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Sitientibus, Feira de Santana, n.27, p.53-89, jul./dez. 2002
PRODUTO INTERNO BRUTO SETORIAL EHIERARQUIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS BAIANOS
GROSS DOMESTIC PRODUCT BY SECTORS AND THEHIERARCHY OF BAHIAN MUNICIPALITIES
Cesar Barbosa *
RESUMO — Este trabalho constitui um exercício de desagregação porsetores do produto interno bruto (PIB) dos municípios baianos. Temcomo ponto de partida as estimativas do PIB municipal realizadas peloInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Uma vez particionadoo PIB, estabeleceram-se categorias para o produto do setor secundárioe, a partir dessas, os municípios foram hierarquizados e agrupados nasrespectivas regiões econômicas. Os resultados obtidos mostram que aprodução do setor secundário concentra-se na Região Metropolitana deSalvador e que, dessa forma, essa região exerce grande poder de atraçãopara as regiões próximas, tendendo a reduzir para as regiões mais remo-tas.
PALAVRAS-CHAVE: Municípios baianos; Produto Interno Bruto; Hierarquização dos municípios baianos.
ABSTRACT — This paper is a disintegration exercise by sectors of thegross domestic product (GDP) of the municipal administrations of theState of Bahia. Its starting point is the municipal GDP estimates reachedby the Institute of Applied Economic Research (IPEA), a branch of the
*Prof. Assistente (DCIS/UEFS). E-mail: [email protected] [email protected] em Economia ( UFBA); Coordenador da DSO/SPO/SEPLANTEC;Aluno do Programa de Doutorado em Planejamento Territorial eDesenvolvimento Regional da Universidade de Barcelona (convênioUNIFACS).Universidade Estadual de Feira de Santana – Dep. de CIS. Tel./Fax(75) 224-8049 – BR 116 – Km 03, Campus - Feira de Santana/BA– CEP 44031-460.
O autor agradece os comentários dos professores FernandoPedrão, Sílvio Bandeira e Rossine Cruz. Os erros que porventurapermaneçam são de responsabilidade do autor.
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Planning Ministry. Once the GDP was partitioned, categories were createdfor the secondary sector, and then the municipal districts were classifiedinto different hierarchical levels and consolidated in each economicregion. The results obtained demonstrate that the secondary sector productis concentrated in the Metropolitan Area of Salvador, and that thisregion thus exercises a a great power of attraction on other regions,inversely related to the radius distance.
KEY WORDS: Municipal districts of Bahia; Gross domestic product;Hierarchy of municipal districts of Bahia.
1 INTRODUÇÃO
As teorias Clássica e Neoclássica, na medida em queadotam hipóteses como a flexibilidade de preços e salários, aperfeita mobilidade dos fatores e o equilíbrio de mercado, dãopouca importância às questões regionais. Contudo, o desen-volvimento de uma teoria em economia regional torna-se pos-sível a partir de elementos fornecidos por essas teorias, aexemplo das vantagens comparativas de David Ricardo, queaborda, num enfoque espacial, os diferenciais de produtivida-de e de custos de transporte; e os estudos de localizaçãoindustrial desenvolvidos pela escola neoclássica.
Para Nasser (1994), o que possibilita a incorporação daanálise espacial na Teoria Econômica é o rompimento comduas hipóteses dominantes no pensamento econômico pormuito tempo: o retorno constante de escala e a concorrênciaperfeita. Para aquele autor, a concentração industrial estárelacionada à existência de retornos crescentes internos ouexternos à firma, que incentivam a localização de determinadaatividade em determinado lugar. A concorrência perfeita, porsua vez, implica que questões como falhas de mercado, custosde transporte e de transação, fiquem subjugadas à capacidadedo mercado em gerar menor custo social, diminuindo, portanto,a importância de uma análise espacial.
A adoção de hipóteses simplificadoras e limitadas comoessas dificulta o uso de análises espaciais na economia. Con-tudo, as questões espaciais e de localização, com o avançar
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do tempo, mostram-se mais evidentes. A localização dos fato-res de produção, os recursos naturais ou outros que possamconstituir vantagens dentro de uma determinada região, pas-sou a ter grande importância na análise econômica, sobretudo,quando se trata de estudos das distorções no processo dedistribuição das atividades, problema que afeta as diversasregiões.
Nesse particular, a economia brasileira vem, sobretudo apartir dos anos 80, apresentando uma tendência à desconcentraçãoda atividade econômica no espaço, principalmente no tocanteà participação das grandes regiões geográficas menos desen-volvidas (Norte e Nordeste) no Produto Interno Bruto (PIB) dopaís e no valor da transformação industrial, indicando o iníciode um processo de desconcentração econômica e de polariza-ção da indústria nacional ( HADDAD, 1989).
O movimento de desconcentração da atividade econômicaé verificado, também, em espaços menores como o Estado daBahia. Portanto, esse texto constitui uma tentativa de, combase em informações do Produto Interno Bruto dos municípiosbrasileiros - produzidas pelo Instituto de Economia Aplicada(IPEA) - desagregar esses resultados para os municípios baianos,por setor de atividade. Dessa forma, o trabalho divide-se emtrês seções: a primeira apresenta os procedimentos metodológicosde cálculo dos PIB municipais por setor de atividade para oEstado da Bahia, cujo resultado é apresentado em anexo; asegunda procede a hierarquização dos municípios baianos,tomando como base o índice de produção do setor secundárioe, por fim, na terceira, apresentam-se as considerações finaisdo trabalho.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os procedimentos adotados neste trabalho têm como pontode partida os valores do Produto Interno Bruto (PIB) dos mu-nicípios baianos, estimados pelo Instituto de Pesquisa Aplicada(IPEA). Esses valores decorrem de uma metodologia desenvol-vida por aquele Instituto e que contempla três etapas. Primei-ramente, tomou-se o PIB do Brasil a custo dos fatores; em
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seguida, com base na participação de cada estado no mesmo,obtém-se o PIB estadual; por fim, apropriam-se os PIB’s municipaisa partir de informações de censos econômicos e variáveisadministrativas municipais.
Os PIB’s municipais, obtidos por tal metodologia, foramdisponibilizados no seu agregado, isto é, o PIB total de cadamunicípio. Não obstante, esses resultados não são suficientespara os interesses deste trabalho. Orientando-se por tais in-teresses, buscou-se, então, uma forma de apropriação do PIBdos municípios baianos, segundo a estrutura setorial do mes-mo.
Assim, ainda no que pese a existência de poucas informa-ções, criou-se um fator de distribuição setorial do PIB dessesmunicípios, cujo objetivo é orientar a distribuição do produtomunicipal entre os setores de atividade econômica, de formaa respeitar as participações dos municípios no PIB do Estadoda Bahia. Dessa forma, adotaram-se os procedimentos descri-tos a seguir.
2.1 Construção da Série de PIB's Municipais por Setor
As estimativas da participação dos setores de atividadeeconômica no PIB do Estado da Bahia demonstram que, emmédia, os mesmos apresentam as seguintes proporções:
Quadro 1 - Estrutura Setorial do PIB, 1996
As estimativas apresentadas no Quadro 1 servirão deelementos ponderadores na montagem dos fatores distributivos,já referidos, para o ano de 1996. Cabe, contudo, alertar parao fato de que esses valores são médias e constituem umprimeiro exercício. Os setores apresentam diferenciais de desempenhose, portanto, diferentes participações ao longo dos anos.
Setor Primário( PRIa )
Secundário( SECa )
Terciário( TERa )
Participação no PIB 0,09765 0,40615 0,49620Fonte: Estimativas realizadas por Cesar Barbosa
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Diante da dificuldade de informações estatísticas munici-pais desagregadas que permitissem uma série de PIB por setorpara os municípios baianos, foram adotadas algumas proxy.Dessa forma, para o setor primário (PRI), consideram-se osvalores da produção agropecuária dos municípios na produçãoagropecuária da Bahia1 ; para o setor secundário (SEC), to-mou-se a participação do município no consumo industrial deenergia elétrica no estado; para o setor terciário (TER), pro-cedeu-se de maneira análoga, isto é, considerou-se a partici-pação do município no consumo comercial de energia elétricado estado. Conforme descrito abaixo e salientado anteriormen-te, essas participações foram ponderadas pelas participaçõesde cada setor no PIB da Bahia.
Setor Primário
Onde,
Setor Secundário
PRIn
iap
ap
PRI
i
i
i
od
oda=b
å=
x
1
Pr
Pr
iPRIb = Participação relativa do município i no setor primário;
iapodPr = Produção agropecuária do município i;
PRIa = Ponderador de participação do setor primário;
SECn
ii
iSEC
CInd
CIndi
a=b
å=
x
1
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Setor Terciário
O cálculo dessas participações relativas não basta paraestabelecer os parâmetros de distribuição, pois essas partici-pações não respeitam as participações dos municípios no totaldo PIB da Bahia, porém, auxiliarão no cálculo dos fatoresdistributivos, os quais são minuciosamente descritos a seguir.
Setor Primário
iSECb = Participação relativa do município i no setor secundário;
iCInd = Consumo industrial de energia elétrica do município i;
SECa = Ponderador de participação do setor.
TERn
ii
iTER
CCom
CComi
a=b
å=
x
1
Onde,
iTERb = Participação relativa do município i no setor terciário;
iCCom = Consumo comercial de energia elétrica do município i;
TERa = Ponderador de participação do setor terciário.
iTERSECPRI
PRI
PRI
iii
i
ir
b+b+b
b=e x
Onde,
iPRIe = Fator distributivo do setor primário no município i;
ir = Participação relativa do município i no total do PIB da Bahia.
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Dessa forma, o produto interno bruto de um municípioqualquer será distribuído, segundo a estrutura setorial, daseguinte maneira:
E, assim, se obteve uma série de PIB por setor para osmunicípios baianos (vide Anexo 1). Ainda que limitada, estametodologia consiste numa boa aproximação da estrutura setorialdo PIB municipal para o Estado da Bahia.
Setor Secundário
iTERSECPRI
SEC
SEC
iii
i
ir
b+b+b
b=e x
Onde,
iSECe = Fator distributivo do setor secundário no município i;
ir = Participação relativa do município i no total do PIB da Bahia.
Setor Terciário
iTERSECPRI
TER
TER
iii
i
ir
b+b+b
b=e x
Onde,
iPRIe = Fator distributivo do setor terciário no município i;
ir = Participação relativa do município i no total do PIB da Bahia.
Bajiji PIBPIB x e=
Onde,
jiPIB = Produto interno bruto do setor j no município i;
BaPIB = Produto interno bruto do Estado da Bahia.
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3 HIERARQUIZANDO OS MUNICÍPIOS BAIANOS
Walter Stöhr [citado por Ferreira(1989a)] afirma que oespaço é um elemento contínuo e, portanto, qualquer espaçotomado parcialmente não passará de uma simplificação sele-tiva, na qual, a depender do propósito, são incluídas algumascoisas e excluídas outras. Assim, a região enquanto subespaçoé resultado de um processo de abstração.
O conceito de região dependerá do problema a ser exa-minado e constituirá uma especulação da realidade concreta.Dessa forma, o conceito adotado neste trabalho está em Lemos(2000) que, baseado em Perroux, define “região por sua na-tureza econômica e posição de força ou dominância. Ou seja,a hierarquia urbana é replicada no espaço enquanto processode dominação econômica entre regiões, que resulta na existên-cia de regiões pólos e regiões dominadas”.
Assim, as regiões polarizadas são constituídas de focosnos quais se concentram as atividades econômicas, sociais,políticas e administrativas (institucionais), inter-relacionadascom outras regiões numa relação de dominação, impondoregras que extraem benefícios das demais.
Segundo Ferreira (1989a), as regiões constituem subespaçoscontínuos e contíguos. Ou seja, uma região não pode sercompreendida, analisada e transformada sem a consideraçãode uma Ciência Social Geral. Desse modo, é extremamente umaconceituação abstrata para o termo. As manifestações econô-micas, sociais, políticas e institucionais que ocorrem em umaregião, decorrem de fenômenos econômicos, sociais, políticose institucionais que extrapolam essa região, com os quais estãorelacionados e, muitas vezes, subordinados.
O espaço polarizado é heterogêneo e as suas diversaspartes mantêm relação de trocas entre si, sobretudo com o pólodominante. Contudo, a delimitação das regiões membros desseespaço requer o estabelecimento de critérios de homogeneização.
Diante dessas breves considerações teóricas, ocorre oseguinte problema: como determinar, considerando um conjun-to de informações estatísticas disponíveis, um perfil hierárqui-co para os municípios baianos e a montagem de novas regiõeseconômicas homogêneas para o estado?
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Na tentativa de solucionar tal problema, propõe-se a cri-ação de um conjunto de índices de produção setorial, tomando-se como base a série de PIB's municipais encontrada na seçãoanterior.
Os índices de produção setorial buscam avaliar o peso decada setor no PIB do município e, portanto, constituem um bomindicador da predominância da estrutura produtiva do mesmo.São definidos da seguinte maneira:
Setor Primário
III
I
TERSECPRI
PRII PIBPIBPIB
PIBPRII
++=
Setor Secundário
III
I
TERSECPRI
SECI PIBPIBPIB
PIBSECI
++=
Setor Terciário
III
I
TERSECPRI
TERI PIBPIBPIB
PIBTERI
++=
Onde,
IPRII = Índice de produção do setor primário do município i;
ISECI = Índice de produção do setor secundário do município i;
ITERI = Índice de produção do setor terciário do município i;
IPRIPIB = PIB do setor primário do município i;
ISECPIB = PIB do setor secundário do município i;
ITERPIB = PIB do setor terciário do município i.
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A hierarquização dos municípios baianos se fez com baseno índice de produção do setor secundário, uma vez que estásubjacente a idéia de que a forma capitalista de organizaçãoda produção imprime especial esforço sobre a industrialização.Desse modo, estabeleceu-se um ranking para os municípios.
Não obstante o esforço de proceder tal hierarquização,algumas inconsistências foram observadas. O ordenamentodos municípios parametrizado pelo índice aqui proposto podelevar a superestimar (ou subestimar) os potenciais do setorindustrial, uma vez que a referência para o mesmo (índice) éo próprio município. Ou seja, um município com baixa partici-pação dos setores primário e terciário tenderá a potencializaro seu índice de produção do setor secundário.
Problema semelhante fora encontrado por LEMOS (2000).A solução encontrada foi a adoção de um conversor logarítmicode escala que atribui ao maior produto, chamado de valor dereferência, um fator de 0,95. O cálculo para os demais muni-cípios considera a proporção logarítmica inversa, representa-da pela seguinte expressão:
Aplicando-se este conversor aos índices de produção dosetor secundário, obtêm-se, então, os índices ajustados, comosegue:
Procedeu-se, então, a hierarquização dos municípios baianos,cujos resultados poderão ser vistos no Anexo 1. A partir de taisresultados, os municípios foram agrupados dentro dos “quintis”2.
÷÷
ø
ö
çç
è
æ --
-=IJ
ref
PIBPIB
ij eFC X
)05,0ln(
* 1
Onde,*ijFC = conversor logaritmo do produto do município i no setor j,
com j=PRI,SEC,TER;
ijPIB = Produto do município i no setor j.
**
ISECii FCSECISECI x =
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Os municípios adjacentes contidos em um mesmo quintil for-mam regiões econômicas homogêneas. Os quintis foram calcu-lados, conforme se indica abaixo, e o critério utilizado foi o de“best score”:
Assim, os municípios foram classificados nas seguintescategorias:
Quadro 2 - Síntese dos resultados
Os municípios classificados nessas categorias foram, entãoagrupados nas suas respectivas Regiões Econômicas, produ-zindo os seguintes resultados:
5
)1( +=
NiQi
Onde,
iQ = quintil de ordem i;
N = número de municípios.
Absoluta % % Acumulada
Alto 1o 1 |-- 83 82 19,8 19,8
Moderadamente Alto 2o 83 |-- 166 83 20,0 39,8
Intermediário 3o 166 |-- 250 84 20,2 60,0
Moderadamente Baixo 4o 250 |-- 333 83 20,0 80,0
Baixo acima 4o 333 |-| 415 83 20,0 100,0
Total / / 415 100,0 /
Fonte: IPEAElaboração: Cesar Barbosa
Freqüência (municípios)LimitesQuintilCategoria
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Tabela 1:
Essas regiões, supostamente, deveriam ser homogêneas,contudo, observa-se, com o auxílio da Tabela 1, que elasapresentam grande grau de heterogeneidade, corroborandocom a idéia de regiões polarizadas. Nessa perspectiva, confor-me demonstrado na Tabela 2, a Região Metropolitana de Sal-vador (RMS) constitui o pólo de atração, visto que sua massade produto (PIB) responde por 52,9% do total do produto;ademais, concentra 21,6% da população do estado.
BAHIA: Regiôes Econômicas e Categoria do Produto Industrial, 1996
AltoModerad.
AltoIntermed.
Moderad. Baixo
Baixo
BAIXO MÉDIO SÃO FRANCISCO 2 3 1 1 1 8 1,9
CHAPADA DIAMANTINA 0 4 13 9 7 33 8,0
EXTREMO SUL 9 5 5 2 0 21 5,1
IRECÊ 0 4 2 6 7 19 4,6
LITORAL NORTE 7 2 4 4 1 18 4,3
LITORAL SUL 11 18 8 6 10 53 12,8
MÉDIO SÃO FRANCISCO 1 2 4 7 2 16 3,9
NORDESTE 9 8 2 10 19 48 11,6
OESTE 1 4 7 8 2 22 5,3
PARAGUAÇU 10 9 7 7 9 42 10,1
PIEMONTE DA DIAMANTINA 6 4 4 5 5 24 5,8
RECÔNCAVO SUL 6 6 11 4 6 33 8,0
RMS 9 0 1 0 0 10 2,4
SERRA GERAL 6 8 5 5 5 29 7,0
SUDOESTE 5 6 10 9 9 39 9,4
TOTAL 82 83 84 83 83 415 100,0
% 19,8 20,0 20,2 20,0 20,0 100,0
Elaboração: Cesar Barbosa
REGIÃO TOTAL
CATEGORIA DE PRODUTO INDUSTRIAL
%(NÚMERO DE MUNICÍPIOS)
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Tabela 2
Desse modo, o próximo passo consiste em estimar a forçade atração que a RMS exerce sobre as demais regiões econô-micas do estado. Para isso, aplicou-se o Modelo Gravitacionalsugerido por Isard (1967), com as devidas adaptações. Essemodelo baseia-se na idéia de campo de força newtoniana, istoé, admite-se que há uma força de interação entre duas regiõesonde se localizam atividades humanas, que é função direta dotamanho de suas populações e inversa do quadrado dadistância entre elas, ponderados por uma certa constante[ FERREIRA (1989b)].
BAHIA: Estrutura Setorial do Produto Interno Bruto (PIB) por Regiões Econômicas, 1996
REGIÃO ECONÔMICA PRI SEC TER TOTAL %
BAIXO MÉDIO SÃO FRANCISCO 211.477.330 157.241.669 234.721.929 603.440.928 1,9
CHAPADA DIAMANTINA 280.984.451 18.221.983 158.573.505 457.779.939 1,4
EXTREMO SUL 257.679.870 192.833.455 610.872.507 1.061.385.832 3,3
IRECÊ 94.312.441 10.802.167 156.420.754 261.535.363 0,8
LITORAL NORTE 135.611.260 556.370.197 318.914.339 1.010.895.796 3,1
LITORAL SUL 636.041.521 734.363.478 1.351.284.514 2.721.689.514 8,5
MÉDIO SÃO FRANCISCO 163.052.718 15.876.997 129.845.746 308.775.461 1,0
NORDESTE 578.942.302 252.337.856 639.698.545 1.470.978.703 4,6
OESTE 425.377.758 181.610.890 238.865.630 845.854.278 2,6
PARAGUAÇU 455.966.851 628.027.221 982.640.508 2.066.634.580 6,4
PIEMONTE DA DIAMANTINA 158.048.173 328.134.347 266.074.963 752.257.483 2,3
RECÔNCAVO SUL 345.213.363 342.527.029 541.566.230 1.229.306.622 3,8
RMS 10.415.147 3.720.873.890 13.292.746.682 17.024.035.719 52,9
SERRA GERAL 211.466.073 309.347.127 213.096.248 733.909.447 2,3
SUDOESTE 493.945.389 267.875.815 895.595.515 1.657.416.719 5,1
BAHIA 4.458.534.648 7.716.444.120 20.030.917.616 32.205.896.384 100,0
Elaboração : Cesar Barbosa
)(
)(
ij
jiA Df
PPfGI =
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Para os interesses deste trabalho, adotou-se a hipóteseque as regiões econômicas se atraem na proporção do seuproduto industrial. Em outras palavras, a RMS constitui o maiorcentro demandante de produtos e, portanto, quanto mais dis-tante a unidade produtora estiver dessa região, maiores serãoos custos de transporte e menor será a atração que a RMSexercerá sobre ela. Na figura abaixo, as setas ilustram estarelação, de modo que as setas mais longas indicam menorpoder de atração, ao passo que setas curtasrevelam maior atração.
Fonte: SEI
Figura 1 Regiões Econômicas do Estado da Bahia
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Dessa forma, o modelo passou pela seguinte leitura:
A Tabela 3 apresenta os resultados para o índice deatração da Região Metropolitana de Salvador – RMS. Pode-seobservar que esses resultados sugerem que a RMS exercegrande força de atração para as regiões Litoral Norte, RecôncavoSul e Paraguaçu, com uma tendência a diminuir quando se tratadas regiões Nordeste, Litoral Sul, Piemonte da Diamantina eSudoeste. Observa-se, ainda, que pouca ou quase nenhumainfluência é exercida sobre as regiões Serra Geral, Baixo MédioSão Francisco, Oeste, Extremo Sul, Chapada Diamantina, MédioSão Francisco e Irecê.
2,iRMS
iA D
SECI
f=
AI = Índice de atração;
iSEC =Produto do setor secundário da região i;
f = Proporção do produto do setor secundário da região i no produto
do setor secundário da Bahia;
iRMSD , = Distância entre a região i e a RMS.
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Tabela 3
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho constitui um exercício de desagregação porsetores dos PIB’s dos municípios do Estado da Bahia. Portanto,seus resultados merecem algumas considerações, das quaisdestacam-se as seguintes:
1) O trabalho sugere uma metodologia de partição dosPIB’s municipais em setores, apresentando como restrição ofato de que, apesar de respeitar as participações dos municí-pios no PIB do estado, utiliza proxy, cuja qualidade dependeráda informação estatística disponível. Portanto, mostra-se ne-cessária a busca de novas bases de dados.
BAHIA: Hierarquia das Regiões Econômicas, 1996
MUNICÍPIOS PRI SEC TER TOTALDISTÂNCIA
(km)a IA
b
BAHIA 4.458.534.648 7.716.444.120 20.030.917.616 32.205.896.384 - -
RMS 10.415.147 3.720.873.890 13.292.746.682 17.024.035.719 - -
LITORAL NORTE 135.611.260 556.370.197 318.914.339 1.010.895.796 78 105,65
RECÔNCAVO SUL 345.213.363 342.527.029 541.566.230 1.229.306.622 71 78,50
PARAGUAÇU 455.966.851 628.027.221 982.640.508 2.066.634.580 109 61,07
NORDESTE 578.942.302 252.337.856 639.698.545 1.470.978.703 211 6,55
LITORAL SUL 636.041.521 734.363.478 1.351.284.514 2.721.689.514 465 3,92
PIEMONTE DA DIAMANTINA 158.048.173 328.134.347 266.074.963 752.257.483 330 3,48
SUDOESTE 493.945.389 267.875.815 895.595.515 1.657.416.719 358 2,41
SERRA GERAL 211.466.073 309.347.127 213.096.248 733.909.447 654 0,84
BAIXO MÉDIO SÃO FRANCISCO 211.477.330 157.241.669 234.721.929 603.440.928 500 0,73
OESTE 425.377.758 181.610.890 238.865.630 845.854.278 857 0,29
EXTREMO SUL 257.679.870 192.833.455 610.872.507 1.061.385.832 985 0,23
CHAPADA DIAMANTINA 280.984.451 18.221.983 158.573.505 457.779.939 414 0,12
IRECÊ 94.312.441 10.802.167 156.420.754 261.535.363 577 0,04
MÉDIO SÃO FRANCISCO 163.052.718 15.876.997 129.845.746 308.775.461 777 0,03
Elaboração : Cesar Barbosaa - Distância rodoviária entre Salavdor e o município com maior produto do setor secundário da região em questão
b - Os índices foram divididos por 100 para reduzir a escala
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2)A hierarquização dos municípios baianos, através doíndice de produção do setor secundário, demonstra que asregiões econômicas do Estado da Bahia apresentam grandeheterogeneidade, com forte concentração na Região Metropo-litana de Salvador .
3)A utilização do índice de atração para hierarquizar asregiões econômicas da Bahia comprova a Região Metropolitanade Salvador como pólo, com grande poder de atração para asregiões próximas, tendendo a reduzir para as regiões maisremotas.
NOTAS
1 Censo Agropecuário - IBGE 2 Medidas estatísticas que dividem uma série de dados em 5 partes iguais.
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ANEXOS
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