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JANE ADDAMS AND MARY RICHMOND: LEGACY & PRESENT RELEVANCE ACTAS Locus Soci@l 05 ISSN 1647-1431 REVISTA DE SERVIçO SOCIAL, POLíTICA SOCIAL & SOCIEDADE JOURNAL OF SOCIAL WORK, SOCIAL POLICY & SOCIETY

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jane aDDaMS anD Mary richMonD: Legacy & PreSent reLevance

ACTAS

Locus Soci@l

05

ISSN 1647-1431

RevISta de SeRvIço SocIal, PolítIca SocIal & SocIedade

jouRNal of SocIal woRk, SocIal PolIcy & SocIety

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Locus Soci@l 5Revista de seRviço social, Política social & sociedadejouRnal of social woRk, social Policy & society

2010 Semestre InvernofIcha técNIca

issn 1647-1431

Propriedade centro de estudos de serviço social e sociologia faculdade de ciências Humanas - universidade católica Portuguesa

director francisco Branco

conselho de Redacção Maria inês amaro, Maria isabel vieira, Henrique joaquim

conselho editorial (arbitragem científca)

Membros Nacionaisalcina Martins (centro Português de investigação em História e trabalho social, instituto superior Miguel torga)alfredo teixeira (centro de estudos de serviço social e sociologia. centro de estudos de Religiões e culturas)fernanda P. Rodrigues (centro de investigação e intervenção educativas, universidade do Porto)francisco Branco (centro de estudos de serviço social e sociologia, ucP)isabel carvalho Guerra (centro de estudos territorias, iscte )josé Pereirinha (Gabinete de História económica e social, iseG)Maria inácia Rezola (instituto de História contemporânea, fcsH/unl)Maria Manuela Rocha (Gabinete de História económica e social, iseG/utl)Paulo fernando de oliveira fontes (centro de estudos de História Religiosa, ucP)teresa líbano Monteiro (centro de estudos de serviço social e sociologia, ucP)teresa seródio Rosa (centro de estudos de serviço social e sociologia, ucP)

Membros Internacionaisaldaíza sposati (Pontifícia universidade católica de são Paulo - Brasil)ann nichols-casebolt (universidade de virgínia - usa)ian shaw (universidade de york - Reino unido)josefina Mcdonough (universidade de arizona - usa; com. Permanente de acompanhamento científico cesss)Marc-Henry soulet (universidade de fribourg - suiça; com. Permanente de acompanhamento científico cesss)Miguel Miranda aranda (universidad de saragoça - espanha)nigel Parton (universidade de Huddersfield - Reino unido; com. Permanente de acompanhamento científico cesss)vicente Paula faleiros (universidade católica de Brasília - Brasil)yves Hurtubise (universidade de laval - Quebeque - canadá; com. Permanente de acompanhamento científico cesss)

assessora editorial isabel santos

© centro de estudos de serviço social e sociologia faculdade de ciências Humanas | universidade católica PortuguesaPalma de cima | 1649-023 lisBoatel. + 351 21 7214197 | fax. + 351 21 721 40 62 | e-mail: [email protected] http://www.cesss-ucp.com.pt/locussocial

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Locus SOCI@L 5: 3 | 2010

EDITORIAL

apresentam-se neste número da locus social as actas do iv seminário internacional do cesss realizado com o propósito de aasinalar o 150º aniversário do nascimento de jane addams e Mary Richmond, duas das mais importantes pioneiras do serviço social.

o seminário teve por finalidade contribuir para disseminar e debater a pesquisa actual sobre jane addams e Mary Richmond enquanto pioneiras do serviço social e enquan-to activistas sociais e cívicas; estimular o debate sobre a relevância do seu pensamento e a sua articulação com as actuais perspectivas em serviço social e criar uma oportu-nidade de reflexão e debate entre investigadores, doutorandos e estudantes pós-gra-duados em serviço social.

o programa baseou-se na contribuição de académicos convidados com trabalho reali-zado nestas temáticas. o seminário integrou igualmente uma sessão de apresentação de papers por investigadores nesta área apelando a contribuições direccionadas para este tema e baseadas em investigação desenvolvida pelos autores, enfatizandouma abordagem histórica, assim como uma abordagem comparativa ou diacrónica tendo sido considerados três sub-temas fundamentais para a apresentação de papers: o le-gado de jane addams e Mary Richmond; conexões tensões entre o trabalho e pensa-mento de jane addams e Mary Richmond e actual relevância das contribuições de jane addams e Mary Richmond.É este conjunto de comunicações que agora se apresentam e socializam com a comu-nidade académica, depois do devido processo de peeer review exigido pelo estatuto editorial da locus soci@l.

o serviço social e outras disciplinas e ocupações profissionais na esfera social emer-gem e desenvolvem-se em profunda articulação com movimentos e formas de orga-nização social de resposta às necessidades do seu tempo sendo o itinerário das pro-fissões sociais simultânea e indelevelmente influenciado pela visão e perspectivas dos pioneiros que as fundaram e desenvolveram. a relação crise social/mutações societárias, projectos societários e emergência e itine-rário das profissões sociais constitui-se assim como objecto heurístico para o estudo e conhecimento do serviço social e das profissões sociais no respeita à sua emergência e itinerário histórico. neste mesmo quadro, o estudo das figuras históricas pioneiras e fundadoras, seu pensamento e obra, e designadamente as suas influências e relação com as emergentes ciências sociais, apresenta-se como particularmente sugestivo. em particular assume especial pertinência a relação que se estabeleceu entre as figuras fundadoras e a designada escola de chicago e suas figuras mais proeminentes, cujo devir histórico e desenvolvimento se apresenta indissociavelmente associada ao itine-rário do serviço social nos eua, berço histórico da profissão e disciplina (cf. deegan, 2005).

a qualidade dos artigos agora reunidos contribuirá sem dúvida para a (re)alimentação do conhecimento e debate em torno destas duas figuras incontornáveis da história do serviço social e dos movimentos sociais do seu tempo.

lisboa, dezembro de 2012

Locus SOCI@L 5: 1 | 2010

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Locus Soci@lReviSta de SeRviço SociaL, PoLítica SociaL & SociedadejouRnaL of SociaL woRk, SociaL PoLicy & Society

EDITORIAL

DOssIERactas do seminário

jane aDDaMS and Mary richMonD: Legacy & PreSent reLevance

6 MiGuel MiRanda aRandaReivindicando a Mary Richmond y su obra

31 eliZaBetH aGnewcivic Professionalism and social work: Mary e. Richmond’s legacy in the 21st century

45 yves HuRtuBiseMary Richmond: une Pionenière Mal connue

56 MaRilena delavalleMary Richmond dans le service social italien: entre l’oubli et l’actualité

70 fRancisco BRancoa Sociatria em jane addams e Mary Richmond

noRMas de PuBlicaçÃo

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DOssIERJAnE ADDAms AnD mARy RIchmOnD:

LEgAcy & PREsEnT RELEvAncE

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Locus SOCI@L 5: 6 | 2010

Resumoa figura de M. e. Richmond é fundamental na história do serviço social, uma história que há que recu-perar, e inclusive construir e conhecer, para avançar na consolidação da profissão. não existe identidade individual e colectiva ignorando a sua própria história. todas as disciplinas reconhecem os seus pioneiros, os seus clássicos mas no serviço social por uma razões ou outras se depreciou a sua obra e se a classif icou como inadequada. neste artigo se debatem as principais acusações formuladas contra Mary Richmond (assistencialismo, funcionalismo, darwinismo), com a intenção de situa-la de forma mais adequada, vin-culada ao Pragmatismo filosófico e ao interaccionismo e com a esperança de que as novas gerações cheguem a sentir-se herdeiras orgulhosas de uma das mulheres admiráveis que criaram o serviço social.

abstractthe figure of M. e. Richmond is fundamental in the history of social work, a history that must be recov-ered, and even build and know, to move toward consolidation of the profession. there is no individual and collective identity ignoring its own history.all disciplines recognize its pioneers, its classics but in social work by some or other reasons, it is contempt his work or herself was placed in an inappropriate way. this article discusses the major allegations made against Mary Richmond (assistancism, functionalism, darwinism), in an attempt to put it best, linked to the philosophical Pragmatism and interactionism and with the hope that new generations to reach feel proud heirs of one of those admirable women who invented the social work.

Resumen la figura de M. e. Richmond es fundamental en la historia del trabajo social, una historia que hay que recuperar, e incluso construir y conocer, para avanzar en la consolidación de la profesión. no hay identidad individual y colectiva ignorando la propia historia. todas las disciplinas reconocen a sus pioneros, a sus clásicos pero en el trabajo social por unas u otras razones se despreció su obra o se le clasificó de manera inadecuada. en este artículo se debate sobre las principales acusaciones formuladas contra Mary Richmond (asistencialismo, funcionalismo, darwinismo), en un intento de situarla mejor, vinculada al Pragmatismo filosófico y al interaccionismo y con la esperanza de que las nuevas generaciones lleguen a sentirse orgullosas herederas de una de aquellas mujeres admirables que inventaron el trabajo social.

Introducción

con motivo del 150 aniversario del nacimiento de Mary Richmond su figura y su obra se han puesto de moda. sea bienvenido este interés en recuperar una figura clave, im-prescindible, para entender el nacimiento del trabajo social, para construir la historia de la disciplina y de la profesión y en consecuencia para avanzar en la consolidación de la propia identidad de los trabajadores sociales. no hay identidad personal y colectiva sin historia. y a menudo en distintos ámbitos y por distintas razones hemos despreciado –no hay mayor desprecio que el olvido- a aquellas mujeres innovadoras que en condicio-

REIvInDIcAnDO A mARy RIchmOnD y su ObRA

Miguel Miranda arandaFacultad de ciencias Sociales y del trabajo.

Universidad de Zaragoza. españa [email protected]

Palavras ChaveMary richmond, Pragmatismo filosófico, interac-cionismo

...

Key WordsMary richmond, Philosophical Pragmatism, interactionism

...

Palavras clave Mary richmond, Pragmatismo filosófico, interac-cionismo

Locus SOCI@L 5: 6 - 30 | 2010

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nes difíciles soñaron y se comprometieron por un mundo mejor inventándose una nueva profesión de la mano del conocimiento científico. digo olvido, pero para olvidar hay que conocer primero y con frecuencia siguen siendo las grandes desconocidas y a pesar de ello atacadas, en mi opinión de manera injusta y poco rigurosa.

Por una u otra razón, (me referiré al ámbito de la península ibérica y a latinoamérica), hemos crecido sin historia o al menos no hemos aprendido en los centros docentes la historia de la profesión como sí se ha enseñado en el caso de otras disciplinas. Hace muchos años estudié como alumno de la complutense, la historia de la sociología y hace menos años cursé en la Rovira i virgili de tarragona, también como alumno, la historia de la antropología. tengo pues elementos comparativos. nada parecido en el trabajo social. ningún sociólogo reniega de comte, de spencer, de weber, de Marx o de durkheim. ningún antropólogo, independientemente de su orientación personal, le niega el pan y la sal a Boas, a kroeber, a lowie, a Radcliffe-Brawn o a Malinowski. He convivido durante once años en un departamento de Psiquiatría en el que estaban pre-sentes todas las tendencias que en el mundo de lo Psi, que diría Robert castel, se puede uno imaginar, desde los más organicistas, conductistas y biologicistas hasta los más partidarios del Psicoanálisis, pasando por las posiciones más eclécticas o integradoras. Pero nunca escuché una negación absoluta de las posiciones contrarias. sin embargo, en el trabajo social, sí. se ignora, se reniega, se desprecia, se aborrece incluso, la obra de aquellas mujeres que inventaron esta profesión que se llama trabajo social o servicio social en otros países.

en algún momento se les etiquetó, desde la ignorancia, como políticamente incorrectas y se les intentó tapar con el velo de la indiferencia. el paso siguiente y puesto que no podíamos compartir una historia común, como hablar de las pioneras norteamericanas era y es todavía inadecuado, al menos en muchas universidades latinoamericanas, se acudió a la construcción de la historia en términos nacionales despreciando la tradición internacional e ignorando deliberadamente que el trabajo social no nació en españa ni en Portugal, ni en ninguna de las queridas repúblicas latinoamericanas. nació como profesión en inglaterra y se extendió de la mano de las c.o.s. y de los settlements por los estados unidos de américa, donde se consolidó como profesión y como disciplina. y a partir de aquella experiencia se fue extendiendo por américa y por europa y más tar-de por todo el mundo. eso es un hecho incontestable y cuanto antes se reconozca mejor para el rigor que se nos debe de exigir a los académicos. es obvio, pero lo diremos una vez más. las historias “nacionales” tienen en el ámbito científico un interés relativo. no es desde una perspectiva localista la mejor manera de entender el nacimiento y el de-sarrollo de cualquier profesión o disciplina científica. entiéndaseme bien. Por supuesto que como afirmaba foucault, cada época crea los saberes que necesita y por tanto el conocimiento del contexto social, económico y político es clave para entender cuándo, cómo y por qué nacen la Medicina científica, o cualquiera de las ciencias sociales. Por supuesto que a cada autor hay que situarlo en la época concreta en la que le tocó vivir porque ninguna obra es absolutamente individual y siempre se puede considerar colectiva de alguna manera, por más innovador o genio que sea quien en un momento dado hace avanzar de manera sustancial alguna parcela del conocimiento técnico o científico. spencer, o Marx o freud o Boas forman parte de la historia de sus disciplinas

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independientemente del lugar en el que vinieron al mundo. lo mismo debería pasar en el interior del trabajo social con Richmond, con addams, con alice salomon y con tantas otras figuras de las que tan apenas conocemos nada y que en consecuencia, están pendientes de recuperar.

añadiré además que esta opción por la “no historia” que se ha propagado no siempre ha sido construida por trabajadores sociales en ejercicio, es decir por titulados que hayan ejercido la profesión. a menudo responde a la influencia desmesurada de gentes ajenas al trabajo social que asumieron el papel de tutores o incluso salvadores de los y las humildes trabajadores sociales, de gentes que nunca tuvieron el título y por tanto nunca ejercieron la profesión y carecen por ello de las experiencias más elementales de quien se gana la vida ejerciendo esta profesión. otras veces esta misma opción se alimenta de análisis hechos desde la comodidad de los ámbitos académicos ignorando lo que es situarse en la posición de quien ejerce el trabajo social en cualquier servicio social, en un Hospital, en un centro de salud, en el sistema educativo, en una institución penitenciaria o en cualquier otro lugar. la cuestión no es baladí y es clave para entender algunos programas de formación en los que se obliga a los alumnos de primer curso a leer el capital, pero se ignora el Social Diagnosis o el Maps and Papers o las aportaciones posteriores de Gordon Hamilton, de florence Hollis, de virginia Robinson, de julia jesi taft o de florence kelley, por ejemplo. Residente de Hull House, también etiquetada en el mismo saco común del funcionalismo, del liberalismo y de no sé qué más, salvando el pequeño detalle de que era marxista y amiga de friedrich engels de quien por cierto tradujo al inglés Die Lage der arbeitenden Klasse in england, escrita in 1844 y con quien al parecer mantuvo una abundante correspondencia. la traducción que ella hizo se sigue utilizando todavía hoy. sorpresas que da la vida. seguramente para algunos, son figuras a olvidar sencillamente porque cometieron el pecado original de ser norteamericanas. a alguno a quien le hice notar que Richmond cita a un anarquista como kropotkin (Richmond, M. 1982:86) en su obra de 1922, no salía de su asombro y es que los prejuicios y estereotipos, como bien sabemos los que nos movemos en las ciencias sociales, nublan la visión.

afortunadamente también en no pocas universidades, a los dos lados del atlántico, en los últimos años está renaciendo el interés por construir una historia que todavía está pendiente. una historia que a la imagen y manera de cualquier disciplina científica que se precie, supere fronteras físicas y mentales y sitúe a cada cual en el lugar que siempre debió ocupar. nos enteraremos entonces que entre aquellas mujeres ilustres tenemos una Premio nobel de la Paz, como jane addams o que alice salomon salvó su vida huyendo de los nazis, acusada de internacionalista y de otras muchas cosas, para acabar sus días en los estados unidos. o acabaremos por reconocer que aquellas mujeres de las que algunos reniegan, estuvieron profesional, personal y políticamente comprometidas en todas las batallas sociales importantes del momento: en el sufragismo, en el pacifismo, en la acogida de los inmigrantes, en la mejora de las condiciones de vida de la clase obrera, en la lucha contra el racismo y por tanto en el progreso de las gentes de color (negro), en el nacimiento del movimiento de consumidores, en la creación de dispensarios antituberculosos, en la creación de los tribunales de menores y en la erradicación del trabajo infantil, en la mejora de las condiciones laborales de las

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mujeres, en la reivindicación de viviendas dignas para los trabajadores y en el diseño de un urbanismo más humano, en la elevación del nivel cultural de la población mediante la enseñanza, en la defensa de las mujeres madres de familia solas o abandonadas… y seguro que me dejo alguna de aquellas batallas. desde el trabajo con individuos y sus familias o utilizando el grupo o la colectividad como instrumentos de acción social, desde la creencia en una democracia radical como instrumento de cambio diseñaron una disciplina aplicada, una disciplina que desde el conocimiento científico produjera cambios sociales “al por menor y al por mayor” como diría Richmond. atención individualizada y reforma social, como también dirá la líder de las c.o.s. y todo ello a finales del XiX y principios del XX. no se olvide. Por ello mantengo que sus aportaciones merecen ser estudiadas, por ello defiendo que nos podemos sentir orgullosos herederos de aquella generación de mujeres. Por ello, su obra merece ser defendida. (agnew, e. 2004., Miranda, M. 2004).

Algunas acusaciones a Richmond

Pero vayamos a Mary Richmond y a su obra. sobre esta trabajadora social, investigadora (Social Diagnosis es el resultado de una importante investigación) reformadora social y docente han caído no pocas acusaciones o reproches o descalificaciones. Percibo a menudo que no se trata de la crítica que cualquier autor recibe y de la que nadie se salva (ni Marx, ni freud ni einstein, ni ninguna otra luminaria se ha salvado de críticas, como por otro lado es normal en el terreno de la ciencia y no en el de la creencia religiosa), sino que me parece que lo que se pretende es una descalificación global a partir de hacerla portadora de una etiqueta, lo que la enviaría sin más a una prehistoria que es mejor ignorar y en la que no conviene escarbar.

a Mary Richmond se le ha acusado de ser la representante del más rancio asistencialismo, se le ha etiquetado como funcionalista, cuando no relacionado con el Functional model, con el darwinismo, con el Psicoanálisis, ¡con la Escuela de frankfurt!, y últimamente con el inductivismo. otras veces, sin tomarse más molestia sencillamente se le tira al cubo de lo prescindible por haber nacido en illinois, ee.uu., la tierra del capitalismo, del imperio, lo cual es rigurosamente cierto.

Representante del social Work norteamericano

vayamos por partes. comencemos por esto último. efectivamente Mary Richmond es norteamericana o estadounidense, si concretamos más. Hay mucha gente que quiere ser norteamericana y también hay mucha gente que siente casi una fobia clínicamente definida hacia todo lo que viene de los ee.uu. Bueno, hacia todo lo que viene no exactamente. nadie rechaza el uso de la mejor técnica, del mejor aparataje, del medicamento más adecuado cuando lo necesita, por mucho que tenga la etiqueta “made in U.S.a.” en cuestiones de salud y en otras muchas no hay prejuicios ideológicos. sin embargo en el ámbito de las ciencias sociales todo lo que viene del norte de Rio Grande o Rio Bravo del norte, como se le conoce en México, es anatema. Me decían en Buenos

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aires que los pedagogos argentinos ignoraban quien era dewey y no me lo pude creer. supongo que los sociólogos argentinos, por muy marxistas que sean no desconocen la obra de c. wright Mills porque también era sociólogo y norteamericano y por cierto, ayudó no poco a comprender la evolución histórica del llamado socialismo científico. en México lo conocen desde luego porque fue un sociólogo de aquel país, mi amigo alberto, de la unaM, el que me regaló un libro que considero una joya bibliográfica y que tiene el expresivo título de “los marxistas”. (wright Mills c.1976) sin más. la primera edición en inglés es de 1962, fecha temprana y significativa por cierto. dewey y wright Mills también fueron norteamericanos y Bateson y G. H. Mead y Margaret Mead y mi admirado Goffman también era norteamericano y tantos otros y otras, figuras señeras en las ciencias sociales del siglo XX, sin las cuales seríamos mucho más pobres. ¿Renunciamos a ellos por ser norteamericanos?

Pues en el trabajo social parece que sí, que a las pioneras no se les perdona su ori-gen. Para entender esta fobia intelectual no se me ocurre otra explicación que el an-tiamericanismo que floreció durante décadas, guerra de vietnam incluida en europa, en latinoamérica y en otros muchos lugares del mundo. en absoluto seré yo quien defienda la política imperialista norteamericana y mucho menos su complicidad con tantos regímenes dictatoriales y totalitarios que poblaron latinoamérica. sin olvidar-nos del apoyo brindado a franco, defraudando a los republicanos españoles que tras su esforzada lucha contra el nazismo, tenían puestas sus esperanzas en volver a una españa democrática, al f inalizar la ii Guerra Mundial. Pues no, siguieron en el exilio o en las cárceles o en las cunetas, mientras, el General dwight d. eisenhower, presidente de los ee.uu. se paseaba en coche descapotable por Madrid, en 1959, con un franco exultante a su lado. ese antiamericanismo es fácilmente comprensible para quienes en los años setenta seguimos con tanto interés la experiencia chilena y desde la lejanía suf-rimos el golpe pinochetista contra allende, con la cia detrás. visité la tumba de allende en el cementerio General de santiago el primer domingo que tuve libre, emocionado por estar cerca de los restos de aquel presidente que tantas esperanzas suscitó. la misma emoción e indignación al acercarme a la escuela de la Mecánica de la armada, en Buenos aires, para rendir homenaje a las víctimas de las dictaduras militares o la misma emoción con la que saludé a las Madres de Plaza de Mayo. o la misma emoción con la que leíamos con fruición los avances en los diferentes frentes de los luchadores sandinistas, años después. ¡cómo no voy a comprender esas posiciones políticas si son plenamente compartidas por toda una generación de españoles que crecimos abor-reciendo cualquier dictadura y en una ciudad en la que los únicos negros que veíamos entonces eran los militares de la Base aérea norteamericana de Zaragoza!

Pero ¿qué tiene que ver este rechazo a la complicidad de los ee.uu en tanta barbarie pasada o presente con Mary ellen Richmond y sus compañeras? ¿Podremos diferenciar una cosa de otra? ¿será posible reconocer que los estados unidos es un país muy grande y poblado con suficiente historia para que haya mucho de todo, incluido el desembarco en normandía y su participación en la derrota de la alemania nazi? ¿seremos capaces de reconocer que todos los pueblos tienen sus momentos gloriosos y deleznables y que los buenos-buenos o malos-malos sólo están en el cine o en las novelas de fic-ción? ¿Podremos analizar las aportaciones de aquellas pioneras del trabajo social sin

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hacerlas responsables de todos los males del capitalismo o de los daños causados por las ansias imperialistas norteamericanas? ¿Podremos hacer algo tan normal como con-struir la historia disciplinar de la misma manera que lo hace la totalidad de las ciencias, sin excepción alguna? si aceptáramos este reto estoy convencido de que acabaríamos descubriendo una generación de mujeres de las que muchos que ahora reniegan de el-las se sentirían colegas y todavía más se convertirían en propagadores no sólo de sus aportaciones técnicas sino incluso de sus opciones ideológicas o vitales.

Asistencialismo

no sé si la descalificación y el desprecio que durante décadas se ha proyectado sobre la figura y la obra de M. Richmond es específica o se trata por el contrario de la descali-ficación ideológica a toda una época y más en concreto a la organización en la que ella desarrolló su trabajo, es decir en la charity organization society. Habría que señalar en primer lugar, que en cada época histórica se plantean unos problemas concretos y se proponen soluciones determinadas. analizar desde la lejanía de más de cien años, con los ojos de hoy aquellas situaciones exige prudencia. es obvio que las c.o.s. repre-sentan un intento de coordinar las múltiples asociaciones caritativas que con múltiples vinculaciones religiosas existían en el londres del XiX y que en su interior convivían posiciones calvinistas, evolucionistas, o simplemente actitudes caritativas bien inten-cionadas dirigidas por las élites económicas y políticas. ese es su origen pero también hay que atender a su evolución y al proceso de secularización que se produce cuando la misma fórmula se traslada a los ee.uu. Hay que entender también que estamos hablando de una trayectoria larga, de décadas en las que nada permanece inmóvil, en las que todo cambia de manera acelerada en lo económico, en lo político y en lo ide-ológico. el capitalismo liberal se asienta y se extiende con un discurso político basado en la democracia como música de fondo y unas promesas que se mostraron falsas, de que el nuevo sistema productivo sería capaz de acabar con la pobreza y de crear riqueza para todos. Pronto se hace manifiesta la existencia de que la Revolución industrial y el nuevo modo de producción ha generalizado la pobreza incluso la miseria afectando a la totalidad de la clase trabajadora. ser pueblo es ser pobre. ser pueblo significa nacer pobre y morir pobre.

a finales del XiX la “cuestión social” es algo evidente en los países industrializados. los problemas sociales se han multiplicado afectando a la inmensa mayoría de la po-blación. ese el contexto del nacimiento de las ciencias sociales. se trata de entender lo que está pasando y en el caso del trabajo social no sólo de entender sino de intervenir. las mujeres que pensaron esta profesión querían modificar la realidad, enfrentarse a los efectos indeseados de la revolución industrial, modificar la legislación, influir en el discurso político, desarrollar medidas concretas a nivel micro pero también a nivel macro. todas ellas, sin excepción, las de las c.o.s. y las de los settlements, eran reform-istas lo que significa que sus objetivos estaban centrados en cambiar la realidad con la democracia, una democracia radical como instrumento. aquellas mujeres hicieron evolucionar los planteamientos de las organizaciones en las que trabajaban. ¡Qué duda cabe que los planteamientos de las c.o.s. no son los mismos en la inglaterra de mitad

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del XiX que en los ee.uu. de los años veinte, cuando Richmond escribe What is Social case Work! Han pasado muchas cosas desde la fundación de las c.o.s. hasta los años veinte. una fundamental: la aparición en escena de las incipientes ciencias sociales, de la sociología, de la antropología, de la Psicología social, de la Psicología, de la Medic-ina científica, de la Psiquiatría… a principios de siglo XX están ya disponibles algunas teorías sociales que van más allá de las de comte o spencer. la escuela de chicago, la principal escuela de pensamiento social del momento comienza su influencia, una influencia que sin duda inunda el incipiente trabajo social.

Mary Richmond es consciente de que la realidad ha cambiado tanto que la mera filan-tropía o las actitudes caritativas, las viejas fórmulas de las c.o.s, ya no son instrumen-tos adecuados para enfrentarse a los problemas sociales. Hay que ir de mano de las ciencias sociales que están naciendo, hay que estructurar una profesión, superando la etapa de las visitadoras amistosas y el voluntariado, hay que investigar, hay que es-tructurar los procedimientos a utilizar por los nuevos profesionales. y todo ello debe de constituir un conocimiento que se trasmita ya no en el interior de las organizaciones sino en la universidad. Mary Richmond va a toronto en 1897 a defender una ponencia titulada “the need of a training School” proponiendo un plan de estudios que habrían de cursar los que quisieran dedicarse a la intervención social. conviene resaltar la fecha: 1897, sólo cinco años después de la creación del primer departamento de sociología / antropología en una universidad norteamericana, el de chicago. las c.o.s. se fueron convirtiendo en un “laboratorio social”, en un “centro de prácticas” y de investigación para los estudiantes de las ciencias sociales de las distintas universidades, la john Hop-kins entre ellas. amos warner, profesor de economía de la universidad de stanford publicó su libro titulado american charities en el que distinguió el trabajo profesional en el ámbito de la acción social (aunque lo siguiera denominando trabajo de caridad) de la benevolencia filantrópica, del voluntariado proporcionando una justificación in-telectual al desarrollo de los métodos de trabajo social. Richmond se concentró en la necesidad de especificar las bases del conocimiento y las técnicas que distinguían a los trabajadores sociales entrenados de los voluntarios bienintencionados y en identificar las habilidades comunes que los trabajadores sociales podían usar en todos los ámbitos de intervención. y para ello se fijó especialmente en dos profesiones que tenían bien establecido un “saber hacer” común, unos procedimientos estandarizados: la Medicina y el derecho. Pero sobre todo inició una investigación en 1904 que se publicó en 1917: social diagnosis. en esta investigación estudió nada menos que 2800 informes sociales elaborados en 56 entidades sociales de tres ciudades diferentes dedicadas a diferentes campos de trabajo social. cada institución u organización aportó al estudio 50 casos. (Richmond: 1995:174).

sobre su manera de trabajar nos habla también en el libro de 1922 cuando se propone como objetivo no discutir sobre las cuestiones de método sino buscar qué es el trabajo social de casos individuales y por qué se recurre al mismo:

“…he procedido de la siguiente manera en mi elección: después de haber eliminado, en el transcurso de mi examen, los legajos en los cuales la intervención practicada no había sido descrita día a día en forma completa, he dado la preferencia a las observaciones sociales individuales que relataban un tratamiento activo perseguido durante un periodo

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de dos a seis años. De este grupo he elegido clientes de diferentes nacionalidades. Mis in-vestigaciones han tenido por objeto estudiar las observaciones reunidas en ciudades muy alejadas unas de otras, en obras de diverso carácter. (…)a todas estas restricciones, he agregado otra que determina como sigue en forma arbitraria, las situaciones-tipo que yo quería ilustrar. Una jovencita de carácter difícil, mal adaptada a su medio pero no anor-mal. Un niño sin hogar verdadero. Un matrimonio desavenido. Una familia cuyos hijos, privados del padre, están descuidados. Una viuda incapaz de dirigir su hogar y de educar a sus hijos. Una anciana que se encuentra en apuros que sus allegados no comprenden.

(…) habiendo aprendido gradualmente a prestar servicios más acertados y más efi-caces, a individuos y a familiar, las asistentes sociales imitaron la práctica del Dr. howe y anotaron el desarrollo del tratamiento que aplicaban. al comienzo, sus tentativas en este sentido no eran más que una crónica bastante desordenada de su tarea diaria, pero poco a poco aprendieron a reunir una documentación cronológica completa, dando cuenta de los principales métodos empleados y de las observaciones sobre las cuales es-taban basados estos métodos. tal legajo no constituye solamente una guía indispensable para las decisiones que deberán ser tomadas ulteriormente con respecto al interesado; puede proporcionar también materiales valiosos para la formación de nuevos asistentes sociales que se especializan en el tratamiento de casos individuales o que, preparándose para otras formas del servicio social, tales como el trabajo de barrio, las encuestas so-ciales o la preparación de reformas sociales buscan comprender mejor cuáles son las múltiples condiciones sociales desfavorables que afectan a la vida individual. el valor de la documentación no se detiene allí. Sometida a un análisis perfectamente cuidadoso y competente, puede ser la base de estudios estadísticos o, más a menudo todavía, servir de punto de partida a descubrimientos sociales realizados sin la ayuda de métodos es-tadísticos” (Richmond, M. 1982:25).

el lector sabrá deducir de esta cita la concepción que Richmond tenía del trabajo so-cial que en todo caso era un proceso, y a menudo largo, muy largo diríamos ahora. su preocupación investigadora basada en el rigor de las fuentes, de la documentación y de su ulterior utilización sometiéndola a técnicas cuantitativas y más a menudo, dice, a las cualitativas en pos de “descubrimientos sociales”. tampoco pasará desapercibida su mención a otras formas de ejercer la profesión como el trabajo de barrio, la investig-ación o la preparación de reformas sociales en una mención inequívoca a los colegas de los settlements. en fin, remito al lector a leer el relato de los casos que Richmond refiere en las páginas siguientes y a señalar dónde está el asistencialismo.

como el lenguaje siempre es significativo en este reproche basado en el asistencialismo pongámonos de acuerdo en el significado de la palabra. sobre esta cuestión norberto alayón reflexionaba ya hace bastantes años, en 1980, situando la cuestión en sus jus-tos términos. el diccionario de la academia de la lengua española define el término “asistencia” como la acción de prestar socorro, favor o ayuda en su la acepción que nos compete a nosotros. el término “asistencialismo” no está en el diccionario, pero se suele entender como la acción de dar una respuesta inmediata a las necesidades bási-cas. en el artículo mencionado alayón afirma que:

“el asistencialismo es una de las actividades sociales que históricamente han implemen-

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tado las clases dominantes para paliar mínimamente la miseria que generan y para perpetuar el sistema de explotación. tal actividad ha sido y es realizada, con matices y particularidades, en consonancia con los respectivos periodos históricos, a nivel oficial y privado, por laicos y religiosos. y la esencia siempre fue la misma (al margen de la vol-untad de los <agentes> intervinientes: dar algo de alivio para relativizar y frenar el con-flicto, para garantizar la preservación de privilegios en manos de unos pocos” (alayón, n. 1980).

alayón hace ya más de treinta años precisaba el concepto de asistencialismo en los siguientes términos:

“en principio entenderemos que es la orientación ideológica-política de la práctica asis-tencial, lo que determina si es asistencialista o no. Por ejemplo, si creemos que la mera implementación de algunas actividades de bienestar social, sin apuntar a la erradicación de las causas profundas del atraso y la dependencia, es la “fórmula” y la panacea para solucionar los problemas sociales, estaremos sin duda inmersos en el cretinismo del asis-tencialismo. y esta es la típica política social de los grupos oligárquicos dominantes. Si a la inversa, la actividad asistencial es asumida como derecho inalienable del pueblo explotado, interpretada en la perspectiva de la igualdad y la justicia social y a la par se obra en contra de las grandes causas generadoras de explotación y miseria obvia-mente no puede hablarse de asistencialismo. (…) a la vez, que la práctica asistencial no resuelva por sí misma (tal como sabemos) los problemas estructurales y de fondo de nuestros pueblos, n o debe impedir que la misma se concretice en respuesta a necesi-dades tangibles, articulándose con reivindicaciones mayores. Por miedo a lo asistencial muchas veces caemos en la abstracción estéril y en el discurso ideológico, alejándose suicidamente de los intereses concretos de los grupos marginados. De ahí que tendremos que tener mucho en separar la paja del trigo, para evitar la impugnación fácil y errónea, para no caer en el inmovilismo o en la oposición ultra y para no desacoplarnos de los estadios objetivos por los que atraviesan los sectores populares. (…) tal vez el desacierto mayor de la reconceptualización fue el haber negado radicalmente el asistencialismo, sin recuperar la perspectiva de <lo asistencial>, aspecto imprescindible del trabajo Social. el rechazo juvenil y mecánico del asistencialismo, nos llevó a la abstracción al alejarnos de los problemas y necesidades concretas del pueblo. y aparecieron tendencias, que aún hoy subsisten, de asistencialismo ideológico, pretendiendo con vocinglería pseudo agita-tiva avanzar en los niveles de organización y de lucha, sin partir de las reivindicaciones concretas y materiales de los grupos explotados. no era sólo cuestión de querer, subje-tiva y hasta neuróticamente, que el trabajo Social fuera <revolucionario>. La realidad es tal cual es y no como nosotros quisiéramos que fuera. Se intentó pasar del cuestion-amiento total de los aspectos paliativos y asistenciales de la profesión, a la pretendida elucubración de un rol revolucionario para el trabajador social. en cierto modo se estig-matizó la opción <reparto de leche> o <acción revolucionaria>; dicha opción, a pesar de las buenas intenciones, era falsa y el tiempo se encargó de demostrarlo”.

Pido disculpas por la larga cita, pero estoy seguro de que el colega, al que tuve la oca-sión de conocer y saludar recientemente en Buenos aires, me perdonará también el haberme apropiado de su exposición. Pero lo hago porque es tremendamente ilustra-tiva del debate de aquellos años en el que en los años setenta nos vimos involucrados. en españa, a partir de las jornadas de levante en las que aterrizan todas las perspec-

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tivas de la Reconceptualización latinoamericana. confesaré al lector mi entusiasmo compartido con otros muchos alumnos cuando accedimos a las actas de aquellas jor-nadas, en las que, todavía en plena dictadura y con algún estado de excepción por medio, se nos ofrecía la visión de otro trabajo social. en los primeros años setenta, a la vez que estudiábamos los documentos de la Reconceptualización, estudiábamos con un Profesor de economía, el marxismo. lo hacíamos de manera clandestina. con todas las precauciones del mundo y con una Biblia en el centro de la mesa por si nos sorprendía la policía. siempre podíamos convertirnos en un grupo que estudiaba la Biblia. otra cosa sería si la policía franquista estaría dispuesta a creerse nuestra coartada. Más re-cientemente volvía a Marx, de la mano del Prof. Zubimendi, un filósofo experto, capaz de disertar hora y media con una frase de Marx. una frase: sujeto, verbo y predicado. Pues bien, nunca pude encontrar un texto de Marx en el que se adjudicase a un colectivo profesional (perdón por la ironía,) y muy menos a los trabajadores sociales el papel de ser el sujeto revolucionario. varias décadas después sigo sin encontrarlo. y sin entender quien fue el que nos adjudicó ese papel, esa responsabilidad y de paso, nos suscitó tantas inseguridades, frustraciones y sentimientos de culpa. y por qué no se adjudicó el mismo rol a la sociología (disciplina a la que pertenecen algunos de los proponentes) o a la antropología o a las ciencias sociales en su conjunto. Pero mira por donde, había de ser el trabajo social el responsable de hacer la revolución. Mundial, supongo. lo grave, a mi humilde entender, es que todavía existen este tipo de colonizadores que incapaces de predicar en su propia disciplina acuden a la nuestra con el mismo mensaje que hace treinta años. y lo grave es que se hace desde la comodidad de los despachos académicos, bien instalados y perfectamente adaptados, (sí, sí, digo adaptados) a la vida académica o funcionarial, lanzan a los alumnos a la práctica real con unos objeti-vos y un bagaje intelectual absolutamente inapropiados, improcedentes, más ideológi-cos que técnicos, aislados de la evolución del trabajo social y de las ciencias sociales en los últimos treinta años y del debate y las experiencias acumuladas internacionalmente y que, por cierto, cada vez son más fáciles de compartir gracias a las nuevas tecnologías. entiéndaseme bien. lo que estoy afirmando es que la acusación de asistencialistas no es aplicable a las pioneras del trabajo social que como ya he señalado estuvieron compro-metidas en las principales batallas sociales del momento que les tocó vivir, que fueron capaces de diseñar una profesión dedicada a aplicar los conocimientos científicos na-cientes en el interior de las ciencias sociales a la realidad social. diseñaron el trabajo social como una disciplina aplicada, que persigue cambiar la realidad, que se enfrenta a los problemas sociales, que clama por cambiar la legislación, por la reforma social, como se ve si se leen su textos y se analiza su biografía. el problema es que muchas veces se les critica, se critica a M. Richmond sin haberla leído. Haluk soydan, un profesor de trabajo social sueco cuenta que Richmond fue miem-bro, y después presidenta del Myrtle club. se trataba de una organización para chicas jóvenes y mujeres trabajadoras y su objetivo consistía en trabajar para resolver los problemas sociales y profesionales de sus miembros.

“nada más comenzar a trabajar en el club, richmond escribió un artículo con el título

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de <Don t be an insulator> (1899) en el que animaba a los miembros a implicarse acti-vamente en los problemas sociales y luchar contra ellos. creía que merecía la pena hac-erlo, y narraba como un año antes la organización había evitado que uno de los empre-sarios de más importantes de Baltimore importase nuevos trabajadores lo que hubiese tenido un efecto negativo en los salarios. Las mujeres de las organizaciones de caridad y de los clubs sociales organizaron un mitin en el que las operarias de máquinas, miembros del Myrte club, presentaron el problema. en una semana, se formó un comité de acción que representaba a 5.000 mujeres. como resultado del trabajo de este comité fueron abandonados los planes para importar nuevos trabajadores. richmond consideró que el éxito de esta acción no lo consiguió un pequeño grupo de trabajadoras de fábricas que casualmente pertenecían a una organización de jóvenes, sino que difícilmente habría sido posible sin su participación” (soydan, H. 2003:124)

no comparto con soydan alguna de sus conclusiones, en concreto su insistencia en que para M. Richmond las causas de los problemas sociales había que buscarlas principalmente en el individuo. el mismo autor se remite al comienzo del social diagnosis en el que su autora deja bien sentado que <la mejora de la masa y la mejora del individuo son interdependientes, porque es necesario que la reforma social y el trabajo social con casos progresen juntos>. Pero es que, como concluiremos al final de este artículo, el pensamiento de Richmond hay que entenderlo en clave interaccionista, y por tanto conceptos como individuo o personalidad tienen significados muy concretos. el individuo, la mente individual, es el resultado de las interacciones con los demás, con su medio ambiente, con su grupo social. no es posible adjudicar culpabilidades como si el ser humano fuera algo completamente autónomo e independiente de la sociedad. el todo y la parte. la parte y el todo. Por eso Richmond sitúa como una de las piedras angulares del trabajo social individualizado las teorías del “yo ampliado” de George H. Mead. sin esta referencia me temo que es imposible entender las posiciones de Richmond. Por lo demás, coherentemente con la especialización de su organización en los enfoques individualizados, ella se especializó en ese nivel de intervención del trabajo social, pero reiteradamente, desde muy temprano, insiste en que éste sólo es una parte del trabajo social. Hay otros niveles de intervención que sin duda son también trabajo social. y todos son complementarios. se refiere explícitamente a la reforma social, el principal empeño de los settlements, al trabajo desde los barrios… ninguna pretensión pues de acotar el campo de intervención profesional al nivel individualizado. Hagamos una mención que considero importante. si la esencia del asistencialismo es la limosna, preocupémonos de saber qué pensaba ella sobre la limosna:

“no es tal vez inútil agregar algunas palabras concernientes a la ayuda material, ya que es un tema sobre el que la opinión oscila entre la aprobación y el rechazo. La ayuda, como dádiva, es hasta tal punto antidemocrática que la reprobación le llega tanto al que la da como al que la recibe y constituye una maldición para ambos. La ayuda, en sí y por sí, no tiene ninguna calidad moral y menos que cualquier otra la de poder tornarse democrática. Su verdadero papel es subsidiario. (…) hace tiempo que tengo la idea de que no existe en el servicio social una especialidad cuyo objeto sea la donación como ayuda. La asistencia material puede ser practicada generosamente mientras aquellos

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que la ejercen comprenden claramente los principios que son la base del tratamiento social de casos individuales y que los apliquen en su trabajo cotidiano. Si de este modo emplean sus energías en el camino que los llevará al desarrollo de la personalidad de sus clientes, si estos clientes, con una acción reflexiva, consiguen crearse necesidades más elevadas, si no están obligados a formarse en el mismo molde, sino que logran esa diver-sidad que es la consecuencia natural de una actividad personal y si, por encima de todo, contraen relaciones con agrupaciones sociales diversas a aquellas a las que pertenecen naturalmente, entonces no tenemos de qué inquietarnos, ni de la parte que desempeña el socorro material en nuestro programa, ni de ninguna otra consideración simplemente secundaria”. (Richmond, M. 1982: 115)

es antidemocrática, la reprobación le llega tanto al que la da como al que la recibe, constituye una maldición para ambos, no tiene ninguna calidad moral… ¿se puede imaginar una condena en términos más radicales? ¿no podemos leer aquí una condena contundente del asistencialismo? ¿no queda claro que para nuestra pionera la intervención no es nunca un acto sino un proceso laborioso que puede llevar años? siempre me sorprendió, a mí, que ejercí más de una década como trabajador social sanitario, el prestigio y la aceptación de la asistencia, si ésta era sanitaria. Hablar de asistencia sanitaria estaba y está plenamente aceptado. Pero sobre la misma palabra, asistencia, si se le añade el adjetivo de social, caen todos los estigmas y anatemas imaginables. en españa, cuando nos empezaban a conocer como asistentes sociales, decidimos cambiarnos el nombre para denominarnos trabajadores sociales y abominamos de la asistencia social para afirmar que lo que hacemos es trabajo social. de la asistencia al asistencialismo se ve que había sólo un paso y era preciso marcar distancias y diferencias. de acuerdo. siempre que convengamos que por cambiarnos el nombre no necesariamente cambian las prácticas. a muchos antiguos manicomios se les rebautizó como residencias psicogeriátricas, que queda más bonito. Pero lo importante es el tipo de prácticas que se hacen en el interior de sus pabellones. a los colegas de otros países les cuesta entender por qué en españa renegamos de la expresión Servicio Social. tampoco las generaciones más recientes lo entienden. Hay que tener unos años para recordar que el Servicio Social era una cosa muy concreta que nos recordaba inevitablemente una obligación establecida por el franquismo y su sección femenina para las mujeres españolas. y a finales de los setenta había que marcar distancias. Había que romper amarras y construir desde otras bases que ayudaran a hacer visible una profesión que ya no queríamos vinculada al antiguo régimen, el de franco me refiero, del que las falangistas y desde luego la iglesia católica y su asistencialismo caritativo, formaba parte. estoy seguro de que el olvido e incluso cierto desprecio que se generalizó por el trabajo social individualizado y desde luego por M. Richmond, formó parte en españa de ese afán por superar una etapa e iniciar otra época en la que nuestra profesión se relacionara más con la construcción de una sociedad más justa e igualitaria, más democrática y en la que realmente existieran unos derechos sociales y un sistema de Bienestar social digno de tal nombre. yo sin duda, compartí las dos cosas: el precipitado abandono y rechazo de las aportaciones de las pioneras y el afán de borrón y cuenta nueva. sólo que los años, la distancia y el trabajo profesional primero y académico luego, me hicieron reconciliarme con unos orígenes que desde hace años considero

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míos. Más todavía cuando, profundizando, se descubre que no hay nada de lo que sus herederos nos tengamos que avergonzar. como en toda obra humana puede haber claro oscuros, hay que entender el contexto intelectual, político, social, el grado de desarrollo de las ciencias sociales. Pero que aquellas mujeres pioneras, Richmond entre ellas merecen nuestro reconocimiento y todo nuestro aprecio… de eso estoy seguro desde hace muchos años. a estas alturas de la exposición podemos preguntarnos ¿qué tiene que ver lo que hacía M.Richmond con el asistencialismo? ¿Dónde está el asistencialismo en Social Diagnosis? ¿dónde está en What is social case Work? ¿se puede etiquetar de asistencialista la intervención de la que Richmond nos habla en el caso de María Bielowski, en el de George foster, en el caso del sr. y la sra. Rupert young, en el de clara vansca y sus hijos, en el de winifred jones y los suyos o en el de lucia allegri y su familia? Quien mantenga la acusación debería justificarla. yo más bien sospecho que en no pocas ocasiones, como compruebo una y otra vez, se critica y se desprecia lo que no se conoce. se proclama el dogma políticamente correcto, se manifiesta la adhesión a la moda incontestable y se etiqueta de neoliberal al que mantenga otra posición y asunto solucionado. Pero me temo que semejante actitud toca a su fin y que los discursos cambiarán y la moda, como todas las modas, se quedará obsoleta. sospecho que para algunos, lo único que hubiera salvado a Richmond del cubo de la basura es que se hubiera declarado reiteradamente marxista. Pero no lo hizo. ni ninguno de los chicaguenses, ni dewey, ni Park, ni thomas, ni George H. Mead, ni tampoco lo hizo freud, ni sus seguidores de primera generación, ni ninguno de los psicólogos conductistas ni los antropólogos sociales lo hicieron. sospecho también que no es Richmond, sino el trabajo social individualizado, ese nivel de intervención, lo que se trata de estigmatizar y de erradicar porque lo que importa exclusivamente ir a las causas y en consecuencia establecer estrategias para eliminar un sistema esencialmente injusto como es el capitalismo. y en consecuencia formemos profesionales, agentes del cambio y constructores de la revolución. Pues vale. convirtámonos en el sujeto revolucionario con Marx o por encima de Marx. y cuarenta o cincuenta años después seguimos con la misma cantinela y con muy pocos resultados por cierto. eso sí, con mucha frustración y desorientación profesional. Hay que entender que aquel contexto ni la obra de Marx, ni tampoco la de freud, habían adquirido la centralidad que luego sí se les reconoció a lo largo del siglo XX. Por tanto no puede sorprender que no encontremos pronunciamientos respecto a los enfoques marxistas o, como veremos luego, al Psicoanálisis. dewey, thomas, Park, Mead, y Richmond y addams eran demócratas radicales, estaban convencidos de que la democracia y las relaciones adecuadas entre los humanos, el avance del conocimiento científico, eran los principales instrumentos para el cambio social, como los pragmatistas, porque eso es lo que eran: pragmatistas. Pero devolvamos la palabra a nuestra pionera. en el libro de 1922, que es sin duda su libro de madurez, dice lo siguiente refiriéndose a una antigua alumna suya:

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“Pienso que el servicio social de casos individuales vive y crece del mismo modo que la democracia, y posee en sí el poder de efectuar una revolución. en efecto, no puede existir una verdadera democracia sin este servicio” (Richmond, M. 1982:105)

en el mismo libro dedica el capítulo 11 a establecer las relaciones entre el trabajo social de casos individuales y la democracia. tras una discusión sobre la relación entre los servicios públicos, administrados por el estado, y los privados, afirma:

“La democracia, sin embargo, no es una forma de organización: es un hábito cotidiano. no basta que los trabajadores sociales hablen el idioma de la democracia; antes de que puedan ser aptos para una forma cualquiera de servicio social, es necesario que lleven en su corazón la convicción espiritual del valor infinito que representa nuestro carácter común de seres humanos” (Richmond, M. 1982:166).

en el citado capítulo hace un reproche a sus colegas:

“que dedicados a favorecer a sus clientes X, y, Z, su único objetivo era asegurar un tratamiento equitativo a estos individuos socialmente en desventaja. Marchando consci-entemente hacia este fin legítimo y necesario, no sabían que ayudaban al mismo tiempo a colocar algunas de las bases de la justicia esencial y de la democracia del futuro”. (1982:161)

Para Richmond el fin último del trabajo social es mejorar las condiciones de vida y contribuir al desarrollo y un progreso social <verdaderamente democrático> que tiende a igualar las oportunidades de todos, con su plena participación. acabaré este apartado preguntando que tienen que ver las políticas sociales por las que luchamos y que a veces conseguimos poner en marcha, la defensa del estado de Bienestar y su desarrollo y la creación de un auténtico sistema de servicios sociales digno de tal nombre, o la aplicación de políticas de igualdad, o la ley de la dependencia en españa, con el asistencialismo. durante once años ejercí la profesión en un departamento universitario de Psiquiatría, haciendo fundamentalmente trabajo social individualizado y familiar. en ningún momento aceptaría entonces ni ahora, ser culpable de prácticas asistencialistas.

sobre la cuestión del Funcionalismo

después de los comentarios precedentes es fácil deducir mi convencimiento de que el anatema del que las pioneras norteamericanas fueron y son todavía objeto se debe más a su falta de adscripción marxista y en el caso de las c.o.s, a su especialización en el nivel individualizado de la intervención. una absoluta simplificación, ya no sólo del pensamiento y de las prácticas de Richmond, sino ya no digamos, del conjunto de las prácticas profesionales norteamericanas en las que hay que incluir muchas más autoras, prácticas y enfoques como obviamente son los desarrollados en los settlements, en las que sí había socialistas y ya no sé si marxistas específicamente.

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y si no eran marxistas habrían de ser funcionalistas necesariamente. esa obsesión en los enfoques individualizados no dejaban de ser sospechosos. de ahí a la acusación de complicidad con el sistema capitalista sólo hay un paso. se le acusó a Richmond de tener una visión de la sociedad como algo ya definitivamente cerrado, algo incapaz de evolucionar instalada en el mejor de los mundos en el que lo único que quedaba por hacer era tapar los agujeros, poner parches y en complicidad con el poder, domesticar a las clases populares engañándolas con las migajas de la políticas sociales diseñadas desde el poder. no es una caricatura. Para muestra un botón:

“el trabajo Social de casos se desarrolló bajo una concepción que creía a la sociedad como definitivamente estructurada, que precisaba únicamente de ajuste y reformas. La acción profesional responde, así a una filosofía fundamentalmente individualista, con predominio de la autoayuda como criterio orientador. esta visión guarda correspon-dencia con los valores que comienzan a generarse en estados Unidos en su proceso de configuración como centro hegemónico del capitalismo, para lo cual el individualismo, la competencia y la acumulación de capitales eran los pilares principales; quienes se aleja-ban de estos criterios o no lograban introyectarlos o bien no respondía a los mismos (en su gran mayoría no eran por causas a nivel del individuo, se trataba de que la sociedad los rechazaba y les impedía incorporarse como fuerza de trabajo al sistema productivo) sea cual fuese la causa, se les incluía dentro del grupo de individuos disfuncionales, in-adaptados” (lima, B. 1977:69).

en mi opinión, el juicio de Boris lima no se sostiene a partir de los textos y lo que conocemos de la vida y de los empeños prácticos en los que ella se comprometió. tratar de interpretar el uso que Richmond hace de palabras como personalidad o adaptación sin ponerlos en relación con el interaccionismo es apostar por no entender nada. ella colaboró de manera sustancial a impulsar una profesión que desde la ciencia interviniese en la realidad social para cambiarla, la concibió como un todo que tenía distintas partes, pero con los mismos objetivos (Richmond 1982:148). en absoluto entiende que la sociedad es algo inmutable. se refiere (1982:78) a la necesidad de cambios en el medio social, incluso a veces dice son necesarios cambios radicales. naturalmente su perspectiva es micro, no está hablando de hacer la revolución, pero es significativa su posición cuando se refiere a los inmigrantes. no sólo es el emigrante el que adaptarse sino que recomienda adaptaciones mutuas.

“otro aspecto del cambio en el ambiente tiene con las necesidades de ciertos clien-tes, de nacionalidades y razas diversas, que han cambiado de ambiente a causa de su inmigración a los estados Unidos, mucho antes de haber entrado en contacto con la asistencia social. generalmente se ha admitido hasta ahora que en la americanización todo esfuerzo de adaptación debe nacer del inmigrante, el cual debe aprender nuestro idioma, estudiar nuestras instituciones, aceptar nuestras costumbres, sin que nosotros modifiquemos para nada nuestro programa y nuestros designios. Pero la actitud de la asistente social con respecto a este problema es otra, ya que reconoce la necesidad de adaptaciones mutuas”. (Richmond, M. 1986:79).

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a la luz de algunos debates entre trabajadores sociales a los que yo he asistido en una ciudad española receptora de población inmigrante, afirmo que la posición de Richmond sería progresista en el siglo XXi. ya no digo cómo podía ser interpretada desde la sociedad blanca, protestante y anglosajona de los años veinte en los estados unidos. Por otro lado, concibe la investigación social como imprescindible para plantear cambios legislativos. la siguiente nota a pie de página es significativa:

“como ejemplo de las relaciones íntimas que existen entre el servicio social de casos in-dividuales y las reformas sociales, mencionaré de paso los estudios comprendidos por la <russell Sage Foundation>, primero a propósito de las leyes americanas sobre el matri-monio y en seguida acerca de la aplicación de estas leyes, estudios tomados directamente de mis informes sobre el servicio social familiar de casos individuales.” (Richmond, M. 1982:122).

Podía ilustrar esta misma posición de lima con múltiples citas de otros muchos autores, pero no lo voy a hacer. simplemente afirmaré que la caricatura es falsa. Que no se puede identificar tal concepción del mundo en las prácticas y en los escritos de Richmond. Basta leerlos. Basta recordar aquella declaración de principios que hace Gordon Hamilton, una de sus principales en la escuela de nueva york en la primera página de su libro (1987) cuando explicando las premisas en las que se basa el trabajo social de casos que no pueden ser probadas pero sin las cuales sus métodos y fines carecerían de significado, realiza toda una declaración pragmatista que finaliza afirmando que <el lazo social entre hombre y hombre debe conducir a la realización del viejo ideal de una hermandad universal>. todo ello después de hacer una declaración antievolucionista señalando al hombre como meta de toda sociedad, llamando a una sociedad igualitaria que comparte las mejoras en el estándar general de vida, o reivindicando el papel de la educación que eleva el nivel físico y mental y el bienestar de las gentes y por tanto ha de ser ampliamente promovida. Hamilton escribe en 1940, pero demuestra que las semillas que Richmond sembró germinaron. no sólo es la obra de M. Richmond la que no es funcionalista. tampoco es la de sus sucesoras. no solamente autores latinoamericanos mantienen esta presunta vinculación con el funcionalismo. también españoles como por ejemplo teresa Rossell en su libro sobre la entrevista hace mención al funcionalismo y la necesidad de adaptar al individual al medio como una característica del trabajo social norteamericano. (Rossell, t. 1989:18,22). a todos ellos me atrevo a preguntar cuales son en concreto los autores funcionalistas que influyen en M. Richmond y en las pioneras de la disciplina. ¿Pudo conocer la obra de algún sociólogo como comte (1798–1827) o durkheim (1885-1917)? o de algunos autores pertenecientes a la antropología social británica como Radcliffe-Brown (1881-1955) o quizás Malinowski (1884-1942)? ¿Habría que buscar las influencias de Robert Merton 1902- 1979 o quizás en talcott Parsons 1902- 1979? Parece que no. ¿en alguna de sus obras cita a algún antropólogo o sociólogo que podamos clasificar dentro del funcionalismo? Ritzer (1995:66) afirma que fueron los años cuarenta y cincuenta del siglo pasado los que constituyeron los años de mayor apogeo del funcionalismo estructural, después de que sorokin fundara en 1931 el departamento de sociología de Harvard. nada encuentro en Marvin Harris que contradiga la afirmación de Ritzer. en

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esa época de esplendor funcionalista M. Richmond ya había fallecido. si se puede identificar alguna idea procedente de la sociología, salvo el positivismo, entendido como la necesidad de partir del conocimiento científico, habría que leer entre líneas algunas de las aportaciones del sociólogo alemán Georg simmel (1958- 1918) y sus preocupaciones por la interacción social que fueron transportadas a los ee.uu, por alguno de los chicaguenses. Pero yo no veo influencias funcionalistas en la obra de Richmond, salvo que su especialización en el nivel individualizado y su concepto de adaptación no se entiendan en clave interaccionista que, salvo opinión más fundada, es la única clave que nos posibilita entender a Mary Richmond. todavía veo textos (Molina, Mª lorena y Romero, Mª cristina 2004) en los que habla de tendencias estructural-funcionalistas y funcionalista-estructurales mencionando desde la antropología de Malinowski, la teoría de sistemas, la de la comunicación humana (Buckley, watzlawick) la terapia de familia desde ackerman a Minuchin pasando por virginia satir, el constructivismo y no sé si me dejo algo. en honor a la verdad estas autoras no sitúan a Richmond en esta tendencia sino en lo que denominan “práctica terapéutica del trabajo social”. afirman a pie de página que <al morir richmond la escuela toma una orientación psicologista con gordon hamilton y también recibe la influencia del funcionalismo basado en la autodeterminación del cliente y la neutralidad valorativa>. ignoro que tiene que ver la autodeterminación del cliente y la neutralidad valorativa con el estructural funcionalismo o simplemente con el funcionalismo. y lo mismo respecto a ackerman, Minuchin ovirginia satir ni con la teoría de los sistemas de l.v. Bertanlanfy. tampoco es fácilmente comprensible la confusión en la que cae Mario Gabiria (1995:28) cuando en su crítica, absolutamente superficial y precipitada, a la obra de Mathilde du Ranquet sobre los modelos de trabajo social, confunde el modelo funcional con el modelo funcionalista. du Ranquet en ningún momento sitúa a Richmond dentro de este modelo ni dice de ella que fuera funcionalista. no será el único error grave en el que incurrirá el sociólogo navarro en su prólogo a la edición de el caso social individual de talasa, como veremos más adelante. un prólogo por lo demás completamente laudatorio hacia M Richmond y que comparto y agradezco en algunos otros extremos. el “modelo funcional”, que no funcionalista, surgió en los ee.uu. en los años treinta, por tanto después del fallecimiento de M. Richmond. es desarrollado en la escuela de Pensilvania cuyas figuras más importantes son virginia Robinson y julia. j. taft. ambas seguidoras de las teorías de otto Rank que a la sazón no era ningún sociólogo funcionalista sino un psicoanalista, alumno preferido del mismísimo freud. la denominación de funcional viene dada por <la utilización de la función del servicio que determina lo que pasa entre el trabajador social y el cliente (finalidad del servicio y rol del trabajador social en el interior de este servicio> (du Ranquet, M. 1991:119). se le ha dado el calificativo de <funcional> dice M. Payne <porque sostiene que la función de los organismos del trabajo social modelan y dirigen la práctica de cada esfera de actividad>. (Payne, M. 1995:124) sabemos que la aparición del Functional Model, supuso una cierta ruptura con la escuela de nueva york, la de Gordon Hamilton y florence Hollis, de la misma manera que la trayectoria de otto Rank fue vivida como una cierta traición respecto al fundador

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del Psicoanálisis. en el caso del trabajo social también se trata de un debate en el interior del Psicoanálisis como aclara Perlman años después. Desde las dos Escuelas se hicieron aportaciones importantes y nunca debió vivirse la diferencia como si hubiera sido un cisma. En Inglaterra, los trabajadores sociales contemplaron el debate a distancia y con cierto desinterés precisamente porque era una discusión relativa a las aplicaciones para el Trabajo Social del Psicoanálisis ortodoxo o de las derivaciones, desviaciones para algunos, de Otto Rank. la cuestión la aclara muy bien Herbert H. aptekar en the Dynamics of casework and counseling, un libro de 1955 citado por kohs.

“en la actualidad existen dos criterios para el trabajo de casos, dos filosofías, dos clases de organismos y dos grupos de partidarios de acuerdo con el respectivo enfoque. Los miembros de cualesquiera de estos grupos se jactan de no haber sufrido ningún tipo de influencia del grupo contrario (…) el enfoque “diagnóstico” identificado con la new york School of Social Work se puede diferenciar del enfoque “funcional” identificado con la Philadelphia School, de la siguiente manera: a)La escuela diagnóstica fundamenta sus principios y procedimientos operativos en las ideas de Mary richmond. Procura obtener una apreciable cantidad de información acerca del asistido y sus problemas antes de iniciar un tratamiento intensivo. también sigue la ideología ortodoxa de Freud. B) La escuela funcional fundamenta sus principios y procedimientos operativos en la filosofía psicoanalítica de rank: depende totalmente de la forma en que el asistido plantea su problema; establece límites de tiempo para entrevistas y tratamiento; toma en cuenta conceptos de rank, tales como el trauma de nacimiento, la “voluntad” y contravol-untad, autoaceptación y parcialización. este enfoque también se llama “pasivo” o de “pasividad”, ya que la iniciativa del proceso psicoterapéutico parte del asistido” (kohs. 1966:26).

Más claro, agua. en definitiva, el Functional Model nada tiene que ver con el funcionalismo, salvo que se afirme que todo el Psicoanálisis es también merecedor de la misma etiqueta.

Darwinismo la Richmond era darwinista, afirma Mario Gabiria en el prólogo citado anteriormente. y no da muchas más explicaciones porque a continuación se extiende en otras consideraciones. confieso que cuando leí semejante afirmación me quedé absolutamente sorprendido y confuso. si el sociólogo se quería referir a que Richmond se subió al carro de los que trataban de explicar la naturaleza o la sociedad desde la ciencia, nada que objetar por mi parte. en algún contexto ese puede ser el significado de la obra de darwin frente a quienes se aferraban o siguen aferrados a las explicaciones míticas o religiosas. Pero es que el contexto de la afirmación nada tiene que ver con esta explicación. Había que recurrir al otro significado del darwinismo que en nuestro terreno no puede significar otra cosa que el darwinismo social, lo cual ya no sólo me sorprendía sino que me indignaba. escribí entonces un artículo (Miranda, M. 1997) en el que, en resumen, planteo que la misma expresión es errónea si atendemos a lo que defiende Marvin Harris:

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“Uno de los obstáculos que se oponen a la exacta comprensión de la relación existente entre Darwin y las ciencias sociales es que la doctrina del progreso a través de la lucha lleva el nombre de Darwinismo social. esa frase expresa y refuerza la idea errónea de que después de 1859 los científicos sociales, encabezados por herbert Spencer <apli-caron los conceptos desarrollados por Darwin a la interpretación de la naturaleza y el funcionamiento de la sociedad” (Montagu, 1952:22). Lo que aquí hay que dejar claro es el hecho de que los principios de Darwin eran una aplicación a la biología de los conceptos de las ciencias sociales (…). Basándonos en la autoridad del propio Darwin podemos aceptar que la idea de la selección natural le fue inspirada por el análisis de Malthus de la lucha por la supervivencia. con palabras de Darwin: <esta es la doctrina de Malthus aplicada a todo el reino animal y vegetal>(Darwin,1958,p.29)” (Harris, M. 1993:105).

de esta cita del antropólogo, principal valedor del materialismo cultural, podemos subrayar dos aspectos que nos interesan para nuestro propósito. en primer lugar, que fue en el ámbito de las ciencias sociales en donde se desarrollaron las principales tesis evolucionistas. el mismo Harris lo aclara con mayor rotundidad:

“La denominación de <darwinismo social> no sólo es un obstáculo para nuestra comp-rensión del marco funcional en el que hay que buscar la inspiración de Darwin, sino que además distorsiona el orden real de procedencia entre las contribuciones específicas de Spencer y de Darwin a la teoría de la evolución” (Harris, M. 1993:106).

también spencer hizo notar que su obra “Social Statics” fue publicada casi una década antes de que darwin publicara en 1859 “sobre el origen de las especies” aunque posteriormente reconociera que esta obra de darwin le hizo modificar alguna de sus teorías. conviene saber además, que fue spencer el primero que utilizó el término “evolución”, en un artículo titulado “the ultímate law of physiology” en 1857, y también fue el primero en utilizar la expresión “supervivencia de los más aptos” en su obra “Principles of biology”, tal y como el propio darwin reconoció en su día. y en segundo lugar, el principio de la selección natural como un principio clave de dichas tesis. es decir, no se trata de mantener una teoría de la evolución de la humanidad y de la sociedad hacia la perfección en la que cada estadio se fundamente en los logros y las conquistas del anterior, superándolos. se trata de una evolución que se construye sobre el principio de la selección natural. dicho de otra manera, el fuerte permanece, el débil desaparece. la cuestión, como el lector comprenderá, no es baladí cuando se trata de “etiquetar” a una figura como M. Richmond. si aceptamos pues la línea argumental de M. Harris, no es darwin quien tiene que acaparar nuestra atención. la cuestión no es si M. Richmond fue o no darwinista. la cuestión es, en mi opinión si era, y en qué medida y en qué sentido, evolucionista, y en concreto si estaba influida o no por la obra de spencer. en consecuencia habría que ir a conocer las posiciones de spencer que por otro lado elaboró una obra inmensa y por ello ocupa un lugar de honor en la historia de las ciencias sociales. aun a riesgo de simplificar demasiado su pensamiento, diremos que para él el estado no tenía otra función que garantizar y proteger el ejercicio de la libertad del individuo. afirma Ritzer

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(1995,16) que <el ideal de Spencer era una sociedad en la el gobierno se redujera al mínimo posible y en la que se permitiera la máxima libertad>. el estado no debe intervenir en la marcha de la evolución, permitiendo que se cumplan las leyes que ordenan el proceso. esto significa que el estado debe permanecer impasible ante los fenómenos como la enfermedad o el hambre o la pobreza, por más que afecten a un sinfín de personas. Para spencer el hambre o la enfermedad son producto de la más alta benevolencia: el mismo tipo de benevolencia que lleva pronto a la tumba a los hijos de padres enfermos y escoge como víctimas a los viles, a los inmoderados y los débiles, como lo hace una epidemia. de esta manera. <la sociedad está constantemente excretando sus miembros enfermos, imbéciles, vacilantes y carentes de fe>. la interpretación de Ritzer no deja lugar a dudas: <Para decirlo de manera más terminante, los que no disfrutan de salud, no son listos, no son decididos, y no creen en lo divino deben morir, y morirán, en beneficio del conjunto de la sociedad a medida que el proceso natural de la evolución entre en juego de acuerdo con sus leyes más básicas> (Ritzer, G. 1995.160) en consecuencia, el estado no debe interrumpir las leyes inexorables de la evolución intentando paliar las situaciones de pobreza. tampoco las entidades privadas deben hacerlo, porque se estarían oponiendo a la marcha inevitable de la sociedad hacia la perfección. aun más, con su pretensión de ayudar a los desfavorecidos estarían creando más problemas sociales puesto que fomentan su reproducción provocando más problemas para el futuro. Hay que dejar que actúe el inexorable efecto purificador de la evolución intervenir es absurdo y está contraindicado. spencer se muestra contrario a cualquier tipo de ejercicio de la caridad o de la solidaridad, pública o privada y a que el estado intervenga en cuestiones como la sanidad, la enseñanza o incluso en temas tan elementales como la recogida de basuras. si el estado interviene no se produce otra cosa que efectos perversos contra el proceso evolutivo. Ritzer (1995:161) lo resume muy bien: <Spencer tenía mala opinión de los que vivían a expensas del estado y pensaba que los que trabajaban duramente no debían cargar con los pobres; la probable consecuencia de todo ello era que se debían permitir el sufrimiento a los pobres y, en última instancia, su muerte>. Para terminar podemos acudir a los comentarios que M. Harris realiza a propósito de las ideas políticas de spencer. Para él se debe ver en spencer <el portavoz científico más efectivo del primitivo capitalismo industrial, exactamente igual que para apreciar debidamente la contribución de Marx debemos ver en él al portavoz científico más efectivo del socialismo revolucionario>. su obra Social Statics, continúa Harris,

“… está consagrada abiertamente a la defensa de la propiedad privada y de la libre em-presa, con advertencias de los desastres bioculturales que caerán sobre la humanidad si se permite que el gobierno intervenga en favor de los pobres. Son extremadamente pocas las áreas de la vida en las que Spencer estaba dispuesto a conceder al estado legítima autoridad. así, se oponía a que las escuelas, las bibliotecas y los hospitales fueran pú-blicos y gratuitos, rechazaba las medidas de sanidad pública, la dispensa estatal de los títulos de médicos y enfermeras, la vacuna antivariólica obligatoria, las Leyes de pobres y cualquier clase de sistema de beneficencia pública. condenaba todas esas manifesta-ciones de intervención estatal por estar en contra de las leyes de la naturaleza y predecía que servirían para aumentar los sufrimientos de los débiles y más necesitados”. (Harris, M. 1993:107).

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a la luz de esta síntesis la pregunta es fácil: ¿qué tienen que ver las posiciones de spencer con la autora de “the Friendly visiting among the poor”? ¿Qué tienen que ver con una mujer que se dedicó toda su vida a contribuir a consolidar una profesión que interviniera en la realidad social desde el conocimiento científico. Mantengo pues que Richmond está en las antípodas de spencer, de lo contrario había que dudar de su salud mental. friedlander (1985:173) lo expresaba muy bien en 1961, cuando afirmaba que en contra del darwinismo social, los trabajadores sociales <aceptaron la “idea humanista” como su concepto de responsabilidad de la sociedad por el bienestar de los individuos en la comunidad> como solución al serio conflicto de valores que se planteó. y lo hicieron en contra de una posición mayoritaria de la sociedad industrial moderna que se mostraba partidaria de esa tesis según la cual los miembros inadecuados serían eliminados como un proceso natural. en la misma tesis coincide kohs (1966:195) cuando investiga las raíces del trabajo social: <Las dos filosofías que evidentemente han inspirado la base axiológica del trabajo social profesional contemporáneo son el humanismo y el pragmatismo>.

Otras influencias o críticas

en lo que respecta a la influencia del Psicoanálisis en el trabajo social, nadie lo duda. es sin duda uno de los paradigmas más utilizados, constituyendo casi la columna vertebral del desarrollo teórico en el siglo XX en muchos países. no hay más que reconocer la base conceptual del Modelo Psicosocial de la escuela de nueva york, del Modelo funcional, de la declaración de principios que hace Perlman en su libro Social Work de 1960 en el que desarrolla su Modelo de Resolución de Problemas, o el modelo más ecléctico de w. Reid y l. epstein propuesto en 1973, en task centered casework, o el de la intervención en crisis sistematizado por naomí Golan en treatment in crisis Situations en 1978. Pero la cuestión que aquí nos planteamos es si la obra de freud influyó o no en Mary Richmond y yo me inclino por pensar que no.

es cierto, no hay más que ver sus citas a pié de página, que estaba al tanto de las aportaciones que desde muy distintas disciplinas podían ser aprovechadas para el trabajo social y lo mismo que cita un pasaje de Psychology from Standpoint of Behaviorist del psicólogo conductista watson, en What is social case Work (1982:110) podía haber citado a freud. Pero conviene tener en cuenta algunos datos. freud visita los estados unidos en 1909, invitado por una universidad que entonces podía ser considerada de segundo nivel, la clark university. como es obvio, la obra del padre del psicoanálisis no fue universalmente conocida nada más llegar ni mucho menos estaba claro, como ya hemos señalado que, como en el caso de Marx, freud fuera a ser el autor de una propuesta sin la cual no se puede entender el siglo XX. Por lo demás algunas obras de freud estaban todavía por escribir. Que Richmond pudo conocer algunos escritos sobre el psicoanálisis parece evidente. en un artículo de 1920 cita a yung, pero sin embargo nunca cita a sigmund freud. Quizás una clave a tener en cuenta nos la proporciona siporin en la introducción a la edición de 1969 de Friendly visiting among the poor: <then,

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too, sexual aspects of family and marital relationships are avoided by Miss richmond, who disliked Freud and distrusted the psychoanalytic theories> (siporin en Richmond, M. 1969:XXi). así pues según este trabajador social psiquiátrico y profesor de la school of social work de la universidad de Maryland, a Miss Richmond el psicoanálisis le producía desconfianza y lo evitó. no así sus más inmediatas seguidoras como Gordon Hamilton o florence Hollis, que supieron aunar las propuestas de Richmond, la filosofía pragmatista, y el interaccionismo simbólico con el seguimiento más ortodoxo de las teorías freudianas. y todo ello no en un tótum revolútum sino con plena coherencia. en alguna bibliografía podíamos ver intentos de insinuar esta influencia a propósito de la posición central que en el pensamiento de Richmond tiene la palabra <personalidad>. Por el contrario, sostengo que en manera alguna tiene reminiscencias psicoanalíticas, sino que hay que entenderla a la luz de las propuestas de George H. Mead y los interac-cionistas porque ésta sí que es una influencia determinante, decisiva, omnipresente en la obra, en la manera de actuar y en las propuestas para el trabajo social de Mary Rich-mond hasta tal punto que si no es en ese universo conceptual resulta difícil entender alguna de las convicciones que plantea en social diagnosis y que sobre todo desarrolla en What is social case Work. unas palabras en relación con la presunta influencia de la escuela de fránkfurt, sobre la que también se ha escrito. digo presunta por razones evidentes. Max Horkheimer, de la primera generación de los teóricos que forman parte de esta escuela publicó su teoría tradicional y teoría crítica en 1937. adorno, Marcuse, Pollock, fromm, kirche-heimer o löwnthatal son posteriores y mucho más Habermas y su teoría de la acción comunicativa que es de 1981. en fin, mantener esa influencia supondría adjudicar a nuestra pionera poderes anticipatorios que yo, sincero admirador de su obra, no estoy dispuesto a concederle. en otro orden de críticas, Richmond ha sido criticada de una cosa y de la contraria. virginia Robinson le criticaba sus enfoques situacionistas que presumía muy cercanos a la sociología y que se concretaban en la necesidad de un análisis detallado a través de lo que entonces llamaban encuestas y que hoy llamamos historias sociales, de las condi-ciones sociales del usuario: su familia, su trabajo, su vivienda, su situación económica… en detrimento de la vivencia individual. Por el contrario Richmond distingue muy bien entre la situación y la persona. <Para ella un caso en el terreno de la asistencia social es una situ-ación particular en un problema determinado, y no la o las personas en cuestión. Para distinguir a éstas del problema que ellas suscitan, se les designa en general ahora con el término de “clientes…>. (Rich-mond, M. 1925:25) no puedo evitar ver aquí la influencia de w.i. thomas y su concepto de “el hombre en situación”. afirmar por otro lado que en trabajo social no contem-plamos el contexto ni el sufrimiento específico del usuario como consecuencia de una falta de actitud crítica a la que tiende a arrastrarnos el inductivismo richmondiano, es, con todos mis respetos, no haber entendido nada. afirmar que en la metodología pro-puesta por Richmond no hay espacio para la evaluación o la crítica es no haberla leído una vez más. y mantener que en ese error siguen cayendo los actuales profesionales del trabajo social, hasta donde yo conozco y me atrevo a decir que es bastante, desde mi actividad en la asistencia directa y luego como docente, con muchos alumnos haciendo

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prácticas en los campos más diversos y durante más de treinta años, es simplemente desconocer en que se ocupan y cómo lo hacen los y las trabajadores sociales o tener poco contacto con ellos. no se puede decir con rigor que Richmond planteó teorías abstractas a partir de algunos casos concretos utilizando la inferencia inductiva. en primer lugar porque sus aportaciones se plantean en el terreno de la metodología, no en el de las teorías. ¿cuáles son las teorías que plantea? identifíquenlas por favor. ella hace referencia a diversos autores que en el ámbito de unas incipientes ciencias sociales, proponían teorías que podían ser útiles para el trabajo social, pero yo soy incapaz, ni conozco referencia alguna en la bibliografía internacional, de identificar una sola teoría abstracta de la que sea autora Mary Richmond. en segundo lugar, decir que 2.800 casos estudiados con la profundidad y la metodología con que ella los estudió, son “algunos casos” es decir una tontería, con perdón. Por lo demás, la Medicina científica empezó a serlo precisamente cuando, gracias a la observación caso a caso y a la comunicación entre profesionales, se empezaron a obtener conocimientos teóricos generales. sin esa inferencia inductiva sencillamente el desarrollo científico de la Medicina occidental no se hubiera producido. ¿cuál es el problema para que M. Richmond siguiera el mismo procedimiento en su propósito de establecer una metodología común a los integrantes de una nueva profesión? yo no veo ninguno. diré más. si hoy volviéramos a ser capaces de documentar bien las intervenciones en cualquiera de los niveles, individuo/familia, grupo o comunidad, de extraer conclusiones, de llegar a formular conceptos teóricos generales… es decir de continuar con el camino iniciado por Richmond en la Russell sage foundation, qué duda cabe de que el desarrollo de nuestra disciplina sería muy superior al que es. es en este terreno donde se localiza uno de los grandes hándicaps de nuestra profesión que quiere ser científica.

conclusión

Humanismo como oposición al evolucionismo reinante, Pragmatismo como filosofía dominante en el momento e interaccionismo simbólico como influencia de su profesor y amigo George Herbert Mead, son los ejes teóricos en los que se mueve la obra y la vida, incluyendo su actividad práctica y sus compromisos políticos, podíamos decir. Bien significativos son los tres autores que Richmond cita antes del prólogo de social diagnosis: el dr. james jackson Putnam, charles Horton cooley y Hans Groos. veamos. Putnam es un médico neurólogo del Masachuset General Hospital. fundador de la primera clínica neurológica que acabaría siendo el departamento de neurología de la Harvard Medical school. interesado en la Psiquiatría e introductor de freud en los ee.uu. impulsor de las sociedades de Higiene Mental, colaborador de las c.o.s. e introductor junto con cabot, del trabajo social en los hospitales. amigo de w. james y … pragmatista. cooley ha pasado a la historia por ser el primero en proponer el concepto de <grupo primario>. trabajó en el terreno de la socialización del individuo, en la dimensión social del <yo>. su obra tuvo influencia en la que luego desarrolló George H. Mead. según Ritzer, cooley es uno de los primeros interaccionistas. Respecto

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Hans Gross, se trata de un juez austriaco, padre de la criminalística que revolucionó las prácticas habituales mediante la introducción del estudio y la investigación científica, creando la “escuela de criminología de Graz”. Remito al lector a que lea los párrafos de estos tres autores que M. Richmond situó en el comienzo de su libro de 1917 y saque sus propias conclusiones. le invito también a que caiga en la cuenta de que Richmond dedica su libro a Zilpha drew smith. Pero esa es otra historia de la que nos habla elizabeth agnew (2004) a quien me remito.

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ResumoMary e. Richmond (1861-1928) ajudou a criar a profissão de serviço social durante uma época única de reforma progressiva na cultura americana. no final da sua vida, a Primeira conferência internacional de serviço social, realizada em Paris, representou um movimento, que continua hoje, para desenvolver e coordenar práticas de serviço social em diferentes países do mundo. este artigo analisa as contribuições específ icas de Richmond para o serviço social no seu próprio contexto cultural e histórico, considera exem-plos da sua influência internacional no século 20, e defende a sua continuada relevância no contexto global do século XXi. defende-se que a contribuição central de Richmond era uma concepção cívica do serviço social. essa concepção continua a ser importante e necessária hoje, com os assistentes sociais a responder aos novos desafios globais, da diversidade cultural e religiosa, e uma ênfase nos direitos humanos.

abstractMary e. Richmond (1861-1928) helped to create the profession of social work during a unique era of pro-gressive reform in american culture. at the end of her life, the first international conference of social work, held in Paris, represented a movement—which continues today—to develop and coordinate social work practices in nations around the world. this article reviews Richmond’s specif ic contributions to social work in her own cultural and historical context, considers select examples of her international influ-ence in the 20th century, and argues for her continued relevance in the 21st century global context. i argue that Richmond’s central contribution was a “civic” conception of social work. this conception remains important and necessary today, as social workers respond to new global challenges, cultural and religious diversity, and an emphasis on human rights.

Introduction

the life of the social work pioneer Mary e. Richmond, whose 150th birth anniversary was august 5, 2011, spanned a formative era in american history. Born in 1861 soon after the start of the american civil war, Richmond was at the peak of her career at the Rus-sell sage foundation in new york city as the Great war began in europe and the united states took up the allied cause, and she died in 1928 on the eve of the stock market crash and the Great depression. within this life arc spanning civil war and global economic depression, a vital american movement of progressive reform flourished for a quarter century, its participants eager to respond to challenges posed by industrialization, urban-ization, and immigration. in 1919, Richmond reflected back on the “entirely new kind of public spirit” that had emerged in the years between 1890 and 1914 and noted with her characteristic dry wit that “it became difficult for those who could be said to think at all, not to think socially.” Her own “chief concern in life,” she marveled, emerged as the most serious concern of the modern world: “the wearing away of cramping class stratifications and the substitution of saner, more human social relations among those whose experi-ences in life may have been quite diverse.” (Richmond, 1930b: 468-69).

cIvIc PROFEssIOnALIsm AnD sOcIAL WORK:mARy E. RIchmOnD’s LEgAcy In ThE 21sT cEnTuRy

eliZaBetH aGnewDepartment of Philosophy and religious Studies

Ball State University - USa [email protected]

Palavras Chave:Mary e. richmond, america, profissão cívica, serviço social internacional, direitos humanos, diversidade

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Key Words:Mary e. rich-mond, america, civic profession, international social work, human rights, diversity

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during this quarter century and extending through the next decade and a half, Rich-mond was among a generation of civic and religious leaders and social scientists who shaped the modern profession of social work. in 1927, evoking the image of a lighted torch, she passed her leadership on to a younger generation at the 50th anniversary of the charity organization movement (Richmond, 1930a: 617). the next year, just months before Richmond’s death, her american colleagues carried the torch forward, as they convened with their europeans counterparts the first international conference of social work, in Paris. some 5000 participants attended this conference, including representa-tives from two dozen european countries as well as from south and central america, canada, egypt, “siam,” japan, south africa, and the soviet union. their collective work sowed the seeds for the three organizations that have become the leading global forums for professional social work: the international council on social welfare, the international federation of social work, and the international association of schools of social work (eilers, 2003: 119).1 the year 1928 thus marked a new phase in the pro-fession as practitioners gathered to facilitate the expansion of social work beyond its american roots and cultural reservoirs through a formal process—one that continues today—of articulating international concerns and global agenda for their profession.

in this essay, i consider Richmond’s legacy for the profession for which she, as much as jane addams, can rightly be considered a founding “mother.”2 to do so, i f irst review Richmond’s contributions to forming a “civic profession” of social work in the united states. in turn, i discuss her influence in select cultural and national contexts, as well as the wider cultural influence of her theories, during the 20th century.3 finally, i reflect on the relevance of her approach in a 21st-century international context, marked by politi-cal and cultural diversity, and by the discourse of human rights. while such review and critical reflection reveals some important lines of discontinuity between Richmond’s historical context and contemporary contexts, i point to ways in which contemporary social workers around the globe may be enriched by awareness and creative adaptation of currents from their profession’s past.

Life Influences and Professional contributions

to understand Richmond’s contributions to the development of social work, it is impor-tant to consider how her life experiences influenced her sensibilities and her emerging professional vision. Richmond, herself, underscored the importance for a profession to know the biographies of its pioneers—implicitly offering an invitation to others to con-sider her life story.4 in contrast to the image of the upper-class “lady Bountiful” conde-scending to help the poor, Richmond herself faced loss and hardship that informed her resolute yet empathic character and shaped her practical policies in distinctive ways. Richmond lost all three of her siblings and was orphaned at a young age in the epi-demic of tuberculosis that spread through Baltimore during the civil war. despite frail health and her relatives’ expectation that she, too, would die young, she persevered in overcoming personal loss and navigating uncertain economic prospects, including the necessity that she provide for her older female relatives.

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Richmond had only six years of formal education culminating in high school, but she embarked on a path of rigorous self-education, which included 19th-century British and american literature and social criticism, shakespearean drama, and, later, scholarship in the emerging social sciences. complementing her passion for literature, she devel-oped a sustained commitment to the unitarian faith, which she first encountered as a young woman in Baltimore. in particular, Richmond embraced the liberal Protestant tenets expressed in the “social gospel”—the 19th-century american theological move-ment calling for christians to reinterpret “salvation” in terms of social and economic justice, rather than in the familiar terms of individual, spiritual assurance. in this light, Richmond endorsed a vision of human perfectibility and social progress, and she joined the call for earnest human effort toward “social salvation” through transforming indi-vidual lives and repairing unjust social conditions.5

Richmond stepped into the charity organization movement when she responded to an advertisement for employment as the assistant treasurer of the Baltimore charity orga-nization society in 1889—the same year that jane addams and ellen Gates starr opened Hull House in chicago. at the time, Richmond knew little about the movement’s spe-cific principles and methods, and she had no specific intention of making this her life’s work. over the next four decades, however, she developed the skills and leadership with which she helped to transform a tradition of charity rooted in unsystematic and often insufficient religious almsgiving, and shaped by principles of noblesse oblige and laissez-faire individualism. initially the outcome was more effective charitable coopera-tion, but over time she helped to shape a new, civic profession attuned to the currents of progressive social reform. Richmond quickly ascended to become the (first female) General secretary of the Baltimore charity organization society, then moved to assume a similar role in Philadelphia in 1900. for the last two decades of her career, from 1909 until 1928, she served as the director of the charity organization department of the Russell sage foundation, america’s first social welfare foundation.

at each stage, Richmond reflected her generation’s creative tension between innovation and nostalgia in contributing to the development of “applied philanthropy,” the term used for the skills of charity organization work prior to “social work” gaining common usage (agnew, 2004: 7). in the 1890s, Richmond sought to provide more systematic training for “friendly visitors” in working with families—from which she produced the notes and lectures that became friendly visiting among the Poor. she was one of the first to issue a national call for a training school and was instrumental in the creation of the new york school of applied Philanthropy in 1898—the forerunner of the columbia university school of social work.

during her tenure in Philadelphia, Richmond underscored the bonds of social obliga-tion across class, race and ethnicity, when she invoked the Good samaritan parable in arguing for citizens’ responsibility as mediators between charitable organizations and “our poorer neighbors” in need (Richmond, 1909: 26). Richmond rejected an exclusive emphasis on “income altruism” and social scientific expertise, as was advocated by the economist simon Patten of the university of Pennsylvania, even as she rejected the facile assumption that “service altruism,” as modeled by the Good samaritan, entailed noth-

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ing more than being “kind to one another at some personal expense.” in the context of Philadelphia, she argued that the parable called readers to challenge the “handicap of race and national prejudice” experienced by industrial laborers (Richmond, 1909: 17, 63-64). in fact, one quarter of the city’s residents were foreign-born and another five percent african-american (the largest urban black population in the north). a Phila-delphia colleague later wrote that Richmond was “frequently the controlling mind and usually the guiding hand . . . [in] every sound movement for social betterment and progress,” particularly as these affected poverty, education, child labor, and sanitation. (agnew, 2004: 113).6 upon moving to new york city and the Russell sage foundation in 1909, Richmond devoted years to formulating and publishing a massive work on the method of “social diagnosis” and later on “social casework”—approaches to individual and collective social welfare that drew heavily on the emerging practice of social medi-cine, a forerunner of modern public health.7

as this overview suggests, Richmond became increasingly aware as the new century began of the interplay between individual lives and social-environmental contexts. as a result she came to emphasize the relationship between individual charity and social reform, as well as the role of sound research in shaping reform. thus together with individual casework—which she described as a “retail” approach—she called for social and legislative “wholesale” reform, the two approaches together constituting what she described as the “circle of reform” (agnew, 2004: 116-17). Richmond underscored caseworkers’ responsibility to use their accumulated experience with individuals as a basis for pursuing—and then helping to operationalize—systemic social and legislative reform. to this end, she participated for over a quarter century in campaigns to secure fair and safe labor practices for women and children, ensure public education for chil-dren, support widows and deserted wives, prevent tuberculosis, create safe and healthy housing, and reform marriage (specifically “child marriage” laws).

Richmond saw herself as a gradualist in reform. for example, she espoused quite tra-ditional family and gender norms, and she preferred a concept of “gifts” over “rights” in responding to citizens’ needs. Her opposition to state-funded “mother’s pensions” for widows in the early 20th century illustrates an element of nostalgia in her work. But Richmond’s gradualism or even nostalgia also reveals her clear-eyed assessment of—and far-reaching response to—the issues underlying widowhood. on the one hand, Richmond’s gradualism and traditionalism led her to intone the importance of moral education of widows through a charitable relationship; warn that state pensions grant-ed too much autonomy to recipients and would engender economic dependence; and speculate that pensions would undergo uncontrolled expansion and corruption (as with soldiers’ pensions) while also undermining traditional family and gender roles. on the other hand, Richmond took realistic stock of the source of widowhood and participated in addressing one of its root causes: tuberculosis. nearly one-third of widows in her 1910 data had lost their husband’s to tuberculosis, and she argued that it was [a] wiser national policy to spend public monies on preventing premature death of breadwinners [rather] than to offer insufficient relief to widows. Reflecting her commitment to such social policy, Richmond served as an office holder at the international congress on tu-berculosis in 1907 (agnew, 2004: 119-28). in fact, Richmond’s concerns about the lim-its of public pensions were borne out. By 1920, three-quarters of the states had passed

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mothers’ pensions bills, yet the pensions were seriously underfunded, providing less per year on average than private charities. among urban recipients, one-half to two-thirds had to find additional income, even as their receipt of pensions forced them into poorer-paying, part-time work (skocpol, 1992: 465-77).8 in the meantime, Richmond’s advocacy of public health measures, as well as of national health insurance and old age insurance reflected her innovative approach—at once far-sighted and ahead of its time. in 1942, Ruth Mann, a younger colleague of Richmond, offered an assessment of Rich-mond’s contributions to the practices of social work. Mann pointed to the casework method as Richmond’s salient contribution and that which most distinguished her from her settlement counterpart, jane addams. whereas addams transmitted her knowl-edge through her personal inspiration and her untiring leadership in going after “evil in our social and industrial system,” Richmond’s inspiration was specifically as a theoreti-cian and teacher who helped to start a new professional discipline. in this light, Mann notes that in the fifteen years following the publication of Social Diagnosis (1917), few caseworkers who were to make their mark professionally or as teachers had not stud-ied with “Miss Richmond” or come under her influence. even those who developed different and seemingly competing schools of thought, says Mann, were indebted to Richmond’s emphasis on clear and effective method (Mann, 1942: 7). this assessment of Richmond’s contributions to social work offers a good starting point, but it merits elaboration. Mann overstates the contrast between addams and Richmond as propo-nents of social reform and professional method, and in so doing Mann leaves under-examined the scope and nuances of Richmond’s professional vision. to offer a fuller picture, i will sketch three interlocking aspects of Richmond’s conception of social work that shaped her teaching, casework, and reform efforts in the american context.

social Work and social Philosophy

the most important aspect of Richmond’s professional philosophy was her civic con-ception of social work. in a book examining the contributions of early-20th century men to a “civic” conception of professional work, the philosopher william sullivan argues that a profession so conceived was one in which a combination of religious dedication, traditional humanism, and the scientific virtues provided a framework for responsible participation in public life (sullivan, 1995: xvi, 65). for Richmond, responsible par-ticipation in public life connoted particular understandings of how expertise was to be used, to what end, and by whom. Professional expertise in her view should empower caseworkers to serve as facilitators and educators within—and for the good of—the community, rather than train them merely to function as scientific technicians. in this vein, it was the responsibility of caseworkers to study the broader canvas of society with the intended goal of forging constructive political responses to areas of social need and injustice initially illuminated by their individual casework. expertise, moreover, was not simply to be the province of paid professionals. Richmond’s civic conception of social work called for training both professionals and volunteers (the latter often women), and both groups were to work hand in hand with ordinary citizens to address the social issues of their day. capturing this holistic, civic vision Richmond told her colleagues in her last public address:

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study and develop your work at its point of intersection with other community services and social activities of your community... after all, society is one fabric, and when you know the resources of your community both public and private, and the main trends of its life... you are able to knit into the pattern of that fabric the threads of your own specialty (Richmond, 1930a: 615). a second and related aspect of Richmond’s conception of social work was its con-cern for facilitating meaningful work in the context of an increasingly bureaucratic and consumer-oriented early 20th-century society. Richmond promoted trained volunteer and professional service that linked families and local communities together, and that thereby bridged a widening gap between a public sphere seen as the province of ratio-nal, efficient work, and a private sphere focused on personal leisure and consumption. at a time when the emerging consumer culture stimulated and responded to the aspi-ration for self-fulfillment, Richmond’s professional concern for “self-realization” had a distinctly religious sensibility, connoting realizing oneself not through consumption, but through a commitment to something “quite outside one’s own set and one’s own personal interests” (Richmond, 1930b: 469).9 Paired with her call to service respon-sive to the whole of society, Richmond’s counsel to humility in the use and limits of expertise underscored the need to acquire intimate knowledge of one’s community and to keep an eye on the “long view.” these concerns shaped Richmond’s approach to curricular design at the new york school of Philanthropy, where she gave strong prior-ity to instruction in practical methods by practitioners, rather than to instruction in social theory by academic sociologists. Richmond’s priorities showed her communal and empiricist bent, both in casework and in legislative reform. to be sure, Richmond’s empiricism was embedded in a particular set of western, liberal humanitarian ideals—a point to which i shall return in discussing her relevance in a 21st -century global context. one further element of Richmond’s conception of social work, together with those of a civic profession and a source of meaningful work, was that of the social worker as an artist. this image sought to counter a critique—leveled by jane addams among others—that charity workers used stilted, pseudo-scientific methods that demonstrated their failure of sympathetic understanding of those in need (addams, 1899).10 to be sure, Richmond affirmed a practical, even “scientific,” dimension of social casework, which entailed the systematic collection and ordering of data and an empiricist’s willingness to follow wherever the facts might lead in diagnosing a case. But ultimately, she believed that caseworkers depended on insight and sympathetic imagination in constructing a meaningful interpretation of an individual’s or family’s life. studying literature (for her understood primarily as British literature) was a means of developing such sympathetic understanding. as Richmond wrote to the alumni association of the new york school of Philanthropy in 1902, “the resourceful worker . . . f inds in every new combination of circumstances his tools and opportunities. charity is not a science, but an art, and the object of your school should be to raise the plane of endeavor from mere ’prentice work to the more exacting but far more flexible method of the true artist” (Richmond, 1902: 160).11

the scope and nuances of Richmond’s professional work illustrate her commitment to a

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whole “social philosophy,” in the words of her student and later u.s. secretary of labor, frances Perkins. Perkins lauded Richmond as a “true social philosopher,” who helped to rethink the duty of the community to families and individuals (Perkins, 1929: 338). as Richmond sought to sustain her civic model of social work in the 1920s, however, american cultural, economic, and political developments contributed to undermining it. according to william sullivan, progressive reformers’ embrace of a culture of exper-tise led most to abandon their “synthesizing public philosophy,” which had provided a compelling civic alternative to the increasingly separate worlds of bureaucratic work and leisure consumption. More broadly, reformers could no longer bridge the growing chasm between a “metropolitan culture of expert competence” and “provincial worlds which still adhered to the inherited moral ideals of character” (sullivan, 1995: 94-96).12 the scholar of religion william McGuire king argues that the bridge between older moral ideals and new expertise began to dissolve in large part owing to the increasingly strained relationship between the social gospel and the social sciences after wwi (king, 1989:63).

developments in professional social work mirrored the cultural and intellectual trends in the society at large. young social workers increasingly embraced the new psycho-analytic methods, which they perceived as more scientific and professional than the older tradition of morally inspired social reform (kirschner 1986: 55-56). the growing popularity of these new methods contributed to eroding Richmond’s civic conception of social casework. with the stock market crash in 1929, the context of american social work changed even more dramatically as federal legislation set the groundwork for the modern, public welfare state. as a leading architect of the new deal, frances Perkins embodied Richmond’s emphasis on “wholesale reform,” with its roots in the christian social gospel and its focus on the needs of those vulnerable and in poverty. Perkins and her new deal colleagues actually went beyond the scope of what Richmond had envi-sioned, by helping to transfer welfare programs from private to public agencies. that Perkins came to resist being identified as a “social worker” because of the term’s grow-ing association with psychiatric casework and personal “adjustment,” offers testimony to the erosion of a shared vision of social work in terms of a “circle of reform” (Martin, 1986: 193-94, 279-83). indeed, the bifurcation in social work that developed in Rich-mond’s lifetime has continued to characterize the profession in the united states. a 1998 centenary essay, entitled “the one Hundred-year debate: social Reform versus in-dividual treatment,” sketches the oscillation and perceived mutual exclusivity between individual and social approaches to reform in the 20th century (Haynes, 1998: 501-09). to be sure, these departures from Richmond’s vision are not the whole story. Rich-mond’s holistic, civic approach to social work has served in explicit and implicit ways as a model for contemporary practitioners. Moreover, debates among theorists and political scientists about the intended—and unintended—consequences of Richmond’s contributions to american political life demonstrate how she is both vilif ied from the left and celebrated by the right in ways that miss her nuanced, humane, and centrist ap-proach to social welfare (agnew, 2004: 207-08). arguably, there is much that remains vital about Richmond’s civic vision for the american context in which it was shaped. Richmond’s social work legacy, moreover, has extended well beyond the american con-text since the early 20th century. on the 150th anniversary of her birth amidst new global

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challenges and national contexts, there is merit in considering the ways in which her vi-sion and methods of a civic profession have carried through the 20th century and remain relevant for current social work practice.

Reconsidering mary Richmond in the 21st century

contemporary social workers live amidst new international developments in the 21st century that Mary Richmond’s generation at the turn of the last century might not easily have imagined. as sketched by the social worker and human rights educator jim ife, the 21st century is marked by global terrorism (in which intensified religious identities often fuel political and economic grievances); by global warming and its attendant resource depletion and population displacement; and by the loss of legitimacy of the west. ife argues that these emergent crises have diverted attention from key social work concerns of poverty, social justice, and human rights; moreover, western nations’ responses to the crises—reflecting, in ife’s view, deeply colonialist assumptions—have tended to exac-erbate these crises. Given this scenario, he calls on social workers to act as advocates in pressing citizens and national leaders to address the global crises “in ways that respect and promote, rather than erode and undermine, human rights and social justice” (ife, 2007: 11).

in light of such current developments, what relevance is there for principles of a civic profession that social work leaders in the united states formulated a century ago? after all, Richmond’s generation largely embodied western, liberal principles of self-determi-nation, rationality, and human progress—principles whose presumed universalism has been under increasing scrutiny since the end of the 20th century. Richmond and her american colleagues, moreover, developed methods of social work within a capitalist framework shaped by a “weak-state” paradigm, that is a political system characterized by limited government (koven and Michel, 1990: 1079-80). they also worked within a polity formally based on the constitutional disestablishment of religion and yet deeply influenced by Protestant christianity.

these political and cultural particularities notwithstanding, Richmond’s ideas contin-ued to spread beyond the american context, during the 20th century and into the pres-ent. one early direct line of influence occurred through the incorporation of translated portions of Social Diagnosis into a German work of the same name, soziale diagnose (1926), authored by the German social work leader alice M. salomon following her year-long stay in the u.s. in 1923-24.13 subsequent translations of Richmond’s two major works, spanning more than three-quarters of a century, suggest a degree of pro-fessional influence that she has exerted in a range of countries. since its incorporation in salomon’s volume, Social Diagnosis has been translated into Portuguese (1950), Ger-man (1964), spanish (2005), and japanese (2012). Richmond’s later volume, What is Social casework, was translated during her lifetime into dutch (1926), and subsequently into German (1939), spanish (1962 and 1977), and french (2002). it has also been translated twice into japanese by different scholars (1963 and 1991), with numerous republications until 2007.14

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in contrast to the sustained influence of Richmond’s works in european nations and ja-pan, india exemplifies a different trajectory of response to Richmond and to traditions of american social work more broadly. in the early 20th century, some indians trained at the new york school of applied Philanthropy and then returned to their home coun-try, as was the case with d. s. savardekar, who served as the president of the fifteen hundred-member Bombay social service league in the 1920’s.15 subsequently, ameri-can schools of social work played an important role in the profession’s development in india, following its independence and partition in 1947. since the 1980s, however, western influence in india has been met by stern critique from within and outside the country. scholars have noted the excessive american influence on indian practices, and some have condemned social casework methods as irrelevant—and even an outright im-pediment to—addressing massive poverty and social need. these criticisms have been matched with calls for the “indigenization” of indian social work (Mandal, 1989: 2710-12; Midgely, 1981: 97; Parmar, 2002: 250-55; sarri, 1997: 392).

against this backdrop of contrasting cultural influence, two aspects of Richmond’s ap-proach from the early 20th century provide points for critical self-reflection, if not simple blueprints, for contemporary practice. first, Richmond’s civic conception of social work represents an approach that links direct service with social reform, as was exemplified in her advocacy of the “circle of reform” in social work. to be sure, contemporary so-cial workers must negotiate their distinctive national polities, among them those with “strong-state” governments and with legal provision for—and the substantive presence of—religious involvement in social welfare (koven and Michel, 1990: 1079-80). in short, diverse political conceptions of welfare invariably influence the scope and nature of professional social work. still, Richmond’s basic principles and her four decade career offer insights into negotiating tensions that will arise for social work in a wide range of political and cultural systems: tensions between an emphasis on individual accountabil-ity and on social interdependence; between private assistance and governmental initia-tive; between individual care and social reform; and between citizen participation and elite expertise. a century later, Richmond’s aspiration to foster an integrated practice of individual care and social reform rooted in a civic ethic remains a worthy—perhaps necessary—ideal for social workers.16

second, Richmond’s deliberations on “gifts” and “rights” and her emphasis on per-sonal and communal responsibility anticipate and offer a response to contemporary critiques of human rights. since the mid-20th century, social work has embraced the turn to “rights” discourse, as evidenced in the “Global standards for education and training of the social work Profession” adopted in 2004 by the international associa-tion of schools of social work (iassw) and the international federation of social work (ifsw). in these global standards, individual human rights are granted priority over col-lective harmony and stability amongst ethnic groups and societies. the primacy of hu-man rights constitutes a limit on respect for the “traditions, cultures, ideologies, beliefs and religions” of groups. some asian social workers, however, have registered concern about the emphasis on rights. in particular, they have criticized the “lack of emphasis on responsibility and the collective within the western paradigm,” thus demonstrating

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the challenge to western hegemony discussed by social work educator jim ife (iassw and ifsw 2004: 3, 21). the “asian critique” of human rights seeks to temper western individualism with principles of communal welfare and collective harmony. articulating a critique of “rights” discourse from a different angle, the american philosopher Martha nussbaum argues that international development requires more than mere provision of procedural rights to citizens; it necessitates a robust account of human “capabilities” as a basis for flourishing. nussbaum argues that rights remain hollow and ineffectual if persons lack the developed capabilities to implement them (nussbaum, 2000).

the language of gifts that Richmond elaborated prior to the expansion of rights lan-guage provides a useful counterpoint to these contemporary critiques of rights. for Richmond, the “gift relationship” underscored the importance of developing the social capacities of relief recipients as integral to effective administration of relief. Richmond questioned the concept of a right to relief through public entitlements if such assistance came with no opportunity to develop skills and virtues in relationship with a casework-er. it was partly on these grounds, as we have seen, that she opposed state-legislated widows’ pensions. at the same time, however, she advocated national health insurance, which she construed as a gift, rather than as a right. in contrast to a “hand-out” which could be misspent, the gift of health insurance would “release energy instead of crip-pling it.”17 Richmond’s concern with “releasing energy” anticipated nussbaum’s focus a century later on developing human “capabilities.” Both discourses advance a concep-tion of public responsibility for citizens’ well-being—one whose substantive approach goes beyond a strictly procedural guarantee of individual rights. in their emphasis on responsibility and communal welfare, moreover, both Richmond’s and nussbaum’s ap-proaches address the asian critique of human rights.

Richmond’s civic conception of social work emerged out of her early 20th century west-ern sensibilities and yet central principles within her approach continue to offer a useful perspective on 21st century social work in a global context. at the same time, Rich-mond’s stature in the profession offers an invitation to practitioners to look back on her work from current vantage points and in so doing to reexamine the complex inter-play of race, ethnicity, gender, religion and social class in creating—and responding to— “cramping class stratifications,” in Richmond’s day and in our own.

conclusion

on the 150th anniversary of her birth, Mary Richmond would be pleased to learn of ways in which her methods and vision for social work continue to offer models for, and elicit self-reflection in, the profession which she helped to found. certainly, the world is more diverse than the liberal, Protestant ethos and democratic polity of early 20th cen-tury america. the world’s citizens face new global challenges, moreover, which invite new approaches from diverse nations, and may require new approaches on the part of western nations in the name of respecting and promoting human rights and social justice. amid emergent global challenges, political diversity and cultural and religious pluralism are a fact, if not an affirmed reality. in turn, a commitment to honoring hu-

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man rights represents a necessary, if not sufficient, mechanism for advancing social welfare. in this context, Richmond’s integrated vision remains relevant as a source of insight and inspiration for social workers of many nations attuned to the civic presence and possibilities of social work in diverse political and cultural contexts.

notes

i am grateful for the responses to earlier drafts of this essay offered by Gates k. agnew, Ruth Bronzan, jeffrey fry, and carol Hostetter. in addition, i benefitted from the comments of participants at the fourth cesss international seminar on “jane addams and Mary Richmond: legacy and Present Relevance” held at the catholic Portuguese university in lisbon in May 2011; from discussion with Barbara l. simon and her graduate students at the columbia university school of social work with whom i shared my research

in october 2011; and from the comments of the anonymous reviewers for locus soci@l.

1 neither Mary Richmond nor jane addams attended the first international conference, held july 9-13, 1928.

2 the phrase “mother of social work” appears on the 1998 national conference of social work centen-nial poster, on which jane addams is surrounded by eight other leaders, including Richmond.

3 this article does not seek to provide a comprehensive history of Richmond’s international influence in the last century—a task which would require extensive primary and secondary research in a range of languages and national contexts, and a signif icantly longer format for presenting the f indings.

4 the following brief synopsis of Richmond’s life and career comes from agnew, from charity to social work (2004).

5 the tenets of the first independent christ’s church of Baltimore (today the first unitarian church) are stated on a plaque that remains in the sanctuary: “the fatherhood of God, the Brotherhood of Man, the leadership of jesus, salvation by character, the Progress of Mankind, and onward and upward, forever.” curtis (1991: 5-6) discusses these tenets of late-nineteenth-century social christianity.

6 in the introduction to friendly visiting among the Poor (1969: xx-xxi), Max siporin notes Richmond’s “devaluation of racial and ethnic differences” as factors in poverty during her time in Baltimore and her greater attention to these in her volume social diagnosis (1917). Richmond’s work in Philadelphia may have contributed to her more complex analysis.

7 see Richmond, social diagnosis (1917) and what is social case work? (1922).

8 skocpol (1992: 668, n. 9) observes that Richmond’s concerns—about the negative precedent of sol-diers’ pensions, about barriers to widows’ work, and about delays in constructive policy on public health and child social services—were “quite telling in light of what subsequently happened.”

9 king (1989: 53-54) discusses the social gospel concept of self-realization “through participation in the life of our fellows.”

10 addams’s argument appeared in modified form in the chapter “charitable effort” in democracy and social ethics (1902), to which Richmond responded—by invitation from addams—with a personal letter of critique.

11 in what is social case work? (1922: 102-03) Richmond compares the writer and the caseworker—the former “an artif icer in words, the other in social relations.” Both literature and casework demons-trated practitioners’ “study and drill,” the “originality of . . . new combinations effected,” and the blending of “self-expression and self-effacement.”

12 Richmond is an exception to sullivan’s assessment, as well as to the claim made by katz (1986: 166) that social workers “chose the wrong alternative” by turning their backs on mediation and social acti-

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vism and becoming second-class therapists.

13 see Rebecca l. Hegar, “transatlantic transfers in social work: contributions of three Pioneers,” in British journal of social work 38 (2008), 723. two years after publishing her book heavily indebted to Richmond’s methods, salomon (one of Hegar’s “three pioneers,” along with jane addams and alice Masaryk of czechoslovakia) chaired the section on social education at the 1928 international conference of social work. this, in turn, led to the establishment of the international association of schools of social work.

14 these complete translations of Richmond’s works (along with other partial translations, such as selec-tions from social diagnosis published in spanish in 1995) suggest a degree of professional influence, although they do not demonstrate its specif ic nature or scope. this invites further primary research and review of secondary research on social work in diverse national and historical contexts. on an anecdotal level, tomoko kadonaga, a Ph.d. candidate at the Graduate school of Human life sciences at osaka city university, has conveyed some of Richmond’s continued relevance for social workers in japan. in an email to me on february 7, 2012, Ms. kadonaga writes: “‘what is social casework’ in japanese . . . is a must read book for social work students and this is one of the legacies of the translator, dr. Gensuke koMatsu, a famous social work researcher. in fact, he wrote in his essay, ‘i wanted to introduce ‘friendly visiting among the Poor’ in japanese, but it was hard and i gave it up.’” Ms. kadonaga further writes, “My focus in the dissertation is maltreated children and their recovery, from the risk and resilience perspective, though [‘friendly visiting’] provides a point of view how we collaborate with neighborhoods, [which] have been emerging as gate-keepers for children at risk. in terms of social work in entire japan, due to the bad economy, the national government has cut the budget regarding social welfare and changed their policies from institutional/residential-centered so-cial work to community-based social work. in community-based social work, neighbors are expected to play important roles to support people in need whether you like it or not. ‘friendly visiting among the Poor’ contributes to this part.” i am grateful to Ms. kadonaga for alerting me that social diag-nosis was published in March 2012 (email, august 8, 2012).

15 see e. catchpool to j. addams, 3 january 1923 (15-499); and j. addams to H. Barnett, 27 february 1923 (15-643), jane addams Papers on Microfilm, letters exchanged during addams’s 1923 world tour.

16 indeed, Richmond’s approach is resonant with the “integrated model of social development” (Maydas and elliot, 1997: 177-79). this emerging international model holds the “potential to integrate the micro and the macro” in social work and offers a corrective to “remedial” and “medical” models that characterized much of the 20th-century western influence in international social work.

17 see M. Richmond to j. lee, 10 april 1916, Part ii, Box 2, folder 25, Mary e. Richmond archives, co-lumbia university. Richmond (1930c: 467) reiterated her support for “health insurance and other wise measures of prevention” in the charity organization Bulletin.

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Peer Review Process

Recepção artigo | 13/11/2011Paper reception

admissão artigo | 10/01/2012Paper admission

arbitragem anónima por pares | 01/02/2012 – 15/11/2012Double blind peer review

aceitação artigo para publicação | 03/12/2012Paper accepted

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Locus SOCI@L 5: 45 | 2010

yves HuRtuBise École de Service Social,

Université Laval, Québec, canadayves.hurtubisesvs.ulaval.ca

Resumoo aniversário de Mary Richmond é uma oportunidade para nos interrogar-nos sobre o alcance de seu trabalho e das suas contribuições para a profissão e a disciplina do serviço social. uma análise de várias fontes de informação académicas mostra que a autora adquiriu uma grande notoriedade, mas que suas contribuições são mal conhecidas. além de uma oposição a jane addams e o desenvolvimento de uma abordagem mais racional dos problemas sociais, os autores que falaram sobre seu trabalho expressaram pouca informação sobre a complexidade de seu pensamento. desde há cerca de quinze anos, após novas contribuições, vemos aparecer uma abordagem mais complexa do pensamento de Richmond. a apropriação pelo meio académico e profissional do seu trabalho deveria fornecer elementos de reflexão para abordar os desafios do serviço social contemporâneo.

abstractthe birthday of Mary Richmond is the opportunity to question about the range of its work and its contributions to the profession and the discipline of social work. an examination of various academic information sources shows that it acquired a great notoriety, but that its contributions are not well known. Beyond of an opposition to jane addams and the development of a more rational approach of the social problems, the authors who spoke about its work expressed little information about the complexity of its thought. since about fifteen years, following new contributions, we see appearing a more complex portrait of the thought of Richmond; the appropriation by the professional and academic fields of its work should provide elements of reflection to approach the challenges of contemporary social work.

Résumél’anniversaire de naissance de Mary Richmond est l’occasion de s’interroger sur la portée de son œuvre et de ses contributions à la profession et à la discipline du travail social. un examen de diverses sources d’informations académiques montre qu’elle a acquis une grande notoriété, mais que ses contributions sont mal connues. au-delà d’une opposition à jane addams et du développement d’une approche plus rationnelle des problèmes sociaux, les auteurs qui en ont parlé ont exprimé bien peu d’informations sur la complexité de sa pensée. depuis une quinzaine d’années, à la suite de nouveaux travaux, nous voyons apparaître un portrait plus complexe de la pensée de Richmond ; l’appropriation par les milieux professionnel et académique de son œuvre devrait fournir des éléments de réflexion pour aborder les défis du travail social contemporain.

la profession et la discipline du travail social doivent beaucoup à leurs deux pionnières Mary Richmond et jane addams. souligner leur 150e anniversaire de naissance donne l’occasion de revenir sur leur histoire de vie, leur production intellectuelle, leurs expéri-ences professionnelles et leurs legs. dans les lignes qui suivent, nous nous attarderons à Mary Richmond au sujet de laquelle nous présenterons un point de vue particulier, celui d’un francophone nord-américain qui a été formé à la discipline du travail social, qui l’a pratiquée dans sa dimension communautaire et qui l’a enseignée pendant plusieurs an-nées.

la question principale que nous nous sommes posée est celle de savoir si la pensée de Mary Richmond peut encore avoir de la pertinence pour réfléchir aux problèmes contem-

mARy RIchmOnD: unE PIOnnIèRE mAL

cOnnuE 

Palavras Chave:Mary richmond, obra, Pensamento, actualidade

...

Key Words:Mary richmond, Work,thought, actuality

...

Mots Clé:Mary richmond, Œuvre, Pensée, actualité

Locus SOCI@L 5: 45 - 55 | 2010

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porains des travailleurs sociaux. en travaillant sur la question, nous avons repris con-tact avec des écrits historiques que nous avions fréquentés au moment de nos études universitaires; nous avons constaté combien la pensée de Richmond était mal connue malgré sa notoriété. ce que nous avons cru, pendant un certain temps, être un phé-nomène québécois de refus d’approfondir les racines du travail social nous apparait un phénomène partagé par d’autres pays. Mais, depuis une quinzaine d’années, plusieurs publications nous permettent de revoir nos certitudes sur le travail de cette pionnière pour en faire une lecture plus précise et rendre justice à ses apports à la profession et à la discipline. cette récente valorisation de Mary Richmond, au Québec comme dans d’autres pays, repose sur de nouveaux travaux de recherche, mais aussi sur une relecture de travaux anciens.

nous présentons ici les résultats de notre modeste recherche sur la contribution his-torique de Mary Richmond. dans un premier temps, nous montrerons comment cette pionnière du travail social, malgré ses réalisations nombreuses, est mal connue même dans le milieu professionnel et disciplinaire. dans un second temps, nous poserons la question de l’utilité de la pensée de Richmond dans le contexte social actuel où la pro-fession et la discipline du travail social font face à de nombreux défis.

mary Richmond et sa notoriété

il est de bon ton d’avoir une attitude critique à l’égard des anciens. leurs difficultés à prévoir l’avenir, à détecter les lignes de force de ce que sera la vie en société, à identifier les embûches auxquelles seront confrontées les générations futures ne sont jamais dif-ficiles à démontrer. il suffit de relire les ouvrages des auteurs qui s’y sont aventurés pour comprendre que la mission est quasi impossible. le temps fait son œuvre, comme le dit le dicton. Mais un retour vers les anciens n’est pas pour autant inutile dans la mesure où nous pouvons tirer des leçons de leurs stratégies pour affronter les dilemmes de leur temps. encore faut-il que ces stratégies soient connues.

le cas de Mary Richmond est intéressant à plus d’un titre. la recherche sur internet, dans les plans de cours des universités, dans les revues spécialisées en travail social, montre un faible intérêt pour ses réalisations. Peu d’écrits lui sont consacrés, son nom apparaît dans peu de cours universitaires et des allusions à son œuvre apparaissent dans un nombre relativement limité d’articles spécialisés ou de rapport de recherche. on avouera que c’est un drôle de sort pour une personne qui est identifiée à la créa-tion d’une profession qui s’est développée sur tous les continents. on pourra y voir une faiblesse de l’intérêt pour l’histoire, mais il reste que la question de sa notoriété se trouve poser : Mary qui, oserait-on demander ?

Pour les jeunes étudiants québécois en travail social des années 60, comme moi, le nom de Mary Richmond est à peine connu; il a été évoqué dans quelques cours, voire dans quelques publications, mais rarement de façon précise, encore moins exhaustive. les origines du travail social étaient présentées sommairement dans une lointaine angle-

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terre, avec une exportation aux États-unis au tournant du XXe siècle, au temps des grandes mutations sociales qu’auront été l’immigration, la guerre et la grande crise économique. À la fin des années 60, au moment où la pensée marxiste envahissait les sciences sociales, le travail social était vu comme un moyen de domestication du pro-létariat. de ses origines, deux noms étaient présentés  : Mary Richmond, associée à une conception plutôt rétrograde du travail social et jane addams considérée comme « progressiste ». la première représentait le travail individuel auprès des pauvres dans une organisation charitable, dont la caractéristique principale était la création d’une approche rationnelle des problèmes familiaux calquée sur l’approche médicale. il y avait là tout ce qui est nécessaire pour rebuter de jeunes gens idéalistes et plein d’espoir de lutter efficacement contre la pauvreté et pour une société plus égalitaire. notre con-naissance des charity organisations societies était bien mince et celle de l’œuvre de Richmond encore davantage. Par ailleurs, jane addams était présentée comme une in-tervenante plus sympathique par sa défense des droits collectifs, par son engagement dans les settlements, par son prix nobel de la paix qui représente une reconnaissance internationale. Bien peu de professeurs ou d’auteurs s’étaient risqués à faire connaître son œuvre et sa pensée.

il est vrai que les programmes de formation en travail social ont fait de moins en moins de place à l’histoire et à la connaissance des conditions d’apparition du travail social. avions-nous, au Québec, une aversion pour le travail social américain ? Pour l’histoire ? Manquions-nous de matériaux pour comprendre les origines de la profession ? l’hypothèse que nous étions préoccupés davantage par le présent et par l’acquisition d’outils pour comprendre l’évolution rapide des sociétés occidentales pourrait expliquer que le passé ait été mis sous le tapis. on pourrait invoquer également bien des motifs pour ce silence ou ce quasi-silence sur les pionnières du travail social et chercher dans la société québécoise les causes de cette carence.

la publication dans la célèbre revue américaine Social casework d’un hommage à Mary Richmond permet de relativiser notre absence de connaissance historique. un édito-rialiste de cette revue affirme que « …la présente génération de travailleurs sociaux voit Mary richmond seulement comme une technicienne du travail social individuel et ignore son rôle de réfor-matrice » (social casework, p. 39). cette remarque était publiée en 1961, au moment où le centième anniversaire de naissance de Richmond était souligné. selon l’auteur, elle serait perçue comme une technicienne du travail social individuel et non comme ayant contribué à sa professionnalisation et son rôle de réformatrice sociale serait inconnu. cette révélation du peu de notoriété de cette fondatrice du travail social dans son pro-pre pays nous permet de relativiser notre peu de connaissance historique.

la publication en 1996 dans la revue vie Sociale (salomon) – revue française spéciali-sée en travail social - d’un numéro complet sur Mary Richmond permet également de comprendre que celle-ci était mal connue en france et que ses contributions au service social n’ont pas été exploitées aussi largement qu’on pourrait s’y attendre. le point de vue présenté par les auteurs qui ont créé un groupe de réflexion sur l’histoire du travail social français est tout à fait intéressant; ils s’interrogent sur les origines de la profession en mettant l’emphase sur les savoirs qui ont été historiquement développés et se posent

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la question fondamentale : « Pourquoi ces savoirs passés ne sont jamais évoqués de nos jours ? » (p. 45). ils rappellent que la pensée de Richmond était connue en france dans les années 1920, mais qu’elle a eu peu de retombées concrètes. un des obstacles, selon ces auteurs, aurait été la difficulté pour les leaders du service social français de l’époque – de formation médicale - d’accepter comme scientifiquement valables l’approche de Richmond et de l’adapter à une pratique dont ils avaient une conception plus proche de l’aide sociomédicale que d’une nouvelle pratique professionnelle (p.7).

la publication en espagne en 2004, de l’ouvrage de Miranda aranda ajoute une pièce essentielle à notre compréhension de l’histoire du travail social et en particulier des ap-ports de Richmond et d’autres pionnières. comelles et valderrama (2007) présentent l’ouvrage de Miranda aranda en mettant l’emphase sur la différence entre les origines européennes et américaines du travail social. elles notent que l’auteur fait une large place à l’influence des sciences sociales naissantes au début du XXe siècle :

… la profession naquit sous l’inspiration des Sciences Sociales qui apparaissent à la même époque, et qui partageaient une même motivation : la contestation des inégalités propres d’une société en développement industriel, avec un taux d’immigration très élevé et qui se questionnait « sur le chaos et le désordre qui entraînent la pauvreté, ainsi que sur les possibilités d’intervention.

on voit apparaître dans les propos de Miranda aranda plusieurs idées qui seront éven-tuellement reprises concernant les origines du travail social et notamment – concernant Mary Richmond - celle de l’influence des sciences sociales naissantes (et non seulement l’influence de la médecine), celle de la contestation des inégalités sociales engendrées par l’industrialisation, mais surtout par l’urbanisation et l’immigration extrêmement importantes qu’ont connues les États-unis au début du XXe siècle. comelles et valder-rama perçoivent l’ouvrage de Miranda aranda comme une tentative :

de récupérer une partie importante et oubliée de l’histoire du travail Social comme mé-tier et comme discipline et de souligner les influences de l’interactionnisme symbolique dans la manière d’aborder l’analyse sociale et la planification des interventions.

au Québec, Mayer en 2002 faisait paraître un ouvrage colossal qui résume une grande partie de sa carrière de chercheur et de professeur de travail social. il explique que le Québec francophone a été influencé tardivement par le travail social britannique et américain à cause de la barrière de la langue (p. 122). ailleurs, il mettra l’emphase sur la présence de l’église catholique et ses œuvres sociales. comme d’autres auteurs, il notera l’influence prépondérante des cos et du Mouvement des résidences sociales (les settlements). il indiquera sommairement que deux autres mouvements ont eu de l’influence sur le développement du travail social : celui de la Réforme urbaine et celui de l’Évangélisation sociale. Malheureusement, il s’attardera très peu sur ces deux mouve-ments et le nom de Richmond n’apparaîtra pas dans le mouvement de l’Évangélisation. c’est agnew (2004), quelques années plus tard, à la suite de recherches très pointues sur la vie de Mary Richmond qui notera cette influence prépondérante.

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ce n’est que dans la seconde édition de l’ouvrage québécois Introduction au travail social, en 2007, que deslauriers et Hurtubise abordent la richesse de la pensée de Rich-mond. en effet, dans la première édition, de ce qui s’avérait être le premier ouvrage d’introduction au travail social au Québec, on trouvait peu de références à Richmond, si ce n’est sa préoccupation de développer l’intervention par la recherche sur les popu-lations. ils rappellent que son approche médicale des problèmes sociaux est d’abord une approche scientifique et que celle-ci est fondée sur des analyses de cas. Richmond est en rupture avec les méthodes antérieures et pour cela, elle gagne à être connue dans l’intégralité de sa pensée et de ses expériences. Refusant d’opposer Richmond à addams, les auteurs suggèrent que les deux femmes ont été des progressistes à leur manière; elles « s’inscrivaient dans ce que nous appelons aujourd’hui la troisième voie » (p. 7), avec des préoccupations pour l’amélioration immédiate des conditions de vie des populations et un rejet du capitalisme sauvage sans se lier aux partis socialistes. les auteurs attirent également l’attention sur la démarche méthodologique de Mary Richmond pour fonder son approche de casework et sur la nécessité de former les in-tervenantes sociales à sa méthode scientifique.

La reconnaissance partielle de la contribution de Richmond

la pensée de Richmond, de même que celle de addams d’ailleurs, ont été souvent sim-plifiées; la citation suivante illustre parfaitement une opinion largement partagée dans les années 60 et 70. s’adressant à des étudiants, st-amand (2003, p.139) leur demande :

nous rangeons-nous derrière Mary richmond et la médicalisation des problèmes so-ciaux ou adoptons-nous les stratégies inspirées par jane addams, architecte d’une vision politique du service social?

avions-nous vraiment à choisir entre l’une et l’autre ? la médicalisation des problèmes sociaux est en effet une approche réductrice de ceux-ci. se situant dans un courant de pensée alternatif aux professions d’aide traditionnelle, l’auteur met en question cette approche thérapeutique en se référant à un contexte social de changement profond et rapide; il demande « Quel rôle autre que thérapeutique peut jouer notre profession dans une société qui se dirige à toute vitesse vers la mondialisation économique, politique, culturelle? » (p. 140). Mary Richmond serait-elle une professionnelle de la thérapie insouciante des conditions plus générales de la vie en société ? chambon (2003) note que :

aux États-Unis, le champ du travail social s’est d’abord tourné vers les sciences de la santé comme cadre de référence, spécifiquement la médecine et la psychiatrie. ce fut le cas pour Mary richmond, une des pionnières de la discipline. À ses yeux …. la con-naissance en travail social devait porter sur l’étude détaillée des cas et de leurs caracté-ristiques. c’était une façon de faire sortir l’individu de l’ombre des statistiques de type économique. Selon elle, les études empiriques permettraient de systématiser les données ayant trait à l’individu et ses conditions de vie. en proposant une visée scientifique de la profession, richmond détachait la discipline de considérations purement morales et

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tournait le dos à une tradition antérieure relevant de pratiques de charité.

la contribution de Richmond serait donc davantage qu’une simple approche médicale; elle proposerait une approche scientifique des problèmes sociaux en opposition aux vi-sions moralisatrices qui avaient cours dans la société américaine de son époque.

Même si sa notoriété est faible, on constate que le nom de Mary Richmond est utilisé pour appuyer différentes positions théoriques ou méthodologiques. ainsi, Paré et st-jacques (1999) réfèrent à Richmond dans le cadre d’une réflexion sur les liens entre la recherche et la pratique. confrontant sa position à celle de jane addams, perçue davan-tage comme humaniste et militante, elles soulignent que Richmond met l’emphase sur l’objectivité et la rigueur dans la pratique du travail social : pour elles, c’est le triomphe du positivisme.

c’est dans ce contexte que richmond, après avoir déclaré que le casework est une sci-ence, réussit à implanter ses idées dans les écoles de la côte-est américaine. Les constru-its subjectifs, l’intuition et le bon sens sont alors fortement ébranlés.

alors que tout leur article montre la tension entre la recherche et l’intervention, entre les valeurs et la science, les deux fondatrices du service social sont mentionnées dans une dimension très limitée de leur apport : la démarche scientifique. Richmond gagne en popularité, mais la vision qui en est présentée est fort limitée. ainsi, les liens entre la pratique et la recherche sont occultés alors que Richmond prétendait que tous les pratici-ens devraient agir comme des chercheurs et tous les chercheurs comme des praticiens.

une autre question a pris beaucoup de place dans les écrits sur la discipline du travail so-cial dans plusieurs pays, notamment au Québec dès les années 70. il s’agit de la complé-mentarité des méthodes en travail social. la question n’est pas étrangère à une période historique caractérisée par les oppositions entre les approches qui sont centrées sur les personnes et celles qui sont centrées sur l’environnement. dans les sociétés influencées par la littérature anglo-saxonne, le travail social s’organisait autour de trois méthodes principales, l’approche individuelle, le travail social de groupe et l’organisation commu-nautaire. les tensions entre les praticiens se retrouvaient dans les écoles de formation. Mais durant la même période, on a pu voir apparaître des auteurs qui ont mis l’emphase sur la collaboration nécessaire entre les méthodes, voire sur la fusion des méthodes au profit de ce qu’on a appelé une approche intégrée. ainsi, laforest (1987) amorce son argumentaire en utilisant Richmond comme caution intellectuelle pour justifier sa posi-tion sur la nécessité d’une approche intégrée en travail social :

 …Dès 1917, Mary richmond, première théoricienne du travail social, en affirmait les bases communes et s’élevait contre les divisions, tant au niveau des méthodes de service social qu’à celui des champs de pratique.

cette référence à Richmond demeurera un point de départ et ne sera pas suivie d’autres précisions sur sa pensée concernant l’application de différentes méthodes de travail.

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la reconnaissance du travail de Richmond est faible et s’appuie sur une quantité d’informations peu importante. des grands pans de son approche sont ignorés même si ses productions littéraires et la traduction de certaines d’entre elles sont connues. Richmond sert de caution et on ne sent pas d’intérêt pour aller plus loin dans la présen-tation de sa pensée.

en france, la notoriété de Richmond est réelle, mais la connaissance fine de ses travaux est demeurée le fait d’un petit nombre d’érudits. le livre de Richmond de 1922, What is social case work ? a été traduit en français dès 1926; une préface substantielle qualifiait l’ouvrage de « remarquable étude » dont « la lecture et la méditation …seront des plus bienfaisantes » aux travailleurs sociaux. Remarquons au passage que l’auteur de ce com-mentaire était le chef médecin armand-delille. une réédition en 2002 contenait une nouvelle préface tout aussi substantielle et flatteuse pour l’auteure. Bouquet (2002), y soulignait que toutes les composantes du processus méthodologique … sont formulées dans cet ou-vrage. la pensée de Richmond est de nouveau rendue disponible à un large public; reste à voir si cela sera suivi d’une appropriation professionnelle.

au Portugal, Branco et fernandes (2005) montrent l’influence plus tardive de Rich-mond en rappelant une traduction de l’ouvrage diagnostic social en 1950. ils rappellent en même temps comment le préfacier de cette édition percevait le niveau intellectuel du travail social portugais :

À cette époque, le service social est défini comme une façon de faire bien le bien, selon les propres termes de da Silva correia en préface à l’édition portugaise de 1950 du Di-agnostic Social de Mary richmond (1950)

deux auteurs suisses, chalverat et kühne (2005), indiquent que Mary Richmond in-fluença la pratique du travail social dans leur pays. des travailleuses sociales qui cher-chaient des appuis pour lutter contre le travail social qui se pratiquait alors en suisse prirent contact avec Richmond et diffusèrent sa pensée:

Les pionnières du travail social professionnel … luttèrent contre la manière …trop inhu-maines, de traiter les pauvres. elles se mirent en relation avec des pionnières américaines telles …Mary richmond (1861- 1928) et propagèrent leurs idées en Suisse.

cet usage de la pensée de Richmond est important à retenir parce qu’il témoigne de la notoriété qu’elle avait acquise dans différents pays. avoir recours à elle pour dénoncer les manières d’agir à l’égard des pauvres et pour mieux assoir les fondements du travail social, constitue des marques évidentes de la modernité de sa pensée au moment où elle a été formulée. Richmond a pu avoir d’autres influences dans d’autres pays, car comme le rappelle Murdach (2011), Richmond a eu le souci de promouvoir le travail social dans la société.

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mary Richmond utile au travail social d’aujourd’hui

Mayer (2002) rappelle que Richmond a été une pionnière en développant une approche méthodologique rationnelle et ….scientifique ; avec elle, dit-il, « on passe progressive-ment de la certitude morale à une étape d’enquête rationnelle» (p. 121). des collègues français (1996) ont évoqué les différents moyens d’enquête, dont celui plus connu du diagnostic social, que Richmond a proposés. comme un corolaire, Richmond affirmera la nécessité de la formation des intervenants. elle favorisera, contrairement à ce que certains ont pu croire, une approche holistique qui tient compte des conditions de vie de la population qui demandait de l’aide et sa conception du travail social allie l’aide individuelle à la nécessité de la réforme sociale. turcotte et deslauriers (2011) affirment que :

Mary richmond a souligné l’importance de miser sur les forces de la personne plutôt que de la blâmer pour ses difficultés au nom de la morale; elle a insisté sur la nécessité de prendre en considération les liens entre la personne et les différents contextes dans lesquels elle évolue …. (p.2).

agnew (2004) montrera l’importance du fait religieux dans sa démarche et l’influence du Mouvement Gospel.

Les défis actuels en travail social

s’il est difficile de tracer un portrait universel des défis auxquels sont confrontées la profession et la discipline du travail social, on peut parler de certaines constantes qui nous viennent des écrits, mais aussi de la confrontation de nos idées avec des collègues de différents pays. le premier défi actuel est probablement celui de l’autonomie profes-sionnelle des travailleurs sociaux, attaquée par les gestionnaires au nom de la rationali-sation des efforts. Beauregard (2007) expliquait ce concept de la façon suivante :

…standardisation des outils de collecte et d’analyse des données, fixation du nombre ou parfois même de la durée des entrevues, imposition d’un modèle d’intervention unique, peu importe les besoins de la clientèle, etc. comment, dans ces conditions, le travailleur social peut-il conserver un espace suffisant d’autonomie professionnelle pour intervenir dans le respect des valeurs de base et des méthodes d’intervention propres à sa profes-sion ?

on retrouve dans cette liste de problèmes des praticiens des éléments qui sont l’abou-tissement lointain de la pratique introduite par Richmond ; les outils de collectes de données, leur analyse font penser aux travaux fondateurs de son modèle d’intervention. Par contre, la fixation de la durée des entrevues, l’imposition d’un modèle d’interven-tion unique, le peu d’attention aux besoins de la clientèle sont des décisions qui sont loin de l’univers souhaité par Richmond. la lourdeur de la charge de travail est aussi un

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phénomène récurrent qui entraîne une augmentation du stress au travail et des congés pour maladie. Richmond, en son temps, parlait de «  … besogne considérable qu’elles (les intervenantes) ne peuvent accomplir de façon satisfaisante », Richmond (2002, p. 95). de nos jours, dans tous les pays occidentaux, la sécurité d’emploi, le cheminement professionnel, les possibilités de perfectionnement sont attaqués par la diminution des budgets, la création de postes temporaires et à temps partiel. Richmond répondrait sûrement en rappelant la nécessité de la formation du personnel et de sa reconnais-sance par l’employeur.

la discipline du travail social est également confrontée à des défis importants, comme la formation de base qui est centrée sur les codes et les procédures au détriment de la science et de la créativité, la multiplication des champs du savoir qui apportent certes leur contribution à une compréhension des faits sociaux, mais qui engendrent aussi de la confusion entre l’univers de la connaissance et celui de la pratique. enfin, la liaison entre la recherche et l’intervention est un sujet qui est toujours d’actualité. alors que Richmond visait à introduire de la rationalité dans les gestes des praticiens, la forma-tion universitaire d’aujourd’hui a tendance à vouloir faire des chercheurs avec des pra-ticiens. Qu’aurait pu nous dire Richmond sur ces défis ? Que dirait-elle si elle revenait aujourd’hui ?

conclusion

Mary Richmond est-elle utile au travail social aujourd’hui, plus de 150 ans après sa nais-sance et 80 années après son décès ? découvrir ou se remémorer ses principales con-tributions aide les praticiens, les étudiants, les professeurs et les chercheurs à se former une image plus claire des racines de leur profession et discipline. nous possédons de plus en plus de moyens pour comprendre l’action des pionnières du travail social, mais aussi le contexte dans lequel elles évoluaient. le développement des études supérieures, la recherche et la création de revues spécialisées ont profité à la profession et à la dis-cipline. nous commençons à reconnaître plus clairement le mérite des pionnières, mais beaucoup reste à faire pour intégrer ces connaissances dans les cursus de formation. Richmond a été associé au développement du travail de cas, mais sa contribution fut beaucoup plus importante et à déborder les méthodes pour englober l’ensemble de ce qui s’est appelé une nouvelle profession, le travail social. Bruno (1957, p. 186-187) nous indique qu’elle voyait loin puisque Richmond disait, selon lui :

j’ai passé vingt-cinq ans de ma vie pour faire reconnaître le travail social de cas comme une méthode de travail social qui est valide. À partir de maintenant, je passerai le res-tant de ma vie à essayer de démontrer que le travail social ne se réduit pas au travail social de cas.

Richmond fut une pionnière dans la société américaine des années 1920. d’autres per-sonnages ont eu des influences très grandes dans leur contexte social respectif, mais aucun n’aura eu une telle influence dans autant de pays et sur une aussi longue période.

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Peer Review Process

Recepção artigo | 13/11/2011Paper reception

admissão artigo | 10/01/2012Paper admission

arbitragem anónima por pares | 01/02/2012 – 15/11/2012Double blind peer review

aceitação artigo para publicação | 03/12/2012Paper accepted

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Resumoo presente artigo focaliza a atenção sobre a obra de Richmond what is social case work? que contém elementos capazes de demonstrar a existência de uma tradição de pesquisa no âmbito do serviço social e a persistência de fatores que ainda hoje são considerados essenciais, ao nível teórico e operativo. entre estes fatores, foram considerados: o processo de construção teórica do serviço social, a valorização das poten-cialidades e dos recursos, o princípio da personalização como fundamento de um processo democrático de ajuda e a atenção simultânea ao cidadão na própria subjetividade, mas também ao próprio ambiente de vida assim como à estrutura institucional e organizativa dentro da qual os assistentes sociais exercem a própria atividade, fazendo com isso referência à ótica trifocal que carateriza o serviço social italiano.

abstractin this paper, attention is focused on the work of Richmond what is social case work? that contains ele-ments that could prove the existence of a tradition of research in social work and the persistence of factors still considered critical at theoretical and operational level. among these are considered: the process of theoretical construction of social work, the enhancement of the potential and resources, the principle of personalization as the foundation of a democratic process support and the simultaneous attention to the citizen in his subjectivity, but also to its environment as well as institutional and organizational structure in which social workers carry out their activities, thereby making reference optic trifocal that characterizes the italian social work.

Resumé en cet article, l’attention est concentrée sur le travail de Richmond what is social case work? cela contient les éléments qui pourraient s’avérer l’existence d’une tradition de recherche dans le travail social et la per-sistance des facteurs considérait toujours critique au niveau théorique et opérationnel.Parmi ces derniers sont considérés : le processus de la construction théorique du travail social, de l’amélioration du potentiel et des ressources, du principe de la personnalisation comme base d’un proces-sus démocratique et de l’attention simultanée au citoyen dans sa subjectivité, mais également à son envi-ronnement aussi bien que à la structure institutionnelle et organisationnelle dans lesquels les assistants sociaux effectuent leurs activités, faisant de ce fait à référence à la triple optique qui caractérise le travail social italien.

Introduction

aujourd’hui, nous assistons en italie à un intérêt renouvelé pour la dimension historique du service social, que nous devons à la société pour l’Histoire du service social1, ainsi qu’à la redécouverte d’auteurs classiques de cette discipline.

dans ce contexte, l’étude présentée ici analyse les éléments les plus significatifs de l’ouvrage What is Social case Work (Richmond, 1922, tr. fr. 1926, 2002) par rapport aux composants culturels, théoriques et méthodologiques actuels du service social italien.

après avoir contextualisé le rôle joué par Mary Richmond dans le service social italien et éclairci un certain nombre de malentendus sur sa pensée, nous éluciderons les éléments

MaRy RicHMond dans le seRvice social italien: entRe l’ouBli et l’actualitÉ

MaRilena delavalleDipartimento di Scienze Sociali, Università degli Studi di torino

[email protected]

Palavras Chavetradição de pesqui-sa, personalização, potencialidades, recursos, métod-democrático, ótica trifocal.

...Key Wordstradition of re-search, personaliza-tion, potentiality, resources, demo-cratic process.

...mots clé:tradition de recherche, personalisation, potentialité, resources, processus democratic.

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qui permettent de mettre en exergue l’existence d’une tradition de recherche spécifique propre à cette discipline, avec ses ruptures et ses continuités, tels des persistances qui continuent de révéler une extraordinaire actualité. Parmi tous ses éléments et ne serait-ce que par rapport aux caractéristiques du système des politiques sociales actuelles qui enregistre des risques de dénaturation de l’intervention professionnelle, nous avons choisi ici ceux qui ont un poids particulier dans le service social italien d’aujourd’hui: la promotion des ressources pour poursuivre une adaptation active et transformatrice, le dépassement de l’opposition entre le travail individuel et l’action sociale à travers l’assomption d’une optique trifocale ; l’orientation démocratique et la participation de l’individu au processus d’aide.

mary E. Richmond et le service social italien

dans le service social italien, tout le monde connaît le nom de Mary e. Richmond, mais rares sont ceux qui savent effectivement dire le rôle qu’elle a joué dans la fondation de son apparat théorique, méthodologique et déontologique; rares sont ceux qui lisent ses ouvrages et connaissent sa pensée.

cependant, dans la littérature contemporaine italienne, on reconnaît la contribu-tion essentielle de Mary Richmond à la promotion du service social: dal Pra Ponticelli (1987:117), entre autres, affirme que son œuvre a stimulé la transition d’un service so-cial entendu comme « art », uniquement basé sur la disponibilité et l’intuition du profes-sionnel vers un service social «science» établi cette fois sur des fondements théoriques et méthodologiques identifiables. de même, fargion (2009:11) attribue à Richmond le premier effort explicite et rigoureux pour rendre cette discipline scientifique, et, dans le même esprit, neve soutient que son œuvre constitue la première systématisation théorique du service social (neve, 2008: 175). selon Benvenuti e Gristina (1998: 77), Richmond est l’une des figures fondamentales non seulement du service social améric-ain, mais aussi de tout le service social. de son côté, Bortoli a souligné sa contribution aux formes d’interventions communautaires et organisationnelles, à la formation et à la recherche, voyant en elle la véritable fondatrice de la science du social work, tandis qu’ailleurs on la cite comme la « pionnière du service social américain » (Bortoli, 2002: 138), définition également utilisée par Gui (2004: 19).

en dépit de cette reconnaissance, les écrits de Mary Richmond n’ont jamais été traduits en italie, pas même partiellement. si l’on veut essayer d’en comprendre les raisons, on doit se rapporter au contexte historique dans lequel le service social italien s’est dével-oppé. les premières expériences professionnelles sont nées durant le régime fasciste, avec le service social d’usine grâce notamment au travail déterminant de Paolina tarugi (dellavalle, 2012) qui, depuis la première école fasciste fondée en 1928 jusqu’à la fin des années soixante, a eu un rôle décisif dans la formation du service social italien. engagée dans les batailles pour la conquête des droits des femmes et la défense des personnes en difficulté, elle a été déterminante dans la réalisation de son projet de qualification et d’affirmation de la profession d’assistant social. après la seconde Guerre mondiale, les nouvelles écoles de service social ont créé un cursus inédit axé sur les valeurs démocratiques, avec le soutien de l’administration des

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aides internationales2 qui a encouragé l’introduction des courants théoriques améri-cains, à travers les missions d’experts étrangers en italie ainsi que la publication d’un certain nombre de traductions d’auteurs américains.

dans le premier ouvrage italien consacré au service social (delmati, 1956), les trois seules citations de Richmond figurent dans la liste des définitions du case work de Bow-ers (1949), tandis que l’œuvre de Gordon Hamilton y est très largement citée. au cours des années cinquante et soixante, tarugi mentionne plusieurs fois l’œuvre de Mary Rich-mond, pour présenter le sens et la méthode de l’intervention individuelle, dans les notes de son cours à l’école de service social unsas de Milan, qu’elle dirige (tarugi, 1961). comme on l’a déjà observé, l’intérêt pour les recherches originales de Richmond en italie est resté très modeste, alors qu’au début des années soixante on disposait déjà de beaucoup d’œuvres traduites d’auteurs tels que frieedlander, Garrett, Hamilton, Perl-man ou encore young.

cela est peut-être dû au fait que l’œuvre de Mary Richmond est considérée d’un point de vue temporel comme étant trop éloignée pour être adoptée parmi les textes qui sont importés en italie, et cette omission a jeté un voile d’oubli sur cette auteure .

de plus, dans le contexte italien, l’idée selon laquelle Mary Richmond aurait une attitude fermée face à l’intervention exclusivement individualisée en négligent la composante sociale au sein d’une approche essentiellement psychanalytique, est assez répandue. ce malentendu est peut-être dû au fait que les contributions américaines importées en italie se ressentaient de l’ecole diagnostique ( Hamilton, tr. it. 1951) dès lors que celle-ci, liée à l’origine à l’œuvre de Mary Richmond (1917), avait déjà été profondément influencée par la psychanalyse.

afin de clarifier ce malentendu, il est utile d’utiliser la contribution de Bortoli qui nous explique que « les travaux de Richmond reflètent une période où les sciences sociales, en particulier la sociologie, ont eu une grande influence sur la pratique du service social, tandis que la psychologie n’en était encore qu’à ses débuts » (Bortoli, 2002:138). neve souligne aussi l’importance que Richmond a accordée à l’influence des conditions so-ciales sur la vie des individus et sur leurs possibilités d’émancipation (neve, 2008 :175).la pensée de Richmond – qui avait elle-même précisé se référer principalement aux sciences sociales (Richmond, 1922, trad. fr. 2002: 54, note 4) - peut être située dans une approche interactionniste – pragmatiste (Miranda aranda, 2011), comme en té-moignent à la fois ses références explicites à Mead et dewey et ses énoncés qui nient la tendance à abstraire l’individu de son propre contexte social :

« […] l’assistante sociale connaîtra une partie très importante de la vie de son client, […] comprendra beaucoup mieux les difficultés dans lesquelles il se débat et les possibilités qu’il a en lui, lorsqu’elle aura réussi à se faire une idée claire de ses relations sociales […], lorsqu’elle aura étudié enfin sa façon d’être à l’égard de son travail, de ses délassements, des institutions du quartier ou de la collectivité dans laquelle il vit … » (Richmond, 2002: 62).

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ainsi, toujours à son avis (Richmond, 2002 : 106), le case work ne doit pas se replier sur lui-même, car il n’est que l’un des domaines qu’un professionnel doit viser; il existe, en effet, une interdépendance entre les fonctions de l’intervention individuelle, de l’action collective, de la recherche et de la promotion des réformes sociales: « toutes ces branches s’entremêlent inextricablement» (Richmond, 2002: 114).

what is Social case work? un patrimoine en héritage

l’objectif du deuxième ouvrage de Richmond, paru en 1922, est de « rechercher ce qu’est le travail social à travers des cas individuels et pourquoi on y a recours » (Richmond, 2002:17) ; à cet effet, après avoir analysé six cas tirés de la documentation professionnelle et concer-nant des situations traitées durant une période allant de deux à six ans, l’auteur axe sa contribution sur des aspects définitoires et sur le sens de l’intervention professionnelle, en introduisant des concepts audacieux, innovants et surprenants de par leur actualité. notre opinion concorde avec Bouquet (2002 : v) qui estime que l’analyse de What is social work? révèle, au-delà des différences de contexte et de l’intérêt historique, des élé-ments utiles aux praticiens d’aujourd’hui.

ce point montre bien la présence de facteurs de persistance dans une discipline à laquelle correspond une pratique professionnelle fortement exposée aux changements, en raison de « l’enracinement du service social » à l’intérieur du «point d’intersection» entre le système politique […], les besoins, les exigences, les attentes des individus et des communautés et l’organisation de réponses institutionnelles : tout changement se manifestant à l’intérieur d’une de ces trois dimensions aura des effets sur les autres (Gui, 2004 : 19).

nous sommes de l’avis que les persistances, qui, selon Gui (2004:16, 26) fondent la stratification culturelle du service social, se sont produites à l’intérieur d’une tradition de recherche qui a marié l’étude d’expériences pratiques et l’élaboration d’approches théoriques, dans une confrontation continue avec les différentes contributions de sci-ences sociales. et c’est bien dans cette perspective, qui relie la théorie de la pratique à la théorie pour la pratique, que Richmond a conduit son étude, de la même façon que nous agissons aujourd’hui dans la construction d’un savoir pratique. ce dernier ne peut pas se limiter à l’énonciation de vérités fondamentales, mais il doit avoir une nature herméneu-tique: il devrait, en effet, être capable de rechercher le sens des énonciations pour les situations concrètes et les interpréter, si l’on ne veut pas rester dans un intellectualisme abstrait qui paraît peu efficace (Botturi, 2002).la première conjonction entre le cheminement de Richmond et celui du service social contemporain concerne, donc, le rapport circulaire pratique – théorie – pratique.

un deuxième élément concerne le thème de la multi-référence épistémologique qui marque le service social comme discipline de synthèse (Bianchi, 2005; Gui, 2004). ain-si, le choix de Richmond de se référer à différents domaines disciplinaires - comme la sociologie, la psychologie sociale émergente, la philosophie - nous permet de cerner une première connexion au débat contemporain sur le processus de construction de la

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théorie dans le service social : il s’agit d’un processus qui doit rechercher des réponses théoriques différentes et complexes à son propre besoin de connaître et d’interpréter ce qui permet de viser à l’intégrité et à la globalité de la personne humaine (neve, 2008) et de diriger simultanément l’attention sur la personne, le contexte social et les formes institutionnelles de l’aide. (ferrario, 1998 : 47; Gui, 2004: 31).

Parier sur les potentialités et les ressources pour une adaptation transformatrice

l’approche de Richmond diverge clairement de la vision philanthropique, jadis en vogue, centrée sur les lacunes et les faiblesses de ceux qui demandent de l’aide : en effet, la re-lation professionnelle qu’elle conceptualise vise l’objectif de développer la personnalité réflexive, « à travers un processus de stimulation des capacités et non pas avec le dres-sage, la puissance émotionnelle, l’obéissance et la reconnaissance typique de la charité » (amendola, 2002:173). l’aide sociale se fonde ainsi sur l’engagement de l’usager dans un processus qui vise à favoriser son activation responsable et à valoriser ses potentialités : le privilège de tous les assistants sociaux est, pour Richmond, celui de «découvrir et de libérer ce qu’il y a de meilleur et d’unique dans chaque individu» (Richmond, 2002: 75).

Par ailleurs, l’auteur nous invite à ne pas nous concentrer sur les problèmes, mais à envisager aussi «  les aspects normaux qui ont caractérisé la vie du client » (Richmond, 2002: 64). on retrouve cette même invitation à valoriser les potentialités dans le service social italien des années cinquante, lorsque delmati présente une vision du traitement social que l’on peut qualifier de promotionnelle et qui consiste à :

« […] coordonner, avec le client ou en le stimulant à le faire, les ressources externes, environnementales et plus largement sociales, aux ressources intérieures de l’individu, c’est-à-dire ses attitudes et capacités pratiques […]. autrement dit, il s’agit de mobiliser les possibilités intérieures de la personne, en les reliant avec celles offertes par la famille, les écoles, les organisations locales, la législation sociale et les établissements privés et publics, bref, la communauté familiale et publique » (delmati, 1956,122).

Quelques décennies plus tard, Bianchi (2005: 137) déclare que le processus d’aide est conçu pour identifier les aspects plus positifs que négatifs  ; à ce sujet, elle invite les professionnels à aider les usagers à ne pas avoir une vision d’eux-mêmes coïncidant avec leurs problèmes et à ne pas s’identifier avec ces derniers. selon elle, c’est la méthode d’intervention du service social, caractérisée en termes promotionnels, qui souligne l’attention que l’on doit avoir envers les potentialités des individus, des groupes et de la collectivité (Bianchi, 2005: 269).

ferrario nous met en garde contre le risque selon lequel la tendance à donner la priorité aux difficultés et aux lacunes peut rendre les ressources imperceptibles :

« […] l’habitude de capter et d’analyser en premier lieu les difficultés peut devenir pour

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l’ assistant social un abîme, d’où il lui sera difficile de sortir car ; si le processus de recon-struction de la réalité accentue les éléments négatifs de la réalité, les ressources seront voilées ou, pire, rendues invisibles» (ferrario, 1998:110).

Bianchi et ferrario présentent une conception de l’intervention qui pousse les assistants sociaux à adopter un regard bifocal (ferrario, 1988), c’est-à-dire qui allie individu - famille et contexte social. c’est là que l’on retrouve la position de Richmond, en particulier lorsqu’elle déplore un style d’intervention qui prend en compte la personne ou la famille comme «un naufragé sur une île déserte» (Richmond, 2002: 64).

comme le reconnaît neve (2008: 229), Richmond fonde ainsi une approche unitaire composée par la dyade individu – environnement. cette optique unitaire est également démontrée par l’entrelacement des interventions de « compréhension » et d’« action », envers l’individu et envers le milieu social, qui «  doivent être considérées simultanément  » (Richmond, 2002: 49)

en ce qui concerne l’action avec le contexte social, qu’elle qualifie d’indirecte, Richmond souligne l’importance du travail avec les ressources et assigne aux assistants sociaux le rôle d’ « agents de liaison essayant d’utiliser avec intelligence les ressources sociales or-ganisées par le district et la communauté [...] » (Richmond, 2002: 44).

la fonction de liason est à ce jour exercée par les assistants sociaux italiens et elle est re-connue dans la littérature spécialisée (ferrario, 1998) ne serait-ce que dans l’activité fa-vorisant le contact entre les citoyens et les ressources. a ce propos, on peut mentionner l’approche intégrée des auteurs américains Pincus et Minahan, qui bénéficie d’un large crédit en italie, depuis son introduction par dal Pra Ponticelli (1985). les auteurs améri-cains soulignent la nécessité de prendre en considération l’accessibilité des ressources: selon eux, celle-ci peut se réduire par le biais de la définition attribuée par les usagers aux ressources, une définition qui peut provoquer une sorte d’hésitation à demander de l’aide. Pour mieux comprendre ces positions, on peut se référer à la pensée de Blumer (tr.it. 2008) selon laquelle les individus agissent entre eux sur la base des significations qu’ils ont prises pour eux, sans pour autant aboutir à des positions immuables : chaque situation est potentiellement réinterprétable, car on peut introduire de nouvelles infor-mations susceptibles de fournir un nouveau processus de signification. on entrevoit ici la tâche professionnelle de soutenir l’examen de la réalité (ferrario, 1998: 47-48), en clarifiant les données et en fournissant des informations pour corriger les stéréotypes, mais aussi en accueillant les ambivalences, les craintes et les désirs des personnes envers les interventions et les ressources qui pourraient apporter des changements positifs dans leur vie.

selon nous, c’est bien cela que proposent Pincus et Minahan lorsqu’ils affirment qu’il est possible d’établir des liens entre les personnes et les systèmes de ressources en in-troduisant des informations qui pourraient ouvrir la voie à de nouvelles définitions (Pin-cus et Minahan, 1985: 249).

cela nous renvoie à cette double tâche que Richmond attribue aux professionnels du

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secteur et qui reflète la connexion entre la personne et son environnement social : con-naître et comprendre le client, mais aussi le contexte social, avec ses ressources, ses contraintes, ses risques et ses influences. l’environnement peut également, toujours selon elle, être modifié par l’action d’un professionnel compétent dans la promotion et l’utilisation responsable des ressources, en remarquant leur cohérence avec les besoins et en favorisant l’émergence de nouvelles opportunités, mais aussi en ayant recours à d’autres environnements, lorsque le milieu familial est «activement antisocial » (Richmond, 2002 : 52 -54).

le service social devrait, on le voit, promouvoir dans la relation entre la personne et l’environnement une démarche d’adaptation que Richmond définit «consciente et com-préhensive» (Richmond, 2002: 47). cet « ajustement mutuel » (ibid.: 55) est étroitement lié à la notion d’«adaptation active et créative », développée par Germain et Gittermann (1985) qui l’ont définie comme

« […] un processus par lequel les hommes modifient leur environnement pour les rendre conformes à leurs besoins et aspirations et, inversement, s’activent eux-mêmes dans le changement, pour s’adapter aux exigences acceptables ou immuables de l’entourage » (Germain, Gitterman, 1985: 164).

l’apport théorique de ferrario (1998), pareillement orienté vers l’écologie, est très as-sonant avec l’approche existentielle de ces auteurs, présentée en italie par dal Pra Pon-ticelli (1985). Bianchi, elle aussi, traite du concept d’adaptation en termes de « capacité de développer des défenses interactives […] comme celle de faire face de manière con-structive à la réalité […]. dans cette optique, la relation d’aide devient une impulsion propositionnelle à un processus de maturation et de conscientisation » (Bianchi, 2005: 174-175).

ce type d’adaptation, introduit par Richmond et poursuivi par les auteurs contempo-rains, n’a rien à voir avec celui qui subit de très lourdes attaques durant la contestation de la fin des années soixante : une conception d’ordre fonctionnel, visant à induire une adaptation inactive des personnes aux rôles sociaux, pour assurer, en termes absolu-ment conservateurs, une reproduction ordonnée de la structure sociale.

d’autre part, nous ne pouvons pas nier qu’en italie, le lien entre la personne et l’environnement, bien qu’il conserve une continuité interne à l’évolution théorique du service social, n’a pas eu une réalisation uniforme dans la pratique: au cours des différ-entes étapes de l’histoire du service social italien, l’attention à l’intervention individuelle et l’attention à l’action sociale ont été fluctuantes, chacune d’entre elles occupant simul-tanément une place de premier plan ou d’arrière plan. il y a eu des moments où la pro-fessionnalité la plus authentique semblait ne pouvoir s’exprimer que dans l’intervention individualisée et d’autres où il semblait au contraire que l’intervention collective pour-rait rendre inutiles toute aide individuelle, considérée comme un triomphe de la tech-nique stérile, incapable d’effectuer des changements aux niveaux politique et social.

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L’optique trifocale

ce dualisme, qui a longtemps déchiré le service social italien, a été heureusement dépas-sé dans les années soixante, tout d’abord à un niveau théorique, avec la fusion des dif-férentes méthodes (intervention individuelle, communautaire et organisationnelle) dans un processus méthodologique unitaire par rapport auquel ce sont les interlocuteurs, les instruments et les techniques qui changent (congrès de frascati, 1965; ferrario, 1998: 44-47  ; Bartolomei, 2005). au niveau de la pratique, le réajustement des différentes fonctions, exercées par les nombreux organismes publics voués à l’intervention indivi-duelle ou communautaire, commence à avoir lieu à la fin des années soixante-dix, avec l’application de mesures législatives de décentralisation des services et d’unification des pouvoirs détenus par les autorités locales et la centralité du concept de territoire, com-me lieu privilégié pour une action sociale préventive et promotionnelle (ferrario, Got-tardi, 1987).

tout d’abord, on parle de pluri/multi - dimensionnalité (ferrario, 1988, dellavalle, 1995; sicora, 2005) ou tridimensionnalité (ferrario, 1998) pour indiquer le travail complexe entre les interdépendances qui relient les individus et leurs milieux de vie, les citoyens qui demandent et les établissements qui doivent répondre, les réseaux collectifs et in-stitutionnels, les ressources internes et externes aux personnes (neve, 2008: 236-237). ensuite, on exprime également ce concept avec le mot italien  trifocalità , (optique / action trifocale) (dal Pra Ponticelli, 2000, 2010; Gui, 2004; lazzari, 2008), pour représenter une optique qui prête attention simultanément à trois dimensions, liées entre elles par des effets systémiques: au citoyen, dans sa subjectivité et dans son environnement; au contexte social ; au contexte institutionnel et organisationnel dans lesquels les assis-tants sociaux travaillent.

l’optique trifocale favorise, d’un côté, l’engagement des professionnels dans un rôle de proposition et de promotion, ancré au données déduites de travail vif avec ses nom-breux désarrois et potentialités; de l’autre, la prise de distance par rapport aux impasses bureaucratiques, dans lesquelles les assistants sociaux, en particulier, semblent être per-çus et se perçoivent davantage comme des distributeurs de prestations que comme des promoteurs du changement.

intervenir avec des finalités préventives et promotionnelles, cela signifie soutenir l’autonomie des citoyens, favoriser la maturation de leurs capacités d’action mais aussi de leurs capabilities, étudiées par sen (1991), à savoir la liberté de choisir et d’entreprendre les parcours pour faire face aux tâches existentielles.

l’optique trifocale ou tridimensionnalité – définie par nombre d’auteurs (dal Pra Ponti-celli, 2010; lazzari, 2008; sicora, 2005, Gui, 2004) comme l’une des caractéristiques du service social italien – est un élément tout à fait compatible avec la réforme du système italien des services sociaux, introduite par la « loi cadre pour la réalisation du système intégré des interventions et service sociaux » n. 328 du 8 novembre 2000. la valorisation de la méthode de programmation des interventions et des ressources et l’introduction d’instruments de planifications légitiment les professionnels à se placer en tant que

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récepteurs et processeurs d’informations d’une complexité variable sur des questions, des problèmes, des enjeux, des écarts entre les ressources nécessaires et celles qui sont disponibles, voire les données que l’on peut obtenir à travers le croisement entre ce que l’on apprend au fil de l’intervention individuelle et le travail avec l’environnement.encore une fois, on peut trouver dans l’œuvre de Richmond une anticipation de ce qui est, aujourd’hui, l’idée d’une intervention unitaire ; une idée fondamentale pour une profession qui établit un lien entre individu et société, même si elle ne trouve pas tou-jours la possibilité de l’exprimer dans la réalité opérationnelle, étant donné le mal qu’ont les praticiens à sortir de la routine et de l’urgence d’un travail social axé davantage sur la réparation que sur la promotion, sur l’intervention individuelle que sur la perspective trifocale.

une« vision démocratique » du service social

aujourd’hui, le fait que la culture managériale soit dominante, avec ses processus de standardisation centrés sur le budget, provoque des risques de déprofessionnalisation, les praticiens étant de plus en plus guidés et enserrés par les procédures administratives et autres dispositifs. ces derniers, notamment du fait de la standardisation, s’opposent au principe de la personnalisation et risquent donc de bouleverser la nature même du service social (fargion, 2009). un style de travail axé sur la recherche de solutions ra-pides et préconçues entraîne une vision homogène des personnes et des ressources qui enlise anormalement la particularité de chaque histoire individuelle et collective dans des stéréotypes (ferrario, 1998: 110 -11).

cette inquiétude face à une approche strictement bureaucratique, qui se représente périodiquement dans l’histoire du service social, est déjà exprimée par Richmond qui signale le risque de réduire l’action professionnelle à un simple dispositif de connexion entre les usagers et les prestations (Richmond, 2002 :55). en revanche, son invitation à utiliser « l’ingéniosité pour compenser le manque de ressources» (Richmond, 2002: 54) semble compatible avec une vision créative et promotionnelle d’une intervention profession-nelle dans laquelle le travail avec les ressources doit être créatif et répondre au principe de la personnalisation (Bianchi, 2005: 158).

un tel principe représente une rupture entre Richmond et la culture de classe de la char-ity organisation Society et c’est une nouveauté puisqu’elle a su introduire la nécessité de reconnaître le fait que les personnes qui sont dans une même situation « ne sont pas aussi semblables qu’elles ne paraissent  » (Richmond, 2002: 74). la personnalisation proposée par Richmond est liée à la valeur de l’unicité de la personne, mise en avant par les codes de déontologie de la profession de différents pays (Banks, 1999) et pas seule-ment de l’italie :

«La profession est fondée [...] sur l’unicité de toutes les personnes [...]. L’assistant social voit et accueille toute personne ayant une question ou un besoin, un problème unique et distinct des autres dans des situations semblables [...]  » (code déontologique italien, 2009, art.5 –7).

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l’importance de ce principe dans l’intervention professionnelle du service social est bien soulignée par Richmond qui envisage le respect de la personnalité comme un aspect es-sentiel et un point de vue démocratique :

« il ne suffit pas que les travailleurs sociaux parlent le langage de la démocratie ; avant qu’ils puissent être les acteurs d’une forme quelconque de service social, il faut qu’ils portent dans leur cœur la conviction spirituelle de la valeur infinie que représente notre caractère commun d’êtres humains » (Richmond, 2002: 117).

le case work de Richmond prévoit l’engagement de l’usager dans un processus d’aide qui vise à favoriser son activation responsable dans le processus de changement et le dégagement de ses potentialités. son approche diverge nettement de la vision philan-thropique centrée sur les lacunes et la position de faiblesse de ceux qui demandent de l’aide, le service social étant «  l’ensemble des méthodes qui développent la personnalité en rajustant consciemment et individuellement entre eux l’homme et son milieu social » (Richmond, 2002 : 48).

dans ce qu’elle désigne comme un programme participatif, l’assistant social et le client partagent la responsabilité des actions qui sont menées à travers « la part active prise par chacun des intéressés, dans la mesure de ses capacités, dans l’accomplissement du résultat désiré » ; un résultat que l’on peut également entendre comme « une fenêtre ou-verte, un horizon » comme elle aime l’appeler (Richmond, 2002: 81).

Richmond conçoit déjà une action professionnelle visant à découvrir de nouvelles signi-fications, des possibilités et des façons d’agir, en introduisant différentes stimulations dans ce qu’elle appelle «  l’esprit affaibli par les circonstances  » (Richmond, 2002: 48). a ce propos, on peut rappeler la contribution actuelle de ferrario, lorsqu’elle définit la relation d’aide comme étant dialogique, c’est à dire une aide qui se développe dans un contexte d’écoute et de confrontation, et qui habilite, dans la mesure où elle favorise un parcours de croissance des capacités d’action du sujet et se constitue comme une précieuse occasion de l’aider à sortir de schémas qui l’emprisonnent dan sa propre vi-sion de la réalité (ferrario, 1998: 114, 215).

il y a un lien entre la position de ferrario et celle de Pittaluga (2000) lorsque cette dernière affirme que si, pour certaines personnes, les expériences semblent confirmer le type de préférences dans les limites des données, il y a d’un autre côté une tentative constructive d’ouvrir de nouveaux fronts, en changeant à la fois les contraintes extéri-eures et les inclinations.

cette deuxième possibilité est celle que le service social devrait promouvoir, à partir de l’appel de Richmond que nous venons de citer : promouvoir de nouvelles opportunités, en accompagnant les personnes à imaginer les conséquences de leurs choix, mais aussi à chercher des significations alternatives et de nouveaux horizons.Richmond nous montre qu’elle croit dans le changement3 :

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« La mentalité humaine n’est pas fixe ou inaltérable [...]. au contraire, elle croit, elle vit, elle change [...] elle est capable de recevoir de puissantes impressions du dehors, de se former de nouvelles habitudes, de saisir les occasions qui se présentent » (Richmond, 2002: 61).

Par conséquent, la vision du client est celle d’une personne qui peut utiliser des proces-sus cognitifs pour saisir de nouvelles combinaisons qui ouvrent de nouveaux horizons : on a, ainsi, un individu que Richmond compare à un explorateur (Richmond, 2002: 79).

conclusions

loin de proposer une intervention enfermée dans une optique clinique, Mary Rich-mond nous invite à chercher et à maintenir des liens entre le case work qu’elle a fondé et ce qu’elle appelle les « différentes branches du service social » (Richmond, 2002: 15). le rapport entremêlé de l’intervention individualisée et de celle qui vise à l’étude de l’environnement, à la conséquente élaboration de projets pour de nouvelles réponses, à la promotion et à l’organisation des ressources, est souhaitée par Richmond lorsqu’elle invite les assistants sociaux à «prouver leur dévouement au bien public en poussant de toutes leurs forces la création d’œuvres destinées à combler les lacunes» (Richmond, 2002: 54). cette propo-sition, encore une fois à l’avant-garde, fait des assistants sociaux des « témoins fidèles» de la nécessité d’effectuer des réformes sociales, nécessité qui se dégage de ce que l’on apprend dans l’intervention individuelle (Richmond, 2002: 106).

Pincus et Minahan (1985: 251) ont affirmé que le service social doit contribuer au dével-oppement et à la modification de la politique sociale, par l’entremise des donnés sur les besoins pas encore satisfaits, les insuffisances des ressources actuelles et les aspects dysfonctionnels des systèmes de politique sociale et de la législation. aujourd’hui, dans un contexte éreinté par la vulnérabilité, l’exclusion, le manque de ressources et la crise globale, dal Pra Ponticelli (2010: 34) se demande comment le service social peut envis-ager son rôle de promoteur de changement.

on peut, encore une fois, s’inspirer de Mary Richmond lorsqu’elle traite de la fonction de promouvoir des réformes et du travail pour les rendre ensuite réalisables (Richmond, 2002: 106 -107) : il ne s’agit pas seulement de protéger les droits des individus, mais aussi de promouvoir des conditions qui garantissent leur caractère exécutoire.

la promotion et la sauvegarde des droits humains et sociaux impliquent aussi bien une action de contraste aux politiques et pratiques injustes qu’une fonction d’advocacy, en-tendue comme une démarche de promotion et de défense des intérêts individuels et collectifs, apte à influencer les politiques sociales.

cette intervention suppose une approche opérationnelle qui refuse la fermeture dans une dimension pseudo clinique et la détérioration bureaucratique et qui se connecte au concept de trifocalisation, tout en valorisant une relation d’aide au service de la per-sonne et de sa dignité.

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notes 

1 sostoss, società per la storia del servizio sociale instituée à Rome en 1991. http://www.sostoss.it/index.htm

2 l’aai (amministrazione aiuti internazionali) ( 1947 -1977) poursuit en italie l’activité de l’unrra (united nations Relief and Rehabilitation administration, 1943-1947) et fournit un soutien technique et f inancier aux écoles de service social qui ont un niveau de qualité didac-tique et organisationnel identif ié.

3 Pour le concept de changement dans le service social, voir le modèle existentiel Germain et Gittermann (tr. it. 1985) qui vise l’homme avec un potentiel de croissance, de développement et d’apprentissage qui se poursuit tout au long de la vie. sur la confiance dans le potentiel humain de grandir voir aussi diomede canevini (1987) et ferrario (2004). sur le changement comme itinéraire de l’intervention du service social, cfr. dal Pra Ponticelli (1983).

Peer Review Process

Recepção artigo | 30/11/2012Paper reception

admissão artigo | 10/01/2012Paper admission

arbitragem anónima por pares | 28/02/2012 – 15/11/2012Double blind peer review

aceitação artigo para publicação | 03/12/2012Paper accepted

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Resumoassinalando os 150 anos do nascimento de jane addams e Mary Richmond procura-se neste artigo contri-buir para resgatar a relevância da obra e a actualidade do seu pensamento. com base na noção de «socia-tria», introduzida por Richmond, revisitam-se os caminhos da fundação de duas tradições no serviço social, com recorrência erigidas como irreconciliáveis, exploram-se as convergências no seu pensamento e acção e apontam-se as possibilidades da sua articulação profícua no actual contexto societário e de intervenção em serviço social.

abstractin the 150th anniversary of the birth of jane addams and Mary Richmond this article aims to rescue the pre-sent relevance of their work and thought. Based on the notion of «sociatry», introduced by Richmond, the paper revisits the paths of the founding of two traditions in social work, with recurrence erected as irrecon-cilable, explore the convergences in their thought and action and pointed out the possibilities of its successful

articulation in the current societal context and social work intervention.

ao comemorarem-se, neste ano académico, 150 anos do nascimento de jane addams e Mary Richmond, duas das mais relevantes pioneiras do serviço social, entendemos ser pertinente não só evocar esta efeméride mas, sobretudo, salientar a relevância da sua obra e a actualidade do seu pensamento.

addams e Richmond foram contemporâneas de um tempo complexo e rico da socieda-de americana que mediou entre o fim da guerra civil e a grande Depressão de 1929/33. um tempo marcado pela profunda transformação da sua paisagem humana e económica: entre 1860 e 1900 a população dos eua mais que duplicou atingindo em 1900 os 123 milhões de habitantes (31,5 milhões em 1860), crescimento que foi fortemente alimen-tado pela imigração (14 milhões de imigrantes chegaram aos eua entre 1860 e 1900, mais 13,7 milhões até 1915 e 5,6 milhões até 1930 e nas cidades de chicago e nova iorque mais de 50 % da população era constituída por imigrantes). (cf. Popple e leigh-niger, 1999). este fluxo migratório é concomitante, quer com uma forte industrialização (crescimento de 18 para 28 % da população trabalhadora no sector da manufactura e construção ente 1860 e 1900), quer com uma urbanização acentuada (de 9 para 28 cidades com mais de 100 000 habitantes entre 1860 e 1900).

É neste contexto, marcado por graves problemas sociais, laborais e de saúde pública, que vai ocorrer a emergência e institucionalização do serviço social nos eua. É, a este propósito, interessante registar que Mary Richmond (1930: 474-478) num exercício para encontrar uma formulação para a nomeação deste novo campo de intervenção e co-nhecimento, considerou como o mais sugestivo o termo sociatry ou sociatrics. embora a nomeação desta nova profissão e disciplina seja só por si matéria de relevante interesse, não nos determos aqui sobre esta matéria, interessando-nos sobretudo explorar, por

A «sOcIATRIA» Em JAnE ADDAms E mARy RIchmOnD

fRancisco BRancocentro de estudos de Serviço Social e Sociologia

Faculdade de ciências humanas - [email protected]

Palavras Chave:jane addams; Mary richmond; «Sociatria»; Serviço Social com indi-víduos; reforma Social.

...

Key Words:jane addams; Mary richmond; «Sociatry»; So-cial case Work; Social reform.

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hora, o alcance e significado da sociatry ou sociatria.

de facto esta proposta de Mary Richmond para a nomeação da profissão, em alter-nativa à de social case work, tinha a vantagem não só de alargar o âmbito profissional para além do estrito domínio do family case work, como de estabelecer uma vinculação mais estreita entre a designação profissional e o seu devir sócio-histórico. emergindo as ocupações e profissões sociais em resposta a problemas e necessidades sociais e corporizando o seu itinerário histórico projectos societários histórica e socialmente contextualizados (Groulx, 2007; Mayer, 2002; Morales & sheafor, 2002:51), a desig-nação de sociatria correspondente, por semelhança com a pediatria e a psiquiatria, ao domínio do estudo e da intervenção sobre os problemas sociais, traduz de forma mais rigorosa o campo profissional no âmbito da divisão social do trabalho entre as profissões e áreas científicas emergentes.

A fundação de duas tradições no serviço social

na verdade, o serviço social moderno radica, como disciplina profissional no âmbito das ciências sociais, em dois importantes movimentos sociais que se apresentam como resposta às questões social e urbana na sociedade americana: o movimento das charity organizations Societies (cos) e o movimento dos Settlements houses.

Mary Richmond (1861-1928) foi uma das principais figuras do movimento das charity organizations Societies (cos), tendo desempenhado um papel essencial no esforço de racionalização da intervenção destas organizações junto das famílias pobres e em situ-ação de vulnerabilidade social, na estruturação das bases para a formação do imenso contingente dos seus voluntários e pelo estabelecimento das bases científicas e técnicas do serviço social, mormente com a publicação do Diagnóstico Social (1917) e da obra What is Social case Work (1922). É também a iniciativa de Mary Richmond que está na base da criação da primeira escola de serviço social, a new york school of Philantropy (1989), anos mais tarde integrada na universidade de columbia.

jane addams (1860-1935) destaca-se como uma das fundadoras e animadoras do mo-vimento dos Settlements houses orientado para a criação de serviços e respostas sociais nos bairros pobres das grandes cidades americanas. em chicago, cria, em 1886, num bairro de emigrantes pobres, a hull-house, um dos primeiros settlement nos eua.

como simone Paré sublinhou Foram as mesmas necessidades sociais que inspiraram o trabalho dos iniciadores do Serviço Social de casos [Mary richmond] e da obra [...] de jane addams nos «Settlements», [...] (Paré, 1961[1956]: Xv).

abrindo e percorrendo vias diferentes, as «sociatras» addams e Richmond, estiveram no entanto ambas comprometidas na luta contra a pobreza, a insalubridade e as inu-manas condições de trabalho, em prol da integração dos imigrantes e da coesão social na sociedade americana. Richmond, privilegiando, no contexto do movimento das cos, a estruturação e quali-

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ficação da intervenção a nível individual e familiar baseada no social case work. addams focalizando-se no trabalho de promoção da educação, da cultura e dos serviços sociais para os imigrantes pobres, promovendo a criação de organizações de protecção dos ci-dadãos mais desfavorecidos, de que é exemplo o immigrants’ Protective League e advogan-do junto das autoridades governativas a necessidade de reformas legislativas e sociais.

estas duas figuras seminais fundaram, de facto, duas tradições no serviço social, que têm, com repetida insistência, sido erigidas em visões antagónicas ou irreconciliáveis. no entanto, de acordo com elizabeth agnew (2004) Richmond deve situar-se entre os reformadores morais que procuraram um middle ground entre as abordagens individuais e sociais das reformas. segundo agnew (2004: 14) estes líderes reformadores tomaram a sério a importância de os pobres se ajudarem a si próprios «agindo virtuosamente», mas também re-conhecendo o necessário papel do governo no estabelecimento de leis relativas às políticas de trabalho e condições de vida urbanas vindo a considerar, de modo crescente, a desejabilidade de reformas estruturais, se não mesmo a sua pré-condição.a inseparabilidade das dimensões individuais e sociais em Richmond reflecte-se não só na sua visão enquanto reformadora mas igualmente, de forma inequívoca, nas suas concepções teóricas sobre a natureza dos problemas sociais e do serviço social. nas suas próprias palavras:

a especificidade do Serviço Social individual não é a capacidade de escutar, de bem reflectir, de confrontar ou parafrasear; é a significação que atribuímos aos problemas da pessoa, o facto de a considerarmos no seu contexto social e os fins que prosseguimos na nossa intervenção, o suporte à pessoa e a obtenção de recursos de esta tem necessi-dade para agir sobre o seu meio que definem a especificidade da prática (individual) em serviço social por relação à de outras profissões. (citado por Bouquet, 2002: XXii)

Por outro lado, na concepção de Richmond, a reforma social era entendida como uma dimensão constituinte, como um ramo do serviço social, em articulação com o serviço social de casos e as suas demais formas, como fica evidente quando afirma que:

as outras formas do serviço social, todos com relações recíprocas com o serviço social de casos, são três: group work, reforma social, e investigação social. o Serviço Social de casos visa estabelecer as melhores relações sociais intervindo junto dos indivíduos um por um ou no âmbito da família. Mas o Serviço Social também alcança as mesmas finalidades por outros meios. ele engloba uma ampla variedade de actividades de grupos – settlement work (trabalho nas residências ou centros sociais), actividades recreativas, trabalho com associações de vizinhança e comunitário [...]. Por um método diferente daquele que utiliza quer o serviço social de casos ou o trabalho com grupos, mas prosse-guindo os mesmos fins, as reformas sociais visam melhorar as condições de vida das populações, principalmente pela sensibilização da opinião pública e pela legislação social [...] (Richmond, 1922: 223).

jane addams, tinha muito maior notoriedade pública e social que Richmond. sobre ela sustenta Mary jo deegan (1990) terem sido escritos mais livros e papers do que sobre qualquer outra mulher americana 1, e sobre a qual, no aclamado livro american Hero-

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ine: the life and legend of jane addams, davis afirma que provavelmente nenhuma outra mulher num período da história da américa foi tão verenada e glorificada do modo como jane adda-ms o foi no período que antecedeu a i guerra Mundial (cit. in deegan, 1990: 318). distinguida, em 1931, com o Prémio nobel da Paz, pela sua acção e advocacia em favor da paz, dos direitos das mulheres e dos direitos civis, dedicou-se profundamente ao movimento dos settlements-houses 2, num esforço, de acordo com as suas própria palavras, para ajudar na so-lução dos problemas sociais e industriais engendrados pelas modernas condições de vida numa grande cidade (addams, 1990: 75)

o movimento dos Settlements-houses privilegiava a inserção territorial e social dos activ-istas e voluntários sociais nos contextos de vida dos imigrantes e pobres das grandes cidades americanas (e inglesas), visando, dessa forma, não só promover a educação e o desenvolvimento cultural dessas populações mas também a socialização dos es-tudantes e residentes desses centros com as condições de vida dessas populações e despertar do interesse geral pelos problemas sociais e sanitários e a legislação social (aranda, 2003: 135).

adoptando uma abordagem sócio-política dos problemas sociais addams concebia a Hull-House como um [...]um centro [experimental] para a elevação da vida cívica e social; para instituir e manter organizações educativas e filantrópicas e para investigar e melhorar as condições [de vida] no distrito industrial de chicago (addams, 1912: 112).

a sua acção como reformadora social teve um significativo impacte pois, como james Hurt assinala, no prefácio à nova edição da obra de jane addams twenty years at hull-house:

as reformadoras da hull-house não foram responsáveis por todas as reformas ocorridas na transição do séc. XiX para o Séc. XX — a abolição do trabalho infantil, a regulação do horário de trabalho, as condições de trabalho para as mulheres, o reforço das condições de higiene e segurança no trabalho, a reforma da lei de protecção das crianças e jovens, e um largo número de outras — mas foram responsáveis por um notável número delas, tendo sido muitas outras inspiradas pelo espírito de hull-house. (addams, 1990: ix)

o resultado foi, afirma Hurt,

uma transformação básica da sociedade americana, uma transformação tão básica que muitas pessoas hoje em dia não estão conscientes de que ela teve lugar pois não con-cebem um tempo em que fossem proporcionadas tão poucas condições aos homens e mulheres comuns.(addams, 1990: x)

a sociatria em addams era, deste modo, focalizada na reforma social (reform) um dos três «R» que constituíam a divisa do movimento dos settlements, a tríade research, reform, residence !

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A relevância da investigação em Addams e Richmond

detenhamo-nos então, agora, numa outra dimensão essencial em que estiveram en-volvidas as pioneiras do serviço social que aqui convocamos, a da investigação ou pesquisa social.

na sua obra twenty years at hull-house (1990 [1912]) addams descreve de forma muito clara não só a sua visão do lugar da investigação como apresenta variados exemplos da actividade de investigação então desenvolvida num largo espectro que vai da influência das condições sanitárias e ambientais na condições de vida das populações imigrantes, aos estudos sobre as crianças e jovens quer nos contextos escolares, quer quanto à desocupação e errância das crianças, quer no âmbito to trabalho fabril, bem como em muitos outros domínios como o das condições habitacionais.

a actividade de investigação então desenvolvida no âmbito da Hull-House apresentava um conjunto de características muito peculiares e relevantes: era realizada por resi-dentes ou colaboradores ligados à universidade de chicago, envolvia os próprios mo-radores em várias dimensões, procurava estabelecer cooperação com departamentos públicos de diferentes domínios e era entendida como um suporte essencial às reformas sociais de médio e longo alcance, como se pode depreender da formulação de addams: Settlement is led along from the concrete to the abstract (addams, 1990 [1912]: 176).de acordo com aranda (2003: 141), o trabalho hull-house Maps and Papers, publicado em 1895, pode ser considerado como o primeiro trabalho de sociologia aplicada e pode ser visto também como um trabalho etnográfico, mas sem dúvida uma investigação de Serviço Social e para o Social. (aranda, 2003: 141)

encontramos aqui um novo ponto de convergência entre as concepções de addams e Richmond. na verdade, como já havíamos feito referência, Richmond sublinha clara-mente, na sua obra de maturidade What is Social case Work ? (1922) a relevância da inves-tigação para os assistentes sociais dedicados ao serviço social individual e familiar: não se pode dar melhor conselho aos assistentes sociais que estudar e desenvolver a parte da sua actividade que respeita à investigação social.(Richmond, 1922: 225).

Addams, Richmond a constituição da «sociatria» e as ciências sociais

o estudo do pensamento e acção destas pioneiras do serviço social revelam de forma muito evidente as fortes articulações entre estes movimentos e a designada escola de chicago, donde recolhem as principais influências. no caso de Richmond são claras as influências de George Herbet Mead, de quem se tornou amiga pessoal, cujas teor-ias qualifica de pedra angular da sua elaboração sobre o serviço social de casos, bem como a influência de edwin thomas, quando considera o homem em situação como con-ceito nuclear da sua teorização. como aranda (2003: 129) sustenta, as obras de Mary Richmond, a partir de 1917, devem ser interpretadas como influenciadas pelo interac-cionismo, no qual se apoia para resolver a oposição entre indivíduo e sociedade e não na psicanálise de freud.

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Quando Mary Richmond iniciou os seus trabalhos de investigação, que a haveriam que conduzir à elaboração do diagnóstico social, corria então ano de 1904, cinco anos antes da visita de freud aos eua. a teoria de freud, que haveria de ter uma importante influência no serviço social nos eua, sobretudo depois de 1930, era então relativa-mente desconhecida e não podia concorrer com a escola de pensamento dominante naquela época: o departamento de sociologia da universidade de chicago (cf. aranda, 2003). isso memso é sustentado por Gordon Hamilton no prefácio à 2ª edição da sua obra theory and Pactrice of Social case Work quando afirma antes de 1930, o Serviço Social de casos ainda não havia sentido o impacto da psicologia derivada da psicanálise (Hamilton, 1986 [1951]: 11).

se estas breves notas permitem evidenciar a estreita relação do serviço social com as ciências sociais e os esforços de Mary Richmond de constituição, não apenas de uma profissão, mas de uma nova disciplina (desenvolvida em estreita colaboração com os departamentos universitários de sociologia nos quais se viriam a integrar um grande número de escolas de serviço social nos eua), esta questão ganha uma nova e muito mais ampla dimensão quanto se analisa a relação de jane addams com a escola de chicago. na verdade a contribuição de addams para o desenvolvimento da escola de chicago foi tão significativa que não só se verifica, de certa forma, a disputa da sua pertença disciplinar (jane addams socióloga versus assistente social), como são vários os autores que vêm sustentando que foi ela efectivamente a fundadora da escola de chicago e que só a sua condição de mulher impediu essa visibilidade e reconhecimento.Baseada numa longa pesquisa histórica e documental, Mary jo deegan (1990) sustenta que jane addams ajudou a enformar a sociologia americana de de uma maneira essen-cial e que o seu trabalho constituiu durante décadas a base intelectual daquela que viria a ser designada como a «escola de chicago». no entanto, depois de 1918, após o fim da i Guerra Mundial, a sua influência conheceu um forte decréscimo devido a profun-das mudanças políticas, económicas e culturais que se registaram então na sociedade americana. nessa circunstância, de acordo com deegan addams foi postergada pela «escola de chicago» no quadro de um movimento fortemente marcada pelo sexismo e que conduziu ao afastamento da quase totalidade das mulheres das suas cátedras na universidade de chicago e ao fim das redes de relacionamento entre addams, e outras influentes figuras femininas, com os «homens da escola de chicago». neste processo, que levou à definição da «sociologia aplicada» como serviço social e como disciplina profissional feminina, Burgess e Parker, figuras chave na nova era da sociologia de chi-cago, empenharam-se em definir jane addams como assistente social nunca legitiman-do o seu trabalho de décadas como socióloga. (cf. deegan, 1990: capítulo 12 – the end of addam’s career as a sociologist: from sociologist to social worker).

de qualquer forma o que interessa aqui sublinhar é o claro e forte imbricamento entre a constituição do serviço social como «sociatria» e as ciências sociais.

Por uma «sociatria» de cruzamento

estas duas figuras seminais que aqui evocámos fundaram, de facto, como já referimos,

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duas tradições no serviço social, que têm, com repetida insistência, sido erigidas em visões antagónicas ou irreconciliáveis.

uma análise mais aprofundada do seu pensamento, permite-nos no entanto observar o esbatimento das oposições e sobretudo as possibilidades de articulação profícua das suas visões e abordagens em face de problemas sociais e contextos específicos.

são vários os argumentos que, na actualidade, convergem para a necessidade de ul-trapassar a irredutível oposição entre uma «sociatria» focalizada no sujeito e outra na sociedade.

Por um lado, a natureza de problemas sociais como a pobreza e exclusão social con-densa dimensões individuais e societárias. como dubar (1996) há muito sublinhou, a exclusão social apresenta-se como um fenómeno social em que interagem simultanea-mente mecanismos estruturais e processos biográficos.

Por outro lado, o processo de individuação que caracteriza de forma profunda a mod-ernidade tardia projecta-se não apenas na vida social e cultural dos incluídos, mas igualmente nas circunstâncias de vida dos excluídos e na actuação das políticas sociais, com uma crescente exigência normativa de autonomia e responsabilização.

Por outro lado ainda, o setting institucional de um número considerável de assistentes sociais ocorre hoje no âmbito dos serviços de apoio e protecção social, nos quais, sem prejuízo da articulação de diferentes domínios e estratégias de acção, a intervenção a nível individual é incontornável.

estas, entre outras circunstâncias que poderiam ser invocadas requerem, na perspec-tiva que se vêm explorando, uma «sociatria» de cruzamento, que mobilize a melhor tradição do serviço social e das suas pioneiras. uma «sociatria» que valorizando a abordagem dos indivíduos em situação que acorrem aos serviços de assistência e apoio social se ancore igualmente na natureza social dos problemas sociais, não encerrando o serviço social num locus restritivo e focalista, fazendo afinal jus ao que Mary Richmond queria signifi-car quando afirmou numa das conferências nacionais americanas de serviço social :

eu passei vinte e cinco anos de minha vida numa tentativa de fazer com que o serviço social de caso fosse aceite como um processo válido em serviço social. agora, devo pas-sar o resto da minha vida tentando demonstrar aos assistententes sociais que há mais serviço social do que o serviço social de caso (Bruno, 1957: 186-187).

conclusão

creio que não se pode dar melhor conselho aos «family case workers» que o de estudar e desenvolver a parte da sua esfera de actividade que respeita à relação com a pesquisa social, aos serviços sociais colectivos e às reformas sociais ou à melhoria «em grosso» da condição da população. isto não significa que devem renunciar à sua própria tarefa, nem

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negligenciá-la, com o fim de desenvolver estudos especiais ou se envolver em campanhas legislativas, mas isso deve significar que a sua actividade deve ser mais fecunda do ponto de vista científico do que é actualmente [...] e que elas deverão constituir-se testemunhas fiéis da necessidade de reformas sociais, cada vez que essa necessidade se revela no de-curso do seu trabalho quotidiano. (Richmond, 1922: 225)

se como foi sustentado o serviço social, e outras disciplinas e ocupações profissionais na esfera social, emergem e desenvolvem-se em profunda articulação com movimentos e formas de organização social de resposta às questões e necessidades do seu tempo, o itinerário das profissões sociais é, simultaneamente e indelevelmente, influenciado pela visão e perspectivas dos pioneiros que as fundaram e desenvolveram.

addams e Richmond, enquanto figuras seminais, fundaram, de facto, no serviço so-cial, duas tradições, duas sociatrias, que atravessam toda a sua trajectória histórica e se projectam no presente. Mas, se ontem, mormente no pensamento e obra de Mary Richmond, se observava já uma concepção integrada entre uma sociatria focalizada no sujeito e uma sociatria centrada na sociedade, hoje adensa-se a necessidade de ultrapas-sar esta irredutível e original oposição.

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Locus SOCI@L 5/2010: 78

Miranda aranda, M (2003). Pragmatismo, interaccionismo simbólico y trabajo Social. De cómo la caridad y la filantropía se hacieron científicas. doutoramento, universitat Rovira i vrigili, tarragona.

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Richmond, M. (2002). Les Métodes nouvelles d’assistance. Le Service Social des cas individuels (2 ed.). Paris: Éditions de l’ecole nationale de santé Publique.

notas

1 Refira-se igualmente a enorme diversidade de cargos exercidos pro addms: national woman’s trade union league, chicago Board of education, conferência nacional de ser-viço social, national american woman suffrage association, national federation of settle-ments and neigborhood centers, ...

2 atente-se na descrição de René sand (1931) [citado por aranda, 2003: 136]

Peer Review Process

Recepção artigo | 30/01/2012Paper reception

admissão artigo | 31/01/2012Paper admission

arbitragem anónima por pares | 28/02/2012 – 25/11/2012Double blind peer review

aceitação artigo para publicação | 03/12/2012Paper accepted

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Programa IV SemInárIo InternaCIonal CeSSS

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i. contexto e objectivos

este seminário enquadra-se no âmbito do plano de actividades científicas e de investigação do cesss e representa a sua quarta reunião científica internacional anual sobre investigação social e investigação em serviço social.o seminário é também organizado em parceria com o programa de doutoramento em serviço social da fcH.o seminário integra-se no grupo de investigação do cesss «serviço social & sociedade: História e Pro-fissão». no ano académico de 2010/2011 assinala-se o 150º aniversário do nascimento de jane addams e Mary Richmond, duas das mais importantes pioneiras do serviço social. considerando o relevante contri-buto destas duas personalidades para a criação da profissão de assistente social, o cesss considera que é absolutamente pertinente não apenas evocar esta data, mas acima de tudo animar um debate sobre a actual relevância das suas vidas, pensamento e obra. o programa baseia-se na contribuição de académicos convidados dos estados unidos da américa e de ou-tros países, com trabalho realizado sobre a obra e pensamento de jane addams e Mary Richmond, quer na relação com a criação da profissão de assistente social, quer na vertente da sua actividade cívica e social. em paralelo, decorrerá uma sessão de apresentação de papers como objectivo de estimular investigadores e doutorandos a apresentar o seu trabalho.

os objectives do seminário são: — contribuir para disseminar e debater a pesquisa actual sobre jane addams e Mary Richmond enquanto pioneiras do serviço social e enquanto activistas sociais e cívicas;— estimular o debate sobre a relevância do seu pensamento e a sua articulação com as actuais perspectivas em serviço social; — criar uma oportunidade de reflexão e debate entre investigadores, doutorandos e estudantes pós-gra-duados sobre os desafios contemporâneos ao serviço social tanto a nível teórico como a nível prático.

ii. destinatários— investigadores e colaboradores do cesss— estudantes do programa de doutoramento em serviço social da fcH / ucP— Professores de serviço social — investigadores e interessados na teoria e intervenção em serviço social.

PRoGRaMa

26 Maio 201110.00  | sessão de abertura directora da faculdade de ciências Humanas coordenador da Humanitas coordenador do cesss

10.30  | «Mary Richmond, jane addams e o desenvolvimento do serviço social nos eua» conferencista | Miguel aranda, universidad de Zaragoza, espanha Moderador | francisco Branco, cesss/fcH

11.30  | Pausa para café12.00  | debate

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14.30  | Revisitar o pensamento e acção de jane addams: reforma social, movimento pacifista e direitos das mulheres conferencista | katherine joslin, western Michigan university, usa Moderador | fernanda Rodrigues, fcH e ciie/uP16,30 | Pausa para café17,00 | debate

27 Maio 201110.00 | contribuição e actualidade de Mary Richmond para o serviço social enquanto profissão conferencistas | elizabeth agnew, Ball state university, usa | yves Hurtubise, laval university, Quebec, canada Moderador | inês amaro, cesss/fcH11.30 | Pausa para café12.00  | debate13.00  | almoço

14.30 | Painel de apresentação de papers Moderador | isabel vieira, cesss/fcH • Actualité de Mary Richmond dans le Service Social italien, Marilena Dellavalle, Italy • Reconstrução do projecto profissional de sujeitos activos em processo de desemprego: do serviço social de casos individuais aos novos desafios à intervenção, anabela correia, universidade lusíada • Creatividad y empowerment en los comienzos del Trabajo Social: Jane Addams y Mary Richmond, Pilar Gómez, universidad complutense de Madrid • Aproximações em dupla face á intervenção em rede: entre Mary Richmond e Jane Addams, sónia Guadalupe, is Miguel torga16.00  | Pausa para café16.30 | Painel de apresentação de papers (cont.) • Entre a acção autónoma e acção colectiva: análise comparativa do Serviço Social em Jane addams e Mary Richmond, M. irene carvalho, universidade lusófona • A «Sociatria» em Jane Addams e Mary Richmond, Francisco Branco, FCH/UCP 17.30 | sessão de encerramento língua de trabalhoas línguas de trabalho no seminário serão português, espanhol, francês e inglês, com serviço de tradução nas comunicações em inglês e francês para os participantes que requeiram este serviço, excepto nos painéis de apresentação de papers.

organizaçãocentro de estudos de serviço social e sociologia

comissão científicafrancisco Branco, fernanda Rodrigues, inês amaro, isabel Guerra, isabel vieira, teresa líbano Monteiro, teresa Rosa

comissão organizadoraisabel santos, teresa Ramos, inês Guerra (cesss e fcH/ucP)

apoio:

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Programa IV SemInárIo InternaCIonal CeSSS

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Locus SOCI@L 5: 83 | 2010

nORmAs DE PubLIcAÇÃO

Princípios gerais

1. a revista locus soci@l aceita propostas de artigos para publicação que se enquadrem nas áreas do serviço social, Política social e ciências sociais em geral.

2. os artigos enviados devem ser originais e não podem estar, à data da sua proposta à revista locus soci@l, em apreciação noutra publicação. Qualquer excepção deverá ser explici-tamente indicada aquando da submissão do artigo. os artigos publicados na revista podem ser posteriormente editados sob qualquer outra forma (livro, revista, e-book, etc.) desde que referenciada a primeira edição do texto.

3. os artigos serão apreciados num primeiro momento pelo conselho de Redacção que afe-rirá da pertinência das propostas no âmbito editorial da revista. caso se verifique que cum-prem os requisitos de candidatura, os artigos serão submetidos, em regime de anonimato, ao parecer de dois membros do conselho editorial ou, em casos excepcionais, de outros espe-cialistas das áreas respectivas. em caso de divergência entre pareceres, o artigo será objecto de um terceiro parecer. o artigo será devolvido ao(s) autor(es), caso os pareceres sugiram mudanças e/ou correcções. a decisão final de publicação é da responsabilidade da direcção.

4. compete aos autores a obtenção do copyright sobre todos os materiais que não lhes per-tençam: ilustrações, quadros, fotografias, etc.

5. os materiais enviados para publicação não serão devolvidos, ficando propriedade da re-vista.

6. a locus soci@l compromete-se a contactar por e-mail o autor:acusando a recepção do artigo;informando, num prazo máximo de 3 meses após a recepção, sobre a aceitação ou recusa de publicação do mesmo.

apresentação de artigos

7. Proposta via e-mail [recomendada] enviada para [email protected], com informação do nome e contactos na mensagem de e-mail, e os seguintes anexos:texto integral em formato word ou Rtf folha de rosto com os dados solicitados no ponto 10

8. Proposta em papel: enviar 1 exemplar da folha de rosto, 3 exemplares do texto integral e uma versão em suporte digital (disquete ou cd-Rom) para locus social, centro de estudos de serviço social e sociologia, faculdade de ciências Humanas, universidade católica, Palma de cima, 1649-023 lisboa.

Normas de apresentação dos artigos

9. em nenhuma parte do artigo deverá ser referido o(s) nome(s) do(s) autor(es).

Locus SOCI@L 5: 81 - 83 | 2010

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Locus SOCI@L 5/2010: 84

10. todos os artigos deverão incluir uma folha de rosto autónoma de que constem os seguintes elementos: título do artigo, nome do autor, instituição a que pertence, morada completa, endereço de e-mail, telefone(s).

11. os textos devem ser formatados a corpo 12, espaço 1,5. não devem ser utilizados estilos nem formatações automáticas tais como numeração (numbering) e bolas/asteris-cos (bullets).

12. os artigos não poderão exceder os 40.000 caracteres (cerca de 20 páginas a4), in-cluindo espaços, notas e bibliografia. as recensões não poderão ultrapassar os 8.000 caracteres.

13. Para além do texto, os autores devem enviar - em português e inglês - um resumo do artigo (800 caracteres, cerca de 10 linhas) e até seis palavras-chave.

14. as notas deverão ser coligidas no fim do artigo (endnotes) (e não em rodapé - footnotes).

15. Relativamente às citações:Qualquer interrupção de citação deve vir assinalada com reticências dentro de parêntesis rectos [...]as citações curtas devem ser integradas no texto entre aspas angulares (« »).as citações longas (mais de 3 linhas), não devem ter aspas e serão destacadas do texto principal, alinhadas à esquerda pelo parágrafo, fechadas pela pontuação do próprio trecho citado.

16. as palavras estrangeiras devem estar grafadas em itálico.

Normas de citação e referenciação bibliográfica

17. a bibliografia referenciada no texto segue o estilo autor data (autor, data: página). Por exemplo (faleiros, 2004: 63) ou (dominelli e Payne, 2001: 39). no caso de mais de dois autores, utiliza-se et al. (adms et al., 1995).citações de diferentes obras do mesmo autor, se publicadas no mesmo ano, devem ser distinguidas com letras (Brown 1990a, 1990b)

18. as referências bibliográficas devem seguir a norma aPa 5th :

— livros: apelido, nome próprio (data). título. local: editora. Baptista, Myrian veras (2001). a investigação em serviço social. lisboa: cPiHts

— capítulo de livro: apelido, nome próprio (data). título do capítulo. in apelido, nome próprio (ed[s]), nome do livro (páginas). (edição se aplicável). local: editora,.kérisit, Michéle (2007). Recherche et service social. in jean-Pierre deslauriers and yves Hutubise (eds.), introduction au travail social (pp. 267-294). 2ª edição. laval: les Presses de l’université du laval.

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— artigo em Revista: apelido, nome próprio (data). título do artigo. Revista, número (volume – se aplicável), páginasfook, jan (2003). critical social wok: the current issues. Qualitative social work, 2(2), 123-130.

— dissertação ou tese: apelido, nome próprio (data). título da dissertação / tese (Área da dissertação / tese, instituição conferente do grau)franco, ana cristina de almeida M. (2003). a investigação em serviço social e a for-mação ao nível da licenciatura. análise dos Planos de estudo nos anos 90, em Portugal (dissertação de Mestrado em serviço social, instituto superior Miguel torga).

— artigo em Revista electrónica: apelido, nome próprio (data). título do artigo. Revista, número (volume – se aplicável) (data do número e/ou data da recuperação do artigo, conforme aplicável), de endereço da internet.juliusdottir, sigrun e jan Petersson (2003). common social work education standards in the nordic countries – opening an issue. social work and society, 1(1) (01.12.2003), de http://www.socwork.net.

— documento electrónico: apelido, nome próprio do autor ou organismo (data). título do documento, data da recuperação do artigo, de endereço da internet.national institutes of Health. (2003). niH Plan for social work Research, retrieved March 2008 from http://obssr.od.nih.gov/documents/Publications/swR_Report.pdf.

— comunicação: apelido, nome próprio (data). título da comunicação. comunicação apresentada – nome do seminário/congresso. local. Promotor do evento. data precisa.Martins, alcina e tomé, Maria Rosa (2008). o estado actual da formação em serviço social em Portugal - uma proposta de reforço da organização profissional. comunicação apresentada ao seminário euro-Brasileiro de serviço social - formação, investigação, Qualidade e desenvolvimento. coimbra, instituto superior Miguel torga, 20 de fevereiro.

19. sempre que possível as referencias bibliográficas deverão ser apresentadas em ficheiro próprio no formato usado pelo programa endnote ou formato compatível.

20. os quadros, gráficos devem ter uma cópia em formato excel (quadros e gráficos) e as imagens uma cópia em formato jpeg ou tiff (imagens). a sua localização no texto deve estar claramente indicada.

lisboa, novembro de 2008(revisto em Março de 2009)

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universidade católica Portuguesa | faculdade de ciências humanas