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DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA ANLISE DE
VIABILIDADE TCNICA -ECONMICA DA IMPLANTAO DE SISTEMAS DE
COGERAO.
Joo Pedro Magluf Mittidiero Rosa Fabres
Projeto de Graduao apresentado ao Curso de
Engenharia Mecnica da Escola Politcnica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessrios obteno do
ttulo de Engenheiro.
Orientador: Silvio Carlos Anibal de Almeida,
DSc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
FEVEREIRO DE 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Departamento de Engenharia Mecnica
DEM/POLI/UFRJ
DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA ANLISE DE
VIABILIDADE TCNICA -ECONMICA DA IMPLANTAO DE SISTEMAS DE
COGERAO.
Joo Pedro Magluf Mittidiero Rosa Fabres
PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO
DE ENGENHARIA MECNICA DA ESCOLA POLITCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE
ENGENHEIRO MECNICO.
Aprovado por:
__________________________________________________
Prof. Silvio Carlos Anibal de Almeida, DSc (Orientador)
__________________________________________________
Prof. Daniel Onofre de Almeida Cruz, DSc
__________________________________________________
Prof. Fernando Pereira Duda, DSc
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
FEVEREIRO DE 2014
iii
Fabres, Joo Pedro Magluf Mittidiero Rosa
Desenvolvimento de uma ferramenta para anlise de
viabilidade tcnica-econmica da implantao de sistemas de
cogerao/ Joo Pedro Magluf Mittidiero Rosa Fabres. Rio de
Janeiro: UFRJ/ Escola Politcnica, 2013.
XVI,103p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Silvio Carlos Anibal de Almeida
Projeto de Graduao UFRJ/ Escola Politcnica/ Curso de
Engenharia Mecnica, 2013.
Referncias Bibliogrficas: p. 91-92.
1. Cogerao. 2. Viabilidade tcnica-econmica. 3.
Aproveitamento de energia. 4. Turbina a gs. 5. Motor de combusto
interna. I. Almeida, Silvio Carlos Anibal de. II. Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Escola Politcnica, Curso de Engenharia Mecnica.
III. Ttulo.
iv
ronger,
richer, quicker, or smarter. Everything is within. Everything exists. Seek nothing outside
of yourself.
Miyamoto Musashi
v
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Ludmila Magluf Rosa e Joo Luiz Mittidiero Fabres, por toda
ajuda, apoio e amor que me deram durante toda minha vida, sem os quais minha
formao no seria e a mesma. Por sempre confiarem em mim e me apoiar em minhas
escolhas. Por sempre estarem do meu lado em todas as dificuldades que eu pudesse
passar. Por me mostrar que a generosidade e bondade so sempre recompensadas. Por
me ensinar a nunca desistir e sempre acreditar em meus sonhos. Que eles tenham a
certeza que meu maior orgulho de t-los como meus pais.
A Andressa Capella Correa, minha companheira durante esses 5 anos, por todo seu
amor durante esse perodo. Por toda sua cumplicidade, honestidade, companheirismo e
pacincia. Por ser um verdadeiro porto seguro nas horas difceis. Por ser um dos meus
maiores exemplos de dedicao e fora de vontade. Por fim, por ser a grande razo em
me fazer acreditar que ainda h pessoas de corao puro no mundo.
Aos meus amigos e colegas da engenharia mecnica por toda ajuda,
companheirismo e amizade durante esses 5 anos de curso. Pelas inmeras noites em
claro. Por me mostrarem que mesmo quando no parece haver uma sada, para tudo h
uma soluo.
A todos os meus amigos e tcnicos em minha carreira como atleta, por me
ensinarem que com disciplina e trabalho duro tudo possvel. Por me ensinarem a ter
pacincia e foco. Por me ensinarem a sempre estar mais preparado que ontem e menos
preparado que amanh.
Ao meu orientador, Prof. Silvio Carlos Anibal de Almeida, por todas as
oportunidades oferecidas durante minha graduao. Pela oportunidade de realizar este
projeto e, principalmente, por toda sua ajuda, ateno e cooperao durante o projeto.
A toda equipe da GT2 Energia, por toda infraestrutura, apoio, motivao e
oportunidades durante esses dois ltimos anos. Em especial, agradeo a Gustavo R S
Pinto por toda pacincia, ensinamentos e dedicao.
Por fim, gostaria de agradecer a todo o povo brasileiro, que me permitiu estudar sem
custos em uma das melhores escolas de engenharia do pas. Espero poder retribuir o
favor gerando conhecimento que possa fazer com que o Brasil continue caminhando
para frente.
vi
Resumo do Projeto de Graduao apresentado Escola Politcnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessrios para a obteno do grau de Engenheiro Mecnico.
DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA ANLISE DE
VIABILIDADE TCNICA E ECONMICA DA IMPLANTAO DE SISTEMAS
DE COGERAO.
Joo Pedro Magluf Mittidiero Rosa Fabres
Fevereiro/2014
Orientador: Silvio Carlos Anibal de Almeida, DSc
Curso: Engenharia Mecnica
O presente trabalho apresenta uma ferramenta computacional, COGENERA M12,
desenvolvida na plataforma MS Excel, e que propicia a anlise de viabilidade tcnica e
econmica da implantao de centrais de cogerao de energia.
Conhecidas as demandas eltrica e trmica da planta, a ferramenta calcula o
consumo energtico da planta original e sugere a tecnologia mais adequada para a
implantao de cogerao. O programa dispe tambm de um banco de dados de
equipamentos para cogerao. A ferramenta possibilita que o usurio cadastre novos
equipamentos no banco de dados. Para isso, basta que se conheam os dados de
potncia nominal, eficincia, custo de instalao, custo de manuteno e potncia
trmica que pode ser retirada do equipamento.
Uma vez escolhido o equipamento, a ferramenta desenvolvida analisa o
aproveitamento energtico do sistema selecionado, comparando o desempenho dos
equipamentos, o consumo de combustvel e a energia gerada para atendimento das
demandas, tanto para a planta com cogerao como da sem cogerao. Aps realizar
essa comparao, so avaliados os aspectos econmicos atravs da simulao de fluxos
de caixa.
Por fim, so analisados trs estudos de caso utilizando a ferramenta desenvolvida.
Nos casos estudados, observou-se que o custo do gs natural um dos fatores mais
decisivos para o projeto de cogerao, e as elevadas tarifas do mercado brasileiro podem
inviabilizar esse tipo de gerao.
vii
Abstract of Undergraduate Project presented to DEM/UFRJ as a part of fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
DEVELOPMENT OF A TOOL FOR TECHNICAL AND ECONOMIC FEASIBILITY
ANALYSIS OF COGENERATION SYSTEMS IMPLEMENTATION.
Joo Pedro Magluf Mittidiero Rosa Fabres
February/2014
Advisor: Silvio Carlos Anibal de Almeida, DSc
Course: Mechanical Engineering
This work presents a computational tool, COGENERA M12, developed in MS
Excel platform, which enables the analysis of technical and economic feasibility of
installing energy cogeneration plants.
Knowing the electrical and thermal demands of the plant, the tool calculates the
energy consumption of the original plant and suggests the most appropriate technology
for the implementation of a cogeneration system. The program also offers a database of
equipments for cogeneration. The tool enables the user to register new equipment in the
database. For this, it suffices to know the data of nominal power, efficiency, installation
cost, maintenance cost and thermal power that can be removed from the equipment.
Once selected, the equipment, the developed tool analyzes the energy use of
selected system by comparing the performance of equipment, fuel consumption and
energy generated to meet the demands for both the plant with and without the
cogeneration. After making this comparison, the economic aspects are evaluated by
simulating cash flows.
Finally, three case studies using the developed tool are analyzed. In the cases
studied, it was observed that the cost of natural gas is one of the most decisive factors
for the cogeneration project, and high rates of the Brazilian market end up invalidating
this type of generation.
viii
SUMRIO
1 INTRODUO ............................................................................................................ 1
1.1 OBJETIVOS .............................................................................................. 3
1.2 ORGANIZAO DO TRABALHO ......................................................... 3
2 FUNDAMENTOS TERICOS ................................................................................... 4
2.1 COGERAO ........................................................................................... 4
2.2 TECNOLOGIAS DA COGERAO ....................................................... 7
2.2.1 TURBINA A GS .............................................................................. 7
2.2.2 MOTOR DE COMBUSTO INTERNA ........................................... 9
2.2.3 MICROTURBINA ............................................................................ 12
2.2.4 CHILLER DE ABSORO ............................................................. 13
2.3 ANLISE ECONMICA ....................................................................... 15
2.3.1 FLUXO DE CAIXA ......................................................................... 15
2.3.2 TEMPO DO PROJETO .................................................................... 16
2.3.3 MTODOS DE AVALIAO DO FLUXO DE CAIXA ............... 16
3 A FERRAMENTA DE ANLISE TCNICA -ECONOMICA .............................. 19
3.1 ............................................................................ 20
3.1.1 DEMANDA DE ENERGIA ELTRICA ......................................... 21
3.1.2 DEMANDA DE ENERGIA TRMICA .......................................... 22
3.1.3 INFORMAES ADICIONAIS ...................................................... 25
3.1.4 SELEO DO EQUIPAMENTO .................................................... 28
3.2 .......................................................................... 32
3.2.1 DEMANDA ELTRICA .................................................................. 33
3.2.2 DEMANDA DE VAPOR ................................................................ 35
3.2.3 DEMANDA TRMICA TOTAL .................................................... 37
ix
3.3 ............................................................. 40
3.4 ..................................................... 46
3.5 ...................................................... 48
3.6 .............................................................................. 53
3.7 ....................................................... 56
3.7.1 CUSTOS DE AQUISIO .............................................................. 56
3.7.2 ANLISE ECONOMICA ................................................................ 58
3.8 .............................................................. 59
3.9 ....................................................................... 61
4 ESTUDOS DE CASO ................................................................................................. 68
4.1 Caso 1 Fbrica de Papel ........................................................................ 68
4.2 Caso 2 Supermercado ............................................................................ 72
4.3 Caso 3 Hospital das clnicas .................................................................. 80
5 CONCLUSES ........................................................................................................... 89
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................... 91
APNDICE A .............................................................................................................. 93
APNDICE B ............................................................................................................... 99
x
NDICE DE FIGURAS
Figura 1 Participao dos sistemas de cogerao na matriz energtica de diversos
pases (IEA - International Energy Agency, 2008). ......................................................... 1
Figura 2 Perspectiva da participao da cogerao na produo de energia de diversos
pases (IEA - International Energy Agency, 2008). ......................................................... 2
Figura 3 Comparao entre o aproveitamento de energia das tecnologias
convencionais e da cogerao (BRANDO, 2004). ........................................................ 4
Figura 4 Exemplo de sistema de cogerao dimensionado para paridade trmica na
demanda base. ................................................................................................................... 6
Figura 5 Exemplos de sistemas de cogerao com paridade eltrica. ........................... 7
Figura 6 Esquema de um ciclo de cogerao com turbina a gs (COELHO, 2001). .... 8
Figura 7 Diagrama de energia para uma planta tpica de cogerao com turbina a gs
(COELHO, 2001). ............................................................................................................ 9
Figura 8 O ciclo dos motores 4 tempos. ...................................................................... 10
Figura 9 Comparao entre um sistema de gerao de pura eletricidade e de
cogerao, com motor de combusto interna (NOGUERIA, 2004). .............................. 11
Figura 10 Comparao do balano de energia entre um sistema de gerao de pura
eletricidade e de cogerao, utilizando motor de combusto interna (NOGUERIA,
2004). .............................................................................................................................. 11
Figura 11 Esquema de cogerao utilizando uma microturbina (DE BONA, 2006). . 13
Figura 12 Esquema de um chiller de absoro (BRANDO, 2004)........................... 14
Figura 13 Ciclo de vida do investimento de um sistema energtico (COELHO, 2001).
........................................................................................................................................ 17
Figura 14 - Tela de abertura da planilha COGENERA M12. ........................................ 20
Figura 15 Cdigo de cores utilizado para os dados da planilha. ................................. 20
Figura 16 Consumo energtico de sistemas de refrigerao (ANDREOS, 2013). ...... 27
Figura 17 Lista suspensa para seleo do equipamento. ............................................. 31
Figura 18 Lista suspensa para seleo do combustvel de queima suplementar. ........ 32
Figura 19 Exemplo de curva da demanda eltrica da planta gerada pela planilha. ..... 34
Figura 20 Exemplo de curva do consumo mensal de energia eltrica da planta. ........ 34
Figura 21 Lista suspensa para selecionara unidade de insero da demanda de vapor.
........................................................................................................................................ 36
file:///C:/Users/Joo%20Pedro/Desktop/Projeto%20Final_v5.docx%23_Toc379295628xi
Figura 22 Exemplo de curva de demanda trmica total nos dias de semana, gerada
pela planilha. ................................................................................................................... 39
Figura 23 Exemplo de curva de demanda trmica total no fim de semana, gerada pela
planilha. .......................................................................................................................... 39
Figura 24 Lista suspensa para seleo das fontes de recuperao da energia trmica. 41
Figura 25 Fatores Fc% e X requisitos para a qualificao (ANEEL, 2006). ............ 47
Figura 26 Comparao do custo anual com combustvel. ........................................... 53
Figura 27 Lista suspensa para seleo da demanda contratado no caso de no
pendncia. ....................................................................................................................... 54
Figura 28 Comparao dos custos da energia eltrica consumida na planta, .............. 56
Figura 29 ................................................................. 60
Figura 30 Janela de cadastramento de equipamentos no banco de dados. .................. 61
Figura 31 Relatrio comparativo apresentando os resultados do projeto de cogerao.
........................................................................................................................................ 62
Figura 32 Custos tpicos de sistemas de refrigerao (ANDREOS, 2013). ................ 64
Figura 33 Comparao entre as demandas eltricas e a potncia gerada pelo
equipamento. .................................................................................................................. 65
Figura 34 Comparao entre a demanda trmica nos dias de semana e o calor
recuperado do equipamento. ........................................................................................... 66
Figura 35 Comparao entre a demanda trmica nos fins de semana e o calor
recuperado do equipamento. ........................................................................................... 66
Figura 36 Comparao dos custos de operao da planta sem e com cogerao. ....... 67
Figura 37 Relatrio com os resultados da simulao para o caso da Fabrica de Papel.
........................................................................................................................................ 71
Figura 38 Curva de demanda eltrica para o caso do supermercado........................... 73
Figura 39 Curva de consumo de energia eltrica para o caso do supermercado. ........ 73
Figura 40 Curva de demanda trmica dirio para o caso do supermercado. ............... 74
Figura 41 Comparao das demandas eltricas e da potncia instalada no caso do
supermercado. ................................................................................................................. 77
Figura 42 Balano de energia da planta no caso do supermercado. ............................ 78
Figura 43 Comparao entre a demanda trmica diria e o calor til recuperado para o
caso do supermercado. .................................................................................................... 79
Figura 44 - Relatrio com os resultados da simulao para o caso do supermercado. .. 80
Figura 45 Curva de demanda eltrica no caso do hospital. ......................................... 81
file:///C:/Users/Joo%20Pedro/Desktop/Projeto%20Final_v5.docx%23_Toc379295658xii
Figura 46 Curva de consumo eltrico no caso do hospital. ......................................... 81
Figura 47 Curva de demanda trmica diria no caso do hospital. ............................... 82
Figura 48 Dados calculados para auxiliar a seleo do equipamento. ........................ 84
Figura 49 Comparao entre as demandas eltricas e a potncia gerada pelo
equipamento no caso do hospital. ................................................................................... 87
Figura 50 Comparao entre a demanda trmica nos fins de semana e o calor
recuperado do equipamento no caso do hospital. ........................................................... 87
Figura 51 Reajustes na tarifa de gs natural do segmento de cogerao, COMGS
(ANDREOS, 2013). ........................................................................................................ 88
file:///C:/Users/Joo%20Pedro/Desktop/Projeto%20Final_v5.docx%23_Toc379295662xiii
NDICE DE TABELAS
Tabela 1 Tabela de dados sobre demanda eltrica da planta sem cogerao. ............. 21
Tabela 2 Tabela de dados sobre a demanda trmica da planta sem cogerao. .......... 23
Tabela 3 Tabela de insero do horrio de funcionamento da instalao. .................. 24
Tabela 4 Tabela de informaes adicionais ................................................................. 26
Tabela 5 Tabela para insero dos objetivos da cogerao. ........................................ 28
Tabela 6 Tabela de insero de interesse de revenda de energia eltrica. ................... 28
Tabela 7 Tabela de seleo de equipamento para cogerao. ..................................... 29
Tabela 8 Faixas tpicas para razo eltrico-trmica..................................................... 30
Tabela 9 Tabela para insero da curva de demanda eltrica da planta. ..................... 33
Tabela 10 Exemplo de tabela gerada com os parmetros de entrada da parte eltrica.35
Tabela 11 Tabela de insero da demanda de vapor da planta. ................................... 36
Tabela 12 Tabela de apresentao da demanda trmica total. ..................................... 38
Tabela 13 Exemplo de tabela gerada com os parmetros de entrada da parte trmica.
........................................................................................................................................ 40
Tabela 14 Clculo do consumo especfico de gs natural pelo equipamento. ............ 40
Tabela 15 Balano de energia no equipamento. .......................................................... 41
Tabela 16 Anlise da energia gerada na cogerao ..................................................... 42
Tabela 17 Indicadores do desempenho termodinmico da cogerao. ....................... 44
Tabela 18 Verificao de qualificao da cogerao pela ANEEL. ............................ 48
Tabela 19 Clculo do consumo de combustvel na cogerao .................................... 48
Tabela 20 Clculo da tarifa do gs natural canalizado para o segmento cogerao. ... 50
Tabela 21 Clculo da tarifa do gs natural canalizado para o segmento industrial. .... 51
Tabela 22 Clculo da tarifa do gs natural canalizado para o segmento comercial. ... 51
Tabela 23 Clculo da tarifa do gs natural canalizado para o segmento residencial. .. 52
Tabela 24 Clculo da Tarifa do leo combustvel. ...................................................... 52
Tabela 25 Tabela de comparao da tarifa de combustvel. ........................................ 53
Tabela 26 Comparao do consumo de energia eltrica. ............................................ 54
Tabela 27 Comparao das tarifas de energia eltrica. ............................................... 55
Tabela 28 Tabela com os custos de aquisio da planta analisada. ............................. 57
Tabela 29 Custos Complementares da instalao da planta. ....................................... 57
Tabela 30 Anlise Financeira do projeto de cogerao. .............................................. 58
Tabela 31 Dados de demanda eltrica da Fabrica de Papel. ........................................ 69
xiv
Tabela 32 Dados de demanda trmica da Fabrica de Papel. ....................................... 69
Tabela 33 Seleo do equipamento no caso da Fabrica de Papel. ............................... 70
Tabela 34 Comparao dos resultados da planilha com os obtidos por SOUZA (2011),
para o caso da Fabrica de Papel. ..................................................................................... 72
Tabela 35 Entradas de demanda eltrica do supermercado ......................................... 74
Tabela 36 Entradas da demanda trmica do supermercado. ........................................ 75
Tabela 37 Seleo do equipamento no caso do supermercado. ................................... 76
Tabela 38 Entradas de demanda eltrica no caso do hospital...................................... 82
Tabela 39 Entradas de demanda trmica no caso do hospital. .................................... 83
Tabela 40 Venda de energia excedente no caso do hospital........................................ 83
Tabela 41 Exemplos de resultados obtidos com turbinas a gs para o caso do hospital.
........................................................................................................................................ 85
Tabela 42 Comparao dos resultados obtidos para o caso do hospital com diferentes
motores. .......................................................................................................................... 85
xv
LISTA DE SMBOLOS
Smbolos Latinos
combC Consumo de combustvel (m)
espC Consumo especfico de combustvel (m/kWh)
CaldeiraTotC , Consumo de energia da caldeira (kWh)
PmxD , Demanda eltrica mxima na ponta (kW)
FPmxD , Demanda eltrica mxima fora da ponta (kW)
termmxD , Demanda trmica mxima (kW)
PmedD , Demanda eltrica mdia na ponta (kW)
FPmedD , Demanda eltrica mdia fora da ponta (kW)
termmedD , Demanda trmica mdia (kW)
refriD Demanda de refrigerao (kW)
trmicaD Demanda trmica da caldeira (kW)
tD Total de despesas (R$)
DSCAGE , Energia consumida pela CAG dias de semana (kWh)
FSCAGE , Energia consumida pela CAG fins de semana (kWh)
DSCaldeiraE , Energia consumida pela caldeira dias de semana (kWh)
FSCaldeiraE , Energia consumida pela caldeira fins de semana (kWh)
PE Energia consumida na ponta (kWh)
FPE Energia consumida fora da ponta (kWh)
equipF Fator de utilizao do equipamento (%)
caldFC Fator de carga da caldeira (%)
PFC Fator de carga na ponta (%)
FPFC Fator de carga fora da ponta (%)
TermFC Fator de carga trmico (%)
friFCRe Fator de refrigerao (%)
xvi
h entalpia (kJ/kg)
funch Horas de funcionamento da planta (hrs)
i taxa de retorno (%)
0I Investimento inicial (R$)
m Vazo mssica (kg/s)
n Tempo de projeto (anos)
caldP Presso da caldeira (bar)
equipP Potncia do equipamento (kW)
CCQ Calor total proveniente da combusto (kW)
tilQ Calor til recuperado para cogerao (kW)
RPC Razo eltrico-trmica da planta (-)
tR Receita total (R$)
T Temperatura (C)
VPL Valor presente lquido (R$)
compW Trabalho demandado pelo compressor (kW)
tgW Trabalho gerado pela turbina a gs (kW)
liqW Trabalho lquido gerado (kW)
Smbolos Gregos
term Eficincia trmica do ciclo (%)
caldeira Eficincia da caldeira (%)
Consumo especfico do chiller (kW/TR)
1
1 Introduo
Desde a crise do petrleo na dcada de 70, as naes passaram a buscar alternativas
que possibilitassem a utilizao dos recursos energticos de maneira mais sustentvel.
Com isso, os projetos de engenharia passaram a dar cada vez mais importncia s
questes relacionadas com a eficincia energtica, que contribui para a reduo do
consumo de recursos no renovveis e, tambm, dos impactos ambientais provenientes
dos resduos industriais.
Os sistemas de cogerao de energia (CHP combined heat and power) se inserem
nesse contexto de forma a garantir uma utilizao mais eficiente dos recursos
energticos. Isto feito a partir do conceito de gerao combinada de energia eltrica,
sob a forma de eletricidade, e energia trmica, sob a forma de calor til (BALESTIERI,
2002).
Em 2007, a IEA (International Energy Agency) elaborou um relatrio, que coletou
dados de diversos pases, com o objetivo de avaliar a participao de cada pas na
gerao de energia atravs da cogerao (IEA - International Energy Agency, 2008). Os
resultados deste relatrio mostraram que a capacidade instalada em cogerao, a nvel
mundial, correspondia a apenas 9% da capacidade mundial de produo de energia.
A Figura 1 apresenta um dos resultados obtidos pela IEA (2008), que mostra a
participao da cogerao na matriz energtica de diversos pases.
Figura 1 Participao dos sistemas de cogerao na matriz energtica de diversos
pases (IEA - International Energy Agency, 2008).
2
A partir da Figura 1, possvel observar que o pas onde a cogerao tem a maior
parcela de participao na matriz energtica a Dinamarca, onde cerca de 52% de sua
energia gerada por cogerao. No outro extremo, o Brasil foi o pas analisado que
mostrou possuir menor participao da cogerao em sua matriz energtica,
correspondendo a 2% da produo total de energia.
No Brasil, o setor energtico baseado em uma forte produo hidroeltrica e,
portanto, encontra-se ainda em atraso no que diz respeito ao aproveitamento das
solues por cogerao. Ainda so escassos os estudos sobre o verdadeiro potencial do
pas na aplicao de centrais de cogerao. Contudo, o grande avano do Brasil nos
estudos com biocombustveis implica em um forte potencial de cogerao (IEA -
International Energy Agency, 2008). Como pode ser observado na Figura 2, espera-se
que at 2030 a participao da cogerao na matriz energtica brasileira suba de 2%
para 17%, ultrapassando pases como Frana, Mxico e Japo.
Figura 2 Perspectiva da participao da cogerao na produo de energia de
diversos pases (IEA - International Energy Agency, 2008).
Com isso, existe um interesse cada vez maior no desenvolvimento de ferramentas
capazes de realizar anlises de sistemas de cogerao, a fim de avaliar a viabilidade de
implantao destas solues, tentando sempre alcanar maiores eficincias energticas a
menores custos.
3
1.1 Objetivos
O principal objetivo deste trabalho apresentar o desenvolvimento de uma
ferramenta computacional, em plataforma Microsoft Excel, capaz de avaliar fatores
tcnicos e econmicos envolvidos no projeto de sistemas de cogerao de energia, em
indstrias que ainda no utilizam essa tecnologia. Esta ferramenta visa simular a
implantao de centrais de cogerao em plantas de todo tipo de porte, e propiciar ao
usurio uma anlise da viabilidade, tanto tcnica quanto econmica, da instalao de um
sistema de cogerao em seu empreendimento.
1.2 Organizao do trabalho
Esta seo faz um breve resumo do que apresentado em cada captulo do texto.
Alm deste primeiro captulo, introdutrio, este texto possui mais quatro captulos.
No segundo captulo, so apresentados conceitos fundamentais sobre a cogerao de
energia, alm das tecnologias e equipamentos utilizados para a cogerao. Alm disso,
tambm so apresentados conceitos sobre a anlise econmica envolvida em um projeto
de cogerao.
O terceiro captulo apresenta toda metodologia referente ao desenvolvimento da
ferramenta computacional. apresentada toda a memria de clculo utilizada no
programa e tambm como deve ser feita a insero de dados por parte do usurio.
O quarto captulo apresenta os estudos de caso realizados com a ferramenta. Foram
realizados trs estudos de caso com caractersticas distintas, de forma a avaliar a
flexibilidade do programa. No primeiro estudo de caso feita uma validao da
planilha, com base na comparao dos resultados com trabalhos anteriores. Em cada
estudo de caso apresentada a insero dos dados de entrada no programa e uma anlise
dos resultados encontrados.
No quinto captulo feita a concluso do trabalho, onde avaliada a eficcia do
programa desenvolvido e analisadas as implicaes dos resultados encontrados no uso
da cogerao a longo prazo no Brasil.
4
2 Fundamentos Tericos
Neste captulo apresentam-se os conceitos bsicos da cogerao e das tecnologias
envolvidas. Ao final do captulo tambm so apresentados conceitos referentes anlise
econmica adotada no estudo.
2.1 Cogerao
O conceito de cogerao pode ser definido como a produo simultnea e sequencial
de duas ou mais utilidades calor de processo e potncia mecnica e(ou) eltrica a
partir da energia disponibilizada por um ou mais combustveis (CONSELHO
MUNDIAL DE ENERGIA, 2001).
A insero da cogerao no mercado produtivo se d devido ao seu melhor
aproveitamento de energia primria, se comparado produo de uma central
convencional, onde a gerao de energia eltrica e trmica so independentes. A Figura
3 ilustra o melhor aproveitamento de energia por parte da central de cogerao
comparada a uma central convencional.
Figura 3 Comparao entre o aproveitamento de energia das tecnologias
convencionais e da cogerao (BRANDO, 2004).
5
Os sistemas de cogerao so normalmente classificados de acordo com a
sequncia de utilizao de sua energia e com o projeto de operao adotado. Em
relao sequncia de uso da energia existem duas configuraes bsicas do
sistema:
Ciclo Topping: Neste sistema, a energia da combusto utilizada
primeiramente para gerao de eletricidade, sendo a energia trmica um
subproduto do ciclo;
Ciclo Bottoming: Neste sistema, priorizado o suprimento da demanda
trmica para um processo industrial, sendo a gerao de eletricidade o
resultado da recuperao de calor de um processo que ocorre em
temperaturas mais elevadas.
Alm disso, os sistemas de cogerao podem ser classificados de acordo com o
projeto de operao, cuja seleo especfica para cada situao, dependendo da
estratgia que ser adotada pelo empreendedor. Desse modo, existem quatro modos
de operao para o projeto de um sistema de cogerao (SEMAE, 2011):
Operao em paridade trmica: Nesse modo de operao, o sistema de
cogerao projetado para ser capaz de produzir os requerimentos trmicos
em cada perodo de tempo considerado, de maneira que o calor o produto
principal e a eletricidade um subproduto da cogerao. O sistema deve ser
conectado a rede da concessionria, de modo a propiciar a venda de
eletricidade excedente ou a compra de eletricidade adicional para os casos de
dficit, dependendo dos perfis de demandas do estabelecimento e das
condies operacionais. Um exemplo de sistema de cogerao dimensionado
para paridade trmica mostrado na Figura 4;
Operao em paridade eltrica: Nesse modo de operao, o sistema
projetado para ser capaz de produzir os requerimentos eltricos em cada
perodo de tempo considerado, de maneira que a eletricidade o produto
principal e o calor um subproduto da cogerao. Se o calor produzido for
insuficiente para satisfazer as necessidades da planta, um sistema auxiliar
deve ser acionado para produzir a diferena. Um exemplo de sistema de
cogerao dimensionado para paridade trmica mostrado na Figura 5;
Operao econmica: Esse modo de operao consiste em deixar o sistema
de cogerao operando de acordo com fatores econmicos. Dessa forma, o
6
sistema opera nas opes de suprir parte, totalidade ou ainda produzir
excedente de demanda eltrica, conforme a eletricidade adquirida ou
vendida sob uma tarifa mais alta. Assim, o empresrio cogerador pode optar
pela compra de eletricidade da concessionria para completar seu
suprimento, ou se for o caso, vender o excedente. A planta deve utilizar um
equipamento suplementar para satisfazer parte ou a totalidade de sua
demanda trmica quando necessrio, dependendo das condies operacionais
da planta de cogerao;
Operao em cargas parciais: Nesse modo de operao, o sistema
subdimensionado em relao aos seus requerimentos de eletricidade e calor,
atendendo cargas parciais destas modalidades de energia. Assim, deve-se
comprar parte da eletricidade da concessionria, para suprir as demandas
eltricas, e utilizar equipamento suplementar para completar as necessidades
de calor.
Figura 4 Exemplo de sistema de cogerao dimensionado para paridade trmica
na demanda base.
7
Figura 5 Exemplos de sistemas de cogerao com paridade eltrica.
2.2 Tecnologias de Cogerao
O componente bsico de uma instalao de cogerao o equipamento que produz a
eletricidade e a energia trmica. Este equipamento caracteriza a central de cogerao. O
segundo componente mais importante o aparelho que produz frio, utilizando a energia
trmica do processo de cogerao (chiller de absoro).
As tecnologias de cogerao apresentadas neste trabalho so:
Turbina a Gs;
Motor de combusto interna;
Microturbinas;
Chiller de Absoro.
2.2.1 Turbina a Gs
Um sistema de cogerao com turbina a gs mostrado na Figura 6. Em uma
turbina a gs, o ar atmosfrico tem sua presso elevada pelo compressor (processo 1-2),
em seguida direcionado para a cmara de combusto, onde ocorre a queima do
combustvel (processo 2-3). Os produtos da combusto so expandidos na turbina
(processo 3-4), gerando trabalho de eixo. A compresso realizada utilizando parte do
Capacidade do sistema de cogerao
0
100
200
300
400
500
600
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
hora do dia
elet
rici
dad
e (k
We)
demanda cogerao na base
cogerao meia carga cogerao para pico
8
trabalho gerado na turbina. A potncia lquida ( liqW ) gerada pela turbina , portanto,
dada pela equao (2.1):
comptgliq WWW (2.1)
A eficincia trmica da turbina a gs pode ser definida pela equao (2.2):
CC
liq
termQ
W (2.2)
Figura 6 Esquema de um ciclo de cogerao com turbina a gs (COELHO, 2001).
Em sistemas de cogerao, a recuperao do calor proveniente dos gases de
exausto da turbina feita atravs da utilizao de uma caldeira de recuperao de
calor, capaz de produzir gua quente ou vapor, como pode ser visto na Figura 6. A
eficincia global do ciclo de cogerao com turbina a gs pode ser definido pela
equao (2.3):
CC
tilliq
termQ
QW (2.3)
A Figura 7 apresenta um balano de energia tpico para um ciclo de cogerao com
turbina a gs (COELHO, 2001). Observa-se que a eficincia trmica da turbina a gs,
9
equao (2.2), foi de 36,5%. Porm, a eficincia global do ciclo, equao (2.3), atingiu
86% ao se incluir o calor til recuperado dos gases de exausto.
Figura 7 Diagrama de energia para uma planta tpica de cogerao com turbina
a gs (COELHO, 2001).
A operao com turbinas a gs bastante elstica em relao aos regimes de carga,
com vantagens para cogerao por possuir baixo custo de instalao, baixo custo de
manuteno, altas temperaturas de exausto e alcanam boas eficincias globais
(COELHO, 2001).
2.2.2 Motor de combusto interna
Os motores de combusto interna se apresentam como uma excelente opo para
aplicao em sistemas de cogerao de pequeno e mdio porte, para prdios comerciais,
hospitais e supermercados (BARJA, 2006)
Existem basicamente dois tipos de motores que so empregados em plantas de
cogerao ciclo Otto e ciclo Diesel. A diferena entre os dois esta no modo de queima.
No ciclo Otto, o motor aspira uma pr-mistura de ar e combustvel e a queima iniciada
por uma centelha. No ciclo Diesel, a combusto iniciada por auto-ignio, onde o
10
combustvel no resiste as altas presses e temperaturas causadas pela compresso. No
ciclo Diesel, a combusto se propaga por meio de difuso.
Os motores de combusto interna trabalham em ciclo aberto, utilizando o ar como
fluido de trabalho. O funcionamento do motor se da pela seguinte forma: o ar
admitido mediante suco provocada pelo deslocamento de um pisto sobre um mbolo,
no qual adicionado o combustvel. Em seguida, a mistura de ar e combustvel
comprimida e ocorre a converso de energia qumica do combustvel em energia
trmica. Neste ponto, a temperatura e a presso so elevadas forando o deslocamento
do pisto sua posio inicial, onde gerado trabalho mecnico. O pisto esta
conectado a um eixo de manivelas, fazendo a converso do movimento alternativo em
rotativo. O funcionamento dos motores de combusto interna ilustrado na Figura 8.
Figura 8 O ciclo dos motores 4 tempos.
Nos sistemas de cogerao, os gases de exausto podem ser utilizados diretamente
em processos trmicos, ou indiretamente, atravs de uma caldeira de recuperao de
calor. A Figura 9 compara duas plantas que utilizam motores de combusto interna,
sendo uma de gerao de pura eletricidade e outra de cogerao. A Figura 10 apresenta
os balanos trmicos das duas plantas (NOGUERIA, 2004).
11
Figura 9 Comparao entre um sistema de gerao de pura eletricidade e de
cogerao, com motor de combusto interna (NOGUERIA, 2004).
Figura 10 Comparao do balano de energia entre um sistema de gerao de
pura eletricidade e de cogerao, utilizando motor de combusto interna
(NOGUERIA, 2004).
A partir da Figura 10 possvel observar que, em comparao entre os dois
sistemas, para uma mesma quantidade de combustvel consumida, o sistema de gerao
de pura eletricidade trabalha com uma eficincia de 35%, resultando em um total de
65% de perdas. Ao se utilizar o calor residual com o processo de cogerao agregado, a
eficincia eltrica se mantm inalterada, porm, as perdas totais diminuem para 25%
devido utilizao do calor em um processo industrial, totalizando uma eficincia
global de 75%. O calor pode ser recuperado de um motor de combusto interna de
quatro formas: a partir dos gases de exausto, do leo de lubrificao, da gua de
refrigerao do motor e da refrigerao do turbo-compressor.
12
2.2.3 Microturbina
-se, em geral, a um sistema de dimenses
relativamente reduzidas, composto por compressor, cmara de combusto, turbina e
gerador eltrico, com uma potncia eltrica total disponvel inferior a 250 kW (EPA,
2008).
A maioria das microturbinas existentes no mercado tem como funo principal
produzir eletricidade, podendo funcionar em sistemas de cogerao utilizando
equipamento adicional. Contudo, existem microturbinas prprias para aplicaes de
cogerao (EPA, 2008).
As microturbinas so, em sua maioria, turbinas a gs com apenas um estgio de
expanso. Seu funcionamento similar ao da turbina a gs. O ar admitido e conduzido
ao compressor onde sua presso elevada. Em seguida, o ar pressurizado segue para a
cmara de combusto onde ocorre a queima do combustvel. O calor liberado na
combusto eleva a temperatura da mistura ar-combustvel e consequentemente sua
presso. Os gases de exausto so, ento, expandidos em uma turbina gerando trabalho
de eixo, onde parte do trabalho utilizada para acionar o compressor e parte aciona o
gerador.
O rendimento trmico de uma microturbina da ordem de 30%, mas em sistemas de
cogerao o rendimento global do sistema pode chegar a mais de 80% (DE BONA,
2006). Na aplicao de microturbinas em cogerao, utiliza-se um trocador de calor
para aproveitar a energia trmica provinda dos gases de exausto. Com o objetivo de
aumentar o rendimento trmico da microturbina, comum que um recuperador de calor
seja integrado ao sistema para aproveitar o calor proveniente dos gases de escape para
aquecer o ar antes de entrar na cmara de combusto (DE BONA, 2006). A Figura 11
mostra um sistema de cogerao com microturbina.
13
Figura 11 Esquema de cogerao utilizando uma microturbina (DE BONA,
2006).
2.2.4 Chiller de absoro
Assim como nos chillers que funcionam segundo o ciclo de compresso de vapor,
os chillers de absoro tambm utilizam o fenmeno da retirada de calor de um
ambiente, no qual se provoca a expanso de um fluido. A diferena est no princpio de
funcionamento, que no ciclo de compresso fsico e no de absoro fsico-qumico.
A expanso realizada seria da gua ao penetrar em uma cmara contendo uma
soluo concentrada de um sal que tenha alta afinidade com a gua, como o brometo de
ltio. A absoro pela soluo concentrada da gua que entra, mantm uma baixa
presso na cmara, que propicia a expanso e, consequentemente, a retirada de calor de
um fluido aquecido que circule em uma serpentina instalada em seu interior. A soluo
fica menos concentrada (diluda) e retirada para outro compartimento, no qual
aquecida pela fonte de calor, e vaporiza a gua. Com isso, a soluo torna-se novamente
concentrada, retornando cmara de expanso, a qual receber novamente a gua
resultante da condensao do vapor produzido. A fonte quente que alimenta um chiller
de absoro pode ser dada por meio de queima direta de combustvel, ou por meio de
queima indireta, sendo alimentado por vapor, gua quente ou gases de exausto. Um
esquema de um chiller de absoro pode ser visto na Figura 12.
14
Figura 12 Esquema de um chiller de absoro (BRANDO, 2004).
As vantagens dos chillers de absoro sobre os chiller de compresso so
(BRANDO, 2004):
Consumo eltrico muito baixo;
Nveis reduzidos de rudo e vibrao;
Ausncia de emisses de substncias nocivas para a camada de oznio.
Quando projetado um sistema de cogerao para uma instalao de utilidades que
inclui o fornecimento de refrigerao para o ambiente, existe uma preferencia em optar
por um chiller de absoro, em substituio ao tradicional chiller de compresso
(BRASIL, 2005). O sistema de refrigerao por absoro tem como principal virtude o
fato de depender muito pouco de energia eltrica (BRANDO, 2004). Apesar de
possuir uma eficincia menor do que o chiller de compresso, o sistema de absoro
viabiliza a cogerao na medida em que desloca para a parcela de demanda trmica o
que seria uma demanda eltrica (BRASIL, 2005).
15
2.3 Anlise Econmica
A implantao de um sistema de cogerao que economize fontes energticas no
garante ao investidor benefcios econmicos. Dessa forma, os custos associados ao uso
da cogerao devem ser relativamente menores aos custos de atendimento das
demandas de maneira convencional para que esta opo se constitua em uma vantagem.
Contudo, no basta apenas que estes custos sejam menores. preciso considerar,
tambm, o peso que os investimentos de aquisio dos sistemas de cogerao tm em
um projeto. Dessa forma, preciso ir alm da questo da anlise de eficincia
energtica, e analisar os aspectos financeiros e, com isso, verificar a viabilidade do
projeto. Para isso, existem mtodos usuais, que so aplicados na ferramenta
desenvolvida.
2.3.1 Fluxo de caixa
O fluxo de caixa um instrumento de contabilidade que considera as entradas e
sadas de recursos financeiros (SOUZA, 2011). Em um projeto de cogerao,
considerada como entrada a reduo anual de custos proveniente da implantao da
central de cogerao. As sadas consideradas so impostos, amortizaes de dvidas e
juros de financiamento.
Os impostos considerados so:
Imposto de renda (IR);
Alquota de 34% incidente sobre o lucro;
PIS e COFINS que juntos somam uma alquota de 9,25% (SOUZA, 2011).
As outras sadas do fluxo de caixa so os investimentos em aquisio da planta e as
parcelas da dvida de financiamento, caso este seja contratado. A parte da parcela
relacionada ao pagamento de juros deve ser descontada da entrada de caixa antes do
imposto de renda incidir, diminuindo o valor devido.
Alm disso, tambm deve ser considerada a depreciao. A depreciao um
benefcio fiscal que contabiliza o desgaste de um bem devido ao uso ao longo do tempo.
O valor da depreciao contbil calculado como o valor total do bem dividido por uma
quantidade de anos determinada pela Receita Federal. Essa quantidade de anos varia de
acordo com a natureza do bem. No caso de mquinas e equipamentos esse tempo de
10 anos (SOUZA, 2011), portanto, a cada ano o bem deprecia 10% de seu valor total.
16
O pagamento de juros e a depreciao da planta so abatidos do lucro da empresa
antes da cobrana do IR incidir, resultando no lucro antes do imposto de renda (LAIR).
Em seguida, o pagamento de amortizaes de dvidas deve ser descontado do fluxo
de caixa, j que o pagamento de amortizaes no pode ser deduzido no LAIR, pois
esse valor de amortizao refere-se a um capital previamente tomado e que produziu
riqueza ao tomador (SOUZA, 2011).
Assim, o fluxo de caixa acumulado dado pela soma dos valores dos fluxos de
caixa anuais do tempo do projeto, corrigidos anualmente. A taxa escolhida para esse
reajuste foi equivalente a 80% da taxa Selic (SOUZA, 2011). O uso da correo faz com
que, quando o fluxo de caixa positivo, o mesmo ser investido e render dividendos.
Contudo, as taxas reais de aplicao de capital no so necessariamente igual taxa
Selic, portanto, foi considerado um valor de 80% sobre a taxa Selic como forma de
considerar essa defasagem e o pagamento de impostos (SOUZA, 2011).
2.3.2 Tempo do Projeto
O tempo do projeto tambm um fato que deve ser considerado na anlise
econmica de um projeto. O tempo do projeto pode ser definido como o perodo
mximo que o empreendedor considera aceitvel para recuperar o valor investido no
projeto.
Para a seleo adequada de qual ser o tempo do projeto, a empresa deve levar em
considerao a vida til dos equipamentos e o investimento inicial realizado. Valores
mais baixos de investimento inicial e de vida til exigem um menor tempo de retorno,
enquanto que investimentos de grande porte e equipamentos de longa vida til, aceitam
tempos maiores para retorno do capital investido.
2.3.3 Mtodos de avaliao do fluxo de caixa
A anlise econmica de um projeto realizada atravs de trs mtodos:
Mtodo do Valor Presenta Lquido (VPL);
Mtodo da taxa interna de retorno (TIR);
Mtodo do Pay-back.
Estes mtodos se baseiam na comparao dos valores de cada um dos fluxos de
caixa futuros com o valor do fluxo de caixa inicial, ocorrido no primeiro perodo.
17
2.3.3.1 Mtodo do valor presente lquido
O mtodo do valor presente lquido (VPL) uma tcnica de anlise de fluxo de
caixa, que calculado a partir da diferena entre a receita e as despesas da empresa, do
investimento inicial, e de uma taxa, chamada de taxa mnima de atratividade (TMA),
que representa a menor taxa de valorizao do capital a qual a empresa aceita aplic-lo,
e deve ser sempre ajustada ao risco do empreendimento. Assim, o VPL calculado
conforme a equao (2.4):
0
1 )1(I
TMA
DRVPL
n
tt
tt (2.4)
Se o valor do VPL for negativo, o projeto deve ser rejeitado, se o valor do VPL for
positivo, tem-se um argumento para aceitar o projeto (SOUZA, 2011). A utilizao
desta tcnica divide o fluxo em duas fases: perodo de construo e perodo de
operao, como pode ser visto na Figura 13 (COELHO, 2001).
Figura 13 Ciclo de vida do investimento de um sistema energtico (COELHO,
2001).
2.3.3.2 Mtodo da taxa interna de retorno
A taxa interna de retorno (TIR) a taxa, i, que iguala o valor presente de um ou
mais equipamentos, com o valor de um ou mais recebimentos do caixa. Em outras
palavras, o TIR iguala as entradas com as sadas do caixa. A equao (2.5) mostra como
realizado o clculo do TIR:
0
1 )1(I
i
DRn
tt
tt (2.5)
18
Se o valor do TIR for menor que o custo de capital ajustado ao risco, ou seja, se o
TIR for menor que o TMA rejeita-se o projeto. Caso o valor do TIR seja maior que
TMA tem-se um argumento para aceitar o projeto.
2.3.3.3 Mtodo do Pay-back
O mtodo do Pay-back determina o tempo decorrido at que o valor do investimento
realizado no projeto seja recuperado pelo empreendedor. Este talvez seja o mtodo mais
importante na analise de viabilidade econmica de um projeto (BRANDO, 2004). Se
o valor do Pay-back for menor que o tempo do projeto, tem-se um argumento para
aceitar o projeto. Caso o valor do pay-back, em anos, supere o tempo do projeto, pode-
se rejeitar o projeto.
19
3 A ferramenta de anlise tcnica-econmica
Com o intuito de facilitar a anlise de viabilidade de um sistema de cogerao, foi
desenvolvida a ferramenta computacional COGENERA M12. A planilha COGENERA
M12 foi elaborada em plataforma Microsoft Excel. O software foi escolhido para
desenvolver a ferramenta por ser tratar de uma plataforma capaz de desenvolver anlises
complexas de forma simples, alm de possuir uma interface amigvel ao usurio.
A ferramenta desenvolvida possui nove abas. Estas abas so:
Na entrada de dados, o usurio deve inserir os dados de demanda de energia, tanto
eltrica quanto trmica, e outras informaes relevantes para a anlise: tipo de
combustvel utilizado nas caldeiras (gs natural ou leo combustvel), poder calorfico
do combustvel, preo, etc. Aps essa etapa, o usurio dever selecionar, a partir do
banco de dados do programa, os equipamentos que deseja analisar para utilizao no
projeto de cogerao. A partir dos dados de entradas inseridos pelo o usurio, gerado
um relatrio com o resultado da anlise do projeto da cogerao para a planta. O
resultado apresenta ao usurio informaes sobre o desempenho energtico da planta
selecionada, alm de realizar a comparao dos custos de operao da planta com e sem
cogerao indicando a economia operacional da utilizao da cogerao. Ao final do
relatrio, tambm so apresentados resultados dos mtodos de avaliao de fluxo de
caixa, que indicam informaes sobre o retorno do investimento realizado.
Nos itens seguintes sero descritas mais detalhadamente as principais abas da
ferramenta COGENERA M12. A Figura 14 apresenta a aba de apresentao da planilha.
20
3.1
utilizada para o usurio inserir os dados de entrada que sero
utilizados pelo resto da planilha. nesta aba que o usurio deve fornecer todas as
informaes necessrias para a anlise do projeto de cogerao na planta. Alm disso,
nesta aba, o usurio tambm deve selecionar o(s) equipamento(s) responsvel pela
gerao de energia eltrica e reaproveitamento de energia trmica rejeitada. Dessa
forma, a insero dos dados de entrada nesta aba realizada em cinco etapas:
Demanda de energia eltrica;
Demanda de energia trmica;
Informaes adicionais;
Seleo do equipamento.
A insero de dados pelo usurio na planilha dada seguindo o cdigo de cores
apresentado na Figura 15.
Figura 15 Cdigo de cores utilizado para os dados da planilha.
Figura 14 - Tela de abertura da planilha COGENERA M12.
21
3.1.1 Demanda de Energia Eltrica.
demandas de energia
eltrica da planta que se deseja analisar. Assim, para que o usurio possa utilizar a
ferramenta, este deve possuir os dados de potncia contratada em horrio de ponta,
potncia contratada fora de ponta e seus respectivos fatores de carga, como pode ser
observado na Tabela 1
Tabela 1 Tabela de dados sobre demanda eltrica da planta sem cogerao.
O fator de carga (FC) pode ser definido como a razo entre a demanda mdia (Dmed)
e a demanda mxima (Dmx) da unidade consumidora ocorridas no mesmo intervalo de
tempo especificado (ANEEL, 2010). Portanto, os fatores de carga eltricos para os
horrios de ponta e fora de ponta podem ser dados, respectivamente, pela equao (3.1)
e equao (3.2).
Pmx
Pmed
PD
DFC
,
, (3.1)
FPmx
FPmed
FPD
DFC
,
, (3.2)
As definies para os horrios de ponta e fora de ponta so dadas pela
concessionria fornecedora de energia eltrica. De modo geral, considerado horrio de
ponta um perodo de trs horas entre 17 h e 21 h durante os dias teis. No horrio de
ponta a tarifa da energia eltrica mais cara (SOUZA, 2011). Consequentemente, o
horrio fora de ponta diz respeito s horas do dia que esto fora do perodo de ponta,
horrios em que a tarifa menor.
DEMANDA ELTRICA
Potncia contratada de Ponta [kW] 1.700
Potncia contratada Fora de Ponta [kW] 2.100
Fator de Carga na Ponta 86%
Fator de Carga Fora da Ponta 87%
Consumo de Energia Eltrica na Ponta [kWh/ano] 1.105.272
Consumo de energia Eltrica Fora da ponta [kWh/ano] 14.404.068
Consumo total de energia eltrica [kWh/ano] 15.509.340
Tarifa de Energia Eltrica Azul A4
22
Aps a insero dos dados de demanda contratada e fator de carga para os horrios
de ponta e fora de ponta, a planilha calcula o consumo de energia eltrica tanto para os
horrios de ponta quanto para fora de ponta. Os clculos do consumo de energia eltrica
na ponta (CP) e fora da ponta (CFP) so realizados de acordo com a equao (3.3) e a
equao (3.4), respectivamente.
horasPontaFCDE PPP (3.3)
ontahorasForaPFCDE FPFPFP (3.4)
Outro dado importante que deve ser inserido pelo usurio a seleo do tipo de
tarifa eltrica que cobrada para a empresa sendo analisada. Esse dado importante,
pois ser utilizado no clculo do custo anual da energia eltrica para a planta sem
cogerao, que ser mais detalhadamente apresentado em seo posterior.
3.1.2 Demanda de Energia Trmica
Alm das demandas de energia eltrica, as demandas de energia trmica so de
grande importncia na anlise de viabilidade de um projeto de cogerao. As demandas
trmicas avaliadas so de trs tipos:
Vapor;
Frio (gua gelada);
Outras formas de calor.
Os dados sobre a energia trmica da planta sem cogerao so apresentados na
Tabela 2, onde o usurio dever fornecer os dados de demanda trmica da caldeira, que
deve incluir vapor e outras formas de calor, para os dias de semana e para os fins de
semana. Da mesma forma, devem ser fornecidos os dados de demanda por gua gelada
nos dias de semana e no fim de semana Essa diferenciao entre demandas nos dias de
semana e nos fins de semana feita para flexibilizar a anlise, para o caso de uma
instalao que modifique sua produo durante os fins de semana. Todas as demandas
trmicas da planta devem ser inseridas em kW.
23
Tabela 2 Tabela de dados sobre a demanda trmica da planta sem cogerao.
DEMANDA TRMICA (sem Cogerao)
Demanda trmica da caldeira nos dias de semana [kW] 1.000,0
Demanda trmica da caldeira no fim de semana [kW] 1.000,0
Demanda trmica para refrigerao nos dias de semana [kW] 904,0
Demanda trmica para refrigerao no fim de semana [kW] 904,0
Fator de Carga Trmico da caldeira nos dias de semana 83%
Fator de Carga Trmico da caldeira no fim de semana 83%
Fator de Carga trmico de refrigerao nos dias de semana 83%
Fator de Carga trmico de refrigerao no fim de semana 83%
Tarifa de Combustvel Industrial
Consumo de energia trmica da CAG nos dias de semana [kWh/ano] 4.700.005
Consumo de energia trmica da CAG no fim de semana [kWh/ano] 1.872.799
Consumo de energia trmica da caldeira nos dias de semana [kWh/ano] 5.199.120
Consumo de energia trmica da caldeira no fim de semana [kWh/ano] 2.071.680
Consumo Total de energia trmica na Caldeira [kWh/ano] 7.270.800
Consumo total de energia trmica [kWh/ano] 13.843.603
Consumo anual de combustvel sem cogerao [m] 730.296,7
Alm das demandas trmicas, o usurio tambm devera inserir os valores do fator de
carga trmico da caldeira e da demanda de gua gelada, ambos para os dias de semana e
fins de semana. O clculo dos fatores de carga trmico feito analogamente ao clculo
realizado para o fator de carga da demanda eltrica da instalao, como mostra a
equao (3.5). A utilizao do fator de carga trmico importante j que nem sempre os
processos que demandam calor funcionam de forma constante ao longo do dia. Assim,
para que o consumo de combustvel da planta no seja superdimensionado necessrio
que o fator de carga trmico seja levado em conta no clculo da energia trmica.
termmx
termmed
TermD
DFC
,
, (3.5)
Nesta etapa, tambm deve ser inserido o tipo de tarifa de combustvel que cobrada
na instalao original. Se a caldeira da planta original trabalha com queima de gs
natural, deve ser selecionada a tarifa para consumo de gs natural que cobrada da
empresa. As opes de tarifa so as seguintes:
Industrial
24
Comercial
Residencial
leo combustvel
No Compra combustvel
Em seguida a planilha realiza os clculos dos consumos de energia trmica, tanto
para as centrais de gua gelada (CAG) quanto para a caldeira, como pode ser observado
na Tabela 2. So considerados 261 dias de semana no ano e 104 dias de fim de semana.
Assim a equao (3.6) apresenta o clculo para consumo de energia trmica da CAG
nos dias de semana e a equao (3.7) apresenta o clculo para o consumo de energia
trmica da CAG nos fins de semana. Da mesma forma, o consumo de energia trmica
da caldeira nos dias de semana e fins de semana pode ser calculado, respectivamente,
pela equao (3.8) e equao (3.9).
261,Re, DSfrirefrifuncDSCAG FCDhE (3.6)
104,Re, FSfrirefrifuncFSCAG FCDhE (3.7)
261,, DScaldtrmicafuncDSCaldeira FCDhE (3.8)
104,, FScaldtrmicafuncFSCaldeira FCDhE (3.9)
Onde funch a quantidade de horas de funcionamento da planta por dia. Este dado
coletado inserindo os horrios de incio e trmino da produo na planta conforme
apresentado na Tabela 3.
Tabela 3 Tabela de insero do horrio de funcionamento da instalao.
Horrio de funcionamento
Incio [hr] 0
Fim [hr] 24
25
Por fim, a Tabela 2 apresenta o clculo realizado para o consumo anual de
combustvel da instalao sem cogerao. O consumo de combustvel pela instalao
calculado segundo a equao (3.10).
caldeiracomb
CaldeiraTot
combmkJPCI
hskWhCmC
]/[
]/[3600][][
, (3.10)
Onde combPCI o poder calorfico inferior do combustvel que queimado na
caldeira, e o parmetro caldeira, o rendimento trmico da caldeira, inserido pelo
bem detalhado em seo
a seguir.
3.1.3 Informaes Adicionais
O quadro de informaes adicionais tem como funo receber outras informaes
do usurio, alm das demandas, que sejam importantes para o desenvolvimento dos
clculos na planilha. A vantagem de esse quadro estar
que o usurio no precisa buscar na planilha onde deve inserir valores de entrada. Com
a utilizao do quadro de Informaes Adicionais o usurio insere todas as entradas
necessrias ao programa numa mesma aba . A Tabela 4 apresenta as
informaes adicionais fornecidas pelo usurio.
26
Tabela 4 Tabela de informaes adicionais
INFORMAES ADICIONAIS
Cotao do dlar [R$] 2,33
Eficincia da caldeira 91%
Chiller da planta sem cogerao Chiller Eltrico Alternativo
Consumo de energia CAG antiga [kW/TR] 1,1
Consumo de energia CAG nova [kW/TR] 0,03
PCS do gs natural [kcal/m] 9.400
PCI do gs natural [kcal/m] 8.560
PCI do leo combustvel [kcal/m] 9.300.000
Preo do leo combustvel [R$/m] 1.750,0
A partir da Tabela 4, observa-se que a primeira informao que deve ser inserida
pelo usurio a cotao do dlar. Esse valor ser utilizado no clculo do custo de
instalao dos equipamentos para a cogerao. Em seguida, deve ser fornecido o valor
da eficincia da caldeira, necessrio para o clculo do consumo de combustvel
apresentado na equao (3.10). No caso de a demanda de gua gelada estar sendo
analisada, importante que o usurio selecione o tipo de CAG presente na instalao
sem cogerao. As opes disponveis para anlise so:
Chiller Eltrico Alternativo
Chiller Eltrico Centrfugo
Chiller Eltrico Scroll
Chiller Eltrico Parafuso
Split
Aparelho de Janela
Em seguida, a planilha coleta em seu banco de dados o consumo especfico de
energia eltrica do chiller da planta sem cogerao e compara com o consumo
especfico de um chiller de absoro utilizado para cogerao. A Figura 16 mostra
valores tpicos para o consumo energtico de diferentes tipos de chiller apresentados por
(ANDREOS, 2013). Esses valores so utilizados no banco de dados da planilha.
27
Figura 16 Consumo energtico de sistemas de refrigerao (ANDREOS, 2013).
O usurio tambm deve fornecer os valores de PCI e PCS para o gs natural. O PCI
ser utilizado no clculo do consumo de gs natural pelo equipamento responsvel pela
cogerao. O PCI do leo combustvel deve ser informado para o clculo do consumo
de leo combustvel na caldeira. Tambm necessria a insero do preo do leo
combustvel.
O usurio tambm deve inserir que tipo de energia se deseja obter com a cogerao.
H trs opes disponveis: Eletricidade, Calor e Frio. Assim o usurio possui trs
possibilidades diferentes de cogerao que devem ser selecionadas conforme a Tabela
5:
Eletricidade + Calor (vapor e/ou outras formas de calor);
Eletricidade + Frio (gua gelada);
Eletricidade + Frio + Calor (Trigerao).
28
Tabela 5 Tabela para insero dos objetivos da cogerao.
OBJETIVOS DA COGERAO
Energia Eltrica Sim
Vapor (Calor) Sim
gua Gelada (Frio) No
Por fim, o usurio deve indicar se, no caso de excedente de energia por parte da
cogerao, este gostaria de optar pela opo de venda desse excedente. A venda do
excedente deve ser negociada diretamente com a concessionria de distribuio ou de
transmisso, dependendo do ponto em que a planta esteja conectada rede (SOUZA,
2011). O usurio tambm deve informar o preo especfico de revenda. A Tabela 6
apresenta essa opo do usurio.
Tabela 6 Tabela de insero de interesse de revenda de energia eltrica.
VENDA DE ENERGIA ELTRICA
Deseja vender energia eltrica excedente? Sim
Preo para venda de energia eltrica [R$/kWh] 0,16
3.1.4 Seleo do Equipamento
Alm da insero dos dados de entrada, na aba
seleo do equipamento responsvel pela cogerao, que ser simulado. A Tabela 7
Dentre os equipamentos
disponveis para se realizar a cogerao esto trs tipos:
Motores a combusto interna a gs;
Turbinas a gs;
Microturbinas.
29
Tabela 7 Tabela de seleo de equipamento para cogerao.
SELEO DO EQUIPAMENTO
Relao Eltrico-trmica da planta 1,10
Equipamentos Recomendados
Motor de Combusto Interna
Turbina a gs Recomendado
Microturbina
Turbina a Vapor
Gerao Eltrica com cogerao
Demanda Eltrica a ser gerada fora da ponta [kW] 1.815
Demanda Eltrica a ser gerada na ponta [kW] 1.415
Consumo de Energia Eltrica a ser suprido fora da ponta [kWh] 12.448.763
Consumo de Energia Eltrica a ser suprido na ponta [kWh] 919.932
Consumo Total de Energia Eltrica a ser suprido [kWh] 13.368.695
Equipamento Selecionado Motor GE J420 GS 1.4MW
Potncia do Equipamento selecionado [kW] 1.426
Quantidade de equipamentos 1
Potncia Instalada [kW] 1.426
Fator de carga do equipamento 85%
Queima adicional
Necessidade de queima adicional na caldeira Sim
Demanda trmica adicional a ser suprida [kW] 261
Combustvel para queima adicional na caldeira Gs natural
Equipamentos auxiliares
Dimenso do Chiller de Absoro [TR] 321
A fim de auxiliar o usurio na seleo do equipamento para cogerao realizado,
na Tabela 7, um sistema de recomendao de equipamentos baseados na razo eltrico-
trmica da planta. A razo eltrico-trmica (RPC) pode ser definida como a razo entre
a potncia total que deve ser produzida pelo equipamento e o calor til que pode ser
retirado para cogerao (RAMOS, 2008). A equao (3.11) calcula a RPC demanda
pela planta sem cogerao.
trmica
eltrica
D
DRPC (3.11)
30
A Tabela 8 apresenta valores tpicos da razo eltrico-trmica para cada tipo de
equipamento (EPA, 2008). A partir da Tabela 8, a planilha recomenda o equipamento
que possui uma faixa tpica de RPC que englobe o valor calculado pela equao (3.11).
Para os casos em que a razo eltrico-trmica no se encontra em nenhuma faixa da
Tabela 8, a potncia a demanda eltrica utilizada como parmetro determinante. Para
demandas maiores que 5 MW so recomendadas turbinas a gs, entre 250 kW e 5MW
so recomendados motores de combusto interna, e para demandas menores que 250
kW so recomendadas microturbinas.
Tabela 8 Faixas tpicas para razo eltrico-trmica.
EQUIPAMENTO RAZO ELTRICO -TRMICA
Turbina a Vapor 0,1 0,3
Motor de Combusto Interna 0,5 1
Turbina a Gs 0,5 2
Microturbina 0,4 0,7
Clula Combustvel 1,0 2,0
Fonte: (EPA, 2008)
Em seguida, a planilha realiza o clculo da demanda de energia eltrica que deve ser
suprida pela planta com cogerao. A razo para recalcular o consumo eltrico que
quando h anlise de refrigerao no projeto de cogerao, a demanda de frio deixar de
ser suprida por uma central eltrica e passar a ser suprida por um chiller de absoro.
Assim, a nova central de gua gelada consome menos energia eltrica e mais energia
trmica. Consequentemente a planta consome menos energia eltrica, pois no h mais
necessidade de abastecer um chiller eltrico e sim um chiller de absoro de calor. A
nova demanda eltrica total da planta, considerando a substituio da CAG eltrica por
um chiller de absoro, dada pela equao (3.12).
52,352,3
ReRe novafriantigafri
antiganova
DDDD (3.12)
31
Onde
de gua gelada e coletado na planilha automaticamente atravs da tabela de
informaes adicionais. Os clculos dos novos consumos de energia so realizados de
forma anloga ao apresentado na equao (3.3) e equao (3.4). possvel observar que
quando o usurio no deseja gerar gua gelada em seu projeto de cogerao, a demanda
trmica para refrigerao zero e, com isso, a demanda nova de energia eltrica ser
igual demanda antiga.
Em seguida, o usurio deve realizar a seleo do equipamento responsvel pela
cogerao. Assim, o usurio deve escolher em uma lista suspensa, um dos equipamentos
para anlise que esteja disponvel no banco de dados da planilha, como mostra a Figura
17.
Figura 17 Lista suspensa para seleo do equipamento.
O usurio deve inserir tambm a quantidade de equipamentos que deseja utilizar,
como mostra a Tabela 7. A partir da, a planilha apresenta para o usurio o valor da
potncia instalada selecionada.
Deve ser inserido, tambm, o fator de utilizao com o qual o usurio deseja utilizar
o equipamento selecionado. O fator de carga do equipamento considera a
disponibilidade do equipamento. O valor associado a este fator esta associado
limitao da disponibilidade do equipamento, como por exemplo, o tempo de parada
para manuteno preventiva.
uns resultados importantes sobre a parte
trmica do projeto, indicando se com o equipamento selecionado haver necessidade ou
no de realizar queima adicional de combustvel na caldeira e qual a potncia trmica a
mais que deve ser gerada. O usurio deve ento selecionar o tipo de combustvel que
32
deseja utilizar na caldeira para gerar a potncia trmica pendente pelo equipamento.
Como mostra a Figura 18, duas opes so possveis:
Gs natural;
leo combustvel.
Essa opo do programa da uma maior flexibilidade ao usurio em analisar
diminuio dos custos com cogerao, e possibilita um nmero maior de configuraes
possveis.
A planilha j apresenta, tambm, a dimenso, em TR, do chiller de absoro que
dever ser utilizado no caso de gerao de frio, como pode ser visto na Tabela 7.
Figura 18 Lista suspensa para seleo do combustvel de queima suplementar.
3.2
funo, ajudar o usurio a obter os dados de entradas sobre a demanda da instalao em
anlise. Como foi visto anteriormente, os dados de entrada referentes s demandas da
Potncia eltrica contratada fora da ponta;
Potncia eltrica contratada na ponta;
Fator de Carga eltrico fora da ponta;
Fator de Carga eltrico na ponta;
Demanda trmica da caldeira dias de semana e fins de semana;
Fator de Carga da caldeira;
Demanda trmica para refrigerao dias de semana e fins de semana;
Fator de Carga de refrigerao.
possvel que o usurio possua dados mais abrangentes que possibilitem uma
anlise mais precisa do sistema. o que ocorre quando se dispe das curvas de
demanda tanto eltrica quanto trmica da planta sem cogerao. Para este caso, foi
desenvolvida uma aba auxiliar,
33
curvas sob a forma de tabelas, e a planilha calcula os parmetros de entrada para que o
usurio possa inserir na aba Entradas
3.2.1 Demanda Eltrica
demanda eltrica da planta, conforme apresentado na Tabela 9
Tabela 9 Tabela para insero da curva de demanda eltrica da planta.
ELETRICIDADE
Tempo (ms)
Demanda Eltrica [kW] Consumo de Energia [kWh]
Ponta Fora de Ponta Ponta Fora de Ponta
1 1.700 2.100 107.100,0 1.379.700,0
2 1.650 2.030 103.950,0 1.333.710,0
3 1.600 1.985 100.800,0 1.304.013,6
4 1.463 1.720 92.137,5 1.130.040,0
5 1.463 1.670 92.137,5 1.097.190,0
6 1.463 1.580 92.137,5 1.038.060,0
7 1.275 1.700 80.325,0 1.116.900,0
8 1.463 1.820 92.137,5 1.195.740,0
9 1.225 1.880 77.175,0 1.235.160,0
10 1.335 1.800 84.105,0 1.182.600,0
11 1.453 1.820 91.507,5 1.195.740,0
12 1.463 1.920 92.137,5 1.261.440,0
TOTAL 1.105.650,0 14.470.293,6
A partir disso, o consumo de energia eltrica, tanto na ponta quanto fora da ponta,
em cada ms calculado segundo a equao (3.13) e (3.14).
ontahorasForaPDE FPFP (3.13)
horasPontaDE PP (3.14)
A planilha tambm gera, a partir da tabela inserida pelo usurio, um grfico da curva
de demanda eltrica e do consumo de energia eltrica da planta mensalmente, como
mostrado na Figura 19 e na Figura 20.
34
Figura 19 Exemplo de curva da demanda eltrica da planta gerada pela planilha.
Figura 20 Exemplo de curva do consumo mensal de energia eltrica da planta.
Com a tabela inserida, so calculados os parmetros de entrada para que o usurio
Tabela 10.
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
0 2 4 6 8 10 12
Dem
an
da E
ltr
ica [kW
]
Ms do ano
Curva de Demanda Eltrica
Demanda naPonta
Demanda Forada Ponta
,0,0
200000,0,0
400000,0,0
600000,0,0
800000,0,0
1000000,0,0
1200000,0,0
1400000,0,0
1600000,0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Co
nsu
mo
El
tric
o [kW
h]
Ms do ano
Curva de Consumo Eltrico
Consumo na Ponta
Consumo Fora da Ponta
35
Tabela 10 Exemplo de tabela gerada com os parmetros de entrada da parte
eltrica.
ELETRCIDADE
Demanda Base na Ponta [kW] 1.225,0
Demanda Mdia na Ponta [kW] 1.462,5
Demanda Mxima na Ponta [kW] 1.700,0
Fator de Capacidade na Ponta [%] 86%
Demanda Base Fora da Ponta [kW] 1.580,0
Demanda Mdia Fora da Ponta [kW] 1.835,4
Demanda Mxima Fora da Ponta [kW] 2.100,0
Fator de Capacidade Fora da Ponta [%] 87%
Observa-se que as demandas mximas esto destacadas em vermelho, de forma a
chamar a ateno do usurio que vai introduzir os dados na planilha, uma vez que,
normalmente, esta demanda mxima a potncia contratada pela planta (SOUZA,
2011).
Pode-se tambm dizer que a estratgia de cogerao pode ser variada. Pode-se
dimensionar o sistema para atender a demanda mxima, a demanda mdia ou a demanda
mnima de eletricidade. No caso da demanda trmica, a hiptese adotada que ela
sempre atendida.
Na Tabela 10 so apresentados tambm os fatores de carga na ponta e fora da
ponta, que tambm so entradas para a planilha. Adicionalmente, so apresentadas as
demandas base e mdias da planta.
3.2.2 Demanda de Vapor
Grande parte das aplicaes trmicas industriais envolve o uso de vapor (SOUZA,
2011). Portanto, necessrio que se tenha uma opo de introduo da demanda trmica
atravs da vazo de vapor demandada em kg/h. Assim, se for conhecida a presso de
trabalho da caldeira, a demanda trmica em kW pode ser obtida a partir da vazo de
vapor demandada pela caldeira atravs de um balano de energia.
O usurio que possua sua demanda trmica em vazo de vapor deve inserir a curva
de demanda diria de vapor, tanto dias de semana quanto fim de semana, na Tabela 11,
assim como a presso de trabalho da caldeira.
36
Tabela 11 Tabela de insero da demanda de vapor da planta.
Demanda de vapor em:
kg/h Presso da
caldeira[bar] 10
DEMANDA DE VAPOR
Dia de semana Fim de Semana
Tempo [ horas] Vazo de Vapor
[kg/h] Tempo [ horas]
Vazo de Vapor [kg/h]
1 2.135,4 1 2.135,4
2 2.050,0 2 2.050,0
3 2.000,0 3 2.000,0
4 2.000,0 4 2.000,0
5 1.866,3 5 1.866,3
6 2.130,0 6 2.130,0
7 1.900,0 7 1.900,0
8 2.130,0 8 2.130,0
9 2.400,0 9 2.400,0
10 2.575,0 10 2.575,0
11 2.200,0 11 2.200,0
12 2.430,0 12 2.430,0
13 2.400,0 13 2.400,0
14 2.130,0 14 2.130,0
15 2.200,0 15 2.200,0
16 2.130,0 16 2.130,0
17 2.350,0 17 2.350,0
18 2.150,0 18 2.150,0
19 2.130,0 19 2.130,0
20 1.802,0 20 1.802,0
21 1.950,0 21 1.950,0
22 2.000,0 22 2.000,0
23 2.001,0 23 2.001,0
24 2.190,0 24 2.190,0
Contudo, se o usurio possuir sua demanda trmica de vapor em kW este poder
tambm inserir esses valores diretamente na Tabela 11 \
Figura 21.
Figura 21 Lista suspensa para selecionara unidade de insero da demanda de
vapor.
37
A demanda trmica relacionada produo de vapor ento calculada com o
aux s
International Association for
Properties of Water and Steam Industrial Formulation 1997
CO s e a demanda trmica
em kW pode ser calculada, a partir da vazo de vapor, pela da equao (3.15).
3600
]/)[,()(]/[][
kgkJPThPhhkgmkWD
caldaguaguacaldvvapor
vapor (3.15)
Onde, a presso da caldeira um dado do usurio, inserido na Tabela 11, e a
default , mas pode ser modificada pelo
usurio. Pela equao (3.15), observa-se que considerado, por hiptese, que o vapor
deixa a caldeira no estado de vapor saturado.
3.2.3 Demanda Trmica Total
Aps inserir a demanda de vapor para que a planilha gere os valores em kW, o
usurio deve inserir as outras demandas trmicas (Refrigerao e outros processos).
Essa insero das demais demandas trmicas feita na Tabela 12, que tambm calcula a
demanda trmica total da planta sem cogerao. Caso a planta no possua nenhuma
outra demanda trmica, basta inserir o valor como zero. Alm disso, no caso da planta
no possuir mais nenhuma outra demanda trmica, o usurio no deve inserir os dados
38
Tabela 12 Tabela de apresentao da demanda trmica total.
DEMANDA TRMICA
Dias de Semana Fim de Semana
Tempo [horas]
Vapor [kW]
Calor [kW]
Frio [kW]
TOTAL [kW]
Vapor [kW]
Calor [kW]
Frio [kW]
TOTAL [kW]
1 1.579 1.579 1.579 4.737 1.579 - - 1.579
2 1.516 1.516 1.516 4.548 1.516 - - 1.516
3 1.479 1.479 1.479 4.437 1.479 - - 1.479
4 1.479 1.479 1.479 4.437 1.479 - - 1.479
5 1.380 1.380 1.380 4.140 1.380 - - 1.380
6 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
7 1.405 1.405 1.405 4.215 1.405 - - 1.405
8 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
9 1.775 1.775 1.775 5.324 1.775 - - 1.775
10 1.904 1.904 1.904 5.712 1.904 - - 1.904
11 1.627 1.627 1.627 4.880 1.627 - - 1.627
12 1.797 1.797 1.797 5.390 1.797 - - 1.797
13 1.775 1.775 1.775 5.324 1.775 - - 1.775
14 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
15 1.627 1.627 1.627 4.880 1.627 - - 1.627
16 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
17 1.738 1.738 1.738 5.213 1.738 - - 1.738
18 1.590 1.590 1.590 4.769 1.590 - - 1.590
19 1.575 1.575 1.575 4.725 1.575 - - 1.575
20 1.332 1.332 1.332 3.997 1.332 - - 1.332
21 1.442 1.442 1.442 4.326 1.442 - - 1.442
22 1.479 1.479 1.479 4.437 1.479 - - 1.479
23 1.480 1.480 1.480 4.439 1.480 - - 1.480
24 1.619 1.619 1.619 4.858 1.619 - - 1.619
A partir da Tabela 12, a planilha se encarrega de gerar duas curvas de demanda
trmica, uma para os dias de semana, Figura 22, e uma para o fim de semana, Figura 23.
39
Figura 22 Exemplo de curva de demanda trmica total nos dias de semana,
gerada pela planilha.
Figura 23 Exemplo de curva de demanda trmica total no fim de semana, gerada
pela planilha.
Em seguida, a planilha tambm calcula os parmetros trmicos de entrada que
, estes parmetros so apresentados na Tabela 13.
possvel observar a partir da Tabela 13, que alm dos parmetros de entrada da
planilha, tambm so exibidos informaes sobre as demandas base e mdias de cada
tipo de aplicao trmica.
40
Tabela 13 Exemplo de tabela gerada com os parmetros de entrada da parte
trmica.
TRMICA
Parmetros Vapor Calor Frio Total
Demanda Base nos dias de semana [kW] 1.332 1.332 1.332 3.997
Demanda Mdia nos dias de semana [kW] 1.579 1.579 1.579 4.737
Demanda Mxima nos dias de semana [kW] 1.904 1.904 1.904 5.712
Fator de Carga nos dias de semana [%] 1 1 1 1
Demanda Base no fim de semana [kW] 1.332 0 0 1.332
Demanda Mdia no fim de semana [kW] 1.579 0 0 1.579
Demanda Mxima no fim de semana [kW] 1.904 0 0 1.904
Fator de Carga no fim de semana [%] 83% - - 83%
3.3
projeto de cogerao que esta sendo simulado. Para isso, realizado, primeiramente, o
clculo do consumo especfico de gs natural por kWh gerado pelo equipamento
moto-
gerador dado pela equao (3.15) (NERI, 2009):
equip
espmkcalPCI
kWhkcalkWhmC
]/[
]/[860]/[ (3.15)
A Tabela 14 apresenta esta parte do clculo realizado pela planilha. Na Tabela 14, o
PCI do gs natural obtido atravs do valo e a eficincia
do equipamento do banco de dados da planilha, de acordo com o equipamento que
selecionado.
Tabela 14 Clculo do consumo especfico de gs natural pelo equipamento.
Consumo de gs natural por kWh gerado pelo equipamento
PCI do gs natural [kcal/m] 8.560
Eficincia do equipamento 40%
Consumo de gs natural [m/kWh] 0,25
41
Em seguida, realizado o balano de energia, propriamente dito, no(s)
equipamento(s), e calculada a potncia trmica til para cogerao, que pode ser
retirada do equipamento, como mostra a Tabela 15.
Tabela 15 Balano de energia no equipamento.
ANLISE TCNICA DO PROJETO DE COGERAO
Dimenso do equipamento [kW] 1.426
Nmero de equipamentos 1
Consumo de gs natural [m/kWh] 0,25
PCI do gs natural [kcal/m] 8.560
PCS do gs natural [kcal/m] 9.400
Vazo horria de gs natural [m/h] 355,5
Potncia trmica total que entra no equipamento [kW] 3.541,8
Potncia trmica retirada do bloco do motor [kW] 492,9
Potncia trmica retirada da exausto [kW] 1.150,1
Potncia trmica retirada do leo de lubrificao [kW] 0,00
Eficincia dos trocadores de calor 90%
Potncia trmica til para CHP [kW] 1.643,0
COP Chiller de Absoro 0,8
A partir da Tabela 15, possvel observar que so consideradas trs fontes para
recuperao de energia trmica do equipamento:
Potncia trmica retirada do bloco do motor;
Potncia trmica retirada da exausto;
Potncia trmica retirada do leo de lubrificao.
O valor da potncia trmica retirada do equipamento por cada uma dessas fontes
obtida a partir do banco de dados da planilha. Para possibilitar uma maior flexibilidade
do usurio, possvel selecionar quais dessas trs fontes deseja-se considerar na anlise.
Isso feito a partir da lista suspensa mostrada na Figura 24, onde o usurio seleciona se
quer utilizar cada uma das fontes para recuperao de energia trmica.
Figura 24 Lista suspensa para seleo das fontes de recuperao da energia
trmica.
42
Um parmetro importante, apresentado na Tabela 15, a eficincia dos trocadores
de calor utilizados para recuperao da energia trmica do equipamento. Para uma
anlise mais confivel, possvel que o usurio modifique este parmetro para o valor
que desejar.
Para os casos onde tambm so analisados dados de refrigerao, a Tabela 15
apresenta o valor do COP para o chiller de absoro a ser utilizado na planta com
cogerao. O COP um coeficiente de operao e indica a eficincia do chiller a partir
da relao entre a energia trmica consumida e a produzida (ANDREOS, 2013). Os
valores do COP so obtidos atravs do banco de dados da planilha de acordo com os
dados apresentados na Figura 16.
Em seguida, realizada uma anlise da energia gerada na planta com cogerao. A
Tabela 16 apresenta essa anlise.
Tabela 16 Anlise da energia gerada na cogerao
Anlise da Gerao Energia
Demanda Eltrica pendente fora de ponta [kW] 389
Demanda Eltrica pendente na ponta [kW] 0
Demanda trmica pendente nos dias de semana [kW]