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Os contornos da população contemporânea. Dados sobre movimentos de população e indicadores sócio- econômicos no Brasil e no mundo.

Os contornos da população contemporânea. Dados sobre movimentos de população e indicadores sócio-econômicos no Brasil e no mundo

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Os contornos da população contemporânea. Dados sobre movimentos de população e

indicadores sócio-econômicos no Brasil e no mundo.

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Source: United Nations,Trends in Total Migrant Stock: the 2003 Revision. Database maintained by the

Population Division of the Department for Economic and Social Affairs,

2003.POP/DB/MIG/2003/1/Trends in total Migrant Stock by Sex (Período Estudado: 1990-2000)

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Em 2005, cerca de 190 milhões de pessoas residiam fora de seus países de origem (3% da população mundial, percentual que duplicou desde 1970).

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• FATORES QUE EXPLICAM OS FLUXOS MIGRATÓRIOS PÓS-DÉCADA DE 50:

1. A descolonização Africana e Asiática: Entre as décadas de 1950 e 1960, mais de 40 países africanos e asiáticos se tornaram independentes, reflexo da decadência européia, do apoio das Nações Unidas e dos interesses os Estados Unidos e União Soviética.

2. A Europa, com o fim da 2a. guerra, precisava promover sua reconstrução e, para isso, era necessário um tipo de mão-de-obra não-qualificada para desenvolver determinadas ocupações que um europeu “médio” não estava mais disposto a exercer. O continente europeu deixava de ser uma área essencialmente repulsora de população.

3. O Terceiro Mundo forneceu a maior parte dessas dos imigrantes. As razões de saída dos imigrantes estiveram ligadas, entre outros motivos, à pressão demográfica que esses países passaram a sofrer. A bacia do Mediterrâneo forneceu aproximadamente 8 milhões de imigrantes (magrebinos, turcos, iugoslavos) e, ainda que a imigração de italianos e espanhóis para países e regiões mais desenvolvidas da própria Europa tenha diminuído sensivelmente nos anos 1960, os movimentos migratórios que tinham como origem Portugal se prolongaram pela década seguinte..Os outros fluxos em direção ao continente europeu vieram da África.

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4. Depois da Segunda Guerra, os fluxos migratórios mudaram radicalmente. A Europa recebeu nessa época cerca de 13 milhões de imigrantes . Os principais países receptores foram a ex- Alemanha Ocidental, a França, a Grã Bretanha, a Bélgica, a Suíça e a Holanda. Á guisa de comparação, no mesmo período, os EUA receberam quase 3 milhões de imigrantes a menos.5. Já os imigrantes que se dirigiram aos EUA tinham como origem o Caribe, o México, a América do Sul e Central, além daqueles originários dos países do Oriente Médio, sul e sudeste asiáticos.6. Parte do aumento também está ligada ao desmembramento da ex-URSS. Antes, havia 2,4 de imigrantes; em 2000, cerca de 29 milhões de pessoas (16% do total mundial) eram imigrantes da ex-URSS.

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7. Cerca de 7% dos migrantes do mundo são refugiados,

alcançando em 2005, um número superior a 13 milhões : Ásia (7,8 milhões), África (3,0 milhões). Do total, 2,3 mi estavam abrigados nos países ricos e 10,7 mi, nos países pobres.

8. Os países desenvolvidos abrigam 60% dos imigrantes do planeta e, portanto, 40% residem em países pobres e emergentes. A Europa é a maior receptora de imigrantes (64 milhões), seguida pela Ásia (53 milhões) e pela América o Norte (44 milhões).

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9. Os países desenvolvidos abrigam 60% dos imigrantes do planeta e, portanto, 40% residem em países pobres e emergentes. A Europa é a maior receptora de imigrantes (64 milhões), seguida pela Ásia (53 milhões) e pela América o Norte (44 milhões).

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10. A Teoria da Transição Dennis Hodgson – No início dos anos 50, mostra que a teoria clássica da transição, criada por Frank W. Notestein e Kingsley Davis, em meados dos anos 40, foi drasticamente remodelada, para servir às necessidades práticas. Sofreu cortes com a eliminação da história, da estrutura social e das forças de mudança demográfica no nível macro. Paul Demeny chama de uma indústria de planejamento familiar sustentado pela USAID (Demeny, 1988). Fonte: GREENHALGH, Susan. Por uma abordagem reflexiva para estudos de população para o século XXI. In OLIVEIRA, Maria Coleta de (org.). Demografia da Exclusão Social. Campinas: Unicamp, 2001.p. 25-47.

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A teoria de transição produziu um roteiro para o desenvolvimento do Terceiro Mundo que confirmou tanto a superioridade do modo ocidental de vida quanto a sabedoria de exportar práticas ocidentais para as partes presumivelmente menos afortunadas do mundo. Os valores centrais embutidos na teoria: 1. Que a transição da fecundidade é resultado da ocidentalização e, ao mesmo tempo, aprofunda o processo; 2. Que a reprodução ocidentalizada é boa para todo o mundo – são eminentemente eurocêntricas; 3. A noção de que a Europa e suas ramificações são superiores ao resto do mundo e a fonte de todas as mudanças significativas.

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Segundo a teoria da transição que predominou: todos

os países partiam de um grande esquema evolutivo:

pré-transição (tradicional), passando pelos países em

transição e desembocando na pós-transição

(moderno). Divide-se em 4 fases, que se

desenvolveram de forma diacrônica entre os países,

desde a 1a. Revolução Industrial.

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Fase 1A natalidade se dava de forma descontrolada, porém, ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade, por fatores ligados à época: conflito bélicos, crises, epidemias, baixas condições sanitárias básicas, e pouca higiene, também tinha índices altíssimos, resultando num acréscimo populacional muito pequeno.Fase 2Os índices de mortalidade iniciam uma importante descida motivada por diferentes razões: a melhoria nas condições sanitárias, a evolução da medicina, e a urbanização, aumentando a expectativa de vida, mas os índices de natalidade não acompanham essa tendência, causando um rápido crescimento populacional. Em muitos países, essa fase teve início com a revolução industrial. Hoje em dia, muitos países subdesenvolvidos vivem essa fase Fase 3Ocorre uma queda na taxa de natalidade devido ao acesso à métodos anticoncepcionais, e à educação (fazendo com que o planejamento familiar fique mais difundido). O resultado é um crescimento vegetativo reduzido em relação à fase 2.Fase 4Os índices de natalidade e mortalidade voltam a se estabilizar criando um crescimento populacional novamente pequeno.

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Segundo o relatório Ultrapassar barreiras: mobilidade e desenvolvimento humano, do PNUD (Programa da ONU para para o Desenvolvimento), publicado no mês de outubro, metade das pessoas que emigram no mundo se movimenta entre países em desenvolvimento, mais do que os 37% que vão de nações em desenvolvimento para países desenvolvidos. Dez por cento mudam-se de um país desenvolvido para outro.

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O PNUD chama a atenção para as barreiras políticas, econômicas e burocráticas que mantêm em cerca de 3% a proporção de emigrantes no total da população mundial nível semelhante ao de 50 anos atrás, antes da mundialização financeira, da última onda de liberalização comercial e do fim do bloco soviético.

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Cerca de metade dos estimados 214 milhões de imigrantes – dos quais cerca de 50 milhões em situação irregular – vive hoje no mundo desenvolvido. Esse universo compreende os 38 países e regiões de “desenvolvimento humano muito alto”, que incluem EUA, Europa Ocidental e Canadá, mas também Coréia do Sul, Hong Kong, nações do golfo Pérsico, da Oceania e dos países do Leste Europeu.

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Nos EUA, a fatia de imigrantes no total da população aumentou 112% desde 1960, para 14,2%.Na Europa, ela cresceu 177% para 9,7%.O PNUD chama a atenção para o peso da reunificação familiar nesse crescimento – corresponde a 70% do fluxo para os EUA – e para as diferenças entre os dois destinos.Os EUA passaram a receber, a partir da crise da dívida, nos anos 80, enorme contingente da América Latina e do Caribe.

Na Europa, a maior fatua de imigrantes vem do próprio continente.

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Esse movimento se acelerou a partir de 2004 com a adesão à União Européia – que passou de 15 para 27 membros – dos países do antigo bloco soviético. O contingente de imigrantes das ex-colônias na África equivale a 23% dos imigrantes de origem européia. O de latino-americanos, a menos de 10%.

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A maior parte do movimento migratório ocorre dentro das regiões – 63% dos africanos que emigram vão para a própria África, proporção que é de 65% na Ásia e de 69% na Europa. América Latina e Caribe são exceções – apenas 13% dos emigrantes mudam-se para outro país da região. O relatório do PNUD calcula em torno de 740 milhões de pessoas o contingente de migrantes internos.

Há 740 milhões de migrantes internos e 214 milhões de emigrantes.

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Entre os países que que hoje mais dependem de remessas de emigrantes estão Egito, Bangladesh, El Salvador e Filipinas. Os recordistas são Moldova (leste europeu) e Tadjiquistão (Ásia Central), onde as remessas correspondem a respectivamente a 45% e 38% do PIB.

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As populações de 23 países pobres (a maioria da África) não se beneficiam das remessas. Emigrar custa caro e são os países de médio e alto desenvolvimento que apresentam as condições para tentar a sorte no exterior. No paupérrimo Congo, um passaporte pode custar até US$ 500 em propinas, o dobre do PIB per capita.

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Os imigrantes internos aos continentes são os que sofrem mais abusos. No seis países petrolífero do Conselho de Cooperação de Cooperação do Golfo Pérsico, eles chegam hoje a 38,6% da população. A maioria é de operários ou trabalhadores domésticos vindos sem família de países, como Filipinas, Indonésia e Paquistão. Trabalham sob o sistema “kafala”, em que o empregador é responsável por eles e podem determinar sua expulsão a qualquer momento.

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O Brasil não é destacado nem como receptador de imigrantes nem como origem de emigrantes. A taxa de emigração em relação ao total da população brasileira é calculada pelo PNUD em 0,5% contra média mundial de 3%.A proporção de imigrantes na população caiu 1,6% ao ano desde 1960 e é estimada em 0,4% - taxa que, entre os 44 países de alto desenvolvimento humano, só é maior do que as de Cuba, Colômbia e Peru.