38
0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA A Educação Inclusiva Do Aluno Com Síndrome De Down Marilene de Jesus Matos de Sá Orientadora: Professora Maria Esther de Araújo Co-orientadora: Giselle Boger Brand Rio de Janeiro 2016

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

0

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E

INCLUSIVA

A Educação Inclusiva Do Aluno Com Síndrome De Down

Marilene de Jesus Matos de Sá

Orientadora: Professora Maria Esther de Araújo

Co-orientadora: Giselle Boger Brand

Rio de Janeiro

2016

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E

INCLUSIVA

A Educação Inclusiva Do Aluno Com Síndrome De Down

<>

<>

<>

<>

<>

Monografia Apresentada Ao Instituto A Vez Do Mestre Como

Requisito Parcial Para Obtenção Do Titulo De Especialista Em

Educação Especial E Inclusiva

Rio de Janeiro

2016

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida e por me permitir conviver com

esses seres de luz na minha caminhada que são as crianças com Síndrome de

Down que tanto me ajudam a enxergar nelas seu potencial no ato de aprender.

A minha mãe pela existência, que sempre esteve a meu lado e hoje

de onde estiver torce por mim.( in memorian)

E a meus amigos inseparáveis Artênio e Luzia que estiveram o

tempo todo a meu lado colaborando com informações, debates, livros, links me

incentivando e auxiliando para que esse trabalho pudesse ser realizado.

Alexandre Magno amigo de todas as monografias, tecnólogo da

informação, ter sua dedicação e conviver com ele fundamental nessa fase de

formatação de monografia.

Ao Colégio Educação e Arte pelo incentivo nessa trajetória para que

eu pudesse ser uma especialista em educação especial e inclusiva.

E a todos os amigos que junto ao meu coração me motivaram para o

sucesso do meu trabalho acadêmico.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

3

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a Milena e Victoria meninas adoráveis com

Síndrome de Down que me permitiram conhece-las e me proporcionaram

conviver e aprender a enxergar o universo das crianças com necessidades

educacionais especiais percebendo todo seu potencial de aprender.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

4

RESUMO

Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de

Down com o objetivo de estudar a inclusão de alunos com Síndrome de Down.

Tendo em vista a importância do tema e a necessidade em lidar com

a diversidade na escola é que se propôs uma pesquisa qualitativa descritiva e

em segundo plano, quantitativa, para identificar o que pensam os professores

que trabalham nas escolas sobre a inclusão de alunos com Síndrome de Down.

Investigou- se a metodologia e estratégias de ensino, os aspectos

facilitadores e dificultadores encontrados pelos professores e sobre a

importância da parceria escola-família na inclusão de crianças com Síndrome

de Down. Para embasamento teórico fez-se estudo de vários autores dentre

eles Stray

Gundersen(2007)Carneiro(2013)Glat(2009)Carvalho(2000)Boechat(2007)

Melman(2006) O´Regan(2007) entre outros.

Analisando a pesquisa considerou-se ser possível alfabetizar a

criança com Síndrome de Down desde que a escola tenha condições

necessárias, dê suporte pedagógico e seja adaptada, respeite o tempo da

criança e suas limitações. Utilizam a metodologia interacionista porque é a

mais adequada para esse tipo de criança e várias estratégias como atividades

concretas e lúdicas, atividades em grupo, acompanhamento colegas, jogos e

brincadeiras, softwares e apoio pedagógico de um professor. Percebeu-se

também a necessidade de atualização dos professores e o investimento na

valorização dos profissionais da educação, bem como adaptação da estrutura

física da escola. Concluiu-se que a família deve participar de perto da vida

escolar da criança, trocando informações e experiências ajudando no

direcionamento dos trabalhos visto que o diálogo com a família trás grandes

benefícios ao desenvolvimento da criança.

Palavras chaves: Síndrome de Down- inclusão- estratégias de

ensino- família.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

5

SUMÁRIO

CAPITULO I Breve histórico da educação especial e inclusiva........6

1.1 Educação especial- Histórico do Surgimento.............................. 7

1.2 Educação Especial no Século XX................................................9

1.3 Educação Inclusiva: Uma Visão Histórica .................................11

CAPITULO II - A SÍNDROME DE DOWN.........................................15

2.1 Históricos da Síndrome de Down...............................................15

2.2 Definição de Síndrome de Down................................................16

CAPITULO III - A SÍNDROME DE DOWN E A LDB.........................19

3.1 Educação Inclusiva e Legislação Brasileira ...............................19

3.2 A Síndrome de Down na Educação Inclusiva.............................23

CAPITULO IV - A RELAÇÃO ESCOLA X FAMÍLIA NA SÍNDROME

DE DOWN........................................................................................27

4.1 Educação Inclusiva: professor, escola e família........................28

4.2 Dilema das famílias e a escola inclusiva....................................29

4.3 Metodologia e estratégias de ensino..........................................30

CONCLUSÃO...................................................................................33

BIBLIOGRAFIA.................................................................................35

WEBGRAFIA....................................................................................37

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

6

CAPITULO I - BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO

ESPECIAL E INCLUSIVA

Evidencia-se que a inclusão ou a exclusão das pessoas com

deficiência estão intimamente ligadas às questões culturais. No Brasil, até a

década de 50, praticamente não se falava em Educação Especial. Foi a partir

de 1970, que a educação especial passou a ser discutida, tornando-se

preocupação dos governos com a criação de instituições públicas e privadas,

órgãos normativos federais e estaduais e de classes especiais.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação no capitulo V da Educação

Especial tem na sua relevância na sociedade ao descobrir que os alunos com

necessidades especiais são educandos e devem ser educados.

Educação para todos define a lei. Ainda hoje se discute sobre ao

atendimento educacional escolar de alunos com necessidades especiais e as

propostas de uma escola inclusiva e de boa qualidade e não que exclua

aqueles que possuam essas necessidades especiais.

As novas tendências na educação especial devem continuar

intensificando os debates envolvendo toda a comunidade acadêmica para que

nossos alunos alcancem a cidadania.

Na atualidade o movimento de inclusão é mundial e tem como tema

educação para todos, centrados no respeito e valorização das diferenças.

Onde a causa é de profissionais, pais e das pessoas com deficiência que lutam

contra a ideia de que a educação especial seja de fato inclusiva com a

integração escolar.

O objetivo da escola inclusiva é propor adequações curriculares para

o trabalho pedagógico, auxiliar o professor em sala de aula, enfim lutar para

que o trabalho seja uma atividade compartilhada.

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

7

Vemos um movimento de varias conferências mundiais realizadas

sobre necessidades educativas especiais que lutam em defesa da inclusão que

impulsionaram todo o mundo.

1.1 Educação especial- Histórico do Surgimento

É importante contextualizar a Educação Especial desde os seus

primórdios até a atualidade, para que se perceba que as escolas especiais são

as principais responsáveis pelos avanços da inclusão, longe de serem

responsáveis pela negação do direito das pessoas com necessidades

educacionais especiais, de terem acesso à educação. Evidencia-se que a

inclusão ou a exclusão das pessoas com deficiência estão intimamente ligadas

às questões culturais.

No Brasil, até a década de 50, praticamente não se falava em

Educação Especial. Foi a partir de 1970, que a educação especial passou a ser

discutida, tornando-se preocupação dos governos com a criação de instituições

públicas e privadas, órgãos normativos federais e estaduais e de classes

especiais.

Hoje, muitos autores defendem este sistema de Ensino Especial

paralelo, criado para educar os portadores de uma diferença, contribuem

também para que sejam segregados, e excluídos da sociedade que os nega.

Estes autores parecem que desconhecem a importância de se construir um

processo de inclusão, gradativo, que é aconselhado por muitos. A educação é

responsável pela socialização, que é a possibilidade de uma pessoa conviver

com qualidade na sociedade, tendo, portanto, um caráter cultural acentuado,

viabilizando a integração do indivíduo com o meio.

Tem-se a Declaração de Salamanca (1994) como marco e início da

caminhada para a Educação Inclusiva. A inclusão é um processo educacional

através do qual todos os alunos, incluído, com deficiência, devem ser educados

juntos, com o apoio necessário, na idade adequada e em escola de ensino

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

8

regular. Enquanto educadores, nosso papel frente à inclusão, reside em

acreditar nas possibilidades de avanços acadêmicos dos alunos denominados

normais, terão de se tornar mais solidários, acolhedores diante das diferenças

e, crer que a escola terá que se renovar, pois a nova política educacional é

construída segundo o princípio da igualdade de todos perante a lei que

abrange as pessoas de todas as classes sociais. A prática da educação

inclusiva merece cuidado especial, pois estamos falando do futuro de pessoas

com necessidades educacionais especiais. Antes mesmo de incluir, é

importante certificar-se dos objetivos dessa inclusão, para o aluno, quais os

benefícios/avanços, ele poderá ter, estando junto aos alunos da rede regular e

produzir transformações.

A educação especial surgiu com muitas lutas, organizações e leis

favoráveis aos deficientes e a educação inclusiva começou a ganhar força a

partir da Declaração de Salamanca (1994), a partir da aprovação da

constituição de 1988 e da LDB 1996. Historicamente, a educação especial tem

sido considerada como educação de pessoas com deficiência, seja ela mental,

auditiva, visual, motora, física múltipla ou decorrente de distúrbios evasivos do

desenvolvimento, além das pessoas superdotadas que também têm integrado

o alunado da educação especial. A deficiência principalmente a mental tem

características de doenças exigindo cuidados clínicos e ações terapêuticas

. A educação dessas pessoas é denominada de educação especial

em função da “clientela” a que se destina e para a qual o sistema deve oferecer

“ tratamento especial” tal como contido nos textos da lei 4024/61 e da 5692/71,

hoje substituída pela nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei

9394/96. Como se pode contatar na atual LDB, há sensível evolução, embora

o alunado continue com “clientela” e a educação especial esteja conceituada

como modalidade de educação escolar oferecida a educandos portadores de

necessidades especiais.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

9

1.2 Educação Especial no Século XX

A partir de 1930, a sociedade civil começa a organizar-se em

associações de pessoas preocupadas com o problema da deficiência: a esfera

governamental prossegue a desencadear algumas ações visando a

peculiaridade desse alunado, criando escolas junto a hospitais e ao ensino

regular, outras entidades filantrópicas especializadas continuam sendo

fundadas ,há surgimento de formas diferenciadas de atendimento em clínicas,

institutos psicopedagógigos e outros de reabilitação geralmente particular a

partir de 1500, principalmente, tudo isso no conjunto da educação geral na fase

de incremento da industrialização do Brasil, comumente intitulada de

substituição de importações, os espaços possíveis deixados pelas

modificações capitalistas mundiais.

O governo não assume esse tipo de educação, mas contribui

parcialmente com entidades filantrópicas. Em São Paulo, por exemplo, o

governo auxilia tecnicamente o Instituto Padre Chico (para cegos) em 1930 e a

fundação para o livro do cego no Brasil, esta fundada por Darina Nowwil e

Adelaide Peis Magalhães em 1946, decretada de utilidade pública em 1954.

Em 1954, surge o movimento das Associações dos Pais e Amigos

dos Excepcionais (APAE), e aumenta o número de escolas especiais. A APAE

é concebida tendo como parâmetro a organização da National Association for

Retarded Children dos Estados Unidos da América, que consistia em uma

associação de assistência às crianças excepcionais. Após a Segunda Guerra

Mundial, devido ao grande número de lesionados, a Europa aproximou-se na

área da saúde para este atendimento. No Brasil, os deficientes sempre foram

tratados nesta área, porém agora surgem clínicas, serviços de reabilitação

psicopedagógicos alguns mais outros menos voltados à educação.

Na década de (50) na Dinamarca as associações de pais

começaram a rejeitar as escolas especiais do tipo segregadoras e receberam

apoio administrativo incluindo em sua legislação o conceito de normalização o

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

10

qual consiste em ajudar o deficiente a adquirir condições e os padrões da vida

cotidiana o mais próximo possível do “normal’ introduzindo essa pessoa na

sociedade já na década de 70 nos Estados Unidos, ouvia-se falar em inclusão.

O período entre 1960 e 1968 foi marcado pela crise da nova

Pedagogia e pela articulação de tendência tecnicista, assumida pelo grupo

militar e tecnocrata. A educação nessa época passou a ser enfatizada como

derivada do projeto de 5 desenvolvimento econômico e após isso, no período

de 1968/71, a educação, a escola e o ensino foram concebidos como

investimentos.

A nova ideologia da eficácia da produtividade refletiu nas

preocupações didáticas da época, reproduzindo o ensino da disciplina à

dimensão técnica, afirmando a neutralidade científica dos métodos. Neste

ínterim, em 1961, foi publicada a lei nº 4.024. De certa forma, não houve

alteração na estrutura do ensino já que permaneceu a mesma reforma

Capanema (1942), mas com a vantagem de ter sido quebrada a rigidez,

permitindo a equivalência dos recursos e, portanto, a flexibilidade na passagem

de um para outro., fala-se em ingresso à escola, notamos então a preocupação

dos poderes públicos com os problemas de aprendizagem e com a educação

especial e a educação nacional vem mostrando o quanto necessita de

mudanças para atender a todos os alunos, garantido o desenvolvimento

escolar destes, e como nesse sentido, a vontade política para enfrentar um

programa em favor das transformações de qualidade tem sido preferida pela

opção por políticas que a um custo que não exija ampliação significativa da

participação da educação na renda nacional e no orçamento público,

privilegiam intervenções que tem sido compensatórias ou orientadoras para

ações que possam mostrar números indicativos e maior acesso e permanência

dos alunos no sistema escolar.

É importante que se saliente que as escolas e classes especiais

passaram a ter um elevado número de alunos com “problemas” e que não

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

11

necessitariam estar ali. Assim, verificou-se que a organização da educação

especial e de classes especiais se deu em conseqüência da Lei 5.692/71, com

a criação do centro Nacional de Educação Especial (CENESP) e,

posteriormente, a estruturação da Secretaria de Estado de Educação e do

serviço de Educação de Excepcionais, passa a denominar-se Departamento de

Ensino Especial.

Na realidade, na época, a expressão Educação Especial foi se

firmando desde o governo de Médici (1969- 1974). Na comunidade acadêmica

isso se manifestou com a criação, em 1978, do Programa de Mestrado em

Educação Especial da Universidade de São Carlos (UFSCar) e do Curso de

Mestrado em educação, em 1979, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro

(UERJ).

Na década de 70, o movimento de integração social passou a ser a

discussão, quando então se intentava a inserção do deficiente na sociedade de

uma forma geral. A literatura pertinente ao tema evidencia que, de um modo

geral, a prática de integração teve maior impulso a partir da década de 80, com

o surgimento da luta pelos direitos das pessoas portadoras de deficiência.

Cabe salientar que a Educação Especial hoje, integrada ao sistema

educacional identificou-se com suas dificuldades, objetivos e filosofia, que

consiste em formar cidadãos conscientes e participativos.

1.3 Educação Inclusiva: Uma Visão Histórica

Com os movimentos internacionais surge a educação inclusiva,

ainda mesmo sem ter essa denominação essa consciência (que hoje impera),

começou a se fortalecer em diversos pontos do mundo como, Estados Unidos,

Europa e a parte inglesa do Canadá. O movimento cresceu, ganhou muitos

adeptos em progressão geométrica como resultados de vários fatores, entre

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

12

eles, o desdobramento de um fenômeno que caracterizou-se a fase Pós-

Segunda Guerra Mundial. Feridos da guerra se tornaram deficientes. Uma vez

reabilitados, voltariam a produzir. Ao redor deles, foi surgindo uma legião

multidisciplinar de defensores de seus direitos. Eram cidadãos que se sentiam,

de algum modo, responsáveis pelos soldados que tinham ido representar a

pátria há décadas. Apesar de dano e perdas, o saldo foi positivo. O mundo

começou a acreditar na capacidade das pessoas com deficiência. Na defesa da

educação inclusiva Werneck enfatiza a construção de uma sociedade inclusiva

que estabeleça um compromisso com as minorias, dentre as quais se inserem

os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. A autora

coloca que a inclusão vem “quebrar barreiras cristalizadas em torno de grandes

estigmatizados” (1997, p. 45). construídos e ambientes naturais, em busca da

realização de seus sonhos e objetivos (2002, p. 41).

A Educação Inclusiva se caracteriza com uma política de justiça

social que alcança alunos com necessidades especiais, tomando-se aqui o

conceito mais amplo, que é o da Declaração de Salamanca: O princípio

fundamental desta linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as

crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,

emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e

crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças

de minorias lingüística, étnicas ou culturais e crianças e crianças de outros

grupos ou zonas desfavoráveis ou marginalizadas (1994, p. 17- 18).

Percebe-se que os movimentos pela sociedade inclusiva são

internacionais e o Brasil está engajado nele, pois cerca de 15 milhões de

brasileiros portadores de deficiência aguardam a oportunidade de participar

plenamente da vida em sociedade como tem direito.

A educação Inclusiva, que vem sendo divulgada por meio de

Educação Especial, teve sua origem nos Estados Unidos, quando a lei pública

94.142, de 1975, resultado dos movimentos sociais de pais e alunos com

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

13

deficiência, que reivindicavam o acesso de seus filhos com necessidades

educacionais especiais às escolas de qualidades.

(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994) contanto com a

participação de noventa e dois representantes governamentais e vinte cinco

organizações internacionais, realizou-se em 1994, na cidade de Barcelona,

Espanha, a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais:

acesso a qualidade. Cabe salientar, que é preciso reconhecer que a proposta

de Educação Inclusiva foi deflagrada pela Declaração de Salamanca, a qual

proclamou, entre outros princípios o direito de todos à educação,

independentemente das diferenças individuais.

De acordo com Carvalho (2000) a formulação e a implementação de

políticas voltadas para a integração de pessoas portadoras de deficiência têm

sido inspiradas por uma série de documentos contendo declaração,

recomendações e normas jurídicas internacionais e nacionais envolvidas com a

temática da deficiência.

A Educação Inclusiva e Legislação Brasileira nos fala do direito de

todos à educação está estabelecido na Constituição de 1988 e na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, sendo um dever do Estado e da

família promove-la. A finalidade da educação é o pleno desenvolvimento da

pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A lei 9394/96, Lei de Diretrizes e bases da Educação apresenta

características básicas de flexibilidade, além de algumas inovações que em

muito favorecem o aluno portador de necessidades educativas especiais. Pela

primeira vez surge em uma LDB um capítulo (cap. V), destinado à Educação

Especial, cujos detalhamentos são fundamentais.

Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, quanto a

Constituição Brasileira, têm sido interpretadas por alguns estudiosos, como

incentivadoras da inclusão, isto porque ambas definem que o atendimento de

alunos com deficiência deve ser especializado e preferencialmente na rede

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

14

regular de ensino. E, a escola tem obrigação de receber a todos que procuram,

indistintamente.

As escolas comuns, com essa orientação integradora representam o

meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar oportunidades

acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos;

além disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e

melhoram a eficiência e, certamente, a relação custo x benefício de todo

sistema educativo.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

15

CAPITULO II - A SÍNDROME DE DOWN

A Síndrome de Down ocorre em todas as raças e continentes,

acontece numa proporção de 1(um) caso para cada 600( seiscentos)

nascimentos. È a mais comum e mais conhecida síndrome cromossômica já

existente, e foi o primeiro distúrbio cromossômico reconhecido no homem.

A Síndrome de Down no mundo começa no século XIX, ate então os

deficientes mentais eram vistos como um único grupo homogêneo. Eram

tratados e medicados identicamente, sem se levar em consideração as causas

das deficiências, que são inúmeras e podem ocorrer durante a gestação, no

momento do parto e depois do nascimento.

Não existem muitos relatos sobre os primeiros casos de Síndrome

de Down, não haviam muitas informações em revistas médicas, e o numero de

pesquisadores que se interessavam por problemas genéticos e deficiência

mental era muito pequeno.

Muitos pesquisadores descreveram algumas características em

pessoas com Síndrome de Down, mas somente John Langdon Down fez sua

descrição registrando todos os pontos cardinais da síndrome.

2.1 Históricos da Síndrome de Down

De acordo com Stray-Gundersen( 2007,p. 36-37) “ muito antes que

a relação genética com a Síndrome de Down fosse descoberta, John Langdon

Down, um medico inglês, descreveu essa condição como um distinto de

características”. Em 1866, diferenciou a Síndrome de Down de outras

condições, observando algumas características comuns a ela associadas como

cabelos lisos, nariz pequeno e face alargada. Down é também responsável

pela sua denominação de “mongoloide”. Essas outras denominações

depreciativas não são mais empregadas atualmente, embora as pessoas ainda

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

16

precisam ser lembradas de que a Síndrome de Down não se referre a alguém

que é infeliz ou inferior.

A autora( Stray- Gundersen,2002,p.37) esclarece que:

No século XX, os avanços nas pesquisas genéticas ajudaram os

cientistas a começarem a compreender a causa da Síndrome de

Down. No inicio da década de 1930 suspeitaram que a Síndrome de

Down podia ser causada por uma alteração cromossômica. Em 1959,

Jerome Lejeune, um dos geneticistas francês, descobriu que as

células cultivadas de indivíduos com Síndrome de Down tinham um

cromossomo extra. Mais tarde, descobriu-se que o cromossomo

extra, era exatamente o cromossomo 21. Esses resultados levaram à

descoberta das outras formas de Síndrome de Down, incluindo a

translocação e o mosaicismo. O tratamento de pessoas com

Síndrome de Down também progrediu de maneira notável ao longo

das décadas. Seu tempo de vida aumentou, melhorou a educação e

os cuidados das pessoas foram marcantes. Durante muitos anos,

considerava-se que as crianças com Síndrome de Down não tinham

potencial para aprender. Negava-se a oportunidade para aprenderem,

pareciam confirmar a errônea baixa estimativa da sociedade a

respeito de suas capacidades. Felizmente, o mundo atual é muito

diferente para as crianças com Síndrome de Down.

Contemporaneamente os médicos, cientistas e pesquisadores

continuam a explorar as causas, os efeitos e o tratamento da

Síndrome de Down.

O termo Síndrome de foi usado depois de muitos termos pejorativos

e discriminatórios, como: imbecilidade mongoloide, idiotia mongoloide,

cretinismo furfuráceo, acromicria congênita, criança mal acabada dentre outras.

2.2 Definição de Síndrome de Down

A Síndrome de Down pode ser definida como uma cromossopatia,

ou seja acidente genético cujo quadro clínico global é explicado por um

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

17

desequilíbrio na constituição cromossômica, a presença de um cromossomo 21

extra, caracterizando assim uma trissomia simples.

De acordo com a publicação da Fundação Síndrome de Down, é um

acidente genético, que ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião.

Na célula normal da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23

pares. O individuo com Síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo

cromossomo extra ligado ao par 21. Esta alteração genética pode ser

apresentada de três formas. A trissomia 21 padrão, cujo cariótipo é : 47XX ou

47XY(+21), o individuo apresenta 47 cromossomos em todas as duas células,

tendo no par 21 três cromossomos. Isto ocorre em aproximadamente 95% dos

casos de Síndrome de Down causando um desequilíbrio genético que altera o

curso normal do crescimento e do desenvolvimento. Observa-se, no entanto,

que nem todas as crianças apresentam as mesmas características, existem

enormes variações que devem ser levadas em conta na educação familiar ou

escolar. Na trissomia por translocação, cujo cariótipo 46XX(t14;21) ) ou

46XY(t14;21), o individuo apresenta 46 cromossomos e o cromossomo 21 extra

está aderido a outro par, em geral o 14, isto acontece quando um segmento de

um cromossomo ou um cromossomo inteiro se quebra durante a meiose e

depois se conecta a outro cromossomo 21, neste caso, o zigoto tem Síndrome

de Down ou trissomia do 21 por translocação.

Segundo ( Stray-Gundersen,2007,p.24) no Mosaicismo, a forma

mais rara da Síndrome de Down a se dividir normalmente, ocorrendo não-

disjunção em uma linhagem celular, resulta um individuo com linhagens

celulares normais e trissomicas. Apenas 1% das pessoas apresenta esse tipo

de trissomia. Consequentemente, nem todas as células apresentam esse

cromossomo extra e a criança pode ter menos características físicas usuais da

Síndrome de Down, bem como maior capacidade intelectual, o modo como à

criança é afetada depende não do número de células normais, mas da região

do corpo em que essas células se localizam.

Um exame que confirmará esses resultados é de cariótipo que é a

análise citogenética, e esse diagnóstico é feito pelo pediatra que recebe a

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

18

criança logo após o parto. Nele serão apresentados as características

fenotípicas mais comuns que são: hipotonia muscular generalizada; fenda

palpebral oblíqua; prega palmar transversa única; face achatada; ponte

deprimida; orelhas com baixa implantação; entre outras.

O nascimento de crianças com Síndrome de Down é mais frequente

conforme aumenta a idade materna. Porém, qualquer pessoa está sujeita a ter

filho com esta Síndrome que ocorre ao acaso, sem distinção de raça ou sexo.

Conforme relata Stray-Gundersen (2007,p.27-34) em seus estudos

uma criança com Síndrome de Down apresenta varias características próprias,

destacando-se aqui a tônus muscular baixo, hipotonia, nariz menores,

microcefalia, braquicefalia descrita por um diâmetro fronto-occipital muito

pequeno ,fissura palpebral com inclinação superior, pregas epicânticas, base

nasal achatada e hipoplasia da região mediana da face. Além dessas

características o pescoço é mais curto, as orelhas são pequenas, as mãos

menores, dedos curtos, prega palmar transversal ou linha simiesca, os pés

embora pareçam normais podem apresentar um sulco profundo nas plantas

dos pés e grande espaço entre o primeiro e o ultimo dedo, a altura media

adulta de homens é de 1,57m e para mulheres de 1m.37cm, o tórax pode ser

um tanto afunilado, a pele pode ser mosqueada( manchada), clara e sensível a

irritação, a língua é protusa e hipotônica, há clinodactília no 5º dedo da mão.

As crianças com Síndrome de Down apresentam hipotonia muscular

e são muito sonolentas. Logo após o nascimento, elas mostram dificuldades

para sucção e deglutinação. Percebe-se um atraso no desenvolvimento de

alguns reflexos do bebê, havendo comprometimento na postura de semiflexão

dos quadris, que pode não ser evidente ou mesmo, estar ausente.

A linguagem é muito comprometida, a deficiência mental é uma das

características mais presentes na Síndrome de Down devido ao atraso global

do desenvolvimento, que pode variar de criança para criança.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

19

CAPITULO III - A SÍNDROME DE DOWN E A LDB

A Lei 9394/96. Alguns anos atrás as pessoas com necessidades

educacionais especiais não era permitido ter o direito de frequentar escolas,

pois não era dado a credibilidade de que eles pudessem aprender a

desenvolver os seus potenciais positivamente.

Atualmente na busca de um modelo menos segregador e mais

eficiente de atendimento educacional deu-se o inicio ao processo de integração

dos alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares.

Houve uma transformação em relação as ideias pedagógicas dessas escolas,

iniciando com o treinamento de habilidades que são básicos ate a apropriação

de conhecimentos.

A integração de uma criança com Síndrome de Down tem

fundamento no principio de normalização, ou seja, uma pessoa diferente deve

ter o mesmo direito que os outros e oferecer oportunidades de educação

adequada e o mais parecido possível com a dos outros alunos.

Levando em consideração que o aluno com Síndrome de Down é

capaz de compreender suas limitações e conviver com suas próprias

dificuldades é mais do que justo que esse individuo seja incluído na classe

regular ,pois a presença desse aluno é necessária e enriquecedora para o

grupo escolar. Pois a sociedade é plural e a escola deve contribuir para que se

perceba a possibilidade e a importância de conviver com as diferenças.

3.1 Educação Inclusiva e Legislação Brasileira

O direito de todos à educação está estabelecido na Constituição de

1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, sendo um dever do

Estado e da família promove-la. A finalidade da educação é o pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

20

para o trabalho. Goffredo, no artigo “Educação: Direito de todos os brasileiros”

(1999, p. 28) destaca que o nosso atual texto constitucional (1988) consagra no

Art. 205, a educação como direito de todos e dever do estado e da família,

termo referido anteriormente. Concorda-se plenamente com o autor quando

realça, citando o Art. 205, colocando que a educação é direito de todos os

brasileiros, porém sabemos que nem todos são atendidos e contemplados no

seu direito. No Art. 206, podem-se destacar princípios eminentemente

democráticos, cujo sentido é nortear a educação, tais como: a igualdade de

condições não só para o acesso, mas também para a permanência na escola;

a liberdade de aprender, ensinar e divulgar o pensamento; o pluralismo de

idéias e concepções pedagógicas; a coexistência de instituições públicas e

privadas, a existência do ensino público gratuito e a gestão democrática do

ensino público. Goffredo (1999) ressalta que as linhas mestras estabelecidas

pela constituição foram regulamentadas em seus mínimos detalhes pela nova

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, Lei Nº 9394/96. Além dessas

leis acima citadas, é preciso destacar o Estatuto da Criança e do Adolescente,

de 13 de julho de 1990; a Lei Federal Nº 7.855, de 24 de outubro de 1989. Esta

lei é relevante. Entre outras medidas, criou a Coordenadoria Nacional para a

integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), órgão responsável

pela política Nacional para a Integração de Pessoa Portadora de Deficiência.

Hoje a CORDE faz parte da Secretaria Nacional de Direitos Humanos do

Ministério Público da Justiça. A mesma lei 7.855/89, atribui competência

também ao Ministério Público para fiscalizar instituições e apurar possíveis

irregularidades através do inquérito civil e competente Ação Civil Pública, se for

o caso. O artigo de Goffredo (1999) já citado salientou que a lei 9394/96, Lei de

Diretrizes e bases da Educação apresenta características básicas de

flexibilidade, além de algumas inovações que em muito favorecem o aluno

portador de necessidades educativas especiais. Pela primeira vez surge em

uma LDB um capítulo (cap. V), destinado à Educação Especial, cujos

detalhamentos são fundamentais. Na concepção de Werneck (1997), tanto a

Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, quanto a Constituição

Brasileira, têm sido interpretadas por alguns estudiosos, como incentivadoras

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

21

da inclusão, isto porque ambas definem que o atendimento de alunos com

deficiência deve ser especializado e preferencialmente na rede regular de

ensino. Referindo-se a essas leis a autora sublinhou: 1. Na Constituição

Brasileira: o inciso III do Art. 208 da Constituição Federal fundamenta a

Educação no Brasil e faz constar a obrigatoriedade de um ensino especializado

para crianças portadoras de deficiência. Este é o texto: “O dever do Estado

com educação será efetivado mediante a garantia de: III – Atendimento

educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na

rede regular de ensino”. 2. Na lei de Diretrizes e Bases de 1996: No título III

“Do direito à educação e dever de educar”, a LDB diz que o dever do Estado

com a educação escolar será efetivado mediante algumas garantias. No seu

artigo 4º, inciso III, a lei postula; 3. “Atendimento educacional especializado

gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na

rede regular de ensino” (1988, p. 82). Os pressupostos teóricos analisados, a

CF(Constituição Federal) e a LDB expressam claramente que a nova proposta

de Educação Inclusiva recomenda que todos os portadores de necessidades

educacionais especiais sejam matriculados em turma regular, baseada no

princípio de educação para todos. A esse respeito Goffredo acrescenta: Frente

a esse novo paradigma educativo, a escola deve ser definida como uma

instituição social que tem por obrigação atender todas as crianças, sem

exceção. A escola deve ser aberta, pluralista, democrática e de qualidade.

Portanto, deve manter as suas portas abertas às pessoas com necessidades

educativas especiais (1999, p. 31). Na realidade, cabe à escola a função de

receber e ensinar a todas as crianças, independentemente de suas condições

físicas, intelectuais, sociais ou outras. O processo de ensino/aprendizagem

deve ser adaptado às necessidades dos alunos. E, a escola tem obrigação de

receber a todos que procuram, indistintamente.

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

22

A INCLUSÃO SOB A INFLUÊNCIA DA DECLARAÇÃO

DE SALAMANCA

A legislação que vige atualmente e os documentos oficiais fazem

menção explícita à Declaração de Salamanca. Cremos e proclamamos que: -

Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e

que a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável

de conhecimentos; - Cada criança tem características, interesses, capacidades

e necessidades de aprendizagem e que lhe são próprias; - Os sistemas

educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenha

em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades; - As

escolas comuns, com essa orientação integradora representam o meio mais

eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar oportunidades

acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos;

além disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e

melhoram a eficiência e, certamente, a relação custo x benefício de todo

sistema educativo. O que a autora procura ressaltar é que quando a igualdade

de direitos aparece junto com o respeito às diferenças, prevalece a visão

universalista, marcada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de

1948. Os alunos têm direitos iguais, independente das características,

interesses e necessidades individuais, que são diferentes. A Declaração de

Salamanca deixa claro que a escola deve oferecer os serviços adequados para

atender à diversidade da população. Nesse contexto, a construção de uma

sociedade integradora, por sua vez, somente será possível se a integração se

efetivar em todos os âmbitos da vida social. Isto quer dizer que a sociedade

será integradora na medida em que a educação, a economia, a cultura e a

saúde integrarem as classes, camadas e grupos excluídos. Ainda segundo a

declaração: As escolas integradoras constituem um meio favorável à

construção da igualdade de oportunidades da completa participação; mas, para

ter êxito, requerem um esforço comum, não só dos professores e do pessoal

restante da escola, mas também dos colegas, pais, famílias e voluntários. A

reforma das instituições sociais não só é uma tarefa técnica, mas também

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

23

depende, antes de tudo, da convicção, do compromisso e da boa vontade de

todos os indivíduos que integram a sociedade (2004, p. 14). A mesma linha

está presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, de 1996), que

consiste na responsabilidade do poder público, matrícula preferencial na rede

regular de ensino, apoio especializado necessários. Essa referencia ao papel

central da escola comum é reforçada pela adesão do governo brasileiro à

Declaração de Salamanca (1994).

3.2 A Síndrome de Down na Educação Inclusiva

A Síndrome de Down na educação inclusiva é um movimento de

ação politica, cultural, social e pedagógica desencadeada em defesa do direito

de todos os alunos estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum

tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma

educacional fundamental na concepção dos direitos humanos, que conjuga

igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avançam em relação

à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstancias históricas da

produção da exclusão dentro e fora da escola. Sabendo-se que as pessoas

com deficiência são amparadas por leis que enfatizam o respeito à diferença e

a sua inserção na sociedade é preciso que todos na escola conheçam as leis

para compreender a importância de garantir a matricula e permanência dessas

crianças no contexto escolar e na sociedade.

A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos

fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça

,sexo, idade e quaisquer outras formas de descriminação”(art.3º, inciso

IV).Define em seu artigo 205 a educação como direito de todos, garantindo o

pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação

paar o trabalho. Em seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de

condições de acesso e permanência na escola” como um dos principais para o

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

24

ensino e garante como dever do Estado a oferta do atendimento educacional

especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art.208).

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/90, no

seu artigo 55 reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que os

“pais ou responsáveis tem a obrigação de matricular seus filhos na rede regular

de ensino”.

E a Declaração de Salamanca (1994) aponta que o principio

fundamental das escolas inclusivas consiste em que todos os alunos devam

aprender juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e

das diferenças que apresentem.

A Lei nº 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no

seu artigo 58 define que educação especial é uma modalidade de educação

escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para

educandos com necessidades especiais. Ainda, a referida lei determina que

haja, quando necessário, serviços de apoio especializado na escola regular,

para atender as peculiaridades da clientela com necessidades especiais. Este

atendimento será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre

que em função das condições especificas dos alunos, não for possível a sua

integração nas classes comuns do ensino regular.

A oferta da educação especial tem inicio na faixa etária de zero a

seis anos na Educação Infantil. Também de acordo com o artigo 59, a LDBEN

9.394/96, assegura aos alunos com necessidades especiais: currículo,

métodos, técnicas, recursos e organização específicos para atender suas

necessidades, terminalidade especifica para aqueles que não puderem atingir o

nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas

deficiências e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar

para os superdotados; professores com especialização adequada em nível

médio ou superior para atendimento especializado, bem como professores do

ensino regular capacitados para a integração destes educandos nas classes

comuns; educação especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

25

vida em sociedade, inclusive dando condições adequadas para os que não

revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante

articulação com órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que

apresentarem uma habilidade superior na área artística, intelectual ou

psicomotor, acesso igualitário aos benéficos dos programas sociais

suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Segundo Stray-Gundersen(2007,p.187) a criança com Síndrome de

Down deve receber os serviços fornecidos pela escola regular como uma

criança normal recebe. Ou seja, receber igual tratamento. Sabe-se que a

criança com Síndrome de Down é mais lenta e também o seu desenvolvimento

cognitivo se processa de maneira diferente. Esse fato de ser mais lenta pode

ser consequência dos transtornos de aprendizagem. Mas isso não pode ser

mais pretexto das escolas para não fazer sua matricula pelo contrario, a

Constituição Federal de 1988 prevê a inclusão de todas as crianças em classes

regulares garantindo seu acesso e permanência.

A criança com Síndrome de Down apresenta muitas debilidades e

limitações, assim o trabalho pedagógico deve primordialmente respeitar o ritmo

da criança e proporcionar-lhe estimulação adequada para desenvolvimento de

suas habilidades. Programas devem ser criados de acordo com as

necessidades especificas das crianças.

O ensino das crianças especiais deve ocorrer de forma sistemática e

organizada, seguindo passos previamente estabelecidos, o ensino não deve

ser teórico e metódico e sim deve ocorrer de forma agradável e que desperte

interesse na criança. Normalmente o lúdico atrai muito a criança, na primeira

infância, e é um recurso muito utilizado, pois permite o desenvolvimento global

da criança através da estimulação de diferentes áreas.

Uma das maiores preocupações em relação à educação da criança

se dá na fase que se estende do nascimento ao sexto ano de idade. Neste

período a educação infantil deve promover sua autonomia, experiências de

interação social e adequação. Permitindo que esta se desenvolva em relação a

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

26

aspectos afetivos, cognitivos, que sejam espontâneas e antes de tudo sejam

crianças.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

27

CAPITULO IV - A RELAÇÃO ESCOLA X FAMÍLIA

NA SÍNDROME DE DOWN

É primordial que família e escola se unam para que ambas possam

cumprir de maneira mais efetiva eficaz os seus papeis.

Família e escola são instituições essenciais à formação do individuo.

Suas ações sempre interagem uma a outra. Uma é complemento da outra, daí

a necessidade que se estabeleça o dialogo constante entre elas, para

fortalecimento dessa relação.

É necessário que haja grande entendimento entre ambas, para que

se tornem parceiras na tarefa tão valiosa, que é a formação do individuo com

Síndrome de Down afetivo e social, que vai interferir de maneira positiva para a

melhoria da sociedade, na qual ele está inserido.

As causas de problemas de escolaridade, ás vezes, passam

despercebidas dos pais e dos professores, por isso a importância da escola e

família das crianças com Síndrome de Down, orientando, acompanhando o

desenvolvimento da criança como ser humano e a vida escolar de seus filhos.

Muitas das dificuldades de aprendizagem das crianças com

Síndrome de Down são provenientes da ausência, da falta da participação da

família, orientando, acompanhando o desenvolvimento da criança como ser

humano e a vida escolar de seus filhos..

Segundo Gundersen, 2007, a convivência e o relacionamento

familiar são fatores para o desenvolvimento pleno da criança. O portador de

Síndrome de Down aprende não só o conteúdo conceitual formal visto na

escola, mas aprende a própria vida, a ocupar um espaço e um tempo a se

comunicar, a interagir, a se expressar afetivamente e emocionalmente.

O desenvolvimento afetivo, trata das emoções, sentimentos, dor,

prazer, satisfação, insatisfação, enfim, aquilo que a criança pode perfeitamente

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

28

manifestar em sua relação com o outro, na relação familiar, na escola, onde o

individuo fica exposto a um mundo competitivo.

O clima familiar é uma importante condição associada ao

desenvolvimento cognitivo. O envolvimento dos pais com a escola favorece o

desempenho, destaca-se um de grande importância, é que através dos eu

desenvolvimento, os pais comunicam á criança o quanto se importam com ela

e o quanto valorizam o seu aprendizado escolar.

4.1 Educação Inclusiva: professor, escola e família

A educação dá-se em qualquer lugar, na família, nas indústrias,

escolas, instituições esportivas, hospitais, em todos os cantos do mundo.

Devemos pensar que ensinar não é só transmitir conhecimento, e sim criar

possibilidades na construção de conhecimentos. Nesse sentido deve-se

entender a educação como um progresso dinâmico e flexível, que possibilite ao

ser humano interagir diretamente com a sociedade, desenvolver suas

potencialidades, decidir sobre seus objetos e ações. Considerando-se que o

ato educativo, além de pedagógico, é eminentemente político, é preciso elevar

a capacidade crítica de todos os professores de modo a perceberem que a

escola, como instituição social, está inserida em contextos de injustiças e de

desigualdades que precisam ser modificados. Neste caso, Carvalho, afirma que

a “transformação social é a transformação das condições concretas da vida dos

homens” (2000, p. 164). E este é um processo histórico condicionado pelas

próprias condições de vida e resultado da ação histórica dos homens.

Prosseguindo, a referida autora ressalta, sem atribuir tamanha

responsabilidade aos professores, unicamente, há que reconhecer que eles

desempenham significativo papel nessa direção. Para se desincumbirem desse

papel, precisam dispor de conhecimentos além daqueles estritamente

relacionados aos assuntos que irão lecionar. É necessário que estejam

instrumentalizados a promover a educação com o sentido de formação e não

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

29

como transmissão de conhecimentos, apenas. A escola é entendida como

sendo de todos, independente de sua origem social, de um país de origem ou

étnica. Os alunos com necessidades especiais de aprendizagem recebem

atendimento individualizado, de modo que possam superar suas dificuldades.

4.2 Dilema das famílias e a escola inclusiva

Existe um grande dilema das famílias das crianças com Síndrome de

Down e a escola inclusiva.

Ressalta Stray Gundersen,(2007,p.145) disse que “ os pais de

crianças com Síndrome de Down, assim como os pais de crianças “ normais”,

desejam sempre saber como seu filho se desenvolve. Os pais e educadores

precisam entender que cada criança é única e que as crianças com Down

devem ser estimuladas a explorar, aprender e ser curiosas, assim como as

demais. As crianças devem ser desafiadas a concluir tarefas desde cedo,

desenvolver sua autonomia, realizar tarefas sozinhas sem ajuda de adultos,

ouvir historias, estudar, ouvir musicas e dançar.

A família tem um papel de destaque no desenvolvimento do en

sino/aprendizagem, pois é uma rede complexa de relações e emoções que

perpassam sentimentos e comportamentos. A família, seja ela normativa ou

extensiva, é responsável pela interação progressiva do individuo numa

sociedade. Portanto, segundo Stray-Gunderse,(2007) ao nascer uma criança

com Síndrome de Down é papel familiar inserir essa criança no contexto social

o amis cedo possível e garantir a inclusão dela ans escolas regulares,

colaborando com seu pleno desenvolvimento.

Os pais de crianças com Síndrome de Down se defrontam com

alguns dilemas quando seus filhos atingem a idade de frequentar a escola.

Questionam-se se devem ou não colocá-los numa escola e se essa escola

deve ser regular ou especial. Entretanto, é importante lembrar que esses dois

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

30

momentos são distintos e geram ansiedades especificas. Quando a inclusão é

bem feita, a socialização começa a se dar de maneira muito fluida.

Se de um lado a criança com a Síndrome de Down tem muito a

ganhar no desenvolvimento sócio/afetivos permanecendo no ensino regular,

por outro lado a maioria das vezes, as escolas ainda desconhecem estratégias

e alternativas para apreensão dos conteúdos em sala de aula.

As crianças com Síndrome de Down, assim como outra criança

qualquer, são muito diferentes entre si, tanto acerca de sua personalidade

quanto em relação aos variados interesses e habilidades. Os pais na hora de

escolherem a escola para seu filho devem ficar atentos para buscar subsídios

para que a escola os incluam sem discriminação e preconceitos.

É importante ressaltar que a necessidade de estruturar atividades

apropriadas ao ano do aluno, particularmente em se tratando da participação

dos pais no seu acompanhamento.

4.3 Metodologia e estratégias de ensino

Tradicionalmente, as metodologias e estratégias de

ensino/aprendizagem forma baseadas no enfoque formal nos quais se atribui

mais importância aos conteúdos e neste caso o educador centra-se nos

objetivos e nas atividades que serão realizadas.

Até a década de 1970 ao falar de alfabetização, recorria-se a noções

de prontidão, habilidades psiconeurológicas e outras, já que se entendia o

aprendizado da escrita alfabética como uma questão de tipo perceptual, motor

e memorístico. Utilizava-se dos métodos analítico e sintético para alfabetizar as

crianças. No entanto, a partir da década de 80 adquiriram maior importância os

modelos de intervenção funcional em que as interações constituem a base para

o desenvolvimento da educação.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

31

Todavia a alfabetização convencional centrada nas cartilhas foi

substituída por uma alfabetização mais dinâmica, construída a partir da

psicogênese da língua escrita, onde a criança precisa compreender que ler vai

além de codificar símbolos, mas de compreender antes de tudo o significado da

escrita e qual sua função, numa dimensão mais abrangente.

Entende-se que a metodologia compreende o estudo dos métodos, o

conjunto dos procedimentos de investigação das diferentes ciências quanto aos

seus fundamentos e validade, distinguindo-se das técnicas que são a aplicação

especifica dos métodos.

Percebem-se na atual conjuntura educacional que o enfoque

metodológico mudou e, portanto, professor e aluno passaram a ser aprendizes

no processo ensino/aprendizagem e que devem buscar compreende-lo como

um processo comunicativo bidirecional para atingir suas metas pessoais e

interpessoais utilizando toda tecnologia disponível no mercado.

A escola não é a mesma do passado, portanto, as metodologias e

estratégias devem acompanhar essas mudanças. Identifica-se que a ação do

professor e aluno, no processo educativo, é cíclica e recursiva, a atividade de

um impacta no outro e retorna em forma de nova informação sobre o fato, que

é novamente processado e transformado em novo processo interativo.

Cabe ao professor conhecer os diversos métodos de ensino e as

diversas estratégias para realizar um trabalho eficiente capaz de transformar o

pensamento da criança indiferente de suas limitações.

Stray-Gundersen considera-se que os pais são os primeiros

professores dos filhos sejam esses normais ou com necessidades especiais.

No entanto, os pais como os professores nas escolas precisam aprender

técnicas especiais de manipulação, habilidades especiais. Estabelecer

parcerias com os pais deve ser a meta principal dos professores que lidam com

essa criança.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

32

Professores e pais precisam conhecer como se dá o

desenvolvimento e como lidar com essa criança para ajuda-la.

A escola é um local de mudanças e quebra de paradigmas. Se a

escola e o professor não estiverem comprometidos com a mudança de atitudes

a aprendizagem não será significativa. Por isso o ponto crucial para que a

inclusão aconteça, é a valorização das especificidades de cada um. Toda

criança que chega à escola já possui algum conhecimento, afinal o que ela

pode não saber é codificar e decodificar, mas ler o mundo, mesmo que sob a

sua visão, é um fator que deve ser previsto em todo e qualquer planejamento.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

33

CONCLUSÃO

O objetivo desse estudo foi estudar a inclusão de alunos com

Síndrome de Down, para conhecer o histórico da Síndrome de Down, o perfil

dos professores a metodologia e estratégias aplicadas na alfabetização dessas

crianças, o que eles pensam sobre a inclusão, os aspectos facilitadores e

dificultadores encontrados no trabalho com essas crianças, bem como a

importância da parceria família/escola.

A Síndrome de Down recebeu esse nome em homenagem a John

Langdon Down, medico britânico que descreveu a Síndrome em 1862.

A Síndrome de Down é um acidente genético, que ocorre ao acaso

durante a divisão celular do embrião. Na célula normal da espécie humana

existem 46 cromossomos, sendo divididos em 23 pares. O individuo com

Síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado

ao par 21. O tratamento de pessoas com Síndrome de Down também progrediu

de maneira notável ao longo das décadas. Seu tempo de vida aumentou,

melhorou a educação e os cuidados das pessoas foram marcantes. Durante

muitos anos, considerava-se que as crianças com Síndrome de Down não

tinham potencial para aprender. Negava-se a oportunidade para aprenderem,

pareciam confirmar a errônea baixa estimativa da sociedade a respeito de suas

capacidades. Felizmente, o mundo atual é muito diferente para as crianças

com Síndrome de Down.

Quanto á percepção dos professores em relação à inclusão os

resultados mostram que os professores consideram a inclusão como um

desafio enorme para o nosso sistema educacional e afirmam que só será

possível quando a escola estiver adaptada e com profissionais capacitados.

Constatou-se ser possível alfabetizar a criança com Síndrome de

Down desde que a escola tenha condições necessárias, de suporte pedagógico

e seja adaptada, respeite o tempo da criança e suas limitações.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

34

A parceria da escola com a família será possível realizar um bom

trabalho, porque é a família o elo das informações, viabilizando o entrosamento

das dificuldades, dos avanços e possibilidades da criança.

Esse estudo nos permitiu ver que os professores podem aumentar

suas possibilidades de observação e intervenção, objetivando aprimorar a

aprendizagem das crianças com Síndrome de Down e saber que elas são

crianças especiais, que tem dificuldades como qualquer outra pessoa e são

também crianças capazes de vencer e se desenvolverem se forem

devidamente assistidas.

O mais importante da pesquisa foi constatar que a inclusão de

crianças com Síndrome de Down contribui para mudanças no contexto da

escola e nos processos de ensino/aprendizagem despertando um novo olhar

dos profissionais, abrindo-se uma janela para reflexões sobre como incluir uma

criança com necessidades educacionais especiais e despertar novas

perspectivas dos profissionais acerca da oportunidade e qualidade de ensino

para os alunos com Síndrome de Down.

Os desafios a serem enfrentados na escola inclusiva sinalizam que a

convivência com as diferenças cria um ambiente rico e de aprendizagem e as

crianças crescem desenvolvendo habilidades como a tolerância e a aceitação

do outro, importantes para sua vida social e profissional futura.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

35

BIBLIOGRAFIA

Boechat, Paula. Terapia familiar: mitos, símbolos e arquétipos. 2ed. –Rio de

Janeiro: WAK Ed., 2007.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa

Oficial,1988.

BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades

educativas especiais .Brasília: CORDE,1994.

Carneiro, Moaci Alves. LDB fácil: leitura critico-compreensiva, artigo a artigo.

21. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

Duque, Maria Auxiliadora T. e Glat, Rosana. Convivendo com filhos especiais:

o olhar paterno. Rio de Janeiro: & Letras, 2003.

Edler Carvalho, Rosita. Temas em educação especial. Rio de Janeiro: WVA

Ed. 2000.

Freitas, Ivana Braga e Sampaio, Simaia. (Orgs.) Transtornos e Dificuldades de

Aprendizagem. Entendendo melhor os alunos com necessidades educativas

especiais. 2ed, - Rio de Janeiro: WAK Editora, 2014.

FUNDAÇÃO SÍNDROME DE DOWN. O que é Síndrome de Down? Disponivel

em http://www.fsdown.org.br/site/pasta_116_o que e sindrome de down-,html.

Acesso em 06/09//2015.

Glat, Rosana. Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7

Letras, 2009.

Melman, Jonas. Família e doença mental. São Paulo: Escrituras Editora, 2006.

O’ Regan, Fintan. Sobrevivendo e vencendo com necessidades educacionais

especiais. Porto Alegre: Artmed, 2007.

Olivier, Lou de. Distúrbios familiares. Rio de Janeiro: WAK Ed. 2008.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

36

Parolin,Isabel. Professores formadores: a relação entre a família, a escola e a

aprendizagem. Curitiba: Positivo,2005.

Stray-Gundersen, Karen. Crianças com síndrome de down: guia para pais e

educadores. Porto Alegre: Artmed, 2007

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · 2016. 3. 19. · RESUMO Este trabalho abordou o tema inclusão de alunos com Síndrome de ... constituição de 1988 e da LDB

37

WEBGRAFIA

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/sindrome-de-down Data de

acesso 06/09/2015

http://www.fsdown.org.br/sobre-a-sindrome-de-down/o-que-e-sindrome-

de-down/ Data de acesso 06/09/2015

http://www.movimentodown.org.br/educacao/educacao-inclusiva/ Data de

acesso 27/09/2015

.http://www.webartigos.com/artigos/a-historia-da-educacao-especial-

rumo-a-inclusao-um-desafio-a-conquistar/68960/#ixzz3sG89KkYk Data de

acesso 27/09/2015