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PANORAMA DO PANORAMA DO MODERNISMO NO BRASIL MODERNISMO NO BRASIL MODERNISMO 2ª. GERAÇÃO – 1930/1945 MODERNISMO 3ª. GERAÇÃO – 1945/1960

Panorama do modernismo no brasil

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PANORAMA DO PANORAMA DO MODERNISMO NO BRASIL MODERNISMO NO BRASIL

MODERNISMO 2ª. GERAÇÃO – 1930/1945MODERNISMO 3ª. GERAÇÃO – 1945/1960

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Segunda fase Modernista no Brasil - Segunda fase Modernista no Brasil - (1930-1945)(1930-1945)

Estende-se de 1930 a 1945. É um período rico na produção poética e também na prosa. O universo temático se amplia e os artistas passam a preocupar-se mais com o destino dos homens, o estar-no-mundo.

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Características Características Lança sobre a história nacional um olhar

permeado de humor e ironia - " Em outubro de 1930 / Nós fizemos — que animação! — / Um pic-nic com carabinas." (Festa Familiar - Murilo Mendes)

Verso livre e poesia sintética - " Stop. / A vida parou / ou foi o automóvel?" (Cota Zero, Carlos Drummond de Andrade)

Nova postura temática - questiona mais a realidade e a si mesmo enquanto indivíduo.

Tentativa de interpretar o estar-no-mundo e seu papel de poeta.

Literatura mais construtiva e mais politizada.

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Surge uma corrente mais voltada para o espiritualismo e o intimismo (Cecília, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Vinícius)

Aprofundamento das relações do eu com o mundo

Consciência da fragilidade do eu - "Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do mundo" (Carlos Drummond de Andrade - Sentimento do Mundo)

A perspectiva única para enfrentar os tempos difíceis é a união, as soluções coletivas - " O presente é tão grande, ano nos afastemos, / Ano nos afastemos muito, vamos de mãos dadas." (Carlos Drummond de Andrade - Mãos dadas)

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Autores Principais Autores Principais

POESIA

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Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade Mineiro, lecionou em Itabira e

trabalhou na diretoria de um jornal comunista. Maior nome da poesia contemporânea, Drummond registrou a realidade cotidiana e os acontecimentos da época.

Sua poesia é marcada pelas ironia fina, lucidez e calma, traduzidas numa linguagem flexível, mas rica de dimensões humanas. Refletem os problemas do mundo e do ser humano diante dos regimes totalitários, da 2a Guerra Mundial e da Guerra Fria.

A poesia de Drummond apresenta momentos de esperança, mas prevalece a temática da descrença diante do rumo dos acontecimentos.

Nega formas de fuga da realidade, e volta-se para o momento presente.

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Murilo Mendes (1902-1975) Murilo Mendes (1902-1975) Mineiro, sua obra caminha das

sátiras e poemas-piada ao estilo oswaldiano em direção à poesia religiosa, sem perder o contato com a realidade. Foi o poeta modernista mais influenciado pelo Surrealismo europeu. A Guerra foi tema de diversos poemas seus. Sua obra caracteriza-se pelo uso de novas formas de expressão e livre associação de imagens e conceitos.

A partir de Tempo e Eternidade (1935), parte para a poesia mística e religiosa. Sua poesia perpassa pelo dilema entre poesia e Igreja, finito e infinito, material e espiritual, tudo sem abandonar a dimensão social.

Empolgado com a beleza, afirmava que tudo era belo, pois tudo pertencia à Criação. Só as ações humanas justificavam o feio.

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Jorge de Lima (1898-1953) Jorge de Lima (1898-1953) Alagoano, ligado à política,

estreia com a obra “XVI Alexandrinos”, fortemente influenciado pelo Parnasianismo, o que lhe deu o título de Príncipe dos Poetas Alagoanos. Mais tarde, sua obra caminha rumo a uma poesia social, paralela a uma poesia religiosa.

Na poesia social, apresenta a cor local por intermédio do resgate da memória do autor de menino branco com infância cheia de imagens de negros escravos e engenhos. Algumas vezes, amplia a abordagem social com denúncia das desigualdades sociais.

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Cecília MeirelesCecília Meireles

Órfã, carioca, foi criada pela avó, fez Magistério e lecionou Literatura em várias universidades.

Sua estreia dá-se com o livro Espectros (1919), participando da corrente espiritualista, sob a influência dos poetas que formariam o grupo da revista Festa (neo-simbolista).

As principais características de sua obra são a sensibilidade forte, o intimismo, a introspecção, a constante viagem para dentro de si mesma e a consciência da transitoriedade das coisas (tempo = personagem principal). Para ela, as realidades para serem vividas e não para se filosofar, são inexplicáveis.

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Vinícius de MoraesVinícius de Moraes Carioca, o Poetinha participou da

MPB (desde a Bossa-nova) até sua morte. Tal como Cecília Meireles, iniciou sua carreira ligado ao neo-simbolismo da corrente espiritualista e também à renovação católica de 30.

Vários de seus poemas apresentam tom bíblico, mas, ao mesmo tempo, um sensualismo erótico. Essa dualidade acentua a contradição entre o prazer da carne e a formação religiosa. Valorizava o momento com presença de imediatismos (de repente, constante).

Uma temática constante em sua poesia era o jogo entre felicidade e infelicidade que muitas vezes associa a inspiração poética à tristeza, sem abandonar o viés social.

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PRINCIPAIS AUTORESPRINCIPAIS AUTORES

PROSA

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Rachel de Queiroz Rachel de Queiroz Cearense, em 1930, publicou o

romance O Quinze, que lhe rendeu um prêmio e reconhecimento público.

Ativa na política, militante do PCB, foi presa em 1937 por causa de suas ideias esquerdistas. A partir de 1940 dedicou-se à crônica e ao teatro. Quebrou uma tradição ao tornar-se a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Sua obra caracteriza-se, a princípio, pelo caráter regionalista e sociológico, com enfoque psicológico, que tende a se valorizar à medida em que sua obra amadurece. O estilo é conciso, sua linguagem fluente, seus diálogos vivos e acessíveis, o que resulta numa narrativa dinâmica e enxuta.

Em O Quinze e João Miguel há coexistência do social e psicológico. Caminho de Pedras é o ponto máximo de sua literatura engajada e de esquerda (mais social e político). As Três Marias abandona o aspecto social, enfatizando a análise psicológica.

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José Lins do Rego (1901 - 1957) José Lins do Rego (1901 - 1957) Paraibano, grande representante da

literatura regionalista do Modernismo. Em Recife, aproxima-se de José Américo de Almeida e Gilberto Freire, intelectuais responsáveis por divulgarem o Modernismo no nordeste e pela preocupação com a temática regionalista. Mais tarde conhece também Graciliano Ramos e vai para o Rio de Janeiro, onde participa ativamente da vida literária. Sua infância no engenho influenciou fortemente sua obra.

As obras Menino de Engenho, Doidinho, Banguê, Moleque Ricardo, Usina e Fogo Morto compõem o que se convencionou chamar de “ciclo da cana de açúcar”. Nelas, J. L. Rego narra a decadência dos engenhos e a transformação pela qual passam a economia e a sociedade nordestina.

Seu processo narrativo se fixa no molde tradicional da literatura realista: linearidade, construção do personagem baseado na descrição dos caracteres, linguagem coloquial, registro da vida e dos costumes. O tom memorialista conduz uma literatura que testemunha uma sociedade em desagregação (...)

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Graciliano Ramos (1892-1953)Graciliano Ramos (1892-1953) Alagoano, jornalista e político, estreia com

Caetés (1933). Em Maceió, conheceu alguns escritores do grupo regionalista: J. L. Rego, Jorge Amado, Raquel de Queiroz. É nessa época que redige S. Bernardo e Angústia.

Envolvido na política, é preso e acusado de comunismo e essas experiências pessoais são retratadas em Memórias do Cárcere. Em 1945, ingressa no PCB e empreende uma viagem aos países socialistas, narrada no livro Viagem.

Tido como grande romancista moderno da literatura brasileira, levou ao extremo a tensão presente nas relações: homem-meio natural e homem-meio social. Mostrou que tais tensões são capazes de moldar personalidades e transformar comportamentos, e até gerar violência.

A luta pela sobrevivência é a ligação entre seus personagens; a lei maior é a lei da selva. A morte é constante em suas obras como final trágico e irreversível (suicídios em Caetés e São Bernardo, assassinato em Angústia e as mortes do papagaio e da cadela Baleia em Vidas Secas).

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Jorge Amado Jorge Amado Nascido na zona cacaueira baiana,

morou em Salvador e essas referências são inspiração para suas obras. Estreia com O País do Carnaval. É levado por Rachel de Queiroz a filiar-se ao PCB, partido pelo qual, mais tarde, torna-se deputado. Sofre perseguições políticas, é preso e exilado.

Na ficção de Jorge Amado convivem lirismo, sensualismo, misticismo, folclore, idealismo, engajamento político, exotismo. Esse painel bastante rico, aliado a uma linguagem coloquial, fluida, espontânea, aparentemente sem elaboração, é responsável pela grande aceitação popular de sua obra. Seus heróis são marginais, pescadores, marinheiros, prostitutas e operários; todos personagens de origem popular. Sua obra está ambientada no espaço rural e urbano da Bahia e seu aspecto documental a torna autenticamente regionalista.

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Érico Veríssimo Érico Veríssimo Escritor de grandes dimensões, sua

produção inclui romances, crônicas, literatura infantil. Os romances que compõem a trilogia O Tempo e o Vento (O Continente, O Retrato, O Arquipélago) desenham a história de várias gerações: sucedem-se as lutas entre portugueses e espanhóis, farrapos e imperiais, maragatos e pica-paus (nomes dos partidos em guerra política). Duas famílias, os Terra Cambará e os Amaral, são, durante dois séculos, o fio narrativo que unifica a história.

Érico Veríssimo cria uma verdadeira saga romanesca, com todas as características: guerras intermináveis, aventuras, amores, traições, gerações que se sucedem. Isso cria um painel histórico da comunidade rio-grandense e do próprio Brasil. A obra é uma aglutinação de novelas, que ressaltam as figuras épicas de Ana Terra e do Capitão Rodrigo Cambará. Seu estilo é coloquial, poético, intimista.

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TERCEIRA FASE MODERNISTATERCEIRA FASE MODERNISTA1945 / 19601945 / 1960

A prosa, quer seja no romance ou nos contos busca uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com destaque para Clarice Lispector. Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire nova dimensão com Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central.

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Guimarães Rosa (1908 - 1967) Guimarães Rosa (1908 - 1967) Mineiro, formou-se em Medicina e

clinicou pelo interior, foi ministro e pela carreira diplomática esteve em Hamburgo, Bogotá e Paris. Foi eleito membro da ABL e faleceu 3 dias depois de sua posse.

A obra de Guimarães Rosa é extremamente inovadora e original.

Seu livro, Sagarana (1946), coloca uma espécie de marco divisor na literatura moderna do Brasil: é uma obra que se pode chamar de renovadora da linguagem literária.

Seu experimentalismo estético, aliando narrativas de cunho regionalista a uma linguagem inovadora e transfigurada, veio transformar completamente o panorama da nossa literatura.

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Clarice Lispector (1925 - 1977)Clarice Lispector (1925 - 1977) Ucraniana, veio ainda bebê

para o Brasil - por isso, sentia se “brasileira”. Era formada em Direito. Em 1944 publica o livro que escreveu durante o curso universitário - Perto do Coração Selvagem - surpreendendo a crítica e agradando ao público.

Principal nome da prosa intimista da moderna literatura brasileira, sua obra retrata o questionamento do ser, do “estar-no-mundo”. A pesquisa do ser humano resulta no romance introspectivo.

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João Cabral de Melo Neto João Cabral de Melo Neto Pernambucano, passou a infância em

engenhos de açúcar em contato com a terra e o povo (o que despertou seu interesse pelo folclore nordestino e pela literatura de cordel). Com a palavra escrita (livros e jornais, desde os dois anos de idade) e a parentela ilustre e culta (primo de Manuel Bandeira e Gilberto Freire), é eleito por unanimidade para a ABL (1969).

Estreou em 1942 com Pedra do Sono de forte influência de Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes. Ao publicar O Engenheiro, em 1945, traça os rumos definitivos de sua obra. Em 1956, escreve o poema dramático Morte e Vida Severina, que, encenado em 1966, com músicas de Chico Buarque, consagra-o definitivamente.

Só pertence à Geração de 45 se levar-se em consideração o critério cronológico; pois esteticamente afasta-se da proposta do grupo.