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Principais Doenças do Camarão

Principais Doenças Do Camarão1

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Principais Doenças do Camarão

Características do Camarão

Espécies de água doce ou marinha

Penaeus brasilienses e P. paulensis

Carapaça aderente ao corpo, carne firme, cor branca acinzentada

Comercializados frescos ou congelados

Beneficiamento primário e integral

300 espécies, 100 comercializadas

Produção Mundial

Mais importante produto pesqueiro comercializado

EUA, Japão, EU são os maiores importadores de camarão

Exigência de qualidade elevada

Crise asiática e tecnologias de cultivo

Produção no Brasil

Está entre os 10 maiores produtores de camarão

Pesca em grande escala no litoral brasileiro

Região Nordeste é a “ mancha branca “ nos países asiáticos

Queda do real e mercado interno em alta

Mercado Institucional

1,3 mil produtores no Brasil

Foto: Natal-RN

Histórico das doenças de camarão

A ocorrência de doenças é o principal risco na atividade de cultivo de camarões sendo as enfermidades uma ameaça, de fato, à viabilidade da atividade aquícola no mundo.

Esta atividade tem um histórico de fracassos como o colapso da indústria de camarão em Taiwan em 1987 e também na China em 1992 com perdas estimadas em bilhões de dólares.

DOENÇAS

DOENÇAS PARA OBSERVAR DENTRO DO BRASIL:

Mionecrose infecciosa viral (IMNV)

Síndrome de Taura (TSV)

Síndrome das Manchas Brancas (WSSV)

Necrose Infecciosa Hipodermal e Hematopoiética (IHHNV)

OUTRAS DOENÇAS ENCONTRADAS NO MUNDO:

Hepatopancreatite Necrosante Bacteriana (NHPB)

Vibriose

Microsporidiose

Gregarina

IMNV

OCORRÊNCIA:

Necrose espontânea muscular

Penaeus aztecus em 1970 (EUA) e 1978 (MÉXICO)

Farfantepenaeus subtilis na década de 80 zona costeira do PIAUI

M. rosenbergii em 1982 na Tailândia

Camarão do Ártico (Pandalus borealis)

Lagostins em 2000 na Escócia

Piauí (2002)

Ceará e Rio Grande do Norte (2003)

Paraíba e Pernambuco (2004)

IMNV- INDONÉSIA (SETEMBRO DE 2006)

Indonésia tinha 99,6 % da sequência de ácido nucléico do IMNV brasileiro registrado no GenBank.

TSV

Por volta de 1994 a 1995: alcançou maior parte das regiões nas Américas.

1995: Hasson et al. NE/BR

2002: Diagnóstico CE

WSSV

OCORRÊNCIA:

Ásia (1992/1993) - Regiões produtoras de camarão da China, Tailândia, Indonésia, Malásia, Bangladesh e Japão.

América do Norte (1995) – México, EUA ( Texas e Carolina do Sul povoadas com Penaeus setiferos).

América Central (1999) – Nicarágua, Guatemala, Honduras e Panamá.

América do Sul – Equador e Brasil.

WSSV

Janeiro de 2005 – Imaruí-SC (3 focos)

• 100 % de tanques infectados

• Demonstração de sinais clínicos

• Mortalidade entre 50 a 95 % -TIPO II

Agosto de 2005 – Registro em Aracati-CE (1 foco)

• Demonstração de sinais clínicos (animais assintomáticos)

• 40 % de mortalidade inicial (sem mortes)

Agosto de 2009 – Canavieiras-BA

IHHNV - RDS

PRIMEIRO REGISTRO NO BRASIL

1991 – Bueno et al.

P. monodon e L. vannamei

Canavieiras-BA

Notificação na OIE em 26/08/2009

*Infecção sub-clínica

De origem biológica:

Vírus, protozoários, bactérias, fungos

Vírus Síndrome de taura – TSV

1992 – Equador

Pennaeus vannamei

Associação da doença com uso de fungicidas

Camarões pequenos

Perdas de 80% - 90% da população

Alvo principal: tecido abaixo da carapaça

Sinais: manchas escuras e erosivas na carapaça

Mionecrose infecciosa – IMNV

Disseminação por vetores mecânicos

Canibalismo

Manifestação clínica – letargia, zonas necróticas brancas no abdomen, repleção intestinal

Pauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco

https://en.wikipedia.org/wiki/Taura_syndrome.jpg

http://www.crmvsp.gov.br

Vírus Síndrome da mancha branca – WSSV

Notados em todas as fases de crescimento

Transmissão

horizontal – pela água ou canibalismo

Vertical – das fêmeas para os ovos

Formação de manchas brancas na carapaça da cabeça

2004 – Brasil

Síndrome do nanismo – IHHNV

Notados em todas as fases de crescimento

Nanismo, deformidades no rostro e cutícula, antenas enrugadas, coloração azulada

Transmissão

horizontal – pela água ou canibalismo

Vertical – das fêmeas para os ovos

Manifestação clínica – redução na alimentação

http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=147#

http://mail-cenaim.espol.edu.ec/noti/cursos_material

Protozoários Microsporidium – Camarão algodão

Estágios afetados: juvenis e adultos

Sintomas: musculatura opaca-leitosa; gônadas grandes e irregulares; cutícula com coloração azul escura ou preta.

Infestação por gregarinas

Todos os estágios são afetados

Hospedeiros intermediários – caracóis, moluscos

Sintomas: redução do crescimento, podem apresentar o intestino médio amarelado

HEPATOPANCREATITE NECROSANTE

CARACTERÍSTICAS ETIOLÓGICAS e EPIDEMIOLOGIA:

Causada por bactérias Gram-negativas do gênero Rickettsia, com diferentes formas e tamanhos.

Bactéria intracelular obrigatória.

Esta doença afeta tanto animais em estágio juvenil quanto adulto, não sendo registrados casos em pós-larvas.

A bactéria infecta reside e se multiplica nas células epiteliais dos túbulos do hepatopâncreas Maior glândula digestiva do camarão estando envolvida na absorção e metabolismo de nutrientes.

Aparece especialmente quando o cultivo ocorre em condições ambientais inadequadas (está associada a condições de elevada salinidade e temperatura)

A transmissão da NHP através da água não é eficiente, sendo necessário um reservatório para a transmissão desta bactéria intracelular.

Podem ser considerados reservatórios da bactéria;. caranguejos, copépodes e Callianassa spp.

Tais bactérias podem se mover profundamente nos viveiros e sobreviver por longos períodos de tempo de secagem.

Possui taxa de mortalidade entre 20-95%.

SINAIS CLÍNICOS:

O Hepatopâncreas se torna pálido e atrofiado gerando uma forte resposta inflamatória, que resulta na formação de múltiplas lesões.

Os camarões afetados apresentam-se letárgicos, anoréxicos, com baixo crescimento e elevada conversão alimentar.

O exoesqueleto encontra-se amolecido, corpo flácido, cutícula frouxa, brânquias escurecidas.

DIAGNÓSTICO:

Ausência ou quantidade reduzida de lipídeos ao longo dos túbulos do hepatopâncreas, que se encontram atrofiados, melanizados e necrosados.

Massas citoplasmáticas da bactéria de NHP no interior dos túbulos.

PCR

Anticorpos monoclonais

Microscopia eletrônica

CONTROLE E PROFILAXIA: Monitoramento físico-químico da água

Vazio sanitário dos viveiros entre ciclos (secagem completa do solo)

Preparação do viveiro entre cultivos: Gradeamento do solo;

Desinfecção de áreas úmidas com cal virgem;

Controle do teor de matéria orgânica do solo com nitrato de sódio;

Adição de bactérias redutoras de matéria orgânica.

Terapia com oxitetraciclina , mas no Brasil não existe droga antimicrobiana aprovada (2007).

O controle da NHP fica restrito ao manejo das fazendas, principalmente ao controle da qualidade da água utilizada nos cultivos/ monitoramento de seus parâmetros.

VIBRIOSE

CARACTERÍSTICAS ETIOLÓGICAS e EPIDEMIOLOGIA:

Causada por bactérias Gran negativas do gênero Vibrio spp. no camarão de pata branca (Litopenaeus vannamei)

Afeta todos os estágios larvares

A Transmissão ocorre por: Superfícies cuticulares gravemente afetadas pela bactéria (feridas abertas);

Ingestão de:

Água contaminada;

Matéria orgânica depositada;

Tecidos de animais doentes;

Ração.

SINAIS CLÍNICOS

Hepatopâncreas com um ou mais nódulos melanizados;

Ferimentos cuticulares melanizados nos apêndices ou superfície corporal;

Presença de bactérias nos sinus da hemolinfa;

Superfícies cuticulares larvares com elevada colonização bacteriana.

DIAGNÓSTICO

Microscopia e lesões externas e internas em larvas afetadas;

Ausência de outros patógenos (i.e. fungos, BP);

Antibiogramas para determinação de um tratamento químico apropriado;

Testes de bioluminescência;

CONTROLE E PROFILAXIA

ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO

• Densidade populacional

• Microbiologia

• Alimentação

• Número de partículas

• Aparência das partículas

• Água

• Temperatura

• Salinidade

• Nutrientes

TRATAMENTO PROBIÓTICO

• Inoculação de bactérias não patogênicas no tanque de larvicultura.

• Vacinação

Mancha-Branca

O vírus da mancha-branca é uma séria ameaça à indústria camaroeira por infestar e levar à morte várias espécies de crustáceos.

Algumas espécies de camarão não sucumbem ao vírus, mas funcionam como hospedeiro para a transmissão da mancha, e uma das características mais importantes dessa virose é o grande número de diferentes hospedeiros

Mancha-Branca no Brasil:

No Brasil, a “mancha-branca” foi detectada em alguns viveiros de camarão nos estados do Sul, responsável por apenas 5% da produção desse crustáceo. Os outros 95% vêm do Nordeste, destacando-se o Rio Grande do Norte e o Ceará como os principais produtores brasileiros.

Importante que órgãos da defesa animal e do meio ambiente, como também a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), fiquem atentos para evitar a entrada e propagação desse vírus em águas brasileiras, tal problema poderá acarretar sérios prejuízos ambientais e econômicos, a médio e longo prazos.

Quedas da produção: 

Estima-se que, nos últimos dez anos, a “mancha-branca” afetou consideravelmente a “carcinicultura” (cultivo de crustáceos), causando uma perda aproximada de US$ 20 a 30 bilhões. No entanto, alguns países foram mais afetados.

Origem:

O primeiro lote de camarões infestados com o vírus da mancha-branca, “white spot syndrome virus” (WSSV), foi noticiado em 1993, quando o Japão importou larvas de camarão da China. A partir de então, o vírus se expandiu para diversos asiáticos.

O vírus chegou aos Estados Unidos em 1995, através de empresas de beneficiamento que importaram lotes de camarões congelados infestadosEm 1998, diante das notícias veiculadas sobre a “mancha-branca” em camarões, o Brasil, através de solicitação da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC) ao então Departamento de Pesca e Aqüicultura (DPA), do Ministério da Agricultura, vetou a entrada de crustáceos vivos ou congelados no país, de modo a proteger a carcinicultura nacional.

Patologia:

O microrganismo, que permanece ativo em produtos congelados, não afeta a saúde humana. 

A “mancha-branca” é reconhecida como letal para algumas espécies de camarão marinho e também foi observada em siris, caranguejos e outros crustáceos, animais considerados como prováveis hospedeiros. Ela atinge também espécies de águas salobra e continental e ainda larvas de insetos aquáticos. 

O WSSV pode estar presente em camarões selvagens, siris e caranguejos por um longo período, sem apresentação de sintomas. Os sintomas aparecem sob condições de estresse, em animais mantidos em cativeiro ou coletados da natureza para efeitos reprodutivos. Os dejetos sólidos provenientes de uma processadora são freqüentemente transformados em farinha, em baixas temperaturas, o que não é suficiente para inativar o WSSV. Essa farinha é utilizada como fonte de proteína na fabricação de ração para camarões. 

FATORES DE RISCO AO APARECIMENTO DE DOENÇAS

A restrição de movimentos naturais pelo confinamento é agravada pelas altas densidades, que favorecem um maior contato entre os indivíduos e assim, a proliferação dos agentes.

Relacionadas ao estresse (gatilho)

Alterações bruscas de temperatura, aumento de matéria orgânica em suspensão, pH, alcalinidade, acidez;

Conteúdo de gases dissolvidos, conteúdo de gases nitrogenadas, toxinas (algas, fungos);

Contaminantes (cloro, sulfato, mercúrio, ácidos, pesticidas, clorofenóis, detergentes);

Manuseio indevido e grosseiro dos animais.

Melhor estratégia?

TSV

- Impedir entrada de animais portadores da doença ou provenientes das áreas de risco em criatórios comerciais.

- Alternância de espécies para cultivo: L. stylirostris

- Futuras pesquisas: selecionar grupos resistentes ao TSV.

WSSV

- Impedir entrada de animais portadores da doença ou provenientes das áreas de risco em criatórios comerciais.

- Futuras pesquisas: selecionar grupos resistentes ao WSSV.

Estratégias de controle

Águas de cultivo livres de

Estoque de matrizes SPF

(“specific pathogen-free”)

Sanidade de ovos e náuplios (larvas)

Sanidade dos tanques e equipamentos Exposição à 50 mg/L de formalina por 1 h. pode destruir o agente (Lewis et al., 1992).

IMPORTANTE:

Remover a camada superficial do sedimento dos lagos/tanques de cultivo.

Estratégias de controleBoas Práticas de Sanidade

Água de cultivo abundante e de alta qualidade;

Alimentação apropriada;

Densidade populacional apropriada;

Condições ambientais químicas e físicas adequadas;

Tratamento Pro biótico (Probiose) - bactérias não patogênicas são inoculadas no tanque de larvicultura numa determinada proporção que iniba os patógenos

Vacinação - potencial futuro no combate (mais pesquisas)

DESAFIOS DA CARCINICULTURA

*CUIDADOS NAS ATIVIDADES

TRATAMENTO DE SOLO

BERÇARIOS INTENSIVOS

BANDEJAS FIXAS

PROCESSO DE DESPESCA

CONTROLE DE PARAMETROS

RACEWAYS

AERAÇÃO ARTIFICIAL

BENEFICIAMENTO

NECESSIDADES:

Organização da cadeia produtiva

Profissionais especializados (enfermidades)

Conscientização de produtores

Treinamento de pessoal

Interação com órgãos governamentais

OBRIGADO!