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Silvana Castilhos Steyer outubro de 2015 As TIC na Educação Infantil: contribuições do Facebook para a aprendizagem e para a integração família e escola Silvana Castilhos Steyer As TIC na Educação Infantil: contribuições do Facebook para a aprendizagem e para a integração família e escola UMinho|2015 Universidade do Minho Instituto de Educação

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Silvana Castilhos Steyer

outubro de 2015

As TIC na Educação Infantil: contribuiçõesdo Facebook para a aprendizagem e para a integração família e escola

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Universidade do MinhoInstituto de Educação

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Silvana Castilhos Steyer

outubro de 2015

As TIC na Educação Infantil: contribuiçõesdo Facebook para a aprendizagem e para a integração família e escola

Trabalho realizado sob a orientação daProfessora Doutora Maria Altina da Silva RamosUniversidade do Minho - Portugal

e doProfessor Doutor Luciano Andreatta Carvalho da CostaUniversidade Estadual do Rio Grande do Sul - Brasil

Dissertação de MestradoMestrado em Ciências da EducaçãoEspecialidade em Tecnologia Educativa

Universidade do MinhoInstituto de Educação

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Agradecimentos

Para que esta dissertação se tornasse possível, vários fatores devem ser reconhecidos.

Em primeiro lugar agradeço a Deus, pela coragem e luz nos momentos de desânimo.

À disponibilidade, o profissionalismo e a competência dos meus orientadores: Professora

Doutora Maria Altina Ramos e Professor Doutor Luciano Andreatta Carvalho da Costa.

Agradeço de forma particular, a Professora Doutora Gladis Falavigna, incentivadora para

realização deste Mestrado.

À Secretaria Municipal de Educação, na figura de sua Secretária Professora Ivone Marques

Palma e à Prefeitura Municipal de São Francisco de Paula, pela cedência do espaço para

realização das aulas.

À diretora da Escola, Professora Elza Teresinha Castilhos Pinto da Silva, na qual foi

desenvolvido o projeto de intervenção. À professora da turma Luana Caroline Andriola Hirt e

sua estagiária Juliana Reis, pelo auxílio e dedicação.

Às crianças da turma da Educação Infantil “Turminha Legal”, pelo carinho, dedicação nas

tarefas e seus familiares, sem os quais este estudo não poderia ter sido concretizado.

Não posso deixar de agradecer meus colegas de Mestrado, pela troca de saberes, disponibilidade,

companheirismo e união, em especial a Adriana (irmã e amiga) parceira de sempre.

Enfim, agradeço a minha família, pelo apoio e generosidade que me disponibilizaram e

compreenderam minhas ausências.

A todos, obrigada.

Silvana.

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As TIC na Educação Infantil: contribuições do Facebook para a aprendizagem e para a integração família e escola

Resumo:

A revolução tecnológica a cada dia aumenta e transforma de forma significativa diversos setores

da sociedade: econômicos, culturais, sociais e educacionais. Os meios tecnológicos, através da

informática, se fazem presentes na sociedade moderna. As crianças pequenas não estão alheias a

esta gama de informações que são disponibilizadas pelas TIC. As tecnologias promovem

mudanças expressivas em toda a sociedade, e, consequentemente na educação, na qual devem

estar presentes, pois instituem novas formas de comunicação e estimulam as já existentes.

Neste contexto, esta pesquisa visa analisar o interesse educativo do uso das TIC na aprendizagem

da matemática na educação infantil, bem como elucidar as contribuições do grupo “Turminha

Legal” no Facebook, para ligar família-escola em torno dos conteúdos escolares.

A investigação realizada ancora-se em uma pesquisa de abordagem qualitativa do tipo estudo de

caso. A observação, o diário de bordo, o projeto de intervenção e a entrevista foram as técnicas

utilizadas para a recolha de dados.

Os resultados obtidos pelo presente estudo corroboram a importância da inserção das tecnologias

no ambiente escolar, e, consequentemente na educação infantil. É necessário refletir que buscar a

informação em si, não é o bastante, é apenas uma parcela de todo um processo para o

desenvolvimento de habilidades e competências do indivíduo. Aos alunos, demanda à

necessidade de estabelecer relações entre as informações e produzir conhecimento, mediados

pelo professor.

A investigação aponta que as relações escola/família devem ser vistas numa perspectiva de

colaboração e parceria, pois quanto mais escola e família estarem unidas mais significativos serão

os resultados na aprendizagem e formação da criança.

Palavras-chave: TIC. Facebook. Educação infantil. Interação família-escola.

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ICT in early childhood education: Facebook‘s contributions to learning and to integrate

family and school

Abstract:

The technological revolution to increase each day and transforms significantly different sectors of

society: economic, cultural, social and educational. The technological means are present in

modern society through the computer. Young children are not alien to this range of information

made available by ICTs. The technologies promote significant changes in the whole society, and

consequently education, which must be present, for establishing new forms of communication

and encourage existing ones.

In this context, this research aims to analyze the educational interest of the use of ICT in

mathematics learning in early childhood education as well as elucidate the contributions of

"Turminha Legal" group on Facebook, to connect family-school around the school contents.

The research is anchored in a qualitative aproach of a case study. The observation, the logbook,

the intervention project and the interview were the techniques used for data collection.

The obtained results in this study confirm the importance of integrating technology in the school

environment, and consequently in early childhood education. It is important to think that to seek

the information itself, it is not enough, it is only part of a whole process to develop skills and

competences of individual. It demands to students the need to establish relationships between

the information and to produce knowledge, mediated by the teacher. Research shows that the

school / family relations should be seen in perspective collaboration and partnership, because the

more school and family are united most significant are the results in learning and child training.

Keywords: ICT. Facebook. Childhood education. Family-school interaction.

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SUMÁRIO

Lista de Abreviaturas .................................................................................................................................. xii

Lista de Tabelas .......................................................................................................................................... xii

Lista de Figuras .......................................................................................................................................... xiii

Apresentação ..............................................................................................................................................15

Introdução ..................................................................................................................................................17

Contextualização e justificativa do estudo..................................................................................................18

Justificativa sócio-educacional .................................................................................................................. 19

Justificativa científica ................................................................................................................................ 19

Justificativa pessoal ................................................................................................................................... 19

Definição do problema, objetivos e questões ............................................................................................ 20

Estrutura do trabalho ................................................................................................................................ 21

Capítulo I – Marco Teórico ............................................................................................................................ 23

1.1 As tecnologias de informação e comunicação na educação ................................................................. 24

1.1.1 Perspectiva histórica ........................................................................................................................ 26

1.2 Espaços e Possibilidades na Cibercultura ............................................................................................. 30

1.3 O uso da tecnologia Facebook como ferramenta pedagógica .............................................................. 35

1.3.1 O estado da arte no Facebook .......................................................................................................... 38

1.4 As Tecnologias e a Matemática na Educação Infantil ........................................................................... 40

1.5 As contribuições da relação família-escola para a aprendizagem das crianças...................................... 48

Capítulo 2 - Metodologia de Investigação...................................................................................................... 51

2.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................................................................. 52

2.2 A amostra ............................................................................................................................................ 54

2.3 Instrumentos de Pesquisa ................................................................................................................... 54

2.4 Análises de conteúdo .......................................................................................................................... 55

2.5 Procedimento de entrevista ................................................................................................................ 56

2.6 Cronograma das ações ........................................................................................................................ 57

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2.7 Projeto de Intervenção ........................................................................................................................ 58

2.7.1 Cronograma das ações desenvolvidas no decorrer da pesquisa ........................................................ 63

2.7.2 O contexto escolar ........................................................................................................................... 65

2.7.3 O contexto da Educação Infantil ....................................................................................................... 66

2.7.4 O ambiente e os espaços da educação infantil .................................................................................. 67

2.7.5 As observações e a intervenção ........................................................................................................ 68

Capítulo III - Análise de Dados ....................................................................................................................... 77

Conclusão ..................................................................................................................................................... 93

Referências: .................................................................................................................................................. 96

Apêndices ................................................................................................................................................... 102

Apêndice 1 .............................................................................................................................................. 103

Apêndice 2 .............................................................................................................................................. 104

Apêndice 3 .............................................................................................................................................. 106

Anexos ......................................................................................................................................................108

Anexo 1 ................................................................................................................................................... 109

Anexo 2 ................................................................................................................................................... 110

Anexo 3 ................................................................................................................................................... 115

Anexo 4 ................................................................................................................................................... 117

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Lista de Abreviaturas

CIEd – Centros de Informática na Educação

ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

EDUCOM – Educação com Computador

LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MINERVA – Meios Informativos no Ensino: Racionalização, Valorização e Atualização

PPP – Projeto Político Pedagógico

PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação

PRONINFE – Programa Nacional de Informática Educativa

RCN – Referencial Curricular Nacional

SEED – Secretaria de Educação a Distância

SEI – Secretaria de Especialização de Informática

TI – Tecnologia da Informação

TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação

WWW – Wide World Web

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Categorias das entrevistas ................................................................................................ 42

Tabela 2 – Cronograma das ações 2014 ............................................................................................ 42

Tabela 3 – Cronograma das ações 2015/2016 ................................................................................... 42

Tabela 4 - Cronograma das atividades a serem desenvolvidas ......................................................... 47

Tabela 5 - Ações realizadas no decorrer da pesquisa ...................................................................... 464

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Lista de Figuras

Figura 1 - História “O Sanduíche da Maricota” no Youtube ............................................................ 55

Figura 2 – Desenho da Maricota no Paint ......................................................................................... 57

Figura 3 – Sorteio dos ingredientes do sanduíche dos animais. ....................................................... 58

Figura 4 – Ordem dos ingredientes dos animais. ............................................................................. 59

Figura 5 – Sanduíche preferido das crianças. ................................................................................... 60

Figura 6 – Tecnologia mais usada. .................................................................................................... 63

Figura 7 – Tecnologia válida para comunicação. .............................................................................. 64

Figura 8 – Os pais conhecem o Facebook. ........................................................................................ 65

Figura 9 – Frequência com que é utilizado o Facebook. ................................................................... 67

Figura 10 – Facebook para que utilizam. Fonte: autora .................................................................... 68

Figura 11 - Prt Sc Sys Rq Atividade para ser desenvolvida com a família ....................................... 72

Figura 12 - PrtSc Sys Rq do grupo no Facebook .............................................................................. 75

Figura 13 - Prt Sc Sys Rq Grupo Turminha Legal ........................................................................... 75

Figura 14 - Prt Sc Sys Rq Atividade matemática .............................................................................. 77

Figura 15 – Prt Sc Sys Rq Atividade matemática ............................................................................. 77

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Apresentação

O campo desta pesquisa é a aprendizagem da Matemática na Educação Infantil, através da

utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), desenvolvida em uma escola de

ensino fundamental público do município de São Francisco de Paula. No presente estudo, e de

acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, 9394/96), entende-se

por Educação Infantil como o início da educação básica, é o reconhecimento de que a educação

inicia nos primeiros anos de vida e é primordial para a realização de sua finalidade, estabelecida

no Artigo 22 da Lei: “a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-

lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meio para

progredir no trabalho e nos estudos posteriores”. (LDB, 1996. P. 16). Da mesma forma, na

sociedade contemporânea, percebem-se as tecnologias de informação e comunicação (TIC) como

uma gama de recursos eletrônicos, que segundo Porto (2014), a partir da década de 50, o termo

passou a abranger um conjunto considerável de meios, processos e ideias, bem como ferramentas

e máquinas.

Este estudo aborda uma pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e

comunicação (TIC) para potencializar a aprendizagem da Matemática na Educação Infantil e

refletir acerca da utilização do Facebook para aprendizagem e para ligar família e escola em torno

dos conteúdos e escolares.

Após uma breve introdução ao estudo, apresenta-se a contextualização, motivação e

justificativa para o desenvolvimento do mesmo definem-se as questões/problemas de

investigação, elencam-se os objetivos e, por fim a apresentação da estrutura do trabalho.

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Introdução

A revolução tecnológica digital que presenciamos atinge todos os segmentos da

sociedade, exercendo grandes transformações na vida das pessoas. Neste contexto, os indivíduos

trabalham, comunicam-se, ensina-se e aprende de formas diferentes, portanto, a escola não está

alheia a este processo. Esse novo cenário tecnológico impõe à escola, a necessidade de que todos

aprendam a organizá-la para inovação, proporcionando um espaço para a criação e reflexão.

Para Silva (2012), a escola deve ser inclusiva, sob o ponto de vista da interface digital,

sendo uma exigência para a ocupação do novo espaço de comunicação cultural, que proporciona

ao professor superar a pedagogia tradicional, possibilitando que seu aluno desenhe suas

trajetórias.

Esta pesquisa busca fazer reflexões acerca deste pensamento, compreender a

aprendizagem da Matemática na Educação Infantil, lançando olhar para as ferramentas de

informação e comunicação, como alternativa pedagógica possível de ser empregada no

quotidiano escolar. Pretende-se refletir acerca da utilização de atividades e jogos interativos com

o auxílio do computador, como recurso didático na construção da aprendizagem. Já faz muito

tempo que ensinar matemática na Educação Infantil não se resume a realização de atividades de

seriação, classificação e sequência, nem tão pouco ao preenchimento de folhinhas com números

ou marcar quantidades de objetos em um conjunto.

Segundo Smole (2014), na Educação Infantil, a aprendizagem da Matemática se dá

através da curiosidade que as crianças têm sobre os acontecimentos e a motivação que só

aumentam com o tipo de experiências que lhes são proporcionadas e vivenciadas nas aulas.

Experiências desafiadoras e significativas incentivam a explorar ideias, levantar e testar hipóteses

e elaborar argumentos cada vez mais complexos.

A boa atuação da criança nos anos iniciais do ensino fundamental e, portanto sua

permanência na escola está relacionada com a realização de um bom trabalho na educação

infantil, primeira etapa da vida escolar. Existe a certeza da necessidade de se iniciar desde bem

cedo a estimular as crianças da educação infantil o pensamento lógico, abstrato, por meio de

conceitos matemáticos através de um ambiente lúdico e descontraído que ambientes

tecnologicamente enriquecidos podem proporcionar: “[…] a criança vai construir seu

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conhecimento matemático por meio de sucessivas reorganizações ao longo da sua vida.” (RCN,

2008, p. 214).

A tecnologia faz parte de nossas vidas, colocou-nos a viver num novo mundo, de tal modo

que a expressão sociedade da informação passou a ser usada para identificar esse novo tempo.

Assim, temos que refletir acerca das contribuições que as TIC podem proporcionar à organização

escolar e curricular. Elas proporcionam um espaço de profunda renovação da escola e todos os

que fazem parte do processo educativo.

Neste trabalho de pesquisa buscamos uma proposta que fazendo uso de algumas

funcionalidades tecnológicas, possa contribuir significativamente para o ensino da Matemática.

Tendo em vista que esta deverá ser explorada da melhor forma possível na Educação Infantil,

pois é importante que ela desempenhe equilibradamente o seu papel na formação intelectual do

aluno, visando aplicação na vida cotidiana e apoio à construção do conhecimento de outras áreas

curriculares. Enfatizam-se também as contribuições do Facebook para integrar família e escola

em torno dos conteúdos escolares.

Esta investigação será orientada por uma abordagem qualitativa, centrada no estudo de

caso, na busca de significados para os sujeitos em questão. Visando atender aos objetivos dessa

pesquisa estão sendo empregados como instrumentos de coleta de dados, entrevista, observações,

diário de campo e projeto de intervenção. A coleta desses materiais está sendo efetivada através

dos sujeitos participantes dessa investigação que são vinte alunos e seus familiares da Educação

Infantil de uma escola estadual pública do município de São Francisco de Paula.

Contextualização e justificativa do estudo

Desde o surgimento da humanidade o homem possui necessidade de se comunicar. Com o

advento das tecnologias comunicacionais, especialmente com a Internet, destacam-se mudanças

significativas na forma como interagimos e nos comunicamos na sociedade. E, a educação vem a

cada dia usufruindo dos artefatos dos computadores em rede para buscar formas de aprendizagem

coerentes com a sociedade atual.

As redes sociais representam grande tendência em compartilhar informações e

conhecimentos, pois neste ambiente as pessoas se relacionam com outros indivíduos e fazem

parte dos grupos que possuem maior afinidade.

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19

Nos dias de hoje, o Facebook é a rede social mais utilizada em todo o mundo,

principalmente no que se refere à interação social, percebida através dos comentários nas

publicações e pela participação em grupos abertos, fechados ou secretos que tenham o mesmo

assunto para discussões e compartilhamento. A facilidade de conversação, características

comunicacionais e de interatividade, com a possibilidade de pensar numa aprendizagem com um

currículo mais flexível, extrapolar o tempo e espaço formal, bem como oferecer novas formas de

tratar o conhecimento são algumas das tendências do uso do Facebook no ambiente escolar.

Justificativa sócio-educacional

A educação vem sendo desafiada a cada dia. Os modos de pensar e agir mudam com as

transformações das culturas e das gerações. A escola de hoje não pode ficar indiferente à

sociedade da informação e do conhecimento. A escola precisa ficar atenta a estas mudanças no

sentido de dialogar com a realidade dos sujeitos e refletir com o sistema à necessidade de se

apropriar das ferramentas de comunicação atuais, como mediadoras do processo de ensino e

aprendizagem.

Justificativa científica

Com o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação vastas possibilidades

surgiram para se refletir acerca da inclusão das mesmas na sociedade, e, consequentemente na

educação. O ser humano foi no decorrer dos tempos buscando diferentes formas para se

comunicar. “A tecnologia mune o professor de novas ferramentas e convida-o a uma mudança de

práticas, incentiva-o à inovação, no sentido de dinamizar um ensino mais motivador, dinâmico,

interativo e participativo.” (Ferreira, 2009, p. 34). Este estudo busca um aprofundamento no

conhecimento atual sobre o objeto desta pesquisa.

Justificativa pessoal

O que impulsiona a investigadora a realizar esta pesquisa é a admiração e o gosto pela

matemática, à prática docente na educação infantil e o fato de cada vez mais as tecnologias de

informação e comunicação (TIC) fazerem parte de nossas vidas. As escolas estão imersas em

uma sociedade em constante transformação, procuram adquirir uma compreensão mais

abrangente do significado e potencialidades da dimensão virtual que a internet nos proporciona.

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Por isso, a necessidade de promover mudanças de postura em relação ao ensino-aprendizagem.

Pensar nas crianças e na relação que elas têm com as tecnologias: computadores, câmeras

digitais, tevês, celulares, é pensar no futuro, e, assim ter a responsabilidade de oportunizar e

construir um mundo mais plural e democrático.

Definição do problema, objetivos e questões

O trabalho tem como tema a aprendizagem da Matemática na Educação Infantil com o

uso de tecnologias de informação e comunicação e a utilização da rede social Facebook para ligar

família e escola na aprendizagem dos alunos. Colocamos o problema da investigação sob a forma

de duas questões: "Como pode o uso das TIC potencializar a aprendizagem da Matemática

na Educação Infantil?" e "De que forma o Facebook contribui para ligar escola e família

em torno dos conteúdos e escolares?”.

Para tentarmos dar resposta para as questões/problemas formuladas definimos como

objetivo geral desta pesquisa analisar o interesse educativo do uso das TIC na aprendizagem

da matemática na educação infantil, e como objetivos específicos: a) contribuir para inserção

das TIC na sala de aula; b) dar praticidade as aulas e aprendizagens, despertando a curiosidade e

a criatividade das crianças da educação infantil; c) tornar a aprendizagem da matemática mais

lúdica e agradável; d) analisar a contribuição das tecnologias da informação e comunicação na

aprendizagem da matemática na educação infantil; e) incentivar a participação da família no

processo educativo, em ambiente virtual de aprendizagem e f) contribuir para o desenvolvimento

integral das crianças, através de ferramentas tecnológicas.

A partir dos objetivos e das questões originaram-se outras indagações para investigação:

A) Como a inserção das TIC pode contribuir para o ensino e aprendizagem da matemática, na

Educação Infantil? B) De que maneira as TIC podem dar mais praticidade as aulas e

aprendizagens, despertando a curiosidade e a criatividade das crianças da educação infantil? C)

Como tornar a aprendizagem da matemática mais lúdica e agradável, através do uso de história

infantil? D) Como o Facebook pode incentivar a participação da família no processo educativo,

em um ambiente virtual de aprendizagem? E) Que contribuições as ferramentas tecnológicas

trazem para o desenvolvimento integral das crianças?

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21

Estrutura do trabalho

O presente trabalho está dividido em três capítulos. No Capítulo I, apresenta-se a revisão

de literatura que busca fornecer informações que contribuam para um melhor entendimento do

fenômeno social em estudo. O Capítulo I está dividido em tópicos. No primeiro tópico “As

tecnologias de informação e comunicação na educação”, procura-se refletir acerca da introdução

das TIC na educação como um universo possível de interação, com um ambiente favorável para o

desenvolvimento de atividades criadoras através do trabalho colaborativo através de uma gestão

escolar de qualidade. Apresenta uma breve perspectiva histórica da inserção da informática na

educação em Portugal e no Brasil, destacando alguns projetos.

No tópico “Espaços e possibilidades na cibercultura”, conceitua-se cibercultura que de

acordo com Silva (2010) são modos de vida e de comportamentos adquiridos e transmitidos na

vivência histórica do dia a dia marcada pelas tecnologias informáticas, mediando a comunicação

e a informação através da internet. Tendo no ciberespaço uma nova forma de se comunicar,

através da interligação de computadores em todo o mundo, e a cibercultura enfatiza todas as

ações que se institui neste espaço. Com a inserção dos educandos na cibercultura, propiciam-se

múltiplas possibilidades de conceber o saber, apresenta-se, então o conectivismo como teoria

contemporânea que enfatiza a aprendizagem fora dos sujeitos, ou seja, a aprendizagem que se dá

em rede, na qual professores e alunos colaboram para construção e reconstrução de atividades de

estudo.

No próximo tópico elenca-se “O uso da tecnologia Facebook como ferramenta

pedagógica”, destacando a internet como propulsora de uma nova forma de comunicação, tendo

as redes sociais como primordiais para o mundo atual, pois ferramentas como o Facebook

facilitam que acontecimentos sejam visualizados quase que instantaneamente. Elucidam-se

algumas funções que podem ser desempenhadas no Facebook e seus recursos para auxiliar na

educação e na aprendizagem. Apresenta-se também o estado da arte no Facebook.

No tópico “As tecnologias e a matemática na educação infantil” trata das tecnologias e o

componente curricular Matemática na Educação Infantil, período da vida das crianças muito

importante para a aprendizagem, pois é nesta fase da vida que as crianças criam e ampliam

muitos conceitos que servirão de base para um futuro promissor. Concebe-se à matemática como

componente disciplinar central na formação de indivíduos e sua integração na sociedade.

Sociedade, esta, denominada como a sociedade da informação ou a sociedade do conhecimento,

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22

onde novas habilidades são necessárias, não somente no que se refere ao mercado de trabalho e

produção, mas também na vida social dos indivíduos. Portanto, é interessante pensar que estas

habilidades e competências exigidas pela sociedade, podem e devem ser desenvolvidas, desde o

início da vida escolar das crianças, que se dá a partir da educação infantil.

O último tópico se chama “As contribuições da relação escola e família para a

aprendizagem das crianças” destaca a participação da família no âmbito escolar como de grande

importância para o desempenho das crianças, tanto no que se refere à aprendizagem quanto na

construção das relações sócio afetivas.

Demonstrado o quadro teórico, inicia-se a apresentação do estudo empírico, no Capítulo

II. Neste capítulo são explicitadas as opções metodológicas, a amostra, os instrumentos de

recolha de dados utilizados, o projeto de intervenção e contextualização da escola e da turma de

educação infantil.

O Capítulo III apresenta os resultados obtidos e a respectiva análise dos mesmos.

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Capítulo I – Marco Teórico

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1.1 As tecnologias de informação e comunicação na educação

O advento das Tecnologias de Informação e Comunicação traz vastas possibilidades para

se refletir acerca da inclusão das mesmas na sociedade, e, consequentemente na educação. O ser

humano foi no decorrer dos tempos buscando diferentes formas para se comunicar. O

desenvolvimento das TIC está ligado a uma evolução que teve início através dos correios,

passando ao rádio e televisão, vídeos, computadores e chegando até as mais modernas

transmissões de conferências via satélite, tendendo avançar e se transformar frequentemente.

Desta maneira, antes mesmo do uso da Internet, as pessoas já utilizavam outras tecnologias de

comunicação para interagir ou estudar.

Na esfera educacional a instituição tecnológica e a concentração das mídias oferecem às

pessoas a reciprocidade de informações e a aprendizagem colaborativa. “O uso da tecnologia na

educação permite a extrapolação do universo possível de interações dos espaços tradicionais de

aprendizagem”. (Rodrigues, Tarouco & Klering, 2014, p. 23). O que demanda à escola, em

caráter primordial de que todos que tenham interesse aprendam a pensá-la e organizá-la perante o

novo design tecnológico, favorecendo um ambiente para a reflexão e as atividades criadoras.

Neste sentido, Meirinhos e Osório (2014) referem:

A construção de novas formas de aprender e de formar, mais de acordo com o funcionamento e as necessidades educativas da sociedade de informação, parece assentar hoje em três aspetos fundamentais: i) a constante evolução das TIC; ii) a necessidade de formação permanente; iii) a emergência da atividade coletiva como modelo potencialmente válido de aprendizagem”. ( p. 8).

Neste novo cenário, a escola, como espaço de criação lança aos sujeitos que integram este

processo coletivo de aprendizagem o comprometimento com a mudança levando sempre em

consideração o aprendizado como um dos desafios mais importantes. Sendo necessário refletir

que a tecnologia por si só não garante à aprendizagem, porém o gestor precisa ser o mediador

para que se tenha uma escola preparada para receber e estimular o acesso às Tecnologias da

Informação e Comunicação (TIC) e dispor todo o seu potencial em favor da aprendizagem.

A ideia é transpor a visão de uso da tecnologia para a da realização de atividades adicionais e posicioná-la como um recurso capaz de colocar o aluno em caminhos tais que o conhecimento construído seja depois compartilhado, e é nesse compartilhar que se vivencia a aprendizagem colaborativa. (Rodrigues, Tarouco & Klering, 2014, p. 24).

É neste contexto que Meirinhos e Osório (2014) enfatizam que as TIC promovem o

trabalho colaborativo, porém, a capacitação de formadores e formandos é fundamental. Mas não

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somente a capacitação para o domínio das TIC e sim na criação de competências para o

desenvolvimento profissional.

Segundo Silva (2001) se a escola não reorganizar o seu método, em relação à inserção das

TIC, e não possuir gestores nem professores aptos para se inserir neste novo cenário, não existe

tecnologia que dê conta dos problemas, uma vez que as tecnologias podem alterar a forma como

as competências são realizadas, mas não podem fazer um “mau” professor se transformar em um

“bom” professor.

As repercussões em relação à metodologia prendem-se com as possibilidades de se criarem metodologias singulares e variadas adaptadas ao perfil de cada aluno e aos contextos de aprendizagem. Trata-se de aplicar uma pedagogia diferenciada. As TIC permitem valorizar o método, o processo, o itinerário, o como, dando aos professores a possibilidade de ensinarem de “outro modo”, permitindo pensar num paradigma metodológico que rompa com o modelo de pedagogia uniformizante. ( p. 848).

Possibilitar condições para que os educadores agreguem as TIC à prática pedagógica,

prevê uma formação de qualidade, na qual o professor estará apto a fazer uso criativo, reflexivo e

inovador das TIC e desenvolva com seus alunos um trabalho colaborativo. A consolidação do

processo de integração das TIC às práticas desenvolvidas em sala de aula, bem como ao

currículo, favorece mudanças significativas, como a flexibilidade curricular e a combinação de

atividades à distância e presenciais.

É neste sentido que se almeja uma gestão escolar de qualidade, a qual estimula a criação

de ambientes para aprendizagem, onde a socialização, a realidade local e as interações

possibilitem a construção expressiva de novos conhecimentos. Logo, gerir a tecnologia na escola

demanda que o gestor compreenda as transformações que ocorrem na sociedade, bem como as

consequências dessas transformações para o crescimento humano. Isso solicita ações em relação

a mudanças estruturais que vão além da instalação do computador e da Internet na escola. “Exige

a compreensão de que as TIC são meios de acesso a educação, ao trabalho, ao exercício da

cidadania, ao lazer, ao mundo. [...] numa visão redimensionada de gestão democrática,

participativa, consciente e responsável”. (Rodrigues, Tarouco & Klering, 2014, p. 30).

Nesses nem tão novos tempos, o trabalho pedagógico é ponto central da escola, e é

primordial que o gestor escolar potencialize o fazer pedagógico gerindo com eficiência as novas

tecnologias, de modo a proporcionar a inserção das mudanças na gestão, na prática do professor e

na concepção pedagógica da escola. Apesar de mudanças culturais e sociais significativas, as

escolas do Brasil necessitam ainda de mais engajamento no uso das TIC em sala de aula.

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Na visão de Machado, Longhi e Behar (2014) para que se amenizem as dificuldades em

relação ao uso das TIC em sala de aula, os gestores devem promover a capacitação tecnológica de

seus docentes, encorajando sempre que possível o uso de tecnologias e garantir condições de

suporte ao hardware e ao software da escola e de acesso à Internet.

1.1.1 Perspectiva histórica

Segundo Almeida (2008), a inserção da informática na educação no Brasil e em Portugal

aconteceu no final da década de 1970 e início da década de 1980, com a instalação dos primeiros

computadores nas escolas. Junto com os computadores chegaram as impressoras, drivers

externos, scanners e as câmeras digitais. Todos esses equipamentos foram identificados como

tecnologia de informação (TI). Este processo teve como estratégia capacitar profissionais para

atuar nos setores produtivos.

Em Portugal, foi criado o Projeto Minerva (Meios Informáticos no Ensino:

Racionalização, Valorização e Atualização), que visava “inclusão do ensino das tecnologias de

informação nos planos curriculares; o uso das tecnologias de informação como meios auxiliares

do ensino das outras disciplinas escolares, e a formação de orientadores, formadores e

professores”. Ponte (1994) apud Ferreira (2009. p. 34).

Conforme os estudos de Ferreira (2009), o Ministério da Educação de Portugal financiava

o Projeto Minerva e as universidades e escolas superiores davam o suporte técnico para sua

execução. Sendo assim, o Projeto possibilitou que milhares de alunos e professores usufruíssem

dos computadores como ferramenta de aprendizagem no desenvolvimento de suas atividades, e

permitiam a exploração de alguns recursos informáticos como “o processador de texto, a folha de

cálculo, as bases de dados, o desenho assistido por computador, a edição eletrônica e softwares

educativos”. (Ferreira, 2009. p. 34) Também visava à formação de professores ao nível das

competências técnico-pedagógicas, para que estes pudessem fazer uso das tecnologias de

informação no processo de ensino e aprendizagem.

O mesmo autor, citado a cima, frisa que com o Projeto Minerva se iniciou uma discussão

sobre a importância da utilização e divulgação das tecnologias na educação junto a uma parte

significativa da população. Além disso, abriu portas para outros programas, como o Programa

Internet na Escola (1997), coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que tinha como

objetivo equipar todas as escolas com um computador multimídia conectado à internet na

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biblioteca visando uma melhoria nas condições de igualdade e acessibilidade à informática de

toda a comunidade.

No Brasil, a inserção dos programas de informática na educação, também aconteceu na

década de 1970, principalmente em universidades, através de pesquisas e experimentos. Foi

criado o EDUCOM (Educação com Computador), a partir da aceitação da informática como

ferramenta de reafirmação da sociedade pós-industrial e de estudos a respeito da sua utilização na

educação, como também para a informatização da sociedade brasileira.

Segundo Andrade (n.d.), a Secretaria de Especialização de Informática – SEI solicitou aos

estabelecimentos de ensino superior a elaboração de projetos de implantação de centros-piloto

para desenvolver estudos sobre o uso do computador como recurso de ensino-aprendizagem,

principalmente no 2º grau, criando grupos com equipes multidisciplinares e professores do

magistério público, para que estes criassem sistemas interativos, softwares de apoio educacional,

capacitassem recursos humanos para as atividades e avaliassem seguidamente a utilização do

computador em educação nos aspectos lógicos, psicopedagógicos e socioculturais.

Os centros-piloto teriam que ser capazes de auxiliar nas decisões políticas para área e

servir de referência para difusão na formação de recursos humanos. Também tinham como

propósito verificar a ocorrência de possíveis mudanças na estrutura dos sistemas de ensino

público, buscando alternativas adequadas à realidade social, política, econômica e cultural.

Em 1984, os centros-piloto ou subprojetos EDUCOM foram instalados nas universidades

federais de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e estadual de

Campinas, em São Paulo, os quais produziram resultados importantes para o desenvolvimento de

estratégias governamentais e utilização da informática na educação. Em consequência, foram

criados Comitês de Assessoramento de Informática na Educação, destacando ações básicas de

consolidação de uma cultura nacional de informática educacional, tais como: Projeto FORMAR

(1987, 1989 e 1992); Projeto CIEd que implantou Centros de Informática na Educação junto às

secretarias estaduais de educação; Jornadas de Trabalho com subsídios para políticas e concursos

de softwares educativos (1987-1989). Todos estes projetos tinham como objetivo incentivar

novos talentos, a produção descentralizada e melhoria da qualidade.

Foi criado também o PRONINFE (1989) Projeto Nacional de Informática Educativa, com

o intuito de capacitar professores, técnicos e pesquisadores de forma contínua e permanente para

o domínio da informática educativa.

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Segundo Oliveira (2014) somente em 1997 foram instalados programas de informática

nas escolas públicas brasileiras, por meio do Programa Nacional de Informática na Educação

(PROINFO) vinculada à Secretaria de Educação a Distância/SEED. O objetivo principal deste

Programa, conforme Valente (1999) apud Oliveira (2014), foi estabelecer relações com a escola

pública buscando a inserção da informática na educação básica, através da interação de técnicos,

pesquisadores e governo.

Oliveira (2014) argumenta que no Brasil sempre existiu a preocupação de usar o

computador não somente para a transmissão de informações e conhecimento, ou como ferramenta

para informatizar os processos de ensino já existentes, mas sim como instrumento de interação.

Valente (1999), também salienta que:

Quando o aluno usa o computador para construir o seu conhecimento, o computador passa a ser uma máquina para ser ensinada, propiciando condições para o aluno descrever a resolução de problemas, usando linguagens de programação, refletir sobre os resultados obtidos e depurar suas ideias por intermédio da busca de novos conteúdos e novas estratégias. ( p. 02).

Neste sentido, reforça-se a ideia de que o uso do computador não é somente para mera

transferência de informações, mas uma ferramenta que pode ser usada pedagogicamente nos

processos de ensino e aprendizagem. Pesce (2011) nos lembra de que, além do computador, a

história da educação no Brasil se caracterizou pela utilização de material impresso e do rádio

como aliados nos cursos oferecidos na Educação a Distância, na década de 1940.

Sendo assim, o que podemos perceber é que a educação sempre esteve mediada por algum

meio de comunicação como suporte as ações do educador em sua interação com os estudantes. A

própria sala de aula pode ser considerada uma “tecnologia”, e todos os recursos utilizados pelo

professor como ferramentas pedagógicas: o giz, o livro, a caneta, o quadro-negro. “Pedagogia e

tecnologia sempre foram elementos fundamentais e inseparáveis da educação”. (Belloni, 2009, p.

53-54).

Leite & Ribeiro (2012), destacam a expressão que foi criada com a chegada da Internet:

Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) que permite criar, capturar, interpretar,

armazenar, receber e transmitir informações. Para os autores a inserção dessas tecnologias na

educação representam melhorias no processo de ensino-aprendizagem. Conforme essas

tecnologias são usadas podem trazer resultados positivos ou negativos. Para que sejam usadas de

forma positiva são necessários alguns fatores:

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O domínio do professor sobre as tecnologias e sua utilização na prática; boa estrutura física e material por parte da escola; que os governos invistam em capacitação para formação de professores frente aos avanços tecnológicos; que o professor se mantenha motivado para aprender e inovar em sua prática pedagógica; que os currículos escolares possam integrar a utilização das novas tecnologias aos seus conteúdos. ( p.175).

Sendo assim, percebemos que a cada dia a tecnologia passa a fazer mais parte de nossas

vidas, com as escolas cada vez mais conectadas a Internet, colocando-nos a viver num mundo

diferente e diversificado, de tal modo que a expressão sociedade da informação passou a ter um

uso frequente para identificar essa nova configuração. Assim, temos que refletir sobre as

contribuições que as TIC podem proporcionar à nova organização escolar e curricular que se

apresenta. As Tecnologias de Informação e Comunicação proporcionam um espaço de profunda

mudança da escola, exigindo dos educadores uma grande capacidade de adaptação e de desafio:

transformar o modelo escolar que privilegia a lógica da instrução e da transmissão de informação

para um modelo escolar baseado na construção colaborativa de saberes.

Ou seja, como salienta Moran (2007), o professor precisa aprender a manipular com as

tecnologias mais modernas, não se acomodando, porque a todo instante surgem novas tecnologias

para facilitar o trabalho pedagógico. A utilização dos computadores por parte dos educadores em

seu ambiente de aprendizagem possibilita que os alunos interajam com outros indivíduos,

pesquisando sobre diferentes assuntos e fazendo uso de ferramentas tecnológicas no ensino o que

torna este processo mais dinâmico e atrativo.

Valente (1999), afirma que as políticas de implantação da informática na escola pública

brasileira têm sido direcionadas com vistas na mudança pedagógica:

As mudanças pedagógicas que podem ser observadas são, atualmente, propiciadas pelo uso da rede Internet. Por intermédio da Internet, os alunos têm a chance de acessar e explorar diferentes bases de dados e construir páginas para registrar os resultados de projetos ou atividades desenvolvidas. ( p. 04).

A mudança pedagógica que todos querem é transformar uma educação voltada para

transmissão de informação e na instrução, para a elaboração de espaços de aprendizagem nos

quais os estudantes desenvolvem suas atividades e constroem seu conhecimento.

Segundo Belloni (2009) as facilidades oferecidas pelas TIC trazem mudanças

significativas nas possibilidades de interação, colocando à disposição dos sistemas, dos alunos e

professores técnicas rápidas, seguras e eficientes o que possibilita ao usuário interagir através da

máquina (professor/aluno; aluno/aluno; professor/família e até mesmo aluno/família). As técnicas

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de interação criadas pelas redes telemáticas (e-mail, facebook, webs, sites.) são de grande valia,

pois permitem combinar a flexibilidade da interação humana com a independência no tempo e no

espaço.

Para Silva (1998) apud Silva (2008),

a noção de rede é o conceito chave para caracterizar a nova configuração comunicativa. Em termos sociais, este conceito significa que estamos perante um universo comunicativo em que tudo está ligado, em que o valor é dado pelo estabelecimento de uma conexão, de uma relação. E na medida em que a conectividade é realizada através da interface da tela do computador, denominamos esta nova configuração por comunicação em ambiente virtual. ( p. 1913-1914.).

Neste sentido, é necessário refletir acerca deste novo formato de comunicação, buscando-

se novos espaços possíveis para que a interação aconteça. Portanto, cabe a todos os envolvidos

neste processo proporcionar uma nova forma de ensinar e aprender, através de uma educação que

favoreça a formação de sujeitos críticos, autônomos e conscientes de seu papel na sociedade.

1.2 Espaços e Possibilidades na Cibercultura

Vivemos na sociedade contemporânea um novo momento tecnológico. A expansão das

possibilidades de comunicação e de informação, através de equipamentos midiáticos, modifica

nossa forma de viver, interagir e aprender na atualidade.

A sociedade está impregnada de tecnologias no seu âmago mais profundo, influenciando

diretamente a rotina humana e a disposição das atividades dos homens. Devido a esta mudança ao

longo dos últimos séculos, estas inovações demandam conhecimento por parte da sociedade que

se torna a sociedade do conhecimento.

Sendo então, uma sociedade que se volta para o saber, os desafios lançados à educação,

no sentido de entrar na sociedade da informação, referem-se e vão bater às portas da escola que

opera e dissemina a educação formalizada necessitando conectar-se a esta nova demanda que a

sociedade traz como primordial para a formação de um cidadão completo.

Não se tolera mais a transmissão da informação, pois na sociedade do conhecimento, a

informação pode ser adquirida em diferentes lugares, e cabe à escola proporcionar aos estudantes

os meios necessários para transformar a informação em conhecimento. Os alunos necessitam

estabelecer relações entre as informações e produzir conhecimento, mediados pelo professor.

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) são indispensáveis para a sociedade

atual, suportando todos os ramos de atividade, possibilitando todo o tipo de serviços, dos mais

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tradicionais aos mais inovadores, e criando condições para o fomento da atividade econômica em

nível global. As novas tecnologias instaladas na sociedade e no trabalho levaram a profundas

mudanças no campo social e individual ao influenciarem drasticamente a vida humana, o tempo e

o espaço.

Elas fazem parte de nosso cotidiano, estão tão presentes que parece ser algo natural.

Sendo assim, Silva e Conceição (2013) destacam a ubiquidade relacionada à mobilidade das

tecnologias móveis que permitem um contato estável a diversos lugares ao mesmo tempo. A

possibilidade de nos comunicarmos com muitas pessoas ao mesmo tempo e em lugares diferentes

faz com tenhamos a sensação de estarmos presentes naquele local.

O fato de estarmos entrando num tempo que decorre em espaços hiperconectados, espaços de hiperlugares, múltiplos espaços, que desafiam os sentidos da localização, permanência e duração, constitui um novo desafio para cibercultura. ( p. 141).

A aprendizagem no ciberespaço faz com que os ambientes de educação escolar se

ampliem. Exige uma mudança de visão em relação às tecnologias nos novos tempos escolares, no

modo de ensinar e de aprender, sendo um agregador de possibilidades didáticas em que o

professor possa desenvolver projetos e atividades interessantes com seus alunos, tendo certa

consciência de aproveitar e desenvolver o lado positivo da aprendizagem com as TIC.

Silva (2010) diz que a utilização da internet na formação escolar é uma característica da

cibercultura, pois a comunicação online está presente na sociedade.

Se a escola e a universidade ainda não exploram devidamente a internet na formação das novas gerações, estão na contramão da história, alheias ao espírito do tempo e, criminosamente, produzindo exclusão social e exclusão cibercultural. (p. 38).

No pensamento deste autor, quando o professor oportuniza ao seu aluno o contato com a

mídia para aprendizagem de um conteúdo curricular, ele colabora pedagogicamente para a

inclusão desse aluno no "espírito do nosso tempo sociotécnico". (Silva, 2010, p. 38).

Silva (2010) conceitua cibercultura como modos de vida e de comportamentos adquiridos

e transmitidos na vivência histórica do dia a dia marcada pelas tecnologias informáticas,

mediando a comunicação e a informação através da internet.

Portanto, podemos perceber que o ciberespaço compõe uma nova forma de se comunicar,

através da interligação de computadores em todo mundo, e, a cibercultura enfatiza todas as ações

que se instituem neste espaço. Nele, é possível a aproximação dos recursos disponível no

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computador, a troca de mensagens de forma síncrona ou assíncrona, transmissão de vídeo e som,

e dentre outras possibilidades que aparecem diariamente.

A contribuição da educação para a inserção dos educandos na cibercultura exige que o

professor aprenda como usar as ferramentas tecnológicas de forma pedagógica, proporcionando a

seus alunos autonomia e autoria, de modo que se privilegie a aprendizagem, através de ambientes

propícios para que os estudantes realizem suas atividades e construam seu conhecimento.

As velozes transformações tecnológicas da atualidade impõem novos ritmos e dimensões à tarefa de ensinar e aprender. É preciso estar em permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo. (Kensky, 2003. p. 30).

Vivemos em um mundo globalizado, sem fronteiras, onde a mídia exerce um grande

poder, ocorrendo transformações no modo de produção e comunicação cada vez mais veloz,

tendo as tecnologias uma grande abrangência tanto na sociedade como na escola. Neste contexto

em que estamos envolvidos a aprendizagem acontece de diferentes formas. As mídias, os meios

de comunicação e a internet são determinantes para essa nova forma de conceber o saber.

Neste sentido, Paraskeva e Oliveira (2006) salientam a importância da função que a

tecnologia informacional e comunicacional vai desempenhar no âmbito dos conteúdos escolares,

pois é necessária uma mudança de paradigma educacional que aponte para uma reestruturação

dos currículos e posturas, tanto dos professores, quanto dos alunos.

Para Kenski (2003), o ambiente educacional virtual não substitui o espaço educacional

presencial, ao contrário, ele o amplia.

É inevitável a importância das TIC em todo contexto social, porém ainda vemos a escola

demonstrar grande dificuldade em colocar na prática as transformações do modo de aprender em

virtude do avanço tecnológico atual. A rápida difusão das TIC exerce alterações em todas as

áreas da sociedade contemporânea e assume importância central na vida social e individual na

atualidade, consequentemente, os educadores e todos envolvidos no sistema da Educação devem

estar motivados e preparados para enfrentar o futuro que se tem revelado incerto, e em

permanente mudança, para que todos possam contribuir da melhor forma com o sucesso

educativo.

Ao longo do tempo vem surgindo uma nova era que oferece múltiplas possibilidades de

aprender, em que o espaço físico da escola, tão relevante em outras décadas, neste novo

paradigma, deixa de ser o local exclusivo para a construção do conhecimento e da preparação do

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cidadão para a vida ativa. Nos dias de hoje, se torna imprescindível formar alunos com espírito

empreendedor, que sejam criativos e que tenham capacidade de resolver diversos problemas.

As tecnologias de informação e comunicação favorecem o encontro de diferentes

relações, dentro e fora da escola os indivíduos estão imersos no mundo tecnológico, pois estas

não dependem de um local certo para acontecer.

Segundo Prensky (2010) a tecnologia em nossas escolas devem auxiliar os estudantes no

processo de aprendizagem, orientados pelo professor. O autor salienta que as tecnologias

proporcionam aos alunos várias ferramentas, com as quais o aluno pode aprender sozinho.

Desde a Internet com todo tipo de informação para procurar e ferramentas de busca para descobrir o que é verdadeiro e relevante, até ferramentas de análises que permitem dar sentido à informação, há ferramentas de criação que trazem resultados de busca em uma variedade de mídias, ferramentas sociais que permitem a formação de redes sociais de relacionamento e até de trabalho de modo a colaborar com pessoas do mundo inteiro. ( p. 203).

Sendo assim, a Internet possibilita uma maior autonomia do educando frente ao processo

de aprendizagem, pois existe uma quantidade de recursos e ferramentas que favorece que o aluno

vá à busca da informação que necessita, e, cabe a ele transformá-la em conhecimento. Na

cibercultura propiciam-se múltiplas possibilidades de se conceber o saber, apresenta-se o

conectivismo como teoria contemporânea que enfatiza a aprendizagem fora dos sujeitos, ou seja,

a aprendizagem que acontece em rede, na qual professores e alunos colaboram para a construção

e reconstrução de atividades de estudo.

As teorias que passamos a elencar são as que estão mais presentes nas práticas

pedagógicas dos educadores. Realçamos o “conectivismo” de George Siemens, como teoria

contemporânea e destacamos como esta pode servir para fundamentar e auxiliar a aprendizagem

em ambientes virtuais.

As teorias de aprendizagem tradicionais, mais apropriadas ao ensino presencial, não foram

elaboradas e pensadas tendo em vista o ensino em ambientes virtuais. Alguns autores consideram

que são necessárias novas teorias para dar conta das novas formas de aprendizagem em educação

online, redes sociais, dispositivos móveis e plataformas de ensino da web 2.0.

A teoria cognitivo-behaviorista fundamenta-se numa prática educativa de transmissão de

conhecimento, em que a meta da aprendizagem está claramente definida: o aluno faz o que lhe é

exigido, ou seja, é um receptor passivo. Os objetivos educacionais são ditados pelos valores

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elencados pela sociedade; a educação está subordinada à instrução, considerando a aprendizagem

do aluno como um fim em si mesmo.

Já na teoria socioconstrutivista, a aprendizagem passa a ser pensada através dos contextos,

relacionamentos e interações. O professor orienta seus alunos no processo de construção do

conhecimento, deixando de ser apenas um transmissor de informações. O conhecimento se dá a

partir da interação indivíduo e mundo, o qual participa ativamente e reflexivamente na elaboração

das normas comuns para o grupo. O ensino prioriza as atividades do sujeito baseado no

aprendizado e na pesquisa.

Segundo Mattar (2013), devido à grande gama de informações e acessibilidade, boa parte

do processamento mental e da resolução de problemas estarem armazenado em máquinas. Neste

contexto, a aprendizagem não é mais concebida como memorização ou mesmo compreensão de

todas as coisas, mas como construção e manutenção de conexões em rede para que o indivíduo

seja capaz de buscar e desenvolver conhecimentos quando e onde for necessário.

Valente (1999) destaca que a escola é um ambiente de trabalho diversificado. A inserção

de novas ideias está relacionada às ações do professor, o qual deve ter autonomia para tomar

decisões, realizar mudanças necessárias no currículo, sugerir e programar propostas de trabalho

em equipe e fazer bom uso das tecnologias de informação e comunicação.

Neste sentido, surge o conectivismo, proposto como uma teoria mais adequada para a era

digital que vivenciamos. Mattar (2013) elenca os estudos do autor George Siemens (2004), que

descreve que existem limitações do behaviorismo, cognitivismo e construtivismo, enquanto

teorias de aprendizagem, pois não abordam a aprendizagem que ocorrem fora dos sujeitos. Para

este autor, o conectivismo destaca justamente que para a ação, necessitamos nos apropriar de

informações externas ao nosso conhecimento primário. Portanto,

Aprender não é mais considerado um processo inteiramente sobre o controle do indivíduo, uma atividade interna, individualista: está também fora de nós, dentro de outras pessoas, em uma organização, em um banco de dados ou em artefatos, e essas conexões externas é o que potencializam o que podemos aprender, podem inclusive ser consideradas mais importantes que nosso estado atual de conhecimento. (Mattar, 2013. p.30).

Sendo assim, no conectivismo os alunos e professores colaboram para construção e

reconstrução de atividades de estudo para que estas sejam utilizadas e reutilizadas em um

processo de reelaboração por outros alunos e professores, ou seja, no conectivismo a

aprendizagem acontece em rede, sendo cada indivíduo um nó que por meio dessas redes

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estabelece conexões e cria e recria conhecimentos. Portanto, o mais significativo nesse processo é

como o sujeito aprende, usufruindo de diferentes ambientes de aprendizagem, como a rede social

Facebook.

Conforme Meirinhos e Osório (2014), o conectivismo procura dar respostas à nova

realidade que surge a partir da evolução tecnológica que transforma todos os setores da

sociedade, econômicos, sociais e culturais. Tem a intenção de ser uma teoria da aprendizagem

para era digital. Estes autores também referenciam Siemens para destacar que ele propõe uma

teoria da aprendizagem em simetria com a grande gama de ferramentas de software social e com

a instrução da web 2.0 e propulsora das competências necessárias para trabalhar na era do

conhecimento. Os autores ainda enfatizam que o conectivismo é uma teoria que procura

descrever as características da aprendizagem contemporânea que se relaciona às características

dos jovens do século XXI.

Neste sentido, a educação é um processo que transcende os muros da escola, como

referencia Moran (2007), sendo um processo de toda a sociedade, o tempo todo. “Toda sociedade

educa quando transmite ideias, valores, conhecimentos. [...] todos educam e, ao mesmo tempo

são educados, isto é, aprendem, sofrem influências, adaptam-se a novas situações”. ( p. 14).

Quanto mais conectada a sociedade, mais a educação poderá ser diferente. Não haverá tanta necessidade de ficarmos todos no mesmo lugar, para aprender ao mesmo tempo e com as mesmas pessoas. A conectividade abre possibilidades muito variadas de aprendizagem personalizada, flexível, ubíqua, integrada. (Moran, 2007, p. 125).

Portanto, com o desenvolvimento das sociedades no decorrer da história, o processo

educacional também passou por mudanças relevantes no que se refere às ferramentas

tecnológicas. Mudanças que possibilitam uma educação mais dinâmica que busca novas formas

de ensinar e aprender com sujeitos mais motivados a fazer uso das tecnologias.

1.3 O uso da tecnologia Facebook como ferramenta pedagógica

“Educar em nosso tempo conta com uma feliz coincidência histórica: a dinâmica comunicacional

da cibercultura, em sua fase atual chamada web 2.0, caracterizada como autoria,

compartilhamento, conectividade e colaboração e os fundamentos da educação autênticos

definidos como autonomia, diversidade, dialógica e democracia.”

(Marco Silva)

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As Tecnologias de Informação e Comunicação há muito tempo fazem parte da educação,

através do jornal, da televisão, do rádio e do cinema. Disponibilizam uma variedade de recursos

para facilitar e enriquecer o ensino e a aprendizagem, expandindo possibilidades para educação

formal. Há algum tempo atrás, as redes sociais eram consideradas o futuro da internet, e de fato,

hoje elas representam grande capacidade de comunicação, conexão social e troca de informações,

em diferentes assuntos: notícias, curiosidades, dicas do cotidiano dos usuários e celebridades.

Portanto, a tecnologia apresenta-se como ponto central no cenário atual da civilização

humana. Os computadores estão presentes em todos os espaços da sociedade, através do processo

de globalização. Com o surgimento da Internet uma gama enorme de informações mais rápida e

acessível possibilitou a proximidade entre as pessoas e uma nova forma de linguagem foi

instaurada entre os participantes.

De acordo com Mercado (2010) a linguagem que apareceu no final do século XX em

ambientes virtuais é o “internetês”. A autora destaca que esta linguagem está baseada na

simplificação, na abreviação ou em suprimir letras em palavras, usada na comunicação entre as

pessoas.

Essa linguagem é oriunda da familiarização dos jovens com a proliferação das tecnologias digitais. Nesses espaços interativos, os usuários se comunicam por meio de enunciados rápidos e criativos, criando signos com menos letras para interlocução, adicionando desenhos à escrita. Os significados veiculados tendem a garantir uma comunicação dinâmica e precisa entre o emissor e o receptor, protagonistas de uma cultura jovem. ( p. 80).

Sendo assim, percebe-se que a Internet proporciona uma nova forma de comunicação,

através de diversas possibilidades de escrita através da criação de uma linguagem mais acessível

aos indivíduos que a utilizam. A escola, seus gestores e educadores não podem negar o

conhecimento de todas as opções de comunicação e linguagem que surgem, pois estas provocam

uma revolução nas relações humanas.

Segundo Silva (2008), a Internet é o modelo de rede colaborativa que esclarece o

significado da nova galáxia comunicativa. Sua adesão deve-se ao britânico Tim Berners-Lee ao

criar o sistema de informação world wide web (web ou www) entendido como universo

interativo de participação, através da comunicação com a máquina e outras pessoas, ou seja, são

ciberespaços através dos quais os indivíduos interagem compartilhando informações, fazendo

postagens e ampliando a comunicação mediada por um computador.

Valente (1999), ao falar sobre as redes de computadores diz:

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O grande avanço tecnológico atual, as redes de computadores, em especial a Internet, que permite conectar pessoas espalhadas pelo mundo todo, tem sido o novo impulso e a nova promessa em direção ao uso da tecnologia de computadores para um entendimento mais amplo de Educação e da consciência de sermos “cidadãos do mundo”. A tecnologia de redes de computadores viabiliza funções em que não só estudantes, mas os próprios professores podem desenvolver suas atividades de um modo colaborativo. ( p. 49).

Portanto, vivemos numa sociedade, onde a informação se dá de forma cada vez mais

rápida. Diante dessa realidade, as redes sociais são primordiais para o mundo atual, pois

ferramentas como o Facebook possibilitam que acontecimentos sejam visualizados quase que

instantaneamente. Passam a utilizá-lo para reunir pessoas com causas semelhantes e objetivos

comuns, fazer repercutir fatos, denúncias e outros. Souza & Schneider (2014), enfatizam:

[…] aliar os recursos disponibilizados pelas redes sociais ao processo de ensino e aprendizagem pode ser uma contrapartida positiva para o uso das tecnologias em sala de aula, uma vez que os alunos e professores já fazem uso das redes sociais em seu cotidiano, nas mais diversas situações. Não se trata apenas de se buscarem respostas para resolução de problemas de indisciplina ou para a motivação da aprendizagem, mas principalmente porque elas fazem parte do modus vivendi da sociedade atual, dentro de um processo natural de evolução. ( p. 109).

O Facebook foi criado em 2004, em Harvard, nos Estados Unidos por Mark Zuckerberg,

logo se tornou a rede mais visitada no mundo. Segundo Martins (2015) a rede social Facebook

possui atualmente 1.44 bilhão de usuários no mundo inteiro. Vem ganhando a preferência dos

indivíduos que usam a Internet para realização de várias tarefas, com compartilhamento de ideias

e notícias, divulgação de acontecimentos e produtos que consideram interessantes.

Por meio de tecnologia 2.0, o Facebook, possui um espaço convidativo para a partilha, a

interação e o debate. Seu ambiente é informal onde o indivíduo está à vontade para se comunicar.

Encontra-se no endereço eletrônico www.facebook.com. Não é somente um canal de comunicação,

mas uma ferramenta tecnológica para educação, pois se trata de uma plataforma conhecida, ou

seja, popular, de fácil acesso e gratuita. Sua estrutura é vertical, formada por nós (ou nodos) que

representam as pessoas e por ligações que são as relações de amizades que surgem a partir destes

nós. Todos os seus membros são participantes ativos que visam não somente a colaboração, a

partilha, a comunicação, mas sim o crescimento pessoal. Sua comunicação pode ocorrer de forma

assíncrona (comunicação não simultânea) ou síncrona (tempo real).

Os recursos e possibilidades oferecidos pelo Facebook podem auxiliar na educação e na

aprendizagem através do contato entre as pessoas de diferentes níveis sociais, culturais, políticos,

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econômicos e educacionais. Os educadores podem tirar as dúvidas dos alunos de qualquer lugar e

a qualquer hora, bem como promover atividades de grupo para proporcionar a interação entre os

alunos e compartilhar conhecimentos e experiências.

As tecnologias web 2.0 - podcasts, wikis, redes sociais, dentre outras - estão presentes no

dia a dia de nossos alunos. Portanto, surge uma nova função para os educadores em meio a estas

mudanças tecnológicas que transformam a forma de agir e pensar da sociedade moderna, as quais

provocam novas formas de ensinar e aprender, ou seja, exigem-se novas metodologias de ensino.

Assim como referencia Silva (2001):

A tecnologia mudou radicalmente a medida da escala espacial: o longe e o próximo não existem em termos visuais, a medida faz-se pela implicação dos actores em projectos de interesse e motivação comuns que desejam partilhar. Deste modo os professores e os alunos podem, não só, desenvolverem interacções satisfatórias entre si, mas também, cada escola e ou cada um dos seus membros pode estabelecer relações plurais e colaborativas com outras escolas, com colegas, com peritos ou instituições diversas. ( p. 850).

Um número considerável de pessoas usufrui das tecnologias, especialmente os jovens e

os alunos, nesse sentido pode-se lançar o olhar para o potencial educativo da rede social

Facebook, por meio de seus recursos e atividades que apoiam o ensino e a aprendizagem. . Os

professores podem sanar as dúvidas dos alunos a qualquer hora e de qualquer lugar, proporcionar

atividades em grupo, compartilhar conhecimentos e experiências de forma colaborativa.

Sendo assim, de acordo com Silva (2010) muitos professores já percebem que a

verdadeira educação não acontece sem a participação do aluno e nem com a mera transmissão de

conteúdos.

Nesta pesquisa busca-se uma proposta que fazendo uso de ferramentas tecnológicas possa

contribuir para o ensino da Matemática, tendo em vista que esta deverá ser explorada da melhor

forma possível na educação infantil, pois é importante que ela desempenhe equilibradamente o

seu papel na formação intelectual do aluno, visando aplicação na vida cotidiana e apoio a

construção do conhecimento de outras áreas curriculares.

1.3.1 O estado da arte no Facebook

Vivemos numa sociedade caracterizada pela mudança, derivando-se de novos paradigmas

de informação, por meio de novas tecnologias. Para que possamos usufruir desta evolução

tecnológica são necessários ensinamentos que visem uma maior literacia das mídias e da

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informação. Percebe-se que as sociedades se globalizaram mediante a infinidade de

possibilidades de comunicação em rede, que fez surgir um novo tipo de comunidade, fazendo as

redes sociais, como o Facebook, ferramenta para partilha e comunicação de informação e

conhecimento.

Segundo Martins e Diniz (2014) a literatura destaca que a Internet desde o seu

surgimento, vem transformando-se tecnologicamente no que se refere às suas características de

uso e aplicabilidade. Enfatizam que a web 2.0 revolucionou o mundo real e virtual, de tal forma

que a interatividade possibilita a inclusão, colaboração, geração de conteúdo e publicação.

Neste sentido, sente-se a necessidade de uma nova configuração dos espaços educativos, o

que coloca aos professores a função de mediadores, de forma a contribuir para que o aluno tenha

um pensamento crítico, reflexivo e criativo, tornando-se, assim, mais autônomo. Neste contexto,

entende-se a escola como um espaço possível para dialogar sobre as indagações trazidas pelas

crianças e os significados que elas atribuem aos aspectos referentes a cultura midiática, pois estes

são percebidos nos diálogos que estabelecem com seus pares no cotidiano escolar, através das

brincadeiras e seus modos de ser.

Alguns estudos são relevantes destacar no que se refere à utilização do Facebook na

educação. Elenca-se a pesquisa de Pompermayer (2014) intitulada “Soluções de Problemas

Matemáticos no Facebook – uma análise sob a perspectiva da teoria dos campos conceituais”,

para a obtenção de Mestre em Ensino de Matemática. Tal estudo faz análise de uma atividade

realizada através de um grupo na rede social Facebook com alunos entre doze e dezessete anos de

idade, de um curso pré-vestibular do Município de Porto Alegre, com o objetivo de discutir e

desenvolver conceitos matemáticos.

O autor da pesquisa considerou a rede social Facebook um ambiente de grande

importância para a troca de conhecimento, por já fazer parte do dia a dia dos estudantes, alguns o

utilizaram como uma ferramenta de estudo e troca de ideias.

A variedade de mídias, a acessibilidade e facilidade de comunicação entre os colegas e

professores foram fundamentais para o desenvolvimento dos trabalhos, sendo que os alunos

tinham a possibilidade de contatar mais de uma pessoa através de um dispositivo ligado à

internet, sem precisar sair do ambiente em que estavam.

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Pompermayer (2014) verificou ainda uma linguagem mais livre quando comparada à sala

de aula, oportunizando aos alunos uma maior liberdade de expressão para sanarem dúvidas e

interagir no Facebook.

Neste sentido, o grupo do Facebbok tornou-se um ambiente de aprendizagem, por meio da

pesquisa e socialização do saber, com grande potencial para auxiliar no ensino da matemática.

Destaca-se também, a investigação de Aguirre (2012): “O uso do Facebook no ensino da

Matemática”. A autora desenvolveu sua pesquisa sobre um grupo criado no Facebook:

Descomplicando a Matemática, com alunos que apresentavam dificuldade para aprender

Matemática. Segundo a autora no grupo interagiam e trocavam ideias, e, lhes eram oportunizado

visualizar materiais com som, imagem e movimento.

Aguirre (2012) salienta que a pesquisa possibilitou observar que o grupo criado na rede

social “Descomplicando A Matemática”, é atrativo por estar em um ambiente criado no

Facebook, a rede social mais acessada em todo mundo e também pela maioria dos alunos.

Destacou também que o grupo está contribuindo para o esclarecimento de dúvidas e o interesse

pelas aulas de Matemática aumentou. A autora percebeu que os alunos acessam quase que

diariamente o grupo para ficar por dentro das novidades, visualizar os vídeos para sanarem

dúvidas referentes aos conteúdos estudados na aula presencial. Considerou que houve uma

mudança relevante no comportamento dos alunos, pois passou a interagir mais, o rendimento

aumentou e tiveram maior facilidade para aprender os conteúdos de sala de aula, de forma mais

divertida.

1.4 As Tecnologias e a Matemática na Educação Infantil

Este tópico trata das tecnologias e o componente curricular Matemática na Educação

Infantil, período da vida das crianças muito importante para a aprendizagem, pois é nesta fase da

vida que as crianças criam e ampliam muitos conceitos que servirão de base para um futuro

promissor. É um período muito fértil, com a aquisição de conhecimentos sociais, cognitivos e

afetivos.

Atividades como brincar, ouvir histórias, pintar, cantar, jogar fazem parte do universo

infantil. São ações que as crianças realizam de forma natural e intuitiva no dia a dia, assim como

contar, comparar, medir e resolver problemas. Neste contexto, como salienta Reame (2012), as

atividades ou ações infantis representam um caminho que promove o desenvolvimento pessoal e

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social da criança e a construção e elaboração de diferentes maneiras de expressão, dentre elas a

Matemática.

Historicamente o ensino da Matemática é percebido pelos educadores, e de certa maneira,

pela sociedade em geral, como a disciplina que mais se adequa com o desenvolvimento do

raciocínio do aluno. E, destaca-se como objetivo principal da matemática, o desenvolvimento das

habilidades para resolver problemas. Sendo assim, a matemática, favoreceria a compreensão do

mundo e a formação do pensamento crítico, assegurando o desenvolvimento individual e a

integração na sociedade. “Tudo se passa como se a disciplina da Matemática fosse o meio

privilegiado para o desenvolvimento da racionalidade e da Inteligência, do pensamento crítico e

do desenvolvimento individual e social”. (Lara, 2005, p. 11).

Neste sentido, concebe-se à matemática como componente disciplinar central na formação

de indivíduos e sua integração na sociedade. Sociedade, esta, denominada como a sociedade da

informação ou a sociedade do conhecimento, onde novas habilidades são necessárias, não

somente no que se refere ao mercado de trabalho e produção, mas também na vida social dos

indivíduos. Portanto, é interessante pensar que estas habilidades e competências exigidas pela

sociedade, podem e devem ser desenvolvidas, desde o início da vida escolar das crianças, que se

dá a partir da educação infantil.

A partir da inclusão da educação infantil na educação básica, como sua primeira etapa, fez

com que houvesse um reconhecimento desta etapa de ensino. A interpretação deste direito em

diretrizes e normas, na esfera da educação nacional, configura uma demarcação histórica de

significativa para educação infantil no país.

Essa atenção voltada para educação infantil, como primeira etapa da educação básica, é o

reconhecimento de que a educação inicia nos primeiros anos de vida e é primordial para a

realização de sua finalidade, estabelecida no Artigo 22 da Lei: “a educação básica tem por

finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o

exercício da cidadania e fornecer-lhes meio para progredir no trabalho e nos estudos posteriores”.

(LDBEN, 1996, p. 16).

Sendo assim, é relevante pensar que dentre a gama de conhecimentos que a criança irá

construir, a Matemática ocupa um lugar especial. Pois, desde bem pequenas as crianças

envolvem-se em situações matemáticas. Essa vivência inicial, que a criança possui, auxilia na

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construção de conhecimentos que serão fundamentais para formação futura, em todos seus

aspectos: sociais, cognitivos, afetivos e físicos.

Lara (2005) aponta que a condição de resolver problemas, usufruir da imaginação e

criatividade, são requisitos fundamentais, enquanto que a capacidade de memorização e repetição

se tornam insuficientes frente ao dinamismo do computador e das novas tecnologias em geral.

É necessário refletir também sobre a revolução tecnológica que a cada dia aumenta e

transforma de forma significativa diversos setores da sociedade: econômicos, culturais, sociais e

educacionais. Os meios tecnológicos, através da informática, se fazem presentes na sociedade

moderna. As crianças pequenas não estão alheias a esta gama de informações que são

disponibilizadas pelas TIC. Brito (2011) refere que as tecnologias promovem mudanças

expressivas em toda a sociedade, e, consequentemente na educação, na qual devem estar

presentes, pois instituem novas formas de comunicação e estimulam as já existentes.

Brito (2011) alerta que a escola precisa se conscientizar no que se refere às

transformações do contexto escolar, dos seus alunos, da comunidade onde está localizada, para

que não fique excluída das mudanças sociais que acontecem em um ritmo cada vez mais

acelerado, e torne-se obsoleta diante das grandes transformações tecnológicas.

O enorme crescimento da tecnologia na sociedade atual resulta de uma sociedade mais aberta, de sistemas tecnológicos mais complexos e de uma dependência maior dos sistemas de informação e comunicação. [...] Uma escola ligada à sociedade deve considerar as tecnologias como um fator de transformação das estruturas sociais (Madrid Vivar, 2006), por isso, deverá estar atenta às inovações tecnológicas para benefício do sucesso educativo, e como se encontra cada vez mais inserida nesta sociedade em mudança como parte integrante da mesma, sofre as suas influências. ( p.02).

As consequências dessa revolução tecnológica são percebidas em todos os segmentos

sociais e nas modalidades de ensino, inclusive na educação infantil.

Na sociedade atual, referenciada como a sociedade da informação, são vários suportes que

auxiliam a informação e o conhecimento, como o computador e o acesso às redes de

comunicação de caráter interativo. Para Brito (2011) surge um novo significado para o saber:

“saber procurar, saber interpretar e saber integrar”. (p.4).

Neste contexto, de grandes transformações na sociedade contemporânea, surge um novo

paradigma social, embasado na informação e no conhecimento, tendo como ponto de referência a

tecnologia, que faz com que os indivíduos tornem-se mais competentes para atuarem de forma

crítica e autônoma, indo além do simples manuseio das ferramentas tecnológicas.

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Segundo Brito (2011), através da educação de infância se amplia competências e

habilidades, contribui-se para criação de regras, valores e atitudes, das quais a internalização e a

apropriação, por parte da criança, estender-se-á na vida futura. No entanto, a autora frisa que para

a criança se desenvolver de forma adequada nesta primeira etapa da educação, é necessário um

investimento que assegure uma prática educativa de qualidade.

Refletindo sobre este pensamento da autora, sobre prática educativa de qualidade, nos

lançamos à utilização de novas tecnologias na educação infantil, entendidas não como simples

recurso didático, mas como instrumento cultural que auxilia na prática pedagógica de forma

significativa e autêntica. Pois, o sucesso educativo a partir do uso das tecnologias não está ligado

diretamente a utilização da tecnologia, mas sim, de que forma esta tecnologia está sendo usada

pelo professor em sala de aula, se esta vem ao encontro dos objetivos e conteúdos selecionados. É

neste sentido que se refere Brito (2011):

O computador numa sala-de-jardim de infância deverá constituir-se como um instrumento que as crianças utilizam como um meio cultural de que se apropriam, no sentido de realizar atividades que assumem significado real e que se inserem num contexto integrado e social de aprendizagem. Uma utilização adequada da tecnologia é aquela que permite expandir, enriquecer, diferenciar, individualizar e implementar a globalidade dos objetivos curriculares. (p. 2).

Nos dias de hoje, a criança desde muito cedo, já possui contato com o computador e

outros meios tecnológicos, pois estes estão presentes em diversos setores da sociedade, nos quais

a criança está inserida. As crianças possuem uma curiosidade em relação aos meios e objetos

tecnológicos que as rodeia e fazem parte de seu cotidiano. Neste sentido, Amante (2007),

acrescenta:

[...] as TIC possibilitam dar respostas de forma rápida à grande curiosidade das crianças, permitindo abrir a porta da sala de atividades a todo um leque de conhecimento que, integrado no conjunto do trabalho desenvolvido, pode contribuir para uma visão mais ampla e para uma melhor compreensão do mundo. [...] o computador serve como um aliado no desenvolvimento da autonomia e na construção do seu conhecimento, cujas crianças, verdadeiros nativos digitais, interagem com os diversos suportes e linguagens refletindo-se nas dimensões cognitiva e sócio-afectiva da aprendizagem e na sua relação com o saber. ( p. 111).

Nesta mesma linha de pensamento, Brito (2011) destaca em suas pesquisas que através da

utilização do computador diversas áreas de desenvolvimento das crianças podem ser

potencializadas. No que se refere à linguagem e literacia a autora diz que os jogos de computador

estimulam as crianças a usarem a linguagem, principalmente quando são utilizados programas

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abertos que incentivam a fantasia. Em relação à linguagem escrita, o uso de processadores de

texto possibilita às crianças situações de exploração e construção de conhecimento.

Ainda, segundo Brito (2011), a utilização de computadores tem também demonstrado

incentivar a emergência de alguns conceitos matemáticos, tais como, reconhecimento de formas,

contagem e classificação. A autora refere que para além da aquisição da informação, é também

possível usar a tecnologia para refletir e elaborar uma nova informação. A internet possibilita que

os alunos editem em papel ou online os seus trabalhos produzidos a partir das atividades

solicitadas pelo professor. Pois, segundo Brito (2011):

Quando se considera a inserção dos computadores na prática educacional escolar, a capacidade de intervenção dos agentes educacionais, em especial dos educadores, é indispensável para execução e êxito do processo. A formação ganha um sentido renovado, reforça o seu valor estratégico como fator determinante de inovação, de progresso, de competitividade, de excelência e de bem-estar econômico e social. (p.02).

Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998), o trabalho com

a Matemática pode facilitar a formação de sujeitos autônomos, capazes de pensar, agir e resolver

problemas na sociedade. Por isso, a importância de auxiliar as crianças, desde bem cedo, na

organização de suas informações e estratégias, bem como oportunizar condições para a conquista

de novos conhecimentos matemáticos.

Este documento visa que o ensino de Matemática oriente na formação do cidadão. Que

tenha uma formação que seja significativa para inserção no mundo do trabalho das relações

sociais, cultural que valoriza as crenças e o conhecimento que se apresenta para a educação

matemática, sendo assim um desafio interessante na vida desses alunos, pois eles já vêm com

uma bagagem de conhecimentos que não pode deixar de ser aproveitados. Segundo Lara (2005),

o ensino da matemática é primordial para o desenvolvimento do aluno, pois:

O desenvolvimento do raciocínio lógico, da criatividade e do pensamento independente, bem como a capacidade de resolver problemas, só é possível através do ensino da Matemática, se nos propusermos a realizar um trabalho que vá ao encontro da realidade do nosso aluno onde seja possível, através de diferentes recursos, propiciarmos um ambiente de construção do conhecimento. ( p. 15).

Neste sentido, é fundamental no ensino da matemática não subestimar a capacidade do

aluno reconhecendo que resolver problemas, mesmo que razoavelmente complexos, lançando

mão de seu conhecimento sobre o assunto e buscando estabelecer relações entre o já conhecido e

o novo, é de grande significância para o crescimento intelectual do aluno.

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Atualmente o mundo passa por mudanças significativas. Com a globalização e a evolução

tecnológica exigem-se novas habilidades e competências. Estas exigências são percebidas em

vários setores da sociedade. A escola, que é socialmente determinada, também sofre mudanças no

seu processo educativo. Não se tolera mais uma educação voltada para a transmissão de

informações, na qual os alunos realizam suas tarefas de forma mecânica e fora do contexto.

Portanto, é necessário lembrar as palavras de Freire (1996, p. 52) quando diz: “saber que ensinar

não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua

construção”.

Sendo assim, faz-se necessário repensar a escola, no que se refere aos recursos que ela

oferece para auxiliar as crianças na elaboração e construção do conhecimento. Dentro deste

contexto, a Educação Infantil deverá privilegiar uma concepção de educação que oportunize a

própria criança construir seu conhecimento, com independência e autonomia.

Pensar uma concepção de educação que respeite as diferenças e as peculiaridades das

crianças é afirmar que na Educação Infantil a Matemática desempenha papel fundamental para o

desenvolvimento das potencialidades, raciocínio e criatividade.

As noções matemáticas são construídas pelas crianças a partir das experiências proporcionadas pelas interações com o meio, pelo intercâmbio com outras pessoas que possuem interesses, conhecimentos e necessidades que podem ser compartilhados. (RCN, 2008,p. 213).

Segundo Lima (2007) a matemática na educação infantil demonstra grande significado

para a leitura. A autora elenca os estudos de Piaget para destacar uma concepção de educação

excessivamente dinâmica, especialmente a alfabetização, mas não como prioridade, e, sim como

uma parte da função organizadora da inteligência. Dentro desta perspectiva, Lima (2007) destaca

a importância da matemática para a aprendizagem da leitura e da escrita.

Ainda em Lima (2007) elucida-se que para entender o processo de desenvolvimento de

inteligência na criança é necessário compreender primeiro como acontece o processo de

conhecimento, ou seja, a aprendizagem. A autora aponta que a aprendizagem se dá a partir de

dois processos: Assimilação – quando o indivíduo modifica o meio para realizar uma

necessidade; Acomodação – quando o indivíduo se modifica para apreender o meio que não foi

possível modificar.

Lima (2007) diz que o movimento de equilíbrio assíduo entre a assimilação e acomodação

é o que Piaget chama de adaptação, o indivíduo modifica o meio e também é modificado por ele.

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A partir do entendimento destes conceitos, a autora enfatiza o processo de conhecimento através

de Piaget: conhecimento físico – convém em uma abstração realizada a partir do objeto (cor,

forma, espessura), o indivíduo retira dos objetos as suas qualidades físicas, através das

semelhanças e diferenças com o que ele já conhece. Conhecimento lógico-matemático – convém

em uma abstração feita por meio de uma ação (ordenação, classe), pelo mesmo processo de

semelhança e diferença o indivíduo aponta as relações entre os objetos (posições, dependências).

Conforme Lima (2007) a matemática abarca estes dois tipos de conhecimento, ou seja, as

atividades e conteúdos propostos aos alunos devem ser organizados de forma a serem assimilados

pelas crianças de acordo com o seu nível. Portanto, daí a importância da matemática, por ser ela a

configuração da inteligência e base para aprendizagem de qualquer conteúdo.

Neste sentido, muitos estudos pedagógicos demonstram diferentes formas de ensinar

Matemática. Como podemos perceber, as teorias desenvolvidas pelo estudo de Piaget abordam

situações significativas que contribuem para o ensino-aprendizagem da Matemática. Piaget tentou

identificat as fases de evolução cognitiva, promovendo o avanço de um conteúdo mais singelo

para um mais elaborado. As fases de transição foram nomeadas como estágios, os quais

baseavam-se na aptidão de desenvolvimento do raciocínio lógico. Portanto, a Matemática é

resultado da atividade mental da criança no dia a dia, através de atividades de se pensar e refletir

o mundo por meio da relação com objetos. Sendo assim, não se tolera o ensino e a aprendizagem

da Matemática de acordo com a forma tradicional de ensino, compreendido pela repetição de

conteúdos. A Matemática deve ser vista como um processo de ensino instigador de um raciocínio

lógico matemático que lança à interpretação e compreensão, e, não a simples memorização.

De acordo com Smole (2014), na Educação Infantil o interesse, a curiosidade e o

aprendizado da matemática, se dão a partir das experiências oportunizadas às crianças nas aulas.

A matemática faz parte do cotidiano dos alunos, porém, nem sempre as ideias matemáticas estão

presentes. Cada vez que uma criança é desafiada a explorar ideias e a formar hipóteses faz com

que ela construa argumentos mais elaborados, que são estruturados e organizados no dia a dia,

com aulas bem planejadas pelo professor. Pois, conforme enfatiza Freire (1996) ao elucidar a

postura do educador em relação a seus alunos:

Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, as suas inibições, um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a de transferir conhecimento. ( p. 52).

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Também é função do professor fazer com que seus alunos tenham conhecimento da

linguagem matemática, que é composta por símbolos e signos usados para os números,

operações, gráficos e representações geométricas.

Reconhecer a potencialidade e a adequação de uma dada situação para a aprendizagem, tecer comentários, formular perguntas, suscitar desafios, incentivar a verbalização pela criança, etc. São atitudes indispensáveis do adulto. (RCN, 2008. p. 213)

Portanto, ao iniciar a vida escolar, na Educação Infantil, além do convívio social, a

criança constrói e descobre novos conhecimentos. Nesta etapa, deve ser oportunizada à criança

condições para que ela desenvolva a linguagem matemática. Pois, esta está presente na arte, na

música, nas histórias, nas brincadeiras, nos jogos de faz de conta, na hora do lanche, enfim, no

cotidiano. É através destas relações que a criança vai criando noções matemáticas de tamanho,

espaço, cores, formas, etc. Todas estas descobertas acontecem sem que um adulto precise ensiná-

las, pois durante as brincadeiras classificam e criam conjuntos, movimentam formas, ocupam um

espaço. “As crianças têm e podem ter várias experiências com o universo matemático e outros

que lhe permitem fazer descobertas, tecer relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico,

situar-se e localizar-se espacialmente”. (RCN, 2008. p.213).

No entanto, o professor precisa tornar a sala de aula um ambiente agradável e acolhedor,

com brincadeiras, jogos e atividades lúdicas interativas e desafiadoras, capaz de instigar os alunos

a propor soluções, explorar possibilidades, levantar hipóteses, desenvolver noções matemáticas e

raciocínio. Ou seja, estimular os alunos para ampliarem progressivamente sua linguagem e

noções matemáticas.

Diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos, como recitar a seu modo a sequência numérica, fazer comparações entre quantidades e entre notações numéricas e localizar-se espacialmente. Essas ações ocorrem fundamentalmente no convívio social e no contato das crianças com histórias, contos, músicas, jogos, brincadeiras, etc. (RCN, 2008. p.213).

Além dos brinquedos, também as histórias, as cantigas e as parlendas são excelentes

recursos pedagógicos, pois possibilitam a construção de conceitos matemáticos básicos. Ao ouvir

uma história, as crianças imaginam, fazem relações e aprendem. Sendo assim, o trabalho

desenvolvido através das histórias proporciona o desenvolvimento das habilidades matemáticas,

das linguagens oral e escrita e de outras áreas do conhecimento.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998), o aprendizado

da Matemática é um movimento contínuo de abstração no qual as crianças atribuem sentido e

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estabelecem relações através das observações, experimentos e ações que fazem desde cedo sobre

elementos de seu contexto físico e sociocultural; a elaboração de habilidades e competências

matemáticas pela criança ocorre concomitantemente ao desenvolvimento de outras de natureza

diferentes e igualmente importantes, tais como comunicar-se oralmente, desenhar, escrever,

movimentar-se e cantar.

1.5 As contribuições da relação família-escola para a aprendizagem das crianças

A participação da família na escola é de grande importância para o desempenho das

crianças, tanto no que se refere à aprendizagem quanto na construção das relações sócio afetivas.

Quando os pais envolvem-se no processo educativo de seus filhos, estes se sentem seguros para

tomar decisões e, consequentemente, produzem um melhor desempenho nas atividades escolares.

Portanto, quanto maior for a união entre escola e família, mais relevantes e significativos

serão os resultados da aprendizagem da criança, pois na sociedade contemporânea, família e

escola possuem tarefas complementares. Há algum tempo atrás, as famílias eram compostas por

um número maior de indivíduos do que hoje em dia. A família desempenhava a função de iniciar

a educação escolar de seus filhos. Atualmente com uma quantidade maior de instituições

escolares as crianças passaram a receber uma educação mais formal.

Nesta nova configuração as relações entre a família e a escola devem favorecer um

ambiente em que ambas as partes respeitem as peculiaridades da outra, no sentido de prevalecer a

aprendizagem das crianças. Como sugere Parolin (2010) “a qualidade do relacionamento que a

família e a escola construírem serão determinantes para o bom andamento do processo de

aprender e de ensinar do estudante e o seu bem viver em ambas as instituições”. (p.36).

A relação entre escola e família demanda a necessidade de estabelecer comprometimento

para que o aluno tenha uma educação de qualidade tanto em casa quanto na escola. Porém, a

presença dos pais no ambiente escolar é um processo que acontece no coletivo, no qual a escola

promove e estimula práticas participativas de qualidade, ou seja, viabiliza situações em que a

família possa estar inserida de forma autônoma e crítica em suas atividades. Neste sentido,

indaga-se a necessidade da família envolver-se de forma efetiva na gestão da escola.

O dever da família com a educação e a sua presença na escola é publicamente constatado

na legislação brasileira e nas diretrizes da educação. Assim como se pode verificar no Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/90 em seu artigo 4º aponta que:

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É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (p. 8).

A Lei de Diretrizes e Bases para Educação Nacional (LDBEN – 9394/96) ressalta em seu

artigo 12 que os estabelecimentos de ensino deverão criar e executar propostas de articulação

com a família, além de informá-la sobre sua proposta pedagógica, assim como todas as

indicações no que se refere ao educando como frequência e rendimento escolar. (p.11-12).

Sendo assim, a família deve interessar-se pela vida escolar de seus filhos, acompanhando

a aprendizagem da criança e qual o tipo de educação lhe é proporcionada no ambiente escolar.

Família e escola podem interagir e trabalhar a favor do processo de ensino aprendizagem. Em

uma escola que visa a democracia e o exercício da cidadania, torna-se imprescindível a

participação da família, como destaca Falcetta, Zorzella, Alves & Rocha (2014):

Assim, a gestão democrática tem papel fundamental para a concretização de uma escola participativa, envolvida na construção da cidadania e preocupada com a formação de um sujeito que contribua, a partir da sua formação, para o desenvolvimento da sua coletividade. Não é mais possível pensarmos a escola sem uma concepção democrática, sem a prerrogativa da participação de todos os indivíduos relacionados direta ou indiretamente à instituição escolar. (p. 269).

Desta forma, percebe-se que esse processo participativo prevê o envolvimento da família

no planejamento de todas as ações, inclusive, as pedagógicas da escola, pois é “sempre desejável

a participação das famílias na vida escolar dos filhos”. (Amante & Faria, 2014, p.262).

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Capítulo 2 - Metodologia de Investigação

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Neste capítulo, serão explicitadas e fundamentadas as opções metodológicas elencadas

para esta pesquisa. Situado o tipo de investigação, procede-se à caraterização do contexto e dos

participantes a partir da amostra. Faz-se referência aos instrumentos de recolha de dados e

apresenta-se o projeto de intervenção e contextualização da escola e da turma de educação

infantil.

2.1 Tipo de Pesquisa

O quadro epistemológico que ancora esta investigação quanto à abordagem é de natureza

qualitativa e caracteriza-se fundamentalmente em proporcionar ao investigador uma inter-relação

com a realidade, desenvolvida de forma indutiva e sistemática.

Segundo Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa qualitativa não se preocupa com

representatividade numérica, e, sim, com intensidade da compreensão de um grupo social, de

uma empresa, de uma associação, de uma turma de escola. Desta forma para melhor demonstrar

as características desta investigação, seguimos os princípios elaborados por Prodanov e Freitas

(2013):

na investigação qualitativa a fonte direta considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Tal pesquisa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem. ( p. 70).

Sendo assim, numa investigação qualitativa o caminho que se percorre para atingir os

objetivos propostos tem mais significado, como considera Coutinho (2013) ao referenciar

Pacheco (2009): “não se aceita a uniformização dos comportamentos, mas a riqueza da

diversidade individual”. (p. 29). Nesta mesma perspectiva Gerhardt e Silveira (2009) destacam

Minayo (2001) para frisar: “a pesquisa qualitativa trabalha com o universo dos significados,

motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um aspecto mais profundo

das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de

variáveis”. (p. 31).

Assim como Triviños (1987), apud Gerhardt e Silveira (2009) reforçam dizendo que esse

tipo de pesquisa tem como finalidade descrever os fatos e fenômenos de uma determinada

realidade.

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De acordo com seus objetivos esta pesquisa é explicativa, pois se preocupa em apontar os

fatores que determinam ou que cooperam para a ocorrência dos fenômenos. (Gil, 2009). Isto

significa que este tipo de pesquisa explica o porquê das coisas através dos resultados oferecidos.

Gerhardt e Silveira (2009) referenciam (Gil 2007, p.43), para dizer que uma pesquisa explicativa

pode seguir a trajetória de outra descritiva, embora a identificação dos objetos, que determinam

um fenômeno, deva estar abundantemente descritos e detalhados. E, também, exploratória, pois

segundo Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa exploratória tem como finalidade proporcionar

maior intimidade com o problema, para torná-lo mais explícito, ou para criar hipóteses.

Junto à investigação qualitativa elencamos para este trabalho o Estudo de Caso por

considerarmos o mais adequado. O estudo de caso é uma abordagem metodológica que trata de

um plano de investigação que envolve o estudo intensivo e detalhado de uma entidade bem

definida: o caso. Vem sendo usada há muitos anos em áreas do conhecimento como Medicina,

Psicologia, Serviço Social, Enfermagem, Administração, Direito. E, nos últimos anos vem

ganhando destaque na investigação educativa.

De acordo com Chaves e Coutinho (2002), um caso pode ser um indivíduo, um

personagem, um pequeno grupo, uma organização, uma comunidade ou mesmo uma nação. Pode

ser também uma decisão, uma política, um processo, um incidente ou acontecimento imprevisto,

ou seja, várias hipóteses. Segundo Brewer e Hunter (1989), citados em Chaves e Coutinho

(2002) há seis categorias de caso passíveis de serem estudados na Investigação em Ciências

Sociais e Humanas: indivíduos; atributos dos indivíduos; ações e interações; atos e

comportamentos; ambientes; incidentes e acontecimentos e coletividades.

Esta abordagem metodológica tem como plano de investigação o “caso”, que é de caráter

único. Segundo Coutinho (2013) diferentes propostas ressaltam cinco características principais

do estudo de caso, sendo elas:

• O caso é “um sistema limitado”, tendo que o investigador definir as fronteiras do caso de

forma clara e precisa.

• É um caso sobre “algo”, desta forma o investigador deverá identificar o foco e definir a

direção a ser investigada.

• Preservar o caráter único, sendo o estudo complexo e especifico.

• A investigação deverá acontecer em ambiente natural.

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• A coleta de dados e metodologia aplicada para sua coleta pode ser diversificadas como:

observações diretas e indiretas, documentos, entrevistas, questionários, registros em áudio e

vídeo, etc.

O estudo de caso é holístico, pois busca entender completamente os fenômenos que estão

sendo investigados de maneira clara e precisa.

2.2 A amostra

Segundo Coutinho (2013) a amostragem é o momento de selecionar os sujeitos que

participam do estudo. E, sujeito é a pessoa de quem se obtém dados, ou seja, são os participantes

na investigação qualitativa. Ainda para Coutinho (2013), população é o conjunto de indivíduos a

quem se intenciona generalizar os resultados e que possuem características comuns. “A amostra é

o conjunto de sujeitos (pessoas, documentos, etc.) de quem se recolherá os dados e deve ter as

mesmas características das da população de onde foi extraída”. (Coutinho, 2013, p. 89).

Neste sentido, foi constituída a amostra deste estudo de pesquisa. Participam da amostra

20 alunos da turma de Educação Infantil e seus familiares, entendidos aqui como pais, mães,

avós, tios, irmãos mais velhos. Estes alunos são estudantes de uma escola pública estadual,

situada no Bairro Cipó em São Francisco de Paula.

2.3 Instrumentos de Pesquisa

Identificado o problema, que foi organizado sob a forma de duas questões: Como pode o

uso de tecnologias de informação e comunicação potencializar a aprendizagem da matemática na

educação infantil? E, De que forma o Facebook contribui para ligar escola e família em torno dos

conteúdos escolares na educação infantil? Selecionada a amostra, o próximo passo no processo

da investigação é a recolha de dados. Elucidam-se, então, como vão ser recolhidos os dados e que

instrumentos vão ser utilizados. O instrumento utilizado para o desenvolvimento desta pesquisa

foi a entrevista. E, como estratégias de recolha de dados usamos a técnica da observação, o diário

de bordo e o projeto de intervenção.

De acordo com Coutinho (2013) a entrevista é realizada por uma pessoa que não

necessariamente seja o investigador, e é feita diretamente com o entrevistado ou pelo telefone.

O contato entre entrevistador e entrevistado, possibilita que o primeiro possa adaptar as questões

e/ou pedir informação adicional sempre que tal se revele importante, e é precisamente essa

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característica, ou seja, a sua flexibilidade que a individualiza relativamente a outras formas de

inquérito. ( p. 107).

Sendo assim, sempre que o entrevistado dizer algo que o entrevistador considere relevante

para seu estudo, ele pode acrescentar, lançando outras perguntas, de forma a enriquecer seu

trabalho.

A recolha de dados através da entrevista é auxiliado pelo guião de entrevista, o qual

contém os tópicos, objetivos específicos e questões, bem como a sequência por relevância que vai

ser colocado ao entrevistado.

Coutinho (2013) enfatiza que através da técnica de observação o investigador pode

registrar as atividades, comportamentos e características dos sujeitos. “É uma técnica de recolha

de dados fundamental em Ciências da Educação, Antropologia, Psicologia e outras CSH”. ( p.

136.).

Durante as observações foram registrados tudo o que se observou através do diário de

bordo e cronograma das ações realizadas, traduzido em narrativa. Neste tipo de observação,

conforme Coutinho (2013), o pesquisador observa o que se procede “naturalmente”, sendo este

instrumento mais usado na investigação qualitativa.

2.4 Análises de conteúdo

Para proceder à análise dos dados obtidos com as crianças e famílias, optou-se nesta

investigação, pela análise de conteúdo do tipo categorização (Anexo), considerada por Coutinho

(2013) como:

A categoria é uma forma geral de conceito, uma forma de pensamento. São rubricas ou

classes que reúnem um grupo de elementos (unidades de registo) em razão de características

comuns.

A categorização permite reunir maior número de informações à custa de uma

esquematização e assim correlacionar classes de acontecimentos para ordená-los. (Coutinho,

2013, p. 221).

Neste sentido, a categorização possibilita transformar as informações que são obtidas por

meio dos participantes como algo interpretável, que tenha significado para o investigador.

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Coutinho (2013) referencia Bardin (2011) e Esteves (2006) para destacar que as

categorias para serem tidas como boas devem ter como qualidades a exclusão mútua, a

homogeneidade, a pertinência, a objetividade e fidelidade e a produtividade. (p. 221).

2.5 Procedimento de entrevista

Optou-se por uma entrevista semi-estruturada, organizada por tópicos e objetivos

específicos para cada questão.

Dos pais entrevistados um não aceitou que a entrevista fosse gravada, por considerar que

os participantes ficariam mais livres para responder as questões. No decorrer da entrevista foram-

se tomando nota de todas as falas, de forma como as respostas iam surgindo. As entrevistas com

os pais foram aplicadas pela professora da turma e escritas na íntegra pela autora. A entrevista

com os alunos foi realizada pela investigadora e gravada em áudio. No total participaram da

entrevista 14 (quatorze) pais e 20 (vinte) alunos.

Em seguida são apresentados os tópicos e os objetivos específicos de cada questão da

entrevista, para os pais e as crianças da turma de educação infantil.

Legitimação - Legitimar a entrevista, incentivando os entrevistados para colaborarem na

entrevista. Ressalvar a confidencialidade das informações.

Tecnologia - Identificar que tipo de tecnologia é mais usado em casa pelos pais e pelos

filhos e compreender se os pais consideram válida para comunicação essa tecnologia.

Facebook - Identificar se os pais conhecem o Facebook, analisar como os pais e irmãos

mais velhos ou outras pessoas que moram na casa, interagem com a tecnologia Facebook e

identificar com que frequência usa a tecnologia Facebook.

Usabilidade - Identificar para que utilizam o Facebook, procurar perceber se os pais

sabem o que os filhos fazem no Facebook e identificar como os filhos usam o Facebook.

Ensino/Aprendizagem - Analisar se os pais consideram o Facebook uma tecnologia

interessante para aprender e identificar se os pais consideram o Facebook uma tecnologia que

pode ser usada na escola, como ferramenta para ligar família-escola em torno dos conteúdos

escolares.

Família/Escola - Identificar se os pais conhecem o grupo “Turminha Legal”.

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Dentro de cada tópico elaborou-se um conjunto de perguntas de acordo com o tema desta

investigação, de forma organizada, porém flexível, que possibilitou aos entrevistados

desenvolverem suas respostas no decorrer da entrevista.

Depois de analisadas todas as entrevistas, foram divididas em unidades de registro.

O quadro a seguir, demonstra as categorias encontradas para cada tópico.

Tópico Categoria

Tecnologia Televisão

Facebook Interação

Usabilidade Acessibilidade

Ensino/Aprendizagem Planejamento

Escola/Família Participação Tabela 1 - Categorias das entrevistas

2.6 Cronograma das ações

Atividade MAI/

2014

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

Elaboração Projeto de Pesquisa

Revisão de Literatura

Tabela 2 – Cronograma das ações 2014

Atividade JAN/

2015

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

JAN/

2016

Revisão de Literatura

Elaboração

de Instrumentos

Aplicação

dos

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Instrumentos

Recolha de Dados

Análise dos Dados

Conclusões

Revisão Final

Entrega da Dissertação

Banca

Tabela 3 – Cronograma das ações 2015/2016

2.7 Projeto de Intervenção

Para estudar as questões elucidadas para a pesquisa, desenvolveu-se na Educação Infantil,

de uma escola pública do município de São Francisco de Paula o projeto de intervenção “A

ludicidade da matemática interagindo com a família através do Facebook” que envolveu 20

(vinte) crianças de 5-6 anos de idade e seus familiares. Cada encontro teve uma duração de 45

(quarenta e cinco) minutos de intervenções feitas na sala de aula e/ou na sala de informática com

a utilização do computador.

Durante o desenvolvimento do projeto de intervenção a pesquisadora desempenhou o

papel ativo de professora, ao elaborá-lo e executá-lo junto às crianças, no entanto, teve o auxílio

efetivo das professoras da turma e colaboração da família na realização das tarefas propostas. A

investigadora auxiliou os alunos no decorrer de todo projeto, até mesmo em pegar na mãozinha

para manipular o mouse.

O projeto de intervenção justificou-se pela necessidade da escola não ficar à margem e

alheia às novas formas de interagir e relacionar-se na sociedade. As tecnologias digitais, cada vez

mais presentes na atualidade, desafiam os educadores para a utilização de novos contextos para a

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aprendizagem que possibilitem o desenvolvimento de habilidades e competências no uso de

ferramentas tecnológicas, com a participação da comunidade escolar, incluindo-se aí a família. É

nesse contexto que surgiu o projeto de intervenção “A ludicidade da matemática interagindo com

a família através do Facebook”. Projeto desenvolvido com a turma de Educação Infantil de uma

escola pública em São Francisco de Paula, com a finalidade de estimular a criança a ouvir e

refletir sobre a matemática, a partir de uma história infantil, bem como a utilização de recursos

tecnológicos, tais como o Facebook para integrar a família e a escola em torno dos conteúdos

escolares. O qual foi utilizado como espaço para se comunicar, interagir e partilhar tarefas e

atividades.

A Matemática faz parte do nosso cotidiano, ela está presente em todas as áreas do

conhecimento: na arte, na música, nas histórias infantis. Através das brincadeiras as crianças

aprendem matemática, descobrem objetos que são iguais e diferentes, classificam, organizam-se,

percebem o tamanho das coisas, exploram os espaços e ensaiam as primeiras contagens. Portanto,

é importante destacar o papel do educador na escolha dos recursos e materiais que vai utilizar

para incentivar essas descobertas.

As histórias, além das brincadeiras, também são importantes recursos pedagógicos, pois

possibilitam a construção de conceitos matemáticos que vão auxiliar no desenvolvimento

posterior da criança. Ao ouvir uma história a criança desenvolve a imaginação, estabelece

relações e aprende. Sendo assim, ao trabalhar com as histórias infantis, o educador proporciona o

desenvolvimento das habilidades matemáticas, da linguagem oral e escrita e as demais áreas do

conhecimento por parte do educando.

A utilização de recursos tecnológicos também é uma ferramenta importante para auxiliar

na construção dos conceitos matemáticos. Esses vêm sendo a cada dia introduzidos ao processo

de ensino e aprendizagem como ferramentas mediadoras entre o sujeito e o conhecimento,

favorecendo uma aprendizagem mais significativa. Promover o uso da tecnologia na escola

aumenta o acesso à informação, proporciona novas formas de conceber o saber e a construção da

aprendizagem.

O projeto de intervenção “A ludicidade da matemática interagindo com a família através

do Facebook” teve como objetivo geral estimular a criança a ouvir e refletir sobre a matemática, a

partir de uma história infantil, com a utilização de recursos tecnológicos, bem como contribuir

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para ligar família e escola em torno dos conteúdos escolares, através da rede social Facebook. A

partir daí surgiram os objetivos específicos:

a) estimular as crianças para o uso pedagógico das tecnologias;

b) desenvolver noções matemáticas a partir de história infantil;

c) incentivar a interação online da família com a escola, através da rede social Facebook;

d) motivar o envolvimento da família na realização de tarefas desencadeadoras da

aprendizagem;

e) proporcionar a utilização da tecnologia de forma autônoma, crítica e reflexiva.

Para o desenvolvimento do projeto elencamos a história Infantil: O Sanduíche da

Maricota para o desenvolvimento de atividades relacionadas à matemática, tais como: ordenar,

contar, fazer relação, sequenciar, lançando mão de recursos tecnológicos, bem como a rede social

Facebook para interação com a família. Pois, para realização das tarefas no grupo do Facebook

será imprescindível à participação dos familiares (pais, avós, irmãos, tios) no atendimento e

auxílio do desenvolvimento das atividades. O projeto de intervenção foi desenvolvido no período

de março a julho de 2015, portanto quatro meses.

Data Atividade

20/03/2015 Conhecer a turma Desenvolver uma dinâmica de apresentação (anexo 1) Realizar uma técnica para formar grupos através de quebra-cabeça de figuras de ferramentas tecnológicas (rádio, TV, celular, leptop, computador...) A técnica tem por objetivo deixar que as crianças falem sobre o que sabem sobre essas tecnologias: para que servem; para que usam; o que gostam de assistir, ouvir, falar, jogar, interagir através destas ferramentas.

10/04/2015 Na sala de aula, conversar com as crianças sobre o grupo que será criado no Facebook. Explicar-lhes que esse grupo será para aproximar mais a família e a escola, no qual os familiares poderão participar das atividades

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desenvolvidas na escola. Escolher o nome para o grupo, através das sugestões dos alunos, fazer uma votação para escolha. Na sala de informática apresentar a história: “O Sanduíche da Maricota” através de data show. Esta será a primeira postagem no grupo do Facebook: endereço eletrônico da história. Após assistir a história utilizar os computadores para desenhar no “paint” a personagem principal: Maricota.

17/04/2015 Assistir a história “O Sanduíche da Maricota” no data show e realizar uma atividade de montar os sanduíches que se encontra no endereço eletrônico. http://www.ojogos.com.br/jogo/adoravel-hamburguer. Postar o endereço do jogo no grupo e convidar os pais para que joguem com seus filhos

24/04/2015 Na sala de aula relembrar a história “O Sanduíche da Maricota”. Fazer uma atividade com os ingredientes do sanduíche dos animais: falar o nome do ingrediente, dar tantos “pulos” quanto for necessário para contar a quantidade de sílabas e fazer bolinhas de papel para representar a quantidade e colar na folha ao lado do ingrediente. Assim: ba na na (dar três pulos), fazer as três bolinhas e colar. Postar as imagens das atividades no grupo do Facebook.

19/06/2015 Atividade para ser realizada em casa com os familiares. Montar os ingredientes do sanduíche dos animais na ordem em que aparecem na história e colar na folha do sanduíche. No grupo do Facebook pedir aos pais que auxiliem seus filhos na realização da atividade. Postar os trabalhos no grupo.

26/06/2015 Na rodinha a investigadora sorteará um ingrediente do sanduíche dos animais e o primeiro aluno terá que dizer o nome do

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ingrediente, bater palmas para cada pedacinho da palavra e colocar o ingrediente no sanduíche. Depois que todos os ingredientes foram sorteados, os alunos serão organizados em grupos. Cada grupo terá que organizar os ingredientes dos animais na ordem em que aparecem na história.

03/07/2015 Montar os sanduíches preferidos dos alunos. Cada um deverá montar seu sanduíche a gosto, e, depois degustar. Tirar fotos e postar no grupo do Facebook.

Tabela 4 - Cronograma das atividades a serem desenvolvidas

Segundo a atual legislação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a avaliação

na educação infantil, deve ser feita através do acompanhamento e registro do desenvolvimento da

criança, não objetivando a promoção para o acesso ao ensino fundamental. Sendo assim, no

contexto da educação infantil, a avaliação não deve ser vista como um julgamento, pois seria uma

forma de classificar e rotular as crianças, não levando em conta os acontecimentos que a

acompanham no seu dia a dia.

Portanto, a avaliação é um processo que deve ser inserido na prática do professor, onde,

todas as experiências, manifestações, vivências, descobertas e conquistas das crianças devem ser

valorizadas, com o objetivo de enfatizar o que a criança já tem e não reforçar o que lhe falta.

A avaliação proporciona que o professor obtenha informações que favoreça o

desenvolvimento das crianças e contribua para seus conhecimentos. Sendo assim, a avaliação das

atividades será feita através da observação e registros sistemáticos, a considerar:

*dar voz as crianças, para que elas manifestem-se sobre as tarefas desenvolvidas no grupo do

Facebook e nas atividades realizas na sala.

*se os alunos ouvem com atenção e esperam sua vez de falar.

*se possuem noções básicas de matemática;

* se têm raciocínio lógico;

*demonstram interesse e criatividade na execução dos trabalhos;

*se são responsáveis, quando solicitados para trazerem materiais de casa para execução dos

trabalhos.

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2.7.1 Cronograma das ações desenvolvidas no decorrer da pesquisa

ENCONTRO DATA ASSUNTO ATIVIDADES 01 26/02/2015 DIREÇÃO E

PROFESSORAS Apresentação Projeto de Pesquisa e autorização para seu desenvolvimento.

02 25/03/2015 PAIS Apresentação Projeto de Pesquisa e solicitação de autorização dos responsáveis.

03 17/04/2015 ALUNOS EDUCAÇÃO INFANTIL

Escolha do nome do grupo no Facebook; Assistir história no Datashow.

04 18/04/2015 CONVITE Convidar os pais para participarem do grupo.

05 24/04/2015 INTERVENÇÃO Jogar Adorável Hamburger.

06 02/05/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK

1ª atividade para ser feita com os pais-assistir história O Sanduíche da Maricota e desenho no paint.

07 03/05/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK

Chamado para os pais participarem do grupo.

08 07/05/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK

Endereço do jogo adorável hamburger, para a família jogar com os filhos.

09 10/05/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK

Anunciar aos pais uma nova atividade.

10 16/05/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK

Anunciar mais um componente do grupo. Despedida da aluna Luísa. Solicitar aos

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pais que ajudem seus filhos na realização de uma tarefa.

11 18/05/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK

Apresentação de atividade: Ordenar os ingredientes do sanduíche dos animais, de acordo com a história.

12 22/05/2015 INTERVENÇÃO Contar os pulos. 13 29/05/2015 POSTAGEM NO

GRUPO DO FACEBOOK

Apresentação de atividade: Contar número de pulos.

14 12/06/2015 INTERVENÇÃO Conhecer o grupo no Facebook.

15 19/06/2015 INTERVENÇÃO Em grupos, ordenar os ingredientes de acordo com a história e contar o número de sílabas de cada ingrediente.

16 28/06/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK.

Postar no grupo Turminha Legal, as imagens do desenvolvimento da atividade realizada em sala de aula.

17 09/07/2015 INTERVENÇÃO Fazer os sanduíches de acordo com a preferência de cada um.

18 09/07/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK

Postar no grupo Turminha Legal as imagens da turma fazendo seus sanduíches.

19 16/07/2015 POSTAGEM NO GRUPO DO FACEBOOK

Depedida da estagiária da turma, profª Juliana.

Tabela 5 - Ações realizadas no decorrer da pesquisa

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2.7.2 O contexto escolar

A Escola, a qual foi realizada a pesquisa, está localizada no Bairro Cipó, no município de

São Francisco de Paula. O município tem sua economia voltada para a agricultura, pecuária,

extração de madeira, atividade turística com ênfase no turismo rural na qual a cultura ecológica

ainda necessita de um uma maior conscientização de forma forte e abrangente. Segundo estudo

realizado junto à comunidade escolar, para elaboração do Projeto Político Pedagógico, verificou-

se que devido às dificuldades financeiras e pela pouca oferta de emprego na comunidade, ainda

há a falta de objetivos futuros e de perspectivas de uma vida melhor da população.

Percebeu-se também, que as estruturas familiares estão se diferenciando e os cuidadores

nem sempre cumprem com seu papel, demonstrando muitas vezes, falta de interesse pela vida

escolar de seus filhos, o que pode levar a repetência dificultando a formação dos alunos. O nível

de violência é bastante elevado nas ruas que circundam a Escola, em função do uso excessivo de

drogas e de uma cultura que premia o mais forte e o mais valente conforme as concepções

vigentes no bairro.

Nas questões pedagógicas a Escola tem o interesse de formar os alunos de maneira a

suprir as dificuldades de forma satisfatória para que os mesmos deem prosseguimento aos seus

estudos após o Ensino Fundamental. Outro aspecto elencado no PPP da Escola é que se

encontram dificuldades para conciliar os horários de reuniões gerais, pois a maioria dos

professores trabalha em outras instituições escolares com carga horária bastante extensa ou ainda,

estão fazendo graduação, cursos ou pós-graduação para o seu aperfeiçoamento. A Escola atende

desde a Educação Infantil até o nono ano do Ensino Fundamental, sendo que os alunos provêm de

uma comunidade atendida pelos serviços sociais básicos e com acesso a vários recursos que este

proporciona, desde assistência médica até a social.

Em relação ao aspecto qualitativo, verifica-se a necessidade da reestruturação pessoal e

grupal. Os educadores precisam ser mais comprometidos com o crescimento profissional através

de leituras, pesquisas e participação em atualizações. “O despertar de um aluno sujeito, depende

do despertar de um professor mais leitor, mais pesquisador, mais crítico e sujeito do seu fazer

pedagógico”. (PPP, 2012). Procura-se objetivar um trabalho em equipe que vise ações coletivas

que levem ao bem da comunidade escolar, conhecendo a sua realidade para que se possam traçar

metas viáveis que transformem essa conjuntura social para melhor, onde todos tenham vez e voz.

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desenvolver-se como cidadão atuante no meio sociocultural do qual faz parte através, da

compreensão da tecnologia como meio para suprir as necessidades humanas.

Neste sentido, o que se percebe é que a Escola já lança olhar às ferramentas de tecnologia

de informação e comunicação (TIC), tendo como meta educacional a organização da sala de

informática para o seu pleno funcionamento com a coordenação de um profissional preparado

para as novas tendências pedagógicas e tecnológicas visando o desenvolvimento integral do

aluno.

2.7.3 O contexto da Educação Infantil

A coleta de dados foi realizada em uma escola estadual de ensino fundamental público,

que possui uma turma de educação infantil. O primeiro contato com a direção aconteceu no mês

de fevereiro, quando foi apresentado o projeto de intervenção e o interesse para o

desenvolvimento da pesquisa. A direção colocou-se à disposição para que a mesma fosse

efetivada.

No início do ano letivo, final do mês de fevereiro, o projeto foi apresentado para a

professora titular da turma e para a professora estagiária do curso normal. Combinamos que as

observações e desenvolvimento do projeto de intervenção seriam feitas nas sextas-feiras, pois é o

dia que a turma da educação infantil frequenta a sala de informática, no horário das 15 horas e 30

minutos às 16 horas e 15 minutos, portanto 45 minutos.

Fizeram parte da pesquisa, inicialmente, vinte e três crianças da educação infantil. No

decorrer da intervenção houve algumas transferências escolares, totalizando vinte alunos, com

idade de cinco e seis anos. Algumas delas estavam utilizando pela primeira vez o computador.

As observações e reconhecimento da turma foram feitos acompanhando a rotina da turma

nas atividades de sala de aula, na sala de informática, no refeitório e no recreio. O trabalho a ser

desenvolvido foi apresentado à turma de educação infantil. Expliquei-lhes que iria criar um grupo

fechado no Facebook, para compartilharmos com os familiares as atividades da escola. O grupo

tinha por finalidade incentivar a participação dos pais no processo educativo em ambiente virtual

de aprendizagem e dar conhecimento deste trabalho à comunidade educativa. Que seria

trabalhada uma história infantil: “O Sanduíche da Maricota”. Porém, antes teríamos que escolher

o nome do grupo no Facebook. Turminha Legal foi o nome escolhido pelas crianças. O grupo no

Facebook foi criado, surgindo então a Turminha Legal. Em seguida, os pais foram convidados a

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participar do grupo. Os nomes dos pais foram recolhidos nas fichas dos alunos, que fica na

secretaria da escola. Além da família, foi convidada a participar do grupo a equipe diretiva que

faz parte do atendimento das crianças e dos pais: diretora, vice-diretoras, orientadora e

supervisoras, e, mais a professora da turma e a estagiária do curso normal.

Em março, participei da reunião de início de ano para os pais da Educação Infantil. Neste

momento é realizada pela professora da turma uma entrevista (anamnese) individual com os

familiares para conhecer seus filhos que estão iniciando a vida escolar. Considerei o momento

oportuno para explanar meu trabalho de pesquisa. Neste dia, compareceu na escola apenas nove

pais, que se mostraram dispostos a colaborar para o desenvolvimento do trabalho.

O projeto de intervenção visava trabalhar conceitos matemáticos, como a construção do

número e sequência lógica, a partir de uma história própria para as crianças pequenas, utilizando

alguns recursos tecnológicos para a realização das atividades e a criação do grupo fechado no

Facebook. Estes instrumentos utilizados para comunicação proporcionam que os indivíduos

estabeleçam contatos, obtenham informações e conhecimento e também provoca o debate sobre

diferentes assuntos.

Segundo Alegretti et. al (2012, p. 54), o Facebook oferece em seus serviços algumas

vantagens para o uso na educação, a saber: “Facilidade de conversação, auxílio na diminuição das

relações hierárquicas de poder entre professor e aluno,melhora do nível de relacionamento,

suporte à interação entre alunos, rompendo com o discurso limitado tipo aluno professor”.

2.7.4 O ambiente e os espaços da educação infantil

A escola é composta de salas individuais para cada turma, e salas para o uso coletivo

como a biblioteca, a informática, sala de jogos, meditação, vídeo, refeitório e pátio amplo, sendo

que a educação infantil possui um espaço com parquinho e banheiro exclusivos.

A sala de informática é bem ampla, na qual podem ser acomodadas vinte crianças

perfeitamente, possui um retroprojetor, e um aparelho de ar condicionado. A escola possui acesso

à internet via wireless, sendo assim todos os ambientes possuem internet, inclusive nas salas de

aula. A escola conta com os serviços de uma monitora que auxilia os professores nas aulas,

ligando e desligando os computadores e deixando pronto nos computadores aquilo que é do

interesse de cada professor desenvolver em sua aula, portanto, é necessária uma conversa anterior

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à aula. Todas as turmas possuem um horário de quarenta e cinco minutos na sala. A educação faz

uso da sala de informática nas sextas-feiras, das 15 horas e 30 minutos às 16 horas e 15 minutos.

2.7.5 As observações e a intervenção

Durante a primeira observação da turma, pode-se perceber que o tempo de uso da sala de

informática é pouco para que os objetivos das aulas sejam alcançados, pois a conexão com a

internet oscila ao serem ligados vários computadores ao mesmo tempo, o que dificulta no sentido

de que todos os alunos participem. Percebeu-se também que as crianças demonstram uma

ansiedade muito grande em relação ao computador e tudo o que ele pode lhes proporcionar, e

ainda não possuem um manuseio de coordenação motora para tal.

Quando do início da primeira observação, as crianças já haviam usado os computadores,

por isso, não se pôde perceber como foi este contato com os mesmos. Portanto, sabe-se através

das falas das professoras e das próprias crianças que alguns estavam fazendo uso do computador

pela primeira vez, uns até mesmo nem conheciam a máquina.

Segundo Brito (2011) as crianças precisam desenvolver algumas competências para

utilizar o computador de forma autônoma, compreender que quando movimenta o mouse, a seta

que aparece na tela também se movimenta simultaneamente, por isso é necessário que o professor

explique e exercite este movimento juntamente com as crianças, bem como a ação de clicar com

o dedo indicador pressionando o botão esquerdo e arrastar o mouse.

Estas habilidades fazem com que as crianças consigam realizar as atividades que lhes são

propostas mais adequadamente, pois são indispensáveis ao usar o computador e exige paciência e

treino. "O respeito a cada criança, ao seu "tempo" de adaptação é imprescindível, principalmente

na educação infantil". (FLEISCHMANN, 2001, p. 19).

As crianças ficaram à vontade na frente dos computadores, não se importavam em pedir

ajuda. Em alguns momentos, tínhamos que pegar na mãozinha para sentirem o movimento do

mouse, pedir que olhassem bem a seta dentro do computador. Neste dia, as professoras colocaram

jogos para que escolhessem. Apontavam com o dedinho na tela do computador e diziam este, e a

maioria já sabia o que queria jogar e o que deveria fazer, bastando explicar uma vez que era só

clicar no play e jogo iniciava para que começassem a jogar.

As observações realizadas no recreio e no refeitório foram importantes para que a

investigadora pudesse conhecer melhor a turma, no sentido de saber o nome e como se

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comportavam nos ambientes extraclasses, bem como para manter um contato mais afetivo com os

alunos. Tais ambientes são significativos para o desenvolvimento de qualquer trabalho, pois de

acordo com Lima (2007):

A escola deveria transformar-se numa alternativa de equilíbrio cognitivo e afetivo para as

crianças que ela recebe, tendo em vista as diferentes proveniências dessas crianças e seus

diferentes problemas. […] Antes de mais nada, é necessário que todos (professores, funcionários,

diretores e crianças) partilhem do ambiente (espaço físico e pessoas) para que se crie um elo

afetivo, modificando as relações dentro da escola. (LIMA, 2007, p. 40).

Neste sentido, a escola tem que partir desse pressuposto, fazendo com que as relações se

estabeleçam de forma mais justa e democrática possível. Lima (2007) considera essencial que a

criança se aproprie cognitiva e afetivamente da escola, pois a escola é responsável por este

processo que começa ao recebê-las com carinho.

Na primeira intervenção apresentei-me aos alunos, apesar de que já nos conhecíamos da

escola, mas agora como professora que iria desenvolver junto com eles um projeto. Fizemos uma

rodinha, e nos apresentamos, contaram das coisas que gostavam de fazer em casa, na escola e no

computador. Expliquei como seria o grupo no Facebook e se sabiam do que se tratava, sendo que

os mais eufóricos disseram que sim, mas sem questionar o que era. Disse a eles então que

teríamos que dar um nome ao grupo. Optou-se pela criação de um grupo fechado no Facebook,

por considerar que a privacidade dos alunos é primordial e as atividades e tarefas desenvolvidas e

postadas no grupo são relevantes apenas àqueles que fazem parte deste processo, no caso aqui as

crianças e seus familiares.

Conversamos de como seria o projeto e o grupo no Facebook, que todos os pais seriam

convidados a participar e ficariam sabendo e auxiliando no desenvolvimento das atividades.

Segundo Faria (2014), a urgência de novos paradigmas de aprendizagem propõe-nos um

desafio que ultrapassa os espaços tradicionais de sala de aula, espaço que limita e delimita a

interação aluno-professor, que possibilite habilidades e literacias na utilização de artefatos

tecnológicos, com a participação e colaboração de toda comunidade escolar.

É neste contexto, que surge o grupo no Facebook Turminha Legal em

www.facebook.com. O projeto surgiu da necessidade de integrar os alunos da educação infantil

da escola às novas tecnologias de informação e comunicação, bem como dar conta aos desafios

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demandados pela sociedade da informação, e, ainda ligar família e escola em torno dos conteúdos

educativos.

O projeto de intervenção iniciou-se a partir da história "O Sanduíche da Maricota", a qual

foi disponibilizada à turma através do Datashow. A história “O Sanduíche da Maricota” encontra-

se no endereço eletrônico www.youtube.com/watch?v=mFlK2auxjPs.

A escolha de uma história infantil, para trabalhar a matemática e integrá-las às

tecnologias, justifica-se por considerar que “Língua e Matemática” (REAME, 2012, p. 152)

apresentam funções e objetivos que se complementam. Segundo Reame (2012), ambas

possibilitam o desenvolvimento intrínseco de habilidades de leitura e de escrita ao promoverem

diferentes formas de comunicação e expressão.

Com a exploração de textos infantis, os alunos são oportunizados a ler, ouvir, falar e

escrever de forma natural. Neste contexto de comunicação emergem ideias e conceitos

interdisciplinares, bem como conceitos matemáticos. Reame (2012) salienta que através das

histórias infantis o aluno se expressa sem se preocupar com os erros e acertos, pois:

A literatura infantil representa um contexto significativo para a aprendizagem de noções matemáticas. Nesse contexto, o aluno se expressa de maneira natural e informal,

Figura 1 - História “O Sanduíche da Maricota” no Youtube

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permeada de ludicidade e livre do medo e do erro. Ainda nesse ambiente são criadas oportunidades para que o aluno acione seus conhecimentos em diferentes situações comunicativas estabelecendo relações entre a linguagem usual, familiar, conceitos do cotidiano e a linguagem matemática. ( p.152).

Neste sentido, a autora elucida que a literatura infantil proporciona que as crianças

estabeleçam relações de acordo com os seus interesses, suas curiosidades, aquilo que já sabem

com conceitos matemáticos, os quais são apresentados nos livros em contextos sociais e culturais.

Reame (2012) aponta que os textos literários podem apresentar algumas imprecisões de

conceitos, mas se justificam que pela forma lúdica, informal com que uma ideia é explanada

através de situações que aguçam o imaginário, a fantasia ou o cotidiano infantil. Essas

imprecisões servem para estabelecer relações entre outras palavras e entre conceitos, e para a

construção de um conceito maior e permanente.

A literatura infantil oferece um contexto significativo para a resolução de problemas pelo processo de investigação envolvido: seleção de informações, levantamento de hipóteses, escolha de estratégias de resolução, tomada de decisões, conexão entre diferentes conceitos, entre outros aspectos. (Reame, 2012, p. 153).

De acordo com as ideias da autora, não pode haver uma simplificação da importância e

das funções da literatura, partindo apenas da adição de objetivos relacionados às ideias

matemáticas. Escolher uma história só porque nela aparecem números, formas geométricas, não

justifica a relação entre literatura infantil e matemática. É necessário cautela na escolha de uma

história infantil no sentido da exploração literária com vínculo a outras áreas do conhecimento.

A forma como uma história é apresentada às crianças também é muito significativa. Aqui,

optou-se por reproduzi-la no Datashow, fazendo as pausas necessárias, como se faz ao contar

uma história no próprio livro, despertando a curiosidade e a imaginação das crianças em relação à

próxima parte da história. As crianças interagiram de forma espontânea, falando o que vai

acontecer. Depois da história apresentada foram feitos alguns questionamentos sobre a mesma. O

que a galinha Maricota estava fazendo? Quais os ingredientes que ela colocou no sanduíche?

Qual foi o primeiro animal que chegou? Que ingrediente ele colocou no sanduíche da Maricota?

E, assim foi feito, até que todos os animais fossem elencados, bem como os ingredientes de cada

um. Em seguida, as crianças passaram aos computadores para desenhar a Maricota no paint

brusch.

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Figura 2 – Desenho da Maricota no Paint

O desenho foi realizado com o auxilio da investigadora, pois a aluna não tinha controle do

mouse. Escolhemos o giz de cera por ser um pincel de ponta mais grossa para delinear o desenho

com melhor facilidade, as cores foram escolhidas de acordo com a preferência dela. Alguns

alunos não conseguiram dominar o mouse, seus desenhos pareciam uma porção de riscos.

Uma das atividades realizadas nos computadores foi o jogo meu adorável hambúrguer1.

Expliquei a todos que como os animais tinham feito seus sanduíches com os ingredientes que

mais gostavam no jogo os fregueses também tinham suas preferências. O jogo é em uma

lanchonete, o cliente faz o pedido de seu hambúrguer e o “aluno” tem que montá-lo na ordem que

ele pede.

Segundo Barros e Oliveira (2010) os jogos educativos indicados às crianças da faixa

etária da educação infantil, possuem alguns elementos significativos para o currículo, com

destaque na área da matemática. As autoras salientam que os videojogos são destinados para

auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico, bem como a “classificação, formação de

conjuntos, seriação e ordenação, mas também para consolidar as noções de número, tempo e

espaço”. (p. 99).

A pesquisadora e as professoras da turma auxiliaram as crianças na atividade, no

manuseio do mouse e início do jogo, bem como fazer com que percebessem a ordem dos

ingredientes do hambúrguer. Não foi muito fácil realizar essa tarefa, pois eles tinham que clicar

com o botão esquerdo do mouse e arrastar o ingrediente até o hambúrguer.

1 Endereço eletrônico do jogo meu adorável hambúrguer - www.ojogos.com.br/jogo/adoravel-hamburguer

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Outra atividade desenvolvida na sala de aula foi de colar os ingredientes do sanduíche dos

animais na ordem que aparecem na história. Para o desenvolvimento desta atividade foi

necessário relembrar a história. Em seguida postamos a atividade no grupo. Alguns levaram a

atividade para ser concluída em casa com os pais e devolvida no encontro seguinte.

Em uma das intervenções os alunos foram colocados na rodinha para realizar a atividade.

A investigadora sorteava um ingrediente do sanduíche dos animais e o primeiro aluno teria que

dizer o nome do ingrediente, bater palmas para cada pedacinho da palavra e colocar o ingrediente

no sanduíche. Depois que todos os ingredientes foram sorteados, os alunos foram organizados em

grupos. Cada grupo teria que organizar os ingredientes dos animais na ordem em que aparecem

na história.

Figura 3 – Sorteio dos ingredientes do sanduíche dos animais. Fonte: autora

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Figura 4 – Ordem dos ingredientes dos animais. Fonte autora

Com a incorporação de recursos tecnológicos como Datashow, paint brush, youtube, site

de jogos, visava-se contribuir para o desenvolvimento e a vinculação de saberes.

Para finalizar o projeto de intervenção os pais postaram no grupo Turminha Legal o

sanduíche preferido das crianças. A investigadora trouxe para sala de aula alguns desses

ingredientes para que todos fizessem o seu. Os pais foram convidados através do grupo para

participarem desta atividade. Nenhum se fez presente devido ao horário coincidir com o de

trabalho dos mesmos e ser um dia frio e chuvoso.

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Figura 5 – Sanduíche preferido das crianças. Fonte: autora

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Capítulo III - Análise de Dados

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Elucidados os procedimentos metodológicos para o desenvolvimento deste estudo, sobre

o uso das TIC na aprendizagem da matemática na Educação Infantil, bem como meio de ligar

família e escola em torno dos conteúdos educativos, e apresentado o projeto de intervenção,

relata-se agora como se realizou o tratamento e análise dos dados recolhidos através das

entrevistas, postagens e comentários no grupo do Facebook, diário de bordo, vídeos, fotografias,

atividades e conversas informais.

Todas as contribuições aqui mencionadas são exatamente conforme ditas pelos membros

participantes.

Sempre que se considerou apropriado recorreu-se à sintetização da informação por meio

de gráficos, tabelas e figuras. Apresentam-se os resultados da análise das entrevistas realizadas

com os alunos e as famílias em consonância com o projeto de intervenção e dialogando com

alguns autores, segundo as categorias surgidas no decorrer do processo: Televisão - Que tipo de

tecnologia é mais usada em casa pelos pais e pelos filhos? Rádio, televisão, celular, jornal,

revistas, computador? Os pais consideram válida para comunicação essa tecnologia? Interação -

Os pais conhecem o Facebook? Como os pais e irmãos mais velhos ou outras pessoas que moram

na casa, interagem com a tecnologia Facebook? Com que frequência usa a tecnologia Facebook?

Acessibilidade - Para que utilizam? Postar fotos, vídeos? Curtir? Compartilhar? Falar com

familiares e amigos? E, os filhos? O que os pais pensam ou sabem que os filhos fazem no

Facebook? Como os filhos usam o Facebook? Onde? Sozinhos? Com os irmãos? Com amigos?

Com os pais? Para fazer o que? Planejamento prévio - E, para aprender, o Facebook será uma

ferramenta tecnológica interessante? Os pais consideram que o Facebook pode ser usado pela

escola, até mesmo para que a família fique sabendo o desenvolvimento escolar de seus filhos?

Participação - Os pais conhecem o grupo fechado no Facebook: “Turminha Legal”? Por que não

participam? Falta de tempo? Não tem Facebook? Não gostam?

TELEVISÃO

Durante a entrevista com os pais e as crianças elegeram a televisão como tecnologia mais

usada em casa seguida pelo telefone celular, computador, rádio e tablet. Os alunos destacaram

que na televisão pode se saber se vai chover, quem ganhou o jogo, enfim, notícias em geral. Uma

delas registrou que em casa não tem televisão e a tecnologia mais utilizada é o rádio, que também

serve para saber das notícias.

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O gráfico demonstra a tecnologia mais utilizada pelos pais e também pelas crianças.

Tecnologia mais usada pelos pais

Figura 6 – Tecnologia mais usada. Fonte: autora

Durante a entrevista com os pais percebeu-se que a televisão é a tecnologia mais usada

pela família (38%), seguida pelo celular (29%). Alguns pais afirmaram ter mais de um aparelho

de televisão em casa. Eles consideram a televisão como um meio de comunicação muito eficiente

para ficarem sabendo das coisas que acontecem no mundo, ou seja, as notícias e também para

entretenimento. Seguido da televisão, o celular é uma das tecnologias mais usada pela família,

conforme justificativa elencada por alguns pais: o celular possui muitas funções, facilita a vida

das pessoas. As crianças também destacaram algumas funções que podem realizar no celular,

como jogar, ver coisas e suas fotos.

Podemos perceber que o celular é uma tecnologia que apresenta muitas possibilidades,

como acessar a internet, falar com as pessoas quando desejar, navegar pelo mundo sem sair do

lugar. Os celulares possuem diversos aplicativos e diferentes funções, como câmeras digitais e

ferramentas para registrar informações.

O gráfico a seguir demonstra que a grande maioria dos pais considera a televisão como

uma tecnologia válida para comunicação, assim como as crianças que disseram que através da

televisão a gente fica sabendo se vai ter chuva.

Os pais consideram válida para comunicação essa tecnologia?

3%

15%

29%38%

15%

tablet computador celular televisão rádio

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Figura 7 – Tecnologia válida para comunicação. Fonte: autora

Quase que a maioria dos pais (93%) considera a televisão um instrumento válido para

comunicação, assim como refere Moutinho (2011):

A televisão ao longo de sua história estabeleceu influências na sociedade, fulcrais para novos paradigmas sociais. Trouxe consigo mudanças observadas na cultura, nas formas de comunicação bem como na educação, permitindo que este media hoje em dia seja parte integrante da sociedade. (s/p.).

Podemos perceber que a televisão é à base da comunicação na sociedade, pois

desempenha o papel de agente da globalização, através da transmissão de acontecimentos em

todo mundo. Sendo assim, como enfatiza Moutinho (2011) a televisão é ainda um meio de

comunicação por excelência.

Nesta era prolífera das tecnologias da informação e comunicação a televisão é ainda o médium por excelência, ocupando o papel principal no seio da sociedade no que diz respeito ao entretenimento em especial a informação, permitindo claramente globalizar e potencializar a concepção de comunicação e cultura. (s/p.).

A televisão é um meio de comunicação de grande importância na sociedade atual, é a

mídia mais popular que a cada dia ocupa maior espaço na vida das crianças e adultos. Já nos

primeiros anos de vida as crianças mantêm contato com a televisão, e, na maioria das vezes sem o

olhar crítico dos pais, pois estes têm que trabalhar o dia todo, deixando seus filhos expostos à

televisão, que serve como cuidadora.

INTERAÇÃO

As questões a seguir foram elaboradas a partir do tema central da pesquisa que é o

Facebook como ferramenta para ligar escola e família nas tarefas educativas desenvolvidas na

93%

7%

sim mais ou menos

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escola. Vivemos numa sociedade, onde a informação se dá de forma cada vez mais rápida. Diante

dessa realidade, as redes sociais são primordiais para o mundo atual, pois ferramentas como o

Facebook possibilitam que acontecimentos sejam visualizados quase que instantaneamente.

Passam a utilizá-lo para reunir pessoas com causas semelhantes e objetivos comuns.

Os pais conhecem o Facebook?

Figura 8 – Os pais conhecem o Facebook. Fonte: autora

Quando perguntados se conheciam o Facebook a maioria dos pais foi categórica em dizer

que sim. Alguns disseram que sabiam do que se tratava, porém não usavam. Um fez questão de

dizer que a família (pai, mãe e filha) usa o mesmo endereço no Facebook, salientando que os

membros da família não possuem segredos, e, que todos podem saber o que todos fazem nas

redes sociais online.

Porém, quando questionados sobre como interagem com a tecnologia Facebook, uns

limitaram-se a apenas a responder bem, enquanto que uma mãe elencou como cada membro da

família utiliza a tecnologia:

O pai conhece, mas não faz uso. O mano usa principalmente para jogar. A mana utiliza para se comunicar com os amigos, falar com os colegas de faculdade, manter-se informada sobre os fatos do momento. A mãe usa para falar com amigos e parentes distantes, compartilhar assuntos interessantes e estudar. (o grupo da especialização possui um face privado onde estão alunos e professores, todos conversam, compartilham informações, tiram dúvidas. Os professores também mandam convites para eventos, exposições e outros).(Pai A)

84%

8%

8%

sim não muito pouco

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Neste sentido, podemos perceber, através da fala da mãe, que cada segmento da família

(pais e filhos) interage de alguma forma com o Facebook. Bem como a frequência que a utilizam.

Pois atualmente a rede social Facebook é vista como um fenômeno mundial, sendo

frequentemente visitada por centenas de usuários em todo o mundo. Estabelece uma nova forma

de se relacionar, disponibilizando tarefas como: “divulgação de produtos, notícias, fatos,

compartilhamento de vídeos, textos, ideias, fotos, imagens e diversão por meio de seus

aplicativos, etc.” (Ferreira, Corrêa & Torres, n.d., s.p.).

Os filhos todos os dias. A mãe pelo menos três vezes por semana. (Pai B)

Sempre que podemos.(Pai C)

Procuramos fazer o melhor uso possível para interagir com parentes distantes, sabendo das notícias. (Pai D)

Em nossa casa é somente os pais e a filha única. (Pai E)

Através destas falas, nota-se que os pais se preocupam como seus filhos utilizam o

Facebook e com que frequência. É o que demonstra o gráfico a seguir:

Com que frequência usam a tecnologia Facebook?

Figura 9 – Frequência com que é utilizado o Facebook. Fonte: autora

Esta tecnologia possui várias ferramentas, como o mural, que é um espaço na página de

perfil do usuário que permite aos amigos postar mensagens para ele ver. Ele é visível para

8%

8%

8%

34%

25%

17%

pouco muito pouco

não usam mais de três vezes por semana

diariamente às vezes

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qualquer pessoa com permissão para ver o perfil completo. Você pode comentar cada item ou

clicar no botão ''Curtir'' para demonstrar que gostou daquele conteúdo. Da mesma forma, o que

você divulgar no campo ''O que você está pensando'', pode aparecer no ''feed de notícias'' deles.

Quanto mais um conteúdo for curtido ou comentado, mais aparece para as pessoas da sua rede.

Se não quiser trocar mensagens publicamente com seus amigos nos murais deles, você

pode conversar em particular com um ou com um grupo com as ''Mensagens'' e tudo que for

escrito por todos aparecerão na mesma janela.

Outra maneira de se comunicar é o bate-papo, que possibilita a troca de mensagens

instantâneas com as pessoas que estão online, status indicado por uma marca (bolinha verde), na

coluna direita de sua página inicial.

ACESSIBILIDADE

Para que utilizam o Facebook?

Figura 10 – Facebook para que utilizam. Fonte: autora

Os pais utilizam o Facebook para desempenhar diferentes funções, como postar fotos,

vídeos, curtir e compartilhar. E, também para se comunicarem com familiares. Funções também

percebidas pelas crianças que descreveram que as pessoas da família usam o Facebook para

mandar fotos, conversar e jogar. Algumas falas dos pais:

Relacionamento familiar e comunicação de nosso dia a dia junto com a igreja, interagindo com fotos junto à sociedade. (Pai A)

Postar fotos, curtir e compartilhar. Falar com familiares. (Pai B)

26%

9%

21%

21%

23%

postar fotos postar vídeos curtir compartilhar falar com familiares

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Para postar fotos e falar com familiares e amigos e às vezes curtimos e compartilhamos algo.

Divulgação. (Pai C)

Para postar fotos, curtir, compartilhar e falar com amigos e familiares distantes. (Pai D)

Também encontrar pessoas que não vemos há muito tempo. (Pai E)

Neste sentido, segundo destaca Jacobsen e Sperotto (2014), o Facebook tem como

preceito possibilitar às pessoas a função de compartilhar e tornar o mundo mais aberto e

conectado. “As pessoas usam o Facebook para ficar conectado com amigos e familiares, para

descobrir o que está acontecendo no mundo, e para compartilhar e expressar o que importa para

eles”. (Jacobsen & Sperotto, 2014, p. 356).

Quando perguntados sobre o que os pais pensam ou sabem que os filhos fazem no

Facebook, alguns apenas disseram que os filhos ainda não possuem Facebook, enquanto outros

falaram que:

Vez em quando vou ver o que estão fazendo. (Pai A)

Os pais nunca sabem. (Pai B)

Bom, no momento minha filha não tem Face, mas eu irei supervisionar quando tiver um. (Pai C)

Por enquanto as meninas ainda não têm contato direto, pois ainda são pequenas. (Pai D)

Minha filha só tem acesso no Facebook com minha presença. (Pai E)

Nossa filha possui um tablet apenas para jogos educativos e um celular bloqueado para nossa comunicação, pois ela tem cinco anos apenas. (Pai F)

De acordo com as falas, dos pais A e B, nota-se que os pais não têm muita certeza daquilo

que os filhos fazem no Facebook. Em pesquisa realizada entre outubro de 2014 e fevereiro de

2015, intitulada TIC Kids Online 2014, com 2105 crianças e adolescentes em todo território

nacional, e o mesmo número de pais ou responsáveis das crianças e jovens selecionadas na

pesquisa, com o objetivo de identificar as experiências dos filhos como usuários de Internet o

gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, destaca:

O uso mais intenso da Internet por crianças e adolescentes deve ser comemorado, mas com ressalvas. Se por um lado, a rede é um ambiente que permite a ampla troca de conhecimento e proporciona as mais diversas oportunidades, também é um espaço que oferece riscos. É necessário que os jovens desenvolvam habilidades para o uso crítico e seguro da Internet. (CETIC, 2015).

Neste sentido, em relação ao uso da Internet pelas crianças e adolescentes, percebe-se que

a família também deve alertar seus filhos nos riscos que podem ocorrer, fazendo com que os

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mesmos utilizem as redes sociais de forma consciente e crítica, mantendo seus pais informados

sobre como interagem e com quem.

Bom, no momento minha filha não tem Face, mas eu irei supervisionar

quando tiver um. (Pai C)

Através dessa fala também podemos perceber que os pais se preocupam com a

privacidade daquilo o que é postado ou acessado no Facebook por seus filhos.

Quando questionados como os filhos usam o Facebook, onde, sozinhos, com os irmãos,

com os amigos, com os pais, para fazer o que, alguns disseram:

Sozinhos, para conversar com os amigos. (Pai A)

Usam em casa e no celular. Conversam com amigos e quem sabe, algumas vezes veem até o que não devem... (Pai B)

Nossa filha não utiliza o Facebook, controlamos os canais de televisão, também apenas para o que mostra trabalhos educativos. (Pai C)

Minha presença e da tia dela, olhar fotos e postagens da Turminha Legal.

(Pai D)

Junto com o pai ou a mãe. (Pai E)

Não usa porque não tem. O pai não gosta disso. (Pai F)

Às vezes eu mostro as fotos deles e da família. (Pai G)

Ela não usa ainda, já nós pais compartilhamos e falamos com familiares

(Pai H)

PLANEJAMENTO PRÉVIO A sociedade de maneira geral passa por transformações que exigem adequações, tanto na

maneira de pensar e agir, quanto na maneira de ensinar e aprender. Neste contexto, a escola não

pode continuar a usar as mesmas metodologias de sempre. É necessário que insira em seu

currículo as tecnologias de informação e comunicação (TIC), assim como uma proposta

pedagógica que priorize a participação, a colaboração e a construção coletiva, e,

consequentemente, a formação de sujeitos mais autônomos, críticos e participativos.

Utilizar a tecnologia para pesquisar, discutir, questionar, compartilhar e construir a

aprendizagem de forma interativa e colaborativa faz com que os indivíduos se desenvolvam de

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forma integral, expressando-se reflexivamente e respeitando a opinião dos colegas. Neste sentido,

surgiu a questão seguinte:

E, para aprender, o Facebook será uma ferramenta tecnológica interessante?

Acredito que sim, pois possuem páginas educativas. (Pai A)

Sim é importante, mas com a devida atenção do adulto responsável. (Pai B)

Eu acredito que sim. (Pai C)

Penso que não. (Pai D)

Não hoje em dia. (Pai E)

Nas devidas proporções com certeza. (Pai F)

Ela é muito nova, mas mostramos as fotos que postamos para ela ver. (Pai G)

Eu acho muito interessante, mas não temos muito contato. (Pai H)

Talvez. (Pai I)

Depende. Primeiramente todos precisam ter acesso. É preciso ter um trabalho anterior que deve ser feito com os alunos, principalmente com os jovens, de que tem um objetivo para ser usado. Mas se todos compreenderem e tiverem acesso, penso que é uma ferramenta muito boa. (Pai J)

Através das falas dos pais, constata-se que o Facebook pode ser usado para aprendizagem,

desde que dentro das devidas precauções, ou seja, que haja um currículo adequado e um bom

planejamento do professor. Atualmente, as tecnologias estão cada vez mais presentes, de modo

que saber usá-las é essencial. Assim, possibilitar a aprendizagem em relação à maneira correta

para utilização das mesmas, é contribuir para a formação de indivíduos ativos em sua

comunidade.

O Facebook surge como um novo cenário para aprender a aprender e aprender com o outro, ou seja, aprender a conviver virtualmente, num processo interativo pedagógico comunicacional que emerge no ciberespaço. Essa rede social possibilita que o professor utilize diferentes metodologias para incentivar e motivar o estudante no seu processo de aprendizagem. (Ferreira, Corrêa, & Torres, n.d., s.p.).

Alguns pais consideram que seus filhos são muito novos para fazerem uso das tecnologias

ou redes sociais como o Facebook. Uma das regras do Facebook é ter idade mínima de treze anos

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para poder usá-lo. As crianças nascem em um mundo em que a tecnologia é mediadora das

relações, não sendo possível evitá-la ou negá-la.

Os pais consideram que o Facebook pode ser usado pela escola, até mesmo para que a

família fique sabendo o desenvolvimento escolar de seus filhos?

Figura 11 - Prt Sc Sys Rq Atividade para ser desenvolvida com a família

No decorrer no desenvolvimento do projeto de intervenção as atividades realizadas na sala

de aula ou na sala de informática eram postadas no grupo do Facebook, bem como as tarefas de

casa, para serem efetivadas com os familiares.

A maioria dos pais considera que o Facebook pode ser usado na escola como um

instrumento para auxiliar nas atividades de sala de aula.

Se bem planejado, acredito que sim. (Pai A)

Eu acredito que tudo o que for bom para ele é muito importante, pois é sempre bom aprender mais. (Pai B)

Sim, acho produtivo como ferramenta de divulgação. (Pai C)

É um modo muito útil, pois assim saberemos como nossos filhos estão se saindo na escola. (Pai D)

Sim, se for pela escola. (Pai E)

Sim, considero. (Pai F)

Pode, mas prefiro informação direta.

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Pode, mas não temos face. (Pai G)

Com certeza, eu adorei o grupinho deles no Facebook. (Pai H)

Com base nessas ideias, destacamos que o Facebook possuem várias ferramentas que

possibilitam ao aluno a aprendizagem fora da sala de aula da escola, como a criação de grupos

para que dúvidas sejam sanadas com a colaboração da família e, assim, “com o grupo, alunos,

professores e família podem ter uma relação diferenciada, atualizada e informatizada”. (Jacobsen

& Sperotto, 2014, p. 356).

Tendo em vista as possibilidades de acesso e interação, oferecidas pelas redes sociais, a

reciprocidade de informações torna-se cada vez mais ampla e veloz. Esta interatividade

proporcionada pelas redes sociais, neste caso o Facebook, é vista como uma alternativa de uso em

prol da educação. Como destacam Ferreira, Corrêa e Torres (n.d.):

Esta rede social apresenta ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas tornando-se um espaço inovador que contribui para que aconteçam interações, socializações e aprendizagem colaborativa em rede, por meio do diálogo e da construção coletiva de saberes entre os sujeitos. (s.p.).

Sendo assim, promover o uso do Facebook como ambiente virtual de aprendizagem na

educação faz com que os educadores deem novos significados na maneira de ensinar e aprender,

em um espaço interativo e participativo para mediação pedagógica. Pois, o Facebook possibilita

novas formas metodológicas, que vai além do trabalho desenvolvido em sala de aula para a

promoção de habilidades relacionadas à comunicação e produção coletiva.

O uso dos recursos proporcionados pela web 2.0, especificamente das redes sociais como

o Facebook, favorece uma interação online entre alunos e professores, podendo ser utilizado

como instrumento na melhoria da aprendizagem dos alunos, ou seja, o Facebook pode ser um

instrumento pedagógico que favorece a participação, interação e colaboração no processo

educativo.

PARTICIPAÇÃO A participação da família no ambiente escolar é fundamental para o desempenho das

crianças, tanto no que se refere à aprendizagem quanto na construção das relações sócio afetivas

com seus pares. Quando os pais envolvem-se no processo educativo de seus filhos, estes se

sentem seguros para tomar decisões e, consequentemente, produzem um melhor desempenho nas

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atividades escolares. Segundo Amante e Faria (2014) é significativa a participação das famílias

na vida escolar dos filhos inclusive no que se refere à integração de recursos tecnológicos:

É sempre desejável a participação das famílias na vida escolar dos filhos. No que diz respeito às tecnologias importa que sua integração não desmereça também a importância desta ligação já que ela é relevante em vários níveis. Assim, dar aos pais a possibilidade de visitarem a sala de atividades/sala de aula de seus filhos, utilizarem conjuntamente com eles as tecnologias na realização de atividades relevantes para ambos, proporcionar-lhes acesso não só as produções das crianças, mas também a forma como as realizam, constituem, de acordo com experiências bem sucedidas, importantes contributos para a aproximação entre as famílias e a escola, para a valorização da escola, do trabalho das crianças e para o desenvolvimento de atitudes positivas em face do papel das tecnologias neste contexto. (p. 262).

Os pais conhecem o grupo fechado no Facebook: “Turminha Legal”? Por que não participam?

Sim conheço. Eu participo. (Pai A)

Ainda não. Iremos participar, agora sabendo. (Pai B)

Sempre que posso eu mecho no grupo e curto tudo que postam. (Pai C)

Não temos face. (Pai D)

Ainda não conheço. Estou sem net no momento, mas vou pôr e participar. (Pai E)

Não conheço. Falta tempo. (Pai F)

Sim. Falta tempo, mas assim que eu poder olho. (Pai G)

Não. Utilizamos muito pouco, apenas para o convívio social. (Pai H)

Não temos computador e nem internet e não gosto muito. (Pai J)

Conheço. Quando posso, participo. (Pai K)

Conheço e participo. (Pai L)

O não acesso a Internet, ainda é um fator que faz com que as pessoas não consigam

disponibilizar de recursos oferecidos nas redes sociais. Alguns pais relataram que não possuem

Internet, ou que no momento estão sem. Por isso, a dificuldade e a não participação no grupo da

Turminha Legal. Por se tratarem de famílias oriundas de rendas mais baixas, segundo dados do

PPP da Escola (2012), a Internet se torna um meio de consumo supérfluo em relação a outros

meios considerados prioritários, como alimentação, água, luz, aluguel e vestuário.

A imagem a seguir mostra o início da criação do grupo, bem como o chamamento para a

participação dos familiares no grupo Turminha Legal.

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Figura 12 - PrtSc Sys Rq do grupo no Facebook

A partir daqui sistematiza-se os dados a partir do projeto de intervenção desenvolvido na

turma de educação infantil.

Figura 13 - Prt Sc Sys Rq Grupo Turminha Legal

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Devido a pouca participação dos familiares no grupo foi feito um novo chamamento

através de um bilhete elaborado pela pesquisadora e também conversas informais com alguns

familiares que levam seus filhos até à escola. Durante conversa informal com uma das mães ela

relatou que não tinha Facebook, porém eu poderia contatar sua filha, disponibilizando o endereço

eletrônico.

Os pais limitaram-se apenas a curtir as postagens no grupo, no entanto, mesmo aqueles

que não participavam do grupo, realizavam as atividades solicitadas junto às crianças, e, as

mesmas eram devolvidas para avaliação. Algumas destas atividades foram postadas no grupo,

bem como as atividades realizadas na sala de aula.

As atividades de matemática feitas pelas crianças na sala de aula, ou no computador e, ou

com auxílio dos familiares em casa demonstraram que as crianças possuem capacidade de

resolver problemas, através da troca de saberes com seus pares e na tomada de decisões.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998) o “fazer

matemático” se concretiza quando são oportunizadas às crianças atividades onde elas possam:

[...] expor ideias próprias, escutar as dos outros, formular e comunicar procedimentos de resolução de problemas, confrontar, argumentar e procurar validar seu ponto de vista, antecipar resultados de experiências não realizadas, aceitar erros, buscar dados que faltam para resolver problemas. [...] Dessa forma as crianças poderão tomar decisões, agindo como produtoras de conhecimento e não apenas executoras de instruções. Portanto, o trabalho com a Matemática pode contribuir para a formação de cidadãos autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas. (p. 207.).

Sendo assim, percebe-se que a criança é sujeito ativo na construção do fazer matemático e

o mesmo está inserido no mundo infantil.

As imagens a seguir demonstram uma atividade realizada em casa com a ajuda dos

familiares, na qual as crianças deveriam recortar os ingredientes do sanduíche dos animais e

ordená-los de acordo com a história O Sanduíche da Maricota. A atividade foi postada no grupo

do Facebook, como tarefa e também depois de realizada.

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Figura 14 - Prt Sc Sys Rq Atividade matemática

Figura 15 – Prt Sc Sys Rq Atividade matemática

Esta atividade e outras que foram desenvolvidas no decorrer do projeto de intervenção “A

ludicidade da matemática interagindo com a família através do Facebook”, encontram-se em

anexo.

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Conclusão

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Na sociedade contemporânea adquire-se a informação em todos os lugares, de forma

acessível e rápida. Não é mais possível negar que as novas tecnologias fazem parte do quotidiano

das pessoas. Porém, não se tolera mais a mera absorção da informação, cabendo à escola criar as

condições para que essa gama de informações tenha potencial de ser transformada em

conhecimento por parte de seus alunos. É necessário refletir que buscar a informação em si, não é

o bastante, sendo apenas uma parcela de todo um processo para o desenvolvimento de

habilidades e competências do indivíduo. Aos alunos, demanda à necessidade de estabelecer

relações entre as informações e produzir conhecimento, mediados pelo professor.

Perante o que foi descrito sobre As TIC na Educação Infantil: contribuições do Facebook

para a aprendizagem e para a integração família e escola, pode-se dizer que ainda são muitos os

desafios para a inserção das tecnologias de informação e comunicação na escola. Desafios, estes,

que se apresentam como a instabilidade da internet, a pouca quantidade e manutenção dos

computadores e até mesmo a falta de capacitação dos professores.

O tema escolhido foi de grande importância, pois despertou um interesse maior por parte

dos alunos e familiares em relação à questão das novas tecnologias como recurso pedagógico

para aprendizagem das crianças. Percebeu-se que as TIC são ferramentas que possibilitam a

aprendizagem das crianças de forma mais significativa e prazerosa favorecendo a praticidade das

aulas e aprendizagens, despertando a curiosidade e a criatividade das crianças da educação

infantil.

Aprender e ensinar neste contexto demanda a escola uma maior integração com as

tecnologias de informação e comunicação, bem como a rede social Facebook, por meio de trocas,

construção coletiva e aprendizagem significativa.

A elaboração desta pesquisa possibilitou indicar algumas conclusões provisórias, mas

relevantes para promover outras reflexões, emergir questionamentos e discussões, segundo este

contexto de investigação.

É relevante possibilitar as crianças desde bem cedo uma adequada utilização das

tecnologias no sentido de contribuir para o desenvolvimento de atitudes positivas, pois usar a

tecnologia na escola não constitui um fim em si mesmo. Na educação infantil, através da

tecnologia são possibilitados objetivos essenciais para o desenvolvimento integral das crianças,

como aprender a respeitar regras, esperar a sua vez e comunicar. Cabe à escola combater as

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desigualdades favorecendo a acessibilidade de todos a estes meios, promovendo a formação de

cidadãos capazes de tomar decisões como profissionais e sujeitos perante aos desafios desta nova

era.

Durante o desenvolvimento do projeto de intervenção percebeu-se que a aprendizagem da

matemática tornou-se mais lúdica e agradável através do uso de uma história infantil, pois

segundo Reame (2012) “Língua e Matemática” (p. 152) apresentam funções e objetivos que se

complementam, ambas possibilitam o desenvolvimento intrínseco de habilidades de leitura e de

escrita ao promoverem diferentes formas de comunicação e expressão. Com a exploração de

textos infantis, os alunos são oportunizados a ler, ouvir, falar e escrever de forma natural, neste

contexto de comunicação emergem ideias e conceitos interdisciplinares, bem como conceitos

matemáticos, através das histórias infantis o aluno se expressa sem se preocupar com os erros e

acertos.

Lançando olhar para a análise das entrevistas, postagens e realização das tarefas no grupo

do Facebook, podemos perceber que existe por parte dos pais um interesse nas atividades

desenvolvidas na escola e que a rede social Facebook possibilitou uma ligação entre escola-

família em torno dos conteúdos educativos, apesar de que eles não se autorizaram a compartilhar,

comentar ou até mesmo postar as atividades no grupo, limitando-se apenas a curtir o que era

postado, porém as tarefas de casa eram realizadas e devolvidas à escola. Considerou-se muito

significativo este movimento, pois de uma forma ou de outra os pais estavam participando,

mesmo aqueles que não faziam parte do grupo.

Ao longo do estudo verificou-se que as relações escola/família devem ser vistas numa

perspectiva de colaboração e parceria, pois quanto mais escola e família estarem unidas mais

significativos serão os resultados na aprendizagem e formação da criança.

A utilização da rede social Facebook empreendeu um espaço com um percurso que não

pode ser esquecido ou computado a esta pesquisa. O presente estudo possibilitou compreender a

importância da utilização das TIC na aprendizagem dos alunos da educação infantil e ligar

família e escola em torno das atividades escolares.

É neste sentido que se almeja que esta pesquisa contribua para ultrapassar as barreiras que

surgem na escola, e, especificamente na educação infantil, através da formação continuada de

professores e gestores para interagir de forma mais democrática e autônoma com os alunos e

familiares através das tecnologias de informação e comunicação.

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Apêndices

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Apêndice 1

DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO

Eu, Silvana Castilhos Steyer, no âmbito de minha Dissertação de Mestrado em Ciências da

Educação – Tecnologia Educativa pela Universidade do Minho Portugal, estou a desenvolver o

Projeto Facebook para aprender Matemática: Possibilidades e Limites na Educação Infantil. Peço

autorização para registro audiovisual do

educando______________________________________________________________________

Estes registros serão utilizados apenas pela investigadora, para análise de dados, não serão

divulgados.

Caso venha a ser importante o uso da imagem ou som, a investigadora pedirá autorização

explícita aos pais ou responsáveis sempre sob total anonimato da criança.

São Francisco de Paula,______de Março de 2015.

________________________________________

Assinatura do Responsável

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Apêndice 2

GUIÃO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA (PAIS)

OBJETIVOS:

Tópicos Objetivos Específicos Formulário de Perguntas

Legitimação da entrevista e incentivo dos entrevistados

Legitimar a entrevista. Incentivar os

entrevistados para colaborarem na entrevista.

Ressalvar a confidencialidade das informações.

I- Informar aos entrevistados sobre o trabalho que está sendo realizado.

II- Pedir a colaboração de todos, destacando a importância de sua contribuição para o bom andamento do trabalho.

III- Garantir o carácter confidencial das informações.

Tecnologia

Identificar que tipo de tecnologia é mais usada em casa pelos pais e pelos filhos.

Compreender se os pais consideram válida para comunicação essa tecnologia.

1- Que tipo de tecnologia é mais usada em casa pelos pais e pelos filhos? Rádio, televisão, celular, jornal, revistas, computador?

2- Os pais consideram válida para comunicação essa tecnologia?

Facebook

Identificar se os pais conhecem o Facebook.

Analisar como os pais e irmãos mais velhos ou outras pessoas que moram na casa, interagem com a tecnologia Facebook.

3- Os pais conhecem o Facebook?

4- Como os pais e irmãos mais velhos ou outras pessoas que moram na casa, interagem com a tecnologia Facebook?

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Identificar com que frequência usa a tecnologia Facebook.

5- Com que frequência usa a tecnologia Facebook?

Usabilidade

Identificar para que utilizam o Facebook.

Perceber se os pais sabem o que os filhos fazem no Facebook.

Identificar como os filhos usam o Facebook.

6- Para que utilizam? Postar fotos, vídeos? Curtir? Compartilhar? Falar com familiares e amigos?

7- E, os filhos? O que os pais pensam ou sabem que os filhos fazem no Facebook?

8- Como os filhos usam o Facebook? Onde? Sozinhos? Com os irmãos? Com amigos? Com os pais? Para fazer o que?

Ensino/Aprendizagem

Analisar se os pais consideram o Facebook uma tecnologia interessante para aprender.

Identificar se os pais consideram o Facebook uma tecnologia que pode ser usada na escola, como ferramenta para ligar família-escola em torno dos conteúdos escolares.

9- E, para aprender, o Facebook será uma ferramenta tecnológica interessante?

10- Os pais consideram que o Facebook pode ser usado pela escola, até mesmo para que a família fique sabendo o desenvolvimento escolar de seus filhos?

Escola-Família

Identificar se os pais conhecem o grupo “Turminha Legal”.

11- Os pais conhecem o grupo fechado no Facebook: “Turminha Legal”? Por que não participam? Falta de tempo? Não tem facebook? Não gostam?

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Apêndice 3

GUIÃO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA (ALUNOS)

Tópicos Objetivos Específicos Formulário das Perguntas

Tecnologia Identificar que tipo de tecnologia é mais usada em casa pelos pais e pelos filhos. Compreender se os alunos consideram válida para comunicação essa tecnologia.

Que tipo de tecnologia é mais usada em casa pelos pais e pelos filhos? Rádio, televisão, celular, jornal, revistas, computador? Vocês consideram válida para comunicação essa tecnologia?

Facebook Identificar se os alunos conhecem o Facebook. Analisar como os pais e irmãos mais velhos ou outras pessoas que moram na casa, interagem com a tecnologia Facebook. Identificar com que frequência usa a tecnologia Facebook.

Vocês já ouviram falar no Facebook? Como os pais e irmãos mais velhos ou outras pessoas que moram na casa, interagem com a tecnologia Facebook? Com que frequência usa a tecnologia Facebook?

Usabilidade Identificar para que utilizam o Facebook. Identificar como os alunos usam o Facebook.

Para que utilizam? Postar fotos, vídeos? Curtir? Compartilhar? Falar com familiares e amigos? Como vocês usam o Facebook? Onde? Sozinhos? Com os irmãos? Com amigos? Com os pais? Para fazer o que?

Ensino/Aprendizagem Analisar se os alunos consideram o Facebook uma tecnologia interessante para aprender.

E, para aprender, o Facebook será uma ferramenta tecnológica interessante? Vocês consideram que o Facebook pode ser usado pela

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Identificar se os alunos consideram o Facebook uma tecnologia que pode ser usada na escola, como ferramenta para ligar família-escola em torno dos conteúdos escolares.

escola, até mesmo para que a família fique sabendo o desenvolvimento escolar de vocês?

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Anexos

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Anexo 1

Dinâmica de Apresentação

Colocar uma música. Fazer uma rodinha, passar um chapéu na cabeça do aluno à direita e

este deverá ir passando o chapéu para o colega ao lado. (colocando na cabeça). Quando a música

parar aquele que estiver com o chapéu deverá se apresentar. Dizer o nome, com quem mora, se

tem irmãos, se gosta de vir para escola, o que gosta de fazer. E, assim, sucessivamente até que

todos se apresentem.

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Anexo 2

GRELHA DE ANÁLISE DA ENTREVISTA (PAIS) Tópico – Tecnologia Quadro 1- Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidades de Registro

Tecnologia Televisão Televisão e computador. Computador. 1 computador, 2 televisão, 3 celular e 1 tablet. Rádio, televisão, celular e computador. Celular, televisão e computador. Rádio. Televisão, celular e rádio. Televisão e celular. Só usamos televisão. Nós usamos rádio, televisão e celular. É usado televisão e celular. Celular e televisão. De todos esses o menos usado é o rádio, computador e televisão lideram. ______________________________________________ Sim, pois eles aprendem muito. Sim, muito necessária no dia a dia. Com certeza se usada de maneira certa. Sim, eu acredito que eles nos trazem muita informação. Sim, pois encontramos familiares, amigos, colegas.

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Tópico – Facebook

Quadro 2– Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidades de Registro

Facebook Interação Conhecemos, mas não usamos. Sim temos em conjunto o mesmo: [email protected] Sim conhecemos. Muito pouco. ________________________ Acho interessante mais não tenho muito acesso. Procuramos fazer o melhor uso possível para interagir com parentes distantes, sabendo das notícias. Nós gostamos muito, conversamos com parentes que moram em outras cidades. Compartilham fotos, vídeos. O pai conhece, mas não faz uso. O mano usa principalmente para jogar. A mana utiliza para se comunicar com os amigos, falar com os colegas de faculdade, manter-se informada sobre os fatos do momento. Eu (a mãe) uso para falar com amigos e parentes distantes, compartilhar assuntos interessantes e estudar. (o grupo da especialização possui um face privado onde estão alunos e professores, todos conversam, compartilham informações, tiram dúvidas. Os professores também mandam convite para eventos, exposições e outros). ________________________ Muito pouco. Não usamos. De três a cinco vezes por semana, priorizamos a comunicação afetiva em nosso lar. Três vezes na semana. Todos os dias (quando dá tempo). Às vezes. Três vezes por semana. Sempre que podemos. Uma vez por semana. Diariamente. Os filhos todos os dias, eu pelo menos três vezes por semana.

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Tópico – Usabilidade Quadro 3 – Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidades de Registro

Usabilidade Acessibilidade Relacionamento familiar e comunicação de nosso dia a dia junto com a igreja, interagindo com fotos junto à sociedade. Postar fotos, curtir e compartilhar, falar com familiares. Divulgação. Tudo o que já foi falado e também encontrar pessoas que não vemos há muito tempo. ________________________ Meu filho não tem acesso ao facebook. Nossa filha possui um tablet apenas para jogos educativos e um celular bloqueado para nossa comunicação, pois ela tem cinco anos apenas. Minha filha só tem acesso no Facebook com minha presença. Meu filho não tem Facebook é muito novo. Não usam ainda. Penso que ainda é muito pequena. Por enquanto as meninas ainda não tem contato direto, pois ainda são pequenas. Bom, no momento minha filha não tem face, mas eu irei supervisionar quando tiver um. Vez em quando vou ver o que estão fazendo. ________________________________________________ Nossa filha não utiliza o Facebook, controlamos os canais de televisão, também apenas o que mostra trabalhos educativos. Na minha presença e da tia dela, olhar fotos e postagem “Turminha Legal”. Não utiliza. Junto com o pai e a mãe. Não usa porque não tem o pai não gosta disso. Às vezes eu mostro as fotos deles e da família. Ela não usa ainda, e nós pais compartilhamos e falamos com familiares. Usam em casa e no celular. Conversam com amigos, e quem sabe, algumas vezes veem até o que não devem.

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Tópico - Ensino/Aprendizagem Quadro 4 - Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidades de Registro

Ensino/Aprendizagem Planejamento prévio

Eu acho muito interessante, mas não temos muito contato. Talvez. Ela ainda é muito nova, mas mostramos as fotos que postamos para ela ver. Nas devidas proporções, com certeza. Não hoje em dia. Penso que não. Eu acredito que sim. Sim, é importante, com a devida atenção do adulto responsável. Acredito que sim, pois possuem páginas educativas. Depende primeiramente todos precisam ter acesso. É preciso um trabalho anterior que deve ser feito com os alunos, principalmente jovens, de que tem um objetivo para ser usado... mas se todos compreenderem e tiverem acesso, penso que é uma ferramenta muito boa. Eu acho que tudo o que for bom para ele é muito importante, pois é sempre bom aprender mais. Sim, acho produtivo como ferramenta de divulgação. É um modo muito útil, pois assim saberemos como nosso filho está se saindo na escola. Sim, se for pela escola. Sim, considero. Pode, mas prefiro informação direta. Pode, mas nós não temos face. Com certeza eu adorei o grupinho deles no facebook. Se bem planejado, acredito que sim.

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Tópico – Escola/Família Quadro 5- Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidades de Registro

Escola/Família Participação Eu não conheço o grupo, não temos computador e nem internet e não gosto muito. Eu conheço e gostei. Não conheço, utilizamos pouco, mais para o convívio social. Sim conheço. Eu conheço, falta de tempo, mas assim que eu puder vou olhar. Não conheço, mas falta tempo. Ainda não conheço, estou sem net no momento, mas vou participar. Não conhecemos e não temos face. Eu conheço, sempre que posso eu mexo no grupo e curto tudo o que postam. Ainda não conheço, iremos participar agora que sabemos. Eu conheço e participo. Conheço, quando posso participo.

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Anexo 3

GRELHA DA ENTREVISTA - ALUNOS

Tópico – Tecnologia

Quadro 1- Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidades de Registro

Tecnologia Televisão e celular Televisão e celular Sim. Ficar sabendo se

vai ter chuva. Ver as coisas. Jogar no celular da tia. Gravação.

Tópico – Facebook

Quadro 2- Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidade de Registro

Facebook Interação Sim. Conversar com as

pessoas. Minha mãe usa todos os

dias. Eu olho sempre com meu

pai.

Tópico – Usabilidade

Quadro 3- Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidade de Registro

Usabilidade Acessibilidade Conversar com pessoas e mandar fotos.

Jogar no computador da tia.

Jogos Friv. Colocar fotos minhas. Jogos do Ben 10. Com a tia. A mãe. O pai.

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Tópico – Ensino/Aprendizagem

Quadro 5- Categorização das Respostas da Entrevista

Tópico Categoria Unidade de Registro

Ensino/Aprendizagem Planejamento Prévio Sim. Ouvir as professoras gravando.

Jogar. Fazer sanduíche. Ver as fotos.

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Anexo 4

Imagens Organização e explicação da atividade

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Sorteio do ingrediente do sanduíche dos animais

Colocar os ingredientes dos animais no sanduíche

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Dividir a turma em grupos

Organizar os ingredientes dos animais de acordo com a história

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Sanduíche preferido dos alunos

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