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Six Seconds #8

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Edição #8 Entrevistas: Suicide Silence, Orphaned Land, The Black Dahlia Murder, Sirenia, Lifehouse, Sharks At Abyss, Terra Celta, Buried Yesterday

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Editor ChefeIan K. Menezes

Design e PaginaçãoIan K. Menezes

Colaboração nessa ediçãoBruno ThompisPedro Tiago da Silva Jr.Giovanni F. GomesAnayara FragaLivia RamiresDiego N. ViannaGabriela RochaGlauber DiasAmanda Vieira SantosLivia Ramires

FotosHristo ShindovClown

Contatowww.myspace.com/[email protected]

ÍNDICE04 Six Seconds News

06 Terra Celta (entrevista)

07 Sounds of the Underground

08 Sharks At Abyss (entrevista)

10 Recomendações 6s

12 Lifehouse (entrevista)

08 Nile (ao vivo)

16 Sirenia (entrevista)

18 Orphaned Land (entrevista)

22 Stay Brutal23 Buried Yesterday (entrevista)

24 Suicide Silence (entrevista)

28 Suicide Silence (ao vivo)

30 The Black Dahlia Murder (entrevista)

32 Resenhas de CDs

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six seconds news:

Imagery lança primeira demo sob grande expectativa

anda aposta na fusão do metal com rock progressivo e reúne músicos experientes da região de Londrina, no Paraná

O IMAGERY pode ser considerado um novo projeto de um grupo de músicos expe-rientes da cidade de Londrina, interior do Paraná. A banda foi formada em 2008, mas os músicos já possuem uma longa trajetória no cenário roqueiro do estado.

Formada por Joceir Bertoni (vocal/guitarra, ex-G.A.F./Revoult), Ricardo Fanucchi (baixo, ex-G.A.F./Revoult), Henrique Loureiro (piano/teclados, ex-Base 2/Tomate Azul) e Luciano Neves (bateria), a proposta do IMAGERY é unir a experiência in-dividual de cada um dos músicos no desenvolvimento de um som técnico, porém pesado, com referencias em estilos musicais distintos, como o jazz, erudito, música instrumental brasileira, rock progressivo e heavy metal. Entre as principais influên-cias do quarteto, estão nomes como Beatles, Pink Floyd, Yes, Genesis, Rush, ELP, Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Dream Theater, Chick Corea, Hermeto Pascoal, Frederick Chopin, Hiromi Uehara, Bela Bartok, entre outros.

Além de ter feito várias apresentações em casas badaladas de Londrina e região, o IMAGERY também já tem uma bem sucedida turnê no currículo. A banda participou da “Prog Union Tour” ao lado da lendária banda gaúcha Apocalypse. A turnê foi re-alizada em setembro de 2009 e passou por quatro cidades dos estados do Paraná e São Paulo.

O primeiro registro do IMAGERY em estúdio é a demo virtual auto-intitulada. Gra-vada entre outubro e novembro de 2009 no PLayRecPause Studio em Londrina e produzida por Júlio Anizelli, a demo reúne duas faixas: a instrumental “Fourth Se-cret” e a faixa título “Imagery”. A demo está disponível para download gratuito com material gráfico completo através do link

http://www.4shared.com/file/254796425/36979125/Imagery.html

No mesmo momento em que o IMAGERY divulga a demo, a banda já se prepara para iniciar a pré-produção de seu álbum de estréia. Ainda sem título definido, o disco vai reunir as duas faixas presentes na demo Imagery, além de outras compo-sições que o grupo vem apresentando em shows e temas inéditos.

O debute do IMAGERY tem previsão de lançamento para o início de 2011.

Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Porto Alegre. Na ocasião, a banda apresentou o show da turnê The Bridge Of Light. Também no DVD, entrevistas com os músicos, videoclipes e outras cenas de shows mais recentes.

A caixa comemorativa também trará o CD ao vivo Magic Spells, reu-nindo clássicos do APOCALYPSE interpretados pela formação anterior da banda e cantadas em inglês. As gravações foram realizadas du-rante o ano de 2005 em diferentes shows da Magic Tour. Por fim, um livro contando toda história da banda também estará presente na caixa comemorativa. Escrito pelo produtor e jornalista Eliton Tomasi, a obra também trará depoimentos de músicos consa-grados do Brasil e exterior sobre a importância do APOCALYPSE para a história da música progressiva mundial.

Apocalypse vai lançar caixa comemorativa de 25 anos

Além de livro, DVD e CD ao vivo, o box também vai reunir o novo álbum de estúdio da banda

As comemorações do 25º aniversário do APOCALYPSE ainda não terminaram. A banda gaúcha de classic rock/progressivo pretende lançar ainda esse ano uma cai-xa comemorativa que, além de outros itens, vai trazer o novo trabalho de estúdio da banda. Ainda sem título definido, o sucessor do premiado The Bridge Of Light (2008) será o primeiro trabalho com o novo baterista, Fábio Schneider.

Fábio diz que sua entrada fará diferença no processo de composição da banda e que o novo álbum trará novidades.

“Acredito que o som do Apocalypse irá mudar um pouco com a minha entrada”, declara o baterista. “Minha escola musical é muito ligada ao fusion e a música ins-trumental. A banda também quer dar uma renovada e buscar novos horizontes, e isso será notado em nosso novo álbum. Mas todas estas mudanças acontecerão sem perdermos a essência musical e sem nos distanciarmos do estilo já consagrado da banda. Espero que e as pessoas gostem.”Além do novo álbum do APOCALYPSE, a caixa comemorativa de 25 anos vai trazer um DVD apresentando o show que a banda fez em setembro de 2009 no Salão de

Behemoth prepara biografia para 2011

Em entrevista ao site HardcoreSounds.Net, Adam “Nergal” Darski, frontman do Behemoth, revelou que o grupo pretende escrever e lançar no ano que vem, uma biografia autorizada sobre toda sua car-reira, em comemoração ao 20º aniversário do Behemoth.

Nergal adiantou que o livro terá de 300 à 400 páginas, com muitas fotos e todos detalhes sobre a banda.

Artwork sobre o novo álbum do Whitechapel

“A New Era Of Corruption” é o nome do novo álbum do Whitechapel que será lançado dia 8 de Junho pela Metal Blade.

Dia 12 de Abril vai ser a estreia online de uma música desse álbum que foi produzido no Audiohammer studios na Flórida pelo produtor Jason Suecof (Trivium, The Black Dahlia Murder, Devildriver). Veja a seguir a capa do álbum.

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Alegre e divertida, Terra Celta é uma banda com várias influências foclóricas. Direto do Paraná, o sexteto vem fazendo shows por todo o Brasil, divulgando sua música o máximo possível. A Six Seconds conversou com o vocalista Elcio

de Oliveira sobre a banda e o seu novo álbum.

Como você definiria o Terra Celta?

Pegue um caldeirão de bruxa e misture bem mú-sica celta, música folk e música brasileira, adicio-ne quantidades generosas de rock’n roll, pitadas de humor infame, letras satíricas e sirva tudo em apresentações animadas e empolgantes. Suge-rimos acompanhá-las de belas donzelas e muita cerveja!

Nas novas músicas que são ouvidas nos sho-ws percebe-se a mistura de estilos e letras em português bem humoradas. Essa mudan-ça era a intenção de vocês desde o início ou foi um processo natural para a banda?

Processo natural sem dúvida. A idéia veio após colocarmos uma letra em uma música em francês que tinha coro, queríamos que o público cantasse, então bolamos uma letra em português. A partir daí o processo de composição de letras e melodias foi bastante natural, acho que hoje conseguimos definir uma linguagem, mas com certeza esta bem longe da idéia original do projeto.

Sei que são muitas, mas diga-nos algumas das suas influências.

São mais do que você imagina! Cada um no grupo tem gostos bem distintos. Posso lhe dizer que as influências vão desde Mamonas Assassinas e Mi-chael Jackson, passando por Hamilton de Holanda e o choro, o rock do AC/DC e Raulzito até Ashley Macisaac, Sharon Shannon, In Extremo e muita música tradicional européia! Várias músicas que vocês tocam nos shows não estão no primeiro CD do Terra Celta.

Pode adiantar algo sobre o próximo disco?

Tá legal pra car&%$#! Evoluimos muito individu-almente e como grupo, os instrumentos melho-raram, a execução dos instrumentos melhorou, amadurecemos os arranjos, hoje temos mais ex-periência com estúdios, enfim... Tenho certeza que será um CD de uma riqueza de timbres e ins-trumentos raro de se ouvir aqui no país.

Festival é sinônimo de in-vestimento e investimento

é sempre bom! (Elcio de Oliveira)

Uma palavra para descrever um show do Ter-ra Celta é: divertido. A interação é total, to-dos dançando, pulando ou batendo palmas. A que vocês atribuem esse fato?

Sei lá hehe, tem muita coisa envolvida. Como front da parada, acho que o papel do vocalista vai muito alem de cantar, o frontman de qualquer banda é o responsável por fazer a ligação entre o público e a banda para que tudo vire uma coisa só, um festerê! Mas por trás disso também existem 6 ca-beças pensando em fazer música para o público! Sempre que compomos ou arranjamos algo temos como alvo principal a reação que aquilo irá des-pertar no público, porque o caboclo tem que sentir no mínimo vontade de bater o pé! E acho que as melodias em si ajudam bastante, são bem empol-gantes. Acho que é isso.

Quais os momentos do Terra Celta você des-tacaria como os mais importantes até ago-ra?

Ah, houveram vários, acho que cada show tem seu momento legal. Destacaria nossa apresentação no Vaca Amarela de 2008, foi bem legal!

Como é ser uma banda independente no Bra-sil?

É difícil. Mas tem suas compensações. Acho que você curte o caminho até o topo e se chega lá da mais valor. Porque é suado e trabalhoso, diferen-te por exemplo do lance sertanejo, onde existe uma injeção alta de grana e empresários, os caras compõe uma música e já tem um ônibus com a cara deles e roadies e equipamento de primeira. Deve ser legal também, mas sabe como é, se vem fácil, vai fácil!

Nossa como a gente queria ter um roadie. Queria-mos um anão, colocaríamos um chapéu de gnomo nele, seria mais uma atração!

A história da música “Arrigo’s History” acon-teceu de verdade, é meio verdade ou foi só uma brincadeira com o título?

Hehehe, só uma brincadeira! Apesar do Alexandre ser descendente de cearense mesmo!

Obrigada pela entrevista.

Merci beaucoup!! LIVIA RAMIRES

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http://www.youtube.com/watch?v=yKIM3SkR45I

Upside DownPaloma Faith

POR ANAYARA FRAGA

http://www.youtube.com/watch?v=29zumqpqFLM

Stone Cold SoberPaloma Faith

Olá, amigos da Six Seconds. Neste bi-mestre trago uma novidade para vocês. Algo que foge um pouco da brutalidade musical, de demônios, músicas ensurde-cedoras, e sim algo parecido com anjos cantando.

Com apenas vinte e quatro anos e já ocu-pando a 9ª posição nas paradas inglesas, Paloma Faith foi considerada uma das re-velações do ano de 2009. Com a sua voz única e o seu sotaque britânico, trouxe como o seu primeiro single “Stone Cold Sober” do seu cd “Do You Want The Tru-th or Someting Beautiful?” as paradas de sucesso.

Com o seu cd baseado em um estilo mais vintage, blues e jazz sendo complemen-tado com as roupas glamorosas “à la” pin-ups.

Paloma Faith além do seu talento musi-cal, já cantou e atuou em cabarés e clu-bes burlescos,e em filmes como “O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus”, “St Trinian” e “Dreads”.

Desde pequena encorajada pela sua mãe, Paloma fez ballet e dança contemporânea, já passou por empregos como assistente

de mágico, modelo e vendedora.

O último single lançado de Paloma Faith,foi “Upside Down”, que inclusive está entre as minhas músicas prediletas do cd dela, que com certeza é uma das mais anima-das, que tem um estilo mais anos 50. In-clusive, o videoclipe já está disponível no youtube.

Para que gostar do rock raiz, Paloma é um prato feito para fãs desse estilo. Suas influencias vão de Etta James à The Whi-te Stripes.

Foi comparada a Duffy e a Amy Winehou-se, porém há algumas diferenças: como as suas melodias e suas letras; e ela se mantém sóbria durante as apresenta-ções.

O cd de Paloma Faith já está à venda aqui no Brasil e pode ser encontrado na faixa de vinte reais, em sites como: America-nas, Conca Music.

Há também disponível na internet para download os b-sides Technicolour, I Just Wait e Luv Ya.

Paloma Faith

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Com pouco mais de 1 ano de trabalho, Shark At Abyss está quase pronto para lançar o seu primeiro álbum Bite Them All. Nesse tempo houve bastante ama-durecimento e evolução no grupo. Os dois guitarristas, Vitor Pazin e Gabriel

Marsura comentaram sobre todo os detalhes do novo trabalho. Confira!

Sharks At Abyss pela segunda vez na Six Se-conds, como vão indo as coisas por aí?

Opa, uma grande honra estar aqui novamente. Por aqui está tudo certo!

Depois de tanto tempo, paciência e enrolação (haha), tudo parece estar indo no caminho certo, o álbum está saindo não é? Nos fale um pouco de todo esse processo que vocês cor-reram.

Exato, rs. Demorou muito tempo mesmo, mas já está quase saindo. Sobre o processo, em Janeiro de 2009 fizemos 2 meses de pré-produção e nesse tempo mudamos 50% das músicas e fomos mu-dando até nos sentirmos satisfeitos. Após o termi-no da pré, iniciamos a gravação em Março. Agora, em Março de 2010 estamos terminando, demorou muito, mas essa demora nos trouxe mais experi-ência e acabou valendo apena.

Quais foram as principais fontes de inspiração para este álbum? Algo além de bandas, talvez algo que vocês vivenciaram ou coisa do tipo?

Todas as bandas que cada integrante escuta aca-bou influenciando nas músicas, é uma mistura de tudo que nos trouxe uma identidade. Com certeza, nosso dia-a-dia está relacionado com as letras, é o que sentimos.

Sobre a nova música Salvation, como está sen-do a recepção do público nos shows? Cara, está sendo foda pra caralho, estamos sur-presos com o resultado e tudo que a música nos trouxe até agora, esperamos que continue assim quando lançarmos o restante do álbum.

Como estão as músicas do novo álbum? Vão ser tipo Salvation ou vai ser um álbum mais variado?

Algumas músicas já estavam prontas há um tem-po, só aperfeiçoamos elas, deixando com a nossa nova identidade. A Salvation é o som mais simples que temos no álbum, ela só se identifica com mais 2 sons que também apresentam vocal melódico no refrão, um deles é a Bad Souvenirs Of A Shady Past, a outra quando sair o álbum todos poderão conferir.

Na gravação do álbum, vocês tiveram ajuda na produção?

Nosso álbum foi gravado, mixado e está sendo masterizado, pelo Rafael vulgo Prego do Estúdio Dragster (Tatuapé - SP).

Recebemos muita ajuda do Prego, ele é um cara foda, tanto como pessoa como no seu trabalho, mesmo com o atraso do CD temos certeza de que se o CD saísse antes, não seria a mesma coisa. Só temos de agradecer.

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A banda de vocês tem alguma relação com o cristianismo?

Nenhuma relação, cada um tem sua crença e a segue, fazemos muitos shows em igrejas, mas não vemos problema, tocamos pela amizade que con-quistamos e não por religiões, respeitamos e gos-tamos de ser respeitados.

Qual é a onda de vocês com Colgate e Gato-rade?

AUHUAHAHUAHUAHUAHUAUHAHU, sei lá, apenas pirofagia (?)

Qual o equipamentos que vocês usam?

Pazin: Ibanez RGR 321 EX com captação EMG 81 e 85

Gabriel: LTD M-100 FM com captação EMG 81 e 81

Cordas D’Addario 013Palhetas DunLop 2.0mm

Vocês acham que as guitarras que vocês usam, são as ideais para o som de vocês?

Sim, conseguimos fazer bom proveito de ambas guitarras. São marcas muito utilizadas por ban-das que procuram o mesmo timbre, com muito “peso”.

Como funciona a composição entre vocês dois?

Os melhores sons saem quando um dos dois uti-liza o vaso sanitário para realizar necessidades AHUAUHAHAHUAHU, pois é, sinceridade né.

Mas quando não estamos no banheiro, criamos sons inteiros e mesclamos, ou um cria e passa para o outro, ou criamos juntos, varia muito, mas todos os sons tem criação de nós dois.

Como está sendo a expectativa de abrir o show do The Devil Wears Prada em Curitiba?

Muito grande, até agora estamos meio abobados com nossa presença no show, nem acreditamos HAHA.

O que nos deixa mais feliz, é ter conquistado isso com muito suor de todo nosso trabalho. Ninguém da banda é “filhinho de papai”, todo mundo faz seu corre e consegue tudo com muito esforço, nada

cai do céu, tudo que conseguimos, é porque fomos atrás e lutamos pra conseguir.

Gostamos de deixar isso bem claro, não para se gabar, mas tem muita gente que acha que paga-mos pra tocar com os caras, isso é um absurdo. Estão julgando sem saber como as coisas funcio-nam, como é nossa a realidade.

É importante para vocês que as pessoas com-preendam os temas por trás de suas músicas da mesma maneira que vocês?

É super legal pra nós ver uma pessoa se inspiran-do nas nossas músicas, isso nos motiva muito! Al-gumas letras são uma espécie de cartas para nós mesmos.

Pode ser que as pessoas não entendam, ou até acabem se identificando, vai de pessoa pra pes-soa, mas tudo contido nas letras são sentimentos distintos.

... nada cai do céu, tudo que conseguimos, é porque fomos atrás e lutamos pra

conseguir. (Gabriel Marsura)

Qual a maior dificuldade que enfrentam como uma banda independente?

Dinheiro.

Como tem corrido os shows? A agenda de vo-cês anda agitada?

Bem, sempre que temos tocado, o público respon-de bem perante nosso som, esperamos que conti-nue assim, rs.

Mais ou menos, as coisas aqui no Brasil são di-fíceis, mas fiquem tranquilos, pois, estamos com algumas cartas na manga para o final de 2010 e início de 2011.

Quais bandas estariam em uma turne dos so-nhos do Sharks At Abyss?

As I Lay Dying, The Devil Wears Prada, Parkway Drive, A Day To Remember, August Burns Red,

Blind Witness e com certeza I Killed The Prom Que-en (pena que já acabou =[).

Vocês tem esperança de algum dia viver de música no Brasil?

Não, aqui no Brasil é muito difícil, mas quem sabe lá fora.

Nos conte um pouco como nasceu essa pai-xão pela guitarra.

Bem quando nos conhecemos ja tocavámos.

Pazin: bem, eu comecei tocar por causa do Slash, eu pirava muito nos solos etc, e depois que vi ele tocando quis aprender e deu no que deu rs.

Gabriel: Eu toco desde criança, comecei apren-dendo violão com meu irmão e meu primo, depois de 1 ano ganhei minha primeira guitarra, lembro até hoje... era uma golden modelo Warlock haha, ridícula.

Nos conte um pouco das suas ocupações fora da banda.

Nós fazemos nosso “corre”, tanto no trampo como em casa, lavando a louça e limpando as coisas, fazer o que né haha. Já trabalhamos juntos duas vezes, em um estúdio de tattoo e em uma gráfica a pouco tempo, agora estamos desempregados, va-mos ver o que o futuro nos preparou né rs.

O que é ser uma banda independente?

ra est

O que vocês do Sharks At Abyss gostariam de alcançar, há algum objetivo?

Se foder, se foder, se foder e se foder denovo hahaha. Brincadeira, é MUITO difícil, o Brasil não dá espaço pras bandas do nosso estilo, o jeito é apelar pra gringa mesmo.

Vocês planejam fazer alguma turnê quand o álbum sair?

Esses planejamentos temos de sobra, só falta opor-tunidade em geral. Mas se tudo correr bem vocês poderão prestigiar a primeira turnê “Bite them All” pelo Brasil, ou quem sabe até pelo mundo.

Obrigado pela entrevista.

Nós que agradecemos, segunda vez na Six Secon-ds, uma grande honra, valeu ai Ian e muitos beijos pra você HAUAHUHAUHUA é nozes. IAN K. MENEZES

Uma banda: As I Lay DyingUm album: An Oceans Between UsUm show: As I Lay Dying em São Paulo, com certeza haha.Um ídolo: Mark Morton (Lamb Of God)Um idiota: Pazin (hahaha)Uma vitória: 3 anos de Sharks At Abyss Um vício: MúsicaUma paixão: SamanthaUm arrependimento: RaivaUma inspiração: Meus paisUm lugar: CasaUma musa: Michael Jackson, R.I.P =(Um programa de TV: FuturamaUm filme: Into The WildUm livro: Não sou muito de ler rs.Um objetivo: Viver cada momento como se fosse o último.Uma frase: …rather than love, than mo-ney, than faith, than fame, than fairness… give me truth.

Uma banda: As I Lay DyingUm album: An Oceans Between UsUm show: As I Lay Dying 01/03/2009 Espaço LuxUm ídolo: Nick Hipa (As I Lay Dying)Um idiota: Gabriel (hihihi)Uma vitória: 3 anos de Sharks At AbyssUm vício: ComidaUma paixão: Minha famíliaUm arrependimento: OrgulhoUma inspiração: Meus paisUm lugar: Minha casaUma musa: Hayley Williams (Paramore)Um programa de TV: SimpsonsUm filme: TransformersUm livro: O Vendedor De SonhosUm objetivo: Viver como se não houvesse amanhãUma frase: O ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. É por isso que se chama presente.

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SIXSECONDSRecomenda

Death MetalBolt Thrower

Bolt Thrower é uma banda inglesa de Birmin-gham, terra natal do Black Sabbath, formada em Janeiro/Fevereiro de 1987.

Depois de várias mudanças de formação, com idas e vindas de antigos membros, Bolt Thrower se estabiliza com Dave Ingram no vocal, Baz Thomson e Gavin Ward nas guitarras, Jo bench no baixo e Martin Kearns na bateria.

O Bolt Thrower é uma banda muito conhecida no underground do Heavy Metal pelos anos de exsistência e por um som muito típico cunhado no estilo de Grindcore e Death Metal com um som muito consistente e denso e com poucas mudanças de tempo a banda é facilmente dife-renciada tendo quase um estilo próprio de Hea-vy Metal.

Álbum recomendado:

Honor, Valour, Pride (2002)

Cannibal CorpseA banda Cannibal Corpse surgiu em 1988, em Buffalo (no estado de Nova Iorque), Estados Unidos. A banda surgiu com o fim de duas ban-das chamadas Tirant Sin e Beyond Death. A primeira formação tinha o vocalista e principal letrista Chris Barnes, o baixista Alex Webster, o baterista Paul Mazurkiewicz, e os guitarristas Bob Rusay e Jack Owen.

Logo no início da carreira, em 1989, a demo Cannibal Corpse rendeu ao grupo um contrato com a gravadora Metal Blade. O primeiro álbum, Eaten Back to Life, chegou às lojas em 1990. A legião de fãs começou a aparecer depois dos álbuns Butchered at Birth, de 1991, e do clás-sico Tomb of the Mutilated, de 1992 produzido por Scott Burns. Após esse lançamento ocorre a

Álbum recomendado:

The Bleeding (1994)

ObituaryObituary é uma banda de death metal de Tam-pa, Florida. Eles iniciaram sua carreira com o nome de Xecutioner em 1984 e depois trocaram para Obituary.

São considerados uma banda bastante influente no cenário death metal mundial. Fazem parte do grupo das 5 bandas mais importantes do movi-mento Death da Flórida: Death, Morbid Angel, Cannibal Corpse e Deicide. Seu álbum de 1990 Cause of Death é conside-rado um álbum seminal no gênero, e o cantor John Tardy é reconhecido como um dos primei-ros vocalistas a utilizar vocais guturais extre-mamente graves (comparado aos vocais gutu-rais agudos utilizados pelas bandas anteriores Death e Possessed).

Álbum recomendado:

The End Complete (1998)

primeira baixa na banda com a saída de Bob Rusay, para seu lugar veio, Rob Barret que ja havia em tocado em bandas como Dark Deception, Solstice e Malevolent Creation.

O grupo ficou ainda mais conhecido depois de aparecerem no filme Ace Ventura: Pet Detective. Numa cena, eles tocam a música Hammer Smashed Face, do Tomb of The Mutilated. Depois dessa ponta em Hollywood, o Cannibal Corpse surge como a primeira banda de death metal no Top 200 da Billboard. O grupo foi convidado para gravar a cena pedido do próprio ator Jim Carrey, que é grande fã de Heavy Metal. Isso ocorreu de forma inusitada e inesperada, pois Jim tinha em mente chamar o Pantera para participar do filme, mas como a banda estava no áuge da carreira na época, o cachê cobrado seria muito caro, então ele optou pelo Cannibal Corpse, que fez sua participação por 500 dólares. Outra curiosidade é que os integrantes da banda Malevolent Creation estão na platéia como figurantes.

No ano de 1993 eles gravam um EP chamado Hammer Smashed Face, que trazia em cover do Black Sabbath, da música “zero the hero”, e também trazia um cover do Possessed.

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Melodic Death MetalDark Tranquillity

A banda foi fundada em 1989 por Mikael Stan-ne (no inicio guitarrista, e mais tarde vocalista) e por Niklas Sundin (guitarrista), formaram a banda sob o nome de Septic Boiler com o intuito de tocar Thrash Metal.

Mais tarde, recrutaram os membros Anders Fri-den (vocalista), Martin Henriksson (baixo) e Anders Jivarp (baterista), e estava formada a primeira “line-up”. Após comporem a primeira demo, decidiram mudar o nome da banda para Dark Tranquillity e mudarem também o estilo musical.

Foi a partir daqui que ficaram conhecidos por misturarem Death Metal com harmonias de gui-

Álbum recomendado:

Character (2005)tarras e vocais distorcidos. Mais tarde, logo após o lançamento do primeiro album intitulado Skydancer, despediram Anders Friden da banda, possivelmente devido a diferenças musicais, e Mikael Stanne passou a vocalista, sendo recrutado Fredrik Johansson para guitarrista de ritmo, e foi com esta última line-up que lançaram em 1995 o primeiro álbum de reconhecimento intitulado The Gallery.

In FlamesO núcleo dos In Flames apareceu em Gotembur-go, na Suécia, em 1990. Ainda sem um nome definitivo, a banda mudou o seu line-up algumas vezes e em agosto de 1993 gravou as primeiras músicas. Foram três canções (In Flames, Upon an Oaken Throne e Clad in Shadows) gravadas nos “Studio Fredman”, e que fizeram parte de um disco promocional chamado Promo’93. Logo depois, a editora sueca Wrong Again Records acreditou que a banda prometia, e, ainda em 1993, assinaram contrato.

Assim, em dezembro de 1993, os In Flames vol-taram ao “Studio Fredman” para gravar o seu primeiro álbum. O resultado foi o disco “Lunar Strain”, lançado em agosto de 1994. O line-up

Álbum recomendado:

Clayman (2000)da banda era: Jesper Stromblad (guitarras e bateria), Johan Larsson (baixo), Carl Naslund (guitarra), Mikael Stanne (vocalista) e Glenn Ljungstrom (guitarra). O disco possui 10 excelentes músicas (entre elas, estão aquelas gravadas para o disco Promo’93). Ficam claras algumas influências clássicas – como o heavy metal e o folk (estilo típico da região) – que deu ao trabalho um toque especial.

KalmahKalmah começou em 1991 quando Pekka Kokko e Petri Sankala formaram a banda Ancestor, que originalmente tocava thrash metal, speed metal e death metal. Depois do Ancestor ter gravado duas demos, Antti Kokko entrou na banda como guitarrista líder.

Em 1998, depois de ter gravado cinco demos e ter passado por cinco mudanças na vaga de baixista, os quais são desconhecidos, os inte-grantes do Ancestor se separam, e a banda é re-fundada, já como Kalmah.

A nova banda consistia em Pekka Kokko (vocal, guitarra), Antti Kokko (guitarra solo), Pasi Hil-tula (teclados), Altti Veteläinen (baixo) e Petri

Álbum recomendado:

They Will Return (2002)Sankala (bateria), mudando o estilo das canções para um death metal melódico, com algumas influências da época Ancestor.

O recém-formado Kalmah, então, começou a escrever novas canções para um disco promocional, intitulado Svieri Obraza. Com essa demo, eles firmaram contrato com a Spinefarm Records. A banda então foi para o Tico-Tico Studios, da Finlândia, para gravar e lançar seu álbum de estreia.

O álbum de estreia, Swamplord, foi lançado em 2000. A banda deu muitas entrevistas e tocou em alguns shows na Finlândia antes de ir para os ensaios para escrever o álbum seguinte ao Swamplord.

Em novembro de 2001, a banda retornou aos estúdios para gravar o segundo álbum, They Will Return. En-tretanto, a formação mudou, devido a Altti Veteläinen (baixo) e Petri Sankala (bateria) terem saído da ban-da. Eles foram substituídos por Timo Lehtinen e Janne Kusmin, respectivamente.

Em 2002, o Kalmah fez alguns shows na Finlândia e tocou no Wacken Open Air. Mais tarde, em 2002, a ban-da começou a compor novas canções para o terceiro álbum de estúdio. Em fevereiro de 2003, eles voltam para os Tico-Tico Studios com dez novas canções para o novo álbum intitulado Swampsong. E

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O que você pode nos dizer sobre o novo ál-bum, Smoke & Mirrors?

É o nosso quinto álbum, sendo ele o segundo álbum consecutivo produzido com o nosso produtor Jude Cole. Metade dele foi feito em um estúdio chamado Iron Works e a outra metade em um estúdio em casa em Agoura Hills. Esse álbum levou quase um ano e meio para se produzido, então, eu diria que nós realmente nos empenhamos nele.

Quais foram as principais fontes de inspira-ção para este álbum?

Eu diria que as maior parte das músicas foram es-critas por mim e com isso eu consegui falar um pouco da minha vida.. eu senti que nesse álbum era nescessário sair um pouco e pegar inspirações de fora. Nós trouxemos alguns dos nossos amigos para ajudar na composição, eu compus várias mú-sicas com Jude (a mesma pessoa que me ajudou com “You and Me” a um tempo atrás), nós temos uma quimica que é realmente incrível. Eu também me tornei amigo de Chris Daughtry durante o ano ou algo assim e nós escrevemos algumas músicas para este álbum. Ele trouxe Richard Marx para gra-var a faixa “Had Enough”. Eu sinto que nós temos mudado ao longo dos últimos anos.

Como você acha que vocês têm evoluído mu-sicalmente desde “No Name Face”? Esse é o nosso quinto álbum e todos os álbuns tem sido diferentes. É como se nós tivessemos batido o record novamente. Esse álbum é um dos álbuns mais fortes da nossa carreira. Eu não sinto como se tivéssemos conteúdo para recriar uma grava-ção, apenas porquê era um sucesso. Nesse álbum, nós precisávamos nos esforçar para explorar coi-sas diferentes, depois de 10 anos, você começa a conhecer seus própios truques e o seu própio pro-gresso. Nós queriamos superar tudo aquilo que já lançamos antes.

No começo, vocês tinham uma banda cristã, por quê a mudança?

Eu não acho que houve uma mudança. Eu acho que houve uma percepção nossa, porquê muita música do primeiro álbum foi espiritual. Eu acho que se nós fossemos uma banda cristã, nós teriamos que nos focar muito no assunto e não era esse a nossa intenção. Nossa intenção era tocar a nossa música para o público, independente de como ela fosse.. Muitas músicas sairam como nós queriamos, “You and Me” por exemplo.. é apenas uma música ro-mantica.

Fora de todas as canções que você escreveu, há alguma que você acha estar conectado? Que você sente é mais pessoal?

Para mim, creio que não, talvez “Broken”, do nos-

Dez anos atrás, Lifehouse era apenas uma banda que estava tentando mostrar um pouco de sua música para o mundo. Hoje, dez anos depois, com o seu quinto álbum lançado, a Six Seconds teve o prazer de falar com o vocalista e guitarrista Jason Wade sobre

todo progresso que a banda fez até agora..

so último álbum. Toda vez que eu toco esta música parece que meu emocional aumenta. Eu escrevi ela em Nashville para um amigo meu, que preciva-va de um transplante de rim. Ele não estava nada bem e a música é escrita quase toda na terceira pessoa. Toda vez que eu toco esta música, eu sinto como se tivesse passando por tudo que ele estava passando no momento.

...nós queriamos superar tudo aquilo que já lançamos

antes.(Jason Wade)

Com a evolução da indústria da música, com questões sobre o download ilegal, que tipo de efeito isso tem sobre vocês, qual é sua opi-nião sobre isso, e como isso mudou sua abor-dagem de marketing?

Eu acho que não há muito mistério sobre isso. Isso poderia ser bom e ruim. O contato com seus fãs está a dois cliques de distância de um telefone, Twitter ou de um blog. Acho que isso é uma coisa boa, é a nova indústria da música. Você está re-almente conectado com seus fãs. O que eu acho que é dificil para muitas bandas, é que tem muito downloads por aí.. você pode ir no myspace e ouvir as músicas e as vezes até o álbum completo. Eu acho que isso prejudica a indústria da música um pouco, eu não sei o que vai acontecer no futuro, mas eu creio que é muito importante para as ban-das ter contato com seus fãs.

Do ponto de vista de um músico, você acha que é difícil se manter no meio do Twitter, Myspace entre outros meios de comunica-ções?

Não é tão difícil assim. Nós somos meio novos nessa area. Nós começamos em 2000-2001 e não tinha nada disso. Nós apenas tocavamos, nosso baixis-ta é bastante envolvido nessa área.. ele que toma conta do nosso Facebook e do resto, então, acho que ele que seria o mais apropiado para responder essa pergunta.

O que te inspira liricamente?

Muitas coisas. Eu tiro inspiração da minha vida pes-soal. Existe uma música chamada “The Joke”, eu li um artigo uma vez, sobre um garoto que era inti-midado todos os dias. Ele morava no Reino Unido e ele cometeu suicidio.. eu tentei duas ou três vezes montar uma história da perspectiva de um narra-dor, mas eu não conseguia e eu tentei isso várias vezes, eu tentei fazer ela no piano também, mas não obtive resultado. Era meio tarde no estúdio e

eu consegui fazer uma música bastante melódica, bem pop com melodias cativantes e então eu pen-sei em por uma letra “sombria” nela.. e o contraste entre a felicidade e a tristeza foi o que deixou a música boa.

Nos álbuns anteriores, as suas letras pare-cem serem mais interpretativas. Você acha que esse jeito é melhor do que contar para seus fãs como você está se sentindo?

Sim, eu acho que posso mostrar meus fãs a minha perspectiva, mas antes de tudo eu dou a eles a opção de interpretar da forma que quiserem. Cada um vem de um lugar diferente e por isso eu gos-to de deixar isso em aberto. Algumas das minhas músicas, eu mesmo não entendo. Eles podem vim até mim daqui a uns anos, mas por enquanto isso é apenas o começo de uma jornada, eu acho que isso é o especial sobre as letras.

Você pode nos dizer por quê a mudança do nome Bliss para Lifehouse?

Nós não podiamos usar o nome. Nós tentamos or-ganizar tudo, mas acontece que já existiam três bandas com esse nome pela Europa. Então, nós decidimos que era hora de mudar o nome.

Como surgiu a idéia de compor a música “Hal-fway Gone” com Kevin Rudolf?

Foi a idéia de Jude. Foi uma das últimas músicas a serem compostas no álbum, nós observamos tudo e vimos que tinhamos músicas pop, músicas mais voltadas para o rock e nós queríamos uma fusão das duas. Além disso, nós achamos que a sua “Let It Rock” ficou muito boa e acabamos descobrindo que ele é um grande fã nosso. Então, ele veio até o estúdio compor conosco, foi uma experiência bem diferente de tudo aquilo que nós já tinhamos feito. Ele trouxe o seu teclado, eu fiquei no violão e Jude na guitarra. Foi interessante ver como outros artis-tas trabalham.

Eu tenho uma curiosidade, qual é a história por trás do clipe “Blind”? E aproveitando, como foi trabalhar com Tina Majorino?

O video “Blind”, nós queriamos mostrar um angu-lo de uma pessoa que cresceu em um lar disfun-cional. É basicamente minha história contada por outra pessoa. Foi incrível trabalhar com Tina, ela é muito talentosa.

Há algo que vocês do Lifehouse, gostariam de alcançar, que ainda não alcançaram?

Nosso principal objetivo com Lifehouse é continu-ar a crescer e amadurecer nos nossos álbuns. Eu acho que quando você para de evoluir, é melhor você parar. AMANDA VIEIRA SANTOS

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Todas as fotos por WWW.FOTOLOG.COM/CLOWNPHOTOS e WWW.FLICKR.COM/CLOWNSTATIC

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Incertamente, porém confiante, foi a minha ida até o Santana Hall no dia dezoito de março pre-senciar os verdadeiros e únicos mestres do de-ath metal. Mais brutal para alguns, mais técni-co para outros, Nile finalmente chegou ao Brasil para fazer a sua primeira apresentação em toda a história da banda. Mais precisamente em São Paulo, os deuses egípcios do extremismo musi-cal iriam sair de suas catacumbas e iriam mos-trar com quantas faixas se faz uma múmia.

Passei o dia do show todo me comunicando por telefone com meu grande amigo Tatá, da pro-dutora Sobcontrole. Por sermos grandes admi-radores da banda, enfatizamos aquela quinta-feira com todas as nossas forças, destacando aquele evento acima de qualquer outro compro-misso. Destemidamente, nos jogamos de cabeça para conseguir o tal esperado credenciamento aos quarenta e cinco do segundo tempo, com a cara colada no gol. Nos encontramos, nos cum-primentamos e obtivemos uma resposta: sim! Naquele instante, pensei por uma fração de se-gundo: “Poxa, eu realmente vou presenciar um momento único para a história do metal aqui em São Paulo. Muitos estão perdendo essa oportu-nidade, mais eu farei ela ser mais marcante do qualquer coleção de mp3. Eu vou ver Nile, ao vivo!” E assim se fez.

Antes até mesmo de entrar oficialmente no San-tana Hall, dei a volta na esquina e avistei entre duas portas o monstro George Kollias caminhan-do de um lado para o outro, de forma tão impo-nente, que deixava para trás qualquer Anubis. Ao me esquivar de inúmeros cabeludos truezões de marca maior e registrada, consegui chegar até a porta e obtive a licença concedida. Agora sim, estou à caminho de estar frente a frente com o santificado palco que já recebeu outras bandas respeitadas como Opeth, que também tive o ilustre prazer de cobrir profissionalmen-te.

A bandeira já estava lá sobreposta aos ferros,

a iluminação já estava climatizada e a qual-quer momento o quarteto poderia sair de suas tumbas. Sem mais demandas e atrasos, de forma quase pontual o primeiro a se mostrar foi Karl Sanders, o albino destruidor de pirâ-mides. Com sua arma letal, a guitarra flying v, acenou euforicamente pelo show ao público. Esboçou um sorriso, arrumou os equipamen-tos e neste momento, notei um detalhe muito interessante: existia um notebook ao lado es-querdo do palco, do mesmo lado de Karl, pa-recendo ser de sua posse, pronto para gravar o áudio do show no software Sonar, se não me falha a memória.

Após mais pouquíssimos minutos, a banda se completou. Dallas Toler-Wade apresentou seu novo corte ‘sem cabelo’ ao público e em apa-rentemente uma única pessoa, o som se com-pletou de forma tão exata quanto um quebra-cabeças. A primeira faixa a ser tocada foi Kafir!, que também é a abertura do último álbum lan-çado do Nile, Those Whom The Gods Detest. Mostraram tamanha agilidade e musicalidade superior nesta música, que obtiveram em tro-ca logo de cara, o impressionismo do público. A segunda música tocada pelo trio que contava com o baixista acompanhante da turnê, foi a maravilhosa Sacrifice Unto Sebek, que me fez pular de empolgação ao ser apresentada de forma tão rápida e ágil. Em um mero piscar de olhos, você seria capaz de perder uma coleção de notas tão diversificada que surpreenderia qualquer músico, levando em conta que a mú-sica seguinte foi Hittite Dung Incantation. Com notas pausadas seguidas de mínimas melodias agudíssimas no começo, mostraram a beleza do “dog’s excrement” sem piedade. A seguin-te música foi outra das mais brutais do setlist. Ithyphallic foi talvez tão incrível quanto a gra-vação do cd que leva consigo o mesmo nome. O setlist da banda prosseguiu com Execration Text, Papyrus Containing The Spell To Preser-ve Its Possessor Against Attacks From He Who Is In The Water, 4th Arra Of Dagon, Permitting

The Noble Dead To Descend To The Underworld, Sarcophagus, Lashed To The Slave Stick e fe-charam o show com a digníssima Black Seeds Of Vengeance. George, detalhadamente e mi-nuciosamente, se prendeu a cada leve e precisa sobreposição da baqueta em seus instrumentos, tocou de forma tão monstruosa que não pode ser representada por palavras. Atento, sabido do que estava fazendo acima de qualquer cir-cunstância, provou que seu comportamento um tanto quanto frio aos fãs pode talvez sem con-seqüência de tamanha concentração necessá-ria para tal realização. Sendo deliberadamente rude e antipático ou não, fez justamente o que lhe deveria ser feito. Um comportamento exor-bitante da banda no final da apresentação foi mostrado, levando todos a loucura por tamanha emoção. Um setlist praticamente perfeito, fal-tando uma leve pitada de sal de algumas mú-sicas que deveriam ser servidas a gosto. Para todo chef, afinal, existe uma adaptação! O único ponto negativo acredito que tenha sido a carga horária da apresentação do Nile, que se limitou a bem pouco mais de uma hora. Uma hora? Sim, uma hora para músicas com nomes maiores que todos os sobrenomes dos próprios membros da banda. Uma hora? Sim, mais uma hora de mui-ta extrema brutalidade agressiva e muito, mais muito marcante.

As mais diversas e impossíveis técnicas guturais e musicais foram apresentadas naquela apre-sentação, enriquecendo até mesmo a perfor-mance e posição de Chris Lollis.

Um verdadeiro sonho de incontáveis metaleiros se transformou em realidade naquele dia. Karl ainda se dedicou a dar quantos autógrafos fos-sem pedidos, inclusive o meu.

Fotos tiradas. Autógrafo dado. Resenha escrita. Design finalizado. Emoção guardada.Agora posso também voltar a descansar na mi-nha catacumba. CLOWN

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Olá Ailyn, nos conte como você se tornou a nova vocalista do Sirenia.

Tudo aconteceu acidentalmente. Minha irmã adicio-nou eles no myspace, mas nós não sabiamos que se você quisesse participar da seleção você teria que mandar uma demo ou adicionar eles.. no tem-po eu já tinha participado de algumas competições internacionais e a um tempo atrás também tinha sido selecionada para o X Factor. Eu fiquei surpre-sa quando recebi um e-mail deles, pedindo para eu ir até a Noruega para a seleção da nova vocalista. Eu fui lá duas vezes, uma vez para a seleção e a segunda com os membros da banda. Eu acredito que fui selecionada porquê eu era o que Mortem estava procurando e eu também senti uma enorme conexão entre os membros da banda e eu.

Como estava o álbum The 13th Floor quando você entrou na banda?

Quando eu entrei, a banda já tinha o álbum qua-se pronto. Mortem me mostrou as músicas com a melodia quase pronta e eu cantei, ele nunca me disse como cantar, ele deixou eu cantar do meu jeito. As vezes, ele me dizia que seria melhor se minha voz fosse mais fina. Mortem é aquele tipo de pessoa, que faz tudo e que sabe como vai que-rer no final. Eu não sei. se eu cantei mais do que eu devia, porquê nós dois temos gostos parecidos, então nós não tivemos problemas com a gravação, foi na verdade tudo muito divertido.

Com quantos anos você começou a cantar, como cresceu essa paixão?

Eu tinha 11 ou 12 anos, tudo começou no colégio. Alguns dias, nós cantavamos músicas de diferen-tes cantores e um dia me dispertou o interesse e eu tive muita vontade de cantar. Quando eu fiz 15 anos, eu contei para minha familia que eu queria ser cantora e então eu comecei a estudar em uma escola de Música.

Como você descobriu que gostava de metal?

Pela televisão.. eu vi um video do White Tempta-tion e eu adorei, desde então eu comecei a procu-rar por outras bandas, e Sirenia estava entre elas.

É difícil cantar ao vivo com Sirenia? O que Si-renia adicionou na sua experiência como vo-calista

Em primeiro lugar, ser selecionada como nova vo-calista foi um grande desafio para mim, porquê eu era um pouco diferente e as pessoas não estavam muito satisfeitas com isso, mas aos poucos parece que as pessoas foram me aceitando como a nova vocalista. Sirenia adicionou muita experiencia como vocalista, eu me juntei a uma banda, claro que eu tinha uma pequena experiência no palco. Mas Sire-nia me mostrou como é maravilhoso estar no palco com sua banda e sua música sendo ouvida.

...eu senti uma enorme co-nexão entre a banda e eu.

(Ailyn)

Você se tornou amiga de outras bandas, na qual você dividou turnê?

Geralmente, eu não conheço muitas outras ban-das, eu sou bastante tímida. Eu gosto de conhecer nossas pessoas e se elas trabalharem na mesma área que nós, isso é ótimo.

Onde foi que Sirenia teve a melhor audiência até agora?

Eu acho que em todos os paises que nós estive-mos, nós tivemos uma recepção ótima. As pessoas são bem educadas conosco e quando nós estamos no palco, eles dão tudo de si.

Além de você, o guitarrista Michael Krumins também se juntou para a banda. É mais agra-dável pra você, saber que você não é a única nova?

Desde que entrei na banda e comecei a interagir com o resto do pessoal, todos eles tem me tratado muito bem, eles nunca me trataram como “a nova-ta”. Todos nós nos damos muito bem.

O que você gosta na música do Sirenia?

Na verdade, eu gosto de tudo, eu acho que é uma

grande fusão musical. De um lado, você tem a música e do outro você tem os refrões clássicos, vocais masculinos e femininos.. Essas duas coisas, deixam as músicas excelentes.

Você é a quarta vocalista no Sirenia, você tem algum medo da reação do público, de que tal-vez você saia depois de um álbum?

Eu não acho estranho o público pensar dessa for-ma. Mas eu espero ficar no Sirenia por um bom tempo, espero que nós tenhamos um bom futuro juntos.

Existe algum artista que você gostaria de di-vidir o palco?

Existem milhares, mas sem dúvida, eu espero um dia cantar ao lado de Roy Khan do Kamelot, sua performance e voz no palco é incrível.

Você pensa em escrever sobre Sirenia nas suas futuras letras? Que tipo de coisas inspi-ra você liricamente?

Eu sempre adorei escrever letras e eu espero um dia escrever sobre Sirenia. Eu gosto de escrever sobre coisas que aconteceram na minha vida ou talvez coisas marcantes. Eu acho que as letras podem mudar, dependendo do momento e do meu humor.

...eu adoraria dividir o pal-co com Roy Khan (Kame-

lot). (Ailyn)

Como é trabalhar com 3 homens? Tenho cer-teza que satisfaz todos seus desejos, certo?

Eu amo trabalhar com eles. Eu acho que eles são ótimos, eu me divirto muito com eles e eles sem-pre tomam conta de mim e fazem com que eu me sinta bem. Eu geralmente me dou melhor com homens do que com mulheres, então eu diria que estou bem confortável com eles. É como ter 3 no-vos irmãos.

Algum material novo está em processo? O que você pode nos dizer sobre isso?

Ainda é cedo para falar sobre isso, no momento nós estamos fazendo shows para divulgar o nosso álbum atual. GABRIELA ROCHA

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The 13th Floor é o primeiro álbum da banda de Gothic Metal, Sirenia com sua nova vo-calista, diante de todo o mundo, Ailyn é bem vinda por sua beleza e sua voz. Nós da Six Seconds batemos um papo com ela sobre todo caminho que ela fez até se tornar a

mais nova vocalista da banda.

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Sahara (1994)Holy Records

El Norra Alila (1996)Holy Records

Mabool (2004)Century Media

The Never Ending Way of ORwar-riOR (2010)

Century Media

É um prazer imenso ter a oportunidade de en-trevistá-los e, para os leitores que não os co-nhecem, poder apresentá-los. Antes de tudo, nos conte um pouco sobre a trajetória da ban-da: fundação, como surgiu a ideia de montar a banda e como o Orphaned Land se tornou o que é, hoje.

A banda foi formada em 1991 sob o nome “Ressu-rection” e tocou uma forma bastante convencional de Death Metal, influenciado por bandas conhecidas do metal. Depois de um ano ou mais de atividade, decidimos que precisariamos de uma mudança e do nosso amor a música do Oriente Médio étnico e o entedimento de que essa combinação nunca foi feita antes (no tempo, nós fomos os primeiros a faze-lo), decidimos combinar os dois estilos. Nós também mudamos o nome para Orphaned Land, já que Ressurection não se encaixava mais com o som que faziamos.

Não dá pra imaginar o Orphaned Land sem as influências culturais expostas nas músicas de vocês, principalmente a herença musical implantada em cada faixa. Quais pontos são fundamentais para que essa mistura seja bem sucedida?

O primeiro ponto tem de ser uma ligação com os estilos. Você tem que amar o que faz e colocar sua alma nisso e o nosso profundo amor por metal e música étnica fez essa combinação possível. O se-gundo ponto é questão de originalidade. Em um mundo onde ‘tudo já foi feito antes’ é muito difícil chegar com uma idéia que ninguém tenha pensado antes. Quando você tem uma idéia como essa e você acredita nela, isso te incentiva a continuar e fazê-lo tão bem sucedido o quanto você puder.

O verbo mudar é um verbo muito freqüente quando se trata da música em geral. Algumas bandas mudam muito e outras mudam pouco. Em se tratando de Orphaned Land, as mudan-ças por mais calculistas que sejam, sempre aparecem a cada faixa nova escutada. Em que pontos principais vocês destacariam maior mudança?

Nós somos uma banda muito diversa, pois, como pessoas, somos muito diversas também. Estamos muito aberto para música em geral e podemos ou-vir tudo o que consideramos bom, sem a escraviza-ção do ‘estilo’ ou ‘moda’. É por isso que há grandes mudanças de faixa para faixa de cada álbum, uma pode ser mais extrema no seu som, outra pode ser mais suave, uma pode ser bastante complexa, outra bem simples e por aí segue. Se você está se referindo a uma mudança maior que tivemos como banda, acho que não haveria uma respos-ta simples. Nós passamos por várias encarnações, mudamos como pessoa, passamos pela puberdade

e maturidade, os membros da banda mudaram, o gosto musical também e etc, por isso haveria mui-tas mudanças, não apenas uma.

Venho acompanhando a banda ao vivo, atra-vés de vídeos disponibilizados na Internet, seja por vocês, seja por fãs, e o que vejo são ótimas idéias no quesito “improsivo” por par-te de todos os músicos. Recentemente, assis-ti a um vídeo da segunda faixa do novo disco (From Broken Vessels) e o que vi foi uma mú-sica muito complexa, no que tange o lado ins-trumental, se tornar uma música facilmente assimilada pelos fãs ao vivo. Há alguma pre-ocupação extra da banda em fazer com que toda essa complexidade de composição se torne algo viciante ao vivo?

Fazer música complexa sempre foi algo que nós gostamos muito de fazer. Eu acho que isso tem algo a ver com o nosso conhecimento para apre-ciar a arte e no pensamento que estava envolvido em sua criação. Muitas pessoas nos consideram uma banda progressiva devido à nossa complexi-dade musical, mas não tenho certeza que essa é a definição certa para nós. É muito perigoso tocar música complexa, é mais difícil de mostrar para o público e a maioria não tem paciência para isso. Enfim, nós gostamos de definir nosso som como se ele tivesse um pouco de mágica, assim todos são capazes de desfrutar.

Trazendo um pouco o foco ao seu estilo de compôr, Kobi: uma de suas principais carac-terísticas é o perfeccionismo. Isso é notável pelo período de composição bastante longo adotado pela banda (tivemos um hiato de 6 anos entre o disco Mabool e The Never Ending Way of ORwarrioR). Em que pontos, especi-ficamente, essa “demora” lhe favorece e em que outros pontos ela lhe atrapalha?

O perfeccionismo é uma característica nobre. Eu acho que a maioria das bandas que realmente pro-cura perfeccionar tem recursos para implementa-do-lo. A maneira mais fácil é de se contentar com um resultado suave, insistir que algo se torne mais perfeito, exige tempo e paciência. No entanto, le-var tempo para produzir um álbum não é resulta-do de perfeccionismo. Você poderia dizer que nós produzimos um bom álbum, que a maioria não fi-caria desapontada e também nós demos prioridade a qualidade ao invés da quantidade, o que é impor-tante. Por outro lado, poderíamos ter trabalhado mais rápido e ter entregado o álbum em um perí-odo mais curto, o que teria sido melhor tanto para os fãs quanto para nós.

Desde o início da banda, suas letras se mos-tram com um direcionamento bem duro e fir-me numa crítica ao modelo de “ignorância”

social que o mundo vive, porém a forma de abordar essa crítica é através do método con-ceitual, que nos conta uma “estória” a respei-to de alguns fatos e nos fazem pensar sobre os mesmos e a validade deles na atualidade. Quais aspectos são mais difíceis de serem abordados musicalmente? Como é falar de religião em uma cultura moldada a partir da mesma?

Nós estamos querendo mostrar uma mensagem através de um álbum conceitual. A mensagem é de tolerância entre as religiões e crenças. Uma pessoa pode acreditar em coisas que contradizem total-mente o que outra pessoa entende e ambos podem estar errados, entretanto eles vão matar uns aos outros de qualquer maneira. É por isso que deve-mos ser tolerantes e entender que outras pesso-as podem ter opiniões diferentes das nossas. Sim, a cultura em Israel é muito baseada na religião. Gostaria de acreditar que a democracia de Israel é uma democracia moderna, com os valores ociden-tais, que é em muitos aspectos, mas a religião tem algum aperto aqui, principalmente pelo fato das pessoas acreditarem que os costumes religiosos têm nos ajudado a permanecer como nação atra-vés de 2000 anos de diáspora e que nos teríamos enfraquecido sobre a definição do que nos torna uma nação. De qualquer maneira, as pessoas po-dem acreditar no que elas quiserem, o que importa para mim é no que eu acredito e eu respeito qual-quer um sobre ter sua opinião, mesmo que seja diferente da minha.

“Kobi Fahri, o contador de histórias” (Em uma alusão ao título brasileiro do clássico ameri-cano: Forrest Gump). A alcunha que lhe dou agora, remete a todo o seu talento em compôr discos conceituais. De onde vem tanta inspi-ração?

Bem, eu tenho certeza que Kobi ficaria lisonjea-do com o elogio, mas vou tentar responder por ele. Primeiro, Forrest Gump é um ótimo filme! Tom Hanks é realmente um grande ator. Agora, a Kobi: Eu acho que ele tira inspiração de sua vida, de ex-periêcia que ele ou outras pessoas que estão pró-ximas a ele passam. No álbum Mabool, a historia foi influênciadas por três bons amigos dele, que costumavam ficar chapados e se fantasiar como se eles fossem três heróios que salvam o mundo do dilúvio. Ele também se inspira da literatura e de obras literárias, como a Bíblia ou de autores que escrevem sobre a alma humana e espiritualidade como Paulo Coelho.

No disco “Mabool”, (2005) partes da criação divina são tratadas de uma forma bem pre-tensiosa e nos levam a outros ares sócio-culturais com a inclusão mais acentuada de elementos musicais da cultura oriental e a

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Originados de Israel, Orphaned Land mistura o Heavy Metal com a música étnica. Com a fusão entre esses dois gêneros, eles criaram um som totalmente inovador. A Six Se-conds bate um papo com o guitarrista Matti e ficou sabendo um pouco mais sobre a

banda. Confira!

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implantação de um modelo lírico diferente do convencional onde são usadas mais de três línguas para trabalhar o tema. Ao que se deve essa complexidade na hora de compor?

Pelo fato de nós tocarmos músicas pertencentes a tantas culturas. às vezes é certo envolver a lingua nativa. Cerca de 80% do álbum é cantado em In-glês. Shlomit, nossa vocalista feminina, tem suas raízes Iemenitas-Judias e ela sempre traz alguns destes elementos nas músicas, como na música ‘Sapari’ do nosso novo álbum. Nós também canta-mos em hebraico e árabe neste álbum e também gravamos uma música em Turco (Estarabim), que é uma faixa bônus para os nossos fãs turcos. Eu acho que o idioma mais dificil para Kobi cantar, foi em Turco. Ele teve que trazer um tradutor espe-cial para que ele pudesse pronunciar as palavras de forma correta. É claro que Hebraico e Inglês são idiomas mais fáceis para nós, ainda que nós consultamos pessoas, a fim de aperfeiçoar as coi-sas. Árabe também é difícil, já que estamos muito longe de falar no idioma, mas pelo fato dos israe-lenses estudarem na escola, nós sabemos algumas palavras.

Descentralizando um pouco essa nossa con-versa, lhe farei uma pergunta que, creio eu, lhe deve ser feita bem frequentemente: Como é fazer Heavy Metal no Oriente Médio? Pela quantidade de shows que vocês fazem em sua pátria, a cena metálica israelense pode ser considerada boa?

Vamos começar com o fato de que Israel é um país muito pequeno, temos apenas 7 milhões de pesso-as vivendo aqui. A cena do Metal também é peque-na e eu diria que não há mais de 5.000 fãs de Me-tal (sem considerar os fãs de Hard Rock e etc). Nós não podemos ir para outros países tocar, por causa da situação política, mas principalmente devido ao fato de que às vezes é ilegal tocar Death Metal ou Metal em geral. A fim de fazer algo relacionado ao Metal, a banda tenque se expandir no exterior, um passo que é por vezes caro para ser possível, se você quer manter sua base aqui. Mas, nós temos ótimas bandas aqui. Eu estive com Orphaned Land por todo o mundo e ainda penso que as bandas em Israel são muito melhores que muitas bandas que tocam por ai. Você realmente deveria checar a cena do metal israelense.

Ainda tratando do disco Mabool: Ao dar uma olhada nos créditos finais do disco, vi que fal-tava um baterista fixo para a banda. O tra-balho desenvolvido por Avi Diamond no disco citado acima é muito bem encaixado. Como foi a escolha de Avi Diamond?

Tivemos um tempo muito difícil com a escolha do baterista. Tivemos muitas audições, mas não fica-mos satisfeitos com nenhuma delas, até nos encon-trarmos Avi. Ele gravou ‘Mabool’ e também ‘Orwar-rior’ conosco e fez um ótimo trabalho. No entanto, nós tivemos um baterista diferente para os nossos shows, Matan Shmuali. Matan é um grande bate-rista e tem uma grande performance, as coisas funcionaram da melhor forma possível com ele.

Em 2005, na turnê do disco Mabool, vocês di-vidiram uma turnê com um dos seus ícones dentro do metal, os ingleses do Paradise Lost. Como foi essa experiência para a banda e em que pontos ela os ajudou?

Paradise Lost é uma das nossas bandas favoritas de todos os tempos. Eles são pessoas tranquilas e foi um privilégio dividir a turnê com eles. Dividir a turnê com eles foi muito boa, nós acabamos ga-nhando muitos novos fãs neste turnê.

Ainda sobre essa turnê, houveram diversas datas desmarcadas aqui pela América do Sul, inclusive, 10 datas aqui no Brasil, se não me engano. O que houve, especificamente para que o fechamentos dessas datas não fosse concretizado?

Eu não tenho certeza sobre as 10 datas, mas de-

viam ter algumas datas no Brasil, que nunca acon-teceram. Eu realmente não lembro o motivo exato para isso, só sei que temos ouvido muitas coisas boas sobre o Brasil e que mal podemos esperar até chegar aí.

Steven Wilson vem se destacando no cenário metálico por ser um tipo de “faz-tudo”. Além de músico, é produtor, é escritor e roteirista, além de outras qualidades impressionantes que vão bem além da música. Porém, no âm-bito musical, é notável que ele se sai muito bem e vem provando isso desde seus traba-lhos com o Porcupine Tree e Opeth. Como foi trabalhar com esse mais novo expoente da produção no cenário do metal?

Steven é super gente boa e um bom amigo nosso. Ele é um dos mais talentosos artistas nesse cam-po. Foi muito legal trabalhar com ele, apesar dele apenas ter mixado o novo álbum, mas nós esta-mos vendo algumas possibilidades para ele, talvez produzir um álbum no futuro.

A ascensão de Shlomit Levi nos vocais me impressionou bastante. Desde o Mabool ela mostrou todo o seu poder vocal, se encai-xando perfeitamente na proposta do Orpha-ned Land. No novo disco, mais uma vez ela se faz essencial em determinados momentos, se destacando grandemente na faixa New Jeru-salem. Como você avaliaria as participações de Shlomit nos discos e como parte da Orpha-ned Land?

Shlomit é uma ótima vocalista, uma das melhores que eu já ouvi. Ela faz coisas maravilhosas com sua voz e essas habilidades são dificeis de se en-contrar. Ela representa Orphaned Land em várias maneiras, já que ela está conosco por volta de 10 anos. Porém, nós consideramos os membros ‘ofi-ciais’ a serem aqueles que estão por trás da cria-ção da música e não só do desempenho.

Em alguns vídeos de estúdio da banda, dá pra notar uma ligação bem legal entre os mem-bros. Mesmo que a seriedade do trabalho tome proporções maiores que a diversão in-cluída, dá pra perceber uma harmonia muito grande entre vocês. Muitos dos meios biográ-ficos que os descrevem, noticiam que a banda teve o primeiro hiato após uma “discussão” entre os membros. O que você avalia disso tudo? Caso tenha acontecido, quais fatores foram cruciais para essa discussão e, como é a relação da banda nos dias atuais?

O relacionamento entre os membros sempre foi o melhor. Nós somos músicos, mas também somos amigos. Uma banda, uma que faz turnê especial-mente, em muitos casos é algo que se asseme-lha a uma família. Nós somos muito sérios quando se trata do nosso trabalho, mas também sabemos que é importante aproveitar e colocar uma atmos-fera mais leve quando é adequado. Há também di-ferenças, como em qualquer relacionamento, mas vamos tentar deixar as coisas para trás quando terminamos de discutir e continuar sem ressenti-mentos.

Quais as principais diferenças entre a banda do disco Mabool para a banda de The Never Ending Way of ORwarriOR?

Eu acho que muitas pessoas considerariam o ‘Ma-bool’ a ser mais progressivo que o ‘Onwarrior’. A abordagem em arranjos musicais foi diferente em ambos dos álbuns. Em ‘Onwarrior’ passamos mui-to mais tempo no estúdio com finalidade de aper-feiçoar o som. Também há diferenças no som, já que a diferença nos equipamentos usado no dois álbuns é bastante perceptível.

Interessante, o Yossi, sempre me pareceu o mais sério da banda, depois de você Kobi, cla-ro, mas em alguns momentos de alguns ví-deos vistos por mim, o vejo descontraindo o ambiente e bastante sorridente. Quem você nomearia como o “encarregado” da descon-

22Orphaned LandThe Never Ending Way of ORwarriORCentury Media

Se fóssemos delimitar um divisor de águas no Orphaned Land, tranquilamente, o álbum “Ma-bool: The Story of Tree Sons of Seven” seria o cajado de Moisés da banda. Com esse novo lan-çamento a banda chega a um patamar nunca antes alcançado por bandas do Oriente Médio, o status de “Banda Grande” e o de criadora e modificadora do que convencionou-se chamar de Oriental Metal. Deixando rótulos de lado, “The Never Ending Way of ORwarriOR” é, defi-nitivamente, mais um disco que vai entrar pra história da banda. Mais uma vez os israelenses apostam em um disco conceitual tratando da parte religiosa, hipócrita, positiva e espiritu-al da humanidade. Longe de ser considerada uma banda de White Metal, os israelenses fa-zem do tango entre Deus e o Diabo, uma ca-racterística única entre as bandas de metal no mundo. Apesar das muitas misturas existen-tes na música dos israelenses, eles não conse-guem perder o rumo, acertando na dose certa de cada composição. O exemplo maior disso, nesse novo disco é a faixa “The Warrior”, que consegue mesclar muito bem o sentimentalis-mo proposto na letra com a atmosfera da mú-sica oriental, sem perder o foco no Doom Me-tal, raiz da banda. O álbum é composto por 15 faixas que nos fazem questionar como seria o mundo se as religiões e as “não-religiões” con-seguissem viver em perfeita harmonia e nos remete à um mundo onde a tolerância seria peça-chave no que desejamos e idolatramos como paz mundial. Musicalmente falando, é um disco muito experimental, principalmente pelas mudanças de compasso presentes com muito mais freqüência do que nos discos an-teriores. Como se as qualidades do disco, por si só não bastassem, a produção de Steven Wilson (Porcupine Tree, Opeth, dentre outras) não deixa a desejar em nenhum momento do disco e faz com que tudo seja percebido mais nitidamente no que tange o lado instrumen-tal do disco. Se em “Mabool” a bateria foi um grande problema na edição final, em “The Ne-ver Ending Way of ORwarriOR”, todos os em-pecilhos criados foram resolvidos e aperfeiçoa-dos. Fica difícil destacar faixas pelo fato de ser um disco conceitual e as faixas estarem inter-ligadas intrinsecamente. Porém, as que mais mostram a cara do trabalho dos israelenses são bem vistas: “Sapari”, “From Broken Vas-sels”, “The Warrior”, “Codeword: Uprising”. As de difícil aceitação por parte do público novo (sim, esse disco e a divulgação feita em cima dele, vai render muitos novos fãs aos rapazes de Israel) ficam por conta da Saga “The Path” (dividida em duas partes). Vai soar estranha a mudança excessiva de compassos, fazendo com que a música se embaralhe na cabeça do ouvinte em alguns momentos. E esse é talvez o único problema do disco. No mais, como era de se esperar, mais um disco maravilhoso dos israelenses. BRUNO THOMPIS

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tração no grupo?

Acho que todos nós somos responsáveis pela di-versão. Nós sabemos como ser sério, mas também como ser palhaços quando for necessário.

Daqui há um ano a banda já vai fazer vinte anos de estrada. Nesses vinte anos, quais momentos você nos destacaria como os mais felizes e os mais tristes?

Eu diria que o momento mais feliz para mim foi quando eu soube que a Holy Records (nossa anti-ga gravadora antes da Century Media), tinha nos oferecido um contrato. Era tudo que nós tinhamos sonhado no tempo. Nós eramos uma banda nova em Israel em um mundo de muitas bandas serias e nós conseguimos um contrato, isso foi um grande momento para nós. Eu acho que o momento mais trsite foi quando Eden Rabin, nosso ex-tecladista deixou a a banda. Foi um momento muito difícil para todos nós, mas foi a coisa certa para ele e para nós, ele é muito talenso e é um músico de sucesso que toca em alguns grandes projetos.

Há algo sendo planejado para a comemora-ção desses vinte anos?

Eu ainda não pensei sobre isso. Eu acho que nós teremos um show especial em Israel para essa ocasião, tocando todas as músicas, incluindo mú-sicas do demo, talvez com convidados especial que já fizeram parte da banda, talvez, talvez, talvez, quem sabe.

O novo vídeo para a faixa Sapari, tem uma fotografia surpreendente com assinatura de Gal Hamo, Yoni Passy e Huy Eytan. Como foi gravar esse vídeo, tudo saiu como esperado?

Foi muito divertido. Primeiro, o local de filmagem foi incrível. Foi em uma Igreja YMCA em Jerusa-lem, a qual abriu suas portas para nós e o local era realmente bastante incrível e bonito. A Equipe foi muito profissional e nós estamos muitos satisfeitos com o reesultado. Nós suamos muito nesse dia, mas foi tudo muito divertido.

A agenda oficial da banda, divulgada no we-bsite oficial, nos mostra compromissos até o segundo semestre de 2010. São frutos a serem colhidos merecidamente. Quais os projetos da banda para esse ano de 2010. Há planos para uma turnê Sul-americana, já que a Europeia já está agendada e a Norte-Americana foi realizada com êxito?

Por agora, não há datas concretas para a America do Sul, mas isso sempre estará em aberto. Nós estamos esperando a agência certa nos convidar para uma turnê e na hora que isso acontecer, es-taremos lá.

Summer Breeze, Wacken Open Air e Gods of Metal. Três dos principais festivais de metal da atualidade vão contar com vossa partici-pação: o que os fãs da Orphaned Land podem esperar para os shows que se seguem?

É uma grande honra para tocar nesses festivais, lado a lado com as maiores bandas de metal. No Wacken Open Air foi nos dado o privilégio de tocar no Black Stage, o qual é um dos dois principais palcos do festival. Nós estavamos muito excitados sobre todos os festivais e mal esperavamos até tocar para todos. Nossos fãs podem esperar boa música, com grandes energias, é bom eles traze-rem bom humor de casa porquê vai ser demais.

O novo disco The Never Ending Way of ORwar-rioR saiu em duas edições distintas. Em uma delas, temos um DVD bônus. O que todos os fãs da banda podem esperar desse DVD?

O DVD foi feito por nosso outro baterista, Matan Shmuely, que também é estudante de cinema de direção. O video é um ‘behind the scenes’ de como o álbum foi feito com algumas gravações ao vivo e umas entrevistas pessoais com os mem-bros da banda e outros artistas envolvidos no ál-bum. Para aqueles que não tem a edição limitada com o DVD, é melhor vocês tentarem conseguir algumas, porquê há somente algumas edições so-brando por aí.

Em relação a seus gostos pessoais, qual ban-da mais tem lhe chamado a atenção nos últi-mos anos e, por que?

Há muitas bandas boas por aí, nós festivais eu vi umas muito boas, mas pessoalmente eu gos-tei muito dos Red Hot Chilli Peppers nós ultimos

anos, por mais estranho que possa parecer entre os metaleiros. Eu simplesmente amo o que eles fa-zem, amo os músicos e eles são uma grande ban-da, é isso.

E sobre nossa cultura, até onde vai o seu co-nhecimento a respeito da nossa música?

Brasil é muito famoso por sua cultura, não apenas musicalmente. É claro que nós estamos cientes do carnaval e é um dos meus sonhos ir a um. Eu sei que gêneros como Samba e Lambada vem do Bra-sil e eu gosto muito de português e como o idio-ma soa. Do Metal, eu apenas conheço Sepultura e os outros projetos dos irmãos Cavalera, que são grandes líderes e lendas da cena.

Como bom brasileiro, não posso deixar de perguntar como é sua relação com a cultura esportiva em geral, em especial com o fute-bol. Nós, do Brasil, podemos contar com sua torcida para essa copa do mundo!?

Futebol é um esporte muito popular em Israel, eu acho que é o mais popular, mas no entanto, nós somos uma droga. Nossa liga não é tão boa e nunca conseguimos entrar na Copa Mundial ou na Copa Européia. Pelo fato de Israel gostar de Fu-tebol, eles assistem jogos de times internacionais como Barcelona, Manchester United toda hora. E em toda Copa, Israel ‘adota’ um time para ser fã, já que nós nunca conseguimos entrar. Muitos is-raelenses gostam da seleção brasileiras, porquê é uma das maiores, com jogadores como Ronaldinho e Kaká e outros caras.

E, Como fã, me sinto no direito e obrigação de implorar uma turnê pela América do Sul, em especial, pelo Brasil (risos). E, com esse pe-dido, encerro a entrevista bastante satisfeito e feliz por ter nos agraciado com um pouco do seu tempo. Longa vida ao Orphaned Land, que sua mensagem se faça presente nos qua-tro cantos do planeta! E, para não perder o costume, deixo espaço o em aberto para que vocês possam deixar sua mensagem à todos os seus fãs brasileiros, que não são poucos. Mais uma vez, obrigado!

Muito obrigado, estaremos muito felizes em ter uma chances de tocar na América do Sul e no Bra-sil e tenho certeza que essa chance estará próxi-ma. Também desejo aos nossos fãs brasileiros o melhor, nós amamos muito e mal posso esperar até tocar aí. Vocês são os verdadeiros guerreiros da Luz.. BRUNO THOMPIS

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The Social Event of the CenturyPermitam-me ser claro e objetivo: a moda de hoje em dia está cada vez mais irrelevante. Como se não bastasse a criançada achar que ser sujo é legal, eles se mostram descolados ao usarem tamanco com aquela floresta saltando para fora da gola da camiseta. Na

Stay Brutal desta edição, eu estuprarei os corpos decompostos da moçadinha infanto-juvenil do death metal!

Sem tirar nem por, a molecada vem misturando e agregando novos acessórios a sua vestimenta de gala, com o intuito de tornar as suas excursões ao Parque Da Mônica mais divertidas. Entre esses novos utensílios domésticos, até o chinelinho favorito do vovô entrou na brincadeira. As inovações da moda pseudo-brutal está perdendo o controle, vaiando até mesmo a nossa mais clássica bermuda camuflada. Sapatilhas, toucas e cachecóis até são aceitos, levando o bom senso em conta que algo mais despojado não tem problema algum. O grande problema é que daqui a pouco luvas com glitter e plumas serão essenciais para produzir o novo álbum do Brinks Me

The Horizon.

Não só a vestimenta de muitos truezinhos brilhantes se tornou repugnante. Logo após os necropedófilos terem brincado de Playmobil, resolveram montar uma banda sem tendo certeza do que usar no link do Myspace. Decidiram entrar então no Google para pesquisar sobre serial-killers. Sem consciência e conhecimento nenhum pela matéria, pegaram o primeiro nome do primeiro site localizado da lista. Acharam legal a idéia e até fizeram questão de usar o nome completo do coitado do assassino, que deveria estar se revirando no túmulo de acanhamento por ter seu honrado nome usado para apenas, ter mais o que se rabiscar descontroladamente no Paint em um futuro próximo. De qualquer jeito e qualidade nenhuma, começaram a enfatizar leitõezinhos em suas gravações caseiras, colorin-do o portal da banda de magenta e ciano estalado. Como se não imaginássemos o fim dessa repetitiva mini-série em três capítulos, a ciranda-cirandinha conquistou a fama e todas as garotinhas prostitutas do colégio. Após incansáveis resultados tão nulos quanto às equações que vemos no ensino médio, a banda voltou a ser o que era antes: mais um livro empoeirado encostado na estante. Tão ultrapassado quanto todos os outros. Daqui alguns anos, tão fétido quanto os outros. R.IP. – Para o seu Myspace, para as suas afir-

mações e para a sua ideologia vazia, mariquinha.

Espero que muitas outras bandas apareçam nesse segmento, pois só assim conseguirei chegar ao verdadeiro foco do meu texto. Estão prontos? Então okay, vamos lá! Welcome to the social event of the century. Jamais busque algo fantasiado para te comprometer a ser alguém maior. Nada é o suficiente para você abrir mão dos seus valores, todos os seus alicerces são até muito mais brutais do que essa coluna. Se você optar por ser mais um sujinho alegórico, eu tenho mais é que defecar na sua boca mesmo, do contrário, vamos

ouvir Deicide juntos.

Caso você esteja lendo esse texto e está se sentindo ofendido por se enquadrar exatamente no perfil acima, eu quero que você re-almente morra carbonizado e que seus restos mortais sejam digeridos por ratos africanos gigantes. Eu acho que sempre deixei claro o suficiente que não me importo com as opiniões alheias, até porque esse é o meu espaço e ele só fala do que deve ser falado. Caso eu tenha inúmeros motivos para meter o pau no Stan Lee por ter aprovado a venda da Marvel para a Disney, eu o farei com o maior prazer, afinal, ele me deu motivos para isso, por exemplo. Eu gostaria muito de não ter que me preocupar com motivos supostamente banais como esses, porém, Ursinhos Carinhosos como você me dá a oportunidade de poder expressar o que muitos gostariam e ainda,

tratar isso tudo de uma forma muito divertida e humorística, assim como esse excremento que você pode chamar de vida.

Vamos rir? Vamos! Mas vamos rir da sua cara. Vamos gargalhar bem alto mesmo, coelhinho de corpse-paint sem integridade.

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E ai Kelvin, tudo tranquilo?

De boa... hehe

A banda está com quantos anos de estrada?

Já estamos com quase 3 anos de estrada... nosso primeiro ensaio foi no dia 30 de março de 2007.

Conte um pouco da história da banda...

A banda começou com Fê na bateria, Kelvin e Diego nos vocais, Pako na guitarra solo e Junior(Catarina) na guitarra base e Caio no baixo. Lançamos nosso primeiro EP em 2008 e, desde então fizemos vá-rios shows em diversos lugares, dentro e fora do estado do PR. Depois de algum tempo Caio saiu da banda para a entrada de Skilo(Gustavo) no baixo. Agora nós estamos numa faze meio confusa em que o Junior(guitarrista) casou e está morando em Florianópolis por enquanto, então contamos com novo baixista Adriano(Ex guitarrista da Claustrum Burial) e o Skilo foi para a guitarra base enquanto o Junior não retorna...Gostaria de aproveitar e escla-recer o que me parece ser a maior dúvida dos fãns que converso, sobre a posição religiosa em ques-tão... a Buried Yesterday conta com 3 membros Cristãos que frequentam igreja e se comprometem com a religião. nas letras procuramos falar sobre o que acreditamos e deixar para o ouvinte uma mensagem boa e que ele leve pra vida toda. Esse é o principal ponto da banda, e o que mais cau-sa “polemica” nas pessoas, que pensam na banda como uma “banda cristã”. Mas nós não somos uma banda cristã.

Engraçado você mencionar o Claustrum Bu-

Direto de Curitiba, a banda Buried Yesterday vem ganhando muito espaço na cena un-derground abrindo shows de grandes bandas como The Black Dahlia Murder e Suicide Silence. A Six Seconds conversou com o vocalista Kelvin sobre tudo que está rolando

na banda. Confira!

rial, na edição passada entrevistamos o Gui-lherme, guitarrista do Drown in Ashes, e ele disse que o Thiago, ex-baixista do Claustrum assumiu o posto de baixista, deixado pelo proprio Guilherme, na banda. Eles parecem ser bem parceiros de vocês né?

Eles quem, a Drown ou a Claustrum? hahahaha. na verdade ambas são nossas parceiras desde o iní-cio, ja fizemos vários shows com ambas as bandas, ja viajamos pra SP tocar com a Claustrum Burial e tal. é sempre bom ter parceria com bandas do gênero e da mesma cidade. que além de os caras serem nossos amigos são excelentes músicos. Mas também temos parceria com várias bandas fora de Curitiba.

Onde foi gravado o EP “Only Salvation for Us” ? Em Curitiba mesmo?

O nosso primeiro EP foi gravado em Curitiba mes-mo. Quem nos gravou foi o nosso amigo e vocalis-ta da banda HEVO84 Renne. a bateria foi gravada num estúdio ali perto do MON no AHÚ, as guitarras e baixo no ap onde a banda hevo morava ali do lado do Wonka bar, no Largo da Ordem, um prédio totalmente underground...e finalmente, os vocais, foram gravados na casa do Fê onde ensaiávamos até então num quarto desocupado na casa dele.Foi uma experiência incrível para todos nós da banda, ouvir o resultado das músicas, que era muito mais do que esperávamos.ficamos muito satisfeitos.

Na metade do ano passado vocês gravaram o video clipe da música “Our Last Chance”, onde e por quem foi gravado esse video clipe?

Esse clipe foi o TCC(Trabalho de Conclusão de Cur-so) da turma COSRTRCRPNA8-C e foi gravado na Universidade Anhembi Morumbi - SÃO PAULO/SP com Denise Guimarães como diretora e roteirista do clipe. Foi uma experiência muito boa para nós, membros, gravamos o dia todo e à noite tocamos num festival em Interlagos na Vertical Church cha-mado Audio Rock.Agora já com mais de 7MIL plays no youtube estamos muito satisfeitos com a reper-cução do clipe, pessoas do mundo todo vêm nos elogiar e fazer críticas, o que é muito bom pra ser levado em consideração para um possível novo vi-deoclipe a ser gravado em breve...

Em dezembro do ano passado vocês tiveram a oportunidade de abrir o show do The Black Dahlia Murder. Como foi o show pra vocês?

Inacreditável. TBDM é, simplesmente a maior in-fluencia de toda a banda desde o seu começo. Quan-do recebemos a noticia do Marcos da Liberation MC que nós abriríamos o show foi como um sonho realizado, tudo o que queríamos naquele momento era pensar: “será que é verdade mesmo? não pode ser”. Realmente só foi cair a ficha na hora em que estávamos sentados no Inferno Club assistindo ao TBDM passar o som, foi tenso. depois conversar com os caras, que nos elogiaram pelo show e tal. vindo da boca do Trevor que ficou impressionado conosco, “por ser uma banda de caras novos já com toda essa euforia nas musicas”. tiramos fotos com os caras que foram super atenciosos, foi in-crível, uma sensação que nunca iremos esquecer, aquele dia vai ficar marcado na memória de toda a banda. E que outras aberturas de shows interna-cionais venham. o/ GIOVANNI F. GOMES

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Pouco antes de iniciar os show no Brasil, conversamos com o guitarrista Mark Heylmun sobre os show em terra brasi-leira, sobre a banda e muitas outras coisas. Confira!

Primeiramente, é um grande prazer para mim e para toda equipe Six Seconds ter a oportunidade de entrevistar uma banda que hoje tanto se des-taca e é reconhecida no gênero do metal. Meus parabéns por terem conseguido chegar até aqui.

Já falando de carreira, como vocês podem des-crever o crescimento do Suicide Silence desde o início da banda?

Obrigado. Acho que o crescimento da banda pode ser explicado, dizendo que qualquer falha foi apontada e fixa desde o início. Eu estava nos shows do Suicide desde do começo e sendo um músico local, você jul-ga as pessoas e eu sabia que eles tinham algo. Uns 7 anos depois, continua a mesma banda, mas com uma visão muito mais focada nos objetivos e nós meio que perdemos as influências por bandas que estavam surgindo. Eu acho que a evolução do Suicide Silence é sobre voltar as raízes e apenas tentar obter o nosso gosto na música.

Qual foi o processo para a banda se concretizar no que é hoje? Como foi até vocês se estabiliza-rem na formação atual?

Foi um processo longo, isso é certo. Eu me juntei a banda 5 anos atrás, foi quando nós começamos a sair em turnê e nós percebemos que precisávamos de um baterista estável para nos acompanhar na turnê. Se ele usava uma máscara? tanto faz... Então, o nosso parâmetro mais recente foi, à falta de interesse na música e nos focar mais em como conseguir um ôni-bus e dinheiro. Foi quando nós substituímos Bodkins por Dan Kenny, e eu não minto, eu sabia que ele ia acabar entrando em uma banda um dia e ele se en-caixou perfeitamente. Animalisando a festa do Brutal Death Metal.

Como foi a seleção dos novos membros da ban-da desde o começo da carreira? Foi muito difícil encontrar músicos que se enquadrassem perfei-tamente na proposta da banda?

Bem, eu não diria que fazer shows locais e ocasional-mente tocar suas melhores músicas no fim de semana é uma carreira, me referindo a antigamente. Mas, anos atrás, eu me envolvi nisso e eu acho que os músicos que querem serem envolvidos nesta banda são fáceis de encontrar. Se essa porra aumenta sua frequência cardíaca e você tem garra para levar isso para frente, então você provavelmente está no caminho certo. A vibração que nós temos está realmente onde está e sim, mudar um membro agora seria realmente estra-nho, porquê nós amamos o que estamos fazendo.

Antes do lançamento do álbum ‘The Cleansing’ o Suicide Silence ainda trabalhava com a temática do Family Guy. A banda sempre foi fã do dese-nho americano ou foi somente uma brincadeira? Nota-se a princípio que todos os samples usa-dos na gravação do álbum com essa temática são unicamente da primeira temporada do desenho, por quê?

Family Guy é engraçado, mas nós não somos uma banda do desenho, haha. Era uma piada, mas tam-bém foi uma coisa legal para as crianças chegarem e falar “Ei, quando é que eles vão tocar aquele sample ‘Scream real loud at my ass’. Logo no início, as pesso-as sabiam algumas partes da música, mas a maioria sabia os samples e eles cantaram o mais alto que eles podiam, isso sim foi uma piada. Uma multidão de 200 pessoas falando “Alright now I want you boys to scre-am real loud at my ass!” e em seguida vindo os berros do Mitch, isso sim é diversão, haha.

O Suicide Silence é uma banda que surpreendeu muito desde o seu surgimento. Na época em que a banda começou vocês se destacaram muito no meio do death metal, como se destacam até hoje. O som amadureceu muito mais nunca deixou de ser o que foi um dia.

É realmente apenas a mistura de influência da nossa geração, nós nascemos todos entre 1984 e 1987. To-dos nós ouvimos Death, Tech, Brutal e mais do que tudo NU! Na maioria das vezes, nós estavamos envol-vidos na cena Hardcore, porquê era mais fácil conse-

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Pouco antes de iniciar os show no Brasil, conversamos com o guitarrista Mark Heylmun sobre os show em terra brasi-leira, sobre a banda e muitas outras coisas. Confira!

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guir shows com bandas de Hardcore popular. Agora tudo se misturou nesse movimento De-athcore, e é o que é.

Quais bandas são as principais influências de vocês? Quais sãos as suas maiores ins-pirações?

Dimebag, Alice in Chains, Meshuggah, Defto-nes, Slipknot, Suffocation, cara tem uma lis-ta enorme. Eu sou inspirado por músicas que você pode ouvir para sempre. Eu amo rock/metal clássico, você não pode negar Ozzy ou até mesmo The Yardbirds. Eu não sei por quê, eu sempre disse que gosto de Jimi Hendrix, porquê você pode encontrar algo em sua mú-sica que você nunca tinha encontrado antes, mesmo que você já tenha ouvido a música mi-lhões de vezes.. há sempre algo que você pos-sa encontrar. Isso me inspira.

Falando dos últimos trabalhos, o álbum ‘No Time To Bleed’ teve uma incrível e merecida repercussão. De onde surgiu a idéia de fazer vídeos promocionais até vistos como curtas-metragens divididos em capítulos para a divulgação do mes-mo?

Foi exatamente para divulgação. Para ser com-pletamente honesto, a galera do CM Europe fizeram eles e nos mostraram, nós amamos tanto que acabamos mostrando para o públi-co.

Ainda falando do mesmo álbum, como foi trabalhar com o Machine, produtor ilustre que já produziu álbuns de grandes ban-das, como Lamb Of God, Fall Out Boy, De-mon Hunter, Bloodsimple e Every Time I Die?

O cara é demais. Eu tenho excelentes lem-branças dessa experiência, se tem alguem que entende do Suicide Silence em todos os aspectos, é esse cara. Nós basicamente entre-gamos nossas almas a ele e ele é uma pessoa foda e um produtor que nos ajudou a fazer um álbum foda.

A produção do último clipe oficial da ban-da aparenta ter dado muito trabalho. Como foi o processo de criação, gravação e pós-edição? Porque ‘Wake Up’ foi a mú-sica escolhida como single?

Ela é bem arredondada e todos nós gostamos de tocar ela, por isso queríamos que ela se destacasse mais. Eu gosto do todo álbum, mas se nós pudéssemos tocar uma música do No

Time To Bleed no futuro, seria Wake Up. Ela é divertida. O video foi muito divertido de se fa-zer, nós trabalhamos com David Brodsky, que fez nosso video, Bludgeoned, nós tocamos em frente de uma tela verde e ficamos bêbados. É por isso, que se você prestar atenção, você verá que eu tenho uma maquiagem de Black Metal em um ponto e eu estou tocando um tentáculo em vez de uma guitarra, durante o solo, haha. Nós nos divertimos muito. Todos os efeitos ficaram por conta do David, ele sa-bia o que nos queriamos e ele entregou exata-mente como queriamos.

O que a faixa ‘. . .And Then She Bled’ sig-nifica?

Signifca que nós estavamos chapados pra ca-ralho e compomos uma parada de 8 minutos que acabou sendo reduzida pra 3 minutos. Nós tivemos a idéia de fazer uma ligação de emer-gência misteriosa e o que encontramos foi um macaco de estimação comendo seu amigo em frente dela. Então nós chamamos . . .And Then She Bled.

Com toda a mudança musical no mundo do metal hoje em dia, vocês se sentem pressionados em apresentar um trabalho cada vez mais brutal e agressivo ou vo-cês só se preocupam em tocar o que gos-tam?

Eu gosto de tocar coisas brutais, então, Suicide Silence sempre vai ser brutal. Mas eu também posso tocar outras coisas além disso, quem sabe o que isso quer dizer, mas eu não sinto pressão alguma.

O último lançamento do Suicide Silence foi o cd do single ‘Wake Up’, tendo três versões da música, sendo uma delas um remix feito pelo Clown do Slipknot. Como vocês se sentiram trabalhando com um ícone tão bem nomeado? Como foi esse processo?

Clown é um cara bem legal. Ele é o idealizador do Slipknot ao meus olhos, muita gente não sabe, mas ele foi o baterista original da ban-da e foi ele quem escreveu a versão original de (sic). Foi em Mayhem 2008, onde nós nos encontramos e ele simpelsmente nos amou e queria trabalhar conosco de qualquer maneira que ele pudesse e obviamente, Suicide Silence e Slipknot não foi uma coisa fácil de se unir. Então, basicamente, nós enviamos 3 faixas ‘secas’ e falamos para ele ir até a cidade. Ele fez 3 versões, nós achamos que todas 3 fica-ram excelentes, mas nós tinhamos que esco-

lher apenas uma.

Das bandas que vocês já tiveram o prazer de dividir o palco, quais delas foram as mais marcantes?

Korn foi foda. J. Davis tocou com a nossa ca-miseta e todos nós curtimos. Algumas pesoas dizem que “Korn não é pesado”, bem, essas pessoas são retardadas, porquê você precisa ver eles ao vivo. Literalmente a banda mais pe-sada imaginavelmente. Então, sim, foi Korn.

Ainda falando de shows, com quais ban-das vocês ainda gostariam de tocar? Qual dos últimos shows que vocês fizeram foi o mais intenso?

Eu quero fazer uma turnê com Deftones, nós tocamos em um festival com eles uma vez, mas eu quero ver eles toda noite em um mês, haha. Também quero fazer uma turnê com Lamb Of God, porquê eu sou um grande fã e eles são uma excelente banda de ser vista ao vivo. Cara, você poderia basicamente por no-mes das bandas mais pesadas e por em um show conosco e nós estariamos satisfeitos.

foi a sensação de tocarem de terno e mo-delito social no evento da Epiphone Re-volver Golden Gods Awards?

Foi uma droga, mas foi legal, haha. Foi real-mente muito quente e meus punhos estavam apertados, mas como a calça era bem flexível eu consegui abaixar e agitar minha cabeça, haha. Bons tempos no show.

Se vocês tivessem a oportunidade de te-rem mais um membro na banda, qual ins-trumento ele tocaria?

Teclado ou mais sintetizadores, só no caso de humor mesmo.

Agora oficialmente confirmado, vocês es-tarão se apresentando no Brasil dia três e quatro de abril. O que vocês esperam desse novo público? Estão ansiosos para essa data marcante?

Estou extremamente ansioso. Eu quero ver o Brasil e aprender sobre ele como eu apren-di quando tocamos na Europa e na Russia. É toda uma experiência de aprendizagem e nós vamos tocar para um grupo de pessoas que podem ter esperado 5 anos para ver um show do Suicide Silence, espero que ninguem se machuque, isso é tudo que eu tenho a dizer, haha.

No dia três de abril, vocês farão um show extra no Brasil. A banda que abrirá o show de vocês é o Chainsaw Disaster. Essa ban-da ano retrasado, antes até mesmo de deixar as programações, teve uma reper-cussão absurda no mundo inteiro. O que vocês acham do trabalho e da proposta dessa banda?

Eu não vou agir como se eu conhecesse a ban-da, mas eu estou ouvindo a eles agora, já que você mencionou. Eu acho que Brutal Death Metal deveria estar por todo lugar e parece que esses caras sabem muito bem o que eles estão fazendo, agora eu tenho outra razão pra estar excitado no Brasil.

O Winds Of Plague lançou seu último ál-bum e segundo full-lenght agora no final de dois mil e nove contando com a parti-cipação do Mitch Lucker na faixa ‘Classic Struggle’. Como aconteceu esse convite? O que vocês acharam do álbum ‘The Great Stone War’?

Eu acho o álbum OK. Eu sou amigos desses caras e eu realmente não tenho medo de dizer que A Cold Day in Hell é melhor, sem ofensas. Mitch é amigo de Jonny a muito tempo, desde que Winds ainda era chamado WWIII, haha.

Quais próximas novidades vocês podem já anunciar para o público?

Nós filmamos um vídeo para música Disenga-ge com o diretor Thomas Mignone, que já tra-balhou com Mudvayne, Slipknot e até fez um filme independente. Foi divertido, mas eu vou deixá-lo com uma provocação, dizendo que não é como nenhum outro vídeo que já fize-mos.

Nós da Six Seconds agradecemos imen-samente a participação de vocês e dese-jamos toda a sorte possível sempre para o Suicide Silence. Sintam-se em casa aqui na Six Seconds e saibam que vocês sem-pre poderão ficar a vontade aqui na nossa revista para dizerem o que quiserem. Um agradecimento especial a Century Media e a cada um de vocês individualmente por fortalecerem a nossa exigente cena do metal. Foi um prazer inexplicável!

Claro que sim! É impressionante ser envolvido nisso e eu mal posso esperar até chegar a seu país! CLOWN

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No dia três de abril, vocês farão um show extra no Brasil. A banda que abrirá o show de vocês é o Chainsaw Disaster. Essa ban-da ano retrasado, antes até mesmo de deixar as programações, teve uma reper-cussão absurda no mundo inteiro. O que vocês acham do trabalho e da proposta dessa banda?

Eu não vou agir como se eu conhecesse a ban-da, mas eu estou ouvindo a eles agora, já que você mencionou. Eu acho que Brutal Death Metal deveria estar por todo lugar e parece que esses caras sabem muito bem o que eles estão fazendo, agora eu tenho outra razão pra estar excitado no Brasil.

O Winds Of Plague lançou seu último ál-bum e segundo full-lenght agora no final de dois mil e nove contando com a parti-cipação do Mitch Lucker na faixa ‘Classic Struggle’. Como aconteceu esse convite? O que vocês acharam do álbum ‘The Great Stone War’?

Eu acho o álbum OK. Eu sou amigos desses caras e eu realmente não tenho medo de dizer que A Cold Day in Hell é melhor, sem ofensas. Mitch é amigo de Jonny a muito tempo, desde que Winds ainda era chamado WWIII, haha.

Quais próximas novidades vocês podem já anunciar para o público?

Nós filmamos um vídeo para música Disenga-ge com o diretor Thomas Mignone, que já tra-balhou com Mudvayne, Slipknot e até fez um filme independente. Foi divertido, mas eu vou deixá-lo com uma provocação, dizendo que não é como nenhum outro vídeo que já fize-mos.

Nós da Six Seconds agradecemos imen-samente a participação de vocês e dese-jamos toda a sorte possível sempre para o Suicide Silence. Sintam-se em casa aqui na Six Seconds e saibam que vocês sem-pre poderão ficar a vontade aqui na nossa revista para dizerem o que quiserem. Um agradecimento especial a Century Media e a cada um de vocês individualmente por fortalecerem a nossa exigente cena do metal. Foi um prazer inexplicável!

Claro que sim! É impressionante ser envolvido nisso e eu mal posso esperar até chegar a seu país! CLOWN

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Mais uma vez o Inferno Club é palco de um ilustre show, provando cada vez mais que nem chuva e nem feriado religioso é capaz de acabar com a noi-te dos fãs de metal. No dia três de abril de dois mil e dez o Brasil recebeu pela primeira vez uma das bandas mais extremas da atualidade: Suicide Silen-ce. Até eu devo admitir que estava com o coração na boca de tamanha ansiedade.

Depois de eu e a Anayara termos inúmeros empe-cilhos para entrar na casa, conseguimos a orgulho-sa colaboração da Liberation Music Company, que nos favoreceu com um tratamento desigual e muita compreensão ao nosso profissionalismo. Pouco an-tes de colocarmos o pé para dentro do próprio In-ferno Club, nos deparamos com o Dan, Chris, Alex e Mark. O mais marcante sem dúvidas foi poder se apresentar para o Mark Heylmun como revista Six Seconds e ele se lembrar de nós pelo nosso traba-lho. Além de termos uma ótima e objetiva conversa com alguns membros do Suicide Silence, pudemos presenciar as travessuras da banda antes de in-gressar diretamente para a apresentação. Dan es-tava vestindo uma camiseta do Suffocation que não podemos deixar de comentar. Em troca, ganhamos um “Hell yeah!” de boca cheia. Antes de voltarem a entrar na van à caminho de uma breve alimen-tação antes do show no hotel, Mark Heylmun se despediu tropeçando nas correntes da entrada do Inferno, nos proporcionando boas risadas. Em um momento como esse tivemos a certeza que sim, os americanos talvez sejam até mais bobos que nós, brasileiros, pois as brincadeiras com certeza foram levadas da forma mais sadia possível.

Fomos muito bem recebidos pelo Inferno Club mais uma vez, cumprimentado conhecidos e queridos amigos. Entre eles, ao menos esperar, nos depara-mos com o Binho e com o Renato da banda Richard Ramirez de Limeira. Em seqüência, o encontro tão desejado por anos procede: Chainsaw Disaster, cara a cara. Particularmente, sou fã da banda há tanto tempo que nem me lembro em que ano a banda começou. Finalmente, presenciei o carinho do meu grande amigo Drew pessoalmente e pude ser pres-tigiado com o maior e mais sincero abraço de todos

do grupo. Além de um tratamento único, proporcio-naram a maior tensão já vista de bandas que provém de outros estados, afinal, eles foram escolhidos para abrir para o Suicide Silence!

Depois de um determinado mediano tempo aguardan-do o início oficial do evento, Chainsaw Disaster sobe no palco deixando boa parte das pessoas residentes do local em clara agonia e surpresa. Fizeram imedia-tamente juz ao esperado brutal, iniciando o show ao som de um sampler de uma serra elétrica. Após o pró-prio Leatherface ficar constragido, o Chainsaw deixou claro que não havia mais espaço para som de criança. Berros e porcos morrendo sob a trilha sonora de uma bateria que poderia ser ouvida em sua cidade natal, a banda tocou seus maiores clássicos, incluindo até Mosh Or Die e Death Kiss. Os fãs de Suicide Silence que não conheciam Chainsaw Disaster evidentemente não ficaram decepcionados com o resultado exposto, isso eu posso garantir. Show finalizado. Conclusão? This is your death, your death! Death sentence. Por mais que estávamos em São Paulo e não no Iraque, fomos muito bem-vindos ao inferno, literalmente e metaforicamente.

Alguns minutos foram o suficiente para ansiar todo o público que aguardava um suspiro de todo aquele silêncio suicida. A resposta? Um setlist colado por um roadie em um dos retornos. O desejo estava já toman-do conta quando as melhores músicas foram apresen-tadas naquele pedaço de papel que apenas continha vinte e um centímetros por quase trinta. A hora esta-va próxima? Não sei, mais precisei recorrer a alguém de confiança para poder fotografar para mim aquelas extraídas fibras de celulose. Ao menos esperar, todos foram acordados com a certeza de que o show não só seria introduzido com Wake Up, como já estava sen-do.

Ao momento que o Suicide Silence subiu no palco e tomou conta de seus devidos instrumentos, a casa foi dominada por inúmeros movimentos indefinidos de longe. Várias formiguinhas eram vistas do andar de cima da casa em uma turbulência tão absurda, que nem mesmo a banda pode se conter de surpresa. Após todos estarem bem acordados, perceberam que tudo aquilo realmente não era uma alucinação. A segunda música foi a primeira a vazar na internet antes do lan-çamento oficial de No Time To Bleed: Lifted. A tercei-ra, era a que eu imaginei morrer sem ver ao vivo e, ao mesmo tempo, a que eu mais sonhava em presenciar com os meus próprios olhos. Sim, sim, acreditem, foi Smoke. Sendo uma das trilhas sonoras de um dos ví-

deos do material viral usado para divulgar o novo álbum, ela criou uma importância especial. Além de ter sido um dos mais altos pontos do show, derru-bou todas as paredes do Inferno com o breakdown do encerramento da música. Burn it down? Burn it down? In a plume of smoke! Em seqüência, Mitch Lucker provou que não é só um rostinho bonitinho e um corpo colorido com Unanswered. Mais do que não respondido, foi Bludgeoned To Death que foi mais humilhante que no próprio clipe oficial. Was-ted, The Price Of Beauty e até Disengage foram to-cadas. O mais engraçado foi ver que a banda ainda realmente valoriza os antigos samples usados no início das músicas. O mais hilário momento foi na própria Bludgeoned To Death, que trouxe consigo na abertura a fala de Peter Griffin: “Tom Hanks, that’s it. Aw, funny guy, Tom Hanks. Everything he says is a stitch.” Para o final do show, foram guar-dadas faixas muito especiais para a banda: No Time To Bleed e No Pity For A Coward! Impressionante-mente monstruoso, eu definiria, já que me faltam adjetivos. “Oh yeah!” resume a sensação de ver eles definitivamente apertando o gatilho. Infelizmente, não pudemos ouvir o clássico “Alright, now I want you boys to scream real loud at my ass!” antes de Destruction Of A Statue, porém, deixando de lado o fanatismo por Family Guy, vimos o Suicide Silence saindo do palco e voltando depois de já terem se despedido para tocar Engine No. 9, do Deftones. Mostraram o quanto são fãs da banda que já foi suporte para inúmeras bandas tão grandes quanto Suicide.

Depois de ter perdido um alargador sem ter tem-po de tirar da orelha, depois de ter me perdido da minha esposa pelo tamanho tumulto, depois da Anayara ter sido massacrada pelos gigantes mal-educados, depois de termos levado inúmeros he-matomas para casa, depois ainda de mais inúme-ros fatos marcantes e engraçados, consegui uma palheta aos gritos do Dan Kenny e um pedaço do cinto do Mitch Lucker. Além disso, ganhei grandes momentos que serão eternizados na minha mente. Até agora, o melhor show da minha vida foi marca-do por esse dia, por essa banda. Sem necessidade e capacidade alguma de comparecer no show do dia seguinte que completaria a dobradinha de shows do Suicide Silence em São Paulo, digo nitidamente que poucos sabem o potencial e conteúdo que essa banda realmente tem.

Enfim, pull the trigger bitch! CLOWN

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Após lançar o seu quarto álbum, Deflorate, os Black Dahlia Murders saem mais uma vez em turnê pelo mundo para divulgar esse novo e glorioso trabalho.. pelo caminho, nós da Six Seconds trocamos uma idéia com o vocalista Trevor Strnad, que nos responde

algumas perguntas. Confira!

Por aí, está rolando um boato que TBDM é Death Metal, Melodic Death, Metalcore, Emo (nunca pensei, mas é verdade) e outras. Como você descreveria o som de vocês da melhor forma possível?

Eu sempre disse que nós somos Melodic Death. Nós somos mais influênciados por bandas suecas e Car-cass, Morbid Angel, Malevolent Creation e coisas do tipo. Nós somos rotulados mais pela nossa apa-rência do que pelo nosso som, o que é uma merda e as pessoas ainda se acham gênios lá fora.

Muita gente julga a música das bandas pela sua aparência, o que vocês acham disso?

Nós estamos de saco cheio disso, especialmente porquê eu já li na internet exatamente isso sobre nós, mas, se isso não nos impede de dividir tur-nê com Cannibal Corpse, então, tá ótimo. A inter-net também tem muitos pontos positivos para nós, tanto que muita coisa que sai das nossas bocas são achadas por aí.

Eu notei que você veste bastante as camise-tas de bandas que te influenciaram, mas ain-da assim, quais foram as influências no último álbum, tanto musicalmente quanto liricamen-te?

A influências mais recentes são Capharnaum e Ne-crophagist, dá pra você notar um pouco deles no

álbum. Nós também deixamos a influência sobre Carcass aparecer bastante. Liricamente, as influ-ências são bem variadas. Eu queria mostrar todo sentimento que nós da banda temos. Nós nunca esperamos estar onde estamos e sair fazendo tur-nê pelo o mundo. Tudo isso é emocionante para cada um de nós. Algumas das nossas músicas fa-lam sobre pontos positivos e negativos das nossas turnês.. nós também temos músicas mais pessoais, considerando que “Unhallowed” era estritamente ficcional. “Flies” é sobre um caso de amor fracas-sado com bulímicos em recuperação.

A cada álbum que vocês lançam, vocês pare-cem subir mais um degrau..

É bem legal, mas não é meu objetivo. Eu só que-ro ter nossos fãs que nos apoiam. É incrível ver como as coisas crescem junto com a banda. Isso nos anima e nos da força para se esforçar cada vez mais. No novo álbum, nós tivemos muita pressão, já que “Nocturnal” foi definitivamente um álbum muito marcante para nós.. e trabalhar sob essa pressão foi interessante, sabe? É como aparecer na televisão.

Vocês já fizeram turnê com muitas bandas, mas qual foi a melhor banda até que vocês dividiram turnê?

Nós sempre nos divertimos quando estamos em turnê. Muitas bandas são muito legais. Outras são

bem retardadas, geralmente as bandas mais no-vas são super gente boas e compreensivas. É di-fícil responder sua pergunta. Para mim, o melhor é tocar com uma banda que você é extremamente fã, como Necrophobic, no caso. Eu nem imaginei, em ver eles tocarem. E lá nos estavamos tocando com eles, todos os dias! Tem um monte de banda que toda vez que eu toco com eles ou apenas só converso, eu fico pasmo.. nós também já tocamos com Suffocation, Napalm Death, Cannibal Corpse várias vezes. Hoje em dia nós tocamos com todas essas bandas, que nós costumavamos ouvir. É de-mais.

Sua música lida muito com a decadência e ateísmo. É importante para você que as pes-soas compreendam os temas por trás de suas músicas da mesma maneira que você?

Sim e não. Quando uma música tem um desper-tar emocional para mim ou se estou expressando meu ponto de vista pessoal sobre a humanidade, ou algo parecido, como Necropolis, por exemplo.. as pessoas entendem a música. Tem muitas letras que são relacionadas a fantasias também, no final do dia eu apenas quero e espero que as pessoas se envolvam com a música. Eu gosto de escrever, é muito divertido ser criativo e eu estou ansioso para escrever sobre coisas que eu gosto. Eu fico muito feliz, quando alguem abre o encarte do CD e dá uma olhada.

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Agora, mudando o foco um pouco, eu gostaria de lhe perguntar algo sobre o álbum “Mias-ma”. Ele parece ter os melhores elementos que “Unhallowed”, um pouco mais refinado, tendo assim sua musicalidade em vários de-talhes.. você acha que isso é uma forma de progresso?

Esse é o jeito que eu vejo o “Miasma” e parece uma progressão natural para mim. Nós não nos impor-tamos muito com o produto final do “Unhallowed”, ele é um álbum muito mal feito. Eu ainda gosto das músicas, mas estamos em outra agora. Anti-gamente, nós não tinhamos toda essa experiência de turnê, como temos agora. Além disso, a sessão rítmica que tivemos nesse álbum, não é tão boa, quanto a que tivemos agora.

“Miasma” parece ter tido um número incrível de vendas, especialmente nos EUA.

Nós sabiamos que tinhamos algo especial nas nos-sas mãos. Nós podiamos sentir que era algo mui-to melhor que “Unhallowed”, e o álbum saiu na hora certa, era exatamente no tempo do Ozzfest, o que foi uma grande oportunidade para nós. Estava tudo perfeito. Nós estamos orgulhosos do “Mias-ma”, mas eu acho que “Deflorate” é sem dúvida melhor.

Por quê você acha que The Black Dahlia Mur-der é mais vista do que outras bandas de De-ath Metal?

Eu diria que é pela nossa idade, essa nova geração, quer se relacionar com uma banda e a aparência meio que influência nisso. Se uma criança tiver um alargador enorme e várias tatuagens, pode ocorrer de alguem dizer: “nossa, esse cara é demais!” e dessa forma as pessoas se relacionam com uma banda. Eu acho que o visual tem muito a ver de como as pessoas (geralmente as mais novas) “es-colhem” sua banda e é por isso que eu acho, que o fato de nós nos vestirmos como sempre vestimos, encoraja as pessoas a gostarem das nossas músi-cas. Você não precisa contratar um designer e por jaquetas e se vestir como se fosse um mensageiro das trevas, nossa mentalidade em um show é como uma banda de punk rock: você trabalha a semana toda e o fim de semana você quer fazer seu show, então por quê se importar do que as pessoas vão

achar do seu visual? Não é hora de se preocupar com esse tipo de coisa. Quem se importa com isso? Isso não é um concurso de moda. Quem se importa se aquele outro está batendo a cabeça feito um do-ente? Apenas relaxe e se divirta.

Qual foi a pior das experiências que vocês fize-ram com o público? Vocês já tocaram alguma vez para pessoas que simplesmente não que-riam ouvir?

Claro, especialmente no começo. Nós estavamos começando a ter fãs.. até hoje, nós somos rejeita-dos em alguns lugares. Uma vez, em um festival na Italia, nós tocamos 11 horas da manhã, é bem dificil de satisfazer o público nesse horario, mas nós da-mos nosso melhor. Já faz muito tempo desde que eu queria me matar no palco. Todos shows são diferen-tes, alguns você para e pensa “nossa, eu queria que esses caras se divertissem um pouco.”. Nós saimos muito para turnê, já vimos todo tipo de coisa.

Como você descreveria o novo álbum?

Eu acho que é a coisa mais madura que já fizemos. Sempre que nós voltamos ao estúdio e gravamos um álbum, nos evoluimos, como pessoas e como músicos.

O desempenho de Ryan Knight é incriível no Deflorate..

Sim.. ele se enturmou muito rápido. Foi tudo muito fácil. Eu acho que nos meio que merecemos isso, porquê nos tivemos algumas mudanças na forma-ção que foi realmente dificil. Nós sabiamos que John iria sair, então nós começamos a procurar. Nós não queriamos que o público soubesse que nos per-demos um membro e que estavamos procurando alguem, simplesmente pelo motivo de alguns fãs ficarem meio chateados com a formação “quebra-da”, então nós tivemos que pensar muito sobre esse assunto. Encontrar Ryan foi realmente muito bom, foi natural, ele apareceu com material, ele queria compor, ele queria adicionar algo a mais para a ban-da, ele faz entrevistas, ele é uma pessoa positiva. John estava só ali. Nós fizemos várias desculpas para ele, porquê ele era um velho amigo da banda e tudo mais.. mas agora nós queremos seguir em frente. Eu acho que Ryan realmente mereceu entrar na banda. GLAUBER DIAS

Uma das queixas que ouvi do The Black Dahlia Murder é que todos os seus álbuns são iguais. Isso é um ponto válido para John Kampainen que parecia se restrigir a fazer alguns exercícios harmônicos. Com o anún-cio da saída de Kempainen e sua substitui-ção posterior com Ryan Knight (Arsis) no início deste ano, levantou esperanças dos fãs e críticos que o quarto lançamento da banda ‘Deflorate’ iria dar um novo rumo a banda. Estranhamente, parece que a en-trada de Knight realmente mudou o jeito da banda conduzir seu trabalho e se focar na maioria das faixas do álbum. A banda ainda conta com o guitarrista Brian Esch-bach, que da continuidade a brutalidade natural da banda. A única area que a gui-tarra fornece uma variância e identidade é quando se trata do novo membro Ryan Knight. Com uma misura de vários tipos de escala e ainda usando um pouco do esti-lo de Kempainen, Knight fornece um pon-to interessante para o álbum. As letras do vocalista Trevor Strnad sempre foram um ponto forte na música da banda e ele não decepcionou neste álbum. Em todo o ca-minho do álbum o estilo poético de Trevor abrange um vasto leque de temas que vão desde da deformidade mórbida até as cida-des dos mortos. O vocalista também decla-rou que para este álbum, houve um toque mais satânico nas letras e essa abordagem tem proporcionado algumas letras interes-santes e divertidas que funciona para criar um tom maligno para a música da banda. IAN K. MENEZES

9The Black Dahlia MurderDeflorateMetal Blade Records

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8Demon HunterThe World Is A ThornSolid State

Demon Hunter parece ter feito um gran-de progresso. Seu último trabalho ‘Storm The Gates of Hell” foi um álbum medio-cre que parecia ter mais B-Sides do ál-bum The Triptych. Foi um álbum com medidas desesperadas e mostrou que a banda precisava avançar com seu som. Ryan Clark continuou provando que seu vocal limpo era fantástico, mas ainda as-sim a banda ainda estava consideravel-mente fraca. A habilidade de Clark tem uma certa capacidade de fazer com que as músicas soem mais fortes, no entanto seu vocal também teve o efeito oposto, meio que arruinando algumas músicas.. Agora, que a banda concluiu o novo ál-bum (na qual a artwork não se diferencia muito das outras), Demon Hunter parece ter feito um esforço considerável para fa-zer algumas alterações no seu som, al-

gumas boas.. outras nem tanto. Eles pa-recem ter descoberto um novo amor por teclados, como por exemplo na terceira faixa “Collapsing”, na qual tem a partici-pação de Björn “Speed” Strid do Soilwork. A única coisinha sobre teclados, é que ele foi usado muito mais do que deveria.. ele começa a se tornar uma distração, difi-cultando até em certas partes das músi-cas. Isso se torna um problema, pelo fato de acabar dominando os vocais e outros instrumentos. Violinos também aparecem no novo álbum, mais especificamente na quinta faixa “Driving Nails”. A mudança mais irritante, de longe, é a insistência de Ryan falar trechos, o que lembra bastante Randy Blythe do Lamb Of God, uma coisa completamente desnecessária. Tudo do Demon Hunter depende da performance de Ryan Clark, não há dúvida disso.. ele

tem feita uma grande melhoria no seu vo-cal. Seus vocais limpos estão mais fortes do que nunca e ele tem feito um esforço considerável para adicionar outros efeitos nos berros. Seu melhor desempenho é de longe na quarta faixa “This Is The Line”. Os vocalistas convidados fazem um ótimo trabalho, como já falado antes.. Christian Älvestam, o ex-vocalista da Scar Sym-metry, aparece em “Just Breathe”, com isso só que prova que Scar Symmetry co-meteu um grande erro em deixar ele sair da banda.. e finalmente, Dave Peters do Throwdown aparece na décima faixa “Feel As Though You Could”.. Algumas mudan-ças foram boas, outras nem tanto.. mas ‘The World Is A Thorn’ é sem dúvida um progresso na carreira do Demon Hunter. IAN K. MENEZES

5Isles & GlaciersThe Hearts of Lonely People (EP)Equal Vision

Em 2008, os fãs de Post-Hardcore ficaram um pouco surpresos quan-do a formação de Isles & Glaciers foi anunciada, notavelmente porquê a banda seria liderada por Craig Owens e Johnny Craig. Esses caras juntos com alguns membros importantes do Pierce The Veil e outros se juntaram e formaram a banda e eles tinham talento para produzir um EP notá-vel e assim a campanha começou a se formar. Após muita antecipação e atraso, o seu primeiro EP ‘The Hearts Of Lonely People’ foi finalmente lan-çado, mas será que esse super gru-po de Post-Hardcore faz jus ao seu potencial? É compreensível que todo o hype desse grupo pode ser focado diretamente nos vocais, já que Craig e Johnny são um dos, senão os me-lhores vocalistas do gênero. Mas, en-quanto os vocais são absolutamente um destaque e sem dúvida a melhor coisa sobre essas músicas, a queda deste EP está sobre os ombros da música: fora dos vocais, ‘Hearts Of The Lonely People’ em grande par-te não tem nenhum ponto, simples-mente porque as músicas do EP tem um banco de trás e raramente faz qualquer tentativa de ser interessan-te. ‘Hills Like White Elephants’ mos-tra de forma brilhante a falha fatal da banda, como a faixa só tem o vo-cal para estabiliza-la o resto dela é apenas uma mistura entre guitarras e baterias eletrônicas. Bons vocais pode ser um grande impulso para a banda, mas absolutamente não é possível salvar a música. Mas não vamos nos precipitar, por mais exce-lente que o vocais desses dois caras sejam, isso não quer dizer que eles são absolutamente impecaveis. O re-frão em ‘Clush’ pelos 1:15 da faixa, faz-me lembrar o refrão de ‘Tattoo’ cantado por Jordin Sparks, o que da a música uma sensação realmente amadora. Tanto ‘Empty Sighs and

9The Black Dahlia MurderDeflorateMetal Blade Records

Uma das queixas que ouvi do The Black Dahlia Murder é que todos os seus álbuns são iguais. Isso é um ponto válido para John Kampainen que parecia se restrigir a fazer al-guns exercícios harmônicos. Com o anúncio da saída de Kempainen e sua substituição posterior com Ryan Knight (Arsis) no início deste ano, le-vantou esperanças dos fãs e críticos que o quarto lançamento da banda ‘Deflorate’ iria dar um novo rumo a banda. Estranhamente, parece que a entrada de Knight realmente mudou o jeito da banda conduzir seu traba-lho e se focar na maioria das faixas do álbum. A banda ainda conta com o guitarrista Brian Eschbach, que da continuidade a brutalidade natural da banda. A única area que a guitarra fornece uma variância e identidade é quando se trata do novo membro Ryan Knight. Com uma misura de vá-rios tipos de escala e ainda usando um pouco do estilo de Kempainen, Knight fornece um ponto interes-sante para o álbum. As letras do vo-calista Trevor Strnad sempre foram um ponto forte na música da banda e ele não decepcionou neste álbum. Em todo o caminho do álbum o estilo poético de Trevor abrange um vas-to leque de temas que vão desde da deformidade mórbida até as cidades dos mortos. O vocalista também de-

Wine’ quanto ‘Viola Lion’ tem refrões acima da média. ‘Cemetery Weather’ é a única vez que os vocais começam a brilhar no EP. A música em si, po-rém, perde ímpeto nos últimos três minutos, quando os vocais mudam a favor dos arranjos eletrônicos. A coi-sa mais chata nesse EP, não é a mú-sica chata, e sim a existência da ba-teria eletrônica. No final das contas, esse EP apenas mostra o talento dos dois vocalistas, que apesar de terem algumas falhas, cantam bem.. IAN K. ME-NEZES

clarou que para este álbum, houve um toque mais satânico nas letras e essa abordagem tem proporcionado algumas letras interessantes e diver-tidas que funciona para criar um tom maligno para a música da banda. IAN K. MENEZES

10She & HimVolume TwoMerge/Double Six Records

Descreva o disco novo do She & Him em poucas palavras: Coisa lin-da! Perfeição sonora. Coloque em volu-me alto e querendo ou não você vai viajar pra um mundo tranquilo, insti-gante e colorido. Não tem como ouvir e imaginar um cenáro sem cores. Es-tamos apenas em março e eu tenho certeza que esse CD vai desbancar a maioria dos outros que foram e ainda estão pra ser lançados esse ano. Eu não esperava nada menos desse dis-co do que uma coisa extremamente boa. E é isso que ele é. Diferenças bem sutis separam o Volume One do Volume Two. A maior delas é que o segundo é mais animado. She & Him é tão bom que é provavelmente unâ-nime, ninguém falaria mal das músi-cas deles. Essa qualidade os fez co-nhecidos, aí todo mundo começou a falar deles e como não há nada de ruim pra dizer, há muita puxação de saco. Muito mais do que nesse tex-to, acredite se quiser. Depois de um tempo isso começa a ficar irritante e ter efeitos colaterais. Talvez por exemplo, a propaganda do filme 500 Dias com ela. Se ele tivesse sido fei-to antes do She & Him existir eu não teria visto tanta gente falando dele. Não quero de jeito nenhum desmere-cer o filme, ele é ótimo, mas não im-porta o quão bom seja, esse tipo de filme não fica famoso, infelizmente. O fato da Zooey Deschanel ter feito Sim Senhor ajudou pra fama de 500 Dias..., mas me diz aí que se fosse só isso a comunidade indie (e outros “alternativos”) teria tão abertamente caído de amores por ele. Sei... Bom, prepare-se! Muita gente conheceu

eles muito tempo depois que o pri-meiro CD já tinha sido lançado, en-tão quando o Volume Two for lançado oficialmente vai ter uma avalanche de puxa saquismo. LIVIA RAMIRES

6LifehouseSmoke & MirrorsGeffen Records

Sinais do fim do mundo: o CD novo do Lifehouse é uma decepção. Eu es-tava curiosa pra ouvir ele e quando o dia chegou, passa a primeira fai-xa, a segunda, a terceira... Será que vai ser tudo assim? Tá batidão mó... comercial. Em pouco mais da meta-de do disco eu achei que até ali tava sem graça. No final das contas a úni-ca música inteira que eu gostei foi a última, “In Your Skin”. Até a versão de Everything ao vivo no estúdio fi-cou sem graça. Depois disso a minha reação foi a única imaginável: “Mas como assim?! O Lifehouse? Como pode? Sempre foi tão bom.” Tá certo que houveram mudanças de um CD pra outro, mas mesmo assim eu achei que esse dia nunca chegaria... o dia em que eu não gostaria de um disco do Lifehouse. Eu até meio que perdi o rumo na hora que me dei conta. Era quase como dizer que o Counting Crows tinha pisado na bola. Há há! Brincadeirinha ein. Isso aí não acon-tece nem em 2012! Como eu disse houveram várias mudanças de um CD pra outro, os dois primeiros CDs “No Name Face” e “Stanley Climbfall” são rock alternativo, os outros dois, “Lifehouse” e “Who We Are” puxam pra uma baladinha, mas ainda tem a mesma essência que o Lifehouse sempre teve. Até agora. Obviamente eu adoro os dois primeiros, “No Name Face” é um dos melhores CDs que eu já ouvi e um dos que eu mais ouvi também. Não existia Lastfm na épo-ca, mas eu tenho certeza que ouvi ele mais de 365 vezes. Ouvi pelo me-nos uma vez por dia em 2002. Mas o primeiro CD não conta, como já dis-seram antes: o primeiro disco você tem a vida toda pra fazer. Só resta

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torcer pra que “Smoke & Mirrors” seja como um “One by One” do Foo Fighters, meio pisada de bola, mas voltaram melhores do que nunca de-pois. LIVIA RAMIRES

8Portugal. The ManAmerican GhettoEqual Vision Records

Em outubro de 2009, dois meses de-pois do álbum do quarto álbum do Portugal. The Man, The Satanic Sa-tanist ser lançado, a banda anunciou que o novo álbum já estava sendo feito. Como muitos, eu estava an-sioso para saber o que sairia desse misterioso novo álbum.. seria uma coleção de b-sides? seria um som apressado? será que a banda perdeu a cabeça? Felizmente, para o bem da comunidade musical, nenhum dos meus presentimentos se tornaram realidades. O que foi lançado foi um dos maiores albuns que a banda já lançou. Na verdade, se PTM não ti-vesse lançado um álbum em 2010, teria sido uma surpresa ainda maior.. Desde do lançamento “Waiter: You Vultures” em 2006, a banda tem lan-çado um álbum por ano, na maioria das vezes um EP entre os lançamen-tos. Muitos elementos encontrados no American Ghetto pode ser achado nos álbuns anteriores: as batidas ele-trônicas de It’s Complicated Being A Wizard, os riffs de guitarra de Chur-ch Mouth, a estranheza e a alma de The Satanic Satanist e os estilo dos vocais compostados em Waiter: You Vultures; no entanto American Ghet-to é um monstro único. A maior coi-sa que PTM tirou da sua experiência até agora é a sua nova capacidade encontrada para a construção de um álbum cheio de canções consisten-tes. Até o lançamento de The Sa-tanic Satanist a banda tinha lutado com longos álbuns, atormentados por canções que não faziam par; isso foi até o lançamento de The Satanic Satanist, que achou um lugar perfei-to para 35 minutos de música, divido em 11 canções. Em vez de tentar em-balar tantas idéias em uma canção, PTM retira a gordura e manteve os doces para o palco, fazendo canções facilmente digerível e álbuns com zero enchimento. American Ghetto é um álbum que ninguem poderia es-perar da banda. A banda assume um novo som e maneja-lo com maestria tal como haviam feito no passado. IAN K. MENEZES

9FightstarBe Human: Deluxe Edition (re-release)Search and Destroy

Misturando conjuntos seqüênciais de rebitagem e tendo uma ênfase no pop, o terceiro álbum ‘Be Human’, marcou uma nova progressão para Fightstar. Esse álbum foi considera-do por muitos críticos e fans, o me-lhor da banda, elevando-se do gran-de aplaudido ‘Grand Unification’ e do estilisticamente diversificado ‘One Day Son, This Will All Be Yours. Ao contrário de muitas bandas que dis-pararam para o senso de urgência musical e tons mais épicos no pas-sado, ‘Be Human’ mostra o grande sucesso e esforço reconhecidamente pretensioso que a banda alcançou. No final do ano passado, foi anuncia-do que, ‘Be Human’ seria relançado como uma edição deluxe, contendo a mesma tracklist com quatro novas faixas (cinco se você incluir a a faixa de Jordin Sparks ,’Battlefield) e mais uma hora em DVD com a banda to-cando acústico no Teatro Picturedo-me. Estranhamente, a força principal da edição deluxe é completamente renovada. Iniciando o álbum “War Machine” é a introdução ideal para mostrar a ambição criativa de Fights-tar para essa edição. Iniciando com arpejos elétricos, a música constrói e aumenta em uma experiência or-questral, com o vocal fenomenal de Charlie Simpson. É indiscutivelmen-te a melhor coisa que a banda fez até hoje, um trabalho excepcional da nova direção da banda, diretamente para os ouvintes. “Follow Me Into Da-rkness” fecha o álbum com firmeza - sem dúvida uma escolha inteligen-te para deixá-lo onde já estava no álbum. Outro ponto forte a ser en-contrado em relação a nova tracklist, é que parece ser uma distribuição igualitária entre números mais pop e mais agressivos entre todo o álbum. Ano passado, o álbum teve suces-so como “The English Way, “Never Change” e indiscutivelmente “Mer-cury Summer”, colocadas no topo da tracklist, enquanto as faixas mais agressivas do álbum foram posta na segunda parte do álbum - “Chemical Blod”, “Colours Bleed To Red” e “Da-mocles”. A edição deluxe supera a consistência, bem como a diversida-de. É um relançamento que melho-ra um excelente álbum, com certeza um sucesso. IAN K. MENEZES

10The Breathing ProcessOdyssey (un)dead Siege of Amida Records

A nova década está amanhecendo, e a cena deathcore chegou a uma bifurcação na estrada. Uma estrada é uma encosta coberta de cascalho, que não só é fácil de deslizar, mas ao mesmo tempo impossível de retorno. O outro caminho, é um caminho in-timidativo. Íngreme, gradagem, esta escalada quase vertical representa uma rota extremamente difícil, que é quase risível em sua extremidade. Esta rota marca o lento e doloroso ato de re-inventar Deathcore, e forjar-lo em uma e mais experimental versão do Death Metal. O mais fácil dos dois

caminhos que permitem a muitos dos líderes do gênero para continuar fa-zendo o que eles fazem melhor, mas aos poucos sufocar qualquer tentati-va de inovação no gênero. The Bre-athing Process marca uma nova ge-ração de Deathcore. Esses músicos fazem os seus primeiros passos em direção ao segundo destes dois ca-minhos, e estão, na verdade diante de uma tarefa assustadora. Estag-nação e todos juntos inexpressivo, a mistura de Death Metal e Hardcore ainda tem que ser feito direita, com consistência suficiente. Odyssey (Un)dead luta pelo título da banda a de-finir o gênero. Será que eles “con-sertam” o gênero? Ou este é apenas um estratagema para angariar ven-das extras? Bem, essa pergunta não pode ser respondida com um sim ou um não. Odyssey (Un)dead tem um objetivo ambisioso. Durante uma re-cente entrevista, eles revelaram que, com este álbum que a banda queria “se concentrar em torno da compo-sição dos ambientes: “Se o ouvinte estivesse neste lugar, como seria?”. Com um foco claro em mente um comprimento total por trás deles, a banda entrou no estúdio. O resulta-do de que o planejamento é um ál-bum com uma vibração consistente, os valores de produção estelar, e um exame completo interessantes so-bre temas metal atmosférico. Não se iludam, The Breathing Process fez um progresso incrível de seu primei-ro lançamento. Abandonando o som indeciso, o estilo vocal parágrafo, e os estúpidos chug-ing, que foi ine-gavelmente predominante em toda “In Waking; Divinity”, este segundo trabalho apresenta um requinte de-licioso do que a banda vinha tentan-do soar como anteriormente. O mais notável neste álbum são os teclados e a combinação masculina e femini-na nos vocais. A banda progrediu e produziu um excelente álbum. IAN K. ME-NEZES

6The Atlas MothA Glorified Piece Of Blue-SkyCandlelight Records

Ao longo das marés do sludge, doom e post-metal, os americanos do The Atlas Moth estão em um processo lento e pesado quando o assunto é música. O seu primeiro álbum ‘A Glo-rified Piece of Blue Sky’ vem mes-clando o sludge com stoner metal. O som da banda ressoa com sons se-melhantes aos gostos de Unearthly Trance Minsk, Isis, Mastodon e Bos-sk, ainda, nunca irão soar exatamen-te com um deles. Tudo bem que você poderia dizer que a nescessidade de criar um som agradável é tão gran-de quanto a de fazer um álbum di-ferente de seus contemporâneos.. A faixa de abertura, ‘A Night In Venus’ Arms...’ deve ser suficiente para se decidir se o álbum vale a pena ou-vir para a maioria das pessoas. Pesa-do, monótono, sons misturados com riffs, vocais misturado, a sensação

claustrofóbica não levaria a ninguem a escolher este álbum como esco-lha musical em um sentido feliz. Não que isso seja uma coisa ruim; a ban-da está ciente de construir canções, deixando-as ferver antes de chegar a um climax de fusão da mente e pu-reza do metal, por vezes, esta fór-mula funciona bem. Os vocais limpos de “Extraordinary Claims Require Ex-traordinary Evidence”, por exemplo, o trabalho dando um tratamento de profundidade muito maior do que em uma música com gutural. O peso do tom e da produção, só virá de for-ma intermitente, um dos maiores in-covinientes do álbum. Mais elemen-tos são influenciados por Mastodon na canção “One Among The Wheat Fields”. O álbum fecha com “...Lea-ds To A Lifetime On Mercury”, a can-ção mais longa, com 10 minutos, em comparação ao resto que tem em média 5-6 minutos. Ela abre com um trabalho de guitarra excelente e sen-sual e com muitos minutos em que a eliminação é gradual nas cabeças, mais umas vez, trabalhos de vocais limpos são vistos, que contrastam fortemente contra os gritos, muitas vezes acontecendo simultaneamen-te. IAN K. MENEZES

9AvantasiaThe Wicked SymphonyNuclear Blast

Como todos nós sabemos, muitas pessoas odeiam Power Metal. Pra ser sincero, eu entendo o porquê de todo esse odio, mas eu fico bastan-te irritado quando ninguem da uma chance e julga bandas como Dragon-force e Blind Guardian; ambas, são fabulosas, por sinal. Durante a últi-ma década, muitas bandas de Power Metal abandonaram as raízes do gê-nero: as guitarras melódicas harmo-nizadas, os vocais crescentes, a adi-ção de sintetizadores revolucionou o gênero, adicionando outro elemento para a música e até mesmo trazen-do em orquestras, construindo assim um álbum genial.. ou um álbum hor-rivel. Para aqueles que não sabem, Avantasia é um projeto paralelo do vocalista do Edguy, Tobias Sammet. Agora, eu não sou lá grande fã de Edguy, mas fiquei intrigado com este projeto paralelo, porquê vi Roy Khan do Kamelot cantar uma música. Des-sa forma, eu acabei verificando a banda mais a perto. Agora falando do novo álbum, The Wicked Symphony. Bem.. o que eu posso dizer? É épico, é bombastico, muito bem produzi-do, o álbum não peca enquanto ain-da estiver tocando. Primeiro, deixe-me falar sobre a instrumentação real do álbum. Tobias conseguiu arranjar pessoas incríveis para o Avantasia e não para por aí.. ele pegou músicos de grandes bandas do nome do Po-wer Metal, como Rhapsody of Fire, Kamelot e Edguy. Ele até conseguiu algumas pessoas que tocaram com Kiss e Alice Cooper. A bateria e o bai-xo são excepcionais para um álbum

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do gênero. Faixas destaques como “Forever is a Long Time” e “Scales of Justice”, mostram as pessoas que este é realmente um álbum de me-tal. Infelizmente, a guitarra é o que peca neste registro. Há momentos em que as guitarras são capazes de dar a todos os amantes de guitarra e headbangers o que eles precisam, especialmente em “Scales of Justice”. As vezes, essas bandas só precisam baixar o tom da misturas das coisas de orquestras e as guitarras vão ga-nhar mais espaço, embora isso seja um metal orquestral. Vamos parar par pensar sobre isso, o foco não é nas guitarras, bateria ou orquestra, a magia acontece é nos vocais. Quan-do você tem um álbum com voca-listas como Tobias Sammet, Jorn Lande, Russell Allen, Michael Kiske, e Tim Owens, é bom que isso seja bom. Tobias tem se superado para obter um dos melhores vocalistas do planeta para cantar neste álbum.. e superar assim todos os outros álbuns do Avantasia. Iniciando com a faixa-titulo, são quase 10 minutos com To-bias, Allen e Lande trocando vocais para criar uma das melhores perfor-mances em vocais do Power Metal. É genial, quando eles cantam no re-frão, é uma das coisas mais épicas que eu ouvi em muito tempo. Com este lançamento, eu sinto que vai ser um ano maravilhoso para o Power Metal. IAN K. MENEZES

7TryptikonEparistera DaimonesProwling Death Records

Tryptikon é a mais nova banda de Thomas Gabriel Warrior, que foi o fun-dador de bandas legendárias como Celtic Frost e Hellhammer. Epariste-ra Daimones é certamente um álbum sombrio. A introdução ‘Goetia’ dura mais de 2 minutos, e são os 2 minu-tos mais inesquecíveis que você pro-vávelmente vá ouvir este ano. O ál-bum continua nesta tendência, com riffs de guitarra soando como se eles tivessem vindo das profundezas dos infernos, os vocais se encaixariam perfeitamente em um filme de terror, a angústia e o sofrimento é retrata-do por toda parte. Os temas líricos lidam com o pensamento interno e salvação da alma. Há definitivamen-te muita dor, sobre a forma como ele deixou Celtic Frost, o que só melho-ra o álbum ainda mais. Acredito que este era uma das coisas que Trypti-kon queria passar para os ouvintes. As músicas tem uma extensão boa, alguns podem achar as músicas mui-to longas e por isso não podem es-tar interessados, mas eu aconselho que tenham um pouco de paciência e ouçam o álbum. A realeza das faixas é uma das pequenas coisas que me chamam atenção. Acima de tudo, é um bom álbum, o álbum certamen-te, proporciona o que Warrior tinha imaginado que fosse. Tenho certeza que este ano vai ser cheia de boas surpresas. GLAUBER DIAS

8HypernovaThrough The ChaosNarnack Records

Hypernova provavelmente sabe o significado da palavra ‘caos’. Origina-dos do Irã, um pais que proibe ouvir, muito menos criar algo relacionado ao rock, o quarteto de post-punk passa-ram a maioria do seu tempo juntos, pensando em um jeito de expandir sua música. Depois do lançamentos de dois EPs no seu pais de origem em 2006 e 2008, o que por sinal, fez com que Hypernova se tornasse lider do rock no pais no tempo, a banda resolveu viajar até os Estados Unidos com o propósito de lançar o seu pri-meiro álbum intitulado, Through The Chaos. Hypernova é como Joy Divi-sion antigamente e como Interpol nos dias atuais. A banda mistura o New Wave com o Post-Punk, criando um som simples e agradável, é uma banda essencialmente agradável e não tem dificuldade de esconder isso. ‘Universal’ abre o álbum com simples guitarras e baterias, enquanto Raam segue e proporciona um refrão am-bíguo e cativante. Sutilidade não é o forte da banda, no entanto, a banda começou bem no inicio do álbum, mas caem um pouco para o lado medío-cre e previsível aos poucos. Grande parte das letras deste álbum falam sobre as lutas como uma banda de post-punk no Irã nos últimos dias da última década. ‘Viva La Resistance’ e ‘American Dream’ podem ser inicial-mente serem vistas como letras so-bre os EUA, mas uma rápida verifica-ção a fundo, encontra-se a fonte de sua dor e de suas críticas decorrentes de seu pais de origem. Through The Chaos é um álbum bastante sólido, quando é ouvido com atenção. IAN K. MENEZES

5Sky Eats AirplaneThe Sound of Symmetry (EP)Equal Visions Records

Mudanças na formação pode algo mortal para bandas boas. Várias bandas lutam para encontrarem a formação ideal para a perfeita exe-cução de qualquer que seja seu estilo de música, é um fenômeno onipre-sente que acontece na indústria em uma base regular. Infelizmente ainda existem bandas que insistem lançar álbuns durante a sua ‘transição de formação’. Sky Eats Airplane lança-ram mais um EP, The Sound Of Sym-metry, esse EP exemplifica a ‘pubes-cência da composição’, apenas um membro continua na banda, desde da formação original e os resultado

são dolorosamente óbvios. Com ape-nas três longas canções, The Sound of Symmetry é uma completa bagun-ça. Isso não quer dizer que a banda esteja completamente equivocada. A tecnalidade que foi tão generosa-mente exibida no álbum auto-intitu-lado álbum da banda ainda está pre-sente, apenas em doses menores. O espiral de sintetizadores e elementos eletrônicos são integrados da melhor forma possível, teoricamente a fór-mula de Sky Eats Airplane deveria render bons resultados. O problema, no entanto, é a falta de direção, a banda não tem absolutamente ne-nhuma comprensão sobre o conceito de estrutura e com isso ela acabou bagunçando todo o EP. Para piorar a situação, o novo vocalista Bryan Zimmerman não tem absolutamen-te idéia de como criar uma melodia cativante. Soando bastante com Aa-ron Gillespie (ex-Underoath) quan-do se trata ao vocal limpo e muito semelhanta a Andy Atkins (A Ple For Purging) quando berra. A abertura ‘The Contour’ é repleta por elemen-tos eletrônicos interessantes, rítmos extremamente complexos e linhas de guitarra, mas toda a glória ins-trumental é sufocada pelo trabalho inepto do vocal. O futuro incerto de Sky Eats Airplane parece ainda mais sombrio por causa deste EP, a tec-nicidade inerente a banda mais uma vez foi destronado por falta de dire-ção e vocais pobres. Enquanto Bryan Zimmerman estiver pilotando esse avião de metalcore, é melhor apertar os cintos. IAN K. MENEZES

9Circa SurviveBlue Sky NoiseAtlantic Records

O problema com Circa Survive nunca foi a música. Eles tocam seus intru-mentos de forma super competente e não importando o tom, Anthony Green pode cantar. O problema é a falta de longevidade. O primeiro ál-bum deles, ‘Juturna’ foi bom, mas é só para ouvir algumas vezes. Um ícone na tentativa de fazer rock pro-gressivo, bastante interessante. Mas o álbum foi arrastado para o meio de dezenas de outros álbuns de bandas que faziam esse tipo de música des-de do inicio, como The Mars Volta, Minus The Bear, entre outras. ‘Jutur-na’ foi estranho, mas não necessaria-mente em um lado bom; ele deixou o álbum impenetrável sem nenhum encanto que fizesse com que a músi-ca valesse a pena de ser explorada. Era cativante, além de ‘Act Appalled’ as melodias eram muito lineares ou muito simples para levar o ouvinte a cantar. O segundo álbum da banda ‘On Letting Go’ foi super cativante, mas sem toda essa esquisitice. Em vez de expandir o aspecto de que sua música tinha o potencial de torná-los únicos, eles abandonaram isso com-pletamente, a favor de melodias for-tes e cantandas de melhor forma por Anthony. Embora as irregularidades

tivessem ido embora, as músicas es-tavam lá. O álbum mostrou uma ban-da maravilhosa, que tinha.... alguma coisa. Foi uma mudança e tanto, mas o que eles queriam alcançar? Mais po-pularidade? Um retorno experimen-tal? O álbum ficou excelente, mas a longevidade ainda não estava lá, porquê estava faltando alguma coi-sa, algo que todos esperavam encon-trar no próximo álbum. E finalmente aqui está. Circa Survie finalmente fez tudo certo em ‘Blue Sky Noise’. Eles tem e mostram algo que não é de se ver muito em outras bandas, e ainda assim, aqui eles estão, agindo da for-ma mais natural possível no mundo. Isso faz você se perguntar, o por quê deles não serem tão bom desde do inicio, mas o processo de aprendiza-gem por qual eles passaram, acaba fazendo Blue Sky Noise ainda mais gratificante. IAN K. MENEZES

10RattInfestationRoadrunner Records

Impressionante! Ano passado uma miríade de bandas clássicas voltou às raízes e parece que em 2010 não será diferente, muito menos com o Ratt, grupo de San Diego (EUA) que “infestou” (trocadilho intencional) as rádios e a MTV nos anos 80. Infesta-tion é a volta por cima e em grande estilo! Desde 1999 sem gravar, In-festation retoma a sonoridade tipi-camente hard rock que consagrou o Ratt! Nada de frescuras, somente aqueles refrãos empolgantes, riffs oitentistas e letras sacanas. A trinca que abre o álbum, Eat Me Up Alive, Best Of Me (que refão! Lembra um pouco Scared do Dangerous Toys) e A Little Too Much traz tudo o que um álbum dessa ratazana necessi-ta. Os vocais anasalados de Stephen Pearcy, solos inspiradíssimos do ta-lentoso guitarrista Warren DeMartini ao lado de Carlos Cavazo (ex-Quiet Riot), que apesar de “cristão novo”, trouxe consigo aquela aura dos anos 80, vide sua co-autoria em Best Of Me, talvez a melhor de todas, ocu-pando dignamente o lugar deixado pelo falecido Robbin Crosby. Aquelas viradas de bateria esquisitas do bo-êmio declarado Bobby Blotzer tam-bém estão presentes, assim como o baixo de timbre de muito bom gosto do totalmente integrado Robbie Cra-ne. Tudo somado à produção impe-cável de Michael “Elvis” Baskette. Em alguns momentos as canções inevi-tavelmente chegam a lembrar velhos temas, como Last Call, cuja bateria remete sutilmente à Way Cool Jr., bem como seu inusitado riff final (to-talmente diferente da introdução). Ecos de Lack Of Communication em Lost Weekend assim como As Good As It Get é irmã caçula de Wan-ted Man. Já a semi-balada Take Me Home em nada lembra os temas das antigas, inclusive há um arranjo dra-mático de cordas. Sua diversificação é que a faz justamente estar entre

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as melhores. Tendo estes aspectos em vista, nem cabe citar os maiores destaques, confira o álbum todo sem medo! Grata surpresa! DIEGO N. VIANNA

10KissBest Of Alive 35Concert Online

Best Of Alive 35 traz 27 canções ao vivo em dois discos, cobrindo tudo o que o KISS executou na turnê Alive 35 de 2009. Trata-se de uma compi-lação dos CDs instantâneos distribu-ídos no final dos shows. Falar sobre esses verdadeiros hinos do rock’n’roll é chover no molhado, pois são clás-sicos absolutamente atemporais. A atual formação que consiste nos membros fundadores Gene Simmons (vocal, baixo) e Paul Stanley (vocal, guitarra), ao lado de Eric Singer (ba-teria, vocal) e Tommy Thayer (gui-tarra solo, vocal), toca praticamente todo o álbum Alive! de 1975, mais outras pérolas, incluindo aí, duas faixas do novo Sonic Boom. O legal desses CDs instantâneos é a auten-ticidade da coisa: nada de overdubs, ou seja, não há tapeação a posterio-ri. Dá pra sentir quando Gene tira a mão do baixo pra acenar pra galera, as engasgadas de Paul (que esteve durante boa parte da tour com pro-blemas nas cordas vocais), as notas na trave de Tommy, os gritos empol-gados de Eric, a execução improvi-sada de Firehouse enquanto os bom-beiros apagavam um incêndio que ocorreu no palco e, inclusive, um filho da puta de um fã que grita “Tommy sucks!” quando Paul anuncia Shock Me. Tudo registrado! Destaques fi-cam ao gosto do fã. Só para citar al-guns, as sempre bem-vindas Got To Choose e Hotter Than Hell, de 1974, a hilária Nothin’ To Lose com Singer na voz principal, as pesadas Parasite, She e Watchin’ You na figura demo-níaca de Simmons, a longa 100,000 Years com direito a duetos de Tommy e Paul mais um solo de Singer, as fes-tivas Rock’n’Roll All Nite, King Of The Night Time World, Shout It Out Loud, o hard rock comendo solto em I Stole Your Love, I Love It Loud, Lick It Up e as duas novas Modern Day Delilah e Say Yeah. KISS é KISS e pronto! DIEGO N. VIANNA

7.5GiantPromise LandFrontiers

O Giant retorna após três álbuns! De-pois do primeiro trabalho em 1989, Last Of The Runaways e Time To Burn, de 1991, a banda somente vol-

taria em 2003 com o III. Parecia que jamais ouviríamos falar do Giant até sair agora o quarto álbum, intitula-do Promise Land. Porém, Dann Huff, vocalista, guitarrista e líder, não está mais no comando e apenas faz uma breve aparição em Believer (Redux) e Save Me. Couberam aos fantásti-cos Terry Brock (Strangeways, Sla-mer, Seventh Key) e John Roth (Win-ger) ocuparem os postos de vocalista e guitarrista, respectivamente. Os membros originais remanescentes Mike Brignardello (baixo) e David L. Huff (irmão de Dan, bateria) conti-nuam o legado do Giant. Tim Lauer e Jack Holder se revezam nos tecla-dos. A expectativa em torno de Pro-mise Land era muito grande, mas parece que nenhuma das canções do álbum chega ao mesmo nível da faixa-título, a soberba Promise Land. Talvez apenas a baladaça Through My Eyes, parceria com o ótimo com-positor Mark Spiro (Mr. Big, Winger). AOR grandioso, melódico e execução memorável. Dann Huff, embora te-nha contribuído na composição dos dois referidos temas, mais Our Love, Double Trouble, Plenty Of Love, Two Worlds e Save Me (esta também em parceria com Spiro), faz muita falta ao restante do material. Outra coi-sa são as letras bobas como Believer (Redux) - cujo refrão lembra muito Bon Jovi - e Never Surrender. O ál-bum é ruim? Nada disso, apenas po-deria ser melhor! DIEGO N. VIANNA

9KeelStreets Of Rock & RolFrontiers

O Keel foi uma banda de um hit só na década de 80 nos EUA com a can-ção The Right To Rock. Tendo sido “descoberto” e produzido por Gene Simmons (KISS), o grupo teve seus 15 minutos de fama. Porém, com a chegada do grunge nos anos 90, o vocalista Ron Keel, falido, iniciou uma fuleiríssima carreira pelo coun-try sob a alcunha de Ronnie Lee Keel. Já passaram-se 25 anos desde o ál-bum de estreia e, para comemorar, o Keel volta às raízes em Streets Of Rock & Roll, produzido por Pat Regan (Ted Nugent, Warrant) e sob incenti-vo do selo italiano Frontiers. Ao lado dos guitarristas Marc Ferrari e Bryan Jay, do baterista Dwain Miller e do baixista Geno Arce, mais os backing vocals de Jaime St. James (Black ‘N Blue, Warrant) e Paul Shortino (King Kobra, Quiet Riot), Ron Keel retoma seus vocais poderosos em um hard rock extremamente oitentista. Os ca-ras investiram tão alto neste revival que chega a soar como uma máquina no tempo, mas sem ser datado! Tudo o que o hard rock merece está aqui. Vocais altos, refrãos memoráveis na faixa-título (e logo de abertura), na alegre Push & Pull, na baladaça Does Anybody Believe, riffs e solos incen-diários em No More Lonely Nights, The Devil May Care e Live, backing vocals na cara como em Hold Steady e Brothers In Blood… Enfim, surpre-

endentemente uma volta (por cima) sensacional, digna e autêntica para regozijo de todo fã de hard rock. Des-taques? Todos! Com certeza Streets Of Rock & Roll é o melhor trabalho do Keel. DIEGO N. VIANNA

8.5Wig WamNon Stop Rock’n’RollFrontiers

Os reis do glam norueguês estão de volta! O Wig Wam é uma paródia “sé-ria” ao glam metal, pois, mesmo com as perucas e pseudônimos proposital-mente ridículos (Glam, Teeny, Flash, Sporty), a banda faz um hard rock de ótima qualidade, tanto que foram vencedores do programa Eurovision de 2005, uma espécie de “Ídolos” da Noruega. Na linha de Vinnie Vincent Invasion, Tigertailz, Pretty Boy Floyd e do mais recente The Darkness, Non Stop Rock’n’Roll traz canções memo-ráveis como Do Ya Wanna Taste It e Wild One, cujos refrãos grudam na primeira escutada; riffs à la Eddie Van Halen em Walls Come Down, po-wer ballads como nas ótimas Man In The Moon e From Here e por aí vai. Still I’m Burning tem algo levemen-te gótico, sendo a mais pesada do álbum. A rápida faixa-título lembra Slaughter e, mais uma vez, guitar-ras vanhalenianas, inclusive no solo. Em resumo, os coroas do Wig Wam entendem do riscado sem se levarem a sério (e ainda conseguem pôr algu-mas das bandas que citei no chine-lo)! Indicado para festas regadas à cerveja. DIEGO N. VIANNA

9The NationalHigh Violet4AD

Eles existem em um gênero, onde é notório por ser generoso e desprovi-do de qualquer tipo de imaturidade, onde a úsica tem perdido todo seu apelo clássico e relatividade em favor das idéias abstratas e eletrônica. The National merece o crédito por lançar três discos perfeitos que, alguns me perdoem dizer, quase sem falhas, de-talhando perfeitamente como é cres-cer musicalmente, algo que o resto da comunidade indie quer que você acredite que nunca tiveram que fa-zer. Você poderia imaginar uma ban-da com letras bestas, fazendo-a soar como se fosse mais inteligente do que nunca? Isso é exatamente o que The National faz. Na verdade, é até duvidoso que qualquer outra banda indie, sequer considere escrever le-tras como as dessa banda. Você po-deria dizer que é preciso coragem

para ele fazer essas coisas, se ele não fazê-las tão habilmente e indi-ferente. Diga o que quiser, mas não há nenhum muro para cobrir o que os músicos sentem. Acima de tudo, eu nunca senti como se The Natio-nal estivesse mentindo como outras bandas indie fazem, e é por isso que eles se destacam. Não há uma única música ruim no álbum e quando as pessoas dizem coisas como essa que parece implicar que ainda existem al-guns fracassos, aqui e ali. Mas ‘High Violet’ é literalmente sem momentos fracos. Qualquer pessoa familiariza-da com a forma como The National trabalha, não será surpreendido por isso, mas ainda é uma façanha im-pressionante, pois eles são bastan-tes profundos em sua carreira. IAN K. MENEZES

965daysofstaticWe Were Exploding AnywayHassle Records

Quando eu descobri que 65daysofs-tatic ia abrir para The Cure na turnê dos Estados Unidos eu fiquei bastan-te confuso. The Fall of Math é um dos meus álbuns favoritos da década. Desde de então, foram muitas ten-tativas de recriar esta obra de arte. Embora produzindo algumas grandes canções, nenhum dos seguintes ál-buns chegará perto do nível de coe-rência e excelência do primeiro tra-balho. A turnê com The Cure marca definitivamente a transição no esti-lo da banda e na sua estética. Ape-nas um mês antes da turnê começar, 65daysofstatic lançou um EP com dois remixies da música ‘The Distant and Mechanized Glow of European Dance Parties’, juntamente com duas outras faixas inéditas. O que mais chamou atenção nas faixas e no EP, foi o pri-meiro remix que levou fez um tre-mendo sucesso totalmente inespe-rado. Mais tarde lançado um álbum ao vivo, intitulado ‘Escape From New York’ focado no material antigo apre-sentou dois jams com base e techno e drum n’ bass. Parecia que a banda estava pronta para finalmente sair do rótulo de post-rock que se ressente tanto. Agora, em 2010, em uma dé-cada nova, a banda lança ‘We Were Exploding Anyway’ um álbum que definitvamente supera o seu primei-ro trabalho, ‘The Fall of Math’. O novo trabalho desses britânicos remove completamente todas as têndencias do Math Rock e os únicos sons glitch apaarecem como pequenas nuances por trás de tudo. A imprensa cita no-vas influências, incluindo Daft Punk, House e IDM - o que faz uma enorme diferença no estilo de composição da banda. Em vez de se focarem em ri-ffs poderosos e repartições comple-xas, o álbum centra-se em um con-traste dinâmico com uma melodia memorável e até ritmos dançantes. Em alguns aspectos, a banda está bastante voltada para o Post-Rock. A peça central do álbum é ‘Come to Me’ com a participação de ninguém menos que Robert Smith da famosa

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banda The Cure, a faixa cresce or-ganicamente como qualquer uma em todo o álbum. Desde dos primórdios do ambiente, finalmente caindo em um ritmo perceptível, ‘Come to Me’ é facilmente a faixa mais Post-Rock composta pela banda. O que faz o álbum ser tão impressionante é que apesar de muitos tipos diferentes de som, eles fazem tudo com sabor e consistência. Eu espero que a banda cresça a partir daqui, e faça um som equivalente a um novo ‘The Fall of Math’. IAN K. MENEZES

9Orphaned LandThe Never Ending Way of ORwarriORCentury Media

Se fóssemos delimitar um divisor de águas no Orphaned Land, tranquila-mente, o álbum “Mabool: The Story of Tree Sons of Seven” seria o ca-jado de Moisés da banda. Com esse novo lançamento a banda chega a um patamar nunca antes alcançado por bandas do Oriente Médio, o sta-tus de “Banda Grande” e o de cria-dora e modificadora do que conven-cionou-se chamar de Oriental Metal. Deixando rótulos de lado, “The Never Ending Way of ORwarriOR” é, defini-tivamente, mais um disco que vai en-trar pra história da banda. Mais uma vez os israelenses apostam em um disco conceitual tratando da parte re-ligiosa, hipócrita, positiva e espiritual da humanidade. Longe de ser consi-derada uma banda de White Metal, os israelenses fazem do tango entre Deus e o Diabo, uma característica única entre as bandas de metal no mundo. Apesar das muitas mistu-ras existentes na música dos israe-lenses, eles não conseguem perder o rumo, acertando na dose certa de cada composição. O exemplo maior disso, nesse novo disco é a faixa “The Warrior”, que consegue mesclar mui-to bem o sentimentalismo proposto na letra com a atmosfera da música oriental, sem perder o foco no Doom Metal, raiz da banda. O álbum é com-posto por 15 faixas que nos fazem questionar como seria o mundo se as religiões e as “não-religiões” conse-guissem viver em perfeita harmonia e nos remete à um mundo onde a tolerância seria peça-chave no que desejamos e idolatramos como paz mundial. Musicalmente falando, é um disco muito experimental, principal-mente pelas mudanças de compasso presentes com muito mais freqüência do que nos discos anteriores. Como se as qualidades do disco, por si só não bastassem, a produção de Ste-ven Wilson (Porcupine Tree, Opeth, dentre outras) não deixa a desejar em nenhum momento do disco e faz com que tudo seja percebido mais nitidamente no que tange o lado ins-trumental do disco. Se em “Mabool” a bateria foi um grande problema na edição final, em “The Never Ending Way of ORwarriOR”, todos os em-pecilhos criados foram resolvidos e

10Blackwood CreekBlackwood CreekPhantom Sound & Vision

Desde a infância o menino prodígio Kip tocava ao lado de seu irmão Nate e de seu amigo Pete Fletcher numa banda de fundo de quintal chamada Blackwood Creek. O sobrenome dos irmãos? Winger! Kip Winger retoma este belo projeto voltado às raízes do rock, da época em que cantava e praticava baixo ao som de Cream, James Gang, Rush e outros monstros sagrados do rock’n’roll anos 60/70. Inspirados nesses power trios, eis fi-nalmente o álbum dos três amigos. Out In Outer Space abre o CD já con-vidando o ouvinte a abrir a primeira cerveja. Rápida e rasteira, sem fres-cura, tem um refrão memorável. No-thing But The Sun combina guitarras e violões com um solinho de baixo em sua entrada. Um rock mid-tempo de primeira, cujo refrão esboça uma qualidade tamanha que deveria es-tar estourada em qualquer rádio de rock clássico. Assim como Your Re-volution. Com ares setentistas e ins-trumental impecável, mesmo assim mantém um certo despojamento que garante a crueza necessária a uma bela canção. Vocais rasgadíssimos de Kip mandando ver nos agudos. Dead Stung tem uma roupagem sensacio-nal e lá pelas tantas dá uma virada em que remete à banda “principal” de Kip. After Your Heart é “a” balada. Albatross traz (apenas na introdu-ção) vocais do baterista Nate Winger, outra canção mais leve. O peso cru volta em Jimmy And Georgia quando Kip canta sobre a bateria de Fletcher. Rack Of Greed volta à rapidez, com muitos acordes gordos que lembram algo de AC/DC. Um arroto prenuncia Love Inspector, cujos vocais coube-ram a Fletcher. Com uma voz ainda mais rasgada que a de Kip (porém, menos técnica), é a típica canção pra bêbado nenhum botar defeito. A letra é pura gozação e pergunta onde anda aquela garotinha outrora tão inocen-te e hoje uma... Guitarras sujas em Joy Ride lembram os anos dourados

aperfeiçoados. Fica difícil destacar faixas pelo fato de ser um disco con-ceitual e as faixas estarem interliga-das intrinsecamente. Porém, as que mais mostram a cara do trabalho dos israelenses são bem vistas: “Sapari”, “From Broken Vassels”, “The War-rior”, “Codeword: Uprising”. As de difícil aceitação por parte do público novo (sim, esse disco e a divulgação feita em cima dele, vai render mui-tos novos fãs aos rapazes de Israel) ficam por conta da Saga “The Path” (dividida em duas partes). Vai soar estranha a mudança excessiva de compassos, fazendo com que a mú-sica se embaralhe na cabeça do ou-vinte em alguns momentos. E esse é talvez o único problema do disco. No mais, como era de se esperar, mais um disco maravilhoso dos israelen-ses. BRUNO THOMPIS

de James Gang, todavia, impossível não compará-la ao Winger, assim que Kip mostra suas melodias vocais. Pra fechar a lindíssima baladona Wooden Shoe. Nela, Kip toca um órgão ham-mond, além do baixo. Vocalizações de todos os três se dividem nos ver-sos, cada qual em um lado das cai-xas. Um solo com muito feeling de Fletcher completa essa pérola e nos faz perguntar: por que demorou tan-to pra sair esta relíquia? DIEGO N. VIANNA

8Native WindowNative WindowRed

Enquanto o Kansas se mantém na ativa apenas nos palcos, os mem-bros de sua banda (exceto o vocalis-ta Steve Walsh) brincam em estúdio com o projeto Native Window. O re-sultado é este álbum auto-intitulado, voltado às raízes country da banda (cortesia do violinista David Ragsda-le) e livre do elemento progressivo. Faixas como Money, Still (We Will Go On) e Surrender cairiam como uma luva em todas as rádios pop rock e country. O apelo comercial é extre-mo, as letras simples e as melodias altamente assoviáveis. Blood In The Water possui uma abordagem mais blues, onde se destacam as guitar-ras de Richard Williams. A voz suave e afinadíssima do baixista Billy Gre-er - que durante as folgas do Kansas também comanda a banda de AOR Seventh Key - faz este álbum brilhar, tanto que até emprestou a faixa An Ocean Away daquele projeto; obvia-mente ficaria impossível superar a versão original, um suprassumo do AOR, pois a introdução aqui refeita lembra muito aquela coisa ridícu-la “êêê, Macarena”! Miss Me é mais densa, uma semi-balada com mais violinos à frente. The Moment fecha o álbum com alegria total, destacando o ecletismo do baterista Phil Ehart. Enfim, Native Window representa as férias do Kansas, sendo menos sisu-do, mais descontraído e sem com-promisso algum. Ótimo para curtir no verão. DIEGO N. VIANNA

7Vampire WeekendContraXL

Produção as vezes toma controle, mas, na sua maior parte, Vampire Weekend compõe ótimas músicas. Em termos de música, “Contra” é principalmente o que você espera-ria, considerando sua estréia: com a estética de muitas bandas do indie moderno, o álbum tem um foco con-

siderável na produção, com músicas em faixa, rítmos Africanos e sinteti-zadores. Para muitos o que se des-taca na banda, foi a visibilidade das influências e isso também é visto no segundo álbum da banda. “Horcha-ta” inicia o álbum com uma mistura de percussão afro-pop com arranjos de cordas clássicas e aproximação da banda de música tropical atravésde marimba. O melhor de tudo, são as melodias cativantes, sua produção reconhecidamente exagerada, que aliás não se compara com muitas coisas lá fora, faz do álbum um tan-to...especial. Nem tudo é tão exóti-co, porém algumas faixas se adequa a música de dança moderna, incluin-do “California English”. Esse tipo de abertura para diferentes inclinações “hip”, da a Vampire Weekend ou não um apelo em massa, tornando o tipo de banda indie que rompe com o mainstream sem perder sua frieza. Se há uma reclamação sobre esse ál-bum, é que às vezes a produção tem uma tendência a ofuscar as músicas própias, levando alguns ouvintes a chegar à conclusão que Vampire We-ekend é o tipo de banda indie que segue a moda. No entanto, na maior parte, Contra é um lançamento ex-tremamente agradável, críticado da melhor maneiro possível: com uma série de músicas ótimas. EUA parece concordar com isso, após o seu lan-çamento o álbum atingiu o topo das paradas. IAN K. MENEZES

9BorknagarUniversalIndie Recordings

Finjamos por alguns instantes que, nas próximas linhas, analisaremos o primeiro disco de uma banda to-talmente desconhecida do público mundial. A banda, oriunda da Norue-ga, nos apresenta uma mescla mui-to bem feita entre o Black Metal, o Death Metal, partes em que a pega-da Thrash Metal se faz bem presente nas guitarras e uma habilidade enor-me em encaixar a música progressi-va com primazia dentro de cada um desses segmentos. Finjamos ainda que, nessa mesma banda, temos um vocalista também desconhecido do grande público que se mostra alta-mente flexível em momentos em que sua técnica é exigida, alternando mo-mentos muito fortes e raivosos, com momentos mais melodiosos que ape-lam para o lado “sentimental” que de-terminados momentos das músicas exigem. Agora, vamos à análise dos fatos: essa suposta banda nova cum-pre extremamente bem a sua tarefa de agradar com a “mistureba” citada acima, o que a faz começar a somar bons pontos pelo simples (e super importante) fato de, logo no primeiro lançamento, adquirir sua identidade. Novos pontos são somados quando analisamos a desenvoltura e habili-dade de todos os instrumentistas ao executarem seus instrumentos (nes-se último ponto, percebamos a sur-

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preendente performance do baterista Asgeir Mickelson). Para esse primei-ro disco dessa banda, daríamos uma nota 9, que seria justíssima e sem dúvida alguma. Agora voltemos à realidade e analisemos o disco Uni-versal da banda norueguesa Borkna-gar, que já tem quase 1 década de estrada e 6 discos lançados: Vinter-sorg se supera em todos os pontos, do começo ao fim do disco, Ostein G. Burns continua um dos maiores ma-estros dentro do metal pesado, além de continuar sendo um dos maiores garimpeiros do metal mundial (ele quem descobriu jóias como o bai-xista Vortex, o próprio Vintersorg, e dentre diversos outros que participa-ram de todos os seus projetos mu-sicais ao longo de mais de 20 anos de carreira), a banda continua toda aquela evolução progressiva inicia-da no disco Quintessence (2000), só que agora com mais intensidade. A grande verdade é que os músicos do Borknagar sempre surpreendem com cada tema de disco lançado, além de se mostrarem bastante perfeccionis-tas nos instrumentos. Destaques são facílimos de serem apontados devi-do à grande capacidade das músi-cas soarem diferentes e empolgan-tes ao mesmo tempo. Quer analisar a essência do Borknagar e entender o que eu falo da voz do Vintersorg? Fique de olho na faixa de abertura “Havoc”, em “For a Thousand Years to Come” e a quase balada “My Do-main”. Obrigado pela volta, Vortex!!P.S: Não curte passagens mais viaja-das nas músicas? Corra longe desse disco. BRUNO THOMPIS

10Blaze BayleyContraBlaze Bayley Records

Minha segunda maior surpresa musi-cal de 2010. Primeiro por que o Bla-ze nunca me convenceu com aque-la voz “épica” dele, depois pelo fato de ele não ter lançado um disco solo que pudesse elevar o nome dele a um patamar mais alto que uma es-cada de 4 degraus. Com Promise and Terror, o tão sonhado “disco ótimo”. Quer chegar à esse fator comum? Siga a seguinte fórmula: X + Y –Z . N + P = 10, onde X são os riffs ex-tremamente bem trabalhados e fo-gem quase que totalmente daquela coisa sem graça que virarem os riffs de bandas de Power metal da década passada, Y são as passagens e para-das de baixo que conseguem sempre dar um peso maravilhoso ás músicas fazendo às vezes com que você nem pense que está escutando um disco do Blaze, aquele Blaze. Z são as par-tes forçadamente horríveis em que o Blaze esboça um prolongamento de tom na sua voz. N são as passagens totalmente precisas da bateria que, disso não posso e nunca vou recla-mar, mostra técnica onde é preciso e espancamento sonoro onde é cabí-vel. E P são todas as partes em que a voz do grande Blaze se encaixa per-

feitamente em cada música. Surpre-endente. Watching The Night Sky, 1963 (minha preferida), City of Bo-nes e Letting Go of The World. Deixo bem claro que escolhi essas por sim-ples hábito de escolher algumas à in-dicar, mas o disco é muito completo. Recomendadíssimo! Pensarei e escu-tarei mais umas 20 vezes para saber se ele merece entrar no meu Top5 de 2010. BRUNO THOMPIS

10UgangaVol 3: Caos, Carma e ConceitoIndependente

Turnê nacional bombando, turnê in-ternacional confirmada, datas e mais datas confirmadas, boa divulgação do trabalho em diversos meios. Esse é o retrato do novo underground brasileiro. E ninguém melhor para mostrar isso do que os rapazes do Uganga. Motivos? Primeiro: fazer música não acessível à grande mas-sa e indo totalmente contra a moda do screamo/metalcore internacional. Segundo: cantar em português sem perder a pegada brutal e fazer todas as músicas soarem (em questão fo-nética) bastante agressivas. Tercei-ro: “dar a cara a tapa” usando um dos estilos que menos convém com o metal (Hip-Hop) para conseguir dar mais peso e identidade à banda. São inúmeros os pontos, vou parar por aqui, senão esse “bate-papo” infor-mal com você, leitor, fica cansativo. A questão é que o Uganga sempre me surpreendeu desde a primeira audição que tive via myspace oficial (http://www.myspace.com/ugan-ga). E o que realmente me fez ver a banda com olhos diferentes foi a ca-pacidade de ser liricamente madura e musicalmente desconexa. Abordar temas filosóficos mesclados a fatos corriqueiros e conseguir arrumar um espacinho para temas conceituais é muito satisfatório para o fã da músi-ca, seja ela qual for. Ter influências da música local e saber mesclá-las ao peso tradicional do crossover ameri-cano e, como já foi dito acima, “dar a cara a tapa” alocando o hip-hop nesse meio, também é outro fator que anima o verdadeiro fã da música em geral. O resultado não podia ser diferente: um disco extremamente pesado, muito bem gravado (para a nossa realidade, lógico), mixagem muito boa, e uma banda que, apesar de jovem (com exceção do vocalis-ta Manu Henriques – o mesmo Joker dos tempos de Sarcófago), conse-gue soar extremamente madura e convicta do que faz. “Caos, Carma e Conceito” está, sem dúvida, entre as minhas grandes surpresas de 2010 (junto dos rapazes do Uganga está o novo disco do Pernambucano Otto e o novo disco do ex-maiden Blaze Bayley). Que o corrente ano conti-nue trazendo bons e pesados ventos como este soprado pelos rapazes do Uganga. Maravilhoso disco. Desejo a eles, muita competência e sabedoria nessa turnê europeia que se aproxi-

ma. Dicas de músicas? Que tal co-meçar com a conceitual, “O Primeiro Inquilino”? Ou a pancada “Fronteiras da Tolerância”? Ou que tal a caden-ciada e repleta de ótimos riffs: “Meus Velhos Olhos De Enxergar O Mal (2 Lobos)”? Escolha, é um disco inte-ressantíssimo! BRUNO THOMPIS

8Unlit FaceMy SeasonsIndependente

Inovador e com um pé em dois es-tilos distintos: de um lado o Death Metal Melódico que nos mostra uma banda bem melodiosa e firme quan-do o assunto é pancadaria e do ou-tro, uma banda que carrega todas as influências vocais de Rafael Basso, um típico vocalista de Doom Metal. Essa mistura teria tudo pra soar no mínimo estranha (e realmente soa), mas ai entra o fato interessante da musicalidade do Unlit Face que se traduz nas palavras de Rick Bonadio: “Quanto mais sua música se parecer com algo que já existe menores se-rão suas chances de sucesso”. Não que o saudoso Rick Bonadio seja “o produtor musical tupiniquim” a ser respeitado, afinal de contas, ele nos “presenteou” com Fresno e NxZero em menos de um ano.Voltando ao disco, o que notamos nisso tudo é a diferença gritante existente entre as partes mais pesadas do disco que tendem sempre a soar como um De-ath/Doom Metal, e as partes conven-cionais do Death Metal Melódico.My Seasons e Wrong Enemies demons-tram isso muito bem! O único pon-to negativo é que eu esperava bem mais do vocal de nosso amigo Rafael Basso. Mas o que podemos ver é que há uma adaptação de um segmento ao outro dentro do metal, segmentos estes que exigem técnicas diferen-tes. É questão de tempo (muito pou-co) até Rafael encaixar seu melhor vocal. Espero ver a Unlit Face em breve, com seu debut lançado! Po-tencial pra isso eles tem: ainda bem que na Suécia não é costume desco-brir NxZero e Fresnos! BRUNO THOMPIS

8Arch EnemyThe Root of All EvilCentury Media

O Arch Enemy, desde meados da úl-tima década, dispensa comentários, sem contar o fato de que a banda trouxe à tona todo o desejo femi-nino de tomar um espaço maior e mais abrangente dentro do metal, que antes estava restrito à lirismo e

vozes melodiosas. Mesmo não sendo a primeira mulher a se arriscar com vozes guturais, Angela Gossow to-mou o posto de Metal-Woman para si, desmistificou essa coisa da fragili-dade feminina na música e expandiu os horizontes musicais ao mostrar ao mundo o poderio agressivo de sua voz, mesclado ao som enfurecido e por volta melodioso do Arch Ene-my. Partindo daí, com a banda tendo emplacado diversos sucessos, uma compilação é sempre complicada de se fazer, principalmente pelo fato de ter que agradar os fãs, e essa é a ta-refa crucial deste tipo de disco. Dado isso, o disco pode ser considerado como ótimo, haja vista que somen-te faixas dos três primeiros discos da banda foram incluídas, contrário do que aconteceu com o disco lan-çado também em 2009 “Manifesto of Arch Enemy”, que incluía somente as faixas da “nova fase” da banda. Não há muito o que acrescentar sobre uma compilação se você for fã. Para os que não são fãs e gostariam de conhecer o trabalho antigo do Arch Enemy, esse é um ótimo bonde para se pegar. Clássicos como Bury Me An Angel, Bridge of Destiny, The Immor-tal e Beast of a Man, foram incluídos com muita sabedoria. É, é uma com-pilação. Pro ano de 2009 não passar batido pra gravadora e nem pra ban-da, foram duas ótimas ideias. BRUNO THOMPIS

7Rotting ChristAealoSeason Of Mist

Rotting Christ é uma daquelas bandas que teve excelentes lançamentos em 20 anos de banda. O seu último álbum, lançado em 2007, Theogonia, foi seu maior destaque mesclando black e death metal e expe-rimentando várias influências da musica grega e outros gêneros no metal. Isso re-frescou os ouvintes, virou uma paixão e eles continuaram excelentes. Em Aealo, a banda tenta manter este curso, mas ape-nas tem êxito em algumas coisas. Após a primeira escurta, Aealo soa muito mais simples do que o último álbum, mas com o tempo, você pode distuingir pequenos pe-daços escondidos no mais profundos dos instrumentos.. alguns instrumentos são frequentementes utilizados, para acres-centar uma atmosfera para as músicas, soando assim simples ou apenas servem como uma cama extra para se fundir com o resto da música. Embora elas não sejam tão boas quanto no Theogonia, o álbum conta com algumas surpresas interessan-tes escondidas, o ouvinte irá encontrar vários pontos altos do último no Aealo. O álbum está repleto de riffs de guitarra variados que parecem ter pequenas influ-ências de todo o lugar. De vez em quan-do a banda adiciona alguns instrumentos tradicionais gregos, como o tsabouna para complementar a outros instrumentos, mas acabam usando pouco mais de 5% do ins-trumento.. algumas músicas dão até um sentimento de orgulho nacional que só é acentuada pelas letras gregas. Alguns vo-cais femininos também são usados e eles se familiarizam muito com Rotting Christ, essa incorporação faz a banda crescer.. Apesar do Aealo não ser tão bom quanto o último álbum da banda, é um forte álbum na carreira do Rotting Christ! IAN K. MENEZES

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