Sgc Enem 2015 Extensivo Filosofia 02

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    FILOSOFIA

    Professor Dênis da Silva Carvalho

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     A aurora da filosofia:Os pré-socráticos

     A maioria dos primeiros filósofos queriam encontrar oprincípio de todas as coisas existentes. Aristóteles

     Afresco em Paestum, com cena de banquete, século V a.C.

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     A cidade grega e a filosofia

    O declínio dos mitosEssa passagem ocorreu, no entanto, durante longo processo histórico,

    sem um rompimento brusco e imediato com as formas de conhecimentosutilizados no passado.

    Os primeiros gregos compartilhavam de crenças míticas, enquanto

    desenvolviam o conhecimento racional que caracterizaria a filosofia. Essa

    transição do mito à razão “significa precisamente que já havia de um lado,

    uma lógica do mito e que, de outro lado, na realidade filosófica ainda está

    incluído o poder do lendário” .

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    O mito se opõe ao logos  como a fantasia à razão, como a palavraque narra à palavra que demonstra. Logos  e mito  são duas metadesda linguagens, duas funções igualmente fundamentais da vida do

    espírito. O logos , sendo uma argumentação, pretende convencer. Ologos é verdadeiro, no caso de ser justo e conforme à “lógica”; éfalso quando dissimula alguma burla secreta (sofisma). Mas o mitotem por finalidade apenas si mesmo. Acredita-se ou não nele,conforme a própria vontade, mediante um ato de fé, caso pareça “belo” ou verossímil, ou simplesmente porque se quer acreditar. O

    mito, assim, atrai em torno de si toda a parcela do irracionalexistente no pensamento humano; por sua própria natureza, éaparentado à arte, em todas as suas criações.

    GRIMAL, Pierre. A mitologia grega , p. 8-9.

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    Mitologia grega

    Os gregos cultuavam uma série de deuses:

    Zeus Hera Ares Atena Entreoutros

     Além de heróis ou semideuses

    Teseu Hércules Perseu Entreoutros

    Relatando a vida desses deuses e heróis e seu envolvimento com oshomens, os gregos criaram uma rica mitologia, isto é, um conjuntode lendas e crenças que, de modo simbólico, fornecem explicações

    para a realidade universal.

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    Mito de Édipo

    Laio, Rei de Tebas e marido de Jocasta, vivia amargurado por não terfilhos, pelo que, decidiu consultar o Oráculo, tendo-lhe, este, advertidoque filho que gerasse havia de o assassinar. Apesar das advertências,Jocasta engravida e Laio, quando o bebé nasceu, ordenou a um servoque o pendurasse pelos pés numa árvore, para que este morresse. Daí o

    nome Édipo (que significa pés inchados).

    O servo de Laio, desrespeitando as ordens, acabou por colocar a criançanum cesto e jogou-a ao rio, acabando este, por ser resgatado por um reiduma terra distante, que o elegeu como seu filho. Este, já homem,também consultou o Oráculo, o qual o aconselhou a evitar a sua pátria,pois iria ser o assassino de seu pai e marido de sua mãe.Desconhecendo as suas origens e pensando-se filho de Pôlibo e Mérope,reis de Corinto, Édipo decidiu partir rumo a Tebas. Durante o seupercurso, e no meio de uma encruzilhada, deparou-se com um velho como qual manteve uma acérrima discussão acabando por matá-lo.

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    Chegado a Tebas decifrou o enigma da Esfinge (monstro com cabeça demulher e corpo de leão), que impossibilitava a entrada na cidade, e comonunca ninguém o havia decifrado, a Esfinge jogou-se ao mar, tendoÉdipo libertado a cidade da sua maldição. Creonte, irmão de Jocasta,havia prometido a mão desta a quem libertasse a cidade da Esfinge,ganhando assim, Édipo, o direito a casar com Jocasta, agora viúva.

    Casaram, Édipo foi proclamado Rei e tiveram dois filhos e duas filhas,reinando sem grandes dificuldades, até ao dia em que se instala a pestena cidade e Édipo decide consultar o Oráculo, que lhe refere que a pestecessaria quando fosse expulso o assassino de Laio. Édipo dispôs-se a

    encontrá-lo, mas quando se apercebeu que ele próprio fora o assassinode Laio, seu pai, e o esposo de sua mãe, e vendo que apesar de fugircontra a profecia esta acabou por se realizar, arrancou os olhos e deixoua sua pátria.

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    Uma reflexão sobre as questões da culpa e da responsabilidade dos

    homens perante as normas e tabus (comportamento que, dentro dos

    costumes de uma comunidade, é considerado nocivo e perigoso,

    sendo por isso proibido para seus membros).

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    O exercício da razão na pólis grega

    Utilização do logos  (a razão) pararesolver problemas da vida estávinculado ao surgimento da pólis.

    Pólis  forma de organização social e

    política desenvolvida entre os séculos VIII e VI a.C.

    Pólis

    Criada pelo cidadãos

    Cidadãos dirigiam a cidade

    Organizada e explicada de forma racional

    Partenon

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     A prática constante da discussão política em praça pública pelo

    cidadãos fez com que, com o tempo, o raciocínio bem formulado econvincente, se tornasse o modo adotado para se pensar sobre todasas coisas, não só as questões políticas.

    Segundo o historiador Jean-Pierre Vernant, onascimento da filosofia “relaciona-se demaneira direta com o universo espiritual quenos pareceu definir a ordem da cidade e secaracteriza precisamente por (...) umaracionalização da vida social”. Para Vernant, a razão grega é filha da cidade.

     VERNAT, Jean-Pierre, As origens do Pensamento grego, p. 77 e 95.

    Planta da Acrópole de Atenas

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    Pré-socráticos

    Os primeiros filósofos gregos

    Período pré-socrático é a fase inaugural da filosofia grega.

    O período pré-socrático abrange o conjunto das reflexões filosóficasdesenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C.) até oaparecimento de Sócrates (468-399 a.C.).

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    Os pensadores de Mileto: A busca da substância primordial

    Objetivo dos primeiros filósofos

    Construção de umaCosmologia

    Explicação racional esistemática das

    características do universo.

    Princípio substancial ousubstância Primordial

     “Matéria prima” de que todasas coisa são feitas, (arché  emgrego)

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    Tales de Mileto (623-546 a.C.)

     A filosofia teve como berço a cidade de Mileto.

    Tudo é água.

    Para Tales, somente a água permanecebasicamente a mesma, em todas as

    transformações dos corpos, apesar deassumir diferentes estados – sólido,liquido e gasoso.

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     Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.)

     Anaximandro de MiletoDiscípulo de Tales.Geógrafo, matemático,astrônomo e político.

    Nem água nem algum elemento, mas alguma

    substância diferente, ilimitada, e que delanascem os céus e os mundos neles contidos.

    Para Anaximandro, esse princípio é algo que

    transcende os limites do observável, ou seja, nãose situa numa realidade ao alcance dos sentidos.Por isso. Denominou-o ápeiron, termo grego quesignifica “o indeterminado”, “o infinito”. O ápeiron  seria a “massa geradora” dos seres, contendo emsi todos os elementos contrários.

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     Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.)

     Anaxímenes.

    E assim como nossa alma, que é ar, nosmantém unidos da mesma maneira o ventoenvolve todo o mundo.

    Tentando uma conciliação entre as concepções de Tales e as de Anaximandro , concluiu ser o ar o princípio de todas as coisas. Issoporque o ar representa um elemento “invisível e imponderável, quase

    inobservável e, no entanto, observável: o ar é a própria vida, a forçavital, a divindade que “anima”   o mundo, aquilo que dá testemunho àrespiração” .

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    Pitágoras de Samos (570-490 a.C.)

    Todas as coisas são números.

    Para Pitágoras, a essência de todas as coisas reside nos números, osquais representam a ordem e a harmonia. Segundo o historiador ThomasGiles,  “pela  primeira vez se introduzia um aspecto mais formal naexplicação da realidade, isto é, ordem e a constância” . Assim, a essência

    dos seres, a arché, teria uma estrutura matemática da qual derivariamtodas problemas como: finito e infinito, par e ímpar, unidade emultiplicidade, reta e curva, círculo e quadrado e etc.

    No “fundo de todas as coisas” a diferença entre os seres consiste,

    essencialmente, em uma questão de números (limite e ordem das coisas).

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    Heráclito de Éfaso

    Tudo flui, nada persiste, nem permanece omesmo. O ser não é mais que o vir-a-ser.

    Heráclito de Éfeso 

    Concebi a realidade do mundo como algo

    dinâmico, em permanente transformação.Para ele, a vida era um fluxo constante,impulsionado pela luta de forças contrárias:ordem e desordem, o bem e o mal, o belo e ofeio, a construção e desconstrução, a justiça ea injustiça, o racional e o irracional, a alegria ea tristeza e etc.

    Primeiro grande representante dopensamento dialético.

     “Não podemos entrarduas vezes no mesmo

    rio, pois suas águas serenovam a cada instante.Não tocamos duas vezeso mesmo ser, pois estemodifica continuamentesua condição”. Heráclito

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    Parmênides de Eléia (510-470 a.C.)

    O ente é; pois é ser é nada não é.

    Dois caminhos para compreensão da realidadePrimeiro é da filosofia, da

    razão, da essência.

    Segundo é da crendice, daopinião pessoal da

    aparência enganosa.

    Caminho da essência para compreender a realidadea) Existe o ser, e não é

    concebível sua nãoexistência.

    b) O ser é; o não-ser nãoé

    Princípios lógicos de identidade e de não-contradição

    É no mundo dailusão, dasaparências e dassensações que oshomens vivem seucotidiano.

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    Zenão de Eléia (488-430 a.C.)

    O que se move sempre está no mesmolugar.

    Discípulo de Parmênideselaborou argumentospara defender a doutrinado seu mestre.

    Com seus argumentos pretendia demonstrar

    que a própria noção de movimento era inviávele contraditória.

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    Empédocles de Agrigento (490-430 a.C.)

     A unidade de tudo aquilo que se ama

    Pois destes (os elementos) todos se

    constituíram harmonizados , e por estes quepensam, sentem prazer e dor.

    Defendia a existência de quatro elementos primordiais, queconstituem as raízes de todas as coisas percebidas:

    o fogo, a terra, a água e o ar.Os elementos sãomovidos e misturadosde diferentes maneirasem função de dois

    princípios

     Amor  – responsável pela força de atração e união e pelomovimento de crescente harmonização das coisas;

    Ódio  – responsável pela força de repulsão e desagregaçãoe pelo movimento de decadência, dissolução e separação

    das coisas.

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    Demócrito de Abdera (460-370 a.C.)O átomo e a diversidade

    O homem, um microcosmo

    Responsável pelo desenvolvimento doatomismo , afirmava que todas as coisas queformam a realidade são constituídas departículas invisíveis e indivisíveis – átomos.

    Fatores básicos para as diferentescomposições dos átomos

    Figura Ordem Posição

    Concepção mecanicista

    acaso necessidade

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    Pré-socráticosOs primeiros filósofos gregos

    Pitágoras de Samos (570-490 a.C.)

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    Heráclito de Éfaso

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    Os pensadores eleáticos: A reflexão sobre o ser e o conhecer

     A partir dessa discussão sobre os contrários, sobre o ser e o não-ser,que se iniciaram a lógica (os estudos sobre o conhecer) e aontologia (os estudos sobre o conhecer) e suas relações recíprocas.

    Parmênides de Eléia (510-470 a.C.)

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    Zenão de Eléia (488-430 a.C.)

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    Pré-socráticosOs primeiros filósofos gregos

    Empédocles de Agrigento (490-430 a.C.)

    Demócrito de Abdera (460-370 a.C.)