e Disrupt TechCrunch o qual não se sabe números específicos, mas,

apareceu na série televisiva Silicon Valley do canal HBO, mostram o tamanho deste

mercado.

1.3 PROBLEMA DA PESQUISA

Junto a hiperconectividade apresentada na tendência Playing Reality entra a

construção da(s) identidade(s) na rede, um problema da sociedade (hiper)moderna o

qual chegou agora a sua máxima amplitude. De acordo com a Box 1824:

Em um sentido mais amplo, esse movimento significa combinação de dados brutos para criar novos conteúdos. Essa mistura começa como ferramenta para manipular informação, mas toma dimensões maiores, produzindo novas linguagens e interpretações da realidade. Trata-se do princípio comportamental e estético que caracteriza os tempos digitais. [...] é a manifestação de uma lógica que utiliza a junção de camadas para alterar e criar significados. É isso que torna Databending o centro da tendência de Playing Reality. (BOX 1824, 2014.)

Sendo assim, procurou-se com este trabalho resolver a perda e busca de

identidade nas redes sociais, através dos relacionamentos cultivados dentro e fora

dela, investigando até que ponto as regras de convívio social e as necessidades

impostas pela sociedade contemporânea alteram a imagem do eu disseminada neste

universo.

O comportamento da sociedade e de pequenos grupos, já serviu de base para

a moda – principalmente no século XX com tribos urbanas como beatniks, punks,

clubbers, o Movimento Hippie, entre tantas outras – visto que estes transportavam as

características ideológicas para as suas roupas, vestindo-se assim, diferentemente do

resto da sociedade, os criadores passaram a utilizar do comportamento e da moda de

rua como inspiração para suas criações, efeito chamado de Bubble-Up. Logo, além

da investigação comportamental envolvendo as “identidades do eu”, há o desafio de

mapear estas identidades e transportá-las para a coleção de moda seguindo as

“borbulhações” das ruas como já feito no passado.

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1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma coleção feminina com estética retro através de uma análise

de comportamento baseada na discussão do filme Ruby Sparks e da construção de

identidades na web.

1.4.2 Objetivos Específicos

Estudar os relacionamentos modernos focando nas suas representações

para o mundo exterior através do universo online;

Relacionar elementos do filme Ruby Sparks com outras manifestações das

relações humanas na sociedade contemporânea;

Analisar o filme Ruby Sparks procurando elementos estéticos para a

confecção de uma coleção de moda;

Buscar a persona Ruby isolada das interferências de seu criador e concebê-

la na coleção.

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1.5.1 Metodologia De Pesquisa

A pesquisa enquanto a sua natureza, foi feita de forma básica, buscando o

conhecimento pelo conhecimento sem aplicá-los na prática, visto que a problemática

da pesquisa trata-se de um estudo do comportamento social. No que se refere aos

objetivos, foi exploratória e qualitativa, expondo o problema e propondo análises

próprias quanto ao comportamento estudado exigindo criatividade e sensibilidade na

coleta dos dados para o estudo. Finalmente, é uma análise bibliográfica de livros,

teses, dissertações e artigos científicos encontrados que propõem teorias sobre o

tema. Como um dos objetos da pesquisa envolve análise fílmica, foi utilizada duas

etapas: decompor o filme, primeiramente, então estabelecer e compreender as

relações entre esses elementos decompostos.

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1.5.2 Metodologia De Projeto De Produto De Moda

A metodologia será baseada no Design Thinking de Tim Brown e nos conceitos

de Slack, a fusão das ideias dos autores trará mais liberdade de criação para

metodologia, entretanto focando na pesquisa e desenvolvimento do produto visando

o aperfeiçoamento do conceito até o resultado final obtendo o seguinte método:

1. Pesquisa do tema geral.

2. Formulação de Mapa Conceitual

3. Guiando-se pelo Mapa pesquisa de Referenciais Estéticos e Conceituais em

mídia virtual.

4. Definição de Conceito e Estética

5. Montagem de Sketchbook para organização dos Referenciais e Pesquisa.

6. Observação do mercado focando no consumidor. “Quem é Ruby Sparks?

Como ela é na vida real? O que ela consome? Qual seu lifestyle?”

7. Elaboração de painéis: Imagético (Conceito); Moodboard; Trendboard;

Lifestyle.

8. Geração de alternativas.

9. Melhorias.

10. Estudo de cores, materiais e custo.

11. Desenvolvimento da apresentação gráfica da coleção (Book).

12. Escolha dos looks definitivos.

13. Modelagem e prototipagem dos mesmos.

14. Feedback e correção de erros.

15. Aprovação do protótipo.

16. Desenho técnico e ficha técnica.

17. Desenvolvimento da peça final.

18. Testes.

19. Melhorias.

20. Apresentação da Coleção (Desfile).

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1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de curso divide-se em cinco capítulos: Introdução,

Fundamentação Teórica, Experimentos e Técnicas para a Coleção, Book da Coleção

e Desenvolvimento do Produto seguido da Conclusão do Projeto. Sendo assim, inicia-

se o estudo de forma teórica evoluindo para a parte prática do TCC de Moda e, ao

final, discute-se se os resultados contemplaram a problemática ou não.

O primeiro capítulo introduz a temática geral do OCTA Fashion 2015 “Trânsitos

Vestíveis” e o filme que inspirou o subtema “Ruby Sparks” (2012) aliado ao conceito

“Disrupção”. É também justificado o porquê esta coleção de moda será desenvolvida

e sua problemática, os objetivos gerais e específicos deste projeto, tais como os

detalhamentos da pesquisa, são relatados igualmente neste capítulo.

O segundo capítulo contém a fundamentação teórica, toda a pesquisa e

discussão do subtema permitindo ao leitor entendimento da problemática e sua

solução.

O terceiro capítulo é um registro do início do processo criativo relacionado ao

tema da coleção, tais como os experimentos realizados para tal.

O quarto capítulo traz o Book Digital da coleção, os painéis Conceito,

Moodboard, Trendboard e Lifestyle; Cartelas de Cores, Materiais, Aviamentos e

Design Têxtil; Croquis; Mapa da Coleção e os Desenhos Técnicos do Produto.

O quinto capítulo é um memorial descritivo das etapas de prototipação do

produto desde sua modelagem até seu momento de lançamento na passarela.

Finalmente, analisar-se-á a eficácia da coleção na problemática proposta no início do

projeto.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O FILME

A relação entre Moda e Cinema, pode-se dizer que iniciou-se desde os

primórdios da "Sétima Arte" com o desenvolvimento do figurino. Os cenários e

figurinos utilizados por Georges Méliès no final do século XIX já chamavam atenção

por dialogar com o roteiro, o que de acordo com Leite (2002):

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"[...]está sempre nos possibilitando compreender em níveis múltiplos, mais explícitos ou inconscientes. Podemos não nos aperceber de todos os detalhes: mas o todo nos transmite um recado, uma informação ou mesmo uma pequena sinopse narrativa a respeito do presente, do passado e mesmo do futuro do personagem." (LEITE, 2002, apud. PINHEIRO e CASTRO, 2012, p. 139.)

No início do século XX, os figurinos para o cinema eram produzidos pelos

estilistas, que não somente vestiam os personagens, mas as atrizes fora das telonas,

tornando o Cinema uma forma de propagar moda. Com o passar do tempo, os

estilistas não seguiam mais as tendências para criar os figurinos, ao contrário, criavam

tendências através dos figurinos. Em 1927 o figurinista francês Jacques Doucet ousou

ao subir as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas. Apesar de as mulheres da

época já terem subido o comprimento da barra, o figurino contribuiu para a imagem

sensualizada dos tornozelos femininos chocando a sociedade conservadora da

época. Conforme os figurinistas quebraram paradigmas e começaram a produzir

figurinos fantasiosos para filmes de ficção científica, ou de outras temáticas, os

figurinos do cinema serviram de inspiração para infinitas coleções de moda, prática

que é comum até hoje, como por exemplo a coleção recém lançada de Marc Jacobs

inspirada no filme Cinquenta Tons de Cinza (Figura 1).

Figura 1 – Editorial Marc Jacobs

Fonte: Marc Jacobs. Disponível em: <http://br.eonline.com/2015/marc-jacobs-lanca-colecao-inspirada-em-50-tons-de-cinza/>. Acesso em: 18 fev. 2015

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Sobre análise fílmica Manuela Penafria inicia seu artigo propondo que:

Analisar um filme é sinônimo de decompor esse mesmo filme. E embora não exista uma metodologia universalmente aceita para se proceder à análise de um filme (Cf. Aumont, 1999) é comum aceitar que analisar implica duas etapas importantes: em primeiro lugar decompor, ou seja, descrever e, em seguida, estabelecer e compreender as relações entre esses elementos decompostos, ou seja, interpretar (Cf. Vanoye, 1994) (PANAFRIA, 2009, p. 1).

Ainda sobre o assunto Penafria acredita que o objetivo da Análise é explicar e

esclarecer o funcionamento de um determinado filme para assim propor uma

interpretação. “O filme é o ponto de partida para a sua decomposição e é, também, o

ponto de chegada na etapa de reconstrução do filme (Cf. Vanoye 1994).” (PANAFRIA,

2009, p. 2). Finalizar uma análise fílmica retornando para seu ponto de partida é

imprescindível para que o conteúdo do filme, a reconstrução do mesmo não altere seu

significado original.

Assim sendo, foi feita uma análise do filme, Ruby Sparks: A namorada perfeita,

dividida em etapas. O filme foi assistido uma vez para compreensão em geral, uma

segunda vez para captar detalhes estéticos para a coleção e tendências de

comportamento que pudessem ser levadas para o consumo de moda, uma terceira

para investigar o filme por partes e uma última comparando anotações e fechando a

análise como um todo. O resultado desse estudo encontra-se nos parágrafos a seguir.

No início do filme conhecemos a silhueta de Ruby através de um sonho que o

personagem Calvin, escritor e criador de Ruby, tem. Ao acordar sobressaltado com o

sonho somos inseridos na vida solitária de Calvin: um escritor jovem que tem apenas

a amizade do irmão e de seu cachorro Scotty. Na primeira sessão que vimos com seu

psiquiatra percebemos a fragilidade e sensibilidade de Calvin. Ele sofre de um

bloqueio criativo e tenta culpar seu cachorro por distraí-lo. Quando confrontado se o

problema realmente era o cachorro ele necessita do conforto de Bobby, um bichinho

de pelúcia. Todas as suas angústias, inseguranças, são copiadas por seu cachorro

Scotty, que deveria ser um instrumento para possibilitar a interação social de Calvin,

mas acaba sendo um símbolo de fragilidade e vergonha para o dono por não

conseguir interagir com estranhos e fazer xixi como uma fêmea.

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“- E eu me sinto melhor sobre o Scotty. Baba muito, morde coisas mija como uma garota. Eu me sinto incompetente. Preciso sair várias vezes ao dia. Talvez por isso eu não escreva. - Você acha que é por isso que não escreve? - Não. - Por que você acha que não está escrevendo? - Pode me dar o Bobby? - Precisa do Bobby agora? - Sim.” (RUBY... 2012).

O terapeuta passa uma atividade: Calvin deve escrever (bem ou mal – ignorando seu

atual bloqueio criativo) sobre um encontro de um estranho com o seu cachorro. O

encontro deve ser real e a pessoa deve gostar de Scotty como ele é: inseguro, carente,

frágil e fazendo xixi sentado.

Em outro sonho Calvin idealiza o encontro de Scotty com Ruby e pela primeira

vez podemos ver o rosto da personagem. Ela pede para desenhar o cachorro, afirma

ser uma ótima artista, e enquanto desenha conversa, questiona, desafia Calvin a

respeito do nome do cachorro “uma homenagem agressiva” a F. Scott Fritzgerald, pois

toda vez que Scotty aprontar algo ele será “Bad Scotty”2, fazendo com que Calvin

sinta-se superior ao cachorro, consequentemente, ao romancista.3 O bloqueio de

Calvin acaba. Ele escreve sobre o encontro e mais, ele desenvolve toda a

personalidade complicada, problemática, e interessante de Ruby. A garota passa a ter

uma identidade, um relacionamento com ele no papel e ao longo do filme cria vida e

torna tudo realidade materializando-se na cozinha do rapaz. Ao convencer a si e ao

seu irmão da veracidade da situação ele é questionado sobre futuras alterações na

namorada:

“- Espere, então você pode modifica-la. - Acho que sim. - Você poderia fazer ajustes, se quisesse. - Ajustes? Como assim? - Sei lá, qualquer coisa. Tetas grandes, pernas longas... - Eu amo as pernas curtas dela. [...] - Você pode fazer, tipo, qualquer coisa. Em nome de todos os homens, me diga que não vai desperdiçar isso. - Eu jamais voltarei a escrever sobre ela.” (RUBY.... 2012).

2 Cachorro mal, Scotty Mal Criado, tradução literal: Scotty Mal. 3 (RUBY... 2012)

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E assim segue o relacionamento dos dois pela “fase da lua-de-mel”, Calvin

esconde o manuscrito numa gaveta trancada por chave. A lua de mel começa a dar

sinais do fim quando, meses depois, ele reluta em levar a namorada para a casa da

mãe. Após se convencer em viajar para tirar Ruby da rotina e fazê-la feliz descobrimos

que desde a morte do pai ele não aceitou o namorado de sua mãe, um hippie chamado

Mort. Gertrude, a mãe, acabou aderindo aos ideais de Mort e saindo da antiga vida

séria que levava com o falecido marido o que gerou a desaprovação do filho. Apesar

dos esforços da família e da namorada para incluir Calvin nas atividades do final de

semana ele permanece mal humorado, lendo um livro para um amigo, o que chateia

Ruby após a volta da viagem.

É chegado o primeiro problema do casal: ela reclama do mal humor e da falta

de amigos dele, e se sente isolada. Ele diz que tem a ela e precisa somente dela, que

reclama da pressão desta responsabilidade. A discussão se dissipa quando ela decide

passar um dia por semana em seu apartamento e fazer um curso de arte, logo após

a primeira noite, Calvin sente-se inseguro, ansioso, não consegue dormir e precisa da

presença de Ruby. Ao dizer para ela que aquilo não vai funcionar, ela insiste que

aquilo tem que funcionar, pois é apenas um dia e ela precisa de um espaço próprio e

ele também. A gota d’água para Calvin fazer sua primeira edição na namorada é

quando ela vai para um bar com os amigos do curso e diz que não vai voltar para casa

naquele dia para jantar (Figura 2).

Figura 2 – Captura de Tela do Filme Ruby Sparks

Fonte: Produção da autora.

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Esta primeira alteração faz com que Ruby torne-se em uma namorada carente e

insegura deixando Calvin sem espaço, ao perceber que a tornou infeliz após o simples

fato de ele ter soltado sua mão para atender o telefone enquanto atravessavam a rua

fazê-la chorar por horas, ele resolve fazê-la feliz (Figura 3):

Figura 3 – Captura de Tela do Filme Ruby Sparks

Fonte: Produção da autora.

E assim Ruby se torna na personificação da alegria não se importando com qualquer

acontecimento ao seu redor pois sua felicidade atrapalhava sua percepção da

realidade. Harry e Calvin dialogam sobre as alterações feitas na garota:

“- O que acontece se eu te disser que andei escrevendo de novo? - Isso é ótimo! Do que se trata? - Escrevendo outra vez – aponta para Ruby. - Como está indo? – para Ruby – As tetas? – para Calvin. - Não. Ela não era feliz, então tornei ela feliz, e agora ela está assim o tempo todo. - O que está perguntando? Se é ético? Eu não sei. Obviamente está funcionando. É tipo tomar Prozac. - Como, se ela é real? - Ela não é, tudo bem? Ela não é. - É... era. - Eu quero ser aquele que a faz feliz sem fazer que esteja feliz. - Então escreva: “Ruby voltou à normalidade”. Não acontece nada. - Acho que ela me deixaria.” (RUBY... 2012).

Apesar de sua insegurança, Calvin vai mais uma vez à sua máquina de escrever para

arrumar a namorada (Figura 4).

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Figura 4 – Captura de Tela do Filme Ruby Sparks

Fonte: Produção da autora.

Ruby retorna à consciência de que por um período não foi ela mesma “é como

se eu tivesse perdido minha bússola interna”4, comenta, antes do casal ir para uma

festa. Na festa vemos Calvin encarando sua ex-namorada pela primeira vez em anos.

Nota-se que ela não era de todo má, como descrita por ele, que ele não assumia os

próprios erros no relacionamento e transferia toda a culpa para ela. Lila o acusa de

querer que ela tivesse a personalidade que Calvin imaginava que deveria ter, e que

4 (RUBY... 2012).

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sempre que a mulher fugia da imagem que o namorado tinha dela, ele a ignorava. No

fundo Calvin queria um relacionamento com ele mesmo e por isso ela o deixou quando

o pai dele faleceu. O personagem permanece não assumindo seus erros e

transferindo todo o problema para Lisa, mais tarde na festa ele pega Ruby de lingerie

na piscina com seu amigo escritor o que leva a última discussão do casal onde ele

avisa que pode fazer com que a namorada faça o que ele queira, pois ela é uma

criatura da mente dele, ao provar para ela reescrevendo-a, rebaixando a garota ao

seu grau de criatura. A discussão cessa quando ele permite que Ruby saia do quarto

e, consequentemente, de sua vida.

O filme termina com Calvin lançando a história dos dois como um livro, sem

divulgar quaisquer características da ex-namorada que permitam identifica-la. O

lançamento faz sucesso e mesmo arrependido de suas atitudes ele se sente sortudo

por ter tido a oportunidade de ter Ruby por um momento em sua vida. Uma segunda

chance é dada ao casal na última cena do filme, quando, ao passear no parque com

seu cachorro, Scotty a reconhece e sai correndo latindo em direção a ela. Ela está

lendo o livro de Calvin porém não se lembra da história que tiveram juntos. O escritor

senta-se ao lado dela e o filme acaba com a sensação de que ambos partirão para

uma relação madura.

2.2 DISRUPÇÃO

De acordo com o dicionário Michaelis Disrupção é “Ruptura” (UOL, 2014). O

Dicionário Informal diz, também, que consiste em uma: “Faísca que ocorre no

ligamento de uma corrente elétrica.” (DICIONÁRIO... 2014). No contexto da

transmissão de uma nova ideia, a palavra também pode ser aplicada para resignar

uma maneira radical, inovadora, de mudança. É uma mudança revolucionária e não

uma evolução de algo que já existe. O laboratório de tendências Neli Rodi Lab

divulgou recentemente em seu site a macrotendência “Disrupção: o outro tipo de

rebelião”5 na qual:

5 Tradução nossa.

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“Encarna a ideia de mudança radical na sociedade, tanto na forma como as

coisas são consideradas e como eles são feitos, e é menos sobre como ajustar os modelos tradicionais e mais sobre a revolucionar completamente.” (NELI ROD LAB, 2014).

O laboratório também fala de uma geração tecnológica rebelde que pretende romper

com os moldes já obsoletos através de manifestações online, de eventos que

discutem isso e da criação de novas tecnologias, como já citada na “Apresentação do

Tema”, sua relação com as redes sociais e a internet ferramenta que serve como um

mundo paralelo para os Millennials.

Para compreender esse espírito de mudança nos moldes tradicionais chegando

à sociedade contemporânea, apela-se para as teorias de Gilles Lipovestsky em seu

livro “Tempos Hipermodernos” onde a liberdade pós moderna inicia-se quando não há

mais uma disciplina normatizada, que por exemplo, proíba a pessoa de andar com

algum traje, contudo, fazendo com que as diferenças individuais se multiplicassem.

Porém “os mecanismos de controle não sumiram; eles só se adaptaram, tornando-se

menos reguladores, abandonando a imposição em favor da comunicação.”

(LIPOVETSKY, 2007, p. 20). O comportamento individual da sociedade hipermoderna

permanece no privado, mas o comportamento do coletivo segue ainda algumas

normas e é disseminado por vários meios sociais, incluindo a internet. Isto é explicado

em Felicidade Paradoxal como “época marcada pela promoção do instante vivido”

(LIPOVETSKY, 2007, p. 154), ou seja, a sociedade esconde seus defeitos no privado,

criando imagens de si baseado em simulacros de momentos disseminados no

universo online, em ferramentas como o facebook ou o instagram, por exemplo.

A questão da identidade trabalhada por Stuart Hall entra aqui a partir do

momento que:

As velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. A assim chamada “crise de identidade” é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social. (HALL, 2006, p. 7)

Essa “crise de identidade” que o autor fala tem a ver com ruptura do eu. O sujeito não

está mais centralizado em uma única identidade, em um único discurso, ele se

apodera dos discursos que acha necessário, que se identifica e os aplica conforme

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gosto. Isto está presente nas mutações na moda e estilo próprio do indivíduo, na

liberdade com que os gostos de uma pessoa podem mudar, e na propagação imediata

e infinita de informações graças à internet, as quais não são assimiladas no todo por

conta de sua quantidade, variedade, e velocidade. Isso faz com que a pessoa filtre,

da maneira que pode, o certo e o errado, o legal e o chato, e adapte à sua persona

propagando a imagem de uma identidade perfeita dentro do discurso atual social.

2.3 A DISSOLUÇÃO DA IDENTIDADE

Ruby é uma jovem ativa, problemática nos relacionamentos, valoriza a

liberdade, as amizades. Calvin, é um jovem isolado, também problemático, inseguro,

não tem amigos e quer passar todo o seu tempo com Ruby. Todas as suas tentativas

de reescrever a namorada para aperfeiçoá-la resultam em crises piores. Ruby acaba

tendo uma crise de identidade, perde-se ao longo das palavras de Calvin, e fica

deprimida após a restauração que o criador faz para o temperamento inicial dela.

Segundo Bauman (2008, p. 12) “numa sociedade que tornou incertas e

transitórias as identidades sociais, culturais e sexuais, qualquer tentativa de

“solidificar” o que tornou líquido por meio de uma política de identidade levaria

inevitavelmente o pensamento crítico a um beco sem saída.” Ruby encontra-se nesse

beco. Está perdida tentando buscar sua verdadeira identidade por meio das palavras

de Calvin, seu criador. Manipulada, modificada, restaurada. Ela descobre a verdade

durante uma discussão com o namorado, é editada novamente, para ser livre: “As

soon as Ruby left the house, the past released her. She was no longer Calvin’s

creation. She was free.”6. Ruby vai embora e passa a existir, a ser uma pessoa com

identidade própria livre das lembranças de seu criador, livre de ser criatura.

Entende-se que Ruby enquanto criatura é uma visão da garota perfeita da

sociedade líquida moderna. Ela é dotada de defeitos que não pode expressar, ela se

perpetua pelo meio online e se constrói e reconstrói de acordo com a alma que

pretende apresentar. O relacionamento de Ruby e Calvin também passa por constante

mutação e tem seus defeitos escondidos “à sete chaves” na casa de Calvin. Ruby é

6 Assim que Ruby deixa a casa, o passado desprende-se dela. Ela não era mais uma criação de Calvin. Ela estava livre. (Tradução nossa)

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privada de amigos para desabafar, Calvin esconde os problemas de todos, inclusive

de seu terapeuta que deixa de consultar. O relacionamento do casal enquanto seus

problemas, e a maneira com que Calvin lida com isso assemelha-se ao

comportamento da Sociedade Hipermoderna de Lipovetsky:

“O importante é entender bem que é a própria lógica do individualismo e da desagregação das estruturas tradicionais de normatização o que produz fenômenos tão opostos quanto o autocontrole e a abulia, o super-empenho prometeico e a total falta de vontade. De um lado, mais tomada de responsabilidade; de outro, mais desregramento. A essência do individualismo é o mesmo paradoxo. Ante a desestruturação dos controles sociais, os indivíduos, em contexto pós-disciplinar, têm a opção de assumir responsabilidade ou não, de autocontrolar-se ou deixar-se levar.” (LIPOVÉTSKY, 2007, p.21).

São estas barreiras de controle, público e privado que fazem com que a dissolução

da identidade dos indivíduos se perpetue como “crise-de-identidade” e auto

maquiagem do eu. O resultado disso vemos todos os dias online: imagens de

momentos ensaiados dotados de uma falsa felicidade instantânea, textos que buscam

chamar atenção para uma identidade construída nos moldes do bem sucedido, do

feliz e do perfeito que interiormente no privado se dissolvem e revelam pessoas

confusas, perdidas, individualistas que não sabem quem são, muito menos o que

esperam de seus parceiros descontando, e os culpando pelas suas frustrações

pessoais ao invés de olharem para si mesmos e buscar a resposta pelos seus

problemas. A Sociedade Pós-Moderna, ou Hipermoderna, ou, ainda, Líquida vive uma

crise existencial mascarada pela promoção de várias personas, exceto a persona

verdadeira do eu.

2.4 ESQUIZOFRENIA DIGITAL

A “Esquizofrenia Digital”, expressão encontrada na monografia de

especialização de Marina Pavão, deve ser pensada enquanto um resultado, uma

consequência da construção de identidades no pós-modernismo. Para a autora a

esquizofrenia digital é:

[...]um termo inspirado na medicina para representar uma forma de fragmentação de identidade que as pessoas apresentam em ambientes digitais. Não se refere somente ao fato de uma mesma pessoa utilizar diversos perfis em ferramentas distintas ou utilizar algumas ferramentas para determinados fins – como o trabalho, enquanto utiliza outra para fins de lazer,

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por exemplo. A esquizofrenia digital está mais relacionada à construção de um simulacro do “eu” e dos significados que o indivíduo deseja atribuir ao perfil do que necessariamente ao uso que é feito da ferramenta. Esse recorte de estudo, é, portanto, uma das formas de se analisar como a identidade se constrói e se manifesta nos dias de hoje. (PAVÃO, 2011, p. 8)

Portanto, ao deparar-se com uma identidade líquida em mutação constante e

acelerada por meio de uma homogeneização cultural, tornarmo-nos esquizofrênicos

digitais. A tirinha a seguir (Figura 5) é um clássico exemplo entre o momento real X a

construção disseminada pela Esquizofrenia Digital, nela a personagem monta um

cenário aparentemente divertido, aceito pela sociedade virtual e gerador de likes

quando na verdade está apenas se estressando e se preocupando com o retorno de

curtidas que ganhará.

De acordo com a tendência “Quiet Bliss” do Ponto Eletrônico este vazio em cada

curtida foi criado pelas mídias sociais em forma de uma disputa: ganha quem tem a

vida mais bacana. A felicidade paradoxal é destruída ao nos depararmos com uma

postagem na rede que diz: “você poderia ser mais interessante”. “Não para você, claro,

mas para os outros. De que adianta ser feliz sem platéia? Compartilhar um ideal de

vida é a cauda de pavão virtual — e nem sempre corresponde à realidade.” (BOX

1824, 2015) tudo isso acaba influindo na autoimagem e na autoestima dos usuários

das redes sociais. Um estudo australiano7 apontado pelo Ponto Eletrônico mostra que

os usuários do Facebook são narcisistas e tendem a ser mais solitários, usam da rede

social para manterem contato com o mundo.

7 Disponível em: < http://www.psmag.com/culture-society/australian-study-links-facebook-use-with-narcissism-29129>. Acesso em: 09 fev. 2015.

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Figura 5 – Tirinha

Fonte: BOX 1824. Disponível em: < https://readymag.com/pontoeletronico/quietbliss/7/>. Acesso em: 09 fev. 2015

Enquanto parte da sociedade está nesse ciclo vicioso de vazio e aceitação

virtual surgem tendências de escapismo e dosagem de conexão. Aplicativos que

avisam quanto tempo você gasta conectado no Smartphone, ou que bloqueiam o

Facebook, ou ainda que ocultam os números de curtidas e amigos são cada vez mais

evidentes, assim como espaços públicos sem Wi-fi forçando as pessoas a interagirem

com o meio real, relaxarem, e conversarem com pessoas reais ao invés de

submergirem nas telinhas de seus gadgets.

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3 EXPERIMENTOS E TÉCNICAS PARA A COLEÇÃO

3.1 DESIGN TÊXTIL

Desde o momento em que o conceito e subtema da coleção “Disrupção”

começou a ser planejado e pesquisado, o Design Têxtil foi selecionado como

elemento de destaque para as criações. As flores que além de fonte de inspiração no

sketchbook e pinterest desenvolvidos no processo de criação do subtema estavam

presentes no figurino da personagem Ruby assim como nas passarelas e tendências

de moda mais recentes. Para VIEIRA (2014, p. 63) “a superfície dos objetos ou peças

do vestuário quando modificadas possibilitam novos significados, mesmo que a forma

permaneça inalterada.” Como parte da identidade de Ruby utiliza de uma modelagem

retro da década de 1950 que foi adotada para a coleção o design têxtil tornou-se uma

ferramenta imprescindível para caracterizar as peças como inovadoras.

Três possibilidades foram testadas: Estamparia, Bordado e Aplicação de

Flores. Para cada uma houve uma extensa pesquisa de tendências utilizando a

ferramenta online pinterest, assim como pesquisa de materiais esta resultou em três

tecidos diferentes selecionados para os testes: Chiffon Satin Stripé com poliéster na

sua composição (Imagem 6); Organza com composição total de seda (Imagem 7) e

Toque de Seda com composição total de poliéster (Imagem 8).

Figura 6 – Chiffon

Fonte: Produção da autora.

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Figura 7 – Organza

Fonte: Produção da autora.

Figura 8 – Toque de Seda

Fonte: Produção da autora.

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3.1.1 Estamparia

O design de superfície segundo Evelise Rüthschilling (2008, apud. VIERA,

2014, p.63) é uma atividade técnica e criativa para a elaboração de tratamento de

superfície, seja em forma de texturas ópticas ou táteis, que apresentam soluções

estéticas, simbólicas e funções adequadas às necessidades ou materiais dos

processos de criação. Assim sendo, de acordo com a pesquisa de tendências e

referências visuais foram selecionadas as imagens do painel (Figura 9):

Figura 9 – Painel de Referências Estamparia

Fonte: Produção da autora.

Buscando trabalhar o floral com padrões geométricos, máscaras e transparências

planejou-se as seguintes estampas (Figuras 10, 11 e 12):

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Figura 10 – Estampa Sparks

Fonte: Produção da autora.

A Estampa Sparks terá seu resultado final como na imagem, entretanto será

montada em camadas. Sua base será um tecido de cor laranja liso e bem fechado,

por cima tecidos com composição em poliéster como chiffon e organza receberão

partes do desenho da estampa até que todas as camadas de tecido completem o

motivo floral com faíscas. Levando em consideração os tecidos que serão utilizados

na coleção “Disrupção” a técnica de estamparia escolhida para este motivo é a

Impressão por Sublimação. Este sistema de estamparia trata-se da impressão da

estampa em um suporte de papel que a partir deste passa para o tecido através de

um processo químico o qual ocorre quando, através do calor, a matéria (tinta) muda

do estado sólido para o gasoso sem passar pelo estado líquido. A eficiência deste

processo está na base de poliéster do tecido que retém a tinta ficando com o motivo

que estava no suporte de papel. Sobre a tinta destaca-se ainda que ela é a base de

água e isenta de metais pesados tornando-se um método de estamparia sustentável

para o meio ambiente.

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Figura 11 – Estampa Sparks II

Fonte: Produção da autora.

A Estampa Sparks II tem como base uma máscara geométrica que dá origem

a um motivo versátil podendo tanto ser impresso por sublimação a fim de estampar

um tecido mais fluído e transparente, como também, pode usar a técnica da

estamparia têxtil por jato de tinta que nada mais é que literalmente imprimir o tecido

através de Impressoras do tipo Plotter ou Impressoras criadas com a finalidade de

imprimir tecidos. Dentre as vantagens da impressão por jato de tinta ressalta-se a

capacidade de utilizar um número ilimitado de cores e o rapport ilimitado em seu

tamanho. Para esta técnica o ideal é que a base do tecido seja em algodão pois o

pigmento que é utilizado na impressora tem absorção superficial o que exige

tratamento prévio para o tecido.

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Figura 12 – Estampa Lightning

Fonte: Produção da autora.

A Estampa Lightning enquanto experimento foi somente em partes satisfatório.

Serviu como inspiração para uma ideia em que compõe uma estampa e um bordado,

entretanto, no momento em que a estampa foi finalizada ela não satisfez

esteticamente. Desta estampa será aproveitado o Rapport das flores (Figura 13) que

será aplicado em um tecido de camada inferior enquanto por cima será usado um

tecido com bordado em forma de relâmpagos.

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Figura 13 – Rapport

Fonte: Produção da autora.

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3.1.2 Bordado

De acordo com o SEBRAE:

Um bordado é uma forma de criar à mão ou à máquina desenhos e figuras ornamentais em um tecido, utilizando para este fim diversos tipos de ferramentas como agulhas, fios de algodão, de seda, de lã, de linho, de metal, de maneira que os fios utilizados formem o desenho desejado. [...] O bordado, executado sobre o tecido com agulha e linha, difere da renda porque esta não é aplicada sobre fundo já existente: ela mesma é um tecido de malhas abertas e com textura delicada, cujos fios se entrelaçam formando um desenho. (SEBRAE, 2008, p. 12)

Sendo assim, dois experimentos simples com bordado foram realizados, o

primeiro (Figura 14) com uso de pedrarias a fim de reproduzir a forma de relâmpagos,

enquanto o segundo (figura 15) usou apenas da linha de seda dourada para reproduzir

a forma e o efeito de faíscas.

Figura 14 – Amostra Relâmpago

Fonte: Produção da autora.

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Figura 15 – Amostra Faíscas

Fonte: Produção da autora.

Ambas as amostras foram satisfatórias, planeja-se usá-las como complemento às

estampas.

3.1.3 Flores

Para a confecção das flores de tecido que poderão ser utilizadas como

aplicação nos looks seguindo os exemplos do painel abaixo (Figura 16) foram

assistidas vídeo-aulas do canal do youtube Edirlene Aulas de Flores de Tecido8 e

executadas três flores diferentes (Figura 17).

8 Disponível em: <https://www.youtube.com/channel/UCWsEHP1J7KMsYKinDTkCQJQ>. Acesso em: 02 fev. 2015.

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Figura 16 – Painel de Referências de Design Têxtil

Fonte: Produção da autora.

Figura 17 – Flores de Tecido

Fonte: Produção da autora.

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Com o experimento pode-se verificar alguns problemas com os materiais

selecionados, apesar disto, considera-se as amostras satisfatórias para uso na

coleção.

3.2 MODELAGEM

Como já dito antes, a Modelagem da Coleção “Sparks” será inspirada nas

décadas de 1950 e 1960 que também inspiraram o figurino retro de Ruby Sparks

(Figura 18).

Figura 18 – Cena do filme Ruby Sparks

Fonte: Fox Searchligh. Disponível em: < http://www.nextmovie.com/blog/ruby-sparks-exclusive-movie-photos/>. Acesso em: 02 jan. 2015.

A década de 1950 foi marcada pelo pós guerra: a Europa estava quebrada

economicamente, já os Estados Unidos que mal haviam sido atingidos proveram ajuda

financeira através do Plano Marshall para os países se reerguerem.

Paris havia se tornado o centro da moda novamente e os Estados Unidos

aproveitaram a bem-estar financeiro para investir em roupas esportivas. Ainda em

1946 apoiado por um milionário do ramo têxtil, Dior abre sua casa de costura e no ano

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seguinte lança duas coleções que marcariam a modelagem da década seguinte,

nasce o “New Look”: “A coleção era notável pela falta de concessões – os ombros

eram estreitos, com perfis delicados, inclinados; as cinturas eram minúsculas,

puxadas para dentro por uma roupa de baixo conhecida como waspie ou guêpière; as

saias eram cheias e iam até embaixo da barriga da perna.” (MENDES, 2003, p. 135).

Dior também foi responsável pelas linhas “Zig-Zag” (1948), “Vertical” (1950), Tulipa

(1953), “H”, “A”, “Y” (1954-1955) e a “Linha Fuso” logo antes de sua morte (1957). Em

contrapartida, Balenciaga, aparece na década de 1950 com ideias diferentes:

“Enquanto Dior alimentava os anseios escapistas românticos das mulheres,

o atrativo do trabalho de Cristóbal Balenciaga era estritamente moderno. [...]

Empregou decotes sem colarinho que revelavam as clavículas, fazendo com

que os pescoços parecessem longos e esguios. Dava preferência a mangas

raglã, que permitiam movimento e que deslizavam suavemente até

agradáveis 7/8, revelando pulsos esguios. Ele ergueu as linhas da cintura um

pouco acima do nível natural, [...], e muitas vezes deu a suas saias linhas de

excelente caimento, minimamente bojadas. Bolsos, botoeiras e fechos

tornavam-se dinâmicos e eram meticulosamente acabados à mão.”

(MENDES, 2003, p. 132 et. seq.)

A Pirataria dos modelos parisienses cresceu cada vez mais na década com as

indústrias de produção em massa que enviavam espiões para os desfiles de alta-

costura o que fez com que aumentassem as revistas com previsões de moda e a

produção de moldes de papel:

“A tradição de fazer vestidos em casa era amplamente disseminada, e

produtores de moldes de papel como McCall, Butterick e Simplicity

atualizavam suas séries duas vezes por ano. O serviço de moldes da Vogue

continha os modelos mais vanguardistas e continuou a produzir sua extensa

série de moldes de estilistas parisienses”. (MENDES, 2003, p. 142)

A década de 1960, por sua vez, foi a década do consumismo pós período de

carência por causa das Guerras. Tanto nas Américas, quanto na Europa, o mercado

de consumo voltado aos jovens cresceu, isto fez com que a moda tivesse períodos de

curta duração, que as roupas fossem descartadas muito antes de estarem gastas, e

ainda, que a imagem jovial tornasse-se alvo de todos os consumidores.

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“Em meados da década de 1960, o ritmo da moda internacional não estava

sendo estabelecido por costureiros parisienses, mas por um talentoso grupo

de estilistas em Londres. O aspecto mais significativo dessa mudança foi que

o gume da moda começou a se concentrar no jovem médio da rua, não em

uns poucos indivíduos selecionados e ricos. A ameaça à proeminência de

Paris foi evitada apenas pelo rápido desenvolvimento do prêt-à-porter e por

inovações futuristas de Pierre Cardin, André Courrèges e Emanuel Ungaro e

por modelos revolucionários de Yves Saint Laurent.” (MENDES, 2003, p. 167)

Após pesquisa histórica e visual (Figura 19) procurou-se capturar a estética da

modelagem das duas décadas, buscando conforto para os looks da coleção. Dentre

as técnicas de modelagem existentes pretende-se utilizar a moulage, técnica de

modelagem tridimensional feita em manequim, que permite mais precisão, um

caimento melhor, logo, mais conforto.

Figura 19 – Painel de Referências de Modelagem

Fonte: Produção da autora.

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4 BOOK DE COLEÇÃO

O Book de Coleção é apresentado de duas formas em momentos distintos do

curso de Design de Moda da UDESC: primeiramente, é feito um book manual, com

croquis manuais, impresso (ou manuscrito) com encadernação à escolha do aluno no

final da sétima fase. Este Book contém os painéis Imagético, Lifestyle, Moodboard e

Trendboard, seus textos; cartelas de Cores (e Harmonias), Materiais (e aviamentos),

Design Têxtil; as referências de cabelo e maquiagem, acessórios, para os editoriais

da OCTAMag e o desfile OCTAFashion; a coleção de 25 looks com seus desenhos

técnicos; o Mapa da Coleção e o Mapa do Desfile (com os 3 looks que serão

produzidos); os Releases da coleção e a Trilha Sonora do Desfile.

No semestre seguinte o Book manual é digitalizado e transformado em um site,

os croquis são digitalizados ou redesenhados digitalmente e são acrescentadas as

fotos do Editorial da OCTAMag, do Desfile OCTAFashion e as Fichas de Prototipagem

dos Looks. Além disso um vídeo para divulgação da coleção é produzido na disciplina

de Desenho de Book Digital.

4.1 CONCEITO E TEMA

O filme Ruby Sparks (2012) é uma comédia romântica que questiona os

relacionamentos e a “Síndrome da Garota Perfeita” dos filmes de Hollywood. Nele

encontramos dois personagens opostos: Ruby e Calvin. Ela é fruto de um sonho dele

e ganha vida através de sua Máquina de Escrever. Ao ver seu relacionamento com a

personagem ter problemas de compatibilidade, Calvin decide escrever mais sobre

Ruby alterando sua personalidade. A grande questão da Coleção Sparks é: Quem é

Ruby? Qual seu temperamento, qual sua verdadeira identidade?

Ruby aqui é uma jovem mulher com temperamento forte, impulsivo e

apaixonado. Ela tem gosto pela diversão e por pequenos prazeres como filmes

antigos, andar de bicicleta, fazer picnics, ler livros no parque. Sua rotina acelerada e

criativa exige pausas para renovação. E o mais importante: Ruby é quem ela quer ser.

A Coleção Sparks possuí referências aos gostos da personagem assim como

seu figurino retrô, o foco da coleção está na estamparia dos looks onde o tema floral

é explorado junto a padrões geométricos, uma forma de unir as décadas de 1950 e

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1960 em vestidos, macacões e macaquinhos, calças pantalona, bermudas e shorts

amplos. São roupas leves de alfaiataria confortáveis para o clima de Primavera/Verão.

4.1.1 Texto Argumento

Disrupção. Ruptura. Faísca que ocorre no ligamento de uma corrente elétrica.

Ruby Sparks foi uma faísca capturada brevemente pelo escritor Calvin Weir-Fields,

no filme homônimo lançado em 2012, onde teve sua identidade reescrita e modificada

por Calvin diversas vezes. Ruby aqui deixa de ser uma marionete e ganha

personalidade própria. Assim como o escritor não sabemos o final desta história, ou

suas ações e reações. A personagem assume sua a liquidez de sua identidade que

se modifica apenas conforme seus sentimentos, se mostra humana com toda sua

força, paixão e feminilidade através das flores que a cercam.

4.1.2 Release Revista

Inspirada na personagem Ruby Sparks do filme homônimo de 2012 e discutindo

os conceitos de liquidez da sociedade/identidade de Bauman a Coleção Sparks

referencia o gosto da protagonista, assim como seu figurino retrô. O foco da coleção

está na estamparia dos looks, onde o tema floral é explorado junto a padrões

geométricos em peças leves de alfaiataria, confortáveis e ideais para

Primavera/Verão.

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4.1.3 Painel Imagético

Figura 20 – Painel Imagético

Fonte: Produção da autora.

4.2 SEGMENTO DE MERCADO

O segmento que a coleção Sparks pretende atingir é o de um público jovem

(descrito a seguir em “Público-Alvo”), que consomem de forma diferente, não é apenas

o produto que os atraí, mas todo o processo de venda, incluindo a loja (virtual ou

física). Um exemplo disso é a loja Urban Outfitters, a qual é responsável (junto ao

ebay, e a lomography) por alimentar o mercado de câmeras vintage e retro. Na loja

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online é possível encontrar modelos antigos da marca Polaroid, e filmes para as

câmeras do Impossible Project. (A marca Polaroid descontinuou a produção de filmes

para as suas câmeras anos atrás, o que permitiu a criação do Impossible Project para

alimentar essas câmeras independentemente da Polaroid.) Suas lojas físicas, como a

da Herald Square, materializam a experiência não só do público-alvo da coleção

Sparks, como de diversos públicos-alvo. O ambiente é descontraído e urbano e conta

com pequenos entretenimentos como um “pit stop” para quem veio de bicicleta, uma

cabine de fotos (que promete embelezar o usuário), e lounge para descanso. Apesar

de toda a vibe vintage, a loja é hiperconectada, munido de um smartphone o usuário

pode consultar preço e tamanhos do produto através da leitura do código de barras

do que estiver exposto. A Urban Outfitters não é apenas uma loja, é um espaço, uma

experiência, uma identidade9, uma trendsetter.

A Urban Outfitters abrange as marcas: Anthropologie, BHLDN, Free People,

Terrain, e Urban Outfitters marcas. Cada marca tem um segmento único que varia das

idades de 18 a 45 anos, e oferecem uma mistura eclética de mercadoria. A empresa

opera cerca de 550 lojas em os EUA, Canadá e Europa, além dos revendedores, que

compreende cerca de 1.400 lojas especializadas e lojas de departamento.

4.2.1 Público-alvo

Mulheres, de 20-30 anos, que cursam ou já cursaram o ensino superior,

possuem renda fixa, lidam com a área de design, ilustração e comunicação, nos seus

hobbies encontram-se momentos de relaxamento em contato com a natureza, como

picnics, caminhadas à beira-mar, passeios de bicicleta ou patins, e natação. São

mulheres dinâmicas, divertidas, saem para balada com o intuito de dançar e se divertir

com os amigos. Apesar dos momentos off-line são extremamente ligadas em

tecnologia e permanecem conectadas no webesfera todos os dias compartilhando

seus momentos nas redes sociais. São mulheres apaixonadas de personalidade forte,

antenadas nas tendências de moda que misturam o contemporâneo com o romântico,

o moderno e o vintage/retro.

9 Parafraseado de: http://www.ruadebaixo.com/urban-outfitters.html Acesso em: 30/04/15 às 23h16min.

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Para melhor visualização dessas mulheres foi desenvolvido o Painel Lifestyle

logo abaixo (Figura 20):

4.2.2 Painel Lifestyle

Figura 21 – Painel Lifestyle

Fonte: Produção da autora.

4.2.3 Trendboard

A Moda Retro vem sido explorada desde meados dos anos 2000 e a cada ano

que passa essa tendência se legitima mais e se renova explorando décadas diferentes

ou shapes ainda não explorados, as décadas de 1940 e 1950 foram as que mais

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figuraram as passarelas, desde então, tirando do cotidiano as peças de cintura baixa

para a volta da cintura alta.

A marca Finery em conjunto com o florista Nik Southern trouxeram o floral de

maneira irreverente, misturando flores grandes e naturais com grafismos para o

design têxtil de sua coleção (Figura 21 e 22) (e também decoração da loja), já o Site

de tendências Style Bubble10 mostra o cenário 3D (tridimensional) do último desfile da

Channel (Figura 23) como resposta para a fala irônica da personagem Miranda

Priestly em “O Diabo Veste Prada”: “Floral, para primavera? Inovador” de que, sim,

floral ainda pode ser inovador.

Figura 22 – Finery

Fonte: Style Bubble. Disponível em: <http://www.stylebubble.co.uk/style_bubble/2015/02/we-are-finery.html>. Acesso em: 10 fev. 2015.

10 Disponível em: <http://www.stylebubble.co.uk/style_bubble/2015/02/florals-for-spring-groundbreaking.html>. Acesso em: 10 fev. 2015.

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Figura 23 – Editorial Finery

Fonte: Style Bubble. Disponível em: <http://www.stylebubble.co.uk/style_bubble/2015/02/we-are-finery.html>. Acesso em: 10 fev. 2015.

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Figura 24 – Cenário Desfile Chanel S/S 2015 HTC

Fonte: Style Bubble. Disponível em: <http://www.stylebubble.co.uk/style_bubble/2015/02/florals-for-spring-groundbreaking.html>. Acesso em: 10 fev. 2015.

Assim sendo, conforme pesquisa de tendências realizada desde o início do

Projeto de TCC e Coleção foi elaborado o Painel Trendboard (Figura 24) com as

seguintes marcas: Tata Naka; Michael Kors; Oscar de La Renta; Blumarine; Antonio

Marras; Dolce & Gabbana; Manish Arora; Martin Margiela; Elie Saab; Thom Browne;

Carolina Herrera; Dior; Mary Kantratzou; entre outras que não fizeram a composição

do Painel mas serviram de inspiração para o Design Têxtil.

A cartela de cores foi inspirada na Microtendência Softpop elaborada pela

WGSN11 na qual as cores pastéis misturam-se com cores fortes inspiradas na década

de 1960, nas expressões de rua tirando o tédio e a monotonia e trazendo felicidade

para as passarelas.

11 Disponível em: <http://www.wgsn.com/en/micro/Art_Dept/2014/ss16/ss16_global_colour/2_inspiration/PDF/3_WGSN_SS16_COLOUR_DIRECTION_SOFTPOP.pdf>. Acesso em: 04 jan. 2015.

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4.2.4 Painel Trendboard

Figura 25 – Painel Trendboard

Fonte: Produção da autora.

4.2.5 Moodboard

O painel Moodboard contém referências ao filme Ruby Sparks, tal como o

comportamento da personagem principal, assim como uma atmosfera com seus

gostos e particularidades. Além disso, buscou-se trazer à realidade do público-alvo

da coleção com exemplos de objetos e sentimentos semelhantes aos de Ruby e

comuns para o Público.

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O resultado foi o gosto pela mistura do design moderno com elementos antigos,

como músicas, filmes e livros, uma vida colorida, corrida e complicada dotada de uma

personalidade tão forte e complicada quanto.

4.2.6 Painel Moodboard

Figura 26 – Painel Moodboard

Fonte: Produção da autora.

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4.3 CORES

Ruby. Rubi. Rubor. Vermelho Forte. O ponto principal foram as variações de

vermelho a partir da cor que dava nome à personagem. O outro referencial para a

cartela foram as flores, encontram-se tons de verde, amarelo, rosa próximos à cartela

da Microtendência Softpop, e cinzas frios para não tirar o foco de Ruby e dar harmonia

ao design têxtil.

4.3.1 Cartela Cromática

Figura 27 – Cartela Cromática

Fonte: Produção da autora.

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4.3.2 Harmonia de Cores

Figura 28 – Cartela Cromática

Fonte: Produção da autora.

4.3.3 Design Têxtil

O design têxtil da coleção Sparks combina as formas geométricas da década

de 1960 com fotografias de flores grandes, cheias de presença, que não são apenas

delicadas assim como o público-alvo da coleção. Outra referência do final da década

de 1960 foram os caleidoscópios que inspiraram a estampa Kaleidoscopic Ruby. No

total a coleção Sparks conta com 5 estampas chamadas: Geometric Ruby I (Figura

29), II (Figura 30) e III (Figura 31), Kaleidoscopic Ruby (Figura 32), e Sparks (Figura

33).

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Figura 29 – Geometric Ruby I

Fonte: Produção da autora.

Figura 30 – Geometric Ruby II

Fonte: Produção da autora.

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Figura 31 – Geometric Ruby III

Fonte: Produção da autora.

Figura 32 – Kaleidoscopic Ruby

Fonte: Produção da autora.

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Figura 33 – Sparks

Fonte: Produção da autora.

4.4 MATERIAIS

A Coleção Sparks é composta por tecidos de caimento leve, frescos e com

acabamento elegante, como os transparentes Crepe e Organza Cristal e os

acetinados Chamoá Francês, Crepe Laurent, e Cetim Chamousse.

Para garantir conforto, praticidade e um excelente acabamento alguns recortes

serão feitos com Tule Illusion e nos aviamentos zíperes invisíveis, elástico, entretela

para estruturar alguns dos looks, e botão forrado com os próprios tecidos da coleção.

As estampas serão feitas por Sublimação devido a composição dos tecidos ser

poliéster.

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Figura 34 – Cartela de Materiais

Fonte: Produção da autora.

Figura 35 – Cartela de Materiais

Fonte: Produção da autora.

Figura 36 – Cartela de Materiais

Fonte: Produção da autora.

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Figura 37 – Cartela de Materiais

Fonte: Produção da autora.

Figura 38 – Cartela de Materiais

Fonte: Produção da autora.

Figura 39 – Cartela de Materiais

Fonte: Produção da autora.

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4.5 COLEÇÃO

A Coleção Sparks consiste em 25 looks autorais, todos desenvolvidos

manualmente no book manual e digitalmente no site e neste TCC. Para auxiliar a

modelagem e a confecção fizeram-se desenhos técnicos para todos os looks, apesar

de apenas três foram produzidos para o OCTA Fashion 2015.

Figura 40 – Look 01

Fonte: Produção da autora.

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Figura 41 – Look 02

Fonte: Produção da autora.

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Figura 42 – Look 03

Fonte: Produção da autora.

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Figura 43 – Look 04

Fonte: Produção da autora.

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Figura 44 – Look 05

Fonte: Produção da autora.

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Figura 45 – Look 06

Fonte: Produção da autora.

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Figura 46 – Look 07

Fonte: Produção da autora.

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Figura 47 – Look 08

Fonte: Produção da autora.

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Figura 48 – Look 09

Fonte: Produção da autora.

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Figura 49 – Look 10

Fonte: Produção da autora.

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Figura 50 – Look 11

Fonte: Produção da autora.

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Figura 51 – Look 12

Fonte: Produção da autora.

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Figura 52 – Look 13

Fonte: Produção da autora.

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Figura 53 – Look 14

Fonte: Produção da autora.

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Figura 54 – Look 15

Fonte: Produção da autora.

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Figura 55 – Look 16

Fonte: Produção da autora.

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Figura 56 – Look 17

Fonte: Produção da autora.

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Figura 57 – Look 18

Fonte: Produção da autora.

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Figura 58 – Look 19

Fonte: Produção da autora.

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Figura 59 – Look 20

Fonte: Produção da autora.

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Figura 60 – Look 21

Fonte: Produção da autora.

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Figura 61 – Look 22

Fonte: Produção da autora.

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Figura 62 – Look 23

Fonte: Produção da autora.

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Figura 63 – Look 24

Fonte: Produção da autora.

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Figura 64 – Look 25

Fonte: Produção da autora.

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4.6 MAPA DA COLEÇÃO

Figura 65 – Mapa da Coleção

Fonte: Produção da autora.

4.7 MAPA DO DESFILE

Figura 66 – Mapa do Desfile

Fonte: Produção da autora.

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4.8 PRODUÇÃO E BELEZA

Para os editoriais da OCTAMag e para o Desfile OCTA Fashion foram usadas

as mesmas referências de beleza e produção. Cabelo ruivo como o da personagem

Ruby, assim como batom vermelho para representar a cor. Pele leve e olhos

delineados representando as décadas de 1950 e 1960 que inspiraram a coleção.

Figura 67 – Beleza e Acessórios

Fonte: Produção da autora.

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4.9 TRILHA SONORA DO DESFILE

Para refletir o espírito de uma nova vida na qual Ruby é dona de si, escolheu-

se a Música Feeling Good de Nina Simone, para trazer cara nova para a canção

escolheu-se a versão produzida pelo DJ Avicii em 2015.

4.10 PRESS-KIT

A personagem Ruby Sparks é uma artista, faz ilustrações, desenhos, pinturas...

O público alvo da coleção Sparks são mulheres que trabalham com a criatividade,

unindo isso ao filme, o Press Kit da coleção será composto de um Sketchbook (Figura

68) para desenho, cuja capa terá uma das estampas da coleção, folhas brancas sem

pauta permitirão não apenas ilustrações, mas colagens e anotações de todas as ideias

e sentimentos que o usuário tiver.

Figura 68 – Press-Kit

Fonte: Produção da autora.

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5 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

5.1 FICHAS TÉCNICAS DO PRODUTO

Tabela 1 – Ficha Técnica Look 1

FICHA TÉCNICA DO PRODUTO

Modelo: Vestido com Fenda Código produto: 002

Descrição modelo: Vestido com fenda na saia e recortes geométricos

Coleção: Sparks Data: 28/10/2015

Designer: Ana Karenina Francio

Modelista: Ana Karenina Francio

Grade de tamanhos: 38-40-42 Tamanho peça piloto: 42

Tecidos Cor Composição Quantidade Custo Fornecedor

1 Crepe Laurent

Prata 100% PES 1 m R$ 54,80

Kotzias

2 Crepe Cinza 100% PES 1 m R$ 18,90

Kotzias

3 Chamois Francês

Branco 100% PES 3 m R$ 163,50

Kotzias

4 Cetim Chamousse

Cinza 100% PES 2m R$ 51,60

Kotzias

Aviamentos Cor Composição Quantidade Custo Fornecedor

1 Linha 120 Cinza 100% PES 1 rolo R$9,90 Vera Cruz

2 Linha 180 Cinza 100% PES 1 rolo X UDESC

3 Viés de Cetim Cinza 100% CA 10 m R$9,90 Vera Cruz

4 Botão forrado 12mm

Colorido 100% PES 1 un R$0,50 Laço de Cetim

5 Entretela de Malha Colante

Branca 100% PES 1 m R$17,90 Kotzias

6 Zíper Invisível 40 cm

Cinza 100% PES 1 un R$1,25 Vera Cruz

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Desenho técnico:

Plano de corte:

Observação: Pontilhado representa os locais onde o viés foi aplicado

Pilotista: Ana Karenina Francio Data: 28/10/2015

FICHA TÉCNICA DO PRODUTO - Sequência Operacional

Modelo: Vestido com Fenda Código produto: 002

Descrição modelo: Vestido com fenda na saia e recortes geométricos

Coleção: Sparks Data: 28/10/2015

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Seq

Operação / Procedimento Máquina / Equipamento

Observações

1 Entretelar recortes estampados e saia com fenda

Ferro de passar

2 Unir recortes da blusa, limpá-los e pespontar

Reta/Overlock

3 Fazer acabamento em viés nos recortes horizontais da blusa (frente e costas)

Reta

4 Unir frente e costas da blusa pelos ombros com costura inglesa

Reta

5 Pregar viés na abertura em gota das costas, depois no decote fazendo uma casa para o botão forrado

Reta

6 Pregar botão forrado na abertura das costas

Manual

7 Fechar lateral direita da blusa Reta

8 Fechar pences na saia lápis Reta

9 Fechar as costas da saia lápis fazendo acabamento na fenda. Fechar lateral direita da saia lápis, no lado esquerdo fechar até altura do zíper, reservar.

Reta/Overlock

10 Unir lateral esquerda do forro da saia de fenda, fazer o mesmo com a saia estampada

Reta

11 Unir forro e saia pela barra até a altura do zíper na lateral esquerda

Reta

12 Pregar blusa e saia Reta

13 Colocar zíper invisível Reta

14 Fazer bainha da saia lápis com 2 cm de costura

Reta

15 Limpar, passar e embalar Ferro de passar/Manual

Observações:

Fonte: Produção da autora.

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Tabela 2 – Ficha Técnica Look 2

FICHA TÉCNICA DO PRODUTO

Modelo: Vestido transpassado Código produto: 001

Descrição modelo: Vestido com elástico na cintura, saia transpassada e recortes geométricos

Coleção: Sparks

Data: 09/09/2015

Designer: Ana Karenina Francio Modelista: Ana Karenina Francio

Grade de tamanhos: 38-40-42 Tamanho peça piloto: 40

Tecidos Cor Composição Quantidade Custo Fornecedor

1 Crepe Cinza 100% PES 1m R$ 18,90

Kotzias

2 Crepe Branco 100% PES 3m R$ 56,70

Kotzias

3 Crepe Laurent

Amarelo 100% PES 0,6m R$ 32,88

Kotzias

4 Cetim Chamousse

Branco 100% PES 2,5m R$ 64,50

Kotzias

Aviamentos Cor Composição Quantidade Custo Fornecedor

1 Linha 120 Branca 100% PES 1 rolo R$ 3,20

Vera Cruz

2 Linha 120 Cinza 100% PES 1 rolo R$ 9,90

Vera Cruz

3 Linha 120 Amarela 100% PES 1 rolo R$ 3,20

Vera Cruz

4 Linha 180 Branca 100% PES X X UDESC

5 Viés Branco 100% CA 1 rolo R$ 9,90

Vera Cruz

6 Elástico Branco 51% PES 49% Latex

2m R$ 1,50

Vera Cruz

Desenho técnico:

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Plano de corte:

Observação: Tecido Crepe Branco foi estampado através de Sublimação com estampa exclusiva criada pela designer.

Pilotista: Ana Karenina Francio Data: 09/09/2015

FICHA TÉCNICA DO PRODUTO - Sequência Operacional

Modelo: Vestido transpassado Código produto: 001

Descrição modelo: Vestido com saia transpassada

Coleção: Sparks

Data:

Seq Operação / Procedimento Máquina / Equipamento

Observações

1 Marcar pences da blusa inferior e fechá-las

Reta

2 Fechar lateral blusa inferior Reta e Overlock

3 Fechar blusa lateral blusa sup. (costura inglesa) e pregar viés na ‘cava’ c/pesponto aparente

Reta

4 Fechar lateral da saia com costura inglesa

Reta

5 Fechar lateral do forro da saia com costura inglesa

Reta

6 Unir saia e forro pelas extremidades laterais com costura inglesa

Reta

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7 Fechar lateral barra da saia (tecido superior e inferior)

Reta

8 Unir barra da saia pela lateral da extremidade passando pela bainha até a outra extremidade

Reta

9 Pregar barra da saia na saia com margem de 1cm, cortar o excesso de tecido

Reta

10 Unir ombros do decote (tecido superior e inferior)

Reta

11 Unir decote (tecido superior e inferior) pelo degolo

Reta

12 Pregar decote nas blusas inferior e superior pelo lado direito (frente e costas) pelo lado de dentro pregar o decote manualmente com ponto invisível (frente e costas)

Reta

13 Pregar viés na blusa inferior e lateral do decote com pesponto aparente

Manual

14 Unir saia e Blusa Reta

15 Pregar viés por dentro do vestido na cintura, fazendo um túnel para inserção do elástico roliço.

Reta

16 Inserir elástico e amarrar, franzindo assim, o vestido.

Reta

17 Limpar costuras Manual

18 Passar Manual/Ferro de Passar

19 Embalar Manual

Observações:

Fonte: Produção da autora.

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Tabela 3 – Ficha Técnica Look 3

FICHA TÉCNICA DO PRODUTO

Modelo: Vestido Godê Código produto: 003

Descrição modelo: Vestido com recortes e saia godê

Coleção: Sparks

Data: 28/10/2015

Designer: Ana Karenina Francio

Modelista: Ana Karenina Francio

Grade de tamanhos: 38-40-42 Tamanho peça piloto: 38

Tecidos Cor Composição Quantidade Custo Fornecedor

1 Cetim Chamousse

Vermelho 100% PES 3 m R$ 77,40

Kotzias

2 Chamois Francês

Vermelho 100% PES 4 m R$ 218,00

Kotzias

3 Chamois Francês

Branco 100% PES 4,5 m R$ 246,60

Kotzias

Aviamentos Cor Composição Quantidade Custo Fornecedor

1 Entretela Cavalinha

Branca 100% CV 1m R$ 15,00

Vera Cruz

2 Zíper Invisível Destacável

Vermelho 100% PES 1 R$ 1,10

Vera Cruz

3 Zíper Invisível Vermelho 100% PES 1 R$ 0,75

Vera Cruz

4 Viés de Cetim Vermelho 100% CA 1 rolo R$ 9,90

Vera Cruz

5 Linha 120 Vermelha 100% PES 1 rolo R$ 3,75

Vera Cruz

Desenho técnico:

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Plano de corte:

Observação:

Pilotista: Ana Karenina Francio Data: 28/10/2015

FICHA TÉCNICA DO PRODUTO - Sequência Operacional

Modelo: Vestido Godê Código produto: 003

Descrição modelo: Vestido com recortes e saia godê

Coleção: Sparks

Data: 28/10/2015

Seq Operação / Procedimento Máquina / Equipament

o

Observações

1 Alinhavar entretela cavalinha nos recortes do top básico

Reta

2 Unir partes do top básico (lado direito e forro), abrir costuras no ferro

Reta e Ferro de passar

3 Unir forro com lado direito pela parte superior do top

Reta

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4 Pregar viés para inserir a barbatana nas margens de costura

Reta

5 Inserir barbatanas e fechar a parte inferior do top deixando espaço para poder desvirá-lo

Manual e Reta

6 Colocar zíper invisível destacável no top

Reta

7 Desvirar top e fechar o resto da parte inferior fazendo costura invisível manual no forro/barra.

Manual

8 Unir ombros regata do vestido (forro e parte estampada)

Reta

9 Unir forro e frente pelo decote, aplicar viés nas laterais da regata

Reta

10 Unir recortes da saia godê, fechar lateral direita, fechar lateral esquerda até a marca do zíper.

Reta

11 Fechar lateral esquerda do forro da saia até a marca do zíper

Reta

12 Unir regata na saia pela cintura Reta

13 Pregar forro na saia pela cintura Reta

14 Colocar zíper invisível embutindo acabamento no forro

Reta

15 Fazer bainha de lenço no forro Reta

16 Fazer bainha de 1,5cm na saia Reta

17 Limpar, Passar e Embalar Manual e Ferro de passar

Observações:

Fonte: Produção da autora.

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5.2 FICHAS DE ACOMPANHAMENTO PROCESSUAL

Tabela 4 – Ficha de Acompanhamento Processual Look 01

Fonte: Produção da autora.

FICHA DE ACOMPANHAMENTO PROCESSUAL MODELAGEM

ALUNO: Ana Karenina Francio TURMA: Y

DESENHO TÉCNICO

DESCRIÇÃO DO LOOK NOME DA PEÇA : Vestido com Fenda. TECIDOS: Crepe, Crepe Laurent, Chamois Francês e Cetim Chamousse. METRAGEM: 1m (cinza), 0,8m (cinza), 3m (estampado) e 2m (cinza). AVIAMENTOS: Viés de Cetim (cinza), Zíper invisível 40cm (cinza), Botão forrado 12mm (estampado), Entretela de Malha (2m) e Colchetes. BASE / TECNICA Base Comercial Cava Máxima Tamanho 42 Saia Lápis Tamanho 42 Modelagem plana manual Fecharam-se todas as pences para embuti-las nos recortes da blusa do vestido. O comprimento da saia lápis foi encurtado para 40cm. A saia com fenda teve suas pences embutidas também, foi usada a base a fim de fazer uma saia evazê com fenda na frente. Foi colocado 1,5cm de margem de costura nas laterais por causa dos tecidos utilizados na confecção.

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Tabela 5 – Ficha de Acompanhamento Processual Look 02

Fonte: Produção da autora.

FICHA DE ACOMPANHAMENTO PROCESSUAL MODELAGEM

ALUNO: Ana Karenina Francio TURMA: Y

DESENHO TÉCNICO

DESCRIÇÃO DO LOOK NOME DA PEÇA : Vestido com Transpasse na Saia. TECIDOS: Crepe, Crepe Laurent e Cetim Chamousse. METRAGEM: 1m (cinza) + 2m (estampado), 0,60m (amarelo) e 2,5m (branco). AVIAMENTOS: Viés de Cetim (branco), Elástico roliço nº25. BASE / TECNICA Base Comercial Cava Máxima Tamanho 40 Modelagem plana manual Aumentou-se em 1,5cm a largura das costas, foi dada uma folga de 3,5cm na base a fim de que o vestido tivesse o caimento desejado. No princípio planejou-se fazer o vestido totalmente duplo, entretanto, pós prototipagem optou-se por não fazer as partes superiores duplas e fazer acabamento com viés.

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Tabela 6 – Ficha de Acompanhamento Processual Look 03

Fonte: Produção da autora.

FICHA DE ACOMPANHAMENTO PROCESSUAL MODELAGEM

ALUNO: Ana Karenina Francio TURMA: Y

DESENHO TÉCNICO

DESCRIÇÃO DO LOOK NOME DA PEÇA : Vestido com Recorte Godê. TECIDOS: Chamois Francês e Cetim Chamousse. METRAGEM: 4m (vermelho) + 4,5m (estampado) e 3m (vermelho). AVIAMENTOS: Viés de Cetim (vermelho), Zíper Invisível 20cm (vermelho), Zíper Invisível Destacável (Vermelho), Entretela Cavalinha (1m), Barbatana. BASE / TECNICA Base Comercial Cava Máxima Tamanho 42 Saia Godê Roda Inteira Tamanho 42 Modelagem plana manual Seguiu-se o passo a passo da apostila para o bustiê tomara que caia, colocando margem de 1,5cm por conta dos tecidos utilizados na confecção, o fechamento do top foi feito com zíper invisível destacável. Foram tirados dois moldes da saia godê. Um para o forro e outro onde foi acrescentado os recortes estampados da saia (com margem de 1cm). A parte superior do vestido foi feita na base comercial com decote canoa.

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5.3 DESFILE DE MODA

Em 13 de novembro de 2015 ocorreu o OCTA Fashion 2015 – Observatório de

Cultura e Tendências Antecipadas – no OCEANIA às 19h30min. No evento foram

apresentadas as coleções de formatura de 39 formandos do curso de Moda da

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC incluindo a Coleção Sparks.

Figura 69 – Editorial OCTAMag

Fonte: Guilherme de Matos (2015).

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Figura 70 – Editorial OCTAMag

Fonte: Guilherme de Matos (2015).

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Figura 71 – Look 1 OCTA Fashion

Fonte: Cristiano Prim (2015).

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Figura 72 – Look 1 OCTA Fashion

Fonte: Cristiano Prim (2015).

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Figura 73 – Look 2 OCTA Fashion

Fonte: Cristiano Prim (2015).

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Figura 74 – Look 2 OCTA Fashion

Fonte: Cristiano Prim (2015).

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Figura 75 – Look 3 OCTA Fashion

Fonte: Cristiano Prim (2015).

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Figura 76 – Look 3 OCTA Fashion

Fonte: Cristiano Prim (2015).

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Figura 77 – A Coleção Sparks OCTA Fashion

Fonte: Cristiano Prim (2015).

Figura 78 – A Coleção Sparks OCTA Fashion

Fonte: Cristiano Prim (2015).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ruby Sparks é uma crítica a um modelo ideal feminino, uma crítica a

manipulação de sentimentos em relacionamentos modernos que encontramos no real

e no virtual. E, analisando profundamente, uma crítica a liquidez e a falta de liberdade

da sociedade hipermoderna. Paradoxalmente foi o excesso de liberdade no mundo

virtual (e também no real) que gerou a dissolução da identidade dos indivíduos. Não

somos quem queremos ser, somos quem achamos que devermos ser e construímos

simulacros de nós mesmos todos os dias através de posts e fotos nas redes sociais.

Felicidade e tristeza tornam-se conceitos impossíveis e intocáveis prendendo a

sociedade em um torpor de fingimento.

A ideia de que Ruby pudesse ser ela mesma com suas inconstâncias e livre de

manipulações foi o ponto de partida para a criação desta coleção. Mapeou-se

características da “verdadeira” Ruby Sparks e partir destas formulou-se o Público-Alvo

da coleção. O maior desafio foi personificar Ruby unindo a estamparia, com uma

modelagem retrô com elementos modernos.

O destaque da coleção Sparks é a estamparia, para o resultado final além das

estampas apresentadas no estudo de experimentos diversas gerações de alternativas

foram criadas. Optou-se pelo processo de Sublimação por se adequar ao tipo de

tecido escolhido para a coleção. Não houveram problemas durante essa etapa.

A produção dos três looks foi um desafio cumprido. Todos os três looks foram

modelados e costurados pela autora com orientação dos professores. O primeiro look

costurado (segundo look na passarela) foi o mais problemático por conta de sua

matéria-prima: um crepe muito fino que dificultava o corte e a costura do mesmo.

Depois de pronto este look não precisou de ajustes para caber na modelo do desfile.

O segundo look costurado (primeiro look na passarela) apesar de ter partes com o

mesmo crepe fino do primeiro não foi tão difícil de se produzir. Sua modelagem foi o

maior desafio por todas as pences serem embutidas em recortes. Graças a orientação

da professora foi possível realiza-la em modelagem plana. Este look também não

precisou de ajustes para servir na modelo. O terceiro e último look era o que tinha

matéria-prima mais fácil de se manusear. Porém, a modelo era muito menor que ele

para diminuí-lo foi necessário refazê-lo quase do zero.

Sendo assim, considero cumpridos os objetivos e desafios deste trabalho.

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REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: EJ. Zahar, 2012. 258 p.

HALL, Stuart,. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. 102 p.

LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo . São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 402 p.

LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, c2004. 129 p.

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SITES

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BOX 1824. Quiet Bliss. 2014. Ponto Eletrônico. Disponível em: < https://readymag.com/pontoeletronico/quietbliss/>. Acesso em: 09 fev. 2015.

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CINEMATOGRÁFICAS

RUBY Sparks. Direção de Jonathan Dayton, Valerie Faris. Produção de Albert Berger, Ron Yerxa. Realização de Fox Searchlight Pictures. Roteiro: Zoe Kazan. Música: Nick Urata. Estados Unidos da América: Bona Fide Productions, 2012. (104 min.), son., color. Legendado.

CONSULTADAS

BROWN, T. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

FINERY. Pattern of Thought. 2015. Finery London. Disponível em: < https://www.finerylondon.com/uk/chapters/pattern-of-thought/>. Acesso em: 10 fev. 2015.

SLACK, N. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2009.