Relatorio MSF 2014

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    MDICOS SEMFRONTEIRASrelatrio anual 2014

    SERRALEOAS

    ylvainC

    herkaoui/Cosmos

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    TURQUIA

    IRAQUE

    GEORGIA

    UCRNIA

    BULGRIA

    SRVIA

    ARMNIA

    LBANOSIRIA

    JORDNIA

    GRCIA

    ITLIA

    MAURITANIA

    SUDO

    SUDODO SUL

    REPBLICA

    CENTROAFRICANA

    REPBLICADEMOCRTICA

    DO CONGO

    ETIPIA

    QUNIAUGANDA

    BURUNDI

    MALAUI

    ZIMBBUE MADAGASCAR

    MOAMBIQUE

    SUAZILNDIA

    LESOTOFRICADO SUL

    BOLVIA

    COLMBIA

    HAITI

    MXICO

    HONDURAS CHADE

    NIGRIA

    NIGER

    CAMARES

    MALI

    BURKINAFASO

    GUIN

    SERRA LEOA

    GUIN-BISSAU

    LIBRIA

    COSTA DOMARFIM

    EGIT0

    LIBIA

    PALESTINA

    IMEN

    Projetos de MSF

    pelo mundo

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    FEDERAO RUSSA

    CHINA

    BANGLADESH

    MIANMAR

    CAMBOJA FILIPINAS

    PAPUANOVA GUIN

    NDIA

    PAQUISTO

    IR

    UZBEQUISTOQUIRGUISTO

    TADJIQUISTO

    AFEGANISTO

    REPBLICADEMOCRTICAPOPULAR DA

    COREIA

    21 AFEGANISTO

    07FRICA DO SUL

    21 ARMNIA

    21 BANGLADESH

    19 BOLVIA

    27 BULGRIA

    07 BURKINA FASO

    07 BURUNDI

    08 CAMARES

    22 CAMBOJA

    08 CHADE

    22 CHINA

    19 COLMBIA

    08 COSTA DO MARFIM

    10 EGITO

    09 ETIPIA

    27 FEDERAORUSSA

    22 FILIPINAS

    22 GERGIA

    28 GRCIA

    09 GUIN

    10 GUIN BISSAU

    18 HAITI

    19 HONDURAS

    27 IMEN

    23 NDIA

    28 IR

    29 IRAQUE

    30 ITLIA

    29 JORDNIA

    10 LESOTO

    30 LBANO

    12 LIBRIA

    10 LBIA

    10 MADAGASCAR

    11 MALAU

    11 MALI

    13 MAURITNIA

    19 MXICO

    23 MIANMAR

    13 MOAMBIQUE

    12 NGER

    13 NIGRIA

    28 PALESTINA

    24 PAPUA NOVA

    GUIN

    20 PAQUISTO

    14 QUNIA

    24 QUIRGUISTO

    06 REPBLICA

    CENTROAFRICANA

    17 REPBLICA

    DEMOCRTICA

    DO CONGO

    25 REPBLICA

    POPULAR

    DEMOCRTICA

    DA COREIA

    14 SERRA LEOA

    29 SRVIA

    26 SRIA

    15 SUAZILNDIA

    15 SUDO

    16SUDO DO SUL

    25 TADJIQUISTO

    25 TURQUIA

    30 UCRNIA

    15 UGANDA

    25 UZBEQUISTO

    15 ZIMBBUE

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    Em 2014, MSF enviou equipes para atuar em situaes deemergncia simultneas por todo o mundo. A ameaa co-mum aos mais variados contextos foi o abandono: o elevadonmero de pessoas sofrendo com Ebola no pico da epidemiasignificou que muitas foram deixadas para morrer por sua

    prpria conta, usurpadas de sua dignidade; em zonas deconflito, os idosos, as pessoas com deficincias e os doentesfrequentemente no puderam fugir em busca de segurana;e, na medida em que os pases de mais alta renda voltaramsuas atenes para si mesmos, as pessoas em desesperado-ra necessidade viram-se completamente esquecidas.

    Quando a epidemia de Ebola foi oficialmente declarada em22 de maro, na Guin, ningum podia prever a extenso dosofrimento que ela imporia. Ao final do ano, a doena tinhatomado cerca de 8 mil vidas na frica Ocidental, incluindoas de 13 profissionais de MSF. Diante do cenrio de extremadificuldade, medidas drsticas tiveram de ser colocadas emprtica, como a recusa de pacientes na entrada dos centrosde tratamento. No h palavras para descrever o horror vi-vido pelas pessoas trabalhando no pico da crise. A extensogeogrfica desta epidemia foi sem precedentes e o nmerode pessoas com experincia com a doena era limitado.Foi somente em 8 de agosto que a Organizao Mundial daSade (OMS) declarou o surto uma emergncia de sadepblica e recursos, ainda insuficientes, foram liberados. Emagosto, MSF tomou a deciso de estabelecer parcerias paraconduzir ensaios de tratamentos experimentais e vacinascom a epidemia em curso. O primeiro teste aconteceu nocentro de MSF em Guckdou, na Guin, em 17 de dezembro.

    Um plano prtico para sustentar pesquisa e desenvolvimentovoltados para vacinas, tratamentos e diagnstico precisa serestruturado. No fim de 2014, o nmero de casos de Ebolacomeou a cair, mas a epidemia ainda no acabou.

    Outro enorme desafio para MSF foi obter acesso s pessoasem necessidade de cuidados mdicos. Questes burocrti-cas, polticas e de segurana nos levaram a reavaliar nossaforma de atuar em alguns contextos. Aps o sequestro decinco de nossos profissionais pelo Estado Islmico na Sria,retiramos nossas equipes das reas controladas pelo grupo.Mesmo aps a soltura dos refns, e dos pedidos de lderes

    do grupo, no retomamos nossas atividades por no termosgarantias referentes segurana de nossas equipes. Almdisso, ainda no temos permisso do governo para atuar nasreas sob seu controle. Ainda assim, mantemos algumasinstalaes de sade no pas e prestamos suporte s redesde mdicos srios. Esse suporte, embora essencial, no

    atende s necessidades massivas enfrentadas pelas equi-pes mdicas na Sria. Milhes de pessoas deixaram o pas,muitas delas rumo ao Iraque, onde uma onda de violncia

    j eclodira devido intensificao dos conflitos entre o exr-cito e grupos armados de oposio. Durante o ano, cerca de

    dois milhes de pessoas deixaram suas casas em busca deproteo. Bombardeios e confrontos impediram o acesso daspessoas a suprimentos mdicos, alimentos e gua.

    Na medida em que rotas seguras para a Europa tornaram-seraras e fronteiras terrestres foram fechadas, restou aosimigrantes e requerentes de asilo a perigosa rota pelo MarMediterrneo para chegarem ao seu destino, que fez aomenos 3.500 mortos em 2014. MSF oferece consultas mdi-cas e suporte psicolgico, alm de distribuir kits com itensessenciais, em pases como Grcia, Itlia, Srvia e Egito.

    A falta de respeito pela ajuda mdico-humanitria eviden-ciou-se mais uma vez em 2014. Na Repblica Centro-Africana,em abril, 19 pessoas foram mortas em meio a um assaltoarmado ao hospital de MSF em Boguila. Dobramos nossasatividades no pas e inauguramos novos projetos de assistnciaa refugiados centro-africanos em pases vizinhos. No Sudo doSul, pacientes foram alvejados em seus leitos e um hospital foicompletamente destrudo em Leer. Chantal, nossa colega con-golesa sequestrada em julho de 2013, est a salvo com sua fa-mlia, mas Philippe, Richard e Romy ainda esto desaparecidos.

    Quando o conflito entre Israel e Palestina foi reiniciado, MSFprestou suporte ao hospital Al Shifa e fez doaes de estoques

    de emergncia para a farmcia central. Uma equipe cirrgicaprecisou se estabelecer permanentemente em Gaza entre

    julho e setembro para atender o grande nmero de feridos.Os protestos polticos na Ucrnia ganharam fora em 2014 eculminaram em violentos confrontos entre grupos separa-tistas e foras do governo. As redes de suprimento mdicoforam gravemente afetadas e o oramento das instalaes desade se exauriu rapidamente. MSF logo ampliou sua ofertade ajuda e, no final do ano, havia doado suprimentos suficien-tes para tratar o equivalente a 13 mil pessoas feridas.

    A crise de Ebola evidenciou fracassos j presentes h anos naajuda humanitria e nos sistemas de sade. Para MSF, o quemais surpreendeu foi a falta de liderana global e a reticnciadaqueles no poder em se engajar na resposta ao Ebola. Ns nosmanifestamos a respeito disso, mas continuamos concentradosna oferta de assistncia queles que precisam. Nosso papel salvar vidas agora, e respondemos s crises com isso em mente.

    2014: O ANOEM FOCO

    GUIN Sylvain Cherkaoui/Cosmos

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    MSF-BrasilAssim como os demais escritrios de Mdicos Sem Fronteirasno mundo, MSF-Brasil tambm foi extremamente impactadapela crise de Ebola em 2014. Profissionais brasileiros foram en-viados para atuar em Serra Leoa, Guin e Libria em 22 ocasi-es de um total de 126 sadas para projetos durante todo o ano.Em parceria com a Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontadacomo referncia nacional para Ebola pelo Ministrio da Sade,a Unidade Mdica Brasileira (Bramu) realizou duas palestraspor meio das quais profissionais de MSF compartilharam suasexperincias com cerca de 50 profissionais de sade da insti-tuio, com o objetivo de adequar as diretrizes e os protocolosvoltados para a doena. Foram tambm sugeridas adequaesao plano de isolamento do Instituto de Pesquisa Clnica Evan-dro Chagas (Ipec), no Rio de Janeiro, outra referncia nacional,que acompanhou o retorno de profissionais brasileiros ao pas.Alm disso, MSF-Brasil atuou na sensibilizao das autorida-des brasileiras para a epidemia, e contribuiu para que fossemdoados, em dezembro, R$ 25 milhes para o combate doena.

    A partir de 2014, um novo componente de antropologia e sa-de foi incorporado Bramu, e teve incio o desenvolvimentode uma ferramenta que permitir abordar as consequnciasda violncia de forma mais efetiva nos projetos de MSF pelomundo. No Mxico, 134 profissionais de sade de zonas pe-rifricas do pas foram treinados para diagnosticar e tratarpessoas com a doena de Chagas.

    Durante o ano, demos continuidade s iniciativas de comu-nicao para promover a sensibilizao do pblico brasileirosobre as crises humanitrias com as quais atuamos: a ex-

    posio itinerante Campo de Refugiados no Corao da Ci-dade, que recriou um acampamento e mostrou como vivemas pessoas obrigadas a deixar tudo para trs em busca deproteo, visitou 3 cidades; o documentrio Acesso Zonade Perigo, que aborda as dificuldades de se levar ajuda avtimas de conflitos armados, foi exibido em 20 cidades; erealizamos um total de 74 palestras.

    Em meio exausto que nos foi imposta principalmente peloEbola em 2014, respiramos mais aliviados ao percebermos

    que continuamos contando com o apoio crescente e a genero-sidade dos brasileiros: durante o ano, 45.870 novos doadores

    juntaram-se a ns, somando um total de 214.982. E graasa esse apoio que nosso trabalho foi possvel e que pudemosmanter nossos projetos de assistncia s milhares de pesso-as que demandavam cuidados simultaneamente.

    Joanne Liu Presidente Internacional de MSFJrme Oberreit Secretrio-geral Internacional de MSFSusana de Deus Diretora-geral de MSF-Brasil

    *O ttulo Embaixadores foi criado para reconhecer e retribuir a expressiva contribuio de um grupo de doadores brasileiros. Os embaixadores citados autorizaram adivulgao de seus nomes. Para mais informaes, acesse www.msf.org.br/campanha-embaixadores.

    Embaixadores MSF-Brasil*Alberto de Faria Jeronimo Leite, Alex Pardellas, Ana Maria Corra M.da Silva, Barbara Alves de Lima Magalhes, Carlos Alberto Carvalhode Oliveira, Carlos Alberto da Costa, Carlos Alberto Filgueiras, CeresMaria V. de Mello Lima e Silva, Claudia Maria Soares Bugarin, DacioAguiar de Moraes Neto, Eduardo Pires Simes, Eliana Fernandes,Enrique Ruben Bonifacio Junior, Evaldo Lopes Zilio, FernandaFranciulli de Araujo, Fernando de Moura Campos, Giancarlo Bibas,Gilberto da Silva Coelho, Giorgio de Angeli, Gustavo Barnab, JairoViotto Belli, Joo Antnio Zogbi Filho, Jonathas Augusto Busanelli,Jos Borges de Campos, Jos Carlos Oiticica Bandeira, Juan Pablode Jesus Pereira, Ktia Correa Lazera, Luciano Garcia Rossi,Ludovico Landau Remy, Luiz Carlos Cintra, Luiz Eduardo Almeida de

    Oliveira, Magdalena Olivastro, Manuel Dieguez Ballesteros, MarcillioTeixeira Marinho Filho, Mrcio Vieira Souto Costa Ferreira, MarcosAntonio Rossi, Marcos de Moraes, Marcos Fernandez Novaes,Maria Aparecida Meirelles, Maria Ceclia Fagundes Ramos, Maria

    Henriqueta Lindenberg Monte, Maria Lcia Nishimatsu, Maria LuizaAndrade, Nawfal As Assa Mossa Alssabak, Norma Quintella, PauloFadul de Alencar, Paulo Hashimoto, Paulo Lopes, Paulo RogerioSehn, Renata Aparecida F. R. Lian, Renata Pereira Meireles, RicardoBammann, Salim Cafrune Elahel, Sergio Guatelli, Sergio Sieberer,Shu Su Yen, Susy Aparecida Serro, Telma Racy, Therezinha MilletAustregsilo Soares, Ulisses Matiolli Sabar, Vera Hercilia FariaPacheco Borges, Werner Martins Vieira.

    Parceiros e apoiadores corporativosAssociao Brasileira da Indstria de Hotis Rio de Janeiro, AzulLinhas Areas, Bomax no Brasil Equipamentos Industriais Ltda., CafeExport Industria e Comercio Ltda., Companhia de Seguros Aliana

    da Bahia, Eduardo Antnio Lucho Ferro Advogados Associados,FS Company, Globosat, Grupo Api, Grupo Icatu Seguros, MadrugoComrcio de Suplementos Alimentares Ltda., Maratona do Rio,Outback Steakhouse, TAM.

    Receitas

    Doaes irrestritas R$ 76.096.739

    Doaes restritasChifre da frica

    Ebola

    Filipinas

    HaitiRepublica Centro Africana

    Siria

    Sudo

    Sudo do Sul

    R$ 2.385.113R$ 65

    R$ 115.932

    R$ 63.876

    R$ 38R$ 2.178.220

    R$ 16.952

    R$ 5.000

    R$ 5.030

    Outras receitas -

    Total R$ 78.481.852

    Despesas

    Recursos destinados a projetos R$ 53.316.706

    Unidade Mdica (BRAMU) R$ 809.673

    Advocacy R$ 214.693

    Comunicao R$ 2.443.837

    Recursos humanos para projetos R$ 1.483.268

    Captao de recursos R$ 17.492.431

    Administrao R$ 2.721.244

    Total R$ 78.481.852

    Receitas e despesas

    As informaes referentes atuao de MSF em 63 pases descritasneste material so uma verso reduzida da publicao internacional.Os contedos, na ntegra, esto disponveis em .

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    REPBLICA CENTROAFRICANA Yann Libessart/MSF

    Repblica Centro-Africana (RCA)No comeo de 2014, a maior parte da populao muulmanadeixou o pas para fugir de ataques, e milhares passaram aviver em enclaves, assim como outras comunidades do pas.Em dezembro, os deslocados somavam cerca de 430 mil, eoutras centenas de milhares tinham deixado o pas. No dia26 de abril, 19 civis desarmados, incluindo trs profissionaisnacionais de MSF, foram mortos no hospital de Boguila. Nacapital Bangui, MSF oferece cirurgia de emergncia no hos-pital geral. At maro, apoiou atividades de sade materna ecirurgia no centro de sade Castor e, em junho, retomou a re-

    alizao de cirurgias obsttricas e emergenciais. Um progra-ma de cuidados mdicos e psicolgicos a vtimas de violnciasexual foi aberto em julho. Menores de 15 anos recebemcuidados bsicos de sade no centro de sade de MamadouMBaiki, no distrito de PK5. Clnicas mveis comearam aatender deslocados na Grande Mesquita, na Igreja de Ftimae no centro paroquial So Jos. Mais de 39 mil consultas fo-ram realizadas no PK5. No auge da violncia, mais de 100 milpessoas viviam no aeroporto de MPoko e arredores. Em Ber-berati, mais de 3 mil intervenes cirrgicas e 41.900 con-sultas ambulatoriais foram realizadas. Em Nola, provnciade Sangha-Mbar, 23 mil crianas foram vacinadas contra

    sarampo. De janeiro a abril, MSF atuou tambm em Bouar,Nana-Mambr. Aps o ataque em Boguila, provncia de Ou-ham, em abril, os servios de MSF foram reduzidos, e os pos-tos de sade, repassados. MSF tambm tratou mais de 46 milpacientes em Kabo, a maioria para malria. Tambm apoiou

    o hospital de Batangafo. Mais de 96 mil consultas foram re-alizadas, e quase 5 mil pacientes, atendidos. O programa deemergncia para deslocados em Bossangoa teve continui-dade, embora as atividades nos acampamentos tenham sidoencerradas em abril, aps o retorno das pessoas para suascasas. MSF abriu um projeto em Bambari e Grimari em abril,apoiado por clnicas mveis. Cerca de 4 mil crianas foramimunizadas contra a plio e o sarampo em agosto. O projetode Grimari foi fechado em outubro. Em Kmo, MSF comeoua apoiar a clnica da parquia de Dekoua em maio. Mais de

    5.500 consultas foram realizadas. O projeto foi fechado emagosto. Equipes ofereceram 49 mil consultas de sade emCarnot, Mambr-Kad. Cerca de 500 muulmanos de Car-not buscaram refgio em uma igreja; mais de 4.470 consultasforam oferecidas por uma clnica mvel. Em Bocaranga, MSFadministrou um projeto entre maio e setembro para crianascom menos de 5 anos de idade durante o pico da malria.Em Paoua, foram realizadas cerca de 71.400 consultas. Nofim de fevereiro, MSF comeou a atuar no hospital de refe-rncia em Bangassou. De maio a outubro, apoiou o hospitalde Ouango. Tambm ofereceu cuidados para menores de 15anos no hospital reformado de Bria, Haute-Kotto, onde mais

    de 48 mil consultas foram realizadas. MSF tambm atuou emNdele, Bamingui-Bangoran, e em quatro centros de sadeprximos dali. MSF continuou sendo a principal provedora decuidados de sade para os habitantes do leste do pas emHaut Mbomou. MSF atua no pas desde 1997.

    FRICA

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    BurundiO uso de artesunato injetvel para tratar a malria agudaest agora bem integrado poltica de tratamento da doen-a do Ministrio da Sade do Burundi. Por isso, o programade MSF com foco na reduo da mortalidade relacionadacom a malria grave est sendo gradualmente repassados autoridades. Em julho de 2014, o projeto de Kirundo, queapoiava 34 clnicas no diagnstico e tratamento, foi repas-sado, e o mesmo deve ocorrer com o projeto de Mukenkeno incio de 2015. O artesunato injetvel fcil de aplicar,sendo o tratamento mais breve e mais eficaz do que o queutiliza a quinina, com menos efeitos colaterais.

    Uma equipe de MSF continuou oferecendo tratamento paracasos de fstula obsttrica* no centro de sade de Urumu-ri, em Gitega, bem como desenvolvendo atividades de pro-moo da sade, treinamento de funcionrios e busca decasos. MSF oferece cirurgia de reparo, fisioterapia e apoiopsicossocial, mantendo um canal telefnico disponvel paraquem busca auxlio. O nmero de novos casos de fstulaobsttrica diminuiu nos ltimos anos, j que boa parte doscasos acumulados at o incio do projeto, em 2010, j foitratada. O projeto ser repassado ao Ministrio da Sade nofim de setembro de 2015.

    MSF elaborou um plano para o caso de emergncias, masa organizao se prepara para fechar todos os programasantes do fim de 2015. MSF atua no pas desde 1992.

    frica do SulCerca de mil pessoas por ms descobrem ser soropositivasem Khayelitsha, nos arredores da Cidade do Cabo. MSFoferece teste e tratamento para HIV e tuberculose (TB), in-

    cluindo a TB resistente a medicamentos (TB-DR), que exigetratamento mais longo, intensivo e txico e menos eficaz.Os clubes comunitrios de adeso consistem em reuniesbimestrais por meio das quais os participantes recebeme oferecem apoio, so examinados e retiram medicamen-tos para prosseguir o tratamento. Um projeto-piloto dediagnstico e tratamento para recm-nascidos teve incioem 2014. Crianas passaram a ser envolvidas em clubesfamiliares, e h agora nove clubes para jovens entre 12 e25 anos. Ao todo, o projeto oferece apoio a 18 clubes. Umprojeto-piloto em centros de bem-estar comunitrios, queoferece planejamento familiar, testes de gravidez e exames

    para a deteco de doenas sexualmente transmissveis,melhorou o acesso a testes de HIV para mulheres jovens.Mais de 15 mil pacientes frequentaram dois centros antesdo repasse das instalaes s autoridades de Cabo Oci-dental. MSF tambm ofereceu apoio a duas campanhas devacinao contra papilomavrus em Khayelitsha, vacinandomais de 3.800 meninas.

    Em KwaZulu-Natal, o programa de HIV-TB de MSF cobre aregio de Mbongolwane e o municpio de Eshowe. Em 2014,mais de 50 mil pessoas fizeram testes de HIV, e o nmerode testes de carga viral realizados foi trs vezes maior queem 2013. Assim, pacientes que podem mudar o regime detratamento puderam ser identificados. Alm disso, 1 milhode preservativos foram distribudos e mais de 3 mil homensse submeteram circunciso voluntria, que diminui orisco de transmisso do HIV.

    Em 2013, MSF e parceiros lanaram o projeto Stop StockOuts (Fim da Ruptura de Estoque, em portugus), que re-ne relatrios annimos de pacientes e funcionrios sobreo nvel dos estoques nas instalaes que frequentam ouonde trabalham. O objetivo compreender as causas deescassez e ruptura de estoque e chamar a ateno para osdesafios enfrentados pelo sistema de sade.

    MSF atua no pas desde 1999.

    Burkina FasoEm setembro, MSF encerrou o projeto voltado para refugia-dos malineses que comearam a cruzar a fronteira para aprovncia de Oudalan fugindo da violncia em seu pas natal,

    em fevereiro de 2012. No ms seguinte, teve incio um projetopara atender cerca de 8 mil pessoas em assentamentos in-formais nos arredores de Gandafabou. Quando os refugiadosforam transferidos para acampamentos oficiais, em julho de2013, MSF voltou-se para aqueles que haviam se instaladoem Dou e Dibissi (2 mil e 4 mil pessoas, respectivamente). Aequipe operou clnicas mveis trs vezes por semana, ofere-cendo cuidados. Em Dou, MSF vacinou crianas com idadesentre 6 meses e 5 anos, e tratou a desnutrio. Com a dimi-nuio do nmero de refugiados em Oudalan, o projeto foiencerrado. MSF atua no pas desde 1995.

    FRICA DO SUL Gianluigi Guercia/AFP Photo BURUNDI Martina Bacigalupo

    *Ruptura no canal vaginal que causa incontinncia emuitas vezes excluso social. 7

    Mdicos Sem Fronteiras - Relatrio Anual 2014

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    ChadeMSF manteve projetos voltados para refugiados centro--africanos desde janeiro em Bitoye at abril, em Gor atoutubro e em Sido. Ao todo, foram mais de 35 mil consultas,

    principalmente para a malria. Equipes tambm apoiaram oMinistrio da Sade na vacinao contra o sarampo em Gore arredores, imunizando cerca de 7 mil crianas. De maio aoutubro, MSF administrou clnicas mveis em trs vilarejosperto de Gor, oferecendo quimiopreveno sazonal contramalria (SMC, na sigla em ingls) para 1.300 crianas commenos de 5 anos de idade.

    A violncia em Darfur, no Sudo, levou milhares de pessoas amigrarem para o Chade. MSF administrou uma clnica em Tis-si, clnicas mveis em Biere e Amsisi e postos de sade em UmDoukhum e Ab Gadam. Ao todo, mais de 47.300 consultas am-bulatoriais foram realizadas em Tissi. O posto de sade de Ab

    Gadam foi repassado em junho. Equipes de MSF concentram--se no tratamento de crianas afetadas pela malria grave nohospital de Moissala. A SMC foi oferecida a crianas com me-nos de 5 anos e a mulheres grvidas 68 mil crianas rece-beram tratamento e 27.200 receberam vacinas de rotina. MSFtambm oferece atendimento peditrico emergencial a crian-as de at 15 anos e faz atendimentos de desnutrio infantilno hospital em Massakory, bem como de sade bsica em qua-tro centros de sade dos arredores. Em 2014, mais de 2.800pessoas foram recebidas no hospital, e houve 55.300 consultasambulatoriais. Mais de 23.900 crianas foram tratadas no augeda temporada de malria. Entre junho e dezembro, MSF ad-ministrou um programa para crianas com desnutrio aguda

    em Bokoro mais de 4.760 foram inscritas no programa denutrio teraputica, e 574 foram internadas para tratamento.

    MSF continuou a dar apoio ao hospital do governo em Am Ti-man e aos centros de sade na regio de Salamat, com focoem desnutrio aguda e cuidados reprodutivos para mulhe-res. A equipe tambm ofereceu tratamento para HIV, tuber-culose (TB) e malria. Mais de 20.600 consultas ambulato-riais foram realizadas, e 2.900 pacientes foram internados.A organizao comeou a dar apoio aos servios de emer-gncia no hospital de Abech, na regio de Oudda, em junho.Mais de 900 cirurgias de grande porte foram realizadas.No incio do ano, em maro e abril, MSF colaborou com o

    Ministrio da Sade nos hospitais de Liberty e Union emNDjamena e em sete centros de sade bsica com o tra-tamento de mais de 4.500 pacientes com sarampo. Duranteo surto, mais de 69.600 crianas foram vacinadas em Mas-sakory. MSF atua no pas desde 1981.

    Costa do MarfimEm 2014, MSF iniciou um programa materno-infantil no hos-pital de Katiola, em parceria com o Ministrio da Sade. Amaternidade e os dois centros cirrgicos foram renovados,e uma rede de gua e esgoto foi construda. O atendimen-to obsttrico de emergncia e os partos complicados estosendo geridos por MSF, e, entre julho e dezembro, mais demil partos foram assistidos. Por causa do surto de Ebola, asfronteiras com a Libria e a Guin foram fechadas em agosto,e uma equipe de MSF visitou a fronteira com a Libria paraavaliar a capacidade local e tambm o grau de conscientiza-o da comunidade, alm de ter colaborado na construo deum centro de tratamento no hospital de Yopougon, em Abid-

    jan, bem como na elaborao de um plano de contingncia.MSF atua no pas desde 1990.

    CamaresEm janeiro, MSF comeou a apoiar o Ministrio da Sade naoferta de cuidados de sade a refugiados centro-africanosem locais como Garoua-Boula, Gado-Badzr, Gbiti e Ba-

    touri estima-se que, at o final do ano, 135 mil pessoastenham fugido de conflitos e se instalado em Camares. EmGaroua-Boula, equipes realizaram consultas mdicas, dis-triburam itens essenciais e trabalharam no saneamento eabastecimento de gua no ponto de trnsito de Pont Bascu-le. Outra equipe continuou trabalhando no hospital do dis-trito, realizando cerca de mil consultas ambulatoriais porsemana. No hospital protestante, MSF deu apoio a um cen-tro de nutrio teraputica. De fevereiro a outubro, a organi-zao administrou um centro de sade no acampamento deGado-Badzr, alm de um centro de nutrio ambulatoriale um espao para sesses de aconselhamento psicossocialindividuais e em grupo. Tambm houve atividades de gua e

    saneamento, alm do monitoramento epidemiolgico e deuma rpida resposta a uma epidemia de clera.

    Em maro, MSF comeou a trabalhar em Gbiti, onde foramrealizadas mais de mil consultas mdicas por semana,alm do abastecimento de gua e da construo de latri-nas e chuveiros em um acampamento improvisado. Duasequipes mveis ofereceram cuidados de sade a pequenosgrupos de refugiados.

    Em junho, MSF repassou a unidade de tratamento de lcerade Buruli em Akonolinga ao Ministrio da Sade. Cerca de1.400 pacientes foram tratados desde o incio do projeto em

    2002. MSF atua no pas desde 1984.

    CHADE Mathieu Fortoul/MSF CAMARES Daniel Barney

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    EtipiaDesde fevereiro, MSF ofereceu cuidados a refugiadossul-sudaneses na regio de Gambella e tambm estru-turou um hospital no campo de Leitchuor, que inundou na

    poca das chuvas. Servios ambulatoriais e de internaoforam mantidos em um centro de sade em Itang, ondemais de 100 mil pessoas se abrigavam at abril. Atendi-mento mdico foi oferecido em dois postos de sade noacampamento de Tierkidi e trs em Kule, onde MSF operoutambm um hospital de 120 leitos. Entre julho e dezembro,541 pessoas com suspeita de hepatite E foram atendidas.Em julho, uma campanha de vacinao preventiva contraa clera na regio de Gambella foi conduzida, benefician-do 155 mil pessoas, e 23 mil crianas foram imunizadascontra o pneumococo e doenas comuns da infncia. Umprograma de sade materno-infantil teve continuidade

    nos distritos de Aroressa e Chire, em Sidama, nas Naesdo Sul, Nacionalidades e Regio do Povo (SNNPR) atoutubro, quando foi repassado e outro teve incio, para re-forar a prontido de emergncia em algumas regies deSidama, Wollayta, Gamogofa, Segen, South Omo e BenchMaji. A populao dos campos de refugiados de Buraminoe Hiloweyn chegou a 77 mil. MSF continuou a prestar as-sistncia. Um total de 12.100 crianas foi vacinado contrao sarampo e vrias rodadas de vacinao contra plioforam realizadas, com autoridades locais. MSF ofereceuapoio ao hospital regional em Degehabur e a trs centros enove postos de sade nos distritos de Degehabur, Ararso eBirqod, com atividades de conscientizao. Em setembro,iniciou o apoio ao hospital de Fiq. Em Danod, MSF atuouno centro de sade 24 horas, com clnicas mveis emquatro vilarejos do distrito. A equipe realizou mais de 12mil consultas em 2014. Os servios de maternidade e otratamento contra a desnutrio so o foco do programa.Em Wardher, a organizao operou clnicas mveis emcinco vilarejos e apoiou o centro de sade de Yucub. Umservio de ambulncia cobriu 18 vilarejos nos distritos deWardher e Danod. Uma campanha de vacinao contra osarampo para 4.300 crianas foi realizada em colaboraocom as autoridades, e oito rodadas de vacinao contraplio foram concludas em Wardher e nos arredores.

    MSF continuou seu programa para pacientes com calazarem Abdurafi, regio de Amhara, e mais de 1.200 pesso-as foram testadas. Em Raad, regio de Gambella, e emBenishangul-Gumuz, foram encerrados projetos comrefugiados. MSF atua no pas desde 1984.

    GuinAcredita-se que a epidemia de Ebola tenha se originado naregio de Guine Forestire em dezembro de 2013. As defici-ncias do sistema pblico de sade e o fato de os primeiros

    sintomas do Ebola serem semelhantes aos da malria leva-ram a diagnsticos equivocados no incio da epidemia, permi-tindo que a doena se espalhasse. MSF estava colaborandocom o Ministrio da Sade em um projeto de malria no hos-pital de Guckdou e em 20 comunidades da regio de GuineForestire quando comearam as suspeitas de Ebola. Umavez que a epidemia foi anunciada, o programa de malria foiinterrompido em maro e, depois, fechado em agosto.

    O Centro de Tratamento de Ebola (CTE) em Guckdou foiaberto no dia 23 de maro, e at o fim do ano 1.076 casostinham sido confirmados e 430 pacientes se recuperaram.

    MSF abriu um centro de trnsito em Macenta, facilitandoa deteco, a triagem e o encaminhamento dos pacientesvindos do sudeste da Guin. Apoio psicolgico tambm foioferecido. Entre maro e novembro, 520 pacientes foramtransferidos ao CTE em Guckdou. No fim do ano, o centrode trnsito foi convertido em CTE e repassado Cruz Ver-melha francesa.

    Em 25 de maro, MSF abriu um CTE no hospital de Donkaem Conacri, capital da Guin. A equipe realizou atividades depromoo da sade e de identificao de possveis pacientescom Ebola, alm de apoio psicossocial e treinamento paraprofissionais mdicos e sanitrios. At o fim do ano, 1.463pacientes tinham sido recebidos; destes, 594 tiveram o Ebolaconfirmado e 290 se recuperaram. Em maio, casos de Ebolaforam detectados no distrito de Telimele. Alas do centro desade local foram transformadas em rea de isolamento eum centro de tratamento foi construdo nas imediaes. Nofim de julho, declarou-se o fim do Ebola em Telimele.

    Na ausncia de tratamentos especficos para o Ebola emhumanos, MSF estabeleceu uma parceria com o InstitutoNacional Francs de Sade e Pesquisa Mdica (INSERM, nasigla em ingls) para testar um tratamento experimental base do antiviral favipiravir.

    Em fevereiro de 2014, MSF vacinou mais de 370 mil crianascontra sarampo nos bairros de Matam, Ratoma e Matoto, emConacri, e 2.948 casos da doena foram tratados, dos quais241 foram considerados graves. MSF atua no pas desde 1984.

    ETIPIA Matthias Steinbach GUIN Sylvain Cherkaoui/Cosmos

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    EgitoEstima-se que ao menos meio milho de imigrantes vivamno Egito desses, 193 mil so reconhecidos como refugia-dos. MSF oferece apoio psicolgico e assistncia mdica

    aos que sofreram violncia sexual ou tortura. Em 2014, aorganizao inaugurou sua segunda clnica no Cairo, re-alizando 11.039 consultas. Uma equipe tambm atendeu1.690 indivduos vulnerveis na costa norte, realizandomais de mil consultas mdicas. MSF est colaborando como Ministrio da Sade para responder hepatite C: estima--se que 14% da populao estejam infectados, e o acessoao tratamento limitado. A clnica de sade para mes efilhos Abu Elian foi fechada em junho, e os pacientes foramencaminhados para instalaes de sade prximas. Cercade 40 mil consultas foram realizadas desde 2012.

    MSF atua no pas desde 2010.

    MadagascarAps a crise poltica de 2009, o pas enfrentou a deteriora-o da economia e da sade. Aps uma srie de avaliaes,MSF abriu um projeto em Bekily em 2011. Com sede nohospital de Bekily e apoio a dois centros de sade locais,as atividades e os cuidados mdicos priorizaram mulherescom complicaes durante a gravidez, desnutrio infantile pacientes com tuberculose (TB), esquistossomose (ver-minose curvel) e malria. Cerca de 20 mil pacientes foramrecebidos para consultas emergenciais dos quais 42%

    eram crianas com at 5 anos de idade. Um em cada quatropacientes sofria de malria. As equipes realizaram 12 milexames de pr-natal e receberam 1.460 crianas no hospi-tal. Foram diagnosticados e tratados 130 pacientes com TB.MSF atua no pas desde 1987.

    Lesoto

    O HIV, bem como sua coinfeco com tuberculose (TB), con-tribui para o alto ndice de mortes maternas. Planejamentofamiliar, cuidados de pr e ps-natal e servios de emergn-cia so oferecidos no hospital distrital St. Joseph, em Roma,com apoio de MSF, e em seis clnicas de sade na planciee trs na remota Semonkong. Em mdia, 133 partos foramrealizados por ms no St. Joseph e mais de 230 mulheresforam recebidas na maternidade prxima. MSF tambmdispe de uma ambulncia para encaminhar emergnciase treina profissionais no manejo de pacientes coinfectadoscom HIV e TB. Mais de 1.550 pessoas comearam o trata-mento antirretroviral em 2014. O monitoramento da cargaviral* tambm foi ampliado. MSF atua no pas desde 2006.

    Guin BissauUm sistema de sade rudimentar est operante, mas faltamrecursos e um sistema de referenciamento. Na regio cen-tral de Bafat, os cuidados pblicos de sade so limitados,

    a populao dispersa e as distncias at as instalaesmais prximas so considerveis. Os ndices de mortalidadeinfantil e materna so particularmente preocupantes e, porisso, MSF inaugurou um projeto em novembro. A assistn-cia peditrica essencial gratuita oferecida em centros desade na rea rural de Tantan Coss, em Contuboel, e umaequipe oferece assistncia mdica bsica e especializada noambulatrio peditrico e na ala peditrica do hospital regio-nal. O projeto visa a descentralizar a assistncia, envolvendoagentes de sade locais. MSF atua no pas desde 1998.

    LBIA Sebastien Van Malleghem GUIN BISSAU Ramn Pereiro/MSF

    * Importante medida laboratorial da presena do HIV no sangueque pode indicar sucesso ou fracasso do tratamento.

    LbiaMSF inaugurou um centro de sade mental no centro deTrpoli em 2013 para oferecer apoio mdico e psicolgico apessoas que sofriam de problemas de sade relacionadoscom os conflitos anteriores. A equipe em Trpoli foi tempo-rariamente retirada do local em julho em razo da situaovoltil na cidade, tendo retornado em outubro. Em virtudeda deteriorao da situao de segurana, MSF foi incapazde continuar o projeto, que foi encerrado em dezembro. Aviolncia e a agitao ainda eram generalizadas no fim do

    ano. Muitos profissionais de sade fugiram, e as instalaessofreram com a escassez de suprimentos. A inseguranaimpediu o acesso a muitas reas, particularmente no leste,onde havia um alto nmero de mortes. MSF ofereceu as-sistncia em Trpoli, Zawiyah, Yefren, Zuwara e Jaddu pormeio de doaes de medicamentos e materiais mdicos, in-cluindo kits para tratar ferimentos de guerra. A crise na L-bia canalizou milhares de pessoas para a Europa 90% daschegadas partiram de sua costa. Pessoas que trabalham naLbia ou que utilizam sua costa martima como ponto de par-tida so especialmente vulnerveis instabilidade local. EmZuwara e suas imediaes, de onde a maioria dos barcosparte para a Europa, MSF doou materiais de higiene comocloro, mscaras e luvas de proteo ao comit de crise localpara auxili-lo a lidar com os corpos que chegam s praias.

    MSF atua no pas desde 2011.

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    MalauiEm Chiradzulu, MSF continua simplificando o tratamentocontra o HIV por meio de consultas semestrais, que redu-zem o fardo dos pacientes e as longas esperas nos centros

    de sade, e da implementao de um projeto que visa aaproximar a realizao e a anlise de testes de carga viral eCD4.* No fim do ano, cinco centros de sade locais j reali-zavam os testes de CD4, e outros quatro, os de carga viral.

    Em Nsanje, MSF supervisiona a implementao de umapoltica para tratar com antirretrovirais (ARVs) todas asmulheres HIV positivo grvidas e lactantes, independente-mente de seus estados clnicos, para prevenir a transmis-so do vrus aos bebs. A equipe tambm desenvolve umprograma para tratar a tuberculose (TB) em 14 centros desade como um dos passos rumo ao tratamento integrado

    de HIV-TB.

    Apesar do repasse ao Ministrio da Sade do tratamento deHIV com ARVs de primeira linha em Thyolo em dezembrode 2013, MSF continua orientando profissionais sobre a se-gunda etapa do tratamento e conduzindo exames de cargaviral. O repasse completo est previsto para 2015. Em 2014,uma equipe mista com membros de MSF e do Ministrioda Sade envolveu 4.200 pessoas em grupos comunitriosde ARVs, nos quais as pessoas se revezam para retirar osmedicamentos de todos. Mais de 22.864 testes laboratoriaisde carga viral foram realizados em Nsanje e Thyolo.

    Doze estudantes se formaram no programa Recursos Hu-manos Rurais de MSF para o Programa de Bolsa para aSade em 2014. Eles trabalharo em reas de difcil acessoe com poucos profissionais em Thyolo, Nsanje e Chikhawa.

    MSF iniciou um novo projeto em dois presdios: Maula, emLilongwe, e Chichiri, em Blantyre. Cerca de 4.400 prisionei-ros e profissionais fizeram exames de HIV, TB, hepatite Be doenas sexualmente transmissveis (DSTs). Alguns ini-ciaram tratamento contra HIV, TB e DSTs, e tambm foramvacinados contra hepatite B.

    MSF iniciou tambm um projeto que oferece teste de HIV eDSTs para motoristas de caminho e profissionais do sexoem Mwanza e Zalewa, prximo fronteira com Moambique,em 2014. Mais de 300 profissionais do sexo e 50 motoristasde caminho foram testados. MSF atua no pas desde 1986.

    MaliNo norte do pas, civis ficaram impedidos de receber cuidadosmdicos em reas controladas por certas faces ou onde hou-ve confrontos violentos entre grupos armados. O programa de

    MSF que oferece apoio a diversos centros de sade na regiode Gao realizou mais de 47.750 consultas em 2014. Uma equipecontinuou oferecendo cuidados e medicamentos a pacientesno hospital de referncia de Ansongo. MSF tambm auxiliouo Ministrio da Sade durante uma epidemia de rubola noincio do ano e transferiu 124 pacientes para o hospital de Gao.Houve colaborao com outras organizaes para assegurar aavaliao nutricional de crianas e a quimiopreveno sazonalda malria (SMC, na sigla em ingls) mais de 40 mil crianascom idades entre 3 meses e 5 anos receberam medicamen-tos antimalria durante os quatro meses de pico da doena.MSF apoiou o hospital regional de Timbuktu na conduo de

    emergncias mdicas e cirrgicas, e a mdia mensal foi de 700internaes e 150 partos assistidos. As equipes tambm reali-zaram consultas voltadas para doenas crnicas no Centre deSant de Rfrence, para tratamento de diabete, hipertenso ecomplicaes derivadas dos combates. Na regio de Timbuktu,equipes mveis apoiaram profissionais de cinco centros desade perifricos na oferta de cuidados bsicos, vacinao eavaliao nutricional, mas a insegurana crescente dificultou asuperviso desses servios em 2014.

    No relativamente tranquilo sul do pas, MSF concentrou es-foros em sade infantil, tratando primariamente a malria(37.400 crianas) e a desnutrio aguda grave em Koutiala, naregio de Sikasso. A organizao apoiou a unidade peditricado centro de sade de Koutiala e ofereceu cuidados bsicosde sade em cinco distritos de sade. O programa de cuidadoe preveno malria atendeu 183.970 crianas em 2014.Equipes de MSF tambm treinaram paramdicos locais eestudantes de medicina. Um projeto-piloto de preveno pe-ditrica, que inclui vacinao e distribuio de mosquiteiros,teve continuidade na rea de sade de Konsgula.

    Aps a confirmao de casos de Ebola em outubro, duasequipes de emergncia foram enviadas a Kayes e Bamakipara estruturar e administrar centros de tratamento. MSF

    reforou a capacidade local na deteco do vrus e naresposta a alertas, alm de tratar pacientes. Uma equipeofereceu treinamento integral no tratamento de Ebola a 95profissionais de sade em Slingu e Yanfolila. MSF atua nopas desde 1992.

    MALAUI Marco Longari/AFP Photo MALI Miguel Cuenca/MSF

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    NgerEntre maio e setembro, o chamado perodo da fome coin-cide com a estao chuvosa, e a combinao da desnutriocom a malria pode ser fatal para crianas. MSF apoiou seis

    centros de internao, e diversos ambulatrios receberamsuporte em Madaroufa e Guidan Roumdjii (regio de Maradi),Bouza e Madaoua (Tahoua), e Magaria (Zinder). Uma campa-nha de quimiopreveno sazonal da malria (SMC, na siglaem ingls) foi realizada na regio do Sahel (Tahoua, Zindere Maradi), beneficiando 447.500 pessoas, e um programa deassistncia mdica e nutricional para crianas com menosde 5 anos de idade teve continuidade em Magaria, atendendomais de 65 mil crianas.

    Em Madarounfa, MSF mantm dois centros de nutrioambulatorial e um de nutrio intensiva para tratar crianas

    com desnutrio aguda grave, e supervisiona quatro instala-es ambulatoriais. Mais de 137 mil crianas foram testadas,e 14.500, tratadas contra desnutrio. MSF tambm apoia oMinistrio da Sade na unidade de pediatria do hospital deMadarounfa e ofereceu suporte adicional a 11 centros desade durante o pico anual de malria. As atividades depreveno incluram SMC, a vacinao de 54.400 pessoas e adistribuio de 7.850 mosquiteiros. MSF apoia cinco centrosde sade em Guidan Roumdji, onde cerca de 9.300 casospeditricos de malria foram tratados, e a SMC foi oferecidapara mais de 67 mil crianas com idades entre 3 e 59 meses.Em Madaoua, MSF apoiou seis centros de sade integradospara oferecer tratamento a doenas da infncia e desnutrioaguda grave. Mais de 4.800 crianas com desnutrio agudaforam internadas e mais de 13.660 receberam tratamentoambulatorial. No distrito de Bouza, a organizao ofereceassistncia peditrica e nutricional no hospital da cidade enos seis centros de sade da regio. A campanha de SMC foiampliada para os dois distritos, e 237 mil crianas com idadeentre 3 e 59 meses foram tratadas.

    Em resposta ao influxo de refugiados nigerianos, MSF apoioucentros de sade em NGarwa e Gueskerou no comeo dedezembro, alm de ter respondido a um surto de cleraem Diffa. Em setembro, MSF trabalhou com o Ministrio

    de Sade na resposta a um surto de clera que afetou Ta-maske, Madaoua, Bouza, Tahoua, Maradi e Madarounfa. Milpessoas foram tratadas em poucas semanas. O programade assistncia mdica para refugiados malineses foi repas-sado em junho. MSF atua no pas desde 1985.

    LibriaEm 31 de maro, os primeiros casos de Ebola foram con-firmados. Em dois meses, o nmero passou de menos de10, em junho, para mais de mil, no final de julho. O auge da

    epidemia foi entre agosto e outubro.

    Em Margibi, foi construda uma unidade de isolamento comapoio de MSF. Em Foya, foi estruturado um centro de trata-mento de Ebola (CTE), e MSF treinou profissionais de sadelocais, posteriormente assumindo sua administrao e au-mentando a capacidade para 100 leitos. Cuidados mdicos,atividades de conscientizao, apoio psicossocial, promoode sade e rastreamento de pessoas que tiveram contatocom a doena foram implementados. Quase 700 pacientesforam atendidos, dos quais 394 estavam infectados e 154sobreviveram. O centro foi fechado em dezembro.

    Na capital, Monrvia, MSF apoiou autoridades no treinamen-to de profissionais mdicos nos hospitais JFK e ELWA. Umaunidade de isolamento foi construda no JFK, e, em agosto,o CTE ELWA 3 foi inaugurado, com 120 leitos. No final desetembro, o centro tinha 250 leitos, tornando-se o maior CTE

    j construdo. MSF administrou clnicas mveis e treinou pro-fissionais locais na triagem e no controle de infeco, apoian-do 22 centros de sade. Um novo hospital peditrico tambmcomeou a ser construdo, e um servio de ambulncia foiestruturado em dezembro para encaminhar casos suspeitosde Ebola. Alm disso, MSF abriu um centro de trnsito de10 leitos para a triagem de casos suspeitos de Ebola parapossibilitar a reabertura do hospital Redemption.

    Em River Cess, MSF estabeleceu um centro de trnsito emGozohn em novembro. Em dezembro, o centro de trnsitoestava vazio, mas as demais atividades voltadas para aconteno da epidemia tiveram continuidade. Em novembro,uma equipe de MSF se estabeleceu em Quewin, em GrandBassa. J no final de dezembro, outras organizaes e asautoridades locais assumiram a vigilncia epidemiolgica doEbola e o rastreamento de contatos.

    MSF distribuiu medicamentos antimalria a 522 mil pessoas

    em Monrvia entre o fim de outubro e dezembro. O nmerode casos de Ebola diminuiu muito no fim do ano e, em de-zembro, a Libria era o pas com a menor incidncia de casosinformados entre os trs pases mais afetados. MSF atua nopas desde 1990.

    LIBRIA Martin Zinggl/MSF NGER Juan Carlos Tomasi/MSF

    12Mdicos Sem Fronteiras - Relatrio Anual 2014

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    NigriaInstabilidade poltica, ataques do Boko Haram e operaesdo exrcito nigeriano foraram milhares de pessoas a fugir.At 400 mil indivduos chegaram a Maiduguri, capital de

    Borno, e seu entorno. Em agosto, MSF comeou a prestarassistncia em dois acampamentos e, at o fim do ano, 10mil consultas foram realizadas. Houve um surto de clerano fim de setembro, e MSF estruturou um centro de trata-mento com 120 leitos e cinco postos para reidratao porvia oral, atendendo 6.833 pacientes at dezembro.

    No hospital de Jahun, em Jigawa, MSF apoia o programa deemergncia obsttrica 7.980 mulheres foram atendidas, e5.700 partos, assistidos. Ali, tambm so oferecidos apoiopsicossocial e cirurgias de reparo de fstulas obsttricas* 264 mulheres foram tratadas em 2014.

    No Hospital Peditrico de Noma, em Sokoto, MSF atendeucrianas que sofrem de noma, uma sbita infeco comgangrena que causa desfigurao facial. Conselheiros psi-cossociais realizaram 90 sesses grupais e 12 individuais, e50 crianas foram internadas.

    MSF tambm tratou crianas com envenenamento porchumbo em oito vilarejos no estado de Zamfara. Com aevaso de pacientes, a organizao fechou trs clnicas co-munitrias, mas ainda pressiona o governo para dar assis-tncia populao local. Exames foram feitos em crianaspara detectar sarampo, meningite e febre amarela. Maisde 3.560 casos de malria foram tratados, e mais de 7.680consultas ambulatoriais, realizadas.

    A unidade de resposta de emergncia na Nigria (NERU, nasigla em ingls) de MSF emite alertas e responde rapida-mente a surtos no noroeste do pas. De junho a dezembro,a NERU tratou 6.066 casos de clera em Goronyo, Aliero eMada, Anka e Shagari. Cerca de 330 pessoas foram tratadascontra meningite em Aliero.

    MSF ofereceu s autoridades de sade de Lagos e Port Har-court apoio tcnico referente ao Ebola, de julho a outubro,

    auxiliando no isolamento e rastreamento de pessoas quetiveram contato com o vrus e oferecendo treinamento econscientizao pblica. Houve 20 casos confirmados e oitopacientes morreram. MSF atua no pas desde 1971.

    NIGRIA Abubakr Bakri/MSF MOAMBIQUE Gianluigi Guercia/AFP Photo

    MauritniaA crise poltica e de segurana que acometeu o Mali em 2013forou milhares de malineses a cruzarem a fronteira emdireo Mauritnia. Apesar do incio dos acordos de paz em

    2014, o norte do Mali continuou to perigoso que os serviospblicos tornaram-se ausentes em grande parte da regio ea violncia desmotivou a volta dos refugiados para casa.

    MSF oferece cuidados bsicos e emergenciais de sade,alm de servios ginecolgicos e obsttricos, para refu-giados no campo de Mbera e comunidades dos arredores,em Bassikounou e Fassala, por meio do apoio a clnicas ehospitais pblicos. Dessa forma, a organizao garantiu quetodas as pessoas da regio economicamente marginalizadastivessem acesso a cuidados pela primeira vez. Em 2014, amaioria dos procedimentos mdicos oferecidos consistiu em

    cesarianas, cirurgias ortopdicas e viscerais.

    A equipe de MSF realizou, ao todo, 158.694 consultas m-dicas no projeto na Mauritnia, das quais 23% em crianascom menos de 5 anos de idade. MSF atua na Mauritniadesde 1994.

    MoambiqueDesde 2001, MSF apoia o Ministrio da Sade na oferta decuidados a pessoas vivendo com HIV/Aids e tuberculose (TB)nos distritos de Kampfumo e Nlhamankulo. Para os prxi-mos anos, o objetivo oferecer atendimento especializadoa casos complicados. No centro de sade Primeiro de Maio,o projeto de MSF est concentrado nas necessidades dosadolescentes e no apoio a grupos comunitrios urbanos depessoas vivendo com HIV.

    O teste de carga viral foi introduzido nos centros pblicos desade de Maputo e do distrito de Changara para melhorar omonitoramento dos pacientes. Em Tete, MSF trabalha comgrupos comunitrios de antirretrovirais, que se renem paraapoio mtuo e se revezam na retirada dos medicamentos.At o fim de 2014, mais de 10.500 participavam desses gru-pos. Um novo projeto corredor teve incio nas cidades de

    Tete e Beira, com foco nas populaes de difcil acesso, comoprofissionais do sexo, motoristas de caminho e trabalhado-res temporrios. Mais de 2 mil pessoas foram testadas paraHIV e outras doenas sexualmente transmissveis. MSF atuano pas desde 1984.

    13Mdicos Sem Fronteiras - Relatrio Anual 2014

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    Serra LeoaAps a confirmao dos primeiros casos de Ebola em SerraLeoa, equipes de MSF inauguraram um centro de trata-mento de Ebola (CTE) nos arredores da cidade de Kailahun

    em 26 de junho e tambm deram incio a atividades deconscientizao, promoo da sade e monitoramento dadoena, alm de treinar profissionais de sade locais. MSFconstruiu tambm uma pequena maternidade em outubro,onde pacientes grvidas com Ebola passaram a recebercuidados especializados na zona de alto risco do CTE.

    Em setembro, inaugurou o segundo CTE, a cinco quilmetrosde Bo. Ali, as equipes desempenharam atividades de cons-cientizao, promoo da sade e vigilncia, treinaram pro-fissionais de sade locais e ofereceram apoio s atividades doMinistrio da Sade. Tambm em Bo, MSF lanou o terceiro

    projeto de Ebola voltado para a oferta de treinamento espec-fico para outras organizaes para que administrassem comsegurana seus prprios CTEs. Ao todo, seis organizaesforam treinadas. No incio de dezembro, MSF inaugurou umCTE na escola Prince of Wales, de localizao central. Havia30 salas individuais para casos suspeitos e 70 leitos. MSFcomeou a realizar atividades de sensibilizao, promoode sade e vigilncia em nove subdistritos de Freetown. Asequipes tambm ofereceram treinamento para a desinfecode lares. Em 15 de dezembro, a organizao inaugurou seuquarto CTE, em Magburaka. Uma equipe de resposta rpidafoi estruturada ali para ser mobilizada sempre que novoscasos surgissem no pas.

    Muitos profissionais de sade de Serra Leoa na linha defrente da epidemia foram infectados pelo vrus; estima-seque at 10% deles tenham morrido. Em outubro, MSF sus-pendeu os projetos peditricos e obsttricos em Gondamaem decorrncia da incapacidade de garantir a qualidadedos cuidados diante do fardo imposto pelo Ebola. Enquan-to isso, mulheres sofrendo de complicaes no parto epessoas com malria e outras doenas tinham receio debuscar atendimento nos hospitais do governo por temeremo vrus. Em dezembro, MSF recrutou e treinou cerca de 6mil voluntrios para a distribuio de medicamentos para o

    tratamento da malria de porta em porta em parceria como Ministrio da Sade. Cerca de 1,5 milho de pessoas naregio de Freetown foram beneficiadas. Outra campanha dedistribuio foi realizada em janeiro de 2015. MSF atua nopas desde 1986.

    QUNIA Matthias Steinbach SERRA LEOA Anna Surinyach/MSF

    QuniaMais de 350 mil pessoas, a maioria somalis, vivem em condi-es precrias em Dadaab, o maior campo de refugiados domundo. Aps acordo envolvendo o retorno voluntrio assina-

    do em 2014, os refugiados podem voltar a um pas em guerraou ficar em Dadaab, com assistncia mnima. Ali, a falta desegurana limita muito a oferta de ajuda humanitria desde2011, MSF no mantm presena internacional no campo deDagahaley, apenas um hospital e um centro de nutrio tera-putica e intensiva gerido por profissionais nacionais. No hos-pital, so oferecidos servios ambulatoriais e de internao,alm de tratamento para HIV/Aids e tuberculose (TB). Quatropostos de sade em Dagahaley oferecem consultas bsicasde sade e apoio de sade mental. Cerca de 15 mil consultasambulatoriais e mil consultas de pr-natal so realizadaspor ms. Por meio do programa de MSF em Homa Bay, mais

    de 7.400 pessoas vivendo com HIV receberam tratamentoantirretroviral (Tarv) em 2014, e um novo programa teve incioem Ndhiwa, com um modelo de teste e tratamento integra-dos. Autoridades de sade recebero apoio para melhoraro acesso aos testes de HIV, preveno da transmisso dovrus de me para filho e circunciso masculina voluntria.O programa de MSF na clnica Lavender House, em Mathare,oferece consultas a vtimas de violncia sexual e de gnero egarante tratamento para prevenir a transmisso do HIV e deoutras doenas, testes de gravidez, coleta de amostras paraquestes jurdicas, orientao psicolgica e encaminhamentopara apoio social e jurdico. Em 2014, mais de 200 pacientesforam atendidos por ms. Uma sala de trauma tambm foipreparada para cuidar de emergncias ambulatoriais, e cercade 300 pacientes por ms receberam cuidados. MSF criou umcentro de encaminhamento, e duas ambulncias ficaram disposio dos moradores de Mathare e Eastleigh. Duranteas primeiras seis semanas do projeto, 141 chamadas foramrecebidas. MSF tambm comeou a apoiar o departamentode acidentes e emergncias do hospital Mama Lucy Kibaki.Um programa com foco na deteco e no tratamento de pes-soas com TB resistente a medicamentos teve continuidadena Green House, Mathare, e o primeiro paciente diagnosti-cado com TB ultrarresistente recebeu tratamento base debedaquilina. O nico atendimento de sade disponvel para

    as pessoas na favela de Kibera oferecido por duas clnicasde MSF. Uma nova clnica foi inaugurada em Kibera do Sul,oferecendo cuidados bsicos e servios de maternidade, onde feita a gesto integrada para doenas como HIV, diabete easma. MSF atua no pas desde 1987.

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    SudoDiversas restries impossibilitaram o acesso de MSF s reasafetadas por conflitos, e inclusive um de seus hospitais emCordofo do Sul foi bombardeado. Confrontos ocorreram emTawila, onde um projeto de sade materno-infantil realizoumais de 34.900 consultas ambulatoriais e 5.400 de pr-natal, e1.300 crianas com desnutrio foram tratadas. Com o mesmofoco, MSF atua em quatro centros de sade em Dar Zaghawae trs postos de sade perifricos. Mais de 46.800 consultasambulatoriais foram realizadas. MSF continuou atendendodeslocados em El Sireaf, tendo realizado mais de 17.700consultas ambulatoriais e tratado 1.100 casos de malria. NoNorth Darfur Emergency Response, junto com o Ministrio deSade de Darfur do Norte, MSF distribuiu itens essenciais emTawisha, Usban e El Fasher; tratou hepatite E em Um Kadada;conduziu testes para desnutrio em Shangil Tobaya; apoiou acampanha contra dengue em El Fasher; e treinou profissionais.Em maro e abril, quando 4 mil novos deslocados internoschegaram ao campo de El Sereif, em Darfur do Sul, MSF j

    atuava ali e ofereceu cuidados.No fim de 2014, a organizaocomeou a apoiar quatro centros de sade em Kerenek, DarfurOcidental, e com as autoridades atuou na preveno do Ebola.Uma clnica de sade foi inaugurada no estado de Nilo Branco.MSF atua no pas desde 1979.

    ZimbbueEm Epworth, Harare, mais de 2.660 pacientes com menos de 20anos de idade foram testados para o HIV e mais de 200 inicia-ram tratamento. Os cuidados de rotina relacionados com HIV etuberculose (TB) foram repassados ao Ministrio da Sade. Osprogramas de MSF voltados para HIV e TB em Buhera, Gutu eChikomba se concentram no treinamento de profissionais e naampliao do acesso ao monitoramento de carga viral. Testese tratamento antirretroviral (Tarv) foram descentralizados paratodas as clnicas dos trs distritos. No fim do ano, havia 72grupos comunitrios de Tarv em Gutu. Em 2014, foram condu-zidos 35.439 exames de carga viral em Harare. No distrito deNyanga, os cuidados de HIV e TB foram descentralizados para18 das 21 clnicas da regio. MSF oferece diagnstico e trata-mento para detentos com distrbios mentais no presdio desegurana mxima de Chikurubi. Profissionais de 10 presdiosforam treinados para conduzir testes e tratamento. Em Mbare,MSF oferece cuidados mdicos e apoio psicolgico, sociais e

    jurdicos para vtimas de violncia sexual. No distrito rural deGokwe do Norte, a organizao descentralizou e melhorou oscuidados oferecidos a vtimas de violncia sexual e pessoasvivendo com HIV e TB em dois hospitais e 18 centros de sade.

    Aps trs anos, o projeto foi repassado ao Ministrio da Sade eCuidado Infantil. O projeto de HIV em Tsholotsho foi repassados autoridades locais de sade em novembro. No fim de agos-to, mais de 10.400 pessoas estavam recebendo Tarv. MSF atuano pas desde 2000.

    SuazilndiaMSF continuou apoiando o cuidado integrado de HIV e tubercu-lose (TB) na regio de Shiselweni, com projetos em Nhlangano,Hlatikulu e Matsanjeni em 22 clnicas de sade e trs instala-

    es especializadas. O foco do programa so os membros dacomunidade que vivem com o HIV, treinados por equipes deMSF e pelo Ministrio da Sade. O grupo conduziu mais de 3.200sesses educativas sobre temas relacionados com o HIV queimpactaram cerca de 137.100 pessoas em Shiselweni. Testesde HIV em domiclio tambm foram integrados ao programa, eo exame de rotina de carga viral foi implementado. A primeirafase da estratgia do tratamento como preveno concentradaem gestantes foi implementada nacionalmente em 2014. Asegunda fase, o Acesso Precoce a Antirretrovirais para Todos(EAAA, na sigla em ingls) foi lanada em Nhlangano em ou-tubro. Na regio de Matsapha, populaes vulnerveis tiveram

    acesso a teste e tratamento para HIV e TB na clnica integradade sade da famlia. A ateno integral para coinfectados porHIV e TB tambm oferecida no hospital de Mankayane e emclnicas em comunidades locais. MSF atua no pas desde 2007.

    UgandaEm outubro, mais de 128 mil sul-sudaneses cruzaram afronteira em busca de segurana. Em Adjumani, MSF atendeurefugiados por meio de um programa de emergncia com

    servios voltados para desnutrio, internao e ambulatrio,e maternidade. No sul do pas, conduziu mais de 124 mil con-sultas e mais de 4 mil internaes. De julho a setembro, foramrealizados trs ciclos de vacinao contra a doena pneumo-ccica e o Haemophilus influenzae tipo B, imunizando maisde 2.700 crianas com menos de 2 anos de idade. Essa foi aprimeira campanha com a vacina pneumoccica conjugada re-alizada em Uganda, e a primeira em um campo de refugiados.Em julho, o programa de HIV e tuberculose (TB) de Arua e ocentro de tratamento para TB multirresistente foram repassa-dos. Em outubro, um caso de febre de Marburg foi confirmadoem Kampala. MSF estruturou cinco centros de trnsito e um

    centro de tratamento de Ebola em hospitais dali, mas nenhumoutro caso foi informado. MSF atua no pas desde 1986.

    SUDO MSF UGANDA Isabel Corthier

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    bm Gumuruk, Lekwongole e Old Fangak. No hospital de Na-sir, foram realizadas em mdia 4.100 consultas por ms ata ecloso da violncia e a subsequente fuga da populao.MSF teve tambm de interromper o trabalho no hospital p-blico de Malakal em abril, abrindo uma clnica no complexoda ONU onde 20 mil pessoas estavam abrigadas. Em Melut,atendeu pessoas deslocadas.

    MSF atuou no campo de Minkamman, em Awerial, realizan-do mais de 52 mil consultas ambulatoriais e 2.700 de sade

    mental, alm de campanhas de vacinao contra sarampo,plio, clera e meningite. Aps a ecloso do sarampo emCueibet, no fim de maro, ofereceu apoio na imunizao de32.700 crianas contra o sarampo e a plio. Em Pamat, MSFcontinuou assistindo deslocados. No hospital civil de Aweil,

    Sudo do SulDepois do incio dos combates na capital, Juba, no final de2013, o nmero de projetos de MSF no pas cresceu de 13 para20. A violncia afetou a oferta de ajuda mdico-humanitria,e houve depredao de instalaes mdicas, roubo de equi-pamentos e a morte de pessoas dentro de hospitais de MSF.

    Dezenas de milhares de pessoas se refugiaram em com-plexos da ONU, onde MSF estruturou instalaes mdicas.Em agosto, esses projetos foram repassados. A deterioraoda situao de segurana em janeiro obrigou profissionaismdicos a deixarem Bentiu e, em abril, MSF interrompeu oatendimento de tuberculose e HIV. No complexo da ONU, apopulao saltou de 6 mil para 22 mil pessoas em dias. Ali,MSF manteve uma sala de emergncia 24 horas. Alm dis-

    mais de 7.100 mulheres foram recebidas na ala de materni-dade e mais de 1.500 partos realizados. Mais de 30 mil casosde malria foram tratados. MSF tambm oferece apoio aohospital de Yambio, em Equatria Ocidental, desde 2008, ondeh mais de 3 mil pessoas em tratamento para HIV. No estadode Warrap, administra um hospital na cidade de Gogrial.

    MSF continuou em Agok, 40 quilmetros ao sul de Abyei,regio disputada por Sudo e Sudo do Sul. Mais de 1.550partos foram assistidos e 6.600 pessoas admitidas. Em feve-

    reiro, as clnicas mveis foram suspensas e, em maro, osservios ambulatoriais repassados. Em maio, MSF inaugu-rou cinco centros de tratamento de clera e trs pontos dereidratao oral em Juba. MSF comeou a atuar no Sudodo Sul em 1983.

    so, cerca de 70 mil refugiados sudaneses foram atendidosno campo de Yida, onde uma campanha de vacinao pneu-moccica imunizou 10 mil crianas com menos de dois anos a primeira j realizada com refugiados. Em Leer, a equipeinternacional foi evacuada em janeiro e, pouco depois, 240profissionais locais foram obrigados a fugir. Em maio, as ati-vidades foram retomadas.

    Em abril, uma equipe de MSF ajudou na restaurao do hos-pital de Bor para a retomada das atividades essenciais. Em2014, tiveram incio as cirurgias para tratar feridos de guerrano hospital de Lankien. Durante uma epidemia de calazar,mais de 6 mil pessoas foram tratadas. Em julho de 2014, asatividades em Pibor foram retomadas, e MSF atendeu tam-

    SUDO DO SUL Adriane Ohanesian

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    RDCMais de 28.800 pacientes foram atendidos em 2014 no hospi-tal apoiado por MSF em Rutshuru, Kivu do Norte. MSF atuoutambm no hospital de Masisi, num centro ambulatorial dacidade e no centro de Nyabiondo, alm de operar clnicasmveis. Quatro mil crianas e gestantes foram imunizadasdurante uma campanha no sul de Masisi. MSF oferece cuida-dos bsicos e especializados em hospitais e centros e sadeem Mweso e Walikale e mantm clnicas mveis para o tra-tamento da malria em Walikale. Mais de 16.200 pacientesforam tratados contra a malria. Em Birambizo, deu apoio pediatria no centro de sade de Kabizo at maio, e um surtode clera em Kibirizi foi controlado em julho. Operou tambmum pequeno centro de tratamento de clera perto de Goma.MSF continua a dar apoio ao hospital geral de Shabunda, em

    anos de idade com malria foram tratadas, bem como maisde 1.350 com malria grave ou complicaes, entre maro e

    junho. Em Lubumbashi, MSF atendeu a casos de sarampo erespondeu a um surto de clera. A organizao deu apoio aohospital de Shamwana e a seis centros de sade em Kiam-bi, Mitwaba e Kilwa. Cerca de 67 mil consultas ambulatoriaisforam realizadas. Um programa de malria foi criado no eixoMpiana-Kishale. Mais de 37 mil pessoas receberam trata-mento para malria durante uma ao emergencial de 14semanas em Kinkondja. Confrontos violentos continuaram a

    castigar a populao em Gety, onde MSF concentra esforosna sade materno-infantil, alm de administrar as alas deemergncia e tratamento intensivo, transfuses de sangue eo laboratrio do hospital local. Uma ala neonatal foi inaugu-rada em setembro. MSF doou medicamentos e tratou mais

    Kivu do Sul, a um hospital em Matili e a sete centros de sa-de. Assistncia bsica e especializada tambm foi oferecida adeslocados e comunidades locais em Minova e Kalonge.Em Fizi, MSF tratou mais de 101.200 pacientes de malriaem Baraka, assistiu 8.500 partos e cuidou de 2.035 pacientesde clera. Cuidados de sade tambm foram oferecidos nohospital de Lulimba. O nmero de pacientes atendidos porMSF aumentou com a evaso de organizaes humanitriasda regio foram mais de 76.100 consultas ambulatoriaisrealizadas e 42.800 pacientes de malria tratados. Em ou-tubro, uma clnica de sade sexual e reprodutiva foi inaugu-rada em Misisi. Com parceiros, MSF vacinou 51.400 pessoase tratou 700 contra clera na cidade de Kalemie, em Katan-ga. Em Kongolo, mais de 12.300 crianas com menos de 5

    de 96.800 pacientes na regio. De junho a novembro, ofere-ceu cuidados mdicos a deslocados de Nia Nia, Mambassa eBafwasende. Em outubro, 25 mil deslocados recm-chega-dos foram assistidos. O programa de HIV em Kinshasa aten-de habitantes do bairro de Massina com testes, introduo demodelos comunitrios de administrao de antirretrovirais emonitoramento de carga viral. As equipes de emergncia naRDC responderam a surtos de sarampo, febre tifoide, sus-peitas de febre amarela, necessidades de deslocados vtimasde violncia e um surto de Ebola, de agosto a novembro. Dos

    25 pacientes de Ebola tratados, 13 se recuperaram. As ativi-dades em Bulengo e Kalonge foram repassadas. O projeto dedoena do sono em Ganga-Dingila, Ango e Zobia e as ativida-des no campo de Mugunga III foram encerrados. MSF atua nopas desde 1981.

    RDC Jeroen Oerlemans

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    HaitiMSF continuou a administrar o nico estabelecimento paratratamento de queimados no pas, no hospital de Drouillard,prximo favela de Cit Soleil, em Porto Prncipe. Equipadocom trs centros cirrgicos, o hospital teve sua capacidadeampliada de 30 para 35 leitos. Em 2014, MSF fechou a uni-dade de tratamento de trauma no hospital e internou 481 pa-cientes hospitalizados por queimaduras.

    Tendo atendido mais de 45 mil emergncias no ano, o centrode emergncia e estabilizao de Martissant uma instala-

    o gratuita aberta 24 horas, diariamente. As equipes trata-ram mais de 25 mil pacientes vtimas de traumas em aciden-tes, 13.250 com traumas resultantes de violncia e mais de3.700 pessoas com clera.

    MSF oferece atendimento de emergncia, incluindo cirurgias eassistncia a trauma, 24 horas, todos os dias, no centro de NapKenbe, em Tabarre. Desde meados de 2014, mantm ali umprograma de treinamento em cirurgia ortopdica. Para garan-tir o atendimento de alto padro, conta com um equipamentode raios X, um laboratrio, um banco de sangue, equipamentosde esterilizao e uma farmcia. Assistncia social e de sa-de mental, assim como reabilitao ps-operatria, tambm

    oferecida. As equipes atenderam mais de 9.880 emergncias erealizaram mais de 4.200 procedimentos cirrgicos em 2014.

    Localizado no bairro Delmas 33, na regio central de Por-to Prncipe, o Centre de Rfrence en Urgence Obsttricale

    (CRUO, na sigla em francs) de MSF continuou a oferecerassistncia obsttrica gratuita 24 horas por dia. O CRUO ofe-rece diversos servios de sade reprodutiva, incluindo assis-tncia pr e ps-natal, planejamento familiar e preveno detransmisso de HIV de me para filho, alm de assistncianeonatal e apoio de sade mental. H tambm uma ala de 10leitos exclusiva para gestantes com clera. Uma mdia de 17nascimentos dirios foi registrada no CRUO em 2014, e cercade 10.400 pacientes foram internados.

    Aps o terremoto de janeiro de 2010, MSF construiu em L-gane um hospital temporrio em contineres para realizarcirurgias. O programa evoluiu para lidar com emergncias,concentrando esforos em complicaes na gravidez e vti-mas de acidentes de trnsito. Mantendo o plano de fecharo hospital em 2015, a organizao tem reduzido suas ativi-dades em Chatuley desde 2013. Em 2014, 6.782 pacientesforam admitidos no hospital Chatuley, 2.617 consultas paracrianas com menos de 5 anos e 6.162 consultas de pr-na-tal foram realizadas, e 3.298 partos foram assistidos.

    Quando o nmero de indivduos com clera se elevou, emoutubro, MSF estruturou centros de tratamento nos bairros

    de Martissant, Delmas 33 e Carrefour, na capital. Mais de224.600 pessoas foram envolvidas em atividades educativas,e 1.640 kits de desinfeco foram distribudos. Ao todo, maisde 5.600 pessoas receberam tratamento de clera com apoiode MSF. MSF atua no pas desde 1991.

    AMRICAS

    HAITI Corentin Fohlen

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    HondurasHonduras tem vivenciado anos de instabilidade poltica,econmica e social. Tegucigalpa, a capital, uma das cidadesmais violentas do mundo. Ali, MSF desenvolveu o chamado

    servio prioritrio em colaborao com o Ministrio daSade, oferecendo ateno emergencial mdica e psicolgicaa vtimas de violncia, incluindo violncia sexual, em centrosde sade e no principal hospital local de forma confidencial,gratuita e integrada em um s local. Para divulgar o servio,equipes de promoo de sade de MSF concentram-se ematividades de sensibilizao. Em 2014, MSF tratou 700 vtimasde violncia, incluindo 560 vtimas de violncia sexual, e rea-lizou 1.770 consultas de sade mental. O tratamento mdicopara estupros inclui profilaxia ps-exposio para evitar acontaminao por HIV e proporciona proteo contra outrasdoenas transmitidas sexualmente, hepatite B e ttano. A as-sistncia em sade mental inclui aconselhamento e primeiros

    socorros psicolgicos. A plula contraceptiva de emergncia,porm, est proibida em Honduras desde 2009. Um debatepara a mudana da poltica para contracepo emergencialfoi iniciado em 2014. MSF atua no pas desde 1974.

    MxicoA populao urbana e os imigrantes que passam pelo Mxicoa caminho dos EUA esto expostos a riscos de violnciaextrema. MSF ofereceu cuidados bsicos de sade fsica emental, referncia hospitalar e acompanhamento de casosemergenciais foram mais de 10 mil consultas mdicas emil consultas de sade mental em Ixtepec, Apaxco, Lechera,

    Huehuetoca, Bojay e Tierra Blanca. Apoio de sade mentaltambm foi oferecido em Colonia Jardn, Acapulco. No estadode Tamaulipas, o hospital geral de Nuevo Laredo est sobre-carregado. MSF trabalhou com as autoridades na implemen-tao da triagem 24 horas, expanso da sala de emergncia,treinamento, doao de equipamentos e medicamentos epadronizao dos tratamentos. Em outubro, o projeto foi re-produzido em Reynosa, Ro Bravo e Valle Hermoso. Cuidadosde sade mental e violncia sexual foram introduzidos emNuevo Laredo e Reynosa no fim de 2014. MSF colaborou comas autoridades na implementao de uma resposta integra-da doena de Chagas em San Pedro de Pochutla, Oaxaca,envolvendo medidas de conscientizao, preventivas (3.145

    diagnsticos rpidos), diagnstico e tratamento em cincocentros de sade. Desde outubro, oferece apoio teraputicoe psicossocial aos cerca de 400 parentes e colegas dos 43 es-tudantes que desapareceram em Iguala em 26 de setembro.MSF atua no pas desde 1985.

    BolviaEstima-se que at 1 milho de pessoas estejam infectadascom a doena de Chagas na Bolvia, mas somente 4% re-cebem tratamento. Em 2014, equipes de MSF concentraram

    esforos no municpio de Monteagudo, onde praticamentenenhum dos 61.900 habitantes teve acesso a tratamento. Emparceria com o Ministrio da Sade, MSF trabalha em ummodelo de preveno e tratamento a ser integrado ao siste-ma bsico de sade local. Neste ano, a organizao tambmcolaborou com o Ministrio da Sade em parceria com aUniversidade John Hopkins para preparar o lanamento doEmocha, um aplicativo para telefones celulares que consisteno envio de SMS gratuito a uma central de informaes nocaso de deteco de barbeiros para acionar uma equipe decontrole vetorial. MSF atua no pas desde 1986.

    ColmbiaAt recentemente, o conflito armado se limitava s reasrurais; agora, novos grupos armados esto se consolidandonos centros urbanos e na periferia, e a insegurana estacentuando os problemas de acesso a cuidados.

    MSF manteve seu programa em Cauca, Nario e Caquet,porque autoridades de sade no garantem o funciona-mento dos servios de sade nessas reas. Equipes de MSFadministram clnicas mveis e oferecem servios nos pos-tos de sade, incluindo cuidados bsicos de sade mental,sexual e reprodutiva, pr-natal, imunizao e encaminha-mento para emergncias. Um programa semelhante teve

    continuidade no litoral de Cauca, e outro, na Cordilheirade Cauca, concentra esforos no apoio de sade mental svtimas da violncia, incluindo violncia sexual.

    MSF defende o reconhecimento da violncia sexual comoemergncia de sade por parte do governo para que as v-timas possam receber o atendimento amplo do qual neces-sitam. Um novo programa integrado de sade voltado paraas vtimas da violncia e de violncia sexual foi inauguradono municpio de Tumaco, em Nario, e em Buenaventura.

    O programa de tuberculose (TB) de MSF em Buenaventurafoi encerrado no fim do ano. Desde sua abertura, em 2010,

    um total de 147 pacientes foi tratado para TB sensvel eresistente a medicamentos. MSF tambm ofereceu suporte estratgia nacional de combate TB. O programa emCaquet tambm foi encerrado no fim do ano.MSF atua na Colmbia desde 1985.

    COLMBIA Anna Surinyach/MSF MXICO Consuelo Pagaza/MSF

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    PAQUISTO Noor Muhammad/MSF

    SIA E CUCASO

    PaquistoEm Quetta e Kuchlak, no Baluchisto, MSF manteve o apoionutricional a crianas gravemente abaixo do peso, gestantese lactantes. Um total de 3.361 sesses de assistncia psi-cossocial foi realizado, e as equipes tambm atenderam 697pessoas com leishmaniose cutnea. Ao todo, foram realiza-dos cerca de 59.690 consultas e 3.598 partos. No norte deQuetta, no hospital do distrito de Chaman, MSF mantm pro-gramas de nutrio e servios voltados para vtimas de trau-mas. Foram realizados 6.978 consultas ambulatoriais e 4.048partos, e mais de 5.795 mulheres compareceram a consultas

    de pr-natal. No leste do Baluchisto, MSF trabalha com oMinistrio da Sade no hospital District Headquarters, emDera Murad Jamali, onde um programa de nutrio ambu-latorial foi intensificado. Mais de 8.800 pessoas receberamapoio nutricional.

    Dois centros de sade bsica em Talai e Bilot oferecem as-sistncia mdica a comunidades deslocadas e vulnerveis naAgncia Bajaur. As equipes de MSF tambm trabalham nohospital civil de Nawagai, garantindo a referncia de casoscomplicados para Khar, Timurgara ou Peshawar.

    No enclave sunita de Sadda, na Agncia Kurram, MSF man-

    tm um ambulatrio peditrico para crianas com at 5anos de idade, no hospital Tehsil Headquarters, alm de umprograma de nutrio teraputica. Os profissionais de MSFtambm reforaram os servios de pr e ps-natal. Cercade 160 pacientes receberam tratamento para leishmaniose

    cutnea. Em Ailzai, uma comunidade xiita de Kurram, MSFmantm um ambulatrio peditrico para crianas com me-nos de 12 anos de idade, e em Peshawar, capital da provnciade Khyber Pakhtunkhwa, uma maternidade onde mais de3.700 pacientes foram admitidos e 3.268 partos, realizados.No hospital de Hangu, administrado pelo governo, MSF man-tm uma sala de emergncia 24 horas, uma sala de cirurgiae alas cirrgicas, alm de dar apoio tcnico e para refern-cias na sala de parto. MSF tambm apoia o banco de sanguedo Ministrio da Sade e departamentos de raios X.

    MSF continua oferecendo assistncia especializada na salade emergncia (114.957 pacientes passaram por triagem),na sala de ressuscitao (27.576 pacientes foram atendidos)e na sala de observao do hospital District Headquarters deTimurgara, no Baixo Dir. Em 2014, 7.369 partos foram assis-tidos. Em maio, MSF inaugurou uma unidade neonatal paraprematuros e bebs abaixo do peso ao nascimento. Tambmd apoio ao banco de sangue do hospital e aos sistemas deesterilizao e administrao de dejetos.

    Alas de isolamento foram estabelecidas em Timurgara apssurtos de diarreia aquosa aguda e sarampo. MSF tambm

    ofereceu preveno da dengue, alm de atividades de cons-cientizao nas escolas. Uma clnica em Colnia Machar foiinaugurada em 2012 com um parceiro local, oferecendo as-sistncia de sade bsica e de emergncia, alm de assis-tncia no trabalho de parto. MSF atua no pas desde 1986.

    As atividades de MSF no Paquisto so financiadas unicamente por doaesde indivduos, sem contribuies de instituies nem do governo20

    Mdicos Sem Fronteiras - Relatrio Anual 2014

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    ArmniaA tuberculose (TB) continua sendo um importante problemade sade pblica, j que o pas registra uma das mais al-tas taxas da cepa multirresistente (TB-MDR) da doena em

    todo o mundo. Desde 2005, MSF trabalha para melhorar odiagnstico e o tratamento da TB resistente a medicamen-tos (TB-DR) no pas. A bedaquilina est disponvel para pa-cientes com TB-MDR e TB ultrarresistente a medicamentos(TB-XDR) desde abril de 2013. At setembro de 2014, 46pacientes receberam o medicamento. MSF trabalha com oMinistrio da Sade para oferecer apoio adaptado ao pacien-te atendimento em casa quando necessrio e aconselha-mento e pretende dar apoio ao programa nacional para im-plementar planos de resposta TB-DR, para repassar suasatividades em 2016. MSF atua no pas desde 1988.

    BangladeshMuitos dos rohingyas em situao irregular que fugiram daviolncia e da perseguio em Mianmar esto vivendo hdcadas em acampamentos improvisados perto da fronteiracom Bangladesh, discriminados e excludos de assistnciamdica. No campo improvisado de Kutupalong, em Coxs Ba-zar, MSF conduziu cerca de 80 mil consultas em 2014. Maisde 3 mil consultas de sade mental foram realizadas, e cercade 6 mil mulheres participaram de consultas de pr-natal.

    Em Kamrangirchar e Hazaribagh, equipes visitaram fbricase curtumes e realizaram mais de 4.450 consultas ambulato-riais na tentativa de ampliar o acesso a cuidados de sade detrabalhadores submetidos a condies perigosas. O programade sade reprodutiva e sexual para garotas adolescentes comidades entre 10 e 19 anos teve continuidade, e mais de 7.700consultas foram realizadas, 460 partos assistidos e 1.070 con-sultas de sade mental conduzidas. Alm disso, mais de 670vtimas de violncia sexual e domstica receberam atendimen-to mdico e assistncia psicolgica de curto prazo; quase 80%delas compareceram a outras consultas de sade mental.

    MSF tambm monitorou o status de vacinao de crianase aplicou mais de 3.560 vacinas para sarampo e 3.050 para

    poliomielite, alm de ter apoiado a resposta do Ministrioda Sade a um grande surto de malria na regio remotade Bandabaran, Chittagong Hill Tracts, em agosto. Mais de2.280 pessoas receberam tratamento em trs meses. MSFatua no pas desde 1985.

    AfeganistoEm fevereiro de 2014, MSF publicou um relatrio* revelandoos graves riscos a que se submetem as pessoas para teracesso a cuidados no pas. As principais barreiras apontadas

    pela maioria dos 800 pacientes entrevistados foram insegu-rana, distncia e custos.

    No fim de novembro, MSF inaugurou uma maternidade nohospital distrital de Dasht-e-Barchi, a oeste de Cabul. Parareduzir as mortalidades materna e neonatal, a organizaoinaugurou uma nova ala de obstetrcia 24 horas no hospital,onde foram realizados 627 partos at o final de dezembro.Na zona leste de Cabul, MSF continua a trabalhar na moder-nizao do hospital Ahmad Shah Baba, que hoje a unidadede sade materna mais importante em Bagrami e arredores.Neste ano, a equipe assistiu 14.968 partos e realizou 949 pro-

    cedimentos cirrgicos e 10.094 consultas de pr-natal.

    Na provncia de Kunduz, MSF oferece cuidados cirrgicosgratuitos no nico centro de trauma do norte do pas, tendoatendido um total de 22.193 pessoas e realizado 5.962 procedi-mentos cirrgicos durante o ano. Cerca de 54% dos pacientesadmitidos para tratamento prolongado apresentavam ferimen-tos relacionados com o conflito. O hospital em Khost o nicohospital-maternidade especializado da regio. Em 2014, aequipe ofereceu assistncia a 15.204 partos, e cerca de um emcada trs nascimentos na provncia ocorreu no hospital.

    No comeo do vero local, dezenas de milhares de pessoasfugindo da ofensiva militar na regio paquistanesa do Wazi-risto do Norte cruzaram a fronteira para o Afeganisto rumos provncias de Paktia, Paktika e Khost. Mais de 2.900 crian-as foram vacinadas contra o sarampo, e uma clnica estru-turada no acampamento atendeu, em mdia, 100 pacientespor dia. MSF continuou a prestar suporte ao hospital Boost,com servios de cirurgia, medicina interna e emergncia, etratamento intensivo materno e peditrico. Cerca de 2.480pacientes foram admitidos, e 300 procedimentos cirrgicosforam realizados por ms. A capacidade da enfermaria damaternidade foi ampliada de 40 para 60 leitos, e 9.207 bebsnasceram ali em 2014.

    A desnutrio continua sendo uma das principais causas demortalidade infantil na provncia de Helmand, e o centro denutrio teraputica do hospital atendeu 2.200 crianas comdesnutrio severa neste ano. MSF atua no pas desde 1980.

    AFEGANISTO Celine Leto/MSF BANGLADESH Shafique Uddin/MSF

    * Entre a retrica e a realidade: a batalha contnua pelo acesso a cuidadosde sade no Afeganisto. Disponvel em:. 21

    Mdicos Sem Fronteiras - Relatrio Anual 2014

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    FilipinasMSF continuou apoiando as comunidades afetadas pelo tufoHaiyan. Na ilha Leyte, aps autoridades locais incrementa-rem sua capacidade, MSF fechou o hospital em Tanauan, em

    maro, e o hospital inflvel na cidade de Tacloban, em abril.Ao todo, foram realizados mais de 45.600 consultas e 475procedimentos cirrgicos complexos, bem como 5.400 demenor porte, nas duas instalaes. Um programa de sademental teve continuidade em Tacloban e em escolas de Paloe Tanauan. Mais de 7.400 pessoas foram assistidas.

    Em Palo, MSF comeou a apoiar a maternidade e a equipe decirurgia no hospital provincial de Leyte, em maio. Na provnciade Samar Oriental, a organizao trabalhou na reabilitao dohospital geral Abuyog, em Leyte, e de outras duas instalaes.As atividades de reforma devem ser concludas em 2015. Em

    Guiuan, ilha Samar, a organizao continuou tratando pa-cientes em um hospital de campanha, realizando cerca de80 consultas por dia, at que a construo de um hospitalpermanente fosse concluda, em junho. MSF facilitou a mo-vimentao de pacientes para a nova estrutura e repassou--a s autoridades. Equipamento hospitalar, medicamentos esuprimentos suficientes para seis meses foram doados.MSF atua no pas desde 1987.

    GergiaTodos os anos, cerca de 500 pacientes so diagnosticadoscom tuberculose multirresistente (TB-MDR). Cerca de 10%deles apresentam TB ultrarresistente (TB-XDR), e o trata-mento malsucedido em mais de 60% dos casos. Dois novosmedicamentos, a bedaquilina e a delamanida, tornaram-sedisponveis recentemente para alguns pacientes medianteautorizao dos fabricantes, concedida dependendo do caso.Em setembro de 2014, MSF comeou a dar apoio ao CentroNacional para Tuberculose e Doenas Pulmonares em Tbili-si. At dezembro, 18 pacientes com TB-XDR estavam sendotratados com bedaquilina.

    Em agosto, MSF repassou seu programa de acesso a cui-dados para idosos e pessoas vulnerveis na Abkhzia, bom

    como suas atividades de combate a TB e TB-MDR, a umaONG local estabelecida por ex-funcionrios de MSF. A or-ganizao continua a facilitar o transporte de amostras deescarro de Abkhzia para o laboratrio microbiolgico emTbilisi. MSF atua no pas desde 1993.

    CambojaMSF continua oferecendo tratamento para malria e tu-berculose (TB), dois dos principais problemas de sade noCamboja. A resistncia ao tratamento base de artemisina,

    o mais eficaz contra a malria na atualidade, foi identificadaem algumas regies, e as reas que apresentam maior ris-co de desenvolv-la so fronteirias, remotas e subdesen-volvidas. Em setembro e outubro, MSF fez um levantamentodas pessoas com malria resistente a medicamentos em 23vilarejos no distrito de Chey Saen, provncia de Preah Vihear.Em 2015, ser desenvolvido um projeto voltado para a eli-minao dessa cepa da doena, e a deteco de casos ativosfoi iniciada em 2014. Um programa de MSF de tratamentointegral de TB teve continuidade em Kampong Cham. Emmaro, MSF completou a primeira fase da descoberta decasos ativos no distrito de Tboung Khmum. Todas as pesso-

    as com mais de 55 anos foram submetidas a exames, e 138,de um total de 4.903, se revelaram portadoras de TB. Outrarodada de busca ativa de casos comeou em outubro.

    MSF atua no pas desde 1979.

    ChinaApesar de a incidncia de HIV/Aids na China ser baixa,aqueles que vivem com a doena tm dificuldade para aces-sar os cuidados necessrios, e ainda h discriminao e es-tigmatizao generalizadas. Uma ONG chinesa, a Aids CareChina (ACC), est oferecendo atendimento e tratamento dealta qualidade por meio de clnicas privadas na expectativade demonstrar o impacto que isso pode ter sobre a sadeda populao e influenciar reformas. Em outubro de 2011,a pedido da ACC, MSF comeou a apoiar uma clnica pertoda fronteira com Mianmar, em Jiegao, onde h um nmeroelevado de chineses e birmaneses usurios de drogas in-

    jetveis infectados por HIV ou HIV-TB (tuberculose) e HIV--hepatite C. Em setembro de 2013, uma equipe de MSF co-meou a oferecer assistncia tcnica ACC no manejo depessoas vivendo com HIV/Aids. O objetivo era demonstrarque um novo modelo de atendimento integral, incorporando

    aconselhamento, poderia produzir resultados melhores detratamento. Essa colaborao terminou em abril de 2014.

    MSF atua no pas desde 1989.

    CAMBOJA Matthew Smeal/MSF FILIPINAS Nacho Hernandez

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    ndiaO programa de MSF oferece tratamento ambulatorial sema-nal para crianas gravemente desnutridas com idades entre6 meses e 5 anos em 12 principais centros de sade. Mais

    de 3.500 pacientes foram inscritos para tratamento ambu-latorial e mais de 300 crianas foram encaminhadas parainternao em 2014. A unidade de tratamento intensivo deMSF para desnutrio inaugurada em maro a primeira dognero na ndia, tendo acolhido mais de 250 pacientes em2014. MSF continua trabalhando com as autoridades para in-tegrar a assistncia nutricional ao sistema pblico de sade.

    O calazar endmico no distrito de Vaishali, em Bihar, e maisde mil pacientes foram atendidos por MSF em 2014. Com ameta de eliminar a doena at 2015, o governo adotou, emoutubro, a anfotericina B lipossomal em dose nica como

    principal linha de tratamento.

    No sul de Chhattisgarh, clnicas mveis semanais continu-am atendendo s populaes em meio ao conflito. Mais de63.200 consultas foram realizadas, e 14.657 pacientes, tra-tados para a malria. Em Mumbai, MSF mantm uma clnicapara pacientes com tuberculose (TB) resistente a medica-mentos, HIV e hepatites B ou C, e para casos de coinfeco,alm de oferecer diagnstico e tratamento para HIV e TB nosdistritos de Churanchandpur e Chandel, em Manipur.

    A organizao mantm programas de sade mental na Caxe-mira desde 2001 e, em 2014, trabalhou com uma produtoralocal na produo de uma telenovela de 13 episdios, AalavBaya Aalav. Aps o primeiro episdio, em 18 de dezembro,MSF recebeu 80 telefonemas buscando informaes.

    As enchentes no vale da Caxemira, em setembro, obrigaramclnicas de sade mental a fechar por mais de um ms. Osservios de aconselhamento foram retomados com a inau-gurao de clnicas em Pulwama, Kakapora e Bandipora.Logo aps as inundaes, equipes distriburam itens paraajuda, incluindo gua, comida, cobertores e kits de higiene.At a metade do ano, mais de 50 mil casos de malria ti-nham sido registrados em diferentes reas do estado de Tri-

    pura. Mais de 5.200 testes rpidos foram realizados, e maisde 2.300 pacientes, tratados. MSF desempenhou um papel--chave na revitalizao do hospital do distrito de Mon, no es-tado de Nagaland, e o projeto foi repassado ao Ministrio daSade. MSF atua no pas desde 1999.

    MianmarUm projeto antigo de MSF, que oferecia cuidados bsicos desade no norte e no leste do estado de Rakhine, foi suspensopelas autoridades em fevereiro e retomado apenas em me-

    ados de dezembro. Antes da interrupo, MSF oferecia ser-vios mdicos em 24 acampamentos de pessoas deslocadase em vilarejos isolados por todo o estado. A partir de junho,pde enviar profissionais mdicos s instalaes de sademantidas pelo Ministrio da Sade e recursos s equipesde resposta rpida do Ministrio dos municpios de Sittwe ePauktaw. Pacientes vivendo com HIV, tratados anteriormentepor MSF, tambm receberam apoio. Aps a retomada oficiale parcial das atividades, equipes realizaram mais de 3.400consultas em menos de um ms.

    Em colaborao com o Ministrio da Sade, MSF continua

    trabalhando com HIV/Aids, fornecendo medicamentos an-tirretrovirais para mais de metade das 70 mil pessoas emtratamento, e com tuberculose (TB). Pacientes coinfectadoscom TB e HIV so atendidos por meio de programas integra-dos nos estados de Shan e Kachin, bem como em Yangon eDawi, na regio de Tanintharyi. Esses programas oferecemtambm tratamento para infeces sexualmente transmis-sveis, apoio psicolgico e so