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    6 - Qual a relação do TDAH com a dificuldade de aprendizagem?O TDAH representa 80% de todas as causas de dificuldade no aprendizado. Contudo, outras patologias devem ser investigadas, tais como: debilidade mental, síndromedo X frágil, epilepsias, síndrome de Tourette e outras patologias neurológicas e sistêmicas."O TDAH representa 80% de todas as causas de dificuldade no aprendizado"7 - Qual o tipo de abordagem terapêutica mais eficaz para o tratamento do TDAH?A abordagem terapêutica é feita de forma multidisciplinar, envolvendo tanto o diagnóstico quanto o tratamento onde, profissionais médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, psiquiatras, neurologistas, neuropediatras, pediatras etc., são envolvidos no processo, com técnicas específicas como a terapia cognitivo comportamental (TCC) aos cuidados dos Psicólogos e Psiquiatras, e o uso de medicações neuroestimulantes e medicamentos específicos no tratamento das comorbidades. As patologias neuropsicológicas com base biológica não respondem bem a outros tipos de terapias.8 - Qual a situação atual dos países desenvolvidos em relação ao tratamento da TDAH?Todos sabemos, que nos países de 1° mundo, a educação e saúde são primordiais, o que justifica em parte ser um país de 1°mundo. Nos Estados Unidos, numa população alvo em torno de25 milhões de pacientes, mais de 10 milhões encontra-se em tratamento. No Canadá, numa população alvo, de aproximadamente 13 milhões, 8 milhões encontram-se em tratamento.Na Alemanha, numa população alvo, de 25 milhões de habitantes, aproximadamente 8 milhões encontram-se em tratamento, comparados ao Brasil, com uma população alvo em torno de 17 milhões, para 30 mil pacientes em tratamento, observamos que a nossa situação é grave, de perspectivas sombrias, se as autoridades de saúde publica e educacional não tomarem conhecimento e medidas efetivas para tratar os pacientes com TDAH.

    "No Brasil de uma população alvo em torno de 17 milhões, 30 mil pacientes estão em tratamento"9 - Qual as maiores dificuldades para o tratamento do TDAH?Falta de centros de referência com pessoal treinado, capacitado e habilitado paradiagnóstico e tratamento e a educação no sistema de saúde pública e nas escolas. Outro entrave grave inerente aos países do 3° mundo e a ignorância de um modo geral, isto é, o desconhecimento das instituições e das pessoas em relação às conseqüências de um TDAH não trata Não podemos deixar de citar o preconceito, resultado da ignorância, como um dos fatores que entravam e dificultam o tratamento do paciente com TDAH.É preciso educar, educar e educar para se chegar com maior facilidade a recuperação da saúde do paciente com TDAH.Na finalização desse processo é fundamental que haja uma avaliação adequada e objetiva dagravidade dos sintomas e/ou qualidade de vida do paciente.

    É importante que a família e a escola aprendam a lidar com esta criança, que respondemuito melhor, ao reforço positivo do que a punição.A criança com TDAH na escola, na família e na sociedade, está sempre "fora do contexto", é como se tentássemos encaixar um prego redondo num buraco quadrado.Esta criança tem que ser envolvida, motivada, para que ela mostre todo o seu potencial, pois são crianças inteligentes, criativas e intuitivas, na realidade esta criança não tem déficit de atenção, ela tem sim, uma inconstância na atenção e são capazes de umarconcentração quando houver motivação.O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao suporte terapêutico, com diagnóstico técnico e a terapia cognitiva comportamental, onde a participação da escola, na figura do professor, da família como um todo e da equipe interdisciplinar que envolveum número de profissionais específicos para cada caso é que levarão ao sucesso do tratamento.

    Devemos alertar que a interferência de pessoas que não conhecem o TDAH, mesmo sendo às vezes profissionais de áreas afins, funciona como um agravante no tratamento do TDAH, por retardar o tratamento e agravar as comorbidades.Irineu DiasClínica Médica

    O TDAH (DDA) pode ser conseqüência da "era da informática"?A tendência a fazer várias coisas ao mesmo tempo (atender ao celular no meio de umaconversa ou reunião ou mesmo dirigindo), a abrir e responder os e-mails em seguida, mesmo sem tempo para isso, perder-se na Internet quando se foi em busca de 1 só

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    informação, etc... pode levar a pessoa ao stress (com irritabilidade, distração e ansiedade) e a diminuição de sua produtividade profissional.Esse tipo de stress, Edward Hallowell chama de "Déficit de Atenção induzido".Nesse caso, uns dias de férias, a reorganização de prioridades, a disciplina para fazer uma tarefa de cada vez e o limite de tempo na Internet podem resolver o problema. A psicoterapia pode ajudar nessa reestruturação e não há necessidade de medicação.Já no caso do TDAH (DDA) congênito, a pessoa já nasce com as características, independente de seu ambiente de estudo ou trabalho e o tratamento é fundamental para que a pessoa possa realizar-se na vida profissional, social, familiar e ou afetiva.Que tipo de profissional deve ser procurado para diagnóstico e tratamento: um psiquiatra, um neurologista, um psicólogo, um fonoaudiólogo, e/ou...?O fundamental é encontrar um profissional que conheça profundamente o transtorno.Infelizmente ele ainda é muito desconhecido por muitos profissionais da área da saúde, e pior, agora que o TDAH (DDA) começa a ser mais divulgado, começam a pipocar vários"especialistas" no assunto, e muitos diagnósticos errôneos.Frases equivocadas são comuns nesse tipo de profissional:-"Se você tivesse TDAH nunca teria conseguido terminar uma faculdade!", ou então:-" Você tem é Depressão", ou-"Você é Bipolar"...Infelizmente nesses casos, o portador de TDAH fica sem tratar a causa de seus problemas, uma vez que só as conseqüências são percebidas por falta de conhecimento do TDAH pelo profissional.O site Hiperatividade.com perguntou: "Qual o profissional que você procura quandosuspeita que alguém tem TDAH (DDA)?". As respostas foram as seguintes:

    Especialidade%Neurologista31,41Psicólogo33,33Psiquiatra18,28Pediatra4,30Fonoaudiólogo3,23Professor

    3,23Seu médico3,23É possível diagnosticar TDAH (DDA) através do exame eletroencefalograma (EEG)?O diagnóstico do TDAH (DDA) é clínico.O EEG (ou outros exames) só se justificam para eliminar a possibilidade de outra patologia associada, isto é, não tem nenhuma participação no diagnóstico de TDAH.É fundamental que o profissional conheça profundamente o assunto para saber fazer corretamente essa avaliação clínica e o diagnóstico correto.TDAH ou DDA? Qual a diferença, qual é o correto?Costuma-se ver em muitos textos, livros, o Transtorno TDAH ser chamado de DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção). Isso porque é mais fácil de se falar e porque nem todos têm

    H do hiperativo físico, embora a hiperatividade mental esteja sempre presente.

    Oficialmente no entanto, o nome correto é TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) uma vez que Distúrbio tem a característica de ser passageiro (ex: distúrbio estomacal) e Transtorno não, ele é crônico como no caso do TDAH.É importante lembrar que Défit de Atenção não significa que a pessoa nunca tenha atenção.Quando motivados ou desafiados os portadores de TDAH têm o poder de hiperconcentração.Posso fazer várias atividades ao mesmo tempo?("Emoção&Inteligência" edição especial da revista Superinteressante perguntou à Cleide Heloisa Partel em Setembro/2006)Exames comparativos feitos com imagens de ressonância magnética comprovam que nossocérebro só consegue processar uma tarefa de cada vez, enquanto as outras "aguardam n

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    a fila" para serem executadas.Isso explica a quantidade de erros cometidos por quem costuma fazer muitas coisas simultaneamente. Em geral, esse tipo de comportamento acontece com quem tem Transtorno de Déficit da Atenção e Hiperatividade (TDAH)A pessoa pensa em vários assuntos ao mesmo tempo e faz uma coisa já pensando em outras, o que caracteriza sua desatenção.Costuma ser impulsiva, por isso interrompe o que está fazendo para iniciar outra atividade, acumulando intermináveis tarefas começadas.Ela sente dificuldade de se concentrar na tarefa do momento por estar pensando nas futuras e/ou passadas (os "tenho que...") e comete erros por distração com facilidade em função da sua falta de foco em uma coisa de cada vez.O TDAH (DDA) é mais freqüente no sexo masculino?Não. Essa crença vem da época em que apenas crianças hiperativas eram diagnosticadas e em geral os meninos são mais do Tipo Hiperativo.Como as meninas costumam ser do Tipo Desatento (a hiperatividade é só mental), enquanto ela "viaja para bem longe, para o mundo da lua" olhando com o olhar doce para a professora, não perturba a aula e não chama a atenção. Em casa também não costuma perturbar e geralmente os pais só buscam ajuda quando ela tem sérias dificuldades escolares. Caso contrário ninguém desconfia que possa ter algo diferente, mas com certeza terá maiores dificuldades na adolescência e/ou vida adulta.Muitas vezes elas eram diagnosticadas erroneamente com depressão, deficiência intelectual leve...Infelizmente ainda nos dias de hoje são diagnosticados 3 à 4 meninos para cada menina.

    Já nos diagnósticos feitos em adultos a relação é de 1 homem para 1 mulher.O TDAH (DDA) pode ser confundido com Bipolar?Essa é uma questão muito delicada e infelizmente muitos profissionais que ainda desconhecem o TDAH (DDA) acabam diagnosticando erroneamente o portador de TDAH (DDA) como Bipolar ou vice-versa. Existem muitas semelhanças, nos dois casos há alterações de humor: o indivíduo alterna excitação (onde pode ocorrer agitação, hiperatividade, agressividade, impulsividade ou compulsão, a busca de novidades, a falta de noção do perigo)com a depressão.No entanto, a pessoa com TDAH (DDA) nasce com sintomas que já a prejudicam desde pequena. Mesmo no caso dela não ser hiperativa fisicamente, o prejuízo se dará na dificuldade de prestar atenção nas aulas, nas tarefas escolares, na desorganização, na impulsividade e/ou no relacionamento social, com comprometimento da sua auto-estima.Já no caso do Transtorno Bipolar esses sintomas costumam aparecer mais tarde.

    No estágio da mania, o Bipolar sente-se poderoso, seguro, com uma euforia e grandiosidade imensas já o TDAH (DDA) mesmo quando está na compulsão, continua com sua autoestima comprometida sentido-se sempre culpado quando não consegue controlar seus impulsos.Outro diferencial acontece na durabilidade das fases. No Bipolar, mesmo no casomais leve, como o hipomaníaco cada fase dura no mínimo 3 dias, sendo que o mais comum a duração de semana(s). O TDAH (DDA) oscila mais rapidamente podendo alternar essas fases num mesmo dia.No entanto o TDAH (DDA) pode ter um agravamento de seus sintomas quando não é devidamente diagnosticado e tratado, podendo vir a ter como Comorbidade o Transtorno Bipolar. Quando isso acontece, suas compulsões começam a trazer-lhe conseqüências sérias para sua vida (dívidas imensas ou alcoolismo ou drogadição ou sexo compulsivo sem segurança, etc)gerando o aumento da depressão. Nesse caso é fundamental o diagnóstico correto

    para que junto com o estimulante do córtex frontal a pessoa tome também um estabilizador de humor.Qual o perigo real do uso do estimulante Metilfenidato, a (Ritalina, Ritalina L.A. ou Concerta)?Não há perigo quando devidamente supervisionado, pelo contrário.Estudos comparativos mostram que os grupos de crianças tratadas com esse tipo de medicação tiveram menor incidência de uso de drogas na adolescência, do que nos grupos nãotratados.Há muita divulgação equivocada a respeito do Metilfenidato sem nenhuma base científica.Fala-se muito em diagnósticos excessivos, "- Mais de 1 milhão de caixas foram consum

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    idas em 2005. Virou moda no Brasil ". etc.Na verdade, dados do IBGE informam que existem 55 milhões de brasileiros com idades de 1 a 14 anos, significa que só são tratados 20.000, para um total de portadoresde, no mínimo, 1 milhão e meio.Na verdade a grande maioria da população com TDAH (ao contrário do que prega a mídia) continua sem tratamento.O Metilfenidato (Ritalina, Ritalina L.A. ou Concerta) pode causar dependência?Não. O que acontece é que oestimulante não cura o TDAH (DDA), ele é crônico.O Metilfenidato funciona como óculos para o míope, só funciona durante seu uso.Quando a medicação é interrompida, os sintomas do TDAH (DDA) voltam a aparecer e a pessoa pode não gostar de "funcionar" como antes, o que não significa dependência química.Pode-se usar mais de um medicamento durante o tratamento?Sim. E isso é decidido de acordo com o diagnóstico.No caso de haver Comorbidades, além do estimulante do córtex pré-frontal, pode-se usar medicamentos específicos a esses outros distúrbios: depressão, ansiedade, insônia...É possível o tratamento sem medicação?Sim.Caso o grau de desatenção e hiperatividade/impulsividade não for muito grande e não causar prejuízos em demasia na sua vida profissional e/ou pessoal, a pessoa pode conseguir através do conhecimento do transtorno e da terapia cognitivo-comportamental estruturar-se, adquirir disciplina e domínio sobre seus impulsos.O TDAH (DDA) existe ou é um distúrbio fantasma, criado por americanos para que paise professores justifiquem suas dificuldades em educar, e para que profissionaisjustifiquem seus erros e suas dificuldades em se relacionar?

    Veja a Declaração de Consenso (ver em artigos sobre TDAH) assinada por 80 experientes profissionais sustentando que o TDAH é um transtorno real. Os estudos com gêmeos e com crianças adotadas mostram que o papel predominante é do fator hereditário, cabendo ao ambiente uma participação menos expressiva na gênese do problema.

    Perguntas e respostas sobre TDAH.

    1) Meu filho teve diagnóstico de TDAH, feito por médico; tem atendimento psicológico,aulas particulares com psicopedagoga, está na 6ª série e usa Ritalina. Quando chega ofinal do ano, ele sabe que vai ser reprovado, porque sabe do seu aprendizado. Oque você acha da aprovação ou reprovação do meu filho?TZ - Você está fazendo o quer deve ser feito em tais casos. O tratamento do TDAH deve ser sempre múltiplo: médico, psicológico, psicopedagógico e afetivo. No entanto, a per

    gunta não menciona a idade da criança - imagino que esteja em torno de entre 12/14 anos. Também não é referido o tempo de tratamento. Com tão poucos dados, só o que posso afirmar é que os resultados são demorados, dependendo inclusive do tempo de escolaridade que ele tinha quando o diagnóstico foi feito. Quanto mais cedo, maiores chancesde bons resultados em menor tempo; quanto mais tarde maiores, podem já ter sido já os danos relacionados à aprendizagem. Portanto, o que se deve fazer é persistir no tratamento, que é de longo prazo. Por outro lado, as condições do aluno para fins de aprovação ou não dependem dos objetivos que a escola traçou. Não há possibilidade de um aluno ser aprovado sem atingir o mínimo de objetivos estipulados para aquela série ou disciplina - sob a alegação de ser ele portador de TDAH. O transtorno não afeta a inteligência, mas sim a capacidade de responder adequadamente aos estímulos. Seria injusto dar tratamento desigual aos alunos, poderia gerar revolta ou outros problemas sérios para ele e/ou os colegas. Por outro lado, é importante conversar na escola sobre

    o problema do seu filho - se é que ainda não o fez - o ideal é que a escola esteja a par do problema para a ele se associar na tentativa de recuperar o aluno.

    2) Meu sobrinho tem TDAH, mas é excelente no computador e joguinhos, mas o pai vendeu o computador porque o menino ficava muito tempo e a conta de telefone ficoualtíssima. O menino piorou muito na escola e no geral, a partir daí. Se o pai tivesse deixado o computador, ele não teria melhorado?TZ - Provavelmente sim, mas é impossível afirmar com total certeza. O que já se sabe é que a TDAH não é um problema de inteligência, mas que pode trazer como conseqüência problemas na aprendizagem (30% dos portadores de TDAH têm também problemas de aprendizagem)

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    . O tratamento psicopedagógico e psicológico que tem oferecido melhores resultados nesses casos utilizam métodos cognitivo-comportamentais. E nesse trabalho o incentivo a cada pequeno progresso é fundamental; fazer a criança acreditar em si e vencerpequenas etapas a cada dia é essencial; portanto, posso crer que se o pai tivessetido uma atitude mais racional, poderia ter dosado o uso do computador de formamais inteligente e utilizado, por exemplo, como um prêmio (já que o menino tanto gosta) a cada vitória ou comportamento adequado que o filho fizesse, por exemplo, nas tarefas escolares.

    3) Qual a diferença entre TDA e H?TZ - TDA é a sigla para "transtorno do déficit de atenção" e H, a inicial de hiperatividade. TDA/H quer dizer, portanto, transtorno do déficit da atenção/hiperatividade. Alguns usam também TDAH-I, transtorno do déficit de atenção/hiperatividade/impulsividade. Sãoos tipos mais comuns do transtorno, como vimos na palestra.

    4) Além dos testes de observação há exame "biológico", de sangue, por exemplo?TZ - Os médicos costumam usar o eletroencefalograma. De sangue, não tenho conhecimento. A observação, no entanto, ainda é o mais importante.

    5) O TDAH pode ser confundido com outras doenças?TZ - Sim. Autismo, depressão infantil, ansiedade, hipertireoidismo, dislexia, transtornos de aprendizagem, deficiência auditiva, epilepsia, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno bipolar ou mania e inquietação típica da idade.

    6) Existe hiperatividade apenas mental, isto é, excesso e diversidade do pensamentos desfocados do assunto de aula, porém com comportamento adequado em classe?TZ - Talvez essa criança tenha TDA (transtorno do déficit de atenção) do tipo "desatento" . em todo caso não deixe de observar se ela apresenta tal atitude em todas as aulas e em pelo menos mais um ambiente (sua casa, por exemplo).

    7) A criança prematura, nascida sem sofrimento fetal, tem mais possibilidade de ter a síndrome?TZ - trata-se de um transtorno neurobiológico, portanto pode acometer qualquer pessoa. Pessoalmente não conheço nenhum estudo que fale de uma maior incidência em prematuros.

    8) Problemas familiares podem causar hiperatividade ?

    TZ - Ainda não se tem certeza absoluta quanto às causas do TDAH. O que se tem hoje é uma série de estudos que apontam em algumas direções. Uma delas seria "problemas de desajustes familiares"; mas volto a lembrar que em geral são várias as causas que, agindo em conjunto podem determinar o aparecimento do transtorno, mas claro naquelas crianças que tenham "possibilidade" de desenvolver a doença.9) O psicopedagogo sozinho tem condições de trabalhar a criança com TDAH com bons resultados?TZ - Os estudos apontam a necessidade de se trabalhar em várias frentes, como foiabordado na minha palestra -ações conjuntas da família, professores, psicopedagogo e médico ou psicólogo -, para que se obtenha melhores resultados.

    10) Qual a atitude adequada do professor: se ele não der importância a falta de limites da criança com TDAH, como ficarão as demais?TZ - Não se trata de não dar importância,

    mas de agir de forma efetiva e vindo ao encontro das necessidades dessa criança. Nesses casos o professor deve entre outras coisas dar-lhe atenção especial, colocando-as sempre próximas a ele em sala; programar tarefas específicas, com níveis pequenosde dificuldades crescentes, sempre dentro das possibilidades do aluno; incentivar cada pequeno progresso ou acerto; apresentar tarefas que possam ser executadas em pouco tempo; acompanhar o mais possível a execução, e ir dando pequenos incentivos (estímulos positivos) a cada acerto (comportamental e cognitivo) são algumas das sugestões.

    11) Se a família e a escola estão sendo orientadas a trabalhar de forma "pavloviana"

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    , onde a criança vai trabalhar os conflitos emocionais acarretados pelo distúrbio?TZ - Como explicitei na palestra, o tratamento deve ser multidisciplinar, o que significa que tanto o psicólogo/psiquiatra pode utilizar a metodologia que julgar mais adequada. No entanto, os estudos científicos têm demonstrado que a criança responde melhor quando se utilizam métodos cognitivo-comportamentais, que estão muito mais para Skinner (condicionamento operante) do que para Pavlov (condicionamento clássico).

    12) Uma criança com TDAH desde pequena pode aprender sozinha informática e ser "fera" aos 14 anos, tendo sido expulsa da várias escolas em toda sua vida escolar?TZ - O TDAH não é um problema de aprendizagem, mas sim de realização. Quer dizer, a criança tem inteligência normal, pode aprender qualquer coisa, especialmente se estivermotivada e bem conduzida.

    13) O que fazer se nós na escola alertamos a família para o problema e a família diz que a criança não tem nada, é só um pouco de agitação, é esperta, inteligente, etc.?TZ - O diagnóstico tem que ser feito não apenas na escola, mas pelo menos em dois ambientes, nos quais a criança deve ser observada durante pelo menos 6 a 8 semanas,seguindo fichas de observação como as que apresentei na conferência. Portanto, se há discordância, é preciso rever - de ambos os lados - essa observação. Quanto ao que a famíliaafirma, de fato, crianças com TDAH têm inteligência normal, são espertas e agitadas. Não se trata de uma "briga" entre família e escola, mas sim de fazer a observação de formaeficiente, para que o diagnóstico possa ser de fato seguro. Aconselho novo contato com os pais e uma proposta de nova observação em que ambas as partes utilizem ficha

    s de acompanhamento iguais, pelo prazo de mais 4 semanas, quando nova reunião deverá ser feita, para análise dos dados encontrados por ambas as partes.

    14) A maneira de diagnosticar o aluno com Síndrome de Down e hiperatividade é a mesma?TZ - Sim, os mesmos instrumentos de diagnóstico valem para crianças com ou sem síndrome de Down.

    15) É mais comum na Síndrome de Down o TDAH ?TZ - 30% das crianças com Síndrome de Down apresentam também TDAH, portanto a incidência é sim mais alta do que nas não portadoras.

    Perguntas Frequentes

    ● O que é?R: é um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que consiste em problemas com relação a atenção, o controle do impulso e o nível de atividade.● O que causa o TDAH?R: Ainda não se sabe o que realmente ocasiona o aparecimento do TDAH, porém estudosrecentes revelam o fator genetico como sendo a principal causa.● Qual é a incidência?R: Estima-se que de 3 a 6% da população mundial sejam portadoras do TDAH.● Quais os riscos que o transtorno oferece?R: Os portadores de TDAH frequentemente apresentam problemas com relação ao desempenho acadêmico, auto-estima, relações sociais, abuso de álcool e drogas, pré disposição a distúos psiquiátricos entre outros.● Existe tratamento para o TDAH?

    R: Sim, o tratamento se dá com a implementação de psicoterapia, podendo ser ou não associado ao tratamento medicamentoso.● Existe a possibilidade de tratamento sem medicação?R: Sim, principalmente quando o nível de comprometimento não tem maiores impactos na vida social e acadêmica. Uma psicoterapia bem conduzida pode trazer benefícios significativos para a vida do portador de TDAH.● O diagnóstico pode ser feito através de eletroencefalograma?R: Não. O diagnóstico do TDAH é clinic e nesse caso, só se justificaria o pedido de um eletroencefalograma para descartar a possibilidade de uma outra patologia associada ao transtorno.

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    ● Qual o profissional que devo buscar quando se trata de diagnóstico do transtorno de deficit de atenção?R: Um profissional da saúde mental que tenha amplos conhecimentos com relação ao transtorno de preferência um psicólogo, psiquiatra ou neurologista Há que se ter cuidado na escolha, pois, por se tartar de uma patologia recentemente descoberta, muitos são os profissionais que nunca nem ouviram falar do transtorno. Busque um profissional que se atualize frequentemente.

    Déficit de atenção (TDAH) em CriançasDeficit de Atençao (TDAH) em crianças e AdolescentesTranstorno do Déficit de Atenção e Hiperativdade (TDAH) -DDA

    SUGESTÃO: ler e compartilhar a página da Associação Brasileira do Déficit de Atençãohttp://www.tdah.org.br/

    Em uma entrevista publicada na revista Brasileira de Psiquiatria em 2007, realizada com médicos, psicólogos e educadores no Brasil, 91% dos entrevistados nunca havia ouvido falar em TDAH.Deste universo de 9% que já ouvira falar sobre TDAH, 33% o havia sido informado pe

    la Televisão, 25% através do jornal e apenas10, % por médicos, 9% através de livros, 9% pela escola ou faculdade, 5% pela internetDaí a quantidade de mitos, lendas e inverdade propagadas pela mídia, pelos pais e professores e pela maioria da população (no mundo todo) que não crê na existência do transtorno.Há pessoas que pensam ser uma doença inventada por laboratórios farmacêuticos para vender a "pilula da obediência".O mais importante, ao começar a falar sobre TDAH (hiperatividade) é dizer que existe tal transtorno SIM e que acomete 5% das crianças/adolescentes no Brasil (uma criança em cada sala de aula) e persiste em até 50% dos adultos. Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462004000300004&script=sci_arttext&tlng=esCausa prejuizos significativos no aprendizado e, se não tratado pode levar a depressao, baixa estima, prejuizo no aprendizado e abuso de substancias ilícitas.

    É o transtorno mental com maior evidência científica de que existe, através de estudos multicêntricos e randomizados (ver Rhode).TDAH - GNT - Entrevista TDAH