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Press Review page - ClipQuick · 2011. 12. 5. · vê o trilho enlameado que entra pelo bos-que. Todas as dificuldades (imensas!) são ultrapassadas muito devagar: travessia de Faisão

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TUDO

é calmo. 0 orvalho da

noite envolve a vegetação ras-

teira junto à estrada deserta,coberta por finíssimo lençolde névoa. Não há um carro,uma pessoa ou um ruído. Os

candeeiros apagam-se, inúteis, o dia nas-

ceu clarinho, o sal brilha, mas mostra-

se ainda tímido, receoso de aparecer em

paragem onde ninguém o espera nesta al-

tura do ano. Estamos em Edimburgo, na

capital da Escócia. Dizem que por aquiestá sempre a chover - os registos pro-vam-no, não há diferença entre períodoseco e chuvoso, chove aproximadamen-te a mesma quantidade todos os meses.Mas hoje não chove.

Localizada na costa Oeste do país, na

margem sul do estuário do Rio Forth, Edim-

burgo divide-se em dois grandes distri-

tos, ambos classificados pela Unesco comoPatrimónio da Humanidade: Old Town

(cidade velha, repleta de edifícios de ar-

quitectura medieval que florescem entre

ruas estreitas) e New Town (cidade nova;criada no séc. XVH[, é a zona onde estão

a maioria das lojas e restaurantes, sendo

ponto de partida de cruzeiros rumo ao

Norte da Europa.)A cidade é vigiada, do alto de rocha de

origem vulcânica (Castle Rock), pelo Cas-

telo de Edimburgo (séc. XXII), e é com

essa presença esmagadora que iniciamos

viagem, não por mar, mas por asfalto,montes e lama, ao volante do Land Rover

Discovery TDV6 (256 cv), um dos super-jipes ao dispor na Land Rover Experien-ce, em terras de Sua Majestade britânica,a rainha Isabel 11.

Qual o real? Qual o reflexo?

Apusar do sol radioso, está um frio derachar (3°C). Entro no carro e dá-se o pri-meiro grande choque cultural com o vo-lante no lado errado. Bom, na verdade foi

o segundo, o primeiro deu-se quandotentei ligar a máquina de barbear em to-mada de electricidade com ligações a

mais... Dou à chave, avanço lentamenteaté à rotunda de saída do parque do ho-tel (felizmente este Discovery tem caixaautomática de 8 velocidades, pelo que não

FLOORS CASTLEPARECE CENÁRIODE FILME. E HÁQUEM VIVA AQUI...

tenho que meter mudanças com a ca-

nhota), onde... onlro pela esquerda! Ofacto de não haver trânsito facilita, masé por pouco tempo, pois o percurso pre-vê incursão em auto-estrada. O mais com-

plicado é... tudo! Controlar os espelhos

Em cima, a quietude

perpétua das águasdo Lago Talla Linfoots;

Logo abaixo, o Castelo

de Edimburgo

no topo de rocha

de origem vuLcânica

0 cenário mágico e muito romântico do palácio de Floors Castle alberga os duros' Defender antes da complicada provação nocturna

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retrovisores (a mecânica corporal na Eu-

ropa normal manda olhar para cima e

para a direita para o espelho retrovisorcentral, e não para a esquerda e paracima), a distância para a berma da sstra-

da (muitas são as razias aos passeios e às

valetas...) e ainda ficar atento às constan-tes variações dos limites de velocidade.Há câmeras e radares por toda a parte.

Deixo da ddade, que pouco vi devidoaos compromissos da apresentação, o en-tro na auto-estrada que circunda, a sul,a cidade de Edimburgo (espécie de CRELem Lisboa), percurso sem sobressaltos,

apesar da nada convencional saída pelaesquerda, e avanço para tranquila estra-da secundária (B-roads), que rasga os be-líssimos planaltos escoceses do Sul(Southern Uplands, uma das três regiõesmenos populosas do país, com as Terras-

Baixas Centrais e as Terras Altas).O waá-book planeado pela Land Rover

leva-me ao vale de Talla Linfoots; A para-gem é obrigatória: a vista para o lago en-tre as duas enormes elevações do terrenoé de cortar a respiração. A água não mexeum centímetro, espelhando o monte na

perfeição, confundindo-nos sobre o quo é

real e o que é reflexo. Assim que p motordo Discovery se desliga, nada perturba a

quietação, como se o silêncio fosse perpé-tuo. Aqui em cima, sente-se o vento no ros-

to, mas também ele é mudo. A paisagem,entra em inim como um calmante, liber-tando progressivamente o stress, mas per-manece, como algo de místico. Capto ima-

gens com a máquina fotográfica, mastambém com a Quero levar esta

tranquilidade comigo.

'0 pássaro tinha voado'Ao fundo, um pastor e as suas ovelhas

movúnentam-se lentamente nos pastos de

erva viçosa. Meto-me no carro e avanço paraos ver ao pormenor, Inútil, estão demasia-do longe. Imagino o pastor com o tradicio-nal hlt, e questiono-me sobre que maniaé esta dos homens escoceses usarem saias...

Mais tarde, um local esclarece-me: «A ra-zão é a geografia dos planaltos escoceses,

montanhosos, húmidos e cheios de ria-

chos, onde o uso de calças era incómodo

para quem atravessasse a região». O anti-

go hlt - que originalmente cobria não só a

cintura e os joelhos, mas também a partesuperior do corpo, como enormes cober-

tores enrolados diversas vezes ;em volta

docorpoeporcimadoombro-pejupava ?»

A LAMA NAOASSUSTA, DIFÍCILÉ GUIAR NO LADOERRADO DO CARRO

A última morada

do bicampeãodo mundo de F

1

Jimmy Clark

(1936-1968),

em Chirnside,

Duns

Os dificílimos trilhos em FLoors Castle e na Dere Road, com alguns 'malabarismos' à mistura, deixaram marcas [muitol visíveis nos Land Rover

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?» os escoceses de enrolar constantemen-

te as calças para que não ficassem ensopa-das, além de servir como cobertor ou capano repouso entre jornadas. Os kilts actuais

com padrões de xadrez são versão mini

(saia...) dos originais. A estrada de monta-

nha, depois de voltas e reviravoltas, apro-xima-me do pastor. Está de calças.

l Im faisão de cabeça vermelha, comumnas ilhas britânicas, atravessa a estrada a

correi 1 (são grandes sprintftrs\) e esconde-

-se na vegetação, voando quando paro o

Discovury para o fotografar. É igualzinhoao rótulo de conhecida marca de whiskey!O momento atira-me para vi n verso da mú-

sica Norwegian Wood dos Beatles: «Andwhen I awoke/ 1 was alone/This bird has

flown» (E quando acordei/ Eu estava so-

zinho/O pássaro tinha voado).A viagem já vai longa e o repasto está

marcado para Leiteh Lodge - charmoso

Ponte sobre

o rio Tweed

e a Igreja

de St. Andrews

11195], o mais

antigo edifício

de Peebles,

pequena cidade

que desempenhou,

até 1960.

importante papel

na indústria

de produção de lã.

Actualmente é

destino turístico

muito procurado

palacete que remonta a Ifioo -, perto de

Peebles, cidade que até 1960 desempe-nhou importantíssimo papel na indústria

da lã. Hoje é apenas um destino turísti-

co muito procurado.

Chá com o duqueA tarde trouxe os percursos todo-o-ter-

reno e mais paisagens sublimes, é como

se estivéssemos num jardim com quilóme-tros e quilómetros de extensão. O fim doasfalto leva-me até Dere Road, antiga es-

trada romana que atravessa tês antigos

acampamentos (Pennymuir Roman

Camps). Apesar de não chover (hoje), os

troços enlameados merecem cuidados es-

peciais de condução.

Depois de lavadas as rodas, o regressoao asfalto e à rede de estradas com apenasuma faixa, que por vezes obrigam a recuardezenas de metros em marcha atrás para

ceder passagem ao veículo que segue emcontra-mão... legal!

Com alguns sustos pelo caminho, che-

go a Floors Castle (Roxburghshire), cas-

telo edificado em 1721 para o I.° duquede Roxburgue. O sítio é de filme. E há gen-te (o actual duque e a família) que vive

aqui. É ver as fotografias, não há muitoa acrescentar.

Chá tomado à pressa, scone na mão e

ala que se faz larde, pois a Land Rover pre-parou exigente percurso TT dentro da pro-priedade de Floors Castle (com mais de 22

mil hectares de extensão, alberga um ho-

tel, mu campo de golf e 45 fazendas...), parateslar o mais duro dos jipes, o Defender

(versão 2.2 Diesel de 112 cv).Está escuro como breu e quase não se

vê o trilho enlameado que entra pelo bos-

que. Todas as dificuldades (imensas!) são

ultrapassadas muito devagar: travessia de

Faisão camuflado entre a vegetação rasteira, ao contrário dos alertas de radares. Range Rover a 'navegar' e a papoila de papel em homenagem aos soldados britânicos mortos

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