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Edição de Agosto de 2010 da revista Touché!

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editorial

Mônica Tozetto, editora

[email protected]

Distribuição Gratuitaexpediente

Produção: Laser Press Comunicação Integradawww.laserpress.net – 11 4587-6499Diretor Executivo: André Luiz de Barros LeiteEditora: Mônica Tozetto

Textos: Mônica Tozetto (MTB 33.120)e Luciana Sanfins (MTB 57.245)Designer: Alexandra TorricelliDepto. Comercial: Carla MulinariTiragem: 6.000 exemplares

w w w. r e v i s t a t o u c h e . c o m . b r

noSITECARTASDO LEITOR

Comentários, críti-cas, elogios e outras su-gestões são bem vindos.No site, acesse “Faleconosco” para dar suapalavra.

Conhecer melhor algumaspersonalidades da nossa cida-de. Aprender com suas expe-riências. Saber como fazempara lidar com determinadassituações. Essas são as finali-dades da entrevista realizadapela revista touché!

Quando nos propusemos aesse trabalho, decidimos levara sério o ensinamento da pro-fessora Cremilda Medina, noseu livro “Entrevista, o diálo-go possível”. É preciso ouvir oque o outro tem a dizer e nãoapenas seguir um roteiro deperguntas pré-estabelecidas.Muitas vezes, o roteiro deve ser

Boas SURPRESASdrasticamente alterado. E semperdas, só ganhos.

Essa tarefa tem sido par-ticularmente prazerosa pramim. Alguns entrevistados,confesso, conheço de longadata. Mesmo assim, venhotendo muitas surpresas. His-tórias que nunca ouvi, infor-mações que nem imaginava.

Alguns me questionam ofato de não colocar nas entre-vistas os defeitos de minhapersonagem da vez. Isso éproposital. Nesse momento,meu olhar se volta para o quetem de bom dentro de cadaum. Para aquilo que se possa

acrescentar na vida de quemvai ler. De quebra, tambémtenho aprendido algumas coi-sas. Conhecido pessoas incrí-veis e reconhecido outras deminha convivência.

O casal deste mês, Pau-lo e Mari de Luna, presen-teou a touché! com umaentrevista encantadora .Souberam com maestriasuperar algumas dificulda-des e transformar sua his-tória numa deliciosa trama.Tão deliciosa como os pra-tos de Paulo e a fala caden-ciada de Mari.

Boa leitura.

ROTEIRODOS VINHOS

Um delicioso passeiopelo Circuito das Frutas,no Roteiro de Vinhos.Veja o filme produzidopela vídeo repórter Bru-na Barros.

CIRCUITO DAS FRUTASConheça mais roteiros e descubra uma

região que pode surpreender.

FIQUELONGESaiba que rou-

pa não usar se seucorpo é oval, retan-gular, triângulo...Confira as dicas daPersonal StylistLiandra Mello paravocê estar sempremuito, muito linda.

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g e n t e

A quatroMÃOSA quatroMÃOS

Juntos há 23 anos - quase 20 de casamento - ocasal Mari e Paulo de Luna denunciam sua cumpli-cidade, carinho e dedicação todo tempo, atravésde gestos e olhares. Para chegar ao estágio atual,um ensinou ao outro como a vida pode ser vista soboutros ângulos. Há seis anos, criaram a Família So-lidária, que busca, através do talento da dupla, aju-dar entidades beneficentes. Conheça um pouco des-sa história de amor, amizade e companheirismo.

Por Mônica Tozetto

Paulo e Mari na adega domédico, repleta de vinhosde todo o mundo

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Quando conheceu Mari, o médi-co Paulo de Luna já estava estabiliza-do em sua profissão. Diretor finan-ceiro do Grupo Sobam, é natural deMocóca, interior de São Paulo e for-mou-se em Uberaba, Minas. Em1966, foi convidado a trabalhar noantigo Hospital Geral. Estabeleceu-se em Jundiaí desde então. Entre idase vindas, fundou, com outros cole-gas, o Hospital Pitangueiras.

Quando conheceu Paulo,Mari era uma intempestiva jovemde 26 anos. Vinha de uma educa-ção clássica. Bailarina, cursouEducação Física em Jundiaí comapenas 16 anos. Logo que se ca-sou com o médico, fazia mestradona Unicamp. Quis o destino queo casal se juntasse. Dessa união,muita coisa boa viria.

CUIDANDO DA RELAÇÃOPara poder estarem juntos, Pau-

lo e Mari afirmam que precisarambatalhar muito. Assim, começarama vida de uma maneira muito unida.O cuidado com a relação é priorida-de na vida do casal. Pais de duasmeninas - Gabriela, 14 anos eBeatriz, 11 - fazem questão de re-servar um tempo para namorar. Porisso, todo ano viajam sozinhos. Co-locam a conversa em dia e aparamas arestas presentes em toda rela-ção que se preze. A cumplicidade,garantem, é o segredo desse suces-so. Aliado a esses fatores, está omesmo apreço pelas opções de lazera a mesma prioridade: a família.

Respeitar o momento de cadaum também faz parte das regras dadupla. Conhecer o limite do outro.Mari percebe o humor do maridopela maneira dele guardar a pastaquando chega do trabalho. Quandoisso acontece, ela garante ser umaboa ouvinte, mas jamais interfere.Compreender para ela é o bastante.Ela, por seu lado, preocupa-se mui-to com as filhas, e por vezes, o com-

portamento das meninas a faz per-der um pouco a paciência. Mas, Pau-lo garante, é passageiro. “Comigo

ela nunca perde a paciência”, desta-ca. Pudera! Ele é seu ídolo. “Tenhomuita sorte. Além de meu marido,Paulo é a pessoa em que mais con-fio, honra suas palavras e tem granderetidão de pensamento”, fala.

No início, a diferença de idadepesou um pouco. Mari se irritavacom o fato de Paulo se preocuparcom o futuro. Mas sabia que se nãocorresse atrás de seu amadureci-mento, a relação naufragaria. E,trocando experiências e vivências,construíram uma grande platafor-ma. “O temperamento dele foi bominclusive para as meninas, que sãocalmas e sabem acolher críticasconstrutivas”, assegura. Na educa-ção, conversam abertamente com asmeninas, transmitindo uma postu-ra segura da vida.

A GASTRONOMIADesde que se casaram, Mari

incentivava bastante o marido a de-senvolver um hobby. Ele gostavamuito de músicas - jazz, seu gêneropreferido - e também recebia osamigos com drinks inusitados. De-cidiu, então, trilhar os caminhos dagastronomia. Mas, de quando co-meço - lá pelos idos de 94 - algunsdesastres estavam previstos antesque o chef desenvolvesse os talen-tos hoje reconhecidos.

Num passeio por shoppings deSão Paulo, encontraram numa livra-ria o primeiro livro de gastronomiade Sérgio Arno. Paulo já conheciaum pouco de seus pratos e decidiuarriscar. Comprou o livro e, apesarda boa vontade, o “debut” na cozi-nha foi um verdadeiro fiasco.

Mari havia acabado de chegarda faculdade. Logo que entrou emcasa, Paulo avisou: havia feito pizza.Muito animada, a recém casada foitomar uma ducha, já antevendo arefeição. Assim que ocupou seu lu-gar à mesa, teve uma surpresa. Aiguaria parecia um pouco estranha.E não era para menos. Com menosrecursos do que hoje, o estreanteLuna havia comprado um disco depizza no supermercado. Como mo-lho, optou por extrato de tomate.Como primeira camada, carne moí-da de sua marmita que havia sobra-do do hospital. Mussarela não ti-nha, mas ele descobriu isso quan-do finalizava o prato. Foi de mor-tadela. Mari reforçou e garantiuseu amor. Mas avisou: não davapra comer. Acabaram jantandouma omelete, preparada por ela.“Aliás, cozinhar bem não é méritosó meu. Mari faz pratos excelen-tes na cozinha”, elogia.

Mas esse desastre - graças aDeus - não o fez desistir. Partiu en-tão para erros e acertos. O Brasilcomeçava a receber produtos im-portados para a culinária. Habili-doso e instintivo nas misturas, foitestando. Algumas aulas com chefsexperientes iam lapidando seu ta-lento. Nesses momentos, podia ti-rar dúvidas e aprender maneiras deadaptar intredientes. “Não posso meesquecer, também, do incentivo eorientação de meu colega Kuniu”,destaca.

FREQUENTANDORESTAURANTES

Conhecer restaurantes sofisti-

cados e outras maneiras de se uni-rem os diferentes alimentos era algoque Paulo tinha vontade. Mas, peloexcesso de trabalho e também, faltade companhia, acabava adiandosempre esse prazer. Quando conhe-ceu Mari, descobriu que ela tam-bém gostava desse tipo de lazer. Erao incentivo que precisava. “Mari foia grande responsável por isso tam-bém”, frisa. O ingrediente que fal-tava na vida de ambos.

Atuando como um casal de pes-quisadores gastronômicos, os Lunadescobrem muitos pratos em res-taurantes no exterior. Visitam lo-cais renomados, fotografam o pra-to que comem e pedem cardápios.Paulo garante que é Mari que tem opaladar melhor para descobrir osingredientes. “É, não sei fazer, massei perceber”, diz. Depois, com commuito jeito - impossível não se ren-der ao poder de convencimento deMari - ela conversa com os chefs eaté ganha receitas. “Mari fala vári-as línguas - francês, italiano e in-glês”, elogia. Sem contar o Portu-guês, com uma cadência e correçãoímpares. “Acredito que, quando fa-lamos a língua do lugar queestamos, funciona quase como umahomenagem e sempre sou bem aten-dida”, fala. Em casa, olham os apon-tamentos e arriscam os pratos. Di-fícil não dar certo.

Reunindo conhecimentos, a co-ragem foi crescendo. Livros, aulas,experiências internacionais. Marigarante que, quando Paulo decidefazer algo, leva à sério. Tem sidoassim com a gastronomia e em tudoo mais que permeia a vida do casal.

FAMÍLIA SOLIDÁRIAHá seis anos, a Igreja Católica

decidiu construir cisternas para fa-mílias do Nordeste. A dupla arre-gaçou as mangas e pôs-se a ajudarPadre Norberto, pároco da Igrejade Santa Terezinha, na Barreira. Or-

Tenho muitasorte. Além de meumarido, Paulo é a

pessoa em que maisconfio, honra suas

palavras e temgrande retidão de

pensamento

“”

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ganizaram um jantar na casa deles,convidaram alguns amigos e vizi-nhos. Com o dinheiro arrecadado,conseguiram construir quatro cis-ternas. Nascia a Família Solidária.O nome, porém, viria alguns anosdepois.

O trabalho foi criando volume. Osegundo evento foi em prol da cons-trução da igreja do Varjão, onde padreNorberto estava se instalando, a Paró-quia Nossa Senhora Aparecida. Depois,fizeram um lanche para as crianças dacomunidade de lá. No terceiro ano, umagrande festa de aniversário para amolecada da favela dos Ferroviários.“Alugamos pula-pula, contratamos pa-lhaço. Foi uma verdadeira festa”, lem-bra Mari.

Com o tempo, o evento foi fi-cando sofisticado. O casal haviaganhado mais experiência ainda emfestas, já que por alguns anos, Pau-lo atuou como diretor social do Tê-nis Clube. Mari ajudava na organi-zação, tarefa que cabe a ela aindahoje e com maestria. Nenhum deta-lhe escapa de seus olhos atentos.Paulo cuida do cardápio. Primoro-so. E foi o Tênis o cenário para oprimeiro jantar fora da casa deles,em prol da igreja de Jarinú.

A quatro mãos, eles gostam desurpreender. Chef Luna, com pra-

tos elaborados, que é o que gostade fazer. Mari cuida de todo o resto.“Não queremos ostentar, mas mos-trar às pessoas que o evento é mui-to cuidado”, diz. Depois do final decada um, uma reunião para ajustaraparas é realizada. O que foi bom,fica. O que não agradou, sai.

A cada ano que passa, a Fa-mília Solidária se transforma umpouco mais. Ganha em organiza-ção, novas ideias, cardápios ela-borados e criativos. Os voluntá-rios também vêm crescendo.

A ideia dessa instituição - co-mandada por eles - nasceu da grati-dão. “Em nosso coração, possuímosuma grande religiosidade. E comnosso trabalho, queremos agrade-cer tudo que possuímos”, explicaMari. Todos os gastos com os even-tos são realizados pelo casal. A ren-da é doada integralmente. Hoje,como uma onda, cada vez mais pes-soas querem ajudar.

O Família Solidária realiza umevento por ano e não pretendemmodificar essa decisão, mesmo ten-do muitos convites. O foco geral-mente está na área médica, porcausa da estrutura hospitalar quePaulo dirige. “A Sobam nos ajudacom a logística, também. Mastoda a parte financeira é nossa”,

explicam. Preferem suprir a ne-cessidade da instituição a dar odinheiro. O total arrecadado ésempre divulgado. Tudo muitoclaro, transparente.

Hoje, as filhas Gabriela e Beatrizintegram o grupo, atuando comovoluntárias. Para o casal, ser soli-dário é um dever de todo o cidadão.“Exercer a cidadania é determinar-mos algum futuro para nossos pró-prios filhos”, destacam. Os filhos,dizem, são para o mundo e o mundotem que mudar. “Tudo que plantar-mos, pode aumentar”.

Assim, começaram com um jan-tar para 40 pessoas e este ano, oalmoço foi para 400. De voluntári-os, 50 integrantes. Quem partici-pa, vai comentar um pouco. A ideiacresce. Eles enfatizam que não sepode acreditar que se vai resolver oproblema do mundo, mas queremchamar a atenção da cidade para ainstituição. “Dessa maneira, apare-cem outros braços para ajudar”. Pelagrandeza do último evento, opta-ram por uma feijoada. Mas não dei-xaram por menos: a branca, tinhagraúdos camarões.

CONFRATERNIZAÇÃOCom uma justificativa peculiar

e própria, os Luna ensinam que doarpode ser um ato extremamente

prazeroso. Na verdade, eles nãovendem um caro jantar ou almoço.Eles reúnem as pessoas que decidi-ram doar seu dinheiro para a insti-tuição escolhida, a fim de confrater-nizar. Mas fazem questão que todossaibam que o evento vai ser muitobem feito, que os convivas sairãofelizes desse encontro.

Há três anos, o evento foi realizadono jardim do Mosteiro de São Bento.Era época de Natal e a noite estava ma-ravilhosa. Cerca de 120 pessoas se reu-niram na igreja e juntos, ouviram can-tos natalinos, com sopranos, tenores eorquestra. O jantar foi servido ao arlivre. Qual não foi a surpresa dos con-vidados quando descobriram que a co-zinha de Luna estava no centro do jar-dim. “Para mim, foi a noite que maismarcou”, diz Paulo. Mari concorda, massegreda: “Cada prato tinha um vinhoharmonizando e nós, voluntários, qua-se quebramos o pulso de tanto servir”.

De uma maneira muito calma ecarinhosa, um segue completando afala do outro. Lembram de fatos ocor-ridos. Sorriem, cúmplices de aven-turas vividas e outras por vir. Fazemcrer na magnitude do matrimônio,uma instituição que, como todas,precisa ser bem gerida. E, quandoisso acontece, o sucesso enterneceos olhos de quem observa.

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v i n h o s

Vinho é uma bebida mi-lenar. Não se sabe ao certo quan-do surgiu – os primeiros regis-tros de uvas cultivadas datamde cerca de 7000-5000 a.C., naGeórgia. Fato é que onde querque uvas caídas fossem armaze-nadas em um recipiente e seusuco fosse retido, havia vinho.

Vinho é uma bebida espe-cial. Resulta do esforço de ho-mens, mulheres, famílias intei-ras na lida da terra ao longode todo um ano. A uva sofrecom o calor excessivo, com achuva fora de hora, com o gra-nizo, com as pragas. O que estána garrafa, portanto, não é umproduto saído de uma máqui-na que simplesmente misturaingredientes, mas sim dasmãos dos lavradores, do humorda natureza, da percepção doenólogo e do coração do pro-dutor.

Vinho é milenar. Vinho éespecial. Mas não é uma bebida

O Medodo Vinho

feita para pessoas ‘especiais’, ‘co-nhecedores’, ‘entendidos’ ouqualquer outro chato de plan-tão. O vinho é parte da mesa, daalimentação e, portanto, da cul-tura dos povos há muito tempo.Pode e deve ser consumido portodos aqueles que tiverem inte-resse em experimentá-lo, inde-pendentemente de classe soci-al, condição econômica e, sobre-tudo, de ‘entender’ ou não devinho – até porque são muitopoucos os que realmente enten-dem de vinho e não, não é o casodo seu vizinho exibido que fezum curso de fim de semana noshopping.

Portanto, não tenha medo.Repito: você não precisa enten-der de vinho para poderapreciá-lo. Com o tempo você iráapurar seu gosto, suas preferên-cias e decidir se você irá ou nãose aprofundar neste universo.Hoje há inúmeras lojas e atémesmo supermercados com uma

oferta interessante de vinhospara todos os gostos e bolsos,iniciantes e iniciados. Veja al-gumas opções:

1º Argento Malbec (até R$20) – tinto leve, feito na Argen-tina com a uva Malbec, com rá-pida passagem por madeira.Macio, tem boa fruta e não‘amarra a boca’, por isso podeser uma boa opção para aquelesacostumados a vinhos mais do-ces e que gostariam de experi-mentar um vinho fino tinto seco.Gostoso com frios, embutidos elinguiça grelhada;

2º Casa Silva Family WinesCabernet/Carmenere (até R$40) – outro tinto macio, feito noChile com uvas CabernetSauvignon e Carmenere, sempassagem por madeira. Tem boafruta, é redondo e vai bem compastas e carnes grelhadas nãomuito fortes;

3º Monte Velho (até R$ 40)– tinto português feito na região

do Alentejo com uvas locais(Trincadeira, Aragonês e Cas-telão), segue o mesmo estilo fá-cil de beber e de gostar. Tem boafruta, taninos polidos e bomequilíbrio. Outro vinho versá-til, bom com embutidos, pastase grelhados leves;

4º Rubizzo Chianti (até R$50) – tinto feito na Toscanacom as uvas Sangiovese, itali-ana, e Merlot, francesa. É fres-co e equilibrado. Sua boa aci-dez faz dele um vinho versá-til, que casa bem com sopas,caldos, pizzas e massas commolho de tomate.

Tiago Ribeiro cursou Jorna-lismo na PUC-SP, é sommelier for-mado pela FISAR (Federação Itali-ana) e atualmente conclui o curso deSommelier Profissional da ABS (As-sociação Brasileira de Sommeliers). Éproprietário da adega Rosso Bianco(www.rossobianco.com.br) e apaixo-nado por comer e beber bem.

Onde encontrarROSSO BIANCORua Conrado Offa, 535Chácara Urbana - Jundiaí - SP11 4497-1680www.rossobianco.com.br

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t u r i s m o

Retorno às raízesSábado. O despertador toca às 6 horas

da manhã e quase me arrependo de ter mecomprometido com essa reportagem: pegaro Expresso Turístico em São Paulo, na Es-tação da Luz, para chegar em Jundiaí e fa-zer o roteiro de vinhos, inserido no Circui-to das Frutas. Não demora muito, e esse sen-timento é dissipado. A Rodovia Bandeiran-tes está bastante tranquila e São Paulo semtrânsito. Só por isso – cruzar a capital semestresse – já valeria o passeio. Porém, mui-ta coisa boa ainda viria.

Por Mônica Tozetto

Fachada da Luz

Pomar do Sítio São José

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Chegamos à Luz quarentaminutos depois de sair deJundiaí. Há muitas vagas dis-poníveis em frente à históricaEstação. O movimento está ape-nas começando. Do outro ladoda calçada, a magnitude da obra,como sempre, me deixa com ocoração disparado. Idealizadoem 1867, quando São Paulo ti-nha cerca de 20 mil habitantes,o prédio atual só foi construídoem 1901, por causa do aumentodesenfreado da população. Em1946 passou por um incêndio,mas a Torre do Relógio funcio-nou como chaminé e evitou quegrande maioria da estrutura fos-se perdida. Em 1979, é declara-do Patrimônio Histórico.

Entramos. A volumetria daarquitetura impressiona. O lus-

tre da entrada é de tirar o fôle-go. Mas o que mais espanta sãoos contrastes. No centro do sa-guão, um jovem pianista dedi-lha notas de música clássica.Próximo a ele, um casal de men-digos discute sem constrangi-mento. O guarda olha a cena comseveridade, mas não interfere.São 7h50. A Estação está relati-vamente sossegada. A sinaliza-ção é perfeita: com apenas umapassada d’olhos, já encontramoso caminho para tomar o Expres-so Turístico. Nesse momento,toda a preguiça e desconforto jáestão esquecidos.

Vamos ao encontro do Ex-presso. A apresentação deve serfeita às 8h00 e a partida estáprevista para 8h30. O veículojá nos aguarda. Na porta de en-

trada, dois picotadores – tam-bém conhecidos como agentesde trem – exibem orgulhosa-mente seus uniformes enquan-to recebem as passagens. Os tu-ristas pedem para tirar fotos. Oclima é de volta no tempo.

Ocupamos nossos assentos.São 8h10. O vagão é limpo econfortável. Os bancos são ma-cios. O passeio é uma parceriaentre a CPTM – CompanhiaPaulista de Trens Metropolita-nos, Secretaria de Turismo deSão Paulo, Circuito das Frutas ePrefeitura Municipal de Jun-diaí. O objetivo, no caso do Ex-presso, é resgatar a importânciados trens de longo percurso.Nosso carro é de 1962. A má-quina, de 1952.

Enquanto esperamos, a atra-

ção consiste em observar os tran-seuntes. As várias tribos se cru-zam. Algumas pessoas cami-nham animadamente, na expec-tativa de um sábado ensolarado.Outras, passam cabisbaixas.Uma infinidade de tons, cores earomas se misturam na Estaçãoda Luz.

O apito soa às 8h29. O som,arrepiante, evoca épocas passa-das. Pontualmente às 8h30, asengrenagens começam a funci-onar. Enquanto o trem segue seupercurso na velocidade aconche-gante de 60 quilômetros porhora, os guias vão tecendo deta-lhes preciosos da cidade de SãoPaulo e, ao longo do trajeto, davizinhança. É impressionante ovolume de informações que des-conhecemos. Me parece que es-

tou nalgum lugar des-conhecido.

A primeira estaçãopela qual passamos éJúlio Prestes, perten-cente ao Bom Retiro. Obairro, outrora, era lo-cal de chácaras de des-canso. Hoje, as lojasocupam cada centíme-tro. Dentro do vagão, ochefe de carro caminhapreguiçosamente entreas poltronas. Presta-tivo, fotografa casais e

famílias. Saquinhos de lixo sãodistribuídos.

Estação Barra Funda. Onome se deve às águas de gran-de profundidade do local. Lapa.Construída em 1890, a estaçãofoi ponto importante para os fer-roviários. Repleta de casas deempregados da antiga Railway,as ruas do local levam nomes deengenheiros responsáveis pelasobras iniciais. Piqueri pertenciaà Marquesa de Santos, Domitíliade Castro e Canto Melo. Hoje,casas humildes tomam conta dosdois lados da estação. Piritubatem três parques ecológicos.

Quando o guia está em si-lêncio, o som ambiente é preen-chido por música clássica. A pai-sagem é ambígua, misturando-se uma diversidade de mundos.Casebres dividem espaço comcasarões. Monumentos preser-

No alto, o interior do Expresso. Acima, a recepção do Picotador Detalhe da arquitetura daEstação

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vados, com obras deterioradas.Os trens de subúrbio passamapressados, urgentes. Casinhasde pau a pique exibem peque-nos jardins orgulhosos de suasimplicidade. Essas nuances docaminho, porém, só podem serpercebidas por olhares atentos.

Enquanto o Expresso segueseu caminho, uns conversam,outros dormem. Um casal se bei-ja de maneira irritante. Poucos,porém, prestam atenção. Esque-cem da beleza na contemplação.Lá fora, moleques empinam pi-pas, alheios à passagem do trem.Crianças brincam despreocupa-damente na manhã ensolarada.Cachorros descansam, indolen-tes. As casas ostentam um colo-

rido variado de roupas pendu-radas nos varais. Me vêm à men-te a música de Vinícius de Mo-raes e Chico Buarque: “Igual acomo quando eu passo no subúr-bio / Eu muito bem vindo detrem de algum lugar / E aí medá como uma inveja dessa gen-te / Que vai em frente sem nemter com quem contar (GenteHumilde).

Quase chegando em Jun-diaí, passamos pelo Túnel deBotujuru, construído antes de1900 e considerado, durantedécadas, uma das maioresobras de engenharia do País.Mas os turistas não prestammuita atenção a esse detalhe.No trajeto de pouco mais de

um quilômetro, a sensação é deque se está num local mal as-sombrado. Aliás, diz a lendaque um homem foi assassina-do no túnel e sua alma, se qui-sesse, fazia parar os carros.Ouvem-se gritinhos de medoe o espocar de flashs dão contade muita diversão.

Destino final: Jundiaí. São9h45. A Estação, datada de 1887,é um belo patrimônio. Visitamosa Sala das Senhoras, onde as mu-lheres paravam para descansar,fumar e, claro, usar o toilette. Nalanchonete, o atendimento é sim-pático. Não tem café expresso,mas o de bule é bem gostoso.Acompanha um saquinho demini pães de queijo. Vai come-

çar, agora, o roteiro de vinhos doCircuito das Frutas.

A recepção da Rizzatour, em-presa especializada no trajeto,é bem organizada. O ônibus éconfortável e pontual. No traje-to, a guia Maria Inês ia nos brin-dando com mais informaçõessobre regiões que frequentamostanto e quase não sabíamos nada.A grande maioria das pessoasé de São Paulo, alguns de Re-cife. Escutamos que a VilaArens era considerada partebaixa da cidade e a Argos, mai-or indústria do município.Com cerca de 500 mil habi-tantes, Jundiaí tem 354 anos,perto de dez museus e é a oi-tava economia do Estado.

Primeira paradaNossa primeira parada é Vinhedo, anteriormente

conhecida como Rocinha. Rota dos Bandeirantes em1620, a cidade tem uma entrada peculiar, com algunsmonumentos e um memorial de arquitetura duvidosa.Mesmo assim, agradável de se olhar. Visitamos a Ade-ga do Ferragut, uma propriedade rural dentro da cida-de. Somos recepcionados pelos moradores. Um dos fi-lhos da família faz uma explanação sobre vinhos, nosdando uma pequena aula sobre a produção da bebida.De maneira simples e didática, ficamos sabendo do pro-cesso de confecção do elixir de Baco.

O vinho da família lembra os da região Sul do País.Aliás, as uvas européias são trazidas de lá e processadasna adega Ferragut. O suco, feito de Niágara, é bastantesaboroso. O local é agradável, com aroma peculiar. Oúnico pecado é que a degustação é realizada em copinhosdescartáveis de café.

Ladeando as trilhas, casas humildes Detalhes da Estação de Jundiaí

Sucos e vinhos produzidospelos Ferragut

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O ponto escolhido, também integrado no Circuito das Frutas, éa Cantina do Azzolin. Quem nos acolhe, ainda no ônibus, é JoséRicardo Azzolin, terceira geração da família. Alegre, misturandoexpressões italianas a frases brasileiras, nos conduz a uma palestrasobre o quê? Vinhos. Antes de iniciar, nos chama atenção ao nono,que adentra o recinto: João Azzolin. Somos convidados a uma salvade palmas. Aliás, muitas salvas de palmas aconteceriam no decorrerda atraente conferência.

O sommelier nos ensina que devemos procurar, em nossa língua, quandosorvemos a bebida, sabores doce, salgado, ácido e amargo. Ah, e se sorverantes do brinde, todos serão amaldiçoados, brinca.

Primeiro, temos que observar cor e aroma, tombando a taça sobreum guardanapo branco de papel. Depois, temos que beber tudo de umsó gole, procurando os tais sabores em nossa memória olfativa. Sãoservidos seis vinhos. Alguns, surpreendentemente bons.

Finalizada a animada explanação, vamos ao cardápio. Ele avi-sa que as massas são especialidade da casa e a receita é da nona. Afila é grande. Mas, qual é então a surpresa quando vemos o próprioRicardo pilotando a ilha de aromas e sabores. Ele mistura trejeitositalianos e orientais, dando golpes de caratê para apagar o fogo quesobe e distribuindo um “baccio” quando entrega o prato. No final, otempo nem é sentido. A massa cumpre a promessa feita. Arrisco umtagliarini verde e peço que ele crie o molho. O agora “chef ” faz umacombinação que penso, de início, ser duvidosa, mas depois, segun-do ele, a alquimia dos alimentos se revelaria surpreendente. E foi.Recomendo.

Hora do almoço

No alto e acima, José Ricardo Azzolin, sommelier eshowman. Ao lado, nono João

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A última visita seria o SítioSão José, em Itatiba. Antes dis-so, porém, passamos porLouveira. A cidade, típica deinterior, é digna de ser aprecia-da caminhando. Possui 30 milhabitantes, apenas um semáfo-ro, um prédio de seis andares enão tem favela. Abriga a famo-sa Igreja de São Sebastião.

Itatiba, com 95 mil habitan-tes, é conhecida como Princesada Colina e Terra do Caqui. Nosítio, também somos recebidospelos membros da família. Issodeve ser uma das praxes dosroteiros do Circuito das Frutas.Roberto, o proprietário, conta umpouco sobre a propriedade e asfrutas plantadas lá. Finalizacom uma degustação de seis va-riedades de morangos. Os fru-tos são os melhores que já comi.O inseticida usado, garante, énatural. E destaca: “Pode comertranquila”.

Depois, passeamos pelo lu-gar, conhecemos as plantações.No final do caminho, do lado dacasa, num rancho, as mesas pos-tas nos atraem para delíciascomo geleias, paçocas, doce delaranja cristalizada, morangos,sucos. Um colorido aromático esaboroso.

Voltamos para a Estação deJundiaí. Fiquei por lá, já quemoro na cidade. Meu sentimen-to, findado todo o passeio, foi deorgulho em pertencer à região,em descender dos italianos.Consegui captar o esforço de to-dos em conservar um passado deluta, mas também de colheitas eaprendizados. O dia voou e foidelicioso. Experimente.

Roberto conta detalhes da plantação de morango

Barris da Adega Ferragut

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Tem certos dias em que eupenso em minha genteE sinto assim todo o meupeito se apertarPorque parece que acontecede repenteComo um desejo de eu viversem me notarIgual a como quando eupasso no subúrbioEu muito bem vindo detrem de algum lugarE aí me dá como uma invejadessa genteQue vai em frente sem nemter com quem contarSão casas simples comcadeiras na calçadaE na fachada escrito emcima que é um larPela varanda flores tristes ebaldiasComo alegria que não temonde encostarE aí me dá uma tristeza nomeu peitoFeito um despeito de eu nãoter como lutarE eu que não creio peço aDeus por minha genteÉ gente humilde, quevontade de chorar

GENTEHumildeLetra de Vinícius deMoraes e Chico Buarque

13touché!

No site w w w. r e v i s t a t o u c h e . c o m . b r

De cima para baixo: Adega Ferragut;Camélias do Sítio São José

Confira no site mais fotos e vídeo do passeio.Além de outros roteiros do Circuito das Frutas.

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14 touché!

AQUARIOFILIA para todos

No dicionário, o termo“aquariofilia” quer dizer apenascriação de peixes em aquário,mas no dia-a-dia a atividadepode se tornar muito mais di-vertida e prazerosa. Atualmen-te, os peixinhos têm sido adqui-ridos para várias finalidades,desde objeto de decoração a ani-mal de estimação.

De acordo com o proprietá-rio da Mascote & AquariumMega Store, Franklin Camara,é possível dividir o públicoaquariofilista em grupos distin-tos. “Há aqueles que acham oaquário bonito e o utilizam comoum simples item de decoração.Para outros, os peixes são umaterapia, uma maneira de rela-xar. Essas pessoas já aprende-ram a utilizar e desfrutar desta

prática”, explica.Há ainda, pessoas que tor-

nam o aquário um hobby. “Elasgostam de preparar e manter oaquário de acordo com o seu esti-lo. Compram acessórios, elemen-tos naturais, novos peixes e equi-pamentos. Já descobriram o queo aquário pode lhes oferecer”, co-menta o proprietário.

Mas 80% dos clientes daMascote & Aquarium elegem opeixe para ser o seu animal deestimação. “Neste caso, um dospeixes mais pedidos é o PerculaSumatra, mais conhecido comoNemo, sucesso no cinema. Mui-tas vezes os filhos chegam pe-dindo pelo peixinho”, diz.

O primeiro aquárioAtualmente, qualquer pes-

soa pode ter um aquário em

casa, no escritório, ou outro lo-cal de sua preferência, pois há apossibilidade de confeccioná-lonos mais variados formatos e ta-manhos. Com apenas R$ 15 épossível montar um aquário pe-queno. “O tipo certo de peixe eaquário é aquele que você maisgosta, não há regras”, comenta.

Camara explica que oiniciante vai aprender como cui-dar de seus peixes diariamente.

“É preciso curtir o aquário eaprender aos poucos”, destaca.“As orientações básicas são pas-sadas na hora da compra, mas éno dia-a-dia que ele vai apren-dendo quais são os melhoresprocedimentos para limpeza,como fazer a troca parcial deágua e outros detalhes. A partirdaí, ele fica craque na área”,completa o proprietário, quesugere ainda que o cliente ano-

p e t

Por Luciana Sanfins

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15touché!

te suas dúvidas em um caderno,para não esquecer de nada.

Mercadoespecializado

Há 15 anos no ramo,Camara acompanhou a evo-lução do mercado de aqua-riofilismo. “Antigamente, ospeixes e aquários eram en-contramos em agropecuárias.Esses profissionais, muitasvezes, não orientavam o cli-ente da maneira mais ade-quada. Quando um peixemorria, o vendedor dizia queaquilo era normal. Isso criouuma imagem equivocada daprática, a de que ter um aqu-ário era tarefa difícil e cara”,explica. “Hoje o cenário étotalmente diferente. Os con-ceitos mudaram, as lojas eprofissionais se especializa-ram e a tecnologia moderni-

zou o setor”, completa.A modernidade dos equi-

pamentos e produtos oferecemais praticidade. “Produtossão lançados no exterior e che-gam ao mesmo tempo no Bra-sil. O acesso a novidades é rá-pido”, explica.

O proprietário aponta queum dos diferenciais neste seg-mento é o atendimento perso-nalizado. Na Mascote &Aquarium as orientações téc-nicas são gratuitas e o bate-papo entre atendente e clien-te é sempre um aprendizadopara ambos.

A loja funciona em horáriosdiferenciados para atender a cli-entes de Jundiaí, Região e Ca-pital. De segunda a sexta-feira,das 10 às 20 horas. Sábado, das10 às 19 horas e domingo, das10 às 14 horas.

Mascote & Aquarium Mega StoreRua do Retiro, 617, Anhangabaú, Jundiaí - 11 4521-3955

serviço

Opções: aquários de água doce ou salgada

Grande variedade deprodutos e peixes

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16 touché!

v i a g e m

Próxima parada ÁFRICA DO SUL

Para a viagem só é necessá-rio o passaporte e a vacina con-tra febre amarela. As alternati-vas são as mais variadas e vaidepender do número de dias quevai se querer ficar em solo afri-cano e, não podemos esquecer,do limite do cartão de crédito.Por exemplo: existe um passeiode trem que parte de Pretória evai até Cape Town, o chamadoBlue Train. O veículo cruza prati-camente toda África do Sul euma passagem custa em médiaU$ 2.000. Outra opção é passaralguns dias em Sun City (140km de Johannesburgo). Nestelocal, existem quatro hotéis e um

Nos últimos anos a África do Sul se tornou um dos destinos de viagem com maior crescimento do

mundo. O país oferece uma grande variedade de opções, além de inigualável esplendor e diversidade.

Assim, ao pensar em fazer uma inesquecível viagem internacional, a África do Sul se coloca como

excelente opção, principalmente após a melhora da infra-estrutura para a Copa do Mundo. Deve-se

também relativizar algumas notícias alarmistas, tais como “turistas foram picados por cobras”, ou

ainda, “o trânsito é caótico”... Chegando lá, o que se vê é um país com uma rica história, lugares

deslumbrantes, um povo em lua de mel com a liberdade e muitas semelhanças com o Brasil em

problemas e soluções. Pesado tudo isto, uma visita ao país de Mandela é, com certeza, escolha certa.

parque aquático que lembra oWet’n Wild, ginásio esportivo,cassino, cinemas e outras como-didades. Entretanto, a maiorvedete do local é o famoso HotelThe Palace, que ostentou pormuitos anos o título de único 6estrelas do mundo. De quebra,ainda existe o PilansbergNational Park, ao lado do com-plexo, o que permite ao interes-sado fazer o sonhado safári embusca de um contato frente afrente com os cinco grandes:leão, leopardo, elefante, búfaloe rinoceronte.

Já na região de Johannesburgopode-se encontrar uma gama de

museus e atividades artísticas. Valedestacar o museu do Apartheid,único do mundo e que deve-sevisitar com o coração. Afinal, aluta de Mandela por um país li-vre é arrebatadora e, depois dofim do Apartheid, ele se tornouo principal dirigente de umaÁfrica pronta para uma guerracivil. Mas conseguiu, mais umavez, com inteligência e genia-lidade, fazer toda a diferença(Dica: assista ao filme Invictus,de Clint Estwood, estrelado porMorgan Freeman e MattDamon). Vale ainda uma visitaao bairro de Soweto e outra àcasa onde Mandela nasceu.

Após a Copa do Mundo, oSoccer City é parada obrigató-ria. O estádio é moderno e temcapacidade para 95.000 pesso-as. Com tempo, visite Ellis Park,um estádio histórico que, den-tre os momentos inesquecíveisda África do Sul, traz tambémum episódio agradável ao Bra-sil: a conquista da Copa das Con-federações em 2009, com 3 x 2

The Palace Hotel

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17touché!

O autor é vice-diretor da ESEF, professor convidado da FGV-FAAP-UGF, doutor em Educação pela PUC-SP, autor dos livrosOrg. Eventos Esportivos 4ª Ed e Cerimonial e Protocolo Espor-tivo. Esteve na África do Sul por duas vezes, inclusive na Abertu-ra da Copa do Mundo de Futebol.

sobre os Estados Unidos de vi-rada. Já em 2010...

Outra cidade digna de umavisita é Pretória, capital execu-tiva do país e que possui, alémde arquitetura típica, um dosmaiores zoológicos da África doSul, o Pretória Garden Park. Lá,o turista pode conhecer os ani-mais montado num carrinho deGolf, já que as distâncias sãograndes. Mesmo com esse veí-culo simples, cuidado com a mão

inglesa, outro grande desafiopara quem aluga um carro naÁfrica do Sul.

Assim, meu amigo, passadoa fase Jabulani e com algunsRands no bolso, você pode ir aTshwane e sem vuvuzela refletirsobre Madiba ao som daShosholoza. (Após a Copa e comdinheiro você pode ir à Pretóriae sem barulho pensar em Man-dela ao som de uma música tra-d i c i o n a l ) .

Davi Rodrigues Poit

South Africa, Lion Park

Festa de abertura da Copa na África 2010

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completa 6 meses EM CRESCIMENTO

A revista touché! completouem julho seis meses de circula-ção, conquistando leitores, anun-ciantes e ampliando o númerode páginas. “Um produto edito-rial leva em média 18 mesespara ficar pronto. Nesse perío-do são enfrentados uma série dedesafios que vão do projeto edi-torial à distribuição, da propos-ta comercial à aceitação do pro-duto”, explica André Barros, di-retor de novos projetos da edi-tora Laser Press, responsávelpela touché!.

Barros explica que a revistaestá reinvestindo a totalidade deseu faturamento no projeto.“Nesse momento nosso esforçoé para divulgar a marca. Desdejunho estamos com uma campa-nha ativa na rede Paulista(retransmissora da Cultura), nasTVs corporativas da TV Cena einiciamos uma ação junto aoGoogle. Além disso temos umemail-marketing eficiente e co-meçamos a patrocinar eventosque possuem o perfil de nossoleitores ”, explicou.

De acordo com o diretor,

Revista touché!

quando a revista começou a cir-cular foi iniciado um monito-ramente de palavras chaves noGoogle. “Em fevereiro, mês donosso lançamento, uma buscapela palavra “Revista Touché”no Google obviamente não apre-sentava qualquer resultadopara nós”, lembra. Segundo ele,a estratégia de manter um siteativo e atualizado constantemen-te (www.revistatouche.com.br)aliado à campanha no Adwordsdo gigante de busca, trouxeramum resultado acima da expecta-tiva.

“Hoje estamos indexadosem quase 20 palavras chavesque concentram a campanha.Além disso, graças ao tráfegoque conseguimos em nossa pá-gina, já aparecemos espontane-amente no Google ocupando asprimeiras colocações do rankingquando nosso nome é citado”,comemora.

Projeto EditoralO projeto estratégico da re-

vista touché!, que ambiciona seruma referência para o públicosegmentado em classes A e B,

vem conseguindo sur-preender o mercado gra-ças a um conteúdo edi-torial maduro. “O mer-cado de revistas emJundiaí é extremamen-te concorrido. Há lan-çamentos recorrentes,pequenos guias e pu-blicações esporádi-cas. Tudo isso acabaconfundindo a cabe-ça das agências depublicidade, anun-ciantes e leitores.A estratégia paranos destacarmosfoi manter umaperiodic idadereligiosa, inves-tir pesado numadistrituição eficiente e prin-cipalmente, na qualidade dasmatérias publicadas”, continuaBarros.

Sob o comando da jornalistaMônica Tozetto, o projeto edi-torial da touché! tem consegui-do equilíbrio entre matérias quecompreendem o universo do pú-blico com perfil desenhado para

a publicação. “A revista é men-sal, mas trabalhamos nela dia-riamente. Cada matéria é pen-sada com dois ou três meses deantecedência. O bom resultadoque conseguimos até agora éfruto direto de muito esforço”,concluiu a jornalista.

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19touché!

NET: novidades para JundiaíEm julho, a NET Serviços, maior empresa de multisserviços via cabo da América Latina, lançou na

cidade um novo portfólio de produtos e serviços, com novidades em TV em alta definição (HDTV) ebanda larga, que incluem a melhor tecnologia, conteúdo e oferta de mercado. “Estamos trazendo paraJundiaí o portfólio mais avançado da NET com a melhor oferta em HD, novas velocidades de bandalarga e o melhor custo-benefício em produtos combinados, o NET Combo, com as ofertas maisvantajosas do mercado”, afirma Mário Sérgio Pinheiro, gerente da NET em Jundiaí.

Conheça todas as novidades em detalhes e saiba como adquirir novos pacotes e serviços pelotelefone: 0800.726.0800

Hamilton Silva,Diretor daRegional SP

Mario Pinheiro,Gerente da NetJundiaí

Márcio Carvalho,Diretor de Produtos

Mário, ProfªNeizy e Tico

CoberturaCanal 25

Equipe Net

Demonstração do sinal 3D

Demonstraçãodo sinal 3D 1

André e Mônica da LaserPress, Roberta e Cristianoda Rede Paulista

Fátima e Dr. Rui, Wagner eAna Lúcia da Rede Paulista

Cuca (Tequila),Monica (Laser Press) e

Sandra (FA Oliva)

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m o d a

Conheça seu corpo

E TIRE PROVEITOValorizar pontos fortes e disfarçar outros nem tanto. Isso é o que se consegue quando se conhece

bem o desenho corporal. Saiba como usar as peças certas e não tenha medo de abdicar das erradas. O

resulta às vezes é tão fantástico quanto uma cirurgia plástica. Veja onde você se enquadra e, sucesso!

Veja dicas do quenão usar no site da Touché!

LiandraMello

[email protected]: 19 7811-6333ID 99*7366 - 19 9601-8288

AMPULHETAMulheres com ombro e qua-

dril da mesma largura, cinturadefinida, mais busto e coxas vo-lumosas.

Objetivo: Minimizar co-xas, valorizar cintura e disfar-çar o busto (para não parecermuito volumoso). É um tipo decorpo fácil de vestir.

Use: calças corte reto de cin-tura baixa, vestido tipo envelo-pe transpassado levementeacinturado, linhas verticais, sai-as fluidas evasê ou justa (semexagero), casaco de lã na alturados joelhos com cinto marcandoa cintura.TRIÂNGULO INVERTIDO

Mulheres com muito busto,ombros largos, quadril estreitoe pernas finas.

Objetivo: Equilibrar o volu-me entre os ombros e o quadril.

Use: manga raglã (ou cavaamericana), saia evasê rodadaou reta, modelos soltos, camisas,

twin-set, cores escuras na partede cima, blusas de linhas sim-ples, blusas modelo cachê-coeur,pantalonas, vestidos acinturadospor pences e minissaia.

TRIÂNGULOMulheres com muito qua-

dril, coxas mais acentuadas queos ombros, que são estreitos, ebusto pequeno.

Objetivo: Esconder o qua-dril largo e a coxa volumosa eaumentar a largura dos ombros.Chamar a atenção para parte decima do corpo para chegar a umequilíbrio.

Use: golas volumosas e chei-as de detalhes, linhas horizon-tais que saiam do ombro ou de-talhes nos ombros, colares e brin-cos que chamem a atenção paraa parte superior do corpo, om-breiras discretas, saias e calçassecas de cores escuras e cortereto, blusas de cor clara, colori-da ou estampada, mangas comvolume, tricot sequinho, cami-

sas acinturadas, casaco de cortereto ou acinturado 7/8, cintosna altura da cintura e vestidosde largura média que marcam acintura.

RETÂNGULOMulheres sem cintura defini-

da, braços e pernas finas em rela-ção ao corpo e poucas curvas.

Objetivo: Criar a ilusãode falsa cintura.

Use: looks cromáticos, vesti-do de cintura baixa, cardigã lon-go, calças com pregas, calça coma boca larga, blusas levementeacinturadas por pences, casacose jaquetas acinturados e ajusta-dos por pences na altura do joe-lho ou do quadril, detalhes ver-ticais como zíperes e pespontos,blusas decote V ou U, tricot demalha fina ou acinturada e cal-ça pantalona.

OVALMulheres com formas arre-

dondadas, volume nos quadris,cintura e busto, com barrigamais evidente.

Objetivo: Criar uma linhaque alongue e chamar a atençãopara o rosto e os ombros.

Use: cardigã e casacos abai-xo do quadril de corte reto, vesti-do de cintura baixa, linhas verti-cais ou diagonais, calças de cortereto, roupas de cores escuras, de-cotes U ou V, mangas ¾ mais lar-gas e saias retas ou ligeiramenteevasê.

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21touché!

A IMPORTÂNCIAdos 5 elementos

Você começou a sentir umacoceira na pele, manchas aver-melhadas espalhadas pelo cor-po e vai à procura de um médicoclínico para esclarecer o queestá ocorrendo.

A consulta médica transcor-re normalmente, mas um poucodiferente, pois o interrogatórioé mais extenso. As perguntasfluem pelos antecedentes pesso-ais, clínicos, cirúrgicos, familia-res, condições de trabalho e emo-cionais – parece uma sessão deterapia. E, lá pelas tantas, omédico afirma categoricamen-te: a causa da sua coceira é aoscilação do yin e do yang doseu fígado, o que provoca o“vento interno”. Eis a causa dasua urticária.

E você pensa, já preocupa-do – eu só queria um antihista-mínico. Será que não foi o pre-sunto de ontem? Ele não estavacom uma cara boa...

A resposta que o nosso caro

doutor deu é baseada na fisiolo-gia da medicina chinesa e umdos pilares clínicos dessa medi-cina é a teoria dos 5 elementosou movimentos.

Esta teoria relaciona a ge-ração, a interdependência edominância entre os órgãos in-ternos – fígado, coração, baço-pâncreas, pulmões e rins.

E quando falamos nesses ór-gãos internos abordamos princípi-os energéticos, fisiológicos e a bio-química celular que conhecemos damedicina tradicional ocidental.

É aí que percebemos que épossível sim a integração do ra-ciocínio da medicina tradicionalcom o raciocínio da medicinachinesa, o que amplia, em mui-to, o entendimento do processode adoecimento a que todos nósnos submetemos.

A partir daí podemos obser-var que a doença é dinâmica,isto é, já nascemos no dese-quilíbrio, o que pode antecipar

as doenças físicas, ou não, con-forme as condições em que avida transcorre, condições essaspermeadas pelos aspectos men-tais e emocionais.

E é a integração desses co-nhecimentos, sem dogmas oupreconceitos, que nos leva a en-xergar o ser humano de umamaneira muito mais ampla e aomesmo tempo científica e che-gamos à teoria dos 5 elementos.

A teoria dos 5 movimentospercorre caminhos que o anti-go clínico geral fazia ao reali-zar uma consulta – acolher,ouvir, observar, sentir, inter-rogar, examinar, diagnosticar,prescrever e quando necessá-rio, consolar.

Acolher porque amplia oouvir e com os sentidos pre-sentes compreende o sofri-mento que movimenta e man-tém a doença que se instalanos planos físico, mental, emo-cional e espiritual.

Vem daí a minha certeza deque essa é a Medicina que res-gata o antigo e a integra com onovo, que nada mais é que oantigo explicado pelo conheci-mento científico, é a Medicinado século XXI.

Portanto, aprender com opassado e enriquecê-lo com opresente é a base de um futurode mais harmonia e saúde.

Jaime Carlos Orsi Savazoni,Clínico Geral especializado emmedicina chinesa e homeopatia

s a ú d e

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Conhecido pela comunidadejundiaiense como CAIC, o espa-ço adquiriu novas característi-cas ao longo dos anos e atual-mente hospeda o Instituto Agro-nômico – IAC, onde está locali-zado o Centro de Engenharia eAutomação de Jundiaí. Desde1969, um grupo de profissionaisengajados promove ações paraa modernização da agricultura,desenvolve pesquisas e prestaserviços tecnológicos nas áreasde mecanização agrícola, pós-colheita de flores, frutas, horta-liças, grãos e fibras. Devido àimportância do tema, realiza es-tudos sobre o impacto dessas ati-

vidades no ambiente. Porém, pro-jetos pioneiros não possuem ade-são dos agricultores da região.

Já em andamento, o “Apli-que Bem” tem repercussão na-cional e foi vencedor do prêmioem Qualidade de Atendimentodo Agricultor. Desenvolvido

desde 2007, tem como meta con-tribuir com o aprimoramento daaplicação de agrotóxicos, alcan-çando a melhoria da saúde dotrabalhador rural e a segurançaalimentar do consumidor final,passando pela redução de danosambientais e de custos para oagricultor. Pretende atingir orisco sanitário zero, de acordocom regras estabelecidas peloGoverno do Estado.

De acordo com os profissionaisdo IAC, o uso inadequado deinsumos muitas vezes se dá pelafalta de informação. Dessa manei-ra, a conscientização do trabalha-dor rural é possível com diálogo e

“Aplique Bem”, que vai até a pro-priedade e promove a interaçãoentre produtores e pesquisa.

Veículo especialMontados num veículo uti-

litário chamado “Tech Móvel”,os técnicos do IAC visitam aspropriedades rurais realizandoinspeções. O transporte é adap-tado com equipamentos que ava-liam pulverizadores e treinamos aplicadores. Os profissionaistêm a preocupação de respeitaros mais diferentes sistemas deprodução. De forma didática eparticipativa, apresentam o pro-grama “Aplique Bem” em todasas suas fases.

Instituto Agronômico de Jundiaí desenvolve projetos que beneficiam a agricultura e ohomem do campo. No entanto, falta de parcerias dificulta a aplicação de programas na região

O empresário jundiaienseEduardo Palhares visitou olocal e conheceu diversosprogramas desenvolvidos

na cidade, mas ainda poucoutilizados localmente.

Laboratório de pós-colheitaIAC: local possui área revegetada

Laboratório de sementes

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23touché!

A iniciativa privada tem afunção de levar o programa emdiferentes regiões do País pormeio de sua rede de contatos,arcando com os custos de manu-tenção da atividade. O “ApliqueBem” conta hoje com duas uni-dades móveis é já atendeu di-versos Estados brasileiros, trei-nando cerca de 11 mil trabalha-dores rurais.

Ele acredita que ações de in-centivo e suporte ao agricultorprecisam aproximá-lo dos recur-sos disponíveis. “O ‘Apliquebem’ tem custo zero para o tra-balhador e foi apresentado emJundiaí há cerca de dois anos.Mas, apesar do município orga-nizar grupos de agricultores, oprograma não obteve muitas

adesões”, aponta. Assim, peque-na parte dos agricultores da re-gião é beneficiada.

O diretor do IAC destaca queo consumidor busca produtos dequalidade e o produtor que pos-sui um diferencial tecnológico,sai na frente. “O importante parao consumidor é saber se o alimen-to foi produzido dentro de técni-cas que agridam menos o meioambiente”, comenta. Neste caso,parte dos agricultores de Jundiaíainda não aproveita os recursosque o IAC oferece.

Na visão de Palhares, o as-sunto envolve milhares de pes-soas do município.

Colaborou Luciana Sanfins.Com informações do site IAC.

O IAC dispõe de laboratórios, oficinas para desenvolvimento emanutenção de máquinas, alojamento, auditório e outras instalaçõesde cunho técnico e administrativo. As principais instalaçõeslaboratoriais são preparadas para realizar estudos diversos, dentreos quais pesquisas de pós-colheita de flores, frutos e hortaliças eensaios em tratores, semeadoras, pulverizadores, equipamentos deproteção individual agrícola e outros insumos e componentes utili-zados em agricultura. Além disso, há áreas destinadas a eventos,auditório instalado em um cinema de época, galeria de trabalhosrealizados.

Foco na pesquisa

Oficina de protótipos: novas máquinas são desenvolvidasEquipamentos adaptados aocampo

Único instituto voltado à pesquisa e qualidade de distribuição desementes. Abaixo, Palhares com um dos dedicados pesquisadores

Equipamento pioneiro

O pesquisador e diretordo Centro em Jundiaí,Hamilton Humberto

Ramos, questiona o fatode Jundiaí ser

considerada Terra daUva, mas não fazer nadapara manter esse título.

“Jundiaí possui forteatividade agrícola em seuperímetro rural, mas não

existe uma cultura dojundiaiense em preservar otrabalho no campo. Faltampolíticas para incentivaressa questão”, analisa.

O pesquisador e diretor do

Centro ao lado de Palhares

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24 touché!

t e c n o l o g i a

André Barros, tem um iMac emantém todos longe dele,

com medo que alguémcometa o pecado de

instalar um [email protected]

O pecado original, todos sa-bemos, começou com uma ino-cente mordida na maçã. Adão eEva foram, de alguma maneira,levados na lábia por uma schi-fosa serpente. Era o fim da far-ra. Agora estamos todos aqui,sonhando em um dia retornarao paraíso. Uma maçã mordidaé justamente o logotipo de umadas empresas mais admiradas,bem sucedidas e arrojadas domundo tecnológico – a Apple.

Desde que, no final da déca-da de 60, o então riponga SteveJobs convenceu o nerd de seuamigo Stephen Wozniak atransformar o seu passatemponum negócio, o mundo tecnoló-gico tem acompanhado embeve-cido cada lançamento da empre-sa californiana. ProvavelmenteSteve não imaginava quandoera um adolescente crescendoem Los Altos, na Califórnia, que

não é pecadoser original

um dia seu projeto teria núme-ros tão impressionantes.

Entre 1996 a 2009 a Applevendeu mais de 200 milhões deiPods, 9 bilhões de músicas, 26milhões de iPhones e mais de60 milhões de computadores. Aface magra de Jobs ilustrou acapa da prestigiosa revistaFortune uma dúzia de vezes. Eleteve tempo ainda de reiventar aPixar, dona de títulos como ToyStory, Carros, Procurando Nemoentre outros. Mas essa é outrahistória.

Desde do retorno de Jobs àApple (por um perído negro osacionistas o mantiveram lon-ge de Cupertino) gigantescomo IBM, HP, Xerox e, maisrecentemente a Microsoft, temcomido poeira de silício, ven-do a freguesia migrar maravi-lhada para os produtos criadospor Steve. Evangelizados por

seu deus tecnológico, os fãs daApple a defendem como umJedi branindo um sabre de luzcontra usuários de Windows,Explores e outros elementosdaquilo que consideram o ladonegro da tecnologia.

A originalidade dos pro-dutos Apple está justamentena funcionalidade simpli-ficada e no apego religiosoao design. Jobs controla, coma severidade de um xiita, daembalagem em papel ao ca-tálogo que acompanha o pro-duto. Da cor dos botões pre-sentes no software ao sonsemitidos por ele. Da aparên-cia final à distribuição daspeças no interior da máquina.Tudo isso aliado a uma dura-bilidade acima da média e asuperioridade quando compa-rada aos concorrentes.

Por isso, muitos dos fiéis se-

APPLE:

guidores acreditam que são osprodutos criados pela empresade Jobs é que nos trarão de voltao paraíso perdido pela belicosamordida na maçã.

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25touché!

v i v e r b e m

Fernando BalbinoGraduado em Educação Física

pela UNESP de Rio Claro,mestre em Filosofia da

Educação pela UNIMEP,doutor em Ciências Sociais

pela PUC de São [email protected]

RELEVÂNCIA DA AMIZADE na qualidade de vida

Que fique claro que quali-dade de vida tem a ver com pro-jeto em constante construção,sendo pessoal e intransferível.Para aqueles que estão cada vezmais atentos à qualidade devida, inúmeros são os fatoresdeterminantes nesta preocupa-ção de todo ser vivo. Da mesmamaneira que o sucesso profissio-nal depende da cautela com for-mação e carreira, a atenção à fa-mília, aos amigos e aos senti-mentos são ocasionadores demomentos de alegria e satisfa-ção neste mundo.

Entre tantas vigilâncias, terum bom amigo pode ajudar naqualidade de vida. Por isto Ju-lho, o mês que acabou de passar,é especial por celebrar o dia doamigo. Se você tem um ou vári-os bons amigos, deve ter clarezada importância deste dia para asua qualidade de vida.

Um bom amigo pode surgirem qualquer lugar. Pode ser umfilho, os pais, cônjuge, alguémdo trabalho, do emprego, uma

pessoa mais velha, do mesmosexo ou não. Além do colo e doombro, sem os quais algunsmomentos da vida seriam sim-plesmente insuportáveis ouinsuperáveis, o amigo nos dáa oportunidade de sermos nósmesmos nos momentos de ale-gria. Talvez exista algumaespécie de iluminação nestaforma de relação.

Quando nasce uma amiza-de? Difícil responder a tamanhaindagação, mas se sabe que ofator tempo é determinante: oamigo não raras as vezes nosacompanha durante longo perí-odo de nossa existência. A ami-zade é algo difícil de definir enem sempre entendemos o quenos torna mais ligados a algu-mas pessoas.

Nos reveses e mudanças davida podemos ficar mais distan-tes do amigo, mas sabemos queele sempre estará lá e apenas porexistir, simplesmente por isto,torna nossa caminhada mais se-gura. Apesar do tempo sem con-

tato, no momento exato do en-contro se instaura grande inti-midade e afetuosidade.

Do nascimento de uma ami-zade se descobre novos senti-mentos que dão sentido a exis-tência. Não raro o amigo dá odevido senso de realidade e asvezes o necessário perdão, des-culpando fraquezas e incoerên-cias inerentes a todo ser huma-no. Também entende nossos so-nhos, que às vezes nada mais sãoque promessas impossíveis.Trata-se daquela alma irmã,com quem se quer dividir as coi-sas, conversar ou apenas estarpróximo, mesmo que calado.

Da sensibilidade e ousadiade Oscar Wilde, grande literatoinglês, vem uma deliciosa expli-cação sobre amizade: “meusamigos são todos assim: metadebobeira, metade seriedade...,fazem da realidade sua fonte deaprendizagem, mas lutam paraque a fantasia nunca desapare-ça. Tenho amigos para saberquem eu sou...,pois os vendo lou-

cos e santos, bobos e sérios, cri-anças e velhos, nunca me esque-cerei que a ́ normalidade` é umailusão imbecil e estéril”.

Passe a avaliar a importân-cia de um amigo para sua quali-dade de vida. Não deixe o matocrescer no caminho que o leva aum bom amigo. Esteja atento,pois talvez novos amigos já es-tejam próximos. Deixe uma boaamizade melhorar sua qualida-de de vida!

Nas atividades consideradas sérias, como o trabalho, empenhamos esforços hercúleos de plane-

jamento, refinando cada ação em direção a objetivos bem definidos. Pois da mesma maneira se deve

ter empenho e determinação na busca da qualidade de vida. A vigilância dos atos e sentimentos

ajuda a construir uma existência recheada de bons momentos e maior resistência a frustrações.

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26 touché!

t a s t e

Godofrêdo SampaioMédico, escritor e aficionado por

vinhos, charutos e boa mesa.Membro e ex-presidente da

Academia Jundiaiense de [email protected]

SANDUÍCHE

Em suas mais diversas apre-sentações, o sanduíche se popu-larizou em todo o mundo, querpor sua qualidade nutritiva quefornece pequena quantidade deenergia, como por seu paladaragradável adaptado as diversasculturas. No nosso meio, é umatradição substituir algumasrefeições semanais por umsanduíche, principalmente nosestados do sul e sudeste dopaís. Na capital paulista, hácentenas de casas especia-lizadas capazes de agradar ospaladares mais exigentes.

Considerado o melhor ca-chorro quente de São Paulo, oSuper Hot-dog é feito numaKombi estacionada há quase 30anos na Cidade Universitária(Rua do Estádio, Travessa C).No início atendia os funcionári-

Conforme a tradição, os sanduíches deveriam ser degustados como uma refeição rápida durante

o lunch - ou lanche em português - no horário do almoço, porém, tem sido consumido a qualquer

hora, e substitui tanto o almoço como o jantar. É feito com duas fatias de pão e pedaços de outros

alimentos, que sacia a fome temporariamente. O nome, introduzido em 1762, foi popularizado a

partir do hábito de John Montagu, o 4º Conde de Sandwich, aristocrata inglês, que comia pedaços

de carnes entre fatias de pão enquanto jogava cartas. James Cook, explorador e navegador inglês,

homenageou o Conde dando nome ao Havai de Ilhas Sandwich, denominação ainda encontrada em

alguns atlas.

os, professores e alunos da USP,porém, a fama ultrapassou os li-mites da universidade e hojeatende um grande público ex-terno. Outros hot-dogs disputa-dos são o Black Dog (AlamedaJoaquim Eugênio de Lima, 505– Jardim Paulista), o Hot Dogdo Serginho (Rua Monte Ale-gre, Perdizes, em Frente a PUC),que serve um enorme cachorroquente, e o Stop Dog (AvenidaSabiá, 748, Moema), onde, há40 anos, o sanduíche ganha va-riações originais.

Na linha dos hambúrgueres,o destaque é The Fifties, comvários endereços, porém, a ên-fase fica para a casa de Moema(Alameda Jauaperi, 1468). Arede foi montada com base nastípicas lanchonetes americanasdos anos 50, onde são prepara-

dos hambúrgueres deliciosos,além de outros sanduíches comoCheese Arábia (cheese burgerno pão sírio), o Fifties (filémignon, queijo prato derretido,bacon e maionese, servido nopão ciabata), e a estrela da casa,o Pic Burger (150 gramas depicanha, salada, queijo e molhoespecial).

Outros endereços para de-gustar um bom hambúrguer são:Burdog (Avenida Dr. Arnaldo,232, Consolação), casa com maisde 30 anos de tradição; Ham-búrger do Seu Oswaldo (RuaBom Pastor, 1659, Ipiranga),casa com cerca de 40 anos deexistência, onde são servidoshambúrgueres de carne bemfina preparados com um tempe-ro delicado; Rockets (AlamedaLorena, 2090 – Jardim Paulista)

é uma hamburgueria no estiloanos 50, com muito charme, queserve sanduíches imensos e bas-tante suculentos, destacando-seo Number One, feito com 150gramas de carne coberta comqueijo cheddar, alface, cebola,maionese e molho rose; e o Ritz(Alameda França, 1088, Cer-queira César), no estilo dos pubsbritânicos, que faz sucesso háquase 30 anos, com destaquepara os hambúrgueres, princi-palmente com gorgonzola epanceta.

Saindo da dupla hambúr-guer e hot-dog, alguns endere-ços são verdadeiros clássicospaulistanos como a Forneria SãoPaolo (Rua Amauri, 319, ItaimBibi), que é uma sanduicheriado grupo Fasano, onde são ser-vidos lanches originais sabo-rosíssimos. O Ao Dix Bar (RuaSão Bento, 535, Centro), é outrolocal concorrido, que dispõe deum cardápio com mais de 30opções, destacando-se o BauruAdão, feito com rosbife, queijo,bacon, tomate, cebola e molhotártaro. Dependendo de sua lo-calização, não deixe de experi-mentar o famosíssimo sanduíchede mortadela do Hocca Bar(Mercadão – Rua da Cantareira,306, Paque Dom Pedro II). Sãotantas e boas opções na capitalpaulista que certamente vocênão precisa ir muito longe. Hásempre uma casa bem próxima,infinitamente mais perto queHonolulu.

Bons locaispara comer um

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