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Tempest

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Em 2009, Jackson Meyer descobre que pode viajar no tempo. Durante os seus "saltos" para o passado, nada muda no presente. Isso era apenas uma diversão inofensiva, até que sua namorada Holly morre durante uma invasão à sua casa. Em pânico, ele consegue voltar dois anos, mas descobre que ficou preso no tempo. Desesperado para voltar e salvar Holly, Jackson resolve tocar sua vida em 2007 e tentar descobrir o que puder sobre suas habilidades. Não muito tempo depois, as pessoas que atiraram em Holly, membros de um grupo apelidado pela CIA de "inimigos do Tempo", vêm a sua procura para recrutá-lo ou matá-lo. Com tudo isso acontecendo e Jackson ainda tentando encontrar pistas sobre as origens de sua família para desdobrir mais sobre suas habilidades, ele precisa decidir até onde está disposto a ir para salvar Holly... e possivelmente, o mundo inteiro.

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JULIE CROSS

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Tradução

DENISE DE C. ROCHA DELELA

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Título original: Tempest.

Copyright © 2011 Julie Cross.Copyright da edição brasileira © 2012 Editora Pensamento-Cultrix Ltda.

Texto revisto segundo o novo acordo ortográfi co da língua portuguesa.

1a edição 2012.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revistas.

A Editora Jangada não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados neste livro.

Esta é uma obra de fi cção. Todos os personagens, organizações e acontecimentos retratados neste romance são produto da imaginação da autora ou usados de maneira fi ctícia.

Design da capa: Angela Goddard

Fotografi a e composição digital da capa: James Porto

Coordenação editorial: Denise de C. Rocha Delela e Roseli de S. Ferraz

Consultoria de linguagem: Giovanna Rocha Delela

Diagramação: Join Bureau

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Cross, Julie Tempest / Julie Cross ; tradução Denise de C. Rocha Delela. – São Paulo: Jangada, 2012.

Título original: Tempest ISBN 978-85-64850-09-5

1. Ficção – Literatura juvenil I. Título.

12-03405 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:

1. Ficção : Literatura juvenil 028.5

Jangada é um selo da Editora Pensamento-Cultrix Ltda.

Direitos de tradução para o Brasiladquiridos com exclusividade pela

EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA.Rua Dr. Mário Vicente, 368 — 04270-000 — São Paulo, SP

Fone: (11) 2066-9000 — Fax: (11) 2066-9008E-mail: [email protected]

http://www.editorajangada.com.brFoi feito o depósito legal.

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PARA O MEU EDITOR, BRENDAN DENEEN,

CUJA VISÃO CONVERGIU COM A MINHA

PARA CRIAR ESTE LIVRO.

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Sábado, 11 de abril de 2009.

Ok, então é verdade. Eu posso viajar no tempo. Mas não é tão emocionante quanto parece. Não posso voltar no tempo e matar Hitler. Não posso ir para o futuro e ver quem vai vencer o campeonato de beise-bol de 2038. Até agora, o máximo que já fi z foi voltar seis horas no tempo. Coisa de super-herói, certo?

Esta noite, fi nalmente contei a outra pessoa o meu segredo. Alguém cujo QI está anos-luz à frente do meu, por isso teoricamente ele pode ser capaz de me entender. Adam só insistiu para que eu documentasse tudo. Para que fi zesse um registro de praticamente todos os momentos daqui em diante. Na verdade, ele queria que eu registrasse os meus 18 anos de vida, mas eu disse para ele esquecer — por enquanto. Embora eu tenha concordado com essa ideia do diário, isso não signifi ca que ela me agrade. Não é como se o mundo fosse acabar porque eu posso saltar no tempo. Ou como se eu fosse cumprir algum propósito maior, como salvar a raça humana da extinção. Mas, como disse Adam, devo viajar no tempo por algum motivo e cabe a nós descobrir por quê.

— Jackson Meyer

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C A P Í T U L O U M

TERÇA -FE IRA , 4 DE AGOSTO DE 2009, 12 :15.

– Quantos minutos eu devo voltar? – perguntei a Adam.Mantínhamos uma boa distância entre nós e a longa fi la de crianças

que se amontoavam em volta das instalações dos ursos polares.– Trinta minutos? – Adam sugeriu.– Ei, me dá isso aqui! – Holly agarrou o saquinho de balas que uma

das crianças tinha surrupiado de um carrinho de bebê e me lançouum olhar exasperado. – Seria muito bom se você vigiasse o seu grupode crianças.

– Foi mal, Hol. – Peguei Hunter no colo antes que seus impulsos cleptomaníacos piorassem. – Segure essa mão aí! – eu disse a ele.

O garotinho deu um sorriso banguela e abriu as mãos gorduchas em frente ao meu rosto.

– Pode olhar. Não tem nada.– Então continue assim, está bem? Você não precisa fi car pegando as

coisas dos outros. – Coloquei-o de volta no chão e empurrei-o de leve na direção das outras crianças, que corriam na direção de uma larga faixa de grama reservada para os piqueniques dos campistas.

– Holly Flynn! – chamei, pegando a mão dela e entrelaçando seus dedos nos meus.

Ela se virou para me olhar.– Você tem um fraco pelo garotinho cleptomaníaco, não tem?Eu sorri para ela e dei de ombros.– Pode ser.Seu rosto relaxou e ela puxou a parte da frente da minha camiseta,

fazendo eu me aproximar antes de me beijar na bochecha.

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– Então... o que vai fazer esta noite?– Hum... tenho planos com esta loirinha linda. Só não consigo lem-

brar o que tínhamos planejado. É uma... surpresa.– Nada disso! – ela riu e balançou a cabeça. – Não acredito que

esqueceu sua promessa de passar uma noite inteira comigo recitando Shakespeare... em francês... de trás pra frente. Depois íamos assistirTitanic e Um Lugar Chamado Notting Hill.

– Eu devia estar bêbado quando disse isso. – Olhei por sobre oombro de Holly antes de beijá-la rapidamente na boca. – Mas vou con-cordar com Notting Hill.

Ela revirou os olhos.– Na verdade, a gente ia ver aquela banda com seus amigos, lembra?Uma garotinha do grupo de Holly puxou o braço dela e apontou

para o banheiro. Fui atrás dela para que pudéssemos discutir a minha incapacidade de fazer planos com duas semanas de antecedência e me lembrar deles duas semanas depois.

– Ei, Jackson, vem cá! – chamou Adam, acenando com a cabeça na direção de uma árvore.

Intervalo para planejamento preciso e exato de viagem no tempo.– Você vai com a gente ver aquela banda hoje à noite? – perguntei

a ele.O que eu queria saber mesmo era se ele se lembrava.– Hum... vejamos. Passar a noite toda com seus amigos do colegial

que, segundo ouvi, são uma versão da vida real de Gossip Girl? Sem men-cionar o salário inteiro gasto com uma porçãozinha e algumas bebidas? – Ele balançou a cabeça e sorriu. – O que acha?

– Já entendi. Que tal irmos então a algum lugar perto da casa de vocês, amanhã?

– Parece bom.– Então, tudo bem, vamos nessa. Não consigo comer nada fedendo

a camelo desse jeito, então podemos fazer a experiência agora mesmo.Adam jogou o diário no meu colo e atirou a caneta em cima.– Escreva aí o seu objetivo, porque viajar no tempo sem um objetivo

é simplesmente...

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– ...imprudência – eu disse, terminando a frase para ele e tentando não suspirar.

– A loja de lembranças está bem atrás de nós. Eu observei a loja du-rante a última hora e a mesma garota fi cou no caixa o tempo todo.

– De olho na garota, hein?Adam revirou os olhos e tirou o cabelo preto da testa.– Ok, agora programe o seu cronômetro e depois volte trinta minu-

tos no tempo. Vá à loja de lembranças e faça o que for preciso para que ela se lembre do seu nome.

– Isso se chama “fl ertar” – eu disse baixinho, para que ninguém es-cutasse. Depois me concentrei em fazer minhas anotações antes que Holly voltasse do banheiro.

Objetivo: Testar teoria com alguém que não tenha conhecimento do experimento.

Teoria: Acontecimentos e ocorrências, inclusive interação huma-na, durante viagem ao passado, NÃO afetam o presente.

Traduzindo: eu salto trinta minutos no tempo, passo uma cantada na garota da loja, volto para o presente, entro na loja de novo e vejo se ela me reconhece.

Ela não vai me reconhecer.Mas Adam Silverman, primeiro lugar na Feira Nacional de Ciências

de 2009 e futuro aluno do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, não confi rmará essa conclusão até que eu a tenha testado de Todos. Os. Ângulos. Possíveis. Sinceramente, eu não me importo. Às vezes é divertido e, até alguns meses atrás, apenas eu sabia do que era capaz de fazer. Agora que esse número dobrou, eu me sinto um pouquinho menos estranho.

E um pouquinho menos solitário.Mas eu nunca tinha feito amizade com um gênio da ciência. Embo-

ra Adam seja mais do tipo hacker que invade sites do governo. O que é bem mais maneiro, na minha opinião.

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– Você tem certeza de que pode saltar exatos trinta minutos? – Adam perguntou.

Dei de ombros.– Sim, provavelmente.– Só não deixe de anotar o horário. Eu vou registrar os segundos que

você vai fi car aqui, vegetando – disse Adam, colocando o cronômetro na minha mão.

– É assim que eu fi co quando salto no tempo? Quantos segundos acha que vou fi car “vegetando”? – perguntei.

– Acho que uma excursão de vinte minutos, voltando trinta mi-nutos no passado, vai deixá-lo catatônico no presente durante uns dois segundos.

– Onde eu estava trinta minutos atrás, pra que não dê de cara comi-go mesmo?

Adam ligou e desligou o cronômetro umas dez vezes antes de me responder. Esse cara é totalmente obsessivo-compulsivo...

– Você estava lá dentro, olhando os pinguins.– Tudo bem, vou tentar não acabar lá dentro.– Nós dois sabemos que você pode escolher sua localização se real-

mente se concentrar, por isso não me venha com essa história de “não sei onde vou acabar...” – zombou Adam.

Talvez ele estivesse certo, mas é duro não pensar em nada além de um único lugar. Basta pensar por meio segundo em outro que não seja o lugar planejado e acabo indo parar lá.

– Ah, sim, claro. Então vá você, se acha assim tão fácil.– Bem que eu gostaria.Eu entendo por que alguém como Adam é tão fascinado pelo que eu

faço, mas não encaro a capacidade de viajar no tempo exatamente como um superpoder. Só uma espécie de aberração da natureza. Uma aberra-ção assustadora, a propósito.

Olhei o relógio, 12:25, então fechei os olhos e me concentrei em trinta minutos no passado e no ponto exato em que queria estar, embora eu na verdade não tivesse a mínima ideia de como fazer isso.

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A primeira vez que saltei no tempo tinha sido oito meses antes, du-rante o meu primeiro semestre da faculdade. Eu estava sentado na cartei-ra, no meio da aula de poesia francesa. Cochilei por alguns minutos e acordei com uma brisa fria e uma porta batendo na minha cara. Eu esta-va na frente do meu dormitório. Antes que tivesse chance de entrar em pânico, já estava de volta à sala de aula.

Aí entrei em pânico.Agora é divertido, na maioria das vezes. Embora eu ainda não faça

ideia do dia ou do tempo para o qual saltei aquela primeira vez. Desde os primeiros registros até hoje, minhas viagens progrediram de seis para 48 horas no passado. Saltar para o futuro ainda não consigo, mas não vou parar de tentar.

A sensação conhecida de me partir ao meio toma conta de mim. Eu seguro a respiração e espero que passe. Nunca é agradável, mas a gente acaba se acostumando.

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