6
Rcvista Hruvilcira de Gcocieucias Jorge Kazuo Yamamoto et al. I U5 -40. marco de 2004 TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENC IA DE IPEUNA, ESTADO DE sxo PAULO JORGE KAZUO YAMAMOTO' , TARCis IO JOSE MONTANHEI RO' & JORGE Il ACHIRO' Abstract '/RII'OU tN TII F: / TAn SUBGROUP: TIIE OCCURRENCF: OF II'EUNA, STA7E OF SAO /'AULO Tripolis are rocks composed essentially of microcrystalline quartz originated from final stages of silicified dolomitic limestones. where carbonates had been remo ved by weathering pll.x:esscs.Studies developed ona tripoli occ urr ence of the l peuua M cmbertl rtui Subgroup). Muni cipality of lpetina. Slate of Sao Paulo. corroborate its origin from silicification of limestones. In this occurrence. tripoli replaces so me layers of dolomitic limestone and interstrutified couples limestone-shale. Experimental acid dissolution 0 11 silicified dolomitic limestone showed that tripoli formation is possible from partial silicification (10-15 % SiO,). The diagenetic pnx. :ess is proposed in this paper as responsible for silicification of dolomitic limestone of the Ipetina Member. due 10 fluids enriched in Si expelled from crystalline structures of clay minerals belonging to the smectite glUlip. However. a hydro te rma l contribution is not totally disregarded for the partial silicifi cation of dolomitic limestones of the lpe una Mem ber derived from Ser ra Gem l magmatism. KC 'YII·tml.\': tripoli . lpcuna Member. Irati Subgroup. Resume Trfpolis sao ro chas compostas essencialmente IXll' tj U<U 1ZO microcristaliuo. cuju origcm c atribufduuoscsnigios finais de intempcrismo de rochas carbo naticas silicificadas, tendo os carbonates sido removidos por processes intcmpcricos. Os estudos rcalizados sobre uma ocorrencia de trfpoli no Mcmbro Ipcuna (Subgrupo Irati) no municipio homontmo. Estado de Sao Paulo. comprovam a origcm dcsta rocha. a partir da silicificacilo de rochas carbonaticas. Nesta ocorrencia. parte das cnmadus de calcri rio dolomuico. dos pares intcrcstratificados calcario-folhclho. csui rcprcscntada por tripoli, Estudos cxpcrimcntais de atnquc acido em calcarios dolomfticos silicificados dcmonstturam SC I' possfvel a formacao de tripoli. a partir de lima silicificucilo parcial (10- 15 % de SiO,). l'ropoc-sc ncstc trabalho 0 proc esso diagcnetico para silicificacfiode calc.lrios dolomfticos do Memhro Ipctina, a partir de l1u iti() s ricos em Si mobilizndos dns cstruturascristalinasde argiknnincruis do g l'll p O das csmccthas. contidos 1I0 S folhelhos. Entrcuuuo. ndo Ctotulmcntc dcscurtada lima contrlbnlcno hidrorcnnal. para a xilicifi cnciio parcial de calcarios dolomuicos do Mcmbm Ipe1 11 1<1. dcrivada do magnuuismo Se rra Gcrul. t'nlavrus .chovc: Tripoli. Membru lpciina. Subgrupo Irati. INT ROD UC;: AO 0 tripoli, uuma defln i cao em scntido amplo, C lima rocha Iormada em vririos csuigios de ugregacao (Bolen 1996). co nstitufda quas c cssen cia lmc nte de q uart zo mic roc rista lino . co m grunulacao variando de I a 10 nun , Scgundo cste auror. os trip o lis comc rciais sao materials sffico-aluminosos. qu e co ntem 98 ;,) 99 % de silica. alum ina co niida em argilorninera is e ox ido de fCITO, e sao utiliz ad os como mate ria-prima pam a fab ricucao de abrasive s. mas- sas de polimentoe cargas mincrais inertcs quirnicamente csui vcis. Pam Metcalf'{1949), 0 tripo li C0 produto final do intcm pcrismo dc calcarios silicosos, ca lcarios silexiticos ou silexitos: em outras pa- lavras. C0 rema nescente desses tipos de rochas. apOs a rcm O<fao do carhonato de cak io e magnesia. Originariamcntc 0 nome tripoli designava as produ tos silicosos eneontrados no nolle d Ol Afr ica. nas pro ximidades da Cidade de Tr ipoli- Ln,ia (Quirk & Bates 1978), Scg undo esses autores, ,uri- hllill-se talllhcl11 0 rncsrno nOl11 e. devido aaparenle se l11elha nc; a. aos depositos de silica Illicr ocr islalin a. fon nados por silica alta- I11cnte )Jura (SiO.). pOl"Osa, leve e fri.lvcl. dcseobcl10s pa r volta de 1 8(X) nas proxinlidades de Se neca, no Missour i(EUA). Noc ntan- to. cstlidos lx)stcri ores mostraram a entre estes prodll- los: 0 d;'l Afri ca do Norte. C cOIlStitllido de csque lctos de diatomaccas (tripolita). an passo que () do Missouri paS SOIl ;' 1SC I' chamado dc tripoli (Q uirk & Bates 1978), No Estado de Sao Paulo, tripoli Cc itado pe la prirnciru vez em Knecht ( 1940). refcrindo suas oco rrcncias nos sedimentos do GIll- po Estrada Nova. nus loculidadcs de Farturu, Bonsuccsso. Angatuba,Guarci, Tatuf. Conchas. Pirucicab n. Sao Pedro, Rio Cla- m. Lirncira. Araras e Piracununga. Rcccntemcntc, a presen ce de silica microcristalin a - tripo li - foi assinalada por Riecomi ni et al. (1997) ern ro ch as scdimcntares pcrmianas do topo da Formacao Tatui, na rcgiao de Rio Claro- Ipcuna-Pirucicaba,e, mais recentemcnte, Montanhciro er al, ( 1999) tam bcm citara m outras ocorrcncias dele. associadas. porcrn. ils rochas do Subgrupo Irati, Este trabalho apresc nla os resultados do estudo sa bre uma ocorrencia de tripoli deri vada dc ea ld. rios do loiTI iticos do to po da Fa rnmc; ao Assisl cne ia (Mernbro Ipeulla) do SlIbgrlllxl Irati. des- coberta que ficoll inserida nos trabalhos de ca de Illatcriais pOlo lflnicos dcsc nvo lvidos Ix)r Mon tanhciro (1 lJ- >9). CON'mXTOGEoL6GICODAA REAIlEESTUIlO Atlrea de cstudo inscre-se no contexto geol6gico do Anticlinal de Pitanga (Rie eo mi n i 1995). oude o eorrcm as roehas sedimcntarcs neopaleoz6icas do Grupo Tuba rao (Subgrupo Itarare c Formw;ao I - Departamenlo de <;eologia Sedilllelllar e Amblental. Inslitulo de (;eoc ic llci;IS. US P. R U;1 do Lago 562. 05508-900. Sao Paulo. SP, e-nwil: jkyamalllo«' l) usp.hr. 2 - Illslilulo (;eo lllg ko. Sel'l'claria do Mcio Amhicnte do Estud o de San Paulo. Av. Miguel SlcfullO _WOO, Sao Paulo. SI'. e-mail: tj Illorl\a (a) igcologico.sp.gov,br Revista Brasileira de Geociencias, Volume 34, 2004 3S

TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENCIA DE IPEUNA, …

  • Upload
    others

  • View
    5

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENCIA DE IPEUNA, …

Rcvista Hruvilcira de Gcocieucias Jorge Kazuo Yamamoto et al. ~4( IU5-40. marco de 2004

TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENC IA DE IPEUNA, ESTADO DEsxo PAULO

JORGE KAZUO YAMAMOTO' , TARCisIO JOSE MONTANHEIRO' & J ORGE IlACHIRO'

Abstract '/RII'OU tN TII F: /TAn SUBGROUP: TIIE OCCURRENCF: OF II'EUNA, STA7E OF SAO /'AULO Tripolis are rockscomposed essentially of microcrystalline quartzoriginated from final stages of silicified dolomitic limestones. wherecarbonates hadbeen remo ved by weathering pll.x:esscs.Studiesdeveloped ona tripoli occ urrence of the lpeuua M cmbertl rtui Subgroup). Municipalityof lpetina. Slate of Sao Paulo. corroborate its origin from silicification of limestones. In this occurrence. tripoli replaces some layersof dolomitic limestone and interstrutified couples limestone-shale. Experimental acid dissolution 0 11silicified dolomitic limestoneshowed that tripoli formation is possible from partial silicification (10-15 % SiO,). The diagenetic pnx.:ess is proposed in this paperas responsible for silicification of dolomitic limestone of the Ipetina Member. due 10 fluids enriched in Si expelled from crystallinestructures of clay minerals belonging to the smectite glUlip. However. a hydro te rma l contribution is not totally disregarded for thepartia l silicifi ca tion ofdolomitic limestones of the lpe una Mem ber derived from Ser ra Gem l magmatism.

KC'YII·tml.\': tripoli . lpcuna Member. Irati Subgroup.

Resume Trfpolis sao rochas compostas essencialmente IXll'tj U<U1ZO microcristaliuo. cujuorigcmcatribufduuoscsnigios finais deintempcrismo de rochas carbo naticas silicificadas, tendo os carbonates sido removidos por processes intcmpcricos. Os estudosrcalizados sobre uma ocorrencia de trfpoli no Mcmbro Ipcuna (Subgrupo Irati) no municipio homontmo. Estado de Sao Paulo.comprovam a origcm dcsta rocha. a partir da silicificacilode rochas carbonaticas. Nesta ocor rencia. parte das cnmadus de calcririodolomuico. dos pares intcrcstratificados calcario-folhclho. csui rcprcscntada por tripoli, Estudos cxpcrimcntais de atnquc acido emcalcariosdolomfticos silicificados dcmonstturam SC I'possfvel a formacao de tripoli. a partir de lima silicificucilo parcial (10- 15 % deSiO,). l'ropoc-sc ncstc trabalho 0 processo diagcnetico para silicificacfiode calc.lrios dolomfticos do Memhro Ipctina, a partir del1u iti()s ricos em Si mobilizndos dns cstruturascristalinasde argiknnincruis do g l'll p O das csmccthas. contidos 1I0 S folhelhos. Entrcuuuo.ndo Ctotulmcntc dcscurtada lima contrlbnlcno hidrorcnnal. para a xilicificnciio parcial de calcarios dolomuicos do Mcmbm Ipe111 1<1.dcrivada do magnuuismoSerra Gcrul.

t 'nlavrus .chovc: Tripoli . Membru lpciina. Subgrupo Irati.

INT RODUC;:AO 0 tripoli , uuma defln icao em scntido amp lo, Clima rocha Iormada em vririos csuig ios de ugregacao (Bolen 1996).co nstitufda quas c cssen cia lmc nte de quartzo mic roc rista lino. co mgrunulacao variando de I a 10 nun, Scgundo cste auror. os tripo liscomc rciais sao mater ials sffico-alumi nosos. qu e co ntem 98 ;,) 99 %de silica. alum ina coniida em argilorninera is e ox ido de fCITO, e saoutilizados como mate ria-prima pam a fab ricucao de abrasives. mas­sas de polimentoe cargas mincrais inertcs quirnicamente csui vcis.Pam Metcalf' {1949), 0 tripo li C0 produto final do intcm pcrismo dccalcarios silicosos, ca lcarios silexiticos ou silexitos: e m outras pa­lavras. C0 remanesce nte desses tipo s de roch as. apOs a rcm O<faodo car honato de cakio e magnes ia .

Orig inar iamcntc 0 nome tripo li des ignava as produ tos silicososeneo ntrados no noll e dOl Afr ica. nas pro ximidades da C idade deTripo li - Ln,ia (Quirk & Bates 1978), Scgundo ess es autores, ,u ri­hllill-se talll hcl11 0 rncsrno nOl11e. devido aaparenle se l11e lhanc;a.aos depositos d e s ilica Illicrocrislalin a. fon nado s por s ilica alta­I11cnte )Jura (SiO.). pOl"Osa, leve e fri.lvcl. dcseobcl10s pa r vo lta de18(X) nas pro xinlidades de Se neca, no Missouri (E UA) . Nocntan­to. cs tlidos lx)stcriores most raram a di feren~a entre es tes prodll ­los: 0 d;'l A frica do No rte . C cOIlStitllido de cs que lctos dediatom accas (tripo lita) . an passo que () do M issou ri paSSOIl ;'1SCI'

chamado dc tripo li (Q uirk & Bates 1978),No Estado de Sao Paulo , tripo li Cc itado pe la prirnciru vez em

Knecht ( 1940). refcrindo suas ocorrcncias nos sed imentos do GIll­po Es trada No va . nus loc ulidad cs de Farturu, Bon succsso .Angatuba, G uarc i, Tatuf. Conchas. Pirucicab n. Sao Pedro, Rio Cla-m. Lirncira. Araras e Piracununga.

Rcccntem cnt c, a presen ce de silica microcristalin a - tripo li - fo iass inalada po r Riecomini et al. (1997) e rn rochas scdi mc ntarespc rmianas do to po da Formacao Tat ui, na rcgiao de Rio C laro­Ipcuna-Pirucicaba, e, mais recentemcnte, Montanhciro eral, ( 1999)tam bcm citara m outras ocorrc ncia s dele . assoc iadas. po rcrn. ilsroc has do Subgrupo Irat i,

Este traba lho apresc nla os res ultados do es tudo sabre umaocorrenc ia de tripo li deri vada dc ea ld.rios do loiTI iticos do topo daFa rnmc;ao Assislcneia (Me rnbro Ipe ulla ) do SlIbgrlllx l Irati. des­coberta que fico ll inserida nos tra balhos de Pl"Ospee~ao est ralt~gi­

ca de Illatcriais pOlo lflnicos dcscnvolvidos Ix)r Montanhciro (1lJ->9).

CON'mXTOGEoL6GICODAAREAIlEESTUIlO Atlrea decstudo inscre-se no co ntexto geo l6g ico do An ticlinal de Pitanga(Rieeo mi n i 1995). oude oeorrcm as ro e ha s se di mc ntarcsneopaleoz6ica s do Grupo Tubarao (Subgrupo Itarare c Formw; ao

I - Departamen lo de <;eologia Sedilllelllar e Amble ntal. Inslitulo de (;eoc icllci;IS. USP. R U;1 do Lago 562. 05508-900. Sao Paulo. SP, e-nwil: j kyamalllo«'l) usp.hr.2 - Ills lilulo (; eo lllgko. Sel'l'c lar ia d o Mci o A mhic nte do Estudo de Sa n Paul o . Av. Mi gu el S lc fullO _WOO, 04 ~ ()[ - 9() ~ . S ao Pa ulo . S I'. e-ma il:tj Illorl\a (a) igcologico .sp.go v,br

Revista Brasileira de Geociencias, Volume 34, 20 04 3S

Page 2: TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENCIA DE IPEUNA, …

Tripoli no Subgrupo Irati: A ocorrencia de toeune, estado de Sao Paulo

220218 km E

7510 km N bI~==::::=::::L_2u2-=::::':l[lillWill~~",;;1j

751 6

7512

Tatu f) c do Grupe Passa Dois (Subgrupo Irati c Form acaoCorurnbatai). alcrn das rochas mcsozoicas do Grupo Sao Bcnto(form acocxPiramboia.Botucatu c Serra Gcral ), scgundo Riccominiet al. ( 1997). Estas unidades sao rcco bcrtas p Ol' deposi tosccnoz6icos cia Ponnacao Rio e lmo. ° mapa geologico ilustra adistribuicao das unidadcs gcologicas da rcgiao de lpcuna, cxcctoas formacoes Botucatu e Semi Geral (Fig. I).°Subgrupo Irati, segundo a subdivisao proposta por Hachiroet al. (1993), crcprcscntado, na base, pcla Formacao Taquaral e,no topo, pcla Ponnacao Assistcnciu.

A Formacao Taquara l c constitufda pOI' rochas sedimcntarcscsscncialmcruc pcluicas: argilites. folhelhos de cor cinza-clara aescura e siltitos. Essas c.unadas pcluicas contcm dclgadas inter­calacoes lcnt icu larcs de rochas carboru i ticas e nfveis de silex(Hachiro 1996).

A Formacao Assistencia foi suhdividida (Hachiro "I al. 1993)em Mcmbro Morro do Alto (base) e Membro Ipeuna (topo). 0Membra Morro do Alto ccorn posto, na base, de calcilutitos decor acastanhada. intercalados cm folhelhos ncgros c betuminososcom predomi nancia . na parte inrcrmcdiriria . dc folhelhosbetuminosos cinza-cscuros a ncgros (Hachiro 19( 6) c, na partesuperior, folhelhos siltosos cinza c lamitos cinza-csvcrdcados.°Mcmbro lpctlna. segundo 0 rncsmo autor, inicia-se com urn bancodolomftico, constitufdo por dololutitos laminados c doloarcnitosfines a mcdios, e aprcscnta, na parte intcnncditiria. delgados eregulares pares altcrnados dc Iolhelho/calcario. os quais sc 101'­

nam mais cspcssos cm dirccao ao topo.

Fig ura 1- Map a gco!r'jgico da regi iio de Ipe//J1 ({ COlli ({

localiz{/rcio das ocorr,:;ncias de tripoli ('lM -248 e 'IM -321).Base gcolcJgica J//odUi'cad{/ (/ partir de SOl/Zli ( 1997).

OTRipOI"l llE IPEUNA l-orarn rcccnhccidas duas ocorrc nciasde tripoli no Mcmbro lpcuna, na rcgiao da cidadc homonima, Aprimcirudclas (TM-321) no talude decava dc uma mina dc calcarioabandonada, localizada ao norte. Ali, na parte supc riordes tc talu­de, foi possfvcIdistinguir Llill pacotc scdimcntur dc corea de 1,6 III

corrcspondcndo ao topo do Mcmbro lpeuna, 11 0 qual sc cncon­tram tres camadas de tripoli com cspcssuras entre 0, to e 0,40 Ill,

intercaladas em calcario dolomftico e folhelhos corn bonecas desilex. A outra ocorrencia (TM-248), objcto dcste trabalho, situa-sea sui da cidade. na localidade conhecida como Granja Mondini.°afloramento estaproximo ~ margem dircita do C6rrcgo Agua ver­rnelha, nurn corte de aterro fc ito para a construcao do acudc (Fig.2),0 qual pcrmitiu a amostragcm dctalhuda c 0 lcvanuuncnro deLima sccao colunar componando as difcrcntcs litofacics (Fig. J). Asecao colunar cia Figura J c Lima sc~ao tfpica do Mcmbro Ipcunacorn intercalac;ocs dc trIpoli, cOITespondcnd{) a camadas originaisdc dolomito.

LITOESTRATIGRAFIACENOZOICO

D Form acao Rio Claro

MESOZOICO

[::~.::.~j Formacao Pna mbola

PALEOZOICO

B s onna ca o c c romoatat (pe rmiano )

D Subgrupo nan [Permiano ]

[JIITJ) Fo {ma~a o Tatui (Perrmano j

Subgrupo Itarare (Pe rmiano]

D SP. 191

R Esuauas vrcmars

r~-I Drenaqeus

r~/1c.oeces

IVIlnODOS ANALiTICOS A composi<;ao minera l6gic" e asfci<;6es tcxLurais das rochas scdimcntarcs e do trfpoli fGram cstu­dadas pclos mctodos classicos cia microscopia 6pticae microscapiacletrfJnica dc varrcdura.

A co mposi\=ao qu fmica foi dCLcrminada pc lo lllctodo dacspcctromctria dc cmissao al6111 ica pOI' plasma dc acoplalllcntoindllziclo-ICP para os scguinlcs oxidos: Si02, AI20.l ' Fc20 -" MgO,CaO;cnCj llanto Na

20 e K

20foram dctcnninados por via umida.

Se<;6es delgadas dos calcarios dolomft icos (TM-248A,TM-248Bc TM-248D) foralllsublllctidas ao ataqllc CjUflllico com acido clorf­drico a frio durantc 24 h, as quais foram analisadas ao microscopioclctronico de varrcdllr:! . Estc ataqllc tcvc pOI'obje tivo simular osprocessos naturais de dissolll<;ao dos mincrais carbonaticos.

RESUlTADOS I'ctmgralia Ao microsc6pio, as amostras de

calcaria dolomftica (TM -24~ B e TM -24~D) possucm malrizcarbonatica, criplocrislalina a microcrislalina. dolomftica, cujoscris ta is de do la mita parcia llllc nte substitufdos p Ol' s fl icamicrocristalina confercm coesao arocha. Segundo a c1assilica<;aopetrogrMica de Folk (1962), a rocha Cllln micrito dolomftico, ou,ainda, segundo a c 1ass i nca~ao dc Dunham (1962), tlln /11 l/ds/olledolomftico. Scgundo Hachiro ( 1996), analiscs por di fra~ao dc raiasX indicaram composi~ao predominantc dc carbonatos dolomfticos.°sillito cinza (alllostra TM-248E), ao Illicroscupio, apresental am i n a~ao submililllctrica com altcrnJncias dc linos leitos d aros eCSCUI"OS. A lamina<;ao c prcdominantelllcnte plano-paralela. pmvezes ICllticular. As lfl minas mais claras sao l11a is siltosas C COIll ­

postas dc qual1zo, fcldspato c micas (Illuscovit lc bioiita)enquall­to as IJminas mais cscmas sao mais argilosas e ricas em matcria

36 Revista Brasileira de Geociencias, Volume 34, 2004

Page 3: TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENCIA DE IPEUNA, …

Jorge Kazuo Yamamoto et al.

os aprcsc ntados na Tabcla I.o est lido das laminas de lgadas submetidus a ataquc ac ido rcvc­

lou, ao microscopic c letro nico de varrcdu ra, textu ra esponjosasustcntada pclo quart zo microcristnlino. apo s a disso lucao dos

~uz-ur c-;

f- '"~ .;<f) '"<f)Q.

"";;0.0."" Eu-'""" ::;::; -II:ou,

TM- 248D

TM- 24BC

6

1 TM - 74M

-~@) TM- 24BE

:~--<5t» TM- 248F

45

13

Figura 3 . Se{'(lo colunar do Membra lpesina. co m il1lercala(oe.\'de tripoli. Calctirio dotomttlco ( J) , tripoli (2), folhelhos CO lli

bonecas de sites (3 ). silitito argitoso cinm-medio (4). fothethosil toso (5) e lcnnito (6). Os iuuncros if. csquerda da se{'l/oindicant II cspcssura das catnadus em e11l.

C()mp(Js i~a() qu imlca Os resultados das aruilises qufmicas descis umostras de di fercn tes nfvcis da secao co lunar sao aprcsen­tadas na Ta bcla I . Os calcarios dolorni ticos aprcsenmrn teores deS iO~ entre 9 e 16% e poderiam indicar a inicio do processo desilic1 ne a,ao. 0 tripol i (TM-24XC).por sua vez, apresenta tcor deapenas 76% de SiO , a que 0 qualifica. do pon lo de vista quimico,como urn materia l impure cm rc laciioaos tripolis comcrc iais, Alcmdisso, es ta amostra ainda aprcscnta lim teor rcmancsccntc de MgO(2, 18%) mostrando nan tcr sido lota l a dis so lucao.

carhonosa. Truta r-sc-iu de urn siltito argi loso , seg undo a classifi­e",;ao de Folk (1974).

Am,lise por microscopla elctrfmica de varrcdu ra A amostradetrfpo l i cconstitufda por q U:'1I1Z0 microcristal inc , CI11difcrcntescs­lagios de ugrcgaca o. subordinadarncnte fi lossilicatos e ox ide derem) . As imagens de microscopiaclctronicnde varrcduru mosuumtexturu cspo njosa re sultantc da disso lucao de carbonates. A ima­gem exposta na Figura 4h mostra, em detalhe, a tcxtura em boxwork decorrente da dissolucao desses min erals .

Analises por EDS de duas areas distintas da umostra de tripoli(rM ~248C) con lirmam que a co mposicao quimi ca prcdominantc cde Si, complernentada pol' A I, M g. K. Mn e Fe. Ernborn os rcsulta­dos scjam sc mi-quantitativos, estus analiscs sao compatfvcis com

I:igurtl 2 . Conmdas de ntln/rio dolo mtt lco CO lli folbrltros.intcnaludas com trtpo!i.

Tabeta J - Composicoes quimicus de amostras tie diversas rochas do Membro Ipeuna {teorcm %; J~ F ;;;; pen/a ao f ogo).

L itotip o Amostr n SiD, AI,D" Fc,O " ~l gO CaD Na,O K,O I'. F.

calc.irio dolum itir o TM -248A 1.1.3 2 0.93 2.8 15.57 25-65 0.2 0.31 40.15

calcdrio dulnmuir n TM -248B 9.32 I.05 2.4 15,67 28.08 0.22 0,33 41.4 2

tripol i TM -248C 76.25 5.48 5.72 2.18 0.9 0.58 1.25 5.02

calcario dolom iticu T M -2481J 16.12 0,69 4.09 14.09 25.08 0.1 2 0.22 38. 15

Si llilo cin za TM -24810 8 1.5 2.96 3.95 0.34 0.38 0.2 1.31 8.39

Folhclho ~ i l l tlS () TM -2481' 78,66 9.42 2,89 11 .41 0.3 1 0,48 2, I I 5,00

Revista Brasileira de Geocencee. Volume 34. 2004 37

Page 4: TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENCIA DE IPEUNA, …

Tripoli no Subgrupo Irati: A ocorrencia de lpeuna. estado de sao Paulo

carbonates.A imagem daarnostra TM -248B mostra 0 contato entre urn no­

dulo silicoso e 0 produto rcmancsccntc de uma matrixcarbonaticaapos ataquc acido (Fig. 5a). A analise da porcao orig inalmentecarbomitica. ern dctalhe, rcvcla moldcs rombocdricos tfpi cos decristais de dolomita que for;.IJ11 dissolvidos pela rcacao com 0 aci­do clorfdrico (Fig.50). A amilisc do n6dulo silicoso (Fig, 5c) revclalima tcxtura difcrcntc da cncontrudn usualmcntc em tnpolis, poissc constitui de lima massa silicosa compacta COIll baixa quantida­de de vazios,

Eimportantc rcssaltar que 0 quartxo microcristalino prcscntc namassa carbomitica da rocha cstudada. nao c visivcl em sccaodc lgada. exccto cm nodulos silicosos.

Com rclacao ao residue solido ohtido ap6s ataquc com iicidoclorfdrico, coustaiou-sc que c tonnado Clll grande parte porcalccdonia,

a exaJ11C das c..uuctcrfsticax dcssa calccdonia sob microscopicoptico C MEV revela a distribuicao da silica na forma de limacoalesccnte massa esponjosa semclhante a urn lecido cheio demin uscule s poros, co ns tit uin do lim a rcabouco si licosointerpcnct rado na roc ha carb onat icn, A calccdoniu ap resentugranulaciio media entre 1c 5 micra. mostra incipicnte larninacao

FiKura4 - Insugeru tie microscopia clctr/inica de varrcdura daamostra de tripoli. Tevtura caractcrtstica do tripoli em formade esponja silicosa (a) e dela/he mostrando cspacos vaziosfonnados pclu dissal uciio de carbonatos (b).

38

concordantc com a cstrntificacao pluno-paralcla, sugerindo que aocupacao c prccipitucao da stlica ocorrcram de aeordo com 0 ar­runjo dos cstratos carbonaticos ja dcpositados. conformc ja haviusido assinalada por Amaral ( 1971).

ORI GEM I>A SILIC IF ICA<;AO As pri meirashipotcscs levan-

Figura 5 ~ bnngcm de mtcroscoplu rletronica tie varrcdura dl'uma himillu de catcario dolomtnco silicifi cado opos ataqu ccom acido cloridrico 0 10% durant e 24 horus 1/(1 intcrjorrentre lO " nodulo silicoso e 0 rcrncnescente de ItI1Ul I1UlS.HI

carbonuuca (a) , dew /he do remanesccnt e da massacarbon/nice (b) e detu lhe do tuidulo silicoso (c).

Revista Brasilei ra de Geodenaes. Volume 34. 2004

Page 5: TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENCIA DE IPEUNA, …

Jorge Kazuo Yamamoto et al.

tadas para cxplicar a silicificacao, dos sedimentos da Bacia doParana dc vcm -sc a Mo racs Rcgo ( I93{)). Oppenhein (1934) e Lciu z( 193X) qu e estudara m os s ilcx iios dc divc rsas unidudcsgondwanicas incluindo os do Subgrupo Irati. Segundo esscs aU 4

torcs, a silicificacao seria devida a a~flo de solucocs silicoses.hidrotermais ou nao, provenientcs do magmatisrno basaltico SerraGcrnl (Crctacco Inferior). Essa intcrprc tacao bascia-sc na prcscn­c u de num crosas iruru socs de diubti sio nos sed imentosgondwanicos do nort e da bacia.

Amaral ( 1971)ao aludir sobre 0 problema da fontc prim.iria dasilica rcsponsavel pcla siliciflcacao de rochas do Grupo PassaDais. considcrou possfvel esta provir da dissolucao de cspiculassilicosas de csponjas. localrnente identificadas . No cntanto, res­saltou sua ponca importancia, pois niiodevcriam OCOITcrc mquan­tidade suficicntc para Iormar as centenas de bilhoes de toncladasde silcxitos do Subgrupo Irati. Outro fato que cnfraquece estahipotesc c que 0 umhicnte deposicional do Subgrupo Irati parccctcr sido bastante desfavoravel aproliferacao dc esponjas que IlC­

ccssitam de .iguus oxigcnadus c agitadas.Riccomini ct (/1 . ( 1997). em trubalho sobre rochas do 10pOdn

Formacao 'Iatuina area de lpcuna (SP), rcconhcccram ocorrcnciasde Irlpolic concrc~ocs de sflex e quarlzo, cuja fonna~flo atribuframapcrcola~ao de fluidos hidrotcrmais aD longo de fraturas e falhas.'n\1processo teria reslI ltado cm prccipitm;ao de cake d6niae qUaJ1zocllhcdra l concomitantcmcntc CO Ill a di sso l u ~ ao de roehascarbonaticas. Essc hidrotcnn atismo estaria vinculado aos estagi­os !inais do magmatislllo da Forma<;ao Scrra Gcml (Ki).

COl1s idenllllOS que a silicili c a~ao dos dolol11 itosdo Iratiellvolveproeessos diagcncticos de I ra ns forl11 a~ao de argilol11 inerais dogrupo das csmcctitas cm illilas (Boles & Franks 1979 e Lahann1( 80). Esscs argilomincrais estao invariavelmentc prescntcs nosfolhelhos dos ritmilOs do topo do Memhro Ipeuna, Segundo Bo­Ies & Franks (1979), essa transformac;ao se da conforme a scguin­Ie reac;ao:

Esmcctita + K+~ IHi ta +Si+4 + H20

com perda adicional dc s(ldio, eak io, fcrro c magncsio.Essa transformac;ao ao expulsar sfl ica c aglla adsorvida cntre

folhas da estrlllura cristalina cxpansiva da cSll1cctita, faz com queos cstratos carhonaticos sejam pcrcolados par soluC;6cs ricas emSiO, e, conseqUcntcmcntc, siticificados.

f\Kle-sc afirmar que a calcedtmia prcscnte eln grande quanti­dade nos dolomitos do Irati. como resfduo remancscente insolll­vcl (ap6s d i s so l ll~ flo dos carbo natos) scria origintiria dc soluC;6csautigcnicas cnriquccidas no interior dos folhclhos (gcrados cm<lmbicntc rcdutor). durantc 0 sotcrramcnto c compac ta~ao dosritlllitos do Mcmbra Ipclllla. Isso explicaria a quanlidadc Illuitomaior dc silica nos dolomitos dos pares rftmicos, quando cornpa­rados aos dolomitos sllhjaccntcs da Call1ada Bairrinho. ESles saomais cspcssos. mcnos tcnazes, com POllCOmatcrial siIicoso e nflocornportam as intcrcalar;6cs dc folhelhos sllpridores de silica, ca­raclcrfsticas quc os tornam aprovcit:iveis como corrctivos dc so~

los ,lcidos.Em alllbicnte inlempcrico, a csmcctita forma-sc, normalmcntc,

sob condir;ues de clima ,irido c drcnagem prccar ia. Para que csscsargilomincrais possam prescrvar-se, C Ilecessario quc postcrior­mcnte vcnham dcpositar-sc em aguas rclativamcntc eSlacionariase ricas e lll fOilS de Mg, Fe, Ca e Na (Kelter 1956),

Com rela~fio amillcralogia das argilas dos pelitos da Forma~ao

Assistcllcia, 0 segllintc quadro foi idealizado pOl' Ramos & For­moso ( 1975): a) a caulinita c inexistente, ou muito rara; h) mltmsargilomincrais C0l110a esrncctit<l. c<lJ11 adas Inistas iIlila-csnlcclita.

Revista Brasileira de Geociencias. Volume 34, 2004

illitu e cloritu sao frcqucntcs. Para csscs autorcs, a compoxicaodos argilomincrais rcvclu que. ap6s a scdimcntacao daxunidadessubjaccntcs (Palermo c Rio Bonito fonnadas em cond icocs declirna umido, Iato corro borado pcla frcquentc ocorrencia decaulinira), houve mudanca clinuitica na passagcm da FormacaoTaquaralparaa Formacao Assistcncia: faro confirmado par Huchiro(1991) que vcrificou a presence de brcchns cvaporfticas na baseda unidudc sobrejaccntc.

Durante a deposicao da Formacao Assisrcncia, a incidcnciu dcclima mais arido tornou os solos das arcas-Ionte hcm mcnos drc­nudes. favorccendo a formacao da csmcctita. 0 Mar Irati, rcccpni­culo dos sedimentos aportados. gara ntiu a pcrrnan encia duesmectita, urna vez que suas caractcristicas coincidiaru com ascondicocs do rneio de preservacao assinaladas pOI" Keller (195(1).

Ao nfvel esuutigrafico corrcspondcnte a Formacao Assistenciu11 0 Estado de Sao Paulo, Ramos & Formoso (1975) constataramgrupos dc argilominerais em que se desracarn csmcctita (70%) cillita (30%). Nus fracoes argilosas de folhelhos, obtidas de testc­munhos dc pecos das proximidades de lpeuna. em Carlota Prcnz( I-CP- I-SP),os argilominerais siio:csmcctitu (70%). illita (3()%) cclarita (traco), Rodrigues & Quadros ( 1976) corroboram os auto­res antcrionn ente citados e rclatnm que, nos folhelhos do Irati. osargitomincrais hasicos sao esmec tita, carnadas mistas illita­csmcctita. illita e clorila. Amostl':l s dc calha da Formac;ao Assis­tcncia, do poC;o 2-GU-3-SP, 1110stram lcorcs de 2<Y}{! paracsmectita.25% para c:llnadas mistas iltita-cslllcctita. 40% para illita c 15%paraclorita.

Dc forma scmclhallte, as HIl,lti scs por difra<; ao dc raios Xcfctuadas por IIYI' ( 1982), em amostl"<ls de supcrffeie da regiao deIpeuna (antiga Pedreira Bonanza), a fra~ao argilaaprcsentou com~

IX)s i~ao eJll argilornillcrais comcsrneclita (22%). illita(12%)e clorita(66%), nos folhclhos do Mcmbro Ipelllla, da basc dos rillllitos quesituam-se acimado banco dololllftico (Camada BaiiTinho). E pr6xi4

mo ao topo dos ritmitos, esmectita ( 19%), camadas mistas (31%).illita (15%)c c10rita (35%). No mcslllo perfil, umaamostrado siltitoquc marca a passagcm transicional para a Forma~ao Corumbataf.compunha-sc dc esmectita (38%), illita (22%) e elOI'ita (40%),A composi<;ao em mgilomincrais da Forma<;ao Assistcncia n<I rc­giao de Ipcuna C :lS cond i~6cs palcoambienlais e diagcncticas dcfonna~ao dcsta unidade comprovam a viahilidaclc do lllecanisl110aqui proposto para a siticificar;flo dos dololllitos. 0 cn r iq ucci llle n ~

to cm silica c a postcrior dissolw;:ao do carbonalo, durantc 0intempcrisl11o, 1'01"<1111 cvcntos de sUllla illlp0l1flllcia que ora penni­tcm csclarccer a genesc do trfpoli nos dep6sitos dolollliticos doSubgrupo Irati.

CO NSIDERA(:OES FINAlS A ocorrencia de tripolide IpellJ1aea principal cvidcncia quc 0 Tr fpoli rcsulta da dissolLl(;ao dc car­honatos elll calcarios dolomfticos prcvialllentc silicificados. Ob­serva-se quc, pr6ximo ao IOpO do alloramellto. as camadas dccalc::l rio dololllflico sao tota lmentc substitufdas par trfpoli, 0 qua laparcce intercalado ou altcrnando com folhelhos ncgros. Ifpicosdo Subgrupo Irati.

Estudos cxpcrilllentais de d i ssol u~ao dos carbonatos, por llleiodc ataquc acido (I-ICI a 10%), provam que 0 trfpoli fonlla~ se atclllcsmo dc calcarios dolomfticos silicificados com tcorcs dc ape­Ilas 10-15% de SiO"

Com rclac;ao ao modelo de s i l i ci lica~ao dos caldrios dolomft icosdo Mcmbra Ipcuna, consideramos it hipolcse diagenctica comoscndo a mclhor. nao descartando::1 possibilidadc da conlribui<; aodc atividadc hidroh.:rlllal associada ao magmatistllo Serra Gcmt

39

Page 6: TRIPOLI NO SUBGRUPO IRATI: A OCORRENCIA DE IPEUNA, …

Tripoli no Subgrupo Irati: A ocorrencia de Ipeuna, estado de Sao Paulo

co mo proposto par Riccomini et at. ( J997).A ocorrencia es tudada, dcvido apcquena es pcss ura lias ca rna­

das dc tripoli c a sua es treita assoc iacao com calcarios c fo lhelhos,nile permitc a sua ex plotacao cconornica, Alcm disso, 0 tripoli deIpeuna n50 rcprese nta 0 cs uigio final de dissolucao c. portan to,impure do ponto de vista quimico . Entretanto. os autorcs ternconhecimento de outras ocorrcncias de tripoli (Mcntanhcim et (II.

)99 <) que poderiarn vir a scr viuhil izndas dc vido ;tS suns caractc­nst icas fisicas c quimicas.

Agradecimentos AFuuducao de Ampnro uPesquisa do Estadode Sao Paulo - FAPESP, pol' mcio dos auxi lios fi nancc iros IlOS

processes 95/56 35-4,95/88 15-3 c 0 1/8059 -7. C 'l OS rcvisorcs daRBG pclas suges t6cs ao manuscrit o ,

Referencias

AmaralS. E. 197 1.Geologia c l'cnnlogla da Pormncno Irati (Pcrmiano) 110

Estado de Sao Paulo. Bol . lnstit. Geocicllcias e AI·lroIUJI//ia. 2:3-8 1

Bolen W.P. 1996. Silica. Den ver. U.S.G .S.. 20p. (USG S Minera lslnfonna tion)

B{)les J.R. & Franks S.G. 1979. Clay diagenesis in Wilcox Sandstone s ofsouthwest Texas: impl ications of smectite diagncsis of sandstonecementation. J. Sed. Pel.. 49:55-70.

Dunham 1962. Classificationofcarbona te rocks according tn depositionaltexture. In: Cinssification (lcurbonate rocks . Tul sa. AAPG. p.108­12 1. (Memoir I )

Folk R.L. 1962. Spectral subdivision ofl imestone types. Jn: Classification(![nu"hoJ/(lfl ' rocks . Tuls a. AAPCi. p.62-84. (Memoir I)

Folk R.L. 1974. Perml oxy (?[ ,\'('di lll l' lIl ary rocks . Austin. HemphillPublishing Co. IX2p.

l Inchiro J. 199 1. l.itotipos, associaciies [aciolog lcus e sistemasdeposil'iOlwis da Forma('(io irati IW Estada de Silo Paulo. lnst. deGeociencins. Universidade de Sao Paulo, Dlsscrmcnc de Mcstmdo.175p.

Hachiro J. 1996.0 Subgrupo t rati i Neopcn niano }da Hacia do Part/l ui .lust. de Gcocidnc ius, Univcrxid adc de Sao Pa ulo . Tcse deDoruoramcrno. J96p.

Hachiro J .• Co im bra A .M .• Mai ns S.L.E 1993. 0 canite rcrunoe strutigrafico da Unidadc lrati.Jn : JGCEJUNESP. J" Simposiosobrc cronocstrutig rafl a da Bacia do Parana. Resumos . p. 62-63

Institute de Pcsquisas Tecnclogicas do Est. de San Pau lo - IIYf. 1982.A1/(ili.~l'.\' pt'lroJ.:Hifkas e minerologicas de rochas procedcntes dehapctining a, lu runjoi Puuiistu. Umeira, Ipetina. Rio Claro el )imc'il 'a!Ja (51'). Sao Paulo. liT!'. (Ccrtilicado ( 50284)

Ke ller W. I ) . 1956. Clay mincrals as inll llcnced by environlllents ofthcirformation. !J1I1I. AA PG, 40:26X94 27 IO.

Knechl T. 1940. Os min hio,\'/I(io m erd/icos do ESlado dl' S(io Pall/o. S(ioPallio. 11I.1·l i fll /() GeognUil'Oe GeohJgico. p. 24X-25 I, (lJolelim 27).

Lahalll1 R.W. 1980. Smcctile d iagcncsis and sands tonc ccmcnt: thc effectof reaction temperature. J. Sed. Pelrol., 50:755-760.

Leinz V. 1938. A s i l ic i fi ca~ao nos sedimentos go ndwanicos no sui doBrasil e sua origem. All . Anul. bras. Ciene. 10: 273 -295

Melca lf R.W. 1949. Tripol i. In: 711t, Commillee Oil Indus frial Millerals

4()

Volllllle, New York. American Institute of Mining and Metallurgica lEnginccrs.p. 1074 -110 1

Monmuhciro T J. 1999. Prospccciio l' caracterimciia de pozolonas lUIHad a do /)l/ rwui. Exultlo ti l' Scio l 'aulo. lust . de Gcocidncias.Universidadc de Sao Paulo. Tcsc de Doutoramento. :!26p.

Montanheiro T.J.. Yamamoto J.K.. Gobbo L.A. 1999. Ocorrencias dcTripoli no Subgm po lmn. Estndodc Sao Paulo. In:SBG/Nliclcos SanPaulo c Rio de Janeiro/Espirito Sauro. 6" Simposio de Geologia doSudestc. Holeli", de Resmnos. p. J56

Moraes Rcgo L. F. 1930. A Geologia do Pt'/r(j/eo no /:\ /(/(10 deSiio Pauto.Service de Geologia e M inera~a(), Rio de Janeiro. DNPM. I lOp.(Bolclim 46)

Oppc nhein V. 1914. Nota sobrc 0 silex (d lCI1) no suIdo Brasil. All . /wud.!JJ'lI.\". Cline. VI: 83-87

Quirk W.F. & Bales A. K. 197X. Tripoli deposits ofsouthwest Mi,~.HJII,.i

alit! northeast Oklaho ma. In: Okla homa. Oklahoma Geo logicalSurvey, 4p. (Circ ularZ'J)

Ramos A.N. & Formoso M.L.L. 1975. Arg ilominerai s dus rocha sscdimcntarcs da Bacia do Parana. Rio de Janeiro, Pl:,T ROHRAS ­CihlC;a, '/{~l'f1ica c I'etroleo. StVio til' Erplora('iiode Petrolco.9:1-47

Riccomini . C. 1995. Tectonisma Mt'rl/dor I! defon nador dm t!t-pthitosscdimcntorrs pos-gondl'i'lnico.\·tla porciio ccn tro-oricntol do Estndode Siio Pallio e (ireos 1';:;111/(1.\'. Insl. de Geociencins. Univerxidade deSao Paulo. Tese dc Livre Docencia. 2 15p.

RiccominiC.. Sam'Anna L.G..CoimbruA. M. 1997. Silica micr ocristalina(tripoli) em rochas sedim entares pcrmiunas do Ilanco lcste da Baciado Parana. Estado de Sao Paulo. Brasil. Rev. Hras. Geoc., 27:195-402

Rodrigucs R. & Quadro s L.P. 1976. Mincra logia dc argilasc tcorde borndas fonna~Ocs palcoz()icas da Bacia do Parami. In:SUG, Cong. Bras.Gco l., 29, Duro preto. AI/ais, 2:35 1-380

Souza M.o.L. 1997. Ctlf(/ueriwrrio ('.\'l l"11 l lm il do DOIlIO de IJilm /!{ll. SP.Inst,de Gct>eicllcias e Cicllcias Exalas, Univcrsidade ESladual l\l lllisla.Di sserta~i1o de Meslrado. 121p.

Manuscrito A· 1364I{ccchido Clll 14 de <l~nsto dc 2002

Revisao dos autorcs cm 25 de nonmhro de 200]Revisao aC(~ila CI11 30 de novemh ro de 20U3

Revista Brasileira de Geociencias, Volume 34, 2004