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O MUNDO DAS CORES AS CORES DO MUNDO
Professora RoseClaire Basso Lino
Orientador: Professor Mestre Flávio Marinho
Faculdade de Artes do Paraná
Programa de Desenvolvimento Educacional – 2010/2011
RESUMO: Neste artigo estão os resultados da pesquisa relativa ao tema teoria
da cor e sua respectiva implementação em turmas do ensino fundamental,
desenvolvida no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do
Paraná. O mesmo foi realizado no Colégio Estadual Professora Hildegard
Sondahl. Encontram-se nesta pesquisa às principais teorias científicas
vinculadas ao estudo da cor e suas aplicações em artes visuais, destacando
algumas experimentações artísticas dentro do ensino da arte em uma turma do
ensino fundamental.
Palavras-chave: Teoria da cor, ensino da arte, leitura de imagem.
1 INTRODUÇÃO:
No desenvolvimento deste trabalho, serão mostrados os resultados da
aplicação do tema estudo da cor em sala de aula. O projeto oportunizou ao
aluno através de uma proposta pedagógica organizada e organizadora de
ações e reflexões, uma interação com o elemento cor, bem como com o mundo
que lhe rodeia em seu dia a dia.
Existem várias maneiras de tornar o ambiente escolar mais atrativo, que
favoreça a construção do conhecimento através da arte. Os PCN’S
(Parâmetros Curriculares Nacionais), da disciplina de arte têm como objetivo
traçar as diretrizes gerais que possibilitem promover conhecimentos de arte as
crianças e adolescentes, buscando contribuir para o fortalecimento da
experiência sensível e incentivar para o exercício da cidadania e da ética.
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Também foi traçado um estudo sobre: a teoria da cor; relacionando-a a
o ensino da arte. O aluno também e levado a discutir e refletir sobre o
repertório imaginético e gestual, ao se utilizar da cor. Foram aplicadas as
atividades pedagógicas que promoveram situações que favoreçam
aprendizagens na especificidade do pensamento visual e cotidiano.
A arte tem o papel de tornar os alunos mais sensíveis e mais críticos a
respeito das leituras que fazem do mundo, bem como ampliar sua capacidade
de refletir criticamente sobre sua relação com as imagens que fazem parte do
seu cotidiano. De acordo com Wendell (2000), a arte entra como centralidade
no processo de reconstrução do espaço psicossocial da escola,
fundamentando a dinamicidade e a ludicidade do ato educativo. A arte é um
dínamo social para uma escola saudável.
O homem cria não apenas porque gosta e sim porque precisa; o ensino
da arte deve cuidar do desenvolvimento da sensibilidade, por meio dos órgãos
e sentidos. Como observado, a criatividade é necessidade de expressão de
cada ser, leva a refletir, o que é um exercício indispensável ao crescimento
pessoal por meio da sensibilidade.
Ao investigarmos as relações cromáticas também é essencial buscar
registros históricos como referência do estudo do tema. Através da história nos
fundamentamos para compreender os diferentes aspectos da sociedade atual
na qual estamos inseridos.
Neste artigo também será traçado um panorama histórico, em que são
resgatados os escritos e teorias cromáticas que agregam informações para o
desenvolvimento do estudo da cor entre as ciência e arte e suas aplicações e
significados em artes visuais.
1.1 TEORIA DA COR
Se abrirmos nossos olhos ao mundo que nos rodeia, veremos que
vivemos mergulhados num cromatismo intenso, apesar de boa parte de nossa
arquitetura preferir o uso de concreto e aço cinzento.
Os fenômenos cromáticos sempre foram tratados de forma distinta, mas
partindo de pesquisas e de suas descobertas é que a ciência pôde
correlacionar estas áreas, contribuindo para um grande avanço no “Estudo da
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Cor”, como fonte luminosa.
O ser humano sempre conviveu com a cor. Desde o início dos tempos o
homem se utilizou da cor como agente comunicador, que carrega informações
que foram sendo reveladas através dos tempos e das longas gerações que se
passaram. Cada cor possui um significado simbólico e peculiar a cada cultura.
A cor foi utilizada como elemento de representação e informações tornando-se
elemento útil à sociedade e na criação de códigos cromáticos que influenciam
na comunicação do homem.
A proposta de teorizar as cores e a elas associar significações vem de
longos tempos. O ser humano sempre relacionou as cores às simbologias e
crenças. As diferentes culturas ao longo do tempo procuraram associar cada
cor a seus significados e crenças.
O tema cor sempre esteve á frente de grandes pesquisas entre áreas
como, filosofia, psicologia, física, química e artes. Como resultados destes
grandes interesses das diversas teorias e estudos podemos destacar inúmeros
avanços no campo tecnológico, como por exemplo no campo gráfico.
A primeira grande descoberta da teoria da cor foi feita pelo físico Issac
Newton (1642-1727), que cientificamente nos possibilitou compreender que as
cores estariam presentes na luz solar. Para Newton, toda a cor em sua
essência é um efeito da luz branca. Contrapondo a visão de Issac Newton
aparecem os estudos do filosofo alemão Goethe (1749-1832) que, contrariam
as ideias de Issac Newton. Ele publicou em seu livro de Ópticas (1704), e fez
um relato que diferencia de Issac Newton ao analisar a cor sob um ponto de
vista mais empírico, dando ênfase à sensação da cor mais do que à
determinação de sua natureza. Em sequencia em ordem cronológica temos:
Thomas Young (1773-1829) que, de acordo com Bola (1947, p. 206), tornou
compreensível por meio de uma extensa pesquisa pelo qual o órgão visual
humano processa a entrada da luz e o modo como ocorre à identificação das
cores. Completando ele realiza estudos no campo da óptica filosófica (1821-
1894) que contribui para a teoria tricomática das cores, trazendo um caráter
mais científico. Maxwell (1831-1879), também teve grande importância na
história da ciência ao relacionar os efeitos elétricos e magnéticos aos
fenômenos ligados a luz.
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1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CORES
Cor primária: É uma das três cores indecomponíveis que, misturada em
proporção variável, produz todas as cores do espectro. As cores primárias de
luz são: vermelho, verde e azul violeta. A mistura destas três cores produzem
o branco, denominando-se fenômeno síntese aditiva. As cores primárias
pigmento são: magenta, amarelo e ciano.
A mistura da cor pigmento magenta, amarelo e ciano produzem o cinza-
neutro por síntese subtrativa.
Cor Complementar: As cores complementares são aquelas que se localizam diametralmente opostas ao círculo cromático. O complemento de uma cor primária será uma cor secundária. O complemento de uma cor secundária será uma cor primária. O complemento de uma cor intermediária será outra cor secundária. Como por exemplo, O magenta e o azul esverdeado, o amarelo e anil, o ciano e laranja, em física, cores complementares significam par de cores, uma completando a outra.
Cor Secundária: É a cor formada em equilíbrio óptico por duas cores
primárias.
Cor Terciária: É a intermediária entre uma cor secundária e qualquer
das duas primárias que lhe dão origem.
Cores Quentes: São o vermelho e o amarelo, e as demais cores que
lhe predominem.
Cores Frias: São o azul e o verde, bem como as outras cores
predominadas por elas. Os verdes violáceos, carmins e uma infinidade de tons
poderão ser classificados como cores frias ou como cores quentes,
dependendo da percentagem de azuis, vermelhos e amarelos de suas
composições. Além disso, uma cor tanto poderá aparecer fria como quente,
dependendo da relação estabelecida entre elas e as demais cores de
determinada gama cromática. Um verde médio, numa escala de amarelos e
vermelhos, parecerá frio. O mesmo verde diante de vários azuis, parecerá
quente.
Tonalidades: Como bem sabemos as cores do círculo cromático estão
baseadas em cores puras. Para cada cor existem versões claras e escuras.
Estas versões das cores puras são denominadas tonalidades da cor.
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Nas artes plásticas, aplicamos o modelo de cor que considera como
cores primárias o Amarelo, ciano e magenta.
A mistura destas cores pode nos dar como resultado uma infinita
combinação de mais cores. Se além disso, adicionamos a cor branca a cada
cor, obtemos milhares de tonalidades de cada matiz ou tom.
O mesmo acontece se aditamos a cor preta à combinação. Obtemos
assim novas cores com distintas características que se desprendem da
quantidade de luz (branco), sombra (preto). Isto determina o grau ou valor da
cor, o seu fator de luminosidade ou escala tonal.
Estas tonalidades podem ser reconhecidas em termos artísticos
como sombras, para nos referirmos as cores escuras ou profundas. Qualquer
termo é válido e simboliza basicamente que são cores pouco iluminadas que
são obtidas pela adição da cor preta a cor pura.
Matiz, valor e croma: São três propriedades que podem ser
percebidas e medidas nas cores. A cor tem três dimensões que podem ser
definidas e medidas.
Matiz ou croma é a cor em si, e existe em número superior a cem, a
segunda dimensão da cor é a saturação (croma), que é pureza relativa de uma
cor, do matiz ao cinza. A cor saturada é simples, quase primitiva, e foi sempre
a preferida pelos artistas populares e pelas crianças. A terceira e última
dimensão da cor é acromática (valor). É o brilho relativo, do claro ao escuro
das gradações tonais ou de valor. Em linguagem corrente, a palavra cor tanto
designa a sensação cromática, como o estímulo que a provoca. Mas, a rigor,
esse estímulo e denominado matiz, e a sensação provocada por ele é que
recebe o nome de cor.
Matiz, é a variedade do comprimento da onda da luz direta ou
refletida, percebida como vermelho, amarelo, azul e demais resultantes das
misturas dessas cores. É por meio de tons e matizes, que, a cor define a forma
e transmite emoções e estados de espíritos. Já o valor esta relacionado a
luminosidade. Outra característica importante do ato perceptivo da cor é o
croma. O croma se relaciona com o grau de intensidade de uma cor. Mais
intensa, a cor se mostra mais viva, radiante; menos intensa, a cor se aproxima
do cinza. Conhecer bem o matiz, o valor e croma é importante para se realizar
um bom trabalho visual.
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1.3 EDUCAÇÃO E ARTE
É através do ensino da arte que a criança vivência o fazer artístico,
estético e emocional. Qualquer ato criador exige um complexo e gradual
aprendizado que atravessa e repercute nas relações e manifestações culturais
e sociais. A arte na educação tem como uma de suas funções fazer a criança
se expressar de várias maneiras e contextualizar o mundo das linguagens
visuais que lhes rodeia.
Na educação da sensibilidade feita por meio do estudo da arte a intenção
é ajudar a tornar a criança mais sensível e crítica alargando a sua capacidade
de pensar.
Neste sentido afirma: Sandra Richter (2008, p. 20), ”educar a
sensibilidade para que cada criança possa jogar com os possíveis do humano
no espaço e tempo de sua cultura”. Sob este aspecto o aluno é influenciado
pelo espaço que vive, e cabe ao professor, construir em sala de aula relações
entre os conteúdos e o cotidiano desses alunos. É esta proposta que antecede
o projeto, ou seja, trazer para a sala de aula o cotidiano da criança, para que
ela possa interagir e criar em torno de seus conhecimentos já adquiridos ,
trazidos de seus meios sociais.
1.4 CRIANÇA E COR NO CONTEXTO EDUCACIONAL
A disciplina de arte, está inserida na área de linguagens, códigos e suas
tecnologias, também entendida como área de conhecimento, com
especificidades e procedimentos que visam promover e ampliar o repertório
cognitivo e cultural que comunica o estético dos alunos, possibilitando o
contato com produções artísticas próprias, e de outros, buscando compreender
o contexto histórico universal e local da arte e analisando os elementos básicos
e os fundamentos compositivos da linguagem visual.
Afirma Sandra Richter, (2008, p. 44), “Não é só ver. Não é só pensar.
Não é só falar. Não é só fazer. É imaginar e fazer para ver e o falar não apenas
o vivido, mas principalmente do que pode ser vivido”. Com esta constatação ela
aponta para a pobreza de imagens que vêm plasmando o imaginário e
percepções nas práticas escolares.
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A escola como agente transformador tem obrigação de proporcionar
condições de produções em que venham a quebrar este paradigma e
transforme o seu ambiente escolar em algo atrativo.
Segundo Sandra Richter (2008, p. 49), “A cor toca o ser dinâmico das
coisas expondo-o com eterna fluidez e mudança um enigma sensorial quase
mágico, onde nada é fixo no constante movimento do gesto sobre as cores”.
Na aplicação do fazer artístico, é preciso permitir ao aluno observar e mudar
seu olhar em direção do seu fazer, sendo assim um ato que parte de sua
própria concepção humana. Com as cores o aluno através de seus gestos e da
pintura identifica uma mágica do seu próprio real, não se impactando com as
mudanças que acontecerão,compreendendo que faz parte de seu interior, e
que a cor designada pela sua intuição, manifesta á força e à beleza, assim a
partir do momento que tocam os nossos olhos, por esta produção pictórica
nascem coloridas imagens designadas pelas cores de sua preferência.
1.5 CRIANÇAS E LINGUAGENS VISUAIS
É através do ensino da arte que a criança vivencia o fazer artístico,
estético e emocional. Qualquer ato criador exige um complexo e gradual
aprendizado que atravessa e repercute as relações e manifestações culturais e
sociais. A arte na educação tem também a função de fazer a criança se
expressar de várias maneiras e contextualizar o mundo que lhe rodeia.
Na educação da sensibilidade feita por meio do estudo da arte a intenção
é ajudar a tornar a criança mais sensível e crítica alargando a sua capacidade
de pensar. Sandra Richter (2008, p. 20), diz: “educar a sensibilidade para que a
criança possa jogar com os possíveis do humano no espaço e tempo de
cultura”. Segundo autora a criança é influenciada pelo espaço em que vive, e
cabe ao professor aprimorar em sala de aula os conteúdos do cotidiano dos
alunos. No estudo da arte o aluno através das cores interage com imagens e
extrai ideias para fazer as produções pictóricas.
Nem sempre à cor apresentada tem a significação que o aluno traz da
cultura do cotidiano, sendo assim ele tem também a oportunidade de criar
novas contextualizações.
Isto implica em transformações que intervêm no imaginário da criança,
partindo das imagens e conceitos para uma nova significação do mundo. A
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criança ao realizar os seus trabalhos artísticos, representa a sua vida interior,
expressa seu universo, traz para a superfície os seus sentimentos, ás suas
experiências. Assim como as crianças, os homens primitivos descobriram as
cores pela experiência de desenhar, pintar e colorir, são as formas de
expressões e de comunicação que é natural no ser humano.
Todo ser humano tem potencialidades criativas e é função do professor
motivar o aluno, bem como incentivar à pesquisa e produzir, evitando entregar
receitas prontas, visto que no trabalho criador, não existe resposta certa ou
errada.
1.6 APLICAÇÃO DO PROJETO
A aplicação ocorreu no período de onze de agosto de dois mil e onze a
nove de dezembro de dois mil e onze, com 62 alunos de 6º ano de ensino
fundamental no Colégio Estadual Professora Hildegard Sondhal, na cidade
industrial de Curitiba.
Durante o período de aplicação foi realizado um acompanhamento
dinâmico e foram feitas avaliações constantes do processo ensino
aprendizagem. As atividades efetuadas pelos alunos eram arquivadas através
de um portfólio. As atividades selecionadas dentro do material didático eram
para atender os conteúdos do 6º ano de ensino fundamental. Foram
executadas técnicas de pintura, com tintas. Foram usadas as obras dos
artistas: “Di Cavalcanti, Claude Monet, André Derain e Tarsila do Amaral.
Sandra Richter (2008, p. 21) diz;”A Liberdade é fundamental, para
qualquer processo de criação, e ambas exigem um laborioso aprendizado
exercitado no encontro pedagógico exigente, e não permisso, aquele onde o
rigor não significa rigidez, e nem autoridade.
Dando início as atividades os alunos foram convidados à executar a
proposta estabelecida no projeto. Bem como as regras de funcionamento,
disciplina e avaliações.
Em seguida foi exposto um estudo teórico sobre a cor, de modo a levar
o aluno a compreender os conceitos básicos deste elemento formal.
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Para tornar a aula mais atrativa, foi exibido o filme “Rio” com direção de
Carlos Saldanha (2011). Nele é enfatizado as cores de nossa fauna e flora.
Encerrado o filme os alunos responderam o seguinte questionário:
1. Quantas cores de araras são mostradas no filme?
2. No início do filme as aves dançam com o som da música e formam o
que?
3. Qual o nome da arara personagem principal do filme?
4. Quem roubou blue?
5. Em que país ela foi encontrada?
6. Quem encontra a arara?
7. Qual o clima que se apresentava no país?
8. O nome da moça que encontra blue é:
9. O que linda ensina blue a fazer ao acordar?
10. Onde linda trabalha?
11. Quem chega à casa de linda e por quê?
12. Porque blue volta ao Brasil?
13. O que ele tem em especial que difere das outras araras?
14. O que blue não faz que é comum os pássaro fazerem?
15. Ao estudar blue se interessa em que assunto?
16. O que acontece quando blue encontra “jade”?
17. Quando blue e jade são transportados acontecia que festa no Brasil?
18. Ao fugir blue e jade encontram um tucano chamado:
19. Eles vão ao encontro de quem para romper as algemas?
20. Qual o nome da arara má, e qual sua cor?
21. Qual eram as cores do tucano rafa? E de sua esposa?
22. Qual objetivo de unir blue e jade?
Abaixo estão descritas algumas respostas dos alunos;
No início do filme os pássaros voam acompanhados da música, e forma
coreografia organizando as cores, as cores das araras eram azul, preto,
amarelo, laranja e preto, o objetivo do acasalamento de blue e jade, é para
salvar a espécie de araras azuis que esta em extinção em nosso país, ao
chegarem ao Brasil se deparam com uma festa onde esta sendo festejado o
carnaval, que também e usado muitas cores nas vestimentas e carros
alegóricos, a arara que faz o papel de má no filme era branca. Quando jade
encontra blue os dois são sequestrados por traficantes de pássaros, aonde
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sequestram novamente blue e jade, mas depois conseguem com ajuda dos
outros amigos, tucanos, pássaros e um cachorro a salvá-los e finalmente blue
consegue voar e sentir a liberdade que tanto jade lhe fala o filme todo.
Na aula seguinte foi desenhado um círculo cromático com as cores
primárias e secundárias conforme mostra a imagem abaixo:
Os próprios alunos confeccionaram os círculos na cartolina e pintaram
com a tinta guache: em sequência, primeiro as cores primárias em seguida as
secundárias.
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1.7 CORES PRIMÁRIAS: LEITURA DE OBRAS DE ARTE
Na atividade seguinte foi feita uma pintura a partir da leitura da obra
“Di Cavalcanti” – Mulatas e Flor. Reler é ler novamente de uma maneira
diferente, é reinterpretar ou recriar o objeto dando novos significados, ou seja,
é reconstruí-lo num contexto diferente.
www.dicavalcanti.art.br - 31.07.2011
Na tentativa de tentar contribuir para a leitura foi entregue aos alunos
um questionário convidando o aluno a fazer uma reflexão sobre as cores do
cotidiano, e questionando até que ponto elas influenciam no nosso dia a dia.
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Questionário que as crianças responderam em relação à imagem.
1. Quantas cores você consegue visualizar na imagem de Di Cavalcanti
“Mulheres e Flor”?
2. Cite os objetos presentes na imagem?
3. Quantos ambientes ele reproduz na imagem?
4. Existem imagens no quadro que se assemelham com os de sua casa?
5. A pintura das paredes você poderia descrevê-las?
6. Esta imagem foi feita no interior da casa e da para perceber se tem
passagem de luz e aonde ela reflete.
7. Na sua casa existe um ambiente parecido com o da imagem do quadro?
8. Você conseguiria descrever um ambiente de sua casa?
9. Cite as cores que estão pintadas nas paredes de sua casa?
10. Faça um desenho de uma casa que você imagina.
Desenhos feitos por alunos em resposta à última questão do
questionário.
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Agora os alunos foram convidados a fazer a primeira pintura com tinta
guache usando as cores primárias
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1.7.1 CORES SECUNDÁRIAS
WWW.wikipedia.org.11.08.2011
Após exposição de imagem de “Van Gogh -1888 –Terraço do café em
Arles”, e da análise das cores secundárias os alunos foram convidados a
responder o questionário abaixo:
1. O que lembra a imagem observada?
2. O que ela desperta em você?
3. Você gosta? Porquê?
4. Qual e o grupo de cores que pertence esta imagem?
5. Aonde a imagem se encontra?
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6. Em que período do dia ela esta representada?
7. Oberve a imagem e cite os objetos que tem;
8. Você poderia descrever o que as pessoas estão fazendo na imagem?
9. A forma com que as estrelas estão representadas e normal? Descreva?
10. A calçada da imagem você poderia descreve-lá?
Com tinta guache também foram feito desenhos e pintura pelos alunos
em sala de aula.
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1.7.2 CORES QUENTES
WWW.GOOGLE.COM.BR-13082011- A FAMILIA – LASAR SEGALL- 1913
No trabalho com cores quentes foi feito uma leitura de imagem de
“Lasar Segall – 1913 – A Família”, analisamos as cores quentes na imagem e
os alunos tiveram também a oportunidade de dar depoimentos sobre suas
famílias. Em seguida responderam o questionário abaixo:
1. Quais são as cores usadas?
2. Cite os objetos que tem nesta gravura?
3. Quantas pessoas há neste quadro?
4. Poderia ser uma Família?
5. Na sua família vocês são em quantas pessoas?
6. Quantos adultos e quantas crianças? Se quiser pode falar o nome e
idade deles;
7. As cores desta gravura pertencem a que grupo de cores?
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8. Você pode imaginar uma história observando esta imagem?
9. Gostaria que você representasse em forma de desenho sua família?
Os alunos confeccionaram imagens e pintaram também com tinta guache
conforme exposição abaixo.
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1.7.3 CORES FRIAS
WWW.TARSILADOAMARAL.COM.BR-27.07.2011-
Agora projetando na tv pendrive, a imagem de “Tarsila do Amaral – A
Lua 1928”, analisamos a imagem pintada pela pintora onde se vê uma
paisagem com formas abstratas e com cores frias. Em seguida eles
responderam o questionário abaixo:
1. Quais os elementos que tem na imagem que a pintora mostra?
2. Na sua casa tem objetos que possuem as cores frias? Quais são?
3. Na natureza encontramos cores frias? Cite; aonde encontramos elas;
4. Das cores frias qual é a de sua preferência?
5. Em qual estação do ano é comum usarmos mais cores frias?
6. Você gosta de usar roupas com cores frias? Quais delas você prefere?
7. Faça um desenho de uma paisagem e pinte somente com estas cores;
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Neste momento os alunos fizeram uma leitura tentando reproduzir a
própria imagem da pintora conforme exposto abaixo:
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1.7.4 CORES COMPLEMENTARES
Na aula seguinte os alunos conheceram as cores complementares de
Goethe. Nele vemos em posições opostas as primárias em relação a sua
complementar secundária, o magenta com o verde, a laranja com o ciano e
amarelo com o lilás.
Também foi exposto um painel que mostra as cores complementares
ordenadamente e o efeito que elas causam ao se sobreporem. Como por
exemplo quando olhamos fixadamente para uma placa magenta e fixarmos
nossos olhos, quando olharmos para uma parede branca veremos a sua cor
complementar que no caso é verde.
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WWW.googfle.com.br- 27.07.2011
Após exposição do conteúdo os alunos confeccionaram placas onde
colaram com papel cartaz colorido as cores complementares e eles próprios
criaram formas diversas.
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Para trabalharmos a escala cromática primeiro foi exposta a esta
imagem acima onde podemos observar as nuances e suas tonalidades. A partir
dela os alunos, puderam compreender as diferentes tonalidades de uma
mesma cor e praticar as escalas cromáticas com diferentes cromas. Em
seguida responderam o questionário abaixo:
1. Qual é a cor que misturamos para clarear a tinta?
2. E para escurecer qual á cor que utilizamos?
3. Você gostaria de criar tons diferentes dos experimentos já feitos?
4. Em que cor ela estaria fixada?
5. Porque você escolheu esta cor?
6. O que ela significa para você?
Para a atividade seguinte os alunos pesquisaram em revistas a imagem
de uma paisagem. Feita a escolha em seguida eles produziram em forma de
escala as cores observadas na imagem. Em seguida ele reproduziu a imagem
com tinta guache aproximando o máximo possível os diferentes tons de cores.
Primeiro os alunos desenharam na cartolina faixas e pintaram com tinta
guache tonalizando a cor para mais claro ou mais escuro.
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Depois de efetuada as atividades com confecção da escala cromática os
alunos foram convidados a fazer seus próprios desenhos de tema livre e depois
pintando com tinta guache fizeram uso de diferentes tonalidades com o uso da
escala cromática.
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1.7.6 AS CORES NA MONTAGEM DE TANGRAM
No final da aplicação do projeto foram realizados trabalhos com tangram,
fazendo uso da combinação entre cores. Usando as cores primárias.
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CONCLUSÃO
Como vimos, este projeto é resultado das experimentações e reflexões
sobre o ensino da arte aplicadas através de um estudo sobre a teoria da cor
que exigiu o usou de recursos tecnológicos no decorrer do mesmo, instaurando
diferentes possibilidades em suas aplicações.
A contribuição dos grandes cientistas e filósofos para a teoria das cores,
permitiu um desenvolvimento mais aprimorado em sua aplicação, em todos os
momentos históricos.
Neste projeto foram utilizadas inúmeras imagens de obras de arte e a
partir delas se procurou construir os conceitos relativos a teoria das cores,
levando em conta o que a criança já possui de experiência visual.
Mas certamente o mais importante foi a participação dos alunos,
principalmente quando ao mostrar uma imagem eles através de suas
percepções demonstraram com uma série de argumentos que uma obra
realmente é algo vivo e fala particularmente a cada um de nós.
São poucas as oportunidades ofertadas aos professores de arte no
desenvolvimento seus trabalhos na escola pública, principalmente pela falta de
material e de uma sala ambiente apropriada para que se possa desenvolver um
trabalho digno e com tempo adequado.
O projeto PDE proporcionou-nos a oportunidade de trabalharmos
livremente com as crianças deixando fluir a criatividade e permitiu também que
ela refletisse sobre o seu contexto social e o cotidiano. A aplicação dos
trabalhos foi feita em forma de atividades onde a criança pode se libertar e
interagir com as tintas demonstrando o grande potencial criativo que ela traz
consigo, e a capacidade de responder através de um trabalho artístico, seu
olhar crítico sobre o mundo, alargando assim as novas possibilidades de
compreensão da sua realidade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Ana Mae. Arte educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1986.
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do
Paraná Arte e Artes. Curitiba: 2006.
PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 10 Ed. Rio de Janeiro: 2009.
PEDROSA, Israel. Universo da Cor. 2ª ed. Rio de Janeiro: Senac, 2006.
OSTROWSWER, Fayaga. Universo da cor. Rio de Janeiro: Campus, 1983.
PILLAR, A. D. P. Desenho e construção de conhecimento na criança. Porto
Alegra: Artes Médicas, 1996.
RICHTER, Ivone. Interculturalidade e Estética no Ensino das Artes Visuais. 2ª ed. São Paulo: Mercado das Letras, 2008.
RICHTER, SANDRA. Criança e pintura. Porto Alegre: Mediação, 2008.
ZAMBONI, Silvio. A pesquisa em arte. 3ª ed. Campinas SP: Autores Associados,2006.