Alucinógenos Cocaína e crack Maconha, haxixe, THC Estimulantes e anfetaminas

Barbitúricos e calmantes

Solventes inalantes Tabaco Álcool

Efeitos do abuso

Náuseas, ilusões, alucinações intensas, despersonalização, distorção na percepção de tempo e espaço, confusão mental, impulsividade, flutuação emocional, aumento de sensibilidade, hiperflexia, taquicardia, fraqueza muscular, olhos dilatados e pânico.

Perda de apetite, insônia, excitação, hiperatividade, irritabilidade, ideias delirantes paranoides, palidez, despersonalização, alucinações, hipertermia, cefaleia, hipertensão, destruição septo nasal, hemorragia nasal e gengival, corisa.

Desmotivação e apatia, diltação da pupila, distorção na percepção de tempo e espaço, vertigens, comportamento “estranho”, sonolência, variação de humor, olhos avermelhados, distúrbios de percepção e julgamento, aumento de apetite, depressão e insônia.

Excitação, anorexia, insônia, inquietação, confusão mental, agressividade, boca seca, dilatação pupilas, alucinações, confusão, visão embaçada, liberação das inibições, paranoia, descontrole verbal e fadiga.

Sonolência, apatia, língua enrolada, depressão do SNC, confusão, desorientação, falta de coordenação, tremores, irritabilidade, agressividade, variação de humor, falta de memória, vertigens, atenção e reflexos diminuídos, náuseas e vômitos.

Depressão do SNC, torpor, euforia, excitação, desorientação, falta de coordenação motora, tontura, fala enrolada, andar cambaleante, sonolência, olhos avermelhados, corisa, agressividade, violência e anorexia.

Excitação, anorexia, tremores finos, distração e relaxamento.

Euforia, falta de coordenação motora, diminuição de reflexos, impulsividade, descontrole emocional, diminuição do nível de consciência, irritabilidade, agressividade, náuseas, vomito, diarreia, depressão do SNC.

Riscos do abuso

Danos cerebrais, alterações cromossômicas, esquizofrenia transitória, parada cardíaca, “flashes” das alucinações, tendência suicida, comportamento imprevisível.

Taquicardia, depressão e parada respiratória, infecções por contaminação (AIDS), psicose paranoide, morte por overdose.

Descompensação psíquica em indivíduos predispostos, isolamento, desmotivação generalizada, distúrbios hormonais, esterilidade, distúrbios imunológicos, gastrointestinais e cardiovasculares.

Respiração superficial, depressão, agitação psicomotora, tremores, convulsões, paranoia, alucinações, perda de peso e parada cardíaca.

Perda de peso, irritabilidade, confusão, tremor epilético, respiração superficial, pele fria, úmida e escamosa, pupilas dilatadas, pulso descompensado, impotência, esterilidade, coma, overdose.

Lesões irreversíveis no córtex cerebral, na medula óssea, rins, fígado, parada cardíaca, doenças pulmonares, risco de morte por asfixia.

Complicações respiratórias (bronquite, enfisema, câncer), complicações cardiovasculares (infarto, avc, arterosclerose etc), dentre outras complicações

Emagrecimento, alterações hepáticas e gastrointestinais, dores musculares, polineurite, disfunção sexual, alterações cardiovasculares, convulsões, alterações neuro-psiquiatricas, escoriações, contusões, apagamentos, desnutrição, inchaço, facies alcoólica, agressividade, delírio e alucinações.

Efeitos da falta

Desconhecidos. Apatia, depressão, desorientação, delírio, ansiedade, insônia ou sono prolongado.

Irritabilidade, inquietação, hiperatividade, cefaleia, ansiedade e insônia.

Apatia, sono prolongado, irritabilidade, depressão, delírio, desorientação alucinações, tendência suicida, surto psicótico.

Ansiedade, insônia, tremores, convulsões, delírio, alucinações, parada cardíaca, dores abdominais e musculares.

Cefaleia, tontura, náusea, vômitos, tremores, convulsão, ansiedade, insônia, risco de óbito.

Ansiedade, nervosismo, irritabilidade, tremores, aumento de apetite, insônia, normalização dos sentidos de faro e gustação, mal estar, dificuldade nas atividades intelectuais.

Ansiedade, irritabilidade, agressividade, insônia, tremores, sudorese, taquicardia, convulsões, náuseas e vômitos matinais, delírio e tremores.

Entrevista – Relato de caso

Viviane Rocha de Macedo – Psicóloga da SUSEPE especialista em criminologia.

Trabalha com dependentes químicos há 20 anos.

Atualmente trabalha na Penitenciária Modulada de Osório/ RS e no Presídio Estadual Feminino de Torres /RS.

Apenado: A. P. B.

Idade: 27 anos

Em entrevista de triagem e posterior acompanhamento psicológico, seguem dados referentes ao apenado e seu processo de drogadição que o levou a reinserir-se no

cárcere.

A. é proveniente de uma dinâmica familiar disfuncional, relata que foi criado pelos avós maternos, tendo em vista que sua progenitora o abandonou aos nove meses

de idade, pois a mesma era alcoolista e tinha uma vida desregrada (se prostituia), A. nunca soube quem era seu pai e a figura

paterna foi "representada" por seu avô. O apenado cresceu num ambiente de vulnerabilidade social, econômica e afetiva, os avós eram muito rígidos na criação dele

e dos irmãos e infligiam violência física objetivando mantê-los no "bom caminho", entretanto não lograram êxito, na escola era indisciplinado e agressivo com os

colegas, sendo expulso na sexta série, aos doze anos de idade, época que seu desenvolvimento psicossocial inadequado e transgressor começou a aparecer no

contexto social. A. fugiu da casa dos avós e foi morar na rua, alternando com a casa de outros menores em situação de vulnerabilidade social semelhante a sua,

neste período perpetrava pequenos delitos de Furto para sobreviver e manter sua adição química, iniciou com uso de inalantes( loló e cola de sapateiro), que no inicio

supriam a fome e posteriormente maconha, álcool e cocaína e por fim,crack,para manter sua adição, passou a cometer delitos mais graves, como assaltos e acabou

aos 16 anos interno da antiga Febem (Fase).

Nesta Instituição foi medicado, tendo em vista sua personalidade impulsiva e violenta, agravada pela abstinência das SPA (substâncias psicoativas ), drogas, que

afetaram seu comportamento psíquico e neurológico, posteriormente foragiu da Febem com 17 anos e voltou às ruas recaindo nas drogas e na vida delitiva.

Neste período sua personalidade e conduta estavam muito comprometidas, vivia para drogar-se e cometia delitos para manter sua compulsão adictiva, cada vez mais

violento envolveu-se numa briga com um desafeto por dívida de droga e veio a cometer o delito de homicídio, época que já estava com 18 anos e veio preso nesta

penitenciária.

Em atendimento psicológico não houve condições de atendimento num primeiro momento, pois estava em abstinência do crack, desnutrido, com ideias delirantes de

perseguição e alucinações visuais, foi medicado com anti-psicóticos e ansiolíticos e posteriormente teve sua sintomatologia psiquiátrica diminuída com alívio de

sintomas, o que proporcionou o desenvolvimento do acompanhamento psicológico ,participação nos grupos de NA que o ajudaram no decorrer do cumprimento de

sua pena.

A. não possui nenhum apoio ou suporte familiar “extra-muros” o que dificulta suas possibilidades de inserir-se no contexto social, entretanto no cárcere conheceu

companheira (irmã de outro detento) com quem pretende conviver depois do cumprimento de sua pena.

Importante ressaltar que no período que usava cocaína injetável contraiu HIV e hepatite C, faz exames de carga viral e no momento não apresenta sintomas das

doenças oportunistas típicas de suas patologias infectocontagiosas. Nos 3 anos em regime fechado, apesar de todas vicissitudes de sua história pregressa

disfuncional, denota inicio de juízo crítico e motivação para tratar-se, conta com o apoio da companheira e núcleo técnico deste estabelecimento penal.