OS ENSINAMENTOS DOS ESS�NIOS - De Enoque aos Manuscritos do Mar Morto

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    Os Ensinamentos dos Essnios de

    Enoque aos Manuscritos do Mar Morto

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    Edmond Bordeaux Szekely

    Os Ensinamentos dos Essnios de

    Enoque aos Manuscritos do Mar Morto

    TraduoO C T AVIO MEN D ES C AJAD O

    Transcrio Para o Co mputadorM A R CE LO F A CIN BR IS OLLA

    ([email protected])

    EDI TORA PENSAMENTO S-CULTR IX / 11 EDIO / 2004

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    Ttulo do Original:The Teachings of the Essens

    from Enoch to the Dead S ea Scrolls

    Copy right 1981 by The International Biogenic Society

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    CREDODa S ociedade Biognica Internacional

    Acreditamos que a nossa propriedade mais preciosa a Vida.

    Acreditamos que m obilizaremo s todas as foras da Vida contra as foras da morte.

    Acreditamos que a compreenso mtua conduz m tuacooperao; que a mtuacooperao conduz Paz; e que a Paz o nico modo de sobrevivncia dahumanidade.

    Acreditamos que, em vez de desperdiar, preservaremos nossos recursos naturais, queso a herana de nossos filhos.

    Acreditamos que evitaremos a poluio do nosso ar, da nossa gua e do nosso solo,precondies bsicas da Vida.

    Acreditamos que preservaremos a vegetao do nosso planeta: a relva humilde, quechegou h cinqenta milhes de anos, e as rvores m ajestosas, que chegaram h vintemilhesde anos, a fim de preparar o nosso planeta para a hum anidade.

    Acreditamos que s com eremo s alimentos frescos, puros, naturais e integrais, semsubstncias qumicas e sem processamentos artificial.

    Acreditamos qu e levaremo s uma v ida simples, natural e criativa, absorvendo todas asfontes de energia, harmonia e conhecimen tos, dentro e em torno de ns.

    Acreditamos que o aprimoramento da vida e da human idade no nosso planeta devecomear pelos esforos individuais, assim como o todo depende dos tomos que o compem.

    Acreditamos na Paternidade de Deus, na Maternidade na Natureza e na Fraternidadedo Homem.

    -composto em Paris, em 1928, por RomainRolland e Edmond Bordeaux Szekely

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    A todos os que percebemque a paz do tododepende do esforo de cada um.

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    PREFCIO

    Os diversos captulos desse livro foram com pilados de ma terial anterior ao descobrimentodos Manuscritos do Mar Morto em 1947. No transcorrer dos vinte anos precedentes, de 1927 a1947, escrevi e fiz publicar certo nmero de l ivros sobre os essnios tomand o por base certas

    fontes histricas, como as obras de Flvio Josefo, de Filo e de Plnio, e os manuscritos da B ibliotecado Vaticano, da B iblioteca dos Habsburgos, em Viena, e da Biblioteca do M useu Britnico. Nesseslivros discorri sobretudo acerca das tradies essnias, que considero de grande valor prtico parao homem moderno.

    Quando as primeiras descobertas de Qumram se tornaram pblicas e muitas pessoasinstaram com igo para que eu publicasse uma interpretao dos novosachados, decidi faz-lo emdi volumes. O primeiro condensa a quinta-essncia das tradies essnias hauridas de fontes pr-Qumram. O segundo versar exclusivamente acerca das novas descobertas.

    A obra que o leitor agora tem em m os trata do significado das tradies essnias notocante aos seus valores para a humanidade de hoje e s prticas reais que resultam numaexpanso da co nscincia. Esses valores podem ser considerados a partir de quatro pontos de vista

    diferentes.

    1. As tradies essnias representam um a sntese das grandes contribuies, para ahumanidade, das diferentes culturas da A ntigidade.

    2. Elas representam para ns um caminho que nos afasta da tecnologia utilitria unilateral dacivilizao contempornea, um ensinamento prtico vlido que se u tiliza de todas asfontes de energia, harmonia e conhecimentos que nos rode iam por toda a parte.

    3. Elas nos do padres permanentes num a poca em que a verdade parece dissolver-se numdeslocamento contnuo de conceitos.

    4. D o-se neurose e insegurana que d isso resultam um equilbrio e uma harmoniacompletas atravs dos ensinamentos e ssnios.

    importante notar que em seu livro, The Meaning of the Dead S ea Scrolls(O significadodos Manuscritos do M ar Morto), A. Powell Davies escreve, referindo-se aos ess nios: A IgrejaCrist, em sua organizao, seus sacramentos, seus ensinamentos e sua literatura se relacionaenas primeiras fases pode ter sido idntica a elescom os Novos Adeptos, conhecidos pelo nomede essnios, alguns dos quais redigiram os Manuscritos do Mar Morto.

    Igualmente significativa nas tradies pr-Qumram dos essnios a existncia de certoselementos zorostricos, fato que eu j havia proclamado e a qu eArnold Toynbee tambm sereferiu em escrito recente. Elas tm um a correlao semelhante com ensinamentos ulteriores,como os da C abala e os da Franco-maonaria. Seu elemento singularssimo, que, segundo tudoindica, foi desenvolvido independentemente, a sua cincia da Angelologia.

    As citaes ocorrentes na pgina que precede cada captulo so tiradas de doisManuscritos do Mar Morto, o Manual de Disciplina e os Salmos de Ao de G raas, ou Livrodos Hinos, que traduzi de cpias fotost ticas dos textos originais encontrados n as cavernas d eQumram.

    Edmond B ordeaux SzekelySan Diego, Califrnia, 1957

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    E andou Enoque com Deus;

    e j no era;

    porque Deus o tomou para siGn esis 5:24

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    S U M R I O

    1. Os E ssnios e Seus Ensinamentos 11

    2. A Lei nica 163. A rvore da Vida Es snia 214. As Comunhes Essn ias

    I - Seu propsito e significado 255. As Comunhes Essn ias

    II - Sua prtica real 356. A Paz S tupla 477. A Psicologia Essnia 658. Inventrio Individual 71

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    A Lei foi plantada no jardim d a Irmanda depara alumiar o corao do homemepara fazer direitos diante deletodos os cam inhos da verdadeira retido,um esprito humilde, um humo r igual,

    uma natureza livremente compassiva,ebondade e com preenso e introviso eternas,

    euma sabed oria pujante, que acredita em todas asObras de Deus,

    euma f confiante em Suas m uitas bnos,eum esprito de conhecimento em todas as coisas da

    Grande Ordem,sen timentos leais para com todos os filhos da verdade,uma pureza radiante que abomina tudo o que impuro,uma discrio relativa a todas as coisas ocultas da verdadeedos segredos do conhecimento secreto.

    Extrado do Manual de Disciplinados Manuscritos do Mar Morto.

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    Captulo 1

    Os Essnios e Seus Ensinamentos

    Desde as eras m ais remotas da Antigidade existe um ensinamento notvel que universal em sua aplicao e eterno em sua sabedoria. Encontram-se fragmentos dele emhierglifos sumerianos e nas placas de argila e pedras datadas de oito a dez mil anos atrs.Alguns smbolos, como, por exem plo, os que indicam o sol, a lua, o ar, a gua e outras forasnaturais procedem de uma era ainda mais remota, que antecedeu ao cataclismo que encerrouo perodo Plistoceno. Por quantos milhares de anos antes disso existiu o ensinamento no sesabe.

    Estudar e praticar o dito ensinamento despertar novamente dent ro do corao detodo homem um conhecimento intuitivo que pode resolver seus problemas individuais e osproblemas do mundo.

    Traos do ensinamento aparecem em quase todos os pases e religies. Seus princpiosfundamentais foram ensinados na antiga Prsia, no Egito, na ndia, no Tibete, na China, naPalestina, na Grcia e em muitos outros pases. Mas ele foi transmitido na sua forma mais purapelo essnios, misteriosa irmandade que viveu durante os d ois ou trs ltimos sculos antesde Cristo e no primeiro sculo da Era Crist junto ao Mar M orto, na Palestina, e junto ao LagoMartis, no Egito. Na Palestina e na Sria, os mem bros da irmandade eram conhecidos comoEssnios e, no E gito, como Terapeutas, ou curadores.

    A parte esotrica do seu ensinamento pode se r encontrada na rvore da Vida, nasComun hes e na Paz Stupla. O ensinamento exotrico, ou externo, aparece no EvangelhoEssnio da Pa z, no Gnesis, uma interpretao essnia, em Moiss, o Profeta da Lei e no

    Sermo da Montanha.Afirma-se que desconhecida a origem da irmandade, e incerta a derivao do nome .Acreditam alguns que esse procede de Esnoque, ou Enoque, que seria o fundador dairmandade, tendo sido dada primeiro a ele a sua Comunho com o mundo anglico.

    No entender de outros o nome provm de Israel, os eleitos do povos, aos quais Moissrevelou as Comunhes no Monte Sinai, onde lhe tinham sido demonstradas pelo mundoanglico.

    Seja, porm, qual for a sua origem, o certo que os essnios viveram por m uito tempocomo irma ndade, talvez debaixo de outros nomes em outros pases.

    O ensinamento aparece no Zend Avesta de Zoroastro, que o traduziu num modo devida seguido durante milhares de anos. Ele encerra os conceitos fundame ntais do

    Bramanismo, dos Vedas e dos Upanixades; e os sistemas iogues da ndia derivaram da m esmafonte. Mais tarde, Buda tornou conhecidas essencialmente as mesm as idias bsicas e a suasagrada rvore Bodhi se relaciona com a rvore da Vida dos essnios. No Tibete, oensinamento, mais uma vez, encontrou expresso na Roda da Vida tibetana.

    Os pitagricos e esticos, na Grcia antiga, tambm seguiam os princpios dos essniose muita coisa do seu modo de vida. O mesmo ensinamento foi um elemento da culturaadnica dos fencios, da Escola Alexandrina de Filosofia, no Egito , e contribuiu largamen te paramuitos ramos da cu ltura ocidental, a Franco-maonaria, o Gnosticismo, a Cabala e o

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    Cristianismo. Jesus interpretou-o na sua m ais sublime e bela forma nas sete Bem-aventuranasdo Sermo da Montanha.

    Os essnios viviam nas margens de lagos e rios, longe das cidades, grandes oupequenas, e praticavam u m estilo de vida comuna l, partilhando igualmente de tudo. Eramsobretudo agricultores e arboricultores, donos de vasto co nhecimento sobre safras, solo econdies climticas, que lhes permitia criar uma grande variedade de frutas e vegetais emreas relativamente desrticas e com um mnimo de trabalho.

    Eles no tinham criados nem escravos e, pelo que se d izia, foram o primeiro povo acondenar a escravido, tanto em teoria quanto na prtica. No havia entre eles ricos nempobres, visto que am bas as condies eram por eles consideradas afastamento da Lei. Osistema econmico dos essnios, estabelecido por eles m esmos, baseava-se inteiramente naLei, alm de m ostrar que todos os alimentos e necessidades materiais do homem podem serconseguidos sem lutas, por meio do conhecimento da Lei.

    Passavam m uito tempo entregues ao estudo no s dos escritos antigos mas tambmdos ramos especiais do saber, como a edu cao, a arte de curar e a astronomia. Dizia-se queeles eram os herdeiros da astronomia caldaica e persa e da arte de curar dos egpcios.

    Conhecedores profundos da profecia, preparavam -se para exerc-la por meio de um jejumprolongado. E mostravam -se igualmente eficiente no uso de plantas e ervas para a cura dehomens e animais.

    Levavam um a existncia simples e regular, levantando-se todos os dias antes do nascerdo sol, a fim de estudar e com ungar com as foras da natureza, banhando-se em gua friacomo se fosse um ritual e envergando roupas brancas. Depois do labor cotidiano nos campos evinhedos, compartiam das refeies em silncio, precedendo -as e encerrando-as por umaorao. Inteiramente vegetarianos no comer, nunca tocavam em alimentos de carne e emlquidos fermentados. S uas noites eram devotadas ao estudo e comunho com as forascelestiais.

    O anoitecer era o princpio do dia deles e o Sbado, o u dia santo, principiava noanoitecer de sexta-feira, incio da sua semana . Esse dia era consagrado ao estudo, discusso,ao entretenimento de visitantes e e xecuo de certos instrumentos, rplicas dos quais foramencontradas.

    O modo de vida dos essnios lhes permitia viver at a idade avanada de 120 anos, oumais, e comentava-se que eles possuam um a fora e uma resistncia m aravilhosas. Em todasas suas atividades expressavam u m am or criativo.

    Eles enviavam para fora curadores e mestres, escolhidos entre os m embros dairmandade, entre os quais figuraram Elias, Joo Batista, Joo, o Bem -amado, e o grandeMestre essnio, Jesus.

    S se obtia a qualidade de mem bro da irmandade a ps um perodo probatrio de um

    ano e aps trs anos de trabalho iniciatrio, seguido de mais sete, em que se recebia o plenoensinamento interior.

    Crnicas a respeito do m odo de v ida essnio chegaram at ns atravs de escritos doscontempo rneos. Plnio, naturalista romano , Filo, filsofo alexandrino, Josefo, historiador esoldado judeu, Solano e outros falaram deles variadamente, chamando -lhes linhagem que seformou por si mesma, mais notvel do que qualquer outra no mundo, os mais antigos dosiniciados, que recebem ensinamentos diretamente da sia Central, ensinamentosperpetuados durante um espao imenso de sculos, santidade constante e inaltervel.

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    Parte dos ensinamentos externos, redigida em aramaico, conserva-se no Vaticano, emRoma. Parte, redigida em lngua eslava, foi encontrada nas m os dos H absburgos, na ustria,e, segundo se informa, trazida da sia no sculo XIII por padres adeptos do nestorianismo, oschamados ne strios, quando fugiam das hordas de Gngis-C .

    Ecos da doutrina essnia subsistem hoje em dia em m uitas formas, assim nos rituaisdos maons, com o no castial de sete braos e na saudao A paz esteja contigo, usadadesde o tempo de Moiss.

    Em vista da sua antigidade, da sua persistncia atravs dos sculos, evidente que oensinamento no poderia ter sido concebido por uma nica pessoa nem por um nico povo,mas a interpretao, levada a cabo por um a sucesso de grandes m estres, da Lei douniverso, a Lei bsica, eterna eimutvel como as estrelas em seus cursos, a mesm a agora queh dois ou dez mil anos, e to aplicvel hoje quanto ento.

    O ensinamento explica a Lei, mostra que os afastamen tos dela por parte do homemso a causa de todas as dificuldades deste ltimo e ens inam o m todo pelo qual ele seencontra a sada desse seu dilema.

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    Fizeste conhecidas de mimTuas coisas misteriosas e profundasTodas as coisas existem feitas por TiE no h ningum que om breie contigoPor meio da Tua LeiDirigiste o me ucoraoA fim de eu dar meus pa ssos diretamente para a frenteEm send as direitasE caminhas onde est a Tua presena

    Extrado do Livro dos Hinos VIIdos Man uscritos do M ar Morto

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    A Lei foi plantada para premiar os filhos da luzcom curas e paz abundante,com vida longa,com a semente fecunda das bnos eternas,com eterna alegriana imortalidade da Luz eterna.

    Extrado do Manual de Disciplinados Man uscritos do M ar Morto

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    Captulo 2

    A Lei nica

    Os ensinamentos que Moiss apregoou no M onte Sinais foram praticados mil equinhentos anos depois pelas Irmandades essnias na Palestina e no E gito.

    Compreender-lhes as lies compreender os valores que as prticas essnias tmpara o homem hoje em dia.

    Moiss foi quem deu a Lei, a Lei nica. Ele instituiu o monotesmo, qu e viria a ser nosomente o dogm a fundamental das Irmandades essnias, mas tambm de toda a civilizaoocidental. A informao m ais autorizada que temos a respeito de seus ensinam entos procededas prprias Irmandades.

    A tradio dos essnios divide a vida de Mo iss em trs perodos que simbolizam asexperincias de vida de todo homem . No primeiro perodo de quarenta anos, durante os qua is

    viveu como um prncipe do E gito, ele seguiu o cam inho da tradio, adquirindo toda aeducao e conhecimentos disponveis naquele tempo. E studou os rituais de sis, de Amon -R e de Osris, os Preceitos de Pta Hotep, o Livro Egpcio dos Mortos e as tradies carreadas doOriente para o Egito, centro cultural do mundo naquele tempo. Em nenhum dos seus estudos,porm, encontrou ele o dinamismo interior ou o princpio unificador que explicasse o universoe os problemas da vida.

    No segundo perodo ele passou quarenta anos no deserto, seguindo o caminho danatureza, estudando o livro da natureza, como fizeram mu itos grandes gnios e profetas,incluindo Jesus. Na imensa vastido do deserto, com sua solido e silncio, produziram-segrandes verdades interiores. Nesse perodo, Moiss descobriu a Lei nica, a totalidade de

    todas as leis. Constatou que essa mesm a Lei governava o universo inteiro. Para ele foi o m aiorde todos os m ilagres descobrir que tudo opera debaixo da mesm a lei. Em seguida, acudiu-lhe aidia da totalidade das leis. E a essa totalidade deu o nome de A Lei, escrita com L maisculo.

    Ele primeiro observou que o homem vive num universo dinmico, que mudaconstantemente; as plantas e os animais crescem e desaparecem; as luas crescem e mnguam.No h nenhum ponto esttico na natureza nem no homem. Ele viu que a Lei se manifesta emperptua mudana, e que, por trs da mudana, h um plano de Ordem C smica numa vastaescala.

    Moiss acabou compreende ndo que a Lei o m aior e o nico poder no universo e quetodas as outras leis e todas as outras coisas fazem parte da Lei nica, que no est sujeita anenhuma outra lei ou leis.Eterna, indestrutvel, insusceptvel de derrota. Uma planta, um a

    rvore, um corpo human o ou um sistema solar tem, cada qual, suas prprias leis, matemticas,biolgicas ou astronmicas. Mas o nicopoder supremo, a Lei, est por trs de todas elas.

    A Lei governa tudo o que acontece no u niverso e em todos os outros aniversos, todaatividade, toda criao, me ntal ou fsica. Governa tudo o que existe em manifestao fsica, emenergia e poder, em conscincia, todos os conhecimentos, todos os pensam entos, todos ossentimentos, toda a realidade. A Lei cria a vida e cria o pensamento.

    A soma total da vida em todos os planetas do un iverso foi designada pelos essnioscomo o oceano csmico da vida. E a soma total das correntes de pensamento no universo foi

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    denominada o oceano csmico do pensam ento, ou conscincia csmica, na terminologia maismoderna.

    O oceano csmico da vida e o oceano csmico do pensamento formam um a unidadedinmica da qual o homem parte inseparvel. Todo corpo pensamente de todo indivduoest em constante com unho interior com essa unidade. Todo ser human o parteindividualizada da unidade. Essa unidade a Lei, a Luz Eterna, de que falou Moiss.

    Moiss viu a Lei violada em toda pa rte. O Egito tinha sido construdo em nenhum aconsiderao por ela. A d espeito do grande po der militar e poltico da nao, no havianenhuma lei de igualdade. A m isria e a escravido existiam em toda a parte; ricos e pobressofriam igualmente de opresso, epidemias e pragas. Ele aprendeu que a ignorncia da Lei, dasleis da natureza, era responsvel por todos os males, e que tanto os governantes quan to osgovernados eram igualmente merecedores de censura.

    Tornou-se evidente para Moiss que tudo o que se cria em decorrncia de umafastamento da Lei se destri a si mesmo, e com o tempo d esaparece. Somente a Lei eterna.

    O terceiro perodo da vida de Moiss, o xodo, com eou quando ele decidiu dedicar orestante de seus dias compreenso e aplicao da Le i, e tarefa de levar a humanidade a

    harmonizar -se com ela. Ele reconheceu a enormidade da incum bncia que impunha a simesm o tentando fazer que no s as massas ignorantes mas tambm o s governantespresunosos aceitassem a Lei e vivessem em harmonia com ela. Obstculos aparentem enteinsuperveis se deparam a todos os reformadores do m undo, quando a idia pura encontra afora que se lhe ope na inrcia da me nte humana e na re sistncia do poder entrincheirado.Isso representa uma revoluo do dinmico contra o esttico, dos valores m ais elevadoscontra os pseudovalores, da liberdade contra a servido, e no se limita a um a poca dahistria, nem humanidade como um todo, mas ocorre repetidamente na vida de cadahomem individualmente.

    Quando Moiss chegou concluso de que no poderia mudar os governantesegpciosnem as m assas do povo, voltou-se para a pequena m inoria, o povo escravizado eoprimido de Israel, n a esperana de convenc-lo e fundar uma nova nao baseadainteiramente na Lei. Foi ele a nicafigura, em toda a histria universal, que fundou um a naonessas condies.

    Moiss via o universo como uma Ordem Csmica gigantesca, em que existiam fontesinesgotveis de en ergia, conhecimentos e harmonia disposio do homem . Ele se lembravasempre das duas lendas de Jac, seu antepassado, que lutara com um anjo e o vencera e, maistarde, tivera uma viso de anjos que subiam e desciam um a escada entre o cu e a terra.Identificou esses anjos com as foras da natureza e os poderes da conscincia do homem epercebeu que essas foras e poderes eram o elo de ligao entre o homem e Deus. Eidentificou Deus com a grande Lei universal.

    Moiss chegou concluso de que, se o hom em quiser alcanar a Deus, ter desenhorear primeiro todas as foras que so ma n ifestaes de Deus, da Lei. Ele queria fazer oseu povo forte com a Lei, que o significado da palavra Israel. E queria criar um sistema devida que possibilitaria aos mem bros do seu pov o vencer os anjos, como o fizera Jac, seuantepassado. Tal era o fundam ento da cincia oculta, como hoje se deno mina, da cincia dosanjos, mais tarde batizada com a denom inao de angelologia.

    Queria Moiss que seus seguidores compreendessem que e sto em contato constante,a cada mom ento de sua e em todos os pontos do seu ser, com todas as foras da vida e com o

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    universo visvel e invisvel; e que, se contatassem de forma consciente esses poderes e setornassem cnscios deles, gozariam de sade perfeita, felicidade, e harmonia de corpo emente, em todos os d epartamentosde sua existncia.

    O m todo de estabelecer contato com essas foras estavagravado nas duas tbuas depedra que ele trouxera do alto do Monte Sinai, mas que destruiu ao descobrir que as massasdo povo no estavam prontas para os ensinamen tos, do mesmo que as massas da humanidadeno esto preparadas para eles nos dias de hoje e talvez no v enham a estar por muitasgeraes vindouras. Mas ensinou aos poucos que estavam prontos o mtodo gravado nastbuas, as Comunhes com os anjos, que havia sido preservado, atravs dos sculos, nasIrmandades essnias e que ainda hoje pode ser praticado pelo homem .

    Isso foi uma parte dos ensinamen tos esotricos ministrados por Moiss e praticadosnas Irmandade s essnias cinco sculos antes da era crist.

    Nas tradies essnias ulteriores, a idias abstrata da Lei foi transmitida pelo smbolode uma rvore, chamada rvore da Vida. Moiss recebera uma grande revelao ao avistar asara em chamas no deserto. Esta representava dois aspectos da vida universal: calor e luz. Ocalor do fogo simbolizava o fogo da vida, a vitalidade no mundo material. A luz, smbolo da

    conscincia do hom em, representava a luz da sabedoria qual se opem as trevas daignorncia no universo imaterial. Juntos, eles representam o u niverso inteiro e aidia de que ohomem, no centro, atrai a vida e a vitalidade de todas as foras do cosmo.

    Os essnios tinham po r smbolo dos seus ensinamentos a rvore da Vida, que lhesfigurava, de forma concreta, que o homem era uma unidade de energia, pensamentos eemoes e um a unidade de fora vital, que comungava de con tnuo com a totalidade dasenergias do universo. Moiss queria ver o homem vivendo em harmonia com as leis quegovernam todas essas energias, dentro e fora de si, cnscio delas e utilizando-as em todos osmomentos da vida.

    Em se u estudo da totalidade da Lei, logrou Moiss um conhecim ento intuitivo daorigem do m undo e do princpio de todas as coisas. Desse princpio de todas as coisas derivouele as leis para a vida de todos os dias. Ficou sabendo que todas as coisas so partes do todo,postas juntas umas das outras, de acordo com a lei; e que os sete elem entos, ou foras bsicasda vida, apareciam em sete grandes ciclos da criao, um elem ento em cada ciclo. Ele agrupouos dias da semana num ciclo correspondente de sete, considerando que cada dia correspondiaa um elemento diferente. Isso era simbolizado nas tradies essnias pelo castial de setebraos, cujas velas se acendiam de sete em sete dias, no sbado, para lembrar ao hom em ossete ciclos, as sete foras bsicas do mundo visvel e os sete poderes bsicos do mundoinvisvel da conscincia do hom em.

    Os trs perodos da vida de Moiss, em que ele descobriu a Lei e suas manifestaes,representam os trs perodos em que se pode dividir a vida dequase todos os homens. O

    primeiro, o Egito, foi chamad o o perodo da servido, das trevas da ignorncia, quando o livrefluxo de energia vital obstrudo pela ignorncia e pelos falsos valores. O Egito dahumanidade, sua escravido, consiste na totalidade dos afastamentos da Lei.

    O segundo perodo da vida de Mo iss corresponde ao deserto na vida do indivduo,quando seus falsos valores caem por terra e ele nada v seno o vazio sua frente. nesseperodo que o homem necessita mais urgentemente da orientao interior, a fim de encontraro caminho que o levar de volta Luz, Lei.

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    O terceiro perodo, o xodo, possvel para todo homem. H sem pre a Luz que indicao caminho para o xodo. O Egito da servido do homem nunca eterno. O xodo, paraMoiss, durou quarenta anos, mas era a penas o incio do caminho da intuio, o caminhoonde ele aprendia a viver em harmonia com as leis da vida, da natureza e do cosmo. Um xodopara a humanidade s pode ser levado a cabo atravs dos esforos acumulados de m uitaspessoas no correr de m uitas geraes.

    Mas ele pode realizado e o ser. H sempre um a Cana, que, longe de ser uma utpicamtica, uma realidade viva. O xodo representa o caminho que conduz a C ana, o caminhoque Moiss percorreu iluminado pelas prt icas essnias.

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    "Agradeo-Te, Pai C elestial,porque Tu me colocastena origem de rios fluentes,na fonte viva de uma terra seca,regando um jardim e terno de maravilhas,

    a rvore da Vida, m istrio dos m istrios,que produz ramos perptuos para oeterno plantiopara enterrar razes na corrente da vidade eterno m anancial.

    E Tu, Pai C elestial,

    protege-lhe os frutoscom os anjos do diae da noitee com cham as de Luz eterna que brilham em toda a pa rte.

    Extrado dos Salmos de Ao de Graasdos Manuscritos do Mar Morto VIII

    (vii. 4-12)

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    Captulo 3A rvore da Vida Essnia

    O homem pareceu compreender, at onde chegam os seus registrom que estavacercado de foras invisveis. Em culturas sucessivas do pa ssado, valeu-se de certo simbolismopara expressar seu relacionamento com as foras no meio das quais se m ove. Esse simbolismomstico, introduzido em quase todas as religies e ensinamentos ocultos, denominadorvore da Vida. Na lenda exterior e na sabedoria interior as intuies mais profundas dohomem a focalizaram.

    A rvore da Vida era co nsiderada por Zoroastro como a prpria lei e constitua ocentro da sua filosofia e do seu mod o de pensar. Nos e nsinamentos ocultos de Moiss, o LivroEssnio do Gnes is, era ela a rvore de Conhecimento no Jardim do den guardada por anjos.Os essn ios chamavam-lhe rvore da Vida.

    Aos conceitos primitivos da rvore os essnios acrescentaram o que os an tigosescritores denominavam Angelologia. Essa Cincia dos Anjos teve sua origem entre os essniosem sua Irmandade da Palestina. Os seusanjos eram foras do universo.

    Muitos povos antigos sabiam que essas foras invisveis eram uma fonte de energia epoder, e que o contato com elas sustentava a vida do homem. Eles sabniam que, na medidaem que fosse capaz de utilizar as citadas foras, o homem avanaria em sua evoluoindividual do corpo e do esprito e, se se colocasse em harmonia com ela, sua vida properaria.Certas pessoas do povo no som ente conheciam essas forascomo tambm tinham mtodosespecficos de contat-las e utiliz-la s .

    Em m uitas terras essas foras eram consideradas de du as espcies: as foras boas e asforas ms, eternamente opostas umas s outras. Em seu Zend Avesta, Zoroastro descreveu os

    Ahuras e o Fravashis como as foras boas que lutavam para todo o sem pre com as ms, osKhrafstras e os De vas. No Mxico e na A mrica Central, os toltecas tinham um a imagem domundo em que as foras do bem eram cognom inadas o Exrcito de Quetzalcoatlm, a SerpenteEmplumada, ao passo que as foras do m al formavam o Exrcito de Tezcatlipoca, o Jaguar.N aspictografias toltecas viam-se os dois exrcitos empenhados num conflito contnuo. Segundo osconceitos zorostricos e toltecas, as foras de strutivas viviam com batendo as forasconstrutivas.

    O conceito dos essnios diferia dessa e de outras imagens do m undo no sentido deque s reconhecia as foras positivas e construtivas no universo. Os anjos essnioscorrespondiam s foras boas de Zoroastro, os Ahuras e Fravashis, e s foras boas do toltecas,

    o Ex rcito de Quetzalcoatl. Dizia-se que o papel do homem no universo consistia em fortalecerde tal m odo as foras boas e positivas que as foras m s, negativas, derrotadas,desapareceriam da terra.

    A rvore da Vida essnia representava catoreze foras positivas, sete das quais eramforas celestes ou csmicas, sendo as outras sete terrenas ou terrestres. Pintava-se a rvorecomo se ela tivesse sete razes que desciam pela terra abaixo e sete galhos que se estendiampa ra cima, na direo dos cus, simbolizando a relao do homem, ao mesm o tempo, com aterra e com o cu. O homem era pintado no centro da rvore, a meio cam inho entre o cu e a

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    terra.O uso do nm ero sete parte integrante da tradio essnia, transmitidas culturas

    ocidentais de vrias maneiras conhecidas como, por exem plo, os sete dias da semana.Cada raz e cada galho da rvore representava um a fora ou poder d iferente. As razes

    representavam foras e energias terrenas, a Me Celestial, o Anjo da Terra, o Anjo da Vida, oAnjo da Alegria, o Anjo do Sol, o Anjo da gua e o Anjo do Ar. Os sete galhos representavampoderes csm icos, o Pai Celestial, e seus anjos da vida Eterna, do Trabalho C riativo, da Paz, doPoder, do Am or e da Sabedoria. Esses eram os anjos essnios dos mundos visveis e invisveis.

    Na an tiga literatura hebraica e medieval, as foras celestes e terrenas, ou anjos,receberam nom es, como Miguel, Gabriel, e assim por diante; e foram pintados na artereligiosa como figuras humanas dotadas de asas e envoltas em m antos ondeantes, como nosafrescos de Miguel ngelo.

    Via-se o homem, no centro da rvore, cercado, como se estivesse num campomagntico, por todas as foras, ou anjos, do cu e da terra. Ele fora pintado numa com opostura de meditao, tendo a metade superior do corpo acima do solo e a metade inferior naterra, o que indicava que parte do homem est aliada s foras do cu e parte s foras da

    terra. Este conceito ocorre estreitamente paralelo ao de Zoroa stro, que representava ouniverso como um a estrutura de provncias com o hom em no cen tro e as vrias foras acima eabaixo dele. Tambm correspond e ao ritual tolteca, que se rea lizavanos degraus das suaspirmidescom o homem n o meio de todas as foras.

    A posio do hom em no centro da rvore, com as foras terrenas debaixo dele e ascelestes acima, tambm corresponde posio dos rgos no corpo fsico. Os ductos gstricoe reprodutivo na metade inferior do corpo, por serem instrumento de autopreservao eautoperpetuao, pertencem s foras terrenas; ao passo que os pulmes e o crebro, nametade superior do corpo, so os instrumentos de respirao e do pensam ento, e dessemodo, l igam o home m s melhores foras do universo.

    O contato com as foras anglicas representadas pela rvore da Vida era a prpriaessncia da vida cotidiana dos essnios. Eles sabiam que, para manter-se em harmonia comessas foras, precisavam fazer um esforo consciente a fim de en trar em contato com elas. Osessnios eram descritos pelos escritos antigos como um povo extremamente prtico. Seusconceitos no eram simples teorias; eles sabiam com exatido conscientizar, de contnuo, asforas que os rodeavam, absorver-lhes o poder e p-las em ao na sua existncia cotidiana.

    Eles tinham a sabedoria profunda de compreende r que essas foras eram fontes deenergia, de conhecimentos e de harmonia, por intermdio das quais o homem transforma oseu organismo num instrumento cada vez mais sensvel para as receber e u tilizarconscientemente.De m ais a mais , entendias que colocar-se em harmonia com as foras do PaiCelestial e da Me Terrena era a atividade mais importante do homem em toda a sua vida.

    As caractersticas de cada um a das diferentes foras estavam muito claras para eles,que sabiam o que significava a fora na vida de cada indivduo e de que m aneira ela poderia vira serutilizada.

    Eles tambm compreen diam o relacionamento entra as foras. No seu entender, cadafora celeste tem uma fora terrena que corresponde a ela e a cada fora terrena tem umpode celeste que lhe corresponde. Essas foras celestes e terrenas que se correspondemforam colocadas na rvore da Vida essnia de modo que se atravessam diagonalmente, umaacima e outra abaixo do hom em. Um a linha traada entre qualquer par de foras

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    correspondentes passava, portanto, diretamente pelo homem no centro da rvore.As foras que correspondem um as s outras, em cima e embaixo, so as seguintes:

    O Pai Celestial e a Me TerrenaO Anjo da Vida Eterna e o Anjo da TerraO Anjo do Trabalho Cr iativo e o Anjo da Vida O Anjo da Paz e o A njo da AlegriaO Anjo do Poder e o Anjo do Sol O Anjo do Amor e o An jo da guaO Anjo da Sabedoria e o Anjo do Ar

    Essas correlaes mostraram aos essnios que, quando uma pessoa estabelececontato com alguma fora terrena, entra em contato tambm com certo poder celestial. Issopermitiu que eles compreendessem com o necessrio estar a pessoa em perfeita harmoniacom cada um a e com todas as foras e anjos, assim nos m undo visveis como nos invisveis.

    A simblica rvore da Vida tornou-se clar ss imo para as pess oas quo

    inseparavelmente esto elas ligadas a todas as foras, csmicas e terrestres, e m ostrou-lhes orelacionamento que mantm com cada uma delas.

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    Eu Te sou grato, Pai Celestial,por me haveres alado a uma altura eterna,e eu caminho por entre as ma ravilhas da planura.

    Deste-me orientao para eu alcanar a T ua eternaCompanhia

    desde as profundezas da terra.

    Purificaste-me o corpopara juntar-me ao e xrcito dos anjos da terrae o esprito para alcan ara congregao dos a njos celestes.

    Deste ao homem a eternidadepara exaltar ao amanhecer e ao entardecerTua obras e prodgiosem cantos jubilosos.

    Extrado dos Salmos de Ao de Graasdos Ma nuscritos do Ma r Morto VI (iii, 19-36)

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    Captulo 4

    A s Com u n hes Essn i as

    ISEU PRO PSITO E SIGNIFICADO

    A rvore da Vida simblica permitiu aos essnios compreend erem que estavamcercados de foras, ou anjos, do mundo visvel da natureza e do m undo csmico invisvel. AsComunhes m ostram como cada uma dessas foras se utiliza no corpo e na conscincia dohomem.

    D iz-se que as Comunhes foram criadas por Esnoque, ou Enoque, e novamenteproduzidas por Moiss para Esrael, o eleito do povo, nas duas tbuas de pedra que ele trouxedo alto do M onte Sinai. O segundo par de tbuas trazido por ele de cima d o monte co ntinha osDez Mandamentos, o ensinamento externo, que ele entregou ao restante do povo, Israel. Masa reduzida m inoria, Esrael, ou os essnios, a partir dessa poca, continuou rea lizando suascomunhes de manh e de noite, com as foras terrenas e celestiais, regulando sua vidasegundo a inspirao que delas recebia.

    As Com unhes tm trs objetivos imediatos.O primeiro levar o homem a tom ar conscincia das atividades das d iferentes foras e

    formas de energia que o rodeiam e que fluem perpetuamente para ele, provenientes danatureza e do cosmo.

    O segundo proporcionar-lhe a percepo dos rgos e centros no interior do seucorpo, capazes de receber as correntes de energia.

    O terceiro estabelecer a conexo entre os rgos e centros e as forascorrespondentes, de m odo que o s primeiros possam a bsorver, controlar e util izar cada

    corrente.Os essnios sabiam que o hom em possui diferentes sistemas corpreos para absorver

    as diferentes energias dos alimentos, do ar, da gua, das radiaes solares e assim por diante;e sabiam que cada pessoa precisa controlar e utilizar esses poderes para si mesm a, atravs dosesforos conscientes, e que n ingum mais poderia faz-lo por ela.

    Praticavam-se Comunhes todas as m anhs e todas as noites, com um a meditaosobre uma fora terrestre diferente cada manh, ao levantar-se, e sobre uma fora celestediferente, cada noite, antes de recolher-se, todos os dias da semana. Isso perfazia um total decatorze comunhes durante cada perodo de sete dias.

    Em cada uma dessas Com unhes concentravam-se os fiis na fora designada econtemplavam e m editavam sobre ela de modo qu e o seu poder fosse absorvido e utilizadoconscientemente, na intensidade requerida.

    Segue-se uma explanao do propsito de cada uma das Com unhes.

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    A S C O M U N H E S M A T U T IN A S

    A Me Terrena Sbado pela ManhO propsito dessa Comunho era estabelecer unidade entre o organismo fsico do

    homem e as foras nutritivas da terra.

    O que era levadoa cabo pela contemplao das diferentes substncias alimentcias epela compreenso de que o corpo formado dos eleme ntos da terra e se nutre desseselementos atravs da vida vegetal, ensinando, assim, o significado e a importncia dosalimentos naturaisda terra supridos pela Me Terrena em harm onia com as leis que governama vida terrestre. Por meio desse ensinam ento o homem aprende o papel soberanorepresentado pelos alimentos naturais na sua sad e e vitalidade e torna -se ciente dosprocessos de metabolismo que tm lugar dentro dele. Ele aprende, alm disso, a receber eabsorver as energias poderosas derivadas dos alimentos e o m odo de conserv-las no corpo.Desenvolve, desse modo , pouco a pouco, a capacidade de assimilar perfeitamente e util izartodas as substncias nutritivas que ingere e as energias nelas existentes; dessa maneira, torna-se capaz de extrais maior sustento de determinada qua ntidade de alimentos.

    A Com unho foi um dos principais instrumentos por cujo intermdio os essniosconseguiram manter um a boa sade fsica to notvel.

    O A njo da Terra Domingo pela ManhO Anjo da Terra da M e Terrena era o poder de gerao e regenerao. Uma idia

    central dos essnios, semelhante nisso de Zoroastro, consistia em criar uma vida sem premais abundante. As Comunhes propunham -se a transformar os poderes geradores da vida naregenerao do corpo humano. Na concepo deles, esse poder, no homem , era a mesm afora natural dos poderes geradores da natureza na camada superior do solo, encarregada decriar a vegetao da terra.

    Essa C omunho, por conseguinte, relaciona-se com a superfcie da terra, onde ascoisas germinam, e com o poder da fertilidade e as glndulas e rgos de reproduo. Elaensinava a importncia dos poderes geradores de vida do solo e da fora regeneradora daenergia sexual no sistema glandular. Tornava o hom em consciente das foras geradores devida dentro e ao redor de si, permitindo-lhe ser mais receptivo na absoro desse grandepoder, e no seu d omnio, direo e utilizao.

    A extraordinria faculdade de auto-regenerao dos essnios devia-se, em primeirolugar, sua energia sexual transformadora pela prtica dessa Comu nho.

    O A njo da Vida Segunda-feira pela ManhEssa Comunho era dedicada vida, sade e vitalidade do organismo humano e de

    todo o planeta, e produzia uma unidade dinmica entre eles.Ensinava ao homem o papel exercido pela vitalidade no seu bem -estar e dava-lhe

    conscincia de todas as inume rveis atividades da fora vital dentro e em torno dele,permitindo-lhe dirigi-la a qualquer ponto do seu corpo com a intensidade requerida.

    E dava aos essnios sua surpreendente capacidade de absorver a fora vital, sobretudoa que lhes provinha das rvores e das florestas.

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    O A njo da Alegria Tera-feira pela ManhTodas as formas de beleza eram jubilosamente contempladas nas Com unhes a fim de

    conscientizar o homem das belezas da natureza e da alegria existente dentro de si mesmo e mtodas as partes do seu ser.

    Essa faculdade de absorver alegria das belezas da na tureza, o nascente, o poente, asmontanhas, as flores, as cores, os aromas e assim por diante, era um dos m eios pelos quais osessnios atingiam a harm onia e a serenidade internas que tanto impressionavam oscontemporneos.

    O A njo do Sol Quarta-feira pela ManhOs essnios meditavam sobre o sol como um a grande fora viva da natureza terrestre,

    um m anancial sempre presente de energia, sem o qual no haveria vida na terra, no oceanoou na atm osfera. Eles meditavam sobre o efeito dos raios solares, que nose detm superfcie do corpo, mas pe netram no organ ismo no ponto em que se localiza o plexo solar,banhando o corpo e o sistema nervoso na radiao do sol. Esse ponto a unidade m ais antiga

    do organismo humano.Essa Comun ho intentava tornar-se receptivas s energias solares e estabelecer uma

    unidade perfeita entre o eu e o sol e distribuir seu poder por toda s as partes do corpo.Pelo emprego de sse mtodo, os essnios se curavam , com freqncia, de certas

    condies anormais de um modo que parecia milagroso aos historiadores primitivos.

    O Anjo da gua Quinta-feira pela ManhOs essnios entendiam que a circulao da gua na natureza correspondia circulao

    do sangue no corpo, Eles conheciam todos os organismos e tam bm sabiam que seusalimentos tm por base, principalmente, a gua, igualmente essencial vida na terra. A

    perfeio do organismo depende d a qualidade do sangue e, da mesma forma , a perfeio doambiente fsico depende da qualidade da gua disponvel.Nessa Com unho, eram contempladas todas as formas de gua, rios, crregos, chuva,

    a seiva das rvores e das plantas e assim por diante, estabelecendo como realidade viva aunidade entre as guas do corpo e as guas do planeta, o que possibilita dirigir a correntesangunea para qualquer parte do corpo ou faz-la refluir, vontade .

    Esse poder facultava aos essnios curar muitas enfermidades que, de outro modo, seram rem ediadas por longos e rduos tratamentos. Era essa uma das razes por que osessnios possuam um domnio de si mesmos to completo e uma resistncia dor quaseinacreditvel.

    O Anjo do Ar Sexta-feira pela ManhEssa Com unho tinha por finalidade dar cincia ao homem da unidade dinmica entre

    o ar e a vida, de que a respirao o elo entre o organismo e o cosmo e de que onde h vidah respirao, visto que a cessao de um a implica a cessao da outra. Nessas con dies, aatmosfera que circunda a natureza e o ar que existe no interior do corpo representam umpapel estupendo na sade e na vitalidade.

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    Essa Comunho era acom panhada de certo respirar profundo e rtmico, que permitiaaos essnios absorverem energias especficas da atmosfera e estabelecerem um a correlaodo eu com o universo.

    Essas Comunhes com a Me Terrena e seus Anjos eram a fonte da qual os essnios derivavam seu m odo de viver especial, seu modo de se alimentar, as ablues com gua fria,os banhos de sol, a respirao, etc., descritos com tamanho assombro pelos contemporneos,Josefo, Filo e Plnio.

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    AS C OMU NHES NOTU RNAS

    Assim como as sete manhsda semana eram consagradas s foras do mundo visvel,assim tambm as sete noites eram dedicadas aos poderes dos reinos invisveis, ou seja, aosAnjos do Pai C elestial.

    O Pai Celestial Sexta-feira NoiteA Com unho com o Pai Celestial, o Criador, a Luz, o Ahura Mazda de Zoroastro, era a

    comunho central dos essnios, votada totalidade das leis csmicas e com preenso de queo universo um processo de criao contnua, em que o hom em precisa desempenhar suapartes continuando obra do Criador na terra.

    O propsito da Com unho consiste em ensinar ao homem a importncia da unio como oceano csm ico, eterno e ilimitado, de todas as radiaes superiores procedentes de todosos planetas, a fim de torn-lo receptivo a esses poderes, de m odo que ele possa atingir aconscincia csmica e unir-se s correntes csmicas. Por esse m eio ele desenvolve ao m ximoas capacidades criativas que existem no seu interior e aprende a usar o princpio criativo nasua vida e no ambiente em que vive.

    Os essnios sab iam que s quando o homem o faz atinge a meta final, a unio com oPai Celestial, objetivo supremo de todos os e ssnios e propsito fundamental que lhesgovernava os atos, sentimentos e pensamentos.

    O A njo da Vida Eterna Sbado NoiteAo ver dos essnios,o propsito do universo s poder ser a vida eterna, a

    imortalidade, que o hom em realiza criando progressivamente as precondies de seu avanopara os degraus mais e m ais altos de sua evoluo individual. Eles sustentavam que no havial imite para esse progresso, uma vez que o cosm o tem um suprimento inexaurvel de energia

    disponveis ao home m m edida que este aperfeioa seus rgos e centros de recepo.Atravs dessa Com unho o homem desperta seu conhecimento intuitivo da

    eternidade da vida no universo e de sua prpria unidade com a vida eterna e com toda aordem csm ica, por cujo intermdio ele aprende a importncia de superar a gravidade nascorrentes terrenas de pensamento e a tornar-se consciente da atividade das correntessuperiores e do seu papel na evoluo do indivduo e do planeta.

    A superao da gravidade e a absoro e utilizao das correntes superiores deste e detodos os outros planetas foram o feito mstico mais alto praticado pelos essn ios.

    O A njo do Trabalho Criativo Dom ingo NoiteEssa Comunho era dedicada a todas as grandes coisas criadas pelo trabalho humano,

    as grandes obras-primas da literatura, da arte, da cincia, da filosofia e a tudo o que o homemcriou como superestrutura erguida sobre a natureza, os grandes va lores produzidos pelasgeraes anteriores e herdados pelo atual.

    Essa com unho levava o propsito de ensinar a importncia do trabalho criativo e opapel soberano exercido por ele na evoluo do indivduo. Destinava-se tambm a permit ir-lheabsorver as energias e o poder dos trabalhos criativos da hum anidade, todas as suas obras-primas, e utilizar esse poder nas manifestaes da sua conscincia.

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    Nas Irmandades Essnias cada m embro realizava um trabalho criativo de algumaespcie, para o aprimoram ento de si mesmo, da Irmandade ou da hum anidade. Os essniosconsideravam o trabalho criativo a mais adequada expresso de a mor.

    O A njo da Paz Segunda-feira Noite

    Essa Comunho dedicava-se com o An jo da Paz profunda intuio do homem emrelao paz dentro si mesmo e com todo o universo infinito. Segundo o pensamento dosessnios, a paz um dos tesouros mais valiosos do homem e, a menos que ele compreenda oseu verdadeiro significado, no pode ter espiritualidade, sem a qual sua vida no tem sentido.Proclamava-se que a obrigao mais imediata do homem era criar a paz dentro de si mesmo ecom tudo o que o cercava , e que o trabalho da paz se inicia no interior do indivduo.

    Os essnios utilizavam todas as fontes de paz do universo e as transmitiam ao m undo,uma de cujas manifestaes era a saudao universal: A paz seja contigo.

    O Anjo do Poder Tera-feira noiteOs essnios concebiam o universo inteiro como um oceano csmico de vida, no qual

    correntes de poder csmico esto sempre unindo todas as formas de vida em todos osplanetas e ligando o hom em a todo s os outros organismos.

    A Com unho conscientizava o homem das foras cosmo-vitais que e xistiam volta edentro dele. Tornando-se receptivo atividade delas, ele pode absorv-las atravs do seusistema nervoso e utiliz-las em todos os ramos da sua vida.

    Os essnios eram capazes de absorver e utilizar essas correntes com notvelproficincia.

    O Anjo do Am or Quinta-feira NoiteOs essnios consideravam o amor com o o mais elevado sentimento criativo e

    sustentavam que um oceano csmico de amor existe em toda a parte unindo todas as formasde vida, e que a prpria vida uma expresso de am or.O propsito da Com unho ensinar ao homem a importncia e o significado dessas

    correntes superiores de sentimento nele e no universo circundante; e faz-lo ciente das ditascorrentes e suscetvel a elas, como fonte pode rosa de energia e poder, que ele podeconcentrar e dirigir em todas as m anifestaes da sua conscincia.

    No entender dos essnios, qualquer pessoa que ferir alguma form a de vida fora de simesmo fere-se igualmente a si, em virtude da unidade dinmica de todas as form as de vida nooceano csmico do am or. Os prprios essnios expressavam sentimentos vigorosos de am or total idade do gnero human o, prximo e distante, e a todas as formas de vida na terra e noespao infinito.

    Esse amor que eles sentiam era o motivo que os levava a viver juntos em comunidadesfraternas; e por isso mesmo distribuam todo o e xcedente dos alimentos ao s necessitados esaam desuas comunidades para ensinar os ignorantes e curar os doentes. Os essniosexpressavam o am or por meio de aes.

    A faculdade de atrair e emitir correntes superiores de sentimento era uma das sua sgrandes realizaes msticas.

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    O A njo da Sabedor ia Quinta-feira NoiteOs essnios tinham o pensam ento na conta de uma funo a um tempo csm ica e

    cerebral. Eles acreditavam na existncia de um o ceano csmico de pen samento que pen etratodo o espao em que se contm todo o pensam ento, que a mais poderosa eelevada detodas as energias csmicas, que nunca se destrua e nunca se perdia.

    Pelo fato de sintonizar todas as correntes de pensamento no un iverso e o pensamentode todos os grandes pensadores do passado, atravs da comunho com o Anjo da Sabedoria, ohomem de senvolveu a capacidade de criar correntes de pensamento vigorosas e harmoniosas,atingindo assim o conhecim ento intuitivo e a sabedo ria.

    Graas aplicao dessa Comunho, os essnios possuam grande capacidade paraemitir e receber poderosas correntes de pensamento.

    A Com unho com o Anjo da Sabedoria completa as catorze Comunhes dos essnios.As Comun hes matutinas relacionam-se com a vitalidade do corpo, e o seu efeito cumu lativo o fortalecimento e a revitalizao gradativos de cada rgo do corpo por meio do controle e dadireo consciente das foras terrenas.

    As sete Com unhes noturnas so dedicadas aos poderes espirituais que regem a

    evoluo superior do homem . Seu efeito cumulativo a revitalizao da mente e de todas asforas superiores que existem e m cada indivduo, permitindo que ele receba e sintonize osmais altos oceanos de amor, de vida e de pensamento, desenvolvendo assim todas aspotencialidades superiores do seu ser.

    Cada Co munho d entre as catorze representa certo equilbrioentre o homem que arealiza e o anjo, ou energia, com quem ele comu nga.

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    AS MEDITA ES DO MEIO -D IA

    Um terceiro grupo de prticas era levado a efeito ao meio-dia todos os dias dasemana. Eram meditaes que solicitavam ao Pai Celestial o envio do Seu Anjo da Paz a fim deharmonizar os diferentes departamentos da vida do hom em. To impo rtante era a paz para os

    essnios que eles tinham um ensinamento especial relativo a ela e ao qual cham avam P azStupla.A prtica das catorze Comun hes acarreta uma experincia interior, ou expanso de

    conscincia, que permite que a pessoa faa uso consciente das foras invisveis da natureza edo cosmo. A Paz Stupla mostra a aplicao prtica dessa conscincia expandida na vidacotidiana da pessoa n o seu relacionamento com os d iferentes aspectos de vida.

    Essas Meditaes de Paz eram praticadas na seguinte ordem:

    Meio-dia de sexta-feiraPaz com o Corpo.Meio-dia de quinta-feira - Paz com a Mente.Meio-dia de quarta-feiraPaz com a F aml ia.

    Meio-dia de tera-feiraPaz com a Hum anidade.Meio-dia de segunda-feiraPaz com a Cultura.Meio-dia de domingoPaz com a Mo Terrena.Meio-dia de sbadoPaz com o P ai Celest ial .

    Uma explicao desses sete setores da vida da pessoa dada num captulosubseqente.

    Todo stimo dia, o Sbado essnio, era consagrado a um dos aspectos da paz e nele sefaziam reunies com unitrias, separadas das meditaes individuais. Essas reunies tinham

    por escopo refletir sobre a aplicao coletiva prtica da paz particular na qual os es sn ios seconcentravam nesse Sbado.

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    O GRANDE SABBAT H

    Todo stimo Sbado recebia o nome de Grande Sabbath e era dedicado Paz com oPai Celestial, a Paz transcendental, que continha todos os dem ais aspectos da Paz. Dessamaneira, tomava-se em considerao cada uma das fases da vida do homem, um a depois da

    outra. Esse era o m odelo essnio da C omunho com as foras csmicas e naturais dameditao sobre os aspectos da paz que lhes mostravam com o pr em prtica as foras navida de cada um. No encontraremos o equivalente disso em nenhum outro sistema. Ele tem asabedoria de oito mil anos atrs de si. No se trata exclusivamente de um a forma ou de umritual, mas de u ma expe rincia intuitiva dinmica, capaz de instaurar a un idade do gne rohumano.

    Os essnios praticaram essas Com unhes e Meditaes h mais de dois mil anos.Podemo s pratic-las hoje.

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    Exaltarei Tuas obrascom cnticos de Ao de G raascontinuamente, de perodo a perodo,nos circuitos do dia, e na s ua ordem fixa:com a vinda da luz desde a sua fontena virada da noite e no sum io da luz,no sumio da treva e no advento do dia,continuamente,em todas as geraes do tempo.

    Extrado dos Salmos de Ao deGraas dos Manuscritos do MarMorto XVII (xii. 4-12)

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    P R L O G O D A S C O M U N H ES

    Antes de proferir as verdadeiras palavras da com unho, o essnio repetia, solene ereverente, o prlogo seguinte:

    Entro no Jardim Eterno e Infinito com reverncia ao Pai Celestial, Me Terrena e aosGrandes Mestres, reverncia ao santo, puro e salvador Ensiname nto, reverncia Irmandadedos E leitos.

    Em seguida, com a me sma reverncia, ele pensava no anjo, ou energia, com o qualestava prestes a comu ngar, refletindo seriame nte no seu significado e propsito na sua prpriavida e no seu prprio corpo, como se ensina na primeira parte das Comunhes.

    Seguiam -se ao prlogo as verdadeiras palavras da Comunho.

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    AS VERDADEI RAS COMUNHES MA TUTINAS

    1

    Para comungar com a Me Terrena, no sbado de m anh, o essnio dizia:

    A Me Terrena e eu somos um.Ela d o alimento da Vida a todo o m eu corpo.

    Ao concluir essas palavras, ele medita seriamente sobre os frutos, gros ou plantas com estveise sente as correntes da M e Terrena fluindo nele e intensificando e dirigindo o m etabolismodo seu corpo.

    2

    No domingo de ma nh ele comunga com o Anjo da Terra, dizendo:

    Anjo da Terra, entra em meu rgo de

    Regenerao e regenera todo o meu corpo.

    Ao dizer essas palavras, ele medita sobre o solo gerador de vida e na real que cresce, sentidoas correntes do Anjo da Terra, que lhe transforma a energia sexual em foras regenerativas.

    3

    Na manh de segunda-feira ele comun ga com o Anjo da Vida pronunciando as seguintespalavras:

    Anjo da Vida, entra em m eus mem bros

    E d fora ao meu corpo inteiro.

    Ele agora medita nas rvores, ao m esmo tem po que absorve as foras vitais provenientes dasrvores e das florestas.

    4

    As palavras da Comunho na m anh de tera-feira com o Anjo da Alegria so as seguintes:

    Anjo da Alegria, desce terraE d beleza a todos os seres.

    Ele, ento, absorve as vibraes de alegria emitidas pelas belezas da natureza, enquantomedita nas cores do levante, do ocaso, no canto de um pssaro ou no aroma de um a flor.

    5

    Na Comu nho com o Anjo do Sol, na manh de quarta-feira, ele usa estas palavras:

    Anjo do Sol, entra em meu Cen tro SolarE d o fogo davida a todo o meu corpo.

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    Enquanto profere estas palavras, ele medita sobre o sol que nasce e sente e dirige as forassolares acumuladas que se irradiam atravs do seu centro solar, localizado no plexo solar,enviando-as a todas as partes do corpo.

    6

    A Comunho da quinta-feira pela manh com o Anjo da gua faz-se dizendo:

    Anjo da gua, entra no meu sangueE d a gua da Vida a todo o m eu corpo.

    Enquanto pronuncia estas palavras, ele medita sobre as guas da terra, na chuva, no rio, nolago, no mar, ou onde que r que seja, e sente as correntes do Anjo da gua intensificando edirigindo a circulao do seu sangue.

    7

    Na Comunho de sexta-feira pela man h com o Anjo do Ar, diz o essnio:

    Anjo do Ar, entra em meus pulmesE d o ar da Vida a todo o m eu corpo.

    O comunga nte medita sobre a atmosfera ao pronu nciar estas palavras e respira ritmicamente.

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    AS VERDADEI RAS COMUNHES NOTURNAS

    Seguem -se as palavras das Comunhes noturnas com o Pai Celestial e do seus Anjos.

    1

    A Comunho noturna de sexta-feiracom o Pai Celestial principia afirmando :

    O Pai Celestial e eu somos U m

    Esta Comu nho, a tempo, proporciona a unio com o eterno e infinito oceano csmico detodas as radiaes superiores advindas de todos os planetas, proporo que se de sperta aconscincia csmica e a pessoa se une, finalmente, ao Poder supremo.

    2

    Na Com unho de sbado noite com o A njo da Vida Eterna, o essnio declara:

    Anjo da Vida Eterna, desce so bre mimE d a Vida Eterna ao m eu esprito.

    medida que estas palavras so ditas, a pessoa medita sobre a unio com as correntes depensamento dos planetas superiores e adquire poder para superar a esfera de gravitao dascorrentes terrenas de pensamento.

    3

    No dom ingo noite, a Comunho com o Anjo do Trabalho Criativo d esta ordem:

    Anjo do Trabalho Criativo, desce sobre a humanidade E d abundncia a todos os homens.

    A me ditao se faz sobre o trabalho das abelhas, e o trabalho criativo da humanidade emtodas as esferas da existncia passa a ser objeto de concentrao.

    4

    A Comunho da noite de segunda-feira com o Anjo da Paz faz-se com estas palavras:

    Paz, paz, paz,Anjo da Paz,

    Que estejas sempre em toda a parte.

    A pessoa m edita agora na luz crescente e no luar, invocando e visualizando a paz universal emtodas as esferas da ex istncia.

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    5

    Diz a Comunho no turna de tera-feira com o Anjo do Poder:

    Anjo do Poder, desce sobre o m eu Corpo AtivoE dirige todos os meus atos.

    Enquanto medita sobre as estrelas, em sua radiaes e no oceano csmico da Vida, a pessoasente asforas cosmovitais das estrelas ao serem absorvidas pelo sistema nervoso do CorpoAtivo.

    6

    A Com unho noturna de quarta-feira com o Anjo do Amor. Estas so as palavraspronunciadas:

    Anjo do Amor, desce sobre o meu Corpo S ensvelE purifica todos os meus sentimentos

    Enquanto se pronunciam estas palavras, o Corpo Sensvel manda e atrai, a um tem po,correntes superiores de sentimento para todos os seres da terra e todos os que se enco ntramno oceano csm ico do Amor e as atrai de volta.

    7

    A noite de quinta -feira dedicada ao Anjo da Sabedoria, interpelado da seguinte maneira:

    Anjo da Sabedoria, desce sobre o meu C orpo Pensante e ilumina todos os meuspensamentos.

    Correntes superiores de pensamento so ento enviadas e a tradas pelo Corpo Pensante,enquanto a pessoa me dita sobre todos os pensame ntos da terra e sobre o oceano csmico dopensamento.

    So estas as palavras tradicionais das Comunhes com a Me Terrena e o P ai Celestial e seusanjos. O efeito cumulativo da repetio semanal regular de cada uma dessas Comunhesfaculta ao indivduo, mais cedo ou mais tarde, de acordo com sua capacidade, perseverana egrau de evoluo, absorver, util izar e dirigir essas correntes de energia em todas asmanifestaes de sua conscincia em prol da sua evoluo mais elevada e da evoluo dahumanidade e do planeta.

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    AS VERDADEI RAS MED ITAES DO M EIO -D IA

    As Meditaes de Paz do meio-dia, dedicadas cada dia a um a specto diferente dentreos sete aspectos da Paz , eram dirigidas ao Pai Celestial, rogando-lhe quemandasse o Anjo daPaz a todos e, em seguida, que m andasse um dos anjos para fortalecer cada aspecto da Paz

    Stupla. Seguem-se as palavras:

    Meio-dia de Sexta-feira (Paz com o Corpo):Pai Nosso que estais no cu,Mandai a todosO vosso A njo da Paz;Pa ra o nosso corpo,O Anjo da Vida.

    Meio-dia de Quinta-feira (Paz com a Mente):

    Pai Nosso que estais no cu,

    Mandai a todosO vosso A njo da Paz;Para a nossa mente,O Anjo do Poder.

    Meio-dia de Quarta-feira (Paz com a Fam lia):Pai nosso que esta is no cu,Mandai a todosO vosso A njo da Paz;Para a nossa famlia e amigos,

    O Anjo do Amor

    Meio-dia de Tera-fe ira (Paz com a H uman idade):Pai nosso que estais no cu,Mandai a todosO vosso A njo da Paz;Para a humanidadeO Anjo do Trabalho.

    Meio-dia de Segunda-feira (Paz com a Cultura):Pai nosso que estais no cu,

    Mandai a todosO vosso A njo da Paz;Para o nosso conhecimento,O Anjo da Sabedoria.

    Meio-dia de Domingo (Paz com o Reino da Me Terrena):Pai nosso que estais no cu,Mandai a todos

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    O vosso A njo da Paz;Para o reino de nossa Me Terrena,O Anjo da Alegria.

    Meio-dia de Sbado (Paz com o Reino do P ai Celestial):Pai nosso que estais no cu,Mandai a todosO V osso Anjo da Paz;Para o Vosso Reino, nosso Pai Celest ial ,O V o s s o Anjo da Vida Eterna.

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    C O M U N H E S M A T U T IN A S

    Contemplativa Fora

    Sbado Me Terrena Alimento Nutrio

    Domingo Anjo da Terra Crescimento daSuperfcie do Solo

    RegeneraoGlndulas

    Segunda-feira Anjo da Vida rvores VitalidadeFora Vital

    Tera-feira Anjo da Alegria Beleza Harmonia

    Quarta-feira Anjo do Sol Nascer do Sol Fogo da Vida

    Quinta-feira Anjo da gua SangueRios etc.

    Circulao

    Sexta-feira Anjo do Ar Respirao Energias da Atmosfera

    As Com unhes com as F oras dos Reinos Visveis

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    ME D IT A E S A O M E IO -D IA

    Paz com o

    Sbado Reino do Pai Celestial

    Domingo Reino da Me Terrena

    Segunda-feira Cultura

    Tera-feira Humanidade (Paz Social)

    Quarta-feira Faml ia (Corpo Sensvel)

    Quinta-feira Mente (Corpo Pensante)

    Sexta-feira Corpo (Corpo Ativo)

    As M editaes de Paz ao Meio-dia

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    C O M U N H E S N O T U R N A S

    Contemplativa Fora

    Sbado Anjo da Vida Eterna Planetas Superiores Superando aGravidade

    Domingo Anjo do TrabalhoCriativo

    Abelhas Trabalho Criativo doHomem

    Segunda-feira Anjo da Paz Lua C rescente Paz Interior

    Tera-feira Anjo do Poder Estrelas Atos Superiores

    Sistema NervosoOceano Csmico daVida

    Quarta-feira Anjo do Amor SentimentosSuperiores

    EmoesOceano Csmico doAmor

    Quinta-feira Anjo da Sabedoria PensamentosSuperiores

    Corpo Pensante

    Sexta-feira Pai Celest ial Correntes Csmicas Unio Final com oOceano Csmico.

    As Com unhes com os Poderes dos Reinos Invisveis

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    Que Ele te abenoes com todo o bem ,

    que Ele te preserve detodo o mal e ilumine o teu corao com o conhec imento da vidae te favorea com a sabedo ria eternaE que Ele te d Sua bnos Stuplas

    Para a Paz sem piterna.Extrado do Manual de Disciplinados Ma nuscritos do M ar Morto

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    Captulo 6

    A Paz Stupla

    A Paz Stupla dos essnios era a soma dos seus ensinamentos interiores. Sua rvore da Vida e as Co munhes ensinavam o relacionamento com as catorze

    foras dos mundos visveis e invisveis. A Paz Stupla explica o relacionamento com as partesdo seuprprio ser e com o s seus semelhantes, mostrando-lhes como possvel criar a paz e aharmonia nas sete categorias da vida.

    Para os essnios, harmo nia significava paz.Eles tinham para si que a vida hum ana pode ser dividida em sete setores: fsico,

    mental, emocional, social, cultural, o relacionamento com a natureza e o relacionam ento comtodo o cosmo.

    Afirmava-se que o homem tem trs corpos que funcionam em cada um desses setores:

    um corpo a tivo, um corpo sensvel e um corpo pen sante. O poder ma is altodo corpo pensante a sabedoria. O poder m ais alto do corpo sensvel o amor. E a funo do corpo ativo consisteem traduzir a sabedoria do corpo pensante e o amor do corpo sensvel em ao no m undosocial e cultural da pessoa e na utilizao que faz das foras terrestres e celestiais.

    A Paz Stupla explica a utilizao desses poderes e foras com a mxima clareza. Todosos dias, ao meio-dia, levava-se a cabo uma M editao sobre um aspecto da Paz; e todo Sbadoera coletivamente dedicado a u m deles, de m odo que o ciclo inteiro, que cobria todas as fasesda vida do homem, se completasse num perodo de sete semanas.

    I A Paz com o C orpo

    A palavra usada pelos essnios para indicar o corpo fsico, tanto em aramaico quantoem hebraico, significava a funodo corpo, agir, mover-s e.

    Este difere muitssimo de outros conceitos. Os gregos, por exemplo, exaltavam o corpopelas suas qualidades estticas, suas propores e beleza, e no tinham conscincia denenhum propsito mais profundo. Os romanos olhavam para o corpo simplesmente comoinstrumento de fora e poder para conqu istar naes e plantar a guia romana em terrasdistantes. Os cristos, na Idade Mdia, desprezavam o corpo como origem de todas asdificuldades do homem, uma barreira erguida entre o homem e Deus .

    Os essnios tinham uma compreenso muito mais profunda do que qualquer umadessas. Eles sabiam que no corpo ativo, que evolura no correr de centenas de m ilhares de

    anos, manifestam-se todas as leis da vida e do cosmo; nele se encontra a chave de todo ouniverso.

    Eles estudaram- no em relao ao pa pel pleno do homem n o universo, e o conceitodeles a respeito desse papel era maior do qu e qualquer outro j adotado at ento. No seuparecer, o homem tinha trs papis: o da evoluo individual, o da funo relativa ao planetaem que vive e o do propsito de uma unidade do cosmo.

    O corpo ativo desempenha a sua parte nos trs papis. um produto D ivino, criadopela lei para os desgnios do Criador, de mane ira nenhuma inferior a qualquer outro

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    instrumento do homem , nem a qualquer outra coisa existente no universo, na esperana deque o hom em utilize conscientemente suas en ergias terrestres e espirituais.

    Os essnios sabiam que o homem no um ser isolado e s no universo, mas um entreoutros seres na terra e no s demais planetas, todo os quais tm co rpos ativos em plenaevoluo, semelhante evoluo do hom em. Todo s esses corpos ativos, portanto, relacionam-se uns com os outros e se afetam m utuamente. A sade fsica e a vitalidade de cad a indivduo,po r conseguinte, da mxima importncia, no s para si mas tambm para todos os outrosseres que existem na terra e nos outros planetas.

    As prticas dirias dos essnios derivavam desse conceito dinmico que abrange todosos aspectos do corpo a tivo como parte integrante de todo o universo, e sua sa de e vitalidadeextraordinrias resultavam disso.

    Os que ingressavam nas Irmandades eram treinados para aperfeioar o corpo ativo nostrs papis, e aprendiam a a just-lo ao campo de foras, em constante mutao, em que elevive e se move.

    Os essnios ficaram conhecendo os efeitos de diferentes alimentos e as d iferentesforas naturais da terra, do sol, do ar e da gua sobre o o rganismo. Foi-lhes ordenado que

    seguissem certos rituais na utilizao dessas foras, tais como com ear todos os dias com um aabluo de gua fria e uma exposio do corpo, uma vez por dia, aos raios solares. Merc daexperincia prtica, vieram eles a con hecer o poder vitalizador do trabalho nos campos, nospomares e nos jardins.

    Aprenderam que a doena criada pelos afastamentos da lei e como curar asmolstias resultantes dos me ncionados afastamentos. Foram -lhes explicadas as qualidades epoderes curativos de diferentes ervas e plantas, da helioterapia e da hidroterapia, e a dietaapropriad a a cada um dos m ales que afetam os homens. Receberam instrues sobre o modocorreto de respirar e o poder que exerce o pensamento sobre o corpo ativo.

    Aprenderam a reconhecer o valor material e espiritual da mod erao em todas ascoisas, e aprenderam queo jejum era uma forma de regenerar o corpo e desenvolver avontade e, dessa maneira, aumentar o poder espiritual.

    Essas prticas trouxeram paz e harmonia ao corpo ativo. Nunca, porm, se atribuiu aocorpo uma importncia indevida. A considerao e o zelo que lhe dispensavam destinavam-seunicamente a conserv-lo com boa sade, como um instrumento atravs do qual os essniospodiam realizar atos de sabedoria e am or em benefcio dos sem elhantes. Dessa maneira, ocorpo ativo participava da evoluo do indivduo, do planeta e do cosmo, o que facultava aoindivduo tornar-se um co-criador com a lei e com Deus.

    Essa era a primeira paz praticada pelos essnios: a paz com o corpo.

    II A Paz com a M ente

    A quinta-essncia dos ensinamentos sobre a Paz Stupla concen trava-se na paz com amente, sendo a mente, na terminologia essnia, a criadora do pensamento.

    Para os essnios, o pensamento era um a fora superior, mais poderosa do que a forano s dos sentimentos mas tambm da ao, visto que instigadora de ambos.

    Chamav a-se totalidade dos pen samentos do indivduo o corpo pensan te. Atotalidade dos pensam entos em todas as centenas de m ilhes de corpos pensan tes existentesna superfcie da terra forma o corpo pensa nte planetrio; e a totalidade de tod os os

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    pensamentos superiores do universo forma um corpo pensante csmico ou, em outraspalavras, um oceano csmico de pensamento.

    Para os essnios, o corpo pensante d o indivduo, semelhana do seu corpo ativo, eradotado de trs funes: uma funo individual, uma fun o planetria e uma funo csmica.

    A funo individual consiste em utilizar o poder do pensam ento para guiar e dirigir ascorrentes de sentimentos do co rpo sensvel do indivduo , e as aes do corpo ativo. O corpopensante pode faz-lo porque penetra o corpo sensvel e o corpo ativo, mau grado seu.

    A funo planetria era a de contribuir com pensam entos nobres e edificantes para ocorpo pensante planetrio. Os pensamentos do indivduo formam sua vo lta um campo defora comparvel ao campo magntico que cerca um plo m agntico. Nesse campo de fora ospensamentos do indivduo brotam constantemente e so mandados para fora, como tambmrecebem correntes de pen samento do corpo pensante planetrio, do qual faz parte. Nessascondies, todo indivduo vive, move -se, pensa, sente e age n a atmosfera planetriacircundante de pensamentos, para a qual ele mesmo sem pre contribui, responsvel como pelos pensamentos que figuram na sua contribuio, como tambm por todos ospensamentos que em ite.

    A terceira funo docorpo pensante, sua funo csmica, no se cum pre de pronto. Ooceano csmico de pensamento, do qual a atmosfera de pensamento planetrio, que envolvea terra, apenas uma parte infinitesimal, consiste em todos o s pensam entos do universosuficientemente superior para haver-se libertado das foras planetrias que os prendem aoseu planeta particular. Somente as correntes de pensam ento mais elevadas, que superaram agravitao planetria de sua atmo sfera planetria, conseguem unir-se ao oceano csmicoinfin i to de pensamento.

    Esse oceano csmico de pensam ento representa a perfeio da lei, a importncia dalei e a onipresena da lei. Sempre existiu e sempre existir. mais antigo do que qualquer umdos planetas existentes no sistema solar, mais antigo do que o prprio sistema solar, do que osistema galctico ou do que o sistem a ultragalctico. Eterno e infinito, ele dirige todos o spassos da evoluo csm ica e planetria no infinito oceano csm ico da vida.

    A funo csmica do corpo pensante de cada indivduo cria pensamentos de umaqualidade to superior que possam unir-se ao oceano csmico de pensamento.

    Os essnios cuidavam que o corpo pensante uma das mais altas ddivas do Criador.Pois ele, e somente ele, d-lhe a capacidade de ter conscincia da Lei,de compreend-la, detrabalhar em harmonia com ela, de perceber-lhe as manifestaes em todos os seusambientes, em si mesm o, em cada clula e molcula do corpo fsico, em tudo o que existe, decompreender-lhe a onipresena e onipotncia. Tendo conscincia da Lei, compreendendo-a,agindo em harmonia com ela, torna-se o homem um co-criador com Deus; no existe maiornem mais alto valor no universo.

    Por intermdio da poderosssima fora do pensam ento, o maior de todos os tesourospossudos pelo homem, e seu ttulo de nobreza, o homem tem a capacidade e a liberdade derealizar o que quer que realmente deseja, de conseguir com xito o que quer a que aspire eque esteja em harmonia com a Lei e, desse modo, de viver na perfeio eterna que a Lei.

    Se pensar em harmonia com a Lei, o homem pode remediar toda e qualquerdesarmonia que tenha criado no passado; pode recriar seu corpo pensante, seu corpo sensvele ativo. Pode curar todas as enfermidades no seu corpo fsico e criar uma harmon ia completano seu ambientee no seu mundo.

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    Mas se as correntes de pensamento do corpo pensante no estiverem de acordo coma Lei, nada mais criar harmonia no m undo do indivduo.

    Os essnios sabiam que som ente uma pequena m inoria da humanidade faz uso dagrande capacidade do corpo pensante. Sabiam que a maioria usa o corpo pensante de m aneiratotalmente casual, sem se dar conta de que os seus pensam entos podem ser usados paraconstruir ou para destruir. Uma sucesso quase autom tica de pensamentos, idias eassociaes de idias pas sa pela sua mente sem nenhuma direo consciente. Entretanto, atesses elementos desgarrados do pensam ento podem criar foras poderosas que atravessamde um lado a ou tro o corpo sensvel e o corpo ativo, interpretando cada tomo e cada clula,fazendo vibrar cada uma das suas partculas. Dessas vibraes partem radiaes harmoniosasou desarmoniosas de acordo com a natureza do pensamento.

    Se o homem perde a conscincia da Lei, ele se afasta dela inconscientemente, poisest cercado de campos de foras desarmoniosas, que lhe sugerem desv ios. Esses desvioscriam todas as imperfeies em seu mundo, todas as limitaes e negaes em seuspensamentos, sentimentos e bem -estar fsico, no seu ambiente, na sociedade e em todo oplaneta. Cada vez que o homem cria ouaceita um pensamento inferior, aceita uma fora

    inferior no seu mund o.A fora inferior, de acordo com a fora do pensame nto, reage sobre o corpo sensvel,

    dando origem a um desequilbrio emocional nesse corpo sensvel, o qual, por seu turno, reagesobre o corpo fsico.

    Esse desequilbrio provoca automaticamente novos a fastamentos, novas desarmon ias,novas molstias no corpo sensvel e no corpo ativo. E essas desarmonias, essas molstias,criam uma atmosfera desarmoniosa em torno do indivduo, que influi n o corpo pensante, nocorpo sensvel e no corpo ativo de todos os que no tm conscincia da Lei e no sabem o quefazer para proteger-se contra todo os pensamen tos inferiores criados pelo singular desvio depensamento do indivduo.

    Assim sendo, todo indivduo que abriga um pensamento inferior, um pensamentol imitante, negativo ou desarm onioso, d incio a um a reao em cadeia de desvios, que seespalha por todo o planeta e pelos mu ndos planetrios, dando origem a n ovos desvios, anovas negaes, a novas limitaes e desarmo nias.

    A desarmonia contagiosa, como o so m uitas doenas que se conhece. Mas osgrandes mestres essnios ensinavam ao homem o modo de evitar essas ondas de desarmonia,logo na origem, antes de se criar o primeiro pensam ento desarm onioso.Eles ens inavam aohomem o m odo correto de pensar, o modo de nunca se desviar da Lei, de nunca receber nemaceitar na conscincia nenhum pensamento menos que perfeito.

    Esses grandes mestres ensinavam tambm que o homem livre para trabalhar com aLei se assim o desejar, criando um a harmonia e uma perfeio cada vez maiores no seu m undo

    e no mundo que o rodeia.O homem tenta, de contnuo, desenvolver mane iras de melhorar as condies em que

    vive. Mas ele o faz, com dem asiada freqncia, sem considerao pela Lei. Procura a paz e aharmonia por meios m ateriais, evoluo tcnica, sistemas econm icos, sem saber que ascondies de desarmonia, de que ele me smo foi a causa principal, nunca so reme diadas pormeios materiais. O oceano de sofrimento e desarmo nia criado pela humanidade s pode serdestrudo quando a humanidade puser em ao a lei da harmonia em seu corpo pensante.

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    Somente atravs da com pleta cooperao com a Lei podem ser trazidas ao planeta a paz eharmonia.

    Tais so os ensinamentos dos antigos essnios em relao paz com a m ente.

    III A Paz com a Fam l ia

    A terceira paz dos essnios, a paz com a famlia, refere-se harmonia do corposensvel, harmonia das emoes.

    O termo famlia significava para os essnios as pessoas no ambiente imediato doindivduo, pessoas com a s quais ele entrava em contato na sua vida e no seu pensam entodirios, sua famlia, seus parentes, seus amigos e seus associados. Segundo a tradio essnia,a harmonia com toda essa gente depende do corpo sensvel.

    A funo natural do corpo sensvel expressar o amor. A humanidade tem o uvido isso,reiteradamente, da boca dos grandes Mestres, Jesus, Buda, Zoroastro, Moiss e os Profetas. Ohomem recebeu a lei segundo a qual lhe cumpre amar o seu Criador com todos os corpos:pensante, sensvel e ativo. A vida em todas as suas esferas, aspectos e manifestaes a

    demonstrao do amor criativo.O am or Divino uma grande energia csmica, uma funo csmica. a lei de todos os

    corpos do homem, ma s se expressa mais poderosamente atravs do corpo sensvel.O corpo sensvel consiste em todas as correntes de sentimento e em oes que o

    indivduo experimenta e manda para a atmosfera que o envolve. Assim como os corpos pensantes de todos os indivduos que vivem no planeta criam

    uma atmosfera de pensamento em torno dele, assim tambm todos os corpos sensveis criamuma atmosfera planetrias sensvel, invisvel e impondervel, m as que exerce uma influncia eum poder enormes. Cada sentimento e cada emoo criados pelo indivduo tornam -se parteda atmosfera sensvel da terra, estabelecendo uma ressonncia de co -vibrao com todos ossentimentos semelhantes na atmosfera terrestre.

    Emitido um sentimento inferior, seu criado se afina imediatamente com todos ossentimentos inferiores semelhantesque se encontram no corpo sensvel da terra. Abre assim aporta para uma torrente de poder destruidor que irrompe nele e assume o controle dos seussentimentos e, no raro , de sua me nte, amplificando se us prprios sentimentos inferiores, domesmo modo queum a lto-falante amplifica ou intensifica o som .

    Essa fora d estrutiva interessa diretamente a o corpo fsico do indivduo. Interessa aofuncionamento das glndulas endcrinas e de todo o sistema glandular. Produz clulasdoentias que diminuem a vitalidade, abreviam a vida e resultam num sofrimento ilimitado. No , portanto, muito para adm irar que as estatsticas relativas s desordens nervosas e aoutras doenas sejam to apavorantes, apesar de todos o s hospitais, sanatrios, organizao

    mdicas, laboratrios e do progresso da higiene e da m edicina.Atravs do seu corpo sensvel, tornou-se o homem a utmato que se intoxica a si

    mesmo, em virtude do seu afastamento da lei, do seu proceder sem nenhum conhecimento dalei, contra ela em vez de com ela.

    O s essnios no ignoravam que h uma grande quantidade de desarmonia no corposensvel de quase todo mundo. E estudando os corpos sensveis dos bebs e do homemprimitivo, acabaram descobrindo por qu.

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    O corpo sensvel de um a criancinha registra primeiro as manifestaes do instintoprimitivo de autoprese rvao do infante. Esse instinto desperta trs emo es fundam entais: omedo, a raiva e o amor. O med o nasce de um m ovimento ou de um barulho sbitos; a raivanasce da interferncia na liberdade do beb; e o a mor nasce da satisfao da sua fome e dassuas necessidades. O me do e a raiva so sentimentos inferiores; o am or, embora superiores, rudimentar no nen. O corpo sensvel de uma criancinha um vulco de emoes, em suamaioria inferiores. O corpo pensante ainda no comeou a funcionar.

    O homem primitivo teve um corpo sensvel parecido. Suas em oes, centradastambm no instinto de autopreservao, so um a fora poderosa que domina com pletamenteo corpo pensante embrionrio.

    Assim na criana como no hom em primitivo, o corpo sensvel se desenvo lve muitoantes do corpo pensante. Isso necessrio para proteger o corpo fsico contra o perigo epreservar-lhe a vida. O instinto de autopreservao uma lei da natureza. A ao emobedincia a ela est em perfeita harmonia com a lei at que o hom em tenha de senvolvido opoder de refletir e descobrir a sua sada do perigo.

    Mas por haver funcionado por um perodo de tempo muito mais longo que o

    pensamento, o sentimento tende a domin-lo, mesmo depois que a criana cresce e o homemprimitivo se civiliza. Na massa da humanidade, hoje em d ia, o corpo sensvel domina o corpopensante.

    Este o m otivo do primeiro afastamento do homem em relao lei.Merc do poder do pensamento, o homem l ida com qualquer situao em sua vida

    mais adequadamente do que por meio da emoo, que no raciocina. Mas os atos da maioriadas pessoas expressa com m uito maior freqncia os impulsos do corpo sensvel do que os dopensamento sen sato. Disso resulta um trem endo desequilbrio em seu s corpos. Porque ohomem civilizado adulto evoluiu at o ponto em que adqu iriu a capacidade de pensar, opensamento deveria governar-lhe os atos.Quando ele perm ite que esses atos sejamcontrolados pela emoo e pelo sentimento, assim como o e ram em sua infncia, eledesritmiza e desarm oniza todos os seus poderes.

    Isso cria uma condio psicolgica regressiva em toda a sua existncia. Porconseguinte, seus feitos e atos permanecem centrados nele m esmo e egostas como os deuma criancinha ou de um homem primitivo. Quando, todavia, deixar de ser um selvagem o uuma criana, ele se afastar da lei se agir como uma criana ou como um primitivo. Seusimpulsos instintivos s serviro ao seu progresso evolutivo quando forem controlados pelasfaculdades pensantes.

    Existem outras conseqncias ainda derivadas desses afastamentos da lei.A natureza deu ao home m a capacidade de pensar a fim de vir a ser capaz de

    compreender-lhe as leis e dirigir a prpria vida em harmonia com elas. O homem pode atingir

    um grau muito mais elevado de evoluo por intermdio da reflexo do que de um a vidagovernada pe lo instinto. Destarte, quando co ntinua a perm itir que o corpo se nsvel seja opoder dominante de su as aes, ele no s retarda a prpria evoluo, como tam bm retardaa evoluo do planeta.

    Se ele no fizer um esforo para com preender a lei e descurar dela e, porconseqncia, carecer do conhecimento d ela, ter de criar suas prprias leis, pequenas leisartificiais, centralizadas em si mesm o e eivadas de egosmo; e isso erguer muros de separao

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    entre ele e o resto da fam lia humana, entre ele e a n atureza, e entre ele e a Grande Lei, oCriador.

    O primeiro afastamento da lei pelo homem atravs do corpo fsico da incio a umalonga cadeia de afastamento, causadora de toda a desarmonia e de todos os sofrimentos dohomem n a terra.

    Todos os grandes m estres da humanidade, no transcurso de milhares de anos,acautelaram o homem contra as conseqncias dos afastamentos da lei do corpo sensvel.Buda chamou a ateno para o fato de que isso resulta em sofrime nto, sofrimento para oindivduo e para a hum anidade.

    Os essnios mostraram que o corpo sensvel pode ser o m ais poderoso instrumentopara a produo da sade, da vitalidade e da felicidade e que, atravs do seu funcionamentocorreto na expresso do am or, o homem pode criar o reino do cu dentro e ao redor de si e detoda a famlia humana.

    A paz essnia com a famlia a Grande Lei na sua expresso de amor dos homens unspara com o s outros, uma lei revelada s criancinhas, mas muito fre