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C&S – São Bernardo do Campo, v. 38, n. 2, p. 129-149, maio/ago. 2016 129 Branding de marcas regionais e identidade territorial: o caso da Polar Regional branding and identity territorial: the case of Polar Branding regional marca e identidad territorial: el caso de Polar Ângela Cristina Tre- visan Felippi Jornalista, doutora em Comunicação Social pela PUCRS, professora pes- quisadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. Giovana Goretti Feijó de Almeida Publicitária, Doutoranda em Desenvolvimento Regional e Mestre em Desenvolvimento Regional (UNISC). CORE Metadata, citation and similar papers at core.ac.uk Provided by Portal da Universidade Metodista de São Paulo

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Branding de marcas regionais e identidade

territorial: o caso da Polar

Regional branding and identity territorial: the case of Polar

Branding regional marca e identidad territorial:

el caso de Polar

Ângela Cristina Tre-visan FelippiJornalista, doutora em

Comunicação Social pela

PUCRS, professora pes-

quisadora do Programa

de Pós-Graduação em

Desenvolvimento Regional

e do Departamento de

Comunicação Social da

Universidade de Santa

Cruz do Sul, RS.

Giovana Goretti Feijó de AlmeidaPublicitária, Doutoranda

em Desenvolvimento

Regional e Mestre em

Desenvolvimento Regional

(UNISC).

CORE Metadata, citation and similar papers at core.ac.uk

Provided by Portal da Universidade Metodista de São Paulo

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Submissão: 30-3-2015Decisão editorial: 22-8-2016

ReSUMoo presente artigo aborda a forma como a identidade territorial gaúcha foi utilizada no branding das marcas regionais no caso específico da cerveja Polar, do portfólio de marcas da AmBev, em suas campanhas publicitárias, de 1999 a 2014. A partir desse tema discutiu-se a relação do capital global versus o capital regional por meio do branding e pode-se analisar a gestão estratégica da marca em estudo na sua identificação com o território correspondente ao estado do Rio Grande do Sul. o referencial teórico abordou o capitalismo contemporâneo, as teorias sobre o branding, a identidade cultural e um conjunto de conceitos, dentre eles o de região e de território. Fez-se um estudo de caso da marca Polar, baseado em revisão bibliográfica e análise documental das campanhas. os resultados apon-taram para o uso do território pelas organizações como arena de consumo das marcas de seus produtos mercadológicos, expondo as contradições do processo de globalização e a territorialização de capital e marcas.Palavras-chave: Identidade territorial. Branding. Território. Desenvolvimento re-gional. Marcas.

ABSTRACTThis article discusses how the state’s territorial identity was used in the regional brands branding, in the case of brand Polar beer, the brand portfolio of AmBev, in their advertising campaigns from 1999 to 2014. From this theme discutiu- The ratio of global capital versus the regional capital through branding and can analyze the strategic brand management study in its identification with the territory corresponding to the state of Rio Grande do Sul. The theoretical framework addressed the contem-porary capitalism, theories about branding, cultural identity and a set of concepts, including, region and territory. There was a case study of Polar brand, based on literature review and documentary analysis of the campaigns. The results pointed to the use of the territory by the organizations as consumer arena the trademarks of their marketing products, exposing the contradictions of globalization and the territorial capital and brands.Keywords: Territorial identity. Branding. Territory. Regional development. Brands.

ReSUMeNeste artículo explica cómo se utilizó la identidad territorial del estado en la marcas marca regional, en el caso de la cerveza Polar marca, la cartera de marcas de AmBev, en sus campañas publicitarias, de 1999 a 2014. A partir de este discutiu- tema el ratio de capital global frente a la capital regional a través de la marca y se puede analizar el estudio de gestión estratégica de marcas en su identificación con el territorio que corresponde al estado de Río Grande do Sul. el marco teórico se dirigió al capitalismo contemporáneo, las teorías sobre la marca, la identidad cultural y un conjunto de conceptos, entre ellos, la región y el territorio. Hubo un caso de estudio de la marca Polar, basado en revisión de la literatura y el análisis documental de las campañas. Los resultados señalaron que el uso del territorio por las organizaciones como la arena de los consumidores las marcas comerciales de sus productos mercadológicos, dejando al descubierto las contradicciones de la globalización y el capital territorial y las marcas.Palabras clave: Identidad territorial. Branding. Territorio. Desarrollo regional. Marca.

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1. IntroduçãoTerritório é um espaço apropriado por atores so-

ciais e permeado, definido e delimitado por relações de poder em suas múltiplas dimensões, criando laços que são amarrados pelo sentimento de pertencimen-to. Cada território tem características de natureza econômica, geográfica, social, política e cultural que lhe garantem unidade e o diferem dos demais, assim como comporta diferenças que se ajustam nas lutas de poder. No que diz respeito ao aspecto cultural e iden-titário de um território, de modo geral convivem nele uma pluralidade de culturas e identidades, podendo haver uma hegemônica que se destaca das demais, caracterizando-o. É o caso do território em estudo nes-te artigo, correspondente ao estado do Rio Grande do Sul, que possui uma identidade territorial que prevalece sobre as demais, a gaúcha (OLIVEN, 1992).

Os elementos culturais e identitários dos territórios – ou seja, seus símbolos indicativos – têm sido incorpo-rados às estratégias mercadológicas das organizações na promoção de seus produtos, principalmente as marcas regionais que se utilizam do branding1 para se fortalecerem, apropriando-se de identidades que não são inerentes a um produto nem a uma marca. Criam elos de identificação a partir do espaço vivido

1 Gestão das marcas.

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de um determinado território (RAFFESTIN, 1993; FLO-RES, 2006; ABRAMOVAY, 2000). Sendo assim, aqui é exposta uma investigação sobre a apropriação por uma marca regional da identidade territorial gaúcha com vistas a compor suas estratégicas de divulgação da marca, seu branding.

Analisou-se o estudo de caso da marca da cer-veja Polar, vendida no Rio Grande do Sul, pertencente ao portfólio da transnacional AmBev, que investe em ações específicas de branding dentro do território rio-grandense, tendo a cultura e a identidade gaúchas como matérias-primas para o endosso da sua marca. São ações voltadas para um território específico, mui-to embora utilizem mídias que não fiquem restritas a essas fronteiras, como a internet. A identidade gaú-cha, a qual trata este artigo, refere-se oficialmente ao Rio Grande do Sul e foi forjada nos movimentos culturais e políticos a partir do século XIX e institucio-nalizada pelo estado no século XX.

Ao abordar o branding e sua relação com a identidade de um território discutiram-se questões relativas ao processo de globalização e suas reper-cussões nas regiões por meio de estratégias de bran-ding. Portanto, a pesquisa se situa numa perspectiva multidisciplinar, apresentando investigação sobre a identidade territorial apropriada pelas marcas regio-nais adquiridas pelas transnacionais.

Para que se possa compreender o fenômeno em profundidade, a pesquisa teve caráter qualitati-vo (MALHOTRA, 2006; QUIVY; CAMPENHOUDT, 1995), o qual considera que há relação dinâmica entre o mun-do real e o sujeito. A investigação é exploratória, pois permite que o pesquisador aumente sua experiência em torno de determinado problema, levantando pos-

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síveis dificuldades de pesquisa a partir de hipóteses ou perguntas norteadoras e, assim, aprofundar o estudo (TRIVINOS, 1987; GIL, 2007). A técnica utilizada foi a de estudo de caso, na qual o objeto é uma unidade examinada em profundidade (TRIVINOS, 1987) com pesquisa bibliográfica e análise documental.

O recorte temporal de análise do branding da Polar é de 1999 a 2014, justificado pela mudança do capital da cervejaria Polar – que era de proprieda-de de empresários do Rio Grande do Sul e passou a pertencer a uma organização nacional (Antártica), depois se internacionalizando (AmBev). Os dados de campo foram coletados na internet (vídeos publici-tários, no Canal do Youtube CevaPolar; das peças publicitárias da marca Polar disponíveis nas redes so-ciais, em especial na fanpage CevaPolar, e nos sites da Polar e da AmBev) e no relatório de veiculação de comerciais da Polar enviado pelo Arquivo da Pro-paganda2 (de 1999 a 2014).

2. Branding e globalização: reflexões e apon-tamentos

A globalização, forma mais avançada e com-plexa de internacionalização, trouxe acirrada disputa mercadológica na qual a competitividade torna-se a maior vantagem das organizações, implicando num grau de integração funcional entre as atividades econômicas (produção, distribuição e consumo de bens e serviços) que estão organizadas sob a ótica de estratégia mundial focada num mercado global

2 O Arquivo da Propaganda é uma empresa privada que possui o maior acervo publicitário do Brasil – coleta e arquiva campanhas de propaganda de televisão, revistas, jornais, internet, rádio, outdoor e outras mídias, desde 1972. Foi fundado pelo publicitário e artista plástico Newton Carvalho.

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(ORTIZ, 1994). Nesse contexto, as marcas e o branding também tiveram que se readaptar à lógica global.

Quando o assunto é branding torna-se relevan-te abordar o conceito de marcas, visto que o mes-mo trabalha com sua construção, gerenciamento e gestão. Martins (2006) explica que uma marca une atributos tangíveis e intangíveis visualmente e se for gerenciada de forma adequada criará valor às pes-soas, fazendo-as desejarem seus produtos. Esses valo-res são criados e inventados pelas organizações para a venda de seus produtos. Administrar esses valores e desejos cunhados mercadologicamente – fazendo com que as marcas ultrapassem sua natureza econô-mica e passem a fazer parte da cultura e do dia-a-dia das pessoas – é do que se ocupa o branding.

Marcas e branding têm conceitos diferentes, sen-do o branding a ferramenta estratégica das marcas. Portanto, as marcas não são mais percebidas apenas como identificadores gráficos de produtos. Tudo o que contribui para diferenciá-las das demais é con-siderado como vantagem competitiva e gera lucro para as empresas. Segundo o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI, 2014) uma marca “é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços”, apresentando a distinti-vidade da marca como requisito básico. Entretanto, o INPI (2014) também salienta que “esse caráter distintivo passou a considerar não só os elementos gráficos [...] das marcas, mas, também, o conjunto das impressões delas decorrentes [...]”. Dessa forma, pode-se afirmar que a marca é muito mais do que apenas um logotipo que identifica um produto em sua categoria.

Uma marca é considerada forte quando agrega valor ao produto, sendo também pré-requisito para a

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sobrevivência de uma empresa no mercado compe-titivo em que atua, assim como no mercado global (TAVARES, 2003). As marcas são resultados de proces-sos econômicos e da gestão empresarial, pensados e articulados por pessoas que estão nesses lugares de decisão e que escolhem suas estratégias visando os próprios interesses. O papel que as organizações criaram para as marcas por meio do branding é o de carregar elementos e significados que evoquem um conjunto de valores e ideias que contribuem na construção das identidades tanto das marcas quanto de seus consumidores (SEMPRINI, 2010; HOLT, 2005).

Para Guimarães (2003, p. 87), “o branding é uma filosofia de gestão de marca, ou seja, uma maneira de agir e pensar sobre uma determinada marca”. Essa forma de pensar estrategicamente das empresas em relação aos seus produtos engloba ações multidisci-plinares, aspectos tangíveis e intangíveis da marca, o gerenciamento dos discursos e tudo que se relaciona com o universo dela, além da organização por trás da marca. Tudo (ou quase tudo) é pensado para que se crie uma ligação simbólica e experiencial com o consumidor. Segundo Tavares (2003), essa é a função do branding: pensar a marca, administrar seus ativos e criar oportunidades de relacionamento entre ela e o público-alvo. Entretanto, por mais bem elaboradas que sejam as estratégias criadas pelas empresas, as marcas não deixam de ser produtos mercadológicos permeados por uma “aura” simbólica inventada por empresas com interesses econômicos.

Para a American Marketing Association (AMA, 2008, p.??), “branding é fazer com que um consu-midor em potencial perceba a marca como sendo a única solução para o que ele busca”, ou seja, o

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consumidor é “orientado” mercadologicamente a ver a marca como a única escolha lógica para o que ela está oferecendo. Essa sintonia é criada pelas empresas que, por meio do branding, difundem um sistema de significados mercadológicos que acaba de certa forma organizando o pensamento das pes-soas e da sociedade a partir dos produtos, levando--as ao consumo e também a um relacionamento simbólico e ilógico.

A contradição se encontra no fato de que ainda há forte relação entre produção e consumo, sendo de certa forma uma continuidade da era da revo-lução industrial. Ao mesmo tempo em que desmate-rializa a economia (consequência do pós-fordismo) eleva-se o aspecto simbólico das marcas a um novo patamar. Tudo o que o branding faz tem relação com a construção, fortalecimento e manutenção da marca no mercado e também com a empresa. Destarte, ele é percebido como um sistema amplo e complexo de ações multidisciplinares que trabalham com imagens, percepções e associações das marcas e de certa forma com a própria sociedade, cons-truindo um relacionamento a longo prazo com seu consumidor.

Construir e gerenciar marcas em um espaço glo-balizado é tarefa que exige pensar, planejar, articular e atuar estrategicamente. As organizações, especial-mente as transnacionais, fazem disso sua estratégia: pensam para a escala global e agem na escala lo-cal. Os estrategistas de marcas fazem uso da simpli-ficação nas mensagens da publicidade dos produtos que podem levar, como se verá no caso em estudo, à notoriedade de apenas uma cultura no território, disseminando-a como hegemônica.

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3. A Identidade territorial gaúcha no Branding Das Marcas

Percebe-se que algumas marcas se utilizam de uma identidade que não toma nem as característi-cas físicas nem as emocionais do produto, associan-do-a a outros traços, como no caso da Polar. Nesse sentido, os estrategistas da marca focam em uma identidade singular, instigando o consumo de um produto posicionado como sendo próprio do terri-tório. Conforme descrito por Castells (2006), cada identidade é uma construção social de cada terri-tório enquanto espaço vivido e, portanto, não pode ser copiada, pois é singular.

A identidade territorial utiliza uma ou mais iden-tidades culturais presentes no território para se forta-lecer e até mesmo criar laços com o público consu-midor a partir de singularidades evidenciadas para, assim, articular o território. Castells (2006) pontua que tal construção se dá num processo coletivo que pode partir de elementos culturais também coletivos. O cultural aqui não seria um elemento da identidade, embora a identidade esteja dentro da cultura. Se-gundo Oliven (1992), há uma articulação que mobi-liza sentimentos coletivos e ao mesmo tempo veicula identidades associadas às memórias sociais dentro do contexto da dimensão simbólica que exerce um papel preponderante.

No mundo globalizado, em que as regiões e os territórios têm que (re) descobrir formas de ganhar no-toriedade, estão as marcas regionais. Elas podem vir a ser potencializadoras estratégicas das regiões e terri-tórios a partir do branding. De forma geral as marcas ficaram tão comoditizadas que se tornou estratégico ir além de seus atributos emocionais e físicos, levando

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a uma discussão maior sobre que força seria essa que os territórios conferem às marcas (regionais) fazendo com que produtos mercadológicos passem a serem também vistos como produtos culturais.

Quando se remete às questões das estratégias de branding de transnacionais é relevante lembrar-se do funcionamento do capitalismo contemporâneo que, devido à globalização, contribuiu para a ampliação dos mercados de consumo por meio da expansão do modelo de acumulação capitalista flexível no plane-ta (HARVEY, 1992; IANNI, 1999). O branding colabora para que o valor agregado com a cultura nas marcas regionais permita às organizações atuar em merca-dos regionais, em nichos, demonstrando a elaboração estratégica da identidade territorial.

4. As marcas regionais no contexto global: o caso polar

A identidade territorial gaúcha foi forjada a par-tir do século XIX, buscando elementos na Revolução Farroupilha, e oficializada pelo governo do estado na segunda metade do século XX. Nas últimas qua-tro décadas, têm sido mais intensamente tomadas pelas indústrias culturais regionais como base simbó-lica para inúmeras estratégias e produtos. Calcada no enaltecimento do gentílico, funciona como uma identidade de positividade, acionada pelas várias instituições, compondo discursos que têm ganhado adesão nos diversos grupos sociais, mantendo a he-gemonia dessa identidade.

O território do Rio Grande do Sul, portanto, tem identidade forte associada à cultura singular, que tem servido às organizações que a utilizam para promover suas ideias, marcas e produtos. Esse uso, por sua vez, garante ainda mais a hegemonia dessa identidade.

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Branding de marcas regionais e identidade territorial: o caso da Polar

A marca da cerveja Polar surgiu em 1929 em Es-trela-RS (interior do estado). Por motivos financeiros, foi vendida para um grupo nacional em 1999 (Antártica), que se tornou transnacional posteriormente, surgindo então a AmBev, que optou pela estratégia de manter a Polar no mercado regional. Na sua história, passou de marca regional para nacional e depois retornou à condição de marca regional. Com a compra pela Ambev, a estratégia de marca foi redefinida e a iden-tidade territorial gaúcha incorporada na marca, o que é objeto deste estudo, como já dito.

Dessa forma, a pesquisa analisa três aspectos do branding: (a) identidade de marca, (b) posicionamen-to de marca e (c) comunicação de marca para dar conta da relação entre a estratégia de comunicação da Polar e a identidade territorial gaúcha. Vale-se também do que propõe Aaker (1996) em termos de metodologia sistemática de planejamento da iden-tidade de marca em várias etapas, destacando-se para este artigo aquela denominada sistema de iden-tidade estratégica, composta pelos fatores: marca como produto, marca como organização, marca como símbolo e marca como pessoa.

Para a análise foram coletados (a) vídeos publi-citários dispostos no Canal do Youtube CevaPolar; (b) peças publicitárias da marca Polar disponíveis nas redes sociais, em especial na fanpage CevaPolar, e nos sites da Polar e da AmBev; (c) relatório de veicu-lação de comerciais da Polar, do Arquivo da Propa-ganda, correspondentes ao período de 1999 a 2014. A organização dos materiais coletados resultou em dois agrupamentos: (1) mídias e ações estratégias e (2) campanhas publicitárias:

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1) Mídia e ações estratégicas – contendo: site da Polar (www.polar.rs), relatório de mídia do Arqui-vo da Propaganda (1999-2014); estratégia das latas colecionáveis (2010, 2013 e 2014); lançamento de livro da Polar (2011); inovações da marca; ação da Polar no Google Street View (2011); juntamente com as inovações do anulador de sinal de celular (2013) e da exposição e programa de TV utilizados na cam-panha “Revisionismo Histórico” (2014); peças gráficas da marca no Facebook (2012 a 2014) e participação dos internautas (fãs da marca) na fanpage oficial da marca.

2) Campanhas publicitárias – contendo: campa-nhas publicitárias (de 2003 e 2014), “1º abril” (2014); “Latas Hospitaleiras” (2014) e “Revisionismo Histórico da Polar” (2014).

A análise foi conduzida de forma a estabelecer os elementos recorrentes que levam à compreensão da estratégia da marca, levando em conta os aspec-tos do branding analisados e os fatores do sistema de identidade estratégia de Aaker, já apontados.

Com base nas divisões temáticas acima, perce-beu-se quatro momentos da comunicação da Polar. Dos anos 1999 a 2002 – quando houve o reposicio-namento da marca Polar, que passa de nacional a regional sob o controle da marca endossante, a transnacional AmBev. No período seguinte, de 2003 a 2005, há nova adequação das estratégias da Polar quando a marca de fato utiliza-se da identidade que tem na contemporaneidade, ou seja, se vale de uma identidade que é exterior ao produto – nesse caso a identidade territorial gaúcha. De 2006 a 2010 a Po-lar busca maior movimento da marca e investe suas estratégias inclusive nas copas mundiais de futebol

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Branding de marcas regionais e identidade territorial: o caso da Polar

ocorridas no período, embora mais localizadas em Porto Alegre; sendo um momento de estabilização da marca. Já entre 2011 e 2014 ocorre esforço mais intenso na comunicação da marca, sendo também o início de suas estratégias nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook, além da criação de um canal no Youtube. Verifica-se no último período que há re-dobrado reforço da identidade da marca na relação com o território gaúcho.

A construção da identidade da marca Polar como se apresenta na atualidade começa em 2003, de forma menos evidente, trazendo apenas o slogan da marca (“Nossa Polar”) associado à cultura gaú-cha, com destaque aos pontos turísticos do estado. No ano seguinte a Polar vem com o posicionamento de marca atual, com mensagem readequada para ser mais facilmente entendida por seu consumidor e focada na identidade territorial gaúcha. Suas cam-panhas publicitárias utilizam atores gaúchos e man-têm a linha humorística, explorando os elementos de positividade da identidade gaúcha. Tomando esse caminho, o branding da Polar descarta os argumen-tos racionais do produto (cerveja) e trabalha com premissas emocionais direcionadas a uma qualidade específica externa ao produto, a identidade com o território. Esse posicionamento, adaptado em 2004, reforça o foco da marca e a conduz ao posiciona-mento vigente durante esta pesquisa.

Nesse último momento do recorte temporal da pesquisa a Polar investe majoritariamente na mídia digital, especialmente na internet, no site oficial (www.polar.rs), no canal do Youtube e nas redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter e Google Plus), com destaque para o Facebook. Produz também vídeos

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para TV, materiais para rádio e outdoor, assim como peças gráficas para mídia impressa – essas últimas em menor volume.

O conceito publicitário (mote) das campanhas da Polar é, então, claramente a identidade com o território gaúcho veiculada pelo humor (FIGURA 1),

Figura 1: Identidade da marca Polar

Fonte: Elaborado pela autora principal a partir do arquivo de fotos da fanpage da Ceva Polar - 2014

por meio do qual são transmitidas as promessas de valor da marca, ambientadas nos vídeos publicitários (comerciais), nas peças gráficas e no site da Polar (FIGURA 2). Cores oficiais do estado, expressões do linguajar regional, datas comemorativas, entre outros elementos da cultura gaúcha, estão presentes nas peças da Polar. Muitas estratégias se repetem ao lon-go dos anos, todavia com peças ou recursos distintos (FIGURA 3 e 4).

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Branding de marcas regionais e identidade territorial: o caso da Polar

Figura 2: Site da Polar /menu Gaúcho sem Modéstia

Fonte: Site oficial da Polar (2014)

Figura 3: Campanha publicitária da marca Polar 2012 referente à Semana Farroupilha

Fonte: Behance (2012)

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Branding de marcas regionais e identidade territorial: o caso da Polar

Ao manter uma marca regional em sua linha de produtos, a AmBev faz opção estratégica que (re)po-siciona o regional e o território de inserção da marca como argumento mais relevante do que o global na marca Polar. E isso ocorre tendo ainda na força da publicidade, conforme destaca Ortiz (1994), a rápi-da penetrabilidade dos códigos culturais atrelados, permitindo o entendimento dos produtos culturais ofertados.

Ao escolher os argumentos baseados nas rela-ções entre território, identidade e cultura constrói-se o que Aaker (1996) chama de núcleo da marca. Con-tudo, esse núcleo nem sempre se refere somente às características físicas e emocionais de um produto. Ele pode extrapolar esse limite e criar associações com um território específico, utilizando a identidade terri-torial como sua, enquanto produto mercadológico. E é exatamente essa a estratégia da marca Polar que constantemente utiliza o território gaúcho em todas as suas peças publicitárias, apresentando-se como obra cultural, levando o consumidor a consumir um produto que também seria gaúcho e, portanto, me-lhor do que os outros de sua categoria.

5. Considerações O artigo trouxe a discussão sobre a forma como

a identidade territorial é utilizada no branding de mar-cas regionais, tomando-se como estudo de caso a marca da cerveja Polar, pertencente ao portfólio da transnacional AmBev. Ambas são marcas regional e global – como a Polar e a AmBev, respectivamente – que dialogam estrategicamente e mantêm relações tensas entre o global e o regional.

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Uma marca, ao utilizar a identidade de um ter-ritório, além de representá-lo também aciona o sen-timento de pertencimento com o lugar, sua história, cultura e tradições e dessa forma elabora sua maté-ria-prima para os argumentos (promocionais e institu-cionais) e conteúdos de suas campanhas publicitárias e do próprio discurso.

Se um território é espaço apropriado por atores sociais e fruto do trabalho e da intervenção desses atores sobre o espaço, conforme salientado por Ra-ffestin (1993) e Albagli (2004), as organizações, en-quanto atores sociais pertencentes a esse território, apropriam-se da cultura coletiva construída para fins mercadológicos, transferindo a relação de pertenci-mento ao território para suas marcas e produtos. As organizações criam estratégias, como a da cerveja Polar, tanto para a fixação da marca como para a comercialização dos produtos num território específico ou mesmo em escala global.

O branding da Polar procura fortalecer e forçar um vínculo territorial criado a partir da origem da marca e da cerveja, que lhe garante a fluidez de seus produtos. Entretanto, percebe-se que a preo-cupação de organizações como a Ambev não é fortalecer ou valorizar a identidade cultural de um território, mas criar condições de aceitação dos seus produtos numa relação emocional estabelecida com base na identificação simbólica. Os territórios são para os estrategistas empresariais arenas de consumo nas quais dispõem seus produtos com o intuito de obter lucratividade. O posicionamento das marcas regionais é um arranjo estratégico criado pelo branding, que dissemina a identidade das marcas como se essas fossem produtos culturais daquele território.

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Giovana Goretti Feijó de AlmeidaDoutoranda e Mestre em Desenvolvimento Regional (UNISC)). Espe-cialista em Branding (UNISC) e Bacharel em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda (UNISC). Pesquisadora-membro do Observatório do Desenvolvimento Regional - OBSERVA-DR. Bolsista CAPES. E-mail: [email protected]

Ângela FelippiDoutora em Comunicação Social pela PUCRS. Professora do Progra-ma de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e do Depar-tamento de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul. E-mail: [email protected]