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7/25/2019 Monografia Edio Final
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIRIDO
DEPARTAMENTO DE CINCIAS ANIMAIS
ENGENHARIA DE PESCA
CARLOS ANTONIO BESERRA DA SILVA JNIOR
SUSTENTABILIDADE DA CAPTURA DA ICTIOFAUNA ACOMPANHANTE NA
PESCA DE CAMARO EM SO CRISTOVO, AREIA BRANCA - RN.
MOSSOR
2011
7/25/2019 Monografia Edio Final
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CARLOS ANTONIO BESERRA DA SILVA JNIOR
SUSTENTABILIDADE DA CAPTURA DA ICTIOFAUNA ACOMPANHANTE NA
PESCA DE CAMARO EM SO CRISTOVO, AREIA BRANCA.
Monografia apresentada a Universidade FederalRural do Semirido - UFERSA, Departamento deCincias Animais para a obteno do ttulo deEngenheiro de Pesca.
Orientador (a): Prof. Dr. Caroline Vieira Feitosa- UFERSA
MOSSOR2011
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Ficha catalogrfica preparada pelo setor de classificao ecatalogao da Biblioteca Orlando Teixeira da UFERSA
S586s Silva Jnior,Carlos Antonio Beserra da.
Sustentabilidade da captura da ictiofauna acompanhante
na pesca de camaro em So Cristvo, Areia Branca. / Carlos
Antonio Beserra da Silva Jnior. -- Mossor, 2011.
35f.: il.
Monografia (Graduao em Engenharia de Pesca) Universidade Federal Rural do Semi-rido. Pr-Reitoria
de Graduao.Orientadora: Profa. Dra. Caroline V. Feitosa
1.By catch. 2. Pesca- Camaro. 3. Areia Branca-RN4.Vulnerabilidade. I. Ttulo.
CDD: 639.5Bibliotecria: Vanessa Christiane Alves de Souza
CRB-15/452
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Aos meus pais, Carlos Silva e Mundinha, a minha
irm Carla Munique e a Dbora, minha companheira, por
terem me ajudado e me servido de suporte nesse incio da
minha longa caminhada. Sem vocs no teria chegado a
lugar algum!.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus, por ter me guiado durante toda a minha vida. Sem Ele euno seria absolutamente nada.
A toda minha famlia, por sempre terem me apoiado em cada deciso tomada, e me dadoconcelhos nos momentos mais importantes. Vocs so tudo pra mim!
A Dbora, por apesar de todos os pesares ter estado sempre ao meu lado, e me compreendidonos momentos mais difceis. Te amo.
A Prof. Carol, pela orientao e pelas grandes ajudas e conselhos nessa fase final da minhagraduao. Muito obrigado por ter sido essa mezona no s pra mim mais pra todos os
seus orientados.
Prof. Dr. Maria Elisabeth de Arajo, e ao Prof. Dr. Jos Lus da Costa Novaes poraceitarem fazer parte da minha banca.
Ao pessoal do laboratrio Natlia, Ebelardo, Arthur, Laurinha e Estefani. Pelas ajudas nascoletas e nos longos finais de semana perdido fazendo biometria da ruma de peixe que
sempre vinham em nossas coletas.
A o pessoal da turma 2006.2, Natlia, Alexandre, Dany, Luciana, Daniel, Weslley, PauloVictor, Cristiane e Jefferson que apesar de no ser a minha turma desde o comeo, meaceitara e hoje so minha verdadeira turma. Valeu galera!
A Stephanie, Danny, Luciana, Ebelardo, Thiago, Arthur, Daniel, Alexandre e a todo o resto dagalera, pelos momentos de descontrao tanto na velha e boa cantina da UFERSA, como foradela.
Ao Hugo e a Buda, por fornecerem o barco durante um ano, pra nossa coleta de dados.
E finalmente a todos que direta ou indiretamente participaram dessa difcil e longa caminhadade 5 anos. Apesar de o nome no est aqui, sou igualmente agradecido a todos. Muitoobrigado!
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Disse tambm Deus: Povoem-se as guas deenxames de seres viventes; e voem as aves
sobre a terra, sob o firmamento dos cus.
Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos
e todos os seres viventes que rastejam, os
quais povoavam as guas, segundo as suas
espcies; e todas as aves, segundo as suas
espcies. E viu Deus que isso era bom.
Gnesis 1:20-21
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RESUMO
A presente pesquisa teve como objetivo avaliar a sustentabilidade de captura da ictiofaunaacompanhante na pesca de arrasto do camaro. As espcies foram analisadas de acordo comdois critrios de sustentabilidade estabelecidos a seguir: (1) vulnerabilidade captura pelarede de arrasto e mortalidade ocasionada por esta pescaria; e (2) capacidade de recuperao daespcie aps um colapso da populao. Dentro de cada critrio as espcies foram classificadasde 1 a 3 em um ranking baseado em avaliaes individuais. Para cada ranking foi dado um
peso que variou de acordo com a sua importncia e aps essa classificao, os dados foramplotados em um grfico que avaliou quais espcies possuam captura mais e menossustentvel. Foi registrado um total de 58 espcies capturadas como fauna acompanhante,
pertencentes a 28 famlias. As espcies que apresentaram uma captura mais sustentvel para
este tipo de pescaria foram Chirocentrodon bleekerianus e Anchoa tricolor. Pomadasyscorvinaeformis e Isopisthus parvipinnis foram os organismos que apresentaram uma menorsustentabilidade em sua captura. Acredita-se que os resultados da pesquisa por serem inditosenquanto abordagem e possibilidade de aplicao no ordenamento desta pescaria poderoembasar medidas futuras de gerenciamento pesqueiro.
Palavras-chave:Bycatch. Capacidade de recuperao. Vulnerabilidade.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Baa de So Cristvo, Areia Branca RN (a) e imagem de satlite da rea deestudo (b).................................................................................................................................. 13
Figura 2 - Classificao das espcies capturadas como ictiofauna acompanhante, com seusrespectivos critrios, que refletem a sua susceptibilidade captura e a sua capacidade derecuperao. A combinao desses critrios fornece a sustentabilidade dacaptura...................................................................................................................................... 25
Figura 3 Anlise de correspondncia mostrando a relao positiva entre as espcies e oscritrios utilizados para avaliar susceptibilidade e capacidade derecuperao.............................................................................................................................. 27
Figura 4 Anlise de correspondncia mostrando a relao negativa entre as espcies e oscritrios utilizados para avaliar susceptibilidade e capacidade derecuperao.............................................................................................................................. 28
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Critrios utilizados para avaliar a susceptibilidade das espcies capturadas comofauna acompanhante e sua mortalidade relacionada ao petrecho de pesca. Para cada critriofoi estabelecido seu peso e sua definio................................................................................. 17
Tabela 2 - Espcies capturadas como bycatch na praia de So Cristvoe seus respectivosnomes comuns.......................................................................................................................... 20
Tabela 3 - Classificao das espcies em relao ao critrio susceptibilidade........................ 23
Tabela 4 - Classificao das espcies em relao ao critrio capacidade de recuperao....... 24
Tabela 5Tamanho de primeira captura, tamanho de primeira maturidade, probabilidade dosindivduos capturados estarem abaixo do tamanho de primeira maturidade, probabilidade de jterem reproduzido, comprimento mdio e mximo das espcies e ndice de mortalidade (z)
para cada espcie...................................................................................................................... 29
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SUMRIO
1 INTRODUO................................................................................................................... 10
2 REFERNCIAL TERICO.............................................................................................. 11
3MATERIAIS E MTODOS............................................................................................... 123.1 REA DE ESTUDO.......................................................................................................... 123.2 AMOSTRAGENS.............................................................................................................. 133.3 ANLISES DOS DADOS................................................................................................. 133.4 ANLISES DOS CRITRIOS.......................................................................................... 183.5 ANLISES ESTATSTICAS............................................................................................ 18
4 RESULTADOS E DISCUSSO........................................................................................ 18
5 CONCLUSES................................................................................................................... 30
REFERNCIAS..................................................................................................................... 31
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1 INTRODUO
Devido aos avanos tecnolgicos, bem como o aumento na quantidade deembarcaes, os estoques pesqueiros vm sofrendo intensa presso pesqueira e gerando
consequentemente, a sobreexplotao destes (ISAAC et al., 2006). A pescaria de arrasto de
camaro vem ganhando bastante destaque nos ltimos anos, principalmente por ser praticada
em quase todo o litoral brasileiro e apresentar grande importncia econmica e social nas
regies onde ela realizada (BRANCO, 2005). Este tipo de pesca extremamente
heterognea devido baixa seletividade do petrecho utilizado (KLIPPEL, 2005).
Por utilizar rede de arrasto, a pesca do camaro uma das grandes causadoras deimpactos no ambiente marinho. Dentre as principais consequncias desta pescaria, destacam-
se os impactos diretos e indiretos no ecossistema e na biodiversidade (KNIEB, 1991),
alteraes fsicas no substrato ocenico (e.g. remoo de rochas e corais e aplanao da
topografia natural do fundo) (PILSKALN et al., 1998), modificaes nos ciclos qumicos, a
mineralizao do carbono e os fluxos biogeoqumicos (RIEMANN; HOFFMAN, 1991).
Uma parte significativa da fauna capturada nas pescarias de arrasto devolvida ao
mar. Esta devoluo pode ocorrer devido s espcies no terem importncia econmica ou por
serem de pequeno porte, mesmo que pertenam espcie alvo da pescaria. Uma grande
quantidade dos exemplares devolvidos ao mar j esto mortos e por este motivo so
denominados de descarte ou rejeite (BRANCO, 1999). Bycatch ou fauna acompanhante a
poro da captura que devolvida ao mar por motivos econmicos, legais ou decises
pessoais, juntamente com a parte capturada de espcies que no so alvo da pescaria
(McCAUGHRAN, 1992).
Alverson et al. (1994) estimam que aproximadamente 27 milhes de toneladas de
fauna acompanhante so descartadas mundialmente a cada ano, causando um enorme impacto
ambiental nas regies onde so realizadas e nas populaes das espcies que so capturadas
como bycatch. A pesca de arrasto de camaro gera mais descarte do que qualquer outro tipo
de captura, originando assim um tero do descarte mundial (ALVERSON et al., 1994). O
valor total da quantidade de descarte encontra-se em torno de cinco vezes a produo de
camaro, tornando-se, portanto um dos maiores problemas em relao utilizao dos
recursos marinhos (CLUCAS, 1997). Esta pescaria possui a maior diversidade de espcies,
como cnidrios, moluscos, equinodermatas, peixes e entre outros, sendo a participao dessa
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fauna frequentemente elevada. Outra caracterstica relevante desta atividade a captura de
indivduos imaturos (BRANCO, 1999; BRANCO; VERANI, 2006).
Apesar dos peixes constiturem o principal componente da captura incidental, verifica-
se que, na maioria das vezes so capturados e no so quantificados na estatstica pesqueira
(COELHO et al., 1986). Estima-se que a proporo mundial por arrasto em peso
camaro/peixe de 1:5 kg em guas temperadas e de 1:10 kg em guas tropicais (SLAVIN,
1983). A composio da ictiofauna acompanhante capturada formada principalmente por
indivduos ainda em fase juvenil, representando uma perda considervel na formao da
futura biomassa alimentar e, principalmente colocando em risco manuteno de sua
sustentabilidade (TISCHER; SANTOS, 2001).
Pouco se conhece sobre o ciclo de vida das espcies capturadas. Alm disto, osindivduos correm o risco de estarem sendo capturados antes de atingirem o tamanho de
primeira maturao sexual (PINA, 2009). Pesquisas sobre a ictiofauna acompanhante da pesca
do camaro limitam-se ao registro das espcies e quantificao da captura (VIANNA;
ALMEIDA, 2005). Apenas dois trabalhos foram realizados com enfoque na sustentabilidade
da captura da ictiofauna acompanhante (STOBUTZKI et al. ,2001; FEITOSA et al. ,2008),
porm apenas o de Stobutzki et al (2001) avaliou os impactos decorrentes na pesca do
camaro.Diante do exposto, torna-se fundamental avaliar a susceptilidade da fauna
acompanhante rede de arrasto, bem como conhecer a capacidade de recuperao destes
indivduos. Estas informaes podero embasar futuras medidas de manejo para este tipo de
pescaria de grande valor comercial no litoral brasileiro. A presente pesquisa tem como
objetivo verificar a susceptibilidade e a capacidade de recuperao das espcies capturadas
como bycatchna pesca de camaro na praia de So Cristvo, Areia BrancaRN.
2 REVISO DE LITERATURA
Os impactos da pesca sobre as populaes de peixe so pouco conhecidos, pois muitas
vezes quando capturados como bycatchno feito nenhum registro nem quantificao das
espcies (PINA, 2009). A atividade pesqueira em alta escala nos oceanos vem interferindo
nos ecossistemas marinhos, causando assim, grandes alteraes ecolgicas nos ltimos
cinquenta anos (WARD; MYERS, 2005). No que concerne captura acidental, muitos
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estudos de quantificao da fauna acompanhante tem sido realizados, porm ainda h poucas
informaes sobre tamanho, composio e variao sazonal das espcies capturadas como
bycatch na pesca de arrasto de camaro (VIANA; ALMEIDA, 2005). Os dados disponveis
sobre a fauna acompanhante da pesca de camaro so incompletos, principalmente para o
Atlntico Sul, onde a quantidade de informaes muito baixa (ALVERSON et al., 1994).
3 MATERIAIS E MTODOS
3.1 REA DE ESTUDOA costa do estado do Rio Grande do Norte pode ser dividida em duas diferentes reas:
litoral norte, compreendido entre as cidades de Touros e Tibau, e o litoral oriental, localizado
entre os municpios de Rio do Fogo e Baa Formosa. A praia de So Cristvo, que faz parte
do municpio de Areia Branca, encontra-se nas coordenadas 45529.83 S e 36572.91W,
estando assim localizada no litoral norte do estado, regio tambm conhecido como Costa
Branca (Figura 1). Tambm conhecida como baa de So Cristvo, esta praia caracteriza-se
como reflectiva, devido predominncia de ondas de baixa energia. O substrato predominante arenoso/lamoso. Esta regio caracterizada por ter um clima semirido quente onde
prevalece uma estao seca (junho a janeiro) e uma estao chuvosa (fevereiro a maio), com
precipitao mdia anual inferior a 750 mm (IDEMA 2002; 2003). Por serem do tipo
semidiurnas, as mars dessa regio mostram uma disparidade diria, com nvel mdio do mar
133,1 cm, amplitude de mar de quadratura de 127,79 cm e amplitude da mar de sizgia de
284,55 cm (GARCIA JNIOR, 2006). Os ventos que se sobressaem nessa regio so os de
nordeste-leste, com uma maior velocidade no perodo do vero, chegando mxima de 8,5m/s nos meses de outubro e mnima de 0,7 m/s no perodo do inverno, nos meses de abril
(IDEMA, 2003).
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Figura 1Baa de So Cristvo, Areia BrancaRN (a) e imagem de satlite da rea de
estudo (b).
Fonte: Autoria prpria, 2011; Google Earth, 2010.
3.2 AMOSTRAGENS
Foram realizados mensalmente arrastos de fundo com portas, paralelos linha da
costa, na direo da corrente, com durao de 30 minutos e em mars de sizgia. O petrecho
utilizado foi uma rede-de-arrasto com portas, com 15 m de comprimento e 8,60 m de largura e
abertura de malha de 4 cm, puxada por um camaroneiro com motor de 46 HP e 6 cilindros
com velocidade de 2.5 ns. Durante a coleta, os peixes foram acondicionados em uma caixa
de isopor e depois foram levados para laboratrio onde permaneceram armazenados em um
freezer, para posteriormente realizar a identificao, pesagem e medio (comprimento total e
padro) dos indivduos.
3.3 ANLISES DOS DADOS
As espcies foram analisadas quanto aos aspectos ecolgicos e biolgicos, sendo, estas
informaes obtidas atravs de publicaes especficas (FIGUEIREDO; MENEZES, 1978,
1980, 2000; MENEZES; FIGUEIREDO, 1980, 1985; CARVALHO FILHO, 1999; FROESE;
PAULY, 2011). Apenas as espcies que obtiveram abundncia relativa superior a 0.5% foramanalisadas. Para avaliar a sustentabilidade de captura da ictiofauna acompanhante a
a b
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metodologia proposta por Stobutzki et al. (2001) e Feitosa et al. (2008) foi adaptada e
empregada na presente pesquisa. As espcies foram analisadas de acordo com dois critrios
de sustentabilidade estabelecidos a seguir: (1) vulnerabilidade captura por rede de arrasto e
mortalidade ocasionada por esta pescaria; e (2) capacidade de recuperao da espcie aps um
possvel colapso da populao. Para cada ndice de sustentabilidade foram atribudos valores
que variam de 1 a 3, sendo o 1 o valor mais alto, ou seja, a espcie altamente susceptvel a
captura ou possui uma baixa capacidade de recuperao. Dependendo do critrio avaliado,
esses valores so baseados em dados categricos ou contnuos em uma tabela (Tabela 1). Os
valores obtidos para cada conjunto de critrios foram plotados em um grfico que indicou as
espcies com a captura mais e menos sustentvel. Quando uma informao especfica sobre
uma dada espcie no estiver disponvel, pode ser atribudo para esta o mesmo valorfornecido para as demais espcies pertencentes mesma famlia ou gnero. Caso as
informaes para as espcies desta famlia no estejam disponveis, atribui-se o valor 1 como
critrio de precauo (STOBUTZKI et al.,2001).
O critrio captura diurna/noturna deveria ser considerado (STOBUTZKI et al. ,2001),
entretanto, na prtica observa-se que os arrastos de camaro geralmente so realizados no
perodo noturno, porm com a escassez da espcie alvo, esta pescaria passou a ser realizada
24h (TOMZ et al., 2003). Portanto, a anlise do critrio captura diurna/noturna foiindiferente e no foi considerado.
Os critrios adotados para analisar a susceptibilidade das espcies captura e
mortalidade associada pesca foram os seguintes:
Posio na coluna dgua:
Como os arrastos de camaro geralmente so operados prximo ao fundo, as espcies
demersais e bentnicas esto mais propensas captura do que as pelgicas (STOBUTZKI
et al., 2001).
Habitat preferencial:
As espcies foram classificadas de acordo com a sua preferncia pelo tipo de substrato.
Este critrio reflete a probabilidade de ocorrer sobreposio entre a rea onde ocorrem
os arrastos e o habitat das espcies. Como a pesca de camaro ocorre em fundos no
consolidados, as espcies que ocorrem neste habitat tero uma maior vulnerabilidade ao
petrecho.
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Sobrevivncia:
Esse critrio foi descrito em um estudo realizado por Wassenberg e Hill (1989) e Hill e
Wassenber (1990), sobre a sobrevivncia da fauna acompanhante capturada em arrastos.
Aps o arrasto, os indivduos foram observados e registrado se estavam vivos ou mortos.
A sobrevivncia foi divida em 3 partes para facilitar a classificao das espcies:
probabilidade de sobrevivncia 33,3%, 33,3 < probabilidade de sobrevivncia < 66,6%
e probabilidade de sobrevivncia 66,6%.
Dieta
Este critrio est relacionado com a ocorrncia dos principais itens alimentares das
espcies nas reas onde ocorrem os arrastos. Espcies que se alimentam de organismos
bentnicos e/ou demersais possuem uma maior susceptibilidade ao arrasto do que as que
se alimentam de organismos pelgicos.
Profundidade da rea de pesca
Arrastos comerciais geralmente so realizados em uma profundidade entre 15m e 40m de
profundidade (SOMERS, 1994), entretanto, na praia de So Cristvo so realizados em
regies mais rasas (6m). Uma sobreposio entre a profundidade do arrasto e a
distribuio espacial das espcies na coluna dgua poder influenciar na susceptibilidadeda captura. Organismos que vivem em uma maior profundidade geralmente tem um
refugio espacial maior contra os arrastos, tornando-os menos susceptvel a esta arte de
pesca.
Para avaliar a capacidade de recuperao da populao, foram analisados seis
indicadores: maturidade, tamanho mximo, relao entre a captura e o esforo (CPUE),
estratgia reprodutiva, hermafroditismo e ndice de mortalidade.
MaturidadeEst relacionado com a probabilidade da maioria dos indivduos capturados estarem
acima do tamanho de primeira maturao estabelecido para determinada espcie
(STOBUTZKIet al., 2001). Caso a pesca esteja incidindo sobre os indivduos acima do
tamanho de primeira maturao, esta ter uma maior capacidade de recuperao, caso sua
populao entre em declnio.
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Tamanho mximo:
O tamanho mximo de uma espcie utilizado como um indicador relativo de sua
capacidade de recuperao. As espcies que atingem grande porte tendem a viver mais,
possuem crescimento lento e maturao tardia, portanto, suas populaes recuperam-se
mais vagarosamente do que aquelas que crescem menos (ROBERT; HAWKINS, 1999).
Relao entre a captura e esforo (CPUE):
Geralmente a captura por unidade de esforo (CPUE) no proporcional abundncia do
recurso ou da espcie, entretanto acredita-se que se determinada espcies apresentar uma
baixa capacidade de recuperao e for removida do ambiente em grandes quantidades
esta poder est susceptvel a um possvel risco de extino. Para o presente estudo a
CPUE foi calculada e os seus valores extremos foram divididos em trs partes para a
classificao entre os indivduos (Tabela 1). Este critrio foi medido em indivduos/h de
arrasto.
Estratgia reprodutiva:
Espcies com poder de disperso por longas distncias esto menos vulnerveis a um
possvel risco de extino (ROBERT; HAWKINS, 1999). Assim, a resilincia das
espcies estrategistas r superior quelas que so estrategistas k.
Hermafroditismo:
Espcies hermafroditas podem ter uma baixa capacidade de recuperao, pois a pesca
pode selecionar indivduos de determinado tamanho e assim, a reproduo estar
comprometida, uma vez que o esforo de pesca pode estar dirigido a um dos sexos apenas
(HAWKINS; ROBERTS, 2003).
ndice de mortalidade:A capacidade de recuperao de uma populao esta diretamente relacionada a este ndice
(SPARRE; VENEMA, 1992), e ser calculado atravs da seguinte formula:
ndice de mortalidade = (LmaxLmed)/(LmedLmin),
Onde: Lmaxcomprimento mximo registrado na literatura; Lmedcomprimento mdio
total dos indivduos capturados; Lmincomprimento mnimo dos indivduos observados
na amostra. Os valores extremos obtidos atravs do calculo do ndice de mortalidade,
foram divididos em trs partes para facilitar a classificao entre os indivduos (Tabela
1).
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Tabela 1Critrios utilizados para avaliar a susceptibilidade das espcies capturadas como fauna acompanhante e sua mortalidade relacionadaao petrecho de pesca. Para cada critrio foi estabelecido seu peso e sua definio.
Fonte: Adaptada de Stobutzki et al., 2001.
Critrios Peso do critrio 1 2 3
Susceptibilidade
Posio na coluna dgua 3 Demersal ou bentnico Bentopelgicos Pelgico
Habitat preferencial 3 Substrato no consolidado Substrato rochoso Habitat sem influncia de pesca
Sobrevivncia 3 Probabilidade de sobrevivncia 33,3% 33,3% < probabilidade de sobrevivncia < 66,6% Probabilidade de sobrevivncia66,6%
Dieta 3 Alimenta-se de organismos demersais ou bentnicos Alimenta-se de organismos bentopelgicos Alimenta-se de organismos pelgicos
Prof. da rea de pesca 1 Menor que 40m - Maior que 40m
Recuperao
Maturidade 3 Indivduos imaturos < 50% Indivduos aptos para reproduo > 50%
Tamanho mximo 3 Tamanho mximo 33,8 cm 10,6 cm < tamanho mximo < 33,8 cm Tamanho mximo 10,6
CPUE 3 CPUE 267 indivduos/h de arrasto 9,2 inds/h de arrasto < CPUE
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3.4 ANLISES DOS CRITRIOS
Para calcular os ndices de susceptibilidade total ou de remoo foi utilizada a seguinte
equao (STOBUTZKI et al., 2001):
Onde: Si refere-se ao ranking da susceptibilidade total ou de recuperao da espcie i; wj =
peso do critrio j; Ri = peso da espcie i para o critrio j; n = nmero total de critrios para
cada eixo.
3.5 ANLISES ESTATSTICAS
A avaliao da normalidade dos dados foi analisada atravs do teste Lilliefors (BioStat
5.0 softwareInstituto de Desenvolvimento Sustentvel Mamirau), onde todo os conjuntosde dados obtiveram uma distribuio normal. Foram analisados testes paramtricos e anlises
multivariadas: teste Z (BioStat 5.0 software), utilizado para verificar a probabilidade dos
animais capturados estarem acima ou abaixo do tamanho de primeira maturao, os valores de
p variarem entre 0,012 e 0,496, sendo esta a probabilidade dos organismos serem capturados
abaixo do seu tamanho de primeira maturao; anlise fatorial de correspondncia (AFC)
(Multivariate Statistical Package MVSP 3.1 software), empregada para determinar e
descrever a correlao entre as espcies e cada critrio avaliado, a porcentagem de variao
cumulativa para os dois eixos foi de 89,39%.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Foram registradas como fauna acompanhante, 58 espcies pertencentes a 48 gneros e
28 famlias, totalizando 8.894 indivduos capturados (Tabela 2). A presente pesquisa
comprovou que a pesca de arrasto de camaro no seletiva para a praia de So Cristvo,
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pois a maior parte dos indivduos capturados se encontra abaixo do seu tamanho de primeira
maturao.
Muitas espcies capturadas como fauna acompanhante no possuem valor econmico
e so devolvidas ao mar. Aps serem descartadas, a taxa de sobrevivncia destes indivduos
duvidosa, uma vez que sofrem grande estresse devido captura. A baixa sobrevivncia
tambm est relacionada com os efeitos fisiolgicos que a descompresso causa em peixes,
pois so removidos de grandes profundidades e trazidos para a superfcie rapidamente
(Nguyen, 2009).
A metodologia aplicada neste estudo foi desenvolvida com o propsito de classificar a
ictiofauna acompanhante de acordo com o seu possvel risco de extino devido sua captura
como bycatch. Esta anlise influenciada pela variao do comprimento e a proporo deindivduos jovens e imaturos analisados, tamanho mximo da espcie e de primeira
maturao, bem como com o ndice de mortalidade.
Para anlise da sustentabilidade de captura Pomadasys corvinaeformis, Cathorops
spixii, Stellifer rastrifer, Pellona harroweri, Stellifer stellifer, Chirocentrodon bleekerianus,
Larimus breviceps, Menticirrhus americanus, Conodon nobilis, Polydactylus virginicus,
Anchoa spinifer, Selene setapinnis, Isopisthus parvipinnis, Cetengraulis edentulus, Anchoa
tricolor, Selene vomer e Bagre marinus foram analisadas, pois apresentaram abundnciarelativa acima de 0,5%.
As informaes fornecidas para o critrio susceptibilidade foram especficas para cada
espcie. Os valores obtidos para este critrio variaram entre 1,0 e 1,7. P. virginicus e C.
bleekerianus obtiveram o menor e o maior valores para a susceptibilidade, respectivamente.
Com este resultado pode-se afirmar que o P. virginicus, seguido de M. americanus e P.
corvinaeformis, apresentaram uma alta susceptibilidade ao petrecho utilizado. Enquanto C.
bleekerianus,L. breviceps, C. nobilis,A. spinifer, C. edentuluseA. tricolorforam as espciesmenos susceptveis rede de arrasto (Tabela 3).
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Tabela 2Espcies capturadas como fauna acompanhante na praia de So Cristvo e seusrespectivos nomes comuns.
Famlia Nome Cientifico Nome Vulgar n
Haemulidae Pomadasys corvinaeformis (Steindachner, 1868) Cor branco 1604
Ariidae Cathorops spixii(Agassiz, 1829) Bagre amarelo 1391Sciaenidae Stellifer rastrifer(Jordan, 1889) Cango 1365
Pristigasteridae Pellona harroweri(Fowler, 1917) Sardinha 879Sciaenidae Stellifer stellifer(Jordan & Snyder, 1902) Congo 860
Pristigasteridae Chirocentrodon bleekerianus(Poey, 1867) Sardinha dentua 659Sciaenidae Larimus brevicepsCuvier, 1830 Boca mole 552Sciaenidae Menticirrhus americanus(Linnaeus, 1758) Pomba de mulato 272
Haemulidae Conodon nobilis(Linnaeus, 1758) Cor amarelo 178Polynemidae Polydactylus virginicus(Linnaeus, 1758) Barbudo amarelo 123
Engraulidae Anchoa spinifer(Valenciennes, 1848) Arenque branco 121Carangidae Selene setapinnis (Mitchill, 1815) Galo da costa 109Sciaenidae Isopisthus parvipinnis(Cuvier, 1830) Pescada de dente 88
Engraulidae Cetengraulis edentulus(Cuvier, 1829) Arenque rolio 74Engraulidae Anchoa tricolor (Spix & Agassiz, 1829) Manjuba-chata 72Carangidae Selene vomer(Linnaeus, 1758) Peixe galo 56
Ariidae Bagre Marinus(Mitchill, 1815) Bagre bandeira 55Trichiuridae Trichiurus lepturusLinnaeus, 1758 Peixe espada 39Diodontidae Chilomycterus spinosus spinosus(Linnaeus, 1758) Baiacu de espinho 33Sciaenidae Stellifer brasiliensis(Schultz,. 1945) Cango 32Aphipiidae Chaetodipterus faber(Broussonet, 1782) Paru branco 27
Paralichthydae Citharichthys macrops Dresel, 1885 Linguado 26Cynoglossidae Symphurus tessellatus (Quoy & Gaimard, 1824) Solha 23
Ariidae Genidens barbus (Lacpde, 1803) Bagre 22Ariidae Bagre bagre(Linnaeus, 1766) Bagre fita 21
Sciaenidae Bairdiella ronchus(Cuvier, 1830) Pescada espinho duro 18Carangidae Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766) Palombeta 17Gerreidae Eucinostomus melanopterus (Bleeker, 1863) Caratinga 17
Pristigasteridae Opisthonema oglinum (Lesueur, 1818) Sardinha-lage 14
Triglidae Prionotus punctatus (Bloch, 1793) Cabrinha 14Dasyatidae Dasyatis guttata(Bloch & Schneider, 1801) Raia pontuda 12Lutjanidae Lutjanus synagris (Linnaeus, 1758) Ariac 12
Haemulidae Genyatremus luteus(Bloch, 1790) Sanho 11Dactylopteridae Dactylopterus volitans(Linnaeus, 1758) Falso voador 10Paralichthydae Citharichthys spilopterusGnther, 1862 Linguado 9Tetraodontidae Sphoeroides greeleyi Gilbert, 1900 Baiacu 9
Achiridae Trinectes paulistanus(Miranda Ribeiro, 1915) Solha 8Gymnuridae Gymnura micrura(Bloch and Scheneider, 1801) Raia manteiga 7
Sparidae Archosargus probatocephalus(Walbaum, 1792) Sargo de dente 7Achiridae Achirus declivisChabanaud, 1940 Linguado 6Gerreidae Diapterus rhombeus (Cuvier, 1829) Carapeba 6
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Sciaenidae Nebris microps Cuvier, 1830 Peixe banana 6
Ariidae Notarius grandicassis(Valenciennes, 1840) Bagre 4Engraulidae Anchoa filifera (Fowler, 1915) Rabo-de-fogo 4Carangidae Uraspis secunda (Poey, 1860) Cara de gato 3
Sparidae Archosargus rhomboidalis (Linnaeus, 1758) Sargo amarelo 3Cynoglossidae Symphurus plagusia(Bloch & Schneider, 1801) Solha 2
Sciaenidae Paralonchurus brasiliensis (Steindachner, 1875) Maria-luza 2Sphyraenidae Sphyraena guachancho Cuvier, 1829 Barracuda 2Synodontidae Synodus intermedius (Spix & Agassiz, 1829) Peixe lagarto 2Acanthuridae Acanthurus chirurgus (Bloch, 1787) Carana preta 1
Batrachoididae Thalassophryne nattereri,Steindachner, 1876 Niquin 1Carangidae Trachinotus falcatus(Linnaeus, 1758) Carbebu 1Haemulidae Haemulon aurolineatum Cuvier, 1830 Xira-branca 1
Mullidae Pseudupeneus maculatus (Bloch, 1793) Saramunete 1Scombridae Scomberomorus cavalla (Cuvier, 1829) Cavalinha 1Serranidae Rypticus randalliCourtenay, 1967 Peixe sabo 1
Tetraodontidae Sphoeroides testudineus(Linnaeus, 1758) Baiacu mirim 1Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
As espcies capturadas pela rede de arrasto apresentaram as mesmas caractersticas
quanto ao habitat preferencial e a profundidade da rea de pesca. Observou-se que o habitat
daquelas capturadas era principalmente composto por sedimento de areia ou lama,coincidindo com o substrato da rea de estudo. As espcies bentopelgicas e demersais ou
bentnicas, so mais vulnerveis ao petrecho, uma vez que esta pescaria captura
principalmente quelas com este padro de distribuio na coluna dgua. Sendo assim,
peixes que habitam fundos rochosos ou so pelgicos no so considerados vulnerveis a este
tipo de arte de pesca, pois os arrastos no ocorrem neste tipo de substrato e a abundncia de
espcies pelgicas em arrasto no elevada (JENNINGS et al., 2001).
Quanto sobrevivncia, as espcies como maior resistncia aps o arrasto, pertencem
famlia Ariidae, Scianidade e Haemulidae. A taxa de sobrevivncia acima de 33,3 % torna
possvel a devoluo destes indivduos capturados, ainda com vida, ao mar. Alm disto, a
baixa profundidade da rea de estudo (6m) representa um fator positivo para esta
sobrevivncia, pois as espcies no sofrero com problemas descompressivos decorrentes da
profundidade.
No que concerne ao hbito alimentar, as espcies capturadas alimentam-se
principalmente de organismos bentnicos ou demersais e bentopelgicos. Estas se tornam
mais susceptveis ao arrasto do que as pelgicas, pois a preferncia pelo alimento ir
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influenciar diretamente a posio da espcie na coluna dgua (WOOTTON, 1989) e
consequentemente, na susceptibilidade ao petrecho utilizado.
Analisando a tabela 3 pode-se verificar que os critrios fundamentais para a
classificao divergente entre as espcies, como por exemplo P. harroweri,L. brevicepse B.
marinus foram posio na coluna dgua, sobrevivncia e dieta. Estas variaes esto
relacionadas com o funcionamento da rede de arrasto que, embora atue no fundo, captura
tambm espcies pelgicas durante o seu iamento.
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Tabela 3Classificao das espcies em relao ao critrio susceptibilidade.
Susceptibilidade
Espcies/Peso 3 3 3 3 1 lassificao
Posio na coluna d'gua Habitat preferencial Sobrevivncia Dieta Prof. rea de pesca
Chirocentrodon bleekerianus 3 1 1 2 1 1.7
Larimus breviceps 2 1 2 2 1 1.7
Conodon nobilis2 1 2 2 1 1.7
Anchoa spinifer 3 1 1 2 1 1.7
Cetengraulis edentulus 3 1 1 2 1 1.7
Anchoa tricolor 3 1 1 2 1 1.7
Cathorops spixii 1 1 3 1 1 1.5
Stellifer rastrifer 2 1 2 1 1 1.5
Pellona harroweri 3 1 1 1 1 1.5
Stellifer stellifer 2 1 2 1 1 1.5
Selene setapinnis 2 1 1 2 1 1.5
Isopisthus parvipinnis 2 1 1 2 1 1.5
Selene vomer 2 1 1 2 1 1.5
Bagre marinus 1 1 3 1 1 1.5Pomadasys corvinaeformis 1 1 2 1 1 1.2
Menticirrhus americanus 1 1 2 1 1 1.2
Polydactylus virginicus 1 1 1 1 1 1.0Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
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Tabela 4 - Classificao das espcies em relao ao critrio capacidade de recuperao.
Capacidade de recuperao
Espcies/Peso 3 3 3 2 1 1 Classificao
Maturidade Tamanho mximo CPUE Estratgia reprodutiva Hermafroditismo ndice de mortalidade (z)
Anchoa tricolor 3 2 2 3 3 3 2.5Pellona harroweri 3 2 2 3 3 2 2.5
Stellifer stellifer 3 2 2 3 3 2 2.5Chirocentrodon bleekerianus 3 2 2 3 3 2 2.5Cathorops spixii 3 2 2 2 3 2 2.3Selene vomer 1 3 2 3 3 2 2.2Stellifer rastrifer 1 2 2 3 3 2 2.0Larimus breviceps 1 2 2 3 3 2 2.0Menticirrhus americanus 1 2 2 3 3 2 2.0Conodon nobilis 1 2 2 3 3 2 2.0Polydactylus virginicus 1 2 2 3 3 2 2.0Anchoa spinifer 1 2 2 3 3 2 2.0Selene setapinnis 1 2 2 3 3 2 2.0Cetengraulis edentulus 1 2 2 3 3 2 2.0Bagre marinus 1 2 3 2 3 1 2.0
Pomadasys corvinaeformis 1 2 1 3 3 2 1.8Isopisthus parvipinnis 1 1 2 3 3 2 1.8
Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
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Na tabela 4 esto listadas as espcies com suas classificaes em funo da capacidade
de recuperao. P. corvinaeformis e I. parvipinnis mostraram os menores valores. P.
harroweri, S. stellifer, C. bleekerianuse A. tricolorapresentaram a maior resilincia em caso
de declnio da populao, com o valor de 2,5 para todas. Os critrios empregados para a
capacidade de recuperao obtiveram valores bem diferenciados entre as espcies, exceto o
hermafroditismo, visto que todos os txons capturados so diicos (e.g. FIGUEIREDO;
MENEZES, 1978, 1980, 2000; MENEZES; FIGUEIREDO, 1980, 1985).
Baseado nas informaes apresentadas nas tabelas 3 e 4 pode-se afirmar que as
espcies que apresentaram uma captura mais sustentvel foram C. bleekerianuseA. tricolor,
enquantoP. corvinaeformiseI. parvipinnisrepresentam a menos sustentvel (Figura 2).
Figura 2 - Classificao das espcies capturadas como ictiofauna acompanhante, com seusrespectivos critrios, que refletem a sua susceptibilidade captura e a sua capacidade derecuperao. A combinao desses critrios fornece a sustentabilidade da captura.
Fonte: Autoria prpria, 2011.
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A anlise fatorial de correspondncia para a capacidade de recuperao e
susceptibilidade mostrou queP. harroweri, C. bleekerianus,A. tricolor, S. stellifere C. spixii
esto associadas ao critrio maturidade. Em relao sobrevivncia, este critrio influenciou
positivamente C. spixiie B. marinus(figura 3). A dieta e a posio na coluna dgua foram
essenciais para a baixa susceptibilidade de C. edentulus e A. spiniferao petrecho. Relaes
negativas foram observadas para C. spixiieB. marinusem relao dieta e posio na coluna
dgua; C. edentulus P. harroweri, C. bleekerianus, A. tricolor e A. spinifer e o critrio
sobrevivncia; B. marinus P. corvinaeformis, M. americanus e maturidade (figura 4). A
porcentagem de variao cumulativa para os dois eixos foi de 89,39%.
Espcies que apresentam uma maturao tardia so altamente vulnerveis a um
possvel risco de extino (ROBERTS; HAWKINS, 1999; JENNINGS et al., 2001;HUTCHINGS; REYNOLDS, 2004).
Devido alta captura de indivduos que haviam desovado pelo menos uma vez, P.
harroweri, C. bleekerianus,A. tricolor, S. stellifere C. spixiimostraram relao direta com a
maturidade.
Os comprimentos mdio e o mnimo registrados para P. corvinaeformis e I.
parvipinnis encontram-se abaixo do seu tamanho de primeira maturao, sendo 47,6% e
45,6% as probabilidades dos indivduosP. corvinaeformise I. parvipinnis, respectivamente,serem capturados antes do tamanho de primeira maturao. O oposto foi observado para os
indivduos de C. spixii, S. stellifere C. bleekerianus, como probabilidades de 85,1%, 98,8 % e
94,4%, respectivamente (Tabela 5).
Espcies de grande porte so geralmente correlacionadas com outros fatores ligados a
vulnerabilidade, como maturao tardia, e alta probabilidade de serem capturadas pelas redes
de arrasto (REYNOLDS et al., 2005; HUTCHINGS; REYNOLDS, 2004). O tamanho do
corpo uma medida utilizada na avaliao da capacidade de recuperao por estar relacionadacom a taxa de crescimento intrnseco de uma populao. Desta maneira, essa medida pode ser
aplicada para populaes e em espcies quando os dados biolgicos so mnimos, ou no
esto disponveis. Para a presente pesquisa o tamanho mximo no teve uma grande
influncia em relao capacidade de recuperao das espcies, pois nenhuma das espcies
capturadas de grande porte.
A relao entre a captura e o esforo (CPUE) geralmente no proporcional
abundncia (FONTELES-FILHO, 1989a). Portanto, acredita-se que se determinada espcie
apresenta uma baixa capacidade de recuperao e for removida do ambiente em grandes
quantidades, esta poder estar susceptvel a um possvel risco e extino. P. corvinaeformise
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B. marinus apresentaram valores extremos para a CPUE, sugerindo que estas espcies so
altamente vulnerveis ao petrecho.
Dentre as espcies capturadas apenas B. marinus e C. spixii apresentaram desova
demersais e cuidado parental. Este tipo de estratgia reprodutiva influencia negativamente a
capacidade de recuperao, uma vez que o desenvolvimento dos ovos depende da incubao
oral (CARVALHO-FILHO, 1999).
Caso uma grande quantidade de indivduos em idade reprodutiva, de qualquer que seja
a espcie, estejam sendo removidas pela pesca, poder haver flutuaes no recrutamento
implicando em um desequilibro na estrutura etria, pois ir aumentar a populao de
indivduos imaturos no estoque, acarretando assim, uma diminuio no tamanho de primeira
maturao sexual (FONTELES-FILHOS, 1989b).ParaB. marinusfoi empregado o princpio da precauo para a maturidade, uma vez
que no foi encontrada na literatura informaes sobre o tamanho de primeira maturao
sexual desta espcie. Alm disto, esta possui cuidado parental (CARVALHO-FILHO, 1999),
como foi mencionado no pargrafo acima. Desta forma, o somatrio desses dois parmetros
foi fundamental para a baixa capacidade de recuperao da espcie.
Figura 3 Anlise de correspondncia mostrando a relao positiva entre as espcies e oscritrios utilizados para avaliar susceptibilidade e capacidade de recuperao.
Fonte: Autoria prpria, 2011.
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Figura 4Anlise de correspondncia mostrando a relao negativa entre as espcies e oscritrios utilizados para avaliar susceptibilidade e capacidade de recuperao.
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Tabela 5Tamanho de primeira captura, tamanho de primeira maturidade, probabilidade dos indivduos capturados estarem abaixo do tamanhode primeira maturidade, probabilidade de j terem reproduzido, comprimento mdio e mximo das espcies e ndice de mortalidade (z) para cadaespcie.
Espcies n L' (cm) L(50)Pro. L