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Q u e s t i o n á r i o
E s t r a t é g i a s d e
M o t i va ç ã o p a r a
a A p re n d i z a g e m R i t a M e l o
Ru i Me ndes
Coord. Isabel
G o n ç a l v e s
M ar ço 2008
M S L Q Q U E S T I O N Á R I O D E E S T R A T É G I A S D E M O T I V A Ç Ã O P A R A A A P R E N D I Z A G E M
E S C A L A S
O B J E C T I V O S
I N T E R E S S E
P E R C E P Ç Ã O D E C O N T R O L O
E X P E C T A T I V A S D E S U C E S S O
A N S I E D A D E A O S E X A M E S
E S T R A T É G I A S D E E L A B O R A Ç Ã O
G E S T Ã O D O E S T U D O
P E N S A M E N T O C R Í T I C O
G E S T Ã O D O T E M P O E
A M B I E N T E D E E S T U D O
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M S L Q O B J E C T I V O S
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E s t r a t é g i a s d e
Mot ivação para
a Aprendizagem
Ter objectivos bem definidos para o semestre e para a época de exames é fundamental para garantir o sucesso
académico. Não pode alcançar metas que nunca chegou a estabelecer e não pode saber qual a direcção a seguir
se não tiver escolhido um destino à partida. Para além disso, se em vez de se centrar excessivamente nos
resultados e nas recompensas encontrar razões intrínsecas para completar uma disciplina, a probabilidade de a
concluir com sucesso não só aumenta, como deixa de estar condicionada a factores externos. Procure, então, que
o “combustível” que o(a) ajudará a chegar à meta se encontre dentro de si e não no exterior, garantindo assim que
está a trabalhar com uma “fonte de energia renovável” que depende exclusivamente de si.
Um dos principais desafios no percurso académico, principalmente nos primeiros anos, é encontrar a melhor forma
de se motivar para tarefas que parecem carecer de qualquer interesse ou aparentam não ir ao encontro das
preferências que tem. Face a esta situação não invulgar, procure explorar possíveis pontos de contacto que essas
tarefas menos apelativas têm com áreas que domina e sobre as quais gosta de estudar. De igual modo, tente
comprometer-se consigo mesmo a compreender aquilo que está a estudar e não hesite em fazer uso do horário
que os professores disponibilizam para ajudar e esclarecer as dúvidas dos estudantes. Por vezes, o simples
formular das questões que vai colocar ao professor acaba por permitir um esclarecimento pelo menos parcial das
dúvidas que tinha. Além disso, assim que começar a compreender a tarefa e/ou problema que tem para resolver, a
sensação de eficácia que daí advém servirá como um catalizador para se empenhar em problemas
progressivamente mais complexos e fomentará o gosto pela disciplina. É fácil gostar de algo em que conseguimos
ter bons resultados, difícil manter a motivação quando os resultados são fracos.
M S L Q T u t o r a d o
OBJECTIVOS A presente escala avalia a percepção que tem dos objectivos que traçou para a disciplina que escolheu e das principais razões que o levam a realizar os trabalhos
para essa disciplina. Obter um resultado elevado nesta escala significa que, perante um trabalho ou teste, adopta uma orientação para os objectivos extrínseca (i.e.
motivada por factores externos a si), tais como notas, recompensas, desempenho, avaliação por outros e/ou competição, em detrimento de uma orientação intrínseca
que se pauta por razões internas a si ou que têm um fim em si mesmas, tais como o desafio, a curiosidade e/ou a aquisição de mestria (i.e. domínio de competências).
Dicas (para resultados superiores a 5) Em vez de um ódio paralisante por
determinada matéria, procure
apaixonar-se por aquilo que está a
fazer e de si dará o melhor.
Como dizia Séneca:
“Não há ventos favoráveis para os
que não para onde vão”
M S L Q T u t o r a d o
Objectivos
nível de sucesso necessários para alcançar o seu objectivo. Dizer
que quer passar numa disciplina não é estabelecer um objectivo
suficientemente concreto. Um exemplo seria ter um 15 numa
determinada frequência ou trabalho. Nalguns casos, poderá ser
sensato estabelecer objectivos “de trabalho” e não “de resultado”
- por. ex. resolver 10 exercícios de Probabilidades e Estatística.
Faça um plano para alcançar o seu objectivo. Os objectivos
alcançam-se passo-a-passo, através de um processo que implica
planificação. Pense acerca de cada passo que precisa de dar
antes de colocar o seu plano em acção. Alcançar uma “boa nota”
numa disciplina na faculdade requer um planeamento diário. Não
negligencie as tarefas diárias que irão tornar o seu objectivo pos-
sível.
Visualize-se a alcançar o objectivo. À medida que trabalha nas
tarefas que o(a) levarão a alcançar o objectivo que traçou, mante-
nha a sua motivação elevada, visualizando-se a alcançá-lo e ima-
ginando o sentimento de gratificação que lhe dará.
Reveja os seus objectivos de forma regular. Criar o hábito de
rever os seus objectivos irá colocá-lo(a) numa melhor posição
para alcançar aquilo que pretende e dar-lhe-á um registo escrito
dos seus sucessos. Quando os seus objectivos forem alcança-
dos, não se esqueça de desfrutar o seu resultado e até, se assim
se justificar, de o festejar.
O primeiro passo para alcançar sucesso em qualquer área, incluindo a aca-
démica, é planear. Um planeamento eficaz começa com o estabelecer de
objectivos. Seguem-se, então, algumas sugestões para delinear os seus
objectivos pessoais e aumentar a sua eficácia de modo a melhorar o seu
desempenho e, simultaneamente, diminuir os seus níveis de stress.
Certifique-se de que os objectivos que estabelece são os seus. Não dei-
xe que os outros escolham o que é certo para si. Pense no que melhor
encaixa nas suas expectativas/desejos para o futuro e estabeleça os seus
objectivos de acordo com os mesmos.
Estabeleça objectivos imediatos e a longo-prazo. Trace objectivos para
hoje, para a próxima semana, para o próximo ano, e para a vida, e certifique-
se de que “encaixam” uns nos outros. Os objectivos a curto-prazo devem
levar à concretização dos objectivos a longo-prazo.
Certifique-se que os objectivos que estabeleceu são atingíveis. Um
objectivo deve permitir que se supere a si mesmo, mas não deve ser tão
ambicioso ao ponto de não o conseguir alcançar. Seja realista acerca do que
é possível atingir.
Concentre-se numa área específica que deseje melhorar. Para ser signi-
ficativo, um objectivo deve ser específico e dizer respeito a uma área em que
a sua capacidade não está desenvolvida ao máximo (p.ex, resolver equa-
ções diferenciais de 2º grau).
Faça com que seja possível medir se alcançou ou não o objectivo a
que se propôs. Seja específico tanto quanto ao tempo, como quanto ao
*Adaptado de Wayne State University - University Advising Center
http://www.advising.wayne.edu/goals.php
Mais algumas dicas... *
“Um objectivo é um
sonho com um prazo”
Napolean Hill
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Mot ivação para
a Aprendizagem
Reveja o programa das disciplinas que está a frequentar,
fazendo para cada uma delas uma lista dos três tópicos
que mais lhe interessam e dos três tópicos que menos
interesse lhe suscitam.
O que é que há nos tópicos mais interessantes que o(a)
faz gostar tanto deles? O que é que há nos outros tópicos
que os tornam desinteressantes? Consegue encontrar
algumas das características dos tópicos mais
interessantes nos menos interessantes? Se identificar o
que há nos tópicos mais interessantes que o(a) faz gostar
tanto deles, poderá conseguir aplicar o que descobriu aos
tópicos menos interesse suscitam e talvez descubra que,
afinal, esses tópicos desinteressantes não são assim tão
desprovidos de interesse!
Uma outra possibilidade de trabalhar a sua motivação
consiste em trocar ideias com o seu Tutor e/ou com
colegas que considerem a disciplina e/ou os conteúdos
em causa interessantes. Por vezes ter um olhar diferente
ou uma perspectiva alternativa podem levá-lo a ver
aspectos que até então não tinha pensado.
M S L Q T u t o r a d o
Interesse Esta é uma medida do interesse que tem pelos conteúdos da disciplina em que pensou quando respondeu ao questionário. Um resultado elevado signi-
fica que gosta da matéria e está muito interessado(a) no conteúdo desta disciplina, devendo este interesse conduzir a um maior envolvimento na apren-
dizagem. É importante manter presente que o interesse também se cultiva e conquista, sendo que o desafio não está em estudar as matérias que nos
atraem, mas em desenvolver um fascínio pelos conteúdos que nos parecem tão desinteressantes, quanto, por vezes, incompreensíveis.
Dicas (para resultados inferiores a 3)
Frequentemente, a falta de interesse num determinado
conteúdo resulta da nossa percepção de que não
conseguimos compreende-lo, ou de que a aprendizagem
será demasiado difícil. Neste caso, dividir aquilo que
temos que estudar em parcelas mais pequenas,
escalonando as aprendizagens, pode ser de grande
ajuda.
Noutras situações, são os materiais de estudo que nos
são propostos que não nos parecem atractivos ou
acessíveis. Neste caso, procurar outras fontes de
informação pode ser bastante útil, bem como o estudo
em grupo com outros colegas.
Finalmente, alguns conteúdos dificilmente se tornarão
interessantes. Nesta situação, o melhor é não procurar
fazer o seu melhor, mas, como diria Wiston Churchill,
“fazer apenas o que é necessário”, associando
experiências prazenteiras (por ex. ir ao café com amigos,
comprar um livro ou um CD, ir passear ou ao cinema) ao
cumprimento dos nossos objectivos: “primeiro o dever
depois o prazer”.
“Somos continuamente confrontados com
uma série de grandes oportunidades
brilhantemente disfarçadas de problemas
insolúveis”
J.W. Gardner
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Mot ivação para
a Aprendizagem
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Percepção de Controlo A percepção de controlo, neste caso, diz respeito às crenças que os estudantes têm de que o seu esforço para aprender irá levar a resultados positivos. Um valor elevado nesta escala
indica que o estudante acredita que os resultados são fruto do seu próprio esforço e não de factores externos, tais como o professor da disciplina ou a sorte.
A forma como interpreta os resultados que obtém nas avaliações e, de
um modo mais global, a percepção que tem acerca de si próprio
enquanto estudante, pode ser determinante para ultrapassar os
obstáculos inerentes à caminhada académica ou, contrariamente,
conduzi-lo ao esbarrar nos mesmos de uma forma sistemática e
geradora de grande desânimo. Recorrendo à simplicidade de
expressão, face à “tragédia consumada” pode arregaçar mangas ou
“chorar sobre leite derramado”. Se acreditar que os seus esforços
para estudar fazem a diferença no seu processo de aprendizagem,
maior probabilidade terá de estudar de forma estratégica e eficaz, isto
é, irá mais provavelmente investir no que é necessário para alcançar
as metas a que se propôs.
Traçando um paralelo com a vida em geral, quando face a um dado
problema sente que não depende de si a sua resolução, pouco
sentido lhe fará implicar-se nele. A relação entre as percepções que
temos das coisas e o modo como agimos sobre elas tem recebido
ampla atenção da comunidade cientifica, especificamente em torno do
modelo das atribuições causais. Elegendo como exemplo o
rendimento académico, um dos aspectos que distingue um aluno
orientado para o sucesso de um aluno orientado para o fracasso
assenta na diferença das atribuições que ambos fazem.
Dicas (para resultados inferiores a 3) O estudante orientado para o sucesso acredita nas suas capacidades
e, perante um insucesso, encara-o como o resultado de pouco esforço
ou outros factores que não põem em causa a sua competência ou inteli-
gência. O mesmo se passa no sucesso, em que este estudante sente
que o seu esforço foi compensado e encara o desejado resultado como
fruto de mérito próprio e não da “conjuntura” do momento.
No caso do estudante orientado para o insucesso, as atribuições são
feitas de forma oposta, ou seja, face ao sucesso o estudante incrédulo,
ou pouco auto-confiante nas suas capacidades, tende a atribui-lo a fac-
tores externos como a sorte ou a facilidade da tarefa em questão.
Perante o insucesso, por outro lado, o estudante atribui o resultado
temido à sua falta de capacidade, reforçando a descrença que tem em
si enquanto estudante.
Quando uma pessoa sente que não tem controlo sobre uma situação,
ela pode acabar por entrar num processo de desamparo aprendido. Por
outras palavras, não persistindo na presença da adversidade (por ex.
um resultado negativo ou mais de uma reprovação), a pessoa acaba
por cessar os seus esforços e por encarar a situação como estando
fora do seu controlo. A ilustração da atitude que é diametralmente opos-
ta, e que deve ser cultivada, é-nos oferecida pela seguinte frase:
“Por não saber que era impossível, ele foi e fez.”
Jonh Cocteau
“Não falhei, encontrei
10000 formas que não
funcionam”
Thomas Edison
M S L Q T u t o r a d o
Percepção de Controlo
“A inspiração não depende de mim. A única coisa que posso fazer
é ter o cuidado de que ela me encontre a trabalhar.”
Pablo Picasso
Recorde-se que os estudantes que procuram controlar o seu próprio
processo de aprendizagem...
� aceitam que aprender pode não ser fácil e ultrapassam a frustra-
ção e a falta de confiança
� tentam pensar nos termos daquilo que estudam
� procuram pistas que os ajudem a compreender os assuntos,
colocando hipóteses e pedindo para serem corrigidos no caso de
estarem enganados
� recorrem frequentemente aos professores como fonte de ajuda
� mantém presente aquilo que aprendem e pensam no que apren-
deram
� envolvem-se activamente no processo de aprendizagem
� empregam um estilo de aprendizagem que lhes é adequado
*Adaptado de A. Wenden (1991)
Mais algumas dicas... *
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Expectativas de Sucesso Esta escala mede a percepção que tem das suas expectativas para ter sucesso na disciplina que escolheu e da sua auto-confiança para compreender a matéria. Um
resultado elevado significa que pensa que irá “sair-se” bem na disciplina e que está confiante de que vai conseguir dominar os conteúdos da disciplina.
Já ouviu falar em profecias auto-confirmatórias? Os especialistas do comportamento verificaram que as pessoas
tendem a confirmar as suas expectativas sem se aperceberem do quanto elas próprias contribuem para esse
processo. Exemplificando, quando uma pessoa está mais em baixo e pensa que os que estão à sua volta não têm
interesse em estar com ela, a consequente atitude de menor abertura e maior pessimismo da própria pessoa irá
provavelmente levar a que os outros sintam, de facto, uma menor vontade em estar com a pessoa. O afastamento
dos outros, por sua vez, vai reforçar as expectativas iniciais da pessoa de que ela é desinteressante e entra-se,
assim, num ciclo vicioso.
De modo semelhante, uma pessoa que acredita que vai fracassar tem menor probabilidade de se implicar na tarefa
em causa, levando a uma maior probabilidade de obter um mau resultado. Para além disso, a expectativa de
fracasso pode induzir e ampliar o medo de se falhar que frequentemente se encontra “disfarçado” sob a forma de
preguiça. Já reparou na quantidade de pequeninas coisas que de repente parecem ser da maior importância para
fazer, e que nos impedem ou obrigam a adiar o estudo daquela matéria que não “atrai” e cuja compreensão parece
estar algures num sítio longínquo?
Nestes momentos, a determinação (leia-se “acreditar em si”) será a melhor forma de aumentar a motivação.
O estudante que entrou para o Técnico, e que passou o crivo dos exames nacionais, está no IST por mérito próprio
e portanto tem a capacidade intelectual necessária para concluir o curso com sucesso; se as coisas não correrem
bem, o mais provável é que não esteja a esforçar-se o suficiente, ou não esteja a canalizar o seu esforço da
melhor forma – assim sendo, o insucesso (quando ocorre) deve ser encarado como um convite a estudar mais e
melhor, não como fonte de desencorajamento.
Um aparte importante...
“Muitas vezes ficamos tanto
tempo a olhar para a porta que
se fechou que não vemos
aquela que se abriu.”
Hellen Keller
M S L Q T u t o r a d o
Expectativas de Sucesso
Acima de tudo, “não tenha mais olhos que barriga”. De for-
ma literal, se consegue facilmente comer uma fatia de bolo
de chocolate (aliás, o difícil será resistir-lhe) e isso dá-lhe
prazer, certamente não terá a mesma sensação se estiver
num concurso em que o objectivo é comer o maior número
de fatias de bolo possível num menor espaço de tempo.
Para além de nunca ter uma sensação de sucesso, pois
mesmo que ganhe o concurso há sempre possibilidade de
fazer melhor, face à ausência de um limite implícito no
máximo possível, sentir-se-á, se não mal disposto, pelo
menos cansado e sem qualquer vontade de ver uma fatia
de bolo durante muito tempo.
Assim, fazendo uso desta alusão culinária, em vez de ten-
tar fazer todo o curso de uma só vez (leia-se, sete ou mais
disciplinas por semestre, quando o mesmo foi programado
para se fazer cinco!), procure “degustar” as disciplinas que
faz, optando por apostar num plano realista que lhe dará
uma sensação de prazer e mestria em fazê-lo. Adicional-
mente, procure fazer refeições equilibradas, juntando
“disciplinas calóricas” com outras mais “leves” e igualmente
“nutritivas”. Como numa refeição, a variedade é tudo.
Avalie o seu actual método de estudo em relação a um
determinado trabalho que fez para a disciplina, tomando
como ponto de partida diferentes perspectivas. Por
exemplo, descreva os pontos fortes e pontos fracos
quanto à eficácia do seu método a partir do seu próprio
ponto de vista. Depois imagine ou pergunte como é que
um colega do Curso avaliaria o seu método de trabalho.
Ao analisar a forma como está a fazer um trabalho,
poderá descobrir o que é que está a fazer bem e o que é
que está a fazer mal e poderá mudar o seu método. Uma
melhor compreensão da forma como aprende, o que
funciona e o que não funciona, poderá ajudá-lo a
aumentar a sua confiança em ter sucesso na disciplina.
Se conseguir encontrar colegas com quem possa
estudar, poderá ser mais fácil obter diferentes pontos de
vista sobre o seu método de estudo.
A frequência dos horários de dúvidas e encontros com o
seu Tutor também o(a) podem ajudar a ter novas
perspectivas sobre o seu método de estudo,
aumentando consequentemente a sua esperança num
bom resultado.
Dicas (para resultados inferiores a 3) O bolo de chocolate
“O sonho comanda a vida”.
António Gedeão
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Mot ivação para
a Aprendizagem
Aliás, os tempos livres de um horário são tempos muito úteis
para um estudante, tal como as horas de sono bem dormidas,
pois são períodos em que os conteúdos académicos se
sedimentam” e “organizam” sem esforço consciente - é por
isso que o estudo ao longo do semestre é muito mais
produtivo do que o estudo por “empreitada” nas vésperas dos
exames!
Planeie também no seu horário os dias e horas de estudo,
bem como os conteúdos do que vai estudar. Ao cumprir o seu
horário como parte de uma rotina, sentirá um menor esforço,
o que adicionalmente irá diminuir a probabilidade de adiar o
estudo, por medo de a tarefa estar além das suas
possibilidades.
Quando faz um teste, concentre-se numa questão de cada
vez e se “encalhar” numa questão prossiga para a seguinte e
volte a essa questão mais tarde. Lembre-se que se preparou
bem e que se não conseguir responder a algumas questões,
não há problema, irá conseguir ainda assim responder a
outras. Procure ainda que os primeiros exames da sua época
de exames sejam aqueles para os quais está melhor
preparado(a) - isso vai aumentar as suas expectativas de
sucesso.
M S L Q T u t o r a d o
Ansiedade aos Exames Esta é uma medida do quanto se preocupa com provas de avaliação e da frequência com que tem pensamentos que o distraem enquanto faz os exames. Ao contrário
das outras escalas, um resultado elevado significa que tende a ficar ansioso em situações de exame. Se for esse o seu caso, provavelmente não precisou de fazer
este questionário para se aperceber disso, mas vai aqui encontrar dicas que o podem ajudar a tornar a ansiedade num aliado que controla, em detrimento de um
inimigo do seu desempenho.
Dicas (para resultados superiores a 5)
“A nossa maior glória não está em
nunca cairmos, mas sim em nos
levantarmos de cada vez que
caímos.”
Confúcio
Quando desenvolve boas competências de estudo, sente
normalmente menos ansiedade. A razão é simples: ao sentir-
se competente no que está a fazer, tem a percepção de que a
situação está sob o seu controlo, sensação essa que, por sua
vez, não se coaduna com um estado de ansiedade. De forma
abusivamente simplificada, poder-se-ia dizer que, ao limite, a
ansiedade é uma sensação de ausência de controlo sobre
determinada situação. É por isso muito importante que se
prepare bem para a disciplina e tente terminar os trabalhos a
tempo. Deve também tentar evitar fazer as coisas apenas à
última hora ou preparar-se para um exame na véspera. Ir bem
preparado aumenta a sua confiança na altura do exame e,
consequentemente, reduz a sua ansiedade.
Tudo isto parece bastante óbvio, mas como fazê-lo? Ao longo
do ano lectivo, pratique pelo menos uma actividade
extracurricular que possa não só reduzir a ansiedade de uma
forma geral, como também aumentar a concentração,
tornando as horas de estudo mais produtivas, por ex. Yoga,
Taichi ou um desporto. Em relação ao Yoga, os exercícios de
respiração e de relaxamento têm sido repetidamente
comprovados como excelentes técnicas de controlo da
ansiedade.
M S L Q T u t o r a d o
Ansiedade: bem me quer, mal me quer Há quem diga que só trabalha bem sob pressão e há também
quem, alheio à razão para tal, só estuda na véspera do exame.
Os especialistas do comportamento debruçaram-se sobre a ques-
tão e verificaram que a nossa produtividade depende em parte do
nosso nível de ansiedade. Assim, na ausência de qualquer pres-
são, quando a ansiedade é reduzida ou nula, a nossa motivação
para fazer as coisas está proporcionalmente diminuída.
À medida que a ansiedade aumenta, vamos fazendo cada vez
mais ou produzindo a uma velocidade progressivamente maior. É,
por assim dizer, uma das alturas em que a ansiedade "bem nos
quer", dando-nos a força necessária para desempenharmos o que
já não pode ser adiado. Porém, quando a ansiedade ultrapassa
um ponto "óptimo", o nosso desempenho começa a ficar compro-
metido. O estudante que tem uma "branca" no exame ou o confe-
rencista que começa a tremer e perde a voz perante a audiência
são exemplos ilustrativos de quando a ansiedade transpõe a
ténue fronteira de nos motivar para prejudicar o nosso desempe-
nho, ou seja, em que aparentemente "mal nos quer". A ansiedade
intensa tem, deste modo, uma característica paradoxal: a pessoa
parece intencionalmente provocar aquilo que mais teme. De facto,
ter medo que uma situação desagradável aconteça, aumenta a
probabilidade dela realmente acontecer.
O medo é inato, ou seja, já nascemos com a capacidade
para sentir medo. Dele depende a nossa sobrevivência,
alertando-nos dos perigos. O que seria de nós se, face a um
leão à solta ou, transpondo o exemplo para a realidade
actual, face a um carro a dirigir-se velozmente na nossa
direcção, não sentíssemos medo? Ele dá-nos indicadores
imprescindíveis de como reagir e está tão enraizado que é
capaz de preparar todo o nosso corpo para fugir a uma
situação percepcionada como perigosa. Daí o calor que
sentimos, o batimento cardíaco acelerado, o suor, etc.. O
problema é quando todo este aparatoso mecanismo é acti-
vado desnecessariamente ou, pior, quando menos quere-
mos. Tal acontece porque encaramos a situação como se
se tratasse de um "animal feroz", ou seja, muitas vezes sem
termos consciência disso, avaliamos a situação como poten-
cialmente perigosa, levando-nos a sentir e reagir com medo
face a uma situação na realidade inofensiva.
Quando a ansiedade, sob as suas diversas formas, afecta
significativamente a vida de uma pessoa, o melhor caminho
é, sem dúvida, procurar ajuda profissional, pois, através
dela, a ansiedade pode deixar de ser um "mal me quer"
para voltar a ser um aliado ao nosso bem estar.
* Rita Melo In Jornal O Setubalense, 20 de Fevereiro de 2006
*
“A sorte favorece
apenas as mentes
preparadas”
Isaac Asimou
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Estratégias de Elaboração Esta escala reflecte a frequência com que tenta fazer resumos ou parafrasear (colocar pelas suas próprias palavras) a matéria que esteve a ler e a frequência com que
tenta relacionar a matéria com o que já sabe ou aprendeu. Um resultado elevado significa que utiliza estas estratégias com uma frequência razoável. Estas estratégias
conduzem tipicamente a um melhor desempenho do que as estratégias mais simples de apenas decorar ou “empinar” os conteúdos.
Faça resumos ou paráfrases da informação importante.
Utilize as suas próprias palavras para descrever a matéria
dada nas aulas ou na bibliografia recomendada. Se tiver
essa oportunidade, finja que é o professor e que está a
tentar explicar o assunto aos estudantes. Pode fazê-lo com
um colega. Mesmo que partilhem das mesmas dúvidas, o
tentar explicar a outra pessoa ajuda muitas vezes a arrumar
as ideias e a tornar as coisas mais claras. Tente
compreender como é que cada tópico ou conteúdo se
relaciona com os restantes. Quais são as relações que
consegue estabelecer entre o que ouviu nas aulas, aquilo
que conversou com os seus colegas nas discussões dos
trabalhos e aquilo que leu nos livros?
A memória também se treina...
Como é sabido, não há aprendizagem na ausência de
memória. No seu livro Aprenda a Lembrar-se, Dominic
O’Brian (2000; Edições Plátano) revê a evolução do estudo
da memória ao longo dos séculos, desde a Grécia antiga
até aos dias de hoje.
Dicas (para resultados inferiores a 3) Remontando a meados do séc. V a.C., O’Brian relata
como o “pai” do treino da memória, o poeta Simónides
de Ceos, foi capaz de identificar os convidados de um
banquete que teve o trágico desfecho de todos os pre-
sentes, à sua excepção, falecerem.
O poeta acabou por demonstrar o primeiro princípio da
memória, o do locus, isto é, associar imagens do que
precisamos de recordar a lugares específicos, como
divisões de uma casa ou as cadeiras em redor de uma
mesa. Ao fazer-se esta associação, impõe-se uma
estrutura lógica a um conjunto de coisas que de outra
forma não estariam relacionadas.
Outra técnica de memorização passa pela criação de
uma história, integrando aquilo que se quer recordar.
Para além da imaginação e da associação, a concen-
tração e a capacidade de observação são factores de
extrema importância durante o momento em que esta-
mos a adquirir os conteúdos que queremos recordar
mais tarde.
“Oiço e escuto… explico a
outros e compreendo”
Confúcio
“Tudo parece um pouco dife-
rente quando o dizemos em
voz alta”
Herman Hesse
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Mot ivação para
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Pensamento Crítico A presente escala de pensamento crítico diz respeito ao grau em que aplica conhecimentos prévios a novas situações de modo a resolver problemas, tomar decisões
ou fazer avaliações críticas. Um resultado elevado indica que, normalmente, pensa de forma propositada acerca da fundamentação existente para a matéria que está a
estudar, tendo padrões de avaliação bem delineados que lhe permitem determinar a veracidade, mérito ou valor dos conceitos em questão.
Ao longo do seu percurso académico será fundamental
ganhar um olhar crítico sobre os textos que lê e os artigos que
consulta. Deverá criar uma espécie de filtro ou detector que
procure bases sólidas no conhecimento que é apresentado.
Ao contrário do Ensino Secundário, em que a matéria e o
conhecimento estão “construídos” e prontos para serem
assimilados, no Ensino Superior espera-se que o estudante
venha a ser, idealmente, ele próprio um construtor de
conhecimento e não um “recipiente” passivo do mesmo.
O que o levará a destacar-se do “comum” dos estudantes não
será tanto a capacidade de retenção da matéria dada, mas
principalmente o modo como a integra nos conhecimentos
que já possui e outros que vai adquirindo em diferentes
contextos.
Estabelecer “pontes” entre os conhecimentos fará de si um
bom estudante e um futuro bom profissional.
Para além da capacidade de integração, é importante
desenvolver um raciocínio crítico, isto é, não partir do princípio
que aquilo que lê é inquestionável. Muito pelo contrário, a
ciência faz-se normalmente através da refutação, produzindo-
se novos conhecimentos a partir de descobertas
anteriormente feitas.
Dicas (para resultados inferiores a 3) “O degrau de uma escada não serve simplesmente para que alguém permaneça em
cima dele, destina-se a sustentar o pé de um homem pelo tempo suficiente para que
ele coloque o outro um pouco mais alto.”
Thomas Huxley
“Aprender sem pensar é labor perdido.”
Confúcio
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Pensamento Crítico
Alguns alunos dizem que em certas disciplinas os exames “não têm nada a
ver com a matéria”. No fundo, o que estão a dizer é que não chega
mecanizar as resoluções dos exercícios para resolver os exames. Nessas
situações, é preciso pensar de forma criativa - vamos propor-lhe sete
actividades ou exercícios que procurem este tipo de pensamento:
1. Tentar inventar as coisas de novo (i.e. procurar resolver um problema ou
dominar um conteúdo sozinho, antes de nos ser dado o problema ou antes
de este nos ter sido explicado pelo professor).
2. Interrogarmo-nos sobre os conteúdos apresentados (p. ex. o que é que
aprendi nesta aula que ainda não sabia?)
3. Experimentar variações do que já foi proposto, procurar alternativas (p.
ex., o que é que acontece quando apago um termo numa equação ou
função?)
4. Preencher os “espaços brancos” de uma determinada explicação ou
demonstração
5. Explicar o que se aprendeu a outras pessoas (p. ex., à mãe ou a um irmão
mais novo)
6. Seja irreverente - não acredite que uma teoria está necessariamente
correcta ou que um método não pode ser melhorado. Tente resolver aquilo
que ainda não foi resolvido por ninguém (p. ex. o Pi é impossível de definir?)
7. Coloque novos problemas, experimente o absurdo, questione-se.
Aprender a pensar criticamente
* Adaptado de “Aprender a Pensar” de Hans Welling (Psicólogo e Bacharel em Química)
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T
UT
OR
AD
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M S L Q G E S T Ã O D O E S T U D O
Q u e s t i o n á r i o
E s t r a t é g i a s d e
Mot ivação para
a Aprendizagem
M S L Q T u t o r a d o
Gestão do Estudo Está a estudar e ao fim de uma hora percebe que leu um artigo cujo conteúdo ficou longe de ser assimilado. Aliás, ao tentar explicar a um colega o que acabou
de ler, apercebe-se que nem tem bem a certeza do que é que o artigo trata. Esta escala é uma medida da consciência que tem da atenção que está a prestar
ao estudo. Por exemplo, adapta a sua velocidade de leitura se estiver a ler uma coisa difícil em contraponto com a velocidade de leitura que utiliza para ler um
jornal? Um resultado elevado nesta escala significa que tenta planear o seu trabalho e verificar se compreende ou não a matéria.
Ter um mapa geral nas suas mãos, ou adaptando às novas
tecnologias, no seu monitor, dá-lhe uma dimensão aproximada
do caminho que tem pela frente. Para além disso, um mapa
abrangente proporciona um enquadramento e estrutura sobre a
qual poderá explorar determinados detalhes (os sítios mais
importantes do mapa ou que mais interesse lhe suscitam) sem,
no entanto, ”perder o norte”. O mapa da disciplina mais geral de
que dispõe, e a partir do qual deverá traçar a sua “estratégia de
gestão”, é o programa da disciplina. A partir das linhas
orientadoras do mesmo, poderá calcular e gerir o tempo que
precisará para os diferentes conteúdos abrangidos e para os
métodos de avaliação previstos. Desta forma, dê uma vista de
olhos na matéria antes de começar a ver como é que ela está
organizada. Preste particular atenção aos títulos e subtítulos
dos textos para ter uma ideia de como as coisas estão
relacionadas umas com as outras.
Dicas (para resultados inferiores a 3) Posteriormente, enquanto estiver a estudar, faça pergun-
tas a si mesmo sobre o parágrafo que acabou de ler e
anote palavras-chave nas margens do livro ou num cader-
no. Tente determinar quais são os conceitos que não com-
preende bem. Apesar deste método levar inicialmente
mais tempo, terá maior probabilidade de se lembrar do
que leu. Isto poupa-lhe tempo mais tarde, quando estiver a
estudar para um exame.
Em suma, muna-se de um bom mapa, abrangente o sufi-
ciente para incluir os vários “sítios” que terá que “visitar” e
os sítios que terá que dominar. Depois delineie uma estra-
tégia para rentabilizar ao máximo o limitado tempo de que
dispõe para as várias viagens e, por fim, durante o cami-
nho, não se esqueça de ir verificando, de quando em vez,
se está no trilho certo ou se se está a desviar do destino
final.
“Para além da nobre arte de fazer com que as coisas sejam feitas, existe a nobre arte
de deixar as coisas por fazer. A sabedoria de vida está na eliminação do não essencial”
Provérbio Chinês
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M S L Q G E S T Ã O D O T E M P O E A M B I E N T E D E E S T U D O
Q u e s t i o n á r i o
E s t r a t é g i a s d e
Mot ivação para
a Aprendizagem
M S L Q T u t o r a d o
Gestão do Tempo e Ambiente de Estudo Esta escala é uma medida da eficácia com que gere o seu tempo e o seu horário, bem como da utilização que faz dos espaços para estudar. Um resultado
elevado significa que tem um método para gerir o seu horário/calendarização e tenta estudar num sítio onde pode terminar o trabalho planeado sem
interrupções.
• Faça um registo do que faz com o seu tempo de estudo
durante uma semana (porque não usar o google calendar,
por exemplo, para registar não só os tempos de aula,
como os períodos de estudo que devem ser fixos e os
períodos de descanso que devem ser obrigatórios e
sempre depois do estudo?).
• Escreva os objectivos para cada período de estudo e
depois escreva o que realmente alcançou durante esse
período de estudo. É importante ir aferindo quanto tempo
é, de facto, necessário para determinada tarefa, pelo que
o horário, apesar de fixo, deve conter a flexibilidade
necessária para se adaptar às tarefas que exigem mais
ou menos tempo do que aquele inicialmente estimado.
• Analise o esquema no final da semana. Pode querer
mudar o sítio onde estuda, ou a altura quando estuda, ou
com quem estuda.
• Tente arranjar um horário de estudo que melhor se
adapte a si e um espaço em que sinta o máximo de
conforto com o mínimo de distracção possível
Dicas (para resultados inferiores a 3)
“Aquele que não deixa nada
para amanhã já fez muito”
Baltazar Garcia
(por ex., se puder, tente manter a Internet desligada enquanto
estuda no computador ou socorra-se dos phones para evitar
cair na tentadora conversa dos colegas - eles irão certamente
compreender que a sua atitude “anti-social” é por uma boa
causa e, se forem bons colegas, irão admirar a sua determina-
ção e, quem sabe, serão até influenciados positivamente por
ela).
• Procure estar num local bem iluminado, com uma temperatura
agradável, bem ventilado, arrumado, limpo e organizado.
• Procure “manter-se em forma” para estudar, dormindo o sufi-
ciente, alimentando-se convenientemente e descansando o
necessário.
• Quando iniciar o estudo, certifique-se de que dispõe de todo o
material de que precisa e que este se encontra organizado.
• Procure adoptar uma postura correcta durante o estudo,
apoiando bem as suas costas na cadeira (desde os glúteos até
às omoplatas), mantendo os pés bem apoiados no chão; lem-
bre-se que a altura da sua mesa de trabalho deve coincidir
com o estômago, nunca mais abaixo.