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Síndrome de Alport Ana Luiza Telles Leal 24/05/2010

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Síndrome de Alport

Ana Luiza Telles Leal 24/05/2010

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Introdução

• Forma progressiva de doença glomerular, geralmente associada a alteração no cristalino e perda de audição neurossensorial.

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Histórico

• Cecil Alport descreveu a presença de nefrite hereditária progressiva e perda auditiva em três gerações de uma família.

• A hematúria era o sintoma mais comum apresentado e os homens eram mais afetados do que as mulheres.

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Etiologia

• 85% dos casos: herança ligada ao X;• Restante: herança autossômica recessiva;• Raramente: herança autossômica dominante.

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Etiologia

• No caso de herança ligada ao X, há mutações no gene COL4A5;

• Nas formas autossômicas, a mutação é nos genes COL4A3 e COL4A4, presentes no cromossomo 2.

• Esses genes codificam cadeias que formam a estrutura normal do colágeno tipo IV.

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Fisiopatologia

• As cadeias codificadas por esses genes estão presentes na estrutura do colágeno tipo IV somente em alguns locais, como nas membranas basais do glomérulo, da cóclea e do olho.

• Essas cadeias geralmente estão pouco expressas ou ausentes da membrana basal dos pacientes com Alport.

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Epidemiologia

• Mais frequente em meninos;• Meninas são, em sua maioria, portadoras sãs;• Quando a herança é autossômica, afeta

igualmente ambos os sexos;• Incidência - 1:5000; • Sem associação a grupo racial ou regiões

geográficas.

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Quadro Clínico

• A doença apresenta grande variabilidade clínica.

• As lesões renais estão sempre presentes, mas manifestações auditivas e oculares variam muito entre as diferentes famílias afetadas.

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Quadro clínico

• Manifestações iniciais: hematúria assintomática é a mais comum e mais precoce manifestação clínica;

• A proteinúria aparece a seguir;• Ocorre falência renal (85% dos casos) entre 16 e

35 anos de idade. • A taxa de progressão da doença renal é

geralmente constante em membros de uma mesma família, mas mostra significante variabilidade em famílias diferentes.

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Quadro clínico

Hematúria Hematúriamicroscópica macroscópica

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Quadro clínico

• Perda auditiva e anormalidades visuais nunca estão presentes ao nascimento, e tornam-se aparentes ao final da infância ou início da adolescência, geralmente antes do quadro de insuficiência renal.

• Perda auditiva: comumente na infância, iniciando com perda de sons agudos podendo progredir para surdez total em 30 a 50% dos casos.

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Quadro clínico

• Manifestações oculares: - Lentecone anterior: é a alteração ocular patognomônica da síndrome, com deterioração progressiva da visão. Se associa com catarata subcapsular posterior em 80% dos casos. - Retinopatia "Dot-and-fleck": é a mais comum manifestação ocular- Distrofia polimórfica posterior: raro.

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Quadro clínico

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Diagnóstico

• Investigar a presença de parentes com insuficiência renal, surdez e perda visual;

• EAS e exame de sangue;• Avaliação e testes da visão e da audição; • Ultrassonografia renal; • Biópsia renal; • Biópsia de pele;• Teste genético.

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Diagnóstico

• Biópsia renal: Presença de lesões características nos vasos glomerulares. Ausência das cadeias do colágeno tipo IV codificadas pelos genes COL4A3, COL4A4 e COL4A5.

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Diagnóstico• Biópsia de pele:

Pode ser feita quando se suspeita de XLSA. Vantagens: menos invasiva que a renal e

pode ser feita no próprio consultório. • Teste genético:

Caro, demorado, muito difícil e não está disponível em todos os locais. Além disso, a taxa de detecção de mutações em COL4A5 é de apenas 50%. Deve ser feita apenas em diagnóstico pré-natal ou quando há incerteza quanto ao diagnóstico.

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Tratamento

• Não há nenhum tratamento disponível que previna o desenvolvimento da falência renal.

• Acompanhamento regular por um nefrologista, para que os efeitos da doença renal, como a hipertensão, possam ser identificados e tratados precocemente.

• Medicamentos: uso de um remédio que interfere na produção e ação da Angiotensina II.

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Tratamento

• Para pacientes com falência renal ou doença renal em estágio avançado: Hemodiálise ou transplante de rim.

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Monitoramento

• Em pacientes sem nenhum problema na função renal: monitoramento anual.

• Moderada disfunção renal: a cada 6 meses • Avançado estado de falência renal: a cada 1 a 3

meses. • Proteinúria de 24 horas, creatinina e bioquímica

do soro. • Audição e visão devem ser avaliadas a cada 1 ou

2 anos, começando em crianças entre 6 e 7 anos.

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Aconselhamento genético

• XLSA: quando a mãe é a portadora da mutação, a chance de transmitir a seus filhos é de 50%. Meninos que herdem a mutação terão a doença e passarão o gene mutado para todas as suas filhas, mas nenhum de seus filhos homens o herdará. Meninas serão portadoras sãs. Em cerca de 10% das crianças com Síndrome de Alport ligada ao X, a mutação no COL4A5 é espontânea, e nenhum de seus pais é portador.

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Aconselhamento genético

• SA autossômica recessiva: acontece quando ambas as cópias do gene são defeituosas. Tipicamente, os pais da criança afetada possuem apenas um dos genes alterado, o que geralmente não leva a nenhuma manifestação clínica. No entanto, há 25% de chance de que eles passem os dois genes alterados para seu filho, que, então, manifestará a doença.

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Aconselhamento genético

• SA autossômica dominante: cada filho de um pai ou mãe afetado tem 50% de chance de herdar a mutação. Geralmente, essa forma de herança produz quadros clínicos mais benignos, com as manifestações clínicas se iniciando mais tardiamente.

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www.alportsyndrome.org

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Referências

• http://www.alportsyndrome.org• http://emedicine.medscape.com/article/

238260-overview• http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/

article/000504.htm