NeutroATerra N16 2S2015 Digital

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  • 7/25/2019 NeutroATerra N16 2S2015 Digital

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    Revista Tcnico-Cientfica |N16| dezembro de 2015

    http://www.neutroaterra.blogspot.com

    EUTRO TERRAEUTRO TERRAEUTRO TERRAEUTRO TERRA

    Instituto Superior de Engenharia do Porto Engenharia Electrotcnica rea de Mquinas e Instalaes Elctricas

    H ,

    16 E N . A

    , ,

    , ,

    , .

    N ,

    ,

    , .

    Jos Antnio Beleza Carvalho, Professor Doutor

    Mia eVecl Elic

    Pg.05

    Pd, Tae eDiibi Eegia

    Pg. 23

    IalaeElicaPg. 37

    Telecicae

    Pg. 51

    Segaa

    Pg. 61

    Ge de Eegia eEficicia Eegica

    Pg.65

    Aa, GeTcica e Dica

    Pg. 79

    N16 2 semestre de 2015 ano 8 ISSN: 16475496

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    EUTRO

    TERRA

    EUTRO

    TERRA

    EUTRO

    TERRA

    EUTRO

    TERRA

    FICHA TCNICA DIRETOR: Jos Antnio Beleza Carvalho, Doutor

    SUBDIRETORES: Antnio Augusto Arajo Gomes, Eng.Roque Filipe Mesquita Brando, DoutorSrgio Filipe Carvalho Ramos, Doutor

    PROPRIEDADE: rea de Mquinas e Instalaes EltricasDepartamento de Engenharia ElectrotcnicaInstituto Superior de Engenharia do Porto

    CONTATOS: [email protected] ; [email protected]

    ndice

    03| Editorial

    05| Mquinas e veculos Eltricos

    Requisitos do projeto eltrico de motores de induo para acionamento por variador de velocidade

    Henrique Gonalves

    .

    Manuel Bolotinha

    Utilizao de um veculo eltrico para abastecer uma residncia no horrio de ponta.

    Horst Huldreish Ardila Hamada Marques, Fernando Maurcio Dias

    23| Produo, Transporte e Distribuio de Energia

    Impacto da introduo de baterias de armazenamento de energia em G.

    Diogo Soares, Judite Ferreira, Jos Puga

    Previso do diagrama de carga de subestaes da REN utilizando redes neuronais.

    Silvana Mafalda Rocha, Maria Teresa Costa, Manuel Joo Gonalves

    37| Instalaes Eltricas

    Interruptores (mecnicos) para instalaes eltricas fixas, domsticas e anlogas.

    Antnio Augusto Arajo Gomes

    Anlise da Qualidade de Energia. Instalaes eltricas com Miniproduo.

    Carlos Silva, Roque Brando

    51| Telecomunicaes

    ITED 3 Dimensionamento das redes de cabos coaxiais.

    Jos Eduardo Pinho, Marco Rios da Silva, Srgio Filipe Ramos

    ITUR 2 Dimensionamento das redes de cabos coaxiais.

    Srgio Manuel Correia Vieira, Marco Rios da Silva, Srgio Filipe Ramos

    61| Segurana

    NFPA 850. Fe os fogos em turbinas de vento.

    Carlos Neves

    65| Gesto de Energia e Eficincia Energtica

    Tecnologias de produo de frio: Estudo e anlise de medidas de eficincia energtica.

    Fernando Barrias, Teresa Nogueira, Joo Pinto

    Reduo de consumos na iluminao pblica.

    Pedro Caote, Roque Brando

    79| Automao, Gesto Tcnica e Domtica

    MAR PANEL: Medio, controlo e monitorizao num clique.

    Lus Carvalho, Paulo Vaz

    85| Autores

    PUBLICAOSEMESTRAL: ISSN: 16475496

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    EDITORIAL

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    Estimados leitores

    Honrando o compromisso que temos convosco, voltamos vossa presena com a publicao da 16 Edio da nossa revista

    Neutro Terra. Ao terminar um ano que foi difcil, mas que ao mesmo tempo permitiu podermos viver sem a Troika,

    esperemos que por muito tempo, ou para sempre, a industria eletrotcnica que no esteve imune s dificuldades que todos

    sentiram, manteve apesar de tudo uma dinmica muito aprecivel. No mbito da nossa revista, esta dinmica fezse sentir

    fundamentalmente no interesse que algumas empresas do setor eletrotcnico manifestaram pelas nossas publicaes,

    demonstrando vontade em colaborar connosco no s com a publicao de artigos tcnicos, mas tambm colaborando no

    desenvolvimento de assuntos tcnicocientficos em que vrios dos autores da nossa revista se encontram envolvidos.

    Um facto importante, que se deve destacar, o crescimento exponencial que se tem verificado da procura e visualizao da

    revista Neutro Terra um pouco por todo o mundo, destacandose neste caso os Estados Unidos. Assim, mantemos o

    compromisso de publicar um artigo de natureza mais cientfica em lngua Inglesa, nesta edio um interessante artigo sobre

    Transformadores, C P , da autoria do Engenheiro Manuel Bolotinha.

    Ainda num mbito mais cientfico, destacase a publicao do artigo Requisitos do Projeto Eltrico de Motores de Induo para

    Acionamento por Variador de Velocidade, da autoria do Doutor Henrique Gonalves, um investigador sobre o assunto e que

    tambm exerce as suas atividades na WEG Euro Industria Eltrica, SA.

    Nesta edio da revista merecem particular destaque vrios assuntos que corresponderam a trabalhos de investigao

    realizados no ISEP, muitos deles em colaborao com vrias Empresas, tendo vrios deles correspondido a trabalhos realizados

    no mbito de dissertaes de mestrado.

    Destacamse ainda a publicao de outros interessantes artigos no mbito das Instalaes Eltricas (Interruptores mecnicos

    para instalaes eltricas fixas, domsticas e anlogas), no mbito das Telecomunicaes (ITUR 2 Dimensionamento das redes

    de cabos coaxiais), no mbito da Segurana (NFPA 850. Fe os fogos em turbinas de vento) e no mbito da Gesto de

    Energia e da Eficincia Energtica, com um artigo sobre tecnologias de produo de frio e outro sobre reduo de consumos de

    energia eltrica na iluminao pblica.

    Estando certo que esta edio da revista Neutro Terra apresenta artigos de elevado nvel tcnico e cientfico, com elevado

    interesse para todos os profissionais do setor eletrotcnico, satisfazendo assim novamente as expectativas dos nossos leitores,

    apresento os meus cordiais cumprimentos e desejo a todos um Bom Ano de 2016.

    Porto, 29 dezembro de 2015

    Jos Antnio Beleza Carvalho

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    Vialia de gia a

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    ARTIGOTCNICO

    5

    R

    O

    (

    )

    . C ,

    , ,

    ,

    . N

    PM .

    .

    1. Id

    De todos os tipos de motores o de induo o mais usado,

    quer no sector industrial quer no sector comercial.

    O seu baixo custo, uma simples e robusta construo, a

    elevada fiabilidade, a reduzida manuteno e os nveis de

    eficincia conseguidos com as atuais tecnologias de controlo

    fazem dele um elemento de converso eletromecnica

    muito apetecvel. Contudo, j hoje unanimemente aceite

    que o desempenho da motor de induo diferente quando

    este alimentado por um conversor esttico de potncia

    (variador de velocidade), ou quando alimentado

    diretamente pela tenso da rede. Em aplicaes onde o

    desempenho exigido no elevado a utilizao de motores

    com uma construo padro tem resultados satisfatrios,

    mas quando requerido elevado desempenho mais

    apropriado um motor com uma conceo especfica o que

    vai atenuar as restries construtivas associadas s

    aplicaes de velocidade constante.

    Os variadores de velocidade podem utilizar um controlo

    escalar ou vetorial. Em ambos os casos a tenso que geram

    do tipo PWM (P M) com um contedo

    harmnico e gradientes de tenso cujos efeitos no motor

    assumem grande relevncia e que necessitam de ser

    considerados no projeto do motor. O efeito dos elevados

    gradiente de tenso particularmente importante quando o

    motor alimentado por cabos longos, pois a impedncia dos

    cabos de alimentao reduz o gradiente de tenso aos

    terminais do motor mas cria a um efeito de onda

    amortecida onde as sobretenses podem ser vrias vezes

    superiores tenso nominal, reduzindo a vida til do

    isolamento dos enrolamentos do motor. Para mitigar este

    problema alguns autores defendem a utilizao de filtros [1].

    Os harmnicos de tenso e corrente apesar de no

    contriburem para um aumento do binrio motor, uma vez

    que no aumentam o fluxo fundamental no entreferro que

    gira velocidade sncrona, aumentam as perdas no ferro e

    no cobre, respetivamente [2, 3, 4]. Para agravar o problema

    o acionamento a velocidades mais baixas reduz a ventilao

    do motor. A conjugao destes dois fatores trs problemas

    adicionais ao nvel do isolamento dos enrolamentos,

    podendo mesmo ser excedido o limite de temperatura

    definido pela classe de isolamento com que o motor foi

    construdo. Este aumento da temperatura pode no

    provocar danos imediatos mas provocar, com certeza, uma

    diminuio do tempo de vida do motor. Para a maioria dos

    atuais isolantes um aumento da temperatura de 10C

    resultar numa reduo em 50% no tempo de vida esperado

    do mesmo [5].

    Para alm doa efeitos anteriormente referidos, podem

    aparecer outros efeitos, que no se devem especificamente

    aos harmnicos, mas que so tambm relevantes e que no

    devem ser desprezados, tais como a circulao de corrente

    pelos rolamentos [6] e o aumento dos nveis de vibrao e

    rudo [7, 8].

    Heie Gale

    REQUISITOS DO PROJETO ELTRICO DE MOTORES DE INDUO PARA ACIONAMENTO

    POR VARIADOR DE VELOCIDADE

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    2. Cideae Naia

    Analogamente a vrios outros aspetos construtivos, tambm

    as condies de acionamento do motor de induo por

    variador de velocidade esto normalizadas.

    Os principais organismos normalizadores internacionais

    dedicam vrios captulos das suas normas de mquinas

    eltricas rotativas inteiramente a esta temtica, o que

    demonstra tambm a importncia do tema. Assim,

    destacamse:

    IEC: 6003417: Rotating Electrical Machines Cage

    induction motors when fed from converters

    application guide;

    IEC 6003425: Rotating Electrical Machines Guide

    for the design and performance of cage induction

    motors specifically designed for converter supply;

    NEMA MG1 Part 30: Application considerations for

    constant speed motors used on a sinusoidal bus with

    harmonic content and general purpose motors used

    with adjustablevoltage or adjustablefrequency

    controls or both;

    NEMS MG1 Part 31: Definite purpose inverterfed

    polyphase motor.

    2.1. Ced Haic

    Os valores limite de distoro harmnica da tenso gerada

    pelo variador de velocidade, e consequentemente da

    corrente, no esto normalizados. No entanto, as normas

    consideram o aumento das perdas do motor devido ao uso

    do variador.

    A norma IEC 6003417 exemplifica o aumento das perdas do

    motor devido ao uso de um variador com o caso prtico de

    um motor com uma carcaa 315, com valores nominais de

    binrio e velocidade, apresentando para este caso perdas

    15% maiores, sendo a maior contribuio a das perdas no

    ferro com 12% desses quinze. No captulo IEC 6003417

    comparado o acionamento carga nominal e em vazio de

    um motor de 37 kW alimentado com tenses a variar entre

    os 20 e os 100 Hz, sendo apontadas solues para mitigar o

    aumento de perdas verificado.

    A NEMA MG1 Parte 30 considera uma reduo percentual

    do binrio do motor ( ) para evitar o excessivo

    sobreaquecimento de um motor alimentado por um

    inversor, que estar sujeito a correntes harmnicas

    decorrentes do contedo harmnico da tenso PWM.

    2.2. Gadiee de e

    As definies do tempo de subida ( ) so diferentes

    na norma IEC e NEMA, o que gera divergncias de

    interpretao e conflitos entre fabricantes e consumidores.

    Segundo o IEC 6003425 o tempo de subida corresponde ao

    tempo que a tenso leva para subir de 10 a 90% da tenso do

    barramento DC. Pelo critrio NEMA devese tomar o valor da

    tenso do barramento, enquanto que pelo IEC se deve usar o

    valor de pico da tenso aos terminais do motor. Este ltimo

    leva em considerao o efeito do cabo de alimentao,

    podendo por isso ser mais preciso mas mais difcil de ser

    previsto ou estimado a priori.

    2.3. Ilae d elae

    Relativamente aos efeitos sobre o isolamento dos

    enrolamentos dos motores, tanto a IEC 60034 como a NEMA

    MG1 apresentam tabelas e grficos com os valores da tenso

    de pico e tempo de subida da tenso ( ) que os

    isolamentos devem suportar. Para motores com tenses de

    alimentao mais elevadas sugerem o reforo do isolamento

    e a instalao de filtros na sada do inversor para limitar as

    tenses de pico. Garantindo que a tenso de sada do

    inversor no excede os limites apresentados na norma

    assumese que no haver significativa reduo na vida til

    do isolamento por stress de tenso.

    2.4. Cee de cicla el lae

    Os problemas devidos a tenso/corrente induzida no eixo

    so agravados pela forma de onda da tenso PWM gerada

    pelos variadores de velocidade, devido a estas serem

    tendencialmente desequilibradas e por terem componentes

    de alta frequncia [9].

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    A IEC 60034 recomenda o uso de filtros para reduo da

    componente de sequncia zero, a reduo do dV/dt e o

    isolamento dos rolamentos em motores com carcaas acima

    da 315 e ou potncias superiores a 400 kW. Recomenda

    ainda a utilizao de escovas de aterramento no eixo.

    A NEMA MG1 refere a maior ocorrncia de correntes de

    circulao nos rolamentos em motores com carcaas mais

    pequenas, menores que 500. E sugere o isolamento de

    ambos os rolamentos, ou alternativamente a utilizao de

    escovas de aterramento no eixo para desviar a corrente dos

    rolamentos.

    3. Cideae Relaia a Haic

    Tal como referido anteriormente o motor de induo

    acionado por um variador de velocidade recebe nos seus

    terminais uma tenso PWM, pelo que estar sujeito a

    harmnicos que afetam o seu desempenho, nomeadamente,

    um aumento de perdas e de temperatura de

    funcionamento. A influncia do variador sobre o motor

    depende de uma srie de fatores relacionados com o

    controlo, tais como a frequncia de comutao, a largura

    efetiva dos pulsos, o nmero de pulsos, entre outros.

    A Figura 1 ilustra a forma de onda tpica da tenso composta

    e respetivo espectro de frequncias de uma alimentao

    PWM. visvel o elevado contedo harmnico, com

    componentes at cerca dos 50kHz.

    Estas componentes harmnicas no contribuem para a

    produo de binrio motor, uma vez que no aumentam o

    fluxo fundamental no entreferro, que gira velocidade

    sncrona. Contudo, so responsveis por um aumento das

    perdas, uma vez que para frequncias mais elevadas as

    perdas por histerese aumentam, assim como aumenta a

    saturao efetiva do ncleo. Concomitantemente, as

    correntes harmnicas aumentam as perdas por efeito de

    Joule nos condutores.

    A operao do motor a velocidades de rotao mais baixas

    promove uma reduo na ventilao e consequente perda

    de transferncia de calor (em motores autoventilados),

    contribuindo tambm para a elevao da temperatura de

    estabilizao trmica.

    Figa 1. Te ca e eei eec de fecia

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    Portanto, quando da operao com variador de velocidade, e

    por efeito da influncia conjunta dos fatores supracitados

    devem ser consideradas medidas para mitigao do

    sobreaquecimento do motor, nomeadamente:

    Reduo do binrio nominal (sobredimensionamento

    do motor);

    Utilizao de um sistema de ventilao

    independente;

    Utilizao do fluxo timo (soluo patenteada pela

    WEG [4]).

    Na Figura 2 apresentada uma curva tpica de

    sobredimensionamento aplicvel a motores de produo em

    srie com projeto padro. .

    Na Tabela 1 so apresentadas algumas medidas, genricas,

    para mitigao do contedo harmnico da tenso gerada por

    variadores de velocidade.

    Tabela 1. Md de ed de haic da e

    geada aiade de elcidade (fe [10])

    0.40

    0.45

    0.50

    0.55

    0.60

    0.65

    0.70

    0.75

    0.80

    0.85

    0.90

    0.95

    1.00

    1.05

    0.1 0.3 0.5 0.8 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0

    Red

    uod

    e

    binrio(

    p.

    u.)

    f/fn frequncia (p.u.)

    para elevao de temperatura da classe B (80 K)

    para elevao de temperatura da classe F (105 K)

    Figa 2. Ca ica de bedieiae alicel a e de d e ie c je ad

    Md de ed

    de haic

    Caaceica da l

    Iala de fil

    ai de ada

    Aumento do custo da instalao

    Restries para operao nos

    modos vetoriais

    Queda de tenso (reduo da

    potencia do motor)

    Uilia de

    ie c ai

    ei

    Aumento de custos

    Reduo de fiabilidade do inversor

    Aumento da complexidade

    do controlo

    Melhia a

    alidade da

    dla

    PWM

    M

    No aumenta custos

    Melhoria no controle de tenso

    Maior rendimento do conjunto

    (motor + inversor)

    Ae da

    fecia de

    ca

    Reduo do rendimento do

    inversor (aumento das perdas por

    comutao)

    Aumento das correntes de fuga

    para a terra

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    Por forma a minimizar estas sobretenses podem ser

    implementados diferentes tipos de solues,

    nomeadamente a introduo de uma bobina em srie com o

    variador e o motor. Esta bobina limita a corrente, filtra a

    tenso PWM e reduz o rudo eltrico. Contudo, dada a

    elevada indutncia necessria, afeta o desempenho

    dinmico do conjunto, volumosa e cara comparativamente

    com outras solues.

    Uma segunda soluo o j referido reforo do isolamento

    dos enrolamentos do motor e tambm a implementao de

    filtragem [13]. A filtragem pode utilizar diversas topologias e

    ser implementada do lado do variador ou do motor.

    4.3. Efei Ca

    Dependendo da qualidade/homogeneidade do sistema de

    impregnao, o material impregnante pode conter bolhas de

    ar (vazios), que podem levar, em conjugao com as

    sobretenses ao aparecimento de Descargas Parciais que por

    sua vez podem levar ao rompimento do isolamento entre

    espiras. Um fenmeno complexo decorrente do efeito

    Corona. Este efeito resulta do campo eltrico criado pela

    diferena de potencial entre condutores adjacentes.

    Se for estabelecido um campo eltrico suficientemente alto

    (mas abaixo da tenso de rutura do material isolante), a

    rigidez dieltrica do ar pode ser rompida, e o oxignio (O2)

    ionizado em ozono (O3). O ozono altamente agressivo e

    ataca os componentes orgnicos do isolamento dos

    enrolamentos, deteriorandoos. Para que isso ocorra, o

    potencial nos condutores precisa exceder um valor limiar

    denominado CIV (C I ), que a rigidez

    dieltrica do ar local (dentro da bolha). O CIV depende do

    projeto do enrolamento, do tipo de isolamento, da

    temperatura, de caractersticas superficiais e da humidade.

    A eroso resulta na diminuio da espessura do material

    isolante, acarretando progressivas perdas de propriedades

    dieltricas, que acabaro por levar falha do isolamento.

    4.4. Te Mi ee Pl Ceci e

    Fecia de Ca

    Tal como o nome da modulao PWM sugere, o valor eficaz

    da tenso que aplicada ao motor controlado por variao

    da largura dos pulsos e pelo tempo entre eles. Acontece

    porem que o efeito de sobretenso agravado quando o

    tempo entre os pulsos mnimo. Condio que ocorre

    durante regimes transitrios, como acelerao e

    desacelerao do motor.

    Figa 3. Te de eada e de ada de cab elic aliead c l de e

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    Se o tempo entre pulsos for menor que 3 vezes o perodo

    ressonante do cabo (tipicamente 0,2 a 2s para cabos

    industriais), ocorrer um acrscimo na sobretenso.

    Associada aos efeitos originados pelo tempo de subida e

    tempo mnimo entre pulsos consecutivos, est a frequncia

    com que os mesmos so produzidos. Atualmente so j

    comuns frequncias de comutao na ordem dos 20 kHz.

    Porm, h estudos que indiciam que quanto maior for a

    frequncia de comutao mais rpida ser a degradao do

    isolamento dos enrolamentos. A relao de dependncia

    entre o tempo de vida til do isolamento e a frequncia de

    comutao no uma relao simples.

    Resultados experimentais mostram que para frequncias de

    comutao menores, ou iguais, a 5 kHz a probabilidade de

    falha do isolamento diretamente proporcional frequncia

    de comutao, enquanto que para frequncias de

    comutao maiores que 5 kHz a probabilidade de falha do

    isolamento diretamente proporcional ao quadrado da

    frequncia de comutao.

    Por outro lado, o aumento da frequncia de comutao

    melhora o contedo harmnico da tenso injetada nomotor, tendendo, dessa forma, a melhorar o desempenho

    do motor em termos de temperatura e rudo.

    5. Cee de Cicla Rlae

    O problema da tenso/corrente induzida no eixo gravou se

    com o advento dos variadores de velocidade. A soma

    vetorial instantnea das trs fazes da tenso PWM de sada

    do variador de velocidade no igual a zero, mas igual a um

    potencial eltrico de alta frequncia relativamente a um

    ponto comum de referncia, usualmente a terra ou o polo

    negativo do barramento DC, denominada, por isso de tenso

    de modo comum. Havendo capacidades parasitas do motor

    para a terra, ocorre a circulao de uma corrente de modo

    comum indesejada que atravessa o rotor, eixo, rolamento e

    tampa aterrada.

    Portanto, as causas de tenso induzida no eixo devido aos

    variadores de velocidade somamse quelas intrnsecas ao

    motor (por exemplo, desbalanceamento eletromagntico

    Causado por assimetria) e que tambm provocam a

    circulao de corrente nos rolamentos.

    Estas correntes desgastam as esferas e a pista dos

    rolamentos, dando origem a pequenos furos, que comeam

    a sobreporse e, e que com o passar do tempo promovem a

    formao de sulcos (Figura 5), reduzindo a vida til dos

    rolamentos e podendo mesmo provocar a falha do motor.

    Figa 5. Pia de lae daificada deid cicla

    de cee elica (fe [4]).

    Estes efeitos podem ser mitigados utilizando rolamentos

    isolados e introduzindo escovas de aterramento entre orotor e a carcaa do motor por intermdio de uma escova

    deslizante de grafite.

    6. Ccle

    O rpido desenvolvimento da eletrnica de potncia tem

    permitido que os motores de induo, tradicionalmente

    acionados a velocidade constante, sejam utilizados com

    sucesso em aplicaes de velocidade varivel. Nestes casos,

    o motor alimentado por um variador de velocidade.

    Estes sistemas apresentam grandes vantagens tanto

    energticas quanto econmicas, quando comparado com

    outras solues existentes para aplicaes industriais de

    velocidade varivel. No entanto, o uso do variador traz

    consequncias para o motor, fazendo com que os fabricantes

    de motores precisem de estar atentos.

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    12

    Refecia

    [1] C. Choochuan., A survey of output filter topologies to

    minimize theimpact of pwm inverter waveforms on

    threephase ac induction motors, em he 7th

    International Power Engineering Conference IPEC

    2005, 2005.

    [2] E. N. H. a. H. Roehrdanz, Losses in threephase

    induction machines fed by pwm converter, IEEE

    Transactions on Energy, 2001.

    [3] T. C. G. a. A. C. S. Carlos A. HernandezAramburo,

    Estimating rotational iron losses in an induction

    machine, IEEE Transactions on Magnetics, vol. 39,

    2003.

    [4] H. N. K.H. H. J.P. H. a. D.H. H. JeongJong Lee, Loss

    distribution of threephase induction motor fed by

    pulsewidthmodulated inverter, EEE Transactions on

    Magnetics, vol. 40, 2004.

    [5] A. M. J. S. S. B. a. G. L. S. Mike Melfi, Effect of surge

    voltage risetime on the insulation of lowvoltage

    machines fed by pwm converters, IEEE Transactions

    on Industry Applications, vol. 34, p. 766775, 1998.

    [6] S. Chen, T. Lipo e D. Novotny, Circulating type motor

    bearing current in inverter drives, em ThirtyFirst IAS

    Annual Meeting, IAS '96, 1996.

    [7] S. Ueda, K. Honda, T. Ikimi, M. Hombu e A. Ueda,

    Magnetic noise reduction technique for an AC motor

    driven by a PWM inverter, IEEE Transactions on Power

    Electronics, vol. 6, pp. 470475, Jul 1991.

    [8] N. Hashemi, R. Lisner e D. Holmes, Acoustic noise

    reduction for an inverterfed threephase induction

    motor, em 39th IAS Annual Meeting Industry

    Applications Conference, 2004.

    [9] WEG Equipamentos Eltricos S.A., Guia Tcnico

    Motores de induo alimentados por inversores de

    frequncia PWM, Jaragu do Sul, 2009.

    [10] H. G. G. M. Waldiberto de Lima Pires, Minimizao de

    Perdas em Motores de Induo Alimentados Por

    Conversores de Frequncia Soluo Fluxo timo,

    Jaragu do Sul Barsil, 2006.

    [11] P. E. a. W. G. A. von Jouanne, Application issues for

    pwm adjustable speed ac motor drives, IEEE Industry

    Application Magazine, 1996.

    [12] NEMA Standards Publication, Application Guide for AC

    Adjustable Speed Drive Systems, National Electrical

    Manufacturers Association, Rosslyn, 2007.

    [13] P. T. Finlayson, Output filters for pwm drives with

    induction motors, IEEE Industry Applications

    Magazine, p. 4652, 1998.

    Na la:

    Gadea fica Uidade

    Denominao Smbolo Denominao Smbolo

    Capacidade C Farad F

    Carga eltrica Q Coulonb C

    Comprimento L metro m

    Corrente

    eltricaI Ampre A

    Densidade de

    correnteJ Ampre/m2 A/m2

    Energia E Joule J

    Fluxo

    magnticof Weber Wb

    Fora F Newton N

    Frequncia F Hertz Hz

    Impedncia Z Ohm

    Indutncia L Henry H

    Potncia

    eltrica P Watt W

    Presso P Pascal Pa

    Resistncia

    eltricaR Ohm

    Resistividade r Ohmxmetro xm

    Tenso

    eltricaV Volt V

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    ARTIGOTCNICO

    13

    I. Idci

    Transformers may be classified according to dielectric

    insulation material as follows:

    Oilfilled transformers

    Dry type transformers

    II. Oilfilled Tafe

    Two types of oilfilled transformers are commonly used:

    With expansion tank (conservator)

    Sealed

    In this type of transformers windings and core are immersed

    in oil, in a tank with radiators; oil plays both functions of

    insulating material and cooling fluid.

    Common applications of oilfilled transformers with

    conservator are:

    As stepup transformers in power plants.

    As stepdown transformers in EHV/EHV, EHV/HV and

    HV/MV utilities substations (primary voltages above

    52 kV).

    As stepdown transformers in HV/MV or MV/MV

    industrial plants substations, with rated power above

    2.5 MVA.

    Oilfilled sealed transformers (without conservator) are

    mainly used in distribution networks (MV/LV) and in

    installations up to 52 kV, with a rated power up to 2.5 MVA,

    although some manufactures built this type of transformers

    up to 30 MVA.

    The degree of protection (IP) provided by the tank allows

    that both types of transformers can be installed outdoors.

    III. D Te Tafe

    Dry type transformers present the most suitable solution in

    situations where the distribution of energy requires absolute

    safety and environmental friendliness. These transformers

    require less maintenance than oilfilled transformers, more

    safe to environment and have low fire hazard.

    Windings and core are not installed in a tank and insulation

    of windings is usually made of cast resin.

    They possess less space, about 2/3 of that of corresponding

    oil filled transformers, and their simple construction allows

    onsite replacement of windings.

    Mael BlihaEgehei Elecic Cl

    TYPES AND CONSTRUCTION OF POWER TRANSFORMERS

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    ARTIGOTCNICO

    14

    Dry type transformers are only suitable for indoors

    installation because the degree of protection provided by

    enclosure is IP00 and are usually employed on distribution

    networks and in installations with voltages up to 52 kV and

    rated power up to 2.5 MVA, although some manufactures

    built this type of transformers up to 50 MVA.

    Typical use of dry type transformers is:

    Multistorey buildings

    Hotels

    Malls

    Hospitals and clinics

    Airports

    Mines

    Other places where fire safety is a great concern

    IV. Ga Ilaed Tafe (GIT)

    Rising demand for electric power in large cities, lack of space

    to construct new substations or upgrade existing substations

    and adverse environment conditions has encouraged large

    scale substations to be tucked away underground in

    overpopulated urban areas, leading to strong demand for

    incombustible and nonexplosive, largecapacity gas

    insulated transformers from the view point of accident

    prevention and compactness of equipment.

    In line with this requirement, several types of largecapacity

    gas insulated transformers have been developed, being SF6

    the most common gas used.

    Because the gas forced cooling type was considered to be

    available up to approximately 60 MVA, all of these gas

    insulated transformers are liquid cooled.

    The main advantages of GIT are:

    Non flammable (gas insulated transformers, using

    incombustible SF6 gas as an insulation and cooling

    medium).

    Explosionproof tank (pressure tank withstands

    pressure rise in case of internal fault).

    Compactness (since conservator or pressure relief

    equipment is not necessary, height of transformer

    room can be reduced approximately 22.5 meters).

    Easy installation (oil or liquid purifying processes are

    not necessary with gas insulated transformers).

    Easy inspection and maintenance work (only SF6 gas

    pressure need be basically monitored during periodic

    inspection).

    Since gas insulated transformers do not need a conservator,

    the height of transformer room can be reduced. In addition,

    its nonflammability and non tankexplosion characteristics

    can remove firefighting equipment from transformer room.

    As a result, gas insulated transformers, gas insulated shunt

    reactor, GIS and control panels can be installed in the same

    room, and such installation realizes the fully SF6 gas

    insulated substation.

    V. T ad Thee Widig Tafe

    Usually transformers have two windings, the primary and the

    secondary.

    However, in HV and EHV substations, with voltages above 52

    kV, power transformers may have a third winding, with a

    rated voltage of 7 kV or 11.5 kV.

    This winding is used for harmonic compensation, to reduce

    the unbalancing in the primary due to unbalancing in three

    phase load and to redistribute the flow of fault current.

    It is common practice to use this third winding to LV auxiliary

    services power transformer.

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    ARTIGOTCNICO

    15

    VI. Sigle Phae Tafe ad Aafe

    For voltages above 123 kV and for high values of rated power

    (usually above 100 MVA), for handling and economic reasons

    it is usual to use single phase transformers.

    In such a situation the three single phase transformers must

    work as a whole, since they are relatively interdependent.

    The windings (both primary and secondary) of the three

    single phase transformers must be connected together in

    star or in delta.

    A special case of single phase transformers are

    autotransformers that have one single core and winding.

    The main advantages of an autotransformer compared to a

    common single phase transformer are:

    More economic and easier to handle (only one

    winding and for the same rated power the

    dimensions and the weight are lower).

    More efficient (losses by Joule effect are lower,

    because there is only one winding).

    Lower voltage drop, being able to keep the voltage

    more stable.

    In contrast the major disadvantages are:

    Primary and secondary windings are not isolated

    from each other.

    As the internal voltage drop is lower, in case of a

    short circuit the fault current is higher, causing

    higher electrodynamics stress in the windings, which

    by be a cause of ageing.

    VII. Diciaed Phae Tafe

    Another construction solution for voltages above 123 kV and

    for high values of rated power is the dissociated phases

    transformer, formed by three singlephase transformers

    within a common enclosure, where are made the

    connections of the three transformers and where the

    bushings are assembled.

    The conservator, the cooling system and the onload tap

    changer may be also assembled at that enclosure or

    assembled separately.

    VIII. ZigZag & Gdig Tafe

    Neutral grounding of transformers and transmission and

    distribution networks may be:

    Solid grounded

    Grounded through an impedance or a resistance

    Ungrounded

    When it is required to connect the neutral of the

    transformers to the ground, (solid or through an impedance

    or a resistance) and when at the side it is designated to

    ground the neutral the windings are delta connected

    (usually MV/LV power transformers), in order to achieve

    neutral grounding is necessary to form an artificial neutral

    point. This is achieved using a zigzag grounding transformer.

    Lad

    Sigle Ce SeieWidig

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    DIVULGAO

    16

    LICENCIATURA EMENGENHARIAELETROTCNICA SISTEMASELTRICOS DEENERGIA

    A Licenciatura em Engenharia Eletrotcnica Sistemas Eltricos de Energia forma profissionais com competncias nos

    tradicionais domnios dos sistemas eltricos de energia, mas tambm em reas emergentes como as energias renovveis,

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    ea geai de eegabilidade: Produo, transporte e distribuio e comercializao de energia eltrica, eficincia

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    eletromecnica, manuteno de instalaes: industrias, comerciais, hospitalares, atividades tcnicocomerciais: fabricantes,

    distribuidores, ensino e formao.

    Cecia fiiai OE/OET:

    Tcnico responsvel pelo Projeto, Execuo e Explorao de Instalaes eltricas. (Sem formao complementar).

    Tcnico Responsvel pelo Projeto e Execuo de Infraestruturas de Telecomunicaes ITED/ITUR. (Mediante formao

    habilitante complementar (ANACOM)).

    Peritos Qualificados em Certificao Energtica. (Mediante formao habilitante complementar/exame (ADENE)).

    Projetista de Segurana Contra Incndio em Edifcios (SCIE). (Mediante formao habilitante complementar (ANPC)).

    Imagem adaptada de:http://solutions.3m.com/wps/portal/3M/en_EU/SmartGrid/EUSmart

    Grid/

    Da: 6 semestres curriculares / letivos

    Ga: Licenciado

    Tal de ECTS: 180 crditos

    Pa de ige: 19 Matemtica e 07 Fsica e Qumica

    Regie de fciae: Horrios: diurno e pslaboral

    O curso tem uma forte componente de formao

    prtica e laboratorial e possibilita a realizao de um

    estgio curricular em ambiente profissional fatores

    decisivos para a integrao dos seus diplomados nomercado de trabalho.

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    ARTIGOTCNICO

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    C ,

    ,

    , ,

    .

    ,

    . O

    .

    1. Id

    Modalidade tarifria o conjunto de tarifas aplicveis ao

    consumo de energia eltrica e procura de potncia ativa,

    podendo ser divididas em tarifas convencionais e tarifas

    horrias [1].

    Na primeira, o cliente cobrado igualmente pela energia

    eltrica que consome independente do horrio do dia ou

    perodo do ano. J a cobrana de energia eltrica nas tarifas

    horrias caracterizada por refletir os custos de outras

    variveis, como o perodo do dia que o consumo ocorre e

    custo de produo.

    Quando comparado um horrio de ponta a um mesmo

    perodo fora da ponta, o custo de energia eltrica e da

    procura pode chegar at nove vezes mais que o seu

    corresponde num horrio normal [1]. Como alternativa, a

    produo independente de energia eltrica pode ser um

    sistema economicamente vivel.

    Com uma capacidade assinalvel nas suas baterias, os

    veculos eltricos (VE) podem ser utilizados como

    dispositivos armazenadores de energia num sistema de

    compensao de consumo no horrio de ponta.

    Isso pode ser til tambm para compensar a natureza

    intermitente das fontes renovveis de energia, por exemplo.

    2. Siea aifi g

    Assim como o Brasil, Portugal possui diferentes modalidades

    tarifrias. H as Tarifas de Mdia Tenso (MT), Baixa Tenso

    Especial (BTE) e a Baixa Tenso Normal (BTN) que utilizada

    pela maioria dos clientes residenciais, foco deste estudo.

    Para BTN, adotamse diferentes tarifas ao longo do dia, a

    Ponta, a Cheia e o Vazio.

    A figura 1 exemplifica visualmente a diviso horria de um

    dia de acordo com a respetiva tarifa.

    Figa 1. Dii diia aifi [2]

    Atravs da Equao 1 ser feito o clculo da chamada Tarifa

    de Compensao, pois considerarse o carregamento do

    veculo eltrico durante a madrugada, ou horrio de vazio, e

    sua descarga no horrio de ponta.

    O clculo da economia se dar a partir da diferena entre as

    tarifas de compra.

    (1)

    H Hldeih Adila Haada Mae, Fead Maci DiaIi Sei de Egehaia d P

    UTILIZAO DE UM VECULO ELTRICO PARA ABASTECER UMA RESIDNCIA NO

    HORRIO DE PONTA

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    3. Vecl elic

    So denominados VE, todos aqueles veculos que, para seu

    funcionamento, possuem pelo menos um motor que

    converte a energia eltrica armazenada em baterias em

    energia mecnica. Os Veculos a Bateria Eltrica, dependem

    nica e exclusivamente da energia armazenada nas baterias

    para a sua locomoo. Nesse caso, ele ligado diretamente

    rede eltrica para o carregamento. Veculos Eltricos

    Hbridos Plugin, VHEP, so movidos a eletricidade ou a

    gasolina e tm a singularidade de poderem se recarregar

    atravs do motor de combusto interna, ao invs de serem

    carregadas somente pela rede eltrica.

    3.1. Baeia aa ecl elic

    Especificamente para os VE, h duas tecnologias de bateria

    que so predominantes, a de NquelHidreto Metlico

    (NiHM) e a de LiIon [1].

    As principais caractersticas que se deve conhecer a respeito

    das mesmas, para dimensionlas e entender o seu

    funcionamento para esta aplicao, so:

    Caacidade: a quantidade de corrente por hora que a

    bateria, ou clula de bateria capaz de fornecer [Ah];

    DD: Profundidade de Descarga (PdD), ou Depth of

    Discharge (DoD). Mede quanto da capacidade total da

    bateria ser utilizado na descarga, dada pela relao da

    Capacidade Utilizada pela Capacidade declarada.

    3.2. Deeia da cia diel a baeia

    A potncia disponvel para uso nas baterias pode ser

    determinada conforme a seguinte Equao 2 [4]:

    (2)

    Onde:

    Pd Potncia disponvel [kW]

    Ea Energia armazenada na bateria [kWh]

    DD Distncia percorrida desde que a bateria foi 100%

    carregada [km]

    Res Distncia reserva na bateria, definida pelo condutor

    [km]

    Eficincia do veculo eltrico em kWh/km

    Eficincia do inversor utilizado [adimensional]

    Tdesc Tempo de descarga desejado [h]

    Para os veculos 100% eltricos, levase em conta a PdD

    mxima permitida pela bateria, uma vez que se,

    ultrapassados esses valores, baixase drasticamente a vida

    til das mesmas. Isso gera a Equao 3 [5].

    (3)

    Para os VHEP, no necessrio prever uma reserva na

    bateria, uma vez que o motor a combusto pode carregar a

    bateria e/ou movimentar o veculo, dando origem Equao

    4.

    (4)

    4. Ed de ca

    Construiuse uma ferramenta de simulao capaz de receber

    como entrada todos os dados relevantes ao clculo da

    utilizao do VE como uma fonte de compensao de

    energia, sendo a plataforma escolhida o Excel. A sadainformar a economia e tempo de payback do sistema para

    cada caso.

    O Fluxograma 1 representa o funcionamento do simulador.

    Flgaa 1. Fciae d ilad

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    ARTIGOTCNICO

    19

    Para a simulao da viabilidade econmica, escolheuse

    trabalhar com 3 veculos reais e disponveis no mercado. O

    Outlander PHEV, um hbrido plugin da Mitsubishi, e os

    veculos 100% eltricos, o Leaf da Nissan e o i3 da BMW.

    A tabela 1 contm um sumrio das principais caractersticas

    eltricas dos modelos escolhidos para se efetuar a

    simulao.

    4.1. C d iea

    Sabese que o brasileiro troca de carro a cada 1,7 anos. Para

    Portugal, estimouse cerca de 3 [1].

    Como as baterias que equipam os veculos eltricos tm uma

    vida til na ordem de 2000 a 3000 ciclos, ou seja, de no

    mnimo 5 anos (2000 365 = 5,47 anos) [8], os seus custos

    de depreciao foram desprezados, uma vez que o perodo

    de troca de um veculo usado por um novo menor do que a

    vida til da sua bateria.

    Desprezouse tambm o preo do VE, assumindose que o

    condutor j possui veculo na sua residncia, e no que o

    compre exclusivamente para compensao.

    Compe o custo do sistema um carregador e um medidor de

    energia bidirecionais, para ligao rede e controlo da

    carga/descarga da bateria, somando um valor estimado de

    426.

    4.2. Hbi de cd d cid g

    A primeira simulao foi feita com base nos hbitos de

    conduo de um condutor mdio portugus.

    Constatouse que o cidado comum cobre diariamente, uma

    distncia de 45 km [3]. Para a distncia de reserva que ser

    mantida na bateria, utilizouse um valor de 15% da

    autonomia total do veculo. O tempo de descarga da bateria

    para compensao de energia ser fixado em 2,5h, para

    aproveitar o intervalo do horrio de ponta na sua totalidade.

    Obtevese os resultados demonstrados na Tabela 2.

    Tabela 2. Te de ecl

    Verificouse que o sistema economicamente vivel para

    aqueles que possuem veculos 100% eltricos, cujo tempo de

    payback fica em torno de um ano. Aps esse perodo outilizador comear a ter lucro efetivamente.

    Para os VHEP, o retorno financeiro pode chegar a quase 9

    anos, devido ao facto das suas baterias serem de muito

    menor capacidade que a dos veculos 100% eltricos.

    Geal

    Mada Mibihi Nia BMW

    Veculo Outlander PHEV Leaf I3

    Tecnologia PHEV 100% EV 100% EV

    Baeia

    Tecnologia da Bateria es de Ltio es de Lt io es de Ltio

    Tenso (V) 300 360 355,2

    Capacidade (Ah) 40 66,67 60,81

    Energia (kWh) 12 24 21,6

    VeclAutonomia EV (km) 52 199 160

    Eficincia (kWh/100km) 18,46 9,65 10,8

    Geal Mada Mibihi Nia BMW

    Veiculo OutlanderPHEV

    Leaf i3

    Tecnologia PHEV 100%EV

    100%EV

    Payback t payback(anos)

    8,59 0,93 1,13

    Tabela 1. Piciai caaceica d ecl hbid e elic

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    ARTIGOTCNICO

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    Nesse caso, a utilizao do VHEP seria vantajosa apenas para

    uso do veculo como um , no caso de uma falha

    eltrica da rede ou de algum equipamento interno

    instalao do cliente.

    4.3. Difeee efi de cd

    Para diferentes perfis de conduo foi analisado qual VE, de

    entre os modelos de veculos prdefinidos, ter o menor

    tempo dee maiores lucros aos utilizadores.

    Para tal, variouse de 0 a 50 km a distncia percorrida

    diariamente, utilizandose um passo de 10 km. Para cada

    uma dessas distncias variouse tambm a distncia de

    reserva de 0 a 30 km, com o mesmo passo de 10 km.

    Ser considerado rentvel apenas aqueles casos em que o

    do sistema se d em menos de 3 anos, ou seja,

    antes que o utilizador troque de veculo.

    Os resultados foram compilados em diferentes tabelas. A

    Tabela 3 referente ao Nissan Leaf.

    A terceira coluna mostra a energia da bateria que est

    disponvel para utilizao na residncia e a quarta informa de

    quanto ser a economia bruta anual do usurio.

    Por ltimo est o tempo de do sistema. Mais uma

    vez foi considerado vivel aqueles casos em que esse valor

    seja menor que 3 anos.

    Para os VHEP bvio que a distncia de reserva no afeta o

    tempo de do sistema, uma vez que pelo facto de

    possuir um motor a combusto, assumese que nunca faltar

    gasolina em perodos de emergncia, portanto no se deve

    constituir reserva da bateria. Os perfis vantajosos so

    aqueles que percorrem at 30 km dirios, ou seja, do A ao I.

    J para os veculos eltricos, observase que quanto menor a

    soma das distncias percorrida e reserva, menor o tempo

    necessrio para. Para ambos modelos, o Leaf e o i3,

    independente da distncia percorrida e da distncia de

    reserva os veculos so recomendveis, com dentro

    dos limites estabelecidos neste trabalho.

    PefilDicia

    PecidaReea

    Eegia aa eidcia

    (kWh)

    Ecia ba aal

    (EUR)Paback

    A 10 10 15,89 662,40 0,64

    B 10 20 15,00 625,40 0,68

    C 10 30 14,11 588,39 0,72

    D 20 10 15,00 625,40 0,68

    E 20 20 14,11 588,39 0,72

    F 20 30 13,23 551,39 0,77

    G 30 10 14,11 588,39 0,72

    H 30 20 13,23 551,39 0,77

    I 30 30 12,34 514,38 0,83

    J 40 10 13,23 551,39 0,77

    K 40 20 12,34 514,38 0,83

    L 40 30 11,45 477,37 0,89

    M 50 10 12,34 514,38 0,83

    N 50 20 11,45 477,37 0,89

    O 50 30 10,56 440,37 0,97

    Tabela 3. Te deaa difeee efi de cd Nia Leaf

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    21

    4.4. Eegia ia da baeia aa iliad

    Para a ltima simulao variouse a energia da bateria de

    forma a se obter um tempo de exato de 3 anos,

    obtendo a capacidade mnima da bateria para cada

    tecnologia.

    Na Tabela 4, as quarta e quinta colunas indicam,

    respetivamente, qual a energia mnima necessria na bateria

    para cada tecnologia, de acordo com os perfis. Isso til,

    principalmente, para os veculos no mencionados aqui e

    tambm os VHEP, que no geral tm capacidades de bateria

    menores. Dessa forma, o condutor sabe, de acordo com seu

    perfil, qual a menor energia que a bateria do veculo deve

    possuir.

    Tabela 4. Caacidade ia da baeia

    4.5. Relad e alie d elad

    Para o proprietrio do veculo eltrico, a vantagem de utilizar

    o sistema de compensao de energia eltrica no horrio de

    ponta seria a de otimizar o seu consumo de energia

    proveniente da rede.

    Ao final de cada ms, alm da economia na fatura de energia

    eltrica, o condutor teria tambm uma fonte de renda

    adicional.

    Neste trabalho provouse que a utilizao da bateria de

    veculos eltricos para alimentar uma residncia durante o

    horrio de ponta economicamente vantajosa. Para o

    cidado mdio portugus obrigatria a utilizao de

    veculos movidos 100% a energia eltrica para que haja

    economia percetvel na fatura de energia.

    Quando se testou outros perfis de conduo, os veculos

    100% eltricos continuaram a ser uma opo

    financeiramente vivel. Para os veculos hbridos

    importante que o condutor no possua grandes

    necessidades de deslocamento dirio. Para tal, o limite de

    distncia percorrida de 30 km para que o seja

    aceitvel.

    Refecia

    [1] ANEEL. Resoluo Normativa N 479: Condies Gerais

    de Fornecimento de Energia Eltrica. [s. L.]: Aneel, 2012.

    56 p. Disponvel em:

    .[2] EDP. Horrios Baixa Tenso Normal. 2014. Disponvel em:

    . Acesso em: 22 dez.

    2014.

    [3] INFAS. Mobilitt in Deutschland 2008: Ergebnisbericht

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    Bundesministeriums Fr Verkehr, Bau Und

    Stadtentwicklung, 2008. Disponvel em:

    .

    [4] KEMPTOM, Willett et al. VehicletoGrid Power: Battery,

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    Distributed Eletric Power in California. California:

    California Air Resources Board And The California

    Environmental Protection Agency, 2001. 78 p. Disponvel

    em: .

    Pe

    fil

    Di.

    Peci

    da

    Re

    e

    a

    Eegia

    ia

    VE (kWh)

    Eegia

    ia

    Hbid

    (kWh)

    A 10 10 7,13 6,88

    B 10 20 8,38 6,88

    C 10 30 9,63 6,88

    D 20 10 8,38 9,13

    E 20 20 9,63 9,13

    F 20 30 10,88 9,13

    G 30 10 9,63 11,38

    H 30 20 10,88 11,38

    I 30 30 12,13 11,38

    J 40 10 10,88 13,63

    K 40 20 12,13 13,63

    L 40 30 13,38 13,63

    M 50 10 12,13 15,88

    N 50 20 13,38 15,88

    O 50 30 14,63 15,88

    P 45 32 14,25 14,75

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    ARTIGOTCNICO

    22

    [5] MAGALHES, Daniel Filipe Pereira. Projeto De Um

    Sistema De Gesto De Baterias (BMS) Aplicadas Na

    Alimentao De Veculos Eltricos (EVs). 2012. 41 f.

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    Eletrotcnica e de Computadores Major Automao)

    Feup, Porto, 2012. Disponvel em:

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    [6] ROSOLEM, Maria de Ftima N. C. et al. Bateria de Ltio

    on: Conceitos Bsicos e Suas Potencialidades. Saber

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    London, 2014. Disponvel em:

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    Crtica da Integrao em Larga Escala de Veculos

    Eltricos no Brasil. In: INTERNATIONAL WORKSHOP

    ADVANCES IN CLEANER PRODUCTION, 4., 2013, So

    Paulo. Proceedings... . So Paulo: International Workshop

    Advances In Cleaner Production, 2013. p. 1 10.

    Disponvel em:

    .

    Dilga: Tl: Instalaes Eltricas de Baixa TensoA: Antnio Augusto Arajo GomesEdia: PublindstriaDaa de Edi: 2015ISBN: 9789897230752N Pgia: 151Ecadea: Capa mole

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    23

    Re

    D

    , ,

    . ,

    .

    , .

    P ,

    .

    N G,

    . A ,

    , ,

    , .

    E

    , B

    A E (BAE), .

    N D E,

    , . C

    ,

    .

    N

    .

    I. Eadae geal

    Tal como de conhecimento geral, o desenvolvimento do

    setor energtico tomou pores impensveis, levando a uma

    enorme dependncia do ser humano para com a energia

    eltrica. Desta forma, de extrema importncia garantir a

    qualidade de servio no fornecimento de energia eltrica

    (menor nmero de falhas na alimentao possvel),

    garantindo assim a satisfao e a comodidade dos clientes.

    Para que a qualidade de servio seja assegurada,

    necessrio que as redes para alm de conseguirem

    responder corretamente exigncia da procura, se tornem

    mais eficientes e seguras.

    A eficincia energtica pode ser descrita como a relao

    entre a energia til de um processo e a energia necessria

    para ativar esse mesmo processo. Para que esta relao seja

    cada vez melhor, isto , para que haja pouco desperdcio de

    energia, surgiram as G(Figura 1), que integram a

    evoluo da eletrnica e da Tecnologia de Informao e

    Comunicao (TIC) nos Sistemas Eltricos de Energia (SEE).

    Apesar de j existirem certos mecanismos automatizados nas

    redes eltricas, grande parte das operaes das entidades

    responsveis so feitas de forma manual e no integrada.

    Assim, integrando estas recentes tecnologias, o trabalho

    humano reduziria substancialmente, fazendo com que as

    operaes passassem a ser automatizadas, resultando numa

    utilizao mais eficiente da energia [1].

    A implementao deste tipo de redes, apesar de se refletir

    em ganhos claros, necessita de uma preparao prvia das

    infraestruturas, que por sua vez engloba custos para a sua

    realizao [2]. Com isto, atravs de um programa europeu, o

    H 2020, foram criados incentivos monetrios para

    possibilitar a sua construo [3].

    IMPACTO DA INTRODUO DE BATERIAS DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA EM

    Dig Sae, Jdie Feeia, J PgaIi Sei de Egehaia d P

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    Para alm do melhoramento da qualidade de servio e da

    segurana que est adjacente criao de G, este

    tipo de redes tem ainda uma outra grande vantagem porque

    recorre a fontes de energia renovveis.

    Para ser possvel proceder ao armazenamento de energia

    foram criados alguns equipamentos tais como as Baterias de

    Armazenamento de Energia (BAEs). A sua recente

    incorporao em G, veio ainda trazer mais

    benefcios, tanto a nvel tcnico como a nvel econmico [4].

    Quanto vertente econmica, tal como sucede nas redes

    convencionais, os nveis de produo de cada unidade

    geradora e da prpria BAE existente no sistema acarretam

    custos. Para isso, com a utilizao de metodologias de

    clculo, denominados por Despachos Econmicos, tornouse

    possvel a minimizao desses mesmos custos.

    Utilizando essas metodologias, tornase possvel saber quais

    so os nveis de produo que cada unidade necessita de ter

    para satisfazer a procura, da forma mais eficiente do ponto

    de vista econmico e tcnico.

    II. Mdel d deach ecic alicad a

    O Despacho Econmico para G consiste em

    determinar a potncia necessria proveniente das unidades

    geradoras, bem a potncia de sada (ou de entrada) das

    BAEs e da rede principal em cada perodo de tempo, com

    vista otimizao (minimizao) dos custos operacionais de

    gerao de energia [5] [6].

    A funo objetivo da Formulao Matemtica do Despacho

    Econmico est representada pela equao (1):

    min=()+()+() (1)

    Relativamente s restries:

    ++= (2)

    (3)

    _||_ (4)

    _car max_dr (5)

    Como a G se encontra interligada com a rede

    principal, esta inclui m unidades geradoras e uma BAE.

    A equao (2) diz respeito restrio do equilbrio de carga e

    de produo. Na equao (3) est representada a restrio

    dos limites de produo das unidades geradoras existentes.

    A equao (4) referente restrio de transmisso de

    energia entre a rede principal e a G. A restrio da

    potncia da BAE representada pela equao (5) [7].

    Nota: ver Nomenclatura.

    III. Silae e alie

    De forma a se poder fazer uma anlise prtica deste

    contedo, sero apresentados diversos casos de estudo,

    entre os quais a Ginterligada rede principal e a

    Ginterligada BAE.

    Para cada caso, foi desenvolvido um estudo relativo ao

    comportamento de cada unidade geradora face aplicao

    do mtodo do Despacho Econmico (atravs da utilizao de

    duas ferramentas computacionais Excel e M) e, no

    final, um estudo relativo viabilidade econmica da

    implementao de uma BAE num sistema.

    a) Rede de Ed

    Para a realizao do problema, ento necessrio definir a

    rede de estudo.

    Foi selecionada uma rede de 6 barramentos, 4 unidades

    geradoras, 4 cargas e ainda uma ligao rede principal.

    A carga apresenta um comportamento dinmico, isto ,

    sofre variaes ao longo do tempo, mais precisamente ao

    longo do dia.

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    A figura 1 mostra a rede em estudo.

    Relativamente s unidades geradoras existentes, o sistema

    possui uma fonte de produo com base ao recurso Solar

    (PS), uma fonte de produo com base ao recurso Elico

    (PE), uma fonte de produo com base ao recurso Hdrico

    (PH) e uma fonte de produo com base na cogerao aBiomassa (PB).

    Cada unidade possui os respetivos limites, mximo e

    mnimos, de produo e custos de produo (Tabela 1) [8]

    [9].

    Tabela 1. Caaceica da Uidade da Rede

    A BAE, desenvolvida segundo [10], tem o respetivo perfil

    representado na Figura 2.

    Figa 2. Pefil da BAE

    Tal como se pode verificar, a BAE tem trs estados possveis:

    o perodo de carga, o perodo de inatividade e o perodo de

    produo.

    O primeiro perodo carga referese ao perodo de tempo

    em que a BAE se encontra a carregar/armazenar energia.

    Figa 1. Rede de Ed

    Uidade Geada

    Ne

    Limite

    Mnimo

    (kW)

    Limite

    Mximo

    (kW)

    Custos de

    Produo

    ()

    PS 0 6 0,455

    PE 0 12 0,65

    PH 0 30 0,195

    PB 0 30 0,195

    Rede Picial 0 30 0,0231

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    O segundo perodo inativo referese ao perodo de

    tempo em que a BAE no se encontra nem a produzir nem a

    consumir.

    Por fim, o terceiro perodo produo para os instantes

    em que a BAE injeta energia na rede, ou seja, descarrega a

    energia anteriormente armazenada.

    A nvel econmico, a produo de eletricidade a partir da

    BAE tem o custo apresentado na Tabela 2.

    Tabela 2. C de Pd da BAE

    Com a definio de todos os componentes da rede j

    concluda, agora possvel proceder resoluo do

    problema do Despacho Econmico, para os diferentes

    cenrios.

    As Figuras 3 e 4 representam, respetivamente, os valores de

    produo (em kW) de cada unidade geradora e os custos (em

    ) a si associados para o Cenrio 1 Smart Grid Ligada

    Rede Principal.

    Para este estudo, foi utilizada a ferramenta computacional

    E.

    Figa 3. Nei de Pd da Uidade Geada da

    c liga Rede Picial

    Figa 4. C de Pd da c liga

    Rede Picial

    Tabela 3. Relad Obid Cei 1

    Para o Cenrio 2 GLigada BAE, o processo foi

    maioritariamente igual ao anterior, destacandose apenas a

    utilizao de mais uma ferramenta, o M, de forma a

    poder ser possvel realizar um estudo comparativo entre

    ambas.

    Os respetivos resultados esto apresentados nas Figuras 5 e

    6 para a simulao em Excel

    Figa 5. Nei de Pd da Uidade Geada da

    c liga BAE Sila

    NeC de Pd

    ()

    BAE 0,00407

    Vale de Pd e C

    NeProduo

    (kW)

    Custos

    ()

    PS 27,19 12,37

    PE 196,19 127,53

    PH 283,58 55,29

    PB 683,19 133,22

    Rede Picial 25,79 0,59

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    Figa 6. C de d da c liga

    BAE Sila

    Tabela 4. Relad Obid Cei 2

    ... e nas Figuras 7 e 8 para a simulao emM.

    Figa 7. Nei de d da idade geada da

    c liga BAE Sila

    Figa 8. C de d da c liga

    BAE Sila

    Tabela 5. Relad Obid Cei 2

    b) Caa d Vale ObidPela anlise das figuras 3 a 8, comprovase que para o

    perodo inicial os nveis de produo do segundo cenrio

    assumem valores maiores do que os observados no primeiro

    (isto devido incluso da BAE e esta estar na sua fase de

    carregamento). Por outro lado, quando a BAE entra na sua

    fase de descarregamento, dse uma diminuio brusca dos

    nveis de produo das unidades geradoras do sistema.

    Figa 9. C de d da c liga

    BAE Sila

    Vale de Pd e C

    Ne Produo (kW) Custos ()

    PS 22,39 10,19

    PE 7,39 4,81

    PH 511,57 99,76

    PB 684,59 133,49

    BAE Varivel 0,0407

    Vale de Pd e C

    Ne Produo (kW) Custos ()

    PS 23,59 10,74

    PE 7,39 4,81

    PH 609,52 118,86

    PB 576,79 112,47

    BAE Varivel 0,0407

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    Numa anlise comparativa, podese constatar que, tal como

    era de esperar, a incluso de uma BAE resulta em custos de

    produo dirios mais baixos (3099,84/dia Excel e

    3071,99/dia M) do que com a rede ligada rede

    principal (3339,47/dia). Em termos percentuais, houve um

    decrscimo de 7,18% para a simulao no Excel e um

    decrscimo de 8,01% para a simulao noM.

    Em termos dos valores das perdas de transmisso, a incluso

    de uma BAE, para alm da reduo dos custos de produo,

    reduz ainda, de forma ligeira, as perdas da rede.

    Figa 10. Caa da Peda de Tai

    Analisando a nvel numrico, a rede ligada rede principal

    possui um valor de perdas de 29,56 kW, enquanto que com a

    BAE possui um valor de 29,53 kW (reduo de 0,01%).

    Outro estudo analisado, consiste na observao do

    comportamento das linhas ao longo de um dia.

    Figa 11. Cae da Liha da c

    liga ede icial

    Figa 12. Cae da Liha da c

    liga BAE

    Como se pode comprovar, o nmero total de linhas que se

    encontra mais prxima da sobrecarga e que se encontra em

    operao normal de funcionamento, so iguais para os dois

    cenrios, em que 3 delas se encontram acima dos valores

    mdios estabelecidos e as restantes 7 se encontram dentro

    desses valores.

    Relativamente s que se encontram em estado mais crtico, a

    linha 12 a que apresenta um valor mdio percentual mais

    elevado, de aproximadamente 81% de sobrecarga (tanto

    para um cenrio como para o outro). A linha em melhores

    condies de funcionamento a 36, com um valor mdio de

    2% de carga.

    Em concluso, podese confirmar que a condio do limite

    das linhas foi verificada em ambos os cenrios, no sendo

    necessrio uma reconfigurao dos componentes da rede.

    c) Viabilidade Ecica

    A viabilidade econmica consiste numa anlise baseada em

    projees e nmero, que tem como finalidade conseguir

    saber o potencial de retorno de um projeto e saber, desta

    forma, se esse mesmo projeto deve ir adiante ou no [11].

    Para este estudo foram utilizadas 3 baterias diferentes: uma

    bateria de chumbo cido (A), um sistema de acumulador

    eltrico (B) e um sistema de ar comprimido (C).

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    Figa 13. Viabilidade a Vi de 6 a

    Figa 14. Viabilidade a Vi de 20 a

    Tendose em considerao os respetivos custos dosequipamentos, de operao e manuteno e investimento

    de cada bateria, foi possvel criar a funo da diferena entre

    os gastos acumulados da Gligada BAE e da

    Gligada rede principal (para uma viso de 6 e 20 anos).

    Como se pode verificar, pela anlise da Figura 13 e 14, as

    baterias A e C so as que apresentam condies mais

    favorveis de serem aplicadas. Contudo, a bateria C a

    preferencial entre estas duas.

    Em termos numricos, tanto para a viso de 6 anos como

    para a viso de 20 anos, a bateria A e C apresentam

    viabilidade logo a partir do ano 0. Por outro lado, a bateria C

    s apresenta viabilidade a partir do ano 4.

    IV. Ccle

    Neste relatrio foram abordados aspetos tericos sobre

    Ge Baterias de Armazenamento de Energia, com

    principal incidncia nas vantagens tcnicas e econmicas da

    introduo deste equipamento neste tipo de redes. Tal

    estudo foi possvel graas utilizao de tcnicas de

    otimizao, que foi executado na rede de estudo, sob a

    forma de diversos cenrios, desde a conexo/desconexo da

    G com uma rede eltrica principal e a

    incluso/excluso de uma Bateria de Armazenamento de

    Energia.

    Atravs dos respetivos clculos e simulaes, tornouse

    evidente que, com a integrao destas baterias numa

    G, os custos associados produo de energia eltrica

    passam a ser mais baixos. A eficincia do sistema tornase

    tambm a ser maior, pois atravs de uma comparao dos

    nveis das perdas de transmisso (apesar de no ter

    assumido grandes diferenas) sofreu uma reduo.

    Numa anlise comparativa dos valores obtidos em cada

    software (Ee M), as diferenas numricas no so

    relevantes, tendose verificado uma diferena de 27,85/dia, que se traduz em 10 165,25 /ano de custos de

    produo, ou seja, um valor inferior a uma unidade

    percentual (0,90%) dos custos totais num ano.

    Neclaa:

    Pk Potncia fornecida pela unidade geradora k

    Prede Potncia fornecida pela rede principal

    PBAE Potncia fornecida pela BAE

    Fk Funo do custo da unidade geradora k

    Frede Funo do custo da rede principal

    FBAE Funo do custo da BAE

    Pcarga Cargas totais

    Ptrans Perdas de transmisso

    Prede_min Limite inferior da potncia da rede

    Prede_max Limite superior da potncia da rede

    Pmax_car Potncia mxima de carga da BAE

    Pmax_descar Potncia mxima de descarga da BAE

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    ARTIGOTCNICO

    31

    A

    ,

    . A R N A (RNA)

    ,

    .

    A

    R E N (REN), P E,

    RNA .

    I. Id

    Atualmente a energia eltrica desempenha um papel

    fundamental, tanto a nvel econmico do pas, como a nvel

    de conforto e satisfao individual.

    Com o aumento dos produtores e a utilizao de novas

    fontes primrias de energia os diagramas de carga tm

    sofrido modificaes, devido ao carcter voltil de energias

    como o vento [1]. Deste modo, tornase ainda mais

    importante o estudo de uma metodologia de previso de

    diagramas de carga. Para tal, neste artigo utilizase as RNA,

    que so tcnicas computacionais muito utilizadas em

    estudos de previso, baseadas no funcionamento de uma

    rede neuronal biolgica, e que tm como objetivo estimar

    valores de sada com base em vrios dados de entrada.

    II. Rede eai aificiai

    As RNA so constitudas por muitas unidades de

    processamento, designadas por neurnios artificiais, que

    esto ligadas a canais de comunicao que se encontram

    associados a um determinado peso.

    Os neurnios artificiais consideram as vrias entradas

    possveis, realizam o processamento da informao

    multiplicando o sinal recebido na entrada pelo peso, que

    indica a sua influncia na sada, realiza de seguida a soma

    ponderada dos sinais que produz um determinado nvel de

    atividade e por fim se esse nvel exceder um certo limite a

    unidade produz uma resposta [1][2][3].

    Figa 1. Mdel aeic iliad ela RNA [3]

    Um diagrama esquemtico de uma RNA est presente na

    figura 2, geralmente a arquitetura destas redes composta

    por uma camada de entrada, uma ou mais camadas ocultas,

    e uma camada de sada. Regra geral, cada neurnio ligado

    aos outros neurnios da camada anterior atravs de pesos

    adaptveis [3][4].

    Figa 2. Eea de a RNA [2]

    Silaa Mafalda Rcha, Maia Teea Ca, Mael J GaleIi Sei de Egehaia d P

    PREVISO DO DIAGRAMA DE CARGA DE SUBESTAES DA REN UTILIZANDO REDES

    NEURONAIS

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    ARTIGOTCNICO

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    III. Md deelid aa a alica

    Para o desenvolvimento de uma rede neuronal utilizouse a

    ferramenta N N F , do MALAB. Esta

    ferramenta resolve problemas de ajuste de inputoutput de

    uma rede neuronalde duas camadas, utilizando

    o algoritmo deLM .

    Figa 3. Eea da aiea da RN

    A arquitetura das redes treinadas composta por dados de

    entrada (I), uma camada oculta (H L), com

    neurnios ocultos ativados pela funo tangente hiperblica,

    uma camada de sada (O L), com neurnios de

    sada ativados pela funo linear, e finalmente pelos dados

    de sada (O).

    Eca elh e de ei

    A primeira fase do mtodo desenvolvido para alcanar a

    melhor rede, para o processo de previso, passou por

    efetuar 5 treinos para cada um dos quatro conjuntos

    diferentes de neurnios, 10, 20, 25 e 30, que foram

    estipulados com o intuito de alargar o campo de opes para

    chegar a melhores resultados.

    Atravs da ferramenta utilizada, no MATLAB, e analisando os

    dados obtidos no fim do processo de aprendizagem para os

    diferentes nmeros de neurnios, a melhor rede obtida foi

    para 30 neurnios alcanando um erro mdio quadrtico de

    6,94868, no subconjunto do treino.

    Figa 4. Pge da elh ede, c 30 ei

    Figa 5. Relad da elh ede, c 30 ei

    O treino terminou com um total de 252 iteraes em 18min

    e 09s. Relativamente melhor performance de validao,

    esta foi obtida na iterao 246, com um erro mdio

    quadrtico de 6,804.

    Eca a elh eceage

    Aps obter o melhor nmero de neurnios a prxima fase

    passa por adquirir as melhores percentagens a utilizar em

    cada subconjunto (treino, validao e teste) da ferramenta.

    Com a finalizao de todos os treinos para os casos possveis

    e a sua anlise, verificase que a melhor opo de

    percentagens a utilizar de 75% de Treino, 15% de Validao

    e 10% de Teste, tendo em considerao os resultados

    obtidos e o facto de subconjunto de Treino ser o mais

    relevante.

    Iac de difeee cj de dad a be da

    ede ideal

    Com a definio da estrutura e parmetros da rede

    possvel passar realizao de treinos para alcanar a rede

    com os resultados mais favorveis. Nesta fase importante

    analisar que tipo de dados causam um maior impacto na

    aprendizagem da rede e assim verificar a importncia que

    tm no treino.

    Ao longo dos vrios treinos e sua anlise, para os diferentes

    conjuntos de dados (Temperatura, Humidade, Vento,

    Luminosidade e Feriados) possvel comprovar que dados

    como Feriados so essenciais, neste tipo de estudo, para

    alcanar melhores resultados.

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    Figa 9. Relad da elh ede, c d dad,

    da bea de Eeide

    As figuras 8 e 9 demonstram os progressos e resultados da

    melhor rede obtida para a subestao de Ermesinde. Esta

    rede atingiu um erro mdio quadrtico de 16,09205 no

    subconjunto de treino, alcanando a sua melhor

    performance de validao na iterao 619, com um erro de17,1039.

    IV. Pei d diagaa de caga

    A previso dos diagramas de carga foi feita para dois dias e

    duas semanas, escolhidos aleatoriamente, do ms de Maro

    de 2015, para as subestaes da Prelada e de Ermesinde.

    A realizao da previso consistiu em utilizar a melhor rede

    encontrada no processo de aprendizagem, atravs da

    ferramenta N N F , para cada uma das

    subestaes em anlise, e o conjunto de Inputs, com todos

    os dados disponveis correspondentes ao dia ou semana que

    se pretende efetuar a previso, e utilizar a funo criada para

    calcular sadas.

    Figa 10. F calcla ada (O)

    Pei de Diagaa de Caga d dia 18 de Ma de 2015,

    da bea da Pelada

    Utilizando a funo presente na figura 10 e a respetiva rede

    e Inputs, obtevese o grfico representado na figura 11.

    Tm um grande impacto na aprendizagem da rede, o que

    seria de esperar pois quando se trata de produo e/ou

    consumo de carga, neste tipo de dias, tem tendncia a

    diminuir. No entanto, quando se utiliza todos os dados no

    mesmo treino possvel alcanar bons resultados,

    demonstrando que os dados em conjunto facilitam a

    aprendizagem e lhe permitem um maior conhecimento de

    comportamento passado.

    Figa 6. Pge da elh ede, c d dad,

    da bea da Pelada

    Figa 7. Relad da elh ede, c d dad,

    da bea da Pelada

    As figuras 6 e 7 demonstram os progressos e resultados

    obtidos na melhor rede encontrada, utilizando todos os

    dados disponibilizados pela REN, para a subestao da

    Prelada. A rede contm um erro de 6,26863 correspondente

    ao treino e um valor de regresso de 0,990823 para o

    mesmo subconjunto. A melhor performance obtida quanto

    validao est presente na iterao 323 com um erro de

    6,1945.

    Figa 8 Pge da elh ede, c d dad,

    da bea de Eeide

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    Figa 11. Gfic de Pei de Diagaa de Caga d dia

    18 de Ma de 2015

    Atravs da anlise da figura 11 verificase que os valores

    obtidos atravs da previso so prximos dos valores reais,

    no entanto tm tendncia a serem ligeiramente inferiores.

    Realizando a diferena entre os valores representados no

    grfico de previso obtmse o erro existente entre eles que

    , em mdia, 4,28, tendo uma variao entre 8,70 e 0,04.

    Pei de Diagaa de Caga da 1 eaa de Ma de

    2015, da bea da Pelada

    Novamente utilizando a funo presente na figura 10 e a

    respetiva rede eI, obtevese o seguinte grfico.

    Figa 12. Gfic de Pei de Diagaa de Caga da 1

    eaa de Ma de 2015

    Analisando o grfico possvel afirmar que a utilizao de

    redes neuronais pode ser uma ajuda na previso de

    diagramas de carga uma vez que os resultados obtidos so

    muito prximos dos resultados reais, no entanto deve ser

    tido em ateno o erro presente no processo de

    aprendizagem, que nunca chega a ser nulo e neste caso tem

    um valor de 2,49 (erro mdio). A variao de erro ocorre

    entre os valores 9,88 e 0,01.

    Pei de Diagaa de Caga d dia 30 de Ma de 2015,

    da bea de Eeide

    Mais uma vez utilizando a funo presente na figura 10 e a

    respetiva rede e Inputs, obtevese o grfico de previso do

    dia 30 de Maro, neste caso para a subestao de Ermesinde.

    Figa 13. Gfic de Pei de Diagaa de Caga d dia

    30 de Ma de 2015

    Podese verificar que os valores obtidos na previso tm

    tendncia a serem superiores aos valores esperados,

    contrariamente ao que acontecia na subestao da Prelada.

    Podese verificar ainda um aumento do erro entre os dois

    conjuntos de dados medida que o tempo aumenta,

    principalmente a partir das 17h, aproximadamente. O erro

    mdio atingido, neste dia, foi de 7,17, existindo uma

    variao entre um erro mximo de 24 e um mnimo de 0,01.

    Pei de Diagaa de Caga da 2 eaa de Ma de

    2015, da bea de Eeide

    Atravs da funo presente na figura 10 e a respetiva rede e

    Inputs, obtevese o seguinte grfico.

    Figa 14. Gfic de Pei de Diagaa de Caga da 2

    eaa de Ma de 2015

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    de qual ser o comportamento que a carga ter num

    determinado espao de tempo e uma aproximao da

    quantidade de carga que ser utilizada.

    Para concluir este artigo, um especial agradecimento REN e

    seus engenheiros, pelo apoio e disponibilizao de dados

    que tornou possvel a elaborao deste estudo.

    VI. Refecia

    [1] RODRIGUES, Ricardo. Previso dos consumos na RNT

    considerando a produo distribuda Desenvolvimento

    de um procedimento de apoio deciso do Gestor do

    sistema. FEUP, 2014.

    [2] BARROS, Tiago. Previso de carga Comparao de

    tcnicas. FEUP, 2014.

    [3] HAYKIN, Simon. Neural Networks A comprehensive

    Foundation. 2 Edio. Pearson Education, Canad,

    1999.

    [4] KALOGIROU, Soteris A.; BOJIC, Milorad. Artificial neural

    networks for the prediction of the energy consumption

    of a passive solar building. Department of Mechanical

    and Marine Engineering, Higher Technical Institute,

    Cyprus, e University of Kragujevac, Faculty of Mechanical

    Engineering, Department of Energy and Process

    Engineering, Yugoslavia. Elsevier Science Ltd., 2000.

    Podese verificar que, mais uma vez, os valores alcanados

    na previso tendem a ser ligeiramente superiores aos dados

    reais, no entanto seguem a linha dos resultados esperados. A

    variao do erro, nesta situao, ocorreu entre 19,75 e 0,005

    o que calculou um erro mdio de 5,01.

    V. Ccle

    Analisando o comportamento dos dados obtidos nas

    previses em comparao com os dados reais possvel

    concluir que as redes neuronais permitem obter previses

    credveis e satisfatrias. Conseguem seguir sempre a

    tendncia do comportamento dos valores reais. No caso das

    previses realizadas para a subestao da Prelada os valores

    obtidos tm tendncia a serem inferiores aos valores reais,

    enquanto na subestao de Ermesinde acontece o oposto.

    Quanto ao valor mdio dos erros obtidos, no processo de

    previso, so um pouco elevados, este valor devia ser mais

    prximo de zero e para que tal seria necessrio aumentar o

    nmero de treinos realizados e utilizar dados meteorolgicos

    prprios de cada localizao, diminuindo as variaes.

    Podese concluir que as RNA so realmente um bom mtodo

    para conseguir boas previses. Na previso de diagramas decarga pode ser uma maisvalia, pois possvel ter uma noo

    Na la:

    Fa Pefi Sbl Fa Pefi Sbl

    1024 yotta Y 101 deci d

    1021 zetta Z 102 centi c

    1018 exa E 103 mili m

    1015 peta P 106 micro

    1012 tera T 109 nano n

    109 giga G 1012 pico p

    106 mega M 1015 femto f

    103 kilo K 1018 atto a

    102 hecto h 1021 zepto z

    101 deca da 1024 yocto y

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    DIVULGAO

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    CURSOS DEPSGRADUAES DECURTADURAO

    O Departamento de Engenharia Eletrotcnica do Instituto Superior de Engenharia do Porto, disponibiliza um conjunto de

    cursos de especializao de curtadurao destinados fundamentalmente aos alunos de cursos de engenharia, bacharis,

    licenciados e mestres recmformados na rea da Engenharia Eletrotcnica e/ou Engenharia Eletrnica, assim como quadros

    no ativo que pretendam atualizar conhecimentos ou adquirirem competncias em reas transversais da Engenharia

    Eletrotcnica.

    Os cursos tero uma durao varivel entre as 8 e as 16 horas, funcionaro sextafeira em horrio pslaboral, ou

    preferencialmente ao sbado de manh. O requisito mnimo para frequentar estes cursos ser o 12 ano completo, sendo

    recomendada a frequncia de uma licenciatura ou mestrado em Engenharia Eletrotcnica e/ou Engenharia Eletrnica.

    Departamento de Engenharia Eletrotcnica

    Instituto Superior de Engenharia do Porto

    Rua Dr. Antnio Bernardino de Almeida, 471, 4200 072 Porto

    Telefone: +351 228340500 Fax: +351 228321159

    www.dee.isep.ipp.pt

    Dispositivos Lgicos Programveis (FPGAs) Mquinas Eltricas Assncronas de Induo

    Eficincia Energtica na Iluminao Pblica Mquinas Eltricas Sncronas de Corrente Alternada

    Instrumentao e Medidas Eltricas Projeto ITED de uma Moradia Unifamiliar

    Mquinas Eltricas Transformadores Projeto de Redes de Terra em Instalaes de Baixa Tenso

    Mquinas Eltricas de Corrente Contnua Verificao, Manuteno e Explorao Instalaes Eltricas de Baixa Tenso

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    .

    A Norma EN 60669 aplicase a interruptores de comando

    manual de uso comum para corrente alternada, de tenso

    estipulada igual ou inferior a 440 V e de corrente estipulada

    igual ou inferior a 63 A, destinados a instalaes eltricas

    fixas, domsticas e anlogas, interiores ou exteriores.

    2. Claifica a ligae ei

    Quanto s ligaes possveis, os interruptores para

    instalaes eltricas fixas, domsticas e anlogas so

    classificados nos tipos indicados na Tabela 1.

    3. Claifica a dicia de abea d

    ca

    Quanto distncia de abertura dos contatos, os

    interruptores para instalaes eltricas fixas, domsticas e

    anlogas podem ser classificados nos seguintes tipos:

    Interruptores de distncia normal de abertura dos

    contactos;

    Interruptores de pequena distncia de abertura dos

    contactos;

    Interruptores de muito pequena distncia de abertura

    dos contactos;

    Interruptores sem distncia de abertura dos contactos.

    1. Ae geai

    Um interruptor (mecnico) definido como um aparelho

    mecnico de conexo capaz de estabelecer, de suportar e de

    interromper correntes nas condies normais do circuito,

    incluindo, eventualmente, as condies especificadas de

    sobrecarga em servio.

    um aparelho que ainda capaz de suportar, num tempo

    especificado, correntes nas condies anormais

    especificadas para o circuito, tais como as resultantes de umcurtocircuito.

    Pode ser capaz de estabelecer correntes de curtocircuito

    mas no de as interromper.

    Os interruptores de baixa tenso so divididos nos seguintes

    tipos principais:

    Interruptores para instalaes eltricas fixas, domsticas

    e anlogas;

    Interruptores de uso industrial.

    Os interruptores para instalaes eltricas fixas, domsticas

    e anlogas observam o disposto na norma NPEN60669.

    Ai Ag Aaj GeIi Sei de Egehaia d P

    INTERRUPTORES(MECNICOS)PARA INSTALAES ELTRICAS FIXAS, DOMSTICAS E

    ANLOGAS

    Deiga Ne de f

    Iee ilae 1

    Iee bilae 2

    Iee ilae 3

    Iee ilae c ce de e 03

    Cade de ecada 6

    Cade de le 5

    Cade de ecada c i de deliga 4

    Cade de ecada bilae 6/2

    Iee de g 7

    Pde ae i iee, c fe idica difeee, a bae c.

    O e de f e e eie a i de deliga ab alicel a be de e e a iee de ca ee.

    Tabela 1. Claifica a ligae ei d iee aa ialae elica fia, dica e alga

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    4. Claifica a a ga de e ca

    efei ejdiciai deid eea de ga

    Quanto ao grau de proteo contra os efeitos prejudiciais

    devidos penetrao de gua, os interruptores para

    instalaes eltricas fixas, domsticas e anlogas so

    classificados nos seguintes tipos:

    IPX0;

    Interruptores sem proteo contra a penetrao de

    gua;

    IPX4;

    Interruptores protegidos contra a projeo de gua;

    IPX5.

    Interruptores protegidos contra jatos de gua.

    5. Claifica a a ga de e ca

    ace a ae eiga e ca efei

    ejdiciai deid eea de c lid

    eah

    Quanto ao grau de proteo contra o acesso a partes

    perigosas e contra os efeitos prejudiciais devidos

    penetrao de corpos slidos estranhos os interruptores

    para instalaes eltricas fixas, domsticas e anlogas so

    classificados nos seguintes tipos:

    IP2X;

    Interruptores protegidos contra o acesso s partes

    perigosas com um dedo e contra os efeitos

    prejudiciais devidos penetrao de corpos slidos

    estranhos de dimetro igual ou superior a 12,5 mm;

    IP4X;

    Interruptores protegidos contra o acesso s partes

    perigosas com um fio e contra os efeitos prejudiciais

    devidos penetrao de corpos slidos estranhos de

    dimetro igual ou superior a 1,0 mm;

    IP5X.

    Interruptores protegidos contra o acesso s partes

    perigosas com um fio e protegidos contra a

    penetrao de poeira.

    6. Claifica a a ce de aba

    ie

    Quanto ao processo de manobra os interruptores para

    instalaes eltricas fixas, domsticas e anlogas so

    classificados nos seguintes tipos:

    Interruptores rotativos;

    Interruptores de alavanca;

    Interruptores de tecla basculante;

    Interruptores de boto de presso;

    Interruptor de comando em que o rgo de manobra

    acionado atravs de uma fora exercida por uma

    parte do corpo humano, geralmente o dedo ou a

    palma da mo, tendo capacidade para armazenar a

    energia necessria para regressar ao seu estado

    inicial, utilizando por exemplo uma mola.

    Interruptores de cordo.

    Interruptor manobrado por meio de um cordo que

    altera o estado dos contactos, quando tracionado.

    7. Claifica a a i de age

    Quanto ao tipo de montagem os interruptores para

    instalaes eltricas fixas, domsticas e anlogas so

    classificados nos seguintes tipos:

    Interruptores para montagem saliente;

    Interruptor que depois de ser instalado se encontra

    completamente acima da superfcie de instalao.

    Interruptores para montagem embebida;

    Interruptor que se destina principalmente a ser

    instalado numa caixa de aparelhagem para instalao

    embebida.

    Interruptores para montagem semiembebida;

    Interruptor que se destina principalmente a ser

    instalado numa caixa de aparelhagem para instalao

    semiembebida.

    Interruptores para montagem em painel;

    Interruptor que se destina principalmente a ser

    instalado num painel que possui uma abertura

    atravs da qual o interruptor fica acessvel.

    Interruptores para montagem em ombreira de porta.

    Interruptor com um espelho de dimenses que

    permitem a sua instalao numa ombreira de porta.

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    8. Claifica a a d de iala

    Quanto ao mtodo de instalao, como consequncia da

    conceo