40
1 Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

Revista Municipal N.º 21

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Notícias, entrevistas e reportagens sobre a actividade do municipio de Montijo e gentes da sua terra

Citation preview

Page 1: Revista Municipal N.º 21

1

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

Page 2: Revista Municipal N.º 21

2

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

Comemorações do 25 de Abril – 20 e 21

“Sophia: uma obra exemplar” – 22

Novo circo e dança no CTJA – 23

Carnaval 2009 – 24

Jogar ao Moinho de Maré – 25

Empresas e EmpresáriosPrimoHorta – 26 e 27

Montijo aposta na energia renovável – 28

Autarquia distribui romãzeiras na Semana Verde – 29

Canal TV Montijo – 30Tu Kontas aposta na diversidade e igualdade de oportunidades – 31

Notícias da reunião de câmara – 32

Executivo municipal em Sarilhos Grandes – 33

Executivo municipal visitou Atalaia – 34

Pegões recebeu executivo municipal – 35

Obras – 36 e 37

Prevenção e Auto Protecção | Proteja a nossa floresta contra incêndios - 38

Editorial – 3

Concurso Hortas Escolares no Fórum – 4

Dia Mundial das Florestas – 5

Comércio LocalJocafer – 6 e 7

Moinhos em destaque no Montijo – 8

“Montijo Jovem 2009” – 9

Jovens realizam voluntariado em Buenos Aires – 10

1.º Concurso Nacional de Jovens Criativos – 11

Gente da Nossa Terra Hélio Vaz – 12 e 13

“A saúde é conseguida através de acções” – 14

Dia Internacional da Mulher – 15

As Nossas Instituições AMUT – 16 e 17

Desporto para todos – 18

Humildes e AldeanosManuel José Galrrote – 19

{í n d i c e }

Ficha Técnica

DirectoraMaria Amélia AntunesEditor Alcídio TorresRedacçãoAna Cantas Ribeiro, Ana Cristina Santos – Gabinete de Comunicação e MarketingFotografia Carlos RosaMiguel GervásioGrafismo e PaginaçãoDivisão de Informação e Relações Públicas PropriedadeCâmara Municipal de MontijoImpressãoGrafiponte

Publicação TrimestralDistribuição GratuitaDepósito Legal 121058/98ISSN1645-72187500ex.

Page 3: Revista Municipal N.º 21

3

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

A Presidente da Câmara

Maria Amélia Antunes

Decorridos 35 anos da instauração da democracia em Portugal, o 25 de Abril, trouxe a liberdade e a esperança aos portugueses.

Ao longo destes anos o país mudou radicalmente para melhor. A escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, as estradas e as auto-estradas, os equipamentos sociais, culturais e desportivos, o ambiente e o património, a segurança social, a habitação, o emprego, conduziram-nos de uma maneira geral a um aumento de qualidade de vida.

A adesão de Portugal à CEE, hoje União Europeia, foi decisiva para enfrentar o nosso grande atraso e dar estabilidade à nossa jovem democracia.

Hoje, Portugal, fruto da ganância do capital especulativo sem regras e sem “pá-tria”, a Europa e o Mundo enfrentam uma grave crise económica e financeira,

que a todos atinge, com consequências ainda imprevisíveis. O concelho de Montijo, os seus empresários, as famílias e o próprio município estão sentindo e vão continuar a sentir os efeitos desta situação.

Ao longo dos últimos anos, a Câmara Municipal de Montijo apro-veitou as anteriores conjunturas para, com eficiência e qualidade, modernizar o concelho. Actualmente, Montijo já completou aquilo que se pode designar pelo ciclo das infraestruturas, que corres-ponde à construção dos principais equipamentos essenciais à

qualidade de vida dos nossos munícipes. A rede viária, as Estações de Trata-mento de Águas Residuais, os equipamentos desportivos, as escolas, o abaste-cimento de água, o tratamento do espaço público, a recuperação do património municipal, são apenas alguns exemplos de realizações que viraram a página municipal em termos de qualidade de vida.

Nos próximos anos, todo este vasto património precisa ser preservado, cuidado e gerido com eficiência, pelo que as preocupações do município devem tam-bém concentrar-se no emprego e no desenvolvimento económico, ambiental e social.

Montijo tem excelentes condições agrícolas, silvo-pastoris e florestais para de-senvolver estes sectores e dar uma importância redobrada à nossa agricultura.

Não obstante as câmaras municipais não disporem de competências especí-ficas nestas áreas, estou convicta que a vontade política move montanhas e é possível, com a cooperação entre a administração local e central e os novos e antigos empreendedores do sector agrícola, dinamizar a agricultura e criar mais emprego.

Na actualidade, os municípios que já completaram o ciclo das infraestruturas, como é o caso de Montijo, devem concentrar-se numa perspectiva mais alarga-da do interesse público. Neste sentido, a criação de emprego em sectores com condições para se desenvolverem, como é o caso dos acima referidos, deve constituir uma séria preocupação das autarquias e dos autarcas.

Sem abdicar de continuar a desenvolver o Montijo de forma sustentável, com qualidade de vida e bem estar dos nossos concidadãos, não deixarei de me en-volver na gestão global da cidade/concelho, providenciando para que ao desen-volvimento urbano se junte o desenvolvimento social, económico e ambiental.

Montijo, Abril de 2009

Ao longo dos últimos anos, a Câmara Municipal de Montijo aproveitou as

anteriores conjunturas para, com eficiência e qualidade,

modernizar o concelho. Actualmente, Montijo já completou aquilo que se pode designar pelo ciclo das infraestruturas, que

corresponde à construção dos principais equipamen-tos essenciais à qualidade

de vida dos nossos munícipes.

{e d i t o r i a l }

AS MUDANÇAS ESTÃO À VISTA

Page 4: Revista Municipal N.º 21

4

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{a m b i e n t e }

Está patente até dia 12 de Maio, no Fo-rum Montijo, a exposição dos trabalhos candidatos ao concurso “Hortas Escolares no Forum”. Uma iniciativa do pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Montijo que, através da Casa do Ambiente, coor-dena o “Projecto Hortas Escolares” desde o ano lectivo 2003/ 2004.

Nesta iniciativa estiveram envolvidas 20 turmas das escolas: JI do Bairro do Areias, EB1/JI Alto Estanqueiro, JI de Sarilhos Grandes, EB1/JI Alto Estanqueiro, Jardim-de-infância Pegões Gare, Escola Secun-dária Maestro Jorge Peixinho, EB1 N.º 1 Ary dos Santos, CERCIMA, EB1 Foros do Trapo, EB1/JI N.º 6 do Bairro da Liberdade, JI do Afonsoeiro, EB2 Dom Pedro Varela e UNISETI.

O tema era livre e os concor-rentes tinham uma única con-dicionante, utilizar elementos vivos como legumes ou flores. O júri era composto por repre-sentantes da autarquia e do Forum Montijo.

No dia 8 de Abril, foram atribuídos os prémios. O 1.º lugar foi atribuído ao canteiro elaborado pela EB1 D. Pedro Varela que ganhou uma visita ao Pavilhão do Conhecimento. Ao JI do Areias, à turma 2.º F

da EB1 Ary dos Santos, à EB1 de Foros do Trapo e à Turma de Ambiente da Uniseti também foram atribuídas menções honro-sas, patrocinadas pelo Cinema Teatro Joa-quim d’Almeida.

No âmbito do projecto Hortas Escolares está a decorrer a formação “Hortas Bioló-gicas em Contexto Escolar”, uma parceria do município, do Cenforma e da Agrobio – Associação Portuguesa de Agricultura Bio-lógica (entidade formadora), dirigida aos docentes do concelho e financiada pelo programa AGIR 2008.

A candidatura a esta formação foi um dos 15 projectos aprovados entre 157 can-didaturas a nível nacional, que o Programa Gulbenkian Ambiente vai financiar no âm-bito do concurso AGIR AMBIENTE 2008. O

tema desta edição teve como mote a biodiversidade e estilos de vida.

Concurso Hortas

Escolares no Forum

Até 8 de Maio está patente, na Esco-la Profissional de Montijo, a exposição itinerante “Darwin 200” produzida pela Setepés Ciência.

A exposição tem como público-alvo os alunos do 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo do ensino básico e do 5.º e 6.º anos do 2.º ciclo do ensino básico.

“Darwin 200” é uma iniciativa cul-tural no âmbito da história da ciência que tem como objectivo promover a literacia científica pela aprendizagem de conceitos sobre a evolução por se-lecção natural de um modo divertido, enriquecedor e inovador.

A mostra contribuiu, também, para a comemoração dos 200 anos do nas-cimento do naturalista Charles Darwin e dos 150 anos da publicação da sua obra “A Origem das Espécies pela Se-lecção Natural”.

Para além da componente expo-sitiva, procurando a interacção com o público, “Darwin 200” é composta pelo “Jogo da selecção natural”, um jogo interactivo onde as crianças são desafiadas, passo a passo, a construir e compreender a Teoria da Selecção Natural de Darwin.

Através da publicação “Caderno do Naturalista”, as crianças vão rea-lizar actividades simples que ensinam como observar e compreender a natu-reza ao nosso redor.

A Setepés, fundada em 1998, é uma empresa do sector criativo exercendo a sua actividade na cultura, na arte e na comunicação da ciência.

A exposição “Darwin 200” chega ao Montijo devido ao protocolo de per-manência celebrado entre a Câmara Municipal de Montijo e a Setepés.

Darwin 200

Page 5: Revista Municipal N.º 21

5

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

{a c ç ã o s o c i a l }Abraçada por uma ampla área verde com

sombras graciosas, a barragem de Pegões foi o cenário escolhido pela Câmara Muni-cipal para comemorar o Dia Mundial das Florestas, no dia 23 de Março, com um pi-quenique e animação desportiva.

No âmbito do projecto Outros Olhares e constante na Agenda Sénior, a actividade organizada pelo Gabinete de Saúde e Ac-ção Social contou com a presença de 200 idosos de todo o concelho.

Todos se empenharam em tornar especial a ocasião. As mesas estavam repletas de iguarias que cada um fez questão de trazer. A merenda era farta. Pasteis e rissóis, carnes para todos os gostos e os mais variados pe-tiscos, sempre acompanhados por pão e vi-nho, enchiam as mesas à moda portuguesa.

O clima estava ameno e a animação era muita, como contou à Revista Montijo Lucia-na dos Santos Grego de 85 anos. “Está uma festa muito engraçada, a paisagem é mara-vilhosa. Não conhecia a barragem.”

Maria Silva Franco de 72 anos, constatou que esta foi “uma oportunidade para sair de casa. Antigamente só trabalhava, agora desde que a saúde me deixe aproveito as oportunidades.”

“É bom receber quem é do Montijo, assim como eu gosto de os ir visitar”, comentou António Francisco Dias, de 79 anos, de Pe-gões, que conhece a zona como a palma das suas mãos. “Enquanto fui novo nunca tive oportunidade de conhecer nada. Agora, através do Gabinete do Idoso, já estive no norte do país que era um desejo meu, espe-ro que continuem a realizar estas iniciativas”, confessou.

Para além da merenda, o dia foi rechea-do de actividades. A iniciativa contou com animação desportiva (classes de ginástica do Saudável 65 e crianças do Agrupamento

DIA MUNDIAL DAS FLORESTAS

de Escolas Básicas do 1º. Ciclo de Pegões, Canha e Stº. Isidro de Pegões), animação musical e jogos tradicionais para as pesso-as idosas e crianças.

Recorde-se, que estas e outras iniciativas promovidas pelo Gabinete do Idoso, ao lon-go do ano, procuram combater o isolamen-to, privilegiar o convívio e melhorar a quali-dade de vida dos idosos do concelho.

No local procedeu-se ainda à plantação colectiva de uma árvore enquanto um téc-nico da Divisão de Obras e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Montijo abordou o tema da floresta e a importância da preser-vação da natureza.

Esta actividade envolveu as juntas de freguesia do concelho, o Agrupamento de Escolas do Ensino Básico do 1º. Ciclo de Pegões, Canha e Stº. Isidro, os idosos/as dos projectos do Gabinete de Saúde e Ac-ção Social, nomeadamente do Saudável 65, do Banco Local de Voluntariado e do Cartão Municipal do Idoso.

“É bom receber quem é do Montijo assim

como eu gosto de os ir visitar” comentou

António Francisco Dias, de 79 anos, de Pegões que conhece

a zona como a palma das suas mãos.

Page 6: Revista Municipal N.º 21

6

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{c o m é r c i o l o c a l }

JOCAFER INVESTIU EM NOVO ESPAÇO

COMERCIALCrise, recessão e desemprego. Actualmente vivemos numa época cercada de incertezas e descon-fianças. Enquanto todas as previ-sões apontavam para um cenário turbulento, a Jocafer contrariou as estatísticas e apostou mais de um milhão de euros num novo espaço com cerca de 1.000m2, na Rua da Baixa, junto à Avenida Garcia de Horta (antiga estrada da Atalaia).

Um ano depois da inauguração, Car-los José Ferreira, sócio proprietário da Jocafer, é peremptório: “não tínhamos hipótese, ou nos deixávamos morrer ou evoluíamos, foi o que fizemos”. Jocafer é uma empresa detentora de dois espa-ços comerciais no Montijo e de mais 6 lojas vodafone que emprega 35 funcio-nários .

Tudo começou com o seu pai, que há cerca de meio século tinha uma mercea-ria no Samouco. A dada altura começou a vender electromésticos. Acreditando que esta era uma boa aposta, há 32 anos, mudaram-se para a Rua Bulhão Pato, n.º 69, no Montijo. Loja que man-têm até hoje.

“Quase que nasci nesta área” afirma sorridente Carlos José Ferreira.“Estudava no Montijo e quando saía da escola ia ajudar o meu pai, depois aos 18 anos

“Eu sentia que ainda estava numa idade de arriscar. Foi um esforço tremendo. Arriscámos tudo, naquilo que acreditávamos. Era o nosso único caminho ou então ficávamos com uma loja sem futuro.”

tirei o 12.º ano à noite para me poder dedicar a 100 por cento à loja”.

O “não ficar parado” parece ter sido sempre o lema do empreendedor. “Hou-ve uma altura em que decidimos entrar na área dos telemóveis. Quando a Te-lecel entrou no mercado abrimos uma segunda loja (telemóveis) ao lado da já existente de electrodomésticos, que ain-da se mantém até hoje”.

Foi com esta determinação que deci-diu ir mais além. “Quando surgiu a ideia que a Ponte Vasco da Gama vinha para o Montijo comecei a procurar uma loja”.

Da ideia à concretização deste ambi-cioso projecto passou quase uma dé-cada, como nos explica o empresário. “Tudo foi feito de raiz, levámos um ano para comprar o terreno, um ano a de-senvolver o projecto junto dos arquitec-tos, toda a envolvência, o prédio, a rua e o jardim. Demorámos mais dois anos a construir e finalmente em Outubro de 2007 inaugurámos a loja”.

Carlos José Ferreira confessa que um novo espaço era a única opção para se manter no activo. “O comércio local é um problema quando não evolui.Com os centros comerciais à porta das cidades (como é o que temos aqui e infelizmente a nível nacional), é com muito trabalho e dedicação que se consegue manter uma porta aberta. O bom atendimento só por si não chega, é preciso investir, renovar as lojas para nos mantermos competiti-vos no mercado actual”.

“Eu sentia que ainda estava numa idade de arriscar. Foi um esforço tre-mendo. Arriscámos tudo, naquilo que acreditávamos. Era o nosso único cami-nho ou então ficávamos com uma loja sem futuro”.

A Jocafer representa as principais marcas de electrodomésticos, de linha branca, (máquinas de lavar roupa, loiça, frigoríficos, entre outros) e de linha cas-tanha relacionada com som e imagem. O espaço dispõe ainda de uma área de-dicada a telemóveis e área empresarial.

Passado um ano da inauguração do

Page 7: Revista Municipal N.º 21

7

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

novo espaço, o empreendedor não se arrepende do investimento que fez. “O balanço é bastante positivo, continua-mos com os clientes antigos e a angariar clientes novos”.

Apesar dos novos clientes, o empre-sário, ambiciona melhores resultados. “Neste momento as coisas não estão como nós gostaríamos. Queríamos vender mais do que o ano passado o que, efectivamente, não acontece. Mas também acho que nunca se viveu uma crise tão grande e generalizada a nível mundial, por isso já não faço previsões e com tudo o que se vende – e todos os dias se vende – já podemos ficar satis-feitos”.

Fascinado pela tecnologia de ponta, Carlos Ferreira acredita que “estar em contacto com as ultimas novidades a nível mundial” por um lado e, por outro, o “relacionamento interpessoal” são as razões que o levam a encarar, com moti-vação, o seu trabalho.

“O comércio local é um problema quando

não evolui.Com os centros comerciais à

porta das cidades (como é o que temos aqui e infelizmente a nível

nacional), é com muito trabalho e dedicação

que se consegue manter uma porta aberta. O bom atendimento só por si não chega, é

preciso investir, renovar as lojas para nos

mantermos competitivos no mercado actual”.

Page 8: Revista Municipal N.º 21

8

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{c u l t u r a }

No dia 7 de Abril (Dia Nacional dos Moi-nhos), o Moinho de Vento do Esteval serviu de cenário para a assinatura do protocolo de colaboração entre a Etnoideia/Rede Por-tuguesa de Moinhos e a Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo.

Este protocolo pretende implementar o Inventário Regional de Moinhos Tradicio-nais que será um passo decisivo para a consolidação do Inventário Nacional que está em curso e que integra, ao nível da região, largas centenas de registos que, assim, passarão a estar disponíveis às ins-tituições públicas como instrumento de pla-neamento e gestão territorial e patrimonial, bem como, num futuro próximo, acessíveis ao público em geral através da Internet.

O director regional da Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Marques, reconheceu a importância do local da assinatura do

MOINHOS EM DESTAQUE

NO MONTIJOprotocolo. “É com um sentido especial que estou num local onde vi este moinho em ruínas e, mais de dez anos depois, é um exemplo bastante feliz do que é uma polí-tica de defesa e valorização do património cultural”.

Jorge Miranda, da Etnoideia, considera que a realização do Inventário Regional de Moinhos Tradicionais “é um desafio. Este protocolo vai deixar ao serviço da comu-nidade um património que é de todos. Os moinhos hoje servem para a educação, re-qualificação urbana, lazer e até para criar emprego nas áreas rurais”, afirma.

No encerramento da cerimónia, a pre-sidente da Câmara Municipal de Montijo, Maria Amélia Antunes, mostrou-se orgulho-sa “pela autarquia ter colocado à disposi-ção dos cidadãos os moinhos de vento do Esteval e de maré do Cais”, símbolos da identidade cultural dos montijenses.

O Dia Nacional dos Moinhos contou, ainda, com a actividade “Uma aventura no Moinho do Cais” dinamizada pelos técni-cos do Museu Municipal, com o apoio da Divisão de Desporto, e que teve a participa-ção de crianças do ATL Bico da Cegonha e do ATL da Associação de Pais do Bairro da Liberdade.

De uma forma lúdica, através de um pedy-papper com jogos de gincana, as crianças conheceram o Moinho de Maré do Cais e a sua envolvente. Um dos momen-tos mais divertidos foi o passeio de carroça pela zona ribeirinha.

No Dia dos Moinhos Abertos (4 de Abril) estiveram abertos, ao público em geral, e em funcionamento o Moinho de Maré do Cais e o Moinho de Vento do Esteval.

A presidente da Câmara Municipal de Montijo, Maria Amélia Antunes mostrou-se orgulhosa “pela autarquia ter colocado à disposição dos cidadãos os moinhos de vento do Esteval e de maré do Cais”, símbolos da identidade cultural dos montijenses.

8

Page 9: Revista Municipal N.º 21

9

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

CONCURSO DE POESIA E FICÇÃO NARRATIVA “MONTIJO JOVEM 2009”

A Câmara Municipal de Montijo lançou mais uma edição do Concurso de Poesia e Ficção Narrativa, “Montijo Jovem 2009”, com o objectivo de descobrir e divulgar no-vos talentos na área da literatura. As inscri-ções terminam no dia 30 de Junho.

Qualquer cidadão nacional ou estrangei-ro residente em Portugal, com idade com-preendida entre os 15 e os 25 anos, pode candidatar-se ao “Montijo Jovem 2009”, através do preenchimento de ficha de ins-crição (a fornecer pelo município) acompa-nhada de uma fotocópia do bilhete de iden-tidade e de uma fotografia tipo passe.

Este concurso compreende duas mo-dalidades: poesia e ficção narrativa. Cada

FórumJuntos pelo Bem-estar e pelo DesenvolvimentoSolidário

Nos dias 20 e 21 de Maio terá lugar o Fórum “Juntos pelo Bem-estar e pelo De-senvolvimento Solidário”, na Escola Pro-fissional de Montijo, uma iniciativa orga-nizada pelo Gabinete de Saúde e Acção Social da Câmara Municipal de Montijo.

O fórum tem como principal objectivo debater temas que atravessam a agen-da nacional, local e europeia e que es-pelham as principais preocupações e prioridades da Organização Mundial de Saúde (OMS), em matéria de desenvolvi-mento dos municípios.

Para além das sessões de trabalho, que decorrerão no dia 21, ocorrerá uma sessão inaugural no primeiro dia que terá enfoque sobre as dinâmicas sociais do futuro aeroporto Montijo/Alcochete. Diversos apontamentos culturais e mu-sicais darão maior dinamismo a este encontro.

Em paralelo e no atrium do Auditório da Escola Profissional, serão disponibi-lizados pequenos espaços para exposi-ção de documentação e brochuras das instituições e parceiros convidados.

concorrente só pode apresentar um traba-lho, optando por uma destas categorias.

Os trabalhos, de tema livre, devem ser inéditos, escritos em língua portuguesa e ter um limite mínimo de 25 páginas na mo-dalidade de poesia e 50 na categoria de ficção narrativa.

É obrigatória a entrega de três cópias de cada trabalho dactilografadas, respeitando o espaço duplo entre linhas, o tamanho de letra 12 e a fonte Times New Roman.

Os vencedores das duas categorias re-cebem, como prémio, 1250 euros cada. Por razões devidamente justificadas, o júri poderá não atribuir um dos prémios ou am-bos. Não há recurso das decisões do júri.

A Câmara Municipal de Montijo patroci-nará a publicação dos trabalhos vencedo-res, podendo, ainda, promover a publica-ção de outras obras a concurso.

A cerimónia de entrega dos prémios e di-plomas decorrerá no dia 20 de Novembro.

9

Page 10: Revista Municipal N.º 21

10

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

MONTIJO NA ROTA DA EUROPADe 20 de Março a 12 de Abril, a Câmara

Municipal de Montijo, através do Gabinete de Desenvolvimento Associativo e Cidada-nia, recebeu dez jovens estudantes e dois professores do Colégio Económico de Banatului Montan da cidade de Resita, na Roménia, no âmbito do Programa de Apren-dizagem ao Longo da Vida – Leonardo da Vinci.

O objectivo destes estágios foi a aquisição de experiência profissional inicial na área da hotelaria e restauração. Os jovens finalistas do 12º ano de escolaridade realizaram está-gios nos reataurantes Catraio, Maré-Cheia e

Montiprato e nos hotéis Trip Montijo e Alfoz.Estes estágios integram um programa de

preparação linguística e um programa de preparação cultural, por isso os jovens reali-zaram visitas guiadas ao património históri-co-cultural do Montijo e de Lisboa.

O Programa Comunitário Leonardo da Vinci é uma iniciativa da União Europeia que se destina a complementar as políti-cas nacionais de formação profissional nos Estados-membros, promovendo a coopera-ção transnacional no domínio da formação profissional e da mobilidade dos jovens eu-ropeus.

JOVENS REALIZAM VOLUNTARIADO

EM BUENOS AIRES

Em Fevereiro as munícipes Rita Rebelo, Susana Baptista, Joana Bertholo e Verónica Conte partiram para Buenos Aires para reali-zar voluntariado na Editora Eloisa Cartonera.

A Eloísa Cartonera, criada em 2003, em

Buenos Aires, no âmbito do “Design Social-mente Responsável”, é um movimento de designers que pretende fazer do design uma ferramenta de inclusão social.

As jovens estão a colaborar no processo de execução dos livros, excepto na impres-são, e encontram-se a desenvolver outros trabalhos como a ac-tualização e tradução da página de Internet, a tradução de uma anto-logia portuguesa para

castelhano, um catálogo fotográfico das ca-pas dos livros editados, entre outros.

Para Verónica Conte, uma das voluntárias, pintar as capas dos livros é a sua tarefa pre-ferida. “Nas capas revejo as cores da cida-

de, os contrastes fortes dos edifícios de ins-piração de arquitectura francesa de início do século XX”. As voluntárias estão, também, a adorar as aulas de espanhol.

Sobre Buenos Aires, Verónica afirma ser “uma cidade incrível. É um lugar onde tudo pode acontecer. Moro no último apartamen-to, do último piso de um prédio de 20 anda-res, o que faz com que tenha, no mínimo, 160 vizinhos se em cada casa habitar ape-nas uma pessoa. Da janela vejo uma enor-me extensão de prédios… a perder de vista. À noite, as luzes vermelhas das antenas dão a esta vista a intermitência de um presépio”.

Estas jovens são licenciadas em Design e duas delas estão a realizar a tese de dou-toramento sobre a Eloisa Cartonera. Em Novembro partirá um novo grupo de quatro pessoas para a Argentina.

Por considerar que o voluntariado consti-tui uma ferramenta essencial no exercício de uma cidadania activa e solidária e para pro-mover a mobilidade dos jovens montijenses, a Câmara Municipal de Montijo, através do Gabinete de Desenvolvimento Associativo e Cidadania, apresentou à Comissão Europeia uma candidatura que viabilizou a realização deste projecto de voluntariado na Argentina.

A candidatura, no âmbito do programa Ju-ventude em Acção, foi aprovada pela Agên-cia Executiva Educação, Audiovisual e Cultu-ra da Direcção-Geral de Educação e Cultura da Comissão Europeia.

Tal como em outros projectos, o programa Juventude em Acção assegura o pagamento de 100 por cento dos custos da passagem de avião, tal como todas as despesas com alojamento e alimentação.

{c i d a d a n i a }

10

Joan

a B

erth

olo

Page 11: Revista Municipal N.º 21

11

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

I CONCURSO NACIONAL JOVENS CRIATIVOS

O Grupo U, Vanessa Crespo e André Coelho foram os vencedores da primei-ra edição do Concurso Nacional Jovens Criativos promovido pela Câmara Munici-pal de Montijo.

André Coelho foi o vencedor na cate-goria BD/Cartoon, cuja temática era a ci-dadania, com o trabalho “O Dever”. “Ten-tei evitar lugares comuns recorrentes na temática da cidadania. Tentei transmitir a noção que um cidadão, enquanto mem-bro de uma comunidade, tem que agir para mais tarde receber algo em troca. Por isso peguei na ideia do homem que não paga os impostos, mas está sempre a exigir. A exposição estava bem mon-tada e gostei da ideia da exposição de rua”, afirma André Coelho.

Na modalidade de pintura, dedicada ao tema juventude, o Grupo U, sagrou-se vencedor com o trabalho “Siena Natural”. O quadro, tal como descreve Gina Mar-tins, um dos elementos do Grupo U “são nove telas, agrupadas à semelhança de um mosaico, que transmitem uma multi-plicidade de linguagens”.

“Embora sendo independentes e he-terogéneas umas das outras, reflexo da especificidade única dos membros do Grupo U, criam no seu conjunto um todo organizado, harmonioso e equilibrado, quer ao nível formal e compositivo, quer cromático”, conclui.

A exposição dos trabalhos concorren-tes esteve patente no Museu Municipal entre 13 de Fevereiro e 31 de Março. Pa-ralelamente, as reproduções das obras concorrentes constituiram uma exposi-

ção de rua localizada entre a Praça da República e o Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida.

Ao I Concurso Nacional Jovens Cria-tivos concorreram 37 obras: 18 na cate-goria de pintura, 11 trabalhos na moda-lidade de fotografia e 8 na categoria de banda desenhada/cartoon. Cada vence-dor recebeu um prémio no valor de 750 euros.

Page 12: Revista Municipal N.º 21

12

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{g e n t e d a n o s s a t e r r a }

A CONQUISTA DE UM SONHO

Imagine que existe uma loja igual a tantas outras, mas com prateleiras reche-adas de sonhos capazes de materializar qualquer desejo. Se a loja dos sonhos re-almente existisse, que sonho compraria? Uma viagem à Lua? A felicidade eterna? Saúde? Paz? O Euromilhões?

Vamos a mais um exercício de fantasia. Agora imagine que tem um talento espe-cial para jogar futebol, qualidades fute-bolísticas acima da média e um sonho partilhado com os amigos de infância nas brincadeiras de rua.

Aos 18 anos, Hélio Vaz entrou na loja de sonhos e ‘comprou’ o seu sonho de me-nino: jogar no Benfica. Com contrato até 2012, com a equipa júnior do clube da Luz, o futuro deste jovem montijense afigura-se promissor.

O convite do Benfica transformou a fan-tasia em realidade. “Fiquei muito contente. Consegui concretizar o sonho de miúdo, quando brincava na rua com os amigos e dizia que ‘ia ser jogador do Benfica’”.

A projecção atingida por Hélio na equipa sénior do Clube Olímpico do Montijo foi o impulso necessário para a concretização deste sonho. “O Benfica estava interessado desde que jogava nos juvenis. O tempo foi passando e até já tinha perdido a esperan-ça. Depois tive a sorte de ter 16 anos, ainda ser júnior, mas já jogar na equipa sénior do Olímpico, o que possibilitou que mostrasse um futebol mais adulto”.

O sonho de jogar no Benfica está a revelar-se uma experiência “muito boa. O Benfica é um dos melhores clubes europeus. Temos todas as condições para fazer um bom tra-balho. Estou a aprender bastante”.

Esta aprendizagem traduz-se numa “evo-

lução de mentalidade. Às vezes pensamos só em jogar e o futebol deve ser pensado. É preciso ser esperto a jogar. Isso é o mais im-portante. Foi isso que tenho melhorado. São pequenos pormenores que ninguém vê na televisão ou mesmo no estádio, mas quem está a jogar percebe. É tudo pensado”.

Os primeiros passos de Hélio nesta cami-nhada no mundo do futebol foram no Clube Desportivo do Montijo. Após a sua extinção, o atleta optou por vestir a camisola do Olím-pico.

“Nós, jogadores, não tínhamos noção da dimensão dos problemas financeiros do Desportivo. No fundo queríamos era jogar.

Page 13: Revista Municipal N.º 21

13

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

13

Discurso Directo

O seu ponto forte?A rapidezE o ponto fraco?Os remates de longe à baliza. Tenho que treinar mais.Quem são os seus jogadores de referência?Cristiano Ronaldo e Zlatan IbrahimovicActualmente, quem é o melhor treinador?José MourinhoSe tivesse que eleger um clube para jogar qual seria?Naturalmente, nos seniores do Benfica e, depois, num clube inglês, mas ainda é cedo. Preciso de amadurecer o meu futebol. Para si, o que representa o Montijo? É a minha terra. Sempre vivi aqui e gosto de cá viver. Gosto muito da zona ribeirinha desde que foi remode-lada. Gostava que ao lado do Campo da Liberdade houvesse um sintético para os iniciados. Eles teriam outras condições e estariam mais motivados. Que preocupações sociais tem um jovem de 18 anos?Neste momento, preocupa-me a situação económica e o desemprego no nosso país. Eu tenho o meu futuro minimamente encaminhado, mas vejo o que se passa à minha volta e preocupa-me, até porque mesmo os futebolistas já passam situações complicadas. Há muitos clubes com dificuldades em pagar ordenados e as pessoas têm família, filhos e responsabilidades. A vida da maioria dos futebolistas não é tão boa como as pessoas pensam. Há quem ganhe muito, outros pouco e quem nem sequer receba ao fim do mês.

No início foi um pouco confuso, não se per-cebia qual seria o futuro. Estive para jogar no Fabril, mas depois pessoas ligadas ao Olímpico vieram falar comigo, explicaram-me o que pretendiam fazer no novo clube, garantiram-me que ia haver mudanças para melhor e assim foi”.

“Acabou por ser uma situação benéfica para o clube, porque liquidou todas as dí-vidas, e para os jogadores, porque os que transitaram para o Olímpico começaram a ter melhores condições para trabalhar”, acrescenta.

Hélio é bastante elogioso do trabalho da direcção do Olímpico. “Conseguiram, jun-tamente com os sócios, fazer renascer o clube. Na primeira época do Olímpico, os seniores, os juvenis e os iniciados subiram de divisão”.

O apoio e o carinho da massa associativa do Olímpico continuam a ser uma constante. “As pessoas encontram-me na rua, querem saber como estou, as novidades, quando me vão ver na equipa principal do Benfica. Esse apoio é muito bom!”.

Naturalmente, a pressão aumentou, signi-ficativamente, do Olímpico para o Benfica, afinal o clube da Luz “tem a obrigação, mes-mo os juniores, de ganhar todos os jogos. Aqui toda a gente me conhecia e agora no Benfica é o contrário. Tenho que provar no-vamente o meu valor”.

Na equação determinante de um bom fu-tebolista, para Hélio os principais elementos são a humilde, a capacidade de trabalho e a persistência. “A humildade é o mais impor-tante. É onde se arranja força para contrariar as dificuldades. A capacidade de trabalho e a persistência também são essenciais, por-que é preciso gostar de treinar. Se hoje não consigo chutar bem à baliza, só com muita persistência e treino vou melhorar”.

E o talento? Onde entra nessa equação? “Acho que já nasce com a pessoa. Determi-nadas fintas, a velocidade, a técnica podem apurar-se, mas já nascem com o jogador”.

O sonho concretizado de jogar futebol profissionalmente relegou, temporariamen-te, para segundo plano os estudos. “Fiquei no 11.º ano. Tenho noção que a formação escolar é essencial e, também, por isso, quero acabar o 12.º ano. Mas não posso dar um passo maior que as pernas e agora torna-se complicado conciliar o futebol com a escola”.

Quando voltar à loja dos sonhos, Hélio Vaz já sabe qual vai eleger: “jogar num clu-be inglês, mas o sonho imediato é ser cam-peão pelos juniores do Benfica”.

“Fiquei muito contente. Consegui concretizar o sonho de miúdo, quando brincava na rua com os amigos e dizia que ‘ia ser jogador do Benfica’”.

“Nós, jogadores, não tínhamos noção da dimensão dos problemas financeiros do Desportivo. No fundo queríamos era jogar. No início foi um pouco confuso, não se percebia qual seria o futuro. Estive para jogar no Fabril, mas depois pessoas ligadas ao Olímpico vieram falar comigo, explicaram-me o que pretendiam fazer no novo clube, garantiram-me que ia haver mudanças para melhor e assim foi”.

“A humildade é o mais importante. É onde se arranja força para contrariar as dificuldades. A capacidade de trabalho e a persistência também são essenciais, porque é preciso gostar de treinar.”

Page 14: Revista Municipal N.º 21

14

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

“A SAÚDE É CONSEGUIDA ATRAVÉS DE

ACÇÕES”

{a c ç ã o s o c i a l }

Agis Tsouros, director europeu do Projecto Cidades Saudáveis da Organização Mundial de Saúde, esteve na cidade do Montijo no dia 16 de Fevereiro, na Galeria Municipal, na As-sembleia Intermunicipal da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis (RPCS).

A Assembleia Intermunicipal é o órgão deliberativo da RPCS, constituída pelos mu-nicípios de Viana do Castelo (que preside a este órgão), Odivelas e Resende. Da ordem de trabalhos da reunião ordinária constava a conta de gerência, o relatório de actividades de 2008 e o plano estratégico para 2009.

Na reunião, a presidente da Câmara Mu-nicipal de Montijo agradeceu a presença do líder europeu da RPCS e referiu ser “ funda-mental encontrar caminhos para que os ci-dadãos se envolvam numa outra cultura de

actos e práticas, com vista à sua qualidade de vida, à sua saúde individual e colectiva”.

A edil garantiu que “a Câmara Municipal de Montijo vai continuar neste caminho, sendo certo que, hoje, a partilha de conhecimentos, de recursos e meios é a que mais se afigura susceptível de melhores resultados. É valio-sa, tendo em conta aquilo que é hoje o pa-norama económico internacional de grandes dificuldades.”

Para Agis Tsouros, líder do Projecto Cida-des Saudáveis na Europa, “as autarquias po-dem influenciar e controlar muitos factores importantes na saúde e qualidade de vida das populações”.

O director europeu acrescentou ainda que “a saúde não tem a ver apenas com centros médicos ou hospitais, é consegui-

da através de acções em todos os secto-res, da forma como construímos os bairros, as cidades, os parques, o que comemos, se temos acessos a actividades físicas, de apoios sociais”.

A reunião contou, ainda, com a presença de vários autarcas dos 21 municípios que compõem, actualmente, a rede nacional, avaliando a possibilidade de adesão de dois novos municípios à mesma, Vendas Novas e Ponta Delgada.

Actualmente o Conselho de Administra-ção da RPCS é coordenado pelo município do Seixal, sendo, também, composto pe-los municípios de Montijo, Oeiras, Lisboa e Amadora. Montijo integra a Rede de Cida-des Saudáveis desde 2000, tendo aderido à Rede Europeia em 2003 (na sua IV Fase de desenvolvimento).

Recorde-se que o Projecto Cidades Saudáveis implica uma forte aposta na criação de condições de saúde, sociais, económicas, ambientais e urbanísticas que contribuam para a elevação da qualidade de vida dos cidadãos e em ferramentas de planeamento estratégico orientadoras das intervenções municipais.

Em Montijo, foi elaborado o Diagnóstico Social e de Saúde, o Plano de Desenvol-vimento Social e de Saúde, o Plano Estra-tégico para a Intervenção nos Comporta-mento de Risco, o Plano Municipal para a Igualdade de Género e, em vias de publi-cação, está o Perfil da Mulher e do Homem Imigrante.

14

Page 15: Revista Municipal N.º 21

15

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

{s o c i e d a d e }

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

No âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher (8 de Março), a Câ-mara Municipal de Montijo desenvolveu um conjunto de actividades durante o mês de Março.

No dia 5 de Março teve lugar a inaugu-ração da exposição “Isabel de Castro: Mu-lher e Actriz”, no Cinema Teatro Joaquim d’Almeida (CTJA). A exposição do Teatro Experimental de Cascais, cedida ao CTJA, esteve patente até 29 de Março.

Na manhã do dia 6 de Março teve lugar um passeio pedestre organizado pelo Ga-binete de Saúde e Acção Social da autar-quia montijense, que decorreu na cidade de Montijo e contou com a participação de 78 pessoas. A iniciativa culminou com uma aula de ginástica no Parque Municipal.

O espectáculo “Conversas de Camarim”, que assinala os 50 anos de carreira de Si-mone de Oliveira, teve lugar no CTJA no dia 7 de Março. Ao lado da actriz, em palco, es-teve Vítor de Sousa. As duas figuras públicas distintas, com percursos de vida diferentes, unidos pelo gosto da palavra e pela forma de a exprimir deliciaram os muitos especta-dores presentes.

No Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, as iniciativas foram dedicadas aos funcionários da autarquia montijense, que foram convidados para o espectáculo “Con-versas de Camarim” e tiveram oportunidade de conhecer melhor a actriz na iniciativa que se seguiu “ À conversa com Simone de Oli-veira”.

O dia 10 de Março foi preenchido com o workshop “Na política as mulheres são ca-pazes”, que se realizou na Galeria Munici-pal de Montijo. A iniciativa, desenvolvida por técnicos da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, abordou o papel de-terminante das mulheres na política, bem

como o desenvolvimento de competências de decisão para o desempenho de cargos políticos.

A presidente da Câmara Municipal de Montijo esteve presente na cerimónia e re-lembrou que “a igualdade de género é um dado adquirido na lei mas na prática essa mesma igualdade ainda não é possível.”

“De acordo com um relatório da Comis-são Europeia, a diferença média entre os sa-lários dos homens e os das mulheres é de 17,4 por cento. Em Portugal residem no facto de termos uma taxa de mulheres emprega-das em áreas de menores qualificações e, ainda, devido ao facto de as mulheres traba-lharem de uma forma geral a tempo inteiro e não a tempo parcial.”, sublinhou a edil.

Também presente na cerimónia esteve Elza Pais, presidente da Comissão para a Ci-dadania e Igualdade de Género (CCIG), que afirmou: “Montijo é pioneiro na lei da igualda-de de género, referência de boas práticas.”

Para Elza Pais existe necessidade de mudar mentalidades. “Podemos mudar, se quisermos somos capazes. Os homens do Norte da Europa dispensam três horas diá-rias à família.”.

“A igualdade de género e a partilha de responsabilidades não é um problema das mulheres, é de organização de vida. As em-

presas que integram mulheres acabam por ser mais eficientes”, acrescentou.

No dia 16 de Março, no âmbito das come-morações do Dia do Pai, realizou - se uma acção de sensibilização sobre “Igualdade de Género” dirigida a funcionários/pais da Câmara Municipal de Montijo. Aos partici-pantes foram oferecidos bilhetes para o es-pectáculo “A verdadeira treta”, realizado no mesmo dia no CTJA.

15

Page 16: Revista Municipal N.º 21

16

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{a s n o s s a s i n s t i t u i ç õ e s }

AMUTAO RITMO

DA MÚSICAO barulho não incomoda. Pelo contrário.

Enquadra, dá ritmo, sentido à conversa e confere um brilho particular ao olhar de Ade-lino Correia, presidente da Direcção da Aca-demia Musical União e Trabalho (AMUT) de Sarilhos Grandes.

O barulho (que não incomoda!) vem da sala ao lado. É o som dos clarinetes, dos trompetes e de outros instrumentos musicais. O ensaio de alguns dos elementos da Banda

de Música da AMUT permite-nos apreender um pouco da essência desta colectividade centenária. É a música a sua razão de existir.

“Já não havia música desde 1990. A músi-ca é a alma desta casa! Quando entrei para a direcção, já há seis anos, foi triste ver uma colectividade, com esta dimensão, quase morta. O nosso projecto era dar alma à casa e, por isso, empenhámo-nos no projecto da banda de música”, afirma Adelino.

O ponto de partida para a realização deste projecto foi a angariação de elementos para a formação da Banda. “Começámos por convi-dar jovens, que saíram da Banda quando ela acabou. Depois contactámos músicos mais antigos, que já cá tinham estado há muitos anos. Isto é uma banda amadora, mas com esses dois grupos de pessoas conseguimos dar andamento ao nosso projecto”.

Uma concentração de apoios e o envol-vimento de pessoas com larga experiência musical facilitou a concretização do pro-jecto da direcção da AMUT. “Há uns anos tinha vontade, mas não tinha apoio. Agora reuniram-se todas as condições. O Aurélio Alegria, responsável pela Escola de Música, foi o grande impulsionador da Banda. A ele se deve o reinício do ensino da música, em 2000, e foi ele que trouxe os actuais Maestro e monitores”, realça Adelino Correia.

Hoje, a Banda Filarmónica da AMUT con-ta com cerca de 50 elementos e espera-se para muito breve a integração de mais sete alunos, a concluir a formação. É uma banda musical, é certo, mas é também um convívio intergeracional. Os membros mais novos têm 13 anos de idade. Os mais velhos mais de 60

16

Page 17: Revista Municipal N.º 21

17

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

17

anos. Os músicos antigos partilham experi-ência e sabedoria com os músicos do futuro, num ambiente familiar que é um incentivo à direcção.

“Para a colectividade, os músicos têm mais valor que eu. Não percebo nada de música. Ando a trabalhar em prol deles e é bom ver e sentir o ambiente familiar desta colectividade. Os sócios fundaram a AMUT por causa da

música e nós, com apoios, é claro, consegui-mos trazê-la de volta”, afirma o presidente.

Parte dessa ajuda, segundo Adelino Cor-reia, veio da Câmara Municipal de Montijo. “A câmara abriu-nos as portas, sobretudo na questão dos instrumentos. Quando entrá-mos, praticamente, não havia instrumentos e os que existiam precisavam de arranjo. Re-gularmente, no nosso aniversário, a câmara tem-nos oferecido um instrumento que não temos possibilidade financeira de adquirir.

Um pouco de históriaA AMUT é uma das colectividades

mais antigas do concelho de Montijo. Actualmente, tem cerca de 700 sócios.

Foi fundada em 18 de Dezembro de 1898 por iniciativa de Severo da Silva Firmino, um agricultor abastado da fre-guesia, e do padre Manuel Frederico Ribeiro da Costa, na altura pároco da freguesia de Sarilhos Grandes.

A primeira sede própria situou-se no actual edifício do Juventude Sarilhen-se. A actual foi construída nos anos 60, num terreno cedido por alvará da Câ-mara Municipal.

Pouco se conhece dos primórdios da colectividade, pois quase não existem registos anteriores a 1953. No entanto, sabe-se que, em 1914, os instrumentos da Banda foram emprestados como contributo para a formação da Banda Democrática 2 de Janeiro, iniciativa que contou também com a colaboração de vários filarmónicos de Sarilhos Gran-des.

Em 1917 foi tomada a decisão de extinguir o Círio de Sarilhos Grandes e concentrar esforços na reorganização da AMUT, o que viria a ser conseguido em 1919 e consolidado em 1928, com a aprovação dos primeiros estatutos e regulamentos.

Ao longo da vida da Academia, a ac-tividade da Banda de Música sofreu di-versos períodos de interrupção e desde 1990 que não tinha actividade regular, situação que se manteve até 2000, ano em que o ensino da Música foi retoma-do.

“Em finais de 2006, graças à congre-gação de esforços da actual direcção, da Câmara Municipal de Montijo, dos novos aprendizes e dos antigos filarmó-nicos, sem esquecer a colaboração de outros músicos amigos, foi possível re-activar a Banda Filarmónica, que neste momento se encontra totalmente apta a realizar desfiles, procissões ou concer-tos, encontrando-se para já o seu futuro assegurado graças à existência de uma Escola de Música a funcionar em pleno, com mais de duas dezenas de alunos de todas as idades”, conclui Adelino Correia.

Também nos ajudou na aquisição dos farda-mentos e agora deram-nos 15 mil euros para arranjar o telhado. Tem sido uma colabora-ção excelente”.

“É claro que a câmara, também, deve re-conhecer o nosso trabalho em prol da colec-tividade. Não ia dar dinheiro dos contribuintes que depois não era bem aplicado. Agora pre-cisamos de uma tuba, mas a câmara já nos

deu os 15 mil euros e tem outras colectividades para apoiar e, por isso, não podemos pedir mais.”, acrescenta.

Os convites para actuações vão surgindo regularmente, mas “por agora temos que tornar a Banda conhecida, conseguir contactos para espectáculos. Estivemos muito tempo parados. Andamos, também, a ensaiar passodobles para podermos aceitar convites para corridas de toiros”, salienta o presidente da AMUT.

Para além da Banda de Música, actualmente, a colectividade tem aulas de Hip Hop, ballet, ginástica de manutenção, danças do ventre e as marchas populares. No total, mais de 50 pessoas participam nestas outras actividades.

O futuro da AMUT passa pela consolidação do projecto da Ban-

da de Música juntamente com a melhoria das instalações. “A Banda precisa de outras condições a nível acústico. Os recursos eco-nómicos são escassos, vamos fazendo as adaptações possíveis. Já em 1986, está nas actas das reuniões de direcção, se falava do telhado. Estamos em Abril de 2009 e só ago-ra vamos conseguir fazer essa obra, com o apoio da Câmara. Estamos, também, a tratar do alvará do bar”, esclarece o presidente da AMUT.

O associativismo está desde sempre pre-sente na vida de Adelino Correia. Já fez parte da direcção do Estrela Futebol Clube Afonso-eirense, do 1.º de Maio e do Juventude Sari-lhense. “Nunca pensei estar numa colectivi-dade ligada à música, mas hoje não trocava esta experiencia por nenhuma outra. Isto é a minha segunda casa. Há um relacionamento óptimo entre os membros da direcção. Todos têm vontade e estão presentes e isso é es-sencial quando se assume, de forma volun-tária, estes cargos. Tenho orgulho de estar na direcção da AMUT”, conclui.

“Já não havia música desde 1990. A música é a alma desta

casa! Quando entrei para a direcção, já há seis anos, foi triste ver uma colectividade,

com esta dimensão, quase morta. O nosso projecto era dar alma à casa e, por isso,

empenhámo-nos no projecto da banda de música”

Page 18: Revista Municipal N.º 21

18

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{d e s p o r t o }

DESPORTO PARA TODOS

Se gosta de desporto e/ou se quer co-nhecer um pouco melhor o património natural e edificado do nosso concelho, a Câmara Municipal de Montijo, através da Divisão de Desporto preparou, para os me-ses de Maio e Junho, um passeio de BTT e outro pedestre.

No dia 17 de Maio, às 9h00, terá lugar o passeio de BTT “Por Terras de Santo Isi-dro”. Na organização desta actividade, a Câmara Municipal de Montijo tem a cola-boração da Junta de Freguesia de Santo Isidro de Pegões e da Sociedade Recreati-va de Pegões Velhos.

Em Junho, Santo Isidro recebe também um passeio pedestre. Desta vez no dia 7 de Junho, às 10h00, poderá participar no passeio “Trilhos das Figueiras” e, assim, conhecer o património natural e ambien-tal desta freguesia rural do concelho de Montijo.

A concentração dos participantes será às 8h15 junto ao edifício dos Paços do Conce-lho. A organização é da Câmara Municipal de Montijo, da Junta de Freguesia de Santo Isidro de Pegões e da Sociedade Recreati-va das Figueiras.

Qualquer pessoa poderá participar nestes passeios, independentemente da idade (os menores de 14 anos devem ser acompanha-dos do encarregado de educação), da con-dição física e do local de residência.

A inscrição em cada passeio custa dois euros (acresce cinco euros, em cada activi-dade, se desejar almoço) e pode ser efectu-ada através do telefone 212 316 786 ou do e-mail [email protected].

Ao longo dos anos, a Câmara Municipal de Montijo, através da Divisão de Desporto, tem desenvolvido o projecto “Naturalmente Des-porto Sénior”. Todos os meses, em parceria com o movimento associativo e juntas de fre-guesia, no âmbito deste projecto realizam-se passeios de BTT, de cicloturismo, de canoa-gem e de pedestrianismo.

Com este e outros projectos, a autarquia pretende educar para a saúde, promovendo estilos de vida saudáveis e a prática desporti-va, uma vez que a inactividade física (aliada a outros factores como o consumo de tabaco, erros alimentares, stress, entre outros) contri-bui para a origem de doenças crónicas, que são hoje a principal causa de mobilidade e mortalidade nas sociedades desenvolvidas.

Por isso já sabe, sozinho ou com um grupo de amigos, estes passeios são uma oportuni-dade de desfrutar da natureza e de conhecer melhor a história e o património do concelho de Montijo.

Contamos com a sua presença!

Page 19: Revista Municipal N.º 21

19

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

{h u m i l d e s e a l d e a n o s }

SENTAR À MESA COM ARTESANATO

Manuel José Galrote nasceu há 86 anos em Alcáçovas, residindo na freguesia do Afonsoeiro. Reformou-se aos 77 anos. Depois de uma lon-ga vida a trabalhar com as mãos, encontrou nas cadeiras de madeira adornadas com fio (cizal) um meio de dar largas à imaginação e ocu-par os tempos livres. As cadeiras fa-zem lembrar velhos tempos em que tudo era feito de forma artesanal. A sua arte está exposta para venda no Posto de Turismo da Câmara Muni-cipal de Montijo.

“Umas ripas de madeira e um pequeno canivete são as ferramentas necessárias ao labor” faltando apenas acrescentar “paciên-cia e determinação” sublinha o artesão.

Já perdeu a conta às centenas de con-juntos de mesas e cadeiras em miniatura, cadeiras de gente grande ou pequena “para estar, costurar ou sentar à lareira”. “Há arte-factos para todos os gostos”, envernizadas ou em tom natural, para dar largas à imagi-nação num toque de bricolage, “em todos os tamanhos, para toda a família”, afirma Manuel Galrote.

Curioso é saber como a ideia surgiu. “Um dia não sei quando, sentei-me aqui e come-cei a fazer. Ninguém me ensinou, apenas surgiu a ideia na minha cabeça e fiz. Sabia que o meu avô as fazia, mas mal o conheci e nunca o vi a trabalhar”.

O artesão conta que sempre teve jeito para as coisas “de dar uso às mãos”. Com a habilidade à flor da pele, Manuel começou a trabalhar com dez anos na cortiça. Fez a tropa nos Açores “em tempo de guerra”. Fez parte do corpo da Guarda Republicana. “Na altura ganhava-se mal e tínhamos que an-dar sempre a mudar”, daí ter procurado uma vida mais sustentável em Montijo.

“Na época, havia muitas fábricas de cortiça e tinham trabalho para todos. Se quiséssemos saíamos, por sabermos que havia trabalho logo a seguir”, relata. “Hoje é diferente, quem tem trabalho é um sortudo” ,afirma com um encolher de ombros.

Não lamenta a sua sorte, dá-se por sa-tisfeito com o que tem. A sua reforma que pouco ascende ao ordenado mínimo “lá vai

dando para as necessidades” e o artesana-to que cria não tem por motivação o lucro, mas “o gosto de estar ocupado”.

As cadeirinhas e as mesas que rondam os 15 e os 20 euros não são tão procuradas como o desejado. “As pessoas não dão grande valor e estas coisas”, diz com al-guma tristeza estampada no rosto. “Só por uma ocasião, quando fui ao Alentejo, é que uma casa de decoração me comprou todos os conjuntos de cadeiras e mesas que tinha comigo. Não me importo que não comprem, não faço isto para enriquecer e muitas vezes acabo por dar a familiares e amigos”.

As cadeiras amontoam-se em vários can-tos da propriedade. “Já não tenho mais es-paço para as guardar nem na oficina nem na arrecadação. Por enquanto vou parar a produção por falta de espaço”, desabafa.

Sem filhos, netos ou bisnetos interessa-dos em dar continuidade ao ofício, o arte-são não acredita que o futuro preserve a arte que tem defendido com dignidade e engenho.

Page 20: Revista Municipal N.º 21

20

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

As comemorações do 35.º aniversário do 25 de Abril em Montijo vão ficar marca-das pela inauguração, às 15h30, do Museu Agrícola da Atalaia.

No mesmo dia, às 21h30, no Cinema Te-atro Joaquim d’ Almeida, Carlos Alberto Moniz sobe ao palco com o espectáculo “Canções de Abril”.

Depois das “Vozes de Abril” no Coliseu dos Recreios de Lisboa, Carlos Alberto Moniz regressa à estrada com este espec-táculo. Uma viagem de hora e meia pela mão de autores como José Afonso, José Jorge Letria, Sérgio Godinho, José Mario Branco, José Carlos Ary dos Santos, Ma-nuel Alegre, António Gedeão, entre ou-tros.

Até ao final de Abril, está patente na Biblio-teca Municipal Manuel Giraldes da Silva a exposição “Sophia – Uma obra exemplar”. Esta exposição biobibliográfica assinala os 90 anos do nascimento e os cinco anos da morte de Sophia de Mello Breyner An-dersen, uma das maiores poetisas da lite-ratura contemporânea portuguesa.

No dia 2 de Maio, às 15h30, na Bibliote-ca Municipal decorrerá a actividade “1, 2, 3… Um conto de cada vez: hora do conto e atelier de expressão plástica” dedicada aos contos “A árvore” e “O rapaz de bron-ze” de Sophia de Mello Breyner Andersen.

{d e s t a q u e }

COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL

Page 21: Revista Municipal N.º 21

21

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

21

MUSEU AGRÍCOLA DA ATALAIA

No dia 25 de Abril, pelas 15h30, será inaugurado o Museu Agrícola da Atalaia. Propriedade da Câmara Municipal de Montijo, alberga o primeiro núcleo muse-ológico dedicado à temática agrícola do Concelho.

A recuperação e reabilitação do espa-ço museológico da Quinta da Atalaia vem ao encontro da política de recuperação, reabilitação e valorização do património edificado e cultural do concelho, que a au-tarquia tem vindo a desenvolver em todo o concelho desde 1998.

Este conjunto agrícola edificado é con-siderado de grande interesse patrimonial, social e cultural para o concelho. A autar-quia investiu na recuperação, reabilitação e valorização da Quinta no sentido de salvaguardar, preservar e viabilizar a me-mória das gentes e as actividades desen-volvidas.

Vestígios da construção primitiva fazem remontar a origem desta Quinta, importan-te testemunho do passado rural do conce-lho, ao século XVIII.

Pertenceu à família Santos Fernandes. Em 1997 a Quinta Nova da Atalaia foi do-ada à Câmara Municipal de Montijo. Actu-almente alberga o primeiro núcleo muse-ológico dedicado à temática agrícola do Concelho.

Explorando a componente pedagógica, a Quinta conserva alfaias e equipamentos característicos da casa agrícola de ou-trora, símbolo representativo do passado económico e social da região. Ao patrimó-nio conservado da propriedade, juntam-se inúmeras peças doadas que enriquecem a colecção e que resultam da enorme ge-nerosidade de muitos conterrâneos.

“Quinta Nova da Atalaia: o passado de uma casa agrícola” será a primeira expo-sição temporária que se apresenta no Mu-seu Agrícola da Atalaia. A autarquia pre-tende dar a conhecer o passado agrícola do concelho, de que esta Quinta é um exemplar simbólico. Esta exposição versa sobre as práticas agrícolas tradicionais, associadas à cultura da vinha e do vinho, ao azeite e à horticultura.

A Obra

A Câmara Municipal de Montijo proce-deu a uma extensa intervenção no local para aproveitar as instalações agrícolas existentes na Quinta da Atalaia, uma obra adjudicada no valor de 509.798, 75 euros. Foram criados espaços museológicos, aproveitados os mecanismos tecnológicos agro-industriais, nomeadamente os laga-res de azeite, as adegas e a destilaria. O

palheiro teve que ser totalmente demolido e aproveitou-se o desnível da encosta para criar mais espaços multiusos.

Todo o conjunto edificado que compõe a Quinta de Santos Fernandes, como era outrora conhecida, encontrava-se em avançado estado de degradação. A obra contemplou a recuperação de todas as estruturas, fachadas, pavimentos e caxilha-rias existentes.

Os trabalhos foram realizados tendo em atenção a preservação da estrutura origi-nal dos edifícios, havendo a necessidade de fazer algumas alterações na adaptação dos espaços existentes para necessidades funcionais, incluem-se neste número as ins-talações sanitárias, as rampas de acesso a deficientes motores, entre outras alterações estritamente necessárias aos edifícios.

O projecto do espaço museológico foi ainda concebido com espaços amplos, onde os visitantes podem relaxar e desfru-tar das exposições.

21

Page 22: Revista Municipal N.º 21

22

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{c u l t u r a }

Até 30 de Abril, na Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva pode visitar a exposição biobibliográfica “Sophia – Uma obra exemplar”.

Com esta exposição, a autarquia mon-tijense assinala os 90 anos sobre o nasci-mento e os cinco anos sobre a morte de Sophia de Mello Breyner, uma das maiores poetisas portuguesas da literatura con-temporânea.

Sophia foi a primeira mulher portugue-sa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.

SOPHIAUMA OBRA EXEMPLAR

De origem dinamarquesa, pelo lado pa-terno, nasceu no Porto em 6 de Novembro de 1919, no seio de uma família aristocrá-tica. Aos 12 anos escreveu os primeiros poemas. Entre os 16 e os 23 teve uma fase excepcionalmente fértil na sua produ-ção poética.

Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Es-critores pelo seu “Livro Sexto”. Especial-mente neste livro a sua poesia ergueu-se como a voz da liberdade.

Depois do 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto numa lista do Partido Socialista. A sua actividade político-parti-dária, não foi longa, mas ao longo da sua vida sempre foi uma lutadora empenhada pelas causas da liberdade e justiça, tendo sido notória activista contra o regime de Salazar.

Distinguiu-se também como contista (Contos Exemplares) e autora de livros in-fantis (A Menina do Mar, O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta, O Rapaz de Bron-ze, A Fada Oriana, etc.). Para além do Pré-

mio Camões, foi também distinguida com o Prémio Rainha Sofia, em 2003.

Pode visitar a mostra “Sophia – Uma obra exemplar” de terça a sexta-feira das 10h00 às 19h00, segunda-feira e sábado das 14h00 às 19h00. Encerra ao domin-go.

2222

Page 23: Revista Municipal N.º 21

23

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

NOVO CIRCO…

UMA CARTACOREOGRÁFICA

No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Dança, de 29 de Abril a 31 de Maio, no 2.º foyer do CTJA, pode visitar a exposição “Uma Carta Coreográfica”.

Concebida como objecto de grande di-vulgação, com o propósito de atingir um público alargado e não familiarizado com as artes, esta exposição apresenta-se tam-bém como um suporte de referência para o público escolar.

A mostra desenvolve-se em duas esta-ções intituladas “O corpo como advinha” e “A dança como fábula”. A primeira fala do corpo e a segunda do movimento do corpo.

Em termos iconográficos, a exposição integra pinturas, desenhos e, sobretudo, fotografias de conceituados fotógrafos por-tugueses e estrangeiros.

A exposição “Uma carta coreográfica” é produzida pelo Ministério da Cultura, atra-vés do Programa Território Artes.

{c u l t u r a }

“Manu – Ao sabor do vento”, espectácu-lo de novo circo, sobe ao palco do Cine-ma Teatro Joaquim d’ Almeida (CTJA) no dia 26 de Abril, às 16h00. O bilhete custa cinco euros.

Criado e interpretado por Manuel Ama-relo, “Manu – Ao sabor do vento” é um espectáculo clow contemporâneo onde a música e o gesto substituem a palavra, numa viagem que explora o universo có-mico e poético.

Manu anda pelo mundo. Um mundo onde as flores são gigantes e as pessoas vivem felizes todos os dias. Do saco de serapilheira que transporta consigo saem as mais estranhas e hilariantes situações. A personagem de Manu é intemporal e o

espectáculo uma constante evolução. Manuel Amarelo nasceu em França, em

1977. Desde cedo que se interessou pe-las artes de palco, iniciando a sua carreira artística com trabalhos de dança e coreo-grafia em 1996. Em 2004, começou uma profunda pesquisa e integração no uni-verso clownesco e na comédia física que resultou na estreia, em 2007, do espectá-culo “Manu – Ao sabor do vento”.

… E DANÇA NO CTJA

No dia 29 de Abril, às 21h30, o CTJA e o grupo MuDansas Aparte da Cercima apresentam o espectáculo “Dança com e para todos”. A iniciativa comemora o Dia Mundial da Dança.

Um espectáculo que exalta a beleza da dança que se adapta ao corpo. A criati-vidade que nasce da união entre o mo-vimento e os limites impostos pela vida. Uma revolução ritmada que conta com a participação de diversas instituições que abraçam a beleza da dança adaptada.

23

Page 24: Revista Municipal N.º 21

24

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

BRINCAR AO CARNAVAL

SIM, MAS EM SEGURANÇA

“Brincar ao Carnaval sim mas em se-gurança”. Foi esta a mensagem transmi-tida pela Polícia de Segurança Pública de Montijo, através do Programa Escola Segura, que desenvolveu durante duas semanas uma acção de sensibilização sobre os perigos associados às brinca-deiras de carnaval em algumas escolas do concelho.

A revista Montijo acompanhou a agen-te Inácia Costa numa dessas acções na Escola D. Pedro Varela. A agente relem-brou que o Carnaval, “apesar de ser uma época festiva, tem brincadeiras de mau gosto, como as bombas de mau cheiro, estalinhos, fulminantes, balões de água”.

Utilizando o provérbio popular “Não faça aos outros o que não gostas que façam a ti”, Inácia Costa através de uma apresentação de slides, elucidou os presentes sobre as consequências graves que as bombas de carnaval e os fulminantes provocam nos jovens.

Recorde-se, que o programa Escola Segura resulta de um protocolo entre os Ministérios da Educação e da Adminis-tração Interna e assenta numa lógica de policiamento de proximidade.

No dia 20 de Fevereiro, em diversas fre-guesias do concelho, mais de 2900 crian-ças do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensi-no básico brincaram ao Carnaval. Como é habitual, o público não faltou à chamada e as crianças ofereceram desfiles muito co-loridos, fantasiosos e animados.

CARNAVAL 2009

No dia 20 de Fevereiro, o Pavilhão dos Bombeiros Voluntários de Montijo rece-beu 280 idosos no Baile de Máscaras para as Pessoas Idosas. Uma iniciativa do Gabinete do Idoso. O Lar Montepio alcançou o 1.º lugar da “Máscara de grupo”. O prémio de “Melhor Máscara” foi entregue a Álvaro Pinto que vestiu a pele de António Variações. O prémio “Máscara Individual” foi entregue ao rei e à rainha, Arlindo Gomes da Costa e Maria Matilde Tavares. Por ter participa-do pela primeira vez, foi ainda atribuído um prémio de mérito à Associação de Reformados Pensionistas e Idosos do Montijo.

Page 25: Revista Municipal N.º 21

25

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

{e d u c a ç ã o }

JOGAR AO MOINHO

DE MARÉ

“Que fixe!” foi a frase mais ouvida. Ex-clamações de admiração e de espanto e muita curiosidade no olhar. Para a maio-ria dos alunos do 4.º ano da EB1 do Alto Estanqueiro, o dia 18 de Março foi uma novidade: a primeira visita ao Moinho de Maré do Cais.

A visita destes alunos surgiu no âmbito do Programa Pedagógico para o Público Escolar promovido pela Câmara Municipal de Montijo, através do Museu Municipal, durante o ano lectivo de 2008/2009.

“O jogo do Moinho de Maré”, uma es-pécie de jogo do galo, foi a actividade que os técnicos do Museu Municipal desen-volveram com os alunos da EB1 do Alto Estanqueiro.

Os alunos começaram por observar o funcionamento do Moinho de Maré e per-ceber como é fabricada a farinha.

De seguida, com o apoio de materiais multimédia, os técnicos do Museu explica-ram aos alunos as origens do Moinho, o seu funcionamento e a sua reconstrução.

A visita terminou com o “Jogo do Moinho de Maré”, onde as crianças aplicaram os conhecimentos adquiridos.

No final, mostraram-se muito entusias-madas. A opinião era unânime. “Gostá-mos muito. Aprendemos como o Moinho funciona, como foi reconstruído, a sua re-lação com a Ordem de Santiago e como se fazia farinha”.

A professora Carmem Mileu partilhava da opinião dos seus alunos. “Achei muito interessante. Estas actividades são muito importantes. Eles estão no 4.º ano, estu-dam a História de Portugal e com estas actividades conhecem a história da nossa

cidade e relacionam os conhecimentos adquiridos em aula. Isto complementa a formação deles. Eles adoram e aprendem mais facilmente, porque passam da teoria à prática”.

O Programa Pedagógico para o Público Escolar procura educar para o património, proporcionar a concretização de experiên-cias e práticas sociais, entrecruzando as mais valias educativas do campo formal e não formal.

Este programa traduz-se num conjunto de oficinas, visitas-jogo, visitas guiadas e outras actividades, adequadas a diversas faixas etárias.

Page 26: Revista Municipal N.º 21

26

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{e m p r e s a s e e m p r e s á r i o s }

PRIMOHORTA

UMA EMPRESA DE REFERÊNCIA

A união faz a força. É certamente um cliché, mas é o conceito que esteve na base da fundação da PrimoHorta, Socie-dade de Produtores de Hortícolas, Lda em 1999. Dez anos depois, num cenário de crise económica mundial, esta organi-zação de produtores é uma empresa em contra-ciclo.

A prová-lo estão os dados relativos à facturação que tem evoluído constante-mente. Em 2008 superou os cinco milhões

26

de euros, num total de 18514 toneladas de produção líquida.

A cenoura representa 90 por cento da produção da PrimoHorta que, também, comercializa batata, cebola e couve lom-barda. “Enquanto departamento agrícola temos intervenção em toda a produção

dos nossos agricultores. Como central de processa-mento apenas actuamos na cenoura e comercializa-mos os outros produtos”, esclarece Isabel Ferreira, gestora da PrimoHorta.

“Não fazemos agricul-tura biológica nem con-vencional. Fazemos o que se chama de produção integrada, que consiste na redução ou eliminação, quase total, de produtos fito-farmacos, ou seja, de

químicos prejudicais à saúde humana e ao meio ambiente”, acrescenta.

O processo de produção começa no campo. Antes da colheita, todas as par-celas de cenoura dos agricultores são analisadas. Após a mesma, a cenoura dá entrada na central de processamento. É lavada, escolhida manualmente e calibra-da em diâmetro. De seguida, entra num tanque de água gelada – o choque térmi-co elimina a maioria das bactérias – volta

novamente a ser escolhida, passa para a linha de embalamento e termina armaze-nada em câmaras frigoríficas até ser trans-portada para o cliente.

Em todo este processo a palavra-chave é qualidade. “Desde a preparação dos so-los até à parte comercial, temos pessoas com formação académica adequada, em cada parte do processo. Tínhamos duas opções: a qualidade ou o preço. No pre-ço é impossível fazer milagres, por isso a nossa aposta tinha de ser na qualidade”, explica a gestora.

A aposta na qualidade tem permitido à PrimoHorta consolidar a sua posição no mercado. “A nossa qualidade já é reconhe-cida. Temos contratos com, praticamente, todas as empresas da grande distribui-ção. Em 2007 começámos a exportar, em maiores quantidades”.

A exportação foi um factor impulsiona-dor para a PrimoHorta e mais uma evidên-cia do contra-ciclo em que se encontra a empresa. “Em 2007, no espaço de mês e meio, exportámos 2500 toneladas de ce-noura para a Alemanha. Em 2008, 3200 toneladas, cerca de 20 por cento da pro-dução. Para este ano, temos programado 5000 toneladas, afirma Isabel Ferreira.

Hoje, a PrimoHorta é uma referência no sector. “Não há no país, ao nível da ce-noura, nenhum grupo de produtores com a nossa dimensão. Temos o efeito de re-ferência no mercado. A PrimoHorta tem funcionado como uma barreira no merca-do, impedindo a entrada de muita cenoura estrangeira em Portugal”, assegura.

Para a gestora, a qualidade, o profissio-nalismo e a departamentalização da Pri-moHorta têm sido os segredos do suces-so. “A insistência na qualidade dos nossos produtos e o profissionalismo de todos, dos nossos agricultores aos funcionários, são as nossas mais-valias. A departamen-talização, também, é fundamental. Há um grande respeito pela hierarquia. Aqui não existe ‘o todos querem mandar’. Em cada departamento existem pessoas com com-petências e formação adequadas e há um grande espírito de equipa, envolvimento e sentido de responsabilidade”.

Natural de Coruche, Isabel Ferreira já estava ligada ao sector e é gestora da Pri-moHorta há sete anos. Afirma ter-se “con-vertido aos montijenses. Moro no Bairro da Caneira, que tem uma vista fantástica

26

Page 27: Revista Municipal N.º 21

27

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

27

e que eu adoro” e mostra-se preocupa-da com o desenvolvimento agrícola do concelho: “aqui existem condições muito boas para a agricultura. A construção imo-biliária veio matar muitos campos produti-vos. Temos agricultores a ir para o Alentejo e Ribatejo porque aqui já não existem ter-renos disponíveis”.

Novas instalações. Novos Desafios

O futuro próximo da PrimoHorta passa pela mudança para as novas instalações no Alto Estanqueiro. “O terreno custou-nos 530 mil euros. Será um investimento total de três milhões de euros. As instala-ções estão quase concluídas. A mudança será este ano, mas ainda não há uma data definida”, salienta a gestora.

Neste momento, está a ser construído o tegão de descarga que atrasou a transfe-rência das operações da PrimoHorta para a nova central. Contudo, foi a crise na ban-ca e a burocracia os maiores obstáculos à concretização deste projecto.

“O ano passado tínhamos as operações aprovadas pela banca, em sistema de lea-sing. Com a abertura do Quadro Comuni-tário, como tínhamos todas as condições, candidatámo-nos ao PRODER e aí come-çou uma dor-de-cabeça. O PRODER só aceita leasing se o investimento for pago ao fim de dois anos. São três milhões de euros. É impensável! A banca começou com os problemas conhecidos e desde aí que nos colocam inúmeros obstáculos burocráticos ao financiamento, embora o processo esteja aprovado pela Banca e pelo PRODER”.

“A crise reflectiu-se na PrimoHorta nes-se aspecto. A nossa empresa e os nossos sócios nunca tiveram problemas com a banca e achamos injustificado sermos tra-tados como outras empresas com proble-mas. Sentimo-nos impotentes!”, desabafa Isabel Ferreira.

As novas instalações representam uma maior capacidade de produção e, por isso, novos desafios. “Para além do processa-mento da cenoura, vamos ter unidades idênticas para a cebola e a batata. Conse-quentemente podemos também apostar mais na exportação tanto da cenoura como dos outros produtos. Vamos, também, fa-zer agricultura biológica.”, conclui.

A PRIMOHORTAA PrimoHorta foi criada em 30 de Novem-

bro de 1999 por 22 sócios. Em Outubro de 2001 começou a processar cenoura.

Isabel Ferreira considera que os agri-cultores decidiram constituir-se como uma organização porque “sentiram duas necessidades: alguém que os ajudas-se na coordenação entre a produção e a comercialização e alguém para efectuar o acompanhamento agrícola. Perceberam que com união conseguiam ter força e res-ponder às exigências do mercado”.

Neste momento, a empresa tem 14 sócios: Alfeu Gonçalves, Paulo Bartolo, Rosado & Rosado Lda, Sociedade Agrí-cola Folha Sã Lda, Florisul, Luís Coelho, Lino & Luís Lda, Sociedade Agrícola Pi-nheiro da Cruz, Cenoubatata Lda, Vitorino Gonçalves, Sociedade Agrícola Quinta do Cartaxo, Manuel Pacífico Lda, Sociedade Agrícola Quinta do Arripiado e Socieda-de Agrícola do Pinhal Novo. A gerência é composta por José Gonçalves, Paulo Leite e Nicolas Hart.

Até hoje, o investimento na actual central rondou os dois milhões e 800 mil euros. A empresa tem 22 funcionários que recebem formação, todos os anos, em diferentes áreas.

“Desde a preparação dos solos até à parte comercial, por isso temos pessoas com formação académica adequada, em cada parte do processo. Tínhamos duas opções: a qualidade ou o preço. No preço é impossível fazer milagres, por isso a nossa aposta tinha de ser na qualidade”

27

Page 28: Revista Municipal N.º 21

28

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{a m b i e n t e }

MONTIJO APOSTA

NA ENERGIA RENOVÁVEL

A Câmara Municipal de Montijo está a apostar na implementação de um siste-ma de energia renovável, com base em unidades de micro-geração, em diversas escolas do primeiro ciclo do ensino básico do concelho.

A primeira fase de implementação do projecto já terminou e contemplou a EB1 das Taipadas, a EB1 do Alto Estanqueiro e a EB1 N.º 1 de Sarilhos Grandes.

Numa segunda fase, estas unidades de micro-geração vão ser implementadas na

EB1 N.º1 de Montijo, na EB1 do Bairro da Caneira, na EB1 do Bairro da Liberdade, na EB1 N.º 2 de Montijo, na EB1 do Bairro do Areias, na EB1 da Atalaia e na EB1/JI do Afonso-eiro.

Este projecto representa um investimento na ordem dos 500 mil euros e é um exemplo de boas práticas que o muni-cípio pretende estender a ou-tros edifícios municipais.

O projecto de micro-geração consiste na possibilidade dos consumidores de energia eléctrica tornarem-se microprodu-

tores de electricidade, vendendo a energia produzida por si à rede nacional, ou seja, à EDP.

No caso particular do projecto que está a ser implementado nas escolas básicas do concelho foi necessário colocar, em cada escola, cerca de 30 m2 de módu-los fotovoltaicos e um painel solar térmico para aquecimento de água com, pelo me-nos, dois m2 de área.

Os módulos solares fotovoltaicos são dispositivos utilizados para converter a energia da luz solar em energia eléctrica ou térmica. O painel solar térmico para o aquecimento da água capta a radiação solar através de colectores que a transfor-mam em calor e a transmitem à água que, no caso das escolas, é usada na zona dos refeitórios.

Para além da energia produzida pelas unidades fotovoltaicas que é vendida à EDP, da poupança energética no aque-cimento de água, provocada pelo painel solar térmico, este projecto de micro-ge-ração é um contributo da autarquia para a diminuição da produção de dióxido de carbono, um dos principais causadores do efeito de estufa.

28

Page 29: Revista Municipal N.º 21

29

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

{a m b i e n t e }

AUTARQUIA DISTRIBUIROMÃZEIRAS NA SEMANA VERDE

A Câmara Municipal de Montijo realizou a Semana Verde de Montijo, de 16 a 21 de Março, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Árvore (21 de Março). À semelhança de anos anteriores, a autar-quia distribuiu 400 árvores pelas escolas do concelho e no centro da cidade.

Este ano, a Semana Verde de Montijo teve como símbolo da campanha a romã-zeira. A árvore de nome científico Punica granatum L. tem origem na Europa e na Ásia, o seu arbusto pode atingir os quatro metros de altura se for plantado no solo. A

folhagem é verde-brilhante, flores de cáli-ce campanulado com pétalas laranja, se-guidas de fruto globoso muito apreciado, com sementes cobertas por arilo de sabor delicado. Pode ser cultivado em qualquer tipo de clima, inclusive em invernos frios. Esta espécie arbórea usa-se em hortas e pomares, é muito ornamental e aconse-lhável para jardins.

No dia 21 de Março, no Parque Muni-cipal, num gesto simbólico o executivo camarário procedeu à plantação de dez romãzeiras. Durante a semana, em frente à Galeria Municipal e ao Mercado Muni-

cipal, estiveram instaladas duas bancas para a distribuição de pequenas árvores aos munícipes.

Esta iniciativa tem como objectivo apelar à participação dos munícipes no sentido da preservação do património ambiental, e da sustentabilidade dos espaços verdes e florestais.

Page 30: Revista Municipal N.º 21

30

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{c i d a d a n i a }

CANAL TVMONTIJO

30

CAMPANHAAJUDE-NOSA CUIDARDA NOSSA CIDADE

A Câmara Municipal de Montijo está a desenvolver uma campanha de sen-sibilização denominada “Seja um Ci-dadão Mais Participativo: Ajude-nos a Cuidar da Nossa Cidade”, sobre a te-mática da cidadania, do ambiente e do tratamento do espaço público.

Dirigida à população em geral, a campanha pretende incutir uma cultura de responsabilidade individual e social junto dos munícipes do concelho, enfa-tizando a preocupação de temas com implicação directa no desenvolvimento da região, como os resíduos sólidos urbanos e o seu tratamento, a limpeza dos espaços públicos, a preocupação com a falta de água, a energia e os ní-veis de ruído.

Para a Câmara Municipal de Montijo, o exercício da cidadania é, sobretudo, um comportamento, uma atitude em que cada um deve cuidar dos proble-mas da sociedade com a mesma prio-ridade com que aborda as suas ques-tões individuais.

A Câmara Municipal do Montijo lançou no passado dia 6 de Janeiro, na Galeria Municipal, o Canal TV Montijo, um meio de comunicação criado com o objectivo de aproximar os cidadãos da autarquia.

Este canal encontra-se disponível no Cais do Seixalinho, nos Centros de Saúde do Montijo e Afonsoeiro. Os locais foram pensados estrategicamente, de modo a prestar aos cidadãos um serviço informa-tivo municipal e de entretenimento.

Na cerimónia, a presidente da Câmara Municipal de Montijo, Maria Amélia Antu-nes, referiu que “a alteração de factos e circunstâncias obriga-nos a agir de uma forma muito célere, daí termos estabeleci-do este contacto que deu origem ao Canal TV Montijo. Achamos que este instrumen-to de comunicação é poderoso.”

A edil salientou que “o objectivo é apro-ximar os munícipes e instituições do con-celho da autarquia e promover a interac-ção”.

Carlos Rodrigues, da empresa Filma-nia, explicou como funciona a Plataforma Tecnológica do canal TV, sublinhando que este foi um processo complicado. “Come-çámos a desenvolver este projecto com a Câmara Municipal de Montijo, em 2007, até se tornar exequível e trazer uma mais valia à interacção entre o munícipe e a au-tarquia”.

O projecto Canal TV Montijo dispõe de uma página na Internet, onde todos os interessados podem consultar on-line fil-mes relacionados com acontecimentos e actividades municipais. Consulte em www. cmmontijotv.com.

Maria Amélia Antunes, referiu que “a alteração de factos e circunstâncias obriga-nos a agir de uma forma muito célere, daí termos estabelecido este contacto que deu origem ao Canal TV Montijo. Achamos que este instru-mento de comunicação é poderoso.” A edil salientou que “o objectivo é aproximar os munícipes e instituições do concelho da autarquia e promover a interacção”.

Page 31: Revista Municipal N.º 21

31

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

{a c ç ã o s o c i a l }

TU KONTAS APOSTA NA DIVERSIDADE E IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

O Projecto Tu Kontas, na pausa lectiva do Carnaval, promoveu diversas activida-des com o objectivo de ir ao encontro dos interesses e necessidades das crianças e jovens de contextos sócio-económicos mais vulneráveis do concelho, optimizan-do os recursos da comunidade e envol-vendo outros projectos do programa Es-colhas.

Assim, no dia 20 de Fevereiro, as crian-ças e jovens inscritos no Tu Kontas asso-ciaram-se ao Baile de Máscaras Sénior promovido pelo Gabinete do Idoso no pavilhão dos Bombeiros Voluntários de Montijo, que proporcionou um convívio intergeracional entre crianças e pessoas idosas.

No dia 21 de Fevereiro, 13 jovens do Bairro do Esteval e da freguesia de Canha participaram num passeio Todo-o-Terreno. Uma parceria com a Associação de Esco-teiros de Portugal – grupo 123 de Montijo que pretendeu dar a conhecer aos jovens os recursos naturais e os trilhos desco-nhecidos do concelho de Montijo, promo-vendo uma maior consciencialização da importância de preservação do património natural e cultural da nossa terra.

Entre os dias 23 e 25 de Fevereiro, oito jovens mediadores do Tu Kontas participa-ram num intercâmbio entre o projecto Tu

Kontas e o Projecto Arca de Talentos da Covilhã, em regime de acantonamento no Centro do Tempo da Covilhã. Este inter-câmbio possibilitou a partilha de experiên-cias e a avaliação diária do grupo em re-lação ao espírito de equipa, cooperação, resolução de conflitos, partilha de tarefas e tomada de decisão.

Os jovens tiveram a oportunidade de visitar a Serra da Estrela, as localidades de Belmonte e Sortelha e de realizar um festival de fusão de projectos, com a apre-sentação dos talentos de cada grupo, que contou com um concerto de jambés, com a peça de teatro-fórum “Diz-me com quem andas, e dir-te-ei quem és”, dinami-zada pelo grupo de jovens mediadores do

Tu Kontas, e com o espectáculo de dança do grupo de Jovens da Arca de Talentos.

Para finalizar as actividades promovidas pelo Tu Kontas nas férias de Carnaval, no dia 26 de Fevereiro sete crianças e jovens praticaram hapkidó (técnicas de defesa pessoal), na Banda Democrática 2 de Ja-neiro.

3131

Page 32: Revista Municipal N.º 21

32

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{n o t í c i a s d a r e u n i ã o d e c â m a r a }

Na reunião de câmara do dia 1 de Abril foram apresentados os documen-tos de prestação de contas da Câmara Municipal de Montijo referentes ao ano de 2008

No balanço económico do ano tran-sacto foi revelado que a autarquia tran-sitou com um saldo negativo de 1.8 milhões de euros, enquanto em 2007 o mesmo era positivo na ordem dos 4 mi-lhões de euros.

Na declaração sobre os documentos de gestão a edil, Maria Amélia Antunes, justifica que “não sendo o esperado é a consequência da situação ocorrida du-rante o exercício, com quebras de recei-tas por um lado e, por outro, a devolu-ção de taxas não prevista” referindo-se à devolução de taxas no montante de um milhão de euros e outros impostos devolvidos por cobrança indevida na or-dem dos 800 mil euros.

A proposta foi aprovada com quatro votos a favor do PS, duas abstenções do PSD e uma da CDU. MONTIJO

CANDIDATA-SE AO PROGRAMA PORL

BALANÇO 2008

Na reunião de câmara realizada no dia 4 de Março, foi aprovada por una-nimidade a proposta de Ratificação do Protocolo de Parceria Local no âmbito do Programa de Acção delineado para a candidatura PORL – Eixo Política das Cidades – Parcerias para a Regeneração Urbana.

A candidatura em parceria integra para além da Câmara, a APL – Adminis-tração do Porto de Lisboa, S.A., a Junta de Freguesia de Montijo, a Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, o Clube Atlético do Montijo, e a SCUPA – Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense.

As intervenções propostas têm um va-lor estimado global de cerca de 8 milhões de euros, sendo 50 por cento financiado por fundos comunitários. A área de in-tervenção insere-se no centro histórico da cidade de Montijo e na Frente Ribeirinha, corres-pondendo a área urbana de cerca de 54,5 ha, sen-do a área de intervenção de cerca de 18 ha.

O Programa de Acção visa o reforço da centrali-dade da Cidade de Mon-tijo. A área de intervenção abrange o edifício dos Pa-ços do Concelho, o edifício da Junta de Freguesia de Montijo, o edifício dos Serviços Municipa-lizados de Água e Saneamento, a Casa da Quinta do Pateo de Água, o Merca-do Municipal, a Praça Gomes Freire de Andrade, o espaço público e edifício do Cais dos Vapores, o Parque Ribeirinho e a Rua José Joaquim Marques.

Os resultados desta parceria centrar-se-ão no desenvolvimento do turismo e da cultura, em novas actividades econó-micas e sociais, no desporto e no lazer, na qualidade do ambiente e na mobili-dade.

32

Page 33: Revista Municipal N.º 21

33

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

EXECUTIVO MUNICIPAL EM SARILHOS GRANDES

A Freguesia de Sarilhos Grandes rece-beu, no dia 22 de Janeiro, a visita da presi-dente da Câmara Municipal de Montijo, Ma-ria Amélia Antunes, e dos vereadores Nuno Canta, Maria Clara Silva e Vítor Gingeira.

No período da manhã, o executivo mu-nicipal realizou reuniões com a presidente da junta de freguesia, Carla Braziel, e com representantes da Academia Musical União e Trabalho (AMUT), da Associação de Re-formados, Pensionistas e Idosos de Sarilhos Grandes e do Vasco da Gama Futebol Clu-be.

As principais questões abordadas foram o saneamento básico e o reforço do abaste-cimento de água no Bairro do Marreco, Es-trada dos Paulinos e Rua dos Caçadores.

O vereador Nuno Canta ressalvou que o problema do saneamento básico neste bair-ro “é de difícil resolução e um investimento muito elevado. Na próxima década não será possível fazer aqueles esgotos. É preciso que as pessoas saibam disto. Estamos a realizar um estudo para encontrar uma so-lução. Até lá, o saneamento continuará a ser feito por fossas sépticas”.

Com a obra já adjudicada e consignada, que vai ser executada no Bairro Marreco, “será possível resolver as questões do abastecimento de água no referido bairro, na Rua dos Caçadores e na Estrada dos Paulinos, escoar as águas pluviais e pavi-mentar as ruas do Bairro Marreco”, acres-centou.

As infra-estruturas foram o principal pro-blema levantado pelo movimento associa-tivo da freguesia. A AMUT necessita de realizar obras de recuperação na sede. A Associação de Reformados e Pensionistas recebeu da câmara o terreno para a nova sede e está a iniciar o processo de elabo-ração do projecto arquitectónico. O Vasco da Gama aguarda a concretização do pro-tocolo assinado entre o clube, a câmara e um particular que possibilitará a edificação de uma nova sede.

Ao final da tarde, no salão da AMUT, mais de três dezenas de munícipes ques-tionaram o executivo municipal sobre os problemas que, na sua óptica, afectam a freguesia.

A reunião iniciou-se com a apresentação de dados relativos às principais transferên-cias financeiras e investimentos realizados pela autarquia montijense em Sarilhos Grandes nos últimos quatro anos. Um in-

vestimento no valor total de 11.797,396 euros.

Entre as principais preocupações apre-sentadas pelos munícipes, destaque para o Jardim dos Triângulos, a recuperação do Moinho da Lançada e da zona ribeirinha da freguesia, a pressão da água no Corte das Pereiras e o parque infantil da Lançada.

Relativamente ao Jardim dos Triângulos, a presidente da câmara salientou que o as-sunto era responsabilidade da Junta e, por isso, Carla Braziel esclareceu que “o atraso

se deveu, sobretudo, ao facto da EDP ter levado seis meses a fazer o acrescente de iluminação que foi solicitado. A intenção da junta é inaugurar o jardim no aniversário da freguesia, em Abril”.

A recuperação do Moinho da Lançada e da zona ribeirinha da freguesia é uma pre-tensão antiga dos fregueses. “Temos um projecto, que vai levar o seu tempo, que prevê uma ligação através de uma ponte pedonal entre a Mundet e o Arce, com ci-clovia e um passeio ribeirinho. O moinho é

propriedade privada, mas queremos nego-ciar com o particular a sua cedência”, refe-riu a presidente.

Sobre a pressão da água no Corte das Pereiras, o vereador Nuno Canta mencionou que a “obra a decorrer na Praça da Liberda-de vai permitir a colocação de uma nova con-duta, de maiores dimensões, que melhorará o abastecimento de água nessa zona”.

Para além da implementação de novas condutas, a obra da Praça da Liberdade contempla “o enterramento das linhas tele-

fónicas e eléctricas, a re-novação de papeleiras, bancos e candeeiros, a retirada do pavet para a colocação de calçada e a preservação do Core-to. Esta praça voltará a ser um elemento emble-mático da cidade e da freguesia”, acrescentou o autarca.

Os munícipes colo-caram, ainda, questões

relativas à iluminação, asfaltamento e se-gurança rodoviária de alguns locais da freguesia e à limpeza dos contentores e recolha do lixo grosso.

No final, a presidente da câmara apelou à consciência cívica dos cidadãos, à sua participação activa na sociedade e co-res-ponsabilidade na manutenção do espaço público.

33

{f r e g u e s i a s }

Page 34: Revista Municipal N.º 21

34

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{f r e g u e s i a s }No dia 26 de Fevereiro, a presidente da

Câmara Municipal de Montijo, Maria Amélia Antunes, e os vereadores Nuno Canta, Clara Silva e Renato Gonçalves visitaram a fregue-sia da Atalaia.

Durante a manhã, a presidente da Câmara Municipal de Montijo, Maria Amélia Antunes, e os vereadores reuniram com o presidente da Junta da Atalaia, Luís Miguel da Silva Mo-rais, para avaliar os principais problemas e necessidades da freguesia.

Nesta reunião de trabalho foram focados as-suntos como a construção de casas de banho de apoio ao mercado mensal, a variante da Atalaia e a requalificação do Largo da Feira.

À hora de almoço, o executivo da junta e da câmara estiveram reunidos com alguns membros da comunidade educativa, de as-sociações desportivas e culturais da fregue-sia. Da parte da tarde os autarcas visitaram as obras do Museu da Atalaia, as obras da creche da Paróquia Nossa Senhora da Ata-laia e a Urbanização Atalaia Jardim.

À semelhança do que aconteceu em Abril de 2007, o executivo municipal reuniu, à noi-te, com a população no salão da Junta de Freguesia da Atalaia.

A presidente da autarquia montijense iniciou a reunião com a apresentação dos investimentos realizados pela Câmara Mu-nicipal de Montijo, na freguesia da Atalaia nos últimos quatro anos, no valor total de 1.231.956,00 euros.

Das principais preocupações apontadas pelos munícipes, os moradores junto ao Lar-go da Feira destacaram o pó provocado pelo vento, o uso indevido por automobilistas e

veículos motorizados daquele espaço, o lixo em dias de feira, o entupimento de esgotos em habitações no centro histórico da fregue-sia, a regularização de caminhos rurais e os problemas causados pela proximidade das árvores junto às habitações.

A presidente afirmou que a questão do lixo em dias de feira “é inultrapassável. A única medida a tomar é a acção imediata de lim-peza a seguir à feira”, e que, em relação ao corte das árvores, “é um assunto polémico. Vamos ponderar e avaliar se devemos ou não proceder ao corte das mesmas, uma vez que a opinião dos munícipes sobre esta matéria é muito diferenciada de local para local.”

A edil lembrou que a EN4 só passará a ser responsabilidade da autarquia após a conclusão da variante da Atalaia, por isso

em relação ao corte das arvores situadas na zona “não é uma competência da autarquia, mas sim das Estradas de Portu-gal por se tratar de uma estrada nacional. No en-tanto, a autarquia pode intervir junto das entida-des responsáveis.”

Em relação aos pro-blemas mencionados no Largo da Feira, a edil sublinhou que “ existe um estudo prévio para se proceder a uma in-tervenção naquela zona, cujo terreno uma parte pertence à autarquia e

EXECUTIVO MUNICIPALVISITOU ATALAIA

outra ao promotor da Urbanização do Cru-zeiro. Estamos a proceder a uma alteração de loteamento para dar continuidade ao pro-cesso, mas não vai ser ainda este Verão que vamos proceder ao arranjo paisagístico do Largo.”

O vereador Nuno Canta, que preside aos Serviços Municipalizados de Água e Sanea-mento de Montijo (SMAS), afirmou que em relação aos esgotos da zona histórica “a ava-liação já está concluída e o problema identi-ficado. Os esgotos construídos pelas Estra-das de Portugal não fazem o escoamento. É necessário repôr todo esse colector. Uma obra dispendiosa, mas fundamental. No mo-mento, estamos a finalizar o projecto, para lançarmos o concurso durante o ano corren-te e realizar a obra em 2010.”

O vereador explicou, ainda, que em relação aos caminhos rurais não alcatro-ados, “o período de chuva longo no In-verno dificultou a acção da autarquia na regularização dos mesmos. No entanto, estamos a testar um novo pavimento mais resistente a abatimentos e mais eficaz na drenagem da água. Caso se comprove a sua utilidade iremos colocá-lo nos cami-nhos rurais”.

Ao dar por encerrada a visita, a edil agra-deceu a presença dos munícipes, desejan-do que na próxima visita as questões colo-cadas estejam resolvidas e que em debate estejam, então, novos assuntos.

Page 35: Revista Municipal N.º 21

35

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

PEGÕES RECEBEU

EXECUTIVO MUNICIPAL

{f r e g u e s i a s }No dia 24 de Março, a presidente da Câ-

mara Municipal de Montijo, Maria Amélia Antunes, e o executivo municipal visitaram a freguesia de Pegões.

Durante a manhã, o executivo reuniu com António Miguens, presidente da Junta de Freguesia de Pegões, e outros autarcas, de forma a inteirar-se dos principais problemas da freguesia. Na reunião foram abordados vários temas, entre os quais, a revisão do PDM, o edifício multiusos e a ETAR.

À hora de almoço, o executivo reuniu com representantes da comunidade educativa,

associações desportivas, culturais e sociais da freguesia de Pegões.

Maria Amélia Antunes recordou que a cri-se económica também se fez sentir nas re-ceitas da autarquia e, por isso, “é necessário estabelecer prioridades para que a qualida-de de vida a que nos habituámos não sofra

quebras. O nosso apoio ao movimento as-sociativo não vai ser igual ao de outros anos. Temos menos recursos, não podemos pres-tar os apoios na mesma medida.”

Ao fim da tarde, teve lugar no salão da Sociedade Recreativa de Cruzamento de Pegões uma reunião aberta a toda a popula-ção. Cerca de 50 munícipes compareceram para expôr ao executivo as suas preocupa-ções.

A edil iniciou a reunião com a apresenta-ção das principais transferências financeiras para a junta, dos apoios ao movimento as-

sociativo e dos investi-mentos realizados pela Câmara Municipal de Montijo na freguesia de Pegões, nos últimos quatro anos, no valor total de 3.580.549,00 euros.

Os alegados distúr-bios provocados pelo pó e ruído da empresa EnerMontijo, localizada em Pontal Cruzamento, (Pegões Velhos) e o as-faltamento da Rua 5 de

Outubro foram os temas dominantes.A autarca afirmou que a autarquia esteve

de acordo com a implementação da fábrica. “Tivemos uma posição favorável, porque nos propuseram uma actividade compatível com o PDM (Plano Director Municipal)” acres-centando que, no entanto, “a fábrica tem de

reunir condições para não causar prejuízos à zona envolvente, aos acessos e laborar em horário compatível com o descanso das pessoas e minorar/controlar o ruído”.

A presidente adiantou ter tido oportunida-de de falar com o responsável sobre os pro-blemas que a empresa está a causar às pes-soas. “Vamos dar mais algum tempo. Têm de corrigir o que houver a corrigir, de acordo com a lei. Os impactos negativos são para serem resolvidos.”

Em relação às questões colocadas so-bre o alcatroamento da Rua 5 de Outubro, o vereador Nuno Canta referiu que “ o mu-nicípio de Montijo tem vindo a asfaltar uma rede principal de caminhos rurais. A rua em questão integra-se nessa rede, deve ser as-faltada e melhorada, mas primeiro é preciso fazer a ligação da fossa colectiva existente à ETAR.”

Ao dar por encerrada a visita, a edil agra-deceu aos munícipes presentes, desejando que na próxima visita as questões colocadas estejam resolvidas e que em debate este-jam, então, novos assuntos.

35

Page 36: Revista Municipal N.º 21

36

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{o b r a s }

Infra-estruturação em Bairros de Génese Ilegal

No Bairro Novo do Parque, a Rua da Tec-nologia foi asfaltada. Esta obra vem na se-quência do plano tra-çado pela autarquia no sentido de dotar os bairros de génese ile-gal de infra-estruturas necessárias a uma vida urbana com mais qualidade. Uma obra no valor de 24.685,10 euros + IVA.

Bairro Miranda com ligação à rede pública de esgotos

Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento procederam à construção do emissário de águas residuais que liga o Bairro Miranda ao Bairro da Boa Esperança permitindo assim um escoamento do es-goto a um menor custo. Esta obra, uma ve-lha aspiração da população, veio permitir a ligação dos esgotos domésticos do Bairro Miranda à rede pública, tornando-se des-necessário o recurso às fossas sépticas.

Sede do Grupo Típico de Danças e Cantares do Afonsoeiro

As obras da nova sede do Grupo Típico de Danças e Cantares do Afon-soeiro, avançam a bom ritmo. A nova sede vai ter um primeiro piso com sa-lão de dança, uma área dedicada ao público e balneários. No primeiro an-dar haverá uma área administrativa e um bar. Uma obra adjudicada por 398 mil euros.

A autarquia continua a realizar obras no sentido de melhorar a circulação pedonal na cidade de Montijo, no âmbito do Pro-grama Urbanismo Comercial. Neste sen-tido foram realizadas obras de regulariza-ção da calçada na Rua Luís de Camões, na Rua 25 de Abril, Avenida D. João IV, Praceta Aldegalega e na Praceta Vitorino Menésio.

Requalificação de Passeios

Passagem Superior da BarrosaEstão concluídas as obras da passa-

gem superior da Barrosa, a única ponte existente em Montijo. Um investimento de 56 mil euros. O reforço estrutural da ponte estava bastante danificado e necessitava de intervenção urgente. A autarquia proce-deu ainda à limpeza da área envolvente.

Page 37: Revista Municipal N.º 21

37

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

{o b r a s }

37

Casa do Pateo D’Água

As obras de restauração da Casa do Pateo D´ Água prosseguem. Actualmente estão a ser implementadas as infra-estru-turas eléctricas, o ar condicionado, as con-dutas de água e de esgotos.

O edifício vai destinar os dois pisos su-periores para acolher a nova sede da Jun-ta de Freguesia do Montijo.

O espaço junta de freguesia terá um sa-lão nobre e uma sala de atendimento onde é possível ver o rico espólio de azulejo. No segundo piso funcionará um amplo espa-ço de formação para programas de reinte-gração e alfabetização. No rés-do-chão do edifício irão funcionar serviços municipais, como o balcão-único.

As obras da Casa do Pateo D´Água, classificada como património nacional, estão a ser acompanhadas por uma equi-pa mista de elementos da Câmara Muni-cipal de Montijo e do IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico.

Ainda no que respeita ao restauro, os trabalhos estão a ser realizados em cola-boração com a Direcção Regional de Cul-tura. A autarquia tem tido também especial atenção nas escavações realizadas na en-volvente e interior da Ermida, uma vez que foi levantada a hipótese de existirem sepul-turas no local. As escavações arqueológi-cas já revelaram um conjunto de azulejos raros do sec. XVI.

As obras da Casa do Pateo D’Água es-tão a ser realiza-das deste modo para preservar todo o espólio existente e tornar o edifício utilizá-vel para novas funções, com todas as normas previstas e um elevador para facilitar o acesso de pessoas com mobilidade redu-zida à junta de freguesia.

Água e qualidade de vida

Longe vão os tempos em que a Zona Ri-beirinha servia para despejo de esgotos do-mésticos e industriais, que conservava um cheiro nauseabundo e cores encarniçadas pouco próprias do rio Tejo.

Actualmente, a rede de abastecimento de água e o sistema de esgotos do concelho abrange 99 por cento da população. Nos últimos nove anos foram construídos sete no-vos depósitos de água, as es-tações de tratamento de águas residuais (ETARS) do Seixalinho, das Taipadas, do Afonsoeiro, de Santo Isidro, de Pegões, o siste-ma elevatório de Pegões Cruza-mento e do Afonsoeiro. Foram ainda construídos inúmeros qui-lómetros de condutas de abaste-cimento de água e de drenagem de águas residuais e pluviais.

O município dispõe também de um sistema de telegestão que per-mite a gestão dos caudais de água e informações concretas sobre os diversos sistemas de abasteci-mento de água ao concelho.

A administração dos SMAS atingiu a meta a que se tinha pro-posto. Estão implementadas as principais ETARS no concelho, o que significa mais qualidade de vida, melhor saúde pública, mais áreas de lazer e de desportos. Apesar do concelho contar, hoje, com cerca de 42 mil habitantes,

os sistemas de distribuição de água e esgo-tos têm uma capacidade instalada para 80 mil habitantes. Todo o sistema de tratamento de esgotos foi conseguido pela integração do município na SIMARSUL e o investimento actual ronda os 22 milhões de euros.

Rua Actor Vasco SantanaA Câmara Municipal procedeu ao alca-troamento da Rua Actor Vasco Santana em Foros do Trapo. A obra foi concre-tizada em 1,5 km de via. Recorde-se que o executivo tem vindo a concreti-

zar uma série de obras na rede viária da zona Este do concelho, nomeada-mente em Santo Isidro, Pegões e Ca-nha. Esta obra teve o custo de 44 mil euros.

Page 38: Revista Municipal N.º 21

38

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

{p r o t e c ç ã o c i v i l }

PREVENÇÃOE AUTO

PROTECÇÃOCom a chegada da Primavera/Verão, por vezes,

verificam-se temperaturas acima dos valores normais para a época, por isso, siga os seguintes conselhos do Serviço Municipal de Protecção Civil de Montijo.

- Ingira mais água com regularidade, mesmo que não sinta sede. Não beba bebidas alcoólicas. Faça refeições ligeiras;- Use roupas leves, largas e de cores claras;- Evite sair à rua nas horas de maior calor;- Evite fazer actividades que exijam muito esforço físico, estar de pé durante muito tempo, especialmente em filas ao sol;- Em casa, durante o dia, abra as janelas e mantenha as persianas semi - fechadas, de modo a permitir a cir-culação do ar. Durante a noite abra bem as janelas para arrefecer a casa;- Se tiver de viajar de carro, escolha horas de menor ca-lor;- Vá à praia apenas nas primeiras horas da manhã ou no fim da tarde;- Pessoas que sofram de doenças do aparelho circulató-rio ou respiratório devem ter particular atenção no cum-primento da medicação habitual;- Não se esqueça que as crianças e os idosos necessi-tam de especial cuidado. Proteja-os do sol e do calor, dê-lhes muita água e tenha atenção que as roupas es-curas retêm calor.

A Protecção Civil de Montijo está contactável no Par-que de Exposições: Avª dos Bombeiros Voluntários de Montijo, através dos números telefónicos 212327833/4, 919316371 e 918684186 (24 horas)

Para qualquer emergência o número da Linha Saúde Pública é o 808 211 311.

PROTEJA A NOSSAFLORESTA CONTRAINCÊNDIOS

A protecção da floresta é uma obrigação de to-dos. Nesse sentido, o Gabinete Técnico Florestal Intermunicipal Montijo/Alcochete aconselha que:

- Conserve o terreno limpo num raio de 50 metros em redor da sua habitação, armazém, oficina ou ou-tras instalações;

- Mantenha uma faixa de dez metros limpa de ma-tos de cada lado do caminho de acesso à sua habi-tação;

- Mantenha os sobrantes de exploração agrícola ou florestal fora da faixa de 50 metros em redor da sua habitação;

- Guarde em local seguro e isolado os combustíveis líquidos, lenha ou outros produtos inflamáveis;

- Não queime os resíduos no interior das áreas flo-restais, sob perigo de provocar um incêndio;

- Antes de efectuar uma queimada peça autorização à Câmara Municipal e siga os procedimentos e condi-ções de segurança fornecidos;

- Não queime sobrantes sem ter a área circundante limpa, com condições meteorológicas desadequadas e sem informar os bombeiros locais;

- Apenas é permitido efectuar queimadas e queima de sobrantes fora do período crítico, onde o índice temporal de incêndio seja inferior ao nível elevado;

- Em espaços rurais, durante o período crítico, a uti-lização de fogo-de-artifício e outros artefactos pirotéc-nicos, está sujeita a autorização prévia da respectiva câmara municipal.

Para outros conselhos ou mais informações contac-te o Gabinete Técnico Florestal Intermunicipal Mon-tijo e Alcochete, através dos telefones 212327720 e 914867748 ou do e-mail [email protected].

38

Page 39: Revista Municipal N.º 21

39

Abril 2009 |REVISTA MUNICIPAL Montijo

Page 40: Revista Municipal N.º 21

40

Montijo REVISTA MUNICIPAL| Abril 2009

Tejo, fonte de vidaE X P O S I Ç Ã O

MONTIJOFRENTE RIBEIRINHAABRIL|JULHO|2009