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Artes plásticas A Bahia recebe Rodin CINEMA - BESOURO: DO MITO AO HERÓI GALERIA - OXENTE! Ó GENTE! CULTURA - DE BENIN SURGE UM MUSEU MÚSICA - FEIRA MÚSICA BRASIL TURISMO - NOS LENÇOIS DA BAHIA TEATRO - NEWTON MORENO: O POETA DOS PALCOS FOTOGRAFIA - OS MUNDOS DO CIRCO MODA - GUSTAVO SILVESTRE: O ARQUITETO DA FEMINILIDADE INFORMAÇÃO + ATITUDE A REVISTA DO NORDESTE ALAGOAS BAHIA CEARÁ MARANHÃO PARAÍBA PERNAMBUCO PIAUÍ RIO GRANDE DO NORTE SERGIPE ANO 1 #04 R$15 2009 Uma estrela brasileira Florinda Bolkan ESPECIAL História 120 anos de República

Revista Zé - 04

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Uma revista voltada para o nordeste do Brasil

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Page 1: Revista Zé - 04

Artes plásticas

A Bahia recebe Rodin

Cinema - Besouro: Do mito Ao heróiGaleria - oxente! ó gente!Cultura - De Benin surge um museu músiCa - FeirA músicA BrAsilturismo - nos lençois DA BAhiAteatro - newton moreno: o poetA Dos pAlcosFotoGraFia - os munDos Do circo moda - gustAvo silvestre: o Arquiteto DA FeminiliDADe

INFORMAÇÃO + ATITUDEA REVISTA DO NORDESTE

AlAgoAs BAhiA ceArÁ mArAnhÃo pArAÍBA pernAmBuco piAuÍ rio grAnDe Do norte sergipe

ANO

1 #

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Uma estrela brasileiraUma estrela brasileiraUma estrela brasileira

Florinda Bolkan

esPeCial

história

120 anos de República

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m o d e r n i d a d e

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s ó a q u i

Lambe-Sujo Uma ópera popularA cidade de Laranjeiras (SE), uma vez por ano, num domingo de outubro, transforma-se em palco de um conflito entre negros quilombolas, o Lambe-Sujo, e os Caboclinhos, um grupo de indígenas a serviço dos homens brancos. Toda a dramatização, que começa ao amanhecer e termina quando o sol se põe, é embalada ao som de pandeiros, cuícas, tambores e ganzás, que reproduzem ritmos de origem africana.

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A cantora Mariana Aydar, um dos

grandes nomes da nova geração da

Música Popular Brasileira, é paulista de

nascimento e nordestina de coração.

“Eu vou ao Nordeste desde os meus 12

anos de idade. Minha mãe, Bia Aydar,

produzia o Luiz Gonzaga. Por isso, eu

acabava viajando com ela nas turnês.

Tenho uma ligação muito forte com

a região, gosto muito do jeito que os

nordestinos vivem. Às vezes, São Paulo

é muito tumultuada, as pessoas dão

muita ênfase ao sucesso e à carreira.

No Nordeste a galera é mais calma,

quer viver melhor”.

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Atualmente em carreira solo, o

ator e cantor carioca Toni Garrido

mantêm uma tórrida relação de

amor com o Nordeste. “A experiên-

cia mais marcante que eu tive no

Nordeste com certeza foi ter es-

colhido o grande amor da minha

vida, com quem eu estou casado

há 23 anos. Uma alagoana, de

Marechal Deodoro, que me inseriu

ainda mais na cultura nordestina

real, com todos os seus códigos.

Essa contribuição cultural que ela

acabou trazendo para a minha

vida não tem preço. Sem falar nos

meus dois filhos, né?!”.

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Mitsubishi Outlander GT 2010

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A Mitsubish Motors apresenta o Outlander GT 2010,

seu crossover esportivo de luxo: moderno, futurista

e com diversas tecnologias embarcadas. Ele reúne a

comodidade e o rodar confortável dos automóveis de

passeio com a segurança e a versatilidade dos SUVs.

Capô, pára-lamas, grade dianteira, faróis principais

com cinco regulagens de altura, faróis auxiliares com

moldura cromada, compõem e realçam um visual es-

portivo e agressivo. Outro detalhe que chama a aten-

ção refere-se à iluminação traseira, feita por meio de

leds. As rodas com novo design e aro de 18 polegadas

de diâmetro, abrigam pneus esportivos de perfil baixo,

que acentuam o caráter esportivo desse crossover.

O Outlander GT 2010 se destaca pelas soluções inte-

ligentes voltadas para o uso diário, conveniência do

usuário e ao prazer de dirigir.

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s u m á r i o

16 edição n#4 • 2009

04 Só aqui

08 Conexão - mariana Aydar

12 Conexão - Tony Garrido

16 Sumário

18 ColaboradoreS

20 editorial

22 expediente

26 eSpeCial - Florinda Bolkan, uma estrela brasileira

42 expoSição - A Bahia recebe rodin

54 hiStória - Diversidade e cidadania em 120 anos de república

60 teatro - Newton moreno, um poeta dos palcos

66 Cultura - o nascimento de um museu

74 Galeria - oxente! Ó gente!

82 Cinema - Besouro, do mito ao herói

90 moda - Gustavo silvestre, o arquiteto da feminilidade

96 Solidariedade - Abraçando a vida

Capa:Florinda Bolkan Foto:Luchino Visconti

104 múSiCa - Feira musical Brasil (FmB)

114 FotoGraFia - mundos do circo em Fortaleza

122 turiSmo - Nos lençóis da Bahia

130 de quem Zé Fala

134 na radiola do Zé

140 na antena do Zé

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c o l a b o r a d o r e s

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Marcelo Mendonça é artista gráfico de projetos culturais. Já trabalhou, dentre outros, com Maria Bethânia, Caetano Veloso, Lulu Santos e Gerônimo. É também criador gráfico de CDs, DVDs e de peças de teatro. Para a ZÉ, ele colaborou com as fotos do calendário Abraçando a Vida, que está em Solidariedade.

Michel Fernandes, jornalista cultural, é crítico de teatro do Último Segundo/iG e editor do site Aplauso Brasil (www.aplausobrasil.com.br). Confira o perfil, que ele assina, do dramaturgo Newton Moreno, em Teatro.

isabelle barros é repórter de artes plásticas e assina a coluna Arte em Trânsito, do jornal Folha de Pernambuco. Nesta edição da ZÉ, ela assina a matéria Diversidade e Cidadania em 120 anos de República.

A coordenadora de Comunicação da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, bianca Felippsen, é jornalista e especialista em Audiovisual e Novas Mídias pela Universidade Federal do Ceará. Além de colaborar com informações culturais para a ZÉ, também integra a equipe de colaboradores da Veja Cidades.

A jornalista izabel GurGel é diretora do Theatro José de Alencar, em Fortaleza (CE), ao lado de Silêda Franklin. Em parceria, contribuíram para a matéria Mundos do circo em Fortaleza. Além disso, Izabel nos presenteou com uma deliciosa crônica sobre a estrela desta edição, no especial Florinda Bolkan, uma estrela brasileira. Ela também escreve para os sites www.roteiroceara.com.br e www.circonteudo.com.br.

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e d i t o r i a l

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Como sonhadores que somos, sempre vislumbramos a esperança de que um dia tudo será muito melhor. Enquanto isso, realizamos o que ontem era um sonho: levar informação + atitude - com qualidade editorial, gráfica e estética - para leitores do Brasil inteiro.

Nesta edição, nossa estrela é a cearense Florinda Bolkan. Ela nos emprestou a riqueza de sua vida e a beleza de mulher, para que pudéssemos mostrar a você. Para tanto, tivemos a ajuda de outras duas mulheres: Romy di Vitti e Izabel Gurgel. Realmente, este é um passeio imperdível, que você deve fazer pelas páginas da ZÉ.

Fomos buscar um pernambucano, radicado em São Paulo, que já imprimiu seu nome na moda brasileira, Gustavo Silvestre, e o trouxemos para as nossas páginas. Com o mesmo DNA, temos também o ator, dramaturgo e diretor, Newton Moreno. Conheça um pouco deste brilhante talento, em matéria assinada pelo jornalista Michel Fernandes.

Da Chapada Diamantina, um lugar mágico, veio a matéria de turismo: Nos lençóis da Bahia. Também de lá, destacamos o ator Ailton Carmo, que incorporou o personagem principal do filme Besouro - uma narrativa da trajetória do lendário Besouro Mangangá, ou Besouro Cordão de Ouro, que viveu em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano.

A República brasileira tem muitas histórias e elas estão, de forma bastante acessível e interativa, no Museu do Estado de Pernambuco, em Recife, com a exposição 120 anos de República. Quem nos apresenta é a jornalista Isabelle Barros. E Rodin está em Salvador, no Palacete das Artes. Caso não possa fazer uma visita, a ZÉ traz um vislumbre do esplendor da arte do mestre francês.

Em O nascimento de um museu, mostramos os bastidores de uma exposição sendo instalada no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira - ainda em reformas, antes da inauguração -, no Centro Histórico de Salvador, e o colorido da mostra Benin está vivo e ainda lá – ancestralidade e contemporaneidade.

Tudo é belo e informativo na ZÉ. Basta conferir em Mundos do circo em Fortaleza e na galeria Oxente! Ó gente!. Também tem sons - na magnitude da Feira Música Brasil 2009, que nós cobrimos pra você - e muita solidariedade em Abraçando a Vida, um calendário com páginas de amor.

E o que ZÉ fala, ZÉ toca e ZÉ indica? Só conferindo.

Divirta-se.

Hugo Juliã[email protected]

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DIRETOR EXECUTIVOHugo Julião

PUBLISHERHugo Julião

[email protected]

DIRETORA DE REDAÇÃOThaïs Bezerra

EDITOR CHEFE Sérgio Amaral

EDITOR ASSISTENTETheo Alves

DIREÇÃO DE ARTE E DESIGNER GRÁFICOJosué Jackson, Marcos Ribas

TRATAMENTO DE IMAGENSAlexandre Ribas

COLABORADORESAlexandre Lyrio, Ana Paula Padrão, André Wanderley, Antonio Carlos Portinari Greggio, Astrid Fontenelle, Bianca Felippsen, Chico

Alves, Diana Moura Barbosa, Eliana Bezerra, Ilma Fontes, Itamar Vieira da Costa, Izabel Gurgel, Izabelle Barros, Jamil Moreira Castro, Kaliane Barbosa, Luiz Eduardo Costa, Luiz Paulo Horta, Lu Marini, Manoel Soares, Marcelo Mendonça, Mel Adún, Michel Fernandes,

Paulo Markun, Raul Lody, Ricardo Janoario, Sylvio Passos, Tanit Bezerra, Tiago Santana, Victor Dantas e Washington Olivetto.

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DIRETORAMel Almeida

(79) 3246-4707 / [email protected]

ASSISTENTECristina Arruda

(79) 3246-4707 / [email protected]

REPRESENTANTESInstitucional - Sérgio Amaral / (61) 9982-9922

[email protected]ão Paulo e Rio de Janeiro – Antônio Mota / (11) 9910-3513 - 3813-5607

[email protected] Gerais e DF – Renato Amaral / (61) 9981-9933

[email protected] - Luciano Barbosa / (82) 9327 2758 - 9331-5071

[email protected] e Paraíba - André Nicéas / (81) 9164-1043

[email protected] Nordeste – Clóvis Munaretto / (79) 9978-3934

[email protected]

ADMINISTRAÇÃOCultura Gráfica e Editora Ltda

www.revistaze.com

IMPRESSÃOGráfica Ideal - Campinas (SP)

OPERAÇÃO EM BANCAS

ASSESSORIA

EDICASEwww.edicase.com.br

Distribuição Exclusiva em Bancas

FERNANDO CHINAGLIA DISTRIBUIDORA S/A

ManuseioFG PRESS

www.fgpress.com.br

JORNALISTA RESPONSÁVELThais Bezerra - DRT SE364

TIRAGEM 30.000 exemplares

A revista ZÉ é uma publicação bimestral da Cultura Gráfica e Editora Ltda.A ZÉ não se reponsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. Só poderão falar em nome da revista as pessoas

citadas no expediente. Qualquer outro profissional não tem autorização para usar o nome da ZÉ ou utilizar qualquer material sem apresentação de documento datado por escrito e assinado pela direção da revista.

A R E V I S T A D O N O R D E S T E

INFORMAÇÃO + ATITUDE

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Uma estrela brasileira

Florinda BolkanDepois de se tornar nosso maior mito feminino no cinema internacional, com a considerável bagagem de ter estrelado mais de 50 filmes de sucesso pelo mundo e o status de ser a única brasileira a ter protagonizado um filme premiado com o Oscar da Academia de Cinema de Hollywood, Florinda Bolkan completa 40 anos de carreira em 2010, com o mesmo gestual firme e aristocrático que a consagrou. Bela, é até hoje uma imagem de mulher forte e majestosa: alta, magra e longilínea. Exclusivamente diurna e avessa a antiga e trepidante vida social, raramente faz aparições na noite elegante de Roma. Vive em Bracciano, num inacreditável e ensolarado castelo medieval à beira de um lago, a 48 km de Roma, com seus criados e a companhia inseparável de seus cãezinhos e dos cavalos Adolf, Aracati e a égua matriz Eleonor, que até hoje monta a pêlo.

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: Hugo Julião e Romy di Vitti : florindabolkan.com

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e s p e c i a le s p e c i a l

Junto à mesma propriedade criou, em sociedade com a princesa italiana Anna Chigi (outra apaixonada por cavalos puro sangue), o Haras Villa Voltarina, onde se dedica à criação e venda de cavalos de raças, que elas mesmas apuram e que são negociados até com o exército italiano. São animais valiosos, tratados a pão-de-ló, com muito esmero, como ela afirma . E não é raro, quando algum deles adoece, a própria Florinda, preocupada, amanhecer ao lado do animal nas cavalariças de sua villa.

Esta lida é seu prazer maior hoje na vida, afora o

sucesso de seu Haras, que se tornou referência entre criadores e ponto turístico na cidade de Bracciano, que acaba de homenageá-la com um vídeo, criado pelo de-partamento de turismo da prefeitura local: Dal Brasile à Bracciano - Florinda Bolkan, onde são mostrados seu haras, seus animais, sua casa, e as personalidades

do mundo do cinema, amigos dela que frequentam a propriedade. É de lá, também, de sua tranquila e rural Bracciano, que ela controla a administração de outras propriedades - estas no Brasil - junto com sua irmã e produtora, Alina Bulcão: a pousada Rosa dos Ventos, na paradisíaca praia de Quixaba, perto de Canoa Que-brada, no Ceará, onde, ao lado, mantém sua espe-tacular morada de verão sobre as falésias fantásticas do lugar; a mansão colonial do Itanhangá, no Rio de Janeiro; e o sítio de Teresópolis, na serra carioca. Mo-nitorada pela irmã, assessoras pessoais e de imprensa, aqui e na Itália, e por dezenas de profissionais de sua produtora, Florinda Bolkan Produções Artísticas, no Rio, e de sua ONG voltada para crianças do Ceará, com sede italiana na cidade de Viterbo, Florinda acom-panha tudo de perto, atenta . E é comum vir incógnita e de surpresa ao Brasil, apenas para “ pegar força “ nas águas e no sol de seu Ceará.

Florinda 28 edição n#4 • 2009

Foto de Elisabetta Catalano para o filme Metti Una Sera a Cena

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e s p e c i a l

Florinda Soares Bulcão nasceu em Uru-buretama, no Ceará, filha de pai temporão. José Pedro Soares Bulcão – 60 anos, viúvo, poeta e deputado estadual – casou-se com Maria Hosana, moça de 18 anos, sangue de índio, que lhe deu três filhos: Florinda, a mais nova, Alina e José Maria. Apesar de ficar órfã de pai ainda muito pequena, ela recebeu forte influência dele, que era um homem inteligente e bastante culto. Alguns anos depois, sua mãe casou-se novamente e a família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasce-ram suas irmãs Odete e Sônia. Com apenas 14 anos, Florinda começou a trabalhar como secretária, mas nunca abandonou os estudos.

Aos 18 anos, obteve o diploma em línguas e falava fluentemente inglês e francês, tanto quanto o português. Depois de passar por diversos empregos, tornou-se comissária de bordo da Varig. Em 1963, em companhia de amigos, partiu para visitar Londres e Paris, que tinham ficado no seu coração, em uma viagem feita à Europa. Paris, em particular, onde morou por dois anos - frequentando um curso de Francês, na Sorbonne, e um de História da Arte, no Museu do Lou-vre. Em diversas ocasiões recebeu propostas para ser modelo, mas, devido ao seu caráter introvertido, não se achava apta. Não encontrando uma forma estável de sobrevivência, decidiu voltar ao Brasil.

Em 1967, aos 26 anos, convidada por amigos ita-lianos, foi para Roma, onde conheceu Luchino Visconti, um dos mestres do cinema italiano. Ele a convenceu a superar sua timidez e tornar-se atriz. Visconti con-

Uma história de vida

seguiu persuadi-la a realizar um belíssimo teste de fotogenia, que durou três dias. Os resultados a levaram a participar, em Paris, do seu primeiro filme, Voleur de crimes, com Jean-Louis Trintignant e Robert Hossein. Logo depois lhe foi oferecido um papel no filme Candy, com Richard Burton, Charles Aznavour, Ringo Star e Marlon Brando, seguido ainda de Os Deuses Malditos, um dos melhores trabalhos de Visconti, com Helmut Berger, Ingrid Thulin e Dirk Bogarde.

Nos anos seguintes, Florinda Bolkan – como passou a assinar o seu nome – construiu uma carreira brilhante. Foram anos que lhe renderam uma enor-me fama e a colocaram entre os mais extraordinários talentos da Europa: em 1968, fez Metti una sera a cena, ao lado de Jean Louis Trintignant, Annie Girardot e Tony Musante - o filme foi indicado à Palma de Ouro no festival de Cannes; em 1969, estrelou em Investiga-ção Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita,

Álbum de família

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1. Luchino Visconti2. Terence Stamp3. Kirk Douglas4. Omar Sharif5. Walter Matthau6. Richard Burton

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e s p e c i a l

Maria Callas, Franco Rosselline, Helmut Berger e Florinda

Capa da revista Playboy32 edição n#4 • 2009

Elizabeth Taylor, Helmut Berger, Florinda e Richard Burton, fotografados por Marina Cicogna, nos anos 60, durante cruzeiro no famoso iate Cristina, de Aristóteles Onassis

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drama político ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e do Prêmio Especial do Júri do Festival de Cannes – um dos melhores filmes da sua carreira; no auge do sucesso, em 1970, Florinda participa do filme Anônimo Veneziano, o mais visto daquele ano, e con-quista o David di Donatello de melhor atriz - prêmio con-cedido pela Academia Italiana de Cinema, considerado o Oscar italiano. Florinda ganhou este prêmio por três vezes, assim como Sophia Loren e Claudia Cardinali. Tornou-se, então, a principal estrela da Itália, como atriz de papéis dramáticos e românticos.

Entre 1970 e 1975, Florinda Bolkan participou em mais de 20 filmes, com alguns dos mais importantes di-retores e atores do mundo. Nos Estados Unidos: O Vale

da Morte, de James Clavell, com Michael Caine e Omar Shariff; na França: Escalada ao Poder, de Michel Deville, com Jean Louis Trintignant, Rommy Schneider e Jane Birkin; na Inglaterra: O Heróico Covarde, uma comédia de Richard Lester, bastante conhecido pelos trabalhos que realizou com os Beatles nos anos 1960, principal-mente na direção dos filmes A Hard Day’s Night e Help!; na Etiópia: Assassinato em Sarayevo, de Velko Bulajich com Christopher Plummer; na Itália: Um Homem a Respeitar, de Michele Lupo, com Kirk Douglas e Giuliano Gemma, um filme que chegou a ser indicado para o Globo de Ouro; Flavia, de Gianfranco Mingozzi, com Maria Casares; e Caros Pais – vencedora como melhor atriz do prêmio David di Donatello, na Itália, de Enrico Maria Salerno, com Maria Schneider e Catherine Spaak.

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e s p e c i a l

Em 1975, conquistou o prêmio de Melhor Atriz, eleita pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles (LAFCA), com o filme Amargo Despertar, do diretor Vittorio de Sica. Nesta mesma edição do prê-mio, o vencedor de melhor ator foi Al Pacino, por sua interpretação no filme Um dia de Cão. Nesta mesma época, apesar dos convites de alguns estúdios de Hollywood para trabalhar no mercado americano, Flo-rinda resolveu romper com o ritmo de vida a que vinha se submetendo durante anos: decidiu que era hora de

fazer coisas que nunca tinha tempo de realizar, de viver uma “vida normal”. Nesse período, viajou, construiu e vendeu casas, plantou árvores, velejou, esquiou, jogou tênis e, sobretudo, montou os seus adorados cava-los. Definitivamente, o ócio não era a sua praia. Essa pausa dourou aproximadamente quatro anos, quando ela achou que era importante retomar o trabalho de atriz. Ela constatou, em sua nova casa de campo, nas proximidades de Roma, que as pessoas não a tinham esquecido, o que lhe animou ainda mais. Voltou a reci-tar comédias italianas e participou de alguns filmes.

Em 1984/85, dez anos depois do imenso sucesso que havia alcançado no cinema, Florinda, no papel da condessa Olga Camastra, participou de La piovra (O polvo), uma série televisiva sobre as origens da máfia. Foi o seriado mais popular já realizado na Itália, baten-do todos os recordes de audiência, permanecendo no

ar até 2001. Esta participação fez com que ela fosse celebrizada por uma nova geração de espectadores, à semelhança do que ocorrera em 1970 por seu desem-penho no filme Anônimo Veneziano. Em 1986, conquis-tou todos os prêmios para a TV daquele país.

Ainda em 1984, avaliou que, como atriz, tinha que

demonstrar o seu talento no teatro. No inverno daquele ano, recitou, em italiano, a comédia Metti una sera a cena, dirigida por Giuseppe Patroni Griffi, o mesmo diretor que, 15 anos antes, havia realizado o filme que é baseado em uma peça de sua autoria. Foi um grande sucesso. Florinda era a primeira atriz que, com um sotaque estrangeiro, divertia o público dos mais anti-gos teatros italianos. Em 1985/86, em uma tendência mais clássica, também sob a direção de Griffi, Florinda Bolkan interpretou Helena Andreievna, personagem da obra-prima de Anton Tchecov, Tio Vânia. Com este de-sempenho conquistou a estima e o aplauso do público e da crítica, que reconheceram que ela estava ao nível dos grandes atores italianos. Em 1986-87, fez parte do elenco de Michael Hoffman, no filme Essas Garo-tas! (1988) rodado no Canadá e produzido por Robert Redford, pela MGM.

Em 1991-92, prosseguindo sua busca por novas metas e sendo uma pessoa de bom gosto, Florinda lança seu primeiro livro de bolso intitulado Vi invito a tavola, editado na Itália, pela Mondadori. O mesmo livro é publicado no Brasil com o nome À mesa com Florin-da, Edições Maltese. Em 1997, de retorno ao Brasil. roda Bella Donna, de Fábio Barreto, produzido por Luis Carlos Barreto. Três anos depois, ela empenhou-se em escrever, produzir e dirigir o seu primeiro filme: Eu não conhecia Tururu, inteiramente rodado no Ceará. Além disso, também no Brasil, abriu uma produtora de cine-ma e música chamada Florinda Bolkan Produções.

Depois de mais de 40 anos da estréia do seu primeiro filme, Florinda Bolkan é uma das atrizes mais amadas da sua geração, reconhecida pelo seu talento, sua beleza – que permanece inalterada -, elegância e discrição. Num tributo especial, a revista ZÉ dedicou-lhe a capa desta edição - com foto inédita de Luchino Visconti - e traz um ensaio com momentos da história desta fantástica mulher nordestina.

edição n#4 • 2009

Por trás das câmeras

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Florinda Bolkan por Romy di Vitti

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Sem explodir como Carmem Miranda quando ganhou a América, Florinda Bolkan conquistou a Europa aos poucos, com muito trabalho e, sobretudo, classe - sua característica mais marcante, quase per-turbadora. E foi o célebre diretor Luchino Visconti quem deu a ela o signo da sensualidade quando a mostrou nua numa banheira em Os deuses malditos. Imediata-mente o público masculino italiano se apaixonou pela beleza daquela mulher tropical , mas com racèe euro-peu e a elegeu sexy simbol. E foi como “la sexy Bolkan” que Florinda se tornou a primeira brasileira a posar nua para as lentes de Angelo Frontoni na Playboy norte- americana, ao mesmo tempo que, classuda, frequenta-va com intimidade e desenvoltura a realeza, os gover-nantes e a mais conservadora e fechada aristocracia italiana. Esta soma de sensualidade e estirpe arrebatava multidões . Sua imagem estrelava desde moda, para a clássica grife alemã Bogner, e lançamentos automobi-lísticos da montadora Maceratti , até o café brasileiro na televisão e em outdoors espalhados por toda a Europa com os dizeres “eu sou o café do Brasil!”.

* Romy di Vitti é das mais competentes e reconhecidas assesso-ras de imprensa de famosas no Brasil , como Wanderléa, Bruna Lombardi e Maitê Proença , entre outras. Decana na comunicação, é também correspondente e porta-voz da top model Shirley Mallman ( EUA ) e da atriz Cristiana Reali, radicada em Paris.

Este mesmo sucesso, no entanto, tornou Florinda

alvo fácil de tablóides sensacionalistas que já a envolve-ram em casos com Richard Burton, Omar Sharif, Jean Sorel,e -pasmem !- até John Kennedy e a condessa Marina Cicogna Volpi , ex-dona da Euro Filmes (leia-se Cine Cittá) e também mentora de sua carreira. Mas Flor, como a chamo, sempre pairou indiferente e inatingível à futricaria que, mesmo hoje, ainda a persegue. De temperamento introspectivo e reservado, poucas vezes, no entanto, me determinou que desmentisse ou mesmo respondesse às provocações e invasões de sua privaci-dade. Enquanto sua irmã Lina e eu mesma nos irritáva-mos com tais gossips, Florinda apenas mantinha sereno e absoluto desprezo pelas interpretações descabidas da imprensa marrom que, ao menos no Brasil, cessaram desde que, há 12 anos, passei a cuidar de sua imagem pública. E aprendi com ela que a verdadeira essência de cada um de nós o tempo, e somente este , cristaliza e definitiva. O resto são paroles, como ela diz, jogadas ao vento, para vender mais exemplares ...

Florinda com sua assessora e anjo da guarda, Romy di Vitti, no aeroportoTom Jobim (RJ), por Cristina Granato (2008)

e s p e c i a l

Capa do vídeo em homenagem a Florinda, produzido pela prefeitura de Bracciano (Itália), onde ela mora

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Terra de índios. Território dos índios Urubus. O antigo arraial de São João de Uruburetama é um pedaço entre serras no Norte do Ceará, a 120 km de Fortaleza, com pouco mais de 20 mil habitantes. Em 1972, 24 de junho, éramos pouco mais de cinco mil pessoas e estávamos todos nas ruas: moradores da sede, dos distritos, dos sítios serra acima e dos pequenos povoados à beira dos rios. Uma cidade em festa para receber a mais ilustre de suas filhas, estrela do cinema italiano, vedete na cena internacional. O Cine São João, o único da cidade, nunca havia exibido um só filme com a moça. As famílias abastadas iam até Fortaleza, com seus maiores de 18 anos, para vê-la na tela do Cine São Luiz, na Praça do Ferreira, coração da cidade.

Florinda Bulcão - Bolkan para facilitar a pronúncia do nome no mundo, então deslumbrado com a bela flor - voltava pela primeira vez à Uruburetama, des-de sua saída, ainda miúda. Primeiro, para morar em Fortaleza. Em seguida, para viver no Rio de Janeiro e na Europa.

Eu estava entre as centenas de crianças do jardim de infância e dos estudantes das escolas da cidade, que madrugaram para o grande cortejo que iria recebê-la. Com minha farda de normalista em miniatura – saia bordô de pregas, camisa branca com costura aparente da cor da saia e da boina, luvas brancas como as meias, sapato de boneca. Bandeirinhas à mão, faixas e coreografias para o desfile que percorreria do Itamaraty – sim, a entrada da cidade tem dois nomes, o outro é Cajueiro do Ponto – à praça da Igreja Matriz. Na ponta

da língua, eu levava um longo texto, decoradíssimo, para saudar Florinda, lido e relido no meio do rebuliço que se transformou minha casa, moradia e lugar de trabalho dos meus pais, Francisca e Rosalvo. Ele foi o único alfaiate e ela uma das muitas costureiras que trabalharam semanas para vestir a cidade de roupa de domingo.

Claro que não havia em mim qualquer vestígio do que fosse cinema italiano, musa do cinema europeu, filme impróprio para menores de idade. Florinda podia ser até nome de doce - como depois os donos de uma fábrica batizaram as delícias feitas com banana, um dos frutos da terra que moviam a economia da cidade. O outro era o algodão. Durante semanas – eternas para uma criança, eternas na vida da Uruburetama – eu corria de um lado ao outro, tentando apreender, pelos preparativos que envolviam a todos e as cidades vizinhas, o que estava acontecendo e o que estava para acontecer.

Dona Olga Sampaio, a doceira mão-de-fada mais fina da cidade, varava noites comandando uma tropa de mulheres que se revezavam entre tachos, papéis coloridos para os beijos, bandejas de prata, cristais e muita porcelana. Uma cozinha que transbordava para as ruas e envolvia coletores de frutas, carregadores de açúcar e meninos de recado que deixavam a cidade num grande alvoroço.

Minha mãe, por sua vez, descansava de peda-lar a máquina de costura acionando outro batalhão, arregimentado para realizar o banquete de iguarias: um baião-de-dois, de duas sacas de arroz e uma de feijão;

A flor de UruburetamaFlorinda Bolkan volta

ao pé-de-serra onde nasceupor Izabel Gurgel

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uma paçoca, que deixou a cidade, por muito tempo, ouvindo o tum-tum-tum da legião de pilões amalga-mando vacas e bois, transformados em carne seca; e a maior pirâmide de cebola roxa já vista no mundo. Quem produzia farinha trazia uma cuia, um alguidar ou uma saca: todos queriam que a Flor experimentasse o que de melhor sabiam fazer. Lembro especialmente da comunidade da Conceição - um dos principais redutos de casas de farinha, próximo ao Tururu, então distrito de Uruburetama. Hoje seria uma comunidade Qui-lombola, mas na época nos referíamos, sem nenhum destrato, aos ‘neguim da Conceição’, que traziam a melhor farinha para a maior feira, a do sábado, no mercado que eu achava que era o maior do mundo. E haja paçoca, e haja pirão...

A cada passeio, a cada saída com a meninada para ver os ensaios da Banda de Música de Itapajé, cidade vizinha, a banda que tocaria para Florinda, eu me absurdava com as novas escalas com as quais Uruburetama pesava e media o que seria ofe-recido à Flor. Professor Haussmann, o erudito da cidade, elaborava um discurso com o qual louvaria a moça em nove idiomas, sem contar as línguas dos povos indígenas que nomadi-zaram no Ceará e bravamente resistiram ao encontro com os portugueses. Todos os fios-de-pedra e troncos de árvore foram pintados, ainda que estivessem fora do percurso da Flor - e anos depois descobríssemos que não era ecologicamente correto com a flora.

Os armazéns, bodegas e mercearias

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ficaram esvaziados, deixando os donos e os caixeiros livres para um dia inteiro de folia em torno da Flor. Vendidos os estoques de tecidos, calçados, acessórios e tintas de parede – cor nova pelo menos em todas as fachadas; tudo foi saindo feito água de açude sangran-do o arsenal de móveis, tapetes, cortinas, toalhinhas de mesa e de bandeja, panelas, utensílios de louça e plástico, alimentos e bebidas. Até a farmácia e as rezadeiras entraram na dança: tônicos, vitaminas e fortificantes; oração e banho de folha.

Tudo tinindo de novo em cada esquina, em cada casa, nos terreiros. O que havíamos aprendido de ornamentação nas festas do padroeiro, São João, no carnaval, nas celebrações de final de ano, estavam em uso, transformando a cidade em uma caixa de música barroca, de infinitas invenções artesanais coladas nas superfícies. Com colchas de richilieu nas janelas, bordados nas toalhas de banho, crochê nos panos de prato. Com os lanços de fita que se viu naquele dia, era possível dar várias voltas ao mundo. Um novo globo terrestre, coberto de fitilhos, sianinhas e bicos de renda. Não havia interior. Uma cidade à flor da pele.

Foi um dia de mesa cheia, como nas ceias pouco sagradas e muito profanas pós-jejum da Semana San-ta. Dia de banhos longos e demorados, como os das noivas no dia das bodas. De amanhecer falando macio como nos preparativos para um batizado. Dia de muita cadeira na calçada, como nas procissões. Um tempo tudo-ao-mesmo-tempo-agora, como nas quermesses.

E chega o grande dia. Mais de três quilômetros de estradas e ruas cheias de todas as gentes para dar as boas-vindas, antes mesmo de Flor despontar na Praça da Matriz. Manhã de alvoradas, acordamos todos com

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* Izabel Gurgel é jornalista. Vive em Fortaleza desde março de 2007, onde é diretora do Theatro José de Alencar (TJA) [email protected]

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música. A passarinhada percebeu e chilreava, voava de um extremo ao outro, pousava nos melhores recantos para ver a passagem do cortejo. No Canto Escuro, o último povoado antes de chegar a Uruburetama, a moça foi avisada do mar de gente que a esperava. No chão de terra beirando a entrada da cidade, avistamos o Galaxy branco, assim como uma cego-nha do espaço sideral, deslizando muito devagar. Passado o tempo da espera, a cidade grávida queria olhar a Flor.

Aos primeiros acenos da multidão, ainda distante, a moça pediu para parar o carro. Desceu e mansamente caminhou sobre a piçarra, de braços abertos, virando o rosto para onde vislumbrava gente. Esqueceu da velocidade do automóvel e instaurou um tempo outro com a platéia. Andou, andou, andou. Fez em horas um trecho que hoje fazemos em pouco mais de 30 minutos. Vinha com amigos. Um deles, um fotó-grafo italiano, assim uma aparição de tão bonito. Boquiaber-tos, apreciávamos: mais formoso do que o andor de Nossa Senhora no mês de maio.

O dia durou anos. E passou num abrir e fechar de olhos. Eu me enchia de alegria sempre que anunciavam nova visita da moça. A cada vez, eu ganhava um vestido novo.

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“Uma arte que tem vida não reproduz o passado; ele dá continuidade a ele”. (Rodin)

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O Pensador

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: Da Redação : Alexandre Ribas

A exposição Auguste Rodin, ho-mem e gênio, instalada no belíssimo Palacete das Artes, não poderia estar em melhor local. Misturando-se a arquitetura de estilo eclético do famoso casarão, em Salvador (BA), as 62 esculturas do grandioso artista, avaliadas em R$ 26 milhões de reais, conseguem inebriar os visitantes. Em cartaz desde o final outubro, a exposi-ção permanecerá durante três anos na Bahia. Foi uma das atividades mais esperadas na programação do Ano da França no Brasil, numa iniciativa do governo estadual, através da sua Secretaria de Cultura.

A Bahia recebe

O Palacete das Artesedição n#4 • 2009 43

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Antes mesmo de descrever o que pode ser visto na exposição, é imprescindível falar da magnitude do Palacete das Artes. Instalado na antiga residência da família do comendador Bernardo Martins Catharino, uma construção de 1912, o local é composto por quatro pavimentos, com painéis parientais, vitrais alemães, parquet, forros ornamentais e elevador francês, ainda em funcionamento. Em sua área externa, quatro réplicas em bronze de Rodin, adquiridas pelo governo do Estado da Bahia e cedidas ao Palacete, dão as boas-vindas aos visitantes. A Mártir, de 1855, Homem Que Anda Sobre Coluna, de 1877, Jean de Fiennes Nu, de 1886, e O Torso da Sombra, de 1901, incrementam o projeto paisagístico do jardim.

Esta é a primeira vez que o Museu Rodin Paris concorda em ceder por tanto tempo as peças para uma exposição. Para isso, o Palacete das Artes foi totalmente restaurado pelos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci. O piso de madeira, por exemplo, formado por

Detalhe do teto de uma das salas do Palacete das Artes

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“Se a religião não existisse, eu teria necessidade de inventá-la. Os verdadeiros artistas são, em suma, os mais religiosos dos mortais”. (Rodin)

A Defesa

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pastilha e marchetaria, sofreu reparos e foi completamen-te preservado. Tanto que, objetivando manter o assoalho original, a administração do museu não permite o uso de salto alto entre os visitantes, que são acompanhados por monitores capacitados a explicar a história de cada peça.

Em Auguste Rodin, homem e gênio, as obras em gesso chamam a atenção dos mais detalhistas. Nelas estão gravadas as marcas dos dedos do artista ao conceber seu trabalho. Por isso, são consideradas únicas e inestimáveis. Através delas, também é possível

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Eva

Homem que anda

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Mulher agachadaJean de Fiennes Nu

Esta sala reúne diversos materiais do Mestre

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vislumbrar o processo de criação daquele que é conside-rado o pai da escultura moderna. Uma das peças mais populares é, sem dúvida, O Beijo. Um casal enamorado que introduz partes importantes sobre o estudo da Porta do Inferno, obra que o escultor deixou inacabada, mas que gerou inúmeras derivações, como O Pensador e A Meditação, que também estão expostas no Palacete das Artes.

O projeto Rodin Bahia é assinado pela museóloga Heloísa Helena Costa e conta ainda com o programa educativo Museu Andante, no qual mestres e coordena-dores do ensino fundamental são capacitados a abor-

darem o trabalho do escultor francês em suas classes. “Um representante do museu irá a escolas próximas ao Palacete e a outros estabelecimentos de ensino para informar como pode ser feito o agendamento de visitas e, claro, mostrar aos nossos jovens a importânci aa de Rodin, em particular, e das artes plásticas, no geral”, explica a museóloga.

A exposição Auguste Rodin, homem e gênio está aberta ao público, das terças-feiras aos domingos, das 10h às 18h. O Palacete das Artes fica na rua da Graça, 284, no bairro da Graça, em Salvador (BA). Mais informa-ções através do telefone (71) 3117-6910 e 3117-6986.

René-François-Auguste Rodin nasceu em Paris, em 12 de novembro de 1840, e faleceu na comuna francesa de Meudon, em 17 de novembro de 1917.

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O Beijo

Painel da Família Catharino Torso da Sombra

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“Eu caminho na antiguidade, a mais remota. Eu desejo religar o passado e o presente, retomar a lembrança, analisá-la e poder completá-la”. (Rodin)

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Porta do Inferno

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em 120 anos de República : : Isabelle Barros : Divulgação

Diversidade e Cidadania : : Isabelle Barros : Divulgação : : Isabelle Barros : Divulgação : : : : : : : : : : : : : : : : : Isabelle Barros : Divulgação : Isabelle Barros : Divulgação

anos de República

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em 120 anos de RepúblicaDiversidade e Cidadania

Em 1889, o Brasil era um país pro-fundamente agrário, ainda se acostumando às conseqüências da abolição da escravatura, realizada um ano antes. As cinco maiores cidades do País tinham uma população de aproximadamente 970 mil pessoas. Recife, com 120 mil habitantes, tinha quase o dobro de moradores de São Paulo, que contava, então, com 65 mil. Foi essa nação que viu a República ser proclama-da no dia 15 de novembro, por um grupo de militares de relação limitada com as camadas mais populares da sociedade. Na época, estavam longe os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade”, que passaram a ser associados a essa forma de governo a partir da Revolução Francesa. Cento e vinte anos depois, as mudanças pelas quais o Brasil passou, tanto política

quanto socialmente, são exploradas na exposição “Re-pública, 120 anos - Diversidade e Cidadania”, que ficará em cartaz até o dia 7 de fevereiro de 2010, no Museu do Estado de Pernambuco. O patrocínio é do Governo de Pernambuco, Compesa e Copergás, com apoio da Caixa Econômica Federal.

Basta puxar pela memória para constatar que o percurso da República tupiniquim, do século XIX até hoje, foi bastante acidentado, com a presença de golpes de Estado e até de um impeachment. A intenção da mostra é usar ambientes interativos e aproveitar a tecno-logia disponível para discutir, de forma leve, um assunto que, de outra maneira, seria excessivamente árido para o público frequentador do museu. “Queremos discutir a natureza da República brasileira, saber se ela cumpre o

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Em 1889, o Brasil era um país profundamente agrárioconseqüências da abolição da escravatura, realizada um ano antes. As cinco maiores cidades do País tinham uma população de aproximadamente 970 mil pessoas. Recife, com 120 mil habitantes, tinha quase o dobro de moradores de São Paulo, que contava, então, com 65 mil. Foi essa nação que viu a República ser proclamada no dia 15 de novembro, por um grupo de militares de relação limitada com as camadas mais populares da sociedade. Na época, estavam longe os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade”, que passaram a ser associados a essa forma de governo a partir da Revolução Francesa. Cento e vinte anos depois, as mudanças pelas quais o Brasil passou, tanto política

anos de República

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papel de constituir o bem público. Ela não pode ser um fato isolado, mas uma construção da cidadania, seja no trabalho, no ônibus ou na igreja”, afirma o assessor especial do Governo de Pernambuco e idealizador do projeto, Aristides Monteiro.

O espaço expositivo está dividido em eixos temáti-cos. Sons e músicas, que representem a República bra-sileira de alguma forma, ajudam a compor os ambientes. As salas contam com painéis e jogos eletrônicos. Uma das ideias é mostrar os bastidores do fim do Império, ao exibir um painel com um diário dos acontecimentos no gabinete do imperador entre os dias 14 e 16 de

novembro de 1889. Um dos recintos foi reservado às conversas, por meio de telegramas, entre o imperador e seus ministros de Estado, enquanto ele custava a acreditar no encerramento de seu governo. Em outro local, os movimentos artísticos nacionais são abordados por meio de “quebra-cabeças” interativos, nos quais aparecem nomes como Tarsila do Amaral.

A noção de que a República é composta pelo coletivo, por todos nós, é reforçada por duas obras: a primeira é um painel eletrônico no qual a “cara” ou efígie vista nas cédulas do Real se mistura a imagens do públi-co da exposição, captadas por uma câmera fotográfica.

A intenção da mostra é usar ambien-tes interativos e aproveitar a tecnologia disponível para discutir, de forma leve, um assunto que, de outra maneira, se-ria excessivamente árido para o público frequentador do museu.

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A outra é uma grande representação de uma cidade em novo painel, dessa vez com 30 x 5m de largura, com cenas da vida cotidiana, seja em momentos de lazer ou de reivindicação política. “Hoje, há um despertar para sair do autoritarismo que caracterizava essa forma de governo. Muita coisa aconteceu para se opor à ditadura de 1964. Os movimentos sociais, como o da anistia e o das donas-de-casa, tiveram um vigor muito importante, refletido até no processo da Constituição de 1988. De 20 anos pra cá, existe um amadurecimento ainda maior da sociedade civil e as políticas sociais estão na ordem do dia. Conseguimos eleger presidentes por eleição direta, inclusive um ex-operário, e até destituir um presi-dente por meios democráticos. Este fenômeno é novo”, analisa o criador da mostra.

Em outra sala, haverá um painel sobre os desafios para o amanhã, a ser construído pelo visitante, no qual ele pode escrever, levar recortes ou colocar o que dese-jar, para dar a idéia de construção do país “do futuro”, como previsto pelo pensador austríaco Stefan Zweig. “Esperamos motivar as pessoas a pensar no quanto ain-da há a ser feito”, complementa Monteiro. Quinze profis-sionais participaram do projeto, entre artistas plásticos, arquitetos, músicos e historiadores. A coordenação ficou por conta da professora da Universidade Federal de Pernambuco Bartira Ferraz. A mostra também faz parte de um evento maior, “República, 120 anos”, que incluíram a realização de dois seminários.

O Museu do Estado de Pernambuco é um dos mais modernos do país. O seu acervo fixo, atualmente, possui mais de 14 mil itens, agregando importantes coleções que se distribuem nas seguintes categorias: Presença Holandesa em Pernambuco, Arqueologia, Cultura Afro-brasileira, Cultura Indíge-na, Mobiliário, Arte Sacra, Porcelana, Cristais, Pintura e Ex-votos.Fonte: http://www.fundarpe.pe.gov.br

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: Michel Fernandes : Divulgação

Como paulistano que segue a história do teatro brasileiro, seja por pesquisas bibliográficas, seja por acompanhar a cena teatral contemporânea em meu ofício de crítico teatral e editor do Aplauso Brasil, ouso apontar que, dentre os caminhos mais exuberan-tes da dramaturgia nacional, o tráfego entre Nordeste e Sudeste oferece ótimos frutos, vide o paraibano Ariano Suassuna, os pernambucanos Nelson Rodrigues e Newton Moreno, e os baianos Anninha Franco, Marcos Barbosa e Márcio Meirelles, sabendo que cito apenas os mais familiares a mim.

O presente perfil pretende desenhar um esboço da trajetória de Newton Moreno, dramaturgo, ator e diretor

que ganhou reconhecimento não só da crítica espe-cializada e do público, como também da classe teatral que “encomenda” textos do autor. Dois textos de Newton, lançados no dia 5 de dezembro pela editora Terceiro Nome, são pérolas poéticas encomendadas por Andréa Beltrão e Marieta Severo, As Centenárias, e a inédita Maria do Caritó por Lília Cabral, com estreia prevista para o começo de 2010.

Um traço interessante na dramaturgia desses dois textos “encomendados” é o livre trânsito pelos costumes do interior nordestino, como as carpideiras, a virgem prometida como esposa a um santo para tratar de temas universais como a morte, a fé e o amor, numa linguagem que segue tradições populares como o circo-teatro.

Newton conta que se formou nesse “caminho entre o litoral e o interior nordestino”, e que esses temas acorrem em seu repertório por isso. Afirma, ainda, que a preocupação em retratar o folclore do povo nordes-tino é secundário, pois sabe que “o que interessa ao público são boas histórias, não importa se o cenário é o Cariri nordestino ou a periferia de São Paulo”.

Ainda em sua Recife natal (PE), Newton Moreno cursou o CFA, um curso técnico de formação de atores ministrado por “professores da Universidade Federal de Pernambuco”.

Em São Paulo ele veio atrás de outro destino: o Turismo, trabalhando no ramo da Hotelaria. Mas, conta ele, “após um ano não me aguentei e decidi retornar ao

Um poeta dos palcos

As Centenárias

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Newton Moreno, dramaturgo, ator e diretor que ganhou reco-

nhecimento não só da crítica especializada e do público,

como também da classe teatral que “encomenda” textos do

autor. É Mestre em Artes Cêni-cas pela Universidade de São

Paulo (USP)

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teatro”. Do curso técnico ele passou pro meio universi-tário e completou o bacharelado na Unicamp, onde co-nheceu muitos dos profissionais com os quais trabalha até hoje. No entanto, ele reconhece que a mudança do ambiente teatral de Recife para São Paulo “foi pensa-da e macia porque fui, aos poucos, desenhando meu caminho para a cena paulista”.

Lá na Unicamp, Newton despertou para a drama-turgia, escrevendo esquetes sobre diversidade sexual, outro viés temático que desenvolve. A convite de Celso Curi, crítico, promotor teatral e dono do Guia Off, apre-sentou tais esquetes, numa leitura dramática, reunidos sob o título Deus Sabia de Tudo... que ganhou monta-gem em 2001 por um grupo de atores que tornou-se o grupo Os Fofos Encenam, hoje uma das mais bem-su-cedidas companhias paulistanas. Depois veio Dentro, escrita para a Mostra de Dramaturgia Contemporânea

do SESI, e a montagem de Agreste, dirigida por Márcio Aurélio, que laureou sua carreira. “Senti que se artistas que eu admirava se inquietavam com minha escrita, eu deveria continuar nesta seara. Gosto de escrever para provocar uma cena diferente”.

O autor diz conhecer pouco a cena teatral nor-destina, mas sabe que “a cena de Recife e Salvador são muito fortes. Conheço e admiro a Cia. Clowns de Shakespeare, sediada em Natal, e o Coletivo Angu de Teatro. Conheço um pouco da dramaturgia de Luiz Felipe Botelho, Marcos Barbosa, Lourdes Ramalho. Tenho apreço pela dramaturgia que o Nordeste produz. Penso também que os festivais e mostras do Nordeste têm ajudado a criar espaços para a troca e aprimora-mento de muitas companhias. Gostaria de contribuir e que mais escolas fossem desenvolvidas no Nordeste. Acredito imensamente”, completa.

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: Theo Alves : Alexandre Ribas

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Benin é um pequeno país locali-zado na região ocidental da África, com aproximadamente dez milhões de habitantes, metade dos quais está abaixo da linha de pobreza. Esta antiga colônia francesa mantém fortes laços com o Brasil - de lá vieram muitos dos escravos que aportaram em território brasileiro durante o sé-culo XIX. Apesar de sua atribulada história, Benin é hoje um dos países mais estáveis e democráticos da região. Um dos traços mais importantes deste povo é a sua riqueza cultural. Talvez por isto, a exposição Benin está vivo e ainda lá - ancestrali-

Benin é um pequeno país localiBenin é um pequeno país localizado na região ocidental da África

Benin é um pequeno país localizado na região ocidental da África

Benin é um pequeno país locali

com aproximadamente dez milhões de habitantes, metade dos quais está abaixo da linha de pobreza. Esta antiga colônia francesa mantém fortes laços com o Brasil - de lá vieram muitos dos escravos que aportaram em território brasileiro durante o século XIX. Apesar de sua atribulada história, Benin é hoje um dos países mais estáveis e democráticos da região. Um dos traços mais importantes deste povo é a sua riqueza cultural. Talvez por isto, a

Benin está vivo e ainda lá - ancestrali

Benin é um pequeno país localiBenin é um pequeno país locali-zado na região ocidental da África

Benin é um pequeno país localizado na região ocidental da África

Benin é um pequeno país locali,

com aproximadamente dez milhões de habitantes, metade dos quais está abaixo da linha de pobreza. Esta antiga colônia francesa mantém fortes laços com o Brasil - de lá vieram muitos dos escravos que aportaram em território brasileiro durante o sé-culo XIX. Apesar de sua atribulada história, Benin é hoje um dos países mais estáveis e democráticos da região. Um dos traços mais importantes deste povo é a sua riqueza cultural. Talvez por isto, a

Benin está vivo e ainda lá - ancestrali-

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dade e contemporaneidade tenha sido a mais adequada para inaugurar - ainda em obras, algo inusitado - o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), no Centro Histórico de Salvador (BA).

Com inauguração prevista para 2010, o Muncab vai funcio-nar nos prédios, em estilo eclético, do antigo Tesouro Público Estadual e da Assistência Pública de Salvador, ambos da década de 20 e localizados no coração do Centro Histórico da cidade. A restauração do prédio teve início em 2007, com recursos do Ministério da Cultura, através do Programa Monumenta - numa iniciativa da Associação dos Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro), presidida pelo poeta e compositor José Carlos Capi-nam: “É um projeto audacioso e nós estamos trabalhando nele há sete anos. O Muncab talvez seja uma das obras mais importantes na área afro-brasileira e vem para cumprir muitas funções, que já começam a ser demonstradas com esta exposição”.

Depois de pronto, o museu terá espaços reservados para um acervo fixo e para exposições temporárias. A estrutura abrange

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dois anexos: um voltado para a realização de cursos e seminários; e outro para abrigar o Memorial da Diáspora. “Vários estados concorreram para sediar o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, mas a Bahia saiu vencedora. Toda a sua estrutura vai funcio-nar onde a cidade de Salvador surgiu. São construções feitas por afro-descendentes e que não tinham visibilidade. Por isso, um dos nossos objetivos é reparar o que histo-ricamente tem sido uma injustiça. É preciso saber o quanto de negro temos, somos e fizemos. A exposição sobre Benin é um avant-première, um pré-natal do que está por vir. Com isso, a gente pretende que as pessoas acompanhem o nascimento desta obra que será o Muncab”, conclui Capinam.

A exposiçãoEm meio a uma frenética atividade de

acabamento, o Museu recebeu um rico acervo da cultura beniniana, com cerca de

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Bastidores de um museu em construção

Recepção improvisada

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Capinam, presidente da Associação dos Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro)

300 trabalhos - entre fotos, livros, artigos religiosos e vestimentas para celebrações culturais - que resgatam um pouco da representatividade criativa do pequeno país africano. Com a curadoria de Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro Brasil (www.museuafrobrasil.com.br), que fica em São Paulo, a exposição reuniu peças relacionadas à ancestralidade africa-na, embora reserve um bom espaço para os artistas contemporâneos de Benin. “Nós escolhemos o Benin por ser um país extremamente ligado ao Brasil. Sem falar na criatividade do seu povo, que além de preservar suas tradições também está aberto ao novo. Na sequência, a ideia é mostrar um pouco de outras regiões da África”, explica o curador da exposição.”

Na exposição fica explicita a re-lação entre os dois países, principal-mente com a Bahia, já que os seus costumes em muito lembram os dos habitantes deste estado. “No final do século XIX, com a abolição da escravatura, muitas famílias voltaram para o Benin. Por isso, é comum en-contrarmos construções parecidas

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Detalhe da fachada, antes do acabamento final

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Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro Brasil (SP) e curador da exposição Benin está vivo e ainda lá - ancestralidade e contemporaneidade

com as que vimos por aqui. Além disso, também notamos essa semelhança entre os dois países através dos sobrenomes das pessoas. A mulher do presidente atual do Benin, por exemplo, é uma Souza”, pontua Emanoel Araújo.

Assim como a exposição Benin está vivo e ainda lá – ancestralidade e con-temporaneidade, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira pretende valorizar tanto o passado quanto o presente. Sua proposta é a de ser um grande Centro de Referência, interagindo com Núcleos de Memórias de diversos locais e, com isso, promover a preservação e a difusão do patrimônio cultural afro-descendente. Sem dúvida, um marco não só para a Bahia, mas para todo o Brasil.

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Parque dos Cajueiros Aracaju - Sergipe

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: Da Redação : Melissa Warwick e Vinícius Fontes

Gente como a gente. Seres hu-manos que vivem no interior do Nordes-te brasileiro, mais específicamente no sertão. A exposição fotográfica Oxente! Ó gente!, que já passou até por Barcelo-na, na Espanha, é resultado da parceria entre os fotógrafos Melissa Warwick e Vinícius Fontes, também nordestinos. Detalhes que relatam o cotidiano dos sertanejos. Uma gente que vive longe da evolução tecnológica, mas tampou-co precisa de muito para ser feliz. Para eles, o sinônimo de felicidade é simples-mente ter saúde para seguir vivendo. As imagens dispensam legendas. Confira.

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: Da Redação : Melissa Warwick e Vinícius Fontes Da Redação : Melissa Warwick e Vinícius FontesDa Redação : Melissa Warwick e Vinícius FontesDa Redação : Melissa Warwick e Vinícius Fontes

Gente como a gente. Seres hu-manos que vivem no interior do Nordes-te brasileiro, mais específicamente no sertão. A exposição fotográfica Oxente! Ó gente!, que já passou até por Barcelo-na, na Espanha, é resultado da parceria entre os fotógrafos Melissa Warwick e Vinícius Fontes, também nordestinos. Detalhes que relatam o cotidiano dos sertanejos. Uma gente que vive longe da evolução tecnológica, mas tampou-co precisa de muito para ser feliz. Para eles, o sinônimo de felicidade é simples-mente ter saúde para seguir vivendo. As imagens dispensam legendas. Confira.

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Melissa Warwick

Nascida no sul do Brasil, mas viveu grande parte da sua vida no Nordeste brasileiro. Turismóloga por formação, sempre teve a fotografía como hobby. Ao chegar em Barcelona, em meados de 2007, despertou ainda mais essa paixão. A partir daí, fez cursos de introdução à fotografia pelo Institut d’Estudis Fotogràfics de Catalunya e de Fotografia Antropológica, Fotografia Documental e Fotomontagem pela Prefeitura de Barcelona.

Vinicius Fontes

O sergipano Vinicius Fontes se divide entre as áreas da saúde e da fotografia. Como fotógrafo, tem trabalhos publicados em edições de jornais e revistas locais, material de divulgação de bandas, grupos teatrais e cinema sergipanos, além de trabalhos selecionados e publicados no livro Sorrisos do Brasil, de Fábio Bibancos, junto a grandes nomes da fotografia nacional, lançado em São Paulo, no ano de 2007.

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: Theo Alves : Christian Cravo

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Desde o início da chamada “retomada do cinema brasileiro”, a partir do ano de 1995, filmes-biografia, dramas, comédias românticas ou com temáticas regionais resumem praticamente tudo o que é produzido no país. Grandes sucessos de bilheteria, como Central do Brasil, Dois Filhos de Francisco e a dobradinha Se eu Fosse Você passaram a formatar o que rende ou vai fracassar nas salas de cinema do Brasil. Críticas à parte, o longa-metragem Besouro vem com uma estética diferente, até já vista por aqui, mas nunca em tamanhas proporções. Para quem ainda não assistiu, o filme narra a história do lendário Besouro Mangangá, ou Besouro Cordão de Ouro, que viveu em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, em tempos pós-abolição da escravatura. Manoel Henrique Pereira, o verdadeiro nome do mítico capoeirista, não aceitava as retaliações que os negros sofriam e lutava, literalmente, para defender os seus direitos. Seria o surgimento do nosso super-herói?

Conhecemos de perto o tal Besouro. Ou melhor, aquele que o interpretou no cinema. Um capoeirista baiano, sorriso largo, corpo escultural e berimbau em punhos. Misturando-se à belíssima paisagem de Lençóis, na Bahia, lá estava ele, cantarolando as

conhecidas canções das rodas de capoeira como se nada tivesse lhe acontecido. Antes de protagonizar o filme que mudaria sua vida, Ailton Carmo morava na Bélgica, onde sua arte também era seu ganha-pão. “Quando soube dos testes para Besouro, voltei para Lençóis. Na verdade, já estava vindo visitar a minha família. Mesmo assim, acabei perdendo o primeiro teste. Foi então que, através de um amigo que trabalha na Prefeitura, consegui participar do segundo teste, lá na cidade de Cachoeira”.

Besouro chegou a ser cotado para representar o Brasil no Oscar, em 2010, mas foi substituído por Salve Geral, de Sergio Rezende. Mesmo com todo estardalhaço, Ailton parece continuar levando a mesma vida de sempre. Segundo ele, sua intenção era apenas a de fazer figuração no filme, o papel de protagonista foi inesperado. “A produção buscava um capoeirista completo, que tocasse os instrumentos, cantasse e, é claro, jogasse capoeira. Eu estava doido para participar da roda que acontece no filme, não esperava o papel principal. Depois dos testes, recebi uma ligação e soube que seria o Besouro. Na hora, eu estava dando aula de maculêlê e todos os meus alunos receberam a notícia comigo”.

O renomado coreógrafo chinês Huen Chiu Ku é o responsável pelas cenas de ação.

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Baseado no livro Feijoada no Paraíso, de Marco Baseado no livro Feijoada no Paraíso, de Marco Carvalho, e dirigido por João Daniel Tikhomiroff, Besouro transita entre a realidade e a fantasia. Com um orçamento alto para os padrões nacionais, R$ 12 milhões de reais, a produção do filme trouxe o coreógrafo chinês Huen Chiu Ku, o mesmo de Matrix, O Tigre e o Dragão e Kill Bill, para colaborar com as inúmeras sequências de ação. Toda essa grandiosa produção assustou Ailton, que nunca havia trabalhado como ator. Mesmo assim, ele abraçou a oportunidade de viver Besouro. “Não sou ator e nunca fiz nada no cinema. No começo, tinha minhas dúvidas se tudo isso daria certo. Foi quando a Fátima Toledo, responsável pela preparação de elenco do filme, me deu o maior apoio e prometeu me ajudar. Depois disso eu fiquei mais tranquilo”.

Na pele de Besouro, Ailton voa e recebe a visita de Orixás. Todo o misticismo que permeia o longa-metragem acabou atraindo milhares de pessoas aos cinemas. “O filme ainda não tinha estreado e já estava bombando na internet. Só com o trailler, as pessoas já começaram a comentar. Pra mim, que tinha acabado de fazer o meu primeiro filme, era demais o que estava acontecendo. Graças a Deus, tudo deu certo. Só tenho a agradecer a todos que me ajudaram. Quando a gente faz com amor, a coisa vai longe”. E foi, Ailton! Como foi...

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O ator Aílton Carmo em tarde de lazer, nos Lençóis da Bahia, fotografado por Kadydja Albuquerque

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tre : Da Redação : Divulgação

Conhecido pelas experi-mentações geométricas que faz a cada coleção, o estilista pernambucano Gustavo Silvestre já imprimiu seu nome na moda brasileira. Formado pela Academia de Arte e Moda de Florença, na Itália, ele começou sua trajetória profissional desenvolvendo figurinos para espetáculos de teatro e dança. Depois de vencer um concurso de moda em Brasília, Silvestre conse-guiu deslanchar para um cenário com mais visibilidade. Dentre os jurados do referido concurso estava André Hidalgo, diretor da Casa de Criadores, em São Paulo. O convite veio e até hoje o estilista desfila suas criações no projeto.

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: Da Redação : Divulgação

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“Sempre utilizo referências brasileiras no meu trabalho. A região Nordeste, com suas muitas manifestações populares, cores, formas e materiais, é uma rica fonte de inspiração”

O arquiteto da feminilidade

Apesar de radicado em São Paulo, o Nordeste ain-da inspira Gustavo Silvestre. Aos 31 anos, ele diz não se preocupar apenas em inovar com o seu trabalho. Antes disto, pensa em resolver formas e proporções, tudo em busca da beleza feminina: “Sempre utilizo refe-rências brasileiras no meu trabalho. A região Nordeste, com suas muitas manifestações populares, cores, formas e materiais, é uma rica fonte de inspiração”.

Antes de resolver se dedicar à Moda, Gustavo Silvestre chegou a cursar Arquitetura, quando ainda morava em Recife. Mesmo sem ter concluído o primei-ro ano do curso, a experiência lhe foi válida. Tanto que, ainda hoje, usa bastante as formas em suas coleções. “A arquitetura sempre teve ligação com a moda. Am-bos têm como elementos de trabalho os volumes, as proporções e as cores”, fala Silvestre.

Na 26ª edição da Casa de Criadores, que aconte-ceu entre os dias 22 e 27 de novembro, Gustavo foi um dos nomes mais fortes da temporada. Em sua coleção outono/inverno 2010, mais uma vez, ele apostou nos trabalhos manuais, valorizando ainda mais as suas cria-ções. Pernas de fora e cinturas marcadas prometem aguçar a feminilidade de suas clientes: “Produzo para

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mulheres independentes, que gostam de roupas especiais”.

Paralelamente a produção da sua nova coleção, lançada na última edição da Casa de Criadores, o estilista per-nambucano também está envolvido em outros projetos: figurinos de uma ópera armorial e uma coleção de vestidos exclusivos para a loja M&Guia. Sobre o seu processo de criação, ele diz se inspirar nas pessoas, em tudo o que vê e vive. “Estou sempre atento a tudo ao

“Estou sempre atento a tudo ao meu redor. Não tenho uma fórmula. Vou separando o que gosto naquele momento, depois elimino o que não é tão importante”.

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meu redor. Não tenho uma for-mula. Vou separando o que gosto naquele momento, depois elimino o que não é tão importante”.

Os próximos passos de Gus-tavo Silvestre já estão definidos. Além de continuar investindo em sua marca, busca mais pontos de venda, tanto no Brasil como no exterior. Isso não vai ser difícil, já que o estilista não é completa-mente desconhecido pelas ban-das de lá. Tanto que, perguntado sobre o ponto alto de sua carreira até hoje, ele não pestanejou: “O desfile da minha coleção Verão 2010, em Lisboa, Portugal”. E olhe que isso é só o começo...

Casa de CriadoresA Casa de Criadores surgiu em 1997, quando um gru-

po de jovens estilistas, em parceria com o jornalista André Hidalgo, decidiu promover um evento para lançar suas novas coleções. O objetivo principal era o de criar um espaço que permitisse a estes estilistas uma proximidade maior com o mercado da moda brasileira. Desde então, a Casa de Criadores já projetou nomes como Marcelo Sommer, Cavalera, Ronaldo Fraga, entre outros.

Gustavo Silvestre

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abraçand o a V ida

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Em 2007 a casa de acolhimento das crianças com Aids – Instituição Beneficente Conceição Macedo (IBCM), em Salvador (BA), fechou por falta de recursos suficientes para sua manutenção. “Depois de 18 anos de existência é a primeira crise que não superamos” dizia a presidente da instituição, Tia Conça. Com o fechamento da casa também ocorreu o primeiro óbito de uma criança em todos estes anos. A partir desta triste situação o fotógrafo e designer Marcelo Mendonça e o padre Alfredo, diretor da Instiuição. tiveram a idéia de clicar personalidades abraçando as crianças com Aids, para confeccionar um calendário cuja venda seria revertida para a Instituição, além disto o objetivo do calendário é contribuir para a superação do preconceito contra os portadores do vírus HIV e divulgar o trabalho da IBCM.

A IBCM é uma instituição sem fins lucrativos que,

há 20 anos, assiste pessoas empobrecidas que vivem com o vírus HIV, mantendo para isso um centro diurno com 70 crianças. Abriga ainda 15 famílias com Aids, que antes viviam nas ruas de Salvador, e presta assis-tência à outras 250 famílias. Semanalmente também são abordadas 80 crianças em situação de rua, 250 famílias e 150 profissionais do sexo, sempre tendo em vista a redução da vulnerabilidade às DSTs. Todo este trabalho é mantido exclusivamente com doações e com a atuação de mais de 30 pessoas voluntárias.

O calendário “Abraçando a vida” é lançado desde 2008. Nas próximas páginas confira um panorma da terceira edição. As fotos foram realizadas em Salvador, durante o ano de 2009. O calendário custa dez reais e pode ser adquirido através do telefone (71) 3276 - 0026 - por este mesmo número também podem ser feitas outros tipos de doações.

: Marcelo Mendonça

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Lutando contra a Aids e o preconceito

O ator Lázaro Ramos foi um dos famosos que cedeu sua imagem e seu

carinho para ajudar na campanha de arrecadação de fundos, para as crianças

e famílias vítimas da Aids, e na luta contra o preconceito que ainda persiste

em grande parte da população.

Lutando contra a Aids e o preconceito

abraçandLutando contra a Aids e o preconceitoLutando contra a Aids e o preconceito

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pronta para consumo“A música brasileira é o produto mais bem acabado do país”. Juca Ferreira, ministro da Cultura

Paralamas do Sucesso e Nação Zumbi

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Arnaldo Antunes

“A música brasileira é o produto mais bem acabado do país”. Esta frase do ministro da Cultura, Juca Ferreira, pôde ser comprovada por aqueles que passaram pela Feira Música Brasil 2009 (FMB), que aconteceu em dezembro, no Centro Histó-rico do Recife, em Pernambuco. Foram 35 shows, mais de mil rodadas de negócios e um público supe-rior a 120 mil pessoas, durante os cinco dias do even-to. Em sua terceira edição, a FMB conseguiu reascen-der o patriotismo daqueles que fazem e consomem o que é produzido na cena musical brasileira.

“O evento ultrapassou as nossas expectativas em todos os aspectos. A recepção do público com os shows foi bastante positiva, as rodadas de negócios foram bem aceitas e o feedback das palestras foi melhor que o esperado. Estamos muito contentes mesmo”, diz Carlos Tabakof que, ao lado de Carlos “KK” Mamoni Júnior, assina a direção executiva da FMB.

Além dos shows musicais, que aconteceram em diversos pontos do Recife e região, a Feira também foi palco para importantes anúncios. Em uma entre-vista coletiva, o ministro Juca Ferreira confirmou a criação do Fundo Setorial da Música e reafirmou seu apoio à Rede Música Brasil, programa que objetiva contemplar as iniciativas musicais da Funarte e do MinC. O ministro também adiantou a criação de me-moriais em homenagem a figuras míticas da Música Popular Brasileira, a exemplo de Luiz Gonzaga e Dorival Caymmi.

: Theo Alves : Daniela Nader / Tom Cabral / Emiliano Dantas

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Sepultura

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Fresno

No Marco Zero da capital pernambucana, onde eram realizados os principais shows, o público teve a oportunidade de conferir apresentações históricas, como a gravação do DVD ao vivo do grupo Nação Zumbi, o show que celebrou 10 anos de carreira da banda Fresno e um belíssimo tributo a Luiz Gonza-ga, com a participação de Arnaldo Antunes, Otto, Seu Jorge, entre outros grandes nomes da música brasileira.

Já no Terminal Marítimo, onde aconteceu a Ro-dada de Negócios, só em três dias foram promovidos mais de mil encontros. Por lá, passaram curadores de festivais, olheiros, empresários, produtores e, é claro, músicos em busca de um lugar ao sol no mercado fonográfico. Por falar em mercado, durante a FMB, o tema foi amplamente discutido em debates e pales-tras. Especialistas no assunto abordaram meios de

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Feira Música Brasil

Seu Jorgesobreviver de música em tempos de download.

“Uma Feira desta, principalmente nos dias de hoje, em que a gente vê como a indústria da música está ferida, é um momento para a cena musical se reunir, debater, trocar ideias e achar soluções. É muito positivo promover um encontro de todos aqueles que trabalham com música, para que, assim, todos possam sentir que estão no mesmo barco”, explica Tabakof.

Em outros pontos do bairro, Recife Anti-go, aconteceram mostras de cinema, oficinas e workshops. Além disso, por ali também aconteceu o Conexão Vivo, shows de artistas independentes que ilustraram o Circuito Off Feira. Segundo Tabakof, para a cena musical brasileira, a FMB foi bastante positiva. “A gente abriu um edital e selecionou 24 bandas para se apresentarem à frente de um grande público. Esses artistas foram cautelosamente esco-lhidos por uma curadoria e nós estamos bastante contentes com a seleção”, conclui um dos diretores-executivos da FMB.

A Feira Música Brasil, que contou com um investimento de R$ 4,8 milhões, não encerrou suas

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atividades no último dia do evento. Durante um ano, todas as parcerias firmadas nas rodadas de negó-cios serão monitoradas. De acordo com Tabakof, o diferencial da Feira é a quantificação de tudo o que acontece “embaixo das suas asas”. Para isso, o Ibo-pe foi contratado e incumbido de acompanhar toda a circulação dos negócios firmados durante cada edição da FMB.

Para a edição de 2010, algumas novidades já foram anunciadas. A ideia é a de tornar o evento itinerante. Para isso, a organização vai selecionar a próxima cidade a sediar a FMB, através de critérios ainda não definidos. “Vai funcionar mais ou menos como nas Olimpíadas. As cidades se candidatam e nós definiremos qual delas receberá a Feira. Va-mos abrir as inscrições a partir de janeiro pelo site www.feiramusicabrasil.com.br. A ideia é que outros municípios se tornem nossos parceiros e que a gente possa rodar com a FMB Brasil a fora”, explica Tabakof.

Otto

Silvia Machete

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André Abujamra Júpiter MaçãNina Becker

Naurêa e Silvério Pessoa

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Juca Ferreira, ministro da Cultura

“Eu acho que a gente tem que continuar essa construção de montar uma feira que seja um ponto para que as

pessoas, de fora e daqui, se encontrem para fazer negócios” Carlos Tabakof

O ator Sérgio Mamberti

Duo Gisbranco e Chico César

Carlos Tabakof, um dos diretores executivos da FMB

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A Feira Música Brasil foi patro-cinada pela Petrobras e pelo BNDES, apoiada pelo Sebrae, e organizada pela Funarte/MinC, Secretaria de Políticas Culturais/MinC, Secretaria de Cultura da Cidade de Recife, Fundarpe (PE), em parceria com um conselho formado pelas entidades: Associação Brasileira dos Empresários Artísticos (Abeart), As-sociação Brasileira da Música Indepen-dente (ABMI), Associação Brasileira dos Produtores de Disco (ABPD), Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), Associação Brasileira dos Editores de Música (Abem), Associação Brasileira de Editoras Reunidas (Aber), Associação Brasileira das Rádios Públi-cas do Brasil (Arpub) e o Fórum Nacional da Música (FNM).

Orquestra Sinfônica do Recife

Mundo Livre S/A

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Banda Macaco Bong

Panorâmica da Feira

DJ Dolores

Aurinha do Coco

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Uma legião de circenses se move nas muitas cidades que Fortaleza abriga. A maioria delas, no que apreendemos como a periferia da cidade. Os circenses levam no corpo uma memória tocada por muitas, muitas experiências de tempo.

Mais de 15 lonas migram pelos bairros que não constam na paisagem mais visível. Como podemos

não vê-los? Como podem ser, lonas e circenses, tão invisíveis no equilíbrio precário de anunciar a cada dia que Hoje tem espetáculo? Diz o poeta Carlos Drummond de Andrade que, onde não há jardim, as flores nascem do investimento secreto em formas improváveis.

O fotógrafo Jacques Antunes registra a floração.

José Gomes de Souza, 81, nasceu em Bonito de Santa Fé, Paraíba, de onde fugiu aos 12 anos no rastro de um circo que passou pela cidade. Mais antigo palhaço em atividade no Ceará, Trepinha viajou pelos brasis em circos miúdos e grandes lonas, como as dos circos Garcia e Nerino. Trabalha desde os anos 1970 no Theatro José de Alencar - TJA, Centro de Fortaleza.

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: Izabel Gurgel e Silêda Franklin : Jacques Martins Antunes

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Dona Rosa e Seu Isaac Brito experimentam com a Pirâmide Humana o que as artes cênicas já nos ensinaram: a vida só é possível com o outro. Juntos, pai e mãe, e mais duas gerações enchem de graça os mundos por onde passam com o World Circus.

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Jacques Martins Antunes nasceu em 1954 em Itapiúna, Ceará (120 km de Fortaleza). Fez sua inicia-ção como assistente dos fotógrafos Celso Oliveira e Ed Viggiani. Em 1984, abre seu primeiro estúdio com Silas de Paula, Arnaldo Fontenele e Leopol-do Kaswiner.

Participou de exposições coleti-vas como a Fotonordeste/ Nordeste e Retratos do Povo Brasileiro/ MAM (SP). Realizou em Portugal sua primeira individual, De Mar a Mar – Olhares Sobre a Jangada, a convite da Universidade de Coimbra.

Recebeu Menção Honrosa no Concurso Nacional de Aleitamento Materno (1983), venceu o Salão de Abril (Fortaleza, 1988). Foi contempla-do com o Edital de Incentivo às Artes, da Secretaria da Cultura do Governo do Estado, com o CD-ROM Viçosa do Ceará – Educando pela Fotografia; e com o Edital de Fotografia, da Fun-dação de Cultura, Esporte e Turismo/Funcet, da Prefeitura de Fortaleza, com o SVCD Pessoal do Circo.

A opção pela fotografia, segun-do Jacques Antunes, deu-se por acreditar que “não existe infinito e a fotografia é a expressão possível do movimento presente, presente, nem passado nem futuro.Existe somente através do compartilhar com o outro”.

O livro Circo - Eterno tráfego de vida e sonho celebra seus 25 anos dedicados à fotografia, os quatro últimos com ênfase nos mundos do Circo que nomadizam no Ceará. Foi lançado em novembro de 2009 nos jardins do Theatro José de Alencar - TJA. Esta à venda no Café do Theatro (Praça José de Alencar, s/n, Fortale-za). Mais informações pelos telefones (85) 3101-2567 e 3101-2568).

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De Lampião ao Rendendê, com a bênção do Velho Chico

Nos Lençó is da Bahia : Da Redação : Kadydja Albuquerque

Construída em 1845, com a descoberta de jazidas de diamantes na região de Mucugê, Len-çóis é um dos pontos turísticos mais conhecidos da Bahia. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional desde 1973, a cidade preserva o casario colonial do final do século XIX, o que valoriza ainda mais suas belíssimas paisagens. Com o término da mine-ração e a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina, em 1985, o turismo tornou-se uma das principais fontes de desenvolvimento da região.

Localizada no sopé da Serra do Sincorá, o povoamento de Lençóis deu-se com o auge do garimpo na região. A notícia das minas logo atraiu garimpeiros, senhores de engenho,

Igreja Senhor dos Passos - É a igreja do padroeiro dos garimpei-ros. Foi construída na segunda metade do século XIX e abriga a imagem do Senhor dos Passos, que veio de Portugal em 1852

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t u r i s m o

com seus escravos, negociantes e todos aqueles que sonhavam em enriquecer. Na época, de cima da Serra, podia-se vislumbrar os tetos das barracas estendidas. Daquela “cidade de lençóis” talvez tenha surgido o nome que o município tem hoje.

Entre 1845 e 1871, Lençóis foi a maior produ-tora mundial de diamantes e a terceira cidade mais importante da Bahia, tornando-se polo comercial de exportação de produtos minerais para a Euro-pa. Além disso, a cidade também ficou conhecida pela movimentada importação de artigos de luxo, a ponto de, para facilitar o comércio, ter se instalado na região um vice-consulado da França. É nessa época de acelerado desenvolvimento que surgem na cidade os primeiros sobrados e as construções mais elaboradas.

Hoje, principal destino da Chapada Diamantina, Lençóis dispõe de infraestrutura com capacidade para atender turistas de todas as partes do mundo. Além das suas atrações naturais - com pequenas ou longas caminhadas é possível encontrar as mais diversas formações geológicas e constituições de florestas - a cidade possui um conjunto arquitetônico e histórico bastante rico. Em parceria com o Projeto Monumenta, do Ministério da Cultura, o Governo da

Lençóis, o principal destino da Chapada Diamantina, possui atrações naturais que, além da beleza, permitem pequenas ou longas caminhas, por entre formações geogólicas e constituições de florestas. Ou, se preferir, apenas deleitar-se com suas imensidões.

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Como chegarVia AéreaAeroporto Coronel Horácio de MatosDistante 20 km de LençóisFone: (75) 3625-8100/3625-8825

Via TerrestreÔnibusO passageiro tem a disponibilidade do ônibus, que parte de Salvador todos os dias, às 7h00, 16h30 e 23h30. Além dos carros extras, comuns na alta estação. Para o trecho Lençóis-Salvador, os horários dos ônibus são: 7h30, 13h15 e 23h30. A viagem dura cerca de 6 horas.

Carro particularVindo de Salvador pela BR-324 até Feira de Santana, o motorista deve decidir pela BR-116 até o entroncamento com a BR-242 (Bahia-Brasília) ou utilizar-se da BA-052 até Ipirá, seguindo pela BA-488 até Itaberaba. A partir desta cidade os dois caminhos seguem iguais sempre pela BR-242. Uma rodovia estadual com 12 km separa Lençóis da estrada Bahia-Brasília.

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Bahia e a administração municipal con-seguiram conservar muitas das caracte-rísticas originais da cidade, a exemplo da ponte sobre o rio Lençóis.

Com uma população de aproximada-mente 10 mil habitantes, Lençóis recebe cerca de 120.000 turistas por ano e já foi considerada várias vezes, pelo Guia 4 Rodas, como um dos 10 melhores desti-nos turísticos do Brasil. Qualquer época do ano é indicada para visitar a região. Quem gosta de aventura pode praticar trekking, rapel e mergulho, entre outras atividades. Para descansar, a cidade oferece cerca de dois mil leitos entre os mais variados tipos de hospedagem. Sem falar na gastronomia: andando por suas ruelas de pedras, pavimentadas pelos escravos, é possível degustar várias opções da culinária brasileira e internacional.

A cidade, além das paisagens naturais, tem lindas ruelas, onde é possível degustar várias opções culinárias e se divertir nos bares com música ao vivo

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Principais distânciasLençóis / Salvador - 412 km

Lençóis / Brasília - 1.100 km

Lençóis / São Paulo - 1.982 km

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Mercado Cultural - Sua construção começou no final do século 19 e terminou em 1900. Foi cenário de comércio de escravos e, atualmente, é um centro de atividades culturais

Mesmo depois de um período de decadência, com o término do garimpo na região e a descoberta das minas de diamantes na África do Sul, Lençóis conseguiu se reerguer e tornar-se o que é hoje. Através da plantação de café e da extração do carbonato, parte da sua economia foi restabelecida. A prática do turismo na região também foi de fundamental importância para que a cidade voltasse a ser o que era. Afinal de contas, um lugar onde se desfruta de águas cristalinas e vistas paradisíacas jamais poderia ser esquecido.

Onde ficarCanto das ÁguasEnd.: Av. Senhor dos Passos, 01 - CentroTel.: (75) 3334-1154 / fax: 3334-1279Site: www.lencois.com.br E-mail: [email protected]

Onde comerConfraria SaltonAv. 7 de Setembro, 27Tel: (75) 3334-2034

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Av. Acrísio Cruz, 40 - 13 de JulhoFone: (79) 3246-5794 - Aracaju/SE

Boate Teimonde UP - Segundo Piso Av. Santos Dumont, 650 - Praia de AtalaiaFone: (79) 2223-1650 - Aracaju/SE

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Na melhor localização da Orla de Aracaju

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Alice Gonzaga é homenageada no FestNatal / 2009

O FestNatal, que é reali-zado em Natal (RN), foi o primei-ro festival de cinema do Nordeste. Foi criado em 1987, pelo jornalista e escritor, Valério Andrade. Este ano, em sua 19ª edição, ocorreu no mês de novembro. Dentre os homenageados estava Alice Gonzaga. Pela importância e pelo

significado que o seu trabalho tem para a história do cinema brasi-leiro, a ZÉ apresenta um breve perfil de sua atividade aqui, em De quem ZÉ fala.Escritora, pesquisadora, produ-tora, diretora e empresária do ramo cinematográfico, é filha de Adhemar Gonzaga, que fundou a

primeira companhia brasileira de cinema, a Cinédia - www.cinedia.com.br, que está em atividade inin-terrupta desde 1930 e, em 2010, completa 80 anos. A companhia, que hoje é dirigida por Alice, foi responsável por um dos maiores sucesso de público do cinema nacional, O Ébrio (1946), de Gilda de Abreu. Alice Gonzaga é presidente do Instituto para a Preservação da Memória do Cinema Brasileiro (IPMCB). O Instituto foi criado em 1997 para desenvolver ações de preservação da atividade cine-matográfica no Brasil, em todas as acepções. Entre seus projetos estão restaurações como a do filme Mulher (1931, direção Otávio Gabus Mendes), publicações como o catálogo Cenógrafos de Cinema e festivais, como o Festival Internacional de Curtas do Rio de

Dominó Negro

O Ébrio

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Janeiro e o Festival Ibero-America-no de Cinema. Desde 1970, Alice desenvolve um importante trabalho de restaura-ção de clássicos como Alô, Alô Carnaval (1936), Mulher (1931), Maridinho de Luxo (1938) e O Cor-tiço (1945), obras fundamentais do cinema brasileiro. Ao todo ela já recuperou 17 longas e produziu e supervisionou os curtas: São Luiz do Maranhão, Museu Histórico

Nacional, Canção de Amor, Me-mória do Carnaval, Folia e o longa Consórcio de Intrigas. Com o selo Cinédia Documento, publicou os livros: 50 anos de Cinédia, Gon-zaga por Ele Mesmo e Palácios e Poeiras - 100 Anos de Cinema no Rio de Janeiro, a mais completa pesquisa sobre a história da exibi-ção de cinemas na cidade. Entre os projetos mais recentes desenvolvidos por Alice, está a restauração dos filmes Bonequi-nha de Seda, Berlim na Batucada e a recuperação da obra do dire-tor, produtor, roteirista e técnico de som, Moacyr Fenelon. Desde 2006, ela vem recuperando cinco filmes produzidos e dirigidos na fase final da carreira do cineasta (de 1948 a 1951): Obrigado Dou-tor, Estou Aí?, Poeira de Estrelas, Dominó Negro e A Inconveniência de Ser Esposa. Avaliado em R$ 300 mil e com o patrocínio do Programa Petrobras Cultural, o projeto de restauração

da obra de Fenelon é considerado como de suma importância para a memória do cinema nacional. Nascido em Patrocínio do Muriaé (MG), ele foi o primeiro grande ativista político da classe cine-matográfica, incentivou o cinema independente e inspirou a geração nacionalista dos anos 1950/60. Os filmes recuperados são documentos históricos da era de ouro do filme popular brasileiro. São, também, registros da nossa cultura do pós 2ª guerra mundial - momento de profundas mudanças na estrutura social do Brasil. As cópias restauradas serão exibidas em um lançamento, realizado em parceria com a Petrobras e, em seguida, vão circular em festivais e mostras pelo país.É pela força desse trabalho, e de sua história, que Alice Gonzaga é considerada a primeira dama do Cinema Brasileiro.

Alice Gonzaga

Aurora e Carmem Miranda em Alô, Alô Carnaval

Eva Schnoor e Carlos Modesto em Barro Humano

Adhemar Gonzaga

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Empresário sergipano é destaque no NordesteO Tribunal Regional do Trabalho de Sergipe (TRT/SE) agraciou personalidades com a Medalha da Ordem Sergipana do Mérito Trabalhista. A soleni-dade foi realizada, no início de dezembro, no auditório da sede do TRT/SE . Dentre os condeco-rados estavam o desembargador Osório de Araújo Ramos Filho, os secretários estaduais da Casa Ci-vil e de Governo, José de Oliveira Júnior e Jorge Araújo, respectiva-mente, empresários, advogados e médicos. A medalha, que se destina a pessoas ou instituições

que, dentro de suas atividades, prestam relevantes serviços ao Estado e à sociedade, também foi entregue ao empresário Lauro Antônio Teixeira Menezes. Homem de largos horizontes, Lauro Antônio lidera um grupo empresarial com ramificações em variados segmentos (transporte coletivo, urbano e interestadual, turismo e agronegócio) e em diversos estados do Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Per-nambuco e Paraíba). O Grupo Bomfim, do qual é diretor geral, foi fundado há 50 anos pelo seu

pai, o pioneiro José Lauro Me-nezes. Emprega cerca de quatro mil pessoas diretamente, em sua grande maioria pais de família, e exerce uma forte atividade no setor de responsabilidade social, transportando doentes, deficien-tes físicos e anciãos – gratuita-mente - em todas as suas rotas. Mas desde os primórdios o Grupo tem tido importante função social: como resultado de seu trabalho, foram abertos muitos caminhos para lugares onde antes era im-possível se chegar de carro – faci-litando e promovendo o intercâm-bio comercial e gerando novos empregos por onde passava. Com uma capacidade de tra-

Lauro Antônio Menezes ao lado do desembargador Carlos Faro, responsável pela indicação e pela entrega da Medalha do Mérito Trabalhista (TST-SE) ao empresário

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“Estas homenagens, na verdade, são extensivas a todos os que construíram e continuam fazendo o Grupo Bomfim que - sob a direção de um time de profissionais do mais alto gabarito - vai completar 50 anos, em fevereiro de 2010” Lauro Antônio Menezes

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balho invejável, Laurinho, como é conhecido publicamente, tem grande trânsito em todos os estados em que atua, tanto no meio empresarial quanto no po-lítico - onde é amigo de dezenas de deputados federais e sena-dores. Talvez por isto, ventila-se, em diversos níveis do referido universo, que há uma inclinação, por parte dele, por algum tipo de projeto político. A análise é que ele tem uma imagem limpa, é um rosto novo no cenário político e traz consigo a evidente vontade de trabalhar por projetos que se estendam além da fronteira das suas empresas.Foi por estas razões, pela con-tribuição que tem dado à so-ciedade, que o sergipano Lauro Antônio também foi agraciado, há dois anos, com o título de Cidadão Soteropolitano e, em setembro, recebeu a Ordem do Mérito, no Grau Mérito Ouro, do TRT de Alagoas, mesma ocasião em que foi agraciado o presiden-te do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Segundo Lauro Antônio, estas homenagens, na verdade, são ex-tensivas a todos os que construí-ram e continuam fazendo o Grupo Bomfim que - sob a direção de um time de profissionais do mais alto gabarito - vai completar 50 anos em fevereiro de 2010. Have-rá muito que comemorar, pois ao longo deste meio século de exis-tência construiu-se um enorme patrimônio de sucesso e vitalida-de, embasados no reconhecimen-to do público e dos colaborado-res, dois fatores essenciais para a existência da corporação.

Com os pais, Gilza Maria e José Lauro Menezes, fundador do Grupo Bomfim, na solenidade de entrega do título, na Câmara de Vereadores de Salvador

Lauro Antônio, ao lado da esposa, Hulda Menezes, recebe o título de Cidadão Soteropolitano das mãos do vereador Paulo Magalhães Jr., autor do requeri-mento que concedeu a homenagem

Lauro Antônio Menezes lidera um grupo empresarial com rami-ficações em variados segmentos (transporte coletivo, urbano e interestadual, turismo e agronegócio) e em diversos estados do Nordeste (BA, SE, AL, PE, PB). O Grupo Bomfim foi fundado há 50 anos pelo seu pai, o pioneiro José Lauro Menezes. Empre-ga cerca de quatro mil pessoas diretamente, em sua grande maioria pais de família, e exerce uma forte atividade no setor de responsabilidade social, transportando doentes, deficientes físicos e anciãos - gratuitamente - em todas as suas rotas.

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OttoA mais recente produção do artista pernambucano, intitulada Certa manhã acordei de sonhos intranquilos, vem recheado de participações especiais: Dengue, baixista do Nação Zumbi, Catatau, líder do Cidadão Instigado, a cantora Céu, na faixa O Leite, e Julieta Venegas, nas faixas Lágrimas Ne-gras e Saudade. Para o seu 7º álbum, Otto contou com a co-produção de Pupillo, baterista do grupo Nação Zumbi.

IsaarConsolidando seus dez anos de carreira, a cantora e compositora

Isaar lança Copo de espuma. O segundo álbum solo da artista pernam-bucana foi realizado com recursos do Prêmio de Produção do Projeto

Pixinguinha 2008, da Funarte, entregue aos compositores e intérpretes que mais contribuíram com a música popular brasileira naquele ano.

OttoA mais recente produção do artista pernambucano, intitulada acordei de sonhos intranquilosDengue, baixista do Nação Zumbi, Catatau, líder do Cidadão Instigado, a cantora Céu, na faixa grasPupillo, baterista do grupo Nação Zumbi.

OttoA mais recente produção do artista pernambucano, intitulada acordei de sonhos intranquilosDengue, baixista do Nação Zumbi, Catatau, líder do Cidadão Instigado, a cantora Céu, na faixa grasPupillo, baterista do grupo Nação Zumbi.

Isaar

Roberta SáDepois do burburinho causado pelo seu álbum de estreia e de ter ganhado um disco de ouro com o segundo trabalho, Belo estranho dia pra se ter ale-gria, a cantora Roberta Sá lança seu primeiro álbum ao vivo, Pra se ter ale-gria. No repertório, grandes sucessos como Mais Alguém, No Braseiro, Pelas Tabelas e a inédita Agora Sim. O disco ainda traz as participações especiais de Marcelo D2 , Pedro Luís e Hamilton de Holanda. Sem falar nas quatro fai-xas interativas para download, com as participações de Chico Buarque, Ney Matogrosso, Trio Madeira Brasil, Yamandu Costa e António Zambujo.

Café PequenoO trio sergipano Café Pequeno, que há cinco anos apresenta música

instrumental de qualidade, acaba de lançar seu primeiro CD: Na Cozinha de Badyally. No repertório, os músicos Pedrinho Mendonça, Júlio Rêgo e Guga Montalvão trazem um mix de composições autorais e clássicos já consagra-

dos da música popular brasileira, como a faixa Bebê, de Hermeto Pascoal.

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A comunhão harmoniosa de músicos de formação erudita com verdadeiros mestres da cul-tura popular é digna de grandes registros. Com este intuito, o

Governo do Ceará eternizou, em DVD, o encontro entre a Orques-tra de Câmara Eleazar de Carva-lho (Orcec) e a banda Cabaçal, dos Irmãos Aniceto, formada por

agricultores do Cariri cearense. No repertório do concerto, can-ções como Asa Branca e Mulher Rendeira, além das composições do grupo Cabaçal, como Forró do Mestre Antônio, Baião Velho e Forró Pesado. Além da apresen-tação, o DVD também traz um documentário sobre a banda Ca-baçal, que surgiu no século XIX e é sustentada por instrumentos de sopro e percussão, como pífa-nos, zabumba, caixa e pratos de metal que entoam a observação da vida do sertão. Dirigido pelo cineasta carioca Sérgio Rezende (de Zuzu Angel), o DVD pode ser adquirido no Theatro José de Alencar, o palco do show, pelo preço de R$ 15,00. Informações: (85) 3101-2583.

Por Bianca Felippsen

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A banda Dona Zefinha completou 10 anos de música e 20 anos de teatro de rua, evocando os arquétipos ancestrais da cultura popular brasileira, em sonoridades regionais e cênicas. Partindo de Itapipoca, no sertão do Ce-ará, para o mundo, eles acabam de retornar de uma temporada em São Paulo e Argentina com o show Zefinha vai a Feira. A turnê, que permite a ampliação do trabalho, é também o espaço de criação e ensaio para o novo disco, que começa a ser gestado em janeiro de 2010. Em Córdoba, na Argentina, os integrantes agitaram na Casa Brasil Intercultural, no Espaço Once29, no 990 Arte Clube, Tsunami e Aldea Hostel. Saiba mais no site: www.donazefinha.com.br.

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Irmãos Aniceto, erudito e popular

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Polayne e o seu Circo Singular Após 13 anos de car-reira, a sergipana Patrícia Polayne acaba de lançar seu primeiro CD. Intitulado O Circo Singular, o álbum é resulta-do do Prêmio Pixinguinha, promovido pela Funarte, com o qual a cantora e composi-tora foi agraciada. O trabalho, 100% autoral, traz 11 músicas que traduzem o espírito ma-duro da artista e foi produzido por Júnior Areia, baixista da banda Mundo Livre S/A, que também compõe a banda de Polayne.Gravado no estúdio Fábrica, em Recife (PE), onde já gra-varam grandes nomes como Naná Vasconcelos e Cordel de Fogo Encantado, O Circo Sin-gular traz, em seu repertório, releituras relacionadas à tra-dição e contemporaneidade, com uma atmosfera musical adornada pelas cores de um Nordeste híbrido e universal.Em sua participação durante a Feira Música Brasil 2009 (veja matéria completa também nesta edição), que aconte-ceu entre os dias 9 e 13 de dezembro, na capital pernam-bucana, Polayne foi recorde de público da Torre Malakoff, onde se apresentou pelo Co-

nexão Vivo, o Circuito Off Feira. Além de Júnior Areia, a can-tora ainda traz em sua banda os músicos Xef Tony, também do Mundo Livre S/A, Juliano Holanda, integrante da Orquestra Contemporânea de Olinda, e os companheiros sergipanos Dudu Mendonça e Pedrinho Andrade. Sem falar na ilustríssima parti-cipação de Roberto Menescal, que acompanhou Polayne na gravação da música Rio sim.Para saber mais sobre a can-tora e compositora sergipana, acesse: www.myspace.com/patriciapolayne.

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Em sua 11ª edição, o Festival de Lençóis reuniu, na cidade histórica de Lençóis (BA), nomes como Adão Negro, Vania Abreu, Jota Velloso, Toni Garrido, entre outros. O evento, realizado em outubro, movimentou um dos pontos mais visitados da Chapa-da Diamantina (leia a matéria Nos Lençóis da Bahia, nesta edição).Para o cantor mineiro Vander

Festival de Lençóis

A baiana Vania Abreu lan-çou, em novembro, no Teatro Jorge Amado, em Salvador (BA), o CD Flor da Bahia, o sétimo da sua carreira. No show, a cantora mostrou uma sofisticada produ-ção, com belíssimos arranjos para músicas de grandes compositores da música brasileira, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Paulo

Vania Abreu lança Flor da Bahia

César Pinheiro, Saul Barbosa, J. Velloso, Roberto Mendes, Capi-nan, Roque Ferreira, Gerônimo e João de Barros.Com a direção musical assinada pelo também compositor Pau-lo Dáfilin, Flor da Bahia conta, através da música, um pouco da história do Brasil. “As can-ções são mostradas como uma

narrativa, seguindo a ordem da formação do Brasil como país e, ainda, visitando os diversos ritmos que formam a cultura musical da Bahia”, afirma a cantora. Como a própria Vania Abreu diz, “este é um CD essencialmente brasileiro e, para me mostrar bra-sileira, eu me apresento primeiro baiana também”. As faixas são interligadas por trilhas, textos ou por um silêncio proposital. Flor da Bahia é um carbono da vida artís-tica da cantora, que homenageia, com o seu trabalho, três mulheres fundamentais em sua carreira: Maria Bethânia, Gal Costa e Da-niela Mercury, sua irmã.Assim como o seu show de lançamento, Flor da Bahia contou com o apoio do Banco Capital, através do Projeto de Arte e Cultura da instituição. O CD tem encarte e capa produzidos pelo artista plástico Fernando Ober-laender, além da participação do fotógrafo Ricardo Prado. Mais informações acesse: www.vaniaa-breu.art.br.

Lee, que se apresentou pela primeira vez no Festival, a opor-tunidade de estar no Nordeste é sempre prazerosa. “Esse clima nordestino é muito familiar aos mineiros. Eu, particularmente, estou amando conhecer esse paraíso ecológico. Agradeço ao meu trabalho pela oportunida-de de sair por aí conhecendo o Brasil”, diz o cantor.

A baiana Vania Abreu lan- César Pinheiro, Saul Barbosa, J.

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Dentro das comemora-ções do Ano da França no Brasil, realizou-se em novembro, em Sal-vador (BA), o Festival de Músicas Mestiças. Encerrando a programa-ção oficial do acordo de coopera-ção cultural entre os dois países, o evento reuniu artistas franceses, baianos, de países africanos e caribenhos no Museu Du Ritmo. Além do festival, houve também a exposição de música negra.De acordo com a cantora Marga-reth Menezes, um dos grandes nomes que participou do Festival de Músicas Mestiças, a importância desse evento está em fortalecer a

Festival de Músicas Mestiças

relação entre o Brasil e a França, países que já mantêm um inter-câmbio cultural há bastante tempo. “A primeira grande reportagem que saiu sobre mim, fora do Brasil, foi na França. Em 1991, eu tinha acabado de lançar Elegibó e estava começando a minha carreira. Fui bem referenciada pela imprensa de lá, o primeiro país que me aceitou. Pela experiência internacional que eu tenho, percebo que os france-ses gostam muito de música po-pular brasileira”, conclui a cantora baiana. O Festival trouxe o estilo musical de vários países, como Cabo Verde, Haiti e Senegal. Entre as apresentações que aconteceram durante os três dias de evento, destaque para a performance do grupo Les Tambours de Brazza, do Congo, que contou com a participação do “dono da casa”

Carlinhos Brown, e a dobradinha entre o senegalês Didier Awadi e a baiana Mariella Santiago. O formato original do festival foi criado por Christian Musset, na cidade francesa de Angoulême, em 1976. Esta é a primeira vez que se realizou fora daquele país. Um dos seus principais objetivos, sem dúvida, é a promoção da música urbana e contemporânea da África e de países da diáspora africana - mostrando ao mundo ocidental a criação artística destes lugares, oferecendo uma platafor-ma de expressão e intercâmbio aos participantes.

Em 2010, o Museu Du Ritmo vai contar com uma atração a mais: o Centro da Música Ne-gra. O projeto terá exposições totalmente digitais, com apre-sentações em TV de plasma, proporcionando experiência sensorial aos visitantes.

de Músicas Mestiças, a importância

relação entre o Brasil e a França, países que já mantêm um intercâmbio cultural há bastante tempo. “A primeira grande reportagem que saiu sobre mim, fora do Brasil, foi na França. Em 1991, eu tinha acabado de lançar começando a minha carreira. Fui bem referenciada pela imprensa de lá, o primeiro país que me aceitou. Pela experiência internacional que eu tenho, percebo que os franceses gostam muito de música popular brasileira”, conclui a cantora baiana. O Festival trouxe o estilo musical de vários países, como Cabo Verde, Haiti e Senegal. Entre as apresentações que aconteceram durante os três dias de evento, destaque para a performance do grupo Les Tambours de Brazza, do Congo, que contou com a Dentro das comemora-

relação entre o Brasil e a França, países que já mantêm um intercâmbio cultural há bastante tempo. “A primeira grande reportagem que saiu sobre mim, fora do Brasil, foi na França. Em 1991, eu tinha acabado de lançar começando a minha carreira. Fui bem referenciada pela imprensa de lá, o primeiro país que me aceitou. Pela experiência internacional que eu tenho, percebo que os franceses gostam muito de música popular brasileira”, conclui a cantora baiana. O Festival trouxe o estilo musical de vários países, como Cabo Verde, Haiti e Senegal. Entre as apresentações que aconteceram durante os três dias de evento, destaque para a performance do grupo Les Tambours de Brazza, do Congo, que contou com a

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Idealizada por Gilú (percus-sionista), a Orquestra Contem-porânea de Olinda é a reunião de alguns dos melhores músicos per-nambucanos, que têm trabalhos conhecidos em todo o mundo, com outros do Grêmio Musical Henrique Dias - escola profissio-nalizante de Olinda, que existe há mais de 50 anos. A primeira metade responde pela base criativa: Gilú, Hugo Gila, Tiné, Maciel Salú, Rapha B. e Juliano Holanda. A outra metade vem do Grêmio, comandado pelo maestro Ivan do Espírito Santo (flauta, sax alto, barítono e tenor), Daniel Ma-rinho (trompete), Ibraim Genuíno (trombone) e Alex Santana (Tuba).Seu primeiro álbum, Orquestra Contemporânea de Olinda foi

Orquestra Contemporânea de Olinda

lançado, em 2008, pela Som Livre. Entre grooves latinos, afro beats e ritmos pernambucanos, a Orques-tra construiu uma identidade pró-pria - com releituras de clássicos em ambientes vanguardistas até a doçura de linhas melódicas primo-rosas, pontuadas por arranjos de uma orquestra de sopro incrivel-mente “encaixada” no som. Por

isto, ela se destaca tanto na cena nacional quanto na internacional: foi indicado ao Grammy Latino 2009, na categoria de Melhor Ál-bum de Música Regional Brasileira; caiu nas graças da revista New York Times; e, seu show, foi consi-derado um dos melhores de 2008 pelo jornal O Globo. Acesse www.orquestracolinda.com.br.

Idealizada por Gilú (percus-

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lançado, em 2008, pela Som Livre. isto, ela se destaca tanto na cena

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Verão SergipeVerão Sergipe, projeto ini-ciado em 2008, pelo Governo do Estado, colocou Sergipe no roteiro turístico da alta estação. Ele foi criado tendo como princi-pal objetivo o fortalecimento do turismo nos municípios do litoral norte e sul sergipanos, fomen-tando a cultura, a geração de emprego e a prática esportiva. A edição 2010 será realizada du-rante o mês de janeiro. No roteiro

estão as praias da Caueira e da Atalaia Nova e a cidade histórica de Laranjeiras - que receberá as atrações durante o seu XXXV Encontro Cultural.O atual presidente do Aracaju Convention & Visitors Bureau (AC&VB) e diretor gerente do Ho-tel Parque dos Coqueiros, Sérgio Araújo, analisou o evento sobre duas óticas: “Como hoteleiro, o evento agrega valor para os hós-

pedes confirmados e convence àqueles que ainda possuem dúvi-das se viriam a Sergipe. E, como presidente do Convention, vejo que o destino é mais divulgado. O momento servirá para fazer contatos e convidar pessoas importantes para conhecer o estado. Estes contatos irão nos auxiliar na captação de novos turistas para Aracaju e Sergipe”.O presidente da Empresa Ser-gipana de Turismo (Emsetur), José Roberto de Lima, ressal-tou o momento favorável que o turismo sergipano vem atra-vessando: “Estamos passando por um momento importante. No próximo ano vamos receber a visita das maiores operadoras do Brasil, que já começaram a vender pacotes de Sergipe. A

Carlos Cauê, secretário de Comunicação, José Roberto, presidente da Emsetur, Eloísa Galdino, secretária de Cultura, Valdoilson Leite, pre-sidente da Funcaju, e Sérgio Oliveira, presidente da Abav-SE, durante o lançamento do Verão Sergipe 2010

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TAM Viagens nos informou que, numa enquete com seus clientes, Aracaju está sendo considerada entre os cinco destinos preferen-ciais do Nordeste”. Ele concluiu dizendo que o Verão Sergipe 2010 irá agregar mais valor ainda às vendas de pacotes turísticos para Sergipe em um mercado muito competitivo como o da alta estação no Nordeste.Eloísa Galdino, secretária de

Estado da Cultura, afirmou que o Verão Sergipe 2010 será o maior e melhor da história do Estado: “Continuaremos com a interativi-dade, que já é característica do Verão Sergipe, com atividades que movimentam os artistas e a cultura local. Além disso, teremos finais de semana ininterruptos, começando no Réveillon até o carnaval, com eventos cultu-rais e diversão garantida para

todos. Consideramos essa ação extremamente importante não só para divulgar e valorizar a cultura e o esporte, como também para gerar renda, e consolidar Sergipe como destino turístico para além das nossas riquezas naturais e históricas”. Em todos os finais de semana o estado vai estar repleto de atrações: Amorosa, Vanessa da Mata, Olodum, Chico Queiro-ga & Antonio Rogério, Lenine, Maria Scombona, Detonautas, Margareth Menezes, Alapada, Dudu Nobre, Jota Quest, Naurêa, Mart’nália, Carlinhos Brown,

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Patrícia Polayne, Skank e Daniela Mercury. Em fevereiro acontece o Projeto Verão 2010 na praia de Atalaia, uma realização da Prefeitura de Aracaju, cujas atrações ainda serão divulgadas. O Pré-Caju também faz parte do projeto e será realizado entre os dias 21 e 24 de janeiro. Outras grandes estrelas estarão em Ser-gipe para fazer a festa pra todo mundo: Asa de Águia, Chiclete com Banana, Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Jammil, Eva e muitas atrações locais. Para o secretário de Estado da Comunicação Social, Carlos Cauê, o Verão Sergipe é um marco positivo do Governo do Estado para atrair turistas e va-lorizar o potencial local. “O Verão Sergipe é um evento que está cada vez mais consolidado entre os sergipanos e os turistas, prin-cipalmente porque tem uma pro-gramação democrática, que atrai não só o público sergipano, mas também o público de outros Es-tados. E é muito importante, para nós, potencializar a estação que mais beneficia o Nordeste em termos turísticos, que é o verão, trazendo atrações de qualidade para as nossas praias e para a cidade de Laranjeiras. O nosso intuito é transformar Sergipe no destino mais quente do verão, como está sendo trabalhado em nossa campanha publicitária”, declarou o secretário.O projeto Verão contará com uma estrutura privilegiada que será montada para receber a cena musical sergipana, que inclui oficinas culturais e de capacitação na área da música,

dentre outros. Esse espaço é a arena cultural, e se localizará nas cidades de Laranjeiras e Atalaia Nova. Além dos músicos, haverá também a apresentação de gru-pos folclóricos e peças de teatro, com o intuito de apresentar ao público a diversidade cultural existente no Estado.

Skank

Asa de Águia

Vanessa da Mata Claudia Leitte

AlapadaCarlinhos Brown

Verão Sergipe 2010LaranjeirasDia 08 - Amorosa, Vanessa da Mata e OlodumDia 09 - Chico Queiroga & Antônio Rogério e Lenine

Atalaia NovaDia 15Maria Scombona, Detonautas e Margareth MenezesDia 16 - Alapada, Dudu Nobre e Jota Quest

AracajuDia 21 a 24 - Pré-Caju

CaueiraDia 29 - Naurêa, Mart’nália e Carlinhos BrownDia 30 - Patrícia Polayne, Skank e Daniela Mercury

Projeto Verão - Programação a ser divulgada pela Prefeitura de Aracaju

CarnavalDia 13 a 16 de fevereiro

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Mestres do MundoDe 27 a 30 de janeiro de 2010, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e o Ministério da Cultura realizam o V Encontro Mestres do Mundo, em Limoeiro do Norte, a 199 km de Fortaleza. Ao todo, participam cerca de 200 mestres e milhares de brincan-tes, reunindo uma diversidade de tradições vindas de várias regiões do país. São mestres das mãos, do corpo, do sagrado, dos sabores, da oralidade, dos sons, todos portadores de tradições das muitas vertentes da dinâmica cultural do Brasil. O Ceará é um dos estados brasileiros que mais trabalha na preservação do patrimônio imate-rial, possuindo um edital anual de reconhecimento dos mestres da

cultura e garantia de manutenção do ofício com salário fixo mensal. Esta política pública, que eterniza

o saber e fazer da cultura popular, foi agraciada pelo Prêmio Culturas Populares do MinC.

Por Bianca Felippsen

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Mestres do Ceará se reúnem anualmente, com mestres de todo o Brasil para celebrar o Encontro Mestres do Mundo. No destaque: Aldenir e Bigode

Mais uma vez a melhor do mundoPelo quarto ano consecu-tivo, a alagoana Marta trouxe para casa o título de melhor jogadora de futebol do mundo, oferecido pela Fifa. A cerimônia de premiação, que aconteceu no 18/12/09, na cidade de Zurique, na Suiça, fez da brasileira recordista em número de prêmios da Fifa (um a mais que a alemã Birgit Prinz, que esteve entre as cinco finalistas). Marta foi eleita com base nos votos de capitãs e técnicos de seleções nacionais femininas de todo o

mundo. A brasileira conseguiu grande vantagem em relação às concorrentes. Foram 833 pontos, contra 290 da alemã Birgit Prinz, 252 da inglesa Kelly Smith, 239 da também brasileira Cristiane, e 216 de outra alemã, Inka Grings.Cada técnico ou capitão esco-lheu três jogadores, por ordem de preferência. Os votos para primeiro lugar valeram cinco pontos, para segundo, três, e um ponto para terceiras escolhas.Informações: Globo.com.

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Marta e Lionel Messi, os melhores do mundo em 2009

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Naurêa

Euzébio ZloccowickUm dos trabalhos mais destacados nas artes visuais cearense é de Euzébio Zloccowick. O artista plástico vem trabalhando séries de imagens sacras com espinhos, retomando a simbologia reli-giosa, para discutir sentimentos íntimos, pecado e sacrifício. O espinho é algo simbólico para o conjunto de sua obra, o que remete a diversas leituras, por entre as esferas do sagrado e do profano, na relação do homem com os objetos. Mais sobre o artista euzebiozloccowick.multi-ply.com ou pelo telefone (85) 8827-6538.

Por Bianca Felippsen

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Festival de Verão 2010A décima segunda edição do Festival de Verão acontece de 20 a 23 de janeiro, no Par-que de Exposições de Salvador (BA). Estarão presentes muitas das principais estrelas da músi-ca brasileira, dentre elas: todas as grandes bandas, cantoras e cantores baianos, os Paralamas do Sucesso, Marcelo D2, Victor & Leo, Detonautas, Aviões do Forró e Charles Brow Jr. Considerado um dos melhores eventos pré-carnavalescos do

país, o Festival de Verão traz tam-bém a banda NX Zero, que vai abrir o festival, e o cantor Akon - norte-americano, de origem senegalesa,

que ficou mundialmente conhecido com a música Lonely, do álbum Trouble. Para saber mais acesse www.festivaldeverao.com.br.

Akon

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Um dos mais exuberantes exemplares da arquitetura de ferro no Brasil completa 100 anos em 2010: o Theatro José de Alencar, ou simplesmente TJA. Localiza-

do no Ceará, tem características únicas e oferece possibilidades diversas na relação cena-platéia, convidando a outros usos, sugerin-do ocupações na sua programa-

ção, que é gratuita em quase sua totalidade. “É o lugar de encontro na vida de Fortaleza. Você pode vir para o teatro e ver um espetáculo de dança ou música, mas você pode vir também para outras ativi-dades, para uma aula, para a can-tina, para um encontro no jardim, projetado pelo arquiteto-paisagista Burle Marx, ou para encontrar pessoas que você nem conhece”, explica Izabel Gurgel, diretora do teatro. Ao visitar o TJA você ainda pode conhecer o palhaço Trepinha (na foto, à esquerda), o mais antigo em atividade no Estado. O TJA funciona de terça à sexta, a partir das 8h, e aos sábados, domingos e feriados a partir das 13h, com visitas guiadas de hora em hora. Informações: (85) 3101-2603.

Palhaço Trepinha, o mais antigo em atividade do Ceará (à esquerda)

Música e a gastronomia.A junção entre as duas principais paixões do restaurateur Nicola Sul-tanum deram origem ao restauran-te Mingus, em Recife, cujo nome é uma homenagem ao baixista de jazz estadunidense Charles Mingus. Diariamente, a casa serve aos clientes a melhor seleção ao vivo de Jazz e MPB, que funcionam como aperitivo musical para os pratos de cozinha clássica e contemporânea francesa. A decoração reforça o ambiente intimista, com instrumen-

tos musicais e paineis fotográficos de grandes mestres como Tom Jobim, Piazolla e Chet Baker, entre outros. Estrelado no Guia Quatro Rodas e vencedor de prêmios gas-tronômicos, o Restaurante Mingus acaba de reformular o cardápio e inseriu 18 novos pratos na carta. A casa aposta em pratos de longa cocção, molhos aveludados e a utilização de ervas frescas, além de pratos autorais consagrados em festivais, como o Foie gras sous-vide ao perfume de late harvest com compota de figo, saladinha de ervas e torrada de pão miga; ou ainda, ovo frito com lascas de trufa negra sobre crocante de ciabatta.

Mingus

Foie gras sous-vide ao perfume de late harvest

Por Iara Lima

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Theatro José de Alencar completa 100 Anos

Por Bianca Felippsen

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Claudia Leitte

O tradicional carnaval jazzístico do CearáNo Ceará, no Maciço de Baturité, a 100 quilômetros de Fortaleza, Guaramiranga, uma aconchegante cidade serrana, cer-cada pela rica vegetação da Mata Atlântica e banhada de cachoeiras, é cenário, desde 2000, de um car-naval diferente do que acontece em quase todo o Brasil: o Festival Jazz & Blues, que atrai turistas de todos os cantos do país. São quatro dias com shows de artistas nacionais e internacionais, do pôr do sol até depois da meia-noite, em espaços ao ar livre e no Teatro Rachel de Queiroz. Durante o dia, os visitan-tes se dividem entre as oficinas de música e os ensaios abertos, que

integram a programação do festival, e dois fortes atrativos turísticos da região: o ecoturismo e os esportes de aventura. Depois do carnaval, o festival dá uma rápida pausa, na quarta-feira de cinzas, e continua em Fortaleza de quinta a domingo, com mais shows de jazz e blues, com algu-mas das atrações que estiveram nos palcos de Guaramiranga. De 2000 para cá, o festival já recebeu nos palcos nomes como César Camargo Mariano, Toots Thielemans, Ná Ozzetti, Stanley Jordan, João Donato, Ivan Lins, Hermeto Pascoal, Egberto Gis-monti, Jean Jacques Milteau, Hélio Delmiro, Duofel, Leny Andrade, Big Time Sarah, Toninho Horta, Flávio

Guimarães, André Cristóvam, Nuno Mindelis, Renato Borghetti, Eileina Williams, Badi Assad, Hamilton de Holanda, Jefferson Gonçal-ves, Paulo e Daniel Jobim, Danilo Caymmi e Paulo Braga, entre tantos outros. Em 2010, o Jazz & Blues chega à 11ª edição e a Via de Comuni-cação e Cultura, idealizadora do Festival, vai promover residências com músicos renomados, uma semana antes do carnaval. Para se apresentar no festival, convi-dou nomes como Wagner Tiso, UAKTI, Magic Slim, Trio Corrente e Paquito D’Rivera. Para conhecer mais sobre o festival, visite www.jazzeblues.com.br. Informações: (85) 3262-7230.

Por: Sônia Lage e Eugênia Nogueira

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