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AHESC-FEHOESC
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AGOSTO 2010
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Dario Staczuk Presidente AHESC | Tércio Kasten Presidente FEHOESC
o enumerar as sistemáticas e poderosas ameaças que recaem sobre o setor hospitalar - de tantas formas injustas - é usual que gestores refiram-se a uma espécie de “orquestração” destinada a demolir o sistema
hospitalar privado. É compreensível, pois é mesmo o que parece. Decisões governa-mentais, judiciárias, legislativas e até a lógica capitalista de mercado tem sido inclementes com a gestão hospitalar.
Tudo leva a crer em uma Teoria da Conspiração, na qual “eles” se recusam a reajustar a um patamar justo a tabela do SUS, ou a compreender o impacto devasta-dor de um salário mínimo estadual para profissionais da saúde que foge à realidade econômica de pequenos e médios hospitais.
“Eles” impõem a prestação de serviços hospitalares com padrões ingleses mas só permitem a gestão de receitas de padrão africano. “Eles”, portanto, seriam culpados de todo o Mal que ocorre às governanças corporativas hospitalares, como a opressão financeira que condena os gestores a gerir apenas a sobrevivência, sem condições de avançar em estruturas, equipamentos e equipes.
Porém, é preciso declarar sensatamente: não existe qualquer conspiração, nem conspiradores.
O que há são jogos de interesses conflitantes, e pressões políticas, e luta de cada setor em defender seu território. Os setores mais bem organizados conseguem vantagens que, por sua vez, pressionam os nichos menos atuantes.
É por isso que criar, manter, e fazer parte de uma Associação de Hospitais, ou de uma Federa-ção de Hospitais catarinenses traz fôlego, força e esperança aos gestores.
Na AHESC-FEHOESC não se perde tempo culpando “eles”. O que se faz é tomar para si a res-ponsabilidade de alcançar padrões de excelência em gestão e, ao mesmo tempo, mobilizar -se social
e politicamente para defender os interesses do setor. Os associados da AHESC-FEHOESC são levados a analisar a conjuntura racionalmen-te, ponderar os conflitos, men-surar potenciais prejuízos, e agir concretamente sobre a realidade superando as ameaças.
A parceria AHESC-FEHOESC agora completa 15 anos. Os resultados benfazejos dessa união refletem-se em um serviço de orientação e aprimoramento das governanças corporativas hospitalares. Na Associação, e na Federação, gestores que temem “eles” são instruídos sobre a força
que existe no “nós”.
Nós, os associados, trabalhamos silenciosa-mente com disciplina e vigor. Nós antecipamos as ameaças, contornamos os conflitos, mantemos um rumo. É nossa missão aprender e ensinar. E ainda vamos construir um sistema de saúde hospitalar digno para nossos usuários, o bem merecedor povo catarinense.
A AHESC-FEHOESC agradecem a todos os 15 anos de parceria. O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os sábios é a oportunidade.
TEORIA DA CONSPIRAÇÃOCARTA ABERTA AOS ASSOCIADOS
A
Expediente Saúde Catarinense Presidente AHESC Dario Staczuk Presidente FEHOESCTércio Kasten
Diretor Executivo AHESC-FEHOESCBraz Vieira
Hospitais 137Laboratórios 357Clínicas 2070Serviços de Saúde 765Total 3329
AHESC-FEHOESC em númerosAssociados
Gerente Administrativo AHESC-FEHOESCCarlos Alberto de Liz Medeiros
Assistente Financeiro AHESC-FEHOESCSilvana Hoffmann
Assessor Jurídico AHESC-FEHOESCRodrigo de Linhares (OAB/SC 8630)
Editor-chefe Iuri Grechi
Jornalista ResponsávelRute Enriconi DRT-SC 434
Reportagem Thaís Andriolli
Design EditorialGabriel Bourg
Direção Comercial Dinei [email protected]
Tiragem 5.000 exemplares
Este informativo é produzido e publicado pela Associação e Federação dos Hospitais de Santa Catarina, com veiculação dirigida a associados e instituições da área de saúde.
Telefone: (48) 3224-5866E-mail: [email protected]: @ahesc_fehoescwww.ahesc-fehoesc.com.brAnuncie: [email protected]
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lgumas bombas que explodem nas mãos de
gestores hospitalares não são resultado de má administração; porém,
ao mesmo tempo, não podem ser desarma-
das a não ser com padrões de exce-lência na gestão.
Essas armadilhas foram criadas por fa-tores externos, sobre os quais se tem pouca ou nenhuma ingerência. Mas exercem um poder devastador no fluxo financeiro, e estão impactando principalmente os pe-quenos e médios hospitais do estado.
“A verticalização promovida pelas ins-tituições de saúde suplementar, os projetos de lei que oneram ainda mais os estabeleci-
GESTÃOSUA
INSTITUTO SANTÉ >
Os gestores hospitalares tem,
pela frente, algumas bombas
para desarmar. São conflitos admi-
nistrativos que minam a capacidade
financeira dos hospitais e costumam
explodir nas mãos de quem não
aprendeu a gerir a nova conjuntura.
Mas há técnicas para desarmar
essas bombas. O Instituto Santé
ensina algumas delas.
mentos de saúde, a baixa remuneração dos serviços, são exemplos de impactos que só podem ser absorvidos por instituições muito bem administradas”, pondera o pre-sidente do Instituto Santé e da FEHOESC, Tércio Kasten.
Com foco na valorização e reconheci-mento dos hospitais, clínicas e laboratórios catarinenses, a AHESC-FEHOESC firmaram uma parceria em 2009 com uma rede de laboratórios que resultou na concepção do Instituto Santé.
O Instituto Santé tem sido a ferramenta para o avanço das conquistas na educação e bem estar dos trabalhadores que atuam na área da saúde. Seu propósito é orientar e repassar técnicas de gestão hospitalar aos associados através de cursos, pales-tras e treinamentos. A maioria das ações é
realizada em parceria com escolas técnicas e faculdades de Santa Catarina.
Em 2009, foi aplicado na região de Blume-nau o curso NR32 (Norma Regulamentadora 32), que trata da saúde e da segurança dos profissionais que atuam no setor. Os gestores hospitalares reuniram-se para debater a apli-cação da norma. Essa troca de experiências entre os participantes proporciona, com o auxílio do Instituto, novos parâmetros para a gestão administrativa dos estabelecimentos.
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o Instituto Santé auxilia a estruturar métodos de gestão que resistem aos impactos externos
negativos, como a defasagem da tabela do SUS e a concorrência gerada pela verticalização.
capacitação
< GUERRA AO TERRORCena do filme vencedor do Oscar 2010.
No campo de batalha do gerenciamento hospitalar também há terrenos minados logo mais à frente. Educação e preparo evitam que o gestor caia nessas armadilhas.
Para segunda quinzena de setembro já está prevista a segunda edição do curso NR32. Desta vez será para os interessados das regiões oeste e meio-oeste catarinense.
Outra vantagem desta parceria entre AHESC-FEHOESC e Instituto Santé é o PROGESS. Lançado no Encontro Catarinen-se de Hospitais, o PROGESS é um treina-mento aos governantes hospitalares que aplica regras e técnicas de reorganização administrativa. Também dissemina os cases de gestão bem sucedida, estimulando assim o desenvolvimento da estrutura e da assistência de saúde catarinense.
A partir dos critérios estabelecidos pelo PROGESS, o estabelecimento que alcançar padrões de excelência em gestão e demonstrar o esforço pela busca de melho-rias no setor, será presenteado e homena-geado com o Prêmio Santé, reconhecido pelo público.
Além de apoiar o setor com cursos, treinamentos de capacitação profissional e de gestão administrativa, o Instituto Santé levanta a bandeira do voluntariado. Pro-move ações sociais como a Campanha da Solidariedade, que aconteceu durante todo o ano passado e mobilizou milhares de pes-soas. “A intenção era dar apoio financeiro aos funcionários dos hospitais que foram atingidos pelas enchentes de novembro de 2008”, explica o gerente administrativo da AHESC-FEHOESC, Carlos Alberto de Liz Medeiros. A verba arrecadada, cerca de R$ 20 mil, foi repassada às vítimas no dia 11 de dezembro de 2009. “O presente foi o fôlego para muitas famílias recomeçarem a vida”, comenta Medeiros.
Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segu-rança e à saúde dos trabalhadores dos serviços do setor, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recupe-ração, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.
Dos Riscos Biológicos
Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos.
Consideram-se Agentes Biológicos os micror-ganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons.
I. Identificação dos riscos biológicos mais pro-váveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando: a) fontes de exposição e reservató-rios; b) vias de transmissão e de entrada; c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente; d) persistência do agente biológico no ambiente; e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos; f) outras informações científicas. II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando: a) a finalidade e descrição do local de trabalho; b) a organização e procedimentos de trabalho; c) a possibilidade de exposição; d) a descrição das atividades e funções de cada local de trabalho; e) as medidas preventivas apli-cáveis e seu acompanhamento.
NORMA REGULAMENTADORA 32 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
EM SERVIÇOS DE SAÚDE
24 HORAS >
Nem filme, nem série. Na vida real, a bomba pode explodir em
qualquer hora ou lugar na mão dos gestor.es
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os dias 28 e 29 de julho de
2010 aconteceu o primeiro
seminário do PROGESS, um
programa desenvolvido pelo
Instituto Santé, com apoio
da AHESC e FEHOESC, cujo
objetivo é a melhoria contínua na gestão e
assistência dos estabelecimentos de saúde.
O PROGESS está vinculado ao Movimento
Catarinense de Excelência e por conseqüên-
cia ao Programa Nacional de Qualidade. “É
a oportunidade de estar na vanguarda da
gestão e serviços de saúde”, explicou o pre-
sidente do Instituto Santé e da FEHOESC,
Tércio Kasten.
O programa está sendo dirigido por
Alice Carneiro de Castro, membro do
Movimento Catarinense para Excelência.
Os interessados em participar do PRO-
GESS recebem toda a informação teórica
e, posteriormente, ao longo do período de
um ano, são treinados sobre os critérios de
avaliação e como realizar a reorganização
administrativa.
Após as adaptações e práticas, os esta-
belecimentos de saúde beneficiados com as
mudanças sugeridas pelo programa serão
avaliados por técnicos formados para este
fim. As informações obtidas sempre serão
concentradas na sede AHESC-FEHOESC,
sendo garantido o absoluto sigilo.
Uma das participantes desta primeira
edição do PROGESS, Adriana Pacheco Rosa,
administradora da Clinivati em Tijucas,
revela que o estabelecimento de saúde no
qual trabalha tem 23 anos no mercado e
está em pleno desenvolvimento. Por este
fato ela decidiu participar do PROGESS.
“A expectativa é de alcançar padrões de
excelência em gestão, que se tornou talvez
o maior diferencial dos estabelecimentos”,
afirmou a administradora da clínica.
O diretor administrativo do Hospital e
Maternidade São José em Jaraguá do Sul,
Maurício José Souto-Maior, também aderiu
ao PROGESS. O hospital administrado por
ele é referência no estado em Ortopedia,
Neurocirurgia, Oncologia e Urgência/Emer-
Para acompanhar a evolução do mercado da Saúde, os gestores necessitam atualização
sistemática e constante. O PROGESS provê um nível de informação estratégica que pode
significar mais do que um diferencial de bom posicionamento no setor. Pode ser também a
diferença entre ter, ou não ter, um futuro nesse ramo de negócio.
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ESTUDOSUPERIOR
Ngência. Atende uma média de 14 mil
pacientes por mês, possui 500 funcio-
nários e 180 leitos. Maurício foi um dos
primeiros gestores a se interessarem
em participar do programa. “Estamos
empenhados em buscar subsídios para
melhorar a gestão, e também ferramentas
para oferecer um serviço cada vez melhor
aos pacientes”, justificou Maurício.
Essa primeira edição do PROGESS
reúne cerca de 20 pessoas e segue com
seminários mensais - e depois com a
prática que cada aluno vai realizar em seu
estabelecimento de saúde.
Todos os representantes que concluí-
rem o programa poderão concorrer ainda
ao Prêmio Santé. Ele é o reconhecimento
público oferecido aos estabelecimentos
que, ao longo do ano, alcançarem os
padrões de excelência em gestão estabe-
lecidos no PROGESS. “As empresas que
atingirem as metas do programa serão
laureadas numa cerimônia realizada no
Encontro Catarinense de Hospitais”, infor-
ma Tércio Kasten.
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novo Código de Ética
Médica, aprovado pela
Resolução CFM nº 1.931,
de 17/9/2009, entrou em
vigor a partir de março de
2010, trazendo mudanças
significativas para o exercício da profis-
são médica e sua relação com terceiros,
acrescentando novos princípios fundamen-
tais, responsabilidades e direitos, entre os
quais a recomendação do Conselho Federal
de Medicina de que o profissional não se
submeta à pressão do estabelecimento pres-
tador de serviço para que atenda um número
excessivo de pacientes.
Além disso, como nova responsabilidade
profissional, destaca-se a obrigação da dire-
toria técnica do estabelecimento de saúde na
imediata substituição de eventual ausência de
plantonista.
Outra novidade diz respeito a Remune-
ração Profissional, que é tratada em capítulo
específico (Cap. VIII, art. 59 e ss.), o qual
Oproibiu, expressamente, os médicos de
participarem da venda de medicamentos ou
ganharem comissão da indústria farmacêutica
em virtude de sua atividade profissional.
Por fim, acrescentou outros dispositivos
no Capítulo XI - Auditoria e Perícia Médica,
vedando a realização de exames médicos
periciais de corpo de delito no interior de
prédios ou de dependências de delegacias de
polícia, unidades militares, casas de detenção
e presídios.
DR. RODRIGO LINHARES Advogado, Assessor Jurídico da AHESC-FEHOESC
e membro do Conselho Jurídico da CNSOAB/SC 8630
COLUNA
MÉDICOS JÁ POSSUEMNOVO CÓDIGO DE ÉTICA
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A atuação fiscalizadora que o Ministé-rio do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho vem realizando com o objetivo de coibir a terceirização de servi-ços, torna urgente uma rápida intervenção estatal no sentido de regulamentar essa forma de contratação que, atualmente, encontra manifestação apenas no Enuncia-do nº 331, do TST.
Tramitam no Congresso Nacional vários projetos de lei com o objetivo de criar regras à terceirização de serviços. Porém, por se tratar de assunto que encerra grande polêmica, confrontando teses antagônicas da manutenção da atividade versus preca-
rização da mão-de-obra, o que se verifica é a existência de uma discordância entre todas as entidades interessadas: centrais sindicais, representantes do empresariado, governo, membros do Ministério Público do Trabalho.
Assim, enquanto se discutia no Congresso o projeto de lei nº 4.302/98, que possui o apoio do setor empresarial, o governo e as centrais sindicais reuniam-se para traçar um anteprojeto, demonstrando a dificuldade de diálogo entre as partes.
Vítimas da ausência de marco regulatório, também os hospitais privados começam a sofrer com autuações e demandas judiciais contrárias à terceirização. Infelizmente, talvez
pelo desconhecimento das peculiaridades do setor hospitalar por parte de algumas auto-ridades fiscais, vários hospitais tem sido ins-tados a reconhecer vínculo de emprego com empresas ou mesmo com médicos autônomos que utilizam as dependências da entidade hos-pitalar para internação de seu pacientes.
Por isso, o tema terceirização precisa ser enfrentado e regulamentado com a devida urgência, afastando as incertezas e a absoluta insegurança jurídica que reina, mormente quando esta insegurança põe em risco rela-ções há muito consolidadas como mais harmô-nicas e viáveis, sob todos os aspectos, dentro de ambientes de serviços de saúde.
A TERCEIRIZAÇÃO E SUAS GRAVES AMEAÇAS
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ORIENTAÇÃO SEGURANÇA
os últimos 15 anos, mais de 3 mil
e 300 estabelecimentos de Saúde
se associaram à AHESC-FEHOESC.
A importância dessa rede de
saúde em território catarinense
pode ser mensurada com uma es-
tatística simples: ela oferece para
a população do estado 15.191
leitos, dos quais 75% destinados
ao Sistema Único de Saúde.
”São instituições que diaria-
mente enfrentam dificuldades fi-
nanceiras, e que encontraram, nos serviços
da AHESC-FEHOESC, confiança e apoio para
melhorar as condições dos trabalhadores e
dos serviços da saúde”, explica o presidente
da AHESC, Dario Staczuk.
A crise da saúde catarinense, que já era
um problema crônico, foi o impulso para que,
em 1996, a AHESC e a FEHOESC, que atuavam
de forma isolada, unissem forças em torno dos
mesmos ideais. Esta proximidade resultou em
um forte apoio e representação aos prestado-
res de serviços da saúde de Santa Catarina.
Neste período, as atividades administrativas
da AHESC e FEHOESC se intensificaram.
Não mais com o perfil de somente atender
às demandas recorrentes, mas desde então
trabalhando com planejamento estratégico de
médio e longo prazo.
A Irmã Sandra Roaris, que presidiu a
AHESC até assumir um novo desafio na
Alemanha, acredita que o primeiro e principal
desafio foi construir um caminho conjunto
para as duas instituições sem que se perdes-
N
A parceria AHESC-FEHOESC
completa 15 anos proporcionando
aos associados um ambiente de
proteção jurídica e administrativa.
Gestões bem sucedidas dependem de
orientação capacitada para não perder
tempo e recursos na base da tentativa e
erro. Na governança corporativa, como
na vida, é mais fácil crescer se alguém
mostra o caminho.
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sem as características especifícas de cada
uma. “As lideranças que estiveram à frente das
instituições no proceso inicial tem mérito fun-
damental na caminhada feita até a atualidade.
As muitas lutas e desafios enfrentados, alguns
com sucesso, outros não, são consequência da
postura dos dirigentes em favor da categoria
representada”, avalia a ex-presidente da
FEHOESC.
As dificuldades encontradas pelos gover-
nantes hospitalares passaram a ser o ponto
de partida para as ações da AHESC-FEHOESC.
“A profunda defasagem da tabela de repasses
do Sistema Único de Saúde é uma das pautas
que prosseguem na lista de prioridades dos
trabalhos desenvolvidos junto às autoridades
políticas do país”, assinala Dario Staczuk.
Também nos planos de saúde, os valores de
“As instituições encontram, nos serviços da AHESC-FEHOESC,
confiança e apoio para melhorar as condições dos trabalhadores
e dos serviços da saúde”
DARIO STACZUK, presidente da AHESC
“Nossa missão é orientar os pro-fissionais que atuam na área da saúde para que eles consigam desempenhar um bom trabalho junto à população catarinense.” TÉRCIO KASTEN, presidente da FEHOESC
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repasses se acentuam em total desencontro
com a realidade dos hospitais, num círculo
vicioso que aprofunda o endividamento das
gestões.
O ano de 2009, iniciado por uma grande
crise financeira mundial, aprofundou as difi-
culdades administrativas do setor hospitalar.
Trouxe ameaças que podem comprometer o
funcionamento de 60% dos hospitais catari-
nenses abertos, que são de pequeno e médio
porte. Este ano o piso salarial na área da saúde
aumentou para R$ 616,00 e onerou além do
limite suportável a folha de pagamento dos
hospitais.
“Cálculos recentes da AHESC-FEHOESC
indicam que, em algumas regiões do estado,
esse novo valor aprovado pela Assembleia
Legislativa representa até 22% sobre o
piso, de uma só vez”, revela o presidente da
FEHOESC, Tércio Kasten. Em comparação, no
ano passado a inflação medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumido (INPC),
indexador usado pelo mercado para reajustar
os salários, ficou em 4,5%. Logo, o aumento
de custo infligido aos hospitais é quatro vezes
maior que a inflação real. “Talvez o aumento
do piso fosse suportável, se tivesse sido aplica-
do em outro período, fora desta crise financei-
ra, que ainda atinge o setor hospitalar”, reflete
o presidente da FEHOESC.
Operar em condições tão árduas exige
uma abordagem mais ampla de governança. “A
otimização dos recursos e a troca de informa-
ções entre as entidades se tornou vital para a
sobrevivência do sistema”, sustenta a ex-presi-
dente da AHESC, Irmã Sandra Roaris. “A união
proporciona a aquisição de um saber conjunto
que fortalece a todos os integrantes das
instituições.
Especialmente nas reuniões de diretoria,
conselho de representantes e lideranças das
AHESC-Regionais e dos trabalhos realizados
nas diferentes comissões, é construído um
aprendizado comum acessível a todos. Isto
se adquire com a participação e esforço de
cada pessoa e é intransferível”, analisa Irmã
Sandra.
Com profissionais atualizados, a AHESC-
FEHOESC prestam auxílio no fechamento
de contratos, ou na aquisição
< AUMENTO DE CUSTOS e redução de receita: a crise que oprimia os hospitais em 1996 estimulou uma união mais forte no setor. Hoje, outros fatores se somam às dificuldades do passado. E agora, só sobrevivem os que estão bem amparados.
DINHEIRO COMPRA SAÚDE?
A otimização dos recursos permite fazer mais, com menos. E assim prestar um serviço inestimável para a saúde pública, para os usuários da rede de hospitais
privados e filantrópicos de Santa Catarina, que representa 83% do setor hospitalar no estado. Dinheiro compra saúde, sim. E, sabendo usar, não vai faltar.
nas gestões hospitalares só o aumento imposto à folha de pagamento representa um
crescimento de 22% no piso salarial, de uma só vez. Todos – planos de saúde, SUS, popula-ção – esperam que os hospitais absorvam os
impactos financeiros e sigam funcionando. Mas a fragilidade das instituições já não
suporta golpes assim.
emergência
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de equipamentos e de materiais. A segurança
desses encaminhamentos forma um pilar
de sustentação para os estabelecimentos de
saúde, e aos associados desta parceria.
não só para os dias
de hoje, mas também
para tempos futuros.
O presidente da
FEHOESC, Tércio
Kasten, explica que,
juntas, as entidades deram um salto na
história. “Consagramos uma administração
positiva, no sentido de oferecer algo mais
para a categoria. Nossa missão é orientar os
profissionais que atuam na área da saúde
para que eles consigam desempenhar um
bom trabalho junto à população catarinense.”
Além da missão de representar a cate-
goria em âmbito nacional, ambas as enti-
dades, AHESC e FEHOESC, procuram abrir
novos horizontes aos gestores hospitalares,
para que eles desempenhem uma gestão
adequada, suprindo as principais necessi-
dades do setor com cautela e planejamen-
to. “Esta parceria é um eixo de orientação,
nos traz força e muita segurança com
relação às decisões que precisamos tomar
no Hospital Nossa Senhora da Conceição”,
comenta a Irmã Maria Heerdt ,diretora
do hospital localizado no município de
Angelina.
AHESC-FEHOESC juntas permitem uma
representatividade com reconhecimento a
nivem estadual e nacional. “Hoje a marca
AHESC-FEHOESC está presente nas mais
importantes reivindicações da área da
saúde, seja nas esfera municipal-regional,
através dos presidentes dos Sindicatos e
das Regionais da AHESC, seja na esfera
estadual e nacional, ocupando importantes
espaços de decisão e participando de de-
bates em favor da categoria e da sociedade
brasileira”, conclui Irmã Sandra Roaris.E
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Paulo Câmara
“Acompanho os eventos da Federação dos Hospitais de Santa Catarina há vários anos, sendo que a
Federação Brasileira dos Administradores Hospitalares, entidade que presido, é parceira da FEHOESC
na realização de congressos voltados para os administradores hospitalares. Como gestor da área de
saúde, parceiro e participante desses encontros, sempre fico muito bem impressionado com a união,
dedicação e o brilhantismo desses eventos. Parabéns à FEHOESC por seus 15 anos.”
Bruno Herbert Gottwald
“A FEHOESC exerce um papel fundamental na sinergia de empenho, articulação política, troca de
experiência e apoio na viabilização de um atendimento hospitalar cada vez mais seguro e qualificado
no estado de Santa Catarina”.
Presidente FBAH
Diretor-superintendente do Hospital Santa Catarina de Blumenau (HSC Blumenau)
Deputado Darcísio Perondi
“Os anos passam e continuamos juntos nessa cruzada em favor da saúde. Infelizmente, o setor de
saúde continua não sendo priorizado pelo Governo Federal. Por isso, só nossa união e nosso voto podem
nos salvar. É importante, portanto, a exemplar persistência que a FEHOESC tem tido há 15 anos. Vocês
são excelentes parceiros na defesa da vida. Parabéns”.
(PMDB –RS ) Presidente Frente Parlamentar Saúde
Roberto Hess de Souza
“A FEHOESC tem papel essencial, por ser um órgão de articulação entre as ações da Secretaria de
Estado da Saúde e os hospitais filantrópicos do Estado. Ao longo destes 15 anos, de forma madura, con-
sistente e participativa, a FEHOESC tem sido importante pilar na construção de uma assistência mais
qualificada e com maior resolutividade.”
Secretário de Estado da Saúde
Dr. José Carlos Abrahão
“A Federação dos Hospitais de Santa Catarina faz parte do marco de criação da Confederação Nacio-
nal de Saúde. Durante esses anos, a FEHOESC apresentou um trabalho dinâmico e agregador, atuando
em conjunto com a Associação dos Hospitais de Santa Catarina e com a Federação das Santas Casas,
Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de Santa Catarina (FEHOSC). O trabalho da FEHOESC foi
coroado com a aquisição de uma nova e moderna sede, o que vem confirmar o sucesso do trabalho de
sua diretoria. Desejamos que esta data se repita por muitos anos, com a continuidade de uma institui-
ção que prima pela gestão profissional e participativa, voltada sempre para atender as necessidades de
seus filiados”.
Presidente CNS
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Leonel Pavan
“O Estado, hoje, é pequeno demais para as grandes coisas e grande demais para as pequenas. Daí a
importância de entidades como a FEHOESC atuarem como parceiras do Estado, colaborando para elevar a
qualidade de vida da gente catarinense. Importante pólo de debates sobre o desenvolvimento das ativida-
des inerentes a saúde, a comemoração dos 15 anos da FEHOESC é a reafirmação de uma longa e profícua
tradição de espírito público, que ostenta um admirável rol de vitórias e conquistas corporativas.”
Governador de Santa Catarina
Waleska Santos
“A FEHOESC está de parabéns pelos seus 15 anos. Certamente, este é um período de grandes reali-
zações da entidade para o Estado de Santa Catarina e também para o Brasil, já que a atuação da federa-
ção também agrega conhecimento e experiência ao setor saúde como um todo. Dr. Tércio Egon Kasten,
seu fundador, sempre foi um profissional atuante, interessado e presente em todos os momentos da
política setorial da saúde. Tive o privilégio de conhecê-lo já na primeira edição da HOSPITALAR, em
1994. Desde então, pude perceber o quanto Dr. Tércio é uma pessoa respeitada não só em seu estado,
mas também em nível nacional. Engajado em todos os assuntos da área da saúde, vejo hoje o Dr. Tércio
como um dos líderes de nosso setor.
Fundadora e Presidente HOSPITALAR Feira e Fórum
Rosina Moritz dos Santos
“Até a fundação da FEHOESC, o antigo SINDHESC atuava de forma centralizada. Foi a visão de
futuro, aliada à vontade e à determinação de algumas lideranças, que garantiu a construção de um
modelo com abrangência estadualizada. O início desta jornada, desacreditada por uns e convalidada
pela grande maioria dos filiados, foi decisivo para a consolidação do modelo vigente, com atuação
de forma descentralizada e integrada. Eu me orgulho de ter participado ativamente deste momento
histórico da saúde de Santa Catarina, e de poder reverenciar e aplaudir esta instituição no transcurso
de tão significativa data.”
Diretora Geral da SES/SC, Ex-Presidente e Fundadora do Sindicato da Região dos Vales, Ex-Diretora Tesoureira da FEHOESC
Luiz Aramicy Pinto
“Quando me refiro à Federação dos Hospitais do Estado de Santa Catarina, confesso-me, sempre,
surpreso pela grandiosidade das metas de trabalho estabelecidas por sua Diretoria e, mais ainda,
quando as vejo alcançadas e, quase sempre, ultrapassadas.
Suas ricas conquistas, são insofismáveis provas da competência e do extraordinário zelo das
diretorias que se sucederam, ao longo de quinze anos de frutífera existência. Entendo o extraordiná-
rio trabalho da AHESC-FEHOESC como justa homenagem ao grande povo de Santa Catarina e tomo
esta revista, pelos ensinamentos que nos oferece, qual extraordinário guia, verdadeiro manual a ser
seguido.
Atraída pelos propósitos que unem, pelos ideais que agregam e conquistas que dão alento, a
Federação Brasileira de Hospitais-FBH, estará sempre atenta e solidária à Federação dos Hospitais de
Santa Catarina, em seus consistentes projetos. Parabéns.”
Presidente da FBH
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VETERANO DOBOM COMBATE
HSC 90 ANOS>
O Hospital Santa Catarina, de
Blumenau, erguido durante o
caos mundial da I Grande Guerra,
completa 90 anos como uma referência
continental em Gestão de Saúde.
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preciso ter em mente
o caos em que o mundo
estava em 1915 para
poder compreender o
contexto histórico em
que o Hospital de Santa
Catarina, em Blume-
nau, foi criado. Sob
qualquer ângulo que se observasse, aquele
não seria considerado um bom momento
para investimentos – muito menos para fins
de caridade.
Na Europa, estava em curso a Guerra
das Guerras, assim chamada porque, pela
primeira vez na história bélica humana, a
perda de vidas humanas atingia a propor-
ção de um genocídio: a Primeira Guerra
mundial deixou um saldo de 19 milhões de
mortos, dos quais 5% civis.
O impacto econômico da Guerra em
todo o mundo era intenso. Em referência
àquele momento, o historiador Karl Marx
diria em seus textos que, em 1915, “tudo
o que é sólido desmanchava no ar”. Três
impérios europeus foram destruídos e con-
sequentemente desmembrados: Alemão,
o Austro-Húngaro e o Russo. Dinastias
imperiais europeias como as das famílias
Habsburgos, Romanov e Hohenzollern, que
vinham dominando politicamente a Europa
e cujo poder tinha raízes nas Cruzadas,
também caíram durante os quatro anos de
guerra. Não se sabia, portanto, que rumo o
mundo tomaria.
No entanto, em Santa Catarina, um gru-
po de pessoas comprometidas com a vida
ensaiava uma batalha diferente. Em 1915,
o pastor Walter Mummelthey sugeriu à
Assembleia do Sínodo Evangélico de Santa
Catarina e do Paraná a construção de um
hospital evangélico em Blumenau.
A proposta foi aceita, a comunidade
evangélica doou o terreno e uma comissão
se responsabilizou em arrecadar fundos e
fiscalizar a obra, que começou em 1916, em
plena vigência da I Guerra Mundial, que atrasa-
va todos os serviços.
Os tambores de guerra que ecoavam pelo
mundo trouxeram dificuldades para a constru-
ção da obra e foi necessário ir atrás de novos
fundos financeiros para concluir o hospital.
Em 1920 o Hospital Santa Catarina (HSC)
foi inaugurado em Blumenau, com 50 leitos
distribuídos em duas alas: uma para homens
e outra para mulheres. O principal objetivo
era atender a demanda da população Blume-
nauense e toda a região, com foco na diaconia,
ou seja, na ajuda ao próximo.
Em 1935, houve a incorporação à infra-
estrutura de um pavilhão de isolamento, com
22 leitos, que servia para atender aos pacien-
tes vítimas da febre tifóide. O local ainda exis-
te. Funciona ali, hoje, a clínica de saúde mental,
conhecida como Unidade de Psiquiatria.
Na década de 40, de novo por causa da
Guerra, desta vez a II Guerra Mundial (1939-
1945), outras dificuldades surgiram, algumas
mais intensas pelo fato do hospital ser de
origem e cultura alemã. Por isso, neste período
não houve grande mudanças no estabeleci-
mento.
O cenário sombrio prosseguiu até meados
da década de 50. O que marcou a época foi
uma assembléia geral ordinária, em 1956, em
que o Sínodo Evangélico de Santa Catarina e
do Paraná, por unanimidade, transferiu o HSC
à comunidade evangélica de Blumenau, como
donativo de Jubileu, pela passagem de seu
primeiro centenário.
Na busca pela prestação de serviços
diferenciados à comunidade Blumenauense, o
hospital criou, em 1974, o serviço de pediatria,
com a incorporação da Maternidade Elsbeth
Kolher à instituição.
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< NA CONTRAMÃO DA PRÉ-HISTÓRIA
Enquanto o velho mundo “civilizado” mergulhava na mais genocida de todas as guerras, aqui nos trópicos um grupo de evangélicos afirmava a paz e vida, tirando do próprio bolso os recursos para a construção de um hospital, em plena era de carência mundial. O tempo, que é o senhor da razão, demonstrou quem estava no caminho mais civilizado.
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Em 1987, o Hospital Santa Catarina, de
Blumenau, se descredenciou do INAMPS - o
que permitiu a realização de grandes
mudanças e investimentos nos anos seguin-
tes. Outro marco desta história ocorreu em
1994 quando foi realizada com sucesso no
hospital, a primeira cirurgia do coração da
cidade de Blumenau, em um menino de 12
anos. No mesmo ano, o HSC firmou contrato
com a APAE - Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais - que resulta até hoje em
atendimento médico hospitalar totalmente
gratuito aos alunos da entidade.
Em 1998, foi inaugurado o Centro
Clínico Santa Catarina, com 12 andares e
capacidade para 100 consultórios médicos,
localizado ao lado do hospital.
As mais significativas mudanças
aconteceram a partir do século XXI, na
década de 2000. Em 2004, uma parceria
com a Wheb Sistemas, do software Tasy,
proporcionou ao HSC Blumenau se tornar
referência no Brasil em sistema de Gestão
de Saúde. A repercussão foi tão grande
que em 2008 o Hospital foi o único da América
Latina a apresentar sua experiência no IV Health
and Life Sciences Symposium, promovido pela
Hewlett Packard (HP), em Orlando, EUA.
Neste ano de 2010, vários investimentos em
infraestrutura estão programados para acentuar
as comemorações dos 90 anos do Hospital. Entre
elas, está a chegada da Tomografia Somatom
Sensation 64 Siemens, instalada na Clínica de
Diagnóstico por Imagem do HSC.
O presidente da Instituição, Hans
Prayon, comenta que o hospital só tende a crescer
daqui para frente. “Estão por vir novos projetos
para ampliar a estrutura física, tecnológica e
aumentar o quadro de colaboradores.”
A primeira ampliação estrutural - que já
está projetada - será realizada nas imediações do
atual Centro Clínico Santa Catarina, localizado
ao lado do HSC. Outro passo importante será a
conquista da acreditação pela JCI – Joint Commis-
sion Internacional. “Tudo isso será realizado para
garantir a continuidade da excelência no atendi-
mento”, conclui o presidente Hans Prayon.
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1ª GUERRA MUNDIAL 1915, o mundo visto das trincheiras: numa era de imprevisibilidade e insegurança, evangélicos bancam a construção do Hospital Santa Catarina, em Blumenau.
PASSADO & PRESENTE
Desde o princípio, o HSC formou equipes com visão de longo prazo, que desenvolveram serviços hospitalares diferenciados para Blumenau e região.
Equipe
O bem-estar em ambientes agradáveis também exerce efeito terapêutico no processo de restabelecimento do paciente. Desde o começo deste século, o HSC vem investindo em modernização de toda a estrutura. Conforto
Em 1994, o HSC realizou a primeira cirurgia de coração de Blumenau, em um menino de 12 anos. Hoje possui um dos mais bem equipados centros cirúrgicos de Santa Catarina.
Centro Cirúrgico
A obra iniciada em 1916 acompanha a evolução do tempo. Mais que paredes, o HSC tem tecnologia que lhe permite uma gestão eficiente.
Estrutura Física
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O Hospital Santo Antônio, de
Blumenau, completa 150 anos
casando opostos aparentemente
inconciliáveis: receitas defasadas
provenientes do SUS e elevado padrão
de atendimento. Apesar de atender
85% dos pacientes pelo Sistema Único
de Saúde, conta com o auxílio de um
grupo de funcionários voluntários e é
um hospital premiado pela qualidade.
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SANTO ANTÔNIO>
NO BOMCASAMENTEIRO
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o dia 22 de junho de 2010
foi realizada, na Assembleia
Legislativa de Santa Catarina,
uma sessão especial em home-
nagem à Fundação Hospitalar
de Blumenau – Hospital Santo
Antonio, que completa 150 anos
de fundação.
Criado em 1860 por Her-
mann Blumenau para prestar assistência
aos primeiros moradores da Colônia, o Hos-
pital Santo Antônio é atualmente referência
para grande parte da população do Vale
do Itajaí, principalmente no tratamento de
gestações de alto risco, ortopedia de alta
complexidade e atendimento materno-
infantil.
Mantida com apoio de verbas estaduais
e municipais, a entidade filantrópica atende
a inúmeras pessoas pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Ao longo dos anos a institui-
ção tem desenvolvido programas nas áreas
materno-infantil, como o Projeto Pimpolho,
Gestação de Risco, Clube de Voluntários e
Gestação a Dois, o que lhe valeu em 2000
o título de Hospital Amigo da Criança,
concedido pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) e Unicef. O Santo Antônio foi
também o 2º hospital do país e o 1º em
Santa Catarina a receber o selo de Qualida-
de na Alimentação.
Para o deputado Giancarlo Tomelin
(PSDB), o reconhecimento ao Hospital
Santo Antônio é algo merecido, pela sua
importância para toda a região
do Alto Vale do Itajaí. “Desde
que foi fundado, o hospital tem
cumprido sua missão e agora,
150 anos depois, suas obras fa-
lam por si mesmas”, comentou
o parlamentar.
Fazendo um paralelo entre
a trajetória do Santo Antônio e
da própria Blumenau, a deputada
Ana Paula Lima (PT) destacou as dificuldades
encontradas nos primeiros anos de fundação.
“Por muitas vezes, na sua história, a institui-
ção teve que se reerguer, assim como a cidade,
enfrentando e superando inúmeras enchentes,
com esforço redobrado”.
O prefeito de Blumenau, João Paulo
Kleinübing (DEM), enfatizou que o hospital,
nascido para prestar assistência aos imigran-
tes, reflete o espírito da cidade, “pois busca na
própria população local a solução para os seus
problemas”. Para ele, o reconhecimento chega
na hora certa, “renovando a esperança e o
compromisso de inovar cada vez mais, e fazer
sempre mais e melhor”.
Roberto Hess de Souza, secretário de Esta-
do da Saúde, destacou o Santo Antônio como
exemplo em gestão hospitalar, estando entre
os melhores do país, mesmo com dificuldades
orçamentárias. “Sei que não é fácil trabalhar
através do Sistema Único de Saúde (SUS). Fa-
zer o que o hospital faz e ainda ser premiado é
algo que orgulha a todos os catarinenses”.
Representando a Fundação Hospitalar de
Blumenau, que administra o Santo Antônio,
Luiz Carlos de Carvalho Filho afirmou que a
instituição realiza 85% de seus atendimentos
pelo SUS, cuja tabela mal vem cobrindo os
custos dos procedimentos médicos. Procura-
mos reduzir cada vez mais a dependência das
verbas públicas, mas atualmente são os convê-
nios, doações e repasses públicos que ajudam
a instituição a oferecer as várias especialida-
des de que dispõe e a se manter atualizada
tecnologicamente”.
Carvalho destacou também o esforço dos
funcionários voluntários, que auxiliam no
dia-a-dia do hospital. “Merecem ser lembrados
e homenageados aqui também os inúmeros
anônimos, que, com dedicação e boa vontade,
ajudam a instituição a driblar os limites orça-
mentários e a falta de mão-de-obra”.
MENOS DE 10% >
“Merecem ser lembrados e homenageados aqui também os
inúmeros anônimos, que, com dedicação e boa vontade, ajudam
a instituição a driblar os limites orçamentários e a falta de mão-de-obra”.
LUIZ CARLOS DE CARVALHO FILHO,
Fundação Hospitalar de Blumenau
inúmeras bênçãos
RECONHECIMENTO > Tércio Kasten e Dario Staczuk entregam placa alusiva aos 150 anos do Hospital Santo Antônio a Luís Carlos de Carvalho Filho, secretário do conselho curador do HSA, em homenagem na Assembleia Legislativa.
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ONDE OS FRACOSNÃO TEM VEZ
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Em 15 anos de existência, a FEHOESC proporcionou orientação administrativa, política e jurídica para manter estabelecimentos funcionando.
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O s precursores da FEHOESC
– Federação dos Hospitais
do Estado de Santa Catarina
- reuniram-se recentemente
durante um almoço realizado
em Joinville. Já faz 15 anos
que aqueles idealizadores de
um sindicato patronal para
os hospitais deram início
a um processo que, agora,
atinge a maturidade. O
nascimento da FEHOESC foi,
por assim dizer, à fórceps. A Federação foi
concebida como uma resposta a uma crise
que, então, era sem precedentes no setor
hospitalar. “As dificuldades não são de
hoje,” pondera um dos precursores desta
história, o psiquiatra Joinvillense Osmar
Nelson Schroder. É por isso que a FEHOESC
teve batismo de fogo, lutando para manter
em pé um sistema frágil porém vital para os
cidadãos catarinenses. E hoje tem experi-
ência e sabedoria para disseminar entre os
associados.
Força política
No final da década de 1980, um caos im-
perava no setor da saúde em Santa Catarina.
Na esteira da recém promulgada Constituição
Cidadã, os trabalhadores do setor deflagra-
vam movimentos grevistas inconsequentes
e intermináveis. Acordos fechados em mesas
de negociação eram ignorados no momento
seguinte. Os pacientes do serviço hospitalar
pareciam entregues à própria sorte, e os
estabelecimentos não tinham forças para
lutar pela categoria. Era um cenário
de precariedade e desesperança.
Ao perceber que cada hospital, sozinho,
não conseguiria resistir aos impactos daquele
novo tempo, um grupo de médicos em Joinville
decidiu começar a articular a criação de um
sindicato patronal da saúde.
O SINDHESC – Sindicato dos Estabelecimen-
tos de Serviços de Saúde de Santa Catarina – foi
o embrião do movimento organizado que hoje
orienta e instrui as gestões em saúde no estado.
“O SINDHESC levantou uma bandeira: seria o
representante do setor nas negociações sala-
riais e, também, um agente político para rever
a profunda defasagem na tabela do SUS”, reflete
Tércio Kasten, presidente da FEHOESC. “Essas
questões eram as mais importantes e aflitivas
daquele momento histórico”.
“A percepção que se mostrou correta, 15 anos atrás, foi combater as crises
do setor com mais qualidade, não com menos”.
DR. BRÁULIO BARBOSA, ex-presidente FEHOESC 2004/2007
combate à crise
Não foi o sucesso, e sim a precariedade que estimulou
uma das mais bem sucedidas uniões do setor hospitalar catarinense em todos os tempos. O fim do século XX acirrou a fragilidade de cada unidade em funcionamento no estado – e, com isso, apontou o único caminho possível para a sobrevivência do setor: a união de forças em torno de uma melhor gestão administrativa e política dos interesses dos hospitais privados.
>“greves e desestruturação do sistema hospitalar
refletiam-se na vida de centenas de milhares de pacientes. Foi preciso aperfeiçoar a gestão e
aprender a usar força política para mudar a realidade. Mas agora é preciso mudar de novo”.
desestruturação
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A FEHOESC é fruto dessa iniciativa. Os
fundadores do SINDHESC se reencontra-
ram no Prinz Mercury Hotel, em Joinville,
em julho deste ano: Dr. Osmar Nelson
Schröder, o pastor Burger (Hans Gustavo
Sigfried), a funcionária Marli Rosita Wenck,
o Dr. Bráulio Barbosa, Tércio Kasten e Braz
Vieira. Após a criação do sindicato, a inten-
ção original do grupo era unir os trabalhos
com a AHESC – Associação dos Hospitais
de Santa Catarina. Isso de fato acabou ocor-
rendo, mesmo porque a AHESC havia sido
a principal influência para o nascimento do
SINDHESC.
Com o surgimento do sindicato esta-
dual, Dr. Osmar Nelson Schröder foi eleito
o presidente da entidade. No início da
década de 90, assumiu a presidência Tércio
Kasten, com o objetivo de profissionalizar
as atividades do sindicato. Meses depois de
assumir a presidência convidou Braz Vieira,
o diretor administrativo do Hospital Hans
Dieter Schmidt de Joinville para compor a
diretoria do SINDHESC.
“Mas queríamos ir além das negociações.
Na verdade, o projeto era lutar pelos direi-
tos impostos na Constituição”, argumenta
Braz Vieira. Cinco anos depois de criado o
SINDHESC, o grupo sentiu necessidade de
descentralizar as ações sindicais, estimulando
a criação de sindicatos regionais. Ao longo da
década de 1990, um novo personagem ganhou
destaque na história do sistema sindical: o Dr.
Braúlio Barbosa, que era naquela época era
vereador em Joinville.
Com maior força política, os precursores
desta força sindical se mobilizaram então
pela expansão da entidade. O passo seguinte
deveria necessariamente ser a criação de uma
Federação para garantir mais poder à classe, e
mais credibilidade.
“Essa era uma ação estratégica para
amenizar as dificuldades dos hospitais, clí-
nicas e laboratórios”, pensa Bráulio Barbosa.
“Presumíamos que esses estabelecimentos
deveriam elevar o padrão de gestão para
oferecer serviços de melhor qualidade aos
pacientes – ou seja, vencer a crise com mais
eficiência, não com menos”, revela Dr. Bráulio.
Foi dessa maneira que o sindicato assumiu
uma postura proativa, indo além da represen-
tação da categoria.
15 anos de FEHOESC
m 1995, foi criada a
Federação dos Hospi-
tais e Estabelecimentos
de Serviços de Saúde de
Santa Catarina -
FEHOESC. A sede, ini-
cialmente instalada em
Joinville, foi transferida para Florianópolis em
1996. A mudança aconteceu justamente para
que os trabalhos fossem desenvolvidos em
parceria com a AHESC, localizada na capital.
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Reunião> Os precursores do SINDHESC e da FEHOESC reunidos num almoço em Joinville.
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“Por outro lado, a sede na capital também
cumpria o objetivo de facilitar as negocia-
ções e contatos com o Governo do Estado”,
esclarece Bráulio Barbosa, que assumiu
a presidência da FEHOESC entre 2004 e
2007. Após esses três anos, Tércio Kasten
retornou ao cargo e permanece até hoje.
Este ano de 2010 foi marcado pela
aquisição de uma nova sede, no bairro
Coqueiros em Florianópolis. A AHESC-
FEHOESC agora ocupam o 8º andar do
edifício Coral Center, onde disponibilizam
um auditório com 50 lugares. “A nova sede
proporcionou mais conforto e qualidade de
trabalho aos funcionários e aos associados”,
considera Braz Vieira, atual diretor executivo
da AHESC-FEHOESC.
“As entidades caminham lado a lado até
hoje, com as mesmas propostas e objetivos,
sem divergências de opiniões, somos capazes
de lutar pelos direitos do setor e oferecer ser-
viços de extremo interesse da categoria, como
palestras, cursos de capacitação, consultoria
jurídica e apoio em gestão hospitalar. A maio-
ria desses serviços através da parceria com o
Instituto Santé”, afirma Braz Vieira.
Esse sistema de representação de classe
implantado pelos médicos de Joinville deu
tão certo que serviu de modelo para outras
instituições associativas. Na Capital Federal,
foram unidas a Confederação Nacional de Saú-
de (CNS) e a Federação Brasileira de Hospitais
(FBH).
Em Santa Catarina, a AHESC e a FEHOESC
cresceram e colecionaram vitórias. Represen-
tam hoje quase todos os hospitais catarinen-
ses e são representadas por cada um deles.
Tiveram grande líderes, que sempre souberam
utilizar a informação, o diálogo e a mobiliza-
ção. E vão crescer muito mais. Porque, como
esse novo momento histórico confirma, a luta
será cada vez mais intensa. Mas quem está
unido não tem o que temer.
“As entidades caminham lado a lado até hoje, com as mesmas propostas
e objetivos, sem divergências de opiniões.”
BRAZ VIEIRA,
diretor executivo AHESC-FEHOESC
lado a lado
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mulher que fez parte desta
história de 15 anos da FEHOESC
ocupou um dos lugares na mesa
redonda durante o almoço em
Joinvile. Marli Rosita Wenck, a
secretária da presidência da
FEHOESC, comemorou juntamente com
o aniversário da entidade, seus 19 anos
de atuação em prol do setor da saúde.
A carreira de Marli começou em Join-
ville, com a fundação do SINDHESC, no fim
da década de 1980. Ela foi convidada pelos
fundadores do Sindicato para atuar na área
administrativa, no desenvolvimento de
atas, correspondências, serviços bancá-
rios e na agenda pessoal do presidente do
SINDHESC. Mas, como sempre bastante
esforçada, Marli decidiu ir além e fazer
muito mais. Ela era recepcionista, prestava
informações, tirava dúvidas e atendia o te-
lefone. Controlava o estoque e a compra de
materiais de escritório, passagens aéreas,
reserva de hospedagens, prestava auxílio
ao setor administrativo, controlava o setor
financeiro, cuidava da limpeza e organiza-
ção do local e convocava reuniões. “Nunca
roguei por outro cargo porque sempre
gostei muito do que faço. Até hoje faço com
dedicação”, comentou Marli.
Em 1995, quando surgiu a FEHOESC, ela
manteve o cargo de secretária e não deixou
para trás o SINDHESC. Em Joinville mesmo,
assumiu responsabilidades ainda maiores
com o sindicato. Tomou a frente da entidade
da região norte e nordeste, onde permanece
até hoje.
Durante o encontro com os fundadores
do Sindicato em Joinville, Marli relembrou
a chegada da era digital. “Foram noites sem
sono, preocupações que eram alimentadas
pela demora do aprendizado”, confessa. Para
ela, a evolução conquistada pela categoria
traz alegrias e mais vontade de continuar ba-
talhando para as melhorias no setor da saúde
de Santa Catarina. “Me sinto feliz e orgulhosa
pelo nosso trabalho, que hoje é reconhecido”,
salienta Marli.
Paralelo ao trabalho no Sindicato e na
FEHOESC, Marli Rosita Wenck também cola-
borou com a Associação dos Laboratórios de
Análises Clínicas, fazendo convocações para
reuniões, e dando toda a assessoria neces-
sária. Foi essa associação que mais tarde se
transformou no SINDILAB-SC.
A
MARLI ROSITA WENCK secretária da presidência da FEHOESC
PERSONAGEM
A EFICIÊNCIA FEMININA
“Me sinto feliz e orgulhosa pelo nosso trabalho, que
hoje é reconhecido”
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onstante no bom senso, metó-
dico na análise de consequên-
cias, o diretor da FEHOESC é
um profissional hábil na con-
ciliação e gerenciamento de
conflitos. Não fosse assim, não
suportaria a pressão de 17 anos à frente
do cotidiano executivo da entidade.
Em 1993, quando o SINDHESC ainda
estava na ativa, Braz Vieira, o diretor admi-
nistrativo do Hospital Hans Dieter Schmidt
de Joinville à época, foi convidado espe-
cialmente pelo presidente Tércio Kasten a
ocupar um dos lugares na mesa diretora da
entidade.
Braz recordou, durante o almoço com
os fundadores do Sindicato em Joinville,
que naquela época o setor da saúde passava
por sérias e crônicas dificuldades, princi-
palmente nas negociações coletivas de sa-
lários. “Com muita força de vontade, Tércio
e eu saímos a percorrer o estado de Santa
Catarina... queríamos reorganizar o sindi-
cato. Sentimos a necessidade da criação
de sinsicatos regionais que dariam maior
representatividade ao setor”, explicou Braz.
A intenção era atender às principais ne-
cessidades do setor. E nada melhor que estar
perto das diversas e controvertidas situações
pelas quais passavam os estabelecimentos
de saúde catarinenses para ter a noção exata
do desafio que se impunha. “Sempre fizemos
questão de realizar um trabalho honesto, de
qualidade, valorizando cada unidade presta-
dora de serviços”, relembra Braz Vieira.
Depois de um ano de trabalho, surgiu a
idéia do SINDHESC e da AHESC unirem seus
trabalhos. Fazer uma parceria para diminuir
os gastos com reuniões que poderiam até
então ser conjuntas. “Percebemos a vantagem
imediata – e necessária – de que os custos
para manutenção das sedes, como água, ener-
gia e telefone, também seriam reduzidos”.
Conforme o desenrolar da história Braz
caminhava ao lado, sempre em prol das
entidades. Com 17 anos de participação ativa
nesta trajetória, hoje ele é diretor executivo
da AHESC-FEHOESC. “O trabalho proposto em
1995 está sendo cumprido até hoje, isso é o
que nos dá mais forças”, complementou
o diretor.
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BRAZ VIEIRA diretor-executivo AHESC-FEHOESC
PERSONAGEM
DISCIPLINA É FORTALEZA
“reorganizamos a entidade, criamos sindicatos regionais e
valorizamos cada unidade hospitalar. É uma satisfação ver que o rumo definido
15 anos atrás estava correto”
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CONQUISTAS ENOVOS DESAFIOS
15 ANOS FEHOESC>
“O reconhecimento pelo trabalho já realizado e a certeza de que ainda há muito a fazer”
TÉRCIO KASTEN, presidente da FEHOESC
reconhecimento
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Presidente Tércio Kasten, qual o balanço que o Sr. faz sobre os 15 anos de atuação da FEHOESC?
Ao longo desses 15 anos muitos foram
os desafios. Inicialmente, congregar os
sindicatos em todas as suas bases e após isso,
compreender as necessidades de cada região
e da categoria como um todo. Assim, além da
representatividade confederativa e sindical,
a FEHOESC passou também a desenvolver,
especialmente a partir de 1996 com a união
com a AHESC, a representatividade adminis-
trativa junto aos mais variados ór-
gãos e entidades, tanto no cenário
estadual como nacional.
A união com a AHESC foi um marco no
setor saúde catarinense. Com finalidades
sociais distintas, mas com objetivos afins, a
AHESC-FEHOESC alavancam uma série de
ações e conquistas, respaldadas na transpa-
rência administrativa, no desprendimento e
desenvoltura de suas diretorias e no interes-
se da categoria.
Esse modelo catarinense é único no
Brasil e o sucesso na união das entidades tem
inspirado outros estados a tentarem o mes-
mo rumo, otimizando recursos, alinhando
objetivos e ampliando a representatividade.
Foram muitas as dificuldades ao longo dos 15 anos, qual das crises foi a mais difícil e qual foi o papel da FEHOESC?
A crise no setor saúde é uma constante.
São muitos agentes que, direta ou indire-
tamente, tem interesses relacionados com
a saúde. O governo, entidades de saúde
suplementar, órgãos de classe, fornecedores,
enfim, os interesses da sociedade como um
todo, de certa forma influenciam os estabele-
cimentos de saúde.
É claro que algumas crises são mais
marcantes. Alguns exemplos são a desospi-
talização e sua conseqüente diminuição no
número de leitos que levou muitos hospitais a
fecharem suas portas ou adaptarem-se a nova
realidade; a baixa remuneração do Sistema
Único de Saúde, especialmente na baixa e
média complexidade, que tem acarretado o
sucateamento dos serviços complementares;
e a recente ameaça da verticalização, quando
após anos de baixa remuneração por parte dos
planos de saúde suplementar, os hospitais e
clínicas passaram a concorrer com estabeleci-
mentos pertencentes àquelas entidades.
A FEHOESC tem trabalhado, tanto estadual
como nacionalmente, para influenciar as polí-
ticas de saúde ou diminuir o impacto de suas
alterações, promovendo ações administrativas
ou judiciais. Também tem atuado estimulando
a discussão dos problemas e crises do setor
através de reuniões e congressos, buscando al-
ternativas para a categoria frente as ameaças
do mercado.
Quais são as principais bandeiras da Federação? As principais reivindicações do setor?
Há um forte trabalho que já tem sido
desenvolvido em Brasília pela Confederação
Nacional de Saúde, e com forte atuação da
FEHOESC, buscando o reconhecimento do
Serviço Social da Saúde (SESS) e do Serviço
Nacional de Aprendizagem na Saúde (SENAS),
que hoje está vinculado ao Comércio (SESC e
SENAC). Essa será uma grande conquista para
o setor que receberá verbas destinadas a for-
mação e apoio a todos os agentes e estabele-
cimentos de saúde. É claro que existem outras
bandeiras que vão ao encontro dos interesses
da categoria, tais como discussões para o rea-
juste da Tabela do SUS, a contratualização com
o gestor estadual, discussões com as entidades
de saúde suplementar, negociações coletivas
de trabalho entre outras.
O que lhe incentiva a buscar novas conquis-tas para a Federação?
O reconhecimento pelo trabalho já realiza-
do e a certeza de que ainda há muito a fazer.
Hoje a FEHOESC é reconhecida nacional-mente, a atuação política também faz a diferença em Brasília?
Como entidade representativa, a atuação
política é imprescindível para conquistas
ao setor, especialmente em Brasília, onde as
decisões repercutem nacionalmente. Além
de participar da diretoria da Confederação
Nacional da Saúde, a FEHOESC também tem
assento na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, no Conselho Estadual de Saúde de
SC e em demais órgãos e entidades, ampliando
sua representatividade.
O que poderemos projetar para os próxi-mos 15 anos?
A consolidação de um novo modelo de
gestão com a efetiva parceria entre as entida-
des representativas, um setor saúde mais forte
com o reconhecimento do Sistema “S”(SESS e
SENAS), uma forte atuação técnica e política
em defesa da categoria e, com certeza, uma
representatividade engajada com os interes-
ses do setor.
TÉRCIO KASTENpresidente da FEHOESC
ENTREVISTA
“O reconhecimento pelo trabalho já realizado e a certeza de que ainda há muito a fazer”
TÉRCIO KASTEN, presidente da FEHOESC
reconhecimento
CONQUISTAS E NOVOS DESAFIOS DA FEHOESC
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candidatos ao Governo do Estado e concebido
para apresentar aos postulantes ao cargo má-
ximo executivo a realidade do setor da saúde
e as questões propostas pela categoria para
prestar um serviço de qualidade à população
catarinense.
A primeira candidata a chegar na sede
das entidades, no Edifício Coral Center, no
bairro Coqueiros na capital, foi Ângela Amin
(PP). A deputada federal participa da Frente
Parlamentar da Saúde no Congresso Nacional
e recebeu informações sobre os objetivos da
AHESC-FEHOESC através do discurso de Dario
Staczuk, presidente da AHESC.
O presidente Dario observou aos par-
ticipantes a importância do setor da saúde
privado e filantrópico para que os candidatos
pudessem perceber a dimensão de que é
fundamental manter esses estabelecimentos
abertos. Hoje, eles somam 6.724 entre labora-
tórios, clínicas e hospitais. Dos 220 hospitais
que existem em Santa Catarina, 182 são
privados e filantrópicos. E ainda: 70% das 39
mil internações que o setor realizou em 2009
aconteceram nesses hospitais. Dario Staczuk
também demonstrou a força geradora de em-
prego que tais estabelecimentos representam.
Dos 33.900 profissionais que atuam na área,
20.585 são do setor privado e filantrópico.
Os anseios dos estabelecimentos
de saúde
Com a contratualização, o Estado de
Santa Catarina passou às unidades hospita-
lares a responsabilidade pela contratação - e
pagamento - do corpo médico. Esta inversão
de valores, uma vez que o atendimento é do
Sistema Único de Saúde e o hospital é um dos
vetores à devida ação do Estado, trouxe gran-
de dificuldade às unidades hospitalares. Agora
responsáveis pela contratação e remuneração
dos médicos, os estabelecimentos enfrentam
problemas distintos como:
- encontrar médicos que estejam dispostos
a atender com base nos valores pagos
pelo SUS;
A SAÚDE
ideranças regionais de es-
tabelecimentos de saúde
privados e filantrópicos
de Santa Catarina parti-
ciparam de uma reunião
vital para o setor no dia
30 de julho, no auditório da sede da AHESC-
FEHOESC em Florianópolis. O encontro foi
especialmente marcado para receber os
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HORA DE ASSUMIR COMPROMISSO COM
A candidata ao governo catarinense Ângela Amin
recebeu das mãos dos diretores da AHESC-FEHOESC as propostas para o setor da saúde catarinense. Os demais candidatos também foram convidados para ouvir o setor e assumir um compromisso com a saúde. Raimundo Colombo, do DEM, foi representado pelo coordenador da campanha, Murilo Flores, e também pelo coordenador da campanha de José Serra, Francisco Graziano. A candidata Ideli Salvatti não compareceu alegando estar sem tempo na agenda da campanha eleitoral.
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- a partir de sua contratação, o
médico se sente no direito de exigir
remuneração acima dos valores ofereci-
dos pela tabela dos SUS
“O pagamento do SUS não con-
diz com a realidade, nem do médico,
tampouco do hospital. Percebemos
que os gestores públicos se eximem de
suas responsabilidades, deixando-as
ao encargo das unidades hospitalares
privadas/filantrópicas”, explicou o
presidente da AHESC à candidata
Ângela Amin.
Outro gargalo da contratualização
é o que desobriga as prefeituras muni-
cipais de sua competência privativa no
atendimento à atenção básica da saúde.
Fato que sobrecarrega os hospitais
privados e filantrópicos.
Os valores da Tabela dos SUS são
tão defasados que impressionam até
leigos no assunto. A remuneração
repassada pelo Sistema Único de Saúde
sequer cobre os custos para os respecti-
vos serviços prestados pelos estabeleci-
mentos. Os custos, encargos e impostos
são altíssimos enquanto a capacidade
de investimento na estrutura é
quase nula.
Como resultado da baixa remune-
ração, hospitais e demais prestadores
de serviços ficam impossibilitados de
acompanharem as inovações tecnológicas.
Além disso, engessa os prestadores que,
por colecionarem resultados negativos,
não conseguem reinvestir em sua estrutu-
ra de gestão e atendimento.
Diante dos baixos valores de remune-
ração das consultas e procedimentos do
SUS, a classe médica está desestimulada
a promover o atendimento à pacientes do
Sistema Único de Saúde.
Santa Catarina tem o menor valor de
remuneração per capita do SUS - inferior
ao Paraná e Rio Grande do Sul. Essa dis-
crepância tem bases históricas, uma vez
que Santa Catarina não possuía a atual re-
solutividade e encaminhava parte de seus
pacientes para esses estados vizinhos.
Hoje o cenário mudou, e já há bom tempo,
mas o valor do teto financeiro do SUS para
Santa Catarina permanece defasado.
O presidente da FEHOESC, Tércio Kas-
ten, também observou que os hospitais de
referência do estado estão sobrecarrega-
dos. A baixa resolutividade da maioria das
unidades hospitalares acarreta problemas
sérios e conhecidos dos gestores públicos:
1. o transporte de pacientes para
unidades de maior complexidade (am-
bulânciaterapia), o que expõe o paciente
ao risco do transporte e o deixa longe do
amparo familiar, ainda sobrecarregando as
unidades referenciadas, que desta forma
1. Revisão da contratualização
2. Revisão dos valores da tabela SUS
3. Atualização da série histórica com revisão da remuneração per capita para SC
4. Criação dos sistema de referência e contra-referência
5. Isenção do ICMS
6. Apoio a projetos de lei
7. Assento para a discussão do salário-mínimo regional (LC nº459/09)
8. Iniciativas estatais para o fomento do setor saúde privado/filantrópico
9. Incentivos para novos leitos de UTI
10. Regulamentação da EC nº29
11. Instituir um plano para a gestão de crises
12. Gestão técnica da Secretaria de Estado da Saúde
13. Instituir um Conselho Consultivo para o plano SC Saúde
14. Terceirização da gestão das unidades hospitalares públicas
FRENTE A TODOS ESSES PROBLEMAS, AHESC-FEHOESC APRESENTAM AS
PRINCIPAIS PROPOSTAS PARA O SETOR DA SAÚDE:
PROPOSTAS À SAÚDE
A CRISE DO SETOR HOSPITALAR
“a defasagem é tão intensa que não cobre nem os custos operacionais. O setor da saúde pede aos candidatos que trabalhem pela revisão desses valores.”
tabela do SUS
Médicos mal
remunerados pelo SUS
Receita hospitalar
insuficiente para cobrir os custos operacionais
Pacientes insatisfeitos
Atendimento precário
Falta de profissionais de medicina para atendimento no SUS
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não conseguem prestar um serviço de
qualidade à população assistida.
2. outro ponto complicado é que, no
estado, a quantidade de leitos de UTI nos
hospitais está aquém da demanda. Além
disso, os que oferecem este tipo de serviço
não recebem qualquer incentivo para o
atendimento intensivista. Desta maneira, os
hospitais terminam por consumir seus pró-
prios recursos, acarretando em resultados
negativos nas unidades de saúde.
Através do estudo “Radiografia da
Tributação do Setor da Saúde”, realizado
pelo Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário – IBPT, constatou-se uma rea-
lidade preocupante: o setor da saúde está
sufocado por uma elevada carga tributária.
Somente as entidades do setor privado
são responsáveis por mais de 95% de toda
a arrecadação tributária do setor, sendo
sua carga de impostos correspondente a
25,23% do PIB nacional, maior que os seto-
res financeiro, agropecuário, de educação e
de segurança.
Segundo o levantamento, o segmen-
to da saúde no Brasil é responsável pelo
pagamento de 33% dos tributos, enquanto
em países desenvolvidos, como nos Estados
Unidos e Japão, registram uma arrecadação
de 12% e 13%, respectivamente. Os países
emergentes, como Índia (17%), México (16%)
e China (16%), também apresentam uma
isenção maior para o setor da saúde do que o
Brasil.
A posição política de Ângela Amin
pós as considerações do
presidente da AHESC, o
presidente da FEHOESC e do
Instituto Santé, Tércio Kas-
ten, comentou as principais
dificuldades apontadas pelo
setor da saúde e esclareceu: “Queremos ter
uma parceria com o Governo do Estado, pois
até hoje somos uma classe esquecida” .
Na sequência, a candidata Ângela Amin,
que lidera as pesquisas de intenção de voto,
apresentou seu plano de governo para a mesa
diretora e também aos líderes regionais da
saúde, e revelou visão social e política que tem
da saúde em território catarinense. De acordo
com o discurso da deputada, esse setor vem
sendo apontado nas pesquisas internas dos
partidos como a maior preocupação dos cata-
rinenses durante essa campanha eleitoral.
Ângela Amin afirmou que, se vier a ser a
governadora de Santa Catarina, pretende criar
um pacto com os estabelecimentos de saúde
pela garantia da saúde de qualidade para os
catarinenses. “Devemos começar o trabalho
combatendo a desnutrição, que é um caso
sério”, complementou a candidata.
Com relação às propostas apresentadas
pelas entidades AHESC-FEHOESC e FEHOSC, a
candidata do PP se manifestou integralmente
a favor e garantiu que, se eleita, o setor da
saúde será prioridade na gestão.
“Existe um projeto de lei na Câmara dos
Deputados, a PL 454/2009, que estabelece
diretrizes como plano de carreira aos médicos
do estado. Eu fiz uma emenda ao projeto de
lei, prevendo a abrangência deste plano de
carreira a todos os profissionais que atuam na
área da saúde. Agora falta o projeto ser votado
para quem sabe virar lei. Se aprovado vai
incentivar a classe trabalhadora tão desmoti-
vada hoje”, comentou Ângela Amim.
Com relação aos outros candidatos: Rai-
mundo Colombo não pôde comparecer, mas
enviou o coordenador de campanha, Murilo
Flores, que recebeu em mãos o documento da
AHESC-FEHOESC-FEHOSC, com as propostas
para o setor. Ao lado de Murilo Flores estava
Francisco Graziano, o coordenador da cam-
panha de José Serra. A senadora Ideli Salvatti
não compareceu alegando falta de tempo na
agenda.
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Debate AHESC-FEHOESC promovem debate em que convidam candidatos ao governo a assumir publicamente o compromisso com as propostas que o setor julga indispensáveis para a melhoria da saúde. À direita, os presidentes da AHESC-FEHOESC entregam propostas do setor ao coordenador geral da campanha de José Serra.
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