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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Outubro 2009 14 O Adventismo na Albânia 27 A Igreja do Tempo do Fim no Apocalipse 8 Por que Eles Saem? celebrando Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia C rıação a

Revista Adventist World - Outubro 2009

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Page 1: Revista Adventist World - Outubro 2009

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Outubro 2009

14 O Adventismo na Albânia

27 A Igreja do Tempo do Fim no Apocalipse

8 Por que Eles Saem?

c e l e b r a n d o

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Crıaçãoa

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Outubro 2009

I G R E J A E M A Ç Ã O

Editorial ............................. 3

Notícias do Mundo 3 Notícias & Imagens

Janela 7 A Dinamarca por Dentro

Visão Mundial 8 Por que Eles Saem?

S A Ú D E

Crescente Preocupação com Alergia a Alimentos ....11Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Salvação por Dar à Luz Filhos? ...................26Por Angel Manuel Rodríguez

E S T U D O B Í B L I C O

A Igreja do Tempo do Fim no Apocalipse ......................27Por Mark A. Finley

I N T E R C Â M B I O M U N D I A L

29 Cartas30 O Lugar de Oração31 Intercâmbio de Ideias

O Lugar das Pessoas .............................32

A R T I G O D E C A P A

Celebrando a CriaçãoPor George T. Javor ..................................................................... 16Quanto mais conhecemos sobre a Criação, tanto mais apreciamos seu Criador.

D E V O C I O N A L

Jornada à Nossa Frente Por Armon Tolentino .................. 12Nosso futuro está garantido pelo modo com que fomos guiados no passado.

V I D A A D V E N T I S T A

O Adventismo na Albânia Pós-Comunista ................ 14Claude Richli, editor associado, entrevista Sylvain Romain, presidente da Missão da Albânia.

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Por que Não Bebo Bebida Alcoólica Por Tom Shepherd ...................................................................... 20A razão é tanto bíblica como social.

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Entre as Nações e o Reino Por Ellen G. White .................. 22Construímos pontes ao derrubar barreiras.

S E R V I Ç O A D V E N T I S T A

Missão para Muitos Por Daniel Weber ............................... 24Os adventistas no Sul do Pacífico evangelizam diversas populações.

N A S A / H U B B L E H E R I T A G E T E A M / M O D I F I C A D A D I G I T A L M E N T E

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 10, outubro de 2009.

Tradução: Sonete Magalhães Costa

www.portuguese.adventistworld.org

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As escolas adventistas do sétimo dia, na Austrália, receberam 83 milhões de dólares como parte do programa de modernização educacional do governo.

“É de inestimável valor o que o sistema educacional recebeu”, disse John Hammond, diretor das escolas adventistas da Austrália, que pertencem à União/Associação Australiana. “É uma

N O T Í C I A S D O M U N D O

No Mundo Inteiro

Todo mês, antes de escrever as pala-vras para esta página, paro e penso

em alguns dos lugares onde, provavel-mente, elas serão lidas.

Em Bombaim, Índia, um jovem fatigado abre seu laptop, após doze horas de trabalho e entra no site da Adventist World, ávido por uma mensagem e pela sensação de estar ligado a milhões de irmãos e irmãs que não pode ver.

Em São Paulo, Brasil, uma dona de casa aposentada repete seu ritual de todas as sextas-feiras à noite: uma poltrona con-fortável, um CD com seus hinos preferidos, o gato ao seu lado, no sofá, uma cópia desta revista aberta no seu artigo favorito.

Em algum lugar ao norte de Calgary, Canadá, uma professora adventista abre estas páginas procurando algo que unirá sua pequena comunidade de alunos da escola fun-damental a um movimento que envolve o globo. Ela procura algo do interesse de seus alunos: geografia, estudo bíblico, história e fé.

Num povoado a três horas de distância de Nairóbi, Quê-nia, o nono leitor destas palavras herda uma cópia amassada e marcada por muito manuseio. Mesmo embaixo das impres-sões digitais e das manchas, as palavras estão vivas e ainda se movem e reúnem o rebanho que está disperso.

Mais de 1.500.000 cópias desta revista são distribuídas todos os meses e impressas em seis idiomas (inglês, coreano, francês, português, espanhol e bahasa/indonésio). Milhares de pessoas – e quem sabe ao certo quantas? – acessam cinco desses idiomas na Internet ou quatro outros idiomas só traduzidos para a Web (chinês, russo, alemão e, neste mês, vietnamita).

Agora, no seu 160º aniversário, uma publicação adventista do sétimo dia alcança um marco sem precedentes entre as revistas de uma religião mundial. Cerca de dois terços dos 17 milhões de adventistas do mundo são alcançados pelas notícias, inspiração, ensinos bíblicos e esperança transmitidos pela Adventist World. Desde a década de 1870 quando os membros da recém-nascida Igreja Adventista do Sétimo Dia não eram muito diferentes dos assinantes da revista Review and Herald (Revista Adventista em inglês), que ajudou a consolidar o movimento, não houve tal oportunidade para a família adventista do sétimo dia mundial unir-se em estudo comum, devoção e foco na segunda vinda de Jesus.

Querido amigo, você é parte vital dessa grande e unida família de leitores e crentes, para os quais esta revista existe. E por você, agora, levanto minha voz para agradecer ao Senhor a mensagem e a revista que nos unem.

— Bill Knott

E D I T O R I A L

Governo Australiano Libera Expressiva Quantia de Dólares Para Escolas AdventistasGoverno dá impulso inicial para projeto de construção

RECURSOS DO GOVERNO: Início de novas construções no Colégio Adventista Mountain View, a oeste de Sidnei, New South Wales, Austrália.

F O T O : A R Q U I V O S D A D S P

A Igreja em Ação

Outubro 2009 | Adventist World 3

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N O T Í C I A S D O M U N D O

grande soma de dinheiro e estamos muito felizes de poder ajudar o gover-no a gastá-lo.”

As escolas adventistas estão usando o dinheiro para financiar uma série de projetos que incluem a construção de bibliotecas, centros de aprendizado e centros multifuncionais; reformas em algumas áreas, assim como vários trabalhos de paisagismo e reparo.

“Nossas escolas estão crescendo e não têm salas de reuniões, centros multifuncionais, ginásios de esportes ou um local para encenação. Tudo isso são ‘coisinhas’ que sempre deixamos para fazer ‘mais tarde’”, diz Hammond. “Esse recurso extra deu bom impulso ao sistema escolar.”

O projeto Construindo a Revo-lução Educacional (CRE) – parte da estratégia de estímulo econômico do governo da Austrália – de 14,7 bilhões de dólares australianos por três anos, beneficiará todas as 9.540 escolas pú-blicas e privadas do país.

O CRE é composto de três elemen-tos: “Escolas Primárias para o século XXI” (EP21), que oferece 12,4 bilhões de dólares americanos em financia-mento para todas as escolas primárias australianas, do jardim à 12ª série de nível fundamental, e escolas especiais para construir novas instalações ou atualizar as que já existem; 1 bilhão de dólares para “Centros de Idiomas e Ciências para Escolas de Ensino Médio do Século XXI”; e 1,2 bilhão para o projeto “Orgulho da Escola Nacional” (OEN), que financiará pequenas obras e projetos de manutenção. Sob o programa OEN, algumas escolas

serão elegíveis para receber até 200 mil dólares para manutenção e obras de construção.

Há 55 escolas adventistas na Aus-trália, com um total de mais de onze mil alunos.

Na Associação South Queensland, os projetos incluem um ginásio de esportes e a extensão da biblioteca, com um custo de 3 milhões de dólares, no Northpine Christian College; novas salas de aulas e renovação da biblio-teca no Brisbane Adventist College e novas bibliotecas para as seguintes escolas: Noosa Christian College, Gold Coast Christian College, Darling Downs Christian School, Coral Coast Christian School e Escola Adventista Ipswich.

Todas as escolas receberão recursos adicionais para cobrir uma gama de pequenos projetos. Na Associação Aus-traliana Ocidental, os projetos incluem a reforma da biblioteca do Carmel Adventist College (de ensino médio) e a extensão do playground do pré-pri-mário da Escola Adventista Brookdale, e Escola Primária Cristã Esperança.

A Escola Secundária Carmel plane-ja enviar proposta para a construção de um centro de Idiomas e Ciências, se-gundo Hammond. A Escola Avondale, na Associação North New South Wales, construirá uma nova biblioteca para o fundamental e um centro de aprendi-zado para substituir a atual biblioteca. O Macquarie College também cons-truirá uma nova biblioteca, bem como a Escola Adventista Port Macquarie. Com o recurso que receberá, a Escola Adventista Kempsey substituirá algu-mas de suas salas de aulas provisórias por estruturas definitivas.

A Escola Primária Prescott do Norte, no sul da Austrália, obteve com sucesso o valor de 2,5 milhões, o

que possibilitará a construção de um centro de informação tecnológica e o acréscimo de quatro salas de aulas.

Um bom número de escolas das Associações da Grande Sydney e Nova Wales do Sul realizará vários projetos de manutenção. Em muitas escolas, serão construídos novos prédios e estão planejadas várias reformas em estruturas já existentes. —Reportagem de Melody Tan, da equi-pe de comunicação da Divisão do Sul do Pacífico; reeditado por cortesia dos arquivos da DSP.

Israel: Primeiro Festival de Liberdade Religiosa Reúne Centenas de Pessoas

Centenas de defensores da liberda-de religiosa em Israel e nos territórios palestinos reuniram-se em Jerusalém, no dia 26 de julho, para o primeiro e já histórico festival de liberdade religiosa.

O evento gerou um “bom clima de compreensão” que incentivará, espe-ram os organizadores, a tolerância na região, disse John Graz, secretário geral da Associação Internacional de Liber-dade Religiosa (IRLA), que patrocina os festivais em todo o mundo, para incentivar a liberdade religiosa.

Organizar o evento na cidade sagrada para as três principais religiões do mundo – judaísmo, islamismo e cristianismo − foi gratificante, disse Graz, que também dirige o Departa-mento de Relações Públicas e Liber-dade Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia (PARL).

Embora os cristãos desfrutem de liberdade dentro de certos limites, a realização de evangelismo na maior parte da região judaico-ortodoxa de

A Igreja em Ação

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Israel, o tratamento com os muçul-manos é um assunto controvertido internacionalmente, segundo Relatório da Liberdade Religiosa Mundial, publi-cação da PARL.

Os judeus conservadores, que abra-çam a interpretação não fundamenta-lista da fé judaica, também enfrentam dificuldades com restrições à liberdade religiosa, disse o Rabi Yaacov Lebeau, que falou no evento. Devido à predo-minância do judaísmo ortodoxo, casa-mentos e outras cerimônias realizadas em sinagogas conservadoras não são plenamente reconhecidos, disse ele.

“É muito fácil ser influenciado por grupos extremistas e cair no exclusi-vismo”, disse o presidente adventista

da região, Richard Elofer. Devido à maquiagem “multicultural e multirre-gional” de Israel, defender liberdades inclusivas é prioridade para assegurar que isso não aconteça, acrescentou Richard Elofer.

Cerca de 300 delegados de liberda-de religiosa das comunidades judaicas e cristãs compareceram ao evento.—Equipe da Rede Adventista de Notícias

Suíça: Paulsen Dedica Novo Prédio de Escola Adventista em Zurique

Mais de 350 pessoas compareceram à cerimônia de dedicação da nova Escola Wolfswinkel e dos escritórios da Igreja em Zurique, Suíça, no dia 4 de julho de 2009. Os convidados gostaram do discurso do pastor Jan Paulsen, presidente da Associação Geral da Igreja

Adventista do Sétimo Dia, além de boa música, coquetel e outras festividades. Localizado perto do centro da cidade de Zurique, em área privilegiada, o novo Centro de Wolfswinkel abriga a escola particular “AZ”, a Igreja Adventista do Sétimo Dia Oerlikon e os escritórios da Associação Suíço-Alemã da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

A escola particular denominacional “A-Z” foi fundada em Zurique há 55 anos. Entretanto, sua localização no centro da cidade não era mais con-dizente com o conceito da educação cristã adventista. Há vinte anos, a comissão diretiva da escola sentiu que ela deveria ser transferida para um ambiente mais natural, fora do am-biente urbano. Essa visão encorajou os pioneiros (Heinrich Walder, Ivan Fagioli e outros) a convencer a comissão executiva e as igrejas da União Suíça a apoiar a ideia da transferência.

Ao longo dos últimos vinte anos, a comissão de planejamento visitou trinta locais com potencial. Entretanto, mesmo após encontrar um local ideal, fora da cidade, parecia que o sonho de uma nova escola teria de ser abando-nado, pois começaram a surgir vários outros problemas. Dessa vez, os pro-blemas vieram na forma de requisitos oficiais de construção e um vizinho que queria impedir a construção.

Esses problemas permitiram que Deus realizasse um milagre. Primeiro, o departamento de construção do go-verno deu autorização para que a escola fosse construída numa área com 90% de ocupação. Segundo, conseguiram chegar a um consenso com as autori-dades sobre a construção de um prédio com salas quadradas e multifuncionais.

LIBERDADE RELIGIOSA: Da esquerda para direita: Eugene Hsu, vice-presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia; John Graz, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa; Richard Elofer, presidente da Igreja Adventista em Israel; rabi James M. Lebeau, diretor do Centro de Judaísmo Conservador Fuchsberg e Harold Wollan, da Divisão Transeuropeia dos Adventistas do Sétimo Dia, durante o festival de liberdade religiosa realizado em Jerusalém, no dia 26 de julho de 2009.

F O T O : C O R T E S I A D O C A M P O E M I S R A E L

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N O T Í C I A S D O M U N D O

Finalmente, fizeram um acordo com o vizinho. A construção foi concluída na primavera de 2009.

Em seu discurso, o pastor Paulsen enfatizou que a humanidade tem pro-blemas que só Deus pode solucionar. Todo aquele que se reconcilia com Deus é chamado para compartilhar essa mensagem com outros. “Fale sobre sua experiência com Deus para os seus filhos”, disse Paulsen, encorajando os presentes.—Reportagem de Michael Urbatzka, Divisão Euro-Africana

EDUQUE BEM SEUS FILHOS: O presidente da Associação Geral, Jan Paulsen, e o tradutor, Ivan Fagioli, em seu discurso na cerimônia de inauguração de uma nova escola adventista em Zurique, Suíça.

F O T O : M I C H A E L U R B A T Z K A / C D D E A

Gana: Igreja Realiza Primeiro Encontro Sobre Mordomia

O primeiro encontro sobre mor-domia da Divisão Africana Centro Ocidental foi realizado em Gana, na Universidade Valley View, campus de Techiman. A Divisão Africana Centro Ocidental, em colaboração com a União/Associação de Gana, organizou o evento, ao qual compareceram 300 pessoas.

O objetivo foi apresentar aos delegados as novas estratégias de promoção da mordomia.

Segundo Armando Miranda, vice-presidente mundial da Igreja Adventista, “mordomia é o estilo de vida de quem tem uma relação viva com Jesus Cristo, aceita o Seu senho-rio, vive uma parceria com Deus e

atua como Seu agente na gestão de Sua obra na Terra. Isso transcende a gestão financeira, que (por muito tempo) foi nossa ênfase.”

Para o diretor de mordomia da igreja mundial, Erika Puni, o encontro reuniu a liderança da igreja, pastores distritais e membros leigos para apren-der juntos sobre mordomia integral.

“Tem-se dado muita atenção à mordomia financeira na igreja, ao passo que a mordomia é total; deve haver um relacionamento com Cristo, o que gera uma resposta a Deus. Os delegados precisam compreender os princípios da nova abordagem para que, ao voltarem, sejam aplicados e adaptados à sua realidade,” disse Puni.

O privilégio de sediar o encontro foi tanto uma oportunidade como um desafio para a União/Associação de Gana (UAG), disse seu presidente, Samuel A. Larmie. “Foi uma oportuni-dade ímpar sediar o evento,” ele disse. “Foi também um desafio, pois, após esse evento, a UAG deverá mostrar bons resultados”, acrescentou.

Cerca de trezentos delegados, incluindo líderes da igreja, pastores e membros leigos, compareceram ao evento de cinco dias, com o tema: “Fidelidade na Missão de Esperança”.

Segundo Emmanuel Odenke Abbey, diretor de mordomia da União/Associação de Gana, “a participação nas reuniões foi muito boa. Esse é o primeiro encontro de mordomia da divisão e estou grato a Deus pelo fato de ter sido realizado em Gana.”—Reportagem de Solace Asafo, da União de Gana, e de Gilbert Weeh, da Divisão Africana Centro Ocidental, com equipe da Adventist World.

A Igreja em Ação

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J A N E L A

Embora pequeno em tamanho, o Reino da Dinamarca, durante sua longa história, tem criado um

grande impacto na Europa e no resto do mundo. Conhecido na Idade Média como a terra dos guerreiros Vikings, que chegaram de várias partes da Europa, a Dinamarca de hoje usa seus militares para empreendimentos pacífi-cos. Como membro fundador tanto das Nações Unidas (ONU) como da North Atlantic Treaty Organization (NATO), a Dinamarca afirma ter enviado, desde 1948, mais equipes para missões de paz que qualquer outro país do mundo.

A Dinamarca é o país mais ao sul entre os países escandinavos do norte europeu. É constituída de um território principal, Jutlândia, que se estende des-de o norte da Alemanha, e uma série de arquipélagos no lado oriental, no Mar Báltico. A Dinamarca também tem duas colônias principais, a Groenlândia e as Ilhas Faroé.

Sua civilização data de pelo menos 1800 a.C. Embora não haja nenhum registro desse período, incrustações nas rochas mostram que os antigos dina-marqueses eram agricultores e que ado-ravam o Sol. Durante o século XII d.C., o cristianismo chegou à Dinamarca em parte pela influência de reis tribais que queriam fechar acordos comerciais com o Santo Império Romano.

A Reforma Protestante Luterana causou grande impacto na Dinamar-ca. Quando o Novo Testamento foi publicado pela primeira vez na língua dinamarquesa em 1524, rapidamente tornou-se um best-seller. A essa altura, o catolicismo romano havia se integrado em muitos aspectos do cotidiano dos

dinamarqueses e impôs vários impostos sobre a população em geral.

Os dinamarqueses acolheram a inde-pendência da ideologia católica romana. Em 1536, o rei dinamarquês Christian III fundou a Igreja Evangélica Luterana da Dinamarca. Hoje, quase todos os dinamarqueses são membros dessa fé, apoiada pelo estado. A monarca, atual-mente a Rainha Margarete II, atua como chefe da igreja, tendo um ministro para assuntos eclesiásticos, que é a mais alta autoridade administrativa da igreja.

Adventistas na Dinamarca

O adventismo chegou à Dinamarca em 1872 por meio de uma revista dinamarquesa mensal chamada Advent Tidende, publicada por John Matteson, um dinamarquês, que a criou para alcançar os imigrantes escandinavos que moravam nos Estados Unidos. Matteson enviou a revista para a Dinamarca em resposta a cartas de pessoas interessadas na guarda do sábado. Lá por 1874, já haviam sido enviadas cerca de mil cópias da Advent Tidende. Em 1875 uma editora dinamar-quesa, a M. A. Soomer, pediu permissão a Matteson para incluir os artigos da Advent Tidende em sua revista mensal. Matteson concordou prontamente.

Como resultado, Matteson recebeu muito mais cartas vindas da Dinamarca

em resposta às duas revistas. Em 1877 ele escreveu para o presidente da Asso-ciação Geral, Tiago White, pedindo para ser enviado como missionário para o seu país. Assim, ele se tornou o primeiro missionário adventista a chegar ao norte europeu, apenas três anos após J. N. An-drews ter chegado à Suíça. Poucos meses depois de sua chegada, Matteson batizou nove pessoas. Um ano mais tarde ele organizou a Igreja Adventista Alstrup, em Vendsyssel, com 27 membros. Em 1880, Matteson ajudou a organizar a Associação da Dinamarca com sete igre-jas e 120 adeptos – a primeira associação adventista fora da América do Norte.

Embora a maioria dos dinamarqueses sejam membros da Igreja Luterana, não são necessariamente religiosos. A maior parte é secular e pós-moderna e tem pouca ou nenhuma experiência religiosa. Alguns registros mostram que menos de 4% frequenta regularmente a igreja. Os jovens, especialmente, são seculares. O número de membros da Igreja Adventista na Dinamarca caiu 9% ao logo da década anterior até 2007. Por favor, ore pela Dinamarca e por aqueles que procuram maneiras criativas de falar aos outros sobre Jesus Cristo.

Para saber mais sobre o trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Dinamarca, visite www.Adventist Mission.org.

DINAMARCACapital: Copenhagen

Língua Oficial: Dinamarquês

Religião: Luterana, 95%; outras cristãs, 3% e muçulmana, 2%

População: 5.45 milhões*

Adventistas: 2.523*

Adventistas per capta: 1:2.161*

* 145° Relatório Estatístico Anual, Arquivos Estatísticos da Sede da Associação Geral

Dinamarca,A Mar do Norte

Baltic Sea

Copenhagen

SUÉCIADINAMARCA

ALEMANHA

Por Hans Olson

por Dentro

Outubro 2009 | Adventist World 7

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V I S Ã O M U N D I A L

Por que

ElesSaem?Manter adolescentes e jovens engajados na igreja deve ser uma de nossas prioridades

Por Jan Paulsen

A Igreja em Ação

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Quando consideramos o rumo que nossa vida tomou, é fácil olhar para trás e descobrir certo grau de “ine-vitabilidade” – o caminho que seguimos em nossos

estudos e profissão, o companheiro que escolhemos para a vida, a família que formamos. Mesmo assim, essa sensação de inevitabilidade é uma ilusão. Nessa primeira fase crítica do processo de decisão – na adolescência e início da vida profis-sional – quando grande número de nossas decisões é de longa duração e as consequências desconhecidas, o que será nosso futuro é mais que incerto. Ele se equilibra precariamente sobre uma infinidade de variáveis, tomando seu rumo pelas circunstâncias, oportunidades ou escolhas.

Olho para trás, para minha própria adolescência, e penso: Como os limites eram estreitos! Quão facilmente uma decisão errada, ou uma circunstância poderia ter empurrado as coisas para uma direção totalmente diferente.

Olho para a família de nossa igreja – membros abaixo de 35 – que estão no processo de fazer essas mesmas decisões para a vida. Eles não mais refletem meramente as atitudes e crenças de seus pais ou professores. Estão testando esses va-lores por eles mesmos – “provando se são para seu tamanho”, decidindo se vão mantê-los, modificá-los ou trocá-los por algo totalmente diferente.

Considero, então, o êxodo dos jovens de nossa igreja e isso me angustia profundamente.

Por que tantos deixam a igreja? Arriscando-me a sim-plificar demais algo de tão grave importância para a igreja, gostaria de apresentar algumas reflexões que tomaram forma em minha mente ao longo dos anos, mas que, recentemente, ganharam um crescente senso e peso de urgência.

Falando sobre esse assunto, temos que diferenciar dois grupos extensos: adolescentes e jovens ou jovens profissionais. Embora algumas questões sobreponham entre si, suas lutas e experiências são essencialmente diferentes, pois as razões para abandonar a igreja também serão distintas.

AdolescentesHá muitos anos, aconteceu algo com um jovem que era

muito próximo de mim. Ele estava lutando contra várias coisas ao mesmo tempo e não era fácil para ele levantar e ir para a igreja todos os sábados. Certo sábado de manhã, ele chegou à porta da igreja um pouco atrasado, vestido com um jeans. O primeiro ancião, quando o viu, disse: “Você não está vestido apropriadamente. Vá para casa e troque de roupa.” Ele foi para casa e não voltou. Ali começou uma longa jornada pelo deserto em que ele gastou muito, muito tempo. Mais tarde, ele saiu daquele deserto, porém mais por uma questão de amor aos seus pais e pela certeza do imenso amor que eles tinham por ele.

Foi esse incidente o único motivo para ele deixar a igreja? Não. Mas, para ele, foi o exato momento em que a igreja lhe disse: “Você, realmente, não se encaixa entre as pessoas que adoram aqui. Vá para casa e coloque roupas mais adequadas.”

Muitos adolescentes decidem deixar a igreja por se senti-rem “marcados”. Eles se sentem indignos; sentem-se inúteis; não se sentem à vontade dentro da igreja para abordar ques-tões conflitantes de padrões e comportamento que eles e seus amigos estão enfrentando. Poderíamos fazer uma longa lista dessas questões: atividades sociais, escolhas musicais e en-tretenimento, relacionamentos e sexualidade, a necessidade que têm de expressar seu crescente senso de individualidade e independência. Eles falam sobre essas coisas entre si, em segredo, com o sentimento de que serão condenados se alguém ouvir.

Como podemos compreender nossos adolescentes mais adequadamente?

■ Faça-o de modo pessoal. Pense na sua própria família, em seus filhos. É difícil seu filho ou sua filha “merecerem” algo de você? Claro que não! Eles são sangue do seu sangue, carne de sua carne.

Se tomarmos tempo para considerar cada jovem de nossa congregação como nossos próprios filhos e filhas, haveria uma incrível mudança de perspectiva. Somente quando o adolescente sente na comunidade da igreja o mesmo tipo de calor que uma criança sente na intimidade da família, pode-remos oferecer direção e correção.

■ Deve ser pessoal. Essa não é uma tarefa que deve ser delegada para o pastor dos jovens, Desbravadores ou Escola Sabatina. É a minha atitude para com os membros jovens de minha congregação que faz a diferença. Como eles reagem às minhas palavras e atitude para com eles?

■ Contextualize. Os adolescentes falam e fazem loucuras; simplesmente fazem. São adolescentes e falar e fazer loucuras está dentro da normalidade. É da natureza dos adolescentes testar as águas, fazer escolhas, perturbar e abalar os “anciãos”. Pode ser pela pressão do grupo, por um ato de rebeldia ou simplesmente pelo fato de que cresceram em um mundo, o mundo adventista, e querem experimentar, sentir o cheiro e o sabor do “outro mundo”. Muito simples, os valores dos pais não são transmitidos geneticamente, o adolescente está ativamente testando e questionando – esse é um processo característico e natural a essa etapa da jornada. Portanto, vamos estender a tolerância e paciência e estar disposto a alargar a visão.

■ Lembre-se: Eu já passei por isso e também cometi erros. Muitos erros! Você consegue se lembrar de quando era adolescente? Às vezes, você não estava satisfeito consigo mesmo. Você tinha consciência de tudo o que acontecia: percebia cada espinha no seu rosto, cada falha no modo de

Jan Paulsen é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Por Jan Paulsen

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agir, e que era excepcionalmente vulnerável à opinião dos outros.

Uma palavra leviana falada por um membro mais velho da congregação pode ter enormes consequências para um jovem cuja autoimagem é facilmente danificada. Do mesmo modo, algumas palavras de incentivo podem ter um impacto positivo.

Jovens Adultos e Jovens ProfissionaisHá os que sobrevivem à adolescência e ainda estão nos

bancos da igreja, pelo menos na maioria dos sábados. Estão terminando os estudos, embarcando na carreira profissional e formando suas famílias. O que faz a diferença entre os que criam fortes e duradouras raízes em uma comunidade de crentes e os que derivam vagarosamente em direção à porta?

porque sabe que será amado e compreendidos? Ou a igreja é o último lugar “seguro” para alguém se abrir e pedir ajuda? Geralmente, é a última opção.”

Para gerações de jovens moldados por um mundo pós-moderno, estar “certo” vai levá-lo até certo ponto. Você pode falar a verdade sempre com eloquência, pode estar correto em cada detalhe, pode citar capítulos e versos, e mesmo assim eles vão sair da igreja se não sentirem uma profunda e caloro-sa aceitação.

■ Propósito e confiança. Os jovens adultos e profissionais também deixam a igreja porque estão cheios de ideias, opiniões e energia, mas não encontram lugar para comparti-lhá-las dentro da igreja. Não que creiam que a igreja não seja importante para eles; ao contrário, creem que eles não são importantes para a igreja! Assim, podem permanecer dentro

V I S Ã O M U N D I A L

■ Importância. Há um grupo de amigos, jovens profissio-nais que, ocasionalmente, se reúnem socialmente. Elem vêm de diferentes países, mas a profissão os trouxe, junto com a família, para a mesma cidade no oeste europeu. Alguns ainda têm fortes laços com a comunidade adventista; outros já per-deram a conexão ao longo do caminho, mas todos galgaram basicamente o mesmo caminho de estudos e experiência de vida até ali. Às vezes, conversam sobre a igreja. Perguntam: Quão relevante é o adventismo? Será que tem algo importante a dizer sobre questões como a vida cotidiana, justiça social, pobre-za e direitos humanos, meio ambiente, ética, economia ou sobre as comunidades nas quais vivemos? Na prática, que diferença realmente faz o rótulo de “adventista”?

Para muitos jovens adultos, a percepção de quão bem essas perguntas são respondidas pela igreja pode determinar se eles ficam ou saem. Estão desencantados com a religião centralizada apenas no futuro e que negligencia completa-mente o presente. Não que eles tenham deixado de crer no que a igreja ensina, mas perderam a fé na sua habilidade de falar da vida com significado para sua experiência diária. Estão frustrados ao perceber a falta de vontade da igreja em dar o mesmo peso moral e teológico aos assuntos que mais afetam a sociedade.

■ Comunidade. Ainda mais importante é que, para esse grupo etário, a igreja não propicia os laços comunitários apropriados à sua expectativa. Um jovem profissional me escreveu recentemente: “Quando alguém está enfrentando uma luta, será que pensa imediatamente em procurar a igreja

por um tempo, por uma questão familiar ou social, mas, no fundo, já estão “fora”.

Chamado Para a AçãoNão tenho palavras para expressar a profundidade de

minha convicção de que devemos dar aos jovens adultos papéis significativos na igreja. Não deve ser apenas “mantê-los ocupados”, mas devemos votar cargos substanciais que signifiquem um alto nível de confiança, incluindo-os nos processos decisórios, procurar envolvê-los de um modo que soe: “Queremos ouvir sua voz.”

Tanto para os adolescentes, como para os jovem profis-sionais, “confiança” é o pivô sobre o qual giram muitas dessas questões. Não o tipo de confiança que diz: “Vou lhe dar tal responsabilidade e, após um tempo, vamos avaliar sua capaci-dade.” Ao contrário, falo de um tipo de confiança que liberta e capacita os jovens a ser companheiros ativos no planejamento do culto e do testemunho de sua congregação; uma confiança que reconhece que alguém não precisa ter 40, 50 ou 60 anos de idade para ter um fervoroso desejo de servir a Deus; uma confiança que reconhece que seu amor pela igreja é tão profundo quanto o meu, e que eles, também, escolheram esse lugar como seu lar espiritual.

Será que a atitude deles em relação a essas coisas, às vezes, pode ser diferente da minha expectativa? Sim, talvez. Corre-mos algum risco? Pode ser. Porém, o risco de não confiar em nossos jovens é muito maior, pois, se não confiarmos neles em algum nível, eles simplesmente irão embora.

Na prática, que diferença realmente faz o rótulo de “adventista”?

A Igreja em Ação

10 Adventist World | Outubro 2009

Page 11: Revista Adventist World - Outubro 2009

Minha neta foi diagnosticada por seu médico como portadora de alergia a alimentos. Estou muito preocupada. O que isso significa? Ela já não gosta de se alimentar e minha preocupação é que fique desnutrida.

A verdadeira alergia a alimentos, ao contrário da intolerância a alimentos, é uma resposta alér-

gica a certos alimentos (não a todos). Isso envolve uma ativação do sistema imunológico do corpo de tal forma que provoca uma reação inflamatória conhecida como imunoglobulina E mediana (IgE) por resposta imune.

Dos mais de 25% dos adultos que reclamam de sintomas relacionados a certo tipo de alimento, apenas 3% realmente apresentam alergia a alimen-tos, que é mais frequente nas crianças. Calcula-se que de 6 a 8% das crianças do Reino Unido e dos Estados Unidos sofrem de alergia a alimentos. Leite de vaca, ovos de galinha, amendoim, castanhas e semente de gergelim estão entre as principais causas de alergia nas crianças, sendo o kiwi o mais novo membro do grupo. Alergias a ovos e amendoim são as mais frequentes na infância; no caso da alergia a ovos, cerca de 66% desaparece antes dos 5 anos de idade, e 75% entre os 7 e 8 anos.

Os sintomas da alergia a alimentos varia de uma simples urticária (coceira, vermelhidão e vergões) à anafilaxia, colocando a vida em risco (constrição da garganta, dificuldade respiratória e colapso). Pessoas com alergia alimentar geralmente têm eczema, doença crônica da pele caracterizada pela inflamação

e, às vezes, bolhas que, com frequência, afetam os cotovelos e os joelhos, sobre as superfícies flexoras.

A asma e a rinite alérgica são mais comuns em crianças com alergia de alimentos.

É óbvio que, ao evitar os alimentos específicos, os sintomas diminuem. O problema é quando se tem alergia a múltiplos tipos de alimentos. É aconselhável uma consulta com um nutricionista para obter ajuda. Os nutricionistas são treinados para orien-tar sobre o que assegurará nutrição adequada e para prevenir deficiências secundárias. Crianças com alergia alimentar múltipla, se tratadas por uma equipe de nutricionistas, enfermeiros e médicos, crescem e se desenvolvem satisfatoriamente. Problemas potenciais como o raquitismo, anemia, crescimen-to insuficiente e a osteoporose na fase adulta podem ser evitados.

Ocasionalmente, podem surgir sinto-mas agudos. Se houver reação anafilática, é necessário o atendimento rápido e específico, que incluirá administração rápida de anti-histamínicos e epinefrina intramuscular; inalação de brônquio- dilatadores e corticóides. A anafilaxia não deve ser menosprezada, pois pode ser muito séria. A epinefrina intramus-cular deve ser administrada na lateral da coxa. O retardo no uso da epinefrina tem sido fatal. Uma criança com história de anafilaxia deve ter acesso instantâneo à epinefrina, que está disponível em dose especial única, produzida especialmente para tais eventualidades.

Embora seja interessante pensar que a amamentação exclusiva possa reduzir

a imunoglobulina E mediana, a alergia a alimento, isso não foi provado em estu-dos. Notou-se a redução de eczema, mas não da alergia ao alimento. Em contraste, em experiência com ratos, a exposição precoce a antígenos de alimentos redu-ziu a intolerância a alimentos.

Felizmente, a maioria das crianças com tal alergia descobre que ela desa-parece ou é reduzida quando alcançam idade adulta.

O problema é delineado por um teste cutâneo e história detalhada; reações agu-das são controladas por um kit de emer-gência, e o atendimento de uma equipe de saúde conseguirá bons resultados.

Há recursos disponíveis online para quem lida com a alergia alimentar, tais como o da revista ABC da Saúde: (www.abcdasaude.com.br/artigo.php?679), da Enciclopédia Ilustrada da Saúde (adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/.../000844), da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia do Rio de Janeiro (www.asbairj.org.br/comunidade/artigos/home.asp) e muitos outros.

Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor-executivo da ICPA e diretor-associado do Departamento de Saúde.

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

R O B B I E O W E N - W A H L

Na prática, que diferença realmente faz o rótulo de “adventista”?

S A Ú D E N O M U N D O

Crescente PreocupaçãoAlergia a com

Alimentos

Outubro 2009 | Adventist World 11

Page 12: Revista Adventist World - Outubro 2009

Já passei por muitas noites de angústia, sentindo-me como um Jó moderno. Desde meu batismo, até hoje, sou ten-tado a pensar que meu futuro promissor foi roubado. Se

tudo isso for uma prova, por favor, “quando vai acabar?”Mesmo nas minhas mais determinadas tentativas de ser

otimista, ainda me lembrava de como não tirei o primeiro lugar na escola fundamental, pelo qual tanto me esforcei; como comecei tão bem o ensino médio, para acabar fazendo os exames finais num hospital, tirando, talvez, a nota mais baixa na disciplina de pilotagem e perdendo a tão sonhada bolsa de estudos; ou como os meus sonhos de um futuro na faculdade se frustraram por causa de uma catástrofe financeira e questões familiares tão traumáticas que marcaram minha vida e prejudi-caram minha coragem. Embora no íntimo estivesse totalmente perdido, em público eu exibia uma aura de compostura. En-quanto todos esperavam que eu recebesse a medalha de ouro, fui o único da diretoria da classe a me formar sem honras.

Cheguei à conclusão de que não poderia cursar medicina. Embora tenha estudado com tanto afinco, no final falta-ram cinco pontos para receber a bolsa, por conta de meus sintomas psicossomáticos de uma mente atribulada pelos problemas familiares. Em todos empregos que eu conseguia, era considerado como tendo grande potencial, para logo ser derrotado por políticas. Tentei voltar a estudar. Consegui uma bolsa de estudos para a faculdade de direito, que me foi ne-gada assim que descobriram que eu era adventista do sétimo dia. Tentei outra escola e fui aceito, para logo descobrir que havia aulas aos sábados. Tentei e tentei, só para descobrir que as faculdades de direito, que não têm aulas aos sábados, eram muito caras em meu país e totalmente além de minhas pos-sibilidades financeiras. Com meu sonho ficando mais e mais distante, perguntei a Deus: “Que plano o Senhor tem para minha vida?” Em outras palavras, que caminho o Senhor tra-çou para mim? Mas meu coração foi tocado com as palavras (como vindas de Deus): “O que você deveria ter percebido?”

Foi quando aprendi que devo perceber quatro coisas:

1. Necessitamos de um coração agradecido“Dando graças constantemente a Deus Pai por todas as

coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5:20).*O ar que respiramos é um presente que somente o milagre de

Deus pode conceder. E junto com o “não importa quão imenso seja o desafio”, há incontáveis bênçãos que não percebemos.

O nosso problema é falta de gratidão.Quando aprendemos a apreciar as pequenas bênçãos,

perceberemos como são frequentes e podemos ver o grande quadro da maravilhosa providência de Deus. Quando, porém, escolhemos ver o lado feio das coisas, morremos sem esperan-ça, envoltos na escuridão do tipo de vida que escolhemos viver.

Eu me lembro de Ronalyn, uma menina de 7 anos de idade, que não ia à escola, para quem dei aula no trabalho comunitário da minha universidade. Eu a vi comendo um punhado de arroz, que cabia na palma de sua mãozinha, e

Aprendendo a confiar na direção de Deus

Nossa FrenteJornadaà

Por Armon Perez Tolentino

D E V O C I O N A L

12 Adventist World | Outubro 2009

Page 13: Revista Adventist World - Outubro 2009

ainda dividindo com seus irmãos. Ela veio para a aula com um uniforme da escola pública, muito maior do que ela (pro-vavelmente doado), para que pudesse sentir que, finalmente, estava indo à escola. Pedi a ela que orasse e, apesar de sua situação, ela ainda disse claramente: “Muito obrigada, Senhor. O Senhor nunca Se esquece de nós.”

Eu estava lá para ensiná-la, mas, ao contrário, eu aprendi com ela. Ela escolheu dar graças mesmo tendo tão pouco. Transmitia uma profunda alegria, calma e felicidade para todos naquele lugar.

2. A pressão é frequentemente auto-imposta “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois

aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância” (Fl 4:11).

cansada de viver, correndo em busca de cura para sua filha doente. Ela falava zangada com Deus, até que reconheceu que, “quando a noite era mais sombria, a alvorada chegava a tempo; e após as chuvas fortes ... as flores (sempre) começam a crescer”.

4. Deus está no controle“Agora, eu os entrego a Deus e à palavra da Sua graça,

que pode edificá-los e dar-lhes herança entre todos os que são santificados” (At 20:32).

Por que nos afundar no pântano, preocupando-nos com o lugar em que estamos e a que altura chegamos, baseados em escalas terrenas? Se realmente confiamos em Deus, devemos compreender que Ele está no controle. Assim, podemos seguir em frente e viver em paz.

Se realmente confiamos em Deus, devemos compreender que Ele está no controle. Assim, podemos ir em frente e viver em paz.

Nossa FrenteJornada

Armon Perez Tolentino é assistente do presidente e diretor do Departamento de Publicações da Associação Luzon Central, nas Filipinas.

As pessoas podem sofrer com pressões impostas por si mesmas. Contudo, não importa o que aconteça ao nosso redor, podemos decidir ser contentes.

Isso é tão verdade que, embora meu círculo de amigos já tenha uma carreira profissional de sucesso e eu ainda esteja esperando por uma chance, não posso negar o fato do quanto sou abençoado. Por exemplo, estou vivo e ainda posso sonhar. Mas foi tentador pegar um “atalho” só para realizar meu sonho.

Nosso problema é falta de contentamento. Quando não estamos contentes, falhamos em cumprir nosso dever do dia de hoje, ignorando a verdade de que isso nos prepara para o futuro. Quando nos concentramos demais no quadro geral do futuro, ignoramos a grandeza do presente. O segredo é aprender a aceitar o que acontece.

3. Paciência vale a pena“Mas as que caíram em boa terra são os que, com coração

bom e generoso, ouvem a palavra, a retêm e dão fruto, com perseverança” (Lc 8:15).

Vivemos em uma sociedade imediatista. Gostamos de fast food, de ação rápida e de quase tudo que requer controle remoto. Queremos que tudo aconteça no estalar do dedo; e se não acon-tece, ficamos desapontados e começamos a reclamar. Não apren-demos com o que aconteceu com Abraão, quando foi à frente de Deus, na sua pressa para se tornar o pai de muitas nações?

Nosso problema é falta de paciência.Certa vez, escrevi um artigo sobre uma mulher que estava

Nosso problema é falta de fé na providência de Deus.Muitas histórias bíblicas atestam do cuidado de Deus. José

tornou-se governador; os israelitas foram libertos; o mau tor-nou-se bom; o fraco tornou-se forte. Depois, há o fenômeno da profecia, cujo cumprimento não pode ser evitado por seres humanos. Do que mais precisamos em face das evidências da onipotência divina?

Preciso apenas submeter-me à Sua vontade e ir aonde Ele me guiar, em Seu tempo e do Seu modo. É assim que alcanço a vitória sobre as provações da vida.

Alegria – Porto de InspiraçãoQuando tudo isso vai acabar? Quando eu decidir que aca-

be. Que jornada Deus planejou para mim? Uma jornada de gratidão, contentamento, paciência e fé na Sua providência.

Essa é uma emocionante viagem! A alegria está ao longo de todo o caminho – ela é porto de inspiração onde posso encontrar abrigo.

*Todas as referências bíblicas são da Nova Versão Internacional.

R Ø N N I N G A U S T A D / T H O M A S N O R S T E D / D I G I T A L M E N T E M O D I F I C A D A Outubro 2009 | Adventist World 13

Page 14: Revista Adventist World - Outubro 2009

V I D A A D V E N T I S T A

Sylvain Romain, ex-presidente da Missão Albanesa dos Adventistas do Sétimo Dia, conversou recentemen-

te com o editor associado da Adventist World, Claude Richli, sobre as alegrias e desafios da vida adventista na Albânia.

RICHLI: Conte-me um pouco de sua história como adventista.ROMAIN: Sou a sexta geração de pastores adventistas e missionários em minha família. Por isso, fui criado com a Palavra de Deus, estudando as profecias sobre o tempo do fim e alimentando forte pai-xão por Jesus e Sua missão. Essa é uma imensa graça e privilégio. Morei e traba-lhei em três continentes, e minha vida sempre foi impulsionada por um desejo ardente de compartilhar o evangelho.

Você já morou e trabalhou em muitos países e , se não me engano, fala várias línguas. Sua última nomeação foi para dirigir a Missão Albanesa. Fale sobre os desafios que você enfrentou nessa região.A Albânia é um país europeu onde mulheres idosas, usando roupa preta, puxam suas vacas por estradas de terra, enquanto os homens ficam sentados, bebendo café. Por 45 anos, recebeu a fama de ser o país comunista mais restrito do globo. O povo era comple-tamente isolado do resto do mundo e as proibições em relação à religião chegavam a tal ponto que o simples fato de desejar “Feliz Natal” a alguém poderia custar seis anos de prisão. Mas isso acabou há 18 anos, em 1991. Desde então, os albaneses sofrem de uma sede insaciável de se equiparar ao mundo ocidental. Rapidamente aprenderam as regras do mercado livre − e talvez rá-pido demais. Tirana, a cidade mais po-pulosa da Europa, é a capital do estado cuja economia é baseada na corrupção, tráfico de droga e tráfico humano.

Mesmo que a situação econômica tenha melhorado consideravelmente, os residentes ainda lutam contra a falta diária de energia elétrica e contra o tráfico caótico. O maior desafio,

Os desafios são diferentes, mas ainda são desafios

O Adventismo na

Pós-ComunıstaAlbânia

entretanto, é levar estrutura para a vida desse povo extremamente amigável, que começou a perder sua visão de fé e esperança numa vida melhor devido aos efeitos colaterais da liberdade e crescimento descontrolados. Anseiam por uma vida mais significativa e um estilo de vida melhor. Assim, a solução

CENTRO EVANGELÍSTICO: Sylvain Romain, presidente da Missão Albanesa, auxilia alunas universitárias num projeto de pesquisa no Centro Evangelístico Adventista, em Tirana.

de seus dilemas é uma oportunidade e, ao mesmo tempo, um desafio.

Descreva como está a situação religiosa. Setenta por cento dos albaneses são muçulmanos; do restante, a maior parte é greco-ortodoxa ou católico-romana, em-bora a maioria não tenha conexão alguma

F O T O S : C O R T E S I A D E S Y L V A I N R O M A I N14 Adventist World | Outubro 2009

Page 15: Revista Adventist World - Outubro 2009

com a religião de seus ancestrais. O perí-odo de duas gerações sem Deus resultou na falta de religião para ser ensinada aos seus filhos. Com a ausência de livros religiosos e prédios de igrejas, os valores da sociedade foram baseados em supers-tições e costumes antigos como feudos sanguíneos e casamentos forçados.

Qual foi sua primeira ação assim que chegou? Cheguei a um país que, por 15 anos, esta-va desfrutando de completa liberdade reli-giosa. No início, essa liberdade e abertura geraram muita euforia. Todos queriam saber sobre Deus, sobre o ocidente e sobre o resto do mundo. As igrejas, inclusive as nossas, cresceram rapidamente.

O problema é que, com o fim do comunismo, a necessidade de ajuda material do país era tal que os primeiros visitantes estrangeiros tinham que se concentrar nos cuidados básicos. Por isso, o cristianismo foi apresentado princi-palmente em sua dimensão social. Desse modo, tornou-se impossível pregar sobre Jesus sem prometer vantagens materiais. Assim, os grupos evangélicos que haviam chegado fazia pouco tempo apelavam para as classes sociais menos favorecidas.

Todas as igrejas precisavam de membros. Havia também a necessidade de formar pastores locais, mas era difícil encontrar pessoas dispostas e qualificadas. Ao mesmo tempo, as cir-cunstâncias tão favoráveis contribuíram para a chegada de estrangeiros que nem sempre tinham a melhor formação ou motivação. O resultado foi que muitos albaneses educados e influentes despre-zaram o cristianismo como uma religião que tenta “comprar” as pessoas e ignora as verdadeiras razões de sua existência.

A resposta da Igreja Adventista foi diferente? Em alguns aspectos, sim, devido princi-palmente às suas normas teológicas ex-cepcionais. Desde o início, causou forte impressão, inclusive, nos funcionários do governo do mais alto escalão. Nossa igreja é conhecida por seu alto nível intelectual e tem atraído personalidades tanto políticas como sociais.

Outra força da igreja é a ADRA (Agência Adventista de Desenvolvi-mento e Recursos Assistenciais), que,

como primeira ONG (organização não governamental) presente na Albânia, tem sido cuidadosa na distinção entre ajuda prática e evangelismo.

Os adventistas na Albânia são tam-bém conhecidos pela coragem durante o tempo de perseguição.

Em que aspectos?Antes da instalação do comunismo, em 1944, um jovem albanês viajou para os Estados Unidos para estudar na Universidade Harvard. Lá, ele se tornou adventista e decidiu retornar ao seu país para proclamar as boas novas sobre Jesus, sabendo que teria de enfrentar dificuldades e perseguições. Ele se tornou um verdadeiro mártir. Até sua morte, como resultado de tortura, sua vida heróica na Albânia impressionou muitos de seus companheiros na prisão. Durante um tempo em que a maioria dos albaneses sonhava em ir para os Estados Unidos, ele se formou na Universidade de Harvard, deixou tudo e voltou para morrer por sua fé.

Outro exemplo muito conhecido é o de uma mulher adventista que guardou seu dízimo em uma caixa por mais de quatro décadas, esperando pelo dia em que pudesse entregar o santo dinheiro para o corpo de Cristo mundial.

Quer dizer que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é conhecida na Albânia?Bem, trezentos membros, cinco igrejas e uns poucos grupos, não é muito. Nossos pastores trabalham arduamente, mas ainda há muito que fazer. A Comissão da Missão Adventista e os membros de igreja têm trabalhado numa estratégia para desenvolver uma imagem atrativa de nossa igreja na sociedade albanesa.

Poderia explicar isso?Primeiro, tentamos criar um sentimen-to de apropriação entre os membros da igreja, para envolvê-los nos programas de testemunho. Depois, começamos a estabelecer contatos com autoridades, funcionários públicos, líderes religiosos e outras personalidades.

E o que dizer da abordagem de totali-dade defendida pelos adventistas?Esse tem sido um dos meus objetivos. Os albaneses estão pedindo cursos em

estilo de vida saudável e vida familiar; estão dispostos a gastar muito dinheiro com isso. Assim, considero a Albânia um país de oportunidades ilimitadas para o evangelismo da saúde e para instituições educacionais. Há uma gran-de necessidade de obreiros dedicados nessas duas áreas.

Meu sonho é dar aos albaneses adventistas a chance de desenvolver oportunidades de testemunhar em seu local de trabalho. Os albaneses não aceitam facilmente o conceito de que os missionários precisam receber dinheiro para pregar, mas respeitam os cidadãos com quem podem se relacionar no mes-mo nível. Esse é um aspecto importante para alcançar tanto os pós-modernos como os albaneses de cultura islâmica.

Ao olhar para trás, após três anos na Albânia, como o senhor analisa os resultados?Durante o primeiro ano, cortamos pela metade as despesas administrativas da Missão Albanesa e dobramos o orça-mento para o evangelismo. Meu esforço para motivar os membros da igreja e pastores a fazer evangelismo resultou em um acréscimo de 47% nos dízimos no primeiro ano e, em dois anos, a frequência à igreja triplicou.

E os batismos?Deus nos abençoou com um grande número de preciosas almas.

Qual é a sua visão de futuro?Membros arraigados e dedicados, árduo trabalho da equipe pastoral, contínuo esforço nas relações públicas e foco na saúde e educação que certamente aju-dará a tornar nossa igreja mais e mais forte até que a tarefa de compartilhar a mensagem do evangelho por toda a Albânia seja concluída. Contribuir para a realização do plano de Deus na Albânia é constante fonte de alegria, força e, certamente, uma motivação em minha nova função.

Claude Richli é editor associado da Adventist World.

Outubro 2009 | Adventist World 15

Page 16: Revista Adventist World - Outubro 2009

Se Deus quisesse, poderia ter criado um universo virtual, seguro, habitado por seres virtuais; poderia ter gasto a eternidade observando as vidas virtuais de Sua

criação virtual.Isso, porém, não aconteceu. Ao contrário, Deus criou um

universo real, de incrível complexidade, tendo total conheci-mento das possíveis consequências. Espaço, matéria e tempo foram trazidos à existência, juntamente (e mais surpreenden-te) com as criaturas vivas. O estudo sobre os propósitos de Deus ao criar o Universo é emocionante e gratificante, digno de contemplação por toda a eternidade. Contudo, algo fica em evidência: a manifestação do infinito amor levou a Divin-dade a compartilhar a felicidade e alegria da existência com os seres criados (Is 45:18).

Energia de uma Mente FantásticaO assunto da Criação exigiu tremenda liberação de ener-

gia de uma mente fantástica e engenhosa, que, até hoje, vai além da capacidade de compreensão humana.

Tudo que aconteceu no mundo físico, em seguida – a gravidade, a radiação eletromagnética, a eletricidade, as po-derosas forças entre as partículas subatômicas, as leis da física e da química, a formação de estrelas e planetas, a criação de organismos vivos – tudo resultou do modo como a energia foi compactada, estabilizada e acondicionada em cerca de cem diferentes tipos de núcleos atômicos.

É estimado que haja entre 1050 a 1080 átomos no universo observável. Se houvesse apenas átomos de hidrogênio (o elemento mais leve da natureza), teria sido necessário um mínimo de 3,6 x 1039 a 3,6 x 1069 de energia calórica para sua criação.1 (Em termos de comparação, o consumo de eletricidade total do mundo no ano de 2005 foi de 1,4 x 1019 calorias)

Toda matéria veio das mãos do Criador e também é um presente para Suas criaturas. Deus não é matéria.

O Criador, entretanto, conhece todos os aspectos de Sua criação, do nível microscópico ao subatômico. O Senhor sabe a localização e a função de cada um dos Seus 1080 átomos. Isso pode muito bem inferir a menção que Jesus fez sobre Deus ter ciência das mais ínfimas entidades do reino físico.

“Não se vendem dois pardais por uma moedinha?” disse Ele. “Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consenti-mento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados” (Mt 10:29, 30).*

Após criar bilhões de galáxias diferentes, cada uma com bilhões de estrelas e um grande número de planetas habita-dos, Deus decidiu trazer à existência uma nova classe de seres, criados à Sua imagem e semelhança (Gn 1:26, 27). Tal seme-lhança, como Ellen G. White sugere, foi externa e de caráter.2 Com essa característica, os seres humanos podiam servir como nova ligação entre o Criador e Suas outras criaturas.

O espaço para uma estrela (o Sol) e planetas foi determi-nado na galáxia denominada “Via Láctea”, onde cerca de 300 bilhões de estrelas já giravam no formato de um disco chato, com 100 mil anos luz de diâmetro. Se fizéssemos uma réplica circular da Via Láctea, com 128 quilômetros de diâmetro, o sistema solar da Terra ocuparia meros dois milímetros.

As obras de Deus são fantásticas e

incríveis

c e l e b r a n d o

A R T I G O D E C A PA

ac e l e b r a n d oc e l e b r a n d o

CrıaçãoCrıação Por George T. Javor

16 Adventist World | Outubro 2009

Page 17: Revista Adventist World - Outubro 2009

Nossos VizinhosNo centro do sistema solar, o Criador colocou essa gran-

de estrela a que chamamos Sol, formado de aproximada-mente 2 x 1027 toneladas de hidrogênio aquecido, submetido à fusão termonuclear do hélio. Esse processo resulta numa perda de 685 toneladas de matéria por segundo, liberando energia luminosa e emitindo partículas carregadas. (Para comparação, a explosão atômica de Hiroshima foi o resul-tado da destruição de apenas 1 grama de plutônio.) Com a taxa de queima atual, o Sol tem combustível suficiente para durar bilhões de anos.

Mais próximo ao Sol, Deus colocou quatro planetas “terrestres”: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, sendo a Terra o maior. Estes foram feitos, principalmente, de rocha de silicato. Os quatro planetas “exteriores”, muito maiores do que os terrestres, foram compostos principalmente de gases. Júpiter e Saturno foram formados principalmente de hidrogênio gelado e hélio, enquanto Netuno e Urânio foram formados de gelo, metano e amônia. Orbitando ao redor dos planetas externos, há cerca de 150 luas, sendo algumas quase do tama-nho dos planetas terrestres.

A soma da massa de todos os planetas e suas luas é menos de 1% da massa do Sol, que mantém todos esses corpos sob seu controle gravitacional.

Quando o relato bíblico sobre a criação da Terra é associa-do aos dados astronômicos atuais, emerge um cenário plausível em que o Criador trouxe à existência todo o sistema solar durante a semana da Criação (junto com a Terra, Sol e Lua). Sendo assim, pode-se supor que o que aconteceu aqui, durante a semana da Criação, foi apenas o primeiro passo para tornar todo o sistema solar habitável para os seres humanos.

O texto: “Assim foram concluídos os céus e a Terra, e tudo o que neles há” (Gn 2:1) refere-se provavelmente ao planeta Terra e suas imediações.

A atmosfera da Terra recém-criada devia ser bem diferente do que é hoje (veja Gn 2:5, 6). Talvez fosse subs-tancialmente mais rica em dióxido de carbono, para que o luxuoso verde que cobria o planeta antediluviano pudesse ser adequadamente mantido pela fotossíntese.

A superfície da Terra recém-criada era diversificada com suaves colinas e montanhas, cortadas por rios e lagos. Não havia penhascos, pântanos ou desertos. A paisagem de todos os lugares da Terra se equiparava aos jardins dos palácios mais sofisticadamente decorados.3

De Tirar o FôlegoO que aconteceu após a formação da Terra é algo de tirar

o fôlego. Usando principalmente elementos como hidrogênio, oxigênio, azoto, carbono, fósforo e enxofre, o Criador trouxe à existência estruturas de complexidade quase inimaginável, capazes de absorver energia solar ou outras formas de ener-gia; que podiam crescer, dividir-se, mover-se ao seu redor e sentir o habitat. Em resumo: criou os organismos vivos.

George T. Javor foi professor do Departamento de Bioquímica da Escola de Medicina da Universidade de Loma Linda até aposentar-se, em 2006. Atualmente mora em New Leipzig, Dakota do Norte, EUA.

N A S A / H U B B L E H E R I T A G E T E A M / M O D I F I C A D A D I G I T A L M E N T E

c e l e b r a n d oc e l e b r a n d o

CrıaçãoCrıação

Outubro 2009 | Adventist World 17

Page 18: Revista Adventist World - Outubro 2009

Para criar a menor unidade viva, a célula, foi necessária a construção de milhares de diferentes tipos de requintados e gigantes conglomerados de átomos dentro das macromolé-culas de proteína, ácidos nucleicos, polissacarídeos e lipídeos. Algumas dessas formações foram utilizadas como elementos estruturais, outras se tornaram máquinas especializadas, facilitando reações químicas específicas.

O fenômeno da vida é o resultado de uma rede de centenas ou de até milhares de reações químicas dentro das células. A alteração química é o rearranjo de grupos específicos de átomos (moléculas) em novos grupos. Reações em cadeia de transforma-ções químicas ocorrem continuamente nas células vivas. Isso é o que distingue a matéria viva das inertes, ou seres inanimados.

Embora os cientistas sejam capazes de produzir algumas das macromoléculas indispensáveis à matéria viva, são inca-pazes de iniciar ou reiniciar as centenas de reações em cadeia, isoladas ou contínuas, que acontecem em cada célula. Esse fenômeno biológico é uma prova irrefutável de que a vida foi criada e nunca poderia começar espontaneamente.4 As reações bioquímicas em cadeia, iniciadas em todas as células de cada organismo na Criação, continuam ininterruptas ao longo de centenas de gerações até os dias de hoje. Os biólogos identificaram essa lei declarando que “vida só vem da vida”.

O Senhor criou dois reinos de organismos vivos. Algumas criaturas foram dotadas de um sistema nervoso, dando-lhes mobilidade e memória, permitindo-lhes sentir o seu habitat através da visão, som e toque. Além dos humanos, o Criador trouxe à existência inúmeros tipos de criaturas (animais grandes, pássaros, peixes, insetos, etc.).

A segunda categoria de criaturas recém-criadas foi a bio-robótica – isto é, sem um sistema nervoso e sem percepção da

própria existência. Tais organismos servem como receptores de energia solar, alimento, material de construção e “deco-ração”. Eles também servem como elementos integrantes da biosfera e incluem plantas, flores, árvores e microorganismos.

InterdependênciaTodos os organismos vivos na Terra pertencem a uma

biosfera integrada. A relação entre os organismos pode ser mais bem caracterizada como de suporte mútuo. Nenhuma das criaturas foi projetada para viver independentemente. Para as plantas crescerem, precisam capturar o nitrogênio em estado gasoso do ar, auxiliado pelo nitrogênio, fixando os micro-organismos vivos em suas raízes.

A abundante energia solar que banha a Terra é capturada pelas plantas e algas, por meio da fotossíntese. As plantas usam a energia solar para produzir carboidrato proveniente do dióxido de carbono do ar e da água. Essa interdependência entre os organismos é ilustrada na figura ao lado.

O Jardim do Éden deveria ser um modelo a ser imitado pelas gerações que iriam povoar a Terra. Em lugar de cidades, a maior parte da porção habitável do planeta deveria ser coberta por jardins, onde a natureza falaria continuamente à humanidade sobre a sabedoria e amor de Deus.5

No centro do Éden, havia uma árvore muito especial, cujos frutos eram necessários para que a raça humana continuasse a existir. Nenhum organismo foi criado imortal (embora os micro-organismos se aproximem disso). Os seres humanos deveriam se alimentar ocasionalmente com o fruto da árvore da vida para manter a vida. A Bíblia não revela como os animais, peixes, pássaros e insetos se preveniam contra a morte.

A engenhosidade, desenvoltura e pura elegância do funcionamento do mundo vivo é tal que o descrevê-lo está além da capacidade humana.

A engenhosidade, desenvoltura e pura elegância do funcionamento do mundo vivo é tal que o descrevê-lo está além da capacidade humana.

18 Adventist World | Outubro 2009

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Experiências realizadas com cultura de tecido indicam que células saudáveis, humanas e de animais, são capazes de se dividir apenas um determinado número de vezes. O número máximo de divisões de uma célula humana é o equivalente a aproximadamente 120 anos de vida. A razão para que o número de divisão celular seja finito está no encurtamento das extremidades dos cromossomos, chamada região telomérica, depois de cada divisão.

Curiosamente, temos uma enzima chamada telomerase, que pode restaurar os telômeros para seu tamanho original. Infelizmente, essa enzima torna-se inativa pouco depois do nascimento. Apenas as células cancerígenas, que possuem a capacidade de divisão ilimitada, contêm a enzima telomerase ativa. A telomerase ativa não causa câncer, mas permite que o aparato genético corrompido da célula afetada seja repro-duzido.

Os micro-organismos contêm cromossomos circulares e suas divisões celulares não provocam nenhum encurtamento do material genético. Teoricamente podem se dividir um infinito número de vezes. Mas quando uma célula se divide em duas células filhas, estritamente falando, ao transformar-se na prole, a existência da célula-mãe acaba ali. A possível ação biológica do fruto da árvore da vida poderia ter sido a manutenção da atividade da telomerase indefinidamente nos adultos. A longevidade dos antediluvianos pode ter sido, em grande medida, devido a uma atividade residual da telomerase herdada de Adão e Eva.

Uma lógica molecular semelhante acontece em incon-táveis milhares de diferentes tipos de organismos vivos, contendo, no entanto, diferenças suficientes para preservar

suas identidades individuais. Isso resulta da natureza estrei-tamente integrada da biosfera, como ilustrado na figura.

Se fosse possível catalogar o número de invenções patenteáveis necessárias para a criação de nossa biosfera, excederia, em muitas ordens de grandeza, o número de todas as invenções já patenteadas em todas as agências de patentes do mundo.

A engenhosidade, desenvoltura e pura elegância do funcionamento do mundo vivo é tal que o descrevê-lo está além da capacidade humana.

Sua contemplação força o espectador a colocar a mão sobre a boca (Jó 40:4), pois qualquer coisa que possa ser dita seria indigna e resultaria em banalização desse importante assunto. Silêncio aqui é eloquência.6

É possível duvidar da bondade, amor e sabedoria do Ser responsável por tal criação vasta, magnificente e “muito boa”? A resposta só pode ser um sonoro NÃO!

Unimo-nos ao salmista quando diz: “Como são grandes as Tuas obras, Senhor, como são profundos os Teus propósitos!”(Sl 92:5).

“Senhor meu Deus! Quantas maravilhas tens feito! Não se pode relatar os planos que preparaste para nós! Eu queria proclamá-los e anunciá-los, mas são por demais numerosos!” (Sl 40:5).

*Todas as referências bíblicas são da Nova Versão Internacional.

1 3.6 x 1039 é uma abreviação científica de 36 seguido de 38 zeros: 3.600.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.Igualmente, 3.6 x 1069 é 36 seguido de 69 zeros.2 Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 45.3 Ibid., p. 44.4 G. Javor, Evidences for Creation (Hagerstown, Md.: Review and Herald, 2005).5 Ellen G. White, Educação, p. 22.6 Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 179, 180.

Organısmos na

BiosferaMicro-organismos

Plantas

Humanos, animais

Nitrogênio do ar

Nitrato, amônia Dióxido de carbono

Dióxido de carbono

Luz solar

Oxigênio, alimento

Oxigênio, alimento, vitaminas

Vitaminas

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Interdependência dos

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De tempos em tempos, a im-prensa popular divulga que uma taça de vinho diariamen-

te ajuda na prevenção de doenças. Para muitas pessoas, isso confirma a crença comum de que a Bíblia aprova o uso moderado de bebidas alcoólicas. Não entendem por que os adventistitas do sétimo dia são totalmente contra o seu uso. Escrevo para explicar o porquê, tanto da perspectiva bíblica como da saúde.

referências como a de Números 18:12: “Todo o melhor do azeite, do mosto e dos cereais, as suas primícias que derem ao Senhor, dei-as a ti.” Geralmente os comentários positivos sobre o vinho referem-se à abundância dos alimentos produzidos na Palestina – óleo de oliva, grãos e vinho (Dt 7:13; Jr 31:12).

Mesmo assim, os comentários negativos persistem: “O vinho é escar-necedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não

Por que Por Tom Shepherd

N Ú M E R O 2 2AlcoólicaNão Bebo Bebida

continua falando: “Tu, porém, guardaste o bom vinho até agora.”1

Esse “dito popular” é visto por muitos como um comentário astuto de alguém sob o efeito entorpecente do álcool. Quando as pessoas começam a beber, têm condições de perceber a qua-lidade do vinho. Porém, após ficarem bêbadas, tudo parece igual; assim, para que gastar o bom vinho com quem já está bêbado?2

Entretanto, omitem o elemen-to-chave do texto e interpretam erroneamente o significado da comida e da bebida num ambiente festivo. O elemento-chave ignorado é o fato de que o mestre-sala da festa ainda podia perceber a diferença entre o bom vinho e o inferior. Obviamente, ele não estava bêbado e era também óbvio que havia bebido o vinho servido anteriormente, de modo que percebeu a diferença. O significado de comida e bebida numa

O Vinho e a Cerveja no Antigo Testamento

Vários termos hebraicos e gregos que se referem ao vinho e à cerveja são usados nas Escrituras. Fazem-se comen-tários, tanto positivos como negativos, sobre essas bebidas. Grande parte das referências sobre o vinho no Gênesis fala sobre eventos negativos – Noé fica bêbado em Gênesis 9, as duas filhas de Ló praticam incesto com seu pai após embriagá-lo com vinho (Gn 19) e Jacó engana Isaque com comida e vinho (Gn 27). Entretanto, podem-se encontrar

é sábio” (Pv 20:1). Provérbios 23:29-35 descreve as desgraças causadas pelo alcoolismo.

O Que Dizer de Jesus em Relação ao Vinho?

Alguns podem responder que isso é aplicável apenas nos casos de abuso do álcool. Jesus não produziu uma abundância de vinho no casamento de Caná?(João 2). Realmente, Ele fez cerca de 600 litros de vinho (do grego oinos) para a festa. Entretanto, como muitas referências positivas sobre o vinho no Antigo Testamento, a referência a oinos está num contexto em que descreve um evento festivo em que a abundância de comida e bebida é o ponto alto dessa alegre ocasião. Além disso, note que as palavras do mestre-sala soam como um provérbio: “Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já be-beram fartamente, servem o inferior.” E

Tom Shepherd, Ph.D., Dr.P.H., é professor de interpretação do Novo Testamento no

Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia na Universidade Andrews.

R E N E A L E A T H E R S / M A X W E L L D E A R A Ú J O R O D R I G U E S / J E A N S C H E I J E N / M O D I F I C A D A D I G I T A L M E N T E

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

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festa é que a abundância fazia parte da alegria. Intimamente ligado a isso, estava a tradicional e profunda ênfase na hospitalidade. Em tal cenário de normas sociais, servir o “bom vinho” aos convidados no início da festa seria uma forma de honrá-los.

Além disso, há ocasiões na literatura grega onde oinos é claramente de nature-za não alcoólica, sendo razoável crer que, nesse contexto, esse foi exatamente o tipo de bebida providenciado por Jesus.3

Abstinência é um Imperativo Moral?

Alguns podem admitir que, após essa explicação, pode-se apoiar o valor de uma vida sem bebidas alcoólicas. Mas isso é um imperativo moral? Várias linhas de evidências sugerem que sim. Primeiro, as estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram as pesadas perdas provocadas pelo álcool.4 Elas representam cerca de 1,8 milhões de mortes, por ano, em todo o mundo (3,2% do total de mortes) e 58,3 milhões de anos de vida, incluindo incapacidades (4,0 por cento do total).

O álcool é responsável também, em todo o mundo, por 20 a 30% das mortes por câncer de esôfago, câncer de fígado, cirrose hepática, homicídio, epilepsia e acidentes automobilísticos. Seu con-sumo está aumentando nos países em desenvolvimento, com quase nenhuma infra-estrutura para prevenção e tra-tamento dos problemas associados aos efeitos do álcool. Se não for por outra razão, além da preocupação que deve-mos ter com o nosso semelhante, temos a responsabilidade de pregar e ensinar total abstinência do álcool.

Estar Prontos para o Retorno de Jesus

Há uma razão ainda mais impor-tante que apoia a total abstinência. É o breve retorno de Jesus Cristo! O Novo Testamento está repleto de advertências para permanecermos sóbrios à luz do breve retorno do Senhor (Lc 21:34-36; 1Pe 1:13). A esse conceito dou o nome

de temperança escatológica. Em contras-te, o álcool adormece a mente! Seu uso conflita com as instruções de Jesus para permanecermos alerta todo o tempo.

Às vezes, as pessoas perguntam se esse ou aquele mandamento ainda se aplica a nós hoje. Com frequência, questionam se ainda é válido. Rara-mente consideram a possibilidade de que alguns mandamentos podem ser aplicados muito mais a nossos dias do que ao passado. Creio que é o caso da abstinência do álcool. No antigo mundo mediterrâneo, as bebidas alcoólicas já existiam, mas não eram disponíveis em abundância para a maioria do povo. Além disso, seu teor alcoólico não era maior que 10 a 15%, no caso do vinho (apenas 4 a 6% na cerveja), e o vinho, geralmente, era diluído em até três par-tes de água para uso normal.5 A situação é completamente diferente no mundo de hoje, no qual o álcool é muito mais facilmente acessível e em concentrações muito mais altas nas bebidas destiladas

Somos chamados para ser um povo piedoso, que pensa, sente e age de acordo com os princípios do Céu. Para que o Espírito recrie em nós o caráter de nosso Senhor, só nos envolvemos naquelas coisas que produzem em nossa vida pureza, saúde e alegria semelhantes às de Cristo. Isso significa que nossas diversões e entretenimentos devem corresponder aos mais altos padrões do gosto e beleza cristãos. Embora reconheçamos diferenças culturais, nosso vestuário deve ser simples, modesto e de bom gosto, apropriado àqueles cuja verdadeira beleza não consiste no adorno exterior, mas no ornamento imperecível de um espírito manso e tranquilo. Significa também que, sendo o nosso corpo o templo do Espírito Santo, devemos cuidar dele inteligentemente. Junto com adequado exercício e repouso, devemos adotar a alimentação mais saudável possível e abster-nos dos alimentos imundos identificados nas Escrituras. Visto que as bebidas alcoólicas, o fumo e o uso irresponsável de medicamentos e narcóticos são prejudiciais ao nosso corpo, também devemos abster-nos dessas coisas. Em vez disso, devemos empenhar-nos em tudo que submeta nossos pensamentos e nosso corpo à disciplina de Cristo, o qual deseja nossa integridade, alegria e bem-estar. (Rm 12:1, 2; 1Jo 2:6; Ef 5:1-21; Fl 4:8; 2Co 10:5; 6:14–7:1; 1Pe 3:1-4; 1Co 6:19, 20; 10:31; Lv 11:1-47; 3Jo 2.)

(comumente 40 a 60%). As estatísticas da OMS mostram uma triste história de desgraças causadas pelo álcool e como sua sombra está se espalhando ao redor do globo.

Sou um adventista do sétimo dia e aguardo a vinda de Jesus! À luz desse grande evento, creio que devo manter minha mente e corpo prontos e alerta para agir o tempo todo. Creio que tenho a responsabilidade de ajudar meu próximo a se preparar para o retorno do nosso Senhor e que um estilo de vida saudável é coerente com as Escri-turas e um dever do cristão. É por isso que não uso bebida alcoólica.

1 João 2:10.2 O verbo grego é methusko, que significa “ficar bêbado” ou “beber à vontade”.3 Veja Aristóteles, Meteorologica 384.a.4-5 e 388.b.9-13 para o uso genérico do termo oinos.4 Estatísticas do Web site da Organização Mundial de Saúde, www.who.int/substance_abuse/facts/alcohol/en/index.html.5 “Vinho sem mistura” de Apocalipse 14:10 seria o vinho sem a adição de água. Na dramática advertência de Apocalipse 14, a ira de Deus é revelada, sem misturar-se à misericórdia. Para referências sobre a diluição do vinho, veja David E. Aune, Revelation 6-16, Word Biblical Commentary, vol. 52b (Nashville: Thomas Nelson, 1998), p. 833.

c r i s t ãConduta

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E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Deus Compreende Diferentes Grupos de Pessoas

Desde o início dessas reuniões, senti-me fortemente inclinada a abordar assuntos do amor e da fé. E procedo assim porque vocês necessitam desse testemunho. Alguns dos que foram trabalhar nesses territórios missionários dizem: “A senhora não compreende o povo francês; não compreende os alemães. Eles precisam ser tratados dessa ou daquela maneira.”

Mas pergunto: Será que Deus não os entenderá? Não é Ele que a Seus servos dá uma mensagem destinada às pessoas? Ele sabe exatamente aquilo de que necessitam; e se a mensagem vem diretamente dEle, por intermédio de Seus servos para o povo, ela cumprirá a obra que lhe foi designada; todos serão unificados em Cristo. Embora alguns sejam arraigadamente franceses, outros entranhadamente alemães e outros profundamente americanos, todos chegarão a ser identicamente semelhantes a Cristo.

Unidade na DiversidadeO templo israelita foi construído de

pedras lavradas e extraídas das monta-nhas; e cada pedra era preparada para seu respectivo lugar no templo, lavrada, polida e provada antes de ser transpor-tada para Jerusalém. E quando todas estavam no terreno, a edificação foi erguida sem que houvesse ruído de um único machado ou martelo. Essa cons-trução representa o templo espiritual de Deus, composto de material trazido de todas as nações, línguas, povos e classes sociais, elevadas e humildes, ricos e po-bres, sábios e iletrados. Não se trata de substâncias inertes que devem ser traba-lhadas com martelo e cinzel. São pedras vivas, tiradas da pedreira do mundo por meio da verdade, e o grande Arquiteto principal, o Senhor do templo, as está agora lavrando, polindo e preparando para seu respectivo lugar no templo espiritual. Uma vez terminado, esse templo será perfeito em todas as suas partes e causará a admiração dos anjos e dos homens; porque o seu arquiteto e construtor é Deus.

Naçõesr e i n oEntre as

Se alguém tem sede, venha a Mim e beba.” “Aquele, porém, que beber

da água que Eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que Eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eternal”(Jo 7:37; 4:14).

Se, apesar dessas promessas, preferir-mos permanecer abrasados e ressecados por falta da água viva, a culpa será tão somente nossa. Se formos a Cristo com a simplicidade da criança que se dirige aos pais terrestres, e Lhe pedirmos as coisas que nos prometeu, crendo que as receberemos, nós as teremos. Se todos exercêssemos fé como deveríamos, sería-mos abençoados com o Espírito de Deus em medida muito maior do que a por nós recebida em nossas reuniões. Alegra-me que ainda nos restam alguns dias para o término dessas reuniões. Porque esta é a pergunta que surge: Iremos nós à fonte para beber? Darão o exemplo os que ensinam a Verdade? Deus por nós fará grandes coisas se, com fé, nos ape-garmos à Sua Palavra. Que possamos ver aqui todos os corações se humilhando perante Deus!

Por Ellen G. White

Unidade, apesar das diferenças de

nacionalidade e raça e o

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Ninguém pense que não tem neces-sidade de correção alguma. Não existe pessoa nem nação que seja perfeita em todos os seus costumes e pensamentos. Uma precisa aprender da outra. Por isso, Deus quer que as diversas naciona-lidades se coordenem para chegar a ser um só povo em sua visão e propósitos. Desse modo, será exemplificada a união que há em Cristo.

Eu estava quase com medo de vir a esse país pelo muito que ouvira das peculiaridades das diferentes naciona-lidades europeias e dos meios a serem empregados para alcançá-los. Mas a sabedoria divina é prometida aos que dela sentem necessidade e a pedem. Deus pode levar as pessoas aonde hão de receber a verdade. Permitamos que o Senhor Se aposse de nossa mente e a molde, assim como o barro é moldado pelas mãos do oleiro, e essas diferenças deixarão de existir.

Irmãos, contemplem Jesus: imi-tem-Lhe as maneiras e o espírito, e não terão dificuldade alguma para alcançar esses diferentes tipos de

pessoas. Não temos seis modelos para copiar, nem cinco, temos apenas um: Jesus Cristo. Se os irmãos italianos, franceses e alemães tentarem ser iguais a Ele, colocarão os pés sobre o mesmo fundamento da verdade; o mesmo espírito que anima um, animará o outro – Cristo neles, a esperança da glória. Eu os exorto, irmãos e irmãs, a não erguer um muro de separação entre as diferentes nacionalidades. Ao contrário, tratem de derribá-lo, onde existir. Devemos esforçar-nos por levar todos à harmonia que há em Jesus, trabalhando em prol do objetivo único – a salvação dos nossos semelhantes.

Deixem Deus TrabalharIrão meus irmãos no ministério

apossar-se das ricas promessas de Deus? Porão de parte o eu e deixarão que Jesus apareça? Antes que Deus possa atuar por meio de vocês, o eu precisa morrer. Fico alarmada ao ver o eu manifestar-se num e noutro, aqui e ali. Em nome de Jesus de Nazaré, eu lhes declaro que a vontade de vocês

tem de morrer; ela deve se transformar na vontade de Deus. Ele lhes quer depurar e purificar de toda mácula. Existe uma grande obra para ser feita em favor de vocês antes de serem revestidos do poder de Deus. Rogo-lhes que se aproximem dEle, a fim de reconhecer Suas ricas bênçãos, antes de findar esta reunião.

Há aqui pessoas sobre quem bri-lhou muita luz na forma de advertên-cias e repreensões. Sempre que surgem repreensões, o inimigo tenta criar nos repreendidos o desejo de simpatia hu-mana. Eu quisera, portanto, advertir-los para terem cuidado; não aconteça que, ao apelarem para a simpatia alheia e rememorarem suas provas passadas, repitam o erro da exaltação própria. O Senhor conduz repetidas vezes ao mes-mo lugar os Seus filhos extraviados; mas se continuamente deixarem de escutar as advertências de Seu Espírito, e não resolverem todos os seus erros, Ele os deixará, por fim, entregues à própria fraqueza....

Cada qual tem uma luta intensa para vencer o pecado no próprio coração. Às vezes, essa obra é muito penosa e desanimadora; pois, ao vermos nossos defeitos de caráter, passamos a considerá-los, em vez de olhar para Jesus e revestir-nos das vestes de Sua justiça....

Irmãos e irmãs, como coobreiros de Deus, apoiemo-nos com firmeza no braço do Todo-poderoso. Esforcemo-nos por abraçar a união e o amor, e seremos uma potência no mundo.

Esse artigo foi extraído do nono volume dos Testemunhos para a Igreja (pp 179-183) e foi originalmente apresentado no Concílio da União Europeia, em Basel, Suíça, no dia 24 de setembro de 1885. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

r e i n o“ Embora alguns sejam arraigadamente

franceses, outros entranhadamente

alemães e outros profundamente

americanos, todos chegarão a ser

identicamente semelhantes a Cristo.”

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S E R V I Ç O

Das ilhas banhadas de sol até o interior selvagem e arenoso da Austrália, a Divisão do Sul do Pacífico é uma maravilhosa região do mundo. Mais de 400

mil adventistas vivem em seu território. A proporção é de um adventista para cada 86 pessoas. À primeira vista, pode Parecer que a igreja está indo muito bem; contudo, mais de 34 milhões de pessoas ainda precisam ser alcançadas pela mensagem adventista de esperança – pessoas que necessitam saber que Jesus as ama.

Força AéreaA última vez que as ofertas do décimo terceiro sábado

beneficiaram a Divisão do Sul do Pacífico, foi em 2006. Essa oferta quebrou um recorde como a maior oferta na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Muitos adventistas souberam de Papua-Nova Guiné por meio do filme de Eric Were, Cry of New Guinea (O Clamor da Nova Guiné). O missionário Len Barnard seguiu, durante quarenta dias, por trilhas difíceis no meio das montanhas, selvas quentes e úmidas, rios impetuosos, até a região montanhosa onde encontrou os canibais de karimui. Ali, ajudou a tratar dos doentes e, mais importante, os ensinou sobre Jesus. Hoje, os frutos do seu trabalho podem ser vistos na vida dos mais de 235 mil adventistas que vivem em Papua-Nova Guiné.

Atualmente, a mesma viagem feita pelos missionários pioneiros pode ser realizada em cerca de trinta minutos pelo novo avião da Missão. A base desse avião está em Goroka, no hangar do Serviço de Aviação Adventista. Roger Millist está no seu segundo período de trabalho como piloto missionário. Ele retornou a Goroka em 2005 e transformou o serviço de aviação da Missão numa operação de alto nível. O avião de Millst transporta os missionários locais que vivem e

trabalham entre as pequenas aldeias que pontilham as monta-nhas ao redor de Goroka. Esses missionários dedicam pelo me-nos um ano de sua vida para falar do amor e perdão de Jesus.

O avião também é usado para transportar professores, líderes da igreja e profissionais de saúde para os vilarejos e comunidades espalhados pelas ilhas de Papua-Nova Guiné.

O avião da Missão destaca-se ao voar em torno dessas aldeias, nas montanhas. Poucos aviões podem aterrisar e decolar de uma pista de voo com apenas algumas centenas de metros de comprimento. Além do fato de que algumas pistas têm inclinação de cerca de 14 graus, é fácil descobrir por que nem todos têm a habilidade de realizar esse perigoso trabalho.

O avião da Missão – um PAC XL – tem capacidade de transportar grandes quantidades de carga e doze pessoas por viagem. Transporta telhado para as novas igrejas em constru-ção no meio da selva, assim como a produção da população local, que é transportada para as cidades grandes, a fim de ser vendida e fornecer meios para o sustento dessas pessoas que vivem em aldeias remotas. Para transportar essa carga, é cobrada uma pequena taxa, que ajuda a cobrir os custos que o Serviço de Aviação Adventista tem para transportar missioná-rios e materiais por toda a ilha.

A aviação adventista está cumprindo o chamado para levar o evangelho aos confins da Terra.

“A aquisição dessa nova aeronave com turbinas foi muito importante para nós”, diz Millist. “Nossos níveis de segurança e desempenho, tanto dos pilotos como dos passageiros, aumentaram significativamente. Recebo e-mails, quase diariamente, de pessoas dizendo: ‘Oramos por você, todos os dias.” Trabalhamos numa área de muitos desafios e é muito bom saber que há pessoas, membros da igreja de todo o mundo, assim como os membros da igreja daqui da Divisão do Sul do Pacífico, que têm apoiado a nós e aos membros de Papua-Nova Guiné, todos unidos com a aviação adventista.… Sabemos que não estamos sozinhos em nosso trabalho.“

Mudando um Colégio

A oferta do décimo terceiro sábado de 2006 também ajudou a construir uma capela no Colégio Fulton, na ilha Fiji. A escola tem mais de 200 alunos de teologia, artes e administração.

Os desafios no Sul do Pacífico fazem o evangelho avançar

Por Daniel Weber

Daniel Weber é produtor de vídeo para a sede da Missão Adventista.

MissãoparaMuıtos

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Serve como centro de treinamento para a União/Missão Transpacífico, que tem mais de 93 mil membros e está locali-zada em local pitoresco, no nordeste de Fiji. Foi fundada no início dos anos 1940 e forma jovens adventistas para servir à Igreja, não apenas do Sul do Pacifico, mas em todo o mundo.

Nemani Tausere, ex-diretor do Colégio Fulton, fala sobre a influência da escola: “A contribuição que os formandos e outros que simplesmente passaram por Fulton prestam à comunidade, ao gover-no e à igreja durante os anos de estudo, é significativa.”

O colégio está localizado perto da capital, Suva. Recentemente, a Suprema Corte da nação, em Suva, decretou que a propriedade da escola retornasse aos seus proprietários originais.

Respondendo à decisão da corte, a Divisão do Sul do Pacífico usará uma parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre para começar a mudança para um novo local. Encontraram uma linda área próxima à cidade de Nadi (Nandi), onde está localizado o aeroporto internacional. A mudança da escola para o novo endereço facilitará o acesso dos estudantes internacionais. Até agora, eles tinham que via-jar mais de doze horas de ônibus para chegar ao lugar atual. A nova propriedade está a quinze minutos de carro do aeropor-to, sendo muito mais conveniente para os alunos e visitantes. A área é denominada Sabeta (Sembeto) e é servida por estra-das, serviço de ônibus, clínicas médicas, correio e telefone. Waisea Vuniwa, presidente da União/Missão Transpacífico, garantiu, com os proprietários, um arrendamento renovável de 99 anos, e eles estão satisfeitos por ter uma escola cristã em sua propriedade.

Vuniwa descreve o papel que a nova escola desempenhará no âmbito da missão da Igreja: “Formaremos jovens que sairão para servir à comunidade e levar as pessoas a conhecer melhor o Senhor Jesus Cristo. Esse lugar também vai se trans-formar num centro evangelístico”, diz ele, “onde as pessoas não alcançadas de nossa comunidade serão alcançadas.”

Evangelho Portátil A Igreja Adventista do Sétimo Dia experimentou expressi-

vo crescimento entre a população das ilhas do Sul do Pacífico. Ali, pequenos grupos se reúnem, em cabanas dentro da selva, até que possam construir novas igrejas. Uma das maiores necessidades nessas áreas de crescimento rápido é de material para ensinar as crianças pequenas que vão, com os pais, à igreja todas as semanas. Parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre também preverá Rolos de Figuras para as Escolas Sabatinas das ilhas. Essas ferramentas ajudarão a formar uma nova geração para comprir a missão da igreja no Sul do Pacífico.

Por muitos anos, os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia têm ajudado a manter o trabalho nos campos missionários do Sul do Pacífico que, hoje, é um dos maiores provedores de missionários para o resto do mundo. Contudo, há ainda muito trabalho a fazer, muitas pessoas para serem evangelizados.

Muito obrigado por suas orações e apoio às missões adventistas. Suas ofertas ajudarão a formar jovens para minis-trar aos que vivem nas ilhas do Sul do Pacífico. Elas também ajudarão a educar crianças que estão aprendendo de um Deus que as ama e quer levá-las para o Céu.

Para saber sobre a missão adventista, visite: www. AdventistMission.org.

Direita: NOVO CAMPUS: Colégio Fulton, assim chamado em honra ao missionário adventista pioneiro John Edwin Fulton, brevemente

será transferido para um local mais conveniente, em Fiji.Abaixo: OBSERVE: Rolos de Figuras facilitam a pregação

do evangelho em lugares remotos.

F O T O S C E D I D A S P E L A M I S S Ã O A D V E N T I S T A Outubro 2009 | Adventist World 25

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P E R G U N TA : O que Paulo quis dizer quando escreveu: “a mulher será salva dando à luz filhos” (1Tm 2:15, NVI)?

Como costumo dizer, algumas passagens se prestam a diferentes interpretações. Nesses casos, temos que analisar o contexto imediato, bem como o contexto

geral bíblico e oferecer aquilo que consideramos a melhor opção, sem ser dogmático. Parto do princípio de que o que perturba nesse texto é o fato de sugerir que a salvação não é pela fé, e que revela uma visão restritiva das mulheres (por exemplo, seu lugar é em casa criando as crianças).

1. Comentando a Ter-minologia: Note esses três termos. O primeiro é o ver-bo “salvar” (no grego, sozo), usado nas Epístolas Pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito), para se referir à salvação espi-ritual concedida por Deus por meio de Jesus (e.g., 1Tm 1:15; 2:4; 2 Tm 1:9). Essa sal-vação sempre é recebida pela fé. O segundo termo é a pre-posição “através” (do grego, dia). Tem-se a impressão de que ela introduz um signifi-cado para a salvação como, por exemplo, em 1 Coríntios 15:2. O terceiro termo é o substantivo “gravidez” (do grego teknogonia), cuja for-ma verbal significa “dar à luz filhos”, estando implícita a dor que acompanha o fato (1Tm 5:14).

2. Variedade de Interpretações: Essas palavras são inter-pretadas de maneiras diferentes. O verbo “salvar” é usado por alguns com o significado de “manter seguro/preservar”, no sentido de que a vida da mulher será preservada durante o nascimento da criança. Isso dificilmente é defendido, uma vez que muitas mulheres cristãs morreram ao dar à luz.

Outros introduzem ideias não encontradas no texto. O substantivo “gravidez” tem sido usado para designar o nascimento do Messias. As mulheres serão salvas por meio do nascimento do Filho prometido a Eva. Isso, porém, embora possível, vai muito além do texto.

Muitos retêm a leitura tradicional (“a mulher será salva dando à luz filhos”), mas interpretam o advérbio “através” de maneiras diferentes. Uma delas é que a mulher é salva, “apesar de dar à luz com dores” (i.e., é a circunstância que acompanha a salvação, não o motivo), ou que elas serão salvas pela virtude de cumprir seu papel de mãe.

3. Cosiderações Contextuais: Em 1 Timóteo 2:11-14, Paulo instrui as mulheres em relação à atitude apropriada durante a instrução na igreja. Esse processo de aprendizado não deveria apresentar dissensões e sim submissão ao pro-fessor. Esse conselho era necessário porque falsos mestres usavam as mulheres para promover seus ensinos. Paulo queria que as mulheres aprendessem e não agissem inde-pendentemente dos outros. Ele ilustra essa situação usando a experiência de Adão e Eva. Eva agiu independentemente de Adão em sua busca por conhecimento; como resultado, caiu em pecado e tornou-se instrumento do inimigo. Paulo não queria que isso acontecesse na igreja. Queria que as mulheres experimentassem a salvação e a preservassem.

4. Interpretação Su-gestiva: Por que o fato de dar à luz é mencionado e a que se refere? Primeiro, note que o sujeito do verbo está no singular: “a mulher será salva”. No contexto, a referência é para Eva como a representante dos membros femininos da igreja. Segun-do, dar à luz parece aludir à experiência de Eva após a queda. O Senhor disse a ela que “em meio de dores darás à luz filhos”(Gn 3:16). Essa era uma das consequências da sua queda. Observa-se também que falsos pro-fessores desencorajavam o casamento e a procriação, e

Paulo parece opor-se a eles(cf. 1Tm 4:3). Terceiro, se essa lei-tura do texto for correta, é melhor assumir que o significado do advérbio “através” seja “apesar”, descrevendo as circuns-tâncias sob as quais a salvação é realizada (cf. 1Co 3:15). A mulher será salva, apesar de continuar a experimentar dor ao dar à luz – que é uma lembrança do seu pecado. O fato de que a salvação não é pelo ato de dar à luz é indicado pelo uso do tempo passivo do verbo (“a mulher será salva”), implicando que Deus é quem salva (o sujeito implícito da ação). Quarto, a última parte do verso declara que “elas” serão salvas “se permanecerem [perseverarem] na fé, no amor e na santidade, com bom senso” (1Tm 2:15, NVI).

A salvação requer perseverança, não gravidez. A memória de nossas falhas não deve perturbar nossa certeza da salvação, mas deve nos motivar à fé, amor e santidade.

Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral.

Dar à Luz Filhos?por

PorAngel Manuel Rodríguez

Salvação

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

26 Adventist World | Outubro 2009

Page 27: Revista Adventist World - Outubro 2009

O livro do Apocalipse, na Bíblia, descreve a batalha milenar entre Cristo e Satanás. O inimigo desafiou o caráter de Deus ao declarar que Deus é injusto. A vida, morte e ressurreição de Jesus derrubaram as acusações de Satanás. A vida de amor de Cristo, Sua perfeita obediência, morte sacrifical e gloriosa ressurreição revelam um Deus que nos ama supremamente. O Apocalipse descreve a igreja do tempo do fim como um corpo de crentes totalmente comprometido com Cristo, refletindo Seu amor para com os que estão ao redor, enquanto esperam pelo Seu retorno.

1. O que Jesus disse sobre conhecer a verdade? Leia os textos abaixo e resuma os ensinos de Jesus sobre o assunto na linha em branco. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32).“Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se Eu falo por Mim mesmo” (Jo 7:17).“Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” (Jo 17:17).

Conhecer a verdade é:

2. Que duas palavras de ação refletem a comissão que Deus deu à Sua igreja do tempo do fim?“Então, me disseram: É necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11).“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6).

As duas palavras são de ação e são elas: e .

A igreja de Deus, no tempo do fim, será um movimento mundial com uma paixão para compartilhar o evangelho eterno.

3. Em que grande evento a igreja de Deus do tempo do fim estará concentrada?“Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a Filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para Aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a Tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu!” (Ap 14:14, 15).“O inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos” (Mt 13:39).

O objetivo da igreja de Deus no tempo do fim é: .

4. Por que o inimigo está irado contra o povo de Deus no tempo do fim?“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17).

Satanás está irado contra a igreja de Deus no tempo do fim porque ela:

a. Guarda os de

b. E tem o de

Por Mark A. Finley

n o a p o c a l i p s eA Igreja do Tempo do Fim

E S T U D O B Í B L I C O

Outubro 2009 | Adventist World 27

Page 28: Revista Adventist World - Outubro 2009

Deus sempre teve um povo que guardou os Seus mandamentos e que foi leal a Ele. No tempo do fim, Seu povo fiel também é guiado pelo “testemunho de Jesus Cristo”. O testemunho é o dom profético que tem guiado o povo de Deus através dos séculos.(Ap 19:10; 22:6; 1Co 1:4-7, 1Pe 1:10-12).

5. Que características específicas da última mensagem de Deus para o mundo encontram-se na primeira mensagem angélica de Apocalipse 14?“Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a terra,

e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7).

A igreja de Deus do tempo do fim irá convidar a humanidade a:

a. a Deus,

b. Dar-Lhe ,

c. E a o Deus criador.

Temer a Deus é respeitá-Lo em tudo o que Ele faz. Glorificar a Deus é honrá-Lo com seu estilo de vida. Adorá-Lo como Criador é cultuá-Lo nos Seus sábados, memorial do Seu poder criativo.

6. Por que a última mensagem de Deus para o tempo do fim é tão urgente?“Pois é chegada a hora do Seu juízo” (Ap 14:7).

A igreja de Deus no tempo do fim proclamará a mensagem do de Deus.

A mensagem sobre o juízo de Deus é um chamado ao despertamento. É o Céu apelando para que nos preparemos para a vinda de Cristo. 7. Qual é o resultado de aceitar a mensagem do tempo do fim? “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).

A igreja de Deus no tempo do fim irá:

a. Guardar os de

b. E a de

O Apocalipse descreve o povo de Deus dos últimos dias como profundamente apaixonado por Jesus. Ele é glorificado por seu estilo de vida e honrado como Criador ao Seu povo observar o sábado e aceitar a Sua direção por meio do dom de profecia. Eles proclamam, com entusiasmo, ao mundo a mensagem de Seu amor redentor. Deus suscitou a Igreja Adventista do Sétimo Dia para proclamar Sua verdade para esses momentos críticos da história da Terra. Se você já é parte da igreja de Deus, por que não se compromete a levar Seu amor e verdade aos outros? Se você ainda não é membro

batizado da Igreja Adventista do Sétimo Dia, quero convidá-lo a unir-se a esse movimento do tempo do fim, com cerca de 25 milhões de pessoas, em mais de 200 países, que

esperam pelo retorno de Jesus.

O estudo bíblico do próximo mês examinará “O Último Apelo

do Apocalipse”.

28 Adventist World | Outubro 2009

Page 29: Revista Adventist World - Outubro 2009

C A R T A S

MemóriasQue inspiração é ver o rosto de chineses dedicados em “Encontrando Fé na China” (agosto 2009). Vimos Hau Xajie pela última vez em janeiro

de 1997, quando ela, com facilidade, passou nossas quatro malas pesadas pela janela de um trem extremamente lotado, na estação ferroviária de Shenyang. Tivemos a impressão de que ela apareceu do nada, do meio da multidão, explicando que estávamos no vagão errado e que deveríamos ir para o que estava no fim do comboio.

No sábado, fomos à igreja de Beishi, conduzidos por dois amigos num carro do governo, por uma ruela lotada de bicicletas e quase impossível de ser trafegada. Ali encontramos Xajie e tam-bém ficamos impressionados com sua “força interior”.

Durante os anos em que lecionamos inglês na Universidade Politécnica Shenyang, em 1992-1993, procuramos várias vezes uma igreja em Shenyang, cidade agitada com seis milhões de ha-bitantes, e nunca encontramos. Assim, formamos um grupo de estudantes interessados no culto aos sábados e até visitamos o consulado americano em vários domingos para participar do culto com um grupo de conterrâneos americanos. Xajie nos disse que, se tivéssemos encontrado a igreja naquela época, certamente teríamos provocado problemas políticos para a igreja. A lei, como era interpretada pelos líderes comunistas locais, dizia: “Nenhum estrangeiro deve adorar a Deus com os chineses.”

Que Deus continue a guiar os fiéis na China.

Nick e Claudia Parks Bennet, Nebraska, Estados Unidos

Honrando o CriadorMuito obrigado pela explicação de Angel Manuel Rodríguez, no artigo “Honrando o Deus Criador” (julho de 2009), salien-tando as dificuldades que alguns teólogos enfrentam com o relato de Gênesis sobre “como” aconteceu a criação. Posso en-corajar aqueles que desejam ser teólogos adventistas do sétimo dia a não desistir de estudar a Bíblia? Se continuarem len-do, encontrarão inevitavelmente uma passagem que diz: “Porque falou, e foi feito; mandou, e logo apareceu” (Sl 33:9).

Tim MatsisInvercargill, Nova Zelândia

Igreja e Meio AmbienteCom surpresa e grande apreciação, li “Um Planeta Poluído pelo Plástico” (abril de 2009). Muito obrigado, Allan R. Handysides, por nos lembrar da responsabilidade que nosso Criador colocou sobre nós em relação ao meio ambiente. Infelizmente, esse assunto não é considerado como fundamental nas atividades de nossa igreja mundial, tal como a saúde, educação e serviço social. Tanto quanto eu saiba, não há ainda nenhuma organização adventista em prol do meio ambiente.

“Jesus em breve voltará; para que se preocupar em pro-teger a natureza?” Geralmente, essa é

Deus ama não apenas

a humanidade, mas também Sua

criação! Gostaria muito de ver

minha igreja fazendo maior esforço

para alertar o mundo sobre nossa

responsabilidade em relação ao meio

ambiente. — Olaf Berger, Kirchheim Teck, Alemanha

Intercâmbio Mundial

Outubro 2009 | Adventist World 29

Page 30: Revista Adventist World - Outubro 2009

C A R T A S

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

a atitude adventista. Chocado com essa indiferença, pergunto: Como honramos a obra das mãos divinas? Como pode-mos colocar isso em prática em nosso cotidiano (além de dar graças e discutir calorosamente sobre criação versus evolução)? Enquanto o mundo está um passo à frente, ainda estamos hesitando para compreender a missão de Deus. Deus ama não apenas a humanidade, mas também Sua criação! Gostaria mui-to de ver minha igreja fazendo maior esforço para alertar o mundo sobre nossa responsabilidade em relação ao meio ambiente.

Olaf BergerKirchheim Teck, Alemanha

AssinaturaSempre gostei de ler a Adventist World, mas só neste mês nossa igreja recebeu o exemplar de janeiro de 2009. Isso é bom,

mas a revista já está um pouco desatuali-zada. Seria possível fazer uma assinatura para recebê-la mensalmente e pagar o correio? Poderiam me avisar se isso for possível? Também assinaria para os meus três filhos que moram em Quebec e minha filha que mora no Texas.

Obrigada por sua resposta. Que Deus os abençoe pelo bom trabalho.

Christiane HermansGranby, Quebec, Canadá

A Adventist World é enviada gratuita-mente para os membros da igreja de todo o mundo. Muitos locais recebem a revista em quantidade para ser distribuída entre as igrejas da área. Os sistemas de entrega variam, tornando difícil estimar quando chega e quando é distribuída. As assina-turas não estão disponíveis, e embora você a esteja recebendo após a data da edição, a maioria dos artigos resiste ao tempo.

Encorajamos os membros da Divisão Norte-Americana a entrar em contato com os escritórios da sua união local para ser adicionado à lista de endereços.

Gosto DissoRecebi a Adventist World de agosto de 2009 alguns dias atrás e li de capa a capa. Foi a primeira vez que achei todos os artigos interessantes! Espero que mantenham a qualidade nas edições futuras.

W. R. Van Artsdalen Waycross, Georgia, Estados Unidos

Por favor, orem por meu tio, no Peru. Ele sofre de diabetes e, como consequên- cia, está perdendo a visão; brevemente, passará por uma cirurgia nos olhos para tentar recuperá-la.

Miguel, Estados Unidos

Por favor, orem pela saúde de minha tia que, há poucos dias, foi diagnosticada com câncer. Os médicos dizem que ela está em estado terminal e somente um milagre pode salvá-la. Minha mãe caiu em depressão por causa das notícias sobre sua irmã. Por favor, orem por minha família.

Etelvina, Guatemala

Por favor, orem pelo Projeto “Em Frente por Cristo”, um ministério evangelístico em Malavi, que tem como objetivo al-cançar áreas ainda não penetradas pela

mensagem adventista. Orem para que mais pessoas conheçam a Cristo por meio desse ministério.

Paul, Malavi

Solicito orações por meu genro, que mora no Havaí. Ele está ajudando o projeto de uma igreja e o evangelismo nas Filipinas. O projeto aqui foi afetado pela crise econômica. Por favor, orem para que ele encontre emprego e conti-nue a ajudar a missão.

Ruth, Filipinas

Por favor, orem pela saúde de minha mãe. Também peço orações pela saúde de minha esposa, para que o Senhor aumente nossa alegria com a bênção de um bebê. Finalmente, orem pela solu-ção de um problema em meu trabalho.

Emílio, Chile

Muito obrigado por orar por todos os pedidos anteriores. Vejo como Deus respondeu minhas orações. Por favor, orem para que eu consiga um emprego de meio período; pela mensalidade escolar; pelas necessi-dades de minha família; por minhas responsabilidades como líder dos desbravadores e na igreja; e por minha vida espiritual.

Robert, Vanuatu

O L U G A R D E O R A Ç Ã O

Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

Intercâmbio Mundial

30 Adventist World | Outubro 2009

Page 31: Revista Adventist World - Outubro 2009

I N T E R C Â M B I O D E I D E I A S

Foi um momento traumático para os discípulos. O corpo sem vida de seu Mestre ainda pendia da cruz e o Sol estava se pondo. Eles sabiam que, se

não agissem rápido, as autoridades arrancariam o corpo da cruz e o jogariam no chão. Então, O arrastariam por uma colina rochosa até o local onde enterravam os criminosos. Mesmo com a esperança quebrada em um milhão de pedaços, ainda respeitavam o corpo do seu Mestre e queriam oferecer-Lhe um funeral digno.

Como, porém, conseguiriam a permissão de Pilatos? Entre eles, ninguém tinha qualquer conexão com alguém do governo. Sabiam, também, que se tentassem con-segui-la, poderiam levantar suspeitas e eles mesmos acabariam dependurados numa cruz. Então, choraram e esperaram, em suspense, que as coisas seguissem seu curso. Foi quando viram dois membros importantes do gabinete de Israel aproximar-se da cruz (Jo 19:38, 39). Os dois homens eram ricos e muito influentes. Os discípulos conheciam um deles, o que consultara seu Mestre à noite. Seu nome era Nicodemos.

Quando o Mestre morreu, a fé dos discípulos nas declarações de Jesus afir-mando ser o Messias e o Filho de Deus, foi terrivelmente abalada. Será que tinham desperdiçado os três anos e meio em que O seguiram de aldeia em aldeia? “E nós esperávamos que era Ele que ia trazer a redenção a Israel” (Lc 24:21). Desperdício? Humilhação? Eles se questionavam.

Entretanto, quando Nicodemos olhou para aquele corpo inerte, coberto de sangue, em silhueta contra o céu do entardecer, sua fé no jovem Mestre que afir-mava ser o Filho de Deus cresceu ainda mais. Suas dúvidas foram completamente apagadas. Sua mente voltou-se para aquela entrevista no meio da noite. Jesus lhe disse: “Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim tam-bém é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nEle crê tenha a vida eterna” (Jo 3:14, 15). Agora, ao contemplar aquele corpo sem vida sobre a cruz, o significado dessas palavras caiu como uma cascata sobre Nicodemos. A serpente de cobre levantada por Moisés sobre a areia do deserto se assemelhava à serpente que trouxera terrível dor e morte. No mesmo dia, o corpo desnudo levan-tado no Calvário assemelhava-se ao destino de um terrível pecador. Os romanos reservavam a crucifixão apenas para os piores criminosos. Nicodemos podia ver o que os discípulos não podiam: “Deus tornou-Se pecado por nós. Aquele que não tinha pecado, para que nEle nos tornássemos justiça de Deus” (2Co 5:21). Aleluia!

—Darius Matupit, Papua-Nova Guiné

Neste mês, um leitor compartilha seus pensamentos sobre a crucifixão de Cristo

Serpente?JesusRepresentado

M I K E T H O R N

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.

Editor AdministrativoBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialJan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Karnik Doukmetzian, assessor jurídico

Comissão Coordenadora da Adventist WorldLee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson;Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk

Editor-ChefeBill Knott

Editores em Silver Spring, MarylandRoy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran

Editores em Seul, CoréiaChun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan

Editor OnlineCarlos Medley

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Assistente Executiva de RedaçãoRachel J. Child

Assistentes AdministrativosMarvene Thorpe-BaptisteAlfredo Garcia-Marenko

Atendimento ao LeitorMerle Poirier

Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson

ConsultoresJan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, John Rathinaraj,Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: [email protected]: www.adventistworld.org

A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Argentina, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.

Vol. 5, No. 10

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

por uma

Outubro 2009 | Adventist World 31

Page 32: Revista Adventist World - Outubro 2009

RESPOSTA: Melojeane Zawilinski posa com seus alunos no campus do Colégio Adventista de Taiwan e Academia Adventista de Taiwan (escola de ensino médio), em Yu Chih, Nantou County, Taiwan. Zawilinski trabalha na Escola Adventista Internacional localizada no mesmo campus das outras duas escolas.

Q U E L U G A R É E S S E ?

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ZA

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KI

V I D A A D V E N T I S T ARecentemente, eu estava assis-

tindo a um programa do Amazing Facts (programa de tevevisão adventista) pela Internet. O pastor Doug Batchelor falava sobre uma das lições da Escola Sabatina do trimestre. Bem no meio do programa, decidi mudar para outro

C O N H E Ç A S E U V I Z I N H O

Edwin Banerjee, de Gazipur, Bangladesh, é leitor assíduo da Adventist World. Ele nos enviou essa foto com alunos do Seminário e Colégio Adventista de Bangladesh. A cada sábado, Edwin e seus colegas visitam pessoas da vizinhança para falar do evangelho. Muitos muçul-manos e hindus vivem ao redor do colégio. Essas pessoas não conhecem Jesus e o grupo de Edwin procura, por meios criativos, compartilhar sua mensagem. Essa foto foi tirada quando os alunos oravam, ao ar livre, em uma comunidade muçul-mana. Todos os alunos são membros do grupo de Trabalho Missionário de Bangladesh.

F R A S E D O M Ê S

“Em toda parte, nós [os adventistas] fundamos escolas e nos esforçamos para ter boas relações com outras religiões. Somos fortes defensores da liberdade de consciência e de culto.”—Pastor Jan Paulsen, líder mundial da Igreja Adventista, durante visita ao Seminário Teológico Yanjing, em Pequim, como parte de sua histórica viagem à China, em julho de 2009.

programa. Escolhi um sobre o Céu.Por alguma razão, algo deu

errado e aparceu a seguinte men-sagem na tela: “Ocorreu um erro. Erro: O céu está indisponível no momento.”

Que bênção que isso só acontece na Internet!—Veslemay Hogganvik, Royse, Noruega.

C O M P A R T I L H E C O N O S C O !O Lugar das Pessoas é um relicário com itens de leitores de todo o mundo. São

pequenas fatias da vida que incentivam os leitores a pensar, sorrir e apreciar ainda mais sua família adventista. Pequenos textos, nessa categoria, são bem-vindos.FRASES (profundas e espontâneas)VIDA ADVENTISTA (anedotas, cômico ou profundo)CONHEÇA SEU VIZINHO (fotos em alta qualidade, com biografia concisa, de membros recém-batizados, adventistas que estejam ativamente envolvidos no trabalho comunitário, pequenos grupos ou responsáveis por novas iniciativas na obra de compartilhar o evangelho (máximo de 75 palavras).

Envie um e-mail para [email protected]; ou envie fax para 301-680-6638 (nos Estados Unidos) ou envie para World Exchange, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600, EUA

E D W I N B A N E R J E E

O Lugar Das

PESS AS