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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DAS PESCAS Departamento de Tecnologia e Extensão RELATÓRIO DO CURSO SOBRE O CULTIVO DE TILÁPIA Maputo, Outubro de 2010 INSTITUTO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA AQUACULTURA

RELATÓRIO DO CURSO SOBRE O CUlTIVO DE TILÁPIA 2web.uvic.ca/~soed/documents/RELATORIO DO CURSO … ·  · 2010-11-02[2] Instituto Nacional de Desenvolvimento da Aquacultura, Rua

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DAS PESCAS

Departamento de Tecnologia e Extensão

RELATÓRIO DO CURSO SOBRE O CULTIVO DE TILÁPIA

 

 

 

 

 

 

 

Maputo, Outubro de 2010

INSTITUTO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA AQUACULTURA

[1]

Instituto Nacional de Desenvolvimento da Aquacultura, Rua Consiglieri Pedroso Nº 347 2º Andar, Telef: 258 – 21 – 358000. Nuit: 500028335 Maputo – Moçambique                                                                                       

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DAS PESCAS

Departamento de Tecnologia e Extensão

RELATÓRIO DO CURSO SOBRE O CULTIVO DE TILÁPIA

No âmbito do projecto Southern Ocean Education and Devolopment (SOED), o Instituto

Nacional de Desenvolvimento da Aquacultura (INAQUA) organizou uma capacitação em cultivo

de tilápia, nos dias 22 a 30 de Setembro de 2010, na sala de conferência do Instituto Nacional de

Investigação Pesqueira (IIP), em Maputo.

O mesmo visava capacitar os técnicos moçambicanos sobre o cultivo da tilápia. Neste âmbito a

capacitação veio reforçar os conhecimentos em matéria de piscicultura, na perspectiva de

disseminar, estimular e incentivar os piscicultores e as comunidades, durante os trabalhos de

extensão, para aderirem a esta rentável actividade no sentido de melhor a dieta alimentar e

aumentar a produção, não só em quantidade mas também em qualidade, de modo a aumentar a

sua renda com o cultivo em pequena, média ou grande escala, contribuindo deste modo para a

redução da pobreza.

Fig.1. Participantes do curso durante uma aula teórica.

INSTITUTO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA AQUACULTURA

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Instituto Nacional de Desenvolvimento da Aquacultura, Rua Consiglieri Pedroso Nº 347 2º Andar, Telef: 258 – 21 – 358000. Nuit: 500028335 Maputo – Moçambique                                                                                       

O curso foi ministrado por 2 técnicos do EPAGRI - Brasil, onde participaram 21 técnicos e

estudantes oriundos das províncias, dos quais 6 estudantes da Escola Superior de Ciências

Marinhas e Costeiras (ESCMC) – Quelimane, 8 técnicos do INAQUA – sede e 7 técnicos das

províncias de Gaza, Inhambane, Manica, Nampula, Tete, Sofala e Niassa. Foram abordados

durante o curso os seguintes temas: (1) introdução a aquacultura, (3) Tilapicultura, (3)

parâmetros hidrológicos, (4) reprodução, (5) alevinagem, (6) sistemas de produção de tilápia

(recrias e engorda), (7) nutrição e alimentação, (8) bioseguridade na criação de tilápia, (9)

principais enfermidades de tilápias, (10) custo de produção e comercialização, (11) planeamento.

Fig.2. Visita de campo a uma unidade de cultivo de tilápia em Marracuene (Maputo).

Para além da parte teórica o curso incluía também a parte prática em que consistiu numa visita de

campo a uma propriedade de cultivo de tilápia em Marracuene e colecta de espécimes de tilápia

para análise laboratorial dos tecidos gonadal (diferença entre as gonadas dos machos e fêmeas).

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Instituto Nacional de Desenvolvimento da Aquacultura, Rua Consiglieri Pedroso Nº 347 2º Andar, Telef: 258 – 21 – 358000. Nuit: 500028335 Maputo – Moçambique                                                                                       

Uma aula prática laboratorial (simulação) de diluição do harmónio (solução padrão) e preparação

da ração incorporada com harmónio (α-17-metil-testosterona) para a reversão sexual, bem como

os procedimentos para a colecta de sangue nos peixes para possíveis análises.

Fig.3. Aula laboratorial de preparação (simulação) de ração com hormonas masculinizastes

O encerramento do curso contou com a presença do Director Nacional Adjunto e a Chefe do

Departamento de Tecnologia e Extensão que procederam a entrega dos certificados de

participação, também contou com momentos de comemoração, confraternização (cocktail) no

seu desfecho.

Fig.4. Momentos da entrega dos certificados de participação aos formandos e foto do grupo.

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O resumo dos pontos positivos, negativos e sugestões deixadas pelos participantes.

Pontos Positivos Pontos Negativos Sugestões

• O curso chegou em boa

altura, pois as atenções do

governo estão ligadas a

produção de alimento para

erradicar a fome;

• Forneceu boas

ferramentas de trabalho

que virão melhorar a

actividade piscícola no

país;

• Visão mais abrangente

referente ao cultivo de

tilápia e outras espécies;

• Grande atenção por parte

dos formadores no que

concerne a abordagem de

todos os assuntos

relevantes para o curso;

• Houve disponibilidade do

material do curso por

parte dos formadores;

• As fotografias, imagens

elucidativas dos tanques e

espécies cultiváveis

permitiram melhor

percepção;

• A parte prática veio

auxiliar a parte teórica e a

• Reduzido tempo para aulas

práticas;

• Falta de instrumentos como

luvas, mascaras entre outros,

no laboratório criou

limitações;

• O tempo de aulas foi

insuficiente para o volume

de conteúdo tratado;

• Faltou o programa do curso

atempadamente para

facilitar a interacção durante

o curso;

• Ausência de dirigentes do

INAQUA nas sessões, visto

que muitos assuntos

abordados para bom

progresso no terreno

dependem da boa visão e

vontade dos mesmos.

• Para os próximos cursos,

a questão de organização

(logística), protocolo

sejam bem revistos;

• Os cursos de capacitação

sejam regulares;

• Realização de mais

cursos do género

(capacitação);

• Criação de oportunidades

de troca de experiencia

com outros países que

lideram as técnicas e

tecnologias em

aquacultura;

• Criação de meios para

facilitar a implementação

dos conhecimentos

adquiridos durante o

curso;

• Criar condições de

deslocação de alguns

técnicos que participaram

neste curso para o Brasil

para uma capacitação

para melhor

complementar o

aprendizado e

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Instituto Nacional de Desenvolvimento da Aquacultura, Rua Consiglieri Pedroso Nº 347 2º Andar, Telef: 258 – 21 – 358000. Nuit: 500028335 Maputo – Moçambique                                                                                       

visita de campo a unidade

de produção em

Marracuene serviu para

observar os pontos

negativos daquela unidade

para traçar-se

recomendações;

• Noções de como proceder

e atender aos problemas

dos produtores;

• A importância do uso de

equipamentos de

monitoria de qualidade de

água e solo;

• A importância de fazer um

acompanhamentos a par e

passo de todas as

actividades de forma a

identificar rapidamente

casos de doenças, seu

diagnostico e profilaxia;

• Identificação de sexos nos

peixes;

• O curso irá permitir

melhor trabalho de

assistência técnica as

comunidades;

• O cumprimento dos

horários e do programa;

• A participação de um

experiência em

piscicultura;

• Após o curso os

participantes deveriam

definir estratégias de

trabalho para intervir na

actividade piscícola;

• Garantir a divulgação,

disseminação do

conteúdo adquirido;

• Nas próximas formações

os formadores

apresentem algumas

matérias em forma de

vídeos.

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Instituto Nacional de Desenvolvimento da Aquacultura, Rua Consiglieri Pedroso Nº 347 2º Andar, Telef: 258 – 21 – 358000. Nuit: 500028335 Maputo – Moçambique                                                                                       

grupo de formandos com

diferentes áreas de

formação e níveis

académicos;

• Foram apresentadas

técnicas e tecnologias

avançadas para o cultivo

de peixes;

• Sala adequada para o

curso;

• Participantes interactivos

com muitas ideias e

vontade de aprender mais

sobre a piscicultura e

disponibilidade de

implementar o

aprendizado.

As recomendações e sugestões deixadas pelos formadores na área da piscicultura para possível

implementação em Moçambique foram:

O cultivo de espécies de peixes ornamentais, pois é de fácil manejo e Moçambique

apresenta um grande potencial nesta área devido as espécies ornamentais encontradas nas

lagoas, lagos e rios (ex: lago Niassa);

O cultivo de camarão de água doce;

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Instituto Nacional de Desenvolvimento da Aquacultura, Rua Consiglieri Pedroso Nº 347 2º Andar, Telef: 258 – 21 – 358000. Nuit: 500028335 Maputo – Moçambique                                                                                       

O policultivo da tilápia e camarão de água doce, é considerada como sendo uma boa

alternativa de produção e fazível no nosso país;

O policultivo com varias espécies de peixes (ex: carpa capim, tilápia, bagre africano,

carpa comum);

A piscicultura integrada com suinicultura e avicultura, pois não há necessidade de

administrar ração, isto diminui os custos de produção do pescado;

O cultivo do peixe verde (carpa capim) integrada com a produção vegetal (restos de

hortícolas, o capim sachado nas machambas serve para alimentar o peixe), não há

necessidade de adubação e nem de administrar uma ração comercial.

Fig.5. Momentos da entrega dos certificados aos formadores.

O Instituto de Aquacultura

Maputo, Outubro de 2010

Elaborado por: Olímpia Marlene Nóbrega